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Resumo Criminologia Critica e Critica Do Direito Penal Alessandro Baratta PDF
Resumo Criminologia Critica e Critica Do Direito Penal Alessandro Baratta PDF
A criminologia positivista tem por objeto não propriamente o delito, mas o homem delinqüente,
considerado como um indivíduo diferente. O modelo positivista é o estudo das causas ou dos
fatores da criminalidade, para individualizar medidas adequadas para removê-los intervindo,
sobretudo no sujeito criminoso.
Já a Escola Liberal Clássica não considera o delinqüente como um ser diferente dos outros.
Como comportamento o delito surgia da livre vontade do indivíduo e não de causas patológicas,
e por isso do ponto de vista da responsabilidade moral das próprias ações o delinqüente não era
diferente.
O Direito Penal e a pena eram considerados pela Escola Clássica como instrumento legal para
defender a sociedade do crime, criando assim, uma contra motivação do crime. As Escolas
liberais Clássicas, contestavam o modelo positivista, deslocando sua atenção da criminalidade
para o direito penal.
Nesse contexto é importante destacar Beccaria , que parte de uma concepção filosófica para uma
concepção jurídica filosoficamente fundada dos conceitos de delito , de responsabilidade penal e
de pena. Para ele a base da justiça humana é a utilidade comum. Os elementos fundamentais da
teoria do delito e da pena são o dano e a defesa social.
Grandomenico Romagnosi também é de se relevar. Em seu pensamento o princípio essencial do
direito individual é a conservação da espécie humana e a obtenção da máxima utilidade. Para ele
três eram as relação jurídicas fundamentais: o direito e o dever de cada um de conservar sua
própria existência ; o dever recíproco do homem de não atentar sobre a sua existência ; o direito
de cada um de não ser ofendido pelo outro. A pena constituiu em relação ao impulso criminoso
um contra estímulo, se tornando assim, um meio de defesa social.
Já Carrara afirma que o fim da pena não é a retribuição, mas a eliminação do perigo social que
sobreviria da impunidade do delito.
Lombroso considerava o delito como um ente natural , determinado por causas biológicas de
natureza hereditária.
Ferri ampliava o quadro dos fatores do delito dispondo-os em três partes: fatores antropológicos,
físicos e sociais.
A criminalidade podia torna-se objeto de estudo nas suas causas independentemente do estudo
das reações sociais do direito penal.
Conclusão
Há uma grande divergência de pensamentos entre as Escolas Positiva e Clássica vez que esta tem
como objeto de seu estudo o crime e aquela o próprio criminoso.
Idéias essas que não só se contrapõe no objeto de estudo, mas também, nas suas idéias
relacionadas ao crime, a pena, ao criminoso bem como aos seus métodos de estudo.
Diferenças estas que, são de grande importância para estudos criminológicos até os dias de hoje.
Razões da Conclusão
Interesse e Relevância
Dos estudos destas Escolas surgiram grandes obras como, Dos Delitos e Das Penas de Beccaria.
Surgiram também estudos como os de Lombroso que é de grande importância para a
criminologia que não reside tanto em sua famosa tipologia (onde destaca a categoria do
"delinqüente nato") ou em sua teoria criminológica, senão no método que utilizou em suas
investigações: o método empírico -indutivo. Sua teoria do delinqüente nato foi formulada com
base em resultados de mais de quatrocentas autópsias de delinqüentes e seis mil análises de
delinqüentes vivos; e o atavismo que, conforme o seu ponto de vista, caracteriza o tipo criminoso
– ao que parece – contou com o estudo minucioso de vinte e cinco mil reclusos de prisões
européias.
Assim como Garofalo que teve como sua grande contribuição criminológica à tentativa de
conceder um conceito de delito natural. Sua proposta era saber se entre os delitos previstos pelas
nossas leis atuais, há algum que, em todos os tempos e lugares, fossem considerados puníveis.
Criminologia científica observa devidamente o crime como um problema social, tão antigo quanto a
existência do homem.
A sociologia do direito, como se viu, tem por objeto ações e comportamentos. A filosofia do
direito tem por objeto os valores conexos aos sistemas normativos. A teoria do direito tem por
objeto a estrutura lógico-semântica das normas, entendidas como proposições, e os problemas
específicos das relações formais entre normas e entre ordenamentos. A teoria geral do direito,
eleva o nível de abstração da ciência dogmática do direito.
A sociologia criminal estuda o comportamento desviante com relevância penal, a sua gênese, a
sua função no interior da estrutura social dada. A sociologia jurídico-penal, ao contrário, estuda
os comportamentos que representam uma reação ante o comportamento desviante, os fatores
condicionantes e os efeitos dessa reação, assim como as implicações funcionais dessa reação
com a estrutura social global. Essas duas disciplinas tem como problemática comum o conceito e
definição de desvio, considerando, sobretudo, o labeling approach. Segundo os representantes
deste enfoque, o fato de que os autores de certos comportamentos tornem-se objeto da ação de
órgãos da repressão penal, não é sem influência, especialmente por causa de seu efeito
estigmatizante, sobre a realidade social do desvio e sobre a consolidação do status social do
delinquente. Contudo, as reações não-institucionais também geram o efeito estigmatizante da
reação da opinião pública sobre o status social do delinquente.
3. Microssociologia e Macrossociologia. Possibilidade e função de sua integração.
Um modo de fazer a sociologia é construir um discurso baseado em dados empiricamente
controláveis, em pesquisas bem localizadas, em metodologias previamente declaradas e
experimentadas. Dentro disso, encontram-se a microssociologia e a macrossociologia. O
equívoco depende de uma falta de distinção entre o objeto específico da pesquisa sociológico-
jurídica e o horizonte explicativo e interpretativo dentro do qual os fenômenos setoriais
analisados podem e devem ser inseridos. Este horizonte coincide com toda estrutura socio-
econômica e, portanto, com o objeto da sociologia geral. Se hoje é possível encontrar uma
tendência de desenvolvimento positivo na pesquisa sociológico-jurídica, esta consiste
precisamente na tentativa de unir uma perspectiva microssociológica, adotada para delimitar
objetos específicos de indagação, com uma perspectiva macrossociológica, adotada para definir
um horizonte explicativo interpretativo dentro o qual são considerados os fenômenos singulares.