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COLÉGIO ESTADUAL PEDRO MACEDO - EFMP

A ÉTICA PROTESTANTE E O ESPÍRITO CAPITALISTA DE MAX WEBER

CURITIBA
2018
PEDRO CORDEIRO NEVES

A ÉTICA PROTESTANTE E O ESPÍRITO CAPITALISTA DE MAX WEBER

Trabalho apresentado à disciplina de


Fundamentos do Trabalho do Curso Técnico
em Segurança do Trabalho, do Colégio
Estadual Pedro Macedo, sob a orientação do
professor Maurício Drapoynsk

CURITIBA
2018
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 3
2 DESENVOLVIMENTO 4
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 6
REFERÊNCIAS 7
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1 INTRODUÇÃO

A ética protestante, também chamado de ética do trabalho, é um código de


moral baseada nos princípios de honra, disciplina, trabalho duro, e individualismo que
muda radicalmente a visão sobre o trabalho conduzindo-o a um pleno
reconhecimento. Segundo Max Weber, foi somente através da Reforma, que o
trabalho assumiu verdadeiramente um status de importância e contribuiu
decisivamente para uma outra subjetividade no modo como a sociedade começou a
observar o trabalho. Weber traduziu esse e outros pensamentos no seu livro intitulado
“A ética protestante e o espírito do capitalismo”. Este presente trabalho, tem como
objetivo repassar os principais conceitos a respeito dessa visão de Weber.
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2 DESENVOLVIMENTO

Segundo Max Weber, foi com o advento da Reforma Protestante que o


conceito de trabalho tomou outro entendimento por parte da sociedade, sendo visto
como algo mais importante do que somente obter rendimentos necessários somente
para o sustento do indivíduo. Weber traduziu este pensamento através do seu livro “A
ética protestante e o espírito do capitalismo”, de 1905 (SANSON, 2014).
Segundo Samson (2014), até a ocorrência da Reforma, o trabalho era visto
como essencial para a sobrevivência do homem, porém era visto de maneira
indesejada, apenas como uma obrigação ou mal necessário. Martinho Lutero teve
uma grande influência na visão de como era visto o trabalho, quando traduziu o Novo
Testamento para o alemão em 1522, retirando uma concepção pejorativa do trabalho
(apud COSTA,1990). Porém, somente com João Calvino que o trabalho assumiu um
significado ainda mais importante, sendo o trabalho considerado um dever. Para
Calvino, onde quem não trabalhava não devia. (apud MÜLLER, 2005).
De acordo com Ferreira (2000), Weber chegou a esta conclusão, ao observar
que no começo do século XX, os capitalistas protestantes tinham sido mais bem
sucedidos em termos econômicos do que os católicos. Para chegar a esta conclusão,
ele observou no vale do Ruhr, na Alemanha, onde geralmente os filhos das famílias
católicas era levados a escolher carreiras com tendências mais humanísticas, ao
passo que os filhos das famílias protestantes acabavam por escolher carreiras mais
ligadas as áreas técnicas. A consequência disso, foi que os protestantes acabavam
por ser melhores representados nas indústrias, entre os dirigentes e os técnicos de
nível superior.
Segundo Calvino, o trabalho é um sinal de graça divina. Ele acredita na ideia
de que o trabalho não deve ser visto como uma fonte de pecado e sim com uma
contemplação. Sendo assim, o trabalho libertaria o homem do sofrimento e se tornaria
agradável a Deus. Por isso, não trabalhar significa não prestar homenagem a Deus.
As exceções para não trabalhar seriam motivos como a doença, mas optar por não
trabalhar ou não fazer de tudo para encontrar um trabalho, é moralmente condenável.
Desta forma, o ócio, assim como a preguiça, não são desejados por Deus (SANSON,
2014).
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Portanto o sucesso durante a vida, seria conquistado por meio do trabalho,


mesmo assim não era uma garantia de salvação, mas um sinal promissor. Esse
pensamento sobre o trabalho teve consequências sobre a vida econômica em geral e
consequentemente sobre o modo de vida capitalista. O puritanismo considera, ao
contrário da leitura teológica anterior, a riqueza como desejável e apreciável. Desta
forma, o rico seria abençoado e estaria no caminho da salvação; ao passo que, o
pobre que não tem o reconhecimento social e despojado de prestígio em sua vida
ociosa, estaria em perdição. A intuição de Weber é de que a ética protestante deu
conteúdo a um espírito do capitalismo, tendo no trabalho um dos principais elementos
(SANSON, 2014).
Segundo a visão protestante, o trabalho além de proporcionar uma
valorização religiosa do trabalho, contribui como uma motivação para o
empreendedorismo. Foi desta forma que o trabalho, que liberou de forma moral e ética
os homens, os capitalistas, à aquisição de bens, à obtenção do lucro, à cobrança de
juros e à acumulação de capital.
Mas por que os católicos e as outras religiões orientais não tiveram parte nesta
construção capitalista analisada por Weber? Porque a ética católica privilegiava o
discurso da pobreza, reprovando a pura busca do lucro e da usura e não viam o
sucesso no trabalho como indícios de salvação e nem como forma de glorificar a Deus,
como faziam os calvinistas. Assim sendo, sem motivos divinos para dedicarem-se
tanto ao trabalho, não fizeram parte da lista weberiana dos primeiros capitalistas.
(PINHO, 2018)
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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como observado perante a ótica de Max Weber, o trabalho assumiu um papel


ao longo da história com uma ligação forte a sociedade ao seu redor, principalmente
do ponto de vista religioso. Em um primeiro momento, durante a Idade Média, o
trabalho é considerado como um castigo, como condição para a salvação. A virada
acontece com mudança na interpretação do trabalho não mais como condenação,
mas como possibilidade de uma dádiva de Deus. O que opõe do conceito de trabalho-
castigo, o trabalho-glorificação dá um outro sentido a quem dele necessita. A partir
disso, todos devem trabalhar, mesmo que a pessoa não precise. Sendo assim, o
trabalho, ao contrário do que se afirmava antes, pode sim ser fonte de riqueza e
quanto mais se trabalhava mais reconhecimento e consequentemente mais agrada a
Deus.
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REFERÊNCIAS

FERREIRA, F. Uma Introdução a Max Weber e à obra "A Ética Protestante e o Espírito
do Capitalismo". FIDES Reformata 5/2 (2000). Disponível em:
<http://www.mackenzie.br/fileadmin/Mantenedora/CPAJ/revista/VOLUME_V__2000_
_2/Franklin.pdf>. Acesso em: 25/03/2018.

PINHO, A. Max Weber e a Ética Protestante. Filosofia e Sociologia. Disponível em:


<https://filosofiaesociologia.com.br/max-weber-e-a-etica-protestante/>. Acesso em:
25/03/2018

SANSON, C. O Conceito de Trabalho em Max Weber. Café com Sociologia.


Disponível em: <https://cafecomsociologia.com/o-conceito-de-trabalho-em-max-
weber/>. Acesso em: 25/03/2018

WEBER, M. A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. Disponível em:


<http://www.afoiceeomartelo.com.br/posfsa/Autores/Weber,%20Max/Max%20Weber
%20-
%20A%20%C3%89TICA%20PROTESTANTE%20E%20O%20ESP%C3%8DRITO%
20DO%20CAPITALISMO.pdf>. Acesso em: 25/03/2018.

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