Você está na página 1de 104

CADERNO DE RESUMOS

VI Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do


Maranhão

Conflitos Sociais, Guerras e Relações de Gênero: representações


e violência.

14 a 16 de outubro de 2015

São Luís, MA
2015
VI Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do
Maranhão
Conflitos Sociais, Guerras e Relações de Gênero: representações e
violência.
Capa
Henry J. G. Lisbôa

Organização do Volume
Adriana Zierer
Alexandro Almeida Lima Araújo
Bianca Trindade Messias
Camila Ferreira Santos Silva
Helenice Cassia da Hora Carvalho
Talysson Benilson Gonçalves Bastos

COORDENADORAS
Profa. Dra. Adriana Maria de Souza Zierer (UEMA)
Profa. Dra. Ana Lívia Bomfim Vieira (UEMA)

COMISSÃO ORGANIZADORA
Bianca Trindade Messias (UEMA); Carlos Alberto Ximendes (UEMA); Camila Ferreira
Santos Silva (UFPA); Elizabeth Sousa Abrantes (UEMA); Fábio Henrique Monteiro
Silva (UEMA); Flávia Santos Gomes (UEMA); Josena Nascimento Lima Ribeiro
(UNIRIO); Júlia Constança Pereira Camêlo (UEMA); Marineis Merçon (UNDB)

COMISSÃO CIENTÍFICA
Prof. Dr. Alexandre Lima (UFF); Prof. Dr. Álvaro Alfredo Bragança Jr. (UFRJ); Prof.
Ms. Fabrício Nascimento de Moura (UEMA-CESI); Prof. Dra. Márcia Manir Miguel
Feitosa (UFMA); Prof. Dr. Marcus Baccega (UFMA); Prof. Dra. Terezinha Oliveira
(UEM)

COORDENAÇÃO MONITORIA
Helenice Cassia da Hora Carvalho e Talysson Benilson Gonçalves Bastos.

ORGANIZAÇÃO
Departamento de História e Geografia/Curso de História (UEMA)
Mestrado em História, Ensino e Narrativas (PPGHEN/UEMA)
Mnemosyne – Laboratório de História Antiga e Medieval da UEMA
BRATHAIR – Grupo de Estudos Celtas e Germânicos
APOIO
FAPEMA
ANPUH-MA
Curso de Arquitetura da UEMA

COMISSÃO DE APOIO
Funcionários da UEMA
Monitores da UEMA

AGRADECIMENTOS
Reitoria – UEMA
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação - UEMA
Pró-Reitoria de Administração – UEMA
Pró-Reitoria de Extensão – UEMA
Centro de Educação, Ciências Exatas e Naturais – CECEN/ UEMA
Direção do Curso de Arquitetura e Urbanismo – UEMA
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO........................................................................................................... 6
PROGRAMAÇÃO GERAL ............................................................................................. 9
PROGRAMAÇÃO MESAS COORDENADAS ........................................................... 11
RESUMOS MESAS COORDENADAS ........................................................................ 22
RESUMO MESAS REDONDAS .................................................................................. 76
MINICURSOS ............................................................................................................... 88
OFICINA ........................................................................................................................ 93
RESUMOS CONFERÊNCIAS ...................................................................................... 95
RESUMOS PALESTRAS TEMÁTICAS ...................................................................... 98
UNIVERSIDADES PARTICIPANTES ...................................................................... 103
MONITORES ............................................................................................................... 104
APRESENTAÇÃO

O objetivo do VI Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do


Maranhão é o fortalecimento da pesquisa na área, oferecendo subsídios para alunos,
professores e pesquisadores através da troca de experiências com estudiosos do Brasil e
do exterior, enfatizando a relação da Antiguidade e Medievo com os conflitos sociais
existentes nessas sociedades (disputas entre os grupos sociais, religiosos e entre nações),
as relações de gênero (os comportamentos masculinos e femininos na sociedade antiga e
medieval e suas inter-relações), associando-os à questão da violência e de
representações humanas ao longo do tempo.
Esta é a sexta edição do evento, com a temática Conflitos Sociais, Guerras e
Relações de Gênero: representações e violência, que comemora seus 10 anos de
existência (2005-2015). Podemos afirmar com alegria, que nesse período muita coisa
positiva aconteceu tanto na nossa instituição de origem, a Universidade Estadual do
Maranhão (UEMA), quanto nos estudos de Antiguidade e Idade Média desenvolvidos
no estado.

Nesses últimos dez anos, houve dezenas de orientandos de iniciação científica e


de monografias na área de Antiga e Medieval, muitos deles atualmente já realizando a
Pós-Graduação Stricto Sensu no Maranhão e em outros estados, em nível de Mestrado e
Doutoramento. Isso é motivo de grande satisfação para nós e temos certeza que esses
estudos só tendem a crescer.
Temos muitos motivos para comemorar porque buscamos transformar uma área
com pouca tradição nos estudos de Antiguidade e Medievo no Nordeste num importante
centro desses estudos, que realiza eventos bianuais. Publicamos vários livros,
estimulamos alunos e pesquisadores a avançar com suas investigações e estabelecemos
contato com laboratórios de pesquisa nacionais e internacionais consolidados nesse
campo de estudos.
Na atual conjuntura de 2015, uma marca do VI Encontro é o desafio. Desafio
para realizar um evento que no seu aniversário de 10 anos teve muitos percalços, mas ao
mesmo tempo, muito amor. Amor dos participantes que vieram de fora da cidade, dos
professores da UEMA, da UFMA, de outros docentes que vivem distantes de São Luís e
fizeram tudo o que puderam para estar aqui. Amor dos monitores e da Comissão
Organizadora que também fizeram tudo ao seu alcance para divulgar o evento e
trabalham nele da melhor maneira possível.
Agradecemos o companheirismo dos professores do Curso de História que nos
auxiliaram como puderam e também os alunos da UEMA. Porque, claro, só o amor
constrói!
Nesta edição temos a conferência internacional do Prof. Dr. João Luís Fontes,
da Universidade Nova de Lisboa. Também está conosco em pensamento a Prof. Dra.
Cecilia Colombani, da Argentina, nossa conferencista de abertura. Devido a um grave
problema de saúde paterno, a professora não pôde vir, mas com certeza está conosco de
coração. E assim, o Prof. Dr. André Leonardo Chevitarese (UFRJ) está dando início
ao evento, com a conferência de abertura sobre o Jesus Histórico. Já o Prof. Ricardo da
Costa (UFES) encerra o Encontro, com uma conferência sobre Arte Medieval.
O evento possui duas sessões de Palestras Temáticas. A primeira é a do Grupo
Luso-Brasileiro, tratando do tema do evento relacionado ao medievo em Portugal, com
as professoras doutoras Maria Eurydice de Barros Ribeiro (UnB), Dulce Amarante
dos Santos (UFG) e Vânia Leite Fróes (UFF). A segunda sessão trata de tema

6
importante no estado, que é o Sebastianismo no Maranhão, elemento fundamental da
identidade maranhense e que liga passado/presente. Participam dela os Professores
doutores Rosuel Lima-Pereira (Universidade da Guiana), Sérgio Ferretti (UFMA),
Mundicarmo Ferretti e também o vodunsi Márcio Arthur Almeida.
Outra marca do nosso evento é o desejo dos docentes em ministrarem
minicursos, que é uma atividade muito apreciada pelos alunos. Neste ano há dez
minicursos com temas abordando desde a História das Mulheres e Gênero na Grécia
Antiga, com Juliana dos Santos, Talita Silva e Mariana Virgolino (PPGH-UFF) até
os estudos de História da África, com o Prof. Dr. Josenildo Pereira (UFMA), entre
outros temas de grande relevância.
O VI Encontro possui nove mesas redondas com docentes do norte ao sul do
país e dezenas de comunicações. Podemos dizer com alegria que nesta edição unimos
com sucesso os alunos do Ensino Médio do IFPB (Instituto Federal da Paraíba), do
Ensino Superior e da Pós-Graduação, tanto do Maranhão quanto de outros estados e
países. Por isso, o nosso evento é o primeiro do Curso de História a integrar da Escola à
Pós-Graduação, atendendo um dos objetivos do nosso Programa de Pós-Graduação em
História, Ensino e Narrativas (PPGHEN) que é a valorização da educação e do contato
entre universidade e sociedade.
Como atividades culturais, temos um pré-lançamento de livros, o concerto do
Conjunto de Música Antiga, com os Doutores Márcio Paes Selles e Lenora Pinto
Mendes (UFF) e o lançamento de livros no dia 16. Temos ainda uma atividade cultural
especial: é a oficina Arco e Flecha, uma Permanência da Antiguidade e do Medievo,
com a Federação Maranhense de Arco e Flecha (FEMARCO).
Temos alguns agradecimentos especiais a fazer nesses dez anos. Agradecemos
especialmente o apoio institucional da Universidade Estadual do Maranhão, bem como
os seus gestores, que sempre apoiaram este evento. Além disso, estendemos também
essa homenagem aos professores e alunos que têm participado e estão participando do
nosso evento.
Simbolizando os monitores de 2005 até hoje, nosso agradecimento ao
inesquecível Frederico Mamede, modelo de monitor do Curso de História, mas que no
momento atual se dedica com muito sucesso à área da Odontologia. Agradecemos a ele
e a todos os monitores que tem se dedicado a esse evento há anos. No quesito
professores da UEMA, devotamos especial gratidão a Lourdinha Lacroix, exemplo de
docente e pesquisadora, que, além de ter ministrado a disciplina de História Medieval,
também se dedicou à musicalidade deste período através do Canto Gregoriano, que já
tivemos oportunidade de ouvir numa apresentação cultural do nosso I Encontro de
História Antiga e Medieval.
Fazemos um agradecimento especial às Professoras Doutoras Angelita Visalli
(UEL) e Terezinha Oliveira (UEM), que sempre participaram, mas não estão aqui
desta vez, a primeira devido à crise econômica na sua instituição e a segunda para
cuidar, com esmero, do joelho, a pedido médico. Também nos lembramos com carinho
do Prof. Dr. Alexandre Carneiro Lima (UFF), aqui representado por suas alunas e
que desta vez não pôde estar conosco por estar realizando preparativos para o Pós-
Doutorado na França.
Sintetizando o amor que os docentes de outras localidades devotam ao nosso
Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão, agradecemos,
com entusiasmo, aos docentes-músicos Márcio Paes Selles e Lenora Pinto Mendes,

7
sempre presentes em TODAS as edições do nosso evento, 2005, 2007, 2009, 2011,
2013 e 2015, e que nos encantam com os seus concertos, suas oficinas e as suas
palestras. Ainda um agradecimento especial a Henrique J.G. Lisbôa, que nesses
últimos dez anos tem feito, sem cobrar honorários, a arte do evento e dos livros
relacionados a ele.
A todos, aproveitem, divirtam-se e até o VII Encontro!
Adriana Zierer

8
PROGRAMAÇÃO GERAL

DIA 14/10/2015 (QUARTA- FEIRA)


08:00h- 12:00h CREDENCIAMENTO
08:30h- 12:00h ABERTURA E CONFERÊNCIA

Conferência de Abertura:
Prof. Dr. André Chevitarese (UFRJ)
Análise Crítica acerca da Historiografia do
Jesus Histórico (ou sobre o Estranho
Silêncio dos Intelectuais / ou ainda sobre o
que não convém ser pronunciado)
14:00h- 16:00h MINICURSOS
16:15h- 18:00h MESAS REDONDAS
18:10h ATIVIDADE CULTURAL:
Pré-Lançamento De Livros
18:30 h Sessão de Palestras Temáticas do Grupo
Luso-Brasileiro: Conflitos Sociais, Guerras e
Representações no Portugal Medieval

Prof. Dra. Maria Eurydice de B. Ribeiro (UnB)


Prof. Dra. Dulce Amarante dos Santos (UFG)
Prof. Dra. Vânia Leite Fróes (UFF)
Local: Auditória Prédio do Curso de de
Arquitetura
DIA 15/10/2015 (QUINTA- FEIRA)
08:00h- 10:00h MESAS COORDENADAS
10:00h- 12:00h MESAS COORDENADAS
14:00h- 16:00h MINICURSOS
16:10h- 18:00 MESA REDONDA
Local: Auditório do Prédio do Curso de
História
16:10h- 18:00h Sessão de Palestras Temáticas:
Sebastianismo no Maranhão
Prof. Dr. Rosuel Lima-Pereira (Université de
Guyane)
Profa. Drª. Mundicarmo Ferretti (UFMA)
Prof. Dr. Sérgio Ferretti (UFMA)
Local: Auditória Prédio de Arquitetura
18:30 h CONFERÊNCIA
Prof. Dr. João Luís Fontes (Universidade Nova
de Lisboa)
O deserto na Cidade: experiências religiosas
femininas no Portugal tardo-medieval (1350-
1525)
Atividade Cultural: Conjunto de Música
19:40h Antiga da UFF
9
16/10/2015 (SEXTA- FEIRA)
8:00h- 9:30h MINICURSOS
10:00h- 12:00h ATIVIDADE LÚDICA - OFICINA

Arco e Flecha: uma Permanência da


Antiguidade e do Medievo, com a Federação
Maranhense de Arco e Flecha (FEMARCO)
10:10h- 12:00 MESAS COORDENADAS
14:00h- 16:00h MESAS REDONDAS
16:30h CONFERÊNCIA DE ENCERRAMENTO

Prof. Dr. Ricardo da Costa (UFES)


Guerra nas estrelas: a metáfora artística da
sociedade medieval no macrocosmo
astrológico do homem-zodiacal

17:30h ATIVIDADE CULTURAL:


LANÇAMENTO DE LIVROS

LOCAIS DAS ATIVIDADES – UEMA – CENTRO HISTÓRICO

1. Prédio do Curso de História – Rua da Estrela, 329.


Minicursos, Mesas Redondas e Sessões de Comunicações.

2. Prédio do Curso de Arquitetura e Urbanismo – Rua da Estrela, 426.


Conferências, Palestras Temáticas e Atividades Culturais.

*A cada dia haverá uma Mesa Redonda e um Minicurso também no Prédio da


Arquitetura. Ver programação completa das atividades no Prédio da História.*

10
PROGRAMAÇÃO MESAS COORDENADAS

11
MESAS COORDENADAS
Data: 15 de outubro
Horário: 08:00h às 10:00h
Local: Prédio do Curso de História

1. MITOS, DIVINDADES E LITERATURA NA ANTIGUIDADE


Coordenação: Prof. Dra. Roberta Alexandrina da Silva (UFPA)
Local: Sala 1

- Animais Fantásticos no Physiologus em Antigo-Inglês – Metáforas Literárias em


Análise no Século X
Bárbara Jugurta de Oliveira Rocha Azevedo (UFRJ)
- A Mudança de Sexo nas Metamorfoses: Os Casos de Ífis e Ceneu
Flaviano Oliveira dos Santos (UECE)
- Percursos de uma Divindade Estrangeira em Território Romano: Baco e a sua
Representação na Obra As Metamorfoses
Lucas José Cruz Bastos Moura (UECE)
- As Bases Histórico-Mitológicas Do Direito Na Grécia Antiga
Rodolfo Mariano Figueirêdo de Lima (IFPB – Ensino Médio)

2. ESCRITA, RELIGIOSIDADE E SIMBOLISMOS NA ANTIGUIDADE E


IDADE MÉDIA
Coordenação: Juliana Magalhães dos Santos (UFF/NEREIDA)
Local: Sala 2

- A Importância da Escrita Hieroglífica no Antigo Egito e seu Declínio Através dos


Tempos
Ihellogim Isis da Costa Ferreira. (IFPB – Ensino Médio)
- Arquitetura e Religiosidade no Antigo Egito
Marina Reis de Moraes (IFPB – Ensino Médio)
- O Estilo Olmeca: O Simbolismo da Cruz nos Vasos de San Lorenzo (1350-850
a.C.), Veracruz, México
Raimundo Carvalho Moura Filho (UEMA/CESI)
- A Dama do Pé de Cabra e a Utilização Ideológica dos Mitos no Livro de
Linhagens do Conde D. Pedro do século XIV
Polyana Muniz (UEMA/Brathair)

3.PRÁTICAS MÁGICAS NA ANTIGUIDADE


Coordenação: Prof. Dra. Sílvia Siqueira (UECE)
Local: Sala 3

- Pitágoras: Ciência e Magia na Grécia Antiga


Marianne Vieira Aragão Barbosa (IFPB – Ensino Médio)
- O Teatro Grego Como Centro de Cura
Jéssica Mendes de Lima (IFPB – Ensino Médio)
- Considerações Sobre a Magia na Obra Metamorfoses de Apuleio (séc. II d. C.)
João Marcos Alves Marques (UECE)
- O Sentido Greco-Egípcio da Alquimia e Suas Repercussões Medievais
Jaqueliny Brenda de Medeiros (IFPB – Ensino Médio)
12
- Encantos e Feitiços: As Práticas de Magia Amorosa em Roma – Século I a. C.
Maria Felix Pereira Calixto (UEMA/CESI)

4.CRISTIANISMOS E PRÁTICAS RELIGIOSAS NA ANTIGUIDADE


Coordenação: Prof. Dr. Daniel Justi (Museu Nacional/UFRJ/LER)
Local: Sala 4

- Intersecções Entre as Narrativas Fundacionais das Culturas Grega e Judaica


Brian Ferreira Marinho (IFPB – Ensino Médio)
- O Conceito de Imortalidade da Alma Entre a Grécia Antiga e o Cristianismo
Primitivo
Bianca Gomes de Lucena (IFPB – Ensino Médio)
- Religião Oficial em Roma: Um Diálogo Entre Poder e Política
Diomara Rocha Ribeiro (UEMA/CESI/NEMHAM)
- Templo de Jerusalém: Banco do Rei ou Casa de Iahweh?
Ingrid Luane Campêlo de Oliveira (UEMA/Mnemosyne)
- Questões Acerca da (Des)Politização de Paulo No 2º Testamento Bíblico
William Braga Nascimento (UEMA/Mnemosyne)

5.HEROÍSMO, NARRATIVAS E IMAGENS MÍTICAS


Coordenação: Camila Alves Jourdan (UFF – Doutoranda)
Local: Sala 5

- A Imagem do Heroísmo Guerreiro na Grécia Antiga Entre Aquiles da Ftia e


Leônidas de Esparta
Andréa Silva de Lima Alves (IFPB –Ensino Médio)
- Guerra e Mito: Herácles e a Identidade Guerreira em Esparta No Século V a.C.
Caio Alexandre Diniz Silva (UEMA/Mnemosyne)
- A Morte e o Mar: Uma Análise do Lécito de Fundo Branco com Cena de Odisseu
e as Sereias
Camila Alves Jourdan. (UFF – Doutoranda)
- A Figura do Guerreiro na Grécia Antiga: Entre o Heroísmo e a Formação das
Falanges
Helenice Cassia da Hora Carvalho (UEMA/Mnemosyne)
- O Herói, Ontem e Hoje: O que há de Clássico nos Heróis Modernos?
Juliane Ribeiro da Silva (UEMA/Mnemosyne)
- O Espaço Marinho e a Construção Social de um Lugar: Análise da Cerâmica
Ática de Figuras Vermelhas na Atenas Clássica
Talysson Benilson Gonçalves Bastos (UEMA/Mnemosyne)

6. REPRESENTAÇÕES DA IDADE MÉDIA EM DIFERENTES MÍDIAS NOS


SÉCULOS XX E XXI
Coordenação: Prof.ª Dr.ª Monica Amim (UFRJ)
Local: Sala 6

- Os Games e a Historicidade Medieval: Mediações na Aprendizagem Colaborativa


da Geração Screenager
Dayse Marinho Martins (PGPP – UFMA/Doutoranda)
- William Wallace: O Herói Medieval Revisitado pelo Cinema
Mario Marcio Felix Freitas Filho (UFRJ)
13
- A Representação do Imaginário Medieval nas Obras de Epic Fantasy: O Caso das
Crônicas de Gelo e Fogo
Renan Cardoso Pinho da Silva (UFRJ)
- A Idade Média de Hal Foster: O Príncipe Valente
Charles Andrade de Freitas (UFRJ)
- Representações da Mulher de Bath: adaptações dos contos de Chaucer em duas
produções audiovisuais
Beatriz dos Santos Oliveira (UFRJ)
“Sete temas de Cordel” de Ribamar Lopes, uma obra que traz à memória, as
temáticas, do medievo
- Prof. Dr. Júlia Constança Pereira Camêlo (UEMA)

7. REPRESENTAÇÕES E MODELOS FEMININOS NO PERÍODO


MEDIEVAL
Coordenação: Profª Drª Elizabeth Abrantes (UEMA)
Local: Sala 7

- Farsa de Inês Pereira: A Mulher e o Casamento na Sociedade Medieval do Século


XVI
Andreia Karine Duarte (UEMA/Mnemosyne)
Renata de Jesus Aragão Mendes (UEMA/Mnemosyne)
- As Representações da Mulher na Obra A Demanda do Santo Graal
Claudienne da Cruz Ferreira (UEMA/Mnemosyne)
- O Modelo Mariano na Demanda do Santo Graal
Karla Fabíola dos Santos Lima (UEMA/Mnemosyne)
- “De Secretis Mulierum”: As Representações do Corpo Feminino na Obra de
Pseudo-Alberto Magnus
Laila Lua Pissinati (UFES)
- A Vida de uma Santa: Gênero e Representações na Biografia Vida de Macrina
por Gregório de Nissa
Ruben Ryan Gomes de Oliveira (UECE)
- A Educação das Damas: Instrução e Condição Feminina na Baixa Idade Média
Elizabeth Sousa Abrantes (UEMA)
- Símbolo do Pecado: o controle da mulher através do vestuário na Idade Média
Camila Ferreira Santos Silva (UFPA)
Renata Vasconcelos (IFMA)

8. HISTÓRIA E ENSINO DA ANTIGUIDADE E MEDIEVO


Coordenação: Prof. Ms. Geraldo Magella de Menezes (FIBRA)
Local: Auditório do Curso de História

- Os Desafios do Ensino de História Medieval no Ensino Fundamental: Relatos de


Professores das Escolas Públicas de Belém do Pará
Alan Rogério Raiol Ferreira (FIBRA)
Athos Linnus Marinho de Siqueira e (FIBRA)
Prof. Ms. Geraldo Magella de Menezes (FIBRA)
- “Eu Não Matei Joana D’arc”: A Construção do Mito e os Livros Didáticos
José Ribamar Santos de Almeida (PPGHEN – UEMA)
Ligia Maria Pinheiro Ferreira
Nesimar do Vale Madeira
14
- Por uma História da África Antiga: Os Desdobramentos da Lei 10639/03
Kamyla Alencar Carneiro (UEMA/CESI)
- O Ensino De História Medieval e O Uso De Mídias
Leonor Viana de Oliveira Ribeiro (PPGHEN – UEMA)
Maria Aparecida Ferreira de Sousa (PPGHEN – UEMA)
- Análise Do Ensino De História Após A Implementação Da Lei Nº 10.639/2003 no
Ensino Fundamental II da Rede Pública Municipal de Caxias – Ma Entre 2003 e
2013
Meiriele de Souza Medeiros (PPGHEN – UEMA)
- Teatro Grego Na Sala De Aula
Pablo Victor dos Santos Craveiro (Universidade de Pernambuco)

MESAS COORDENADAS
Data: 15 de outubro
Horário: 10:00h às 12:00h
Local: Prédio do Curso de História

9. O FEMININO E IMAGENS DISCURSIVAS NA ANTIGUIDADE


Coordenação: Talita Nunes Silva (UFF/NEREIDA)
Local: Sala 1

- A Questão do Matricídio na Mitologia Grega: Uma Introdução à Análise da


Oréstia de Ésquilo
Dallila Moraes Santos (UEMA/CESI/NEMHAM)
- Imagem do Feminino na Cosmogonia Hesíodica
Giully Ilanna da Silva Lucena (IFPB – Ensino Médio)
- O Hino Homérico a Deméter: Representações da Mulher Ideal na Grécia Antiga
Marília da Rocha Marques (UECE)
- Herança e Dote na Transmissão do Patrimônio Familiar Babilônico
Sebastião Gomes de Sales Junior (UEMA/CESI)
- Arrancaram-me de Mim: A Violência em Hécuba de Eurípedes
Valtyana Kelly da Silva. UFCG

10. CAVALARIA, REPRESENTAÇÕES E IMAGENS DO MEDIEVO


Coordenação: Prof. Dr. Fábio Henrique Monteiro Silva (UEMA)
Local: Sala 2

- Percival: Do “Camponês” ao Cavaleiro do Graal


Daniella Moraes Garcês (UEMA/Mnemosyne)
- Entre o Imaginário e o Vivido – As Representações dos Padeiros nos Vitrais da
Catedral de Chartres (França – século XIII)
Debora Santos Martins. (PPGH – UFF/Scriptorium/CNPq)
- Da Festa dos Loucos à Loucura da Festa: A Quaresma e o Carnaval no Ocidente
Medieval
Prof. Dr. Fábio Henrique Monteiro Silva (UEMA
- Uma Análise sobre a Figura do Diabo Cristão Medieval e a Sua Releitura Pela
Igreja Universal do Reino de Deus no Século XX
Isa Prazeres Pestana. (UFMA/PPGHIS)

15
- Cavaleiros e Reis Sertanejos: A Estranha Aventura de Suassuna no Sertão
Medieval da Pedra do Reino
Prof. Ms. Robson Victor da Silva Araújo (UFCG)
- Táticas, Técnicas e Armamentos Na Batalha De Hastings De 1066
Lúcio Carlos Ferrarese (PPH – UEM/LEAM)

11. RELIGIOSIDADE E IMAGINÁRIO SOBRE O MUNDO ANTIGO


E MEDIEVAL
Coordenação: Prof. Dr. Marcus Baccega (UFMA/Brathair)
Local: Sala 3

- Do Druidismo à Família: A Sociedade Celta da Gália no Século I a. C.


Andréia Pereira do Nascimento (UEMA/CESI/NEMHAM)
- Hibridização na Imagética Religiosa da Britânia Romana (Séculos I e II d. C.)
Érika Vital Pedreira (PPGH – UFF/CNPq/NEREIDA – Doutoranda)
- Os Elfos no Metal e Sua Importância na Cultura Escandinava
Glaycy Kelly Souza Aranha (UFMA)
- Selvageria, Barbárie e Civilização: Representações da Guerra na Hq Conan
Michel Roger Boaes Ferreira (UFMA)
- A Lenda de Beowulf e o Padrão de Heroísmo Medieval
Nathan D’Almeida Alves de Oliveira (IFPB – Ensino Médio)
- De Ferro ou de Madeira? O Imaginário do Bastão na Sociedade Pagã da
Escandinávia Medieval
Sara Carvalho Divino. Universidade Federal do Maranhão (UFMA)
- God of War: Uma Análise de Imagens do Rock de Temática Nórdica
Wesley Santos Avelar (UFMA)
- A Resistência Muçulmana nas Cruzadas Através da Trajetória de Saladino
Bruna Tainara Costa Batista (UFMA)

12. VIOLÊNCIA, CULTOS PÚBLICOS E RITOS FÚNEBRES NO


MUNDO ANTIGO
Coordenação: Prof. Ms. Emmanoel de Almeida Rufino (IFPB)
Local: Auditório do Curso de História

- Justiça e Pena de Morte Entre Hamurabi, Platão e Jesus


Aline Silveira dos Santos Silvestre (IFPB – Ensino Médio)
- Práticas Sacrificiais Romanas no Século I a. C.
Amanda Cristina Amorim Silva Neves (UEMA/Mnemosyne)
- O Culto Dos Mortos Na Antiguidade Greco-Romana E No Cristianismo
Primitivo: Aproximações e Distanciamentos
Prof. Ms. Emmanoel de Almeida Rufino (IFPB)
- Sangue, Guerra e Espetáculo: Concepções de Violência em Diferentes
Temporalidades
Ilma de Jesus Rabelo Santos (PPGHEN – UEMA)
Peterson Passion Birino Miranda (PPGHEN – UEMA)
- Hécuba, o Anfitrião Impiedoso e Alguns Cadáveres
Ms. Jacquelyne Taís Farias Queiroz (UNEB)
- Cerimônias Fúnebres Na Atenas Clássica: Concepções Acerca da Morte E do
Destino da Alma
Lennyse Teixeira Bandeira (UEMA/CESI/NEMHAM)
16
13. IDENTIDADES, RELAÇÕES SOCIAIS E DE PODER
EM ROMA
Coordenação: Prof. Dr. José Petrúcio de Farias Júnior (UFPI)
Local: Sala 4

- Escravidão em Roma: Conceitos e Possibilidades


Alex de Assis Batista (UFRN)
Suédson Relva Nogueira (UFRN)
- A Dinastia dos Júlio-Claudianos e a Tríade Agripina, Cláudio e Messalina: as
Relações de Poder na Ascensão de Nero ao Trono do Império Romano
Alexandro Almeida Lima Araújo (UEMA/Mnemosyne)
- As Múltiplas Identidades Existentes no Exército Romano da Antiguidade Tardia
(Séc. IV d.C.): Um Estudo da Obra de Amiano Marcelino
Bruna Campos Gonçalves (PPGH – UNESP/FAPESP/LEIR – Doutoranda)
- Ditadura Como Fenômeno Político: Uma Breve Análise Comparativa Entre a
Ditadura Romana e a Ditadura Brasileira – Séc. III a.C. – 1964
Lays Najara Silva Araújo (UEMA/CESI/NEMHAM)
- De Otávio a Augusto: Representações e Construções Acerca de um Imperador
Romano
Natália Frazão José (PPGH – UNESP/FAPESP/G.LEIR – Doutoranda)
- Relações diplomáticas na Antiguidade Tardia: reflexões em torno de De regno, de
Sinésio de Cirene
José Petrúcio de Farias Júnior (UFPI)

14. VIRTUDES E DISCURSOS NA ANTIGUIDADE E IDADE MÉDIA


Coordenação: Prof. Dra. Lenora Pinto Mendes (UFF)
Local: Sala 5

- O Sexo Como Discurso Legitimador em Al-Nafzawi (Séc. XV)


Celia Daniele Moreira de Souza (PPGHC – UFRJ)
- O Valor do Trabalho em Hesíodo: Da Condição Humana à Virtude
Cleyce Raquel da Silva Cabral (UFPI)
Igor Castro Carreiro (UFPI)
- O Trabalho Como Virtude Para uma Vida com “Pathos”: Mitologia e História
Entre a Antiguidade Grega e os Dias Atuais
Isaque da Silva Brandão (IFPB – Ensino Médio)
- Heresias: Dissidências Doutrinais na Idade Média – O Caso dos Cátaros
Gyselle Cristina dos Santos Silva (UFMA)
- A Luta Pela Salvação da Alma na Obra Doutrina Para Crianças (1274-1276) de
Ramon Llull
Natasha Nickolly Alhadef Sampaio Mateus (UEMA/Mnemosyne)
- A Carta de Bernardo de Claraval para seu Sobrinho Roberto que Havia Mudado
de Ordem Monástica: O que ela Realmente Queria Dizer
Telma Maciel Cunha Muniz (UEMA)

15. FILOSOFIA, ASTRONOMIA E TRADIÇÕES LATINAS NO MUNDO


ANTIGO
Coordenação: Prof.ª Dr.ª Marinalva Vilar de Lima (UFCG)
Local: Sala 6

17
- Interfaces Entre o “Eros” Grego e o “Ágape” Cristão
Bruno Lira da Silva (IFPB – Ensino Médio)
- A Síntese Ptolomaica da Astronomia e seu Legado à Idade Média
Maria Eduarda Costa Lima (IFPB – Ensino Médio)
- Impactos Da Política Imperialista De Alexandre, O Grande, Na Configuração Da
Filosofia Epicurista
Alysson Teófilo do Nascimento Nunes (IFPB – Ensino Médio)
- Os Solitários Diálogos De Santo Agostinho
David Mendonça do Nascimento (UEMA)
- Apropriações das Tradições Latinas e Construção do “Novo Tempo” na De
Civitate Dei de Santo Agostinho
Prof.ª Dr.ª Marinalva Vilar de Lima (UFCG)
- A História da Filosofia na Naturalista Greco-Antiga de Tales a Aristóteles
Pedro Emmílio de Lima Marinho (IFPB – Ensino Médio)

16. MEDICINA, CUIDADOS E SAÚDE NA ANTIGUIDADE


Coordenação: Prof. Dr Sérgio Alberto Feldmann (UFES)
Local: Sala 7

- A Teoria Humoral, a Temperança e o Cuidado de si Contribuições do Speculum


Al Joder e Medicina Árabe
Anny Barcelos Mazioli (UFES)
- Galeno e a Síntese da Medicina Antiga
Graziela Soares Freire da Silva (IFPB – Ensino Médio)
- Medicina e Sacralidade na Grécia Antiga
Manuela Yngrid Pinheiro Costa. (IFPB – Ensino Médio)
- “Os Homens Morrem Porque Esquecem”: As Influências das Antigas “Escolas
dos Mistérios” à Psicopatologia Mítica
Raisa Grasiele Rodrigues (Faculdade Maurício de Nassau)
- Os Quatros “Remédios” de Epicuro Para a Saúde da Alma
Raquel Alves Santos (IFPB – Ensino Médio)

MESAS COORDENADAS
Data: 16 de outubro
Horário: 10:10h às 12:00h
Local: Prédio do Curso de História

