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14 a 16 de outubro de 2015
São Luís, MA
2015
VI Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do
Maranhão
Conflitos Sociais, Guerras e Relações de Gênero: representações e
violência.
Capa
Henry J. G. Lisbôa
Organização do Volume
Adriana Zierer
Alexandro Almeida Lima Araújo
Bianca Trindade Messias
Camila Ferreira Santos Silva
Helenice Cassia da Hora Carvalho
Talysson Benilson Gonçalves Bastos
COORDENADORAS
Profa. Dra. Adriana Maria de Souza Zierer (UEMA)
Profa. Dra. Ana Lívia Bomfim Vieira (UEMA)
COMISSÃO ORGANIZADORA
Bianca Trindade Messias (UEMA); Carlos Alberto Ximendes (UEMA); Camila Ferreira
Santos Silva (UFPA); Elizabeth Sousa Abrantes (UEMA); Fábio Henrique Monteiro
Silva (UEMA); Flávia Santos Gomes (UEMA); Josena Nascimento Lima Ribeiro
(UNIRIO); Júlia Constança Pereira Camêlo (UEMA); Marineis Merçon (UNDB)
COMISSÃO CIENTÍFICA
Prof. Dr. Alexandre Lima (UFF); Prof. Dr. Álvaro Alfredo Bragança Jr. (UFRJ); Prof.
Ms. Fabrício Nascimento de Moura (UEMA-CESI); Prof. Dra. Márcia Manir Miguel
Feitosa (UFMA); Prof. Dr. Marcus Baccega (UFMA); Prof. Dra. Terezinha Oliveira
(UEM)
COORDENAÇÃO MONITORIA
Helenice Cassia da Hora Carvalho e Talysson Benilson Gonçalves Bastos.
ORGANIZAÇÃO
Departamento de História e Geografia/Curso de História (UEMA)
Mestrado em História, Ensino e Narrativas (PPGHEN/UEMA)
Mnemosyne – Laboratório de História Antiga e Medieval da UEMA
BRATHAIR – Grupo de Estudos Celtas e Germânicos
APOIO
FAPEMA
ANPUH-MA
Curso de Arquitetura da UEMA
COMISSÃO DE APOIO
Funcionários da UEMA
Monitores da UEMA
AGRADECIMENTOS
Reitoria – UEMA
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação - UEMA
Pró-Reitoria de Administração – UEMA
Pró-Reitoria de Extensão – UEMA
Centro de Educação, Ciências Exatas e Naturais – CECEN/ UEMA
Direção do Curso de Arquitetura e Urbanismo – UEMA
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO........................................................................................................... 6
PROGRAMAÇÃO GERAL ............................................................................................. 9
PROGRAMAÇÃO MESAS COORDENADAS ........................................................... 11
RESUMOS MESAS COORDENADAS ........................................................................ 22
RESUMO MESAS REDONDAS .................................................................................. 76
MINICURSOS ............................................................................................................... 88
OFICINA ........................................................................................................................ 93
RESUMOS CONFERÊNCIAS ...................................................................................... 95
RESUMOS PALESTRAS TEMÁTICAS ...................................................................... 98
UNIVERSIDADES PARTICIPANTES ...................................................................... 103
MONITORES ............................................................................................................... 104
APRESENTAÇÃO
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importante no estado, que é o Sebastianismo no Maranhão, elemento fundamental da
identidade maranhense e que liga passado/presente. Participam dela os Professores
doutores Rosuel Lima-Pereira (Universidade da Guiana), Sérgio Ferretti (UFMA),
Mundicarmo Ferretti e também o vodunsi Márcio Arthur Almeida.
Outra marca do nosso evento é o desejo dos docentes em ministrarem
minicursos, que é uma atividade muito apreciada pelos alunos. Neste ano há dez
minicursos com temas abordando desde a História das Mulheres e Gênero na Grécia
Antiga, com Juliana dos Santos, Talita Silva e Mariana Virgolino (PPGH-UFF) até
os estudos de História da África, com o Prof. Dr. Josenildo Pereira (UFMA), entre
outros temas de grande relevância.
O VI Encontro possui nove mesas redondas com docentes do norte ao sul do
país e dezenas de comunicações. Podemos dizer com alegria que nesta edição unimos
com sucesso os alunos do Ensino Médio do IFPB (Instituto Federal da Paraíba), do
Ensino Superior e da Pós-Graduação, tanto do Maranhão quanto de outros estados e
países. Por isso, o nosso evento é o primeiro do Curso de História a integrar da Escola à
Pós-Graduação, atendendo um dos objetivos do nosso Programa de Pós-Graduação em
História, Ensino e Narrativas (PPGHEN) que é a valorização da educação e do contato
entre universidade e sociedade.
Como atividades culturais, temos um pré-lançamento de livros, o concerto do
Conjunto de Música Antiga, com os Doutores Márcio Paes Selles e Lenora Pinto
Mendes (UFF) e o lançamento de livros no dia 16. Temos ainda uma atividade cultural
especial: é a oficina Arco e Flecha, uma Permanência da Antiguidade e do Medievo,
com a Federação Maranhense de Arco e Flecha (FEMARCO).
Temos alguns agradecimentos especiais a fazer nesses dez anos. Agradecemos
especialmente o apoio institucional da Universidade Estadual do Maranhão, bem como
os seus gestores, que sempre apoiaram este evento. Além disso, estendemos também
essa homenagem aos professores e alunos que têm participado e estão participando do
nosso evento.
Simbolizando os monitores de 2005 até hoje, nosso agradecimento ao
inesquecível Frederico Mamede, modelo de monitor do Curso de História, mas que no
momento atual se dedica com muito sucesso à área da Odontologia. Agradecemos a ele
e a todos os monitores que tem se dedicado a esse evento há anos. No quesito
professores da UEMA, devotamos especial gratidão a Lourdinha Lacroix, exemplo de
docente e pesquisadora, que, além de ter ministrado a disciplina de História Medieval,
também se dedicou à musicalidade deste período através do Canto Gregoriano, que já
tivemos oportunidade de ouvir numa apresentação cultural do nosso I Encontro de
História Antiga e Medieval.
Fazemos um agradecimento especial às Professoras Doutoras Angelita Visalli
(UEL) e Terezinha Oliveira (UEM), que sempre participaram, mas não estão aqui
desta vez, a primeira devido à crise econômica na sua instituição e a segunda para
cuidar, com esmero, do joelho, a pedido médico. Também nos lembramos com carinho
do Prof. Dr. Alexandre Carneiro Lima (UFF), aqui representado por suas alunas e
que desta vez não pôde estar conosco por estar realizando preparativos para o Pós-
Doutorado na França.
Sintetizando o amor que os docentes de outras localidades devotam ao nosso
Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão, agradecemos,
com entusiasmo, aos docentes-músicos Márcio Paes Selles e Lenora Pinto Mendes,
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sempre presentes em TODAS as edições do nosso evento, 2005, 2007, 2009, 2011,
2013 e 2015, e que nos encantam com os seus concertos, suas oficinas e as suas
palestras. Ainda um agradecimento especial a Henrique J.G. Lisbôa, que nesses
últimos dez anos tem feito, sem cobrar honorários, a arte do evento e dos livros
relacionados a ele.
A todos, aproveitem, divirtam-se e até o VII Encontro!
Adriana Zierer
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PROGRAMAÇÃO GERAL
Conferência de Abertura:
Prof. Dr. André Chevitarese (UFRJ)
Análise Crítica acerca da Historiografia do
Jesus Histórico (ou sobre o Estranho
Silêncio dos Intelectuais / ou ainda sobre o
que não convém ser pronunciado)
14:00h- 16:00h MINICURSOS
16:15h- 18:00h MESAS REDONDAS
18:10h ATIVIDADE CULTURAL:
Pré-Lançamento De Livros
18:30 h Sessão de Palestras Temáticas do Grupo
Luso-Brasileiro: Conflitos Sociais, Guerras e
Representações no Portugal Medieval
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PROGRAMAÇÃO MESAS COORDENADAS
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MESAS COORDENADAS
Data: 15 de outubro
Horário: 08:00h às 10:00h
Local: Prédio do Curso de História
MESAS COORDENADAS
Data: 15 de outubro
Horário: 10:00h às 12:00h
Local: Prédio do Curso de História
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- Cavaleiros e Reis Sertanejos: A Estranha Aventura de Suassuna no Sertão
Medieval da Pedra do Reino
Prof. Ms. Robson Victor da Silva Araújo (UFCG)
- Táticas, Técnicas e Armamentos Na Batalha De Hastings De 1066
Lúcio Carlos Ferrarese (PPH – UEM/LEAM)
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- Interfaces Entre o “Eros” Grego e o “Ágape” Cristão
Bruno Lira da Silva (IFPB – Ensino Médio)
- A Síntese Ptolomaica da Astronomia e seu Legado à Idade Média
Maria Eduarda Costa Lima (IFPB – Ensino Médio)
- Impactos Da Política Imperialista De Alexandre, O Grande, Na Configuração Da
Filosofia Epicurista
Alysson Teófilo do Nascimento Nunes (IFPB – Ensino Médio)
- Os Solitários Diálogos De Santo Agostinho
David Mendonça do Nascimento (UEMA)
- Apropriações das Tradições Latinas e Construção do “Novo Tempo” na De
Civitate Dei de Santo Agostinho
Prof.ª Dr.ª Marinalva Vilar de Lima (UFCG)
- A História da Filosofia na Naturalista Greco-Antiga de Tales a Aristóteles
Pedro Emmílio de Lima Marinho (IFPB – Ensino Médio)
MESAS COORDENADAS
Data: 16 de outubro
Horário: 10:10h às 12:00h
Local: Prédio do Curso de História
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-Usos da Literatura pela Nobreza na França do Século XII como meio de
Diferenciação Social
Elisangela Coelho Morais (UFMA)
23. CRÔNICAS, PODER RÉGIO E IMAGINÁRIO SOCIAL PORTUGUÊS
Coordenação: Bianca Trindade Messias (PPGHEN – UEMA)
Local: Sala 6
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RESUMOS MESAS COORDENADAS
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OS DESAFIOS DO ENSINO DE HISTÓRIA MEDIEVAL NO ENSINO
FUNDAMENTAL: RELATOS DE PROFESSORES DAS ESCOLAS PÚBLICAS
DE BELÉM DO PARÁ
Alan Rogério Raio Ferreira (FIBRA/PA)
Athos Linnus Marinho de Siqueira (FIBRA/PA)
Orientador: Prof. Ms. Geraldo Magella de Menezes Neto
Resumo: O presente trabalho objetiva analisar o modo como a História Medieval tem
sido ensinada em algumas escolas públicas de Belém do Pará. Nesse sentido,
consideramos importante o depoimento dos professores de História do ensino
fundamental que lidam diretamente com o ensino de História Medieval. A partir da voz
desses sujeitos podemos entender as práticas de ensino sobre o tema da Idade média nas
escolas, no caso aqui a ser investigado, das escolas de Belém do Pará, principalmente
nas escolas públicas. Assim, a partir de entrevistas com professores, o trabalho analisa
quais conteúdos de História Medieval são priorizados em sala de aula; o modo como os
professores utilizam os livros didáticos nos conteúdos referentes à História Medieval;
quais recursos didáticos são utilizados nas aulas de História Medieval nas escolas; os
desafios de se ensinar esse tema na escola pública; e como os professores avaliam as
contribuições da sua formação nos cursos de História nas práticas de ensino em História
Medieval. A presente pesquisa traz os resultados parciais do projeto “O ensino de
História Medieval nas escolas de Belém do Pará: práticas e desafios”, desenvolvido com
o apoio da Faculdade Integrada Brasil Amazônia (FIBRA).
Palavras-chave: Ensino de História. História Medieval. Práticas de Ensino.
Resumo: O artigo tem como alvo discutir alguns problemas referentes à escravidão no
Império Romano (séculos I-III d. C.). Serão examinados alguns comportamentos sociais
atribuídos a escravos nas fontes literárias romanas, e então buscaremos refletir se eles
agiam como uma ‘classe social’ seguindo a definição de Thompson (A Formação da
Classe Operária Inglesa). Justifica-se o atual trabalho pela importância de apresentar a
complexidade dos escravos como grupo social, e sua atuação no desenvolvimento de
Roma. Começaremos resgatando as ideias de Aristóteles sobre escravidão, visto que são
representativas de algumas percepções e práticas referentes aos escravos no mundo
antigo/greco-romano. Em seguida, enfocaremos alguns relatos de Cícero e Tácito que
nos dão vislumbres do comportamento de escravos em situações históricas específicas,
tanto entre si como em relação aos seus ‘senhores’. Por fim, será discutido em que
medida a análise das fontes acima pode contribuir para o debate historiográfico acerca
da utilidade do conceito de ‘classe social’ (Thompson) para pensar a situação dos
escravos no Império Romano – sobretudo no que se refere à relação de dominância e de
dependência dos senhores com seus escravos.
Palavras-chave: Escravidão. Classe. Roma.
