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Belo Horizonte,
Outubro/2017
FLÁVIO ZAULI BRAGA
Belo Horizonte,
Outubro/2017
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 20 – Potencial eólico para vento médio anual superior a 7 m/s ......................... 33
SUMÁRIO
1 INTRODUÇAO ............................................................................................................. 6
2 OBJETIVO ................................................................................................................... 8
3 JUSTIFICATIVA........................................................................................................... 9
4 MÉTODO ................................................................................................................... 10
5 RESULTADO ............................................................................................................. 25
REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 42
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1 INTRODUÇAO
No Brasil, o cenário é similar. Devido ao grande potencial eólico e solar têm sido
criados cada vez maiores incentivos para o desenvolvimento e utilização destas fontes
de energia para produção e abastecimento.
É com base nesse cenário energético e econômico brasileiro e mundial que surge
a iniciativa de elaboração do presente trabalho. A proposta aqui estudada é a viabilidade
técnica e econômica da produção e distribuição de energia solar e de energia eólica.
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2 OBJETIVO
O trabalho tem como objetivo fazer uma comparação entre a viabilidade técnica e
econômica da produção e da distribuição de energia, sendo analisadas a energia solar
e a energia eólica. Esta análise funcionará como um embasamento técnico para definir
através da comparação entre as duas modalidades de energia, qual delas se aplica
melhor à diferentes cenários.
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3 JUSTIFICATIVA
Para que isso possa ser concretizado, o primeiro passo é analisar a viabilidade
técnica da aplicação de novas tecnologias, uma vez que são serviços que tem recebido
crescentes investimentos em tecnologia e estão em constante mutação.
Ademais, deve ser analisada a viabilidade econômica, uma vez que a distribuição
só será concretizada se for possível obter o devido retorno nas áreas onde forem
instaladas as redes de distribuição de energias renováveis. Também deve ser levado em
consideração o retorno obtido com a estabilização do cenário climático.
4 MÉTODO
Porém, nos últimos anos tem surgido uma crescente preocupação com a
diversificação da matriz energética brasileira. Em 2012, apesar da redução na proporção
de renováveis, a participação ainda se manteve consideravelmente acima da média
mundial (EPE, 2013).
A etapa final cabe às empresas distribuidoras, que direcionam a energia elétrica aos
consumidores finais. O serviço de distribuição é prestado por empresas concessionárias
que distribuem energia através de cabos de baixa tensão por ruas e avenidas.
No presente estudo será adotada a hipótese de que a distribuição será feita a partir
de um parque eólico com máquinas de grande porte do tipo tripás com eixo horizontal,
que corresponde ao tipo de equipamento mais utilizado atualmente (PUC-RS, 2017).
O vento é o movimento do ar entre uma área de alta pressão em direção a uma área
de baixa pressão. Isso ocorre porque o Sol aquece de maneira heterogênea a superfície
terrestre. Como o vento está diretamente ligado à natureza, tem sido utilizado como uma
fonte de energia a vários anos.
Era utilizado nos tempos antigos por camponeses para movimentar moinhos, moer
seus grãos e impulsionar uma bomba de água. Este foi o surgimento da energia eólica,
que é a transformação do vento em energia útil através do uso de aerogeradores.
Na década mais recente, o uso de turbinas eólicas tem aumentado 25% ao ano,
sendo, ainda assim, uma pequena parcela da energia utilizada no mundo (DELGADO,
2014). As inovações produtivas têm tornado os equipamentos ainda mais baratos,
portanto, uma vez que as turbinas estão instaladas, o seu custo de operação é
praticamente zero.
O mapa a seguir exibe as áreas do país com maior potencial eólico passível de
exploração:
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Quando o vento passa pela turbina, as suas lâminas captam a energia cinética e
rotacionam, transformando-a em energia mecânica. A rotação age internamente,
aumentando a velocidade em até 100 vezes. Assim, é girado um gerador que produz a
eletricidade (SIMIS, 2010).
A potência gerada pelas turbinas pode ser calculada de acordo com a equação
descrita a seguir:
𝑃= 𝑥𝜌𝑥𝐴 𝑥𝑣 𝑥𝐶 𝑥𝜂 (4.1)
As turbinas são classificadas de acordo com o seu eixo, e podem ser verticais ou
horizontais. As de eixo vertical movem as suas pás no mesmo sentido do fluxo de ar,
enquanto as horizontais movem perpendicularmente.
passo. Eles se tornam necessários, uma vez que pequenas alterações nas condições
ambientes exigem uma imediata adaptação do sistema, evitando sobrecargas (DUTRA,
2008).
A radiação emitida pelo Sol pode ser utilizada diretamente como uma fonte de energia
térmica e posterior conversão em energia elétrica ou mecânica. A incidência de radiação
sobre uma aparelhagem específica pode ser utilizada para conversão direta de energia
elétrica, com destaca para os sistemas termoelétricos e fotovoltaicos.
