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Fisiologia Do Sistema Respiratorio PDF
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FISIOLOGIA DA RESPIRAÇÃO
A respiração provê oxigênio aos tecidos e remove o dióxido de carbono. A fim de alcançar tais
objetivos, a respiração pode ser dividida em 4 funções principais:
VIAS AÉREAS
Da traqueia, via respiratória única, aos alvéolos, há 23 ramificações, sendo as 16 primeiras
condutoras e as 7 últimas transicionais e de trocas. A estas ramificações, corresponde um
aumento de área de secção transversa do sistema respiratório e uma consequente lentificação
da velocidade do fluxo aéreo (velocidade de fluxo= débito/área de secção transversa).
As vias mais centrais, condutoras, não participam nas trocas, constituindo o espaço
morto anatómico, que é cerca de 30% em cada ventilação. Entre elas, encontram-se vias de
maior calibre envolvidas por tecido cartilaginoso, que impede o seu colapso, e vias de menor
calibre com um forte componente muscular, que lhes permite uma dilatação e constrição
independente do volume pulmonar -os brônquios.
Com as sucessivas ramificações seguem-se vias de calibre inferior a 1mm, que deixam
de ter cartilagem - os bronquíolos. Estes se encontram incrustados na rede de tecido
conjuntivo pulmonar, dependendo o seu calibre do volume pulmonar, o que constitui uma
importante diferença funcional em relação aos anteriores. Os bronquíolos respiratórios, cujas
paredes são indefinidas, correspondem às aberturas dos alvéolos, sendo por isso designados
ductos alveolares.
Os alvéolos pulmonares são revestidos por um epitélio simples e fino. O tecido alveolar
ocupa uma fracção mínima do volume total do pulmão, deixando uma grande fracção (40 a
50%) para uma vasta rede capilar. Como resultado, a distância média entre o gás alveolar e a
hemoglobina nos eritrócitos é de apenas 1,5µm, o que torna bastante eficientes as trocas.
Independentemente deste reduzido volume, a área de superfície alveolar interna é
aproximadamente 1m2/Kg de peso corporal.
A unidade funcional do pulmão, para efeitos de trocas, recebe a designação de
Unidade Respiratória Terminal. É composta por um bronquíolo terminal e respectivos ductos
alveolares (bronquíolos respiratórios) e alvéolos. Existirão cerca de 60000 destas unidades,
cada qual com 250 ductos alveolares e 5000 alvéolos anatômicos.
O epitélio das vias aéreas tem um componente ciliar e secretor ausente a partir dos
bronquíolos.
As fibras musculares brônquicas são predominantemente inervadas pelo
parassimpático, que tem ação constritora ligeira a moderada. Podem ser ativadas por reflexos
com origem pulmonar (reflexos da tosse e do espirro), quando há irritação das vias
respiratórias. Estes reflexos poderão estar hiperativos nos doentes asmáticos.
O simpático exerce um fraco controlo direto, visto que há poucas terminações
nervosas deste sistema a nível brônquico. Contudo, há receptores β2-adrenérgicos que
respondem a catecolaminas circulantes. O simpático enerva diretamente as glândulas
submucosas, os gânglios parassimpáticos e o músculo liso vascular.
Está descrita, também, uma inervação não-colinérgica e não-adrenérgica com ação
broncodilatadora mediada pelo VIP (vasoactive intestinal peptide).
ÁCINO PULMONAR
A parte do pulmão situada distalmente ao bronquíolo
respiratório é chamada de ácino pulmonar. O ácino
pulmonar é constituído de:
Bronquíolos respiratórios (RB)
Ductos alveolares (AD)
Sacos alveolares (AS)
Alvéolos.
Um conjunto de três a cinco ácinos forma um lóbulo
pulmonar que é envolto por delgado septo conjuntivo denominado septo inter-lobular.
UNIDADE ALVÉOLO-CAPILAR
Os alvéolos são grupamentos
parecidos com ‘uvas’ nas extremidades dos
bronquíolos. Sua principal função é a troca
gasosa entre o ar no alvéolo e o sangue.