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INTERFACE ENTRE O ASCETISMO EPICURISTA E O ASCETISMO
MONÁSTICO DO CRISTIANISMO MEDIEVAL
Alexandre dos Santos Ferreira (IFPB – Ensino Médio)
Orientador: Prof. Ms. Emmanoel de Almeida Rufino
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JUSTIÇA E PENA DE MORTE ENTRE HAMURABI, PLATÃO E JESUS
Aline Silveira dos Santos Silvestre (IFPB – Ensino Médio)
Orientador: Prof. Ms. Emmanoel de Almeida Rufino
Resumo: Este trabalho tem como intento ilustrar a influência da vida e governo de
Alexandre Magno (356-323 a. C.) sobre a composição da filosofia de Epicuro. Durante
seu império, Alexandre aplicou em seu governo uma política cosmopolita, conquistando
a Ásia Menor, a Pérsia, o Império Aquemênida e a Índia, o que permitiu a fusão de
diversas culturas no que ficou conhecido como período helenístico. É nesse período que
surge o epicurismo, corrente filosófica baseada nos ensinos de Epicuro (341-271 a. C.),
que se destacou por sua reflexão sobre temas como felicidade e morte. É exatamente
sobre esse aspecto temático que vertemos nosso estudo: quais os impactos do contexto
imperialista alexandrino à configuração da filosofia epicurista, voltada à vida simples e
refletida? Ora, partimos do pressuposto que, sendo contemporâneos, Epicuro viveu as
tensões sócio-políticas do império macedônico, principalmente após a morte de
Alexandre, que não deixando sucessor ao trono, legou ao Ocidente um contexto de forte
instabilidade. Para realizarmos, pois, os fins aqui anunciados, adentraremos na filosofia
de Epicuro a partir da obra “Carta sobre a felicidade”.
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Palavras-chave: Alexandre. Epicurismo. Helenismo.
Resumo: Esta comunicação tem como objetivo apresentar as relações de gênero que
envolve a vida de Joana D’Arc, desde o início de suas visões ocorridas na infância até o
período de seu julgamento, em 9 de Maio de 1431, onde se iniciaram os
questionamentos da Igreja sobre o seu comportamento e o seu vestuário masculino
durante a Guerra dos Cem Anos.
Palavras-chave: Joana D’Arc. Gênero. Guerra dos Cem Anos.
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guerra. A partir deste contexto, objetivamos compreender a participação da deusa
Athena na formação do imaginário grego sobre a guerra.
Palavras-chave: Athena. Guerra. Atenas. Arte.
Resumo: O mito esteve presente desde os primórdios da raça humana, tendo como
objetivo central representar as verdades profundas da existência humana, delimitando o
seu lugar no cosmos. Diante disso, nosso trabalho se lança, pois, ao escopo de mostrar
possíveis aproximações entre os acontecimentos míticos que envolvem a figura do titã
Prometeu e fatos documentados pela História, mostrando o papel do mito na descrição
da realidade histórica, só que a partir de uma construção discursiva diversa da que
constitui os registros históricos. Para esse intento, faremos uso das narrativas hesiódicas
presentes nas obras “Teogonia” e “Os trabalhos e os dias” em que Prometeu aparece,
especialmente em dois episódios: o do banquete em que ele tenta enganar a Zeus
(episódio que tematiza a separação da condição humana em relação aos deuses); o do
roubo do fogo de Zeus e sua cessão aos homens, a fim de conferir-lhes a liberdade – em
relação à tutela divina – por meio da fabricação de objetos e preparo de alimentos.
Palavras-chave: Mito. Prometeu. Raça Humana.
Resumo: Através da obra, a Farsa de Inês Pereira, do poeta português Gil Vicente, é
possível perceber outra visão de mulher na sociedade medieval, que não
necessariamente concordava com tudo que lhe era reservado. A narrativa trata de uma
jovem da vila cheia de perspectivas, que não suportava mais viver presa dentro da
própria casa, destinada ao ato cansativo de bordar. Sendo que deseja o quanto antes se
casar, pois na sua mentalidade o casamento é a única válvula de escape para se libertar
da vida árdua de trabalhos domésticos que estava destinada. Sendo que no primeiro
casamento esta se encontra em situação de claustro, enquanto no segundo encontra a
autonomia e seus objetivos alcançados. Dessa forma o autor, possibilita compreender o
comportamento da mulher do século XVI, destacando uma série de aspectos
relacionados a esta categoria, entre eles os principais eram: casamento, ambiente
doméstico, comportamento, virgindade. Desse modo o autor busca modificar a ideia de
que a mulher da Idade Média aceitava ser passiva e submissa ao homem. Por meio desta
farsa é possível identificar o papel social do casamento como responsável pela doação
de modelos de comportamentos a serem seguidos pela mulher da época.
Palavras-chave: Inês Pereira. Casamento. Autonomia.
Resumo: Este trabalho tem como objetivo analisar como se davam as relações sociais
na Gália pré-romana, na qual era dividida por grupos sociais hierarquicamente
organizados, a saber: os druidas, a nobreza, os plebeus e os escravos. Também
pretendemos investigar as características da religião celta onde os sacerdotes, os
druidas, além de serem responsáveis por questões religiosas, também tinham funções
nas áreas da educação, medicina, direito, Astronomia/Astrologia e música e até mesmo
nas questões familiares. O que se evidencia por meio desse contexto é que a sociedade
celta, assim como a civilidade greco-romana, contribuiu para a construção da matriz
cultural e do pensamento ocidental.
Palavras-chave: Celtas. Sociedade. Religião. Família.
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Resumo: Nosso estudo almeja discutir o conceito de liberdade presente no interior do
antigo mito grego de Sísifo e no âmago do ensaio filosófico “O mito de Sísifo”, escrito
em 1941, pelo francês Albert Camus. Partindo do título da obra de Camus, vertemos
nosso olhar para aquele mito grego pressupondo ser a liberdade um dos temas
fundamentais da obra, tendo em vista que é dela que Sísifo é afastado enquanto labuta
eternamente no submundo, condenado ao absurdo de sempre ter que rolar uma pedra
para o alto de um monte que nunca a sustentará. A propósito, o título original de Camus,
a saber, Le mit décisif, permite um trocadilho interessante: esse é um mito decisivo,
porque urge pensarmos a existência e os imperativos das nossas escolhas. Se absurda –
como propõe Camus –, ou plena de sentido – como propõe a metáfora sob a ótica
mítico-religiosa –, certo é que a liberdade se mantém preeminente na reflexão sobre a
condição humana frente ao desconhecido que é a existência. É, pois, na interpretação da
liberdade à luz desse mito e do ensaio filosófico que projetamos nosso objetivo,
cônscios de que o paralelo entre essas obras nos abriram a outros temas como morte,
felicidade, suicídio, trabalho, ética.
Palavras-chave: Albert Camus. Liberdade. Mitologia Grega. Sísifo.
Resumo: Este artigo pretende analisar como o “Speculum al joder”, um tratado médico
traduzido para o catalão no século XIV em Aragão, faz uso da teoria humoral para
apresentar maneiras de exercer a sexualidade com saúde plena. Para tanto
apresentaremos a teoria humoral, sua história e seus conceitos básicos, e a forma como
essa tradição influenciou a medicina árabe até chegar à Europa. A análise do material
bibliográfico e da fonte histórica utilizada permite mostrar como o ideal de temperança
e equilíbrio permeia o pensamento médico baseado na medicina hipocrática. Além
disso, permanece em voga a influência do conceito de cuidado de si dentro do discurso
encontrado no “Speculum al Joder”.
Resumo: Essa comunicação tem como objetivo analisar a política empregada por
Fernando III no processo de expansão territorial do reino de Castela e Leão entre os
anos de 1217 a 1252. O estudo de tal política implica na análise e entendimento das
relações entre cristãos e muçulmanos, bem como das relações entre os próprios reinos
cristãos. Sobretudo, no que se refere aos acordos e enfrentamentos, cujos resultados
alavancaram o processo de consolidação territorial e centralização da monarquia
castelhana no século XIII. Essa combinação de guerras e alianças permitiu a dominação
cristã e a construção da unidade territorial castelhana, com a conquista de cidades
estratégicas para a Reconquista, como Jaén, Córdoba e Sevilha. Entre as fontes
utilizadas para esta comunicação destacamos Crónica de Veinte Reyes, a Crónica Latina
de los Reyes de Castilla e a Primera Crónica General de España.
Palavras-chave: Fernando III. Reconquista. Guerra. Política.
Resumo: Muito além da história milenar que partilham, as culturas grega e judaica
possuem muitas características comuns em suas narrativas cosmogônicas, como
também distinções decisivas que demarcam suas especificidades culturais. É no âmago
dessa intersecção que lançamos nosso estudo. Assumindo a perspectiva do mito,
concentramos nossas reflexões em torno do aspecto religioso dessas tradições,
dedicando-nos às possíveis aproximações/distanciamentos entre as narrativas de
fundação do cosmos e da história humana a partir da ótica grega e judaica. Para isso,
adotaremos como leituras basilares as seguintes obras: para a tradição judaica, a “Torá”
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(composta pelos livros Gênesis, Êxodo, Número, Levítico e Deuteronômio); e para a
tradição grega, “Teogonia” e “Os trabalhos e os dias”, de Hesíodo. Com o objetivo de
apresentarmos semelhanças e diferenças entre essas culturas do ponto de vista de suas
narrativas fundacionais, sublinharemos mitos como o da criação do universo e do
homem, o do paraíso perdido (e, junto a este, o do retorno ao divino pelo resgate
imortalidade), o do Dilúvio, dentre outros.
Palavras-chave: Cultura grega. Cultura Judaica. Mitos Fundacionais.
Resumo: Salah al-Din Yusuf ibn Ayub, que entraria para a História sob o nome de
Saladino, nasceu em 1137 na cidade de Tikrit, atual Iraque e teve papel decisivo na
resistência islâmica as invasões dos cruzados. O presente trabalho visa analisar os
desdobramentos que levaram o jovem de uma proeminente família curda a se tornar
uma das figuras mais emblemáticas da história das Cruzadas e um dos principais heróis
islâmicos, entender de que forma sua ascensão rápida e suas habilidades profundamente
reconhecidas o tornaram essencial para a resistência muçulmana e o fim dos mais de
oitenta anos de ocupação franca sobre Jerusalém. Outro fator a ser trabalhado é a
compreensão geral de acontecimentos relevantes relacionados às Cruzadas para
servirem de critério comparativo entre as ações de Saladino para com os vencidos em
oposição aos atos realizados pelos ocidentais em suas vitórias contra os muçulmanos e
assim problematizar as noções de “choque cultural” e “estranhamento” a partir de fontes
encontradas no livro “As cruzadas vistas pelos Árabes” de Amin Maalouf.
Palavras-chave: Saladino. Cruzadas. Cristianismo. Islamismo.
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INTERFACES ENTRE O “EROS” GREGO E O “ÁGAPE” CRISTÃO
Bruno Lira Silva (IFPB – Ensino Médio)
Orientador: Prof. Ms. Emmanoel de Almeida Rufino
Resumo: Este trabalho tem como objetivo apresentar uma discussão inicial sobre as
relações que podem ser construídas entre a prática da guerra e os relatos míticos, em
Esparta no V século a.C. Intencionamos compreender as ligações existentes entre a
identidade guerreira dos cidadãos espartanos e as representações míticas que povoavam
o imaginário destes homens, a respeito desta sua identidade. Para isso, analisaremos a
figura de Héracles, personagem associado ao passado mítico de Esparta.
Palavras-Chave: Guerra e Mito. Mito de Héracles. Identidade Guerreira Espartana.
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SÍMBOLO DO PECADO: O CONTROLE DA MULHER ATRAVÉS DO
VESTUÁRIO NA IDADE MÉDIA
Camila Ferreira Santos Silva (UFPA)
Renata Vasconcelos (IFMA)
Resumo: Diante das diversas formas de relacionamento com o divino que surgiram
durante a Idade Média Central, a Igreja buscou e reafirmou elementos populares no
processo de evangelização em Portugal. Nesse processo, o culto mariano adquiriu
especificidades, pois a Maria foi atribuído o título de Santa Guerreira. A presença dos
mulçumanos e dos judeus em território ibérico ressignificou a representação mariana a
partir do processo de Reconquista, os portugueses utilizaram diversas estratégias para
legitimar a sua cultura e preservar a sua espacialidade. Assim, a Virgem Maria foi
utilizada como instrumento pedagógico na luta entre credos através principalmente de
narrativas hagiográficas e iconografias. Na hagiografia Milagres Medievais, numa
colectânea mariana alcobacense, os milagres 2 e 9, possuem como tema central a luta
contra os os judeus (luta entre credos), estes milagres expressam a especificidade do
culto mariano em Portugal resultado do processo de Reconquista, que evidenciam Maria
como uma Santa Guerreira que está à frente das batalhas como sinal de vitória para os
cristãos.
Palavras-chave: Guerreira. Maria. Milagre. Portugal.
Resumo: A Demanda do Santo Graal é uma novela de cavalaria do século XIII, cuja
narrativa centraliza-se nas aventuras dos cavaleiros da mesa redonda na busca pelo
Santo Graal, elemento este que não somente restituiria a prosperidade do reino de Artur,
mas também comprovaria o valor de cada um dos cento e cinquenta cavaleiros que nela
se aventuraram. A forte presença feminina em uma narrativa masculinizada como é a
demanda, nos proporciona lançar um olhar para a Mulher do Medievo. A Demanda do
Santo Graal foi um importante instrumento de propagação de modelos clericais
moralizantes, tanto para a formação do ideal de cavaleiro, quanto para a difusão da ideia
de polarização do feminino. Oscilando entre Eva e Maria, as representações da mulher
na narrativa apresentam o imaginário masculino sobre esta. Apesar destes modelos
Ave/Eva serem os mais recorrentes na divisão dentro da narrativa. Podemos identificar
um terceiro modelo, o da mulher ambígua, que possui características mais próximas das
reais, mais humanas.
Palavras-chave: A Demanda do Santo Graal. Mulher. Modelos.
