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FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO

FISIOLOGIA DA RESPIRAÇÃO

A respiração provê oxigênio aos tecidos e remove o dióxido de carbono. A fim de alcançar tais
objetivos, a respiração pode ser dividida em 4 funções principais:

1) Ventilação Pulmonar: influxo e efluxo de ar entre atmosfera e os alvéolos pulmonares.


2) Difusão de oxigênio e dióxido de carbono entre os alvéolos e o sangue.
3) Transporte de oxigênio e dióxido de carbono no sangue e nos líquidos corporais e suas
trocas com as células de todos os tecidos do corpo.
4) Regulação da Ventilação e outros aspectos da respiração.

VIAS AÉREAS
Da traqueia, via respiratória única, aos alvéolos, há 23 ramificações, sendo as 16 primeiras
condutoras e as 7 últimas transicionais e de trocas. A estas ramificações, corresponde um
aumento de área de secção transversa do sistema respiratório e uma consequente lentificação
da velocidade do fluxo aéreo (velocidade de fluxo= débito/área de secção transversa).

As vias mais centrais, condutoras, não participam nas trocas, constituindo o espaço
morto anatómico, que é cerca de 30% em cada ventilação. Entre elas, encontram-se vias de
maior calibre envolvidas por tecido cartilaginoso, que impede o seu colapso, e vias de menor
calibre com um forte componente muscular, que lhes permite uma dilatação e constrição
independente do volume pulmonar -os brônquios.
Com as sucessivas ramificações seguem-se vias de calibre inferior a 1mm, que deixam
de ter cartilagem - os bronquíolos. Estes se encontram incrustados na rede de tecido
conjuntivo pulmonar, dependendo o seu calibre do volume pulmonar, o que constitui uma
importante diferença funcional em relação aos anteriores. Os bronquíolos respiratórios, cujas
paredes são indefinidas, correspondem às aberturas dos alvéolos, sendo por isso designados
ductos alveolares.
Os alvéolos pulmonares são revestidos por um epitélio simples e fino. O tecido alveolar
ocupa uma fracção mínima do volume total do pulmão, deixando uma grande fracção (40 a
50%) para uma vasta rede capilar. Como resultado, a distância média entre o gás alveolar e a
hemoglobina nos eritrócitos é de apenas 1,5µm, o que torna bastante eficientes as trocas.
Independentemente deste reduzido volume, a área de superfície alveolar interna é
aproximadamente 1m2/Kg de peso corporal.
A unidade funcional do pulmão, para efeitos de trocas, recebe a designação de
Unidade Respiratória Terminal. É composta por um bronquíolo terminal e respectivos ductos
alveolares (bronquíolos respiratórios) e alvéolos. Existirão cerca de 60000 destas unidades,
cada qual com 250 ductos alveolares e 5000 alvéolos anatômicos.
O epitélio das vias aéreas tem um componente ciliar e secretor ausente a partir dos
bronquíolos.
As fibras musculares brônquicas são predominantemente inervadas pelo
parassimpático, que tem ação constritora ligeira a moderada. Podem ser ativadas por reflexos
com origem pulmonar (reflexos da tosse e do espirro), quando há irritação das vias
respiratórias. Estes reflexos poderão estar hiperativos nos doentes asmáticos.
O simpático exerce um fraco controlo direto, visto que há poucas terminações
nervosas deste sistema a nível brônquico. Contudo, há receptores β2-adrenérgicos que
respondem a catecolaminas circulantes. O simpático enerva diretamente as glândulas
submucosas, os gânglios parassimpáticos e o músculo liso vascular.
Está descrita, também, uma inervação não-colinérgica e não-adrenérgica com ação
broncodilatadora mediada pelo VIP (vasoactive intestinal peptide).

RESUMO – Alberto Galdino LoL


FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO
As fibras musculares brônquicas parecem, igualmente, ser sensíveis ao arrefecimento,
respondendo com broncoconstrição; este mecanismo poderá estar na base das crises de asma
(broncoconstrição) induzidas pelo frio e pelo exercício.

ÁCINO PULMONAR
A parte do pulmão situada distalmente ao bronquíolo
respiratório é chamada de ácino pulmonar. O ácino
pulmonar é constituído de:
 Bronquíolos respiratórios (RB)
 Ductos alveolares (AD)
 Sacos alveolares (AS)
 Alvéolos.
Um conjunto de três a cinco ácinos forma um lóbulo
pulmonar que é envolto por delgado septo conjuntivo denominado septo inter-lobular.

UNIDADE ALVÉOLO-CAPILAR
Os alvéolos são grupamentos
parecidos com ‘uvas’ nas extremidades dos
bronquíolos. Sua principal função é a troca
gasosa entre o ar no alvéolo e o sangue.
Cada alvéolo é composto por uma camada
simples e fina de troca. Dois tipos de células
epiteliais são encontrados nos alvéolos, os
Pneumatócitos, sendo eles:

 Células Alveolares TIPO 1: são


maiores e mais finas de modo que
os gases podem se difundir
rapidamente através delas.
(envolvidos nos processos de troca)
 Células Alveolares TIPO 2: são menores, mas sintetizam e secretam o SURFACTANTE.
O Surfactante mistura-se com o fluido do alvéolo para facilitar a expansão dos pulmões
durante a respiração.
Os vasos sanguíneos cobrem cerca de 80-90% da superfície alveolar, formando uma
lâmina quase contínua de sangue que está em contato com os alvéolos cheios de ar.
A troca de gases do pulmão ocorre pela difusão através das células alveolares TIPO 1 com os
capilares. Na maior parte da área de troca, a membrana basal que cobre o epitélio pulmonar
fundiu-se com o endotélio, e somente uma pequena quantidade de fluido intersticial está
presente. A proximidade dos capilares sanguíneos com o ar nos alvéolos é essencial para a
troca rápida dos gases.

HISTOLOGIA DO TECIDO PULMONAR

RESUMO – Alberto Galdino LoL


FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO
A membrana respiratória é formada por membranas basais e epitélio. É o espaço entre o ar e o
sangue. É bidirecional.

ESPAÇO MORTO ANATÔMICO E FISIOLÓGICO


Parte do ar que a pessoa respira nunca alcança
as áreas de trocas gasosas, por simplesmente
preencher as vias respiratórias onde essas trocas
nunca ocorrem, tais como o nariz, a faringe e a
traquéia. Esse ar é chamado AR DO ESPAÇO
MORTO, por não ser útil para as trocas gasosas.
Na expiração, o ar do espaço morto é expirado
primeiro, antes de qualquer ar dos alvéolos
alcançar a atmosfera. Portanto, o espaço morto
é muito desvantajoso para remover os gases
expiratórios dos pulmões.

500ml é o volume corrente, ou seja, os ares inspirados a cada respiração normal, destes
500ml, 150ml estão no espaço morto anatômico (área onde não ocorre qualquer troca gasosa)
então estes 150ml são denominados ar do espaço morto anatômico.

