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Dinâmica do balão

1ª Dinâmica
1º Pensar e escrever no papel um sonho que tenham;

2º Colocar o papel dentro do balão;

3º Encher e fechar o balão;


Caso práctico
Imagina que o teu filho tirou negativa num teste. Este fim de semana tem duas festas de anos.
O que fazes?
DEFINIÇÃO

Castigo = Consequência
ou
Castigo ≠ Consequência

… Vamos descobrir!!!
Castigo
(derivação regressiva de castigar)
substantivo masculino
DEFINIÇÃO
1. Punição que se inflige a um culpado.
2. Mortificação.
3. Tarefa penosa ou grande dificuldade.

Palavras relacionadas: castigar, punição, punir, multa

(Fonte: in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013)


Consequência
substantivo feminino
DEFINIÇÃO
1. Resultado natural, provável ou forçoso, de um facto.
2. Dedução tirada por meio de raciocínio de um princípio ou de um facto.
3. Conclusão dimanada das premissas.

Palavras relacionadas: corolário, conseguintemente, dedução, resultado

(Fonte: in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013)


Castigo ou Consequência?
Porque castigamos?

Porque funciona e é imediato!


Porque garante que não somos permissivos.
Porque garante que não deixamos passar a situação em branco.
Porque provoca o falso efeito de resolução (já está! Já agi!)
Porque está relacionado com o que sentimos
Porque é mais fácil para quem não conhece as alternativas e as suas vantagens
Castigo ou Consequência?
Castigo ≠ Consequência
Fazer com que a criança É resultado de uma decisão
sofra e perceba que sempre Tem como objectivo levar a
que se portar mal irá criança a perceber o impacto
encontrar dor da sua decisão
Não tem a ver com a Responsabiliza a criança
situação em si E tem como objectivo levar a
Não ensina o criança a reparar a situação
comportamento adequado
Não assegura que não seja
“o vira o disco e toca o
mesmo”
Castigo ou Consequência?
Para alguns pais a consequência parece criar a ideia de falhar na educação dos
filhos, ficando a impressão de que o castigo é que vai assegurar o
comportamento adequado.

Parece existir a ideia louca que para se portar bem, uma criança tem de se sentir
mal ou que para aprender tem de sofrer.
O castigo quebra o vinculo por ser sentido como injusto. (“bateste no teu irmão?
Não vais à festa!//Mentiste? Ficas sem mesada!”) Habitualmente o tom com que
se profere o castigo é mais duro e punitivo.

“Não queres lavar os dentes? Isso era o que faltava, nem pensar nisso. Vais lavar
imediatamente os dentes ou se não amanhã ficas sem sobremesa!”
Castigo ou Consequência? Não queres lavar os dentes? A sério? Bom não te posso obrigar, mas tenho de me
assegurar que não ganhas cáries. Ou seja que os teus dentes não fiquem doentes por não
os quereres manter limpos. Tudo bem não queres lavar os dentes não lavas, mas assim
sendo não vais poder comer nada que leve açúcar. A decisão é tua!

A criança pode não ficar satisfeita com a consequência, pode (e vai com certeza) reclamar, mas a
verdade é que quando estão relacionadas ela não sentirá que é injusta, o que não acontece quando há
um castigo. Ao sentir-se injustiçada a criança vai perceber que os pais é que têm “a faca e o queijo na
mão” e por isso não vale a pena cooperar porque a qualquer momento os pais decidem castigar e ela
não pode fazer nada!

Mostrar aos miúdos que na vida há coisas que têm consequências é uma estratégias séria, que os
envolve!
Castigo ou Consequência? Voltando ao exemplo do estudo (o teu filho tirou negativa num teste…):

“tenho muita pena, mas a vida é mesmo assim, ficas de castigo e a estudar. Se não
melhorares as notas daqui para a frente, não há mais festas!”

Achas mesmo que o teu filho ficará a estudar de boa vontade e feliz por zelares pela sua vida
académica? Claro que não!

Vi que tiraste negativa. Este fim de semana tens duas festas de anos. Sugiro que estudes no sábado de
manhã esta parte da matéria – e posso ajudar-te – e, quando estivar sabida, poderei levar-te á festa de
anos de sábado. O que te parece?

Caso o teu filho decida ficar a manhã toda a ver televisão ou a brincar, e tu até o lembrares duas
vezes do combinado, a decisão é dele!!!!

Só tens de seguir o guião!!!!


Castigo ou Consequência? Não tens de dizer: Bem te disse

Eu avisei-te!

És sempre o mesmo!

Não podemos confiar em ti!

Ele ficará zangado com ele próprio e até contigo? É bem possível! Mas não tens mais nada a ver
com o assunto.

É um processo dele! No limite poderás lembrá-lo que no dia a seguir há outra festa e que se
podem sentar a recuperar o tempo perdido.
Sem ralhetes!
Castigo ou Consequência? As consequências podem ser naturais ou lógicas:

Naturais são aquelas que acontecem na sequência de um


acontecimento…

Exemplo: o teu filho decide que não vai levar o casaco para a escola. A
consequência natural será, eventualmente, sentir frio. (é obvio que não
nos passaria pela cabeça deixar o nosso filho de 3 anos ir para a escola
sem casaco mas, caso fosse um pré-adolescente, seria possível deixá-lo
pelo menos uma vez para ter a noção da importância do casaco,

As lógicas são um pouco diferentes pois têm ligação com o que está a acontecer. Por isso devem
ser enunciadas previamente para que as crianças possam escolher o comportamento que
desejam.
Castigo ou Consequência?
Exemplo
João: “Mãe, não me apetece comer mais. Posso sair da mesa e ir brincar”
Mãe: “João, come mais um pouco. Não comeste nada…depois vais ter fome e só vamos lanchar
quando chegarmos a casa da avó.”
João: “Estou muito cheio. Não tenho fome. !