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O VALOR DO TRABALHO EM HESÍODO: DA CONDIÇÃO HUMANA À
VIRTUDE
Cleyce Raquel da Silva Cabral (UFPI)
Igo Castro Carreiro (UFPI)
Orientador: Prof. Dr. Paulo Ângelo de Meneses Sousa
Resumo: O estudo a seguir tem por intuito analisar o valor do trabalho nos versos do
beócio Hesíodo que, de acordo com sua obra “Os trabalhos e os dias”, postula valores
éticos para a condição do homem grego. Este, busca no trabalho não somente o que
seria ‘laborioso’ e inerente à condição humana, mas vê-lo como um caminho para que a
justiça seja alcançada e consequentemente uma forma de virtude. Nesse sentido o autor
aborda o valor do trabalho ligado à medida, ao justo sob a figura de Diké (Dike); ao qual
o homem que pelo “trabalho sobre trabalho trabalha” (v.v. 382) estaria praticando a
“boa Luta”, afastando-se da Hybris (ὕϐρις) e alcançando a estima dos deuses.
Palavras-chave: Hesíodo. Trabalho. Condição Humana. Virtude.
Resumo: Este trabalho tem como intuito abordar a transformação de Percival através
das obras O Conto do Graal, escrita por Chrétien de Troyes no século XII e A Demanda
do Santo Graal, está já escrita no século XIII. O personagem Percival tem grande
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importância em ambas as obras, porém na primeira ele era o protagonista e com um
único objetivo de encontrar o Graal. Sua trajetória na obra O Conto do Graal está em
formação para se tornar um cavaleiro; o mesmo comete muitos erros durante a sua
jornada, pois ainda é muito ingênuo e moço. Já em A Demanda do Santo Graal há uma
continuidade dessa sua jornada na qual ainda se tem o mesmo objetivo, encontrar o
Graal, mas Percival já não é mais o personagem principal, e sim outro cavaleiro
denominado Galaaz, protagonista da obra. No entanto, Percival está mais maduro e
espiritualizado na Demanda. Isso faz com que ele realize milagres, encontrando junto
com Galaaz o cálice sagrado e depois disso morre e ascende aos céus. Neste sentido,
pretendo mostrar a evolução que Percival sofreu durante o seu percurso para se tornar
um cavaleiro espiritualizado, mesmo as obras tendo sido escritas com um
distanciamento cronológico e por autores diferentes.
Palavras-chave: Percival. Cavaleiro. Graal.
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Resumo: O projeto educativo medieval direcionado às mulheres se pautava em um
discurso capaz de proporcionar valores e normas de comportamentos destinados ao
controle e submissão feminina, a fim de unificar as mulheres em torno de um modelo
ético. Dessa forma, durante séculos, as mulheres medievais receberam uma educação
conventual ou doméstica. Apesar dos interditos para o saber feminino, a capacidade de
leitura e escrita das mulheres, especialmente na Baixa Idade Média, estava mais
difundida do que geralmente se imagina, fazendo com que muitas escritoras surgissem e
deixassem seu registro na literatura medieval. Com o aumento da possibilidade de
aprender a ler e escrever ampliou-se também o acesso das mulheres de alta linhagem ao
conhecimento das letras, tornando-se algumas delas bem dotadas intelectualmente, e
usando suas obras como instrumento de contestação, de reflexão sobre os discursos e as
práticas misóginas que caracterizavam aquela sociedade. Este estudo apresenta alguns
aspectos da educação das mulheres da nobreza, as chamadas damas, destacando a
importância da escrita de Christine de Pizan e Heloísa para a crítica dos discursos
misóginos daquela sociedade que considerava as mulheres serem inferiores.
Palavras-chave: Damas. Educação. Baixa Idade Média.
Resumo: Este trabalho traz a análise de obras literárias encomendadas pela nobreza,
produzidas entre os séculos XII e XIII, que buscavam transmitir os ideais da cavalaria, e
eram usadas como um meio de alcançar um público concentrado nas cortes, que
pretendia através dessas produções, se reconhecer como grupo por meio da imagem
idealizada de perfeição heroica reforçada nessas obras. Esse ideal foi construído em
benefício da nobreza feudal que se apropriou e ressignificou elementos para a
manutenção de seu poder, buscando se sobrepor às demais categorias sociais Para isso,
criou uma série de regras que deveriam ser seguidas e conhecidas por todos de sua
categoria. Um exemplo é A Canção de Rolando e outros manuscritos que tinham o
papel de obras moralizadoras e instrumentos para incutir na mente do público cortês
valores e moldes de comportamento. Estes auxiliavam a sua distinção e
autoidentificação, além de pacificar as suas ações violentas, reduzindo assim o
descontentamento da Igreja. As narrativas literárias produzidas na França têm como
características a valorização do espírito guerreiro e dos laços feudais. O período é o de
fortalecimento das cidades e mudança de postura do cavaleiro medieval, que buscará
não só lutar, mas também se instruir nas artes, e refinar-se.
Palavras-chave: Sociedade, Literatura, Idade Média, A Canção de Rolando
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Resumo: Bem mais antiga do que a religião fundada sob a égide de Zeus, a religião dos
mortos encontrou grande preeminência na tradição greco-romana. Segundo antigas
crenças greco-itálicas, o habitat da alma não estava em outro mundo, porque se cria
possível que se continuasse vivendo sob a terra, junto aos homens. Tal crença é incisiva
no imaginário greco-romano, talvez por herança da cultura egípcia, para quem não se
podia sepultar um morto sem os seus pertences, já que no futuro eles lhe poderiam ser
úteis. De fato, quando se encerrava um corpo num túmulo, acreditava-se estar jazendo
nele algo vivo, o que justifica ritos como o derramamento de vinho no túmulo para
saciar a sede do defunto, como atesta Eurípides, na peça Ifigênia em Táuris, ou ritos
similares descritos por Homero (na Odisseia) e por Virgílio (na Eneida). A propósito,
não era pela ostentação do sofrimento referente à perda do ente querido, mas para o
repouso do morto que se realizam os ritos funéreos. São esses elementos da cultura
greco-romana que propulsionam o segundo e crucial momento de nossa investigação,
quando pensaremos o culto dos mortos no Cristianismo primitivo, atentos às
semelhanças e diferenças com a cultura greco-romana de que herda tantas influências.
Palavras-chave: Cristianismo Primitivo. Culto dos Mortos. Cultura Greco-Romana.
41
O DISCURSO DA IGREJA SOBRE A PROSTITUIÇÃO NA BAIXA IDADE
MÉDIA
Fernanda Milhomem de Sousa (UEMA/CESI/NEMHAM)
Orientador: Prof. Ms. Fabrício Nascimento de Moura
Resumo: Esta comunicação tem como objetivo apontar o discurso oficial da Igreja em
relação às prostitutas medievais. As prostitutas infringiam um dos maiores tabus da
Igreja ao praticarem a fornicação. Estas mulheres eram consideradas símbolos de
pecado e luxuria, e ao mesmo tempo, toleradas e condenadas pela sociedade religiosa.
Identificaremos as causas da identificação da prostituição como um grave pecado, o seu
comportamento na sociedade medieval e a regeneração e conversão das mesmas.
Palavras-chave: Prostitutas. Igreja. Idade Média.
Resumo: Este trabalho visa traçar comparações e conversas entre a peça teatral grega de
Édipo Rei de Sófocles e o filme Édipo Rei do diretor italiano Pier Paolo Pasolini, tendo
como principais pontos de discussão o papel escatológico e místico da mulher
sofocliana, embarcando em toda sua complexidade sexual tanto para os gregos como
para as representações psicológicas que Pasolini constrói em sua obra; e juntamente
com as ferramentas da psicanálise, traçar significados psicanalíticos da Esfinge em
Pasolini e sua característica como ser opressor sexual e feminino para os gregos em sua
Antiga Mitologia.
Palavras-chave: Mitologia. Sexualidade. Cinema.
Resumo: Este trabalho tem por objetivo refletir sobre os modos pelos quais as
representações de gênero são apresentadas por Ovídio em seu poema Metamorfoses,
mais especificamente os mitos de Ífis e Ceneu. Procurar-se-á analisar os papéis
femininos e masculinos assumidos na sociedade romana do século I d.C. e compreender
por meio da escrita do poeta o modo como a sociedade romana está representada.
Palavras-chave: Representações. Ovídio. Metamorfoses. Gênero.
Resumo: Não é incomum acharmos hoje pessoas que pensem na medicina científica
como invenção da modernidade, envoltas que estão na esteira do desenvolvimento
tecnocientífico. Muito ainda creem que, no passado, a busca da cura estava atrelada
meramente a porções, amuletos e rituais diversos. O que poucos sabem é a dimensão do
conhecimento que os povos antigos possuíam em relação a tékhne médica, fortemente
cultivada no berço cultural greco-romano. É nesse âmbito que se insere nosso estudo.
Propomo-nos mostrar o florescimento da medicina ocidental, desde as bases míticas dos
círculos religiosos greco-arcaicos ao pensamento hipocrático, chegando a Cláudio
Galeno (129-201 d. C.), figura central à nossa pesquisa. Nesse que foi considerado o
maior médico do império romano se encerra uma importante síntese do pensamento
médico antigo de herança hipocrática. É, portanto, a essa síntese que dedicamos o
presente trabalho, atentos às inovações técnicas por ele trazidas (com seus tratamentos
cirúrgicos, pesquisas sobre anatomia a partir de dissecação de cadáveres, criação de
remédios e de programas de recuperação), o que nos leva a pensar os reais avanços de
sua medicina em relação àquela proposta por Hipócrates.
Palavras-chave: Cultura Greco-Romana. Galeno. Medicina.
Resumo: Sabemos que a história da Igreja Católica é marcada por enormes processos
de transformações e rupturas, sendo parte deles ocorridos durante o que chamamos de
Idade Média. Este trabalho traçará a análise historiográfica de uma das heresias que teve
maior difusão e números de adeptos durante a Baixa Idade Média: a dos cátaros ou
albigenses. Bastante desenvolvida no sul da França e norte da Itália, a heresia cátara foi
ferozmente perseguida e combatida pela Igreja Católica, que organizou uma cruzada e a
Inquisição contra os seguidores. A partir desse contexto, a análise documental partirá
do que Bernardo Guy – inquisidor de Toulouse – escreve em seu manual sobre os
cátaros.
Palavras chaves: Idade Média. Heresias. Cátaros.
Resumo: O presente trabalho visa entender o papel desempenhado por um dos mais
antigos sistemas de escrita do mundo: os hieróglifos. Criados há séculos atrás por uma
das maiores civilizações antigas, o Egito, os hieróglifos eram vistos como escrita
sagrada, o que justifica somente uma pequena parcela da população ter a possibilidade
de aprender as utilidades e significados do seu uso. Durante muito tempo, a escrita
hieroglífica perdurou no Antigo Egito, usada no séquito da alta sociedade. Contudo,
diante das invasões de povos estrangeiros que foram se sucedendo na história, os
hieróglifos foram dando lugar a outros sistemas de escrita, mesmo que sob sua
influência. Imbuídos, portanto, do intuito de explorarmos mais a fundo a importância
dos hieróglifos à cultura egípcia e seu legado à civilização ocidental, buscaremos
desvendar vários aspectos de seu uso e significado mítico para os antigos, investigando
também como esse sistema de escrita chegou ao “fim”. Se devemos, pois, sempre
renovar destaques ao impressionante legado egípcio à posteridade, os hieróglifos
merecem atenção especial.
Palavras-chave: Antigo Egito. Escrita. Hieróglifos.
46
SANGUE, GUERRA E ESPETÁCULO: CONCEPÇÕES DE VIOLÊNCIA EM
DIFERENTES TEMPORALIDADES
Ilma de Jesus Rabelo Santos (PPGHEN – UEMA)
Peterson Passion Birino Miranda (PPGHEN – UEMA)
Resumo: O presente trabalho tem por objetivo apresentar uma proposta pedagógica que
gravita em torno das diferentes acepções do conceito de violência, bem como suas
representações em diferentes temporalidades. A partir do método comparativo,
pretende-se compreender as concepções sobre a violência na Roma Antiga (focalizando
os espetáculos dos gladiadores), no Medievo (centrando no movimento das Cruzadas) e
na sociedade contemporânea (enfatizando a violência urbana). Voltado para discentes
do Ensino Médio, a referida proposta parte do pressuposto de que a violência é um
fenômeno social e histórico e, como tal, não é exclusivo de nosso tempo, sendo esta
postura crítica fundamental para a formação de uma consciência histórica.
Palavras-chave: Violência. Representação. Proposta Pedagógica.
Resumo: O Diabo adquiriu diversos contornos desde a Idade Média e, mediante o devir
histórico, vivenciou-se a sua transformação, permitindo a esse símbolo imagético
diversos sentidos e significados. As representações do Diabo permitem o surgimento de
estigmas, intolerâncias e perseguições religiosas no espaço religioso brasileiro. Este
trabalho reflete sobre essa figura presente no imaginário cristão desde o período
medieval e suas imbricações que possibilitaram a Igreja Universal do Reino de Deus, no
século XX, construísse o seu discurso religioso pautado na guerra contra o Diabo.
47
Palavras-chave: Cristianismo. Diabo. Representações.
