Você está na página 1de 29

AREIA VERDE E AREIA LIGADA

QUIMICAMENTE

Pós-graduação: ENGENHARIA DE FUNDIÇÃO

2009

Claudio Luiz Mariotto


Principais materiais e processos de moldagem / macharia
Gênero de
Material base Tipo de ligante Requisitos para a aglomeração Alguns processos
ligante
adesivo de aglomeração ativada por moldagem a verde
argilas (bentonitas)
contato compactação moldagem a seco
óleos secativos macharia areia-óleo
moldagem/macharia shell
reação química ativada por calor
macharia hot-box
macharia warm-box
cura-a-frio furânica / ácido
aglomerado resinas cura-a-frio fenólica / ácido
areia ou ligantes auto-curáveis
com cura-a-frio uretânica
outro químicos
agregado reação cura-a-frio resol-éster
química à macharia cold-box
temperatura passagem de gás processo SO2
ambiente processo CO2
silicato de sódio
cura-a-frio silicato-éster
cimento portland auto-curáveis moldagem em areia-cimento
outros cerâmicos, gesso “microfusão”(fundição de precisão)
modelo permanente moldagem a vácuo: processo “V”
sem aglomerante
modelo evaporável moldagem “lost foam”
metal (aço ou ferro fundido) fundição em coquilha
usinável
grafita processo Griffin

Areia verde, constituintes, requisitos; areia-base 2


O método de moldagem escolhido implica em tipos de
modelos específicos e vice-versa (o tipo de modelo pode
determinar o processo de moldagem a ser empregado).
A montagem dos modelos em placas é uma exigência da
mecanização (só o uso de robôs permitiria mecanizar /
automatizar a moldagem com modelos “soltos”)‫‏‬
Areia verde
1. Conceito de (moldagem com) areia verde
• Atributos, características das areias verdes
2. Componentes da mistura e sua caracterização
• Areia base
• Argila (bentonita)‫‏‬
• Aglomeração: o trinômio areia / argila / água
• Aditivos
• Compactação (métodos de moldagem)‫‏‬
• Preparo / recirculação e seus efeitos
3. Propriedades tecnológicas, Ensaios, Controle de sistemas
de areia
4. Defeitos associados à areia de moldagem e ao molde ,
correlações entre defeitos e os resultados dos ensaios de
laboratório

Areia verde, constituintes, requisitos; areia-base 4


Areia verde, constituintes, requisitos; areia-base 5
Requisitos da areia de moldagem
Durante a moldagem (Moldabilidade)‫‏‬
‰ Escoabilidade (fluxibilidade) – adensar sobre o modelo
‰ Consistência – retenção da forma
‰ Plasticidade – extração do modelo

Durante e após o vazamento


‰ Permeabilidade a ar, gases e vapores
‰ Estabilidade dimensional no aquecimento
‰ Difusividade térmica
‰ Propriedades a quente: plasticidade, resistência
‰ Desmoldabilidade

Areia verde, constituintes, requisitos; areia-base 6


Durante a moldagem:
Moldabilidade

Para gerar bons moldes, a areia de moldagem deve ser


capaz de reproduzir fielmente as formas do modelo
Escoabilidade (fluxibilidade)‫‏‬
• Capacidade de movimentação dos grãos individuais de modo
a adensar-se firmemente em torno do modelo

Consistência
• Capacidade de reter a forma após a compactação; medida
pela resistência mecânica a verde

Plasticidade
• Confere resiliência ao molde, permitindo que ele se deforme
plasticamente sem se romper; essencial para a extração do
modelo
Areia verde, constituintes, requisitos; areia-base 7
Durante e após o vazamento
Permeabilidade
Permite escape de ar, gases e vapores
– depende do tamanho médio e distribuição dos vazios
intergranulares do molde / macho

Estabilidade térmica dimensional


Outros constituintes da areia devem
– compensar a expansão dos grãos de areia base
– conferir plasticidade a alta temperatura

