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TÉCNICAS DE VENDAS

TÉCNICAS DE VENDAS
Diante à diversidade de produtos, negócios e público, a atitu-
Prof. Mariela Ribeiro Nunes Cardoso de estratégica de administração de vendas, e dos vendedores deve
desdobrar o esforço anterior efetuado pela estratégia de marke-
Jornalista e advogada na Área Civil e Direito de Família. ting focada em cada tipo de produto e mercado. A organização de
vendas deve definir o tamanho da força de vendas, determinando
Especialização na Fundação Getúlio Vargas, graduada pelo locais e atendendo cada tipo de mercado, seja grande, médio ou
Centro Universitário Eurípides de Marília e pela Universidade pequeno.
de Marília. Para cada segmento de mercado e tipo de negócio, a equipe
de vendas é treinada e socializada com o local e o produto a ser
TÉCNICAS DE VENDAS: ofertado. Um ótimo desempenho da equipe de vendedores é atingi-
do através de programas motivacionais, que podem ser oferecidos
através de prêmios, bonificações, comissões; além de técnicas de
liderança e de marketing de incentivo que direcione o esforço dos
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE vendedores.
VENDAS: PLANEJAMENTO, ESTRATÉGIAS, Atingir bons resultados de vendas ou melhorá-los deve ser re-
OBJETIVOS; ANÁLISE DO MERCADO, sultado de um monitoramento da gerência de vendas. As quotas de
METAS. previsão devem ser estipuladas dentro de uma análise de mercado
real, estipular metas inatingíveis podem frustrar a frente de ven-
dedores. Em todo ciclo de venda há um estudo sobre processos de
compra, papéis de compra, tipos de comportamento de compra e
Iremos abordar os temas acima especificados, com base na mercado consumidor e industrial.
transcrição de trechos do trabalho cientifico dos profissionais Re- No passado, quando as empresas estabeleciam as metas de
nato Francisco Saldanha Silva e Ailton Eugenio. vendas, consideravam o que tinham vendido no período anterior
Os métodos na Administração de Vendas têm como objetivo e, indagando os clientes sobre quais seriam suas compras futuras,
definir as táticas de como fazer um bom negocio, tanto na vida estabeleciam quais seriam as quantidades produzidas. Outra opção
profissional como pessoal. era utilizar a taxa de crescimento das vendas do ano anterior.
Para ser um bom vendedor ou negociador tem que conhecer Posteriormente, passaram a utilizar métodos estatísticos,
bem o que vai ser negociado e com quem esta sendo negociado, construídos a partir dos históricos de vendas. No entanto, para que
tornando uma das coisas mais importantes para ter uma boa tática. esse processo funcione, é preciso que as condições de mercado se
Uma organização quando contrata um vendedor, não é apenas mantenham inalteradas, o que nem sempre acontece.
para vender um produto, mas sim passar a imagem da empresa A correlação, tanto simples como múltipla, também foi larga-
para com os seus clientes, não adianta ter um bom produto, e não mente utilizada. Esse método consiste em considerar duas variá-
ter pessoas capacitadas para vendê-lo. veis que estão interligadas de forma que, ao se alterar uma delas, a
Tem pessoas que tem facilidade de negociar, esse tipo de ne- outra variará em uma proporção determinada.
gociador faz com que o cliente compre um produto que ele não Todos esses métodos não são totalmente confiáveis, pois exis-
quer, e consegue torná-lo satisfeito com o que está sendo negocia- tem situações que podem não ter acontecido no passado e, portan-
do, isto é uma tática de vedas. to, não podem ser consideradas em uma análise que tenha por base
o período anterior.
Objetivo da Administração de Vendas Os estudiosos resolveram, então, buscar novas maneiras de
A administração de vendas tem como objetivo conduzir a em- determinar com uma certa precisão como seria o mercado de ama-
presa para os caminhos desejados. Os objetivos podem ser quanti- nhã. Notaram que, se o histórico econômico de um país ou de um
tativos, como, por exemplo, obter certa fatia de mercado, ou qua- mercado fosse acompanhado continuamente, por meio do estudo
litativos, como projetar uma imagem de competência, e são muito de uma série de variáveis que o representem, poderia ser possível
importantes para conduzir o trabalho dos administradores. detectar uma mudança com antecedência necessária para a em-
Antigamente o objetivo da administração de vendas era so- presa se preparar para enfrentar a situação anômala, seja ela uma
mente vender, vender, e vender, nos dias atuais, este conceito mu- oportunidade ou uma ameaça mercadológica.
dou, e passou a focar não somente nas vendas, mas sim no cliente, Uma vez que o administrador de vendas já tenha um quadro
em avaliar quais são suas reais necessidades, o que a organização geral do seu mercado de atuação, ele deverá fazer uma previsão
pode fazer para ajudá-lo, bem como no atendimento pré-venda e do que poderá ocorrer no período a ser planejado. O período que
pós-venda, para assim conseguir uma fidelização com os clientes. o planejamento compreende poderá ser mensal, anual ou qualquer
A atividade de gestão de vendas é uma ferramenta promocio- outro, dependendo da administração e da situação ambiental.
nal, envolvida com a propaganda, promoção de venda, merchan- É necessário que a previsão de vendas seja feita com cautela,
dising e relações públicas. A venda em si é entendida como uma pois o impacto nos demais departamentos é bastante expressivo e
comunicação direta dirigida a um grupo de clientes qualificados e influencia os setores de produção, recursos humanos, finanças e a
específicos. O vendedor transmite e recebe mensagens. maioria dos outros departamentos da empresa.
Nos dias atuais, o vendedor não é somente um anotador de Os métodos de previsão utilizados podem ser divididos em
pedidos, um mero negociante ou consultor. Para acompanhar as científicos e não científicos. Muitas empresas de pequeno e médio
mudanças de comportamento do público consumidor e das evolu- porte utilizam os métodos não científicos por causa de seu baixo
ções tecnológicas, o profissional em vendas precisa estar atento e custo. A previsão pode levar em consideração o produto, a região,
atualizado neste processo de transições sociais e de mercado. os mercados ou os clientes.

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Dentre os principais métodos não científicos de previsão de Plano de Vendas
vendas, podem-se destacar: Após fazer o planejamento é um elaborado um plano de ven-
- Intenção de compra: questionamento aos clientes a respeito das que é um documento escrito, do qual constam os principais
de suas compras futuras; tópicos do planejamento. Deve ser um documento operacional da
- Opinião da força de vendas: os vendedores, de acordo com empresa, que servirá de conduta para as todas as atividades do
o conhecimento adquirido, podem determinar quanto irão vender; pessoal envolvido no que foi planejado.
- Zona piloto: são utilizadas por organizações que se valem Para executar um plano de vendas, o planejador precisa ter
de mercados concentrados ou de pequeno porte para lançarem ou profundo conhecimento dos passos mencionados nas providências
reposicionarem seus produtos; necessárias para o planejamento. Por isso serão apresentados em
- Vendas passadas: projeção feita, tomando-se por base uma ordem sequencial, mais lógica para o plano, os seguintes itens:
Potencial de mercado, Potencial de vendas, Previsão, Orçamento,
média das vendas em períodos passados;
Territórios, Rotas, Quotas.
- Julgamento dos executivos: tendo por base a experiência e
Propondo um melhor entendimento desses itens do plano de
intuição, os executivos determinam as vendas da empresa no pró-
vendas, vamos fazer um breve resumo sobre eles:
ximo período.
Além desses, outros modelos estão disponíveis para o planeja- Potencial de mercado
mento, como modelos matemáticos, regressão múltipla e métodos Estima-se o valor total da capacidade do mercado brasileiro
estatísticos. no ramo da atuação da empresa. Esta estimativa vai refletir a si-
Contudo, essa metodologia não pode ser aplicada de forma tuação econômica do momento. Em época de prosperidade, é evi-
indiscriminada para todos os setores. dente que o potencial seja maior do que em épocas de recessão. A
No método das médias móveis, a organização utiliza-se dos capacidade máxima que o território nacional pode absorver de um
dados do passado recente para realizar projeções futuras, basean- produto representa 100%. Supondo que São Paulo corresponde a
do-se na divisão simples desses dados. 50% deste total, o potencial da cidade de São Paulo é, portanto,
O método da média ponderada possibilita às organizações de 50%. Normalmente divide-se em regiões para facilitar as esti-
agregarem representatividade a cada item analisado. Assim, a pri- mativas.
meira coisa a se fazer, nesse método, é definir, com base em dados
anteriores, o quanto um período é mais importante do que o outro. Potencial de vendas
Esse método determina com maior precisão os resultados de A partir dessas informações pode se calcular o potencial de
uma previsão de vendas, uma vez que avalia os fluxos reais de um vendas. A capacidade de vendas da empresa e do mercado parte da
produto e os serviços no decorrer de um período. análise da demanda total do mercado. Suponhamos que a demanda
estimada do produto seja de 10.000 unidades o potencial de vendas
A regressão linear, normalmente utilizada na definição da
da empresa será de 5.000 unidades, haja vista que o potencial de
função de demanda, pode ser calculada por meio de um simples
mercado de São Paulo representa 50% do mercado total.
fator ou de vários fatores. Atualmente, as organizações já contam
com diversas ferramentas e softwares, que podem ser utilizados de Previsão de vendas
forma rápida e dinâmica para se calcular as previsões de vendas Deve se ter um quadro geral do seu mercado de atuação, esse
futuras com base no histórico da organização. quadro deverá fazer uma previsão do que ocorrerá no período a
As organizações utilizam-se da simulação para realizar suas ser planejado, este período pode ser mensal, anual, para dois ou
projeções com base em uma série histórica. Esse método, geral- três ou anos, ou para outro qualquer. A previsão é feita a partir da
mente, utiliza-se de indicadores da economia, de concorrentes e análise da empresa e de seu ambiente, da concorrência além de
dados do mercado. outros fatores que influenciam na determinação da previsão, como
Algumas organizações desenvolvem formas mais dinâmicas, condições gerais dos negócios, do ramo, do produto no mercado e
também, chamadas de opções ou cenários, normalmente, classifi- das condições internas da companhia. A previsão pode ser feita por
cados em pessimistas, realistas e otimistas. Cada organização, em produto, por região e mercado ou por cliente. Para isso utilizamos
função de suas necessidades e possibilidades de recursos, opta por métodos científicos ou não científicos.
criar diversas versões de cenários.
Orçamento
Planejamento da Administração de Vendas Logo após a elaboração do plano de vendas com base em pre-
Planejar é uma das funções do gerente de vendas. Planeja- visões, do que decorrera á luz das informações coletadas, o admi-
nistrador deve providenciar o orçamento de vendas, nada mais é
mento significa decidir com antecipação o que deve ser feito, e
que o planejamento financeiro destas expectativas de ocorrências.
constitui-se na primeira etapa do processo administrativo, através
A vantagem de um orçamento de vendas é proporcionar uma ex-
dele é possível precaver contra as eventualidades futuras, adequan-
pectativa futura e permitir que os vários setores se preparem para
do a empresa a um nível de atividades necessárias. atender a produção esperada e as vendas. Pode-se controlar o de-
Em sua essência o planejamento de vendas consiste, a partir sempenho de vários setores da empresa comparando-se os resulta-
dos objetivos empresariais, em analisar as situações internas e ex- dos com o planejamento, servindo, portanto como um instrumento
ternas; fazer uma previsão do que pode acontecer, para preparar-se de avaliação, e também determinar um orçamento mais favorável a
para atender e executar essa previsão e controlar o trabalho para certos departamentos ou produtos que a administração tenha inte-
que tais objetivos sejam alcançados. resse de vender, servindo assim de meio para a coordenação.

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Territórios À luz das informações e análises do que poderá ocorrer no
São as unidades geográficas em que se apresentam divididas futuro, a empresa pode estabelecer objetivos e metas, ou o que
as zonas de vendas. espera alcançar em determinado período. Os objetivos formam a
Primeiramente, o administrador deve ter cuidado para que a base do planejamento.
divisão seja harmoniosa e o território seja divido de forma propor- A determinação das atividades que precisam ser exercidas
cional não só no tamanho, como também em número de clientes, para alcançar os objetivos favorece a seleção da força de vendas.
pois os territórios divididos de formas desiguais podem causar in- O tipo de cliente visado pode determinar o tipo de vendedor.
satisfação entre os vendedores e, consequentemente reduzir a sua Na etapa final do planejamento, devem-se determinar os as-
motivação. pectos mais operacionais e quantificáveis para a execução do pro-
grama de vendas.
Rotas Podem-se estabelecer quotas de vendas, frequência de visitas
Para a definição de rotas, são vários os caminhos que os ven- e objetivos de cada visita aos diferentes clientes.
dedores deverão percorrer para dar cobertura apropriada ao territó-
O processo comercial é amplo e dinâmico, sendo composto
rio de vendas, ela é determinada pelo potencial de vendas na área,
de diversas fases interligadas e dependentes de um bom fluxo ope-
pela frequência de visitas necessária, e pelo número de clientes. O
racional para que se atinja o sucesso das vendas. As tarefas que
trabalho de determinação de rotas é simples. Inicialmente marcam-
compõem um fluxo operacional adequado a cada realidade de or-
-se no mapa vários pontos-de-venda de acordo com o potencial de
compras dos clientes. Logo após marcam-se os vários itinerários ganização são estruturadas na fase de planejamento das vendas.
a serem percorridos, obedecendo à forma mencionada. As anota- Após a realização do planejamento das atividades operacio-
ções podem ser feitas com lápis de cor, alfinetes, ou outra forma nais, que oferecerão suporte para a empresa desenvolver o trabalho
qualquer. Deve-se dar cobertura total aos territórios estabelecidos. de vendas, cabe aos profissionais envolvidos a estruturação dos
mecanismos que servirão para acompanhar a evolução e a plena
Quotas implementação do planejamento: os relatórios comerciais ou de
As cotas servem como parâmetros para análise da atividade vendas. Como o processo de vendas não se encerra com o fecha-
de vendas. Além de ser um instrumento de controle, contribui para mento da venda e não envolve apenas a área de vendas, os relató-
a motivação do vendedor. Por estar em intima relação com o as- rios comerciais são úteis para diversas áreas. A evolução da tecno-
pecto motivação. Lembrando que se deve levar em consideração logia e a introdução da informática, como ferramenta facilitadora
para elaborar uma quota a capacidade de demanda de determinada desses controles, possibilita maior velocidade na geração de infor-
região, preestabelecida. mações que servirão de base para as decisões do corpo diretivo e
A função de planejar deve ser exercida com base em previ- gerencial das organizações.
sões e fatos concretos, devendo o administrador compilar dados, As organizações estão passando, atualmente, por um ritmo
analisá-los, informar-se a respeito de vários setores. muito intenso de aperfeiçoamento em suas técnicas de vendas. Um
O processo de planejamento de vendas de uma organização dos fatores-chave para sustentar essa evolução ocorre por meio da
deve possuir algumas etapas básicas. Entretanto, nem todas as or- utilização, em proporções cada vez maiores, de sistemas automati-
ganizações conseguem, efetivamente, planejar suas vendas, muitas zados e informatizados para consulta, concretização e controle das
vezes devido à cultura organizacional, falta de profissionalização transações comerciais.
da administração ou a um ritmo de crescimento intenso e desor- Todavia, talvez o maior desafio no uso dos sistemas informa-
ganizado. tizados da força de vendas não esteja relacionado à sua tecnologia,
A complexidade do planejamento irá depender do tamanho da mas ao entendimento e compreensão dos benefícios que ela apre-
organização, podendo, conforme a necessidade, aumentar o pro- senta.
cesso ou dar mais destaque a algumas dessas etapas para conseguir Existem dois pontos que são indiscutíveis quando se automa-
maior eficácia nos resultados.
tiza a força de vendas. Primeiro, a mudança da forma como a or-
O gerente de vendas é o responsável pelo planejamento de seu
ganização opera.
departamento, envolvendo as atividades diretamente relacionadas
Subestimar a mudança de como o processo de vendas ocorre
a vendas.
hoje para como será depois de informatizado é colocar em risco
O planejamento começa com uma análise da situação am-
biental e, para isso, é necessário que os dados sejam compilados e o sucesso desse esforço. Segundo, a informatização da força de
armazenados de forma que proporcionem fácil acesso aos plane- vendas mexe com a forma como a área de vendas se comunica
jadores. com os outros departamentos dentro da organização. Portanto, é
Na segunda etapa do planejamento, a preocupação é comparar fundamental incluir no processo todas as áreas, como marketing,
as informações da análise ambiental com os recursos da empresa a propaganda, suporte a vendas, gerência de produtos, serviço ao
fim de verificar as reais oportunidades existentes para obtenção do cliente e qualquer outro grupo que se relacione com o cliente e o
crescimento e melhoria da eficiência. consumidor.
Os administradores devem trabalhar com suposições, eviden- O plano de vendas é um documento escrito do qual constam
temente, baseadas em dados que possam fundamentá-las, diferen- os principais tópicos de um planejamento. Para executar o plano
ciando-as da simples adivinhação. de vendas, o planejador precisa seguir uma ordem sequencial, mais
A partir de opiniões, julgamentos, dados estatísticos, proje- lógica para o plano, com os seguintes itens: potencial de merca-
ções de empresas especializadas, a empresa poderá fazer sua pre- do e potencial de vendas; previsão; orçamento; territórios; rotas;
visão de vendas e, em consequência disso, o orçamento. quotas.

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É necessária a determinação do potencial de mercado para prazo, enquanto as táticas são relacionadas a um setor especifico e
fixar plano e objetivos da empresa. Além disso, a determinação do a maioria delas é de curto prazo. Para determinar as estratégias e
potencial de mercado favorece a divisão de territórios, o estabele- táticas o administrador deve seguir certas leis, que são parâmetros
cimento de quotas mais justas, o conhecimento da participação de que direcionam o sentido da estratégia e da tática.
mercado da empresa, entre outras vantagens. É importante que um gerente ao gerenciar uma organização,
Enquanto o potencial de mercado traduz a capacidade máxima conheça a cultura e desenvolva em si suas habilidades e devidas
de absorção de mercado em determinado momento, o potencial de competências exigidas.
vendas consiste na expectativa de uma companhia obter participa- Os gerentes desempenham papeis essenciais, são diversas
ção de determinado potencial de mercado. suas atividades, e não tem estabelecido os padrões exigidos. Essas
Os territórios são as unidades geográficas em que se apresen- atividades podem ser realizadas individualmente ou em equipes,
tam divididas as zonas de vendas. A divisão territorial dá oportuni- mas todas iniciadas e incentivadas a partir dos gerentes, ou seja,
dade de identificar os clientes potencias e chegar mais próximo de são pensantes e inovadores.
um atendimento adequado. Os Gerentes devem comunicar claramente e persuadirem, ou-
A rota é determinada pelo potencial de vendas na área, pela tras qualidade criticas para o sucesso inclui liderança, autoconfian-
frequência de visitas necessárias e pelo número de clientes. ça, motivação, capacidade de decisão, flexibilidade, julgamento
O orçamento de vendas nada mais é do que a o planejamento empresarial e determinação.
financeiro das expectativas de vendas. Dessa forma, o planejador É importante saber que liderar é diferente de administrar, mas
faz uma previsão dos lucros, levando em conta as receitas e as não pelas razões que a maioria das pessoas imagina que ser líder
necessidades de gastos. é ter uma visão global é saber ensinar e também aprender, sendo
A elaboração do orçamento, normalmente, é feita acompa- este último o de maior importância para um espírito de líder, sua
nhando o seguinte fluxo: principal função é conduzir pessoas, sabendo como as influenciá-
1. Determinação da previsão de vendas. las e assim conseguir melhores resultados, as pessoas é o maior
2. Estimativa dos fundos necessários para trabalhar, segundo ativo de uma organização e o seu mais importante recurso, em
as taxas projetadas. Para esse passo, é preciso: outras palavras é o capital intelectual da organização, e por essa
- realizar levantamento de cada uma das atividades que a uni-
razão é de extrema importância uma boa liderança sob os mesmos.
dade deve desempenhar;
Liderança e administração são dois sistemas de ação comple-
- definir quantos indivíduos serão necessários para realizar o
mentares, necessários ambos para o êxito de um negócio em um
trabalho;
ambiente volátil, a liderança complementa a administração, não a
- identificar materiais e suprimentos necessários.
substitui, porém nem todos são bons em administração e em lide-
As quotas servem como parâmetros para análise da atividade
rança, e vice e versa.
de vendas.
Cada líder desenvolve o seu estilo de liderança de acordo com
Além de ser um instrumento de controle, contribui para au-
mentar a motivação do vendedor. as bases em que consistem sua filosofia e seus valores, porém al-
guns deles utilizam também do poder (legitimo, referente, saber)
Gerenciamento de Vendas para liderar. Podemos distinguir este tipo de poder de três manei-
O gerente de vendas é responsável pelo desempenho da equi- ras:
pe e pelos resultados alcançados. Como administrador deverá - Poder Legítimo: É conferido pela posição ocupada na orga-
conduzir seus subordinados ao caminho da obtenção dos objeti- nização.
vos perseguidos pela empresa, pois a administração é a arte de Inclui quase sempre, dois poderes que o complementam: o po-
executar serviços por intermédio de pessoas, que não é tarefa das der da recompensa e o coercitivo ou de punição, instrumentos para
mais fáceis, advindo daí a necessidade de uma cooperação dos in- o exercício do poder legítimo.
divíduos, pois sem ela dificilmente o trabalho será realizado e o - Poder Referente: É a influencia exercida pelo líder em virtu-
objetivo atingido. de da afeição e do respeito que as pessoas tem por ele, em função
É evidente que não basta à qualidade de administrador de suas qualidades como seu caráter, a força de sua personalidade
para gerenciar pessoas ou um departamento, mas também há sua coragem, sua capacidade de agir, e sua ousadia. O fundamento
a necessidade de conhecer também o trabalho de vendas e dos básico do poder referente é o exemplo.
demais departamentos, e o conhecimento inclui não só o produto - Poder do saber: É baseado nos conhecimentos que a pessoa
como também o oficio. tem inclusive os conhecimentos técnicos, a experiência e poder da
Quanto maior a empresa mais difícil se torna a comunicação informação.
por isso surge à necessidade de certas diretrizes. As diretrizes das Algumas pessoas não sedem informações para reter este tipo
grandes empresas geralmente seguem uma formalidade maior, ou de poder.
seja, as comunicações são feitas por escrito enquanto nas pequenas Conforme disse anteriormente cada líder desenvolve o seu es-
e médias empresas são informais comunicadas oralmente. tilo de liderança que pode ser: autocrática, democrática, e livre.
As estratégias e táticas são desenvolvidas para alcançar objeti- Propondo um melhor compreendimento dos estilos de Liderança,
vos e metas, ou seja, são planos de ação que partem de uma análise segue um breve resumo de cada estilo:
do meio ambiente onde se determinam oportunidades e ameaças Liderança Autocrática: No estilo de liderança autocrática, é o
do mercado, e também se observando os pontos fortes e fracos administrador que impõe as ordens e o que implica na obediência
para o aproveitamento das oportunidades ou ameaças detectadas. por parte dos demais (subordinados), para este tipo de liderança, o
A diferença é que a estratégia é sempre mais geral envolvendo líder é extremamente dominador e pessoal nos elogios e criticas ao
todas as partes da organização e é na maioria das vezes de longo trabalho de cada membro do grupo.

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Liderança Democrática: Na liderança democrática a preo- des como: avaliar as boas oportunidades de negócios para ofertá-
cupação é com a participação da equipe, o líder se preocupa em -las à sua clientela e assim ganhar sua confiança; manter contato
orientar, estimular, acatar e ouvir as opiniões do grupo, ponde- com sua clientela, tratando-a com dedicação e zelo; acompanhar as
rando as mesmas antes de tomar qualquer decisão. É aquele que operações com zelo transmite segurança para o cliente.
determina junto com a força de vendas as diretrizes, permitindo
a equipe esboçar as técnicas para alcançar os objetivos desejados. PLANEJAMENTO DE VENDAS
Liderança Livre: A liderança livre caracteriza-se pela total li- Planejamento de vendas é traçar um plano, uma estratégia
berdade de uma equipe de vendas, o líder pouco interfere no anda- para maior sucesso nas vendas. Este plano deve conter itens como:
mento dos processos e na tomada de decisões perante as situações, - território abrangido;
são os representantes dos líderes que direcionam suas ações como - plano de atendimento ao cliente;
acham melhor. Aqui a liderança é bastante passiva, este estilo de - visitas e roteiros;
liderança é bem aplicado quando utilizado com uma equipe de for- - controle de metas e custos.
ça de vendas de um alto nível os quais conhecem bem o ramo dos Vários são os meios de se planejar as vendas, seu crescimen-
negócios e do mercado. to, tendências e mudanças importantes. Conhecer os principais
métodos de previsão de vendas, suas vantagens e desvantagens,
possibilita diminuir a chance de uma escolha errada. Aliados a um
bom planejamento de vendas e de marketing, permitem vislumbrar
TÉCNICAS DE VENDAS DE PRODUTOS melhor o caminho que a empresa estará seguindo nos próximos
E SERVIÇOS FINANCEIROS NO SETOR períodos e preparar se para eles.
BANCÁRIO: PLANEJAMENTO, TÉCNICAS; - PREVISÃO DE VENDAS
MOTIVAÇÃO PARA VENDAS. - ETAPAS E MÉTODOS DE PREVISÃO
- ORÇAMENTO DE VENDAS
- PLANEJAMENTO DAS VENDAS
- RELATÓRIOS COMERCIAIS
A aplicação da técnica de vendas, além de alavancar recursos, - A TECNOLOGIA A FAVOR DA ADMINISTRAÇÃO DE
conseguir apoio e ajudar superar oposições, também evita contra- VENDAS PREVISÃO DE VENDAS
dições que podem levar a empresa ao descrédito. Antigamente, para estabelecer as metas de vendas, as em-
A técnica de vendas pode ser representada por quatro letras: presas consideravam o que tinham vendido no período anterior e,
AIDA. Cada letra representa uma técnica a ser implementada. perguntando aos clientes quais seriam suas compras futuras, esta-
A – quer dizer atenção. Chamar a atenção. beleciam as novas quantidades a serem produzidas.
I – quer dizer interesse. Despertar o interesse. Outras vezes, determinavam o novo patamar utilizando a taxa
de crescimento das vendas do ano anterior. Posteriormente a essa
D – desejo. Estimular o desejo.
fase, que poderíamos chamar de empírica, passaram a utilizar
A – ação. Gerar uma ação.
métodos  estatísticos, como ajustamentos lineares, parabólicos e
equações de múltiplas variáveis, construídos a partir dos históricos
Os pressupostos técnicos da venda são:
de vendas. No entanto, para que esse processo, conhecido como
1) Conhecimento do produto – o vendedor deve conhecer pro-
extrapolação, desse certo, era preciso que as condições ocorridas
fundamente o produto, ou seja, deve conhecer seu funcionamento,
no período considerado como base continuassem a se verificar, o
como foi construído, a tecnologia empregada, o tempo de garantia,
que nem sempre ocorre. As empresas brasileiras passaram, então, a
e todos os outros detalhes do produto; se basear em dados de países mais desenvolvidos para determinar
2) Clientela – o vendedor deve encontrar seu nicho, sua clien- como seria a demanda no futuro. No entanto, além de só poder
tela, identificar seu perfil; ser utilizado por países que se encontram em defasagem em rela-
3) Abordagem – o vendedor deve conquistar a atenção de seu ção aos outros, este método também era prejudicado pelos hábitos
cliente, sem gerar aversão a ele e ao produto; culturais, que variam enormemente de um país para outro, e pe-
4) Descobrir a necessidade do cliente e mostra-se pronto a los saltos tecnológicos, que evitam a passagem de todas as etapas
satisfazê-la; ocorridas no país de origem.
5) Comunicação – o vendedor deve adotar a linguagem do A correlação, tanto simples como múltipla, também foi lar-
cliente, avaliar suas reações e envolvê-lo com lógica e confiança, gamente utilizada. O método da correlação consiste em conside-
superar objeções, sem ferir o orgulho e a vaidade do cliente; rar duas variáveis que estão interligadas de forma que, ao se alte-
6) Fechamentos da venda – o vendedor não pode se mostrar rar uma delas, a outra variará numa proporção determinada. Por
ansioso, nem burocrata, mas deve fazer o pedido com naturalidade exemplo, quando o poder aquisitivo da população cai, o mercado
e presteza, conduzindo o cliente a consumação da venda; de usados e de manutenção mecânicos, funileiros e pintores de au-
7) Acompanhamento – o vendedor não pode desinteressar-se tomóveis aumenta, pois as pessoas deixam de adquirir automóveis
do cliente, pelo contrário, deve sempre manter a perspectiva de novos e passam a dar um maior cuidado aos usados.
uma venda futura. Com a quebra da Bolsa de Valores de Nova York em 1929 e
a crise do petróleo de 1930, todos os países e empresas do mundo
Relações com Clientes foram atingidos de uma forma e intensidade que nenhum método
A política do relacionamento afinado, a polidez para contornar de previsão pôde antecipar. As empresas perceberam, então, que
as dificuldades, sempre foram fatores de sucesso em vendas. Mas, qualquer um dos métodos, por mais preciso que fosse jamais pode-
além disso, o vendedor atento mantém em sua rotina certas atitu- ria ter detectado com exatidão os efeitos causados por essas crises.

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Ficou claro que existem situações diferenciadas que podem Sendo assim, a previsão de vendas é a projeção numérica das
influenciar uma empresa e que podem não ter acontecido no pas- expectativas da  organização retratada num determinado momen-
sado e, portanto, não podem ser consideradas numa análise que to pelas opiniões e análises de seus profissionais e do que poderá
tenha por base o período anterior. É o que acontece também com ocorrer no futuro dentro do mercado alvo de atuação.
o estagflação, situação caracterizada pela paralisação das ativida- O sucesso em se atingir esta previsão é dependente de fatores
des econômicas e da produção em paralelo com a inflação ou, de externos à organização, ou seja, é dependente da ação de pessoas
outra maneira, a coexistência da inflação com a estagnação eco- que não estão sob o controle da organização.
nômica. Esse fator de vulnerabilidade faz com que os executores da
Os estudiosos resolveram, então, buscar outras maneiras que previsão de vendas utilizem margens de segurança e rotas de ajus-
pudessem ser empregadas pelos  executivos para determinarem tes na elaboração do processo, a fim de que esta maior flexibilidade
com certa precisão como seria o mercado de amanhã. possa garantir, mesmo que as variáveis mudem, o objetivo global
Perceberam que, embora se fale muito em turbulência, ela não da organização definido no início do processo de previsão.
ocorre repentinamente. Notaram que, se o histórico econômico de Existem alguns fatores que podem definir os rumos de uma
um país ou de um mercado fosse acompanhado continuamente, organização e, principalmente, o volume de vendas de um deter-
por meio do estudo de uma série de variáveis que o representem, minado período. Na previsão de vendas, deve se avaliar quais são
poderia ser possível detectar uma mudança com a antecedência ne- as consequências positivas ou negativas, inflação,  demanda por
cessária para a empresa se preparar para enfrentar a situação anô- produtos complementares ou substitutos e entrada de novos con-
mala, seja ela uma oportunidade ou ameaça mercadológica. correntes. Estas análises correspondem principalmente ao exame
das condições internas responsáveis pela rapidez de respostas aos
Etapas e métodos de previsão anseios do mercado e das condições do setor de atividade da em-
Deve haver um grande entrelaçamento entre a previsão e o presa (análise micro ambiental) e das condições gerais dos negó-
orçamento de vendas para que o controle operacional de uma ati- cios e da economia em geral (análise macro ambiental).
vidade comercial possa ser atingido em toda a sua plenitude ini- Para a análise micro ambiental é necessário examinar crite-
cialmente programada. riosamente as reais perspectivas que existem no setor de atuação,
ramo ou mercado e que possam gerar possibilidades otimistas
Previsão de vendas ou pessimistas sobre a continuidade do negócio em si.
-Determinar os objetivos para os quais serão usadas as pre- Ao analisar se ela, o mercado e os clientes possuem condições
visões. favoráveis no momento, à organização poderá se deparar com um
-Dividir os produtos a serem estudados em grupos homogê- quadro que defina com maior segurança o rumo de seus negócios.
neos. Com relação à análise macro ambiental ao observar as condi-
-Determinar, com maior exatidão possível, quais os fatores ções gerais dos negócios e da economia em geral, ela traz a pos-
que influenciam as vendas de cada produto, ou grupo de produtos, sibilidade de se avaliar e controlar melhor os números que serão
e procurar estabelecer a importância relativa de cada um deles. afixados na previsão de vendas.
-Escolher um método de previsão de vendas mais adequado Deve se ter a preocupação em avaliar sempre não só o negó-
para cada caso. cio em que se está envolvido, mas  também as perspectivas que
-Reunir todas as informações disponíveis. envolvem setores direta ou indiretamente relacionados, pois, as-
-Analisar as informações. sim, pode se ter uma visão mais ampla dos rumos globais e, con-
-Verificar os resultados da análise e compará-los entre si ou sequentemente, maior segurança na  elaboração da previsão de
com outros fatores disponíveis. vendas.
-Estabelecer premissas sobre os efeitos dos fatores que não Existem vários métodos de previsão de vendas. Alguns mais
podem ser calculados numericamente. antigos outros mais modernos, mas todos com algumas vantagens
-Converter as deduções e as premissas em previsões específi- e desvantagens.
cas para o mercado em geral e para regiões particulares. Alguns deles são baseados em processos científicos apurados,
-Analisar o desempenho das vendas e rever periodicamente refletindo a preocupação das organizações em possuir segurança
as previsões. para a previsão futura: são os métodos científicos. No outro  ex-
Assim, o mecanismo de previsão de vendas é sempre elabo- tremo, estão os métodos pouco conceituados cientificamente, mas
rado mediante as perspectivas de  ocorrências futuras. As expec- que são usados em função dos recursos disponíveis: são os méto-
tativas destas ocorrências são trabalhadas com base no momen- dos não científicos.
to atualmente conhecido.
Diante do quadro hoje identificado pelas organizações, seus TÉCNICAS DE VENDAS
executivos e coordenadores de equipes  comerciais agregam as Existem mais estilos de vendas e técnicas do que podemos
possibilidades de certas ocorrências do macro ambiente, que são imaginar. Então, como saber o que funciona e o que não funciona?
conhecidas  pelo mercado como mudanças cambiais, eleições, Isso se reduz ao que funciona para você e para seu produto. Pense
surgimento de novos mercados ou setores  específicos de consu- no público alvo e nas percepções sobre o seu produto. Os clientes
mo. A junção destes fatos conhecidos (históricos e atuais) com as têm necessidades e simplesmente precisam escolher entre as várias
expectativas de transformações futuras possibilita ao profissional marcas do mercado? Ou eles não têm ideia do quanto o produto irá
responsável pela elaboração da previsão de vendas idealizar um ajudá-los a serem mais produtivos? Alguma vez ficaram sabendo
objetivo para ser contemplado, compreendido e atingido pelo gru- sobre o seu produto? A visita para mostrar seu produto será um
po comercial da organização. aprendizado para o cliente ou para você?

