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CIENTÍFICA
METODOLOGIA DA PESQUISA
CIENTÍFICA
Batatais
Claretiano
2016
© Ação Educacional Claretiana, 2015 – Batatais (SP)
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer forma
e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na web), ou o
arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação
Educacional Claretiana.
001.42 M289m
ISBN: 978-85-8377-470-9
CDD 001.42
INFORMAÇÕES GERAIS
Cursos: Graduação
Título: Metodologia da Pesquisa Científica
Versão: ago./2016
Formato: 15x21 cm
Páginas: 158 páginas
SUMÁRIO
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................... 11
2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS............................................................................. 12
3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE................................................................ 13
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 14
Conteúdo
Métodos e técnicas de pesquisa e iniciação ao Projeto de
Pesquisa. Projeto de pesquisa II. Artigo científico.
Bibliografia Básica
DEMO, P. Introdução a metodologia da ciência. 2 ed. São Paulo: Atlas, 1987.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
Bibliografia Complementar
CRESWELL, J. W. Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. 3. ed.
Porto Alegre: Artmed, 2010.
ECO, U. Como se faz uma tese. 13. ed. São Paulo: Perspectiva, 1996.
GOLDSTEISN, N.; LOUZADA, M. S.; IVAMOTO, R. O texto sem mistério: o texto e a
escrita na universidade. São Paulo: Ática Universidade, 2009.
OLIVEIRA, M. M. Como fazer projetos, relatórios, monografias, dissertações e teses. 3.
ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.
PÁDUA, E. M. M. Metodologia da pesquisa – abordagem teórico-prática. 10. ed. rev.
atual. Campinas: Papirus, 2004.
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CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
É importante saber
Esta obra está dividida, para fins didáticos, em duas partes:
Conteúdo Básico de Referência (CBR): é o referencial teórico e prático que deverá
ser assimilado para aquisição das competências, habilidades e atitudes necessárias
à prática profissional. Portanto, no CBR, estão condensados os principais conceitos,
os princípios, os postulados, as teses, as regras, os procedimentos e o fundamento
ontológico (o que é?) e etiológico (qual sua origem?) referentes a um campo de
saber.
Conteúdo Digital Integrador (CDI): são conteúdos preexistentes, previamente se-
lecionados nas Bibliotecas Virtuais Universitárias conveniadas ou disponibilizados
em sites acadêmicos confiáveis. É chamado "Conteúdo Digital Integrador" porque é
imprescindível para o aprofundamento do Conteúdo Básico de Referência. Juntos,
não apenas privilegiam a convergência de mídias (vídeos complementares) e a leitu-
ra de "navegação" (hipertexto), como também garantem a abrangência, a densidade
e a profundidade dos temas estudados. Portanto, são conteúdos de estudo obrigató-
rios, para efeito de avaliação.
1. INTRODUÇÃO
Nesta obra serão abordados os principais aspectos do es-
tudo científico com o intuito de possibilitar a você, como aluno
de graduação, a elaboração de seu Projeto de Pesquisa (Plano
de Texto) e seu Artigo Científico, seja para atender o Trabalho
de Conclusão de Curso (TCC), em cursos em que este é obrigató-
rio segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs), se for o
seu caso; seja para propiciar a você uma experiência acadêmica
substancial com relação à produção de conhecimento, caso você
esteja vinculado a um curso que não tem TCC obrigatório.
Para alcançar tal objetivo, serão tratados, ao longo das três
unidades, as normas, a linguagem e os critérios previstos para a
elaboração de um trabalho científico/acadêmico, as informações
sobre a escrita do projeto e do artigo científico, bem como os
aspectos gerais acerca daquilo que se pretende ao realizar um
trabalho dessa natureza.
Nesse sentido, procuramos dar ênfase à importância do
desenvolvimento do pensamento científico e a como ele pode
ser organizado em uma escrita coesa e fluente, alertando para
algumas “armadilhas” ou elementos comuns que podem dificul-
tar o trabalho do pesquisador iniciante e também do pesquisa-
dor mais experiente.
Os vídeos e textos indicados ao final de cada uma das uni-
dades também são importantes ferramentas para situar você no
universo da produção científica, apresentando formas diversas
para realizar seus estudos e dicas que podem facilitar o trabalho
de coleta de dados ou a pesquisa bibliográfica.
