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CURSO DE AGENTES QUÍMICOS Engº Antonio Carlos Vendrame 2
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RISCOS QUÍMICOS
Inalação
A via respiratória é a mais importante via de ingresso dos agentes químicos, dado que a
maioria dos agentes química encontra-se dispersos na atmosfera; o volume de ar respirado durante a
jornada de trabalho varia de 7.500 a 15.000 litros e, a troca gasosa exige uma área muito grande,
pois os pulmões possuem aproximadamente 90 m2 de área. Esta área superficial facilita a absorção
de gases e vapores, os quais podem passar ao sangue, que distribui os agentes químicos para outras
regiões do organismo.
Alguns sólidos e líquidos ficam retidos nos tecidos, podendo produzir uma ação localizada,
ou se dissolvem para serem distribuídos através do aparelho circulatório.
Sendo o consumo diário de ar na ordem de 10 a 20 kg, que varia em função do esforço físico
realizado, chega-se à conclusão de que a maioria das intoxicações generalizada ocorre pela
inalação.
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Absorção cutânea
Ingestão
Representa apenas uma via secundária de ingresso do agente químico no organismo, com
exceção se for intencional, eis que nenhum trabalhador ingere, conscientemente, produtos tóxicos.
Tal exposição acontece de forma acidental ou ao se engolir partículas que podem ficar
retidas na parte superior do trato respiratório ou ainda, quando se inalam substâncias em forma de
pós ou fumos.
Além do que, há que se considerar que o próprio aparelho digestivo seleciona os materiais
úteis ao organismo, rejeitando os que não de valia.
Biotransformação
LIMITES DE TOLERÂ$CIA
(vide confirmação no anexo nº 1 da NR-15, que apresenta a tabela de limite de tolerância para
ruído, observe que para 8 horas, o limite permitido é de 85 dB(A); para 7 horas, 86 dB(A), e assim
por diante).
concentração (x)
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Assim, exposições a baixíssimas concentrações, ainda que durante um longo período, não
trarão risco ao organismo. Da mesma forma, exposição por períodos ínfimos (tendendo a zero),
ainda que em elevadas concentrações, também não trarão qualquer risco. Igualmente, uma
exposição à reduzida concentração por pequeno tempo, não trará qualquer malefício ao organismo
do trabalhador.
Porém, o equilíbrio entre concentração e tempo de exposição é que define a insalubridade,
ou seja, o risco ao organismo do trabalhador.
Isto posto, é de suma importância, no caso dos agentes químicos, que avaliemos de forma
quantitativa sua concentração, bem como estimemos o tempo de exposição do trabalhador ao
agente, para que possamos opinar como razoável precisão sobre o risco da exposição.
A concentração de um agente químico é comparada com um padrão, denominado de limite
de tolerância, que representa a concentração do agente presente no ambiente de trabalho, sob a qual
o trabalhador pode ficar exposto durante toda a sua vida laboral, sem sofrer efeitos adversos à
saúde.
Tais limites têm por objeto a proteção à saúde, no entanto, não são fronteiras absolutas entre
uma exposição segura ou não, refletindo unicamente, o estado em que se encontram os
conhecimentos num dado momento. Os limites de tolerância são baseados na melhor informação
disponível, proveniente da experiência industrial e de estudos experimentais com animais.
Daí porque sofrem periódicas alterações, quando se constata que um limite, anteriormente
fixado, já não mais protege o trabalhador.
Os limites de tolerância representam um instrumento essencial no controle dos ambientes de
trabalho, ajudando a eliminar os riscos advindos da presença de agentes ambientais, já que
representam um guia ou padrão de exposição para a prevenção.
Na década de 20, começaram a ser propostos os primeiros limites de tolerância, tais como o
monóxido de carbono, o óxido de zinco e as poeiras de fluoretos.
Vários países determinam seus próprios limites de tolerância, no entanto, os universalmente
são os valores publicados desde 1947, pela American Conference Of Governmental Industrial
hygienists (ACGIH), revisados permanentemente.
No Brasil, até o ano de 1978, não tínhamos tabelas de limites de tolerância para substâncias
químicas. A portaria 491, de 16 de setembro de 1965, legislação vigente até 1978, determinava os
trabalhos insalubres se baseando apenas em avaliações qualitativas.
Segundo a legislação brasileira, os agentes químicos possuem limites de tolerância ditados
pela Portaria nº 3.214/78, do Ministério do Trabalho, através dos anexos nºs 11 e 12.
Pena que em mais de 20 anos tais limites não sofreram qualquer atualização ou revisão,
tornando-se obsoletos ao longo do tempo, não se prestando como valores tecnológicos, mas tão
somente, como valores legais (para efeitos de perícias judiciais).
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Nossos limites foram estabelecidos com base nos da ACGIH, adaptados somente pela
fórmula de Brief-Scala, eis que as jornadas americanas e brasileiras eram diferentes.
Por exemplo:
1) O cloro possui limite de tolerância de 0,8 ppm; logo, o valor máximo será 0,8 x 3 = 2,4;
então, durante a jornada de trabalho, jamais poderá ser ultrapassado o valor de 2,4 ppm, além de no
computo global, ou seja, na média, não se ultrapassar o valor de 0,8 ppm.
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2) O álcool metílico possui limite de tolerância de 156 ppm; o valor máximo será 156 x 1,25
= 195 ppm, que não poderá em momento algum da jornada ser ultrapassado, e na média o valor de
156 ppm não poderá ser ultrapassado, sob pena de o ambiente ser considerado insalubre.
Concentração
Concentração
Valor
Máximo
limite de tolerância ter sido ultrapassado, este foi Limite de
Tolerância
compensado pelos valores abaixo, aliás, na maior parte
da jornada; o valor máximo foi respeitado, e,
portanto, o ambiente não é insalubre.
Tempo
Neste segundo caso, apesar da concentração do agente estar bem abaixo do limite de
tolerância, num pequeno intervalo o valor máximo foi ultrapassado, o que é suficiente para
caracterizar o ambiente como insalubre.
Valor
Máximo
máximo não foi ultrapassado em momento algum, Limite de
Tolerância
porém, o limite de tolerância foi desrespeitado
durante a maior parte da jornada, caracterizando
assim o ambiente como insalubre.
Tempo
Grupo IV – Substâncias de efeito rápido e que pode ser absorvidos por via cutânea
As substâncias deste grupo, além de não poderem ter o seu limite de tolerância excedido em
momento algum, devido ao seu efeito imediato sobre o organismo, também requerem medidas de
proteção, a fim de evitar a absorção por via cutânea. Pertencem a este grupo somente 4 substâncias,
que têm assinaladas tanto a coluna de “valor-teto” como a coluna “absorção também pela pele” na
tabela de limites de tolerância, conforme a seguir:
Fazem parte deste grupo gases e vapores que, em altas concentrações no ar, atuam como
asfixiantes simples, isto é, deslocam o oxigênio do ar, sem provocar outros efeitos fisiológicos
significativos.
Os asfixiantes simples diluem o oxigênio do ar inalado e reduzem a pressão parcial nos
alvéolos, o que resulta na redução da transferência de oxigênio para o sangue venoso, que pode
causar a morte.
O monóxido de carbono, por exemplo, é um gás sem odor que combina com a hemoglobina
formando a carboxihemoglobina, que bloqueia o transporte do oxigênio no sangue, mesmo em
baixas concentrações.
Os haletos de cloro e hidrogênio são gases sufocantes cáusticos, altamente irritantes das
mucosas, que podem causar edema pulmonar e outros danos aos pulmões.
O ácido cianídrico e cianetos metálicos, particularmente de metais alcalinos, são tóxicos
extremamente fortes, o íon cianeto é um inibidor da oxidase do citocromo, bloqueando a respiração
celular.
Para as substâncias deste grupo não é possível a adoção de limite de tolerância, eis que o
fator limitante é o oxigênio disponível. Portanto, para essas substâncias, o que deve prevalecer é a
quantidade de oxigênio existente no ambiente, sendo que 18% é a menor concentração admissível
para uma perfeita oxigenação dos tecidos.
As substâncias que estão listadas na tabela de limites de tolerância como asfixiantes simples
são:
Grupo VI – Poeiras
Neste grupo encontramos três substâncias com limites fixados pela NR-15, Anexo nº 12 -
“limites de Tolerância para poeiras minerais”.
São elas:
a) Asbestos;
b) Sílica livre cristalizada;
c) manganês.
Neste grupo estão incluídas as substâncias que podem provocar câncer ou tenham induzido
câncer, sob determinadas condições experimentais.
Para tais substâncias nenhuma exposição ou contato é permitido, por qualquer via, os
processos devem ser hermetizados e o trabalhador deve ser protegido de forma a não permitir
nenhum contato com o carcinogênico. As principais substâncias carcinogênicas são;
• produção de benzidina;
• β naftilamina;
• 4 nitrodifenil;
• 4 aminodifenil.
EXERCÍCIOS
Determinar, com base nas amostragens abaixo, se a atividade é, ou não, insalubre, conforme os
critérios do Anexo nº 11 da NR-15:
a) resultados de 10 amostragens instantâneas de ácido acético (em ppm):
7,8; 6,0; 4,8; 5,3; 9,3; 4,0; 8,9; 13,4; 6,4 e 2,6.
Dado limite de tolerância do ácido acético: 8ppm / 20mg/m³.
Conversão de unidades
EXERCÍCIOS
Um ambiente industrial, nas CNTP, possui uma concentração de 42ppm de acetona (PM=58,05).
Qual é a concentração em miligramas por metro cúbico da acetona?
Transformar 0,6 miligramas por metro cúbico de cloreto de vinilideno (PM=96,95) para partes por
milhão.
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A equação acima é utilizada, por exemplo, quando a fonte contaminante é uma mistura
líquida e o volatilizado tem composição similar à mistura, toda a mistura é evaporada por igual.
Conhecendo-se a composição percentual (em peso) da mistura, os limites de tolerância devem ser
utilizados em mg/m³ e o limite da mistura é dado por:
1
LTm =
fa fb f
+ + ...+ n
LTa LTb LTn
Onde: fa, fb e fn = fração do componente
LTa, LTb e LTn = limite de tolerância em mg/m³
Exemplo: Um solvente industrial possui a seguinte composição:
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1 1
LT = = = 253mg / m³
f1 f f f 0,25 0,08 0,4 0,27
+ 2 + 3 + 4 + + +
LT1 LT2 LT3 LT4 290 1090 180 340
EXERCÍCIOS
1) Utilizando a fórmula de Brief-Scala, determine o fator de redução no caso de um país com
jornada de 44 horas semanais.
GASES E VAPORES
Conceituação
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Os gases e vapores podem ser classificados segundo a sua ação sobre o organismo humano.
Assim, podem ser divididos em 3 grupos:
• irritantes;
• anestésicos;
• asfixiantes.
Uma substância classificada em um dos grupos acima não implica que não possua também
características dos outros grupos. Esta classificação se baseia no efeito mais importante, mais
significativo, sobre o organismo.
Será visto, a seguir, que a maioria dos solventes orgânicos é classificada como anestésica.
No entanto, qualquer pessoa que já esteve exposta a um solvente destes (álcool, thinner ou acetona)
percebeu que estas substâncias também são irritantes das vias respiratórias superiores.
No entanto, tais substâncias são classificadas como anestésicas, porque este efeito é o mais
importante, e o mais danoso para a saúde humana.
Existe uma grande variedade de gases e vapores classificados neste grupo, os quais diferem
em suas propriedades físico-químicas, mas tem uma característica em comum: produzem
inflamação nos tecidos com que entram em contato direto, tais como a pele, a conjuntiva ocular e as
vias respiratórias.
Esta inflamação é produzida em tecidos epiteliais e deve-se à alteração dos processos vitais
normais das células, que se manifesta por coagulação, desidratação, hidrólise, etc.
O ponto de ação dos gases e vapores irritantes é determinado, principalmente, pela sua
solubilidade.
Um irritante gasoso altamente solúvel na água é absorvido totalmente no ar, durante o
processo respiratório, pelo primeiro tecido úmido com que entra em contato, prosseguindo o ar,
livre do irritante; isto é, o irritante fica retido no nariz e garganta e o ar que se aloja no pulmão já
não contém mais este contaminante.
Em conseqüência, nariz e garganta são os que sofrem a ação irritante dos gases e vapores
altamente solúveis; os gases e vapores pouco solúveis são absorvidos em pequena parcela pelas vias
respiratórias superiores, exercendo seu maior efeito irritante sobre o próprio pulmão, já que é neste
local que a substância irá se solubilizar.
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Chamam-se asfixiantes em razão do bloqueio dos processos vitais tissulares, causando por
falta de oxigênio. A falta de oxigênio pode acarretar lesões definitivas no cérebro em poucos
minutos. Denomina-se anoxemia à deficiência na entrega de oxigênio aos tecidos do
organismo. Os gases e vapores asfixiantes podem ser subdivididos em: asfixiantes simples e
asfixiantes químicos;
Devido a isso, não se pode confiar nos resultados de uma única amostra, já que a mesma não
será representativa da concentração real a que será submetido um trabalhador, durante toda sua
jornada de trabalho.
Deverá, portanto ser feito um plano de amostragem, estabelecendo claramente o que se quer
determinar.
Neste plano deverão ser fixados os amostradores, equipamentos de medição e métodos de
análise a serem utilizados, bem como os tipos de amostragem necessários.
Tipos de amostragem
De forma geral, são de dois tipos as amostragens feitas visando avaliar a exposição a um
agente químico:
Interessante ressaltar que é mais produtivo que se faça várias amostragens parciais em dias
diferentes, do que realizar uma única amostragem num só dia, principalmente, em razão das
eventuais flutuações que possam haver na concentração do agente em razão de alteração da rotina
de trabalho, por exemplo. Aliás, a amostragem somente deve ser realizada num único dia, quando o
profissional tenha o convencimento de que todos os outros dias serão exatamente iguais ao dia
amostrado. Atentar para que o tempo de coleta não seja reduzido a valores pequenos que
inviabilizem a utilização do método analítico, em função do limite de detecção.
Os dois tipos de amostragem são de grande utilidade na pesquisa de um local de trabalho.
Dependerá do bom senso e da experiência do técnico que estuda o local determinar a amostragem
mais apropriada em cada caso, visando resultados representativos da exposição dos trabalhadores
aos agentes químicos presentes naquele local de trabalho.
Para alcançar este objetivo não devem ser esquecidas duas regras básicas:
• em todos os casos a amostragem dever ser feita nas condições normais de trabalho, já
que, de outra forma, a exposição avaliada não será representativa das condições reais;
• a maioria dos processos apresenta ciclo de trabalho bem definido, que é repetido
várias vezes ao dia. Isto é, as operações se repetem de tempos em tempos. A amostragem deverá ser
feita cobrindo, no mínimo um ciclo de trabalho.
MONITORAMENTO PESSOAL
O monitoramento pessoal é aquele no qual a coleta é realizada tendo como referência às
atividades específicas de um trabalhador, onde este porta um equipamento portátil que o acompanha
durante todo o ciclo de atividades do trabalhador. Se a rota de entrado do agente no organismo é
pelo sistema respiratório, a coleta de amostra será feita na zona respiratória.
MONITORAMENTO DE ÁREA
O foco do monitoramento de área é avaliar os níveis de agentes numa específica localização,
ao invés de avaliar os níveis encontrados num trabalhador específico. Neste tipo de monitoramento
é utilizada medição contínua posicionada numa localização estacionária.
A amostragem no ambiente em geral, tem por finalidade estudar o grau de contaminação, de
um local, ou determinada fração deste, em relação ao tempo. A localização do aparelho amostrador
pode não ser, necessariamente, o centro do local de trabalho, devendo-se considerar a localização
dos pontos de origem da dispersão dos contaminantes, a fim de não situar o aparelho na trajetória
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dos poluentes, determinada pelas correntes de ar. Este tipo de amostragem é mais utilizado para
determinar medidas de controle.
