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AVALIAÇÃO DO RUÍDO NO SETOR DE MANUTENÇÃO E CONSERVAÇÃO

DA FEIS

1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho foi realizado visando apurar níveis de ruídos no Setor de


Manutenção e Conservação da FEIS.
As queixas dos funcionários referem-se ao funcionamento de equipamentos que
estariam emitindo ruídos causadores de incômodo. Visando verificar a procedência e
condições de ocorrência do incômodo realizamos no dia vinte e nove (29) de Outubro
de 2012, no período compreendido entre 14:00 horas e 15:00 horas, medições e vistoria
in loco, nos locais para identificação de suas fontes emissoras de ruído mais
significativas.

Os efeitos da poluição sonora sobre a saúde pública

Pimentel-Souza et al (1998) afirma que, verbis:

"O ruído atrapalha o sono e a saúde através do estresse ou perturbação


do ritmo biológico. Em vigília, o ruído de até 50 dB(A) pode perturbar, mas é
adaptável. A partir de 55 dB(A) provoca estresse leve, excitante, causando
dependência e levando a durável desconforto. O estresse degradativo do
organismo começa a cerca de 65 dB(A) com o aumento de freqüência do
estresse provocando desequilíbrio bioquímico, aumentando o risco de morte por
todo tipo de doença degenerativa(...). Por outro lado, o sono, a partir de 35
dB(A) vai ficando superficial, à 75 dB(A) atinge uma perda de 70% dos
estágios profundos, restauradores orgânicos e cerebrais (...)" (grifamos).

Tanto a Organização Mundial de Saúde (OMS) como a Organização


Internacional do Trabalho (OIT), apud Pimentel-Souza et al (1998), afirmam que o
estresse auditivo, mantido em níveis acima de 55 dB, se torna crônico, advindo as
seguintes consequências:
 Efeitos psicológicos, ansiedade, instabilidade emocional, irritabilidade,
nervosismo;
 Distúrbios neurovegetativos, sonolência, insônia, perda de apetite, redução da
libido;
 Aumento da prevalência de úlcera, hipertensão, distúrbios visuais, fadigas,
perturbações labirínticas;
 Alto consumo de tranquilizantes, aumento do número de acidentes, de consultas
médicas, do absenteísmo, etc.

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2. PARÂMETROS DAS MEDIÇÕES DE RUÍDO

Na elaboração deste relatório seguiram-se as normas NBR 10.151 e NBR


10.152, ambas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). As medições dos
níveis de ruído foram feitas na escala de compensação A, em decibels dB(A).
Foram utilizados um Medidor de Pressão Sonora Impac modelo IP-900DL,
padrão das normas IEC-61672 Tipo 2 e um tripé.

Figura 1 – Medidor de Nivel de Pressão sonora Impac IP 900DL.

Antes das medições, realizou-se a calibração do Medidor de Nível Sonoro,


ajustando-o de acordo com a referência acústica de 94 dB(A) e de 1 kHz de frequência.

2.1. CONDIÇÕES DE MEDIÇÃO

Nas medições realizadas utilizou-se o aparelho a 1,2 m acima do solo e, no


mínimo, a 1,5 de superfícies refletoras.
Nos locais em análise, as medições foram efetuadas nos pontos de maior nível
de intensidade de ruídos do ambiente.
Procurou-se evitar interferência, nas medições realizadas, de sons não desejados
como ventos no microfone ou corrente elétrica.
Durante as medições não houve variação das condições climáticas, inclusive de
vento, que pudessem interferir no nível de ruído captado pelo microfone do aparelho
medidor.

2.2. LAYOUT DAS MEDIÇÕES

As medidas de níveis sonoros foram obtidas no dia vinte e nove (29) de Outubro
de 2012, no período compreendido entre 14:00 horas até as 15:00 horas.
A seguir, ilustra-se, com um "croqui", sem escala, o mapeamento sonoro obtido
nas medições das salas do Setor de Manutenção e Conservação da FEIS.