Resumo: A tragédia grega Hécuba escrita por Eurípedes e apresentada por volta de 423
a.C retrata a história da rainha de Tróia Hécuba que após a guerra contra os aqueus foi
reduzida a condição de escrava e prêmio de guerra. Parte de suas filhas também acabam
se tornando servas (a exemplo de Cassandra e Polixena) e na tentativa de assegurar a
sobrevivência de sua linhagem, o filho mais novo, Polidoro é entregue aos cuidados do
rei amigo Poliméstor. Ao analisarmos a tragédia euripidiana buscamos observar os ritos
fúnebres como via de honra/ desonra entre os vivos e os mortos. A conduta de Polixena
ao heroicamente se entregar como sacrifício, o fato de Polidoro ser morto (tendo o
cadáver ultrajado pelo seu anfitrião Poliméstor) e Hécuba vinga-se do amigo impiedoso
de maneira violenta e inusitada, podem nos indicar como os cadáveres e os tratamentos
dados ou dispensados a eles são importantes para a compreensão de alguns códigos de
condutas da sociedade ateniense do Século V a.C.
Palavras-chave: Hécuba. Cadáveres. Ultraje. Honra.
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Resumo: O presente artigo dialoga com o campo da Filosofia e trabalha com a
mitologia na Grécia clássica, esclarecendo e estabelecendo as relações entre ambas e o
cunho social que permeia esta relação. Para isso, é utilizada uma obra de Platão, o
Fédon, que trata sobre a emblemática sentença de Sócrates e as discussões acerca da
morte. Mas por que utilizar justamente esta obra para mostrar correlações Filosofia –
mitologia – sociedade? Primeiro, porque é interessante retratar a partir do teor da obra,
das relações do grego com a morte, tema notório que é explorado na mitologia e que
teve uma abordagem “filosófica”, abordagem tal que planejo mostrar que não exclui a
influência mitológica. Atrelado ao Fédon, busco um diálogo com José Benedito de
Almeida Júnior, no livro “Introdução à Mitologia”, livro que considero excelente e que
ajudará à compreensão da profundidade religiosa nas relações sociais e da concepção
grega da divindade. Enfim, usar o Fédon como fonte que retrate aspectos sociais da
Atenas Clássica, leis, costumes, cultura. Tudo isso de maneira sistemática e procurando
cada vez mais uma compreensão do pensamento filosófico e da mitologia como fatores
importantes da vida em sociedade.
Palavras-chave: Filosofia. Platão. Morte. Sociedade. Sócrates. Mitologia.
Resumo: Neste trabalho será apresentada uma reflexão sobre o papel do teatro na
formação espiritual dos gregos antigos, assumindo como premissa o fato de que,
seguindo o próprio sentido etimológico do termo grego theatrós (theós: deus/divino +
trós, que pode ser traduzido como dentro, por sugerir a ideia de interioridade), o teatro
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era lugar de cura e, portanto, espaço de promoção de saúde, entendendo saúde numa
dimensão psicossomática, aos moldes da medicina hipocrática. Por ser, portanto, um
local onde se adentra o divino, o teatro recebia destaque não só no interior das pólis,
como em Atenas, conhecida por seus campeonatos de peças teatrais, por ocasião das
festividades anuais dedicadas a Dioniso: o teatro estava presente nos centros de cura,
como em Epidauro. O teatro era terapêutico porque – através da catarse que suscita nos
espectadores, como diz Aristóteles na Poética – abria as portas da psyché para a saúde
ética do indivíduo, ou seja, a harmonia entre o estado de sua alma e o seu destino
cósmico (o divino), justificando a preeminência do oráculo délfico, famoso na filosofia
de Sócrates: “Conhece-te a ti mesmo, depois aos outros e depois ao mundo, e quem sabe
um dia te tornarás um ánthropos”.
Palavras-chave: Centro de Cura. Saúde Ética. Teatro Grego.
Resumo: O presente trabalho almeja refletir sobre a obra literária Metamorfoses, escrita
por Apuleio no segundo século d.C, a mesma narra a história de um jovem chamado
Lucio, que ao viajar para a região da Tessalia, é transformado em um asno por conta da
utilização de uma poção mágica, e posteriormente passa por uma série de vicissitudes e
privações durante sua jornada até ser redimido e regenerado pela deusa Isis. O livro
Metamorfoses possui um número considerável de representações relativas às práticas
mágicas, nesse sentido, a obra será analisada afim de que se problematize o valor
negativo e marginal inserido por Apuleio com relação à caracterização dessas práticas,
bem como será pensado sobre a predominância de representações femininas como
sendo detentoras do conhecimento mágico, e também será refletido como a magia pode
ser representada como um dispositivo de poder para o indivíduo que possuir
determinado conhecimento sobre a mesma.
Palavras-chave: Império Romano, Literatura Latina, Magia.
Resumo: A música “Eu Não Matei Joana D’Arc” da banda de roque, Camisa de Vênus
faz uma “viagem” sobre a figura de Joana D’Arc. A partir daí passasse a refletir sobre a
construção do mito da Idade Média ou da Idade Moderna ou da Idade Contemporânea?
A construção do mito de Joana D’Arc, que muito influencia o imaginário ainda hoje é
tema de controvérsias, preferências religiosas ou mesmo de análise de gênero e de
classe por sua condição de mulher e origem camponesa. Uma mulher à frente do seu
tempo, uma mulher visionaria, uma bruxa, uma guerreira ou uma santa? Em qual
categoria ela se enquadra? Por que foi condenada a fogueira (1453) e depois canonizada
(1920), pela mesma instituição, a Igreja? O que mudou ao longo dos tempos? Quais os
interesses agregados nesse evento que colaboraram para a construção do mito de
heroína? Como Joana d’Arc é vista na historiografia e nos livros didáticos? Para esta
análise pretende-se utilizar os trabalhos de teóricos como Bittencourt (2003), Bloch
(1993), Fonseca (2003), Le Goff (1995), Pernoud (1993) e Mário Schmidt (1999).
Palavras-chave: Mito. Historiografia. Livro Didático. Joana D’Arc.
Resumo: O tempo e o espaço sempre foram noções presentes na vida dos sujeitos
históricos. A compreensão da história e o local de pertencimento foram ferramentas
intercambiadas na percepção do homem medieval dos acontecimentos. De 1383-1385, o
reino de Portugal passa por um momento conhecido como Revolução de Avis, em que
uma nova dinastia assume o poder e precisa legitimar seu poder. A estratégia foi
colocada em prática com a contratação do guarda-mor da Torre do Tombo, Fernão
Lopes na intenção de escrever crônicas que narrassem os grandes feitos dos reis
portugueses e do movimento social de ascensão da família avisina. A Crônica de D.
51
João I, aqui analisada, apresenta conotações milenarísticas e messiânicas ao fundador
da dinastia, D. João. Fernão Lopes demonstra uma preocupação com a administração do
tempo sobre qual escreve e exprime um passado idealizado, um presente menosprezado
e um futuro anunciado. Nessa comunicação, temos por intenção analisar as
representações temporais e o espaço do vivido edificados por Lopes, no início do século
XV.
Palavras-chave: Fernão Lopes. Portugal. D. João I.
Resumo: Nesta comunicação nos propomos apresentar a obra de José Ribamar Lopes
intitulada “Sete temas de cordel”. Ele, um maranhense de Pedreiras, a publicou em
1993, como uma referência ao que entendemos como a permanência de uma memória,
uma temática do medievo. Os folhetos e os temas selecionados pelo autor foram
produzidos em maioria na década de setenta. Os temas são o diabo, a mulher, as fábulas
de animais e os heróis e anti-heróis. Assim, almejamos apresentar a obra e analisar, os
folhetos, a poesia popular, enquanto abordagens temáticas que eram comuns na
literatura medieval.
Palavras-chave: memória, medievo, cordel.
Resumo: Em decorrência dos debates gerados após a aprovação da lei 10639/03 que
estabelece o ensino de História da África nas escolas de ensino fundamental e médio,
52
sente-se a necessidade de discutir sobre qual será a África apresentada nesse conteúdo
escolar, já que não há uma especificação no texto da lei. Portanto, o objetivo do presente
trabalho é fazer uma reflexão sobre a Historiografia e cronologia da História da África,
já que, por muitas vezes, ela é reduzida à sua colonização europeia e à sua diáspora
através da escravidão. No decorrer da pesquisa nos debruçaremos sobres os líbios, ou
seja, a África antes do domínio europeu, destacando sua organização social e política.
Resumo: Nosso estudo parte de uma provocação: herdeiros que somos da paidéia grega
e de todo o arcabouço sapiencial de sua mitologia, ainda há algo de útil a se resgatar
nesse berço cultural em que o Ocidente foi gestado, tendo em vista o discurso cada vez
mais frequente que associa coisas antigas à inutilidade? Ora, o século XXI nos revela
uma grande lista de avanços tecnológicos e científicos que põem a vida humana em
relevo, sinalizando para o seu progresso; contudo, apesar desses “ganhos”
tecnocientíficos, ainda parecemos longe de alcançar o ápice civilizatório almejado pelo
projeto iluminista e seus sucedâneos. Nunca foi tão fácil e rápido acessar informações e
se comunicar com pessoas, mas ainda cultivamos relações com pouco conteúdo e
intelectuais com pouca sabedoria para cultivar os conhecimentos que possuem. Ao que
nos parece, a ciência e tecnologia de que dispomos não tocam a reflexão ética sobre
importante arte de viver bem consigo mesmo e com o universo, temas caros à mitologia
grega, de quem somos herdeiros. É, pois, esse cenário que nos inquieta e é revisitando
os mitos que buscaremos respostas, pensando sua relevância para a atualidade, cônscios
de que seus contributos não devem ser deixados no passado.
Palavras-chave: Contemporaneidade. Mitologia Grega. Ocidente.
54
Resumo: A presente pesquisa tem como objetivo analisar os ritos funerários da
sociedade Ateniense no período clássico. A partir desse contexto, objetivamos
demonstrar as possíveis concepções que essa civilidade tinha a respeito da morte e do
destino da alma. Para Fustel de Coulanges a alma não passava sua segunda existência
em um mundo diferente daquele em que vivemos. A alma junto dos homens continuava
vivendo, porém, sobre a terra. Através de orientações teóricas de Arnold Van Gennep,
compreenderemos o conceito de ritos fúnebres, no qual o autor afirma que eram
realizados para dividir papeis sociais diante de uma sociedade e que entre esse ritual de
passagem existe um isolamento em relação à sociedade ocasionada pela perda de um
ente querido. Os vivos e os mortos constituem uma sociedade que se baseia entre o
mundo dos vivos, de um lado, e o mundo dos mortos, do outro. Utilizaremos também a
obra de Tucídides, que trata das características cerimoniais de Atenas, direcionado à
bela morte, um termo utilizado para representar a morte dos soldados-guerreiros
atenienses na Guerra do Peloponeso, encontrada na oração de Péricles, na época áurea
de Atenas no período clássico. Morrer belamente consistia no ato heroico e glorioso
daqueles jovens que eram enviados ao campo de batalha e ofereciam a Atenas suas
vidas para o bem-comum, conquistando assim a plenitude de um louvor imperecível.
Para os atenienses, bela e gloriosa era a morte do guerreiro que tombava na flor da idade
no campo de batalha.
Palavras-chave: Grécia. Atenas. Rituais. Morte.
Resumo: O presente trabalho aborda o mito da saudade de dom Sebastiao como rei
português e a construção de um reino imaginário nos Lençóis Maranhenses. E por falar
em saudade, que é uma palavra de origem latina e possui vários significados, entre eles,
a ausência de algo ou alguém, esse saudosismo que preenchia os corações dos
portugueses poderia ser o ponto de partida, a motivação, para a tentativa de recuperação
de uma imagem que morrera com o passado, a partir da dominação da Espanha sobre
Portugal, a União Ibérica (1580-1640). D. Sebastião foi um rei que fora “desejado”
desde o nascimento, e passou a ser “encoberto” a partir do seu desaparecimento na
batalha de Alcácer Quibir. Somos herdeiros desse sonho de Portugal, a crença em um
rei que viria como salvador, e regressaria para criar o Quinto Império. A crença do
encoberto atravessou os mares e chegou às colônias portuguesas, povoando o
imaginário dessa gente simples, que acredita que Dom Sebastiao voltaria com a
promessa de um reino de fartura, e que estes se tornariam para sempre livres do jugo e
da opressão. Passados cinco séculos, o rei ainda é esperado e lembrado com muito vigor
na praia dos Lençóis Maranhenses, onde dizem abrigar o corpo místico do encoberto,
que surge metamorfoseado na figura de touro negro encantado, o qual passeia nas noites
de lua cheia e desafia a todos para o seu desocultamento para a formação de um novo
reino.
Palavras-Chave: sebastianismo; mito, sonho, encantamento, Maranhão.
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Resumo: Neste estudo serão discutidas ideias presentes na historiografia medieval
contemporânea acerca do que tange a temporalidade do século XI ao XIII d. C. e as
profundas alterações que a Igreja Católica sofre em decorrência de um movimento de
reforma em diversos âmbitos (a separação do poder laico do poder espiritual e a
passagem da arquitetura romana para a arquitetura gótica). Em específico, este trabalho
visa contribuir para o conhecimento sobre o surgimento das ordens mendicantes
medievais, responsáveis pela prática da evangelização e catequização na Europa
Medieval e posteriormente na América Espanhola e Portuguesa. Os agostinianos,
carmelitas, dominicanos, franciscanos e mercedários, são exemplos de ordens
mendicantes que trouxeram ao cristianismo não uma fuga do mundo, mas uma nova
ótica de enxergar o homem medieval e a sua relação com o que está ao seu redor,
colocando os religiosos próximos aos fiéis e assumindo, na sua prática, a expressão da
pregação a partir do exemplo. Nessa perspectiva, discutiremos as particularidades de
cada ordem mendicante, suas propostas e seus impactos na Europa Medieval.
Palavras-chave: História. Idade Média. Ordens Mendicantes.
