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Trabalho de pesquisa realizado pelo Prof.

João Rocha 1

O EGITO

• INTRODUÇÃO:

Para HERODOTO, historiador grego, O Egito era uma “ dádiva do Nilo ”. O Nilo foi o berço de uma das mais
brilhantes civilizações do Oriente Antigo: A EGÍPCIA. Sob o governo teocrático dos faraós, o antigo Egito construiu
sistemas de canais de irrigação, edificou templos e pirâmides, mumificou os mortos, desenvolveu a escrita
hieroglifica e realizou a primeira reforma religiosa monoteísta da história da humanidade.

• LOCALIZAÇÃO:

Nordeste da África, clima quente e seco, próprio do deserto. Território que acompanha o rio Nilo. Para
desenvolver uma civilização no deserto do Saara, o Egito contou com três fatores: água, terra arável e trabalho
humano.

• EVOLUÇÃO POLÍTICA:

• Período Pré-Dinástico ( 4000 – 3200 a.C )


• Antigo Império ( 3200 - 2300 a.C )
• Médio Império ( 2100 - 1780 a.C )
• Novo Império ( 1580 - 1090 a.C)
• Renascimento Saíta ( 662 - 525 a.C )

• O PERÍODO PRÉ-DINÁSTICO:

Neste período, o Egito não possuía unidade política e seus habitantes ainda não estavam sujeitos à autoridade
de um governo centralizado. Não havia um Estado organizado, submetido ao poder de um único soberano.
A edificação de diques, represas e barragens para controlar as inundações passou a exigir a cooperação de um
grande número de trabalhadores. A necessidade de somar forças e dividir o trabalho levaram as tribos egípcias a se
agruparem em unidades políticas maiores: OS NOMOS, que tinham como divindade um totem e, por chefe um
NOMARCA.
O surgimento dos nomos levou a um lento processo de centralização do poder que culminou com a formação de
dois reinos:

• ALTO EGITO  Nomos do sul  capital Hieracâmpolis  Coroa Branca


• BAIXO EGITO  Nomos do Norte
 capital Buto  Coroa vermelha

A unificação do Reino:

Aconteceu através de MENÉS ou NAMER, fundador da primeira dinastia dos faraós, que unificou os
reinos norte e sul por volta de 3.200 a C. Terminava o período Pré-Dinástico no Egito.
Após a unificação, o faraó tornou-se o governante absoluto de todo o Egito. Usava uma coroa dupla
para demonstrar que era rei do Alto e do Baixo Egito.

• O Antigo Império ( 3200 – 2300 a.C)

Os faraós conquistaram enormes poderes. Para comandar o Estado, tinham a seu lado uma numerosa
equipe de funcionários. Nos postos mais altos, estavam os administradores locais das províncias ( nomos), os
supervisores dos canais de irrigação, os planejadores das grandes construções, etc.
Neste período destacaram-se os faraós da IV dinastia, Quéops, Quefren e Miquerinos, responsáveis
pela construção das mais famosas pirâmides do Egito.
A capital do Antigo Império foi primeiramente Tinis e depois transferiu-se para Menfis.
Por volta de 2400 a C., ocorreram uma série de revoltas lideradas pelos administradores das províncias,
que culminou com a invasão do Egito por tribos núbias e asiáticas. O império dividiu-se em quatro centros políticos:
Delta, Mênfis, Heracleópolis e Tebas. Essa época durou cerca de dois séculos.
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FARAÓ
O faraó egípcio personifica todos os grandes poderes do Estado, sendo considerado um “deus
vivo”. Desse atributo resultava uma autoridade de caráter teocrático ( do grego theo + deus;
Kracia = poder ), que o tornava senhor absoluto de todas as terras do país e de todos os seres
que nelas viviam.

Com abalo da autoridade central do faraó, o Egito viveu um período de distúrbios e guerra civil, que
levaram a desorganização da sociedade egípcia.

• O Médio Império ( 2100 a 1780 a C)

Após um período marcado por lutas e por divisões políticas, representantes da nobreza de Tebas
conseguiram chegar ao poder e reunificar as forças do império. Tebas tornou-se a capital do Egito.
Os faraós tebanos organizaram ima sólida estrutura centralizadora do poder. O médio Império
conheceu, então, um período de prosperidade econômica ( diminuiu-se os impostos que esmagavam os
camponeses), de expansão territorial ( conquista militar da Núbia, onde existiam minas de ouro, o que fortaleceu
o Estado  armamentos) e florescimento literário.

Fim do Médio Império

Por volta de 1750 a C, o Egito enfrentava crises políticas internas. Valendo-se disso, os Hicsos, povo
nômade vindo da Ásia, invadiram o Egito. Aparelhados com carros de combate puxados a cavalo e com armas
de metal, os exércitos hicsos, dominaram a região norte do Egito (delta do Nilo). Aí permaneceram cerca de 170
anos.

• O Novo Império ( 1580 – 1900aC )

Com a expulsão dos hicsos, começou a história do Novo Império. Este período representou o apogeu da
história do Egito antigo.
Surge o militarismo e o expansionismo. Tutmés III, faraó guerreiro, conquistou a Etiópia, a Palestina, a
Síria e a Fenícia.
Por volta de 1275 a C., o faraó Amenotep IV realizou, no Egito, uma reforma religiosa monoteísta e
instaurou o culto ao deus Áton, simbolizado pela imagem do disco solar. Amenotep IV adotou o nome de
Ikhnaton (servidor de Áton) e construiu a cidade de Aquetáton, para onde transferiu a capital do Império.
Ramsés II foi o último dos grandes faraós do Novo Império, lutou contra os hititas ( batalha de Kadesh) e
ordenou a construção de templos religiosos monumentais ( Karnak e Luxor )
A partir do Faraó Ramsés III ( 1198 a 1167 a C), o Novo Império entrou num período de decadência. Os
sacerdotes passaram a aumentar seus poderes, controlando uma enorme riqueza, que estava isenta de tributos
do Estado Por sua vez, a maioria da população era sobrecarregada com parcelas cada vez maiores de tributos.
A partir de então, o Egito foi invadido sucessivamente pelos “povos do mar”: libios, núbios, etiopes e finalmente
em 670 a C., pelos assírios

• O Renascimento Saíta ( 662 –525 a C)

Em 662 a C., Psamético I, fundador da 26 ª dinastia, expulsou os assírios e restaurou a independência


do Egito, fixando a capital do Império na cidade de Saís. A Civilização egípcia recuperou seu passado de
esplendor, durante um curto período, pela última vez da História Antiga.
Grandes progressos na navegação e no comércio.
O faraó Necao liga, através do canal, o Nilo ao mar Vermelho. O navegante fenício Hamon contorna a
África, partindo do Mar Vermelho e voltando ao Egito pelo Mediterrâneo.
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A independência do Egito Antigo encerra-se em 525 a C., quando Cambises, rei dos persas vence os
egípcios de Psamético III, na batalha de Pelusa.
Posteriormente, Alexandre da Macedônia domina o Egito, que passa mais tarde ao domínio romano.

• A vida social

O grupo dos dominantes era constituido por:


Nobres  eram os administradores das províncias ou comandantes dos principais postos do exército.
Seus cargos eram heredeitários.
Sacerdortes  eram os senhores da cultura egípcia. Presidiam as cerimônias religiosas e
administravam os bens materiais dos templos. Desfrutavam de enormes riquezas provenientes das oferendas
feitas pelo povo.
Escribas  eram funcionários da administração. Desempenhavam várias funções, tais como:
cobrança de impostos, fiscalização da vida econômica, organização das leis etc. Todo escriba sabia ler, escrever
e contar.
A maioria da população egípcia pertencia ao grupo dominado. Formado de:
Artesãos  eram trabalhadores urbanos que exerciam profissões como barbeiro, ferreiro, carpinteiro,
barqueiro, tecelão, ceramista etc. Construíam templos e pirâmides. Viviam quase sempre na pobreza.
Felás  eram principalmente camponeses, mas trabalhavam também na construção de obras
públicas, no transporte etc. Constituíam a maioria do povo egípcio. Viviam na miséria
Escravos  eram os estrangeiros capturados em guerra. Trabalhavam nos serviços mais pesados.
Condições penosas.

• A religião egípcia

A princípio o culto religioso exaltou as forças cósmicas ( Sol e o Nilo). A partir daí, a religião passou por
três fases principais: O ZOOMORFISMO, nesta fase os deuses assumiram a forma de animal, como o boi Ápis;
na segunda: O ANTRPOMORFISMO, evoluíram para a forma humana, como Osíris e Isis; na terceira
ANTROPOZOOMORFISMO, eram representados com corpo humano e cabeça de animais, como Anúbis, deus
da mumificação. Portanto, a religião tinha caráter politeísta.
A crença na ressurreição da alma, levava os egípcios a cuidar da preservação do corpo dos mortos,
por meio da mumificação. Além de alimentos e objetos de valor, os egípcios acostumavam deixar junto das
múmias um exemplar do Livro dos Mortos ( coleção de textos religiosos)

• A escrita e a literatura egípcia:

No Antigo Egito, a escrita apresentava três sistemas básicos: O HIEROGLIFICO, O HIERÁTICO e o


DEMÓTICO.
O hieroglífico era o mais complexo, sendo utilizado pelos escribas; o hierático era sagrado e
monopolizado pelos sacerdotes; o demótico era simplificado e de cunho popular.
A escrita hieroglífica foi decifrada em 1822 por Jean-François Champollion com base na Pedra de
Roseta, encontrada por um soldado de Napoleão durante a campanha do Egito
A literatura egípcia, era bastante variada e incluía hinos, cantos, poesias e escritos de conteúdo moral e
religioso, como: o Drama Menfitico, o Livro dos Mortos, o Hino ao Sol, compostos pelo faraó Ikhnáton.

• A ciência egípcia

A grande herança do Egito antigo às civilizações futuras, destaca-se nos campos da química, da, da
matemática, da astrologia e da medicina.

Química  Foi no Egito antigo que surgiu a manipulação de substâncias químicas, como o arsênio, o
cobre, o petróleo, o alabastro, o sal etc... que deram origem à fabricação de diversos remédios e composição. A
própria palavra química vem do egípcio Kemi que significa terra negra.

Astronomia  Os egípcios fizeram mapas do céu, enumerando e agrupando as estrelas em


constelações. Ao lado da astronomia desenvolveu-se a Astrologia, que observava o movimento dos astros com
a finalidade de prever e entender o destino dos homens.

Medicina  a prática da mumificação colaborou para o estudo do corpo humano, embora houvesse um
respeito religioso pelo morto que proibia a dissecação do cadáver com a finalidade de pesquisa. Os médicos
egípcios se especializavam em diferentes partes do corpo, como olhos, cabeça, dentes e ventre.
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• A arquitetura egípcia:

Os egípcios construíram grandes obras arquitetônicas, destacando-se as pirâmides. Destacam-


se também, entre as construções funerais, as mastabas e os hipogeus.
As pirâmides eram túmulos dos faraós. No seu interior existiam verdadeiros labirintos para confundir
possíveis profanadores de túmulos. No seu lugar mais seguro ficava uma câmara secreta, que guardava o
sarcófago do faraó.

• A pintura e escultura egípcia:

Influenciadas por motivações religiosas. A maior parte das estatuetas egípcias e das cenas pintadas
servia para decorar túmulos e templos.
Tanto na pintura como na escultura, as figuras humanas eram representadas em posição rígida e
majestática, geralmente com a cabeça e pernas de perfil, e os ombros e o tronco de frente. Esse tipo de
representação da figura é denominado frontalidade e constitui característica geral da arte egípcia.

OS HEBREUS

1. Introdução:

Nesta terra, situada entre o rio Jordão e o Mar Mediterrâneo, os hebreus fundaram o reino de Israel,
construíram o Templo de Jerusalém e legaram ao Ocidente um dos monumentos imperecíveis a Bíblia e a Religião
Monoteísta.

2. Evolução Política:

Podemos dividir a história dos hebreus em três grandes períodos:

• Período dos Patriarcas


• Governo dos Juízes
• Monarquia

3. Período Patriarcal - Origem

A princípio os hebreus formavam uma pequena comunidade de nômades. Chefiados por Abraão
vieram de Ur ( Sul da Mesopotâmia ) e estabeleceram-se na Palestina, a Terra Prometida, nos primeiros séculos do II
milênio a C.
Organizados em comunidades tribais, os hebreus eram comandados por chefes denominados
patriarcas. Entre os principais patriarcas hebreus, destacam-se Abraão, Isaac, Jacó e Moisés.
Por volta de 1750 a C., uma terrível seca assolou a Palestina obrigando boa parte dos hebreus a
emigrar para o Egito. Lá permaneceram cerca de quatrocentos anos, até que o regime de perseguição imposto pelos
faraós tornou-se insustentável.
Conduzidos por Moisés, os hebreus deixaram o Egito em 1250 a C., rumando de volta para a
Palestina, no episódio conhecido como Êxodo. Conforme as tradições religiosas, foi durante essa viagem, na
travessia do deserto do Sinai, que Moisés recebeu de Deus ( Iavé) a tábua dos Dez Mandamentos ( tábuas da lei; o
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Decálogo ). Assim, firmava-se a aliança entre Javé ( Deus único ) e os hebreus, considerados o “povo escolhido”. O
fundamento essencial dessa aliança era o culto monoteísta a Iavé e a proibição a idolatria.
O sucessor de Moisés foi Josué, que distribuiu os diversos clãs hebreus em doze tribos. Essas doze
tribos passaram a formar uma confederação, tendo como vínculo de união às origens étnicas e crenças religiosas
comum.

4. O Governo dos Juízes

Neste governo de lutas pela ocupação da Palestina ( 1200 a 1010 a C), os hebreus foram
governados por Juízes que eram chefes políticos, militares e religiosos. Estes, comandavam os hebreus de forma
enérgica e decidida, embora não contassem com uma estrutura administrativa de caráter regular. Entre os mais
famosos Juízes, destacam-se: Gedeão, Sansão, Jefté, Eli e Samuel.
Esse período se caracterizou pelo processo de transição que culminou com a centralização do
poder. Em 1010 a C., Samuel ungiu Saul, primeiro rei de Israel. Iniciava-se o período de Monarquia.

5. A Monarquia

Em 1010 a C., Saul foi proclamado rei, seguindo-lhe Davi que, durante seu reinado ( 1006 a 966 a
C), venceu os filisteus. Jerusalém foi, então, conquistada, transformando-se capital política e religiosa dos
hebreus.
O sucessor de Davi, foi seu filho, Salomão, que durante seu reinado (966 a 926 a C) estruturou
plenamente a monarquia. Salomão centralizou o poder, montou uma administração, desenvolveu o comércio com
outras regiões, construiu palácios e templos, como o monumental Templo de Jerusalém.
Em contrapartida, o sistema de impostos era verdadeiramente opressivo. Nas doze províncias
do reino havia representante da monarquia encarregado de arrancar tributos do povo para sustentar o luxo da corte de
Salomão, que possuía 700 esposas e 300 concubinas.
O preço de tanta opressão foi o aparecimento de revoltas sociais que, depois da morte de
Salomão levara à divisão dos hebreus em dois reinos:

• Ao norte o REINO DE ISRAEL, 10 tribos, cuja capital era Samaria, mais


urbanizada com predomínio das atividades comerciais.

