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Blog TRAUMA: Atendimento Pré-hospitalar no Mundo

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10 de novembro de 2007 Twitter

Atendimento Pré-hospitalar no Mundo


Guidelines 2010 da AHA para RCP e
Os primeiros passos para a organização moderna do
ACE
serviço de emergência médica foram dados pelo cirurgião
chefe do exército de Napoleão Bonaparte, Dominique
Larrey, em 1792. Seu objetivo principal era evitar
complicações (principalmente gangrena) nas vítimas de
ferimento de guerra, mediante o tratamento precoce
(imobilização ou amputação), o qual ocorria nos campos de
batalha e, freqüentemente, sob fogo inimigo. Após pouco
mais de dois séculos, o atendimento pré-hospitalar propõe
objetivos e princípios semelhantes ao de Larrey: Iniciar o
atendimento precocemente, sem agravar as lesões,
oferecendo suporte básico e avançado ao paciente.
Clique na imagem para acessar.
Modelos

Existem dois modelos predominantes de serviço de emergência médica no globo: O Anglo- Década de Ações para um Trânsito
americano e o Franco-alemão. O segundo iniciado nos anos 60 e legalizado em 1986, baseia-se Seguro 2011-2020
na ampliação do raio de ação do hospital, levando à vítima quase todo tratamento disponível em
um hospital. O que permite tal abrangência e especificidade é a utilização da tele-coordenação
médica (regulação), a qual possibilita a triagem dos atendimentos e reserva de vagas nos hospitais
de referência para vítimas graves. Além disso, o regulador médico tem controle sobre recursos
públicos e privados para o atendimento de pacientes.

O modelo Anglo-americano surge nos EUA em 1966, mediante iniciativas da National Highway
Traffic Safety Administration e do Departament of Health and Human Services. Dois anos depois
foi criado um telefone único para emergência, o famoso 911. O modelo baseia-se em um principio
chamado load and go, que preconiza estabilização e transporte rápido dá vítima para o hospital
qualificado mais próximo, onde será realizado o tratamento definitivo. Os provedores de saúde
neste sistema são os paramédicos, que recebem formação técnica, e atuam sem supervisão
médica.

A disputa
Juntos Podemos Salvar Milhões de
Vidas
Os dois modelos são adotados em diversos países, sendo o sistema Anglo-americano o que
possui uma lista maior. Entretanto, não existe nenhum estudo comparativo entre os dois. O modelo
anglo-americano tem um custo financeiro maior, mas é facilmente implantado. No sistema franco-
alemão o atendimento pré-hospitalar ao paciente é mais amplo e completo, com forte carga de Atualizaçoes por e-mail
atendimento social. Em contrapartida, sua implementação é complexa e depende da integração de
diversas esferas governamentais. Um ponto de tangência entre os dois modelos é que nenhum
pretende oferecer o tratamento definitivo ao paciente. Digite o seu e-mail:

O sistema ideal

Antes de tentar definir qual o melhor modelo de atendimento pré-hospitalar, devemos estabelecer Assine

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as características locais, através da observação e análise de dados estatísticos e indicadores


sociais. O sistema de emergência médica deve visar, acima de tudo, um atendimento de qualidade FeedBurner
e eqüidade, proporcionando o bem-estar do paciente.

(Por Paulo Pepulim)


Eventos
Publicado por Paulo Pepulim
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Atendimento Pré-hospitalar no Brasil -


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Biomecânica do trauma na avaliação


do politraumatizado

Biomecânica do trauma

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17 de novembro de 2007 Twitter

Atendimento Pré-hospitalar no Brasil - Parte 01


Breve histórico
Guidelines 2010 da AHA para RCP e
ACE
O atendimento médico no Brasil Colônia e no Brasil Império
era escasso. Em 1789, no Rio de Janeiro, havia somente
quatro médicos em atuação (Salles, 1971), o atendimento
pré-hospitalar (APH) era inexistente. Em 1808, foi fundada a
Escola de Anatomia, Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro,
quando então se iniciou o transporte e atendimento de
vítimas feridas. Desde já, o modelo pré-hospitalar adotado
era estrangeiro, realizado por carruagens.

Com a proclamação da república, o atendimento foi


integrado ao Estado e passou a ser coordenado ao longo do tempo por diversos serviços públicos:
Serviço de Atendimento Médico Domiciliar de Urgência (SAMDU); Instituto Nacional de Previdência Clique na imagem para acessar.
Social (INPS); Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social (INAMPS) e,
atualmente, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mediante as Secretarias de Saúde em
cooperação com o Corpo de Bombeiros. Década de Ações para um Trânsito
Seguro 2011-2020
Em 1981, em Brasília, o Corpo de Bombeiros criou um serviço experimental de resgate de vítimas
feridas, mas ainda desprovido de um modelo concreto. Cinco anos mais tarde, após um
intercâmbio de Bombeiros brasileiros nos EUA (Companheiros das Américas) foi proposta uma
reestruturação do sistema, com a criação de um serviço com ambulâncias equipadas e recursos
humanos com treinamento específico. Em 1990, começa a funcionar, na grande São Paulo o
Projeto Resgate em 14 municípios com 38 unidades de salvamento. Contudo, o Brasil ainda não
dispunha de um modelo autêntico de atendimento e legislação específica sobre APH.

Apenas no ano de 1998, o Conselho Federal de Medicina qualifica o atendimento pré-hospitalar


como serviço médico, tanto na coordenação quanto na supervisão (Resolução CFM nº. 1.529/98).
No ano seguinte o Ministério da Saúde aprova a normatização do atendimento pré-hospitalar com
a Portaria nº 824, a qual é revogada pela nº 814 de 2001, mais abrangente. Ainda no mesmo ano
o Ministério da Saúde cria a Política Nacional de Redução de Morbimortalidade por Acidentes e
Violência, com o intuito de reduzir a hecatombe brasileira.

Juntos Podemos Salvar Milhões de


Em 2002, o Ministério da Saúde aprova a regulamentação técnica dos sistemas estaduais de
Vidas
urgência e emergência (PRT nº 2048/GM), um grande avanço do governo brasileiro, mas ainda
carente de um modelo nacional, próprio! Nesta portaria fica claro a opção pelo modelo Franco-
alemão de atendimento pré-hospitalar, paradoxalmente, o treinamento preconizado é baseado no
modelo Anglo-americano. Em 2003, é instituído a Política Nacional de Atenção às Urgências (PRT Atualizaçoes por e-mail
nº 1863/GM) em todas as unidades federadas. Finalmente o Brasil tem uma legislação completa
na área de urgência e emergência. Duas décadas após o pioneirismo em Brasília.
(Por Paulo Pepulim) Digite o seu e-mail:
Leia aqui a parte 02.

Publicado por Paulo Pepulim


Assine

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24 de novembro de 2007 Twitter

Atendimento Pré-hospitalar no Brasil - Parte 02


Da legislação à prática
Guidelines 2010 da AHA para RCP e
ACE
Após duas arrastadas décadas de evolução legislativa na área
de urgência e emergência, principalmente, em sua fase pré-
hospitalar, o Brasil tem uma legislação ampla, contudo, longe
de ser completa. Adicionando-se a isso, não há uma
padronização de todos os serviços de atendimento pré-
hospitalar (APH) brasileiros, poucos se adequaram às normas
da Portaria n.º 2048/GM. Segundo Mir/2004, “Atualmente, as
estruturas dos serviços de atendimento pré-hospitalar do Brasil
são diferenciadas, com várias identificações, atuações,
atividades, competências, dificultando a implantação de um
método nacional”.
Clique na imagem para acessar.
Sistema desarticulado

A desarticulação acontece, primeiramente, na porta de entrada das emergências, ou seja, nas Década de Ações para um Trânsito
centrais telefônicas, estas recebem ligações da população solicitando assistência. No Brasil temos Seguro 2011-2020
diversas organizações responsáveis pelo atendimento de emergência, as principais e públicas, são:
Corpo de Bombeiros; SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência); Defesa Civil e Polícia
Militar. Com os números: 193, 192, 199 e 190, respectivamente. Apenas em poucos lugares há a
comunicação direta entres os serviços. Em Araras/SP, por exemplo, há certa integração entre o
Corpo de Bombeiros e o SAMU, os dois são coordenados por uma central telefônica, a qual
distribui as ocorrências, porém outras instituições não participam.

