CMCG PRF/2016 – L.

PORTUGUESA 2º ANO DO ENSINO MÉDIO 1ª CHAMADA 01 Visto:

Assinada por:
GABARITO Ten Bruna Neto
Profa. Ednilsa

1ª QUESTÃO (17 escores)

Leia o texto seguinte para responder aos itens 01 a 06.

TEXTO I

TEMPOS LOUCOS ─ PARTE 2

Os adultos que educam hoje vivem na cultura que incentiva ao extremo o consumo. Somos
levados a consumir de tudo um pouco. Além de coisas materiais, consumimos informações, ideias,
estilos de ser e de viver, conceitos que interferem na vida (qualidade de vida, por exemplo), o
sexo, as músicas, a moda, as culturas variadas, a aparência do corpo, a obrigatoriedade de ser
5 feliz, entre outros. Até a educação escolar virou item de consumo agora. A ordem é consumir, e
obedecemos muitas vezes cegamente a esse imperativo.
Quem viveu sem usar telefone celular por muito tempo não sabe mais como seria a vida
sem essa inovação tecnológica, por exemplo. O problema é que a oferta cria a demanda em
sociedades consumistas, que é o caso atual, e os produtos e as ideias que o mercado oferece
10 passam a ser considerados absolutamente necessários a partir de então.
A questão é que temos tido comportamento exemplar de consumistas, boa parte das vezes
sem crítica alguma. Não sabemos mais o que é ter uma vida simples porque almejamos ter mais,
por isso trabalhamos mais. Vejam que a ideia de lazer, hoje, faz todo sentido para quase todos
nós. Já a ideia do ócio, não. Ou seja, para descansar de uma atividade, nos ocupamos com outra.
15 A vadiagem e a preguiça são desvalorizadas.
Bem, é isso que temos ensinado aos mais novos, mais do que qualquer outra coisa. Quando
uma criança de oito anos pede a seus pais um celular e o ganha, ensinamos a consumir o que é
oferecido; quando um filho pede para o pai levá-lo a um show, e este o leva mesmo se considera o
espetáculo ruim, ensinamos a consumir, seja qual for a estética em questão; quando um jovem
20 pede uma roupa de marca para ir a uma festa e os pais lhe dão isso, ensinamos que o que
consumimos é mais importante do que o que somos.
Não há problema em consumir. O problema passa a existir quando o consumo determina a
vida. Isso é extremamente perigoso, principalmente quando os filhos chegam à adolescência. Há
um mercado generoso de oferta de drogas. Ensinamos a consumir desde cedo e, nessa hora,
25 queremos e esperamos que eles recusem essa oferta. Como?!
Na educação, essa nossa característica leva a consequências sutis, mas decisivas na
formação dos mais novos. Como exemplo, podemos lembrar que estes aprendem a avaliar as
pessoas pelo que elas aparentam poder consumir, e não por aquilo que são e pelas ideias que têm
e que o grupo social deles é formado por pares que consomem coisas semelhantes. Não é à toa
30 que os pequenos furtos são um fenômeno presentes em todas as escolas, sejam elas públicas ou
privadas.
Nessa ideologia consumista, é importante considerar que os objetos perdem sua primeira
função. Um carro deixa de ser um veículo de transporte, um telefone celular deixa de ser um meio
de comunicação; ambos passam a significar status, poder de consumo, condição social, entre
35 outras coisas.
A educação tem o objetivo de formar pessoas autônomas e livres. Mas, sob essa cultura do
consumo, esses dois conceitos se transformaram completamente e perderam o seu sentido
original. Os jovens hoje acreditam que têm liberdade para escolher qualquer coisa, por exemplo.
Na verdade, as escolhas que fazem estão, na maioria das vezes, determinadas pelo consumo e
40 pela publicidade. Tempos loucos, ou não?
(SAYÃO, Rosely. Tempos loucos ─ parte 2. Disponível em: <blogdaroselysayao.blog.uol.com.br>. Acesso em: 03 nov.
2016. Adaptado.)

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Profa. Ednilsa

MÚLTIPLA ESCOLHA
(06 escores)

ESCOLHA A ÚNICA RESPOSTA CERTA, ASSINALANDO-A COM UM “X” NOS PARÊNTESES À ESQUERDA.
DEPOIS, TRANSCREVA A MARCAÇÃO DA RESPOSTA CERTA PARA A TABELA DE RESPOSTAS.
SÓ SERÃO CONSIDERADAS AS OPÇÕES ASSINALADAS NA TABELA DE RESPOSTAS AO FINAL
DESTA PROVA.