• Ao sul, o REINO DE JUDÁ, 2 tribos, cuja capital era Jerusalém, mais


rural .

Após a divisão aconteceram agitações sociais, nesta época surgiram os profetas, como
Amós e Oséas, que alertavam os hebreus contra os perigos que os ameaçavam. Criticavam a opressão dos pobres,
os desvirtuamentos da fé monoteísta, a corrupção dos costumes morais e a influência da idolatria fenícia.

6. A decadência e dispersão dos hebreus

Em 722 a C., o reino de Israel foi conquistado pelos Assírios, comandados por Sargão II.
Grande parte da população foi escravizada, dispersando-se pelo Império Assírio.
Em 587 a C., o reino de Judá foi conquistado por Nabucodonosor, que destruiu Jerusalém e
aprisionou os hebreus, levando-os para a Babilônia. Esse período ficou conhecido como Cativeiro da Babilônia.
O cativeiro dos hebreus durou 539 a C., quando o rei persa Ciro II, conquistou a Babilônia,
permitindo que os hebreus retornassem à Palestina, que se tornaram província do Império Persa.
Apesar dos esforços, os hebreus não conseguiram conquistar a autonomia política da Palestina,
que permaneceu como província dos grandes impérios da Antigüidade. Em 332 a C. a região foi conquistada por
Alexandre Magno, da Macedônia; e, em 63 a C., foi anexada aos domínios do Império Romano.
Durante a dominação romana na Palestina, o nacionalismo dos hebreus fortaleceu-se. Levando
o povo a organizar revoltas contra Roma. Em 70 a C., o imperador Tito sufocou uma rebelião dos hebreus,
provocando a dispersão desse povo pelo mundo ( Diáspora).
Espalhado pelo mundo, o povo hebreu passou a viver em pequenas comunidades. Preservou,
entretanto, os elementos básicos de sua cultura, como língua ( hebraico), a religião e alguns objetivos comuns, entre
eles, voltar um dia à Palestina. Assim, os hebreus se mantiveram como nação, embora não constituíssem um Estado.
Apenas em 1948 foi fundado o Estado de Israel. A criação de Israel foi precedida de lutas
para expulsar o povo palestino que habitava a região.
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NAÇÃO X ESTADO

• NAÇÃO  sociedade culturalmente organizada, formada pela comunhão de


elementos como etnia, religião, tradições históricas etc.

• ESTADO instituição político-administrativa constituída de três elementos


Básicos: Governo soberano, território e população

7. A Vida Cultural
Na arquitetura  O destaque é o monumental Templo de Jerusalém, construído por Salomão.
Na Literatura  contida nos livros do Velho Testamento, destacam-se obras como Cântico dos
Cânticos, o Livro de Jó, os Salmos e os Provérbios
A Doutrina  fundamental da religião hebraica, o judaísmo, encontra-se no Torá, que
corresponde aos livros do Pentateuco. Os livros do Pentateuco são: Gênesis, êxodo, Deuteronômio, Números e
Levítico.

OS FENÍCIOS

1. INTRODUÇÃO:

Os fenícios os maiores navegadores do mundo antigo. Com audácia perícia percorreram o Mar
Mediterrâneo, atingiram o Atlântico e viajaram em torno da África.
Aliando vocação marítima com habilidade comercial, fundaram importantes colônias, como Cartago.
Para facilitar a escrita comercial, criaram o alfabeto, maravilhosa invenção da história da comunicação
humana.

2. ATIVIDADES ECONÔMICAS – Características:

A Fenícia ocupava uma estreita área com aproximadamente 40 Km de largura, entre o mar Mediterrâneo
e as montanhas do Líbano. Atualmente essa região corresponde ao Líbano e parte da Síria. O solo montanhoso da
Fenícia não era favorável ao desenvolvimento agrícola ou pastoril. Vivendo como espremido em seu território, o povo
fenício percebeu a necessidade de se lançar ao mar e desenvolver o comércio pelas cidades do Mediterrâneo.

• Fatores que favoreceram o sucesso comercial e marítimo da Fenícia:

• Era um entreposto comercial, o escoadouro natural das caravanas do comércio que vinham da Ásia em
direção ao Mediterrâneo;
• Era rica em cedros, que forneciam a valiosa madeira para a construção de navios;
• Possuía bons portos naturais em suas principais cidades ( Ugarit, Biblos, Sidon e Tiro )
• Tinha praias repletas de um molusco ( múrice ) , do qual se extraia a purpura, corante de cor vermelha
utilizado para o tingimento de tecidos, muito procurado entre as elites de diversas regiões da Antigüidade.

3. ESTRUTURA SOCIAL E POLÍTICA

A Fenícia era formada por um conjunto de Cidades-Estados autônomas. Cada cidade tinha um governo
independente, exercido pelos membros da classe aristocrática, composta por ricos comerciantes, sacerdotes, armadores
e artesãos. De modo geral, o chefe do governo era um rei, com poderes aristocráticos. Mas a autoridade do rei não era
absoluta. Ele a exercia em sintonia com a elite aristocrática da qual saíam os membros de um conselho de anciãos e de
magistrados, conhecidos com sufetas. Em nenhuma fase da história as cidades fenícias se unificaram para formar um
Estado.
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4. VIDA CULTURAL: A invenção do alfabeto

Os historiadores apontam a falta de originalidade como uma das principais características da cultura
fenícia. Esta distinguiu-se principalmente pela incorporação de traços culturais dos povos com os quais entrou em
contato. Foi largamente influenciada pela civilizações do Egito, da Mesopotâmia e Creta. Ao mesmo tempo, com suas
viagens, os fenícios atuam como divulgadores dos elementos dessas civilizações.
Importante contribuição dos fenícios à história da civilização foi o ALFABETO, que, aperfeiçoado pelos
gregos, continua a ser utilizado por boa parte da humanidade.
Antes do alfabeto, as escritas utilizadas no mundo antigo era baseadas nos hieroglifos egípcios e nos
símbolos cuneiformes dos mesopotâmios. Essas escritas apresentavam muitas dificuldades exigiam longo aprendizado. A
arte de escrever era acessível apenas a uma elite de sacerdotes e escribas que, inclusive por esse motivo era muito
poderosa.
As necessidades práticas da escrituração comercial e de contatos com povos diversos levaram os
fenícios a realizar uma simplificação daqueles sistemas de escrita. O resultado foi a criação do alfabeto com 22
consoantes, que representavam sons da voz humana. As vogais foram introduzidas mais tarde pelos gregos.

OS PERSAS

1. INTRODUÇÃO:

Um dos maiores impérios do mundo antigo, teve sua formação no reina de Ciro ( VI a C) . Por suas
façanhas político-militares, Ciro ficou conhecido como “ O Grande“ . O império por ele fundado durou mais de dois
2
séculos e atingia uma extensão territorial de aproximadamente 5 milhões de Km , do Mediterrâneo ao Índico.
O domínio de todo esse imenso território exigiu a submissão de diferentes povos e culturas, como
também, a montagem de uma complexa máquina administrativa que incluía altos funcionários conhecidos como “olhos e
ouvidos do rei“.
Seu legado mais importante foi a religião dualista, o Zoroastrismo, que se baseava na luta entre o Bem
e o Mal, crença no Juízo Final e na vinda do Messias.

2. POVOAMENTO E ORIGEM DA PÉRSIA

Em meados de 2000 a C, povos de origem indo-europeus, migraram do sul da Rússia e começaram a


se fixar no grande planalto Iraniano, atual Irã.
Primitivamente, os iranianos se dividiram em dois grupos principais, os medos e os persas que
formaram reinos independentes.
Pouco se conhece sobre a história dos medos. Sabe-se que seu reino passou por um período de
ascensão impondo seu domínio aos persas e a outros povos. No entanto, em 559 a C., os persas chefiados por Ciro, um
lendário príncipe da família Aquêmida, rebelaram-se contra os medos e passaram a dominá-lo, fundando o Império
Persa.

3. O IMPÉRIO PERSA

Liderados por Ciro, os persas se expandiram para fora do planalto Iraniano, pressionados pelo
crescimento demográfico e pela carência de terras férteis.
Ciro e seus sucessores expandiram os domínios do Império Persa, que chegaram a ocupar uma área
abrangendo desde o Vale do rio Indo até o Egito e o norte da Grécia, incluíndo a Mesopotâmia, a Fenícia e a Palestina. O
sucessor de Ciro, seu filho Cambises, conquistou o Egito em 525 a C.,
Depois de conquistar a Babilônia. Ciro deu certa autonomia às classes dominantes locais ( mercadores
e sacerdotes), respeitando deuses, crenças e costumes da cidade. Porém, as nações conquistadas eram obrigadas a
pagar pesados tributos e a fornecer homens para trabalhos forçados e para o exército persa.

• A organização do Império

Dario I - sucessor de Cambises - que reinou de 521 a 486 a C., criou uma eficiente organização
político-administrativa.
A administração foi fortemente centralizada. Em todo Império foram criadas 20 províncias chamadas
satraprias, cada uma era governada por sátrapa, cujas ações era fiscalizadas por funcionários reais denominados ”
olhos e ouvidos do rei “ que contavam com exércitos e podiam até mesmo depor os governantes provinciais.
A unidade do Império foi consolidada por um eficiente sistema de estradas que ligavam as principais
cidades das mais distantes regiões. A mais importante era a Estrada Real 2500 Km. Dispondo de pontos de parada com
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guarnições, instalações para pousada e para troca de cavalos a cada 20 Km. Além do sistema de estradas, o imperador
Dario I introduziu uma moeda única, chamada dárico e procurou estabelecer certa uniformidade de pesos e medidas.
Obra importante no sistema de comunicação dos persas foi a reconstrução de um canal ligando o Mar
Vermelho ao mar Mediterrâneo. Esse canal havia sido construído pelos egípcios tendo sido coberto pelas areias do
deserto. Reconstruído pelos persas, voltou a ser coberto pelas areias, sendo novamente reaberto com o nome de Canal
do Suez, no ano de 1896 da nossa era.

4. Vida Cultural

O maior legado da civilização persa e a única contribuição realmente original foi no plano religioso. O
fundador da religião persa foi Zoroastro ou Zaratustra, que teria vivido no Irã por volta do século VII a C. Conhecida
como Mazdeísmo ou Zoroastrismo, a religião persa possuía um caráter dualista, isto é, baseava-se em dois princípios
contraditórios: Ormus-Mazda era o deus da luz e do bem. Ahrman, o deus das trevas e do mal. O dualismo religioso
dos persas baseava-se, também, na crença do Juízo Final quando, ao cabo de 12 mil anos de existência da terra, o bem
triunfaria sobre o mal. O fim do mundo seria marcado pela vinda de um Messias, Saofhyant, concebido por uma virgem,
pela ressurreição dos mortos e pelo julgamento final, quando os bons seriam recompensados com a vida eterna no
paraíso. Os princípios religiosos do Mazdeísmo exerceram influência sobre o Judaísmo e, através deste, sobre o
Cristianismo e o Islamismo. A doutrina de Zoroastro foi compilada por seus discípulos no livro dos persas Zens Avesta.

5. A queda do Império: As Guerras Médicas

Em 490 a C. desencadearam-se as Guerras Médicas, entre Grécia e Pérsia. As derrotas militares


sofridas contra os gregos assinalaram a queda do Império Persa. Naquele ano, a primeira tentativa de invasão da
Grécia culminou com a derrota de Dario I na Batalha de Maratona.
Em 480 a C, Xerxes, sucessor de Dario I, foi derrotado na Segunda Guerra Médica, na Batalha de
Salamina
Em 479 a C.,na Terceira Guerra Médica, os gregos impuseram uma derrota definitiva aos persas na
Batalha de Platéia.
Em 334 a C., Alexandre Magno, à frente das tropas greco-macedônicas, invadiu a Ásia Menor venceu
os persas na Batalha de Granico, iniciando a campanha do Oriente que culminou em 331 a C., com a vitória sobre Dario
III na Batalha de Gaugamela e a conquista do Império Persa.

CRETENSES E MICÊNICOS

C R E T A  Maior ilha do Mar Egeu ( onde desenvolveu-se uma das mais brilhantes civilizações da Antigüidade 
CRETENSE OU MINOICA OU AQUEANA ( do nome Minos, um rei lendário; também chamada de aqueana – referente
aos aqueus, primeiro grupo indo-europeu a chegar na região )

Creta tornou-se um ponto de encontro entre a Grécia e as Civilizações do Crescente Fértil ( Egito e Mesopotâmia
principalmente)

Expandindo-se pelo mar, criaram uma TALASSOCRACIA ( do grego TALASSOS = mar, oceano; CRACIA =
poder).

Fundaram um império comercial marítimo, que deu origem a diversas colônias, entre as quais MICENAS, TIRINTO E
TRÓIA. Sendo Micenas a mais importante.

Os habitantes de MICENAS entraram em contato com a ilha de Creta ( Civilização bastante


avançada). Do contato entre Micenas e Creta, desenvolveu-se a Civilização CRETO-MICÊNICA, fruto
da integração das duas culturas, que por sua vez exerceu grande influência dobre a CIVILIZAÇÃO
GREGA.

Por volta de 1450 a.C., iniciou-se a decadência da civilização cretense, a qual acabou sendo conquistada pelos aqueus
em 1400 a.C.
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O EGITO

• INTRODUÇÃO:

Para HERODOTO, historiador grego, O Egito era uma “ dádiva do Nilo ”. O Nilo foi o berço de uma das mais
brilhantes civilizações do Oriente Antigo: A EGÍPCIA. Sob o governo teocrático dos faraós, o antigo Egito construiu
sistemas de canais de irrigação, edificou templos e pirâmides, mumificou os mortos, desenvolveu a escrita
hieroglifica e realizou a primeira reforma religiosa monoteísta da história da humanidade.

• LOCALIZAÇÃO:

Nordeste da África, clima quente e seco, próprio do deserto. Território que acompanha o rio Nilo. Para
desenvolver uma civilização no deserto do Saara, o Egito contou com três fatores: água, terra arável e trabalho
humano.

• EVOLUÇÃO POLÍTICA:

• Período Pré-Dinástico ( 4000 – 3200 a.C )


• Antigo Império ( 3200 - 2300 a.C )
• Médio Império ( 2100 - 1780 a.C )
• Novo Império ( 1580 - 1090 a.C)
• Renascimento Saíta ( 662 - 525 a.C )

• O PERÍODO PRÉ-DINÁSTICO:

Neste período, o Egito não possuía unidade política e seus habitantes ainda não estavam sujeitos à autoridade
de um governo centralizado. Não havia um Estado organizado, submetido ao poder de um único soberano.
A edificação de diques, represas e barragens para controlar as inundações passou a exigir a cooperação de um
grande número de trabalhadores. A necessidade de somar forças e dividir o trabalho levaram as tribos egípcias a se
agruparem em unidades políticas maiores: OS NOMOS, que tinham como divindade um totem e, por chefe um
NOMARCA.
O surgimento dos nomos levou a um lento processo de centralização do poder que culminou com a formação de
dois reinos:

• ALTO EGITO  Nomos do sul  capital Hieracâmpolis  Coroa Branca


• BAIXO EGITO  Nomos do Norte
 capital Buto  Coroa vermelha

A unificação do Reino:

Aconteceu através de MENÉS ou NAMER, fundador da primeira dinastia dos faraós, que unificou os
reinos norte e sul por volta de 3.200 a C. Terminava o período Pré-Dinástico no Egito.
Após a unificação, o faraó tornou-se o governante absoluto de todo o Egito. Usava uma coroa dupla
para demonstrar que era rei do Alto e do Baixo Egito.