17. A IGREJA, O FEMININO E OS DISCURSOS NO PERÍODO


MEDIEVAL
Coordenação: Prof. Dr. Edmar Checon de Freitas (UFF)
Local: Sala 1

- Joana D’Arc: De Camponesa à Guerreira


Amanda Vieira Cezarini (UEMA/CESI/NEMHAM)
- A Virgem Maria: Uma Santa Guerreira em Portugal
Camila Rabelo Pereira (UEMA)
- O Discurso da Igreja Sobre a Prostituição na Baixa Idade Média
Fernanda Milhomem de Sousa (UEMA/CESI/NEMHAM)
18
- Um Olhar Sobre a Völva: O Reflexo da Prática de Seidr na Construção da
Feiticeira Nórdica
Sara Carvalho Divino (UFMA)
- Entre o Medo e a Repressão: O Arquétipo Feminino e Sua Relação com a Caça às
Feiticeiras
Talita da Costa Plum (UFMA)
-O Livro Dos Mil Provébios (1302): educação, moralidade e conflitos do século XIII.
Flávia Santos Gomes (PPGHEN/FAPEMA, Mestranda)

18. SANTIDADE, ORDENS E O CRISTIANISMO MEDIEVAL


Coordenação: Solange Pereira Oliveira (UFF – Doutoranda)
Local: Sala 2

- A Modernidade Punitiva no Interior das Permanências Medievais: A Relação


Entre a História das Ideias e as Práticas Penitentes
Helmano de Andrade Ramos
- Uma Breve Análise do Discurso no Testamento de Francisco de Assis: O Projeto
de Estruturação da Ordem dos Frades Menores
Leonardo de Souza Câmara (UFPA/Campus Bragança)
- O Surgimento das Ordens Mendicantes e o Seu Impacto na Europa Medieval
Lucas Gomes Nóbrega (UFPB)
- A Queda, o Suplício e o Perdão da Ordem do Templo
Wekslley Santos Machado (UEMA/CESI/NEMHAM)
- Dos objetos simbólicos das glórias celestiais no paraíso do além medieval
Solange Pereira Oliveira (Doutoranda PPGH/UFF- CAPES)

19. CRISTÃOS E CRISTIANISMOS NA ANTIGUIDADE E IDADE MÉDIA


Coordenação: Prof. Prof. Ms. Emmanoel de Almeida Rufino (IFPB)
Local: Auditório do Curso de História

- O Antissemitismo na Idade Média: Uma Perspectiva Historiográfica


Bezaliel Alves Oliveira Junior (UEMA/CESI/NEMHAM)
- A Arquitetura Sagrada Greco-Romana e sua Recepção pela Arquitetura Sacra
Do Cristianismo Medieval
Márcio da Silva Santos (IFPB – Ensino Médio)
- Cristianismo antes e depois de Constantino
Marcos Rodrigo Meneses Silva (UFPA)
- O Contexto das Perseguições aos Cristãos na Apologia de Tertuliano
Talita Rosa Mística Soares de Oliveira (UFCG)
- Interface Entre Ascetismo Epicurista e o Ascetismo Monástico do Cristianismo
Medieval
Alexandre dos Santos Ferreira (IFPB – Ensino Médio)

20. ARTE, PAIDEIA E EDUCAÇÃO NA ANTIGUIDADE


Coordenação: Mariana Figueiredo Virgolino (UFF – Doutoranda)
Local: Sala 3

- A Guerra Através das Produções Artísticas da Deusa Athena na Arte Ateniense


do Período Arcaico
Amanda Vitória Silva Fonseca (UEMA/CESI/NEMHAM)
19
- A Paideia Grega na Origem dos Jogos Olímpicos da Antiguidade
Gabriel Andy da Silva Lucena (IFPB – Ensino Médio)
- Dos “Plátanos” às Plateias: Nuances do Espírito Educativo Grego Entre as
Epopeias Arcaicas e as Tragédias Clássicas
Matheus de Mélo Silva (IFPB – Ensino Médio)
- A Paideia Grega na Configuração do Ethos Cristão das Primeiras Comunidades à
Patrística
Wéverton Galdino Correia (IFPB – Ensino Médio)

21. MEMÓRIA E NARRATIVAS MITOLÓGICAS NO MUNDO GREGO


Coordenação: Prof. Ms. Fabrício Nascimento de Moura (UEMA-CESI)
Local: Sala 4

- O Mito como Espelho da História: as Peripécias de Prometeu e Seus Reflexos no


Destino da Raça Humana
Ana Karoliny de Souza Gomes (IFPB – Ensino Médio)
- O Dilema da Liberdade Entre o Antigo Mito Grego de Sísifo e a Obra “O Mito de
Sisifo”, de Albert Camus
Anna Leticia de Lima Silva (IFPB – Ensino Médio)
- Cinema e História: vertentes de uma tragédia
Filipe Matheus Marinho de Melo (UPE)
- Conjunturas da Mitologia Grega e sua Influência Social Retratada do “Fédon”
Jaffi Carvalho da Silva Neto (UFMA)
- O Que a Mitologia Grega tem a nos Dizer?
Larissa Silva de Araújo (IFPB – Ensino Médio)
- As Musas da Mitologia Grega e a Invenção da Memória Narrativa
Tayane Cristina de Souza Hipólito (IFPB – Ensino Médio)

22. CONFLITOS, ARISTOCRACIA E NOBREZA FEUDAL


Coordenação: Prof. Dr. Jaime Estevão dos Reis (UEM/LEAM)
Local: Sala 5

- O Reinado De Fernando III de Castela e Leão: Uma Política Voltada Para a


Guerra
Prof. Ms. Augusto João Moretti Junior (UEM/LEAM)
- “Há Algo de Podre no Reino da Dinamarca”: “Hamlet” e a Crítica
Shakespeariana ao Ethos Civilizatório da Nobreza Feudal Como Projeção da
Noção Socrático-Platônica de Verdade
Gabriela Lima Araújo (IFPB – Ensino Médio)
- Alfonso X e a Nobreza Rebelada: as Primeiras Negociações da Revolta de 1272-
1273
Luiz Augusto Oliveira Ribeiro (UEM)
- Relações de Poder na Aristocracia Medieval Portuguesa
Neila Matias de Souza (UFF – Doutoranda)
- O mito da saudade de d. Sebastião: do sonho do império português ao sonho da
Ilha dos Lençóis.
Ligia Maria Pinheiro Ferreira (SEMED/SEDUC)
Nesimar do Vale Madeira (SEMED/SEDUC)

20
-Usos da Literatura pela Nobreza na França do Século XII como meio de
Diferenciação Social
Elisangela Coelho Morais (UFMA)
23. CRÔNICAS, PODER RÉGIO E IMAGINÁRIO SOCIAL PORTUGUÊS
Coordenação: Bianca Trindade Messias (PPGHEN – UEMA)
Local: Sala 6

- A Revolução de Avis, 1383 – 1385 e a Formação do Imaginário Social Português


Antônio Marcos Lemos Santos (UEMA/CESI/NEMHAM)
- A Mentalidade Religiosa Portuguesa e a Circulação da Visão de Túndalo nos
Séculos XIV e XV
Bianca Trindade Messias (PPGHEN – UEMA)
- O Rei Como Modelo de Cristão nas Crônicas Portuguesas
Matheus Henrique Muniz Lima (UEMA/Mnemosyne)
- Evento e Temporalidade nas Obras de Fernão Lopes: O Caso Joanino (1385-
1433)
Josena Nascimento Lima Ribeiro (CAPES/PPGH – UNIRIO)

21
RESUMOS MESAS COORDENADAS

22
OS DESAFIOS DO ENSINO DE HISTÓRIA MEDIEVAL NO ENSINO
FUNDAMENTAL: RELATOS DE PROFESSORES DAS ESCOLAS PÚBLICAS
DE BELÉM DO PARÁ
Alan Rogério Raio Ferreira (FIBRA/PA)
Athos Linnus Marinho de Siqueira (FIBRA/PA)
Orientador: Prof. Ms. Geraldo Magella de Menezes Neto

Resumo: O presente trabalho objetiva analisar o modo como a História Medieval tem
sido ensinada em algumas escolas públicas de Belém do Pará. Nesse sentido,
consideramos importante o depoimento dos professores de História do ensino
fundamental que lidam diretamente com o ensino de História Medieval. A partir da voz
desses sujeitos podemos entender as práticas de ensino sobre o tema da Idade média nas
escolas, no caso aqui a ser investigado, das escolas de Belém do Pará, principalmente
nas escolas públicas. Assim, a partir de entrevistas com professores, o trabalho analisa
quais conteúdos de História Medieval são priorizados em sala de aula; o modo como os
professores utilizam os livros didáticos nos conteúdos referentes à História Medieval;
quais recursos didáticos são utilizados nas aulas de História Medieval nas escolas; os
desafios de se ensinar esse tema na escola pública; e como os professores avaliam as
contribuições da sua formação nos cursos de História nas práticas de ensino em História
Medieval. A presente pesquisa traz os resultados parciais do projeto “O ensino de
História Medieval nas escolas de Belém do Pará: práticas e desafios”, desenvolvido com
o apoio da Faculdade Integrada Brasil Amazônia (FIBRA).
Palavras-chave: Ensino de História. História Medieval. Práticas de Ensino.

ESCRAVIDÃO EM ROMA: CONCEITOS E POSSIBILIDADES


Alex de Assis Batista (UFRN)
Suédson Relva Nogueira (UFRN)
Orientador: Prof. Dr. Rafael Scopacasa

Resumo: O artigo tem como alvo discutir alguns problemas referentes à escravidão no
Império Romano (séculos I-III d. C.). Serão examinados alguns comportamentos sociais
atribuídos a escravos nas fontes literárias romanas, e então buscaremos refletir se eles
agiam como uma ‘classe social’ seguindo a definição de Thompson (A Formação da
Classe Operária Inglesa). Justifica-se o atual trabalho pela importância de apresentar a
complexidade dos escravos como grupo social, e sua atuação no desenvolvimento de
Roma. Começaremos resgatando as ideias de Aristóteles sobre escravidão, visto que são
representativas de algumas percepções e práticas referentes aos escravos no mundo
antigo/greco-romano. Em seguida, enfocaremos alguns relatos de Cícero e Tácito que
nos dão vislumbres do comportamento de escravos em situações históricas específicas,
tanto entre si como em relação aos seus ‘senhores’. Por fim, será discutido em que
medida a análise das fontes acima pode contribuir para o debate historiográfico acerca
da utilidade do conceito de ‘classe social’ (Thompson) para pensar a situação dos
escravos no Império Romano – sobretudo no que se refere à relação de dominância e de
dependência dos senhores com seus escravos.
Palavras-chave: Escravidão. Classe. Roma.
23
INTERFACE ENTRE O ASCETISMO EPICURISTA E O ASCETISMO
MONÁSTICO DO CRISTIANISMO MEDIEVAL
Alexandre dos Santos Ferreira (IFPB – Ensino Médio)
Orientador: Prof. Ms. Emmanoel de Almeida Rufino

Resumo: O período medieval foi sem dúvidas um marco na história do cristianismo,


que, por sua vez, legou a essa época história e à posteridade muitas influências, como,
por exemplo, as regras de vida monástica. Contudo, sabemos que apesar da organização
doutrinal do monasticismo, a ideia desse modus vivendi religioso antecede em muito a
Idade Média. Nosso estudo intenta, pois, discutir as possíveis repercussões da filosofia
epicurista – em especial, do ascetismo proposto em seu ideário – ao ascetismo
monástico cristão, considerando a indiscutível influência da filosofia helenista ao
pensamento da Igreja cristã em seus primeiros séculos. Queremos analisar as
(in)congruências entre certos prismas de comportamento propostos por ambos, como
em seus preceitos de austeridade, de modo que poderemos entender como o epicurismo
e o cristianismo monástico concebiam temas como prazer, renúncia, vida reclusa,
felicidade, purificação do espírito, dentre outros.
Palavras-chave: Ascetismo. Cristianismo. Epicurismo. Monastérios Medievais.

A DINASTIA DOS JÚLIO-CLAUDIANOS E A TRÍADE AGRIPINA, CLÁUDIO


E MESSALINA: AS RELAÇÕES DE PODER NA ASCENSÃO DE NERO AO
TRONO DO IMPÉRIO ROMANO
Alexandro Almeida Lima Araújo (UEMA/Mnemosyne)

Resumo: O Governo Nero compreende o período de 54 a 68 d. C. Esta comunicação


visa debater a ascensão de Nero ao trono do Império romano. Analisaremos as táticas,
manobras e estratégias utilizadas por Agripina para tornar Lúcio Domício Aenobarbo
uma opção possível para a sucessão do Império romano e fazê-lo aclamado como
imperador da Dinastia dos Júlio-Claudianos, após a morte de Cláudio. Logo, iremos
demonstrar as situações estratégicas de Agripina para fazer Nero exercer o poder, já que
na concepção teórica da Microfísica do Poder, de Michel Foucault, o poder não se
detém como uma propriedade, o mesmo se exerce. E, consequentemente, para Agripina
Menor, quem o exerceria seria Nero. Neste sentido, a biografia de Suetônio, intitulada A
Vida dos Doze Césares, e a compilação de textos antigos em O Processo Nero,
publicado pelo latinista Pierre Grimal, integrarão o nosso estudo, haja vista serão
importantes para entendermos como tais fontes demonstraram as atitudes de Agripina
nas relações com Messalina e Cláudio. Logo, também, será indispensável à utilização de
obras dos séculos XX e XXI que salientam o contexto político imperial do período que
abrange os fins do governo Claudio e princípio do governo Nero.
Palavras-chave: Roma. Poder. Nero. Agripina. Dinastia dos Júlio-Claudianos.

24
JUSTIÇA E PENA DE MORTE ENTRE HAMURABI, PLATÃO E JESUS
Aline Silveira dos Santos Silvestre (IFPB – Ensino Médio)
Orientador: Prof. Ms. Emmanoel de Almeida Rufino

Resumo: Qualquer sociedade necessita de um sistema ou código de leis (escritas ou


não) que unifiquem o sentido de justiça para os que nela convivem, caso pretendam
manter certa ordem. Com esse objetivo, em meados do século XVIII a. C. nascia o
Código de Hamurábi, cujos princípios baseados na Lei de Talião lembram o símbolo da
balança, por conceber uma justiça que advoga que se deve devolver o que se recebe na
mesma medida em que se recebe. Assim, crendo na punição do mal com o mal, sustenta
a pena de morte como um instrumento eficaz de resolução da violência. Partindo dessas
concepções de justiça e pena de morte, nosso trabalho visa analisar e interseccionar as
perspectivas de Platão e Jesus sobre tais temas, suscitando uma reflexão cara à
contemporaneidade, berço de muitas polêmicas a esse respeito. Destaque-se em Platão a
crítica tecida no Livro I da “República”, obra em que afirmava ser a justiça uma virtude
humana, sendo – por essência – geradora de coisas boas, de modo que não pode ser
usada para legitimar a violência, pois isso propaga o mal criando um círculo vicioso (do
mal gerando o mal), como também revelará Jesus em seu evangelho, onde nos suscita o
dever de responder a ações ruins de formas boas, devolvendo para um mal, um bem.
Palavras-chave: Hamurabi. Jesus. Justiça. Platão.

IMPACTOS DA POLÍTICA IMPERIALISTA DE ALEXANDRE, O GRANDE,


NA CONFIGURAÇÃO DA FILOSOFIA EPICURISTA
Alysson Teófilo do Nascimento Nunes (IFPB – Ensino Médio)
Orientador: Prof. Ms. Emmanoel de Almeida Rufino

Resumo: Este trabalho tem como intento ilustrar a influência da vida e governo de
Alexandre Magno (356-323 a. C.) sobre a composição da filosofia de Epicuro. Durante
seu império, Alexandre aplicou em seu governo uma política cosmopolita, conquistando
a Ásia Menor, a Pérsia, o Império Aquemênida e a Índia, o que permitiu a fusão de
diversas culturas no que ficou conhecido como período helenístico. É nesse período que
surge o epicurismo, corrente filosófica baseada nos ensinos de Epicuro (341-271 a. C.),
que se destacou por sua reflexão sobre temas como felicidade e morte. É exatamente
sobre esse aspecto temático que vertemos nosso estudo: quais os impactos do contexto
imperialista alexandrino à configuração da filosofia epicurista, voltada à vida simples e
refletida? Ora, partimos do pressuposto que, sendo contemporâneos, Epicuro viveu as
tensões sócio-políticas do império macedônico, principalmente após a morte de
Alexandre, que não deixando sucessor ao trono, legou ao Ocidente um contexto de forte
instabilidade. Para realizarmos, pois, os fins aqui anunciados, adentraremos na filosofia
de Epicuro a partir da obra “Carta sobre a felicidade”.
25
Palavras-chave: Alexandre. Epicurismo. Helenismo.

PRÁTICAS SACRIFICIAIS ROMANAS NO SÉCULO I A.C.


Amanda Cristina Amorim Silva Neves (UEMA/Mnemosyne)
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Ana Livia Bomfim Vieira

Resumo: As pesquisas voltadas para o Império Romano geralmente possuem um


direcionamento mais canalizado para aspectos políticos e militares, nesse sentido
pretendo me inserir na corrente que busca pensar Roma em seu âmbito religioso e com
esse trabalho apresentar uma discussão inicial sobre as práticas religiosas em Roma no
século I a.c. Alguns autores buscam novos pontos de vista para esses estudos como
ilustrado: “[...] recebemos de nossas fontes, especialmente as textuais, uma imagem
cuidadosamente editada do que se queria que fosse a vida religiosa, escolhida para
refletir uma piedade escrupulosa. Percebemos que havia entre os romanos, no modo
como viam a si mesmos, uma forte convicção de serem os mais religiosos dos povos, o
que contrasta estranhamente com a visão que a modernidade teve de sua religião.”
(ROSA, 2006). Partindo desse ponto, pretendemos alcançar um novo direcionamento
para a interpretação legada a religião com base nos sacrifícios romanos construindo uma
nova perspectiva, mais preocupada com viés do sacrifício como religião propriamente
dita e como este estava inserido no cotidiano dessa sociedade.
Palavras-chave: Sacrifício. Roma. Império. Cotidiano.

JOANA D´ARC: DE CAMPONESA Á GUERREIRA


Amanda Viera Cezarini (UEMA/CESI/NEMHAM)
Orientador: Prof. Ms. Fabrício Nascimento de Moura

Resumo: Esta comunicação tem como objetivo apresentar as relações de gênero que
envolve a vida de Joana D’Arc, desde o início de suas visões ocorridas na infância até o
período de seu julgamento, em 9 de Maio de 1431, onde se iniciaram os
questionamentos da Igreja sobre o seu comportamento e o seu vestuário masculino
durante a Guerra dos Cem Anos.
Palavras-chave: Joana D’Arc. Gênero. Guerra dos Cem Anos.

A GUERRA ATRAVÉS DAS PRODUÇÕES ARTÍSTICAS DA DEUSA ATHENA


NA ARTE ATENIENSE DO PERÍODO ARCAICO
Amanda Vitória Silva Fonseca (UEMA/CESI/NEMHAM)
Orientador: Prof. Ms. Fabrício Nascimento de Moura

Resumo: A arte grega, especificamente a pintura em vasos, constitui uma fonte


importante que possibilita o estudo da guerra a partir das representações da deusa
Athena no período arcaico. A guerra está presente em diversas épocas, tornando-se
abordagem recorrente. Essa pesquisa pretende demonstrar a relação da arte com a

26
guerra. A partir deste contexto, objetivamos compreender a participação da deusa
Athena na formação do imaginário grego sobre a guerra.
Palavras-chave: Athena. Guerra. Atenas. Arte.

O MITO COMO ESPELHO DA HISTÓRIA: AS PERIPÉCIAS DE PROMETEU


E SEUS REFLEXOS NO DESTINO DA RAÇA HUMANA
Ana Karoliny de Souza Gomes (IFPB – Ensino Médio)
Orientador: Prof. Ms. Emmanoel de Almeida Rufino

Resumo: O mito esteve presente desde os primórdios da raça humana, tendo como
objetivo central representar as verdades profundas da existência humana, delimitando o
seu lugar no cosmos. Diante disso, nosso trabalho se lança, pois, ao escopo de mostrar
possíveis aproximações entre os acontecimentos míticos que envolvem a figura do titã
Prometeu e fatos documentados pela História, mostrando o papel do mito na descrição
da realidade histórica, só que a partir de uma construção discursiva diversa da que
constitui os registros históricos. Para esse intento, faremos uso das narrativas hesiódicas
presentes nas obras “Teogonia” e “Os trabalhos e os dias” em que Prometeu aparece,
especialmente em dois episódios: o do banquete em que ele tenta enganar a Zeus
(episódio que tematiza a separação da condição humana em relação aos deuses); o do
roubo do fogo de Zeus e sua cessão aos homens, a fim de conferir-lhes a liberdade – em
relação à tutela divina – por meio da fabricação de objetos e preparo de alimentos.
Palavras-chave: Mito. Prometeu. Raça Humana.

A IMAGEM DO HEROÍSMO GUERREIRO NA GRÉCIA ANTIGA ENTRE


AQUILES, DA FTIA, E LEÔNIDAS, DE ESPARTA
Andréa Silva de Lima Alves (IFPB – Ensino Médio)
Orientador: Prof. Ms. Emmanoel de Almeida Rufino

Resumo: Neste trabalho apresentamos as equivalências e disparidades entre a postura


guerreira de Aquiles, mítico rei da Ftia, e Leônidas (540-480 a. C.), rei e general de
Esparta, tomando como referência o ideal de herói. Para a análise do heroísmo guerreiro
de Aquiles, assumiremos as narrativas homéricas expressas na “Ilíada”, que narra os
fatos épicos em torno do desfecho da Guerra de Tróia. Para a reflexão sobre a tipologia
heroica de Leônidas, faremos uso do Livro VII da obra “História” de Heródoto, em que
narra a invasão da Grécia feita pelos persas e o famoso episódio das Termópilas. Entre
esses dois grandes personagens há um conceito de heroísmo coerentemente alinhado ao
espírito sócio-político de suas épocas: no caso de Aquiles, o da arcaica sociedade
aristocrática dos basileus; no de Leônidas, ao da pólis clássica. Há, pois, dois sentidos
de guerra e, portanto, de glória (kléos) entre eles. Na sociedade descrita por Homero, a
glória guerreira é individual, legitimando a honra (timé) inerente ao herói. Já no
contexto da pólis, não se admitia a preeminência do indivíduo sobre os interesses
coletivos. Assim, se Aquiles se destaca em sua areté (excelência) guerreira, Leônidas
luta pelos seus iguais (hómoioi), defendendo sua honra pela glória da cidade.
27
Palavras-chave: Aquiles. Grécia Antiga. Heroísmo guerreiro. Leônidas.

FARSA DE INÊS PEREIRA: A MULHER E O CASAMENTO NA SOCIEDADE


MEDIEVAL DO SÉCULO XVI
Andreia Karine Duarte (UEMA/Mnemosyne)
Renata de Jesus Aragão Mendes (UEMA/Mnemosyne)
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Adriana Zierer

Resumo: Através da obra, a Farsa de Inês Pereira, do poeta português Gil Vicente, é
possível perceber outra visão de mulher na sociedade medieval, que não
necessariamente concordava com tudo que lhe era reservado. A narrativa trata de uma
jovem da vila cheia de perspectivas, que não suportava mais viver presa dentro da
própria casa, destinada ao ato cansativo de bordar. Sendo que deseja o quanto antes se
casar, pois na sua mentalidade o casamento é a única válvula de escape para se libertar
da vida árdua de trabalhos domésticos que estava destinada. Sendo que no primeiro
casamento esta se encontra em situação de claustro, enquanto no segundo encontra a
autonomia e seus objetivos alcançados. Dessa forma o autor, possibilita compreender o
comportamento da mulher do século XVI, destacando uma série de aspectos
relacionados a esta categoria, entre eles os principais eram: casamento, ambiente
doméstico, comportamento, virgindade. Desse modo o autor busca modificar a ideia de
que a mulher da Idade Média aceitava ser passiva e submissa ao homem. Por meio desta
farsa é possível identificar o papel social do casamento como responsável pela doação
de modelos de comportamentos a serem seguidos pela mulher da época.
Palavras-chave: Inês Pereira. Casamento. Autonomia.

DO DRUIDISMO À FAMÍLIA: A SOCIEDADE CELTA NA GÁLIA NO


SÉCULO I A.C.
Andréia Pereira do Nascimento (UEMA/CESI/NEMHAM)
Orientador: Prof. Ms. Fabrício Nascimento Moura

Resumo: Este trabalho tem como objetivo analisar como se davam as relações sociais
na Gália pré-romana, na qual era dividida por grupos sociais hierarquicamente
organizados, a saber: os druidas, a nobreza, os plebeus e os escravos. Também
pretendemos investigar as características da religião celta onde os sacerdotes, os
druidas, além de serem responsáveis por questões religiosas, também tinham funções
nas áreas da educação, medicina, direito, Astronomia/Astrologia e música e até mesmo
nas questões familiares. O que se evidencia por meio desse contexto é que a sociedade
celta, assim como a civilidade greco-romana, contribuiu para a construção da matriz
cultural e do pensamento ocidental.
Palavras-chave: Celtas. Sociedade. Religião. Família.

O DILEMA DA LIBERDADE ENTRE O ANTIGO MITO GREGO DE SÍSIFO E


A OBRA “O MITO DE SISIFO”, DE ALBERT CAMUS
Anna Leticia de Lima Silva (IFPB – Ensino Médio)
Orientador: Prof. Ms. Emmanoel de Almeida Rufino

28
Resumo: Nosso estudo almeja discutir o conceito de liberdade presente no interior do
antigo mito grego de Sísifo e no âmago do ensaio filosófico “O mito de Sísifo”, escrito
em 1941, pelo francês Albert Camus. Partindo do título da obra de Camus, vertemos
nosso olhar para aquele mito grego pressupondo ser a liberdade um dos temas
fundamentais da obra, tendo em vista que é dela que Sísifo é afastado enquanto labuta
eternamente no submundo, condenado ao absurdo de sempre ter que rolar uma pedra
para o alto de um monte que nunca a sustentará. A propósito, o título original de Camus,
a saber, Le mit décisif, permite um trocadilho interessante: esse é um mito decisivo,
porque urge pensarmos a existência e os imperativos das nossas escolhas. Se absurda –
como propõe Camus –, ou plena de sentido – como propõe a metáfora sob a ótica
mítico-religiosa –, certo é que a liberdade se mantém preeminente na reflexão sobre a
condição humana frente ao desconhecido que é a existência. É, pois, na interpretação da
liberdade à luz desse mito e do ensaio filosófico que projetamos nosso objetivo,
cônscios de que o paralelo entre essas obras nos abriram a outros temas como morte,
felicidade, suicídio, trabalho, ética.
Palavras-chave: Albert Camus. Liberdade. Mitologia Grega. Sísifo.

A TEORIA HUMORAL, A TEMPERANÇA E O CUIDADO DE SI


CONTRIBUIÇÕES DO SPECULUM AL JODER E DA MEDICINA ÁRABE
Anny Barcelos Mazioli (UFES)

Resumo: Este artigo pretende analisar como o “Speculum al joder”, um tratado médico
traduzido para o catalão no século XIV em Aragão, faz uso da teoria humoral para
apresentar maneiras de exercer a sexualidade com saúde plena. Para tanto
apresentaremos a teoria humoral, sua história e seus conceitos básicos, e a forma como
essa tradição influenciou a medicina árabe até chegar à Europa. A análise do material
bibliográfico e da fonte histórica utilizada permite mostrar como o ideal de temperança
e equilíbrio permeia o pensamento médico baseado na medicina hipocrática. Além
disso, permanece em voga a influência do conceito de cuidado de si dentro do discurso
encontrado no “Speculum al Joder”.

A REVOLUÇÃO DE AVIS, 1383 – 1385 E A FORMAÇÃO DO IMAGINÁRIO


SOCIAL PORTUGUÊS
Antonio Marcos Lemos Santos (UEMA/CESI/NEMHAM)
Orientador: Prof. Ms. Fabrício Nascimento de Moura

Resumo: O Movimento avisino foi um marco na história da sociedade portuguesa, pois


tal evento está presente até a os dias atuais no imaginário coletivo português. Neste
trabalho temos como proposta analisar o processo de construção do imaginário social, a
partir do dos acontecimentos ocorridos entre 1383 e 1385, que modificaram aquele
grupo social em vários aspectos. Para tanto nos atentaremos para a análise da estrutura
da sociedade portuguesa medieval, das crenças no que tange aos aspectos religiosos que
estavam inseridos nesta sociedade. A análise da formação de um imaginário social
29
comum partirá do pressuposto do significado de “imaginário social” desenvolvidos por
Bronislaw Baczko.
Palavras-chave: Portugal. Imaginário. Movimento Avisino.

DAMAS DA POBREZA: O FRANCISCLARIANISMO NO INÍCIO DO SÉCULO


XIII
Antonio Victor Ferreira Silva (UFPA/Campus Universitário de Bragança)
Orientador: Prof. Dr. Sebastião Rodrigues da Silva Júnior

RESUMO: As damas da pobreza de São Damião contribuíram para a constituição de


um rosto feminino da Ordem Franciscana no início do século XIII. No
francisclarianismo percebemos uma profunda unidade existente entre Clara e Francisco
em nível espiritual e carismático. Da amizade entre essas duas personalidades a igreja
herdou um grande patrimônio místico, que atravessa séculos. O presente artigo aborda
a partir de revisão bibliográfica, autores que discutem a mulher no cenário medieval, a
espiritualidade de clara, a intervenção eclesiástica no grupo das damianitas e a
importância da tessitura da sua normativa naquele contexto.
Palavras-chave: Francisclarianismo. Clara de Assis. Século XIII.

O REINADO DE FERNANDO III DE CASTELA E LEÃO: UMA POLÍTICA


VOLTADA PARA A GUERRA
Ms. Augusto João Moretti Junior (UEM/LEAM)
Orientador: Prof. Dr. Jaime Estevão dos Reis

Resumo: Essa comunicação tem como objetivo analisar a política empregada por
Fernando III no processo de expansão territorial do reino de Castela e Leão entre os
anos de 1217 a 1252. O estudo de tal política implica na análise e entendimento das
relações entre cristãos e muçulmanos, bem como das relações entre os próprios reinos
cristãos. Sobretudo, no que se refere aos acordos e enfrentamentos, cujos resultados
alavancaram o processo de consolidação territorial e centralização da monarquia
castelhana no século XIII. Essa combinação de guerras e alianças permitiu a dominação
cristã e a construção da unidade territorial castelhana, com a conquista de cidades
estratégicas para a Reconquista, como Jaén, Córdoba e Sevilha. Entre as fontes
utilizadas para esta comunicação destacamos Crónica de Veinte Reyes, a Crónica Latina
de los Reyes de Castilla e a Primera Crónica General de España.
Palavras-chave: Fernando III. Reconquista. Guerra. Política.

ANIMAIS FANTÁSTICOS NO PHYSIOLOGUS EM ANTIGO-INGLÊS –


METÁFORAS LITERÁRIAS EM ANÁLISE NO SÉCULO X
Bárbara Jugurta de Oliveira Rocha Azevedo (UFRJ)
Orientador: Prof. Dr. Álvaro Alfredo Bragança Júnior

Resumo: Bestiários são formas de texto descritivas de animais reais e fantásticos.


Muito utilizados na Idade Média, eram catálogos feitos por monges católicos e reuniam
diversas informações, tais como a aparência, o habitat e a dieta dos animais, além de
terem como objetivo passar mensagens moralizadoras àqueles que os escutavam/liam.
Diversas foram as traduções feitas a partir do original em grego, compilado por volta de
140 a.C, porém neste trabalho trataremos d´O Fisiólogo em Antigo Inglês, presente no
30
Livro de Exeter e datado aproximadamente entre 960 e 990 d.C. Através da tradução e
análise do mesmo, esse trabalho tem como objetivo explicar o uso de expressões
encontradas no texto, chamadas kennings, e as respectivas simbologias de cada animal,
assim como suas mensagens moralizadoras relacionadas com o a religião cristã já
dominante e cristalizada no espaço da Inglaterra do século X.

O ANTISSEMITISMO NA IDADE MÉDIA: UMA PERSPECTIVA


HISTORIOGRÁFICA
Bezaliel Alves Oliveira Junior (UEMA/CESI/NEMHAM)
Orientador: Prof. Ms. Fabrício Nascimento Moura

Resumo: A presente comunicação pretende analisar, através da historiografia


especializada, a questão do antissemitismo na Idade Média. Abordaremos os fatores que
levaram à perseguição contra os judeus no contexto do fim do Império Romano do
Ocidente no século V, estendendo a análise ao Império Bizantino. Identificaremos as
características da religião judaica, destacando que a perseguição aos judeus neste
período teve aspecto predominantemente religioso e não étnico racial.
Palavras-chave: Antissemitismo. Religião. Idade Média.

O CONCEITO DA IMORTALIDADE DA ALMA ENTRE A GRÉCIA ANTIGA


E O CRISTIANISMO PRIMITIVO
Bianca Gomes de Lucena (IFPB – Ensino Médio
Orientador: Prof. Ms. Emmanoel de Almeida Rufino

Resumo: Nos tempos antigos, o tema da imortalidade foi recorrentemente interpretado


de diversas formas no imaginário religioso das civilizações. Nessa esteira, a Grécia
ganha destaque, principalmente se queremos entender como esse tema repercutiu para a
cultura ocidental, principalmente via cristianismo. Da mitologia arcaica à filosofia, o
tema da alma assume algumas nuances interpretativas, o que também tange a questão da
imortalidade. Diante disso, nosso trabalho objetiva destacar as perspectivas mais
influentes sobre a imortalidade da alma na cultura greco-antiga para, num segundo
momento, entender com elas dialogam com o cristianismo primitivo, marcando – nessas
tradições – aproximações e distanciamentos nas crenças a esse respeito. Nesse processo,
acreditamos poder expor quais os tópicos de influência transpostos da cultura grega para
o cristianismo em seus primeiros momentos históricos em que configurava sua
identidade teológica. Nessa esteira metodológica, pensaremos questões como: qual o
destino da alma depois da morte e quais os impactos da vida experienciada pelo defunto
na configuração desse destino? Seria a alma liberta para viver em outro corpo?
Habitaria ela no tempo ou fora dele?
Palavras-chave: Alma. Cristianismo. Grécia Antiga. Imortalidade.

