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DE MOTOCICLETAS
Estas dicas são uma coletânea de experiên-
cias vividas por antigos motociclistas, que um dia ou-
saram conduzir uma motocicleta. Tem por objetivo au-
xiliar todos os companheiros que resolveram iniciar-se
no mundo do motociclismo.
Este trabalho não tem fins lucrativos e não
pode ser vendido, é gratuito e tem a intenção de in-
centivar novos condutores de motocicleta a pilotar de
forma segura.
Não é nossa intenção plagiar estas idéias, mas
sim compartilhar com todos o que me foi transmitido
um dia. Do exposto, segue ao final de cada capítulo o
autor e a fonte.

Velozo André.
EGGCF 2017.
COMO ANDAR DE MOTO NA CIDADE

Andar na cidade em meio a outros veículos pode ser


fácil, mas também perigoso então veja algumas coisas
que você pode fazer para tornar seu passeio mais se-
guro:
a. SEMÁFORO: ao parar em um semáforo, pare sempre
sobre a linha divisória da pista se houver mais de uma
para o mesmo lado, deixe sempre a pista para os carros,
alguém por distração pode não vê-lo e uma pancada
na traseira é bem ruim! Pela mesma razão nunca pare
atrás de um carro, quem vem atrás pode não conseguir
parar e prensá-lo contra o carro da frente.
b1. COM OUTRAS MOTOS: quando andar com outras
motos na cidade ocupe sempre a mesma pista. Evite
andar um ao lado do outro, em caso de necessidade
de desviar de um obstáculo não será possível por falta
de espaço.
b.2 se a moto da frente parar bruscamente, não ultra-
passe, ele pode ter visto algo que você ainda não viu,
então pare também!
c. ULTRAPASSAGEM: quando estiver no trânsito da ci-
dade NUNCA ultrapasse pela direita especialmente os
veículos, lembre que muitos não sinalizam quando vão
dobrar a direita e não esperam que venha alguém pela
direita;
d1. ESTACIONAMENTO: quando precisar estacionar
opte pelos estacionamentos específicos de motos são
mais seguros que parar entre carros que na hora de sair
podem derrubar sua moto.
d.2 Estacione sempre com a moto de frente para rua
(traseira na calçada) na hora de sair é sempre mais fácil
e mais seguro.
e. COSTURAR NO TRÂNSITO: apesar da moto se pres-
tar a andar entre os carros evite fazer isso especialmen-
te em vias de maior velocidade, pense que os moto-
ristas de veículos não esperam que esteja passando
uma moto entre eles e a atitude normal de trocar de
pista sem sinalizar pode tornar-se um acidente e tanto.
Deixe para ultrapassar os veículos quando estiverem
lentos ou parados.
f. FAROL ACESO: além de ser uma exigência do novo
código de trânsito, é sempre mais seguro andar de fa-
rol aceso mesmo de dia, os outros veículos lhe perce-
bem mais facilmente.
g. ANDANDO NA CHUVA: se você puder evite andar na
chuva especialmente na estrada pois sua visibilidade é
menor e a dos outros veículos também, mas se caso for
necessário tenha sempre uma roupa de chuva pois o
desconforto ou o frio ajudam você a perder a concen-
tração o que pode tornar-se um risco desnecessário.
Andar na chuva requer alguns cuidados que podem
fazer uma enorme diferença em termos de segurança,
vejamos alguns desses tópicos:
• NA CIDADE: evite o canto interno das curvas pois é lá
que junta toda a sujeira que a chuva varre, é por onde
circulam os veiculos pesados, onde geralmente vazam
óleo diesel e combustíveis que são um verdadeiro sa-
bão especialmente quando molhados;
• AS POSSAS D’AGUA: evite-as pois geralmente elas
escondem buracos que podem provocar quedas ou
aquaplanejem (perda de aderência do pneu por ação
de uma camada de água entre o pneu e a pista);
• CALIBRAGEM DE PNEUS: andar na chuva requer
mais aderência que andar no seco, se você quiser au-
mentar sua segurança na chuva diminua a pressão dos
pneus, quanto mais superfície de contato na pista mais
seguro, diminua até oito libras, mas lembre de voltar a
calibrar quando parar a chuva;
• FREAR NA CHUVA: a pressão que se exerce no ma-
nete do freio quando está seco deve ser o mesmo nas
condições molhadas, mas atente para uma coisa: por
estar molhado o disco de freio, na hora que você for
acioná-lo ele terá um breve retardo na ação e a rea-
ção normal seria apertar um pouco mais para causar
a freada, mas essa atitude pode ser fatal, pois o disco
molhado desliza as pastilhas e quando você imprime
mais pressão, ele seca rapidamente e pode causar o
bloqueio da roda (alicatar) e nesse caso, é chão na cer-
ta. Portanto freie com cuidado e com calma mesmo nas
condições mais adversas.
VIAJANDO: quando você pensar em viajar com seu
grupo, é sempre bom que se faça um “briffing” antes
da viagem e para facilitar este bate-papo aqui vão al-
gumas dicas:
NA ESTRADA
1). Duas ou mais motos não devem dividir a mesma
faixa da estrada (andar lado a lado). Se o grupo rodar
em fila, deve-se manter uma distância mínima entre as
motos, proporcional à velocidade.
2). A formação do grupo deverá ser em duas filas india-
nas, paralelas e intercaladas, evitando-se o emparelha-
mento de motos.
3. Todos os participantes do grupo devem estar sempre
visualizando a motocicleta da frente e de trás. Desse
modo, evitar-se-á uma dispersão.
4). Tenha sempre em mente que seu companheiro que
vem atrás nunca sabe quando você vai frear até ver sua
luz de freio acender, portanto facilite, sempre dê uma
ou duas “beliscadas” no freio antes de frear propria-
mente, isso poderá evitar um acidente!