O vasto território brasileiro clama por uma central única, como o 911 dos EUA ou o 000 da
Austrália, os quais o circunstante liga e informa sua emergência, ao receber a chamada, o
atendente (com treinamento específico) avalia a natureza do evento e despacha a ocorrência para
os órgãos mais próximos e competentes para o atendimento (Paramédicos, Bombeiros ou Polícia).
Além disso, em caso de emergência médica, o atendente instrui o solicitante a realizar os primeiros
socorros, aumentando a possibilidade de sobrevida da vítima. A centralização das chamadas de
emergência em apenas um número, permitiria, no Brasil, à integração entre os setores e,
conseqüentemente, uma melhor e mais rápida resposta às emergências. Vale ressaltar que a
Juntos Podemos Salvar Milhões de
memorização de um único número seria mais fácil para toda a população.
Vidas
Nossa decoaptação entre os setores vai além. A falta de um canal de comunicação entre as
unidades de APH e o hospital, provoca um grave retardo no atendimento da vítima no centro de
tratamento definitivo. Por exemplo, se uma unidade de suporte avançado atende um paciente com Atualizaçoes por e-mail
traumatismo penetrante cardíaco, mas não tem como se comunicar com o hospital de referência,
ao chegar à sala de emergência, a equipe cirúrgica não estará imediatamente pronta para a
intervenção. O sistema de comunicação, de preferência direta (via rádio), entre APH e pronto Digite o seu e-mail:
socorro (PS) é imprescindível para um melhor prognóstico das vítimas de trauma.

Outra divergência é a falta de inter-relacionamento das equipes do PS com a do APH. O elo entre
os dois segmentos do atendimento é o médico regulador, o qual deve, ao início de cada plantão, Assine

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Blog TRAUMA: Atendimento Pré-hospitalar no Brasil - Parte 02

entrar em contato com os coordenadores dos hospitais de referência para inquirir a capacidade de
atendimento de cada centro (esta é umas das funções obrigatórias do médico regulador). Tal FeedBurner
medida evitaria grande parte do atrito entre as equipes.

Perspectivas

O Brasil tem um longo caminho pela frente. As dificuldades são diversas, não há uma Eventos
intersetorialidade concreta entre os responsáveis pelo atendimento de emergência. Não obstante,
I Congresso Mundial de Trauma -
há esforços sendo feitos. Muitos serviços, por conta própria, criam seus canais de comunicação e
2012
articulação com os demais setores, assim como, muitos tripulantes das unidades de resgate se
comunicam via telefone (muitas vezes particular) com o hospital de destino.

A articulação entre os setores tem sido o foco de muitas discussões, demos um grande salto com
Leia no blog trauma
a regulamentação do APH, mas no que tange a formação acadêmica dos profissionais envolvidos
com a emergência evoluímos pouco. Acredito que o Brasil tenha um futuro promissor no APH, só Os Genes da Guerra
que para isso é necessário um diálogo extenso entre as secretarias de saúde e os serviços de
APH existentes no país. Infeliz Ano Novo

(Por Paulo Pepulim)


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Trauma
Leia aqui a parte 03.
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RCP - Atualização 02
1 Sua opinião: Natal Sangrento
Anônimo disse...
O Custo do Trauma
Acho que esta falta de comunicação entre entre centrais ou a falat de telefone unico ,
interessa a alguem O Álcool e o Trauma
8 de abril de 2008 10:00 Atendimento Pré-hospitalar no Brasil -
Parte 03
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Atendimento Pré-hospitalar no Brasil -
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3 de dezembro de 2007 Twitter

Atendimento Pré-hospitalar no Brasil - Parte 03


Corpo de Bombeiros Militar
Guidelines 2010 da AHA para RCP e
ACE
Criado em 1856 por Dom Pedro II, o Corpo de Bombeiros
dispõe de diversos grupamentos, entre eles, o GSE
(Grupamento de Socorro e Emergência) que é responsável
pelo atendimento pré-hospitalar (APH). Desenvolvido a partir
de 1981, foi o pioneiro no resgate de vítimas feridas e
atualmente funciona sob um modelo fora das normas do
anexo da Portaria nº 2048/GM, desprovido de regulação
médica, integração com o Sistema Único de Saúde (SUS) e
formação, dos profissionais tripulantes de ambulâncias, por meio dos Núcleos de Educação em
Urgências (NEUs). Por outro lado, é o órgão público responsável pela maioria dos atendimentos
às vítimas de trauma.
Clique na imagem para acessar.
A estrutura do GSE, no que tange o atendimento pré-hospitalar, é formada por unidades básicas,
tripuladas por condutores e técnicos em emergências médicas (TEM), e por unidades avançadas,
tripuladas por condutores, médicos (militares ou não) e TEMs. Algumas unidades dos Corpos de Década de Ações para um Trânsito
Bombeiros possuem motocicletas, conduzidas por bombeiros socorristas e equipadas com Seguro 2011-2020
materiais de suporte básico de vida. Aeronaves de asa rotativa são utilizadas no atendimento às
vítimas graves.

O Corpo de Bombeiros possui uma central telefônica, 193, a qual direciona as ocorrências para o
quartel mais próximo do evento. Contudo, não há regulação médica integrada a outros serviços e
as vítimas são quase sempre removidas para os hospitais de referência. Além disso, os bombeiros
não atendem no domicílio. As emergências nestes locais somente receberam atenção após 2003,
com a implantação do serviço de atendimento móvel de urgência.

Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU)

O SAMU é o principal resultado da Política Nacional de Atenção às Urgências. Ele reflete a opção,
do Ministério da Saúde (MS), pelo modelo franco-alemão de atendimento pré-hospitalar, tendo
como principais características a regulação médica e integração total com o SUS, assim como,
monitorização e regulação total das vagas disponíveis em todos os hospitais credenciados pelo
Juntos Podemos Salvar Milhões de
MS, sejam públicos ou particulares. Segundo o MS, atualmente, o SAMU atende 926 municípios,
Vidas
conta com 114 serviços e cobre 92.7 milhões de brasileiros.

A estrutura do SAMU, no que se refere às ambulâncias, é composta de seis tipos: A; B; C; D; E;


F, respectivamente, transporte, suporte básico, resgate, suporte avançado, aeronave de transporte Atualizaçoes por e-mail
médico e embarcação de transporte médico. As unidades de suporte básico são tripuladas por um
condutor e um técnico de enfermagem, nas unidades avançadas a tripulação é composta por
condutor, médico e um enfermeiro. Digite o seu e-mail:

A rede nacional SAMU 192 é a regulação médica das urgências e emergências pré-hospitalares.
Isso confere um atendimento médico direto e indireto a todas as chamadas, permitindo uma
resposta mais bem adaptada, assegurando a disponibilidade de hospitalização, além de organizar Assine

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Blog TRAUMA: Atendimento Pré-hospitalar no Brasil - Parte 03

o transporte e preparar a admissão do paciente no hospital.


FeedBurner
Bombeiros x SAMU

A integração entre o SAMU e Bombeiros não é expressiva. Os pioneiros não abrem mão do seu
sistema de atendimento e sua hierarquia, enquanto o SAMU, regulamentado de acordo com todas
as portarias vigentes, se propaga como modelo nacional. “Mais que um choque de competências, Eventos
é um embate de diálogo e treinamento.” (Mir/2004). O prazo cedido pela Portaria nº 814/GM de
I Congresso Mundial de Trauma -
2001 foi de três anos para que todos os serviços de APH se adequassem as suas normas,
2012
entretanto, a padronização nacional ainda não é uma realidade.

Na maioria das cidades os dois serviços não são integrados e sequer possuem comunicação entre
si, isso implica, muitas vezes, no acionamento dos dois órgãos para a mesma ocorrência,
Leia no blog trauma
aumentando o gasto público, atrito entre os profissionais e, principalmente, deslocando
desnecessariamente uma ambulância. Vale ressaltar que em algumas cidades, como por exemplo, Os Genes da Guerra
Araras/SP e Rio de Janeiro/RJ, o Bombeiro e o SAMU são integrados, no Rio de Janeiro,
especialmente, o Corpo de Bombeiros é quem coordena o SAMU, despachando algumas vezes Infeliz Ano Novo
viaturas do 192 para ocorrências acionadas pelo 193, inclusive. Isso ocorre porque algumas
ambulâncias ficam alocadas em quartéis dos bombeiros. Trauma Balístico

Sub-registro e Subimputação do
O conflito entre as duas entidades esta longe de ser simples. O diálogo deve ser intensificado e Trauma
direcionado para um ponto comum: Melhor resposta e atendimento. No ponto de vista da maioria
dos especialistas, mais importante do que discutir a padronização dos sistemas é criarem uma O Mortímetro brasileiro
regulação médica única e articulada. Talvez esse seja o primeiro passo para melhorar o sistema.
Morticínio Programado
(Por Paulo Pepulim)
Álcool e Violência
Publicado por Paulo Pepulim RCP - Atualização 02
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Natal Sangrento

