Você está na página 1de 27

TÉCNICAS DE ALIMENTAÇÃO DE FERROS FUNDIDOS

CINZENTOS E NODULARES 1

2
Ricardo Fuoco

Resumo

Os ferros fundidos apresentam uma técnica de alimentação das contrações de


solidificação relativamente complexa e que depende das condições de solidificação. Ao
contrário do que se utiliza a peças de aços fundidos, a solidificação direcional não é melhor
técnica de alimentação para ferros fundidos cinzentos e nodulares.

Durante a solidificação dos ferros fundidos com grafita ocorrem 3 tipos de variações
volumétricas, a saber: a) contração primária durante a redução de temperatura do líquido e
durante o começo da formação de austenita; b) expansão devido à formação de fases em
conjunto com a grafita (formação das células eutéticas); c) contração secundária em
decorrência da formação de fases sólidas entre as células eutéticas.

Na técnica de alimentação de ferros fundidos mais utilizada os massalotes são


utilizados essencialmente para alimentar as contrações primárias das peças. Os pescoços de
ligação devem ser projetados para solidificar ao final desta etapa, de modo não permitir o
escape de pressão da peça para o massalote durante a fase de expansão da grafita. Se não
houver escape de pressão ocorrerá um aumento de pressão no líquido remanescente
intercelular, que garantirá que durante a etapa seguinte de contração (secundária) não haverá
redução de pressão suficiente para gerar a ocorrência de micro-rechupes.

Os problemas de rechupes ocorrem quando a solidificação do pescoço de ligação


massalote peça ocorre muito cedo, formando rechupes primários, ou quando ocorre muito
tarde, gerando micro-rechupes. Como em ferros fundidos nodulares a expansão volumétrica da
formação de grafita é muito elevada, deve-se permitir algum escape de pressão através de
refluxo de metal líquido para o massalote, evitando excesso de pressão na cavidade que pode
levar ao inchamento da cavidade do molde.

São apresentados exemplos do uso destas técnicas na alimentação de peças em


ferros fundidos cinzentos e nodulares, bem como exemplos de resultados de simulação
numérica de solidificação destes ferros fundidos.

PALAVRAS CHAVE: alimentação, ferros fundidos, simulação de solidificação,


----------------------------------------------------------------------------------------------------------
1
Trabalho a ser apresentado no 5° Colfun’ 12 – Congresso Latino Americano de Fundicion
entre 15 a 17 de Novembro de 2012 em Buenos Aires.
2
PhD, MSc, Engenheiro Metalurgista, Técnico em Metalurgia, Gerente Geral de Tecnologias
de Fundição da Metso Brasil Indústria e Comércio Ltda.
TÉCNICAS DE ALIMENTAÇÃO DE FERROS FUNDIDOS
CINZENTOS E NODULARES

1. Introdução

Durante a solidificação dos ferros fundidos ocorre a formação de fases metálicas e de


grafita seja com morfologia lamelar (ferros fundidos cinzentos) seja com morfologia esferoidal
ou nodular (ferros fundidos nodulares).

A formação de fases metálicas é acompanhada de contração volumétrica, mas a


formação de grafita promove uma expansão volumétrica.

Assim, o metal vazado em um molde sofre inicialmente uma contração volumétrica no


estado líquido e a contração volumétrica da formação de fases metálicas iniciais. Esta
contração inicial é conhecida como contração primária e é responsável pelos defeitos de
(1)
rechupe primário . Normalmente, esta contração deve ser alimentada pelos massalotes.

Num segundo momento, ocorre a formação da grafita, com decorrente expansão


volumétrica.

Após a expansão volumétrica da formação da grafita, as regiões intercelulares se


solidificam com nova contração, a contração secundária, responsável pelos defeitos de
(1)
rechupe secundário ou microporosidades .

A Figura 1 ilustra as variações volumétricas que ocorrem durante a solidificação de um


ferro fundido.

Figura 1 – Curva esquemática representando as variações volumétricas que ocorrem durante a


solidificação de ferros fundidos cinzentos e nodulares, adaptado da ref. 1.

2
Rechupes formados durante a primeira fase de contração são conhecidos como
rechupes primários. Estes rechupes apresentam como características típicas a formação de
rebaixos nas superfícies externas das peças fundidas (Figura 2) ou vazios internos com
(2-4)
superfície interna lisa e, geralmente, com a presença de gotas de re-enchimento(exudação) ,
como apresentam as Figuras 3 e 4.

(a) (b)
Figura 2 - Aspecto típico de rebaixamento da superfície externa da peça (rechupe primário) em
componente de ferro fundido nodular (a e b).

(a) (b)
Figura 3 - Aspecto típico de porosidades de rechupe primário com aspecto liso e com “gota” de
re-enchimento (refluxo) na parte inferior da porosidade em componente de freio de ferro
(2-4)
fundido cinzento (a e b) .

3
(a) (b)
Figura 4 - Aspecto típico de porosidades de rechupe primário com aspecto liso e com “gota” de
re-enchimento (refluxo) na parte inferior da porosidade em virabrequim de ferro fundido nodular
(4)
(a e b) .

Rechupes formados durante a segunda fase de contração são conhecidos como


(2-4)
rechupes secundários . Estes rechupes geralmente apresentam-se como microporosidades
aglomeradas, com formato irregular (“spongy” ou “dendritic”), como mostra a Figura 5.