5). Quando estiverem duas ou mais motos, a moto da
frente deverá estar sempre na esquerda da pista, pois
ela estará em breve preparando uma ultrapassagem e
sua visão será melhor na esquerda, se você vem logo
atrás, não ultrapasse a da frente próximo de uma ultra-
passagem de veículo porque a atenção do piloto estará
no trânsito de sentido oposto e é bem provável que ele
não perceba você entrando pela esquerda dele.
• LÍDER DE PERCURSO
1. Motociclista que irá à frente do grupo nos seus des-
locamentos.
2. Critérios de escolha do líder: conhecer melhor o tra-
jeto a ser percorrido, ser experiente.
3. Atribuições do líder: manter a velocidade previamen-
te acertada; sinalizar ao grupo eventuais obstáculos;
alertar sobre as paradas combinadas.
• FERROLHO
1. Motociclista que irá na última posição do grupo nos
seus deslocamentos.
2. Critérios de escolha do Ferrolho: possuir moto dentre
as de melhor desempenho no grupo, ser experiente.
3. Atribuições do Ferrolho: zelar pela unidade do grupo,
procurando evitar que ocorra espaçamento acentuado
entre as motos do grupo; avançar de sua posição até
o líder de percurso, caso haja necessidade de avisá-lo
acerca de eventuais emergências ou situações que ve-
nham a alterar qualquer procedimento anteriormente
acordado; orientar o grupo quanto ao seu correto posi-
cionamento na faixa de rolamento.
• OBSERVAÇÕES
1. Líder de percurso não deverá ser ultrapassado. No
entanto, havendo a intenção de um ou mais membros
de “dar uma esticada”, deverão sinalizar tal procedi-
mento ao líder mediante uma buzinada ou aceno ca-
racterístico, devendo retornar a sua posição no grupo
ou parar no próximo ponto previamente combinado.
2. Ao líder de percurso não é permitido “dar uma esti-
cada”, já que é ele o responsável pela manutenção da
velocidade combinada.
3. Qualquer membro poderá se deslocar até o líder ou
ao Ferrolho para comunicar eventual necessidade de
interrupção do percurso.
4. Viajando em Grupo.Vários são as tópicos que pode-
mos discutir nesta página mas escolhemos alguns que
consideramos mais importantes então vamos a eles.
• FREADA - frear deve ser sempre uma atitude de extre-
mo cuidado não importa se você está lento ou rápido.
o tipo de solo e a posição da moto (em pé ou inclinada)
podem influenciar muito no resultado da freada. Frear
um moto não é igual a frear uma bicicleta (freio trasei-
ro), tenha sempre em mente que as leis da física estão
presentes e que não adianta você lembrar dos seus
tempos de criança quando lhe ensinaram a frear a bici-
cleta com a roda de trás! A moto é diferente, todo peso
desloca para frente impulsionando a moto a permane-
cer em movimento (inércia dos corpos) portanto você
deve frear 70% com a roda dianteira e 30% com a roda
traseira, mas cuidado para não alicatar o freio (bloque-
ar a roda) e freio deve ser gradual e continuo até a moto
parar. Freie sempre em pé, evite frear em curva com a
moto inclinada a chance de escorregar com a dianteira
é grande, se pensar na traseira, esqueça! o resultado é
pior! a moto atravessará e chicoteará a traseira impul-
sionando você para cima (chimada) e o tombo é certo!
reduza se possível pelo motor (freio motor) ajudando
com os dois freios suavemente, qualquer movimento
brusco com o guidão também poderá derrubá-lo. Prefi-
ra sempre frear antes das curvas e não nelas! o freio que
pára a moto é o dianteiro!
• SINALIZAR FREADA - tenha sempre em mente que
seu companheiro que vem atrás nunca sabe quando
você vai frear até ver sua luz de freio acender, portanto
facilite, sempre dê uma ou duas “beliscadas” no freio
antes de frear propriamente, isso poderá evitar um aci-
dente!
• FAIXA DIVISÓRIA DE PISTA - esta faixa que divide as
pistas é sempre em alto relevo por ter uma camada de
tinta mais grossa e andar sobre ela as vezes desgover-
na a moto, portanto sempre segure firme seu guidão
quando estiver sobre ela. Se a pista estiver molhada,
o cuidado sobre esta faixa deve ser muito maior, pois
esta tinta para brilhar a noite é feita com microesferas
de vidro e o vidro molhado é altamente escorregadio,
NUNCA TRACIONE! a moto sobre estas faixas de marca-
ção de pista, é possível que a moto dispare a rotação
da roda traseira e quando passar a faixa ela certamente
escorregará demais, causando uma queda!
• FAROL NO ESPELHO - Quando você estiver por ul-
trapassar um veículo, sempre que possível coloque seu
farol no espelho retrovisor dele para facilitar a visão do
motorista. Na maioria das vezes quando ele lhe vê, dá
uma “chegadinha” para a direita e facilita a ultrapassa-
gem, senão for assim, pelo menos ele sabe que você
está ali e que logo lhe ultrapassará.
• MANCHAS NO ASFALTO - Tenha sempre atenção
com manchas no asfalto, na maioria das vezes pode
ser óleo ou consertos que podem estar desnivelados
com a pista, em ambos os casos evite pois a chance de
escorregar é sempre grande. Esteja sempre atento a
cheiros fortes, especialmente de combustíveis, o diesel
é extremamente escorregadio e as vezes um caminhão
pode estar vazando ou tenha tombado na pista por-
tanto cautela!
• CABECEIRAS DE PONTES - Sempre que for entrar na
cabeceira de uma ponte ou sair dela levante do banco,
é normal o desnível e isso pode provocar um salto e
o descontrole da moto, se você estiver em pé nas pe-
daleiras, o impacto será menor. Outra razão para fazer
isso é sua coluna, o impacto que a suspensão não for
capaz de absorver será repassado para seu corpo mais
exatamente para a coluna e ao final de algumas horas
de viajem você se lembrará desta dica!
