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MANUTENÇÃO EM MANCAIS E

ROLAMENTOS

Prof. Casteletti
Atrito

É o contato existente entre duas


superfícies sólidas que executam
movimentos relativos.
 O atrito provoca calor e desgaste
entre as partes móveis.
 O atrito depende diretamente do
acabamento superficial e do tipo de
material que é fabricado as peças.
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Mancais: classificação

 Mancais de deslizamento:
São constituídos de uma
bucha fixada num suporte.
Esses mancais são usados em
máquinas pesadas ou em equipamentos
de baixa rotação, porque a baixa
velocidade evita superaquecimento dos
componentes expostos ao atrito.
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Mancais: classificação

 Mancais de rolamento:
São aqueles que comportam
esferas e rolos nos quais o eixo
se apoia.
Quando o eixo gira, as esferas ou
rolos também giram confinados dentro
do mancal. Neste caso, o atrito
formado entre as partes é de
rolamento. Prof. Casteletti
Vantagens dos Rolamentos

 menor atrito e
aquecimento;
 baixa exigência de
lubrificação;
 intercambialidade internacional;
 não há desgaste no eixo;
 pequeno aumento da folga durante a
vida útil.
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Desvantagens dos Rolamentos

 maior sensibilidade
aos choques;
 maiores custos de
fabricação;
 tolerância pequena para carcaça e
alojamento do eixo;
 não suporta cargas tão elevadas
como os mancais de deslizamento;
 ocupa maior espaço radial.
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Normalização de Rolamentos

A normalização de um rolamento é
feita a partir do diâmetro interno.

Para cada diâmetro são definidas três


séries de rolamentos:
Leve: são usadas para cargas
pequenas
Média ou pesada: utilizados para cargas
mais pesadas. Prof. Casteletti
Classificação dos rolamentos:

 Rolamentos radiais: são construídos


para suportar cargas
atuando perpendicularmente
ao eixo.

 Rolamentos axiais: são rolamentos


projetados para suportar
cargas que atuam na direção
do eixo.
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Classificação dos rolamentos:

 Rolamentos mistos: suportam tanto


carga radial como axial.
Impedem o deslocamento
tanto no sentido
transversal quanto axial.

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Tipos de Cargas em Rolamentos

Os rolamentos
podem receber três
tipos de carga:
- carga rotativa;
- carga fixa;
- cargas rotativas e
fixas.

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Componentes dos Rolamentos

 Vedação: previne a contaminação por


penetração de partículas e retém o
lubrificante no rolamento.

 Corpos girantes: trabalham entre o


anel externo e interno do rolamento.
Podem ser: esfera, rolo esférico
simétrico e assimétrico, rolo
cilíndrico, agulha e rolo cônico.
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Componentes dos Rolamentos:
Corpos girantes

 Esferas:Menor atrito (contato uniforme),


maior velocidade e
trabalha com cargas
leves ou médias.

 Rolos:Maior atrito
(maior contato),
menor velocidade e
trabalham com
cargas médias e pesadas.
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Componentes dos Rolamentos:
Corpos girantes

 Agulhas: Tem as mesmas características


dos rolos, pois a agulha nada mais é do
que um rolo mais fino e alongado, porém
tem a vantagem de ocupar menor espaço
radial.

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Componentes dos Rolamentos

 Anéis externo e interno: são as


partes por onde os
rolamentos serão
fixados ou alojados.
São fabricados de aços
temperados; aço cromo
contendo 1% de
carbono e 1,5% de cromo; aço liga
cromo-níquel ou cromo-manganês.Prof. Casteletti
Componentes dos Rolamentos

Gaiolas: São responsáveis por:


