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Apostila ESSA 2017 2018 Completa 1 2 PDF
Apostila ESSA 2017 2018 Completa 1 2 PDF
SAR
SARGENTOS DO EXÉRCITO
(CFS)
ÍNDICE
a. MATEMÁTICA
1) Teoria dos conjuntos e conjuntos numéricos ................................................................
.............................................................................................
............................................................. 1
a) Representação de conjuntos; subconjuntos; união, interseção e diferença de conjuntos.
b) Razões e proporções: razão de duas grandezas, proporção e suas propriedades, escala, divisão em par-
tes direta e inversamente proporcionais, regra de três simples e composta, porcentagem, juros simples e
juros compostos.
c) Números Naturais e Inteiros: divisibilidade, mínimo múltiplo comum, máximo divisor comum, decomposi-
ção em fatores primos, operações e propriedades.
d) Números Racionais e Reais: operações e propriedades, representação decimal, desigualdades, intervalos
reais.
2) Funções
Funções ................................................................
................................................................................................
................................................................................................
.................................................................................
................................................. 75
a) Domínio, contradomínio e imagem.
b) Raiz de uma função.
c) Funções injetoras, sobrejetoras e bijetoras.
d) Funções crescentes, decrescentes e constantes.
e) Funções compostas e inversas.
6) Trigonometria ................................................................
................................................................................................
................................................................................................
.......................................................................
....................................... 114
a) Trigonometria no triângulo retângulo.
b) Trigonometria num triângulo qualquer.
c) Unidades de medidas de arcos e ângulos: graus e radianos.
d) Círculo trigonométrico, razões trigonométricas, redução ao 1º quadrante.
e) Funções trigonométricas: seno, cosseno e tangente; relações e identidades.
f) Fórmulas de adição de arcos e arcos duplos.
7) Análise combinatória................................
combinatória................................................................
................................................................................................
.............................................................................................
............................................................. 151
a) Fatorial: definição e operações.
b) Princípio Fundamental da Contagem.
c) Arranjos, permutações e combinações.
1 ESA - Sargento
8) Probabilidade................................
Probabilidade................................................................
................................................................................................
................................................................................................
........................................................................
........................................ 159
a) Experimento aleatório, espaço amostral, evento.
b) Probabilidade em espaços amostrais equiprováveis.
c) Probabilidade da união e interseção de eventos.
d) Probabilidade condicional.
e) Eventos independentes.
9) Noções de estatística................................................................
................................................................................................
............................................................................................
............................................................ 163
a) População e amostra.
b) Frequência absoluta e frequência relativa.
c) Medidas de tendência central: média aritmética, média aritmética ponderada, mediana e moda.
2 ESA - Sargento
d Raízes reais e complexas.
b. PORTUGUÊS
1) Leitura, interpretação e análise de textos:
Leitura, interpretação e análise dos significados presentes num texto e relacionamento destes com o univer-
so em que ele foi produzido. .............................................................................................................................. 1
2) Fonética, ortografia e pontuação: Correta escrita das palavras da língua portuguesa, acentuação gráfica,
partição silábica, pontuação. .............................................................................................................................. 8
3) Morfologia: Estrutura e formação das palavras, classes de palavras. .........................................................12
4) Morfossintaxe: Frase, oração e período, termos da oração, orações do período (desenvolvidas e reduzi-
das), funções sintáticas do pronome relativo, sintaxe de regência (verbal e nominal), sintaxe de concordân-
cia (verbal e nominal), sintaxe de colocação....................................................................................................24
5) Noções de versificação: Estrutura do verso, tipos de verso, rima, estrofação, poemas de forma fixa. ......36
6) Teoria da linguagem e semântica: História da Língua Portuguesa; linguagem, língua, discurso e estilo;
níveis de linguagem, funções da linguagem; figuras de linguagem; significado das palavras. .......................42
7) Introdução à literatura: A arte literária, os gêneros literários e a evolução da arte literária em Portugal e no
Brasil. ................................................................................................................................................................52
8) Literatura brasileira: Contexto histórico, características, principais autores e obras do Quinhentismo, Bar-
roco, Arcadismo, Romantismo, Realismo, Naturalismo, Impressionismo, Parnasianismo e Simbolismo. ......64
9) Redação:
Redação ...........................................................................................................................................pp 1 a 20
Gênero textual; textualidade e estilo (funções da linguagem; coesão e coerência textual;
tipos de discurso; intertextualidade; denotação e conotação; figuras de linguagem; mecanismos de coesão;
a ambiguidade; a não-contradição; paralelismos sintáticos e semânticos; continuidade e progressão textual);
texto e contexto; o texto narrativo: o enredo, o tempo e o espaço; a técnica da descrição; o narrador; o texto
argumentativo; o tema; a impessoalidade; a carta argumentativa; a crônica argumentativa; argumentação e
persuasão; o texto dissertativo-argumentativo; a consistência dos argumentos; a contra-argumentação; o
parágrafo; a informatividade e o senso comum; formas de desenvolvimento do texto dissertativo-
argumentativo; a introdução; a conclusão. 10) Alterações introduzidas na ortografia da língua portuguesa
pelo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990, por Por-
tugal, Brasil, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e, posteriormente, por
Timor Leste, aprovado no Brasil pelo Decreto Legislativo nº 54, de 18 de abril de 1995. Para o CFS/2012-13
ainda serão aceitas as duas formas ortográficas, como está previsto no Decreto.
2) Geografia do Brasil:
a) O território nacional: a construção do Estado e da Nação, a obra de fronteiras, fusoshorários e a federa-
ção brasileira. ..................................................................................................................................................... 1
b) O espaço brasileiro: relevo, climas, vegetação, hidrografia e solos. ...........................................................21
c) Políticas territoriais: meio ambiente. .............................................................................................................24
d) Modelo econômico brasileiro: o processo de industrialização, o espaço industrial, energia e meio ambien-
te, os complexos agro-industriais e eixos de circulação e custos de deslocamento. ......................................35
e) A população brasileira: a sociedade nacional, a nova dinâmica demográfica, os trabalhadores e o merca-
do de trabalho, a questão agrária, pobreza e exclusão social e o espaço das cidades. .................................54
f) Políticas territoriais e regionais: Amazônia, Nordeste e o Mercosul e a América do Sul. ............................69
3 ESA - Sargento
AVISO – (TODAS AS APOSTILAS) 10/05/2012
APOSTILAS OPÇÃO
2. Conjunto dos números inteiros Como vemos, o conjunto IR é a união do conjunto dos números
Chamamos de conjuntos dos números inteiros, e indicamos racionais com o conjunto dos números irracionais.
com Z, o seguinte conjunto:
Usaremos o símbolo estrela (* ) quando quisermos indicar que
Z = { ...; -2; -1; 0; 1; 2;...) o número zero foi excluído de um conjunto.
Exemplo: N * = { 1 ; 2; 3; 4; .. .} ; o zero foi excluído de N.
3. Conjunto dos números racionais:
Chamamos de conjunto dos números racionais, e indicamos Usaremos o símbolo mais (+) quando quisermos indicar que os
com Q, o seguinte conjunto: números negativos foram excluídos de um conjunto.
Exemplo: Z+ = { 0; 1; 2; ... } ; os negativos foram excluídos de
p
Q x | p, q Z e q 0 Z.
q
Usaremos o símbolo menos ( - ) quando quisermos indicar que
Observe que os números racionais são aqueles que podem ser os números positivos foram excluídos de um conjunto.
escritos como quocientes de dois inteiros, isto é , como frações. Exemplo: Z- = { ... ; -2; -1; 0 } ; os positivos foram excluídos de
Z.
Exemplos
5 Algumas vezes combinamos o símbolo (*) com o símbolo (+) ou
a) =5; logo 5 Q com o símbolo (-) .
1
Exemplos
2
b) = 0,4 ; logo 0,4 Q a) Z * = { 1; 2; 3; . .. } ; o zero e os negativos foram excluídos
5
15 de Z.
c) = 2,5 ; logo 2,5 Q b) Z * = { ... ; -3; -2; -1 }; o zero e os positivos foram
6
1 excluídos de Z.
d) = 0,333 . . . ; logo 0,333.. . Q
3
OPERAÇÕES COM CONJUNTOS
Observação: Números como 5, 0,4 e 2,5 são números racionais
com representação decimal finita, ou seja, podemos escrevê-los, 1. Conceitos primitivos
em sua forma decimal, com um número finito de algarismos. O Antes de mais nada devemos saber que conceitos primitivos
número 0,333..., por sua vez, é um número racional com são noções que adotamos sem definição.
representação decimal infinita e periódica, ou seja, só podemos
escrevê-lo, em sua forma decimal, com um número infinito de Adotaremos aqui três conceitos primitivos: o de conjunto, o de
algarismos, embora, a partir de um determinado ponto, haja uma elemento e o de pertinência de um elemento a um conjunto. Assim,
repetição de algarismos até o fim. devemos entender perfeitamente a frase: determinado elemento
pertence a um conjunto, sem que tenhamos definido o que é
Outro exemplo de número, que admite representação decimal conjunto, o que é elemento e o que significa dizer que um elemento
infinita e periódica, é 2,35474747... pertence ou não a um conjunto.
A representação gráfica de um conjunto é bastante cômoda. E chamamos de conjunto vazio a todo conjunto c, tal que n(C) =
Através dela, os elementos de um conjunto são representados por 0.
pontos interiores a uma linha fechada que não se entrelaça. Os Exemplo: M = { x | x2 = –25}
pontos exteriores a esta linha representam os elementos que não
pertencem ao conjunto. O conjunto vazio é representado por { } ou por .
Exemplo
Sejam os conjuntos A = {x | x é mineiro} e B = {x | x é brasileiro}
; temos então que A B e que B A.
Observações:
Quando A não é subconjunto de B, indicamos com A B.
d) D = { 2; 4; 6; . . . ; 98 } Admitiremos que o conjunto vazio está contido em qualquer
e) E é o conjunto dos pontos comuns às relas r e s, conjunto.
esquematizadas a seguir :
8. Número de subconjuntos de um conjunto dado
Pode-se mostrar que, se um conjunto possui n elementos,
então este conjunto terá 2n subconjuntos. Exemplo: O conjunto C =
{1;2} possui dois elementos; logo, ele terá 22 = 4 subconjuntos.
a) A–B d) C–A
b) B–A e) B–C
c) A–C f) C–B
Resolução
Resolução a) A – B = { y; z }
b) B – A= {w;v}
c) A – C= {x;z}
d) C – A = {u;t}
e) B – C = {x;w;v}
f) C – B = {y;u;t}
Resolução:
01) Calcule: 14) A diferença entre dois números naturais é zero e a sua
a) 10 – 10 : 5 = b) 45 : 9 + 6 = soma é 30. Quais são esses números? (15)
c) 20 + 40 : 10 = d) 9. 7 – 3 =
e) 30 : 5 + 5 = f) 6 . 15 – 56 : 4 = 15) Um aluno ganha 5 pontos por exercício que acerta e perde
g) 63 : 9 . 2 – 2 = h) 56 – 34 : 17 . 19 = 3 pontos por exercício que erra. Ao final de 50 exercícios
i) 3 . 15 : 9 + 54 :18 = j) 24 –12 : 4+1. 0 = tinha 130 pontos. Quantos exercícios acertou? (35)
04) Numa divisão, o divisor é 9,o quociente é 12 e o resto é 5. Vamos calcular o valor de x nos mais diversos casos:
Qual é o dividendo? (113)
1) x + 4 = 10
05) Numa divisão, o dividendo é 227, o divisor é 15 e o resto é Obtêm-se o valor de x, aplicando a operação inversa da adição:
2. Qual é o quociente? (15) x = 10 – 4
x=6
06) Numa divisão, o dividendo é 320, o quociente é 45 e o
resto é 5. Qual é o divisor? (7) 2) 5x = 20
Aplicando a operação inversa da multiplicação, temos:
07) Num divisão, o dividendo é 625, o divisor é 25 e o x = 20 : 5
quociente é 25. Qual ê o resto? (0) x=4
Ao ponto zero, chamamos origem, corresponde o número zero. Exemplos: (+5) + ( –5) = 0 ( –5) + (+5) = 0
Conclusão: na multiplicação de números inteiros, temos: ( + ) . Qualquer que seja o número inteiro a, temos:
(–)=– (–).(+)=– a . (+1 ) = a e (+1 ) . a = a
3º CASO: OS DOIS FATORES SÃO NÚMEROS INTEIROS Portanto: (+2 ) . (–4 ) = (–4 ) . (+2 )
NEGATIVOS
Exemplo: (–3) . (–6) = – (+3) . (–6) = – (–18) = +18 Se a e b são números inteiros quaisquer, então: a . b = b . a,
isto é: (–3) . (–6) = +18 isto é, a ordem dos fatores não altera o produto.
Lembramos que a regra dos sinais para a divisão é a mesma Daí, a regra:
que vimos para a multiplicação: Quando o expoente é ímpar, a potência tem o mesmo sinal da
(+):(+)=+ (+):( –)=– base.
(– ):( –)=+ ( –):(+)=–
Outros exemplos: (– 3) 3 = – 27 (+2)4 = +16
Exemplos:
( +8 ) : ( –2 ) = –4 (–10) : ( –5 ) = +2 PROPRIEDADES
(+1 ) : ( –1 ) = –1 (–12) : (+3 ) = –4 PRODUTO DE POTÊNCIAS DE MESMA BASE
Exemplos: (+2 )3 . (+2 )2 = (+2 )3+2 = (+2 )5
PROPRIEDADE ( –2 ) . ( –2 ) . ( –2 )5 = (–2 ) 2 + 3 + 5 = ( –2 )10
2 3
CÁLCULOS Observação:
Não confundir –32 com (–3)2, porque –32 significa – ( 3 )2 e
O EXPOENTE É PAR portanto –32 = –( 3 )2 = –9
Calcular as potências
1) (+2 )4 = (+2 ) . (+2 ) . (+2 ) . (+2 ) = +16 isto é, (+2)4 = +16 enquanto que: ( –3 )2 = ( –3 ) . ( –3 ) = +9
2) ( –2 )4 = ( –2 ) . ( –2 ) . ( –2 ) . ( –2 ) = +16 isto é, (–2 )4 = Logo: – 3 2 ( –3 )2
+16
Observamos que: (+2)4 = +16 e (–2)4 = +16 NÚMEROS PARES E ÍMPARES
Então, de modo geral, temos a regra: Os pitagóricos estudavam à natureza dos números, e baseado
Quando o expoente é par, a potência é sempre um número nesta natureza criaram sua filosofia e modo de vida. Vamos definir
positivo. números pares e ímpares de acordo com a concepção pitagórica:
• par é o número que pode ser dividido em duas partes iguais,
Outros exemplos: (–1)6 = +1 (+3)2 = +9 sem que uma unidade fique no meio, e ímpar é aquele que não
pode ser dividido em duas partes iguais, porque sempre há
O EXPOENTE É ÍMPAR uma unidade no meio
Calcular as potências:
1) (+2 )3 = (+2 ) . (+2 ) . (+2 ) = +8 Uma outra caracterização, nos mostra a preocupação com à
isto é, (+2)3 = + 8 natureza dos números:
2) ( –2 )3 = ( –2 ) . ( –2 ) . ( –2 ) = –8 • número par é aquele que tanto pode ser dividido em duas
ou seja, (–2)3 = –8 partes iguais como em partes desiguais, mas de forma tal que
em nenhuma destas divisões haja uma mistura da natureza par
Observamos que: (+2 )3 = +8 e ( –2 )3 = –8 com a natureza ímpar, nem da ímpar com a par. Isto tem uma
Matemática 13 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
única exceção, que é o princípio do par, o número 2, que não Dividimos o quociente obtido pelo menor número primo possível.
admite a divisão em partes desiguais, porque ele é formado por
duas unidades e, se isto pode ser dito, do primeiro número par, Dividimos, sucessivamente, cada novo quociente pelo menor
2. número primo possível, até que se obtenha o quociente 1.
Para exemplificar o texto acima, considere o número 10, que é par, Exemplo:
pode ser dividido como a soma de 5 e 5, mas também como a soma de 60 2
7 e 3 (que são ambos ímpares) ou como a soma de 6 e 4 (ambos são
pares); mas nunca como a soma de um número par e outro ímpar. Já o 0 30 2
número 11, que é ímpar pode ser escrito como soma de 8 e 3, um par
e um ímpar. Atualmente, definimos números pares como sendo o 0 15 3
número que ao ser dividido por dois têm resto zero e números ímpares
aqueles que ao serem divididos por dois têm resto diferente de zero. 0 5 5
Por exemplo, 12 dividido por 2 têm resto zero, portanto 12 é par. Já o 0 1
número 13 ao ser dividido por 2 deixa resto 1, portanto 13 é ímpar.
Portanto: 60 = 2 . 2 . 3 . 5
MÚLTIPLOS E DIVISORES
Na prática, costuma-se traçar uma barra vertical à direita do
DIVISIBILIDADE número e, à direita dessa barra, escrever os divisores primos; abaixo
Um número é divisível por 2 quando termina em 0, 2, 4, 6 ou 8. Ex.: do número escrevem-se os quocientes obtidos. A decomposição em
O número 74 é divisível por 2, pois termina em 4. fatores primos estará terminada quando o último quociente for igual a 1.
Exemplo:
Um número é divisível por 3 quando a soma dos valores absolutos 60 2
dos seus algarismos é um número divisível por 3. 30 2
Ex.: 123 é divisível por 3, pois 1+2+3 = 6 e 6 é divisível por 3 15 3
5 5
Um número é divisível por 5 quando o algarismo das unidades é 0 1
ou 5 (ou quando termina em o ou 5). Ex.: O número 320 é divisível por
5, pois termina em 0. Logo: 60 = 2 . 2 . 3 . 5
Exemplos: Indicando por D(12) (lê-se: "D de 12”) o conjunto dos divisores do
• O número 2 é primo, pois é divisível apenas por dois números número 12, temos:
diferentes: ele próprio e o 1. D (12) = { 1, 2, 3, 4, 6, 12}
• O número 5 é primo, pois é divisível apenas por dois números
distintos: ele próprio e o 1. Na prática, a maneira mais usada é a seguinte:
• O número natural que é divisível por mais de dois números 1º) Decompomos em fatores primos o número considerado.
diferentes é chamado composto. 12 2
• O número 4 é composto, pois é divisível por 1, 2, 4. 6 2
• O número 1 não é primo nem composto, pois é divisível 3 3
apenas por um número (ele mesmo). 1
• O número 2 é o único número par primo. 2º) Colocamos um traço vertical ao lado os fatores primos e, à sua
DECOMPOSIÇÃO EM FATORES PRIMOS (FATORAÇÃO) direita e acima, escrevemos o numero 1 que é divisor de todos os
números.
Um número composto pode ser escrito sob a forma de um produto 1
de fatores primos. 12 2
6 2
Por exemplo, o número 60 pode ser escrito na forma: 60 = 2 . 2 . 3 . 3 3
5 = 22 . 3 . 5 que é chamada de forma fatorada. 1
Para escrever um número na forma fatorada, devemos decompor 3º) Multiplicamos o fator primo 2 pelo divisor 1 e escrevemos o
esse número em fatores primos, procedendo do seguinte modo: produto obtido na linha correspondente.
x1
Dividimos o número considerado pelo menor número primo 12 2 2
possível de modo que a divisão seja exata. 6 2
3 3
1
Matemática 14 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
4º) Multiplicamos, a seguir, cada fator primo pelos divisores já O processo prático para o cálculo do M.M.C de dois ou mais
obtidos, escrevendo os produtos nas linhas correspondentes, sem números, chamado de decomposição em fatores primos, consiste das
repeti-los. seguintes etapas:
x1 1º) Decompõem-se em fatores primos os números apresentados.
12 2 2 2º) Determina-se o produto entre os fatores primos comuns e não-
6 2 4 comuns com seus maiores expoentes. Esse produto é o M.M.C
3 3 procurado.
1
Exemplos: Calcular o M.M.C (12, 18)
x1 Decompondo em fatores primos esses números, temos:
12 2 2 12 2 18 2
6 2 4 6 2 9 3
3 3 3, 6, 12 3 3 3 3
1 1 1
5ª)
m n
a mn a 6
3 12 3 Os números racionais são representados por um numeral em
a
forma de fração ou razão, , sendo a e b números naturais, com
EXPRESSÕES NUMÉRICAS COM NÚMEROS INTEIROS b
ENVOLVENDO AS QUATRO OPERAÇÕES a condição de b ser diferente de zero.
Para calcular o valor de uma expressão numérica com números
inteiros, procedemos por etapas. 1. NÚMERO FRACIONARIO. A todo par ordenado (a, b) de
números naturais, sendo b 0, corresponde um número
1ª ETAPA:
a
a) efetuamos o que está entre parênteses ( ) fracionário .O termo a chama-se numerador e o termo b
b) eliminamos os parênteses b
denominador.
2ª ETAPA:
a) efetuamos o que está entre colchetes [ ] 2. TODO NÚMERO NATURAL pode ser representado por uma
b) eliminamos os colchetes fração de denominador 1. Logo, é possível reunir tanto os números
naturais como os fracionários num único conjunto, denominado
3º ETAPA: conjunto dos números racionais absolutos, ou simplesmente
a) efetuamos o que está entre chaves { } conjunto dos números racionais Q.
b) eliminamos as chaves
Qual seria a definição de um número racional absoluto ou
Em cada etapa, as operações devem ser efetuadas na seguinte simplesmente racional? A definição depende das seguintes
ordem: considerações:
1ª) Potenciação e radiciação na ordem em que aparecem. a) O número representado por uma fração não muda de valor
2ª) Multiplicação e divisão na ordem em que aparecem. quando multiplicamos ou dividimos tanto o numerador como
3ª) Adição e subtração na ordem em que aparecem. o denominador por um mesmo número natural, diferente de
zero.
Exemplo:
18 2 9 3
: Fração Irredutível ou Simplificada
12 2 6 6
1 4
A fração é equivalente a .
3 12
Um círculo dividido em 3 partes iguais indicamos (das três 3 9
A fração equivalente .
partes hachuramos 2). 4 12
2 3 4 4 6 8
Respostas: 1) , , 2) , ,
8 12 16 6 9 12
COMPARAÇÃO DE FRAÇÕES
Duas ou mais frações são equivalentes, quando representam a b) Frações com numeradores iguais
mesma quantidade. Se duas frações tiverem numeradores iguais, a menor será
aquela que tiver maior denominador.
7 7 7 7
Ex.: ou
4 5 5 4
2 2 4 5 Exercícios. Calcular:
Respostas: 1) 2)
5 3 3 3 4 2 8 6 2 3 4 1
1) : 2) : 3) :
4 5 3 3 9 15 25 5 5 3 3
3)
3 6 2
20
Respostas: 1) 6 2) 3) 1
OPERAÇÕES COM FRAÇÕES 9
Exercícios. Efetuar:
2
1 16 9 1
1) 2) 3)
9 25 16 2
1 4
Respostas: 1) 2) 3) 1
3 5
OPERAÇÕES COM NÚMEROS DECIMAIS
NÚMEROS DECIMAIS
Adição e Subtração
Toda fração com denominador 10, 100, 1000,...etc, chama-se Coloca-se vírgula sob virgula e somam-se ou subtraem-se
fração decimal. unidades de mesma ordem. Exemplo 1:
3 4 7
Ex: , , , etc 10 + 0,453 + 2,832
10 100 100
10,000
Escrevendo estas frações na forma decimal temos: + 0,453
2,832
3
= três décimos, _______
10 13,285
4
= quatro centésimos
100 Exemplo 2:
7 47,3 - 9,35
= sete milésimos 47,30
1000 9,35
______
Escrevendo estas frações na forma decimal temos: 37,95
3 4 7
=0,3 = 0,04 = 0,007
10 100 1000 Exercícios. Efetuar as operações:
1) 0,357 + 4,321 + 31,45
Outros exemplos: 2) 114,37 - 93,4
34 635 2187 3) 83,7 + 0,53 - 15, 3
1) = 3,4 2) = 6,35 3) =218,7
10 100 10
Respostas: 1) 36,128 2) 20,97 3) 68,93
Note que a vírgula “caminha” da direita para a esquerda, a
quantidade de casas deslocadas é a mesma quantidade de zeros MULTIPLICAÇÃO COM NÚMEROS DECIMAIS
do denominador.
Multiplicam-se dois números decimais como se fossem inteiros
Exercícios. Representar em números decimais: e separam-se os resultados a partir da direita, tantas casas
decimais quantos forem os algarismos decimais dos números
35 473 430
1) 2) 3) dados.
10 100 1000
Exemplo: 5,32 x 3,8
Respostas: 1) 3,5 2) 4,73 3) 0,430 5,32 2 casas,
x 3,8 1 casa após a virgula
LEITURA DE UM NÚMERO DECIMAL ______
4256
Ex.: 1596 +
______
20,216 3 casas após a vírgula
Igualamos as casas decimais entre o dividendo e o divisor e Como 2 não é divisível por 4, coloca-se zero e vírgula no
quando o dividendo for menor que o divisor acrescentamos um zero quociente e zero no dividendo
antes da vírgula no quociente. 0,35 : 7 = 0,350 7,00 350:700 = 0,05
2) Efetuar as operações:
LEITURA DE UM NÚMERO DECIMAL
1) 1,6 : 0,4 2) 25,8 : 0,2
Procedemos do seguinte modo:
3) 45,6 : 1,23 4) 178 : 4,5-3,4.1/2
1º) Lemos a parte inteira (como um número natural).
5) 235,6 : 1,2 + 5 . 3/4
2º) Lemos a parte decimal (como um número natural),
acompanhada de uma das palavras:
Respostas: 1) 4 2) 129 3) 35,07
- décimos, se houver uma ordem (ou casa) decimal
4) 37,855 5) 200,0833....
- centésimos, se houver duas ordens decimais;
- milésimos, se houver três ordens decimais.
Multiplicação de um número decimal por 10, 100, 1000
Exemplos:
Para tornar um número decimal 10, 100, 1000..... vezes maior, 1) 1,2 Lê-se: "um inteiro e dois décimos".
desloca-se a vírgula para a direita, respectivamente, uma, duas,
três, . . . casas decimais. 2) 12,75 Lê-se: "doze inteiros e setenta e
2,75 x 10 = 27,5 6,50 x 100 = 650 cinco centésimos".
0,125 x 100 = 12,5 2,780 x 1.000 = 2.780
0,060 x 1.000 = 60 0,825 x 1.000 = 825 3) 8,309 Lê-se: "oito inteiros e trezentos e
nove milésimos''.
DIVISÃO
Para dividir os números decimais, procede-se assim: Observações:
1) iguala-se o número de casas decimais; 1) Quando a parte inteira é zero, apenas a parte decimal é lida.
2) suprimem-se as vírgulas;
3) efetua-se a divisão como se fossem números inteiros. Exemplos:
a) 0,5 Lê-se: "cinco décimos".
d)
1
Z i) 22 Q-
NÚMEROS REAIS 4
4 j) 2 R
e) Z
CORRESPONDÊNCIA ENTRE NÚMEROS E PONTOS DA 1 k) 4 R-
RETA, ORDEM, VALOR ABSOLUTO
Há números que não admitem representação decimal finita nem f) 2 Q
representação decimal infinita e periódico, como, por exemplo:
= 3,14159265... Resolução
a) , pois 5 é positivo.
2 = 1,4142135... b) , pois 5 é positivo e os positivos foram excluídos de
3 = 1,7320508... Z *
5 = 2,2360679... c) 3,2 não é inteiro.
1
d) , pois não é inteiro.
Estes números não são racionais: Q, 2 Q, 4
3 Q, 5 Q; e, por isso mesmo, são chamados de 4
e) , pois = 4 é inteiro.
irracionais. 1
Podemos então definir os irracionais como sendo aqueles f) , pois 2 não é racional.
números que possuem uma representação decimal infinita e não g) , pois 3 não é racional
periódico.
h) , pois 4 = 2 é racional
Chamamos então de conjunto dos números reais, e indicamos
com R, o seguinte conjunto:
i) , pois 22 4 2 é positivo, e os positivos
foram excluídos de Q .
R= { x | x é racional ou x é irracional}
j) , pois 2 é real.
Como vemos, o conjunto R é a união do conjunto dos números k) , pois 4 = 2 é positivo, e os positivos foram excluídos
racionais com o conjunto dos números irracionais.
de R
Usaremos o símbolo estrela (*) quando quisermos indicar que o
número zero foi excluído de um conjunto. 2. Completar com ou :
a) N Z* d) Q Z
Exemplo: N* = { 1; 2; 3; 4; ... }; o zero foi excluído de N.
b) N Z+ *
e) Q *
R+
Usaremos o símbolo mais (+) quando quisermos indicar que os c) N Q
números negativos foram excluídos de um conjunto.
Resolução:
Exemplo: Z+ = {0; 1; 2; ... } ; os negativos foram excluídos de Z.
a) , pois 0 N e 0 Z * .
Usaremos o símbolo menos (-) quando quisermos indicar que b) , pois N = Z
os números positivos foram excluídos de um conjunto. c) , pois todo número natural é também racional.
d) , pois há números racionais que não são inteiros como
Exemplo: Z = { . .. ; - 2; - 1; 0 } ; os positivos foram excluídos 2
por exemplo, .
de Z. 3
e) , pois todo racional positivo é também real positivo.
Algumas vezes combinamos o símbolo (*) com o símbolo (+) ou Exercícios propostos:
com o símbolo (-). 1. Completar com ou
a) 0 N 7
Exemplos g) Q *
b) 0 N* 1
a) Z * = ( 1; 2; 3; ... ) ; o zero e os negativos foram excluídos c) 7 Z h) 7 Q
de Z. d) - 7 Z
b) Z * = { ... ; - 3; - 2; - 1 } ; o zero e os positivos foram i) 7 2 Q
e) – 7 Q
excluídos de Z. 1 j) 7 R*
f) Q
Exercícios resolvidos 7
1. Completar com ou :
a) 5 Z 2. Completar com ou
g) 3 Q*
* a) 3 Q d) Q
b) 5 Z
2 3
Assim, por exemplo, para Q, existe Q tal que
3 2
2 3 Conclui-se, então, que:
. = 1, o que não é possível em N e Z. Na reta numerada existe uma Infinidade de elementos de Q
3 2
situados entre dois elementos quaisquer a e b de Q.
Esse fato amplia uma propriedade para as operações em Q.
4.3. O CONJUNTO Q CONTÉM Z E N
Os elementos de Q são aqueles que podem ser escritos sob o
4.1. Propriedades das operações em Q
No conjunto Z para cada número natural r foi criado um +n e -n. 7. Resolver, em C, a equação z2 = –100.
Chama-se módulo ou valor absoluto de +n e -n, indica-se | +n | = n Resolução:
e | -n | = n Observemos inicialmente que z2 = –100
z2 = 100 . (–1) ; logo, z = ±10i, ou seja:
Exemplos: S ={ 10i ; – 10 i }
| -5 | = 5, leia-se o módulo de -5 é 5,
| +5 | = 5 o módulo de +5 é 5 8. Resolver, em C, a equação z2 = -3.
| 0 | =0 Resolução:
Observemos inicialmente que z2 = –3
NÚMEROS COMPLEXOS
z2 = 3 . (–1); logo, z = ± 3 i, ou seja:
A FORMA a + bi DOS NÚMEROS COMPLEXOS
S ={ 3 i;– 3 i}
O conjunto dos complexos.
Os vários conjuntos numéricos são: Observação: Para simplificar a linguagem escreveremos:
o conjunto lN dos números naturais: lN = { 0; 1; 2; 3; 4; .. .}; z2 = –1 z = 1 = i
o conjunto Z dos números inteiros: Z ={... ; -2, -1; 0; 1; 2;...};
o conjunto Q dos números racionais: Z2 = –100 Z = 100 = 10i
z2 = –3 z = 3 = 3i
Exercícios propostos z1 . z2 = 0 z1 = 0 ou z2 = 0
1. Resolver, em C, a equação z2 = – 4.
2. Resolver, em C, a equação z2 = – 49. Exercícios resolvidos
3. Resolver, em C, a equação z2 = – 144. 1. Efetuar as operações
4. Resolver, em C, a equação z2 = – 2. (4 + 5i) + (7 - 2i) - (2 - 6i).
5. Resolver, em C, a equação (z – 1)2 = –121.
6. Resolver, em C, a equação z2 + 60 = 0. Resolução:
7. Resolver, em C, a equação z2 – 2z + 5 = 0. (4 + 5i ) + (7- 2i) - (2 - 6i) =
8. Resolver, em C, a equação z2 + 2z + 5 = 0. (4 + 7 - 2) + (5 – 2 + 6)i = 9 + 9i
9. Resolver, em C, a equação z2 -– z + 1 = 0.
10. Resolver, em C, a equação 3z2 + z + 4 = 0. 2. Efetuar as operações
2 (5 - 2i) - 7 (4 + 1) + 3 (2 + 5i).
Respostas: Resolução:
1. S = { 2i; – 2i } 2 (5 - 2i) -7(4 + i) + 3(2 + 5i) =
2. S = { 7i ; – 7i } (10 - 4i) - (28 + 7i) + (6 + 15i) =
3. S = { 12i ; – 12i } = (10 – 28 + 6) + (– 4 – 7 +15)i = – 12 + 4i
4.
S = 2i; - 2i
5. S = { 1+ 11i; 1– 11i } 3. Efetuar o produto
6.
S = 2 15i ; - 2 15i (3 + 4i) . (5 – 7i).
Resolução:
7. S = 1 2i ; 1 - 2 i (3 + 4i) . (5 – 7i) = 15 – 21i + 20i – 28 i2 =
8. S = { – 1+2i ; – 1 –2i} 15 – i + 28 = 43 – i
1
3 1 3
9. S= i; i 4. Efetuar a potência (3 + 4i)2.
2 2 2 2 Resolução:
(3 + 4i)2 = 32 + 2 .3. 4i + (4i)2 = 9 + 24i +16 i2 =
S = (3 + 8i, – 3 + 8i ) 7 2i
15. Efetuar o quociente
5 3i
Exercícios propostos Resolução:
11. Efetuar as operações Multiplicando os dois termos da fração pelo conjugado do
(6 – 3i) – (4 + 5i) – (2 – i). denominador, temos:
12. Efetuar as operações
5 (2 + i) – 3.(7 +4i) + 4.(2 –3i). 7 2i 7 2i 5 3i 35 21i 10i 6i2
13. Efetuar o produto (– 6 + 2i) . (3 – 5i). 5 3i 5 3i 5 3i 52 32 i2
14. Efetuar a potência (2 + 7i)2. 35 31i 6 29 31i 29 31
15. Efetuar a potência (2 – 7i)2. i
25 9 34 34 34
16. Efetuar o produto (8 – 3i) . (8 + 3i).
17. Efetuar o produto (6 + 7i) . (6 – 7i).
16. Achar o inverso do complexo z = 4 + 5i.
18. Sendo a, b Є IR, mostrar que
(a + bi) . (a – bi) é real.
Resolução:
19. Resolver, em C, a equação 2z2 = 5zi.
20. Resolver, em C, a equação z2 – 2z – 2 = 0. 1
O inverso do complexo z será o complexo , ou seja:
z
Respostas: 1 1 4 - 5i 4 5i 4 5i
11. – 7i z 4 5i 4 - 5i 4 5 i
2 2 2 16 25
12. – 3 – 19i
4 5i 4 5
13. – 8 + 36i i
14. – 45 + 28i 41 41 41
15. – 45 – 28i
16. 73 17. Resolver, em C, a equação:
17. 85 (2 + 3i)z + (7 – 2i) = (4 + 5i)
18. (a +bi) (a – bi) = a2– (bi)2 =a2 – b2 i2 = a2+b2, que é real
Resolução:
5
19. S = 0 ; i isolando a variável z, temos:
2 (2 + 3i)z = (4 +5i) – (7 – 2i)
20. S = { 1 + i ; 1 – i } (2 + 3i)z = (4 – 7 ) + ( 5 + 2)i
3 7i 2 - 3i
Complexos conjugados (2 + 3i)z = – 3 + 7i Z=
Dado um número complexo, z = a + bi, chama-se conjugado de 2 3i 2 - 3i
22.
