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LINHAS DE TRANSMISSÃO
1. Introdução
(a)
(b)
(c) (d)
Figura 1: Exemplos de linha de transmissão: (a) de fios paralelos, (b) coaxial, (c) microfita e (d) coplanar.
I x x + ∆x
x=0 ∆x
Figura 2: Convenção da tensão e corrente numa linha de transmissão de fios paralelos.
1
ESTI018 - 17 – Ondas Eletromagnéticas Aplicadas Linhas de Transmissão
VZ’
∆x
Figura 3: Modelo elétrico aproximado de um trecho ∆x de uma linha de transmissão.
∆V ( x ) = V ( x ) − V ( x + ∆x ) = VZ ' (1)
mas,
VZ ' = Z ' ∆xI ( x + ∆x )
∆I ( x ) = I ( x ) − I (x + ∆x ) = IY ' (3)
mas,
IY ' = Y ' ∆xV ( x )
2
ESTI018 - 17 – Ondas Eletromagnéticas Aplicadas Linhas de Transmissão
d dV (x ) d 2V (x ) d [Z ' I ( x )] dI (x )
= = = Z ' + I ( x ) dZ '
dx dx dx 2 dx dx dx
d 2V (x ) dI (x )
+ I (x ) = Z 'Y 'V (x ) + I (x )
dZ ' dZ '
2
= Z ' (7)
dx dx dx dx
Da mesma forma, derivando-se a equação (6) em relação à variável x, vem:
d dI ( x ) d 2 I ( x ) d [Y 'V ( x )] dV ( x )
+ V (x )
dY '
= 2
= = Y'
dx dx dx dx dx dx
d 2 I (x ) dV (x )
+ V (x ) = Y ' Z ' I (x ) + V (x )
dY ' dY '
2
= Y' (8)
dx dx dx dx
Para uma linha de transmissão uniforme, Z’ e Y’ são independentes da variável x, ou seja,
não variam ao longo da linha, então:
dZ ' dY '
= =0
dx dx
deste modo, as equações (7) e (8) ficam:
d 2V ( x ) d 2V ( x )
= Z 'Y 'V ( x ) → − Z 'Y 'V ( x ) = 0 (9)
dx 2 dx 2
d 2 I (x ) d 2 I (x )
= Y ' Z ' I (x ) → − Y ' Z ' I (x ) = 0 (10)
dx 2 dx 2
As equações (9) e (10) são as equações da tensão e corrente, respectivamente, para a linha de
transmissão uniforme e são equações diferenciais lineares de segunda ordem com coeficientes
constantes, as quais admitem soluções do tipo: eγ x
Seja: V ( x ) = eγ x
então:
d (uv ) dv du
1
=u + v
dx dx dx
3
ESTI018 - 17 – Ondas Eletromagnéticas Aplicadas Linhas de Transmissão
d 2V ( x ) d 2 eγ x
= =
( ) (
d γ eγ x
)=γ 2 γ x
e = γ 2V (x )
dx 2 dx 2 dx
Que substituído na equação (9) leva a:
d 2V ( x )
dx 2
[ ] (
− Z 'Y 'V ( x ) = γ 2V ( x ) − Z 'Y 'V ( x ) = V (x ) γ 2 − Z 'Y ' = γ 2 − Z 'Y ' eγ x = 0 )
portanto:
γ 2 − Z 'Y ' = 0 → γ = ± Z 'Y '
Assim, a solução geral da equação (9) é:
V ( x ) = C1e Z'Y' x
+ C2 e − Z'Y' x
(11)
I (x ) =
Z 'Y ' Z 'Y ' Z 'Y ' Z 'Y '
C1e Z'Y' x
− C2e − Z'Y' x
= 2
C1e Z'Y' x
− 2
C2 e − Z'Y' x
Z' Z' Z' Z'
I (x ) =
Y' Y'
C1e Z'Y' x
− C2 e − Z'Y' x
(12)
Z' Z'
Para se calcular as constantes C1 e C2, faz-se x = 0 nas equações (11) e (12), o que resulta
em:
1 1
V (0 ) = C1e Z'Y' 0
+ C2 e − Z'Y' 0
= C1 + C2
1 1
I (0) =
Y' Y' Y' Y'
C1e Z'Y' 0
− C2 e − Z'Y' 0
= C1 − C2
Z' Z' Z' Z'
IC
+
VC carga gerador
x=0
Figura 4: Carga e gerador conectados à linha de transmissão.