A MENTALIDADE RELIGIOSA PORTUGUESA E A CIRCULAÇÃO DA


VISÃO DE TÚNDALO NOS SÉCULOS XIV E XV
Bianca Trindade Messias (PPGHEN – UEMA)

Resumo: O período denominado de Baixa Idade Média foi caracterizado como um


momento de instabilidade, ocasionado pela fome, a peste e a guerra. Entretanto, esse
momento histórico não deve ser visto de forma homogênea, pois seus efeitos foram
sentidos em diferentes proporções na Europa. Em Portugal verificamos o processo de
31
afirmação do poder régio, a introdução de novas técnicas na produção econômica, o
desenvolvimento de centros urbanos, como Lisboa. Em meio a essas transformações
pretendemos analisar a atuação da Igreja, como uma das instituições responsáveis em
explicar o mal estar da Civilização Ocidental, que foi interpretado como a manifestação
da ira divina para que a população se redimisse de seus pecados. Nesse momento houve
a difusão do relato da viagem imaginária Visão de Túndalo. Esse manuscrito circulou
em Portugal no momento em que o número de mortes aumentou, ocasionado pela peste,
e tornando-se viva e presente, e alimentou o imaginário sobre a passagem para o Outro
Mundo. A Visão de Túndalo narra a história de um cavaleiro chamado Túndalo, um
pecador que foi escolhido para conhecer o destino das almas após a morte e revelar para
quem ouvisse a narrativa, as características da geografia do Além Medieval.
Palavras-chave: Portugal. Baixa Idade Média. Visão de Túndalo.

REPRESENTAÇÕES DA MULHER DE BATH: ADAPTAÇÕES DOS CONTOS


DE CHAUCER EM DUAS PRODUÇÕES AUDIOVISUAIS
Beatriz dos Santos Oliveira (UFRJ)

Resumo: Composto por um prólogo e 24 contos, Os Contos de Cantuária é uma das


obras mais significativas da literatura medieval. Logo no prólogo do livro, Chaucer
traça o perfil dos peregrinos que o acompanham, típicos personagens da sociedade
medieval, como o cavaleiro, o monge, o vendedor de indulgências, e o mercador, entre
outros. Ao fazer isto, ele insere uma crítica à posição socioeconômica dos personagens,
mostrando que por vezes seus comportamentos não condiziam com o esperado de
pessoas com aquele status. Dentre estas descrições encontramos a da Mulher de Bath.
Tendo em vista que muitas obras literárias do medievo vêm sendo recriadas e
recontadas através dos séculos, inclusive no século XXI pela televisão e pelo cinema,
utilizaremos o prólogo do “Conto da Mulher de Bath” para comparar como esta
personagem é retratada em seu original do século XIV e em duas produções
audiovisuais dos séculos XX e XXI: o filme Os contos de Canterbury (P.P.Pasolini -
1972) e a minissérie de televisão Canterbury Tales (2003), produzida pela BBC.
Investigaremos se nestas adaptações a personagem se contrapõe à da obra medieval ou
não, e de que forma a vivência de sua sexualidade pode entrar em choque ou equivaler a
questões ainda atuais e relevantes ligadas à independência feminina em relação ao
próprio corpo.
Palavras-Chave: Chaucer; Medievo; Representação; Sexualidade.

INTERSECÇÕES ENTRE AS NARRATIVAS FUNDACIONAIS DAS


CULTURAS GREGA E JUDAICA
Brian Ferreira Marinho (IFPB – Ensino Médio)
Orientador: Prof. Ms. Emmanoel de Almeida Rufino

Resumo: Muito além da história milenar que partilham, as culturas grega e judaica
possuem muitas características comuns em suas narrativas cosmogônicas, como
também distinções decisivas que demarcam suas especificidades culturais. É no âmago
dessa intersecção que lançamos nosso estudo. Assumindo a perspectiva do mito,
concentramos nossas reflexões em torno do aspecto religioso dessas tradições,
dedicando-nos às possíveis aproximações/distanciamentos entre as narrativas de
fundação do cosmos e da história humana a partir da ótica grega e judaica. Para isso,
adotaremos como leituras basilares as seguintes obras: para a tradição judaica, a “Torá”
32
(composta pelos livros Gênesis, Êxodo, Número, Levítico e Deuteronômio); e para a
tradição grega, “Teogonia” e “Os trabalhos e os dias”, de Hesíodo. Com o objetivo de
apresentarmos semelhanças e diferenças entre essas culturas do ponto de vista de suas
narrativas fundacionais, sublinharemos mitos como o da criação do universo e do
homem, o do paraíso perdido (e, junto a este, o do retorno ao divino pelo resgate
imortalidade), o do Dilúvio, dentre outros.
Palavras-chave: Cultura grega. Cultura Judaica. Mitos Fundacionais.

AS MÚLTIPLAS IDENTIDADES EXISTENTES NO EXÉRCITO ROMANO DA


ANTIGUIDADE TARDIA (SÉC IV D.C.): UM ESTUDO DA OBRA DE
AMIANO MARCELINO
Bruna Campos Gonçalves (PPGH - UNESP/Franca/FAPESP/G.LEIR –
Doutoranda)

Resumo: Na presente comunicação buscaremos analisar as múltiplas identidades que


existiram dentro do exército romano da Antiguidade Tardia, principalmente do século
IV d. C. Para tanto, analisaremos a obra do autor antioquiano Amiano Marcelino, que
ao escrever sua narrativa, Res Gestae, fez inúmeros apontamentos sobre a interação
cultural existente entre os romanos e os povos ao seu redor. Por ter feito parte dos
protectores domesticis, Amiano pode participar de campanhas militares, tendo assim,
adquirindo grande conhecimento sobre os assuntos bélico. Outro ponto destacado pelo
autor tardo antigo é a grande ajuda que o Império Romano recebe dos estrangeiros para
proteger as fronteiras territoriais romanas. Buscaremos nesse momento observar a inter-
relação entre as diferentes culturas e como essa diversidade pode auxiliar na formação
de um exército romano-bárbaro.

A RESISTÊNCIA MUÇULMANA NAS CRUZADAS ATRAVÉS DA


TRAJETÓRIA DE SALADINO
Bruna Tainara Costa Batista (UFMA)
Orientador: Prof. Dr. Marcus Baccega

Resumo: Salah al-Din Yusuf ibn Ayub, que entraria para a História sob o nome de
Saladino, nasceu em 1137 na cidade de Tikrit, atual Iraque e teve papel decisivo na
resistência islâmica as invasões dos cruzados. O presente trabalho visa analisar os
desdobramentos que levaram o jovem de uma proeminente família curda a se tornar
uma das figuras mais emblemáticas da história das Cruzadas e um dos principais heróis
islâmicos, entender de que forma sua ascensão rápida e suas habilidades profundamente
reconhecidas o tornaram essencial para a resistência muçulmana e o fim dos mais de
oitenta anos de ocupação franca sobre Jerusalém. Outro fator a ser trabalhado é a
compreensão geral de acontecimentos relevantes relacionados às Cruzadas para
servirem de critério comparativo entre as ações de Saladino para com os vencidos em
oposição aos atos realizados pelos ocidentais em suas vitórias contra os muçulmanos e
assim problematizar as noções de “choque cultural” e “estranhamento” a partir de fontes
encontradas no livro “As cruzadas vistas pelos Árabes” de Amin Maalouf.
Palavras-chave: Saladino. Cruzadas. Cristianismo. Islamismo.

33
INTERFACES ENTRE O “EROS” GREGO E O “ÁGAPE” CRISTÃO
Bruno Lira Silva (IFPB – Ensino Médio)
Orientador: Prof. Ms. Emmanoel de Almeida Rufino

Resumo: Nosso trabalho pretende apresentar – primeiramente – uma intersecção entre


as perspectivas grega e cristã do amor, assumindo as devidas nuances de sentido que
cada uma dessas culturas confere a esse tema. Diante disso, nos dedicaremos à
explanação dos significados que distinguem a concepção grega de Eros em relação à
visão cristã, partindo do referencial mítico-religioso e filosófico da Hélade,
especialmente discutida na mitologia a partir da “Teogonia”, de Hesíodo, das
“Metamorfoses”, de Ovídio, e na filosofia a partir da obra “Banquete”, de Platão. Para
assim articularmos o paralelo entre a concepção de Eros e de Ágape, faremos uso dos
evangelhos canônicos e da primeira carta de São Paulo aos Coríntios. Deste modo
poderemos pensar como se associam esses conceitos tão importantes nessas culturas,
considerando a grande influência da tradição helênica à teologia cristã.
Palavras-chave: Ágape. Cristianismo. Eros. Grécia Antiga.

GUERRA E MITO: HÉRACLES E A IDENTIDADE GUERREIRA EM


ESPARTA NO SÉCULO V A.C.
Caio Alexandre Diniz Silva (UEMA/Mnemosyne)
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Ana Livia Bonfim Vieira

Resumo: Este trabalho tem como objetivo apresentar uma discussão inicial sobre as
relações que podem ser construídas entre a prática da guerra e os relatos míticos, em
Esparta no V século a.C. Intencionamos compreender as ligações existentes entre a
identidade guerreira dos cidadãos espartanos e as representações míticas que povoavam
o imaginário destes homens, a respeito desta sua identidade. Para isso, analisaremos a
figura de Héracles, personagem associado ao passado mítico de Esparta.
Palavras-Chave: Guerra e Mito. Mito de Héracles. Identidade Guerreira Espartana.

A MORTE E O MAR: UMA ANÁLISE DO LÉCITO DE FUNDO BRANCO


COM A CENA DE ODISSEU E AS SEREIAS
Camila Alves Jourdan (PPGH – UFF/CNPq/NEREIDA – Doutoranda)

Resumo: O mar e a navegação inspirou um amplo conjunto de “representações sociais”


entre os gregos, tanto de caráter textual quanto imagético. Buscamos correlacionar esta
temática com a questão da morte, assunto tão caro a vida dos helenos, uma vez que é
perceptível como a morte e os ritos que lhe seguem são de caráter social e fundamentais
para a manutenção da ordem, no mundo dos vivos e dos mortos. Para tanto,
realizaremos uma análise de um lécito de fundo branco que contém uma cena de
Odisseu e as Sereias.

34
SÍMBOLO DO PECADO: O CONTROLE DA MULHER ATRAVÉS DO
VESTUÁRIO NA IDADE MÉDIA
Camila Ferreira Santos Silva (UFPA)
Renata Vasconcelos (IFMA)

Resumo: Este trabalho propõe-se a analisar as representações acerca da vestimenta e


moda feminina na Idade Média, quando a Igreja estava à frente dos mecanismos de
controle sobre o vestuário das mulheres. No Ocidente Medieval, as mulheres como
filhas de Eva, sofreram com a concepção cristã do vestuário, encarado como uma
evolução do pecado. Neste sentido, para aquelas que tinham sido feitas à imagem de
Eva, esse símbolo haveria de ser ainda mais poderoso. Assim, as representações de crise
social e moral, perpassando pela demonização da moda feminina, eram constantes e, por
isso, aquilo que as mulheres vestiam sofria controle por parte da instituição eclesiástica.
Palavras-chave: Vestimenta feminina. Controle. Idade Média.

A VIRGEM MARIA: UMA SANTA GUERREIRA EM PORTUGAL


Camila Rabelo Pereira (UEMA)
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Adriana Zierer

Resumo: Diante das diversas formas de relacionamento com o divino que surgiram
durante a Idade Média Central, a Igreja buscou e reafirmou elementos populares no
processo de evangelização em Portugal. Nesse processo, o culto mariano adquiriu
especificidades, pois a Maria foi atribuído o título de Santa Guerreira. A presença dos
mulçumanos e dos judeus em território ibérico ressignificou a representação mariana a
partir do processo de Reconquista, os portugueses utilizaram diversas estratégias para
legitimar a sua cultura e preservar a sua espacialidade. Assim, a Virgem Maria foi
utilizada como instrumento pedagógico na luta entre credos através principalmente de
narrativas hagiográficas e iconografias. Na hagiografia Milagres Medievais, numa
colectânea mariana alcobacense, os milagres 2 e 9, possuem como tema central a luta
contra os os judeus (luta entre credos), estes milagres expressam a especificidade do
culto mariano em Portugal resultado do processo de Reconquista, que evidenciam Maria
como uma Santa Guerreira que está à frente das batalhas como sinal de vitória para os
cristãos.
Palavras-chave: Guerreira. Maria. Milagre. Portugal.

O SEXO COMO DISCURSO LEGITIMADOR EM AL-NAFZAWI (SÉC. XV)


Celia Daniele Moreira de Souza (PPGHC-UFRJ)

Resumo: O xeique Muhammad ibn Muhammad Al-Nafzawi se tornaria famoso no


âmbito do orientalismo por sua obra “O Jardim Perfumado do Prazer Sensual”; escrita
por volta de 1410 e 1434, seu teor era dedicado à exploração máxima do conhecimento
acerca do prazer carnal e ao entretenimento do público leitor. Elaborada como um
manual de erotologia, ainda que de maneira simplória, sua proposta seria de doutrinar e
sistematizar as práticas sexuais conforme uma interpretação da lei religiosa islâmica,
reconhecendo, para tal, a superioridade da cultura da elite (ḥassa), ao relegar à plebe os
atos e posturas que deveriam ser condenados e rechaçados em um bom muçulmano. A
proposta desta comunicação é discutir como “O Jardim Perfumado” demonstraria a
35
tensão entre as culturas de elite (ḥassa) e popular (amma). O conhecimento, a
divulgação e a sistematização acerca do sexo no Islã medieval representariam um
equilíbrio de forças dos papéis sociais vigentes, e o discurso da sexualidade, mesmo
fundamentado numa mesma base religiosa, ao se calcar no conceito de um “corpo
coletivo” – seja do homem ou da mulher – abrangeria a sustentação e corroboração de
valores culturais implícitos.

A IDADE MÉDIA DE HAL FOSTER: O PRÍNCIPE VALENTE


Charles Andrade de Freitas (UFRJ)

Herdamos da Idade Média diversas narrativas que glorificam e mitificam a figura do


cavaleiro e a instituição da cavalaria. As estórias arturianas e seus cavaleiros surgem
neste meio. Além de A Demanda do Santo Graal, autores como Chrétien de Troyes e
Robert de Boron contribuiram com fabulosos textos. Inspirado nestes textos, em 1937, o
canadense, Harold Foster lança em quadrinhos Príncipe Valente, distribuído pela King
Features Syndicate. Harold Foster proporcionou a seu personagem a possibilidade de
crescer e amadurecer. O personagem principal é Valente, filho do rei Aguar de Thule
que fora obrigado por seu inimigo, Sligon, a se fixar na Grã-Bretanha. Valente vive
como escudeiro de Sir Gawain e recupera diversos fatos históricos da Idade Média
como a morte de Átila, o Huno e o assassinato de Flavius Aëcius. Foster traça um
paralelo em suas histórias em quadrinhos com a mítica cavaleiresca medieval, mantendo
alguns fatos e renovando outros de mesmo valor para o imaginário ocidental das tramas
e aventuras vividas por um cavaleiro. Compararemos a formação de Valente e seu
comportamento, bem como formação do seu caráter, com as narrativas de A Demanda
do Santo Graal, observando a visão que duas obras de períodos históricos distintos
apresentam sobre o universo arturiano.
Palavras- Chave: Romance de Cavalaria; Quadrinhos; Cavaleiro; Cavalaria

AS REPRESENTAÇÕES DA MULHER NA OBRA A DEMANDA DO SANTO


GRAAL
Claudienne da Cruz Ferreira (PIBIC/UEMA/Mnemosyne)
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Adriana Zierer

Resumo: A Demanda do Santo Graal é uma novela de cavalaria do século XIII, cuja
narrativa centraliza-se nas aventuras dos cavaleiros da mesa redonda na busca pelo
Santo Graal, elemento este que não somente restituiria a prosperidade do reino de Artur,
mas também comprovaria o valor de cada um dos cento e cinquenta cavaleiros que nela
se aventuraram. A forte presença feminina em uma narrativa masculinizada como é a
demanda, nos proporciona lançar um olhar para a Mulher do Medievo. A Demanda do
Santo Graal foi um importante instrumento de propagação de modelos clericais
moralizantes, tanto para a formação do ideal de cavaleiro, quanto para a difusão da ideia
de polarização do feminino. Oscilando entre Eva e Maria, as representações da mulher
na narrativa apresentam o imaginário masculino sobre esta. Apesar destes modelos
Ave/Eva serem os mais recorrentes na divisão dentro da narrativa. Podemos identificar
um terceiro modelo, o da mulher ambígua, que possui características mais próximas das
reais, mais humanas.
Palavras-chave: A Demanda do Santo Graal. Mulher. Modelos.

36
O VALOR DO TRABALHO EM HESÍODO: DA CONDIÇÃO HUMANA À
VIRTUDE
Cleyce Raquel da Silva Cabral (UFPI)
Igo Castro Carreiro (UFPI)
Orientador: Prof. Dr. Paulo Ângelo de Meneses Sousa

Resumo: O estudo a seguir tem por intuito analisar o valor do trabalho nos versos do
beócio Hesíodo que, de acordo com sua obra “Os trabalhos e os dias”, postula valores
éticos para a condição do homem grego. Este, busca no trabalho não somente o que
seria ‘laborioso’ e inerente à condição humana, mas vê-lo como um caminho para que a
justiça seja alcançada e consequentemente uma forma de virtude. Nesse sentido o autor
aborda o valor do trabalho ligado à medida, ao justo sob a figura de Diké (Dike); ao qual
o homem que pelo “trabalho sobre trabalho trabalha” (v.v. 382) estaria praticando a
“boa Luta”, afastando-se da Hybris (ὕϐρις) e alcançando a estima dos deuses.
Palavras-chave: Hesíodo. Trabalho. Condição Humana. Virtude.

A QUESTÃO DO MATRICÍDIO NA MITOLOGIA GREGA: UMA


INTRODUÇÃO À ANÁLISE DA ORESTIA
Dallila Moraes Santos (UEMA/CESI/NEMHAM)
Orientador: Prof. Ms. Fabrício Nascimento de Moura

Resumo: Ao falarmos em tragédias gregas, pensamos sempre em atos sanguinários,


maldições e castigos eternos comandados pelos deuses. Um drama todo pensado e
arquitetado para o Teatro de Dionísio, onde, durante as festividades dionisíacas a
melhor peça era representada, para a alegria do demos ateniense. Apesar da
transitoriedade, o homem experimenta sensações adversas, e um dos objetivos das peças
era fazer com que essas sensações viessem à tona. Tais tragédias colocavam o homem
como o problema, usando da palavra para fazer indagações; Entre os temas principais
das tragédias, um se destacava: o matricídio. Na Trilogia de Ésquilo representada em
458 a. C., uma mãe adúltera, carente de sentimentos maternais dava razões para que o
filho cometesse o matricídio. Entretanto, havia uma oscilação entre defender a honra do
pai e assassinar a própria mãe. Após o assassinato consumado, entram em cena as
Erínias, deusas encarregadas de castigar os criminosos, especialmente os delitos de
sangue.
Palavras-chave: Matricídio. Mitologia. Grécia.

PERCIVAL: DO “CAMPONÊS” AO CAVALEIRO DO GRAAL


Daniella Moraes Garcês (UEMA/Mnemosyne)
Orientadora: Dr.ª Prof.ª Adriana Zierer

Resumo: Este trabalho tem como intuito abordar a transformação de Percival através
das obras O Conto do Graal, escrita por Chrétien de Troyes no século XII e A Demanda
do Santo Graal, está já escrita no século XIII. O personagem Percival tem grande
37
importância em ambas as obras, porém na primeira ele era o protagonista e com um
único objetivo de encontrar o Graal. Sua trajetória na obra O Conto do Graal está em
formação para se tornar um cavaleiro; o mesmo comete muitos erros durante a sua
jornada, pois ainda é muito ingênuo e moço. Já em A Demanda do Santo Graal há uma
continuidade dessa sua jornada na qual ainda se tem o mesmo objetivo, encontrar o
Graal, mas Percival já não é mais o personagem principal, e sim outro cavaleiro
denominado Galaaz, protagonista da obra. No entanto, Percival está mais maduro e
espiritualizado na Demanda. Isso faz com que ele realize milagres, encontrando junto
com Galaaz o cálice sagrado e depois disso morre e ascende aos céus. Neste sentido,
pretendo mostrar a evolução que Percival sofreu durante o seu percurso para se tornar
um cavaleiro espiritualizado, mesmo as obras tendo sido escritas com um
distanciamento cronológico e por autores diferentes.
Palavras-chave: Percival. Cavaleiro. Graal.

OS GAMES E A HISTORICIDADE MEDIEVAL: MEDIAÇÕES NA


APRENDIZAGEM COLABORATIVA DA GERAÇÃO SCREENAGER
Dayse Marinho Martins (PGPP – UFMA – Doutoranda)

Resumo: Abordagem sobre a utilização de tecnologias no ensino de História. Com base


nas contribuições da Nova História e da Psicologia Genética, os jogos eletrônicos são
recursos de aprendizagem colaborativa envolvendo elementos da historicidade. A
pesquisa é qualitativa, focada na análise de videogames que contemplam em seu enredo
a temática histórica com ênfase no medievo: The Age of Empires, Medieval: Total War,
The Sims Medieval, Odama e Civilization. A intervenção pedagógica, nesse sentido,
permite a discussão de aspectos da vida social de comunidades do passado, agregada ao
tratamento da imagem. O estudo enfoca a análise do conteúdo imagético dos games a
partir da semiótica e da análise do discurso. Com isso, problematiza as representações
atribuídas pelos videogames a elementos medievais estimulando a historicidade com
base na reflexão, focando uma aprendizagem significativa. A discussão acerca desse
tema é essencial para o processo educativo da geração screenager constituída pelos
nascidos a partir da década de 80 do século XX que, a partir das tecnologias da
informação, ampliam suas estratégias de aprendizagem.
Palavras-chave: Jogos Eletrônicos. Historicidade. Aprendizagem. Medievo.

OS SOLITÁRIOS DIÁLOGOS DE SANTO AGOSTINHO


David Mendonça do Nascimento (UEMA)
Orientador: Prof. Dr. José Henrique de Paula Borralho

Resumo: Falaremos aqui da obra de Agostinho: Solilóquios, do latim: solilóquium;


solus = sozinho + loqui = falar, “falar sozinho”, “conversar sozinho”; é a transcrição de
uma conversa interior, uma espécie de diálogo com a própria alma. Essa atitude
demonstra influências do autoconhecimento platônico-socráticas: “conheça-te a ti
mesmo”, a atitude da reflexão, um ato de dobrar-se para si mesmo; um olhar para dentro
de seu ser buscando compreender as questões que o inquietam. É necessário, antes,
compreender seu contexto histórico e suas estruturas mentais. Agostinho deseja
conhecer: Deus e a Alma. Durante essa busca encontra as questões: o que é a verdade?
O que é o verdadeiro? O que é o falso? Como conhecer? Pelos sentidos ou pelo
38
entendimento? O que seria a morte? É a alma imortal? Sua Razão (ratio) o levará por
vários caminhos. O livro I trata da iluminação divina através da razão, o conhecimento
passa por etapas. O livro II trata da reminiscência.
Palavras-chave: Solilóquios. Conhecimento. Deus. Alma.

ENTRE O IMAGINÁRIO E O VIVIDO – AS REPRESENTAÇÕES DOS


PADEIROS NA CATEDRAL DE CHARTRES (FRANÇA – SÉCULO XIII)
Debora Santos Martins (PPGH – UFF/CNPq/Scriptorium)

Resumo: A imagem medieval constitui-se como um objeto privilegiado de aproximação


da vivência social, permitindo-nos questionar sobre a imposição ou um tipo de
proeminência por parte da Igreja sobre a norma social (ou dos detentores do poder) num
período (séculos XII e XIII) em que se atestam profundas mudanças na concepção da
categoria trabalho e da investigação sobre a participação dos outros segmentos sociais
urbanos na construção e nas mudanças mentais, nas práticas sociais, a fim de promover
uma aproximação mais efetiva das tensões sociais no amplo quadro de profundas
transformações que tem lugar nesse período. A ideia central é a de que existe uma
cultura visual presente nestas representações, elas mesmas estruturantes deste universo.
A singularidade da linguagem visual da Idade Média refere-se ao próprio fundamento
da Antropologia cristã, segundo o qual o homem é feito à imagem e semelhança de
Deus. A pesquisa analisa em profundidade os vitrais da catedral de Chartres, elaborados
no século XIII e, a própria catedral e a cidade que a abriga, que representam os ofícios e
suas organizações em corps de métiers, focalizando o ofício dos padeiros, no período
em que o pão era a base da alimentação do corpo e da alma.

RELIGIÃO OFICIAL EM ROMA: UM DIÁLOGO ENTRE PODER E


POLÍTICA
Diomara Rocha Ribeiro (UEMA/CESI/NEMHAM)
Orientador: Prof. Ms. Fabrício Nascimento de Moura

Resumo: As pesquisas sobre as religiões antigas vêm se sucedendo num ritmo


acelerado nas últimas décadas, sobretudo, a reavaliação de dados e conclusões baseadas
em documentos textuais e outros, a partir de novas problemáticas, atualizando a
compreensão de temas já explorados pela historiografia sobre a Antiguidade. A religião
surge como um elemento central na pesquisa e na compreensão do sistema institucional
romano. Portanto, esta comunicação objetiva analisar as instituições religiosas romanas,
seus rituais e discursos relativos ao sagrado na urbs, especialmente no período
Republicano.
Palavras-chaves: Religião Romana. Rituais. República.

A EDUCAÇÃO DAS DAMAS: INSTRUÇÃO E CONDIÇÃO FEMININA NA


BAIXA IDADE MÉDIA
Elizabeth Sousa Abrantes (UEMA)

39
Resumo: O projeto educativo medieval direcionado às mulheres se pautava em um
discurso capaz de proporcionar valores e normas de comportamentos destinados ao
controle e submissão feminina, a fim de unificar as mulheres em torno de um modelo
ético. Dessa forma, durante séculos, as mulheres medievais receberam uma educação
conventual ou doméstica. Apesar dos interditos para o saber feminino, a capacidade de
leitura e escrita das mulheres, especialmente na Baixa Idade Média, estava mais
difundida do que geralmente se imagina, fazendo com que muitas escritoras surgissem e
deixassem seu registro na literatura medieval. Com o aumento da possibilidade de
aprender a ler e escrever ampliou-se também o acesso das mulheres de alta linhagem ao
conhecimento das letras, tornando-se algumas delas bem dotadas intelectualmente, e
usando suas obras como instrumento de contestação, de reflexão sobre os discursos e as
práticas misóginas que caracterizavam aquela sociedade. Este estudo apresenta alguns
aspectos da educação das mulheres da nobreza, as chamadas damas, destacando a
importância da escrita de Christine de Pizan e Heloísa para a crítica dos discursos
misóginos daquela sociedade que considerava as mulheres serem inferiores.
Palavras-chave: Damas. Educação. Baixa Idade Média.

USOS DA LITERATURA PELA NOBREZA NA FRANÇA DO SÉCULO XII


COMO MEIO DE DIFERENCIAÇÃO SOCIAL
Elisangela Coelho Morais (UFMA)

Resumo: Este trabalho traz a análise de obras literárias encomendadas pela nobreza,
produzidas entre os séculos XII e XIII, que buscavam transmitir os ideais da cavalaria, e
eram usadas como um meio de alcançar um público concentrado nas cortes, que
pretendia através dessas produções, se reconhecer como grupo por meio da imagem
idealizada de perfeição heroica reforçada nessas obras. Esse ideal foi construído em
benefício da nobreza feudal que se apropriou e ressignificou elementos para a
manutenção de seu poder, buscando se sobrepor às demais categorias sociais Para isso,
criou uma série de regras que deveriam ser seguidas e conhecidas por todos de sua
categoria. Um exemplo é A Canção de Rolando e outros manuscritos que tinham o
papel de obras moralizadoras e instrumentos para incutir na mente do público cortês
valores e moldes de comportamento. Estes auxiliavam a sua distinção e
autoidentificação, além de pacificar as suas ações violentas, reduzindo assim o
descontentamento da Igreja. As narrativas literárias produzidas na França têm como
características a valorização do espírito guerreiro e dos laços feudais. O período é o de
fortalecimento das cidades e mudança de postura do cavaleiro medieval, que buscará
não só lutar, mas também se instruir nas artes, e refinar-se.
Palavras-chave: Sociedade, Literatura, Idade Média, A Canção de Rolando

O CULTO DOS MORTOS NA ANTIGUIDADE GRECO-ROMANA E NO


CRISTIANISMO PRIMITIVO: APROXIMAÇÕES E DISTANCIAMENTOS
Prof. Ms. Emmanoel de Almeida Rufino (IFPB)

40
Resumo: Bem mais antiga do que a religião fundada sob a égide de Zeus, a religião dos
mortos encontrou grande preeminência na tradição greco-romana. Segundo antigas
crenças greco-itálicas, o habitat da alma não estava em outro mundo, porque se cria
possível que se continuasse vivendo sob a terra, junto aos homens. Tal crença é incisiva
no imaginário greco-romano, talvez por herança da cultura egípcia, para quem não se
podia sepultar um morto sem os seus pertences, já que no futuro eles lhe poderiam ser
úteis. De fato, quando se encerrava um corpo num túmulo, acreditava-se estar jazendo
nele algo vivo, o que justifica ritos como o derramamento de vinho no túmulo para
saciar a sede do defunto, como atesta Eurípides, na peça Ifigênia em Táuris, ou ritos
similares descritos por Homero (na Odisseia) e por Virgílio (na Eneida). A propósito,
não era pela ostentação do sofrimento referente à perda do ente querido, mas para o
repouso do morto que se realizam os ritos funéreos. São esses elementos da cultura
greco-romana que propulsionam o segundo e crucial momento de nossa investigação,
quando pensaremos o culto dos mortos no Cristianismo primitivo, atentos às
semelhanças e diferenças com a cultura greco-romana de que herda tantas influências.
Palavras-chave: Cristianismo Primitivo. Culto dos Mortos. Cultura Greco-Romana.

HIBRIDIZAÇÃO NA IMAGÉTICA RELIGIOSA DA BRITÂNIA ROMANA


(SÉCULOS I E II D.C)
Érika Vital Pedreira (PPGH – UFF/CNPq/NEREIDA – Doutoranda)

Resumo: Através da análise imagética de iconografia religiosa representativa das Deae


Matres, produzidas entre os séculos I e II d.C. na Britânia Romana, comprovamos em
nossas pesquisas a formação de uma sociedade e religiosidade híbridas a partir da
formação de uma terceira cultura. Em virtude do exposto, esta breve comunicação tem
como objetivo apresentar algumas conclusões obtidas após a conclusão de nossa
dissertação. Utilizaremos como base desta exposição, as imagens e respectivas análises
realizadas para o catálogo final, as quais, em nosso entendimento, demonstram o
processo de hibridização ocorrido na referida província desde a inserção de elementos
da cultura “romana”.
Palavras-chave: Hibridização. Religiosidade. Imagens.

DA FESTA DOS LOUCOS À LOUCURA DA FESTA: A QUARESMA E O


CARNAVAL NO OCIDENTE MEDIEVAL
Prof. Dr. Fábio Henrique Monteiro Silva (UEMA)

Resumo: O presente trabalho procura compreender as transformações que ocorreram na


festa carnavalesca europeia do Ocidente Medieval. Tal festa, situada no âmbito do
cotidiano, muitas vezes é inerente à lógica do macro que situa os acontecimentos quase
sempre exclusivamente em um lugar institucional. Um estudo do cotidiano será feito,
tendo em vista as possibilidades de se conhecer, através da quaresma e do carnaval, a
dinâmica do conformismo, da resistência e da rebeldia frente ao mundo cristão e suas
instituições.

41
O DISCURSO DA IGREJA SOBRE A PROSTITUIÇÃO NA BAIXA IDADE
MÉDIA
Fernanda Milhomem de Sousa (UEMA/CESI/NEMHAM)
Orientador: Prof. Ms. Fabrício Nascimento de Moura

Resumo: Esta comunicação tem como objetivo apontar o discurso oficial da Igreja em
relação às prostitutas medievais. As prostitutas infringiam um dos maiores tabus da
Igreja ao praticarem a fornicação. Estas mulheres eram consideradas símbolos de
pecado e luxuria, e ao mesmo tempo, toleradas e condenadas pela sociedade religiosa.
Identificaremos as causas da identificação da prostituição como um grave pecado, o seu
comportamento na sociedade medieval e a regeneração e conversão das mesmas.
Palavras-chave: Prostitutas. Igreja. Idade Média.

CINEMA E HISTÓRIA: VERTENTES DE UMA TRAGÉDIA


Filipe Matheus Marinho de Melo (UPE)
Orientador: Prof. Dr. José Maria Gomes de Souza Neto

Resumo: Este trabalho visa traçar comparações e conversas entre a peça teatral grega de
Édipo Rei de Sófocles e o filme Édipo Rei do diretor italiano Pier Paolo Pasolini, tendo
como principais pontos de discussão o papel escatológico e místico da mulher
sofocliana, embarcando em toda sua complexidade sexual tanto para os gregos como
para as representações psicológicas que Pasolini constrói em sua obra; e juntamente
com as ferramentas da psicanálise, traçar significados psicanalíticos da Esfinge em
Pasolini e sua característica como ser opressor sexual e feminino para os gregos em sua
Antiga Mitologia.
Palavras-chave: Mitologia. Sexualidade. Cinema.