• BURACOS - Como enfrentá-los? Primeiro evite-os!
quando não for possível, freie o que puder antes dele,
NUNCA FREIE NO BURACO! a roda dianteira poderá
trancar e catapultá-lo, levante do banco e passe-o.
Muitos buracos entortam o aro e quando for pneu sem
câmara, poderá esvaziar rapidamente, portanto cuida-
do!
• ESTERÇAR - Também chamado de contra-esterço.
Muitos motociclistas não conhecem este termo ou
seu resultado. Esterçar é dobrar o guidão ao contrário
do sentido da curva. Parece loucura? Mas não é! Faça
um teste: quando estiver andando em reta numa pista
larga, empurre suave e lentamente o guidão para a es-
querda, qual será o resultado? A princípio pensaremos
que a moto irá para a esquerda, mas não! ela irá para
a direita! Este resultado deve-se, para não se alongar,
ao deslocamento de centro de gravidade e superfície
de contato do pneu no chão pelo efeito “giroscópico”
(surge em velocidades superiores a 35 km/h e se torna
maior conforme a velocidade, trata-se de um fenôme-
no físico criado pelo movimento das rodas da moto e
que tende a mate-la em pé e linha reta enquanto hou-
ver movimento e velocidade). Quando aplicamos isso
em uma curva é uma delícia! a moto faz a curva com
mais suavidade e leveza sem escapar de frente comum
às motos pesadas. Obs: Quanto mais rápido você esti-
ver, maior será o deslocamento, por isso faça com cui-
dado nas primeiras vezes. Para fazer isso em uma curva,
ao começá-la torça suavemente o guidão no sentido
contrário da curva e incline o corpo, normalmente
como você sempre fez, verá que a moto inclinará mais
facilmente para dentro da curva na medida que você
esterçar mais, portanto você poderá regular o raio de
ação de sua curva esterçando mais ou menos, Se você
estiver na curva e quiser levantar a moto que está incli-
nada, basta diminuir o esterçar para você levantar. Ex-
perimente! Mas com cuidado! sua pilotagem vai mudar
radicalmente e para melhor!
PILOTAGEM COM BAGAGEM
Você pode carregar sua bagagem de duas maneiras:
em uma bolsa sobre o banco traseiro ou com alforges.
Quando você usa uma bolsa sobre o banco, tome cui-
dado de prendê-la corretamente para que durante a
viajem ela não ameace cair e você ter que ficar parando.
A melhor forma de prendê-la é utilizando as chamadas
“aranhas” (rede de elásticos) que fixada nas pedaleiras
traseiras ou embaixo do banco, dão firmeza a sua bolsa.
Se a necessidade apontar para os alforges, tome a aten-
ção de distribuir o peso de forma igual para que não
pese mais de um lado alterando sua pilotagem.
É sempre bom lembrar, quando colocar sua capa de
chuva, em um alforge, coloque bem em cima como
último item, para facilitar na hora do uso. Se você es-
tiver usando uma bolsa sobre o banco, deixe o pacote
da capa por cima da bolsa e tenha sempre um saco de
lixo para embrulhar sua bolsa pois geralmente elas não
são a prova d’água.
O que levar no macacão? Três coisas facilitam sua vida:
a carteira; uma cópia da chave da moto; e o celular. Em
caso de parar para abastecer ou dar explicações a polí-
cia! é melhor estar no bolso que no fundo da bolsa toda
amarrada! A chave é sempre bom carregar uma no bol-
so do macacão, afinal você nunca espera perdê-la, mas
se caso acontecer é melhor ir até o hotel onde está o
macacão do que ter que ir em casa buscar! E o celular
pode lhe ajudar se estiver junto ao corpo em um caso
de emergência.
• CAPACETES
A escolha de um capacete não deve se ater tão somen-
te ao estilo de sua moto, mas principalmente ao uso
que você for dar a sua moto. É de praxe que pilotos de
motos tipo custom usem capacetes abertos e de mo-
tos esportivas usem capacetes fechados, mas essa não
deve ser a regra apesar de que para todos os estilos
conta muito!
• CAPACETE ABERTO: o uso na cidade da moto é tão
perigoso quanto o uso em estrada, apesar da veloci-
dade na cidade ser menor, por isso é normal se flexi-
bilizar o uso de capacetes abertos na cidade até mes-
mo porque esses são menos quentes, especialmente
no verão tropical, porém o código de trânsito obriga
o uso de óculos “apropriados” em caso de capacetes
abertos. Essa expressão não define claramente que
tipo de óculos, mas na mão de um policial essa regra
pode complicar seu passeio, é claro que o mesmo vale
na estrada, mas se você estiver com um óculos que faça
o contorno do rosto, isto é, que seja arredondado isso
facilitará a visão especialmente porque você não vai fi-
car lacrimando pela ação do vento e pode ser um bom
argumento junto ao policial “exigente”.
• CAPACETE FECHADO: o uso na estrada da moto su-
gere que se tenha mais precauções em função da ve-
locidade ser maior e do trânsito dos outros veículos. O
uso do capacete fechado é sempre mais aconselhável
por ser muito mais seguro que o capacete aberto, mas
a escolha do capacete fechado precisa obedecer uma
regra básica sob pena de poder ser até mais perigoso
que um aberto: Ele precisa SER JUSTO NA CABEÇA. E
como saber se está justo ou não?