4
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V (0 ) = VC = C1 + C2 (13)
e
I (0) = I C =
Y' Y'
C1 − C2 (14)
Z' Z'
Portanto, as constantes C1 e C2 são dadas por:
1 Z'
C1 = VC + I C
2 Y '
e
1 Z'
C2 = VC − I C
2 Y '
1 Z' 1 Z' −
V (x ) = VC + I C e Z'Y' x
+ VC − I C e Z'Y' x
(15)
2 Y ' 2 Y '
e
1 Y' Z' 1 Y' Z' −
I (x ) = VC + I C e Z'Y' x
− VC − I C e Z'Y' x
(16)
2 Z ' Y ' 2 Z ' Y '
3. Constante de propagação
4. Ondas caminhantes
As constantes C1 e C2 das equações (11) e (12) não variam em relação à variável x, mas
podem ser consideradas variáveis em relação ao tempo, desta forma, pode-se expressa-las como:
C1 = V1 2e jω t e C2 = V2 2e jω t
sendo:
1 Z'
V1 = VC + I C
2 Y '
e
5
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1 Z'
V2 = VC − I C
2 Y '
2 Z ' jω t 2 Z ' jω t −
V ( x, t ) = VC + I C
e e Z'Y' x
+ VC − I C e e Z'Y' x
(18)
2 Y '
2 Y '
e
Y' Z ' jω t Y' Z ' jω t −
I ( x, t ) =
2 2
VC + I C e e Z'Y' x
− VC − I C e e Z'Y' x
(19)
2 Z ' Y ' 2 Z ' Y '
substituindo-se a relação (17) e reorganizando-se os termos nas equações (18) e (19), chega-se a:
2 Z ' α x j (ω t + β x ) 2 Z ' −α x j (ω t − β x )
V ( x, t ) = VC + I C e e + VC − I C e e (20)
2 Y ' 2 Y '
e
Y' Z ' α x j (ω t + β x ) Y' Z ' −α x j (ω t − β x )
I ( x, t ) =
2 2
VC + I C e e − VC − I C e e (21)
2
Z' Y' 2
Z' Y '
As equações (20) e (21) são as soluções para a tensão e a corrente na linha de transmissão,
respectivamente. Nestas duas equações, observa-se que o termo que possui eα x aumenta e o termo
que possui e −α x diminui à medida que x aumenta. Estes termos representam ondas caminhantes na
linha de transmissão, correspondendo o primeiro deles à onda incidente, que se desloca do gerador
para a carga, e o segundo, à onda refletida, que se desloca da carga para o gerador.
Tanto para a tensão V(x, t) como para a corrente I(x, t), seus valores ao longo da linha são
dados pela resultante da composição das duas ondas que se deslocam em sentidos opostos.
5. Velocidade de fase
ω ω 1
νf = = =
Im { }
jω L ' jω C ' ω L ' C ' L' C '
[m/s]
{ }
Re e j (ω t − β x ) = Re{cos(ω t − β x ) − j sen (ω t − β x )} = cos(ω t − β x )
7
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(a) t = 0 βx
T
(b) t = βx
4
T
(c) t = βx
2
3T
(d) t = βx
4
(e) t = T βx
0 π 2π 3π 4π 5π 6π 7π 8π
β∆x
j (ω t − β x )
Figura 5: Gráficos da parte real de e para t = 0, T/4, T/2, 3T/4 e T.
O comprimento de onda na linha de transmissão é a distância entre dois picos (ou vales)
consecutivos da onda, ou seja, é a distância na qual a variação de fase é igual a 2π, como
exemplificado na Figura 6.