Difusividade térmica
Determina o esfriamento da peça fundida; é função de
– condutividade térmica
– capacidade térmica
– densidade

Resistência mecânica a altas temperaturas


É importante que seja transitória; sua diminuição com o tempo define a
característica de colapsibilidade
Desmoldabilidade
Facilidade de desfazer o molde após solidificação
– Quanto menor a resistência residual do molde (isto é, a resistência
que o molde retém ao esfriar após a solidificação da peça), menor o
trabalho requerido na desmoldagem
Areia verde, constituintes, requisitos; areia-base 8
O comportamento do molde ...
... e a qualidade da peça dependem de três conjuntos de fatores:

‰ fatores ligados à composição da areia de moldagem isto é,

ƒ tipos de constituintes e

ƒ proporção dos constituintes

‰ fatores ligados ao preparo da areia de moldagem e

‰ fatores ligados à moldagem propriamente dita, tais como

ƒ modo de compactação e

ƒ intensidade de compactação

Areia verde, constituintes, requisitos; areia-base 9


Uma areia verde nova é constituída de

‰ areia base
mais comum: de sílica (quartzo)‫‏‬

‰ argila
mais comum: bentonita

‰ água
H2O + substâncias dissolvidas e em suspensão

‰ aditivos
pó-de-carvão, pó-de-madeira, amido etc.

A preparação da mistura
é por muitos considerada como um quinto constituinte

Areia verde, constituintes, requisitos; areia-base 10


Constituição de uma areia nova

100%

90%

80%

70%
Umidade
60% Argila ativa (Azul de Metileno)

50%
Carbonáceos (na argila AFS)
Sílica
40%

30%

20%

10%

0%
Nova

Areia verde, constituintes, requisitos; areia-base 11


A areia na
fundição
água e aditivos contêm
sais (cátions e ânions)‫‏‬

calor do metal líquido


decompõe parcialmente
argila e aditivos

na desmoldagem, os
machos incorporam-se
parcialmente à areia de
moldagem

na recirculação, H2O
evapora mas os sais
dissolvidos permanecem
Areia verde, constituintes, requisitos; areia-base 12
Variações de densidade em uma areia verde
camadas de argila
camada úmida inerte fixadas aos
de finos ativos grãos
~ 1,8 g/cm3 ~ 1,8 g/cm3

SiO2 SiO2
2,65 g/cm3 2,65 g/cm3

grãos novos grãos oolitizados


densidade média grãos pouco oolitizados: 2,2 a 2,3 g/cm3
~ 2,50 g/cm3 grãos muito oolitizados: ~ 2,0 g/cm3
Areia verde, constituintes, requisitos; areia-base 13
Constituição de 3 areias de sistema

100%

90%

80%

70% Umidade
Argila ativa (Azul de Metileno)
60%
Carbonáceos (na argila AFS)
50% Finos inertes (argila e cinzas)
Metálicos
40% Oolíticos
Sílica
30%

20%

10%

0%
Forte tendência a Peças boas Rugosidade
expansão excessiva
alta densidade real baixa densidade real
Areia verde, constituintes, requisitos; areia-base 14
Areia base
As areias de sílica (quartzo) são as mais abundantes e baratas
Por isso são as selecionadas na quase totalidade dos casos
Outras areias (menos) usadas: cromita, zirconita, olivina, chamote ...

Algumas características comparadas

Areia de Densidade Ponto de fusão Expansão térmica

Sílica (quartzo) 2,65 1.780°C alta

Cromita 4,5 >2.000°C baixa

Zirconita 4,7 2.550°C baixa

Olivina ~3,3 ~1.800°C moderada

Além de alta, a expansão térmica do quartzo é repentina


é quase toda devida à transformação reversível
quartzo α ↔ quartzo β
que ocorre a 573°C