O LIVRO DOS MIL PROVÉBIOS (1302): educação, moralidade e conflitos do


século XIII.
Flávia Santos Gomes (PPGHEN/FAPEMA)

Resumo: O século XIII é marcado pelas transformações ocasionadas essencialmente


pela aceleração do desenvolvimento das cidades. O “renascimento urbano” tão discutido
por Jacques Le Goff, iniciado no século XII, redefine as relações sociais e transforma o
cotidiano do homem medieval. O filósofo catalão Ramon Llull (1232-1316) vivenciou
todas estas transformações. Fortemente marcado pelos dogmas do cristianismo, Ramon
elabora, em meio a este mundo de mudanças, um projeto pedagógico que visava ordenar
a sociedade medieval ocidental por meio das práticas cristãs, buscando uma vivência
harmônica entre os homens. Entretanto tal projeto visava, primordialmente, forjar
modelos humanos que alcançariam no pós-morte a salvação, mas que, para tanto,
precisariam ter uma vida de plena vivência cristã, afastando-se continuamente dos
vícios e praticando as virtudes. Em O Livro dos Mil Provérbios (1302) de Ramon Llull
identificamos as bases do seu pensamento. Carregado dos padrões éticos e morais
cristãos, os provérbios contidos na obra reúnem ditos sobre os mais variados temas,
dirigidos a diversos personagens, como por exemplo príncipes, mulheres, cavaleiros e
prelados. Assim, o autor propõe elementos de condução do comportamento humano e
42
formação dos modelos humanos pretendidos pelo pensador, que deviriam orienta-se
pela prática da “primeira intenção”, “conhecer, amar, lembrar, honrar e servir a Deus”.
Palavras chave: Provérbios. Memória. Salvação.

A MUDANÇA DE SEXO NAS METAMORFOSES: OS CASOS DE ÍFIS E


CENEU
Flaviano Oliveira dos Santos (UECE)
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Silvia Márcia Alves Siqueira

Resumo: Este trabalho tem por objetivo refletir sobre os modos pelos quais as
representações de gênero são apresentadas por Ovídio em seu poema Metamorfoses,
mais especificamente os mitos de Ífis e Ceneu. Procurar-se-á analisar os papéis
femininos e masculinos assumidos na sociedade romana do século I d.C. e compreender
por meio da escrita do poeta o modo como a sociedade romana está representada.
Palavras-chave: Representações. Ovídio. Metamorfoses. Gênero.

A PAIDÉIA GREGA NA ORIGEM DOS JOGOS OLÍMPICOS DA


ANTIGUIDADE
Gabriel Andy Lucena (IFPB – Ensino Médio)
Orientador: Prof. Ms. Emmanoel de Almeida Rufino

Resumo: A paidéia greco-antiga era um modelo de formação que visava desenvolver


todas as potencialidades humanas, cultivando ideais de civilidade típicos da tradição
cultural da Antiguidade, seja a partir da mitologia, das artes, da filosofia, etc. Pela
paidéia, os gregos cultivavam um ideal de excelência (areté), baseado principalmente
nos prismas do Belo, do Nobre e do Justo. Tendo em vista a complexidade desse intento
formativo, o homem grego era formado em sua integralidade psicossomática, alinhado à
necessária harmonia cósmica; para tanto, ele era submetido a diversas competências –
ginástica, gramática, retórica, música, matemática, geografia, história natural e filosofia
– a fim de alcançar o objetivo de se tornar primoroso e completo. É no rol dessas
preocupações que nasceram os Jogos Olímpicos da Antiguidade (por volta de 776 a.
C.), que muito mais do que competições eram momentos religiosos de celebração da
paidéia. Nosso estudo tem por objetivo, portanto, mostrar como a paidéia se revela
nesses Jogos pan-helênicos. Para compreendê-los nesse prisma formativo, mostraremos,
dentre outras coisas, os motivos pelos quais o ginásio (conforme atesta a etimologia de
gymnasium) era local para exercitar-se sem roupas, cenário típico dos jogos.
Palavras-chave: Grécia Antiga. Jogos Olímpicos. Paidéia

“HÁ ALGO DE PODRE NO REINO DA DINAMARCA”: “HAMLET” E A


CRÍTICA SHAKESPEARIANA AO ETHOS CIVILIZATÓRIO DA NOBREZA
FEUDAL COMO PROJEÇÃO DA NOÇÃO SOCRÁTICO-PLATÔNICA DE
VERDADE
Gabriela Lima Araújo (IFPB – Ensino Médio)
Orientador: Prof. Ms. Emmanoel de Almeida Rufino

Resumo: O presente trabalho visa aproximar a crítica socrático-platônica à retórica da


escola sofística com a contrária opinião do personagem Hamlet (da obra homônima de
William Shakespeare) ao modo agir típico da nobreza feudal, baseado nos formalismo
da etiqueta. Veremos que, para Hamlet, as regulamentações comportamentais trazem
43
consigo a dissimulação, que impede o transparecer da autenticidade do indivíduo. O
tópico da crítica desse personagem shakespeariano tranquilamente é comparável àquilo
que combateram Sócrates e Platão, na Atenas clássica: a preocupação em lapidar o
espírito e as relações humanas a partir de subterfúgios linguísticos, a partir de
argumentações abundantes em jogos de palavras, mas vazias de conteúdo. É, pois, nesse
âmago que lançamos nosso estudo, cônscios de que, apesar das peculiaridades históricas
de Shakespeare, Sócrates e Platão, o tema da verdade transpassa suas obras com similar
importância, seja na forma de abordagem, seja na perspectiva ideológica.
Palavras-chave: Nobreza feudal. Filosofia Socrático-Platônica. Hamlet. Verdade.

IMAGENS DO FEMININO NA COSMOGONIA HESIÓDICA


Giully Ilanna da Silva Lucena (IFPB – Ensino Médio)
Orientador: Prof. Ms. Emmanoel de Almeida Rufino

Resumo: Nosso estudo se concentra na interpretação das imagens do feminino no


arcabouço narrativo da cosmogonia de Hesíodo, particularmente em suas obras
“Teogonia” e “Os trabalhos e os dias”. Na “Teogonia”, analisaremos a representação de
todas as figuras míticas femininas apresentadas por Hesíodo, desde as descendentes de
Gaia (Terra) aos arquétipos femininos associados à natureza, que possuem, por sua vez,
o seu contraponto masculino, harmonizando-se com ele, como é o caso, por exemplo, da
Noite negra (cujo par é Érebos). Na obra “Os trabalhos e os dias” nos dedicaremos
principalmente à figuração da face feminina dos primeiros seres humanos (os
hermafroditas) e a representação de Pandora. Com isso queremos pensar se no discurso
hesiódico há ou não marcas evidentes do patriarcalismo da sociedade aristocrática de
sua época (século VIII a. C.), a fim de refletirmos o lugar da mulher entre a realidade
mítica e as estruturas sócio históricas da Grécia arcaica.
Palavras-chave: Cosmogonia. Feminino. Hesíodo. Mitologia Grega.

OS ELFOS NO METAL E SUA IMPORTÂNCIA NA CULTURA


ESCANDINAVA
Glaycy Kelly Souza Aranha (UFMA)
Orientador: Prof. Dr. Marcus Baccega

Resumo: O presente trabalho consiste na análise da historicidade nas letras de músicas


da banda de Folk Metal (gênero musical derivado do Heavy Metal que aborda temáticas
vikings) Elvenking, para compreender a forte presença da cultura nórdica medieval na
sociedade atual, tendo como base a crença de parte da população escandinava em elfos.
Nesse contexto será abordada a importância que tais divindades possuíam na sociedade
escandinava medieval, conforme descrito nas narrativas mitológicas, em comparativo
com a atualidade.
Palavras-chave: Escandinávia. Narrativa Mitológica. Elfos.

GALENO E A SÍNTESE DA MEDICINA ANTIGA


44
Graziela Soares Freire da Silva (IFPB – Ensino Médio)
Orientador: Prof. Ms. Emmanoel de Almeida Rufino

Resumo: Não é incomum acharmos hoje pessoas que pensem na medicina científica
como invenção da modernidade, envoltas que estão na esteira do desenvolvimento
tecnocientífico. Muito ainda creem que, no passado, a busca da cura estava atrelada
meramente a porções, amuletos e rituais diversos. O que poucos sabem é a dimensão do
conhecimento que os povos antigos possuíam em relação a tékhne médica, fortemente
cultivada no berço cultural greco-romano. É nesse âmbito que se insere nosso estudo.
Propomo-nos mostrar o florescimento da medicina ocidental, desde as bases míticas dos
círculos religiosos greco-arcaicos ao pensamento hipocrático, chegando a Cláudio
Galeno (129-201 d. C.), figura central à nossa pesquisa. Nesse que foi considerado o
maior médico do império romano se encerra uma importante síntese do pensamento
médico antigo de herança hipocrática. É, portanto, a essa síntese que dedicamos o
presente trabalho, atentos às inovações técnicas por ele trazidas (com seus tratamentos
cirúrgicos, pesquisas sobre anatomia a partir de dissecação de cadáveres, criação de
remédios e de programas de recuperação), o que nos leva a pensar os reais avanços de
sua medicina em relação àquela proposta por Hipócrates.
Palavras-chave: Cultura Greco-Romana. Galeno. Medicina.

HERESIAS: DISSIDÊNCIAS DOUTRINAIS NA IDADE MÉDIA – O CASO DOS


CÁTAROS
Gyselle Cristina dos Santos Silva (UFMA)
Orientador: Prof. Dr. Marcus Baccega

Resumo: Sabemos que a história da Igreja Católica é marcada por enormes processos
de transformações e rupturas, sendo parte deles ocorridos durante o que chamamos de
Idade Média. Este trabalho traçará a análise historiográfica de uma das heresias que teve
maior difusão e números de adeptos durante a Baixa Idade Média: a dos cátaros ou
albigenses. Bastante desenvolvida no sul da França e norte da Itália, a heresia cátara foi
ferozmente perseguida e combatida pela Igreja Católica, que organizou uma cruzada e a
Inquisição contra os seguidores. A partir desse contexto, a análise documental partirá
do que Bernardo Guy – inquisidor de Toulouse – escreve em seu manual sobre os
cátaros.
Palavras chaves: Idade Média. Heresias. Cátaros.

A FIGURA DO GUERREIRO NA GRÉCIA ANTIGA: ENTRE O HEROÍSMO E


A FORMAÇÃO DAS FALANGES
Helenice Cassia da Hora Carvalho (PIBIC-CNPq/UEMA/Mnemosyne)
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Ana Livia Bomfim Vieira

Resumo: O presente trabalho tem como objetivo analisar a construção da figura do


guerreiro na Grécia Antiga. Através da leitura histórica dos poemas homéricos Ilíada e
Odisseia, em conjunto com a análise semiótica das imagens referentes a Antiguidade,
pretendemos compreender as relações existentes entre o herói do período arcaico e o
soldado hoplita referente ao período clássico. Deste modo, almejamos refletir acerca da
utilização da representação do guerreiro não apenas enquanto modelo militar, mas
principalmente como exemplo de cidadão corajoso, viril, honrado etc. E por fim,
demonstrar que mesmo com o advento da polis e a ampliação do sentido de
coletividade, através da utilização das narrações míticas e o uso das representações
45
imagéticas, “o ver e o ouvir” tornou possível a continuidade de determinados traços do
arcabouço moral e ético ao longo da Antiguidade.
Palavras-chaves: Herói. Hoplita. Cidadania.

A MODERNIDADE PUNITIVA NO INTERIOR DAS PERMANÊNCIAS


MEDIEVAIS: A RELAÇÃO ENTRE A HISTÓRIA DAS IDEIAS E AS
PRÁTICAS PENITENTES
Helmano de Andrade Ramos

Resumo: O objetivo é demonstrar a elaboração do conceito de igualdade e liberdade


como princípio para a instituição, das penas modernas, aliada à permanência de práticas
punitivas medievais. Para tal, foi necessário partir da teoria da história conceitual sobre
o punir, vinculando a esta autores e correntes teóricas cujo pensamento encontra-se na
base de tal perspectiva – justamente por exigirem a transição das penitências religiosas
para as penas civis. Portanto, pretendo observar a forma pela qual o liberalismo francês
renova o fundamento inglês de equidade o transformando em liberdade, tanto quanto o
Romantismo reconduz o ideal alemão de vontade sob a renovadora intermediação da
liberdade tão caras à Revolução Francesa. Mas nem por isso emancipadas das formas
punitivas medievais, pelo menos até a instituição dos cárceres e a evolução em sua
lógica, passando do punir ao vigiar.

A IMPORTÂNCIA DA ESCRITA HIEROGLÍFICA NO ANTIGO EGITO E SEU


DECLÍNIO ATRAVÉS DOS TEMPOS
Ihellogim Isis da Costa Ferreira (IFPB – Ensino Médio)
Orientador: Prof. Ms. Emmanoel de Almeida Rufino

Resumo: O presente trabalho visa entender o papel desempenhado por um dos mais
antigos sistemas de escrita do mundo: os hieróglifos. Criados há séculos atrás por uma
das maiores civilizações antigas, o Egito, os hieróglifos eram vistos como escrita
sagrada, o que justifica somente uma pequena parcela da população ter a possibilidade
de aprender as utilidades e significados do seu uso. Durante muito tempo, a escrita
hieroglífica perdurou no Antigo Egito, usada no séquito da alta sociedade. Contudo,
diante das invasões de povos estrangeiros que foram se sucedendo na história, os
hieróglifos foram dando lugar a outros sistemas de escrita, mesmo que sob sua
influência. Imbuídos, portanto, do intuito de explorarmos mais a fundo a importância
dos hieróglifos à cultura egípcia e seu legado à civilização ocidental, buscaremos
desvendar vários aspectos de seu uso e significado mítico para os antigos, investigando
também como esse sistema de escrita chegou ao “fim”. Se devemos, pois, sempre
renovar destaques ao impressionante legado egípcio à posteridade, os hieróglifos
merecem atenção especial.
Palavras-chave: Antigo Egito. Escrita. Hieróglifos.

46
SANGUE, GUERRA E ESPETÁCULO: CONCEPÇÕES DE VIOLÊNCIA EM
DIFERENTES TEMPORALIDADES
Ilma de Jesus Rabelo Santos (PPGHEN – UEMA)
Peterson Passion Birino Miranda (PPGHEN – UEMA)

Resumo: O presente trabalho tem por objetivo apresentar uma proposta pedagógica que
gravita em torno das diferentes acepções do conceito de violência, bem como suas
representações em diferentes temporalidades. A partir do método comparativo,
pretende-se compreender as concepções sobre a violência na Roma Antiga (focalizando
os espetáculos dos gladiadores), no Medievo (centrando no movimento das Cruzadas) e
na sociedade contemporânea (enfatizando a violência urbana). Voltado para discentes
do Ensino Médio, a referida proposta parte do pressuposto de que a violência é um
fenômeno social e histórico e, como tal, não é exclusivo de nosso tempo, sendo esta
postura crítica fundamental para a formação de uma consciência histórica.
Palavras-chave: Violência. Representação. Proposta Pedagógica.

TEMPLO DE JERUSALÉM: BANCO DO REI OU CASA DE IAHWEH?


Ingrid Luane Campêlo de Oliveira (UEMA/Mnemosyne)
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Ana Livia Bomfim Vieira

Resumo: O seguinte trabalho propõe-se a pensarmos o Templo de Jerusalém na


Palestina do primeiro século da Era Comum, como um sistema simbólico de poder,
sobre o qual tanto a aristocracia romana quanto a aristocracia judaica, utilizaram-se
deste espaço para estender seu poder, sua legitimidade e seu domínio para aquela
região. Como destaque dentro dos movimentos populares em resistência a este controle
aristocrático a partir deste espaço, destacaremos Jesus como líder político, que
movimentando aquela sociedade, provocou incômodos sobre aqueles principalmente
que detinham o poder desta instituição política-religiosa.
Palavras-chave: Templo de Jerusalém. Sistema Simbólico de Poder. Jesus. Resistência.

UMA ANÁLISE SOBRE A FIGURA DO DIABO CRISTÃO MEDIEVAL E A


SUA RELEITURA PELA IGREJA UNIVERSAL DO REINO DE DEUS NO
SÉCULO XX
Isa Prazeres Pestana (PPGHIS – UFMA)

Resumo: O Diabo adquiriu diversos contornos desde a Idade Média e, mediante o devir
histórico, vivenciou-se a sua transformação, permitindo a esse símbolo imagético
diversos sentidos e significados. As representações do Diabo permitem o surgimento de
estigmas, intolerâncias e perseguições religiosas no espaço religioso brasileiro. Este
trabalho reflete sobre essa figura presente no imaginário cristão desde o período
medieval e suas imbricações que possibilitaram a Igreja Universal do Reino de Deus, no
século XX, construísse o seu discurso religioso pautado na guerra contra o Diabo.
47
Palavras-chave: Cristianismo. Diabo. Representações.

O TRABALHO COMO VIRTUDE PARA UMA VIDA COM “PATHOS”:


MITOLOGIA E HISTÓRIA ENTRE A ANTIGUIDADE GREGA E OS DIAS
ATUAIS
Isaque da Silva Brandão (IFPB – Ensino Médio)
Orientador: Prof. Ms. Emmanoel de Almeida Rufino

Resumo: Os desdobramentos econômicos-culturais da Revolução Industrial afetaram


fortemente as relações de trabalho da Modernidade ocidental, criando uma forma de
produção em massa que permitiu às sociedades a multiplicação de serviços, mercadorias
e mão-de-obra, inaugurando vários fenômenos na história. Herdeiras dessa
racionalidade, as instituições de ensino passaram a assumir em seus processos
educativos a lógica da indústria e do mercado de trabalho. Esse processo fomenta uma
perigosa forma de alienação, a intelectual, já que é cada vez mais frequente se associar o
sentido da formação escolar à preparação meramente tecnicista, voltada principalmente
a profissionalização. Nosso estudo busca, portanto, fazer uma reflexão sobre essa
cultura tecnicista que paira na educação, mostrando seus retrocessos diante do que foi
pensado enquanto formação humana no berço da cultura ocidental: a Grécia Antiga. A
partir disso discutiremos a paideia grega mostrando como – apesar de incentivado com
vigor – o trabalho era compreendido como uma arte (tékhne) que devia ser cultivada em
cada indivíduo a partir de sua disposição interior, para que desenvolvendo sua areté
(excelência), pudesse assumir seu papel no mundo com pathos (paixão).
Palavras-chave: Modernidade. Paideia Grega. Trabalho.

HÉCUBA, O ANFITRIÃO IMPIEDOSO E ALGUNS CADÁVERES


Jacquelyne Taís Farias Queiroz (UNEB)

Resumo: A tragédia grega Hécuba escrita por Eurípedes e apresentada por volta de 423
a.C retrata a história da rainha de Tróia Hécuba que após a guerra contra os aqueus foi
reduzida a condição de escrava e prêmio de guerra. Parte de suas filhas também acabam
se tornando servas (a exemplo de Cassandra e Polixena) e na tentativa de assegurar a
sobrevivência de sua linhagem, o filho mais novo, Polidoro é entregue aos cuidados do
rei amigo Poliméstor. Ao analisarmos a tragédia euripidiana buscamos observar os ritos
fúnebres como via de honra/ desonra entre os vivos e os mortos. A conduta de Polixena
ao heroicamente se entregar como sacrifício, o fato de Polidoro ser morto (tendo o
cadáver ultrajado pelo seu anfitrião Poliméstor) e Hécuba vinga-se do amigo impiedoso
de maneira violenta e inusitada, podem nos indicar como os cadáveres e os tratamentos
dados ou dispensados a eles são importantes para a compreensão de alguns códigos de
condutas da sociedade ateniense do Século V a.C.
Palavras-chave: Hécuba. Cadáveres. Ultraje. Honra.

CONJUNTURAS DA MITOLOGIA GREGA E SUA INFLUÊNCIA SOCIAL


RETRATADA NO “FÉDON”
Jaffi Carvalho (UFMA)

48
Resumo: O presente artigo dialoga com o campo da Filosofia e trabalha com a
mitologia na Grécia clássica, esclarecendo e estabelecendo as relações entre ambas e o
cunho social que permeia esta relação. Para isso, é utilizada uma obra de Platão, o
Fédon, que trata sobre a emblemática sentença de Sócrates e as discussões acerca da
morte. Mas por que utilizar justamente esta obra para mostrar correlações Filosofia –
mitologia – sociedade? Primeiro, porque é interessante retratar a partir do teor da obra,
das relações do grego com a morte, tema notório que é explorado na mitologia e que
teve uma abordagem “filosófica”, abordagem tal que planejo mostrar que não exclui a
influência mitológica. Atrelado ao Fédon, busco um diálogo com José Benedito de
Almeida Júnior, no livro “Introdução à Mitologia”, livro que considero excelente e que
ajudará à compreensão da profundidade religiosa nas relações sociais e da concepção
grega da divindade. Enfim, usar o Fédon como fonte que retrate aspectos sociais da
Atenas Clássica, leis, costumes, cultura. Tudo isso de maneira sistemática e procurando
cada vez mais uma compreensão do pensamento filosófico e da mitologia como fatores
importantes da vida em sociedade.
Palavras-chave: Filosofia. Platão. Morte. Sociedade. Sócrates. Mitologia.

O SENTIDO GRECO-EGÍPCIO DA ALQUIMIA E SUAS REPERCUSSÕES


MEDIEVAIS
Jaqueliny Brenda de Medeiros (IFPB – Ensino Médio)
Orientador: Prof. Ms. Emmanoel de Almeida Rufino

Resumo: Arte multimilenar, no Ocidente a prática da alquimia partiu do Antigo Egito


transpassando a cultura grega, cruzando o medievo de modo a exercer bastante
influência à civilização europeia, tanto que foi matéria de intensos debates teológicos na
Igreja cristã, habitando o senso comum com ares de mistério, muitas vezes associado à
bruxaria. Contudo, derivada das antigas “Escolas dos mistérios”, a alquimia – quase
sempre associada unicamente à arte de metamorfosear materiais, tendo em vista o
sentido de khemía, a arte egípcia de fabricação de ouro e prata – era símbolo do
exercício espiritual associado à dinâmica de transmutar a imanência em transcendência.
Esse exercício se associa aos mitos fundacionais de imortalidade perdida, que desafiam
o homem a retornarem ao divino, como nos lembra o mito hesiódico das cinco raças: o
destino dos seres valorosos é a reconquista do eterno pela vida virtuosa, que transmuta
uma condição humana férrea numa áurea. É nesse âmbito que se revela a alquimia
antiga. A busca da virtude justifica uma prática corrente entre os egípcios: destilar água
milhares de vezes, até conseguir “água pesada”. Essa metamorfose, na verdade, apenas
esconde o real sentido do ato: desafiar os imperativos do corpo diante da psyché.
Palavras-chave: Alquimia. Cultura Greco-Egípcia. Idade Média.

O TEATRO GREGO COMO CENTRO DE CURA


Jéssica Mendes de Lima (IFPB – Ensino Médio)
Orientador: Prof. Ms. Emmanoel de Almeida Rufino

Resumo: Neste trabalho será apresentada uma reflexão sobre o papel do teatro na
formação espiritual dos gregos antigos, assumindo como premissa o fato de que,
seguindo o próprio sentido etimológico do termo grego theatrós (theós: deus/divino +
trós, que pode ser traduzido como dentro, por sugerir a ideia de interioridade), o teatro
49
era lugar de cura e, portanto, espaço de promoção de saúde, entendendo saúde numa
dimensão psicossomática, aos moldes da medicina hipocrática. Por ser, portanto, um
local onde se adentra o divino, o teatro recebia destaque não só no interior das pólis,
como em Atenas, conhecida por seus campeonatos de peças teatrais, por ocasião das
festividades anuais dedicadas a Dioniso: o teatro estava presente nos centros de cura,
como em Epidauro. O teatro era terapêutico porque – através da catarse que suscita nos
espectadores, como diz Aristóteles na Poética – abria as portas da psyché para a saúde
ética do indivíduo, ou seja, a harmonia entre o estado de sua alma e o seu destino
cósmico (o divino), justificando a preeminência do oráculo délfico, famoso na filosofia
de Sócrates: “Conhece-te a ti mesmo, depois aos outros e depois ao mundo, e quem sabe
um dia te tornarás um ánthropos”.
Palavras-chave: Centro de Cura. Saúde Ética. Teatro Grego.

CONSIDERAÇÕES SOBRE A MAGIA NA OBRA METAMORFOSES DE


APULEIO (SÉC II D.C.)
João Marcos Alves Marques (UECE)

Resumo: O presente trabalho almeja refletir sobre a obra literária Metamorfoses, escrita
por Apuleio no segundo século d.C, a mesma narra a história de um jovem chamado
Lucio, que ao viajar para a região da Tessalia, é transformado em um asno por conta da
utilização de uma poção mágica, e posteriormente passa por uma série de vicissitudes e
privações durante sua jornada até ser redimido e regenerado pela deusa Isis. O livro
Metamorfoses possui um número considerável de representações relativas às práticas
mágicas, nesse sentido, a obra será analisada afim de que se problematize o valor
negativo e marginal inserido por Apuleio com relação à caracterização dessas práticas,
bem como será pensado sobre a predominância de representações femininas como
sendo detentoras do conhecimento mágico, e também será refletido como a magia pode
ser representada como um dispositivo de poder para o indivíduo que possuir
determinado conhecimento sobre a mesma.
Palavras-chave: Império Romano, Literatura Latina, Magia.

RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS NA ANTIGUIDADE TARDIA: REFLEXÕES


EM TORNO DE DE REGNO, DE SINÉSIO DE CIRENE
José Petrúcio de Farias Júnior (UFPI)

Resumo: No Império Romano, as embaixadas representavam a voz das cidades e das


províncias diante das autoridades imperiais. Na Antiguidade Tardia, particularmente,
diversas fontes históricas aludem à participação de membros das assembleias
municipais e provinciais em embaixadas que versavam não só sobre a cobrança de
tributos, mas também sobre questões atinentes a honras cívicas, guerras e acordos de
paz. Diante da multiplicidade de províncias vinculadas ao Império Romano e da
diversidade de práticas político-administrativas aplicadas a cada uma delas, fazia-se
necessário formas de representação política para atender às demandas locais. Por se
tratar de uma prática política corriqueira no Mundo Antigo, os historiadores em geral
não tem se voltado à intencionalidade por trás do registro das embaixadas na
historiografia romana, sobretudo no âmbito da comunicação política. Grande parte das
fontes tardo-antigas que mencionam embaixadas não objetivam se reportar
50
especificamente às negociações, mas ao elogio àquele que carrega o ônus da embaixada.
O presente artigo, por meio de De Regno, escrita por Sinésio de Cirene, entre 397/8-
400/1, objetiva empreender uma análise não voltada à diplomacia em si, mas aos seus
agentes, tendo em vista seus possíveis objetivos e motivações políticas, o que se
depreende, a nosso ver, a partir das circunstâncias históricas e condições de produção do
discurso.

“EU NÃO MATEI JOANA D’ARC”: A CONSTRUÇÃO DO MITO E OS


LIVROS DIDÁTICOS
José Ribamar Santos de Almeida (PPGHEN – UEMA)
Ligia Maria Pinheiro Ferreira
Nesimar do Vale Madeira

Resumo: A música “Eu Não Matei Joana D’Arc” da banda de roque, Camisa de Vênus
faz uma “viagem” sobre a figura de Joana D’Arc. A partir daí passasse a refletir sobre a
construção do mito da Idade Média ou da Idade Moderna ou da Idade Contemporânea?
A construção do mito de Joana D’Arc, que muito influencia o imaginário ainda hoje é
tema de controvérsias, preferências religiosas ou mesmo de análise de gênero e de
classe por sua condição de mulher e origem camponesa. Uma mulher à frente do seu
tempo, uma mulher visionaria, uma bruxa, uma guerreira ou uma santa? Em qual
categoria ela se enquadra? Por que foi condenada a fogueira (1453) e depois canonizada
(1920), pela mesma instituição, a Igreja? O que mudou ao longo dos tempos? Quais os
interesses agregados nesse evento que colaboraram para a construção do mito de
heroína? Como Joana d’Arc é vista na historiografia e nos livros didáticos? Para esta
análise pretende-se utilizar os trabalhos de teóricos como Bittencourt (2003), Bloch
(1993), Fonseca (2003), Le Goff (1995), Pernoud (1993) e Mário Schmidt (1999).
Palavras-chave: Mito. Historiografia. Livro Didático. Joana D’Arc.

EVENTO E TEMPORALIDADE NAS OBRAS DE FERNÃO LOPES: O CASO


JOANINO (1385-1433)
Josena Nascimento Lima Ribeiro (CAPES/PPGH - UNIRIO)

Resumo: O tempo e o espaço sempre foram noções presentes na vida dos sujeitos
históricos. A compreensão da história e o local de pertencimento foram ferramentas
intercambiadas na percepção do homem medieval dos acontecimentos. De 1383-1385, o
reino de Portugal passa por um momento conhecido como Revolução de Avis, em que
uma nova dinastia assume o poder e precisa legitimar seu poder. A estratégia foi
colocada em prática com a contratação do guarda-mor da Torre do Tombo, Fernão
Lopes na intenção de escrever crônicas que narrassem os grandes feitos dos reis
portugueses e do movimento social de ascensão da família avisina. A Crônica de D.
51
João I, aqui analisada, apresenta conotações milenarísticas e messiânicas ao fundador
da dinastia, D. João. Fernão Lopes demonstra uma preocupação com a administração do
tempo sobre qual escreve e exprime um passado idealizado, um presente menosprezado
e um futuro anunciado. Nessa comunicação, temos por intenção analisar as
representações temporais e o espaço do vivido edificados por Lopes, no início do século
XV.
Palavras-chave: Fernão Lopes. Portugal. D. João I.

“SETE TEMAS DE CORDEL”, DE RIBAMAR LOPES, UMA OBRA QUE TRAZ


À MEMÓRIA, AS TEMÁTICAS DO MEDIEVO
Júlia Constança Pereira Camêlo (UEMA)

Resumo: Nesta comunicação nos propomos apresentar a obra de José Ribamar Lopes
intitulada “Sete temas de cordel”. Ele, um maranhense de Pedreiras, a publicou em
1993, como uma referência ao que entendemos como a permanência de uma memória,
uma temática do medievo. Os folhetos e os temas selecionados pelo autor foram
produzidos em maioria na década de setenta. Os temas são o diabo, a mulher, as fábulas
de animais e os heróis e anti-heróis. Assim, almejamos apresentar a obra e analisar, os
folhetos, a poesia popular, enquanto abordagens temáticas que eram comuns na
literatura medieval.
Palavras-chave: memória, medievo, cordel.

O HERÓI, ONTEM E HOJE: O QUE HÁ DE CLÁSSICO NOS HERÓIS


MODERNOS?
Juliane Ribeiro da Silva (UEMA/Mnemosyne)
Orientadora: Prof.ª. Dr.ª Ana Livia Bonfim Vieira

Resumo: Este trabalho é um ensaio de reflexão sobre o mito do herói, partindo do


arquétipo do herói clássico grego. Objetivamos tecer algumas reflexões sobre o diálogo
existente entre a construção dos modelos de herói presentes nos quadrinhos modernos e
as características clássicas atribuídas aos heróis que alimentaram o imaginário grego.
Até que ponto ainda lidamos, apesar de todas as mudanças conjunturais, com as mesmas
expectativas relacionadas às figuras heroicas que serviram e servem de modelo de
conduta social.
Palavras-chave: Herói. Arquétipo. Quadrinhos. Modelo social

POR UMA HISTÓRIA DA ÁFRICA ANTIGA: OS DESDOBRAMENTOS DA


LEI 10639/03
Kamyla Alencar Carneiro (UEMA/CESI)

Resumo: Em decorrência dos debates gerados após a aprovação da lei 10639/03 que
estabelece o ensino de História da África nas escolas de ensino fundamental e médio,
52
sente-se a necessidade de discutir sobre qual será a África apresentada nesse conteúdo
escolar, já que não há uma especificação no texto da lei. Portanto, o objetivo do presente
trabalho é fazer uma reflexão sobre a Historiografia e cronologia da História da África,
já que, por muitas vezes, ela é reduzida à sua colonização europeia e à sua diáspora
através da escravidão. No decorrer da pesquisa nos debruçaremos sobres os líbios, ou
seja, a África antes do domínio europeu, destacando sua organização social e política.

O MODELO MARIANO NA DEMANDA DO SANTO GRAAL


Karla Fabíola dos Santos Lima (UEMA/Mnemosyne)
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Adriana Zierer

Resumo: A visão de mundo medieval estava envolta pela religiosidade e centrada no


Cristianismo. Na visão cristã desse período a Igreja, se via como a representante de
Deus na terra e capaz de indicar modelos de comportamentos corretos no tocante à vida
tanto do homem como da mulher medieval, a qual era controlada inicialmente pelo pai e
posteriormente por seu marido. De acordo com o pensamento clerical, o feminino era
visto de forma estereotipada, pautado num modelo ideal e em regras de comportamento.
Na Demanda do Santo Graal, novela de cavalaria do século XIII, a mulher é muitas
vezes vista como um obstáculo para a evolução espiritual dos cavaleiros na busca pelo
Graal. Porém em alguns episódios da obra é também apresentada como a representação
da Virgem Maria, o que vem a ressaltar esse modelo ideal vislumbrado pela Igreja
Católica. Esta comunicação tem como propósito discutir o modelo mariano na figura da
irmã de Persival, e retratar a visão da Igreja Católica sobre a figura feminina,
caracterizada no manuscrito principalmente como uma pecadora em potencial.
Palavras-chaves: Demanda do Santo Graal. Mulher. Igreja. Virgem Maria.