1 17
i Nessa expressão, a chama-se antecedente e b, conseqüente.
10 10 Outros exemplos de razão :
3 2
23. i Em cada 10 terrenos vendidos, um é do corretor.
13 13
1
1 1 Razão =
24. i 10
2 2
25. –i
Os times A e B jogaram 6 vezes e o time A ganhou todas.
42 2
26. S= i 6
17 17 Razão =
6
RAZÕES E PROPORÇÕES 3. Uma liga de metal é feita de 2 partes de ferro e 3 partes de
zinco.
1. INTRODUÇÃO 2 3
Se a sua mensalidade escolar sofresse hoje um reajuste de $ Razão = (ferro) Razão = (zinco).
80,00, como você reagiria? Acharia caro, normal, ou abaixo da
5 5
expectativa? Esse mesmo valor, que pode parecer caro no reajuste
3. PROPORÇÃO
da mensalidade, seria considerado insignificante, se se tratasse de
Há situações em que as grandezas que estão sendo
um acréscimo no seu salário.
comparadas podem ser expressas por razões de antecedentes e
conseqüentes diferentes, porém com o mesmo quociente. Dessa
Naturalmente, você já percebeu que os $ 80,00 nada represen-
maneira, quando uma pesquisa escolar nos revelar que, de 40
tam, se não forem comparados com um valor base e se não forem
alunos entrevistados, 10 gostam de Matemática, poderemos supor
avaliados de acordo com a natureza da comparação. Por exemplo,
que, se forem entrevistados 80 alunos da mesma escola, 20
se a mensalidade escolar fosse de $ 90,00, o reajuste poderia ser
deverão gostar de Matemática. Na verdade, estamos afirmando que
considerado alto; afinal, o valor da mensalidade teria quase
10 estão representando em 40 o mesmo que 20 em 80.
dobrado. Já no caso do salário, mesmo considerando o salário
mínimo, $ 80,00 seriam uma parte mínima. .
10 20
Escrevemos: =
A fim de esclarecer melhor este tipo de problema, vamos 40 80
estabelecer regras para comparação entre grandezas. A esse tipo de igualdade entre duas razões dá-se o nome de
proporção.
2. RAZÃO
Se 6 =
24 , então 6 . 96 = 24 . 24 = 576.
24 96
3. PROPORÇÃO INVERSA
3.2 ADIÇÃO (OU SUBTRAÇÃO) DOS ANTECEDENTES E Grandezas como tempo de trabalho e número de operários
CONSEQÜENTES para a mesma tarefa são, em geral, inversamente proporcionais.
Em toda proporção, a soma (ou diferença) dos antecedentes Veja: Para uma tarefa que 10 operários executam em 20 dias,
está para a soma (ou diferença) dos conseqüentes assim como devemos esperar que 5 operários a realizem em 40 dias.
cada antecedente está para seu conseqüente. Ou seja:
Podemos destacar outros exemplos de grandezas
a c a + c a c inversamente proporcionais:
Se = , entao = = ,
b d b + d b d
Velocidade média e tempo de viagem, pois, se você dobrar a
a - c a c
ou = = velocidade com que anda, mantendo fixa a distância a ser
b - d b d percorrida, reduzirá o tempo do percurso pela metade.
Essa propriedade é válida desde que nenhum denominador Número de torneiras de mesma vazão e tempo para encher um
seja nulo. tanque, pois, quanto mais torneiras estiverem abertas, menor o
tempo para completar o tanque.
Exemplo:
21 + 7 28 7 Podemos concluir que :
= =
12 + 4 16 4 Duas grandezas são inversamente proporcionais quando,
21 7 aumentando (ou diminuindo) uma delas numa determinada
= razão, a outra diminui (ou aumenta) na mesma razão.
12 4
21 - 7 14 7
= = Vamos analisar outro exemplo, com o objetivo de reconhecer a
12 - 4 8 4 natureza da proporção, e destacar a razão. Considere a situação de
um grupo de pessoas que, em férias, se instale num acampamento
GRANDEZAS PROPORCIONAIS E DIVISÃO PROPORCIONAL que cobra $100,00 a diária individual.
vem
660 X 6 660
Número de 1 2 4 5 10 = X = = 360
11 6 11
pessoas
Como X + Y = 660, então Y = 300
Despesa 100 200 400 500 1.000
diária ( $ ) Concluindo, A deve receber $ 360,00 enquanto B, $ 300,00.
Você pode perceber na tabela que a razão de aumento do 4.2 INVERSAMENTE PROPORCIONAL
número de pessoas é a mesma para o aumento da despesa. E se nosso problema não fosse efetuar divisão em partes
Assim, se dobrarmos o número de pessoas, dobraremos ao mesmo diretamente proporcionais, mas sim inversamente? Por exemplo:
tempo a despesa. Esta é portanto, uma proporção direta, ou suponha que as duas pessoas, A e B, trabalharam durante um
melhor, as grandezas número de pessoas e despesa diária são mesmo período para fabricar e vender por $ 160,00 um certo artigo.
diretamente proporcionais. Se A chegou atrasado ao trabalho 3 dias e B, 5 dias, como efetuar
com justiça a divisão? O problema agora é dividir $160,00 em
Suponha também que, nesse mesmo exemplo, a quantia a partes inversamente proporcionais a 3 e a 5, pois deve ser levado
ser gasta pelo grupo seja sempre de $2.000,00. Perceba, então, em consideração que aquele que se atrasa mais deve receber
que o tempo de permanência do grupo dependerá do número de menos.
pessoas.
Dividir um número em partes inversamente proporcionais a
Analise agora a tabela abaixo : outros números dados é encontrar partes desse número que
Número de 1 2 4 5 10 sejam diretamente proporcionais aos inversos dos números
pessoas dados e cuja soma reproduza o próprio número.
Tempo de
permanência 20 10 5 4 2 No nosso problema, temos de dividir 160 em partes
(dias) inversamente proporcionais a 3 e a 5, que são os números de
atraso de A e B. Vamos formalizar a divisão, chamando de x o que
A tem a receber e de y o que B tem a receber.
Note que, se dobrarmos o número de pessoas, o tempo de x + y = 160
permanência se reduzirá à metade. Esta é, portanto, uma
proporção inversa, ou melhor, as grandezas número de pessoas e
número de dias são inversamente proporcionais. x y
Teremos: =
1 1
4. DIVISÃO EM PARTES PROPORCIONAIS
3 5
4. 1 Diretamente proporcional
Duas pessoas, A e B, trabalharam na fabricação de um mesmo Resolvendo o sistema, temos:
objeto, sendo que A o fez durante 6 horas e B durante 5 horas. x + y x x + y x
Como, agora, elas deverão dividir com justiça os $ 660,00 apurados = =
1 1 1 8 1
com sua venda? Na verdade, o que cada um tem a receber deve +
ser diretamente proporcional ao tempo gasto na confecção do 3 5 3 15 3
objeto. Mas, como x + y = 160, então
160 x160 1
Dividir um número em partes diretamente proporcionais a = x =
8 1 8 3
outros números dados é encontrar partes desse número que
sejam diretamente proporcionais aos números dados e cuja 15 3 15
soma reproduza o próprio número. 15 1
x = 160 x = 100
8 3
No nosso problema, temos de dividir 660 em partes diretamente
proporcionais a 6 e 5, que são as horas que A e B trabalharam. Como x + y = 160, então y = 60. Concluíndo, A deve receber $
Vamos formalizar a divisão, chamando de x o que A tem a 100,00 e B, $ 60,00.
receber, e de y o que B tem a receber.
4.3 DIVISÃO PROPORCIONAL COMPOSTA
Vamos analisar a seguinte situação: Uma empreiteira foi
Teremos então: contratada para pavimentar uma rua. Ela dividiu o trabalho em duas
X + Y = 660 turmas, prometendo pagá-las proporcionalmente. A tarefa foi
realizada da seguinte maneira: na primeira turma, 10 homens
X Y trabalharam durante 5 dias; na segunda turma, 12 homens
6
=
5
trabalharam durante 4 dias. Estamos considerando que os homens
tinham a mesma capacidade de trabalho. A empreiteira tinha $
Esse sistema pode ser resolvido, usando as propriedades de 29.400,00 para dividir com justiça entre as duas turmas de trabalho.
proporção. Assim: Como fazê-lo?
X + Y Essa divisão não é de mesma natureza das anteriores. Trata-se
= Substituindo X + Y por 660,
6 + 5 aqui de uma divisão composta em partes proporcionais, já que os
EXERCICIOS 1 - DEFINIÇÃO
Não esquecer as denominações: Vejamos a seqüência 2, 6, 18, 54, 162
an termo de ordem n
Onde cada termo, a partir do 2.º, é obtido multiplicando-se o
Então, o valor de x será de R$ 120,00. No 1.° fato, R$ 24 000,00 é uma compensação em dinheiro que
Sabendo que em cálculos de porcentagem será necessário se recebe por emprestar uma quantia por determinado tempo.
utilizar sempre proporções diretas, fica claro, então, que qualquer
problema dessa natureza poderá ser resolvido com regra de três No 2.° fato, R$ 750,00 é uma compensação em dinheiro que se
simples. paga quando se compra uma mercadoria a prazo.
3. TAXA PORCENTUAL Assim:
O uso de regra de três simples no cálculo de porcentagens é Quando depositamos ou emprestamos certa quantia por
um recurso que torna fácil o entendimento do assunto, mas não é o determinado tempo, recebemos uma compensação em
único caminho possível e nem sequer o mais prático. dinheiro.
Quando pedimos emprestada certa quantia por determinado
Para simplificar os cálculos numéricos, é necessário, tempo, pagamos uma compensação em dinheiro.
Matemática 37 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Quando compramos uma mercadoria a prazo, pagamos
uma compensação em dinheiro. 4.° exemplo: Um capital de R$ 80 000,00, aplicado durante 6
meses, rendeu juros de R$ 4 800,00. Qual foi a taxa (em %) ao
Pelas considerações feitas na introdução, podemos dizer que : mês?
De acordo com os dados do problema:
Juro é uma compensação em dinheiro que se recebe ou que
x% em 1 mês (6x)% em 6 meses
se paga.
Devemos, então, resolver o seguinte problema:
4 800 representam quantos % de 80 000?
Nos problemas de juros simples, usaremos a seguinte Dai:
nomenclatura: dinheiro depositado ou emprestado denomina-se 4 800 = 6x . 80 000 480 000 x = 4 800
capital. 4 800 48
x= x= x = 0,01
480 000 4 800
O porcentual denomina-se taxa e representa o juro recebido ou
pago a cada R$100,00, em 1 ano. 1
0,01 = =1%
100
O período de depósito ou de empréstimo denomina-se tempo. Resposta: A taxa foi de 1% ao mês.
Nestas operações, o capital não é constante através do tempo; Exemplo: Temos uma dívida de R$ 1000,00 que deve ser paga
pois aumenta ao final de cada período pela adição dos juros com juros de 8% a.m. pelo regime de juros simples e devemos
ganhos de acordo com a taxa acordada. pagá-la em 2 meses. Os juros que pagarei serão:
J = 1000 x 0.08 x 2 = 160
Esta diferença pode ser observada através do seguinte
exemplo: Ao somarmos os juros ao valor principal temos o montante.
Montante = Principal + Juros
Exemplo 1: Suponha um capital inicial de R$ 1.000,00 aplicado Montante = Principal + (Principal x Taxa de juros x Número de
à taxa de 30.0 % a.a. por um período de 3 anos a juros simples e períodos )
compostos. Qual será o total de juros ao final dos 3 anos sob cada M=P.(1+i.n)
um dos rearmes de juros?
Exemplo: Desse modo, aquela tabela do inicio pode assumir uma destas
Calcule o montante de um capital de R$6.000,00, aplicado a três formas:
juros compostos, durante 1 ano, à taxa de 3,5% ao mês. 3 6 4 2 3 6 4 2 3 6 4 2
ou ou
4 3 5 6 4 3 5 6 4 3 5 6
Resolução:
P = R$6.000,00 Qualquer uma dessas formas está representando uma matriz
t = 1 ano = 12 meses retangular.
i = 3,5 % a.m. = 0,035 Ordem da matriz
M=? A ordem de uma matriz simboliza-se por m X n, onde m
Usando a fórmula M=P.(1+i)n, obtemos: representa o número de linhas e n o número de colunas.
M = 6000.(1+0,035)12 = 6000. (1,035)12 = 6000.1,511 =
9066,41.
3 4 6
Portanto o montante é R$9.066,41 Exemplo: A
Relação entre juros e progressões 2 5 7
No regime de juros simples: A é uma matriz de ordem 2 X 3 (2 linhas e 3 colunas).
M( n ) = P + P.i.n ==> P.A. começando por P e razão J = P.i.n
Representação genérica de matrizes
No regime de juros compostos: É costume representarmos matrizes através de letras, assim,
M( n ) = P . ( 1 + i ) n => P.G. começando por P e razão ( 1 + i)n por exemplo:
a b c m n
Portanto:
num regime de capitalização a juros simples o saldo cresce d e f o p
em progressão aritmética ordem: 2 X 3 ordem: 2 X 2
num regime de capitalização a juros compostos o saldo
cresce em progressão geométrica É usual também representarmos todos os elementos de uma
matriz por meio de uma só letra, seguida de um índice composto de
Fonte: http://www.vestibular1.com.br/revisao/r334.htm dois números: o primeiro indicando a linha, e o segundo, a coluna a
que pertence o elemento considerado.
Matriz identidade
Quando uma matriz possui todos os elementos não nulos Igualdade de matrizes
iguais à unidade, dizemos que ela é uma matriz identidade e Duas matrizes de mesma ordem são iguais, se, e somente se,
indicamos por In . os elementos que ocupam a mesma posição são iguais.
Não se esqueça: só existe igualdade de matrizes que possuam
Exemplos: a mesma ordem
1 0 0 Exemplos:
I 3 0 1 0 matriz identidade de 3ª ordem a) Estas matrizes, A e B:
2 8 2 y
0 0 1 A B
x 4 1 4
1 0 serão iguais se, e somente se: x = 1 e y = 8.
I3 matriz identidade de 2ª ordem
0 1 b)
Matriz nula x y 7 - 2 x 7 y - 2
Damos o nome de matriz nula a toda matriz que possui todos
m n 4 - 5 se e somente se
os elementos nulos. m 4 n - 5
Resolução:
Note que elas possuem esta particularidade: Para que a matriz dada seja matriz diagonal, os elementos que
O que é linha numa é coluna na outra, e vice-versa, não pertencem à diagonal principal devem ser nulos. Donde :
ordenadamente. x–6=0 x=6
y–2=0 y=2
Quando isto ocorre, dizemos que B é transposta de A ou que A z+4=0 z=–4
é transposta de B.
Resposta:
A transposta de uma matriz A simbolizamos por At. Substituindo-se, na matriz dada, x, y e z pelos seus respectivos
valores e efetuando os cálculos de acordo com as operações
Portanto : B = At e também Bt = A indicadas, obtemos a matriz pedida:
Em outras palavras, dada uma matriz A qualquer, para
obtermos a sua transposta At, basta trocarmos as linhas pelas
colunas, como segue.
7 1
? G. calcule x, y e z, de modo a tornar verdadeiras as igualdades
5 3 seguintes:
6) Quais são os elementos da diagonal secundária da matriz x 4y 9
0 1 6 1)
x 2y - 3
2 0 3 ? x 2 1 2
7 8 0 2)
4 y 4 2
B. Construa as matrizes seguintes: x 2 y 1 - 1
3) 2
1) A = [ajj] 2x2, sendo aij = 2i – j x y - 1 1
2) A = [aij] 3 x 3. sendo aij = i2 + 3j
x 2 3 5 3
2, se i j 4)
3) A = [aij] 2 x 3 sendo aij = 5 y 2 5 2y 4
3i, se i j
2x 3y z 3 11 8
5)
C. Dadas as matrizes seguintes: x 4y 2z 3 - 11 7
1 7 x - 1 0 3x 4y 5 x 2 1 2
A , B , C , 6)
2 5 0 3 0 x - 3 4 y 4 2
1 - 7 x y 1 5 1
D
7)
2 5 y 2 2 2
x 2 y 25 4
Assinale com V ou F, conforme sejam verdadeiras ou falsas as 8) 2
afirmações: x y - 5 16
1) A é matriz quadrada. x y x y 5 1
9) z
4 3 y 2
2) C é matriz retangular.
3) A = D.
4) D A. 3x 12 12 x y
5) B é matriz diagonal. 10)
6) C não é matriz diagonal. 5 2z 5 8
7) C não pode ser matriz nula.
Respostas:
D. Forme as matrizes transpostas das matrizes seguintes: A.
1) Matriz é uma tabela retangular de números ou letras,
3 2 1 9 4 a b
1) 2) 3) distribuídos em linhas e colunas
0 3 7 3 2 b a 2) Em [aij]3x6, 3 indica o número de linhas e 6 indica o número
de colunas.
E. Determine x, y e z, para que a matriz seguinte seja matriz 3) Matriz quadrada é a que possui o mesmo número de
diagonal : linhas e de colunas.
2x 1 x z3 4) A matriz 1 X 5 caracteriza uma matriz linha.
5) A matriz 5 X 1 caracteriza uma matriz coluna.
A 0 x-y y-2
7 1
0 0 x y z 6) A diagonal principal da matriz é o conjunto {7, 3}.
5 3
F. Determine r, s, t e u, de modo que as matrizes seguintes 0 1 6
sejam matrizes diagonais:
7) A diagonal secundária da matriz 2 0 3 é o conjunto
7 8 0
{7, 0, 6 }.
4 7 10 – A é a matriz oposta de A.
1 0 -2 3 3
B. 1) 2) 7 10 13 3) Convém saber também que:
3 2 6 -2 6 0 0
12 15 18 A (-A) 0
C. 1) (V), 2) (F), 3) (F), 4)(V), 5)(V), 6)(V), 7)(V) 0 0
Isto é :
3 0
9 3 a b A soma de uma matriz com a sua oposta é uma matriz nula
D. 1) 2 3 2) 3)
4 2 b a
1 7
Subtração de Matrizes
E. x = 0, y = 2, z = –3 Dadas duas matrizes A = (aij) e B = (bjj), ambas de ordem m X
r 3 n, define-se diferença entre a matriz A e a matriz B como sendo a
r 0
s -2 soma da matriz A com a oposta de B. Isto é:
F. matriz A s -3 matrizB
t 2 t 4
A – B = A + (–B)
u -12
x 1 x 1 x -1 x 3 Exemplo
1) 2) 3) 4)
y 2 y 2 y -1 y -6
5
6 7
5 5
6
7
521
x 1 2
3
18
2
3
1
8
15
x 1 x 3 x -5
1
42
4
1
4
2
4
10
G. 5) y 3 6) 7) 8)
z 5 y 2 y 2 y 4 A B A
B
AB
x 3 x 4 Produto de um número real por uma matriz
Dada uma matriz A = (aij) de ordem m X n e um número real ,
9) y 2 10) y 8
z 3 z 4 define-se produto de por A, e indica-se . (A), como sendo a
matriz B = (bij) também de ordem m X n, tal que : bij = aij
( 1 i m, 1 j n )
OPERAÇÕES COM MATRIZES
Adição de matrizes
Exemplo:
Dadas duas matrizes A = (ajj) e B = (bjj), ambas de ordem m X
n, define-se soma da matriz A com a matriz B como sendo a matriz
S = (sij) também de ordem m X n, tal que :
3
2 3
33
2 96
3
sij = aij + bij (1 i m, 1 j n)
14
31
3
4
31
2
A B
Exemplos:
Problemas resolvidos envolvendo operações com matrizes
a abb
ab ab
a
)1112
1
1 1
2
1
1111212
a
2 a
12
2b
2b
12
2
a
2b
12 a
12b
22
2 a) Sendo
A B S 0 3 - 1 1 6 - 2
A , B eC ,
4 - 2 8 0 - 5 7
136771
0
)
b
4 5 3 4 7
9 calcular: X = A + B – C.
A B S
Resolução:
Então: 0 - 1 - 6 3 1 2 7 6
Para adicionar duas matrizes de mesma ordem, basta
adicionar seus elementos correspondentes 4 8 5 - 2 0 - 7 17 9
1) 7X4 por 4 X 1
15 11 5 1 2) 1X3 por 2 X 4
E. 1) X = 2 2 Y = 2 2 3) 5X2 por 2 X 3
2
13 0
2 2
3 4) 3X1 por 3 X 3
5) 2X3 por 3 X 1
6) 2X3 por 3 X 4
2) X = B e Y = A
7) 3X4 por 3 X 4
8) 3X3 por 3 X 3
Produto de matrizes
Dadas as matrizes A = (aij ) m X p e B = (bjk) P X n, define-se
B. Efetue
produto de A por B, que se indica por A . B ou AB, como sendo a
matriz: C = (cik) m X n C = AB 1 0 2 1
1)
4 2 0 3
onde cada elemento cik de C é obtido multiplicando cada elemento 3 1
da linha de índice i da matriz A pelo correspondente elemento da 3 1 0
coluna de índice k da matriz B e adicionando os produtos obtidos. 2) 2 1
2 5 4 4 1
Decorre da definição a seguinte observação :
1 0
O produto AB só pode ser obtido quando a matriz A tiver o 2 0
número de colunas igual ao número de linhas da matriz B, ou seja, 3) 3 5 1 4
quando A for do tipo m X p e B for do tipo p X n. 2 1
1 0
Desse modo, conforme definição, obtém-se A . B = C do tipo 1 2 3
m X n. 4) 3 2
4 0 1
Baseando-se no que foi exposto, por exemplo, existem os 5 4
A B A
B C
Respostas
a
) 2X3p
or 3X4 2X4
A. 1) 7 x 1 2) não existe 3) 5 x 3 4) não existe
b
)3X 2p
or 2X3 3X3 5) 2 x 1 6) 2 x 4 7) não existe 8) 3 x 3
c
) 2X2p
or 2X2 2X2 2 0
d ) 3X 1 p o r 1 X2 3X2 2 1 11 2
B. 1) 2) 3) 11 20
produtos de matrizes:
8 2 32 1 5 4
Veja agora como se calcula o produto de matrizes:
A 1 2 3
0
3
06
3708
3
B
9
4) 5 6 11
6
8
a
)1
4
1
6
4
71
8
4
9
21 10 11
2
5
7
9
26
5728
5
9
Matriz Inversível
3 X2 2X2 Uma matriz quadrada A de ordem n é inversível se existir uma
21 27 matriz B de ordem n tal que :
34 44 A . B = B . A = In In = matriz identidade
47 61
3 X 2 A matriz B denomina-se inversa da matriz A e indicamos por A-1
A B C . Isto é :
a
b m npa
mb
qa
nb
ra
pb
s
)
a
c d q rsc
md
qc
nd
rc
pd
s B = A-1
2X22 X3 2X3
Atividades
2
13
1 3
1
2
1 10 4 5 6
4
E 3 0 1 H
5
3
52 525
3 01
2
A
1
1 A I
2 7 2
A A 2
Conseqüentemente, em lugar de A . B = B . A = In Podemos 1
também escrever:
F 5 2 I 2
-1 -1
A . A = A . A = IN 3
4 2 3 5
Exemplo: G 2 3 4 J 1 6 5 7
Determinar a matriz inversa da matriz 2 8 1 0
2 1
A= (ordem 2) Determine:
5 3 1) A . B 7) J . I4
2) D . E 8) G . E
Resolução: 3) B . C 9) I3 . D
Conforme a condição de existência de matriz inversa, a matriz 4) F . H 10) verifique se A . B = B . A
procurada A-1 deve ser também de ordem 2, bem como a matriz 5) G . 1 6) l3 . J
identidade, pois a matriz dada é de ordem 2.
B. Assinale V ou F, conforme seja verdadeira ou falsa a
Seja: ordem dos produtos matriciais seguintes:
x y 1) 3 X 5 por 2 X 4 é 6 X 20
A 1 (matriz inversa de A) 2) 3 X 2 por 4 X 2 é 3 X 4
z w 3) 5 X 2 por 2 X 5 é 5 X 5
4) 4 X 1 por 1 X 4 é impossível
Como A-1 . A = I2, temos: 5) 7 X 4 por 4 X 5 é 7 X 5
xy2 1
10
C. Determine a inversa das matrizes seguintes:
zw 53
01
3 1 3 - 1 1 0 2 6
A1 A I
n 1) 2) 3) 4)
5 2 2 - 1 0 1 1 3
Efetuando o produto indicado no primeiro membro vem:
2 x 5 y x 3 y 1 0 D. Resolva as equações matriciais seguintes:
3 2 14
2z 5w z 3w 0 1 1) X
4
5 6
Aplicando igualdade de matrizes, isto é, "duas matrizes são
iguais se, e somente se, os elementos que ocupam posições iguais 2 1 2 1
2) X
são iguais", obtemos os sistemas:
1 3 4 2
x 3
2x - 5y 1 - x 3y 0 ab
y 1 b2
E. Sabendo-se que A = 2 , calcule A2.
z 5
2z - 5w 0 - z 3w 1
a ab
w 2
QUESTÕES DE VESTIBULARES
Substituindo-se, em A-1, x por 3, y por 1, z por 5 e w por 2,
encontramos a matriz procurada A-1 . 2 4 2
3 1 1. (FAAP) Sendo A = e C = , calcular X, tal
Isto é: A 1 1 3 1
5 2 que AX = C.
2 1 3
Anote para não esquecer: a) X b) X c) X
a) Uma matriz só é inversível se for quadrada. 0 0 0
b) Nem toda matriz quadrada é inversível. 0 1
d) X e) X
0 1
ATIVIDADES
Matrizes em geral
1 x 1 x
A. Dadas as matrizes seguintes: 2. (UFSC) 0 produto é a matriz:
2 3 2 3 0 0 0 0
A C
4 5 1 4 0 1 1 0 1 x
a) c) 2 e)
0 2 2 1 0 x 0 0 0
6 0
B D 4 0 6 1 0 1 x 2
8 1 b) d)
0 8 6 0 1 0 0
Resolução:
1 2 3 4
1 3 4
5 7 8 1
D 5 8 1 154
0 6 9 2
4 1 5
a) repetem-se, à direita da matriz A, as duas primeiras 4 5 1 5
colunas;
b) adicionam-se o produto dos elementos da diagonal
D32=-154
principal e das diagonais paralelas que tenham três
elementos (+ ,+ ,+);
c) subtraem-se o produto dos elementos da diagonal A título de exercício, confirme esse resultado, por meio da
secundária e das diagonais paralelas que tenham três Regra de Sarrus.
elementos (- , - , -);
d) reduzem-se os termos semelhantes. Atividades:
Regra de Sarrus
Aplicações da regra de Sarrus
1 2 3
3 4 2
A. Com relação à matriz 0 4 1 Determine o menor
a) M = 1 5 1 det(M) = ?
2 3 4
2 3 4
complementar de cada um dos elementos seguintes:
1) a23 2) a31
Quando os elementos de uma fila de um determinante tem um 3) a11 4) a22
fator comum, este fator comum deve ser posto em evidência. B. Dadas as matrizes:
3 1 1
1 2 3 2
A , B e C 1 2 2
Resolução: 3 4 4 5 5 5 0
Calcule:
1) det(A) 3) det(B) 5) det(C)
2) det(At) 4) det(Bt) 6) det(Ct)
P4 : A soma ou subtração de filas paralelas der como resultado Multipliquemos por 4 a 1.ª linha:
uma outra fila também paralela. 5 4 2 4 20 8
2 4 5
7 3 7 3
1 3 0 0
3 7 5 e calculemos este novo determinante:
1.ª linha + 2.ª linha = 3.ª linha ou 20 8
3.ª linha – 2.ª linha = 1.ª linha 20 3 8 7 4
7 3
ATIVIDADES
Consequentemente, podemos escrever:
Propriedades de nulidade
A. Aplicando as propriedades de nulidade, assinale com um X
as matrizes que apresentem determinante igual a zero:
Matemática 51 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
5 2 20 8 5 2 20 8
4 , pois 1 e 4 A cada troca de filas paralelas, o determinante fica multiplicado
7 3 7 3 7 3 7 3
por –1, relativamente ao anterior.
Atividades Resolução:
Propriedades que alteram o determinante a) Cofator do elemento a22 (o número 5):
A. Ponha o(s) fator(es) em evidência, isto é, fatore pelo caso
do fator comum os determinantes seguintes:
Sistema linear Todo sistema linear homogêneo é compatível, pois a ênupla (0,
É um conjunto de m (m 1) equações lineares a n incógnitas. 0, 0, ..., 0) é solução do sistema.
Determinemos Dx e Dy:
9 -8 m -8
Dx 4 Dx 0 Dx 0 - 12m 192 0 - 12m - 192
13 - 12 24 - 12
2 9
Dy 1 Dy 0
3 13
4 m
Dy 0 96 - 2mn 0
D = 0 , Dx 0 e Dy 0 2n 24
o sistema é impossível, isto é, não admite nenhuma solução. Como n = 3 e m = 16, então:
96 – 2 . 16 . 3 = 0 96 – 96 = 0
0=0
Aplicações da discussão
a) Determinar o valor de m de modo que o sistema seguinte Conclusão:
seja possível, determinado (solução única): O sistema será possível e indeterminado para n = 3 e m = 16.
mx 6y 5
Atividades
2x 3y 7 Discussão de sistemas lineares n x n
Condição resolutiva: A. Discutir os sistemas seguintes:
D0 S.P.d.
4x 2z 16 - 3y
Donde: 2x y 8
1) 5) 3x 4y 33 - 5z
D
m 6
12
0 3m - 12 0 3m m 4 3x - 4y 10 x yz7
2 3
x y 7 x 3y - 6z - 2 0
2 4 4
Conclusão: 2) 6) - 2x - y 2z - 1 0
O sistema será possível e determinado, para m 4. x y 11 3x 2y - 4z 1 0
b) Determinar n de modo que o sistema seguinte seja 5 2 10
impossível (não admita nenhuma solução):
nx 3y 2 3x - y z 4 x y z0
8x 6y 1 3) x 2y - z 2 7) 3x 2y 2z 3
x - 5y 3z 0 2x 3y 3z - 1
Condição resolutiva:
3x 2y 4z 1 x y - z 1
D 0 e Dxi 0 S.I.
4) x y 2z 2 8) 2x 2y - z 0
4x 3y - 2z 3 x y 4
Logo:
n 3 24
D 0 6n - 24 0 6n 24 n B. Determine m e n de modo que sejam indeterminados os
8 6 6 sistemas seguintes:
n4 3
Faça a verificação: Dxi 0 mx my 6 x - my
1) 2) 2
2x 6y 4 nx - 6y 3
Conclusão:
O sistema será impossível para n = 4. 4x (m 3)y 6
3)
2x 5y n 2
c) Determinar m e n de modo que o sistema seguinte seja
possível e indeterminado (infinitas soluções) : C. Determine m de modo que sejam impossíveis os sistemas
4x - 8y m seguintes:
2nx - 12y 24 x 1 y 2
- 2x - my 4 0
2 3
1) 15 2)
Condição resolutiva :
5x - 2 y 6 mx y 1 5
3
D 0 e Dxi, Dxi 0 S.P.i 2 6
D. Determine m de modo que sejam determinados os sistemas
Portanto: seguintes:
- 6mx 10y x 2 mx 4 y
4 -8 2
D 0 - 48 16n 0 16n 48 1) 2) 3 2
2n - 12 12x 4y 1
3
4
1
x y 3
n=3 2
E. Assinale a alternativa correta:
m = 16
Obs.: Exemplo:
1) As letras x, y, z (final do alfabeto) são usadas como variáveis 3x2 + (2x – 1) – (–3a) + (x2 – 2x + 2) – (4a)
(valor variável) 3x2 + 2x – 1 + 3a + x2 – 2x + 2 – 4a =
2) quando o termo algébrico não vier expresso o coeficiente ou 3x2 + 1.x2 + 2x – 2x + 3a – 4a – 1 + 2 =
parte numérica fica subentendido que este coeficiente é igual (3+1)x2 + (2–2)x + (3–4)a – 1+2 =
a 1. 4x2 + 0x – 1.a + 1 =
4x2 – a + 1
Exemplo: 1) a3bx4 = 1.a3bx4 2) –abc = –1.a.b.c
Termos semelhantes: Dois ou mais termos são semelhantes se Obs.: As regras de eliminação de parênteses são as mesmas
possuem as mesmas letras elevadas aos mesmos expoentes e usadas para expressões numéricas no conjunto Z.
sujeitas às mesmas operações.
Exercícios. Efetuar as operações:
Exemplos: 1) 4x + (5a) + (a –3x) + ( x –3a)
1) a3bx, –4a3bx e 2a3bx são termos semelhantes. 2) 4x2 – 7x + 6x2 + 2 + 4x – x2 + 1
2) –x3 y, +3x3 y e 8x3 y são termos semelhantes.
Grau de um monômio ou termo algébrico: E a soma dos Respostas: 1) 2x +3a 2) 9x2 – 3x + 3
expoentes da parte literal. Multiplicação de Expressões Algébricas
Ao transportar um termo de um membro de uma igualdade para Agora, substituindo x = 3 na equação II: x + y = 8, fica 3 + y = 8,
outro, sua operação deverá ser invertida. portanto y = 5
Exemplo 3:
Exemplo: 2x + 3 = 8 + x 5x 2y 18 -
fica assim: 2x – x = 8 – 3 = 5 x = 5
3x - y 2 -
Note que o x foi para o 1.º membro e o 3 foi para o 2.º membro neste exemplo, devemos multiplicar a equação II por 2 (para
com as operações invertidas. “desaparecer” a variável y).
5x 2y 18 5x 2 y 18
Dizemos que 5 é a solução ou a raiz da equação, dizemos ainda
que é o conjunto verdade (V). 3x - y 2 .(2) 6 x 2 y 4
Ex:
1 7
+ 3 = , x 0, m.m.c. = 2x 4) 3
5 3 4 3 5 . 4 3 20
x 2
5) 3 5 6 3 . 5 . 6 90
1 7
2x . +3 = . 2x Exercícios
x 2 Efetuar as multiplicações
Simplificação de Radicais 2
Podemos simplificar radicais, extraindo parte de raízes exatas Outros exemplos: devemos fazer:
3
2
n n
usando a propriedade a simplificar índice com expoente do
2 3
22 2 3 22 23 4 23 4 3
radicando. 4
3
21 3
22
3
21 22
3
23 2
Exemplos:
1)Simplificar 12 Exercícios.
decompor 12 em fatores primos: Racionalizar:
3
12 2 1 3 2
1) 2) 3)
2 2 2 3 3 3
6 2 12 2 3 2 3 2 3 4 2 2 3
3 3 3
16 3
3 2 3
18
1 Respostas: 1) 2) 3)
4 2 3
2) Simplificar 32 , decompondo 32 fica:
32 2 EQUAÇÕES DO 2.º GRAU
16 2
8 2 Definição: Denomina-se equação de 2.º grau com variável
4 2 toda equação de forma:
2 2 ax2 + bx + c = 0
32 22 22 2 2 22 2 22 2 2 2 2 4 2 onde : x é variável e a,b, c R, com a 0.
Exemplos:
3) Simplificar 3 128 , decompondo fica: 3x2 - 6x + 8 = 0
128 2 2x2 + 8x + 1 = 0
64 2 x2 + 0x – 16 = 0 y2 - y + 9 = 0
32 2 - 3y2 - 9y+0 = 05x2 + 7x - 9 = 0
16 2
8 2 COEFICIENTE DA EQUAÇÃO DO 2.º GRAU
4 2 Os números a, b, c são chamados de coeficientes da equação do
2 2 2.º grau, sendo que:
1 a representa sempre o coeficiente do termo x2.
fica b representa sempre o coeficiente do termo x.
3 3 3 3
128 23 23 2 23 23 3 2 2 2 3 2 43 2 c é chamado de termo independente ou termo constante.