(a) (b)
Figura 5 - Aspecto típico de porosidades de rechupe secundário (microporosidades
aglomeradas) na ligação entre massalote e peça de ferro fundido nodular (a e b).

4
2. Modo de solidificação dos ferros fundidos cinzentos

Os ferros fundidos cinzentos com composição hipoeutética são os que apresentam


maiores propriedades mecânicas, sendo por este motivo os mais utilizados na indústria.As
composições típicas apresentam Carbono Equivalente (9CE) entre 3,90 e 4,30, sendo mais
freqüentes os maiores CE serem utilizados em peças finas para minimizar a ocorrência de
carbonetos e as composições de menores CE sendo mais utilizadas em peças grossas (acima
(1)
de 50mm de espessura) .
A seqüência de solidificação dos ferros fundidos cinzentos pode ser descrita da
(1-4)
seguinte maneira :
1. Formação de dendritas de austenita, enriquecendo a fase líquida em carbono
até atingir a composição química do eutético;
2. Formação das células eutéticas por crescimento cooperativo das fases grafita
e austenita simultaneamente. A nucleação do eutético ocorre a partir da
nucleação da grafita (a grafita é formada a partir de núcleos naturais ou de
núcleos gerados pela inoculação);
3. Solidificação do líquido intercelular remanescente entre as células eutéticas
com a formação de austenita (e em certas situações carbonetos eutéticos e/ou
eutéticos ricos em fósforo do tipo Fe/Steadita – Fe/Fe3P);

A Figura 6 ilustra o crescimento das células eutéticas em ferros fundidos cinzentos (a),
além de descrever a diferença no grau de nucleação em ferros fundidos com grafita do tipo A
(crescimento com elevado grau de nucleação da grafita) e do tipo D (crescimento com baixo
(5)
grau de nucleação) (b) .

(a) (b)

(c)

Figura 6 – Esquemas ilustrando o crescimento cooperativo de grafita e da austenita na


formação de células eutéticas em ferros fundidos cinzentos (a). Em consequência do elevado
grau de nucleação (ou baixa velocidade de resfriamento) o crescimento ocorre com baixo nível
de ramificação, resultando em grafita do tipo A, enquanto que com baixo grau de nucleação (ou
elevada velocidade de resfriamento) o nível de ramificação é elevado, resultando em grafita do
tipo D (b). Esquema ilustrando a presença de desndritas de austenita e do esqueleto de grafita
(5)
em uma célula eutética (c) .

A Figura 7 apresenta as microestruturas de um ferro fundido cinzento resfriado


bruscamente (“congelado”) durante a solidificação, permitindo a observação do crescimento
(6)
das células eutéticas da região externa para a interna da peça .

5
Figura 7 – Microestruturas de ferro fundido cinzento resfriados bruscamente durante a
solidificação (“congelando o crescimento das células eutéticas) de modo a permitir a
(6)
observação das células eutéticas . O líquido remanescente no momento do resfriamento
rápido solidifica como ferro fundido sem grafita, aparecendo como fase clara nas
microestruturas.

É importante destacar na Figura 7 a presença de líquido intercelular remanescente da


solidificação das células eutéticas. Estas regiões de fase líquida solidificarão tardiamente
devido à segregação de elementos de liga, podem desenvolver a formação de carbonetos
eutéticos e de eutéticos ricos em fósforo, do tipo Steadita.
A Figura 8 apresenta uma microestrutura típica de ferro fundido cinzento onde notam-
se as regiões segregadas nos contornos de células eutéticas.

Figura 8 – Microestrutura de ferro fundido cinzento onde se notam os contornos de células


eutéticas de cor mais clara (ataque de Picral).

O modo de solidificação dos ferros fundido cinzentos promove pelo menos duas etapas
(1-4)
de contração volumétrica, separadas por uma etapa de expansão volumétrica , a saber:
1. Contração primária decorrente da redução de volume do líquido ao se
resfriar da temperatura de vazamento até o começo de solidificação,
seguida da contração de solidificação das dendritas de austenita;
2. Expansão volumétrica decorrente da formação das células eutícas;
3. Contração secundária decorrente da contração de solidificação da austenita
do eutético que envolve as células eutéticas e das fases intercelulares
(austenita e, eventualmente, carbonetos eutéticos e Steadita);

6
3. Modo de solidificação dos ferros fundidos nodulares

Os ferros fundidos nodulares geralmente são fabricados com composição hipereutética


objetivando a menor tendência à formação de carbonetos eutéticos destas composições. Para
peças finas são freqüentes composições químicas com CE entre 4,5 e 4,7%, enquanto que
para peças grossas estes valores são mais limitados (geralmente entre 4,3 e 4,5%) para
minimizar os problemas de flutuação de grafita e formação de grafitas com morfologia
(1)
degenerada .
A seqüência de solidificação destes ferros fundidos pode ser descrita da seguinte
(7-9)
maneira :
1. Formação de nódulos primários de grafita, levando a composição química do
líquido em torno dos nódulos para o campo hipoeutético (crescimento
acoplado);
2. Formação de dendritas de austenita (em torno dos nódulos primários);
3. Formação Formação das células eutéticas por crescimento divorciado,
inicialmente da grafita e, posteriormente, do halo de austenita (a grafita é
formada a partir de núcleos naturais ou de núcleos gerados pela inoculação e
cresce até praticamente seu tamanho final, para posteriormente ser envolvida
pela austenita, formando as células eutéticas).
4. Solidificação do líquido intercelular com a formação de austenita e carbonetos
eutéticos. Em muitas situações observa-se uma interação entre as dendritas de
austenita e as células eutéticas, determinando um padrão de segregação
interdendrítico para o líquido remanescente;

A Figura 9 apresenta a microestrutura de um ferro fundido nodular resfriado


bruscamente (“congelado”) durante a solidificação, permitindo a observação o padrão de
(8)
crescimento das células eutéticas .