500ml – 150ml = 350ml, renovação do ar sendo este o que faz as trocas gasosas.

Quando o espaço morto alveolar é incluido na medida total do espaço morto, ele é chamado
ESPAÇO MORTO FISIOLÓGICO, em contraposição ao espaço morto anatômico. Ele ventila e não
perfunde. O ar dos alvéolos sem perfusão não faz trocas gasosas e é considerado espaço
morto (sem função).
Espaço morto fisiológico: é na realidade a soma do espaço morto anatômico com outros
volumes gasosos pulmonares que não participam da troca gasosa.

-Por exemplo: determinada área do pulmão é ventilada, mas não perfundida e os gases que
chegaram aos alvéolos nestas regiões não podem participar das trocas gasosas e é
funcionalmente morto.
-Também pode ocorrer o contrario onde ocorre a perfusão, mas não ocorre a ventilação, o que
resulta em um sangue que não pode fazer as trocas gasosas e a este sangue o chamamos de
sangue shunt por sua incapacidade de realizar as trocas gasosas.
-O espaço morto fisiológico é maior que o anatômico.

CIRCULAÇÃO PULMONAR (Trocas Gasosas) E BRÔNQUICA (Parênquima Pulmonar)


Na circulação pulmonar o sangue do coração manda pro pulmão fazer as trocas e o sangue fica
arterializado. Na circulação brônquica, há a nutrição da parede dos brônquios, bronquíolos.

RESUMO – Alberto Galdino LoL


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VENTILAÇÃO TOTAL E ALVEOLAR
A ventilação total é o volume de ar que entra ou sai das vias aéreas a cada movimento
respiratório ou num minuto. Pode ser avaliado por espirometria.Em repouso, o volume
mobilizado, em cada ciclo ventilatório, designa-se por volume corrente (média no adulto:
500mL). Varia com a idade, sexo, posição corporal e actividade metabólica. Para umvolume
corrente de 500mL e uma frequência respiratória normal de 12 a 15/minuto, a ventilação total,
é de 6 a 8L/min. Num esforço ventilatório máximo, a ventilação total designa-se por
capacidade vital.
A ventilação alveolar corresponde ao volume de ar renovado que chega aos alvéolos a cada
ventilação ou a cada minuto, e que participa efetivamente nas trocas gasosas. Pode
considerar-se que a ventilação alveolar é a parte da ventilação total obtida após a exclusão do
espaço morto anatômico.

VT= Vc x FR (ventilação total)


VEM= VEM x F (volume espaço morto)
VA= (Vc – VEM) x FR (ventilação alveolar)

MECÂNICA RESPIRATÓRIA
-Forças Elásticas e Resistivas-

A pleura pulmonar é uma fina camada membranosa formada por dois folhetos:
 Pleura Parietal que recobre internamente a parede costal da cavidade toráxica
 Pleura Visceral que recobre os pulmões, o mediastino (pleura mediastinal) e o
diafragma (pleura diafragmática).
A cavidade pleural é o espaço virtual entre os dois folhetos da pleura, que é ocupado pelo
líquido pleural para a lubrificação das pleuras, facilitando os movimentos dos pulmões durante
a mecânica da respiração pulmonar.

-Musculos da Respiração-
Músculos Inspiratórios: ao se contrairem, produzem aumento do volume da caixa toráxica.

Primários  Músculos Paraesternais, Escalenos e Externos.


Características: Resistência à fadiga, Alto fluxo sanguíneo, Maior capacidade oxidativa, Maior
densidade capilar (proteólise).
‘DIAFRAGMA’.
Acessórios Esternocleidomastóideo,
Esterno-Hióide, Peitoral Maior

 Diafragma: traciona a superfície


inferior dos pulmões para baixo,
aumentando o volume da caixa
toráxica no sentido vertical
(crânio-caudal).
 Intercostais Externos e Músculos
do Pescoço
(Esternocleidomastóideo e
Escalenos): tracionam as costelas
e o osso esterno para cima e para
diante, aumentando o volume da
caixa toráxica no sentido
horizontal (ântero-posterior). São os mais cobrados na respiração forçada.

RESUMO – Alberto Galdino LoL


FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO
Músculos Expiratórios: ao se contrairem,
produzem diminuição do volume da caixa
toráxica.
Expiração: processo inteiramente PASSIVO.

Músculos: Retroabdominal, Oblíquo


Externo, Transverso Abdominal
 Músculos Abdominais (Transverso, Oblíquo Externo e Interno): elevam a superfície
inferior dos pulmões, diminuindo o volume da caixa toráxica no sentido vertical
(crânio-caudal).
 Músculos Intercostais Internos: tracionam as costelas e o esterno para baixo,
diminuindo o volume da caixa toráxica no sentido horizontal (ântero-posterior).

-Gasto de Energia-
 Passivo: inspiração (basal)
 Ativo: expiração. Esforço físico (inspiração/ativa)
A variação de comprimento (volume) é proporcional à força (pressão).

-Propriedades elásticas do Pulmão-


Todas as estruturas do pulmão (vasos, bronquíolos, alvéolos, etc.) encontram-se interligadas
por uma trama de tecido conjuntivo pulmonar, de sorte que, quando há insuflação todos esses
componentes se distendem. É a INTERDEPENDÊNCIA, que contribui para manter todos os
alvéolos abertos, posto que caso alguns se fechassem, seus vizinhos pucariam suas paredes e
tenderiam a reabri-los. Além das propiedades elásticas dos tecidos pulmonares, os pulmões
ainda apresentam um importante fator que contribui para suas caracteristicas elásticas: a
TENSÃO SUPERFICIAL do líquido que recobre as zonas de trocas, denominado SURFACTANTE.

-Pressão Intrapleural, Alveolar e Transpulmonar-


Pressão Intrapleural (Pip): é a pressão no espaço pleural, ou seja, entre as duas
pleuras. É subatmosférica.
É sempre negativa, pois existe uma drenagem constante do liquido intersticial
pelos ductos linfáticos, sendo no repouso –5cm H2O.

Durante a expansão do pulmão a pressão intrapleural fica mais intensa e


negativa, cerca de –7cm H2O (inspiração).
Durante a expiração a pressão intrapleural, aumenta para – 3cm H2O, esta pressão é sempre
negativa nunca positiva.

Pressão Alveolar (Palv): é a pressão no interior dos alvéolos. Sendo a


responsável por manter a expansão pulmonar contra a parede torácica,
evitando assim seu colabamento.

No momento de repouso, ou seja, não se inspira nem expira a pressão


alveolar é de 0cm H2O (sendo na realidade a pressão atmosférica).
Durante a inspiração a caixa torácica se expande por causa da musculatura, o que expande
também o pulmão, de acordo com as leis da física quando o volume de gás sofre um aumento
súbito sua pressão diminui, assim durante a inspiração a
pressão alveolar cai para cerca de –1cm H2O.
Durante a expiração ocorre o oposto do descrito acima e a
pressão aumenta para cerca de 1cm H2).