“DE SECRETIS MULIERUM”: AS REPRESENTAÇÕES DO CORPO


FEMININO NA OBRA DE PSEUDO-ALBERTO MAGNUS
Laila Lua Pissinati (UFES)
Orientador: Prof. Dr. Sérgio Alberto Feldman

Resumo: No período medieval, as discussões em torno do corpo feminino e de sua


sexualidade misturavam-se aos textos religiosos. Eram os homens eclesiásticos que
dominavam a escrita sobre corpo e sexo, mesmo esses não possuindo vida sexual, o que
os fazia escrever com pouca precisão. A medicina medieval pouco precisa era permeada
por mitos e concepções equivocadas. Por volta do fim do século XIII ou início do XIV
foi composto o De Secretis mulierum, um tratado médico cuja autoria é atribuída à
Pseudo-Alberto Magno. Esse tratado conjectura sobre os mistérios que envolvem o
corpo feminino e a reprodução, uma das principais funções delegadas à mulher.
Partindo do princípio de que uma fonte histórica é uma construção, nosso trabalho tem
como foco analisar as representações do corpo feminino nessa obra e correlacioná-las
com os ideais religiosos cristãos acerca das mulheres, a fim de estabelecer como e até
que ponto tais representações contribuíram para uma marginalização da mulher na
53
sociedade ocidental. Procuramos desenvolver nosso trabalho a partir da perspectiva de
identidade (homem) e alteridade (mulher), fazendo uso de forma matizada de conceitos
oriundos dos estudos de gênero.
Palavras-chave: Medicina Medieval. Mulher. Cristandade.

O QUE A MITOLOGIA GREGA TEM A NOS DIZER?


Larissa Silva de Araújo (IFPB – Ensino Médio)
Orientador: Prof. Ms. Emmanoel de Almeida Rufino

Resumo: Nosso estudo parte de uma provocação: herdeiros que somos da paidéia grega
e de todo o arcabouço sapiencial de sua mitologia, ainda há algo de útil a se resgatar
nesse berço cultural em que o Ocidente foi gestado, tendo em vista o discurso cada vez
mais frequente que associa coisas antigas à inutilidade? Ora, o século XXI nos revela
uma grande lista de avanços tecnológicos e científicos que põem a vida humana em
relevo, sinalizando para o seu progresso; contudo, apesar desses “ganhos”
tecnocientíficos, ainda parecemos longe de alcançar o ápice civilizatório almejado pelo
projeto iluminista e seus sucedâneos. Nunca foi tão fácil e rápido acessar informações e
se comunicar com pessoas, mas ainda cultivamos relações com pouco conteúdo e
intelectuais com pouca sabedoria para cultivar os conhecimentos que possuem. Ao que
nos parece, a ciência e tecnologia de que dispomos não tocam a reflexão ética sobre
importante arte de viver bem consigo mesmo e com o universo, temas caros à mitologia
grega, de quem somos herdeiros. É, pois, esse cenário que nos inquieta e é revisitando
os mitos que buscaremos respostas, pensando sua relevância para a atualidade, cônscios
de que seus contributos não devem ser deixados no passado.
Palavras-chave: Contemporaneidade. Mitologia Grega. Ocidente.

DITADURA COMO FENÔMENO POLÍTICO: UMA BREVE ANÁLISE


COMPARATIVA ENTRE A DITADURA ROMANA E A DITADURA
BRASILEIRA –
SÉC. III A. C. - 1964
Lays Najara Silva Araújo (UEMA/CESI/NEMHAM)
Orientador: Prof. Ms. Fabrício Nascimento Moura

Resumo: Nesta comunicação pretendemos analisar a ditadura enquanto fenômeno


político, a partir de uma abordagem comparativa entre a ditadura brasileira de 1964,
mais especificamente no período em que o Ato Institucional 5 foi regulamentado e a
ditadura romana no século III a. C. no contexto da Segunda Guerra Púnica em que
romanos e cartagineses travavam um embate militar pelo controle do Mediterrâneo
Ocidental. Interessa-nos compreender comparativamente o contexto social e político no
qual os dois regimes foram implementados.
Palavras-chave: Ditadura. Roma. Brasil. História Comparada.

CERIMÔNIAS FÚNEBRES NA ATENAS CLÁSSICA: CONCEPÇÕES


ACERCA DA MORTE E DO DESTINO DA ALMA
Lennyse Teixeira Bandeira (UEMA/CESI/NEMHAM)
Orientador: Prof. Ms. Fabrício Nascimento Moura

54
Resumo: A presente pesquisa tem como objetivo analisar os ritos funerários da
sociedade Ateniense no período clássico. A partir desse contexto, objetivamos
demonstrar as possíveis concepções que essa civilidade tinha a respeito da morte e do
destino da alma. Para Fustel de Coulanges a alma não passava sua segunda existência
em um mundo diferente daquele em que vivemos. A alma junto dos homens continuava
vivendo, porém, sobre a terra. Através de orientações teóricas de Arnold Van Gennep,
compreenderemos o conceito de ritos fúnebres, no qual o autor afirma que eram
realizados para dividir papeis sociais diante de uma sociedade e que entre esse ritual de
passagem existe um isolamento em relação à sociedade ocasionada pela perda de um
ente querido. Os vivos e os mortos constituem uma sociedade que se baseia entre o
mundo dos vivos, de um lado, e o mundo dos mortos, do outro. Utilizaremos também a
obra de Tucídides, que trata das características cerimoniais de Atenas, direcionado à
bela morte, um termo utilizado para representar a morte dos soldados-guerreiros
atenienses na Guerra do Peloponeso, encontrada na oração de Péricles, na época áurea
de Atenas no período clássico. Morrer belamente consistia no ato heroico e glorioso
daqueles jovens que eram enviados ao campo de batalha e ofereciam a Atenas suas
vidas para o bem-comum, conquistando assim a plenitude de um louvor imperecível.
Para os atenienses, bela e gloriosa era a morte do guerreiro que tombava na flor da idade
no campo de batalha.
Palavras-chave: Grécia. Atenas. Rituais. Morte.

UMA BREVE ANÁLISE DO DISCURSO NO TESTAMENTO DE FRANCISCO


DE ASSIS: O PROJETO DE ESTRUTURAÇÃO DA ORDEM DOS FRADES
MENORES
Leonardo de Souza Câmara (UFPA-Campus de Bragança)
Orientador: Prof. Ms. Thiago de Azevedo Porto

Resumo: O artigo visa analisar as relações de poderes envolvendo Francisco de Assis e


seus seguidores com a Igreja Católica Romana, na primeira metade do século XIII.
Especificamente sobre o processo de institucionalização do movimento Franciscano em
Ordem Mendicante - a Ordem dos Frades Menores, considerando o caráter jurídico na
elaboração dos documentos. Assim sendo, analisaremos a partir dos pressupostos da
formulação das Regras de vida direcionadas ao grupo, que foram redigidas de acordo
com os pressupostos morais daquele século, encaminhando os frades rumo a hierarquia
da instituição religiosa desde o princípio do movimento. Como resultado parcial,
visamos demonstrar que no Testamento de Francisco de Assis esta normatização foi
esperada, porém contestada no como se deu a adequação do grupo a hierarquia da
Igreja.
Palavras-chave: Relações de Poderes. Caráter Jurídico. Ordem dos Frades Menores.

O ENSINO DE HISTÓRIA MEDIEVAL E O USO DE MÍDIAS


Leonor Viana de Oliveira Ribeiro (PPGHEN – UEMA)
Maria Aparecida Ferreira de Sousa (PPGHEN – UEMA)

Resumo: O presente artigo constitui-se parte da pesquisa bibliográfica sobre o uso de


mídias no ensino de História Medieval nas turmas de Educação de Jovens e Adultos,
55
apontando um recorte inicial sobre os conteúdos de História Medieval que são tratados
nas Diretrizes Curriculares Nacionais, nos (PCNs) Parâmetros Curriculares Nacionais
da Educação de Jovens e Adultos, e no currículo real. Neste trabalho faremos uma
análise sobre o uso de mídias nas salas de aula da Educação de Jovens e Adultos no
trato com os conteúdos de História Medieval. O objetivo principal é analisar a relação
do ensino de História Medieval com o uso de mídias nas turmas de EJA. É perceptível
que a educação nas turmas de EJA deixa de contemplar o uso de tecnologias
objetivando uma melhor apropriação dos conteúdos pelos alunos. As metodologias de
trabalho didático permanecem os mesmos anos a fio. Torna-se relevante considerar que
a aprendizagem na idade adulta requer dos docentes e discentes novas formas de ensinar
a aprender determinados conteúdo da matriz curricular. Neste sentido, este estudo torna-
se importante, por contribuir para um novo olhar em relação à aprendizagem dos alunos
e o ensino de História Medieval na Educação de Jovens e Adultos.
Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos. Ensino de História Medieval. Mídias.
Aprendizagem.

O MITO DA SAUDADE DE D. SEBASTIÃO: DO SONHO DO IMPÉRIO


PORTUGUÊS AO SONHO DA ILHA DOS LENÇÓIS.
Ligia Maria Pinheiro Ferreira (SEMED/SEDUC)
Nesimar do Vale Madeira (SEMED/SEDUC)

Resumo: O presente trabalho aborda o mito da saudade de dom Sebastiao como rei
português e a construção de um reino imaginário nos Lençóis Maranhenses. E por falar
em saudade, que é uma palavra de origem latina e possui vários significados, entre eles,
a ausência de algo ou alguém, esse saudosismo que preenchia os corações dos
portugueses poderia ser o ponto de partida, a motivação, para a tentativa de recuperação
de uma imagem que morrera com o passado, a partir da dominação da Espanha sobre
Portugal, a União Ibérica (1580-1640). D. Sebastião foi um rei que fora “desejado”
desde o nascimento, e passou a ser “encoberto” a partir do seu desaparecimento na
batalha de Alcácer Quibir. Somos herdeiros desse sonho de Portugal, a crença em um
rei que viria como salvador, e regressaria para criar o Quinto Império. A crença do
encoberto atravessou os mares e chegou às colônias portuguesas, povoando o
imaginário dessa gente simples, que acredita que Dom Sebastiao voltaria com a
promessa de um reino de fartura, e que estes se tornariam para sempre livres do jugo e
da opressão. Passados cinco séculos, o rei ainda é esperado e lembrado com muito vigor
na praia dos Lençóis Maranhenses, onde dizem abrigar o corpo místico do encoberto,
que surge metamorfoseado na figura de touro negro encantado, o qual passeia nas noites
de lua cheia e desafia a todos para o seu desocultamento para a formação de um novo
reino.
Palavras-Chave: sebastianismo; mito, sonho, encantamento, Maranhão.

O SURGIMENTO DAS ORDENS MENDICANTES E SEU IMPACTO NA


EUROPA MEDIEVAL
Lucas Gomes Nóbrega (UFPB)
Orientador: Prof. Ms. Emmanoel de Almeida Rufino

56
Resumo: Neste estudo serão discutidas ideias presentes na historiografia medieval
contemporânea acerca do que tange a temporalidade do século XI ao XIII d. C. e as
profundas alterações que a Igreja Católica sofre em decorrência de um movimento de
reforma em diversos âmbitos (a separação do poder laico do poder espiritual e a
passagem da arquitetura romana para a arquitetura gótica). Em específico, este trabalho
visa contribuir para o conhecimento sobre o surgimento das ordens mendicantes
medievais, responsáveis pela prática da evangelização e catequização na Europa
Medieval e posteriormente na América Espanhola e Portuguesa. Os agostinianos,
carmelitas, dominicanos, franciscanos e mercedários, são exemplos de ordens
mendicantes que trouxeram ao cristianismo não uma fuga do mundo, mas uma nova
ótica de enxergar o homem medieval e a sua relação com o que está ao seu redor,
colocando os religiosos próximos aos fiéis e assumindo, na sua prática, a expressão da
pregação a partir do exemplo. Nessa perspectiva, discutiremos as particularidades de
cada ordem mendicante, suas propostas e seus impactos na Europa Medieval.
Palavras-chave: História. Idade Média. Ordens Mendicantes.

PERCUSOS DE UMA DIVINDADE ESTRANGEIRA EM TERRITÓRIO


ROMANO: BACO E A SUA REPRESENTAÇÃO NA OBRA AS
METAMORFOSES
Lucas José Cruz Bastos Moura (UECE)
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Silvia Márcia Alves Siqueira

Resumo: O presente trabalho pretende analisar a divindade Baco e como esta foi
representada no livro as Metamorfoses de Ovídio. A divindade Baco, foi incorporada
em Roma por volta do século II a.C. O seu culto tinha como características básicas ser
composto por mulheres e ter a presença da bebida divina que este grupo considerava ser
o vinho, pois ajudava a entrar em estado de êxtase. Baco também ficou conhecido por
castigar aqueles que não seguiam os seus rituais ou o desrespeitava de alguma forma.
Tendo em vistas isso, observamos que na obra as Metamorfoses há a presença de um
relato que mostra algo parecido. Baco chega a uma cidade para instituir seu culto e um
grupo de mulheres decide não ir, e por isso são punidas rigorosamente. Portanto
pretendemos analisar a representação que Ovídeo atribui a Baco nesta obra, como
também das ações de suas sacerdotisas no culto e as formas punições atribuídas a quem
não seguisse corretamente as práticas ritualísticas. Discutiremos a repercussão da
divindade na esfera religiosa no território romano, desde sua chegada, a proibição em
186 a.C. pelo senado romano e os resquícios que ficaram após esta.
Palavras-chave: Baco. Metamorfoses. Religião. Representação.

TÁTICAS, TÉCNICAS E ARMAMENTOS NA BATALHA DE HASTINGS DE


1066
Lúcio Carlos Ferrarese (PPH – UEM/LEAM)
Orientador: Prof. Dr. Jaime Estevão dos Reis

57
Resumo: Este estudo tem por objetivo analisar o desenvolvimento das táticas, técnicas
e armamentos usados em batalha durante o século XI quando da ocorrência da Batalha
de Hastings de 1066. Nesta referida batalha forças invasoras normandas, influenciadas
pelo estilo de guerra continental, lutaram contra forças defensoras inglesas,
influenciadas pelo tradicional estilo germânico de guerra, o que levou a diferentes
formas de ação durante a batalha bem como uma composição diferente dos exércitos
que se enfrentaram, dirigindo-se à vitória dos invasores. Para a análise do combate e dos
equipamentos, utilizamo-nos de duas fontes contemporâneas ao evento, a Tapeçaria de
Bayeux e a Crônica de Guilherme de Poitiers, concomitantemente analisadas com a
historiografia pertinente, como Norman Knight, de Christopher Gravett, Medieval
Military Technology, de Kelly DeVries e Robert Douglas Smith, e Armas & Técnicas
bélicas de los caballeros medievales de Martin J. Dougherty. Propomos que a evolução
técnica adotada pelos normandos no continente permitiu sua vitória diante dos
defensores ingleses, que lutavam em terreno vantajoso e em seu próprio reino.
Palavras-chave: Guerra. Táticas. Armamentos. Hasting.

ALFONSO X E A NOBREZA REBELADA: AS PRIMEIRAS NEGOCIAÇÕES


DA REVOLTA DE 1272-1273
Luiz Augusto Oliveira Ribeiro (CAPES/UEM/LEAM)
Orientador: Prof. Dr. Jaime Estevão dos Reis

Resumo: No século XIII, duas forças políticas se consolidaram nos reinos de Castela e
Leão, o rei e a nobreza. Nobreza esta que garantiu privilégios e autonomia frente ao
poder real. Neste contexto, a Crônica de Alfonso X evidencia a busca do poder real em
centralizar a administração e os códigos jurídicos, o que provocou uma reação imediata
desta nobreza fortalecida. Uma política iniciada ainda no reinado de Fernando III, mas
que foi colocada em prática somente durante o reinado de Alfonso X visava à
reorganização dos códigos jurídicos dos reinos que estavam sob o domínio do monarca
e, dessa forma, buscou garantir a unificação das leis e uma retomada da centralização do
poder a partir da figura real. As primeiras reações da nobreza frente a este processo de
unificação jurídica foram documentadas na Crônica de Alfonso X, por meio das cartas
trocadas nas negociações que constituem o primeiro memorial de reivindicações dos
nobres ao rei e das respostas do rei.
Palavras-chave: Rei. Nobreza. Revolta.

MEDICINA E SACRALIDADE NA GRÉCIA ANTIGA


Manuela Yngrid Pinheiro Costa (IFPB – Ensino Médio)
Orientador: Prof. Ms. Emmanoel de Almeida Rufino

Resumo: Este presente estudo tem como objetivo revisitar as bases mítico-filosóficas
da medicina da Grécia Antiga, investigando a relação entre o saber médico e a religião
arcaica, principalmente a partir do referencial teórico hipocrático. Herdeiros da
Modernidade, somos acostumados a uma medicina que assume um forte caráter técnico-
científico e é caracterizada pelo apelo objetivista quanto às formas de gerir a relação
saúde-doença. Por isso, estranha-nos associar a medicina a reflexões éticas sobre a
existência humana, tópico fundamental ao conceito greco-antigo de saúde ética (que
pressupõe o alcance da saúde à harmonia entre a psyché individual e a psyché cósmica,
considerando o divino como referencial para esse bem-estar). Muitas são as vinculações
58
religiosas da medicina antiga: investigaremos, por exemplo, a importância dos templos
dedicados a figuras míticas como Asclépio e Higéia, que, aliás, constam no início do
famoso juramento hipocrático. Nessa esteira investigativa, para alcançarmos o objetivo
proposto, desvelaremos o sentido da saúde ética, a importância dos antigos centros de
cura (como Epidauro) e a vinculação da medicina antiga com a filosofia (principalmente
a socrático-platônica, por sua influência das antigas “Escolas dos mistérios”).
Palavras-chave: Grécia Antiga. Medicina Sagrada. Mitologia.

A ARQUITETURA SAGRADA GRECO-ROMANA E SUA RECEPÇÃO PELA


ARQUITETURA SACRA DO CRISTIANISMO MEDIEVAL
Márcio da Silva Santos (IFPB – Ensino Médio)
Orientador: Prof. Ms. Emmanoel de Almeida Rufino

Resumo: Nosso estudo objetiva apresentar quais os elementos estéticos da arquitetura


greco-romana foram ou não incorporados pela arquitetura sacra do cristianismo
medieval e as razões que justificam esse processo. Na construção dessa análise,
sublinhamos a herança estético-religiosa da arquitetura grega que, legada ao império
Romano, alcança, por sua vez, o cristianismo. Falamos de “herança estético-religiosa”
porque os traços arquitetônicos dessas civilizações são marcados fortemente pelo
aspecto da sacralidade. Considerando que a arquitetura cristã começa a debutar em
meados do século II d. C., tomando impulso posterior com Constantino, que fomentou a
demolição ou transformação de algumas igrejas “pagãs” em cristãs, podemos encontrar
muitos elementos greco-romanos nas igrejas da era medieval, como os pórticos (típicos
dos templos gregos e implantados nas primeiras basílicas) com suas magníficas colunas,
as imponentes abóbadas (que marcam a grandeza do divino e a distância do ser humano
para ele) e os enormes átrios. Deste modo, mostraremos ainda como na arquitetura
medieval vão se definindo esteticamente as fases paleo-cristã, românica e gótica.
Palavras-chave: Arquitetura Greco-Romana. Arquitetura Sagrada. Cristianismo
Medieval.

A SÍNTESE PTOLOMAICA DA ASTRONOMIA E SEU LEGADO À IDADE


MÉDIA
Maria Eduarda Costa Lima (IFPB – Ensino Médio)
Orientador: Prof. Ms. Emmanoel de Almeida Rufino

Resumo: O cientista grego Cláudio Ptolomeu viveu no Egito no século II d. C. e foi um


dos responsáveis pela formação do pensamento astronômico do mundo antigo,
destacando-se por uma numerosa produção de escritos, na qual se destaca o Almagesto,
obra fundamental para o desenvolvimento da ciência astronômica em que apresenta o
sistema geocêntrico, marcante para o imaginário cosmológico medieval que adviria
associado ao crivo científico da Igreja. Servindo de base inclusive para justificações
teológicas da ordem do universo, o geocentrismo ptolomaico transpassou quase
incólume toda a Idade Média, até a proposição copernicana da teoria heliocêntrica,
59
basilar à emergência do Renascimento. Ptolomeu também legou à história um tratado
sobre astrologia, intitulado Tetrabilos. Partindo, pois, dessas informações, neste estudo
pretendemos apresentar os conceitos e argumentações propostas pela astronomia de
Ptolomeu apontando os âmbitos de sua influência e suas repercussões na cosmologia
medieval.
Palavras-chave: Astronomia. Cosmologia. Idade Média. Ptolomeu.

ENCANTOS E FEITIÇOS: AS PRÁTICAS DE MAGIA AMOROSA EM ROMA


- SÉCULO I a. C.
Maria Felix Pereira Calixto (Graduada/UEMA/CESI/NEMHAM)
Orientador: Prof. Ms. Fabrício Nascimento de Moura

Resumo: Esse trabalho tem a proposta de analisar a representatividade social das


práticas de magia amorosa na Roma do século-I a.C. O uso de feitiços e encantos para
incutir o amor e era executada pelo interessado(a) para mudar o curso natural dos
eventos e dessa forma conseguir forçar o amado(a) a se apaixonar, ou à voltar – nos
casos de separação. Desse modo o ponto de partida é a investigação dos rituais mágico-
amorosos que envolviam mistérios, personagens, cenários, objetos e fórmulas,
relacionado aos elementos naturais e/ou sobrenaturais no populus roamanum no século I
a.C. Para tanto nos debruçamos sobre os testemunhos presente na epistolografia literária
de Ovídio Nasão, autor romano que escreveu poemas sobre a temática amorosa neste
período.
Palavras-chave: Magia Amorosa. Feitiços. Populus Roamanum. Ovídio Nasão.

PITÁGORAS: CIÊNCIA E MAGIA NA GRÉCIA ANTIGA


Marianne Vieira Aragão Barbosa (IFPB – Ensino Médio)
Orientador: Prof. Ms. Emmanoel de Almeida Rufino

Resumo: Nosso estudo visa discutir o caráter mágico e científico dos ensinamentos
pitagóricos enquanto promotores dos mistérios iniciáticos herdados da tradição egípcia.
Pitágoras era um iniciado nas “Escolas dos Mistérios”, que cultivavam a psyché humana
em vista da reconquista da imortalidade perdida (condição áurea primordial) e das
verdades eternas. Um iniciado era instigado ao autoconhecimento voltado à descoberta
do sentido cósmico de sua existência; deveria aprender o caminho da transcendência de
sua materialidade em direção à espiritualidade, religando sua natureza humana à divina
(daí o sentido de “religião”: religar), como podemos ver na geometria sagrada das
pirâmides (cuja base quadrada – representando à materialidade da condição humana – se
eleva ao divino, representado pelo triângulo) e na representação da tétraktys pitagórica.
Na esteira de campo de sentido, compreenderemos o sentido mítico-filosófico-científico
da matemática de Pitágoras. Nela, veremos as claras influências órfico-dionisíacas das
“Escolas dos Mistérios”, que incitam o homem a uma vida ascética de busca pela
purificação interior e pela harmonia de si com as “formas” perfeitas do cosmos, para

60
que no ciclo de reencarnações (metempsicose), sua busca culmine na libertação da alma
para o eterno, pelo alcance da pura espiritualidade.
Palavras–chave: Ciência. Grécia Antiga. Magia. Pitágoras.

O HINO HOMÉRICO A DEMÉTER: REPRESENTAÇÕES DA MULHER


IDEAL NA GRÉCIA ARCAICA
Marília da Rocha Marques (UECE)

Resumo: Esta pesquisa tem por objetivo central, entender como as representações sobre
a mulher ideal na Grécia Arcaica foram construídas no hino homérico à Deméter. Os
hinos, mitos que eram entoados em festivais públicos e religiosos, eram dedicados aos
deuses e narravam suas histórias míticas, cuja autoria é atribuída a Homero. Partindo da
ideia de que era uma sociedade patriarcal, buscamos inserir Homero dentro deste
panorama social, pois o poeta fala dentro de um conjunto de relações sociais. A mulher
ideal, melissa, era a mulher com o perfil de esposa, cuidadora do lar, de família e dela se
esperavam o casamento, a maternidade dentre outras características. Desse modo,
buscamos investigar, em que medida essas representações estão construídas no hino
homérico, fazendo um diálogo com fontes imagéticas e um estudo sobre História das
Mulheres e gênero, para auxiliar nas considerações sobre nossa proposta.
Palavras-chave: História das Mulheres. Representação. Antiguidade. Mito.

ARQUITETURA E RELIGIOSIDADE NO ANTIGO EGITO


Marina Reis de Moraes (IFPB – Ensino Médio)
Orientador: Prof. Ms. Emmanoel de Almeida Rufino

Resumo: É de conhecimento comum o quanto a arquitetura egípcia atiça a imaginação


humana, principalmente quando em jogo está a compreensão do significado de
monumentos como as pirâmides de Quéops, Quéfren e Miquerinos e da engenharia que
as tornou possíveis. Diante disso, nosso estudo se dedica à investigação da sacralidade
inerente ao ideário arquitetônico disposto por todo o Egito, evidenciando, portanto,
como as construções dessa civilização revelam a religiosidade mítica dessa civilização.
Para tal objetivo assumiremos principalmente a análise das pirâmides, que para além de
sua grandeza estrutural possuem um importante significado místico, dentro da tradição
das antigas “Escolas dos mistérios”, que procuravam respostas para o enigma da
existência humana, incitando os homens ao resgate da espiritualidade e da imortalidade
perdida, por meio do encontro com seu destino cósmico, tal como aponta a disposição
estrutural das pirâmides, com sua base quadrangular (símbolo da imanência a que está
ligada a condição humana) e seus lados triangulares (símbolos da transcendência, do
caminho para o divino).
Palavras-chave: Arquitetura. Religiosidade. Egito Antigo.

APROPRIAÇÕES DAS TRADIÇÕES LATINAS E CONSTRUÇÃO DO “NOVO


TEMPO” NA DE CIVITATE DEI DE SANTO AGOSTINHO
Prof.ª Dr.ª Marinalva Vilar de Lima (UFCG)

Resumo: Entre 413 e 426 Santo Agostinho (Aurelius Augustinus) escreveu a obra que
viria a gozar de enorme influência e recepção no Ocidente cristão: DE CIVITATE DEI.
61
Obra que aqui tomamos a partir de uma dupla localização, qual seja: enquanto tratado
teológico e de filosofia da história. Na Cidade de Deus, estão apresentadas muitas das
ideias da maturidade intelectual de Santo Agostinho e esta está repleta das marcas
ideológicas e filosóficas que dão base ao pensamento do mesmo sobre uma diversidade
de questões a que dedicou atenção. A obra possibilita que tomemos contato com as
compreensões agostinianas do fim do mundo antigo; os usos que este faz das leituras de
obras clássicas; a defesa que estabelece do povo cristão quanto à influência na queda de
Roma; a elaboração de seu pensamento acerca do tempo, distanciando-se da
temporalidade praticada pela tradição latina, dentre outros aspectos de que trata. Para
Santo Agostinho, além do tempo presente, aquele que existe sem contestações, há o
pretérito, que “já não existe” e o futuro, que “ainda não existe”. De um lado, defende a
existência do passado a partir do argumento de que se os fatos desse tempo foram
narrados é porque existiram e foram vistos; de outro, argumenta sobre a existência do
futuro. Vaticinando o futuro, é que Santo Agostinho constrói a ideia de uma “cidade
celeste” ao se deparar em seu presente com uma “cidade terrena”, aos seus olhos
depravada, por se constituir de vícios criados da relação entre os homens e um universo
vasto de “falsas e enganadoras” divindades, só possíveis de serem combatidas a partir
do fortalecimento do Cristianismo que inaugurava um “novo tempo” a que ajudava a
dar força apropriando-se da tradição latina.
Palavras-chave: História Medieval. Santo Agostinho. Tempo. Culto tradicional.
Cristianismo.

WILLIAM WALLACE: O HERÓI MEDIEVAL REVISITADO PELO CINEMA


Mário Márcio Felix Freitas Filho (UFRJ)
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Monica Amim

Resumo: Entre os idos de 1296 a 1328, a Escócia passou por sua Primeira Guerra de
Independência. Descendentes dos antigos guerreiros celtas (que barraram o avanço do
Império Romano sobre suas terras em 126 d.C), os Highladers não admitiam viver sob
o jugo e a dominação de povos estrangeiros, somente obedecendo ao conselho de seus
próprios clãs. Diante dessa realidade belicosa e pungente, surge uma figura histórica:
William Wallace. Por sua participação ativa e seu sacrifício pela causa escocesa,
Wallace foi eternizado não só nas páginas da História, mas também na Literatura, nas
telas de cinema e, principalmente, no imaginário coletivo e mítico de uma nação.
Assim, “futuro se torna passado, premonição se torna reminiscência e a realidade se
torna mitologia” (Lost Realms – 2002 -Banda Wuthering Hights). Porém, a história de
Wallace, por muito tempo, esteve apartada da fama que o mesmo angariou com seus
atos, já que nas sociedades Celtas o Bardo era o guardião da literatura e da história e
compunha, recitava ou cantava as glórias e os feitos com um certo propósito prático: a
glorificação de seu patrão e de sua família. Apesar de tudo, o grito de liberdade dado
por Wallace ecoou através dos tempos e chegou até nós.
Palavras-chave: Celtas. Escócia. Wallace. Resiliência.

DOS “PLÁTANOS” ÀS PLATEIAS: NUANCES DO ESPÍRITO EDUCATIVO


GREGO ENTRE AS EPOPEIAS ARCAICAS E AS TRAGÉDIAS CLÁSSICAS
Matheus de Mélo Silva (IFPB – Ensino Médio)
Orientador: Prof. Ms. Emmanoel de Almeida Rufino

62
Resumo: Nosso trabalho almeja apresentar elementos representativos do espírito
formativo da paidéia grega a partir da tradição das epopeias homérico-hesiódicas, na
Grécia arcaica, e da tradição de tragédias emergentes no teatro greco-clássico. Nesse
âmbito, mostraremos que mesmo antes da consolidação do teatro clássico, a educação
da criança (paidós) na era arcaica já cultivava elementos marcantes do teatro, como o
canto, a dança e os mitos. Ora, sendo cantadas, as epopeias inspiravam não só memória
dos mitos, mas fomentavam o ritmo e a harmonia de si com as vibrações do corpo e da
alma. À sombra dos plátanos (árvores típicas ao território grego, dotada de copas em
forma de chapéu-de-sol), era comum ver crianças reunidas pelos mestres que, por sua
vez, lhes ensinavam o canto, a dança e os mitos. Nesse local, as crianças aprendiam os
tópicos da civilidade, pelo exemplo épico dos deuses e dos heróis, fato que se repetirá
na pólis, então sob a roupagem do teatro, que segundo cremos, transporta o espírito
educativo fomentado embaixo dos plátanos, com o mesmo interesse em suscitar a
catarse dos sentimentos e, portanto, o sentimento de respeito e reflexão sobre a
existência e a relação com os mistérios cósmicos.
Palavras-chave: Epopeias. Grécia antiga. Paidéia grega. Tragédias.

O REI COMO MODELO DE CRISTÃO NAS CRÔNICAS PORTUGUESAS


Matheus Henrique Muniz Lima (PIBIC/FAPEMA – UEMA/Mnemosyne)
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Adriana Zierer

Resumo: O presente trabalho tem como objetivo construir uma analise a respeito do
modelo de rei ideal que servia de exemplo aos seus súditos. Para isso partiremos da
importante função de conduzir seu povo a glória, salvação e afastar as ameaças de seu
país, por intermédio de guerras e do exercício da boa justiça. Neste sentido, o monarca
deve ser cristaníssimo e virtuosíssimo, possuindo características messiânicas capazes de
fazê-lo um bom governante e um bom cristão, exemplo para a sociedade. A partir dos
relatos cronísticos portugueses poderemos analisar este modelo de rei que fora
construído com elementos positivos e muito próximos ao cristianismo. Um exemplo é o
primeiro monarca português, Afonso Henriques, a quem Cristo crucificado teria
aparecido antes de uma batalha contra os muçulmanos, motivo pelo qual o monarca
venceu a batalha, no que ficou conhecido como o “Milagre de Ourique”. Outros
monarcas estão associados com uma escolha divina, como por exemplo, D. João I,
conhecido por seu cronista, Fernão Lopes, como o “Messias de Lisboa”, o eleito para
governar Portugal, assim como D. Sebastião tido como “O Desejado” mesmo antes de
seu nascimento para governar Portugal, que morrera em luta contra os mouros na
batalha Alcácer-Quibir, gerando uma onda messiânica, retomando na sua figura ideias
oriundas das trovas de Bandarra. Através do estudo de crônicas portuguesas,
pretendemos analisar os elementos dos bons monarcas, associados a atributos dos reis
do Antigo Testamento e como são modelos à sociedade portuguesa.
Palavras-chave: Rei. Modelo. Cristão. Portugal Medieval.

