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TRANSFORMADORES

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PROFESSOR: LUIZ CLAUDIO TRANE FERNADES

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UNIDADE 1

APOSTILA DE TRANSFORMADORES
DADOS GERAIS

• CONCEITOS
• CLASSIFICAÇÃO
• CONSTITUIÇÃO
• REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA
• PRINCIPIO DE FUNCIONAMENTO
• TIPOS DE TRANSFORMADORES

PROFESSOR: LUIS CLAUDIO TRANI FERNANDES

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NOÇÕES FUNDAMENTAIS

Transformadores e suas aplicações


A energia elétrica, até chegar ao ponto de consumo, passa pelas seguintes etapas:

a) Geração - Onde a força hidráulica dos rios ou a força do vapor superaquecido é convertida em
energia elétrica nos chamados geradores,

b) Transmissão - Os pontos de geração normalmente encontram-se longe dos centros de


consumo. Torna-se necessário elevar a tensão no ponto de geração para que os condutores
possam ser de seção limitada, por fatores econômicos e mecânicos, e diminuir a tensão próxima
do centro de consumo, por motivos de segurança. O transporte de energia é feito em linhas de
transmissão, que atingem até centenas de milhares de volts e que percorrem milhares de
quilômetros.

c) Distribuição - Como dissemos acima, a tensão é diminuida próximo ao ponto de consumo, por
motivos de segurança. Porém, o nível de tensão desta primeira transformação não é ainda o de
utilização, uma vez que é mais econômico distribui-la em média tensão, Então, junto ao ponto de
consumo, é realizada uma segunda transformação, a um nível compatível com o sistema final de
consumo (baixa tensão).
É imprescindível a manipulação do nível de tensão num sistema de potência, quer por motivos
econômicos, quer por motivos de segurança, ou ambos. Isto é possível graças a um equipamento
estático, de construção simples e rendimento elevado, chamado transformador. Abaixo
apresentamos esquematicamente um sistema de potência, onde temos geração, transmissão,
transformação de energia elétrica.

Geração, transmissão e distribuição de energia elétrica


Por motivos técnico-econômicos os geradores de energia elétrica, por maiores que sejam, são
projetados para gerar tensões de até no máximo 25 kV.
Outro fato é que as usinas hidroelétricas são construídas longe dos grandes centros
consumidores, o que implica em transmitir a energia elétrica a longas distâncias.

Considerando a transmissão em 13,8 kV:

A corrente de linha é calculada pela fórmula P .


I=
3..V .COSΦ

Substituindo os valores de P, V e cos Φ resultam uma corrente de 2.461,0 A.


A perda de 2,5% significa uma potência dissipada de 1.250 kW. Tendo-se a corrente e a potência
P
dissipada podemos determinar a resistência do condutor pela fórmula R = 2 , obtendo-se o valor
I
de 0,2064 Ω.
Tendo-se a resistência, a resistividade do alumínio (0,02688 Ω. mm2/m) e o comprimento,
l
podemos determinar a seção reta do condutor pela fórmula, S = obtendo-se 13.028,0 mm2 .
R
Esta seção corresponde a um cabo cujo diâmetro é de 130,0 mm.
Por este exemplo simples podemos notar que é impraticável transmitir energia elétrica a longa
distância com a tensão de geração.
Assim sendo, após a geração é necessário que a tensão seja elevada para a transmissão (no
nosso exemplo de 13,8 kV para 138 kV). A elevação da tensão é feita por um equipamento
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denominado TRANSFORMADOR. A Figura abaixo mostra um diagrama unifilar simplificado
dos sistemas de geração e transmissão.

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Problema no 2 :
Como distribuir a energia elétrica que chega das usinas através das linhas de transmissão,
para os centros consumidores?
Como já vimos, a transmissão da energia elétrica é feita em alta tensão. Para distribuir esta
energia é necessário reduzir a tensão para um valor compatível, por exemplo: 13,8 kV ou 11,95
kV. Esta redução é feita pelo TRANSFORMADOR instalado na subestação abaixadora,
geralmente localizada na periferia dos centros urbanos. Após a redução a energia elétrica é
transmitida através das linhas de distribuição, que formam a rede primária, conforme mostrado na
Figura abaixo.

Problema no 3:
Como distribuir a energia elétrica, que chega pela rede primária, para os consumidores
finais (casas, apartamentos, casas comerciais e pequenas indústrias)?
A distribuição da energia elétrica para estes consumidores é feita pela rede secundária (por
exemplo: 220 V e/ou 127 V). A redução de tensão da rede primária para a tensão da rede
secundária é feita pelo TRANSFORMADOR de distribuição (instalado no poste). A Figura 4
mostra este sistema.

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Tipos de transformadores

Sendo um componente que transfere energia de um circuito elétrico a outro, o transformador


toma parte nos sistemas de potência para ajustar a tensão de saída de um estágio do sistema à
tensão de entrada do seguinte. O transformador, nos sistemas elétricos e eletromecânicos, poderá
assumir outras funções, como Isolar eletricamente os circuitos entre si, ajustar a impedância do
estágio seguinte à do anterior, ou todas as finalidades citadas ao mesmo tempo.
A transformação da tensão (e da corrente) é obtida graças a um fenômeno chamada indução
eletromagnética, ao qual nos ateremos mais adiante.

Divisão dos transformadores quanto à finalidade


a) Transformadores de força
b) Transformadores de distribuição
c) Transformadores de corrente
d) Transformadores de potencial
e) Transformadores de isolação
f) Autotransformadores

Divisão dos transformadores quanto aos enrolamentos


a) Transformadores de dois ou mais enrolamentos
b) Autotransformadores

Divido dos transformadores construtivos

a) Quanto ao material do núcleo:


- com núcleo ferromagnético
- com núcleo de ar (sem núcleo)

b) Quanto à forma do núcleo:


- envolvido
- envolvente ou “shell”

c) Quanto ao número de fases:


- trifásico
- monofásico

d) Quanto à disposição relativa dos enrrolamentos


- enrrolamentos concêntricos
- Enrrolamentos alternados

e) Quanto à maneira de dissipação de calor:


- parte ativa imersa em líquido isolante (transformador imerso)
- parte ativa envolta pelo ar ambiente (transformador a seco)

Normas e documentos complementares


Recomendamos, para aqueles que desejarem se aprofundar no estudo de transformadores, que
tenham à disposição as seguintes normas publicadas pela ABNT
NBR - 5356 - Transformadores de potência. Especificação.
NBR - 5440 - Transformador para redes aéreas de distribuição. Padronização.
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NBR - 53B0 - Transformador de potência. Método de ensaio.
NBR - 5416 - Aplicação de cargas em transformadores de potência.

Procedimento muito importante, também, que o interessado tenha à mão as publicações


específicas para transformadores, emitidas pela concessionária de energia da região onde será
instalado o equipamento, porque estas empresas, às vezes, acrescentam detalhes às características
mecânicas e elétricas exigidas pela ABNT.

1. DEFINIÇÃO
O transformador é um dispositivo sem partes móveis que transfere energia de um circuito para
outro pela indução eletromagnética. A energia é sempre transferida sem alteração de freqüência,
mas normalmente com mudança no valor da tensão ou da corrente. Um transformador que recebe
energia elétrica com uma determinada tensão e a fornece com uma tensão menor é um
transformador redutor e um transformador que a fornece com uma tensão maior é um
transformador elevador. Os transformadores requerem poucos cuidados e manutenção por causa
da sua simples, compacta e durável construção, sua e alta eficiência. O transformador
convencional é projetado para operar com o seu enrolamento primário ligado a uma fonte de
potencial constante e para prover, no seu enrolamento secundário, uma tensão que é
substancialmente constante desde a condição de sem carga até a de plena carga.
Vários tipos de transformadores monofásicos pequenos são usados a bordo de navios ou em
muitas instalações os transformadores são usados nos quadros elétricos para diminuir as tensões
que serão aplicadas às lâmpadas indicadoras. Alguns painéis de controle de motores possuem
transformadores de baixa tensão que alimentam o circuito de controle ou operam relés de
sobrecarga. Os transformadores para instrumentos podem ser de tensão ou de corrente e estes
transformadores são usados com instrumentos de CA quando se deseja medir altas tensões ou
correntes. Os equipamentos eletrônicos empregam vários tipos de transformadores que fornecem
as necessárias tensões para operação correta dos circuitos. São usados vários tipos de
acoplamentos interestágios, para amplificação de sinais, etc.
Estes transformadores variam grandemente nas suas características físicas.

TRANSFORMADORES DE POTÊNCIA
A geração de energia elétrica em modernas usinas de grande porte é mais econômica, e
tecnicamente menos dispendiosa, do que em pequenas unidades geradores. Afirmação semelhante
também é válida para a transmissão de energia, ou seja, ela se torna econômica somente a partir
de altas-tensões. Quanto maior à distância a ser coberta, maiores tensões são necessárias.
Atualmente, emprega-se comercialmente tensões até 765kV (já existem protótipos de 1200kV).
O princípio de funcionamento do transformador foi descoberto em 1831 por Faraday, assim
enunciado: quando duas bobinas estão montadas sobre um anel de ferro comum a elas e uma
delas for ligada a uma tensão alternada, surge na outra, devido ao princípio da ação
eletromagnética alternada, também uma tensão alternada. A grandeza dessa tensão corresponde à
relação das espiras das duas bobinas. Com um transformador consegue-se, portanto, de forma
bastante simples obter uma tensão mais alta a partir de uma tensão mais baixa, e também o
inverso.

Podemos enumerar três tipos de perdas que podem ocorrer no transformador, que implicam
em perdas de potência por efeito Joule:

Perdas no cobre que resultam da resistência dos fios de cobre nas espiras primária e secundária.
Estas perdas ocorrem sob a forma de calor e não podem ser corrigidas (Perda = I2.R).

Perda por histerese. Energia é transformada em calor na reversão de polaridade magnética do


núcleo do transformador.
Todos os materiais ferromagnéticos apresentam uma estrutura molecular que se assemelha a
minúsculos ímas contendo um pólo norte N e um pólo sul S. Quando estes materiais são
submetidos a um campo magnético, seus minúsculos imãs tendem a se alinhar com o referido
campo, resultando

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num campo magnético maior do que o produzido pela bobina, considerando-se que a
permeabilidade destes materiais seja superior à unidade. À medida que se eleva a corrente na
bobina, maior é a quantidade de dipolos que se alinham ao campo magnético, até que, para
acréscimos sucessivos de corrente, se obtenham reduzidas variações do campo magnético. Para
esta condição, diz-se que o material ferromagnético está saturado. A Fig. 12.42 mostra
esquematicamente esse fenômeno.

Para melhor representar este fenômeno costuma-se plotar num gráfico os valores da
intensidade do campo magnético H e do fluxo magnético correspondente.
Entende-se por intensidade de campo magnético H a força magnetomotriz que se desenvolve por
unidade de comprimento do fio da bobina que a produz, o que corresponde, também, aos
amperes-espiras gerados por unidade de comprimento da referida bobina.
O ciclo histerético que provoca as perdas por histerese, aqui analisadas, está representado na
Figura abaixo. À medida que se aumenta a corrente na bobina se produz uma intensidade de
campo magnético H maior, iniciando-se no ponto O e findando no ponto A (curva de
magnetização inicial). Ao se remover o campo magnético, os materiais ferromagnéticos retêm
parte do magnetismo, chamado magnetismo residual, o que corresponde ao ponto E da Fig.
12.43. Ao se inverter o sentido do campo magnético, pode-se anular o fluxo magnético, o que é
obtido no ponto C da mesma figura. Aumentando-se a intensidade do campo magnético no
sentido inverso, o material irá magnetizar-se novamente, agora no sentido inverso, até saturar-se
no ponto D. Retirando-se o campo magnético, o material retém parte do magnetismo, o que
corresponde ao ponto E. Aumentando-se, agora, o referido campo, pode-se saturar novamente o
material ferromagnético, até o ponto A, completando-se assim um ciclo histerético.

Gráfico representando o laço de histerese

Este fenômeno é uma característica exclusiva dos materiais ferrosos e para que o efeito seja o
menor possível deve-se escolher um aço de boa qualidade onde são ensaiados o laço de histerese
e enviados aos compradores como garantia da qualidade do produto, para fabricação de
transformadores e motores.

Perdas por correntes parasitas, correntes de Foucault. Quando uma peça de metal condutor se
desloca num campo magnético, ou é submetida a um fluxo magnético móvel, circulam na peça
corrente induzidas. São pequenos circuitos de correntes induzidas circulando em planos

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perpendiculares ao fluxo magnético e conhecidas como correntes parasitas. Este efeito é
diminuído laminando-se o núcleo e isolando as folhas.
Os primeiros transformadores em condições de funcionamento prático, somente foram
construídos cinqüenta anos após a descoberta desse princípio. O desenvolvimento assim iniciado
evoluiu rapidamente, e influiu decididamente na introdução da técnica da corrente alternada no
suprimento de energia elétrica tanto na Europa como na América.
De forma análoga, também foi profunda e marcante a evolução da técnica da construção dos
transformadores. Novos materiais, aperfeiçoamentos na construção e montagem, bem como
refinamentos dos processos fabris, alteraram e melhoraram o núcleo, os enrolamentos e material
isolante, tornando os transformadores menores e mais leves, com melhor rendimento e maior
confiabilidade.
Essa evolução tinha como pontos conseqüentes dos esforços desenvolvidos, a forma de
construção mais compacta dos enrolamentos, a introdução dos enrolamentos com fitas, a
utilização do alumínio como condutor e de resinas como material isolante. Isso conduziu à
criação do transformador a seco em resina, e com isto a um aumento da capacidade dos
transformadores a seco.

Níveis de tensão
Os níveis de tensão nos transformadores de potência diferem grandemente entre geração,
transmissão e os vários tipos de consumidores; são os transformadores que propiciam a
adequação de tensões. Eles podem ser:

a)Transformador elevador: Transformadores elevadores transformam a tensão gerada,


normalmente da classe 25kV, para os níveis das linhas de transmissão de 138, 220, 380, 550, 765
KV.

b)Interligador de rede e transformador de linha: Transformadores de linha e interligadores de


rede servem para abaixar as tensões dos níveis de extra alta e altas-tensões para altas e médias
tensões, com o fim de alimentar as redes de distribuição ou para suprir consumidores em alta-
tensão.

c)Transformador especial para indústria e transporte: Transformadores especiais para


retificadores, para locomotivas, para fornos, para eletrólise, etc. são alimentados por alta ou
média tensão.

d)Transformador de distribuição: Transformadores de distribuição suprem as linhas de baixa


tensão para indústrias e residências, e transformam tensões dos níveis 15, 25 e 34,5 kV para 220,
380 e 440 V. Especialmente indicado como transformador seguro e confiável apresenta-se o
transformador a seco em resina.

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TRANSFORMADORES DE DISTRIBUIÇÃO

1.Transformador de distribuição tipo núcleo enrolado


Para atender economicamente a eletrificação, procurou-se um projeto de transformador cujas
perdas e corrente em vazio fossem baixas, sem encarecer o produto.
As perdas em vazio, pagas diretamente pelo consumidor, é energia que deve ser
constantemente suprida pelo fornecedor, mesmo que o consumo médio diário do usuário seja
baixo.
Outra característica marcante é a de que o transformador possa ser instalado em postes simples
e ser selado, para eliminar possível penetração de ar, evitando a maior manutenção necessária nos
tipos com respiração via conservador de líquido isolante.
O transformador que reúne todas essa premissas é do tipo conhecido como "transformador
monofásico de poste com núcleo enrolado", e é marcadamente utilizada nos seguintes sistemas de
distribuição de energia:

a)Tipo rural:
Utilizado em áreas rurais, com redes aéreas extensas, pontos de consumo esparsos e cargas
reduzidas. Para atender esse tipo de demanda, o transformador ideal é o monofásico de pequena
potência (5 a 15 KVA), conhecido como tipo rural de poste.

b)Tipo urbano de distribuição aérea:


Nas áreas urbanas e suburbanas de densidade populacional média, criou-se uma distribuição
de energia trifásica, utilizando bancos aéreos formados por duas ou três unidades monofásicas.

c)Tipo urbano submersível:


A distribuição de energia com transformadores trifásicos subterrâneos ficou restrita a áreas
urbanas de alta demanda, onde uma distribuição aérea é indesejável por motivos vários.

2.Transformador de distribuição do tipo núcleo empilhado


Quando iniciou-se a eletrificação na Europa, os técnicos já se defrontaram com demografias
densas e concentradas, e com um alto grau de industrialização. Isso levou-os à opção pelos
sistemas de subestações com transformadores trifásicos (atualmente com potências médias entre
500 e 800 KVA), com conservador de líquido. Por serem de potências médias elevadas, as
correntes de excitação e perdas em vazio são relativamente mais baixas que as dos
transformadores de menor potência. O transformador que atendeu esses requisitos é o tipo
conhecido como "transformador trifásico com núcleo empilhado" que denominaremos
convencional.

TRANSFORMADORES DE SOLDAGEM

Devido à sua simplicidade, economia e rendimento, os conjuntos de soldagem de


transformador predominam sobre os seus equivalentes de máquina rotativa. Elétrodos de varetas
foram especialmente desenvolvidos para uma vasta faixa de aplicações para usar em fontes de
c.a., mas mesmo quando é imperativa uma fonte de c.c. a preferência é para equipamentos de
transformador/retificador sobre máquinas rotativas.
A exigência básica para soldagem de c.a. é uma fonte de potência de baixa voltagem (70 - 100
V), com um indutor em série ajustável para assegurar a estabilidade da corrente de soldagem, e
fornecer um impulso de fase entre a voltagem da fonte e a corrente de soldagem tornando
possível o arco ser reacendido em cada meio período após a corrente Ter passado pelo zero. As
fontes de potência são alimentadas para uso quer por operadores individuais quando parte da
reatância indutiva possa ser incorporada no transformador, quer por grupos de operadores quando
um transformador multifásico simples de impedância relativamente baixa forneça alimentação de
baixa voltagem (90 V) através de um número de vários indutores ajustáveis separados. No último
caso, pode ser tirada vantagem do fator de diversidade para minimizar o regime nominal de
potência do transformador. Para aplicações de objetivo geral, os conjuntos de soldagem de

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operador simples de c.a. padrão também existem com retificadores incorporados e um indutor
amortecedor tornando possível ao operador usar uma vasta faixa de eletrodos.
A reatância inerentemente alta da fonte produz uma carga por fase muito baixa na alimentação
a qual, devido à sua variabilidade e intermitência, não pode ser continuamente corrigida pelos
condensadores. No entanto, é tanto possível como desejável alguma correção, e muitos aparelhos
de um só operador são calculados para alojar um condensador de uma dimensão recomendada
pelo fornecedor.
O desempenho de fontes de potência de soldagem incorpora as exigências básicas para a
maioria das aplicações, mas para outros usos, tais como sistemas de gás revestido de eletrodos
consumíveis, as características do aparelho de soldagem têm uma parte fundamental ao
determinar a qualidade da solda. Tipicamente nas fontes de potência de transformador/retificador
a impedância interna dos aparelhos é muito baixa e a voltagem de circuito aberto é um pouco
mais que a voltagem do arco; isto produz uma alta taxa de mudança da corrente de soldagem
quando o comprimento do arco varia e ajusta automaticamente a taxa de queima.
No passado, muitos aparelhos de soldagem fornecidos para o mercado britânico eram esfriados
a óleo, e estes são mais apropriados para as condições difíceis encontradas, por exemplo, em
estaleiros; mas o desenvolvimento de novos materiais de isolamento tornou possível os aparelhos
de tipo seco resfriados a ar substituírem os resfriados a óleo em condições menos onerosas e onde
o peso leve e a facilidade de transporte são válidos.

TRANSFORMADORES DE MINAS

As condições de operação em minas de carvão impõem exigências especiais nos


transformadores para uso no subsolo. Não poderá haver possibilidade de defeito no próprio
equipamento causando uma explosão na atmosfera gasosa na mina, e a altura livre é usualmente
extremamente limitada.
Até nos primeiros anos da década de 1950, foram usados transformadores de minas sem ser à
prova de chama, enchidos a óleo, de baixa altura no subsolo até mantendo-o a 300 m da face do
carvão. O aparelho de distribuição montado diretamente nestes transformadores era de construção
à prova de chama. Como a dimensão da carga aumentou os problemas da queda de voltagem em
cabos de BT entre o transformador e a face do carvão, a maquinaria tornou-se maior, houve a
necessidade de um transformador completamente à prova de chama (e aparelho de distribuição
associado) que pode ser levado até perto da face do carvão. O transformador de subsolo à prova
de fogo moderno é uma unidade isolada a ar construída com isolamento da classe C e contido em
uma caixa à prova de fogo.

PEQUENOS TRANSFORMADORES

Os transformadores pequenos são feitos em grande número para aparelhos eletrônicos e


necessidades semelhantes. A construção aberta foi substituída por um arranjo vedado
hermeticamente em contentores de metal/vidro ou metal/cerâmica soldados ao contentor.
Os transformadores para equipamento móvel, que podem ser operados a 400 - 1600 Hz por
motivo de economia de peso e dimensão, são feitos usando materiais relativamente caros para
obter maiores cargas magnéticas e elétricas. Assim o aço ao silício laminado a frio, muito fino, ou
núcleos finos de níquel-ferro pode ser usado com bobinas isoladas por dielétricos de alta
temperatura como a fibra de vidro, silicones, etc. Deste modo, um transformador completamente
vedado de 30 VA, 1,6 kHz pesa cerca de 0,1 kg comparado com seu equivalente de tipo aberto de
1940 pesando 1kg ou mais.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS NORMALIZADAS


a) Potência nominal
Entende-se por potência nominal (Sn) de um transformador, o valor convencional de potência
aparente que serve de base ao projeto, aos ensaios e às garantias do fabricante, e que determina o
valor da corrente nominal que circula, sob tensão nominal, nas condições especificadas na
respectiva norma. As potências nominais, em kVA, normalizadas pela ABNT (NBR-5440), dos
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transformadores de distribuição para instalação em postes e plataformas, são as seguintes:
1) Transformadores monofásicos para instalação em postes:

3, 5,10, 15, 25, 36,5, 50, 75 e 100 kVA.


2) Transformadores trifásicos para instalação em postes:

15, 30, 45, 75, 112,5 e 150 kVA.


3) Transformadores trifásicos para instalação em plataformas:
225 e 300 kVA
Porém, já existem outras potências consagradas pelo uso, para transformadores trifásicos, para
instalação em plataformas, que são:
500, 750 e 1.000 kVA.

E muito importante levar em conta estas potências nominais normalizadas quando da


especificação do transformador alimentador de uma instalação, pois seu custo e prazo de entrega
serão menores do que se especificarmos um valor intermediário de potência.
b) Tensões
1 - Tensão nominal
O valor da tensão destinada à alimentação da instalação, d ificilmente pode ser
determinada pelo projetista, uma vez que depende da disponibilidade da concessionária.
No caso pouco provável de existir duas tensões do primário a escolher, deve-se optar pela mais
baixa, pois o que determina a seção do condutor da rede de alimentação, mantida a potência
requerida fixa, são mais critérios mecânicos do que elétricos. Um transformador de classe de
tensão mais baixa exigirá um isolamento menor, o que por fim resulta em um custo menor do
equipamento.
Como afirmamos no inicio, esta questão da tensão primária dificilmente deverá ser discutida,
uma vez que a concessionária indicará o valor da tensão de exercício.
Ainda um caso particular de nível de tensão primária deve ser comentado. Existem algumas
regiões onde o nível de tensão de distribuição está sendo alterado. Neste caso, a concessionária
avisa ao interessado que a tensão atual passará a outro nível dentro de um determinado período.
Logo, o transformador a ser instalado deverá ser capaz de operar em duas tensões primárias, para
evitar a necessidade de aquisição de novo equipamento quando da mudança. Estes
transformadores especiais são chamados de "religáveis". As "religações" mais comuns são de 15
para 24,2kV ou de 24,2 para 36,2kv.

TENSÃO TENSÃO (V)


MÁXIMA PRIMÁRIO SECUNDÁRIO
DO DERIVAÇÕES TRANSFORMADORES TRANSFORMADORES
EQUIPAMENTO TRIFASICOS E MONO MONOFÁSICO TRIFASICOS MONOFÁSICO
(FF) (A) (FF) (A)
1 2 3 4 5 6
1 13800 7967 2 terminais
15,0 2 13200 7621 220 ou 127
3 12600 7275 380/220
ou
1 23100 13337
24,2 2 22000 12702 ou
3 terminais
3 20900 12067 220/127 440/220 ou
1 34500 19919 254/127 ou
36,2 2 33000 19053 240/120 ou
3 31500 18187 230/115

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Para adequar a tensão primária do transformador à tensão de alimentação, o enrolamento
primário, normalmente o de tensão superior, é dotado de derivações (taps), que podem ser
escolhidos mediante a utilização de um comutador, conforme projeto e tipo construtivo, instalado
junto à parte ativa, dentro do tanque.
Este aparato deve ser manobrado com o transformador desconectado da rede de alimentação.
Em geral o valor da tensão primária indicada pela concessionária constitui o valor médio entre
aqueles que efetivamente serão fornecidos durante o exercício.
A escolha da tensão do secundário depende de vários fatores. Dentre eles destacamos o
econômico, De uma forma geral, podemos dizer que para instalações onde equipamentos como
motores, bombas, máquinas de solda e outros, constituem a maioria da carga, deve-se usar
380/220 V.

Tensão de curto-circuito (impedância a 75 oC)

E a tensão, expressa em porcentagem da tensão nominal, que deve ser ligada aos terminais de
um enrolamento para obter a corrente nominal no outro enrolamento, cujos terminais estão curto
circuitados.

c) Correntes

1 Corrente nominal

A corrente nominal (ln) é a corrente para qual o enrolamento foi dimensionado. Ela é
determinada em função da potência do transformador, em kVA, e da tensão do enrolamento
considerado.

2 Corrente de excitação

A corrente de excitação ou a vazio (Io) é a corrente de linha que surge quando em um dos
enrolamentos do transformador for ligadas a sua tensão nominal e freqüência nominal, enquanto
os terminais do outro enrolamento em circuito aberto, apresentam a tensão nominal.
Estes valores representam um compromisso entre o desempenho e custo, onde muitas vezes
uma pequena redução da corrente de excitação (Io) representa um acréscimo de custo
antieconômico, pois, para alcançá-la, é necessário um aumento do material ativo do
transformador.

ÓLEO MINERAL ISOLANTE.

PROPRIEDADES FÍSICAS E ELÉTRICAS, COMPONENTES E ESTABILIDADE. ÓLEOS


PARAFÍNICOS E NAFTÊNICOS, COMPOSIÇÂO E MISTURA. RESOLUÇAO No 672-CNP
NORMA CNP-16. CARACTERÍSTICAS E VALORES LIMITIES EM SERVIÇO.
O óleo mineral isolante utilizado em aparelhos elétricos, como transformadores, reatores,
disjuntores, religadores etc., são extraídos do petróleo.
PROPRIEDADES FÍSICAS
• Cor
O óleo novo tem uma cor amarelo-pálida e é transparente. A cor muda e escurece na medida em
que o óleo se vai deteriorando.

• Ponto de fulgor
É a menor temperatura na qual se formam vapores inflamáveis na superfície do óleo e são
identificados pela formação de um lampejo quando em presença de uma chama.
Os gases inflamáveis são perigosos razões pela qual é importante conhecer-se a temperatura em
que se formam.

• Ponto de fluidez
É a temperatura mais baixa na qual o óleo, em condições perfeitamente estabelecidas, escoa.
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A contaminação e a deterioração do óleo não têm, praticamente, influência sobre seu ponto de
fluidez.
Sua determinação contribui para a identificação de tipos de óleo (parafínico, naftênico) e permite
concluir em que espécie de aparelhos e em que condições pode ser utilizado. O óleo deve ter um
ponto de fluidez compatível com a temperatura, do ambiente em que for instalado o
transformador.

• Densidade
A densidade do óleo está, normalmente, em torno de 0,9 oC a 15 oC. Viscosidade
Viscosidade é a resistência que o óleo oferece ao escoamento contínuo sem turbulência, inércia
ou outras forças. A quantidade de calor que o óleo é capaz de transferir, por hora, do transforma-
dor para o meio ambiente depende da viscosidade.

• Ponto de anilina
Ponto de anilina é a temperatura em que há a separação da anilina de uma mistura de anilina e
óleo.
O ponto de anilina está de certa forma relacionado com a propriedade de dissolver materiais com
os quais entra em contato e com seu conteúdo aromático.
• Tensão interfacial
Na superfície de separação entre o óleo e a água forma-se uma força de atração entre as
moléculas dos dois líquidos que é chamada de tensão interfacial, sendo medida em dina/m.
Uma diminuição da tensão interfacial indica, com bastante antecedência em relação a outros
métodos, o início da deterioração do óleo.

SOLUBILIDADE DA ÁGUA
A água pode existir no óleo sob a forma dissolvida, não dissolvida (em suspensão) ou livre
(depositada).
A quantidade de água em solução depende da temperatura e do grau de refino. Quanto mais alta a
temperatura tanto maior a quantidade de água dissolvida no óleo; tanto menor será a solubilidade
da água.
Assim, por exemplo, um óleo altamente refinado terá uma quantidade de água de 120 ppm a
50 oC. Se a temperatura baixar para 30 oC a quantidade de água que ficará em solução será de 60
ppm. AS excedentes 60 ppm passarão pra a forma de água não-dissolvida, que poderá ficar em
suspensão no óleo sob a forma de névoa. Por outro lado, a solubilidade da água no óleo é
aumentada na medida em que o óleo for se deteriorando, isto é, sofrer oxidação, havendo, antes
de sua dissolução sua emulsificação.