Figura 9 – Microestrutura de ferro fundido nodular resfriado bruscamente durante a


(8)
solidificação (“congelado”), permitindo a visualização da interface sólido / líquido .

As evidências da Figura 9 mostram que a solidificação ocorre pela incorporação de


células eutéticas formadas independentemente à frente da interface sólido/líquido. Alguns
autores apresentam diferentes modelos de crescimento para a interface sólido/líquido em ferros
(8-10)
fundidos nodulares , como ilustra a Figura 10.

7
(a)

(b)

(c)

Figura 10 – Modelos de crescimento da interface sólido/líquido em ferros fundidos nodulares.


(9)
Formação de células eutéticas independentes (a) , crescimento acoplado de nódulos de
(8)
grafita seguido de dendritas de austenita (b) e crescimento de células eutéticas formadas por
nódulos de grafita e halo de austenita, com distorção da interface austenita/líquido nas últimas
(10)
fases da solidificação devido à segregação intercelular (c) .
(11)
Segundo Kurtz e Fisher , a formação de dendritas eutéticas é uma manifestação de
instabilidade de crescimento da interface eutético / líquido na presença de um terceiro elemento
de liga.
A Figura 11 apresenta a microestrutura de um ferro fundido nodular ferrítico com
colônias de perlita interdendríticas, revelando o padrão de segregação interdendrítico que
ocorreu durante a solidificação, fortalecendo as hipóteses propostas nas Figuras 10b e 10c.

8
Figura 11 – Microestrutura de ferro fundido nodular ferrítico com colônias de perlita distribuídas
nas regiões interdendríticas, confirmando que o padrão de segregação é interdendrítico, como
proposto nas Figuras 10b e 10c.

O modo de solidificação dos ferros nodulares promove pelo menos duas etapas de
(1-4)
contração volumétrica, separadas por uma etapa de expansão volumétrica , a saber:
1. Contração primária decorrente da redução de volume do líquido ao se
resfriar da temperatura de vazamento até o começo de solidificação,
seguida da contração de solidificação das dendritas de austenita (a
expansão volumétrica decorrente da expansão da grafita primária
normalmente é desconsiderada por ser de valor pequeno);
2. Expansão volumétrica decorrente da precipitação de grafita do eutético;
3. Contração secundária decorrente da contração de solidificação da
austenita do eutético que envolve os nódulos de grafita e das fases
intercelulares (austenita e, eventualmente, carbonetos eutéticos);

9
4. Técnicas de Alimentação de Ferros Fundidos Cinzentos e
Nodulares

O método tradicionalmente utilizado para a alimentação de peças fundidas de aço é a


solidificação direcional para os massalotes, ou seja, o pescoço de ligação entre massalote
e peça deve solidificar posteriormente à peça, para evitar a interrupção da alimentação pelo
massalote. Além disto, o massalote deve ser a última parte do sistema a se solidificar, após
abastecer toda a contração da peça. A Figura 12 Ilustra como ocorre a alimentação da peça
pelo princípio da solidificação direcional.

a)

b)

c)
Figura 12 – Esquema ilustrando a alimentação de uma peça de aço através do uso de
massalote. A técnica utilizada é a solidificação direcional, ou seja, a solidificação da peça deve
ocorrer antes da solidificação do pescoço de ligação massalote/peça e, finalmente, ocorre a
solidificação do massalote.

Devido ao modo de solidificação dos ferros fundidos formar poças de líquido isoladas
(vide Figuras 7 e 9), a alimentação da contração secundária destas poças de líquido pelos
massalotes só é eficaz em peças que apresentam elevados gradientes térmicos em direção a
estes massalotes, deixando canais intercelulares para a passagem do líquido vindo dos
massalotes.

10
Um exemplo tradicional deste tipo de alimentação é o bloco em Y, utilizado para
obtenção de corpos de prova para avaliação de propriedades mecânicas em ferros fundidos
nodulares, como ilustra a Figura 13.

Figura 13 – Esquema de fundição de blocos em “Y” segundo norma ASTM A536, utilizando
alimentação tradicional, com baixo rendimento metálico. Adaptado da referência 4.

Na grande maioria das peças fabricadas em ferros fundidos, os gradientes térmicos de


solidificação não são acentuados, como no caso do Bloco em “Y”, resultando em problemas
para a alimentação da contração secundária. Neste caso, o metal vindo do massalote teria que
permear através de finos canais líquidos entre as células eutéticas, podendo ocorrer
(3)
interrupções que levariam a defeitos de rechupe secundário . Esta situação é ilustrada na
Figura 14.

a)

b)

c)
Figura 14 – Esquema ilustrando a alimentação de uma peça de ferro fundido através do uso de
massalote. Note que com a solidificação direcional para o massalote, podem restar poças de
metal líquido isoladas do contato do massalote pelas células eutéticas. Estas poças de metal
líquido desenvolverão porosidades (rechupes secundários).