1. Justo na circunferência da cabeça, a numeração do
capacete é dada por essa medida (pegue uma fita mé-
trica e meça sua cabeça envolvendo a cabeça da testa
até a nuca isso facilitará saber seu tamanho. Muitos
capacetes importados vem com essa medida em pole-
gadas para você converter centímetros em polegadas
multiplique a medida de centímetros por 0,393701 e se
você tiver a medida em polegadas e quiser saber seu
equivalente em centímetros multiplique por 2,54;
2. Justo nas laterais (bochechas apertadas contra a es-
puma) o normal é suas bochechas ficarem apertadas o
capacete só não pode ficar apertado na circunferência
da cabeça senão você não agüenta meia hora!;
3. Quexeira (parte frontal do capacete) afastada no
mínimo 2,5 cm de seu queixo; OBS: para verificar se o
capacete está justo ou não peça para que alguém em-
purre-o pela quexeira, o capacete não pode tocar seu
queixo se isso acontecer experimente outro modelo ou
um tamanho menor pois em um impacto no chão seu
capacete poderá fraturar seu maxilar e é justamente
essa a finalidade do capacete fechado proteger o rosto
e o maxilar do piloto contra choques;
4. Cinta: ela deve ficar justa abaixo do queixo sem su-
focar, devendo fixar o queixo de baixo para cima e não
de baixo para trás;
5. Altura do capacete é a medida que ele tem de cima
até as laterais (próximo ao ombro), ser alto é mais segu-
ro, pois em uma queda ele firma junto as proteções de
ombro do macacão e diminui o movimento da cabeça
para os lados, evitando possíveis fraturas de cervical.
Resumindo, o capacete ideal é sem dúvida o fechado
por ser mais seguro o que não quer dizer que o aberto
não o seja, mas se você for andar em pistas de maior
velocidade prefira o fechado mesmo que sua moto seja
uma custom, lembre sempre, a segurança deve estar
acima das preocupações estéticas.
MANUTENÇÃO DA MOTOCICLETA
• LUBRIFICAÇÃO DA CORRENTE: todas as marcas re-
comendam que a cada 500 km você lubrifique a cor-
rente, isso evita o desgaste excessivo apesar de sujar
bastante a roda traseira, mas é mais barato limpar a
moto toda semana que trocar um conjunto de relação
que pode chegar a US$ 700,00 em algumas motos im-
portadas. O lubrificante mais recomendado é óleo 90
(altamente viscoso) alguns preferem graxa náutica que
é branca e não sai com água. Felizes os que tem eixo
cardan!
• CALIBRAGEM DOS PNEUS: manter a calibragem dos
pneus correta pode fazer a diferença entre estar em
condições de fazer uma curva ou “seguir reto”. As motos
com pneus entre 170 a 190 (traseiro) quando usadas
sem garupa devem usar de 38 a 40 libras (pneu quen-
te). OBS: O pneu quando aquece pode por dilatação do
ar, aumentar a calibragem em até 8 libras, isto signifi-
ca que um pneu calibrado frio e usado em condições
quentes como uma viajem com mais de 45 minutos
a uma temperatura ambiente de 20° C pode chegar
a 48 libras, deixando seu pneu muito duro, perdendo
sua aderência quando você mais precisa, nas curvas. Já
o dianteiro deve usar 4 libras a menos que o traseiro
pois seu volume cúbico é menor. Se você preferir utili-
ze Nitrogênio para calibrar, pois ele tem um ponto de
dilatação mais elevado e isto mantém mais estável a
calibragem. Resumindo, quando você for andar na ci-
dade, calibre no máximo, mas quando for para estrada,
lembre de acertar sua calibragem para menos, manten-
do a melhor performance dos seus pneus.
• TROCA DOS PNEUS: quando você for trocar um pneu
tenha alguns cuidados básicos: Procure sempre trocar
em máquina de montagem, especialmente se for ro-
das raiadas. Após a troca lembre que todo pneu vem
de fábrica com uma camada de cera bastante escorre-
gadia e tracionar ou forçar uma curva é tombo certo!
Mas como evitar isso? Se for pneu dianteiro, use uma
lixa grossa de qualquer tipo e passe em toda banda
de rodagem; Se for traseiro, vá até uma área de areia
ou cascalho fino e dê uma patinada com no mínimo
duas voltas no pneu e estará limpo, a areia funcionará
como lixa. Quando trocar? Geralmente os pneus origi-
nais agüentam em torno de 10.000 km nas esportivas
e 12.000 km nas custons, mas independente disso se
você perceber que os pneus estão quase sem friso na
faixa central, não hesite, troque-os. Outra maneira é
se caso você começar a perceber que a moto está um
pouco instável especialmente em curvas, examine pri-
meiro a calibragem, se estiver correta, então desconfie
do desgaste dos pneus.
Como escolher o pneu certo? Há vários tipos de pneus,
alguns mais duros que duram mais e são menos efica-
zes quando usados no limite e outros mais macios que
duram menos, mas que são “verdadeiros chicletes” no
asfalto.
Pense em como você usa sua moto e faça a escolha
certa.
• PARAFUSOS EM GERAL: sempre que lembrar, dê
uma geral nos parafusos de carenagem, rodas, supor-
tes, etc. A alta vibração provocada tanto pelo motor
quanto pelo tipo de calçamento afrouxam sistematica-
mente os parafusos, portanto não deixe de manter sua
moto sempre justa.
• ÓLEO LUBRIFICANTE: todas as fábricas não reco-
mendam o uso de óleos sintéticos, pois você acaba
só completando e raramente troca. Uma manutenção
ideal é aquela em que você troca de óleo a cada 3.000
km e filtro a cada 6.000 km. As motos que andam em
alto giro, quebram mais rapidamente as moléculas do
óleo e por isso ele afina rápido, tornando necessário
sua substituição. (entenda-se giro alto como 6.000 a
14.500 rpm). O mais recomendado para altos giros é o
20/40 e nas motos que andam com giro mais baixo po-
de-se usar até o 20/50 o mesmo usado nos carros em
geral. Controle sempre o nível do óleo e acompanhe
o “som do motor” ele revela muita coisa para você, as
vezes você percebe o nível baixo do óleo pelo barulho
excessivo das engrenagens, algo distinto do que você
acostumou a ouvir.