ABSORÇÃO DA ÁGUA DO AR ÚMIDO PELO ÓLEO MINERAL DE


TRANSFORMADOR
Volume de óleo 7 500 cm3
Superfície da área exposta 375 cm2
Camada do liquido 20cm
Temperatura de exposição 25 OC

SOLUBILIDADE DO AR NO ÓLEO MINERAL ISOLANTE

O ar atmosférico pode-se dissolver no óleo mineral isolante na proporção de 10%


aproximadamente, em volume a 25 0C e 101 kPa de pressão.Um aumento da temperatura do óleo
ou de pressão do ar aumentará a quantidade de mistura gasosa que o óleo pode manter em
solução.
Os gases do ar dissolvem-se no óleo nas seguintes percentagens, aproximadas: nitrogênio, 71%;
oxigênio, 28%; e Outros gases 1%.

PROPRIEDADES ELÉTRICAS

Rigidez dielétrica
É a tensão alternada na qual ocorre à descarga disruptiva na camada de óleo situada entre dois
eletrodos e em condições perfeitamente determinadas.
Definição ABNT TB-19-1:"6.7.6 Rigidez dielétrica - propriedade de um dielétrico de se opor a
uma descarga disruptiva medida pelo gradiente de potencial sob o qual se produz essa descarga".
É muito utilizado o método D877 da ASTM e seu equivalente brasileiro Método dos Eletrodos
de Disco (PMB 330 - ABNT-IBP). Neste método, o óleo é colocado entre eletrodos em forma de
- 14 -
disco.
O método ASTM D1816 VDE é mais sensível e é recomendado para testar óleo de aparelhos
com tensões de 230 kV ou maiores. Este método dá melhores resultados que o dos eletrodos de
disco e, por isso, está-se tornando o preferido. O assunto está sendo revisado pela ASTM. A
rigidez dielétrica do óleo é pouco afetada pela água nele dissolvida.

( mostrado na cadeira de manutenção industrial)

Assim, por exemplo, um óleo, que tenha uma quantidade de água dissolvida de 120 ppm a 75
0
C, tem sua rigidez dielétrica diminuída 26,5% .
Por outro lado, a água livre em suspensão no óleo diminui acentuadamente sua rigidez dielétrica.
No óleo deteriorado, a água livre tem maior possibilidade de ficar em suspensão que no óleo
novo.
Como a solubilidade da água no óleo cresce com a temperatura, quando a temperatura do óleo
baixar uma parte da água dissolvida passará para o estado livre e sua rigidez dielétrica terá um
valor mais baixo.
Outro fator que contribui para a diminuição da rigidez dielétrica do óleo são as partículas
sólidas em suspensão (fibras celulósicas, carvão, poeira etc.).
A diminuição da rigidez dielétrica é tanto maior quanto maior for à quantidade de partículas
sólidas em suspensão. Fibras celulósicas em suspensão no óleo com água podem reduzir o valor
da rigidez dielétrica até 90%, enquanto no óleo sem água essa redução é de só 20%.
Conclui-se, portanto, que o óleo deve ser manipulado com os cuidados necessários para evitar
sua contaminação com água e partículas sólidas (pano, estopa, papel, poeira, metais etc.).

Fator de potência
O fator de potência do óleo mineral isolante é igual ao cosseno do ângulo de fase ou o seno do
ângulo de perdas do mesmo.
O fator de potência aumenta de valor na medida em que a deterioração do óleo progride. Ele
nos dá uma idéia da intensidade da corrente que flui pelo óleo e que é uma medida de sua
contaminação e de sua deterioração.
O fator de potência do óleo aumenta com a temperatura e com a quantidade de substâncias
polares provenientes da deterioração do óleo.

COMPOSIÇÃO E PROPRIEDADES QUÍMICAS

O óleo mineral isolante utilizado em aparelhos elétricos (transformadores, disjuntores,


reatores, religadores etc.) é extraído do petróleo.
Sua composição e características dependem da natureza do petróleo do qual foi extraído e do
processo empregado em sua preparação.
O petróleo cru pode ser de base parafínica, cujo produto final da destilação é a cera
parafínica ou de base naftênica, cujos produtos finais da destilação são de natureza asfáltica.
Sabe-se que só 3% do petróleo disponível são de base naftênica.
O óleo isolante originado do petróleo de base parafínica é chamado de óleo parafínico e o
originado do petróleo naftênico, óleo naftênico.
Até o ano de 1920, o óleo isolante parafínico tinha amplo uso, porém seu ponto de fluidez não
era suficientemente baixo para que pudesse ser utilizado em aparelhos elétricos instalados ao
tempo, em regiões cujo inverno é rigoroso. Ele foi, então, substituído pelo óleo naftênico, porque
seu ponto de fluidez (-40 0C) permitiu sua utilização em aparelhos submetidos a temperaturas
muito baixas.
As fontes de petróleo naftênico estão-se tornando cada vez mais escassas e, por isso, a
utilização do óleo parafínico se torna cada vez mais imperiosa. Tal fato motivou a realização de
pesquisas para se obter um óleo parafínico com características adequadas para ser utilizado em
aparelhos elétricos.
O óleo mineral isolante é constituído de uma mistura de hidrocarbonetos em sua maioria, e de
não-hidrocarbonetos, também chamados de heterocompostos, em pequena proporção.
- 15 -
Estima-se em cerca de 2 900 o número de compostos existentes no óleo mineral isolante, dos
quais cerca de 90% ainda não foram identificados.
Sua identificação seria muito dispendiosa e laboriosa. Como se conhecem o comportamento e
as características que deve ter para que possa desempenhar sua função em suas diversas
aplicações e, também, como agem os produtos de sua deterioração, uma análise dessa natureza
não se torna necessária.

COMPONENTES DO ÓLEO MINERAL ISOLANTE

Composição de óleos isolantes leves:


Os aturados tem até quatro anéis naftênicos, com uma média de dois anéis com cinco e seis
membros. Os aromáticos mononucleares têm de um a três anéis naftênicos, com uma média de
um a dois anéis naftênicos. Os aromáticos dinucleares têm dois anéis aromáticos e até dois anéis
naftênicos, com uma média de um anel naftênico. Os aromáticos trinucleares têm três anéis
aromáticos e uma média de um anel naftênico.
Por uma simples análise é difícil concluir se o óleo é do tipo naftênico ou parafínico.
As seguintes relações de composição são admitidas numa tentativa de identificação do tipo de
óleo isolante
TIPO COMPOSTOS COMPOSTOS COMPOSTOS
AROMATICOS (%) NAFTENICOS (%) PARAFÍNICOS (%)
NAFTENICO 11 47 42
PARAFINICO 8 29 63

O óleo fabricado no Brasil é essencialmente parafínico.

São os seguintes fatores de diferenciação dos óleos preparados no país, pela Petrobrás.

FATORES OLEO TIPO B ( PARAFINICO) OLEO TIPO A ( NAFTENICO)


DENSIDADE A 20 OC 0,855 ( MAX) 0,880 ( MAX)
PONTO DE FLUIDEZ (OC) -15 <-40
PONTO DE ANILINA (OC) +88 +72
INDICE DE REFRAÇÃO A 20 OC 1,4750 1,4880

MISTURA DE OLEOS ISOLANTES

Quando são misturados óleos isolantes de características diferentes, a mistura resultante se


apresentará com valores característicos médios dos valores de cada um dos componentes.
Vale dizer que, quando são misturados óleos de má características com óleos de boas
características , os primeiros ganham e os segundos perdem em qualidade. A mistura terá sempre
melhores características que o pior dos componentes.
Portanto, sempre que possível, deve-se evitar misturar óleos deteriorados com óleos novos.

TABELA CARACTERÍSTICA DE ÓLEOS ISOLANTES

RESULTADOS VALORES LIMITES


TÍPICOS OLEO SATISFATÓRIO RECONDICIONAR POS TRATAMENTO METODO
DE
ENSAIOS NOVO USADO NOVO < 230 KV ACIMA < 230 KV ACIMA A < 230 KV ACIMA ENSAIO
REGENERAR
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
50 >40 >40 >30 >35 25-20 25-35 >40 >40 ASTM
D-877
RIGIDEZ 65 >70 >60 >60 >70 50-60 50-70 >60 >60 VDE
DIELÉTRICA --------- 370
----- ------ >32 >24 >27 20-24 20-27 ------ ------ ASTM
004”
70 >58 >64 >48 >54 40-40 40-54 >58 >58 ASTM
008”
CONTEUDO KARL
DE
10 15 <10 <25 <15 25-40 15-40 40 <20 <15 FISCHER
AGUA
ACIDEZ 0,03 0,1-0,2 0,05 <0,3 <0,5 - >O,4 <0,1 ASTM
D-974

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TENSÃO 0,045 0,02- >0,04 >0,025 0,02-0,25 <0,O20 >0,03 ASTM
INTERFACIAL
0,03 D2285
COR 0,5 1-1,5 <0,5 <3 3-4 >4 <2 ASTM
1500
0,01 0,1-0,3 <0,05 0,5 0,5-1,5 >0,1 <0,1 20 OC
VDE370
PERDAS
DIELÉTRICAS ----- ---- <0,05 -------- ------- -------- ------- 25 OC
VDE370
0,07 ------ <0,3 -------- ------- -------- -------- 100 OC
VDE370
0,1 ------ ----- -------- ------- -------- --------- 90 OC
VDE370

GASES DISSOLVIDOS NO ÓLEO

O óleo pode conter dissolvidos gases combustíveis e não-combustíveis. Entre os combustíveis


contam se: monóxido de carbono (CO), hidrogênio (H2), metano (CH4). Etano (C2H6), etileno
(C2H4) e acetileno (C2H2).
Os não-combustíveis que podem ser encontrados são: oxigênio (02), nitrogênio (N2) e dióxido de
carbono (C02).
O óleo pode dissolver até 10% de seu volume de ar. Os gases oxigênio e nitro-gênio provêm
do ar atmosférico, com o qual o óleo está ou esteve em contato.
As isolações sólidas e líquidas sofrem deterioração durante o funcionamento normal do
transformador, isto é, sua operação até o limite máximo recomendado de temperatura e ausência
de contato com o oxigênio e a umidade exterior.
Os gases que se formam pela deterioração normal da isolação sólida são o dióxido de carbono
(C02), o monóxido de carbono (CO), em menor quantidade que o C02, e traços de hidrogênio,
metano e etano.
Pesquisas de laboratório indicam que se formam os gases CO, C02 e água quando a celulose é
sobreaquecida (140 0C). Sua pirólise, isto é, destruição pelo calor (250 0C), origina os gases CO
em maior quantidade que o C02, além de água, carvão e alcatrão.
O óleo mineral isolante, quando sobreaquecido (500 0C), origina os gases metano, etano,
etileno, C02 (400 0C) e água (200 0C) em presença de oxigênio. A piráse do óleo conduz à
formação de hidrogênio (de 60% a 80%), acetileno (de 10% a 25%), metano (de 1,5% a 3,5%) e
etileno (de 1,0% a 2,9%).
Além do calor, conduzem também à formação de gases da isolação:

• Descargas parciais (corona) e centelhamento. O efeito corona pode ocorrer nos ângulos dos
condutores com uma tensão de cerca de 12 kV. O centelhamento é uma descarga elétrica
fraca com duração muito curta, um microssegundo ou menos.
• Arco elétrico, que é uma descarga elétrica prolongada e intensa.

São também fontes de gases no óleo:


• A contaminação do gás nitrogênio do colchão de gás de transformadores selados.
• Transformadores transportados com CO2. Os enrolamentos do transformador retêm cerca de
10% do volume total de óleo.
• Transformador não desgaseificado após ter sofrido reparos.
• Hidrólise devido à presença de água.
• Motor queimado do sistema de refrigeração forçada (LF). Há instalações em que óleo do
transformador banha o motor que aciona a bomba de circulação do óleo.
• Poluição atmosférica.
• Contaminação pelo óleo da chave comutadora do comutador de derivações em carga do
transformador.

A existência de gases no óleo devido a essas origens não significa uma condição de falha
incipiente do transformador, mas tão somente uma situação irregular. Autoridades no assunto
afirmam que a interpretação dos resultados das análises dos gases do transformador ainda não é
uma ciência e sim uma arte.
- 17 -
SOLUBILIDADÊ DOS GASES NO ÓLEO ISOLANTE

A solubilidade, volume a volume dos gases no óleo isolante de transformadores a 101 kPa e 25
0
C é a seguinte, em porcentagem:

Hidrogênio (H2) 7,0


Nitrogênio (N2) 8,6
Monóxido de carbono (CO) 9,0
Oxigênio (02) 16,0
Metano (CH4) 30,0
Dióxido de carbono (C02) 120,0
Etano (C2H6) 280,0
Etileno (C2H4) 280,0
Acetileno (C2H2) 400,0

Pesquisas de laboratório levam à conclusão de que as bolhas dos gases se dissolvem


totalmente no óleo quando ele não estiver saturado e desde que seu contato com o mesmo se dê
por tempo prolongado.
Se o contato for por curto espaço de tempo, as bolhas de gases não se dissolverão totalmente e o
excesso se acumulará na parte superior do transformador e no relê Buchholz.
Análises de gases recolhidos do relé Buchholz comprovam que, quando o óleo está saturado de
gases, poderá haver uma troca entre os gases dissolvidos e os da bolha, até ser atingido um estado
de equilíbrio.

MÉTODOS DE DETECÇÃO DOS GASES COMBUSTÍVEIS

Os gases combustíveis podem ser detectados por dois métodos básicos:


a) Teste dos gases combustíveis.
b) Cromatografia dos gases.

Sabe-se que os ensaios realizados em campo dão resultados mais significativos. Por outro
lado, é conveniente fazer uma triagem antes de enviar as amostras para o laboratório, a fim de
que sejam evitados despesas e trabalhos desnecessários.

a) O teste dos gases combustíveis do colchão de gás da superfície do óleo isolantes ou


acumulados em relé detector de gases tipo Buchholz dará uma idéia sobre o processo em
evolução no transformador

As diretrizes que orientam são as seguintes:


• Uma quantidade de gases combustíveis de O a 500 ppm indica a deterioração normal da
isolação. Repetir a análise a cada seis meses.
• Uma concentração de 501 a 1 200 ppm indica deterioração excessiva da isolação e o teste
deve ser repetido a cada três meses.
• Concentração entre 1 201 e 2 500 ppm indica deterioração anormal da isolação. O teste
deve ser repetido a cada mês.
• Concentração de 2 501 ppm para cima: o teste deve ser feito semanalmente, para
determinar a taxa de geração de gases concluir.

Significado de cada problema relacionado com o gás dissolvido

ARCO
Grandes quantidades de hidrogênio e acetileno são produzidas, com pequenas quantidades de
metano e etileno. Dióxido e monóxido de carbono também podem ser formados caso a falha
- 18 -
envolva a celulose. O óleo poderá ser carbonizado
Gas-chave: acetileno

DESCARGAS PARCIAIS
Descargas elétricas de baixa energia produzem hidrogênio e metano, com pequenas
quantidades de etano e etileno. Quantidades comparáveis de monóxido e dióxido de carbono
podem resultar de descargas em celulose
Gás-chave: hidrogênio

ÕLEO SUPERAQUECIDO
Os produtos de decomposição incluem etileno e metano, juntamente com quantidades menores
de hidrogênio e etano. Traços de acetileno podem ser formados se a falha é severa ou se envolve
contatos elétricos
Gas-chave: etileno

CELULOSE SUPERAQUECIDA
Grandes quantidades de dióxido e monóxido de carbono são liberados da celulose
superaquecida. Hidrocarbonetos gasosos, como metano e etileno, serão formados se a falha
envolver uma estrutura impregnada em óleo

Gas-chave: monóxido de carbono

ELETRÓLISE
A decomposição eletrolítica da água ou a decomposição da água associada com a ferrugem
resulta na formação de grandes quantidades de hidrogênio, com pequenas quantidades dos outros
gases combustíveis

Gas-chave: hidrogênio

Capacidade de sobrecarga
O aquecimento em excesso, contribui para o envelhecimento precoce do isolamento,
diminuindo a vida útil do transformador que teoricamente é de 65.000 horas de operação
contínua com o ponto mais quente do enrolamento a 950C.
A temperatura ambiente é um fator importante na determinação da capacidade de carga dos
transformadores, uma vez que a elevação de temperatura para qualquer carga deve ser acrescida à
ambiente para se determinar a temperatura de operação.
Os transformadores normalmente operam num ciclo de carga que se repete a cada 24 horas.
Este ciclo de carga pode ser constante, ou pode ter um ou mais picos durante o período.
Normalmente, os transformadores devem operar, segundo ciclos de carga que não propiciem
perdas de vida adicionais, mas nos casos extremos de operação, onde esta perda de vida se torna
necessária, deve-se impor um valor máximo de perda de vida adicional.

Por exemplo, numa emergência , uma concessionária que admite que em qualquer situação, a
perda de vida adicional, não poderá passar de 0,25% e que tem seu transformador de 550C
ONAN, operando a uma carga inicial de 70 % com 300C de temperatura ambiente, poderia
permitir, que seu transformador chegasse até as seguintes cargas em função das durações das
mesmas.

1/2 hora a 200% da potência nominal


1 hora a 196% da potência nominal
2 horas a 172% da potência nominal
4 horas a 151% da potência nominal
8 horas a 135% da potência nominal

Deve-se evitar operar o transformador com temperaturas do ponto mais quente do enrolamento
- 19 -
superiores a 1400C, devido a provável formação de gases na isolação sólida e no óleo, que
poderiam representar um risco para a integridade da rigidez dielétrica do equipamento.

Nesta norma, também são admitidas cargas programadas de ate 1,5 vezes corrente nominal,
para as quais, segundo a NBR 5416, não devem existir quaisquer outras limitações além das
capacidades térmicas dos enrolamentos e do sistema de refrigeração

Os transformadores de potência em geral, com capacidade superior a 2,5 MVA, são dotados de
ventiladores acoplados ao seu tanque com a finalidade de refrigeração forçada do equipamento.
Os ventiladores, normalmente ligados em estágios operam à medida que o transformador adquire
uma temperatura pré-determinada nos seus enrrolamentos. Dessa forma, pode-se aumentar a
capacidade nominal do transformador em cerca de 25%.
Os transformadores dotados de ventilação forçada são designados através de dois valores de
potência nominal, como, por exemplo, 5/6, 25 MVA, sendo que o primeiro valor refere-se à
potência do equipamento sem o funcionamento dos ventiladores, enquanto o segundo valor
considera a capacidade nominal do equipamento com o funcionamento de todos os estágios do
sistema de ventilação forçada.
A Figura abaixo mostra simplificadamente o diagrama de controle do sistema de resfriamento
forçado de um transformador com sete ventiladores, conforme a NBR

A tensão de alimentação deve ser de 220 V, em sistema trifásico e de freqüência 60 Hz, segundo
a NBR 9398/87. A proteção térmica dos motores dos ventiladores deve ser individual para cada
unidade. Deve possuir, também, uma proteção por falta de fase. Quando o número de
ventiladores for inferior ou igual a sete, cada circuito deverá ser protegido individualmente. Para
um número maior de ventiladores, cada grupo de dois ventiladores deve ter a sua proteção.
Os elementos utilizados na proteção contra curto-circuito podem ser fusíveis, de preferência
do tipo NH, ou disjuntores do tipo magnético.
Os ventiladores são fixados ao lado externos dos radiadores, de forma a retirar a maior
quantidade de calor contida no óleo circulante. A Figura abaixo mostra um detalhe da instalação
de quatro ventiladores num transformador de força.

- 20 -
VENTILADORES

Sistema de resfriamento

Os transformadores em operação geram internamente uma grande quantidade de calor que


necessita ser levada ao meio externo, a fim de não prejudicar a qualidade da isolação dos
enrolamentos.
O calor gerado é resultado das perdas ôhmicas nos fios dos enrolamentos, quando o
transformador está em carga, e das perdas por histerese e correntes de Foucalt em qualquer
condição de operação. O calor assim gerado é transferido ao meio de resfriamento interno, que é
o óleo mineral isolante, e que em contato com as paredes do tanque ou através dos radiadores é
conduzido ao meio ambiente. Os
processos de transferência de calor das seguintes formas:
• condução;
• radiação;
• convecção.

A contribuição da transferência de calor por condução e radiação é de pouca importância e


pode ser desprezada para fins práticos. Dessa forma, o processo de convecção é basicamente o
responsável tanto pela transferência de calor do núcleo para o óleo como do tanque para o meio
ambiente. No entanto, a transferência de calor do óleo à carcaça do transformador é feita por
condução.
O processo de transferência por convecção pode ser feito de duas diferentes formas:
• convecção natural;
• convecção forçada.

Na convecção natural, a massa de ar aquecida em contato com o corpo do transformador


movimenta-se para cima, sendo substituída por uma massa de ar mais frio que, ao ser aquecido,
circula como a anterior, num processo lento e continuo. Quando a massa de óleo quente atinge a
parte superior do transformador, inicia o caminho de retorno através dos radiadores, cedendo
calor ao meio exterior, chegando à sua parte inferior já bastante resfriado. Como se pode notar, a
convecção natural apresenta baixas taxas de transferência de calor. Este processo domina
basicamente a transferência dos transformadores de distribuição.
No caso da convecção forçada é necessário, a utilização de motores acoplados a ventiladores
que aceleram a movimentação das massas de ar quente que são imediatamente substituídas por
massas de ar frio, num processo rápido e contínuo. Este processo é comum aos transformadores
de potência, principalmente os de classe de tensão 72,5 kV e acima. Apresenta um custo de valor
significativo, porem economicamente viável , já que obtém , por este processo , uma capacidade
adicional de potência nominal .
Os transformadores são designados quanto ao tipo de resfriamento por um conjunto de letras
que representam as iniciais de palavras correspondentes, ou seja:
•óleo natural com resfriamento natural - ONAN (Óleo Natural, Ar Natural);
• óleo natural com ventilação forçada - ONAF (Óleo Natural, Ar Forçado);
• óleo com circulação forçada do líquido isolante e com ventilação forçada -OFAF (Óleo
Forçado, Ar Forçado);
• óleo com circulação forçada do líquido isolante e com resfriamento a água -OFWF
(Óleo Forçado, Água (water) Forçada);
• seco com refrigeração natural – NA ( ar natural)
• seco com ventilação forçada- AF ( ar forçado)

FORMAÇÃO DA DESIGNAÇÃO DE REFRIGERAÇÃO

1o LETRA 2o LETRA 3o LETRA 4o LETRA


Indicativo do meio de resfriamento em contato com Indicativo do meio de resfriamento em contato
os enrrolamentos com o sistema de resfriamento externo
Natureza do meio de Natureza da Natureza do meio de Natureza da
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resfriamento circulação resfriamento circulação

SIMBOLOS LITERAIS

NATUREZA DO MEIO DE RESFRIAMENTO


OLEO O
LIQUIDO ISOLANTE SINTÉTICO NÃO INFLAMAVEL L
GAS G
AGUA W
AR A
NATUREZA DA CIRCULAÇÃO
NATURAL N
FORÇADA (NO CASO DO OLEO, FLUXO NÃO DIRIGIDO) F
FORÇADO COM FLUXO DE ÓLEO DIRIGIDO D

Características construtivas

- 22 -
PARTE ATIVA

Chamamos de parte ativa do transformador, ao conjunto formado pelos enrolamentos,


primário e secundário, e pelo núcleo, porém, sem dispositivos de prensagens e calços. A parte
ativa deve constituir um conjunto mecanicamente rígido, capaz de suportar condições adversas de
funcionamento.
Na figura abaixo vê-se a parte ativa de um transformador trifásico com todos os componentes.

NÚCLEO

O núcleo é constituído por um material ferromagnético, que contém em sua composição o


silício, que lhe proporciona características excelentes de magnetização e perdas.
Porém, este material é condutor e estando sob a ação de um fluxo magnético alternado, dá condições de surgimento
de correntes parasitas. Para minimizar este problema, núcleo, ao invés de ser uma estrutura maciça, é construído pelo
empilhamento de chapas finas, isoladas com Carlite.
Presta-se especial atenção para que as peças metálicas da prensagem sejam isoladas do núcleo
e entre si para evitar as correntes parasitas que aumentariam sensivelmente as perdas em vazio.
Estas chapas de aço, durante a sua fabricação na usina, recebem um tratamento especial com a
finalidade de orientar seus grãos. É este processo que torna o material adequado utilização em
transformadores, devido à diminuição de perdas específicas. É também com a finalidade de
diminuir as perdas, que nestas chapas são feitos cortes a 45o nas junções entre as culatras e os
pilares (Figura abaixo)

ENRROLAMENTOS

Os enrolamentos, primários e secundários, são constituídos de fios de cobre, isolados com


esmalte ou papel, de seção retangular ou circular.
O secundário, ou, dependendo do caso, BT, geralmente constitui um conjunto único para cada
fase (fig.A), ao passo que o primário pode ser uma bobina única (fig.B) ou fracionada em bobinas
menores, que chamamos de panquecas.
Os enrolamentos são dispostos concentricamente, com o secundário ocupando a parte e interna
- 23 -
e conseqüentemente o primário a parte externa, por motivo de isolamento e econômicos, uma vez
que é mais fácil de "puxar" as derivações do enrolamento externo e Chamamos de derivação, aos
pontos, localizados no enrolamento primário, conectados ao comutador.
Tipos de bobinas:

1) Barril (qualquer potência)


2) Camada (qualquer potência)
3) Panqueca (até 1 ,5MVA)
4) Disco (acima dei MVA)
5) Helice (acima dei MVA)
6) Hobbart (acima de 1 MVA)

A B

DISPOSITIVOS DE PRENSAGEM, CALÇOS E ISOLAMENTO

Para que o núcleo se torne um conjunto rígido, é necessário que se utilize dispositivos de
prensagem das chapas. São vigas dispostas horizontalmente, fixadas por tirantes horizontais e
verticais.
Devem ainda estar projetadas para suportar o comutador, os pés de apoio da parte ativa,
suporte das derivações e ainda o dispositivo de fixação da parte ativa do tanque. Os calços são
usados em vários pontos da parte ativa e tem várias finalidades.
Servem para constituir as vias de circulação de óleo, para impedir que os enrolamentos se
movam como apoio da parte ativa (neste caso chamado pé), e outras. Os materiais dos calços são
vários e dentre eles podemos destacar o papelão (Presspan), o fenolite, a madeira, permalan,
permawood e playboard.
O isolamento se faz necessário nos pontos da parte ativa onde a diferença de potencial seja
expressiva, nos condutores, entre camadas dos enrolamentos, entre primário e secundário, entre
fases e entre enrolamentos e massa.
Os materiais são diversos e devem atender às exigências de rigidez dielétrica e temperatura de
operação (classe A-1 050C). No caso dos condutores, estes podem estar isolados em papel Kraft
neutro ou esmalte; este último, na WEG, é de classe H(1800C).
COMUTADOR DE DERIVAÇÕES
Sua finalidade foi exposta no item relativo às tensões normalizadas. Pode assumir duas formas
básicas: tipo painel e tipo linear.

- 24 -
1- TIPO PAINEL
O painel é instalado imerso em óleo isolante e localizado acima das ferragens superiores de
aperto do núcleo, num ângulo que varia de 20 a 300, para evitar depósitos de impurezas em sua
superfície superior.
A figura Abaixo mostra um comutador tipo painel de posições. Consta de chapa de fenolite a
qual recebe dentro de determinada disposição, os terminais dos enrolamentos.
Os parafusos que recebem estes terminais estão isolados desta chapa do painel por meio de
buchas de porcelana ou epóxi para garantir boa isolação entre eles.
A conexão entre os parafusos é feita por pontes de ligação de formato adequado a fácil troca
de posição e perfeito contato com o aperto das porcas.
Só se usa comutador tipo painel para casos em que se tenha 8 ou mais derivações ou no caso de
religáveis.

2- TIPO LINEAR
Este tipo de comutador tem como principal vantagem a facilidade de operação, sendo sua manobra feita
internamente por meio de uma manopla situada acima do nível do óleo, ou feita externamente. O
acionamento externo é usado obrigatoriamente quando o transformador possui conservador de óleo, ou
ainda quando o mesmo possui potência maior que 3OOkVA.

Há 3 tipos básicos de comutadores lineares:

a) COMUTADOR LINEAR 30A:


Com número de posições inferior ou igual a com acionamentos externo quanto interno, duplo.
Usado até 5OOkVA (figura abaixo)

- 25 -
MUTADOR LINEAR 75A:
Com as mesmas característica do anterior, este é usado de 75OkVA até 25OOkVA;

C) COMUTADOR LINEAR 300A:

Há tanto simples ou sendo que o número de posições até 13. Acionamento externo. Usado para
potências superiores a 3MVA. Este comutador possui grande flexibilidade Admite até colunas,
com até 4 grupos de contato por colunas.

Todos os comutadores mencionados são para acionamento sem tensão e sem carga.

BUCHAS

São os dispositivos que permitem a passagem dos condutores dos enrolamentos ao meio
externo. São constituídos basicamente por:

a) corpo isolante: de porcelana vitrificada

b) condutor passante: de cobre eletrolítico ou latão.

c) terminal: de latão ou bronze

d) vedação de borracha e papelão hidráulico.