ANÁLISE DO ENSINO DE HISTÓRIA APÓS A IMPLEMENTAÇÃO DA LEI


Nº 10.639/2003 NO ENSINO FUNDAMENTAL II DA REDE PÚBLICA
MUNICIPAL DE CAXIAS – MA ENTRE 2003 E 2013
Meiriele de Souza Medeiros (PPGHEN – UEMA)

63
Resumo: Ao abordar a História África, como eixo temático no Ensino Fundamental,
estará se apresentando possibilidades de conhecimento das origens dos afro-brasileiros
como atuantes de processos históricos e culturais específicos, oferecendo-lhes a
justificativa de sua valorização, enquanto ser atuante na formação da sociedade
nacional. A presente pesquisa objetiva analisar a temática: História e Cultura Afro-
Brasileira e Africana, destacando como está sendo desenvolvido o ensino da História da
África e da Cultura Afro-Brasileira, após a implementação da Lei nº 10.639/2003, nas
séries do Ensino Fundamental (6º ao 9º ano) da rede pública municipal de Caxias - MA.
A elaboração da pesquisa se deu, primordialmente, através de uma revisão bibliográfica
de autores como Ana Mônica Lopes e Luiz Arnaut, Circe Maria Fernandes Bittencourt,
Kabengele Munanga e Maurício Waldman, que discutem a temática como objeto de
estudo. Realizou-se, ainda, pesquisa de campo, através de entrevistas com professores
da rede pública municipal e representante do movimento negro do município de Caxias.
Debater sobre a referida temática, torna-se importante para a obtenção de uma visão
construtiva e inovadora da História e Cultura Africana para reconhecimento da
identidade dos afrodescendentes no Brasil.
Palavras-chave: Ensino. História. Lei nº 10.639/2003.

SELVAGERIA, BARBÁRIE E CIVILIZAÇÃO: REPRESENTAÇÕES DA


GUERRA NA HQ CONAN
Michel Roger Boaes Ferreira (UFMA)

Resumo: Esta pesquisa tem o objetivo de ponderar a importância e a abrangência do


conceito de imaginário e representação propostos por Baczko e Franco Jr. para a
compreensão das histórias em quadrinhos do personagem Conan, o Bárbaro criado pelo
escritor Robert Howard. Analisaremos as representações iconográficas do bárbaro e da
guerra na histórias em quadrinhos citada tomando por base os pressupostos
metodológicos do historiador Johnni Langer e do desenhista Scott McCloud.
Interpretaremos a guerra e o conflito na história em quadrinhos a partir do referencial
biopsicossocial proposto pela pesquisadora Barbara Ehrenreich. E por fim,
identificaremos a presença de elementos do imaginário contemporâneo nas histórias em
quadrinhos, tais como a colonização do Oeste dos Estados Unidos, conflitos entre
nativos e brancos, a ascensão e declínio da exploração do petróleo no Texas vivenciado
pelo criador do personagem.
Palavras-chave: História em Quadrinhos. Guerra. Imaginário. Representação. Conan.

DE OTÁVIO A AUGUSTO: REPRESENTAÇÕES E CONSTRUÇÕES ACERCA


DE UM IMPERADOR ROMANO
Natália Frazão José (PPGH – UNESP/Franca/FAPESP/LEIR – Doutoranda)
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Margarida Maria de Carvalho

Resumo: Augusto, para muitos o primeiro Imperador Romano, é uma das figuras mais
misteriosas e, por isso mesmo, mais fascinantes da História Romana. Sua vida, seus
feitos e suas conquistas foram alvos de múltiplos olhares, de variadas perspectivas e de
inúmeras narrações tanto no seu próprio tempo quanto em nossos dias atuais. Sendo
assim, nesta apresentação, propomo-nos a demonstrar como o jovem romano,
denominado na ocasião de seu nascimento Otávio tornou-se Augusto, o Imperador. Em
outras palavras, as estratégias políticas e culturais que auxiliaram na construção da
64
figura augustana, na criação imagética e discursiva de um Princeps Júlio-Claudiano.
Para tanto, faremos uso de autores de diferentes períodos do Principado Romano, sendo
estes: Veléio Patérculo (séculos I a.C. a I d.C.), Plutarco de Queroneia (séculos I e II
d.C.), Caio Suetônio Tranquilo (séculos I e II d.C.), Lúcio Floro (séculos I e II d.C.) e
Dión Cássio (século III d.C.). Através de seus diferentes discursos e modelos de escrita,
intentamos brevemente demonstrar como a vida de deste personagem é narrada desde
sua infância sempre destacando o mosaico de vicissitudes, de desafios, de contratempos
e de sucessos que moldaram e transformaram Otávio em Augusto.
Palavras-chave: Roma. Principado. Augusto.

A EDUCAÇÃO MEDIEVAL NA OBRA DOUTRINA PARA CRIANÇAS DE


RAMON LLULL (1274-1276)
Natasha Nickolly Alhadef Sampaio Mateus (UEMA/Mnemosyne)
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Adriana Zierer

Resumo: O mundo visível e o mundo invisível estão em constante relação. Para


inúmeras pessoas isso continua sendo tão real, que suas práticas cotidianas são sempre
feitas de acordo com a “vontade divina”, assim a vida de milhões de pessoas, é marcada
pela crença de uma vida depois da morte. Na Idade Média o desejo de levar uma vida
espiritual foi mais marcante do que em qualquer outro período. O Cristianismo se
fortaleceu muito nessa época, e a Igreja era a grande detentora dos ensinamentos
naquela sociedade. É notável que a educação não obedece a um modelo único. Desde o
início estamos diante de sistemas pedagógicos distintos. Na obra Doutrina para
Crianças, escrita para seu filho Domingos por volta 1274, Ramon Llull apresenta os
principais elementos para uma boa educação.
Palavras-chave: Llull. Educação. Espiritualidade.

A LENDA DE BEOWULF E O PADRÃO DE HEROÍSMO MEDIEVAL


Nathan D’Almeida Alves de Oliveira (IFPB – Ensino Médio)
Orientador: Prof. Ms. Emmanoel de Almeida Rufino

Resumo: Esta pesquisa tem por finalidade encontrar os principais elementos que
constituem o estereótipo do clássico herói medieval, através da análise da lenda de
Beowulf. Para alcançarmos tal objetivo analisamos o conto anglo-saxão Beowulf,
atentando para os fatos que levam o protagonista da obra (outrora um guerreiro da tribo
dos gautas) a ser considerado um dos maiores heróis da literatura medieval. Em
Beowulf, podemos perceber a presença de certos elementos que constituem uma
“jornada” para o posterior título de herói. Essa jornada é marcada por diversos pontos
que precisam ser preenchidos no decorrer do caminho que leva, por sua vez, a
recompensas como a glória, à fama e o poder, recompensas essas que podemos
encontrar em todos os heróis medievais. Diante disso, esta pesquisa busca analisar esses
“requisitos” necessários para se continuar no “caminho do herói medieval” e, com isso,

65
entender como indivíduos aparentemente comuns conseguiram ascender a um posto
quase sobre-humano, sendo titulados por todos como heróis.
Palavras-chave: Beowulf. Heroísmo. Idade Média.

RELAÇÕES DE PODER NA ARISTOCRACIA MEDIEVAL PORTUGUESA


Neila Matias de Souza (UFF – Doutoranda)

Resumo: Propomos analisar a estrutura da família aristocrática portuguesa a partir do


século XIII, quando então sua formação parece caminhar paralelamente a um modelo
que privilegia a primogenitura e garante a manutenção no poder de uma linha sucessória
única e majoritariamente patrilinear. Os artifícios usados para criar uma genealogia
poderosa e que justificasse a dominação e perpetuação da nobreza em cargos ou
posições de poder são os mais variados e envolvem constantemente relações entre as
diferentes camadas da aristocracia. Fazer conhecer um ancestral mitológico e muito
mais importante provar-se seu descendente constituía-se como uma das formas mais
conhecidas de filhos bastardos suscitarem legitimação. Os Livros de Linhagens e as
Cantigas apresentam elementos para que observemos essas relações.
Palavras-chave: Aristocracia. Poder. Família.

TEATRO GREGO NA SALA DE AULA


Pablo Victor Dos Santos Craveiro (Universidade de Pernambuco)
Orientador: Prof. Dr. José Maria Gomes de Souza Neto

Resumo: Desenvolvemos uma pesquisa que nos leva para o meio teórico e prático no
ensino da História. Esta pesquisa sendo inserida também como projeto de extensão
proporciona a aplicação da mesma em turmas tanto no ambiente escolar, quanto no
universitário, trazendo experiências para todos que participam do projeto. O projeto
Teatro Grego na Sala de Aula desenvolvido pelo Leitorado Antiguo – Grupo de Ensino,
Pesquisa e Extensão em História Antiga da Universidade de Pernambuco – Campus
Mata Norte, foi contemplado com uma bolsa do Programa de Fortalecimento
Acadêmico (PFA) desta instituição. Fazendo uma leitura das peças, entramos em
contato com o autor, o contexto social no qual se inseriam, o que desenvolve um efeito
muitíssimo duradouro nas mentes desses leitores (FUNARI, 2005). Adotamos também a
linha de História Cultural proposta por Chartier (2004), onde há a preocupação com a
recepção dos conteúdos. Assim o projeto “Teatro Grego na Sala de Aula” busca novas
abordagens embasadas na historiografia e nas fontes (o teatro grego), e através de temas
atuais (religiosidade, mitologia) propõe aos alunos construir novas visões da
Antiguidade.
Palavras-chave: Antiguidade. História. Teatro.

A HISTÓRIA DA FILOSOFIA NATURALISTA GRECO-ANTIGA DE TALES A


ARISTÓTELES
Pedro Emmílio de Lima Marinho (IFPB – Ensino Médio)
Orientador: Prof. Ms. Emmanoel de Almeida Rufino

Resumo: A partir do século VI a. C os gregos começaram a investigar criteriosamente


temas como o cosmos e sua natureza, movimento racional que está na base do saber
66
científico ocidental. A respeito da natureza (phýsis), a filosofia naturalista obteve
grandes avanços dos pré-socráticos a Aristóteles. Buscando fundamentar o problema da
natureza em bases objetivas, através de suas observações da dinâmica espaço-temporal
do universo, essa tradição propôs teses sobre o princípio (arché) e as formas de
ordenamento e subsistência de tudo o que existe no mundo natural, das coisas animadas
e inanimadas. Diante disso, nosso estudo se propõe a apresentar a história desse
processo teórico, partindo daquele que foi considerado o primeiro pré-socrático (Tales
de Mileto) a Aristóteles, grande sistematizador da filosofia naturalista. A partir desse
procedimento, queremos pensar como esse processo filosófico dialoga com a realidade
sociocultural grega e, por sua vez, como influencia a configuração do ideário ocidental
de natureza e de ciência natural.
Palavras-chave: Aristóteles. Filosofia Naturalista. Grécia Antiga. Pré-Socráticos.

A DAMA DO PÉ DE CABRA E A UTILIZAÇÃO IDEOLÓGICA DOS MITOS


NO LIVRO DE LINHAGENS DO CONDE D. PEDRO DO SÉCULO XIV.
Polyana Muniz (UEMA/Brathair)

O fenômeno medieval dos Livros de Linhagens, também chamados de


nobiliários, deve ser analisado de forma particular, principalmente o exemplo português
que possui características próprias. Atuando a partir da percepção de que os fatos
históricos e o maravilhoso sobrenatural se mesclavam na criação de heróis e
personagens lendários, estes consolidaram o cenário de disputas políticas e familiares na
região ibérica da Baixa Idade Média. A Dama do Pé de Cabra, conto presente no Livro
de Linhagens do Conde D. Pedro, do século XIV, faz parte de um projeto ideológico
que procurava justificar e prolongar direitos e poderes da nobreza regional frente a
centralização régia. Nesse trabalho, discutiremos o papel da literatura genealógica e das
lendas maravilhosas como declarações de poder e pertencimento, e como estas
representavam os desejos da nobreza.
Palavras-chave: Ideologia. Nobreza. Mitos.

O ESTILO OLMECA: O SIMBOLISMO DA CRUZ NOS VASOS DE SAN


LORENZO (1350-850 A.C.), VERACRUZ, MÉXICO
Raimundo Carvalho Moura Filho (UEMA/CESI)

Resumo: A respeito do significado da Cruz, uma concepção universal parece ser


possível. Segundo Clark e Magus (2015), apesar dos diversos contextos histórico-
culturais em que este símbolo se manifesta, a indicação dos quatros pontos cardeais
(Norte, Sul, Leste e Oeste) parece unanime entre todos as civilidades. Nesta
comunicação objetivamos identificar as representações de cruzes na iconografia olmeca,
especificamente nas de San Lorenzo, baseando-nos, sobretudo, na historiografia que, de
alguma forma, aborda o tema. Além disso, expomos as possibilidades simbólicas da
Cruz no contexto Olmeca.

“OS HOMENS MORREM PORQUE ESQUECEM”: AS INFLUÊNCIAS DAS


ANTIGAS “ESCOLAS DOS MISTÉRIOS” À PSICOPATOLOGIA MÍTICA
Raisa Grasiele Rodrigues (Faculdade Maurício de Nassau)
67
Orientador: Prof. Ms. Emmanoel de Almeida Rufino

Resumo: “Os homens morrem porque esquecem”. Esse aforismo atribuído a Teócrito
reflete bem o ideário greco-antigo da saúde ética, associada à arte de voltar a viver com
plenitude, a partir do encontro de si com o sentido cósmico da existência. Esse ideal –
tão caro à paideia grega originária das antigas “Escolas dos mistérios” – sugere que os
seres humanos devem cultivar a verdade de si, resgatando o sentido de sua existência a
partir do autoconhecimento, como sugere o famoso oráculo délfico: “Conhece-te a ti
mesmo, depois aos outros, depois ao mundo e, quem sabe um dia, te tornarás um
ánthropos”. Diante disso, nosso estudo investiga a vasta sabedoria da paidéia mítica a
partir de uma perspectiva psicopatológica que segundo cremos, já está presente nos
mitos gregos, apesar de ganhar visibilidade com a psicanálise, que, com suas
especificidades metodológicas em relação à psicopatologia mítica – é entusiasta dessa
arte de recordar e dar voz ao si mesmo, procurando reconstituir a saúde ética do
paciente, muitas vezes doente por viver afastado do que o apaixona. Nossa abordagem
fundada na paidéia grega parte, pois, do princípio de que perecem os que esquecem o
sentido de seu destino cósmico, fomentando desarmonia entre o que são e o que fazem.
Palavras-chave: Escolas dos Mistérios. Psicopatologia Mítica. Saúde Ética.

OS QUATROS “REMÉDIOS” DE EPICURO PARA A SAÚDE DA ALMA


Raquel Alves Santos (IFPB – Ensino Médio)
Orientador: Prof. Ms. Emmanoel de Almeida Rufino

Resumo: A ética do filósofo grego Epicuro (341-271 a. C.) desponta no rol do


pensamento helenista como um farol de preceitos éticos para iluminar um contexto
sócio-político de muita tensão e instabilidade, diante das consequências do imperialismo
de Alexandre Magno. Em meio a isso e herdeiro de uma tradição filosófica que somente
há pouco havia despertado para temas como morte e felicidade, Epicuro apresenta em
suas obras uma profunda reflexão sobre o sentido ético da existência, tangendo esses
temas a ponto de nos suscitar a memória dos escritos hipocráticos sobre a saúde.
Epicuro mostrou que o verdadeiro caminho para a felicidade estava na prática da
ataraxia e da aponia, que ele sintetiza na proposição de preceitos filosóficos,
conhecidos como “quatro remédios”: primeiro, que são vãos os temores aos deuses;
segundo, que é tolice ter medo da morte, pois ela nada significa, já que quando estiver
presente, não poderemos vivenciá-la; terceiro, que o prazer usado da forma correta é
saudável a todos; e quarto, que o mal dura pouco e é suportável. Caminho para uma
vida feliz e plena, esses “remédios” indicam o caminho da sabedoria, que desde a
tradição mítico-filosófica era tomada como prisma da saúde.
Palavras-chave: Epicuro. Felicidade. Saúde da Alma.

A REPRESENTAÇÃO DO IMAGINÁRIO MEDIEVAL NAS OBRAS DE EPIC


FANTASY: O CASO DAS CRÔNICAS DE GELO E FOGO
Renan Cardoso Pinho da Silva (UFRJ)
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Monica Amim

Resumo: Atualmente temos uma extensa produção literária capaz de nos transportar de
nossa realidade, muitas vezes entediante, para mundos de épicas aventuras. O elemento
maravilhoso, uma vez absorvido pela literatura medieval e posteriormente presença
68
constante em diversas manifestações culturais, se faz também cada vez mais presente
em inúmeras produções contemporâneas. Assim, a produtiva mescla entre arte e fantasia
tem, paulatinamente, influenciado a nossa percepção da História, criando um imaginário
contemporâneo ocidental sobre a Idade Média, muitas vezes conflitante com os fatos
históricos do medievo. Neste trabalho, observamos como o maravilhoso se reflete para
nós através de um gênero literário em especial, a epic fantasy, e dessa forma podemos
estudar suas similaridades e suas diferenças para com a literatura medieval e os dados
históricos, recolhidos de obras de importantes historiadores, a fim de compreendermos
como é formado esse imaginário sobre o medievo, hoje largamente difundido. Sendo
um trabalho comparativo, a metodologia proposta aqui consiste em partir da
reapropriação de elementos medievais na série de romances de George R. R. Martin, As
Crônicas de Gelo e Fogo, e analisá-la tendo em vista parâmetros literários, estruturais,
estéticos e históricos. Com base nas análises feitas, os resultados obtidos estabelecem
um forte vínculo do imaginário popular sobre o medievo com o poder criativo das
utopias através da literatura.
Palavras-chave: Epic Fantasy. Maravilhoso. Reapropriação Imagética. Imaginário
Medieval.

CAVALEIROS E REIS SERTANEJOS: A ESTRANHA AVENTURA DE


SUASSUNA NO SERTÃO MEDIEVAL DA PEDRA DO REINO
Prof. Ms. Robson Victor da Silva Araújo (UFCG)

Resumo: Inúmeros aspectos medievais perpassam a obra de Ariano Suassuna aqui


analisada a partir de seu romance A Pedra do Reino. Eles decorrem em parte do projeto
estético do autor que é transpor para o ambiente culto a literatura popular do Nordeste.
Esta comunicação tem por objetivo realizar um diálogo entre cultura popular e estudos
medievais na obra citada apontando na recepção ibero-medieval o problema da cultura
oral e escrita e a construção de um “sertão medieval”, enquanto topos de reminiscências
ibéricas. Em consonância com suas fontes, o escritor adota um arquétipo de romance
vigente na cena europeia, sobretudo ibérica. Esta modalidade permite colocar elementos
da cultura popular como as bandeiras e brasões medievais na construção de uma
identidade nacional. A partir dessas ideias, percebemos o quanto que Ariano fabrica um
mundo simbólico com elementos medievais através da apropriação e recepção do
romanceiro popular, e considerando a Heráldica medieval como uma arte popular.
Nesse caso, Suassuna um leitor de textos populares ibéricos e medievais, menciona-os
pela voz de vários personagens na obra trabalhada.
Palavras–chave: Medievalidade. Recepção. História. Literatura.

AS BASES HISTÓRICO-MITÓLOGICAS DO DIREITO NA GRÉCIA ANTIGA


Rodolfo Mariano Figueirêdo de Lima (IFPB – Ensino Médio)
Orientador: Prof. Ms. Emmanoel de Almeida Rufino

Resumo: Partindo da premissa de que os primeiros indícios do surgimento do Direito


ocidental despontam com a mitologia grega, nosso estudo buscará investigar como a
Grécia foi gestando um conceito de justiça durante o trânsito dos séculos, da era arcaica
à era clássica, legando ao século V. a. C. as bases para a objetivação de um Direito na
pólis. Para a realização desses intentos, tomaremos como referência hermenêutica a
69
análise da literatura gestada nesse período, associando sua interpretação aos elementos
sócio-político-culturais marcantes nesse processo histórico. Sobre essa literatura,
assumiremos a leitura das obras “Teogonia” e “Os trabalhos e os dias”, de Hesíodo, e a
“Ilíada”, de Homero, de onde emergem reflexões fundacionais sobre a relação entre leis
e costumes, justiça humana e justiça divina. Com essa análise será possível entender o
imaginário jurídico da aristocrática sociedade guerreira dos basileus, marcante entre os
séculos VIII e V a. C. A partir disso, assumimos a leitura da trilogia trágica “Oresteia”,
de Ésquilo, que, encenada na clássica pólis ateniense, provoca a reflexão acerca dos
limites da justiça mítico-religiosa da era arcaica diante das demandas objetivas da
cidade, pressupondo a necessidade de sistematização de um Direito.
Palavras-chave: Direito. Grécia Antiga. Justiça. Mitologia.

A VIDA DE UMA SANTA: GÊNERO E REPRESENTAÇÕES NA BIOGRAFIA


VIDA DE MACRINA POR GREGÓRIO DE NISSA
Ruben Ryan Gomes de Oliveira (UECE)
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Silvia Márcia Alves Siqueira

Resumo: O presente trabalho tem por objetivo fazer uma análise das representações de
Macrina construídas por seu irmão, Gregório de Nissa, na obra biográfica Vida de
Macrina, escrita por volta de 380 ou 383. Macrina foi uma virgem da Capadócia que
viveu entre os anos de 325 e 379, filha de uma família pertencente à aristocracia
senatorial da região da Ásia Menor. O fato de pertencer a uma família de prestigio
financeiro e social possibilitou a jovem construir e dirigir dois retiros nas proximidades
de Anési, na região do Ponto, ao sul do mar Negro. Sendo um deles destinado
exclusivamente para mulheres que desejavam uma vida dedicada à espiritualidade,
assim como ela. Nosso trabalho procura compreender o contexto e a compreensão,
naquela época, da escolha de uma vida ascética retirada do mundo comum, sobretudo
porque a fonte principal escrita por um dos maiores pensadores cristãos do IV século,
evidenciando relações de poder, laços familiares e o lugar da mulher no Cristianismo
dessa época.
Palavras-chave: Representação. Relações de Gênero. Macrina. Ascetismo.

DE FERRO OU DE MADEIRA? O IMAGINÁRIO DO BASTÃO NA


SOCIEDADE PAGÃ DA ESCANDINÁVIA MEDIEVAL
Sara Carvalho Divino (UFMA)
Resumo: Neste trabalho será abordado o imaginário religioso construído sobre o bastão
na Escandinávia Medieval antes da Cristianização. O bastão configura um elemento
muito importante dentro do contexto ritualístico da magia na religiosidade pagã
escandinava. A importância do bastão está ligada não apenas a sua função na
performance, mas também ao seu material constituído. Se o bastão for de ferro ou de
madeira, não o faz menos importante dentro da performance, mas sim agrega elementos
de valores sagrados no ritual. O material em que o bastão é feito também apresenta uma
especialização na sua manufatura, e assim, abre-se um precedente importante para
identificar quem é o artesão e qual sua função dentro do contexto ritualístico da magia
nórdica. Para análise desta pesquisa utilizaremos os conceitos de imaginários de Hilário
Franco Junior, Maria Eunice Maciel, Bronislaw Backzo e Jacques Le Goff.
Palavras-chave: Bastão. Magia Nórdica. Escandinávia Medieval.
70
UM OLHAR SOBRE A VÖLVA: O REFLEXO DA PRÁTICA DE SEIDR NA
CONSTRUÇÃO DA FEITICEIRA NÓRDICA
Sara Carvalho Divino (UFMA)
Orientador: Prof. Dr. Johnni Langer
Resumo: As mulheres versadas em magia tinham um potencial especial na sociedade.
A prática do Seiðr está diretamente ligada à mística feminina, embora isso não extinga a
prática masculina com relação ao Seiðr. As mulheres que praticavam o Seiðr eram
denominadas de diversas formas como völur, seiðkonur e vísendakona, e o homem
praticante era chamado de seiðmenn. Essa prática de feitiçaria está ligada, em maior
proximidade, com Freyja, que em diversos momentos e contextos literários tem essa
prática denominada a si. O ritual que acompanha o Seiðr é observado na comunidade
viking como uma ferramenta de ver o destino e situações que surgirão no futuro, como
também está ligada a prática de cânticos e “orações” tanto para o bem como para o mal,
de forma que também podia ser utilizada como uma orientação diária de sua prática
xamânica. O contexto xamânico que abrange essa prática de feitiçaria nórdica pode ser
encontrada nas sagas, em outras fontes literárias e até mesmo em achados
arqueológicos.

HERANÇA E DOTE NA TRANSMISSÃO DO PATRIMÔNIO FAMILIAR


BABILÔNICO
Sebastião Gomes de Sales Junior (UEMA/CESI)
Resumo: No domínio da Assiriologia, debates teóricos à cerca das apropriações
familiares e das relações de poder explicitas nas práticas matrimoniais é complexo por
parte dos especialistas. A partir de estudos publicados por G. Gossens (1952) e
sobretudo em M. Van De Mieroop (1999), a noção de fonte para as pesquisas na
Mesopotâmia foi ampliada, deixou de limitar-se a cartas oficiais e texto literários, e
passou a integrar arquivos familiares a novas formas de assimilação do conhecimento.
Em Larsa (século XIX a XVIII a.C.), durante o período babilônico, o Código de
Hammu-rabi possuía disposições legislativas sobre dote e herança que colocavam a
mulher como o vetor da sucessão dos bens familiares, além de em seu texto, à primeira
vista, simular distinções entre estes dois elementos de mesma natureza.
Palavras-chave: Herança. Dote. Larsa. Babilônia.

DOS OBJETOS SIMBÓLICOS DAS GLÓRIAS CELESTIAIS


NO PARAÍSO DO ALÉM MEDIEVAL.

Solange Pereira Oliveira (Doutoranda PPGH/UFF- CAPES).

A presente comunicação tem como principal objetivo identificar os objetos simbólicos


que compõem a paisagem de felicidade do espaço do Paraíso no Além medieval no
manuscrito de versão portuguesa Visão de Túndalo (cód. 244). Nessa obra o cenário dos
lugares das almas eleitas, formado pelos três Muros Celestiais (Muro de Prata, Ouro e
de Pedras Preciosas), é constituído de elementos materiais cristãos, refletindo as

71
maravilhas e graças dos justos que desfrutam das recompensas divinas. Desse modo, a
materialidade sagrada evocada no manuscrito adquire grande importância nas
descrições dos méritos que as almas que se dedicaram às obras cristãs recebem no
Paraíso Celestial.
Palavras-Chave: Paraíso. Glórias celestiais. Objetos Sagrados. Visão de Túndalo

ENTRE O MEDO E A REPRESSÃO: O ARQUÉTIPO FEMININO E SUA


RELAÇÃO COM A CAÇA ÀS FEITICEIRAS
Talita da Costa Plum (UFMA)
Orientador: Prof. Dr. Marcus Baccega

Resumo: O Tribunal do Santo Ofício, nascido durante os séculos XII e XIII (instituído
oficialmente pelo Papa Gregório IX em 1229), compõe sua trajetória desde a Idade
Média Central até meados do século XIX. Sua atuação se torna mais acirrada durante os
séculos XIV-XVI, quando a perseguição contra os considerados inimigos da Igreja,
denominados hereges, é posta como prioridade, e as medidas tomadas tornam-se
bastante rigorosas. O presente trabalho tem como objetivo analisar uma das maiores
perseguições cometidas pela Inquisição: a caça às feiticeiras. Diante da tamanha
problematização que tal tema acarreta, busca-se focar na questão do discurso contra o
sexo feminino, mais especificamente contra a “natureza” de sua sexualidade, dando
destaque para a demasiada importância deste mesmo discurso, de forma que essa
perseguição alcançasse patamares tão avassaladores. Além disso, serão mostradas as
visões concebidas sobre o uso de magia em diferenciadas épocas dentro do medievo,
concomitantemente, os eventos que incentivaram esse medo coletivo perante as ditas
feiticeiras, e de que maneira esse sentimento teve grande parcela de responsabilidade no
vasto número de mulheres incendiadas pela fogueira.
Palavras-chave: Feitiçaria; Mulher. Inquisição. Medo.

O CONTEXTO DAS PERSEGUIÇÕES AOS CRISTÃOS NA APOLOGIA DE


TERTULIANO
Talita Rosa Mistica Soares de Oliveira (PPGH – UFCG)
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Marinalva Vilar de Lima

Resumo: Analisamos as narrativas de Tertuliano, escritor cristão do século II, acerca


das perseguições a que foram submetidos os ditos cristãos, durante o processo de
consolidação da religião cristã em Cartago, região onde os cristãos sofreram forte
repressão por não se adequarem as práticas culturais romanas. Através de sua obra
Apologia (197), problematizamos os embates e conflitos entre os valores tradicionais e a
nova religião, observando como Tertuliano buscou separar os cristãos do mundo
romano, criando para este grupo, uma série de regras e valores culturais, completamente
distantes dos princípios defendidos pelas elites tradicionais romanas. Desse modo,
analisaremos como esse contexto de perseguições aos cristãos foi utilizado por
Tertuliano com o objetivo de conferir uma unidade grupal para a comunidade cristã
emergente, através da elaboração de símbolos, caracterizados em práticas e
representações, para serem incorporados ao comportamento dos cristãos, distinguindo-
os na sociedade romana.
Palavras-chave: Tertuliano. Perseguições. Cristianismo Primitivo. Identidade.

72
O ESPAÇO MARINHO E A CONSTRUÇÃO SOCIAL DE UM LUGAR:
ANÁLISE DA CERÂMICA ÁTICA DE FIGURAS VERMELHAS NA ATENAS
CLÁSSICA
Talysson Benilson Gonçalves Bastos (BIC/FAPEMA/UEMA/Mnemosyne)
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Ana Livia Bomfim Vieira

Resumo: Pretendemos, através deste estudo, a problematização do espaço marinho


enquanto um ambiente que contribuiu para a construção de um imaginário social que se
refletia tanto na cerâmica Ática quanto nos textos antigos. Para tal, fizemos um estudo
sobre o contexto no qual o mar inseria-se e mesclava-se, metaforicamente, com o corpo
cívico ateniense tal como suas representações e significações, principalmente com as
produções da iconografia grega, os discursos criados para se manter um afastamento
deste meio que representaria o outro, o diferente referente ao espaço terrestre. Para
Platão, o mar seria um lugar infrutífero no qual não se poderia plantar muito menos
colher nada. Nesse contexto temos a figura do pescador que era visto com um olhar de
desconfiança justamente por esse contato constante com o mar.
Palavras-chave: Mar. Imaginário Social. Cerâmica. Iconografia.

AS MUSAS DA MITOLOGIA GREGA E A INVENÇÃO DA MEMÓRIA


NARRATIVA
Tayane Cristina de Souza Hipólito (IFPB – Ensino Médio)
Orientador: Prof. Ms. Emmanoel de Almeida Rufino

Resumo: Nosso trabalho objetiva analisar como as Musas figuram na mitologia grega,
especialmente como personagens que inspiram a poesia greco-arcaica, tal como vemos,
por exemplo, no início das epopeias “Ilíada” e “Odisseia”, de Homero, e “Teogonia”, de
Hesíodo, demarcando uma peculiaridade narrativa que transporá a Grécia, influenciando
desde a literatura romana de um Virgílio (com sua épica “Eneida”) aos escritos
camonianos da obra “Lusíadas”. Para nossa análise, assumimos a “Teogonia” como
referencial para compreendermos quem são as nove musas descritas por Hesíodo e as
suas funções dentro do imaginário cosmogônico descrito pelo poeta. Tendo em vista
que as Musas são filhas de Zeus com Memória (Mnemosine), buscaremos entender a
função delas como guardiãs da memória narrativa, tendo em vista que são inspiradoras
da sapiência cósmica e das artes, como, por exemplo, o canto poético (Teogonia, vv. 22-
32), canal ordinário de transmissão das mensagens míticas, que, por sua vez, conferiam
legitimidade ao ethos civilizatório da sociedade greco-arcaica. Não por acaso o nome
dos templos a elas dedicados é Museion (ou Museu), a saber, local onde se preserva o
saber das Musas.
Palavras-chave: Memória Narrativa. Mitologia Grega. Musas.

A CARTA DE BERNARDO DE CLARAVAL PARA SEU SOBRINHO


ROBERTO QUE HAVIA MUDADO DE ORDEM MONÁSTICA: O QUE
REALMANTE A CARTA QUERIA DIZER
Telma Maciel Cunha Muniz (UEMA)

Resumo: Este artigo tem como principal objetivo, mostrar que a leitura mais atenta de
uma carta escrita por um tio extremamente religioso para seu sobrinho afeto às
facilidades terrenas, pode ir além de sentimentos familiares e individuais expressos ali.
73
Implicitamente pode-se perceber os conflitos políticos entre as ordens religiosas; entre
os costumes e as condutas religiosas das referidas ordens monásticas e o conflito
familiar entre o autor e o destinatário. Através de uma análise mais demorada, se pode
definir a própria personalidade dos mesmos. A carta é importante não só pelo seu valor
sentimental, mas pela própria interação familiar, religiosa e política em sua elaboração,
mostrando-nos o valor da informação dada e captada no documento.
Palavras-chave: Carta. Bernardo de Claraval. Mosteiro de Cluny.