RESUMO – Alberto Galdino LoL


FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO
Pressão Transpulmonar (Ptp): é a pressão resultante (diferença) entre a pressão intrapleural e
alveolar, sendo ela quem controla a quantidade de ar que entra ou sai do pulmão.
Quanto maior a pressão transpulmonar maior a quantidade de ar que entra no pulmão.

Histerese: fenômeno físico determinado pela resistência


do tecido pulmonar que provoca uma diferença entre a
curva de insuflação e deflação pulmonar, a histerese é
determinada pela força elástica dos pulmões que estão
em dois grupos:

1. Força elástica do próprio tecido muscular.


2. Força elástica causada pela tensão superficial do
liquido que reveste as paredes internas dos alvéolos e
outros espaços aéreos do pulmão.

O pulmão enche mais facilmente em sua região apical do que a basal, pois no movimento da
expiração o pulmão nunca se esvazia por completo e o ar para sair do pulmão passa por ultimo
na região basal em direção aos bronquíolos, por conseguinte a região basal fica com mais ar
que a apical após a expiração, e por isso o pulmão enche mais facilmente na região basal.

-Lei de Hooke-
Afirma que os corpos perfeitamente elásticos exibem uma relação linear entre a força aplicada
e a deformação obtida até ser o módulo de elasticidade. Tanto os pulmões como a caixa
toráxica são elásticas e armazenam energia quando se destendem.

COMPLACÊNCIA: É uma medida da


tendência de um órgão oco a resistir ao recuo
às suas dimensões originais com a remoção
de uma força compressiva ou distentiva. É
o trabalho necessário para expandir os
pulmões contra as forcas elásticas do pulmão.
A complacência é máxima em volumes
pulmonares moderados, e muito baixa em
volumes que são muito baixos ou muito altos.

A complacência pulmonar de um individuo


sadio e adulto é de cerca de 200 ml/cm H2O.
500ml é o volume corrente, ou seja, os ares
inspirados a cada respiração normal, destes
150ml estão no espaço morto anatômico
(área onde não ocorre qualquer troca gasosa)
então estes 150ml são denominados ar do espaço morto anatômico.
500ml – 150ml = 350ml, renovação do ar sendo este o que faz as trocas gasosas.

RESUMO – Alberto Galdino LoL


FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO

-Lei de Laplace-
Laplace afirmava que, em um sistema fechado de
bolhas comunicantes (como os alvéolos), as
menores tendem a esvaziar-se nas bolhas
maiores. Quanto menos o tamanho dos alvéolos,
maior a sua tensão superficial, e mais facilmente
se colaba.

TENSÃO SUPERFICIAL: Quando se forma uma


interface entre H2O e ar as moléculas de H2O
situadas na superfície, tem uma atração
especialmente forte umas pelas outras, como
conseqüência a superfície da água esta sempre
tentando se contrair.
Os alvéolos possuem água em suas paredes internas, água esta que faz com que o alvéolo
tenda a colabar forçando o ar para fora dos mesmos em direção aos bronquíolos e brônquios.

SURFACTANTE: os alvéolos não colabam


graças à existência de surfactante pulmonar,
agente tensoativo na água produzido pelos
Pneumócitos tipo II dos alvéolos, que reduz
acentuadamente a tensão superficial da
água que enconbre os alvéolos. O
surfactante é uma mistura complexa de
vários fosfolipídios (DPPC- dipalmitoil
fosfatidilcolina), proteínas (apoproteínas
surfactantes) e íons (cálcio), que não se
dissolvem uniformemente em água,
espalhando-se sobre a superfície da mesma,
uma vez que alguns de seus componentes
apresentam áreas hidrofílicas (que reagirão com água) e outras áreas hidrofóbicas (não se
dissolve).

RESUMO – Alberto Galdino LoL


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TROCAS GASOSAS

-Lei dos Gases-


A pressão dos gases é determinada pelo impacto constante das moléculas em movimento
contra uma superfície. É proporcional ao npumero de moléculas.
Os gases dissolvidos na água ou nos tecidos do corpo exercem pressões, visto que apresentam
movimento aleatório – energia cinética.

-Difusão-
A difusão de gases entre os alvéolos e o sangue obedece às regras da
difusão simples.
 A taxa de difusão através das membranas é diretamente
proporcional ao gradiente de pressão parcial (concentração)
 A taxa de difusão através das membranas é diretamente
proporcional à superfície de área disponível
 A taxa de difusão através das membranas é inversamente
proporcional à espessura da membrana
 A difusão é mais rápida em distâncias curtas.

Pp= PN2 + PCO2 + PO2

A pressão parcial de um gás é determinada não só por sua


concentração como também pelo seu Coeficiente de Solubilidade.

-Difusão Alvéolo-Capilar-

RESUMO – Alberto Galdino LoL


FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO
As paredes alveolares são extremamente finas e estão envolvidas por um plexo capilar
extenso.Esta estreita proximidade faz com que as trocas ocorram através das membranas de
todas as porções terminais dos pulmões, não só através dos alvéolos propriamente ditos. Esta
superfície de trocas designa-se por membrana respiratória e
possui diferentes camadas:
 camada de fluido que reveste internamente o alvéolo
(onde se encontra o surfactante)
 epitélio alveolar, composto por células epiteliais finas
 membrana basal epitelial,
 espaço intersticial, delgado entre o epitélio alveolar e a
membrana capilar
 membrana basal dos capilares que, em muitos pontos,
se funde com a do epitélio
 membrana endotelial capilar.

Surpreendentemente, a espessura de todas estas camadas


ronda um total de 0,6µm. Em termos de superfície total de
trocas, estima-se, como já foi referido, cerca de 70 m2. Por outro
lado, o diâmetro dos capilares raramente excede os 5µm, o que
faz com que os eritrócitos seencostem às paredes, diminuindo a quantidade de plasma que os
gases devem percorrer, o que, por si,também contribui para a rapidez das trocas.

Em suma, os fatores que determinam a velocidade das trocas gasosas através da membrana
respiratória são:
 a espessura da membrana,
 a área superficial da membrana,
 o coeficiente de difusão do gás na substância da membrana
 a diferença de pressão parcial do gás entre os dois lados da membrana.

Com base no volume de gás que se difunde através da membrana, em cada minuto, para uma
diferença de pressão de 1 mmHg, pode exprimir-se a capacidade de difusão da membrana.
Num indivíduo saudável, e para o O2, deve ser de cerca de 21 mL/min/mmHg. O tempo de
trocas é o adequado para que a PO2 no eritrócito entre em equilíbrio com a PO2 alveolar. Ou
seja, a difusão não é um passo limitante.