• GASOLINA NO TANQUE: os mecânicos de competi-
ção no Brasil, recomendam que se use gasolina comum
a maior parte do tempo, não adianta usar gasolinas es-
peciais com maior octanagem, pois o rendimento na
cidade e na estrada é imperceptível. O aconselhável
é usar de vez em quando na estrada um ou dois tan-
ques de gasolina aditivada para descarbonizar o mo-
tor e limpar as partes móveis. Manter o tanque sempre
cheio evita que se formem gotículas na parte superior
do tanque. Essas gotículas quando permanecem por
muito tempo, tendem a formar ferrugem no tanque
provocando oxidação das partes móveis de bomba,
carburador, etc. Por isso, mantenha sempre o tanque o
mais cheio possível o que evita também que a bomba
receba sujeira ou água. Já que a água é mais pesada
que a gasolina, ela sedimenta no fundo do tanque e
quando você anda muito na reserva, ela vai para o mo-
tor e começa aquela sessão falha tudo!
• BATERIA: examine pelo menos uma vez a cada seis
meses o nível da água da bateria, mas se caso sua bate-
ria começar a dar sinal de vida, isto é, o farol enfraquece
em marcha lenta, pisca junto com a sinaleira ou acende
quando você acelera, pode procurar um posto e com-
pletar o nível da solução. Caso nada disso funcione,
procure a loja mais próxima e troque-a, pois essas mo-
tos sem pedal de arranque, são pesadas para empurrar
mais de uma vez!
OBS: Se você for viajar e deixar a moto muitos dias sem
ligar, desligue o pólo (-) negativo da bateria por segu-
rança e por precaução contra uma possível descarga da
bateria.
• MOTO NO DESCANSO CENTRAL: as motos com mo-
tor em linha, (cilindros um ao lado do outro) que tem
carburadores um ao lado do outro devem preferen-
cialmente ficar no descanso central. Essa medida ser-
ve para manter a equalização dos carburadores, pois
quando a moto está no descanso lateral, por gravidade,
os carburadores ficam com níveis variados de combus-
tível facilitando a perda da equalização, responsável
pelo funcionamento equilibrado de todos os cilindros.
Caso a sua moto for ficar mais de três ou quatro dias
sem funcionar, opte por usar o cavalete central, nos ca-
sos de esportivas que não possuem este, compre um
cavalete de oficina que suspende a roda traseira.
• CAPA DA MOTO: jamais coloque a capa quando a
moto estiver com o motor ainda quente! Além do risco
Fonte: http://paginas.terra.com.br/esporte/motogrupoviagem/motodica.htm
EXCELENTES DICAS PARA RODAR DE MOTO COM
SEGURANÇA E CONFORTO

Pense que ninguém te vê


Porque para a maioria dos motoristas, você é invisível,
mesmo! Nunca faça um movimento imaginando que
o outro motorista está vendo você, mesmo que você
tenha acabado de ver seus olhos. Motos muitas vezes
não fazem parte das cabeças de quatro rodas.
Seja paciente I
As consequências de encarar um erro ou uma disputa
no trânsito começam mal e sempre acabam PIOR. Finja
que foi a sua mãe que fez aquela barbeiragem e perdoe
a falha.
Ponha roupas para encarar um acidente!
Com certeza, a padaria do bairro é uma viagem de 5
minutos, mas ninguém está planejando comer asfalto,
está? Pare totalmente em cada placa de “PARE”, Isso, po-
nha seu pé no chão. Olhe de novo. Qualquer outra ma-
neira de fazer isso pode forçar uma decisão imediata,
sob pressão e sem tempo para identificar uma situação
de risco.
Espere o melhor, mas esteja preparado para o pior.
Esteja pronto para uma fechada, para uma surpresa
que nunca deve ser inesperada. Não existe “apareceu
de repente”, “veio do nada” ou “eu achei que ele ia…
Deixe seu ego em casa. As únicas pessoas realmente
interessadas em saber se você estava mais rápido que
o outro na avenida são o policial e o Detran.
Preste atenção no que está fazendo.
Tem um ônibus na sua frente parando de repente para
um tiozinho que fez sinal em cima da hora. Se ligue!
Espelhos retrovisores mostram só uma parte do am-
biente. Nunca mude de direção ou de faixa sem olhar
para trás para confirmar que você realmente pode virar
ou mudar de faixa.
Seja paciente II
Espere mais um ou dois segundos antes de entrar na
pista, começar a andar ou sair para ultrapassar. Você é
pego pelo que NÃO VIU! Aquela olhadinha a mais vai
salvar sua pele.
Preste atenção na diferença de velocidade
Passar por carros ao dobro de sua velocidade ou mudar
de pista para passar por um monte de carros parados é
somente um jeito mais rápido de conhecer São Pedro.
Cuidado com a calçada
Um monte de surpresas acaba chegando das calçadas:
sacos com objetos dentro, pregos, água, lama, limo,
tijolos, etc. Não rode junto à calçada, você está no trá-
fego.
Carros entrando à esquerda
Esses são os maiores matadores de motociclistas. Nun-
ca imagine que o motorista vai esperar passarem todos
os motociclistas antes de se enfiar à esquerda.
Carros passando no vermelho
Os primeiros segundos após o sinal mudar são os mais
perigosos. Olhe SEMPRE para os dois lados antes de
cruzar o semáforo depois de aberto.
Olhe os retrovisores
Olhe os espelhos retrovisores sempre que mudar de
faixa, diminuir a velocidade ou parar. Esteja pronto para
se mover se o outro veículo for ocupar o espaço onde
você está.
Deixe espaço na frente
No Brasil se anda sempre MUITO colado. A regra geral
que se usa pelo mundo é de 3 segundos de distância
do veículo da frente. Melhor ainda se você observar
tudo que aparecer na sua frente para os próximos 12
segundos (no horizonte). Todos os seus problemas es-
tão aí dentro desses espaços.
Cuidado com os carros equipados
Eles são “rápidos” e seus motoristas são agressivos. Não
imagine que você passou por ele e que está tudo resol-
vido, ele está logo aí atrás.