Exercícios Exemplos:
Simplificar os radicais: a)3x2 + 4x + 1= 0 b) y2 + 0y + 3 = 0
a =3,b = 4,c = 1 a = 1,b = 0, c = 3
1) 20 2) 50 3) 3 40 c) – 2x2 –3x +1 = 0 d) 7y2 + 3y + 0 = 0
Exemplos: 7
a) 2x2 + 7x + 3 = 0 a = 2, b =7, c = 3 ou 2x – 7 = 0 x =
2
Exemplo:
Qual é o número cuja soma de seu quadrado com seu dobro é
igual a 15?
REPRESENTAÇÃO número procurado : x
Representando a soma x’ + x” = S equação: x2 + 2x = 15
Representando o produto x’ . x” = P
E TEMOS A EQUAÇÃO: x2 – Sx + P = 0 Resolução:
x2 + 2x –15 = 0
Exemplos: =b2 – 4ac = (2)2 – 4 .1.(–15) = 4 + 60
a) raízes 3 e – 4 = 64
S = x’+ x” = 3 + (-4) =3 – 4 = –1
P = x’ .x” = 3 . (–4) = –12 2 64 2 8
x x
x – Sx + P = 0 2 1 2
x2 + x – 12 = 0 2 8 6
x' 3
2 2
b) 0,2 e 0,3 2 8 10
S = x’+ x” =0,2 + 0,3 = 0,5 x" 5
2 2
P = x . x =0,2 . 0,3 = 0,06
x2 – Sx + P = 0
Os números são 3 e – 5.
x2 – 0,5x + 0,06 = 0
2 Como :
b) x 3x - 4 0 x 2 3x - 4 02
2 P(0) = 6, vem : 6 = a(0 -1)(0 + 1)(0 - 2)
6=a.2 a=3
2) Fatore o polinômio P(x) = x3 - x2 - 14x + 24, sabendo que Multiplicidade de uma raiz
suas raízes são 2, 3 e -4. Dada a equação a0xn+a1 xn -1+ . . . + an = 0(a0 0), diz-se que
é raiz de multiplicidade m(m lN* e m n) se, e somente
3) Determine o polinômio do 2º grau P(x) cujas raízes são 2 e se, das n raízes, apenas m forem iguais a .
3, sabendo que P(1) = 5.
Aplicações
4) Determine o polinômio P(x) do 3º grau cujas raízes são 0, 1) Classificar as raízes das equações, quanto à sua
multiplicidade:
1 3
1e 2, sabendo que P . a) (x + 2)(x – 1)3(x – 3)2 ( x + 4)5 = 0
2 2
b) x(x2 + x)4 . (x3 + 2x2 + x) = 0
5) Obtenha o polinômio do 2º grau P(x), sabendo que P(1) = c) (x2 - 5x + 5)6 . (x - 2)3 . (x2 + 3x) = 0
0, P(2) = 0 eP(3) =1.
Solução:
6) Obtenha o polinômio do 3º grau P(x), sabendo que P(-1) = a) -2 é raiz de multiplicidade 1 (ou raiz simples)
0, P(1) = 0, P(3) = 0 e P(4) = 2. 1 é raiz de multiplicidade 3 (ou raiz tripla)
3 é raiz de multiplicidade 2 (ou raiz dupla)
7) Escreva o polinômio do 4º grau cujas raízes são 1, 2, i, -i. -4 é raiz de multiplicidade 5
b) x1 . x2 d)
1
1
x1 x 2 x1 x 2 x 3 0
Solução:
n
b x 1x 2 x 1 x 3 x 2 x 3
a) x1 x 2 5 m
a
16
c
b) x1 x 2 6 x1 x 2 x 3
a m
c) x12 x22 x1 x2 2 2x1x2 Como x1 = x2 = 2, vem:
52 2 6 25 - 12 13
1 1 x x1 5 2 2 x3 0 x 3 4
d) 2
x1 x 2 x1 x 2 6 n n
2 2 2x3 2x3 4 4 x 3
e) x13 x32 x1 x2 x12 x1x2 x22 =
16
m
4
m
2 2 x3 m x 3 m
5 ( 13 – 6) = 35
4 4 4
n
2) Sendo x1, x2 e x3 as raízes da equação 2x3 - 4x2 + 6x + n
m - 12 n -12
8 = 0, calcular: m
4 4 m 1 m 1
1 1 1
a) x1 + x2 + x3 d) m
x1 x 2 x3
b) x1x2 + x1x3 + x2x3 e) x12 x22 x32 5) Determinar k, de modo que o produto de duas raízes da
equação x3 + kx2 + 2 = 0 seja 1.
c) x1 . x2 . x3
Solução:
Solução: Sejam x1, x2 e x3 as raízes da equação x3 + kx2 + 0x + 2
b 4 =0:
a) x1 + x2 + x3 = 2
a 2 x1 x 2 x 3 k 1
b) x1x2 + x1x3 + x2x3 =
c
6
3 x1x 2 x1x 3 x 2 x 3 0 2
a 2 x x x 2 3
d 8 1 2 3
c) x1 . x2 . x3 = 4
a 2
O produto de duas raízes é 1.
1 1 1 x x x1x3 x1x 2
d) 2 3 Portanto, x1 x2 = 1
x1 x 2 x3 x1x 2 x3
Substituindo x1 x2 = 1 em (3), vem : x3 = -2
3 3 Substituindo x1 x2 = 1 e x3 = -2 em (2), vem :
4 4
e) x12 x22 x32 = 1
1 - 2x1 - 2x2 = 0 2x1 + 2x2 = 1 x1 +x2 =
x1 x2 x3 2x1x2 x1x3 x2x3
2 2
1
= 22 – 2 . 3 = - 2 Substituindo x1 +x2 = e x3 = -2 em (1) vem:
2
1 1 3
3) Dada a equação x4 + x2 - 7 = 0, calcular: + ( -2) = -k k = 2 - k=
a) a soma das raízes 2 2 2
b) o produto das raízes
6) Resolver a equação x3 - 4x2 + x + 6 = 0, sabendo que uma
Solução: das raízes é a soma das outras duas.
b
a) x1 + x2 + x3 + x4 = - =0 Solução:
a
e x1 x 2 x 3 4 1
b) x1 x2 x3 x4 = =-7
a x1x 2 x1x 3 x 2 x 3 1 2
x x x 6 3
1 2 3
4) Determinar m e n, sabendo-se que 2 é raiz dupla da
equação mx3 + nx + 16 = 0. Uma das raízes é a soma das outras duas:
x1 = x2 + x3
Solução: Substituindo x1 = x2 + x3 em (1), vem :
Pelas relações de Girard : x1 + x1 = 4 2x1 = 4 x1 = 2
5) Sendo x1, x2 , x3 e x4 as raízes da equação x4 + 3x2 + 7x + 19) As raízes da equação x3 - 5x2 + 8x - 4 = 0 são as idades de
8 = 0, calcule: três crianças. Sabendo que duas crianças são gêmeas,
a) x1 + x2 + x3 + x4 podemos afirmar que as idades são:
b) x1 x2 + x1 x3 + x1 x4 + x2 x3 + x2 x4 + x3x4 a) 1, 1, 2 c) 1, 3, 3 e) 1, 1, 4
c) x1 x2 x3 x4 b) 1, 2, 2 d) 1, 1, 3
d)
1 é raiz de multiplicidade 2
1 é raiz de multiplicidade 2
-1 é raiz de multiplicidade 2
i é raiz de multiplicidade 3 Esta relação é uma função de A em B, pois associa a todo
-i é raiz de multiplicidade 3 elemento de A um único elemento de B.
2) 1 é raiz de multiplicidade 1 b)
3) 2 é raiz de multiplicidade 3
4) a) 1 é raiz de multiplicidade 1
b) 1 é raiz de multiplicidade 3
x y ponto
f ( –1 ) = 2 . ( –1 ) –1 = –3 –1 –3 ( –1, –3)
f ( 0 ) = 2 . 0 – 1 = –1 0 –1 ( 0, –1)
Como essa função é injetora e sobrejetora, dizemos que é bijetora.
f(1)=2. 1 –1=1 1 1 ( 1, 1)
f(2)=2. 2 –1=3 2 3 ( 2, 3)
FUNÇÃO INVERSA
f(3)=2. 3 –1=5 3 5 ( 3, 5)
Seja f uma função bijetora definida de A em B, com
x Є A e y Є B, sendo (x, y) Є f. Chamaremos de função inversa de
f, e indicaremos por f -1, o conjunto dos pares ordenados (y, x) Є f -1 com
y Є B e x Є A.
Solução:
a) Troquemos x por y e y por x ; teremos: x = 2y
FUNÇÂO CRESCENTE
Consideremos a função y = 2x definida de IR em IR. Atribuindo-se
valores para x, obtemos valores correspondentes para y e os
representamos no plano cartesiano:
ZERO DA FUNÇÃO:
3x 1 1
f(x)= 0 =0 x
5 5 3
SINAIS:
1
x Є [ –2, – [ f ( x ) < 0
3
1
xЄ ]– ,3] f(x)>0
3
FUNÇÃO AFIM
É toda função f de IR em IR definida por f ( x ) = – x2 + 6x – 8 (a = –1 < 0) concavidade p/ baixo
f (x) = ax + b (a, b reais e a 0)
Exemplos:
a) f(x) = 2x –1 b) f(x) = 2 – x
c) f(x) = 5x
Observações
1) quando b = 0 a função recebe o nome de função linear.
2) o domínio de uma função afim é IR: D(f) = IR
3) seu conjunto imagem é IR: lm(f) = IR
4) seu gráfico é uma reta do plano cartesiano.
FUNÇÃO MODULAR
FUNÇÃO COMPOSTA Consideremos uma função f de IR em IR tal que, para todo x Є lR,
Dadas as funções f e g de IR em IR definidas por tenhamos f ( x ) = | x | onde o símbolo | x | que se lê módulo de x,
f ( x ) = 3x e g ( x ) = x2 temos que: significa:
f(1)=3.1=3 x, se x 0
f(2)=3.2=6 x
f ( a ) = 3 . a = 3 a (a Є lR) - x, se x0
f ( g ) = 3 . g = 3 g (g Є lR) esta função será chamada de função modular.
f [ g( x )] 3.g( x )
Gráfico da função modular:
f g ( x ) 3x 2
g ( x ) x2
função composta de f e g
Esquematicamente:
FUNÇÃO QUADRÁTICA Uma função f de A em B diz-se uma função ímpar se, para todo
É toda função f de IR em IR definida por x Є R, tivermos f( –x ) = – f (x).
f(x) = ax2 + bx + c
(a, b ,c reais e a 0 ) Decorre das definições dadas que o gráfico de uma função par
é simétrico em relação ao eixo y e o gráfico de uma função ímpar é
EXERCICIOS
01) Das funções de A em B seguintes, esquematizadas com
diagramas de Euler-Venn, dizer se elas são ou não
sobrejetoras, injetoras, bijetoras.
a) b)
Respostas:
c) d) 1) D ( f ) = ] –3, 3 ] e lm ( f ) = ] –1, 2 ]
2) D ( f ) = [ –4, 3 [ e lm ( f ) = [ –2, 3 [
3) D ( f ) = ] –3, 3 [ e lm ( f ) = ] 1, 3 [
4) D ( f ) = [ –5, 5 [ e lm ( f ) = [ –3, 4 [
5) D ( f ) = [ –4, 5 ] e lm ( f ) = [ –2, 3 ]
6) D ( f ) = [ 0, 6 [ e lm ( f ) = [ 0, 4[
RESPOSTAS
1) crescente: [ –3, 2] decrescente: [ 2, 5 ] crescente: [ 5, 8 ]
2) crescente: [ 0, 3] decrescente: [ 3, 5 ] crescente: [5, 8 ]
3) decrescente
4) crescente
5) decrescente: ] – , 1] crescente: [ 1, + [
6) crescente: ] – , 1] decrescente: [ 1, + [
7) crescente
8) decrescente
04) Determine a função inversa das seguintes funções:
GRÁFICO
Para construirmos o gráfico de uma função afim, num sistema de
coordenadas cartesianas, vamos proceder do mesmo modo como
fizemos na função linear.
Observações:
Na função constante, f ( x ) = c ; o conjunto imagem é unitário.
Você deve ter percebido que qualquer que seja o valor atribuído a
x, y será sempre igual a 3.
Representação gráfica:
a) para x = 2 obtém-se y = 0
b) para x > 2 obtém-se para y valores positivos, isto é, y > 0.
c) para x < 2 obtém-se para y valores negativos, isto é, y < 0.
Resumindo:
x lR | x 2 y0
x lR | x 2 y0
Toda função linear, onde a = 0, recebe o nome de função x lR | x 2 y0
constante.
Esquematizando:
FUNÇÃO IDENTIDADE
Consideremos a função f de IR em IR tal que, para todo x Є R,
tenhamos f(x) = x; esta função será chamada função identidade.
y tem o mesmo sinal de a quando x assume valores maiores que a a) Determinação da raiz:
raiz. y = 2x – 6 = 0 2x = 6 x = 3
y tem sinal contrário ao de a quando x assume valores menores Portanto, y = 0 para x = 3.
que a raiz.
b) Determinação do sinal de y:
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS Se x > 3 , então y > 0 (mesmo sinal de a)
01) Determine o domínio das funções definidas por: Se x < 3 , então y < 0 (sinal contrário de a)
a) f ( x ) = x2 + 1
x3 1
b) f(x)=
x4
x 1
c) f(x)=
x2
Respostas: Respostas:
1) È função ; D(f) = {a.b,c,d} e Im(f) = {e,f } a) decrescente b) crescente
2) Não é função c) crescente d) decrescente
3) È função ; D(f) = {1, 2, 3} e Im(f) = { 4, 5, 6 }
4) È função ; D(f) = {1, 2, 3 } e Im(f) = { 3, 4, 5} 09) Fazer o estudo da variação do sinal das funções:
5) Não é função 1) y = 3x + 6 6) y = 5x – 25
6) È função ; D(f) = {5, 6, 7, 8, 9} e Im(f) = {3} 2) y = 2x + 8 7) y = –9x –12
7) É função ; D(f) = { 2 } e Im(f) = { 3 } 3) y = –4x + 8 8) y = –3x –15
4) y = –2x + 6 9) y = 2x + 10
06) Construa o gráfico das funções: 5) y = 4x – 8
1
a) f(x) = 3x b) g ( x ) = – x
2 Respostas:
2 5 1) x > –2 y > 0; x = –2 y = 0; x < –2 y < 0
c) h ( x ) = 5x + 2 d) i ( x ) = x 2) x > –4 y > 0; x = –4 y = 0; x < –4 y < 0
3 2
3) x > 2 y < 0; x = 2 y = 0; x < 2 y > 0
e) y = – x
4) x > 3 y < 0; x = 3 y = 0; x < 3 y > 0
5) x > 2 y > 0; x = 2 y = 0; x < 2 y < 0
6) x > 5 y > 0; x = 5 y = 0; x < 5 y < 0
4 4 4
7) x > – y < 0; x = – y = 0; x < – y > 0
3 3 3
8) x > –5 y < 0; x = –5 y = 0; x < –5 y > 0
9) x > –5 y > 0; x = –5 y = 0; x < –5 y < 0
FUNÇÃO QUADRÁTICA
EQUACÃO DO SEGUNDO GRAU
Toda equação que pode ser reduzida à equação do tipo: ax2 + bx +
c = 0 onde a, b e c são números reais e
Solução: a 0, é uma equação do 2º grau em x.
07) Uma função f, definida por f ( x ) = 2x – 1, tem domínio D( f ) = Exemplos:
{ x Є lR | –1 x 2} Determine o conjunto-imagem São equações do 2º grau:
x2 – 7x + 10 = 0 ( a = 1, b = –7, c = 10)
Solução:
Matemática 85 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
3x2 +5 x + 2 = 0 ( a = 3, b = 5, c = 2)
x2 – 3x + 1 = 0 ( a = 1, b = –3, c = 1) De maneira geral, o gráfico de uma função quadrática é uma
x2 – 2x = 0 ( a = 1, b = –2, c = 0) parábola.
– x2 + 3 = 0 ( a = –1, b = 0, c = 3)
x2 = 0 ( a = 1, b = 0, c = 0) Gráfico:
Resolução:
Calculamos as raízes ou soluções de uma equação do 2º grau
b
usando a fórmula: x
2a
onde = b2 – 4a c
FUNÇÃO QUADRÁTICA
Toda lei de formação que pode ser reduzida a forma:
f ( x ) = ax2 + bx + c ou y = ax2 + bx + c
A tabela nos mostra alguns pontos do gráfico, que é uma curva I) gráfico de f(x) = x2 – 4x + 3
aberta denominada parábola. Basta marcar estes pontos e traçar a
curva.
y = x2 - 4x + 3 ponto
x
-1 y = ( -1 )2 - 4 ( -1 ) + 3 = 8 (-1, 8)
0 y = 02 - 4 . 0 + 3 = 3 ( 0, 3)
1 y = 12 - 4 . 1 + 3 = 0 ( 1, 0)
2 y = 22 - 4 . 2 + 3 = -1 ( 2,-1)
3 y = 32 - 4 . 3 + 3 = 0 ( 3, 0)
4 y = 42 - 4 . 4 + 3 = 3 ( 4, 3)
5 y = 52 - 4 . 5 + 3 = 8 ( 5, 8)
Matemática 86 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
x x2 1 3 2
xv 1 1
2 2 2
Parábola côncava para cima ou seja, a abscissa do vértice da parábola é obtida pela fórmula:
b
xv
II) gráfico de f(x) = – x2 + 4x 2a
a) y = x2 – 8x + 15
Solução:
b ( 8) 8
xv 4
2a 2(1) 2
y v = (4)2 – 8. (4) + 15 = 16 – 32 + 15 = – 1
b) y = 2x2 – 3x +2
COORDENADA DO VÉRTICE 14 7
Observe os seguintes esboços de gráficos de funções do 2º grau: 16 8
3 7
Portanto: V = ( , )
4 8
EXERCICIOS
Determine as coordenadas do vértice da parábola definida pelas
funções quadráticas:
a) y = x2 – 6x + 5
b) y = –x2 – 8x +16
c) y = 2x2 + 6x
d ) y = –2x2 + 4x – 8
e) y = –x2 + 6x – 9
f) y = x2 – 16
Respostas:
a) V = {3, –4} b) V = {–4, 32}
Note que a abscissa do vértice é obtida pela semi-soma dos zeros c) V = {–3/2, –9/2} d) V = { 1, –6}
da função. No esboço ( a ) temos: e) V = { 3, 0} f) V = {0, –16}
x x2 2 4 6
xv 1 3 RAÍZES OU ZEROS DA FUNÇAO DO 2º GRAU
2 2 2
Os valores de x que anulam a função y = ax2 + bx + c são
No esboço (b) temos: denominados zeros da função.
Na função y = x2 – 2x – 3 :
o número –1 é zero da função, pois para x = –1, temos y = 0.
6 c) y = 4x2 – 4x + 1
3 Solução:
(2) 4 2 4 2
x 4x2 – 4x +1= 0
2(1) 2 2 = b2 – 4ac
1 = ( –4 )2 – 4. ( 4 ) . ( 1 )
2 = 16 – 16 = 0
b -(-4) 4 1
Portanto: – 1 e 3 são os zeros da função: x x
y = x2 – 2x – 3 2a 2(4) 8 2
Como no plano cartesiano os zeros da função são as abscissas Como a = 4 > 0, a parábola tem a concavidade voltada para cima.
dos pontos de intersecção da parábola com o eixo x, podemos fazer o
seguinte esboço do gráfico da função y = x2 – 2x – 3.
d) y = –3x2 + 2x – 1
Solução:
–3x2 + 2x – 1= 0
Vamos determinar os zeros e esboçar o gráfico das funções: = b2 – 4ac
a) y = x2 – 4x + 3 = ( 2 )2 – 4( –3 ) ( –1 )
= 4 – 12 = – 8
Solução:
x2 – 4x + 3 = 0 A função não tem raízes reais.
= b2 – 4ac
= (–4)2 – 4. ( 1 ) . ( 3 ) Como a = –3 < 0, a parábola tem a concavidade voltada para
= 16 – 12 = 4 =2 baixo.
b
x
2a
6
3
( 4) 2 4 2 2 Em resumo, eis alguns gráficos de função quadrática:
x
2 ( 1) 2 2
1
2
b) y = –2x2 + 5x – 2
Solução:
= b2 – 4ac
= ( 5 )2 – 4. ( –2 ) . ( –2 ) CONSTRUÇÃO DO GRÁFICO
Para construir uma parábola começamos fazendo uma tabela de
= 25 – 16 = 9 =3
Gráfico:
Para x = 3 temos f ( x ) = 0 (3 é raiz de f ).
Exemplos:
Vamos estudar os sinais de algumas funções quadráticas:
Conclusão: x lR, f ( x ) 0
1) f ( x ) = –x2 – 3x
Solução: 4) f ( x ) = x2 –6x + 8
Raízes: – x2 – 3x = 0 –x ( x + 3) = 0 Solução:
( - x = 0 ou x + 3 = 0 ) x = 0 ou x = – 3 Raízes: = ( – 6)2 – 4 . 1 . 8
concavidade: a = – 1 a < 0 para baixo = 36 –32 = 4 =2
62 8
Esquema gráfico 4
62 2 2
x
2 62 4
2
2 2
x1 = 2 e x2 = 4
Esboço gráfico:
Conclusões:
x < –3 f(x)<o
x = –3 f(x)=0
–3 < x < 0 f(x)>0
x=0 f(x)=0 Estudo do sinal:
x>0 f(x)<0 para x < 2 ou x > 4 y>0
para x = 2 ou x = 4 y=0
2) f ( x ) = 2x2 – 8x +8 para 2 < x < 4 y<0
Solução: 5) f ( x ) = –2x2 + 5x – 2
Raízes:
8 64 4 2 8 Solução:
2x2 – 8x + 8 = 0 x Zeros da função: = ( 5 )2 – 4 . ( –2) .( –2)
4
= 25 – 16 = 9 = 3
8 0
2 -53 2 1
4
53 -4 4 2
x
A parábola tangência o eixo x no ponto de abscissa 2. 2( 2) -5-3 8
2
-4 4
concavidade: a = 2 a > 0 para cima 1
x1 e x2 2
2
Esquema gráfico Esboço do gráfico:
Conclusões:
x< 2 f(x)>0 Estudo do sinal
x= 2 f(x)=0 Para x <
1
ou x > 2 y < 0
x> 2 f(x)>0 2
1
3) f ( x ) = x2 + 7x +13 Para x = ou x = 2 y = 0
2
Solução: 1
Raízes: Para < x <2 y > 0
2
7 49 4 1 13 7 3
x lR
2 2 6) f ( x ) = x2 – 10x + 25
EXERCÍCIOS
Estudo do sinal: 01) Determine as raízes, o vértice, D( f ) e Im( f ) das seguintes
para x –3 y < 0 para x = –3 y = 0 funções:
a) y = x2 + x +1
Observe que não existe valor de x que torne a função positiva. b) y = x2 – 9
c) y = – x2 + 4x – 4
8) f ( x ) = x2 – 3x + 3 d) y = – x2 – 8x
Solução:
Zeros da função = (–3)2 – 4 . 1 . 3 Respostas:
= 9 –12 = –3 3
a) não tem; (-1/2, 3/4); IR; { y Є lR | y }
A função não tem zeros reais 4
b) 3, -3; (0, 0); lR; { y Є lR | y 0}
Esboço do gráfico: c) 2; (2,0); lR; { y Є R | y 0}
d) 0, -8; (-4, 16); lR; { y Є lR | y 16}
Respostas:
a) m lR | m 13
b) m lR | m - 1
c) m lR | 2 m 6
d) m lR | m - 4 e m 1
Resposta
a) é uma função par, pois seu gráfico é simétrico em relação ao
eixo x.
Vale observar que: o gráfico de uma função par é simétrico em b) é uma função ímpar, pois seu gráfico é simétrico em relação
relação ao eixo dos y. ao ponto origem,
c) é uma função par, pois seu gráfico é simétrico em relação ao
FUNÇÃO ÍMPAR eixo y.
Dizemos que uma função D em A é uma função impar se e d) Não é nem função par nem função impar, pois seu gráfico não
somente se f (– x) = – f ( x ), x , x D , isto é, os valores é simétrico nem em relação ao eixo y e nem em relação ao
simétricos da variável x correspondem as imagens simétricas pela ponto origem.
função.
FUNÇÃO MODULO
Exemplo: Chamamos de função modular a toda função do tipo y = | x |
f ( x ) = 2x é uma função ímpar, pois temos, por exemplo: definida por:
f ( - 1) 2( - 1) - 2 x, se x 0
f ( - 1) f ( 1 ) f (x)
f ( 1) 2 1 2 - x, se x 0, para todo x real
Representação gráfica:
Observe o seu gráfico:
EXERCÍCIOS
Represente graficamente as seguintes funções modulares e dê D (
f ) e lm ( f ) :
D(f)=R 1) y = | x | + 2 4) y = –| x – 3 |
Im ( f ) = R+ 2) y = | x | – 1 5) y = –| x + 1 |
3) y = | x + 2| 6) y = | x – 1 | – 1
Exemplos:
a) y = | x | + 1
x 1, se x 0
y
- x 1, se x 0
D(f)=R Im ( f ) = { y Є lR | y 1}
b) Calcular | x – 5 | = 3
Solução: FUNÇÃO COMPOSTA
| x – 5 | = 3 x – 5 = 3 ou x – 5 = –3 Consideremos a seguinte função:
Um terreno foi dividido em 20 lotes, todos de forma quadrada e de
Resolvendo as equações obtidas, temos: mesma área. Nestas condições, vamos mostrar que a área do terreno
x – 5=3 x – 5=–3 é uma função da medida do lado de cada lote, representando uma
x=8 x=2 composição de funções.
S = {2, 8}
Para isto, indicaremos por:
c) Resolver a equação | x | 2 + 2 | x | – 15 = 0 x = medida do lado de cada lote
Solução: y = área de cada terreno
Fazemos | x | = y, com y 0, e teremos z = área da terreno
y2 + 2y – 15 = 0 = 64
y’ = 3 ou y " = – 5 (esse valor não convêm pois y 0) 1) Área de cada lote = (medida do lado)2 y = x2
Então, a área de cada lote é uma função da medida do lado, ou
Como | x | = y e y = 3, temos seja, y = f ( x ) = x2
| x | = 3 x =3 ou x = –3
S = { –3, 3} 2) Área do terreno = 20. (área de cada lote)
z = 20y
d) Resolver a equação | x2 – x – 1| = 1 Então, a área do terreno é uma função da área de cada lote, ou seja:
Solução: z = g(y) = 20y
| x2 – x – 1| = 1 x2 – x – 1 = 1 ou
x2 – x – 1 = – 1 3) Comparando (1) e (2), temos:
x –x–1 =1 x –x–1 =–1
2 2
Área do terreno = 20 . (medida do lado)2, ou seja: z = 20x2 pois y =
x2 – x – 2 = 0 x2 – x = 0 x2 e z = 20y
=9 então, a área do terreno é uma função da medida de cada lote, ou
x ( x – 1) = 0 seja, z = h ( x ) = 20x2
x’ = 2 ou x ” = –1 x’ = 0 ou x “ = 1
S = { –1, 0, 1, 2 }
e) Resolver a equação | x |2 – 2 | x | – 3 = 0
Solução:
Fazendo | x | = y, obtemos
y2 – 2y – 3 = 0 y = –1 ou y = 3
Observe agora: 2 g ( x ) – 1 = 6x + 11 2 g ( x ) = 6x + 12
yf(x) 6x 12
z g f ( x ) g ( x) g ( x ) 3x 6
z g( y ) 2
g(x) x+2 6) 5 32
53 5 5
Exercícios:
4. Calcule:
a) (8)2/3 b) (0,027)1/3 c) (16)0,25
4
1
d) (125)-0,25 e) ( 2 ) –3 f)
3
5. Efetue:
2 Podemos observar que:
1 3
a) 0,75 b) (64)0,08 . (64)0,17 D = IR e Im = lR*
4
9
a curva intercepta o eixo dos y em 1.
c) 0,01 0,0012 1
a função é crescente.
10 0<a<1
x x
1 1
6. Efetue e simplifique: f(x)= ou y = ,
3 3
a) 8 3 2 : 4 4 b)
3
1 2 3
31 2
onde a =
1
0<a<1
3 4 32 3 3
5n 52 5n 51 2n1 2n 2 x y ponto
c) d) 2
n 2 n3 1
5 5 2 f ( -2 )= =9 -2 9 (2,9)
3
7. Copie apenas as verdadeiras 1 -1 3
a) 2n-2 = 2n . 2-2 b) 2b = 23 b = 4 1
f ( -1 )= =3 (1,3)
b+1 5
c) 3 =3 b =5 d) 3b + 1 = 35 b=4 3
0
1
Gráfico f ( 0 )= = 1 0 1 ( 0 , 1)
Definição: Uma lei de formação do tipo: 3
1
1
1 1 1
f(x) = ax ou y = ax f ( 1 )= = 1 1,
3 3 3 3
1
2
1 1 1 9. Determine m IR de modo que f ( x ) =(m - 2)x seja
f ( 2 )= = 2 2, decrescente:
3 9 9 9
f ( x ) é decrescente quando a base (m- 2) estiver entre 0 e 1.
Portanto:
0 m - 2 m 2
0 m - 2 1 e
m - 2 1 m 3
Devemos Ter: 2 < m < 3
10. Determine o valor de x, em lR.
2 x 1 3 x 5
1 1 2 2
a) c)
3 3 3 3
x 3
5 5
Podemos observar que: b)
4 4
D = lR e Im = lR*
a curva intercepta o eixo dos y em 1. Resolvendo:
a função é decrescente. 2x 1 3
1 1
a) 2x 1 3 x 2
Para qualquer função exponencial y = ax, com a > 0 e a 1, 3 3
vale observar: 5
b) Como é maior que 1, conservamos a desigualdade para
4
os expoentes:
x 3
5 5
x3 S x lR | x 3
4 4
2
c) Como está entre 0 e 1, invertemos a desigualdade
3
para os expoentes:
x 5
2 2
x5 S x lR | x 5
3 3
Exercícios:
10. Esboce o gráfico das funções dadas por:
x
1
a) y = 2x b) y =
2
11. Sendo f ( x ) = 3x 2 , calcule:
2
1
x2 4
1
6x
1
2 x2 4 1
6x
V = { 1} 2
2 2 2 2
Exercícios:
36. Calcule:
a) (a–1 + b–1)–1, com a 0, b 0 e a b.
1
b) (a–2 – b–2) . , com a 0, b 0 e a b.
ba
2 1 1
1. Sabendo que log2 5 = 2,289 e log26 = 2,585, calcular: 3 2
log x log x a b 3 log x c 2
1
a) log230 c2
1
1 x2 2x 3 0
log x a2b log xc 2
3
Aplicando a fórmula de Báskara para resolução de equações do
1
1 b b2 4ac
log xa2 log xb log xc 2 segundo grau, x , na qual a é o coeficiente
3 2a
de x2, b é o coeficiente de x e c, o termo independente de x, vem :
1
2 log x a log xb 1 log xc x1 3
3 2 2 22 4 1 3 2 4
x
2 1 2
a x2 1
d) log x
bc
Observe que x2 = -1 torna as expressões x - 1 e x2 - 2x - 7, em
a
Solução: log x log xa log x bc log2(x - 1)e Iog2(x2 + 2x - 7), negativas. Por isso, deveremos
bc desprezar esse valor e considerar apenas x1 = 3.
1
Resposta: x = 3.
log xa log x bc
2
6. Resolver a equação :
log x bc
1
log xa log4x = log2 3
2
log xa log xb log xc
1 Solução:
2 Primeiramente vamos igualar as bases desses logaritmos,
passando-os para base 2.
3. Dados log102 = 0,301 e log103 = 0,477, calcular log10162. log 2 x log 2 x
log 23 log 23
log 24 2
Solução:
Decompondo 162 em fatores primos, encontramos 162 = 2 . 34. log 2 x 2 log 23 log 2x log 232
Então: log10 162 = log10 ( 2 . 34) log2 x = log2 9
Aplicando as propriedades, vem :
log10162 = log102 + 4log103 Comparando os dois termos da igualdade, concluímos que x =
9.
log10162 = 0,301 + 4 . 0,477 Resposta: x = 9.
log10162 = 2,209
Exercícios Propostos
4. Encontrar um número x > 0 tal que: 4. Aplicar as propriedades dos logaritmos para desenvolver
log5 x + log5 2 = 2 as expressões:
6)
9 2 1
a) b) c) 6 d) 4 e)
4 81 7
16)
a)
Exemplos:
1) Transformar 45° em radianos:
180º 45º
x rd
45º x 180º 4
2
2) Expressar em graus, rd:
3
2 2 180º
b) rd 120º
3 3
Exercícios:
1) Responda com CERTO ou ERRADO :
a) rd = 90° b) rd = 180° c) 2 rd = 360°
3
d) rd = 90° e) rd = 180° f) rd = 270°
2 2 2
2. Transformar em graus:
17)
a) V b) F c) V d) V e) V f) F
a) rd b) rd c) rd
2 3 6
18) (0, 1)
2 3
d) rd e) rd f) rd
TRIGONOMETRIA 4 3 4
Ângulo central é definido a partir de um arco determinado na 4. Quando o ponteiro de um relógio percorre 15 minutos, qual
circunferência. Seja a circunferência de centro O, que intercepta as é o ângulo correspondente, em graus?
semi-retas a e b nos pontos A e B, respectivamente. A cada arco
AB corresponde, portanto, um único ângulo central AÔB. 5. Transforme em radianos, reduzindo primeiramente a
minutos.
a) 22°30' b) 37°30' c) 67°30'
med (AB) = med (AÔB) d) 112°30'
Radiano 2)
4) 90 5) a ) π b) 5π c) 5π d) 3π
8 24 8 8
Observações:
1) 0 < 2 é a menor determinação.
2) a = + k . 2 é chamada expressão geral.
A origem do ciclo trigonométrico é o ponto A, onde os arcos de
3) Arcos côngruos são arcos cujas medidas diferem de
sentido anti-horário serão positivos e os arcos de sentido horário
múltiplo de 2 (360°) . Têm a mesma origem e a mesma
serão negativos.
extremidade.
Todo número real tem associado no ciclo trigonométrico um
Exemplos:
ponto.
1) Dado o arco de 893°, qual é a sua menor determinação e
a sua expressão geral?
Observe os quadrantes:
893° 360º
173° 2
20
2) Dado o arco de rd, encontre a sua menor
3
determinação e sua expressão geral.
20 3
20 2
2 6 6
3 3
Exercícios:
1. Ache o quadrante de cada arco: 2
A menor determinação é (2º quadrante)
a) 73° b) 190° c) 214° 3
d) 112° e) – 300° 2
A expressão geral é k 2 (k Z)
3
2. Transforme cada arco em graus, e em seguida verifique o Exercícios:
quadrante do arco: 1. Calcular a menor determinação dos arcos:
2 a) 385° b) 453º c) 504º d) 641º
a) rd b) rd c) rd
3 6 3 e) 775º f) 809º g) 917º h) 1381º
3 4 i) 1395º j) 1470º
d) rd e) rd
5 3
2. Escreva a expressão geral dos arcos, cujas menores
determinações valem :
Respostas:
a) 52º b) 170º c) 291º
1) a) 1ºQ b) 3ºQ c) 3ºQ d) 2ºQ e) 1ºQ
2) a) 60º - 1ºQ b) 30º - 1ºQ c) 120º - 2º Q 2
d) rd e) rd
d) 108º - 2º Q e) 240º - 3º Q 4 3
cos x = OM"
tg x = AT
sen x
Podemos mostrar que: tg x
cos x
Conclusões:
6. Qual é o sinal de
m = (sen 213°) . (cos 107°) . (tg 300°)?
7. Qual é o sinal de
a = (cos 350°) . (tg 110°) . (tg 215°)? Conclusões:
a) O domínio é D(f) = x lR | x k ( k Z)
8. Dada f(x) = sen 2x + 3 cos x + tg x, calcule f( ). b) O conjunto imagem é lm(f) = lR
c) O nome da curva é co- tangentóide.