• O Antigo Império ( 3200 – 2300 a.C)

Os faraós conquistaram enormes poderes. Para comandar o Estado, tinham a seu lado uma numerosa
equipe de funcionários. Nos postos mais altos, estavam os administradores locais das províncias ( nomos), os
supervisores dos canais de irrigação, os planejadores das grandes construções, etc.
Neste período destacaram-se os faraós da IV dinastia, Quéops, Quefren e Miquerinos, responsáveis
pela construção das mais famosas pirâmides do Egito.
A capital do Antigo Império foi primeiramente Tinis e depois transferiu-se para Menfis.
Por volta de 2400 a C., ocorreram uma série de revoltas lideradas pelos administradores das províncias,
que culminou com a invasão do Egito por tribos núbias e asiáticas. O império dividiu-se em quatro centros políticos:
Delta, Mênfis, Heracleópolis e Tebas. Essa época durou cerca de dois séculos.
Trabalho de pesquisa realizado pelo Prof. João Rocha 11

FARAÓ
O faraó egípcio personifica todos os grandes poderes do Estado, sendo considerado um “deus
vivo”. Desse atributo resultava uma autoridade de caráter teocrático ( do grego theo + deus;
Kracia = poder ), que o tornava senhor absoluto de todas as terras do país e de todos os seres
que nelas viviam.

Com abalo da autoridade central do faraó, o Egito viveu um período de distúrbios e guerra civil, que
levaram a desorganização da sociedade egípcia.

• O Médio Império ( 2100 a 1780 a C)

Após um período marcado por lutas e por divisões políticas, representantes da nobreza de Tebas
conseguiram chegar ao poder e reunificar as forças do império. Tebas tornou-se a capital do Egito.
Os faraós tebanos organizaram ima sólida estrutura centralizadora do poder. O médio Império
conheceu, então, um período de prosperidade econômica ( diminuiu-se os impostos que esmagavam os
camponeses), de expansão territorial ( conquista militar da Núbia, onde existiam minas de ouro, o que fortaleceu
o Estado  armamentos) e florescimento literário.

Fim do Médio Império

Por volta de 1750 a C, o Egito enfrentava crises políticas internas. Valendo-se disso, os Hicsos, povo
nômade vindo da Ásia, invadiram o Egito. Aparelhados com carros de combate puxados a cavalo e com armas
de metal, os exércitos hicsos, dominaram a região norte do Egito (delta do Nilo). Aí permaneceram cerca de 170
anos.

• O Novo Império ( 1580 – 1900aC )

Com a expulsão dos hicsos, começou a história do Novo Império. Este período representou o apogeu da
história do Egito antigo.
Surge o militarismo e o expansionismo. Tutmés III, faraó guerreiro, conquistou a Etiópia, a Palestina, a
Síria e a Fenícia.
Por volta de 1275 a C., o faraó Amenotep IV realizou, no Egito, uma reforma religiosa monoteísta e
instaurou o culto ao deus Áton, simbolizado pela imagem do disco solar. Amenotep IV adotou o nome de
Ikhnaton (servidor de Áton) e construiu a cidade de Aquetáton, para onde transferiu a capital do Império.
Ramsés II foi o último dos grandes faraós do Novo Império, lutou contra os hititas ( batalha de Kadesh) e
ordenou a construção de templos religiosos monumentais ( Karnak e Luxor )
A partir do Faraó Ramsés III ( 1198 a 1167 a C), o Novo Império entrou num período de decadência. Os
sacerdotes passaram a aumentar seus poderes, controlando uma enorme riqueza, que estava isenta de tributos
do Estado Por sua vez, a maioria da população era sobrecarregada com parcelas cada vez maiores de tributos.
A partir de então, o Egito foi invadido sucessivamente pelos “povos do mar”: libios, núbios, etiopes e finalmente
em 670 a C., pelos assírios

• O Renascimento Saíta ( 662 –525 a C)

Em 662 a C., Psamético I, fundador da 26 ª dinastia, expulsou os assírios e restaurou a independência


do Egito, fixando a capital do Império na cidade de Saís. A Civilização egípcia recuperou seu passado de
esplendor, durante um curto período, pela última vez da História Antiga.
Grandes progressos na navegação e no comércio.
O faraó Necao liga, através do canal, o Nilo ao mar Vermelho. O navegante fenício Hamon contorna a
África, partindo do Mar Vermelho e voltando ao Egito pelo Mediterrâneo.
A independência do Egito Antigo encerra-se em 525 a C., quando Cambises, rei dos persas vence os
egípcios de Psamético III, na batalha de Pelusa.
Trabalho de pesquisa realizado pelo Prof. João Rocha 12

Posteriormente, Alexandre da Macedônia domina o Egito, que passa mais tarde ao domínio romano.

• A vida social

O grupo dos dominantes era constituido por:


Nobres  eram os administradores das províncias ou comandantes dos principais postos do exército.
Seus cargos eram heredeitários.
Sacerdortes  eram os senhores da cultura egípcia. Presidiam as cerimônias religiosas e
administravam os bens materiais dos templos. Desfrutavam de enormes riquezas provenientes das oferendas
feitas pelo povo.
Escribas  eram funcionários da administração. Desempenhavam várias funções, tais como:
cobrança de impostos, fiscalização da vida econômica, organização das leis etc. Todo escriba sabia ler, escrever
e contar.
A maioria da população egípcia pertencia ao grupo dominado. Formado de:
Artesãos  eram trabalhadores urbanos que exerciam profissões como barbeiro, ferreiro, carpinteiro,
barqueiro, tecelão, ceramista etc. Construíam templos e pirâmides. Viviam quase sempre na pobreza.
Felás  eram principalmente camponeses, mas trabalhavam também na construção de obras
públicas, no transporte etc. Constituíam a maioria do povo egípcio. Viviam na miséria
Escravos  eram os estrangeiros capturados em guerra. Trabalhavam nos serviços mais pesados.
Condições penosas.

• A religião egípcia

A princípio o culto religioso exaltou as forças cósmicas ( Sol e o Nilo). A partir daí, a religião passou por
três fases principais: O ZOOMORFISMO, nesta fase os deuses assumiram a forma de animal, como o boi Ápis;
na segunda: O ANTRPOMORFISMO, evoluíram para a forma humana, como Osíris e Isis; na terceira
ANTROPOZOOMORFISMO, eram representados com corpo humano e cabeça de animais, como Anúbis, deus
da mumificação. Portanto, a religião tinha caráter politeísta.
A crença na ressurreição da alma, levava os egípcios a cuidar da preservação do corpo dos mortos,
por meio da mumificação. Além de alimentos e objetos de valor, os egípcios acostumavam deixar junto das
múmias um exemplar do Livro dos Mortos ( coleção de textos religiosos)

• A escrita e a literatura egípcia:

No Antigo Egito, a escrita apresentava três sistemas básicos: O HIEROGLIFICO, O HIERÁTICO e o


DEMÓTICO.
O hieroglífico era o mais complexo, sendo utilizado pelos escribas; o hierático era sagrado e
monopolizado pelos sacerdotes; o demótico era simplificado e de cunho popular.
A escrita hieroglífica foi decifrada em 1822 por Jean-François Champollion com base na Pedra de
Roseta, encontrada por um soldado de Napoleão durante a campanha do Egito
A literatura egípcia, era bastante variada e incluía hinos, cantos, poesias e escritos de conteúdo moral e
religioso, como: o Drama Menfitico, o Livro dos Mortos, o Hino ao Sol, compostos pelo faraó Ikhnáton.

• A ciência egípcia

A grande herança do Egito antigo às civilizações futuras, destaca-se nos campos da química, da, da
matemática, da astrologia e da medicina.

Química  Foi no Egito antigo que surgiu a manipulação de substâncias químicas, como o arsênio, o
cobre, o petróleo, o alabastro, o sal etc... que deram origem à fabricação de diversos remédios e composição. A
própria palavra química vem do egípcio Kemi que significa terra negra.

Astronomia  Os egípcios fizeram mapas do céu, enumerando e agrupando as estrelas em


constelações. Ao lado da astronomia desenvolveu-se a Astrologia, que observava o movimento dos astros com
a finalidade de prever e entender o destino dos homens.

Medicina  a prática da mumificação colaborou para o estudo do corpo humano, embora houvesse um
respeito religioso pelo morto que proibia a dissecação do cadáver com a finalidade de pesquisa. Os médicos
egípcios se especializavam em diferentes partes do corpo, como olhos, cabeça, dentes e ventre.
Trabalho de pesquisa realizado pelo Prof. João Rocha 13

• A arquitetura egípcia:

Os egípcios construíram grandes obras arquitetônicas, destacando-se as pirâmides. Destacam-


se também, entre as construções funerais, as mastabas e os hipogeus.
As pirâmides eram túmulos dos faraós. No seu interior existiam verdadeiros labirintos para confundir
possíveis profanadores de túmulos. No seu lugar mais seguro ficava uma câmara secreta, que guardava o
sarcófago do faraó.

• A pintura e escultura egípcia:

Influenciadas por motivações religiosas. A maior parte das estatuetas egípcias e das cenas pintadas
servia para decorar túmulos e templos.
Tanto na pintura como na escultura, as figuras humanas eram representadas em posição rígida e
majestática, geralmente com a cabeça e pernas de perfil, e os ombros e o tronco de frente. Esse tipo de
representação da figura é denominado frontalidade e constitui característica geral da arte egípcia.

OS HEBREUS

8. Introdução:

Nesta terra, situada entre o rio Jordão e o Mar Mediterrâneo, os hebreus fundaram o reino de Israel,
construíram o Templo de Jerusalém e legaram ao Ocidente um dos monumentos imperecíveis a Bíblia e a Religião
Monoteísta.

9. Evolução Política:

Podemos dividir a história dos hebreus em três grandes períodos:

• Período dos Patriarcas


• Governo dos Juízes
• Monarquia

10. Período Patriarcal - Origem

A princípio os hebreus formavam uma pequena comunidade de nômades. Chefiados por Abraão
vieram de Ur ( Sul da Mesopotâmia ) e estabeleceram-se na Palestina, a Terra Prometida, nos primeiros séculos do II
milênio a C.
Organizados em comunidades tribais, os hebreus eram comandados por chefes denominados
patriarcas. Entre os principais patriarcas hebreus, destacam-se Abraão, Isaac, Jacó e Moisés.
Por volta de 1750 a C., uma terrível seca assolou a Palestina obrigando boa parte dos hebreus a
emigrar para o Egito. Lá permaneceram cerca de quatrocentos anos, até que o regime de perseguição imposto pelos
faraós tornou-se insustentável.
Conduzidos por Moisés, os hebreus deixaram o Egito em 1250 a C., rumando de volta para a
Palestina, no episódio conhecido como Êxodo. Conforme as tradições religiosas, foi durante essa viagem, na
travessia do deserto do Sinai, que Moisés recebeu de Deus ( Iavé) a tábua dos Dez Mandamentos ( tábuas da lei; o
Decálogo ). Assim, firmava-se a aliança entre Javé ( Deus único ) e os hebreus, considerados o “povo escolhido”. O
fundamento essencial dessa aliança era o culto monoteísta a Iavé e a proibição a idolatria.
Trabalho de pesquisa realizado pelo Prof. João Rocha 14

O sucessor de Moisés foi Josué, que distribuiu os diversos clãs hebreus em doze tribos. Essas doze
tribos passaram a formar uma confederação, tendo como vínculo de união às origens étnicas e crenças religiosas
comum.

11. O Governo dos Juízes

Neste governo de lutas pela ocupação da Palestina ( 1200 a 1010 a C), os hebreus foram
governados por Juízes que eram chefes políticos, militares e religiosos. Estes, comandavam os hebreus de forma
enérgica e decidida, embora não contassem com uma estrutura administrativa de caráter regular. Entre os mais
famosos Juízes, destacam-se: Gedeão, Sansão, Jefté, Eli e Samuel.
Esse período se caracterizou pelo processo de transição que culminou com a centralização do
poder. Em 1010 a C., Samuel ungiu Saul, primeiro rei de Israel. Iniciava-se o período de Monarquia.

12. A Monarquia

Em 1010 a C., Saul foi proclamado rei, seguindo-lhe Davi que, durante seu reinado ( 1006 a 966 a
C), venceu os filisteus. Jerusalém foi, então, conquistada, transformando-se capital política e religiosa dos
hebreus.
O sucessor de Davi, foi seu filho, Salomão, que durante seu reinado (966 a 926 a C) estruturou
plenamente a monarquia. Salomão centralizou o poder, montou uma administração, desenvolveu o comércio com
outras regiões, construiu palácios e templos, como o monumental Templo de Jerusalém.
Em contrapartida, o sistema de impostos era verdadeiramente opressivo. Nas doze províncias
do reino havia representante da monarquia encarregado de arrancar tributos do povo para sustentar o luxo da corte de
Salomão, que possuía 700 esposas e 300 concubinas.
O preço de tanta opressão foi o aparecimento de revoltas sociais que, depois da morte de
Salomão levara à divisão dos hebreus em dois reinos:

• Ao norte o REINO DE ISRAEL, 10 tribos, cuja capital era Samaria, mais


urbanizada com predomínio das atividades comerciais.

• Ao sul, o REINO DE JUDÁ, 2 tribos, cuja capital era Jerusalém, mais


rural .

Após a divisão aconteceram agitações sociais, nesta época surgiram os profetas, como
Amós e Oséas, que alertavam os hebreus contra os perigos que os ameaçavam. Criticavam a opressão dos pobres,
os desvirtuamentos da fé monoteísta, a corrupção dos costumes morais e a influência da idolatria fenícia.

13. A decadência e dispersão dos hebreus

Em 722 a C., o reino de Israel foi conquistado pelos Assírios, comandados por Sargão II.
Grande parte da população foi escravizada, dispersando-se pelo Império Assírio.
Em 587 a C., o reino de Judá foi conquistado por Nabucodonosor, que destruiu Jerusalém e
aprisionou os hebreus, levando-os para a Babilônia. Esse período ficou conhecido como Cativeiro da Babilônia.
O cativeiro dos hebreus durou 539 a C., quando o rei persa Ciro II, conquistou a Babilônia,
permitindo que os hebreus retornassem à Palestina, que se tornaram província do Império Persa.
Apesar dos esforços, os hebreus não conseguiram conquistar a autonomia política da Palestina,
que permaneceu como província dos grandes impérios da Antigüidade. Em 332 a C. a região foi conquistada por
Alexandre Magno, da Macedônia; e, em 63 a C., foi anexada aos domínios do Império Romano.
Durante a dominação romana na Palestina, o nacionalismo dos hebreus fortaleceu-se. Levando
o povo a organizar revoltas contra Roma. Em 70 a C., o imperador Tito sufocou uma rebelião dos hebreus,
provocando a dispersão desse povo pelo mundo ( Diáspora).
Espalhado pelo mundo, o povo hebreu passou a viver em pequenas comunidades. Preservou,
entretanto, os elementos básicos de sua cultura, como língua ( hebraico), a religião e alguns objetivos comuns, entre
eles, voltar um dia à Palestina. Assim, os hebreus se mantiveram como nação, embora não constituíssem um Estado.
Apenas em 1948 foi fundado o Estado de Israel. A criação de Israel foi precedida de lutas
para expulsar o povo palestino que habitava a região.