As formas e dimensões variam com a tensão e a corrente de operação e para os


transformadores desta especificação subdividem-se em:
a) BUCHAS ABNT: CONFORME NBR 5034

1) Buchas de AT: classe 15; 24,2 e 36,2KV; todas com capacidade de 1 60A .

2) Buchas de BT: tensão nominal 1,3KV; correntes nominais de 160; 400; 800; 2000; 3150 e
5000 A .

- 26 -
b) BUCHAS DIN
Para as AT nas classes de 15; 24,2 e 36,2KV nas correntes nominais de 250 ; 630; 1000; 2000 e
3150 A

c) BUCHAS CONDENSIVAS
São usadas apenas em transformadores com potência superior a 2500KVA e tensões
maiores que 36,2KV, sendo encontrada apenas nas correntes de 800 a 1250A. Estas buchas são
muito mais caras que as de cerâmica tanto DIN quanto ABNT.

As tabelas mostram as buchas usadas em transformadores de distribuição:


Buchas de baixa tensão para transformadores monofásicos (conforme NBR 5437)

Potência do MAIOR TENSÃO SECUNDÁRIA (V)


Transformador 127 220 ou 230 240 254 440
(KVA)
Bucha Bucha Bucha Bucha Bucha
5 1,3/160 1,3/160 1,3/160 1,3/160 1,3/160
10 1,3/160 1,3/160 1,3/160 1,3/160 1,31160
15 1,3/160 1,3/160 1,3/160 1,31160 1,3/160
25 1,3/400 1,3/160 1,3/160 1,3/160 1,3/160
37,5 1,3/400 1,3/400 1,3/160 1,3/160 1,3/160

- 27 -
50 1,3/400 1,3/400 1,31400 1,3/400 1,3/160
75 1,3/800 1,3/800 1,3/400 1,3/400 1,3/400
100 1,3/800 1,3/800 1,3/400 1,3/800 1,3/400

Buchas de Alta Tensão para transformadores Trifásicos (conforme NBR5437)

POTÊNCIA DO MAIOR TENSÃO SECUNDÁRIA (V)


TRANSFORMADOR 220 380
(KVA) Bucha Bucha
15 1,3/160 1,3/160
30 1,3/160 1,3/160
45 1,3/160 1,3/160
75 1,3/400 1,3/160
112,5 1,3/400 1,3/400
150 1,3/400 1,3/400
225 1,3/800 1,3/400
300 1,3/800 1,3/800

TANQUE

Destinado a servir de invólucro da parte ativa e de recipiente do líquido isolante, subdivide-se em três partes:
• Lateral

• Fundo

• Tampa
Estas partes são de composição e espessuras normalizadas.

Neste invólucro encontramos os suportes para poste (até 225 KVA), suportes de roda (normalmente para
potências maiores que 3OOKVA), olhais de suspensão, sistema de fechamento da tampa, janela de
inspeção, dispositivos de drenagem e amostragem do líquido isolante, conector de aterramento, furos de
passagem das buchas, radiadores, visor de nível de óleo e placa de identificação.
O tanque e a respectiva tampa devem ser de chapas de aço, laminadas a quente, conforme NBR 6650 e NBR
6663.
As espessuras das chapas para transformadores de distribuição estão na tabela a seguir. Para transformadores
maiores não há normalização, cada fabricante escolhe as chapas conforme a especificação do projeto
mecânico.

Espessura de chapa de aço

Potência do Espessura(mm)
Transformador
(KVA) Tampa Lateral Fundo

1 2 3 4
1,90 1,90 1,90
P < ou igual 10
2,65 2,65 3,15
10<P< ou igual a 225
3,15 3,15 3,15
- 28 -
P=300

Com referência aos tipos construtivos, os transformadores podem ser:


1- SELADOS
Transformadores cujo tanque assegura a separação total entre os ambientes interno e externo.
O tanque neste caso, mantêm-se parcialmente cheio de óleo.

2- COM CONSERVADOR DE ÓLEO


Os transformadores que tem o tanque totalmente cheio de óleo possuem o conservador a fim
de permitir a expansão deste quando do seu aquecimento (Fig. 6.15 e 6.16). Usa-se o conservador
de óleo a partir de 750 kVA.

3- TRANSFORMADORES FLANGEADOS
Os transformadores selados e com conservador de óleo poderão ser providos de flanges nos
terminais de alta e/ou baixa tensão caso se necessite de proteção ou acoplamento à painéis,
cubículos e outros transformadores etc...

RADIADORES
Todo o calor gerado na parte ativa se propaga através do óleo e é dissipado no tanque (tampa e sua lateral). As
elevações de temperatura do óleo e do enrolamento são normalizadas e devem ser limitadas para evitar a
deteriorização do isolamento de papel e do óleo. Dependendo da potência do transformador, ou melhor, de suas
perdas, a área da superfície externa poderá ser insuficiente para dissipar este calor e é então necessário aumentar a
área de dissipação. Para tal usam-se radiadores que poderão ser de elementos ou tubos (Fig. 6.19 e 6.20).

- 29 -
RADIADOR DE CHAPA tipo C-520

Os radiadores de elementos são chamados de chapa de aço carbono.


TRATAMENTO SUPERFICIAL E PINTURA
O tanque, (inclusive radiadores) após a sua fabricação, são submetidos a um tratamento de jato
de granalha de aço até o metal quase branco em instalações automáticas e manuais.
Concluindo este tratamento, imediatamente após, as peças são pintadas com tinta primer,
recebendo em seguida duas demãos de esmalte sintético de acabamento, resistente ao tempo, em
cor cinza claro.

PLACAS DE IDENTIFICAÇÃO E DIAGRAMÁTICA

A placa de identificação é um componente importante, pois é ela quem dá as principais


características do equipamento.
No caso de manutenção, através do dados contidos nela, a Assistência Técnica será capaz de
identificar exatamente o que contém a parte ativa, sem ter que abrir o tanque, e no caso de
ampliação da carga, em que o outro transformador é ligado em paralelo teremos condições de
construir um equipamento apto a este tipo de operação.
O material da placa poderá ser alumínio ou aço inoxidável, a critério do cliente.
A placa de identificação de um informações nela contidas são normalizadas (NBR 5356) e
representam um resumo das equipamento.

Nela encontramos:

a) Nome e demais dados do fabricante;


b) Número da série de fabricação;
c) Mês e ano de fabricação;
d) Potência do transformador em KVA;
e) Norma utilizada para fabricação;
f) Impedância de curto-circuito em percentagem;
g) Tipo de óleo isolante;
h) Tensões nominais do primário e do secundário;
i) Correntes nominais do primário e do secundário;
j) Diagrama de ligação dos enrolamentos do primário das derivações;
l) Identificação do diagrama fasorial quando se tratar de polaridade quando monofásico;
m)Volume -total do líquido isolante do transformador em litros;
n) Massa total de um transformador em Kg;
o) Número da placa de identificação;
p)Tipo para identificação;

Em transformadores maiores que 5OOKVA, ou quando o cliente exigir, a placa de


identificação deverá conter outros dados como:

a) Informações sobre transformadores de corrente se os tiver;


- 30 -
b) Dados de perdas e corrente de excitação;
c) Pressão que o tanque suporta;
d) Qualquer outra informação que o cliente exigir.

- 31 -
- 32 -
ACESSÓRIOS

Outros componentes são necessários para o perfeito funcionamento do transformador.


-Na Tabela baixo encontramos estes componentes chamados acessórios, em função da
potência.

Um<36,2 KV Um<72,5 KV
TRAFO 300> 1000> TRAFO TRAFO 300> TRAFO
<300 TRAFO TRAFO >5000 <300 TRAFO >5000
<1000 <5000 <1000
5.14.1 Indicador externo de nível de óleo ■ ■ ■ ■ ■ ■
5.14.2 Indicador de temperatura do enrolamento ■ ■
5.14.3 Indicador de temperatura do óleo ☼ ☼ ■ ■ ■ ■
5.14.4 Previsão -instalação de termômetro para óleo ■ ■ ■ ■ ■ ■
5.14.5 Dispositivo para alivio de pressão ☼ ■ ■ ■ ■ ■
5.14.6 Relé detector de gás tipo Buchholz ■ ■ ■ ■ ■
5.14.7 Caixa com blocos de terminais / ligação dos cabos de
☼ ■ ■ ■ ■
controle.
5.14.8 Válvula de drenagem de óleo ■ ■ ■ ■ ■ ■
5.14.9 Meios de ligação para filtro ■ ■ ■ ■ ■
5.14.10 Dispositivo de retirada de amostra de óleo ■ ■ ■ ■ ■ ■
5.14.11 Conservador de óleo(em transformadores não selados ■ ■ ■ ■ ■ ■
5.14.12 Válvula p/ retenção do óleo dos radiadores ou trocadores ▬ ▬ ▬ ▬ ▬ ▬
de calor.
5.14.13 Meios de aterramento do tanque ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■
5.1 Meios para suspensão da parte ativa do transformador
4.14 completamente montado,das tampas do conservador de ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■
óleo e dos radiadores.
5.14.15 Meios par locomoção ■ ■ ■ ■ ■ ■
5.14.16 Apoios para macacos ☼ ■ ■ ■ ■ ■
5.14.17 Abertura de visita ♪ ♪
5.14.18 Abertura de inspeção ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■
5.14.19 Comutador de derivações sem tensão ☼ ☼ ▲ ▲ ▲ ▲ ▲
Respirador com secador de ar(quando houver conservador) ■ ■ ■ ■ ■

Provisão pi colocação do relé detector de gás tipo Buchholz


ou equivalente (em transformadores não selados) ■ ■
Dispositivo de alarme quando houver interrupção na
circulação de água de resfriamento de vazão de ■ ■
água(quando For o caso).
Indicadores de circulação do óleo (no caso de circulação ■
forçada deste)
Suporte para fixação dos dispositivos de suspensão de ■
transformadores para montagem em postes.

Dispensado quando for especificado comutador de derivação em carga. ▲


Obrigatório ■
Somente quando houver comutador de derivações ◘
Somente quando o comprador especificar ☼
Somente para transformadores com potência acima de 2OOOOkVA ou para transformadores com comutação em ♪
carga
Somente quando houver radiadores destacáveis para transporte. ▬
NOTA: Todas 'as aberturas na tampa inclusive as das buchas, devem ser providas de ressaltos
construídos de maneira a evitar a acumulaÇão e/ou a penetraÇão de água.
1- RELÉ BUCHHOLZ (TRAFOSCÓPIO)

O RELÉ BUCHHOLZ tem por finalidade proteger aparelhos elétricos que trabalhem imersos
em liquido isolante, geralmente transformadores.
Enquanto sobrecargas são fenômenos controláveis por meio de relés, de máxima intensidade
de corrente, defeitos tais como perdas de óleo, descargas internas, isolação defeituosa dos
enrolamentos, do ferro ou mesmo contra a terra ocorridos em transformadores equipados apenas
com um relé de máxima, podem causar nos mesmos avarias de grande monta, caso o defeito
permaneça despercebido do operador durante algum tempo.
- 33 -
Relés Buchholz são instalados em transformadores, justamente para, em tempo hábil assinalar
por meio de alarme ou através de desligamento do transformador, defeitos como os acima citados
e deste modo evitarem a continuidade dos mesmos (Fig. 6.22). O relé Buchholz é normalmente
montado entre o tanque principal e o tanque de expansão dos transformadores.
A carcaça do relé é de ferro fundido, possuindo duas aberturas flangeadas e ainda dois visores
providos de uma escala graduada indicativa do volume de gás. Internamente encontra-se duas
bóias montadas uma sobre a outra.
Quando do acúmulo de uma certa quantidade de gás no relé, a bóia superior é forçada a descer.
Se, por sua vez, uma produção excessiva de gás provoca uma circulação de óleo no relé, é a bóia
inferior que reage, antes mesmo que os gases formados atinjam o relé.
Em ambos os casos as bóias ao sofrerem o deslocamento, ligam um contato elétrico.

2- TERMÓMETRO COM CONTATOS

A- COM HASTE RÍGIDA

Este termômetro possui três ponteiros ,um de indicação contínua, um de temperatura máxima
atingida em períodos ( de arraste) e outro de ajuste do set de desarme ou alarme.
Estes três ponteiros são controláveis externamente, sendo que os dois primeiros movimentam-
se apenas por ação externa, enquanto que o último é impulsionado pela agulha de temperatura,
apenas quando em ascensão desta, pois, na redução ele fixa imóvel, sujeito apenas a ação externa,
possibilitando-se a verificação de temperatura máxima atingida em um dado período.
O termômetro possui na extremidade um bulbo que é colocado na parte mais quente do óleo,
logo abaixo da tampa.
O bulbo contém em seu interior uma coluna de mercúrio (Hg) que transmite as variações da
temperatura até o bimetálico existente, indo à agulha indicadora de temperatura.
Pelo controle externo os ponteiros limites poderão ser movimentados á vontade. Ponteiro
indicador de temperatura máxima do período: Após a inspeção periódica do termômetro voltar o
ponteiro indicador até encostar-se ao ponteiro principal através do controle externo.

- 34 -
B- COM CAPILAR
Este termômetro (fig. 6.24), possui dois ponteiros de limites e um de indicação de temperatura máxima atingida
em período.
Estes três ponteiros são controláveis externamente, sendo que os dois primeiros movimentam-se apenas por ação
externa, enquanto que o último é impulsionado pela agulha de temperatura, apenas quando se ascensão desta, pois,
na redução ele fica imóvel, sujeito apenas à ação externa, possibilitando-se a verificação da temperatura máxima
atingida em um dado período.
O termômetro possui um capilar na extremidade do qual existe um bulbo que é colocado no
ponto mais quente do óleo, logo abaixo da tampa. O bulbo contém em seu interior uma coluna de
mercúrio (Hg) que transmite as variações da temperatura até o bimetálico existente indo à agulha
indicadora de temperatura.
Pelo controle externo os ponteiros limites poderão ser movimentados à vontade. Ponteiro indicador de
temperatura máxima do período: após a inspeção periódica do termômetro, voltar o ponteiro indicador até encostar
no ponteiro principal através do controle externo.

3- INDICADOR DE NÍVEL DE ÓLEO

GENERALIDADES
Os indicadores magnéticos de nível tem por finalidade indicar com perfeição o nível de
líquidos tais como água, óleo, etc., e ainda, quando providos de contatos para alarme, servirem
como aparelhos de proteção à máquina, tais como transformadores, etc...

DESCRIÇÃO E PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO


Os indicadores magnéticos de nível (fig. 6.25) fabricados conforme norma ANSI, possuem a
carcaça em alumínio fundido, sendo que a indicação de nível é feita por ponteiro acoplado a uma
imã permanente, de grande sensibilidade, fato este que o torna bastante preciso.

4- SECADOR DE AR DE SILICA-GEL
Este aparelho é usado nos transformadores providos de conservador de óleo, funcionando
como um desumidificador de ar do transformador. Com a alteração da pressão interna do
transformador, devido a variação da temperatura do óleo, o ar externo passa através do copo de
óleo que retém o pó e o ar passa pelos cristais de silica-gel, que funcionam como retentores de
umidade obtendo-se assim a perfeita purificação do ar que adentra o conservador de óleo do
transformador. O ar que sai do transformador, com o aumento do volume de óleo, diminui a
pressão interna (fig. 6.26).
- 35 -
SILICA-GEL
O silica-gel se apresenta sob forma cristalina, não sendo venenoso, é inodoro, sem sabor, não
dissipando gases e não sendo solúvel em água, mesmo quando fragmentado. Quando no seu
estado seco, apresenta uma coloração azulada, porém, quando umidificada adquire uma
tonalidade cor-de-rosa.
Existem pequenas variações das reações do silica-gel com a umidade. De um modo geral
absorve umidade em cerca de 20% de seu peso, porém atingindo 15% ele se torna cor-de-rosa e
neste ponto deverá ser feita a secagem ou troca dos cristais.
5- IMAGEM TÉRMICA

A imagem térmica é a técnica comumente utilizada para se medir à temperatura no


enrolamento do transformador. Ela é denominada imagem térmica por reproduzir indiretamente a
temperatura do enrolamento.
A temperatura do enrolamento, que é a parte mais quente do transformador, nada mais é do
que a temperatura do óleo acrescida da sobre elevação da temperatura do enrolamento (At) em
relação ao óleo.
O sistema é composto de uma resistência de aquecimento e um sensor de temperatura simples
ou duplo, ambos encapsulados e montados em um poço protetor, imerso em uma câmara de óleo.
O conjunto é instalado na tampa do transformador, equalizando-se com a temperatura do topo do
óleo, indicando assim a temperatura no ponto mais quente do enrolamento.
A resistência de aquecimento é alimentada por um transformador de corrente associado ao
enrolamento secundário do transformador principal.
Portanto, a elevação da temperatura da resistência de aquecimento é proporcional a elevação
da temperatura do enrolamento além da temperatura máxima do óleo.
A constante do tempo do sistema é da mesma ordem de grandeza do enrolamento logo, o
sistema reproduz uma verdadeira imagem térmica da temperatura do enrolamento (medida
indireta da temperatura do mesmo) Ver figura abaixo.

L = sensor de temperatura: termômetro de mercúrio com bulbo capilar para indicação local.

1 - conjunto EQ-DTE L"


2 - elemento de aquecimento
3 - termômetro mercúrio
4 - bolsa de óleo
5 - indicador (bulbo capilar)local
6- transformador da corrente
7 - transformador principal

R é o reostato de ajuste.

O elemento de aquecimento (2) possui uma resistência que varia de fabricante para fabricante.
6- VÁLVULA DE ALIVIO DE PRESSÃO

- 36 -
A válvula de alívio de pressão de fechamento automático (fig. 6,29) instalada em
transformadores imersos em líquido isolante tem a finalidade de protegê-los contra possível
deformação ou ruptura do tanque, em casos de defeitos internos com aparecimento de pressão
elevados. A válvula é extremamente sensível e rápida (opera em menos de dois milésimos de
segundo), fecha-se automaticamente após a operação impedindo assim a entrada de qualquer
agente externo no interior do transformador.
A válvula de alívio de pressão, de fechamento automático, é uma válvula com mola provida de
um sistema de amplificação instantânea de força de atuação.
O corte (fig. 6.30) mostra a válvula montada sobre o transformador por meio de parafusos
que a prendem à flange (1), vedada pela gaxeta (2).
O disco da válvula (3), é apertado pelas molas (7) e vedado por meio de gaxetas (4) e (5). A
operação da válvula dá-se quando a pressão que atua na área definida pelo diâmetro da gaxeta (4)
excede a contrapressão de abertura exercida pelas molas (7).
Logo que o disco (3) levanta-se ligeiramente da gaxeta, (4) a pressão interna do transformador
passa imediatamente a agir sobre toda a área do disco delimitado pelo diâmetro da gaxeta (5),
resultando uma força muito maior que aciona o disco para cima e acusa a abertura imediata e
total da válvula até a altura das molas (7) em disposição de compressão.

NOTA: Existem no mercado, dois tipos de válvulas de alívio:


- para tanques até 6000 1
- para tanques de até 40.000 1

Para ambos os tipos é possível o fornecimento com até 2 contatos independentes.

A pressão interna do transformador é rapidamente reduzida a valores normais em


conseqüência da escape pela válvula e as molas (7) reconduzem o disco (3) para a posição de
repouso, vedando novamente a válvula.
Um pequeno orifício de sangria no espaço compreendido entre as gaxetas (4 e 5) evita que a
válvula opere desnecessariamente em caso de vedação imperfeita entre o disco (3) e a gaxeta (4)
ocasionada por partículas estranhas depositadas sobre a gaxeta (4).
A válvula é provida na tampa (6) de um pino colorido (8); indicador mecânico da atuação da
válvula, o pino está apoiado sobre o disco (3) e levanta-se com ele durante a abertura, sendo
mantido na posição de válvula aberta pela gaxeta (11). O pino é claramente visível a grande
distância, indicando que a válvula operou, podendo ser rearmada manualmente empurrando-o
para baixo até encostar no disco (3).
A válvula também é provida de uma chave selada e à prova de tempo (9), montada na tampa,
com contatos de atuação simultânea. A chave é acionada pelo movimento do disco (3) e deve ser
(10) rearmada manualmente por meio de alavancas após o funcionamento.
A válvula ê geralmente montada na posição horizontal e voltada para cima; entretanto também
pode ser tomada em posição inclinada, verticalmente, ou mesmo horizontal e voltada para baixo,
desde que não fique submetida a uma excessiva altura de nível de óleo.

A pressão normal de operação da válvula é de O 70 + O 07 kgflcm2 ao nível do mar.

- 37 -
UNIDADE 2

APOSTILA DE TRANSFORMADORES
TRANSFORMADOR MONOFÁSICO IDEAL

• FLUXO MAGNÉTICO
• CIRCUITO MAGNÉTICO
• TIPO DE NÚCLEO
• TIPO DE ENRROLAMENTO
• ACOPLAMENTO MAGNÉTICO
• RELAÇÃO DO TRANSFORMADOR IDEAL
• POTENCIA NOMINAL
• CIRCUITO EQUIVALENTE
• IMPEDÂNCIA REFLETIDA
• EQUAÇÃO DA TENSÃO INDUZIDA
• APLICAÇÃO
• ENSAIOS PROPOSTOS

PROFESSOR : LUIS CLAUDIO TRANI FERNANDES

- 38 -
O REATOR (OU INDUTOR)

Consideremos inicialmente as idéias básicas do reator (indutor) e, em seguida, do


transformador.
O reator (ou indutor, pois os termos são sinônimos) consiste em um certo número de espiras de
um condutor enrolado convenientemente sobre um núcleo de ferro especialmente preparado,
arranjado de modo a produzir fluxo magnético quando conduz corrente. A sua resistência é
mínima, pois o reator é feito para se comportar como uma indutância, sendo a resistência um
inconveniente. O reator é apresentado como na Figura abaixo, mostrando o enrolamento e o
circuito magnético.

Consideremos o que acontecerá se ligarmos aos terminais do reator, de N espiras, uma bateria
de tensão E a resistência interna desprezível. A corrente começará a circular, crescendo a partir
de zero. Ela produzirá a força magnetomotriz (fmm), portanto, um fluxo em qualquer instante,
onde é a relutância do circuito magnético. A fmm de valor total Ni ficará distribuída ao longo do
enrolamento. (O valor dos amperes-espiras deve ser considerado igual à corrente total, medida
em amperes, que passa em torno do eixo da bobina e, portanto, concatenada com o fluxo. A fmm
total é medida em amperes, reduzindo as espiras a um simples número). A fmm manterá o fluxo
em todas as regiões possíveis, da mesma forma que uma bateria, com alguns resistores ligados
aos seus terminais, impõe corrente através de todos eles. Embora a maior parte do fluxo se
estabeleça no núcleo (circuito magnético de baixa relutância), uma pequena porção se
estabelecerá no ar. O primeiro componente de fluxo é chamado fluxo principal e a último fluxo
de dispersão.
O fluxo concatenado é o produto do fluxo pelo número de espiras com ele concatenados,
supondo-se que todo o fluxo se concatena com todas as espiras. À medida que a corrente e o
fluxo aumentam, o fluxo concatenado cresce continuamente.
De acordo com a lei de Faraday, uma tensão é induzida na bobina e a cada instante esta tensão é
proporcional à taxa de variação do fluxo concatenado e conforme a lei de Lenz, esta tensão
induzida terá um sentido tal que se oporá à causa que lhe deu origem, qual seja, o aumento de

corrente. Estas duas leis são formalizadas pela equação: φ =

Onde ℜ é a relutância do circuito magnético. A fmm de valor total Ni ficará distribuída ao longo do
enrolamento. (O valor dos amperes-espiras deve ser considerado igual a corrente total, medida em
amperes, que passa em torno do eixo da bobina e, portanto, concatenada com o fluxo. A fmm total é
medida em amperes, reduzindo as espiras a um simples numero). A fmrn manterá o fluxo em todas as
regiões possíveis, da mesma forma que uma bateria, com alguns resistores ligados aos seus terminais,
impõe corrente através de todos eles. embora a maior parte do fluxo se estabeleça no núcleo (circuito
magnético de baixa relutância), uma pequena porção se estabelecerá no ar. A primeira componente de
fluxo é chamado f1uxo de dispersão.

- 39 -
O fluxo concatenado é o produto do fluxo pelo número de espiras com ele concatenados, φ. Ν,
supondo-se que todo o fluxo se concatena com todas as espiras. À medida que a corrente e o
fluxo aumentam, o fluxo concatenado cresce continuamente. De acordo com a lei de Faraday,
uma tensão é induzida na bobina e a cada instante esta tensão é proporcional á taxa de variação
do fluxo concatenado e conforme a lei de Lenz, esta tensão induzida terá um sentido tal que se
oporá à causa que lhe deu origem, qual seja, o aumento de corrente.


Pelas equações acima temos: ε = − Ν ,
dt

N 2 dt
Podemos ainda escrever que: ε = −
ℜ dt

A equação acima mostra que a f.e.m. gerada por uma bobina se opõe à variação da corrente.
A propriedade de uma bobina se opor à variação da corrente através dela é chamada indutância.
A unidade da indutância, no SI, é o Henry.

di
Assim, a equação acima pode ser reescrita como: ε = − L
dt

Onde L é o símbolo da indutância, em Henry. O sinal menos significa apenas que a tensão
induzida é uma fcem e está em oposição à tensão aplicada.

N2
Assim, a indutância pode ser formalizada pela equação: L =

µ . AN 2
Substituindo a relutância na equação acima: L =
l

MODELO DE CIRCUITO EQUIVALENTE DO REATOR

Nos equipamentos eletromagnéticos, tais como os reatores, transformadores e máquinas


(motores e geradores), freqüentemente precisamos prever o seu comportamento. É conveniente
de fato essencial, representá-los por modelos de circuitos simplificados que se comportem
aproximadamente como os dispositivos reais. Um mesmo dispositivo requer diferentes modelos
para diferentes condições de trabalho e diferentes propósitos. Um modelo é válido se, para a faixa
de condições de interesse, seu comportamento for o mais próximo do real.
O reator é um intrincado dispositivo de parâmetros distribuídos (resistência e indutância
combinam-se ao longo de sua bobina), tendo único núcleo de ferro. Entretanto, podemos
representá-lo adequadamente por uma única resistência em série com uma única reatância.
Representando o reator, a figura abaixo mostra um modelo de circuito equivalente com
parâmetros concentrados

- 40 -
REATOR LIGADO A FONTE DE TENSÃO ALTERNADA

Vamos, agora, considerar o reator sendo alimentado por uma tensão alternada V=Vp. sen(wt).
O valor da corrente (após o período transitório subseqüente à ligação) será quase inteiramente
determinado pela sua indutância. Desprezando-se a resistência, os valores instantâneos da
corrente serão inteiramente determinados pela imposição de igualdade entre a tensão aplicada e a
tensão induzida pela continua variação do fluxo concatenado. A tensão induzida é proporcional á
taxa de variação da corrente; portanto, se a forma de onda da tensão for senoidal, a da corrente
será cossenoidal.
O valor de IP depende da máxima fmm requerida para produzir o necessário fluxo máximo, φp, no circuito
magnético, isto é, IP depende da relutância do circuito magnético. O valor de φp, requerido para
desenvolver a cada instante uma tensão induzida igual á tensão aplicada, depende somente do número de
espiras da bobina
Conforme descrito abaixo,
.
dφ 1 1
ϑ=N
dt
e φ=
N
Vdt ∫ onde φ =
N ∫
V P . sen Wdt

1 VP
φ= VP. cos wdt , Portanto φP = − .
wN 2πfN
Expressando a tensão eficaz em termos de f, N e φp :

2πfNφP
V = φ
= 4, 44. f . N . P
2
Se desprezarmos a resistência, evidentemente φ deverá ter variação cossenoidal, de modo a
induzir uma tensão senoidal. A corrente também será cossenoidal, contudo, isso ocorre somente
se o fluxo for proporcional até φP, o que implica considerar L como constante. Caso ocorra a
saturação magnética do
núcleo, a onda de corrente tornar-se-á, necessariamente, não cossenoidal. A corrente requerida,
em cada instante, para produzir o fluxo é chamado corrente de magnetização Iom que podemos
escrever:
Iom= - Iomp. cos (wt)

A corrente total é chamada corrente em vazio, Io. Em valores instantâneos, teremos: Io= Iom.
Ioi
Quando representado por fasores, Iom e Ioi , eles tem uma diferença de fases de 90 graus.

Um modelo de circuito equivalente do reator real com núcleo de ferro é mostrado na figura
abaixo. Nesse modelo, o resistor roi dissipa potência igual as perdas no ferro. Deve ficar
claramente estabelecido que o modelo descreve o reator real apenas de modo aproximado, roi
pode ser correta somente para um valor particular da tensão aplicada; para outras tensões as
perdas podem ter valores diferentes.

- 41 -
O TRANSFORMADOR

Suponhamos que o reator visto anteriormente tenha um segundo enrolamento em torno do


núcleo, Ν2 espiras, de modo que o fluxo principal se concatene com os dois enrolamentos, como
mostrado na Figura do transformador sem carga em vazio, mostrado a seguir. Estamos agora
diante de um TRANSFORMADOR. Seja N1, o número de espiras do primeiro enrolamento.
Dizemos então que as duas bobinas estão mutuamente acopladas.
Cada uma das bobinas possui uma indutância (ou auto-indutância), uma vez que cada uma é
capaz de produzir uma tensão induzida em seu próprio enrolamento como resultado da variação
de seu próprio fluxo. Devido ao acoplamento mútuo, a tensão é induzida na segunda bobina como
resultado da variação de fluxo na primeira bobina.