9. Se f(x) = cos 2x – sen x – tg x, encontre f(180°). d) O período é igual a ou 180º.
Respostas: SECANTE
6) – 7) – 8) – 3 9) 1 A função secante é definida pela função :
10) +
11) 5 12) a) + b) + c) – 1
f(x) = sec x =
13) – 3 14) 8 15) – 16) – cos x
Conclusões:
cotg x =
cos x
a) O domínio é D(f) = x lR | x k (k Z)
sen x 2
CO-SECANTE
A função co-secante é definida pela função:
1
f(x) = cosec x =
sen x
sen2x + cos2x =1
sen x cos x
tg x cotg x
cos x sen x
1 1
sec x cosec x
cos x sen x
Conclusões:
a) O domínio é D(f) = x lR | x k (k Z) Relações derivadas:
Dividindo a igualdade sen2x + cos2x =1, por sen2 x 0 e por
b) O conjunto imagem é lm(f) = y lR| y -1 ou y 1
cos x 0:
2
c) O nome da curva é co-secantóide.
d) O período é igual a 2 ou 360º.
cosec 2x 1 cot g2x sec 2 x 1 tg2x
Exercícios:
1. Qual é o sinal de: Exemplo:
a) cosec 82° b) cosec 160° c) cosec 300° 4
Sabendo-se que sen a = e 90° < a < 180°, calcular as
2 5
d) cosec
5 demais funções trigonométricas:
2. Ache o valor de: a) cálculo de cos a:
sen2a + cos2a =1
4
2
16 25 16 9 sen21°+ sen22° + sen23° + cos21° + cos22°+cos23°.
cos2 a 1 cos2a 1
5 25 25 25
14. Demonstre as igualdades:
9 a) sen x . cosec x = 1
cos a - ( a do 2º quadrante) b) cos x. tg x = sen x
25 5
b) cálculo da tg a: c) tg x +cotg x =tg x . cosec2x
4 d) (1+cotg2x) . (1-cos2x) = 0
sen a 5 4 e) (1 + tg2x) . ( 1 – sen2x) = 0
tg a
cos a 3 3 sen a tg a
f) sen a tg a
5 cot g a cosec a
sec x - cos x
c) Cálculo da cotg a: g) tg3 x
cos ec x - sen x
1 3
cotg a 1 sen x
tg a 4 h) (sec x - tg x)2
1 sen x
d) cálculo da sec a:
1 - 2cos2 x
sec a
1
5 i) tg x - cotg x
cos a 3 sen x cos x
j) (1 + tg x )2 + (1 - tg x)2 = 2sec2x
e) cálculo da cosec a:
1 5 Respostas:
cosec a 1. a) – 3 b) – 3 c) – 4 d) 5 e) – 5
sen a 4
5 4 3 4 3
13 7. ARCOS NOTÁVEIS
3. Dada cosec x = – e tg x > 0, calcule 10 . tg x +
12 arco
13 . sen x. =30º =45º =60º
6 4 3
1 função
4. Sendo sen a = ( a do 2º quadrante), calcular cotg a. seno 1
3 2 3
1 2 2 2
5. Se x pertence ao 3° quadrante e cos x = , calcule tg x. cosseno
5 3 2 1
4 2 2 2
6. Sendo tg x = e sec x < 0, determine o valor de sen x +
3 tangente 3
2 cos x. 1 3
3
7. Dada cotg x = 1 (x do 1º quadrante), calcular a expressão :
Para se calcular a secante, a cossecante e a cotangente,
m = 3 . sec2 x – 4. sen2 x + 5 . tg x usamos as relações fundamentais.
8. Sendo cos a = – 0,6 (a do 3º quadrante), calcule tg2 a . Exercícios:
cosec2 a. 1. Invertendo o seno, o cosseno e a tangente, calcule :
a) cosec 30º b) sec 30º c) cotg 30º
4 d) cosec 45º e) sec 45º f) cotg 45º
9. Se cos x = e tg x < 0, calcular sen x – cotg x. g) cosec 60º h) sec 60º i) cotg 60º
5
2. Calcular o valor numérico de cada expressão :
10. Para que valores de m temos cos x = m e sen x = m – 1? a) 2 . sen 30° + 3 . tg 45° + 4 . cos 60°
b) 4 . sen2 30° + cotg2 30°- 2. tg 45° + cotg 45°
11. Para que valor de a, tg x = a e sec x = a – 2 ?
c) 4 . sen +2. cos2 + cotg - 3 . sec2
12. Expresse sen x em função de cotg x. 6 3 4 4
Respostas:
2 3
1. a) 2 b) c) 3 d) 2 e) 2
3
2 3 3
f) 1 g) h) 2 i)
2 3
2. a) 6 b) 3 c) –5/2 3. 11 4. 3
1 3 3 1 1 O co-seno e a secante são iguais, para arcos replemenlares
5. a) b) c) d) 3 e) f)
2 2 2 2 2 (soma igual a 360°).
2 3 3
g) 1 h) i) 2 j) 2 l) m) d) Do 1º quadrante para o 2º quadrante:
2 3 3
sen ( –x) = cos x cos ( – x) = sen x
8. MUDANÇA DE QUADRANTE 2 2
a) Do 2º quadrante para o 1º quadrante:
tg ( – x ) = cotg x sec ( – x ) = cosec x
sen ( – x) = + sen x 2 2
cos ( – x) = – cos x
tg ( – x) = – tg x cotg ( – x )= tg x cosec ( – x) = sec x
2 2
sec ( – x) = – sec x
cotg ( – x) = – cotg x Estes são arcos complementares (soma igual a 90°).
cosec ( – x) = + cosec x
Exercícios:
1. Reduza do 2º quadrante para o 1º quadrante, respondendo
com CERTO ou ERRADO :
a) sen ( – x) = sen x b) cos ( – x) = cos x
c) cos ( – x) = – cos xd) tg ( – x) = – tg x
e) tg ( – a) = tg a f) cotg ( – a) = cotg a
g) sec ( – x) = sec x h) sec( –x) = – sec x
i) cosec ( – x) = cosec x
O seno e a cossecante são iguais, para arcos suplementares
(soma igual a 180°). Resposta: 5 certos e 4 errados.
11. a)
3
b) –
3
c)
1
d) –
2 tg a tg a
tg 2a tg ( a a)
2 2 2 2 1 tg a tg a
3 1 3
e) – f) g) – h) 1 i) – 3
2 2 2 2 tg a
tg 2 a
j) – 2 l) –
2 3
m) 1 12. 0 1 tg2 a
3
Exercícios:
10. ADIÇÃO DE ARCOS 1. Ache cos 2a, em função do sen a.
Conhecidos os arcos de a e b, calcular as funções 2. Ache cos 2a, em função do cos a.
trigonométricas da forma (a + b) e (a - b).
sen (a + b) = sen a . cos b + sen b . cos a Respostas :
sen (a – b) = sen a . cos b – sen b . cos a 1. cos 2a = 1 – 2 sen2 a
cos (a + b) = cos a . cos b – sen a . sen b 2 cos2a = 2 cos2 a – 1
cos (a – b) = cos a . cos b + sen a . sen b 3
3. Dado sen a = (a 1º Q) . Calcule:
5
tg a tg b a) sen 2a b) cos 2a c) tg 2a
tg ( a b)
1 tg a tg b 24 7 24
Respostas: a) b) c)
tg a tg b 25 25 7
tg ( a b)
1 tg a tg b 5
4. Dado cos a = – calcule sen 2a e cos 2a, sendo o arco
13
Exemplo: a do 2º quadrante.
Calcular sen 15°: 120 119
sen 15° = sen (45° – 30°) Respostas: sen 2a = – , cos 2a= –
169 169
sen (a – b) = sen a . cos b – sen b . cos a
sen (45° – 30°) = sen 45° . cos 30° – sen 30° cos 45° 4
5. Sendo x do 4º quadrante e cotg x = – , calcule tg 2x.
2 3 1 2 6 2 3
sen 15º =
2 2 2 2 4 6. Encontre sen 2x, dado sen x – cos x = a.
Exercícios:
5
1. Calcular: 7. Dada cosec m = (m do 2º quadrante), calcule cos 2m.
a) sen 75° b) cos 75° c) cos 15° 4
d) sen 105° e) cos 105°
Respostas:
5 3 24 7
2. Dados sen a = (a 1º quadrante) e cos b = (b 5. – 6. 1 – a2 7. –
13 5 7 25
4º quadrante), calcule sen (a + b).
8. Demonstre as seguintes identidades:
3 5 a) 1 + sen 2a = (cos a + sen a ) 2
3. Dados sen x = e sen y = , (x, y 2º quadrante), b) cos 2x + sen 2x = 2 cos2 x + 2 sen x . cos x – 1
5 13
calcule cos (x – y)
3 1 Triplicação de arcos:
4. Dados tg x = (x 3° quadrante) e sen y = (y 2º
4 2
quadrante) ache sen (x – y). Dado o arco a, determinar as expressões do arco 3a:
5. Sendo a + b = 45° e tg a = 5, calcule tg b. sen 3a= sen (2a + a)= sen 2a . cos a + sen a. cos 2a =
= (2 . sen a . cos a) cos a + sen a (cos2a – sen2a) =
Respostas: = 2 sen a . cos2 a + sen a . cos2a – sen3a =
33 63 3 34 =3 sen a.cos2 a-sen3 a = 3 sen a (1- sen2a) – sen3a
2. – 3. 4. 5. –2/3 = 3 sen a - 3 sen3a – sen3a
65 65 2
11. MULTIPLICAÇÃO DE ARCOS sen 3a = 3 sen a – 4 sen3a
Duplicação de arcos:
sen 2a = sen (a + a) = sen a . cos a + sen a . cos a Analogamente, temos que:
O x pertence ao 1º ou 4º quadrantes.
1º quadrante: x= +2k
6 6
1º Quadrante: x 2k
3 3
Respostas: (k Z)
1º quadrante: arco:
6
a) { x R / x =30°+k.360° ou x=150°+k.360°)
c)
d)
5 3
e) { x lR | x ou x }
4 2 4 2
Função arc tangente
f)
É a função definida por:
2. Resolva as seguintes inequações :
y = arc tg x
a) 2 sen2 x – sen x 0
b) 2 cos2 x + cos x 0 x lR e – < y<
2 2
c) 2 cos2 x – cos x – 1 > 0
Respostas:
5
{ x lR | 2k x
2k ou
2. a) 6 6
2k x 2 2k }
2
{ x lR | 2k x 2k ou
2 3
b) Exercícios:
4 3
2k x 2k } Assinale a alternativa correta:
3 2 1. O valor de em = arc sen 1/2 é :
c) a) / 3 b) /4 c) /6 d) / 2
3
3. ) { x lR | - 2k x 2k } (k Z) 2. Dada a igualdade = arc sen , é igual a :
3 3 2
a) / 2 b) / 6 c) / 4 d) / 3
16. FUNÇÕES CIRCULARES INVERSAS
Para que uma função admita inversa, ela deve ser bijetora. 3. Calculando em = 3 arc tg ( – 1) , temos:
Como as funções seno, co-seno e tangente não são bijetoras, a) –3 /4 b) / 4 c) 5 / 4 d) / 6
devemos restringir o domínio de cada função para achar a função
inversa. Respostas: 1) c 2) d 3) a
Função arc sen
EXERCÍCIOS FINAIS DE TRIGONOMETRIA
É a função definida por :
1. Um relógio de ponteiros marca exatamente 4 horas. Qual é a
medida do menor arco formado pelos ponteiros?
y = arc sen x
2. Um arco de medida x pertence ao 3º quadrante. Qual é o
–1 x +1e– y
2 2 x
quadrante do arco ?
2
Respostas: Respostas:
2 12. cos x 13. – cos 70°
1. rd 2. 2º Q
3
3
3 14. –1 15.
3. a) 205º b) 183º c) rd 5
2
24
4. a) 0 b) –5 c) –2 16. – 17. 1 – m2
1 25
5. – m 1
3 2
18. 8 19.
1. [ – 2, 2 ] 4
2
7. 6 certos e 3 errados 20. 2 21.
2
8. –2 9. m = 0 10. 0 11. 2
22. 3 23. 2k
12. Simplificar a expressão: 2
7 11
sen ( x) sen ( x) cos ( - x) cos ( 2 - x) - sen ( - x) 24. 2k 25. rd, rd
3 6 6
2
26. 1 27. 31º
13. Reduza ao 1º quadrante :
sen 250°+ tg 110° – tg (–70°) +cos110° –sen (–70°) 28. 1 cm2
3
16. Dado sen a = (a do 2º Q), calcular sen 2a.
5
I + + + + + + P(5) = 52 – 9 . 5 + 20 = 0
II + – – – – + 4 e 5 são raízes ou zeros de P(x)
III – – + + – –
Polinômios identicamente nulos
IV – + – – + –
Polinômio identicamente nulo ou equivalente a zero, simbolizado
por P(x) = 0, é o nome que damos a todo polinômio da forma :
FUNÇÕES
0º 30º 45º 60º 90º 180º 270º 360º 0.x m 0.x m1 0.x m2 . . . 0.x 0.x 0
3
0 2
6 4 3 2 2 Conseqüentemente, o seu valor numérico é nulo. Logo :
1 2 3
sen 0 1 0 –1 0
2 2 2 A condição necessária e suficiente para que um polinômio P(x) seja
identicamente nulo é que todos os seus coeficientes sejam nulos.
3 2 1
cos 1 0 –1 0 1
2 2 2 Polinômios idênticos
3 Dados dois polinômios em x IR, de mesmo grau m lN, sob
tg 0 1 0 0
3 3 as formas gerais:
P1(x) = a0 xm a1xm1 a2xm2 . . . am1x amx0
cotg 3 3
1 0 0
3 P2(x) = b0 xm b1xm1 b2xm2 . . . bm1x bmx0
2 3 2
sec 1 2 –1 1 dizemos que eles são idênticos ou identicamente iguais se os seus
3
2 3 valores numéricos forem iguais para qualquer valor atribuído a x.
cossec 2
2 3 1 –1
Logo:
A condição necessária e suficiente para que tenhamos P1(x) P2(x) é que os
POLINÔMIOS coeficientes de seus termos de mesmo grau sejam iguais.
Se a = 2, então a – b = 1 b = 1. Para estes valores de a e de b, Agora, determinemos a e b pelo método dos coeficientes a
a equação a3 – b3 = 7 também é verdadeira. determinar, reduzindo antes o 2.º membro ao mesmo denominador:
Resposta: 3x2 + 9x + 7 (x + 2)3 – (x + 1)3 5x 2 ax 2 bx 2
x2 4 x 2 x 2
b) Determine um polinômio P(x), do 1.º grau, de modo que P(x) +
P(x – 3) x
5 x 2 ax 2a bx 2b a b .x 2b 2a
Resolução: x2 4 x2 4 x2 4
Seja P(x) ax + b (polinômio do 1.º grau)
a b 5
Logo: 5x 2 (a b)x (2b - 2a)
P(x – 3) a.(x – 3) + b ax – 3a + b 2b - 2a 2
a b 5
Portanto: a2 e b3
b a 1
P(x)+P(x –3) x ax + b + ax – 3a + b x
5x 2 2 3
2ax +2b – 3a x Resposta:
2
x 4 x2 x2
1
2a 1 a
2
Exercícios:
2b 3a 0 b 3 Identidade de polinômios
4 A. Indique qual dos polinômios seguintes tem por raízes ou zeros
x 3 os números 3 e 4:
Resposta: P(x) 1) x2 + 7x + 12
2 4
2) x2 – 7x – 12
c) Determine o quociente e o resto da seguinte divisão: 3) x2 – 7x + 12
(x3 – 2x2 + 5x – 13) : (x2 + 4)
B. Determine a e b, de modo que sejam identicamente nulos os
D. Calcule a e b, de modo que: O grau m – 1 de Q(x) é dado pela diferença entre o grau m de
1) (x + b)3 – (x + a)3 – 3x2 – 9x – 7 P(x) e o grau de x – a.
2) 2x + 5 (x + a)2 – (x + b)2
3) 2x2 + 7 (x2 + a)2 – (x2 + b)2 Pelo princípio fundamental da divisão, sabemos que :
E. Dado o dispositivo:
. 1 2 .
. 3 –4
QUESTÕES DE VESTIBULARES
Resposta: Q (x) = 4x2 +17x +45 e R = 142 1. Seja P(x) = x3 + px2 + qx + pq, os valores de p e q para que
P(1) = 12 e P(–1) = 6 são respectivamente:
Observação: a) –2 e 3 c) 3 e 2 e) n.d.a.
Como já vimos, o resto da divisão de P(x) por x – a é igual ao valor b) 4 e –2 d) –3 e –2
numérico de P(x) para x = a. Logo, podemos utilizar o dispositivo de
Briot.-Ruffini para calcular o valor numérico de um polinômio em x. No 2. Os valores de m e n para que 0 e –2 sejam as raízes de P(x)
exemplo dado, o valor numérico de 4x3 + 5x2 -– 6x + 7 é 142, para x = = x3 – 2x2 + mx + n são respectivamente:
3. Faça esta verificação. a) 0 e 8 c) – 4 e 3
e) n.d.a.
Outro exemplo: b) – 2 e 3 d) – 8 e 0
Utilizando duas linhas apenas no dispositivo prático de Briot.Ruffini,
calcule Q(x) e R da divisão (3x4 + 6x3 + x2 – 8) : (x + 2). 3. Para que
P(x) = (a + b)x3 + (2a – b + c)x + 2b + c + 10 seja
Resolução: identicamente nulo, a, b e c devem valer respectivamente:
Primeiramente, você observou que está faltando no polinômio a) 2, –2, –6 c) 4, 3, 2 e) n.d.a.
dividendo o termo em x? Então, vamos completá-lo: 3x4 + 6x3 + x2 – 8 b) 2, 3, 4 d) 6, 2, –2
3x4 + 6x3 + x2 + 0x – 8
4. Seja
Em segundo lugar, o cálculo de Q(x) e R, em duas linhas apenas, P(x)=(b – 1) (b – 2)x3+ (b – 1)x2 + (b – 2)x + a. As alternativas
exige a supressão da segunda linha do dispositivo e o cálculo mental para as questões de I a V são :
da soma dos produtos com os coeficientes do polinômio dividendo. a) impossível. c) b = 1 e) n.d.a.
b) b 1 e b 2 d) b 1
I) Valor de b para que o grau seja 3.
II) Valor de b para que o grau seja 2.
III) Valor de b para que o grau seja 1.
IV) Valor de b para que o grau seja 0.
V) Valor de b para que o grau seja > 1.
Respostas:
Identidade de polinômios
A. 3
3. SEGMENTO
Sejam A e B dois pontos distintos sobre a reta AB . Ficam
determinadas as semi-retas: AB e BA .
8. ÂNGULO RETO
Considerando ângulos suplementares e congruentes entre si,
diremos que se trata de ângulos retos.
AB BA AB
9. MEDIDAS
1 reto 90° (noventa graus)
4. ÂNGULO 1 raso 2 retos 180°
A união de duas semi-retas de mesma origem é um ângulo.
1° 60' (um grau - sessenta minutos)
1' 60" (um minuto - sessenta segundos)
5. ANGULO RASO
É formado por semi-retas opostas.
90o = 89o 59’
60”
10. ÂNGULOS COMPLEMENTARES
São ângulos cuja soma é igual a um ângulo reto.
x = 20° e y = 70°
Resp.: As medidas são 20° e 70°.
a m
b n
ângulos correspondentes congruentes
c p
d q Resolução:
De acordo com a figura seguinte, teremos pelo enunciado:
Conseqüências:
a) â + â = 320° 2â = 320° â = 160°
ângulos
alternos congruentes:
d n 180 0 (alternos a p (alternos Sendo b a medida dos ângulos agudos, vem:
a + b = 180° ou 160° + b = 180° b = 20°
c m 180 0 internos) b q externos)
Resp.: Os ângulos obtusos medem 160° e os agudos 20°.
Matemática 126 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
5) Na figura, determine x.
x + 30° = 50° x=
20°
16. TRIÂNGULOS
16.1 – Ângulos
ABC AB BC CA
AB; BC; CA são os lados
A; B; C são ângulos internos
A ex ; B ex ; C ex são angulos externos
A A' AB A'B'
B B' e BC B' C'
C C ' AC A' C'
Conseqüências:
ABC A' B' C'
A A ex 180
Aex B C 16.4 - Critérios de congruência
A B C 180
LAL: Dois triângulos serão congruentes se possuírem dois
Analogamente: lados e o ângulo entre eles congruentes.
LLL: Dois triângulos serão congruentes se possuírem os
Bex A C três lados respectivamente congruentes.
ALA : Dois triângulos serão congruentes se possuírem dois
C ex B A ângulos e o lado entre eles congruentes.
LAAO : Dois triângulos serão congruentes se possuírem dois
Soma dos ângulos externos: ângulos e o lado oposto a um deles congruentes.
A ex B ex Cex 360 16.5 - Pontos notáveis do triângulo
a) O segmento que une o vértice ao ponto médio do lado
16.2 – Classificação
Matemática 127 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
oposto é denominado MEDIANA. dobro do outro e a soma destes dois lados é 9 cm. Calcule
O encontro das medianas é denominado BARICENTRO. as medidas dos lados.
Resolução:
G é o baricentro
Propriedade: AG = 2GM
BG = 2GN
a + b + c = 13
CG = 2GP
a = 2b 3b = 9
a + b = 9
b) A perpendicular baixada do vértice ao lado oposto é
denominada ALTURA.
O encontro das alturas é denominado ORTOCENTRO. b =3 e
a =
6
Portanto: c =
4
As medidas são : 3 cm; 4 cm; 6 cm
Resolução:
16.6 – Desigualdades
Teorema: Em todo triângulo ao maior lado se opõe o maior
ângulo e vice-Versa.
x < 6 + 8 x < 14
6 < x + 8 x > –2 2 < x < 14
8 < x + 6 x > 2
b)
Assim, o maior numero inteiro possível para medir o terceiro
lado é 13.
AB // DC
Resolução: b) Paralelogramo:
a) 80° + x = 120° x = 40° “Lados opostos paralelos dois a dois”.
b) x + 150° + 130° = 360° x = 80°
AB // DC e AD // BC
5) Determine x no triângulo:
Resolução:
Propriedades:
1) Lados opostos congruentes.
2) Ângulos apostos congruentes.
SendoABC isósceles, vem: B C e portanto: 3) Diagonais se encontram no ponto médio
B C 50 , pois A B C 180 .
c) Retângulo:
"Paralelogramo com um ângulo reto".
Assim, x = 80° + 50° x = 130°
17. POLIGONOS
O triângulo é um polígono com o menor número de lados
possível (n = 3),
d) Losango:
n ( n - 3) "Paralelogramo com os quatro lados congruentes".
d
2
( n = número de lados )
Na figura:
AB EF MN
...
CD GH PQ
AC EG MP
... A é vértice do ângulo reto (Â = 90° )
BC FG NP
B C 90
etc...
m = projeção do cateto c sobre a hipotenusa a
2. SEMELHANÇA DE TRIÂNGULOS n = projeção do cateto b sobre a hipotenusa a
Dada a correspondência entre dois triângulos, dizemos que são H é o pé da altura AH = h.
semelhantes quando os ângulos correspondentes forem
congruentes e os lados correspondentes proporcionais. 4.1 – Relações
AB HB
3. CRITÉRIOS DE SEMELHANÇA AHB ~ CAB
a) CB AB
a) (AAL) Dois triângulos possuindo dois ângulos
correspondentes congruentes são semelhantes. AB 2 CB HB
b) (LAL) Dois triângulos, possuindo dois lados
proporcionais e os ângulos entre eles formados 2
c =a.m
ou (I)
congruentes, são semelhantes.
c) (LLL) Dois triângulos, possuindo os três lados
proporcionais, são semelhantes. AC HC
AHC ~ BAC
b) BC AC
Representação:
AC 2 BC HC
A A'
ou 2
b =a.n (II)
ABC ~ A' B' C' B B' e
C C ' Cada cateto é média proporcional entre a
hipotenusa e a sua projeção sobre a mesma.
AB BC AC
k AHB ~ CHA
AH HB
A' B' B' C' A' C' c) CH HA
razão de semelhança AH 2 CH HB
c b a
2 2 2
Exemplo:
Na figura, M é ponto médio de BC , Â = 90°
e M̂ = 90°. Sendo AB = 5 e AC = 2, calcule Al. o número 2 é denominado Potência do ponto
P em relação à circunferência.
2= d2 R2
6. POLÍGONOS REGULARES
a) Quadrado:
Resolução:
a) Teorema de Pitágoras:
BC2 AB2 AC2 BC2 52 2 2
29
MB
2
AB = lado do quadrado ( 4)
OM = apótema do quadrado (a4)
BC 29 5,38 e OA = OB = R = raio do círculo
AB BC Relações:
b) ABC ~ MBI ou AB 2 R 2 R 2
MB BI
5 29 29
BI 2,9 OM
AB
4
29 BI 10 2 a4
2
2
Logo, sendo AI = AB - BI, teremos: Área do quadrado:
S 4 24
AI = 5 - 2,9 AI =
b) Triângulo equilátero:
2,1
5. RELAÇÕES MÉTRICAS NO CÍRCULO
a) Pitágoras: a2 = b2 + c2
AC = 3 (lado do triângulo)
OA = R (raio do círculo) a2 =122 + 92 a = 15
OH = a (apótema do triângulo) cm
Relações: b) C2 = a . m 92 = 15 . m m = 5,4
cm
AC2 = AH2 + HC2 3 3
h c) b2 = a . n 122 = 15 . n n=
2
9,6
(altura em função do lado) 2) As diagonais de um losango medem 6m e 8m. Calcule o
seu perímetro: cm
R=
AO = 2 OH Resolução:
2ado apótema)
(o raio é o dobro
3 R 3
23 3
Área: S
4 2 4 2 32 5m
(área do triângulo equilátero em função do lado)
O perímetro é: P = 4 X 5 m = 20
c) Hexágono regular:
m
3) Calcule x na figura:
AB = 6 (lado do hexágono)
OA = OB = R (raio do círculo)
OM = a (apótema)
Resolução:
Relações: PA . PB = PM . PN 2. ( 2 + x ) = 4 X 10
OAB é equilátero
4 + 2 x = 40 2 x = 36
OM é altura OAB
a
R 3 x=18
Área: 2
4) Calcule a altura de um triângulo equilátero cuja área é
2
S 6 S ABC S
3R 3 9 3 m 2:
2 Resolução:
2 3 2 3
7. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS S 9 3 6m
1) Num triângulo retângulo os catetos medem 9 cm e 12 cm.
4 4
Calcule as suas projeções sobre a hipotenusa. 3 6 3
h h h3 3 m
Resolução:
2 2
V R 2 2R 2R 3 a) 5 cm
b) 14 cm
TEOREMA DE PITÁGORAS c) 100 cm
d) 10 cm
Relembrando: Triângulo retângulo é todo triângulo que possui
um ângulo interno reto.
Exemplo numérico:
Nos estudos que faremos nesta unidade, se faz necessário
diferenciar os dois catetos do triângulo. Usamos para isso a figura
que acabamos de ver.
Razões trigonométricas
Num triângulo retângulo, chama-se seno de um ângulo agudo o
número que expressa a razão entre a medida do cateto oposto a
esse ângulo e a medida da hipotenusa.
O seno de um ângulo o indica-se por sen .
Matemática 133 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
c b
medidado cateto oposto a B b c . sen B = b . sen C
sen B sen B sen C sen B
medidada hipotenusa a No retângulo BCH2 ( H é reto):
h
medidado cateto oposto a C b sen A = 2 h2 = a . sen B
sen C sen C a
medidada hipotenusa a
No retângulo ACH2 (H é reto):
Num triângulo retângulo, chama-se cosseno de
h
um ângulo agudo o número que expressa a razão sen A = 2 h2 = b . sen B
entre a medida do cateto adjacente ao ângulo e a b
medida da hipotenusa.
Comparando 4 e 5, temos:
O cosseno de um ângulo a indica-se por cos . a b
a . sen B = b . sen A
sen A sen B
Comparando 3 e 5. temos:
a b c
sen A sen B sen C
Exercícios
Resolva os problemas seguintes:
Calcule x na figura:
m
No triângulo retângulo AHB. temos: cos ( 180º - B) =
c
Substituindo 2 em 1, temos: b2 = a2 + c2 + 2 . a .(-c . cos B ) Calcule a num triângulo ABC, onde b = 4 cm, c = 3 cm e Â
b2 = a2 + c2 - 2 a c . cos B = 30º.
Dai a lei dos cosenos: Calcule as diagonais de um paralelogramo cujos lados medem
6cm e 2 cm e formam um ângulo de 45º.
Exemplo:
Respostas
2) Â = 30º ; Ĉ = 45º
3) ( 2 3 + 6 - 2 ) cm
4) x = 100 2 cm
5) Ĉ = 45º; Â = 120º
dimensões a, b, c
6) a = 7 cm (área total)
AT = 2 ( ab + ac +
7) d1 = 50 ; d2 = 5 2 cm
bc )
8) 2,5 cm2
9) 108 cm
V=a.b.c
(volume)
b) Geometria espacial: noções de paralelismo e (diagonal)
perpendicularismo. Áreas e volumes de prismas, pirâmides, D a2 b2 c 2
cilindros, cones e esferas. Aplicações.
2. PIRÂMIDES
GEOMETRIA ESPACIAL São sólidos com uma base plana e um vértice fora do plano
dessa base.
1. PRISMAS
São sólidos que possuem duas faces apostas paralelas e
congruentes denominadas bases.
a = arestas laterais
h = altura (distância entre as bases)
A T A 2A b (área total). V
1
Ab h
(volume)
3
V = Ab . (volume)
h 2.1 - TETRAEDRO REGULAR
1.1 – CUBO É a pirâmide onde todas as faces são triângulos equiláteros.
O cubo é um prisma onde todas as faces são quadradas.
AT = 6 . (área total)
a2
V = (volume)
3
a =aaresta
Tetraedro de aresta a :
a 6
h ( altura )
3
A b R 2
( área da base)
A 2R h
( área lateral )
A T 2A b A
( área total ) hR 3 (altura)
V Ab h A b R 2 (base)
( volume )
A R 2R 2R (área lateral)
2
5. ESFERA
Perímetro do círculo maior: 2 R
Área da superfície: 4 R2
Volume:
Logo: 4
R 3
A 2R 2R 4R 2 3
A T 2 R 2 4R 2 6R 2 Área da secção meridiana: R2.
V R 2R 2R
2 3
EXERCICIOS PROPOSTOS 1
g2 = h2 + R2 3) O suplemento de 36°12'28" é:
A Rg (área lateral) a) 140º 27’12” b) 143°47'32"
c) 143°57'42" d) 134°03'03"
A b R 2
(área da base) e) n.d.a.
4) número de diagonais de um polígono convexo de 7 lados
7) A soma dos ângulos internos de um pentágono é igual a: 2) Com as retas suportes dos lados (AD e BC) não paralelos do
a) 180° b) 90° c) 360° trapézio ABCD, construímos o ABE. Sendo AE = 12 cm; AD
d) 540° e) 720° = 5 cm; BC = 3 cm. O valor de BE é:
a) 6,4cm b) 7,2 cm c) 3,8 cm d) 5,2 cm e) 8,2cm
8) Um polígono regular tem 8 lados; a medida de um dos
seus ângulos internos é: 3) O lado AB de um ABC mede 16 cm. Pelo ponto D
a) 135° b) 45° c) 20° pertencente ao lado AB, distante 5 cm de A, constrói-se
d) 90° e) 120° paralela ao lado BC que encontra o lado AC em E a 8 cm de
A. A medida de AC é:
9) O encontro das bissetrizes internas de um triângulo é o: a) 15,8 cm b) 13,9 cm c) 22,6 cm
a) bicentro d) 25,6 cm e) 14 cm
b) baricentro
c) incentro 4) A paralela a um dos lados de um triângulo divide os outros
d) metacentro dois na razão 3/4. Sendo 21cm e 42 cm as medidas desses
e) n.d.a. dois lados. O maior dos segmentos determinado pela paralela
mede:
10) As medianas de um triângulo se cruzam num ponto, a) 9cm b) 12cm c) 18 cm
dividindo-se em dois segmentos tais que um deles é: d) 25 cm e) 24 cm
a) o triplo do outro
b) a metade do outro 5) Num trapézio os lados não paralelos prolongados determinam
c) um quinto do outro um triângulo de lados 24 dm e 36 dm. O menor dos lados não
2 paralelos do trapézio mede 10 dm. O outro lado do trapézio
d) os do outro mede:
3
e) n.d.a. a) 6 dm b) 9 dm c) 10 dm
d) 13 dm e) 15 dm
11) Entre os.critérios abaixo, aquele que não garante a
congruência de triângulos é: 6) Num triângulo os lados medem 8 cm; 10 cm e 15 cm. O lado
a) LLL b) ALA c) LAAO d) AAA correspondente ao menor deles, num segundo triângulo
e) LAL semelhante ao primeiro, mede 16cm. O perímetro deste último
triângulo é:
12) O menor valor inteiro para o terceiro lado de um triângulo, a) 60 cm b) 62 cm c) 66 cm
cujos outros dois medem 6 e 9, será: d) 70 cm e) 80 cm
a) 4 b) 10 c) 6 d) 7 e) 1
7) Dois triângulos semelhantes possuem os seguintes
13) Num paralelogramo de perímetro 32cm e um dos perímetros: 36 cm e 108 cm. Sendo 12 cm a medida de um
lados10cm, a medida para um dos outros lados é: dos lados do primeiro, a medida do lado correspondente do
a) 6 cm b) 12 cm c) 20 cm segundo será:
d) 22 cm e) 5 cm a) 36 cm b) 48 cm c) 27 cm
d) 11 cm e) 25 cm
RESPOSTAS AOS EXERCICIOS PROPOSTOS
1) d 6) e 11) d 12
8) A base e a altura de um retângulo estão na razão . Se a
2) a 7) d 12) a 5
3) b 8) a 13) a diagonal mede 26cm, a base medida será:
4) c 9) c a) 12 cm b) 24 cm c) 16 cm
5) b 10) b d) 8 cm e) 5 cm
2) Calcule a área total de um prisma hexagonal regular de 2m de c) Geometria analítica: plano Cartesiano e coordenadas de
altura e 1,5m de aresta na base. pontos do plano. Distância entre dois pontos e ponto médio
de um segmento. Estudo da reta e da circunferência.
3) A altura de um prisma reto tem 9,6 cm e as bases são
quadrados cuja diagonal mede 2,25 cm. Calcule a área lateral. GEOMETRIA ANALÍTICA
11) Calcule a área de uma superfície gerada pela rotação de um 2) Todo ponto do eixo de abscissas tem ordenada nula.
triângulo equilátero de lado 6 cm, em torno de seu lado.
x xB y yB
4) Todo ponto pertencente à bissetriz dos quadrantes ímpares xM A yM A
(b13) tem coordenadas (x; x). 2 2
COORDENADAS DO BARICENTRO
Consideremos o triângulo ABC tal que A( xA; yA), B(xB; yB) e
C(xC; yC) e seja G(xG; yG) o seu baricentro (ponto de encontro das
medianas).
Prova-se que: xG x A xB xC yG
y A yB y C
3 3
ÁREAS
Calcule a área do quadrilátero ABCD, sendo A(2;1), B(6;2 ),
C(4; 6) e D(1; 3).
d (x A - xB )2 (y A - yB )2 RETA
Inclinação
d ( x)2 ( y)2
onde:
x = diferença de abscissas
y = diferença de ordenadas
Caso particular
CASOS PARTICULARES
Dados dois pontos A e B, obtemos a "equação geral" da reta
AB através do determinante:
x A yB 1
xB yB 1 0
Temos que : MR = tg
x y 1
y yA
Do triângulo ABC, tiramos que: tg B
xB x A
onde o par (x,y) representa as coordenadas de qualquer dos
y yA
Portanto: m r B pontos da reta AB . Desenvolvendo o determinante, obtemos: ax +
xB x A by + c = 0
xA yA 1
xB yB 1
xC yC 1
Observação:
Dados os pontos A(xA;yA), B(xB;yB) e C(xC;yC) e o determinante c
r : by + c = 0 y = y=n
xA yA 1 b
D xB yB 1 0 isto é, todos os pontos da reta r têm a mesma ordenada n.
xC yC 1
2) Se b = 0 xA – yB a reta é paralela ao eixo y.
