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Aula 14/08/2018

Fisiologia: Estuda o funcionamento do organismo.

Estudo sobre contração muscular:

ATP (Adenosina Trifosfato): Moeda energética para todo nosso organismo em toda atividade.
Possui um radical de adenina ligada a três moléculas de fosfato.
Ela é reconhecida por todo o corpo pelo fato de conter o nucleotídeo adenina que é um
elemento presente em nossa DNA.

No treinamento também deve ser visado importância da ressíntese (reconstruir as moléculas


de ATP para que seja lançado novamente na musculatura) de ATP, fazendo com que o corpo
posso produzir mais dessa molécula, pois ela se esgota de forma muita rápida no organismo. O
estoque desta molécula em um indivíduo muito treinado dura em torno de 2 a 3s de
contração, chamado também de força explosiva, gerando potência. Esse curto período se dá
pelo fato de que cada músculo possui milhares de filamentos e que esses filamentos possuem
milhares de cabeças de miosina pesada. O que acarreta numa necessidade absurda de reserva
de ATP para apenas uma contração muscular, necessitando que o corpo tenha uma boa
capacidade de ressíntese de ATP para suprir essa necessidade da melhor maneira possível.

Qual a condição para o músculo estar relaxado?

R: O músculo deve possuir reservas de ATP, pois sem ATP a musculatura fica rígida, ocorrendo
o processo denominado rigor. Sem a produção de ATP a cabeça da miosina permanece
acoplada ao filamento de actina, ou seja, os filamentos de actina não possuem ATP, sendo
incapaz de dar continuidade ao processo de contração muscular, provocando sua rigidez.

Como que o ATP libera energia?

R: A molécula de adenina ligada a três moléculas de fósforo (ATP - Adenosina Trifosfato) que
estará ligada ao filamento de miosina, mais especificamente na cabeça da miosina (miosina
pesada) será quebrada pela enzima ATPase e perderá a primeira molécula de fósforo da
cadeia, gerando ADP (Adenosina disfosfato) + P que é uma energia livre, energizando a ponte
cruzada de miosina, sendo permitido que ocorra o início do processo da contração muscular.

(a ressíntese de ATP só ocorre em repouso)

Fatores que interferem na velocidade de ressíntese de ATP

- Idade
- Sexo
- Características corporais (dimensões)
- Adaptação ao treinamento (especificidade)

É importante ser respeitado no processo de treinamento do indivíduo o intervalo para que


ocorra a ressíntese de ATP e haja uma melhor recuperação do atleta.
Por exemplo, um atleta durante uma parte de futebol ao realizar um movimento de força
explosiva o recomendado deveria ser, pois é necessário, que ele realizasse posteriormente
movimentos menos intensos como andar ou trotar para permitir que a musculatura dele
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descanse se recuperando e possa realizar força explosiva novamente. Caso contrário, muito
provavelmente e é comum acontecer, pode ocorrer de o jogador ter uma contratura ou uma
distensão muscular.

Sarcômero: O que é?

R:
 Sarcômero – unidades funcional contrátil da fibra
muscular.
 São unidades idênticas (de uma banda Z até a
próxima) que se repetem;
 Os Sarcômeros são constituídos por proteínas
específicas que se agrupam e formam os filamentos
protéicos actina (filamento fino) e miosina (filamento
espesso), distribuídos de forma simétrica

Contração concêntrica:
Na contração muscular denominada concêntrica, todo o músculo se direciona para seu centro
com o encurtamento do sarcômero.
Para que ocorra a contração é necessário que tenha ATP na cabeça da miosina (miosina
pesada) e que haja a produção de cálcio (que é liberado do retículo sarcoplasmático), por que
se não houver a liberação do cálcio não ocorre a ligação dos filamentos de miosina e actina,
pois a actina é protegida pela tropomiosiona e troponina e quando o cálcio se liga na
troponina C, a tropomiosiona e troponina descobre o sítio ativo da actina e permite que haja o
acoplamento da miosina sobre a actina, quando há o acoplamento destes dois filamentos o
ATP hidrolisa e vira ADP + P (energia livre) que vai para o interior da célula, mais
especificamente nas mitocôndrias onde será reconstruído, após isso a cabeça da miosina se
move gerando o que chamamos de contração muscular.

1° via - Anaeróbia alática ou via dos fosfagênios:


(Exercícios de alta intensidade e curta duração, pois depois de aproximadamente 8s acaba o
estoque de fosfocreatina, sendo assim necessário que o organismo busca outras vias de
ressíntese de ATP)

O corpo utiliza para ressíntese fosfato de creatina que com a ação da enzima creatina quinase
vai liberar o fosfato direto para se ligar ao ADP que após a contração muscular é direcionado
para as mitocôndrias e ficam livres para ressíntese.

Sendo que mesmo em uma pessoa bem treinando, como por exemplo Usain Bolt esse
processo dura no máximo 8s e em nós em apenas 5s já estareremos esgotados de utilizar essa
primeira via de ressíntese e começaremos a utilizar a segunda via.

Esse processo ocorre em apenas uma etapa que é a separação do fosfato da creatina que se
liga ao ADP, por isso esta via é a mais rápida.

ATPase - Enzima que catalisa a decomposição de ATP, gerando ADP + P (energia livre).

Creatina quinase - Quebra a fosfocreatina (CP) liberando uma molécula de fósforo que se liga
a ADP para virar novamente ATP.