Didatismo e Conhecimento 6
TÉCNICAS DE VENDAS
Pense  nisso antes de determinar quais técnicas podem fun- - Nunca apresse a venda ou o cliente: - este é um passo muito
cionar para o seu produto ou serviço. Não é preciso dizer que o importante. Ele poderá ajudar a dar ao cliente a percepção correta
método de vendas que funciona no escritório não funciona para o em relação a você e a sua empresa. Apressá-lo, ao invés de deixá-
serviço de consultoria de organização. Embora tenham um objeti- -lo tomar sua própria decisão, pode criar hostilidades que poderão
vo em comum, o conhecimento e entendimento dos seus clientes não ser revertidas. Isso pode fazer a diferença entre pegar a venda
serão diferentes. Mesmo que existam vários métodos, as escolhas e criar um cliente leal ou começar com outros clientes. No clima
reduzem quando se pensa no mercado que atuamos e nas necessi- competitivo dos mercados atuais, você definitivamente não vai
dades e expectativas de seus clientes. querer arriscar perder um cliente qualificado que poderá precisar
Essas dicas são um guia básico que muitos vendedores podem do seu produto.
usar independentemente do mercado que atuem ou produto. - Conheça muito bem os seus produtos ou serviços, assim
- Ouça o emocional do seu cliente: - as emoções estão presen- como o mercado em que atua: - para que seus clientes veja em você
tes em quase tudo que fazemos sem que percebamos. Seu cliente um recurso valioso, demonstre que conhece e entende do mercado
pode mencionar que está estressado com um projeto que esteja
e de seus produtos e também que poderá ajudá-los a tomar de-
desenvolvendo (mesmo que não seja relacionado ao que você está
cisões para melhorarem seus negócios. Você será recompensado
vendendo a ele). Anote isso e veja se há algo que você possa fazer
pelos seus clientes que confiarão nas suas opiniões e conselhos e
para ajudá-lo. Você pode ter outro cliente que teve um problema
parecido e encontrou uma boa solução. Faça essas conexões e aju- negociarão com você com muita frequência.
de sempre que possível, assim será recompensado com a lealdade - Cumpra as promessas: - Lembre-se nunca prometa ao seu
de todos os seus clientes. cliente nada que você ou sua empresa não poderá cumprir. Sem-
- Concentre-se nas necessidades e expectativas de seus clien- pre cumpra o que você promete que vai fazer. Use toda tecnologia
tes: - analise se você pode estar tentado a oferecer para seu cliente disponível e tenha certeza de que cumpriu suas promessas. Não há
um produto ou serviço, quando ele precisa de outro. Vender mais caminho mais certo para perder a confiança de um futuro cliente
do que ele precisa pode comprometer futuras negociações. Quando (ou um cliente atual) do que se esquecer de cumprir promessas que
eles perceberem (e normalmente percebem), que não precisam de você fez. Se alguma coisa obrigar você  a adiar o que prometeu,
tudo que você vendeu, vão se sentir mal e ressentidos por tê-los ligue para seu cliente e conte o que aconteceu cumpra depois. Não
feito gastar muito e não ter prestado atenção aos interesses deles. deixe de agir dessa maneira, caso contrário você ficará mal com
- Use uma linguagem voltada para seu cliente: - mudar a ma- seu cliente. Poderá perder a confiança e a credibilidade que você
neira de conversar ou falar poderá fazer a diferença com que você conquistou.
será recebido pelo seu cliente. Procure usar a mesma linguagem - Não use desculpas para seus clientes, use explicações: – Se
para apresentar ou explicar sobre seus produtos que o cliente usa. houver problemas com algum pedido de cliente entre em contato
Não se mostre arrogante. com ele e explique. Procure fazer com que ele entenda qual o pro-
- Ajude seu cliente a ver o ponto principal – Lucro: - você blema e ajude-o a resolvê-lo.
conhece o seu produto ajude sues clientes a economizarem e au- Estas são algumas informações básicas de técnicas de vendas
mentarem seus lucros faça com que eles entendam isso. Seu pro- para quando você estiver iniciando ou já iniciou suas atividades
duto pode ter características como: economia, maior lucro, mais nesta área. Aprenda a ouvir, observar e aproveitar-se das informa-
benefícios. Você também economiza tempo. ções que os próprios clientes fornecem a você. Isto também serve
- Descubram quais são as prioridades de seus clientes: - eco- como referência para supervisores e gerentes. 
nomizar tempo e esforço depende, simplesmente, de saber a im-
portância e os benefícios do seu produto trará para o seu cliente. Se MOTIVAÇÃO PARA VENDAS
você seus clientes e determina as suas necessidades, mas ainda não Uma das tarefas mais difíceis do gestor da área comercial, seja
estão chegando a lugar nenhum, descubra se há outros elementos
ele gerente ou supervisor de vendas, é conseguir manter motivada
que estão tendo prioridade e deixando as suas vendas de lado.
a sua equipe de trabalho.
- Conhecendo seu cliente: - obtenha o máximo de informações
Motivação pode ser definida como a disposição de exercitar
que puder antes de visitá-lo. Isso irá ajudá-lo a antecipar quais as
necessidades dele e mostrará que você tem interesse pelos negó- um nível persistente e elevado de esforço na direção de metas or-
cios dele e não apenas vender. Quando conversar com ele, deixe ganizacionais, condicionada pela capacidade do esforço de satisfa-
que fale mais. As pessoas normalmente adoram falar sobre seus zer certa necessidade individual.
negócios e sucessos Isso abrirá portas para mais conversas e a Para qualquer área da organização, a motivação da equipe é
oportunidade de aprender mais sobre suas necessidades e como fundamental para o bom andamento do  trabalho, integração das
você e seu produto podem supri-las. pessoas, execução das tarefas, produtividade e até mesmo para
- Concentre-se no que ele deveria comprar e não nas suas ne- manutenção do ambiente organizacional. Porém, para os vendedo-
cessidades: - na medida em que você demonstra os benefícios e res os aspectos motivacionais são imprescindíveis para mantê-los
qualidades de associado aos seus produtos, seu cliente minimiza- atuantes no mercado.
rá a resistência ou a desconfiança no que você está oferecendo. O profissional de vendas necessita ser constantemente esti-
Concentre-se no que você sabe sobre os gostos dos clientes, você mulado para poder manter ou aumentar seu ritmo e rendimento no
eleva a importância do que é positivo e reduz a importância do que trabalho, principalmente, pelo fato de seu dia a dia ser altamente
é negativo. dinâmico e incerto, pois, dentre os contatos que ele realiza, grande
- Venda sempre os benefícios e as qualidades e não o produ- parte não gera um resultado positivo. Isso  equivale a dizer que
to. – Lembre-se, na maioria das vezes você não está vendendo seu o vendedor está exposto constantemente à frustração, como, per-
produto ou serviço, estará vendendo os benefícios e as qualidades der uma venda ou, até mesmo, o cliente para a concorrência, de
que ele trará para o cliente. uma visita não poder mais ser realizada, uma prospecção frustrada

Didatismo e Conhecimento 7
TÉCNICAS DE VENDAS
por não ter sido recebido pelo comprador, uma negociação que ser feito por meio da atribuição de um cliente de maior importân-
não chegou ao resultado esperado ou que corroeu a sua comissão. cia para a empresa ou mais difícil de atender, dando ao vendedor
Assim, mais resumidamente, motivação pode ser entendida como maior margem para negociação, ou ainda pela solicitação de que
a energia que flui de dentro das pessoas, direcionando a ação. E, ele assuma outras atividades, como o suporte a um colega que está
como toda energia, se não for constantemente alimentada, acaba. com dificuldades na conquista de um cliente.
Cada indivíduo tem uma forma de perceber e de reagir aos Cada profissional tem características próprias, portanto, den-
estímulos externos, que na verdade servem como canais energiza- tro das possibilidades e das características  do negócio, é impor-
dores dos componentes da motivação. tante tentar conciliara atividade profissional com o perfil pessoal,
Assim sendo, a única maneira de motivar as pessoas é conhe- adaptando as funções aos estilos, considerando as habilidades e as
cer de fato quais são estes estímulos e de que maneira eles afetam motivações individuais. Deve se observar os exemplos de atitudes
cada uma das pessoas que compõem a equipe de trabalho. consideradas motivacionais que podem ser usadas pelo líder de
Algumas organizações ainda acreditam que as pessoas, prin- uma equipe de vendas.
cipalmente os vendedores, são motivadas  apenas pelo dinheiro
que recebem. A remuneração do vendedor é considerada como o RELAÇÕES COM CLIENTES
principal elemento motivacional e, portanto, quando a equipe ou As empresas estão buscando a todo o momento estrei-
o vendedor estão desmotivados é porque são mal remunerados ou tar o seu contato com o mercado. Na Inglaterra, por exem-
a comissão está muito baixa. Entretanto, o que se tem observado é plo, a rede de supermercados Tesco tem uma cópia autori-
que o descontentamento com a organização ou a desmotivação da zada da chave do  carro de alguns de seus clientes para, de-
equipe de vendas está ligado aos fatores: falta de parâmetros para pois de cumprir a lista de compras pela Internet, colocar as
a promoção dos vendedores; iniquidade na forma de remuneração sacolas diretamente no porta-malas dos veículos de seus clientes,
entre os componentes da equipe e na distribuição de responsabi- na garagem da empresa na qual trabalham ou em qualquer outro
lidade e carga de trabalho, resultantes, por exemplo, da região de lugar no qual o carro fique estacionado.
atuação ou do porte dos clientes; protecionismo; não objetividade Esta abordagem tem como grande objetivo deixar o cliente
e falta de clareza na definição das metas a serem atingidas e dos próximo da empresa e não vulnerável às ações dos concorrentes.
prêmios a serem distribuídos; pouca preocupação com o profissio- As formas atuais utilizadas pelas empresas demonstram uma preo-
nal com relação às suas necessidades e dificuldades; a ausência de cupação constante em não perder seus clientes fiéis e em oferecer
novos desafios; condições precárias de trabalho; falta de reconhe- fatos novos a cada momento.
cimento pelo esforço ou pelo resultado alcançado e, até mesmo É por meio da criação de uma ampla gama de novidades que
falta de confiança na  gestão ou administração do supervisor ou
as empresas buscam cativar o seu público, evitando, assim, uma
gerente de vendas.
possível vulnerabilidade quanto às ações de seus concorrentes
Isso não significa que se essas questões não estiverem resolvi-
diretos ou indiretos. A proteção do seu nicho de consumidores faz
das os vendedores estarão eternamente insatisfeitos e, consequen-
com que os custos operacionais das organizações também se ele-
temente, desmotivados. Existe, porém, um mínimo que deve ser
vem a patamares que em muitas ocasiões suplantam as margens
realizado para manter a equipe coesa e motivada. Um dos princi-
preestabelecidas pela cúpula da organização. Neste caso, o fator
pais aspectos que possibilitam a motivação da equipe de vendas
financeiro acaba se tornando um limitador para a aprovação de
está ligado ao próprio ambiente organizacional. É importante que
ações que visam a cativar o consumidor. Existem casos  em que
os vendedores saibam qual é a missão e quais os desafios que a
empresa deseja alcançar e o que é valorizado como atitude e pos- planos de ações de fidelização do consumidor superam os custos
tura profissionais. Além disso,devem ser deixados claro quais são incorridos, porém os projetos são levados adiante para firmar uma
as políticas e os procedimentos adotados que darão suporte à mis- imagem institucional mais sólida. Assim, as metas esperadas pela
sãoda organização. organização podem ser definidas como de longo prazo, o que torna
Não existe nada mais temerário do que as pessoas não sabe- a ação possível de ser executada mesmo com um quadro não fa-
rem por onde estão caminhando ou de que maneira devem se com vorável ou considerado deficitário quando analisado isoladamente.
portar em diferentes situações. As organizações que possuem flexibilidade para trabalhar
As informações da empresa devem ser divulgadas de ma- com seu composto de produtos sabem que a recuperação deste in-
neira clara e aberta, em todos os níveis,  evitando assim dúvi- vestimento ocorre no conjunto da comercialização de todos os pro-
das ou boatos que acabam permeando, não só os diferentes dutos da linha, que eles podem estar envolvidos em uma política
níveis da empresa,  mas chegam até o cliente, podendo gerar mais ampla, conhecida também como estratégia de guarda chuva.
descontentamentos desnecessários. Ainda dentro do contexto do Portanto, os custos de implantação são absorvidos pelo con-
ambiente, os vendedores se sentirão reconhecidos e motivados se junto total de itens comercializados. As constantes atitudes iden-
forem  disponibilizados os recursos necessários para que possam tificadas como de relacionamento acabam sendo vistas pelo mer-
desempenhar o seu papel, incluindo aqui o treinamento. Outro as- cado consumidor como vantagens que são oferecidas em troca de
pecto com que o supervisor ou gestor da equipe comercial deve se uma maior concentração de compras.
preocupar são as questões que envolvem o conteúdo da função do Esta ação muitas vezes é considerada exclusivamente de cará-
vendedor. ter promocional, porém o consumidor a percebe como algo que se
O profissional de vendas tem como característica ser movido incorpora ao produto. Se esta ação não for bem planejada e refle-
por desafios constantes e necessita que o seu trabalho seja reconhe- tida, a empresa poderá estar se complicando no médio prazo, pois
cido como importante. Para ele é fundamental ter grande responsa- o mercado irá sentir a falta do complemento incorporado anterior-
bilidade e autoridade dentro do exercício de sua função. Isso pode mente ao produto na condição de ação promocional.

Didatismo e Conhecimento 8
TÉCNICAS DE VENDAS
No mercado brasileiro, encontramos diversos casos em que O segmento de mercado permite a distinção de interesses e ne-
os planos de afinidade são atualmente entendidos como parte in- cessidades de um grupo homogêneo de clientes e assim, oferecer
tegrante do produto ou serviço que está sendo oferecido: planos produtos e serviços capazes de atender os desejos e necessidades
de afinidade de cartões de crédito (como o da American Express do segmento. Assim, a empresa concentra seus esforços de forma
Membership Rewards e do Diners Club  Rewards), os planos de consciente e planejada em uma parcela específica do mercado. Seu
acúmulo de milhagem das companhias aéreas, a troca de 10 tí- marketing é direcionado a grupo de indivíduos de características
quetes de pizzas  por uma gratuita, cartões de relacionamento e semelhantes.
duchas externas nos veículos após abastecimento de combustível. É possível segmentar o mercado de várias formas como:
O problema com que atualmente algumas destas empresas con- segmentação demográfica, segmentação geográfica, por renda, por
vivem é tentar separar as vantagens, que podem ser temporárias, sexo, por grau de instrução, por profissões e muitas outras formas.
dos produtos. Portanto, é salutar que exista uma proposta clara dos
objetivos que se buscam quando se adota um plano que envolva Administração do Tempo
relacionamento e fidelização dos consumidores. Desperdiçar tempo é desperdiçar dinheiro. Muitas são as cau-
A empresa deve proporcionar um atrativo plano de remunera- sas que levam ao desperdício de tempo como: desorganização,
ção e carreira, estimulando o vendedor com perspectivas de gan- indisciplina na atividade profissional, desinteresse, hábitos ina-
ho e sucesso em sua missão. Necessário se faz criar métodos que dequados, desinteresse nos resultados e muitas outras causas que
não permitam que a acomodação e a rotina se instalem. Métodos tornam o tempo improdutivo.
como rodízio de funcionários nos diversos setores de venda, por Muitas são as sugestões fornecidas por vários estudiosos deste
exemplo. assunto, para melhor administrar o tempo. Vejamos algumas delas:
1) Confirme as suas visitas por telefone, assim você elimina
Remuneração da Força de Vendas viagens infrutíferas;
O vendedor deve ser bem remunerado, pois remuneração é 2) Aproveite bem seu tempo em viagens e deslocamentos.
fator de grande importância para estimular o agente de vendas. Nestes momentos é possível fazer uma série de atividades. Pla-
A remuneração a vendas pode ser feita de várias formas: neje com antecedência a tarefa que será possível fazer durante o
- salário é pagamento de uma quantia fixa, desvinculada do percurso;
volume de vendas; 3) Elimine visitas inesperadas. Agende e confirme suas visi-
- comissão é uma retribuição pecuniária variável de acordo tas;
com o volume de vendas. Portanto, ótimo estímulo para o vende- 4) Quando possível, faça com que o cliente o visite;
5) Desenvolva hábitos saudáveis de vendas, defina e enumere
dor.
as prioridades diariamente;
- salário + comissão – o vendedor recebe uma parte fixa, des-
6) Fale com quem decide.
vinculada do volume de vendas e lhe proporciona segurança e uma
O processo de vendas pode ser dividido em três grandes fases,
parte variável de acordo com o volume de vendas que é justamente
as quais veremos agora com detalhe: pré-venda, a venda propria-
para estimular as vendas.
mente dita e o pós-venda.
- bonificações, bônus e prêmios – são remunerações extraor-
dinárias vinculadas às conquistas de metas e ao constante cresci-
PRÉ-VENDA
mento das vendas. É forma de muita eficiência na motivação dos
Na fase de pré-venda desenvolvem se o planejamento e a con-
vendedores. Pesquisas indicam que a melhor forma de remunerar cretização de uma série de atividades que irão auxiliar a sequencia
os vendedores para mantê-los motivados é a mista, onde há um do processo da venda. A empresa deve primeiro identificar o que
salário fixo e uma parcela variável concedida pelo atingimento de o seu mercado quer para depois sair em busca de clientes. Não
metas. adianta nada produzir 100 mil unidades do produto e adotar a pos-
tura de que o mercado terá de comprar todas essas unidades.
Marketing e Relacionamentos Sem a pré-venda, os resultados de vendas da empresa fica-
Também chamado de marketing pessoal. É a técnica de es- riam por obra do acaso. A pré-venda inclui diversas etapas, dentre
tabelecer relacionamentos empresariais duradouros e produtivos, as quais as principais são a prospecção do mercado, a análise da
considerado como fundamental em vendas. Para obter sucesso, o potencialidade do cliente, o agendamento de entrevistas e visitam
agente de vendas deve estar atento à aparência, mantendo-se oti- elaboração de uma proposta comercial, a realização de visitas e da
mista e confiante. Ter capacidade de comunicação, com clareza abordagem, o acompanhamento da proposta, a emissão do pedido
e objetividade. Argumentar com segurança e honestidade. Ser e a elaboração de relatórios comerciais.
organizado e estar pronto para solucionar problemas e esclarecer
dúvidas. PROSPECTANDO O MERCADO
A prospecção do mercado é a identificação da clientela sobre
Segmento de Mercado a qual compensa mais dirigir os esforços  e recursos de vendas.
O mercado não é um bloco homogêneo. É formado por neces- Podem se identificar novos clientes de diversas formas: indicação
sidades e desejos variados dos consumidores. Há gosto e necessi- dos atuais clientes, aquisição de listagens e de cadastros de clientes
dade para todo tipo de produto. É preciso identificar e avaliar cada (maffing), visita porta a porta, feiras, exposições, anúncios classi-
parte, ou seja, os segmentos para então viabilizar um planejamento ficados, entidades de classe. Além de procurar vender mais para
de vendas, definindo estratégias para oferecer um produto com as quem já vende, o vendedor tem de vender para quem ele ainda não
características daquele determinado segmento. vende, encontrando e conquistando novos e antigos clientes.

Didatismo e Conhecimento 9
TÉCNICAS DE VENDAS
É proibido vender -Não relutar em dizer o propósito da ligação ou visita; e
A Lexus, marca de luxo da Toyota, destinou em um determi- -Não ser insistente demais, persistindo em conseguir uma vi-
nado ano mais de 10 milhões de dólares para serem gastos em fes- sita quando o prospect já demonstrou que não está interessado.
tas com seus principais clientes cerca de 25 mil, o que representava
algo em torno de 400 dólares por pessoa. Só, que com um detalhe: Analisando a Potencialidade do Cliente
para que os potenciais compradores não se sentissem pressionados Após definir claramente o que se está buscando e coletar uma
a fechar negócios, no local, os vendedores não só foram proibidos série de informações sobre os clientes,  pode se, então, iniciar o
de abordar os convidados como também de participar da festa. Já processo de análise da potencialidade do cliente, no qual, procura-
tendo patrocinado também shows como um com o guitarrista Eric -se conhecer o cliente através de dados e indicadores.
Clapton e torneios de golfe entre celebridades com direito a par-
ticipações de astros como o jogador de basquete Michael Jordan, Agendando Entrevistas e Visitas
o único objetivo destas festas é trabalhar a imagem da: empresa, O processo de agendamento de visitas deve ser cercado de
construindo um futuro relacionamento positivo. alguns cuidados que podem facilitar o trabalho de aprovação pelo
Prospectar clientes é escolher com quem a empresa preten- qual o profissional de vendas passa para ser atendido. Para isso,
de gastar “seu cartucho”, para não sair desperdiçando “balas” por ele deve considerar alguns fatores, como estabelecer quando é o
aí. Como o custo médio dos recursos envolvidos numa venda foi melhor momento para a abordagem do cliente, definir o argumento
estimado como sendo superior a 200 dólares, é de se esperar que da entrevista ou visita, levantar possíveis objeções e preparar con-
as empresas se concentrem em quem tem maior probabilidade e tra argumentos para, por fim, marcar a entrevista ou visita.
melhores condições de realmente adquirir o produto. Antes de se
iniciar todo o processo de prospecção, é importante que se façam Elaborando Propostas Comerciais
alguns questionamentos para melhor definir o que de fato se deseja Na elaboração de uma proposta comercial, o vende-
e o que se está buscando em relação aos novos clientes. dor deve ser claro e objetivo, para que o cliente  também pos-
sa se sentir da mesma forma. O profissional de vendas não
QUESTÕES QUE DEVEM SER FEITAS ANTES DA pode, de forma alguma, gerar  no cliente desconfiança ou a
PROSPECÇÃO DO MERCADO. sensação de que está tentando tirar vantagem da situação.
- Quem são os clientes de maior potencial? Propostas documentadas e que possuam dados reais e informações
- Quais são as suas necessidade? estatísticas tendem a ser mais confiáveis, transmitindo a sensação
- O que o motiva a comprar? de que o vendedor de fato analisou a situação e possui conheci-
- Como é o seu comportamento de compra? mento das reais necessidades do cliente.
- O que de fato ele deseja? Alguns dos passos para a elaboração de um roteiro de visita
- Qual e a melhor forma de abordá-lo? comercial:
- Existe algum concorrente atuando nele?
A empresa deve saber quem é seu cliente, atentando sempre - Realizando visitas – A abordagem: Todo o planejamento
para as mudanças no mercado. Nos Estados Unidos, por exemplo, pode resultar em nada no momento da visita. É muito importante
a Merck ganhou vantagem competitiva sobre seus concorrentes que todos os cuidados que foram tomados na elaboração da pro-
no mercado farmacêutico ao perceber que a compra dos remédios posta realizadas também sejam tomados na realização da visita e
prescritos não estava mais sendo feita pelos médicos, e, sim, pelos da abordagem. Assim, causar visita e uma boa impressão é funda-
hospitais. mental  devendo, por exemplo, ser pontual, vestir se abordagem
Ela formou, então, uma equipe de vendedores especializada adequadamente, ter uma conversa  introdutória, apresentar tanto
no atendimento aos hospitais, os quais nunca haviam sido conside- você como a empresa e o propósito da visita de forma clara e ob-
rados como clientes antes. Além disso, um cliente satisfeito, além jetiva, entregar o cartão de visita, criar um ambiente que facilite a
de provavelmente querer comprar novamente da empresa, pode- exposição da proposta, além de ouvir o cliente. Ser honesto com o
rá indicar novos clientes e divulgar a empresa. Um comentário cliente e consigo mesmo dá maior segurança e confiabilidade para
sincero sobre um produto ou uma  recomendação espontânea de a apresentação.
uma pessoa ou empresa para outra valem mais do que muita pro-
paganda, além de, muitas vezes, trazerem o cliente até a empresa e - Acompanhando a proposta: Ao apresentar uma proposta,
facilitarem o trabalho do profissional de vendas. deve se estimular a participação do cliente, avaliar o seu grau
Ao pedir indicações de potenciais clientes, o profissional de de  compreensão, verificar se há dúvidas e fazer uma “leitura
vendas deve saber lidar com certa  relutância da pessoa por não gestual” do cliente, reparando, por exemplo, na sua postura físi-
querer que um conhecido seu seja incomodado pelo vendedor. ca, expressão facial e movimentação das mãos, pois, às vezes, o
Além disso, muitos preferem que seu nome não seja citado como vendedor pode não estar agradando e, dependendo do momento,
tendo dado a indicação. Para se entrar em contato com o prospect, ainda dá tempo para mudar de tática. Dois momentos costumam
seja via telemarketing, mala direta, ligação telefônica com um con- ser decisivos para a concretização da venda no acompanhamento
vite para uma visita, almoço ou evento deve se obedecer a uma da proposta: o tratamento que se deve dar às objeções e o momento
certa “etiqueta” na prospecção de clientes. oportuno de se efetuar o fechamento da venda.
Nem sempre os vendedores se preparam de forma adequada
Etiqueta na Prospecção de Clientes para fazer uma proposta. É possível que em algumas situações ve-
-Não aparecer “de surpresa” para uma apresentação numa em- nham a ser pegos de surpresa por alguma objeção que não havia
presa, sem ter tido nenhum contato anterior; sido considerada. Deve se tentar avaliar o que de fato existe, por
-Não fazer pressão para ser atendido devido ao fato de conhe- trás da objeção; pode ser que ela própria já traga consigo a resposta
cer algum diretor da empresa ou alguém importante no mercado; que o cliente espera ouvir do vendedor.

Didatismo e Conhecimento 10
TÉCNICAS DE VENDAS
O momento do fechamento da venda é encarado por alguns Primeiro “P”: Produto
vendedores como sendo de extremo sacrifício e desgaste. Pode ser Produto é qualquer coisa que possa ser oferecida e que satis-
exatamente o contrário, se a negociação for conduzida com clareza faça necessidades e desejos de um mercado. Produto inclui não só
e envolvimento das partes. Se vendedor e cliente puderem ouvir e bens ou serviços, mas também marcas, embalagens, serviços aos
falar e se as dúvidas forem esclarecidas, o momento da venda será, clientes e outras características. Não necessariamente o produto
provavelmente, encarado com satisfação e naturalidade por  am- precisa ser físico. Eles podem existir fisicamente, mas também po-
bos. dem ser serviços, pessoas, locais, organizações, ideias, etc.
Assim, alguns dados importantes para o acompanhamento da Para entender melhor o que é um bem, há necessidade de com-
proposta são: efetuar um breve resumo do que foi exposto; enfati- preender que não se trata somente de algo tangível (palpável ou
zar os pontos mais importantes da proposta; levantar as objeções; físico), que compramos e levamos para casa. Muitas vezes estão,
contra argumentar as objeções; verificar se algum ponto não ficou junto a ele, serviços, como as férias em um hotel ou um show de
claro; propor o fechamento da venda para, por fim, fechá-la. uma pessoa famosa.
A Sadia, fabricante de alimentos, conhecedora de que as mu-
lheres atualmente estão mais ocupadas, sabendo que elas estão no
PRODUTO, PREÇO, PRAÇA; PROMOÇÃO. mercado de trabalho e têm pouco tempo para se dedicar ao marido
e aos filhos, passou a oferecer uma linha de produtos congelados.
Mas ela não ofereceu sua linha de produto salientando suas qua-
lidades. Ela sugeriu o benefício da liberdade, que é algo que as
O mix de marketing, também conhecido como composto de mulheres se vangloriam nos dias de hoje. Nesse caso, fica explí-
marketing ou 4P’s, é o conjunto de ferramentas que a empresa uti- cito que o conceito de liberdade é muito mais valorizado do que o
liza para perseguir seus objetivos de marketing no mercado-alvo. produto em si, e as consumidoras que desejam liberdade em seus
Essas ferramentas são classificadas em quatro grupos amplos, casamentos compram o produto orgulhosas de sua liberdade.
os 4P’s de marketing: produto, preço, praça (ou canal) e promoção O produto deve, obrigatoriamente, ser aquele desejado pelo
(ou comunicação). Esses termos vêm do inglês product, price, pla- cliente, estar dentro das suas expectativas e satisfazer suas neces-
ce and promotion. sidades.
Para a composição deste tópico utilizaremos também como Quando se criam produtos, cinco níveis devem ser observa-
base a transcrição de trechos do trabalho cientifico de Yumi Mori dos. São eles:
Tuleski, graduada em Ciências Economicas pela Unicamp, com Benefício-núcleo: é um benefício fundamental que o consu-
midor está comprando.
pós-graduação em Administração de Empresas com ênfase em
Produto básico: é aquele que o consumidor compra. Aqui são
Marketing, na Fundação Getulio Vargas.
definidos os benefícios básicos dos produtos.
O mix de marketing é composto pelos 4P´s, os quais: produto,
Produto real ou esperado: apresenta cinco particularidades:
preço, praça e promoção. A figura 1 mostra as variáveis específicas
nível de qualidade, características, design, marca e embalagem. É
sob cada P.
um conjunto de atribuições que os consumidores geralmente es-
A mesma figura 1 mostra a empresa preparando um mix de
peram.
ofertas de produtos, serviços e preços, utilizando um de promo-
Produto ampliado: oferecem-se serviços e benefícios adicio-
ção, formado por promoção de vendas, publicidade, força de ven- nais
das, relações públicas, mala direta, telemarketing e internet, para Produto potencial: é constituído por todas as ampliações e
alcançar os canais de distribuição e os clientes-alvo. modificações que esses produtos podem sofrer no futuro. É a pro-
(...) um composto de marketing é a combinação de ferramen- vável evolução do produto.
tas estratégicas usadas para criar valor para os clientes e alcançar Das quatro variáveis do marketing mix, podemos considerar o
os objetivos da organização. (Churchill & Peter, 2000, p.20) produto como sendo a mais crítica no processo decisório. As em-
presas precisam administrar suas marcas como um dos principais
patrimônios da empresa. Além de administrar a marca, é necessá-
rio posicioná-lo de forma correta para que as estratégias alcancem
seus objetivos.
Produtos é o conjunto de atributos, funções e benefícios que
os clientes compram. Primeiramente, eles podem consistir de atri-
butos tangíveis (físicos) ou intangíveis, como aqueles associados
aos serviços, ou uma combinação de tangíveis e intangíveis. (Gri-
ffin, 2001, p.228)

Segundo “P”: Preço


Preço é o volume de dinheiro cobrado por um produto e/ou
serviço. Preço é a quantidade de dinheiro, bens ou serviços que
deve ser dada para se adquirir a propriedade ou uso de um produto.
O consumidor ao comprar um produto paga o preço e recebe
os benefícios dele. O preço é apenas uma parte do custo total que
os clientes pagam numa troca, que também inclui várias outras
variáveis.

Didatismo e Conhecimento 11
TÉCNICAS DE VENDAS
O preço é o único componente do mix de marketing que gera O produto desejado, com um preço justo, deve estar acessível
receita e é um dos principais elementos na determinação da partici- ao cliente, isto é, num local onde ele possa comprá-lo no momento
pação de mercado de uma empresa e de sua rentabilidade. em que desejar.
A determinação do preço de um produto ou serviço nem sem- As decisões de canais de distribuição afetam diretamente as
pre é uma tarefa simples. É preciso considerar que, quando bem outras decisões da empresa e envolvem compromissos a longo pra-
posicionado, o preço de um produto ou serviço é fator primordial zo. Apesar de ser tão importante para as empresas, a distribuição
ao sucesso do plano de marketing. ainda é um tema que pouco interessa para algumas se comparado
Ao se elaborar a estratégia de preço de um produto, deve-se aos demais P’s. Por outro lado, existem empresas que administram
considerar o seguinte: ele deve ser suficientemente alto, para pro- de forma eficaz a distribuição de seus produtos e esse acaba sendo
porcionar lucro a quem o está produzindo ou comercializando, po- seu maior diferencial competitivo.
rém não pode ser tão alto que desestimule a compra. Afinal, sem- Quer um produto seja música, um automóvel, uma garrafa de
pre se procura comprar produtos mais baratos. Ele também deve Coca-Cola, um computador pessoal, um relógio, um pão de forma
ser suficientemente baixo, a fim de que seja atrativo aos clientes. ou qualquer outra coisa, de alguma forma ele precisará ser posto
Contudo, não pode ser demasiadamente baixo, pois pode depreciar à disposição de, literalmente, bilhões de pessoas. (Rosenbloom,
o produto aos olhos dos clientes, que podem pensar que há algo de 2001, p. 296).
errado nele, além de não ser interessante produzi-lo e comerciali- São várias as formas de distribuição. Dentre as principais es-
zá-lo, pois não gerará lucro significativo. tão:
- Distribuição direta: Ocorre quando o produtor do serviço
ou produto vende diretamente ao consumidor. Exemplo: algumas
empresas utilizam-se das chamadas “lojas da fábrica”, nas quais
fabricantes de produtos vendem diretamente aos consumidores.
Também pode-se citar os prestadores de serviços, os quais execu-
tam, eles mesmos, o serviço para o consumidor, como os dentistas
e os cabeleireiros
- Distribuição Indireta: Ocorre quando o produto ou serviço
utiliza-se de distribuidores para levar o produto ou serviço até o
consumidor. Exemplo: quase a totalidade dos produtos encontra-
dos nos supermercados não é fabricada por eles. Os supermerca-
O cliente procurará um preço justo, que não deve ser nem dos são intermediários entre o fabricante e o consumidor.
muito elevado, de modo que o cliente ache que não vale a pena
comprá-lo, nem tão baixo que o leve a pensar que há algo de errado Quarto “P”: Promoção
com o produto. Muitas vezes, propaganda é confundida com marketing. Isso
O quadro abaixo mostra como a empresa pode decidir posi- ocorre principalmente pelo fato de que o composto promocional é
cionar seus produtos, levando em consideração qualidade e preço. a parte do marketing que mais aparece e é percebida pelas pessoas
Dentro do composto de marketing, o preço desempenha qua- de uma forma geral.
tro papéis importantes: Há um provérbio popular que diz: “A propaganda é a alma do
Se a compra será feita e, caso seja, quanto os consumidores negócio”, e, realmente, ele tem toda a razão, pois se não divulgar-
comprarão; mos o produto aos clientes, eles não saberão da sua existência e
Se comercialização do produto será suficientemente lucrativa; não poderão adquiri-lo.
Se o preço é flexível e pode ser mudado com facilidade. Os Podemos considerar como sendo cinco as principais ferra-
profissionais de marketing precisam estar atentos para utilizar a mentas da promoção. São elas: propaganda, promoção de vendas,
estratégia de pricing correta, evitando problemas. relações públicas e publicidade, força de vendas e marketing di-
O preço é quem gera a demanda e não o contrário. Se o preço reto.
do produto é baixo, geralmente a demanda é mais alta e vice-versa. Propaganda - A propaganda é um item que está inserido dentro
Analisando essas informações, fica o questionamento: qual é da promoção e juntas desempenham papel fundamental na criação
o preço ideal de um produto? O preço ideal de um produto é sim- de valor para o cliente. A propaganda se torna importante porque
plesmente aquele que o cliente julga justo e que, ao mesmo tempo, informa os clientes sobre os produtos e ativa a necessidade de
é interessante lucrativamente para a empresa. comprá-los.
Vale ressaltar que a propaganda influencia na escolha do con-
Terceiro “P”: Praça sumidor. A propaganda, além de transmitir informações sobre os
O “P” de “praça” também é conhecido como ponto-de-venda produtos, oferece informações sobre a empresa. A propaganda é
ou canal de distribuição e pode ser descrito como sendo uma rede necessária porque tem a capacidade de informar um grande núme-
organizada de órgãos e instituições que, em combinação, executam ro de clientes ao mesmo tempo. É importante, também, pois ajuda
todas as funções necessárias para ligar os fabricantes aos usuários- o consumidor a criar ou aumentar a percepção dos atributos dos
-finais a fim de realizar a tarefa de marketing. De uma forma mais produtos e dos pontos fortes da empresa.
simples, distribuição em marketing significa disponibilizar o pro- (...) a propaganda é uma das ferramentas mais comuns que as
duto ou serviço ao cliente da forma mais fácil e conveniente para empresas usam para dirigir comunicações persuasivas aos compra-
ser adquirido. dores e públicos-alvo. (Kotler, 1998, p.554)

Didatismo e Conhecimento 12
TÉCNICAS DE VENDAS
Promoção de Vendas - As ferramentas de promoção de ven- Cuponagem: estratégia muito comum em outros países e ain-
das são: cupons, concursos, prêmios, entre outras e possuem três da incipiente no Brasil, consiste em distribuir a pessoas específicas
características distintas: de comunicação, que visa atrair a atenção promoções especiais de compra de alguns produtos em determina-
dos consumidores; de incentivo, que visa estimular o consumo; e dos pontos de venda.
de convite, que objetiva convidar para uma transação imediata. Internet: utilização da rede mundial de computadores para co-
Promoções de vendas são ferramentas usadas pelos profissio- municação e interligação virtual entre fornecedores e consumido-
nais de marketing que fazem parte do nosso dia-a-dia. Quantas res. Até agora não foi utilizado todo o potencial desta ferramenta,
vezes não recortamos selos em embalagens para concorrer a um pois há desconhecimento por parte dos consumidores sobre o con-
carro ou uma casa? junto de recursos que ela pode oferecer. Vêm sendo utilizados e-
Dois exemplos atuais de promoção de vendas servem exem- -mails como forma de comunicação, com alguns casos de sucesso.
plos: o primeiro é o preenchimento de um cupom nos postos Ipi- Para disputar o jogo competitivo, a empresa precisa analisar
ranga para um sorteio em que os premiados ganharão Cross Fox os consumidores, selecionar os mercados-alvo e utilizar as ferra-
e 1 ano de combustível grátis. O segundo é a promoção de vendas mentas do marketing mix para satisfazer as necessidades do con-
d’O Boticário que está sendo veiculada na televisão, na qual todos sumidor. Acima de tudo, os administradores de marketing devem
os consumidores que comprarem um valor superior a x reais esta- elaborar estratégias de marketing que se adaptem à posição e aos
rão automaticamente concorrendo a carros, vales-produto e meio recursos da empresa, face a seus concorrentes e, depois, gerenciar
milhão de reais. e adaptar de maneira eficaz essas estratégias para as alterações do
Exemplos como esses têm como principal objetivo alavan- ambiente.
car vendas e fazer com que os consumidores sejam atraídos pelas Com base nisso, estruturar um bom composto de marketing é
promoções e optem por comprar de uma empresa deles e não dos uma estratégia de vantagem competitiva para a empresa.
concorrentes. Outra questão importante com relação ao marketing mix, é
Relações Públicas - Trata-se do desenvolvimento de apelos, que o ambiente de negócios e do mercado é extremamente dinâmi-
junto ao consumidor, utilizando histórias da empresa ou da criação co, ou seja, uma estratégia que funcionou muito bem no passado
de produtos reconhecidos no mercado. Pode, até mesmo, valer-se pode não funcionar mais no presente.
de institutos sociais e obras de caridade de que a empresa participa. Neste contexto, o marketing e a definição correta do marke-
Publicidade - É toda comunicação que não é paga pela vei- ting mix têm uma importância fundamental para o sucesso da
culação. Por exemplo, quando um artigo sobre um produto é pu- empresa em um ambiente competitivo. Cada década, exige que a
blicado em um jornal ou revista, as características do produto são administração da empresa pense criticamente em seus objetivos,
comunicadas ao público sem ônus para a empresa. estratégias e táticas. Rápidas mudanças podem facilmente tornar
obsoletos os princípios vencedores de ontem na conduta dos ne-
Força de Vendas - É a ferramenta mais eficaz em termos de
gócios.
custos nos estágios finais do processo de compra, particularmente,
Por isso, a análise constante e infinita do mercado, a atualiza-
no desenvolvimento da preferência, convicção e ação do consumi-
ção dos segmentos mais atrativos, a avaliação das forças e fraque-
dor. A venda pessoal envolve relacionamento ao vivo, imediato e
zas da empresa e dos concorrentes e, consequentemente, a defini-
interativo com o consumidor, permitindo uma relação duradoura.
ção de planos de marketing anuais com planos de ação totalmente
Marketing Direto - A identificação do potencial de retorno do
direcionados para atender às necessidades dos clientes é de vital
marketing direto é fácil de ser percebida. Basta imaginar a quan-
importância para a manutenção saudável da empresa nos seus mer-
tidade de ações de marketing em massa que se recebe diariamente
cados de atuação.
sem participar do público-alvo a que elas se destinavam. Com certeza, uma empresa que não se dedica a estar sempre
Quantas vezes você ouviu apelos para que comprasse um de- se reciclando e fazendo as mudanças necessárias para atender ao
terminado CD quando você detesta aquele estilo de música? Ou dinamismo que mercado pede, está fadada a começar a perder ma-
quantas propagandas de cerveja existem para que você compre de- rket share em um curto período tempo.
terminada marca em detrimento de outra, e você não toma bebidas O plano de marketing é um processo fundamental para todos
alcoólicas? os profissionais de marketing. E, os 4P’s ou mix de marketing são
Este é um dos principais motivos pelo qual o marketing direto uma linguagem conhecida e entendida universalmente pelos pro-
vem obtendo sucesso e crescimento no Brasil e no mundo, nos fissionais da área e resumem, de forma bastante simples e concisa,
últimos tempos. Ele identifica quem a empresa deve atingir e di- o coração do marketing da empresa que nada mais é do que sua
reciona sua estratégia de marketing até essas pessoas, que são seu estratégia e seu plano de ação para atingir seus resultados.
target. São algumas ferramentas do marketing direto:
Mala direta: principal representante do marketing direto é
uma forma de comunicação direta, dirigida a quem pretendemos VANTAGEM COMPETITIVA.
informar sobre um produto ou serviço. Quanto mais personalizada
a mensagem, maior será o impacto do destinatário ao recebê-la.
Telemarketing: trata-se da utilização do telefone como ferra-
menta de marketing. Ele pode ser utilizado como forma de vender, Vantagem Competitiva é um conceito desenvolvido por Mi-
comunicar, pesquisar ou prospectar clientes. chael E. Porter no seu best-seller Competitive Advantage e que
Catálogo: ao mesmo tempo em que comunica a existência e procura mostrar a forma como a estratégia escolhida e seguida pela
os atributos de um produto, o catálogo é também uma forma de organização pode determinar e sustentar o seu sucesso competiti-
distribuição direta. vo.