Instrumentos de campo
MONITORAMENTO ATIVO
O monitoramento ativo é técnica usualmente utilizada para coleta de amostras de ar. A
técnica implica em consumo energético, já que a amostra é forçada a passar através de um coletor.
MONITORAMENTO PASSIVO
O monitoramento passivo não implica em quaisquer dispêndios de energia para operar o
sistema de coleta. O método se aplica à coleta de gases e vapores difusíveis, medida de temperatura
e detecção de radiações ionizantes e não-ionizantes.
Os gases e vapores podem ser avaliados por meio de aparelhos que coletam e analisam a
amostra no próprio local de trabalho, denominados aparelhos de leitura direta e por meio de
aparelhos que coletam amostras do ar ou do contaminante, para posterior análise em laboratório,
denominados amostradores.
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Os aparelhos de leitura direta são aqueles que fornecem imediatamente, no próprio local que
está sendo analisado, a concentração do contaminante. Estes aparelhos podem ser usados para
avaliação de gases, vapores e também de alguns aerodispersóides. Eles podem ser divididos, para
estudo, em dois grandes grupos:
• Os que utilizam métodos químicos.
• Os que utilizam métodos físicos.
Embora esta divisão não seja muito clara, já que na maioria dos métodos, misturam-se
fenômenos físicos e químicos, são denominados de métodos químicos de avaliação, os métodos (de
detecção da concentração de um poluente) que se baseiam principalmente, numa reação química.
Pertencem ao grupo dos métodos físicos aqueles em que o fundamento da medição é
baseado principalmente num fenômeno físico.
Os indicadores colorimétricos, aparelhos de leitura direta que utilizam métodos químicos,
são aqueles que fornecem a concentração existente no ambiente
pela alteração de cor, ocorrida em face de uma reação química.
Existem três tipos de indicadores colorimétricos:
• tubos indicadores, contendo substâncias químicas
impregnadas em um sólido, usados para avaliar concentrações de
gases e vapores dispersos de trabalho;
• filtros de papel tratados quimicamente, utilizados
geralmente para avaliação de aerodispersóides; e
• líquidos reagentes, normalmente utilizados para avaliar concentração de gases ácidos
ou alcalinos.
Para se fazer passar o ar através do reagente são utilizadas bombas aspiradoras, que tanto
podem ser do tipo pistão ou do tipo fole. É de fundamental importância que, antes de iniciarmos
qualquer amostragem, verifiquemos o estado de funcionamento destas bombas, para detectarmos a
existência de eventual vazamento ou obstrução. Os fabricantes sempre fornecem informações
quanto à forma de se fazerem estes testes. Para cada substância ou, às vezes, para cada grupo
funcional existe um indicador específico. A grande maioria das substâncias utilizam os tubos
indicadores para sua avaliação.
Como algumas substâncias podem interferir na avaliação, por terem reação similar à do
contaminante que está sendo analisado, muitos tubos são fabricados como uma pré-camada, onde
são retiradas substâncias interferentes. É o caso do tubo de benzeno, que tem uma pré-camada, onde
são retiradas substâncias interferentes, a exemplo do tolueno e xileno.
Apesar deste método ser bastante prático e de fácil aplicação, este tipo de avaliação pode
conduzir a erros de 25% ou mais; daí, ele só é válido quando a concentração obtida for bem a baixo
ou bem acima do limite de tolerância, porque, assim, teremos certeza de que, mesmo com certa
margem de erro, estaremos abaixo ou acima desse limite.
No entanto, quando constatarmos que a concentração está próxima do limite de tolerância,
deveremos utilizar um método mais preciso de análise, para termos certeza de que a concentração
irá ultrapassar ou não o limite estabelecido.
As avaliações com os tubos indicadores deverão ser feitas sempre por técnicos treinando em
higiene do trabalho, que deverão atender perfeitamente todas as instruções contidas na carta que
acompanha cada conjunto de tubos específicos.
É importante salientarmos que quando utilizamos uma bomba aspiradora de determinado
fabricante, devemos obrigatoriamente utilizar os tubos ou filtros indicadores da mesma marca; caso
contrário, poderemos obter concentrações com erros enormes.
Os tubos colorimétricos ou tubos de leitura direta baseiam-se na medição do agente por
meio de troca de cor, que pode ser lida por comparação ou comprimento da extensão da mudança de
cor. Inicialmente, este sistema de tubos detectores foi concebido para amostragens instantâneas, se
bem que existem tubos especiais para amostragens de até 12 horas, mas, não são comuns.
Os tubos colorimétricos são tubos de vidro contendo um reativo colorimétrico juntamente
com um absorvente, por exemplo, sílica gel ou alumina ativada. Muitos tubos medem a
concentração de um determinado agente; porém, alguns identificam qualitativamente a presença de
um agente.
A faixa de medição, geralmente, inclui a faixa de concentração do contaminante
importante para o campo da higiene industrial. Alguns tubos medem somente altas concentrações e
não são utilizados para baixas concentrações. Se for necessário medir uma faixa grande de
concentração deverão ser utilizados vários tubos com diferentes faixas de medida para o mesmo
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contaminante. A grande maioria dos tubos são indicados para medir gases e vapores; no entanto, há
uma pequena quantidade de tubos para medir aerossóis, tais como névoas de ácidos ou óleos.
Os tubos de vidro têm diâmetro constante para garantir a precisão da medida. O sistema de
reagente é mantido estável hermeticamente, até o momento do uso. A reação entre o reagente e o
contaminante deve ser rápida e completa, e independente da concentração existente.
Normalmente, um tubo é concebido para um único contaminante; assim, problemas
podem ocorrer quando vários contaminantes estão presentes no ar ao mesmo tempo. Alguns tubos
já contemplam este tipo de problema, prevendo a contaminação cruzada de outro agente.
Os reagentes contidos nos tubos detectores podem ser sensíveis à temperatura, pressão e
umidade. Ocasionalmente, correções devem ser feitas para cada um destes fatores. Temperatura
e/ou pressão devem afetar o volume amostrado, a quantidade de gás absorvido pelo reagente
detectante, ou a taxa de reação. A estabilidade da cor depende da reação colorimétrica com o tubo; e
mesmo sendo um fator vital na aceitabilidade como tubo indicador, a estabilidade da cor nem
sempre é possível. Assim, os tubos devem ser lidos imediatamente porque reações posteriores
podem ocorrer ou a cor desbotar.
As bombas são utilizadas para tubos de amostragem instantânea ou contínua. O propósito
da bomba é fazer escoar através do tubo certa quantidade de ar. Uma bomba utilizada para
amostragem instantânea puxa um volume constante de ar em cada bombada. Um problema crítico é
a incompatibilidade entre tubos e bombas de
diferentes fabricantes, já que, os fabricantes fazem
bombas apropriadas para uso com seus próprios
tubos.
As bombas de volume constante podem
ser do tipo fole ou do tipo pistão. As bombas de
fole são concebidas para uma bombada de 100cc;
já, as bombas de pistão variam de 25 a 100cc, o
que permite flexibilidade no uso de alguns tubetes quando a concentração excede o limite máximo
do tubo.
A precisão dos tubos detectores, geralmente, é considerada como sendo 25% da leitura,
conforme critério de certificação da NIOSH. Cada tubete tem uma faixa específica de detecção
baseada na escala de calibração contida nas instruções ou impressa diretamente no tubo. Em muitos
casos, a faixa de detecção usual pode ser estendida pela alteração do número de bombadas, isto é,
do volume amostrado e aplicando um fator de multiplicação apropriado. No entanto, esta relação
linear não é válida para todos os tubos, sendo necessário examinar as instruções.
A estabilidade de cor dos tubos pode variar, segundo o fabricante, de poucas horas, até
meses. A temperatura influencia a leitura dos tubos detectores porque ela afeta a quantidade de ar
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que passa pela bomba, além de que, a temperatura influencia a taxa de reações químicas, podendo
assim, afetar a performance do tubo.
Os tubetes são calibrados de fábrica na faixa de temperatura de 0º a 40ºC, quando se
trabalha fora da faixa, o usuário deve consultar as instruções para correção da leitura.
A pressão atmosférica também influencia o resultado da leitura proporcionalmente à
variação, devido ao fato do efeito da pressão do ar afetar o volume na bomba. Os tubos são
calibrados a 760mmHg (1 atm), as leituras devem ser corrigidas se os tubos forem utilizados em
diferente pressão atmosférica.
concmedida × 760mmHg
Conccorrig =
pressao _ atmosferica
A vida útil dos tubetes está estampada em sua embalagem. Os tubos não devem ser
estocados em temperatura acima de 30ºC e nunca colocados diretamente à luz do sol. Alguns tubos
requerem refrigeração.
Os tubos foram desenhados para serem unidirecionais; usando o tubo na direção reversa
resultará em erro.
Existem também aparelhos de leitura direta baseados em princípios físicos. Estes aparelhos
normalmente são bastante específicos e requerem muito cuidado em sua calibração.
Devido a cada equipamento servir, geralmente, para a detecção de uma única substância,
nem sempre eles são de grande aplicabilidade, pois uma empresa que contenha vários
contaminantes, precisará ter uma grande quantidade de equipamentos.
Muitas vezes estes equipamentos baseados em princípios físicos são utilizados como
aparelhos de análise em laboratório, a exemplo do cromatógrafo.
Outras vezes os aparelhos possuem boa portabilidade, o que permite uma fácil utilização em
campo. É o caso do indicador portátil de monóxido de carbono, que fornece a concentração de CO
através da deflexão de um ponteiro.
DOSIMETRIA PASSIVA
É a técnica pela qual se coleta amostras de ar sem o auxílio de
bombas, mas utilizando-se do princípio da difusão dos gases e vapores. A
dosimetria passiva é uma técnica recente na amostragens de ar, a maioria dos
monitores são da década de 80.O conceito foi introduzido na literatura de
higiene por Palmer em 1976 para o monitoramento do dióxido de nitrogênio,
imediatamente empresas como DuPont, 3M e Perkin Elmer passaram a sugerir o uso dos monitores
passivos.
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Amostradores
Basicamente os amostradores são de dois tipos: os que coletam amostras de ar total (ar e
contaminante) e os que coletam apenas contaminante.
a) Amostradores de ar total
Estes amostradores coletam volume conhecido de ar contaminado para posterior análise dos
contaminantes, por meio de métodos químicos ou instrumentais.
Os métodos de análise em laboratório deverão ser sensíveis, pois neste tipo de amostragem,
como a coleta é de ar total e os focos tem dimensões limitadas, a quantidade de contaminante
amostrada é relativamente pequena.
Este tipo de amostrador não é recomendável para coleta de poeiras e fumos metálicos, pois
estes podem depositar nas superfícies internas do equipamento.
A amostragem de ar total pode ser feita por dois princípios básicos:
Deslocamento de ar, que consiste na abertura, no local de amostragem, de um frasco com
vácuo. O ar contaminado ocupará o lugar do vácuo. O frasco utilizado na
amostragem não deverá reagir com o contaminante, pois isso acarretará erros
na determinação da concentração do contaminante. Por exemplo, nunca
deveremos usar frasco de vidro para coletar ácido fluorídrico, pois este reage
facilmente com o vidro.
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A grande desvantagem da amostragem através de deslocamento do ar é que o frasco pode
perder parte de seu vácuo antes de ser utilizado. Por isso, é recomendável que o vácuo seja feito, no
máximo, com um dia de antecedência.
O deslocamento de ar também pode ser feito pela utilização, no local de amostragem, de
bombas de vácuo, que vão extraindo o ar do interior do frasco, permitindo a entrada do ar existente
no local de amostragem. Extraindo-se 5 ou 6 vezes o volume do frasco, teremos este ocupado,
quase totalmente pelo ar contaminado.
O resíduo do ar anteriormente existente no fraco não ocasionará grandes interferências na
análise da concentração do contaminante.
Em outros países, já existem disponíveis invólucros plásticos com vácuo, que podem ser
utilizados para a amostragem no local.
Os gases e vapores formam uma mistura homogênea com o ar, não se separando deste por
meios mecânicos. A amostragem dos mesmos pode ser feita por coleta de ar total ou por separação
dos contaminantes gasosos, por meio de retenção destes em meio sólido ou líquido, ou ainda por
condensação destes gases e vapores.
Quando a concentração do contaminante a ser analisado for da ordem de ppm, devemos dar
preferência ao método de separação do contaminante do ar.
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a) Retenção em meio sólido (adsorção)
solubilidade ou com reação muito lenta, é utilizado este tipo de amostrador. Para se obter a mesma
eficiência do absorvedor de múltiplo contato, seria necessário a colocação de vários absorvedores
simples em série.
c) Condensação
Sempre que não utilizarmos aparelhos de leitura direta, após a amostragem dos gases e
vapores, a sua avaliação quantitativa poderá ser feita ou por meio de análise química, ou por meio
de instrumentos de laboratório, como, por exemplo, cromatógrafos, espectrofotômetros de
infravermelho etc.
A seguir, é dado um quadro que resume os amostradores e os princípios
utilizados:
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AERODISPERSÓIDES
Conceituação e classificação
De maneira geral, um aerodispersóide está formado por uma dispersão de partículas sólidas
ou líquidos no ar, de tamanho reduzido, que podem variar entre um limite superior, não bem
definido, de 100 a 200µm, até um limite inferior da ordem de 0,5µm no caso das poeiras.
Em aerossóis formados por condensação (fumos), o tamanho da partícula varia, comumente,
entre 0,5 e 0,001µm. Uma pessoa com visão perfeita é capaz de visualizar partículas acima de 50
µm.
Podemos, então, distinguir entre os aerodispersóides:
● Poeiras: são partículas sólidas, produzidas por ruptura mecânica de sólidos, tais como
moagem, trituração, esmerilamento, polimento, explosão, abrasão, corte etc. Normalmente o
tamanho varia de 0,1 a 25 µm. Como exemplos podemos citar: poeiras de amianto, negro de fumo,
carvão e sílica; costuma-se associar a doença ao tipo de poeira, tais como: asbestose (asbesto),
silicose (sílica), bissinose (algodão), antracose (carvão), berilose (berílio) e
bagaçose (bagaço de cana).
● Fumos: são partículas sólidas, produzidas por condensação ou
oxidação de vapores de substâncias que são sólidas a temperatura normal.
O tamanho das partículas de fumos, normalmente é menor que 1 µm. Para a
higiene industrial, os fumos de maior interesse são os metálicos. A maioria
dos metais e seus compostos utilizados em qualquer processo industrial
apresenta algum risco. Os mais importantes são o chumbo, mercúrio,
arsênio, cromo, manganês e seus compostos.
CURSO DE AGENTES QUÍMICOS Engº Antonio Carlos Vendrame 39
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● Névoas: são partículas líquidas, produzidas por ruptura mecânica de líquidos, tais como a
nebulização, borbulhamento, spray e respingo; como exemplos podemos citar as névoas de ácidos
em geral oriundos dos processos de eletrólise, de solventes na
pintura à revólver, na aplicação de agrotóxicos etc.
● Neblina: são partículas líquidas, produzidas por
condensação de vapores de substâncias que são líquidas a
temperatura normal. As neblinas não ocorrem no processo
industrial,eis que a condensação do vapor no ar somente pode
ocorrer quando há saturação pelo vapor do líquido.
Em relação ao seu tamanho, as poeiras e as névoas estão formadas por partículas de mais de
0,5µ de diâmetro e os fumos e neblinas por partículas de menos de 0,5µ. Deve-se entender que esta
não é uma diferença rígida, já que, na realidade, existe uma superposição dos grupos.
O tempo que os aerodispersóides podem permanecer no ar depende do seu tamanho, peso
específico e da velocidade de movimentação do ar. Quanto mais tempo o aerodispersóide
permanecer no ar, maior é a chance de ser inalado pelo trabalhador e de produzir nele intoxicações.
As partículas sólidas de maior risco são aquelas com menos de 5µ, visíveis apenas ao microscópio.