Considerando o tempo abreviado para a realização do Pro-
jeto de Pesquisa (Plano de Texto) e do Artigo Científico, ambos
2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS
O Glossário de Conceitos permite uma consulta rápida e
precisa das definições conceituais, possibilitando um bom domí-
nio dos termos técnico-científicos utilizados na área de conheci-
mento dos temas tratados.
1) Artigo científico: para Marconi e Lakatos (1983), os
artigos científicos são publicações em revistas ou pe-
riódicos. Neles são detalhados estudos que tratam
de uma questão verdadeiramente científica, mas não
chegam a se constituir em matéria de um livro. Os
artigos científicos diferem das monografias pela sua
reduzida dimensão e pelo conteúdo.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ECO, U. Como se faz uma tese. 13. ed. São Paulo: Perspectiva, 1996.
MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Metodologia científica. São Paulo: Atlas, 1983.
SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 22. ed. São Paulo: Cortez, 2002.
Objetivos
• Compreender as normas gerais do Artigo Científico, no contexto do Clare-
tiano – Centro Universitário.
• Tomar conhecimento das modalidades de pesquisa.
• Aprender alguns dos pressupostos para a construção do Projeto de
Pesquisa.
• Assimilar as orientações indispensáveis para uma pesquisa com seres
humanos.
• Dominar as técnicas gerais da escrita acadêmica.
Conteúdos
• O Artigo Científico no contexto do Claretiano – Centro Universitário.
• Modalidades de pesquisa.
• Pesquisa com Seres Humanos.
• Noções de Escrita Acadêmica.
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UNIDADE 1 – MÉTODOS DE PESQUISA E ESCRITA ACADÊMICA: INICIANDO O PROJETO DE PESQUISA
1. INTRODUÇÃO
Vamos iniciar nossa primeira unidade de estudo? Você está
pronto? Daremos, então, os primeiros passos.
No decorrer do estudo desta unidade será detalhada parte
dos passos necessários para a realização do Projeto, o momento
de início da pesquisa, e que será essencial para a sequência do
processo: a escrita do Artigo Científico.
Esses passos constituem um caminho comum que poderá
ser aplicado em diversos tipos de trabalhos científicos e que, uma
vez assimilado, poderá ser usado sempre que você for realizar
uma pesquisa, tomando o pensamento científico como guia.
Aqueles que não têm experiência quanto à realização de um
trabalho de iniciação científica terão a oportunidade de conhecer
os critérios que definem um trabalho científico-acadêmico.
Os que já realizaram esse tipo de pesquisa anteriormente
poderão rever alguns pontos fundamentais a esse respeito e
aprofundar os seus conhecimentos realizando um novo trabalho
de pesquisa, agora em nível um pouco mais avançado – além
de conhecer como os pressupostos básicos de um Projeto de
Pesquisa e de um Artigo Científico foram adaptados ao modelo
do Claretiano – Centro Universitário. Portanto, a leitura atenta e
o cumprimento das atividades é indispensável a todos os alunos!
Vamos lá!
Atenção!–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
O “objeto de estudo” corresponde ao “que” será analisado
na pesquisa.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
A revisão bibliográfica também é necessária para a execu-
ção de todas as modalidades de pesquisa científica que estuda-
mos anteriormente. Isso porque qualquer pesquisa deve sempre
partir de leitura prévia que permita estabelecer critérios de aná-
lise e mesmo os procedimentos de sua realização, seja na busca
de informações sobre um caso específico, para a reflexão qua-
lificada de sua experiência profissional ou para a formatação e
análise de um questionário aplicável a uma pesquisa de campo.
Importante–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
O entendimento da área em que você está realizando o seu estudo também
depende diretamente da revisão bibliográfica, que deverá fornecer as linhas
de estudo existentes e a aplicação de cada uma delas, delimitando qual será
aquela que você irá adotar, assim como a utilidade de seu estudo diante daqui-
lo que já foi produzido a respeito. Como afirmou Eco (2008, p. 03) “[...] a compi-
lação pode constituir um ato de seriedade da parte do jovem pesquisador que,
antes de propriamente iniciar a pesquisa, deseja esclarecer algumas idéias,
documentando-se bem”. Por esse motivo, sempre indicamos aos alunos a rea-
lização de artigo científico de revisão bibliográfica, uma vez que a pesquisa e o
estudo qualificados da bibliografia podem oferecer grandes possibilidades da
realização de um trabalho simples e autêntico, além de ser mais viável dentro
do tempo disponível para a sua execução. Outro fator favorável da revisão bi-
bliográfica é a isenção de algumas questões éticas que podem estar presentes
nas demais modalidades de pesquisa.
