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CAPÍTULO

7
A predicação:
transitividade verbal
Construindo o conceito

Leia esta tira:

Adão Iturrusgarai
(Folha de S. Paulo, 3/2/2003.)

1. Uma das personagens conta à amiga que conheceu um rapaz.


a) Como era esse rapaz?
Sensível, carinhoso, atencioso e sincero.

b) Normalmente, essas características são positivas ou negativas?


Normalmente, são consideradas características positivas.

2. O humor da tira reside numa contradição. Qual é essa contradição? Indique


as hipóteses interpretativas mais coerentes:
X a) Provavelmente, no passado, ela só se apaixonou por rapazes que eram o
oposto: insensíveis, pouco carinhosos e atenciosos, mentirosos, etc.
b) Ela sempre gostou de rapazes diferentes; por isso, está apaixonada pelo
rapaz que acabou de conhecer.
X c) Diferentemente de outras garotas, ela normalmente gosta de rapazes com

características diferentes: insensíveis, brutalizados, mentirosos, etc.


d) Ela se mostra uma pessoa insensível, pouco atenciosa, pouco carinhosa,
mentirosa, etc.

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3. A todo momento estamos fazendo coisas, realizando ações: sentar, ler, correr,
conhecer, apaixonar-se. Essas ações são expressas por verbos. Quais são as
principais ações que a personagem diz ter feito?

Ela diz que conheceu um rapaz e apaixonou-se por ele.

Conceituando

Observe e compare o emprego dos verbos nestas duas orações:

Psonha
“Conheci um rapaz na semana passada!”
“Ele é sensível, carinhoso, atencioso e sincero...”

Veja que, na 1ª oração, o predicado informa a ação que a personagem


praticou: ela conheceu um rapaz. Já na 2ª oração, o predicado indica caracte-
rísticas ou estados do rapaz. Os verbos que indicam ação e fenômenos me-
teorológicos são chamados de verbos significativos ou nocionais. Os verbos
que ligam o sujeito a suas características, estados ou qualidades são chamados
de verbos de ligação. Professor: Julgamos que a adoção da nomenclatura significativos, sugerida pelo professor
Celso Cunha, facilita a diferenciação desses dois tipos de verbos.

Verbos de ligação
Adão Iturrusgarai

Veja estas orações:

Estou apaixonada.
Ele é sensível, carinhoso, atencioso e sincero.
Eu continuo apaixonada por ele.

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Observe que os verbos não expressam ações do sujeito. Eles simplesmente unem o
sujeito ao seu estado ou a suas características; por isso são verbos de estado ou verbos de
ligação.

Verbo de ligação é aquele que une o sujeito aos seus atributos


(estado, qualidade, características).

Veja outras orações com verbos de ligação:

Os alunos permaneciam calados.


À noite, os balõezinhos parecem estrelas.
Na adolescência, as meninas tornam-se vaidosas.

Predicativo do sujeito
Agora leia esta anedota:

Filipe Rocha

O pai nota que seus dois filhos estão muito quietos e vai verificar.
— O que vocês estão fazendo? — pergunta o pai.
— Encontramos uma moeda de 1 real — diz o mais velho. — Fizemos
uma aposta: aquele que contar a maior mentira ganha a moeda.
— Mas isso é muito feio! — diz o pai. — Quando eu era criança, NUN-
CA contava mentiras!
Os meninos se entreolham surpresos. O mais novo diz:
— Tudo bem, pai, a moeda é sua.
(Gabriel Barazal. Piadas para rachar o bico — Proibido para adultos.
São Paulo: Fundamento, 2010. p. 45.)

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Observe estas orações do texto:
Verbo de ligação em elipse
“seus dois filhos estão muito quietos” Nas conversas do dia a dia e na lingua-
“isso é muito feio” gem publicitária, é comum o verbo de liga-
“eu era criança” ção ficar elíptico, ou seja, subentendido. No
anúncio abaixo, por exemplo, houve omis-
Vemos que é atribuída uma característica são do verbo ser. Com ele, teríamos: “Azeite
é indispensável. Musa é insubstituível”. Com
ou estado ao ser que constitui o sujeito de
a omissão do
cada oração. A esses atributos chamamos pre-

Caveat
verbo, o enun-
dicativo do sujeito.
ciado fica mais
Seus dois filhos estão muito quietos. econômico e
sujeito predicativo do sujeito direto.

Eu era criança.
sujeito predicativo do sujeito

O predicativo do sujeito indica


características, qualidades ou estados que
se atribuem ao sujeito de uma oração. (Gula, nº 154.)

A ligação entre o sujeito e o predicativo é

7
Morfossintaxe do
feita por verbos de ligação:
predicativo do sujeito
O predicativo do sujeito pode ser repre-
sentado por:
• um substantivo ou uma palavra substan-
Seus dois filhos estão muito quietos.
tivada:
sujeito verbo de predicativo do
O coração da cidadezinha é a praça.
ligação sujeito
• um adjetivo ou locução adjetiva:
Ele permanecia agachado, de cócoras.
Eu era criança.
• um pronome:
sujeito verbo de predicativo do
O amor da minha vida é ela.
ligação sujeito
• um numeral:
Éramos seis.
• uma oração:
Minha maior mágoa é que você não me vê.