Estas constituem a chamada fração respirável, já que podem ingressar, pela inalação, até os
pulmões.
As partículas sólidas maiores que 5µ são retidas no aparelho respiratório superior ou nos
cílios de traquéia; as menores que 0,5 µ são reexaladas ao exterior.
Os aerodispersóides líquidos podem estar formados por uma substância pura, uma solução
ou uma suspensão. No primeiro caso, deve-se ter presente que a inalação de uma partícula líquida
pode significar uma evaporação posterior e produzir, ao nível dos alvéolos pulmonares, uma
concentração elevada de vapores, com a conseqüente possibilidade de passar ao sangue e ao resto
do organismo.
As soluções podem representar um risco tanto pelo solvente quanto pela substância
dissolvida, dependendo o possível dano das características de cada uma delas.
A maior porcentagem de partículas arrastadas pelo ar, em forma de pó, tem menos de 1
mícron de tamanho. As partículas de tamanho inferior a 5 µ são as de maior importância e as que
oferecem maior risco, por constituírem a chamada fração respirável. As de maior tamanho
sedimentam e não são comumente inaladas.
Quanto ao tamanho das partículas, estas se classificam em:
CURSO DE AGENTES QUÍMICOS Engº Antonio Carlos Vendrame 40
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As partículas mais perigosas são aquelas invisíveis a olho nu, as partículas visíveis,
fatalmente por seu tamanho, jamais atingirão os pulmões. Assim, o tamanho da partícula é essencial
sob o ponto de vista da higiene ocupacional.
Segundo a ACGIH, os particulados são classificados em inaláveis, torácicos e respiráveis, em
função da região de deposição no trato respiratório e o tamanho das partículas expresso em termos
de diâmetro aerodinâmico. Os limites de tolerância da ACGIH para partículas são expressos de 3
formas:
• Particulado inalável que oferece risco quando depositado em quaisquer partes do trato
respiratório, com diâmetro de corte para 50% da massa das partículas igual a 100µm.
• Particulado torácico que oferece risco quando depositado em quaisquer lugares do interior
das vias aéreas dos pulmões, com diâmetro de corte para 50% da massa das partículas igual
a 10µm.
• Particulado respirável que oferece risco quando depositado na região de troca de gases, com
diâmetro de corte para 50% da massa das partículas igual a 4µm.
Quanto aos efeitos ao organismo, as poeiras classificam-se em:
Pneumoconiótica: são aquelas causadoras de pneumoconioses, tais como amianto
(asbestose), sílica (silicose), carvão (antracose), bagaço de cana (bagaçose), algodão (bissinose),
manganês (manganismo), alumínio (aluminose) etc;
Tóxica: causa doença quando inalada ou ingerida, tais como chumbo (saturnismo), ferro
(siderose), berílio (berilose), mercúrio (hidrargirismo), bismuto (bismutismo) etc;
Alérgica: causa alguma forma de alergia, a exemplo da poeira da madeira;
Inerte: causa leves enfermidades que são reversíveis, sendo representada por bronquites.
Uma partícula é considerada fibrogênica quando possui a capacidade de desencadear reação
orgânica que resulta na deposição de tecido conectivo na região pulmonar. As partículas não
fibrogênicas são aquelas que produzem apenas a fagocitose.
É considerada fibrogênico qualquer aerodispersóide que contenha teor superior a 7,5% de
sílica cristalina. Também é considerado fibrogênico qualquer aerodispersóide que contenha fibras
minerais naturais (como por exemplo o asbesto) e fibras naturais, tais como lã de vidro e outras.
CURSO DE AGENTES QUÍMICOS Engº Antonio Carlos Vendrame 41
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A ACGIH ainda classifica outro tipo de poeira, denominado PNOS (particles not otherwise
speficied) que são partículas insolúveis ou de baixa solubilidade não especificadas de outra maneira.
Esta classificação descabe para aquelas substâncias para as quais existem poucos dados. O anexo E
dos TLV´s da ACGIH preceitua que as recomendações daquele anexo se aplicam a partículas que:
• Não possuam limite de tolerância especificado;
• Sejam insolúveis ou fracamente solúveis em água (ou nos fluídos aquosos do pulmão;
• Tenham baixa toxicidade (não sejam citotóxicas, genotóxicas ou quimicamente reativa.
Assim, a ACGIH recomenda limite de tolerância para as PNOS de 3mg/m³, para poeiras respiráveis
e 10mg/m³, para partículas inaláveis, até que seja estabelecido limite de tolerância para uma
substância particular.
Até 2001 a ACGIH utilizava a nomenclatura PNOC – particulates not otherwise classified, a
partir de 2002 é utilizada a nomenclatura PNOS – particulates not otherwise specified.
A poeira orgânica de maior importância do ponto de vista da Saúde Ocupacional é a sílica
livre cristalizada. A sílica (SiO2) é o mineral mais abundante na natureza, representando 60% da
crosta terrestre, é também uma das substâncias mais insolúveis e menos reativas que se conhece.
A sílica existe na natureza em três formas:
a) cristalizada: quartzo, tridimita e cristobalita.
b) criptocristalina: calcedônia, trípoli, pedernal, jaspe esílex.
c) amorfa: sílica coloidal, gel de sílica, opala e terra diatomácea.
A forma cristalizada do quartzo é a de maior risco, causadora de uma pneumoconiose
chamada silicone. Entende-se por pneumoconiose a alteração produzida no tecido dos pulmões pela
inalação de poeiras orgânicas ou inorgânicas. Esta alteração pode ser uma fibrose pulmonar ou um
depósito de material inerte, que não altera a função pulmonar. Entre estes dois estados, existe uma
variedade de danos aos pulmões.
A sílica livre é aquela que não se encontra combinada com quaisquer outras substâncias, ao
contrário, a sílica combinada encontra-se ligada quimicamente a óxidos de metais, tais como
alumínio, ferro, magnésio etc.
A sílica amorfa não apresenta ação tóxica nos pulmões, a exemplo do vidro.
Além da sílica, outros compostos de silício (alguns silicatos) podem atuar sobre os pulmões,
produzindo uma pneumoconiose; pode se citar o asbesto, causador de uma fibrose pulmonar
incapacitante e com evidências já bastante comprovadas de produção de câncer pulmonar.
Outros silicatos de importância são o talco, a terra de infusórios (formada principalmente de
conchas de unicelulares), a mica etc.
Entre as poeiras orgânicas podemos distinguir dois grupos:
• as que podem produzir doenças broncopulmonares crônicas, tais como algodão,
bagaço de cana e agave (sisal);
CURSO DE AGENTES QUÍMICOS Engº Antonio Carlos Vendrame 42
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• poeiras que podem produzir alergias, asmas ou dermatoses, tais como a semente de
rícino, amido e tabaco.
Algodão
Os trabalhadores expostos a pó de algodão e agave, podem adquirir a doença chamada
bissinose. As primeiras manifestações podem ser notadas depois de vários anos de exposição à
poeira. O trabalhador, no começo, apresenta problemas respiratórios leves e uma opressão no peito,
ao se apresentar para seu serviço nas manhãs das segundas-feiras ou em dias subseqüentes às faltas
ou dias feriados.
Se o trabalhador é afastado da exposição ao pó, no início da doença, recupera-se totalmente.
Nos casos avançados, produz-se uma incapacidade pulmonar permanente.
Uma das teorias que explicaria a doença baseia-se na presença de agentes
farmacologicamente ativos contidos na poeira e que, em contato com os tecidos pulmonares, fazem
com que estes liberem a substância causadora da constrição bronquial.
Bagaço
O bagaço é o material fibroso, que obra como resíduo da industrialização da cana-de-açúcar.
É utilizado como material isolante e acústico, na manufatura de papel, fertilizantes, explosivos etc.
A bagaçose é causada por inalação de pó do bagaço seco, já que o material úmido
proveniente de uma moagem recente não produz a doença. Depois de certo tempo de exposição,
manifestam-se os sintomas, tais como febre e dificuldade respiratória, sendo que, em estados
avançados, a doença se torna crônica.
Generalidades
Local de amostragem
Aparelhagem
• Sistema filtrante
• Sistema separador de tamanho de partícula
Sistema de Aspiração
O sistema de aspiração está constituído por uma bomba de sucção, que trabalha tanto em
alta como em baixa vazão. Trata-se de equipamento portátil leve, autônomo, que funciona a bateria
carregável e blindada, o que permite que seja utilizada, inclusive, em ambientes onde se presume
que existe risco de explosão, ou também com pilhas comuns.
Sistema Filtrante
São usados filtros de um tipo de plástico (ésteres de celulose) de um tamanho de poro que
permite a captura de partículas, numa faixa importante do ponto de vista da retenção no tecido
pulmonar (0,5 - 10µ).
O filtro é colocado num porta-filtro, conectado de um lado, ao separador de um tamanho de
partículas (ciclone) e, do outro à bomba de sucção.
Ciclone
O ciclone é um separador de partículas que funciona pela rotação do fluxo vertical de ar dentro da
câmara. As partículas grandes não possuem inércia suficiente para acompanhar o fluxo de ar, sendo
arremessados contra a parede do ciclone e posteriormente recolhidas na base do equipamento.
O funcionamento do ciclone é caracterizado por sua curva de eficiência de coleta com ponto de
corte em 50%. O ponto de corte define em qual tamanho de partícula ocorre a separação entre
grandes e pequenas e, é função da vazão de amostragem, tamanho dos dutos e da câmara.
CURSO DE AGENTES QUÍMICOS Engº Antonio Carlos Vendrame 45
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Assim, a vazão da bomba numa coleta de poeira total é dada em função do ciclone utilizado. No
caso de utilização do ciclone de nylon de 10:m a vazão de amostragem é de 1,7L/min; para o
ciclone de alumínio a vazão é de 2,5L/min e para o ciclone de plástico condutivo a vazão é de
2,75L/min.
As técnicas de amostragem seletiva por tamanho de partícula para poeiras começaram a ser
desenvolvidas entre as décadas de 50 e 60, motivadas pelos efeitos à saúde dos trabalhadores. A
primeira classificação adotada foi de poeira respirável, em razão da silicose.
O British Medical Research Council (BMRC), em 1952, definiu poeira respirável como sendo
aquela fração de poeira suspensa na atmosfera que atinge a região alveolar, adotando o elutriador
horizontal como dispositivo padrão a ser utilizado para separar tais partículas.
Aquele elutriador deveria deixar passar, para o filtro de coleta, 50% das partículas com diâmetro
aerodinâmico de 5:m, conforme a tabela abaixo:
Ainda com relação aos materiais que compõem os equipamentos de amostragem e recipientes
coletores, por exemplo, os bags de látex são coletores usuais de gases provenientes do petróleo,
porém para compostos que contêm NO2 em média ou alta concentração, eles podem sofrer
estraçalhamento no momento da coleta. Para o gás hidrogênio o cilindro de aço inox é o mais
apropriado, pois mesmo os “bags” de teflon não garantem a impermeabilidade por períodos maiores
que 6 horas.
A perda do contaminante do balão pode ocorrer através da reação do agente químico com o material
do balão, adsorção do material, difusão do contaminante através do material do balão ou vazamento
pelas válvulas. Para minimizar erros, algumas precauções devem ser tomadas:
os balões devem ser purgados, várias vezes, com
um gás inerte, para remoção dos traços de contaminantes
antes da amostragem;
• a seleção do balão deve recair sobre tipo que
não seja permeável ao agente que está sendo amostrado;
• o tempo de guarda do material amostrado deve
ser pequeno;
• os balões não devem ser totalmente preenchidos, especialmente, quando forem ser
transportados por avião, dado que a alteração de pressão pode estourar os balões.
Alternativamente, ar total pode ser coletado em container rígido, fabricado em vidro, aço,
aço inox, alumínio e uma série de outros materiais, apresentando menos problemas que os balões.
Caracteristicamente tais containeres possuem formato de bulbo. Os canisters podem ser utilizados
por longo período, mediante válvula que regula a quantidade de ar que ingressa em seu interior,
devido vácuo produzido intencionalmente
POEIRAS MI$ERAIS
Introdução
4d ( ρ p − ρ ) g
Vt =
3Cr ρ
Asbestos
Denomina-se asbesto, que também é conhecido por amianto, a forma fibrosa dos silicatos
minerais pertencentes aos grupos de rochas metamórficas das serpentinas, isto é, crisotila (asbesto
branco), e dos anfibólios (actinolita), a amosita (asbesto marrom), a antofilita, a crocidolita (asbesto
azul), a tremolita ou qualquer mistura que contenha um ou vários destes minerais.
Amianto é o nome comum dado a uma categoria de minerais, caracterizados por
apresentarem fibras firmes, mas flexíveis, resistentes ao calor e ataques químicos, de composição
físico-química com cores distintas; são os silicatos de consistência fibrosa, sendo que o tipo mais
comum é o amianto branco ou crisotila.
O material é produzido principalmente no Canadá, Rússia e Brasil (com enorme jazida em
Goiás).
Sua grande aplicação está no emprego como material resistente ao fogo, sendo
principalmente empregado na construção civil e peças automobilísticas; na construção civil é
utilizado como cimento-amianto na fabricação de telhas, tubos e caixas d'água, e na indústria
automotiva na fabricação de pastilhas para freios.
CURSO DE AGENTES QUÍMICOS Engº Antonio Carlos Vendrame 53
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O amianto azul é o mais nocivo, sendo que toda a categoria é considerada agente
cancerígeno, com manifestações de 10 a 45 anos, sendo fortemente agravada pelo fumo.
Tecnicamente, entende-se por asbesto ou amianto toda a matéria mineral cristalizada
fibrosa que, mediante um tratamento adequado, origina fibras industriais aproveitáveis.
Os termos asbesto e amianto, do grego, significam características valiosas desse mineral
que são, respectivamente, incombustível (asbesto) e incorruptível (amianto), o que o torna aplicável
em milhares de atividades e produtos industriais, tais como:
• na indústria da construção, através de seu emprego junto com o cimento na confecção de
telhas, estruturas decorativas, canalizações, elementos isolantes etc;
• na indústria da construção naval, através do isolamento de motores, isolamento térmico e
sonoro;
• em aplicações têxteis, tais como na fabricação de roupas de proteção contra fogo;
• nas indústrias de plásticos, tintas, etc, nas mais diversas aplicações.
As propriedades físico-químicas que fazem do asbesto um material de grande valor na
indústria também origina graves problemas quando suas fibras são inaladas e chegam até os
pulmões.
A inalação deste finíssimo pó pode, através de um processo denominado fibrose, afetar a
função pulmonar, substituindo tecido pulmonar normal por tecido cicatricial, reduzindo a
capacidade e a elasticidade do pulmão.
A prolongada exposição à poeira, que permanece indefinidamente no organismo, causa a
asbestose, com sintomas de dificuldade de se respirar após esforço físico, podendo estar ainda
associada ao câncer de pulmão.
Os trabalhadores fumantes têm risco maior de contrair câncer do pulmão comparado aos não
fumantes, sendo que o ato de fumar também aumenta o risco de fibrose pulmonar.
As principais doenças relacionadas com o asbesto são:
• a pneumoconiose denominada ASBESTOSE;
• o câncer de pulmão;
• o mesotelioma de pleura ou peritônio.
A classe médica, de uma forma geral, admite o nexo entre a exposição ocupacional, as
fibras de asbesto e o aparecimento de tais doenças.
Os mineiros das jazidas de amianto e os operários que lidam com tais poeiras são os mais
propensos a apresentar a asbestose.
O limite de tolerância para fibras respiráveis1 de asbesto crisotila é de 2,0 f/cm3.
1 Fibras respiráveis de asbesto são aquelas com diâmetro inferior a 3 µm, comprimento maior ou igual a 5
µm e relação entre comprimento e diâmetro igual ou superior a 3:1.
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A sílica livre cristalizada é o mineral de maior importância sob o ponto de vista da Higiene
do Trabalho, dada sua ocorrência em grandes quantidades na crosta terrestre (em torno de 60%).