Devido a essa importância, trataremos, no próximo item, das questões ine-
rentes à uma pesquisa com seres humanos e da sistemática de atuação do
Comitê de Ética em Pesquisa da instituição.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Norma Institucional––––––––––––––––––––––––––––––––––
Fica estritamente proibida a realização de trabalhos de pesquisa com seres hu-
manos sem autorização prévia do Comitê de Ética em Pesquisa da instituição.
Caso condutas que contrariam essa normativa sejam identificadas, o autor es-
tará sujeito a reprovação do Artigo Científico – o que implicará o cumprimento
do respectivo componente curricular em regime de dependência no semestre
subsequente, com pagamento de taxa administrativa padrão.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Importante!–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Você deve estar preocupado com a quantidade de detalhes apresentados. En-
tretanto, cada item do Projeto de Pesquisa será abordado de maneira especí-
fica e didática nas próximas unidades. De qualquer forma, sugerimos que
aproveite o tempo e comece a refletir sobre um possível tema para seu
Artigo Científico, uma vez que, na próxima unidade, você deverá obriga-
toriamente escolher um. Lembre-se: nossa sugestão é que você desen-
volva uma pesquisa que não envolva dados diretos e indiretos de seres
humanos, conforme os conceitos já trabalhados.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Importante–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Caso você tenha compreendido o conceito de pesquisa com seres humanos
aqui referenciado, e já tenha em mente que realizará uma pesquisa que não
envolva, direta ou indiretamente, dados de pessoas, você não precisará
fazer a leitura das páginas seguintes da presente unidade. Desse modo,
recomendamos que você reinicie a leitura a partir do tópico “2.4 Noções de
Escrita Acadêmica”.
É claro que, durante o transcorrer de seus estudos, você poderá mudar de
opção. Isso poderá ocorrer principalmente durante as leituras da Unidade 2,
momento em que você deverá delimitar o seu tema de pesquisa. Caso isso
ocorra, basta retornar a esta unidade e fazer a leitura completa dos tópicos.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Nota–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Cabe referenciar que o cadastro na Plataforma Brasil é “único”. Isso significa
que, caso futuramente o pesquisador venha a fazer outra pesquisa com seres
humanos, bastará acessar a Plataforma e enviar o projeto segundo os trâmites
aqui tratados.
Dúvidas sobre a utilização da Plataforma Brasil podem ser encaminhadas para
o seguinte e-mail: <plataformabrasil@saude.gov.br>. Há também a opção do
chat on-line. Para utilizá-lo, acesse o site da Plataforma Brasil (BRASIL, 2015),
clique em Central de Suporte (botão localizado ao lado direito do topo da pá-
gina) e posteriormente em atendimento on-line.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Dispensa do TCLE
Caso o pesquisador venha a trabalhar com dados arquiva-
dos (dados indiretos), não será necessário aplicar o TCLE. Toda-
via, deverá solicitar ao Comitê de Ética a dispensa da necessidade
de entrega do documento. Como fazê-lo? Durante o cadastro do
Projeto de Pesquisa na Plataforma Brasil, mais especificamente
na Tela 5, haverá um item em que o pesquisador poderá assina-
lar e justificar a dispensa do documento.
Importante–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
O pesquisador poderá recorrer ao modelo disponível na página do CEP/CLA-
RETIANO (CLARETIANO, 2015b).
Caso seja de seu interesse, conheça com profundidade os critérios-chave ob-
servados pelo Comitê de Ética em Pesquisa na análise dos projetos submeti-
dos à sua apreciação, a partir da leitura do conteúdo compreendido entre as
páginas 31 a 38 do Manual operacional para comitês de ética em pesquisa
(BRASIL, 2008). Cabe reiterar: sugerimos a realização de um trabalho de re-
visão bibliográfica.
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São muitos detalhes, não? Entretanto, são necessários
para garantir o respeito à pessoa humana. Reflita sobre isso.
Folha de Rosto
A Folha de Rosto é um documento elaborado simultanea-
mente ao cadastro do Projeto de Pesquisa na Plataforma Brasil.
Nela é indicada parte dos dados da pesquisa. A Folha de Rosto
somente será disponibilizada para impressão na Tela 5 do ca-
dastro do Projeto, após o preenchimento de todos os dados im-
prescindíveis. O pesquisador deverá, então, imprimi-la, assiná-la,
digitalizá-la e inseri-la no sistema.