FUNCIONAMENTO SEM CARGA (EM VAZIO)

Se o segundo enrolamento permanecer aberto, sua presença não altera o comportamento do


dispositivo; portanto, ele não modifica a essência do que foi anteriormente discutido para o
reator. Podemos representar a situação pela Figura abaixo, na qual o primeiro enrolamento está
excitado como antes. Este primeiro enrolamento pode ser chamado enrrolamento primário,
porque recebe a corrente de excitação que produz o fluxo. O enrolamento que se concatena com
este fluxo é chamado enrrolamento secundário. Entretanto, qual dos dois deva ser excitado é
uma questão puramente de conveniência e qualquer dos dois pode ser primário ou secundário.

Se ligarmos o enrolamento primário a uma fonte de tensão alternada o fluxo produzido no núcleo
induzirá tensão tanto no enrolamento primário como no secundário. Considerando-se a resistência
desprezível, como na análise do reator, a tensão induzida no enrolamento primário será igual, em
cada instante, à tensão aplicada. A tensão induzida no enrolamento secundário será dada pela
equação:

V 2 = 4,44 ∫ N 2φP
A diferença entre a tensão induzida no primário e no secundário deve-se ao diferente número de
espiras. Se N2 é maior que N1, o dispositivo é um transformador elevador, onde a tensão induzida
no secundário é maior do que a do primário, na proporção do número de espiras. Dizendo isto,
estamos supondo que a dispersão de fluxo no enrrolamento primário é muito pequena comparada
com o fluxo principal e isto é verdade para fmm muito baixa, presente nesta condição de circuito
aberto. A proporcionalidade entre tensões e espiras pode ser escrita por:

V 1 N1
= =a
V 2 N2
Onde a é chamado de relação de e.%piras ou relação de transformação.
- 42 -
Pela equação acima podemos concluir que a elevação da tensão é acompanhada pela
diminuição da corrente e vice-versa. Assim, podemos obterá relação: V1. I1= V2. I2

O significado da equação acima é que a potência aparente fornecida ao primário é igual à


potência aparente fornecida à carga ( Transformador ideal)

TRANSFORMADOR COM CARGA

Suponhamos que uma impedância Z1 seja ligada entre os terminais do enrrolamento secundário,
de modo que a tensão induzida V2 imponha uma corrente de carga i2, que irá circular pelo
enrrolamento secundário de N2 espiras. Esta configuração e mostrada abaixo.

Quando a corrente de carga circula no enrrolamento secundário, a fmm que ela gera é
cancelada por uma fmm igual e oposta no enrrolamento primário, produzida por um aumento
apropriado da corrente primária.
Assim, igualando as fmm devido às correntes de carga:

i2 . N2 = i1 . N1 ou I2 . N2 =I1 . N1

I 2 N1
finalmente : = =a
I1 N 2

Das equações ate agora vistas podemos tirara equação geral que rege os transformadores

V 1 I 2 N1
= = =a
V 2 I1 N 2

MODELO DE CIRCUITO EQUIVALENTE DO TRANSFORMADOR

No que diz respeito ao comportamento entre terminais, vimos que o enrolamento primário
atuando isoladamente, pode ser representado pela Figura 7. Podemos identificar o fluxo
produzido pelo indutor com o fluxo principal, estabelecido no circuito magnético principal e
concatenando-se com qualquer enrolamento que o envolva - por exemplo, com o enrolamento
secundário da figura 8. Quando circula corrente no enrolamento secundário (imposta pela carga),
a fmm atuará não somente no circuito magnético principal, mas também na região de dispersão,
originando fluxos de dispersão, com representados na Figura 9. A exemplo do que ocorre no
enrolamento primário, o enrolamento secundário possui uma indutância de dispersão.
Analogamente ao que foi feito para o enrolamento primário, é conveniente representá-la no
modelo por uma indutância concentrada, junto à resistência secundária e fora do transformador.
O fluxo principal concatenar-se-á agora com os dois enrolamentos do transformador.

- 43 -
Podemos considerar as correntes magnetizante e de perdas no ferro do enrolamento primário
separadas da corrente de carga.
A corrente magnetizante é que produz o equilíbrio de fmm com o secundário. Neste modelo, é
conveniente manter a reatância (devido a indutância ) e o resistor da Figura 7. Estes são previstos
para absorver correntes iguais às de magnetização e de perdas no ferro. A Figura 10 é, portanto,
um modelo apropriado para o transformador com carga. Todas as ``imperfeições'' foram
removidas do transformador propriamente dito, restando um transformador ideal (mostrado
dentro do retângulo tracejado), sem fluxo de dispersão e sem perdas, efetuando tão-somente
transformações nos valores das tensões e correntes

r1 jx1 r2 jx2

Rfe Xm

IDEAL

Polaridade de transformadores monofásicos

1.OBJETIVO
A marcação da polaridade dos terminais dos enrolamentos de um transformador monofásico
indica quais são os terminais positivos e negativos em um determinado instante, isto é, a relação
entre os sentidos momentâneos das fem nos enrolamentos primário e secundário. Por outro lado,
o ângulo de defasagem entre tensões primária e secundária, isto é, o defasamento angular (D.A.),
é importante de ser determinado nas seguintes situações:

a) Ligação em paralelo de transformadores e

b) Ligações de transformadores de corrente e potencial nos circuitos de medição e/ou


proteção.

2.POLARIDADE DE TRANSFORMADORES MONOFÁSICOS

A polaridade dos transformadores depende fundamentalmente de como são enroladas as


espiras do primário e do secundário (Fig. abaixo), que podem ter sentidos concordantes ou
discordantes como se vê na mesma figura. Esses sentidos têm implicação direta quanto á
polaridade da fcem e fem. Por exemplo:
Aplicando uma tensão V ao primário de ambos os transformadores, com a polaridade indicada
na Fig. abaixo, haverá circulação de correntes nesses enrolamentos, segundo o sentido mostrado.
Admitindo que as tensões e, conseqüentemente, as correntes estão crescendo, então os
correspondentes fluxos serão crescentes e seus sentidos indicados (ver na figura o sentido de Φ).
Como já se conhece da teoria de transformadores, devido ao referido fluxo, aparecerão fems nos
enrolamentos secundários que, de acordo com a lei de Lenz contrariam a causa que as deu
origem. Logo, no caso a, ter-se-á uma fem induzida que tenderia a produzir a corrente I'2
indicada. Portanto seria induzida uma fem e2 no sentido indicado, ou seja, de 2' para 1', que irá
ser responsável por um fluxo (Φ) contrário ao Φ. Já no caso b, tal fem deverá ter sentido exata-
mente oposto ao interior, com o propósito de continuar produzindo um fluxo contrário ao indutor.
Analogamente ao que acontece no secundário, estando o mesmo fluxo Φ cortando também o
primário, tem-se uma tensão induzida no circuito do primário, sendo, pois, denominada por fcem,
tendo o sentido indicado na Fig. abaixo a e b. Uma vez que a tensão aplicada (V1 ) tem a mesma
polaridade, em ambos os casos deve-se ter a mesma polaridade para a fcem e1 de modo que se
- 44 -
tenha o efeito de queda de tensão.
Ligando-se, agora, os terminais 1 e 1' em curto, e colocando-se um voltímetro entre 2 e 2',
verifica-se que as tensões induzidas (e1 e e2) irão subtrair-se (caso a) ou somar-se (caso b),
originando dai a designação para os transformadores:

Caso a Caso b
Polaridade subtrativa Polaridade aditiva
(mesmo sentido dos enrolamentos) (sentidos contrários dos enrolamentos)

3. MARCAÇÃO DOS
TERMINAIS

A ABNT recomenda que os terminais de tensão superior sejam marcados com H1 e H2, e os de
tensão inferior com X1 e X2, de tal modo que os sentidos das fem momentâneas sejam sempre
concordantes com respeito aos mesmos índices.
Usando tal notação, têm-se os arranjos da Fig. abaixo.
Com isso, pode-se observar que, na polaridade subtrativa, os terminais com índice 1 são
adjacentes, o mesmo acontecendo com os de índices 2, e, na polaridade aditiva, esses índices são
opostos entre si.
Um outro tipo de distinção entre os dois transformadores apresentados poderia ser feito em
termos de defasamento.entre os dois fasores representativos de e1 e e2.
Considerando as direções e os sentidos dos fasores indicados na Fig.abaixo, verifica-se que, no
primeiro caso o ângulo entre os mesmos é de zero grau e, no segundo caso, de 180o Assim' ao se
marcarem os terminais daqueles transformadores, poder-se-ia fazê-lo s'em se preocupar realmente
com os sentidos corretos, isto é, se os mesmos índices (por exemplo, 1) são adjacentes ou não.
Nesta situação, ter-se-ia a marcação como se indica pela Fig. abaixo.

MÉTODOS DE ENSAIO DE DETERMINAÇÃO DA POLARIDADE

1- METODO DO GOLPE INDUTIVO COM CORRENTE CONTÍNUA


Ligam-se aos terminais de tensão superior a uma fonte de corrente contínua. Instala-se um
voltímetro de corrente contínua entre esses terminais de modo a se obter uma deflexão positiva ao
se ligar a fonte cc, estando a chave comutadora na posição 1. Naturalmente, nessa posição
estaríamos observando a tensão entre os terminais H1 e H2 . Em seguida, colocando-se a chave
na posição 2 , transfere-se cada terminal do voltímetro para a baixa tensão do

- 45 -
transformador.Desliga-se , em seguida , a fonte de alimentação, observando-se o sentido de
deflexão do voltímetro.

INTERPRETAÇÃO
• Quando as duas deflexões são em sentidos opostos a polaridade é
SUBTRATIVA
• Quando as duas deflexões são no mesmo sentido a polaridade é ADITIVA

2- MÉTODO DA CORRENTE ALTERNADA


Este método é praticamente limitado os transformadores cuja relação do número de espiras é,
no máximo, 30:1.
Aplica-se uma tensão alternada conveniente aos terminais de tensão superior, lêem-se as
indicações de um voltímetro ligado primeiramente entre os terminais de tensão superior (chave na
posição 1) e depois entre os terminais adjacentes (chave na posição 2), como se indica na figura
abaixo.
Se a primeira leitura for maior que a segunda, a polaridade será subtrativa; caso contrário, será
aditiva. Esta conclusão é obtida da própria definição de transformadores aditivo e subtrativo.

3- MÉTODO DO TRANSFORMADOR PADRÃO

Este método consiste em comparar o transformador a ensaiar com um transformador-padrão


de polaridade conhecida que tenha a mesma relação do número de espiras, de acordo com a
figura abaixo.
Ligam-se entre si na tensão inferior os terminais da esquerda de quem olha pelo lado da tensão
inferior, deixando livre os da direita.
Aplica-se uma tensão reduzida nos enrolamentos de maior tensão, que devem estar ligados em
paralelo (com isso, definem-se H1 e H2 do segundo trafo), uma vez que estão eletricamente
ligados aos correspondentes terminais do primeiro trafo, e mede-se o valor da tensão acusada
pelo voltímetro. Se este valor for nulo ou praticamente nulo, os dois transformadores terão a
mesma polaridade, ficando dessa forma conhecida a marcação dos terminais do transformador em
teste. Se a leitura der o dobro da fem no secundário de um dos trafos, ou valor próximo a este,
saber-se-á que a marcação dos terminais do segundo trafo será em seqüência oposta ao do
primeiro.
- 46 -
TRANSFORMADOR IDEAL

A Terminologia Brasileira da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) define o


transformador como: Um dispositivo que por meio da indução eletromagnética, transfere energia
elétrica de um ou mais circuitos (primário) para outro ou outros circuitos (secundário), usando a
mesma freqüência, mas, geralmente, com tensões e intensidades
de correntes diferentes. Os transformadores são equipamentos eletromagnéticos que apresentam
rendimento elevado, principalmente aqueles de grande porte utilizados em sistema de potência.
Assim, para muitas análises podemos admití-los como sendo ideais, o que implica em algumas
simplificações no modelo, ou seja:

• não há fluxo de dispersão: o fluxo está todo contido no núcleo e se concatena


totalmente com as espiras do primário e do secundário;
• as resistência ôhmicas dos enrolamentos não são consideradas;
• as perdas no ferro (núcleo) são ignoradas;
• a permeabilidade do núcleo é considerada elevada.

IMPEDÂNCIA REFLETIDA E TRANSFORMAÇÃO DE IMPEDÂNCIAS

Dado o transformador de núcleo de ferro, com uma carga ligada aos terminais do secundário:

V2
Com o transformador em vazio I2 = ZERO, a impedância ZL = infinito,desde que ZL =
I2
Para qualquer valor de ZL , a impedância secundária, vista olhando os terminais do secundário a
V2
partir da carga, pode ser vista como: Z 2 =
I2

- 47 -
V1
Da mesma forma, olhando-se os terminais do transformador do lado da fonte, teríamos: Z 1 =
I1

Uma vez que a um aumento da impedância da carga, ocorre uma variação na corrente primária
e secundária do transformador, adotou-se simplificar o transformador, representando-o por um
único circuito equivalente.

I2
V1=α .V2 e I 1 =
α

α .V α α
2
V .V
= ≡ ≡ α .V ≡
2 2 2
Z 1 2 ×
I 1 I 2 I 2 I 2

α
Mas,

V2
Z1 = ≡ Z 1 = α .Z 2
2

I1
Daí

2
Z1  N1 
≡α ≡   ,
2

Z2  N2 

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1- O lado de alta tensão de um transformador tem 500 espiras e seu lado de baixa tensão 50
espiras.Quando ligado como transformador ABAIXADOR, a corrente de carga é 10
amperes. Calcule:
a- A relação de transformação
b- A corrente de carga no primário

2- O lado de alta tensão de um transformador tem 500 espiras e seu lado de baixa tensão 50
espiras.Quando ligado como transformador ELEVADOR, a corrente de carga é 10
amperes. Calcule:
a- A relação de transformação
b- A corrente de carga no primário

3- Um transformador de 4,6 kVA, tensão primária de 2300 Volts e secundária de 115 Volts,
60 Hz, foi projetado para ter uma F.E.M induzida de 2,5 Volts/espira.Calcular:
a- O número de espiras do enrrolamento primário
b- O número de espiras do enrrolamento secundário
c- A corrente nominal para o enrrolamento de AT
d- A corrente nominal para o enrrolamento de BT
e- A relação de transformação como trafo ELEVADOR
f- A relação de transformação como trafo REBAIXADOR

4- O lado de alta tensão de um transformador tem 800 espiras e seu lado de baixa tensão tem
100 espiras. Uma tensão de 240 volts é aplicada no lado de alta tensão e uma impedância
de 3 Ω de carga é ligada ao lado de baixa tensão. Calcule:
- 48 -
a- A corrente e a tensão secundárias.
b- A corrente primária
c- A impedância de entrada no primário

5- Um amplificador CA, tem uma impedância de saída de 250 Ω e o motor que deve ser
acionado por ela tem uma impedância de 2,5 Ω. Calcule:
a- A relação de transformação do transformador que faça o casamento de
impedâncias.
b- O número de espiras do primário , se o secundário possui 10 espiras.

6- Um transformador de 10 kVA, tensão primária de 13.800 Volts e secundária de 380 volts,


foi projetado para ter uma F.E.M. induzida de 5 Volts/espira. Considerando o
transformador como ideal, calcule:
a- O número de espiras do enrrolamento primário
b- O número de espiras do enrrolamento secundário
c- A corrente nominal para o enrrolamento de AT
d- A corrente nominal para o enrrolamento de BT
e- A relação de transformação como trafo ELEVADOR
f- A relação de transformação como trafo REBAIXADOR

7- Represente esquematicamente um transformador ideal e identifique todos os parâmetros.

8- O lado de alta tensão de um transformador tem 1000 espiras e seu lado de baixa tensão
tem 500 espiras. Quando ligado como abaixador a corrente de carga é 20 A. Calcule:
a- A relação de transformação.
b- A corrente primária solicitada pela carga

9- O lado de alta tensão de um transformador tem 800 espiras e seu lado de baixa tensão tem
200 espiras. Uma tensão de 380 volts é aplicada no lado de alta tensão e uma impedância
de 5 Ω de carga é ligado aos terminais do secundário. Calcule:
a- A corrente nominal para o enrrolamento de AT
b- A corrente nominal para o enrrolamento de BT
c- A impedância de entrada no primário.

10- Um transformador de 15 kVA, tensão primária de 13.800 Volts e secundária de 380 volts,
foi projetado para ter uma F.E.M. induzida de 3 Volts/espira. Considerando o
transformador como ideal, calcule:
a- O número de espiras do enrrolamento primário
b- O número de espiras do enrrolamento secundário
c- A corrente nominal para o enrrolamento de AT
d- A corrente nominal para o enrrolamento de BT
e- A relação de transformação como trafo ELEVADOR
f- A relação de transformação como trafo REBAIXADOR

11- Pesquise um método prático de testarmos qualquer transformador, utilizando os conceitos


de transformador ideal, para certificarmos se esta em condições de operação.

OS CONCEITOS DE TRANSFORMADOR IDEAL PODEMOS ENTENDER COMO


OPERAR UM COMUTADOR DE CARGA

NBR 5356 – Os transformadores devem ter no enrrolamento primário de alta tensão, pelo
menos duas derivações alem da principal, na faixa de +/- 5%.
Este conceito é certamente um dos mais importantes a serem entendidos, pois é um dos mais
usados na vida prática de qualquer eletricista, pois o ajuste final da tensão é de suma importância
para o perfeito funcionamento dos equipamentos ligados a redes elétricas.

- 49 -
A função do comutador de TAP´s é ajustar o número de espiras do primário de forma a que se
ajuste a tensão de entrada da rede de alimentação da concessionária.
Os comutadores de TAP`s podem ser manuais ou automáticos e podem ser projetados para
ficarem dentro do óleo isolante no interior do transformador ou externamente.
Os comutadores são projetados para efetuar a comutação com o transformador em operação (em
carga) como é o caso dos reguladores automáticos ou os transformadores de comutação sem
carga, onde é preciso desligar o transformador para efetuar a mudança (como é o caso dos
transformadores de distribuição).

No capítulo 1 temos referência de fotos de transformadores de comutadores manuais.


Neste capítulo veremos os comutadores automáticos.

- 50 -
- 51 -
- 52 -
OPERAÇÃO:
1- Abertura dos contatos C e B
2- Deslocamento de II para a posição 4
3- Fechamento dos contatos C e B ( nesse momento ocorre uma circulação de corrente
através dos enrrolamentos e por isso existe a necessidade dos reatores X1 e X2 para
limitar a corrente)
4- Abertura dos contatos A e C
5- Deslocamento da chave I para a posição 4
6- Fechamento dos contatos A e C

H1
1

B X1
2 a

K I
A
c
3
II
X2
b

6
R

Exercícios

1- Numa rede de alimentação da concessionária está fornecendo uma tensão de 11.300 volts
para o transformador de distribuição, que possui a placa de identificação abaixo. Qual será
o melhor TAP para esta situação?

TAP ALTA TENSÃO BAIXA TENSÃO


H1-H2-H3 X0-X1-X2-X3
1 13.800
2 13.200 220/127
3 12.600

2- No transformador trifásico de 150 kVA, 13,8 kV/ 380 V, com comutador de TAP´s de +/-
5% , temos uma tensão de alimentação de 13.330 volts na rede de alimentação. Responda:
a) Quais as tensões que resultarão nos terminais do transformador em cada TAP
b) Qual será o melhor TAP

3- Numa fábrica a tensão de alimentação dos equipamentos está em 290 volts, o eletricista
foi chamado para verificar o problema e constatou que a tensão de alimentação de entrada
da fábrica estava alterada. Sabendo-se que o transformador esta funcionando no TAP1,
qual a providencia do eletricista?
O transformador possui a placa de identificação abaixo.

TAP ALTA TENSÃO BAIXA TENSÃO


H1-H2-H3 X0-X1-X2-X3
1 13.800
2 13.200 220/127
3 12.600

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4- No transformador trifásico com comutador de TAP´s com placa de identificação mostrada
abaixo tomamos as seguintes leituras:
• 8:00h às 16:00 hà 300 volts
• 16:00h às 23:00 hà 370 volts
• 23:00h às 8:00 hà 390 volts

TAP ALTA TENSÃO BAIXA TENSÃO


H1-H2-H3 X0-X1-X2-X3
1 13.800
2 13.200 220/127
3 12.600

O que fazer para apresentar um relatório ao cliente, sabendo-se que o transformador está
trabalhando no TAP 2.Elabore este relatório com as justificativas cabíveis.

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UNIDADE 3

APOSTILA DE TRANSFORMADORES
TRANSFORMADOR MONOFÁSICO REAL

• CIRCUITO EQUIVALENTE DO TRANSFORMADOR


REAL
• PERDAS NO COBRE E NO NÚCLEO
• TEORIA DO ENSAIO EM VAZIO
• TEORIA DO ENSAIO DE CURTO-CIRCUITO
• RENDIMENTO
• REGULAÇÃO
• APLICAÇÃO E ENSAIOS PROPOSTOS

PROFESSOR : LUIS CLAUDIO TRANI FERNANDES

- 55 -
TRANSFORMADOR MONOFÁSCO REAL

Um transformador real, de núcleo de ferro possui perdas caracterizadas no cobre na forma


de calor (histerese) e pelas correntes parasitas

EXPERIÊNCIAS PARA DETERMINAÇÃO DOS PARÂMETROS DOS


TRANSFORMADORES MONOFÁSICOS

• ENSAIO DE CURTO-CIRCUITO

T
PASSOS DA EXPERIÊNCIA
A W HI
R
X1
1. Montar circuito acima
A
N 2. A partir da tensão inicial quase nula , elevar
S
F gradualmente a tensão da fonte ate ler no amperímetro
O
F V R
I = In (do primário)
M
A
3. Tomar os valores de leitura dos instrumentos, sendo:
D
O
A=In=Icc
H2 X2
R V=Vcc
W=Pcc

Análise quantitativa dos resultados

CURTO
CIRCUITO

- 56 -
Uma vez que o curto-circuito está em paralelo com o ramo horizontal do circuito,
podemos considerar que a corrente I2 será muito maior que Iφ. Portanto podemos
desconsiderar os parâmetros transversais e assim obter o circuito equivalente descrito a
seguir.
Antes temos que lembrar que:
• NO ENSAIO DE CURTO-CIRCUITO OS INSTRUMENTOS SE LOCALIZAM DO
LADO DE ALTA TENSÃO DO TRANSFORMADOR SOB ENSAIO
• SENDO ASSIM TODOS OS PARÂMETROS ENCONTRADOS ESTÃO REFERIDOS
AO LADO DE ALTA TENSÃO.

Lembrando das equações fundamentais de eletricidade:

V= R.I e P= V.I sendo assim podemos obter valores de resistência das seguintes formas.

Tomando a corrente como referência e substituindo na formula acima teremos:

P= I.R.I = RI2 à Levando-se esta formula para o circuito acima teremos que:

Pcc Vcc
R equivalente = e Z EQUIVALENTE =
I2 ICC
Então ate aqui conseguimos obter a Resistência equivalente das bobinas e a impedância
total do circuito.
Para conseguirmos obter a reatância equivalente do transformador temos que consegui de
forma indireta, como veremos a seguir.
r v r
De forma vetorial podemos dizer que: z = R + jX

Então podemos dizer que: Z = R + X então, XEQUIV =


2 2 2
(Z − R )2 2

R1=R2= REQUIV / 2
Então podemos dizer que:
X1=X2= XEQUIV / 2

• ENSAIO A VAZIO OU DE CIRCUITO ABERTO

T
PASSOS DA EXPERIÊNCIA
A W X1
R
H1
1. Montar circuito acima
A
N 2. A partir da fonte, elevar a tensão , ate ler no
S
F voltímetro
O
F V R V = Vn (do secundário)
M
A
3. Tomar os valores de leitura dos instrumentos, sendo:
D
O
A=Io
X2 H2
R
V=Vn=Vo
W=Po = Perdas do núcleo

Análise quantitativa dos resultados

- 57 -
Io I2=0 TENSÃO
NOMINAL
DO
TRAFO

Uma vez que o circuito esta aberto I2=0 e portanto r2 e x2 podem ser desconsiderados ,
podemos considerar ainda que Rfe tem valor absoluto muito maior que r1 e x1 . Portanto
podemos desconsiderar os parâmetros longitudinais e assim obter o circuito equivalente
descrito a seguir.
Antes temos que lembrar que:
• NO ENSAIO DE CIRCUITO ABERTO OS INSTRUMENTOS SE LOCALIZAM DO
LADO DE BAIXA TENSÃO DO TRANSFORMADOR SOB ENSAIO
• SENDO ASSIM TODOS OS PARÂMETROS ENCONTRADOS ESTÃO REFERIDOS
AO LADO DE BAIXA TENSÃO.

Lembrando das equações fundamentais de eletricidade:

V= R.I e P= V.I sendo assim podemos obter valores de resistência das seguintes formas.

Tomando a corrente como referência e substituindo na formula acima teremos:

2 2

P =V e R =V à Levando-se esta formula para o circuito acima teremos


R P
que:
Po Vo
R = fe
2 e Ife =
I o
Rfe
Então ate aqui conseguimos obter a Resistência equivalente do núcleo do transformador.
Para conseguirmos obter a reatância equivalente do núcleo do transformador temos que
consegui de forma indireta, como veremos a seguir. Iφ

r r r
De forma vetorial podemos dizer que: i o = i fe + i mag
Então podemos dizer que I 0 = I fe + I mag então , I = (I − I ) , daí teremos que
2 2 2 2 2
m ag
o fe

Vo
Xmag =
Im ag
Ainda podemos dizer que : Po= Potência referente as perdas totais no núcleo do
transformador.

RENDIMENTO

1. OBJETIVO

Para a utilização de um transformador em um sistema elétrico, uma série de requisitos é desejada.


Entre eles, citam-se o rendimento e a regulação. Para transformadores de potência é sempre
exigida uma baixa regulação com um alto rendimento.

- 58 -
2. RENDIMENTO DE TRANSFORMADORES

Os transformadores são máquinas estáticas que transferem energia elétrica de um a outro


circuito, mantendo a mesma freqüência e, normalmente, variando valores de corrente e de tensão.
Essa transferência de energia, como foi visto anteriormente, é acompanhada de perdas, tais como;
no núcleo (Po), nos enrolamentos (Perdas joule) e adicionais (Pa).
Essas perdas dependem da construção do transformador (material e espessura das chapas etc.)
e do regime de funcionamento (tensão, corrente etc.).
Considerando a existência dessas perdas, tem-se para os transformadores, assim como para
qualquer conversor de energia, uma diferença entre a potência de entrada (P1) e de saída (P2). A
relação entre P1 e P2 vem expressa pelo denominado rendimento, cuja definição é:

P2 P2
η= Ou em porcentagem: η % = × 100
P1 P1

Na maioria das máquinas, para se determinar o rendimento, bastaria medir as potências na


entrada e na saída e substitui-las nas expressões acima. No caso de transformadores, é necessário
o uso de um processo indireto, pois, para estes, o rendimento pode chegar até 99 % e, nessas
condições, a diferença das potências de entrada e saída é bem pequena, muitas vezes superando a
classe de precisão dos instrumentos de medida. Para contornar esse problema, utiliza-se:

P1=P2+P3+Po+Pa
Como PA=15% a 20% de Po; considerando-se a pior hipótese e substituindo na equação anterior,
vem:

P2=V2.I2.cos Φ

P1=R1.I12.= R2.I22

Na equação de P1, substituindo P2 e P1 pelos segundos membros das expressões acima, vem:

P1= V2.I2. cos Φ + R2.I22 + 1,2 Po

De modo a generalizar a formulação, observa-se que a corrente na expressão anterior não é I2n
mas, sim, um valor qualquer de I2.Levando em conta as expressões acima , teríamos:

V 2 I 2 cosφ
η% = x 100
V 2 I 2 cosφ + R 2 I + 1,2 Po
2
2

Deste modo, para a determinação do rendimento de um transformador, é suficiente a


colocação de um wattímetro no secundário (verificando o valor de um amperímetro (valor de I2),
O conhecimento de R2 (ensaio em curto) e PO (ensaio a vazio).

Nota: Segundo
a ABNT; o rendimento fornecido pelo fabricante deve-se referir às condições nominais e
ao fator de potência da carga de valor unitário.

O ensaio para a determinação do rendimento não e um ensaio de rotina, sendo geralmente feito
em protótipos quando do projeto do transformador. Dependendo do resultado, efetuar-se-á uma
alteração do projeto de modo a elevar tal valor.
Na Figura adiante se tem um ábaco para o cálculo do rendimento de transformadores em função
do Po e Pcobre para diversas correntes de carga.

Como exemplo, apresenta-se o cálculo do rendimento para um transformador que apresenta


perdas nos enrolamentos da ordem de l,5% da potência nominal e perdas no núcleo da ordem de
- 59 -
0,45% da mesma potência nominal. Como resultado, tem-se que, para a plena carga (4/4), o
rendimento será de 98,l%.