O principal fator que deve ser analisado ao se pesquisar sobre a energia solar, é a
radiação. A incidência de raios solares varia de acordo com a região, a estação e a hora
do dia, exibindo grandes variações de acordo com as alterações nestes fatores.
O Brasil está localizado próxima da linha do Equador e por isso não são observadas
significativas variações diárias. Em lugares mais ao Sul do país, onde as variações são
maiores, os painéis podem ser ajustados para minimizar os impactos. Na Figura 7 pode
ser observada a distribuição da radiação no Brasil:
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A junção das bandas alternadas em uma camada em uma região onde o campo
elétrico é diferente de zero gera uma corrente elétrica criando uma diferença de potencial
chamada de Efeito Fotovoltaico. A estrutura física simplificada da célula fotovoltaica é
exibida a seguir:
O primeiro componente do sistema a ser definido é o tipo de placa que será utilizada.
A escolha será feita com base no tipo de tecnologia mais utilizada no mundo, a tabela a
seguir traz dados até 2010, considerando uma progressão linear dos dados coletados, a
placa mais utilizada é a de c-Si (silício cristalino).
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Este tipo de placa vem crescendo no mercado devido a sua solidez e confiabilidade.
O custo de produção e elevado e apresenta baixas perspectivas de redução, mesmo
com o avanço das tecnologias. Ainda assim, é a preferência pois apresenta maior
eficiência de conversão.
Quanto ao tipo sistema a ser analisado no presente estudo, ele deve ser conectado
à rede elétrica para estar efetivamente conectado com o sistema público de fornecimento
de energia. A configuração deve ser pura, pois o objetivo é analisar sistemas solares
atuando isoladamente.
Portanto, deverá ser utilizado um inversor como o exibido na Figura 13, que é um
equipamento eletrônico destinado a converter tensão contínua oriunda do gerador
fotovoltaico em tensão alternada.
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Os parques solares podem inclusive interferir nas atividades no seu entorno, como
agricultura e ocupação do solo. Ainda existem poucos estudos específicos a respeito do
tema, sendo necessário analisar mais detalhadamente os impactos causados pelo
parque solar.
5 RESULTADO
O primeiro ponto a ser analisado para que possa ser determinada a viabilidade
técnica da implantação de um sistema de produção de energia solar é a radiação
incidente na área.
O Brasil é um país privilegiado sob este aspecto quando comparado com outros
países. Os valores de radiação solar podem ser encontrados no Atlas Brasileiro de
Energia Solar (2006), como pode ser visto na Figura 14.
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As áreas claras do mapa exibem maiores níveis de radiação solar, como Tocantins,
Bahia, norte de Minas Gerais e parte do Nordeste. Os valores variam entre 1500
kWh/m²/ano e 2500 kWh/m²/ano.
Esses valores comprovam o elevado potencial existente no Brasil. Pode ser feita uma
comparação com a Alemanha, onde os valores de radiação variam entre 1050
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kWh/m²/ano e 1450 kWh/m²/ano, cerca de 40% abaixo dos valores brasileiros, e ainda
assim possui alto potencial para produção de energia solar (Tiepolo, 2013).
Outro fator importante para análise técnica, é a comparação entre os picos de carga
diários e anuais. Na maioria das capitais do Brasil, a demanda no verão é maior do que
no inverno, coincidindo com a disponibilidade de recursos. Além disso, regiões com
predominância de prédios comerciais, possuem pico de demanda no período diurno,
enquanto em áreas residências, os picos ocorrem ao entardecer.
A Figura 17 exibe a velocidade média anual do vento no Brasil a uma altura de 100
m. No Brasil, a maioria das turbinas instaladas se encontram a uma altura de
aproximadamente 50m, porém, com os avanços da tecnologia, essa altura tem
alcançado patamares de 100m. Nota-se que a região com maior com maiores ventos
seria o litoral, principalmente na região de Ceará, alcançando cerca de 10 m/s.
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A curva de potência típica para as turbinas pode ser vista na Figura 18. Para dar
início ao giro, a turbina precisa de uma potência superior ao torque de arranque. E,
depois, é necessária uma velocidade ainda maior para dar início à produção de
eletricidade, uma vez que é necessário alcançar uma rotação mínima. A partir desse
valor, chamado de velocidade de partida, a potência aumenta até atingir a potência
nominal, que é o limite de extração pelos sistemas de controle (BRITO, 2008).
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Nota-se que a área com maior potencial eólico e consequentemente região mais
propícia para instalação de um sistema de produção eólica, é o litoral do Nordeste. Que
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Portanto, o projeto deve ser inicialmente validado com base nos fatores especificados
anteriormente para que posteriormente possa ser realizada a comparação econômica.
Para análise de um investimento deve ser quantificado o fluxo de caixa, que pode ser
definido como todas as entradas e saídas de recursos financeiros. Com base no modelo
de fluxo de caixa descontado, um projeto é viável quando as entradas são maiores do
que as saídas, ou seja, possui um Fluxo de Caixa Descontado (FCD) positivo.