Resumo: O presente trabalho pretende analisar a divindade Baco e como esta foi
representada no livro as Metamorfoses de Ovídio. A divindade Baco, foi incorporada
em Roma por volta do século II a.C. O seu culto tinha como características básicas ser
composto por mulheres e ter a presença da bebida divina que este grupo considerava ser
o vinho, pois ajudava a entrar em estado de êxtase. Baco também ficou conhecido por
castigar aqueles que não seguiam os seus rituais ou o desrespeitava de alguma forma.
Tendo em vistas isso, observamos que na obra as Metamorfoses há a presença de um
relato que mostra algo parecido. Baco chega a uma cidade para instituir seu culto e um
grupo de mulheres decide não ir, e por isso são punidas rigorosamente. Portanto
pretendemos analisar a representação que Ovídeo atribui a Baco nesta obra, como
também das ações de suas sacerdotisas no culto e as formas punições atribuídas a quem
não seguisse corretamente as práticas ritualísticas. Discutiremos a repercussão da
divindade na esfera religiosa no território romano, desde sua chegada, a proibição em
186 a.C. pelo senado romano e os resquícios que ficaram após esta.
Palavras-chave: Baco. Metamorfoses. Religião. Representação.
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Resumo: Este estudo tem por objetivo analisar o desenvolvimento das táticas, técnicas
e armamentos usados em batalha durante o século XI quando da ocorrência da Batalha
de Hastings de 1066. Nesta referida batalha forças invasoras normandas, influenciadas
pelo estilo de guerra continental, lutaram contra forças defensoras inglesas,
influenciadas pelo tradicional estilo germânico de guerra, o que levou a diferentes
formas de ação durante a batalha bem como uma composição diferente dos exércitos
que se enfrentaram, dirigindo-se à vitória dos invasores. Para a análise do combate e dos
equipamentos, utilizamo-nos de duas fontes contemporâneas ao evento, a Tapeçaria de
Bayeux e a Crônica de Guilherme de Poitiers, concomitantemente analisadas com a
historiografia pertinente, como Norman Knight, de Christopher Gravett, Medieval
Military Technology, de Kelly DeVries e Robert Douglas Smith, e Armas & Técnicas
bélicas de los caballeros medievales de Martin J. Dougherty. Propomos que a evolução
técnica adotada pelos normandos no continente permitiu sua vitória diante dos
defensores ingleses, que lutavam em terreno vantajoso e em seu próprio reino.
Palavras-chave: Guerra. Táticas. Armamentos. Hasting.
Resumo: No século XIII, duas forças políticas se consolidaram nos reinos de Castela e
Leão, o rei e a nobreza. Nobreza esta que garantiu privilégios e autonomia frente ao
poder real. Neste contexto, a Crônica de Alfonso X evidencia a busca do poder real em
centralizar a administração e os códigos jurídicos, o que provocou uma reação imediata
desta nobreza fortalecida. Uma política iniciada ainda no reinado de Fernando III, mas
que foi colocada em prática somente durante o reinado de Alfonso X visava à
reorganização dos códigos jurídicos dos reinos que estavam sob o domínio do monarca
e, dessa forma, buscou garantir a unificação das leis e uma retomada da centralização do
poder a partir da figura real. As primeiras reações da nobreza frente a este processo de
unificação jurídica foram documentadas na Crônica de Alfonso X, por meio das cartas
trocadas nas negociações que constituem o primeiro memorial de reivindicações dos
nobres ao rei e das respostas do rei.
Palavras-chave: Rei. Nobreza. Revolta.
Resumo: Este presente estudo tem como objetivo revisitar as bases mítico-filosóficas
da medicina da Grécia Antiga, investigando a relação entre o saber médico e a religião
arcaica, principalmente a partir do referencial teórico hipocrático. Herdeiros da
Modernidade, somos acostumados a uma medicina que assume um forte caráter técnico-
científico e é caracterizada pelo apelo objetivista quanto às formas de gerir a relação
saúde-doença. Por isso, estranha-nos associar a medicina a reflexões éticas sobre a
existência humana, tópico fundamental ao conceito greco-antigo de saúde ética (que
pressupõe o alcance da saúde à harmonia entre a psyché individual e a psyché cósmica,
considerando o divino como referencial para esse bem-estar). Muitas são as vinculações
58
religiosas da medicina antiga: investigaremos, por exemplo, a importância dos templos
dedicados a figuras míticas como Asclépio e Higéia, que, aliás, constam no início do
famoso juramento hipocrático. Nessa esteira investigativa, para alcançarmos o objetivo
proposto, desvelaremos o sentido da saúde ética, a importância dos antigos centros de
cura (como Epidauro) e a vinculação da medicina antiga com a filosofia (principalmente
a socrático-platônica, por sua influência das antigas “Escolas dos mistérios”).
Palavras-chave: Grécia Antiga. Medicina Sagrada. Mitologia.
Resumo: Nosso estudo visa discutir o caráter mágico e científico dos ensinamentos
pitagóricos enquanto promotores dos mistérios iniciáticos herdados da tradição egípcia.
Pitágoras era um iniciado nas “Escolas dos Mistérios”, que cultivavam a psyché humana
em vista da reconquista da imortalidade perdida (condição áurea primordial) e das
verdades eternas. Um iniciado era instigado ao autoconhecimento voltado à descoberta
do sentido cósmico de sua existência; deveria aprender o caminho da transcendência de
sua materialidade em direção à espiritualidade, religando sua natureza humana à divina
(daí o sentido de “religião”: religar), como podemos ver na geometria sagrada das
pirâmides (cuja base quadrada – representando à materialidade da condição humana – se
eleva ao divino, representado pelo triângulo) e na representação da tétraktys pitagórica.
Na esteira de campo de sentido, compreenderemos o sentido mítico-filosófico-científico
da matemática de Pitágoras. Nela, veremos as claras influências órfico-dionisíacas das
“Escolas dos Mistérios”, que incitam o homem a uma vida ascética de busca pela
purificação interior e pela harmonia de si com as “formas” perfeitas do cosmos, para
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que no ciclo de reencarnações (metempsicose), sua busca culmine na libertação da alma
para o eterno, pelo alcance da pura espiritualidade.
Palavras–chave: Ciência. Grécia Antiga. Magia. Pitágoras.
Resumo: Esta pesquisa tem por objetivo central, entender como as representações sobre
a mulher ideal na Grécia Arcaica foram construídas no hino homérico à Deméter. Os
hinos, mitos que eram entoados em festivais públicos e religiosos, eram dedicados aos
deuses e narravam suas histórias míticas, cuja autoria é atribuída a Homero. Partindo da
ideia de que era uma sociedade patriarcal, buscamos inserir Homero dentro deste
panorama social, pois o poeta fala dentro de um conjunto de relações sociais. A mulher
ideal, melissa, era a mulher com o perfil de esposa, cuidadora do lar, de família e dela se
esperavam o casamento, a maternidade dentre outras características. Desse modo,
buscamos investigar, em que medida essas representações estão construídas no hino
homérico, fazendo um diálogo com fontes imagéticas e um estudo sobre História das
Mulheres e gênero, para auxiliar nas considerações sobre nossa proposta.
Palavras-chave: História das Mulheres. Representação. Antiguidade. Mito.
Resumo: Entre 413 e 426 Santo Agostinho (Aurelius Augustinus) escreveu a obra que
viria a gozar de enorme influência e recepção no Ocidente cristão: DE CIVITATE DEI.
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Obra que aqui tomamos a partir de uma dupla localização, qual seja: enquanto tratado
teológico e de filosofia da história. Na Cidade de Deus, estão apresentadas muitas das
ideias da maturidade intelectual de Santo Agostinho e esta está repleta das marcas
ideológicas e filosóficas que dão base ao pensamento do mesmo sobre uma diversidade
de questões a que dedicou atenção. A obra possibilita que tomemos contato com as
compreensões agostinianas do fim do mundo antigo; os usos que este faz das leituras de
obras clássicas; a defesa que estabelece do povo cristão quanto à influência na queda de
Roma; a elaboração de seu pensamento acerca do tempo, distanciando-se da
temporalidade praticada pela tradição latina, dentre outros aspectos de que trata. Para
Santo Agostinho, além do tempo presente, aquele que existe sem contestações, há o
pretérito, que “já não existe” e o futuro, que “ainda não existe”. De um lado, defende a
existência do passado a partir do argumento de que se os fatos desse tempo foram
narrados é porque existiram e foram vistos; de outro, argumenta sobre a existência do
futuro. Vaticinando o futuro, é que Santo Agostinho constrói a ideia de uma “cidade
celeste” ao se deparar em seu presente com uma “cidade terrena”, aos seus olhos
depravada, por se constituir de vícios criados da relação entre os homens e um universo
vasto de “falsas e enganadoras” divindades, só possíveis de serem combatidas a partir
do fortalecimento do Cristianismo que inaugurava um “novo tempo” a que ajudava a
dar força apropriando-se da tradição latina.
Palavras-chave: História Medieval. Santo Agostinho. Tempo. Culto tradicional.
Cristianismo.
Resumo: Entre os idos de 1296 a 1328, a Escócia passou por sua Primeira Guerra de
Independência. Descendentes dos antigos guerreiros celtas (que barraram o avanço do
Império Romano sobre suas terras em 126 d.C), os Highladers não admitiam viver sob
o jugo e a dominação de povos estrangeiros, somente obedecendo ao conselho de seus
próprios clãs. Diante dessa realidade belicosa e pungente, surge uma figura histórica:
William Wallace. Por sua participação ativa e seu sacrifício pela causa escocesa,
Wallace foi eternizado não só nas páginas da História, mas também na Literatura, nas
telas de cinema e, principalmente, no imaginário coletivo e mítico de uma nação.
Assim, “futuro se torna passado, premonição se torna reminiscência e a realidade se
torna mitologia” (Lost Realms – 2002 -Banda Wuthering Hights). Porém, a história de
Wallace, por muito tempo, esteve apartada da fama que o mesmo angariou com seus
atos, já que nas sociedades Celtas o Bardo era o guardião da literatura e da história e
compunha, recitava ou cantava as glórias e os feitos com um certo propósito prático: a
glorificação de seu patrão e de sua família. Apesar de tudo, o grito de liberdade dado
por Wallace ecoou através dos tempos e chegou até nós.
Palavras-chave: Celtas. Escócia. Wallace. Resiliência.
62
Resumo: Nosso trabalho almeja apresentar elementos representativos do espírito
formativo da paidéia grega a partir da tradição das epopeias homérico-hesiódicas, na
Grécia arcaica, e da tradição de tragédias emergentes no teatro greco-clássico. Nesse
âmbito, mostraremos que mesmo antes da consolidação do teatro clássico, a educação
da criança (paidós) na era arcaica já cultivava elementos marcantes do teatro, como o
canto, a dança e os mitos. Ora, sendo cantadas, as epopeias inspiravam não só memória
dos mitos, mas fomentavam o ritmo e a harmonia de si com as vibrações do corpo e da
alma. À sombra dos plátanos (árvores típicas ao território grego, dotada de copas em
forma de chapéu-de-sol), era comum ver crianças reunidas pelos mestres que, por sua
vez, lhes ensinavam o canto, a dança e os mitos. Nesse local, as crianças aprendiam os
tópicos da civilidade, pelo exemplo épico dos deuses e dos heróis, fato que se repetirá
na pólis, então sob a roupagem do teatro, que segundo cremos, transporta o espírito
educativo fomentado embaixo dos plátanos, com o mesmo interesse em suscitar a
catarse dos sentimentos e, portanto, o sentimento de respeito e reflexão sobre a
existência e a relação com os mistérios cósmicos.
Palavras-chave: Epopeias. Grécia antiga. Paidéia grega. Tragédias.
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo construir uma analise a respeito do
modelo de rei ideal que servia de exemplo aos seus súditos. Para isso partiremos da
importante função de conduzir seu povo a glória, salvação e afastar as ameaças de seu
país, por intermédio de guerras e do exercício da boa justiça. Neste sentido, o monarca
deve ser cristaníssimo e virtuosíssimo, possuindo características messiânicas capazes de
fazê-lo um bom governante e um bom cristão, exemplo para a sociedade. A partir dos
relatos cronísticos portugueses poderemos analisar este modelo de rei que fora
construído com elementos positivos e muito próximos ao cristianismo. Um exemplo é o
primeiro monarca português, Afonso Henriques, a quem Cristo crucificado teria
aparecido antes de uma batalha contra os muçulmanos, motivo pelo qual o monarca
venceu a batalha, no que ficou conhecido como o “Milagre de Ourique”. Outros
monarcas estão associados com uma escolha divina, como por exemplo, D. João I,
conhecido por seu cronista, Fernão Lopes, como o “Messias de Lisboa”, o eleito para
governar Portugal, assim como D. Sebastião tido como “O Desejado” mesmo antes de
seu nascimento para governar Portugal, que morrera em luta contra os mouros na
batalha Alcácer-Quibir, gerando uma onda messiânica, retomando na sua figura ideias
oriundas das trovas de Bandarra. Através do estudo de crônicas portuguesas,
pretendemos analisar os elementos dos bons monarcas, associados a atributos dos reis
do Antigo Testamento e como são modelos à sociedade portuguesa.
Palavras-chave: Rei. Modelo. Cristão. Portugal Medieval.