8
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∆φ = 2π → ∆x = λl
portanto:
2π
β λl = 2 π → λl = [m]
β
mas, como:
ω ω
νf = → β=
β νf
então:
2π 2π νf
λl = = = 2π
β ω ω
νf
sendo:
ω
ω = 2π f → f =
2π
deste modo:
νf νf
λl = 2π = [m]
ω f
e também:
λl
ν f = λl f =
T
λl
∆φ = 2π
Figura 6: Comprimento de onda na linha.
9
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L'
Z0 = [Ω] (23)
C'
Quando R’ e G’ são pequenos, mas não desprezíveis, pode-se aproximar a impedância
característica por:
L' G' R'
Z0 ≅ 1 + j 2ω C ' − 2ω L' [Ω]
C'
G ' R'
=
C ' L'
Z0 será real. Esta é a chamada condição de Heaviside2 para a linha de transmissão sem distorção.
8. Coeficiente de reflexão
O coeficiente de reflexão em um determinado ponto da linha de transmissão é definido
como a relação entre a onda refletida e a onda incidente naquele ponto, ou seja:
V ( x )refletida − I ( x )refletida
Γ= ou Γ=
V (x )incidente I ( x )incidente
1 Z' −
VC − I C e Z'Y' x
2 Y ' (VC − Z 0 IC )e−γ x = (VC − Z 0 I C ) e − 2γ x
Γ( x ) = =
1
VC + I C
Z'
e Z'Y' x (VC + Z 0 IC )eγ x (VC + Z 0 I C )
2 Y '
2
Oliver Heaviside (1850 – 1925).
10
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VC
fazendo-se Z C = e dividindo-se o numerador e o denominador da equação anterior por IC. vem:
IC
(Z − Z 0 ) e− 2γ x
Γ( x ) = C
(Z C + Z 0 )
para x = 0, o coeficiente de reflexão na carga (ΓC) é igual a:
Γ(0) = ΓC =
(Z C − Z 0 ) (24)
(Z C + Z 0 )
O coeficiente de reflexão com a carga “casada”, ou seja, para ZC = Z0, é igual a:
ΓC = 0
ΓC = 1
o que significa que as tensões incidente e refletida são iguais e estão em fase.
O coeficiente de reflexão com a linha em curto, ou seja, para ZC = 0, é igual a:
ΓC = −1
o que significa que as tensões incidente e refletida são iguais e estão em contra-fase (defasadas de
180°).
V (x ) (V + Z 0 I C )eγ x + (VC − Z 0 I C )e −γ x
Z ( x) = = Z0 C
I (x ) (VC + Z 0 I C )e − (VC − Z 0 I C )e
γx −γ x
(Z + Z 0 )eγ x + (Z C − Z 0 )e −γ x
Z ( x) = Z 0 C
(Z C + Z 0 )e − (Z C − Z 0 )e
γx −γ x
(Z C + Z 0 )
lembrando-se que:
e x − e− x
tanh( x) =
e x + e− x
11
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Z + Z 0 tanh (γ x )
Z ( x) = Z 0 C [Ω] (26)
Z 0 + Z C tanh (γ x )
Através das equações (25) e (26), observa-se que, se a linha estiver “casada”, ou seja,
ZC = Z0, o valor da impedância em qualquer ponto da linha será constante e igual a Z0.