Após os alvéolos serem ventilados com ar fresco, a próxima etapa no processo da respiração é
a difusão do O2 dos alvéolos para o sangue e do CO2 no sentido oposto do sangue para os
alvéolos.
Esta troca ocorre nas membranas respiratórias (todas as superfícies pulmonares) por meio de
difusão, ou seja, tanto O2 quanto o CO2 passam do meio mais concentrado para um meio
menos concentrado.
Como se pode perceber tanto O2 quanto CO2 tem um sentido oposto durante a difusão.

Ventilação Normal: 4,2 L/min.


Hiperventilação é o aumento da quantidade de ar que ventila os pulmões, devido a causas
muito variadas, como p.ex. exercício físico, febre, hipóxia etc., podendo traduzir-se em
hipocapnia e alcalose.
Hipoventilação ocorre quando a ventilação é inadequada para realizar a troca de gases nos
pulmões.
Hipoventilação: aumenta a captação de CO2
Hiperventilação: aumenta a excreção de CO2
RESUMO – Alberto Galdino LoL
FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO
Após os alvéolos serem ventilados com ar fresco, a próxima etapa no processo da respiração é
a difusão do O2 dos alvéolos para o sangue e do CO2 no sentido oposto do sangue para os
alvéolos.
Esta troca ocorre nas membranas respiratórias (todas as superfícies pulmonares) por meio de
difusão, ou seja, tanto O2 quanto o CO2 passam do meio mais concentrado para um meio
menos concentrado.
Como se pode perceber tanto O2 quanto CO2
tem um sentido oposto durante a difusão.

A difusão depende de cinco fatores:

1. Solubilidade do gás em um liquido.


2. A área da reação transversa do liquido.
3. A distancia através da qual o gás deve
difundir.
4. Peso molecular do gás.
5. Temperatura do gás.

A maioria dos gases com importância na fisiologia da respiração possuem uma solubilidade
muito baixa no sangue e o inverso ocorre nos lipídios através da membrana celular onde são
muito solúveis.
Quando há edema a membrana celular aumenta em muito a sua espessura, com isso se tem
uma maior dificuldade para ocorrer à difusão.
Composição do ar alveolar e sua relação com o ar atmosférico, ao nível do mar.

O ar alveolar não apresenta de modo


algum as mesmas concentrações
gasosas do ar atmosférico, pois:
 O ar alveolar é substituído
parcialmente por ar
atmosférico a cada respiração.
 O O2 esta constantemente
sendo absorvido dos alvéolos
para o sangue.
 O CO2 esta em difusão constante do sangue para os alvéolos.
O ar atmosférico seco que penetra nas via aérea é umidificado antes de chegar aos alvéolos.

A velocidade de renovação do ar alveolar pelo ar atmosférico ocorre de maneira muito lenta,


pois em um individuo normal após a respiração no final da expiração o volume de ar que
permanece no pulmão é de cerca de 2.300ml, todavia apenas 350ml chegam aos alvéolos a
cada respiração normal, como consequência disso o ar renovado a cada respiração é de
apenas 1/7, pois 2300/350 = 0,007

Esta renovação lenta do ar é importante para evitar:


 Alterações súbitas da concentração de gases no sangue.
 Evitar o aumento ou diminuição excessiva na oxigenação dos tecidos.
 Alterações súbitas da concentração de CO2 tecidual.
 Alterações excessivas do pH do sangue e tecidos, quando a respiração é interrompida.

RESUMO – Alberto Galdino LoL


FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO
Concentração e pressão de O2 nos alvéolos:
 É controlado em 1° lugar pela velocidade de absorção de O2 pelos capilares.
 É controlado em 2° lugar pela velocidade da entrada do novo O2 para os pulmões pelo
processo da ventilação.
Concentração e pressão de CO2 nos alvéolos:
 O CO2 é continuamente formado no organismo, sendo também continuamente
liberado nos alvéolos e apartir daí para fora do corpo.
 A concentração de CO2 no sangue é muito mais
importante que a de O2.
 Se o gás for solúvel no liquido (plasma) ele
exerce pouca pressão este é o caso do CO2 que
demora a saturar, já o O2 é muito pouco solúvel
em meio liquido saturando mais rapidamente

PV (pressão venosa pulmonar)O2: 40mmHg


PV (pressão venosa pulmonar)CO2: 45mmHg
Pa (pressão artéria pulmonar)O2: 104mmHg
Pa (pressão artéria pulmonar)CO2: 40mmHg
PA (pressão alveolar)O2: 100mmHg
PA (pressão alveolar)CO2: 40mmHg

ESPAÇO MORTO FISIOLÓGICO: é na realidade a soma


do espaço morto anatômico com outros volumes gasosos pulmonares que não participam da
troca gasosa.
Por exemplo: determinada área do pulmão é ventilada, mas não perfundida e os gases que
chegaram aos alvéolos nestas regiões não podem participar das trocas gasosas e é
funcionalmente morto.
Também pode ocorrer o contrario onde ocorre a perfusão, mas não ocorre a ventilação, o que
resulta em um sangue que não pode fazer as trocas gasosas e a este sangue o chamamos de
sangue shunt por sua incapacidade de realizar as trocas gasosas.
“O espaço morto fisiológico é maior que o anatômico.”

Quando entra O2 no organismo a sua pressão parcial diminui devido a umidificação que ocorre
nas vias aéreas, em saltos de 160mmHg para 149mmHg.
 Pressão alveolar O2 = 104mmHg.
 Pressão arterial O2 = 100mmHg.
 Pressão venosa O2 = 40mmHg.
O CO2 é resultado da queima da glicose dentro das células, tendo como função reativar o
tampão carbônico para a manutenção do pH.

CO2 + H2O ↔ H2CO3 ↔ H+ + HCO3-


Este tampão tem como finalidade manter a estabilidade do pH, pois:
 CO2↑ H+↑ pH↓, o que leva a uma acidose.
 CO2↓ H+↓ pH↑, o que leva a uma alcalose.

É mais importante manter o equilíbrio de CO2 que o de O2:


[CO2] no ar atmosférico é praticamente 0mmHg.
[CO2] no ar atmosférico é praticamente 0mmHg.
[CO2] no ar alveolar = 40mmHg.
Pressão arterial CO2 = 40mmHg.
Pressão venosa CO2 = 45mmHg.

RESUMO – Alberto Galdino LoL


FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO
Percebe-se que a diferença entre o sangue venoso e o arterial não pode ser muito grande, pois
se isso ocorre-se o sangue venoso seria muito ácido.
Quando o sangue venoso passa pelo pulmão deixa cerca de 5mmHg de CO2 saindo para a veia
pulmonar com cerca de 40mmHg de CO2, então qualquer problema que impeça este processo
em longo prazo acarretará uma acidose respiratória.