Cada alvéolo é composto por uma camada
simples e fina de troca. Dois tipos de células
epiteliais são encontrados nos alvéolos, os
Pneumatócitos, sendo eles:
500ml é o volume corrente, ou seja, os ares inspirados a cada respiração normal, destes
500ml, 150ml estão no espaço morto anatômico (área onde não ocorre qualquer troca gasosa)
então estes 150ml são denominados ar do espaço morto anatômico.
500ml – 150ml = 350ml, renovação do ar sendo este o que faz as trocas gasosas.
Quando o espaço morto alveolar é incluido na medida total do espaço morto, ele é chamado
ESPAÇO MORTO FISIOLÓGICO, em contraposição ao espaço morto anatômico. Ele ventila e não
perfunde. O ar dos alvéolos sem perfusão não faz trocas gasosas e é considerado espaço
morto (sem função).
Espaço morto fisiológico: é na realidade a soma do espaço morto anatômico com outros
volumes gasosos pulmonares que não participam da troca gasosa.
-Por exemplo: determinada área do pulmão é ventilada, mas não perfundida e os gases que
chegaram aos alvéolos nestas regiões não podem participar das trocas gasosas e é
funcionalmente morto.
-Também pode ocorrer o contrario onde ocorre a perfusão, mas não ocorre a ventilação, o que
resulta em um sangue que não pode fazer as trocas gasosas e a este sangue o chamamos de
sangue shunt por sua incapacidade de realizar as trocas gasosas.
-O espaço morto fisiológico é maior que o anatômico.
MECÂNICA RESPIRATÓRIA
-Forças Elásticas e Resistivas-
A pleura pulmonar é uma fina camada membranosa formada por dois folhetos:
Pleura Parietal que recobre internamente a parede costal da cavidade toráxica
Pleura Visceral que recobre os pulmões, o mediastino (pleura mediastinal) e o
diafragma (pleura diafragmática).
A cavidade pleural é o espaço virtual entre os dois folhetos da pleura, que é ocupado pelo
líquido pleural para a lubrificação das pleuras, facilitando os movimentos dos pulmões durante
a mecânica da respiração pulmonar.
-Musculos da Respiração-
Músculos Inspiratórios: ao se contrairem, produzem aumento do volume da caixa toráxica.
-Gasto de Energia-
Passivo: inspiração (basal)
Ativo: expiração. Esforço físico (inspiração/ativa)
A variação de comprimento (volume) é proporcional à força (pressão).
O pulmão enche mais facilmente em sua região apical do que a basal, pois no movimento da
expiração o pulmão nunca se esvazia por completo e o ar para sair do pulmão passa por ultimo
na região basal em direção aos bronquíolos, por conseguinte a região basal fica com mais ar
que a apical após a expiração, e por isso o pulmão enche mais facilmente na região basal.
-Lei de Hooke-
Afirma que os corpos perfeitamente elásticos exibem uma relação linear entre a força aplicada
e a deformação obtida até ser o módulo de elasticidade. Tanto os pulmões como a caixa
toráxica são elásticas e armazenam energia quando se destendem.
-Lei de Laplace-
Laplace afirmava que, em um sistema fechado de
bolhas comunicantes (como os alvéolos), as
menores tendem a esvaziar-se nas bolhas
maiores. Quanto menos o tamanho dos alvéolos,
maior a sua tensão superficial, e mais facilmente
se colaba.
-Difusão-
A difusão de gases entre os alvéolos e o sangue obedece às regras da
difusão simples.
A taxa de difusão através das membranas é diretamente
proporcional ao gradiente de pressão parcial (concentração)
A taxa de difusão através das membranas é diretamente
proporcional à superfície de área disponível
A taxa de difusão através das membranas é inversamente
proporcional à espessura da membrana
A difusão é mais rápida em distâncias curtas.
-Difusão Alvéolo-Capilar-
Em suma, os fatores que determinam a velocidade das trocas gasosas através da membrana
respiratória são:
a espessura da membrana,
a área superficial da membrana,
o coeficiente de difusão do gás na substância da membrana
a diferença de pressão parcial do gás entre os dois lados da membrana.
Com base no volume de gás que se difunde através da membrana, em cada minuto, para uma
diferença de pressão de 1 mmHg, pode exprimir-se a capacidade de difusão da membrana.