01. O texto apresentado pertence ao gênero argumentativo, propondo uma linha de raciocínio com a
intenção de persuadir o interlocutor. O tema tratado nesse texto é o (a)

(A) má educação das crianças.

(B) consumismo desenfreado.
( C ) incentivo ao consumo.
( D ) falta de controle dos adultos.
(E) comportamento consumista dos adolescentes.

02. O título do texto revela que

(A) viver numa sociedade que considera o consumismo como uma coisa louca é um exagero.
( B ) viver numa sociedade em que o valor maior é consumir é viver “tempos loucos”.
(C) educar as crianças para que elas não sejam consumistas, hoje, é viver “tempos loucos”.
( D ) “tempos loucos” são os dias de hoje, sendo que tanto adultos quanto crianças consomem muito.
(E) adultos e adolescentes consumistas transformaram os dias de hoje em “tempos loucos”.

03. De acordo com a locutora do texto, é uma característica do consumismo a/o(s)

( A ) ostentação do status em ter sobressaindo-se ao precisar.

(B) desejo por bens que trarão benefícios para todas as famílias.
(C) objetos contribuírem com a formação do caráter dos indivíduos.
( D ) utilização de bens de consumo visando ao bem-estar coletivo.
(E) valorização da relação do homem nos mais variados contextos.

04. Leia os enunciados a seguir:

I. Grande parte dos jovens consomem futilidades como necessidades.

II. Uma porção de jovens consomem futilidades como necessidades.
III. A maioria dos jovens consome futilidades como necessidades.

Com relação à concordância verbal, a alternativa correta é

(A) apenas I.
(B) apenas II.
(C) apenas III.
( D ) apenas I e II.
( E ) I, II e III.

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05. A frase em que a concordância nominal CONTRARIA a norma culta é:

(A) Há inadequados procedimentos e atitude de algumas pessoas em relação ao consumo de bens.

( B ) São inadequadas, em relação ao consumo de bens, os procedimentos e a atitude de
muitas pessoas.
(C) Conservam-se inadequadas as atitudes e os procedimentos de muitas pessoas em relação ao
consumo de bens.
( D ) Mantêm-se inadequados os procedimentos e a atitude de muitas pessoas em relação ao
consumo de bens.
(E) São inadequados a atitude e os procedimentos de muitas pessoas em relação ao consumo de
bens.

06. Leia os enunciados a seguir:

I. Trabalhe mais se quiser ter mais.

II. Perde-se a noção do que seja uma vida simples.
III. Fala-se em um ciclo vicioso do qual é difícil de escapar.

A alternativa que apresenta, respectivamente, a classificação correta da palavra “se” é:

(A) partícula expletiva; conjunção; índice de indeterminação do sujeito.

( B ) conjunção; pronome apassivador; índice de indeterminação do sujeito.
(C) conjunção; índice de indeterminação do sujeito; pronome reflexivo recíproco.
( D ) índice de indeterminação do sujeito; pronome apassivador; pronome reflexivo.
(E) índice de indeterminação do sujeito; conjunção; partícula integrante do verbo.

DÊ O QUE SE PEDE

(11 escores)
07. A posição central trabalhada pelo texto é de que vivemos numa sociedade consumista e alimentamos
a ideia de que o importante é consumir com nossas ações, conscientes ou não. Cite dois exemplos de
consumismo juvenil que a locutora utiliza para confirmar sua posição. (02 escores)

A locutora apresenta como exemplos de consumismo juvenil o fato de uma criança de oito
anos ganhar um celular dos pais, sem questionamento; √ quando o pai leva o filho para
assistir a um espetáculo, ainda que não goste da atração √. (ou Quando uma roupa de
marca é comprada para um jovem ir a uma festa.)_________________________________

08. Em determinado momento do texto, a locutora trabalha a contra-argumentação. (02 escores)

a) Qual é o contra-argumento trabalhado por ela?

O contra-argumento trabalhado pela locutora é a ideia de que não há problema em

consumir, mas, sim, no consumismo √._______________________________________

b) Explique o que esse contra-argumento significa.