Didatismo e Conhecimento 13
TÉCNICAS DE VENDAS
A vantagem competitiva surge fundamentalmente do valor No entendimento de Porter tanto a Eficácia Operacional quan-
que uma determinada empresa consegue criar para os seus clien- to a Estratégia são instrumentos que permitem conseguir alguma
tes e que ultrapassa os custos de produção. O termo valor aqui Vantagem Competitiva. Através da eficácia operacional virão as
aplicado representa aquilo que os clientes estão dispostos a pagar contribuições das melhores práticas, que possibilitaram a redução
pelo produto ou serviço; um valor superior resulta da oferta de um dos custos operacionais através da redução do desperdício, garan-
produto ou serviço com características percebidas idênticas aos da tindo melhores resultados. Por meio da definição da Estratégia se
concorrência, mas por um preço mais baixo ou, alternativamente, construirá a diferenciação que será escolher o que fazer como tam-
da oferta de um produto ou serviço com benefícios superiores aos bém e principalmente, o que não fazer. De fato, tanto a eficácia
da concorrência que mais do que compensam um preço mais ele- operacional como a estratégia são essenciais para um desempenho
vado. superior, refletindo-se em Vantagem Competitiva.
A busca da Vantagem Competitiva está na essência da formu- Para Porter, a estruturação da Vantagem Competitiva funda-
lação estratégica que é, para Porter, lidar com a competição. Na mentada na Eficácia Operacional ocorre a partir de uma análise
luta por participação de mercado, a competição não ocorre apenas interna detalhada dos processos. Tal análise propiciará a identifica-
em relação aos concorrentes, mas em toda a cadeia de relações da ção das competências essenciais da organização, ou seja, será im-
empresa. Surge deste entendimento o conceito das Cinco Forças perativo observar todas as atividades exercidas pela empresa, visto
que regem a competição em um setor. Que são: Clientes – o poder que cada uma destas atividades poderá exercer uma contribuição
de barganha dos compradores pode alterar o equilíbrio na relação para a posição de custos ou geração de valor da empresa. Esta
deste com o setor, Fornecedores - Os fornecedores podem exercer análise das atividades deve ser desenvolvida de forma sistemática,
poder de barganha sobre os participantes de um setor, aumentando utilizando-se como ferramenta o conceito de Cadeia de Valores.
os preços ou reduzindo a qualidade das mercadorias e serviços, Sendo toda empresa um conjunto de atividades executadas
Novos Entrantes em potencial - Novos entrantes trazem novas ca- para projetar, produzir, comercializar, entregar e sustentar seu pro-
pacidades e o desejo de ganhar participação de mercado, Produtos duto, obter uma visão holística das atividades da organização trará
Substitutos - Os substitutos não somente limitam lucros, eles tam- o entendimento de quais destas atividades são essenciais para o
bém reduzem a prosperidade que um setor pode alcançar - e a Ri-
negócio e quais atividades são de apoio. A partir dessa avaliação,
validade entre os Concorrentes - está ligada ao uso de táticas como
Porter sugere a identificação das atividades que auxiliarão a em-
as de competição de preços, lançamento de produtos e propaganda.
presa a identificar suas melhores práticas.
Desta forma, o vigor coletivo destas forças determina o lucro po-
Para tal, Porter sugere desagregar sucessivamente por gru-
tencial máximo de um setor. Este modelo de Porter é uma ferra-
po de atividades (denominadas categorias genéricas) e designar
menta para pensar e avaliar o ambiente externo da organização.
as que mais contribuem para a Eficácia Operacional da empresa,
Quando uma empresa situa-se em um setor competitivo (não
sujeito a controles), a entrada neste setor pode estar facilitada, sem contribuindo significativamente na construção da Vantagem Com-
grandes bloqueios o que, segundo Porter, reduz consequentemente petitiva.
a capacidade de lucros das empresas. De forma contrária, setores O segundo pressuposto na construção da Vantagem Compe-
onde as forças são que bloqueiam a entrada são maiores aumen- titiva é a Estratégia. Neste ponto Porter coloca que somente atra-
tam as oportunidades de lucro. Uma vez analisadas as forças que vés de uma posição estratégica distinta é que podemos conseguir
afetam a competição em um setor e suas causas básicas, a empresa diferenças de desempenho sustentáveis. Para tanto nos apresenta
tem a possibilidade de identificar o vigor e as fraquezas de um Um modelo tido como das Estratégias Genéricas de Competição
ponto de vista estratégico. Podendo avaliar um plano de ação que a partir das quais, uma empresa poderá optar para enfrentar seus
poderá incluir: posicionar a empresa de tal modo que suas capa- competidores. Neste contexto “(...) significa escolher, de forma
citações forneçam a melhor defesa contra a força competitiva ou, deliberada, um conjunto diferente de atividades para proporcionar
influenciar no equilíbrio de forças por meio de ações estratégicas um mix único de valores.” São elas: A estratégia de liderança em
ou antecipar mudanças nos fatores básicos das forças e responden- custos, Diferenciação e foco. Essas abordagens genéricas repre-
do a elas. sentam uma maneira ampla da empresa competir. Cada estratégia
É importante entender que a Vantagem Competitiva é com- é uma forma distinta para se criar e uma Vantagem Competitiva
plexa e também pode advir de uma Estratégia Competitiva acerta- sustentável.
da fruto da consciente busca de um diferencial, que se transforme A estratégia de liderança no custo envolve a orientação da
em Vantagem Competitiva, perante seus competidores. Este ali- empresa em operar com o menor nível de custo possível, possibili-
nhamento é necessário, para que possamos partir desta premissa tando a liderança por custo. A estratégia de diferenciação constitui
durante a produção deste ensaio. uma maneira de oferecer um produto ou serviço exclusivo e único
Segundo Porter (1985) a Vantagem Competitiva advém do em algum aspecto valorizado pelos clientes atuais e potenciais.
valor que a empresa cria para seus clientes em oposição ao custo Essa diferenciação leva a uma proteção contra as forças compe-
que tem para criá-la, portanto a formulação de uma estratégia com- titivas da indústria, segundo Porter. Quando a empresa opta por
petitiva é essencial para a empresa, pois esta dificilmente poderá um escopo restrito – foco, ela focaliza um determinado grupo de
criar condições, ao mesmo tempo, para responder a todas as neces- compradores, um segmento da linha de produtos ou um merca-
sidades de todos os segmentos de mercado atendido, proporcio- do geográfico específico. A estratégia de foco visa a um ambiente
nando à empresa, desta forma, criar uma posição única e valiosa. competitivo restrito, podendo assumir a forma de diferenciação ou
Numa abordagem convencional uma Vantagem Competitiva, de baixo custo naquele segmento específico.
ocorre durante a construção do Planejamento Estratégico, que per- As estratégias genéricas são uma maneira de se lidar com as
mite à empresa definir em que direção caminhar, orientando suas forças competitivas da indústria. O que Porter condena é a inde-
competências perante as ameaças e oportunidades para que, assim, finição, ou seja, não conseguir desenvolver, nenhuma das opções,
possa criar valor a seus atuais e potenciais clientes. o que leva a empresa a uma situação de mediocridade estratégica

Didatismo e Conhecimento 14
TÉCNICAS DE VENDAS
e, claro, menor rentabilidade. A falta de uma escolha deliberada Você, com certeza já ouviu falar que “isto” ou “aquilo” é uma
sobre qual Estratégia seguir e, em qual escopo competitivo, cons- vantagem competitiva, por exemplo:
titui um problema para a Vantagem Competitiva das organizações. - atendimento como vantagem competitiva;
Porter (1985) vê como inimigos da Vantagem Competitiva a - o conhecimento como vantagem competitiva;
ideia da dispersão e da conciliação, “a estratégia competitiva visa - a criatividade como vantagem competitiva;
estabelecer uma posição lucrativa e sustentável contra as forças - inovação como vantagem competitiva.
que determinam a competição industrial” e o seu lema é ser dife- Estas são meras possibilidades. Não há nada que seja, num
rente. primeiro momento, uma vantagem competitiva. As vantagens
O autor nos dá a clara mensagem da importância de não con- competitivas somente serão vantagens e competitivas quando e se
vergir com seus oponentes em meio a uma competição. Pois a es- ajudarem a estabelecer uma oferta com características que forne-
sência da Vantagem Competitiva sustentável consiste em escolher çam razões para os seus clientes escolherem a sua oferta, e não a
uma posição diferente daquelas dos rivais. Para Porter, a gestão oferta dos seus concorrentes.
operacional de uma empresa está relacionada a uma mudança
Vantagem competitiva é sempre uma posição relativa dentro
constante enquanto que a estratégica demanda disciplina e con-
do seu mercado ou segmento de atuação. Se os seus concorrentes
tinuidade, tendo como seus inimigos a dispersão e a conciliação.
têm bom atendimento, bom atendimento não é vantagem compe-
Segundo Porter, existem dois tipos básicos de vantagem com-
titiva, é obrigação.
petitiva: a liderança no custo e a diferenciação, as quais, junta-
mente com o âmbito competitivo, definem os diferentes tipos de Se os seus concorrentes usam o conhecimento para criar ofer-
estratégias genéricas. tas de valor para o cliente, o uso de conhecimento é uma obriga-
Porter descreve ainda o instrumento básico para diagnosticar ção para a sua empresa competir no mercado, não uma vantagem
a vantagem competitiva e para encontrar formas de intensificá-la: competitiva.
a cadeia de valores. Vantagem competitiva é sempre algo que realça a sua oferta
A cadeia de valor empresarial é um conjunto de atividades sobre a oferta dos concorrentes. Por isso, relativa.
desempenhadas por uma organização, que vai desde as fontes de
matéria-prima básica, passando pelos fornecedores e ciclos de pro- Os tipos de vantagem competitiva
dução e de venda, até a fase de distribuição final. Há duas maneiras de se ter uma vantagem competitiva: ser
Na contabilidade gerencial, adota-se o enfoque da cadeia de único (a melhor) ou ser diferente (a mais comum).
valor dentro da empresa, sob a perspectiva de valor agregado, suas Dentre os Fatores Chave de Sucesso: (Relevância, Reconhe-
compras, seus processos internos, suas funções, seus produtos e cimento, Receptividade, Responsividade e Relacionamento), os 5
seus consumidores, começando com o pagamento aos fornecedo- Rs, o Reconhecimento é que trata da vantagem competitiva.
res que representam as compras e encerra com os encargos aos O “Reconhecimento” refere-se a você ter um serviço único
consumidores que são as vendas. ou diferente para os seus clientes, refere-se a você produzir um
Na cadeia de valor empresarial o custo e a qualidade dos pro- serviço ou produto com características que levem o cliente a com-
dutos são responsáveis, pelas vantagens competitivas que a orga- prar de você e não dos concorrentes. Então “Reconhecimento” e
nização dispõe, em relação a outras empresas inseridas no mesmo vantagem competitiva têm o mesmo conceito.
ramo, e que são fruto da sua capacidades de eficácia e eficiência.
Na cadeia de valor empresarial a empresa conta em sua atividade As características das vantagens competitivas:
primária, onde acontece a criação e a transformação dos produtos Qualquer vantagem competitiva deve ter as seguintes carac-
e serviços, com a logística, tanto interna quanto externa e nas ati- terísticas:
vidades relacionadas com a comercialização e a promoção do pro-
duto, conta com seu marketing, vendas e serviços onde encontra o 1. A vantagem competitiva precisa ter valor para os clientes.
pós-venda que vai acrescentar valor ao produto vendido.
Não basta ser diferente ou único, essa diferença ou unicidade
A infraestrutura da empresa, a gestão de Recursos Humanos,
precisa ser desejada, buscada, almejada pelos seus clientes. Uma
o desenvolvimento tecnológico e a aquisição de matéria prima é
vantagem competitiva que não agregue valor para os clientes, que
o que apoiam direta ou indiretamente a execução das atividades
eles não tenham interesse, não é vantagem competitiva, é desper-
primárias.
Através da cadeia de valores, a organização é dividida nas dício.
suas atividades básicas (investigação e desenvolvimento, produ- 2. A vantagem competitiva não pode ter outras vantagens com-
ção, comercialização e serviço) o que facilita a identificação das petitivas substitutas disponíveis prontamente aos concorrentes.
fontes de vantagem competitiva. Se os concorrentes não podem copiar a vantagem competi-
Ante o exposto, observa-se que a vantagem competitiva, ou tiva, mas podem substituí-la, então o impacto dessa vantagem é
diferencial competitivo, para um dado segmento de mercado, é a neutralizado.
razão pela qual os seus clientes escolhem a oferta da sua empre- 3. A empresa precisa ter os recursos e a capacidade para for-
sa, e não a dos seus concorrentes, exatamente porque sua oferta necer a vantagem competitiva para os clientes de forma constante
tem algo - a vantagem competitiva - que eles buscam e é única ou e consistente.
melhor do que a oferta dos concorrentes. É o que faz com que a Se a empresa não possui os recursos, ou não tem algumas
sua oferta seja a escolhida pelos seus clientes e clientes potenciais, capacidades necessárias, a vantagem competitiva terá vida curta.
dentre todas as ofertas disponíveis no seu mercado de atuação.A Fará com que a empresa invista e perca os recursos na tentativa de
vantagem competitiva é sempre relativa desenvolver essa vantagem competitiva.

Didatismo e Conhecimento 15
TÉCNICAS DE VENDAS
4. A vantagem competitiva precisa ser sustentável. OUTRAS VISÕES SOBRE VANTAGEM COMPETITIVA
Se a vantagem competitiva não puder ser sustentada ao longo Uma abordagem alternativa é proposta a partir da “visão
do tempo, se ela puder facilmente ser copiada pela concorrência, da empresa baseada em recursos” (Resources Based View of the
então a vantagem competitiva não dura e a empresa não obtêm Firm). Essa abordagem procura ampliar e refinar o quadro de re-
vantagens no seu mercado de atuação. ferência dos tomadores de decisão. Considera que toda empresa
possui um portfolio de recursos: físicos, financeiros, intangíveis
Para você trabalhar com o “Reconhecimento”: diferencial ou (marca, imagem), organizacionais (cultura organizacional, siste-
vantagem competitiva, são necessários quatro passos a serem pra- mas administrativos) e recursos humanos. É a partir desse por-
ticados sempre, continuamente: tfolio que a empresa pode criar vantagens competitivas. Para os
defensores dessa abordagem (Prahalad & Hamel, 1990; Krogh &
1º - Fique de olho na concorrência. Ross, 1995), a definição das estratégias competitivas deve partir
Para ter e manter uma vantagem competitiva você precisa ser de uma perfeita compreensão das possibilidades estratégicas pas-
síveis de serem operacionalizadas e sustentadas por tais recursos.
único ou diferente. Para você ter essa garantia fique de olhos bem
Isto caracteriza essa abordagem como primordialmente “de dentro
abertos sobre os concorrentes. Se possível, tenha amigos ou conhe-
para fora.”
cidos de confiança que sejam clientes dos seus mais importantes
O termo competência essencial (core competence) ganhou
concorrentes para detectar antecipadamente possíveis diferencia- importância no cenário administrativo a partir do artigo “The core
ções, cópias ou substituições que estejam sendo preparadas por competence of the corporation”, de Prahalad & Hamel, em 1990.
eles. De acordo com os autores, competências essenciais são recursos
2º - Faça a diferença. intangíveis que (a) em relação aos concorrentes são difíceis de
Só há três maneiras de sua empresa atuar e se manter no mer- ser imitados, (b) em relação a mercados e clientes são os recursos
cado: essenciais para que a empresa possa prover produtos/serviços di-
- copiar, ferenciados e (c) em relação ao processo de mudança e evolução
- inovar ou da própria empresa são o fator fundamental da maior flexibilidade
- revolucionar. que permite a exploração de diferentes mercados. As competências
A cópia é o que os seus concorrentes tentam fazer com a sua essenciais não estão estritamente relacionadas à tecnologia: elas
vantagem competitiva. podem estar localizadas em qualquer função administrativa. Além
Quando você atua na inovação, na melhoria contínua do seu disso, para desenvolver competência essencial a longo prazo, a
diferencial, você busca manter a distância dos seus concorrentes, companhia necessita de um processo sistemático de aprendizagem
ou ampliar esta distância. e inovação organizacional.
Se você é único na sua oferta ao mercado, se só você oferta Outra premissa básica da visão baseada em recursos é de que
esse serviço ou produto, ou característica destes, é porque você as firmas diferem de forma fundamental em seus modos de ope-
foi um revolucionário. Após a sua revolução você pode melhorar rar porque cada uma delas possuirá um agrupamento singular de
continuamente o seu serviço e cair na inovação, ou providenciar recursos – seus ativos, competências e capacitações específicas.
uma nova revolução (difícil, mas desejável). Segundo Barney, J. (1991), Em geral as empresas não po-
3º - Bote a boca no mundo. dem esperar obter vantagens competitivas sustentáveis quando os
Já que você tem “Reconhecimento” no mercado por ser úni- recursos são uniformemente distribuídos entre todas as empresas
co ou diferente, por você ter uma vantagem competitiva, anuncie, concorrentes e sendo esses recursos altamente móveis. Desta for-
divulgue, publique, faça das tripas coração, mas faça chegar ao ma, para compreender as fontes de Vantagem Competitiva, é ne-
ouvido, ao âmago do seu cliente potencial que você tem esse ben- cessário tomar como base a hipótese de que os recursos empresa-
riais devem, necessariamente, ser heterogêneos e imóveis. E estes
dito diferencial.
recursos devem ter quatro atributos para que possamos considerá-
Faça com que o seu público alvo saiba, experimente, veja, sa-
-los de potencial geração de Vantagem Competitiva sustentável:
boreie, absorva, vibre, mate o desejo com a sua vantagem compe-
Ser valiosos, raros, imperfeitamente imitáveis e não substituíveis.
titiva, com esse diferencial que você tem, que é a razão da escolha Dosi & Coriat (2002) observam que “(...) firmas têm formas
dos seus clientes por você. diferentes de fazer as coisas: se elas são heterogêneas até no modo
Ponha o seu bloco na rua e anuncie aos quatro ventos, sem de realizar tarefas similares, o que não dizer das distinções de
vergonha de ser feliz e sem medo do sucesso. grande escala que separam as empresas químicas das automobilís-
4º - Cumpra o prometido. ticas, das empresas varejistas, dos hospitais”.
Cuide para que o anunciado seja entregue. SEMPRE! Como “A diversificação é menos uma resposta às imperfeições es-
disse Yoda, no filme “O Império Contra-Ataca”: truturais dos mercados e mais um mecanismo organizacional para
- “Tentar! Isso não existe. Só existe fazer ou não fazer”! capturar rendimentos que são tornados viáveis pelos ativos especí-
Isso pode significar ficar de olho em tecnologia e conhecimen- ficos da empresa” (Proença, 1999).
to, personificados nos seus empregados. E também na prevenção “Os drivers para a redução de custos ou para a diferenciação
do erro (indesejado, mas inevitável), e os respectivos procedimen- serão identificados a partir das atividades e das ligações entre elas”
tos na sua ocorrência, devem estar estabelecidos e constantemente (Proença, 1999).
atualizados. A diferenciação é uma visão e uma decisão de dentro para
Sem vantagem competitiva a sua empresa não compete, quan- fora mais do que uma informação de fora para dentro; são os recur-
do muito, sobrevive. sos da empresa, consubstanciados em competências e capacitações
que criam e exploram lucrativamente um potencial de diferencia-
Texto Adaptado: Carlos Alberto de Faria ção latente nos mercados.

Didatismo e Conhecimento 16
TÉCNICAS DE VENDAS
Hayes & Upton (1998): “Eficiência operacional superior for- competências e de capacidades, mas também de militares e de reli-
talece a posição competitiva da empresa e, quando baseada nas giosos, de crise e de empenho, de aprendizado organizacional e de
capacidades dos seus recursos humanos e nos seus processos ope- equilíbrio interrompido, de organização industrial e de revolução
racionais, dificulta a imitação pelos concorrentes. Por essa razão, social.” Em sua pesquisa sobre o tema, procurou cobrir a literatura
pode prover a base para uma Vantagem Competitiva sustentável, e a prática – “para expor seus diferentes ângulos, orientações e
mesmo que a companhia adote a mesma posição competitiva de tendências.” Suas definições, formas e abordagens são tão variadas
uma ou mais concorrentes.” quantos forem os pensadores estrategistas ao apresentá-la. “Peça a
Como a estratégia é vista sob pontos de vista diferentes, por alguém uma definição de estratégia e provavelmente lhe dirão que
diversos pensadores. São visões concordantes, indiferentes e, por estratégia é um plano, ou algo equivalente – uma direção, um guia
vezes, discordantes da maneira como Porter, em toda a sua obra ou curso de ação para o futuro, um caminho para ir daqui até ali.”
propõe ser a Estratégia e especialmente ao que tange a Vantagem Baseado nesta orientação o autor propõe a definição de dez escolas
Competitiva sustentável. Neste artigo, o nosso objeto de estudo. de pensamento sobre a formulação de estratégias. (...) “na revisão
Em Whittington (2001) Estratégia está dividida em quatro de grande volume de literatura emergem dez pontos de vista dis-
abordagens, onde “a abordagem Clássica, associada à autorida- tintos, a maioria dos quais reflete na prática gerencial. Três delas
de como Igor Ansoff (1965, 1991) e Michel Porter (1985, 1996), prescritivas, preocupadas de como as estratégias são formuladas,
dá a resposta dos livros. Para ela, estratégia é o processo racional seis mais preocupadas com a descrição de como as estratégias são
de cálculos e análises deliberadas com o objetivo de maximizar de fato, formuladas e a última que descreve o processo como sendo
vantagens a longo prazo.(...) dominar ambientes internos e exter- para a transformação, incorporando grande parte da literatura e da
nos exige um bom planejamento. A estratégia é importante nessa prática prescritiva sobre ‘mudanças estratégicas’.”
análise racional, e as decisões objetivas fazem a diferença entre o Ainda segundo Mintzberg (2000) “Estratégia é um padrão, isto
sucesso prolongado e o fracasso.” Nesta sequência de abordagens é, consistência em comportamento ao longo do tempo; como uma
temos a visão dos Evolucionistas que vêem a dinâmica do merca- posição – para Michael Porter (1996,68), estratégia é a criação de
do como um processo darwiniano de seleção natural das espécies uma posição única e valiosa, envolvendo um conjunto diferente de
mais adaptadas. “...como Hannan e Freeman (1988) ou Oliver Wi- atividades, nesta visão a estratégia olha para baixo, para o ‘x’ que
lliamson (1991) afirmam que a estratégia no sentido clássico de marca o ponto em que o produto encontra o cliente – bem como
planejamento racional orientado para o futuro é frequentemente para fora – para o mercado; vista como uma perspectiva a estraté-
irrelevante. O ambiente é tipicamente muito implacável e impre- gia olha para dentro – dentro da organização, dentro da cabeça dos
visível para que se façam previsões eficazes. (...) as empresas são estrategistas – mas também para cima – para a grande visão da em-
como as espécies da evolução biológica: os processos competiti- presa; por último, temos a estratégia como um truque, isto é, uma
vos cruelmente selecionam a mais apta a sobreviver; (...) Portanto, ‘manobra’ específica para enganar um oponente ou concorrente.”
do ponto de vista evolucionário, é o mercado, e não os gerentes, Ainda segundo o autor as estratégias podem ser pretendidas e/ou
que faz as escolhas mais importantes.” realizadas. Àquelas pretendidas e realizadas podemos denominar
A terceira abordagem é a processualista que também consi- de deliberadas enquanto, as demais realizadas e que não eram ex-
dera o planejamento de longo prazo fútil e imperfeito, porém com pressamente pretendidas chamamos de estratégias emergentes e
visões menos pessimistas quanto ao grau de adaptabilidade das por último aquelas que foram pretendidas e não chegaram ao seu
empresas ao ambiente onde estão inseridas, ser de tamanha impor- termo, denominadas de irrealizadas.
tância para suas sobrevivências. “De acordo com Cyert e March Lorenzoni, G.; Baden Fuller (1995) Nos propõe que o sucesso
(1963), as pessoas são muito diferentes em seus interesses, limita- competitivo requer a união de múltiplas capacidades (inovação,
das em sua compreensão, dispersas em sua atenção e descuidadas produtividade, qualidade, resposta a clientes). Os centros estraté-
em suas ações para se unirem e levarem a termo um planejamento gicos combinam capacidade especializada e integração em larga
perfeitamente calculado. (...) Na prática, a estratégia emerge mais escala, apesar da rivalidade destrutiva entre compradores e ven-
de um processo pragmático de aprendizado e comprometimento, dedores. Tal arranjo, permite aos parceiros uma visão holística da
do que uma série racional de grandes saltos para a frente (Mintz- rede, enxergando-a como uma unidade que pode atingir Vantagem
berg, 1994).” A quarta e última abordagem de Whittington (2001), Competitiva. Dessa forma, a rede age como uma complexa firma
no ponto de vista da abordagem sistêmica, verificamos o maior oti- integrada abarcando diversos mercados.
mismo quanto às questões dos processualistas, de que as pessoas “... um modo de organização que pode ser usado por geren-
sejam incapazes de conceber e implementar planejamentos racio- tes ou empreendedores para posicionar suas firmas numa estância
nais, como também em relação aos evolucionistas no que tange a competitiva mais alta. Por esse motivo, o termo estratégico foi adi-
capacidade preditiva para definir ações ante as forças de mercado. cionado às redes.” Jarilo (1988)
“Por fim, os teóricos sistêmicos assumem posição relativista, argu-
mentando que formas e metas do desenvolvimento de estratégias VISÕES ESTRATÉGICAS PARA A CONSTRUÇÃO DE
dependem particularmente do contexto social, e que, portanto, a UMA VANTAGEM COMPETITIVA
estratégia deve ser empreendida com sensibilidade sociológica.” Existem abordagens discordantes sobre o tema da Vanta-
Para Mintzberg (2000) estratégia é algo extremamente com- gem Competitiva, não sobre a sua contribuição para o sucesso de
plexo para definir. Sua busca por estruturá-la de maneira clara e um empreendimento, mas em relação à forma, aos meios e aos
sucinta nesta obra foi um grande desafio. Ele considera que são modelos que podemos lançar mão para alcançá-lo. Algumas das
inúmeros os campos do conhecimento que, de alguma forma, con- abordagens de Porter serão confrontadas para pavimentar o longo
tribuem para o entendimento do que seja estratégia. “No limite, a percurso entre a elaboração da Estratégia e a descoberta de uma
formulação de estratégias não trata apenas de valores e da visão, de Vantagem Competitiva sustentável.

Didatismo e Conhecimento 17
TÉCNICAS DE VENDAS
Segundo Oliver Williamson (1999:87), um evolucionista den- OS LIMETES DAS PROPOSIÇÕES DE PORTER
tro das abordagens defendidas por Whittington, a estratégia pode A visão de Porter é considerada limitante e restrita, pois des-
ser uma ilusão perigosa. O autor considera que “a economia é a considera outros pontos de vista importantes na concepção de uma
melhor estratégia”, sendo a eficácia relativa a única Vantagem estratégia competitiva. Vejamos a seguir.
Competitiva real, devendo os gerentes se concentrar na redução De acordo com Mintzberg (1998), Porter trás alguma substân-
constante dos custos de produção, distribuição e organização. cia para a discussão do planejamento estratégico mas, seu modelo
Na abordagem do tema, a American Carnegie School em é prescritivo e deliberado como os demais autores em que ele clas-
Whinttington (2002) rejeita o principio do homem racional econô- sifica como pertencentes às Escolas do Planejamento e do Design.
mico e a ideia de “mercado perfeito” mencionado por Porter, con- É importante destacar que assim como grande parte dos autores
siderando a complexidade organizacional e a limitação racional do associados a Escola do Design, Porter, também não dedica aten-
chamado homem econômico. Logo, o que temos são organizações ção aos valores gerenciais da organização e sua responsabilidade
formadas por coalizões de indivíduos, onde cada um traz para a social, não levando em consideração, por exemplo, o impacto das
organização suas ambições pessoais e inclinações cognitivas, onde ações do governo no ambiente de atuação da empresa e das forças
a estratégia é o produto de acordos e comprometimentos políticos políticas internas.
e não o cálculo de maximização dos lucros que, em última análise Para Mintzberg, Porter desconsidera o aprendizado estratégi-
é a razão de toda estratégia. Uma constatação pavorosa para a ra- co e a estratégia emergente, como se estes não existissem e, ainda
cionalidade de Porter. Segundo a ACS, estas organizações geram insiste em uma necessária cadeia de causalidade, como se tudo nas
organizações fosse previsível e determinado. A defesa de Porter
lucros, mas apenas o suficiente para satisfazer os agentes da orga-
sobre o caráter distintivo da estratégia acaba por condenar ações
nização.
como Benchmarking e agrupamentos estratégicos, esquecendo,
Ainda em Whittington (2002), na perspectiva sistêmica é im-
em relação ao primeiro, da alta perecibilidade de uma Vantagem
portante para a estratégia as diferenças entre os sistemas sociais e
Competitiva por serem estas, passíveis de cópia. Em relação ao
econômicos, portanto a construção estratégica em busca de uma segundo, diminuindo o seu valor e desconsiderando o sucesso de
Vantagem Competitiva, não terá as mesmas condições em comu- conhecidas ações integradas entre grupo de empresas.
nidades distintas. A estratégia entre os setores público e privado é outra abor-
Não seria essa uma força econômica preponderante na dagem também desconsiderada por Porter e, que se apresenta de
construção estratégica? forma bastante contundente, ao se entender que precisamos con-
Não estariam os trabalhadores e governos erroneamente siderar que as estratégias entre estes setores são impulsionadoras
desconsiderados na busca por Vantagem Competitiva? dinâmicas da Vantagem Competitiva. Ao acreditar que o poder pú-
No mesmo sentido: blico deve estar ausente do mercado, não aborda em seus conceitos
BAILEY (1999) defende que a categorização do modelo de o envolvimento dos Governos como fator relevante na elaboração
estratégia competitiva de Porter (ameaça de entrada de novas em- de uma estratégia para que uma empresa alcance uma Vantagem
presas, o poder de barganha dos compradores, o poder de barganha Competitiva. Em muitas sociedades a parcela de mercado nas
dos fornecedores, a ameaça de produtos e serviços substitutos e a mãos do Governo é suficiente para que este ator seja considerado
rivalidade entre empresas existentes) não focaliza os importantes na formulação estratégica e, ainda não o sendo, resta a questão
vínculos existentes entre estratégia privada e políticas públicas. regulatória necessária para um mínimo convívio dentro de deter-
MINTZBERG (2000) afirma na escola do Poder que não faz minadas expectativas, visto os recentes acontecimentos, em que
sentido descrever a formação de estratégia como um processo des- o Governo Americano, maior guardião da livre economia, se vê
tituído de poder e política. Isto vale em especial durante perío- obrigado a intervir severamente em determinados setores. Ao seu
dos de mudanças importantes, organizações grandes e maduras, ver Porter não despertou, ainda, para esta nova realidade.
organizações de experts complexas e descentralizadas, períodos de Igualmente, quando se fala em política (como forma de nego-
bloqueio e períodos de incerteza. ciação) a visão de Porter discute a manutenção de uma posição, já
AKTOUF (2002) destaca que Michael Porter sonha com um conquistada pela empresa, como forma de manter um equilíbrio
mundo sem corrupção, sem corruptos, sem máfias, sem potências relativo que lhe seja vantajoso mas, ainda assim “que sejam atra-
financeiras, políticas e militares que manipulam todos os mercados vés de análise sistemática, na avaliação de dados tangíveis e na
de todos os produtos, todos os comércios. cuidadosa definição de estratégias” Mintzberg (1998). A discus-
são da abordagem política se restringe a uma ação posterior, de
WHITTINGTON (2006) conclui que na estratégia competi-
complemento, e não como uma ferramenta indispensável para a
tiva internacional, pode ser um erro fatal supor que todos estejam
construção de relações em diversas esferas que trarão Vantagem
lutando em um campo de jogo uniforme. Os estrategistas deveriam
Competitiva para a organização.
buscar, do Estado ou de outra parte, algumas vantagens parciais
O tema da responsabilidade social que tem como consequên-
injustas para si próprios. cia atual a criação de empreendimentos que buscam a geração
FARIA e IMASATO (2007) argumentam que o conhecimen- combinada de valor econômico e social é negligenciado por Porter,
to produzido nos EUA é problemático no Brasil, porque não re- não destacando esta abordagem como uma forma de obter Vanta-
conhece questões de poder e política ressaltados por Weber nem gem Competitiva.
os diferentes tipos de estrategistas que fazem parte de economias O fato de Porter considerar a ação estratégica como necessa-
emergentes. A estratégia entre os setores público e privado precisa riamente dedutiva e deliberada torna a obtenção de uma Vantagem
ser compreendida como um impulsionador dinâmico da Vantagem Competitiva algo extremamente sistemático e analítico, fazendo
Competitiva. com que o autor emita posições equivocadas sobre fatos históricos

Didatismo e Conhecimento 18
TÉCNICAS DE VENDAS
no contexto corporativo, por exemplo quando mencionou que as serviços, como que na tentativa de tornar, de alguma forma, tangí-
empresas japonesas terão de aprender estratégia. Esta afirmação vel o que é por natureza intangível, de modo a poder perceber a sua
é desconcertante e, até constrangedora para Mintzberg, visto o su- qualidade no ato da compra, ou antes dela.
cesso de tantas empresas japonesas no cenário internacional. Os serviços bancários são intangíveis. Diferentemente dos
Mintzberg observa que a contribuição dos funcionários assim produtos, não podem ser vistos, provados, sentidos, ouvidos ou
como os arranjos organizacionais, para Porter, está ligada ao con- cheirados antes de serem comprados. Para reduzir a incerteza, os
texto do negócio, não havendo implicação com a estratégia ou que compradores procuram sinais de evidência da qualidade do ser-
possam representar uma Vantagem Competitiva. Uma clara visão viço. Farão interferência sobre esta qualidade com base em loca-
reducionista em que se cria uma entidade chamada “estrategista”, lização, funcionários, equipamentos, material de comunicação,
que deve possuir condições especiais para o controle. símbolos e preços percebidos. Assim a tarefa do fornecedor dos
Por Fábio Cipolla serviço é “administrar a evidência” “tangibilizar o intangível”.

2 Inseparabilidade
NOÇÕES DE IMATERIALIDADE OU Outra característica peculiar dos serviços, em relação aos
INTANGIBILIDADE, INSEPARABILIDADE produtos físicos, é a inseparabilidade, isto é, os serviços são inse-
E VARIABILIDADE DOS PRODUTOS paráveis de quem os executa ou fornece, de tal forma que o pres-
BANCÁRIOS. tador do serviço faz parte do próprio serviço (KOTLER e ARMS-
TRONG, 1993; SEMENIK e BAMOSSY, 1995, LEVITT, 1985).
Esta característica, associada ao fato de que os serviços são
produzidos e consumidos ao mesmo tempo – simultaneidade– faz
Para os autores KOTLER e ARMSTRONG (1998 e 1998), os com que, nos serviços em que o cliente esteja presente, haja uma
serviços possuem quatro características peculiares, que distinguem interação entre cliente e prestador, de modo que o cliente também
claramente um serviço de um produto físico: Intangibilidade, Inse- passa a fazer parte do serviço e, consequentemente, a interferir em
parabilidade, Variabilidade e Perecibilidade. sua qualidade. Quando, por exemplo, um indivíduo, numa con-
sulta, informa ao seu médico sintomas incorretos – omitindo ou
1 Intangibilidade mascarando dados, propositada ou involuntariamente – ele, certa-
A primeira característica dos serviços é a intangibilidade. Os mente, poderá induzir o profissional a um diagnóstico incorreto, já
serviços são intangíveis porque não podem ser vistos, provados, que suas informações são parte integrante – talvez mesmo a “ma-
sentidos, ouvidos ou cheirados antes de serem comprados, ou téria-prima” – do processo que constitui a prestação de serviço.
seja: não podemos apreender um serviço com qualquer dos nossos Por isso, a interação entre o prestador e o cliente é importante fator
sentidos, ao contrário do que acontece com os produtos físicos. a ser considerado pelo marketing de serviços, como ressaltam os
Como os serviços são atos ou performances, não é possível tanger autores já citados.
um atendimento (bom ou mal), uma consulta médica, um corte Normalmente, os serviços são produzidos e consumidos si-
de cabelos ou o deslocamento proporcionado pela compra de uma multaneamente. Como o cliente está bem presente enquanto o ser-
passagem aérea. viço é produzido, a interação fornecedor-cliente é uma caracterís-
Apesar disso, embora o serviço em si seja intangível, há sem- tica especial deste tipo de serviço. Por exemplo: quando um cliente
pre a utilização de algo físico, que concorre, ainda que secundaria- te seu dinheiro aplicado num investimento, o serviço está sendo
mente, em alguns casos, para a consecução do trabalho; uma parte produzido e consumido.
tangível do produto intangível, como assinala LEVITT (1985). O
atendimento pode ser feito num balcão de loja com o cliente de pé, 3 Variabilidade
ou numa sala agradável, em que esse mesmo cliente esteja confor- A terceira das quatro características marcantes dos serviços é
tavelmente sentado; a consulta pode ser feita por um médico que que sua qualidade depende, além de quem os presta, também de
use palavras (grosseiras ou delicadas) que podem ser ouvidas pelo quando, onde e como são proporcionados, o que os torna altamen-
paciente, numa sala com muito calor ou com ar-condicionado em te variáveis, conforme assinalam, dentre outros, KOTLER e AR-
temperatura adequada, a receita ou um pedido de exames poderá MSTRONG (1993), SEMENIK e BAMOSSY (1995), BOONE e
ser feito num papel de aparência moderna ou antiquada; o corte de KURTZ (1998).
cabelos pode ser executado com uma tesoura ou à máquina, além Em função da variabilidade, um funcionário pode ser eficiente
do uso do pente, e o cliente, naturalmente, estará sentado numa ca- e atencioso em algumas ocasiões e ineficiente e desatencioso em
deira; o transporte aéreo pode ser proporcionado por uma aeronave outras, na medida em que seu humor pode variar em função de
muito ou pouco espaçosa, com serviço de bordo que pode oferecer circunstâncias profissionais e pessoais. Numa mesma empresa, po-
refrigerantes que podem estar ou não adequadamente gelados. derá um empregado prestar atendimento cortês e eficaz, enquanto
Por isso, o acerto (combinação dos termos) da compra dos ser- outro empregado, na mesma ocasião, presta atendimento oposto.
viços é feito previamente à sua execução, e os consumidores não Outra forma de manifestação da variabilidade dos serviços
podem ver seus resultados com antecedência, como ocorreria se pode ser exemplificada numa cantina ou lanchonete, onde cada
estivessem comprando uma geladeira, um automóvel, ou qualquer funcionário poderá não só atender de maneiras cuja qualidade seja
bem físico, o que pode gerar incerteza e insegurança por parte do variável (ou instável), como o resultado dessa variabilidade poderá
comprador. Para reduzir tais sentimentos de incerteza e inseguran- ser sentido no próprio sabor de um sanduiche ou de uma vitamina
ça, os consumidores procuram se apegar aos sinais, às evidências preparada por funcionários diversos: o funcionário “A” pode dei-
proporcionadas pelos aspectos físicos envolvidos na prestação dos xar os ingredientes serem grelhados por um tempo maior ou me-

Didatismo e Conhecimento 19
TÉCNICAS DE VENDAS
nor que o deixado pelo funcionário “B”; este, por sua vez, poderá
colocar, na vitamina, mais açúcar do que colocou o funcionário MANEJO DE CARTEIRA DE PESSOA
anterior, e ambos poderão, em momentos diversos, tratar bem ou FÍSICA E DE PESSOA JURÍDICA.
tratar mal um cliente, conforme seu estado de humor, ou conforme
o estado de humor do próprio cliente, que, ao reclamar, poderá
ensejar uma reação educada ou mal-educada.
Para diminuir a variabilidade, as empresas prestadores de ser- O crescimento da carteira de crédito foi acompanhado pela
viços podem padronizar procedimentos e dar treinamento aos seus queda da inadimplência e consequente elevação da qualidade da
funcionários, de modo a incentivar que todos tenham procedimen- carteira. O indicador que mede o atraso das operações há mais de
tos e condutas semelhantes. Além disso, é possível “industrializar” 90 dias permaneceu inferior ao observado no Sistema Financeiro
os serviços, executando-o, no todo ou em parte, através de equi- Nacional (SFN), conforme demonstra o gráfico abaixo.
pamentos, com fazem algumas lanchonetes em que, dentre outras Considerando a evolução da qualidade do risco no BB, des-
possíveis tarefas, a fritura de batatas ou o preparo de parte de um taca-se o crescimento das operações de melhor risco (AA-C) no
sanduiche é feito por máquinas que controlam tempo e temperatu- total da carteira. 
ra, de modo a aumentar a padronização e a produtividade.
Os serviços são altamente variáveis, uma vez que dependem
de quem os executa e de onde são prestados. Os compradores de
serviço estão conscientes dessa alta variabilidade e, frequentemen-
te, conversarão com outras pessoas antes de selecionar um forne-
cedor. As empresas podem tomar três providências em direção ao
controle de qualidade: investir em seleção e treinamento de pes-
soal; padronizar o serviço de prestação do serviço por toda a orga-
nização; monitorar a satisfação do consumidor através de sistemas
de sugestões, reclamações e comparação de compra, possibilitan-
do que os serviços fracos sejam detectados e corrigidos.