2. Condição de máximo rendimento

E natural, na operação com qualquer componente de um sistema, que o mesmo apresente o


maior rendimento para o ponto de funcionamento onde a máquina ou o equipamento permanece
por mais tempo. Assim, imaginemos um transformador de potência que seria instalado, por
exemplo, em uma subestação. Devido a seu funcionamento quase que constantemente próximo da
potência nominal, o que o caracteriza como transformador de força, é interessante que o máximo
rendimento ocorra para tal potência que corresponde à corrente fornecida próxima da nominal.
Um outro caso a ser considerado seria o de um transformador de distribuição para o qual o
funcionamento em grande parte do tempo se encontra em subcarga. Uma curva típica de operação
de um transformador de distribuição é ilustrada na Figura abaixo.

- 60 -
Nota-se, pela figura acima, que o transformador fica na maior parte do tempo alimentando uma
carga correspondente a, por exemplo, metade de sua carga nominal (I2n/2). Portanto,
neste caso, é mais interessante o funcionamento com o máximo rendimento para I2 =
I2n/2 .

REGULAÇÃO
REGULAÇÃO DE TENSÃO PARA TRANSFORMADORES

A regulação de tensão de uma máquina mede a variação de tensão em seus terminais devido a
passagem do regime a vazio para o regime em carga.
Para o caso especifico de transformadores, a regulação mede a variação de tensão nos terminais
do secundário, quando a este se conecta uma carga.
Com o transformador a vazio, no secundário, tem-se a tensão E2, que passa para um valor V2
ao se ligar uma carga. Se a regulação é boa, esta variação será pequena e vice-versa.

A variação ∆V = E2 - V2 depende da carga que se coloca no secundário, e pode ser: positiva,


negativa ou nula, sendo que seu valor é influenciado por I2 e cos Φ, como será visto.
Em geral, a regulação dos transformadores é definida para valor nominal da corrente e fator de
potência da carga aproximadamente unitário.
A regulação é dada relativamente a V2, e sua expressão em porcentagem é:

E2 − V 2 ∆V
Re g % = .100 ou Re g % = .100
V2 V2
Analisando a expressão anterior, conclui-se que um grande valor da regulação significa grande
diferença entre E2 e V2, ou seja, grande variação de tensão. Se, ao contrário, o valor da regulação
é pequeno, tem-se pequena variação de tensão.
Para se determinar a regulação com a variação de I2 e cos Φ, empregam-se normalmente dois
processos, que serão analisados.

Método analítico

Considerando as grandezas do transformador referidas ao secundário, tem-se o diagrama fasorial


da Figura a seguir.

- 61 -
Da figura acima temos que: OD = E2

AB + BC + CD = E2 – V2

AB = R2. I2 cos Φ e BC = R2. I2 sen Φ

O segmento CD é aproximadamente nulo, pois os transformadores apresentam normalmente o


ângulo de potencia (δ) muito pequeno, de tal modo que o ponto D está bastante próximo do ponto
C (logo CD = O). Deve-se observar que tal parcela já não é desprezível para os casos em que δ é
grande, ou seja, transformadores que apresentam elevada queda de tensão, que não pertencem aos
casos normais aqui considerados. Substituindo as expressões de (AB) e (BC) na expressão
original, e considerando CD = 0, vem:

R2. I2 cos Φ + R2. I2 sen Φ = E2- V2

Dividindo-se ambos dos termos por V2 e multiplicando-se por 100, tem-se:

E2 − V 2 R 2.I 2 X 2.I 2
× 100 = × 100 × cosφ + × 100 × sen φ
V2 V2 V2
Sendo a variação de V2 bastante pequena com a carga , pode-se admiti-la como praticamente
constante e igual a V2n no segundo membro, o qual , multiplicando e dividindo por I2n, leva a :

R 2.I 2 I2 X 2.I 2 I2
Re g % = × 100 × × cosφ + × 100 × × sen φ ou
V 2n I 2n V2 I 2n

I 2 R 2.I 2n I 2 X 2 I 2n
Re g % = ( × × cosφ + × × sen φ ) × 100 logo,
I 2n V 2n I 2n V 2n

Reg % = Fc . R equiv + Fc. X equiv

Onde

1,2 Po
Fc = onde P1n = R2.I22
P1n

Método gráfico - diagrama de Kapp.

Desejando-se a regulação para determinados valores de I2 e cosΦ ,constrói-se um diagrama


pelo processo a ser descrito.
O diagrama fasorial da Figura acima visto no método analítico pode também ser representado
pela Figura abaixo.

- 62 -
No diagrama da Figura acima aparecem o triângulo de quedas de tensão no transformador
referido ao secundário e o triângulo OAB, que é a representação da equação fasorial E2 = V2 +
Z2I2 (fasorialmente).
Estando o transformador em operação, o valor da fem E2 não se altera, pois E2 = V1/K e a
tensão da alimentação V1 é considerada sempre constante. Logo, o fasor E2 tem módulo constante
no diagrama, variando apenas angularmente. Os valores R2, X2 e Z2 são parâmetros do
transformador, portanto independendo de seu regime de funcionamento.

A fem induzida E2 e a impedância Z2 podem ser determinadas pelos ensaios a vazio e em curto-circuito,
respectivamente. Restam, então, apenas três grandezas que podem sofrer variações: a corrente I 2, a tensão V2 e o fator
de potência da carga dado por cos Φ.
A análise simultânea da variação das três grandezas é extremamente complexa, analítica e mesmo graficamente.
Por outro lado, se uma das grandezas for tomada como parâmetro, a análise poderá ser feita facilmente por meio de
gráficos, tendo-se então uma variável dependente e uma independente. Por exemplo, se o fator de potência da carga
permanecer constante, poder-se-á facilmente traçar um gráfico que forneça, para cada valor de corrente I 2 a
respectiva tensão V2.
O dispositivo gráfico que permite, tomado um determinado parâmetro, a análise das outras duas grandezas foi
idealizado por Kapp e é conhecido por Diagrama de Kapp.
Deve-se dizer que a tensão V2 quase nunca é tomada como parâmetro, devido ao não interesse prático de se
analisar a variação de V2 com cos Assim, o uso do Diagrama de Kapp é realizado de duas maneiras: tornando cos Φ
como parâmetro e analisando a variação de V2 com I2 então, tomando I2 como parâmetro e estudando V2 em função
do cos Φ.
A construção do Diagrama de Kapp é feita a partir do triângulo de quedas do transformador, chamado de
triângulo fundamental, ou triângulo fundamental de Kapp, e representado na Figura abaixo.

Triângulo fundamental

O ângulo interno desse triângulo não se modifica com a corrente I2,este é sempre, semelhante
ao triângulo de impedância formado por R2, X2 e Z2.
Vejamos, pois, como se processa a construção para os diversos casos.
Construindo o triângulo fundamental, centra-se um compasso no ponto O e, com raio igual a E2,

- 63 -
traça-se um arco de circulo.
Com centro em A e com raio ainda igual a E2, traça-se um segundo arco de circulo. Qualquer
segmento partindo de A e interceptando o primeiro arco, por exemplo, em C.e o segundo em D,
terá um segmento AC representando o módulo da tensão V2, para determinados Φ e 'I2' e um
segmento OD (diferença aritmética entre E2 e V2) representando a queda de tensão (A V) entre os
regimes a vazio e em carga, valor este usado para o cálculo da regulação (expressão (5.13)).
Deve-se notar que o segmento ÕD fornece a diferença entre os módulos dos fasores e, não, a
diferença fasorial.
O diagrama anterior permite a análise da queda de tensão ΔV, variando-se o fator de potência
da carga. Notar que no ponto P1 , correspondente a um fator de potência capacitivo, não existe a
queda ΔV, isto é, a tensão no secundário é a mesma a vazio e em carga. O ponto P2 não tem
significado, pois corresponderia a um Φ maior que 90o.

Diagrama de Kapp para I2 constante

Diminuindo o fator de potência indutivo, aumenta a queda até um valor máximo, e isso se
justifica pela análise da expressão Reg% = Fc.Z%.cos(Φ1- Φ2) , que corresponde a um angulo:

X2
φ = arctg
R2
que nada mais é que o
ângulo correspondente
ao fator de potencia de
curto-circuito do
transformador (pois,
em curto, a impedância
do circuito equivalente
se resume à
impedância do
transformador).

Se a carga for tal que ultrapasse ao se passar do funcionamento a vazio para com carga, haverá
aumento da tensão secundária devido à preponderância do efeito capacitivo da carga em relação
ao transformador.
No caso de ocorrerem variações da carga alimentada pelo transformador, a corrente I2 se
- 64 -
modifica e, a cada valor dessa grandeza, tem-se um determinado triângulo. Entretanto basta a
construção de um triângulo, por exemplo, para I2 = I2n (triângulo fundamental); e, para as demais
correntes, os triângulos serão semelhantes ao fundamental e os lados serão frações daqueles
correspondentes ao fundamental. A Figura abaixo ilustra tal construção.
Pelo motivo anteriormente exposto, a fem E2 permanecerá constante e seu traçado será
idêntico ao caso anterior.
Para o estudo da variação de V2 com I2 e cosΦ, inicialmente identifica-se o triângulo
fundamental correspondente. A partir de seu vértice A, que poderia ser A1 , A2, A3..., o processo
será idêntico ao estudado, bastando o traçado da reta que determinará V2 e ΔV posicionada para
um Φ dado.
Na Figura , o diagrama está completo para o triângulo 0A3B3 , mostrando também ΔV nesta
situação. Para os demais, o traçado é análogo.

Diagrama de Kapp para várias correntes de carga

Deve-se lembrar que o Diagrama de Kapp deve ser construído com bastante precisão para se
obterem resultados satisfatórios.
Para o cálculo da regulação, basta então, conhecidos I2 e Φ, traçar diagramas como os das
Figuras acima vistos e determinar V2 e ΔV, aplicando então a expressão Re g % = ∆V × 100 .
V2

A seguir apresenta-se, um ábaco para o cálculo da regulação. Se as grandezas a serem


introduzidas para o cálculo de Reg% forem diferentes das existentes no ábaco, pode-se imaginar
a existência de uma escala (de redução ou ampliação). Por exemplo, se R% = 8 e X% = 12, então
pode-se considerar um fator de redução igual a 10, entrando com R% = 0,8 e X% = 1,2. Quanto
ao resultado obtido, o mesmo deverá ser multiplicado por este fator.

- 65 -
EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1- Um transformador abaixador de 20 kVA , 2300/230 Volts , é ligado com o lado de baixa


tensão curto-circuitado . Os dados lidos nos instrumentos colocados no lado de Alta
tensão são:
Wattímetro Voltímetro Amperímetro
250 W 50 V 8,7 A
Calcule:
a- A impedância e a reatância equivalentes referidas ao lado de AT
b- A impedância e a reatância equivalentes referidas ao lado de BT
c- Regulação de tensão com fator de potência unitário
d- Regulação de tensão com fator de potência 0,7 atrasado

2- Um transformador de distribuição de 500 kVa, 2300/208 Volts, 60 Hz, tem seu teste de
aceitação constatado em seu ensaio de curto-circuito e em vazio, antes de ser colocado em
serviço, como transformador abaixador, calcule:
ENSAIO Potencia (W) Tensão (V) Corrente (A)

CURTO-CIRCUITO 8200 95 217,5


VAZIO 1800 208 85

- 66 -
a- Resistência equivalente referida ao lado de AT
b- A resistência do enrrolamento do lado de AT e BT
c- Perdas no cobre do enrrolamento de BT
d- Perdas no núcleo quando a tensão nominal é aplicada

3- Medidas feitas em um transformador de 500 kVA, 2300/230 volts conduziram aos


seguintes valores para reatância e resistência equivalentes, referidas ao secundário do
transformador sob ensaio: Xe2 = 0,006Ω e Re2 = 0,002 Ω. Calcule:
a- A F.E.M. induzida em e2, quando o transformador estiver entregando a corrente
nominal secundária a uma carga de fator de potência unitário.
b- Idem para cos Φ = 0,8 atrasado
c- Idem para Φ = 0,8 adiantado
d- Qual a regulação de tensão para os itens a,b e c acima?

4- Com os instrumentos colocados no lado de alta tensão e o lado de baixa tensão em curto,
as leituras do ensaio de curto-circuito do transformador de 50 kVA, 2400/240 volts, são:

Wattímetro Voltímetro Amperímetro


617 W 48 V 20,8 A

De um ensaio de circuito aberto, em que foi alimentado o lado de baixa tensão, os


resultados obtidos nos
Instrumentos colocados no lado de baixa tensão foram:

Wattímetro Voltímetro Amperímetro


186 W 240V 5,41 A

a- Determine o rendimento e a regulação de tensão na carga nominal, com o transformados


operando com carga nominal e fator de potência de 0,80 indutivo.
b- Determine o rendimento e a regulação de tensão na carga nominal, com o transformados
operando com 50 % da carga nominal e fator de potência de 0,80 indutivo

5- Os resultados obtidos dos testes de circuito aberto e curto-circuito em um transformador


monofásico de
112,5 kVA, 13.800/110 V, 60 Hz, são os seguintes:

TESTES TENSÃO CORRENTE POTENCIA


CIRCUITO ABERTO 110 9,6 930
CURTO CIRCUITO 42 8,15 330
OBTENHA :
a- Parâmetros do ensaio de curto-circuito
b- Parâmetros do ensaio de circuito aberto
c- Circuito equivalente refletido a baixa tensão
d- Circuito equivalente refletido a alta tensão

6- Os resultados obtidos dos testes de circuito aberto e curto-circuito em um transformador


monofásico de 25
kVA, 440 / 220 V , 60 Hz, são os seguintes:

TESTES TENSÃO CORRENTE POTENCIA


CIRCUITO ABERTO 220 9,6 710
CURTO CIRCUITO 42 57 1030

a- Rendimento de transformador com carga nominal com fator de potência 0,7 arrasado
b- Regulação de tensão para esta carga acima

- 67 -
UNIDADE 4

APOSTILA DE TRANSFORMADORES
TRANSFORMADOR TRIFÁSICO

• TEORIA DE FUNCIONAMENTO
• TIPOS DE LIGAÇÃO
• LIGAÇÃO DE TRANSFORMADORES
• ASSOCIAÇÕES
• IDENTIFICAÇÃO DOS DADOS DE PLACA
• APLICAÇÕES E ENSAIOS PROPOSTOS

PROFESSOR : LUIS CLAUDIO TRANI FERNANDES

- 68 -
No sistema elétrico de potência os transformadores, por motivos óbvios, devem ser ligados
para operar no sistema trifásico.
Há duas maneiras de se obter a ligação trifásica:
• Transformador trifásico, construído para esta finalidade;
• Banco trifásico de transformadores (três transformadores monofásicos convenientemente
ligados para permitir a transformação trifásica).
As ligações dos enrolamentos do primário e do secundário de um transformador trifásico ou
banco trifásico podem ser em estrela ou em triângulo. Assim, na prática podemos ter quatro tipos
de ligações:
• Triângulo / Estrela (D/y)
• Estrela / Triângulo (Y/d)
• Triângulo / Triângulo (D/d)
• Estrela / Estrela (Y/y)

As ligações trifásicas e as respectivas grandezas nos lados primário e secundário são


mostradas a seguir.

1.OBJETIVO
Na escolha do tipo de conexões de um transformador trifásico há muitas considerações a serem
levadas em conta, normalmente conflitantes; conseqüentemente, essa escolha não é tão fácil
como se supõe á primeira vista.
Apresentam-se a seguir alguns tipos de combinações possíveis com suas vantagens, desvantagens
e aplicações.

Combinações de Conexões
1.Estrela/estrela

a.Vantagens

• Conexão mais econômica para pequenas potências e altas tensões.


• Ambos os neutros são disponíveis para aterramento ou para fornecer uma alimentação
equilibrada a quatro fios.
• Urna das conexões mais fáceis de trabalhar, quando da colocação em paralelo.
• Se faltar uma fase em qualquer dos dois lados, as duas remanescentes poderão operar de
- 69 -
forma a permitir uma transformação monofásica, com l 3 de potência de quando operava
com as três fases.

b.Desvantagens

• Os neutros são flutuantes, a menos que sejam solidamente aterrados.


• Uma falta em uma fase torna o transformador incapaz de fornecer uma alimentação
trifásica.
• As dificuldades de construção das bobinas tornam os custos mais altos à medida que as
correntes de linha se tornam muito grandes.

c. Aplicação

Usados para alimentação de cargas de pequena potência.

2.Estrela/estrela com terciário em delta.

a. Vantagens

Ver "Aplicações".

b. Desvantagens

• Dependendo do propósito para o qual se queira o enrolamento adicional (Δ), o custo


incremental pode ser muito grande.
• Se usado para o suprimento de uma carga, o circuito auxiliar pode, em transformadores
que operam com altas tensões de ambos os lados, ficar sujeito a uma tensão á terra
perigosa devido à indução eletrostática.
• Uma falha do enrolamento auxiliar (Δ) pode tornar o transformador inoperante.

c.
Aplicaçõe
s

• O enrolamento em delta fornece um caminho para os componentes de 3o harmônico da


corrente de magnetização, que elimina as tensões de 3o harmônico dos enrolamentos
principais. Os pontos neutros de tais enrolamentos são então estáveis e podem ser
aterrados sem quaisquer efeitos perniciosos para o transformador ou para o sistema.
• O enrolamento adicional (Δ) pode ser utilizado para suprimento de cargas, tais como
motores, ou mesmo ser usado para distribuição.

3.Delta/delta

- 70 -
Vantagens

• Se faltar uma fase em qualquer um dos lados. as duas remanescentes poderão ser operadas
em deIta aberto para dar saída trifásica com 1/ 3 da potência anterior
• É a combinação mais econômica para transformadores de baixa tensão e altas correntes.
• As tensões de 3o harmônico são eliminadas pela circulação de correntes de harmônico nos
deltas
• Uma das mais fáceis combinações para colocação em paralelo.
• Com tensões de linha simétricas, nenhuma parte dos enrolamentos pode estar
normalmente a um potencial excessivo em relação à terra, a não ser devido a cargas
estáticas.
b. Desvantagens

• Não há neutros disponíveis


• Não pode haver suprimento de energia com quatro condutores.
• As dificuldades de construção das bobinas são maiores e os custos, mais altos com altas tensões de linha.
• Sob condições normais de operação, a máxima tensão á terra em cada fase é 1 / 3 da tensão de linha; a
mínima tensão é de 1/ 2 3 . As solicitações do isolamento são, portanto, maiores que para conexão estrela.

c. Aplicações

• Em sistemas em que uma falta fase-terra é muito provável e pode ser perigosa.
4. Delta/zigue zague

a. Vantagens

• As tensões de 3o harmônico são eliminadas pela circulação de correntes de 3o harmônico


com o primário em Δ.
• O neutro do secundário pode ser aterrado ou utilizado para alimentação de cargas, ou,
ainda, para prover um neutro para um sistema de corrente continua (c.c.) de três
condutores.
• Cargas equilibradas e desequilibradas podem ser alimentadas simultaneamente.
• De grande aplicação em sistemas de conversão estática.
b. Desvantagens

• A falta de uma fase torna o transformador trifásico inoperante.


• Devido ao defasamento das metades dos enrolamentos, que são conectados em série para
formar uma fase, a conexão zigue zague exige em cada enrrolamento 15,5 % de cobre a
mais.

c. Aplicação

• A principal aplicação é em transformadores para conversores. Ainda mais uma considerável componente
c.c., devido ao desequilíbrio, pode ser solicitada sem qualquer efeito pernicioso sobre a característica
magnética do transformador.

- 71 -
5. Estrela/delta

a. Vantagens

• As tensões de 3o harmônico são eliminadas pela circulação das correntes de 3o harmônico


no secundário em delta.
• O neutro do primário mantém-se estável devido ao secundário em delta.
• O neutro do primário pode ser aterrado.
• E a melhor combinação para transformadores abaixadores, pois a conexão estrela é
apropriada para altas tensões e a delta, para altas correntes.

b. Desvantagens

• Não há neutro no secundário disponível para aterramento ou para uma possível


alimentação a quatro fios.
• A falta de uma fase torna o transformador inoperante.

c.Aplicações

• A principal é a do abaixamento de tensão de sistema usando grandes transformadores.

6. Delta/estrela

a. Vantagens

• As tensões de 3º harmônico são eliminadas pela circulação das correntes de 3o harmônico


no primário em delta.
• O neutro do secundário pode ser aterrado ou utilizado para uma alimentação a quatro
condutores.
• Cargas equilibradas e desequilibradas podem ser alimentadas simultaneamente.
- 72 -
b. Desvantagens

• A falta de uma fase leva á inoperância do transformador.


• O enrolamento em delta pode ser mecanicamente fraco no caso de transformadores
abaixadores com uma tensão primária muito alta, ou no caso de pequenas potências de
saída.

c. Aplicação

• A principal aplicação é na alimentação com quatro condutores de cargas, que podem ser
equilibradas ou desequilibradas.
• E também usado para a elevação de tensão para a alimentação de uma linha de alta tensão.
Como as tensões de 3o harmônico são eliminadas, o neutro é disponível para aterramento,
e ambos os enrolamentos são empregados sob as melhores condições.

ENSAIOS EM TRANSFORMADORES TRIFÁSICOS

Nesta parte, pretende-se fornecer elementos que servirão como guia para a realização e
posterior análise dos ensaios, mais comuns, efetuados em transformadores.

1. ENSAIO A VAZIO
Preparação
Todo procedimento adotado é similar ao transformador monofásico, já estudado. Como o
sistema é trifásico, o cuidado extra será relacionado aos instrumentos utilizados, conforme
esquema a seguir.

Io1 + Io2 + Io3


Io = Po=W1+W2
3

2. ENSAIO A CURTO-CIRCUITO
Preparação
Todo procedimento adotado é similar ao transformador monofásico, já estudado. Como o
sistema é trifásico, o cuidado extra será relacionado aos instrumentos utilizados, conforme
esquema a seguir.

Pcc= W1+W2
- 73 -
ENSAIO PARA A DETERMINAÇÃO DE VALORES DE RENDIMENTO E DE
REGULAÇÃO

Atenção: Este ensaio, da forma indicada, nem sempre e possível ser realizado face às
dificuldades de obterem-se cargas compatíveis com a potência nominal do
transformador em análise.
Preparação.
• Registrar os seguintes dados de placa do transformador a ser ensaiado:
Potência, tensões superior e inferior., conexões, frequencia e tap para o qual está ligado o
enrolamento de TS e/ou TI.
• Calcular (ou registrar) as correntes nominais do transformador.
• Para a execução do ensaio deve-se ter em mãos os seguintes instrumentos (observar se os
instrumentos são compatíveis com os valores a serem verifiados): a) wattímetro; b)
frequencimetros; c) amperímetros; d) voltímetros; e) termômetro; e f) TCs e TPs (se
necessário).
5.2. Execuçao

• Colocar uma carga variável no secundário do transformador, e efetuara s leituras como se


indica na tabela abaixo:
INSTRUMENTO W1 W2 * V A ** W3 W4 *** ****
GRANDEZA P1 P2 Pe V2 I2 fc P3 P4 PS η%

VALOR LIDO

* Pc=P1 +/- P2 ou P2 +/- P1


** fc = I2/I2n
*** Ps = P3+/-P4 ou P4 +/- P3
**** η % =( Ps/Pc) x 100
Determinar para o transformador
R% X% R2 X2

Utilizar em seguir os conhecimentos para cálculo de regulação e rendimento.

PARALELISMO
1. OBJETIVO

Sem dúvida, uma das mais importantes operações com transformadores é a ligação de várias
unidades em paralelo, de tal modo a ser conseguida uma maior confiabilidade de fornecimento de
energia, ou mesmo uma maior potencia para um sistema elétrico. Para que o propósito seja
atingido corretamente, certas precauções devem ser tomadas, e serão o objetivo desta analise.
Entre as vantagens citadas do uso em paralelo de transformadores destaca-se, como se disse, a
- 74 -
obtenção de uma certa potência que, talvez, não pudesse ser conseguida com um único
transformador de potência normalizada (ou, até que isso seja possível, advirão graves problemas
de transporte). Uma outra grande vantagem da ligação em paralelo de transformadores pode ser
evidenciada pelo diagrama unifilar de uma subestação alimentadora mostrado.

Nota-se que, no caso de defeito do transformador 1, ou mesmo para sua manutenção, pode-se
atuar nos disjuntores 1 e 2, retirando o citado transformador de serviço, e mantendo a alimentação
da carga pelo transformador 2. Nota-se que há um aumento da confiabilidade do sistema em
termos de fornecimento de energia, o que foi conseguido pelo uso dos dois transformadores
operando em paralelo.
De modo geral, para que dois ou mais transformadores sejam colocados em paralelo, eles devem
satisfazer a uma série de condições que serão especificadas a seguir.

OPERAÇÃO EM SERVIÇO EM PARALELO


Se dois ou mais transformadores de potências nominais iguais, construídos a base do mesmo projeto
eletromecânico, forem postos em serviço em paralelo, a carga, para fins práticos, se distribuirá igualmente pelas
referidas unidades. No entanto, considerando-se que estes transformadores tenham potências nominais iguais
impedâncias percentuais diferentes, o que constitui um caso de natureza prática comum, a carga se redistribuirá
diferentemente em cada unidade de transformação.
Em instalações industriais com potência nominal de até 500 kVA, se considera a instalação de um único
transformador, por motivo econômico, pela importância do empreendimento e a relativa facilidade com que se pode
adquirir outro informador com esta potência no mercado, no caso de um defeito no transformador da subestação, pois
é bem mais difícil a disponibilidade de unidades de informação de maior potência.
Em subestações de potência superior a 500 kVA, normalmente são projetados dois
transformadores operando em paralelo devido à maior segurança na continuidade de serviço,
quando uma unidade de transformação apresentar um defeito
Para que dois ou mais transformadores operem em paralelo é necessário que tenham:
• A mesma relação de transformação nominal;
• A mesma polaridade ou deslocamento angular.
Quando dois ou mais transformadores estão em serviço em paralelo, não o mesmo deslocamento angular ou a
mesma seqüência de fase, resultam as seguintes conseqüências:

• Primeira condição: existirá uma diferença de potencial entre os secundários dos


transformadores, propiciando uma circulação de corrente nos enrolamentos;
• Segunda condição: Existirá uma diferença de tensão cíclica, produzindo também uma
circulação de corrente nos enrrolamentos. Esta circulação de corrente poderá ser
determinada ligando-se um voltímetro entre as fases dos transformadores, conforme
mostrado na figura a seguir.

E interessante se proceder a uma análise de paralelismo de transformadores considerando as


- 75 -
seguintes circunstâncias:

a) Tensões primárias iguais e relação de transformação diferente


Considerando dois transformadores em paralelo, a corrente de circulação a vazio tomada em
percentagem da corrente nominal do transformador T1 é dada pela equação:
∆Rtp Rt 2 − Rt1
Icirc = × 100 (%), ∆Rtp = × 100
Pnt1 Rt
Zpt1 + Zpt 2 × ( )
Pnt 2

e Rt = Rt1 × Rt 2
Onde:
Rt1 à Relação de transformação do transformador 1.
Rt2 à Relação de transformação do transformador 2.
Rt à Relação de transformação média.
ΔRtpà Variação percentual das relações de transformação do transformadores T 1 e T2.
Zpt1 à Impedância percentual do transformador 1
Zpt2 à Impedância percentual do transformador 2
Pnt1 à Potência nominal do transformador 1
Pnt2 à Potência nominal do transformador 2

EXEMPLO DE APLICAÇÃO

Dois transformadores de 500 kVA-13.800/13.200- 380/220V estão em paralelo. Porém, a dos


transformadores foi erradamente ligado no tape de 13.200V, enquanto o outro se manteve tape
de 13.800 V. Calcular a corrente de circulação entre as duas unidades.

• Relações de transformação
380 380
Rt1 = = 0,02753 e Rt 2 = = 0,028578
13.800 13 .200

• Relação de transformação média


Rt = 0,02878 × 0,02753 =0,02814

Variação da relação de transformação


0,02878 - 0,02753
∆Rtp = X 100 = 4,44%
0,02814

Corrente de circulação a vazio em percentagem da corrente nominal do transformador


T1

∆Rtp 4,44
Icirc = × 100 = × 100 = 49,3%
Pnt1 500
Zpt1 + Zpt 2 × ( ) 4,5 + 4,5 × ( )
Pnt 2 500
Zpt1= Zpt2 = 4,5 % ( na realidade Zpt1> Zpt2 )

500
Int1 = = 759,6 A
3x0,38

A Corrente efetiva de circulação a vazio em amperes vale:

49,3 × 759,6
Icirc = = 374,4 A
100

Observar que se estes transformadores operarem em carga nominal um forte aquecimento ira
- 76 -
ocorrer, pois corrente de circulação deverá se somar a corrente a plena carga.

b) Defasagens angulares diferentes

Quando dois ou mais transformadores são postos em paralelo é fundamental que as forças
eletromotrizes formadas pelos circuitos secundários sejam igual e opostas anulando-se. Pode-se
constatar, então, que na ligação de dois transformadores, cujas tensões secundárias se somam, a
corrente de circulação se igualará a corrente de curto-circuito e é dada segundo a equação abaixo:
2 × Vs
Ic =
Zt1 + Zt 2
• Ic = corrente de circulação, em A;
• Vs = tensão entre os terminais secundários de fase do transformador, em V;
• Zt1 e Zt2- impedâncias dos transformadores, em Ω

Considerando genericamente a ligação de dois transformadores em paralelos com defasagens


angulares diferentes, porém com os demais parâmetros elétricos iguais, a corrente de circulação
vale:

α 
Ins ×  
Icirc =  2  × 100
Zpt1
onde

• Icirc = corrente de circulação, em A;


• Ins = corrente nominal secundária; em A
• α = diferença do ângulo de defasagem entre os secundários dos dois transformadores em
graus elétricos;
• Zpt1 = impedância percentual do transformador (Zpt1 = Zpt2 ... Zp).