Importante!–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Na Unidade 2, você escolherá o tema a ser abordado em seu Artigo Científico.
Antes de optar por uma pesquisa com seres humanos, reflita sobre as orienta-
ções desta unidade, pois a realização desse tipo de pesquisa demanda mais
tempo e rigor. Na condição de pesquisador, é seu dever pensar sobre a
viabilidade do Projeto.
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Dica:
Caso ainda tenha alguma dúvida sobre os trâmites que envol-
vem o Comitê de Ética em Pesquisa da instituição, você poderá
entrar em contato pelo e-mail: cepclaretiano@claretiano.edu.br.
Importante!–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Escrever academicamente bem não significa conceber um texto formado por
termos e construções truncados. Pelo contrário: significa saber comunicar
suas ideias com clareza, respeitando as especificidades do gênero. O uso de
uma linguagem rebuscada tende a afastar o leitor do entendimento das ideias
que você, como autor, deseja comunicar. Ao redigir sua pesquisa, pressuponha
que seu leitor não compartilha dos mesmos conhecimentos prévios que você.
Quando está confeccionando seu Projeto de Pesquisa e seu Artigo Científico,
você está na posição de um comunicador da ciência. Sua palavra se dirige
a um “outro”. Portanto, ao redigir cada um dos parágrafos, você deve se
perguntar: “o leitor compreenderá exatamente o que pretendi ‘dizer’?”
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Importante!–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Perceba que temos tratado das atividades deste estudo, divididas entre dois
fins: Projeto de Pesquisa e Artigo Científico. Tratamo-las assim, pois são de
gêneros diferentes. A compreensão desse pressuposto é relevante para sua
vida acadêmica. Entretanto, é salutar que você compreenda, para atendimento
do que é proposto na disciplina, as duas atividades como um único fluxo se-
quencial. Ou seja, um depende estritamente do outro. Em outras palavras, o
Projeto de Pesquisa elaborado aqui em linhas gerais, já é um pré-texto (plano
de texto) da atividade-fim: o artigo científico.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
A concisão é laboriosa. Engana-se quem se deixa levar pela
ideia de associar qualidade de escrita científica a textos longos.
Umberto Eco, em sua obra Como se faz uma Tese, oferece-nos
Objetividade
Na literatura, a exploração de recursos que conduzem o lei-
tor a construir significações múltiplas é bem vista. Grosso modo,
podemos entender isso como subjetividade.
No caso da literatura, que se constrói a partir de um traba-
lho de elaboração da linguagem para o alcance de efeitos lúdi-
cos ou de estilo, a subjetividade é perfeitamente adequada, pois
aumentará o potencial de significado do texto. Ao lê-lo, o leitor
poderá chegar a várias interpretações. O mesmo não se aplica
ao texto científico. E é justamente esse o gênero sobre o qual
você deverá se debruçar para construir seu Projeto de Pesquisa
e seu Artigo Científico.
Conceito de Literatura–––––––––––––––––––––––––––––––
Perceba que aqui utilizamos o conceito “moderno” de literatura, tido como a
“[...] linguagem carregada de significado” (POUND, 2006, p. 32). Referimo-nos
aqui aos textos que trabalham com o lúdico, com a imaginação e subjetividade.
É comum, por exemplo, empregar a expressão “literatura médica” para as pu-
blicações correspondentes à área da Medicina, e assim sucessivamente para
outras áreas. Também se trata de um uso adequado do termo. Nesse caso,
“literatura” indica o conhecimento já publicado e aceito pela comunidade cien-
tífica da área.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Diferentemente do texto literário, o texto científico tem
parâmetros normativos bem estabelecidos. Tais parâmetros são
comuns à comunidade científica. Isto é, há um “código” relativa-
mente homogêneo na composição dos textos que se prestam à
apresentação do conhecimento científico. E é esse código que
você deverá aprender a manusear.
Importante–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Variar as palavras, termos e conectivos é positivo; contudo, é necessário ter
atenção para empregar palavras que realmente correspondam ao sentido que
se pretende transmitir. Por isso, adquira o hábito de consultar dicionários. Um
termo mal-empregado pode levar o leitor a subtrair do texto outro sentido.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Importante–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Durante a construção de seu Projeto de Pesquisa ou Artigo Científico, você
pode rascunhar inúmeras ideias. Essa é uma estratégia positiva para que não
se percam boas observações encontradas durante as leituras e/ou reflexões.