Esse contra-argumento quer dizer que, quando o ato de consumir passa a comandar a
vida das pessoas, ele se torna perigoso e deve ser combatido. √____________________

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GABARITO Ten Bruna Neto
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09. Segundo a locutora, quais seriam as consequências de se criar os jovens dentro de uma sociedade
conduzida pelos valores consumistas? (02 escores)

Criar os jovens dentro de uma sociedade conduzida pelos valores consumistas faria com
que eles aprendessem a avaliar as pessoas pelo seu poder de consumo, e não pelo que elas
são ou pensam √ e, além disso, passassem a considerar que seu grupo social é formado por
pessoas que consomem produtos semelhantes aos seus √.__________________________

10. De acordo com a locutora, os objetivos da educação se chocam com a ideia que o jovem desenvolve,
hoje, do que seja liberdade. Por que há esse choque? Justifique. (02 escores)

Esse choque ocorre porque, enquanto o objetivo da educação é formar pessoas autônomas
e livres, o valor de nossa sociedade, voltada para o consumo sem medida, faz o jovem ter a
falsa sensação de que é livre √. Na verdade, quem determina o que ele deve consumir, do
que ele deve gostar, são a mídia e a sociedade consumista em que vive √.______________

11. Do trecho “[...] quando um filho pede para o pai levá-lo a um show, e este o leva mesmo se considera
o espetáculo ruim, ensinamos a consumir, seja qual for a estética em questão; [...]”, escreva o que
se pede nos subitens a), b) e c). (03 escores)

a) a oração principal.
A oração principal é “[...] ensinamos [...]” √.___________________________________

b) a oração subordinada com valor semântico de concessão.

A oração subordinada com valor semântico de concessão é “[...] mesmo se considera o
espetáculo ruim […]”.√___________________________________________________

c) a oração subordinada adverbial de tempo.

A oração subordinada adverbial de tempo é “[...] quando um filho pede para o pai
[…]”.√_________________________________________________________________

2ª QUESTÃO (13 escores)

Leia o texto seguinte para responder aos itens 12 a 17.

TEXTO II

COMPRO, LOGO EXISTO

Templo de culto à mercadoria, o modelo do Shopping Center, como o conhecemos hoje,

nasceu nos Estados Unidos na década de 1950. São espaços privados, objetivamente planejados
para a supremacia da ação de comprar. O que se compra nesses centros, contudo, é muito mais do
que mercadoria, serviços, alimentação e lazer. Compra-se distinção social, sensação de segurança
5 e ilusão de felicidade e liberdade.
O Shopping Center é um centro de comércio que se completa com alimentação
(normalmente do tipo fast food), serviços (bancos, cabeleireiros, correios, academias de ginástica,
consultórios médicos, escolas) e lazer (jogos eletrônicos, cinema, internet). Ali o consumidor de
mercadorias se mistura com o consumidor de serviços e de diversão, sentindo-se protegido e
10 moderno. Fugindo de aspectos negativos dos centros das cidades e da busca conjunta de soluções
para eles, os Shopping Centers vendem a imagem de serem locais com uma melhor “qualidade de
vida” por possuírem ruas cobertas, iluminadas, limpas e seguras: praças, fontes, boulevares1
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recriados; cinemas e atrações prontas e relativamente fáceis de serem adquiridas ─ ao menos para
os que podem pagar. É como se o “mundo de fora”, a vida real, não lhes dissesse respeito...
15 O que essa catedral das mercadorias pretende é criar um espaço urbano ideal,
concentrando várias opções de consumo e consagrando-se como “ponto de encontro” para uma
população seleta de seres “semiformados”, incompletos, que aceitam fenômenos historicamente
construídos como se fizessem parte do curso da natureza. O imaginário que se impõe é o da
plenitude da vida pelo consumo. Nesses espaços, podemos ocupar-nos apenas dos nossos desejos
20 ─ aguçados com as inúmeras possibilidades disponíveis de aquisição. Prevalece a ideia do “compro,
logo existo”.
Concluímos que esse mundo de sonhos, que é o Shopping Center, acaba reforçando nas
pessoas uma visão individualista da vida, de modo que os valores propagados são todos
relacionados às necessidades e aos desejos individuais ─ “eu quero, eu posso, eu compro”. Assim,
25 colabora para uma deterioração do ser social e o retardamento do projeto de emancipação de
seres mais conscientes, autônomos, prontos para a sociabilidade coletiva ─ que exige a capacidade
da troca desinteressada, da tolerância, da relação verdadeiramente humana entre o eu e o outro,
entre iguais e entre diferentes. Compreendemos que um ser social emancipado identifica as
necessidades individuais com as da coletividade, sem colocá-las em campos opostos.
30 O Shopping Center híbrido representa hoje o principal lugar da “sociedade de consumo”,
contribuindo para a sacralização do modo de vida consumista e alienado, um modo de vida em que
há uma evidente predominância de símbolos como status, poder, distinção, jovialidade, virilidade
etc. sobre a utilidade das mercadorias. O que se pode concluir é que o sucesso da fórmula atual do
Shopping Center híbrido como lugar privilegiado para a realização da lógica consumista traz
35 consigo o fracasso da plenitude do ser social, distanciando-o de qualquer projeto de emancipação e
de humanização do ser humano. Como diz o poeta Carlos Drummond de Andrade [1902–1987] no
poema Eu, etiqueta: “Já não me convém o título de homem. / Meu nome novo é coisa. / Eu sou a
coisa, coisamente.”
1
: termo que designa um tipo de via de trânsito, geralmente larga, com muitas pistas divididas nos dois sentidos,
geralmente projetado com alguma preocupação paisagística. O termo foi inicialmente introduzido na língua francesa em
1435 como boloard, e desde então foi alterado para boulevard.
(Adaptado de PADILHA, Valquíria. A sociologia vai ao shopping center. Ciência Hoje, mai. 2007, pp. 30–35.)

