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Ficha de leitura
“Sobre a pedagogia”
“Introdução” (p.11)
O autor introduz o livro comentando que “o homem é a única criatura que precisa ser
educada”. (p.11). Ele salienta que os animais não precisam de educação e sim de proteção, dando
como exemplo as andorinhas, que, por instinto, já nascem sabendo jogar seus excrementos para fora
do ninho. O homem, como não tem instinto, deve ser educado por outros a formar conduta. “Uma
geração educa a outra”. (p.12)
A criança deveria ser mandada à escola mais cedo, a fim de aprender a obedecer, para não
ser um adulto caprichoso. Necessário para que o seja “domesticado” desde pequeno, para não
pensar que tem razão em tudo, uma vez que os jovens estão destinados a comandar.
É dado o exemplo de pássaros que aprendem com os pais a cantar. O autor exemplifica com
uma experiência de colocar pardais e canários em um mesmo ambiente, os primeiros aprenderiam a
cantar com os segundos, sendo “a tradição do canto a mais fiel do mundo”. (p.15)
A educação, a qual o homem não vive sem, é mostrada como continuidade: o que se aprende
se ensina ao outro. Aquele que não foi bem educado passará a ser um mestre ruim. Quem não tem
cultura seria um bruto e quem não tem educação seria selvagem do ponto de vista do autor. (p.16) A
educação seria o meio mais correto para formar a natureza humana.
O autor trata da Ideia, que seria a de uma perfeição em experiência. Para torná-la eficaz seria
necessário: ter autenticidade e apresentar obstáculos que possamos superar.
Outro exemplo sobre a educação do homem é dada por Kant. Germes que estão espalhados
pela humanidade podem e devem ser semeados, fazendo com que este homem atinja seu destino. Os
animais o fazem de forma espontânea, já o homem é forçado a isso. Quando ensinamos nossos
filhos não podemos ter a ideia de fazê-los atingir o mesmo destino que nós, somos exemplos para as
crianças e elas se espelham em nós, porém não de modo perfeito. “A educação é uma arte, cuja
prática necessita ser aperfeiçoada por várias gerações”. (p.19)
São feitas perguntas ao longo do livro, assim Kant apresenta uma afirmativa, de que “há
duas coisas dificílimas entre as descobertas humanas: a arte de governar os homens e a arte de
educá-los”. (p.20) A educação pode ser conquistada de forma mecânica, conforme as
circunstâncias, ou de forma racional, a fim de que o home alcance seu destino.
O autor comenta que os pais, muitas vezes, acabam por educar seus filhos para o presente,
mas é importante que a criança seja educada para o futuro, seguindo a ideia de humanidade e
destino. Exemplificando a educação dos príncipes, Kant compara duas árvores, uma que vive
isolada e não cresce direito, e outra que vive na floresta e cresce ereta, devido a resistência que lhe
dão as outras árvores.
Kant passa a duas bases que a educação deve manter o homem. Uma seria a disciplina, a
qual trata de “domar a selvageria” (p.25), outra seria a cultura, que garante instrução, não
determina, apenas deixa às circunstâncias, ainda mostra a prudência, que tornaria o homem
influenciado, mas que ao mesmo tempo poderia se servir de outros homens para seus fins (p.26).
Por fim o autor fala sobre a moral, a sabedoria de escolher os bons fins. A única escola experimental
que já deu certo foi o Instituto de Dessau, onde mestres podiam trabalhar com seus métodos e não
cansavam de fazer novas tentativas.
O autor ressalta a diferença entre o professor e o governante, o primeiro seria um mestre que
ministra a educação e o segundo um guia, que ministra a vida. (p.30). A seguir é relatada a forma
que o aluno gradativamente levado à educação, seguido pela distinção entre escola privada e
pública. É pego como exemplo o Instituto de Educação, que são caríssimos, onde o dinheiro é mal
aproveitado, podendo ser investido em ensino às crianças pobres. Kant comenta que se os pais
tivessem recebido uma boa educação não seria necessária a escola pública. A educação privada seria
dada com um aguardo de recompensa.
Kant questiona “Quanto tempo deve durar a educação?” (p.32), a resposta é de que até que
o homem tenha capacidade de governar a si mesmo e transmitir o conhecimento aos demais, o autor
dispõe da idade de 16 anos, daí passando a ter uma educação mais especializada.
O homem está sujeito a uma educação positiva, a qual ele imita o outro e pode ser punido
por isso, ou negativa, a qual ele faz aquilo que lhe é mandado, podendo não conseguir o que deseja.
(p.32) O sujeito deve ser educado no constrangimento, na liberdade, para que quando “viver a
realidade” possa reconhecer a dificuldade de se manter independente. (p.33)
O autor comenta brevemente sobre a experiência precoce do sexo, e diz que mais adiante no
livro tratará deste assunto.
A pedagogia teria dois tipos de educação, a física (cuidado do corpo) e a prática ou moral
(construção da personalidade). (p.34-35). Kant apresenta 3 conceitos da educação: escolástica, usar
o bem para seu proveito e conquista dos fins; prudência, prepara para torna o homem cidadão e
adaptado à sociedade; e por último a moral, que trata do respeito à espécie humana.
Kant encerra a introdução com a ideia de que a educação, seguindo os conceitos de
prudência e habilidade, deve acontecer ao seu tempo, a criança pode pensar como um adulto e o
adulto pode ter atitudes sensíveis da infância.