NAÇÃO X ESTADO
Trabalho de pesquisa realizado pelo Prof. João Rocha 15

• NAÇÃO  sociedade culturalmente organizada, formada pela comunhão de


elementos como etnia, religião, tradições históricas etc.

• ESTADO instituição político-administrativa constituída de três elementos


Básicos: Governo soberano, território e população

14. A Vida Cultural


Na arquitetura  O destaque é o monumental Templo de Jerusalém, construído por Salomão.
Na Literatura  contida nos livros do Velho Testamento, destacam-se obras como Cântico dos
Cânticos, o Livro de Jó, os Salmos e os Provérbios
A Doutrina  fundamental da religião hebraica, o judaísmo, encontra-se no Torá, que
corresponde aos livros do Pentateuco. Os livros do Pentateuco são: Gênesis, êxodo, Deuteronômio, Números e
Levítico.

OS FENÍCIOS

4. INTRODUÇÃO:

Os fenícios os maiores navegadores do mundo antigo. Com audácia perícia percorreram o Mar
Mediterrâneo, atingiram o Atlântico e viajaram em torno da África.
Aliando vocação marítima com habilidade comercial, fundaram importantes colônias, como Cartago.
Para facilitar a escrita comercial, criaram o alfabeto, maravilhosa invenção da história da comunicação
humana.

5. ATIVIDADES ECONÔMICAS – Características:

A Fenícia ocupava uma estreita área com aproximadamente 40 Km de largura, entre o mar Mediterrâneo
e as montanhas do Líbano. Atualmente essa região corresponde ao Líbano e parte da Síria. O solo montanhoso da
Fenícia não era favorável ao desenvolvimento agrícola ou pastoril. Vivendo como espremido em seu território, o povo
fenício percebeu a necessidade de se lançar ao mar e desenvolver o comércio pelas cidades do Mediterrâneo.

• Fatores que favoreceram o sucesso comercial e marítimo da Fenícia:

• Era um entreposto comercial, o escoadouro natural das caravanas do comércio que vinham da Ásia em
direção ao Mediterrâneo;
• Era rica em cedros, que forneciam a valiosa madeira para a construção de navios;
• Possuía bons portos naturais em suas principais cidades ( Ugarit, Biblos, Sidon e Tiro )
• Tinha praias repletas de um molusco ( múrice ) , do qual se extraia a purpura, corante de cor vermelha
utilizado para o tingimento de tecidos, muito procurado entre as elites de diversas regiões da Antigüidade.

6. ESTRUTURA SOCIAL E POLÍTICA

A Fenícia era formada por um conjunto de Cidades-Estados autônomas. Cada cidade tinha um governo
independente, exercido pelos membros da classe aristocrática, composta por ricos comerciantes, sacerdotes, armadores
e artesãos. De modo geral, o chefe do governo era um rei, com poderes aristocráticos. Mas a autoridade do rei não era
absoluta. Ele a exercia em sintonia com a elite aristocrática da qual saíam os membros de um conselho de anciãos e de
magistrados, conhecidos com sufetas. Em nenhuma fase da história as cidades fenícias se unificaram para formar um
Estado.

4. VIDA CULTURAL: A invenção do alfabeto


Trabalho de pesquisa realizado pelo Prof. João Rocha 16

Os historiadores apontam a falta de originalidade como uma das principais características da cultura
fenícia. Esta distinguiu-se principalmente pela incorporação de traços culturais dos povos com os quais entrou em
contato. Foi largamente influenciada pela civilizações do Egito, da Mesopotâmia e Creta. Ao mesmo tempo, com suas
viagens, os fenícios atuam como divulgadores dos elementos dessas civilizações.
Importante contribuição dos fenícios à história da civilização foi o ALFABETO, que, aperfeiçoado pelos
gregos, continua a ser utilizado por boa parte da humanidade.
Antes do alfabeto, as escritas utilizadas no mundo antigo era baseadas nos hieroglifos egípcios e nos
símbolos cuneiformes dos mesopotâmios. Essas escritas apresentavam muitas dificuldades exigiam longo aprendizado. A
arte de escrever era acessível apenas a uma elite de sacerdotes e escribas que, inclusive por esse motivo era muito
poderosa.
As necessidades práticas da escrituração comercial e de contatos com povos diversos levaram os
fenícios a realizar uma simplificação daqueles sistemas de escrita. O resultado foi a criação do alfabeto com 22
consoantes, que representavam sons da voz humana. As vogais foram introduzidas mais tarde pelos gregos.

OS PERSAS

6. INTRODUÇÃO:

Um dos maiores impérios do mundo antigo, teve sua formação no reina de Ciro ( VI a C) . Por suas
façanhas político-militares, Ciro ficou conhecido como “ O Grande“ . O império por ele fundado durou mais de dois
2
séculos e atingia uma extensão territorial de aproximadamente 5 milhões de Km , do Mediterrâneo ao Índico.
O domínio de todo esse imenso território exigiu a submissão de diferentes povos e culturas, como
também, a montagem de uma complexa máquina administrativa que incluía altos funcionários conhecidos como “olhos e
ouvidos do rei“.
Seu legado mais importante foi a religião dualista, o Zoroastrismo, que se baseava na luta entre o Bem
e o Mal, crença no Juízo Final e na vinda do Messias.

7. POVOAMENTO E ORIGEM DA PÉRSIA

Em meados de 2000 a C, povos de origem indo-europeus, migraram do sul da Rússia e começaram a


se fixar no grande planalto Iraniano, atual Irã.
Primitivamente, os iranianos se dividiram em dois grupos principais, os medos e os persas que
formaram reinos independentes.
Pouco se conhece sobre a história dos medos. Sabe-se que seu reino passou por um período de
ascensão impondo seu domínio aos persas e a outros povos. No entanto, em 559 a C., os persas chefiados por Ciro, um
lendário príncipe da família Aquêmida, rebelaram-se contra os medos e passaram a dominá-lo, fundando o Império
Persa.

8. O IMPÉRIO PERSA

Liderados por Ciro, os persas se expandiram para fora do planalto Iraniano, pressionados pelo
crescimento demográfico e pela carência de terras férteis.
Ciro e seus sucessores expandiram os domínios do Império Persa, que chegaram a ocupar uma área
abrangendo desde o Vale do rio Indo até o Egito e o norte da Grécia, incluíndo a Mesopotâmia, a Fenícia e a Palestina. O
sucessor de Ciro, seu filho Cambises, conquistou o Egito em 525 a C.,
Depois de conquistar a Babilônia. Ciro deu certa autonomia às classes dominantes locais ( mercadores
e sacerdotes), respeitando deuses, crenças e costumes da cidade. Porém, as nações conquistadas eram obrigadas a
pagar pesados tributos e a fornecer homens para trabalhos forçados e para o exército persa.

• A organização do Império

Dario I - sucessor de Cambises - que reinou de 521 a 486 a C., criou uma eficiente organização
político-administrativa.
A administração foi fortemente centralizada. Em todo Império foram criadas 20 províncias chamadas
satraprias, cada uma era governada por sátrapa, cujas ações era fiscalizadas por funcionários reais denominados ”
olhos e ouvidos do rei “ que contavam com exércitos e podiam até mesmo depor os governantes provinciais.
A unidade do Império foi consolidada por um eficiente sistema de estradas que ligavam as principais
cidades das mais distantes regiões. A mais importante era a Estrada Real 2500 Km. Dispondo de pontos de parada com
guarnições, instalações para pousada e para troca de cavalos a cada 20 Km. Além do sistema de estradas, o imperador
Dario I introduziu uma moeda única, chamada dárico e procurou estabelecer certa uniformidade de pesos e medidas.
Trabalho de pesquisa realizado pelo Prof. João Rocha 17

Obra importante no sistema de comunicação dos persas foi a reconstrução de um canal ligando o Mar
Vermelho ao mar Mediterrâneo. Esse canal havia sido construído pelos egípcios tendo sido coberto pelas areias do
deserto. Reconstruído pelos persas, voltou a ser coberto pelas areias, sendo novamente reaberto com o nome de Canal
do Suez, no ano de 1896 da nossa era.

9. Vida Cultural

O maior legado da civilização persa e a única contribuição realmente original foi no plano religioso. O
fundador da religião persa foi Zoroastro ou Zaratustra, que teria vivido no Irã por volta do século VII a C. Conhecida
como Mazdeísmo ou Zoroastrismo, a religião persa possuía um caráter dualista, isto é, baseava-se em dois princípios
contraditórios: Ormus-Mazda era o deus da luz e do bem. Ahrman, o deus das trevas e do mal. O dualismo religioso
dos persas baseava-se, também, na crença do Juízo Final quando, ao cabo de 12 mil anos de existência da terra, o bem
triunfaria sobre o mal. O fim do mundo seria marcado pela vinda de um Messias, Saofhyant, concebido por uma virgem,
pela ressurreição dos mortos e pelo julgamento final, quando os bons seriam recompensados com a vida eterna no
paraíso. Os princípios religiosos do Mazdeísmo exerceram influência sobre o Judaísmo e, através deste, sobre o
Cristianismo e o Islamismo. A doutrina de Zoroastro foi compilada por seus discípulos no livro dos persas Zens Avesta.

10. A queda do Império: As Guerras Médicas

Em 490 a C. desencadearam-se as Guerras Médicas, entre Grécia e Pérsia. As derrotas militares


sofridas contra os gregos assinalaram a queda do Império Persa. Naquele ano, a primeira tentativa de invasão da
Grécia culminou com a derrota de Dario I na Batalha de Maratona.
Em 480 a C, Xerxes, sucessor de Dario I, foi derrotado na Segunda Guerra Médica, na Batalha de
Salamina
Em 479 a C.,na Terceira Guerra Médica, os gregos impuseram uma derrota definitiva aos persas na
Batalha de Platéia.
Em 334 a C., Alexandre Magno, à frente das tropas greco-macedônicas, invadiu a Ásia Menor venceu
os persas na Batalha de Granico, iniciando a campanha do Oriente que culminou em 331 a C., com a vitória sobre Dario
III na Batalha de Gaugamela e a conquista do Império Persa.

CRETENSES E MICÊNICOS

C R E T A  Maior ilha do Mar Egeu ( onde desenvolveu-se uma das mais brilhantes civilizações da Antigüidade 
CRETENSE OU MINOICA OU AQUEANA ( do nome Minos, um rei lendário; também chamada de aqueana – referente
aos aqueus, primeiro grupo indo-europeu a chegar na região )

Creta tornou-se um ponto de encontro entre a Grécia e as Civilizações do Crescente Fértil ( Egito e Mesopotâmia
principalmente)

Expandindo-se pelo mar, criaram uma TALASSOCRACIA ( do grego TALASSOS = mar, oceano; CRACIA =
poder).

Fundaram um império comercial marítimo, que deu origem a diversas colônias, entre as quais MICENAS, TIRINTO E
TRÓIA. Sendo Micenas a mais importante.

Os habitantes de MICENAS entraram em contato com a ilha de Creta ( Civilização bastante


avançada). Do contato entre Micenas e Creta, desenvolveu-se a Civilização CRETO-MICÊNICA, fruto
da integração das duas culturas, que por sua vez exerceu grande influência dobre a CIVILIZAÇÃO
GREGA.

Por volta de 1450 a.C., iniciou-se a decadência da civilização cretense, a qual acabou sendo conquistada pelos aqueus
em 1400 a.C.
Trabalho de pesquisa realizado pelo Prof. João Rocha 18

CIVILIZAÇÃO GREGA

A GEOGRAFIA

A Grécia Antiga pode ser dividida em 3 partes: Grécia Continental, Peninsular e Insular. Para entender a evolução
histórica da Grécia, devemos entender as dificuldades de comunicação terrestre e facilidade de comunicação marítima.

Devido à presença marcante do mar e das montanhas, o território grego tem um aspecto fragmentado. Esta fragmentação
geográfica facilitou a fragmentação política da Grécia, isto é, nunca houve um Estado grego unificado. Assim, o que
chamamos de Grécia nada mais é do que o conjunto de diversas cidades-Estado gregas, independentes umas das outras
no que diz respeito ao governo, à economia e ao social, pois cada uma delas era livre para adotar a forma de governo
que lhe conviesse, bem como estabelecer a moeda, sendo muitas vezes rivais.

A Grécia não era um estado ou império, e sim, uma civilização, ou seja: uma unidade sócio cultural ( religião, língua e
tradições comuns), tendo como cidades principais:

1. ESPARTA:
Cidade-Estado de soldados e guerreiros. Governo oligárquico

2. ATENAS:
Cidade-Estado de comerciantes, políticos, filósofos e artistas. Governo democrático

3. TEBAS, CORINTO, MILETO

FASES HISTÓRICAS:

1. PERÍODO PRÉ-HOMÉRICO
• Civilização Cretense
• Invasão Indo-Européia
• Civilização Micênica

2. PERÍODO HOMÉRICO
• Ilíada e Odisséia
• Genos, Frátrias e tribos
• Desagregação da Comunidade Gentílica

3. PERÍODO ARCAICO
• Esparta  Regime oligárquico
• Atenas  Regime Democrático

4. PERÍODO CLÁSSICO
• Guerras Médicas
• Século de Péricles
• Guerra do Peloponeso

5. PERÍODO HELENÍSTICO
• Domínio Macedônio
• Alexandre Magno e o Helenismo
Trabalho de pesquisa realizado pelo Prof. João Rocha 19

1. PERÍODO PRÉ-HOMÉRICO OU GRÉCIA PRIMITIVA

C R E T A  Maior ilha do mar Egeu. Nesta ilha desenvolveu-se uma das mais brilhantes civilizações da
Antigüidade: A CIVILIZAÇÃO CRETENSE OU MINÓICA (do nome de Minos, um rei lendário). A vida deste povo
estava ligada às atividades marítimas. Creta tornou-se um ponto de encontro entre a Grécia e as Civilizações do
Crescente Fértil ( Egito e Mesopotâmia, principalmente.)
Expandindo-se pelo mar, criaram uma TALASSOCRACIA ( do grego TALASSOS = mar, oceano; e CRACIA = PODER
), fundando um império comercial marítimo, que deu origem a diversas colônias, entre as quais MICENAS, TIRINTO e
TRÓIA.

Os grupos formadores do povo grego foram: Aqueus, Jônios, Eólios e Dórios

OS AQUEUS:

• Primeiro grupo indo-europeu a chegar ( + ou – 2000 a.C).