 Acidose metabólica: ocorre por problemas relativos ao metabolismo, por exemplo,


excesso de produção de acido lático, no diabético o excesso de corpos cetonicos no
sangue e etc... Todos estes problemas aumentam a concentração de H+ no sangue o
que por sua vê diminui o pH, para compensar tem-se uma hiperventilação para retirar
o CO2 em excesso, os rins aumentam a excreção de íons H+ e a reabsorção de HCO3-.
 Alcalose metabólica: por problemas do metabolismo tem se a falta de íons H+ e o
excesso de HCO3- o que aumenta o pH, é compensado através de uma hiperventilação
e os rins aumentam a excreção de HCO3- e a reabsorção de H+.
 Acidose respiratória: causada por uma ventilação ruim, o que aumenta a concentração
de CO2 no sangue que por sua vês diminui o pH do mesmo.Para se compensar 1° tem
se os tampões dos líquidos corporais e também os rins necessitam de vários dias para
corrigir o problema.
 Alcalose respiratória: ocorre quando se tem uma ventilação excessiva que eleva o pH
do sangue, para se compensar tem se os tampões corporais e também os rins.

-Transporte de O2 e CO2 no Sangue-


Após sua difusão dos alvéolos para o sangue pulmonar, o O2 é transportado principalmente
pela hemoglobina dentro dos eritrócitos até capilares teciduais onde é liberado para ser
utilizado pelas células.
A presença de sangue nos eritrócitos permite que o sangue transporte 30 a 100 vezes mais O2
de que sem sua presença, ou seja, O2 dissolvido no plasma.
O CO2 faz o caminho inverso do O2, ele também se combina quimicamente no sangue o que
aumenta seu transporte em cerca de 15 a 20 vezes.

TRANSPORTE DE O2 NO SANGUE:
O pH do sangue arterial é diferente do sangue venoso:
Sangue arterial: 7,36 a 7,44
Sangue venoso: 7,44 a 7,46
Esses valores têm importância para o transporte de O2 que é muito pouco solúvel em
H2O(plasma), sendo necessário uma proteína, a hemoglobina (Hb) para seu transporte.

Hemoglobina (CARACTERISTICAS)
 4 polipeptídicas (2 alfas e 2 betas) – Hb A, Hb F (2 gama) e Hb S (aa de cadeia beta é
Valina no lugar de glutamato)
 4 grupos HEME (Protoporfirina e Ferro Ferroso Fe2+)
 Combinação com O2 (Oxihemoglobina)
 Dissociação com O2 (Deoxihemoglobina)
 *Metemoglobina: Férrico (Fe3+) – Nitrito
 *Carboxihemoglobina: (Hb CO)

A hemoglobina se liga a até quatro O2 e


a partir que o primeiro se liga os outros
se ligam a ela mais facilmente
(mecanismo de autofacilitação).

RESUMO – Alberto Galdino LoL


FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO
Normalmente cerca de 97% de todo O2 transportado dos pulmões para os tecidos são
transportados em combinação química com a hemoglobina, sendo que os três restantes estão
dissolvidos na água do plasma.
Quando 100% da Hb esta ligada ao O2, a concentração de O2 é transportado em 20% ou seja,
100ml de sangue para 20mm de O2.
A uma PO2 de 104mmHg, 99% do O2 é transportado pela proteína Hb.

Gráfico da dissociação da Hemoglobina:


No sangue arterial com uma
saturação de 97%, a quantidade
total de O2 ligado à hemoglobina
é de 19,4mm para cada 100ml de
sangue, ao passar pelos capilares
esta quantidade cai para cerca de
14,5mm, assim em condições
normais cerca de 5mm de O2 são
transportados dos pulmões para
os tecidos a cada 100ml de
sangue.

-Função de tampão da hemoglobina-


Tampão de O2 tecidual, ou seja, ela é responsável pela estabilização da pressão de O2 no
plasma e tecidos.
 Nos tecidos a PO2 normal é de cerca de 40mmHg, quando o sangue chega nos tecidos
a sua pressão varia de acordo com o seu metabolismo, quando a PO2 cai a
concentração de Hb também cai.
 Quando a concentração de O2 da ATM se modifica acentuadamente o efeito tampão
da Hb entra em ação, mantendo a PO2 tecidual e sanguínea quase constante, tanto na
altitude onde a PO2 dos alvéolos pode cair pela metade ou quando mergulhamos a
altas profundidades onde a PO2 nos alvéolos pode aumentar cerca de até 10 vezes.

Por exemplo: quando por qualquer que seja motivo a pressão alveolar venha a se elevar até
500mmHg cerca de 5 vezes o seu valor normal, mas a saturação da Hb nunca pode passar de
100% ou seja apenas 03% de seu valor normal que é 97%, a seguir o fluxo sanguíneo continua
e ao passar pelos capilares teciduais perde cerca de 05mm de O2, o que automaticamente
reduz a PO2 do capilar para um valor que é apenas alguns mm do valor normal de 40mmHg.
 Para o metabolismo celular é necessária apenas à presença de pequena pressão de O2,
para que ocorram as reações químicas intracelulares normais, sendo necessário uma
PO2 de apenas 1mmHg para que a PO2 deixe de ser um fator limitante para as reações
enzimáticas das células.

Fatores que desviam a curva de dissociação da oxiemoglobina:

Quanto mais CO2 tiver maior será o metabolismo celular e a


célula por sua vês necessitara de uma maior quantidade de O2.
O aumento da temperatura do sangue favorece o desvio para a
direita, pois aumenta o transporte de O2 para os músculos
durante a atividade.
Efeito Bohr: desvio para a esquerda, o que atrapalha a
dissociação da Hb diminuindo a quantidade de O2 liberado.

RESUMO – Alberto Galdino LoL


FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO
TRANSPORTE DE CO2 NO SANGUE:
 O CO2 se dissolve bem no sangue, com uma facilidade muito maior que o O2,
conseqüentemente a pressão do CO2 será também bem menor que a do O2.
 Já a concentração de CO2 é muito maior que a de O2 (por isso sua concentração é mais
importante que a de O2).

As hemácias possuem a enzima anidrase carbônica que catalisa a reação H2O + CO2, que
formara acido carbônico que por sua vês se dissociara em íons bicarbonato e H+ (todo este
processo ocorre dentro da hemácia).

Na circulação parte de todo CO2 é transportado na forma de bicarbonato dentro da hemácia


(maior parte), também na forma liquida no sangue e por ultimo ligado a hemoglobina Hb-CO2
(carboxiemoglobina).

 70% na forma de bicarbonato dentro da hemácia.


 23% Hb-CO2.
 07% CO2 dissolvido na plasma.

Uma hiperventilação não aumenta a concentração de O2 no sangue, a não ser que se aumente
o numero de Hb, pois a uma pressão de 100mmHg 97% de todo O2 e transportado pela
hemoglobina.

 Acidose deprime o sistema nervoso podendo causar coma.


 Alcalose excita o sistema nervoso podendo causar convulsão.
 Hiperventilação aumenta a excreção de CO2.
 Hipoventilação aumenta a captação de CO2.
 O maior problema não é a falta de O2, mas sim o acumulo de CO2.