O Custo do Trauma

9 Sua opinião: O Álcool e o Trauma

Enio Conturbia disse... Atendimento Pré-hospitalar no Brasil -


Parte 03
Caro companheiro... se me permite, estou aqui para lhe comunicar que estas
enganado quando diz que o Corpo de Bombeiro não atende a domicílio. Em nosso Atendimento Pré-hospitalar no Brasil -
estado, Mato Grosso do Sul, como em diversos ouros (PR,SP,PE,MT, etc) que visitei Parte 02
os bombeiros prestão sim socorro as vitimas em suas residências...resaltando....de
grande qualidade. Isso ocorre pq, mesmo sem o quadro de saúde, temos bombeiros Atendimento Pré-hospitalar no Brasil -
formados em enfermagem, vários acadêmicos e inúmeros técnicos em enfermagem. Parte 01
Tudo isso para atendermos a população de nosso estado como ela merece...com
qualidade,respeito e eficiência. Grato
Atendimento Pré-hospitalar no Mundo

8 de maio de 2008 12:12 Epidemiologia do Trauma

NATANAEL disse... PCR associada com o trauma


O Brasil possui muitos acordos internacionais, concorda com direitos pré-estabelecido RCP - Atualização 01
pela ONU, no entanto não p-ossui a capacidade de cumprir e não desenvolve meios
para alcançar o que foi definido. Biomecânica do trauma na avaliação
Fazendo analogia o Ministério da Saúde estabeleceu prazo de 3 anos acordo com a do politraumatizado
Portaria nº 814/GM de 2001 no entanto faltou definir o que aconteceria para quem
presta-se o serviço se não adaptar-se a norma, não ofereceu condições claras as Biomecânica do trauma
instituições que sempre atuaram na area, esqueceu que o corpo de bombeiros já
Tipos de trauma
prestavam o serviço APH nos moldes americano e apenas impos as norma e portarias
MS esqueceu que cada estado possui uma realidade e que existem mmunicipios que Prevenção de trauma
não possuem estruturas para adquarem-se as portarias.
27 de agosto de 2008 17:15 Como anda a epidemia de trauma?

O ensino de trauma
Cleoman disse...
Olá. Sou Bombeiro de Brasília e trabalho em serviço pré-hospitalar desde 91 e a Você e o Trauma
corporação sempre se preocupou em capacitar seus profissionais. Tb temos
emfermeiros e técnicos nas ambulâncias; o que falta é apenas regulação e vontade
Trauma no Brasil
política para isto acontecer. è um grande desperdício de dinheiro público deslocar uma
Definição de trauma

http://notrauma.blogspot.com/2007/12/atendimento-pr-hospitalar-no-brasil_03.html[4/3/2012 11:57:33]
Blog TRAUMA: Atendimento Pré-hospitalar no Brasil - Parte 03

ambulância do SAMU e uma dos Bombeiros para a mesma ocorrência como acontece
em Brasília diariamente diversas vezes. Em muitos lugares era muito necessário o
SAMU, pois tem Bombeiros sem estrutura, ao contrário de BsB que tem uma
ambulância em cada cidade satélite, num total de 28, com reservas e com Leitura recomendada
profissionais capacitados anualmente ou, pelo menos unificar já que tem o mesmo
objetivo. Atendimento Pré-hospitalar:
Brasília deveria abrir concurso público para o SAMU, já que vem usando funcionários Treinamento da Brigada de
da fundação hospitalar deixando ainda pior, se é que é possível, o atendimento da Emergência - Moraes
populaçao.
Atuação no Trauma: Uma abordagem
2 de dezembro de 2008 01:50 para a Enfermagem - Paranhos

Anônimo disse... Blackbook Cirurgia - Petroianu


Desconheço que haja médicos civis correndo no GSE (CBMERJ) e acredito que seja Blackbook Clínica Médica - Pedroso
pouco provável que aconteça isso.O pior de tudo foi a militarização do serviço (SAMU-
Rio de Janeiro-Capital) que resultou na demissão em massa de trabalhadores e Blackbook Pediatria - De Oliveira
sucateamento do mesmo resultando em uma piora nos atendimentos e
conseqüentemente morte de pessoas. Cirurgia do Trauma: Condutas
Diagnósticas e Terapêuticas - De
12 de março de 2009 10:09 Souza

Anônimo disse... Condutas em Emergências: UPA -


HIAE
Sou BOMBEIRO no Praraná e acompanhei a implantação do SIATE (serviço integrado
de atendimento ao trauma e emergência) COMEÇOU A FUNCIONAR EM 1991.existe Controvérsias e Iatrogenias na
uma briga de ego entre siate e samu, aqui no Paraná o siate foi criado para atender Cirurgia do Trauma - Mantovani
vítimas de trauma, mas como não havia quem atendesse emergências clínicas o siate
acabava fazendo também este serviço como gestantes parada cardio-respiratórias e Emergency Management of Trauma -
outros como convulsão avc e enfim varios casos clínicos,recentemente foi criado o Bailitz
samú e informado que seria para atender emergência e urgências clínicas e o siate
ficaria para atender apenas casos de trauma, mas como existe por exemplo casos Emergiencias em Gastrenterologia -
Galvão-alves
clinicos seguido de trauma então resta saber quem vai? exemplo uma parada cardíaca
que posteriormente gerou uma queda ou um avc seguido de uma queda ou uma Emergências Clínicas - Galvão-alves
colisão de um automóvel contra um anteparo fixo após uma pcr, temos uma central
que regula o sistema e triagem feita por médico regulador mas sempre acaba siate Emergências Médicas - Tintinalli
atendendo clínico e samú atendendo trauma também ocorre que uma ambulancia está
passando pelo local e acaba de acontecer um caso clinico tem que atender sem Enfermagem em Emergência - Dos
importar se é samu ou siate ou um acidente e assim vira em gasto para a população e Santos
ninguém mas sabe quem chamar se liga 193 siate ou 193 e bombeiro ou siate e 192 e
Guerra Civil: Estado e Trauma - Luis
samu 193; mas o caso e que falta vontade de preparar e integrar em uma só equipe
Mir
trauma e clínico não importa o nome importa o atendimento as vítimas não querem
saber quem vai atender e sim querem ser atendidas por profissionais que queiram Manual do Trauma - Moore
trabalhar sejam médicos socorristas e enfermeiros todos os profissionais de saúde
teriam que ser formados com cursos para as duas funcões tecnico de enfermagem PHTLS: Atendimento Pré-hospitalar ao
com curso de socorristas e médicos e enfermeiros atls e ph atls assim por diante se Traumatizado
for para trabalhar no aph, para não ficar assim um socorrista sabe mais que um
médico no aph e um tecnico de enfermagem ou enfermeiro atendendo trauma sem Principais Temas em Traumas: p/
Residência Médica - Haddad
saber imobilizar uma fratura ou desobstruir uma via aérea por exemplo, ou um
socorrista não podendo puncionar uma veia de uma vítima em choque hipovolêmico Protocolos em Trauma: Hospital de PS
vamos acabar com isto e sermos um no atendimento dando o melhor para as vítimas João XXIII - Vieira Jr
e pacientes sem brigar por um ego ou fazer uma política com a vida das pessoas.
26 de maio de 2009 20:17 Psicologia Clínica Hospitalar: Trauma
e Emergência - Sá Borges
natanael disse... Ressuscitação e Emergências
Sou rofissional do Corpo de Bombeiro do Estado do Pará, enquando algumas pessoas Cardiovasculares - Timerman
discutem a populaçao que precisa morre a mingua pela rua, a Ministerio da Saúde que
Segredos em Trauma - Naudé
é o orgão regulador do serviço não toma iniciativa para cobrar e exigir do estados que
padronizem o serviço móvel, para que haja uma padronização do serviço e uma
Suporte Básico e Avançado de Vida
mesma linguagem na rua;O PHTLS é um curso desenvolvido no EUA em que o no Trauma - Mantovani
profissional pode aplicar alguns procedimentos invasivos enquando no Brasil apenas a
classe médica pode atuar em procedimentos invasivos, e como nós todos sabemos Thoracic Trauma and Critical Care -
que médico não dá em arvore, o socorrista fica de mão atadas vendo o paciente Karmy-jones
morrer, e por causa até de cinco minutos de oxigennio entubado o paciente fica 3
mesese na uti, tudo isso demonstra uma clara reserva de mercado dos gerentes da Tratamento Cirúrgico do Trauma -
Thal
saúde q tem o sonho que irá haver um médico a cada esquina.
13 de junho de 2009 15:48 Tratamento Cirúrgico do Trauma

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Blog TRAUMA: Atendimento Pré-hospitalar no Brasil - Parte 03