4 Perecibilidade Crédito Pessoa Física


A última das quatro características marcantes dos serviços, é Ao longo do exercício de 2011, o Banco do Brasil deu con-
a perecibilidade. Os serviços são perecíveis porque não podem ser tinuidade ao BB 2.0 Programa de Transformação do Varejo, que
estocados para venda ou uso posterior. Isto pode representar um contempla ações estratégicas como a rentabilização da base de
sério problema para a empresa prestadora quando a demanda é clientes baseada no atendimento de excelência, o conhecimento
flutuante, como acontece nas empresas que lidam com serviços de dos clientes e o aumento da oferta de conveniência com a adequa-
demanda cíclica, sazonal ou irregular. Se montam uma estrutura ção dos canais de atendimento.
capaz de suportar os picos da demanda, naturalmente terão capa- A carteira classificada de crédito pessoa física, que segue os
cidade ociosa (e custos mais elevados) nos momentos em que a critérios definidos pelo Bacen, encerrou o ano com saldo de R$
demanda estiver mais baixa. Se, por outro lado, decidem montar 130,6 bilhões, um crescimento de 15,4% comparado a 2010, man-
uma estrutura para atender ao mínimo necessário, prestarão servi- tendo-se em destaque na carteira total do Banco com 30,9% de
ços precários quando a demanda estiver mais elevada. Assim, ao participação. Esse desempenho é reflexo das ações com foco no
montarem sua estrutura, devem levar em consideração as flutua- cliente, do novo posicionamento estratégico, da sustentabilidade
ções e adotar estratégias flexíveis e adequadas para enfrentar cada dos negócios, consolidando a liderança do BB no varejo bancário
situação. brasileiro. 
São ilustrativas dessa característica as empresas de transporte
coletivo urbano, que precisam possuir um número de veículos su- Crédito Consignado
perior ao que seria necessário na maior parte do dia, em função de A modalidade permanece como a de maior representatividade
precisar atender à hora do “rush”. Outras empresas, para enfrentar na carteira de crédito para pessoas físicas, com 39,3% do total.
os problemas gerados pela perecibilidade, podem adotar preços di- Com a estratégia de qualificação da base de clientes e foco em
ferenciados conforme o horário ou dia da demanda, para incentivar linhas de menor risco, a carteira de crédito consignado apresentou
ou desencorajar o consumo, como ocorre com as companhias de crescimento de 13,9% no ano, o que reforça a liderança do Banco
eletricidade, as prestadoras de serviços de telefonia, cinemas, ho- no segmento, cuja participação de mercado alcançou 32,3%. Os
téis, motéis e parques de diversão, para ficarmos em apenas alguns empréstimos com servidores públicos continuam os mais repre-
exemplos mais comuns. sentativos dessa carteira e participam com 85,3% do total. O res-
Outra maneira de lidar com a perecibilidade, por parte empre- tante é composto por aposentados e pensionistas do INSS (9,2%) e
sa, é empregar funcionários em tempo parcial, ou contratar mão- funcionários do setor privado (5,5%).
-de-obra temporária (com ou sem vínculo empregatício), de modo
a atender às flutuações da demanda e poder prestar o serviço no Veículos
momento em que é demandado. O saldo das operações de financiamento de veículos alcançou
Texto baseado em artigo de Suellen Silva de Melo Mesquita R$ 31,3 bilhões, incremento de 14,4% no período. 

Didatismo e Conhecimento 20
TÉCNICAS DE VENDAS
Como medida para contribuir com a preservação do meio am- Além disso, foram firmadas parcerias com o Serviço Brasilei-
biente e da sustentabilidade do planeta, são oferecidas condições ro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e as Secreta-
diferenciadas para todos os clientes no financiamento de veículos rias Municipais e Estaduais de Trabalho e Renda em diversas loca-
novos classificados como Nota 5 no ranking “Nota Verde” do Mi- lidades. Também foram realizadas Oficinas MPO em diversas ca-
nistério do Meio Ambiente. pitais, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social,
para promoção do Programa Nacional de Microcrédito – Crescer,
Crédito imobiliário em sintonia com o Plano Brasil Sem Miséria.
O crédito imobiliário no BB manteve a tendência de cresci- Ao final do exercício, o MPO do Banco do Brasil alcançou R$
mento, encerrando 2011 com saldo de R$ 7,6 bilhões, evolução de 142,3 milhões de saldo, beneficiando 34,9 mil empreendedores em
122,7% em relação a 2010. No decorrer do ano foram liberados todo o País. O resultado materializa o grande diferencial do Banco,
22,7 mil contratos para pessoas físicas, que totalizaram saldo de de apoiar empreendedores e microempresas por meio da oferta de
R$ 6,0 bilhões. A carteira de crédito imobiliário pessoa jurídica en- crédito na medida certa para seus negócios. 
cerrou o exercício com saldo de R$ 1,6 bilhão, com 119 contratos No mesmo sentido, é mantido o BB Microcrédito Empreende-
formalizados em 2011. dor PF, crédito concedido para atender às necessidades financeiras
Para os próximos anos, o Banco prevê a continuidade do cres- de pessoas físicas empreendedoras de atividades produtivas de pe-
cimento da carteira acima do mercado, atingindo em 2012 mais queno porte. Visando orientação e acompanhamento, a modalida-
de R$ 13 bilhões em crédito imobiliário. Para o programa Minha de utiliza metodologia baseada no relacionamento direto com os
Casa Minha Vida, a meta do Banco é financiar, em 2012, 97.000 empreendedores no local onde é executada a atividade econômica. 
unidades e, até 2014, 412.000 unidades. Isto significa muito mais
famílias realizando o sonho da casa própria, em especial as classes Crédito Pessoa Jurídica
de menor renda, proporcionando melhora na qualidade de vida e O Banco do Brasil, como parceiro do Governo Federal, bus-
contribuindo, ainda, para o desenvolvimento do País por meio do ca estimular a inovação e à produção nacional para alavancar a
incentivo à indústria da construção civil e geração de emprego nos competitividade das indústrias brasileiras, promovendo o desen-
diversos setores da economia.  volvimento econômico e social do País. Tem atuado fortemente na
Além disso, no que tange à sustentabilidade, o Banco vem disponibilização de crédito para todos os clientes pessoa jurídica,
priorizando os financiamentos à produção que atendem aos con- desde os empreendedores individuais até as grandes empresas. 
ceitos de preservação do meio ambiente, tais como utilização de A carteira classificada de crédito pessoa jurídica encerrou
energia solar, coleta seletiva de lixo, captação e reuso de água da
2011 com saldo de R$ 171,3 bilhões e representou 40,5% do total
chuva, uso racional dos materiais de construção e arborização. 
da carteira de crédito do BB. Somadas, as linhas de capital de giro
e investimentos representam 72,3% do saldo da carteira pessoa ju-
Microcrédito
rídica. 
Diante do panorama econômico brasileiro, marcado pela que-
da do desemprego e da pobreza, integração de 36 milhões de pes-
Crédito para Empresas Médias, Grandes e Corporate
soas no mercado de consumo, concretização da mobilidade social,
Na área de clientes Atacado, o BB atende empresas com fatu-
ampliação do crédito, do volume de transações bancárias, da rede
ramento anual bruto superior a R$ 25 milhões.
de atendimento e da capilaridade e ainda pela popularização de
produtos e serviços bancários, o Banco do Brasil passou a atuar, Para 2012, as ações com impacto no relacionamento com
em 2011, no Microcrédito Produtivo Orientado (MPO). Seus obje- clientes de Atacado estarão centradas no aprimoramento de pro-
tivos com a medida são: cessos e estruturas de atendimento, estratégias de rentabilização,
- Promover a inclusão bancária e a geração de trabalho e ren- e desenvolvimento de produtos e serviços inovadores. Essas ações
da, com foco no microcrédito, para os empreendedores de ativida- reforçarão a posição de liderança do BB entre as maiores empre-
des produtivas de pequeno porte; sas.
- Atuar com visão de cadeia produtiva e alinhado à Estratégia
Menor Renda BB; Micro e Pequenas Empresas
- Ser referência na modalidade; No atendimento às micro e pequenas empresas, o BB man-
- Contribuir para a erradicação da extrema pobreza, em sin- teve-se posicionado como importante parceiro do segmento. Ao
tonia com o Plano Brasil Sem Miséria e o Programa Nacional de final de 2011, possuía 2,1 milhões de clientes e saldo de opera-
Microcrédito – Crescer. ções de R$ 68,1 bilhões, incremento de 19,5% em relação a 2010.
O MPO atende pessoas físicas que desenvolvem atividades A destinação de R$ 47,9 bilhões para capital de giro representou
produtivas e microempresas constituídas com faturamento bruto crescimento de 16,3% em relação ao ano anterior. Destaca-se a
anual de até R$ 120 mil, incluindo-se os empreendedores indivi- linha de crédito BB Giro Empresa Flex, que atingiu o saldo de R$
duais formalizados (faturamento bruto anual até R$ 36 mil). O mo- 14,0 bilhões, correspondente a 29,3% da carteira de capital de giro,
delo de atendimento prevê assessoria financeira e oferta de linhas crescimento de 31,5% em 12 meses.
de crédito em condições compatíveis com os segmentos. Assim, Já o saldo das operações de financiamento de investimentos às
cerca de 4 mil funcionários da rede de agências estão capacita- micro e pequenas empresas ao final do período chegou a R$ 18,4
dos para as visitas aos pequenos empreendimentos, a realização bilhões, com crescimento de 25,1% na comparação com 2010.
de levantamento socioeconômico, o fornecimento de orientação Destaque foi o Cartão BNDES, principal linha do bloco para o
sobre o planejamento do negócio e a definição das necessidades segmento, que atingiu saldo de R$ 6,0 bilhões, o que representa
de crédito e gestão para o desenvolvimento do empreendimento. 86,6% de crescimento em relação ao ano anterior.

Didatismo e Conhecimento 21
TÉCNICAS DE VENDAS
Nas operações com micro e pequenas empresas, o Banco utili- fiscalização in loco, cujo resultado é informado à agência conduto-
zou amplamente o Fundo de Garantia de Operações (FGO), como ra da operação. Em casos de não conformidades, o cliente é noti-
forma de mitigar o risco de crédito e ampliar o volume da cartei- ficado e a regularização é solicitada, podendo ensejar a liquidação
ra. Ao final de 2011, havia 428,6 mil operações com cobertura do antecipada da operação, conforme previsto em cláusula contida no
FGO, totalizando saldo aplicado de R$ 9,8 bilhões.  instrumento de crédito. Para operações de BNDES e Finame Ru-
Em 2011, o BB foi a primeira instituição financeira a emitir o ral, são previstos em contrato e minutas o vencimento antecipado,
Cartão BNDES nas duas principais bandeiras, Visa e MasterCard. com exigibilidade da dívida e sustação do desembolso caso sejam
Além disso, mantém a liderança do Cartão BNDES em valores verificados existência de sentença transitada em julgado em razão
desembolsados, quantidade de cartões emitidos e quantidade de de discriminação, trabalho infantil ou escravo, assédio moral ou
transações. sexual ou crime contra o meio ambiente. Em 2011, 2,0% dos con-
tratos possuíam este tipo de cláusula.
Operações de Investimento e Repasses Ao final de 2011, a carteira de crédito de agronegócios atingiu
O Banco do Brasil manteve seu foco na geração de empregos R$ 88,7 bilhões em saldo no conceito classificado, o que represen-
e no desenvolvimento do País, apoiando as empresas através de ta crescimento de 18,2% em relação ao ano anterior. A participação
suas linhas de financiamento de investimento. Só em 2011 foram do Banco no agronegócio brasileiro foi de 63,1%, sendo o maior
R$ 33,8 bilhões desembolsados, o que resultou num crescimento parceiro nesta modalidade. 
de 18,2% no saldo desta carteira no ano, totalizando R$ 39,1 bi- Para a safra 2011/2012, o BB vai colocar à disposição R$
lhões. 45,7 bilhões, o que corresponde a 17,7% de incremento sobre o
Dentre as modalidades de repasse, destaque para o Fundo da valor aplicado na safra anterior. Do total, R$ 10,5 bilhões serão
Marinha Mercante (FMM), por meio do qual foram financiadas destinados à Agricultura Familiar e R$ 35,2 bilhões à Agricultura
a construção de 50 embarcações e quatro estaleiros em 2011, no Empresarial.
montante de R$ 3,3 bilhões. Com isso, o volume de projetos fi- Até dezembro de 2011, a desembolso total em operações de
nanciados corresponde a R$ 4,7 bilhões, evolução de 237% em crédito rural na safra 2011/2012 atingiu R$ 26,4 bilhões, o que re-
relação a 2010. presenta acréscimo de 19,4% na comparação com 2010, conforme
Com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do quadro a seguir, em que se destaca o crescimento nas linhas de
Centro-Oeste (FCO), o Banco do Brasil financiou R$ 5,5 bilhões investimento Agricultura Familiar (6,9%) e Agricultura Empresa-
em 73,5 mil operações e atendeu a 466 municípios da região. O rial (23,2%). 
número representa incremento de 29,7% em relação o exercício de Vários diferenciais e medidas adotadas pelo BB o destacam
2010. Destaca-se o fato de que 36% desse total beneficiou tomado- no segmento do agronegócio, entre elas: 
res de mini/micro e pequeno porte. Mitigação de risco:  na contratação de operações de crédito
Também desembolsou no ano mais de R$ 18 bilhões em re- rural são adotados mecanismos de mitigação de risco. Ao final de
cursos do BNDES, 21,5% do total, de acordo com o Ranking Glo- 2011, 57% dos valores contratados em custeio agrícola na safra
bal de repasses da instituição. Na modalidade Finame, desembol- 2011/2012 foram vinculados a um instrumento de mitigação de
sou R$ 6,7 bilhões, correspondentes a 37% do total de recursos do risco de intempérie e/ou preço.
BNDES liberados pelo Banco em 2011.  Programa Agricultura de Baixo Carbono – ABC: incentiva a
utilização de técnicas agrícolas sustentáveis que contribuam para
Agronegócios melhorar a renda, reduzir as emissões de Gases do Efeito Estufa
Já no agronegócio, o Banco do Brasil, como agente de políti- (GEE) e preservar os recursos naturais. Na safra 2011/2012, o BB
ca agrícola, representa um elo entre o governo e o produtor rural, acumulou com R$ 153 milhões contratados em 551 operações.
atuando como o maior financiador do segmento, em todas as suas Letra de Crédito do Agronegócio – LCA: ao final do exercí-
frentes e etapas da cadeia produtiva, do pequeno produtor às gran- cio, o BB atingiu R$ 6,2 bilhões em LCAs em estoque, acréscimo
des empresas agroindustriais. de cerca de R$ 6,0 bilhões sobre o volume de 2010. As captações
Antes da contratação de crédito rural são observadas exigên- tornaram viáveis os negócios a partir da geração de funding para a
cias de regularidade ambiental, tais como a apresentação de docu- contratação de operações.
mentos comprobatórios da regularidade do produtor referente ao Novo modelo de atendimento ao produtor rural: para se man-
licenciamento ambiental, outorga de uso da água, averbação de ter na vanguarda do agronegócio nacional, o BB deu continuidade
reserva legal e no Bioma Amazônia, comprovação de regularidade ao processo de aplicação do novo modelo de atendimento especia-
ambiental do imóvel, observando os Zoneamentos Ecológicos- lizado ao produtor rural da agricultura empresarial. Foram contem-
-Econômicos (ZEE)1  (municipal ou estadual) e Agroecológicos pladas as maiores regiões produtoras, totalizando 47.500 produto-
(ZAE)2 disponíveis. Esses documentos devem ser mantidos nos res, distribuídos em 323 estruturas com gerentes especializados.
dossiês dos proponentes, para verificação e monitoramento da área Além disso, cerca de 1.700 produtores rurais do segmento Priva-
de controles internos do Banco e de órgãos de supervisão bancária. te foram beneficiados por modelo de relacionamento e atendimen-
Também deve ser verificada a regularidade social do cliente e do to diferenciados, com a criação de 53 carteiras.
empreendimento financiado em operações de investimento, cus- Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Fami-
teio ou comercialização. liar – Pronaf e Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor
Os financiamentos de custeio e comercialização são de curto Rural – Pronamp: o Banco manteve a liderança em financiamentos
prazo e, em geral, ocorrem ao menos uma vez a cada ano-safra – no Pronaf e apresentou excelente desempenho em 2011, com par-
característica que possibilita o monitoramento periódico do cliente ticipação em 73% do mercado, com elevação significativa nos vo-
e de sua atividade. As operações de crédito rural estão sujeitas à lumes aplicados. Adicionalmente, o BB tem atuado no Pronamp,

Didatismo e Conhecimento 22
TÉCNICAS DE VENDAS
destinado a produtores que possuem, na safra 2011/2012, renda Cobrança: caracteriza-se pela utilização de mecanismos que
até R$ 700 mil. O saldo de operações desse público foi de R$ 7,1 asseguram o retorno dos recursos emprestados, levando-se em
bilhões, com crescimento de 63% em relação ao ano anterior. conta algumas variáveis como o relacionamento do cliente com
Negócios com cooperativas: também principal agente finan- o Banco, a minimização de custos e a utilização de mecanismos
ceiro das cooperativas agropecuárias e de crédito rural, o BB so- automatizados de cobrança e recebimento de dívidas.
mou R$ 5,5 bilhões em sua carteira de crédito de agronegócio com Recuperação: trata-se da fase em que o Banco busca reduzir as
as cooperativas, ou seja, 71,9% mais do que o volume de 2010. perdas de crédito, minimizar os custos de recuperação e aumentar
Atendimento especializado: para fazer jus ao destaque da par- a taxa de recuperação. Estão contemplados nesta etapa o processo
ticipação do Estado de São Paulo no agronegócio, o Banco do Bra- de cobrança extrajudicial, terceirização (contratação de empre-
sil incrementou sua atuação e dispensou atendimento diferenciado sas para prestar serviços de cobrança e recuperação de créditos
ao produtor rural paulista, destacando 54 estruturas com gerentes inadimplidos) e a cobrança judicial. 
especializados. O resultado dessas medidas foi o recorde de am- Esse processo envolve as diretorias de Crédito e de Reestrutu-
pliação no desembolso da safra, de 33% até dezembro, em relação ração de Ativos Operacionais, sendo esta última responsável pela
à safra anterior, o que equivale a R$ 6 bilhões em crédito rural para condução de créditos problemáticos. 
os pequenos e médios produtores.
Gestão do Risco de Crédito - Modelos de concessão
Políticas de Crédito e Risco de Crédito Nos últimos anos, o Risco de Crédito passou a ser gerenciado
As Políticas de Crédito e Risco de Crédito visam assegurar por técnicas cada vez mais sofisticadas e processos mais rigorosos
uniformidade nas decisões, aperfeiçoar a administração do risco na concessão de uma operação de crédito.
de crédito, garantir a integridade dos ativos de crédito e níveis ade- Em relação à análise de risco do cliente, o BB utiliza os mode-
quados de risco, e elevar os padrões de qualidade e o resultado los de credit scoring e credit rating. 
do Banco. Essas políticas são aplicadas a todos os negócios que No modelo de credit scoring, a instituição define os conceitos
envolvam risco de crédito.  de inadimplência, período de observação em que se avalia com
As Políticas adotadas pelo Banco tratam do retorno ajustado base nas informações cadastrais, a pontualidade no pagamento dos
ao risco, dos limites máximos de concentração, dos percentuais
empréstimos; e o período de performance, no qual se avalia se o
máximos de comprometimento do Patrimônio de Referência – PR,
cliente é bom ou mau pagador.
do processo de análise de risco de crédito e deferimento de opera-
O modelo credit rating é utilizado para classificar as empresas
ções e de auditoria dessas práticas.
em categorias de risco de crédito, associando critérios quantitati-
vos, qualitativos e a avaliação do analista de crédito. 
Processo de crédito
Além desses modelos, o Banco passou a avaliar os riscos de
O processo de crédito no Banco do Brasil é constituído pelas
seus clientes com base na probabilidade de default, classificando-
seguintes etapas:
-os em nove faixas de riscos (de AAA a E). 
Quanto a análise de risco da operação, o Banco utiliza um
modelo para classificação do risco das operações, em cumprimen-
to à Resolução CMN 2.682/99, que dispõe sobre a classificação e
constituição de provisão para as operações de crédito, mediante a
utilização dos nove níveis de risco. 
O monitoramento e a verificação do desempenho da modela-
gem é realizado periodicamente pela área de Controles Internos,
por meio de processo de backtesting. 

Mensuração e instrumentos de gestão


No intuito de atender às exigências de Basiléia II e alinhado às
melhores práticas de gestão de risco, o Banco desenvolveu meto-
dologia própria para apuração dos componentes de risco: Frequên-
cia Esperada de Inadimplência (FEI), Perda Dada a Inadimplência
Figura: Processo de crédito (PDI), exposição a risco de crédito, que são insumos para a men-
suração do Capital Econômico (CE) e da Perda Esperada (PE). 
Concessão: é a porta de entrada no relacionamento de crédi- O modelo interno para mensuração do VaR de crédito tem
to com o Banco. Abrange a análise do cliente e da operação. Na fundamentação teórica baseada em abordagem atuarial, hoje muito
primeira, o Banco utiliza métodos massificados e personalizados, difundida na indústria bancária. 
definindo a probabilidade de inadimplência e o limite de exposi- O VaR da carteira de crédito está associado a uma distribui-
ção. Quanto à análise da operação, o Banco busca compatibilizar ção de perda agregada para um determinado nível de confiança. A
a oferta de produtos de crédito adequados ao perfil e à capacidade média desta distribuição é a Perda Esperada, que representa quan-
de pagamento do cliente.  to o Banco espera perder em média num determinado período de
Condução: compreende a fase de acompanhamento da aplica- tempo, cuja proteção é realizada por meio de provisão. Já o Capital
ção dos recursos liberados, o gerenciamento das garantias, entre Econômico, que está associado à Perda Inesperada, é determina-
outras ações. O principal objetivo nesta fase é a prevenção contra do pela diferença entre o VaR e a PE. Para esta parcela, o Banco
a inadimplência dos ativos.  protege-se alocando capital para cobertura de riscos. 

Didatismo e Conhecimento 23
TÉCNICAS DE VENDAS

Figura: Índice de Herfindhal da Carteira de Crédito


Figura: Mensuração e instrumentos de gestão
Além do uso de técnicas para identificação e quantificação da
concentração, o BB monitora e controla a concentração do risco
A distribuição de perda agregada é gerada utilizando como de crédito em termos de risco/exposição como importante instru-
entrada de dados os seguintes componentes de risco: FEI, PDI e mento para subsidiar decisões acerca de definição de limites de
exposição sujeita a risco de crédito. exposição a risco. 
Com relação a estes componentes de risco, o Banco vem tra- Na tabela abaixo, demonstra a distribuição percentual do Ca-
pital Econômico da carteira de crédito. Observa-se que a carteira
balhando no aprimoramento de sua modelagem.
de pessoa física responde pela maior parcela risco em termos de
A mensuração do VaR de Crédito fornece subsídios para a
CE.
avaliação de risco e retorno da carteira de crédito do Banco, assim
como para o processo de estabelecimento de limites para a carteira Tabela: Distribuição do Capital Econômico na
de crédito. Carteira de Crédito
Sua avaliação tem auxiliado no processo decisório do Banco,
trazendo informações históricas e permitindo analisar a tendência
do comportamento do risco.
Além disso, sua utilização tem sido de grande valia na disse-
minação da cultura de gestão do risco de crédito no Banco.
No tocante à avaliação do retorno, os valores de PE e CE ser-
vem como insumos para o cálculo do Retorno Ajustado ao Risco
(RAROC).
A utilização do RAROC tem por finalidade subsidiar impor-
tantes processos decisórios no Banco.
Seu acompanhamento na perspectiva histórica para os portfó-
lios analisados tem permitido que a avaliação de risco e retorno
esteja presente nas decisões da Instituição. 
O Banco desenvolveu sistemática de controle de concentração
do risco de crédito, analisando a inter-relação entre os diversos
setores econômicos que compõem a carteira de crédito pessoa ju-
rídica.
Esse modelo avalia a concentração a partir do risco de crédito
dos tomadores – Índice de Herfindhal.
Em setembro/07, os macrossetores energia elétrica, metalur-
gia e siderurgia e telecomunicações apresentaram concentração
em termos de capital econômico acima do valor de referência 0,1. 
O BB dispõe de instrumentos gerenciais de avaliação do risco
de crédito, com destaque para:
VaR e RAROC – utilizados na avaliação do segmento Pessoa
Jurídica, na visão de setores da economia, como subsídio à decisão
de definição de limites macrossetoriais. 

Didatismo e Conhecimento 24
TÉCNICAS DE VENDAS
Índice de Qualidade da Carteira – indicador qualitativo e quantitativo da carteira. O conceito de inadimplência segue os preceitos
definidos pela Resolução CMN 2.682/99. 
Índices de Inadimplência de 15 e 90 dias – corresponde à divisão do saldo em atraso há mais de 15 e 90 dias, respectivamente, pelo
saldo da carteira. 
Orçamento de risco de crédito - corresponde à projeção da PCLD para compor o orçamento anual do BB. 
Relatórios de gestão do risco de crédito – acompanhamento sistemático e projeções para a carteira de crédito sob diversas visões. 

Concentração 
A Carteira de Crédito Pessoa Jurídica do BB, no País, apresentou concentração de 37,1% das operações nos 100 maiores tomadores em
dezembro de 2006 contra 29,9% em dezembro de 2005. 
Concentração da Carteira de Crédito nos 100 Maiores Tomadores 

A tabela abaixo demonstra a distribuição da Carteira de Crédito Pessoa Jurídica no País por macrossetor econômico. 

Concentração da Carteira de Crédito por Macrossetor 

Fonte: Portal Banco do Brasil.

NOÇÕES DE MARKETING DE
RELACIONAMENTO.

Marketing é a ciência do mercado. E mercado é composto por indivíduos ou grupos, com intenção, necessidade e renda para comprar
algum produto ou adquirir serviços.
É necessário estudar esse mercado, devido à diferenciação de características que há nesses grupos e pessoas. São pessoas com culturas,
gostos, rendas, necessidades e desejos diferentes.
Por isso, esse estudo de mercado objetiva a segmentação, para poder entender e verificar qual é seu público-alvo e como atingi-lo. Quais
serão as ferramentas que serão utilizadas para chegar até o cliente.

Didatismo e Conhecimento 25
TÉCNICAS DE VENDAS
Marketing é o conjunto de atividades desenvolvidas para co- MARKETING DE RELACIONAMENTO
locação do produto ou serviço no mercado. De forma, que ele seja Com McKenna (1991), marketing de relacionamento ou pós-
atraente e tenha demanda. Ele identifica as vontades, necessidades -marketing significa construir e sustentar a infraestrutura dos re-
e desejos do cliente. Aprimora, cria e mantém relacionamentos. lacionamentos de clientes. É a integração dos clientes com a em-
Importante lembrar que Marketing não cria necessidades, ele presa, desde o projeto, desenvolvimento de processos industriais
trabalha sobre elas, gerando desejos. e de vendas.
Necessidade é composta por elementos básicos da condição Vavra (1993) define o marketing de relacionamento como o
humana. Então, o que o marketing faz é transformar essas necessi- processo de garantir satisfação contínua e reforço aos indivíduos
dades em desejos. Por exemplo, segurança é uma condição básica ou organizações que são clientes atuais ou que já foram clientes.
para a vida humana. O que os bancos fazem é agir sobre essa ne- Os clientes devem ser identificados, reconhecidos, comunicados,
cessidade para vender seguros. aditados em relação à satisfação e respondidos.
A Gestão de Marketing procura conhecer as necessidades, Segundo o livro Mercator XXI (11ª Edição), o marketing rela-
cional tem o seu foco nos clientes já existentes e não na angariação
desejos e demandas de seus clientes. Para isso, conta com os ins-
de novos clientes e para que uma empresa possa apostar no marke-
trumentais: Publicidade e Propaganda, Promoção, Eventos, Mer-
ting relacional e conseguir fidelizar os seus clientes, deverá ter em
chandising, Relações Públicas, etc.. atenção alguns pontos, nomeadamente: conhecer bem o cliente,
O Marketing, saber comunicar e escutar as suas necessidades e reconhecer a sua
Utiliza: pesquisa, análise de dados. fidelidade. Existem diversas ferramentas que podem ser utilizadas
Define: Perfis. para atingir os objetivos propostos pelo marketing relacional, no-
Busca: Entender a forma de pensar e os fatores que influen- meadamente a criação de bases de dados, a criação de uma página
ciam a compra. na internet com um fórum, a realização de inquéritos para medir
Portanto, o Marketing investiga a oportunidade de mercado a satisfação do cliente e os seus gostos e sugestões, a existência
para planejar, organizar e oferecer produtos e serviços de quali- de um sistema que premie a fidelidade dos clientes ou mesmo a
dade, a preços razoáveis que possibilitem satisfação dos clientes e realização de eventos centrados nos clientes.
remuneração adequada aos profissionais.
A Gestão de Marketing estuda as estratégias de colocação Características
de produtos e serviços no mercado. De forma, que eles sejam in- As principais características são:
teressantes e agradem aos consumidores. Englobando processos - Interatividade: o cliente toma quando quer a iniciativa do
estratégicos de venda, estudo de mercado, comunicação, desen- contato, como receptor e emissor das comunicações;
volvimento dos negócios e pós-venda. O marketing tem como fi- - Personalização: todas as ações são direcionadas e personali-
nalidade criar valores e relacionamentos para os clientes. Fazendo zadas. As empresas podem e devem dirigir mensagens distintas a
com que esse processo seja produtivo para ambas as partes. cada cliente, adequadas às suas circunstâncias e historial.
É através do Marketing de Relacionamento, que as - Memorização: todas as ações deverão ser registadas em me-
organizações podem projetar e lançar ações voltadas ao cliente, mória contendo a identidade, os dados, as características, preferên-
visando construir relacionamentos duradouros. cias e detalhes das interações mantidas com os clientes.
É a integração da empresa com seu público. Sendo também, - Receptividade: as empresas devem passar a falar menos e
o processo de garantir satisfação contínua ao seu público. a escutar mais. Além do mais deverão permitir que seja o cliente
O foco é o cliente, e o objetivo do relacionamento é trazer quem decida se quer ou não manter uma relação, quem defina a
interatividade, conforto, satisfação e bem-estar. forma de comunicação e se a quer manter ou alterá-la.
- Orientação para o cliente: as empresas deverão acabar com
O processo de marketing de relacionamento deve começar
os product managers e passar para os consumer managers, cen-
com a escolha do cliente, a identificação de suas necessidades, a
trando-se assim mais no consumidor, suas necessidades e todas as
definição dos serviços prestados e agregados, a busca da melhor formas para que sejam satisfeitas.
relação custo/benefício e ter funcionários motivados e capacitados - Praticar o BtoB e o BtoC: o marketing relacional não se deve
a atender estes clientes adequadamente. centrar apenas no Business to Consumer. Deverá também apostar
O contexto de administrar o relacionamento com o cliente ser- no Business to Businesspor forma a desenvolver e explorar todas
ve para que a empresa adquira vantagem competitiva e se destaque as formas de potenciação do seu negócio.
perante a concorrência. O objetivo maior é manter o cliente através
da confiança, credibilidade e a sensação de segurança transmitida Utilização
pela organização. Pode-se dizer que nos dias de hoje, o marketing relacional é
A estratégia do Marketing de Relacionamento é a longo prazo. prática comum da maioria das empresas, pois ao desenvolvimen-
E também, além de visar manter os clientes de forma fiel, busca a to de estratégias de retenção de clientes estão associadas algumas
conquista de novos clientes. vantagens para as empresas, nomeadamente: aumento da frequên-
E essa filosofia de relacionamento com o cliente deve ser uma cia das relações negociais, aumento do volume de negócios, redu-
forma de pensar de toda organização. ção de custos devido à diminuição da rotação dos clientes e clien-
A ideia central do Marketing de Relacionamento nas empresas tes inativos podem novamente ser clientes ativos.
de serviços é atender as necessidades dos clientes através de seus Com o passar dos anos, o marketing de relacionamento tem
serviços. Ofertando-os de forma adequada e com qualidade. vindo a ter uma maior importância junto das empresas porque com
O mais importante hoje não é simplesmente adquirir novos os cortes de custos verificados, as empresas conseguem através
clientes, mas manter os clientes existentes em seu portfolio. desta área do marketing, medir resultados e perceberem o seu im-
Os relacionamentos permitem que as empresas explorem ao pacto direto nas vendas. Verifique a importância do marketing de
máximo seus conhecimentos sobre os clientes e necessidades. relacionamento com mais abrangência nas sessões seguintes.

Didatismo e Conhecimento 26
TÉCNICAS DE VENDAS
Criação de Estratégias Para Vavra (1993), toda empresa que aceita o desafio de pós-
De maneira geral, consiste em uma estratégia de negócios -marketing deve aplicar-se a oferecer satisfação através de seus
que visa a construir pró-ativamente relacionamentos duradouros produtos e serviços, o que requer conhecimento a respeito das
entre a organização e seus clientes, contribuindo para o aumento expectativas dos clientes, outrossim, a maioria dos programas de
do desempenho desta e para resultados sustentáveis. O processo de mensuração de satisfação, além de apontar níveis de satisfação,
marketing de relacionamento deve se iniciar com a escolha certa fornece conhecimento a respeito das expectativas dos clientes.
do cliente, a identificação de suas necessidades, a definição dos Tais programas auxiliam a empresa na priorização de tais expecta-
serviços prestados e agregados, a busca da melhor relação cus- tivas e mudanças que essas possam sofrer, além de permitirem que
to/benefício e ter funcionários motivados e capacitados a atender
se conheça o valor das necessidades existentes (VAVRA, 1993,
estes clientes adequadamente. O contexto de administrar o rela-
p.165).
cionamento com o cliente serve para que a empresa adquira vanta-
gem competitiva e se destaque perante a concorrência. O objetivo A TARP (Technical Assistance Research Programs Institu-
maior torna-se manter o cliente através da confiança, credibilidade te, 1986) apud Vavra (1993, p.169) estima que apenas 01 em 27
e a sensação de segurança transmitida pela organização. clientes insatisfeitos voltará a fazer negócio com uma empresa por
iniciativa própria. Existe ainda uma evidência muito forte a res-
Busca de vantagens competitivas peito do valor de contribuição para o lucro da clientela satisfeita.
Drucker (1999) elegeu algumas regras fundamentais para a Estudos mostram que o desempenho financeiro da empresa está
utilização do marketing de relacionamento na busca por vantagem relacionado à qualidade percebida dos bens ou serviços de uma
competitiva: empresa.
- O relacionamento com o cliente é de responsabilidade da O marketing relacional tem as suas origens no marketing di-
empresa. Qualquer reclamação ou conflito por parte do cliente é reto e implica por parte da empresa, um forte conhecimento dos
provocado por uma falha empresarial. gostos dos seus clientes, quer sejam produtos, marcas ou serviços.
- A empresa deve perguntar-se constantemente o que pode ser O seu desenvolvimento permite uma evolução da empresa, uma
feito para facilitar e melhorar a vida de seus clientes. vez que para satisfazer os seus clientes, tem que ser mais pró-ativa,
Em complemento, Kanter (2001) enfatiza os seguintes aspec- escutando as opiniões dos clientes e os seus desejos. Ao fazê-lo
tos no relacionamento com o cliente: cria espaço para o desenvolvimento de novos produtos ou serviços
- Conhecer profundamente o cliente. personalizados.
- Tornar o cliente conhecido por todos os funcionários da em-
presa. Ele não deve aguardar para que alguém o identifique e solu-
Emprego, cenários e outras explicações
cione seus problemas adequadamente.
- Transformar o cliente em sócio de um clube exclusivo, ou As empresas de comércio tradicional e outras, cada vez mais
seja, proporcionar atividades e disponibilizar recursos que só os adotam o marketing relacional como uma forma de desenvolverem
clientes da empresa têm acesso. a sua estratégia de marketing, pois é no conhecimento individual
Alguns estudiosos acreditam que a mensuração da satisfação dos gostos do cliente e na percepção da sua qualidade / satisfação
dos clientes pode ser o diferencial de empresas bem-sucedidas em percebida, que conseguem manter os clientes “da casa” e angariar
relação a outras. A empresa precisa ter essa mensuração externa novos clientes pelo “passa palavra”.
por uma ou todas as razões seguintes: O marketing relacional é um projeto de longo prazo e com uma
- satisfação de clientes é frequentemente equiparada a quali- grande interatividade entre empresa e cliente. Uma empresa pode
dade; desenvolver a sua estratégia de marketing relacional recorrendo
- o compromisso por um programa de satisfação de clientes a alguns meios de comunicação (televisão interativa, mensagens
demonstra liderança em uma categoria de negócios; SMS, Internet, telemarketing e direct mail). Para que possa obter
- mensurações internas de satisfação de clientes podem ser melhores resultados a empresa deve conjugar os vários meios de
inadequadas ou impróprias; comunicação e não deve apostar apenas num único.
- ouvindo os clientes, as empresas podem se beneficiar e pas- A Internet assume um papel relevante no marketing relacio-
sar a ser voz ativa no mercado; nal, devido à interatividade que proporciona entre o consumidor e
- muitos clientes não reclamam abertamente porque podem a empresa, permitindo um conhecimento mais detalhado dos gos-
achar que nada vai ser feito;
tos dos clientes. O envio de mails e/ou newsletters tem aumentado
- um programa de satisfação de clientes é uma poderosa ferra-
significativamente, tendo em conta que cerca de 48,3% das habita-
menta para estimular a melhoria dos produtos ou serviços;
- os concorrentes podem já ter adotado programas de satisfa- ções situadas no território nacional português já possuem ligação à
ção de clientes bem-sucedidos (VAVRA et al, 1993, p.170). internet. Com o desenvolvimento das tecnologias de informação a
grande maioria dos consumidores passou a estar mais informada e
Medição de Satisfação do Cliente passaram a ser mais exigentes. Os consumidores optam pela qua-
De acordo com Vavra (1993, p.255) os relacionamentos bem- lidade em detrimento da sua fidelidade a uma empresa ou marca,
-sucedidos com clientes exigem prática constante e intensas técni- e é neste contexto que o marketing relacional é visto como uma
cas de pós-marketing. Um dos esforços mais evidentes é a coleta estratégia importante a ser considerada.
de informações a respeito dos clientes, também é sugerida como Para que uma empresa consiga implementar uma estratégia de
atividade de pós-marketing a elaboração de um programa de men- marketing relacional eficaz deve seguir o método IDIC desenvol-
suração da satisfação do cliente. Tal programa fornece um feed- vido por Don Peppers e Martha Rogers na década de 90. O méto-
back do cliente referente a qualidade dos produtos ou serviços e do IDIC significa: Identificar, Diferenciar, Interagir e Customizar,
sugere caminhos para futuras mudanças e melhorias. sempre orientado para o cliente.