Num indivíduo saudável, e para o O2, deve ser de cerca de 21 mL/min/mmHg. O tempo de
trocas é o adequado para que a PO2 no eritrócito entre em equilíbrio com a PO2 alveolar. Ou
seja, a difusão não é um passo limitante.
Após os alvéolos serem ventilados com ar fresco, a próxima etapa no processo da respiração é
a difusão do O2 dos alvéolos para o sangue e do CO2 no sentido oposto do sangue para os
alvéolos.
Esta troca ocorre nas membranas respiratórias (todas as superfícies pulmonares) por meio de
difusão, ou seja, tanto O2 quanto o CO2 passam do meio mais concentrado para um meio
menos concentrado.
Como se pode perceber tanto O2 quanto CO2 tem um sentido oposto durante a difusão.
A maioria dos gases com importância na fisiologia da respiração possuem uma solubilidade
muito baixa no sangue e o inverso ocorre nos lipídios através da membrana celular onde são
muito solúveis.
Quando há edema a membrana celular aumenta em muito a sua espessura, com isso se tem
uma maior dificuldade para ocorrer à difusão.
Composição do ar alveolar e sua relação com o ar atmosférico, ao nível do mar.
Quando entra O2 no organismo a sua pressão parcial diminui devido a umidificação que ocorre
nas vias aéreas, em saltos de 160mmHg para 149mmHg.
Pressão alveolar O2 = 104mmHg.
Pressão arterial O2 = 100mmHg.
Pressão venosa O2 = 40mmHg.
O CO2 é resultado da queima da glicose dentro das células, tendo como função reativar o
tampão carbônico para a manutenção do pH.
TRANSPORTE DE O2 NO SANGUE:
O pH do sangue arterial é diferente do sangue venoso:
Sangue arterial: 7,36 a 7,44
Sangue venoso: 7,44 a 7,46
Esses valores têm importância para o transporte de O2 que é muito pouco solúvel em
H2O(plasma), sendo necessário uma proteína, a hemoglobina (Hb) para seu transporte.
Hemoglobina (CARACTERISTICAS)
4 polipeptídicas (2 alfas e 2 betas) – Hb A, Hb F (2 gama) e Hb S (aa de cadeia beta é
Valina no lugar de glutamato)
4 grupos HEME (Protoporfirina e Ferro Ferroso Fe2+)
Combinação com O2 (Oxihemoglobina)
Dissociação com O2 (Deoxihemoglobina)
*Metemoglobina: Férrico (Fe3+) – Nitrito
*Carboxihemoglobina: (Hb CO)
Por exemplo: quando por qualquer que seja motivo a pressão alveolar venha a se elevar até
500mmHg cerca de 5 vezes o seu valor normal, mas a saturação da Hb nunca pode passar de
100% ou seja apenas 03% de seu valor normal que é 97%, a seguir o fluxo sanguíneo continua
e ao passar pelos capilares teciduais perde cerca de 05mm de O2, o que automaticamente
reduz a PO2 do capilar para um valor que é apenas alguns mm do valor normal de 40mmHg.
Para o metabolismo celular é necessária apenas à presença de pequena pressão de O2,
para que ocorram as reações químicas intracelulares normais, sendo necessário uma
PO2 de apenas 1mmHg para que a PO2 deixe de ser um fator limitante para as reações
enzimáticas das células.
As hemácias possuem a enzima anidrase carbônica que catalisa a reação H2O + CO2, que
formara acido carbônico que por sua vês se dissociara em íons bicarbonato e H+ (todo este
processo ocorre dentro da hemácia).
Uma hiperventilação não aumenta a concentração de O2 no sangue, a não ser que se aumente
o numero de Hb, pois a uma pressão de 100mmHg 97% de todo O2 e transportado pela
hemoglobina.
Quando o sangue fica ligeiramente ácido, com a queda do pH do valor normal de 7,4 para 7,2
a curva de dissociação de oxigênio-hemoglobina se desloca em média por cerca de 15% para a
direita (Efeito Bohr). Por outro lado, o aumento do pH do normal de 7,4 para 7,6 desloca a
curva de maneira semelhante para a esquerda.
Volume do Espaço Morto (VEM=150ml): 6 litros de sangue percorrem as vias aéreas por
minuto. Porém, nem todo ar inspirado participa das trocas gasosas (aproximadamente 150ml).