11
Como a técnica de solidificação direcional não é eficiente na maioria dos casos de
peças de ferros fundidos, a técnica de alimentação tipicamente utilizada é completamente
diferente.

No caso dos ferros fundidos com grafita, os massalotes devem alimentar somente a
contração primária inicial, ocorrendo a solidificação da ligação entre massalote e peça, no início
da expansão da grafita (antes do final da solidificação da peça).

A solidificação prematura do pescoço de ligação deve ocorrer para impedir o escape de


metal líquido da peça para o massalote, durante a expansão volumétrica promovida pela
formação da grafita, como ilustra a Figura 15.

Figura 15 – Esquema ilustrando o princípio utilizado na alimentação de uma peça de ferro


fundido através do uso de massalote para alimentação somente da contração primária. Após a
solidificação do pescoço, a expansão volumétrica devido à formação de grafita promove um
aumento na pressão do restante do metal no estado líquido. Durante a fase final de
solidificação, a contração secundária alivia a pressão do metal líquido sem atingir níveis tão
baixos de pressão que resultem na formação de porosidades (rechupe secundário).

Esta técnica baseia-se no armazenamento da força decorrente da expansão


volumétrica de formação da grafita na forma de aumento de pressão na fase líquida. Durante a
contração secundária, esta pressão é reduzida, mas sem causar uma redução de pressão
capaz de desenvolver porosidades.

Para que ocorra este armazenamento, a massa de metal em processo de solidificação


deve estar isolada do exterior, ou seja, as ligações da peça com massalotes e com o sistema
de canais devem estar completamente solidificadas quando começar a expansão da grafita,
para evitar perda de pressão por refluxo.

12
Esta técnica também exige que o molde apresente resistência mecânica suficiente para
não se deformar durante o processo de expansão da grafita, o que aliviaria a pressão do
líquido e distorceria as dimensões externas da peça, promovendo o inchamento da peça.

Tipicamente, em ferros fundidos cinzentos se objetiva que a solidificação do pescoço


de ligação entre o massalote e a peça tenha sua solidificação no início da expansão da grafita,
para que não haja refluxo de líquido para os massalotes. Para isto, em ferros fundidos
cinzentos calculam-se as dimensões do pescoço para apresentar um módulo de
resfriamento de 30% a 50% do módulo de resfriamento da secção a ser alimentada.

Para ferros fundidos nodulares esta mesma recomendação pode ser utilizada, mas
como as expansões decorrentes da formação da grafita são muito mais intensas, para
minimizar os problemas de inchamento de moldes, normalmente se permite algum escape de
líquido por refluxo para os massalotes, aliviando o excesso de pressão. Assim, para ferros
fundidos nodulares recomenda-se que o pescoço apresente módulo de resfriamento de
50% a 80% do módulo da região a ser alimentada, ou seja, a solidificação do pescoço
deve ocorrer um pouco depois do começo da formação da grafita.
(12-14)
Alguns autores indicam correlações gráficas entre o módulo de resfriamento da
peça e o módulo de resfriamento do pescoço para ferros fundidos nodulares, como mostra a
Figura 16.

Figura 16– Recomendações para dimensionamento do pescoço de ligação massalote/peça


para massalote de alívio de pressão em função do modulo de resfriamento da região critica da
peça em ferro fundido nodular. Adaptado da referência 16.

Um exemplo prático da aplicação desta técnica de alimentação para ferros fundidos


nodulares encontra-se na Figura 17.

13
Mpeça = 0,6 cm

Mpeça = 0,9 cm

Mpescoço = 0,45 cm

Figura 17 – Exemplo prático de alimentação de peça de ferro fundido nodular com módulo de
resfriamento da região grossa de 0,9cm. A alimentação da região grossa é feita através de uma
região fina da peça, com módulo de resfriamento de 0,6cm, através do uso de massalote com
pescoço de ligação massalote/peça com módulo de resfriamento de 0,45cm (50% do módulo
da região grossa da peça).
Estas recomendações de dimensões dos pescoços auxiliam na alimentação das peças
de ferros fundidos, mas não garantem o resultado final por depender de outras variáveis de
processo, tais como: as condições de solidificação do ferro fundido, a temperatura de
vazamento e a resistência do molde de areia.

A condição de solidificação de um ferro fundido e, principalmente, o momento de


(15-16)
formação da grafita podem variar dependendo da condição metalúrgica do banho
(composição química, tipo de grafita, grau de nucleação natural, nível de inoculação, eficiência
de inoculação, tipo de carga, etc).

Esta variável pode explicar a grande maioria das crises de defeitos de rechupe
observadas em produções seriadas de peças de ferros fundidos sem nenhuma explicação
aparente.

14
5. Avaliação da Eficiência de Alimentação pelo Aspecto Típico dos
Massalotes

A técnica mais utilizada para alimentação de ferros fundidos cinzentos e nodulares


baseia-se na relação entre a solidificação do pescoço e a solidificação do ferro fundido. Assim,
o sucesso dos projetos de alimentação de peças em ferros fundidos depende o projeto dos
pescoços de ligação massalote peça e da estabilidade da condição metalúrgica dos banhos.
O projeto do pescoço é de fundamental importância nesta técnica de alimentação,
devendo encontrar-se abertos durante as contrações primárias da peça, suprindo as
contrações primarias da solidificação.
A técnica mais utilizada para alimentação de ferros fundidos cinzentos tem como
princípio a alimentação da contração primária pelos massalotes, em seguida deve ocorrer a
solidificação dos pescoços de ligação massalote/peça, armazenando pressão para garantir a
(2-4)
alimentação da contração secundária .