EXERCÍCIOS
1. Complete adequadamente as orações abaixo com um dos seguintes verbos de ligação.

ser estar ficar tornar-se permanecer parecer virar continuar

a) Aquela estrada parecia/era sem fim.

b) Mariana fica/permanece calada durante toda a aula.

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c) A partir daquele dia, o menino tornou-se/virou homem.
d) Apesar de já ter sido medicada, a criança continua febril.
e) Seus cabelos estão/ficaram chocantes com essa cor alaranjada.
Professor: outros tempos verbais estarão corretos desde que coerentes com os enunciados.

2. Leia esta tira, de Fernando Gonsales:

(Níquel Náusea — Nem tudo que balança cai!. São Paulo: Devir, 2003. p. 45.)

a) Troque ideias com os colegas: O que a personagem quer dizer ao afirmar que o Lobo Mau é
daltônico?
Que ele tem uma anomalia visual que dificulta a distinção entre as cores, principalmente entre o vermelho e o verde.

b) Por que o daltonismo inviabiliza o prosseguimento da tradicional história Chapeuzinho Vermelho?


Como o Lobo Mau da tira não distingue o verde do vermelho, ele fica na dúvida se aquela é a menina que ele tem de devorar.

c) Identifique nas frases do 2º e do 3º quadrinho da tira o verbo de ligação e o predicativo do


sujeito.
2º quadrinho — verbo de ligação: é; predicativo do sujeito: a Chapeuzinho Vermelho / 3º quadrinho — verbo de ligação: é;

predicativo do sujeito: daltônico

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Leia o poema a seguir e responda às questões de 3 a 5.

Madrugada
Meu canto é

Camila de Godoy
o grito,
o eco,
o cheiro,
e o desejo engolido.

Meu canto é
o gemido
nas águas
de nossos corpos suados.

Meu canto é
chuva
na pálpebra cansada.

Meu grito é
canto,
reza,
oferenda,

7
zoom.

É vinho
na videira
maturada
em cada
um.
(Helena Carolina. Dúvidas, segredos e descobertas. São Paulo: Saraiva, 2004. p. 22.)

3. O verbo de ligação ser frequentemente é utilizado na formulação de conceitos e definições. No


poema lido, o eu lírico procura conceituar dois substantivos.
a) Quais são eles?

canto, grito

b) Que função sintática desempenham?

A função de sujeito.

4. Na conceituação, as qualidades atribuídas normalmente desempenham a função sintática de pre-


dicativo do sujeito. Observe as duas primeiras estrofes do poema:
a) Na 1ª estrofe, qual é o predicativo do sujeito Meu canto?

o grito, o eco, o cheiro e o desejo engolido

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b) Na 2ª estrofe, qual é o predicativo do sujeito Meu canto?
o gemido

c) Em qual das situações o predicativo do sujeito tem mais de um núcleo?


Na situação da 1ª estrofe.

5. Na 5ª estrofe, o sujeito está implícito.


a) Qual é ele?
Meu grito, mencionado na estrofe anterior.

b) Qual é o predicativo?
vinho

Verbos significativos
Verbos transitivos e intransitivos
Leia esta tira, de Fernando Gonsales:

(Níquel Náusea – Vá pentear macacos. São Paulo: Devir, 2004. p. 44.)

1. Identifique o sujeito e o predicado destas duas orações da tira:

“No frio, o meu tornozelo incha!”


“Abaixe a meia!”

1ª oração — sujeito: o meu tornozelo; predicado: No frio, incha; 2ª oração — sujeito: você (desinencial); predicado: Abaixe a meia.

2. Em qual das orações o verbo precisa de um termo para complementá-lo?

Na 2ª oração; o verbo abaixar é complementado pelo termo a meia.

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Na primeira oração, a forma verbal incha concorda com o sujeito, o meu tornozelo, e,
por isso, está na 3a. pessoa do singular. A ação de inchar refere-se apenas ao sujeito, não se
estende a outros seres.
Na segunda oração, a forma verbal abaixe também concorda com o sujeito (você) e in-
dica uma ação praticada por ele, mas a ação de abaixar recai sobre outro ser (a meia). Nes-
sa oração, o termo a meia complementa o sentido do verbo (quem abaixa, abaixa alguma
coisa), tornando precisa a informação. Quando isso ocorre, isto é, quando em uma oração o
verbo é acompanhado por um complemento, dizemos que se trata de um verbo transitivo.
Quando em uma oração o verbo não é acompanhado de complementos, pois a ação
indicada por ele diz respeito apenas ao sujeito, não se estendendo a outros seres, dizemos
que se trata de um verbo intransitivo.
Assim, concluímos:

Transitividade verbal é a necessidade de ter complemento apresentada por


alguns verbos. A esses verbos que exigem complemento chamamos transitivos
e aos que não exigem complemento chamamos intransitivos.

Compare agora estas duas orações:

Fernando Gonsales
O ratinho ama meias de lã.
O ratinho gosta de meias de lã.