Se D 0 então A, B e C não são alinhados e portanto
determinam um triângulo de área S; prova-se
Matemática 141 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
y A yB
No triângulo ABC: tg m
x A xB
c
r : ax + c = 0 x =
a
| x = p | , isto ê, todos os pontos da reta r têm a mesma
abscissa p.
1) m tg 0 e
2
EQUAÇÃO REDUZIDA 2) ' tg - tg '
Vamos agora, na equação ax + by + c = 0, com b 0 escrever c)
"y em função de x".
ax + by + c = 0 by = - ac – c
a c
y x y m. x n
b b
m n
a c
onde: m = coeficiente angular ou declividade n =
b a 1) 0 tg m 0 ou
coeficiente linear
a
2) m =
m 0
b
Observações: a 0
1) Como a equação reduzida só é possível quando b 0,
d) Imaginemos um ponto P(x0, y0); por esse ponto P passam
conclui-se que ela só é válida para as retas não paralelas ao eixo y.
infinitas retas não paralelas ao eixo y.
a
2) Sendo m = e a = yB – yA
b
b = xA – xB
y yB
temos: m A
x A xB
Seja r uma dessas retas e seja Q(x;y) um ponto dessa reta.
Agora repare na figura:
Se r s s 90ºr
O coeficiente angular m dessa reta é:
tg S = tg ( 90° + r )
y - y0
m tg y - y0 m ( x - x0 ) tg S = - tg ( 90° - r )
x - x0 tg S = - cotg r
1 1
que é a equação do "feixe de retas que passam por (x0;y0) com tg S = mS = -
tg r mr
exceção da reta paralela ao eixo y, cuja equação é x = x0 .
3) 0 coeficiente linear n representa a ordenada do ponto em
que a reta intercepta o eixo y: INTERSECÇÃO DE DUAS RETAS CONCORRENTES
Sejam r : ax + by + c = 0 e
s : a’ x + b' y + c’ = 0
Observação: se P r d (P,r) = 0
r // s r s tg r tg s m r 2 m s
Em Geometria Analítica, admitindo que a reta r tenha equação
ax + by + c = 0 e P coordenadas (x0, y0) a distância d pode ser
2) PERPENDICULARES calculada pela expressão:
a x0 b y0 c
d
a2 b2
3) Se r e s forem concorrentes e uma delas for ver tical e a 06) os pontos A(3,1) e B(a,7) pertencem a uma reta cujo
outra não horizontal, teremos que: coeficiente angular é 2. Calcule o valor de a.
1 Solução:
tg m
7 1
6
mr a3 a3
6
2 a6 m=2
a3
- se < 0 é obtuso
- se > 0 é agudo 07) Verifique se os pontos A(1,3), B(5,7), C(9,11 estão
alinhados.
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
01) Calcule a distância entre os pontos A e B. Solução:
A(2, 6) e B(5, 10) 73 4
mAB 1
Solução: 5 1 4
d (5 2)2 (10 6)2 9 16 d 5 11 3 8
mBC 1
9 1 8
02) Calcule as coordenadas do ponto P(x,y), sabendo que a
Logo: mAB = mAC =1, portanto, A, B e C estão alinhados.
distância de P até o ponto Q(5, 3) é 10 .
08) Calcule a distância entre os pontos A(5,7) e B(1,4).
Solução:
Solução: ( x)2 = (5 - 1)2 =16
( y)2 = (7 - 4)2 = 9
d 16 9 25 5
d(A, B) = 5 unidades.
d 10
09) Sendo A(4, 3) e B(1, -6), divida o segmento AB na razão r
d ( x 5)2 (c 3)2 (2) = 2.
Comparando-se (1) e (2) temos:
Solução:
( x 5)2 ( x 3)2 10 Aplicando as fórmulas temos:
( x 5)2 ( x 3)2 10 42 1 42
x 2
x2 - 8x +12 = 0 1 2 3
x = 6 ou x = 2 3 2( 6) 3 12
y 3
Logo: P(6;6) ou P(2;2) 1 2 3
03) Calcule as coordenadas do ponto médio M do segmento AB fica dividido na razão r = 2 pelo ponto P(2,-3)
AB , sabendo que A(5, 1) e B(9, 3). 10) Determine a área do triângulo cujos vértices são os pontos
Solução:
Substituindo, na fórmula, x1 por 5, y1 por 3 e m 4, resulta:
y - 3 = 4(x - 5)
y - 3 = 4x - 20
4y - y - 17 = 0
13) Escreva a equação do feixe de retas que passam ponto b) P é exterior â circunferência
(3,2).
d ( P, C ) R ( x p)2 ( y q)2 R
Solução:
y - 2 = m(x - 3)
Solução:
a = 4, b = 3, c = -12, x0 = 2 e y0 = 5
4 2 3 5 - 12 11
d
42 32 5
15) Escreva a equação da reta s que passa pelo ponto P(1;2) e d ( P, C ) R ( x p)2 ( y q)2 R
que seja perpendicular à reta r
3x - 6y + 6 = 0 c) P é interior à circunferência
Solução:
Determinemos os coeficientes angulares das retas dadas.
reta r
1 1
3x - 6y 6 0 y x 1 m r
2 2
reta s
Por questões práticas costuma-se elevar ambos os membros
passa por P(1;2) y - 2 = ms(x - 1) dessa equação ao quadrado. Assim obtemos a seguinte equação:
s r m s m r - 1 ms - 2 (x - p)2 + (y - q)2 = R2
y - 2 = -2(x - 1)
2x + y - 4 = 0 Se P é exterior à circunferência:
Se P é interior à circunferência Se o plano for perpendicular ao eixo, sem passar pelo vértice,
obtemos uma circunferência.
x2+y2=R2
x 2 + y 2 - 2px –pqy + p2 + q2 - R 2 = 0
Equação da elipse
CÔNICAS
Matemática 146 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
x2 y2
1
a2 b2 x p2 y q2 1
Caso especial a2 b2
x2 y2
1
b2 a2
HIPÉRBOLE
Elementos da hipérbole
y q2 x p2 1
a2 b2
PARÁBOLA
Equação da parábola
C = centro
F1 e F2 = focos
2c = distância focal
V1 e V2 = vértices
V1V2 = eixo real
2a = medida do eixo real
y2 = 2px
AB = eixo conjugado
2b = medida do eixo conjugado Colocando F à esquerda de V:
y2 = - 2px
Relações notáveis entre os eixos
Solução :
Solução
Como o eixo real está contido em 0x, resulta a equação
x2 y2
1
a2 b2
2a = 6 a=3
2c = 10 c= 5
O vértice da parábola é o ponto V(0,0).
c2 = a2 + b2
Para descobrir a equação da parábola, devemos determinar
25= 9 + b2 b = 4
uma equação que seja satisfeita pelo conjunto de pontos P(x,y) que
são equidistantes da reta x = -2 e do ponto F(2,0).
03) Determine a equação da parábola, sendo F(0, 3) com
vértice na origem. De acordo com a figura temos:
d(P, F) = d(P, Q).
Solução :
x - 4x 4 y2 x2 4x 4
2
ou, ainda,
y2 = 8x ou, ainda, (y - 0)2 = 4 . 2 . (x - 0)
Temos:
Logo, a equação procurada é y2 = 8x.
F está acima de V, e a equação é do tipo x2 = 2py
06) Determinar a equação da elipse de focos F1(-3, 0), e p
F(0,4) 4 p8
vértices, que são as extremidades do eixo maior, A1(5, 0) e A2(-5, 2
0).
E a equação é x2 = 2 . 8. y x2 = 16y
Solução:
Pelos dados do problema, os focos estão no eixo x e temos: a = 08) Desenhe um triângulo ABC cujos vértices são os pontos
5 e c = 3. A(2,2), B(0,4) e C(-5, -3).
Solução:
Daí a2 = b2 + c2 25 = b2 + 9 b2 =16
x2 y2 x2 y2
1 1 ou 09) Determine a equação da parábola dada no gráfico:
a2 b2 26 16
42 = 22 + b2 b2 = 12
y2 x2
E a equação é 1 EXERCÍCIOS PROPOSTOS
4 12 01) os vértices de uma hipérbole são os pontos (0, 4) e (0,-3);
seus focos são os pontos (0,5) e (0,-5).
11) Dada a elipse cuja equação é
x 12 y 32 1
Determinar o comprimento do eixo transverso e o comprimento
100 36 do eixo conjugado.
obtenha as coordenadas
a) do centro C
b) dos vértices v1 e v2
c) dos focos F1 e F2
Solução:
a) Da equação obtemos:
p = 1 e q = 3 C(1, 3)
C) F1 (p - c, q)
p - c = 1 - 8 = -7 F1 (-7, 3)
q=3
F2 (p + c, q)
p+c=1+8=9 F2 ( 9, 3)
q=3
3) Determinar a equação da hipérbole, cujos focos estão
situados no eixo das abscissas, simetricamente situados em
relação à origem e sabendo que seus eixos são 2a = 10 e 2b = 8.
x2 y2
Resposta: 1
25 16
Aplicações
1) Uma moça dispõe de 4 blusas e 3 saias. De quantos
modos distintos ela pode se vestir?
Solução:
A escolha de uma blusa pode ser feita de 4 maneiras
diferentes e a de uma saia, de 3 maneiras diferentes.
4) Determine a equação da hipérbole, cujos focos estão Pelo PFC, temos: 4 . 3 = 12 possibilidades para a escolha da
situados no eixo das abscissas, simetricamente situados em blusa e saia. Podemos resumir a resolução no seguinte esquema;
relação à origem, sabendo que as suas assintotas têm equação y =
4 Blusa saia
x que a distância entre os focos é 2f = 20.
3
4 . 3 = 12 modos diferentes
Solução:
Escolher um trajeto de A a C significa escolher um caminho de
A a B e depois outro, de B a C.
x2 y2
Resposta: 1
36 64
Esquema:
y2 x2 Percurso Percurso
Resposta: 1
576 100 AB BC
4 . 5 = 20
Solução:
Os números devem ser formados com os algarismos: 1, 3, 5, 7,
9. Existem 5 possibilidades para a escolha do algarismo das
centenas, 5 possibilidades para o das dezenas e 5 para o das
unidades.
4) ANÁLISE COMBINATÓRIA, PROBABILIDADE E Assim, temos, para a escolha do número, 5 . 5 . 5 = 125.
ESTATÍSTICA algarismos algarismos algarismos
da centena da dezena da unidade
a) Análise combinatória. Princípio fundamental da contagem.
Arranjos, permutações e combinações simples.
5 . 5 . 5 = 125
ANÁLISE COMBINATÓRIA
4) Quantas placas poderão ser confeccionadas se forem
Princípio fundamental da contagem (PFC) utilizados três letras e três algarismos para a identificação
Se um primeiro evento pode ocorrer de m maneiras diferentes e
Matemática 151 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
de um veículo? (Considerar 26 letras, supondo que não há Para o terceiro algarismo existem, então, 8 possibilidades, pois
nenhuma restrição.) dois deles já foram usados. O numero total de possibilidades é: 9 .
9 . 8 = 648
Solução:
Como dispomos de 26 letras, temos 26 possibilidades para Esquema:
cada posição a ser preenchida por letras. Por outro lado, como
dispomos de dez algarismos (0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9), temos 10
possibilidades para cada posição a ser preenchida por algarismos.
Portanto, pelo PFC o número total de placas é dado por:
Solução:
Os candidatos a formar os números são : 0, 2, 4, 6 e 8. Como
5) Quantos números de 2 algarismos distintos podemos os números devem estar compreendidos entre 2000 e 5000, o
formar com os algarismos 1, 2, 3 e 4? primeiro algarismo só pode ser 2 ou 4. Assim, temos apenas duas
possibilidades para o primeiro algarismo e 4 para o segundo, três
Solução: para o terceiro e duas paia o quarto.
Observe que temos 4 possibilidades para o primeiro algarismo
e, para cada uma delas, 3 possibilidades para o segundo, visto que O número total de possibilidades é: 2 . 4 . 3 . 2 = 48
não é permitida a repetição. Assim, o número total de
possibilidades é: 4 . 3 =12 Esquema:
Esquema:
Exercícios
1) Uma indústria automobilística oferece um determinado veículo
em três padrões quanto ao luxo, três tipos de motores e sete
tonalidades de cor. Quantas são as opções para um
comprador desse carro?
2) Sabendo-se que num prédio existem 3 entradas diferentes,
que o prédio é dotado de 4 elevadores e que cada
apartamento possui uma única porta de entrada, de quantos
modos diferentes um morador pode chegar à rua?
3) Se um quarto tem 5 portas, qual o número de maneiras
distintas de se entrar nele e sair do mesmo por uma porta
6) Quantos números de 3 algarismos distintos podemos diferente da que se utilizou para entrar?
formar com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9? 4) Existem 3 linhas de ônibus ligando a cidade A à cidade B, e 4
outras ligando B à cidade C. Uma pessoa deseja viajar de A a
Solução: C, passando por B. Quantas linhas de ônibus diferentes
Existem 9 possibilidades para o primeiro algarismo, apenas 8 poderá utilizar na viagem de ida e volta, sem utilizar duas
para o segundo e apenas 7 para o terceiro. Assim, o número total vezes a mesma linha?
de possibilidades é: 9 . 8 . 7 = 504 5) Quantas placas poderão ser confeccionadas para a
identificação de um veículo se forem utilizados duas letras e
Esquema: quatro algarismos? (Observação: dispomos de 26 letras e
supomos que não haverá nenhuma restrição)
6) No exercício anterior, quantas placas poderão ser
confeccionadas se forem utilizados 4 letras e 2 algarismos?
7) Quantos números de 3 algarismos podemos formar com os
algarismos 1, 2, 3, 4, 5 e 6?
7) Quantos são os números de 3 algarismos distintos? 8) Quantos números de três algarismos podemos formar com os
algarismos 0, 1, 2, 3, 4 e 5?
Solução: 9) Quantos números de 4 algarismos distintos podemos escrever
Existem 10 algarismos: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9. Temos 9 com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5 e 6?
possibilidades para a escolha do primeiro algarismo, pois ele não 10) Quantos números de 5 algarismos não repetidos podemos
pode ser igual a zero. Para o segundo algarismo, temos também 9 formar com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7?
possibilidades, pois um deles foi usado anteriormente. 11) Quantos números, com 4 algarismos distintos, podemos
formar com os algarismos ímpares?
Introdução: 2) Efetue:
Na aplicação An,p, calculamos quantos números de 2 algarismos A 8,2 A 7,4
distintos podemos formar com 1, 2, 3 e 4. Os números são : a) A7,1 + 7A5,2 – 2A4,3 – A 10,2 b)
12 13 14 21 23 24 31 32 34 41 42 43
A 5,2 A10,1
O número de arranjos simples dos n elementos, tomados p a p, Fórmula de arranjos simples com o auxílio de fatorial:
é indicado por An,p
AN,P
n!
, pn e p,n lN
Fórmula: n p !
Matemática 153 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
b) 10 ! = 2! . 5 ! e) 10 ! =10. 9. 8. 7!
c) 10 ! = 11! -1!
Aplicações
1) Calcular: 2) Assinale a alternativa falsa;
8! n! a) n! = n ( n-1)! d) ( n –1)! = (n- 1)(n-2)!
a) 5! c) e) b) n! = n(n - 1) (n - 2)! e) (n - 1)! = n(n -1)
6! (n - 2)!
c) n! = n(n – 1) (n - 2) (n - 3)!
5! 11! 10 !
b) d)
4! 10 ! 3) Calcule:
12 ! 7!
Solução: a) c)
10 ! 3! 4!
a) 5 ! = 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 120
7! 5! 8! - 6!
5! 5 4! b) d)
b) 5 5! 5!
4! 4!
8! 8 7 6! 4) Simplifique:
c) 56
6! 6! n! n!
11! 10 ! 11 10 ! 10 ! 10 ! 11 1 a) d)
d) 12 ( n - 1) ! n ( n - 1) !
10 ! 10! 10 !
n! n n - 1 n - 2! n 2 ! n ! 5M! - 2 ( M - 1 ) !
e) n2 n b) e)
(n - 2)! n - 2! n 1 ! 2 M!
n ! ( n 1) !
2) Obter n, de modo que An,2 = 30. c)
n!
Solução: 5) Obtenha n, em:
Utilizando a fórmula, vem : (n 1)!
n! n ( n - 1) ( n - 2) ! a) 10 b) n!+( n - 1)! = 6 ( n - 1)!
30 30 n!
(n - 2)! (n - 2)! n (n - 1)!
n=6 c) 6 d) (n - 1)! = 120
(n - 2)!
n2 – n – 30 = 0 ou
n = –5 ( não convém)
1 n
6) Efetuando , obtém-se:
3) Obter n, tal que: 4 . An-1,3 = 3 . An,3. n ! (n 1)!
1 2n 1 1
Solução: a) d) b)
4 n - 1 ! n! 4 n - 3 ! n! (n 1) ! (n 1) ! n!
3 3
n - 4 ! n - 3 ! n - 4 ! n - 1 ! e) 0
n ! ( n 1) !
c)
4 n - 3 n - 4 ! n n - 1 ! n -1
3
n - 4 ! n - 1 ! 7) Resolva as equações:
4n 12 3n n 12 a) Ax,3 = 8Ax,2 b) Ax,3 = 3 . ( x - 1)
( n 2 ) ! - ( n 1) ! (n 2) ! (n 1) !
4) Obter n, tal que : 4 8) Obtenha n, que verifique 8n ! =
n! n 1
Solução: 9) O número n está para o número de seus arranjos 3 a 3
( n 2 ) ( n 1 ) n !- ( n 1 ) n ! como 1 está para 240, obtenha n.
4
n!
PERMUTAÇÕES SIMPLES
n ! ( n 1 ) n 2 - 1
4 Introdução:
n! Consideremos os números de três algarismos distintos
formados com os algarismos 1, 2 e 3. Esses números são :
n + 1 = 2 n =1 123 132 213 231 312 321
(n + 1 )2 = 4
n + 1 = –2 n = –3 (não convém A quantidade desses números é dada por A3,3= 6.
)
Exercícios Esses números diferem entre si somente pela posição de seus
1) Assinale a alternativa correta: elementos. Cada número é chamado de permutação simples,
10 ! obtida com os algarismos 1, 2 e 3.
a) 10 ! = 5! + 5 ! d) =5
2!
Matemática 154 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Definição: especificada a ordem :
Seja I um conjunto com n elementos. Chama-se permutação
simples dos n elementos de l a toda a seqüência dos n elementos.
OBSERVA ÇÃO: Pn = An,n . Para cada agrupamento formado, as letras T, R, E podem ser
dispostas de P3 maneiras. Assim, para P6 agrupamentos, temos
Fórmula: P6 . P3 anagramas. Então:
P6 . P3 = 6! . 3! = 720 . 6 = 4 320 anagramas
Aplicações
1) Considere a palavra ATREVIDO. f) A palavra ATREVIDO possui 4 vogais e 4 consoantes. Assim:
a) quantos anagramas (permutações simples) podemos
formar?
b) quantos anagramas começam por A?
c) quantos anagramas começam pela sílaba TRE?
d) quantos anagramas possuem a sílaba TR E?
e) quantos anagramas possuem as letras T, R e E juntas?
f) quantos anagramas começam por vogal e terminam em
consoante? Exercícios
1) Considere a palavra CAPITULO:
Solução: a) quantos anagramas podemos formar?
a) Devemos distribuir as 8 letras em 8 posições disponíveis. b) quantos anagramas começam por C?
Assim: c) quantos anagramas começam pelas letras C, A e P juntas
e nesta ordem?
d) quantos anagramas possuem as letras C, A e P juntas e
nesta ordem?
e) quantos anagramas possuem as letras C, A e P juntas?
f) quantos anagramas começam por vogal e terminam em
Ou então, P8 = 8 ! = 40.320 anagramas consoante?
2) Quantos anagramas da palavra MOLEZA começam e
b) A primeira posição deve ser ocupada pela letra A; assim, terminam por vogal?
devemos distribuir as 7 letras restantes em 7 posições, Então: 3) Quantos anagramas da palavra ESCOLA possuem as
vogais e consoantes alternadas?
4) De quantos modos diferentes podemos dispor as letras da
palavra ESPANTO, de modo que as vogais e consoantes
apareçam juntas, em qualquer ordem?
5) obtenha o número de anagramas formados com as letras
da palavra REPÚBLICA nas quais as vogais se
c) Como as 3 primeiras posições ficam ocupadas pela sílaba mantenham nas respectivas posições.
TRE, devemos distribuir as 5 letras restantes em 5 posições. Então:
PERMUTAÇÕES SIMPLES, COM ELEMENTOS
REPETIDOS
. . . . . . . . . . . . . . . . .
r
a a
,
ra,
r...
,ar
r são iguais a
r
e) Devemos permutar entre si 6 elementos, tendo considerado sendo ainda que: 1 2 . . . r = n, e indicando-se por
as letras T, R, E como um único elemento: pn (1, 2, . . . r ) o número das permutações simples dos n
elementos, tem-se que:
Aplicações
1) Obter a quantidade de números de 4 algarismos formados
pelos algarismos 2 e 3 de maneira que cada um apareça
duas vezes na formação do número.
Devemos também permutar as letras T, R, E, pois não foi
Matemática 155 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Introdução:
Solução: Consideremos as retas determinadas pelos quatro pontos,
2233 2323 2332 conforme a figura.
os números são
3322 3232 3223
4) Obter n, tal que Cn,2 = 28. b) C10,3 – C6,3 – C4,3 = 96 triângulos onde
n = -7 (não convém)
8) Uma urna contém 10 bolas brancas e 6 pretas. De quantos
5) Numa circunferência marcam-se 8 pontos, 2 a 2 distintos. modos é possível tirar 7 bolas das quais pelo menos 4
Obter o número de triângulos que podemos formar com sejam pretas?
vértice nos pontos indicados:
Solução:
As retiradas podem ser efetuadas da seguinte forma:
4 pretas e 3 brancas C6,4 . C10,3 = 1 800 ou
5 pretas e 2 brancas C6,5 . C10,2 = 270 ou
6 pretas e1 branca C6,6 . C10,1 = 10
Exercícios
1) Calcule:
Solução:
a) C8,1 + C9,2 – C7,7 + C10,0
Um triângulo fica identificado quando escolhemos 3 desses
b) C5,2 +P2 – C5,3
pontos, não importando a ordem. Assim, o número de triângulos é
c) An,p . Pp
dado por:
8! 8 7 6 . 5! 2) Obtenha n, tal que :
C 8,3 56
3!5 ! 3 2 . 5! a) Cn,2 = 21
b) Cn-1,2 = 36
6) Em uma reunião estão presentes 6 rapazes e 5 moças. c) 5 . Cn,n - 1 + Cn,n -3 = An,3
Quantas comissões de 5 pessoas, 3 rapazes e 2 moças,
podem ser formadas? 3) Resolva a equação Cx,2 = x.
Como para cada uma das 20 triplas de rapazes temos 10 pares A p,3
de moças para compor cada comissão, então, o total de comis- 7) Obtenha o valor de p na equação: 12 .
Cp,4
sões é C6,3 . C5,2 = 200.
7) Sobre uma reta são marcados 6 pontos, e sobre uma outra 8) Obtenha x na equação Cx,3 = 3 . Ax , 2.
reta, paralela á primeira, 4 pontos. 9) Numa circunferência marcam-se 7 pontos distintos.
a) Quantas retas esses pontos determinam? Obtenha:
b) Quantos triângulos existem com vértices em três desses a) o número de retas distintas que esses pontos
determinam;
17) Uma urna contém 5 bolas brancas, 3 bolas pretas e 4 26) Sendo 5 . Cn, n - 1 + Cn, n - 3, calcular n.
azuis. De quantos modos podemos tirar 6 bolas das quais:
a) nenhuma seja azul 27) Um conjunto A possui n elementos, sendo n 4. O
b) três bolas sejam azuis número de subconjuntos de A com 4 elementos é:
c) pelo menos três sejam azuis
a)
n ! c) ( n – 4 ) ! e) 4 !
18) De quantos modos podemos separar os números de 1 a 8 24( n - 4 )
em dois conjuntos de 4 elementos? b)
n!
d) n !
(n-4)
19) De quantos modos podemos separar os números de 1 a 8
em dois conjuntos de 4 elementos, de modo que o 2 e o 6 28) No cardápio de uma festa constam 10 diferentes tipos de
não estejam no mesmo conjunto? salgadinhos, dos quais apenas 4 serão servidos quentes.
O garçom encarregado de arrumar a travessa e servi-la foi
20) Dentre 5 números positivos e 5 números negativos, de instruído para que a mesma contenha sempre só dois tipos
quantos modos podemos escolher quatro números cujo diferentes de salgadinhos frios e dois diferentes dos
produto seja positivo? quentes. De quantos modos diversos pode o garçom,
21) Em um piano marcam-se vinte pontos, não alinhados 3 a respeitando as instruções, selecionar os salgadinhos para
3, exceto cinco que estão sobre uma reta. O número de compor a travessa?
retas determinadas por estes pontos é: a) 90
a) 180 d) 38
b) 1140 b) 21
c) 380 e) n.d.a.
d) 190 c) 240
e) 181
29) Em uma sacola há 20 bolas de mesma dimensão: 4 são
22) Quantos paralelogramos são determinados por um azuis e as restantes, vermelhas. De quantas maneiras
conjunto de sete retas paralelas, interceptando um outro distintas podemos extrair um conjunto de 4 bolas desta
conjunto de quatro retas paralelas? sacola, de modo que haja pelo menos uma azul entre
a) 162 elas?
b) 126
b)
20 !
e)n.d.a. Permutações simples com elementos repetidos
4 ! 16 ! 1) d 2) c 3) a 4) d 5) b
20 !
c) Combinações simples
16 !
n! p! 15) a) 160 b) 168
1) a) 44 c) 16) 210
30) Uma classe tem 10 meninos e 9 meninas. Quantas (n p)!
17) a) 28 c) 252
comissões diferentes podemos formar com 4 meninos e 3 b) 2
b) 224
meninas, incluindo obrigatoriamente o melhor aluno dentre 2) a) n = 7 b) n = 10
18) 70
os meninos e a melhor aluna dentre as meninas? c) n = 4
19) 55
a) A10,4 . A9,3 c) A9,2 – A8,3 e) C19,7 3) S = {3}
20) 105
b) C10,4 - C9, 3 d) C9,3 - C8,2 4) 70
21) e
5) 35
22) b
31) Numa classe de 10 estudantes, um grupo de 4 será 6) 10
23) c
selecionado para uma excursão, De quantas maneiras 7) p=5
24) b
distintas o grupo pode ser formado, sabendo que dos dez 8) S={20}
25) d
estudantes dois são marido e mulher e apenas irão se 9) a) 21 c) 35
26) n =4
juntos? b) 35 d) 7
27) a
a) 126 b) 98 c) 115 d)165 e) 122 10) 140
28) a
11) 180
29) d
RESPOSTAS 12) 252
30) d
Principio fundamental da contagem 13) 2 520
31) b
n(n 3)
14)
1) 63 14) 24 2
2) 12 15) 90 pares e 120 ímpares
3) 20 16) 18 b) Experimentos aleatórios, espaço amostral e eventos.
4) 72 17) 48 Probabilidade de um evento; noções de probabilidade em
5) 6 760 000 18) 72 espaços amostrais finitos.
6) 45 697 600 19) 1 680
7) 216 20) 504 PROBABILIDADE
8) 180 21) 30
9) 360 22) 20 ESPAÇO AMOSTRAL E EVENTO
10) 2 520 23) 720 Suponha que em uma urna existam cinco bolas vermelhas e uma
11) 120 24) 48 bola branca. Extraindo-se, ao acaso, uma das bolas, é mais provável
12) 4 536 25) 72 que esta seja vermelha. Isto irão significa que não saia a bola branca,
13) 60 26) 96 mas que é mais fácil a extração de uma vermelha. Os casos
possíveis seu seis:
Arranjos simples
1) a) 8 c) 336
b) 56 d) 1680
9) n = 17 EXEMPLOS:
Permutações simples Lançamento de um dado e observação da face voltada para
1) a) 40 320 d) 720 2) 144 cima:
b) 5 040 e) 4 320 3) 72 E = {1, 2, 3, 4, 5, 6}
Solução:
Indicando o evento pela letra B, temos:
B = { (2, 5), (4, 3), (6, 1)} n(B) = 3 elementos
Intersecção de dois eventos - Dados os eventos A e B, cha-
ma-se intersecção de A e B ao evento formado pelos resul- Exercícios
tados de A e de B. Indica-se por A B. 1) Dois dados são lançados. O número de elementos do
evento "produto ímpar dos pontos obtidos nas faces
voltadas para cima" é:
a) 6 b) 9 c) 18 d) 27 e) 30
PROBABILIDADE
Sendo n(A) o número de elementos do evento A, e n(E) o
Aplicações número de elementos do espaço amostral E ( A E), a pro-
1) Considerar o experimento "registrar as faces voltadas para babilidade de ocorrência do evento A, que se indica por P(A), é o
cima", em três lançamentos de uma moeda. número real:
a) Quantos elementos tem o espaço amostral?
b) Escreva o espaço amostral.
Solução:
Temos P(A) = 95% e P(B) = 8%.
PROBABILIDADE CONDICIONAL
Muitas vezes, o fato de sabermos que certo evento ocorreu
modifica a probabilidade que atribuímos a outro evento. Indicaremos
por P(B/A) a probabilidade do evento B, tendo ocorrido o evento A
(probabilidade condicional de B em relação a A). Podemos escrever: 2) Jogam-se um dado e uma moeda. Dê a probabilidade de
obtermos cara na moeda e o número 5 no dado.
n ( A B)
P(B / A )
n (A) Solução:
Evento A : A = {C} n(A) = 1
Multiplicação de probabilidades: Evento B : B = { 5 } n ( B ) = 1
A probabilidade da intersecção de dois eventos A e B é igual ao
produto da probabilidade de um deles pela probabilidade do outro em Sendo A e B eventos independentes, temos:
relação ao primeiro. 1 1
P(A B) = P(A) . P(B) P(A B) =
Em símbolos: 2 6
1
P(A B) =
Justificativa: 12
n ( A B)
n ( A B) n(E) 3) (Cesgranrio) Um juiz de futebol possui três cartões no bolso. Um
P(B / A ) P(B / A ) é todo amarelo, outro é todo vermelho, e o terceiro é vermelho
n (A) n (A)
de um lado e amarelo do outro. Num determinado lance, o juiz
n(E) retira, ao acaso, um cartão do bolso e mostra a um jogador. A
P ( A B) probabilidade de a face que o juiz vê ser vermelha e de a outra
P(B / A ) face, mostrada ao jogador, ser amarela é:
P (A)
P(A B) = P(A) . P(B/A) 1 2 1 2 1
a) b) c) d) e)
2 5 5 3 6
Analogamente:
P(A B) = P(B) . P(A/B) Solução:
Evento A : cartão com as duas cores
Eventos independentes: Evento B: face para o juiz vermelha e face para o jogador
Dois eventos A e B são independentes se, e somente se: P(A/B) amarela, tendo saído o cartão de duas cores
= P(A) ou P(B/A) = P(B)
Temos:
Da relação P(A B) = P(A) . P(B/A), e se A e B forem P(A B) = P(A) . P(B/A), isto é, P(A B) =
1 1
independentes, temos: 3 2
1
P(A B) = P(A) . P(B) P(A B) = (alternativa e)
6
Respostas:
Aplicações: Espaço amostral e evento
1) Escolhida uma carta de baralho de 52 cartas e sabendo-se que 1) b 2) d 3) b 4) a
esta carta é de ouros, qual a probabilidade de ser dama?
Probabilidade
Solução: 1) c 2) b
Um baralho com 52 cartas tem 13 cartas de ouro, 13 de copas,
13 de paus e 13 de espadas, tendo uma dama de cada naipe. Adição de probabilidades
1) d 2) b 3) a 4) b 5) b 6) e
número, o limite superior da classe ( Li ). Na segunda classe, por 3.7. Freqüência simples ou absoluta
exemplo, temos: Freqüência simples ou freqüência absoluta ou, simplesmente,
=154 e L2 =158 freqüência de uma classe ou de um valor individual é o número de
observações correspondentes a essa classe ou a esse valor.
À distribuição da Tabela 5.6 corresponde o seguinte histograma: Para tornar bem clara a explanação, consideremos a seguinte
série:
PRODUÇÃO DE VEÍCULOS DE
AUTOPROPULSÃO BRASIL — 1984-89
ANOS QUANTIDADES (1000 unidades)
1984 865
1985 967
1986 1.056
1987 920
NOTAS: 1988 1.069
histograma goza de uma propriedade da qual faremos 1989 513
considerável uso: a área de um histograma é proporcional à FONTE: ANFAVEA.
soma das freqüências.
No caso de usarmos as freqüências relativas, obtemos um Vamos tomar os anos como abscissas e as quantidades como
gráfico de área unitária. ordenadas. Assim, um ano dado (x) e a respectiva quantidade (y)
formam um par ordenado (x, y), que pode ser representado num
Quando queremos comparar duas distribuições, o ideal é
sistema cartesiano.
fazê-lo pelo histograma de freqüências relativas.
Determinados, graficamente, todos os pontos da série, usando
GRÁFICOS ESTATÍSTICOS
as coordenadas, ligamos todos esses pontos, dois a dois, por
segmentos de reta, o que irá nos dar uma poligonal, que é o gráfico
1. GRÁFICO ESTATÍSTICO
em linha ou em curva correspondente à série em estudo (Figura
O gráfico estatístico é uma forma de apresentação dos dados
4.1).
estatísticos, cujo objetivo é o de produzir, no investigador ou no
público cm geral, uma impressão mais rápida e viva do fenômeno CONSTRUÇÃO DE VEÍCULOS
cm estudo, já que os gráficos falam mais rápido à compreensão DE AUTOPROPULSÃO
que as séries. BRASIL - 1984- 89
0
A representação gráfica de um fenômeno deve obedecer a 1984 85 86 87 88 89
2. DIAGRAMAS
Dentre os principais diagramas, destacamos:
FIGURA 4.8
NOTAS:
Sempre que os dizeres a serem inscritos são extensos,
devemos dar preferência ao gráfico em barras (séries
geográficas e especificas). Porém, se ainda assim
2.2. Gráfico em colunas ou em barras preferirmos o gráfico em colunas, os dizeres deverão ser
É a representação de uma série por meio de retângulos, dispostos de baixo para cima, nunca ao contrário.
dispostos verticalmente (em colunas) ou horizontalmente (em A ordem a ser observada é a cronológica, se a série for
barras). histórica, e a decrescente, se for geográfica ou categórica.
A distância entre as colunas (ou barras), por questões
Quando em colunas, os retângulos têm a mesma base e as estéticas, não deverá ser menor que a metade nem maior
alturas são proporcionais aos respectivos dados. que os dois terços da largura (ou da altura) dos retângulos.
Quando em barras, os retângulos têm a mesma altura e os 2.3. Gráfico em colunas ou em barras múltiplas
comprimentos são proporcionais aos respectivos dados. Este tipo de gráfico é geralmente empregado quando queremos
representar, simultaneamente, dois ou mais fenômenos estudados
Assim estamos assegurando a proporcionalidade entre as com o propósito de comparação.
áreas dos retângulos e os dados estatísticos.
Exemplo:
Exemplos: BALANÇA COMERCIAL
a. Gráfico em colunas BRASIL — 1984-88
CONSTRUÇÃO DE AERONAVES BRASIL — 1984-89 ESPECIFICAÇÃO VALOR (US$ 1.000.000)
ANOS UNIDADES 1984 1985 1986 1987 1988
1984 184 Exportação (FOB) 27.005 25.639 22.348 26.224 33.789
1985 171 Importação 13.916 13.153 14.144 15.052 14.605
1986 167 FONTE: Ministério da Economia.