RESUMO – Alberto Galdino LoL


FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO

Quando o sangue fica ligeiramente ácido, com a queda do pH do valor normal de 7,4 para 7,2
a curva de dissociação de oxigênio-hemoglobina se desloca em média por cerca de 15% para a
direita (Efeito Bohr). Por outro lado, o aumento do pH do normal de 7,4 para 7,6 desloca a
curva de maneira semelhante para a esquerda.

Deslocam a curva para a direita:


 Maior concentração de Dióxido de Carbono (PCO2)
 ↑ do pH
 ↑ da Temperatura corporal
 ↑ do 2,3 Bifosfoglicerato (BPG)
O BPG é um composto fosfatídico metabolicamente importante presente no sangue em
diferentes concentrações, sob diferentes condições metabólicas. (Outra explicação: é um
produto intermediário formado durante a glicólise anaeróbia, via energética da hemácia).

Alterações nas trocas Resposta Compensatória

RESUMO – Alberto Galdino LoL


FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO
ESPOMETRIA: VOLUMES E CAPACIDADES PULMONARES
Os volumes e as capacidades pulmonares são medidos por meio da Espirometria, que consiste
em medir a entrada e a saída de ar nos pulmões, ou seja, afere as capacidades e volumes
pulmonares. O espirômetro é um equipamento composto por uma escala indicadora de
volume, uma campânula flutuante, um tanque com água e um bocal.
Na espirometria, podem ser medidos 4 volumes (volume
corrente, de reserva inspiratório, de reserva expiratório
e residual) e 4 capacidades ( capacidades inspiratória,
funcional, vital e capacidade pulmonar total).

VOLUMES PULMONARES: são as medidas individuais


da quantidade de ar que o indivíduo é capaz de inspirar
ou de expirar de acordo com a espirometria.

 Volume Corrente (VC=500ml): corresponde ao volume de ar inspirado e expirado em


cada ciclo respiratório em condições basais (o ciclo respiratório em repouso). O
volume corrente pode ser designado ainda como VT ( Tidal Volume).
 Volume de Reserva Inspiratória (VRI=3000ml): é o volume de ar extra que ainda se
consegue inspirar depois de já ter inspirado o volume corrente, não incluindo-o então.
 Volume de Reserva Expiratória (VRE=1100ml): volume de ar que, por meio de uma
expiração forçada, ainda pode ser exalado no final a expiração do volume corrente
normal.
 Volume Residual (VR=1200ml): volume do ar que permanece nos pulmões mesmo no
final da mais vigorosa das expirações (mesmo assim é constantemente renovado).
Não pode ser demonstrado no gráfico da espirometria uma vez que o espirograma só
demonstra volumes inspirados ou expirados. Caso fosse registrado, estaria abaixo da
reserva expiratória.

CAPACIDADES PULMONARES: São as somas de dois ou mais volumes pulmonares.

 Capacidade Inspiratória (CI= VC+VRI =3500ml): é a quantidade de ar que um indivíduo


pode inspirar, partindo do nivel expiratório basal e enchendo ao máximo os pulmões.
 Capacidade Residual Funcional ( CRF= VRE+VR =2300ml): consiste em uma quantidade
de ar que, em condições normais, permanece nos pulmões ao final da expiração
normal. Não pode ser calculada por espirometria.
 Capacidade Vital (CV= VRI+VC+VRE =4600ml): é a amplitude total de uma inspiração
máxima e uma expiração máxima, passando pelo volume corrente (incluindo-o).
Consiste, portanto, na maior quantidade de ar que uma pessoa pode expelir dos
pulmões após tê-los enchido ao máximo e, em seguida, expirado completamente.
 Capacidade Pulmonar Total (CPT= VC+VRI+VRE+VR =5800ml ou CPT=CV+VR):
representa o somatório de todos os volumes pulmonares, ou seja, todo o volume de
ar existente no pulmão. Não pode ser medida na expirometria por ter volume residual
como um de seus componentes.

RESUMO – Alberto Galdino LoL


FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO
Volume Respiratório Minuto (VRM): Corresponde à quantidade total de ar que se movimenta
pelas vias respiratórias a cada minuto.

VRM= Volume Corrente (VC) x Frequência Respiratória (FR)


VRM= 500ml x 12 ciclos.min-1 ou 6 litros.min-1

Volume do Espaço Morto (VEM=150ml): 6 litros de sangue percorrem as vias aéreas por
minuto. Porém, nem todo ar inspirado participa das trocas gasosas (aproximadamente 150ml).
Este volume corresponde ao Volume do Espaço Morto, que ocupa apenas a zona que não
participa da difusão aérea, isto é, a zona de condução.

Em outras palavras, é o volume de ar que entra nos pulmões, porém não atinge os alvéolos.
Consiste no ar que se encontra no nariz, laringe, faringe, traquéia e brônquios terminais e que
será expirado sem ter entrado nos alvéolos. Compreende cerca de 150 ml de ar, ainda
oxigenado, o que mostra a importância das insuflações (respirações boca a boca) como forma
de fornecer ar oxigenado para o socorrido.

-----------------------------x-------------------------------x--------------------------------x---------------------------
Diversos fatores modificam a ventilação, seja por alterações na frequência, no volume
corrente ou no ritmo. As emoções, a do, o sono, o choro, a fonação, a tosse, as necessidades
metabólicas, bem como várias entidades mórbidas, podem modificar o padrão ventilatório,
recebendo denominações especiais:

 EUPNÉIA: é a respiração normal, sem qualquer sensação subjetiva de desconforto.


 TAQUIPNÉIA: aumento da frequência respiratória.
 BRADIPNÉIA: diminuição da frequência respiratória.
 HIPERPNÉIA: aumento do volume corrente.
 HIPOPNÉIA: diminuição do volume corrente.
 HIPERVENTILAÇÃO: aumento da ventilação global. Mais acertadamente, aumento da
ventilação alveolar além das necessidades metabólicas.
 HIPOVENTILAÇÃO: diminuição da ventilação global. Com maior precisão, diminuição
da ventilação dos alvéolos aquém das necessidades metabólicas.
 APNÉIA: parada dos movimentos respiratórios ao final de uma expiração basal.
 APNEUSE: interrupção dos movimentos respiratórios ao final da inspiração.
 DISPNÉIA: respiração laboriosa, sensação subjetiva de dificuldade respiratória.

MANOBRAS EXPIRATÓRIAS FORÇADAS


Solicita-se ao indivíduo que, após inspirar até a capacidade pulmonar total (CPT), expire tão
rápida e intensamente quanto possível em um espirógrafo, sendo o volume expirado lido em
um traçado volume-tempo. Com base nesse traçado, é possível computar a Capacidade Vital
Forçada (CVF) e o Volume Expiratório Forçado no Primeiro Segundo (VEF1,0).