9.1 Impedância ao longo da linha sem perdas
Retomando-se a equação (26), para linha sem perdas (γ = jβ), pode-se escrever:
eγ x
− e −γ x e j β x − e − jβ x
Z C + Z 0 γ x
Z + Z
0 jβ x
− jβ x
Z + Z 0 tanh (γ x ) + e −γ
C
e
x
=Z e + e (27)
Z ( x) = Z 0 C = Z0
Z 0 + Z C tanh (γ x ) γ x 0
Z0 + ZC e
x
− e −γ
Z0 + ZC e
j β x
−e − j β x
eγ x
+ e −γ x e jβ x + e − jβ x
lembrando-se que:
e jx − e − jx e jx − e − jx
tan( x) =
(
j e jx + e − jx ) →
e jx + e − jx
= j tan(x)
ZC Z 0 tan( β x) Z tan(β x)
Z +j ZC 1+ j 0
ZC
Z ( x) = Z 0 C = Z0
Z 0 + j Z C tan( β x) Z 0 + j tan( β x)
Z C ZC Z C
γ = α + jβ = Z ' Y ' = (R'+ jωL')(G '+ jωC ') ≅ jωL' jωC ' = jω L' C '
e β = ω L'C '
V (x ) = (VC + Z 0 I C )e (VC − Z 0 IC )e −
1 1
Z'Y' x
+ Z'Y' x
2 2
fazendo-se γ = jβ
VC I V
V (x ) =
IC
+ Z 0 e jβ x + C C − Z 0 e − jβ x
2 IC 2 IC
VC V Z + Z0
fazendo-se ZC = , I C = C e multiplicando-se por C , vem:
IC ZC ZC + Z0
Z C + Z 0 jβ x Z C − Z 0 − jβ x
V (x ) = (Z C + Z 0 )
VC
e + e
2Z C CZ + Z 0 Z
C + Z 0
V (x ) =
2Z C
e [
VC (Z C + Z 0 ) jβ x
+ ΓC e − jβ x ] (32)
ΓC = ΓC e jφC (33)
V (x ) =
2ZC
e[
VC (Z C + Z 0 ) jβ x
+ ΓC e jφC e − jβ x = C C]
V (Z + Z 0 ) jβ x
2ZC
e [
1 + ΓC e j (φC − 2 β x ) ]
Tomando-se o módulo de V(x):
VC (Z C + Z 0 ) jβ x
V (x ) = ⋅e ⋅ 1 + ΓC e j (φC − 2 β x )
2Z C
mas:
e jβ x = cos( β x) + j sen( β x) = cos 2 ( βx) + sen 2 ( βx) = 1
13
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portanto:
VC (Z C + Z 0 )
V (x ) = ⋅ 1 + ΓC e j (φC − 2 β x )
2ZC
Deste modo:
φC nπ
|V(x)| máximo → xmáx = −
2β β
φC (2n − 1)π
|V(x)| mínimo → xmín = −
2β 2β
eγ x + Γ e −γ x e jβ x + ΓC e − jβ x
Z ( x ) = Z 0 γ x C − γ x → γ = jβ → Z ( x ) = Z 0 jβ x
e − ΓC e e − ΓC e − jβ x
1 + ΓC e j (φC − β x )
Z ( x) = Z 0 j (φ − β x )
(34)
1 − ΓC e C
Portanto, a impedância num ponto de tensão máxima (mínimo de corrente), pode ser
determinada substituindo-se xmáx na equação (34), ou seja:
1 + ΓC
Z ( xmáx ) = Z ( x) máx = Z 0 = Z 0 ⋅ ROE (35)
1 − ΓC
Analogamente, a impedância num ponto de tensão mínima (máximo de corrente), pode ser
determinada substituindo-se xmín na equação (34), ou seja:
1 − ΓC Z0
Z ( xmín ) = Z ( x) mín = Z 0 = (36)
1 + ΓC ROE
1 + ΓC
sendo: ROE = = relação de onda estacionária (SWR – standing wave ratio).
1 − ΓC
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meio
(ou material)
isolante
d d
Figura 7: Seção transversal da linha de transmissão de condutores paralelos (D >> d).
Seja a linha de transmissão de condutores cilíndricos paralelos, ou linha bifilar, cuja seção
transversal é mostrada esquematicamente na Figura 7, sendo:
D = distância entre os centros dos condutores cilíndricos;
d = diâmetro dos condutores cilíndricos.
2 Rs
D
R' = d [Ω/m] (37)
πd
( )
D
d
2
− 1
1 π f µ
Rs = = [Ω] (38)
σδ σ
1
δ= [m] (39)
π f µσ
πσ
G' = [S/m] (40)
D-1
cosh
d
15
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2
D D 2D
cosh −1 = ln + − 1 ≅ ln
D
d d d d
µ D µ 2D
L' = cosh −1 para D >> d L' = ln [H/m] (42)
π d π d
πε πε
C' = para D >> d C' = [F/m] (43)
-1
D 2D
cosh ln
d d
condutores
d D
isolante
Figura 8: Seção transversal da linha de transmissão coaxial (D >> d).