A sílica (SiO2) é encontrada sob três formas:
cristalizada
quartzo
tridimita
cristobalita
criptocristalina
calcedônia
trípoli
pedernal
amorfa
sílica coloidal
gel de sílica
opala
A silicose é oriunda de forma cristalizada do quartzo, apresentando-se como alteração nos
tecidos dos pulmões.
Amostragem
Será a mais representativa possível da exposição. Para atingir esse objetivo, recomenda-se:
• Usar aparelhagem e método que permitam coletar amostras contínuas (média
ponderada de exposição);
CURSO DE AGENTES QUÍMICOS Engº Antonio Carlos Vendrame 56
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• Usar aparelhagem que tenha incorporado separador da fração respirável do material
coletado.
A determinação do volume do ar (V) que passou pelo aparelho é calculado pelo produto do
tempo de amostragem (T) pela vazão média (Qm):
V = T × Qm
CURSO DE AGENTES QUÍMICOS Engº Antonio Carlos Vendrame 57
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EXERCÍCIOS
Numa amostragem em indústria de borracha, foram recolhidas 0,0289 gramas de negro de fumo. A
vazão inicial da bomba era de 2,0 litros/minuto e a vazão final foi de 1,9 litros/minuto. A duração
da coleta foi de 360 minutos. Qual é a concentração em miligramas por metro cúbico do
particulado? Dado o limite de tolerância do negro de fumo = 3,5mg/m³, pergunta-se: a exposição é
insalubre?
Numa amostragem em indústria de borracha, foram recolhidas 0,03742 gramas de negro de fumo, o
qual foi coletado em 70 litros de ar. Qual é a concentração em miligramas por metro cúbico do
particulado? Dado o limite de tolerância do negro de fumo = 3,5mg/m³, pergunta-se: a exposição é
insalubre?
Foram recolhidas 0,03158 gramas de um particulado, o qual foi coletado em 70 litros de ar, durante
a operação de corte de cana de açúcar. Qual é a concentração em miligramas por metro cúbico do
particulado?
CURSO DE AGENTES QUÍMICOS Engº Antonio Carlos Vendrame 58
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Sendo o teor de sílica livre cristalizada um dos fatores mais importantes na determinação do
grau de risco de pneumoconiose, é evidente que deve ser quantificado para determinar o limite de
tolerância.
Assim, a análise de sílica livre deve ser praticada na amostrada de coletada, que passou pelo
separador de partículas e que representa a fração respirável.
Os métodos de análise de sílica são, de preferência, métodos instrumentais de análise, tais
como difração de raio X e espectrofotometria de infravermelhos, os quais permitem realizar a
determinação com uma alta precisão.
Comparação de resultados
Exemplo de aplicação: Foi realizada uma amostragem de sílica, mediante coleta de poeira
respirável, obtendo-se os seguintes dados:
• Concentração da poeira respirável: 0,296mg/m³
CURSO DE AGENTES QUÍMICOS Engº Antonio Carlos Vendrame 59
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• Concentração de sílica: 0,036g
Cálculo da porcentagem de sílica na amostra:
0,296 ⇒ 100%
0,036 ⇒ x %
0,036 × 100
x% = = 12%
0,296
Cálculo do limite de tolerância
8
LT = = 0,57mg / m3
12 + 2
Assim, o limite de tolerância para poeira respirável é de 0,57mg/m³. A concentração de poeira
respirável foi de 0,296mg/m³, abaixo do limite de tolerância.
EXERCÍCIOS
Foram realizadas amostragens de poeira inalável e sílica livre cristalina num ambiente, obtendo-se
os seguintes resultados:
Limite de tolerância para poeira total (respirável e não respirável), expresso em mg/m3:
24
LT =
SiO2 + 3
Foram realizadas amostragens de poeira respirável e sílica livre cristalina num ambiente, obtendo-se
os seguintes resultados:
• Mudanças de matérias-primas;
• Emprego de métodos úmidos;
• Enclausuramento de processo;
• Ventilação local exaustora.
O EPI adequado (neste caso, protetores respiratórios com filtro mecânico) só deve ser
recomendado como última alternativa de controle, e a escolha deve ser feita por um profissional
especialista em proteção respiratória.
Uma vez controlado o risco, recomenda-se efetuar amostragem periódica, afim de verificar a
eficiência do método de controle adotado.
ESTRATÉGIA DE AMOSTRAGEM
Medir não é avaliar...
Nem sempre os agentes químicos podem ser detectados pela visão ou pelo olfato; as
partículas microscópicas são as mais danosas, pois atingem diretamente os alvéolos, as substâncias
sem odor ou com baixo limite olfativo são as mais insidiosas, eis que não são perceptíveis.
Algumas substâncias químicas, ainda que presentes em traços, podem ser percebidas por
seus odores. O odor pode servir como indicador da presença de determinada substância nociva.
Porém, nem todas as substâncias químicas possuem odores fortes; por outro lado, nem toda
substância com forte odor é nociva.
Na amostragem de qualquer agente, a estratégia deve ser definida antes do trabalho ser
iniciado. No caso de amostragem ocupacional, as medições terão como ponto de referência a zona
respiratória do trabalhador.
Considerando a estratégia de amostragem, inicialmente, devem ser estabelecidas quais
substâncias serão amostradas, tomando-se como base aquelas com potencial nocivo ao trabalhador,
a fim de se determinar quais os tipos de amostradores serão utilizados. A identificação das
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exposições envolve a tarefa de detectar o processo, operações e atividades e um completo inventário
dos agentes químicos com o apropriado limite de tolerância.
Previamente ao processo de amostragem, é essencial definir o que será analisado. É muito
comuns pedidos para análise de fumos metálicos, sem a definição de qual metal (estanho, cobre,
chumbo etc). Ademais é necessário também saber o tipo da substância a ser analisada (vapor,
neblina, poeira, fumo etc). Um solvente pode se encontrar no estado vapor (por exemplo, na
preparação ou mistura de tintas) ou no estado neblina (por exemplo, na pintura com revólver).
Outro clássico exemplo são os metais que ora se encontram como poeira (por exemplo, no
lixamento) ora como fumos (por exemplo, na solda ou corte).
Tais informações permitirão a decisão da amostragem com base científica, especialmente
quanto aos fatores de volatilidade, interação com o meio, preservação ou estabilidade etc.
Outra questão importante é a concentração esperada. Estimar a concentração do agente facilita o
cálculo do volume a ser amostrado, bem como a melhor técnica a ser utilizada.
O tempo de amostragem depende do método analítico. A escolha entre uma amostragem
contínua ou instantânea está diretamente relacionada com o agente a ser analisado. O
monitoramento e as avaliações estão relacionadas à coleta, detecção, e mensuração de amostras
representativas, que no caso da higiene industrial as amostras são oriundas da atmosfera.
O segundo passo é caracterizar o local de trabalho. A caracterização deve definir os grupos
homogêneos de exposição. Grupo homogêneo de exposição é um grupo de trabalhadores com
idênticas probabilidades de exposição para um agente simples, ou ainda, é aquele grupo de
trabalhadores para o qual se espera ter o mesmo ou similar perfil de exposição.
O monitoramento e as avaliações estão divididas em várias categorias que refletem o tipo
de procedimento que será conduzido. As categorias são baseadas em fatores que incluem tempo,
localização e método de coleta de análises.
É impossível avaliar todos os trabalhadores, cobrindo integralmente a jornada de trabalho,
todos os dias do ano, para todos os agentes a que eventualmente poderiam estar expostos. Assim, é
escolhida uma amostra estatística, escolhida de maneira apropriada, cujos resultados possam ser
generalizados para toda a população.
Infelizmente é impossível, através de uma avaliação, chegarmos à exposição real, exceto
por mero acaso. Inicialmente porque tal avaliação está cercada de erros aleatórios, que
proporcionam somente uma estimativa da exposição real. No entanto, utilizando-se de uma
estratégia de amostragem, inclusive com ferramentas estatísticas, poderemos estabelecer intervalos,
com grau de certeza definido, onde esta exposição esteja.
Estratégia de amostragem envolve um conjunto de considerações, abordagens e
planificação a respeito da exposição dos trabalhadores. A estratégia de amostragens é etapa anterior
à avaliação, quando são realizadas ponderações à respeito dos agentes existentes, trabalhadores
expostos, as atividades do trabalhadores, bem como seus locais de trabalho.
CURSO DE AGENTES QUÍMICOS Engº Antonio Carlos Vendrame 63
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A principal vantagem na utilização da estratégia de amostragem é a economia nas
avaliações, eis que se amostrará o exato número de amostras para garantir a confiabilidade nos
resultados.
A estratégia de amostragem se inaugura com o estudo da exposição dos trabalhadores e se
finda com as conclusões estatísticas sobre os resultados das avaliações, quando então se passa à
etapa do controle do agente. A evolução da estratégia de amostragem foi conseqüência da incerteza
dos resultados das avaliações realizadas de forma intuitiva.
A primeira manifestação formal sobre assunto foi emanada pelo NIOSH, em 1977, quando
lançou seu Manual de Estratégia de Amostragem, cujos conceitos continuam válidos até a
atualidade, além do livro sobre o mesmo tema publicado pela AIHA.
A caracterização básica, suscitada pelo livro da AIHA, preconiza que o conhecimento da
exposição ocupacional dá-se por meio de três itens: o ambiente de trabalho, os trabalhadores
expostos e os agentes ambientais.
O ambiente de trabalho compõe-se das emissões oriundas dos processos industriais, que
resultam no produto final, bem como subprodutos e matérias-primas utilizadas.
Os trabalhadores expostos caracterizam-se pelas funções e atividades realizadas e sua
relação com processo e agentes.
Os agentes ambientais devem ser correlacionados às atividades, processos e expostos. É
fundamental conhecer os efeitos ao organismo humano, suas propriedades e limites de tolerância
aplicáveis.
Dos três conceitos citados anteriormente advém a concepção de grupo homogêneo de
exposição, que é um conjunto de trabalhadores que experimentam exposição similar. Deste grupo
homogêneo de exposição, qualquer um de seus paradigmas representam com fidelidade a exposição
dos demais.
Depois de realizada a coleta da amostra é necessário minimizar, o máximo possível, o
tempo de envio ao laboratório e início efetivo da análise. Algumas amostras são instáveis e um
longo período de espera para o envio ao laboratório pode comprometer a qualidade desta. O ideal é
remeter as coletas diárias e não aguardar o término de todos os trabalhos para só então enviar o lote
completo ao laboratório.
Por outro lado é preciso ter a certeza de que amostra entregue ao laboratório não entrará
numa enorme fila, permanecendo por vários dias numa prateleira ou armário.
Nas situações em que houver um tempo relativamente longo para se enviar ao laboratório
ou o laboratório demorará em analisar a amostra é preciso ponderar sobre eventual modificação que
sofrerá a amostra.
Se restar a possibilidade de alteração da amostra, será necessário implementar a
preservação da amostra, a qual garantirá do modo confiável que a amostra a ser analisada estará
presente na mesma quantidade quando no local original. Preservar a amostra é minimizar a cinética
CURSO DE AGENTES QUÍMICOS Engº Antonio Carlos Vendrame 64
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de degradação do analito. Preservar a amostra é evitar que a mesma se altere em suas
características, quer físicas, químicas ou biológicas.
A alteração da amostra pode se dar por fenômenos físicos, químicos ou biológicos. Como
físicos podemos citar a perda por evaporação da amostra ou componente da amostra; a higroscopia
(absorção de água) também pode representar uma contaminação física e a atração eletrostática que
pode agregar a amostra contaminação indesejável.
As alterações químicas de uma amostra podem incluir os processos naturais de oxidação
do analito, além do que podem ocorrer decomposições catalisadas por: temperatura, umidade, luz e
radiações ionizantes e não ionizantes.
A redução da temperatura atua na redução da cinética química da amostra; no entanto, é
importante que a amostra seja analisada no menor prazo possível. A redução da temperatura pode
ser obtida por geladeira, freezer, gelo seco, nitrogênio líquido, ar refrigerado etc.
A redução do oxigênio, que evita a oxidação da amostra é ação mais complicada, eis que o
ar atmosférico contém cerca de 20% de oxigênio e, conseqüentemente, qualquer movimento do
sistema favorecerá o ingresso de oxigênio. Ao contrário do que se acredita, mesmo alguns
polímeros são permeáveis ao oxigênio (por exemplo, o PET). As roscas dificilmente garantem
estanqueidade total. Produtos de reação interna podem levar à produção de oxigênio. Um artifício é
a introdução de gases nobres com finalidade de degasagem, porém mesmo os gases nobres possuem
um teor mínimo de oxigênio como contaminante. Outra alternativa de medida de controle é a
redução da pressão do sistema, por meio de vácuo; no entanto, é necessário levar em consideração a
pressão de vapor dos produtos presentes na amostra.
A redução da umidade pode alterar significativamente o aspecto físico da amostra, um
bom exemplo são os sais de cobre que, na presença de água, mudam de cor e alteram as
propriedades físicas. A redução da umidade também detém o crescimento microbiano e,
conseqüentemente mudar a concentração da amostra, ou ainda deteriorá-la inviabilizando a análise.
A umidade em algumas substâncias provoca processos de hidrólise, por exemplo a ação da água
sobre os ésteres. Para controlar ou reduzir a umidade temos o dissecador, o desumidificador, a sílica
gel, o carbonato de sódio anidro, o cloreto de cálcio, o perclorato de magnésio, o ácido sulfúrico
concentrado etc.
A redução da luz está ligada ao processo de fotólise e ativação de reações que necessitam
pouca energia. Os derivados da prata e a isotretionina são sensíveis à luz natural. O controle da luz
ou da luminosidade reduz o crescimento de alguns microorganismos. A utilização de frascos âmbar
ou de materiais que produzam barreira à luz devem ser preferidos para amostras sensíveis à luz.
A redução por agente de corte é utilizada para evitar a evolução de determinadas espécies
químicas, por exemplo, evitar a redução de determinados metais como o mercúrio, pela introdução
de ácido nítrico; evitar que a evolução de certas espécies microbiológicas interfira na espécie em
análise é realizado pela introdução de solução de ácido sulfúrico.
CURSO DE AGENTES QUÍMICOS Engº Antonio Carlos Vendrame 65
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Sob o ponto de vista biológico as amostras podem ser alteradas em razão da ação da
evolução natural dos microorganismos presentes ou introduzidos naquelas, inclusive considerando o
crescimento nos meios aeróbico, anaeróbico e em meio apropriado.
A ação de bactérias sobre alguns compostos orgânicos pode produzir sua decomposição.
Nesta situação, a coleta deve seguir rígidos procedimentos para evitar a contaminação, como o
contato da pele com o recipiente coletor, por exemplo.
CARACTERIZAÇÃO BÁSICA
O principal intento da caracterização básica é estabelecer os grupos homogêneos de
exposição, que compreende:
• a caracterização do ambiente, para conhecer o local de trabalho, processos realizados,
agentes existentes e atividades desenvolvidas;
• a caracterização da população exposta, para conhecer atividades e tarefas realizadas
pelo trabalhador;
• a caracterização dos agentes, para determinar quais agentes têm atuação no ambiente,
bem como seus efeitos à saúde e limites de tolerância.
Grupo homogêneo de exposição é aquele conjunto de trabalhadores com idênticas
probabilidades de exposição a um dado agente. Não que todos os membros experimentariam a
mesma exposição dia após dia; porém, a distribuição de probabilidade de exposição é a mesma para
todos os seus componentes. Normalmente um grupo homogêneo de exposição é válido para um
único agente, não para todos, por exemplo: Um grupo de 10 prensistas constituem grupo
homogêneo de exposição quanto aos agentes químicos, porém não necessariamente para o ruído, eis
que 5 operam prensa hidráulica e 5 operam prensa excêntrica.