RESUMO – Alberto Galdino LoL


FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO
CONTROLE DA RESPIRAÇÃO

A respiração possui tanto o controle involuntário quanto o voluntário:

 O controle voluntário existe para que possamos realizar outras funções que sem ele
seria impossível, como por exemplo, a fonação.
 O controle involuntário nos mantém respirando a maior parte do tempo, pois durante
a maior parte do tempo nem lembramos de estar respirando.

O controle da respiração é feita por dois elementos:

 Voluntário: controle das atividades.


 Metabólico: relacionado com a química do
sangue para garantir a respiração.

Por exemplo, podemos prender a respiração através do


controlador voluntário (estímulos voluntários), mas
após algum determinado tempo chega-se a um
momento em que o controlador metabólico (estímulos
não voluntários) supera em numero de estímulos o
controlador voluntário realizando assim a inspiração.

O SNA (sistema nervoso autônomo) controla todas as visceras com exceção do pulmão, o
único lugar onde se tem musculatura lisa no pulmão é nos brônquios, o que possibilita ao SNA
fazer a bronquiodilatação e constrição.
O restante do pulmão possui musculatura estriada esquelética (MEE), que através do nervo
periférico (eferente motor somático) promove a ventilação.

→CONTROLE NEURAL DA RESPIRAÇÃO←

Em relativo repouso, a freqüência respiratória é da ordem de 10 a 15 movimentos por minuto.


A PONTE e o BULBO são responsáveis pelo Controle Neural da Respiração.

aferencias→ +Centro integrador- →eferências


RECEPTOR↗ ↘EFETOR

A respiração é controlada automaticamente por um centro nervoso localizado no bulbo. Desse


centro partem os nervos responsáveis pela contração dos músculos respiratórios (diafragma e
músculos intercostais). Os sinais nervosos são transmitidos desse centro através da coluna
espinhal para os músculos da respiração. O mais importante músculo da respiração, o
diafragma, recebe os sinais respiratórios através do nervo frênico, que deixa a medula espinhal
na metade superior do pescoço e dirige-se para baixo, através do tórax até o diafragma.
Os sinais para os músculos expiratórios, especialmente os músculos abdominais, são
transmitidos para a porção baixa da medula espinhal, para os nervos espinhais que inervam os
músculos. Impulsos iniciados pela estimulação psíquica ou sensorial do córtex cerebral podem
afetar a respiração. Em condições normais, o centro respiratório (CR) produz, a cada 5
segundos, um impulso nervoso que estimula a contração da musculatura torácica e do
diafragma, fazendo-nos inspirar. O CR é capaz de aumentar e de diminuir tanto a freqüência
como a amplitude dos movimentos respiratórios, pois possui quimiorreceptores que são
bastante sensíveis ao pH do plasma. Essa capacidade permite que os tecidos recebam a
quantidade de oxigênio que necessitam, além de remover adequadamente o gás carbônico.
RESUMO – Alberto Galdino LoL
FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO
Quando o sangue torna-se mais ácido devido ao aumento do gás carbônico, o centro
respiratório induz a aceleração dos movimentos respiratórios. Dessa forma, tanto a freqüência
quanto a amplitude da respiração tornam-se aumentadas devido à excitação do CR.
Em situação contrária, com a depressão do CR, ocorre diminuição da freqüência e amplitude
respiratórias.

Em resumo:
 Ponte e bulbo são responsáveis pelo controle neural da respiração
 O tronco cerebral controla a geração do Ritmo Respiratório
 O controle ventilatório depende da integração central de informações periféricas
 O padrão respiratório não é uma simples oscilação entre Inspiração e Expiração
 QUIMIORRECEPTORES → TRONCO CEREBRAL → MUSCULATURA
 Respiração Ritmica: 12 a 18 ciclos em 1 minuto (controlado por mecanismos neurais e
químicos)
Centros de Controle Central
RECEPTORES↗ < - - - - - - - - - - - - - - - - - - ↘EFETORES

CENTROS/GRUPOS RESPIRATÓRIOS
A natureza periódica do ciclo respiratório é controlada por neurônios localizados no tronco
cerebral a nível de Ponte e Bulbo. Esse conjunto de neurônios foi chamado CENTRO
RESPIRATÓRIO. Por muitos anos perdurou a noção de que o centro respiratório era constituído
por subcentros bulbares (inspiratório e expiratório) e pelos subcentros pontinos. Deste
conceito evoluiu-se para os denominados GRUPOS RESPIRATÓRIOS, pois foi verificado qu há
diversos núcleos neuronais relativamente agrupados envolvidos na respiração.

O Centro Respiratório se compõe por diversos grupos de neurônios localizados bilateralmente


no Bulbo e na ponte do Tronco Cerebral. Se divide em 3 agrupamentos principais de
neurônios:

 Grupo Respiratório Dorsal - situado na porção dorsal do bulbo, responsável


principalmente pela INSPIRAÇÃO.
 Grupo Respiratório Ventral - localizado na parte ventrolateral do bulbo, encarregado
basicamente da EXPIRAÇÃO.
 Centro Pneumotáxico – encontrado na porção dorsal superior da ponte, incumbido
essencialmente do CONTROLE DA FREQUÊNCIA e da AMPLITUDE RESPIRATÓRIA.

RESUMO – Alberto Galdino LoL


FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO
GRUPO RESPIRATÓRIO DORSAL (GRD)
É composto por um grupo de células ativas durante a inspiração (neurônios inspiratórios).
Esses neurônios podem ser divididos em dois subtipos:
 Neurônios Iα
 Neurônios Iβ

Iα - <-------------------> + Iβ

Enquanto as células do tipo Iα são inibidas


durante a insuflação pulmonar, as do tipo
Iβ são estimuladas por ela. Logo as células
Iβ inibiriam a atividade de Iα, sendo esse
grupamento responsável pelo reflexo de
Breuer-Hering. O GRD localiza-se no
Núcleo do Trato Solitário (NTS).

-Sinal Inspiratório em Rampa-


Inicia-se muito fraco e vai aumentando
progressivamente por cerca de dois segundos. Em
seguida, cessa abruptamente por cerca de três
segundos e permite a retração elástica da caixa
torácica e dos pulmões causando a expiração. O
centro pneumotáxico limita a duração da inspiração
e aumenta a freqüência respiratória.

CENTRO PNEUMOTÁXICO
É situado dorsalmente no núcleo parabraquial
da parte superior da ponte, transmite sinais
para a área inspiratória. O Efeito primário
desse centro é o de controlar o ponto de
“desligamento” da rampa inspiratória,
cntrolando assim a duração da fase de
expansão do ciclo pulmonar.
A função principal do Centro Pneumotáxico é
basicamente a de limitar a inspiração.