• Ocuparam as melhores terras e pastagens e fixaram-se no sul da Península.
• Tornaram-se sedentários e assimilaram costumes dos pelagios ou pelasgos ( povos mais antigos da Grécia )
• Formaram núcleos urbanos: Micenas, Tirinto e Argos . Sendo Micenas a mais importante.

Os habitantes de MICENAS entraram em contato com a ilha de CRETA ( Civilização bastante


avançada ). Do contato entre Micenas e Creta, desenvolveu-se a Civilização CRETO-MICÊNICA,
fruto da integração das duas culturas, que por sua vez exerceu grande influência sobre a Civilização
grega.
Em 1400 a.C. os aqueus conquistaram a ilha de Creta e em 1200 a C. destruíram a cidade de Tróia, na Ásia Menor. A
Guerra de Tróia serviu de tema para a Ilíada, poema épico de Homero e obra-prima da literatura grega.

JÔNIOS E EÓLIOS:

Chegaram por volta de 1700 a C. A integração pacífica devido o desenvolvimento da civilização Creto-Micênica.

A disputa pelo domínio do mar Egeu levou à luta entre Aqueus e Cretenses. Os dois séculos que se seguiram
assinalaram o apogeu da Civilização Micênica. Enquanto a Civilização Micênica se expandia para a Ásia,
chegaram os Dórios.

OS DÓRIOS:

Último grupo a penetrar no território grego. Povo guerreiro, conhecedor de armas de ferro. Arrasaram as cidades gregas.
Destruíram grande parte da civilização creto-micênica. Micenas ficou em ruínas.
A população fugiu e se espalhou. Muitos se retiraram para lugares afastados. Outros fugiram para o exterior: várias
colônias gregas surgiram na Ásia Menor e em outros lugares do Mediterrâneo.
Esse processo de dispersão recebeu o nome de DIÁSPORA: 1ª Diáspora Grega.
Com a chegada dos Dórios, começou um novo período da História da Grécia:
1) a vida urbana desapareceu;
2) a população regrediu e voltou a se organizar em pequenas comunidades ( GENOS )

2. PERÍODO HOMÉRICO

Este período tem por base duas obras: A ILIADA e a ODISSÉIA atribuídas a Homero ( um Aedo, isto é, poeta que repetia
oralmente os poemas conhecidos pela tradição). Daí o período ser chamado de Homérico.

• A ILIADA : Em linhas gerais, trata da destruição de Tróia pelos gregos. Sua figura central é Aquiles e sua cólera
contra Agamenon, que lhe roubou a escrava Briseida; após este fato, Aquiles se negou a participar dos
combates contra os troianos; porém, a morte de seu amigo Patroclo, fez Aquiles voltar aos combates.
Outra parte importante da obra é dedicada à descrição do cavalo de madeira com o qual os gregos
tomaram a cidade.
Trabalho de pesquisa realizado pelo Prof. João Rocha 20

• A ODISSÉIA : Narra as viagens e o retorno de Ulisses em volta ao seu reino de Ítaca.

Estes poemas revelam a longa guerra contra a cidade de Tróia e aspectos fundamentais da vida da Grécia micênica e
pós-micênica cuja organização baseava-se na Comunidade Gentílica.

2.1 - SISTEMA GENTÍLICO

Surgiu com a destruição da Civilização Creto-micênica provocando a DIÁSPORA INTERNA (origem dos genos) e a
DIÁSPORA EXTERNA ( a colonização ).

Após o sec. XII a C os genos ( espécie de família muito grande ainda não decomposta em famílias menores: um tipo de
clã) se tornou a célula básica da sociedade grega.

Característica dos Genos

• Todos os descendentes de um mesmo antepassado viviam sob o mesmo teto.


• Veneravam o mesmo antepassado
• Os membros (gens) dos genos dependiam da unidade da família ( autarquia )
• Gozavam da autonomia e possuíam um chefe ( o pater-familia )
• Sociedade igualitária , não existiam classes sociais.
• Propriedade coletiva: não era de ninguém e era de todos ao mesmo tempo. Não podia ser vendida,
transferida ou dividida.
• O trabalho era realizado por todos em igualdade de condições. Quem recusasse trabalhar era expulso
da família.

A desintegração dos Genos. Deveu-se a dois fatores:

1. O crescimento da população não era acompanhado no mesmo ritmo pelo crescimento da produção;

2. A divisão em pequenas famílias, causou o afrouxamento dos laços familiares. Os filhos mais novos e os bastardos
começaram a protestar contra a vida difícil.

Surgiu o individualismo que, em conseqüência, trouxe a necessidade de dividir a propriedade coletiva.

A repartição dos bens comuns era realizada pelo chefe da comunidade, que beneficiava seus filhos mais próximos,
em prejuízo dos parentes mais afastados.

Por fim, a própria terra ( bem principal) foi repartida. Com isso, a posse da terra, de coletiva passou para privada.

Conseqüência da desintegração dos genos: No plano social:

• Aumento das diferenças sociais


• Havia grandes proprietários de terras férteis
• Pequenos proprietários de terras pouco férteis e,
• Um grande número de indivíduos que ficaram sem nada, formando uma camada de marginais e pedintes, que
passaram a viver de esmolas

No plano político: O surgimento dos Eupátridas:

A desintegração dos genos provocou a passagem do poder do pater-familias para os parentes mais próximos, os
EUPÁTRIDAS ( FILHOS DO PAI – OS BEM NASCIDOS) que passaram a ter todo poder político. Essa camada deu
origem à aristocracia grega, cuja riqueza fundamental era a terra.

3. PERÍODO ARCAICO
Trabalho de pesquisa realizado pelo Prof. João Rocha 21

INTRODUÇÃO:
A Grécia Antiga ou Hélade ( expressão original utilizada pelos próprios gregos) nunca foi um Estado único, com um
governo centralizado. O que havia era um conjunto de diversas cidades-Estado independentes e, às vezes, rivais. Cada
cidade tinha suas próprias leis, seu sistema de governo e seus costumes.
O que unia as diversas cidades gregas eram fatores como: a mesma língua ( apesar dos dialetos regionais), as mesmas
crenças religiosas, a proximidade geográfica. Um exemplo da unidade cultural da Grécia são os jogos olímpicos, dos
quais participavam as diversas cidades-Estado.
Nas cidades_Estado, o cidadão grego foi conquistando direitos e contribuindo, individualmente, para a vida social. Livre
para pensar e agir, sentia-se como membro da pólis e não como um objeto que pudesse ser manobrado pelos
governantes. De origem grega, a palavra política é composta por dois termos: pólis = cidade + thekne = técnica, ofício.
A palavra político, também de origem grega, designava o cidadão que participava dos destinos da pólis.
Logo, política é tudo aquilo que se refere à cidade e, conseqüentemente, o que é civil, urbano, público e social.
Portanto, a principal característica desse período foi o desenvolvimento das POLIS, ou Cidades-Estado. Principais
Cidades-Estados: Atenas, Esparta, Mégara, Corinto, Argos e Mileto

3.1 - O desenvolvimento Urbano – Das Frátrias as Pólis

Os aristocratas já que não possuíam mais a força coletiva dos genos, começaram a unir-se em FRÁTRIAS ( reunião de
eupátridas pertencentes a antigos genos: irmandades, com a finalidade de se autoprotegerem. Eram corporações
de guerra que lutavam pelos interesses do grupo).

Esse mesmo motivo levou as FRÁTRIAS a formarem as TRIBOS. Da reunião de várias tribos surgiu os vilarejos (
cinesismo ). Assim, surgiu a organização política típica da Grécia Antiga; A CIDADE-ESTADO (PÓLIS)
3.2 - Características das Pólis:

Acrópole: TEMPLO construído numa elevação ( cidade alta )


Agora: PRAÇA CENTRAL onde se reuniam os habitantes da cidade
Asty: MERCADO onde se realizavam as trocas inclusive de artesanatos

No momento em que esse tipo de cidade se firmava na Grécia, ocorria a passagem da economia gentílica para a
economia urbana. Portanto, a Pólis contribuiu para a desintegração da comunidade gentílica e para o surgimento do
trabalho escravo.

3.3 - A Colonização grega - A Segunda Diáspora

Durante o período Homérico os territórios ocupados pelos gregos limitava-se a região situada no sul da Península
Balcânica às ilhas do Mar Egeu e às costas da Ásia Menor (Grécia Asiática).

Durante o período seguinte – O ARCÁICO – O PANORAMA GERAL MUDOU. Iniciou-se uma expansão que culminou
com a ocupação e colonização de longínquas áreas na Bacia do Mediterrâneo e do Mar Negro. Desenvolveu-se um
intenso comércio marítimo entre a Grécia e as suas colônias. Essa expansão é denominada: Segunda Diáspora Grega.

Causas da Segunda Diáspora:

• o território da Grécia primitiva não dava mais condições de subsistência devido o aumento da população e o solo
pobre e acidentado;
• A terra estava nas mãos dos nobres que oprimiam o povo pobre;
• As lutas políticas obrigavam os marginalizados a buscar em outras regiões condições de melhores sobrevivência.
• Progresso da navegação
• Os colonos que se estabeleceram em novas terras passaram a produzir gêneros agrícolas que as cidades gregas já
não produziam mais, ao mesmo tempo que consumiam produtos excedentes da Grécia, principalmente vinho e
azeite (intercâmbio).
• O declínio do poderio fenício na Ásia facilitava a travessia dos mares

ESPARTA
Trabalho de pesquisa realizado pelo Prof. João Rocha 22

• Fundada pelos Dórios, as terras foram distribuídas entre seus guerreiros, que se tornaram uma
oligarquia dominadora do poder político e religioso. Excluindo atividades mercantis.
• A exploração da terra realizou-se através dos GENOS ( explorações familiares típicas do Período
Homérico)
• A propriedade dos lotes era coletiva, sob o regime patriarcal
• As terras melhores passavam a ser propriedade do Estado

3.4. Organização Política ou a Constituição de Esparta – Estabelecia:

• A GRANDE RETRA ( Lei )  Estabelecia que o governo da cidade seria exercido por dois reis (DIARQUIA)
pertencentes a famílias diferentes, governavam sem muitos poderes, conduziam o exército em tempo de guerra
e tinha funções religiosas; por um CONSELHO (Gerúsia) por uma ASSEMBLÉIA ( Ápela ) e por 5 ÉFOROS ( o
verdadeiro poder ).

• O CONSELHO ( Gerúsia )  Conselho constituído pelos dois reis e mais 28 gerontes (esparciatas = cidadãos
espartanos) maiores de 60 anos ( Conselho dos Anciãos ) . Tinha funções administrativas ( supervisão ),
legislativa (elaboração de projetos) e judiciária ( tribunal superior ) . Vigiavam os reis.

• A ASSEMBLÉIA (Ápela)  mais importante. Composta dos cidadãos (homoioi ou esparciatas ) maiores de
30 anos. Tinham a função de eleger os Membros da Gerúsia ( exceto os reis ) e os membros dos Conselhos dos
Éforos. Aprovava ou reprovava as propostas da Gerúsia.

• ÉFOROS  Em número de 5, compunham o Conselho de Administradores do Estado, eleitos com mandato


de um ano ( com direito a reeleições ) formavam a SUPREMA CORTE. Cuidavam das leis, da educação, da vida
pública e dos atos dos reis.
Devido o enorme poder dos Éforos, o regime político espartano caracterizava-se como
OLIGARQUIAS ( oligos = poucos e arquia = poder )

Esta CONSTITUIÇÃO era atribuída a LICURGO ( mesmo quando feitas por outros legisladores ).

Licurgo era associado ao deus Apolo, sendo adorado em Esparta, a divinização de Licurgo dava a
constituição um caráter divino e imutável. Isto, perpetuava a dominação política

3.5. A sociedade espartana:

Em Esparta não existia propriedade privada, tudo era coletivo. Não havia mobilidade social. A sociedade espartana
estava dividida em 3 (três) classes: Os esparciatas, os periecos e os hilotas

Os Esparciatas ou Homoioi ( os “iguais” ):

• Descendentes dos dórios; promoviam permanente repressão aos escravos.


• Classe dominante (aristocracia guerreira); eram proibidos de exercer o comércio; não podiam vender suas terras
• Dedicavam-se ao serviço militar

Os Periecos ( Perioikis ):

• Habitantes da periferia: homens livres, sem cidadania – isto é: sem direitos políticos
• Eram proibidos a casar com esparciatas; eram os estrangeiros
• Dedicavam-se à agricultura, ao comércio e ao artesanato
• Serviam o exército em caso de grande necessidade

Os Hilotas ( Escravos ):

• A maioria da população de Esparta; produziam para os esparciatas


• Desprotegidos pela lei: servos, trabalhadores braçais
• Suas condições eram das mais miseráveis de toda a Grécia
Trabalho de pesquisa realizado pelo Prof. João Rocha 23

• Apesar do terror que os oprimia, promoveram várias revoltas contra o poder.

3.6. A educação Espartana

Ao contrário do que ocorreu em Atenas, a educação espartana dava prioridade a formação física e militar sobre o
desenvolvimento do espírito e do intelecto. O indivíduo era submetido aos interesses do Estado e lhe era incutido um
cego amor à pátria. Os cidadãos deviam viver para o Estado e não para a família ou para si mesmos.

Deviam fazer a guerra contra os inimigos de Esparta e procriar filhos necessários para fortalecer o exército. Isso explica a
relativa liberdade sexual: até os empréstimos de esposas eram tolerados, desde que a finalidade fosse procriar filhos para
o Estado.

Assim que nascia, a criança era examinada pelos velhos, que decidiam sobre sua vida ou sua morte. Se fosse robusta,
sem defeitos físicos, a criança devia viver; se não, era lançada do alto do Monte ( Taigeto ), para que não transmitisse,
mais tarde, sua inferioridade física

A partir dos sete anos, as crianças de ambos os sexos passavam a receber uma educação militar, sob o controle do
Estado, que dava educação cívica até os 12 anos. Aos 12 anos, os meninos os meninos eram mandados para o campo,
onde deviam sustentar-se por conta própria. Dormiam ao ar livre, sobre camas feitas de bambus que colhiam com as
próprias mãos, sem ferramentas. Tudo o que comiam era roubado. Aprendiam a roubar com destreza e habilidade, pois
se fossem surpreendidos roubando eram espancados até a morte, não por causa do roubo, mas pela demonstração de
inabilidade.

Aos 17 anos, os rapazes eram submetidos a uma prova de habilidade, a Kriptia ( brincadeira de esconde-esconde); na
realidade, era o assassinato em massa de escravos pertencentes ao Estado. Aquele que passasse por esta prova
tornavam-se maiores e recebiam um lote de terra. Em seguida passavam a viver como soldados no quartel, tomando
apenas uma refeição por dia.

Aos 30 anos os esparciatas não podiam se casar, apenas coabitar. Dos 30 anos em diante podiam participar da
Assembléia, casar e deixar o cabelo crescer. Aos 60 anos se aposentar do exército e podiam tomar parte no Conselho
dos Anciãos.

O Governo estimulava à pratica do laconismo (falar pouco); da xenofobia (aversão a estrangeiros) e a xenelasia
(expulsão de estrangeiros).