Rs 1 1
R' = + [Ω/m] (44)
π D d
16
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µ D
L' = ln [H/m] (46)
2π d
Z0 Zc
Γ( x), Z ( x) x
Z c − Z 0 − 2γ
Γ( x ) = e x
= Re{Γ( x)} + j Im{Γ( x)} = U + j V (48)
Zc + Z0
eγ x + Γc e −γ x 1 + Γ( x)
Z ( x) = Z 0 γ x −γ x
= Z0 1 − Γ( x)
e − Γc e
3
Phillip H. Smith (1905 – 1987), Bell Telephone Laboratories, EUA.
17
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Z ( x ) 1 + Γ( x )
z ( x) = = = Re{z ( x)} + j Im{z ( x)} = r + j x (49)
Z0 1 − Γ( x )
1 + U + jV
r+ jx=
1 − U − jV
r+ jx=
(1 + U + jV ) (1 − U + jV ) = (1 + U )(1 − U ) + jV(1 − U) + jV(1 + U) + jV( jV)
(1 − U − jV ) (1 − U + jV ) (1 − U )2 + V 2
1 − U + U − U 2 + jV − jVU + jV + jVU − V 2 1 − U 2 − V 2 + j 2V
r+ jx= =
(1 − U )2 + V 2 (1 − U )2 + V 2
A equação anterior pode ser reescrita, separando-se a parte real e a parte imaginária do
termo à direita, ou seja:
1 − U2 − V2 2V
r+ jx= + j (50)
(1 − U )2 + V 2 (1 − U )2 + V 2
Igualando-se as partes reais dos lados esquerdo e direito, e imaginárias dos lados esquerdo e
direito da equação (50), chega-se a:
1 − U2 − V2
r= (51a)
(1 − U )2 + V 2
2V
x= (51b)
(1 − U )2 + V 2
Tomando-se a equação (51a):
r (1 − U ) + rV 2 = 1 − U 2 − V 2
2
r (1 − U ) + U 2 − 1 + rV 2 + V 2 +
1 1
− =0
2
r +1 r +1
( )
r 1 − 2U + U 2 + U 2 − 1 +
1
r +1
+ V 2 (r + 1) =
1
r +1
U 2 (r + 1) − 2 Ur + r − 1 + + V 2 (r + 1) =
1 1
r +1 r +1
r2
U 2 (r + 1) − 2 Ur + + V 2 (r + 1) =
1
r +1 r +1
r2
(r + 1) U 2 − 2Ur + 2
+ V 2 (r + 1) =
1
r + 1 (r + 1) r +1
18
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2 2
r 2 1
U − r + 1 + [V − 0] = r + 1 (52)
jV
r=0 1
r=
5 r=1
2 r =1
5
r=
3 r=3 U
r 1
Figura 9: Família de circunferências de centro( ,0) e raio igual a .
r +1 r +1
19
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x 2 [(1 − U ) + V 2 ] − 2Vx + 1 − 1 = 0
2
2V 1
x 2 (1 − U )2 + V 2 − + =1
x x2
(1 − U )2 + V 2 − 2V + 1
2
1
= 2
x x x
2 2
[U − 1] + V − 1 = 1
2
(53)
x x
1
U0 ' = 1 e V0 ' =
x
A Tabela 3 apresenta alguns valores para os centros e raios das circunferências descritas pela
equação (53) no plano Γ = U + j V , para “x” variando de – ∞ a ∞. A Figura 10 é a representação
gráfica destas circunferências.
Tabela 3:
x V0’ R’
–∞ 0 0
–5 – 1/5 – 1/5
– 3/2 – 2/3 – 2/3
–1 –1 –1
– 1/2 –2 –2
– 1/4 –4 –4
0 ∞ ∞
1/4 4 4
1/2 2 2
1 1 1
3/2 2/3 2/3
5 1/5 1/5
∞ 0 0
20
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x =1
jV
1
x= 3
2 x=
2
1
x=
4
x=5
U
x=0
x = −5
1
x=−
4 3
x=−
1 2
x=−
2
x = −1
1 1
Figura 10: Família de circunferências de centro (1, ) e raio igual a .
x x
A Figura 11 é a Carta de Smith, formada a partir da superposição dos gráficos das Figuras 9
e 10, limitada pela circunferência para r = 0, ou seja, para a qual a parte real da impedância
normalizada é igual a zero, ou ainda, para a qual o módulo do coeficiente de reflexão é unitário
( Γ = 1 ).