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Em ambas as orações, o verbo é transitivo, pois é acompanhado de complemento. Na
primeira oração, o complemento meias de lã se liga diretamente ao verbo, sem preposição.
Nesse caso, dizemos que o verbo é transitivo direto, e o seu complemento se chama ob-
jeto direto. Veja:

O ratinho ama meias de lã. A predicação das


v. transitivo OD locuções verbais
direto
A predicação das locuções verbais é dada pelo
Assim, concluímos: verbo principal, isto é, pelo último verbo da locu-
ção. Veja:
Objeto direto é o termo que se liga VTI
diretamente, isto é, sem preposição, a O orfanato vai precisar de ajuda financeira.
um verbo transitivo. loc. verbal OI

Na segunda oração, o complemento meias de lã


Fernando Gonsales

se liga ao verbo por meio de uma preposição (de).


Nesse caso, dizemos que o verbo é transitivo indire-
to, e o seu complemento se chama objeto indireto.
Veja:

preposição
O ratinho gosta de meias de lã.
v. transitivo OI
indireto

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Objeto indireto é o termo que se liga indiretamente, isto é,
por meio de uma preposição, a um verbo transitivo.

Às vezes, um verbo pode estar acompanhado dos dois tipos de complemento. Nesse
caso, dizemos que ele é transitivo direto e indireto. Observe:

A avó sempre compra meias de lã para os netos.


v. transitivo OD OI
direto e indireto

Funções sintáticas dos


pronomes oblíquos átonos
Os pronomes oblíquos átonos podem desempenhar as funções sintáticas de objeto
direto e de objeto indireto. Os de 3ª pessoa têm funções fixas: o(s), a(s) de objeto direto
e lhe(s) de objeto indireto. Já os pronomes me, te, se, nos e vos podem ter funções de
objeto direto e de objeto indireto, dependendo do verbo que complementam. Na frase
abaixo, por exemplo, o pronome oblíquo átono te é objeto indireto do verbo contar e
objeto direto do verbo amar.
Preciso te contar um segredo: eu te amo.
OI OD

Morfossintaxe dos objetos


Os objetos diretos e indiretos podem ser representados por substantivos, por prono-
mes substantivos ou por qualquer palavra, expressão ou oração substantivada.

subst. pron. subst.

Meu amigo enviou um livro de aventuras para mim .


OD OI

Lembre-se: para identificar a predicação de um verbo, é preciso observar sempre o


contexto em que ele está empregado, e nunca considerá-lo isoladamente.
Observe nos exemplos a seguir como o mesmo verbo pode apresentar diferentes sen-
tidos e predicações.

Com apenas 13 anos, Miguel virou homem.


v. de PS
ligação
Esse ventilador vira rápido demais.
v. intransitivo
Miguel virou o copo de água sobre a mesa.
v. transitivo OD
direto

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EXERCÍCIOS
Leia o quadrinho a seguir, de Fernando Gonsales, e responda às questões de 1 a 3.

(Set, nº 223.)

1. Observe o comportamento do público e interprete: Por que, na opinião do homem que fala, “o

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público anda meio entediado com as novidades do cinema”?

Porque o público não está interessado no filme, já que as pessoas se divertem com pipoca.

2. Observe o emprego do verbo andar na fala do homem.


a) Que sentido o verbo andar tem nesse contexto?
O sentido de “estar” ou “sentir-se”.

b) Qual é a predicação do verbo nessa situação?


verbo de ligação

3. O verbo andar pode ter estes sentidos, entre outros:


1. percorrer 3. passar, decorrer
2. estar em companhia 4. alcançar, atingir

Observe o emprego do verbo andar nas frases a seguir. Depois associe o verbo a um dos sentidos
indicados e dê a predicação dele em cada situação.

a) As horas andavam rápidas naquela madrugada. ( 3 ) intransitivo

b) Já andamos 10 quilômetros e não encontramos ninguém. ( 1 ) transitivo direto

c) A inflação anda perto de 10% ao ano. ( 4 ) intransitivo

d) A garota sempre anda com duas amiguinhas da escola. ( 2 ) intransitivo

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Leia o anúncio a seguir e responda às questões 4 e 5.

Diners Club Internacional Ltda

(Ícaro, setembro 2005.)

4. Na parte de baixo do anúncio se lê: “Um cartão para todos os negócios, aonde quer que eles te
levem. O cartão é a chave”.

a) Que verbo está subentendido no trecho “Um cartão para todos os negócios” do enunciado?

O verbo ser: (É) um cartão para todos os negócios.

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b) Qual é a predicação do verbo levar, no enunciado? Qual é o seu complemento?

transitivo direto / te: objeto direto

c) Em “O Cartão é a chave”, como se classifica, quanto à transitividade, a forma verbal é? Qual é


a função sintática do termo a chave?

é: verbo de ligação / predicativo do sujeito

5. Na imagem do anúncio, vê-se, ao fundo, a Praça de São Marcos, em Veneza, cidade que é um
dos locais turísticos mais visitados do mundo. A imagem é constituída de várias peças, como um
quebra-cabeça.

a) Qual é a peça que falta encaixar nesse quebra-cabeça?

É a peça constituída pelo cartão de crédito anunciado.

b) Que relação há entre essa peça e a parte verbal do anúncio?