A escolha da amostra deve ser feita de forma aleatória e imparcial, para que haja idênticas
probabilidades dos participantes na amostra, o que pode ser feito por sorteio, ou com a utilização de
tabela de números aleatórios.
TIPOS DE AMOSTRAGEM
Há vários tipos de amostragem, dentre eles:
• amostragem única de jornada completa - é a segunda melhor forma de amostragem;
porém, tem a limitação de não conhecer peculiaridades inter jornadas.
• amostragens consecutivas de jornada completa - é a melhor forma de amostragem; porém,
seu custo pode ser proibitivo.
• amostragens consecutivas de período parcial - é a terceira melhor forma de amostragem;
deve-se cuidar para não amostrar períodos de forma superposta, mas sim, adjacente.
• amostragens pontuais de curta duração - é a opção menos apropriada; pois para que não se
produza intervalos de confiança muito amplos é necessário um grande número de
amostragens.
Nas amostras de período parcial ou de curta duração deve-se tomar o cuidado de não
realizar amostras equiespaçadas (com intervalos regulares), pois eventualmente podem ter relação
com o ciclo de exposição. Por exemplo, convenciona-se que serão feitas amostragens instantâneas
de gás carbônico numa garagem subterrânea de 10 em 10 minutos; porém, o tempo médio de
CURSO DE AGENTES QUÍMICOS Engº Antonio Carlos Vendrame 68
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permanência do veículo no local também é de 10 minutos. Assim, sempre que se amostrar, ou será
considerada uma situação crítica, ou uma situação de não emissão.
medida ou às limitações impostas pelos nossos sentidos (visão, audição etc) que registram a
informação.
Ao repetir várias vezes uma avaliação, verifica-se que esses erros se agrupam em duas
categorias: uns que se reproduzem sempre e no mesmo sentido, e outros que atuam ao acaso tanto
num sentido como no outro. Os primeiros designam-se por erros sistemáticos e os segundos por
erros acidentais ou aleatórios.
Suponhamos que medimos o período de um pêndulo com auxílio de um cronômetro e que
repetimos varias vezes a medição. Os atrasos ou antecipações do experimentador ao ligar e desligar
o cronômetro, os erros na estimativa das divisões da escala, provocam variações nos resultados das
sucessivas medições e podem ser considerados erros acidentais. Se não se manifestarem outros
erros, alguns dos resultados terão valor muito elevado e outros serão muito reduzidos. Mas se, além
disso, o cronômetro tiver tendência para se atrasar, todos os resultados virão reduzidos. Trata-se de
um erro sistemático.
Os métodos estatísticos consideram somente as variações aleatórias das concentrações
ambientais, não sendo consideradas as variações sistemáticas por alterações no ambiente de
trabalho, como por exemplo:
• perda de eficiência do sistema de ventilação ou outras proteções coletivas;
• mudanças do processo produtivo;
• introdução de novos equipamentos;
• alteração no ritmo de produção.
Os principais erros e variações que afetam as avaliações ocupacionais são:
• erros aleatórios do equipamento de amostragem;
• erros aleatórios do método analítico;
• variação aleatória intra jornada da concentração ambiental;
• variação aleatória inter jornada da concentração ambiental;
• erros sistemáticos no processo de avaliação;
• mudanças sistemáticas da concentração ambiental.
Manutenção
Rigorosamente, não se pode considerar este como um método de prevenção no sentido
estrito da palavra; porém, constitui parte e complemento especialmente importante de qualquer dos
anteriores, não só quando se trata dos equipamentos de controle de riscos ambientais, mas também
de equipamentos e instalações em geral na empresa.
É freqüente, devido ao pouco conhecimento do industrial de seus problemas ambientais, que
a ação das medidas adotadas se esterilize com o tempo, por falta de uma manutenção adequada.
CURSO DE AGENTES QUÍMICOS Engº Antonio Carlos Vendrame 75
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Ordem e Limpeza
Boas condições de ordem, limpeza e asseio geral ocupam uma posição-chave num sistema
de proteção ocupacional. Basicamente, é mais uma ferramenta a adicionar-se àquelas já listadas na
prevenção de dispersão de contaminantes perigosos.
O pó em bancadas, parapeitos, rodapés e chãos, sedimentado nas horas calmas e ao longo do
tempo, pode prontamente ser redispersado na atmosfera do recinto pelo trânsito de pessoas e
equipamentos, vibrações e correntes aleatórias. O asseio é sempre importante; onde há materiais
tóxicos, é primordial. A limpeza imediata de quaisquer derramamentos de produtos tóxicos é
importante medida de controle. Um programa de limpeza periódica, usando-se aspiração à vácuo,
seja por aspiradores industriais, seja por linhas de vácuo, é o único meio realmente efetivo para se
remover pó e partículas da área de trabalho. Nunca o pó deve ser soprado, com bicos de ar
comprimido, para "efeito" de limpeza. Nos casos de pós de sílica, chumbo e compostos de
mercúrio, estas são medidas essenciais. Igualmente, no uso manuseio e estocagem de solventes, o
asseio deve incluir a limpeza imediata de respingos ou vazamentos, por pessoal que use
equipamento de proteção pessoal, e o material empregado, como panos, trapos, papel absorvente,
devem ser dispostos em recipientes herméticos e removidos diariamente da planta.
É impossível manter programa efetivo de saúde ocupacional, sem que se assuma a constante
preocupação com os aspectos totais de ordem e limpeza.
Projetos adequados
Todas as medidas mencionadas serão, via de regra, mais efetivas e viáveis econômica e
fisicamente se consideradas na etapa de projeto de quaisquer equipamentos, processos e suas
operações. Assim, a etapa de projeto constitui sempre a fase de ataque ideal dos problemas de
Higiene e Segurança Industrial, e a inclusão de profissionais de Segurança e Higiene nas equipes de
projeto, num mesmo nível de diálogo e decisão, constitui medida inteligente e atesta o nível de
diálogo e decisão, constitui medida inteligente e atesta o nível de significância em que serão
considerados tais problemas, pelas direções empresariais.
Entretanto, há situações especiais, como já foi notado, nas quais as medidas de controle
ambientais são inaplicáveis total ou parcialmente; nesses casos, a única forma de proteger o pessoal
será dotá-lo de equipamentos de proteção individual.
O uso correto dos EPI´s, por parte dos trabalhadores, assim como as limitações de proteção
que eles oferecem, são aspectos que o pessoal deve conhecer por meio de treinamento específico,
coordenado pelo engenheiro de segurança.
Normas gerais e específicas de escolha de tais equipamentos são tratadas no capítulo
correspondente.
Educação e treinamento
As ações de educação e treinamento, principalmente aquelas dirigidas à Segurança e Higiene
do Trabalho, devem ter lugar sempre independentemente da utilização de outras medidas de
controle, sendo, na realidade, importante complementação a qualquer uma. Tais ações, que devem
ser conduzidas e coordenadas pelo engenheiro de segurança da empresa, devem incluir, entre outros
itens, a conscientização do trabalhador (quanto aos riscos inerentes às operações, aos riscos
ambientais a às formas operacionais adequadas, que garantam a efetividade das medidas de controle
adotadas), além do treinamento em procedimentos de emergência, noções de primeiros socorros e
medidas de urgência adequadas a cada ambiente de trabalho específico, que serão desenvolvidas
com a participação do médico do trabalho.
Controle Médico
Exames médicos pré-admissionais e periódicos constituem medidas fundamentais, de caráter
permanente, e situam-se entre as principais atividades dos serviços médicos da empresa. Os exames
pré-admissionais apresentam características importantíssimas de seleção ocupacional, podendo-se
comparar aspectos desejados e não desejados. De acordo com a função ou atividade específica do
trabalhador na empresa, cotejam-se aspectos operacionais, compleição, de habilidade e de destreza,
de atenção e percepção, de susceptibilidade individual, alergênicos etc.; com os requerimentos e os
fatores de risco de tais funções ou atividades. As características devem ser ditadas pelo médico,
assessorado de dados técnicos específicos.
Os exames médicos periódicos dos trabalhadores possibilitam, além de um controle de saúde
geral do pessoal, a detecção de fatores que podem levar a uma doença profissional, assim como
constituem uma forma de avaliar a efetividade dos métodos de controle empregados.
CURSO DE AGENTES QUÍMICOS Engº Antonio Carlos Vendrame 77
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Limitação da exposição
A redução dos períodos de trabalho torna-se importante medida de controle onde todas as
outras medidas possíveis forem inefetivas, impraticáveis (técnica, física ou economicamente) ou
insuficientes no controle de um agente, por não se lograr, desse modo, a eliminação ou redução do
risco a níveis seguros. Assim, a limitação da exposição ao risco, dentro de critérios técnicos bem
definidos, pode tornar-se uma solução efetiva e econômica em muitos casos críticos.
São exemplos típicos desse procedimento o controle de exposições ao calor intenso, as
pressões anormais, ao ruído às radiações ionizantes.
CURSO DE AGENTES QUÍMICOS Engº Antonio Carlos Vendrame 78
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CO$CEITOS
A proteção respiratória é a principal forma individual de
neutralização dos agentes químicos. Constata-se na prática
que, via de regra, a proteção respiratória é fornecida ao
trabalhador sem qualquer critério técnico, o que redunda num
equipamento de proteção individual sem qualquer eficácia
contra o agente do qual se deseja a proteção.
Comumente encontramos trabalhadores em exposição a
solventes aromáticos, utilizando máscaras próprias para poeiras, e vice-versa. Estão muito
difundidos os respiradores descartáveis, do tipo P0 (pê-zero) para toda e qualquer finalidade,
quando na verdade só se aplicam às poeiras grosseiras do tipo serragem de madeira.
A Instrução Normativa nº 1 do Ministério do Trabalho, de 11-04-94, traz os critérios técnicos para a
boa seleção de um respirador, conforme veremos adiante.
Denominamos partículas respiráveis aquelas com diâmetro menor que 10µm. A título de
curiosidade, as partículas visíveis são aquelas maiores que 20µm.
Basicamente o aparelho respiratório é constituído por: fossa nasal, faringe, laringe, traquéia,
pulmão, brônquios, bronquíolos e alvéolos, na exata ordem de entrada. O ar até chegar aos alvéolos
passa por 25 bifurcações. Basicamente o aparelho respiratório possui 3 funções: aquecer o ar,
umidificar o ar e reter partículas grandes.
O organismo possui defesas naturais contra materiais inalados, as principais são:
• reflexos defensivos: espirrar, engolir, tossir, irritação etc;
• transporte mucociliar: cílios, secreção de muco e alterações do calibre das passagens de ar;
• remoção local: sistema linfático e macrófagos;
• reação das células: imunológica, antimicrobiana e antiinflamatória.
A área de troca gasosa com os alvéolos é muito grande, o homem contém cerca de 300.000.000 de
alvéolos, com uma área superficial de 70 a 100m2. A cada inspiração entram no organismo humano
cerca de 2 litros de ar, permanecendo 0,5 litro. Segundo “A Guide to Industrial Respiratory
Protection” do NIOSH, o consumo de ar para adultos é o seguinte:
DEFI$IÇÕES
Poeiras - aerodispersóide gerado mecanicamente, constituído por partículas sólidas formadas pela
ruptura ou desagregação de um sólido.
$évoas - aerodispersóide gerado mecanicamente, constituído por partículas líquidas, formadas pela
ruptura mecânica de um líquido.
Fumos - aerodispersóide gerado termicamente, constituído por partículas sólidas formadas pela
condensação e solidificação de vapores produzidos pela volatilização de substâncias sólidas
fundidas.
$eblina - aerodispersóide constituído por partículas líquidas geradas pela condensação de vapores
de um líquido devido à saturação do ar atmosférico.
Fumaça - mistura de gases, vapores e aerodispersóides, oriundos da combustão de materiais.
Fator de proteção - indica quantas vezes a concentração do ar inalado é mais baixa que a do ar
ambiente.
Fator de proteção atribuído - é o nível de proteção que se espera alcançar no ambiente de
trabalho, quando um trabalhador treinado usa um respirador (ou classe de respirador) em bom
estado, ajustado de modo correto, durante todo o tempo que permanece na área contaminada.
I$STRUÇÃO $ORMATIVA $º 1
A Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho, no uso de suas atribuições e,
CONSIDERANDO a necessidade de um controle eficaz dos ambientes de trabalho por parte das
empresas, como condição a uma adequada política de segurança e saúde para os trabalhadores;
CONSIDERANDO que, quando as medidas de proteção coletiva adotadas no ambiente de trabalho
não forem suficientes para controlar os riscos existentes, ou estiverem sendo implantadas , ou ainda
em caráter emergencial, o empregador deverá adotar, entre outras, aquelas referentes à proteção
individual que garantam condições adequadas de trabalho;
CONSIDERANDO as dúvidas suscitadas em relação aos trabalhadores quando da adoção de
equipamentos de proteção respiratória por parte das empresas;
CONSIDERANDO a necessidade de disciplinar a utilização desses equipamentos, dentro de
critérios e procedimentos adequados, quando adotados pelas empresas;
CONSIDERANDO os artigos 166 e 167 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT;
CURSO DE AGENTES QUÍMICOS Engº Antonio Carlos Vendrame 80
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CONSIDERANDO a Norma Regulamentadora nº 6, da Portaria nº 3214, de 08/06/78, e alterações
posteriores, resolve: Baixar a presente Instrução Normativa - IN, estabelecendo Regulamento
Técnico sobre uso de equipamentos de proteção respiratória.
Art. 1. O empregador deverá adotar um conjunto de medidas com a finalidade de adequar a
utilização dos equipamentos de proteção respiratória - EPR , quando necessário para complementar
as medidas de proteção coletiva implementadas, ou enquanto as mesmas estiverem sendo
implantadas, com a finalidade de garantir uma completa proteção ao trabalhador contra os riscos
existentes nos ambientes de trabalho.
§ 1. As medidas previstas neste artigo deverão observar os seguintes princípios:
I - o estabelecimento de procedimentos escritos abordando, no mínimo:
a) os critérios para a seleção dos equipamentos;
b) o uso adequado dos mesmos , levando em conta o tipo de atividade e as características
individuais do trabalhador;
c) a orientação ao trabalhador para deixar a área de risco por motivos relacionados ao equipamento;
II - a indicação do equipamento de acordo com os riscos aos quais o trabalhador está exposto;
III - a instrução e o treinamento do usuário sobre os usos e as limitações do EPR;
IV - o uso individual dos equipamentos, salvo em situações específicas, de acordo com a finalidade
dos mesmos;
V - a guarda, a conservação e a higienização adequada;
VI - o monitoramento apropriado e periódico das áreas de trabalho e dos riscos ambientais a que
estão expostos os trabalhadores;
VII - o fornecimento somente a pessoas fisicamente capacitadas a realizar suas tarefas utilizando os
equipamentos;
VIII - o uso somente de respiradores aprovados e indicados para as condições em que os mesmos
forem utilizados;
IX - a adoção da proteção respiratória individual após a avaliação prévia dos seguintes parâmetros:
a) características físicas do ambiente de trabalho;
b) necessidade de utilização de outros EPI;
c) demandas físicas específicas das atividades de que o usuário está encarregado;
d) tempo de uso em relação à jornada de trabalho;
e) características específicas de trabalho tendo em vista possibilidade da existência de atmosferas
imediatamente perigosas à vida ou à saúde;
X - a realização de exame médico no candidato ao uso do EPR, quando por recomendação médica,
levando em conta, dentre outras, as disposições do inciso anterior, sem prejuízo dos exames
previstos na NR 07;
§ 2. Para adequada observância dos princípios previstos neste artigo, o empregador deverá seguir,
além do disposto nas Normas Regulamentadoras de Segurança e Saúde no Trabalho, no que couber,
CURSO DE AGENTES QUÍMICOS Engº Antonio Carlos Vendrame 81
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ANEXO
QUADRO I
FATORES DE PROTEÇÃO ATRIBUIDOS PARA EPR
Linha de Ar Comprimido, de
50 1000 - -
demanda, c/ pressão positiva
Linha de Ar Comprimido,
fluxo contínuo, máscara
50 1000 1000 25
autônoma (circuito aberto ou
fechado)
NOTAS
1 - Inclui a peça quarto facial, a peça semi-facial filtrante e as peças semi-faciais de elastômeros.