63
Resumo: Ao abordar a História África, como eixo temático no Ensino Fundamental,
estará se apresentando possibilidades de conhecimento das origens dos afro-brasileiros
como atuantes de processos históricos e culturais específicos, oferecendo-lhes a
justificativa de sua valorização, enquanto ser atuante na formação da sociedade
nacional. A presente pesquisa objetiva analisar a temática: História e Cultura Afro-
Brasileira e Africana, destacando como está sendo desenvolvido o ensino da História da
África e da Cultura Afro-Brasileira, após a implementação da Lei nº 10.639/2003, nas
séries do Ensino Fundamental (6º ao 9º ano) da rede pública municipal de Caxias - MA.
A elaboração da pesquisa se deu, primordialmente, através de uma revisão bibliográfica
de autores como Ana Mônica Lopes e Luiz Arnaut, Circe Maria Fernandes Bittencourt,
Kabengele Munanga e Maurício Waldman, que discutem a temática como objeto de
estudo. Realizou-se, ainda, pesquisa de campo, através de entrevistas com professores
da rede pública municipal e representante do movimento negro do município de Caxias.
Debater sobre a referida temática, torna-se importante para a obtenção de uma visão
construtiva e inovadora da História e Cultura Africana para reconhecimento da
identidade dos afrodescendentes no Brasil.
Palavras-chave: Ensino. História. Lei nº 10.639/2003.
Resumo: Augusto, para muitos o primeiro Imperador Romano, é uma das figuras mais
misteriosas e, por isso mesmo, mais fascinantes da História Romana. Sua vida, seus
feitos e suas conquistas foram alvos de múltiplos olhares, de variadas perspectivas e de
inúmeras narrações tanto no seu próprio tempo quanto em nossos dias atuais. Sendo
assim, nesta apresentação, propomo-nos a demonstrar como o jovem romano,
denominado na ocasião de seu nascimento Otávio tornou-se Augusto, o Imperador. Em
outras palavras, as estratégias políticas e culturais que auxiliaram na construção da
64
figura augustana, na criação imagética e discursiva de um Princeps Júlio-Claudiano.
Para tanto, faremos uso de autores de diferentes períodos do Principado Romano, sendo
estes: Veléio Patérculo (séculos I a.C. a I d.C.), Plutarco de Queroneia (séculos I e II
d.C.), Caio Suetônio Tranquilo (séculos I e II d.C.), Lúcio Floro (séculos I e II d.C.) e
Dión Cássio (século III d.C.). Através de seus diferentes discursos e modelos de escrita,
intentamos brevemente demonstrar como a vida de deste personagem é narrada desde
sua infância sempre destacando o mosaico de vicissitudes, de desafios, de contratempos
e de sucessos que moldaram e transformaram Otávio em Augusto.
Palavras-chave: Roma. Principado. Augusto.
Resumo: Esta pesquisa tem por finalidade encontrar os principais elementos que
constituem o estereótipo do clássico herói medieval, através da análise da lenda de
Beowulf. Para alcançarmos tal objetivo analisamos o conto anglo-saxão Beowulf,
atentando para os fatos que levam o protagonista da obra (outrora um guerreiro da tribo
dos gautas) a ser considerado um dos maiores heróis da literatura medieval. Em
Beowulf, podemos perceber a presença de certos elementos que constituem uma
“jornada” para o posterior título de herói. Essa jornada é marcada por diversos pontos
que precisam ser preenchidos no decorrer do caminho que leva, por sua vez, a
recompensas como a glória, à fama e o poder, recompensas essas que podemos
encontrar em todos os heróis medievais. Diante disso, esta pesquisa busca analisar esses
“requisitos” necessários para se continuar no “caminho do herói medieval” e, com isso,
65
entender como indivíduos aparentemente comuns conseguiram ascender a um posto
quase sobre-humano, sendo titulados por todos como heróis.
Palavras-chave: Beowulf. Heroísmo. Idade Média.
Resumo: Desenvolvemos uma pesquisa que nos leva para o meio teórico e prático no
ensino da História. Esta pesquisa sendo inserida também como projeto de extensão
proporciona a aplicação da mesma em turmas tanto no ambiente escolar, quanto no
universitário, trazendo experiências para todos que participam do projeto. O projeto
Teatro Grego na Sala de Aula desenvolvido pelo Leitorado Antiguo – Grupo de Ensino,
Pesquisa e Extensão em História Antiga da Universidade de Pernambuco – Campus
Mata Norte, foi contemplado com uma bolsa do Programa de Fortalecimento
Acadêmico (PFA) desta instituição. Fazendo uma leitura das peças, entramos em
contato com o autor, o contexto social no qual se inseriam, o que desenvolve um efeito
muitíssimo duradouro nas mentes desses leitores (FUNARI, 2005). Adotamos também a
linha de História Cultural proposta por Chartier (2004), onde há a preocupação com a
recepção dos conteúdos. Assim o projeto “Teatro Grego na Sala de Aula” busca novas
abordagens embasadas na historiografia e nas fontes (o teatro grego), e através de temas
atuais (religiosidade, mitologia) propõe aos alunos construir novas visões da
Antiguidade.
Palavras-chave: Antiguidade. História. Teatro.
Resumo: “Os homens morrem porque esquecem”. Esse aforismo atribuído a Teócrito
reflete bem o ideário greco-antigo da saúde ética, associada à arte de voltar a viver com
plenitude, a partir do encontro de si com o sentido cósmico da existência. Esse ideal –
tão caro à paideia grega originária das antigas “Escolas dos mistérios” – sugere que os
seres humanos devem cultivar a verdade de si, resgatando o sentido de sua existência a
partir do autoconhecimento, como sugere o famoso oráculo délfico: “Conhece-te a ti
mesmo, depois aos outros, depois ao mundo e, quem sabe um dia, te tornarás um
ánthropos”. Diante disso, nosso estudo investiga a vasta sabedoria da paidéia mítica a
partir de uma perspectiva psicopatológica que segundo cremos, já está presente nos
mitos gregos, apesar de ganhar visibilidade com a psicanálise, que, com suas
especificidades metodológicas em relação à psicopatologia mítica – é entusiasta dessa
arte de recordar e dar voz ao si mesmo, procurando reconstituir a saúde ética do
paciente, muitas vezes doente por viver afastado do que o apaixona. Nossa abordagem
fundada na paidéia grega parte, pois, do princípio de que perecem os que esquecem o
sentido de seu destino cósmico, fomentando desarmonia entre o que são e o que fazem.
Palavras-chave: Escolas dos Mistérios. Psicopatologia Mítica. Saúde Ética.
Resumo: Atualmente temos uma extensa produção literária capaz de nos transportar de
nossa realidade, muitas vezes entediante, para mundos de épicas aventuras. O elemento
maravilhoso, uma vez absorvido pela literatura medieval e posteriormente presença
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constante em diversas manifestações culturais, se faz também cada vez mais presente
em inúmeras produções contemporâneas. Assim, a produtiva mescla entre arte e fantasia
tem, paulatinamente, influenciado a nossa percepção da História, criando um imaginário
contemporâneo ocidental sobre a Idade Média, muitas vezes conflitante com os fatos
históricos do medievo. Neste trabalho, observamos como o maravilhoso se reflete para
nós através de um gênero literário em especial, a epic fantasy, e dessa forma podemos
estudar suas similaridades e suas diferenças para com a literatura medieval e os dados
históricos, recolhidos de obras de importantes historiadores, a fim de compreendermos
como é formado esse imaginário sobre o medievo, hoje largamente difundido. Sendo
um trabalho comparativo, a metodologia proposta aqui consiste em partir da
reapropriação de elementos medievais na série de romances de George R. R. Martin, As
Crônicas de Gelo e Fogo, e analisá-la tendo em vista parâmetros literários, estruturais,
estéticos e históricos. Com base nas análises feitas, os resultados obtidos estabelecem
um forte vínculo do imaginário popular sobre o medievo com o poder criativo das
utopias através da literatura.
Palavras-chave: Epic Fantasy. Maravilhoso. Reapropriação Imagética. Imaginário
Medieval.
Resumo: O presente trabalho tem por objetivo fazer uma análise das representações de
Macrina construídas por seu irmão, Gregório de Nissa, na obra biográfica Vida de
Macrina, escrita por volta de 380 ou 383. Macrina foi uma virgem da Capadócia que
viveu entre os anos de 325 e 379, filha de uma família pertencente à aristocracia
senatorial da região da Ásia Menor. O fato de pertencer a uma família de prestigio
financeiro e social possibilitou a jovem construir e dirigir dois retiros nas proximidades
de Anési, na região do Ponto, ao sul do mar Negro. Sendo um deles destinado
exclusivamente para mulheres que desejavam uma vida dedicada à espiritualidade,
assim como ela. Nosso trabalho procura compreender o contexto e a compreensão,
naquela época, da escolha de uma vida ascética retirada do mundo comum, sobretudo
porque a fonte principal escrita por um dos maiores pensadores cristãos do IV século,
evidenciando relações de poder, laços familiares e o lugar da mulher no Cristianismo
dessa época.
Palavras-chave: Representação. Relações de Gênero. Macrina. Ascetismo.
71
maravilhas e graças dos justos que desfrutam das recompensas divinas. Desse modo, a
materialidade sagrada evocada no manuscrito adquire grande importância nas
descrições dos méritos que as almas que se dedicaram às obras cristãs recebem no
Paraíso Celestial.
Palavras-Chave: Paraíso. Glórias celestiais. Objetos Sagrados. Visão de Túndalo
Resumo: O Tribunal do Santo Ofício, nascido durante os séculos XII e XIII (instituído
oficialmente pelo Papa Gregório IX em 1229), compõe sua trajetória desde a Idade
Média Central até meados do século XIX. Sua atuação se torna mais acirrada durante os
séculos XIV-XVI, quando a perseguição contra os considerados inimigos da Igreja,
denominados hereges, é posta como prioridade, e as medidas tomadas tornam-se
bastante rigorosas. O presente trabalho tem como objetivo analisar uma das maiores
perseguições cometidas pela Inquisição: a caça às feiticeiras. Diante da tamanha
problematização que tal tema acarreta, busca-se focar na questão do discurso contra o
sexo feminino, mais especificamente contra a “natureza” de sua sexualidade, dando
destaque para a demasiada importância deste mesmo discurso, de forma que essa
perseguição alcançasse patamares tão avassaladores. Além disso, serão mostradas as
visões concebidas sobre o uso de magia em diferenciadas épocas dentro do medievo,
concomitantemente, os eventos que incentivaram esse medo coletivo perante as ditas
feiticeiras, e de que maneira esse sentimento teve grande parcela de responsabilidade no
vasto número de mulheres incendiadas pela fogueira.
Palavras-chave: Feitiçaria; Mulher. Inquisição. Medo.
72
O ESPAÇO MARINHO E A CONSTRUÇÃO SOCIAL DE UM LUGAR:
ANÁLISE DA CERÂMICA ÁTICA DE FIGURAS VERMELHAS NA ATENAS
CLÁSSICA
Talysson Benilson Gonçalves Bastos (BIC/FAPEMA/UEMA/Mnemosyne)
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Ana Livia Bomfim Vieira
Resumo: Nosso trabalho objetiva analisar como as Musas figuram na mitologia grega,
especialmente como personagens que inspiram a poesia greco-arcaica, tal como vemos,
por exemplo, no início das epopeias “Ilíada” e “Odisseia”, de Homero, e “Teogonia”, de
Hesíodo, demarcando uma peculiaridade narrativa que transporá a Grécia, influenciando
desde a literatura romana de um Virgílio (com sua épica “Eneida”) aos escritos
camonianos da obra “Lusíadas”. Para nossa análise, assumimos a “Teogonia” como
referencial para compreendermos quem são as nove musas descritas por Hesíodo e as
suas funções dentro do imaginário cosmogônico descrito pelo poeta. Tendo em vista
que as Musas são filhas de Zeus com Memória (Mnemosine), buscaremos entender a
função delas como guardiãs da memória narrativa, tendo em vista que são inspiradoras
da sapiência cósmica e das artes, como, por exemplo, o canto poético (Teogonia, vv. 22-
32), canal ordinário de transmissão das mensagens míticas, que, por sua vez, conferiam
legitimidade ao ethos civilizatório da sociedade greco-arcaica. Não por acaso o nome
dos templos a elas dedicados é Museion (ou Museu), a saber, local onde se preserva o
saber das Musas.
Palavras-chave: Memória Narrativa. Mitologia Grega. Musas.
Resumo: Este artigo tem como principal objetivo, mostrar que a leitura mais atenta de
uma carta escrita por um tio extremamente religioso para seu sobrinho afeto às
facilidades terrenas, pode ir além de sentimentos familiares e individuais expressos ali.
73
Implicitamente pode-se perceber os conflitos políticos entre as ordens religiosas; entre
os costumes e as condutas religiosas das referidas ordens monásticas e o conflito
familiar entre o autor e o destinatário. Através de uma análise mais demorada, se pode
definir a própria personalidade dos mesmos. A carta é importante não só pelo seu valor
sentimental, mas pela própria interação familiar, religiosa e política em sua elaboração,
mostrando-nos o valor da informação dada e captada no documento.
Palavras-chave: Carta. Bernardo de Claraval. Mosteiro de Cluny.
Resumo: A presente comunicação tem como objetivo tecer uma breve análise
historiográfica acerca do julgamento da chamada Ordem do Templo, ou genericamente
da ordem dos Cavaleiros Templários, por volta do século XIV. Assim, pretendemos
destacar quais argumentos e acusações foram expedidas contra tal Ordem e como
ocorreu este processo que culminou no seu julgamento e posterior sentença. Em outro
aspecto pode-se afirmar que, embora tenham sido acusados de hereges, culpados e
consequentemente punidos pela Inquisição com a morte na fogueira, o Pergaminho de
Chinon, encontrado nos arquivos secretos da Igreja no Vaticano, comprova que de fato
os Templários foram absolvidos de todas as acusações contra si inferidas. Em suma,
neste trabalho pretendemos apontar as perspectivas distintas de alguns historiadores
comparando-as a fim de evidenciar como a historiografia tem abordado o tema da
ordem dos cavaleiros templários.
