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Evasão Maçônica PDF
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Evasão Maçônica – Causas e Consequências
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quando a versão mais implacável da doença (a evasão involuntária) bater à porta
deles em alguns anos.
O estudo, que se aprofunda na compreensão dos diferentes motivos que
levam os irmãos a se desligarem voluntariamente da Maçonaria, além da análise
das características desses evasores, em busca de elementos comuns entre os
mesmos. A partir do conhecimento gerado, ações poderão ser planejadas.
Agora, cabe a nós, não nos deixarmos levar pela cultura nacional da ausência
de planejamento, da preferência pela remediação em detrimento da prevenção, e não
esperarmos sentados pelo pior para somente então reagirmos, pois poderá ser tarde
demais. Devemos quebrar esse ciclo vicioso que leva à evasão voluntária, de forma
a estarmos fortes o bastante para sobrevivermos ao que nos espera nos próximos
anos.
Os números da Maçonaria são expostos e analisados, evidenciando a queda
no número de maçons e Lojas Maçônicas em vários países ao redor do mundo.
Nesse ponto, procuramos responder à seguinte indagação: Caso o número de
maçons continue diminuindo, em quanto tempo a Maçonaria deixaria de existir? Na
Inglaterra? Nos Estados Unidos? No Brasil?
Especificaremos nosso foco na Grande Loja do Estado de Mato Grosso, uma
célula representativa dessa organização centenária.
Com o intuito de descobrir quais as principais características da evasão de
seus membros ao longo dos anos, qual o perfil socioeconômico do maçom que
abandona sua Loja e suas diferenças em relação aos membros que permanecem na
instituição.
Atualmente, a Maçonaria está presente nos cinco continentes do planeta,
contando com mais de 200 Grandes Lojas e com aproximadamente 3 milhões de
maçons, isso não considerando as outras obediências ou potências maçônicas.
No Brasil, contamos com cerca de 300.000 maçons presentes em 26 Estados
e no Distrito Federal. A Grande Loja Maçônica do Estado de Mato Grosso é composta
por 2.362 maçons, (dados de 2016), dispostos em 87 Lojas Maçônicas.
A Maçonaria é definida como “um sistema de moralidade e ética social, que
tem, entre outros, a felicidade de seus membros e o auxílio ao próximo como objetivo
institucional.
O trabalho que o maçom desempenha nas Lojas é voluntário, espontâneo e
não remunerado. Em verdade, na sua totalidade das vezes, seus membros são
responsáveis pela manutenção da estrutura da Maçonaria, com pagamento de
mensalidades, taxas ou doações.
Tendo a Maçonaria essas características, é de se esperar que as razões que
impulsionam as pessoas a ingressarem nesta instituição sejam similares a de outras
organizações do terceiro setor (Lions e Rotary).
Essa suposição foi confirmada por uma pesquisa realizada com 1.571
maçons brasileiros, das 27 unidades da federação.
Os motivos que levam os indivíduos a ingressarem na Maçonaria, são
definidas as seguintes categorias e subcategorias:
Categoria 1. Vontade de ajudar o próximo: essa categoria se refere ao
ingresso na Maçonaria com intenção de participar de projetos e trabalhos sociais, de
cunho filantrópico e caritativo.
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Categoria 2. Busca por conhecimento: está relacionada ao acesso a
conhecimento sobre história, filosofia, simbologia e afins.
Categoria 3. Valores morais: remete a questão relacionadas a valores
morais. Emergiram cinco categorias distintas:
3.1 - Aperfeiçoamento moral e espiritual;
3.2 - Admiração pela instituição ou membros;
3.3 - Identificação com os valores morais;
3.4 - Questões familiares;
3.5 - Convite de amigos.
Categoria 4. Outros motivos: referem-se ao ingresso com interesses
diversos, divididos em duas subcategorias:
4.1 - Curiosidade;
4.2 - Socialização.
Se a evasão é uma questão crucial para as organizações que utilizam o
trabalho voluntário (Lions e Rotary), também o é para a Maçonaria.
Os maiores centros mundiais da Maçonaria são os Estados Unidos e a
Inglaterra. São de longe os países com o maior número de Lojas e consequentemente
de maçons. Mas, ao avaliarmos os números oficiais desses dois países, podemos
facilmente notar os efeitos da evasão demonstrados no acentuado declínio numérico.
Conforme ilustração na Tabela 1.
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2008 2016
País Lojas Maçons Lojas Maçons
França 1.461 37.722 1.171 26.335
Tabela 3 – Dados coletados no List of Lodge Massonic, anos 2008 e 2016.
2008 2016
País Lojas Maçons Lojas Maçons
Canadá 588 53.736 541 40.159
Tabela 4 – Dados coletados no List of Lodge Massonic, anos 2008 e 2016.
