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2.1 - Conceito
Novação é a extinção de uma obrigação pela formação de outra, destinada a substituí-la. Dessa
forma, a novação é o ato jurídico pelo qual se cria uma nova obrigação com o objetivo de,
substituindo outra anterior, a extinguir.
Ainda, a novação exige que exista, entre a dívida antiga e a nova, uma diversidade substancial.
Não haverá, portanto, novação, quando apenas se verificarem pequenas alterações
secundárias na dívida, tal como ocorre, por exemplo, com a estipulação de nova taxa de juros,
exclusão de uma garantia, antecipação do vencimento.
2.2 - Requisitos
Existem três requisitos elencados por Orlando gomes, segundo ele "para restar configurada
concorrer três elementos:
Segundo requisito é a criação de uma nova obrigação, que é pactuada entre os sujeitos da
relação, Paulo Stolze situa que este é um requisito indispensável para a obrigação.
2.3 - Espécies
Três são as espécies de novação: a objetiva ou real e a subjetiva ou pessoal e a novação mista.
Esta espécie de novação esta regulada no Código Civil, art. 360, I, acontece quando houver
alteração do objeto da relação entre as partes, logo existe quando se der modificação na
natureza da prestação, mantendo-se inalterados as partes, podendo assim haver novação
objetiva mesmo que a segunda obrigação consista também no pagamento em dinheiro
(observado sua alteração substancial em relação à primeira).
2.3.2 - Novação Subjetiva ou Pessoal
Subdivide-se em: novação subjetiva passiva, novação subjetiva ativa e a novação subjetiva
mista.
A novação subjetiva passiva incide na figura do devedor, ou seja, é quando ocorre a mudança e
passa a existir a intervenção de um novo devedor. Essa mudança pode-se dar por dois modos:
pela delegação e pela expromissão.
Como nos diz Washington de Barros Monteiro, a expromissão consiste num ajuste exclusivo
entre o credor e terceiro.
A novação subjetiva ativa ocorre quando, pelo Código Civil, art. 360, III, o credor originário, por
meio de nova obrigação, deixa a relação obrigacional e um outro o substitui, ficando o devedor
quite para com o antigo credor.
Soriano Neto aponta os seguintes requisitos para que se tenha tal espécie de novação: a) o
consentimento do devedor, que contrai uma nova obrigação perante um novo credor, ficando
liberado da antiga dívida; b) o assentimento do antigo credor, que renuncia o seu crédito,
permitindo ao devedor que se obrigue para com o novo credor; c) a anuência do novo credor,
que aceita a promessa do devedor.
É, ainda, possível, embora seja rara a novação subjetiva mista, quando houver simultânea
mutação de credor e de devedor (CC, art. 360, II e III).
2.4 - Efeitos
A novação tem um duplo efeito: porque ao mesmo tempo que ela extingue uma obrigação, ou
seja, desaparece todos os efeitos anteriores. Ela cria.
3 - Considerações Finais
Embora a novação tenha alguma importância na vida prática, sob o prisma funcional, a ampla
possibilidade de transmissão das obrigações restringiu-lhe o uso. Como verificam Colin e
Capitant, o credor a quem seu devedor oferece mui raramente libertará o antigo, pois prefere
conservá-lo como garantia suplementar. Da mesma forma, o credor que necessita de dinheiro
antes prefere recorrer à cessa de crédito do que a novação, já que aquela dispensa a
intervenção do devedor que esta a requer. Por igual, é comum prescindir-se da novação
objetiva, porque só em casos excepcionais convém aos interesses das partes alterar o objeto
da prestação antes do vencimento. Na prática, segundo o entendimento de Colin e Capitant,
somente se tem aplicado a novação quando se pretende modificar a causa da obrigação.
REFERÊNCIAS
BRASIL. [Código Civil (2002)]. Novo Código Civil. – Brasília: Câmara dos Deputados,
Coordenação de Publicação, 2005. 304 p. (Série fontes de referência. Legislação; n.65). ISBN
85-7365-431-7
DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro, 26, ed. São Paulo: Saraiva 2011, v.2.
GAGLIANO, Pablo Stolze; FILHO, Rodolfo Pamplona. Novo curso de direito civil. 9.ed. São
Paulo: Saraiva, 2008, v.2.