- evitar o contato entre os corpos
girantes para minimizar o atrito e a gera
de calor;
- guiar os corpos girantes;
- fornecer espaço para a lubrificação;
- reter os corpos girantes quando os
rolamentos separativos são
montados ou desmontados. Prof. Casteletti
Componentes dos Rolamentos:
Variação das Gaiolas
 Gaiola de Poliamida (P): pouco peso, alta
alasticidade, boas propriedades de deslizamen
boa lubrificação marginal,
limite de temperatura de +120ºC.
 Gaiola de aço (J): pouco peso, alta
resistência, alto limite de temperatura, alta
resistência à vibração e aceleração e
sensível à falta de lubrificação.
 Gaiola de latão (M): altíssima resistência à
vibração e aceleração, apropriada para altas
velocidades de trabalho com circulação
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Tipos de Rolamentos:
Fixo de uma carreira de esferas
a) opera em altas velocidades;
b) baixa capacidade de ajuste
angular
c) preço vantajoso;
d) é aplicado onde se quer baixo
ruído e baixa vibração;
e) pouca manutenção e atenção em
serviço;
f) suporta cargas radiais e pequenas
cargas axiais;
g) requer perfeito alinhamento entre o
eixo e os furos da caixa;
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Tipos de Rolamentos:
Auto-compensador de esferas

a) É um rolamento com duas carreiras de esferas


com pista esférica no anel externo;
b) Tem a propriedade de ajustes angulares,
compensado possíveis desalinhamentos ou
flexões do eixo (entre 4 e 7º para cargas normais);
c) Podem ter furos cilíndricos ou cônicos;
d) Pode ter o anel interno prolongado. Prof. Casteletti
Tipos de Rolamentos:
Contato angular de uma carreira de esferas

a) São adequados para suportarem


cargas axiais em um sentido ou
cargas combinadas;
b) As esferas e os anéis internos
formam ângulos variando entre
15º, 25º, 30º e 40º;
c) Quanto maior o ângulo de contato, maior será a
capacidade de carga axial;
d) Quanto menor o ângulo de contato melhor será
para altas rotações e melhor a sua precisão;
e) Devem ser montados aos pares para poder
receber cargas axiais nos dois sentidos
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Tipos de Rolamentos:
Contato angular de uma carreira de esferas

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Tipos de Rolamentos:
Rolo Cilíndrico

a) É apropriado para cargas radiais elevadas;


d) Seus componentes são separáveis, o que facilita
a montagem e desmontagem;
c) As gaiolas podem ser de latão usinado, nylon
ou aço prensado. Prof. Casteletti
Tipos de Rolamentos
Auto-compensador de uma carreira de rolos

Seu emprego é particularmente indicado para


construções em que se exige uma grande
capacidade para suportar carga radial e a
compensação de falhas de alinhamento.
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Tipos de Rolamentos
Auto-compensador de duas carreiras de rolos

É um rolamento adequado aos mais pesados


serviços.
Os rolos são de grande diâmetro e comprimento.
Devido ao alto grau de oscilação entre os rolos e
pistas, existe uma distribuição uniforme da carga.
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Tipos de Rolamentos
Rolos Cônicos

Além de cargas radias, os rolamentos de rolos cônicos


também suportam cargas axiais em um sentido.
Os anéis são separáveis. O anel interno e o externo
podem ser montados separadamente. Como só admitem
cargas axiais em um sentido, torna-se necessário montar
os anéis aos pares, um contra o outro. Prof. Casteletti
Tipos de Rolamentos
Axial de esferas

Admitem elevadas cargas axiais, porém, não podem


ser submetidos a cargas radias. Para que as esferas
sejam guiadas firmemente em suas pistas, é
necessária a atuação permanente de uma carga axial
mínima. Prof. Casteletti
Tipos de Rolamentos
Axial auto-compensador de rolos

Possui grande capacidade de carga axial devido à


disposição inclinada dos rolos.
Também pode suportar consideráveis cargas radiais.
A pista esférica do anel da caixa confere ao
rolamento a propriedade de alinhamento angular,
compensando possíveis desalinhamentos ou flexões
do eixo. Prof. Casteletti
Tipos de Rolamentos
Agulha

Possui uma seção transversal muito fina em


comparação com os rolamentos de rolos comuns.
É utilizado especialmente quando o espaço radial é
limitado.
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Tipos de Rolamentos
Com proteção

Precisam ser protegidos ou vedados em função das


características de trabalho.
A vedação é feita por blindagem (placas)

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O que é vida útil de um rolamento?

