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O Apóstolo João

Significado do nome “João”: Nome tipicamente judaico (‫ ;ןנחוי‬Yôḥānān), que significa


“YaHWeH fez a graça”.

Quem é João: Filho de Zebedeu e Maria Salomé, irmão de Tiago Maior. Tinha por
profissão a de pescador. Nasceu em Betsaida, na Galiléia, tal como a outra dupla de
irmãos Apóstolos, Pedro e André. Estava consertando as redes nas margens do lago de
Tiberíades, quando Jesus o chamou juntamente com seu irmão. (cf. Mt 4,21; Mc 1,19).
Era tão conhecido que tinha acesso aos círculos mais próximos do príncipe dos
sacerdotes (cf. Jo 19,27; 18,15). João tinha uma alma sensível. Seu temperamento era
simples e doce, mas ao mesmo tempo rude e impetuoso. Os Padres da Igreja afirmam
que era o mais novo de todos os Apóstolos (quando chamado por Jesus, devia ter
aproximadamente vinte anos de idade), por ter sobrevivido a todos eles.

João no Novo Testamento: Está com Pedro e Tiago quando Jesus, em Cafarnaum, entra
na casa de Pedro para curar sua sogra (cf. Mc 1,29); com os outros dois segue o Mestre
na casa de Jairo, chefe da sinagoga, cuja filha será chamada à vida (cf. Mc 5,37); segue-
o quando ele sobe ao monte para ser transfigurado (cf. Mc 9,2); está ao lado dele no
Monte das Oliveiras quando, face à impotência do Templo de Jerusalém, pronuncia o
sermão sobre o fim da cidade e do mundo (cf. Mc 13,3); e, finalmente, está ao seu lado
quando, no Horto do Getsêmani, se retira para rezar ao Pai antes da Paixão (cf. Mc
14,33). Pouco antes da Páscoa, quando Jesus escolhe dois discípulos para enviá-los a
preparar a sala para a Ceia, confia a ele e a Pedro esta tarefa (cf. Lc 22,8). Esta sua
posição de relevo no grupo dos Doze torna de certa forma compreensível a iniciativa
tomada um dia por sua mãe, Salomé: ela aproximou-se de Jesus para pedir-lhe que os
dois filhos, João e Tiago, pudessem sentar-se um à sua direita e outro à sua esquerda no
Reino dos Céus (cf. Mt 20,20-21). Jesus, por sua vez, responde com um pedido: pediu
que eles estivessem dispostos a beber do cálice que ele mesmo estava para beber (cf. Mt
20,22). (Mc 3,17). Quando uns samaritanos não quiseram receber Jesus, os filhos de
Zebedeu propõem a Jesus: “Senhor, queres que digamos que desça fogo do céu e os
consuma?” (Lc 9,54). Com razão, pois, o Senhor lhes chamou “Boanerges, isto é,
‘Filhos do Trovão’”. Em todas as listas dos Apóstolos, João é um dos quatro primeiros.
Seu posto no catálogo dos Atos dos Apóstolos aparece imediatamente junto de Pedro,
quando vão rezar no Templo (cf. At 3,1-4.11) ou estão diante do Sinédrio para
testemunhar a própria fé em Jesus Cristo (cf. At 4,13.19). Juntamente com Pedro é
enviado pela Igreja de Jerusalém para confirmar aqueles que na Samaria aceitaram o
Evangelho, pregando por eles a fim de que recebam o Espírito Santo (cf. At 8,14-15).
Paulo, cheio de reverência, refere-se a João como uma das “colunas da Igreja” (cf. Gl
2,9).

A figura de João na Igreja: A Sagrada Escritura, a Tradição e a arte colocaram-no num


lugar elevado, transbordante de serena e suave majestade e simpatia, e rodeiam-no um
halo de honra e admiração. A própria liturgia diz que “valde honorandus est beatus
Iohannes” (“São João é muito digno de honra”), a fim de que não caiamos no erro de
honrar este Apóstolo com um culto adocicado e sentimental. A partir do século IV, foi
conferido a São João o título de “o Teólogo”, pois ele é capaz de falar das coisas divinas
em termos acessíveis. O culto de João Apóstolo afirmou-se a partir da cidade de Éfeso,
onde, segundo uma antiga tradição, trabalhou por muito tempo, falecendo ali com uma
idade extraordinariamente avançada, sob o Imperador Trajano. Em Éfeso o imperador
Justiniano, no século VI, mandou construir em sua honra uma grande basílica, da qual
permanecem ainda imponentes ruínas. Precisamente no Oriente ele gozou, e goza ainda,
de grande veneração. Na iconografia bizantina é representado frequentemente muito
idoso.

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