1987 203
1988 199 US$ milhão
BALANÇA COMERCIAL
1989 197 40000
CONTRUÇÃO DE AERONAVES 0
1984 1985 1986 1987 1988
BRASIL 1984 - 89
300 exportação
unidades
FONT E: Ministérioec
daonomia
200 importacão
100
0
1984 85 86 87 88 89
FONTE: EMBRAER 2.4. Gráfico em setores
Este gráfico é construído com base em um círculo, e é
FIGURA 4.7 empregado sempre que desejamos ressaltar a participação do dado
no total.
NOTAS:
4. CARTOGRAMA
O gráfico em setores só deve ser empregado quando há, no
máximo, sete dados. O cartograma é a representação sobre uma carta geográfica.
Se a série já apresenta os dados percentuais, obtemos os
Este gráfico é empregado quando o objetivo é o de figurar os
respectivos valores em graus multiplicando o valor percentual
dados estatísticos diretamente relacionados com áreas geográficas
por 3,6.
ou políticas.
3. GRÁFICO POLAR
Distinguimos duas aplicações:
É o gráfico ideal para representar séries temporais cíclicas, isto
a. Representar dados absolutos (população) — neste caso,
é, séries temporais que apresentam em seu desenvolvimento
lançamos mão, em geral, dos pontos, em número
determinada periodicidade, como, por exemplo, a variação da
proporcional aos dados (Figura 4.12).
precipitação pluviométrica ao longo do ano ou da temperatura ao
b. Representar dados relativos (densidade) — neste caso,
longo do dia, a arrecadação da Zona Azul durante a semana, o
lançamos mão, em geral, de hachuras (Figura 4.13).
consumo de energia elétrica durante o mês ou o ano, o número de
passageiros de uma linha de ônibus ao longo da semana etc.
Exemplo:
Dada a série:
O gráfico polar faz uso do sistema de coordenadas polares.
POPULAÇÃO PROJETADA DA REGIÃO SUL DO BRASIL —
Exemplo: Dada a série:
1990
PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA
ESTADO POPULAÇ ÁREA DENSIDADE
MUNICÍPIO DE RECIFE — 1989
ÃO (km2)
MESES PRECIPITAÇÃO MESES
(hab)
(mm)
Paraná 9.137.700 199.324 45,8
Santa Catarina 4.461.400 95.318 46,8
NOTA:
Quando os números absolutos a serem representados
forem muito grandes, no lugar de pontos podemos
empregar hachuras.
NÚMEROS APROXIMADOS E ARREDONDAMENTO DE DADOS
5. PICTOGRAMA
O pictograma constitui um dos processos gráficos que melhor
1.1. Números aproximados
fala ao público, pela sua forma ao mesmo tempo atraente e
Como sabemos, os números resultam de uma mensuração (no seu
sugestiva. A representação gráfica consta de figuras.
sentido mais amplo), a qual só pode ser exata quando assume a forma
de contagem ou enumeração, em números naturais, de coisas ou
Exemplo:
unidades mínimas indivisíveis. Em tais casos, a variável pode assumir
Para a série:
somente valores discretos ou descontínuos.
POPULAÇÃO DO BRASIL 1950-80
ANOS HABITANTES (milhares) Outras mensurações se dão numa escala continua, que pode,
1950 51.944 teoricamente, ser indefinidamente subdividida. Na prática, porém, há
1960 70.191 sempre um limite para a precisão com a qual a mensuração pode ser
1970 93.139 feita, o que nos leva a concluir que o valor verdadeiro nunca é
1980 119.071 conhecido. Na verdade, os valores observados são discretos e apro-
FONTE: IBGE ximados.
15. Um muro deverá ter 40 m de comprimento. Em três dias, foram 23. Uma prova de Matemática tem 50 questões. Um aluno acertou 40
construídos 12m do muro. Supondo que o trabalho continue a ser dessas questões. Qual foi a sua taxa de acertos?
feito no mesmo ritmo, em quantos dias será construído o restante a) 90%
do muro? b) 88%
a) 10 dias c) 77%
b) 7 dias d) 80%
c) 8 dias e) n.d.a.
d) 6 dias
27. Em 1980, a população de uma cidade era de 60 000 habitantes. 35. Uma salina produz 18% de sal em volume de água que é levada
Em 1981, a população da mesma cidade é de 61920 habitantes. a evaporar. Para produzir 117 m3 de sal, quantos m3 de água
Qual foi a taxa de crescimento populacional em relação à de são necessários?
1980? a) 750
a) 4,1 b) 587
b) 3,1 c) 710
c) 3,2 d) 650
d) 1,9 e) n.d.a.
e) n.d.a.
36. Na 6ª série B, 6 alunos foram reprovados, o que representa 15%
28. Dos 15.000 candidatos que inscreveram-se para o vestibular na do número de alunos da classe. Quantos alunos há na 6ª série B?
PUC.SP. Foram aprovados 9600. Qual a taxa de aprovação? a) 38
a) 67 b) 42
b) 71 c) 40
c) 66 d) 45
d) 64 e) n.d.a.
e) n.d.a. 37. Na compra a prazo de um aparelho, há um acréscimo de R$
150,00, o que corresponde a 30% do preço a vista do aparelho,
29. Em dezembro de 1996, o preço da gasolina passou de R$ 0,45 Qual é o preço a vista do aparelho, e quanto vou pagar?
para R$ 0,51 o litro. De quanto % foi o aumento? a) 500 e 640
a) 13,3 b) 510 e 630
b) 12,9 c) 530 e 678
c) 11,8 d) 500 e 650
d) 14,1 e) n.d.a.
e) n.d.a.
38. Para assoalhar uma casa foram necessárias 18 dúzias de tábuas
30. Na compra de uma bicicleta, cujo preço é R$ 180,00, dá-se um de 2 metros e 30 centímetros de comprimento por 10 centímetros
desconto de R$ 27,00. De quanto % é o desconto dado? de largura. Quantas tábuas seriam necessárias para assoalhar a
a) 17 mesma casa se elas tivessem 1 metro e 80 centímetros de
b) 15 comprimento por 3 decímetros de largura?
c) 13 a) 92
d) 11 b) 104
e) n.d.a. c) 98
d) 89
31. $ 300,00 representam 24% de uma quantia x. Qual é o valor de x? e) 95
a) 1320
b) 1250 39. Uma torneira pode encher um tanque em 9 horas e outra pode
c) 1145 encher o mesmo tanque em 12 horas. Se essas duas torneiras
d) 1232 funcionassem juntas e, com elas, mais uma terceira torneira, o
e) n.d.a. tanque ficaria cheio em 4 horas. Em quantas horas a terceira
59. Determinar em quantos meses um capital de $ 32 000,00 aplicado 67. Calcule o número tal que a soma da metade com a quinta parte
à taxa de 12% a.a. rende $ 4 800,00 de juros simples. do número seja igual ao próprio número diminuído de 12.
a) 18 meses a) 60
b) 17 meses b) 56
c) 10 meses c) 40
d) 15 meses d) 38
e) n.d.a. e) n.d.a.
60. Dois capitais de R$ 11.000,00 e R$ 5.000,00 estiveram aplicados 68. Um aluno acertou 7/10 do número de questões de uma prova de
durante 3 anos. Determinar a que taxa esteve aplicado o segundo Matemática. Sabendo-se que errou 15 questões, qual o número
capital, sabendo que o primeiro, aplicado à taxa de 7% a.a., de questões da prova?
rendeu R$ 1.110,00 a mais que o segundo. a) 30
a) 7% a.a. b) 40
b) 8,67% c) 60
71. A soma de dois números é 140. O maior deles supera o menor 79. A soma de dois números é 117 e a diferença entre eles é 47.
em 18 unidades. Calcule esses números. Calcule os dois números.
a) 61 e 79 a) 82 e 35
b) 60 e 80 b) 81 e 37
c) 61 e 79 c) 83 e 34
d) 65 e 75 d) 79 e 38
e) n.d.a. e) n.d.a.
72. A soma de dois números é 160. O maior deles é igual ao triplo do 80. Num jogo de basquete, os quadros A e B marcaram juntos 154
menor. Quais são esses dois números? pontos. O quadro A foi o vencedor por diferença de 12 pontos.
a) 40 e 120 Qual foi a contagem final deste jogo?
b) 39 e 119 a) 82 e 72
c) 41 e 129 b) 83 e 75
d) 45 e 115 c) 81 e 75
e) n.d.a. d) 83 e 71
e) n.d.a.
73. Helena tinha 5 anos quando Isabela nasceu. Atualmente, a soma 81. Numa eleição para o Centro Cívico de uma escola concorrem
das suas idades é 45 anos. Calcule a idade de cada uma. duas chapas, A e B. Votaram 960 alunos, e a diferença entre o
a) 25 e 20 número de votos da chapa A e da chapa B foi de 80 votos.
b) 26 e 19 Quantos votos obteve a chapa A?
c) 24 e 21 a) 600
d) 27 e 18 b) 560
e) n.d.a. c) 490
d) 510
74. Zico e Lico foram os principais goleadores do Flamengo no último e) 520
campeonato, e marcaram juntos 26 gols. Zico fez 4 gols a mais
que Lico. Quantos gols fez cada um? 82. Numa indústria, o número de mulheres é igual a 3/5 do número de
a) 15 e 11 homens. Se fossem admitidas mais 20 mulheres, o número
b) 16 e10 destas ficaria igual ao número de homens. Quantos homens e
c) 17 e 9 quantas mulheres trabalham na fábrica?
d) 14 e 12 a) 40e 40
e) n.d.a. b) 45 e 40
c) 50 e 30
75. Num terreno de 1 200 m2 a área construída deve ter 300 m2 a d) 45 e 35
mais que a área destinada a jardins. Qual será a área construída? e) n.d.a.
a) 800
b) 820 83. A soma de três números é 46, O Segundo tem 4 unidades a mais
c) 750 que o primeiro, e o terceiro tem 5 unidades a mais que o segundo.
d) 720 Calcule esses três números.
e) n.d.a. a) 11,15, 20
b) 12, 14, 19
76. Uma indústria em expansão admitiu 500 empregados durante os c) 10, 14, 22
três primeiros meses do ano. Em janeiro, admitiu 80 empregados, d) 10, 12, 24
e em março admitiu o triplo de empregados admitidos em e) n.d.a.
87. Distribuíram-se 360 bolinhas em três umas. Sabe-se que a 95. Jorge e Zeca foram empinar papagaio. Jorge tinha 10.000 cm de
segunda tem o dobro de bolinhas da primeira, e a terceira tem o linha. Quando a linha de Jorge acabou, ele a uniu com a linha de
triplo de bolinhas da segunda. Quantas bolinhas foram colocadas Zeca, que tinha 12 600 cm. A que distância em metros estará o
em cada uma? papagaio, quando acabarem de dar toda a linha?
a) 40, 80, 240 a) 230
b) 30, 60, 180 b) 320
c) 44, 60, 200 c) 226
d) 42 , 84, 252 d) 216
e) n.d.a. e) 198
88. A soma de dois números é 48. Um deles é o dobro do outro. 96. O pai de Mariana tem um carro novo. Ele andou apenas 8.365
Calcule o menor: metros. Qual a quilometragem do carro?
a) 16 a) 83,65km
b) 18 b) 8,365km
c) 20 c) 0,8365km
d) 14 d) 0,8665 Km
e) 12 e) n.d.a.
89. João e Pedro têm juntos 44 anos. João tem o triplo da idade de 97. Uma estrada de 5 km está sendo pavimentada. 3/5 já estão
Pedro. Qual é a idade de João? prontos. Quantos metros da estrada ainda faltam para
a) 36 pavimentar?
b) 33 a) 1980 m
c) 30 b) 2100 m
d) 38 c) 1984 m
e) n.d.a. d) 2000 m
e) n.d.a.
90. A soma de dois números é 72 e o quociente exato da divisão
desses números é 5. Quanto vale o maior deles? 98. Um atleta percorreu a metade de um percurso de 3,5 km, 2 hm e
a) 60 8 m. Calcule quantos metros ele percorreu.
b) 58 a) 1854m
c) 54 b) 2110m
d) 48 c) 1780m
e) 56 d) 1932m
e) 1820m
91. Da casa de Pedro até a casa de Paula, a distância é de 2 km.
Mais adiante, a uma distância de 1 300 m da casa de Paula, fica 99. Comprei 3 kg de açúcar, 1,2 kg de carne e 700 g de feijão. Ao
104. Tenho $ 10,00 e quero comprar 0,84 kg de açúcar. Sabendo- 112. Uma prova de Matemática contém 50 questões. Um aluno
se que 1kg de açúcar custa $ 6,00, quanto receberei de troco? acertou 7/10 das questões. Quantas questões esse aluno
a) 5,00 acertou?
b) 4,96 a) 35
c) 6,12 b) 31
d) 3,98 c) 28
e) n.d.a. d) 27
e) n.d.a.
105. Um quilograma de feijão custa $ 50,00 e um quilograma de ar-
roz custa $ 32,00. Tenho $ 50,00 para comprar 0,25 kg de 113. Um reservatório, quando totalmente cheio, pode conter 640
feijão e 0,40 kg de arroz. Quanto ainda me sobrará? 000 litros de água. No momento, esse reservatório contém 5/8
a)25,00 da sua capacidade total. Quantos litros de água há no
b)26,70 reservatório (no momento)?
c) 24,30 a) 400.000
d)24,70 b) 380.000
e)n.d.a. c) 410.000
d) 385.500
106. Um caminhão pesa 2t. Quantos kg pesará um caminhão e) n.d.a.
carregado com 1 000 arrobas de feijão?
a) 20.000 kg 114. Uma avenida tem 400 m de extensão. Quantos metros terá
b) 18.000 kg percorrido uma pessoa após andar ¾ desta distância?
c) 19.000 kg a) 280m
d) 16.500 kg b) 300m
117. Na eleição para a diretoria de um clube, 1/3 dos sócios votou ________________________________________________
na chapa A, 1/5 dos sócios votou na chapa B, e 210 sócios ________________________________________________
votaram na chapa C. Quantos sócios votaram nessa eleição?
a) 440 ________________________________________________
b) 450
c) 390 ________________________________________________
d) 480
e) n.d.a. ________________________________________________
________________________________________________
118. Qual é a área aproximada do Brasil se 2/5 dessa área são
3.400.000 km quadrados? ________________________________________________
a) 8.500.000
b) 7.980.000 ________________________________________________
c) 8.880.000
d) 9.020.000
________________________________________________
e) n.d.a. _________________________________________________
119. Pedro gastou 1/3 da quantia que possuía e, depois, 2/9 dessa
quantia. Quanto Pedro possuía se gastou 50 reais? ______________________________________________
a) 80,00
b) 85,00 ________________________________________________
c) 78,00
________________________________________________
d) 90,00
e) n.d.a. ________________________________________________
120. Que horas são se o que ainda resta para terminar o dia é 2/3 ________________________________________________
do que já passou?
a) 14h 24min ________________________________________________
b) 13h ________________________________________________
c) 12h 28min
d) 15h ________________________________________________
e) n.d.a.
________________________________________________
GABARITO
________________________________________________
01. A 21. B 41. A 61. A 81. E 101. A
02. A 22. A 42. A 62. D 82. C 102. B ________________________________________________
03. A 23. D 43. A 63. D 83. A 103. C
04. D 24. C 44. B 64. B 84. A 104. B ________________________________________________
05. C 25. A 45. E 65. A 85. A 105. D
06. D 26. A 46. C 66. C 86. E 106. E ________________________________________________
07. A 27. C 47. A 67. C 87. A 107. B
08. A 28. D 48. E 68. D 88. A 108. E ________________________________________________
09. A 29. A 49. C 69. E 89. B 109. A
10. D 30. B 50. B 70. C 90. A 110. B
________________________________________________
11. C 31. B 51. A 71. A 91. A 111. A
12. B 32. C 52. D 72. A 92. E 112. A
13. C 33. D 53. A 73. A 93. E 113. A
Nas provas discursivas, porém, as bancas de correção serão orienta- A última fase da interpretação concentra-se nas perguntas e opções
das a aceitar ambas as formas de escrita durante o período de transição, de resposta. Aqui são fundamentais marcações de palavras como não,
pois as duas serão consideradas oficiais até 31 de dezembro de 2012. exceto, errada, respectivamente etc. que fazem diferença na escolha
adequada. Muitas vezes, em interpretação, trabalha-se com o conceito do
1) LEITURA, INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE DE TEX- "mais adequado", isto é, o que responde melhor ao questionamento pro-
posto. Por isso, uma resposta pode estar certa para responder à pergunta,
TOS mas não ser a adotada como gabarito pela banca examinadora por haver
uma outra alternativa mais completa.
– Leitura, interpretação e análise dos significados presentes num
texto e relacionamento destes com o universo em que ele foi Ainda cabe ressaltar que algumas questões apresentam um fragmento
produzido. do texto transcrito para ser a base de análise. Nunca deixe de retornar ao
texto, mesmo que aparentemente pareça ser perda de tempo. A descon-
Os concursos apresentam questões interpretativas que têm por finali- textualização de palavras ou frases, certas vezes, são também um recurso
dade a identificação de um leitor autônomo. Portanto, o candidato deve para instaurar a dúvida no candidato. Leia a frase anterior e a posterior
compreender os níveis estruturais da língua por meio da lógica, além de para ter idéia do sentido global proposto pelo autor, desta maneira a res-
necessitar de um bom léxico internalizado. posta será mais consciente e segura.
A linguagem é capaz de criar e representar realidades, sendo caracte- Uma das últimas, porém não menos importantes, formas de persuadir
rizada pela identificação de um elemento de constituição de sentidos. Os através de argumentos, é a Alusão ("Ler não é apenas reconhecer o dito,
discursos verbais podem ser formados de várias maneiras, para dissertar mais também o não-dito"). Nela, o escritor trabalha com valores, idéias ou
ou argumentar, descrever ou narrar, colocamos em práticas um conjunto conceitos pré estabelecidos, sem porém com objetivos de forma clara e
de referências codificadas há muito tempo e dadas como estruturadoras do concisa. O que acontece é a formação de um ambiente poético e sugerível,
tipo de texto solicitado. capaz de evocar nos leitores algo, digamos, uma sensação...
Para se persuadir através de muitos recursos da língua, o que é ne- Texto Base: CITELLI, Adilson; “O Texto Argumentativo” São Paulo SP,
cessário é que um texto possua um caracter argumentativo/descritivo. A Editora ..Scipione, 1994 - 6ª edição.
construção de um ponto de vista de alguma pessoa sobre algo, varia de
acordo com a sua análise e esta se dar-se-á a partir do momento em que a TIPOLOGIA TEXTUAL
compreensão do conteúdo, ou daquilo que fora tratado seja concretado. A
formação discursiva é responsável pelo emassamento do conteúdo que se 1. Texto literário: expressa a opinião pessoal do autor que também é
deseja transmitir, ou persuadir, e nele teremos a formação do ponto de transmitida através de figuras, impregnado de subjetivismo. Ex.: um ro-
vista do sujeito, suas análises das coisas e suas opiniões. Nelas, as opini- mance, um conto, uma poesia.
ões o que fazemos é soltar concepções que tendem a ser orientadas no
meio em que o indivíduo viva. Vemos que o sujeito, lança suas opiniões 2. Texto não-literário: preocupa-se em transmitir uma mensagem da
com o simples e decisivo intuito de persuadir e fazer suas explanações forma mais clara e objetiva possível. Ex.: uma notícia de jornal, uma bula
renderem o convencimento do ponto de vista de algo/alguém. de medicamento.
Na escrita, o que fazemos é buscar intenções de sermos entendidos e TEXTO LITERÁRIO TEXTO NÃO-LITERÁRIO
desejamos estabelecer um contato verbal com os ouvintes e leitores, e Conotação Figurado subjetivo Denotação Claro objetivo In-
todas as frases ou palavras articuladas produzem significações dotadas de Pessoal formativo
intencionalidade, criando assim unidades textuais ou discursivas. Dentro
deste contexto da escrita, temos que levar em conta que a coerência é de TIPOS DE COMPOSIÇÃO
relevada importância para a produção textual, pois nela, se dará uma
seqüência das idéias, e da progressão de argumentos a serem explana- 1. Descrição: descrever é representar verbalmente um objeto, uma
das. Sendo a argumentação o procedimento que tornará a tese aceitável, a pessoa, um lugar, mediante a indicação de aspectos característicos, de
apresentação de argumentos atingirá os seus interlocutores em seus pormenores individualizantes. Requer observação cuidadosa, para tornar
objetivos; isto se dará através do convencimento da persuasão. Os meca- aquilo que vai ser descrito um modelo inconfundível. Não se trata de enu-
nismos da coesão e da coerência serão então responsáveis pela unidade merar uma série de elementos, mas de captar os traços capazes de trans-
da formação textual. mitir uma impressão autêntica. Descrever é mais que apontar, é muito mais
que fotografar. É pintar, é criar. Por isso, impõe-se o uso de palavras
Dentro dos mecanismos coesivos, podem realizar-se em contextos específicas, exatas.
verbais mais amplos, como por jogos de elipses, por força semântica, por
recorrências lexicais, por estratégias de substituição de enunciados. 2. Narração: é um relato organizado de acontecimentos reais ou ima-
ginários. São seus elementos constitutivos: personagens, circunstâncias,
Um mecanismo mais fácil de fazer a comunicação entre as pessoas é ação; o seu núcleo é o incidente, o episódio, e o que a distingue da descri-
a linguagem, quando ela é em forma da escrita e após a leitura, (o que ção é a presença de personagens atuantes, que estão quase sempre em
Português 3 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
conflito. gue.
A narração envolve: No coração do progresso
- Quem? Personagem; Há séculos a civilização ocidental vem correndo atrás de tudo o que
- Quê? Fatos, enredo; classifica como progresso. Essa palavra mágica aplica-se tanto à invenção
- Quando? A época em que ocorreram os acontecimentos; do aeroplano ou à descoberta do DNA como à promoção do papai no novo
- Onde? O lugar da ocorrência; emprego. “Estou fazendo progressos”, diz a titia, quando enfim acerta a
- Como? O modo como se desenvolveram os acontecimentos; mão numa velha receita. Mas quero chegar logo ao ponto, e convidar o
- Por quê? A causa dos acontecimentos. leitor a refletir sobre o sentido dessa palavra, que sempre pareceu abrir
todas as portas para uma vida melhor.
3. Dissertação: dissertar é apresentar idéias, analisá-las, é estabelecer Quando, muitos anos atrás, num daqueles documentários de cinema,
um ponto de vista baseado em argumentos lógicos; é estabelecer relações via-se uma floresta sendo derrubada para dar lugar a algum empreendi-
de causa e efeito. Aqui não basta expor, narrar ou descrever, é necessário mento, ninguém tinha dúvida em dizer ou pensar: é o progresso. Uma
explanar e explicar. O raciocínio é que deve imperar neste tipo de compo- represa monumental era progresso. Cada novo produto químico era um
sição, e quanto maior a fundamentação argumentativa, mais brilhante será progresso. As coisas não mudaram tanto: continuamos a usar indiscrimi-
o desempenho. nadamente a palavrinha mágica. Mas não deixaram de mudar um pouco:
desde que a Ecologia saiu das academias, divulgou-se, popularizou-se e
PERÍFRASE tornou-se, efetivamente, um conjunto de iniciativas em favor da preserva-
Recurso verbal que consiste em exprimir em mais palavras o que po- ção ambiental e da melhoria das condições da vida em nosso pequenino
deria ser dito em poucas. Permite conhecer um objeto por suas qualidades planeta.
ou usos e não pelo seu próprio nome. Serve para variar a expressão, Para isso, foi preciso determinar muito bem o sentido de progresso. Do
sublinhar a harmonia da frase, encobrir alusões vulgares ou suavizar idéias ponto de vista material, considera-se ganho humano apenas aquilo que
desagradáveis. Também conhecido como circunlóquio. concorre para equilibrar a ação transformadora do homem sobre a nature-
za e a integridade da vida natural. Desenvolvimento, sim, mas sustentável:
LÉXICO E COESÃO o adjetivo exprime uma condição, para cercear as iniciativas predatórias.
A escolha lexical está relacionada à estruturação de textos. Um texto é Cada novidade tecnológica há de ser investigada quanto a seus efeitos
um “tecido” de idéias, isto é, uma rede de idéias: a uma anterior é preciso sobre o homem e o meio em que vive. Cada intervenção na natureza há de
somar uma nova (que a explica, que se opõe a ela, que mostra uma con- adequar-se a um planejamento que considere a qualidade e a extensão
seqüência, etc.); a uma idéia expressa é preciso acrescentar mais informa- dos efeitos.
ções; ou seja, o conjunto de informações precisa “caminhar” e ter uma Em suma: já está ocorrendo, há algum tempo, uma avaliação ética e
relação tal, que o texto seja manifestação de um raciocínio (de uma se- política de todas as formas de progresso que afetam nossa relação com o
qüência de idéias). Para o leitor, devem estar claros os “laços” que se mundo e, portanto, a qualidade da nossa vida. Não é pouco, mas ainda
estabelecem entre o que se diz “antes” e o que se diz “depois”. Da primeira não é suficiente. Aos cientistas, aos administradores, aos empresários, aos
frase à última, deve haver um encadeamento, uma coesão tal que se industriais e a todos nós – cidadãos comuns – cabe a tarefa cotidiana de
perceba o desenvolvimento das idéias. A coesão (a “amarração” entre as zelarmos por nossas ações que inflectem sobre qualquer aspecto da
idéias) é fruto, entre outras características (escolha de conectivos, advér- qualidade de vida. A tarefa começa em nossa casa, em nossa cozinha e
bios, pronomes, elipse), da escolha vocabular. Optar por um sinônimo, por banheiro, em nosso quintal e jardim – e se estende à preocupação com a
uma palavra de sentido mais ou menos abrangente, optar por um antôni- rua, com o bairro, com a cidade.
mo, fazer referência a uma idéia por meio de uma metáfora são recursos “Meu coração não é maior do que o mundo”, dizia o poeta. Mas um
de que o falante pode lançar mão para obter coesão textual. mundo que merece a atenção do nosso coração e da nossa inteligência é,
certamente, melhor do que este em que estamos vivendo.
SINÔNIMOS E ANTÔNIMOS Não custa interrogar, a cada vez que alguém diz progresso, o sentido
A busca por uma caracterização ou definição melhor, o desejo de evi- preciso – talvez oculto - da palavra mágica empregada. (Alaor Adauto de
tar repetições conduzem muitas vezes à escolha de sinônimos e antôni- Mello)
mos. Ou seja, palavras de sentido próximo ou de sentido oposto são uma
forma de retomar o que já foi dito. Tais empregos, no entanto, se feitos 1. Centraliza-se, no texto, uma concepção de progresso, segundo a
com atenção, não representam mera substituição, mas um acréscimo de qual este deve ser
informação ao leitor. (A)) equacionado como uma forma de equilíbrio entre as atividades
humanas e o respeito ao mundo natural.
PARÁFRASE (B) identificado como aprimoramento tecnológico que resulte em ativi-
Um texto é um conjunto de idéias organizado e coerente. Existem dois dade economicamente viável.
tipos básicos de núcleo textual: o tema e a figuração. Esses núcleos, em (C) caracterizado como uma atividade que redunde em maiores lucros
suas diferenças, serão estudados mais a fundo em outro momento. O para todos os indivíduos de uma comunidade.
importante agora é procurarmos compreender que os dois tipos menciona- (D) definido como um atributo da natureza que induz os homens a
dos necessitam igualmente de uma estrutura ordenada que permita a aproveitarem apenas o que é oferecido em sua forma natural.
compreensão do leitor (sem o que, a comunicação não se estabelece). (E) aceito como um processo civilizatório que implique melhor distribui-
ção de renda entre todos os agentes dos setores produtivos.
A melhor forma de testarmos nossa capacidade de conhecer o funcio-
namento de uma estrutura textual e reproduzir sua organização é fazendo 2. Considere as seguintes afirmações:
uma paráfrase. Paráfrase é um texto feito a partir das idéias de outro texto, I. A banalização do uso da palavra progresso é uma conseqüência do
mantendo sua essência, mas utilizando outras palavras. Para fazer uma fato de que a Ecologia deixou de ser um assunto acadêmico.
paráfrase, é preciso entender todas as idéias que o autor do texto original II. A expressão desenvolvimento sustentável pressupõe que haja
quis transmitir, em todos os seus detalhes. Veja um exemplo de paráfrase formas de desenvolvimento nocivas e predatórias.
de apenas uma sentença: III. Entende o autor do texto que a magia da palavra progresso advém
"Todas as pessoas, em todos os países, adoram ter momentos de la- do uso consciente e responsável que a maioria das pessoas vem fa-
zer." zendo dela.
Em relação ao texto está correto APENAS que se afirma em
Paráfrase: Todo o mundo gosta demais de desfrutar dos períodos de (A) I.
descanso. (B)) II.
(C) III.
EXERCÍCIOS – INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS (D) I e II.
(E) II e III.
Atenção: As questões de números 1 a 10 referem-se ao texto que se-
Há os seguintes dígrafos: Consoante não seguida de vogal, no início da palavra, junta-se à síla-
1) Os terminados em h, representados pelos grupos ch, lh, nh. ba que a segue
Exs.: chave, malha, ninho. 8- pneumático: pneu-má-ti-co
2) Os constituídos de letras dobradas, representados pelos grupos rr gnomo: gno-mo
e ss. psicologia: psi-co-lo-gia
Exs. : carro, pássaro.
3) Os grupos gu, qu, sc, sç, xc, xs. No grupo BL, às vezes cada consoante é pronunciada separadamente,
Exs.: guerra, quilo, nascer, cresça, exceto, exsurgir. mantendo sua autonomia fonética. Nesse caso, tais consoantes ficam em
4) As vogais nasais em que a nasalidade é indicada por m ou n, en- sílabas separadas.
cerrando a sílaba em uma palavra. 9- sublingual: sub-lin-gual
Exs.: pom-ba, cam-po, on-de, can-to, man-to. sublinhar: sub-li-nhar
sublocar: sub-lo-car
NOTAÇÕES LÉXICAS
São certos sinais gráficos que se juntam às letras, geralmente para Preste atenção nas seguintes palavras:
lhes dar um valor fonético especial e permitir a correta pronúncia das trei-no so-cie-da-de
palavras. gai-o-la ba-lei-a
des-mai-a-do im-bui-a
São os seguintes: ra-diou-vin-te ca-o-lho
1) o acento agudo – indica vogal tônica aberta: pé, avó, lágrimas; te-a-tro co-e-lho
2) o acento circunflexo – indica vogal tônica fechada: avô, mês, ânco- du-e-lo ví-a-mos
ra; a-mné-sia gno-mo
3) o acento grave – sinal indicador de crase: ir à cidade; co-lhei-ta quei-jo
4) o til – indica vogal nasal: lã, ímã; pneu-mo-ni-a fe-é-ri-co
5) a cedilha – dá ao c o som de ss: moça, laço, açude; dig-no e-nig-ma
6) o trema – indica que o u soa: lingüeta, freqüente, tranqüilo; e-clip-se Is-ra-el
7) o apóstrofo – indica supressão de vogal: mãe-d’água, pau-d’alho; mag-nó-lia
8) o hífen – une palavras, prefixos, etc.: arcos-íris, peço-lhe, ex-
aluno.
ORTOGRAFIA
DIVISÃO SILÁBICA As dificuldades para a ortografia devem-se ao fato de que há fonemas
que podem ser representados por mais de uma letra, o que não é feito de
Não se separam as letras que formam os dígrafos CH, NH, LH, QU, modo arbitrário, mas fundamentado na história da língua.
GU.
1- chave: cha-ve Eis algumas observações úteis:
aquele: a-que-le
palha: pa-lha DISTINÇÃO ENTRE J E G
manhã: ma-nhã
1. Escrevem-se com J:
guizo: gui-zo
a) As palavras de origem árabe, africana ou ameríndia: canjica. cafajeste,
canjerê, pajé, etc.
Não se separam as letras dos encontros consonantais que apresentam
b) As palavras derivadas de outras que já têm j: laranjal (laranja), enrije-
a seguinte formação: consoante + L ou consoante + R
cer, (rijo), anjinho (anjo), granjear (granja), etc.
2- emblema: em-ble-ma abraço: a-bra-ço
reclamar: re-cla-mar recrutar: re-cru-tar
c) As formas dos verbos que têm o infinitivo em JAR. despejar: despejei,
despeje; arranjar: arranjei, arranje; viajar: viajei, viajeis.
flagelo: fla-ge-lo drama: dra-ma
globo: glo-bo fraco: fra-co d) O final AJE: laje, traje, ultraje, etc.
implicar: im-pli-car agrado: a-gra-do e) Algumas formas dos verbos terminados em GER e GIR, os quais
atleta: a-tle-ta atraso: a-tra-so mudam o G em J antes de A e O: reger: rejo, reja; dirigir: dirijo, dirija.
prato: pra-to
2. Escrevem-se com G:
Separam-se as letras dos dígrafos RR, SS, SC, SÇ, XC. a) O final dos substantivos AGEM, IGEM, UGEM: coragem, vertigem,
3- correr: cor-rer desçam: des-çam ferrugem, etc.
passar: pas-sar exceto: ex-ce-to b) Exceções: pajem, lambujem. Os finais: ÁGIO, ÉGIO, ÓGIO e ÍGIO:
fascinar: fas-ci-nar estágio, egrégio, relógio refúgio, prodígio, etc.
c) Os verbos em GER e GIR: fugir, mugir, fingir.
Não se separam as letras que representam um ditongo.
4- mistério: mis-té-rio herdeiro: her-dei-ro DISTINÇÃO ENTRE S E Z
cárie: cá-rie 1. Escrevem-se com S:
a) O sufixo OSO: cremoso (creme + oso), leitoso, vaidoso, etc.
Separam-se as letras que representam um hiato. b) O sufixo ÊS e a forma feminina ESA, formadores dos adjetivos pátrios
5- saúde: sa-ú-de cruel: cru-el ou que indicam profissão, título honorífico, posição social, etc.: portu-
rainha: ra-i-nha enjôo: en-jô-o guês – portuguesa, camponês – camponesa, marquês – marquesa,
burguês – burguesa, montês, pedrês, princesa, etc.
Não se separam as letras que representam um tritongo. c) O sufixo ISA. sacerdotisa, poetisa, diaconisa, etc.
6- Paraguai: Pa-ra-guai d) Os finais ASE, ESE, ISE e OSE, na grande maioria se o vocábulo for
saguão: sa-guão erudito ou de aplicação científica, não haverá dúvida, hipótese, exege-
se análise, trombose, etc.
Consoante não seguida de vogal, no interior da palavra, fica na sílaba e) As palavras nas quais o S aparece depois de ditongos: coisa, Neusa,
que a antecede. causa.
7- torna: tor-na núpcias: núp-cias f) O sufixo ISAR dos verbos referentes a substantivos cujo radical termi-
técnica: téc-ni-ca submeter: sub-me-ter na em S: pesquisar (pesquisa), analisar (análise), avisar (aviso), etc.
absoluto: ab-so-lu-to perspicaz: pers-pi-caz g) Quando for possível a correlação ND - NS: escandir: escansão; pre-
ASPAS 2. PAROXÍTONOS
São usadas para: Acentuam-se os vocábulos paroxítonos terminados em:
• Indicar citações textuais de outra autoria. • l: fácil, túnel
"A bomba não tem endereço certo." (G. Meireles) • n: elétron, pólen
• Para indicar palavras ou expressões alheias ao idioma em que se • ns: rádons
expressa o autor: estrangeirismo, gírias, arcaismo, formas populares: • r: dólar, âmbar
Há quem goste de “jazz-band”. • x: látex, ônix
Não achei nada "legal" aquela aula de inglês. • ps: bíceps, fórceps
• Para enfatizar palavras ou expressões: • ã(s): órfã(s), imã(s)
Apesar de todo esforço, achei-a “irreconhecível" naquela noite. • ão(s): orfão(s), bênção(s)
• Títulos de obras literárias ou artísticas, jornais, revistas, etc. • i(s): táxi(s), tênis
"Fogo Morto" é uma obra-prima do regionalismo brasileiro. • u(s): vírus, bônus
• Em casos de ironia: • um: álbum, médium
A "inteligência" dela me sensibiliza profundamente. • uns: álbuns, médiuns
Veja como ele é “educado" - cuspiu no chão. • ôo: vôo, perdôo
• ditongos orais (seguidos ou não de s): Páscoa, túneis, glória
PARÊNTESES
Empregamos os parênteses: Observações:
• Nas indicações bibliográficas. 1. Não se acentuam os prefixos terminados em -i e em -r: semi-
"Sede assim qualquer coisa. selvagem, arqui-milionário, super-homem, inter-helênico.
serena, isenta, fiel". 2. As paroxítonas terminadas em ditongo nasal, representado grafi-
(Meireles, Cecília, "Flor de Poemas"). camente por em, ens, não recebem acento: falem, hifens, itens,
• Nas indicações cênicas dos textos teatrais: etc.