EXEMPLO DE APLICAÇÃO

Calcular a corrente de circulação resultante do paralelo de dois transformadores 500 kVA/13.800


- 380/220V com as ligaç5es respectivas iguais a Dyl e Dy5.
500
Int1 = = 759,6 A
3x0,38

Dy5à α= 1500 ,
Dy1à α= 300 α=150o – 30o = 120o
Icir = 759,6 x sen(120/2)x 100 = 14.618A
4,5

A condição mais favorável para α = 30o, o que ainda resulta numa corrente de circulação
extremamente elevada. No caso de dois transformadores Dd2 e DY1, se teria:
Dd2àα2 = 60o Dy1àα1 = 30o α = 60 - 30 = 30o

Icir = 759,6 x sen(30/2)x 100 = 4.368A


4,5

Se a diferença entre os ângulos de defasarnento for nula, não haverá corrente de circulação,
como no caso dos transformadores Dyl e Ydl, ou seja:
Dd1àα1 = 30o Dy1àα1 = 30o α = 30 - 30 = 0o

Icir = 759,6 x sen(0/2)x 100 = 0 A

- 77 -
4,5

No caso de dois transformadores Dy5 e Dy11, onde α = 1800, se teria a maior corrente de
circulação, ou seja:
Dd5àα5 = 150o Dy11àα11 = -30o α= 150 – (-30) = 180o

Icir = 759,6 x sen(180/2)x 100 = 16.880 A


4,5

c) Impedâncias diferentes

Considerando, agora, o caso de ligação de dois ou mais transformadores em paralelo, que


possuem impedâncias percentuais diferentes, a distribuição de carga pelas diversas unidades de
transformação pode ser calculada de acordo com as equações abaixo, dadas para o caso
específico de três transformadores:

Pc × Pnt1 × Zmt Pc × Pnt 2 × Zmt Pc × Pnt 3 × Zmt


Pct1 = Pct 2 = Pct 3 =
(Pnt1 + Pnt 2 + Pnt3) × Znt1 (Pnt1 + Pnt 2 + Pnt 3)× Znt 2 (Pnt1 + Pnt 2 + Pnt 3) × Znt 3

onde

• Pct1,Pct2, Pct3à Potências de carregamento de cada transformador em paralelo, em kVA;


• Pcà Potência demandada da carga, em kVA;
• Pnt1, Pnt2,Pnt3à Potências nominais dos transformadores em paralelo;
• Znt1, Znt2 ,Znt3- impedâncias percentuais dos transformadores em paralelo;

É importante neste ponto se proceder a uma análise de paralelismo de transformadores,


considerando os enquadramentos por grupo e as possibilidades das respectivas ligações, com
ângulos de defasagem diferentes. Como foi abordado anteriormente, era necessário, para que dois
ou mais transformadores pudessem operar em paralelo, a igualdade de polaridade ou de
defasagem angular. Porém, quando
se tem transformadores com defasagens angulares diferentes, pode-se colocá-los em serviço
em paralelo, desde que sejam observadas uma das condições. Para esta análise, podem-se dividir
os transformadores em quatro tipos por tipo de ligação, de acordo com a Figura abaixo, ou seja:

• Grupo I: índices 0, 4 e 8;
• Grupo II: índices 2, 6 e 10;
• Grupo III: índices 1 e 5;
• Grupo IV: índices 7 e 11.

- 78 -
Para exemplificar, observando a Figura acima identifica-se como transformador do grupo I
aqueles designados por DdO, Dd4, Dd8, Yyo, DzO, Dz4 e Dz8.
O estudo para verificar a possibilidade de se colocar dois ou mais transformadores em paralelo pode ser assim
efetuado:

- 79 -
Transformadores de qualquer grupo de ligação com o mesmo índice

Neste caso, não é necessário nenhum estudo preliminar, pois os transformadores podem ser
ligados para operar em paralelo. Como exemplo, pode-se citar o de dois transformadores com o
tipo de ligação Dyl, enquadrados no grupo III.Também podem ser operados em paralelo os
transformadores DdO-YyO, ou ainda os transformadores Dy7-Yd7, e, igualmente, para os demais
grupos.

Transformadores pertencentes a um determinado grupo com índices diferentes

Os transformadores nesta condição, apesar de apresentarem defasagens desiguais,


diferenciam-se do mesmo número de graus elétricos de duas fases. Para que a ligação seja
efetuada deve-se assim proceder:

• Fazer a ligação dos terminais primários A1-A2, B1-B2 e C1-C2, no caso de dois transformadores;
e efetuar a ligação dos terminais secundários obedecendo as seguintes condições.

- se a diferença entre os índices dos dois transformadores do mesmo


grupo for 4, fazer as ligaç5es: a2c1,b2a1 e c2b1.

Para melhor visualização, observar as ligações mostradas na Figura abaixo, correspondentes à


conexão de dois transformadores dos tipos DdO-Dd4, em que a diferença dos índices é 4.

Já na Figura abaixo, observa-se a ligação de dois transformadores, cuja diferença dos índices é
8, como, por exemplo, os transformadores Dd2-DdlO.

-Transformadores pertencentes a grupos de ligação distintos

- 80 -
Com base no resultado da equação K = A − B − 2 , pode-se ter os seguintes casos:
4

• Se resultar K = O, as ligações do paralelo se efetuam modificando duas quaisquer ligações


de fase no primário do segundo transformador, de acordo com a Figura abaixo. Nas
ligações secundárias invertem-se entre si os terminais correspondentes ao primário;

• Se resultar K ≠ O, as ligações primárias se efetuam da maneira anterior, enquanto a ligação


dos terminais secundários é efetuada , fazendo-se a rotação de uma posição cíclica ,
quando K=1 (a-b-c / c-b-a ), sempre no sentido de avanço. A figura a seguir mostra a
ligação de dois transformadores quando K=2.
Se fossem postos dois transformadores Dyl 1 e Dy5 em serviço em
paralelo se teria: A = 11 e B=5

11 − 5 − 2
K= =1
4
Quando os transformadores a serem colocados em paralelo não disp5em dos grupos de ligação
e nem dos índices respectivos, deve-se submetê-los a um ensaio que consiste no seguinte
procedimento:
• Ligar, aleatoriamente, à rede de energia elétrica os terminais primários dos
transformadores.
• Ligar também, aleatoriamente, um terminal secundário de um transformador ao do outro,
conforme se pode observar na Figura abaixo.

• De posse de um voltímetro que possua uma escala de alcance duplo, relativamente à


tensão nominal secundária dos transformadores, procura-se identificar dois bornes
quaisquer secundários, de modo que não haja diferença de tensão entre eles e nem com os
demais. Se, desta forma, não se obtiver nenhum resultado, liga-se o primeiro borne do
primeiro transformador com o segundo borne do segundo transformador, repetindo-se o
procedimento da medição.

Se, por acaso, não se obtiver resultados nulos de medição, recorrer às ligações
- 81 -
primárias, permutando as conexões dos transformadores, seguido o mesmo procedimento
em relação às medições entre os terminais secundários. Se forem esgotadas todas as
hipóteses e não se obtiver nenhum resultado, pode-se concluir que os transformadores
em questão não podem operar em serviço em paralelo.

EXEMPLO DE APLICAÇÃO

Considerar três transformadores em paralelo com as seguintes características:

TRANSFORMADOR POTÊNCIA IMPEDÂNCIA


(kVA) (%)
1 1000 4,5
2 1250 5,0
3 1500 5,5

Sabendo-se que a demanda solicitada é de 3.800 kVA, determinar a distribuição da carga pelas
três unidades:
1000 + 1250 + 1500
Xmt = = 5,0
1000 1250 1500
+ +
4,5 5,0 5,5

Logo, a distribuição da carga para cada transformador vale:

3800 × 1250 × 5
Pct 2 = = 1266kVA
(1000 + 1250 + 1500) × 5,0
3800 × 1500 × 5
Pct 3 = = 1381kVA
(1000 + 1250 + 1500) × 5,5
Percentualmente a distribuição das cargas vale:
1125 − 1000
C1 = × 100 = 12,5% EM SOBRECARGA ALTA
1000
1266 − 1250
C2 = × 100 = 1,28% EM SOBRECARGA LEVE
1250

1381 − 1500
C1 = × 100 = −7,93% EM SUBCARGA
1500

DESLOCAMENTO ANGULAR

É a diferença entre os fasores que representam as tensões entre o ponto neutro (real ou ideal) e
os terminais correspondentes de dois enrolamentos, quando um sistema de seqüência positiva de
tensão é aplicado aos terminais de tensão mais elevada, na ordem numérica destes terminais.
Admite-se que os fasores girem no sentido anti-horário (NBR 5356/81).

Para se determinar o ângulo de deslocamento entre os fasores das tensões primaria e


secundária é prático comparar os referidos fasores com os ponteiros de um relógio, posicionando
o ponteiro dos minutos em 12 horas, tendo a sua origem num ponto neutro real ou imaginário (H0
) e atingindo um terminal de linha do enrrolamento de tensão superior (H1). Já o ponteiro
representativo do fasor de tensão inferior, ponteiro das horas, com origem no mesmo ponto
anterior (Ho = X0) atinge o terminal de linha do outro enrolamento correspondente (X1). O
ângulo formado entre H0 - H1 e X0 - X1 marcado no sentido anti-horário chama-se por definição
deslocamento angular. (H0 - H1) é tomado como vetor de referência.
Este procedimento é prático quando se deseja construir o diagrama a partir do conhecimento

- 82 -
do ângulo de defasamento. Para se definir o defasamento, considerar positivos os ângulos
contados entre (H0 - H1) e (X0 - X1) no sentido anti-horário no intervalo dos pontos de 6-0 (12)
visto, por exemplo, na Figura abaixo.

Neste caso, em relação ao sentido anti-horário, o vetor referência (H0 - H1) está em adiantado
de (X0 - X1). A partir do ponto 0, ainda no sentido anti-horário, OB ângulos contados entre (H0 -
H1) e (X0 - X1) são negativos.
As Figuras abaixo mostram exemplos para a determinação do deslocamento angular a partir do
tipo de conexão dos enrolamentos do transformador.
Considerando os ponteiros de um relógio, no seu sentido anti-horário, tem-se que o
deslocamento angular do transformador representado na Figura acima é de +150o. Neste caso, o
ponteiro das horas está à direita do ponteiro dos minutos (referência) no sentido horário,
perfazendo, assim, um ângulo positivo de 150o.

No caso da Figura a seguir o deslocamento angular é zero.

O da Figura abaixo é de –30o, pois o ponteiro das horas está à esquerda do ponteiro dos
minutos (referência).

- 83 -
Já a Figura abaixo representa um transformador com o deslocamento angular de +600, pois o
ponteiro das horas está à direita do ponteiro dos minutos.

O deslocamento angular é designado pela simbologia apresentada na tabela Acima


apresentada, indicando-se através das letras maiúsculas D e Y as conexões primária do
transformador, triângulo (delta) e estrela (ipsilon), enquanto as letras minúsculo d, y e z
representam o tipo de conexão dos enrolamentos secundários, respectivamente iguais a triângulo,
estrela e zigue zague. A estas letras segue-se um número que varia de O a 11, cada um
representando o ângulo correspondente ao deslocamento angular. Desta forma tem-se:

Deslocamento angular = 30x horas.

Para exemplificar, no caso da primeira Figura, a designação completa da conexões dos


enrolamentos do transformador é Dy5, enquanto a da Figura seguinte é Dyll. Assim o
transformador da primeira Figura apresenta um deslocamento angular de: 30x5 = 1500 enquanto o
da Figura seguinte vale: 30 x 11 = 330o (se considerar invertido o sentido à contagem do ângulo,
ou seja, sentido horário) ou –30o, contado no sentido anti-horário. O deslocamento angular de um
transformador é obtido em laboratório utilizando-se o medidor digital de ângulo de fase.
O principal objetivo de se conhecer o valor do ângulo do defasamento é a necessidade que se
tem de se colocar corretamente dois ou mais transformadores em serviço em paralelo. No
caso de transformadores trifásicos, deve-se comparar ao tensões entre fases das bobinas dos
transformadores que se quer operar em paralelo, ligando-se as que correspondem à mesma
polaridade.
E para se determinar a polaridade de um transformador pode-se aplicar dos mais fáceis
métodos de laboratório, que é o método do golpe indutivo, como alternativa da medição através
do medidor de ângulo de fase.
A partir de um amperímetro de zero central, liga-se o borne positivo de uma fonte de corrente
contínua, bateria ou pilha, a um dos bornes do aparelho de modo que o seu ponteiro deflita para a
esquerda, por exemplo, o que se convenciona como positivo. Em seguida, liga-se a mesma fonte
aos terminais primários do transformador, conforme se mostra na Figura abaixo. Com o
amperímetro anterior, determina-se o sentido de deflexão do ponteiro, ligando entre os terminais
X1X2, X1X3 e X21 conforme indicado na mesma figura.

Ao se ligar a chave S, se observa que o ponteiro poderá defletir no sei tido positivo, negativo
- 84 -
ou manter-se na posição central, permitindo-se organizar Tabela abaixo. Conforme a deflexão dos
ponteiros, durante as medições, identifica-o o ângulo de defasamento do transformador.

MEDIÇÃO
A B C ÂNGULO DEFASAGEM
X1 X2 X1 X3 X2 X3 (GRAUS) ANGULAR
+ - + - + - 0 0
+ - 0 0 - + 30 1
- + - + + - 180 6
- + 0 0 + - 210 7

É fácil compreender como se obtêm os resultados anteriores, bastando observar as medições


feitas num transformador com ligação triângulo-triângulo, com deslocamento angular zero. Pode-
se perceber através da Figura acima as indicações do amperímetro, nas três medições realizadas
(a), (b) e (c) e compará-las com a primeira linha da Tabela. Para outros transformadores, observar
as demais medições.

- 85 -
CUIDADOS QUE DEVEMOS TOMAR NA LIGAÇÃO EM TRANSFORMADORES
TRIFÁSICOS

- 86 -
- 87 -
- 88 -
- 89 -
UNIDADE 5

APOSTILA DE TRANSFORMADORES
AUTOTRANSFORMADORES

• TEORIA DE FUNCIONAMENTO
• IDENTIFICAÇÃO DE SUAS POLARIDADES
• RELAÇÃO DE TENSÕES E CORRENTES
• EFICIÊNCIA
• POTENCIA NOMINAL
• RENDIMENTO
• APLICAÇÕES E ENSAIOS PROPOSTOS

PROFESSOR : LUIS CLAUDIO TRANI FERNANDES

- 90 -
1. INTRODUÇÃO

Denomina-se autotransformador um transformador cujos enrolamentos primários e


secundários estão conectados em série. Dentro deste princípio, a ABNT define o
autotransformador como sendo o transformador no qual parte de um enrolamento é comum a
ambos os circuitos, primário e secundário, a ele ligados.
Como será concluído do texto, o autotransformador apresenta algumas vantagens em relação
ao transformador normal. Entre essas vantagens citar-se-iam: corrente de excitação menor,
melhor regulação, menor custo, maior rendimento e dimensões menores.
Como principais desvantagens poder-se-ia citar o fato de os autotransformadores apresentarem
correntes de curto-circuito mais elevadas e a existência de uma conexão elétrica entre os
enrolamentos de maior e menor tensão.
Convém notar que os ensaios realizados no autotransformador são os mesmos executados nos
transformadores normais, como os já estudados até este capítulo.

2. REPRESENTAÇÃO DE UM AUTOTRANSFORMADOR

A Figura abaixo mostra, esquematicamente, um transformador monofásico convencional no


qual é aplicada uma tensão V1. A tensão de saída V2 relaciona-se á V1 pela expressão aproximada:

V 1 N1

V2 N2

Se a tensão primária de alimentação V1 for constante, o fluxo máximo no núcleo permanecerá


também praticamente constante (V1 4,44 . f. N1. Φ max). Dentro do principio de operação do
transformador, o fluxo induz em cada espira dos enrolamentos uma tensão praticamente
ependente da corrente que flui no enrolamento. Desta forma, pode-se considerar que a
distribuição de tensão entre quaisquer partes dos enrolamentos permanece constante e
independente da corrente no enrolamento. Isso também ocorre no autotransformador, que é um
equipamento baseado no mesmo princípio do transformador. O autotransformador possui apenas
um enrolamento, de maior tensão, com N'i espiras, das quais uma parte atua como enrolamento
de menor tensão. Essa maior tensão, como já se mencionou, pode agir como circuito primário
(receptor de potência) ou secundário (fornecedor). A Figura abaixo ilustra o arranjo de um
autotransformador.
- 91 -
a – Esquema do autotransformador b- Autotransformador regulador para
laboratório

3.RELAÇÕES DE TENSÕES E CORRENTES

Seja o autotransformador da Figura abaixo. Nesta figura, pode-se observar que a tensão do
lado secundário é a tensão do enrolamento comum e a tensão primária é a soma fasorial das
tensões nos terminais dos enrolamentos comum e série, ou seja:
V1=V´1+V`2 e V2=V`2

Pode-se dizer que as tensões V'> e V'2 diferem das tensões induzidas pelo fluxo resultante
(fcem e fem, respectivamente) no núcleo apenas da parcela correspondente ao fluxo de dispersão
(reatância de dispersão).
Admitindo que o transformador indicado na Figura acima seja subtrativo, as tensões É’>
(fcem) e Ê ‘2< (fem) induzidas nos enrolamentos série e comum, respectivamente, estão em fase.
Da mesma forma, V' e V'2 também estão, praticamente, em fase; e, para fins práticos, pode-se
dizer que a soma fasorial pode ser tomada como uma expressão algébrica, ou seja:

VI=V'1+V'2

Para fins práticos

V `1 N 1

V `2 N 2

Substituindo a primeira equação na segunda equação teremos,

 N1
V 1 ≡ V `2

+ 1 V 1 ≡  N1 + N 2 
Ou  
 N2  V2  N2 
A equação da relação de corrente pode ser obtida de forma análoga

I-2 92≡- N 2 
 
I1  N1 + N 2 
4. POTÊNCIA NOMINAL E RENDIMENTO DO AUTOTRANSFORMADOR

O módulo de potência aparente de entrada do autotransformador é dada por: S1=V1.I1;


A potência aparente disponível no secundário será: S2=V2.I2

Embora no autotransformador a potência no primário e secundário seja calculada de forma


análoga ao transformador convencional, convém lembrar que, neste último, a potência entre o
primário e secundário é transmitida totalmente de forma eletromagnética, ou seja, não se tem
conexão elétrica entre o primário e o secundário. No caso do autotransformador, uma parte de sua
potência disponível no secundário é transmitida de forma eletromagnética e a outra parte,
transferida simplesmente do primário ao secundário.
A potência transferida eletromagneticamente é: S`1=V`1.I1 ,

E a potência transferida diretamente ao secundário é dada por: S`2=V`2.Ic= V`2(I2- I1)

Para comparação seja um transformador monofásico que tenha uma potência nominal dada por:
STMN=V1.I1

Se tal transformador é conectado na forma de um autotransformador, sem alterar o número de


espiras das bobinas do primário e do secundário, tem-se o arranjo a seguir:

Na Figura acima, pode-se notar que a tensão do circuito primário, que para o transformador
normal era V1, no caso do autotransformador é V1 + V2, logo a potência no primário do
autotransformador será: SIAT = (V1 + V2)I1
N2 N2
SIAT = (V1 + ) I1 = (1 + )V1 I1
Utilizando-se da relação entre espiras vem: N1 N1

Com parando se as equações de potência do transformador convencional e do


autotransformador teremos:

N2
SIAT = SIMN (1 + )
N1

A Equação acima mostra que qualquer que seja a relação entre o número de espiras do
primário e secundário de um transformador normal, sendo ele convertido em um
autotransformador, a potência disponível neste último é maior, levando-o a ter um tamanho
menor que um transformador normal de potência equivalente. Em outras palavras, isso
equivale a dizer que, em princípio, o custo por kVA de um autotransformador é menor que o
do transformador normal.
Cabe notar ainda, com base na Figura do circuito equivalente do autotransformador, que o
circuito série do autotransformador (primário do transformador convencional) deve ter seu
isolamento previsto para uma tensão V1 + V2. Por outro lado, a corrente no enrrolamento comum
do autotransformador (secundário do transformador convencional) é dada por V'2, O que permite
a possibilidade de ter neste enrolamento condutores de bitola menor que a do transformador
- 93 -
normal.
Assim, um balanço entre dimensões, isolamento e cobre permite concluir que um
autotransformador tem seu preço inferior a um transformador normal com potência
equivalente.
O autotransformador tem seu rendimento definido de modo idêntico ao transformador normal,
ou seja, é definido pela relação entre as potências ativa entregue á carga e a recebida. Assim:
P2
η=
P1

Em que: η é o rendimento; P1, a potência ativa absorvida pelo primário; e P2, a potência entregue
pelo secundário.

Com base nos desenvolvimentos anteriores, pode-se concluir que o transformador normal
possui um rendimento menor que o autotransformador.

5.CIRCUITO EQUIVALENTE DO AUTOTRANSFORMADOR

O circuito equivalente do autotransformador é obtido de forma semelhante ao transformador


convencional. Os parâmetros desse circuito são determinados pelos ensaios a vazios e em curto;
Com o ensaio a vazio determinam-se as perdas no ferro e por histerese. Assim, deste ensaio
podem-se determinar os parâmetros Rm e Xm. Logo, a representação do autotransformador a
vazio será a indicada na Figura abaixo. Notar que tal ensaio é realizado pelo lado da tensão
inferior.

Na Figura A abaixo representa-se o autotransformador por duas bobinas ideais ligadas de modo a
poder formar os circuitos comum e série.
Para se obter a impedância de dispersão, realiza-se o ensaio em curto-circuito. Como o caso do
convencional, o autotransformador introduz uma impedância-série no circuito ao qual está ligado.
O circuito equivalente nesta situação é indicado na Figura B abaixo e , pelo fato de existirem as
bobinas série e comum, duas impedâncias fazem-se necessárias.

Figura A Figura B

- 94 -
Na Figura A acima, as impedâncias de dispersão dos circuitos série e comum são conectadas
em série com as respectivas bobinas ideais e, assim, as bobinas representadas naquela figura
serão responsáveis pela relação de transformação.
Por outro lado, é interessante referir as impedâncias ao primário ou secundário do
autotransformador. Por conveniência, será representado como é usual, do lado do primário.

6. AUTOTRANSFORMADOR TRIFÁSICO

Os autotransformadores trifásicos são geralmente conectados em estrela-estrela, porem


existem outros tipos de conexão, como são mostrados nas figuras a seguir. Por vezes, os
autotransformadores podem apresentar um enrrolamento terciário com uma potência da ordem de
35% da maior das potências entre a dos enrrolamentos em série ou comuns. O enrrolamento
terciário é inoperante sob condições equilibradas e serve para reduzir o nível de harmônicos
produzidos pelo autotransformador.

AUTOTRANSFORMADOR EM ESTRELA-ESTRELA AUTOTRANSFORMADOR EM TRIÂNGULO

AUTOTRANSFORMADOR ZIGZAG -ESTRELA AUTOTRANSFORMADOR EM ESTRELA-ESTRELA TERCIÁRIO EM


TRIÂNGULO

- 95 -
UNIDADE 6

APOSTILA DE TRANSFORMADORES
TRANSFORMADORES ESPECIAIS

• TIPOS
• TEORIA DE FUNCIONAMENTO
• TRANSFORMADOR DE CORRENTE
• TRANSFORMADOR DE POTENCIAL
• APLICAÇÃO E ENSAIOS PROPOSTOS

PROFESSOR: LUIS CLAUDIO TRANI FERNANDES

- 96 -
TRANSFORMADORES DE INSTRUMENTO

TIPOS

• Transformadores de Potencial- TP
• Transformadores de Corrente- TC

FINALIDADE

• Fornecer alimentação elétrica a reles ou medidores com intensidades de corrente(TC) ou


voltagem(TP) proporcionais às existentes no circuito de potência.
• Prever isolação da alta tensão tanto para proteção pessoal como para os equipamentos:
(reles, medidores).
• Reduzir níveis de corrente e 10V de tensão, tornando reles e medidores de fabricação
compacta reduzindo custos.

TRANSFORMADORES DE CORRENTE

INTRODUÇÃO

Os transformadores de corrente são equipamentos que permitem aos instrumentos de medição


e proteção funcionarem adequadamente sem que seja necessário possuírem correntes nominais de
acordo com a corrente de carga do circuito ao qual são ligados. Na sua forma mais simples, eles
possuem um primário, geralmente poucas espiras, e um secundário, no qual a corrente nominal
transformada é, na maioria dos casos, igual a 5 A. Dessa forma, os instrumentos de medição e
proteção são dimensionados em tamanhos reduzidos com as bobinas de corrente constituídas com
fios de pouca quantidade de cobre.
Os transformadores de corrente são utilizados para suprir aparelhos que apresentam baixa
resistência elétrica, tais como amperímetros, relés de indução, bobinas de corrente de relés
diferenciais, medidores de energia, de potência etc.
Os TC's transformam, através do fenômeno de conversão eletromagnética, correntes elevadas,
que circulam no seu primário, em pequenas correntes secundárias, segundo uma relação de
transformação.
A corrente primária a ser medida, circulando nos enrolamentos primários, cria um fluxo
magnético alternado que faz induzir as forças eletromotrizes Ep e Es , respectivamente, nos
enrolamentos primário e secundário.
Dessa forma, se nos terminais primários de um TC, cuja relação de transformação nominal é
de 20, circular uma corrente de 100 A, obtém-se no secundário a corrente de 5A , ou seja : 100/20
= 5A.

CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS

Os transformadores de corrente podem ser construídos de diferentes formas e para diferentes


usos, ou seja:

1- TC tipo Barra
É aquele cujo enrrolamento primário é constituído por uma barra fixada através do núcleo do
transformador, conforme mostrado abaixo.

- 97 -
2- TC tipo enrrolado
É aquele cujo enrrolamento primário é constituído de uma ou mais espiras envolvendo o
núcleo do transformador, conforme ilustrado abaixo.

3- TC tipo janela
É aquele que não possui um primário fixo no transformador e é constituído de uma abertura
através do núcleo, por onde passa o condutor que forma o circuito primário, conforme abaixo.

4- TC tipo bucha
É aquele cujas características são semelhantes ao TC do tipo barra, porém sua instalação é
feita
na bucha dos equipamentos ( transformadores, disjuntores, etc.), que funcionam como
enrrolamento primário, de acordo como mostrado abaixo.

5- TC de núcleo dividido
É aquele cujas características são semelhantes às dos tipos janela, em que o núcleo pode ser
separado para permitir envolver o condutor que funciona como enrrolamento primário, conforme
mostrado abaixo.

- 98 -
6- TC com vários enrrolamentos primários
É aquele constituído de vários enrrolamentos primários montados isoladamente e apenas um
enrrolamento secundário, conforme abaixo.

7- TC com vários núcleos secundários


É aquele constituído de dois ou mais enrolamentos secundários montados isoladamente, sendo
que cada um possui individualmente o seu núcleo, formado, juntamente com o enrrolamento
primário, um só conjunto, conforme se na figura abaixo.
Neste tipo de transformador de corrente, a seção do condutor primário deve ser dimensionada
tendo em vista a maior das relações de transformação dos núcleos considerados.

8- TC com vários enrrolamentos secundários


É aquele constituído de um único núcleo envolvido pelo enrrolamento primário e vários
enrrolamentos secundários, conforme se mostra na figura abaixo, e que podem ser ligados em
série ou paralelo.

9- TC tipo derivação no secundário


É aquele constituído de um único núcleo envolvido pelos enrolamentos primário e secundário,
sendo este provido de uma ou mais derivações. Entretanto o primário pode ser constituído de um
ou mais enrrolamentos, conforme se mostra na figura a seguir. Como os amperes-espiras variam
em cada relação de transformação considerada, somente é garantida a classe de exatidão do
equipamento para a derivação que estiver o maior número de espiras. A versão deste tipo de TC é
dada na figura abaixo.

- 99 -
Os transformadores de corrente de baixa tensão normalmente têm o núcleo fabricado em ferro-
silício de grãos orientados e está, juntamente com os enrrolamentos primário e secundário,
encapsulado em resina epóxi, submetida a polimerização, o que lhe proporciona endurecimento
permanente, formando um sistema inteiramente compacto e dando ao equipamento características
elétricas e mecânicas de grande desempenho, ou seja:

• Incombustibilidade do isolamento;
• Elevada capacidade de sobrecarga, dada a excepcional qualidade de condutividade térmica da
resina epóxi;
• Elevada resistência dinâmica às correntes de curto-circuito;
• Elevada rigidez dielétrica.

Já os transformadores de corrente de média tensão, semelhantemente aos de baixa tensão, são


normalmente construídos em resina epóxi, quando destinados às instalações abrigadas, conforme
as Figuras a seguir.