Ortopédico - Stannard
Garcia disse...
Trauma - Mattox
Andre Garcia PoA/RS
Aqui no sul tanto o serviço SAMU, que foi o primeiro no Brasil (14 anos) a ser Trauma Torácico - Marsico
implantado como o de Bombeiros funciona muito bem obrigado. Cada um sabe sua
função e onde deve atuar, serviço de atendimento movel de urgencia atende a Trauma Vascular - Mattox
traumas, clinicos e onde mais for preciso, bombeiros atendem a resgate onde o risco
ultrapassa o profissional ( resgate em alturas, afogamento, encarcerados, etc. O Trauma Vascular - Rossi Murilo
profissional bombeiro dispoem de um aparato de ferramentas e tecnicas para isso,
Trauma: a Doença dos Séculos -
(roupas-capacetes-equipamentos etc) enquanto o profissional samu se concentra na Freire
qualificação em PHTLS ATLS APH BLS, tudo isso mediante uma regulação médica e
concientização da população, é claro que acidentes graves com vítimas presas em Trauma: Atendimento Pré-hospitalar -
ferragens tanto faz ligar 192 samu ou 193 bombeiros que um aciona o outro, pois Monteiro Oliveira
assim que o bombeiro libera a vitima que estava presa em ferragem com seu colega
samu ao lado o paciente é de responsabilidade do samu que realizará o atendimento Trauma: Manual Prático - Peitzman
adquado a este. Mas é claro que lembro que nem semrpe foi assim, isto é fruto de um
trabalho de 14 anos, no inicio era tudo muito mais comlicado e até confuso para todos.
Bem espero ter contribuido no assunto que certamente ainda dará muito pano pra
manga num país tão grande como o nosso Brasil. Um abraço a todos Artigos Científicos

23 de junho de 2009 23:13 Atendimento à Gestante Traumatizada

antonio bruno neto disse... Afogamento - David Szpilman

É imprescindível a criação de um número único de atendimento, evitaríamos assim Guidelines para RCP e ECV - 2005
desperdício de dinheiro público, tempo e divergências em atendimentos emergenciais
com duas viaturas de instituições diferentes. Projeto Trauma 2005-2025
Creio que todas as instituições envolvidas em atendimento querem dar o melhor de si.
Mas os entraves político/administrativo/burocrático são os maiores problemas. Os Trauma raquimedular
profissionais tanto do SAMU quanto dos Bombeiros são servidores capacitados para
O papel do anestesiologista no
atuarem nas funções exercidas, muitos com salários irrisórios e condições precárias de
atendimento do trauma
trabalho, são verdadeiros heróis em prestação de serviço à população.
19 de abril de 2010 15:14 "Tempo é vida" - Um dever de
conscientização da morte súbita
Neriton Boanerges Machado disse...
É ISTO SENHORES...BRIGUEM BRIGUEM!!! é assim que as coisas se resolvem?
entre nos 'socorristas' de todas as instituições: militares ou civis, governamentais ou Projeto Diretrizes
não governamentais (voluntárias), públicas ou privadas. A confusão no APH no Brasil é
grande!!! O que penso: Saúde de quem é de saúde, Resgate e salvamento de quem é Volume I
de resgate e salvamento!! As portarias do Ministério da Saúde são claras com relação
a isto... deixando esclarecido que há espaço para todas as instituições... enquanto os Volume II
militares distratarem os civis como "PAISANOS", e os civis distratarem os militares
Volume III
como "MILICOS" e não se unirem em prol de um bem comum:A VIDA DO PRÓXIMO!!
a confusão vai continuar e vai longe ainda... Estudar juntos, treinar juntos e trabalhar Volume IV
juntos em prol da vida...este é o objetivo das portarias do MS. EU, Por já fazer parte
do APH antes das portarias...e na escola americana na época..não concordo com Volume V
muita coisa que está lá nestas portarias..mas não temos que concordar, temos que
aproveitar o que é bom, aceitar o que é ruim e seguir a vida em prol da vida!!! UNAM Volume VI
SENHORES!! UNAM SENHORES!!! Enquanto os nossos governantes tratam o trauma
um problema de saúde, e não como um problema de educação e justiça (policia) para Volume VII
evitar o trauma...haverão muitos casos a serem atendidos neste Brasil dos
Traumas..Brasil dos inconsequentes, imprudentes, mau educados e impunes!!! abraço
a todos e toquemos nossas vidas e as dos que vivem ainda......
Periódicos / Journals
20 de agosto de 2010 13:17
AHA Journals
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Annals of Internal Medicine

Brazilian Journal of Nursing


Links para esta postagem
European Journal of Trauma
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Fundação Oswaldo Cruz

Journal of Inssues in Nursing

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http://notrauma.blogspot.com/2007/12/atendimento-pr-hospitalar-no-brasil_03.html[4/3/2012 11:57:33]
Blog TRAUMA: Definição de trauma

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INÍCIO SOBRE O BLOG TRAUMA SOBRE O EDITOR

6 de agosto de 2007 Twitter

Definição de trauma
O que é trauma?
Guidelines 2010 da AHA para RCP e
ACE
A palavra trauma é oriunda do grego (tráuma), a qual significa ferida. Atualmente, utilizamos quase
todas suas derivações, por exemplo, traumatismo e traumatizante. Entretanto, segundo Luís Mir,
hoje há uma consolidação do uso da palavra “trauma” para aspectos psíquicos e “traumatismo”
para os físicos.

O trauma psíquico pode ser percebido quando um indivíduo, após algum choque emocional
violento, passa a modificar sua personalidade, sensibilizando-a em relação a emoções da mesma
natureza e podendo desencadear problemas psíquicos. Já o traumatismo (trauma físico) são
lesões orgânicas produzidas por transferência de energia proveniente de agentes externos, esses
se compreendem em: físicos, mecânicos e químicos.

Em última análise, segundo o Colégio Americano de Cirurgiões, podemos definir trauma físico Clique na imagem para acessar.
como um evento nocivo que advém da liberação de energias específicas ou de barreiras físicas ao
fluxo normal de energia.
Década de Ações para um Trânsito
Trauma como doença Seguro 2011-2020

Para que uma doença ocorra, alguns itens devem interagir: (1) Um agente que cause a doença -
energia; (2) Um hospedeiro na qual o agente possa residir – ser humano; (3) Um ambiente
apropriado em que os dois possam interagir – local do evento. O trauma se comporta de maneira
semelhante a uma doença qualquer, por exemplo, o hospedeiro pode ser um adulto jovem que
ingeriu bebida alcoólica e conduz um veículo automotor; o agente pode ser a alta velocidade em
que o veículo é conduzido; e o ambiente pode ser uma via pública com o asfalto molhado pela
chuva. A interação desses fatores produz a doença chamada de trauma.
Referências:
1. American College of Surgeons Committee on Trauma. Advanced Trauma Life Support, Chicago,
2002, Author.
2. Freire, C. S. Evandro. Trauma a doença dos séculos, edição: 2004, SP, Atheneu Rio, 2004.
3. National Association of Emergency Medical Technicians em colaboração com o Colégio
Americano de Cirurgiões. Atendimento pré-hospitalar ao traumatizado: básico e avançado, 5ª ed,
RJ, Elsevier, 2004.
Juntos Podemos Salvar Milhões de
4. Mir, Luís. Guerra civil: estado e trauma, São Paulo: Geração Editorial, 2004.
Vidas
(Por Paulo Pepulim)

Publicado por Paulo Pepulim


Atualizaçoes por e-mail
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http://notrauma.blogspot.com/2007/08/definindo-trauma.html[4/3/2012 11:58:13]
Blog TRAUMA: Epidemiologia do Trauma

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INÍCIO SOBRE O BLOG TRAUMA SOBRE O EDITOR

18 de outubro de 2007 Twitter

Epidemiologia do Trauma
Epidemiologia do Trauma
Guidelines 2010 da AHA para RCP e
Qual é a exata situação atual do trauma como evento médico, social e
ACE
humano no país? Os números oficiais da Fundação Nacional de Saúde
em 2002 são estes: os coeficientes de mortalidade por causas externas
tiveram um aumento no período de 18 anos, embora não-linear, de
23%, ao passar de 59/100.000 habitantes, em 1980, para 73/100.000,
em 1998. Isso representa 15% de toda a mortalidade brasileira. E
focando-se os últimos dez anos do séc. XX – 1988 a 1998 – foram
notificadas 1.182.472 mortes por causas violentas no país. Desde 1990,
por ano, as mortes por causas externas oscilaram entre 100 a 120 mil,
menos em 1992, quando a quantidade de pessoas que perderam a
vida por essa causa foi menor. Em 1998, por exemplo, foram ceifadas
117.600 vidas, por violências e acidentes, das quais quase 50 mil eram
de jovens. Clique na imagem para acessar.

Houve uma elevação da mortalidade proporcional por causas externas em todas as faixas etárias;
nas idades de 10 a 19 e de 20 a 29 elas respondem por 70% de todos os óbitos ocorridos. Lesões Década de Ações para um Trânsito
e envenenamentos foram a causa de 17,1% das internações de jovens de 10 a 19 anos em 1999; Seguro 2011-2020
entre 20 e 29 anos essa proporção foi de 14,3%. A maioria da população internada era de jovens
do sexo masculino, evidenciando a gravidade dos fatores sociais adversos para sua saúde. A
maioria dos traumas e lesões que levam às urgências, emergências e a internações é causada por
acidentes de trânsito, conflitos interpessoais e tentativas de homicídio.