74
Palavras-chave: Templários. Inquisição. Pergaminho de Chinon. Heresia.
Resumo: Uma forte influência foi exercida pela cultura e educação greco-antiga à
religião cristã, marcando fortemente o que a Igreja veio a ser a partir de então. Para
entendermos o ethos do cristianismo é de crucial compreendermos o contexto em que os
cristãos primitivos estavam inseridos e como a cultura da época influenciou diretamente
a tradição e o modus vivendi da Igreja, o que se nota ainda hoje. Desde o início do
cristianismo, podemos notar as marcas da paideia grega em figuras importantes da
Igreja primitiva, como Paulo de Tarso e Lucas, o evangelista. Esses apóstolos eram
provavelmente judeus helenistas, convertidos à "seita" dos Nazarenos, o que justifica a
famosa diatribe de Paulo no Areópago, como também o estilo helenista da escrita de
Lucas, marcante em seu Evangelho e no livro “Atos dos apóstolos”. Depois da tradição
primitivas da Igreja, advém os "Padres da Igreja", que se utilizaram da paidéia grega
para instruir os cristãos. Dentre eles se destacam: Clemente Romano, Orígenes de
Alexandria e Gregório de Nissa, fundamentais na propagação do kérygma cristão
através de recursos do mundo clássico de suas épocas. Para tal estudo, investigamos
trabalhos de Werner Jaeger, John Foxe, Michael Haykin e Frankilin Ferreira.
Palavras-chave: Cristãos. Ethos. Paideia Grega. Patrística.
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MESAS REDONDAS
DATA: 14/10/2015
HORÁRIO: 16:15h às 18:00h.
No fim do verão do ano 589, cerca de quarenta monjas fugiram do mosteiro da Santa
Cruz, em Poitiers, dando início a uma longa e complexa rebelião. Nos meses que se
seguiram o conflito passou da insubordinação ao confronto armado. Na verdade
explodiram nesse momento diversas tensões acumuladas há anos, envolvendo as
relações entre bispos, monjas e o poder régio. Considerando esse quadro, o estudo de tal
episódio apresenta-se como ocasião especial para penetrar no emaranhado das redes de
relações de poder na Gália merovíngia, lançando-se alguma luz sobre os atores
individuais e coletivos que delas participavam.
Palavras- Chave: Gália merovíngia - Vida monástica - Igreja e relações de poder
O simbolismo do sangue nas relações cristãs judaicas (sec. XII a XV). De mártires
a pecadores: os judeus no período das Cruzadas
Prof. Dr. Sérgio Feldman (UFES/PPGHIS)
Este trabalho tem como objetivo refletir sobre a construção do estereótipo medieval do
judeu, no assim denominado Ocidente medieval, nos séculos XI até o XIII. A
problemática central é como numa sociedade medieval os mitos e as representações
circulam, ora da cultura clerical no sentido da cultura popular, ora no sentido oposto. O
78
período das Cruzadas traz em seu bojo uma alteração radical na percepção dos judeus.
A atitude judaica de resistência gera o sacrifício em “santificação do Nome divino” que
propicia a morte de muitos judeus, que sacrificam suas famílias e depois se autoimolam.
Esta atitude direciona a percepção cristã para uma conspiração judaica que se consolida,
geralmente na cultura popular, mas ascendendo, por vezes, até a cultura clerical erudita
envidando a construção de diversos estereótipos tais como: crime ritual, a profanação
das hóstias e a efeminação dos judeus que são descritos, “sangrando” em função de seus
pecados, em especial por causa do deicídio. As fontes são fundamentalmente clericais.
Este trabalho é parte de uma pesquisa de Pós Doutorado realizado no EHESS Paris com
patrocínio de bolsa da CAPES.
Palavras chave: Judeus; Sangue; Crime ritual; Menstruação; Mitos medievais.
A imagem do cavaleiro medieval, herói invencível e paladino do amor, é uma das mais
caras à literatura portuguesa desde sua formação. A partir desse pressuposto, este estudo
objetiva discutir como essa figura altamente simbólica, trabalhada por diferentes autores
ao longo da história literária portuguesa, funciona como um paradigma da identidade
nacional intimamente ligada às temáticas guerreira e amorosa no período romântico.
Assim, de Galaaz e Amadis de Gaula, buscamos chegar ao cavaleiro negro, de
Alexandre Herculano, para discutir a condensação dos diferentes aspectos deste
simbolismo presentes no protagonista do romance Eurico, o presbítero e suas possíveis
relações com a afirmação nacionalista empreendida pelo movimento romântico.
Palavras chave: cavalaria; heroísmo; amor; identidade nacional
O Cancioneiro Geral de Garcia de Resende, de 1516, reúne 880 poemas que retratam o
dealbar da Idade Média em Portugal, mas que também são prenúncios das novas
estéticas que nascerão a partir do Humanismo. A época do Cancioneiro Geral é
marcada pelos Descobrimentos, fato que traz a Portugal riquezas, mas também um certo
sentimento de desconcerto do mundo, já que as relações sociais serão abaladas pela
ânsia em enriquecer em detrimento dos valores morais. Gregório Afonso, um dos poetas
do cancioneiro produz uma trova sobre os arrenegos e renegos que sente em relação a
essa mudança em seu país e marca, nessas trovas, a degradação da sociedade e os
conflitos gerados pelas Conquistas.
Palavras-Chave: Cancioneiro Geral, Desconcerto do Mundo, Descobrimentos
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História, Literatura e sensibilidades.
Prof. Dra. Régia Agostinho (UFMA)
A relação entre História e Literatura tem se mostrado nas últimas décadas campo de um
profícuo e frutífero debate na historiografia. Tomar a literatura como testemunho
histórico, passível de ajudar ao historiador compreender o passado e por outro lado
pensar o próprio ofício historiográfico no sentido daquilo que ele tem de narrativo e
inventivo. Não se pode negar hoje, depois das colocações de Hayden White em seu
Meta-história, o caráter narrativo do texto historiográfico e o uso da imaginação por
parte do historiador. No entanto, afirmar isso não seria negar o caráter de um “estudo
cientificamente conduzido” nos dizeres de Lucien Febvre, mas que não deve negar a si
mesmo o “seu quinhão de poesia” ( Marc Bloch). Nosso intuito é colocar em discussão
e diálogo, a literatura como fonte e objeto do historiador e que também pode nos ajudar
a compreender que aquilo que os homens e mulheres sonharam também é aquilo que
eles eram. Por isso cuidaremos também de uma história das sensibilidades, onde os
sentimentos possam ser historicizados e colocados na perspectiva de que as diversas
sensibilidades humanas, seus anseios, projetos e sonhos também constituem campo de
interesse dos historiadores.
Palavras- chave: História, Literatura, sensibilidades.
Da Grécia Antiga, palco de inúmeras guerras, desde a fundação da Hélade, passando por
seu apogeu até o seu declínio, quando foi subjugada por outros impérios, a
historiografia e outras fontes escritas como a filosofia e a literatura, tem nos revelado
um universo de feitos masculinos. Mesmo no período que vai do século V ao século IV
a.c, onde a Grécia passou por várias transformações culturais, desenvolvendo atividades
como a política, a arte, as ciências, a retórica e a filosofia, a participação e a
contribuição das mulheres nessas atividades ficaram quase relegadas ao esquecimento.
Uma revisitação e leitura de autores e obras menos conhecidos dessa tradição,
possibilitar-nos-á a conhecer e compreender melhor as contribuições das mulheres nos
grandes feitos humanos da história antiga. Para esse intento nos limitaremos aqui ao
estudo, ainda que breve, de duas figuras femininas que recentemente ganharam
82
notoriedade entre nós através de suas representações no cinema: a rainha Gorgo de
Esparta e a rainha Artemisa de Halicarnasso, aliada de Xerxes, rei dos Persas, na guerra
contra os gregos. Os autores antigos consultados foram Heródoto, Plutarco e Pausânias.
Palavras-chave: Gorgo. Artemisa. Mulheres Gregas. Guerra.
Durante muito tempo a prática do sacrifício humano foi considerada pelos especialistas
como uma excentricidade antropológica. Esta repugnância pela prática dos sacrifícios
humanos impediu o desenvolvimento de investigações objetivas. Nesta comunicação
pretendemos debater sobre a realidade do sacrifício humano em Cartago, com destaque
para suas especificidades e seus significados.
DATA: 15/10/2015
HORÁRIO: 16:10h às 18:00h
MESA 1. CINEMA E CRISTIANISMO
Local: Auditório do Prédio de História
Coordenação: Prof. Dr. André Chevitarese (UFRJ)
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A proposta aqui apresentada é a de que Judas nunca foi uma personagem real. Antes,
uma criação literária dos autores evangélicos com fins à “inventar” uma metáfora étnica
culpabilizando o povo judeu pela morte de Jesus. Essa “tradição inventada” acabou por
ganhar contornos de verdade histórica e culminou em grande prejuízo aos judeus
observável em uma longa duração. Um local privilegiado para perceber a solidificação
dessa “tradição inventada” foram os filmes sobre a vida de Jesus, tão antigos quanto a
própria invenção do cinema. Analizar-se-á, portanto, alguns filmes em que essa
perspectiva foi adotada e os meios a partir dos quais elas foram possíveis e prósperas no
sentido de estigmatizar todo um ethnos por meio uma personagem histórica improvável.
Palavras-Chave: Judas, antijudaísmo, cinema, Evangelhos.
DATA: 16/10/2015
HORÁRIO: 14:00h às 16:00h
Em que pese a superação, nas últimas décadas, da perspectiva catastrófica que fazia
enfermar as análises pioneiras da transição da Antiguidade à Idade Média, foram
também expurgadas das abordagens correntes duas perspectivas que são, no entanto,
primordiais: 1, a consideração do processo nas suas linhas de força e articulações
complexas e essenciais, o que suscita a superação das análises (ou enfadonhas
auscultações de sobrevivências moribundas?) fragmentárias que evadem a História da
sua verdadeira e única vocação – a síntese; 2, o reconhecimento da centralidade das
manifestações das contradições e dos conflitos sociais como motores fundamentais da
transformação social no contexto em questão. A transição da Antigüidade à Idade
Média foi pautada por manifestações de antagonismo social diversificadas, o que nos
permite considerar que o âmbito dos confrontos era, então, o da própria sociedade.
Pretendemos, nesta apresentação, estabelecer uma primeira tentativa de tipologia dos
conflitos sociais correntes no período, visando o ulterior estudo sistemático de suas
manifestações.
Palavras-Chave: História Medieval; Transição; Conflitos Sociais.
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De dominae à servas de cristo: representações de mulheres aristocráticas no
cristianismo (séc. Iv-v d.c.)
Prof. Dra. Silvia Siqueira (UECE)
As estearias foram moradias lacustres construídas com esteios de madeira que serviam
de sustentação para as construções superiores, dando origem, assim, às palafitas pré-
históricas. Discute-se também a possibilidade de serem defensivos. Estão situadas na
Baixada Maranhense, uma microrregião situada a oeste e sudeste da ilha do Maranhão,
compreende uma área de aproximadamente 20 mil km2 dentro da Amazônia Legal,
sendo uma região que conta com mais de 500 mil habitantes (censo IBGE 2006). As
estearias estão localizadas ao longo dos diversos lagos que se caracterizam pela
formação de um sistema hídrico composto de rios, campos inundáveis e lagos de
variados tamanhos que se definem pela sazonalidade do clima. O objetivo principal
desta comunicação é apresentar os resultados preliminares das pesquisas arqueológicas.
As datações radiocarbônicas realizadas pelo Laboratório de Arqueologia da UFMA, que
colocam os sítios numa temporalidade que corresponde aos anos 800 e 1000 d.C.,
indicam que estas ocupações participaram do auge do desenvolvimento das sociedades
amazônicas.
O objetivo deste trabalho é discutir o papel dos grandes heróis da Crónica de D. João I:
D. João, primeiro rei da Dinastia de Avis e seu comandante militar, Nuno Álvares
Pereira. A obra, escrita pelo cronista Fernão Lopes por encomenda da corte régia, tinha
por objetivo legitimar o primeiro rei avisino no poder e apresentá-lo de forma positiva,
associado ao cristianismo e ao nascente sentimento nacional em Portugal. Para isso, o
cronista apresenta o novo monarca como o “Messias” de Lisboa, tendo analogias com
Cristo e elementos dos reis do Antigo Testamento. Além disso, na visão de Lopes, D.
João e seu companheiro D. Nuno possuem várias características arturianas encontradas
em obras como a Historia Regum Brittanniae e A Demanda do Santo Graal. Eles são
favorecidos nos conflitos bélicos, são justos, piedosos, bons cristãos, entre outros
atributos positivos que estão associados às figuras de Artur e também, no caso de D.
Nuno, do herói Gaaaz.
Palavras-chave: Crónica de D. João I, heróis, guerra, atributos positivos, rei Artur,
Galaaz.