13. Exercícios
13.1 Um cabo telefônico de pares apresenta as seguintes características distribuídas:
6 mm
ε = ε0
0,5 mm 0,5 mm
0,6 mm 5 mm
εr = 2,7
22
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0,25λ 0,1λ
13.6 No circuito abaixo as linhas de transmissão são consideradas sem perdas. Sendo Z1 = j 50 Ω,
calcular a impedância de entrada Zin. R.: Zin = 26,5+j64 Ω.
Zin 50 Ω Z1 50 Ω Zc = 25 - j 20 Ω
0,09λ 0,16λ
13.7 Na frequência de 80 MHz, uma linha de transmissão sem perdas tem impedância
característica igual a 300 Ω e comprimento de onda de 2,5 m. Determine: (a) L’; (b) C’. (c) Se a
linha é terminada por uma combinação em paralelo de um resistor de 200 Ω com um capacitor de
5 pF, determine Γ. R.: (a) 1,5 µH/m; (b) 16,67 pF/m; (c) 0,346∠ -140,4°.
13.8 Os parâmetros de uma linha de transmissão, operando em 10 MHz, são: γ = j 0,3 m-1 e
Z0 = 150 Ω. (a) Determine a velocidade de fase, o comprimento de onda na linha, a indutância
distribuída, em µH/m, e a capacitância distribuída, em pF/m. (b) Se a linha é terminada com um
curto-circuito, em x = 0, determine Z(x) para x = 5 m.
R.: (a) 2,09 x 108 m/s; 20,9 m; 0,716 µH/m; 31,8 pF/m; (b) Z(5) = j2.120 Ω.
13.9 Uma linha de transmissão sem perdas, de resistência característica R0 = 100 Ω é terminada
com uma carga de 50 + j 40 Ω. Determine: (a) a impedância Z(x) para x = 0,2 λ da carga e (b) as
duas menores distâncias, a partir da carga, para as quais Z(x) é não-reativa (ou puramente resistiva).
R.: (a) 216 – j65 Ω; (b) 0,176λ e 0,426λ.
13.10 Uma linha de transmissão sem perdas de resistência característica R0, atua como um
transformador de impedância para casar uma impedância de carga de 150 + j 50 Ω com uma linha
de transmissão de 300 Ω, na frequência de 500 MHz, conforme mostrado esquematicamente na
figura abaixo. Determine o comprimento d e a resistência característica R0. R.: d = 0,176λ; R0 = 200 Ω.
300 Ω R0 150 + j 50 Ω
75 Ω R 75 Ω 150 - j 60 Ω
0,25 λ d
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ESTI018 - 17 – Ondas Eletromagnéticas Aplicadas Linhas de Transmissão
l2 l1
Z0 Z0
Z0 = 50 Ω Zc = 29 + j 42,5 Ω
0,2λ 0,04λ
l2 l1
Z0 Z0
Z0 Zc
0,18λ 0,08λ
l2 l1
Zg = Z0 Z0 Z0
V&g Z0 Zc
d2 d1
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Exemplos de aplicação:
535 ~ 1.605 kHz rádio AM
88 ~ 108 MHz rádio FM
470 ~ 890 MHz TV UHF (canais 14 e 83) e TV Digital
1.900 e 2.100 MHz telefonia celular (3G)
700 e 2.500 MHz telefonia celular (4G)
1.575,42 MHz (L1)
GPS – Global Positioning Satellite System
1.227,60 MHz (L2)
2.450 MHz forno de micro-ondas doméstico
25
ESTI018 - 17 – Ondas Eletromagnéticas Aplicadas Linhas de Transmissão
15. Bibliografia
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