Serviço Público Federal  Ministério da Educação

Universidade Federal de Uberlândia  Faculdade de Engenharia Química

Curso de Graduação em Engenharia Química
Controle de Processos Químicos I  Prof. Adilson J. de Assis
Medição de nível

Sumário
1 INTRODUÇÃO e CONCEITO 3
2 MEDIÇÃO DE NÍVEL DIRETA 4
2.1 RÉGUA OU GABARITO . . . . . . . . . . . . . . . 4
2.2 VISORES DE NÍVEL . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.3 BÓIA OU FLUTUADOR . . . . . . . . . . . . . . . 10
3 MEDIÇÃO DE NÍVEL INDIRETA 13
3.1 MEDIÇÃO DE NÍVEL POR PRESSÃO HIDROSTÁ-
TICA (PRESSÃO DIFERENCIAL) . . . . . . . . . . 13
3.2 MEDIÇÃO DE NÍVEL COM BORBULHADOR . . . 19
3.3 MEDIÇÃO DE NÍVEL POR EMPUXO . . . . . . . . 22
3.4 MEDIÇÃO DE NÍVEL POR CAPACITÂNCIA . . . . 26
3.5 MEDIÇÃO DE NÍVEL POR ULTRA-SOM . . . . . . 30
3.6 MEDIÇÃO DE NÍVEL POR RADAR . . . . . . . . . 33

4 MEDIÇÃO DE NÍVEL DESCONTÍNUA 35

4.1 MEDIÇÃO DE NÍVEL DESCONTÍNUA POR CON-
DUTIVIDADE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
4.2 MEDIÇÃO DE NÍVEL DESCONTÍNUA POR BÓIA . 38
1 INTRODUÇÃO e CONCEITO
Nível é a altura do conteúdo, que pode ser sólido ou líquido, de um
reservatório.
Por que medir nível?
• Avaliar o volume estocado de materiais em tanques de armaze-
namento

• Realizar o balanço de materiais de processos contínuos onde exis-

tam volumes líquidos ou sólidos de acumulação temporária, rea-
ções, mistura etc.

• Manter segurança e controle de alguns processos onde o nível do

produto não pode ultrapassar determinados limites

3
Os três tipos básicos de medição de nível de líquido são o:

1. direto: régua ou gabarito, visores de nível, bóia ou utuador

2. indireto: uso de pressão hidrostática, pressão diferencial,

borbulhadores, empuxo, capacitância, ultra-som, radar

3. descontínuo: uso de condutividade e bóia

2 MEDIÇÃO DE NÍVEL DIRETA

2.1 RÉGUA OU GABARITO

• Uso de uma régua graduada que é introduzida no reservatório a

ser medido

4
• Determinação do nível: leitura direta do comprimento molhado
na régua pelo líquido

5
6
2.2 VISORES DE NÍVEL

• Usa o princípio dos vasos comunicantes

• O nível é observado por um visor de vidro especial, podendo

haver uma escala graduada acompanhando o visor

• São simples, baratos, precisos e de indicação direta

• Material do visor deve ser escolhido em acordo com o uido,

pressão e temperatura (borosilicato temperado (DIN7080) ou
cristal temperado; vidro reex  produtos escuros sem
interfaces; usa o princípio da diferença do índice de refração de
cada fase  ou vidro transparente)

7
(a) (b)

Figura 1: Visores de nível

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9
2.3 BÓIA OU FLUTUADOR

• Bóia presa a um cabo que tem sua extremidade ligada a um

contrapeso.

• No contrapeso está xo um ponteiro que indicará diretamente o

nível em uma escala.

• Normalmente encontrada em tanques abertos

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3 MEDIÇÃO DE NÍVEL INDIRETA
O nível é medido indiretamente em função de grandezas físicas
como: pressão, empuxo, radiação e propriedades elétricas

3.1 MEDIÇÃO DE NÍVEL POR PRESSÃO HIDROSTÁTICA

(PRESSÃO DIFERENCIAL)

• Usa-se a pressão exercida pela altura da coluna líquida, para

medir indiretamente o nível, de acordo com o Teorema de
Stevin: A diferença entre as pressões de dois pontos de um
uido em equilíbrio é igual ao produto entre a densidade do
uido, a aceleração da gravidade e a diferença entre as

13
 profundidades dos pontos.

P = P0 + ρg∆h
ou
∆P = ρg∆h
• Permite que a medição seja feita independente do formato do
tanque, seja ele aberto, seja pressurizado

• Neste tipo de medição, utiliza-se um transmissor de pressão

sensor capacitivo) cuja cápsula sensora é dividida
diferencial (
em duas câmaras: a de alta ( H ) e a de baixa pressão ( L ).

Em tanques abertos: a câmera de baixa pressão é aberta para a

atmosfera; supressão de zero

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Figura 2: Transmissor LD301L da Smar  Medição de Nível

16
Em tanques fechados e pressurizados: a câmera de baixa
pressão é conectada na parte superior do tanque

17
Medição com selagem: O uido do processo possui alta
viscosidade, ou se condensa nas tubulações de impulso, ou ainda no
caso do uido ser corrosivo, usa-se selagem com glicerina ou silicone
líquido;

18
Elevação de zero: consiste em se anular a pressão da coluna
líquida na tubulação de impulso da câmara de baixa pressão do
transmissor de nível

3.2 MEDIÇÃO DE NÍVEL COM BORBULHADOR

• Indicado para líquidos viscosos ou corrosivos

• Necessita-se de um suprimento de ar ou gás e uma pressão

ligeiramente superior à máxima pressão hidrostática exercida
pelo líquido (∼ 20%).