Também são encontrados transformadores de corrente para uso interno, construídos em tanque
metálico cheio de óleo mineral e provido de buchas de porcelana vitrificada comum aos terminais
de entrada e saída da corrente primária conforme figura a seguir.
Os transformadores de corrente fabricados em epóxi são normalmente descartados depois de
um defeito interno. Não é possível a sua recuperação.
Os transformadores de corrente de alta tensão para uso ao tempo são dotados bucha de
porcelana vitrificada com saias, comum aos terminais de entrada da corrente primária. A Figura
abaixo mostra um TC para uso ao tempo isolado 72,6 kV.
Os transformadores de corrente destinados a sistemas iguais ou superiores a 69 kV têm os seus
primários envolvidos por uma blindagem eletrostática, cuja finalidade é uniformizar o campo
elétrico.

CARACTERISTICAS ELÉTRICAS

Os transformadores de corrente, de um modo geral, podem ser representados eletricamente


através do esquema da Figura abaixo, em que as resistência e reatância primárias estão definidas
como R1 e X1, as resistência e reatância secundárias estão definidas como R2 e X2 e o ramo
magnetizante está caracterizado pelos seus dois parâmetros, isto é, a resistência Rη , que é
responsável pelas perdas ôhmicas, através das correntes de histerese e de Foucault, desenvolvidas
na massa do núcleo de ferro com a passagem das linhas de fluxo magnético, e Xη responsável
pela corrente reativa devido à circulação das mesmas linhas de fluxo no circuito magnético.
- 100 -
Através do esquema da Figura acima, pode-se descrever resumidamente o acionamento de um
transformador de corrente. Uma determinada carga absorve da rede uma certa corrente Ip que
circula no enrolamento primário do TC, cuja impedância ( Z1 = R1 + jX1 ) pode ser
desconsiderada. A corrente que circula no secundário do TC, Is provoca uma queda de tensão na
sua impedância interna (Z2 = R2 +jX2) e na impedância da carga conectada ( Z2= R2 +jX2 ) que
afeta o fluxo principal, exigindo uma corrente magnetizante Ie diretamente proporcional
A impedância do primário não afeta a exatidão do TC. Ela é apenas adicionada à impedância
do circuito de alimentação. O erro do TC é resultado sensivelmente da corrente que circula no
ramo magnetizante, isto é, Ie. É simples entender que a corrente secundária Is somada à corrente
magnetizante Ie deve ser igual a corrente que circula no primário , ou seja: Ip = Ic + Is
Considerando um TC de relação 1:1, para que a corrente secundária reproduzisse fielmente a
corrente do primário, seria necessário que Ip = Is. Como não é, a corrente que circula na carga
não corresponde exatamente à corrente do primário, ocasionando assim o erro do TC.
Quando o núcleo entra em saturação, exige uma corrente de magnetização muito elevada,
deixando de ser transferida para a carga ZC como será visto adiante com mais detalhe,
provocando assim um erro de valor considerável na medida secundária.
Para melhor se conhecer um transformador de corrente, independentemente de sua aplicação
na medição e na proteção, é necessário estudar as suas principais características elétricas.

CORRENTES NOMINAIS

As correntes nominais primárias devem ser compatíveis com a corrente de carga do circuito
primário.
As correntes nominais primárias e as relações de transformação nominais estão discriminadas
nas tabelas abaixo, para relações nominais simples e duplas, utilizadas para ligação série/paralelo
no enrrolamento primário.

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CORRENTE CORRENTE RELAÇÃO CORRENTE RELAÇÃO
PRIMÁRIA PRIMÁRIA NOMINAL PRIMÁRIA NOMINAL
PADRONIZADA PADRONIZADA PADRONIZADA
5 1:1 5 x 10 1 x 2:1
10 2:1 10 x 20 2 x 4:1
15 3:1 15 x 30 3 x 6:1
20 4:1 20 x 40 4 x 8:1
25 5:1 25 x 50 5 x 10:1
30 6:1 30 x 60 6 x 12:1
40 8:1 40 x 80 8 x 16:1
50 10:1 50 x 100 10 x 20:1
60 12:1 60 x 120 12 x 24:1
75 15:1 75 x 150 15 x 30:1
100 20:1 100 x 200 20 x 40:1
125 25:1 150 x 300 30 x 60:1
150 30:1 200 x 400 40 x 80:1
200 40:1 300 x 600 60 x 120:1
250 50:1 400 x 800 80 x 160:1

5
300 60:1 600 x 1200 120 x 240:1
400 80:1 800 x 1600 160 x 320:1
500 100:1 1000 x 2000 200 x 400:1
600 120:1 1200 x 2400 240 x 480:1
800 160:1 1500 x 3000 300 x 600:1
1000 200:1 2000 x 4000 400 x 800:1
1200 240:1 2500 x 5000 500 x 1000:1
1500 300:1 3000 x 6000 600 x 1200:1
2000 400:1 4000 x 8000 800 x 1600:1
2500 500:1 5000 x 10000 1000 x 2000:1
3000 600:1 6000 x 12000 1200 x 2400:1
4000 800:1 7000 x 14000 1400 x 2800:1
5000 1000:1 8000 x 16000 1600 x 3200:1
6000 1200:1 9000 x 18000 1800 x 3600:1
8000 1600:1 10000 x 20000 2000 x 4000:1

As correntes nominais secundárias são adotadas geralmente iguais a 5A. Em alguns casos
especiais, quando os aparelhos, normalmente relés de são instalados distantes dos
transformadores de corrente, pode-se adotar a corrente secundária de 1 A, a fim de reduzir a
queda de tensão nos fios de interligação. NBR 6856/81 adota as seguintes simbologias para
definir as relações de correntes.

• Sinal de dois pontos (:) deve ser usado para exprimir relações n como, por exemplo: 300:1;
•O hífen (-) deve ser usado para separar correntes nominais de enrolamento diferentes, como, por
exemplo: 300-5 A, 300-300-5 A (dois enrolam primários), 300-5-5 (dois enrolamentos
secundários);
•O sinal (x) deve ser usado para separar correntes primárias nominais, ainda relações nominais
duplas, como, por exemplo, 300 x 60~5A (correntes primárias nominais) cujos enrolamentos
podem ser ligados em série paralelo, segundo podemos ver nos TC`s já vistos;
• A barra ( / ) deve ser usada para separar correntes primárias nominais ou relações nominais
obtidas por meio de derivações, efetuadas tanto nos enrrolamentos primários como nos
secundários, como, por exemplo. 300/400-5 A, ou 300-5/5 A, como visto na Figura do TC de
várias derivações secundárias.

CARGAS NOMINAIS

Os transformadores de corrente devem ser especificados de acordo com a carga que será ligada
no seu secundário. Dessa forma, a NBR 6856/81 padroniza as cargas secundárias de acordo com
a Tabela abaixo.

- 102 -
NBR 6856 - Cargas nominais para T.C. para características à 60Hz
Designação Resistência Indutância Potência Fator de Impedância
Ω mH Aparente potência
VA
1 2 3 4 5 6
C 2,5 0,09 0,116 2,5 0,9 0,1
C 5,0 0,18 0,232 5,0 0,9 0,2
C 12,5 0,45 0,580 12,5 0,9 0,5
C 25,0 0,50 2,3 25,0 0,5 1,0
C 50,0 1,0 4,6 50,0 0,5 2,0
C 100,0 2,0 9,2 100,0 0,5 4,0
C 200,0 4,0 18,4 200,0 0,5 8,0
Nota: Quando a corrente secundária nominal for diferente de 5A , os valores de resistência, indutância e impedância
das cargas nominais são obtidos multiplicando- se os valores desta tabela pelo quadrado da relação entre 5A e a
corrente secundária nominal.

Para um transformador de corrente, a carga secundária representa o valor Ôhmico das


impedâncias formadas pelos diferentes aparelhos ligados a seu secundário, incluindo-se aí os
condutores de interligação.
Por definição, carga secundária nominal é a impedância ligada aos terminais secundários do TC,
cujo valor corresponde à potência para a exatidão garantida, corrente nominal.

Ptc 200
Considerando um TC C200, a impedância de carga nominal é de: Zs = = 2 = 8Ω
I s2 5

Deve-se frisar que, quando a corrente secundária nominal é diferente de 5 A, os valores das
cargas devem ser multiplicados pelo quadrado da relação entre 5A e a corrente secundária
nominal correspondente, para se obter os valores desejados dos referidos parâmetros.
A carga dos aparelhos que devem ser ligados aos transformadores de corrente tem que ser
dimensionada criteriosamente para se escolher o TC de carga padronizada compatível. No
entanto, como os aparelhos são interligados aos TC's através de fios , normalmente de grande
comprimento, é necessário calcular-se a potência dissipada nesses condutores e soma-las a
potência dos aparelhos correspondentes. Assim a carga de um transformador de corrente ,
independente de ser destinado à medição ou a proteção, pode ser dada pela equação:
Ctc = ∑ Cap + Lc × Zc × I s2 (VA) onde;
Σcap = Soma das cargas correspondentes às bobinas de corrente dos aparelhos considerados, em
VA;
Is = Corrente nominal secundária , normalmente igual a 5A;
Zc = Impedância do condutor , em Ώ/m ;
Lc = Comprimento do cabo condutor , em metros.
FATOR DE SOBRECORRENTE

Também denominado fator de segurança, é o fator pelo qual se deve multiplicar corrente
nominal primária do TC para se obter a máxima corrente no seu primário até o limite de sua
classe de exatidão. A NBR 6856/81 especifica de sobrecorrente para serviço de proteção em 20
vezes a corrente nominal.
Como já se comentou anteriormente, quando a carga ligada a um transformador de corrente for
inferior à carga nominal deste equipamento, o fator de recorrente é alterado sendo inversamente
proporcional à referida carga. Conseqüentemente, a proteção natural que o TC oferecia ao
aparelho fica prejudicada.
A equação abaixo fornece o valor que assume o fator de sobrecorrente, em função da entre a
carga nominal do TC e a carga ligada ao seu secundário:
Cn
F1 = × Fs , onde:
Cs
Cs- Carga ligada ao secundário, em VA;
- 103 -
Fs- Fator de sobrecorrente nominal ou de segurança;
Cn- Carga nominal, em VA.

Desta forma, a saturação do transformador de corrente só ocorreria para o valor de F1 superior


a Fs (valor nominal), o que submeteria os aparelhos a uma grande intensidade de corrente.
Algumas vezes, é necessário inserir uma resistência no circuito secundário para elevar o valor da
carga secundária do TC, quando os aparelhos a serem ligados assim o exigirem, o que não é
muito comum, já que eles suportam normalmente 50 vezes a sua corrente nominal por segundo.

CORRENTE DE MAGNETIZAÇÃO

Corrente de magnetização é a que circula no enrolamento primário do transformador de


corrente como conseqüência do fluxo magnetizante do núcleo.
A curva de magnetização dos transformadores de corrente fornecida pelos fabricantes permite
que se calcule, entre outros parâmetros, a tensão induzida no seu secundário e a corrente
magnetizante correspondente.
De acordo com a Figura, que representa a curva de magnetização de um transformador de
corrente para serviço de proteção, a tensão obtida no joelho da curva é aquela correspondente a
uma densidade de fluxo B igual a 1,5 tesla (T), a partir da qual o transformador de corrente entra
em saturação. Deve-se lembrar que 1 tesla é a densidade de fluxo de magnetização de um núcleo,
cuja seção é de 1 m2 e através da qual circula um fluxo ~ de 1 weber (W). Por outro lado, o fluxo
magnético representa o número de linhas de força magnética, emanando de uma superfície
magnetizada ou entrando na mesma superfície. Resumindo o relacionamento destas unidades,
tem-se:

A corrente de magnetização varia para cada transformador de corrente, devido à não-


linearidade magnética dos materiais de que são constituídos os núcleos. Assim, à medida que
cresce a corrente primária, a corrente de magnetização não cresce proporcionalmente, mas,
segundo uma curva dada na Figura abaixo, é tornada como ordem de grandeza.

Os TC's destinados ao serviço de proteção, por exemplo, que atingem o início da saturação a
20 x In, ou a 1,5 T, segundo a curva da característica, devem ser projetados para, em operação
nominal, trabalhar com uma densidade magnética aproximadamente igual a 0,075 T. Quando não
se consegue uma chapa de ferro-silício que trabalhe a corrente nominal primária com um valor de
densidade magnética igual ou inferior a 1/20 do valor da densidade magnética de saturação, é
- 104 -
necessário utilizar reatores não-lineares em derivação com os terminais de carga. Logo, neste
caso, a corrente deduzida da carga é igual à corrente de magnetização mais a corrente que flui
pelo reator em derivação.
É importante observar que um transformador de corrente não deve ter o seu circuito
secundário aberto, estando o primário ligado à rede. Isso se deve ao fato de que não há força
desmagnetizante secundária que se oponha à força magnetizante gerada pela corrente primária,
fazendo com que, para correntes elevadas primárias, todo o fluxo magnetizante exerça sua ação
sobre o núcleo do TC, levando-o à saturação e provocando uma intensa taxa de variação de fluxo
na passagem da corrente primária pelo ponto zero e resultando numa elevada força eletromotriz
induzida nos enrolamentos secundários. Nesse caso, a corrente de magnetização do TC assume o
valor da própria corrente de carga. Logo, quando os aparelhos ligados aos TC's forem retirados
do circuito, os terminais secundários devem ser curto-circuitados. A não-observância deste
procedimento resultará em perdas Joule excessivas, perigo iminente ao operador ou leiturista e
alterações profundas nas características de exatidão dos transformadores de corrente.
A permeabilidade medição é muito elevada, magnética, em torno de 0,1 , entrando o TC em
processo de saturação a partir de 0,4 T.
Estes valores de permeabilidade magnética se justificam para reduzir ao possível a corrente de
magnetização, responsável direta, como já se observou ,pelos erros introduzidos na medição
pelos TC's. A permeabilidade magnética caracteriza pelo valor da resistência ao fluxo magnético
oferecido por um determinado material submetido a um campo magnético. Claro que, quanto
maior for a permeabilidade magnética menor será o fluxo que irá atravessar o núcleo de ferro TC,
e, conseqüentemente, menor será a corrente de magnetização.
Já os transformadores de corrente destinados ao serviço de proteção apresentam um núcleo de
baixa permeabilidade quando comparada com os TC`s de medição, permitindo a saturação
somente para uma densidade de fluxo magnético elevada, conforme se pode constatar através da
curva da Figura a seguir.

Tensão secundária

A tensão nos terminais secundários dos transformadores de corrente está limitada pela
saturação do núcleo. Mesmo assim7 é possível o surgimento de tensões elevadas secundárias
quando o primário dos TC's é submetido a correntes muito altas ou existe acoplada uma carga
secundária de valor superior à nominal
Quando a onda de fluxo senoidal está passando por zero, ocorrem momento os valores mais
elevados de sobretensão, já que neste ponto se verifica máxima taxa de variação de fluxo
magnético no núcleo. A equação abaixo permite que se calcule a força eletromotriz induzida no
secundário do TC em função impedâncias da carga e dos enrolamentos secundários do
transformador de corrente
Es = Ics (Rc + Rtc ) 2
+ ( Xc + Xtc ) Volts ,
2
onde

Ics- corrente que circula no secundário, em A;


Rc- resistência da carga, em Ώ;
- 105 -
Rtc -resistência do enrolamento secundário do TC, em Ώ;
Xc - reatância da carga, em Ώ;
Xtc - reatância do enrolamento secundário do TC, em Ώ.
'1
Os valores das resistências e reatância das cargas padronizadas secundárias ,dos
transformadores de corrente já foram dadas, enquanto as resistência reatância dos enrolamentos
secundários podem ser obtidas a partir dos ensaios laboratório, cujos valores variam em faixas
bastante largas. Como ordem de grandeza a resistência pode variar entre 0,150 e 0,350 Ώ. Já a
reatância também em ordem de grandeza tem valores entre 0,002 e 1,8 Ώ.
Como se pode observar através da Tabela abaixo, a tensão nominal pode ser obtida retamente,
em função da carga padronizada do TC e que é resultado do produto sua impedância pela corrente
nominal secundária e pelo fator de sobrecorrente, seja: VS = Fs X Zc X Is
Fs-fator de sobrecorrente, padronizado em 20.

CURV TENSÃO TC NORMALIZADO PARA


PROTEÇÃO
A SECUNDÁR CLASSE A CLASSE B
(VA) IA
(V)
C 2,5 10 A10 B10
C5 20 A20 B20
C 12,5 50 A50 B50
C 25 100 A100 B100
C 50 200 A200 B200
C 100 400 A400 B400
C 200 800 A800 B800

Designaçâo de um TC

Neste ponto já é possível identificar os transformadores de corrente através parâmetros


elétricos básicos. Dessa forma, a NBR 6856/81 designa um TC de serviço de proteção,
colocando em ordem a classe de exatidão, a classe quanto reatância e a tensão secundária para 20
vezes a corrente nominal. Como exemplo, transformador de corrente C1OO, de alta reatância,
para uma classe de exatidão de10% é designado por: 10A400.
Já os TC's destinados ao serviço de medição são designados pela classe de exatidão e pela
carga secundária padronizada. Como exemplo, um transformador de corrente para servir uma
carga do 20 VA, compreendendo os aparelhos e as perdas nos fios de interligação e destinados à
medição de energia para fins de faturamento, é designado por: 0, 3C25.

Fator térmico nominal

É aquele em que se pode multiplicar a corrente primária nominal de um para se obter a


corrente que pode conduzir continuamente, na freqüência e com cargas especificadas, sem que
sejam excedidos os limites de elevação de temperatura definidos por norma. A NBR 6856/81
especifica os seguintes fatores térmicos nominais: 1,0 - 1,2 - 1,3 - 1,5 - 2,0.

Corrente térmica nominal

É o valor eficaz da corrente primária de curto-circuito simétrico que o TC pode suportar por
um tempo definido, em geral, igual a 1 5, estando com o enrola monto secundário em curto-
circuito, sem que sejam excedidos os limites de elevação do temperatura especificados por
norma.

- 106 -
FATOR TERMICO DE CURTO-CIRCUITO

É a relação entre a corrente térmica nominal e a corrente nominal circula no primário do


Iter
transformador (valor eficaz) . É dado pela equação: Ftcc = , onde:
Inp
Iter – corrente térmica do TC , em A;
Inp – corrente nominal primária, em A

CORRENTE DINÂMICA NOMINAL

É o valor de impulso da corrente de curto-circuito assimétrica que circula no primário do


transformador de corrente e que este podo suportar, por um tempo estabelecido de meio ciclo,
estando os enrolamentos secundários em curto-circuito, sem que seja afetado mecanicamente, em
virtude das forças eletrodinâmicas desenvolvidas.
• Se as correntes circulantes são paralelas e de mesmo sentido, os condutores se atraem,
• Se as correntes circulantes são paralelas e de sentido contrário, os condutores se repelem
• A corrente térmica é inferior inicial de curto-circuito inicial simétrica : Idin = 2,5Iter

TENSÃO SUPORTÁVEL A FREQUENCIA INDUSTRIAL

Os transformadores devem ser capazes de suportar as tensões de ensai discriminadas na tabela


abaixo:

Tensão máxima do Tensão suportável nominal Tensão suportável nominal Tensão suportável nominal
equipamento (kV) de impulso atmosférico a freqüência industrial de impulso atmosférico cortado
(kV crista) Durante 1 minuto (kV eficaz)
NOTA A NOTA B ( Kv Ef) NOTA A NOTA B
0,6 **** **** 4 **** ****
1,2 **** **** 10 **** ****
7,2 40 60 20 44 66
15,0 95 110 34 105 121
25,8 125 150 50 138 165
38,0 150 200 70 165 220
48,3 250 250 95 275 275
72,5 325 350 140 357 385

A- GRANDEZAS A QUE É REFERIDO O ISOLAMENTO, NAS CONDIÇÕES


PREVISTAS NA NBR 5855/81
B- Para os sistemas que satisfaçam as condições do anexo b da NBR 6856/81.

Polaridade

Os transformadores de corrente destinados ao serviço de medição de energia, relés de


potência, fasímetros etc. são identificados nos terminais de ligação primário e secundário por
letras convencionadas que indicam a polaridade para a qual foram construídos e que pode ser
positiva ou negativa.
São empregadas as letras, com seus índices, P1, P2 e S1, S2, respectivamente, para designar os
terminais primários e secundários dos transformadores de corrente.
Diz-se que um transformador de corrente tem polaridade subtrativa, por exemplo, quando a onda
de corrente, num determinado instante, percorre o primário de P1 para P2 e a onda de corrente
correspondente no secundário assume a trajetória de S1 para S2. Caso contrário, diz-se que o TC
tem polaridade aditiva.
A maioria dos transformadores de corrente tem polaridade subtrativa, sendo inclusive
indicada pela NBR 6856/81. Somente sob encomenda são fabricados transformadores de
corrente com polaridade aditiva.
Construtivamente, os terminais de mesma polaridade vêm indicados no TC correspondência. A
polaridade é obtida orientando o sentido de execução do enrolamento secundário em relação ao
- 107 -
primário, de modo a se conseguir a orientação desejada do fluxo magnético.

CLASSIFICAÇÃO

Os transformadores de corrente devem ser fabricados de acordo com a destinação no circuito


no qual estarão operando os transformadores de corrente para medição e para proteção.

1. TRANSFORMADORES DE CORRENTE PARA SERVIÇO DE MEDIÇÃO

Os TC's empregados na medição de corrente ou energia são equipamentos capazes de


trasformar as correntes de carga na relação, em geral, de Ip/5 A , propiciando o registro dos
valores pelos instrumentos medidores sem que estes estejam ligação direta com o circuito
primário da instalação.
Eventualmente, são construídos transformadores de corrente com vários núcleos, uns
destinados à medição de energia e outros, próprios para o serviço de proteção. Porém, as
concessionárias, geralmente, especificam em suas normas unidades separadas para a sua medição
de faturamento, devendo o projetista da ação reservar uma unidade independente para a proteção,
quando for o caso.

2. FATOR DE SOBRECARGA

Além de representar uma elevada segurança aos operadores e leituristas, os transformadores de


corrente têm a finalidade de proteger os instrumentos de medida contra sobrecargas ou
sobrecorrentes de valores muito elevados. Isto é possível, porque o seu núcleo é especificado para
entrar em saturação para correntes superiores à corrente nominal vezes o fator de sobrecorrente,
Ips
conforme se pode mostrar na equação: Fs = onde:
Inp
Ips- corrente primária nominal de segurança
Inp- corrente nominal primária do TC

Já a corrente primária nominal de segurança é expressa pelo valor da corrente primária que
atende a equação Kn × Is ≤ 0,9 × Ip

Ks - relação nominal do TC;


Is - corrente que flui no secundário do TC;
Ip- corrente que flui no primário do TC.

A segurança do instrumento alimentado pelo TC será tanto maior quanto menor for o fator de
segurança. Assim, para um TC 100-5A, instalado num circuito onde a corrente primária de
defeito é de 3.200A e a corrente secundária é de 20A (TC saturado), tem-se:

Kn=100/5 = 20
Is = 4 X 5 = 20 A
Ip = 3.200 A
20 x 20<0,9 x 3.200
400 < 2.880 ( satisfaz a condição)

O fator Fs , segundo a NBR 6856/81 deve ser decidido entre fabricante e comprador desde que
a equação Kn × Is ≤ 0,9 × Ip seja satisfeita. Em geral, Fs varia entre valores de 4 a 10. Isto quer
dizer, neste último caso, que a saturação do TC deve-se dar a partir de: 10 X 100 = 1.000 A.
O valor do fator de sobrecorrente ou de segurança é especificado para a maior carga nominal
designada para o TC. Ao se conectar cargas inferiores, o fator de segurança cresce inversamente
proporcional à redução da carga conectada. Assim um TC cujo Fs = 8, ao se aplicar no seu
secundário uma carga de 50% da sua carga nominal, o fator de segurança toma o valor de: Fs =
8/0,0, 5 = 16.
- 108 -
Normalmente os aparelhos de medida são fabricados para suportar por um período de 1
segundo cerca de 50 vezes a sua corrente nominal, o que permite uma segurança extremamente
grande para a operação destes equipamentos. Já a IEC 185 especifica o fator de segurança desde
que seja atendida a equação:
Ie
× 100 ≥ 10% , onde Ie representa a corrente de excitação e Ins a corrente nominal
Ins × Fs
secundária.

ERROS DOS TRANSFORMADORES DE CORRENTE

Os transformadores de corrente se caracterizam, entre outros elementos essenciais, pela


relação de transformação nominal e real. A primeira exprime o valor da relação entre as correntes
primária e secundária para a qual o equipamento foi projetado, e é indicada pelo fabricante. A
segunda exprime a relação entre as correntes primária e secundária que se obtém realizando
medidas precisas em laboratório , já que estas correntes são muito próximas dos valores
nominais. Essa pequena diferença se deve à influência do material ferro-magnético de que é
constituído o núcleo do TC. Contudo, o seu valor é de extrema importância, quando se trata de
transformadores de corrente destinados à medição.
Logo, para os transformadores de corrente que se destinam apenas à medição de corrente, o
importante para se saber a precisão da medida é o erro inerente à relação de transformação. No
entanto, quando é necessário se proceder a uma medição em que é importante o defasamento da
corrente em relação à tensão, deve-se conhecer o erro do ângulo de fase (β) que o transformador
de corrente vai introduzir nos valores medidos. Assim, por exemplo, para medição de corrente e
tensão, com a finalidade de se determinar o fator de potência de um circuito, se for utilizado um
transformador de corrente que produza um referido ou avanço na corrente em relação á tensão, no
seu secundário, propiciará uma medição falsa do fator de potência verdadeiro.
Em geral, os erros de relação e de ângulo de fase dependem do valor da corrente primária do
TC, do tipo de carga ligada no seu secundário e da freqüência o sistema que é normalmente
desprezada, devido à relativa estabilidade deste parâmetro nas redes de suprimento.

ERRO DE RELAÇÃO DE TRANSFORMAÇÃO

É aquele que é registrado na medição de corrente com TC, onde a corrente primária não
corresponde exatamente ao produto da corrente lida no secundário ela relação de transformação
nominal.
Os erros nos transformadores de corrente são devidos basicamente à corrente do ramo
magnetizante, conforme se mostra na Figura do transformador de corrente equivalente, já
mostrado anteriormente. A impedância do enrrolamento primário não exerce nenhum efeito sobre
o erro do TC, representando apenas uma impedância série no circuito do sistema em que está
instalado este equipamento, cujo valor pode ser considerado desprezível. A representação de um
TC após estas considerações pode ser dada pela Figura abaixo.
Entretanto, este erro pode ser corrigido através do fator de correção de relação (FCRr) e dado
pela equação: FCRr = Is + Ic , Is é a corrente secundária de carga e Ie é a corrente de
Is
excitação referida ao secundário, em A.

- 109 -
O valor desta corrente Ie pode ser determinado a partir da curva de excitação secundária do
TC que, para uma determinada marca, pode ser dado pela figura a seguir:

O fator de correção de relação de transformação também pode ser definido como sendo aquele
que deve ser multiplicado pela relação de transformação de corrente nominal RTC, para se obter
a verdadeira relação de transformação, isto é ,sem erro, ou seja:
RTCr
FCRr = onde RTCr é a relação de transformação real e RTC a relação nominal
RTC
Finalmente , o erro de relação pode ser calculado percentualmente através da equação:
RTCr × Is − Ip
Ep = × 100 , onde Ip é a corrente primária do TC
Ip
O erro da relação também pode ser expresso como: Ep=(100-FCRp) , sendo o FCRp
RTCr
= × 100 .
RTC

Os valores percentuais de FCRp podem ser encontrados nos gráficos das Figuras A, B e C,
respectivamente, para as classes de exatidão iguais a 0,3- 0,6 - 1,2.

- 110 -
ERRO DE ÂNGULO DE FASE

É o ângulo (β) que mede a defasagem entre a corrente vetorial primária e o inverso da corrente
vetorial secundária de uni transformador de corrente, como se vê na Figura abaixo. Para qualquer
fator de correção de relação (FCRp) conhecido de um TC, os valores limites positivos e negativos
do ângulo de fase (β) em minutos podem ser expressos pela equação
β = 2.600 × (FCRp − FCTp ) , em que o fator de correção de transformação (FCTp) do referido
TC assume os valores máximos e mínimos:

FCTp - fator de correção de transformação percentual.

Esse fator é definido como sendo aquele que deve ser multiplicado pela leitura registrada por
um aparelho de medição (voltímetro, varimetro etc.) ligado aos terminais de um TC , para corrigir
o efeito combinado do angulo de fase β e do fator de correção de relação percentual FCRp.