Posteriormente, de acordo com o direcionamento dado ao trabalho, você terá
que descartar algumas delas: algumas por perceber, devido a um entendimen-
to maduro da teoria, que não compreendia tão bem antes, e outras por serem
menos importantes em relação ao tema pesquisado. Todavia, todo o texto de-
verá passar por revisões até chegar ao “produto final”.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Pessoa pronominal
O texto científico se constrói a partir de um “apagamento”
do “sujeito pesquisador”. Em sua esfera, a “pessoalidade” é uma
prática condenada. Basicamente, há duas maneiras de redigir o
texto científico.
A orientação é que, seja qual for a opção tomada, esta seja
seguida ao longo de todo o texto. Hibridismo não é bem visto no
gênero científico. Vejamos o que orienta a professora Maria do
Carmo Silva Soares:
Os verbos que indicam certeza, cujo sujeito se dilui sob a forma
de um elemento de significação ampla e impessoal, indicando
que o enunciado é produto de um saber coletivo, que se deno-
mina ciência, esses verbos indicam certeza e o enunciador vem
generalizado por um “nós” em vez de “eu”, ou ainda indetermi-
nado (SOARES, 1995, p. 141).
Adjetivação
Acabamos de falar sobre “parcialidade”. No texto acadê-
mico, o emprego de adjetivos deve ser evitado, para não causar
tal efeito. Se um adjetivo atribui “qualidade” ou “característica”
a um “substantivo”, quando o usamos no texto científico, pode-
mos incorrer a “juízos de valor”, quebrando a impessoalidade do
discurso. Veja o exemplo a seguir:
• “O excepcional Bakhtin (1991) nos traz ensinamen-
tos valiosos quanto à enunciação”.
Se o autor tivesse recorrido a uma citação literal, retirada
de literatura específica, na qual constassem os adjetivos “excep-
cional” e “valiosos”, estaria fazendo uma transcrição literal da
fonte. Todavia, os adjetivos que atribuem juízos de valor sobre
a notoriedade do teórico russo foram acrescentados pelo autor
do texto.
O texto diz algo e ponto. Como aluno-pesquisador você
deve fazer deduções a partir da literatura pesquisada. Não incor-
ra à parcialidade.
Revisão final
Embora pareça cansativo consultar as “regrinhas” dos ma-
nuais de escrita acadêmica, tenha as recomendações por perto
quando estiver escrevendo o texto, isto é, construindo cada item
do seu Projeto de Pesquisa e, na sequência, durante a redação
do Artigo Científico. E utilize-as novamente para uma revisão fi-
nal, antes de considerar o trabalho pronto.
Como nos ensina o professor Antônio Soares Abreu (2008),
é imprescindível que se leve em consideração as “normas” es-
pecíficas do gênero, quando se produz um texto. Seu design é
delineado durante sua construção, e não após sua conclusão.
Lembre-se: pesquisar é fazer descobertas à luz da razão.
Escrever a pesquisa é comunicar essas descobertas.
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em
responder às questões a seguir, você deverá revisar os conteú-
dos estudados para sanar as suas dúvidas.
1) Assinale a alternativa correta.
Conforme o conteúdo tratado na presente unidade, as modalidades de
pesquisa pertinentes a um artigo científico são: artigo científico de revisão
bibliográfica, artigo científico de pesquisa de campo, relato de experiência
e estudo de caso. Sobre o artigo científico de revisão bibliográfica, é cor-
reto afirmar:
a) É o resultado de uma investigação em que o aluno assume o papel de
observador e explorador, coletando os dados diretamente no local em
que se deram ou surgiram os fenômenos.
b) Consiste na divulgação de experiências profissionais e/ou acadêmicas
desenvolvidas ou em andamento que, por suas propostas, tragam con-
tribuições para a área na qual o aluno se insere.
c) Caracteriza-se pelo contato direto com o fenômeno de estudo; é meio
de formação por excelência e constitui o procedimento básico para
os estudos, pelos quais se busca o domínio sobre determinado tema.
d) É a pesquisa sobre determinado indivíduo, família, grupo ou comuni-
dade que seja representativo de seu universo, a fim de examinar as-
pectos variados relacionados à sua vida.
Gabarito
1) e.
2) c.
5. CONSIDERAÇÕES
No decorrer do estudo desta unidade, vimos que, para a
realização de uma pesquisa acadêmica, é preciso que seja esta-
6. E-REFERÊNCIAS
Sites pesquisados
BRASIL. Ministério da Saúde. Plataforma Brasil. Disponível em: <http://aplicacao.
saude.gov.br/plataformabrasil/login.jsf>. Acesso em: 19 fev. 2015.
______. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 466, de 12 de
dezembro de 2012. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 13
jun. 2013. Disponível em: <http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2012/Reso466.
pdf>. Acesso em: 5 fev. 2015.
______. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Comissão Nacional de Ética
em Pesquisa. Manual operacional para comitês de ética em pesquisa. 4. ed. rev. atual.
Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2008. Disponível em: <http://conselho.saude.
gov.br/web_comissoes/conep/aquivos/materialeducativo/Manual_ceps_v2.pdf>.
Acesso em: 19 fev. 2015.
CLARETIANO – CENTRO UNIVERSITÁRIO. Comitê de ética em pesquisa. Disponível em:
<www.claretianobt.com.br/cep>. Acesso em: 19 fev. 2015a.
______. Formulários. Disponível em: <http://claretianobt.com.br/p/cep/formularios>.
Acesso em: 19 fev. 2015b.
CNPQ – CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO.
Linha de pesquisa – ajuda. Disponível em: <http://www.cnpq.br/>. Acesso em: 20 fev.
2015.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABREU, A. S. O design da escrita – redigindo com criatividade e beleza, inclusive ficção.
Cotia: Ateliê Editorial, 2008.
ASSIS, M. Dom Casmurro. São Paulo: Ática, 1995. (Série Bom Livro).
BASTOS, L. et al. Manual para elaboração de projetos e relatórios de pesquisa, teses,
dissertações e monografias. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC,2000.
CASTRO, C. M. Como redigir e apresentar um trabalho científico. São Paulo: Pearson
Prentice Hall, 2011.
CPIC – COORDENADORIA GERAL DE PESQUISA E INICIAÇÃO CIENTÍFICA. Normas gerais
para elaboração do trabalho de conclusão de curso (TCC). Batatais: Claretiano, 2013.
DEMO, P. Introdução a metodologia da ciência. 2 ed. São Paulo: Atlas, 1987.
______. Metodologia científica em ciências sociais. 3. ed. rev. ampl. São Paulo: Atlas,
1995.
D’ONOFRIO, S. Metodologia do trabalho intelectual. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
ECO, U. Como se faz uma tese. 13. ed. São Paulo: Perspectiva, 1996.
FARACO, C. A. A produção textual de um estudante ao final do Ensino Médio. Texto
apresentado na abertura do Encontro de Supervisores de Avaliação de Redações,
promovido pela DAEB/INEP. Brasília, 30 ago. 2014.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2007.
GOLD, M. Redação empresarial: escrevendo com sucesso na era da globalização. 3. ed.
São Paulo: Pearson, 2008.
GOLDSTEIN, N.; LOUZADA, M. S.; IVAMOTO, R. O texto sem mistério: o texto e a escrita
na universidade. São Paulo: Ática Universidade, 2009.
ILHESCA, D. D.; SILVA, D. T. M.; SILVA, M. R. Redação acadêmica. Curitiba: Intersaberes,
2013.
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Metodologia científica. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
MEDEIROS, J. B. Manual de redação e normalização textual: técnicas de editoração e
revisão. São Paulo: Atlas, 2002.
PIACENTINI, M. T. Q. A forma em evidência: estilo e correção em trabalhos acadêmicos.
In: BIANCHETTI, L.; MEKSENAS, P. (Orgs.). A trama do conhecimento: teoria, método e
escrita em ciência e pesquisa. 2. ed. Campinas: Papirus, 2009. p. 317-334.
PÁDUA, E. M. M. Metodologia da pesquisa – abordagem teórico-prática. 10. ed. rev.
atual. Campinas: Papirus, 2004.
PIVA, S. I.; MAZULA, R. (Orgs.). Missão e Projeto Educativo. Centro Universitário
Claretiano. Batatais: Claretiano, 2007.
POUND, E. ABC da literatura. Trad. Augusto de Campos e José Paulo Paes. São Paulo:
Cultrix, 2006.
RUDIO, F. V. Introdução ao projeto de pesquisa científica. Petrópolis: Vozes, 2007.
SOARES, M. C. S. Redação de trabalhos científicos. São Paulo: Cabral, 1995.
WITTGENSTEIN, L. Tractatus Logico-Philosophicus. Trad. José Arthur Giannotti. São
Paulo: Companhia Editora Nacional, 1968.