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09/09/2018 Guilherme de Ockham – Wikipédia, a enciclopédia livre

Guilherme de Ockham
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Guilherme de Ockham, em inglês William of Ockham (existem Guilherme de Ockham
várias grafias para o nome deste franciscano: Ockham, Ockham,
Occam, Auquam, Hotham e inclusive, Olram)[1].(Ockham, 1285 —
Munique, 9 de abril de 1347), foi um frade franciscano, filósofo,
lógico e teólogo escolástico inglês, considerado como o
representante mais eminente da escola nominalista, principal
corrente oriunda do pensamento de Roscelino de Compiègne
(1050-1120).

Guilherme de Ockham, conhecido como o « doutor invencível »


(Doctor Invincibilis) e o « iniciador venerável » (Venerabilis
Inceptor), nasceu na vila de Ockham, nos arredores de Londres,
na Inglaterra, em 1285, e dedicou seus últimos anos ao estudo e à
meditação num convento de Munique, onde morreu em 9 de abril
de 1347, vítima da peste negra.
Nascimento 1288
Ockham, Inglaterra
Morte 9 de abril de 1347 (59 anos)
Índice Munique, Sacro Império
Romano
Biografia
Nacionalidade Inglês
Guilherme de Ockham e o conceito de Liberdade
O princípio de Ockham
A Navalha de Ockham
O confronto de duas teorias
O erro do simplismo
Simplicidade e perfeição
Princípios de análise lógica
Einstein e as simplificações
Ver também
Referências

Biografia
Quando ainda em idade precoce, ingressou na Ordem Franciscana, onde estudou Filosofia.Acredita-se que ainda
jovem, foi para a Universidade de Oxford ensinar ciências filosóficas e matemática, mas nunca teria concluído seu
mestrado (o habitual grau de graduação naqueles tempos).[2] Teve contato com outro franciscano, o filósofo e teólogo,
Duns Scot, do qual se tornou discípulo. Escreveu vários ensaios sobre as Sententiarum Libri (Sentenças) do teólogo
Pedro Lombardo.

Um ponto drástico de sua vida ocorreu quando Occam chegou à conclusão de que o papa João XXII estava defendendo
uma heresia acerca da pobreza evangélica.[3] Em função da controvérsia que surgiu, Occam fugiu para Pisa, e, em
seguida, acompanhou o imperador Luís da Baviera para Munique. Em Munique, continuou a atacar a figura do Papa,

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redigiu vários ensaios abordando a infalibilidade papal, defendendo a tese


de que a autoridade do líder é limitada pelo direito natural e pela
liberdade dos liderados, esta afirmada nos Evangelhos, deixando sua
situação com a Igreja cada vez mais difícil. Um de seus argumentos mais
fortes foi a afirmação categórica que um cristão não contraria os
ensinamentos evangélicos ao se colocar ao lado do poder temporal em
disputa com o poder papal.

Guilherme de Ockham e o conceito


de Liberdade
É um filósofo que deixa transparecer sua intensa luta pela liberdade. O
indivíduo seria capaz de escolher e saber o que é certo e errado sem
nenhuma intervenção exterior. O homem teria o direito de decidir o seu
fim e a sociedade não deveria impor nada a ele. Para a ética, a liberdade é o
assunto por excelência. A liberdade é muito importante para a ética, Quaestiones in quattuor libros
porque se ocupa do livre arbítrio, da finalidade de nossa vida e existência. sententiarum

Para Ockham, a liberdade apresenta-se como a possibilidade que se tem de


escolher entre o sim ou o não, de poder escolher entre o que me convém ou
não e decidir e dar conta da decisão tomada ou de simplesmente deixar
acontecer.

A preocupação de Guilherme de Ockham (http://www.ockam.com.br/) é


com o fato de que o poder organizado e moralizado é contrário à natureza e
à liberdade a nós concedida por Deus. Isto não é admitido como verdade
por todos os filósofos, e no pensamento medieval do qual Ockham é um
representante, isso era uma total desestruturação de uma cultura
organizacional e sociedades vigentes.
Esboço de uma Summa logicae -
Ockham denuncia aqueles que em nome da religião, passaram a usurpar o Manuscrito de 1341 com a inscrição
livre arbítrio. E que tais usurpadores entendem, assim como ele, a frater Occham iste
liberdade como um dom de Deus e da natureza.

Ockham (http://www.ockam.com.br/) situa a ação humana no indivíduo e suas escolhas reais e concretas, presentes
não em verdade ou entes universais, mas nas coisas e situações particulares, individuais. Distingue faculdades
humanas de faculdades animais, ou seja, o homem possui a capacidade de viver pela arte e pela razão, que no
entendimento do filósofo seriam as faculdades humanas e é por elas que deve agir e não pelas faculdades animais
(seus instintos). Pressupõe-se assim que é de nossa própria natureza a capacidade de escolha exercida por meio do
livre arbítrio, entendida como presente de Deus e da natureza.