Areia verde, constituintes, requisitos; areia-base 15


Areias de sílica

Composição básica
• mineralógica: quartzo
• química: quase 100% SiO2
Impurezas comuns
• feldspatos: (K2O.Al2O3.6SiO2 ou Na2O.Al2O3.6SiO2)‫‏‬
• argilas (Al2O3.4SiO2 . 2H2O),
• óxidos de ferro (Fe2O3.xH2O),
• rutilo (TiO2),
• outras, conforme a procedência.
Reações com o ferro
• não reage com o ferro metálico;
• com óxidos de ferro forma silicato (faialita, funde a < 1.200°C)‫‏‬
Implicações higiênicas
• Silicose: moléstia do pulmão (por inalação de pó de sílica)‫‏‬
• efeito cumulativo, irreversível
Areia verde, constituintes, requisitos; areia-base 16
Análise granulométrica
Séries de peneiras

AFS DIN BS
3,36
1,68 1,4 1,676
0,84 1,0 1,003
0,59 0,71 0,699
0,42 0,50 0,500
0,30 0,355 0,353
0,250 0,251
0,21 0,180 0,211
0,15 0,152
0,105 0,125 0,104
0,074 0,090 0,076
0,053 0,063 0,053
0,020 0,020 0,020

Areia verde, constituintes, requisitos; areia-base 17


Relações entre aberturas
série AFS
mm consecutiva 2ª peneira 3ª peneira 4ª peneira
3,36
1,68 2,00
0,84 2,00 4,00
0,59 1,42 2,85 5,69
0,42 1,40 2,00 4,00 8,00
0,30 1,40 1,97 2,80 5,60
0,21 1,43 2,00 2,81 4,00
0,15 1,40 2,00 2,80 3,93
0,105 1,43 2,00 2,86 4,00
0,074 1,42 2,03 2,84 4,05
0,053 1,40 1,98 2,83 3,96

Areia verde, constituintes, requisitos; areia-base 18


Empilhamento de grãos
maior esfera que cabe num interstício de esferas com ∅ = D Æ ∅ ≈ D / 4,4

adicionando grãos d1 ≤ D / 4,4 adicionando grãos D > d1 > D / 4,4


densidade do empilhamento aumenta densidade do empilhamento diminui

densidade densidade
volume de vazios volume de vazios

0 100 0 100
% de esferas com d1 ≤ D / 4,4 % de esferas com D > d1 > D / 4,4
Areia verde, constituintes, requisitos; areia-base 19
mm mi s i, cm2/g ni, unid./g % ret % acum
3,36 3 0 0
Características geométricas 1,68 5 9,0 0,0045 0 0
0,84 10 18,0 0,036 0 0
0,59 20 31,7 0,197 0,23 0,23
0,42 30 44,8 0,560 3,51 3,74
0,3 40 62,9 1,545 18,12 21,86
di + di-1
0,21 50 88,8 4,346 34,48 56,34
dmi = 0,15 70 125,8 12,36 30,45 86,79
2 0,105 100 177,6 34,77 10,76 97,55
0,074 140 253,0 100,53 1,92 99,47
ρ = 2,65 0,053 200 356,6 281,47 0,12 99,59
0,02 300 620,3 1482,1 0,08 99,67
6 100
ni = 90
π. d3mi .ρ 80