É o número de revoluções ou horas de


trabalho à uma determinada rotação que o
rolamento pode atingir antes que se
manifeste o primeiro sinal de fadiga em um de
seus anéis ou corpos girantes.
 Ela depende de alguns fatores: temperatura
de trabalho, tipo de carga, cuidados na sua
instalação, tipo de lubrificante e de
lubrificação, vibrações, tipo de manutenção,
etc.
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Prevenção de falhas prematuras

 Montagem Incorreta: Cerca


de 16% de todas as falhas
prematuras nos
rolamentos são causadas
por má montagem
(usualmente impactos
fortes) e pelo
desconhecimento da
disponibilidade das
ferramentas de montagem
corretas.

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Prevenção de falhas prematuras

 Lubrificação Inadequada: Embora


os rolamentos “vedados para vida”
possam ser montados e
aquecidos,cerca de 36% das falhas
prematuras são causadas por
especificação incorreta e aplicação
inadequada do lubrificante. Sendo
assim, o rolamento falhará muito
antes de sua duração, pois
geralmente são os componentes
menos acessíveis das máquinas.
Lubrificação muito freqüente ou
negligenciada, constitui um
problema. Prof. Casteletti
Prevenção de falhas prematuras

 Contaminação: Um rolamento é
um componente de precisão
que não funcionará eficazmente
a menos que tanto ele próprio
como os seus lubrificantes
estejam isolados de
contaminação. 14% de todas as
falhas prematuras são
atribuídas aos problemas de
contaminação.

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Prevenção de falhas prematuras

 Fadiga: Sempre que as máquinas


estejam sobrecarregadas, servidas
incorretamente ou sem apoio, os
rolamentos sofrem as conseqüências,
resultando em 34% de todas as falhas
prematuras nos rolamentos. Podem-se
evitar falhas súbitas ou inesperadas
desde que os rolamentos
negligenciados ou fadigados emitam
sinais de alarme, que podem ser
detectados e interpretados com a
utilização de equipamentos de
monitorização.
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Defeitos comuns dos Rolamentos

Podem ocorrer por:


 Desgaste
- deficiência de lubrificação;
- presença de partículas abrasivas;
- oxidação (ferrugem);
- desgaste por patinação (girar em falso);

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Defeitos comuns dos Rolamentos

 Fadiga
A origem da fadiga está no deslocamento
da peça, ao girar em falso.
A peça se descasca, principalmente nos casos de
carga excessiva.
Descascamento parcial revela fadiga por
desalinhamento, ovalização ou por conificação do
alojamento.

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Defeitos comuns dos Rolamentos

 Falhas mecânicas
- brinelamento: é caracterizado por depressões
correspondentes aos roletes ou esferas nas pistas
do rolamento.
Resulta de aplicação da pré-carga, sem girar o
rolamento, ou da prensagem do rolamento com
excesso de interferência.

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Defeitos comuns dos Rolamentos

 Falhas mecânicas
- goivagem: é defeito semelhante ao de
brinelamento, mas provocado por partículas
estranhas que ficam prensadas pelo rolete ou
esferas nas pistas.

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Defeitos comuns dos Rolamentos

 Falhas mecânicas
- sulcamento: é provocado pela batida de uma
ferramenta qualquer sobre a pista rolante.

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Defeitos comuns dos Rolamentos

 Falhas mecânicas
- queima por corrente elétrica: é geralmente
provocada pela passagem da corrente elétrica
durante a soldagem. As pequenas áreas queimadas
evoluem rapidamente com o uso do rolamento e
provocam o deslocamento
da pista rolante.

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Defeitos comuns dos Rolamentos

 Falhas mecânicas
- rachaduras e fraturas: resultam, geralmente, de
aperto excessivo do anel ou cone sobre o eixo.
Podem, também, aparecer como resultado do girar
do anel sobre o eixo, acompanhado de sobrecarga.

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Defeitos comuns dos Rolamentos

 Falhas mecânicas
- emgripamento: pode ocorrer devido a lubrificante
muito espesso ou viscoso. Pode acontecer,
também, por eliminação de folga nos roletes ou
esferas por aperto excessivo.

