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Manoel Vicente Zeredo Stotz 11151983 PDF
Manoel Vicente Zeredo Stotz 11151983 PDF
Armaduras dezembro/2015
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Resumo
Este artigo tem por finalidade abordar variavéis técnicas de recuperação patológica
aplicadas a estruturas de concreto armado, quando danificadas pelo processo de corrosão
das armaduras. Como esta patologia ocorre frequentemente, podendo gerar grandes danos
as estruturas, podemos considerá-la como a mais grave que possa ocorrer nas estruturas de
concreto armado. Podemos identificar a corrosão quando o cobrimento nominal de concreto
se rompe e deixa de cumprir sua função protetora. Visando o aumento da vida útil das
estruturas de concreto armado, foram analisadas e acompanhadas algumas técnicas
corriqueiras de recuperação. Serão descritas as técnicas específicas, com suas vantagens e
desvantagens nas diversas situações.
1. Introdução
Adotando uma definição para corrosão, podemos dizer que a mesma é a relação destrutiva do
material com o exterior, sendo ela originada por ação química ou eletroquímica do meio
ambiente, aliada ou não a esforços mecânicos. Temos dois processos principais de corrosão
que atingem as estruturas, são eles: a oxidação e a corrosão pela própria definição.
A oxidação é o ataque provocado pela reação gás-metal, com uma formação de película de
óxido. Esta patologia é bastante lenta em temperatura ambiente, sendo que não provoca
deteriorações significativas nas superfícies metálicas, exceto se estiverem presentes gases de
natureza agressiva na atmosfera.
Esta situação já ocorre, preeminente, no processo de fabricação de barras de aço e fios. Ao ser
retirado do trem de laminação, em temperaturas superiores a 900ºC, o material sofre uma alta
reação de oxidação com o ambiente. Forma-se então uma película uniforme e compacta sobre
a superfície do material, que posteriormente poderá servir como camada protetora das
armaduras contra a corrosão úmida, especificamente eletroquímica.
Anteriormente a trefilação a frio, visando a melhoria de suas características, a película
nominada “carepa de laminação”, é retirada por processos físico, denominado decalaminação,
ou químico, de modo decapagem com ácidos. A película gerada inicialmente é trocada por
uma de fosfato de zinco ou de hidróxido de cálcio, sendo que as mesmas têm por função a
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Edição nº 10 Vol. 01/ 2015 dezembro/2015
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A corrosão de armadura de uma estrutura fissurada é maior que a de uma estrutura não
fissurada. Porém parece não existir influência significativa da abertura da fissura, até cerca de
0,4mm na intensidade de corrosão das armaduras usuais do concreto armado (estado limite de
abertura de fissuras).
As armaduras das peças de concreto armado são quase que invariavelmente colocadas nas
proximidades de suas superfícies, em caso de cobrimentos insuficientes, as armaduras ficarão
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A proteção contra a corrosão é devida a uma película protetora passiva (proteção química).
Esse filme é aderente ao aço, e sua espessura delgada varia entre 10-³ μm e 10-¹ μm; sua
composição básica é o óxido de ferro formado rapidamente a partir das reações de oxidação
do ferro e da redução do oxigênio existente na fase líquida dos poros do concreto.
A taxa de corrosão é a velocidade desse processo deletério, medida em:
a) Perda massa por unidade de área e por unidade de tempo mg/ dm³ / dia;
A água pura tem um baixo potencial de corrosão, daí o processo corrosivo ocorre mais
lentamente, mas ao se combinar com materiais agressivos a água passa a ser um agente muito
agressivo.
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b) Para execução dos trabalhos deverão ser utilizados materiais com qualidade garantida,
próprios para este tipo de patologia, com características físico-químicas e desempenho de
acordo com o Projeto de recuperação.
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Deve ser dada uma importante atenção nos procedimentos para aplicação do material de
recuperação da estrutura. A seguir temos o detalhamento dos aspectos diretamente envolvidos
com os procedimentos de recuperação e restauração das estruturas em concreto armado
degradadas especificamente pela corrosão de armaduras.
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● Deverá ser realizada uma análise apurada da invariável redução de seção transversal
das armaduras degradadas. Se possível, tal análise deverá ser feita através de ensaios
comparativos entre a resistência das peças sadias e as mais atingidas. Caso haja
necessidade deverão ser inseridos novos estribos, bem como novas armaduras
longitudinais na peça estrutural.