(1 hora depois)
João: ”Mãe, tenho fome! Não comi nada ao almoço. Tens de parar o carro e ir comprar alguma coisa
para comer!”
Mãe: “ Ena, deves estar mesmo com fome, para quereres que pare o carro!”
João:” mesmo, mesmo!”
Mãe: “Vais lanchar quando chegarmos a casa da avó. Foi o combinado.”
João: ”mas eu não comi nada ao almoço!”
Mãe:”Eu sei, João. Estou a ouvir o que me dizes. Essa foi uma decisão tua. Agora vais esperar até que
lá cheguemos.”
João: “És muito feia!”
Mãe: (silencio)

O que é que ensinamos?

No exemplo o João vai ficar a saber que vai ter fome depois, sem que seja preciso dizer “Vês, eu bem te avisei, não
foi?” Vai lembrar-se de que a decisão foi só dele.
O silêncio da mãe indica que ela nada tem que ver com a decisão do filho, sobretudo porque ela lhe mostrou que
aquilo poderia acontecer. O seu silêncio possibilita o crescimento do filho.
Castigo ou Consequência? As consequências são:

Relacionadas com a situação: “Vais estudar de manhã e quando a


matéria estiver sabida levo-te à festa!”

Reveladas com antecedência: “Amanhã de manhã…”

Repetidas pela criança: dizendo que entendem e o que acontecerá

Justas: é uma consequência razoável, mas não seria no caso do


melhor amigo, por exemplo. No caso de o João não ter conseguido
estudar tudo ou gerido o estudo, seria possivelmente muito
injusto proibi-lo de ir a essa festa em concreto. Tens vontade de
cooperar e de seres melhor quando te gritam, ameaçam,
humilham?

Mostram respeito porque são enunciadas de forma digna, não


melindrando a criança
Castigo ou Consequência? E se o meu filho não aceitar a consequência?

Pode significar uma de três coisas:


Não está perante uma consequência, mas sim um castigo –
reavalia, por favor!
O teu filho não é suficientemente crescido para perceber a
situação, como tal terás de te assegurar que o proteges.
Terás de começar a desenvolver a vossa relação, porque o teu
filho não está disponível para cooperar contigo. A prova é que
ele prefere uma discussão contigo.
Consequência
Consequência
Como aplicar?
O Rui demora sempre muito tempo a comer, e normalmente só o faz depois de os pais
insistirem muito. Tem por hábito pedir para sair da mesa e ir ao quarto de banho. Normalmente
insiste muito… Os pais respondem-lhe que se comer rapidamente pode ir ao quarto de banho,
Consequências
e que por isso o melhor é comer num instante. Se a criança continua a insistir tentam ignorar e
logo que ela acabe de comer, dizem-lhe que já pode sair da mesa.
Alguém faria algo diferente? O quê?

Dois irmãos estavam a brincar no quarto quando o pai entra no quarto e os chama porque está
na hora do banho para depois irem jantar. Um dos meninos levanta-se logo e o outro continua
a brincar. O pai sai e passado um bocado regressa ao quarto dizendo à criança, com um tom de
voz mais elevado, que parece que está surda; que já a mandou banho… e questionando porque
que o filho não obedece à primeira conforme o irmão, e que por isso, a partir de hoje sempre
que não obedecer à primeira ficará uma semana sem ver televisão, sem brincar e sem tablet.
Alguém faria algo diferente? O quê?
O Manuel (seis anos) andou a pintar na sala e sujou o chão todo com tintas. Os pais berram
com ele e dizem: “Não fazes nada direito. Quantas vezes já te disse que não se pode pintar na
sala? Olha se o teu irmão faz destas coisas! Vai já para o teu quarto e só sais de lá quando te
Consequências
mandar!”
Alguém faria algo diferente? O quê?

João (oito anos) esteve a brincar a tarde toda, enquanto os irmãos faziam os trabalhos de casa.
Ao final do dia, os irmãos foram ver televisão e quiseram fazer jogos com os pais, mas o João
ainda não tinha feito os trabalhos de casa… João ao ver os irmãos a brincar recusou-se fazer os
trabalhos de casa e os seus pais decidiram negociar com ele um novo horário para fazer os
trabalhos de casa para que ele pudesse aproveitar a tarde.
Alguém faria algo diferente? O quê?

A Andreia (sete anos) rasgou algumas páginas do seu caderno da escola durante uma birra e a
seguir pediu à mãe um caderno novo, dizendo que aquele estava estragado e feio. A mãe disse
a Andreia que conseguia compreender que ela não gostasse do seu caderno assim, mas que
teria que lidar com isso porque não havia dinheiro para comprar outro.
Alguém faria algo diferente? O quê?
Consequências

Queremos acima de tudo que a criança compreenda o que fez e porque não deve voltar a
fazer não apenas que ela tenha medo da consequência sem reflectir sobre o que fez.
Na dúvida…

NÃO USAR MARTELOS PARA MATAR MOSQUITOS

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