ARRANCARAM-ME DE MIM: A VIOLÊNCIA EM HÉCUBA DE EURÍPIDES


Valtyana Kelly da Silva (UFCG)
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Marinalva Vilar de Lima

Resumo: Vê a sua cidade em chamas; todos os homens aniquilados; restando apenas as


mulheres e os sentimentos de dor e perda; inalar o cheiro da morte e violência presentes
no lugar que reinava; fazem parte dos cenários vivenciados por Hécuba, rainha de Troia,
na tragédia que recebe seu nome. Haja vista esse panorama esboçado sobre as condições
das frígias com o declínio da cidade, questiono se os heróis gregos realmente seriam
exemplo de arete a ser seguido? Adentrando no contexto histórico no qual Eurípides
estava inserido, podemos nos interrogar: constituiriam os atenienses um padrão de
democracia, em plena Guerra do Peloponeso? Destarte, este artigo tem como objetivo
problematizar o rompimento do dramaturgo com o apolíneo, até então vigente nas obras
homéricas. Além de sua característica inquiridora dos sentimentos mais íntimos
existentes nos indivíduos. Eurípides, influenciado pelos sofistas, põe em cena o embate
entre o racionalismo e o subjetivo, dando espaço para a representação da violência, em
suas diversas instâncias, no palco.
Palavras-chave: Tragédia. Violência. Heróis. Mulheres.

A QUEDA, O SUPLÍCIO E O PERDÃO DA ORDEM DO TEMPLO


Wekslley Santos Machado (UEMA/CESI/NEMHAM)
Orientador: Prof. Ms. Fabrício Nascimento Moura

Resumo: A presente comunicação tem como objetivo tecer uma breve análise
historiográfica acerca do julgamento da chamada Ordem do Templo, ou genericamente
da ordem dos Cavaleiros Templários, por volta do século XIV. Assim, pretendemos
destacar quais argumentos e acusações foram expedidas contra tal Ordem e como
ocorreu este processo que culminou no seu julgamento e posterior sentença. Em outro
aspecto pode-se afirmar que, embora tenham sido acusados de hereges, culpados e
consequentemente punidos pela Inquisição com a morte na fogueira, o Pergaminho de
Chinon, encontrado nos arquivos secretos da Igreja no Vaticano, comprova que de fato
os Templários foram absolvidos de todas as acusações contra si inferidas. Em suma,
neste trabalho pretendemos apontar as perspectivas distintas de alguns historiadores
comparando-as a fim de evidenciar como a historiografia tem abordado o tema da
ordem dos cavaleiros templários.
74
Palavras-chave: Templários. Inquisição. Pergaminho de Chinon. Heresia.

GOD OF WAR: UMA ANÁLISE DE IMAGENS DO ROCK DE TEMÁTICA


NÓRDICA
Wesley Santos Avelar (UFMA)
Orientador: Prof. Dr. Johnni Langer

Resumo: Este estudo tem a perspectiva de evidenciar o grau de convergência entre as


imagens produzidas para ilustrar e contextualizar a temática dos álbuns Gods of War e
Odin, que fazem referência ao deus supremo da Mitologia Nórdica, Odin. De modo a
desconstruir a ideia da música e todo o conjunto que perfaz um álbum produzido pelos
compositores, desenhistas e até a própria interpretação da banda em palco, seja inserida
em um contexto apenas ficcional com liberdade de tratamento sobre os temas escolhidos
por estes. Sendo que muitos compositores tem uma considerável pesquisa acerca do
tema trabalhado em suas letras. Deste modo, evidencia-se a importância da análise
dessas representações como forma de historicizar a música e fazê-la se tornar uma
ferramenta para compreensão da temática abordada. Como metodologia, empregamos
os estudos de representação e apropriação histórica de Roger Chartier, e reflexões
historiográficas sobre fontes audiovisuais.
Palavras-chave: Representações. Deus Odin. Mitologia Nórdica. Power Metal.

A PAIDEIA GREGA NA CONFIGURAÇÃO DO ETHOS CRISTÃO DAS


PRIMEIRAS COMUNIDADES À PATRÍSTICA
Wéverton Galdino Correia (IFPB – Ensino Médio)
Orientador: Prof. Ms. Emmanoel de Almeida Rufino

Resumo: Uma forte influência foi exercida pela cultura e educação greco-antiga à
religião cristã, marcando fortemente o que a Igreja veio a ser a partir de então. Para
entendermos o ethos do cristianismo é de crucial compreendermos o contexto em que os
cristãos primitivos estavam inseridos e como a cultura da época influenciou diretamente
a tradição e o modus vivendi da Igreja, o que se nota ainda hoje. Desde o início do
cristianismo, podemos notar as marcas da paideia grega em figuras importantes da
Igreja primitiva, como Paulo de Tarso e Lucas, o evangelista. Esses apóstolos eram
provavelmente judeus helenistas, convertidos à "seita" dos Nazarenos, o que justifica a
famosa diatribe de Paulo no Areópago, como também o estilo helenista da escrita de
Lucas, marcante em seu Evangelho e no livro “Atos dos apóstolos”. Depois da tradição
primitivas da Igreja, advém os "Padres da Igreja", que se utilizaram da paidéia grega
para instruir os cristãos. Dentre eles se destacam: Clemente Romano, Orígenes de
Alexandria e Gregório de Nissa, fundamentais na propagação do kérygma cristão
através de recursos do mundo clássico de suas épocas. Para tal estudo, investigamos
trabalhos de Werner Jaeger, John Foxe, Michael Haykin e Frankilin Ferreira.
Palavras-chave: Cristãos. Ethos. Paideia Grega. Patrística.

QUESTÕES ACERCA DA (DES)POLITIZAÇÃO DE PAULO NO 2º


TESTAMENTO BÍBLICO
William Braga Nascimento (UEMA/Mnemosyne)
Orientadora: Prof. Dr.ª Ana Livia Bomfim Vieira
75
Resumo: Esta comunicação pretende suscitar debates sobre a leitura praticada sobre
Paulo - um importante agente do movimento cristão primitivo. Para isso, pretende-se
analisar o contexto histórico que interagiu com o programa político-religioso Paulino no
Mediterrâneo antigo e estabelecer mediações culturais sobre os textos paulinos
encontrados no 2º Testamento Bíblico – comumente denominado de Novo Testamento -
que fazem referência às estruturas imperiais de seu tempo, visando enxergar para além
de um viés teológico responsável por um Paulo apolítico, situações que mostrem um
perfil diferente das leituras tradicionais associadas ao mesmo.
Palavras-chave: Paulo. Política. Roma. Cristianismo.

RESUMO MESAS REDONDAS

76
MESAS REDONDAS
DATA: 14/10/2015
HORÁRIO: 16:15h às 18:00h.

MESA 1. REI, IGREJA E PODER NA IDADE MÉDIA


Local: Sala 1 - Prédio de História
Coordenação: Prof. Dr. Edmar Checon de Freitas (UFF)

Um mosteiro rebelado: as várias faces da revolta das monjas de Poitiers no século


VI.
Prof. Dr. Edmar Checon de Freitas (UFF)

No fim do verão do ano 589, cerca de quarenta monjas fugiram do mosteiro da Santa
Cruz, em Poitiers, dando início a uma longa e complexa rebelião. Nos meses que se
seguiram o conflito passou da insubordinação ao confronto armado. Na verdade
explodiram nesse momento diversas tensões acumuladas há anos, envolvendo as
relações entre bispos, monjas e o poder régio. Considerando esse quadro, o estudo de tal
episódio apresenta-se como ocasião especial para penetrar no emaranhado das redes de
relações de poder na Gália merovíngia, lançando-se alguma luz sobre os atores
individuais e coletivos que delas participavam.
Palavras- Chave: Gália merovíngia - Vida monástica - Igreja e relações de poder

L’enluminure de l’Adoration des Mages dans le livre d’Heures d’Étienne


Chevalier: image de la succession dynastique en France à la fin de la guerre de
Cent Ans
Prof. Doutoranda Doina Elena Craciun (École des Hautes Études en Sciences
Sociales/GAHOM)

L’enluminure choisie pour mettre en image l’Évangile de Mathieu dans le Livre


d’Heures d’Étienne Chevalier (enluminé entre 1452 et 1460) présente au premier plan
77
une Adoration des Mages, séparée par une rangée de soldats de la scène qui se déroule
en arrière-plan, un siège. Cette image est particulièrement connue pour le fait que sous
les traits du Mage agenouillé Jean Fouquet peint le roi de France, Charles VII (1422-
1461). L’identification des deux autres figures avec ses deux fils, Louis et Charles,
formulée dans les années ’70, est plus récemment contestée. Quant à la scène de guerre,
elle est considérée généralement comme une mise en image d’une des batailles pour la
Normandie, qui met fin à la guerre de Cent Ans. La question du genre était l’un des
éléments déclencheurs de ce conflit. Aucun des rois Louis X (1314-1316), Philippe V
(1316-1322) ou Charles IV (1322-1328), n’ayant d’enfants mâles, le roi anglais
Édouard III peut exprimer ses prétentions au trône français, car il est le fils d’Isabelle de
France, fille de Philippe le Bel. Certes, ce n’est alors que la raison officielle pour
déclencher une guerre dont les facteurs sont beaucoup plus complexes. Tenant compte
de ce contexte qui donne lieu à la guerre de Cent Ans et des questions de genre qui le
sous-tend, cette communication se propose d’analyser l’enluminure de Jean Fouquet,
produite peu après la fin de la guerre, qui nous semble contenir ces mêmes questions,
plus de cent ans après leur manifestation au début du conflit. Tout d’abord, la
chromatique utilisée pour les figures de la scène de l’Adoration des Mages est un
indicateur pour identifier les personnages comme étant des figues visiblement associés
au roi Charles VII. Le fait est manifeste notamment chez les soldats qui portent la
couleur de livrée de ce roi, le rouge-blanc-vert. Si ce détail a été déjà remarqué par les
chercheurs, nous allons pousser ce raisonnement plus loin, pour montrer comment les
mêmes procédés ont été utilisés pour les deux autres Mages. Cela nous amène à
apporter des arguments supplémentaires pour soutenir l’hypothèse selon laquelle sous
les traits du Mages d’âge mûr et du Mage jeune sont peints les deux fils du roi. La
manière de représenter ces figures, avec un troisième Mage à peine visible derrière le
deuxième – choix très inhabituel pour les images de l’Adoration des Mages à cette
époque – prend tout son sens avec ces identifications des personnages historiques.
L’importance différente accordée aux deux Mages plus jeunes, semble dériver de leur
poids inégal pour la succession sur le trône de France. Le deuxième Mage est la
représentation du Dauphin, l’héritier du trône, alors que le troisième personnage, son
frère cadet, a une importance moindre, mais pas négligeable. En effet, Charles peut
assurer la persistance de la dynastie, dans le cas où Louis ne peut pas accéder au trône.
Cette mise en image de Charles VII avec ses deux descendants retrouve toute son
importance dans le contexte du conflit illustré dans l’arrière-plan. Si la guerre de Cent
Ans (qui inspire la scène de siège) a été favorisée par la faille dans la descendance en
ligne masculine, l’Adoration des Mages apparaît comme un garant de la paix, car la
succession sur le trône est visiblement assurée par l’un des deux fils du roi. Ainsi, la
position française concernant la succession dynastique exprimée au début du conflit est
réaffirmée dans cette enluminure plus de cent ans plus tard. L’utilisation des trois
figures des Mages, figures masculines par excellence, est ici remarquable.

O simbolismo do sangue nas relações cristãs judaicas (sec. XII a XV). De mártires
a pecadores: os judeus no período das Cruzadas
Prof. Dr. Sérgio Feldman (UFES/PPGHIS)

Este trabalho tem como objetivo refletir sobre a construção do estereótipo medieval do
judeu, no assim denominado Ocidente medieval, nos séculos XI até o XIII. A
problemática central é como numa sociedade medieval os mitos e as representações
circulam, ora da cultura clerical no sentido da cultura popular, ora no sentido oposto. O
78
período das Cruzadas traz em seu bojo uma alteração radical na percepção dos judeus.
A atitude judaica de resistência gera o sacrifício em “santificação do Nome divino” que
propicia a morte de muitos judeus, que sacrificam suas famílias e depois se autoimolam.
Esta atitude direciona a percepção cristã para uma conspiração judaica que se consolida,
geralmente na cultura popular, mas ascendendo, por vezes, até a cultura clerical erudita
envidando a construção de diversos estereótipos tais como: crime ritual, a profanação
das hóstias e a efeminação dos judeus que são descritos, “sangrando” em função de seus
pecados, em especial por causa do deicídio. As fontes são fundamentalmente clericais.
Este trabalho é parte de uma pesquisa de Pós Doutorado realizado no EHESS Paris com
patrocínio de bolsa da CAPES.
Palavras chave: Judeus; Sangue; Crime ritual; Menstruação; Mitos medievais.

MESA 2. SABERES E PODERES NA BAIXA IDADE MÉDIA


Local: Sala 2 - Prédio de História
Coordenação: Prof. Dr. Carlile Lanzieri Júnior - UFMT/Vivarium

Sobre homens e animais: tradição, harmonia e escrita no Metalogicon de João de


Salisbury
Prof. Dr. Carlile Lanzieri Júnior - UFMT/Vivarium

Discípulo da lavra de Guilherme de Conches (1090-c.1154) e Pedro Abelardo (1079-


1142), um dos filhos diletos da sabedoria disseminada nas escolas das catedrais urbanas
do reino da França medieval e arauto dos métodos educacionais de Bernardo de
Chartres (†c.1130), João de Salisbury foi um dos ícones do conhecimento letrado
produzido e transmitido ao longo da primeira metade do século XII. Atento à tradição
filosófica dos sábios da cultura greco-romana e do cristianismo, João entendia a
importância da capacidade humana de compreender e se expressar com profundidade e
correção. Em sua acepção, tais virtudes constituíam os esteios da boa organização
social, de uma existência civilizada. Para que tudo isso fosse possível, ele confiava em
um convívio social harmonioso forjado pelas ligas compostas pela tradição e palavras
eloquentes, fossem estas escritas ou faladas. Ademais, para João, ninguém existia só,
como qualquer ser humano, era parte de um organismo vivo e precisava das outras
partes para a manutenção deste. O mesmo se dava com os conhecimentos: estes eram
compostos por fragmentos de múltiplas origens que se conectavam em benefício de algo
maior e melhor. Assim, à luz dos ensinamentos deixados por João de Salisbury, nosso
intento é compreender o sentido da tradição na pedagogia medieval e nos escritos dela
decorrentes.

A diplomacia e os saberes medievais


Prof. Doutorando Douglas Mota Xavier de Lima - UFOPA/Scriptorium

Tendo como base a pesquisa acerca da diplomacia no reinado de D. Afonso V (1448-


1481) que temos desenvolvido nos últimos anos, a proposta desta comunicação será
discutir os diferentes saberes presentes na diplomacia. Para efetuar esse estudo
concentraremos nossa análise no perfil dos embaixadores afonsinos, analisando os tipos
de saber que atravessam o grupo em questão. Em linhas gerais, a historiografia tem
reforçado a centralidade da formação jurídica universitária como elemento que
79
gradativamente tornou-se definidor na escolha dos enviados diplomáticos tardo-
medievais. Todavia, a identificação da trajetória e a inserção social dos embaixadores
afonsinos oferece novos elementos de investigação.

A relação político-administrativa do monarca D. Afonso III com a Igreja


Prof. Dr. Flávio Ferreira Paes Filho – UFMT

Temos como objetivo, nesta comunicação, demonstrar como o rei português da 1ª


dinastia, D. Afonso III procurou, ampliar e fortalecer o poder régio e disciplinar e
submeter os principais Ordines do reino ao seu controle, mediante a acordos e a uma
legislação outorgada com esses propósitos. Assim, a temática que se presenta, pretende
dar uma visão geral de determinados conflitos políticos-administrativos que se envolveu
D. Afonso III (1248-1279) com a Igreja lusa. Com efeito, desde o momento em que
assumiu o poder D. Afonso III, se comprometeu em respeitar os acordos feitos com a
Igreja, todavia, não conseguiu fazê-lo. Dessa forma, nos deixou uma visão da
inexistência de harmonia entre os poderes da época. Entretanto, esta visão nem sempre
fora verdadeira.

MESA 3: RELIGIÃO E CONFLITO NA ANTIGUIDADE TARDIA


Local: Sala 3 - Prédio de História
Coordenação: Profa. Dra. Raquel de Fátima Parmegiani (UFAL)

Profa. Dra. Raquel de Fátima Parmegiani (UFAL)


Profa. Dra. Érica C. Morais da Silva (UFES)
Profa. Dra. Helena Amália Papa (LEIR-UNESP/Franca)

Na Antiguidade Tardia, uma elite eclesiástica atuou significativamente em vários


âmbitos da realidade social disputando espaços de poder importantes nas cidades
romanas orientais e ocidentais. E, por conseguinte, essa elite se envolveu em querelas
religiosas e conflitos sociais e políticos que contribuíram tanto para a definição de uma
identidade cristã bem como para o desenvolvimento e estabelecimento do cristianismo
na tardo-antiguidade. A presente mesa redonda é constituída de três apresentações que
buscam refletir sobre os conflitos sociais que envolviam importantes personagens da
elite eclesiástica grega e latina do século IV d.C.: São Jerônimo, Gregório de Nissa e
Potâmio de Lisboa que, por meio de suas obras, nos legam visões particulares de mundo
e desse modo se envolvem em conflitos sociais e políticos.
Palavras-chave: Antiguidade Tardia, Cristianismos, conflitos políticos.

MESA 4. HISTÓRIA, LITERATURA E NARRATIVA CAVALEIRESCA


Local: Auditório do Prédio da Arquitetura
Coordenação: Prof. Dr. Geraldo Augusto Fernandes (UFC/ABREM)

O SIMBOLISMO DO CAVALEIRO MEDIEVAL NA LITERATURA


PORTUGUESA ROMÂNTICA
80
Prof. Dra. Ana Márcia Siqueira (UFC)

A imagem do cavaleiro medieval, herói invencível e paladino do amor, é uma das mais
caras à literatura portuguesa desde sua formação. A partir desse pressuposto, este estudo
objetiva discutir como essa figura altamente simbólica, trabalhada por diferentes autores
ao longo da história literária portuguesa, funciona como um paradigma da identidade
nacional intimamente ligada às temáticas guerreira e amorosa no período romântico.
Assim, de Galaaz e Amadis de Gaula, buscamos chegar ao cavaleiro negro, de
Alexandre Herculano, para discutir a condensação dos diferentes aspectos deste
simbolismo presentes no protagonista do romance Eurico, o presbítero e suas possíveis
relações com a afirmação nacionalista empreendida pelo movimento romântico.
Palavras chave: cavalaria; heroísmo; amor; identidade nacional

O CONDE JANO, DE MÁRIO DE CARVALHO: o medievo sob o lema da


aleivosia e da morte
Prof. Dra. Márcia Manir M. Feitosa (UFMA)

Inspirado no Romanceiro popular, de Garrett, a novela O Conde Jano, do escritor


português Mário de Carvalho, foi publicada, juntamente com Quatrocentos mil
sestércios, em 1991, quando ganhou o Grande Prêmio de Conto Camilo Castelo Branco.
Caracteriza-se pelo ambiente palaciano de cor medieval, a somar o vocabulário e a
sintaxe, bem como o discurso das personagens e a recorrência a motivos exóticos e
raros. Denominado pelo autor de O Conde Jano, dentre tantos outros nomes possíveis, a
novela em tela apresenta como tema principal o cumprimento de uma promessa à custa
da morte de outrem. A infanta que exige a morte da condessa para assim desposar o
conde/cavaleiro prometido. Outro recurso medieval é a inclusão da bacia de ouro que irá
receber a cabeça da esposa de Jano. Qual Inês de Castro a D. Afonso IV, de nada
adianta o pedido de clemência da condessa diante do veredito, visto a certeza da morte
dos filhos face o não-cumprimento da exigência da infanta. O objetivo, portanto, desse
trabalho é tratar da presença da morte e da violência no contexto do medievo,
circunstanciada pelo lema cavaleiresco de obediência à promessa dada.
Palavras-chave: morte; medievo; cavaleiro

Um Mundo em Desconcerto no Cancioneiro Geral – Os “Arrenegos” de Gregório


Afonso
Prof. Dr. Geraldo Augusto Fernandes (UFC)

O Cancioneiro Geral de Garcia de Resende, de 1516, reúne 880 poemas que retratam o
dealbar da Idade Média em Portugal, mas que também são prenúncios das novas
estéticas que nascerão a partir do Humanismo. A época do Cancioneiro Geral é
marcada pelos Descobrimentos, fato que traz a Portugal riquezas, mas também um certo
sentimento de desconcerto do mundo, já que as relações sociais serão abaladas pela
ânsia em enriquecer em detrimento dos valores morais. Gregório Afonso, um dos poetas
do cancioneiro produz uma trova sobre os arrenegos e renegos que sente em relação a
essa mudança em seu país e marca, nessas trovas, a degradação da sociedade e os
conflitos gerados pelas Conquistas.
Palavras-Chave: Cancioneiro Geral, Desconcerto do Mundo, Descobrimentos

81
História, Literatura e sensibilidades.
Prof. Dra. Régia Agostinho (UFMA)

A relação entre História e Literatura tem se mostrado nas últimas décadas campo de um
profícuo e frutífero debate na historiografia. Tomar a literatura como testemunho
histórico, passível de ajudar ao historiador compreender o passado e por outro lado
pensar o próprio ofício historiográfico no sentido daquilo que ele tem de narrativo e
inventivo. Não se pode negar hoje, depois das colocações de Hayden White em seu
Meta-história, o caráter narrativo do texto historiográfico e o uso da imaginação por
parte do historiador. No entanto, afirmar isso não seria negar o caráter de um “estudo
cientificamente conduzido” nos dizeres de Lucien Febvre, mas que não deve negar a si
mesmo o “seu quinhão de poesia” ( Marc Bloch). Nosso intuito é colocar em discussão
e diálogo, a literatura como fonte e objeto do historiador e que também pode nos ajudar
a compreender que aquilo que os homens e mulheres sonharam também é aquilo que
eles eram. Por isso cuidaremos também de uma história das sensibilidades, onde os
sentimentos possam ser historicizados e colocados na perspectiva de que as diversas
sensibilidades humanas, seus anseios, projetos e sonhos também constituem campo de
interesse dos historiadores.
Palavras- chave: História, Literatura, sensibilidades.

MESA 5. RELAÇÕES DE GENÊRO E VIOLÊNCIA NA ANTIGUIDADE


LOCAL: Auditório Prédio de História
Coordenação: Prof. Dra. Ana Livia Bomfim Vieira (UEMA)

ANTIGUIDADE, VIOLÊNCIA E ENSINO DE HISTÓRIA


Prof.ª. Dr.ª. Ana Livia Bomfim Vieira (UEMA)

Neste trabalho objetivamos discutir as relações entre os saberes da antiguidade e o que


eles podem nos ajudar a pensar questões sobre a violência no mundo de hoje. Dentro
desta perspectiva, também refletiremos sobre o papel da História enquanto disciplina, e
a sua importância na formação de cidadãos plenos.
Palavras-chave: Antiguidade. Violência. Saberes.

GORGO E ARTEMISA: DITOS E FEITOS DAS MULHERES GREGAS NA


GUERRA CONTRA OS PERSAS
Prof. Dr. José Renato de Araújo Sousa (UFPI)

Da Grécia Antiga, palco de inúmeras guerras, desde a fundação da Hélade, passando por
seu apogeu até o seu declínio, quando foi subjugada por outros impérios, a
historiografia e outras fontes escritas como a filosofia e a literatura, tem nos revelado
um universo de feitos masculinos. Mesmo no período que vai do século V ao século IV
a.c, onde a Grécia passou por várias transformações culturais, desenvolvendo atividades
como a política, a arte, as ciências, a retórica e a filosofia, a participação e a
contribuição das mulheres nessas atividades ficaram quase relegadas ao esquecimento.
Uma revisitação e leitura de autores e obras menos conhecidos dessa tradição,
possibilitar-nos-á a conhecer e compreender melhor as contribuições das mulheres nos
grandes feitos humanos da história antiga. Para esse intento nos limitaremos aqui ao
estudo, ainda que breve, de duas figuras femininas que recentemente ganharam
82
notoriedade entre nós através de suas representações no cinema: a rainha Gorgo de
Esparta e a rainha Artemisa de Halicarnasso, aliada de Xerxes, rei dos Persas, na guerra
contra os gregos. Os autores antigos consultados foram Heródoto, Plutarco e Pausânias.
Palavras-chave: Gorgo. Artemisa. Mulheres Gregas. Guerra.

Sacrifício Humano em Cartago: realidade ou excentricidade antropológica?


Prof. Ms. Fabrício Nascimento de Moura (UEMA-CESI)

Durante muito tempo a prática do sacrifício humano foi considerada pelos especialistas
como uma excentricidade antropológica. Esta repugnância pela prática dos sacrifícios
humanos impediu o desenvolvimento de investigações objetivas. Nesta comunicação
pretendemos debater sobre a realidade do sacrifício humano em Cartago, com destaque
para suas especificidades e seus significados.

DATA: 15/10/2015
HORÁRIO: 16:10h às 18:00h
MESA 1. CINEMA E CRISTIANISMO
Local: Auditório do Prédio de História
Coordenação: Prof. Dr. André Chevitarese (UFRJ)

Maria Madalena no Cinema Mudo.


Juliana B. Cavalcanti (PPGHC-LHER-IH/UFRJ)

O cinema mudo ajudou a disseminar a ideia de Maria Madalena como a prostituta


arrependida, tendo talvez como a mais relevante narrativa fílmica para embasar tal
memória o filme “Rei dos Reis” (King of the king) de Cecil DeMille. Produção esta que
serviu de base para roteiros em que Maria Madalena sempre estará associada à mulher
que por intermédio de Jesus passou por um processo de libertação demoníaca. Dados
estes que não possuem nenhuma relação com a documentação neotestamentária. Nosso
objetivo será fornecer elementos comparativos entre os já referidos materiais
(neotestamentário e fílmico), de forma a propor releituras sobre o papel das mulheres no
cristianismo.
Palavras-Chave: Cinema Mudo, Maria Madalena, Cristianismo.

João Batista e o Cinema: uma abordagem histórica (1905 – 1927).


Vítor Almeida (PPGHC-LHER-IH/UFRJ)

O objetivo desta comunicação é apresentar um quadro amplificado das representações


de João Batista no Cinema em inícios do século XX, problematizando esta figura, e sua
recepção, em confluência aos progressos historiográficos inseridos no campo do Jesus
Histórico. Para isso a documentação fílmica será investigada junto à documentação
textual, visando descortinar as intenções e influências sofridas pelas produções
cinematográficas, inserindo-as em seus contextos temporais/espaciais.
Palavras-Chave: João Batista, Cinema, Século XX.

Judas era cristão? Era judeu? O cinema e a invenção do antijudaísmo


Prof. Dr. Daniel Justi (MN-LHER-IH/UFRJ)

83
A proposta aqui apresentada é a de que Judas nunca foi uma personagem real. Antes,
uma criação literária dos autores evangélicos com fins à “inventar” uma metáfora étnica
culpabilizando o povo judeu pela morte de Jesus. Essa “tradição inventada” acabou por
ganhar contornos de verdade histórica e culminou em grande prejuízo aos judeus
observável em uma longa duração. Um local privilegiado para perceber a solidificação
dessa “tradição inventada” foram os filmes sobre a vida de Jesus, tão antigos quanto a
própria invenção do cinema. Analizar-se-á, portanto, alguns filmes em que essa
perspectiva foi adotada e os meios a partir dos quais elas foram possíveis e prósperas no
sentido de estigmatizar todo um ethnos por meio uma personagem histórica improvável.
Palavras-Chave: Judas, antijudaísmo, cinema, Evangelhos.

DATA: 16/10/2015
HORÁRIO: 14:00h às 16:00h

MESA 1. REPRESENTAÇÕES DO FEMININO E CONFLITOS SOCIAIS NO


MEDIEVO
Local: Sala 1 - Prédio de História
Coordenação: Prof. Dra. Lenora Pinto Mendes (UFF)

Conflitos Sociais na Alta Idade Média Ibérica. (Séculos V-X)


Prof. Dr. Mário Jorge Bastos (UFF)

Em que pese a superação, nas últimas décadas, da perspectiva catastrófica que fazia
enfermar as análises pioneiras da transição da Antiguidade à Idade Média, foram
também expurgadas das abordagens correntes duas perspectivas que são, no entanto,
primordiais: 1, a consideração do processo nas suas linhas de força e articulações
complexas e essenciais, o que suscita a superação das análises (ou enfadonhas
auscultações de sobrevivências moribundas?) fragmentárias que evadem a História da
sua verdadeira e única vocação – a síntese; 2, o reconhecimento da centralidade das
manifestações das contradições e dos conflitos sociais como motores fundamentais da
transformação social no contexto em questão. A transição da Antigüidade à Idade
Média foi pautada por manifestações de antagonismo social diversificadas, o que nos
permite considerar que o âmbito dos confrontos era, então, o da própria sociedade.
Pretendemos, nesta apresentação, estabelecer uma primeira tentativa de tipologia dos
conflitos sociais correntes no período, visando o ulterior estudo sistemático de suas
manifestações.
Palavras-Chave: História Medieval; Transição; Conflitos Sociais.

Literatura e poder: o Livro dos Dozes Sábios como instrumento de propaganda


política de Alfonso X, o Sábio frente à nobreza rebelada.
Prof. Dr. Jaime Estevão dos Reis (UEM)

Esta comunicação tem por objetivo analisar a utilização da literatura sapiencial,


notadamente, o Livro dos Doze Sábios, como instrumento de propaganda política por
Alfonso X, o Sábio. No início do seu reinado, o monarca enfrentou sérios problemas
políticos motivados pela resistência da nobreza castelhano-leonesa em aceitar as novas
84
regras impostas, sobretudo, em relação à apropriação de terras conquistadas aos
muçulmanos. O ponto de tensão residia na questão da repartição de Sevilha,
conquistada por Fernando III em 1248. Coube a Alfonso X empreender a distribuição
de terras entre a coroa e os nobres acostumados a apoderar-se de boa parte dos
territórios conquistados. As discordâncias geraram a primeira sublevação nobiliária
contra Alfonso X em 1255. Um dos expedientes utilizados pelo monarca, além da
negociação, foi a produção de obras literárias de cunho sapiencial nas quais ressalta sua
missão de continuador da política de seu pai Fernando III, e a importância da lealdade
da nobreza perante a figura do rei.
Palavras-Chave: Alfonso X, Literatura, Propaganda, Política.

Entre Ave e Eva – imagens femininas na música medieval


Prof. Dra. Lenora Pinto Mendes (UFF)

O movimento trovadoresco, surgido no século XII na região da Occitânia, espalhou-se


por todos os reinos tornando-se um fenômeno europeu. Embora tenha desenvolvido
características próprias em cada país, alguns elementos comuns podem ser identificados
em todo o repertório poético que o caracteriza. O amor cortês (fin’amor) é o elemento
gerador da produção poética e musical, elemento civilizador em torno do qual a
sociedade medieval vai ganhar os contornos que a caracterizam. Na poesia trovadoresca
os papeis são invertidos e a mulher, antes em posição inferior passa a ser exaltada. O
trovador lhe deve obediência absoluta em troca da sua aceitação. Desenvolve-se então
uma espécie de preito de vassalagem amorosa que vai permear todo o repertório poético
- musical da Idade Média.

Os instrumentos musicais nas batalhas medievais- iconografias e narrativas


Prof. Dr. Márcio Paes Selles (UFF)

Nas batalhas medievais a presença de músicos - trombeteiros e tamborileiros, era de


suma importância. Eles eram responsáveis por executar toques de atacar ou de recuar.
Atuavam também antes e depois das batalhas, juntamente com os capelãos que
cantavam laudes que podiam também ser acompanhadas com trombetas. O som
produzido por esses músicos nas batalhas tinha duas funções: encorajar os guerreiros à
luta e intimidar o inimigo com sons ruidosos de festejos que se prolongavam noite
adentro, fazendo o inimigo acreditar que a coragem e valentia dos homens continuava
mesmo depois das batalhas. Em um conjunto de tapeçarias que descreve a Batalha de
Arzila, vemos muitos trombeteiros entre homens armados com bestas, espadas e
arcabuzes o que mostra a importância da presença de instrumentos durante os ataques.

MESA 2. ARQUEOLOGIA, MULHERES, SANTIDADE E CRISTIANISMO


Local: Auditório de Prédio de Arquitetura
Coordenação: Prof. Dra. Silvia Siqueira (UECE)

85
De dominae à servas de cristo: representações de mulheres aristocráticas no
cristianismo (séc. Iv-v d.c.)
Prof. Dra. Silvia Siqueira (UECE)

Jerônimo e Palládio biografaram algumas mulheres da alta aristocracia romana e deram


informações que criaram imagens muito representativas que relacionam posição social
e santidade femininas, ilustrando um panorama de um mundo cujos conflitos religiosos
são palcos privilegiados para as representações de gênero.
Palavras-Chave: Representações, Santidade Feminina, Cristianismo.

As Representações de Gênero Nos Cristianismos Ortodoxos e Heterodoxos


Prof. Dra. Roberta Alexandrina da Silva (UFPA)

Esta mesa-temática tem como objetivo debater as várias formas de representação de


gênero nas comunidades paleo-cristãs, abordando como se constituiu o processo de
segregação sexual, entre meados do primeiro até o quatro século, antes do Concílio De
Nicéia, em 324. Portanto, esta mesa se propõe a ampliar o debate onde os especialistas
analisarão vários discursos de feminilidades, masculinidades, corpo, sexualidade e
subjetividades que se configuraram na formação dos escritos cristãos, tanto na Patrística
como nos documentos apócrifos. Portanto, se ambiciona entrever, a partir de discussões,
como se organizou os vários cristianismos ou heterodoxias.

Arqueologia das estearias: sitios de moradia ou defensivos?


