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Aterro Sanitário

O aterro sanitário é um local de destinação final dos rejeitos de origem humana, de base
doméstica, comercial, de alguns serviços de saúde e determinadas indústrias. Diferentemente
dos lixões, tem seu terreno preparado previamente antes de começar a disposição do lixo. O
nivelamento de terra e o selamento da base com argila e mantas de PVC ou de polietileno de
alta densidade (PEAD) impermeabiliza o solo, impedindo a contaminação do lençol freático pelo
chorume.

O interior do aterro possui um sistema de drenagem de gases, possibilitando a coleta do biogás


(constituído por metano, CO2 e vapor de água) até a atmosfera. Este gás é queimado ou é
aproveitado para geração de energia. A produção e utilização do biogás tem como recompensa
financeira a compensação por créditos de carbono ou CER’s do Mecanismo de Desenvolvimento
Limpo, conforme previsto no Protocolo de Quioto. O chorume é captado por drenos,
encaminhado para um tratamento e recirculado (reinserido ao aterro) causando assim uma
menor poluição ao meio ambiente.
O aterro sanitario é então dividido em três partes: O setor em preparo é o estágio inicial para o
recebimento dos resíduos. É onde se instalam a camada impermeabilizante e os dutos de
drenagem do chorume e dos gases.

Já o setor em execução é o local que recebe a frente de trabalho. Onde ocorrem as tarefas
principais do aterro sanitário. São as operações diárias de disposição, compactação e o
soterramento dos resíduos com a camada de solo de cobertura.

Por fim, o setor concluído é aquele onde a disposição de resíduos já não ocorre mais. Há
somente trabalhos de monitoramento da drenagem do chorume e eliminação dos gases. É
revestido por uma cobertura vegetal para combater a erosão. Possui também um sistema de
drenagem superficial responsável pelo escoamento das águas pluviais, dificultando assim o
encharcamento no interior do aterro.

Todo o aterro sanitário deve ter um sistema de monitoramento ambiental para se verificar as
condições do solo e das águas subterrâneas – e pátio de estocagem de materiais.

De acordo com a norma da ABNT NBR 13896/1997, é recomendado que a construção dos
aterros tenha vida útil mínima de 10 anos. O seu monitoramento deve prolongar-se por pelo
menor mais 10 anos após o seu encerramento.

Um fato importante ligado aos aterros sanitários é o tipo de resíduo que deveria ser disposto nos
mesmo. De acordo com a lei do Lei do Saneamento Básico (Lei n°11.445/2007 –
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11445.htm) e pela Política
Nacional de Resíduos Sólidos (Lei n°12.305/2010 –
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm), este tipo de
empreendimento deveria receber em seu interior apenas rejeitos. De acordo com tais leis,
resíduos são considerados rejeitos quando não há mais possibilidades de reaproveitamento ou
reciclagem dos mesmos. Assim, é fundamental para que a vida útil do aterro aumente um plano
de gerência à nível municipal, para que a coleta seletiva dê a destinação correta ao que pode ser
reutilizado. O Brasil perde mais de 8 bilhões de reais por ano por conta da destinação incorreta
de resíduos.

Apesar da Política Nacional de Resíduos Sólidos que previa erradicação dos aterros irregulares
até 2014, nos ultimos 2 anos os lixões no estado do RJ foram de 17 unidades (2015) para 29
(2017), de acordo com Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos
Especiais (Abrelpe). A justificativa tem sido o atoleiro financeiro no qual os municípios
afundaram. Muitos pararam de avançar nos planos de encerrar seus lixões. Alguns municípios,
apesar de terem aterros sanitários licenciados em suas regiões, vêm optando pelo descarte
irregular, em nome de uma suposta economia. Economia essa que se mostra pouco inteligente e
está mais para um descaso da administração pública, já que comprovadamente os gastos com a
saúde aumentam com doenças relacionadas à gestão inadequada de resíduos assim como os
gastos com a despoluição de rios e do mar.

Entre 2007 e 2013 o Estado do Rio seguia um curso diferente. A quantidade de municípios
fluminenses que destinavam o lixo corretamente tinha saltado de quatro para 63, o que
correspondia ao descarte correto de 93% dos detritos gerados. O programa Lixão Zero, da
Secretaria estadual do Ambiente (SEA), incentivava a formação de consórcios intermunicipais
para a construção de aterros sanitários. E, dos 70 lixões de 2007, 53 tinham sido fechados.

Os 17 aterros sanitários licenciados no estado registram uma redução no volume de lixo


recebido. Enquanto isso, os municípios acumulam dívidas com as empresas que os administram,
que já chegam à ordem de R$ 500 milhões.

Em média, o custo de uma tonelada de resíduos levada pelos municípios aos aterros varia de R$
50 a R$ 70. Para pagar essas despesas, uma saída é criar fontes de recursos específicas para a
destinação do lixo, como a cobrança de água e esgoto ou a taxa de iluminação pública. Outra
solução seria implementar os conceitos do Plano Nacional, como a coleta seletiva e a reciclagem,
o que reduziria a conta mensal dos município.
Fontes: https://graltec.com/como-funciona-um-aterro-sanitario-e-a-que-tipo-de-residuos-se-
direciona/

http://www.lixo.com.br/content/view/144/251/

https://www.vgresiduos.com.br/blog/como-funciona-o-aterro-sanitario/

https://oglobo.globo.com/rio/municipios-acumulam-dividas-com-aterros-sanitarios-numero-de-
lixoes-sobe-de-17-para-29-21116812

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