2008 2016
País Lojas Maçons Lojas Maçons
China 13 748 14 567
Japão 14 1.929 16 1.624
Tabela 5 – Dados coletados no List of Lodge Massonic, anos 2008 e 2016.
2008 2016
País Lojas Maçons Lojas Maçons
África do Sul 84 1.522 64 1.271
Peru 175 5.000 188 4.508
Tabela 6 – Dados coletados no List of Lodge Massonic, anos 2008 e 2016.
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2008 2012 2016
Estados Lojas Maçons Lojas Maçons Lojas Maçons
AC 20 570 18 762 19 650
TO 28 673 27 686 28 685
AL 20 525 20 450 22 531
PE 51 1.150 42 965 52 1.300
PI 34 1.250 43 1.366 47 1.350
DF 31 815 38 1.000 38 1.015
RJ 115 9.700 177 7.453 196 5.765
SP 648 18.157 640 21.351 712 23.005
Tabela 8 – Dados coletados no List of Lodge Massonic, anos 2008, 2012 e 2016, referentes às Grandes Lojas Maçônicas
do Brasil (Confederada à CMSB).
A Tabela 8 deixa bem claro que no estado do Acre, houve uma ligeira
diminuição de Lojas de 2008 para 2012 e uma queda mais acentuada na quantidade
de membros, déficit de 112 maçons, no intervalo entre 2012 e 2016.
Tocantins apresentou ínfima diminuição de 1 integrante, entre 2012 e 2016.
Alagoas teve um déficit de 75 maçons entre 2008 a 2012, recuperando-se em
2016.
Pernambuco foi um estado com declínio de 9 Lojas e 185 maçons no período
de 2008 a 2012, voltando a crescer em seguida.
Piauí teve uma discreta redução, 16 membros, entre 2012 e 2016, apesar do
aumento em número de Lojas.
Distrito Federal, notamos uma certa estagnação no número de Lojas e
maçons. Apesar do crescimento alcançado entre 2008 e 2012, desde então, nota-se
uma clara dificuldade de acompanhar os índices médios de crescimento.
Rio de Janeiro, um dos berços da Maçonaria brasileira, apresentou uma
queda constante e significativa ao longo dos 8 anos, decrescendo quase 4.000
maçons, apesar de um desproporcional aumento no número de Lojas, 81 no período.
E São Paulo, a maior Grande Loja do Brasil em número de Lojas e de obreiros,
registrou uma diminuição de 8 Lojas, de 2008 a 2012, retomando a ampliação de
Lojas em seguida e mantendo bom ritmo de crescimento no que se refere à
quantidade de maçons.
Todos esses dados nos servem de alerta e demonstram que a Maçonaria
brasileira tem motivos para ficar alerta quanto à progressão do seu número de
membros. Embora a maioria das Grandes Lojas esteja crescendo, oscilações são
frequentes.
Finalmente voltamos a nossa atenção para a Grande Loja Maçônica do
Estado de Mato Grosso, notamos, pela análise da Tabela 9, uma certa oscilação no
número de Lojas e maçons. Apesar do crescimento de obreiros alcançado entre 2008
e 2016, desde então, nota-se uma clara dificuldade de acompanhar os índices
médios de crescimento das demais obediências maçônicas brasileiras.
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Esmiuçando essa informação levamos a nossa pesquisa à ARLS
Rômulo Rampini, que ao longo dos últimos 9 anos teve mais evasão que iniciação,
porém em cômputo geral, entre todas as modalidades que movimentam uma Loja
Maçônica estamos com um saldo positivo de 1,19%, isso se considerarmos que a
regularização é uma adesão, caso contrário, nosso saldo é 3, como mostra a Tabela
10.
➢ Iniciação ➢ Evasão
➢ Regularização ➢ Mortes
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Nesse sentido, a evasão tem importância destacada, por normalmente ser o
maior motivo de saída, bem como por ser uma causa evitável. As mortes e expulsões
ocorrem em número menor e são mais difíceis de evitar.
Fazendo uma analogia com a área médica, podemos considerar a evasão
maçônica como algo que prejudica a saúde da instituição, algo indesejável,
patológico: uma doença.
No curso de uma patologia podemos ter três desfechos distintos: cura,
cronificação ou morte.
Na melhor das hipóteses, a Maçonaria seria curada da evasão maçônica.
Hipoteticamente, isso tanto poderia ocorrer espontaneamente (o que não parece ser
a tendência), quanto através de um “tratamento”, da descoberta e implementação de
um “remédio” ou “antídoto” para o problema.
Outra possibilidade é a evasão se tornar algo crônico. Nesse contexto, a
doença causaria muitos danos, prejuízos e até sofrimento; entretanto, não seria
capaz de aniquilar a Ordem Maçônica.