A mortalidade por violência entre jovens é um fenômeno masculino: nas faixas de 10 a 19 anos, a
relação é de cinco homens para uma mulher; e na de 20 a 29 anos é de 9:1. A causa externa
específica que mais cresceu nos últimos 20 anos foram os homicídios com um percentual de
109% mais elevado em 1998 do que em 1980. Além do viés de gênero, o perfil dos homicídios
mostra, também, uma discriminação por classes sociais. Embora as informações não permitam
inferir renda, levantamentos geo-referenciados e por profissões revelam que são os pobres,
moradores de favelas e das periferias urbanas que compõem o perfil da maioria das vítimas. Os
suicídios têm pequena significância estatística no conjunto das mortes por causas externas no
país, mas também estão em ascensão, tendo aumentado em 23% nos últimos 20 anos; e entre os
jovens de 15 a 24 anos esse aumento proporcional foi muito mais expressivo (48%). Em 1998,
Juntos Podemos Salvar Milhões de
65,8% dos homicídios de jovens envolveram armas de fogo.
Vidas
O indicador Anos Potenciais de Vida Perdidos (APVP), permite avaliar a importância da
mortalidade prematura por violências e acidentes como expressão do valor social da morte
(Reichenheim e Werneck, 1994). No Brasil, em 1997, as causas externas foram 28,6% dos anos Atualizaçoes por e-mail
potenciais de vida perdidos pela população em geral, primeira causa de APVP para os jovens.

Extraído do Projeto Trauma 2005-2025 - Sociedade, violência e trauma. Digite o seu e-mail:
(Conheça o Projeto Trauma clicando aqui)

Publicado por Paulo Pepulim


Assine

http://notrauma.blogspot.com/2007/10/epidemiologia-do-trauma.html[4/3/2012 11:57:50]
Blog TRAUMA: Parada cardiorrespiratória associada com o trauma

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INÍCIO SOBRE O BLOG TRAUMA SOBRE O EDITOR

29 de setembro de 2007 Twitter

Parada cardiorrespiratória associada com o trauma


Guidelines 2010 da AHA para RCP e
ACE
O suporte básico e avançado de vida para a vítima de trauma é,
fundamentalmente, o mesmo do que para um paciente com parada
cardíaca primária. Os procedimentos mantêm o foco sobre o suporte as
vias aéreas, ventilação e circulação. Na ressuscitação no trauma os
provedores de saúde executam o exame primário (avaliação inicial),
com uma rápida avaliação e estabilização das vias aéreas, ventilação e
circulação. Caso haja tempo, é realizado um exame secundário
(história direcionada e exame físico detalhado), o qual detecta lesões
mais sutis, mas potencialmente letais.

Na parada cardiorrespiratória (PCR) associada com o trauma, identificar


as possíveis causas que levaram à PCR é tão importante quanto os procedimentos de Clique na imagem para acessar.
ressuscitação. A deterioração cardiopulmonar associada ao trauma possui diversas possibilidades
de causas:
Década de Ações para um Trânsito
- Hipóxia secundária à parada respiratória, obstrução das vias aéreas, pneumotórax aberto, lesão Seguro 2011-2020
traquiobronquial ou tóracoabdominal.

- Lesões em estruturas vitais, como por exemplo, coração, aorta ou artérias pulmonares.

- Traumatismo craniencefálico severo com colapso cardiovascular secundário.

- Problemas médicos subjacentes ou outras circunstâncias que conduziram à lesão, como uma
parada cardíaca súbita. Por exemplo, fibrilação ventricular em um condutor de um veículo
automotor ou uma vítima de eletrocussão.

- Diminuição do débito cardíaco ou uma arritmia sem pulso (atividade elétrica sem pulso [AESP]
oriunda de um pneumotórax hipertensivo ou um tamponamento pericárdico).

- Perda de sangue excessiva levando à hipovolemia e diminuição da oferta de oxigênio.

Juntos Podemos Salvar Milhões de


Os ritmos cardíacos terminais mais comumente observados em vítimas de trauma são AESP,
Vidas
ritmos de bradiassistolia e ocasionalmente fibrilação e taquicardia ventricular (FV/TV). O
tratamento da AESP requer ressuscitação cardiopulmonar (RCP) e identificação e tratamento das
causas reversíveis (hipovolemia, hipotermia, tamponamento pericárdico ou pneumotórax
hipertensivo). O desenvolvimento de ritmos bradiassistólicos, na maioria das vezes, indica a Atualizaçoes por e-mail
presença de severa hipovolemia, hipoxemia ou falência cardiorrespiratória. Uma ressuscitação bem
sucedida no trauma, freqüentemente, depende de uma restauração adequada do volume
circulante. Digite o seu e-mail:

A avaliação de alguns estudos demonstram que apesar de uma rápida resposta do sistema de
atendimento pré-hospitalar e do centro de trauma, vítimas em ambiente pré-hospitalar com parada
cardíaca devido ao trauma raramente sobrevivem(1-2). Os pacientes com os melhores resultados Assine

http://notrauma.blogspot.com/2007/09/parada-cardiorrespiratria-associada-com.html[4/3/2012 11:58:35]
Blog TRAUMA: Parada cardiorrespiratória associada com o trauma

de sobrevivência da PCR por trauma são, geralmente, jovens, possuem lesões penetrantes
tratáveis, receberam intubação endotraqueal precoce (pré-hospitalar) e são transportados, em 10 FeedBurner
minutos ou menos, para um centro de trauma facilitador(1-3). No trauma contuso (em ambiente
pré-hospitalar) a parada cardiorrespiratória é fatal em todos os grupos de idades(4-5).

(Por Paulo Pepulim)


Eventos
Bibliografia
I Congresso Mundial de Trauma -
2012
1.Copass MK, Oreskovich MR, Bladergroen MR, Carrico CJ. Prehospital cardiopulmonary resuscitation of the critically
injured patient. Am J Surg. 1984;148:20 –26.

2. Durham LA III, Richardson RJ, Wall MJ Jr, Pepe PE, Mattox KL. Emergency center thoracotomy: impact of
Leia no blog trauma
prehospital resuscitation. J Trauma. 1992;32:775–779.
Os Genes da Guerra
3. Schmidt U, Frame SB, Nerlich ML, Rowe DW, Enderson BL, Maull KI, Tscherne H. On-scene helicopter transport of
patients with multiple injuries — comparison of a German and an American system. J Trauma. 1992;33:548 –553. Infeliz Ano Novo

4. Rosemurgy AS, Norris PA, Olson SM, Hurst JM, Albrink MH. Prehospital traumatic cardiac arrest: the cost of futility.
Trauma Balístico
J Trauma. 1993;35:468–473.
Sub-registro e Subimputação do
Trauma
5.Hazinski MF, Chahine AA, Holcomb GW III, Morris JA Jr. Outcome of cardiovascular collapse in pediatric blunt
trauma. Ann Emerg Med. 1994;23:1229 –1235. O Mortímetro brasileiro

Publicado por Paulo Pepulim Morticínio Programado

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RCP - Atualização 02

Natal Sangrento
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O Custo do Trauma
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O Álcool e o Trauma

Atendimento Pré-hospitalar no Brasil -


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Atendimento Pré-hospitalar no Brasil -
Parte 02

Atendimento Pré-hospitalar no Brasil -


Parte 01
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Atendimento Pré-hospitalar no Mundo
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PCR associada com o trauma

RCP - Atualização 01

Biomecânica do trauma na avaliação


do politraumatizado

Biomecânica do trauma

Tipos de trauma

Prevenção de trauma

Como anda a epidemia de trauma?

O ensino de trauma

Você e o Trauma

Trauma no Brasil

Definição de trauma

http://notrauma.blogspot.com/2007/09/parada-cardiorrespiratria-associada-com.html[4/3/2012 11:58:35]
Medicina, Ribeirão Preto, Simpósio: TRAUMA II
32: 381-387, out./dez. 1999 Capítulo I

UMA BREVE REVISÃO DO ATENDIMENTO


MÉDICO PRÉ-HOSPITALAR

A BRIEF REVIEW OF MEDICAL PREHOSPITALAR CARE

Sérgio Luiz Brasileiro Lopes1 & Rosana Joaquim Fernandes2

1
Coordenador do Programa de Atendimento Médico Emergencial da Secretaria Municipal da Saúde e médico da equipe de suporte
avançado do SAMU de Ribeirão Preto.
2
Coordenadora do Programa de Serviços Externos da Secretaria Municipal da Saúde e enfermeira da equipe de suporte avançado do
SAMU de Ribeirão Preto.
CORRESPONDÊNCIA: Dr. Sérgio Luiz Brasileiro Lopes - Central de Regulação do SAMU - Unidade de Emergência - Rua Bernardino de
Campos, 1000 – Higienópolis - CEP 14030-150 - Ribeirão Preto – SP

LOPES SLB & FERNANDES RJ. Uma breve revisão do atendimento médico pré-hospitalar. Medicina, Ribei-
rão Preto, 32: 381-387, out./dez. 1999.