Entrar em curvas em alta velocidade machuca
É a maior causa de acidentes com motociclistas sozi-
nhos e em estradas sinuosas e pistas de corrida. “Entre
devagar, saia rápido” é há muitos anos a regra dos cam-
peões das pistas.
Não acredite na eficiência da polícia florestal
Se na área onde você está podem aparecer animais,
não vá pensar que a polícia rodoviária ou florestal vai
conseguir tirar cada um deles da sua frente. Vá devagar,
olhe para as margens da Estrada e fique vivo.
Use os 2 freios corretamente
Nunca é tarde para você começar a usar os dois freios.
O dianteiro faz a maior parte da parada, mas um pouco
de traseiro na entrada das curvas pode acalmar uma
moto nervosa.
Mantenha SEMPRE um ou 2 dedos sobre o freio
dianteiro
Economize um segundo no tempo de reação a 85 km/h
e você pode parar 30 metros antes (e talvez até conse-
guir escapar do impacto).
Olhe para sua trajetória
Use o milagre da fixação de objetivo em seu próprio
benefício. As pesquisas mostram que a moto vai para
onde você olha, então olhe para a solução no lugar de
olhar para o problema.
Mantenha seus olhos em movimento
O tráfego está sempre mudando. Portanto, continue
sempre procurando por problemas. Não trave seus
olhos em um só ponto por muito tempo.
Pense antes de agir
Avalie com cuidado a situação quando pensar em ul-
trapassar rapidinho aquele veículo que está a 15 km/h
numa área com limite de 60 km/h.
Não olhe para o chão
Levante sua cabeça, é sempre tarde para fazer qual-
quer coisa quando o problema está a 10 metros. Olhe
lá longe e mude a direção.
Preste atenção em seu caminho
A maioria dos acidentes acontece durante os primeiros
15 minutos de seu trajeto, abaixo de 60 km/h, em um
cruzamento ou via secundária. É, exatamente, ali por
onde você passa toda hora.
Nunca entre às cegas num corredor de trânsito pa-
rado
Os carros devem estar parados por alguma boa razão,
e você pode não vê-la até que seja tarde demais para
fazer alguma coisa. Não ande a mais de 30 km/h acima
da velocidade dos outros veículos.
Portas de carros que se abrem no tráfego
Você deve estar atento as portas que se abrem e aos
carros que desviam delas também, pulando para sua
faixa.
Vício de cruzamentos iguais
Procure placas de “PARE” mesmo depois de uma longa
série de esquinas em preferência para você.
Tenha espaço para se movimentar
Pilotar dentro de um amontoado grupo de motos é um
bom jeito de acabar no meio do mato. Qualquer grupo
de motos que valha a pena acompanhar terá um pon-
to de encontro marcado à frente para reencontrar os
“desgarrados”.
De tempo para seus olhos se acostumarem
Ao sair de lugares muito iluminados, vá devagar e com
farol baixo até seus olhos se acostumem com a escuri-
dão. Fechar um dos olhos até também ajuda.
Domine a meia-volta
Pratique este retorno apertado até ficar bom. Ponha
suas nádegas na beirada do banco no lado contrário
à curva e deite a moto para dentro da curva, usando
seu corpo como contrapeso enquanto gira em cima da
roda traseira. É uma excelente manobra para não bater
no carro da frente ou para escapar daquele bueiro sem
tampa.
Parando no meio de uma subida
Use o freio traseiro para manter a moto no lugar en-
quanto usa o acelerador e embreagem com atenção
para sair sem problemas.
Se parece escorregadio, então é mesmo
Um trecho de chão suspeito pode ser só mais uma
mancha. Óleo? Cascalho? Diesel que caiu de um cami-
nhão? Pode não ser nada, mas é melhor diminuir AN-
TES de pisar num sabãozão. Se não era nada, melhor.
Estouro de pneu, e agora?
Sem movimentos bruscos, se prepare para usar um
pouco de músculos para manter a trajetória. Alivie o
acelerador e use o freio bem leve na roda boa (trasei-
ra ou dianteira) e vá procurando a melhor direção para
sair da pista.
Pingos na viseira
Começou a chover. O asfalto apenas umedecido é mui-
to mais escorregadio que depois de uma forte chuva
tropical, e você nunca sabe o quanto ele está liso. Use
máxima concentração, cuidado e suavidade nos con-
troles.
Emocionado
Observe a você mesmo quando for sair. Se você está
nervoso, triste, exausto ou ansioso, sente e conte até
100.
Vista roupas adequadas
Ponha roupas que sirvam bem em você e ao clima. Se
você está com muito frio ou com muito calor ou bri-
gando com uma jaqueta onde cabem dois de você,
você já está com problemas.
Deixe seu iPod em casa (ao menos quando estiver
rodando na cidade). Você não vai ouvir o caminhão a
tempo se estiver ouvindo música.
Na chuva
Pilotar na chuva é uma “arte” que se adquire com tem-
po, rodando nela. Se aperfeiçoa quando nos concen-
tramos no perigo que representa. No início da chuva
o piso fica mais escorregadio do que quando cai um
forte temporal e teoricamente “lava” o asfalto. Sempre
devemos reduzir a velocidade e nem por um segundo
desviar a atenção da rota, procurando sempre desviar
locais que possam oferecer maior perigo por estarem
alagados ou com volume grande de água escorrendo.
Aprenda a fazer desvios de emergência
Esteja pronto para fazer dois desvios de emergência em
seguida. Desvie de um obstáculo pela esquerda e logo
em seguida de volta à sua trajetória original à direita, e
vice-versa. A moto vai seguir seus olhos, portanto olhe
para o caminho e não para os obstáculos. Pratique isso
até que seja um reflexo normal, sem pensar.
Seja suave em baixa velocidade
De nada adianta sua enorme agilidade se você esti-
ver devagar. Tire as forças dos movimentos com um
trabalho leve nos freios traseiros. Isso minimiza muito
indesejáveis transferências de peso e inércia, e facilita
alinhar e posicionar a moto exatamente onde e como
desejamos.