Adenilato Ciclase - Enzima que utiliza dois ADP e tem 4 fosfatos, junta os dois para formar um
de 3 e um de 1.
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A mitocôndria ressíntetiza a creatina de forma muito lenta, de maneira aeróbia, ou seja,


necessitando de oxigênio.

2° via - Anaeróbica lática:


(Independente de ser treinos dinâmicos (esteira, transpor) ou treinos de contra resistência
(musculação, Crossfit), não importa a modalidade, tem que ser conhecido o estresse
metabólico)

- Produção de lactato.

Utiliza glicose e glicogênio provenientes do carboidrato. (armazenamento de açúcar presente


nos músculos e no fígado).

As glicoquinases quebram as moléculas de glicose ou glicogênio que entra na via anaeróbia


lática e chegará até fosfoenolpiruvato liberando hidrogênio. A partir desse momento caso seja
em atletas de alta performance realizando uma atividade submáxima (utilizando em torno de
80% do V02 máximo) e haja uma boa reserva de oxigênio disponível para ser utilizado, a
mitocôndria é capaz de levar o oxigênio para o fosfoenolpiruvato, levando de piruvato a
cetilcoenzima A (o piruvato se transforma em cetilcoenzima A) e o processo continua
normalmente de forma mais rápida, ou seja, anaeróbica.

Mas em indivíduos com cardio ruim, um V02 máximo não muito bom, na fase do piruvato
onde há bastante produção hidrogênio ele não consegue suportar esse hidrogênio em excesso,
daí ele vira lactato e dissocia o hidrogênio, tornando o interior celular e o sangue ácido,
causando a fadiga muscular (O que causa a fadiga muscular é a dissociação do hidrogênio e
não de fato o lactato).

(Produz o famoso ácido lático)

Nesta via, diferente da primeira são necessários 10 etapas para que ocorra a ressíntese do
ATP.

A enzima utilizada na 3° das 10 etapas é a mais importante do processo, denominada PFK


(fosfofrutoquinase) ela é uma enzima alostérica*, ou seja, ela irá controlar a velocidade das
reações.

*Enzimas alostéricas são enzimas que contêm uma região separada daquela em que se liga o
substrato, na qual pequenas moléculas regulatórias (efetores) podem ligar-se e modificar a
atividade catalítica destas enzimas.

Na sexta reação, no processo de conversão de gliceraldeído-3-fosfato a 1,3 difosfoglicerato


temos a formação de hidrogênio.

Como o hidrogênio não pode ficar livre na célula muscular para não ocorrer a fadiga por
acidose metabólica, pois o excesso de hidrogênio caso ele fique livre, faz com que ele se ligue
as moléculas de cálcio e no momento em que o cálcio for se ligar a troponina para liberar o
sítio ativo da actina, o hidrogênio já se ligou, ou seja, menos cabeça de miosina acoplada a
actina, menos força e assim é causa a fadiga por acidose metabólica. Por isso temos o
transportador de hidrogênio NAD que aceita o hidrogênio se convertendo em NADH
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(metabolizado nas mitocôndrias).

Contudo, se a via quiser continuar a formar o ATP, o NADH precisa liberar o hidrogênio para
que se tenha a restauração do NAD, e isso é feito através do piruvato que aceita o hidrogênio
se convertendo em lactato. Esse lactato ao ir para a via sanguínea, posteriormente irá para o
fígado onde através do processo de gluconeogênese irá virar novamente glicose em que
poderá ser novamente lançado na corrente sanguínea para uso imediato ou ser armazenado
no fígado em forma de glicogênio.

O benefício disso é que a célula muscular tem receptores de lactato, chamado de MCTs, que
agora levam o hidrogênio para o sangue, diminuindo o excesso de hidrogênio no meio
intracelular, permitindo que o exercício possa continuar.

No final da via teremos a formação de 2 ou 3 ATPs, isso vai depender se o substrato energético
será a glicose (produz 2 ATP) ou glicogênio (produz 3 ATP). Também ocorrerá a produção de
piruvato.

A glicose quando proveniente do glicogênio muscular ocorre pelo processo denominado


glicólise e quando proveniente do fígado ocorre pelo processo denominado gluconeogênese.

O ácido pirúvico (metabolizado nas mitocôndrias) e o lactato são subprodutos da quebra da


glicose e glicogênio.

Lactato soma o ácido pirúvico (C3 H4 O3) somado aos dois hidrogênios do NADH + H, ou seja,
C3 H4 O3 + H2 = C3 H6 O3 (ácido lático)

Como saber qual via está sendo utilizada?

R: Pela intensidade do esforço e pela duração do esforço. Então, tendo uma relação com
intensidade x duração, nós conseguimos definir qual a via (porém são números
médios/aproximados).

Para saber qual a capacidade da potência da via dos fosfagênios ou primeira via anaeróbia
alática a gente faz um teste de corrida de 50m. Onde o resultado em que ele obterá
concluindo os 50m e sabendo sua massa corporal é possível calcular a potência do trabalho
utilizado.

A relação entre tempo x intensidade do esforço vai determinar a via energética que está sendo
utilizada.

O professor tem que ser capaz de compreender a etapa de contração muscular e as vias
energéticas de ressíntese para melhor prescrever o treinamento, entender como acontece em
cada indivíduo independente da sua idade.

A creatina ela é ressíntetizada na mitocôndria, não adianta vim de fora, pois ela não irá para
mitocôndria para sair da mitocôndria.

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