Na parte verbal se lê: “O Cartão é a chave”. Logo, subentende-se que o cartão anunciado é o que dá acesso às viagens e ao

mundo do turismo.

c) Por que o lugar da peça que falta no quebra-cabeça situa-se na abertura da porta?
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Para reforçar a ideia transmitida pelo enunciado verbal de que “O Cartão é a chave”. Ou seja, o cartão completa o quebra-cabeça

e, assim, abre a porta que dá acesso ao mundo do turismo; ou abre a porta para o mundo em que os sonhos viram realidade.

6. Leia as frases a seguir, observando o sentido dos verbos destacados. Depois, classifique-os, usan-
do VS para verbo significativo e VL para verbo de ligação.
a) Apesar do barulho lá fora, a professora continuou a leitura do conto. ( VS )
b) O rapazinho continua doente. ( VL )
c) A torcida permanece otimista com o time, apesar das derrotas. ( VL )
d) A torcida permaneceu no estádio depois do torneio de futebol. ( VS )
e) A escola está oferecendo vagas a novos alunos. ( VS )
f) Nesta última semana, meu amigo andou desanimado. ( VL )

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Os complementos verbais
na construção do texto
Leia este anúncio:

(Horizonte, nº 65.)
Professor: Aproveite para lembrar aos alunos que o ser humano também é considerado animal (racional).

1. Quatro imagens compõem a parte visual do anúncio.


a) Quais delas retratam animais?
Da esquerda para a direita e de cima para baixo: a 2ª, a 3ª e a 4ª.

b) Troque ideias com os colegas e levante hipóteses: Quais são os animais retratados no
anúncio?
Um macaco, um animal cuja pele tem valor comercial (talvez um urso ou uma raposa) e um ser humano.

c) Qual das imagens retrata um vegetal? A 1ª.

d) O que há em comum entre as imagens?


Todas elas (folha e patas) se assemelham à palma da mão humana.

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2. Releia o texto verbal que acompanha cada uma
Para que servem
das imagens. O locutor se identifica com o pro-
os objetos?
nome pessoal eu.
Cortar árvores, matar animais, po-
a) Qual é a função sintática desse pronome nes- luir o meio ambiente são algumas das
ses enunciados? ações que o ser humano realiza.
Sujeito. Para expressar com palavras os
seres que são alvo da ação transfor-
b) Que tipo de profissional costuma fazer afirma- madora do homem, fazemos uso de
ções como as desses enunciados? objetos diretos e indiretos.
Mas nossas ações não precisam ser
Videntes ou ciganas.
negativas; podemos também proteger a
c) Em que esse tipo de profissional se baseia natureza, preservar os parques, respei-
para prever o futuro de seus clientes? tar os animais, trabalhar por um futuro
melhor, etc.
Baseia-se nas linhas da mão das pessoas.

3. Nas quatro situações, o locutor sempre diz ver alguma coisa.


a) Qual é a predicação desse verbo no texto?
Transitivo direto.

b) Qual é o complemento desse verbo em cada uma das situações?


uma motosserra, uma jaula, um casaco de pele, um futuro

c) Que função sintática cada um desses complementos desempenha?

7
Objeto direto.

4. Compare os complementos verbais dos textos referentes às quatro situações.


a) De modo geral, o futuro previsto para cada um dos seres retratados nas imagens é
positivo ou negativo?
Negativo.

b) Nas três primeiras situações, quem está agindo contra os seres retratados?
O ser humano.

c) E na quarta situação? Quem age contra o ser humano e de que modo


isso é feito?
O próprio ser humano, que se prejudica ao prejudicar o meio ambiente.

5. A quarta situação é a única que apresenta um texto verbal diferente. Para o ser humano,
o futuro previsto não é bom, mas existe uma esperança.
a) Que parte desse enunciado revela que ainda há esperança para o ser humano?
A oração “se continuar assim”.

Professor: Comente com os alunos que a oração estabelece uma condição para que o futuro da humanidade seja bom.

b) A oração “se continuar assim” introduz uma ideia de condição. Qual é a condição para
que o ser humano possa ter um futuro diferente do previsto?
A condição é que ele passe a respeitar o meio ambiente, representado pela fauna e pela flora.

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Semântica e discurso

Leia o texto a seguir e responda às questões de 1 a 4.

Planeta Sustentável

(Vida Simples, nº 103, p. 49.)

1. O texto é um anúncio publicitário.


a) O que ele promove ou divulga? Uma ideia: a da necessidade de cada cidade preservar seu patrimônio histórico.

b) Quem é o locutor, ou seja, quem é o responsável por esse anúncio?


Professor: Chame a atenção dos alunos para o logotipo do projeto, no canto esquerdo superior. Comente
É o projeto Planeta Sustentável. com eles que esse projeto é apoiado por diversas empresas. Na parte de baixo do anúncio, podem ser
identificadas algumas delas.

c) Observe, abaixo do anúncio, a indicação de onde ele foi publicado. Que tipo de leitor
o anunciante tinha em vista?
Professor: Comente com os alunos o perfil da revista. Trata-se de uma revista que, como o nome sugere, se propõe a levar informações a pessoas
que desejam uma vida melhor em relação a vários aspectos: meio ambiente, trânsito, alimentação, saúde, etc. Logo, o anunciante supõe que esse
tipo de leitor tenha interesse na preservação do patrimônio arquitetônico da cidade onde vive.