Entre os itens listados, as despesas operacionais, que estão relacionadas aos tributos
que incidirão sobre a receita bruta, independem do tipo de energia produzida. Assim
como as despesas financeiras, a contribuição social sobre o lucro e a provisão para
imposto de renda.
Obtidos estes dados, deve ser feita uma análise através de indicadores financeiros
que auxiliem o processo de tomada de decisão. Os indicadores analisados comumente
são o VPL, a TIR e o período de Payback.
O VPL corresponde à diferença entre o valor líquido atual das entradas de caixa e o
investimento necessário. O seu valor é determinado subtraindo-se do valor inicial do
projeto, o valor líquido presente das entradas descontadas a uma taxa igual ao custo do
capital da empresa (SOUZA, 2003).
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Portanto, o VPL é uma medida de quanto valor é criado hoje realizando-se um certo
investimento. Ele pode ser representado pela seguinte equação:
𝑉𝑃𝐿 = ∑ (5.4.1)
( )
A TIR é a taxa interna de retorno que resulta em VPL igual a zero, indicando o período
para que se atinja o equilíbrio econômico do projeto. Ela é considerada interna pois não
leva em consideração taxas externas ao projeto (LEMES JÚNIOR, 2002).
∑ =0 (5.4.2)
( )
Se o valor da TIR for maior ou igual ao valor da taxa de desconto, o projeto pode ser
considerado viável.
O Payback é definido como o tempo em que os fluxos de caixa gerados pelo projeto
demoram para cobrir o investimento inicial. Deve ser estabelecido um tempo para
máximo de retorno para o investimento de acordo com as necessidades dos investidores.
O projeto é considerado viável se o período calculado estiver abaixo do estabelecido.
É com base nesses fatores que deve ser feita a análise da viabilidade econômica de
qualquer projeto. Devido à ausência de informações específicas sobre os tipos de
energia, o estudo de viabilidade econômica exige um grande tempo de estudo da
situação e de coleta de dados de mercado.
técnicos da região foi possível estabelecer qual seria o sistema utilizado e o investimento
necessário:
Analisando as faturas elétricas anteriores foi possível perceber que o valor pago era
de R$ 0,4584 por kWh. O sistema seria capaz de gerar 13.691 kWh mensalmente, e
portanto, seria gerada uma economia de R$ 6.275,95, como pode ser visto na Figura 24.
Figura 24 permite concluir que em aproximadamente 7,5 anos o sistema estaria pago e
gerando uma economia anual de R$ 75.311,45.
Portanto, para uma taxa de desconto de 10% ao ano, o projeto seria considerado
economicamente viável.
Com base nestes parâmetros e na análise de fluxo de caixa exibida na Figura 26,
conclui-se que o valor de VPL obtido foi de R$ 296.000,00, a TIR é de 8,98% e o Payback
é de 11 anos, mostrando a viabilidade econômica do projeto.
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Analisando o território brasileiro, o uso de painéis fotovoltaicos pode ser aplicado mais
amplamente, uma vez que os índices de radiação possibilitam isto em todas as áreas.
Enquanto, a energia eólica poderia ser aplicada majoritariamente no Nordeste, que
oferece condições de vento favoráveis.
necessárias para viabilizar a sua instalação. No Brasil, a maior parte das turbinas
instaladas atualmente é de 50 m, com o aumento desta altura para cerca de 100m, seria
possível aumentar a potência dos parques eólicos.
Deve ser levado em consideração os impactos ambientais gerados por cada um dos
tipos de produção. Ambos possuem impactos que devem ser considerados e
minimizados dentro do possível.
Ademais, a energia solar possui maior área de atuação e por estar mais presente no
mercado nacional, possui preços mais acessíveis. Sendo assim, tecnicamente, pode ser
considerada a tecnologia mais viável.
Economicamente, deve ser feita uma análise para o projeto a ser elaborado,
fundamentando-se em características específicas, que dificultam uma comparação mais
generalista da viabilidade sem levar em consideração os diferentes cenários possíveis.
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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por exemplo, a energia eólica pode ser explorada simultaneamente à energia gerada
nas hidrelétricas para balancear períodos de seca e elevadas taxas de consumo
energético.
Sendo assim, este estudo apresentado deve ser considerado não somente como uma
comparação entra a viabilidade dos diferentes tipos de energia, mas também como um
referencial técnico que permite a aplicação dos diferentes conceitos apresentados para
um estudo de caso específico.
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REFERÊNCIAS
CRESESB. Energia Solar Princípios e Aplicações. CEPEL, 2006. Disponível em: <
http://www.cresesb.cepel.br/download/tutorial/tutorial_solar_2006.pdf>. Acesso em:
10/10/2017.
LEMES JUNIOR, Antônio Barbosa; CHEROBIM, Ana Paula; RIGO, Cláudio Miessa.
Administração Financeira: princípios, fundamentos e práticas brasileiras. 5
reimpressão. Rio de Janeiro: Elsevier, 2002.