RESUMO – Alberto Galdino LoL


FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO
GRUPO RESPIRATÓRIO VENTRAL (GRV)
Situado em cada lado do Bulbo, em posição rostral no núcleo ambíguo rostral (Inspiração) e
caudalmente (Expiração) no Núcleo Retroambíguo.
O grupo ventral de neurônios permanece quase totalmente inativo durante a respiração
normal em repouso. Quando há necessidade de altos níveis de ventilação pulmonar, essa área
opera mais ou menos como um
mecanismo multiplicador. Dessa forma,
o grupo ventral é essencialmente
importante na respiração forçada. Os
receptores de estiramento localizados
nas paredes dos brônquios e
bronquíolos, que transmitem os sinais
através dos nervos vagos para o grupo
respiratório dorsal quando os pulmões
ficam muito distendidos ativam uma
resposta de feedback adequada que
desliga a rampa inspiratória através do
chamado reflexo de insuflação de
Hering-Breuer.

COMPLEXO DE BOTZINGER :contém neurônios inspiratórios e expiratórios, aqueles


enviando seus axônios para o Núcleo Ambíguo, isto é, para o GRV, enquanto estes emitem
seus axônios em direção do GRD (NTS).
Uma região pequena próxima à terminação rostral da coluna ventrolateral que se estende do
Nucleo Facial até a medula espinhal, chamada COMPLEXO PRÉ-BOTZINGER tem sido
considerada o cerne da ritmogênese respiratória (gerador do Ritmo Respiratório).
O Pré-Botzinger é considerado como ‘neurônios marcapassos’.

-Centros Bulbares envolvidos no Controle da Respiração-

GRD (NTS) → Neurônios Inspiratórios → Nervo Frênico → Diafragma

GRV (Bulbo Ventrolateral) → GRVc → Neurônios Expiratórios → Músculos Abdominais


↓ ↘ Botzinger → Pré-Botzinger ↘ M. Intercostais Internos

GVVR → Neurônios Inspiratórios (Nervo Frênico) → Diafragma

-Ativação Gradativa-

+↓----------- [CENTRO PNEUMOTÁXICO PONTINO] ------------↓-


Neurônios Inpiratórios Bulbares Neurônios Expiratórios Bulbares
↘----------------->[NEURÔNIOS MOTORES ESPINHAIS] <------------------↙
↓+
Diafragma
↓+
Inspiração

RESUMO – Alberto Galdino LoL


FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO
CENTRO APNÊUSTICO
Centro pontino: possui neurônios que
fornecem ritmicidade e
automaticidade ao processo
respiratório. Há 2 grupo celulares que
formam os centros pneumotáxico
(superior) e apnêustico (inferiores).
Ainda não se sabe ao certo a função
do APNÊUSTICO. Acredita-se que ele
excite o GRD do bulbo, promovendo
pausa respiratória, mas isso só foi
comprovado em animais de
laboratórios e não em homens.

-------------------------x------------------------------------x-----------------------------------x--------------------------

Reflexo de Breuer-Hering

Inspiração → Insuflação Pulmonar → Ativação de Receptores de Estiramento dos brônquios


e bronquíolos terminais → Aferências Vagais que vão atuar no GRD inibindo-o e vão atuar
estimulando o centro pneumotáxico pontino, que interrompe a inspiração.

Quando os pulmões são


excessivamente insuflados, os
receptores de estiramento ativam
resposta de feed-back apropriada que
“desativa” a rampa inspiratória e
consequentemente, interrompe a
inspiração.
Esse reflexo também aumenta a
frequência respiratória, o que também
é verdade para os sinais originários do
centro pneumotáxico.

→CONTROLE QUÍMICO DA RESPIRAÇÃO←

-Quimiorreceptores-
São receptores envolvidos com a percepção dos teores de O2 e CO2 e H+. São subdivididos
quanto à sua localização anatômica em:
 Periféricos
 Centrais

RESUMO – Alberto Galdino LoL


FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO
QUIMIORRECEPTORES PERIFÉRICOS
São subdivididos anatomicamente em
CAROTÍDEOS E AÓRTICOS, embora
fisiologicamente desempenhem a
mesma função.
São formações altamente vascularizadas.

Os Carotídeos situam-se bilateralmente


na bifurcação da artéria carótida comum
em seus ramos interno e externo.
Os Aórticos estão localizados ao redor
das porções iniciais da aorta.

Os quimiorreceptores Carotídeos enviam informações ao centro respiratório por meio de


potenciais de ação que trafegam bilateralmente ao longo dos nervos Glossofaringeos (IX)
ao passo que os Aórticos mandam suas mensagens aferentes através dos nervos vagos (X).

Os quimiorreceptores periféricos são sensíveis às variações de PO2, PCO2 e pH no sangue


arterial. São compostos por dois tipos celulares:
 Célula tipo I (Sensores)
 Célula tipo II (Sustentação)

Próximo às células tipo I há um grande número de capilares, garantindo um fluxo sanguíneo


adequado aos quimiorreceptores.
As células de sustentação tipo II envolvem tanto as células tipo I como os capilares.

QUIMIORRECEPTORES CENTRAIS
Estão localizados bilateralmente na face
ventral do bulbo e são banhados pelo líquido
cefalorraquidiano.
Pode ser localizada em zonas:
 Rostral (R)
 Caudal (C)
 Intermediária (I)
Eles respondem às variações de PCO2 e pH.

-Receptores J (Justacapilares)-
Ainda está em estudo, mas acredita-se que
são estimulados pela congestão capilar,
hipertensão capilar e edema de parede
alveolar. Os Receptores ‘J’ seriam
responsáveis pela traquipnéia durante a
congestão ou o edema pulmonar.
Seus impulsos aferentes chegariam ao centro respiratório por meio de fibras vagais do tipo C.

“80% da resposta é efetuada pelos


quimiorreceptores centrais
20% da resposta é efetuada pelos
quimiorreceptores periféricos”

RESUMO – Alberto Galdino LoL


FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO
No vaso sanguíneo cerebral há íons hidrogênio (H+) e bicarbonato (HCO3-) e também há dióxido
de carbono (CO2). Este gás atravessa livremente a barreira hematoencefálica (o que não ocorre
em relação ao HCO3- e ao H+). Quando há um aumento da concentração de dioxido de carbono
no sangue, ele facilmente passa pela barreira e atinge o líquido cefalo-raquidiano (líquor).
O dióxido de carbono, no líquor, reage com H2O, com auxílio da anidrase carbônica, formando,
entre outros, íons hidroxônio (H+).

O aumento da concentração de íons H+ promove uma queda do pH e essa age nos


quimiorreceptores centrais da área quimioceptora central do bulbo levando à hiperventilação.
Então o dióxido de carbono retorna ao sangue e é expelido por meio da ventilação.

Em outras palavras, apesar de se dizer que os quimiorreceptores centrais respondem ao


dióxido de carbono, eles na verdade respondem à mudança de pH que ocorre no fluido
cerebroespinal. O dióxido de carbono que se difunde através da barreira hematoencefálica
para dentro do fluido cerebroespinal é convertido em bicarbonato e H+.

RESUMO – Alberto Galdino LoL


FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO

RESUMO – Alberto Galdino LoL

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