% retida ou acumulada
2 % retida 70
π . d mi
si = % acumulada 60
(π /6) . d3mi . ρ 50
40
30
20
10
0
10 1 0,1 0,01
abertura da peneira, mm
Areia verde, constituintes, requisitos; areia-base 20
Características geométricas
Soma das áreas superficiais de todas as
Área específica real SR partículas contidas na unidade de massa da
amostra, expressa em cm 2 /g; calculada a partir
de uma medida em um permeâmetro (Blaine)
Média ponderada, expressa em cm 2/g, das á reas
Área específica teórica ST ∑ (gi × si) superficiais de cada fração granulométrica da
∑ gi amostra, calculadas supondo grãos esféricos de
massa
∑ ( gi × di × d(i −1) ) Média ponderada dos tamanhos de grãos
Tamanho de grão: média geométrica TG utilizando as médias geométricas das aberturas
∑ gi
das peneiras que definem cada fração
Adimensional que quantifica o desvio da área real
Coeficiente de angularidade CA SR
em relação à área teórica (supondo grãos
ST esféricos), o que eqüivale ao desvio de forma do
grão real médio em relação à forma esférica
Representa aproximadamente a abertura -
Módulo de finura M ∑ (gi × m i ) expressa em número de malhas por polegada -,
∑ gi da peneira virtual pela qual os grãos de areia
com o tamanho médio ainda passariam
Número de grãos contidos na unidade de massa
Número específico teórico dos grãos N ∑ (gi × ni ) supondo idêntica distribuição e grãos esféricos
∑ gi
Diâmetro correspondente à média geométrica
Diâmetro representativo dr 10 ×
ST ponderada calculada à partir da distribuição
N×π granulométrica, supondo os grãos esféricos
Área específica teórica da amostra de grãos
Área específica representativa S rT 22,6414
esféricos com diâmetro dr (representativo)
dr
(SrT − S T ) Desvio percentual da área específica teórica em
Divergência da distribuição Dr 100 × relação à representativa; é indicativo do quanto
S rT a distribuição granulométrica diverge da amostra
uniforme com grãos de diâmtero d r

Areia verde, constituintes, requisitos; areia-base 21


Forma dos grãos

50 X Areia de Descalvado 200 X

maior número de contatos (em areias


Grãos Coeficiente de angularidade angulares) → menor escoabilidade
Arredondados < 1,25
Sub-angulares ~ 1,50
Angulares > 1,65

Areia verde, constituintes, requisitos; areia-base 22


Características geométricas × Propriedades
Permeabilidade
aumenta com o tamanho médio dos grãos
para iguais tamanhos médios, aumenta com a concentração da distribuição
forma dos grãos: efeito pequeno, pois a variação de área específica tende a
ser compensada pela variação da escoabilidade

Escoabilidade
principal fator: forças adesivas (% de argila, % água, ) mas número de
contatos também é importante, de modo que escoabilidade aumenta com
tamanho médio dos grãos, com a concentração granulométrica e é maior para
grãos redondos

Difusividade térmica
em areias verdes, convecção é importante; por isso, a difusividade é
favorecida por alta permeabilidade

Estabilidade térmica dimensional


é favorecida por baixa densidade de molde (permite que grãos expandam-se
livremente e não contribuam para a expansão total) isto é, por fatores que
limitem a escoabilidade
Areia verde, constituintes, requisitos; areia-base 23
300

250
Correlações

Área específica teórica e real, cm2 / g


200
Permeabilidade Base
X SR = 2183,8 / P 0,6019
Áreas específicas 150 R2 = 0,955

e
ST = 1559,8 / P 0,6048
Módulo 100 R2 = 0,9759

(12 areias-base do Estado de São Paulo)‫‏‬


50

M = 702,26 / P 0,5488
R2 = 0,9767
0
0 100 200 300 400 500
Permeabilidade base, P, cm4 / g . min

Areia verde, constituintes, requisitos; areia-base 24


Areias-base para aços
Pureza
Temperatura de vazamento ~ 1600° C; baixos teores de C; teores apreciáveis de Mn, Cr ... → alta suscetibilidade
à oxidação no estado líquido; alguns óxidos reagem com SiO2 → reações metal-molde ( “escória”, gases)‫‏‬
A reatividade é realçada por baixa tensão interfacial óxidos-sílica (óxidos molham a sílica) → penetração do aço
(tensão interfacial aço-sílica é alta, dificulta penetração se não houver oxidação).
Exceto casos extremos, empregam-se areias de quartzo de alta pureza (99% SiO2 ou mais) e, na prática, não se
usam areias de quartzo com menos de 99,5% SiO2 para a fundição de aços.
Sendo provável a existência de óxidos reativos no líquido no momento do vazamento, freqüentemente escolhe-se
outro mineral-base (diferente do quartzo): cromita ou zirconita (maior inércia química menor expansibilidade
térmica e maior difusividade térmica) e/ou uso de tintas de fundição, principalmente em áreas do molde
correspondentes a pontos quentes das peças e no caso de peças de grande porte.