Como resultado da utilização desta técnica, os massalotes devem apresentar rechupe


sem evidências de refluxo de metal da peça para o massalote. Assim, massalotes com bom
funcionamento deveriam exibir a aspecto ilustrado na Figura 18b, enquanto que se houve
escape de pressão por refluxo, possibilitando a ocorrência de rechupe secundário, o aspecto
típico é o ilustrado na Figura 18a.

Figura 18– Aspecto típico de massalotes de peças de ferros fundidos cinzentos em que o
sistema de alimentação teve um bom funcionamento (b) e em sistema de alimentação que
permitiu escape de pressão, com ocorrência de refluxo da peça (a).

Na Figura 18a, o massalote apresenta uma a gota arredondada no fundo do rechupe


mostrando que houve escape de pressão por refluxo da peça para o massalote. Para um
melhor funcionamento deste sistema de alimentação o pescoço de ligação massalote/peça
deve ser diminuído, reduzindo o risco de ocorrência de rechupes secundários na peça fundida.

Como em ferros fundidos nodulares a geração de pressão sobre o molde é muito mais
intensa do que em ferros fundidos cinzentos, a técnica de alimentação utilizada é permitir o
escape de parte da pressão gerada no início da formação do eutético, evitando a deformação
da peça fundida por inchamento. Para isto, as dimensões dos pescoços devem ser maiores do
que no caso de ferros fundidos cinzentos.

15
Desta forma, num primeiro momento o massalote supre a contração primária da peça
e, em seguida, permite escape de alguma pressão gerada na cavidade do molde na forma de
refluxo de líquido para o massalote. O restante da expansão da grafita ocorre com a cavidade
do molde isolada, contribuindo para o aumento de sua pressão interna. Durante a contração
secundária, esta pressão acumulada é parcialmente aliviada, mas sem o risco de ocorrência de
rechupe secundário.

Nesta técnica a formação de rechupes secundários é evitada através do acúmulo de


pressão gerada durante a expansão volumétrica da grafita, resultando em poças de líquido
intercelular com elevada pressão. Este excesso de pressão armazenada no líquido intercelular
evita que a redução de pressão devido à contração secundária diminua a pressão do metal a
(2-4)
níveis críticos, capazes de formar os rechupes intercelulares .

Como no massalote de alívio de pressão é necessário algum escape de pressão, a


verificação do bom funcionamento do sistema massalote/pescoço/peça pode ser feita com uma
simples análise do aspecto do massalote, como mostra a Figura 19.

(a) (b)
Figura 19 - Aspecto típico de massalote de alívio de pressão cortado (a), exibindo o rechupe e
um sinal de refluxo de metal da peça (gota de re-enchimento). Aspecto típico de massalote de
alívio de pressão em que o pescoço fechou prematuramente (b), apresentando rechupe sem
sinal de refluxo, o que pode levar ao inchamento da cavidade.

Os desvios mais freqüentes neste tipo de técnica de alimentação estão descritos a


(2-4)
seguir :
1. Fechamento prematuro do pescoço (módulo do pescoço inferior ao necessário
ou metal com baixo grau de nucleação) – O sistema não permite o escape de parte
da pressão de expansão da grafita e promove um grande acúmulo de pressão na
cavidade do molde. Para moldes de areia a verde pode ocorrer o inchamento da
cavidade e à formação de rechupe secundário, como ilustra a Figura 20a;
2. Fechamento tardio do pescoço (módulo do pescoço superior ao necessário ou
metal com grau de nucleação excessivo) – O sistema permite escape excessivo de
pressão da cavidade do molde através de refluxo de líquido para os massalotes.
Isto limita o aumento da pressão devido à expansão da grafita e permitindo a
ocorrência de rechupe secundário nas peças. O desvio mais frequente neste
quesito é o uso de pequena distância entre peça e massalote que por criar um
superaquecimento localizado da areia, distorce o módulo térmico do pescoço para
valores superiores ao módulo geométrico calculado, como mostra a Figura 20b;

16
(a)

(b)
(c)
Figura 20 – Peça fundida em ferro nodular com módulo do pescoço inferior ao necessário, que
acabou por sofrer inchamento da superfície superior da peça (a). Peça fundida em ferro nodular
com pequeno comprimento do pescoço que promove a distorção do módulo geométrico do
pescoço devido ao superaquecimento da areia entre massalote e região elevada da peça.
Como resultado, o pescoço apresenta tempo de solidificação excessivo, promovendo a
formação de rechupe secundário (b e c).

17
6. Uso de Simulação de Solidificação para Projeto de Alimentação de Peças
Fundidas

Normalmente, para realizar um projeto de alimentação de peças fundidas, a primeira


operação realizada pelos operadores de programas de simulação é a solidificação da peça
sem canais e sem massalotes, para determinar os “pontos quentes”, ou seja, as últimas regiões
a se solidificarem.