Este volume corresponde ao Volume do Espaço Morto, que ocupa apenas a zona que não
participa da difusão aérea, isto é, a zona de condução.
Em outras palavras, é o volume de ar que entra nos pulmões, porém não atinge os alvéolos.
Consiste no ar que se encontra no nariz, laringe, faringe, traquéia e brônquios terminais e que
será expirado sem ter entrado nos alvéolos. Compreende cerca de 150 ml de ar, ainda
oxigenado, o que mostra a importância das insuflações (respirações boca a boca) como forma
de fornecer ar oxigenado para o socorrido.
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Diversos fatores modificam a ventilação, seja por alterações na frequência, no volume
corrente ou no ritmo. As emoções, a do, o sono, o choro, a fonação, a tosse, as necessidades
metabólicas, bem como várias entidades mórbidas, podem modificar o padrão ventilatório,
recebendo denominações especiais:
O controle voluntário existe para que possamos realizar outras funções que sem ele
seria impossível, como por exemplo, a fonação.
O controle involuntário nos mantém respirando a maior parte do tempo, pois durante
a maior parte do tempo nem lembramos de estar respirando.
O SNA (sistema nervoso autônomo) controla todas as visceras com exceção do pulmão, o
único lugar onde se tem musculatura lisa no pulmão é nos brônquios, o que possibilita ao SNA
fazer a bronquiodilatação e constrição.
O restante do pulmão possui musculatura estriada esquelética (MEE), que através do nervo
periférico (eferente motor somático) promove a ventilação.
Em resumo:
Ponte e bulbo são responsáveis pelo controle neural da respiração
O tronco cerebral controla a geração do Ritmo Respiratório
O controle ventilatório depende da integração central de informações periféricas
O padrão respiratório não é uma simples oscilação entre Inspiração e Expiração
QUIMIORRECEPTORES → TRONCO CEREBRAL → MUSCULATURA
Respiração Ritmica: 12 a 18 ciclos em 1 minuto (controlado por mecanismos neurais e
químicos)
Centros de Controle Central
RECEPTORES↗ < - - - - - - - - - - - - - - - - - - ↘EFETORES
CENTROS/GRUPOS RESPIRATÓRIOS
A natureza periódica do ciclo respiratório é controlada por neurônios localizados no tronco
cerebral a nível de Ponte e Bulbo. Esse conjunto de neurônios foi chamado CENTRO
RESPIRATÓRIO. Por muitos anos perdurou a noção de que o centro respiratório era constituído
por subcentros bulbares (inspiratório e expiratório) e pelos subcentros pontinos. Deste
conceito evoluiu-se para os denominados GRUPOS RESPIRATÓRIOS, pois foi verificado qu há
diversos núcleos neuronais relativamente agrupados envolvidos na respiração.
Iα - <-------------------> + Iβ
CENTRO PNEUMOTÁXICO
É situado dorsalmente no núcleo parabraquial
da parte superior da ponte, transmite sinais
para a área inspiratória. O Efeito primário
desse centro é o de controlar o ponto de
“desligamento” da rampa inspiratória,
cntrolando assim a duração da fase de
expansão do ciclo pulmonar.
A função principal do Centro Pneumotáxico é
basicamente a de limitar a inspiração.
-Ativação Gradativa-
-------------------------x------------------------------------x-----------------------------------x--------------------------
Reflexo de Breuer-Hering
-Quimiorreceptores-
São receptores envolvidos com a percepção dos teores de O2 e CO2 e H+. São subdivididos
quanto à sua localização anatômica em:
Periféricos
Centrais
QUIMIORRECEPTORES CENTRAIS
Estão localizados bilateralmente na face
ventral do bulbo e são banhados pelo líquido
cefalorraquidiano.
Pode ser localizada em zonas:
Rostral (R)
Caudal (C)
Intermediária (I)
Eles respondem às variações de PCO2 e pH.
-Receptores J (Justacapilares)-
Ainda está em estudo, mas acredita-se que
são estimulados pela congestão capilar,
hipertensão capilar e edema de parede
alveolar. Os Receptores ‘J’ seriam
responsáveis pela traquipnéia durante a
congestão ou o edema pulmonar.
Seus impulsos aferentes chegariam ao centro respiratório por meio de fibras vagais do tipo C.