Didatismo e Conhecimento 27
TÉCNICAS DE VENDAS
Segundo textos contidos no Mercator XXI, a principal ideia
no marketing one to one é que as empresas têm que conhecer os INTERAÇÃO ENTRE VENDEDOR
clientes, saber como querem ser tratados e tratá-los de forma di- E CLIENTE.
ferenciada. Individualmente os clientes não são tratados de uma
mesma forma, mas a empresa considera as suas opiniões e melhora
o relacionamento para com esses clientes.
Numa estratégia de marketing one to one, as empresas têm Com base em trechos da dissertação de mestrado de Emanuel
que proceder a algumas alterações internas de forma a rentabiliza- Ricardo de Souza Ferreira, iremos abordar este tema, conforme
disposto abaixo.
rem o investimento, naquele que é um dos seus objetivos princi-
A passagem do marketing transacional para o movimento do
pais, a fidelização de clientes. As áreas que poderão necessitar de
marketing de relacionamento estimulou os pesquisadores a desen-
reestruturação para fazer face a esse objetivo poderão ser a produ- volverem modelos para as interações comprador-vendedor.
ção, a logística e distribuição e mesmo o planeamento. Os pioneiros na pesquisa sobre a díade comprador-vendedor
Nos últimos anos temos vindo a assistir a um maior esforço foram Willet e Pennington (1966), os primeiros a reconhecer que
das empresas no que diz respeito ao estabelecimento de relações esta interação é dependente tanto das características individuais
mais duradouras com os seus clientes, devido ao desenvolvimen- dos vendedores quanto as dos compradores.
to de práticas de marketing relacional. Este desenvolvimento tem De qualquer forma, este conceito não foi desenvolvido subs-
sido motivado pelo fato de cada vez mais a rotação dos clientes ser tancialmente até que Weitz (1981) começou a explorar rigorosa-
elevada e também ao aumento de produtos substitutos e/ou con- mente a natureza da díade comprador-vendedor com seu mode-
correntes. Cada vez mais as empresas devem efetuar esforços para lo contingencial da efetividade do vendedor. O modelo de Weitz
manter clientes, pois é mais econômica a sua manutenção do que (1981) incorporou um grande número de influências na efetividade
a conquista de novos clientes ou mesmo a recuperação de clientes de vendas e a consequência foi um dos modelos mais compreen-
perdidos. sivos nesta área. Embora, pesquisas subsequentes tenham desco-
berto variáveis adicionais que são cruciais para o entendimento do
Já em 1990, Reicheld y Sasser, demonstraram que os ganhos
processo de interação entre compradores e vendedores.
obtidos pelas empresas na retenção de clientes são significativos,
Um segundo importante esforço nesta área foi o modelo orga-
e que na maioria dos casos estudados, os clientes antigos supera- nizacional do comportamento do comprador realizado por Cam-
vam os clientes novos em termos de volume de negócios. Hoje em pbell (1985). A essência deste trabalho é a identificação de parâ-
dia as empresas devem estar despertas para esta situação, pois os metros específicos para os gerentes de marketing no sentido de
fatores que propiciam a rotação de clientes têm vindo a aumentar, escolher uma estratégia de interação apropriada para cada tipo de
nomeadamente: elevada oferta de produtos similares / substitutos, mercado (mercado doméstico, mercado de vendas, etc). Infeliz-
o número elevado de publicidade efetuada, as alterações nos ca- mente, embora este modelo de interação incluísse um grande nú-
nais de distribuição, o elevado número de superfícies comerciais, mero de variáveis, uma discussão relativamente pequena foi dada
a existência de produtos de marca branca que alcançam quotas de aos mecanismos da interação. Fatores importantes como a troca
mercado significativas e a gestão do orçamento familiar (alguns de informação, resolução de conflitos, adaptações, compromisso
produtos são preteridos – apenas é adquirido o que realmente é e confiança, embora citadas no modelo, não foram discutidas no
necessário). artigo.
O marketing relacional deve ter como sua principal preocu- Dwyer et al. (1987) desenvolveram um modelo do relacio-
namento entre compradores e vendedores que focava as trocas
pação a manutenção e aprofundamento de uma relação duradoura
relacionais entre as partes. Este modelo foi muito importante por-
com os clientes (Berry L., 1995; DuPont R., 1998). Assim sendo,
que reconhecia os diversos subprocessos (comunicação, valores
o marketing relacional deve ser encarado como uma relação de partilhados, compromisso) que ocorrem durante os vários estágios
longo prazo, tendo como objetivo a retenção de clientes e a sua be- do relacionamento, mas, nenhuma tentativa foi feita no sentido
neficiação, assente na confiança e compromisso tendo como foco de incorporar fatores externos relatados no processo de interação
a emoção e a intimidade com o cliente. O cliente deve ter noção comprador-vendedor (características pessoais, variáveis de comu-
de que existe valor acrescentado ao efetuar a aquisição de bens nicação, situação de vendas).
ou serviços. A noção de valor acrescentado de um bem ou ser- De qualquer forma, este modelo é um dos mais relevantes no
viço tem sido alcançada mais rapidamente pelo desenvolvimento entendimento do relacionamento entre compradores e vendedores.
das tecnologias de informação. Atualmente as empresas investem O modelo desenvolvido por Williams et al. (1990), assim
em programas informáticos que lhe permitem manter fichas atua- como de Weitz (1981), é um modelo relativamente compreensivo.
lizadas de clientes e saber as suas preferências (CRM é uma das A importância desta pesquisa é o reconhecimento que o relacio-
possibilidades). namento entre clientes e vendedores é interativo e bidirecional. O
Tendo como bases este pressuposto, é perceptível o porquê artigo é uns dos primeiros a incorporar a comunicação como um
elemento chave na interação do processo, embora, exista apenas
da alteração de estratégias de marketing, para novas estratégias
uma pequena discussão relatando estes aspectos da comunicação
em que o mais importante é a manutenção de relações comerciais
para outros componentes na interação do processo (comportamen-
sólidas e duradouras com os clientes, para que seja possível o de- to dos vendedores, comportamento dos compradores, caracterís-
senvolvimento do negócio e a sua sustentabilidade. A manutenção ticas estruturais). Esta falha na integração limita a aplicabilidade
de clientes deve ser encarada no longo prazo. geral do modelo.

Didatismo e Conhecimento 28
TÉCNICAS DE VENDAS
Ganesan (1994) contribui de forma importante para explicar quando em relacionamentos de longo prazo que caracterizam a
o relacionamento entre compradores e vendedores. Pesquisando estratégia de marketing de relacionamento. Conforme Lindgreen
os canais de marketing, construiu um modelo que reflete o para- (2001), os constructos são: comunicação, confiança, compromis-
digma entre a exploração e o desenvolvimento em longo prazo so, cooperação, valores partilhados, conflito, poder, comportamen-
das orientações relacionais. Um aspecto crucial desta pesquisa é to sem oportunismo e interdependência.
o reconhecimento, assim como Anderson e Weitz (1992), que o A comunicação é um processo complexo (LITTLEJOHN,
entendimento no relacionamento entre compradores e vendedores 1998), é a primeira variável presente no início de qualquer entre-
necessita da percepção de ambas as partes. Infelizmente, este mo- vista de vendas, que pode ser provocada por uma comunicação
delo é limitado no escopo e negligencia muitos outros fatores do escrita ou oral. O estilo da redação, a tonalidade da voz e o conteú-
sucesso em relacionamentos de longo prazo. do da comunicação inicial definem, provavelmente, as primeiras
Wren e Simpson (1996), após realizarem uma profunda análise impressões de uma ou ambas as partes, e poderá afetar a natureza
dos cinco modelos significativos desenvolvidos por Weitz (1981), do relacionamento que se inicia.
Campbell (1985), Dwyer et al. (1987), Williams et al. (1990) e A comunicação também pode ser não verbal.
Ganesan (1994), apresentam um modelo da interação comprador Segundo Furnham (2001) na observação dos movimentos su-
vendedor mais compreensivo que os anteriores. tis na linguagem corporal pode conhecer os sentimentos e sensa-
A primeira – características do vendedor e variáveis de seu ções da outra parte. Este processo é fundamental porque grande
comportamento – reconhece que cada vendedor se apresenta com parte das pessoas tende a formar uma impressão sobre os outros no
um único conjunto de habilidades e capacidades que impacta o primeiro contato (CARVALHAL et al., 2006).
ambiente relativo às vendas. Colaboram para tal suas caracterís- A comunicação torna-se, assim, o mecanismo para se transmi-
ticas pessoais, técnicas em venda adaptativa e certo nível de co- tir informações persuasivas, exercício do poder, coordenar e con-
nhecimento sobre o cliente. A segunda dimensão – características trolar atividades de marketing entre as partes (WREN; SIMPSON,
do cliente – considera os fatores relativos às tarefas de compras, 1996). As informações entre as partes são os elos que constituem
estrutura do centro de compras e estratégias de compras. A tercei- os relacionamentos, inclusive os comerciais e outros envolvidos
ra dimensão – ambiente de interação – procura enfatizar o papel nos negócios. Por ser mais intensiva no marketing de relaciona-
das interações entre as pessoas na determinação da efetividade na mento, em todos os níveis, a comunicação necessita um geren-
interface comprador-vendedor. Ela compõe-se de duas sub dimen- ciamento entre as funções no planejamento e monitoramento das
sões: estrutura dos relacionamentos e clima da comunicação. A mensagens para uma estratégia consistente e inconsistente (DUN-
quarta dimensão – resultados da interação – inclui as variáveis que CAN; MORIARTY, 1998).
refletem as consequências baseadas nas atitudes e nos desempe- A comunicação é, também, um processo interdependente e
nhos de ambos. adaptativo, em que os comunicadores afetam-se mútua e simulta-
Keillor et al. (2000) fizeram um estudo com objetivo de me- neamente, envolvendo feedback. Comprador e vendedor, no caso,
dir o efeito das características individuais dos vendedores em suas ajustam-se e adaptam-se continuamente, ao mundo das pessoas e
performances de vendas anuais, usando como variáveis indepen- aos objetos às suas voltas. Através do feedback, reverso do flu-
dentes três características frequentes em outros estudos: orientação xo da mensagem pelo qual cada um pode reagir rapidamente aos
para vendas/clientes, adaptabilidade, orientação para serviço. signos resultantes dos próprios signos, ambos se ajustam e se re-
No estudo de Keillor et al. (2000) foram levantadas três hipó- gulam constantemente para realização de uma interação efetiva
teses: H1 – Vendedores com alto nível de orientação para clientes (LITTLEJOHN, 1999).
terão alto desempenho em vendas. H2 – Vendedores com alto nível Anderson e Narus (1990) ressaltam que a comunicação re-
de adaptabilidade terão alto desempenho em vendas. H3 – Vende- presenta um papel significativo no desenvolvimento da segurança
dores com alto nível de orientação para serviço terão alto desem- quanto à continuidade do relacionamento, servindo para reduzir o
penho em vendas. nível dos conflitos disfuncionais que possam ocorrer. Anderson e
Após a realização de 400 entrevistas com profissionais rele- Weitz (1992), ao examinarem a utilização de promessas nos canais
vantes no setor de vendas, o resultado deste estudo identificou que de marketing, observaram que uma comunicação aberta representa
os vendedores que mostraram ter orientação para cliente são os grandes benefícios às partes, como fruto de encorajamento de alto
que têm os melhores desempenhos. Uma outra importante contri- nível no comprometimento entre estas. Adicionalmente, notaram
buição desta pesquisa foi mostrar a influência do comportamento que os fabricantes e canais têm compromissos mais significativos
relacional no desempenho de vendas. às suas relações quando percebem um alto nível de comunicação
Segundo Werani (2001), nos relacionamentos entre as em- aberta nos relacionamentos. Ocorrem mais e melhores comunica-
presas, os compradores e vendedores somam competências. Estas ções nas relações que envolvem grandes interesses para uma ou
competências podem envolver diferentes curvas de aprendizagem ambas as partes e nas quais as pessoas da direção são percebidas
e níveis de eficiência que combinadas permitem a criação de valor como sendo competentes (ANDERSON & WEITZ, 1989).
superior no mercado. O valor representa o resultado das relações Na literatura sobre canais de marketing, diversos estudos des-
estimadas entre benefícios e sacrifícios das diferentes partes, tendo tacam a confiança como um constructo central para o entendimen-
a interação cooperativa comprador-vendedor como seu anteceden- to da constituição e manutenção dos relacionamentos (DWYER
te. ET AL., 1987).
Assim, na perspectiva de fornecer um melhor entendimento Segundo Santos (2001), a confiança impacta diretamente
sobre a importância deste relacionamento entre vendedores e com- na lealdade e é fundamental para o desenvolvimento de fortes e
pradores é apropriado destacar e conceituar os principais cons- longos relacionamentos. Evidências empíricas demonstram que a
tructos presentes e produtos da interação entre esses profissionais confiança representa uma variável relacionada à “qualificação do

Didatismo e Conhecimento 29
TÉCNICAS DE VENDAS
vendedor” e não uma variável relacionada ao vendedor “vencedor De acordo com a teoria de dependência dos recursos (UIRICH
do pedido” (DONEY; CANNON, 1997), promove a cooperação & BARNEY, 1984), o ambiente é visto como uma fonte de recur-
entre comprador-vendedor, aumenta o compromisso com o rela- sos raros, valiosos e essenciais para a sobrevivência da organiza-
cionamento (MORGAN; HUNT, 1994) e reduz os conflitos (AN- ção. As organizações são incapazes de gerarem internamente todos
DERSON; NARUS, 1990). os recursos ou funções requeridas para as próprias sustentações.
Para Morgan e Hunt (1994, p. 23), confiança é a crença existen- Desta maneira, elas necessitam realizar transações e relaciona-
te em um relacionamento no qual uma parte tem segurança quanto mentos com outras instituições do ambiente que possam supri-las
à confiabilidade e integridade da outra parte em uma troca. Valores dos recursos e serviços necessários. Assim, dois problemas poten-
compartilhados, comunicação e ausência de comportamento opor- ciais surgem: primeiro, uma falta de autossuficiência cria depen-
tunista representam antecedentes da confiança, porém suas afir- dência potencial de outras partes; e segundo, surgem incertezas no
mações ignoram o poder. Esses autores não negam a importância processos decisórios da empresa pelo não controle do fluxo dos re-
quanto ao entendimento do poder, porém, como na ciência médica cursos por falta de uma previsão acurada. Para restringir as incer-
que procura entender doença e saúde, a ciência de marketing deve tezas, as empresas procuram desenvolver relações de trocas coo-
entender os relacionamentos como funcionais ou disfuncionais. peradas com vistas a manter negociações quanto à disponibilidade
Assim, o sucesso de um relacionamento de longo prazo está mais dos recursos e tomar mais previsíveis as ações mercadológicas.
associado à ausência do exercício do poder coercitivo e à presença Morgan e Hunt (1994) afirmam que para o sucesso do marketing
da confiança e compromisso. Para Ganesan (1994), confiança é de relacionamento é necessário comportamento cooperativo dos
parceiros em todos os contextos.
um ingrediente necessário para os relacionamentos de longo prazo
Valores partilhados representam um conjunto relativo de
pela provocação da mudança de foco às condições futuras.
crenças e atitudes sobre o que é ou não apropriado a ser feito. De
Doney e Cannon (1997) afirmam que o comportamento do
maneira geral, os valores que moldam os comportamentos dos
vendedor no campo é parcialmente atribuído à cultura, sistema de funcionários são derivados de duas fontes: do próprio indivíduo
recompensas e programas de treinamento de sua empresa. As em- ou da organização. Este sistema de valores dá origem à cultura
presas compradoras assumem que esse comportamento reflete os corporativa, que influencia os valores individuais dos funcionários
valores e predisposições do fornecedor. Nos casos em que o com- (SCHERMERHOM, 1984).
prador possui experiência limitada com o fornecedor, a confiança Morgan e Hunt (1994) afirmam que, nos casos em que os par-
nesse fornecedor será inferida com base na percepção da confia- ceiros de um relacionamento compartilham valores, eles demons-
bilidade no vendedor. Assim, há uma transferência da confiança tram mais comprometimento com esse relacionamento. Os valo-
no vendedor para sua empresa e vice-versa. Daí, a confiança do res compartilhados referem-se a comportamentos relacionados à
comprador em um fornecedor baseia-se nos encontros com o ven- ética, qualidade de produtos, táticas promocionais, serviços etc.
dedor, contribuindo para reduzir a percepção de risco associado a Adicionalmente, têm-se dado atenção aos comportamentos rela-
um possível comportamento oportunista do fornecedor (GANE- cionados às normas quanto à flexibilidade, troca de informações,
SAN, 1994). investimentos idiossincráticos, contratos e solidariedade entre os
Compromisso representa uma parte integral e central de qual- parceiros (ANDERSON; WEITZ, 1992).
quer relacionamento de negócios (MORGAN; HUNT, 1994). Em Segundo Brunner e Zeltner (2000, p.58), conflito compreende
muitos estudos ele é descrito como uma espécie de intenção per- a existência simultânea de interesses totais ou parcialmente não
manente para construir e manter um relacionamento de longo pra- conciliáveis entre duas ou mais pessoas. Ele também ocorre quan-
zo (ANDERSON; WEITZ, 1992; DWYER et al., 1987). Quando do metas objetivas de alguma estrutura social como as de grupos,
empresas compradoras e vendedoras usam parceria para realiza- de instituições ou de organizações, contradizem as necessidades e
rem benefícios mútuos, elas necessitam ter consciência da neces- interesses de seus membros.
sidade de desenvolverem compromissos recíprocos (LANDEROS Para Morgan (1996, p. 197), a existência de pontos de vis-
et al., 1995). E este processo é fundamental para o processo da ne- ta rivais, bem como de diferentes orientações e objetivos, pode
gociação. A negociação não tem êxito quando não há compromisso contribuir muito para melhorar a qualidade de tomada de decisão
de ambas as partes em concretizar um acordo. das partes. O conflito facilita o processo de acomodação mútua
Empresas mutuamente compromissadas inclinam-se à coope- através da exploração e resolução de diferenças, ajudando, assim,
a estimular mudanças ou a manter a situação. Há cinco estilos di-
ração e ação recíproca no atendimento às solicitações, tornam-se
ferentes que podem ser adotados pelos parceiros para se chegar a
flexíveis, trocam informações e engajam-se na solução de proble-
um acordo e balanceamento dos interesses:
mas (NOORDEWIER et al., 1990). Como resultado há melhorias
• Impeditivo - ignora os conflitos, coloca os problemas em
no processo de troca e aumento de lucratividade para ambas as suspenso. Evita confrontação pelo uso de sigilo, usa as regras bu-
partes (ANDERSON; WEITZ, 1992). rocráticas para evitar o conflito.
Cooperação representa um fator necessário para o sucesso de • Negociador - negocia, procura entendimentos e compromis-
relacionamentos nos quais os recursos dos participantes são uti- sos, encontra soluções que satisfaçam ambos.
lizados nos processos decisórios. Assim, a interdependência das • Competitivo - cria situação perda/ganho, rivalidade, utiliza
partes se toma presente e, na medida em que cresce, aumenta a jogos de poder, força submissão.
necessidade de comunicação (BEEBE; MASTERSON, 1994). • Acomodador - cede, submete-se e obedece às conformida-
Cooperação dá-se em situações nas quais as partes trabalham jun- des.
tas para realizar objetivos mútuos ou resultados singulares com • Colaborador - soluciona problemas, confronta diferenças e
expectativas de reciprocidade ao longo do tempo (ANDERSON; divide ideias, procura soluções integrativas, busca o ganha-ganha,
NARUS, 1990). vê problemas e conflitos como desafios.

Didatismo e Conhecimento 30
TÉCNICAS DE VENDAS
No campo das relações sociais, designa-se como “poder” a Toda venda exige que se estabeleça um relacionamento entre
capacidade de uma pessoa (A) mudar o comportamento, a atitu- vendedor e cliente, e o resultado da venda vai depender deste rela-
de e a convicção de outra pessoa (B) (BRUNNER; ZELTNER, cionamento mais do que das condições gerais do produto.
2000). Organizações e indivíduos buscam o poder para promover O vendedor precisa se colocar no lugar do cliente para en-
seus próprios interesses. Quanto maior a capacidade de impor tal tender sua maneira de pensar e agir. E em geral, o momento da
aspiração e alcançar a apropriada finalidade, maior o poder da or- venda gera grande ansiedade, expectativa e stress no cliente, pois
ganização ou do indivíduo (GALBRAITH,1984). ele pode estar comprometendo sua condição financeira por longo
Assim, o poder na relação comprador-vendedor refere-se à tempo, ao mesmo tempo em que provavelmente está procurando
capacidade de um deles para controlar ou influenciar a estratégia atender uma necessidade essencial em sua vida.
de marketing do outro membro, tornando possível a mudança de É fundamental que o vendedor possa deixar claro ao cliente
seu comportamento, ou forçá-lo a seguir uma atividade que não que estará ao lado dele e irá ajudá-lo neste processo de compra.
cumpriria normalmente. O poder de cada parte está diretamente Primeiro, deve-se manter uma atitude tranquila diante das ob-
ligado à interdependência da relação entre ambos. Poder desba- jeções que o cliente possa vir a ter.
lanceado está relacionado à dependência do outro parceiro, sendo Não se pode encarar a objeção como uma reação pessoal con-
que o acesso a recursos escassos dá a uma organização mais poder tra o vendedor. É preciso saber que em geral a objeção é uma ne-
do que àquela que depende desses recursos. Aquele que tem mais cessidade do cliente de obter esclarecimento sobre o produto ou a
poder pode usá-lo para realizar demandas sobre a parte mais fraca empresa.
(ROSENBLOOM, 1995). Normalmente a objeção significa que o cliente está interessa-
Comportamento sem oportunismo tem sua origem na teoria de do na proposta do vendedor, pois os clientes desinteressados não
custos de transação. fazem perguntas nem levantam objeções.
Como comportamentos oportunistas sugere-se aqueles envol- É preciso tornar a objeção especifica, para isto é necessário
vidos com mentiras e fraudes, bem como formas sutis de deso- pedir ao cliente que esclareça melhor o ponto que está em dúvida.
nestidade, como as que violam os acordos (LINDGREEN, 2001). Para ser um vendedor bem sucedido é preciso ter alguns atri-
Para Morgan e Hunt (1994), quando uma parte acredita que a butos ou competências pessoais que facilitem a interação com os
clientes, algumas destas competências são:
outra parte se apresenta com comportamento oportunista, ela perde
- Uma boa comunicação interpessoal;
sua confiança sobre o outro, provocando uma queda no compro-
- Empatia;
misso do relacionamento. Os parceiros passam a não se acredita-
- Ser um bom ouvinte;
rem mais.
- Interessar-se verdadeiramente pelos clientes;
Interdependência se dá quando as partes realizam, em con-
- Ter ótima capacidade de relacionamento interpessoal;
junto, investimentos específicos e compartilham interesses na ma-
- Ter boa capacidade de negociação;
nutenção do relacionamento. Porém, as partes são vulneráveis da
- Uma boa apresentação pessoal;
dependência e precisam proteger seus investimentos. Ativos em - Conhecer bem o produto que vende;
conjunto podem contribuir positiva ou negativamente, como a in- - Ter boa capacidade de organização e planejamento;
terdependência assimétrica pode levar ambas à situação de reféns. - Possuir um bom nível de inteligência emocional, ou seja,
Muitos investimentos específicos para o relacionamento são pro- motivação, atitude positiva, otimismo, bom humor e persistência.
váveis custos invisíveis, próprios a esse e inservíveis para outras Todo vendedor deve procurar transformar o processo de com-
atividades (LINDGREEN, 2001). pra e venda, no início de um relacionamento duradouro. O rela-
Um estudo realizado entre julho de 2001 e julho de 2005 cionamento cliente vendedor é como um casamento. A primeira
(CARVALHAL apud DUZERT, 2007, p.111) classificou os ad- venda é como o primeiro encontro. O vendedor deve procurar
jetivos que melhor qualificam o negociador brasileiro separando transformar este encontro em um “casamento” e não deixar que
como: seja apenas um “caso” passageiro.
- os que podem favorecer o relacionamento: adaptável, afável/ Fidelizar clientes é construir um relacionamento duradouro
afetivo, alegre, calmo, cordial, cortês/educado, extrovertido, flexí- com vantagens mútuas. Neste caso, o vendedor sempre sai ganhan-
vel, prestativo, sociável. do, pois terá aquele cliente comprando seus produtos continua-
- os que podem desfavorecer o relacionamento: ansioso, arrai- mente e também indicando outros clientes, parentes e amigos. Já
gado, arrogante, dissimulado, frio/seco, grosseiro/rude, impulsivo, o cliente, ganha por ter conseguido um parceiro comercial e uma
indolente/passivo, malandro, preguiçoso, vaidoso. pessoa de confiança que em geral oferecerá condições comerciais
- os que favorecem a assertividade: concentrado/objetivo, vantajosas por ser um cliente fiel.
corajoso, criativo, determinado, dinâmico/ativo, firme/confiante, A fidelização depende de contatos frequentes entre vendedo-
organizado, prático, racional, trabalhador. res e clientes, o envio de mensagens através de e-mails, telefo-
- os que desfavorecem a assertividade: acomodado, agressivo, nemas, correspondência em datas comemorativas, comunicação
alienado, arbitrário, atrasado/obsoleto, autocrático, complacente, de promoções e descontos, lançamento de novos produtos, infor-
dispersivo, ingênuo, lento/vagaroso, radica/extremista. mação de novidades, prestação de serviços adicionais, assistência
Em resumo, os constructos subjacentes às questões compra- técnica, e solução de eventuais problemas que surgirem.
dor-vendedor, quando em relacionamento de longo prazo, são Assim, fica claro, que o processo de vendas não deve ser ape-
complexos e interdependentes. Por exemplo, cooperação conduz nas um conjunto de ações que ocorrem por acaso, mas, ao con-
à confiança que, por seu turno, leva a grande disposição em coo- trário, um processo planejado e preparado para que tanto clientes
perar no futuro, que daí gera grande confiança e assim por diante vejam atendidas suas expectativas, quantos os vendedores possam
(ANDERSON; NARUS, 1990). se realizar profissionalmente.

Didatismo e Conhecimento 31
TÉCNICAS DE VENDAS
Para isto, é necessário que os vendedores possam se preparar Atendimento, então, é dispor de todos os recursos que se fize-
adequadamente, profissionalizar suas ações, participando de trei- rem necessários, para atender ao desejo e necessidade do cliente.
namentos, realizando estudos e leituras, observando profissionais Esse cliente pode ser interno, ou, externo, e caracteriza-se por ser
mais experientes, para assim poderem se tornar vendedores bem o público-alvo em questão.
sucedidos. Os clientes internos são aqueles de dentro da organização. Ou
É fundamental que o vendedor saiba trabalhar com a seja, são os colegas de trabalho, aqueles no qual juntamente conos-
Inteligência Emocional, e a Inteligência Emocional está co, formam a instituição. São as pessoas que atuam internamente
relacionada a habilidades, tais como motivar a si mesmo e persistir na empresa. E deve-se pensar, que em muitas vezes há a necessida-
mediante frustações; controlar impulsos, canalizando emoções de de se fazer esse atendimento interno. Pois, cada pessoa entende
para situações apropriadas; praticar gratificação prorrogada; do seu departamento, seção, setor. E como uma organização, como
motivar pessoas, ajudando-as a liberarem seus melhores talentos, o próprio nome já diz, é feito de organismos e sistemas, que são as
e conseguir seu engajamento em objetivos de interesses comuns. divisões. E por isso, precisa-se sempre de informações de outros
A Inteligência Emocional pode ser mapeada em cinco áreas setores, para alcançar a meta pretendida. Mas, em muitas vezes,
de habilidades: por serem clientes internos, o atendente não dá a devida atenção
1. Autoconhecimento Emocional - reconhecer um sentimento que necessita a situação. Muitas vezes por não entender que mes-
enquanto ele ocorre. mo sendo cliente interno, a qualidade deve permear em quaisquer
2. Controle Emocional - habilidade de lidar com seus próprios atendimentos. Porém, ele deve pensar que seu atendimento pode
sentimentos, adequando-os para a situação. ser essencial para alguns rumos que a organização pode tomar.
3. Automotivação - dirigir emoções a serviço de um objetivo é Já os clientes externos, é o público no qual a empresa se re-
essencial para manter-se caminhando sempre em busca. laciona externamente. São os clientes que adquirem produtos ou
4. Reconhecimento de emoções em outras pessoas. serviços da empresa, que fornecem matéria-prima, que tem rela-
5. Habilidade em relacionamentos interpessoais. ções com a empresa. Ou seja, são os consumidores, fornecedores,
As três primeiras acima referem-se à Inteligência Intrapes- parceiros, etc..
soal. As duas últimas, a Inteligência Interpessoal. São as pessoas que possuem relacionamento com a Institui-
Inteligência Interpessoal: é a habilidade de entender outras
ção. Porém, não atuam dentro da empresa. Ele não é configurado
pessoas: o que as motiva, como trabalham, como trabalhar coope-
como funcionário.
rativamente com elas.
Tanto quanto os clientes internos, os externos também são
1. Organização de Grupos: é a habilidade essencial da lideran-
fundamentais para a Empresa.
ça, que envolve iniciativa e coordenação de esforços de um gru-
Não há como definir quem é o mais importante. Podemos di-
po, habilidade de obter do grupo o reconhecimento da liderança, a
zer apenas que sem qualquer um desses clientes, a empresa não
cooperação espontânea.
existe.
2. Negociação de Soluções: o papel do mediador, prevenindo
Juntos eles constituem as instituições.
e resolvendo conflitos.
Se a organização não possui clientes internos, ela não tem
3. Empatia - Sintonia Pessoal: é a capacidade de, identifican-
do e entendendo os desejos e sentimentos das pessoas, responder como fornecer, nem vender, produtos e/ou serviços.
(reagir) de forma apropriada de forma a canalizá-los ao interesse E se não há clientes externos, não tem para quem prover.
comum. E em um cenário em que, cada vez mais, as empresas dispu-
4. Sensibilidade Social: é a capacidade de detectar e identifi- tam pela preferência de um mesmo cliente, a qualidade no atendi-
car sentimentos e motivos das pessoas. mento se tornou fundamental; e é o diferencial.
Inteligência Intrapessoal: é a mesma habilidade, só que volta- E é por isso que os clientes se tornaram mais exigentes e cons-
da para si mesmo. É a capacidade de formar um modelo verdadeiro cientes dos padrões de atendimento.
e preciso de si mesmo e usá-lo de forma efetiva e construtiva. Por isso, o comprometimento e profissionalismo são impor-
tantes para um bom atendimento.
Segundo Bretzke (2000, p.142), atendimento significa todas
as atividades que visam responder aos anseios dos clientes, seja
QUALIDADE NO ATENDIMENTO A um telefonema, uma baixa de fatura, uma reclamação, um pedido
CLIENTES. de compra ou a remessa de um texto.
A complexidade da qualidade no atendimento não se limita a
ser cordial com cliente.
Antes de definirmos os conceitos que permeiam o Universo Inclui a percepção de detalhes, da infraestrutura, a tecnologia,
do Atendimento ao Público, precisamos entender o que significa a qualidade das informações e acima de tudo, quem está prestando
Atender. os serviços: as pessoas responsáveis pelo atendimento (ALMEI-
Atender: Acolher com atenção, ouvir atentamente; Tomar em DA, 1995, p.18).
consideração, deferir; Atentar, ter a atenção despertada para; Re- Compreender qualidade no atendimento apenas como cortesia
ceber. é um erro muito comum. Numa avaliação quanto à qualidade no
Por isso, atendimento é acolher, receber, ouvir o cliente, de atendimento, a cortesia tem valor muito pequeno se não estiver
forma com que seus desejos sejam resolvidos. O cliente quando acompanhada de atenção, rapidez, eficiência e eficácia (ANGELO;
busca por um atendimento, ele quer encontrar soluções. GIANGRANDE, 1999, p.16).

Didatismo e Conhecimento 32
TÉCNICAS DE VENDAS
Para Kotler (1999, p.19) o atendimento pode ser desdobrado O contexto de administrar o relacionamento com o cliente ser-
em diversos atributos: cordialidade, velocidade, conhecimento, ve para que a empresa adquira vantagem competitiva e se destaque
solução de problemas, etc. E cada pessoa pode atribuir diferentes perante a concorrência.
pesos a estes atributos de acordo com os diferentes momentos e Os relacionamentos não podem ser superficiais. Eles têm de
contextos. ser profundos e duradouros. O objetivo maior é manter o clien-
Geralmente, no contato pessoal com clientes, existem dois te através da confiança, credibilidade e a sensação de segurança
aspectos: o resultado concreto (o objeto que foi comprado) e o re- transmitida pela organização.
sultado subjetivo (a interação ocorrida durante o processo de ven- A estratégia de Relacionamento é a longo prazo. E também,
da). Os clientes valorizam este lado subjetivo e consequentemente além de visar manter os clientes de forma fiel, busca a conquista
percebem a diferença na qualidade do atendimento (ANGELO; de novos clientes.
GIANGRANDE, 1999, p.15). E essa filosofia de relacionamento com o cliente deve ser uma
Outro ponto importante a ser dito sobre atendimento é: Ao forma de pensar de toda organização.
A ideia central da Construção e Manutenção de Relaciona-
atender um cliente, o atendente representa a empresa. Para o clien-
mento nas empresas, visando um atendimento com qualidade, é de
te, a empresa toda se projeta na pessoa que está fazendo o atendi-
atender as necessidades dos clientes através de seus serviços e/ou
mento, Ou seja, o atendente tem a responsabilidade de ser o porta-
produtos. Ofertando-os de forma adequada e com qualidade.
-voz da empresa. Por isso, além de um trabalho minucioso, o de
O mais importante hoje não é simplesmente adquirir novos
atendimento, ele deve ser responsável, sério e profissional. clientes, mas manter os clientes existentes em seu portfolio. Pois,
Por isso, o atendente, ao atender o cliente (interno ou externo) os relacionamentos, permitem que as empresas explorem ao máxi-
deve ser comprometido. O cliente deve perceber que a empresa (já mo seus conhecimentos sobre os clientes e necessidades.
que pra o cliente, naquele momento, o atendente é a empresa) se
importa com ele, e que suas dúvidas, necessidades e anseios, são Comunicabilidade
importantes e bem-vindos à empresa. Para entendermos comunicabilidade, primeiro precisamos en-
A sensação que o cliente precisa ter quando está sendo aten- tender o que é comunicação.
dido, é que ele é fundamental para o desenvolvimento da empresa. A palavra Comunicação deriva do latim communicare, cujo
E o que quer que ele necessite, por menor que seja, é importante significado é tornar comum, partilhar, associar, trocar opiniões,
também. conferenciar.
Para isso, os primeiros passos para se fazer um bom atendi- Tem o sentido de participação, em interação, em troca de men-
mento, é saber ouvir e compreender o cliente. É trata-lo com res- sagem, em emissão ou recebimento de informação nova. Assim,
peito. como se vê, implica participação.
Por isso, a educação é o carro chefe nesse processo. Ser edu- Comunicação é o processo de transmitir informação de uma
cado, gentil, pedir desculpas, agradecer, ter um tom de voz agradá- pessoa para outra. Se não houver esta compreensão, não houve
vel e ter uma postura receptiva, sã quesitos impreteríveis. comunicação. Se uma pessoa transmitir uma mensagem e esta não
Dispor de tudo o que está fazendo e ter atenção e tempo ape- for compreendida, por quem recebeu a mensagem, a comunicação
nas para atendê-lo. Pois, não se deve esquecer, que quando um não se efetivou. Essa ação pode ser verbal, ou, não verbal. E tam-
cliente necessita de um atendimento, não existe nada mais impor- bém, pode ser por diversos meios.
tante que ele. Assim, comunicação não é aquilo que o remetente fala. Mas,
Atualmente, mais importante do que se ter um cliente, é o re- sim, aquilo que o destinatário entende. Portanto, só há comunica-
lacionamento que se cria com ele. E isso, é alcançado através do ção, se o receptor compreender a mensagem enviada pelo emissor.
atendimento. Chiavenato define comunicação como troca de informações
entre indivíduos. Significa tornar comum uma mensagem ou in-
Os clientes quando procuram um atendimento eles possuem
formação.
expectativas. Por isso, o ideal para construir um relacionamento
Há para isso, o processo de comunicação, que é composto de
duradouro, não é apenas atender as expectativas, e sim, superá-las.
três etapas subdivididas:
Os clientes que têm suas expectativas superadas acabam se
1 - Emissor: é a pessoa que pretende comunicar uma mensa-
tornando fiéis. gem, pode ser chamada de fonte ou de origem.
O processo de atendimento começa com a identificação das a) Significado: corresponde à ideia, ao conceito que o emissor
necessidades dos clientes. Para isso, uma comunicação clara e ob- deseja comunicar.
jetiva é fundamental. b) Codificador: é constituído pelo mecanismo vocal para de-
As instituições precisam construir relacionamentos. Pois, ó cifrar a mensagem.
foco é o cliente, e o objetivo do relacionamento é trazer interativi- 2 - Mensagem: é a ideia em que o emissor deseja comunicar.
dade, conforto, satisfação e bem-estar. a) Canal: também chamado de veículo, é o espaço situado en-
O processo de relacionamento deve começar com a escolha tre o emissor e o receptor.
do cliente, a identificação de suas necessidades, a definição dos b) Ruído: é a perturbação dentro do processo de comunicação.
serviços prestados e agregados, a busca da melhor relação custo/ Tudo aquilo que interfere na mensagem, e não a deixa ser com-
benefício e ter funcionários (clientes internos) motivados e capaci- preendida corretamente.
tados a atender estes clientes adequadamente. 3 - Receptor: é a etapa que recebe a mensagem, a quem é
E como se tem clientes internos (funcionários) motivados? destinada.
A resposta é simples e óbvia: Construindo e mantendo um a) Descodificador: é estabelecido pelo mecanismo auditivo
bom relacionamento com e entre eles. para decifrar a mensagem, para que o receptor a compreenda.