O resultado desta simulação pode induzir o operador a projetar o sistema de


alimentação com o uso de massalotes para alimentar todos os pontos quentes isolados da
(17)
peça : Tomando o exemplo da peça da Figura 21 seria natural a colocação de um massalote
para alimentar a região mais grossa da peça (que apresenta módulo de resfriamento de
0,9cm), mas não através da flange que apresenta de módulo menor (0,6cm).

Este tipo de interpretação errônea dos resultados de simulação poderia levar a projetos
(17)
com um número de massalotes excessivo e com rendimentos metálicos baixos :

A lógica utilizada pelos programas de simulação baseia-se na troca térmica e nas


diferenças de temperatura entre as regiões da peça. Assim, o resultado final de eliminação dos
pontos de porosidades (pontos quentes isolados na peça) somente ocorrerá com sistemas de
(17)
alimentação baseados em solidificação direcional para os massalotes :

a)

a) b)
Figura 21 – Resultados de simulação de solidificação de carcaça de ferro fundido nodular.
Note-se que foram utilizados dois conceitos distintos neste projeto de alimentação: o pescoço e
massalote foram projetados para solidificação direcional (a) e o anel inferior (com módulo de
resfriamento de 0,491cm) tem sua alimentação através de uma parede com módulo de
resfriamento de 0,296cm (60% do módulo da região a ser alimentada) (b).

18
A Figura 22 apresenta um exemplo de resultado de simulação de um virabrequim que,
apesar de apresentar solidificação prematura do pescoço, como recomendado na técnica de
alimentação de ferro fundido nodular, apresentou porosidades de rechupe secundário. A
Figura 23 apresenta o aspecto das porosidades de rechupe secundário que ficaram visíveis
após a usinagem da peça.

Figura 22 – Resultado de simulação de solidificação de um virabrequim de ferro fundido


nodular, que apesar de ter a solidificação prematura do pescoço, como determina a técnica de
alimentação destas ligas, apresentou porosidades de rechupe secundário.

Figura 23 – Presença de porosidades de rechupe secundário em virabrequim de ferro fundido


nodular alimentado segundo o projeto da Figura 22.

O problema de rechupe secundário ocorre quando o pescoço de ligação


massalote/peça fica aberto por tempo excessivo, deixando ocorrer escape de líquido por
refluxo para o massalote, durante a expansão volumétrica de formação da grafita. Para
minimizar co problema, a ligação entre massalote e peça deve ser reduzida, acelerando ainda
mais a sua solidificação e diminuindo as perdas por refluxo.

A Figura 24 apresenta o resultado de simulação de solidificação obtido após a redução


do diâmetro do pescoço. Com esta redução, os problemas de porosidades por rechupe
secundário foram eliminados.

19
Figura 24 – Simulação de solidificação inicial, com solidificação do pescoço em 18 s, que
apresentou porosidades de rechupe secundário e a nova condição, com pescoço reduzido,
com solidificação do pescoço em 14 s, onde as porosidades de rechupe secundário não foram
observadas.

O maior problema prático no uso de simulação de solidificação é a determinação do


tamanho do pescoço capaz de garantir a alimentação das contrações primárias e solidificar no
momento certo, para garantir o acúmulo da pressão gerada pela expansão da grafita.
(17)
As variáveis envolvidas nesta decisão são :

1. Variáveis metalúrgicas: tipo de ferro fundido, morfologia da grafita, grau de


nucleação natural, eficiência de inoculação, temperatura de vazamento, etc;

2. Variáveis do molde: a principal variável é a rigidez do molde, que no caso de areia


a verde depende da compactabilidade da areia, da força de moldagem, do perfil da
peça, etc;

3. Variáveis do pescoço: dimensões do pescoço, efeito de entalhe, efeito térmico da


peça e do massalote, etc;

Para exemplificar uma situação prática, a Figura 25 apresenta os resultados de 3


simulações para alimentação de uma manga de eixo de ferro fundido nodular com dimensões
de pescoço diferentes.

Seguindo a técnica de alimentação de ferros fundidos nodulares, em todas as


simulações os pescoços se solidificam prematuramente em relação à peça. Entretanto, como
os pescoços apresentam tempos de solidificação diferentes, a quantidade de metal líquido
restante nas peças também é diferente. Qual é a dimensão correta do pescoço a ser aplicada
na prática?

Para responder a esta pergunta pode-se adotar as recomendações da literatura para o


tamanho do pescoço de ferro fundido nodular (módulo de resfriamento deve estar entre 50 e
80% do módulo de resfriamento da peça). Outra maneira seria fazer ajustes precisos no
sofware quanto às condições metalúrgicas do ferro fundido e comparar os resultados de
(17)
simulação com resultados práticos de alimentação da peça :

20
a)

b)

c)
Figura 25 – Diferentes dimensões de pescoço de ligação entre massalote e peça (manga de
eixo em ferro fundido nodular) resultando em diferentes tempos de solidificação do pescoço e
diferentes frações de metal no estado líquido na peça.

Lembrando que a recomendação mais usual de tamanho do pescoço de ligação


massalote/peça para ferro fundido nodular é a de 50 a 80% do tempo de solidificação da parte
grossa da peça, as simulações da Figura 25 poderiam ser interpretadas da seguinte maneira:

1. Com a dimensão do pescoço correspondente a 35% do tempo de


solidificação da parte grossa da peça (Figura 25a) a solidificação do pescoço é
rápida e resta uma grande quantidade de metal no estado líquido na peça.
Possivelmente, a alimentação da contração primária seria incompleta e seria
formado um rechupe primário nos pontos quentes da peça, formando um
rebaixamento ou um vazio interno.