2 - A máscara autônoma de demanda não deve ser usada para situações de emergência, como
incêndios.
3 - Os fatores de proteção apresentados são de respiradores com filtros P3 ou sorbentes (cartuchos
químicos, pequenos ou grandes). Com filtros classe P2 deve-se usar Fator de Proteção atribuído =
100, devido às limitações do filtro.
4 - Em situações de emergência, onde as concentrações dos contaminantes possam ser estimadas,
deve-se usar um fator de proteção atribuído não maior que 10.000.
5 - O fator de proteção atribuído não é aplicável para respiradores de fuga.
CURSO DE AGENTES QUÍMICOS Engº Antonio Carlos Vendrame 83
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QUADRO II
RECOMENDAÇÕES DE EPI PARA SÍLICA CRISTALINA
CO$CE$TRAÇÃO
EQUIPAME$TO
AMBIE$TAL
Até 10 vezes o limite de Respirador com peça semifacial ou peça semifacial filtrante. Filtros P1,
tolerância P2 ou P3, de acordo com o diâmetro aerodinâmico das partículas.
Respirador com peça facial inteira com filtro P2 ou P3(*)
Até 50 vezes o limite de Respirador motorizado com peça semifacial e filtro P2
tolerância Linha de ar fluxo continuo e peça semifacial
Linha de ar de demanda e peça semifacial com pressão positiva
Respirador com peça facial inteira com filtro P2 ou P3(*)
Até 100 vezes o limite
Linha de ar de demanda e peça facial inteira
de tolerância
Máscara autônoma de demanda
Respirador motorizado com peça facial inteira e filtro P3
Capuz ou capacete motorizado e filtro P3
Até 1000 vezes o limite
Linha de ar fluxo continuo e peça facial inteira
de tolerância
Linha de ar de demanda e peça facial inteira com pressão positiva
Máscara autônoma de pressão positiva
Linha de ar de demanda e peça facial inteira com pressão positiva e
Maior que 1000 vezes o
cilindro de fuga
limite de tolerância
Máscara autônoma de pressão positiva
$OTA do Quadro II
Para diâmetro aerodinâmico médio mássico maior ou igual a 2 micra, pode-se usar filtros classe P1,
P2 ou P3.
Para diâmetro maior que 2 micra deve-se usar o de classe P3.
CURSO DE AGENTES QUÍMICOS Engº Antonio Carlos Vendrame 84
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QUADRO III
TIPOS DE RESPIRADORES
Ondulados: são constituídos de fibra sintética, geralmente montados dentro de cartuchos, que
proporcionam uma grande área filtrante e redução da resistência à respiração, comumente
encontrado nas classes P2 e P3.
A seleção do filtro é feita conforme recomendações abaixo:
Para poeiras e névoas, utilizar
• P1, em geral;
• P3, se o contaminante for altamente tóxico (LT < 0,05 mg/m³).
Para fumos, utilizar
• P2, em geral;
• P3, se o contaminante for altamente tóxico.
Se o aerossol contem asbesto ou sílica cristalizada, ver recomendação específica.
¹ não utilizar contra vapores orgânicos ou gases ácidos com fracas propriedades de alerta, ou que
gerem alto calor de reação com o conteúdo do cartucho.
² a concentração máxima de uso não pode ser superior ao IPVS.
³ para alguns gases ácidos e vapores orgânicos, esta concentração máxima de uso é mais baixa.
TREI$AME$TO DO USUÁRIO
Segundo o item 15.5.5 do Programa de Proteção Respiratória da Fundacentro, cada usuário de
respirador deve receber treinamento (e reciclagem), que deve incluir explanação e discussão sobre:
• o risco respiratório e o efeito sobre o organismo humano se o respirador não for usado de
modo correto;
• as medidas de controle coletivo e administrativo que estão sendo adotadas e a necessidade
do uso de respiradores para proporcionar a proteção adequada;
• as razões que levaram à seleção de um tipo particular de respirador;
• o funcionamento, as características e limitações do respirador selecionado;
• o modo de colocar o respirador e de verificar se ele está colocado corretamente no rosto;
• o modo correto de usar o respirador durante a realização do trabalho;
• os cuidados de manutenção, inspeção e guarda, quando não estiver em uso;
CURSO DE AGENTES QUÍMICOS Engº Antonio Carlos Vendrame 90
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EXERCÍCIOS
Determinar qual o tipo de respirador deve ser utilizado com base nas informações a seguir e
critérios do Anexo n. 11 da NR-15:
a) ambiente contaminado com acetona, na concentração de 1800 ppm
Determinar qual o tipo de filtro deve ser utilizado com base nas informações a seguir e critérios da
ACGIH e do Anexo nº 11 da NR-15:
a) ambiente contaminado com fumos de prata, na concentração de 4 mg/m3 (limite de tolerância
0,1mg/m3)
VE$TILAÇÃO I$DUSTRIAL
INTRODUÇÃO
A importância do ar para o homem é fundamental para sua existência, especialmente sob o
aspecto da necessidade de oxigênio para o metabolismo. A movimentação de ar natural, através dos
ventos, é responsável pela sensação térmica que varia em função do clima da região.
A movimentação do ar por meio artificial se constitui no principal objeto dos equipamentos
de ventilação, ar condicionado e aquecimento, transmitindo ou absorvendo energia do ambiente, ou
mesmo transportando material, atuando num padrão de grande eficiência sempre que utilizado em
equipamentos adequadamente projetados.
A velocidade, a pressão, a temperatura e a umidade do ar envolvem mudanças nas condições
ambientais, tornando-as propícias ao conforto do trabalhador.
A ventilação industrial foi e continua sendo a principal medida de controle efetiva para
ambientes de trabalho prejudiciais ao ser humano. No campo da higiene do trabalho, a ventilação
tem a finalidade de evitar a dispersão de contaminantes no ambiente industrial, bem como diluir
concentrações de gases e vapores e promover conforto térmico ao homem.
Assim sendo, a ventilação é um método coletivo para se evitar doenças profissionais
oriundas da exposição aos agentes químicos suspensos no ar. O controle adequado da poluição do
ar tem início com uma adequada ventilação das operações e processos industriais, seguindo-se uma
escolha conveniente de um coletor dos poluentes.
Todavia, ao se aplicar a ventilação numa indústria, é preciso verificar antes, as condições
das máquinas, equipamentos, bem como o processo existente, a fim de se obter a melhor eficiência
na ventilação.
A modernização das indústrias, pela mecanização e/ou automação, além de aumentar a
produção, melhora sensivelmente a qualidade do ar ambiental.
Para se obter uma ventilação eficiente, os cuidados começam já na fase de projeto. Ao se
projetar um edifício industrial, é preciso levar em consideração a disposição geral das máquinas,
circulação do pessoal e pé direito, visando possibilitar uma ventilação natural pelas aberturas.
Quanto às maquinas e aos equipamentos que poluem o ambiente de trabalho, devem ser
cuidadosamente projetados, prevendo-se enclausuramentos, anteparos, mecanização e não
permitindo que agentes químicos sejam dispersos no ambiente.
No entanto, há várias medidas coletivas com vistas a prevenção da exposição aos agentes
químicos, dentre as quais podemos citar:
• Substituição de materiais nocivos por outros menos agressivos. A exemplo da substituição
do benzeno por tolueno, dos pigmentos à base de metais pesados por pigmentos orgânicos,
dos abrasivos naturais (que desprendem sílica) por abrasivos artificiais e outros.
CURSO DE AGENTES QUÍMICOS Engº Antonio Carlos Vendrame 92
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TIPOS DE VENTILAÇÃO
Os tipos de ventilação, empregados para qualquer finalidade, são assim classificados:
a) Ventilação natural;
b) Ventilação geral;
c) Ventilação geral para conforto térmico;
d) Ventilação geral diluidora;
e) Ventilação local exaustora.
Ar condicionado
CURSO DE AGENTES QUÍMICOS Engº Antonio Carlos Vendrame 93
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VENTILAÇÃO NATURAL
A ventilação natural é oriunda da entrada e saída do
ar de um ambiente de forma controlada e intencional,
devido à existência de aberturas, tais como portas, janelas e
lanternins.
Infiltração é o movimento do ar não controlado, de
fora para dentro e de dentro para fora de um ambiente,
através de frestas de janelas e portas, de paredes, pisos e forros, e por outras aberturas existentes.
O fluxo de ar que ingressa ou sai pelas aberturas de um prédio por ventilação natural é
influenciado principalmente pela diferença de pressão existente entre o ar interno e externo, tendo
como obstáculo à resistência oferecida à passagem do ar pelas aberturas. A diferença de pressão é
conseqüência direta da ação do ar sobre as paredes e coberturas e da diferença entre as densidades
do ar interno e externo (efeito chaminé).
Ti - Temperatura interna,
Te - Temperatura externa.
Figura 2. Circulação de ar num ambiente quando Ti >Te.
As janelas têm a vantagem de iluminar, bem como de ventilar, quando abertas. As partes
moveis dessas aberturas permitem até certo ponto o controle da quantidade de ar que esta sendo
movimentada; defletores podem ser usados para controlar a distribuição das correntes. As aberturas
no telhado são geralmente protegidas por uma cobertura, para impedir a entrada de chuva e reversão
do ar que sai. A quantidade de ar que passa através da abertura depende da diferença de temperatura
interna e externa.
Os efeitos da corrente de ar num ambiente dependem dos seguintes fatores:
• movimento devido aos ventos externos;
• movimento devido á diferença de temperatura;
• efeito de aberturas desiguais.
As regras gerais para construção de edifícios são:
• Edifícios e equipamentos em geral devem ser projetados para ventilação efetiva,
independente das direções de vento.
• Aberturas como portas, janelas etc. não devem ser obstruídas.
• Uma quantidade maior de ar por área total de abertura é obtida usando-se áreas
iguais de aberturas de entrada e saída.
Quando por qualquer motivo não for possível a adoção do sistema de ventilação natural,
devido tipo de atividade, contaminantes etc, dever-se-á adotar a ventilação mecânica.
Ressalte-se que a remoção do contaminante pelo sistema de ventilação não deve prejudicar a
vizinhança, tal feito pode ser obtido maximizando a diferença de altura entre a tomada e saída de ar.
Pode-se tirar proveito da ação dos ventos projetando aberturas de entrada voltadas para o
lado dos ventos predominantes. Por seu turno, as saídas devem ser colocadas em regiões de baixa
pressão exterior, por exemplo, em paredes opostas à entrada de ar. As saídas também podem ser
colocadas no teto, onde a pressão é mais baixa, por ser maior a velocidade do vento.
No entanto, os ventos sofrem oscilações durante um período, variando de intensidade e
direção, de forma que a ventilação natural não possui qualquer garantia de uniformidade. Tal
condição não chega a ser um empecilho no uso da ventilação natural, desde que no ar interior
inexista contaminantes.
A vazão de ar que entra num recinto é dada por:
CURSO DE AGENTES QUÍMICOS Engº Antonio Carlos Vendrame 95
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Q = ϕ × A× v
Onde: Q = vazão de ar [ft³/min]
ϕ é fator que depende das características da abertura (ϕ = 0,5 a 0,6 para ventos
perpendiculares à parede onde estão as aberturas e ϕ = 0,25 a 0,35 para ventos diagonais em relação
à parede)
A = área total [ft²]
V = velocidade média sazonal dos ventos [ft/min] (50% como base de cálculo).
Exemplo: Qual a vazão de ar que ingressa num recinto perpendicularmente a uma parede onde
existem três janelas de 4m x 1,50m, sendo a velocidade média sazonal do vento igual a 2,0 m/s?
A = 3 x 4 x 1,5 = 18m²
V = 0,5 x 2 = 1m/s
ϕ = 0,5 (ventos perpendiculares)
Q = ϕ × A × v = 0,5 × 18 × 1 = 9m3 / s = 540m3 / min
EXERCÍCIOS
Qual a vazão de ar que ingressa no recinto conforme desenho a seguir, considerando uma
velocidade média sazonal do vento igual a 0,4 m/s?
VENTILAÇÃO GERAL
A ventilação geral é um dos métodos disponíveis para controle de um ambiente ocupacional.
Consiste em movimentar o ar num ambiente através de ventiladores; também chamada ventilação
mecânica.
Um ventilador pode insuflar ar num ambiente, tomando ar externo, ou exaurir ar desse
mesmo ambiente para o exterior. Quando um ventilador funciona no sentido de exaurir ar de um
ambiente é comumente chamado de exaustor.
CURSO DE AGENTES QUÍMICOS Engº Antonio Carlos Vendrame 96
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Definições:
Vazão (Q) é o volume de ar que se deslocou num ambiente ou numa tubulação na unidade
de tempo:
V
Q=
T
Onde: V é dado em m³ (metros cúbicos) ou ft³ ( pés cúbicos);
T é dado h (horas) ou min (minutos).
Dessa forma, a vazão de ar poderá ser medida nas unidades: m³/h (metros cúbicos por hora)
ou ft³/min (pés cúbicos por hora), também escrita sob a forma CFM (cubic feet per minute).
Velocidade (v) é a distancia percorrida por um ponto material na unidade de tempo:
d
v=
T
Onde: d é medida em m (metros) ou ft ( pés );
T é medido em s (segundos) ou min (minutos).
Dessa forma, a unidade de velocidade de ar será m/s (metros por segundo) ou ft/min (pés por
minuto) também escrita sob a forma FPN (feet per minute).
Taxa de renovação de ar (n) é número de trocas de ar num ambiente ou o número de vezes
que o volume de ar desse ambiente é trocado na unidade de tempo.
Q
n=
V
Onde: Q = vazão
V = volume
A relação entre a vazão e o volume resulta em um numero que depende somente do tempo.
Por exemplo, quando a vazão é expressa em m/h e o volume em m3/ h, e o volume em m³, resulta
um numero n expresso por hora.
CURSO DE AGENTES QUÍMICOS Engº Antonio Carlos Vendrame 97
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Taxa de Renovação
Área Funcional ft3/min por pessoa
(trocas por hora)
Hospitais (sala de anestesia) 8-12 -
Salas de animais 12-16 -
Auditórios 10-20 10
Hospitais (salas de autopsia) 8-12 10
Padaria e confeitaria 20-60 -
Boliches 15-30 30
Igrejas 15-25 5
Hospitais (salas de citoscopia) 8-10 20
Salas de aula 10-30 40
Salas de conferencia 25-35 -
Corredores 3-10 -
CURSO DE AGENTES QUÍMICOS Engº Antonio Carlos Vendrame 98
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Nesta tabela foi prevista a remoção de odores corporais, nível de atividade do indivíduo,
bem como remoção de calor. As trocas de ar de até oito vezes por hora são suficientes para remover
contaminantes emitidos por ocupantes. O limite superior da faixa é recomendado para remover
calor e vapor em zonas temperadas. Em climas quentes, sugere-se o dobro dos valores da tabela. Se
ocorrer o uso do fumo, deve-se usar o dobro do valor da tabela.
Não se prevê uso de equipamento de limpeza de ar. O espaço não deve ser inferior a 150
ft³/pessoa ou 15 ft²/pessoa. O limite inferior é o mínimo e o limite superior é o recomendado
(mesma referência).
A ventilação para controle de temperatura em ambientes industriais é uma aplicação
específica da ventilação industrial.
CURSO DE AGENTES QUÍMICOS Engº Antonio Carlos Vendrame 99
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O requisito essencial para funcionamento contínuo das funções corporais é a manutenção
da temperatura basal dentro da faixa aceitável de 37ºC ± 1ºC, o que é feito mediante constante troca
de calor entre o corpo e o meio ambiente.