Didatismo e Conhecimento 33
TÉCNICAS DE VENDAS
b) Compreensão: é o entendimento da mensagem pelo recep- É de interesse do cliente e do atendente que a informação seja
tor. recebida de forma clara. Porém, sabemos que nem sempre isso é
c) Feedback: É o ato de confirmação da mensagem, pelo re- possível.
ceptor, recebida do emissor. Representa a volta da mensagem en- Assim, o atendente tem o dever de fazer com que o processo
viada pelo emissor. de comunicação aconteça da melhor forma, através, de questiona-
mentos que leve à recepção da mensagem.
É importante que primeiramente, o atendente entenda a
linguagem do cliente, e estabeleça para si mesmo o mesmo
nível. Tudo isso, para que o público em questão, também consiga
compreender o que o atendente está dizendo.
Ter o mesmo nível de linguagem não quer dizer utilizar-se da
forma incorreta da língua portuguesa. E sim, dispensar de termos
técnicos e palavras difíceis nas quais não podem ser de entendi-
mento do cliente.
Exemplo: Uma pessoa (emissor) tem uma ideia (significado) Esse desnível de linguagem também caracteriza-se como ruí-
que pretende comunicar. Para tanto se vale de seu mecanismo vo- dos, e atrapalham o processo de comunicação.
cal (codificador), que expressa sua mensagem em palavras. Essa
Fazer esse diagnóstico de qual linguagem deve ser utilizada,
mensagem, veiculada pelo ar (canal) é interpretada pela pessoa a
auxilia no processo de acolhimento das mensagens. Pois, torna a
quem se comunica (receptor), após sua decifração por seu meca-
comunicação clara e objetiva, que é um dos fatores essenciais para
nismo auditivo (decodificador). O receptor, após constatar que en-
a qualidade no atendimento.
tendeu a mensagem (compreensão), esclarece a fonte acerca de seu
É muito complexo falar sobre a linguagem adequada utilizada
entendimento (feedback). Ou Seja, repetindo a mensagem.
em uma mensagem. Há dois tipos de variações:
Pode-se, portanto, dizer que a comunicação só pode ser con-
siderada eficaz quando a compreensão feita pelo receptor coincide - As variações de uso regional de acordo com o espaço geo-
com o significado pretendido pelo emissor. gráfico, na qual denominamos de dialeto.
O processo de comunicação nunca é perfeito. No decorrer de - As variações que dever ser ajustadas de acordo com o des-
suas etapas sempre ocorrem perturbações que prejudicam o pro- tinatário, tais como: a língua falada, a escrita, a jurídica, dos eco-
cesso, no qual são denominados ruídos. Ruído é uma perturbação nomistas, dos internautas, etc. A essas variações denominamos,
indesejável em qualquer processo de comunicação, que atrapalha registros.
a efetivação da comunicação e pode provocar perdas ou desvios Ressalta-se, que as variações são usadas para distinção social,
na mensagem. qualificando em grupos de origem, formação profissional, escola-
Ele é identificado na comunicação como o conjunto de bar- ridade, etc.
reiras, obstáculos, acréscimos, erros e distorções que prejudicam
a compreensão da mensagem em seu fluxo. Isto significa que nem Língua Falada Língua Escrita
sempre aquilo que o emissor deseja informar é precisamente aqui- vulgar
vulgar
lo que o receptor compreende. coloquial
despreocupada
Assim, ruído é qualquer fonte de erro, distúrbio ou deforma- despreocupada
formal
ção de uma mensagem, que atrapalha e age contrário à eficácia da coloquial culta
literária
informação. formal
Por isso, o atendente deve trabalhar com a Comunicação de
Falada vulgar: não existe preocupação com a norma grama-
forma que haja menos ruídos possíveis. Isso, através de solicita-
tical.
ções de feedbacks constantes, mensagens claras, objetivas e con-
Falada coloquial despreocupada: usada na conversação cor-
cisas.
Como diria Rivaldo Chinem, Comunicação é como o futebol, rente, com gírias e expressões familiares.
todo mundo pensa que entende e dá palpite. Nesse campo, quando Falada culta: linguagem usada em sala de aula, reuniões, pa-
a confusão se instala, quebram-se as regras, e os atores, ao entrar lestras, sem fugir da naturalidade.
em cena, dão caneladas, e o jogo passa a ser um completo vale- Falada formal: imita em tudo a escrita, por isso mesmo, soa
-tudo. artificial.
Já comunicabilidade é o ato comunicativo otimizado, no qual Escrita vulgar: usada por pessoas sem escolaridade e contém
a mensagem é transferida integral, correta, rápida e economica- vários erros.
mente. Escrita despreocupada: usada em bilhetes ou correspondên-
Ou seja, é fazer com que a comunicação realmente obtenha cias íntimas.
seu objetivo, que é fazer com que o receptor entenda justamente Escrita formal: usada em correspondência empresarial com
aquilo que o emissor intencionava. norma gramatical.
No atendimento, a comunicação tem o papel essencial. Pois, o Escrita literária: respeita a norma gramatical e utiliza recursos
atendimento se concretiza através da troca de informações. estilísticos de forma inovadora.
O atendente deve ouvir e solicitar feedbak ao cliente, visando Como se pode ver há várias maneiras de expressar as ideias e
entender, sem ruídos, aquilo que está sendo solicitado. cada qual é exigida em determinada situação.

Didatismo e Conhecimento 34
TÉCNICAS DE VENDAS
Apresentação Assim, os nomes que caracterizam intimidade devem ser abo-
O responsável pelo primeiro atendimento representa a primei- lidos do atendimento. Tampouco, os nomes e adjetivos no dimi-
ra impressão da empresa, que o cliente irá formar, como a imagem nutivo.
da empresa como um todo. Outro fator que decepciona e enfurece os clientes, é a demora
E por isso, a apresentação inicial de quem faz o atendimento no atendimento. Principalmente quando ele observa que o aten-
deve transmitir confiabilidade, segurança, técnica e ter uma apre- dente está conversando assuntos particulares, ou, fazendo ações
sentação ímpar. que são particulares e não condizem com seu trabalho.
É fundamental que a roupa esteja limpa e adequada ao ambiente A instantaneidade na apresentação do atendimento configura
de trabalho. Se a empresa adotar uniforme, é indispensável que o seriedade e transmite confiança ao cliente.
Portanto, o atendente deve tratar a apresentação no atendi-
use sempre, e que o apresente sempre de forma impecável. Unhas
mento como ponto inicial, de sucesso, para um bom relacionamen-
e cabelos limpos e hálito agradável também compreendem os
to com o cliente.
elementos que constituem a imagem que o cliente irá fazer da
empresa, através do atendente. Atenção, Cortesia e Interesse.
O cliente, ou, futuro, questiona e visualiza sempre. Por isso, a O cliente quando procura atendimento, é porque tem necessi-
expressão corporal e a disposição na apresentação se tornam fato- dade de algo. O atendente deve desprender toda a atenção para ele.
res que irão compreender no julgamento do cliente. Por isso deve ser interrompido tudo o que está fazendo, e prestar
A satisfação do atendimento começa a ser formado na apre- atenção única e exclusivamente ao cliente.
sentação. Assuntos particulares e distrações são encarados pelos clien-
Assim, a saudação inicial deve ser firme, profissional, clara e tes como falta de profissionalismo.
de forma que transmita compromisso, interesse e prontidão. Atentar-se ao que ele diz e traduzir os gestos e movimentos.
O tom de voz deve ser sempre agradável, e em bom tom. O Tudo isso deve ser compreendido e transformado em conhecimen-
que prejudica muitos relacionamentos das empresas com os clien- to ao atendente sobre o cliente.
tes, é a forma de tratamento na apresentação. É fundamental que Perguntar mais de uma vez a mesma coisa, ou, indagar algo
no ato da apresentação, o atendente mostre ao cliente que ele é que já foi dito antes, são decodificados pelo cliente como desprezo
Bem-Vindo e que sua presença na empresa é importante. ao que pretende.
Há várias regras a serem seguidas para a apresentação inicial É importante ter atenção a tudo o que o cliente faz e diz, para
para um Atendimento com Qualidade. O que dizer antes? O nome, que o atendimento seja personalizado e os interesses e necessidades
dele sejam trabalhados e atendidos.
nome da empresa, Bom Dia, Boa Tarde, Boa Noite? Pois não?
É indispensável que se use do formalismo e da cortesia. O
Posso ajudá-lo?
excesso de intimidade pode constranger o cliente. Ser educado e
A sequência não importa. O que deve ser pensado na hora, é cortês é fundamental. Porém, o excesso de amabilidade, se torna
que essas frases realmente devem ser ditas de forma positiva e que tão inconveniente quanto a falta de educação.
tenham significado. O atendimento é mais importante que preço, produto ou ser-
Os clientes não aguentam mais atendimentos com apresenta- viço, para o cliente. Por isso, a atenção à ele deve ser única e ex-
ções mecânicas. clusiva. Portanto, é necessário que o cliente sinta-se importante e
O que eles querem sentir na apresentação é receptividade e sinta que está sendo proporcionado à ele um ambiente agradável e
personalização. favorável para que seus desejos e necessidades sejam atendidos. O
Por isso, saudar com Bom Dia, Boa Tarde, ou, Boa Noite; é atendente deve estar voltado completamente para a interação com
ótimo! Mas, isso deve ser dito, desejando mesmo que o cliente te- o cliente, estando sempre atento para perceber constantemente as
nha tudo isso. Dizer o nome da empresa se o atendimento for atra- suas necessidades. Por isso, o mais importante é demonstrar inte-
vés do telefone também faz parte. Porém, deve ser feito de forma resse em relação às necessidades dos clientes e atendê-las pronta-
clara e devagar. Não deve-se dar margem para dúvidas, ou, falar de mente e da melhor forma possível.
forma que ele tenha que perguntar de onde é, logo após o atendente Gentileza é o ponto inicial para a construção do relaciona-
ter falado. Dizer o nome, também é importante. Mas, isso pode mento com o cliente. A educação deve permear em todo processo
ser dito de uma forma melhor como, perguntar o nome do cliente de atendimento. Desde a apresentação até a despedida. Saudar o
cliente, utilizar de obrigado, por favor, desculpas por imprevistos,
primeiro, e depois o atendente diz o seu. Exemplo: Qual seu nome,
são fundamentais em todo processo.
por favor? Maria, eu sou a Madalena, hoje posso ajuda-la em quê?
Caracteriza-se também, como cortesia no atendimento, o tom
O cliente com certeza já irá se sentir com prestígio, e também, de voz e forma com que se dirige ao cliente.
irá perceber que essa empresa trabalha pautada na qualidade do O tom de voz deve ser agradável. Mas, precisa ser audível.
atendimento. Ou seja, que dê para compreender. Mas, é importante lembrar, que
Segundo a Sabedoria Popular, leva-se de 5 a 10 segundos para apenas o cliente deve escutar. E não todo mundo que se encontra
formarmos a primeira impressão de algo. Por isso, o atendente no estabelecimento.
deve trabalhar nesses segundos iniciais como fatores essenciais Com idosos, a atenção deve ser redobrada. Pois, algumas pa-
para o atendimento. Fazendo com que o cliente tenha uma boa lavras e tratamentos podem ser ofensivos à eles. Portanto, deve-se
imagem da empresa. utilizar sempre como formas de tratamento: Senhor e Senhora.
O profissionalismo na apresentação se tornou fator chave para Assim, ao realizar um atendimento, seja pessoalmente ou por
o atendimento. Excesso de intimidade na apresentação é repudiá- telefone, quem o faz está oferecendo a sua imagem (vendendo sua
vel. O cliente não está procurando amigos de infância. E sim, solu- imagem) e da empresa na qual está representando. As ações repre-
ções aos seus problemas. sentam o que a empresa pretende.

Didatismo e Conhecimento 35
TÉCNICAS DE VENDAS
Por isso, é importante salientar que não deve se distrair du- Outra questão sobre discrição no atendimento é sobre as in-
rante o atendimento. Deve-se concentrar em tudo o que o cliente formações passadas aos clientes. Fazer comentários de outros
está dizendo. Também, não se deve ficar pensando na resposta na clientes, não é ético, muito menos profissional. Tampouco, fazer
hora em que o interlocutor estiver falando. Concentre-se em ouvir comentários sobre colegas de trabalho.
primeiro. A discrição no atendimento com qualidade deve ser praxe, e
Outro fator importante e que deve ser levado em conta no está ligada à informação que se passa e como irá trata-la; e tam-
atendimento é não interromper o interlocutor. Pois, quando duas bém, está conectada ao comportamento.
pessoas falam ao mesmo tempo, nenhuma ouve corretamente o
que a outra está dizendo. E assim, não há a comunicação. Presteza, Eficiência e Tolerância
O atendente também não deve se sentir como se estivesse sen- Ter presteza no atendimento faz com que o cliente sinta que a
do atacado. Pois, alguns clientes, dão um tom mais agressivo à sua empresa, é uma organização na qual tem o foco no cliente. Ou seja,
fala. Porém, isso deve ser combatido através da atitude do atenden- é uma instituição que prima por solucionar as dúvidas, problemas
te, que deve responder de forma calma, tranquila e sensata, e sem
e necessidades dos clientes.
elevar o tom da voz. E também, sem se alterar.
Ser ágil, sim. Mas, a qualidade não pode ser deixada de lado.
Tomar nota das informações pode trazer mais tranquilidade
Pois de nada adianta fazer rápido, se terá que ser feito nova-
ao atendimento. Ainda mais se ele estiver sendo feito pelo tele-
fone. Essa técnica auxilia na compreensão, e afasta a duplicidade mente. Portanto a presteza tem a ver com objetividade, e deve ser
de questionamentos que já foram feitos, ou de informações que já acompanhada de qualidade.
foram passadas. Para isso, é importante que o ambiente de trabalho esteja or-
Fazer perguntas ao sentir necessidade de algum esclarecimen- ganizado, para que tudo o que precisa possa ser encontrado facil-
to, é importante. O atendente não deve-se inibir. Já foi dito que mente.
fazer uma pergunta mais de uma vez deve ser evitado. E também, Também, estar bem informado sobre os produtos e serviços da
que informações que já foram passadas pelo cliente, não devem organização, torna o atendimento mais ágil.
ser questionadas. Porém, se houver necessidade, o atendente deve Em um mundo no qual tempo está relacionado a dinheiro, o
fazê-la. Mas, deve pedir desculpas por refazê-la, e dizer que foi cliente não se sente bem em lugares no qual ele tenha que perder
um lapso. muito tempo para solucionar algum problema.
Confirmar o que foi dito, solicitar feedback, passa uma mensa- Instantaneidade é a palavra de ordem. Por mais que o processo
gem de profissionalismo, atenção e interesse ao cliente. Demonstra de atendimento demore, o que o cliente precisa detectar, é que está
que o atendente e a empresa estão preocupados com sua situação, e sendo feito na velocidade máxima permitida.
também, em fazer um atendimento com qualidade. Tudo isso também, tendo em vista que a demora pode afetar
Portanto, estabelecer empatia e falar claramente e pausada- no processo de atendimento de outros clientes que estão à espera.
mente, sem ser monótono, evitando ainda o uso de gírias; falar Porém, é importante atender completamente um cliente para
com voz clara e expressiva (boa dicção) são atitudes que tornam o depois começar atender o próximo.
atendimento ao cliente com qualidade. Ser ágil não está ligado a fazer apenas um pouco. E sim, fazer
na totalidade, porém, de maneira otimizada.
Discrição O comportamento eficiente cumpre o prometido, com foco no
A discrição é uma qualidade invejável no ser humano. Pessoas problema. 
discretas sabem guardar segredos, não fazem comentários que pos- Ser eficiente é realizar tarefas, resolvendo os problemas ine-
sam causar conflitos, são reservadas e não chamam a atenção. As rentes a ela. Ser eficiente é atingir a meta estabelecida.
pessoas mais extrovertidas podem também serem pessoas discre- Por isso, o atendimento eficiente é aquele no qual não perde
tas. Isso se refletirá em suas atitudes e em suas palavras.
tempo com perfumarias. E sim, agiliza o processo para que o dese-
A discrição no atendimento tem a ver com sigilo. O atendente
jado pelo cliente seja cumprido em menor tempo.
deve portar-se de forma com que as informações que estão sendo
Eficiência está ligada a rendimento. Por isso, atendimento efi-
tratadas com o cliente, no momento, não sejam ouvidas ou per-
cebidas por nenhum outro cliente, tampouco por outro atendente. ciente é aquele que rende o suficiente para ser útil.
Mesmo após o atendimento, os comentários devem ser evi- O atendente precisa compreender que o cliente está ali para
tados. O atendente deve adotar uma postura ética, lembrando que ser atendido. Por isso, não deve perder tempo com assuntos ou
todas as informações sobre aquele atendimento, requer sigilo total. ações que desviem do pretendido.
Pois, os dados e informações passadas são secretos e confidenciais. Há alguns pontos que levam a um atendimento eficiente,
Outra atitude que deve ser evitada são comentários sobre o como por exemplo:
atendimento, fora da Empresa, como: com familiares e amigos. O - Todos fazem parte do atendimento. Saber o que todos da em-
atendente deve lembrar-se que o que foi tratado naquele instante, presa fazem evita que o cliente tenha que repetir mais de uma vez
não deve ser comentado, nem dentro, muito menos fora da orga- o que deseja, e que fique esperando mais tempo que o necessário.
nização. - Cativar o cliente, sem se prolongar muito, mostra eficiência
A ética do sigilo das informações dos clientes abrange tanto e profissionalismo.
dentro, quanto fora da Instituição. E ainda, contempla também, - Respeitar o tempo e espaço das pessoas é fundamental ao
antes, durante e depois do atendimento. cliente. Se ele precisa de um tempo a mais para elaborar e proces-
O atendente deve ser prudente, ter discernimento e sensatez sar o que está sendo feito, dê esse tempo à ele, auxiliando-o com
quando fornece uma informação ao cliente. É necessário manter-se informações e questões que o leve ao processo de compreensão.
reservado sobre o que o cliente lhe diz. Assim, estará transmitindo - Ser positivo e otimista, e ao mesmo tempo ágil, fará com que
confiança e seriedade no trabalho desenvolvido. o cliente tenha a mesma conduta.

Didatismo e Conhecimento 36
TÉCNICAS DE VENDAS
- Saber identificar os gestos e as reações das pessoas, de forma A objetividade está ligada à eficiência e presteza. E por isso,
a não se tornar desagradável ou inconveniente, facilita no atendi- tem como foco, como já vimos, em eliminar desperdiçadores de
mento. tempo, que são aquelas atitudes que destoam do foco.
- Ter capacidade de ouvir o que falam, procurando interpretar Ser objetivo é pensar fundamentalmente apenas no que o
o que dizem e o que deixaram de dizer, exercitando o “ouvir com cliente precisa e para o que ele está ali.
a inteligência e não só com o ouvido”. Solucionar o seu problema e atender às suas necessidades de-
- Interpretar cada cliente, procurando identificar a real impor- vem ser tratados como assuntos urgentes e emergentes. Ou seja,
tância de cada “fala” e os valores do que foi dito. Saber falar a têm pressa e necessita de uma solução rapidamente.
linguagem de cada cliente procurando identificar o que é especial, Afirmamos anteriormente, que o atendimento com qualida-
importante e ou essencial em cada solicitação, procurando ajuda-lo de deve ser pautado na brevidade. Porém, isso não exclui outros
a conseguir o que deseja, otimiza o processo. fatores tão importantes quanto, como: clareza, atenção, interesse
- O atendente deve saber que fazer um atendimento eficiente é e comunicabilidade. Pois o atendimento com qualidade deve ser
ser breve sem tornar-se desagradável. construído em cima de uma série de fatores que configuram um
- Ter ética em todos os níveis de atendimento faz com que o atendimento com qualidade. E não apenas/somente um elemento.
cliente não tenha dúvida sobre a organização. E assim, não desper-
dice tempo fazendo questionamentos sobre a conduta da empresa.
- O atendente deve saber que sempre há uma solução para
SATISFAÇÃO E RETENÇÃO DE CLIENTES.
tudo e para todos, buscando sempre os entendimentos e os acordos
em todas as situações, por mais difíceis que elas se apresentem.
- O atendente deve saber utilizar a comunicação e as infor-
mações.
Atualmente os clientes têm a sua disposição uma ampla gama
- O todo é composto de partes, e para os clientes “as ações
de produtos e serviços que podem comprar. Eles fazem sua escolha
sempre falaram mais alto que as palavras”.
com base em suas percepções de qualidade, serviço e valor. As
- Em todos os níveis de atendimento será inevitável deparar-se
empresas precisam entender os fatores que determinam o valor e a
com clientes ofensivos e agressivos. Para tanto, o atendente deve
satisfação para o cliente. O valor entregue ao cliente é a diferença,
ter tolerância para acalmar o cliente e mostrar que ele está ali para
para ele, entre o valor total e o custo total. Os clientes normalmen-
auxiliá-lo e resolver o problema.
Não deixar dúvidas ao cliente de que a receptividade na em- te escolherão a oferta que maximiza o valor entregue.
presa é a palavra de ordem, acalma e tranquiliza. Por isso, a tole- A satisfação do cliente consiste na sensação de prazer ou de
rância é importante para que não se perca a linha e comprometa a decepção resultante da comparação do desempenho (ou resultado)
imagem da empresa e a qualidade no atendimento. percebido de um produto em relação às expectativas do comprador.
Não demonstrar ao cliente que o atendente é só mais um na Os clientes estarão satisfeitos quando suas expectativas forem
empresa, e que o que o cliente procura não tem ligação com sua atendidas e estarão encantados quando suas expectativas forem
competência, evita conflitos. superadas. Clientes satisfeitos permanecem fiéis por mais tempo,
Por mais que não seja o responsável pela situação, o atendente compram mais, são menos sensíveis a preços e fazem propaganda
deve demonstrar interesse, presteza e tolerância. boca-a-boca positiva sobre a empresa.
Por mais que o cliente insista em construir uma situação de Em outras palavras, podemos definir fidelização como sendo
discussão, o atendente deve-se manter firme, tolerante e profissio- um compromisso profundo de comprar ou recomendar repetida-
nal, evitando assim, qualquer mal estar que possa atrapalhar o re- mente certo produto ou serviço.
lacionamento com esse cliente. As empresas que ultrapassam todos esses obstáculos para al-
Portanto, a presteza, eficiência e a tolerância, formam uma trí- cançar suas metas de satisfação e valor para o cliente são chama-
plice que sustentam os atendimentos pautados na qualidade, tendo das de empresas de alto desempenho. O maior desafio para empre-
em vista que a agilidade e profissionalismo norteiam os relaciona- sas de alto desempenho é construir e manter negócios viáveis em
mentos. um ambiente de mercado em constante mudança. Elas precisam
reconhecer os elementos essenciais do negócio e saber como es-
Conduta e Objetividade tabelecer um equilíbrio entre os públicos interessados, processos,
A postura do atendente deve ser proativa, passando confiança recursos, capacidades organizacionais e cultura corporativa.
e credibilidade. Sendo ao mesmo tempo profissional e possuindo
simpatia. Ser comprometido e ter bom senso, atendendo de forma
gentil e educada. Sorrindo e tendo iniciativa, utilizando um tom
de voz que apenas o cliente escute, e não todos que estão no local
e ouvindo atentamente, são condutas essenciais para o atendente.
O sigilo é importante, e por isso, o tom de voz no atendimen-
to é essencial. O atendimento deve ser exclusivo e impessoal. Ou
seja, o assunto que está sendo tratado no momento, deve ser diri-
gido apenas ao cliente. As demais pessoas que estão no local não
podem e nem devem escutar o que está sendo tratado no momento.
Principalmente se for assunto pessoal.
Essa conduta de impessoalidade e personalização transforma
o atendimento, e dão um tom formal à situação.

Didatismo e Conhecimento 37
TÉCNICAS DE VENDAS
A empresa deve definir quais são seus grupos de interesse e Atração e Retenção de Clientes
as necessidades deles. Deve-se destacar que grupos de interesses O objetivo da empresa não é apenas conseguir novos clientes,
não são apenas os acionistas, mas também clientes, funcionários, mas também, o que é ainda mais importante, reter clientes. O ma-
fornecedores, etc. Uma empresa pode ter como objetivo encantar rketing de relacionamento é a chave para a retenção de clientes,
seus clientes, atender às expectativas dos funcionários, gerar lucra- o que envolve o fornecimento de benefícios financeiros e sociais,
tividade para os acionistas e satisfação para os fornecedores. bem como recursos estruturais que auxiliem os clientes.
A empresa pode alcançar suas metas junto aos grupos de in- • Conquistar novos clientes pode custar até cinco vezes mais
teresse apenas gerenciando e interligando processos de trabalho, do que satisfazer e reter os já existentes.
identificando antes quais são os processos de negócios centrais, ou • As empresas perdem em média 10 por cento de seus clientes
fundamentais, da empresa. Ente estes processos destaca-se a atra- a cada ano.
ção e retenção de clientes, atendimento de pedidos, logísticas, etc. • Uma redução de 5 por cento no índices de perda de clientes
Para conduzir seus processos de negócios, as empresas neces- pode aumentar os lucros de 25 a 85 por cento.
sitam de recursos como Mão-de-Obra, materiais, equipamentos. • A taxa de lucro por cliente tende a aumentar ao longo do
Um dos principais desafios das empresas de alto desempenho é tempo de permanência do cliente retido.
possuir e desenvolver os recursos e as competências necessárias e A empresa pode tentar reduzir a perda em quatro etapas:
essenciais para a entrega das propostas de valor e as metas organi- • Definir e medir a taxa de retenção
zacionais que constituem a essência do negócio. • Identificar as causas de atrito
A organização de uma empresa consiste em suas estruturas • Estimar a perda de lucros com a perda de um cliente (valor
políticas e cultura corporativa, que podem se tornar disfuncionais do cliente ao longo do tempo)
em um ambiente de rápida mudança, como o que vivemos hoje • Estimar o custo para reduzir a perda de clientes; agir apro-
em dia. Enquanto as estrutura e as políticas podem ser mudadas, a priadamente.
cultura de uma empresa é quase impossível de ser alterada e neste As empresas têm que decidir quanto devem investir em ma-
ponto reside o problema, pois a mudança de cultura é fator chave, rketing de relacionamento nos diferentes segmentos de mercado e
essencial, para o sucesso das empresas durante as mudanças que o clientes individuais, partindo do marketing básico, reativo, respon-
mercado oferece. sável, proativo, até o marketing de parceria.
• Básico: O vendedor da empresa vende o produto, mas não
Entrega de Valor e Satisfação para o Cliente
lhe dá acompanhamento de forma alguma.
Para criar a satisfação dos clientes, as empresas devem geren-
• Reativo: O vendedor vende o produto e pede ao cliente que
ciar sua cadeia de valor, bem como seu sistema de entrega de valor,
o chame se chegar a ter alguma dúvida ou problema.
com o foco no cliente.
• Responsável: O vendedor chama o cliente, pouco depois da
Cadeia de valor — usada como uma ferramenta para identi-
venda, para saber se o produto está atendendo às suas expectativas.
ficar maneiras para criar mais valor. Nove atividades criadoras de
Além disso, o vendedor pede sugestões ao cliente para melhorar o
valor, sendo 4 delas chamadas de Atividades de apoio, também
produto.
chamadas de atividades meio, e 5 atividades principais, também
• Proativo: O vendedor ou alguma outra pessoa da empresa
denominadas atividades fins, que irão interferir diretamente no ín-
dice de satisfação dos clientes. chama o cliente, de tempos em tempos, para lhe falar dos usos
aperfeiçoados do produto ou de produtos novos que poderiam ser
úteis.
• Societário (Partnership): A empresa trabalha de forma sus-
tentada com o cliente e com outros clientes, para encontrar a forma
de proporcionar-lhes mais valor (qualidade).
Para decidir, a empresa deve estimar o valor obtido durante a
vida útil do cliente, contra o fluxo de custo requerido para atrair e
reter esses clientes.
Por Rodolfo Arantes

VALOR PERCEBIDO PELO CLIENTE.

Rede de entrega de valor — para ser bem sucedida, uma em- A importância de se diferenciar no mercado e oferecer preço
presa precisa procurar vantagens competitivas entre suas próprias justo. Segundo especialista, eis as estratégias vencedoras. A qua-
operações. A construção de uma rede de entrega de melhor valor lidade dos produtos e serviços está vinculada ao valor percebido
pode ser uma tática de diferenciação de muito sucesso na direção pelo cliente e as estratégias de diferenciação. Esta diferenciação
de se obter maior satisfação do cliente. por sua vez está atrelada à seleção de clientes e as estratégias di-
A concorrência é entre redes, não entre empresas. Sai ganhan- ferenciadas de preço. Uma das estratégias ainda muito pouco ex-
do a empresa com a melhor rede. plorada e que quase sempre define a opção de compra é o preço.

Didatismo e Conhecimento 38
TÉCNICAS DE VENDAS
Poucas empresas estão dando à variável preço (mix de ma- As estratégias diferenciadas de preço é o modelo de gestão
rketing), a importância que merece. A maioria acredita, ou pelo do negócio que parte de uma seleção de clientes, identifica e cria
menos age como se acreditasse, que basta se igualar aos principais o que este valoriza e está disposto a pagar, reorganiza seus proces-
concorrentes, quando se trata do preço de venda de seus produtos sos e custos, eliminando o que não agrega valor e investindo em
e serviços, para continuar sobrevivendo e param por aí. estratégias inovadoras, que nascem da administração participativa
Para o negócio sobreviver no meio de tantas ofertas e e diretrizes identificadas no processo de planejamento estratégico.
vantagens que os concorrentes oferecem para seus clien- Houve um tempo em que Marketing era visto como uma fun-
tes, é preciso criar e saber implementar estratégias diferen- ção isolada na empresa, que estaria inclusive subordinada a outras
ciadas de preço. E como criar essas vantagens competitivas? funções, e o essencial era fazer com que o cliente comprasse os
Um empresário perguntou como poderia fazer para sair de uma vez produtos da empresa de qualquer maneira. A relação era apenas
por todas das crescentes “guerras de preços”, pois já não aguentava entre quem comprava e quem vendia. Há várias décadas, na in-
mais baixar seus custos, comprometendo cada vez mais, a quali- dústria automobilística, a era Ford concentrava vendas onde ao
dade, o desempenho da organização e a sua própria sobrevivência. oferecer o produto, no caso, os carros o lema era o seguinte: “Você
Em outras palavras a empresa estava se afundando cada vez mais. pode escolher qualquer cor de carro, desde que seja preto”. Com
A resposta: “somente através da diferenciação e dos custos o desenvolvimento da tecnologia e o aumento da competição, os
controlados (não significa baixar custos arbitrariamente), é pos- concorrentes entenderam que o objetivo deveria ser atender às ne-
sível se erguer perante as empresas que sobrevivem apagando in- cessidades dos clientes, passando então a perguntá-los: “Qual é a
cêndios”. Estes são atributos que independente do tamanho e da cor de carro que você prefere”?
época, a empresa pode desenvolver gradativamente. Essa mudança fez com que a atividade de marketing neces-
Esta ponderação é confirmada por uma pesquisa realizada sitasse estar estreitamente ligada a todos dentro da organização,
para achar o chamado Índice de Prestígio da Marca Corporativa funcionando como elos de uma corrente, o que vai garantir o me-
(IPMC), onde foram avaliados cinco quesitos: lhor atendimento ao cliente final, entregando-lhe o produto ou ser-
- Qualidade dos Produtos e Serviços, viço da forma como ele necessita. Porém, além disso, tornou-se
- Admiração e Confiança, necessário agregar Valor para o Cliente, podendo estar presente em
- Responsabilidade Social e Ambiental, qualquer ação que se tenha no atendimento e vendas. Muitos des-
- Inovação e ses valores encontram-se nos serviços prestados por uma empresa
- Histórico e Evolução. e que são considerados intangíveis, como por exemplo, uma boa
Além de avaliar o quanto cada marca se identificava com es- prestação de serviços, entrega em domicilio, um atendimento de
ses quesitos, os entrevistados definiram qual a importância que excelente qualidade e outras ações que, quando bem feitas, perma-
eles dão a cada um desses aspectos. A Qualidade dos Produtos e necem na mente do cliente tornando-o satisfeito com a empresa.
Serviços foi apontada – pelos próprios entrevistados – como o atri- O conhecimento do valor percebido pelo cliente em seus pro-
buto mais importante. Isso mostra que, se o produto não tiver a dutos e serviços, comparativamente à concorrência, e a adoção de
qualidade desejada, não adianta mascarar a reputação com outros estratégias que contemplem esse valor, permitem à empresa obter
as vantagens competitivas necessárias à lealdade dos clientes.
atributos. Isso é Valor percebido pelo cliente, significa Diferen-
Um dos pontos principais no contato com o cliente é o diálo-
ciação.
go, pois todos gostam de serem ouvidos. A opinião do cliente deve
De uma forma geral na perspectiva do cliente, o núcleo da es-
funcionar como um importante canal de relacionamento, onde ele
tratégia consiste na criação de uma proposição de valor sustentável
poderá contribuir através de opiniões, ou até mesmo em momentos
envolvendo: preço, qualidade, disponibilidade dos produtos, sorti-
de queixas. A empresa que atende as reclamações dos clientes e
mento, funcionalidade, serviço, parceria e a imagem da marca; e
aproveita esse feedback para melhorar seu atendimento e presta-
quando um empresário opta por conquistar cliente somente na base
ção de serviços, tem maiores possibilidades de conquistar e manter
do preço, está praticamente indo pelo sentido contrário, pois não
esse consumidor.
demorará muito não terá mais condições nem recursos, para defen- O Marketing de Relacionamento passa por algumas etapas
der seu IPMC (índice de prestigio da marca corporativa). muito importantes, começando pela conquista do cliente, onde
Desenvolver a diferenciação e controlar os custos, não é tarefa a primeira impressão poderá ser fatal. Nesse primeiro contato, o
fácil. Exige uma orientação profissional, uma liderança compro- cliente deverá sair da empresa com uma imagem positiva da em-
metida com resultados, uma metodologia testada e comprovada, presa como um todo. Em segundo lugar, o objetivo deverá ser o de
o aproveitamento do potencial criativo e inovador dos membros satisfazer plenamente as necessidades e desejos do cliente, entre-
da organização e as tecnologias da informação compatíveis. gando-lhe o que ele necessita, aliando a essa venda todo o processo
Em primeiro lugar, é preciso ter cuidado com estratégias basea- de prestar-lhe o melhor serviço. Depois, a preocupação deverá ser
das em descontos e outros incentivos para alavancar as vendas. o da retenção desse cliente, através de estratégias de marketing que
Se estas não forem criadas com conhecimento do quanto varia a o façam sentir vontade de retornar e fale bem da sua empresa para
lucratividade da empresa, sem objetivos e critérios claros, susten- as outras pessoas.
tados e integrados a um plano estratégico; podem provocar muitos Por último, e não termina aqui, o objetivo deverá ser o de am-
problemas no futuro. A maioria dos problemas organizacionais e pliar o Relacionamento. Nessa etapa, é que a empresa deverá en-
de desempenho fraco (ou negativo) tem sua origem em decisões tender que, mesmo que possua todos os instrumentos necessários
impulsivas, arbitrárias e amadoras de seus líderes, assim como, para conquistar suas metas, é nas pessoas que estão diretamente
pela falta de visão e reação oportuna às mudanças que todos os em contato com o cliente que se encontra a responsabilidade do
dias acontecem. sucesso do Marketing de Relacionamento.

Didatismo e Conhecimento 39
TÉCNICAS DE VENDAS
Para melhorar esse valor percebido pelos clientes, devemos Em entrevista para a revista HSM Management em janeiro de
atuar sobre vários fatores: 2010, Andreas Hinterhuber, sócio de uma empresa especializada
- Acessibilidade. Entendemos por acessibilidade a facilidade em estratégia de precificação e liderança sediada na Áustria, afirma
para obter o serviço. Um banco com muitos caixas automáticos que em todas as pesquisas publicadas entre 1983 e2006 conclui-se
é mais accessível. Se dispusermos de um horário amplo também que a precificação é realizada pelas empresas da seguinte forma:
melhora a acessibilidade. Se o cliente pode localizar o diretor da 44% - estratégias orientadas pela concorrência;
empresa somos mais acessíveis. 37% - estratégias baseadas em custos;
- Comunicação. Não somente devemos dar um bom serviço 17% - estratégias orientadas para o valor percebido pelos
senão comunicar-lo. As vantagens de nosso serviço devem ser co- clientes e
municadas para que possam ser avaliadas pelos clientes. 3% - outras estratégias.
- Participação do cliente. Um aspecto fundamental nas eco- Segundo o executivo, a nova tendência da precificação é a ba-
nomias modernas, especialmente nos serviços é a participação do seada no valor percebido pelo cliente, pois o relaciona diretamente
com as necessidades dos clientes. Definir o preço com enfoque no
cliente. Quando o cliente participa no serviço manifestando sua
valor percebido significa, necessariamente, descobrir o valor que
opinião, selecionando entre alternativas ou realizando alguma ati-
os clientes reconhecem em nossos serviços ou produtos. Se estes
vidade pode aumentar o valor percebido.
ainda não são reconhecidos é preciso divulgá-los para conquistar
- Incorporar serviços adicionais. Um aspecto vital para in-
maior mercado e rentabilidade.
crementar o valor percebido é complementar o serviço básico pa- Um exemplo simples acontece nas empresas que definem me-
drão com serviços adicionais ou suplementares. tas de vendas com base no volume. Nestas, obviamente, os ven-
- Programar ações para melhorar a percepção dos atribu- dedores são incentivados a vender mais e mais, sempre exigindo
tos críticos. Os clientes utilizam certos atributos que consideram maiores descontos para fechar os contratos. No entanto, as metas
fundamentais para avaliar alternativas de compra. Um aspecto fun- deveriam ser definidas com base na lucratividade, ou seja, quanto
damental é detectar os atributos que o consumidor considera como maior o resultado, maior o comissionamento das vendas. Neste
principal e por em prática ações que melhorem a percepção dos modelo, um contrato não se fecha simplesmente com base no vo-
atributos críticos. Por exemplo, se os consumidores consideram vi- lume de vendas, mas na qualidade delas.
tal a limpeza do quarto do hotel, devemos concentrar nesse aspec- Por Gilmar Duarte da Silva
to. O quarto tem que estar limpo e ademais apresentar tal aspecto.
Quer dizer, não só tem que estar limpo senão estar perfumado, que
apresente limpo.
- Empregados com orientação ao consumidor. A interação CÓDIGO DE PROTEÇÃO E DEFESA
dos clientes com os empregados é uma parte essencial do processo DO CONSUMIDOR:
de prestação de serviço. LEI Nº 8.078/1990 (VERSÃO ATUALIZADA).
Um bom exemplo de analise é o que realizam os bancos ou en-
tidades financeiras. As pesquisas mostram uma série de atributos
críticos que os consumidores utilizam para decidir entre entidades
financeiras e para assinar valor ao serviço oferecido pelas mesmas: LEI Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990.
1. Imagem da entidade solvente e bem gerenciada.
2. Localização.
3. Tipo de interesse. Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências.
4. Qualidade no serviço.
5. Capacidade de inovação. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
O aportamento de valor aos clientes melhora se analisamos o
processo de forma sistemática. Mediante um diagrama de processo
TÍTULO I
de prestação de serviço DPPS podemos estudar o processo, detec-
Dos Direitos do Consumidor
tar deficiências e melhorar o serviço e a avaliação do mesmo por
parte do consumidor. CAPÍTULO I
O DPPS é desenvolvido seguindo algumas etapas que são: Disposições Gerais
1. Numa primeira fase, trata-se de analisar o serviço, para po-
der definir o procedimento de prestação e suas fases. Art. 1° O presente código estabelece normas de proteção e
2. Descrição conceitual e gráfica do processo de serviço. defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social, nos
3. Identificar as fases. termos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição
4. Detectar problemas. Federal e art. 48 de suas Disposições Transitórias.
5. Fixar os níveis de tolerância.
Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adqui-
Precificar serviços e produtos com base na concorrência ou re ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.
nos custos é do amplo conhecimento de todos, apesar das empre- Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de
sas prestadoras de serviços ainda encontrarem muita dificuldade na pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas rela-
implantação dos sistemas para precificar com enfoque nos custos. ções de consumo.