MÚLTIPLA ESCOLHA
(04 escores)

ESCOLHA A ÚNICA RESPOSTA CERTA, ASSINALANDO-A COM UM “X” NOS PARÊNTESES À ESQUERDA.

12. A locutora do texto aborda o tema de maneira a convocar o interlocutor a aceitar a/os

(A) existência da estreita ligação entre o ato de comprar e ser feliz.

(B) plenitude da vida, que é garantida pela alegria de poder consumir.
(C) urgência de criação de espaços urbanos ideais, a serviço da população seleta e formada.
( D ) superação do individualismo e o fortalecimento da compreensão do valor da vida
solidária.
(E) valores inerentes às funções dos centros comerciais, onde sobressai o lado solidário do homem.

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13. O principal equívoco para o qual a locutora alerta o leitor é aquele de que a/o(s)

(A) realização do indivíduo é alcançada na medida que ele exercita seu poder de compra.
(B) shopping centers nem sempre apresentam uma população seleta de consumidores.
(C) shopping centers, essa catedral de mercadorias, não concentram, de fato, várias opções de
consumo.
( D ) shopping centers oferecem total garantia de segurança pessoal a todos os seus consumidores.
(E) indivíduo alcança sua plenitude de vida mediante o melhor acesso ao grande espaço de
consumo.

14. Em todas as alternativas abaixo, as expressões fizeram referência a Shopping Centers, EXCETO em

(A) “templo de culto à mercadoria”.

(B) “essa catedral das mercadorias”.
( C ) “o imaginário que se impõe”.
( D ) “nesses espaços”.
(E) “esse mundo de sonhos”.

15. Leia os trechos adaptados do texto I:

I. “[...] por entender que é com educação que se previne a violência.”

II. “Se o lar não oferece essa segurança ao jovem, este o busca fora de casa.”

A respeito dos enunciados acima, pode-se afirmar que:

( A ) Em I, a palavra se é índice de indeterminação do sujeito.

( B ) Em II, a palavra se é partícula apassivadora.

( C ) Em I, a palavra se é conjunção condicional e em II, conjunção integrante.

( D ) Em I, a palavra se é partícula apassivadora e em II, conjunção condicional.

( E ) A palavra se é partícula apassivadora em ambas as sequências textuais.

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VERDADEIRO OU FALSO
(06 escores)
COLOQUE UM “X” NO RETÂNGULO COM V, QUANDO A SENTENÇA FOR DE SENTIDO
VERDADEIRO, OU NO RETÂNGULO COM F, QUANDO A SENTENÇA FOR DE SENTIDO FALSO.

16. Considerando o texto II, analise as alternativas a seguir.

V F O título do texto corresponde a uma conclusão, formulada com clareza; nesse caso, pelo
uso do vocábulo “logo”, o marcador explícito.

V F Metáforas empregadas no texto dão uma percepção dos shopping centers como algo
profano e alheio ao mundo religioso.

V F A opção por períodos curtos ─ que prevalece no texto todo ─ sugere que se trata de um
texto expositivo e informal.

V F Os termos “boulevares” e “shopping center” caracterizam casos de empréstimo

linguístico, fenômeno decorrente do contato entre línguas diferentes.