"Mãos ao alto! (João automaticamente levanta as mãos, com os olhos
fora das órbitas. Amália se volta)". 3. PROPAROXÍTONAS
(G. Figueiredo) Acentuam-se todos os vocábulos proparoxítonos: lágrima, fôlego, árti-
• Quando se intercala num texto uma idéia ou indicação acessória: co, etc
"E a jovem (ela tem dezenove anos) poderia mordê-Io, morrendo de
fome." Costumam ser incluídos nesta regra os vocábulos terminados em di-
(C. Lispector) tongos crescentes (proparoxítonas eventuais): régua, fátuo, ânsia, etc.
• Para isolar orações intercaladas:
"Estou certo que eu (se lhe ponho 4. HIATOS
Minha mão na testa alçada) Acentuam-se o I e U tônicos, quando são a segunda vogal de um hia-
Sou eu para ela." to: juízes, faísca, daí.
(M. Bandeira)
Não recebem quando formam sílaba com L, M, N, R. Z ou quando esti-
COLCHETES [ ] verem seguidos do dígrafo nh: paul, ainda, ruir, juiz, rainha, fuinha.
Os colchetes são muito empregados na linguagem científica.
5. DITONGOS
ASTERISCO Acentuam-se os ditongos abertos éi, éu, ói: idéia, réu, rói.
O asterisco é muito empregado para chamar a atenção do leitor para Não se acentuam os ditongos tônicos lU e Ul, quando precedidos de
alguma nota (observação). vogal: saiu, pauis.
6. TREMA
BARRA
Usa-se o trema sobre o U dos grupos GUE, GUI, QUE e QUI, quando
A barra é muito empregada nas abreviações das datas e em algumas
for pronunciado e átono: averigüemos, argüir, freqüência, tranqüilo.
abreviaturas.
7. VERBOS
As palavras, em Língua Portuguesa, podem ser decompostas em Na Língua Portuguesa existem dez classes de palavras ou classes
vários elementos chamados elementos mórficos ou elementos de estrutura gramaticais: substantivo, artigo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advér-
das palavras. bio, preposição, conjunção, interjeição.
AIguns substantivos que apresentam problema quanto ao Gênero: Plural dos Nomes Compostos
São masculinos São femininos
o anátema o grama (unidade de peso) a abusão a derme
o telefonema o dó (pena, compaixão) a aluvião a omoplata 1. Somente o último elemento varia:
o teorema o ágape a análise a usucapião a) nos compostos grafados sem hífen: aguardente, aguardentes; cla-
o trema o caudal a cal a bacanal rabóia, clarabóias; malmequer, malmequeres; vaivém, vaivéns;
o edema o champanha a cataplasma a líbido
o eclipse o alvará a dinamite a sentinela b) nos compostos com os prefixos grão, grã e bel: grão-mestre, grão-
o lança-perfume o formicida a comichão a hélice mestres; grã-cruz, grã-cruzes; bel-prazer, bel-prazeres;
o fibroma o guaraná a aguardente c) nos compostos de verbo ou palavra invariável seguida de substan-
o estratagema o plasma
o proclama o clã
tivo ou adjetivo: beija-flor, beija-flores; quebra-sol, quebra-sóis;
guarda-comida, guarda-comidas; vice-reitor, vice-reitores; sempre-
viva, sempre-vivas. Nos compostos de palavras repetidas mela-
Mudança de Gênero com mudança de sentido
mela, mela-melas; recoreco, recorecos; tique-tique, tique-tiques)
Alguns substantivos, quando mudam de gênero, mudam de sentido.
2. Somente o primeiro elemento é flexionado:
Veja alguns exemplos:
a) nos compostos ligados por preposição: copo-de-leite, copos-de-
o cabeça (o chefe, o líder) a cabeça (parte do corpo)
o capital (dinheiro, bens) a capital (cidade principal) leite; pinho-de-riga, pinhos-de-riga; pé-de-meia, pés-de-meia; bur-
o rádio (aparelho receptor) a rádio (estação transmissora) ro-sem-rabo, burros-sem-rabo;
o moral (ânimo) a moral (parte da Filosofia, conclusão) b) nos compostos de dois substantivos, o segundo indicando finali-
o lotação (veículo) a lotação (capacidade) dade ou limitando a significação do primeiro: pombo-correio, pom-
o lente (o professor) a lente (vidro de aumento) bos-correio; navio-escola, navios-escola; peixe-espada, peixes-
espada; banana-maçã, bananas-maçã.
Plural dos Nomes Simples A tendência moderna é de pluralizar os dois elementos: pombos-
1. Aos substantivos terminados em vogal ou ditongo acrescenta-se S: correios, homens-rãs, navios-escolas, etc.
casa, casas; pai, pais; imã, imãs; mãe, mães.
2. Os substantivos terminados em ÃO formam o plural em: 3. Ambos os elementos são flexionados:
a) ÕES (a maioria deles e todos os aumentativos): balcão, balcões; a) nos compostos de substantivo + substantivo: couve-flor, couves-
coração, corações; grandalhão, grandalhões. flores; redator-chefe, redatores-chefes; carta-compromisso, cartas-
b) ÃES (um pequeno número): cão, cães; capitão, capitães; guardião, compromissos.
guardiães. b) nos compostos de substantivo + adjetivo (ou vice-versa): amor-
c) ÃOS (todos os paroxítonos e um pequeno número de oxítonos): cris- perfeito, amores-perfeitos; gentil-homem, gentis-homens; cara-
tão, cristãos; irmão, irmãos; órfão, órfãos; sótão, sótãos. pálida, caras-pálidas.
Muitos substantivos com esta terminação apresentam mais de uma São invariáveis:
forma de plural: aldeão, aldeãos ou aldeães; charlatão, charlatões ou a) os compostos de verbo + advérbio: o fala-pouco, os fala-pouco; o
charlatães; ermitão, ermitãos ou ermitães; tabelião, tabeliões ou tabeliães, pisa-mansinho, os pisa-mansinho; o cola-tudo, os cola-tudo;
etc. b) as expressões substantivas: o chove-não-molha, os chove-não-
molha; o não-bebe-nem-desocupa-o-copo, os não-bebe-nem-
3. Os substantivos terminados em M mudam o M para NS. armazém, desocupa-o-copo;
armazéns; harém, haréns; jejum, jejuns. c) os compostos de verbos antônimos: o leva-e-traz, os leva-e-traz; o
4. Aos substantivos terminados em R, Z e N acrescenta-se-lhes ES: lar, perde-ganha, os perde-ganha.
lares; xadrez, xadrezes; abdômen, abdomens (ou abdômenes); hífen, Obs: Alguns compostos admitem mais de um plural, como é o ca-
hífens (ou hífenes). so por exemplo, de: fruta-pão, fruta-pães ou frutas-pães; guarda-
Obs: caráter, caracteres; Lúcifer, Lúciferes; cânon, cânones. marinha, guarda-marinhas ou guardas-marinhas; padre-nosso,
5. Os substantivos terminados em AL, EL, OL e UL o l por is: animal, padres-nossos ou padre-nossos; salvo-conduto, salvos-condutos
animais; papel, papéis; anzol, anzóis; paul, pauis. ou salvo-condutos; xeque-mate, xeques-mates ou xeques-mate.
Obs.: mal, males; real (moeda), reais; cônsul, cônsules.
6. Os substantivos paroxítonos terminados em IL fazem o plural em: Adjetivos Compostos
fóssil, fósseis; réptil, répteis. Nos adjetivos compostos, apenas o último elemento se flexiona.
Os substantivos oxítonos terminados em IL mudam o l para S: barril, Ex.:histórico-geográfico, histórico-geográficos; latino-americanos, latino-
barris; fuzil, fuzis; projétil, projéteis. americanos; cívico-militar, cívico-militares.
7. Os substantivos terminados em S são invariáveis, quando paroxítonos: 1) Os adjetivos compostos referentes a cores são invariáveis, quando
o pires, os pires; o lápis, os lápis. Quando oxítonas ou monossílabos o segundo elemento é um substantivo: lentes verde-garrafa, teci-
tônicos, junta-se-lhes ES, retira-se o acento gráfico, português, portu- dos amarelo-ouro, paredes azul-piscina.
gueses; burguês, burgueses; mês, meses; ás, ases. 2) No adjetivo composto surdo-mudo, os dois elementos variam: sur-
São invariáveis: o cais, os cais; o xis, os xis. São invariáveis, também, dos-mudos > surdas-mudas.
os substantivos terminados em X com valor de KS: o tórax, os tórax; o 3) O composto azul-marinho é invariável: gravatas azul-marinho.
ônix, os ônix.
8. Os diminutivos em ZINHO e ZITO fazem o plural flexionando-se o Graus do substantivo
substantivo primitivo e o sufixo, suprimindo-se, porém, o S do substan- Dois são os graus do substantivo - o aumentativo e o diminutivo, os
tivo primitivo: coração, coraçõezinhos; papelzinho, papeizinhos; cãozi- quais podem ser: sintéticos ou analíticos.
nho, cãezitos.
Analítico
Exemplos: VERBOS
Silvia comprou dois livros.
Antônio marcou o primeiro gol.
Na semana seguinte, o anel custará o dobro do preço. CONCEITO
O galinheiro ocupava um quarto da quintal. “As palavras em destaque no texto abaixo exprimem ações, situando-
as no tempo.
Queixei-me de baratas. Uma senhora ouviu-me a queixa. Deu-me a
QUADRO BÁSICO DOS NUMERAIS receita de como matá-las. Que misturasse em partes iguais açúcar, farinha
Algarismos Numerais e gesso. A farinha e o açúcar as atrairiam, o gesso esturricaria dentro elas.
Romanos Arábicos Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários Assim fiz. Morreram.”
I 1 um primeiro simples - (Clarice Lispector)
II 2 dois segundo duplo meio
dobro
III 3 três terceiro tríplice terço Essas palavras são verbos. O verbo também pode exprimir:
IV 4 quatro quarto quádruplo quarto a) Estado:
V 5 cinco quinto quíntuplo quinto
VI 6 seis sexto sêxtuplo sexto
Não sou alegre nem sou triste.
VII 7 sete sétimo sétuplo sétimo Sou poeta.
VIII 8 oito oitavo óctuplo oitavo b) Mudança de estado:
IX 9 nove nono nônuplo nono Meu avô foi buscar ouro.
X 10 dez décimo décuplo décimo Mas o ouro virou terra.
XI 11 onze décimo primeiro onze avos
XII 12 doze décimo segundo doze avos c) Fenômeno:
XIII 13 treze décimo terceiro treze avos Chove. O céu dorme.
XIV 14 quatorze décimo quarto quatorze avos
XV 15 quinze décimo quinto quinze avos
XVI 16 dezesseis décimo sexto dezesseis avos
VERBO é a palavra variável que exprime ação, estado, mudança de
XVII 17 dezessete décimo sétimo dezessete avos estado e fenômeno, situando-se no tempo.
XVIII 18 dezoito décimo oitavo dezoito avos
XIX 19 dezenove décimo nono dezenove avos FLEXÕES
XX 20 vinte vigésimo vinte avos
XXX 30 trinta trigésimo trinta avos O verbo é a classe de palavras que apresenta o maior número de fle-
XL 40 quarenta quadragésimo quarenta avos xões na língua portuguesa. Graças a isso, uma forma verbal pode trazer
L 50 cinqüenta qüinquagésimo cinqüenta avos em si diversas informações. A forma CANTÁVAMOS, por exemplo, indica:
LX 60 sessenta sexagésimo sessenta avos
LXX 70 setenta septuagésimo setenta avos
• a ação de cantar.
LXXX 80 oitenta octogésimo oitenta avos • a pessoa gramatical que pratica essa ação (nós).
XC 90 noventa nonagésimo noventa avos • o número gramatical (plural).
C 100 cem centésimo centésimo
CC 200 duzentos ducentésimo ducentésimo
• o tempo em que tal ação ocorreu (pretérito).
CCC 300 trezentos trecentésimo trecentésimo • o modo como é encarada a ação: um fato realmente acontecido no
CD 400 quatrocentos quadringentésimo quadringentésimo passado (indicativo).
D 500 quinhentos qüingentésimo qüingentésimo • que o sujeito pratica a ação (voz ativa).
DC 600 seiscentos sexcentésimo sexcentésimo
DCC 700 setecentos septingentésimo septingentésimo
DCCC 800 oitocentos octingentésimo octingentésimo Portanto, o verbo flexiona-se em número, pessoa, modo, tempo e voz.
CM 900 novecentos nongentésimo nongentésimo 1. NÚMERO: o verbo admite singular e plural:
M 1000 mil milésimo milésimo
O menino olhou para o animal com olhos alegres. (singular).
Os meninos olharam para o animal com olhos alegres. (plural).
Emprego do Numeral 2. PESSOA: servem de sujeito ao verbo as três pessoas gramaticais:
Na sucessão de papas, reis, príncipes, anos, séculos, capítulos, etc. 1ª pessoa: aquela que fala. Pode ser
empregam-se de 1 a 10 os ordinais. a) do singular - corresponde ao pronome pessoal EU. Ex.: Eu adormeço.
João Paulo I I (segundo) ano lll (ano terceiro) b) do plural - corresponde ao pronome pessoal NÓS. Ex.: Nós adorme-
Luis X (décimo) ano I (primeiro) cemos.
Pio lX (nono) século lV (quarto) 2ª pessoa: aquela que ouve. Pode ser
a) do singular - corresponde ao pronome pessoal TU. Ex.:Tu adormeces.
De 11 em diante, empregam-se os cardinais: b) do plural - corresponde ao pronome pessoal VÓS. Ex.:Vós adorme-
Leão Xlll (treze) ano Xl (onze) ceis.
Pio Xll (doze) século XVI (dezesseis) 3ª pessoa: aquela de quem se fala. Pode ser
Luis XV (quinze) capitulo XX (vinte) a) do singular - corresponde aos pronomes pessoais ELE, ELA. Ex.: Ela
adormece.
Se o numeral aparece antes, é lido como ordinal. b) do plural - corresponde aos pronomes pessoas ELES, ELAS. Ex.: Eles
XX Salão do Automóvel (vigésimo) adormecem.
VI Festival da Canção (sexto) 3. MODO: é a propriedade que tem o verbo de indicar a atitude do falante
lV Bienal do Livro (quarta) em relação ao fato que comunica. Há três modos em português.
XVI capítulo da telenovela (décimo sexto) a) indicativo: a atitude do falante é de certeza diante do fato.
A cachorra Baleia corria na frente.
Quando se trata do primeiro dia do mês, deve-se dar preferência ao b) subjuntivo: a atitude do falante é de dúvida diante do fato.
emprego do ordinal. Talvez a cachorra Baleia corra na frente .
Hoje é primeiro de setembro c) imperativo: o fato é enunciado como uma ordem, um conselho, um
Não é aconselhável iniciar período com algarismos pedido
16 anos tinha Patrícia = Dezesseis anos tinha Patrícia Corra na frente, Baleia.
4. TEMPO: é a propriedade que tem o verbo de localizar o fato no tempo,
A título de brevidade, usamos constantemente os cardinais pelos ordi- em relação ao momento em que se fala. Os três tempos básicos são:
nais. Ex.: casa vinte e um (= a vigésima primeira casa), página trinta e dois a) presente: a ação ocorre no momento em que se fala:
(= a trigésima segunda página). Os cardinais um e dois não variam nesse Fecho os olhos, agito a cabeça.
caso porque está subentendida a palavra número. Casa número vinte e b) pretérito (passado): a ação transcorreu num momento anterior àquele
um, página número trinta e dois. Por isso, deve-se dizer e escrever tam- em que se fala:
bém: a folha vinte e um, a folha trinta e dois. Na linguagem forense, vemos
ABOLIR POLIR
Presente do indicativo aboles, abole abolimos, abolis, abolem Presente do indicativo pulo, pules, pule, polimos, polis, pulem
Pretérito imperfeito abolia, abolias, abolia, abolíamos, abolíeis, aboliam Presente do subjuntivo pula, pulas, pula, pulamos, pulais, pulam
Pretérito perfeito aboli, aboliste, aboliu, abolimos, abolistes, aboliram Imperativo pule, pula, pulamos, poli, pulam
Pretérito mais-que-perfeito abolira, aboliras, abolira, abolíramos, abolíreis, aboliram
Futuro do presente abolirei, abolirás, abolirá, aboliremos, abolireis, abolirão REMIR
Futuro do pretérito aboliria, abolirias, aboliria, aboliríamos, aboliríeis, aboliriam Presente do indicativo redimo, redimes, redime, redimimos, redimis, redimem
Presente do subjuntivo não há Presente do subjuntivo redima, redimas, redima, redimamos, redimais, redimam
Presente imperfeito abolisse, abolisses, abolisse, abolíssemos, abolísseis, abolissem
Futuro abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem RIR
Imperativo afirmativo abole, aboli Presente do indicativo rio, ris, ri, rimos, rides, riem
Imperativo negativo não há Pretérito imperfeito ria, rias, ria, riamos, ríeis, riam
Infinitivo pessoal abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem Pretérito perfeito ri, riste, riu, rimos, ristes, riram
Infinitivo impessoal abolir Pretérito mais-que-perfeito rira, riras, rira, ríramos, rireis, riram
Gerúndio abolindo Futuro do presente rirei, rirás, rirá, riremos, rireis, rirão
Particípio abolido Futuro do pretérito riria, ririas, riria, riríamos, riríeis, ririam
O verbo ABOLIR é conjugado só nas formas em que depois do L do radical há E ou I. Imperativo afirmativo ri, ria, riamos, ride, riam
Presente do subjuntivo ria, rias, ria, riamos, riais, riam
Pretérito imperfeito risse, risses, risse, ríssemos, rísseis, rissem
AGREDIR Futuro rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem
Presente do indicativo agrido, agrides, agride, agredimos, agredis, agridem Infinitivo pessoal rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem
Presente do subjuntivo agrida, agridas, agrida, agridamos, agridais, agridam Gerúndio rindo
Imperativo agride, agrida, agridamos, agredi, agridam Particípio rido
Nas formas rizotônicas, o verbo AGREDIR apresenta o E do radical substituído por I. Conjuga-se como rir: sorrir
COBRIR VIR
Presente do indicativo cubro, cobres, cobre, cobrimos, cobris, cobrem Presente do indicativo venho, vens, vem, vimos, vindes, vêm
Presente do subjuntivo cubra, cubras, cubra, cubramos, cubrais, cubram Pretérito imperfeito vinha, vinhas, vinha, vínhamos, vínheis, vinham
Imperativo cobre, cubra, cubramos, cobri, cubram Pretérito perfeito vim, vieste, veio, viemos, viestes, vieram
Particípio coberto Pretérito mais-que-perfeito viera, vieras, viera, viéramos, viéreis, vieram
Conjugam-se como COBRIR, dormir, tossir, descobrir, engolir Futuro do presente virei, virás, virá, viremos, vireis, virão
Futuro do pretérito viria, virias, viria, viríamos, viríeis, viriam
FALIR Imperativo afirmativo vem, venha, venhamos, vinde, venham
Presente do indicativo falimos, falis Presente do subjuntivo venha, venhas, venha, venhamos, venhais, venham
Pretérito imperfeito falia, falias, falia, falíamos, falíeis, faliam Pretérito imperfeito viesse, viesses, viesse, viéssemos, viésseis, viessem
Pretérito mais-que-perfeito falira, faliras, falira, falíramos, falireis, faliram Futuro vier, vieres, vier, viermos, vierdes, vierem
Pretérito perfeito fali, faliste, faliu, falimos, falistes, faliram Infinitivo pessoal vir, vires, vir, virmos, virdes, virem
Futuro do presente falirei, falirás, falirá, faliremos, falireis, falirão Gerúndio vindo
Futuro do pretérito faliria, falirias, faliria, faliríamos, faliríeis, faliriam Particípio vindo
Presente do subjuntivo não há Conjugam-se como vir: intervir, advir, convir, provir, sobrevir
Pretérito imperfeito falisse, falisses, falisse, falíssemos, falísseis, falissem
Futuro falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem SUMIR
Imperativo afirmativo fali (vós) Presente do indicativo sumo, somes, some, sumimos, sumis, somem
Imperativo negativo não há Presente do subjuntivo suma, sumas, suma, sumamos, sumais, sumam
Infinitivo pessoal falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem Imperativo some, suma, sumamos, sumi, sumam
Gerúndio falindo Conjugam-se como SUMIR: subir, acudir, bulir, escapulir, fugir, consumir, cuspir
Particípio falido
FERIR ADVÉRBIO
Presente do indicativo firo, feres, fere, ferimos, feris, ferem
Presente do subjuntivo fira, firas, fira, firamos, firais, firam Advérbio é a palavra que modifica a verbo, o adjetivo ou o próprio ad-
Conjugam-se como FERIR: competir, vestir, inserir e seus derivados.
vérbio, exprimindo uma circunstância.
MENTIR
Outras figuras de retórica não necessariamente ligadas ao fenômeno Gêneros poéticos. A poesia pode apresentar-se em composições mui-
da repetição cumprem também a função de produzir o distanciamento e, to variadas. Os antigos retóricos gregos dividiram-na em épica, lírica e
dessa maneira, chamar a atenção para a linguagem em si. É o caso, por dramática, divisão que, embora um tanto rígida, ainda é aceitável.
exemplo, do hipérbato (inversão da ordem direta das palavras), muito
usado em todos os períodos da literatura, e das figuras denominadas A poesia épica, muito antiga, canta as façanhas de um herói ou de
tropos, como a metáfora e a metonímia, que permitem mudar ou transfigu- uma coletividade. As baladas ou cantos populares agrupam-se normalmen-
rar o significado de uma palavra. O próprio vocabulário serve para provocar te em círculos temáticos e, em muitas ocasiões, unificam-se na forma de
o distanciamento. Nos domínios da poesia, é bem conhecida a proliferação um longo poema narrativo em que se simbolizam as aspirações e conquis-
de arcaísmos, de sons exóticos e rebuscados, ou do oposto, neologismos tas de uma raça ou povo. Esse tipo de poema recebe o nome de epopeia e
e invenções léxicas. exemplifica-se em obras como a Ilíada e a Odisseia, de Homero, ou o
Mahabharata, da literatura hindu. Uma espécie muito importante de poema
Naturalmente, os aspectos formais não representam as únicas possibi- épico é a das canções de gesta medievais, voltadas para a figura de um
lidades do trabalho poético. Para criar um poema, é fundamental a inspira- herói nacional. À épica culta pertencem os poemas criados por um autor
ção do autor, sua capacidade de expressar suas emoções, sua visão da individual e que se acham desvinculados da tradição popular, como a
realidade ou sua postura sob uma forma que busca exteriormente um fim Eneida, de Virgílio, ou Os lusíadas, de Camões.
estético. Uma metáfora (substituição de um termo por outro de sentido
figurado), ou um epíteto (palavra ou frase que designa indiretamente algo A lírica, que em suas origens era cantada, é o gênero mais subjetivo e
ou alguém), por exemplo, não só produzem o efeito de distanciamento o que reúne com maior frequência as peculiaridades da poesia. Em geral,
característico da poesia, como também servem ao poeta para expressar ou os poemas líricos são breves. Em seus versos o poeta quase sempre
sugerir sua visão íntima e pessoal das coisas. procura expressar emoções e o cerne de sua experiência pessoal. Inclui-se
Para entender a poesia produzida em cada período da história da lite- na lírica a mais típica "poesia popular", talvez a manifestação literária mais
ratura, é fundamental conhecer, além de seus componentes formais, a antiga.
atitude que predominava em relação ao mundo. Assim, na Idade Média, o
tema da relação dama-cavaleiro se dava com um caráter quase de vassa- A poesia dramática é a das peças teatrais, que, durante muito tempo,
lagem, da mesma forma que proliferavam temas religiosos e uma grande foram escritas em verso. As paixões humanas constituem sua fonte de
riqueza simbólica. Assim também a harmonia procurada pelo homem do inspiração e costumam ser expressas na forma de diálogos e monólogos.
Renascimento teve consequências em sua poesia; já no barroco, ao con-
trário, encontraram eco o desencanto pela vida e o pessimismo. Podem distinguir-se outros gêneros poéticos, dentre os quais um dos
mais importantes é o da poesia didática, que apareceu como uma deriva-
A fria poesia do neoclassicismo, influenciada pelo Iluminismo, buscava ção da épica nos tempos clássicos. Nesse gênero, a poesia é utilizada
adequar-se ao preceito de que tudo deve subordinar-se à razão. Os poetas como meio para expor com beleza temas científicos, técnicos, ou doutrinas
românticos, em seguida, expressaram as grandes ânsias de liberdade filosóficas e religiosas. Aqui se encontram obras como De natura deorum
peculiares a sua época. Na segunda metade do século XIX, dois movimen- (Sobre a natureza dos deuses), de Lucrécio, poeta romano do século I
tos tiveram grande importância para o desenvolvimento ulterior da poesia: a.C., que o emprega para expor a doutrina do epicurismo. Cabe incluir
o parnasianismo, que exacerbou o culto da beleza formal, e o simbolismo, também na poesia didática as fábulas ou as formas populares, como os
para o qual a natureza oculta das coisas só podia ser revelada por meio de refrães e adivinhações.
símbolos.
Evolução histórica
No século XX, os movimentos poéticos mais importantes tiveram cará- Na evolução cultural das civilizações grega e latina, que formam a ba-
ter de vanguarda, como o surrealismo e o dadaísmo. Originados, em se da cultura ocidental, a poesia, no princípio essencialmente narrativa,
grande parte, numa mudança radical da concepção do homem e do univer- assumiu características definidas. Foi nesses períodos clássicos que
so, para o que contribuíram a nova teoria da relatividade e os trabalhos de surgiram as primeiras formas fixas de poesia, em seus gêneros épico,
Sigmund Freud sobre o inconsciente, algumas correntes vanguardistas lírico, dramático e didático.
procederam à mais drástica experimentação com a forma, que ficou com-
pletamente dissociada do conteúdo. Na poesia épica (do grego épos, "canto", "narrativa" ), o tom eloquente
dos versos (hexâmetros) e a duração das vogais são notórios e parecem
Verso e prosa. Está plenamente demonstrado que o verso é mais anti- indicar suas raízes primitivas, como se tivessem sido criados para serem
go do que a prosa, a qual não deve confundir-se, como frequentemente se ditos em voz alta. O estudo de textos e fatos da época levou os historiado-
Há vestígios da cultura latina, muito influenciada pela literatura grega, Na segunda metade do século XIX, surgiram na França as escolas
em todo o Ocidente. Virgílio, autor do poema Eneida, é o épico por exce- parnasiana e simbolista. A primeira procurava restabelecer o rigor da
lência dessa tradição, embora apresente também uma veia lírica, assim forma, que o movimento romântico deixara em segundo plano. O soneto,
como as Metamorfoses de Ovídio. Plauto e Terêncio adaptaram os dramas abandonado no período anterior, reapareceu, e revivificou-se mais uma vez
gregos, enquanto Horácio, Pérsio e Juvenal adotaram a sátira, uma nova a poesia lírica. Os simbolistas, ao contrário, irromperam com um espírito
modalidade de expressão que também fundia as técnicas épicas e líricas. que manteve afinidades com o do romantismo e apenas aparentemente
reduziram a preocupação com a forma, pois continuaram a usar métrica e
Outras formas fixas. Com o encerramento do ciclo histórico greco- rima. Parnasianos e simbolistas, porém, coexistiram com autores pré-
romano, o mundo passou por acentuadas transformações sociais. Por um modernos como Baudelaire, Nerval, Verlaine e Rimbaud na França, Poe e
processo natural resultante do surgimento de novas nacionalidades, surgiu, Whitman nos Estados Unidos.
na Idade Média, a necessidade de exprimir a alma popular, enquanto a
poesia culta se refugiou nos mosteiros. Poesia moderna e fim das escolas. No início do século XX, a poesia
passou por outras alterações formais. Os poetas, de um modo geral,
As canções populares que surgiram então, entre as quais a narrativa abandonaram a filiação a escolas e passaram a responsabilizar-se por
em versos, desenvolveram-se até aparecer a poesia trovadoresca, consti- suas próprias concepções e técnicas. Apesar disso, na Itália, Marinetti
tuída de poemas de amor que não escondiam sua origem popular, mescla- lançou as bases do futurismo, que serviu para chamar a atenção dos
da à herança das formas eruditas. Entre os séculos XII e XIV, a Europa foi escritores para muitas das mudanças do século.
invadida por subgêneros poéticos de feição popular, que derivavam dire-
tamente das muitas formas de poesia lírica greco-romana. A poesia manti- O verso branco, sem rima, reapareceu com pretensões revolucioná-
nha seu substrato narrativo, em poemas longos ou curtos. A partir do rias, desta vez sem métrica ou ritmo obrigatórios. Na França, Mallarmé foi
século XIV, porém, os homens de letras passaram a buscar a revitalização dos primeiros a abolir a rima, a métrica e até mesmo a sintaxe convencio-
da antiguidade clássica, e escreveram poemas épicos, líricos e satíricos. nal do verso. Na língua inglesa, as revoluções ainda do século XIX -- tanto
de Whitman como de Gerard Manley Hopkins, na liberdade rítmica, e de
Nessa época, erroneamente considerada obscura, surgiu Dante Ali- Poe, na racionalidade e concepção do poema -- marcaram a fundo os
ghieri. Escreveu numa língua que não era o latim e que marchava para caminhos da criação poética no século XX, como os de Dylan Thomas, de
estratificar-se: o italiano. O poeta aproveitou certa modalidade de poesia Wystan Hugh Auden e T. S. Eliot, ou de Ezra Pound, William Carlos Willi-
nascente, entre muitas outras surgidas nessa fase, para criar La vita nuova ams e e. e. cummings.
(A vida nova), obra em que trabalha o soneto, ao lado de passagens em
prosa, para falar de amor. O soneto, porém, só veio a ser sistematizado e Fatos semelhantes ocorreram na Itália de Montale e Ungaretti, na A-
difundido em toda a Europa por Petrarca, que exerceu forte influência no lemanha de Rilke e Georg Trakl, na Rússia de Maiakovski, em Portugal --
renascimento literário, entre os séculos XVI e XVII. onde o gênio múltiplo de Fernando Pessoa é, em uma de suas faces
(Álvaro de Campos), de influência whitmaniana, e em outra (Ricardo Reis)
Os dois grandes poemas épicos posteriores aos tempos de Grécia e recupera um filão de lirismo que remonta a Horácio --, na Espanha e na
Roma foram A divina comédia (c. 1307-1321) de Dante, e Os lusíadas América espanhola, no Brasil do modernismo e em dezenas de outros
(1572), de Camões, poeta que também usou o soneto, a partir do modelo países de tradição literária.
petrarquiano. Outros poetas tentaram a epopeia, de inspiração homérica
ou camoniana, como o francês Ronsard, no século XVI, e o inglês Milton, Novas tendências. A poesia moderna se caracteriza por uma concep-
no século XVIII. Os italianos Ariosto e Tasso são autores de outros grandes ção espacial muito específica. Ao quebrar graficamente o verso, um poeta
poemas épicos, respectivamente Orlando furioso e Gerusalemme liberata como Mallarmé verificou que o espaço em branco da página podia ser
-"Mísera! tivesse eu aquela enorme, aquela Mas bem sei, que primeiro o extremo passo
Claridade imortal, que toda a luz resume!" me há-de vir a cerrar os tristes olhos
Mas o sol, inclinando a rútila capela: que Amor me mostre aqueles por que vivo.
-"Pesa-me esta brilhante auréola de nume... Testemunhas serão a tinta e pena,
Enfara-me esta azul e desmedida umbela ... que escreveram de tão molesta vida
Por que não nasci eu um simples vaga-lume?" o menos que passei e o mais que falo.
(Machado de Assis)
Oh! que não sei que escrevo, nem que falo!
Esquema de rima: abba / abba, para os quartetos. Para os tercetos: Que se de um pensamento n'outro passo,
cdc / dcd. vejo tão triste gênero de vida
que, se não lhe não valerem tantos olhos,
O soneto inglês, compõe-se de três quartetos e um dístico final. não posso imaginar qual seja a pena
Esquema de rima: abab / cdcd / efef / gg ou abba / cddc / efef / gg. Ex.: que traslade esta pena com que vivo.
Apavorado acordo em treva. O luar
É como o espectro do meu sonho em mim N'alma tenho contino um fogo vivo,
E sem destino, e louco, sou o mar que, se não respirasse no que falo,
Patético, sonâmbulo e sem fim. estaria já feita cinza e pena;
mas, sobre a maior dor que sofro e passo,
Desço da noite, envolto em sono; e os braços me temperam as lágrimas dos olhos
Como ímãs, atraio o firmamento com que, fugindo, não se acaba a vida.
Enquanto os bruxos, velhos e devassos,
Assoviam de mim na voz do vento. Morrendo estou na vida, e em morte vivo;
vejo sem olhos, e sem língua falo;
Sou o mar! sou o mar! meu corpo informe e juntamente passo glória e pena.
Sem dimensão e sem razão me leva (Luís de Camões).
Para o silêncio onde o Silêncio dorme
Rimas. Texto estabelecido e prefaciado por Costa Pimpão. Coimbra,
Enorme. E como o mar dentro da treva 1953, pp. 328 / 329.
Num constante arremesso largo e aflito
Eu me espedaço em vão contra o infinito. Poemas com número variável de estrofes, mas com formas estróficas
(Vinicius de Morais) fixas. Ex.: trioleto e terza rima.
Embora a disposição das estrofes obedeça à forma italiana, o esque- Continua na próxima página.
ma de rima nos indica que se trata de um soneto inglês: abab / cdcd / efe / Clique no botão abaixo para continuar:
jgg. Vejamos um exemplo de terza rima, poema que apresenta o seguinte
Anchieta, soltando as vozes puras, No fim de cada estrofe, repete-se o mesmo conceito, numa estrutura
Achas outra Siáo neste hemisfério, paralelística.
E a mesma fé e igual amor apuras.
A última estrofe tem o nome de oferenda ou ofertório.
Certo, ferindo as cordas do saltério,
Unicamente contas divulgá-la. Poemas com número de estrofes variável e com formas estróficas
A palavra cristã e seu mistério. também variáveis.
Ex.: canção, glosa e vilancete.
Trepar não cuidas a luzente escala
Que aos heróis cabe e leva à clara esfera A diferença que há entre glosa (ou cantiga) e vilancete é que, na canti-
Onde eterna se faz a humana fala. ga, há quatro ou mais versos no mote, ao passo que, no vilancete, o mote
se constitui de apenas dois ou três versos. Exemplo de vilancete:
Onde os tempos não esta quimera
Que apenas brilha e logo se esvaece MOTE
Como folhas de escassa primavera. As férias que me dareis,
Quando eu para vós tornar,
Onde nada se perde nem se esquece Descontarão meu penar.
E no dorso dos séculos trazido
Onome de Anchieta resplandece VOLTAS
Ao vivo nome do Brasil unido. Nem sei que são alegrias,
(MACHADO DE ASSIS) Mas sim aborrecimentos.
Para compensar os tormentos
Observe-se que o último verso pode vir isolado ou juntar-se ao último Destes cento e vinte dias,
terceto. Dou curso a mil fantasias
Pensando no que fareis ...