Considerando um cenário sombrio, mas extremamente real e plausível, a
evasão maçônica teria a capacidade de se alastrar, crescer e abater uma a uma as
obediências maçônicas espalhadas pelo mundo. Seria a morte da Maçonaria.
Quantitativo X Qualitativo
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Evasão Maçônica:
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Ainda existem aqueles que ingressam na Maçonaria à procura de vantagens
econômicas, sociais e políticas, para logo em seguida decepcionarem-se com a pureza
da Maçonaria e baterem em retirada.
Há algum tempo atrás, li uma parábola em Loja sobre “As Egrégoras e o
Carvão”, na verdade é que o “carvão” há de ser especial, o homem há de ser “livre e
de bons costumes”, caso contrário, vai-se malhar em ferro frio.
Nesse redemoinho de verdades e de triste realidade fica a indagação do que
vem acontecendo. Por saber que o padrinho que indica o candidato e os sindicantes
que investigam são mestres maçons é que se questiona se a qualidade da iniciação
à Ordem Maçônica e a concretização da sindicância sobre “modus vivendi” efetuada
influenciem significativamente para posterior evasão.
Uma reflexão metodológica:
Os métodos e as normas para a admissão maçônica são obsoletos ou talvez
inadequados?
Em resposta a esta indagação destaca os integrantes e os temperos que
compõem o cardápio que vai sendo confeccionado e servido no banquete do dia a dia
maçônico, sem que seus comensais percebam o fel nele adicionado.
“O relacionamento e a convivência com os irmãos facultam conhecer vários
problemas originados de política de grupos demandando supremacia doutrinárias,
traições de irmãos contra irmãos, quebra de juramento maçônico. Outros casos são
aqueles que os irmãos, com toda a razão do mundo, evadem-se de sua Oficina,
inconformado pelos maus exemplos que vão surgindo.”
Existem outras deficiências como, por exemplo, a má administração de uma
Loja e formação de grupos com atitudes mais materialistas e reprováveis possíveis
contra aqueles que almejam praticar a verdadeira Maçonaria, sem mácula e sem
sentimentos subalternos.
A ambição desmedida do poder faz que surjam dentro das Lojas grupos
inconfidentes liderados por péssimos irmãos que se jugam “donos” das Lojas e de
todas as verdades. E a partir daí destilam toda a sua mágoa contra quem quer os
contrarie e não se coadune com os seus desmandos, hipocrisias, indignidades,
corrupções e imoralidades!
Eis aí o que pode acontecer em nossos orientes espalhados por esses rincões
afora!
Há irmãos que não suportam tanta hipocrisia, maldade e tirania, preferindo
assim sair de suas Lojas, pedir o seu Quite-Placet e muitas das vezes nem pedem
nada! Saem correndo para nunca mais voltarem, enojados de “profanos de avental”!
Surgem aí os dissidentes!
A Maçonaria, dessa forma, tende a enfraquecer, mediante tantos e constante
reveses.
A doutrina da Maçonaria é manter os irmãos unidos de modo que seja um só
corpo, uma só alma, voltados para o eterno trabalho maçônico, qual seja, o bem-estar
da humanidade.
Caso não houvesse tantas rivalidades entre irmãos, as brigas e as querelas
inexistiam e a Maçonaria seria beneficiada.
Diante de tudo que foi exposto, sugiro, para que os trabalhos na nossa Ordem
melhorem fatorialmente, e que se eternizam para sempre justos e perfeitos.
É importante mudar tudo aquilo que for detectado como procedimento errôneo.
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É hora de sacudir e espanar as nossas colunas!
É hora de prever e prover!
É hora de fiscalizar para moralizar! Exigir responsabilidade para com a
Maçonaria daqueles que prestaram o juramento de zelar por ela e protegê-la custe o
que custar.
Encerro!
É sabido que temos problemas no relacionamento interpessoal e inter-
autoridades, que muito nos preocupam. E é por isso que urge sejam adotadas
providências e decisões para que possamos melhor arrumar nossa casa em outras
palavras, precisamos concluir o dever de casa.
Mesmo porque, enquanto perdurar as evasões dos nossos quadros, não
teremos como pensar num retorno a elite de nosso país, como bem o fizemos no
passado, liderado por meio de nossos obreiros os grandes acontecimentos para a
construção de nossa identidade nacional.
Finalizo com o seguinte pensamento:
“É duro para um agricultor após arar a terra, adubá-la, prepara-la e semeá-
la e, com toda a esperança do mundo e defrontar-se, nesses depois, com um arbusto
mal crescido e um fruto minguado, não chegando perto ao que se espera obter em tal
empreitada!”
(Ir Geraldo Magella Rosa)
Obrigado!
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Referência Bibliográfica:
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