V F A indicação, já no primeiro parágrafo, de que o tema abordado vai tomar uma direção
oposta é dada pela expressão “objetivamente planejados”.

V F A reiteração do pronome “eu” na penúltima linha do texto tem valor enfático e confere ao
enunciado um tom mais contundente.

DÊ O QUE SE PEDE

(03 escores)

17. Reescreva as orações dos subitens a) e b), passando a que estiver na voz passiva analítica para a
passiva sintética, e a que estiver na voz passiva sintética para a ativa e para a passiva analítica.
(03 escores)

a) “Compram-se distinção social, sensação de segurança e ilusão de felicidade e liberdade.”

“São compradas distinção social, sensação de segurança e ilusão de felicidade e

liberdade.” √“Compram distinção social, sensação de segurança e ilusão de felicidade e
liberdade.”. √___________________________________________________________

b) “É vendida a imagem de serem locais com uma melhor ‘qualidade de vida’ por possuírem ruas
cobertas, iluminadas, limpas e seguras.”

Vende-se √ a imagem de serem locais com uma melhor “qualidade de vida” por
possuírem ruas cobertas, iluminadas, limpas e seguras. __________________________

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3ª QUESTÃO (20 escores)

Leia o texto seguinte para responder aos itens 18 a 20.

TEXTO III

EU ETIQUETA

Em minha calça está grudado um nome Indispensabilidade

Que não é meu de batismo ou de cartório
Um nome... estranho.
Meu blusão traz lembrete de bebida
Que jamais pus na boca, nessa vida,
Em minha camiseta, a marca de cigarro
Que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produtos
Que nunca experimentei
Mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
De alguma coisa não provada
Por este provador de longa idade
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro
[...]
Meu isso, meu aquilo.
Desde a cabeça ao bico dos sapatos,
São mensagens,
Letras falantes,
Gritos visuais,
Ordens de uso, abuso, reincidências.
Costume, hábito, permanência
E fazem de mim homem-anúncio
itinerante,
Escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que a moda
Seja negar minha identidade,
[...]
Agora sou anúncio
Ora vulgar ora bizarro.
Em língua nacional ou em qualquer língua
(Qualquer principalmente.)
Eu é que mimosamente pago
Para anunciar, para vender
[...]
Saio da estamparia, não de casa,
Da vitrine me tiram, recolocam,
[...]
Meu nome novo é Coisa.
Eu sou a Coisa, coisamente.
(ANDRADE, Carlos Drummond de. São Paulo: Ática, 1984,
pp. 85-87. Fragmento.)

MÚLTIPLA ESCOLHA
(02 escores)

ESCOLHA A ÚNICA RESPOSTA CERTA, ASSINALANDO-A COM UM “X” NOS PARÊNTESES À ESQUERDA.

18. O tema que serve de objeto para reflexão do eu-lírico relaciona-se com a questão levantada no texto
II, pois

(A) enaltece os benefícios que o consumo pode oferecer aos indivíduos.

(B) mostra o fascínio exercido pela fantasia e miragem do consumo.

(C) adverte acerca da não acessibilidade da população aos bens de consumo.

(D) afirma a condição da liberdade humana e do homem como senhor de suas decisões.

(E) exalta as funcionalidades dos rótulos em locais de grande movimentação de negócios.

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19. O texto III, em consonância com outros textos desta avaliação,

(A) enaltece a condição do homem livre e senhor de suas decisões.

(B) adverte contra o perigo da alienação que ronda as facilidades do consumo.

(C) sugere o ideal do homem consumista, desprovido de limites sociais impostos.

(D) previne a respeito da influência opressora provocada por locais como os shoppings.

(E) evidencia a situação de completa perda da identidade provocada pelo sistema capitalista.

VERDADEIRO OU FALSO
(05 escores)

COLOQUE UM “X” NO RETÂNGULO COM V, QUANDO A SENTENÇA FOR DE SENTIDO

VERDADEIRO, OU NO RETÂNGULO COM F, QUANDO A SENTENÇA FOR DE SENTIDO FALSO.

20. A respeito do texto III, analise as alternativas a seguir.

V F A palavra que, no segundo verso, é um elemento que retoma o termo imediatamente

anterior a ele.

V F Entre os quarto e quinto versos, a coesão é feita por meio da conjunção explicativa,
retomando o termo “Meu blusão”.

V F O uso reiterado da primeira pessoa do singular assume no poema um caráter

individualizante.