21
2. Com o pescoço correspondente a 60% do tempo de solidificação da
parte grossa da peça (Figura 25b) a solidificação do pescoço ocorreria no final da
contração líquida. Possivelmente, a alimentação da contração primária ocorreria
com metal vindo do massalote através do pescoço e, com sua solidificação, a
pressão de expansão da grafita promoveria a alimentação da contração
secundária. Nesta condição, provavelmente a alimentação da peça seria bem
sucedida.

3. Com o pescoço correspondente a 90% do tempo de solidificação da


parte grossa da peça (Figura 25c) a solidificação do pescoço ocorreria no final da
contração secundária. A alimentação da contração primária ocorreria sem
problemas, mas o pescoço ficaria aberto durante a maior parte da expansão da
grafita. Nesta condição, provavelmente ocorreria refluxo de metal da peça para o
massalote e não haveria pressão acumulada no líquido remanescente para evitar a
formação de porosidades de rechupe secundário na peça próximo à ligação com o
pescoço.

Outro problema prático importante na determinação das dimensões do pescoço de


ligação massalote/peça é a influência térmica do massalote e da própria peça. Normalmente,
quanto mais próximo o massalote está da peça (menor o comprimento do pescoço), maior será
o efeito térmico de concentração de calor na areia em torno do pescoço, majorando o valor do
tempo de solidificação deste, embora geometricamente as dimensões correspondam ao
(17)
módulo de resfriamento projetado : Este fato é cada vez mais freqüente nas fundições,
considerando a necessidade de aumentar a quantidade de peças nas placas e de aumentar os
rendimentos metálicos.

A Figura 26 apresenta exemplos de pescoços com os tempos de solidificação


majorados devido à proximidade do massalote em relação à peça, particularmente no caso de
peças altas em relação à linha de partição.

a) b)

Figura 26 – Exemplo de resultado de simulação (a) e de peça alta em relação à linha de


partição (b) com pequena distância entre massalote e peça, promovendo um ponto quente na
região do pescoço. Nota-se a formação de rechupe primário por rebaixamento na peça na
região do massalote por elevada concentração de calor (seta) (b).

Neste caso extremo, a concentração de calor foi tão elevada que percebe-se a
formação de rechupe primário (rebaixamento externo) na superfície da peça junto ao
massalote.

Ao mesmo tempo, como o pescoço ficou aberto por longo tempo, verifica-se a
formação de porosidades de rechupe secundário na região da quebra do massalote, como
mostra a Figura 27.

22
a) b) c)

Figura 27 – Evidências de porosidades de rechupe secundário na região da quebra do


massalote da peça da Figura 26b.

A Figura 28 mostra como os resultados de módulos de resfriamento obtidos por


simulação de solidificação de uma peça de ferro fundido nodular podem ser utilizados para
projetar um sistema de alimentação eficiente sem usar o conceito de alimentação direcional.

Para que um massalote colocado na região central da peça tivesse a capacidade de


alimentar os pontos quentes laterais (Figura 28a), as regiões intermediárias deveriam
apresentar um módulo de pelo menos 50% do módulo dos pontos quentes laterais, como
mostra a Figura 28b.

a)

b)

Figura 28 – Exemplo de peça com 3 pontos quentes que poderiam ser alimentada por um
único massalote colocado na região central da peça (a). Os pontos quentes laterais poderiam
ser alimentados pelo ponto quente central desde o módulo de resfriamento das regiões
intermediárias fossem superiores a 50% do módulo de resfriamento de cada um dos pontos
quentes laterais (b).

23
O tamanho do pescoço de ligação do massalote com a região central da peça foi
projetado para ter módulo entre 0,4 cm e 0,6 cm, entre 50% e 80% do módulo da região central
da peça (0,8 cm). O resultado final do projeto de alimentação é apresentado na Figura 29.

Figura 29 – Resultados de simulação do sistema de alimentação da peça com um único


massalote central. O aspecto típico dos massalotes cortados mostra que houve alimentação da
contração primária, sem a ocorrência de refluxo (setas).

A Figura 30 apresenta um caso semelhante de peça em ferro fundido nodular que


apresenta pelo menos 3 pontos quentes isolados.

24
Figura 30 – Resultado da simulação da peça evidenciando a presença de 3 pontos quentes na
peça (setas).

A Figura 31 exibe os resultados de cálculo dos módulos de resfriamento dos pontos


quentes laterais e de suas respectivas regiões de ligação ao ponto quente central. Como o
critério de pelo menos 50% do módulo da região a ser alimentada foi atendido, optou-se por
alimentar a peça através de um único massalote central.

Figura 31 – A comparação dos módulos de resfriamento obtidos pela simulação de


solidificação mostra que os pontos quentes dos braços podem ser alimentados pelo ponto
quente central.

A partir deste resultado, o massalote central foi projetado para ter um pescoço com
módulo entre 0,45 cm e 0,72 cm, entre 50% e 80% do módulo de resfriamento da região central
da peça (0,9 cm). O resultado final do projeto de alimentação é apresentado na Figura 32.