Piscar luz de freio
As setas dos outros veículos te chamam a atenção por-
que piscam. Pisadinhas leves no pedal ou toques rápi-
dos no manete do freio dianteiro antes de realmente
frear sua moto vai alertar o tráfego atrás.
Cruzamentos são todos perigosos
TODOS os cruzamentos são perigosos. Nos bairros
tranqüilos mais ainda. Mesmo na preferencial sempre
diminua e imagine que outro veículo que não conhece
a região pode cruzar a sua frente. Diminua, assim, pela
metade a chance de acidentes.
Ajuste sua visão periférica
Olhe para um ponto bem à sua frente. Agora procure
ver as coisas ao seu lado movendo apenas sua atenção,
sem mover os olhos. Quanto mais você conseguir ver
sem virar os olhos ou a cabeça, mais cedo vai reagir aos
problemas.
A noite
Ajuste e limpe seus faróis e viseiras transparentes e
tenha uma visão melhor do que uma simples idéia do
que está ali na frente. Ao anoitecer, troque viseiras es-
curas pelas transparentes. Em estradas de mão dupla
procure manter-se afastado da divisória das faixas.
Não trafegue perto ou ao lado de caminhões
Se um daqueles pneus estourar, o que acontece com
bastante freqüência, ele vai se transformar em vários
projéteis de borracha e aço.
Paradas de emergência
Desenvolva uma intimidade muito grande com seu
freio dianteiro. Procure um lugar deserto e seguro em
asfalto liso e limpo. Faça dezenas de frenagens come-
çando bem suavemente e freando cada vez mais forte
até descobrir aquela força na mão ideal entre a frena-
gem máxima e a roda travada (frenagem máxima =
pneus CANTAM ligeiramente, mas a roda NÃO TRAVA).
Repita isso com cuidado MUITAS vezes até ficar muito
prático.
Pneus adequados
Nada do que você leu até aqui vai servir a não ser que
você tenha os pneus adequados. Não os subestime.
Tenha certeza que eles estão bem calibrados o todo
tempo. Procure cortes, pregos e outras porcarias que
tenham se prendido a eles. Procure sinais de resseca-
mento e desgaste. Troque logo que puder, os pneus
são a essência da dirigibilidade. E não use pneus de
marcas diferentes ou novo com usado na dianteira e
na traseira, isso muda completamente a estabilidade
da moto.
Respire fundo conte até 10 ou até 100
Desculpe e peça desculpas, dê passagem e vá com
cuidado, apreciando o passeio. Deixar de andar a 150
km/h e demorar para chegar é muito melhor que ar-
ruinar sua vida e ir para uma cadeira de rodas ou um
caixão.
Fonte: Textos enviados pelo motociclista integrante do Conselho Consultivo do
Rock Riders, Otávio Augusto Araújo (Gugu) - 78 anos.
PILOTAGEM COM SEGURANÇA PARA NOVATOS

O crescimento do motociclismo e suas implicações:


a cada dia que passa tem aumentado o volume de
motocicletas em nossas ruas e por consequência tem
aumentado também o numero de acidentes com as
motocicletas.
um dos motivos da elevada ocorrência de acidentes
com as motocicletas em nosso país é a falta de uma
cultura consolidada no uso da motocicleta.
movidos pela necessidade de transporte eficiente e
de baixo custo, muitos jovens compram suas motoci-
cletas sem saber exatamente o que é uma motocicleta
e sem saber que terão em suas mãos um veiculo ex-
tremamente perigoso, quando não utilizado de forma
adequada.
A motocicleta é perigosa:
essa é a dica mais importante para quem vai passar a
utilizar uma motocicleta. Nunca subestime essa carac-
terística. Não se deve subir em uma motocicleta sem
ter a consciência que se trata realmente de um veiculo
perigoso e que nos expõe a um volume muito grande
de riscos. Por menor que seja o acidente é impossível
não ocorrerem conseqüências mais sérias.
Motocicleta não é automóvel:
a motocicleta não oferece a mesma segurança que um
veiculo de quatro rodas que se sustenta sozinho, onde
os ocupantes estão protegidos pela carroceria. Estudos
demonstram que pilotar motocicletas exige maiores
habilidades do que conduzir automóveis. Nunca é de-
mais ressaltar que a motocicleta não fica de pé sozinha
e sua tendência natural é cair.
Os Comandos:
se você já dirige automóvel e vai pilotar uma moto
pela primeira vez procure se familiarizar com todos
os comandos. Os comandos da motocicleta são total-
mente diferentes dos automóveis, as atividades reali-
zadas com os pés e as mãos são diferentes, portanto
nosso cérebro demora certo tempo para se adaptar.
Já vi muitos acidentes com jovens motociclistas que
não conseguiram parar a moto simplesmente porque
“esqueceram” de usar o freio dianteiro pelo fato de seu
acionamento ser feito pela mão.
A manutenção da motocicleta:
os componentes mecânicos da motocicleta têm uma
ação muito mais direta e importante na condução do
veiculo. Não utilize sua motocicleta sem os devidos
cuidados com a manutenção preventiva. Especialmen-
te nunca utilize sua motocicleta quando os freios ou
pneus não estiverem em condições excepcionalmente
adequadas.
A Carteira de Habilitação:
de posse da carteira de habilitação os jovens motoci-
clistas acreditam que já estão totalmente aptos para
pilotar, isso é um grande engano, em geral as auto-es-
colas não ensinam a pilotar, elas apenas ensinam como
passar no exame.
Ganhando experiência:
pelo fato da maior dificuldade de se conduzir uma mo-
tocicleta, antes de começar a usá-la rotineiramente no
transito pesado, é aconselhável que se pratique bas-
tante em locais seguros com transito mais tranqüilo.