Módulo de finura
Tamanho médio de grão grande → alta permeabilidade, aquecimento lento (melhor estabilidade térmica e maior
refratariedade aparente)‫‏‬
Módulos de finura na faixa de 45 a 65
• módulos na faixa mais grossas para peças pesadas
• módulos na faixa mais fina para peças pequenas
• areias ainda mais grossas (módulos ~ 40) para peças particularmente grandes (faceamento com areia
mais fina e/ou pintura refratária)‫‏‬

Distribuição granulométrica
Deve ser espalhada: pelo menos 3, preferivelmente, 4 peneiras (consenso: 90% em 4 peneiras consecutivas)‫‏‬
A forma dos grãos sub-angular (evita as altas densidades de empilhamento que são características de grãos
arredondados ou excessivamente angulares
O aquecimento intenso e brusco exige areia-base com grãos íntegros (sem trincas ou descontinuidades)

Areia verde, constituintes, requisitos; areia-base 25


Areias-base para ferros fundidos

Pureza
Areias com mínimo de 99% SiO2 são comumente usadas para a fundição de ferros fundidos.
Para peças pequenas podem ser aceitas areias menos puras (mínimo de 95% SiO2, desde que as
impurezas não sejam constituídas principalmente por álcalis.

Módulo de finura
Não há muita liberdade na escolha de módulos de finura (tamanhos médios de grãos), pois a maioria das
jazidas de areia é operada dando prioridade à indústria do vidro
Os módulos mais comuns na fundição de ferros fundidos situam-se entre 55 e 65.
Para muitas aplicações seriam desejáveis areias mais finas (módulos entre 70 e 80), mas estas não têm
sido disponibilizadas para a indústria de fundição.

Distribuição granulométrica
Geralmente aceitam-se distribuições com concentração de 90% em quatro peneiras consecutivas.
As relações de aberturas entre uma dada peneira e as 2ª e 3ª consecutivas é 1,4 e 2 respectivamente
(menores que 2,5); portanto, os grãos dessas peneiras não cabem nos interstícios dos grãos da 1ª
peneira.
Grãos da 4ª peneira consecutiva cabem nos interstícios dos grãos da 1ª peneira (a relação de aberturas é
2,83 > 2,5), reduzindo a rigidez do empilhamento.

Areia verde, constituintes, requisitos; areia-base 26


Areias-base para ligas de cobre (bronzes e latões)‫‏‬
Ampla faixa de temperaturas de vazamento ~ 1100 a 1200°C (até 1350°C) e diversidade de características de
fundição, levam à definição de 3 grupos de ligas de cobre fundidas:

Ligas do grupo I: “molham” o molde: Cu-Sn-Pb-Zn (especialmente se contiverem P), de alto Pb (bronze 85-5-
5-5, bronze M, bronze G, bronzes de alto Pb, ...) - exigem a maior atenção para a areia de moldagem.
Temperaturas são suficientes para ocorrência de sérios defeitos de expansão térmica e para rápida evolução
de gases e vapores. Devido à tendência de "molhar" o molde e (certas ligas) possibilidade de exsudação de
eutético, há tendência a adotar areias-base mais finas que as usadas para os ferros fundidos, porém mais
concentradas (para não prejudicar a permeabilidade)‫‏‬
•pureza - não precisa ser elevada: são aceitáveis teores de sílica de aproximadamente 90%
•módulos de finura - entre 65 e 90, conforme tamanho das peças
•distribuições granulométricas - em geral concentradas entre 3 e 4 peneiras consecutivas; se
acabamento superficial é primordial (peças ornamentais, muito pequenas): módulos de finura 100 a 120