Didatismo e Conhecimento 40
TÉCNICAS DE VENDAS
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública III - criação de delegacias de polícia especializadas no atendi-
ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes desper- mento de consumidores vítimas de infrações penais de consumo;
sonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas e Va-
criação, construção, transformação, importação, exportação, dis- ras Especializadas para a solução de litígios de consumo;
tribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. V - concessão de estímulos à criação e desenvolvimento das
§ 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou Associações de Defesa do Consumidor.
imaterial.
§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado CAPÍTULO III
de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza Dos Direitos Básicos do Consumidor
bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes
das relações de caráter trabalhista. Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos pro-
CAPÍTULO II vocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços con-
Da Política Nacional de Relações de Consumo siderados perigosos ou nocivos;
II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos
Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igual-
por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, dade nas contratações;
o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produ-
interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem tos e serviços, com especificação correta de quantidade, caracte-
como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendi- rísticas, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem
dos os seguintes princípios: como sobre os riscos que apresentem;
I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mer- IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, mé-
cado de consumo; todos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práti-
II - ação governamental no sentido de proteger efetivamente cas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos
o consumidor: e serviços;
a) por iniciativa direta; V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam
b) por incentivos à criação e desenvolvimento de associações prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos su-
representativas; pervenientes que as tornem excessivamente onerosas;
c) pela presença do Estado no mercado de consumo; VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e
d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequa- morais, individuais, coletivos e difusos;
dos de qualidade, segurança, durabilidade e desempenho. VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com
III - harmonização dos interesses dos participantes das rela- vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais,
ções de consumo e compatibilização da proteção do consumidor individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica,
com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico, administrativa e técnica aos necessitados;
de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem eco- VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a
nômica (art. 170, da Constituição Federal), sempre com base na inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando,
boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedo- a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hi-
res; possuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;
IV - educação e informação de fornecedores e consumidores, IX - (Vetado);
quanto aos seus direitos e deveres, com vistas à melhoria do mer- X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em
cado de consumo; geral.
V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficien-
tes de controle de qualidade e segurança de produtos e serviços, Art. 7° Os direitos previstos neste código não excluem ou-
assim como de mecanismos alternativos de solução de conflitos tros decorrentes de tratados ou convenções internacionais de que
de consumo; o Brasil seja signatário, da legislação interna ordinária, de regula-
VI - coibição e repressão eficientes de todos os abusos prati- mentos expedidos pelas autoridades administrativas competentes,
cados no mercado de consumo, inclusive a concorrência desleal e bem como dos que derivem dos princípios gerais do direito, analo-
utilização indevida de inventos e criações industriais das marcas e gia, costumes e equidade.
nomes comerciais e signos distintivos, que possam causar prejuí- Parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa, todos res-
zos aos consumidores; ponderão solidariamente pela reparação dos danos previstos nas
VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos; normas de consumo.
VIII - estudo constante das modificações do mercado de con-
sumo. CAPÍTULO IV
Da Qualidade de Produtos e Serviços, da Prevenção e da
Art. 5° Para a execução da Política Nacional das Relações de Reparação dos Danos
Consumo, contará o poder público com os seguintes instrumentos,
entre outros: SEÇÃO I
I - manutenção de assistência jurídica, integral e gratuita para Da Proteção à Saúde e Segurança
o consumidor carente;
II - instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do Consu- Art. 8° Os produtos e serviços colocados no mercado de con-
midor, no âmbito do Ministério Público; sumo não acarretarão riscos à saúde ou segurança dos consumido-

Didatismo e Conhecimento 41
TÉCNICAS DE VENDAS
res, exceto os considerados normais e previsíveis em decorrência Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos termos
de sua natureza e fruição, obrigando-se os fornecedores, em qual- do artigo anterior, quando:
quer hipótese, a dar as informações necessárias e adequadas a seu I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não
respeito. puderem ser identificados;
Parágrafo único. Em se tratando de produto industrial, ao fa- II - o produto for fornecido sem identificação clara do seu fa-
bricante cabe prestar as informações a que se refere este artigo, bricante, produtor, construtor ou importador;
através de impressos apropriados que devam acompanhar o pro- III - não conservar adequadamente os produtos perecíveis.
Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento ao prejudi-
duto.
cado poderá exercer o direito de regresso contra os demais respon-
sáveis, segundo sua participação na causação do evento danoso.
Art. 9° O fornecedor de produtos e serviços potencialmente
nocivos ou perigosos à saúde ou segurança deverá informar, de Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independente-
maneira ostensiva e adequada, a respeito da sua nocividade ou pe- mente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados
riculosidade, sem prejuízo da adoção de outras medidas cabíveis aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços,
em cada caso concreto. bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua
fruição e riscos.
Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no mercado de con- § 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança
sumo produto ou serviço que sabe ou deveria saber apresentar alto que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração
grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou segurança. as circunstâncias relevantes, entre as quais:
§ 1° O fornecedor de produtos e serviços que, posteriormente I - o modo de seu fornecimento;
à sua introdução no mercado de consumo, tiver conhecimento II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III - a época em que foi fornecido.
da periculosidade que apresentem, deverá comunicar o fato
§ 2º O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de
imediatamente às autoridades competentes e aos consumidores,
novas técnicas.
mediante anúncios publicitários. § 3° O fornecedor de serviços só não será responsabilizado
§ 2° Os anúncios publicitários a que se refere o parágrafo quando provar:
anterior serão veiculados na imprensa, rádio e televisão, às I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
expensas do fornecedor do produto ou serviço. II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
§ 3° Sempre que tiverem conhecimento de periculosidade § 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será
de produtos ou serviços à saúde ou segurança dos consumidores, apurada mediante a verificação de culpa.
a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão
informá-los a respeito. Art. 15. (Vetado).

Art. 11. (Vetado). Art. 16. (Vetado).

Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consu-


SEÇÃO II
midores todas as vítimas do evento.
Da Responsabilidade pelo Fato do Produto e do Serviço
SEÇÃO III
Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou es- Da Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço
trangeiro, e o importador respondem, independentemente da exis-
tência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumi- Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou
dores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade
montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondiciona- ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao con-
mento de seus produtos, bem como por informações insuficientes sumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por
ou inadequadas sobre sua utilização e riscos. aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes
§ 1° O produto é defeituoso quando não oferece a segurança do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitá-
que dele legitimamente se espera, levando-se em consideração as ria, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo
circunstâncias relevantes, entre as quais: o consumidor exigir a substituição das partes viciadas.
I - sua apresentação; § 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias,
pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em
III - a época em que foi colocado em circulação. perfeitas condições de uso;
§ 2º O produto não é considerado defeituoso pelo fato de outro II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente
de melhor qualidade ter sido colocado no mercado. atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
§ 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só III - o abatimento proporcional do preço.
não será responsabilizado quando provar: § 2° Poderão as partes convencionar a redução ou ampliação
I - que não colocou o produto no mercado; do prazo previsto no parágrafo anterior, não podendo ser inferior a
II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o de- sete nem superior a cento e oitenta dias. Nos contratos de adesão,
feito inexiste; a cláusula de prazo deverá ser convencionada em separado, por
III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. meio de manifestação expressa do consumidor.

Didatismo e Conhecimento 42
TÉCNICAS DE VENDAS
§ 3° O consumidor poderá fazer uso imediato das alternativas Art. 21. No fornecimento de serviços que tenham por obje-
do § 1° deste artigo sempre que, em razão da extensão do vício, tivo a reparação de qualquer produto considerar-se-á implícita a
a substituição das partes viciadas puder comprometer a qualidade obrigação do fornecedor de empregar componentes de reposição
ou características do produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de originais adequados e novos, ou que mantenham as especificações
produto essencial. técnicas do fabricante, salvo, quanto a estes últimos, autorização
§ 4° Tendo o consumidor optado pela alternativa do inciso I em contrário do     consumidor.
do § 1° deste artigo, e não sendo possível a substituição do bem,
poderá haver substituição por outro de espécie, marca ou modelo Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, con-
diversos, mediante complementação ou restituição de eventual cessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de em-
diferença de preço, sem prejuízo do disposto nos incisos II e III preendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, efi-
do § 1° deste artigo. cientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos.
§ 5° No caso de fornecimento de produtos in natura, será Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou par-
cial, das obrigações referidas neste artigo, serão as pessoas jurí-
responsável perante o consumidor o fornecedor imediato, exceto
dicas compelidas a cumpri-las e a reparar os danos causados, na
quando identificado claramente seu produtor.
forma prevista neste código.
§ 6° São impróprios ao uso e consumo:
I - os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos;
Art. 23. A ignorância do fornecedor sobre os vícios de qua-
II - os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avaria- lidade por inadequação dos produtos e serviços não o exime de
dos, falsificados, corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à responsabilidade.
saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo com as normas
regulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação; Art. 24. A garantia legal de adequação do produto ou serviço
III - os produtos que, por qualquer motivo, se revelem inade- independe de termo expresso, vedada a exoneração contratual do
quados ao fim a que se destinam. fornecedor.

Art. 19. Os fornecedores respondem solidariamente pelos ví- Art. 25. É vedada a estipulação contratual de cláusula que im-
cios de quantidade do produto sempre que, respeitadas as varia- possibilite, exonere ou atenue a obrigação de indenizar prevista
ções decorrentes de sua natureza, seu conteúdo líquido for inferior nesta e nas seções anteriores.
às indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem § 1° Havendo mais de um responsável pela causação do dano,
ou de mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alter- todos responderão solidariamente pela reparação prevista nesta e
nativamente e à sua escolha: nas seções anteriores.
I - o abatimento proporcional do preço; § 2° Sendo o dano causado por componente ou peça incorporada
II - complementação do peso ou medida; ao produto ou serviço, são responsáveis solidários seu fabricante,
III - a substituição do produto por outro da mesma espécie, construtor ou importador e o que realizou a incorporação.
marca ou modelo, sem os aludidos vícios;
IV - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente SEÇÃO IV
atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos. Da Decadência e da Prescrição
§ 1° Aplica-se a este artigo o disposto no § 4° do artigo        
anterior. Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de
§ 2° O fornecedor imediato será responsável quando fizer fácil constatação caduca em:
a pesagem ou a medição e o instrumento utilizado não estiver I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de pro-
aferido segundo os padrões oficiais. dutos não duráveis;
II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de
produtos duráveis.
Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de
§ 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da
qualidade que os tornem impróprios ao consumo ou lhes dimi-
entrega efetiva do produto ou do término da execução dos serviços.
nuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade
§ 2° Obstam a decadência:
com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, I - a reclamação comprovadamente formulada pelo consu-
podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: midor perante o fornecedor de produtos e serviços até a resposta
I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando negativa correspondente, que deve ser transmitida de forma ine-
cabível; quívoca;
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente II - (Vetado).
atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; III - a instauração de inquérito civil, até seu encerramento.
III - o abatimento proporcional do preço. § 3° Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se
§ 1° A reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros no momento em que ficar evidenciado o defeito.
devidamente capacitados, por conta e risco do fornecedor.
§ 2° São impróprios os serviços que se mostrem inadequados Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pe-
para os fins que razoavelmente deles se esperam, bem como los danos causados por fato do produto ou do serviço prevista na
aqueles que não atendam as normas regulamentares de prestabi- Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir
lidade. do conhecimento do dano e de sua autoria.

Didatismo e Conhecimento 43
TÉCNICAS DE VENDAS
SEÇÃO V Parágrafo único.  É proibida a publicidade de bens e serviços
Da Desconsideração da Personalidade Jurídica por telefone, quando a chamada for onerosa ao consumidor que a
origina.
Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica
da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente
de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou responsável pelos atos de seus prepostos ou representantes autô-
violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração tam- nomos.
bém será efetivada quando houver falência, estado de insolvência,        
encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cum-
administração. primento à oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor po-
§ 1° (Vetado). derá, alternativamente e à sua livre escolha:
§ 2° As sociedades integrantes dos grupos societários e as I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da
sociedades controladas, são subsidiariamente responsáveis pelas oferta, apresentação ou publicidade;
obrigações decorrentes deste código. II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente;
§ 3° As sociedades consorciadas são solidariamente III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia
responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código. eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas
§ 4° As sociedades coligadas só responderão por culpa. e danos.
§ 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica
sempre que sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao SEÇÃO III
ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores. Da Publicidade
       
CAPÍTULO V Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o
Das Práticas Comerciais consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal.
Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de seus pro-
SEÇÃO I dutos ou serviços, manterá, em seu poder, para informação dos
Das Disposições Gerais legítimos interessados, os dados fáticos, técnicos e científicos que
        dão sustentação à mensagem.
Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparam-        
-se aos consumidores todas as pessoas determináveis ou não, ex- Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.
postas às práticas nele previstas. § 1° É enganosa qualquer modalidade de informação ou
comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa,
SEÇÃO II ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de indu-
Da Oferta zir em erro o consumidor a respeito da natureza, características,
        qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer
Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente pre- outros dados sobre produtos e serviços.
cisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação com § 2° É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória
relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o de qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo
fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o con- ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e
trato que vier a ser celebrado. experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja
        capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial
Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou serviços de- ou perigosa à sua saúde ou segurança.
vem assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e § 3° Para os efeitos deste código, a publicidade é enganosa
em língua portuguesa sobre suas características, qualidades, quan- por omissão quando deixar de informar sobre dado essencial do
tidade, composição, preço, garantia, prazos de validade e origem, produto ou serviço.
entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à § 4° (Vetado).
saúde e segurança dos consumidores.        
Parágrafo único.  As informações de que trata este artigo, nos Art. 38. O ônus da prova da veracidade e correção da informa-
produtos refrigerados oferecidos ao consumidor, serão gravadas de ção ou comunicação publicitária cabe a quem as patrocina.
forma indelével.
        SEÇÃO IV
Art. 32. Os fabricantes e importadores deverão assegurar a Das Práticas Abusivas
oferta de componentes e peças de reposição enquanto não cessar a        
fabricação ou importação do produto. Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, den-
Parágrafo único. Cessadas a produção ou importação, a oferta tre outras práticas abusivas:
deverá ser mantida por período razoável de tempo, na forma da lei.     I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao
fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa
Art. 33. Em caso de oferta ou venda por telefone ou reembolso causa, a limites quantitativos;
postal, deve constar o nome do fabricante e endereço na embala- II - recusar atendimento às demandas dos consumidores, na
gem, publicidade e em todos os impressos utilizados na transação exata medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de con-
comercial. formidade com os usos e costumes;

Didatismo e Conhecimento 44
TÉCNICAS DE VENDAS
III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, SEÇÃO V
qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço; Da Cobrança de Dívidas
IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor,        
tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente
para impingir-lhe seus produtos ou serviços; não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de
V - exigir do consumidor vantagem manifestamente exces- constrangimento ou ameaça.
siva; Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida
VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que
e autorização expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes
pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais,
de práticas anteriores entre as partes;
salvo hipótese de engano justificável.
VII - repassar informação depreciativa, referente a ato pratica-
       
do pelo consumidor no exercício de seus direitos;
VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou Art. 42-A.  Em todos os documentos de cobrança de débitos
serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos ofi- apresentados ao consumidor, deverão constar o nome, o endereço
ciais competentes ou, se normas específicas não existirem, pela e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF ou
Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade cre- no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ do fornecedor do
denciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e produto ou serviço correspondente.
Qualidade Industrial (Conmetro);
IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, dire- SEÇÃO VI
tamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto paga- Dos Bancos de Dados e Cadastros de Consumidores
mento, ressalvados os casos de intermediação regulados em leis        
especiais; Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. 86,
X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços.        terá acesso às informações existentes em cadastros, fichas, regis-
XI -  Dispositivo  incluído pela MPV  nº 1.890-67, de tros e dados pessoais e de consumo arquivados sobre ele, bem
22.10.1999, transformado em inciso  XIII, quando da conversão como sobre as suas respectivas fontes.
na Lei nº 9.870, de 23.11.1999 § 1° Os cadastros e dados de consumidores devem ser objetivos,
XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua claros, verdadeiros e em linguagem de fácil compreensão, não
obrigação ou deixar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo podendo conter informações negativas referentes a período
critério.
superior a cinco anos.
XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou
§ 2° A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais
contratualmente estabelecido.
e de consumo deverá ser comunicada por escrito ao consumidor,
Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtos reme-
tidos ou entregues ao consumidor, na hipótese prevista no inciso quando não solicitada por ele.
III, equiparam-se às amostras grátis, inexistindo obrigação de pa- § 3° O consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos seus
gamento. dados e cadastros, poderá exigir sua imediata correção, devendo o
        arquivista, no prazo de cinco dias úteis, comunicar a alteração aos
Art. 40. O fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao eventuais destinatários das informações incorretas.
consumidor orçamento prévio discriminando o valor da mão-de- § 4° Os bancos de dados e cadastros relativos a consumidores,
-obra, dos materiais e equipamentos a serem empregados, as con- os serviços de proteção ao crédito e congêneres são considerados
dições de pagamento, bem como as datas de início e término dos entidades de caráter público.
serviços. § 5° Consumada a prescrição relativa à cobrança de débitos do
§ 1º Salvo estipulação em contrário, o valor orçado terá consumidor, não serão fornecidas, pelos respectivos Sistemas de
validade pelo prazo de dez dias, contado de seu recebimento pelo Proteção ao Crédito, quaisquer informações que possam impedir
consumidor. ou dificultar novo acesso ao crédito junto aos fornecedores.
§ 2° Uma vez aprovado pelo consumidor, o orçamento        
obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre Art. 44. Os órgãos públicos de defesa do consumidor man-
negociação das partes. terão cadastros atualizados de reclamações fundamentadas contra
§ 3° O consumidor não responde por quaisquer ônus ou fornecedores de produtos e serviços, devendo divulgá-lo pública e
acréscimos decorrentes da contratação de serviços de terceiros não
anualmente. A divulgação indicará se a reclamação foi atendida ou
previstos no orçamento prévio.
não pelo fornecedor.
       
§ 1° É facultado o acesso às informações lá constantes para
Art. 41. No caso de fornecimento de produtos ou de serviços
sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preços, os orientação e consulta por qualquer interessado.
fornecedores deverão respeitar os limites oficiais sob pena de não § 2° Aplicam-se a este artigo, no que couber, as mesmas re-
o fazendo, responderem pela restituição da quantia recebida em gras enunciadas no artigo anterior e as do parágrafo único do art.
excesso, monetariamente atualizada, podendo o consumidor exigir 22 deste código.
à sua escolha, o desfazimento do negócio, sem prejuízo de outras        
sanções cabíveis. Art. 45. (Vetado).

Didatismo e Conhecimento 45
TÉCNICAS DE VENDAS
CAPÍTULO VI VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem;
Da Proteção Contratual VIII - imponham representante para concluir ou realizar outro
negócio jurídico pelo consumidor;
SEÇÃO I IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o con-
Disposições Gerais trato, embora obrigando o consumidor;
X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação
Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo não do preço de maneira unilateral;
obrigarão os consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateral-
tomar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos mente, sem que igual direito seja conferido ao consumidor;
instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança
de seu sentido e alcance. de sua obrigação, sem que igual direito lhe seja conferido contra
o fornecedor;
Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de manei- XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o
ra mais favorável ao consumidor. conteúdo ou a qualidade do contrato, após sua celebração;
XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambien-
Art. 48. As declarações de vontade constantes de escritos par- tais;
ticulares, recibos e pré-contratos relativos às relações de consumo XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção ao
vinculam o fornecedor, ensejando inclusive execução específica, consumidor;
nos termos do art. 84 e parágrafos. XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização por
benfeitorias necessárias.
Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo § 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem
de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do que:
produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de I - ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a
produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, es- que pertence;
pecialmente por telefone ou a domicílio. II – restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à
Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de arre- natureza do contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou equilí-
pendimento previsto neste artigo, os valores eventualmente pagos, brio contratual;
a qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor,
imediato, monetariamente atualizados. considerando-se a natureza e conteúdo do contrato, o interesse das
partes e outras circunstâncias peculiares ao caso.
Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e será § 2° A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não
conferida mediante termo escrito. invalida o contrato, exceto quando de sua ausência, apesar dos
Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalente deve ser esforços de integração, decorrer ônus excessivo a qualquer das
padronizado e esclarecer, de maneira adequada em que consiste partes.
a mesma garantia, bem como a forma, o prazo e o lugar em que § 3° (Vetado).
pode ser exercitada e os ônus a cargo do consumidor, devendo ser- § 4° É facultado a qualquer consumidor ou entidade que o
-lhe entregue, devidamente preenchido pelo fornecedor, no ato do represente requerer ao Ministério Público que ajuíze a competente
fornecimento, acompanhado de manual de instrução, de instalação ação para ser declarada a nulidade de cláusula contratual que
e uso do produto em linguagem didática, com ilustrações. contrarie o disposto neste código ou de qualquer forma não
assegure o justo equilíbrio entre direitos e obrigações das partes.
SEÇÃO II
Das Cláusulas Abusivas Art. 52. No fornecimento de produtos ou serviços que envolva
outorga de crédito ou concessão de financiamento ao consumidor,
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas
o fornecedor deverá, entre outros requisitos, informá-lo prévia e
contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:
adequadamente sobre:
I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade
I - preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional;
do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e ser-
II - montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de
viços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas rela-
juros;
ções de consumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa jurí-
III - acréscimos legalmente previstos;
dica, a indenização poderá ser limitada, em situações justificáveis;
IV - número e periodicidade das prestações;
II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia
já paga, nos casos previstos neste código; V - soma total a pagar, com e sem financiamento.
III - transfiram responsabilidades a terceiros; § 1° As multas de mora decorrentes do inadimplemento de
IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, obrigações no seu termo não poderão ser superiores a dois por
que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam cento do valor da prestação.
incompatíveis com a boa-fé ou a equidade; § 2º É assegurado ao consumidor a liquidação antecipada do
V - (Vetado); débito, total ou parcialmente, mediante redução proporcional dos
VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do juros e demais acréscimos.
consumidor; § 3º (Vetado).

Didatismo e Conhecimento 46
TÉCNICAS DE VENDAS
Art. 53. Nos contratos de compra e venda de móveis ou imó- Art. 56. As infrações das normas de defesa do consumidor
veis mediante pagamento em prestações, bem como nas alienações ficam sujeitas, conforme o caso, às seguintes sanções administra-
fiduciárias em garantia, consideram-se nulas de pleno direito as tivas, sem prejuízo das de natureza civil, penal e das definidas em
cláusulas que estabeleçam a perda total das prestações pagas em normas específicas:
benefício do credor que, em razão do inadimplemento, pleitear a I - multa;
resolução do contrato e a retomada do produto alienado. II - apreensão do produto;
§ 1° (Vetado). III - inutilização do produto;
§ 2º Nos contratos do sistema de consórcio de produtos IV - cassação do registro do produto junto ao órgão compe-
duráveis, a compensação ou a restituição das parcelas quitadas, tente;
na forma deste artigo, terá descontada, além da vantagem V - proibição de fabricação do produto;
econômica auferida com a fruição, os prejuízos que o desistente VI - suspensão de fornecimento de produtos ou serviço;
ou inadimplente causar ao grupo. VII - suspensão temporária de atividade;
§ 3° Os contratos de que trata o caput deste artigo serão VIII - revogação de concessão ou permissão de uso;
expressos em moeda corrente nacional. IX - cassação de licença do estabelecimento ou de atividade;
X - interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra
SEÇÃO III
ou de atividade;
Dos Contratos de Adesão
XI - intervenção administrativa;
       
XII - imposição de contrapropaganda.
Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham
Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo serão apli-
sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas uni-
lateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o cadas pela autoridade administrativa, no âmbito de sua atribuição,
consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu con- podendo ser aplicadas cumulativamente, inclusive por medida
teúdo.  cautelar, antecedente ou incidente de procedimento administrativo.
§ 1° A inserção de cláusula no formulário não desfigura a
natureza de adesão do contrato. Art. 57. A pena de multa, graduada de acordo com a gravida-
§ 2° Nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutória, de da infração, a vantagem auferida e a condição econômica do
desde que a alternativa, cabendo a escolha ao consumidor, ressal- fornecedor, será aplicada mediante procedimento administrativo,
vando-se o disposto no § 2° do artigo anterior. revertendo para o Fundo de que trata a Lei nº 7.347, de 24 de julho
§ 3o  Os contratos de adesão escritos serão redigidos em de 1985, os valores cabíveis à União, ou para os Fundos estaduais
termos claros e com caracteres ostensivos e legíveis, cujo tamanho ou municipais de proteção ao consumidor nos demais casos.
da fonte não será inferior ao corpo doze, de modo a facilitar sua Parágrafo único. A multa será em montante não inferior a du-
compreensão pelo consumidor. zentas e não superior a três milhões de vezes o valor da Unida-
§ 4° As cláusulas que implicarem limitação de direito do de Fiscal de Referência (Ufir), ou índice equivalente que venha a
consumidor deverão ser redigidas com destaque, permitindo sua substituí-lo.
imediata e fácil compreensão.
§ 5° (Vetado) Art. 58. As penas de apreensão, de inutilização de produtos,
de proibição de fabricação de produtos, de suspensão do forneci-
CAPÍTULO VII mento de produto ou serviço, de cassação do registro do produto e
Das Sanções Administrativas revogação da concessão ou permissão de uso serão aplicadas pela
administração, mediante procedimento administrativo, assegurada
Art. 55. A União, os Estados e o Distrito Federal, em caráter ampla defesa, quando forem constatados vícios de quantidade ou
concorrente e nas suas respectivas áreas de atuação administrativa, de qualidade por inadequação ou insegurança do produto ou ser-
baixarão normas relativas à produção, industrialização, distribui- viço.
ção e consumo de produtos e serviços.
§ 1° A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
Art. 59. As penas de cassação de alvará de licença, de inter-
fiscalizarão e controlarão a produção, industrialização, distribuição,
dição e de suspensão temporária da atividade, bem como a de in-
a publicidade de produtos e serviços e o mercado de consumo,
tervenção administrativa, serão aplicadas mediante procedimento
no interesse da preservação da vida, da saúde, da segurança, da
informação e do bem-estar do consumidor, baixando as normas administrativo, assegurada ampla defesa, quando o fornecedor
que se fizerem necessárias. reincidir na prática das infrações de maior gravidade previstas nes-
§ 2° (Vetado). te código e na legislação de consumo.
§ 3° Os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal e mu- § 1° A pena de cassação da concessão será aplicada à
nicipais com atribuições para fiscalizar e controlar o mercado de concessionária de serviço público, quando violar obrigação legal
consumo manterão comissões permanentes para elaboração, revi- ou contratual.
são e atualização das normas referidas no § 1°, sendo obrigatória a § 2° A pena de intervenção administrativa será aplicada
participação dos consumidores e fornecedores. sempre que as circunstâncias de fato desaconselharem a cassação
§ 4° Os órgãos oficiais poderão expedir notificações aos de licença, a interdição ou suspensão da atividade.
fornecedores para que, sob pena de desobediência, prestem infor- § 3° Pendendo ação judicial na qual se discuta a imposição de
mações sobre questões de interesse do consumidor, resguardado o penalidade administrativa, não haverá reincidência até o trânsito
segredo industrial. em julgado da sentença.

Didatismo e Conhecimento 47
TÉCNICAS DE VENDAS
Art. 60. A imposição de contrapropaganda será cominada Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria
quando o fornecedor incorrer na prática de publicidade enganosa saber ser capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma
ou abusiva, nos termos do art. 36 e seus parágrafos, sempre às prejudicial ou perigosa a sua saúde ou segurança:
expensas do infrator. Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa:
§ 1º A contrapropaganda será divulgada pelo responsável da Parágrafo único. (Vetado).
mesma forma, frequência e dimensão e, preferencialmente no
mesmo veículo, local, espaço e horário, de forma capaz de desfazer Art. 69. Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e científi-
o malefício da publicidade enganosa ou abusiva. cos que dão base à publicidade:
§ 2° (Vetado) Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
§ 3° (Vetado).
Art. 70. Empregar na reparação de produtos, peça ou compo-
TÍTULO II nentes de reposição usados, sem autorização do consumidor:
Das Infrações Penais Pena Detenção de três meses a um ano e multa.

Art. 61. Constituem crimes contra as relações de consumo Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, coação,
previstas neste código, sem prejuízo do disposto no Código Penal constrangimento físico ou moral, afirmações falsas incorretas ou
e leis especiais, as condutas tipificadas nos artigos seguintes. enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o con-
sumidor, injustificadamente, a ridículo ou interfira com seu traba-
Art. 62. (Vetado). lho, descanso ou lazer:
Pena Detenção de três meses a um ano e multa.
Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade
ou periculosidade de produtos, nas embalagens, nos invólucros, Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do consumidor às in-
recipientes ou publicidade: formações que sobre ele constem em cadastros, banco de dados,
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa. fichas e registros:
Pena Detenção de seis meses a um ano ou multa.
§ 1° Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de alertar, me-
diante recomendações escritas ostensivas, sobre a periculosidade
Art. 73. Deixar de corrigir imediatamente informação sobre
do serviço a ser prestado.
consumidor constante de cadastro, banco de dados, fichas ou re-
§ 2° Se o crime é culposo:
gistros que sabe ou deveria saber ser inexata:
Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade competente e aos
Art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o termo de garan-
consumidores a nocividade ou periculosidade de produtos cujo co-
tia adequadamente preenchido e com especificação clara de seu
nhecimento seja posterior à sua colocação no mercado: conteúdo;
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa. Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de
retirar do mercado, imediatamente quando determinado pela au- Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes
toridade competente, os produtos nocivos ou perigosos, na forma referidos neste código, incide as penas a esses cominadas na me-
deste artigo. dida de sua culpabilidade, bem como o diretor, administrador ou
gerente da pessoa jurídica que promover, permitir ou por qualquer
Art. 65. Executar serviço de alto grau de periculosidade, con- modo aprovar o fornecimento, oferta, exposição à venda ou manu-
trariando determinação de autoridade competente: tenção em depósito de produtos ou a oferta e prestação de serviços
Pena Detenção de seis meses a dois anos e multa. nas condições por ele proibidas.
Parágrafo único. As penas deste artigo são aplicáveis sem pre-
juízo das correspondentes à lesão corporal e à morte. Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados
neste código:
Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir infor- I - serem cometidos em época de grave crise econômica ou
mação relevante sobre a natureza, característica, qualidade, quan- por ocasião de calamidade;
tidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de II - ocasionarem grave dano individual ou coletivo;
produtos ou serviços: III - dissimular-se a natureza ilícita do procedimento;
Pena - Detenção de três meses a um ano e multa. IV - quando cometidos:
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a oferta. a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição econômi-
§ 2º Se o crime é culposo; co-social seja manifestamente superior à da vítima;
Pena Detenção de um a seis meses ou multa. b) em detrimento de operário ou rurícola; de menor de dezoito
ou maior de sessenta anos ou de pessoas portadoras de deficiência
Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria mental interditadas ou não;
saber ser enganosa ou abusiva: V - serem praticados em operações que envolvam alimentos,
Pena Detenção de três meses a um ano e multa. medicamentos ou quaisquer outros produtos ou serviços essen-
Parágrafo único. (Vetado). ciais.

Didatismo e Conhecimento 48
TÉCNICAS DE VENDAS
Art. 77. A pena pecuniária prevista nesta Seção será fixada IV - as associações legalmente constituídas há pelo menos
em dias-multa, correspondente ao mínimo e ao máximo de dias um ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos
de duração da pena privativa da liberdade cominada ao crime. Na interesses e direitos protegidos por este código, dispensada a auto-
individualização desta multa, o juiz observará o disposto no art. rização assemblear.
60, §1° do Código Penal. § 1° O requisito da pré-constituição pode ser dispensado
pelo juiz, nas ações previstas nos arts. 91 e seguintes, quando
Art. 78. Além das penas privativas de liberdade e de multa, haja manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou
podem ser impostas, cumulativa ou alternadamente, observado o característica do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser
disposto nos arts. 44 a 47, do Código Penal:
protegido.
I - a interdição temporária de direitos;
§ 2° (Vetado).
II - a publicação em órgãos de comunicação de grande circu-
lação ou audiência, às expensas do condenado, de notícia sobre os § 3° (Vetado).
fatos e a condenação;
III - a prestação de serviços à comunidade. Art. 83. Para a defesa dos direitos e interesses protegidos por
este código são admissíveis todas as espécies de ações capazes de
Art. 79. O valor da fiança, nas infrações de que trata este códi- propiciar sua adequada e efetiva tutela.
go, será fixado pelo juiz, ou pela autoridade que presidir o inqué-
rito, entre cem e duzentas mil vezes o valor do Bônus do Tesouro Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obri-
Nacional (BTN), ou índice equivalente que venha a substituí-lo. gação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da
Parágrafo único. Se assim recomendar a situação econômica obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado
do indiciado ou réu, a fiança poderá ser: prático equivalente ao do adimplemento.
a) reduzida até a metade do seu valor mínimo; § 1° A conversão da obrigação em perdas e danos somente
b) aumentada pelo juiz até vinte vezes. será admissível se por elas optar o autor ou se impossível a tutela
específica ou a obtenção do resultado prático correspondente.
Art. 80. No processo penal atinente aos crimes previstos neste § 2° A indenização por perdas e danos se fará sem prejuízo da
código, bem como a outros crimes e contravenções que envolvam multa (art. 287, do Código de Processo Civil).
relações de consumo, poderão intervir, como assistentes do Minis- § 3° Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo
tério Público, os legitimados indicados no art. 82, inciso III e IV,
justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz
aos quais também é facultado propor ação penal subsidiária, se a
conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, citado
denúncia não for oferecida no prazo legal.
o réu.
TÍTULO III § 4° O juiz poderá, na hipótese do § 3° ou na sentença, impor
Da Defesa do Consumidor em Juízo multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se for
suficiente ou compatível com a obrigação, fixando prazo razoável
CAPÍTULO I para o cumprimento do preceito.
Disposições Gerais § 5° Para a tutela específica ou para a obtenção do resultado
        prático equivalente, poderá o juiz determinar as medidas
Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores necessárias, tais como busca e apreensão, remoção de coisas e
e das vítimas poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a pessoas, desfazimento de obra, impedimento de atividade nociva,
título coletivo. além de requisição de força policial.
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se
tratar de: Art. 85. (Vetado).
I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efei-
tos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível, de Art. 86. (Vetado).
que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circuns-
tâncias de fato; Art. 87. Nas ações coletivas de que trata este código não ha-
II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para
verá adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais e
efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível
quaisquer outras despesas, nem condenação da associação autora,
de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas
entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base; salvo comprovada má-fé, em honorários de advogados, custas e
III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim en- despesas processuais.
tendidos os decorrentes de origem comum. Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a associação
autora e os diretores responsáveis pela propositura da ação serão
Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitima- solidariamente condenados em honorários advocatícios e ao dé-
dos concorrentemente: cuplo das custas, sem prejuízo da responsabilidade por perdas e
I - o Ministério Público, danos.
II - a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal;
III - as entidades e órgãos da Administração Pública, direta Art. 88. Na hipótese do art. 13, parágrafo único deste código,
ou indireta, ainda que sem personalidade jurídica, especificamente a ação de regresso poderá ser ajuizada em processo autônomo, fa-
destinados à defesa dos interesses e direitos protegidos por este cultada a possibilidade de prosseguir-se nos mesmos autos, vedada
código; a denunciação da lide.

Didatismo e Conhecimento 49
TÉCNICAS DE VENDAS
Art. 89. (Vetado) Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo, a desti-
nação da importância recolhida ao fundo criado pela Lei n°7.347
Art. 90. Aplicam-se às ações previstas neste título as normas de 24 de julho de 1985, ficará sustada enquanto pendentes de de-
do Código de Processo Civil e da Lei n° 7.347, de 24 de julho de cisão de segundo grau as ações de indenização pelos danos indivi-
1985, inclusive no que respeita ao inquérito civil, naquilo que não duais, salvo na hipótese de o patrimônio do devedor ser manifes-
contrariar suas disposições. tamente suficiente para responder pela integralidade das dívidas.

CAPÍTULO II Art. 100. Decorrido o prazo de um ano sem habilitação de


Das Ações Coletivas Para a Defesa de Interesses interessados em número compatível com a gravidade do dano, po-
Individuais Homogêneos derão os legitimados do art. 82 promover a liquidação e execução
        da indenização devida.
Art. 91. Os legitimados de que trata o art. 82 poderão propor, Parágrafo único. O produto da indenização devida reverterá
em nome próprio e no interesse das vítimas ou seus sucessores, para o fundo criado pela Lei n.º 7.347, de 24 de julho de 1985.
ação civil coletiva de responsabilidade pelos danos individualmen-
te sofridos, de acordo com o disposto nos artigos seguintes. CAPÍTULO III
Das Ações de Responsabilidade do Fornecedor de
Art. 92. O Ministério Público, se não ajuizar a ação, atuará Produtos e Serviços
sempre como fiscal da lei.    
Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de
Art. 93. Ressalvada a competência da Justiça Federal, é com- produtos e serviços, sem prejuízo do disposto nos Capítulos I e II
petente para a causa a justiça local: deste título, serão observadas as seguintes normas:
I - no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, I - a ação pode ser proposta no domicílio do autor;
quando de âmbito local; II - o réu que houver contratado seguro de responsabilidade
II - no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Federal, poderá chamar ao processo o segurador, vedada a integração do
para os danos de âmbito nacional ou regional, aplicando-se as re- contraditório pelo Instituto de Resseguros do Brasil. Nesta hipóte-
gras do Código de Processo Civil aos casos de competência con- se, a sentença que julgar procedente o pedido condenará o réu nos
corrente. termos do art. 80 do Código de Processo Civil. Se o réu houver
sido declarado falido, o síndico será intimado a informar a exis-
Art. 94. Proposta a ação, será publicado edital no órgão oficial, tência de seguro de responsabilidade, facultando-se, em caso afir-
a fim de que os interessados possam intervir no processo como mativo, o ajuizamento de ação de indenização diretamente contra
litisconsortes, sem prejuízo de ampla divulgação pelos meios de o segurador, vedada a denunciação da lide ao Instituto de Resse-
comunicação social por parte dos órgãos de defesa do consumidor. guros do Brasil e dispensado o litisconsórcio obrigatório com este.

Art. 95. Em caso de procedência do pedido, a condenação será Art. 102. Os legitimados a agir na forma deste código pode-
genérica, fixando a responsabilidade do réu pelos danos causados. rão propor ação visando compelir o Poder Público competente a
proibir, em todo o território nacional, a produção, divulgação dis-
Art. 96. (Vetado). tribuição ou venda, ou a determinar a alteração na composição,
estrutura, fórmula ou acondicionamento de produto, cujo uso ou
Art. 97. A liquidação e a execução de sentença poderão ser consumo regular se revele nocivo ou perigoso à saúde pública e à
promovidas pela vítima e seus sucessores, assim como pelos legi- incolumidade pessoal.
timados de que trata o art. 82.       
CAPÍTULO IV
Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo promovida pe- Da Coisa Julgada
los legitimados de que trata o art. 82, abrangendo as vítimas cujas
indenizações já tiveram sido fixadas em sentença de liquidação, Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sen-
sem prejuízo do ajuizamento de outras execuções. tença fará coisa julgada:
§ 1° A execução coletiva far-se-á com base em certidão das I - erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente
sentenças de liquidação, da qual deverá constar a ocorrência ou por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado
não do trânsito em julgado. poderá intentar outra ação, com idêntico fundamento valendo-se
§ 2° É competente para a execução o juízo: de nova prova, na hipótese do inciso I do parágrafo único do art.
I - da liquidação da sentença ou da ação condenatória, no caso 81;
de execução individual; II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou
II - da ação condenatória, quando coletiva a execução. classe, salvo improcedência por insuficiência de provas, nos ter-
mos do inciso anterior, quando se tratar da hipótese prevista no
Art. 99. Em caso de concurso de créditos decorrentes de con- inciso II do parágrafo único do art. 81;
denação prevista na Lei n.º 7.347, de 24 de julho de 1985 e de inde- III - erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido,
nizações pelos prejuízos individuais resultantes do mesmo evento para beneficiar todas as vítimas e seus sucessores, na hipótese do
danoso, estas terão preferência no pagamento. inciso III do parágrafo único do art. 81.