Prof. Dr. Alexandre Navarro (UFMA)

As estearias foram moradias lacustres construídas com esteios de madeira que serviam
de sustentação para as construções superiores, dando origem, assim, às palafitas pré-
históricas. Discute-se também a possibilidade de serem defensivos. Estão situadas na
Baixada Maranhense, uma microrregião situada a oeste e sudeste da ilha do Maranhão,
compreende uma área de aproximadamente 20 mil km2 dentro da Amazônia Legal,
sendo uma região que conta com mais de 500 mil habitantes (censo IBGE 2006). As
estearias estão localizadas ao longo dos diversos lagos que se caracterizam pela
formação de um sistema hídrico composto de rios, campos inundáveis e lagos de
variados tamanhos que se definem pela sazonalidade do clima. O objetivo principal
desta comunicação é apresentar os resultados preliminares das pesquisas arqueológicas.
As datações radiocarbônicas realizadas pelo Laboratório de Arqueologia da UFMA, que
colocam os sítios numa temporalidade que corresponde aos anos 800 e 1000 d.C.,
indicam que estas ocupações participaram do auge do desenvolvimento das sociedades
amazônicas.

MESA 3: ENTRE TERRAS E GUERRAS: LITERATURA E HISTÓRIA


MEDIEVAL COMO CAMPO DE ANÁLISE: ESTUDOS DO BRATHAIR (Grupo
de Estudos Celtas e Germânicos)
86
Local: Auditório do Prédio de História
Coordenação: Prof. Dr. Álvaro Alfredo Bragança Júnior (UFRJ)

De bello ao belo embate – algumas considerações sobre a guerra no mundo romano


e na Idade Média –
Prof. Dr. Álvaro Alfredo Bragança Júnior (UFRJ/Faculdade de Letras/IH/PPGHC)

Nesta apresentação oral tenciona-se discorrer sucintamente acerca de aspectos da guerra


à época de César e de Vegécio, estendendo-se até o medievo tardio, em cuja época se
nota a adaptação e desenvolvimento do armamento a partir dos modelos romanos com
inovações, as quais, no campo da arte de combate, chegam a uma estilização nos
Fechtbücher (Manuais de luta) no que tange ao enfrentamento entre homem e mulher.

Literatura Medieval e Guerra Retórica: o roman cavaleiresco


Prof. Dr. Marcus Baccega (UFMA)

O intuito desta intervenção é evidenciar a disputatio retórico-política implícita no


gênero retórico-poético consagrado sob o nome de roman cavaleiresco, de que se
destaca a Matéria da Bretanha, pela fortuna de sua divulgação e capilaridade ímpares na
Idade Média Central. A prosa romanesca será o lugar da memória em que, do ponto de
vista da das representações ideológicas, poderemos vislumbrar o conflito político entre
dois projetos cristológic os universalistas: A Reforma Pontifical, que envida esforços
para constituir uma teocracia papal na Respublica Christiana, e a Teocracia Imperial
centrada na ideia de uma renovatio imperii, encarnada no Sacro Império Romano. Nos
enredos aventurescos, tal trama de tensões se desenha como uma disputa retórica e
disciplinar entre o ethos eclesial da Militia Christi e o ethos ritualístico do amor cortês,
que sacramenta a Militia Saeculi".
Palavras-Chave: Literatura, Retórica, Roman, Cavalaria.

Guerra e atributos arturianos dos heróis da Crónica de D. João I


Prof. Dra. Adriana Zierer (UEMA)

O objetivo deste trabalho é discutir o papel dos grandes heróis da Crónica de D. João I:
D. João, primeiro rei da Dinastia de Avis e seu comandante militar, Nuno Álvares
Pereira. A obra, escrita pelo cronista Fernão Lopes por encomenda da corte régia, tinha
por objetivo legitimar o primeiro rei avisino no poder e apresentá-lo de forma positiva,
associado ao cristianismo e ao nascente sentimento nacional em Portugal. Para isso, o
cronista apresenta o novo monarca como o “Messias” de Lisboa, tendo analogias com
Cristo e elementos dos reis do Antigo Testamento. Além disso, na visão de Lopes, D.
João e seu companheiro D. Nuno possuem várias características arturianas encontradas
em obras como a Historia Regum Brittanniae e A Demanda do Santo Graal. Eles são
favorecidos nos conflitos bélicos, são justos, piedosos, bons cristãos, entre outros
atributos positivos que estão associados às figuras de Artur e também, no caso de D.
Nuno, do herói Gaaaz.
Palavras-chave: Crónica de D. João I, heróis, guerra, atributos positivos, rei Artur,
Galaaz.

87
MINICURSOS

88
MINICURSOS

14.11 – 14:00h às 16:00h


15.11 – 14:00h às 16:00h
16.11 – 08:00h às 09:30h

MINICURSO 1. Perspectivas sobre História das Mulheres e Gênero na Grécia


Antiga
Doutoranda Juliana Magalhães dos Santos (PPGH-UFF/Capes/NEREIDA)
Doutoranda Mariana Figueiredo Virgolino (PPGH-UFF/Capes/NEREIDA)
Doutoranda Talita Nunes Silva (PPGH-UFF/Capes/NEREIDA)

Neste minicurso pretendemos apresentar um balanço sobre as perspectivas acerca do


desenvolvimento dos estudos acadêmicos sobre a história das mulheres e de gênero, o
relacionando ao avanço da história social e cultural no Mundo Antigo; especificamente
a Grécia dos Períodos Arcaico e Clássico. Por conseguinte, trabalharemos com fontes
imagéticas e textuais abordando os ideais e não ideais de feminino e masculino vigentes
no imaginário e no cotidiano da Hélade.

MINICURSO 2. A Idade Média e as produções literárias e audiovisuais dos séculos


XX e XXI: Reapropriações
Prof. Dra. Monica Amin (UFRJ)

Segundo Umberto Eco, a Idade Média representa o crisol da Europa e da civilização


moderna. Nesse sentido, trabalharemos com a noção de imaginário, proposta por
Jacques Le Goff, como uma tradução criadora e poética, no sentido etimológico do
termo. Sendo assim, a história do imaginário, mais que uma história da imaginação,
apresenta-se como “uma história da criação e do uso das imagens que fazem uma
sociedade agir e pensar” (LE GOFF, 2009). Tendo em vista, inicialmente, algumas
reflexões destes dois autores, pretendemos discutir as reapropriações de alguns aspectos
da literatura e da cultura medieval em produções literárias e áudio visuais dos séculos
XX e XXI. Para tal ofereceremos um breve panorama das principais formas literárias
medievais, com especial atenção para o Romance de Cavalaria. Em seguida,
89
discutiremos o conceito de reapropriação e algumas produções, tanto literárias com
áudio visuais, que se reapropriam de elementos medievais.

MINICURSO 3. Cristianismos em Debate


Prof. Dr. André Chevitarese (UFRJ)

Analisar as intensas e variadas formas de interações culturais envolvendo as


comunidades antigas cristãs, judaicas e politeístas na Bacia Mediterrânica.

MINICURSO 4. Do Arquivo à História: as vivências religiosas femininas no


Portugal tardo-medieval
Prof. Dr. João Luís Fontes (Universidade Nova de Lisboa)

O presente minicurso pretende fazer um percurso, de cariz eminentemente


metodológico e prático, em torno das questões levantadas pelo estudo das experiências
religiosas femininas não regulares no Portugal dos séculos XIV e XV. Analisaremos,
num primeiro momento, os problemas colocados pelas fontes disponíveis para o
conhecimento destes fenómenos: os decorrentes das dificuldades na constituição de um
corpus documental para o seu estudo – tanto pela diversidade de fontes a inquirir como
pela sua complexa identificação face à atribulada história da incorporação dos fundos
monástico-conventuais nos arquivos públicos portugueses; os que resultam da natureza
não regular destas experiências, que condiciona as características da documentação
produzida; e, por último, os que se associam à memória destas experiências, muitas
vezes reescrita pela cronística moderna quando delas resulta uma posterior fundação
monástica. Num segundo momento, olharemos mais de perto para estas experiências a
partir de alguma documentação coeva, percebendo os distintos olhares que decorrem da
documentação por elas produzida ou produzida por outros a seu respeito. Por último,
trabalharemos um texto hagiográfico de finais da Idade Média, associado ao mosteiro
dominicano de Jesus de Aveiro e à figura da Princesa Santa Joana, como protótipo de
uma destas experiências femininas já enquadradas num modelo regular mendicante.
Palavras-chave: fontes históricas. comunidades religiosas femininas não regulares.
modelos de espiritualidade feminina.

MINICURSO 5. A mística mediterrânica antiga: os homens divinos greco-


romanos, helenísticos e paleocristãos
Prof. Dr. Daniel Brasil Justi/Museu Nacional/UFRJ
Laboratório de História das Experiências Religiosas/IH-UFRJ

“Homens divinos” (gr. thĕîŏi ándrĕs) ou, no singular, “homem divino” (gr. thĕiŏs anēr)
deve ser entendido como uma categoria conceitual moderna para entender e explicar
certas personagens místicas da bacia mediterrânica antiga que se tornaram destacadas
por atuarem nas esferas físicas e metafísicas e que conheceram grande adesão nos
respectivos tempos e espaços em que atuaram. Mística, nesse contexto, deve ser
entendida como uma categoria que entende mito, magia e religião como esferas
absolutamente intercambiáveis e impossíveis de serem entendidas separadamente nas
culturas mediterrânicas antigas. Entender e explicar essas personagens presentes nas
culturas mediterrânicas antigas se torna possível por meio do conceito básico e
fundamental de poder (gr. dynamis). Diferentemente de outras formas ou sentidos
90
semânticos de poder dynamis é, por excelência, a característica que unifica essas
personagens. É possível, por meio de um estudo comparado das culturas mediterrânicas,
perceber que homens divinos eram personagens significativas no ambiente místico e
que desempenhavam centralidade na mentalidade mágico-religiosa nas experiências
cotidianas dos povos antigos. Após um primeiro passo em categorizar essas
personagens de forma conceitual adequada, um passo seguinte se faz necessário, qual
seja, o de contextualizar essas mesmas personagens em seus respectivos ambientes
culturais. Nesse sentido, a mística mediterrânica será apresentada para os casos grego-
romano e helenístico, incluindo os paleocristianismos, para promover o entendimento
das experiências religiosas cotidianas. Essa ambientação se fará a partir da observação
de situações concretas de vida nessas mencionadas culturas os homens divinos
colocados em paralelos para que suas características sejam evidenciadas como
pertencentes a uma longa tradição. Para o caso específico dos paleocristianismos, Jesus
e Paulo aparecerão inseridos nessa tradição. A ideia central é demonstrar quais as
implicações em ler essas personagens sob o ponto de vista desse conceito. Dentre elas: a
pluralidade das experiências religiosas, os filtros de leitura antigos e modernos nas
constituições de experiências religiosas e as experiências de acumulação e sedimentação
de crenças e ritos que, muito antes de serem singulares, dialogam com tradições bem
consolidadas no imaginário coletivo dos povos mediterrânicos. Por fim, far-se-á uma
provocação àqueles presentes no curso a respeito de experiências religiosas
contemporâneas de caráter tradicional, pentecostal e neopentecostal levando a todos
ruma à uma reflexão sobre o diálogo entre o saber científico e senso comum no campo
das experiências religiosas antigas e atuais.
Palavras-chave: Homens Divinos. Experiências Religiosas. Mística Mediterrânica.

MINICURSO 6. África: representações da Antiguidade ao Medievo


Prof. Dr. Josenildo de Jesus Pereira (UFMA)

No campo dos estudos culturais e, mais precisamente, no contexto dos tempos pós-
coloniais contemporâneos, o conceito de representação tem uma centralidade seja, na
crítica à noção de natureza em relação as diversas historicidades humanas, bem como
para a análise das dimensões político-ideológicas dos discuros que perpassam essas
historicidades. Desse modo, no que se refere à Africa, este conceito é util porque
contribue para a análise crítica dos estereótipos que lhe são atribuídos, inclusive, desde
a antiguidade "europeia".

MINICURSO 7. Iniciação à Pesquisa em História (Medieval)


Prof. Dr. Mário Jorge da Motta Bastos (UFF)

O curso objetiva estabelecer um panorama geral e atualizado dos campos primordiais da


pesquisa em História, caracterizando as suas principais linhas de rumo, as controvérsias
e polêmicas dominantes, bem como os conceitos centrais que fundamentam a mais
recente produção historiográfica. Objetiva, ainda, propiciar aos alunos o contato com
metodologias e técnicas diversas de pesquisa em História visando, em especial, à
elaboração do projeto de pesquisa e o seu desenvolvimento, com ênfase na área de
História Medieval.

MINICURSO 8. A guerra na Idade Média: aspectos teóricos e práticos

91
Ms. Augusto João Moretti Junior (LEAM - UEM)
Doutorando Lúcio Carlos Ferrarese (LEAM/PPH-UEM)
Coordenador: Dr. Jaime Estevão dos Reis (DHI/LEAM/PPH/UEM)

Discussão sobre a guerra na Idade Média, destacando os aspectos teóricos (conceitos e


justificações) e práticos (batalhas, exércitos, armamentos e táticas militares).

MINICURSO 9. A Origem da Guerra: um rito sagrado


Prof. Ms. Fabrício Nascimento de Moura (UEMA-CESI)

Neste minicurso abordaremos a origem social da prática da guerra e seu processo de


sacralização. Analisaremos ainda o processo de masculinização da guerra e a exclusão
da mulher, na transição de sociedades de matriz matriarcal para sociedades patriarcais e
a formação das elites guerreiras masculinas.

MINICURSO 10. Médicos, curandeiros e o poder clerical na Alta Idade Média:


saberes em conflito
Prof. Dr. Edmar Checon de Freitas (UFF/Scriptorium)

Ao longo do processo de expansão e afirmação do cristianismo, entre o fim da


Antiguidade e a Alta Idade Média, o poder de curar tornou-se um dos principais
atributos associados aos santos e àqueles responsáveis pela manutenção de seu culto:
bispos e comunidades monásticas. As igrejas que possuíam os corpos ou relíquias de
tais santos tornaram-se centros de peregrinação e palco da exibição de seus supostos
poderes miraculosos. Por conta disso, tais lugares assumiram progressivamente a
condição de santuários de cura. Entretanto, não somente ali se efetivava o exercício da
arte de curar. Médicos e curandeiros continuavam presentes nesse cenário, dando ensejo
a uma interação nem sempre harmônica entre os diversos agentes que reivindicavam o
saber e o poder no plano da cura. Este curso pretende abordar esse universo conflituoso,
concentrando a atenção nos mecanismos de exclusão e integração operados pelo poder
clerical com relação aos demais especialistas. Serão abordados os seguintes tópicos:

1. Medicina erudita e “popular” entre o final da Antiguidade e a Alta Idade Média


Ocidental.
2. A taumaturgia cristã: dos homens santos ao culto das relíquias.
3. A cura rejeitada: a demonização dos curandeiros.
4. A cura integrada: as conexões entre médicos, bispos e monges.

Palavras-chave: História da medicina. Cultura e sociedade na Idade Média.


Cristianismo e cultura cristã.

92
OFICINA

93
OFICINA
Data: 16.10.2015
Horário: 10:00h às 12:00h
Local: Prédio de Arquitetura

Arco e Flecha: uma Permanência da Antiguidade e do Medievo


Federação Maranhense de Arco e Flecha (FEMARCO)

Resumo: O arco e a flecha foram amplamente utilizados desde a Antiguidade para caça,
guerra e esporte, atividades que permanecem até os dias de hoje. Esta oficina, orientada
por instrutores e atletas da Federação Maranhense de Arco e Flecha (FEMARCO), visa
ensinar a prática básica do tiro com arco, estabelecendo uma ponte entre os praticantes
da antiguidade e do medievo com os arqueiros da atualidade.

94
RESUMOS CONFERÊNCIAS

95
CONFERÊNCIA DE ABERTURA
DATA: 14/10/2015
HORÁRIO: 08:30h
LOCAL: AUDITÓRIO DO PRÉDIO DE ARQUITETURA

Análise Crítica acerca da Historiografia do Jesus Histórico (ou sobre o Estranho


Silêncio dos Intelectuais / ou ainda sobre o que não convém ser pronunciado)
Prof. Dr. André Chevitarese (UFRJ)

Admite-se aqui que as pesquisas relacionadas ao Jesus Histórico começaram com a


publicação póstuma dos “Fragmentos” de Hermann Samuel Reimarus, entre 1774 e
1778. Desde então, foram muitas as obras publicadas sobre este objeto. No transcurso
destes mais de dois séculos, porém, constata-se um número diametralmente oposto de
trabalhos preocupados em analisa-las, como se não fosse relevante pensa-las à luz de
suas escolas historiográficas. Mesmo reconhecendo os esforços intelectuais e a
relevância desses estudos, é patente o quanto esses pesquisadores, os quais se dedicam a
pensar a historiografia do Jesus Histórico, dão pouca ou nenhuma importância para
alguns campos historiográficos. É como se eles não tivessem tido um impacto
acadêmico considerável na forma de se ler e de se pensar a elaboração de hipóteses,
com implicações evidentes nas escolhas e nos uso da documentação para se pensar o
Jesus de Nazaré.
Ao partir desta admissão, esta conferência quer enfatizar três aspectos centrais: de
imediato, destacar qual tem sido a forma mais amplamente disseminada para se
classificar a historiografia do Jesus Histórico. A seguir, inferir sobre o porquê da
existência de tão poucos intelectuais, e, por conseguinte, de tão poucos trabalhos
acadêmicos, preocupados em pensar os campos historiográficos relacionados à pesquisa
do Jesus Histórico. E, por fim, mas não menos importante, lançar algumas luzes sobre a
pouca ou nenhuma ênfase que tem sido dado a determinadas escolas historiográficas
associadas ao Jesus Histórico.

96
Hesíodo y la cuestión presente. La guerra de dioses, el conflicto social y la funesta
estirpe de las hijas de Pandora
Prof. Dra. Cecilia Colombani (Universidad de Morón /Universidad de Mar del Plata)

El proyecto de la presente comunicación consiste en pensar la cuestión presente en


Hesíodo. Esto significa instalarse de cara al autor reconociendo su preocupación por el
presente y relevando, además, una actitud problematizadora que lo distingue de Homero
y lo ubica en un plano que roza la inquietud filosófica. A las ya conocidas tesis donde
Hesíodo aparece como un primer filósofo o, al menos, como claro exponente de un
pensamiento pre-conceptual1, queremos aportar esta perspectiva por la cual su inserción
en el topos de la primera especulación tiene que ver con su nivel de problematización de
la realidad en la cual está inserto, dando cuenta de cierta conciencia histórica. En este
marco de inquietud recorreremos como tópicos relevantes la guerra entre dioses, propia
de la dramática divina que expone Teogonía, el conflicto social presente en Trabajos y
Días y las relaciones de género que se despliegan en ambos poemas, sobre todo a partir
de la presencia del mito de Pandora en ambos poemas.

CONFERÊNCIA
DATA: 15/10/2015
HORÁRIO: 18:30h
LOCAL: AUDITÓRIO DO PRÉDIO DE ARQUITETURA

O deserto na Cidade: experiências religiosas femininas no Portugal tardo-medieval


(1350-1525)
Prof. Dr. João Luís Fontes (Universidade Nova de Lisboa)

«Tu podes viver solitária na cidade como se habitasses no deserto». A frase, retirada da
hagiografia de Margarida de Cortona, uma terceira franciscana da Toscânia italiana,
identifica, de uma forma exemplar, como a cidade emerge, nos finais da Idade Média,
como um espaço possível de prosseguir, sobretudo para um público feminino, esta
procura do deserto, entendido como “lugar do espírito”. O primeiro movimento,
documentado a partir do século XI, quando os eremitas pontuam muitos dos espaços
periurbanos, revela a crescente invasão da cidade pelos adeptos da reclusão voluntária
que é cada vez mais procurada por leigos e sobretudo por mulheres. É sob a a proteção
das suas muralhas e graças à generosidade dos seus habitantes que as reclusas podem
prosseguir a sua experiência religiosa. Nos finais da Idade Média, muitas destas
experiências tendem a comunitarizar-se, cedendo lugar a grupos de mulheres, ditas “da
pobre vida”, com claros paralelos com os beatérios documentados, pela mesma época,
noutros reinos ibéricos. Os caminhos destes grupos serão também aqui abordados. Neles
se cruzam as estratégias de ordenamento da vida religiosas conduzidas pelos monarcas
portugueses da nova dinastia de Avis, os próprios dinamismos de expansão das diversas

1
En esta línea, se distingue claramente Olof Gigon y se inscribe mi tesis doctoral “Una aproximación
arqueológica al discurso hesiódico desde la lógica del linaje” de 2014 y de inminente publicación por la
Editorial Universitaria de Mar del Plata, donde he tratado de demostrar la pertinencia y pertenencia
filosófica Hesíodo a partir de la consideración del esquema conceptual que sostiene su obra, pensada
desde la consolidación arquitectónica de la misma, a partir de la existencia de dos linajes como
operadores disursivos y conceptuales.
97
ordens religiosas, sobretudo as mendicantes, e o envolvimento de prelados e nobres na
proteção e institucionalização destes grupos de mulheres “sem Regra”.
Palavras-chave: vivências religiosas femininas, reclusão voluntária, beatérios.

CONFERÊNCIA DE ENCERRAMENTO
DATA: 16/10/2015
HORÁRIO: 16:30h
LOCAL: AUDITÓRIO DO PRÉDIO DE ARQUITETURA

Guerra nas estrelas: a metáfora artística da sociedade medieval no macrocosmo


astrológico do homem-zodiacal
Prof. Dr. Ricardo da Costa (UFES)

A proposta deste trabalho é analisar a importância da Astrologia/Astronomia na Idade


Média, especialmente a metáfora artística do Homem Zodiacal como um microcosmo
da revolução do Universo.

RESUMOS PALESTRAS TEMÁTICAS

98
PALESTRAS TEMÁTICAS

Data: 14/10/2015
Hora: 18:30h
Local: AUDITÓRIO DO PRÉDIO DE ARQUITETURA

Sessão de Palestras Temáticas do Grupo Luso-Brasileiro: Conflitos Sociais,


Guerras e Representações no Portugal Medieval

NO TOUCADOR: ORGULHO E LUXÚRIA DA MULHER


Prof.ª Dr.ª. Maria Eurydice de Barros Ribeiro (PEM/UnB)

Tomando como ponto de partida uma obra da azulejaria portuguesa do início do século
XVII, de um artista conhecido apenas pelo monograma PMP, nos propomos a estudar a
vaidade feminina, a partir de dois aspectos pouco recomendáveis do ponto de vista da
moral cristã: o orgulho e a luxúria. Para tal, pretende-se recorrer ao texto fundador De
Cultu Femininarum de Tertuliano. Pretende-se analisar em particular, os “cuidados com
a beleza”, que Tertuliano distingue em dois: A aparência e os cuidados de higiene,
contrapondo-os a humildade e a castidade. A partir do diálogo entre imagem e texto tão
distantes no tempo, tentar-se-á compreender as regras relativas a aparência física,
impostas as mulheres.
Palavras-chaves: Mulheres. Aparência. Higiene. Orgulho. Luxúria.

TENSÕES E COMPETIÇÕES NA NOBREZA EM PORTUGAL NO SÉCULO


XV
Prof.ª Dr.ª. Vânia Leite Fróes (UFF/Scriptorium)

O principal objeto de minhas reflexões situa-se no final do século XIV e primeira


metade do século XV em Portugal quando acontece o que a historiografia
tradicionalmente chama de “revolução” de Avis. As mudanças sócio-políticas geram
tensões e confrontos diversos entre a “velha nobreza” e a “nova elite” política. O poder
régio atua politicamente de forma ambígua no quadro social heterogêneo que se instala
no interior do Reino. A competição está presente na corte avisina de modo explícito, e

99
neste caso associada à violência, pois esta é parte constitutiva da própria nobreza2, mas
está também de modo implícito e metafórico. Ora equilibra as partes em disputa, ou
alimenta os confrontos de formas diversas, ora inscreve esta competição no palco da
corte de forma simbólica. Sobretudo desenvolve um verdadeiro projeto pedagógico
regulador da nobreza e das novas elites, que envolve direta e pessoalmente o rei.
Reclamam os reis que cada vez mais a nobreza se esquece dos hábitos de competição:
os torneios, justas e principalmente a caça deveriam ser cultivados à moda antiga, pois o
cultivo destes hábitos torna o cavaleiro sempre apto e pronto para a guerra. Os jogos de
competição treinam o corpo e a mente.

A MEDICINA MILITAR NA PENÍNSULA IBÉRICA (SÉCS. XIV-XVII)


Prof.ª Dr.ª. Dulce O. Amarante dos Santos (Universidade Federal de Goiás)

A proposta deste texto é mostrar as ações políticas de cuidado com os feridos nas
guerras, uma constante no quotidiano medieval e moderno. Destaca-se a figura do
cirurgião encarregado de curar as chagas & as feridas. Ele integrava o corpo de
funcionários régios que acompanhava os reis ibéricos nas campanhas militares, seja
contra os mouros muçulmanos seja contra portugueses e castelhanos. O ofício de
cirurgião aprendia-se na prática com alguém mais experiente. Foi também responsável
por maior conhecimento da anatomia interna dos corpos em virtude da proibição
medieval da dissecação dos cadáveres.
Palavras-chave: Medicina Medieval. Cirurgião. Guerras.

Data: 15/10/ 2015


Hora: 16:10h às 18:00 h.
Local: AUDITÓRIO DO PRÉDIO DE ARQUITETURA

Sessão de Palestras Temáticas: Sebastianismo no Maranhão

RAÍZES MEDIEVAIS E REPRESENTAÇÕES SÓCIO-CULTURAIS DO


SEBASTIANISMO MARANHENSE
Prof. Dr. Rosuel Lima- Pereira (Doutor em Estudos Ibéricos e Ibero-americanos pela
Escola doutoral Montaigne Humanidades, Universidade de Bordeaux 3, França),
Professor da Universidade da Guiana (França)

No século XVI, o reino português consolida-se como Estado moderno ao mesmo tempo
que um discurso proto-histórico sobre a origem da nação emerge. Estes dois eventos
simbólicos estão intimamente relacionados com a batalha de Alcácer Quibir e a sua
mitificação. Esta batalha acontece no dia 04 de agosto de 1578 e é comandada pelo rei
mancebo e guerreiro, o último cruzado, Dom Sebastião de Portugal (1557-1578). Ao
desaparecer com a idade de 24 anos, Dom Sebastião é o último herdeiro direto da
2
GAUVARD, Claude. Violência . IN: LE GOFF, Jacques e SCHMITT, Jean-Claude. Dicionário
Temático do Ocidente Medieval. São Paulo. Imprensa Oficial. EDUSC.2002.V.2 p.606.

100
segunda Casa reinante portuguesa, os Aviz. Este desaparecimento alimentará tanto as
reflexões proto-históricas sobre a origem da nação, como dará também nascimento a
uma manifestação complexa de uma das representações do imaginário da cultura
lusófona, o sebastianismo. O sentimento sebastianista é uma crença construída em torno
da derrota na África. No sentido teleológico trata-se da crença em um destino
providencial da nascente nação portuguesa; quanto ao seu sentido escatológico essa
crença refere-se a atuação apostólica do reino português perante as outras nações,
católicas ou pagãs, desejada por Deus. Partindo dessa constatação, nosso estudo
fundamenta-se nas interpretações segundo as quais o desaparecimento do rei Dom
Sebastião é de ordem mística e mítica. Assim sendo, toda a história do império
português é interpretada como uma forma de purgar os pecados do reino, de
sobremaneira a perda por Portugal da sua independência em favor da Casa de
Habsburgo. Historicamente, o sebastianismo é uma crença nascida de um sentimento
patriótico e rebelde do povo português e sua recusa em submeter-se a dominação
espanhola (1580-1640). O último representante direto da casa de Aviz, durante o seu
reinado muito impopular, torna-se depois de seu desaparecimento, um ícone simbólico
da emancipação política e da salvação do império. A mitificação do rei Dom Sebastião é
uma reinterpretação dos valores religiosos judaico-cristãos enraizados nas interpretações
simbólicas oriundas da Matéria de Bretanha, nos contos de cavalaria e no pensamento
milenarista do monge cisterciense Joaquim de Flore (1132-1202). A mitificação do rei
Dom Sebastião em Portugal, e consequentemente no Brasil colonial, decorre do spatium
vacuum, o espaço vazio, que existe entre o real eo imaginário, o profano eo sagrado,
entre história e lenda vivida e narrada por uma comunidade. É particularmente sobre
este aspecto da memória coletiva que nosso estudo se apoia. Pretendemos abordar as
raízes medievais da crença sebastianista através de seus valores psicológicos, políticos e
sociais relacionados ao contexto espaço-temporal da cristianização e da formação do
reino português. Em seguida, percorreremos rapidamente do Brasil colonial (1500-
1822), passando pelo Brasil Império (1822-1889), até o Brasil República (1889-2015),
as representações socio-culturais do sebastianismo no imaginário brasileiro. Com efeito,
essa crença real, às vezes é vista como supersticiosa e aproxima-se de um certo
fanatismo religioso visto que esta crença está enraizada em interpretações bíblicas e
esotéricas do Talmud e da Cabala. Enfim, analisaremos o sebastianismo no Maranhão,
híbrido, sincrético e miscigenado.
Palavras-chave: Dom Sebastião. Brasil. Sincretismo Religioso. Matéria de Bretanha.
Imaginário.

DOM SEBASTIÃO, O SANTO E O REI NA ENCANTARIA E NO FOLCLORE


MARANHENSE
Prof. Dr. Sergio Figueiredo Ferretti (UFMA)

O mito de Dom Sebastião, trazido pelos colonizadores e difundido por pescadores da


ilha dos Lençóis é atualizado no catolicismo popular, no tambor de mina, na pajelança e
no folclore do bumba-meu-boi do Maranhão. Divulgado pela mídia, por estudiosos e
por outros meios, a força do mito continua atuante no sincretismo religioso e na cultura
popular, como pode ser constatado nos cânticos dos terreiros de tambor de mina e nas
toadas de bumba-meu-boi sobre o touro encantado de Dom Sebastião.
Palavras-chave: Sebastianismo. Tambor de Mina. Encantaria. Bumba-meu-boi.

101
REI SEBASTIÃO EM TERREIRO MARANHENSE
Prof. Dra. Mundicarmo Maria Rocha Ferretti (UFMA)

Rei Sebastião é recebido em transe mediúnico no Maranhão em terreiros de Tambor de


Mina e de Pajelança/Cura, como um rei português encantado no ano de 1578, em
Marrocos, na batalha de Alcácer-Quibir, travada contra os mouros, quando o seu corpo
teria sido dado como desaparecido do campo de batalha. Nos terreiros de Mina o Rei
Sebastião é associado a São Sebastião, festejado pela Igreja Católica no dia do seu
nascimento, e ao vodum Xapanã (a temida entidade africana invocada contra a peste).
Acredita-se que depois de encantado tenha escolhido a Praia dos Lençóis, no Maranhão,
como sua morada principal, por causa de suas dunas ou ‘morarias’ e que sob as quais
(ou no fundo do mar) existiria um reino encantado e um grande palácio onde estaria
guardado o seu tesouro. Talvez por causa de sua associação a Xapanã, nos terreiros
maranhenses se procure obter a proteção do Rei Sebastião e evitar a sua fúria, mas
nunca se esclarece se o seu desencantamento é desejado ou temido.
Palavras-chave: Tambor de Mina. Encantaria Brasileira. Rei Sebastião.

102
UNIVERSIDADES PARTICIPANTES

Internacionais

École des Hautes Études en Sciences Sociales


Universidade da Universidade da Guiana – França
Universidad de Mar del Plata/Universidad de Morón
Universidade Nova de Lisboa

Nacionais

Faculdade Maurício de Nassau


FIBRA – Faculdade Integrada Brasil Amazônia
IFPB – Instituto Federal da Paraíba
IFMA – Instituto Federal do Maranhão
UECE – Universidade Estadual do Ceará
UEM – Universidade Estadual de Maringá
UEMA – Universidade Estadual do Maranhão
UFAL – Universidade Federal de Alagoas
UFC – Universidade Federal do Ceará
UFCG – Universidade Federal de Campina Grande
UFES – Universidade Federal do Espírito Santo
UFF – Universidade Federal Fluminense
UFMA – Universidade Federal do Maranhão
UFMT – Universidade Federal do Mato Grosso
UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro
UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte
UFPA – Universidade Federal do Pará
UFPB – Universidade Federal da Paraíba
UFPI – Universidade Federal do Piauí
UNEB – Universidade do Estado da Bahia
UNESP – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”
UNIRIO – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
UPE – Universidade de Pernambuco

103
MONITORES

Adriana Ferreira
Allysson Bruno Pereira Ramos
Amanda Cristina Amorim Silva Neves
Andreia Karine Duarte
Bárbara Cristina R. Neres
Caio Alexandre Diniz Silva
Claudienne da Cruz Ferreira
Daniella Moraes Garcês
Hudson Leonardo Paiva Sá
Ingrid Campêlo
Jefferson Maciel
João Marcos Oliveira Mendonça
Juliane Ribeiro Silva
Marineide Mendes
Mário Augusto Carvalho Bezerra
Matheus Henrique Muniz Lima
Millton Costa
Nailza Matos
Natasha Nickolly A. S. Mateus
Pedro Rodrigo Bezerra Ribeiro
Raynara Macau
Renata de Jesus A. Mendes
Rosivaldo Brito da Silva
Sara Rodrigues
Telma Maciel Cunha Muniz
William Braga Nascimento
Yuri Givago Alhadef S. Mateus

104

Você também pode gostar