V F O vocábulo agora, no trecho “Agora sou anúncio […]”, propõe ideia de oposição ao que
foi declarado anteriormente.

V F A coesão dos versos “É duro andar na moda, ainda que a moda / Seja negar minha
identidade [...]”, faz-se por meio da locução “ainda que”, propondo a ideia de concessão.

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Leia o texto seguinte para responder aos itens 21 e 22.

TEXTO IV

(BECK, Alexandre. In: _________. Armandinho zero. São Paulo: Matrix, 2014.)

DÊ O QUE SE PEDE
(08 escores)

21. Construa uma frase, fazendo um comentário acerca do conteúdo expresso no texto IV, empregando,
obrigatoriamente, a palavra “que” duas vezes, uma como advérbio e a outra como pronome relativo.
(02 escores)

Sugestão: “Que √ magnífica essa tira que √ o produtor construiu a respeito do consumismo
infantil.___________________________________________________________________

22. A respeito do conteúdo expresso no texto IV, responda ao que se pede nos subitens a), b) e c).
(03 escores)
a) O texto IV, apesar de possuir a mesma temática dos demais, não vai ao encontro das discussões
dos outros textos. Isso ocorre devido a uma estratégia usada pelo produtor da tira que provoca um
efeito de sentido. Qual é essa estratégia?
A estratégia utilizada pelo produtor da tira é a quebra de expectativa apresentada na
conclusão a que Armandinho chega. √________________________________________

b) Explique por que se dá esse efeito de sentido.

O efeito de quebra de expectativa se dá porque a personagem Armandinho interpreta
erroneamente a informação dada pelo colega. √ (Ou: A personagem confundiu a
expressão “roupa de marca”, característica de um comportamento consumista, com
“roupas com marca”.).____________________________________________________

c) Reescreva a fala da personagem em que se evidencia a estratégia utilizada.

A fala que evidencia a estratégia de quebra de expectativa é “Essa aqui tem marca de
caqui, da semana passada!”.√ ______________________________________________

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23. Sobre a fala da personagem Armandinho, alguém produziu o seguinte discurso.

“Logo que a sociedade reavaliar seus conceitos, aguardaremos que pais e filhos
conversem a fim de que discutam sobre aquilo que dá verdadeiro prestígio às pessoas.

O emprego excessivo de elementos coesivos no texto acima o tornou estilisticamente mal redigido.
Reescreva o texto, fazendo todas as alterações abaixo sugeridas. (03 escores)

1. Transforme a primeira oração em um termo de valor adverbial.

2. Troque a oração substantiva por um termo de sentido equivalente.
3. Transforme a quarta oração em um termo de valor adverbial.

Depois da reavaliação dos conceitos da sociedade, √ aguardaremos a conversa de pais e

filhos √ para a discussão sobre aquilo √ que dá verdadeiro prestígio às pessoas._________

CERTO OU ERRADO
(05 escores)

COLOQUE UM “C” OU “E” NOS PARÊNTESES À ESQUERDA, CONFORME OS CONCEITOS SEJAM

CONSIDERADOS CERTOS OU ERRADOS. NO CASO DE ERRADOS, UTILIZE A LINHA ABAIXO PARA
SUBSTITUIR A(S) PALAVRA(S) SUBLINHADA(S) PELA(S) QUE OS TORNEM CERTOS.

24. ( E ) Armandinho propondes a troca de roupas de marca por roupas sujas por frutas.

_Propõe_√_____________________________________________________________

25. ( E ) Se prevíamos uma resposta tão inocente, não desacreditaríamos na sociedade consumista.

___Prevíssemos_√_______________________________________________________

26. ( C ) A fala de Armandinho interveio na minha reflexão acerca do mercado capitalista. √

______________________________________________________________________

27. ( C ) Por meio da tira, foi revisto o conceito de bens de consumo essenciais à vida. √

___ ___________________________________________________________________

28. ( E ) Armandinho mantera a pureza própria da infância ao produzir sua fala.

___Mantivera_√_________________________________________________________

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- TABELA DE RESPOSTAS -
SÓ SERÃO CONSIDERADAS AS OPÇÕES ASSINALADAS NESTA TABELA.

ITENS
OPÇÕES
01 02 03 04 05 06 12 13 14 15 18 19
A X X
B X X X X X
C X X
D X X
E X

Correção gramatical e/ou apresentação da prova: 0,2 ponto.

FIM DA PROVA!

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