Apenas enfrente o transito pesado após se familiarizar
bastante com a condução da motocicleta, ou seja, não
utilize a motocicleta rotineiramente se não tiver bas-
tante experiência e acima de tudo se não se sentir se-
guro para isso.
Pilotando com garupa:
a motocicleta é um veiculo proporcionalmente bem
mais leve que os automóveis, portanto o peso trans-
portado tem uma influencia muito maior na sua con-
dução. Só passe a transportar garupa quando já tiver
adquirido boa experiência na pilotagem. O peso adi-
cional da garupa altera totalmente a dinâmica da mo-
tocicleta e exige muito mais dos componentes mecâni-
cos, em especial freio, pneus e suspensão. Já vi muitos
acidentes onde o piloto não conseguiu parar a tempo a
motocicleta por nunca ter andado com garupa.
Pilote de forma tranqüila:
em virtude dos altos riscos, a pilotagem da motocicleta
não permite margens para erros, pois eles sempre se-
rão fatais. Então se acostume a pilotar de forma compe-
netrada, fique sempre “focado” na pilotagem. Procure
não desviar sua atenção e acima de tudo pilote de for-
ma tranqüila, os mais corriqueiros acidentes ocorrem
porque perdemos nossa concentração por estar pre-
ocupado com alguma outra coisa. Programe sempre
seus horários, nunca saia atrasado para seus compro-
missos, pilotar com pressa e preocupado são uma for-
mula perfeita para se evolver em acidentes. Aqui vale a
“Lei de Murphy”, se alguma coisa pode dar errado, com
certeza vai dar.
Pilote de forma preventiva:
procure pilotar tentando prever todas suas ações futu-
ras. Procure sempre imaginar o “cenário” futuro de sua
rota. Procure pilotar tentando interpretar as ações de
todos fatores que compõe a sua rota.
Procure sempre visualizar o mais a frente possível.
Aprenda a “enxergar” prováveis situações de risco
como um cachorro caminhando na calçada ou acosta-
mento e a qualquer momento pode entrar na pista, ou
de um veiculo encostado cujo motorista esta prestes
a abrir a porta e fechar sua rota, etc. Somente a pilota-
gem de forma preventiva pode realmente diminuir os
riscos de acidentes.
Respeite sempre as regras de transito:
parece besteira, mas lembre-se que toda a dinâmica
no transito se baseia em regras que definem a partici-
pação de cada um nesse processo. Em geral os outros
motoristas executam suas ações baseadas nas regras
existentes, quando desvirtuamos essas regras aumenta
muito o risco de nos envolver em acidentes.
Os motoristas não “enxergam” as motocicletas:
estudos demonstram que a maioria dos motoristas
em geral acaba condicionando seu cérebro a “enxer-
gar” somente os veículos grandes como automóveis,
caminhonetes, caminhões e ônibus. Muitos acidentes
são causados porque os motoristas não conseguiram
perceber a presença de animais, pedestres, ciclistas ou
motociclistas. Evite sempre transitar e ultrapassar pela
direita dos veículos. Mantenha sempre o farol aceso.
Use roupas coloridas e com faixas refletivas.
Não confie nos outros motoristas:
imagine sempre que os outros condutores não estão
vendo você, imagine que eles a qualquer momento vão
cometer erros. Preste muita atenção nos cruzamentos,
mesmo que a preferencial seja sua, reduza a velocida-
de e cruze com cuidado. Lembre-se que em caso de
acidentes envolvendo a motocicleta e um automóvel,
não importa quem esteja com a razão, os motociclistas
sempre serão os maiores prejudicados.
Equipamentos de segurança:
se você optou em comprar e utilizar uma motocicleta
tem que tem consciência que é um veiculo que exige
para sua utilização o uso de vestimenta adequada. Ca-
pacete, jaqueta adequada, sapato ou bota resistentes
são itens imprescindíveis. Não pilote sua motocicleta
sem estar utilizando equipamentos mínimos de se-
gurança. Esqueça o romantismo, a questão cultural e
a questão climática, saiba que pilotar a motocicleta
usando camiseta, bermuda ou chinelo é um ato de al-
tíssimo risco.
Conhecendo os pisos:
como a motocicleta depende do equilíbrio para não
cair, a condição do piso é muito importante para a pilo-
tagem com segurança. Aprenda a visualizar todos tipos
de perigo que você pode encontrar nos pisos como: lo-
cais molhados, areia na pista, óleo na pista, calçamen-
tos de pedra, faixa brancas de sinalização, etc. Procure
transitar nas faixas de rodagem dos pneus dos automó-
veis, evite as laterais da pista, pois normalmente é onde
a areia fica depositada, e evite o centro da pista, pois
normalmente existe o respingo de óleo dos motores
dos veículos.
Pilotando com chuva:
para o motociclista a chuva é um acontecimento que
tem uma influencia muito grande, ela altera totalmen-
te as condições de pilotagem. Devemos redobrar todos
os aspectos com a segurança na pilotagem com chuva.
Os pneus e freios perdem boa parte de sua eficiência,
o piso fica escorregadio, a visibilidade diminui e muitas
outras dificuldades acontecem. Em condição de chuva
reduza a velocidade e procure pilotar com muito mais
cuidado e atenção.
Excesso de confiança:
aprenda a controlar sua adrenalina e suas emoções,
preserve sempre suas habilidades, não basta pilotar
bem, é necessário conseguir distinguir com clareza
todas as situações de risco. Normalmente após algum
tempo pilotando motocicletas sentimo-nos mais à
vontade e seguros e então “baixamos a guarda”, quan-
do isso acontece os acidentes são inevitáveis.
Respeite a motocicleta e os seus limites:
se você pilotar respeitando a características especiais
da motocicleta e acima de tudo respeitando seus pró-
prios limites, alem de ter em suas mão um excelente
meio de transporte terá um veiculo que poderá pro-
porcionar diversas alegrias por muitos e muitos anos.
Tomás André dos Santos – tasmotos Fonte: www.tasnaweb.com

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