Didatismo e Conhecimento 50
TÉCNICAS DE VENDAS
§ 1° Os efeitos da coisa julgada previstos nos incisos I e II IX - incentivar, inclusive com recursos financeiros e outros
não prejudicarão interesses e direitos individuais dos integrantes programas especiais, a formação de entidades de defesa do con-
da coletividade, do grupo, categoria ou classe. sumidor pela população e pelos órgãos públicos estaduais e mu-
§ 2° Na hipótese prevista no inciso III, em caso de improcedência nicipais;
do pedido, os interessados que não tiverem intervindo no processo X - (Vetado).
como litisconsortes poderão propor ação de indenização a título XI - (Vetado).
individual. XII - (Vetado)
§ 3° Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16, XIII - desenvolver outras atividades compatíveis com suas
finalidades.
combinado com o art. 13 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985,
Parágrafo único. Para a consecução de seus objetivos, o De-
não prejudicarão as ações de indenização por danos pessoalmente
partamento Nacional de Defesa do Consumidor poderá solicitar o
sofridos, propostas individualmente ou na forma prevista neste
concurso de órgãos e entidades de notória especialização técnico-
código, mas, se procedente o pedido, beneficiarão as vítimas e seus -científica.
sucessores, que poderão proceder à liquidação e à execução, nos
termos dos arts. 96 a 99. TÍTULO V
§ 4º Aplica-se o disposto no parágrafo anterior à sentença Da Convenção Coletiva de Consumo
penal condenatória.
Art. 107. As entidades civis de consumidores e as associa-
Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do ções de fornecedores ou sindicatos de categoria econômica podem
parágrafo único do art. 81, não induzem litispendência para as regular, por convenção escrita, relações de consumo que tenham
ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada erga omnes ou por objeto estabelecer condições relativas ao preço, à qualidade, à
ultra partes a que aludem os incisos II e III do artigo anterior não quantidade, à garantia e características de produtos e serviços, bem
beneficiarão os autores das ações individuais, se não for requerida como à reclamação e composição do conflito de consumo.
sua suspensão no prazo de trinta dias, a contar da ciência nos autos § 1° A convenção tornar-se-á obrigatória a partir do registro
do ajuizamento da ação coletiva. do instrumento no cartório de títulos e documentos.
§ 2° A convenção somente obrigará os filiados às entidades
TÍTULO IV signatárias.
§ 3° Não se exime de cumprir a convenção o fornecedor que se
Do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor
desligar da entidade em data posterior ao registro do instrumento.
Art. 105. Integram o Sistema Nacional de Defesa do Consu-
Art. 108. (Vetado).
midor (SNDC), os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal e
municipais e as entidades privadas de defesa do consumidor. TÍTULO VI
Disposições Finais
Art. 106. O Departamento Nacional de Defesa do Consumi-
dor, da Secretaria Nacional de Direito Econômico (MJ), ou órgão Art. 109. (Vetado).
federal que venha substituí-lo, é organismo de coordenação da po-
lítica do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor, cabendo-lhe: Art. 110. Acrescente-se o seguinte inciso IV ao art. 1° da Lei
I - planejar, elaborar, propor, coordenar e executar a política n° 7.347, de 24 de julho de 1985:
nacional de proteção ao consumidor; “IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo”.
II - receber, analisar, avaliar e encaminhar consultas, denún-
cias ou sugestões apresentadas por entidades representativas ou Art. 111. O inciso II do art. 5° da Lei n° 7.347, de 24 de julho
pessoas jurídicas de direito público ou privado; de 1985, passa a ter a seguinte redação:
III - prestar aos consumidores orientação permanente sobre “II - inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção
seus direitos e garantias; ao meio ambiente, ao consumidor, ao patrimônio artístico, estéti-
IV - informar, conscientizar e motivar o consumidor através co, histórico, turístico e paisagístico, ou a qualquer outro interesse
difuso ou coletivo”.
dos diferentes meios de comunicação;
V - solicitar à polícia judiciária a instauração de inquérito
Art. 112. O § 3° do art. 5° da Lei n° 7.347, de 24 de julho de
policial para a apreciação de delito contra os consumidores, nos
1985, passa a ter a seguinte redação:
termos da legislação vigente; “§ 3° Em caso de desistência infundada ou abandono da ação
VI - representar ao Ministério Público competente para fins por associação legitimada, o Ministério Público ou outro legitima-
de adoção de medidas processuais no âmbito de suas atribuições; do assumirá a titularidade ativa”.
VII - levar ao conhecimento dos órgãos competentes as infra-
ções de ordem administrativa que violarem os interesses difusos, Art. 113. Acrescente-se os seguintes §§ 4°, 5° e 6° ao art. 5º.
coletivos, ou individuais dos consumidores; da Lei n.° 7.347, de 24 de julho de 1985:
VIII - solicitar o concurso de órgãos e entidades da União, “§ 4.° O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado
Estados, do Distrito Federal e Municípios, bem como auxiliar a pelo juiz, quando haja manifesto interesse social evidenciado pela
fiscalização de preços, abastecimento, quantidade e segurança de dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do bem
bens e serviços; jurídico a ser protegido.

Didatismo e Conhecimento 51
TÉCNICAS DE VENDAS
§ 5.° Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre os O artigo 12 dispõe sobre a responsabilidade pelo fato do pro-
Ministérios Públicos da União, do Distrito Federal e dos Estados duto e do serviço estabelecendo que:  o fabricante, o produtor, o
na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta lei. construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, in-
§ 6° Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos in- dependentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos
teressados compromisso de ajustamento de sua conduta às exi- causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto,
gências legais, mediante combinações, que terá eficácia de título fabricação, construção, montagem,  fórmulas, manipulação, apre-
executivo extrajudicial”. sentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por
informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e
Art. 114. O art. 15 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, riscos.
passa a ter a seguinte redação: Estabelece também que um produto é considerado defeituoso
“Art. 15. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da quando colocado no mercado e apresente risco potencial ou real à
sentença condenatória, sem que a associação autora lhe promova segurança do consumidor.
a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada igual Mas em se tratando de defeitos relativos à prestação de ser-
iniciativa aos demais legitimados”. viços, o defeito do produto ou do serviço está ligado à falta de
segurança que o consumidor ou o usuário esperam.
Art. 115. Suprima-se o caput do art. 17 da Lei n° 7.347, de 24 É adotado pelo CDC a  responsabilidade objetiva, não sendo
de julho de 1985, passando o parágrafo único a constituir o caput, necessária a demonstração da existência de culpa  do fornecedor, 
com a seguinte redação: pois este assume o risco pelos danos que os  produtos e  serviços
“Art. 17. “Art. 17. Em caso de litigância de má-fé, a associa- possam causar aos consumidores.
ção autora e os diretores responsáveis pela propositura da ação Neste caso o sujeito de direito que através de sua atividade
serão solidariamente condenados em honorários advocatícios e ao criar um risco de dano a outrem, deve ser obrigado a repará-lo, ain-
décuplo das custas, sem prejuízo da responsabilidade por perdas da que sua atividade e seu comportamento sejam isentos de culpa.
e danos”. Os  elementos constitutivos desta teoria são: nexo de causalidade, 
dano, ação de um agente ou risco.
Art. 116. Dê-se a seguinte redação ao art. 18 da Lei n° 7.347, Não é lícito ao fornecedor introduzir no mercado produtos e
de 24 de julho de 1985: serviços que possam apresentar indevido grau de periculosidade.
“Art. 18. Nas ações de que trata esta lei, não haverá adianta- Uma vez postos e descoberta a sua alta periculosidade, o for-
mento de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer necedor tem o dever de comunicar o fato imediatamente às au-
outras despesas, nem condenação da associação autora, salvo toridades e aos consumidores, mediante anúncios publicitários,
comprovada má-fé, em honorários de advogado, custas e despesas porque se assim não  proceder, deve incorrer nas sanções previstas
processuais”. no artigo 64.
Em se apresentando defeitos e causarem danos, os produtos
Art. 117. Acrescente-se à Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, colocados no mercado, será caracterizado o dever de reparação por
o seguinte dispositivo, renumerando-se os seguintes: parte do fabricante, produtor, importador, etc. Neste caso a culpa
“Art. 21. Aplicam-se à defesa dos direitos e interesses difusos, é presumida, tendo em vista que o produto ou serviço é defeituoso
coletivos e individuais, no que for cabível, os dispositivos do Tí- quando sua utilização colocar em risco a segurança do consumidor
tulo III da lei que instituiu o Código de Defesa do Consumidor”. ou de terceiro.      
 Os defeitos podem ser:
Art. 118. Este código entrará em vigor dentro de cento e oiten- a) Defeitos de criação -  o fornecedor responde pela concepção
ta dias a contar de sua publicação. ou idealização de seu produto, que causou danos, como por
exemplo: a escolha de um material inadequado, escolha de um
Art. 119. Revogam-se as disposições em contrário. componente químico nocivo ou não suficientemente testado, erro
no projeto tecnológico.
Brasília, 11 de setembro de 1990; 169° da Independência e b) Defeitos de produção – falhas no processo produtivo da
102° da República. linha de produção.
FERNANDO COLLOR c) Defeitos de informação - são relativos à forma de colocação
Bernardo Cabral do produto no mercado, incluindo a publicidade, informações
Zélia M. Cardoso de Mello técnicas, embalagens, demonstrações práticas, etc.
Ozires Silva Já em relação a responsabilidade pelo vício do produto ou do
serviço é aquela atribuída ao fornecedor por anormalidade que sem
O Código de Defesa do Consumidor (CDC) garante como causar riscos à saúde e à segurança do consumidor, acaba preju-
direito fundamental dos consumidores a proteção da vida, da saú- dicando a funcionalidade do produto ou do serviço  nos aspec-
de e da segurança contra riscos provocados por produtos e servi- tos de qualidade e quantidade, por isso tornam-se impróprios ou
ços considerados perigosos ou nocivos, oferecidos e colocados no inadequados ao consumo, ou lhes diminuam o valor, bem como
mercado de consumo. aqueles decorrentes da divergência do conteúdo com as indicações
O produto ou serviço, neste caso, é o objeto de interesse na relação constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem
de consumo e quando este for colocado em circulação, apresentar publicitária.
um defeito potencial ou real, será fato gerador da responsabilidade Mas se o vício não for sanado, poderá ser aplicado o incisos I,
civil do fornecedor por danos causados ao consumidor. II e II do artigo 18:

Didatismo e Conhecimento 52
TÉCNICAS DE VENDAS
a) a substituição do produto por outro da mesma espécie, em Para o Doutrinador Antônio Herman Benjamin, a prática
perfeitas condições de uso; comercial é o resíduo da produção, sendo, portanto a fase pós-
b) a restituição imediata da quantia paga, monetariamente -produção da sociedade de consumo. Procedimentos, mecanismos,
atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; métodos e técnicas utilizados pelos fornecedores para, mesmo in-
c) o abatimento proporcional do preço. diretamente, fomentar, manter, desenvolver e garantir a circulação
Para os  vícios de quantidade poderá o consumidor requerer o de seus produtos e serviços até o destinatário final.
ressarcimento das seguintes formas: De acordo com ao artigo 39, é proibido ao fornecedor de pro-
a) substituição da peça viciada dutos ou serviços, dentre outras práticas abusivas, a de estabelecer
b) substituição do produto por outro condições para o fornecimento de produto ou de serviço ao for-
c) restituição da quantia paga necimento de um outro produto ou serviço, bem como, sem justa
d) abatimento no preço causa, a limites quantitativos. Ou seja, a proibição da venda casa.
Apesar de a responsabilidade ser objetiva, o CDC elenca al- Também não pode o fornecedor deixar de atender às deman-
gumas causas de  “exclusão da responsabilidade”  enfatizando a das dos consumidores, na exata medida de suas disponibilidades
de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos e costumes.
teoria do risco mitigada, ou seja, comporta algumas excludentes a
É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços enviar ou en-
favor de quem deve indenizar, consoante as previsões legais.
tregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou
O caso fortuito ou força maior podem elidir, quando muito, o
fornecer qualquer serviço.
nexo de causalidade entre o produto defeituoso e o dano.
Ainda ficam proibidas, os fornecedores, se utilizarem da fra-
A hipótese contida no artigo 21 ocorre constantemente em queza ou da ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade,
oficinas mecânicas, nas oficinas de equipamentos e aparelhos do- saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus
mésticos, como geladeiras, máquinas de lavar roupas,  fogões, etc. produtos ou serviços.
O fornecedor deve colocar no mercado de consumo produtos Não poderão executarem serviços sem a prévia elaboração
e serviços de boa qualidade, ou seja, sem vícios ou defeitos. Ou de orçamento e autorização expressa do consumidor; não podem
seja, a garantia legal é aquela disposta por imposição de lei, sen- também repassar informação depreciativa, referente a ato praticado
do  vedada  qualquer exoneração contratual do fornecedor neste pelo consumidor no exercício de seus direitos.
sentido, nos termos do artigo 24. Os fornecedores são proibidos pela lei de elevarem sem justa
Já o prazo de garantia legal que o artigo 26 demonstra, dá a causa o preço de produtos ou serviços. Também não podem deixar
opção ao consumidor em apresentar a reclamação para: de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar
a) produtos e serviços não duráveis:  30 dias a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo critério.
b) produtos e serviços duráveis:  90 dias E por fim, o referido artigo estipula que os fornecedores de
O  prazo  da  garantia  legal  se  inicia  a  partir  da entrega bens ou serviços não poderão aplicar fórmula ou índice de reajuste
efetiva do produto ou do término da execução do serviço. diverso do legal ou contratualmente estabelecido.
Em se tratando do prazo decadencial e prescricional, o CDC Já o artigo 40 determina que o fornecedor de serviço é obri-
estabelece que a decadência é aplicável ao direito de reclamar, en- gado a entregar ao consumidor orçamento prévio discriminando o
quanto a prescrição se refere ao prazo para ajuizamento da preten- valor da mão-de-obra, dos materiais e equipamentos a serem em-
são à reparação pelos danos causados pelo fato do produto ou do pregados, as condições de pagamento, bem como as datas de início
serviço. e término dos serviços. O consumidor não responde por quaisquer
Mas, a referida lei trouxe mais uma novidade, ao inserir cau- ônus ou acréscimos decorrentes da contratação de serviços de ter-
sas suspensivas para a decadência: ceiros não previstos no orçamento prévio.
a) a reclamação comprovadamente formulada pelo consumi- No fornecimento de produtos ou de serviços sujeitos ao re-
dor, perante o fornecedor de produtos e serviços até resposta nega- gime de controle ou de tabelamento de preços, os fornecedores
deverão respeitar os limites oficiais sob pena de não o fazendo,
tiva correspondente, que deve ser transmitida de forma inequívoca.
responderem pela restituição da quantia recebida em excesso, mo-
b)  a instauração de Inquérito Civil, até seu encerramento.
netariamente atualizada, podendo o consumidor exigir à sua esco-
Em se tratando de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se
lha, o desfazimento do negócio, sem prejuízo de outras sanções
no momento em que o defeito ficar evidenciado, ainda que decor-
cabíveis.
rido o prazo da garantia contratual. No que se refere à oferta e apresentação de produtos ou servi-
O prazo prescricional é de 5 anos para o consumidor deduzir ços devem assegurar informações corretas, claras, precisas, osten-
a pretensão de responsabilizar os agentes mencionados no art. 12 sivas e em língua portuguesa sobre suas características, qualida-
(o fabricante, o produtor, o construtor e o importador) para reparar des, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de validade
os danos causados, oriundos de: projeto, fabricação, construção, e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que apre-
montagem, etc. sentam à saúde e segurança dos consumidores.
O tópico do Código de Defesa do Consumidor trata-se, da tu- O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente res-
tela judiciária dos direitos e interesses do consumidor. ponsável pelos atos de seus prepostos ou representantes autôno-
E é por este motivo que pode-se afirmar que a preocupação do mos. Caso se recuse ao cumprimento da oferta, apresentação ou
legislador, é com a efetividade do processo destinado à proteção publicidade, o consumidor poderá, exigir o cumprimento forçado
do consumidor e com a facilitação de seu acesso à justiça. da obrigação, nos termos da oferta, apresentação ou publicidade,
A competência para a ação se estabelece em benefício do au- aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente, rescin-
tor, salvo quando for coletiva, quando será competente a justiça dir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente
estadual do local onde ocorreu o dano. antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e danos.

Didatismo e Conhecimento 53
TÉCNICAS DE VENDAS
No que se refere à publicidade, esta deve ser veiculada de tal O CDC estipulou uma possibilidade de haver litisconsórcio na
forma que o consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como ação coletiva envolvendo os não legitimados, mas terá as seguintes
tal. consequências:
É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva. A a) o interessado intervém no processo coletivo. Sendo a sen-
publicidade é enganosa por omissão quando deixar de informar tença procedente, será igualmente beneficiado pela coisa julgada,
sobre dado essencial do produto ou serviço. O ônus da prova da mas se a demanda for rejeitada, pelo mérito, ainda poderá ingres-
veracidade e correção da informação ou comunicação publicitária sar em juízo com sua ação individual de responsabilidade civil;
cabe a quem as patrocina. b) o interessado intervém no processo a título de litisconsorte:
O artigo 42 rege a respeito da cobrança de débitos, e determina será normalmente colhido pela coisa julgada, favorável ou desfa-
que o consumidor inadimplente não seja exposto a ridículo, nem vorável, não podendo, neste último caso, renovar a ação a título
será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça. individual. O pedido condenatório será sempre ilíquido. Para fins
O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à re- de execução individual, deverá haver liquidação prévia. Estas te-
petição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em rão um caráter diferente das liquidações do processo civil comum.
excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hi- No CDC cada consumidor não se limitará a demonstrar os
pótese de engano justificável. danos sofridos, mas deverá provar o nexo entre o seu dano pes-
Em relação a proteção contratual, vista como um processo, soal e o dano globalmente causado. Havendo, portanto, um grande
compõe-se, em sentido lato, do conjunto de atividades necessárias avanço, pois se sistematizou a coisa julgada em ações coletivas.
à satisfação do interesse do credor, que neste caso é o consumidor. O artigo 103, revoga a regra, abarcada pelo art. 472, do CPC,
Na fase contratual insere-se a regra da interpretação mais de que a coisa julgada é inter partes, ainda que o direito seja uni-
favorável, em caso de cláusulas dúbias em favor do consumidor. tário. E, como os direitos coletivos e individuais homogêneos não
Caso a cláusula seja abusiva segundo o artigo 51 ou então se não obstam o ajuizamento de ações individuais sobre o mesmo dano, o
for observados os princípios da equidade e da boa-fé, terá a nuli- art. 104 disciplina a coisa julgada que alcançará o autor individual.
dade de pleno direito.
A responsabilidade civil em matéria de consumidor, se deve a Questionário:
dois principais fatores: a produção em série e o circuito de distri-
01. CESGRANRIO - 2010 - Banco do Brasil - Escriturário
buição dos bens em massa.
Gerentes de banco devem ser capazes de convencer os
O CDC prevê a responsabilidade civil objetiva, independen-
membros de sua equipe de que eles podem aumentar o desem-
temente de culpa do agente, por todos os danos causados aos con-
penho da agência trabalhando mais ou sendo treinados para
sumidores. Esta responsabilidade do fabricante ou do produtor
atuar de maneira mais adequada. No entanto, essa estratégia
está na esfera extracontratual, pois não existe vínculo contratual fica prejudicada se as vendas forem influenciadas por
direto como consumidor, não obstante as construções doutrinárias a) aumento de propaganda.
e jurisprudenciais para estabelecer uma relação direta entre as b) crescimento econômico.
pontas de produção e do consumo. c) ações da concorrência.
O CDC definiu os direitos e interesses coletivos lato sensu, d) confiança do consumidor.
com o objetivo de se esclarecer o âmbito de incidência da proteção e) liderança de mercado.
judicial.
1. interesses ou direitos difusos; 02. FCC - 2013 - Banco do Brasil - Escriturário - 2013
2. interesses ou direitos coletivos; As técnicas de vendas podem ampliar a penetração de
3. interesses ou direitos individuais homogêneos. mercado de determinados produtos financeiros. Sabe-se que
O consumidor, individualmente ou em litisconsórcio, não tem caminham, em paralelo com o processo de marketing de rela-
legitimidade para promover a ação coletiva. A legitimidade ad cionamento, o planejamento e a fidelização. Sobre esse assun-
causam e do interesse de agir só deve ser feita quando se tratar de to, é correto afirmar que
associação civil. a) o especialista em vendas tem a função de apresentar o pro-
Com isso o CDC consagrou que o processo deve dar quanto duto, preocupando-se com a imagem e a credibilidade da institui-
for possível praticamente, a quem tenha um direito, tudo aquilo e ção perante os clientes finais.
somente aquilo que ele tenha direito de conseguir. b) o especialista em vendas se preocupa com a burocracia dos
Por isso foram criados mecanismos que concedessem ao juiz serviços para fidelização dos clientes.
poderes para satisfazer a pretensão do autor não apenas da maneira c) as vendas visam prioritariamente ao crescimento da insti-
como pedida por ele, mas todas as atividades e medidas legais e tuição, sem preocupação com os clientes.
adequadas para que haja a modificação do mundo fático, por ato d) as instituições não focam apenas os aspectos humanos e
próprio e de seus auxiliares, para conformá-lo ao comando emer- nem sempre se preocupam com sua imagem.
gente da sentença: impedimento da publicidade enganosa, inclusi- e) as instituições focam a impessoalidade através do sistema
ve com o uso da força policial, se necessário, retirada do mercado hierarquizado.
de produtos e serviços danosos à vida, saúde e segurança dos con-
sumidores, e outros atos mais que conduzam à tutela específica das 03. FCC - 2013 - Banco do Brasil - Escriturário - 2013
obrigações de fazer ou não fazer. O marketing de relacionamento favorece o vendedor, em
A inversão do ônus da prova pode ser considerada como uma nível proativo, de forma que ele vende os serviços e faz consul-
tutela jurídica. Mas há exceções quando se caracterizar em possi- tas posteriores ao consumidor para obter o feedback quanto
bilidade para o juiz que, no caso concreto, verificada a vulnerabi- ao nível de satisfação e auxiliá-lo na utilização do produto. O
lidade do consumidor, determinará a inversão do ônus da prova a processo de feedback, nesta ação e reação de relacionamento e
seu favor. comunicação, favorece

Didatismo e Conhecimento 54
TÉCNICAS DE VENDAS
a) um sistema de relacionamento ineficaz. 07. TJ-PR - 2010 - TJ-PR - Juiz
b) um sistema de comunicação e relacionamento que movem A Lei 8.078/1990 define os elementos que compõem a re-
a retroalimentação das informações. lação jurídica de consumo, em seus artigos 2º e 3º: elementos
c) uma comunicação variada em que existem várias maneiras subjetivos, consumidor e fornecedor; elementos objetivos, pro-
de administrar. dutos e serviços, respectivamente Segundo estas definições, po-
d) uma comunicação limitada por normas escritas. demos afirmar que:
e) a comunicação em massa através da linha de vendas. I. Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou
privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes desperso-
04. FCC - 2013 - Banco do Brasil - Escriturário - 2013 nalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem,
Forças dinâmicas e inter-relacionadas, externas ao proces- criação, construção, transformação, importação, exportação,
so de planejamento estratégico, apresentam ameaças e oportu- distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de
nidades, devendo ser consideradas ao reunir os mercados- alvo serviços.
aos compostos de marketing. (Sandhusen; 2007) II. Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado
Em uma análise do ambiente do mercado, enquadram-se de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza
dentre as variáveis ambientais que influem no planejamento bancária, financeira, de crédito e securitária e as decorrentes
estratégico as de das relações de caráter trabalhista.
a) planejamento tático e interferências no planejamento do III. Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que ad-
plano de negócios. quire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.
b) política de regras e políticas disciplinares, em relação ao Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que
ambiente externo. indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.
c) nível macroambiental e microambiental que favorecem a IV. Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou
análise ambiental. imaterial.
d) política de regras e políticas disciplinares, em relação ao Marque a alternativa CORRETA:
ambiente interno. a) Apenas as assertivas I, III e IV estão corretas.
e) planejamento estratégico empresarial e o plano de negó- b) Apenas as assertivas II e III estão corretas.
cios que possibilita a análise e o trabalho em grupo. c) Apenas as assertivas II e III estão incorretas.
d) Apenas a assertiva I está correta.
05. FCC - 2013 - Banco do Brasil - Escriturário - 2013
Ao nível de planejamento estratégico, as ações de vendas 08. CESPE - 2007 - Banco do Brasil - Escriturário - 002
estão voltadas, para fins de execução, ao consumidor final. O BB, preocupado não só em atender às normas legais
Com vistas ao planejamento de vendas em si, vigentes, mas particularmente em promover a acessibilidade
a) as vendas estão relacionadas ao planejamento estratégico de seus clientes portadores de necessidades especiais ou com
de longo prazo. mobilidade reduzida, fez diversas alterações físicas em suas
b) as vendas estão relacionadas com os níveis estratégico, agências. A observância ao Código de Defesa do Consumidor
tático e operacional. (CDC) também tem sido um ponto importante no tratamento
c) cabe ao planejamento estratégico contratar uma assessoria com seus clientes.
para implantar programas de metas de retenção de clientes. Acerca das normas gerais e dos critérios básicos para a
d) cabe aos subsistemas de planejamento a integração das promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de necessi-
diversas partes. dades especiais ou com mobilidade reduzida e do CDC, julgue
e) cabe aos sistemas de informação a definição do nível a ser os itens subsequentes.
aplicado aos recursos humanos. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, desde
que determináveis e que intervenham nas relações de consu-
06. FCC - 2013 - Banco do Brasil - Escriturário - 2013 mo.
A promoção de vendas é uma das ferramentas de comuni- ( ) Certo ( ) Errado
cação integrada de marketing mais eficazes e vem ganhando
cada vez mais importância dentro do composto de marketing. 09. CESPE - 2012 - MPE-PI - Promotor de Justiça
Sua utilização é feita, principalmente, para completar as de- Assinale a opção correta acerca dos direitos do consumi-
mais ferramentas, e é nesse sentido que consiste a sua força dor.
Dessa forma, as promoções de vendas são direcionadas. a) De acordo com o CDC, o devedor poderá pedir a resolução
a) aos produtos em relação aos serviços ofertados ao consu- do contrato de execução continuada se a prestação de uma das par-
midor final. tes tornar-se, em virtude de acontecimento extraordinário, excessi-
b) à divulgação de um novo produto em aberto, internamente vamente onerosa, com extrema vantagem para a outra.
na empresa, buscando o aproveitamento das sugestões dos empre- b) Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou
gados para o seu desenvolvimento. privada, nacional ou estrangeira, que desenvolve atividade de
c) à avaliação de novos clientes e produtos em busca da co- produção, montagem, criação, distribuição ou comercialização de
municação integrada. produtos, excetuando-se o camelô, que não tem personalidade ju-
d) à relação entre custos e benefícios no perfil desejado da rídica.
venda. c) Segundo a jurisprudência do STJ, a responsabilidade civil
e) aos intermediários, atacadistas e varejistas e aos clientes e das companhias aéreas por má prestação de serviços subordina-se
consumidores finais. ao CDC, e não à Convenção de Varsóvia.

Didatismo e Conhecimento 55
TÉCNICAS DE VENDAS
d) Segundo a teoria finalista, embasada no conceito jurídico II- O princípio da impessoalidade, na administração pú-
de consumidor, o destinatário final é somente o destinatário fático blica, vem acompanhado dos valores da igualdade e da impar-
do produto, não importando a destinação econômica do bem. cialidade, ou seja, todos têm o mesmo valor como cidadãos e
e) O reconhecimento da hipossuficiência do consumidor no merecem o mesmo tratamento, exceto os casos mais peculiares,
mercado de consumo, a racionalização e a melhoria dos serviços que devem ser considerados de forma parcial.
públicos constituem princípios expressos da Política Nacional das III- Tratar cuidadosamente os usuários dos serviços, aper-
Relações de Consumo. feiçoando o processo de comunicação e contato com o público
é um dos principais deveres do servidor público.
10. Escriturário - Banco do Brasil - São Paulo – FCC - IV- Permitir a formação de longas filas, ou qualquer outra
2010 espécie de atraso na prestação do serviço, é agir contra a ética.
O conjunto de atividades de comunicação impessoal, sem Estão certos apenas os itens:
intermediários, entre a empresa e o cliente, via correio, fax, a)I e II
telefone, internet ou outros meios de comunicação, que visa b)I e III
obter uma resposta imediata do cliente e a concretização da c)II e IV
venda do produto ou serviço, denomina-se d)III e IV
a) marketing direto.
b) propaganda. 14. Escriturário – Banco do Brasil – Paraná – FCC - 2011
c) merchandising. A diferença entre as percepções do cliente quanto aos be-
d) publicidade. nefícios e aos custos da compra e uso de produtos e serviços é
e) promoção. denominada:
a) benchmarking
11. CESPE – 2010 – TER-BA b) publicidade
c) brand equity
A qualidade do serviço de atendimento ao público no con-
d) mix marketing
texto da realidade brasileira, nos âmbitos estatal e privado,
e) valor para o cliente
constitui um desafio institucional que exige transformações
urgentes. Muitas dessas transformações dependem da postura
15. No que se refere ao campo de aplicação do Código de
e da competência do atendente. Acerca desse assunto, julgue os
Defesa do Consumidor (CDC), assinale a opção correta.
itens subsequentes.
a) O conceito de produto é definido como o conjunto de bens
A qualidade do atendimento deve variar de acordo com o corpóreos, móveis ou imóveis, que sejam oferecidos pelos forne-
tipo de cliente. cedores para consumo pelos adquirentes.
( ) Certo ( ) Errado b) O conceito de serviço engloba qualquer atividade oferecida
no mercado de consumo, mediante remuneração, salvo as decor-
12. CESPE – 2010 – DPU rentes das relações de caráter trabalhista.
No que se refere aos requisitos necessários ao profissional c) O conceito de consumidor restringe-se às pessoas físicas
do atendimento ao público, assinale a opção correta. que adquirem produtos como destinatárias finais da comercializa-
a) O conhecimento especializado e restrito à função de aten- ção de bens no mercado de consumo.
dimento ao público é condição suficiente para que o profissional d) O conceito de fornecedor envolve o fabricante, o constru-
preste serviço de excelente qualidade. tor, o produtor, o importador e o comerciante, os quais responderão
b) O atendente não precisa preocupar-se com as informações solidariamente sempre que ocorrer dano indenizável ao consumi-
atuais acerca do serviço que presta e da função que exerce, visto dor.
que dispõe de manuais de consulta que lhe garantem, no momento
que for necessário, a prestação da informação correta. 16. Tratando-se da proteção contratual, o consumidor
c) O atendimento ao público é uma atividade em que não se pode desistir do contrato sempre que a contratação de forneci-
pode ser criativo, especialmente em situações de conflito e tensão, mento de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento
pois essa atitude pode comprometer o profissionalismo que a fun- comercial, especialmente por telefone ou a domicílio, a contar
ção requer. de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou ser-
d) A auto-observação e a observação do comportamento do viço, no prazo de
cliente são dispensáveis nessa atividade, pois afetam a objetivida- a) 7 dias.
de do atendente. b) 14 dias.
e) Caso não tenha desenvolvido habilidades de controle emo- c) 21 dias.
cional, o atendente torna-se facilmente uma espécie de para-raios d) 28 dias.
afetivo, captando as descargas emocionais dos clientes e entrando e) 56 dias
em sintonia com elas, quando as relações sociais do atendimento
são envolvidas em situações de tensão e conflito com o público. 17. Tendo em vista as práticas comerciais, indique a alter-
nativa incorreta:
13. CESPE – TJ – PA a) Os fabricantes e importadores deverão assegurar a oferta de
Julgue os itens abaixo, relativos à ética no serviço público componentes e peças de reposição enquanto não cessar a fabrica-
e à qualidade no atendimento ao público. ção ou importação do produto.
I- Os valores fundamentais do serviço público decorrem b) Cessadas a produção ou importação, a oferta deverá ser
exclusivamente do seu caráter público. mantida por, no mínimo, 15 anos.

Didatismo e Conhecimento 56
TÉCNICAS DE VENDAS
c) É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre a) conferir se o pedido de venda foi preenchido de forma cor-
outras práticas abusivas, condicionar o fornecimento de produto reta.
ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem b) verificar se as informações constantes no relatório de visita
como, sem justa causa, a limites quantitativos. a um cliente são satisfatórias.
d) O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente res- c) apresentar o relatório de despesas oriundas de visitas a
ponsável pelos atos de seus prepostos ou representantes autôno-
clientes.
mos.
e) É proibida a publicidade de bens e serviços por telefone, d) prever as vendas para o próximo período.
quando a chamada for onerosa ao consumidor que a origina. e) avaliar o desempenho dos vendedores e da equipe de ven-
das.
18. O artigo 41 do Código de Defesa do Consumidor trata
do fornecimento de produtos ou serviços sujeitos ao regime de 22. FCC - 2013 - Banco do Brasil - Escriturário
controle ou tabelamento de preços. Assinale a alternativa in- Geralmente, as empresas não determinam um preço único
correta sobre esse artigo. para um produto, mas criam uma estrutura de determinação
a) Se os preços cobrados forem maiores, a quantia em excesso de preços que reflete diferentes estratégias. O preço “isca”
deverá ser restituída ao consumidor. ocorre, por exemplo, quando supermercados e lojas de depar-
b) Os fornecedores deverão respeitar os limites oficiais dos tamentos reduzem o preço de marcas conhecidas para estimu-
preços.
lar um movimento maior nas lojas. Esta estratégia correspon-
c) Caso haja devolução de quantia cobrada em excesso, o arti-
go não se reporta à atualização monetária dela. de ao Preço
d) O consumidor poderá desfazer o negócio se constatar o não a) geográfico.
cumprimento desse artigo. b) promocional.
c) discriminatório.
19. O artigo 63 do Código de Defesa do Consumidor prevê d) diferenciado.
detenção e multa, caso o fornecedor: “Omitir dizeres ou sinais e) por desempenho.
ofensivos sobre a nocividade ou periculosidade de produtos
nas embalagens, nos invólucros, recipientes e propagandas”. 23. CESGRANRIO - 2012 - Banco do Brasil - Escriturário
Considerando essa norma, assinale a alternativa incorreta. Uma característica típica do marketing em empresas de
a) Os fornecedores não precisam se preocupar com as emba-
serviços, que interfere decisivamente em sua gestão, é o fato de
lagens, recipientes ou invólucros; qualquer tipo deles serve para
todos os produtos e sua utilização não está especificada em nenhu- que sua prestação
ma norma legal. a) ocorre simultaneamente ao consumo.
b) A proteção à vida, saúde e segurança é um direito do con- b) costuma não variar de cliente para cliente.
sumidor, que deve ser respeitado pelos fornecedores de produtos c) depende pouco dos funcionários e dos clientes
e serviços. d) pode ser estocada para as horas de movimento.
c) Produtos nocivos á saúde como, por exemplo, os agrotó- e) é facilmente percebida pelo cliente antes da compra.
xicos utilizados nas lavouras, podem levar o agricultor à morte se
não forem tomados os cuidados necessários na sua manipulação. 24. CESGRANRIO - 2012 - Banco do Brasil - Escriturário
d) Os produtos domésticos inflamáveis, se não forem arma- As ações mercadológicas postas em prática no interior
zenados adequadamente nas casas das pessoas, podem ocasionar
das agências bancárias, tais como a distribuição de brindes e
acidentes, ferindo o direito à segurança do consumidor, que deve
ser informado das características do produto. a exposição de ofertas de serviços em cartazes e displays, são
exemplos de
20. Marque V, se a assertiva for verdadeira, ou F, se a as- a) publicidade
sertiva for falsa. b) propaganda
O Consumidor tem direito à educação e divulgação sobre c) marketing direto
o consumo adequado dos produtos e serviços, asseguradas a d) relações públicas
liberdade de escolha e a igualdade nas contratações. Contudo, e) promoção de vendas
o consumidor não poderá exigir a modificação das cláusulas
contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou 25. CESGRANRIO - 2012 - Banco do Brasil - Escriturário
sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem Em uma palestra para bancários de todo o país, um espe-
excessivamente onerosas.
cialista em marketing enumerou uma série de características
( ) Falsa ( ) Verdadeira
identificáveis em profissionais.
21. FCC - 2013 - Banco do Brasil - Escriturário Duas das características que favorecem o trabalho em
Até que o cliente receba e aceite a mercadoria constante equipe e que devem constar do perfil de um bom profissional
em seu pedido, a venda é um compromisso de compra e ven- de atendimento são
da. Por isso, as empresas têm investido em Administração de a) perseverança e ambição
Vendas, tratando, principalmente, de três temas centrais: o b) perseverança e individualismo
planejamento do que deverá ser feito; a coordenação daquilo c) centralização de tarefas e liderança
que está sendo feito; e o controle daquilo que já foi feito. Deve d) liderança e conhecimento de mercado
fazer parte do planejamento: e) individualismo e centralização de tarefas

Didatismo e Conhecimento 57
TÉCNICAS DE VENDAS
26. CESGRANRIO - 2012 - Banco do Brasil - Escriturário I. preço do produto ou serviço em moeda corrente nacio-
O conceito de valor para os clientes é o resultado da com- nal.
paração que eles fazem, ao efetuar uma transação comercial, II. montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de
entre juros.
a) atendimento e tempo III. acréscimos legalmente previstos e não previstos.
b) atributos e preços Está correto o que consta em
c) benefícios e custos a) I, II e III.
d) empresa e concorrência b) II e III, apenas.
e) qualidade e reclamações c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
27. CESGRANRIO - 2012 - Banco do Brasil - Escriturário e) II, apenas.
Para medir o resultado das propagandas em diversas mí-
dias, como tevês e revistas de opinião, os bancos necessitam de
um feedback, que pode ser adquirido pela realização de Gabarito:
a) análise da concorrência
b) campanhas persuasivas 01 C
c) orçamentos cruzados 02 A
d) marketing direto
e) pesquisas de mercado 03 B
04 C
28. FCC - 2011 - Banco do Brasil - Escriturário - Ed. 02 05 B
No processo de gestão do marketing de serviços, a técnica
de pesquisa de compreensão da satisfação dos clientes, em que 06 E
a empresa contrata pesquisadores para utilizarem seus servi- 07 A
ços, pesquisadores estes que não serão identificados pelos aten- 08 Errado
dentes de marketing, é denominada:
09 C
a) Venda.
b) Grupos de foco. 10 A
c) Compra direta. 11 Certo
d) Compra misteriosa. 12 E
e) Painel de clientes.
13 D
29. FCC - 2011 - Banco do Brasil - Escriturário - Ed. 03 14 E
Para responder às questões seguintes, considere o Código 15 B
de Proteção e Defesa do Consumidor - Lei nº 8.078/1990.
No que se refere ao Código de Proteção e Defesa do Con- 16 A
sumidor, considere: 17 B
I. É proibida toda publicidade enganosa. 18 C
II. O ônus da prova da veracidade e correção da infor-
19 A
mação ou comunicação publicitária cabe a quem as patrocina.
III. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços pre- 20 Falsa
valecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em 21 D
vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para
22 B
impingir-lhe seus produtos ou serviços.
Está correto o que consta em 23 A
a) I e II, apenas. 24 E
b) I, II e III. 25 D
c) II, apenas.
d) II e III, apenas. 26 C
e) III, apenas. 27 E
28 D
30. FCC - 2011 - Banco do Brasil - Escriturário - Ed. 03
29 B
Para responder às questões seguintes, considere o Código
de Proteção e Defesa do Consumidor - Lei nº 8.078/1990. 30 D
No fornecimento de produtos ou serviços que envolva ou-
torga de crédito ou concessão de financiamento ao consumidor,
o fornecedor deverá, entre outros requisitos, informá-lo prévia
e adequadamente sobre

Didatismo e Conhecimento 58
TÉCNICAS DE VENDAS

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