CLASSE DE EXATIDÃO

A classe de exatidão exprime nominalmente o erro esperado do transformador de corrente


levando em conta o erro de relação de transformação e o erro de defasamento entre as correntes
primária e secundária.
Considera-se que um TC para serviço de medição esta dentro de sua classe de exatidão
nominal, quando os pontos determinados pelos fatores de correção de relação percentual (FCRp)
e pelos ângulos de fase β estiverem dentro do paralelogramo de exatidão.
De acordo com o instrumentos a serem ligados aos terminais secundários do TC, devem ser as
seguintes as classes de exatidão destes equipamentos:
- 111 -
• para aferição e calibração dos instrumentos de medida de laboratório : 0,1;
• alimentação de medidores de demanda e consumo ativo e reativo para fins de
faturamento: 0,3;
• alimentação de medidores para fins de acompanhamento de custos industriais: 0,6;
• alimentação de amperímetros indicadores , registradores gráficos, reles de impedância,
relés diferenciais , reles de distância, reles direcionais : 1,2;
• alimentação de reles de ação direta, por exemplo, aplicados em disjuntores primários de
subestações de consumidor: 3,0

A classe de precisão 3,0 não tem limitação de erro de ângulo de fase e o seu fator de correção
de relação percentual (FCRp) deve situar-se entre 103 e 97% para que possa ser considerado
dentro de sua. classe de exatidão. Como o erro de um transformador de corrente depende da
corrente primária para ser determinada a sua classe de exatidão, a NBR 6856/81 especifica que
sejam realizados dois ensaios que correspondem, respectivamente, aos valores de 10% e 100% da
corrente nominal primária.

Como também o erro é função da carga secundária do TC, os ensaios devem realizados,
tomando-se como base os valores padronizados destas cargas que podem ser obtidos na já
mostrada. O transformador de corrente só é considerado dentro de sua classe de exatidão se os
resultados dos ensaios levados para os gráficos das Figuras do paralelogramo.
Uma análise dos paralelogramos de exatidão indica que, quanto maior for a rente primária,
menor será o erro de relação permitido para o TC. Contrariante, quanto menor for a corrente
primária, maior será o erro de relação permitido. Isto se deve à influência da corrente de
magnetização. Uma outra maneira de testar esta afirmação é observar os gráficos da Figura
abaixo

Como exemplo de aplicação dos gráficos de exatidão anteriormente apresentados, a Figura


acima fornece o erro do ângulo de fase em função do múltiplo da corrente nominal de alguns
transformadores de um certo fabricante. Do mesmo modo, a Figura abaixo fornece também o erro
de relação percentual, bem como o fator de correção de relação em função do múltiplo da
corrente nominal dos transformadores de corrente já mencionados.

- 112 -
Através da construção do diagrama fasorial de um transformador de corrente, pode-se
visualizar os principais parâmetros elétricos envolvidos na sua construção.

Com base no gráfico fasorial já visto, as variáveis são assim reconhecidas:

Ic -corrente de excitação;
μ- fluxo magnetizante.
β - ângulo de fase;
Vs- tensão no secundário de TC;
1s - corrente do secundário;
RS X IS - queda de tensão resistiva do secundário
XS X Is - queda de tensão reativa de dispersão do secundário
Es - força eletromotriz do enrrolamento secundário
Ip - corrente circulante no primário
If - corrente de perdas ôhmicas no ferro

A representação do circuito equivalente de um transformador de corrente de ser conforme a


Figura abaixo. A queda de tensão primária no diagrama fasorial foi omitida devido aos valores de
Rp e Xp serem muito pequenos, não influenciando, praticamente, em nada as medidas efetuadas.
Pode-se, também, perceber no diagrama o ângulo de fase β formado pela corrente secundária
tomada no seu inverso e a corrente primária Ip.

Ainda com relação aos paralelogramos de exatidão, é bom frisar que a classe exatidão
corresponde ao valor do erro de relação percentual tomado para 100% corrente nominal,
conforme se observa nos gráficos das Figuras dos paralelogramos. Correntes inferiores, não
menores do que 10% de In , o erro de relação é maior do o valor dado para a classe de exatidão
correspondente, porém, o transformador de corrente continua normalmente enquadrado dentro de
sua classe de exatidão.

- 113 -
TRANSFORMADORES DE CORRENTE DESTINADOS A PROTEÇAO

Os transformadores de corrente destinados à proteção de sistemas elétricos são equipamentos


capazes de transformar elevadas correntes de sobrecarga ou de curto-circuito em pequenas
correntes, propiciando a operação dos relés sem que estes estejam em ligação direta com o
circuito primário da instalação, oferecendo garantia de segurança aos operadores, facilitando a
manutenção dos seus componentes e, por fim, tornando-se uni aparelho extremamente
econômico, já que envolve reduzido emprego de matérias-primas.
Ao contrário dos transformadores de corrente para medição, os TC's para serviço de proteção
não devem saturar para correntes de elevado valor, tais como as que se desenvolvem durante a
ocorrência de um defeito no sistema. Caso contrario, os sinais de corrente recebidos pelos relés
estariam mascarados, permitindo, desta forma, uma operação inconseqüente do sistema elétrico.
Assim, os transformadores de corrente para serviço de proteção apresentam um nível de saturação
elevado, igual a 20 vezes a corrente nominal, conforme se pode mostrar na curva da Figura
abaixo, como exemplo genérico.

Pode-se perfeitamente concluir que jamais se deve utilizar transformadores de proteção em


serviço de medição e vice-versa. Além disso, deve-se levar em conta a classe de exatidão em que
estão enquadrados os TC's para serviço de proteção que, segundo a NBR 6856/81, podem ser de
5 ou 10.

Diz-se que um TC tem classe de exatidão 10, por exemplo, quando o erro de relação
percentual, durante as medidas efetuadas, desde a sua corrente nominal secundária até 20 vezes o
valor da referida corrente, é de 10%. Este erro de relação percentual pode ser obtido através da
equação: Ep = Ic × 100 , onde Is é a corrente secundária em seu valor eficaz; e Ie é a corrente de
Ie
excitação correspondente, em seu valor eficaz.

Ainda segundo a NBR 6856, o erro de relação do TC deve ser limitado ao de corrente
secundária desde 1 a 20 vezes a corrente nominal e a qualquer igual ou inferior à nominal.

Deve-se alertar para o fato de que os transformadores de corrente com mais na derivação no
enrolamento secundário têm a sua classe de exatidão relacionado com a sua operação na posição
que leva o maior número de espiras.

Além da classe de exatidão, os transformadores de corrente para serviço proteção são


caracterizados pela sua classe, relativamente à impedância do seu lamento secundário, ou seja:

• classe B são aqueles cujo enrolamento secundário apresenta reatância que ser desprezada.
Nesta classe, estão enquadrados os TC's com núcleo toroidal ou simplesmente TC's de
bucha;

- 114 -
• classe A são aqueles cujo enrolamento secundário apresenta uma reatância que pode ser
desprezada. Nesta classe, estão enquadrados todos os TC's que NÃO se enquadram na
classe B.

Os transformadores de corrente, como estão em série com o sistema, ficam sujeitos às mesmas
solicitações de sobrecorrente sentidas por este, como, por exemplo, a corrente resultante de um
defeito trifásico.
É importante frisar que não há nenhuma assimetria na corrente de defeito a falta ocorre
exatamente no momento em que a corrente que flui no sistema passando pelo seu zero natural e
em atraso da tensão de 900. Quanto mais Limo ocorrer o instante do defeito do momento em que
se dará o valor de crista da ao menor será o componente contínuo e, conseqüentemente, a corrente
inicial de curto-circuito.
Sabe-se que o componente contínuo diminui exponencialmente com a constante de tempo do
sistema elétrico, Ct, enquanto que o componente alternado da corrente de curto-circuito
permanece inalterado até o instante do desligamento da chave de proteção, considerando que o
defeito tenha ocorrido distante dos terminais da fonte de geração. O valor da corrente de curto-
circuito em qualquer momento pode ser dada pela

 −CtT ×cosθ − cos (ωt −θ ) 


Icc = 2 × Icf × e 
 
equação:

Onde
1
cc(t) - valor instantâneo da corrente de curto-circuito, num determinado instante T
Icf - valor eficaz simétrico da corrente de curto-circuito;
T - tempo durante o qual ocorreu o defeito até o desligamento do circuito;
Ct - constante de tempo do sistema que é proporcional à relação X/R, sendo R e X contados
desde a fonte até o ponto de defeito, em segundos;
Θ - ângulo elétrico de defasagem entre Vmax e o instante T = 0.

O primeiro termo da equação acima representa o valor do componente contínuo que decresce
com o valor crescente do tempo T de desligamento. Também, quanto maior for o Ct, maior será a
duração do componente continuo, isto é, quanto mais reativo for o sistema, maior será a duração
do componente contínuo. O segundo termo da equação representa o valor simétrico da corrente
alternada da corrente de curto-circuito.

TC em alta tensão
- 115 -
Exemplo de aplicação de TC´s em proteção de transformadores

TRANSFORMADOR DE POTENCIAL

INTRODUÇÃO

Os transformadores de potencial são equipamentos que permitem aos instrumentos de medição


e proteção funcionarem adequadamente sem que seja necessário possuir tensão de isolamento de
acordo com a da rede à qual estão ligados.
Na sua forma mais simples, os transformadores de potencial possuem um rolamento primário
de muitas espiras e um enrolamento secundário através do aí se obtém a tensão desejada,
normalmente padronizada em 115 V ou 115/√3. Dessa forma, os instrumentos de proteção e
medição são dimensionados em tamanhos reduzidos com bobinas e demais componentes de baixa
isolação.

Os transformadores de potencial são equipamentos utilizados para suprir ~relhos que


apresentam elevada impedância, tais como voltímetros, relés de tensão, bobinas de tensão de
medidores de energia etc.

CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS

Os transformadores de potencial são fabricados de conformidade com o tipo de ligação


requerido, com as tensões nominais primárias e secundárias no necessárias e com o tipo de
instalação desejado.
O enrolamento primário é constituído de uma bobina de várias camadas de submetido a uma
esmaltação, em geral dupla, enrolado em um núcleo de ferro magnético sobre o qual também se
envolve o enrolamento secundário.
Já o enrolamento secundário ou terciário é de fio de cobre duplamente esmaltado e isolado do
núcleo e do enrolamento primário por meio de fitas de papel especial.
Se o transformador for construído em epóxi, o núcleo com as respectivas bobinas são
encapsulados através de processos especiais de modo a evitar a formação de bolhas no seu
interior, o que, para tensões elevadas, se constitui num fator de defeito grave. Nestas condições,
esse transformador torna-se compacto, de peso relativamente pequeno, porém descartável ao ser
danificado.

Se o transformador for de construção em óleo, conforme Figura abaixo, o núcleo com as


respectivas bobinas são secos sob vácuo e calor. O transformador, ao ser completamente
- 116 -
montado, é tratado a vácuo para em seguida ser preenchido com óleo isolante.

O tanque, dentro do qual é acomodado o núcleo juntamente com os enrola mentos, é


construído com chapa de feno pintada ou galvanizada a fogo. Na parte superior são fixados os
isoladores de porcelana vitrificada, dois para TP's do grupo 1 e somente um para os TP's dos
grupos 2 e 3. Alguns transformadores possuem tanque de expansão de óleo, localizado na parte
superior da porcelana, conforme mostra a Figura abaixo.

Na parte inferior do TP está localizado o tanque com os elementos ativos, onde se acha a caixa
de ligação dos terminais secundários. O tanque também dispõe de uni terminal de aterramento do
tipo parafuso de aperto.
Os transformadores de potencial podem ser construídos de dois tipos básicos:
TP`s indutivos e TP's capacitivos.

1. TRANSFORMADORES DE POTENCIAL DO TIPO INDUTIVO

São desta forma, construídos basicamente todos os transformadores de potencial para


utilização até a tensão de 138 kV, por apresentarem custo de produção inferior ao do tipo
capacitivo. Os transformadores de potencial indutivo são dotados de um enrolamento primário
envolvendo um núcleo de ferro-silício que é comum ao enrolamento secundário, conforme se
mostra na Figura abaixo.

Os transformadores de potencial funcionam com base na conversão eletromagnética entre os


- 117 -
enrolamentos primários e secundários. Assim, para uma determinada tensão aplicada nos
enrolamentos primários, obtém-se nos terminais secundários urna tensão reduzida dada pelo valor
da relação de transformação de tensão. Da mesma forma que, se aplicada uma dada tensão no
secundário, obtém-nos terminais primários uma tensão elevada de valor dado pela relação de
transformação considerada. Se, por exemplo, é de 13.800 V a tensão aplicada nos bornes
primários de um TP, cuja relação de transformação nominal é de 120, logo se obtém no seu
secundário a tensão convertida de 115 V, ou seja: 13.800/120 = 115 V.

Os transformadores de potencial indutivos são construídos segundo três grupos de ligação


previstos pela NUR 6855/81 - Transformadores de potencial - Especificação:

Grupo 1 - são aqueles projetados para ligação entre fases. São basicamente os do tipo
utilizado nos sistemas de até 34,5 kV. Os transformadores enquadrados neste grupo devem
suportar continuamente 10% de sobrecarga;

Grupo 2 - são aqueles projetados para ligação entre fase e neutro de sistemas diretamente
aterrados, isto é:

Rz
≤1
Xp

Rz-Resistência de seqilêlicia zero do sistema;


Xp-Reatância de seqúência positiva do sistema;

Grupo 3 - são aqueles projetados para ligação entre fase e neutro de sistemas onde não se garanta
a eficácia do aterramento.

Os transformadores enquadrados nos grupos 2 e 3 são construídos segundo a seguir

A tensão primária destes transformadores corresponde à tensão de fase da rede, enquanto no


secundário as tensões podem ser de 115√3 ou de 115 V, ou ainda as duas tensões mencionadas,
obtidas através de unia derivação, conforme se mostra na Figura abaixo.

- 118 -
2. TRANSFORMADOR DE POTENCIAL DO TIPO CAPACITIVO

Os transformadores deste tipo são construídos basicamente com a utilização e dois conjuntos
de capacitores que servem para fornecer um divisor de tensão e permitir a comunicação através
do sistema Carrier. São construídos normalmente para tensões iguais ou superiores a 138 kV e
apresentam como esquema básico da figura abaixo.

O transformador de potencial capacitivo é constituído de um divisor capacitivo, cujas células


que formam o condensador são ligadas em série e o conjunto fica imerso no interior de uni
invólucro de porcelana. O divisor capacitivo é ligado entre fase e terra. Uma derivação
intermediária (T) alimenta um grupo de medida e média tensão que compreende, basicamente, os
seguintes elementos:
• um transformador de potencial ligado na derivação intermediária, através da tomada (T) e
fornecendo as tensões secundárias desejadas;
• um reator
de compensação ajustável para controlar as quedas de tensão e a defasagem no divisor
capacitivo, na freqüência nominal, independentemente da carga, porém nos limites previstos
pela classe de exatidão considerada;
• uni
dispositivo de amortecimento dos fenômenos de ferro-ressonância.

A não ser pela classe de exatidão, os transformadores de potencial não se diferenciam entre
aqueles destinados à medição e à proteção. Contudo, são classificados de acordo com o erro que
introduzem nos valores medidos no secundário.

CARACTERÍSTICAS ELETRICAS

Serão estudadas agora as características elétricas dos transformadores de potencial

Erro de relação de transformação

Este tipo de erro é registrado na medição de tensão com TP, onde a tensão primária não
corresponde exatamente ao produto da tensão lida no secundário pela relação de transformação
de potencial nominal. Este erro pode ser corrigido através do fator de correção de relação (FCR).
O produto entre a relação de transformação de potencial nominal (RTP) e o fator de correção de
relação resulta na relação de transformação de potencial real (RTPr), ou seja:
- 119 -
RT Pr
FCRr =
RTP

Finalmente, o erro de relação pode ser calculado percentualmente através da equação abaixo:

RT Pr× Vs − Vp
Ep = × 100 (%) , onde Vp é a tensão aplicada no primário do trafo de potencial.
Vp
O erro de relação percentual também pode ser expresso pela equação:

Ep = (100 − FCRp ) %

Sendo FCRp o fator de correção de relação percentual dado pela equação:

RT Pr
FCRp = × 100 (%)
RTCp

Os valores percentuais de FCRp podem ser encontrados nos gráficos da figura abaixo, que
compreendem as classes de exatidão : 0,3 ; 0,6 ; 1,2.

Algumas observações devem ser feitas envolvendo as relações do transformador de potencial


nominal e real, ou seja:
• se o RTP > RTPr, o fator de correção de relação e o erro de relação percentual
FCRp< 100% e o erro de relação Ep > 0. Neste caso, o valor real da tensão primária é menor
que o produto RTP xVs;
• se o RTP < RTPr, o fator de correção de relação e o erro de relação percentual FCRp>100% e
o erro de relação Ep < 0. Neste caso, o valor maior que o produto RTP x Vs.

ERRO DE ÂNGULO DE FASE

E o ângulo γ que mede a defasagem entre a tensão vetorial primária e a tensão vetorial
secundária de um transformador de potencial. Pode ser expressa pela equação abaixo:

γ = 2.600 x (FCTp – FCRp) onde:

- 120 -
FCTp é o fator de correção de transformação que considera tanto o erro de relação de
transformação (FCRp), como o erro do ângulo de fase, nos processos de medição de potência. A
relação entre o ângulo de fase (γ) e o fator de correção de relação é dado nos gráficos da Figura
acima, extraída da NBR 6855/81.

CLASSE DE EXATIDÃO

Classe de exatidão exprime nominalmente o erro esperado do transformador te potencial,


levando em conta o erro de relação de transformação e o erro de defasamento angular entre as
tensões primária e secundária. Este erro é medido elo fator de correção de transformação.

Desta forma conclui-se que o FCT é o número que deve ser multiplicado elo valor da leitura
de determinados aparelhos de medida, tais como o medidor e energia elétrica e de demanda,
wattímetro, varimetro, etc, de sorte a se obter correção dos efeitos simultâneos do fator de
correção de relação e do ângulo de defasagem entre Vs e o inverso de Vp.

Os erros verificados num determinado transformador de potencial estão relacionados com a


carga secundária a ele acoplada e ao fator de potência correspondente desta mesma carga.

Considera-se que um TP está dentro de sua classe de exatidão, quando os pontos determinados
pelos fatores de correção de relação (FCR) e pelos ângulos e fase (γ) estiverem dentro do
paralelogramo de exatidão, correspondente a sua classe de exatidão.

Para se determinar a classe de exatidão do TP, são realizados ensaios a vazio e em carga com
valores padronizados por norma. Cada ensaio correspondente cada carga padronizada é efetuado
para as seguintes condições:

• ensaio sob tensão nominal;


• ensaio a 90% da tensão nominal;
• ensaio a 110% da tensão nominal.

Os transformadores de potencial, segundo a NBR 6855/81, podem apresentar as seguintes


classes de exatidão: 0,3 - 0,6 - 1,2, existindo ainda TP's da classe de exatidão 0,1. Os TP's
construídos na classe de exatidão 0,1 são utilizados nas medições em laboratório ou em outras
que requeiram unia elevada precisão de resultado. Já os TP's enquadrados na classe de exatidão
0,3 são destinados à medição energia elétrica com fins de faturamento. Enquanto isso, os TP's da
classe 0,6 são utilizados no suprimento de aparelhos de proteção e medição de energia elétrica
com a finalidade de faturamento. Os TP's da classe 1,2 são aplicados na medição indicativa de
tensão.

No caso de um transformador de potencial da classe de exatidão 3, considera que ele está


dentro de sua classe de exatidão cm condições especificadas quando, estas condições, o fator de
correção de relação estiver entre os limites 1,03 e 0,97.

Os transformadores de potencial com um único enrolamento secundário devem estar dentro de


sua classe de exatidão quando submetidos às tensões compreendidas entre 90% e 110% da tensão
nominal e para todos os valores de cargas nominais desde a sua operação em vazio até a carga
nominal especificada. O mesmo TIP deve estar dentro de sua classe de exatidão para todos os
valores de fator de potência indutivo medidos em seus terminais primários, compreendidos entre
0,6 e 1,0, cujos limites definem os gráficos do paralelogramo de exatidão.
As Figuras abaixo mostram como exemplos as curvas obtidas no ensaio de exatidão, desenhadas
para uma impedância correspondente a 0 e a 100% da carga nominal e relativas, respectivamente,
ao erro de relação de transformação percentual e ao deslocamento de fase. Através da construção
do diagrama fasorial de um transformador de potencial, podem-se visualizar os principais
parâmetros elétricos envolvidos na sua construção. As áreas hachuradas indicam a faixa de tensão
entre 90 e 110% da tensão nominal.

- 121 -
Através da construção do diagrama fasorial de um transformador de potencial pode-se
visualizar os principais parâmetros envolvidos na sua construção.

Ep é a força eletromotriz auto-induzida no primário


Es é a força eletromotriz auto-induzida no secundário
Vp é a tensão primária
Vs é a tensão secundária
Ip é a corrente primária
Is é a tensão secundária
Ie é a corrente de magnetização
Iμ é a corrrente de magnetização responsável pelo fluxo Φ
If é a corrente de perdas no ferro
Γ o ângulo de defasamento
- 122 -
Rp e Rs as resistências dos enrrolamentos primário e secundário
Xp e Xs as reatâncias dos enrrolamentos primário e secundário

A representação do circuito equivalente de um transformador de potencial pode ser feita


segundo mostrado abaixo.

Pode-se perceber no diagrama o ângulo de fase γ, formado pela tensão secundária Vs, tomada
no seu inverso, e a tensão primária.

TENSÕES NOMINAIS

Os transformadores de potencial, por norma, devem suportar tensões de serviço de 10% acima
de seu valor nominal, em regime contínuo, sem nenhum prejuízo a sua integridade.
As tensões nominais primárias devem ser compatíveis com as tensões de operação dos sistemas
primários aos quais os TP's estão ligados. A tensão secundária é padronizada em 115 V, para TP's
do grupo 1 e 115/√3 v para TP't pertencentes aos grupos 2 e 3.

As tensões primárias e as relações nominais estão especificadas na Tabela a seguir. Estas


últimas estão representadas em ordem crescente, segundo a notação adotada ela NDR 6855/81.

- 123 -
• sinal de dois pontos (:) deve ser usado para representar relações nominais, como por
exemplo 120:1;

• o hífen (-) deve ser usado para separar relações nominais de enrolamentos diferentes, como
por exemplo: 13.800-115V e 13.800/ √3- 115V;

• sinal (x) deve ser usado para separar tensões primárias nominais e relações nominais de
enrolamentos destinados a serem ligados em série ou paralelo, como por exemplo: 6.900x
13.800 - 115 V

• a barra (/) deve ser usada para separar tensões primárias nominais e relações nominais
obtidas por meio de derivações, seja no enrolamento primário, seja no enrolamento
secundário, como por exemplo: 13.800/√3 - 115/115/√3, que corresponde a um TP do grupo
2 ou 3, com um enrolamento primário e um enrolamento secundário com derivação.

CARGAS NOMINAIS

A soma das cargas que são acopladas a um transformador de potencial deve ser compatível
com a carga nominal deste equipamento padronizada pela NBR /6855/81 e dada na Tabela
abaixo.

CARGA NOMINAL CARACTERÍSTICAS A 60HZ E 120 V (a) CARACTERÍSTICAS A 60HZ E


69,3 V(b)
DESIGNAÇÃO POT. COSΦ RESISTENCIA REATÂNCIA IMPEDÂNCIA RESISTÊNCIA INDUTÂNCIA IMPEDÂNCIA
APARENTE
VA Ω mH Ω Ω mH Ω
P12,5 12,5 0,10 115,2 3042 1152 38,4 1014 384
P25 25 0,70 403,2 1092 576 134,4 364 192
P75 75 0,85 163,2 268 192 54,4 89,4 64
P200 200 0,85 61,2 101 72 20,4 33,6 24
P400 400 0,85 30,6 50 36 10,2 16,8 12
(a) Característica para tensões entre 100 e e130 Volts
(b) Característica para tensões entre 58 e e75 volts

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Ao contrário dos transformadores de corrente, a queda de tensão nos condutores de
interligação entre os instrumentos de medida e o transformador de potencial é muito pequena.
Contudo, deve-se tomar precauções quanto às quedas de tensão secundárias para circuitos muito
longos, que podem ocasionar erros de medida, se estudou anteriormente.
Como se observa na Tabela acima, os transformadores de potencial alimentam cargas cujas
impedâncias normalmente são muito elevadas. Como a corrente se secundária é muito pequena,
pode-se concluir que estes equipamentos operam praticante a vazio. Porém, nos cálculos do fator
de correção de relação de carga total ângulo de defasagem, deve-se levar em consideração a
reatância indutiva dos condutores secundários de alimentação das cargas.

A Tabela abaixo indica, em média, as cargas dos principais aparelhos que normalmente são
ligados a transformadores de potencial, devendo-se alertar para o fato de que na elaboração de um
projeto é necessário conhecer a carga real do aparelho, a esse valor variar sensivelmente entre
modelos e entre fabricantes.

Nesse ponto, já é possível identificar os transformadores de potencial através de seus


parâmetros elétricos básicos. Dessa forma, a NBR 6855/81 designa um TP, quando em ordem a
classe de exatidão e a potência térmica nominal, como, por exemplo: 0,3-P200.
Um caso particular na utilização de transformadores de potencial é sua aplicação na alimentação
de circuitos de comando de motores e outras cargas que devem ser acionadas a distância.
As normas de equipamentos elétricos para manobras de máquinas prescrevem que os circuitos de
comando devem ser ligados, no máximo, em tensão de 220 volts, o que leva a se proceder à
ligação entre fase e neutro em sistemas de 380 Volts. No entanto, este procedimento torna-se
inadequado dada a possibilidade de deslocamento do neutro, em razão do desequilíbrio de carga
entre as fases componentes, conforme se pode observar na figura abaixo.Nesse caso, a bobina da
chave de comando, normalmente um contator, pode ficar submetida a uma diferença de potencial
inferior à mínima permitida do fechamento do comando ou do comando de ligação propiciando
condições indesejáveis de operação.

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É conveniente neste caso, que os circuitos de comando sejam conectados ao sistema através de
transformadores de potencial, ligados entre fases, o que permitiria uma alimentação com tensão
estável em 220 volts, como prescrevem as normas.
Como os contatores são os elementos mais comumente utilizados nas instalações elétricas
industriais que devem ser obedecidas na ligação de suas bobinas, ou seja:

• a queda de tensão no circuito de comando não deve ultrapassar a 5%, em regime intermitente;

• carga a ser computada para o dimensionamento do transformador de potencial deve levar em consideração a
potência das lâmpadas de sinalização, a carga consumida continuamente pelas bobinas e a sua potência de
operação;

• no cálculo da carga total deve-se levar em consideração tanto as cargas ativas como as cargas reativas das
bobinas em regime contínuo e em regime dc operação

A Tabela abaixo dá os valores de potência das bobinas dos contatores da linha 3TB de
fabricação Siemens, tanto em regime permanente como em regime de curta duração.

A Tabela fornece as cargas admissíveis no secundário dos transformadores de potencial em


regimes contínuo e de curta duração, em função do fator de potência, considerando que a queda
de tensão no secundário do transformador não seja superior a 5%.

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POLARIDADE

Os transformadores de potencial destinados ao serviço de medição de energia elétrica, relés de


potência etc. são identificados nos terminais de ligação primário e secundário por letras
convencionadas que indicando a polaridade para a qual foram construídos.
São empregadas as letras, com seus índices H1 e H2, X1 e X2, respectivamente, para designar os
terminais primários e secundários dos transformadores de potencial, conforme pode-se observar
na Figura abaixo.

Diz-se que um transformador de potencial tem polaridade subtrativa, por exemplo, quando a
onda de tensão, num determinado instante, atingindo os terminais primários, tem direção de H1
para 112 e a correspondente onda de tensão secundária está no sentido de X1 para X2. Caso
contrário, diz-se que o transforma-ir de potencial tem polaridade aditiva.
A maioria dos transformadores de potencial tem polaridade subtrativa, sendo inclusive indicada
pela NBR 6855/81. Somente sob encomenda são fabricados transformadores de potencial com
polaridade aditiva.
Construtivamente, os terminais de mesma polaridade vêm indicados ao TP em
correspondência. A polaridade é obtida orientando-se o sentido de execução do enrolamento
secundário em relação ao primário, de modo a se conseguir a orientação desejada do fluxo
magnético.

DESCARGAS PARCIAIS

Os transformadores de potencial fabricados em epóxi estão sujeitos, durante o encapsulamento


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dos enrolamentos, à formação de bolhas no interior da massa isolante. Além disso, com menor
possibilidade, pode-se ter, misturado ao epóxi, alguma impureza indesejável.
Assim, como acontece com os cabos condutores isolados, estudados anteriormente, a
formação de unia bolha ou a presença de uma impureza qualquer resulta no surgimento de
descargas parciais no interior do vazio ou entre as paredes que envolvem a referida impureza.
Disso decorre a formação de ozona e a destruição gradual da isolação.

As normas prescrevem os valores limites e o método para a medição das descargas parciais,
tanto para transformadores imersos em óleo isolante como para aqueles encapsulados em epóxi.

POTÊNCIA TÉRMICA NOMINAL

Potência térmica nominal é a potência que o TP pode suprir continuamente, sem que sejam
excedidos os limites de temperatura nominais. Para os transforma-dores de potencial pertencentes
aos grupos de ligação 1 e 2, a potência térmica nominal não deve ser inferior a 1,33 vezes a carga
nominal mais elevada, relativamente à classe de exatidão.
O valor da potência térmica de um transformador de potencial pode ser determinado a partir da
equação abaixo:
VS2
Pth = 1,21 × K × (va)
Zcn
onde Vs- tensão secundária nominal, em volts; Zcn- impedância correspondente à carga nominal, em Ω e K= 1,33-
para TP's dos grupos 1 e 2; K= 3,6 pra TP´s do grupo 3.

TENSÕES SUPOFLÁV

Os transformadores de potencial devem suportar as tensões de ensaio previstas na Tabela


abaixo da NBR 6835/81.

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