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2. Nos anúncios publicitários, texto verbal e imagem geralmente se complementam. No
anúncio lido, que relação há entre a imagem e os enunciados verbais?
A imagem de uma casinha remendada com fita adesiva, sobre um chão ou uma parede trincada, reforça a ideia de que, com

o tempo, o patrimônio arquitetônico das cidades se deteriora.

Planeta Sustentável
3. Observe as três frases que se destacam no anúncio:

“Sua cidade tem história.”

“Respeitar o passado ajuda a construir o futuro.”

“Preserve o patrimônio arquitetônico.”

a) Qual das frases resume o objetivo principal do anúncio?


Preserve o patrimônio arquitetônico.

b) Qual das frases é o argumento utilizado para convencer o leitor?


Respeitar o passado ajuda a construir o futuro.

c) Observe a predicação dos verbos empregados nas três frases.


• Como eles se classificam, quanto à transitividade? Quais são os objetos?

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tem: VTD; OD: história / respeitar: VTD; OD: o passado / ajuda a construir: VTD; OD: o futuro / preserve: VTD;

OD: o patrimônio arquitetônico

• Troque ideias com os colegas e levante hipóteses: Qual é a razão do emprego, nos
enunciados, de verbos cuja transitividade é a que você identificou?
Para preservar o patrimônio arquitetônico, é necessário agir. Como os verbos transitivos expressam ações, o emprego deles ajuda

a dar ideia da importância de agir em benefício da preservação do patrimônio histórico das cidades.

4. No anúncio, bem embaixo, se lê: “O futuro a gente faz agora”.


a) Qual é o sujeito dessa oração? Qual é o complemento verbal?
sujeito: a gente; complemento verbal: o futuro (objeto direto)

b) Por que a frase “O futuro a gente faz agora” se aplica à preservação do patrimônio
histórico?
Porque ela faz lembrar que, se não se começar a preservar o patrimônio arquitetônico agora, não haverá o que preservar no

futuro.

c) Você concorda com o ponto de vista expresso nessa frase? Ele se aplica a outros as-
pectos da vida em sociedade, na sua opinião?
Resposta pessoal. Espera-se que os alunos respondam que sim e que citem o meio ambiente como exemplo de outro

aspecto da vida em sociedade que deve ser preservado.

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5. Os verbos de ligação ou verbos de estado, às vezes apresentam entre si diferenças semân-
ticas sutis. Leia e compare as frases a seguir. Depois associe cada uma ao sentido que o
verbo apresenta.
( c ) O verão brasileiro é luminoso. a) aparência
( e ) O verão brasileiro está luminoso. b) mudança
( b ) O verão brasileiro fica luminoso. c) permanência
( d ) O verão brasileiro continua luminoso. d) constância
( a ) O verão brasileiro parece luminoso. e) transitoriedade

6. Leia estas frases:

Soraia é bonita.
Soraia está bonita hoje.

Observe, na primeira frase, que o locutor, ao se referir a uma característica permanente,


definitiva de Soraia, empregou o verbo de ligação ser (na forma é). Na segunda frase, ele
empregou o verbo estar (na forma está), porque quer se referir a um estado transitório
de Soraia: ela está bonita hoje, mas amanhã pode não estar.
Qual das frases abaixo você empregaria para sugerir que uma amiga sua tem condições
de pertencer a um time de basquete?
• Minha amiga está alta, com aqueles sapatos de salto.
X • Minha amiga é alta.

PARA ESCREVER COM ADEQUAÇÃO

Regência verbal
Leia esta tira, de Fernando Gonsales:

(Níquel Náusea — A vaca foi pro brejo atrás do carro na frente dos bois. São Paulo: Devir, 2010. p. 3.)

1. Na língua portuguesa, há verbos e nomes que, ao serem empregados em uma frase, exi-
gem a presença de outros termos. Na tira:

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a) Quais são os termos exigidos pela locução verbal vamos devolver na frase “Agora
vamos devolver ele para a água!”? Que função sintática eles desempenham?
ele, objeto direto; para a água, objeto indireto

b) Qual é o termo exigido pelo verbo comer na frase “Acho que comi uma minhoca alu-
cinógena!”? Que função sintática ele desempenha?
uma minhoca alucinógena, objeto direto

2. Interprete: Por que o peixe acha que comeu uma minhoca alucinógena?

Porque não acredita no que aconteceu, ou seja, ter sido capturado e devolvido para a água. Acha que está tendo delírios.

3. No 2º quadrinho, há um emprego pronominal que foge às recomendações gramaticais da


norma-padrão.
a) Identifique essa situação.

Agora vamos devolver ele para a água! / De acordo com a norma-padrão, teríamos vamos devolvê-lo.

7
Professor: Lembre aos alunos que, na função de objeto, a norma-padrão recomenda o emprego de pronomes oblíquos.

b) No contexto em que o falante se encontra, na tira, esse emprego constitui um problema?


Por quê?

Não, pois o falante está numa pescaria, entre amigos.

Professor: Lembre aos alunos que, em situações formais, ou produzindo gêneros que envolvem formalidade, é necessário observar as regras da
norma-padrão.
Ao responder às questões anteriores, você pôde observar que há termos que exigem a
presença de outro. É o caso da locução verbal vamos devolver e do verbo comer na tira.
O termo — verbo ou nome — que exige a presença de outro chama-se regente ou
subordinante, e os que completam a significação do termo cha-
Fernando Gonsales

mam-se regidos ou subordinados.