As principais formas de troca de calor entre o homem e o meio ambiente são convecção,
radiação e evaporação, sendo que a condução não exerce papel significativo no estresse térmico,
sendo, para efeitos práticos, desconsiderado.
As equações para cálculo da troca de calor são definidos para um trabalhador padrão
pesando 70kg com área superficial do corpo de 1,8m².
A troca de calor convectivo entre a pele do trabalhador e o ar imediatamente ao redor é
dada por:
R = 6,8(tr − t p )
E = 14,4Va 0 ,6 ( ρ p − ρa )
Qs xρxc p x∆t
Cs =
60s / min
Cs = 20 xQs x∆t
CL = QL xρxCL x∆h
Se as temperaturas de bulbo seco ou bulbo úmido são menores que 35-38°C, o trabalhador
deve ser resfriado por convecção ou evaporação; quando a temperatura de bulbo seco é maior que
35-38°C, aumentando-se a velocidade do ar pode-se adicionar calor ao trabalhador por convecção.
Se a temperatura de bulbo úmido é também alta, a perda de calor evaporativo pode não
aumentar proporcionalmente e não resultará em aumento da carga de calor do trabalhador.
As forças naturais que promovem a movimentação do ar são a força dos ventos e as
diferenças de temperatura entre o ar interior e o ar exterior do edifício.
A ventilação natural, obviamente, variará em função das próprias mudanças climáticas,
quais sejam temperatura, velocidade e direção dos ventos.
Para manter uma dada diferença de temperatura desejável num prédio, é sugerida a
equação:
Cr Cr
Q= =
Cp xρx 60(ti − te ) 1,08(ti − te )
o uso da ventilação geral diluidora quando a concentração do poluente é alta ou possui elevada
toxicidade, recomendando-se como alternativa a este tipo de ventilação, a ventilação local exaustora
que capta os poluentes junto à fonte de emissão antes que sejam emitidos ao ambiente ocupacional.
Este ultimo método é sempre preferível à ventilação geral diluidora, especialmente quando o
objetivo do sistema de ventilação é a proteção da saúde do trabalhador.
Os objetivos de um sistema de ventilação geral diluidora podem ser:
• Proteção da saúde do trabalhador, diluindo a concentração de poluentes nocivos abaixo
de certo limite de tolerância;
• Segurança do trabalhador, diluindo a concentração de poluentes explosivos ou
inflamáveis abaixo dos limites de explosividade e inflamabilidade;
• Conforto e eficiência do trabalhador, pela manutenção da temperatura e umidade do ar
do ambiente;
• Proteção de materiais ou equipamentos, mantendo condições atmosféricas adequadas
(impostas por motivos tecnológicos).
Em casos que não é possível ou não é viável a utilização de ventilação local exaustora, a
ventilação geral diluidora pode ser usada.
A aplicação, com sucesso, da ventilação geral diluidora depende das seguintes condições:
• O poluente gerado não deve estar presente em quantidade que excede à que pode ser
diluída com um adequado volume de ar;
• A distância entre os trabalhadores e o ponto de geração do poluente deve ser suficiente
para assegurar que os trabalhadores não estarão expostos a concentrações médias
superiores ao LT;
• A toxicidade do poluente deve ser baixa, isto é, deve ter LT > 500 ppm;
• O poluente deve ser gerado em quantidade razoavelmente uniforme.
A ventilação geral diluidora, além de não interferir com as operações e processos industriais,
é mais vantajosa que a ventilação local exaustora, nos locais de trabalho sujeitos a modificações
constantes e quando as fontes geradoras de poluentes se encontrarem distribuídas no local de
trabalho, mas, pode não ser vantajosa, pelo elevado custo de operação, sobretudo quando há
necessidade de aquecimento do ar, nos meses de inverno; contudo, seu custo de instalação é
relativamente baixo quando comparado com o da ventilação local exaustora. É conveniente a
instalação de sistemas de ventilação geral diluidora quando há interesse na movimentação de
grandes volumes de ar na estação quente.
Diversas razões levam a não utilização freqüente da ventilação geral diluidora para poeiras e
fumos. A quantidade de material gerado é usualmente muito grande, e sua dissipação pelo ambiente
é desaconselhável. Além disso, o material pode ser muito tóxico, requerendo, portanto, uma
excessiva quantidade de ar de diluição.
CURSO DE AGENTES QUÍMICOS Engº Antonio Carlos Vendrame 103
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q 3
Q= k [ m / h]
C
Lembrando-se que:
1 ppm = 10−6 m3 / m3 = 0,000001m3 / m3
1g / m3 = 10−4 m3 / m3 = 0,0001m3 / m3
387 106
Q= G× ×
Pmol VDC
O cálculo da taxa de ventilação requerida para um determinado valor de TLV é dado por:
387 106
Q= G× × ×k
Pmol TLV
CURSO DE AGENTES QUÍMICOS Engº Antonio Carlos Vendrame 105
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Bancos 17 13 ocasional
Barbearias 25 17 considerável
Salões de baile 17 13 ocasional
Bares 68 42
CURSO DE AGENTES QUÍMICOS Engº Antonio Carlos Vendrame 106
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Cassinos - grill - room 45 35
Escritórios públicos 25 17 alguns
Escritórios privados 42 25 nenhum
Escritórios privados 51 42 considerável
Estúdios 35 25 nenhum
Lojas 17 13 ocasional
Salas de hotéis 51 42 grande
Residências 35 17 alguns
Restaurantes 25 20 considerável
Salas de diretores 85 50 muito grande
Teatros - cinemas 13 8 nenhum
Teatros - cinemas 25 17 alguns
Auditórios 13 8 nenhum
Auditórios 25 17 alguns
Salas de aulas 50 40 nenhum
Salas de reuniões 85 50 muito Grande
Por pessoa (não fumando) 13 8
Por pessoa (fumando) 68 42
Exercícios
Calcular a vazão necessária para ventilar um banheiro com as seguintes dimensões: 10 x 10 x 30m.
Considerar 10 renovações de ar por hora.
V = 10m × 10m × 30m = 300m3
Q = n × V = 10 × 300 = 3.000m3 / h
Π × D2 4× A 4 × 0,083
A= ⇒D= = = 325mm
4 Π Π
Qual a vazão de ar necessária para manter em boas condições de ventilação uma casa de caldeiras
com dimensões de 6 x 3m e pé direito de 4m?
CURSO DE AGENTES QUÍMICOS Engº Antonio Carlos Vendrame 108
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Qual a taxa de ventilação necessária para diluir uma contaminação com acetona gerada à taxa de
200 mL/hora? Dada a massa molecular da acetona = 72,10g/mol, limite de tolerância (TLV-
ACGIH) = 200ppm e densidade = 0,79g/cm³.
• Coletor unitário.
Nos sistemas centrais há vários captores para diversos pontos de geração de contaminantes
interligados por dutos a um único ventilador ou equipamento de coleta. Tais sistemas, pelo seu
porte, são fixos, apresentando pouca flexibilidade para alterações de lay out.
Os coletores unitários, ao contrário, são pequenos e portáteis, trabalhando com recirculação de
ar.
A tabela a seguir apresenta uma comparação entre os sistemas centrais e os coletores unitários:
Estimativa da vazão de ar
Para os captores enclausurantes e cabines, a vazão é obtida por:
Q=V × A
Onde: V = velocidade recomendada;
A = área de fresta
No caso dos captores externos, a vazão deve ser suficiente para induzir no ponto crítico a
velocidade de captura necessária, conforme quadro a seguir:
CURSO DE AGENTES QUÍMICOS Engº Antonio Carlos Vendrame 110
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CAPTORES
É pelo captor que o contaminante ingressa no sistema de ventilação local
exaustora, ele estará completamente dimensionando quando for determinado:
• Sua forma e suas dimensões;
• Sua posição relativa à fonte de poluentes;
• Vazão a ser exaurida para completa captura do contaminante;
• Energia necessária para movimentar o contaminante para dentro do captor.
dentro do captor, o qual possui todos os lados fechados. No entanto, não se trata de um
enclausuramento perfeito, pois caso contrário, seria desnecessária a exaustão, eis que existem
aberturas ou frestas.
REQUISITOS DE VAZÃO DOS CAPTORES – a vazão deve ser tal que garanta que todos os
contaminantes sejam capturados, no entanto, tal vazão não deve interferir no processo industrial,
arrastando, por exemplo, a matéria-prima, além de que, superdimensionar a vazão traz como
conseqüência um aumento de energia desnecessária.
CURSO DE AGENTES QUÍMICOS Engº Antonio Carlos Vendrame 112
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A vazão deve ser suficiente para vencer a velocidade do ar ambiente. Dada a velocidade a
ser induzida e a área aberta, a vazão necessária é:
Q= v× A
A área é determinada em função do tipo, dimensões e posição relativa do captor, a
velocidade é determinada por experiências anteriores ou valores recomendados.
No caso de um captor enclausurante é interessante evitar que o contaminante chegue ao
ambiente pelas frestas do captor, assim, mantendo-se uma pressão dentro do captor inferior à
pressão atmosférica, o ar deverá ingressar pelas frestas, evitando o escape de contaminantes. A
experiência tem demonstrado que valores de velocidades da ordem de 75 a 200 pés/min são
recomendados para este tipo de captor.
Alguns fatores que podem interferir nesta velocidade são por exemplo:
• As correntes de ar no ambiente;
• Liberação da calor pela fonte;
• Emissão de contaminantes de alta toxidez.
Para cabines, a velocidade recomendada está na faixa de 100 a 200 pés/min.
No caso de captores externos, estes deverão induzir correntes de ar suficientes para vencer a
velocidade do ar e velocidade com que o contaminante é lançado.
DIMENSIONAMENTO DE CAPTORES
Normalmente para situações conhecidas já existem captores recomendados, caso contrário, o
projetista deverá determinar um captor específico. Para se atingir a forma e a posição idéias do
captor, deveremos seguir as seguintes recomendações:
• Simular o enclausuramento da operação, colocando a tubulação de exaustão;
• Retirar as partes necessárias para permitir o acesso à operação;
• Afastar, o mínimo possível, o captor da operação;
• Estimar os requisitos da vazão nos passos anteriores;
• Realize modificações na forma e dimensão do captor para reduzir a vazão ao mínimo
possível.
FONTE
Instalar o sistema de aspiração de modo que o trabalhador não permaneça na direção do fluxo de
contaminante
CURSO DE AGENTES QUÍMICOS Engº Antonio Carlos Vendrame 114
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Tirar vantagem do movimento natural do contaminante
FONTE
Princípios de exaustão
Um sistema de ventilação local exaustora deve ser projetado dentro dos princípios de
engenharia, ou seja, de maneira a se obter maior eficiência com o menor custo possível. Por outro
lado devemos lembrar sempre que, na maioria dos casos, o objetivo desse sistema é a proteção da
saúde do homem; assim, este fator deve ser considerado em primeiro lugar, e todos os demais
devem estar condicionados a ele.
Muitas vezes, a instalação de um sistema de ventilação local exaustora, embora bem
dimensionado, pode apresentar falhas que o tornem inoperante, pela não observância de regras
básicas na captação de poluentes na fonte.
O enclausuramento de operações ou processos, a direção do fluxo de ar, entre outros fatores,
são condições básicas para uma boa captação e exaustão dos poluentes.
Como exemplo, a Figura 6, a seguir, ilustra a maneira correta de se proceder, comparada com as
situações que tornam a exaustão inoperante, nos casos específicos de descarregamento de correias
transportadoras e tanques de lavagem.
A ACGIH possui padrões de exaustão da maioria dos processos e operações industriais, com
forma e dimensões normalizadas.
São pontos de captura de poluentes, que, dimensionados convenientemente para uma fonte
poluidora, irão enclausurar parte da fonte e, com um mínimo de energia, consegue-se a entrada
destes poluentes para o sistema de exaustão.
Esses captores devem induzir, na zona de emissão de poluentes, correntes de ar em
velocidades tais que assegurem que os poluentes sejam carregados pelas mesmas para dentro do
captor.
Em casos especiais, formas de captores devem ser desenhadas. Usualmente as dimensões do
processo ou operação determinam as dimensões do captor e sua forma.
Vários tipos de captores são utilizados nas mais diversas aplicações industriais (vide Figura 7).
CURSO DE AGENTES QUÍMICOS Engº Antonio Carlos Vendrame 116
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carga, expressas em milímetros ou polegadas de coluna de água. Por conveniência, podem ser
adotados:
tubos: secção circular;
cotovelos: 90º
conexões : 30º
raios de curvatura: r = 2d (duas vezes o diâmetro do duto).
É desaconselhável o uso de tubos de secção retangular para sistemas de exaustão, por
apresentarem cantos vivo, que facilitam a deposição de poeira, e que exigem, portanto, motor de
maior potência para manter a eficiência necessária; Além disso, haverá um maior desgaste dos
dutos, implicando em freqüentes manutenções. É interessante a adoção de valores fixos (por
exemplo, raio de curvatura r = 2d), o que significa que todas as curvaturas serão semelhantes, dando
um aspecto arquitetônico a instalação, mesmo com pequeno acréscimo de perda de carga.
A Figura 9, a seguir, mostra uma instalação dutos interligados a um coletor e um exaustor.
FÓRMULA:
ppm =
V g
x106
V a
Onde:
ppm = concentração em partes por milhão;
Vg = volume de gás;
Va = volume de ar.
PROBLEMA
Vinte litros de óxido de etileno são lançados num laboratório de 10m x 5m x 3m. Assumindo que o
laboratório não possui ventilação e o gás está completamente misturado, qual é a concentração em
ppm de óxido de etileno no ambiente?
SOLUÇÃO
1. Calcular o volume em metros cúbicos do laboratório:
10m x 5m x 3m = 150m 3
2. Converter metros cúbicos em litros:
1000l
150m3 x = 150.000l
1m3
3. Aplicar a fórmula:
20
ppm = × 106
150.000
RESPOSTA
20 litros de óxido de etileno liberados em uma sala de 10m x 5m x 3m possuirá uma concentração
de 133,3 ppm após completa mistura do gás com o ar do ambiente.
CURSO DE AGENTES QUÍMICOS Engº Antonio Carlos Vendrame 119
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EXERCÍCIOS
Duzentos litros de n-butano são lançados num pavilhão industrial com 3.000m² e pé direito de 8m.
Considerando a inexistência de ventilação, bem como mistura perfeita com o ar, qual é a
concentração em ppm de n-butano no ambiente?
FÓRMULA
m
C=
V
Onde:
C = concentração em mg/m³;
m = massa em mg;
V = volume em m³.
PROBLEMA
10 ml de um solvente de limpeza (densidade=1,2g/ml) evaporou numa sala não ventilada, com as
seguintes dimensões: 4m x 4m x3m. Qual a concentração resultante?
SOLUÇÃO
1. Calcular a massa do contaminante:
g
m = 10ml × 1,2 = 12000mg
ml
2. Calcular o volume da sala:
V = 4 m × 4 m × 3m = 48 m²
3. Aplicar a fórmula:
1200mg
C= = 250mg / m³
48m³
RESPOSTA
Após ser alcançado o equilíbrio, a concentração de solvente no interior da sala será de 250mg/m³.
CURSO DE AGENTES QUÍMICOS Engº Antonio Carlos Vendrame 120
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CÁLCULO DE CO$CE$TRAÇÃO PARA GASES E VAPORES
FÓRMULA
Vg
C=
Var
Onde:
C = concentração em v/v;
Vg = volume do gás;
Var = volume do ar.
PROBLEMA
7 litros de um poluente gasoso vazaram de um cilindro defeituoso numa sala não ventilada, com as
seguintes dimensões: 4m x 4m x3m. Qual a concentração resultante?
SOLUÇÃO
1. Calcular a volume em m³:
1m³
Vg = 7litros × = 0,007m³
1000litros
2. Calcular o volume da sala:
Var = 4 m × 4m × 3m = 48m²
3. Aplicar a fórmula:
0,007m³
C= = 0,000146m³ / m³
48m³
RESPOSTA
Após ser alcançado o equilíbrio, a concentração de gás no interior da sala será de 0,000146m³/m³ ou
146ppm.