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Figura2 – Esquema ilustrativo do mapeamento de ruído na Seção de Manutenção da FEIS, Unesp.

Para a situação em questão os pontos de medição foram determinados após um


estudo detalhado da planta dos locais medidos, em que foram selecionados os pontos
mais críticos e alguns pontos estratégicos, levando em consideração as condições
geométricas e posição de equipamentos nos locais a fim de facilitar a compreensão da
propagação do ruído no ambiente.

Para a coleta de dados o medidor de pressão foi posicionado em um pedestal a


uma altura de 1,2 m do nível do solo e as medições obedeceram às normas expostas na
NBR 10152.
Antes da medida de cada conjunto de pontos estabelecidos, o operador do
equipamento procedeu a uma verificação e calibração do medidor de nível de pressão
sonora com um calibrador acústico.
Os procedimentos de avaliação devem interferir o mínimo possível nas
condições ambientais e operacionais características da condição de trabalho em estudo.

O tempo de aquisição do sinal foi de 3 minutos para cada ponto e foram tomadas
medidas para que não houvesse interferência de ruídos indesejados nos valores das
medidas.

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No Setor de Manutenção e Conservação nos atentamos a alguns equipamentos e
pontos de maior emissão de ruídos, o compressor, a serra policorte e o caminhão. As
medidas foram realizadas em diferentes estados de operação dos equipamentos, como
representado na Tabela 2.
Segue abaixo uma relação de fotos da medição no setor de manutenção.

Figura 3 – setor de Manutenção, Unesp.

Figura 4 – setor de Manutenção, Unesp.

3. RESULTADOS OBTIDOS E DISCUSSÕES

De acordo com a Tabela abaixo (Tabela 1, Norma ABNT NBR10152 de


Dezembro de 1987) podemos avaliar a se a intensidade dos ruídos está dentro dos
limites estabelecidos para conforto acústico.

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Tabela 1 – Tabela da norma ABNT NBR10152 de Dezembro de 1987.

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Os seguintes resultados foram obtidos nas medições.

Tabela 2 – Relação de níveis de pressão sonora no Setor de Manutenção.

Leq dB(A)
Sala comum - Compressor Ligado 71
Sala comum - Compressor Desligado 62
Sala da Serra - Serra Desligada 57
Sala da Serra - Serra Ligada 88
Sala da Serra - Serra Operando 98
Caminhão - Fora 62
Caminhão - Cabina 72

No Setor de Manutenção foram feitas medições com diversos estados de


operação dos equipamentos emissores de ruídos, começando com todos desligados e
realizando medições apenas nas salas mais próximas aos equipamentos, onde o ruído é
mais intenso. Na sala de entrada, denominada sala comum, foram medidos os níveis de
ruído com o compressor ligado e desligado, e uma medida foi realizada bem próximo ao
compressor ligado para eventual caracterização da fonte emissora. Na sala da serra,
foram medidas os níveis de ruído com a serra desligada, ligada e ligada em operação.
Quando da realização das medições, em função da disponibilidade do
equipamento e do técnico, também foram medidos os níveis de ruído no exterior e
interior da cabine do caminhão, utilizado pelos funcionários da seção de manutenção.

8. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Avaliando os resultados das medições “in loco” nos locais solicitados


verificamos que os ruídos encontrados se encontram dentro da faixa esperada para as
atividades realizadas nesses locais. Os níveis de ruído encontrados podem ocasionar
algum incomodo em indivíduos, mas não caracterizam ruído excessivo, exceto em
locais mais ruidosos onde deve utilizar-se EPI’s quando da operação de alguns
equipamentos, como serra e policorte.

Ilha Solteira, 29 de novembro de 2012

Bibliografia citada:

PIMENTEL-SOUZA, F. & ÁLVARES, P. A. S. A poluição sonora urbana no trabalho e


na saúde. 1º Prêmio Brasil-ANEST/92. Belo Horizonte: set. 1998.

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