Quando o termo regente é um verbo, ocorre a regência
verbal.
Quando o termo regente é um nome — substantivo, adjetivo
ou advérbio — ocorre a regência nominal.
Há verbos que admitem mais de uma regência. Compare es-
tas frases:

Durante o dia, Pedro trabalha; à noite, assiste à televisão.


VTI OI

Médicos e enfermeiras assistiram o acidentado.


VTD OD

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Na primeira frase, o verbo assistir foi em-

Lew’Lara\TBWA
pregado com o sentido de “presenciar” e, nesse
caso, é transitivo indireto. Já na segunda frase,
significa “prestar assistência” e, quando tem esse
sentido, é transitivo direto.
A regência é um dos aspectos da língua
em que se evidenciam claramente as diferen-
ças entre a norma culta e as demais varieda-
des. Mesmo entre os falantes que regularmente
usam a norma culta, é comum haver diferenças
no emprego da regência em situações de uso
da língua escrita e da língua oral.
Em situações em que há necessidade de
produzir textos que sigam a norma-padrão
formal, recomenda-se, para esclarecer dúvidas
quanto à regência, a consulta a dicionários co-
muns ou especializados em regência.
Apresentamos a seguir os casos mais co-
muns de regência, de acordo com as orienta-
ções da gramática normativa. (Folha Top Mind 2009, 29/10/2009.)
No anúncio, entender é transitivo direto e vocês é o objeto direto
do verbo. Se o enunciado fosse “Para cachorros que entendem de
Assistir cozinha”, o verbo entender seria transitivo indireto e de cozinha
teria a função de objeto indireto.

• É transitivo indireto quando significa “ver,


presenciar”:

Os meninos assistiram a um espetáculo circense na praça da Matriz.

• É transitivo direto nos sentidos de “acompanhar”, “prestar assistência”:

Os transeuntes assistiram o acidentado, levando-o ao hospital.

Chegar — Ir

• São intransitivos e exigem a preposição a quando indicam lugar:

Cheguei à escola depois do sinal de entrada.


Vou ao cinema todos os sábados.

Obedecer — Desobedecer

• São transitivos indiretos e exigem a preposição a:

Tanto os pedestres quanto os motoristas devem obedecer às leis de trânsito.


Anita desobedeceu à mãe e, como castigo, não pôde ir ao cinema com as amigas.

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Esquecer — Lembrar

• São transitivos diretos quando não são pronominais, isto é, quando não exigem o pro-
nome oblíquo:

A menina esqueceu os óculos de sol no balcão de atendimento do banco.


Minha mãe não lembrou a senha do cartão do banco.

• São transitivos indiretos quando pronominais, isto é, quando exigem o pronome


oblíquo:
Elisa esqueceu-se de devolver o livro de Luciana.
Não me lembro de nada.

EXERCÍCIOS
Leia a tira a seguir e responda às questões 1 e 2.

7
(Fernando Gonsales. Com mil demônios. São Paulo: Devir, 2002. p. 10.)

1. Há, na tira, um verbo cujo emprego está em desacordo com a norma-padrão quanto à regência.
a) Qual é esse verbo?
esquecer

b) As tiras geralmente retratam situações cotidianas e informais de comunicação. Contudo, como


deveria ser empregado esse verbo na frase, caso o gênero e a situação exigissem o emprego
rigoroso da norma-padrão?
Esqueci-me de tirar a ferradura.

c) Por que, nesse caso, o emprego do pronome seria obrigatório?


Porque o verbo esquecer, quando é empregado como transitivo indireto, torna-se pronominal.

2. O verbo lembrar tem a mesma regência que o verbo esquecer. Reescreva a frase do 3º quadri-
nho, substituindo o verbo esquecer por lembrar e observando as regras da norma-padrão.
Lembrei-me de tirar a ferradura.

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3. As frases a seguir são comuns na comunicação oral e informal dos brasileiros.
( X ) O motorista obedeceu o sinal de trânsito. ( X ) Cheguei na escola em cima da hora.
( ) Iremos amanhã cedo ao Rio de Janeiro. ( X ) Eles assistiram uma partida de futebol.
a) Identifique as que estão em desacordo com a norma-padrão.
b) Caso a situação de comunicação exigisse dos falantes maior rigor quanto ao emprego da norma-
padrão, como ficariam as frases que você assinalou no item anterior?
O motorista obedeceu ao sinal de trânsito. / Cheguei à escola em cima da hora. / Eles assistiram a uma partida de futebol.
Professor: Aproveite a segunda frase para introduzir ou rever a noção de crase.

Leia a história em quadrinhos a seguir e responda às questões de 4 a 9.

(Ziraldo. Almanaque Maluquinho — Pra que dinheiro?. São Paulo: Globo, 2011. p. 33.)

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4. Junim está reivindicando um aumento na mesada. O que é reivindicar? Se necessário, consulte
o dicionário.

requerer, reclamar, solicitar

5. Para convencer o pai, Junim apresenta vários argumentos. Cite pelo

Ziraldo
menos três deles.