A T E N A S

Atenas Surgiu na Ática, uma península grega que se estende pelo Mar Egeu. Graças a essa localização, Atenas escapou
das grandes correntes invasoras, principalmente dos dórios. Os povoadores da Ática foram os aqueus, jônios e eólios.

Ao contrário de Esparta, que se imobilizou no militarismo e no conservadorismo, Atenas conheceu todas as formas de
governo: monarquia, aristocracia, oligarquia, tirania e democracia. Foram brilhantes, também, suas realizações
nas artes, letras, ciências e filosofia. O regime democrático aliado ao desenvolvimento intelectual fizeram daquela cidade-
estado a “educadora de Hélade”.

Se todos os cidadãos participavam da democracia, nem todos em Atenas eram cidadãos . Os estrangeiros, as
mulheres e os escravos estavam privados do direito da cidadania. Esta limitação fez de Atenas uma democracia
escravista da qual participava apenas 10% de sua população.

3.7. A sociedade Ateniense:

A sociedade ateniense era mais complexa e estava dividida em: eupátridas, os georgois, os demiurgos, os metecos,
os thetas e os escravos.

• OS EUPÁTRIDAS (bem nascidos): classe dominante, formada pela aristocracia, proprietários das
melhores terras, possuíam direitos políticos para participar da democracia. representavam somente 10%
da população.
• OS GEORGOIS: pequenos agricultores de terras pouco férteis
• OS DEMIURGOS: artesãos e comerciantes, trabalhadores livres.
• OS METECOS: os estrangeiros ( não tinham participação política, nem terras )
Trabalho de pesquisa realizado pelo Prof. João Rocha 24

• OS THETAS: os despossuídos, sem terras, os marginais


• OS ESCRAVOS: a maioria da população. A economia Ateniense estava centrada na mão-de-obra escrava,sem
nenhuma participação política.

3.8. As instituições políticas Ateniense:

Atenas pelo seu liberalismo e por estar organizada em classes sociais, evoluiu politicamente, passando por cinco formas
de organização política: a realeza, oligarquia-aristocrática , a tirania e a democracia.

A MONARQUIA HEREDITÁRIA  Primeira forma de governo existente em Atenas. A autoridade política era exercida
por um rei ( Basileu ) . Durante o período Arcaico a nobreza eupátrida se fortaleceu e limitou o poder do Basileu,
substituindo a realeza pelo Arcontado, que teve o apoio do Areópago

OLIGARQUIA-ARISTOCRÁTICA  forma de governo exercida por magistrados, chamados de ARCONTES. O


governo passou a ser exercido por nove arcontes eleitos, anualmente, pelo Areópago ( Conselho aristocrático formado
pela nobreza eupátrida ), os arcontes mais importantes eram: o arconte-basileu, encarregado do culto; o arconte
epônimo, responsável pela administração; e o arconte-polemarco, comandante do exército.

3.6. A crise social e política em Atenas:

ª
A participação de Atenas no movimento de colonização ( 2 Diáspora Grega ) provocou uma série de
transformações na sociedade ateniense. O Intercâmbio entre Atenas e suas colônias trouxe prosperidade para
suas indústrias e seu comércio marítimo. Esta prosperidade enriqueceu a classe média de artesãos e
comerciantes, os demiurgos. Por outro lado, a importação de produtos agrícolas a preços baixos arruinou os
georgois, cujas terras foram adquiridas pelos eupátridas. A hipoteca sobre a terra, a escravidão por dívidas e o
aumento do desemprego gerou uma grave crise. Atenas foi envolvida em lutas internas entre os demos e os
eupátridas. O partido aristocrático ( o da nobreza eupátrida), recusava-se a fazer concessões ao povo. O partido
popular, formado pelos demos, queria o fim da escravidão por dívidas, a redistribuição da terra e a participação
no governo de Atenas. Este crise social e política abriu caminho para o surgimento dos LEGISLADORES E
TIRANOS – ( Leonel Itaussu A. Mello e Luis César Amad Costa – História Antiga e Medieval: pg 108; Editora Scipione:
1993)

OS LEGISLADORES  Para amenizar a luta de classes, em 624 a C., Dracon fez as primeiras leis escritas em
Atenas, acabando com as vendetas ( guerras entre famílias por vingança). As draconianas, eram leis rígidas e severas
que criavam alguns direitos das classes mais baixas e garantiam, ainda mais, os direitos da aristocracia. Alguns crimes
eram punidos com pena de morte. Porém, a agitação continuou, pois, as classes mais baixas não participavam do poder.

Em 594 aC, Sólon reformulava toda organização de Atenas com novas leis:

No campo Social  As reformas de Sólon, aboliram a escravidão por dívida ( seisachtéia); devolveu as terras
hipotecadas, aos seus antigos proprietários, limitou os excessos da rigorosa lei de Drácon e limitou as terras que cada
proprietário devia possuir.

No campo econômico  Fez uma reforma monetária estabelecendo uma moeda padrão e estabeleceu um sistema de
pesos e medidas. Desenvolveu o comércio e a indústria e proibiu a exportação de cereais.

No campo político  é que suas reformas tiveram mais repercussão. Tentando diminuir o poder da aristocracia
eupátridas. Sólon criou a TIMOCRACIA OU PLUTOCRACIA, isto é, GOVERNO PROPORCIONAL A RIQUEZA. Assim,
ele dividiu os cidadãos atenienses em quatro classes de acordo com a renda de cada um:

Pentacosiomedímnos e Hipeis Eram os únicos que, além de tomar parte em todas instituições , podiam participar do
Arcontado, que tinha poder executivo; no exército, combatiam a cavalo e deviam responder pelas principais despesas
com as embarcações de guerra.

Zeugitas  Tinham acesso ao Conselho ( Bulé), que preparava as leis a serem votadas na Assembléia , composta por
400 membros escolhidos na proporção de 100 por cada tribo da Ática.
Trabalho de pesquisa realizado pelo Prof. João Rocha 25

Thetas  classe inferior que não participava de nenhuma magistratura, mas apenas do Tribunal Popular ou Hilié. Este
Tribunal Popular deu origem ao atual Tribunal do Júri.

• Pentacosiomedimnos  tinham riquezas equivalente a 500 medimnos por ano;


• Hipeis  tinham riquezas equivalente a mais de 300 medimnos por ano;
• Zeugitas  tinham riquezas equivalente a mais de 200 medimnos por ano;
• Thetas ou Thetes  tinham riquezas equivalente a nais de 200 medimnos por ano.

Na Timocracia de Sólon, o órgão supremo era a BULÉ ou CONSELHO DOS QUATROCENTOS ( que preparava as leis
).
As reformas de Sólon, não agradaram a nenhuma das classes sociais. As insatisfações propiciaram o aparecimento dos
TIRANOS.

A TIRANIA  Na Grécia antiga, o termo tirano era usado para designar todo aquele que conquistasse o poder pela
violência. O primeiro tirano ateniense foi Psistrato, que subiu ao poder após uma insurreição popular. Apoiado pelos
demos, realizou uma reforma agrária e limitou os poderes da nobreza. Foi sucedido por seus filhos Hiparco e Hípias,
que não prosseguiram as reformas e perderam o apoio popular. Os eupátridas reagiram, mas, uma nova insurreição dos
demos culminou com a ascensão de Clístenes ao governo de Atenas. Clístenes foi o pai da democracia ateniense uma
vez que, completando as reformas iniciadas por Sólon e ampliadas por Psistrato, implantou, em Atenas, o regime
democrático.

A DEMOCRACIA  A palavra democracia tem sua origem em dois vocábulos gregos: demo = povo; kratos = poder. A
democracia grega remonta do século V a.C., nos governos de Clistenes e Péricles. Clístenes reorganizou a população,
dividindo-a em dez tribos. Os membros das tribos vinham das três regiões da Ática: litoral, planície e montanha. Cada
tribo enviava 50 representantes para a Bulé, cujo número foi aumentando para 500 membros. Esses representantes
exerciam o governo de Atenas por um mês, em forma de rodízio ( o ano ateniense era de 10 meses ). Todos os cidadãos
atenienses participavam da assembléia popular, a eclésia. Clístenes criou também o ostracismo, medida de repressão
que consistia em exilar, por dez anos de Atenas, aqueles que conspirassem contra o regime democrático. Na
democracia ateniense só tinham direitos políticos apenas os cidadãos ( maiores de 21 anos ). Os estrangeiros, as
mulheres e os escravos não possuíam cidadania e estavam proibidos pelas leis atenienses de participar do regime
democrático. A democracia ateniense atingiu o apogeu durante o governo de Péricles.

4. PERÍODO CLÁSSICO

No século V a C., a vitória dos gregos sobre os persas nas Guerras Médicas assinalou o apogeu da Grécia clássica.
Atenas sob o governo de Péricles, tornou-se, nessa época a “Escola de Hélade” . No século IV a C., o imperialismo
ateniense chocou-se com o militarismo espartano e desencadeou a Guerra do Peloponeso, que provocou a decadência
da Grécia em 338 a C., sendo conquistada pela Macedônia.

4.1. A Primeira Guerra Médica:

No início do século V., a expansão dos persas pelo mar Egeu e a conquista das cidades gregas da Ásia Menor, passou a
ameaçar a independência da Grécia, tornando inevitável as Guerras Médicas, entre Grécia e a Pérsia. Em 500 a C.,
quando da Primeira Guerra Médica, os persas invadiram a Grécia e foram derrotados pelos Atenienses na batalha de
Maratona.

4.2. A Segunda Guerra Médica:

Em 480 a C., uma nova invasão da Grécia pelos persas desencadeou a Segunda Guerra Médica. Em terra, destacou-se a
resistência espartana no desfiladeiro das Termópilas; no mar, a esquadra ateniense venceu os persas da batalha naval
de Salamina, a mais importante Guerras Médicas. Os persas retiraram-se da Grécia para a Ásia Menor onde foram,
definitivamente, derrotados em 479 a C., na batalha de Platéia.

A vitória contra os persas preservou a independência da Grécia, sua supremacia no mar Egeu e a libertação das cidades
gregas da Ásia Menor. A principal conseqüência das Guerras Médicas foi o apogeu econômico, político e cultural da
Grécia clássica, assim como a decadência do Império Persa.
Trabalho de pesquisa realizado pelo Prof. João Rocha 26

4.3. O apogeu de Atenas

Sob o governo de Péricles, Atenas atingiu o apogeu. O comando da Liga dos Delos ( aliança marítima das cidades
gregas da Ásia Menor e das ilhas do mar Egeu contra os persas ) . A liderança de Atenas na Liga dos Delos converteu-a
na mais poderosa cidade-estado grega. Sob a direção do partido democrático. Atenas desenvolveu, ao mesmo tempo,
uma política democrática (dentro de Atenas) e imperialista ( externamente, procurando estender os domínios as demais
cidades-estados)

O século de Péricles:

No governo de Péricles, a prosperidade econômica contribuiu para consolidar a democracia política e impulsionar o
desenvolvimento intelectual de Atenas. A Eclésia, assembléia popular, tornou-se o principal órgão político da democracia
ateniense. A doação do princípio de remuneração dos cargos públicos aumentou a participação popular nos negócios do
Estado. Atenas foi embelezada e o desemprego foi eliminado por meio da realização de obras públicas. A “Escola de
Hélade” tornou-se o centro artístico, literário, científico e filosófico do mundo grego.
Por outro lado, a política imperialista, fez com que Atenas dominasse a esquadra e da administração do tesouro da Liga
dos Delos, transformando-a num instrumento de seus interesses econômicos, político e militares. Utilizando-se desse
instrumento, Atenas procurava ampliar seu império marítimo e estender sua supremacia a toda Grécia.

4.4. A Guerra do Peloponeso

As rivalidades econômicas, políticas e culturais entre Atenas e Esparta agravaram-se após as Guerras Médicas. A política
imperialista de Atenas, que comandava a Liga dos Delos ( que impunha a seus aliados o regime democrático), chocou-se
com os interesses de Esparta, que liderava a Liga do Peloponeso ( que defendia a aristocracia e o regime oligárquico). O
conflito marítimo-comercial entre Atenas e Corinto, cidade aliada de Esparta na Liga do Peloponeso foi a causa imediata
dessa guerra. O choque entre as duas cidades-estados desencadeou a Guerra do Peloponeso, em 431 a C. Esta guerra
destruiu internamente a Grécia. A derrota foi seguida pela dissolução da Liga dos Delos e do Império Ateniense; sua
democracia foi substituída por um regime oligarquico: O Governo dos 30 Tiranos.
As principais conseqüências da Guerra do Peloponeso foram a substituição da supremacia ateniense pela espartana e
o início da decadência da Grécia clássica, e, também, o enfraquecimento da Grécia, possibilitando mais tarde o domínio
macedônio

4.5. A Guerra entre Tebas e Esparta

A supremacia de Atenas ocorrera na época do apogeu da Grécia; a supremacia de Esparta se iniciou na fase de declínio
da Grécia, destruída pela Guerra do Peloponeso.
Esparta procurou instalar uma política , nas cidades gregas, através de um governo oligárquico, que acabou provocando
a guerra com Tebas. Em 371 a C., o general Tebano Epaminondas venceu Esparta na batalha de Leutras. A supremacia
de Esparta cedeu lugar à de Tebas sobre a Grécia. Nessa época, surgia ao norte da Grécia uma nova potência: a
Macedônia.
Enquanto lutas internas enfraqueciam a Grécia, o Império Macedônio, fundado por Felipe II, se fortalecia através de uma
política expansionista.
Em 338 a C., as tropas macedônicas venceram as cidades-estados gregas na batalha de Queronéia, assinalando o
ínicio da supremacia da Macedônia sobre a Grécia.

5. PERÍODO HELENISTICO

Domínio Macedônio - A aliança que unira as cidades gregas contra os persas, não foi o suficientemente forte para
desfazer o enfraquecimento das pólis gregas. Isto porque, enquanto as cidades gregas digladiavam (combatiam) entre si,
a Macedônia, situada ao norte da Grécia, observava. Foram de pouca valia os discursos de Demóstenes ( as “Felípicas”),
que denunciava os planos de Felipe II e propunha a união das cidades gregas contra o inimigo comum. Na batalha de
Queronéia, em 338 aC., Filipe venceu os gregos. Iniciava-se a supremacia da Macedônia sobre a Grécia. Filipe II
declarou guerra ao Império Persa.

A unidade forçada pela Macedônia levou a Grécia à realização de uma antiga aspiração: a conquista de Pérsia. O filho de
Filipe II, Alexandre Magno, incumbiu-se da tarefa. Invadiu o Egito; fundou Alexandria e rumou para a Mesopotâmia,
chegando até à India. Seu império, o mais vasto antes do romano demoronou após a sua morte prematura aos 33 anos
de idade.
Trabalho de pesquisa realizado pelo Prof. João Rocha 27

Helenismo – Alexandre Magno fora aluno de Aristóteles, que lhe incutira um profundo gosto pela cultura grega; formara
também um conquistador diferente dos até então conhecidos. O respeito pelas tradições dos derrotados e a manutenção
de muitas de suas características permitiram um efeito monumental: a fusão da cultura grega à oriental. Portanto, o
helenismo ou cultura helenística é “o casamento de duas civilizações”, ou seja: a fusão da cultura clássica grega com a
cultura oriental do Império Persa. Essa fusão foi a conseqüência do processo de helenização do Oriente, que deu origem
a uma cultura greco-oriental.
Uma das características do helenismo no campo das artes foram as manifestações de maior realismo, sensualidade, luxo
e grandiosidade, além do forte impulso às ciências ( na astronomia – heliocentrismo; na matemática – geometria plana;
na física – Arquimedes de Siracusa, flutuação dos corpos e formulou os princípios da alavanca; na geografia –
Eratóstenes elaborou um mapa da superfície terrestre e calculou (com pequena margem de erro), a curcunferência da
Terra.)