Há alguns modelos matemáticos para estimar a exposição ocupacional aos agentes químicos. Estes
modelos são extremamente úteis ao higienista, especialmente por sua praticidade, rapidez, custo e
possibilidade de estimar uma exposição retrospectiva e prospectivamente.
CURSO DE AGENTES QUÍMICOS Engº Antonio Carlos Vendrame 121
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Todo líquido exerce uma pressão de vapor específica numa dada temperatura, a qual é usualmente
expressa em mmHg. Tem maior pressão de vapor, o líquido que mais rápido evapora. Por exemplo,
acetona, é um líquido extremamente volátil (Pv = 180 mmHg), enquanto o mercúrio, que possui
pressão de vapor de 0,0012 mmHg, é muito pouco volátil.
Os modelos de pressão de vapor são utilizados para estimar a concentração de contaminantes no
interior de salas totalmente fechadas.
De acordo com a lei de Dalton, a pressão total de uma mistura de gases é a soma das pressões
parciais de cada gás componente da mistura:
p1 + p2 +...+ pn = ptotal
A lei dos gases ideais nos traz que à temperatura e volume constante, a pressão é função somente do
número de moléculas presentes:
RT
PV = nRT ∴ P = n
V
Segue-se que:
p1 n
= 1 = y1
ptotal ntotal
Onde y1 = fração molar do gás
A lei de Amagat é análoga à lei de Dalton, prescrevendo que a soma dos volumes parciais de cada
gás corresponde ao volume total da mistura.
V1 n
= 1 = y1
Vtotal ntotal
O modelo da pressão de vapor prevê que num tempo infinito o contaminante se volatilizará e, seus
vapores preencherão todo o espaço da sala, comportando-se como um gás perfeito, cuja pressão
parcial será a própria pressão de vapor do contaminante.
FÓRMULA
Pv
ppm = x 106
Patm
Onde:
ppm = partes por milhão;
Pv = pressão de vapor do solvente;
Patm = pressão de vapor da atmosfera.
PROBLEMA
Um extenso e descoberto tanque contendo 100% de tricloroetano é colocado em uma sala mal
ventilada. Calcule o nível de saturação do ar nas condições normais de pressão e temperatura. Dado
Pv do tricloroetano = 19 mmHg.
CURSO DE AGENTES QUÍMICOS Engº Antonio Carlos Vendrame 122
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SOLUÇÃO
1. Aplicar a fórmula:
19
ppm = x 106
760
2. Resultado:
ppm = 25.000
RESPOSTA
Após ser alcançado o equilíbrio, o nível de tricloroetano no ar, no interior da sala, será de 25.000
ppm assumindo a temperatura de 22º C e pressão atmosférica de 760 mmHg.
CURSO DE AGENTES QUÍMICOS Engº Antonio Carlos Vendrame 123
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FÓRMULA
miligramas de material
mg / m3 =
metros cubicos de ar
PROBLEMA
Usando uma microbalança, foi determinado que 0,002124 gramas de material foi coletado em 200
litros de ar, de uma amostra de uma fábrica de processamento de algodão. Qual é a concentração em
miligramas por metro cúbico?
SOLUÇÃO
1. Determinar o volume de ar em metros cúbicos:
m3
200litros x = 0,2 m 3
1.000litros
2. Determinar a massa em miligramas:
1.000mg
0,002124 g x = 2,124 mg
g
3. Aplicar a fórmula:
2,124 mg
mg / m3 =
0,2 m 3
4. Resultado:
mg / m3 = 10,6
RESPOSTA
A massa de 0,002124 gramas de material disperso, num volume de 200 litros de ar, corresponde a
concentração de 10,6 mg/m3.
CURSO DE AGENTES QUÍMICOS Engº Antonio Carlos Vendrame 124
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Num meio líquido, ppm representa, indistintamente, unidade de massa por massa e unidade de
volume por volume. Por exemplo, 15ppm de nitrato de sódio em água equivale a 15 miligramas por
litro. Por outro lado, no ar, a unidade ppm é um único valor de volume por volume e não é igual ao
padrão massa por volume (em miligramas por metro cúbico).
FÓRMULA:
mg / m 3 x 24,45 = ppm x PM
Onde:
mg/m3 = miligramas por metro cúbico;
PM = peso molecular;
ppm = partes por milhão;
24,45 = volume molar em litros nas CNTP.
PROBLEMA $º 1:
Uma sala com ar nas CNTP possui uma concentração de 9ppm de benzeno (massa molecular=78,1).
Qual é a concentração em miligramas por metro cúbico?
SOLUÇÃO:
1. Aplicar a fórmula:
mg / m 3 x 24,45 = 9 x 78,1 => mg / m 3 = 28,8
RESPOSTA:
9 ppm de benzeno nas CNTP corresponde a 28,8 mg/m3.
PROBLEMA $º 2
Converta 22 miligramas por metro cúbico de cresol (massa molecular=108) para partes por milhão.
SOLUÇÃO:
1. Aplicar a fórmula:
22 x 24,45 = ppm x 108 => ppm = 4,98
RESPOSTA:
22 mg/m3 de creosol nas CNTP corresponde a 5 ppm.
CURSO DE AGENTES QUÍMICOS Engº Antonio Carlos Vendrame 125
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CÁLCULO DE AMOSTRAGE$S
A correta determinação das varáveis de amostragens é um dos mais importantes cálculos que o
higienista necessita conhecer. Durante a calibração de um equipamento ou coleta de amostras,
determinar o exato volume e tempo é essencial para a correta avaliação do contaminante.
FÓRMULA:
V
Q=
T
Onde:
Q = vazão em litros por minuto;
V = volume total do ar amostrado em litros;
T = tempo de amostragem em minutos.
PROBLEMA
Um dos métodos de calibração usado para bombas gravimétricas é o bolhômetro. A bolha percorre
um volume de 550 ml em 8 segundos. Calcule a vazão em litros por minutos.
SOLUÇÃO
1. Converter segundos em minutos:
1 min
8seg × = 0,1333 min
60seg
2. Converter mililitros em litros:
1l
550 ml × = 0,55l
1000 ml
3. Aplicar a fórmula:
V 0,55
Q= =
T 0,1333
4. Resultado: Q = 4,13 l/min
RESPOSTA
Se uma bolha de sabão percorrer um volume de 550 ml em 8 segundos, a vazão será de 4,13 litros
por minuto.
EXERCÍCIOS
Durante um procedimento de calibração de bomba com o uso de bolhômetro, foi observado que
uma bolha percorre um volume de 600 mL em 12 segundos. Calcular a vazão em litros por minutos.
CURSO DE AGENTES QUÍMICOS Engº Antonio Carlos Vendrame 126
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De uma forma geral, todos os métodos analíticos listam os volumes de amostragem necessários para
a correta interpretação dos resultados. O volume mínimo de amostragem, dadas as limitações do
método analítico, são importantes para os contaminantes que não têm métodos publicados.
FÓRMULA:
SA
VMA =
LT × FD
Onde:
VMA = volume mínimo de amostragem em litros;
SA = sensibilidade analítica em microgramas;
LT = limite de tolerância em mg/m3;
FD = fração desejável do limite de tolerância.
PROBLEMA
A metodologia analítica da NIOSH para pentaclorofenol (LT ACGIH = 0,5 mg/m3) indica como
limite de detecção 8 microgramas. Se estivermos avaliando um local de trabalho, com concentração
aproximada de 25% do limite de tolerância, qual deve ser o volume de ar coletado?
SOLUÇÃO
1. Substituir na fórmula:
SA 8
VMA = =
LT × FD 0,5 × 0,25
2. Resolver:
VMA = 64 litros
RESPOSTA
Se estivermos amostrando pentaclorofenol com concentração aproximada de 25% do limite de
tolerância, será necessário coletar 64 litros de ar para garantir a acurácia do método analítico.
EXERCÍCIOS
Supondo que a metodologia analítica disponível para um agente químico indique como limite de
detecção o valor de 30 microgramas. O agente em questão possui limite de tolerância de 1 mg/m³.
Testes preliminares indicam que o ambiente possui concentração aproximada de 50% do limite de
tolerância. Qual deve ser o volume de ar coletado?
CURSO DE AGENTES QUÍMICOS Engº Antonio Carlos Vendrame 127
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PROBLEMA
Um filtro foi tarado antes da amostragem indicando massa de 6,8097 gramas. Após 400 litros de ar
passarem através do filtro, este apresentou massa de 6,8115 gramas. Qual é a concentração do
particulado?
SOLUÇÃO
1. Converter litros para metros cúbicos:
m3
400litros × = 0,4 m3
1000litros
2. Calcular a massa de particulado coletada:
6,8115 gramas (massa depois da amostragem)
(-) 6,8098 gramas (massa antes da amostragem)
0,0018 gramas ou 1,8 mg coletadas
3. Resolver:
1,8 mg
= 4,5mg / m3
0,4 m3
RESPOSTA
Dado um volume de 400 litros, um acréscimo de 0,0018 gramas em massa do filtro de amostragem
equivale a um particulado de 4,5 mg/m3.
CURSO DE AGENTES QUÍMICOS Engº Antonio Carlos Vendrame 128
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As concentrações dos agentes químicos raramente são constantes por toda a jornada laboral. No
caso da concentração variar durante as oito horas de trabalho, deve-se calcular a média ponderada
destas concentrações em função do tempo de exposição a cada concentração.
FÓRMULA:
C1 × T1 + C2 × T2 +...+Cn × Tn
Cf =
T
Onde:
Cf = concentração final;
C1, C2, Cn = concentração medida nos intervalos 1, 2, n;
T1, T2, Tn = intervalo 1, 2, n;
T = tempo total.
PROBLEMA
Uma amostragem realizada num ambiente industrial produz as seguintes concentrações de vapores
de ácido acrílico nos trabalhadores:
• 2 horas a 1,6 ppm;
• 1,5 horas a 2,5 ppm;
• 30 minutos a 3,4 ppm;
• 1,5 horas a 2,5 ppm
• 2,5 horas a 0,8 ppm.
Calcular a média ponderada no tempo da concentração dos vapores em ppm.
SOLUÇÃO
1. Substituir na fórmula:
(2,0 × 1,6) + (1,5 × 2,5) + (0,5 × 3,4) + (1,5 × 2,6) + (2,5 × 0,8)
Cf =
2,0 + 1,5 + 0,5 + 1,5 + 2,5
2. Resolver:
Cf = 1,82 ppm
RESPOSTA
A exposição média ponderada no tempo resulta em 1,82 ppm.
CURSO DE AGENTES QUÍMICOS Engº Antonio Carlos Vendrame 129
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FÓRMULA:
1
LTmistura =
F1 F2 F
+ +...+ n
LT1 LT2 LTn
Onde:
LTmistura = limite de tolerância da mistura;
F1, F2, Fn = fração do componente 1, 2, n;
LT1, LT2, LTn = limite de tolerância do componente 1, 2, n.
PROBLEMA
Qual é limite de tolerância, em mg/m3, de uma solução contendo 25% de cloreto de metila (LT=165
mg/m3); 15% de tolueno (LT=290 mg/m3); e o restante com éter etílico (LT=940 mg/m3)?
SOLUÇÃO
1. Substituir na fórmula:
1
LTmistura =
0,25 0,15 0,6
+ +
165 290 940
2. Resolver:
LTmistura = 374 mg/m3
RESPOSTA
Os três solventes formarão uma mistura cujo limite de tolerância é 374 mg/m3.
CURSO DE AGENTES QUÍMICOS Engº Antonio Carlos Vendrame 130
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PROBLEMA
Foi realizada uma amostragem de negro de fumo, utilizando bomba de alta vazão calibrada com 1,7
l/min. Ao final da amostragem, foi refeita calibração, acusando o valor de 1,6 l/min. Um filtro
específico foi tarado, apresentando massa de 0,0375g; após a amostragem, que durou 2 horas, o
filtro foi pesado e apresentou massa de 0,0384. Qual a concentração de negro de fumo no ambiente?
SOLUÇÃO
1. Calcular a vazão média:
Qi + QF 1,7 + 1,6
Qm = = = 1,65l / min
2 2
2. Calcular o volume amostrado:
V = Qm × T = 1,65l / min × 120 min = 198l = 0,198 m3
3. Calcular a massa coletada do aerodispersóide:
0,0384 gramas (massa antes da amostragem)
(-) 0,0375 gramas (massa depois da amostragem)
0,0009 gramas ou 0,9mg coletadas
4. Calcular a concentração:
m 0,9mg
C= = 3
= 4,5mg / m3
V 0,198m
RESPOSTA
A concentração mensurada do negro de fumo no ambiente foi de 4,5mg/m3.
EXERCÍCIOS
1 - Duzentos litros de n-butano são lançados num pavilhão industrial com 3.000m2 e pé direito de
8m. Considerando a inexistência de ventilação, bem como mistura perfeita com o ar, qual é a
concentração em ppm de n-butano no ambiente?
CURSO DE AGENTES QUÍMICOS Engº Antonio Carlos Vendrame 131
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2 - Foram recolhidas 0,03158 gramas de um particulado, o qual foi coletado em 70 litros de ar,
durante a operação de corte de cana de açúcar. Qual é a concentração em miligramas por metro
cúbico do particulado?
3 - Um ambiente industrial, nas CNTP, possui uma concentração de 42ppm de acetona (PM=58,05).
Qual é a concentração em miligramas por metro cúbico da acetona?
4 - Transformar 0,6 miligramas por metro cúbico de cloreto de vinilideno (PM=96,95) para partes
por milhão.
5 - Durante um procedimento de calibração de bomba com o uso de bolhômetro, foi observado que
uma bolha percorre um volume de 600 ml em 12 segundos. Calcular a vazão em litros por minutos.
6 - Supondo que a metodologia analítica disponível para um agente químico indique como limite de
detecção o valor de 30 microgramas. O agente em questão possui limite de tolerância de 1 mg/m3.
Testes preliminares indicam que o ambiente possui concentração aproximada de 50% do limite de
tolerância. Qual deve ser o volume de ar coletado?
O modelo de caixa é concebido como uma sala em formato de uma grande caixa com fluxo de ar
interno turbulento. A equação foi desenvolvida utilizando balanço mássico. A questão alvo é
estimar a concentração do contaminante no interior da caixa num dado momento.
G − Q (vt − t0 ) G
C = ( Ci − Ce − )e + Ce +
Q Q
Onde:
C = concentração do contaminante no ambiente no momento t
Ci = concentração inicial do contaminante no ambiente (t=0)
Ce = concentração de entrada do contaminante
G = taxa de geração do contaminante no interior do ambiente
Q = vazão de entrada do contaminante
t = tempo
v = volume do ambiente
CURSO DE AGENTES QUÍMICOS Engº Antonio Carlos Vendrame 132
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Foi realizado um experimento num ambiente com dimensões de 5m x 6m x 2m, o qual é ventilado
com fluxo de ar de 0,1 m³/s. A concentração do contaminante no fluxo de ventilação é de 10 mg/m³.
No ambiente há uma fonte que gera o contaminante com taxa de 50 mg/s. Estimar qual a
concentração deste contaminante após 20 minutos.
mg − 0,1m³ × 1200 s mg
mg mg 50
s 50
C = (10 − 10 − s )e 60 m ³ + 10 mg + s = 442mg / m³
m³ m³ 0,1 m ³ m³ 0,1 ³
m
s s
A equação acima pode ser simplificada, adotando-se a concentração inicial da sala como sendo
zero:
G − Q (vt − t0 ) G
C = ( − Ce − )e + Ce +
Q Q
Outra simplificação é adotar que o ar que ingressa na sala não possui contaminante:
G − Q (vt − t0 ) G
C = ( Ci − )e +
Q Q
Combinando-se as duas equações anteriores temos:
− Q ( t − t0 )
G
C = (1 − e v )
Q