A mesada dos colegas é maior. O preço das coisas de que ele gosta aumentou.

Ele gasta muito com gibis, figurinhas e chocolate.

Ele já não pode ir ao cinema.

6. A linguagem de Junim imita a linguagem de determinadas pessoas ou


grupos sociais.

a) Que grupo é esse?

A linguagem é semelhante à linguagem de sindicalistas e de alguns políticos.

b) Que palavras ou expressões comprovam sua resposta?

companheiros, não pode continuar, direito de ir e vir, não é justo

7. No penúltimo quadrinho, Junim se diz um “menino de família”. Essa denominação está em opo-

7
sição a outra, que se aplicaria ao pai. Qual é ela e qual é seu significado?

“Pai de família”, ou seja, pai que mantém financeiramente a família.

8. No último quadrinho, Junim resume sua reivindicação dizendo: “Eu só gasto com o essencial!”.

a) Você concorda com o que ele diz, ou seja, considera que os gastos dele são mesmo “essenciais”?

Professor: Abra a discussão com a classe. Sugestão: Do ponto de vista dele, sim, mas, do ponto de vista do pai, provavelmente

essenciais seriam gastos com alimentação, saúde e escola.

b) Você acha que o pai vai atender às reivindicações do filho? Por quê?

Resposta pessoal. Provavelmente sim, pois o pai está se divertindo com essa história e achando o filho muito esperto.

9. No 3º e no 5º quadrinho, há verbos que foram empregados em desacordo com as regras de re-


gência da gramática normativa.

a) Circule os verbos e depois reescreva as frases de acordo com a norma-padrão.

gosto, ir, vir

Companheiros, o preço das coisas de que/das quais eu gosto aumentou, mas minha mesada não. /

Hoje, eu, um pobre menino de família, perdi o direito de ir ao cinema e vir dele.

b) Discuta com os colegas: Na situação retratada na história, o emprego da norma-padrão é obri-


gatório? Por quê? Professor: O objetivo da questão é despertar a consciência dos alunos para a adequação da linguagem às situações.
Espera-se que eles percebam que, se Junim falasse rigorosamente de acordo com a norma-padrão, soaria artificial para
uma criança; além disso, trata-se de uma história em quadrinhos, gênero que normalmente retrata situações informais
Resposta pessoal. de comunicação. Contudo, considerando-se que Junim está falando como um trabalhador ou sindicalista adulto, tam-
bém não seria inadequado que a fala dele seguisse a norma-padrão.

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DE OLHO NA ESCRITA

Acentuação dos hiatos


Leia estas anedotas:

O dono do pomar chega no quintal e descobre todo

Filipe Rocha
o bando do Menino Maluquinho, lá em cima da man-
gueira, pegando as mangas. E grita:
— Ei... vocês estão roubando as minhas mangas?
E o Maluquinho responde:
— Não, não. Nós pegamos algumas caídas no chão e
tamos botando no lugar.
(Ziraldo. O livro do riso do Menino Maluquinho. 3. ed.
São Paulo: Melhoramentos, 2000. p. 57.)

Junim quebrou o braço e ficou um tempão com o

Filipe Rocha
braço na tipoia. Um dia, ele perguntou ao médico:
— Doutor, o senhor acha que depois que eu tirar o
gesso eu vou conseguir tocar piano?
— Claro, meu filho — respondeu o médico.
— Que bom — disse o Junim. — Antes eu não con-
seguia de jeito nenhum.

(Idem, p. 57.)

1. As anedotas frequentemente quebram a expectativa do leitor com um elemento surpresa,


o que gera o humor.
a) O que quebra a expectativa na primeira anedota?
O Menino Maluquinho dizer que estão levando as mangas de volta para a árvore.

b) E na segunda anedota?
O garoto revelar que não sabia tocar piano.

2. Nas anedotas, há quatro palavras que apresentam hiatos. Localize-as e responda:


a) Quais delas não são acentuadas? dia, piano, conseguia

b) Qual delas é acentuada? caídas

Ao ler os textos e responder à questão 2, você pôde observar que há hiatos que são
acentuados e outros que não são. Veja por quê:

São acentuadas as vogais i e u dos hiatos que aparecem sozinhas na sílaba


ou seguidas da letra s.

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Eis alguns exemplos:
ra-í-zes Ta-ís sa-ú-de ba-ús

Se a letra seguinte ao hiato for diferente de s, as vogais i e u não serão acentuadas:


ru-im a-in-da dis-tri-bu-ir Ra-ul

Exceção: A vogal i de hiatos não é acentuada quando seguida de sílaba iniciada por nh:
ra-i-nha ba-i-nha ta-i-nha mo-i-nho

ATENÇÃO
Veja como ficam os casos seguintes, que podem causar dúvida.
Nas palavras paroxítonas, não é acentuado o u tônico que vem
depois de um ditongo:
fei-u-ra bai-u-ca

As letras i e u de hiatos de palavras oxítonas, seguidas ou não


de s, são acentuadas quando precedidas por ditongo:
Pi-au-í tui-ui-ús

As palavras paroxítonas com i e u repetidos e em sequência

7
não são acentuadas:

xi-i-ta ju-u-na (tipo de arbusto)

EXERCÍCIOS
1. Os acentos de algumas palavras das charadas a seguir foram propositalmente eliminados. Leia as
charadas, observando as palavras quanto à acentuação. Em seguida, reescreva aquelas cujo acento
gráfico é necessário, acentuando-as. Depois tente responder às charadas.
a) Sabe por que os biscoitos de agua e sal não são feitos de agua e sal?
água / Porque senão o mar seria um enorme biscoito.

b) De que pais é o prato do mar?