FILOSOFIA E CIÊNCIAS

De toda a produção cultural do homem grego, a filosofia, sem dúvida, é a expressão de maior destaque. A filosofia surgiu
durante a passagem do período arcaico para o clássico, como uma tentativa de superação à tradição mitológica
predominante na Grécia Primitiva. Nesse contexto, os gregos entenderam a filosofia como um sério esforço para
compreender o mundo e o homem. Como cultores da razão, elaboraram um saber racional autônomo, independente das
tradições mítico-religiosas.

A fundação da Escola de Mileto pelo pensador Tales, é considerada como movimento precursor da filosofia grega.
Juntamente com Anaxímenes e Anaximandro, Tales (considerado o Pai da Filosofia) lançou o pensamento materialista
espontâneo – a filosofia da natureza – pois, segundo ele, tudo da natureza deriva de um elemento básico: a água.

Outra escola de destaque foi fundada por Pitágoras . Os pitagóricos defendiam a existência de uma ordem permanente e
imutável no mundo, sendo o número a essência do universo, ou seja, todas as coisas poderiam ser traduzidas por uma
expressão numérica. Desta forrma , contribuíram muito para o desenvolvimento da Matemática.

Demócrito defendeu a teoria atomística. Afirmava ele que a natureza era composta de partículas sólidas e indivisíveis, os
átomos. A disposição e o movimento desses átomos ocasionavam a ocorrência de fenômenos físicos. Sua teoria
representou um considerável avanço para o desenvolvimento da Física e da Química.

Neste mesmo período, os sofistas também se destacaram. O termo sofista significa “partidário da sabedoria”, mas
ganhou um sentido pejorativo, pois seus opositores (aristocratas) afirmavam que estes filósofos corrompiam a juventude
com seus princípios democráticos. Na verdade, os “filósofos de rua”, como eram chamados os sofistas, percorriam as
cidades fazendo discursos eloqüentes e conferência sobre diversos assuntos. Com esta prática, os sofistas tornaram a
educação especializada e profissional. Ensinavam aos jovens a arte de defender prós e os contras de todas as situações,
valendo-se de um pensamento lógico e racional em suas argumentações. Seu maior expoente foi Protágoras que
defendia: “o homem é a medida de todas as coisas”.

Sócrates – Não deixou nada escrito. S’’o sabemos seus ensinamentos através de seus discípulos, como Platão. Seus
ensinamentos eram voltados para os valores morais. Com o princípio “Conhece-te a ti mesmo”, afirmava que a verdade
está dentro de cada um. Seu método de ensino era o “dialogo”. Acreditavam num só Deus, negava os outros deuses e
por isso foi preso, sendo acusado de corromper a juventude grega. Foi forçado a tomar um veneno, a cicuta.

Platão – Discípulo de Sócrates e mestre de Aristóteles. Analisou a questão social e achava que a riqueza deveria ser
melhor distribuída entre os cidadãos. Sua obra principal foi a República

Aristóteles - Pesquisador, dedicou-se a vários assuntos: biologia, política, moral, lógica, psicologia, religião. Para ele
havia um só deus, que era o motor eterno que move todas as coisas. Deus é um ato puro, perfeição absoluta. Foi o
criador da Lógica ( raciocínio, argumentação) . Gostava de passear ao redor do pátio – perípatos – do seu Liceu. Dessa
prática, criou-se o termo peripatético ( que está sempre em movimento). Daí o seus sistema de pensamento ser
conhecido como: Escola Peripatética. Sua obra principal foi “a Política”.
Trabalho de pesquisa realizado pelo Prof. João Rocha 28

ROMA
Povoamento e Origens

Norte  Gauleses
Centro  Etruscos e Italiotas (Úmbrios, Samnitas, Équos, Sabinos e Latinos)
Sul  Gregos (fundaram a Magna Grécia)

ORIGENS:

a) Segundo a Lenda:
Rômulo e Remo foram atirados no rio Tibre a mandado do tio.
Salvos por um pastor foram amamentados por uma loba e, quando adultos, fundaram Roma.
Após um conflito, Rômulo matou Remo e tornou-se o primeiro rei da cidade.

b) Segundo a História:
Roma foi fundada por Latinos e Sabinos ( Italiotas )

A História de Roma está dividida em e etapas

• Realeza ou Monarquia: 753 a 509 a.C


• República: 509 a 27 a.C
• Império: 27 a.C a 395 d.C

Realeza ou Monarquia

• Primeira forma de Governo adotada em Roma.

 Funções do Rei: Juiz, Sumo Sacerdote e Comandante do Exército. Sua autoridade política era
limitada: Era fiscalizado por um Conselho de Anciãos, o Senado (Órgão Consultivo), formado
pela aristocracia patrícia.

• Regime Econômico e Social:

 No período da Monarquia ou Realeza, encontramos os genos (ou gens) como célula


fundamental da sociedade romana.

 Segundo a tradição, o conjunto de dez genos formava uma Cúria Romana:

 Cada Cúria constituía uma organização social com práticas religiosas próprias, com
seus templos e sacerdotes;
Trabalho de pesquisa realizado pelo Prof. João Rocha 29

 Dez Cúrias reunidas formavam uma tribo, comandada por um chefe, com funções
militares e religiosas

• Instituições políticas

 Faziam parte deste período as seguintes instituições: o SENADO, a ASSEMBLÉIA


CURIAL e o REI.

 O SENADO  Conselho formado por velhos cidadãos, responsáveis pela chefia dos
genos. O termo senado vem do latim senex (velho).Os membros do Senado pertenciam
a nobreza gentílica. As principais funções do Senado era propor leis novas e fiscalizar a
ação do rei.

 ASSEMBLÉIA CURIAL  Compunha-se de cidadãos agrupados em cúrias. Seus


membros eram guerreiros em condições de servir o exército. Principais funções: aprovar
e rejeitar as leis, aclamar e julgar o rei,em última estância.

 REI  Funções de chefia militar, religiosa e judicial, mas não tinha poderes absolutos,
sendo fiscalizado pela Assembléia e pelo Senado. Segundo a lenda, Roma foi governada por
sete reis: os quatro primeiros, latinos e sabinos; os três últimos, etrucos.

• A sociedade Romana na Monarquia:

 Patrícios  possuíam o poder econômico e político. Classe dominante.


 Clientes  Dependentes das famílias patrícias, seguiam o patrício na política, na guerra e deles
recebiam proteção.
 Plebeus  Não eram nobres. Homens livres. Estrangeiros
 Escravos  Na monarquia não possuíam grande peso, sendo seu número ainda pe
queno.

• Fim da Monarquia:

 Os três últimos reis de Roma, segundo a lenda, foram Etruscos ( Tarqüinio Prisco, Sérvio Túlio e
Tarqüinio, o Soberbo). Estes reis governaram despoticamente, abolindo o Senado e
marginalizando a nobreza patrícia.

 Em 509 a.C., Tarquínio, o Soberbo, último rei de Roma, foi deposto por uma revolução que
expulsou os Etrucos, aboliu a Monarquia e implantou a República.

( Alguns Historiadores afirmam que a deposição de Tarquinio aconteceu devido sua


aproximação das camadas populares ).

• As realizações na Monarquia:

 Construção de novas muralhas


 Saneamento de pântanos
 Criaram o Fórum (onde o povo se reunia)
 Construíram um grande Templo, o Capitólio
 A Cloaca Máxima, um sistema de esgoto

A REPÚBLICA

REPÚBLICA é uma palavra de origem latina que significa “coisa do povo”. No entanto, a realidade foi diferente, pois
com a passagem da Monarquia para a República, os patrícios se tornaram a classe dominante, controlando as
instituições políticas. Portanto, as instituições políticas durante a República teve um caráter essencialmente aristocrático.
Trabalho de pesquisa realizado pelo Prof. João Rocha 30

• As instituições políticas da República:

1) Comícios ou Assembléias
2) Magistraturas
3) Senado

1) COMÍCIOS OU ASSEMBLÉIAS

Os comícios eram assembléias populares encarregadas de votar as leis e eleger os magistrados. Havia dois tipos de
Comícios: os CENTURIAIS e os TRIBAIS.

A ASSEMBLÉIA CENTURIATA (ou CENTURIAL), tornou-se a mais importante da República. Consistia numa reunião do
exército no Campo de Marte. Nos comícios centuriais, os cidadãos eram divididos, conforme sua riqueza, em cinco
classes:

 Estas classes, subdividiam-se em centúrias ( unidades militares do exército ).


 Os cidadãos mais pobres, devido sua pobreza, ficavam numa única centúria.
 Havia 193 centúrias, cada qual com direito a um voto, como os patrícios possuíam 98 centúrias,
saíam sempre vitoriosos nos comícios centuriais.
 A Assembléia Centuriata elegia os Cônsules, os Pretores, os Censores e votava as leis.

Nos comícios TRIBAIS ( ou TRIBUNÍCIA), os cidadãos eram agrupados em tribos, cada qual com direito a um voto. Os
pobres formavam quatro tribos e os ricos 31, assegurando também aos patrícios a vitória nos comícios tribais.

2) AS MAGISTRATURAS

Os magistrados eram eleitos pelos Comícios ou Assembléias por um período de um ano. Exerciam o poder
executivo. Em geral pertenciam à classe dos patrícios. As principais magistraturas eram:

OS CÔNSULES  Era o principal magistrado e seu poder eqüivalia ao dos antigos reis. Havia dois Cônsules, para
que nenhum dos dois, isoladamente, monopolizasse poder. Suas funções eram: comandar o exército, convocar o
Senado e presidir os cultos públicos.

PRETORES  Administravam a justiça. Juizes, o urbano, nas cidades e o peregrino fora da cidade.

CENSORES  Cuidavam do recenseamento dos cidadãos, com base na sua riqueza. Vigiavam a conduta moral dos
cidadãos

QUESTORES  Cobravam os impostos e administravam as finanças públicas.

EDIS  Respondiam por diversos aspectos da conservação pública: policiamento, organização das festas,
manutenção dos edifícios públicos.

DITADOR  Eram eleitos em casos excepecionais (caso de guerra), calamidade pública, uma catástrofe da
natureza, campanha militar desastrosa.

TRIBUNO DA PLEBE  Esse magistrado surgiu em Roma como resultado das pressões da plebe em favor de
reformas sociais.

3) O SENADO:

Era um Conselho formado por velhos cidadãos. O termo Senado vem do latim senex, que significa velho. Era o Conselho
dos Anciãos ou Assembléia dos Notáveis. O mandato era vitalício. Suas atribuições: decidir pelo comando recrutamento
de tropas, autorizar as despesas, dirigir a política exterior, preparar as leis com os cônsules, administrar províncias, etc.
Nas insígnias de guerra, nos edifícios públicos e nos atos oficiais figuravam quatro letras sacramentais SPQR ( Senatus
populusque romanus).
Trabalho de pesquisa realizado pelo Prof. João Rocha 31

AS LUTAS ENTRE PATRÍCIOS E PLEBEUS

A República caracterizou-se pela marginalização política, discriminação social e desigualdade econômica,


que afetava a plebe romana. O agravamento desta situação deflagrou, ainda no início da República, numa
luta entre patrício e plebeus, que levou aproximadamente 200 anos.

1) A REVOLTA DO MONTE SAGRADO:

 A partir de 494 a.C, os plebeus abandonaram Roma, dirigindo-se ao Monte Alventino


(considerado sagrado). Os plebeus sabiam que eram indispensáveis ao exército
romano. Esta atitude era um duro golpe para a estrutura militar romana.

 Para regressar a Roma, os plebeus fizeram exigências aos patrícios: a criação da


Magistratura de Tribuno da Plebe, o qual tinha o poder de veto sobre as ações que
prejudicassem os plebeus.

2) A LEI DAS DOZE TÁBUAS

 Em 450 a.C., os plebeus conquistaram igualdade jurídica.


 As leis que eram orais passaram a ser escrita.
 Essa legislação seria aplicada, indistintamente, para as duas classes.
 As leis foram gravadas em 12 placas de bronze. Esta lei é a base do direito civil moderno

3) LEI CANULÉIA

 Em 445 a.C., autorizava o casamento entre patrícios e plebeus, isto é, a igualdade civil. Na
prática, só os plebeus ricos conseguiam casar-se com os patrícios.

4) LEI LICÍNIA-SEXTIA

 Em 367 a.C., foi instaurada a igualdade política ao reconhecer aos plebeus o direito de
eleger os representantes para as diversas magistraturas, inclusive a do Senado. Pôs fim
na escravidão por dívida.

5) LEI OGÚLNIA

 Em 300 a.C., os plebeus conquistaram a igualdade religiosa, obtinham o direito


aos cargos sacerdotais.

6) LEI HORTÊNCIA

 Em 287 a.C., os patrícios aceitaram que as leis votadas pela plebe na sua assembléia
tivessem validade em todo Estado: era a decisão da plebe ou plebiscito.

A CONQUISTA DA ITÁLIA

A despeito da luta entre patrícios e plebeus, os romanos realizaram entre 509 e 270 a.C., uma expansão
interna que, através de guerras de conquista, culminou com o domínio de quase toda a Itália, que dividiu-se
em 3 fases:

1) a conquista da Etruria - centro


Trabalho de pesquisa realizado pelo Prof. João Rocha 32

2) a conquista da Capânia - centro/sul


3) a conquista da Magna Grécia - sul

O norte continuou com os gauleses, que só se retiraram quando receberam um grande resgate.
Após a expansão interna e conquista da Itália, os romanos iniciaram uma expansão externa que culminaria com o
domínio do Mediterrâneo.

AS GUERRAS PÚNICAS

Cartago (norte da África) significava “cidade nova” e se originou de uma antiga colônia fundada pelos fenícios, em 800
a.C. Os cartagineses eram chamados pelos romanos de “púnicos”, termo com que estes designavam os fenícios. Cartago
possuía 250 mil habitantes e dominava a navegação e o comércio no ocidente do Mediterrâneo. Os interesses
econômicos cartagineses foram afetados pela conquista do sul da Itália pelos romanos. A rivalidade entre Roma e
Cartago, pelo domínio da Sicília, foi a causa das Guerra Púnicas (264 a.c).

A Primeira Guerra Púnica ( 264 - 241 a.C )

Vencida pelos romanos, que dominaram as ilhas da Sicília, Córsega e Sardenha.


Para compensar a perda das ilhas do Mediterrâneo, em 237 a.C., o cartaginês Amilcar Barca, realizou a conquista da
Espanha.