Ligas do grupo II: não “molham” o molde e solidificam com formação de filme contínuo (ex.: bronzes ao Mn,
ao Al, ao Mn-Al, ao Ni-Al, ao Si) - embora as temperaturas de vazamento sejam um pouco mais altas,
apresentam menores problemas
•pureza - nos mesmos níveis usados para as ligas do grupo I
•módulos de finura - na faixa entre 60 e 70 (podendo chegar e 90 para peças pequenas)‫‏‬
•distribuições granulométricas - podem ser semelhantes às usadas para ferros fundidos e aços

Ligas do grupo III: alta temperatura de vazamento: ex.: cupro-níqueis, ligas contendo Co e Cr (para fins de
seleção de areia-base, pode-se incluir neste grupo certas ligas de Ni) - no que concerne à seleção de areia-
base podem ser assemelhadas aos ferros fundidos ou aos aços, de acordo com as temperaturas de
vazamento adotadas em cada caso

Areia verde, constituintes, requisitos; areia-base 27


Areias-base para ligas de alumínio
Temperaturas de vazamento moderadas (em geral abaixo de 760°C)‫‏‬
Densidade baixa (resulta baixas relações metal : areia, de modo que a solicitação térmica imposta aos moldes
é ainda mais baixa que a sugerida pela temperatura de vazamento)‫‏‬
Quantidade de calor transmitida aos moldes por radiação quase desprezível (defeitos devidos à expansão
térmica ficam restritos às áreas em que o metal flui sobre a meia-caixa inferior)‫‏‬
Por isso, os moldes para fundição de ligas de alumínio:
•não requerem areias-base puras
•podem exibir baixas permeabilidades (as baixas tensões superficiais dessas ligas exigem moldes com poros
pequenos para evitar rugosidade superficial excessiva nas peças)‫‏‬
•não são particularmente exigidos quanto à estabilidade térmica dimensional
•pureza - as areias de quartzo, mesmo que impuras são quimicamente inertes em relação à maioria
das ligas de alumínio fundidas (constituem exceção notável as ligas com teores de magnésio superiores
a cerca de 8%); mesmo estas últimas podem ser fundidas em moldes à base de sílica, desde que sejam
empregados inibidores de reação (0,5% a 0,8% de enxofre e 0,25% a 2% de ácido bórico ou 2% a 5%
de ácido bórico apenas, conforme o porte da peça fundida
•módulos de finura - requerem-se, em geral, areias finas: faixa ampla de 70 a 150
•distribuição granulométrica - não é fator particularmente importante, mas distribuições
espalhadas tendem dar melhor acabamento (mas a reprodução de detalhes finos pode exigir
permeabilidade só alcançada com distribuições concentradas)‫‏‬
•forma dos grãos - podem-se usar grãos angulares, principalmente nos casos em que a pressão de
compactação dos moldes for moderada

Areia verde, constituintes, requisitos; areia-base 28


Areias-base para ligas de magnésio
Extremamente reativas com a sílica, com o oxigênio e com o vapor d'água
Não fosse essa reatividade, as areias-base para magnésio poderiam ser semelhantes às utilizadas para
alumínio
A necessidade de se introduzir inibidores de reação (como enxofre e ácido bórico) e a impossibilidade de
contato prolongado do Mg líquido com vapor d’água e ar, exige permeabilidades dos moldes bastante
mais altas que para o caso do alumínio.
•pureza - não é relevante
•módulos de finura - a faixa recomendável é de 60 a 70, conforme o porte da peça
•distribuição granulométrica - espalhada em 3 ou 4 peneiras (recomendável, mas não
essencial)‫‏‬
•forma dos grãos - para evitar o excesso de aglomerante (e, portanto, de umidade) grãos
devem ser arredondados ou sub-angular (para limitar área superficial total dos grãos)‫‏‬

Areia verde, constituintes, requisitos; areia-base 29

Você também pode gostar