O princípio de Ockham
Occam escreveu sua obra cognominada Ordinatio, esta discorria que todo conhecimento racional tem base na
lógica, de acordo com os dados proporcionados pelos sentidos.

Uma vez que nós só conhecemos entidades palpáveis, concretas, os nossos conceitos não passam de meios linguísticos
para expressar uma idéia, portanto, precisam da realidade física, para as comprovações.

Criou a máximas pluralidades não devem ser postas sem necessidade (em latim: pluralitas non est
ponenda sine neccesitate), chamado de a Navalha de Occam, no inglês, Occam's Razor.

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A Navalha de Ockham
Conceito bastante revolucionário para a época, a Navalha de Occam defende a intuição como ponto de partida para o
conhecimento do universo.

Occam com destreza conseguiu demonstrar que o "Duns Scotus", princípio da economia, conhecido como a "navalha
de Occam", estabelece que "as entidades não devem ser multiplicadas além do necessário, a natureza é por si
econômica e não se multiplica em vão".

O confronto de duas teorias


Este é um princípio filosófico que reza o seguinte: existindo diversas teorias e não havendo evidências que
comprovem se é mais verdadeira alguma em relação a outras, vale a mais simples, ou se existirem dois caminhos
que levem ao mesmo resultado, usa-se o mais curto, e que pode ser provado sensorialmente. Em outras palavras, não
se deve aplicar a um fenômeno nenhuma causa que não seja logicamente dedutível da experiência sensorial. A regra,
inspirada na economia medieval, foi usada pelo filósofo para eliminar muitas das entidades com que os pensadores
escolásticos explicavam a realidade.

O erro do simplismo
O simplismo aparente da Navalha de Occam, se mal aplicado, pode muitas vezes nos induzir a erros de avaliação em
determinados momentos da lógica. Por exemplo, ao efetuarmos determinados experimentos, nem sempre a
simplificação é correta, mesmo que o resultado seja muito próximo, ou até idêntico, porém é bastante útil quando o
utilizamos em experimentos práticos para comprovar se teorias matemáticas num determinado campo são
concordantes.

Simplicidade e perfeição
Nem sempre a simplicidade é a perfeição, mas a perfeição quase sempre é simples. Muitos autores usam a expressão
de que, a simplicidade é a perfeição, quando se lida com experimentos que exigem certo grau de complexidade. Ao
utilizar soluções simplistas de análise, poder-se-á incorrer em erros que podem destruir muitas vezes um trabalho de
anos. Simplicidade não é sinônimo de facilidade ou simplismo. Em geral obter uma visão ou uma explicação simples
para temas complexos exige um esforço maior do que criar visões complexas, mesmo que corretas, sobre o mesmo
tema.

O Cálculo Diferencial e Integral, assim como grande parte das descobertas científicas da humanidade certamente
passou, ao longo de sua história, por inúmeras reformulações decorrentes do aprendizado e realimentação pelas
comunidades científicas (Em geral na física e na matemática) até chegar ao currículo básico de qualquer curso de
matemática de nível superior. A simplicidade é consequência da experiência, da criatividade e da capacidade de
sintetização, além de outros talentos.

Princípios de análise lógica


Um dos mais importantes é a falta de dados para comprovar se a teoria A é mais correta que a teoria B, ambas tendo o
mesmo resultado, porém os cálculos e argumentos da teoria A sendo muito mais complexa que para a teoria B. A
comunidade científica escolherá sempre a segunda opção, a mais simples.

Einstein e as simplificações

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Provavelmente, quando escreveu que as teorias devem ser tão simples quanto possível, mas nem sempre devemos
escolher as mais simples, Albert Einstein estava se referindo ao princípio de Occam em sua Teoria da Relatividade,
pois sabia que as hipóteses testadas muitas vezes caíam em contradições, apesar do resultado ser aparentemente
perfeitas. Daí pode ter sido a utilização do princípio de Occam em alguns pontos considerados contraditórios em seu
postulado, pois em matemática, às vezes verdades claras à luz das deduções tornam-se contraditórias ao passar para a
linguagem coloquial.

Ver também
Ciência medieval
Escolasticismo
Navalha de Occam
Complexidade
Pensamento sistêmico

Referências
1. MERINO, José A. "História de la Filosofia Medieval", p. 288
2. Brundage, James (2008). Wilfried Hartmann e Kenneth Pennington, ed. The history of medieval canon law in the
classical period (http://books.google.com.br/books/about/The_History_of_Medieval_Canon_Law_in_the.html?id=F
edBbD6ijqYC&redir_esc=y) (em inglês). 6°. [S.l.]: Catholic University of America Press. p. 115. 456 páginas.
ISBN 0813214912. Consultado em 19 de dezembro de 2012.
3. Spade, Paul Vincent, "William of Ockham", The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Fall 2008 Edition), Edward
N. Zalta (ed.), URL = <http://plato.stanford.edu/archives/fall2008/entries/ockham/>.

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