• Quando o ar ou o gás escapar pelo tubo posicionado no fundo

do tanque, a pressão do gás corresponderá à da coluna de
líquido

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21
3.3 MEDIÇÃO DE NÍVEL POR EMPUXO

• Fundamenta-se no princípio de Arquimedes

• Usa-se um deslocador (displacer ), que sofre o empuxo do nível

de um líquido, transmitindo para um indicador este movimento,
por meio de um tubo de torque

• O empuxo varia com a densidade do(s) líquido(s): Empuxo =

volume deslocado x densidade do líquido
• Através dessa técnica é possível medir o nível de interface entre
empuxo total é a soma
dois líquidos não miscíveis, pois o
dos empuxos dos diferentes líquidos; para diferentes
valores de altura de interfaces, serão obtidas diferentes
variações de empuxo.

22
23
Figura 3: Instalação típica de medição de nível de interface com o DT, SMAR

24
Figura 4: Medição e Controle de Interface Água/Óleo

25
3.4 MEDIÇÃO DE NÍVEL POR CAPACITÂNCIA

• Capacitância: grandeza elétrica que existe entre duas

superfícies condutoras isoladas entre si.

• O medidor de nível capacitivo mede as possibilidades do

capacitor formado pelo eletrodo submergido no líquido em
relação às paredes do tanque.

• O elemento sensor, geralmente, é uma haste ou cabo exível de

metal

• Em líquidos não condutores, se emprega um eletrodo normal

• Em uidos condutores, o eletrodo é isolado normalmente com

teon

26
• À medida que o nível do tanque for aumentando, o valor da
capacitância aumenta progressivamente devido ao dielétrico ar
ser substituído pelo dielétrico líquido.

• A medição de nível por capacitância também pode ser feita sem

contato, através de sonda de proximidade (que é uma das
placas do capacitor). A outra placa é a própria superfície do
produto ou a base do tanque

27
(a) (b)

Figura 5: Medição de nível por capacitância.

28
Figura 6: Diferentes sensores capacitivos para medida de nível.

29
3.5 MEDIÇÃO DE NÍVEL POR ULTRA-SOM

• Ultra-som: consiste em uma onda sonora cuja freqüência de

oscilação é maior que aquela sensível pelo ouvido humano, ou
seja, acima de 20 Khz.

• A propagação do ultra-som depende do meio (sólido, líquido ou

gasoso)

• A velocidade do som é a base para a medição através da técnica

de eco, usada nos dispositivos ultra-sônicos

• Sensor: materiais piezoelétricos que são excitados

eletricamente na emissão e mecânicamente na captação

• Medição contínua (sensor xo no topo ou no fundo) e

descontínua

30
Figura 7: Medição de nível por ultra-som.

31
 Figura 8: RD400 (da SMAR) usado na
medição do nível do tanque de otação
de xarope da Usina Açúcar Guarani S.A.,
unidade São José. O sensor de ultra-som
foi instalado em um vaso comunicante
em paralalo ao tanque, permitindo uma
Ver o
maior conabilidade na medida.
vídeo: http://vimeo.com/78625786 
RD400 - Transmissor de Nível por Onda
Guiada e por ultra-som.

32
3.6 MEDIÇÃO DE NÍVEL POR RADAR

• Princípio de funcionamento: semelhante ao medidor por

ultra-som (emissão e recepção de onda, mas neste caso a onda
é eletromagnética de alta frequência)

• Essa técnica pode ser aplicada com sucesso na medição de nível

de líquidos e sólidos em geral

• Grande vantagem deste tipo de medidor em relação ao

ultra-sônico é a imunidade a efeitos provocados por gases, pó e
espuma entre a superfície e o detector, possuindo, porém, um
custo relativamente alto.

33
Figura 9: Medição e transmissão de nível por radar.

34
4 MEDIÇÃO DE NÍVEL DESCONTÍNUA

Estes medidores são empregados para fornecer indicação apenas

quando o nível atinge certos pontos desejados, como, por
exemplo, em sistemas de alarme e segurança de nível
alto ou baixo.
4.1 MEDIÇÃO DE NÍVEL DESCONTÍNUA POR
CONDUTIVIDADE

• Nos líquidos que conduzem eletricidade, pode-se mergulhar

eletrodos metálicos de comprimento diferente.

35
 Figura 10: Medição de ní-
vel descontínua por con-
dutividade. Quando
houver condução entre
os eletrodos, tem-se a
indicação de que o ní-
vel atingiu a altura do
último eletrodo alcan-
çado pelo líquido

36
 Figura 11: Shield para
Arduino usado na medição
de nível descontínua por
condutividade.
37
4.2 MEDIÇÃO DE NÍVEL DESCONTÍNUA POR BÓIA

38
 Figura 12: Medição de ní-
vel descontínua por bóia
simples acoplada a conta-
tos elétricos.

39
Figura 13: Tipos de bóias acopladas a contato elétrico.

40
Figura 14: Modelo de bóia utuante acoplada a contato elétrico.
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42
Sumário
1 introdução e conceito
2 medição de nível direta
2.1 régua ou gabarito
2.2 visores de nível
2.3 bóia ou utuador
3 medição de nível indireta
3.1 medição de nível por pressão hidrostática (pressão
diferencial)
3.2 medição de nível com borbulhador
3.3 medição de nível por empuxo
3.4 medição de nível por capacitância
3.5 medição de nível por ultra-som
 3.6 medição de nível por radar
4 medição de nível descontínua
4.1 medição de nível descontínua por condutividade
4.2 medição de nível descontínua por bóia

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