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MINICURSOS
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MINICURSOS
“Homens divinos” (gr. thĕîŏi ándrĕs) ou, no singular, “homem divino” (gr. thĕiŏs anēr)
deve ser entendido como uma categoria conceitual moderna para entender e explicar
certas personagens místicas da bacia mediterrânica antiga que se tornaram destacadas
por atuarem nas esferas físicas e metafísicas e que conheceram grande adesão nos
respectivos tempos e espaços em que atuaram. Mística, nesse contexto, deve ser
entendida como uma categoria que entende mito, magia e religião como esferas
absolutamente intercambiáveis e impossíveis de serem entendidas separadamente nas
culturas mediterrânicas antigas. Entender e explicar essas personagens presentes nas
culturas mediterrânicas antigas se torna possível por meio do conceito básico e
fundamental de poder (gr. dynamis). Diferentemente de outras formas ou sentidos
90
semânticos de poder dynamis é, por excelência, a característica que unifica essas
personagens. É possível, por meio de um estudo comparado das culturas mediterrânicas,
perceber que homens divinos eram personagens significativas no ambiente místico e
que desempenhavam centralidade na mentalidade mágico-religiosa nas experiências
cotidianas dos povos antigos. Após um primeiro passo em categorizar essas
personagens de forma conceitual adequada, um passo seguinte se faz necessário, qual
seja, o de contextualizar essas mesmas personagens em seus respectivos ambientes
culturais. Nesse sentido, a mística mediterrânica será apresentada para os casos grego-
romano e helenístico, incluindo os paleocristianismos, para promover o entendimento
das experiências religiosas cotidianas. Essa ambientação se fará a partir da observação
de situações concretas de vida nessas mencionadas culturas os homens divinos
colocados em paralelos para que suas características sejam evidenciadas como
pertencentes a uma longa tradição. Para o caso específico dos paleocristianismos, Jesus
e Paulo aparecerão inseridos nessa tradição. A ideia central é demonstrar quais as
implicações em ler essas personagens sob o ponto de vista desse conceito. Dentre elas: a
pluralidade das experiências religiosas, os filtros de leitura antigos e modernos nas
constituições de experiências religiosas e as experiências de acumulação e sedimentação
de crenças e ritos que, muito antes de serem singulares, dialogam com tradições bem
consolidadas no imaginário coletivo dos povos mediterrânicos. Por fim, far-se-á uma
provocação àqueles presentes no curso a respeito de experiências religiosas
contemporâneas de caráter tradicional, pentecostal e neopentecostal levando a todos
ruma à uma reflexão sobre o diálogo entre o saber científico e senso comum no campo
das experiências religiosas antigas e atuais.
Palavras-chave: Homens Divinos. Experiências Religiosas. Mística Mediterrânica.
No campo dos estudos culturais e, mais precisamente, no contexto dos tempos pós-
coloniais contemporâneos, o conceito de representação tem uma centralidade seja, na
crítica à noção de natureza em relação as diversas historicidades humanas, bem como
para a análise das dimensões político-ideológicas dos discuros que perpassam essas
historicidades. Desse modo, no que se refere à Africa, este conceito é util porque
contribue para a análise crítica dos estereótipos que lhe são atribuídos, inclusive, desde
a antiguidade "europeia".
91
Ms. Augusto João Moretti Junior (LEAM - UEM)
Doutorando Lúcio Carlos Ferrarese (LEAM/PPH-UEM)
Coordenador: Dr. Jaime Estevão dos Reis (DHI/LEAM/PPH/UEM)
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OFICINA
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OFICINA
Data: 16.10.2015
Horário: 10:00h às 12:00h
Local: Prédio de Arquitetura
Resumo: O arco e a flecha foram amplamente utilizados desde a Antiguidade para caça,
guerra e esporte, atividades que permanecem até os dias de hoje. Esta oficina, orientada
por instrutores e atletas da Federação Maranhense de Arco e Flecha (FEMARCO), visa
ensinar a prática básica do tiro com arco, estabelecendo uma ponte entre os praticantes
da antiguidade e do medievo com os arqueiros da atualidade.
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RESUMOS CONFERÊNCIAS
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CONFERÊNCIA DE ABERTURA
DATA: 14/10/2015
HORÁRIO: 08:30h
LOCAL: AUDITÓRIO DO PRÉDIO DE ARQUITETURA
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Hesíodo y la cuestión presente. La guerra de dioses, el conflicto social y la funesta
estirpe de las hijas de Pandora
Prof. Dra. Cecilia Colombani (Universidad de Morón /Universidad de Mar del Plata)
CONFERÊNCIA
DATA: 15/10/2015
HORÁRIO: 18:30h
LOCAL: AUDITÓRIO DO PRÉDIO DE ARQUITETURA
«Tu podes viver solitária na cidade como se habitasses no deserto». A frase, retirada da
hagiografia de Margarida de Cortona, uma terceira franciscana da Toscânia italiana,
identifica, de uma forma exemplar, como a cidade emerge, nos finais da Idade Média,
como um espaço possível de prosseguir, sobretudo para um público feminino, esta
procura do deserto, entendido como “lugar do espírito”. O primeiro movimento,
documentado a partir do século XI, quando os eremitas pontuam muitos dos espaços
periurbanos, revela a crescente invasão da cidade pelos adeptos da reclusão voluntária
que é cada vez mais procurada por leigos e sobretudo por mulheres. É sob a a proteção
das suas muralhas e graças à generosidade dos seus habitantes que as reclusas podem
prosseguir a sua experiência religiosa. Nos finais da Idade Média, muitas destas
experiências tendem a comunitarizar-se, cedendo lugar a grupos de mulheres, ditas “da
pobre vida”, com claros paralelos com os beatérios documentados, pela mesma época,
noutros reinos ibéricos. Os caminhos destes grupos serão também aqui abordados. Neles
se cruzam as estratégias de ordenamento da vida religiosas conduzidas pelos monarcas
portugueses da nova dinastia de Avis, os próprios dinamismos de expansão das diversas
1
En esta línea, se distingue claramente Olof Gigon y se inscribe mi tesis doctoral “Una aproximación
arqueológica al discurso hesiódico desde la lógica del linaje” de 2014 y de inminente publicación por la
Editorial Universitaria de Mar del Plata, donde he tratado de demostrar la pertinencia y pertenencia
filosófica Hesíodo a partir de la consideración del esquema conceptual que sostiene su obra, pensada
desde la consolidación arquitectónica de la misma, a partir de la existencia de dos linajes como
operadores disursivos y conceptuales.
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ordens religiosas, sobretudo as mendicantes, e o envolvimento de prelados e nobres na
proteção e institucionalização destes grupos de mulheres “sem Regra”.
Palavras-chave: vivências religiosas femininas, reclusão voluntária, beatérios.
CONFERÊNCIA DE ENCERRAMENTO
DATA: 16/10/2015
HORÁRIO: 16:30h
LOCAL: AUDITÓRIO DO PRÉDIO DE ARQUITETURA
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PALESTRAS TEMÁTICAS
Data: 14/10/2015
Hora: 18:30h
Local: AUDITÓRIO DO PRÉDIO DE ARQUITETURA
Tomando como ponto de partida uma obra da azulejaria portuguesa do início do século
XVII, de um artista conhecido apenas pelo monograma PMP, nos propomos a estudar a
vaidade feminina, a partir de dois aspectos pouco recomendáveis do ponto de vista da
moral cristã: o orgulho e a luxúria. Para tal, pretende-se recorrer ao texto fundador De
Cultu Femininarum de Tertuliano. Pretende-se analisar em particular, os “cuidados com
a beleza”, que Tertuliano distingue em dois: A aparência e os cuidados de higiene,
contrapondo-os a humildade e a castidade. A partir do diálogo entre imagem e texto tão
distantes no tempo, tentar-se-á compreender as regras relativas a aparência física,
impostas as mulheres.
Palavras-chaves: Mulheres. Aparência. Higiene. Orgulho. Luxúria.
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neste caso associada à violência, pois esta é parte constitutiva da própria nobreza2, mas
está também de modo implícito e metafórico. Ora equilibra as partes em disputa, ou
alimenta os confrontos de formas diversas, ora inscreve esta competição no palco da
corte de forma simbólica. Sobretudo desenvolve um verdadeiro projeto pedagógico
regulador da nobreza e das novas elites, que envolve direta e pessoalmente o rei.
Reclamam os reis que cada vez mais a nobreza se esquece dos hábitos de competição:
os torneios, justas e principalmente a caça deveriam ser cultivados à moda antiga, pois o
cultivo destes hábitos torna o cavaleiro sempre apto e pronto para a guerra. Os jogos de
competição treinam o corpo e a mente.
A proposta deste texto é mostrar as ações políticas de cuidado com os feridos nas
guerras, uma constante no quotidiano medieval e moderno. Destaca-se a figura do
cirurgião encarregado de curar as chagas & as feridas. Ele integrava o corpo de
funcionários régios que acompanhava os reis ibéricos nas campanhas militares, seja
contra os mouros muçulmanos seja contra portugueses e castelhanos. O ofício de
cirurgião aprendia-se na prática com alguém mais experiente. Foi também responsável
por maior conhecimento da anatomia interna dos corpos em virtude da proibição
medieval da dissecação dos cadáveres.
Palavras-chave: Medicina Medieval. Cirurgião. Guerras.
No século XVI, o reino português consolida-se como Estado moderno ao mesmo tempo
que um discurso proto-histórico sobre a origem da nação emerge. Estes dois eventos
simbólicos estão intimamente relacionados com a batalha de Alcácer Quibir e a sua
mitificação. Esta batalha acontece no dia 04 de agosto de 1578 e é comandada pelo rei
mancebo e guerreiro, o último cruzado, Dom Sebastião de Portugal (1557-1578). Ao
desaparecer com a idade de 24 anos, Dom Sebastião é o último herdeiro direto da
2
GAUVARD, Claude. Violência . IN: LE GOFF, Jacques e SCHMITT, Jean-Claude. Dicionário
Temático do Ocidente Medieval. São Paulo. Imprensa Oficial. EDUSC.2002.V.2 p.606.
100
segunda Casa reinante portuguesa, os Aviz. Este desaparecimento alimentará tanto as
reflexões proto-históricas sobre a origem da nação, como dará também nascimento a
uma manifestação complexa de uma das representações do imaginário da cultura
lusófona, o sebastianismo. O sentimento sebastianista é uma crença construída em torno
da derrota na África. No sentido teleológico trata-se da crença em um destino
providencial da nascente nação portuguesa; quanto ao seu sentido escatológico essa
crença refere-se a atuação apostólica do reino português perante as outras nações,
católicas ou pagãs, desejada por Deus. Partindo dessa constatação, nosso estudo
fundamenta-se nas interpretações segundo as quais o desaparecimento do rei Dom
Sebastião é de ordem mística e mítica. Assim sendo, toda a história do império
português é interpretada como uma forma de purgar os pecados do reino, de
sobremaneira a perda por Portugal da sua independência em favor da Casa de
Habsburgo. Historicamente, o sebastianismo é uma crença nascida de um sentimento
patriótico e rebelde do povo português e sua recusa em submeter-se a dominação
espanhola (1580-1640). O último representante direto da casa de Aviz, durante o seu
reinado muito impopular, torna-se depois de seu desaparecimento, um ícone simbólico
da emancipação política e da salvação do império. A mitificação do rei Dom Sebastião é
uma reinterpretação dos valores religiosos judaico-cristãos enraizados nas interpretações
simbólicas oriundas da Matéria de Bretanha, nos contos de cavalaria e no pensamento
milenarista do monge cisterciense Joaquim de Flore (1132-1202). A mitificação do rei
Dom Sebastião em Portugal, e consequentemente no Brasil colonial, decorre do spatium
vacuum, o espaço vazio, que existe entre o real eo imaginário, o profano eo sagrado,
entre história e lenda vivida e narrada por uma comunidade. É particularmente sobre
este aspecto da memória coletiva que nosso estudo se apoia. Pretendemos abordar as
raízes medievais da crença sebastianista através de seus valores psicológicos, políticos e
sociais relacionados ao contexto espaço-temporal da cristianização e da formação do
reino português. Em seguida, percorreremos rapidamente do Brasil colonial (1500-
1822), passando pelo Brasil Império (1822-1889), até o Brasil República (1889-2015),
as representações socio-culturais do sebastianismo no imaginário brasileiro. Com efeito,
essa crença real, às vezes é vista como supersticiosa e aproxima-se de um certo
fanatismo religioso visto que esta crença está enraizada em interpretações bíblicas e
esotéricas do Talmud e da Cabala. Enfim, analisaremos o sebastianismo no Maranhão,
híbrido, sincrético e miscigenado.
Palavras-chave: Dom Sebastião. Brasil. Sincretismo Religioso. Matéria de Bretanha.
Imaginário.
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REI SEBASTIÃO EM TERREIRO MARANHENSE
Prof. Dra. Mundicarmo Maria Rocha Ferretti (UFMA)
102
UNIVERSIDADES PARTICIPANTES
Internacionais
Nacionais
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MONITORES
Adriana Ferreira
Allysson Bruno Pereira Ramos
Amanda Cristina Amorim Silva Neves
Andreia Karine Duarte
Bárbara Cristina R. Neres
Caio Alexandre Diniz Silva
Claudienne da Cruz Ferreira
Daniella Moraes Garcês
Hudson Leonardo Paiva Sá
Ingrid Campêlo
Jefferson Maciel
João Marcos Oliveira Mendonça
Juliane Ribeiro Silva
Marineide Mendes
Mário Augusto Carvalho Bezerra
Matheus Henrique Muniz Lima
Millton Costa
Nailza Matos
Natasha Nickolly A. S. Mateus
Pedro Rodrigo Bezerra Ribeiro
Raynara Macau
Renata de Jesus A. Mendes
Rosivaldo Brito da Silva
Sara Rodrigues
Telma Maciel Cunha Muniz
William Braga Nascimento
Yuri Givago Alhadef S. Mateus
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