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Verificação dos rolamentos em uso

Na rotina de verificação são usados os seguintes


procedimentos: ouvir, sentir, observar.

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Cuidados com Rolamentos na montagem

 verificar se as dimensões do eixo e cubo estão


corretas;
 usar o lubrificante recomendado pelo fabricante;
 remover rebarbas;
 no caso de reaproveitamento do rolamento, deve-
se lavá-lo e lubrificá-lo imediatamente para evitar
oxidação;
 não usar estopa nas operações de limpeza;
 trabalhar em ambiente livre de pó e umidade.

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Desmontagem de rolamento com
interferência no eixo

A desmontagem de rolamento com interferência no


eixo pode ser feita com um saca-polias. As garras
desta ferramenta deverão ficar apoiadas
diretamente na face do anel interno.

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Desmontagem de rolamento com
interferência no eixo

Na falta de um saca-polias, pode-se usar um


punção de ferro ou de metal relativamente mole,
com ponta arredondada, ou uma outra ferramenta
similar. O punção deverá ser aplicado na face do
anel interno. O rolamento não deverá, em hipótese
alguma, receber golpes diretos
do martelo. Esse método
exige bastante cuidado,
pois há riscos de
danificar o rolamento e o eixo.

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Desmontagem de rolamento com
interferência na caixa
Quando o rolamento possui juste com interferência
na caixa, como em uma roda, ele poderá ser
desmontado com o auxílio de um pedaço de tubo
metálico com faces planas e livres de rebarbas. Uma
das extremidades do tubo é apoiada no anel
externo,
enquanto a extremidade
livre recebe golpes de
martelo.
Os golpes deverão ser
dados ao longo de toda
a extremidade livre do tubo.

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Desmontagem de rolamento com
interferência na caixa

Caso haja ressaltos entre os rolamentos, deve-se


usar um punção de ferro ou de metal relativamente
mole, com ponta arredondada, ou ferramenta
similar. Os esforços deverão ser aplicados sempre
no anel externo.

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Desmontagem de rolamento com
interferência na caixa

O conjunto do anel interno de um rolamento auto-


compensador de rolos ou de esferas pode ser
desalinhado. O desalinhamento permite o uso de um
saca-polias no anel externo.

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Desmontagem de rolamento
montados sobre buchas
Os rolamentos auto-compensadores de rolos ou
esferas são geralmente montados com buchas de
fixação .Essas buchas apresentam a vantagem de
facilitar a montagem e a desmontagem dos
rolamentos, uma vez que o assento do eixo, com o
uso dessas buchas, passa a não necessitar de uma
usinagem precisa.
A ilustração mostra,
da esquerda para a
direita, os seguintes
elementos: porca de
fixação, arruela de
trava, rolamento e
bucha de fixação. Prof. Casteletti
Desmontagem de rolamento
montados sobre buchas

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Montagem de rolamentos

A montagem de rolamentos deve pautar-se nos seguintes


princípios:
• escolher o método correto de montagem;
• observar as regras de limpeza do rolamento;
• limpar o local da montagem que deverá estar seco;
• selecionar as ferramentas adequadas que deverão estar em
perfeitas condições de uso;
• inspecionar cuidadosamente os componentes que
posicionarão os rolamentos;
• remover as rebarbas e efetuar a limpeza do eixo e encostos;
• verificar a precisão de forma e dimensões dos assentos do
eixo e da caixa;
• verificar os retentores e trocar aqueles que estão danificados;
• retirar o rolamento novo - em caso de substituição - da sua
embalagem original somente na hora da montagem. A
embalagem apresenta um protetor antiferruginoso.
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Montagem de rolamentos com
interferência no eixo

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Montagem de rolamentos com
interferência na caixa
• Usar um pedaço de tubo metálico contra a face do
anel externo após a lubrificação das partes a serem
montadas.
• Cuidar para que o rolamento não fique
desalinhado em relação à caixa.
• Utilizar uma prensa hidráulica ou mecânica.
• Aquecer a caixa para a montagem de rolamentos
grandes

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