RESUMO: O atendimento médico pré-hospitalar é uma área de atuação médica relativa-


mente recente, tendo sido implantado no Brasil nos últimos dez anos, conforme modelo francês
da década de 50. Pela falta de legislação pertinente, vários modelos regionais foram criados em
vários municípios do Brasil, sendo que, em Ribeirão Preto, este sistema medicalizado de aten-
dimento pré-hospitalar é realizado desde outubro de 1996, pela equipe local do SAMU.

UNITERMOS: Serviços Médicos de Emergência. Traumatologia.

1. INTRODUÇÃO cava os cuidados iniciais aos pacientes vitimados nas


guerras do período napoleônico, no próprio campo de
Consideramos atendimento pré-hospitalar toda batalha, com o objetivo de prevenir as complicações.
e qualquer assistência realizada, direta ou indiretamen- As guerras mais recentes também confirmaram os
te, fora do âmbito hospitalar, através dos diversos meios benefícios do atendimento precoce, sendo palco fre-
e métodos disponíveis, com uma resposta adequada à qüente de atendimentos pré-hospitalares(1).
solicitação, a qual poderá variar de um simples conse- Na prática civil, os médicos demoraram a se
lho ou orientação médica ao envio de uma viatura de mobilizar, mesmo diante do aumento progressivo das
suporte básico ou avançado ao local da ocorrência, perdas de vidas humanas por traumas advindos de
visando a manutenção da vida e/ou a minimização das causas externas, principalmente acidentes de trânsi-
seqüelas. to. Esta demora fez com que as autoridades sanitá-
rias, inicialmente, delegassem as responsabilidades
2. ASPECTOS HISTÓRICOS deste serviço aos responsáveis pelos resgates, os mi-
litares do Corpo de Bombeiros, retirando a caracte-
Analisando os dados, verificamos que a primei- rística sanitária deste atendimento.
ra tentativa de organização moderna de auxílio médi- Na França, foram criadas, em 1955, as primei-
co de urgência foi colocada em prática, em 1792, por ras equipes móveis de reanimação, tendo como mis-
Dominique Larrey, cirurgião e chefe militar, que prati- são inicial a assistência médica aos pacientes vítimas

381
SLB Lopes & RJ Fernandes

de acidentes de trânsito e a manutenção da vida dos moldes americanos em que as atividades de resgate
pacientes submetidos a transferências inter-hospitala- são exercidas primariamente por profissionais para-
res. A história do SAMU da França inicia-se nos anos médicos (profissional este não existente no Brasil).
60, quando os médicos começaram a detectar a des- Em São Paulo, a preocupação com a melhoria
proporção existente entre os meios disponíveis para do atendimento pré-hospitalar teve início na década
tratar doentes e feridos nos hospitais e os meios arcai- de 80, sendo que, em 1988, foi criado, após longo pe-
cos do atendimento pré-hospitalar até então existen- ríodo de estudos e pesquisas, o Projeto Resgate ou
tes. Assim, foi constatada a necessidade de um trei- SAMU (Serviço de Atendimento Móvel às Urgên-
namento adequado das equipes de socorro e a impor- cias), chefiado por um capitão médico, baseado no
tância da participação médica no local, com o objetivo modelo francês, mas com influências do sistema ame-
de aumentar as chances de sobrevivência dos pacien- ricano, particularmente no que diz respeito à forma-
tes, iniciando pelos cuidados básicos e avançados es- ção dos profissionais, e adaptado à realidade local.
senciais, cuidados estes centrados na reestruturação Este sistema implantado estava, inicialmente, vincula-
da ventilação, respiração e circulação adequadas(1). do ao Corpo de Bombeiros, ficando, no quartel, um
Em 1965, criaram oficialmente os Serviços médico da Secretaria da Saúde do Estado, que regu-
Móveis de Urgência e Reanimação (SMUR), dispon- lava as solicitações de atendimento a vítimas de aci-
do agora das Unidades Móveis Hospitalares (UHM). dentes em vias públicas, solicitações estas feitas atra-
Em 1968, nasceu o SAMU, com a finalidade de coor- vés da linha 193, a qual possuía uma interligação com
denar as atividades dos SMUR, comportando, para o sistema 192 da Secretaria da Saúde (Central de So-
tanto, um centro de regulação médica dos pedidos, licitações de Ambulâncias). Este sistema ainda per-
tendo as suas regras regulamentadas em decreto de siste com pequenas modificações(2).
16/12/1987. As equipes das UHM passaram também Nos últimos dez anos, vem se sentindo a ne-
a intervir nos domicílios dos pacientes, configurando, cessidade de melhoria e expansão do sistema de aten-
definitivamente, os princípios do atendimento pré-hos- dimento pré-hospitalar, realidade esta percebida pelos
pitalar, relacionados a seguir. gestores da política de Saúde Pública dos estados.
1) O auxílio médico urgente é uma atividade sanitária. Várias cidades já contam com o SAMU ou estão em
2) As intervenções sobre o terreno devem ser rápi- fase de implantação do mesmo, incluindo Porto Ale-
das, eficazes e com meios adequados. gre, Recife, Curitiba, Araraquara, Marília, Fortaleza,
3) A abordagem de cada caso deve ser, simultanea- Belo Horizonte, Campinas, dentre outras. Cada loca-
mente, médica, operacional e humana. lidade possui um sistema próprio, o que deixa claro
4) As responsabilidades de cada profissional e as inter- que não há sistemas perfeitos.
relações com os demais devem ser estabelecidas
claramente. 4. O SISTEMA DE ATENDIMENTO MÉDI-
5) A qualidade dos resultados dependem, em grande CO DE URGÊNCIA (SAMU) DE RIBEI-
parte, do nível de competência dos profissionais. RÃO PRETO
6) A ação preventiva deve ser um complemento da
ação de urgência. Em Ribeirão Preto, o SAMU foi criado a partir
Posteriormente, em Lisboa, no ano de 1989, de iniciativa de profissionais da Secretaria da Saúde,
foram proclamadas as bases éticas da regulação mé- tendo como princípios o atendimento às urgências no
dica, processo este conhecido como “Declaração de campo pré-hospitalar, reguladas pela sua central de
Lisboa”. regulação.O SAMU de Ribeirão Preto entrou em ope-
ração no dia 08 de outubro de 1996, após um longo
3. O ATENDIMENTO MÉDICO PRÉ-HOSPI- período de idealização e adequação, sendo moldado a
TALAR NO BRASIL partir do sistema francês. O serviço foi constituído
com uma equipe de suporte avançado, já se preven-
No Brasil, o SAMU teve início através de um do, para o futuro, mudanças importantes no projeto
acordo bilateral, assinado entre o Brasil e a França, inicialmente viabilizado. Esta equipe, constituída pelos
através de uma solicitação do Ministério da Saúde, o elementos obrigatórios, - médico, enfermeira e moto-
qual optou pelo modelo francês de atendimento, em rista - conquistou o seu lugar no atendimento emer-
que as viaturas de suporte avançado possuem obriga- gencial pré-hospitalar, em nosso município, atividade
toriamente a presença do médico, diferentemente dos até então exclusiva da equipe de resgate do Corpo de