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O novo cobrimento pode ser realizado através de qualquer método que atenda esses
requisitos, como por exemplo:
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● Concretos e argamassas “comuns”, bem dosados, com baixa relação a/c (Água e
cimento) e executados com fôrmas, dentro da boa prática de construção, atendendo
sempre o que rezam as Normas Técnicas da ABNT (Associação Brasileira de Normas
Técnicas). Este tipo de solução sempre exige considerável aumento de seção, bem
como, requer grande conhecimento de tecnologia de concreto armado para assegurar
uma aderência adequada do concreto antigo com o concreto novo.
No exemplo de materiais auto-aderentes, deverá ser recordada que na aplicação, uma força
entre o material e a estrutura deverá existir, gerando assim uma melhor “adesividade” na
recuperação da estrutura em concreto armado. Essas forças podem variar em cada tipo de
aplicação. Em caso de aplicação com espátula a força será gerada pela pressão entre a
espátula e o substrato, já na utilização do material vertido, surgirá uma pressão pelo peso
próprio do material ou, se necessário, pela vibração do mesmo, na estrutura ou nas fôrmas. A
pressão pneumática gerada é suficiente no caso de concreto bombeado e finalmente as forças
impactantes no caso dos concretos projetados.
É condição “sine qua non” a utilização de técnicas adequadas, bem como materiais que
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evitem a segregação durante a execução dos trabalhos. Qualquer segregação dos componentes
do material de reparo oriunda da aplicação, podem provocar uma alteração das suas
propriedades físicas, reduzindo de forma drástica a possibilidade da obtenção da primeira
premissa, quando iniciado os estudos: restaurar a estrutura, deixando-a o mais próximo
possível do especificado no projeto original. Desta forma teremos uma estrutura homogênea
com capacidade “portante” adequada e vida útil em serviço igualitária em todos os pontos da
mesma.
● Não há como impedir a existência de correntes de fuga (Ex: Linhas férreas), gerando
assim diferenças grandes de potencial na estrutura;
A soma dos itens envolvidos em todo o processo, como a região da intervenção na estrutura
em concreto armado, o concreto existente a ser reparado, o projeto original, bem como o
material escolhido para o reparo; são únicos e exclusivos em cada trabalho. Eventualmente,
podemos vir a tentar copiar uma solução escolhida em uma outra situação que pode vir a ter
propriedades especificas diferentes da nossa, realizando desta forma um trabalho inadequado
e errôneo para o nosso tipo especifico de patologia, podendo até agravar nossas patologias ao
invés de saná-las. É de suma importância a análise e verificação de todos os itens envolvidos
na intervenção por um projetista ou calculista experiente, devendo-se sempre realizar um
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projeto específico de recuperação estrutural, sendo que à posteriori a execução dos serviços
dar-se-á da mesma forma por mão-de-obra qualificada e com acervo de obras especificas de
recuperação estrutural semelhantes executadas.
5. Conclusão
Podemos afirmar que a deterioração das estruturas em concreto armado, oriundas da corrosão
de armaduras de aço são um fenômeno que só inicia-se quando as condições de proteção
fornecidas pelo cobrimento nominal das armaduras no concreto são insuficientes para o meio
de agressividade (Deverá sempre ser verificado o cobrimento nominal indicado pelas Normas
Técnicas Brasileiras para cada tipo de classe de agressividade ambiental), em que a peça em
questão situa-se. Esta falta de cobrimento, como visto anteriormente, pode ser catalisada por
agentes agressivos originados por diferentes modos, havendo sempre a necessidade de
identificar cada um deles, a fim de que se possa garantir uma proteção adequada e propiciar
uma longa vida útil à estrutura em concreto armado.
Cabe ainda ressaltar que a patologia de corrosão de armaduras é a mais comum do que
qualquer outro tipo de patologias que geram degradação às estruturas de concreto armado,
comprometendo assim as mesmas de forma estética e o mais importante, a capacidade
“portante” das estruturas, ou seja, segurança estrutural, sendo que sua recuperação é
dispendiosa, porém, extremamente necessária.
Em algumas estruturas em concreto armado, por exemplo, obras marítimas (Cais, portos, etc.)
a incidência de corrosão é mais importante que a própria ação da água do mar sobre o
concreto propriamente dito, observa-se que a deterioração dos pilares e as colunas se devem
quase que exclusivamente pela corrosão das armaduras do que qualquer outro fator externo
que possa vir à prejudica-las.
Referências
ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: Projeto de
Estruturas de Concreto - Procedimento. Rio de Janeiro, 2014.
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HELENE, Paulo. Manual para reparo, reforço e proteção de estruturas de concreto. São
Paulo: Pini, 1994.
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