25
Figura 32 – Resultados de simulação do sistema de alimentação com um único massalote
central. O aspecto típico dos massalotes cortados mostra que houve alimentação da contração
primária, sem a ocorrência de refluxo (setas).

7. Comentários Finais

A técnica de alimentação de peças em ferros fundidos com grafita não deve utilizar o
conceito de solidificação direcional normalmente aplicado a outras ligas fundidas. A técnica
mais utilizada considera massalotes somente para alimentar as contrações primárias e usa a
expansão da grafita como forma de acumular pressão no líquido remanescente, garantido a
alimentação da contração secundária.

Desta forma, o projeto do pescoço de ligação entre massalote e peça é de fundamental


importância para o bom funcionamento do sistema de alimentação. Além disto, como o sucesso
do sistema depende do momento em que ocorre a expansão da grafita (formação das células
eutéticas), variações nas condições metalúrgicas dos banhos podem fazer com que sistemas
de alimentação que trabalham bem por muitos dias passem a promover peças com rechupes.

O aspecto dos massalotes após corte pode gerar informações extremamente


importantes para um diagnóstico do funcionamento do sistema de massalotes.

Como o conceito de solidificação direcional não deve ser aplicado na alimentação de


peças em ferros fundidos cinzentos e nodulares, as simulações de solidificação não podem ser
aplicadas diretamente na definição dos sistemas de alimentação. Ao mesmo tempo, as
informações de módulo de resfriamento obtidas por estas simulações são extremamente
importantes para o projeto dos sistemas de alimentação.

26
8. Referências Bibliográficas

1. Souza Santos, A. B. e Castello Branco, C. H. – Ferros fundidos cinzentos e


nodulares, 1989, Publicação do IPT n°1100, São Paulo, 205 p.
2. Cavalcanti, A.H.; Corrêa, E.R. e Fuoco, R. – Caracterização de porosidades
em ferros fundidos cinzentos e nodulares. 13° Congresso de Fundição -
CONAF 2007, organizado pela ABIFA, ABAL e ABMM, setembro de 2007,
São Paulo.
3. Fuoco, R., Corrêa, E.R. and Cavalcanti, A.H., Caracterização de
porosidades em ferros fundidos cinzentos e nodulares – Trabalho
apresentado no CONAF 2007, organizado pela ABIFA – Associação
Brasileira de Fundição, São Paulo, setembro de 2007.
4. Fuoco, R. and Corrêa, E.R. - Rechupes secundários em ferros fundidos
nodulares: características e soluções – Trabalho apresentado no CONAF
2009, organizado pela ABIFA – Associação Brasileira de Fundição, São
Paulo, 22 a 25 de setembro de 2009.
5. Production of Ductile Cast Iron – BCIRA Membership Services, Apostila de
curso organizado pela ABIFA.
6. Sinha N. P. and Kondic, V. – Theory and practice of feeding spheroidal
graphite iron castings. The British Foundryman, 67 (6), 155-65, Jun. 1975.
7. Siclari, R., Margaria, T., Berthelet, E. and Fourmann, J. – Micro-shrinkage in
ductile iron / mechanism & solution – Keith Mills Symposium on Ductile
Cast Iron, 2003.
8. Waterfall , S. E., Fredricksson, H. and Hillert, M. – Solidification process in
nodular cast iron – Journal of the Iron and Steel Institute, 210 (5), May 1972,
p. 323-33.Charbon, C. and Rappaz, M.: in Stefanescu, D. M. – Modeling of
cast iron solidification – The defining moments – Metallurgical and
Materials Transactions A, volume 38A, July 2007, p. 1433-47.
9. Ruxanda, R., Beltran-Sanchez, L., Massone, J. and Stefanescu, D.M. –
th
Transaction of the 105 Casting Congress, AFS, 2001, p.37
10. Stefanescu, D. M. – Modeling of cast iron solidification – The defining
moments – Metallurgical and Materials Transactions A, volume 38A, July
2007, p. 1433-47.
11. Kurz, W. and Fisher, D. J. – Fundamental of solidification – Trans Tech
Publications 1989, 3° edition, AFS Special Report, 2001.
12. David, E. – Shrinkage in nodular iron – Ductile Iron News, Issue 3, 2001.
13. Karsay, S. I. – Ductile Iron Production - Quebec Iron and Titanium
Corporation, 1971, 185 p.
14. The Sorelmetal Book of Ductile Iron – Rio Tinto Iron & Titanium Inc.
Montreal, 2004, 174 p.
15. Fuoco, R.; Corrêa, E. R.; Santos, E. R. e Amaral, D. D. – Otimização do uso
de inoculantes em ferros fundidos cinzentos utilizando análise térmica,
CONAF 2005, organizado pela ABIFA, ABAL e ABMM, de 27 a 30 de
setembro de 2005, São Paulo.
16. Fuoco, R. , Corrêa, E.R, Cavalcanti, A.H. e Santos, E.R. – Determinação do
grau de nucleação de ferros fundidos cinzentos via análise térmica,
CONAF 2003, organizado pela ABIFA , realizado 23 a 26 de setembro de
2003 em São Paulo.
17. Úbeda, V., Isler, C. e Fuoco, R. - Ferros fundidos – Integração entre
simulação e Técnicas de Alimentação, CONAF 2011, organizado pela
ABIFA – Associação Brasileira de Fundição, realizado entre 04 e 07 de
outubro de 2011 em São Paulo.

27

Você também pode gostar