382
Uma breve revisão do atendimento médico pré-hospitalar

Bombeiros. Neste período, foi dimensionada a real regulador, agora exclusivo nesta função, passou a fa-
função do SAMU frente à população local e às auto- zer parte, como membro essencial, do grupo da radio-
ridades competentes, vinculando, de forma definitiva, telefonia, e as radioperadoras e telefonistas passaram
o atendimento médico emergencial ao paciente críti- a assumir a função de técnicas auxiliares de regulação
co, agora em ambiente pré-hospitalar. médica (TARM). A partir deste momento, o médico
No momento inicial, o SAMU, ainda desprovi- regulador assumiu as funções de ouvidor e gerenciador
do de protocolos rígidos de despacho de viaturas, atuou da demanda, decidindo sobre o melhor meio de solu-
mais amplamente do que o realmente devido, pres- ção para as mesmas, cumprindo papel essencial na
tando atendimento a um amplo número de pessoas, busca de soluções imediatas e na otimização dos re-
muitas vezes sem necessidade de um atendimento cursos disponíveis.
médico ainda no campo pré-hospitalar, o que aconte- Em fevereiro de 1999, o SAMU foi mais uma
ceu até janeiro de 1997, quando, por ocasião de um vez expandido com a inclusão das unidades de supor-
acidente, envolvendo a viatura, denominada USA te básico (USB) no Serviço. Para tanto, os motoristas
(Unidade de Suporte Avançado), o serviço se viu tem- e auxiliares de enfermagem das viaturas de suporte
porariamente inoperante. básico foram capacitados para o atendimento pré-hos-
O breve período de inoperação funcional se pitalar, por treinamento teórico e prático, visando a
mostrou oportuno, permitindo a viabilização de novos padronização de condutas e a integração no SAMU.
projetos que garantissem a implantação do sistema O SAMU, hoje, encontra-se constituído, con-
em sua totalidade. Para isto, foram adquiridas novas forme inicialmente idealizado, englobando a Central
unidades de suporte avançado, foi idealizado o servi- de Regulação Médica com suas respectivas equipes
ço de regulação médica (necessidade esta sentida e o Serviço de Atendimento Pré-Hospitalar com suas
durante o período de funcionamento isolado da USA) equipes de suporte básico e avançado, além das equi-
e realizada a hierarquização dos hospitais do Municí- pes essenciais de apoio (ver Figura 1).
pio, formulando-se, assim, um mapeamento das capa- Contamos, atualmente, com três (03) viaturas
cidades físicas e funcionais de cada centro hospitalar. de suporte avançado, estando uma em atuação inin-
Em agosto de 1997, o serviço retomou suas ativi- terrupta e as outras em esquema de sobreaviso, po-
dades, agora dispondo de três unidades de suporte dendo ser despachadas em situações especiais (ca-
avançado, tendo-se em mente a expansão rápida das tástrofes, calamidades, transferências extramunicipais,
atividades no campo do atendimento emergencial pré- etc). Contamos, também, com sete (07) unidades de
hospitalar. Em março de 1998, foi concretizada, ainda suporte básico, distribuídas cada uma em uma unida-
que experimentalmente, a Central de Regulação Mé- de básica distrital de saúde, ficando uma na garagem
dica. Neste período, a atividade de médico regulador para eventuais trocas, frente a defeitos mecânicos
era exercida pelo próprio médico da USA, o que, em quaisquer. Quanto à Central de Regulação Médica,
muito, facilitou o acesso dos pacientes aos hospitais contamos com profissionais tanto em período integral
do Município, respeitando-se a hierarquização anteri- (médicos reguladores, técnicos auxiliares e radiope-
ormente realizada. Esta regulação médica foi mantida, radores) quanto em período reduzido de atividade (pes-
ainda que funcionando precariamente, até outubro de soal de apoio). Desta forma, globalmente, o SAMU
1998, quando, definitivamente, foi implantada a Cen- conglomera, hoje, cento e trinta e seis (136) indiví-
tral de Regulação Médica do SAMU, um convênio duos das diferentes categorias profissionais.
firmado entre a Prefeitura Municipal e o Hospital das Assim estruturado, o Sistema de Atendimento
Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Pre- Médico de Urgência atende aos preceitos básicos dos
to. A parceria permitiu a implantação da Central nas sistemas móveis de urgência, como os relacionados a
dependências da Unidade de Emergência do Hospital seguir:
das Clínicas, sendo, então, estruturada uma Central • Prestar atendimento emergencial no campo pré-hos-
de Regulação Médica, como inicialmente idealizada: pitalar, atendimento este que responda às necessi-
conjuntamente com o Sistema 192, o serviço de am- dades prementes do paciente crítico.
bulâncias do Município, responsável por atender e re- • Determinar a forma de melhor resposta à demanda
gistrar todas as chamadas telefônicas dos solicitantes, solicitada, através de uma “regulação” de todos os
sejam estas para simples informações, sejam para chamados, obrigatoriamente realizada por um pro-
envio de unidades móveis de atendimento. O médico fissional médico.

383
SLB Lopes & RJ Fernandes

SAMU

CENTRAL DE
REGULAÇÃO
MÉDICA

UNIDADE UNIDADE
DE DE APOIO À
REGULAÇÃO REGULAÇÃO

EQUIPE DE EQUIPE DE EQUIPE DE EQUIPE


MÉDICOS TÉCNICOS AUXILIARES AGENTES DE
REGULADORES DE REGULAÇÃO MÉDICA ADMINISTRATIVOS PSICÓLOGOS

SERVIÇO DE
ATENDIMENTO
PRÉ-HOSPITALAR

UNIDADE DE UNIDADE DE
SUPORTE SUPORTE
BÁSICO AVANÇADO

EQUIPE EQUIPE DE EQUIPE EQUIPE EQUIPE


DE AUXILIARES DE DE DE DE
MOTORISTAS ENFERMAGEM MOTORISTAS ENFERMEIROS MÉDICOS

Figura 1: Organização estrutural e funcional do SAMU de Ribeirão Preto.

Para tanto, o SAMU mantém seus dois servi- com sua respectiva viatura, fica de prontidão na base
ços (a Central de Regulação Médica e o Serviço de operacional do SAMU, aguardando determinação do
Atendimento Pré-hospitalar) coesos e interligados, médico regulador para prestar atendimento médico
organizados e supervisionados pelo coordenador do emergencial.
Programa de Assistência Médica Emergencial, ao qual As unidades de suporte avançado somente são
se insere o SAMU. Subordinados ao coordenador es- enviadas para atendimento mediante autorização do
tão o diretor médico e o diretor de enfermagem, sen- médico regulador ou do coordenador direto do SAMU,
do este exercido pelo coordenador do Programa de não respondendo a outras solicitações que não tenham
Serviços Externos (rede 192). Estes programas fa- sidas reguladas pelos profissionais pertinentes. Com-
zem parte do corpo programático da Secretaria Mu- petirá, portanto, ao médico regulador a determina-
nicipal de Saúde, gerenciados diretamente pelo dire- ção da existência de risco imediato à vida, pois,
tor do Departamento de Atenção à Saúde das Pes- somente nesta condição, salvo determinações excep-
soas, subordinado diretamente ao Secretário Munici- cionais provenientes de órgãos superiores, serão des-
pal de Saúde. pachadas as USA. Esta determinação deverá ser ba-
Funcionalmente, o SAMU encontra-se organi- seada, exclusivamente, no grau de comprometimento
zado da forma mencionada a seguir. de funções vitais, capazes de comprometer seriamente
a qualidade de vida ou a expectativa de vida, como as
Equipe de suporte avançado abaixo relacionadas.
Cada USA é constituída por uma tripulação • Comprometimento da via aérea (A),
exclusiva, formada por um (a) médico (a), um (a) en- • Comprometimento da dinâmica respiratória (B),
fermeiro (a) e um (a) motorista (a), que se revezam • Comprometimento da dinâmica circulatória (C),
conforme escala de trabalho pré-determinada, garan- • Comprometimento da função neurológica (D),
tindo 24 horas diárias de funcionamento. Esta equipe, • Comprometimento funcional de extremidades (E).

384
Uma breve revisão do atendimento médico pré-hospitalar

Compete, portanto, à equipe de suporte avan- Compete à equipe de suporte básico:


çado: • atendimentos a pacientes traumatizados, quaisquer
• atendimentos a pacientes traumatizados, quaisquer que sejam as causas, uma vez que seja estabeleci-
que sejam as causas, uma vez que seja estabeleci- do pelo médico regulador que não há risco imedi-
do pelo médico regulador que há risco imediato à ato à vida;
vida; • atendimentos a pacientes portadores de patolo-
• atendimentos a pacientes portadores de patolo- gias clínicas, quaisquer que sejam as etiologias,
gias clínicas, quaisquer que sejam as etiologias, uma vez que seja estabelecido pelo médico regula-
uma vez que seja estabelecido pelo médico regula- dor que não há risco imediato à vida.
dor que há risco imediato à vida.
Equipe de regulação médica
Equipe de suporte básico A Central de Regulação Médica assume a fun-
Cada USB é constituída por uma tripulação ção de coordenadora e disponibilizadora do atendimen-
exclusiva, formada por um (a) auxiliar de enferma- to pré-hospitalar à população local.
gem e um (a) motorista, que se revezam conforme A competência da Central de Regulação Médi-
escala de trabalho pré-determinada, garantindo 24 ca é assumida, em seu todo, pelo médico regulador e,
horas diárias de funcionamento. na ausência deste, pelo seu diretor médico e/ou coor-
Toda atividade desempenhada pela equipe é denador. Reforçam-se, neste sistema, as premissas
realizada em conjunto, sem que haja diferenças hie- básicas da regulação médica e desempenhadas inte-
rárquicas entre os dois elementos da equipe. Entre- gralmente pelo médico regulador.
tanto, na eventual necessidade de se fazer declarar 1) Julgar e decidir sobre a gravidade de um caso, co-
uma autoridade local, esta deverá ser delegada ao municado via rádio ou telefone, disponibilizando os
auxiliar de enfermagem que, por questões de treina- recursos a serem enviados e orientando o atendi-
mento específico na função desempenhada, é reco- mento a ser realizado.
nhecido como hierarquicamente superior ao motoris- 2) Administrar os meios disponíveis para a prestação
ta da viatura. do atendimento solicitado, evitando desgaste do sis-
Esta equipe, com sua respectiva viatura, fica tema pelo envio de recursos insuficientes ou, mes-
de prontidão nas Unidades Básicas Distritais de Saú- mo, superiores à necessidade em questão.
de, aguardando determinação do médico regulador Para tanto, a Central de Regulação Médica do
para prestar o atendimento determinado. Este atendi- SAMU dispõe de duas (02) linhas privativas (para uso
mento se restringirá à prestação de assistência (su- exclusivo pelos profissionais das Unidades Básicas de
porte) básica de vida, não importando a patologia ou o Saúde) e de quatro (04) linhas externas, pertencentes
local do atendimento. Desta forma, as unidades de ao sistema 192 (para uso exclusivo pelos solicitantes
suporte básico só são liberadas para atendimento externos), além de linhas externas de apoio e de li-
mediante autorização do médico regulador ou do co- nhas internas do próprio hospital.
ordenador direto do SAMU, não devendo responder Toda a solicitação é atendida pelas técnicas
a outras solicitações que não tenham sidas reguladas auxiliares e, uma vez anotada e triada, é repassada ao
pelos profissionais pertinentes. Competirá, portanto, médico regulador para decisão de conduta. Caso a
ao médico regulador a determinação da inexistên- solicitação implique em despacho de viaturas, o regu-
cia de risco imediato à vida, pois, uma vez determi- lador repassa a ficha ao radioperador que, em segui-
nada a existência de risco imediato à vida, o atendi- da, procede o despacho da mesma. Solicitações inter-
mento competirá às USA. Na ausência de risco ime- nas, provenientes da próprias unidades de saúde, são
diato à vida, o atendimento competirá às USB. Exce- atendidas pelas técnicas auxiliares que, nestes casos,
ções são feitas nos casos em que as USA não este- solicitam a presença do médico que atendeu o paci-
jam disponíveis para o atendimento emergencial, de- ente, repassando a ligação ao médico regulador, que
vendo este ser realizado pela equipe das USB. Neste regula o fluxo conforme seu julgamento. Sempre que
caso especial, a equipe da USB é orientada a prestar há necessidade de transporte do paciente/vítima até o
atendimento no local e aguardar a equipe da USA hospital, o médico regulador entra em contato com a
para completar o atendimento já iniciado. equipe médica do hospital que, naquele momento, tem

385
SLB Lopes & RJ Fernandes

condições de atendimento e garante o acesso do pa- 5. ASPECTOS LEGAIS


ciente àquele centro hospitalar. Desta forma, tanto
para as USA quanto para as USB, o médico regula- No Brasil, não existem, ainda, normas claras e
dor gerencia o fluxo de circulação entre o campo pré- precisas sobre o atendimento pré-hospitalar, seja ele
hospitalar e o hospitalar. médico ou não. O CFM e o Ministério da Saúde, atra-
Desconsiderando-se os meses de inoperação vés de seu núcleo de vigilância sanitária, vêm desen-
funcional, em 24 meses de efetiva atuação (de ou- volvendo ações de forma independente, ou conjunta,
tubro/96 a abril/99), foram atendidos 3985 pacien- no sentido de normatizar o assunto, existindo muitas
tes/vítimas, distribuídos conforme os dados abaixo. lacunas que permitem o funcionamento de sistemas
inadequados e mal-estruturados. As normas de que
Natureza dos atendimentos dispomos atualmente, longe de esgotarem a matéria,
61% Atendimentos a portadores de patolo- são: o parecer do CRM, de 1993, tratando da Morte
gias traumáticas. fora do ambiente hospitalar, o parecer do CFM, de
38% Atendimentos a portadores de patologias 1995, que dispõe sobre o atendimento pré-hospitalar,
clínicas. em especial às emergências traumáticas, o parecer
01% Transportes inter-hospitalares. do CFM, de 1998, que discorre novamente sobre o
Principais patologias traumáticas observadas atendimento pré-hospitalar, fazendo considerações
sobre as diversas áreas envolvidas (organização es-
38% Acidentes, envolvendo veículos automo-
trutural, definições e objetivos da atuação médica em
tores.
nível pré-hospitalar, regulação médica, definições dos
22% Ferimentos por arma de fogo.
profissionais e seus atributos, perfil e competências,
11% Atropelamentos.
treinamentos), a portaria da SVS, discorrendo sobre
11% Ferimentos por arma branca.
os veículos de atendimento pré-hospitalar e transpor-
03% Agressões interpessoais.
te inter-hospitalar e, por último, a portaria do MS, de
03% Acidentes, envolvendo bicicletas.
julho de 1999, aprovando a atividade médica em nível
Principais patologias clínicas observadas pré-hospitalar, particularmente a regulação médica(3,4).
16% Paradas cardiopulmonares e cerebrais. Atualmente, contamos com a Rede Brasileira
14% Crises convulsivas. de Cooperação em Emergências, entidade não oficial,
10% Insuficiências respiratórias. que se destina ao estudo das urgências/emergências
08% Infartos agudos do miocárdio. no País, e a Rede de Cooperação em Urgências do
06% Emergências hipertensivas. Mercosul, com a participação da Argentina, Paraguai,
06% Intoxicações exógenas. Uruguai, Brasil e, por último, o Chile, visando o desen-
volvimento da assistência às urgências, determinando
Origem da solicitação
um processo de ajuda mútua, que permita uma socia-
44% Vias públicas. lização de conhecimentos capazes de gerar um alto
35% Domicílios. nível operatividade nos serviços envolvidos e impulsio-
17% Unidades básicas de saúde.
nar a criação de serviços de atendimento pré-hospita-
04% Outros locais.
lar de urgências. Estas entidades atuam como uma
Óbitos verificados congregação de interesses, discutindo amplamente o
16% dos portadores de ferimentos por arma de assunto e auxiliando na elaboração de normas e re-
fogo, sendo, na imensa maioria, constatado o óbito gras gerais, no sentindo de uniformizar os serviços de
antes de se prestar qualquer atendimento. atendimento médico pré-hospitalar já existentes e au-
5% dos acidentados no trânsito, sendo, na xiliar na implantação de novos centros.
maioria, decorrentes de acidentes automobilísticos.
65% dos pacientes atendidos em parada car- 6. CONCLUSÃO
diopulmonar e cerebral, sendo o óbito, geralmente,
verificado antes do atendimento. A taxa de reversão O atendimento médico pré-hospitalar, criado em
é baixa, da ordem de 15%, daqueles submetidos a virtude da necessidade de se reduzirem as seqüelas e
manobras de ressuscitação. óbitos no campo pré-hospitalar, veio evoluindo lenta-
Óbitos por outras causas são infreqüentes. mente, desde o período napoleônico, tendo se firmado

386
Uma breve revisão do atendimento médico pré-hospitalar

como “ciência” após a experiência bem sucedida da encontradas pelo país afora, resguardando, entretan-
França. Rapidamente vem evoluindo, tendo sido im- to, os princípios fundamentais de atendimento rápido,
plantado, no Brasil, no final do anos 80 e, particular- preciso e eficaz, o que vem colaborando para a redu-
mente, em Ribeirão Preto, em 1996. A falta de legis- ção dos danos secundários às maiores causas de trau-
lação pertinente faz com que várias estruturas sejam ma, em nosso meio.

LOPES SLB & FERNANDES RJ. A brief review of medical prehospitalar care. Medicina, Ribeirão Preto,
32: 381-387, oct./dec. 1999.

ABSTRACT: The prehospitalar medical care is a relatively recent area, having been implanted
in Brazil in the last 10 years, according to French model that dates since the decade of 50. For the
lack of pertinent legislation, several regional models were created in several cities of Brazil, and,
specially, in Ribeirão Preto this system of medical prehospitalar care is accomplished since
october 1996 by the local team of SAMU.

UNITERMS: Emergency Medical Services. Traumatology.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 3 - PARECER 15/98 do Conselho Federal de Medicina, aprovado


dia 08/07/98.
1 - FONTANELLA JM & CARLI P. Les matériels et les techniques
de réanimation pré-hospitalière – Les Unités Mobiles 4 - PORTARIA do GM/MS 824, de 24 de junho de 1999. Diário
Hospitalière des Samu. In: SFEM eds. Collection Médicene Oficial da União 2m 25/06/99.
d’Urgence SAMU, 1992.
Recebido para publicação em 08/12/1999
2 - PARECER 47/95 do Conselho Federal de Medicina, aprovado
dia 25/10/95. Aprovado para publicação em 19/01/2000

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