A Segunda Guerra Púnica ( 218 - 202 a.C)


Derrotado, Cartago dinamizou a exploração das minas da Espanha preparando-se para a desforra. Os romanos
tentaram evitar uma nova guerra ao enviarem uma embaixada a Cartago, com a finalidade de convencer os cartagineses
a limitar suas influências ao norte da Espanha. A iniciativa dos romanos não teve êxito.
As tropas de Aníbal, em 218 a.C., conquistaram Sagunto, cidade espanhola aliada de Roma.
Com um exército de 50 mil homens de infantaria, 10 mil de cavalaria e mais um contigente de elefantes avançou em
direção ao norte da Itália.
Aníbal venceu as legiões romanas nas batalhas de Trébia, Tasímeno e Canas, porém, não atacou Roma, preferiu destruir
as fontes de abastecimento dos romanos.
* O contra-ataque romano.
Os romanos contra-atacaram conquistando a Espanha e, depois, desembarcaram no norte da África, em território
cartaginês. Aníbal foi obrigado abandonar a Itália e retornar a Cartago onde em 202 a.C., foi pelos romanos na batalha de
Zama. Cartago, vencida, teve que pagar nova indenização de guerra, entregar sua frota e ceder a Espanha à Roma.

A Terceira Guerra Púnica ( 150 - 146 a.C )

Privada de seu império marítimo, Cartago concentrou-se no cultivo de suas ricas terras. Não demorou muito para que os
produtos cartagineses fossem encontrados na própria Itália, fazendo concorrência com os produtos italianos.
O Senado Romano procurou um pretexto para arruinar Cartago. O pretexto chegou quando a Numídia investiu
contra as terras de Cartago.
A Terceira Guerra Púnica terminou com completa destruição de Cartago. O território cartaginês foi transformado em
província romana.
Após as Guerras Púnicas, Roma iniciou a expansão pelo Mediterrâneo Oriental e, nos dois séculos seguintes, conquistou
a Síria, o Egito e os reinos helenísticos da Macedônia.
No fim do século I a.C., o Mediterrâneo havia se transformado num “lago romano”.

• Conseqüências da expansão romana

A conquista do Mediterrâneo provocou, em Roma, grandes transformações sociais e econômicas:

 As instituições políticas entraram em crise;


 Os prisioneiros de guerras se tornaram escravos. Isto transformou a economia livre num sistema
escravista;
 Provocou a ruína dos camponeses e a concentração das terras nas mãos da aristocracia;
 surgimento de uma grande massa de desempregados que migrou dos campos para as cidades
 A economia escravista gerou em Roma mais de 200 mil desempregados
 Houve a substituição da República pelo Império.
Trabalho de pesquisa realizado pelo Prof. João Rocha 33

A conquista do Mediterrâneo abriu novos mercados, desenvolvimento da manufatura e do comércio. O resultado dessa
prosperidade econômica foi a formação de uma nova classe de comerciantes e militares que ficaram ricos com as
guerras: “ os homens novos ” ou “ cavaleiros ”. Essa nova classe possuía reduzida participação política no regime
republicano, cujos cargos eram controlados pela aristocracia.

Essas transformações desencadearam em Roma lutas sociais que levaram a crise da República.
A sociedade romana dividiu-se em dois campos:

1) O partido popular  formado pelos homens novos e pela grande massa de desempregados que
reivindicavam uma reforma agrária e maior participação nas
instituições políticas republicanas.

2) O partido aristocrático  formado pelos grandes proprietários rurais que não aceitavam
reformas para não reduzir seus privilégios econômicos e políticos

As lutas entre esses dois partidos políticos, caracterizaram a fase de decadência da República Romana.

A CRISE DA REPÚBLICA:

a) As reformas de Tibério e Caio Graco (133-121 a.C)


b) As ditaduras de Mário e Sila (107 - 79 a.C)

Os irmãos Tibério e Caio Graco, tribunos da plebe, procuraram solucionar acrise da República, através de realizações
que atendessem às reivindicações dos desempregados e dos “homens novos”. A reação violenta da aristocracia
impediu a concretizaçãoa dessas reformas.

A) 1. Tibério Graco:

Eleito tribuno da plebe (133 a.C), conseguiu aprovação de uma lei agrária que limitava a extensão dos
latifúndios da nobreza e autorizava a distribuição de terras para os desempregados.
Os grandes proprietários rurais opuseram-se à aplicação da lei agrária. Tibério Graco, acusado de aspirar ao
poder real, foi assassinado.

2. Caio Graco:

Eleito tribuno da plebe (123 a.C), retomou o projeto de reforma agrária. Conseguiu a aprovação da lei
frumentária que obrigava o Estado a vender o trigo a baixo preço para os cidadãos mais pobres.
As reformas propostas por Caio Graco esbarraram na oposição dos grandes proprietários rurais. Suicidou-se
em 121 a.C.

O fracasso das reformas propostas por Tibério e Caio Graco agravou mais a crise da República mergulhou Roma numa
sangrenta guerra civil, abrindo caminho para as ditaduras militares dos generaiss Mário e Sila.

B) 1. O general Mário:

“Homem novo”, ligado a classe dos cavaleiros e de grande prestígio entre as camadas populares, foi eleito
para o cargo de cônsul. Transformou os soldados romanos em militares profissionais que lutavam mediante
pagamento de salário. Os cidadãos mais pobres e os desempregados entraram no exército. Com o apoio do
exército, Mário implantou em Roma uma ditadura. Reduziu a autoridade do Senado, restringiu os privilégios
da aristocracia, realizou reformas populares e aumentou o poder dos cavaleiros.

2. O general Sila:

Com a morte de Mário, o general Sila, aristocrata, apoiado pela nobreza e pelo Senado, proclamou-se ditador
perpétuo de Roma. Realizou uma violenta repressão contra os cavaleiros e as camadas populares ,
restabelecendo os privilégios da aristocracia e restaurando a autoridade do Senado. A ditadura de Sila, que
morreu em 79 a.C., contribuiu para agravar ainda mais a crise da República.

O FIM DA REPÚBLICA ( 78-30 A.C)


Trabalho de pesquisa realizado pelo Prof. João Rocha 34

No século I a.C., a rebelião de Sertório, a insurreição de Espártaco e a conjuração de Catilina aceleraram o fim da
República. O primeiro Triunvirato, a ditadura vitalícia de César e o Segundo Triunvirato, prenunciavam, por sua vez, o
nascimento do Império Romano.

1. A Rebelião de Sertório  Em 78 a.C., Sertório, discípulo de Mário, sublevou a Espanha contra o dominio
romano. Esta rebelião durou seis anos e foi vencida pelo general Pompeu.

2. A Insurreição de Espartaco  Em 73 a.C., o gladiador Espártaco rebelou-se no sul da Itália. Formou um


exército que chegou a possuir mais de 50 mil combatentes.
Em dois anos de luta, a insurreição de Espártaco derrotou cinco exércitos romanos, dominou quase todo o
sul da Itália e abalou as estruturas da República escravista.

3. A Conjuração de Catilina  Em 66 a.C., Catilina, líder do partido popular, iniciou uma conspiração contra o
Senado e a República. A conjuração de Catilina possuía um programa revolucionário que pregava a anulação
das dívidas, a proscrição da nobreza senatorial e a realização de uma reforma agrária.
Cícero, cônsul romano, denunciou ao Senado a conjuração de Catilina através de uma série de discursos, as
Catilinárias.
A descoberta da conjuração obrigou Catilina a fugir de Roma, sendo morto, mais tarde, juntamente com três
mil partidários na região de Pistóia.

4. O Primeiro Triunvirato  Em 60 a.C., o patrício Júlio César, líder da plebe romana, o general Pompeu,
vencedor da rebelião de Sertório, e o ex-consul Crasso, o homem mais rico da época, aliaram-se e com
apoio do exército implantaram em Roma, o Primeiro Triunvirato.
O poder foi dividido entre os triúnviros. Coube a César o comando do exército da Gália, a Pompeu o exército
da Gália. César invadiu a Itália e ocupou Roma, obrigando Pompeu a fugir para a Grécia. Com a fuga de
Pompeu, em 49 a.C., o poder em Roma concentrou-se nas mãos de César.

5. A ditadura vitalícia de César  Ao derrotar Pompeu, César apoiou a ascensão de Cleópatra ao trono do
Egito, transformando o Egito num protetorado de Roma. Incorporou os territórios orientais aos domínios
romanos. Em 45 a.C., tornou-se ditador vitalício. Em 44 a.C., uma conspiração do Senado culminou com o
assassinato de César, sob a acusação de pretender substituir a República pelo Império.

6. O Segundo Triunvirato  Em 43 a.C., Marco Antônio, Otávio e Lépido, assumiram o poder e com o apoio
do exército implantaram o Segundo Triunvirato. Otávio ficou com a Europa, Marco Antônio com a Ásia e
Lépido com a África.
Após uma luta entre os triúnviros, Lépido foi afastado e o poder foi dividido entre Otávio, que ficou com o
Ocidente e a Itália, e Marco Antônio ficou com o Oriente e o Egito.
Após o suicídio de Marco Antônio e Cleópatra ( 30 a.C.), Otávio conquistou o Egito, que foi transformado em
província romana. Com a concentração do poder nas mãos de Otávio terminava a República e
começava o Império.

O IMPÉRIO

A passagem da República para o Império Romano, pode ser dividida em duas fases: O Alto Império e o Baixo Império:
Alto Império  Vai do séc. I ao II da Era Cristã, assinalou o apogeu do Império Romano.
Baixo Império  Assinalou o declínio do Império e assinalou sua destruição pelas invasões
germânicas.

ALTO IMPÉRIO

• O Principado

A vitória de Otávio sobre Marco Antônio, assinalou a passagem da República para o Império Romano. Durante o
principado, misto de república e monarquia, Otávio concentrou todo o poder, tornando-se príncipe do Senado, Imperador
do exército, tribuno da plebe, sumo-pontífice e Augusto ( como ficou conhecido desde então). Augusto promoveu a
aliança entre a nobreza e os cavaleiros, agrupando-os em duas ordens: senatorial e eqüestre.
Trabalho de pesquisa realizado pelo Prof. João Rocha 35

Dividiu, também, as províncias do império em dois grupos: senatoriais e imperiais. O principado de Augusto
caracterizou-se pela prosperidade econômica, estabilidade político-social e desenvolvimento intelectual. A pax romana
se estendeu em todo império, e o século I da Era Cristã ficou conhecido na História como “século de Augusto”.

• As Dinastias do Alto Império

Após a morte de Augusto, sucederam-se as dinastias que governaram Roma durante ao Alto Império.
A dinastia Júlio-Claudiana ( Tibério, Calígula, Cláudio e Nero ) estava ligada à aristocracia patrícia romana.
Nero incendiou a cidade de Roma e promoveu a primeira perseguição ao Cristianismo. A Dinastia Flávia (
Vespasiano, Tito e Domiciano) ascendeu ao poder através do exército, e estava ligada aos grandes
comerciantes da Itália central. Seus imperadores ficaram conhecidos como imperadores burgueses. A
Dinastia Antonina ( Nerva, Trajano, Adriano, Antonino Pio, Marco Aurélio e Cômodo) ligava-se às famílias
italianas estabelecidas na Espanha e Gália. O governo desta dinastia assinalou o apogeu do Império
Romano. A Dinastia Severa ( Sétimo Severo, Caracala, Heliogábalo e Severo Alexandre ) assinalou a
transição do Alto para o Baixo Império. Em 212, Caracala promulgou um edito concedendo a cidadania
romana para todos os homens livres do império.

• Surgimento e expansão do Cristianismo

No início do Alto Império, surgiu na Palestina uma dissidência religiosa do Judaísmo, que deu origem
a uma nova religião monoteísta: o Cristianismo. Essa nova religião acreditava ser Jesus Cristo, nascido no
principado de Augusto e crucificado no reinado de Tibério, o Messias anunciado pelos profetas. Após a morte
de Cristo, seus discipulos, os apóstolos, iniciaram a difusão do Cristianismo pelo mundo romano.

As perseguições ao Cristianismo deveram-se, entre outros fatores, à recusa dos cristãos em


reconhecerem os deuses romanos e à sua rejeição ao culto imperial. As perseguições, ao invés de
enfraquecer, fortaleceram o Cristianismo, que se difundiu, inclusive, entre setores das camadas dominantes
da sociedade romana. Em 313, Constantino publicou o Edito de Milão, concedendo liberdade de culto aos
cristãos. Em 323, o Concílio de Nicéia definiu a doutrina oficial da Igreja ( Credo ). Em 391, Teodósio
transformou o Cristianismo na religião de Estado do Império Romano.

Ao longo desse processo, foram feitas a centralização da autoridade religiosa e a hierarquização da


Igreja. A centralização do poder culminou com o fortalecimento da autoridade do papa, bispo de Roma e
sucessor do apóstolo Pedro.

BAIXO IMPÉRIO

O Baixo Império, marcou o fim da Dinastia Severa, em 325, o império foi mergulhado numa fase de
anarquia militar (intervenção do exército nas lutas sucessórias) que só se encerrou em 284, com a ascensão
de Diocleciano. A crise do século III foi, ao mesmo tempo, econômica, financeira, social e política. No plano
econômico, ocorreu a crise do escravismo e sua gradual substituição pelo sistema de colonato, assim como a
decadência do comércio e da indústria e a regressão da economia a níveis de troca direta.
No plano financeiro, a desvalorização da moeda, a alta dos preços e um violento processo
inflacionário.
No plano social, as cidades se despovoaram e as populações urbanas foram para as grandes
propriedades rurais, as vilas.
No plano político, as sucessivas intervenções do exército nas lutas pelo poder destruíram a coesão
político-militar do império. Nessa época, aumentaram as pressões externas dos bárbaros sobre as fronteiras
do império nos rios Reno, Danúbio e Eufrates.

• O fim do Império Romano


Trabalho de pesquisa realizado pelo Prof. João Rocha 36

No governo da Dinastia Ilíria, foram realizadas reformas, com o objetivo de restaurar o antigo poderio
romano. Diocleciano implantou a tetrarquia (governo de quatro) e o império passou a ser dirigido por dois
augustos e dois césares. Constantino promulgou o Edito de Milão, concedendo liberdade religiosa aos
cristãos, e fundou a cidade de Constantinopla, a nova capital do Império Romano. Teodósio oficializou o
Cristianismo e realizou a última divisão do Império Romano ( Império do Oriente e Império do Ocidente). No
século V, começou a grande invasão germânica do Império Romano. O Império do Oriente sobreviveu às
invasões e na Idade Média transformou-se no Império Bizantino. O Império do Ocidente foi destruído pelas
invasões e deu origem aos Reinos Bárbaros ( ostrogodos na Itália; francos, na Gália; anglos e saxões, na
Inglaterra; visigodos, na Espanha e vândalos, na África). Com a destruição do Império Romano, em 476,
terminou a Idade Antiga e começa a Idade Média.

• O legado cultural dos Romanos

O principal legado cultural de Roma para o Ocidente baseou-se em três contribuições; O Direito
Romano, a literatura e a lingua latinas e o Cristianismo.
O Direito Romano, originado da Lei das 12 Tábuas, dividia-se em três ramos: o jus civile ( direito civil
), o jus gentium (direito das gentes) e o jus naturale (direito natural).

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