Flip Estudio

país / Camarões.

c) Quando é que a carne de boi vira ave?


Quando é patinho.

d) Um gato e um cachorro cairam num poço. Como é que eles sairam?


caíram, saíram / Molhados.

e) Quem é que tem aneis e não tem dedos, corre e não tem pes?
anéis, pés / A cobra.

A PREDICAÇÃO: TRANSITIVIDADE VERBAL • 143

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f) Qual é o cumulo do egoismo?
cúmulo, egoísmo / Não querer dividir nem os prejuízos.

g) Qual é a cidade genuina?


genuína / Autenticidade.

h) Quando é que um viajante se ve em maus lençois?


vê, lençóis / Quando se hospeda numa pensão barata.

Fonte: Donaldo Buchweitz, org. Charadas para você quebrar a cabeça. Belo Horizonte: Leitura, 2002.

2. Leia esta tira, de Adão Iturrusgarai:

(Folha de S. Paulo, 30/11/2002.)

a) Que palavra completa adequadamente o balão do 1º quadrinho: sanduiche ou sanduíche?


sanduíche

b) Identifique nos balões do 2º e do 3º quadrinho uma palavra oxítona e uma proparoxítona que
devem ser acentuadas e reescreva-as, acentuando-as adequadamente. filé, brócolis

3. Dê o plural das palavras:

a) caracol caracóis c) anel anéis e) lençol lençóis


b) anzol anzóis d) farol faróis f) aluguel aluguéis
4. Complete as frases, empregando no presente
os verbos entre parênteses: A reforma ortográfica
e a acentuação
a) Estas revistas que elas leem
têm Com a reforma ortográfica que passou a vi-
reproduções de quadros famosos
gorar no Brasil em 2009, algumas palavras, an-
que seus pais também veem . (ler —
tes acentuadas, deixaram de receber o acento
ter — ver)
gráfico. Assim, não se acentuam mais:
b) Se eu concluí meu trabalho, por que você
• as paroxítonas que apresentam os ditongos
não conclui o seu? (concluir)
abertos ei e oi: ideia, jiboia, joia.
c) Para fazer quibes fritos, a cozinheira mói • as paroxítonas terminadas em oo: voo, aben-
a carne junto com o trigo e os temperos. çoo, zoo.
(moer) • as formas verbais paroxítonas grafadas com
d) Quando fica nervoso, Paulo rói
ee: leem, veem, releem, preveem.
as unhas. (roer)

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5. Em cada uma das sequências de palavras abaixo, há pelo menos uma que não deve ser acentuada.
Acentue as palavras e grife as que dispensam acento.
´
a) juızes, jiboia, rainha, povareu,´ cauboi,´ androide, magoo
´
b) faısca, ´
distraıdo, amendoim, paraıso,´ suıte,
´ faısca,
´ ´
cafeına
´
c) carnauba, ´
ciume, ´
feiura, gaucho, ´
conteudo, ´
saude, ´
miudo, berimbau
´ voo, viuvo,
d) pinceis, ´ ´ plateia
gratuito, azaleia, colmeia, reu,

6. Responda: Por que a palavra Anhangabaú tem acento e tatu não?


Porque na palavra Anhangabaú há um hiato cuja vogal tônica, o u, está sozinha na sílaba; a palavra tatu é oxítona e não recebe acento

gráfico porque não se acentuam oxítonas terminadas em u.

DIVIRTA-SE
Será que os dicionários enlouqueceram? Leia as definições do “Dicionário maluco” abai-
xo e depois dê sua contribuição, inventando sentidos malucos para os verbetes que ainda
estão sem explicação.

abismado: pessoa que caiu do abismo.


armarinho: vento proveniente do mar.
Dicionário maluco
edifício: antônimo de “é fácil”.
esfera: animal domesticado.
7
barracão: entrada proibida para cachorros. evento: constatação de que é vento, não furacão.
desbotar: quando a galinha bota 10 ovos. missão: missa longa.
detergente: prender pessoas. solução: soluço muito forte.
destilado: aquilo que não está do lado de lá. tabela: está bonita.

amador: pessoa que gosta de sofrer. ministério:aparelho de som compacto.

assaltante: letra a que salta. novamente: cérebro sem uso.

barganhar:receber um bar de presente. padrão: sacerdote com altura elevada.

caçador:indivíduo que procura o sofrimento. presidiário: indivíduo detido todos os dias.

contribuir:dirigir-se a algum lugar com um grupo de índios. pressupor: anexar preço nos produtos.

conversão: diálogo prolongado. ratificar: tornar-se um roedor.

eficiência:estudo da letra f. somente: indivíduo que nunca diz a verdade.

estouro: animal sacrificado pelo toureiro. tripulante: especialista em salto triplo.

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