Quando vem isolado, costuma-se falar em estrofe monóstica, ainda Nas férias que me dareis
que a estrofe propriamente dita reclame a reunião de dois ou mais versos. Se a paixão vos faz vassala
De mim, em tão longa ausência,
Tal estrofe monástica, entretanto, vem relacionada com o terceto ante- Trago uma reminiscência
rior, formando uma estrutura pela rima. De tudo o que de vós fala
Em caso de lemas ou provérbios se encontram estrofes monásticas Se hoje a esta dor nada iguala,
puras. Os beijos quando eu voltar,
Descontarão meu penar.
Poema com número fixo de estrofes, mas com formas estróficas variá- (Goulart de Andrade)
veis.
Ex.: a balada francesa: OUTROS TIPOS
Vi-te pequena: ias rezando Há outros poemas de forma fixa, como o canto real. a vilanela, o pan-
Para a primeira comunhão: tum, o haicai, etc., que oferecem menor interesse.
Toda de branco, murmurando,
Na fronte o véu, rosas na mão. HISTÓRIA DO VERSO EM PORTUGUÊS
Não ias só: grande era o bando Em três períodos se pode dividir a história do verso em Português: o
Mas entre todas te escolhi: medieval, o clássico e o moderno.
Minha alma foi-te acompanhando,
A vez primeira em que te vi. O período medieval exige um estudo mais apurado, o qual não cabe
aqui.
Tão branca e moça! o olhar tão brando!
Tão inocente o coração! O período clássico abrange diversos estilos de época: Renascimento,
Toda de branco, fulgurando, Barroco, Neo-Classicismo, Romantismo, Parnasianismo e Simbolismo.
Mulher em flor! flor em botão!
Inda, ao lembrá-lo, a mágoa abrando. O parnasianismo não seria bem um movimento, de modificação de
Esqueço o mal que vem em ti, formas, porém a exigência de que fossem respeitadas as formas clássicas
E, o meu rancor estrangulando, da poesia.
Bendigo o dia em que te vi.
Formas estas, hoje desprezadas pelos poetas ditos modernos, os
Rosas, na mão, brancas ... E, quando quais não respeitam nem forma, nem métrica, nem rima, seria como fazer
Te vi passar, branca visão, feijoada sem feijão, ou uma bicicleta sem rodas ...
Vi, com espanto, palpitando
Dentro de mim, esta paixão... Este mesmo movimento, chamado modernista, levou a pintura e outras
Ocoração pus ao teu mando artes a vulgaridade, no caso da pintura, existem pessoas, aplaudidas pelo
E, porque escravo me rendi, ignorantes, os quais, apresentam trabalhos de pintura, que poderiam ser
Ando gemendo, aos gritos ando, realizados, bastando amarrar uma brocha com tinta no rabo de um jumen-
-Porque te amei! porque te vi! to, e aproxima-lo de costa até a tela ....
Chama-se linguagem a expressão da faculdade comunicativa. Na so- Origem. Há muito, filósofos e linguistas têm-se dedicado à questão de
ciedade em que vive, ou o homem se apropria de um instrumento que se como e quando a linguagem teria surgido. No entanto, pouco se avançou
lhe oferece já elaborado, o que é o caso comum, ou o elabora com todas nesse terreno. Para se determinar a origem da linguagem, seria necessário
as peças necessárias, o que sucede com os surdos-mudos. Esse instru- esclarecer vários pontos extremamente controversos. Por exemplo: falari-
mento de utilização coletiva é o que se chama de língua. am já, ainda que rudimentarmente, os primatas que um dia vieram a ser
homens? Ou se tornaram homens antes de inventar a fala? Ou se trans-
Signos. Examinando-se de perto a tessitura da linguagem, verifica-se formaram em homens quando criaram a linguagem?
que ela é sempre um sistema de signos articulados. Tais signos podem ser
sonoros, visuais, táteis ou de outra natureza. Diz-se então que a linguagem Outra questão a se responder é: como seria primitivamente a lingua-
é oral, mímica, escrita etc. Ordinariamente, nenhuma linguagem fica adstri- gem? Um conjunto articulado de gritos e interjeições? Mas como poderiam
ta a um único campo da sensibilidade humana; o homem civilizado pratica as interjeições, que aproximam o homem da animalidade, passar de ex-
uma linguagem predominantemente oral, com largas concessões à mímica, pressões de sentimentos a sinais ideológicos objetivos, a serviço do pen-
representada na gesticulação. Admite-se que o homem primitivo daria samento? Tem a linguagem origem na onomatopéia? Nesse caso o ho-
muito maior expansão à linguagem mímica, que oferece amplas possibili- mem primitivo seria mais fino em sua capacidade auditiva do que o civiliza-
dades de comunicação. A superioridade da linguagem oral se evidencia, do, que a refinou na música e na poesia? Pode-se, aliás, observar que as
por exemplo, na escuridão, ou quando os interlocutores são incapazes de línguas modernas mais cultas são muito mais onomatopéicas do que as
se ver. Já se observou que alguns indígenas americanos não podiam velhas, mesmo as mais elaboradas. É o caso do inglês, cuja capacidade
compreender-se bem à noite, a não ser junto à luz do fogo, por terem de imitativa é inexcedível. Trovão, trueno, tonnerre, troun, tuono são em
recorrer a uma rica gesticulação. português, castelhano, francês, provençal e italiano muito mais onomato-
péicos do que o latim tonus.
Exemplo de linguagem escrita (e, portanto, visual) é o chinês escrito,
utilizado por nações que não se compreendem falando. Cerca de uma Línguas. Admite-se que primitivamente a espécie humana houvesse
quarta parte da população do mundo comunica nessa linguagem, ainda concretizado sua linguagem num sistema único de signos, possivelmente
que alguns tenham idiomas que nem são aparentados com os dialetos orais. No início do século XX, o italiano Alfredo Trombetti acreditou vislum-
chineses. Os coreanos, que têm língua polissilábica, adotaram muito cedo brar esse tronco comum e publicou L'Unitá d'origine del linguaggio (1905; A
os sinais ideográficos dos chineses, fazendo apenas algumas adaptações. unidade de origem da linguagem). Mas como quer que os homens se
No século V da era cristã, o mesmo sistema foi aceito pelos japoneses e disseminassem, e viessem a ocupar países estanques, criaram-se siste-
entre eles reinou por muito tempo, até que influências europeias levassem mas diferentes, denominados línguas.
à adoção de um silabário cujos compromissos com o critério antigo são
mais do que evidentes. Língua é pois um instrumento oral de comunicação de pensamentos e
sentimentos. Em Cours de linguistique générale (1916; Curso de linguística
A linguagem ideográfica consiste em desenhar sinais correspondentes geral), o filólogo suíço Ferdinand de Saussure insiste em distinguir a "lín-
a ideias. A ideia de "homem", por exemplo, se figura por certo signo, inde- gua" daquilo a que ele chama "discurso". Disse ele: "Separando a 'língua'
pendente do vocábulo que se possa ouvir. O mesmo para cada outra ideia, do 'discurso', separamos de uma vez: primeiro, o que é social do que é
como "amar", "campo", "verde" etc. Conhecidos os valores de uma série de individual; segundo, o que é essencial do que é acessório e mais ou menos
sinais, fica esclarecido o pensamento ou frase que se busca exprimir. É o acidental." Essa tomada de posição nada acrescentou ao que já se sabia --
mesmo que ocorre quando se escrevem números por meio de algarismos. uma vez que "discurso" é aquilo que geralmente se conhece pelo nome de
Todos sabem o que significa 1999, ou MCMXCIX, qualquer que seja a "linguagem" nos estudos linguísticos e literários --, mas teve a vantagem de
língua em que o indivíduo se expresse. Quem não saiba o português, no salientar o papel do indivíduo na utilização desse instrumento social que é
entanto, não compreenderá o que venha a ser "mil novecentos e noventa e a "língua". Realmente, para cada indivíduo falante, a "língua" é um sistema
nove". Usam-se muitas linguagens ideográficas, limitadas a certos fins, já elaborado, que cumpre respeitar. Apesar disso, a "linguagem" (ou "dis-
como a música, a química, a astronomia. Também é visual a linguagem curso") em cada indivíduo falante é um princípio ativo da vontade e inteli-
mímica dos surdos-mudos, em que há um gesto para cada ideia que se gência que intervém inelutavelmente na "língua" e a modifica. Como os
deseje transmitir. animais e plantas, as línguas nascem, crescem, multiplicam-se e morrem.
Tal sucede porque elas refletem a vida interior do homem.
A escrita fonética da grande maioria das línguas, bem como a chama-
da linguagem dactiloscópica dos surdos-mudos educados, não é senão a Nenhuma língua consegue manter-se rigorosamente a mesma numa
visualização da linguagem oral. O mesmo se dá com a expressão telegráfi- grande extensão territorial. As modalidades que possam apresentar cha-
ca inventada por Morse. O sistema Braille, para cegos, é uma redução mam-se em geral dialetos. A língua italiana apresenta diversos dialetos,
táctil da linguagem oral. praticamente línguas estanques (tanto assim que um siciliano não entende
um veneziano, a menos que falem literariamente), enquanto a portuguesa
Articulação. No conceito da linguagem, é essencial a característica da é de extrema unidade, e as ligeiras variantes em nada prejudicam o diálo-
articulação discursiva. A linguagem é articulada porque se compõe de go. Como o conceito de dialeto não é rigorosamente definido, diz-se às
signos que se ligam segundo convenções indiscutíveis. E é discursiva vezes que as línguas românicas (português, galego, castelhano, catalão,
porque tais articulações se fazem em cadeia, formando um fio (ou frase, ou francês, provençal, italiano, romeno) são dialetos do latim. Não é raro
discurso) que acompanha e até certo ponto reflete a concatenação do ouvir-se que o galego, falado na Espanha, é dialeto do português, mas isso
pensamento. Um signo isolado, que exprima "perigo", como por exemplo o não é exato. Embora o galego esteja mais próximo do português do que do
grito de alarme dos galináceos ao verem um gavião, não constitui lingua- castelhano, trata-se de uma língua independente.
A partir desse momento, a criança assimila paulatinamente todo o sis- Um repórter, ao cometer uma transgressão em sua fala, transgride tan-
tema fonológico e enriquece seu vocabulário, ao mesmo tempo em que to quanto um indivíduo que comparece a um banquete trajando xortes ou
desenvolve as primeiras construções oracionais, bastante rudimentares no quanto um banhista, numa praia, vestido de fraque e cartola.
início. Aos dois anos, o progresso na aquisição da linguagem se acelera
consideravelmente, e a criança adota as normas impostas pelos adultos. Releva considerar, assim, o momento do discurso, que pode ser ínti-
Entre quatro e seis anos, ela domina virtualmente o idioma, embora algu- mo, neutro ou solene.
mas formas de subordinação e o emprego de certos tempos verbais só
venham a ser adquiridos mais tarde, geralmente no período escolar. O momento íntimo é o das liberdades da fala. No recesso do lar, na fa-
la entre amigos, parentes, namorados, etc., portanto, são consideradas
Linguagem e concepção do mundo. Cada língua reflete de maneira di- perfeitamente normais construções do tipo:
ferente o mundo no qual se acha inscrita. No vocabulário, por exemplo, é Eu não vi ela hoje.
muito frequente o significado de uma palavra num idioma não corresponder Ninguém deixou ele falar.
de maneira exata ao de nenhuma palavra de outro, o que constitui um dos Deixe eu ver isso!
fatos que mais dificultam as traduções. Cada língua impõe uma determina- Eu te amo, sim, mas não abuse!
da análise do mundo, sem que isso queira dizer que aprisione a mentalida- Não assisti o filme nem vou assisti-lo.
de de seus falantes. Sou teu pai, por isso vou perdoá-lo.
A linguagem constitui também um elemento essencial de toda cultura, Nesse momento, a informalidade prevalece sobre a norma culta, dei-
sem o qual ela não poderia existir, pois possibilita a transmissão oral ou xando mais livres os interlocutores.
escrita do passado de uma coletividade. A linguagem serve, da mesma
maneira, de reflexo da cultura de um povo. Os progressos desta conduzem O momento neutro é o do uso da língua-padrão, que é a língua da Na-
a um enriquecimento dos meios expressivos, especialmente da língua ção. Como forma de respeito, tomam-se por base aqui as normas estabe-
escrita, os quais se incorporam ao idioma e são herdados por toda a coleti- lecidas na gramática, ou seja, a norma culta. Assim, aquelas mesmas
vidade. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. construções se alteram:
Eu não a vi hoje.
NÍVEIS DE LINGUAGEM Ninguém o deixou falar.
Deixe-me ver isso!
Eu te amo, sim, mas não abuses!
*Luiz Antonio Sacconi
Não assisti ao filme nem vou assistir a ele.
Sou seu pai, por isso vou perdoar-lhe.
A língua é um código de que se serve o homem para elaborar mensa-
gens, para se comunicar.
Considera-se momento neutro o utilizado nos veículos de comunica-
ção de massa (rádio, televisão, jornal, revista, etc.). Daí o fato de não se
Existem basicamente duas modalidades de língua, ou seja, duas lín-
admitirem deslizes ou transgressões da norma culta na pena ou na boca
guas funcionais:
de jornalistas, quando no exercício do trabalho, que deve refletir serviço à
1) a língua funcional de modalidade culta, língua culta ou língua-
causa do ensino, e não o contrário.
padrão, que compreende a língua literária, tem por base a norma
culta, forma lingüística utilizada pelo segmento mais culto e influ-
O momento solene, acessível a poucos, é o da arte poética, caracteri-
ente de uma sociedade. Constitui, em suma, a língua utilizada pe-
zado por construções de rara beleza.
los veículos de comunicação de massa (emissoras de rádio e tele-
visão, jornais, revistas, painéis, anúncios, etc.), cuja função é a de
Vale lembrar, finalmente, que a língua é um costume. Como tal, qual-
serem aliados da escola, prestando serviço à sociedade, colabo-
quer transgressão, ou chamado erro, deixa de sê-lo no exato instante em
rando na educação, e não justamente o contrário;
Língua escrita e língua falada. Nível de linguagem in Nossa Gramática – Teoria e Prática. Editora Atual, 1994.
A língua escrita, estática, mais elaborada e menos econômica, não
dispõe dos recursos próprios da língua falada. ESTILÍSTICA
A acentuação (relevo de sílaba ou sílabas), a entoação (melodia da
Estilística (do alemão Stilistik, pelo francês stylistique) é o ramo da
frase), as pausas (intervalos significativos no decorrer do discurso), além
lingüística que estuda o poder de expressão duma língua, sua capacidade
da possibilidade de gestos, olhares, piscadas, etc., fazem da língua falada
de provocar sugestões e emoções usando certas fórmulas e efeitos de
a modalidade mais expressiva, mais criativa, mais espontânea e natural,
estilo. Para alguns autores, entretanto, a estilística não passa de um ramo
estando, por isso mesmo, mais sujeita a transformações e a evoluções.
da gramática.
Nenhuma, porém, se sobrepõe a outra em importância. Nas escolas
Histórico
principalmente, costuma se ensinar a língua falada com base na língua
A estilística surgiu como estudo próprio em princípios do século XX,
escrita, considerada superior. Decorrem daí as correções, as retificações,
através das propostas feitas pelo alemão Karl Vossler e pelo suíço
as emendas, a que os professores sempre estão atentos.
Ferdinand de Saussure, com base em conhecimentos clássicos, como a
retórica ensinada pelos gregos.
Ao professor cabe ensinar as duas modalidades, mostrando as carac-
terísticas e as vantagens de uma e outra, sem deixar transparecer nenhum
Divisões
caráter de superioridade ou inferioridade, que em verdade inexiste.
A divisão proposta pelo francês Pierre Giraud abarca duas condições
de origem: aquelas figuras usadas pelo próprio idioma (estilística da
Isso não implica dizer que se deve admitir tudo na língua falada. A ne-
língua), e aquelas criadas pelo autor (estilística genética)[1]
nhum povo interessa a multiplicação de línguas. A nenhuma nação convém
o surgimento de dialetos, conseqüência natural do enorme distanciamento
Para aqueles que entendem-na como um divisão da gramática, a
entre uma modalidade e outra.
Estilística divide-se em:
Com propriedade, afirma o Prof. Sebastião Expedito Ignácio, da U- Figuras de sintaxe ou de construção - das quais as mais
NESP (Universidade Estadual de São Paulo): “O fato de que é o povo que importantes são a elipse (com a sub-espécie zeugma), pleonasmo,
faz a língua não quer dizer que se deva aceitar tudo o que venha a ser polissíndeto, inversão (hipérbato, anástrofe, prolepse e sínquise),
criado pelo povo. A língua pressupõe também cultura e, às vezes, o próprio anacoluto, silepse, onomatopéia e repetição.
povo se encarrega de repelir uma criação que não se enquadre dentro do Figuras de palavras - onde tem-se a metáfora, a metonímia (e seu
espírito da língua como evolução natural”. caso especial: a sinédoque), catacrese e antonomásia.
Figuras de pensamento - antítese, apóstrofe, eufemismo,
A língua escrita é, foi e sempre será mais bem-elaborada que a língua disfemismo, hipérbole, ironia (antífrase), personificação e
falada, porque é a modalidade que mantém a unidade lingüística de um retificação.
povo, além de ser a que faz o pensamento atravessar o espaço e o tempo. Segundo ainda essa divisão, a ela cabem, também, o estudo dos
Nenhuma reflexão, nenhuma análise mais detida será possível sem a chamados Vícios de linguagem, tais como a ambigüidade
língua escrita, cujas transformações, por isso mesmo, se processam len- (anfibologia), barbarismo, cacofonia, estrangeirismo, colisão, eco,
tamente e em número consideravelmente menor, quando cotejada com a solecismo e obscuridade.
Figuras de linguagem são maneiras de falar diferentes do cotidiano Metaplasmo é a alteração fonética que ocorre na evolução dos fone-
comum, com o fim de chamar a atenção por meio de expressões mais mas, dos vocábulos e até das frases. Os metaplasmos que dizem respeito
vivas. Visa também dar relevo ao valor autônomo do signo lingüístico, o aos fonemas são vários. Na transformação do latim em português alguns
que é característica própria da linguagem literária. As figuras podem ser de foram freqüentíssimos, como o abrandamento, a queda, a simplificação e a
dicção (ou metaplasmos), quando dizem respeito à própria articulação dos vocalização.
vocábulos; de palavra (ou tropos), quando envolvem a significação dos
termos empregados; de pensamento, que ocorre todas as vezes que se No caso do abrandamento, as consoantes fortes (proferidas sem voz)
apresenta caprichosamente a linguagem espiritual; ou de construção, tendem a ser proferidas com voz, quando intervocálicas (lupus > lobo,
quando é conseguida por meios sintáticos. defensa > defesa). Na queda, as consoantes brandas tendem a desaparer
na mesma posição (luna > lua, gelare > gear). Excetuam-se m, r, e por
Metaplasmos. Todas as figuras que acrescentam, suprimem, permu- vezes g (amare > amar, legere > ler, regere > reger). O b, excetuando-se
tam ou transpõem fonemas nas palavras são metaplasmos. Assim, por também, muda-se em v (debere > dever).
exemplo, mui em vez de muito; enamorado, em vez de namorado; cuidoso,
em vez de cuidadoso; desvario, em vez de desvairo. Ocorre a simplificação quando as consoantes geminadas reduzem-se
a singelas (bucca > boca, caballus > cavalo). O atual digrama ss não
FIGURAS DE PALAVRAS constitui exceção, porque pronunciado simplesmente como ç (passus >
As principais figuras de palavras são a metáfora, a metonímia e o eu- passo). Quanto ao rr, para muitos conserva a geminação, na pronúncia
femismo. Recurso essencial na poesia, a metáfora é a transferência de um trilada, como no castelhano (terra > terra); para outros os dois erres se
termo para outro campo semântico, por uma comparação subentendida simplificam num r uvular, muito próximo do r grasseyé francês.
(como por exemplo quando se chama uma pessoa astuta de "águia"). A
metonímia consiste em designar um objeto por meio de um termo designa- Consiste a vocalização na troca das consoantes finais de sílabas inte-
tivo de outro objeto, que tem com o primeiro uma dentre várias relações: riores em i, ou u: (acceptus > aceito, absente > ausente). Muitos brasileiros
(1) de causa e efeito (trabalho, por obra); (2) de continente e conteúdo estendem isso ao l, como em "sol", que proferem "çóu", criando um ditongo
(garrafa, por bebida); (3) lugar e produto (porto, por vinho do Porto); (4) que não existe em português.
matéria e objeto (cobre, por moeda de cobre); (5) concreto e abstrato
(bandeira, por pátria); (6) autor e obra (um Portinari, por um quadro pintado Os vocábulos revelam, em sua evolução, metaplasmos que se classifi-
por Portinari); (7) a parte pelo todo (vela, por embarcação). O eufemismo é cam como de aumento, de diminuição, e de troca. Como exemplos de
a expressão que suaviza o significado inconveniente de outra, como cha- acréscimos anotam-se os fonemas que se agregam às antigas formas. Em
mar uma pessoa estúpida de "pouco inteligente", ou "descuidado", ao invés "estrela" há um e inicial, e mais um r, que não havia no originário stella.
de "grosseiro". Observem-se essas evoluções: foresta > floresta, ante > antes. "Brata",
oriundo de blatta, diz-se atualmente "barata". Decréscimos são supressões
FIGURAS DE CONSTRUÇÃO E DE PENSAMENTO como as observadas na transformação de episcopus em "bispo". Ou em
Tanto as figuras de construção quanto as de pensamento são às ve- amat > ama, polypus > polvo, enamorar > namorar.
zes englobadas como "figuras literárias". As primeiras são: assindetismo
(falta de conectivos), sindetismo (abuso de conectivos), redundância (ou Apontam-se trocas em certas transformações. Note-se a posição do r
pleonasmo), reticência (ou interrupção), transposição (ou anástrofe, isto é, em: pigritia > preguiça, crepare > quebrar, rabia > raiva. Os acentos tam-
a subversão da ordem habitual dos termos). As principais figuras de pen- bém se deslocam às vezes, deslizando para a frente (produção), como em
samento são a comparação (ou imagem), a antítese (ou realce de pensa- júdice > juiz, ou antecipando-se (correpção), como em amassémus >
mentos contraditórios), a gradação, a hipérbole (ou exagero, como na amássemos. A crase (ou fusão) é um caso particular de diminuição, carac-
frase: "Já lhe disse milhares de vezes"), a lítotes (ou diminuição, por humil- terístico aliás da língua portuguesa, e consiste em se reduzirem duas ou
dade ou escárnio, como quando se diz que alguém "não é nada tolo", para três vogais consecutivas a uma só: avoo > avô, avoa > avó, aa > à, maior >
indicar que é esperto). mor, põer > pôr. A crase é também normal em casos como "casa amarela"
(káz ãmáréla).
FIGURAS DE SINTAXE
Os metaplasmos são, em literatura, principalmente na poesia, figuras
Quando se busca maior expressividade, muitas vezes usam-se lacu-
de dicção. Os poetas apelam para as supressões, para as crases, para os
nas, superabundâncias e desvios nas estruturas da frase. Nesse caso, a
hiatos, como para recursos de valor estilístico. A um poeta é lícito dizer no
coesão gramatical dá lugar à coesão significativa. Os processos que ocor-
Brasil: "E o rosto oferece a ósculos vendidos" (Gonçalves Dias). Quando
rem nessas particularidades de construção da frase chamam-se figuras de
Bilac versifica: "Brenha rude, o luar beija à noite uma ossada" dá ao encon-
sintaxe. As mais empregadas são a elipse, o zeugma, o anacoluto, o
tro uma um tratamento diferente daquele que lhe notamos adiante em:
pleonasmo e o hipérbato.
"Contra esse adarve bruto em vão rodavam "no ar". o ar reduzido a um
ditongo constitui uma sinérese.
Na elipse ocorre a omissão de termos, facilmente depreendidos do
contexto geral ou da situação ("Sei que [tu] me compreendes."). Zeugma é
FIGURAS DE ESTILO OU LINGUAGEM
uma forma de elipse que consiste em fazer participar de dois ou mais
Formas de utilizar as palavras no sentido conotativo, figurado, com o
enunciados um termo expresso em apenas um deles ("Eu vou de carro,
objetivo de ser mais expressivo.
você [vai] de bicicleta."). O anacoluto consiste na quebra da estrutura
regular da frase, interrompida por outra estrutura, geralmente depois de
A seguir, as principais figuras de estilo em ordem alfabética:
uma pausa ("Quem o feio ama, bonito lhe parece."). O pleonasmo é a
1- Anacoluto- interrupção na seqüência lógica da oração deixando
repetição do conteúdo significativo de um termo, para realçar a idéia ou
um termo solto, sem função sintática. Ex.: Mulheres, como viver
evitar ambigüidade ("Vi com estes olhos!"). Hipérbato é a inversão da
sem elas?
ordem normal das palavras na oração, ou das orações no período, com
2- Anáfora- repetição de palavras. Ex.: Ela trabalha, ela estuda, ela é
finalidade expressiva, como na abertura do Hino Nacional Brasileiro: "Ouvi-
mãe, ela é pai, ela é tudo!
ram do Ipiranga as margens plácidas / de um povo heróico o brado retum-
3- Antonomásia - substituição do nome próprio por qualidade, ou ca-
bante. ("As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de
racterística que o distinga. é o mesmo que apelidado, alcunha ou
um povo heróico.")
cognome. Ex.: Xuxa ( Maria das Graças); O Gordo (Jô Soares)
FUNÇÃO CONATIVA — é dirigida ao receptor buscando mobilizar sua SENTIDO PRÓPRIO E SENTIDO FIGURADO
atenção, produzindo um apelo. A linguagem apresenta caráter persuasivo, As palavras podem ser empregadas no sentido próprio ou no sentido
sedutor, procura aproximar-se do receptor (ouvinte, espectador, leitor), figurado:
convencer, mudar seu comportamento. Pode ser volitiva, revelando assim Construí um muro de pedra - sentido próprio
uma vontade ou é imperativa, que é a característica fundamental da propa- Maria tem um coração de pedra – sentido figurado.
ganda. Exemplos: A água pingava lentamente – sentido próprio.
Quanto à significação, as palavras podem ser: Literatura antiga. O fato indiscutível sobre a literatura ocidental antiga é
1. Sinônimas - quando apresentam sentidos semelhantes: falecer e que a maior parte dela se perdeu. O fogo, as guerras e a destruição pela
morrer, belo e bonito; longe e distante, etc. passagem do tempo subtraíram suas obras à posteridade, e são poucas as
2. Antônimas - quando têm significação oposta: triste e alegre, bondade peças que os paleontólogos resgatam de tempos em tempos.
e maldade, riqueza e pobreza.
3. Homônimas - quando são escritas ou pronunciadas de modo idêntico Cada uma das cinco civilizações mais antigas que se conhecem -- Ba-
mas são diferentes quanto ao significado. bilônia e Assíria, Egito, Grécia, Roma e a cultura dos israelitas na Palestina
Os homônimos podem ser: -- entrou em contato com uma ou mais dentre as outras. Nas duas mais
a) perfeitos - quando possuem a mesma grafia (homógrafos) e a antigas, a assírio-babilônica, com suas tábulas de argila quebradas, e a
mesma pronúncia (homófonos): egípcia, com seus rolos de papiro, não se encontra relação direta com a
cura (padre) - cura (do v. curar) idade moderna. Na Babilônia, porém, se produziu o primeiro código com-
verão (estação) - verão (verbo ver) pleto de leis e dois épicos de mitos arquetípicos -- o Gilgamesh e o Enuma
são (sadio) - são (verbo ser) elish que vieram a ecoar e ter desdobramentos em terras bem distantes.
b) imperfeitos - quando têm a mesma grafia mas pronúncia diferente
(homógrafos) ou a mesma pronúncia mas grafia diferente (homó- O Egito, que detinha a intuição mística de um mundo sobrenatural, ati-
fonos). Exemplos: selo (substantivo) - selo (verbo selar) / ele (pro- çou a imaginação dos gregos e romanos. Da cultura hebraica, a principal
nome) - ele (letra) herança literária para o Ocidente veio de seus primeiros manuscritos, como
4. Parônimas - quando se assemelham na forma mas têm significados o Antigo Testamento da Bíblia. Essa literatura veio a influenciar profunda-
diferentes. mente a consciência ocidental por meio de traduções para as línguas
Exemplos: descriminar (inocentar) - discriminar (distinguir) / discente vernáculas e para o latim. Até então, a ensimesmada espiritualidade do
(relativo a alunos) - docente (relativo a professores) judaísmo mantivera-a afastada dos gregos e romanos.
As incertezas da nova época e a diversidade de tentativas de lidar com Eis os conceitos propostos na era clássica:
ela ou lhe conferir coerência artística também pode ser observada em a) amplo: “A arte literária consiste na realização dos preceitos estéti-
Duineser Elegien (1922; Elegias de Duíno) e Sonette an Orpheus (1923; cos da invenção, da disposição e da elocução”.
Sonetos a Orfeu), de Rainer Maria Rilke; em Waste Land (1922; A terra Essas três operações clássicas da arte de escrever – informa Hênio
inútil) de T. S. Eliot; e na obra de Fernando Pessoa. Tavares – foram criadas pelos sofistas: a invenção trata da escolha do
assunto; a disposição encarrega-se de coordená-la numa ordem lógica e
O período internacionalista e experimental da literatura do Ocidente atraente, dando ao trabalho movimento de unidade; a elocução prendendo-
nas décadas de 1910 e 1920 foi importante não apenas pelas grandes se à correção, clareza e harmonia de língua, estiliza a obra, proporcionan-
obras então produzidas, mas também porque estabeleceu um padrão para do-lhe forma externa. Destarte, qualquer obra que perfi-lhe tais processos
o futuro. Nas maiores obras da fase, revelou-se bem o senso progressivo será considerada Literatura seja um livro de poesia ou de filosofia. Depre-
de crise e de urgência, além das dúvidas com relação à estabilidade psico- ende-se que esse conceito peca por unilateralidade, omitindo o conteúdo
lógica da personalidade individual e do questionamento profundo de todas da obra.
as soluções filosóficas e religiosas para os problemas humanos. b) restrito: “A arte literária é a arte que cria, pela palavra, uma imita-
ção da realidade”. Neste caso, não é a forma, mas a natureza do conteúdo
Na década de 1930, essas características do pensamento próprias do da obra que identifica a arte literária. “A imitação em arte – elucida Hênio
século XX persistiram e se expandiram para o domínio da política, na Tavares – deriva de atitudes como o Realismo e o Idealismo. O Realismo
medida que os escritores se dividiam entre os que apoiavam o engajamen- procura imitar diretamente a natureza, não raro caindo no Naturalismo. Já
to político em seus textos e aqueles que reagiam conservadoramente o Idealismo serve-se da natureza indiretamente, na qual a realidade da
contra a dominação da arte pela política. Nem a segunda guerra mundial natureza contingencial da vida é deformada para melhor ou pior”.
solucionou esse impasse. Questões semelhantes a essa ainda permaneci-
am em discussão no final do século. Concluindo
“A arte é portanto imitação, porém recriação da natureza em qualquer
Literatura após 1945. Seria tentador explicar a aparente escassez de sentido”.
grandes escritores no período imediatamente posterior à segunda guerra
mundial como resultado inevitável da pressão acumulada pelo impacto dos Aristóteles já lançava luz sobre o assunto:
progressos sociais e tecnológicos que se aceleraram em virtude do conflito. “... Aqueles que expõem, através do verso, assuntos de medicina, ou
Sob tais circunstâncias instáveis e incertas, não pareceria totalmente de física, são comumente denominados poetas; entretanto, nada há de
estranho que os atos de escrever e ler, tal como são tradicionalmente comum entre Homero e Empédocles, senão o terem ambos escrito em
entendidos, sofressem interrupção. verso. Desse modo, converia denominar a um, poeta, e a outro, naturalis-
ta”.
De fato, em certos países de alto desenvolvimento tecnológico, como
os Estados Unidos, a palavra impressa, em si, pareceu a alguns críticos ter Na era moderna são propostos os seguintes conceitos:
perdido sua posição central, deslocada na mente popular para uma cultura a) em sentido lato: “A literatura é o conjunto da produção escrita”. O
eletrônica e visual que não exige a participação intelectual da audiência. conceito é vago. É, na concepção de alguns críticos, “um vaguíssimo
Assim, os meios de comunicação criaram uma cultura popular internacional conceito cultural, através do qual todo o conhecimento fosse qual fosse a
em vários países ocidentais, mas em nada contribuíram para responder às sua natureza – científica, filosófica ou espiritual -, seria literária”.
questões sobre a importância contemporânea da literatura.
Destarte, literatura seria, no sentido amplo (lato sensu), toda e qual-
Dadas as condições extraordinárias em que trabalha o escritor moder- quer manifestação do sentimento ou do pensamento por meio da palavra,
no, não é surpreendente que seja difícil julgar a qualidade de sua produ- dando ensejo a que De Bonald a chamasse de “expressão da sociedade “.
ção, nem que a experimentação radical tenha seduzido grande número de Depreende-se, desse modo, diz Hênio Tavares, que “qualquer obra em
autores. As formas tradicionais da escrita perdem suas características prosa e verso, de conteúdo artístico ou científico, que envolva conhecimen-
essenciais e se dissolvem umas nas outras, como os romances cuja lin- to da vida e dos homens, será literatura. Isto explica – conclui – a extensão
guagem adquire características de poesia, ou os que são transformados de certas obras como a histórias da literatura portuguesa e da literatura
numa espécie de reportagem, enquanto a experimentação gráfico-visual brasileira, de Teófilo Braga e Silvo Romero, respectivamente”.
deu aos poemas a aparência de pinturas verbais.
A propósito, Wellek e Warren, dão-nos um exemplo na “Introduction to
A experimentação formal, no entanto, é apenas um aspecto da ques- the Literary History of the Fifiteenth, Sixteenth and Seventeenth Centuries”,
tão literária contemporânea, e afirmar que a literatura moderna desde a de Henry Hallam, que consubstancia livros de teologia, de lógica, de juris-
segunda guerra mundial foi essencialmente experimental seria ignorar prudência, de matemática.
outras tendências que se manifestaram no início do século e que ainda
continuam a ser discutidas. Na opinião da maior parte dos bons críticos, No sentido restrito: “A arte literária é, verdadeiramente, a ficção, a cria-
apesar da escassez de grandes nomes e da natureza possivelmente ção de uma supra-realidade com os dados profundos, singulares da intui-
transitória de muito do que se escreve nesta época de temas e estilos tão ção do artista”.
variados, é muito provável que uma boa literatura esteja sendo produzi-
da.©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. A arte é ficção, que pode ser verossímil e inverossímil. A ficção se en-
contra nos cernes das mais importantes obras literárias. E se constata que
A ARTE LITERÁRIA a realidade sensível e racional.
Carlos Bernardo Loureiro “A intuição artística – afirma Soares Amora -, no campo da imaginação,
Duas eras estabeleceram os fundamentos da Arte Literária, conforme da idealização, dos símbolos, do “supra-realismo”, tem criado obras intei-
o Prof. Soares Amora (“Teoria da literatura”), citado por Hênio Tavares em ramente falsas se as quisermos identificar com a realidade sensível e
sua obra “Teoria Literária”, Editora Bernardo Alvares S/A: a clássica e a racional, mas verdadeiras como obras de emoção e beleza”.
moderna. A primeira vai dos sofistas ao século XVIII, e a Segunda do
romantismo à atualidade. Cita, à guisa de exemplo, o romance “IRACEMA”, de José de Alencar,
“obra falsa do ponto de vista científico (etnográfico), filosófico, histórico; no
Os componentes conceituais da era clássica têm um caráter amplo e entanto, profundamente verdadeira do ponto de vista estético, porque
Dizia, então, Alceu Amororo Lima (“A Estética Literária e o Crítico, No Brasil, as principais epopeias foram:
1954). “A palavra, em literatura, não tem o nosso valor da palavra na vida _ Uruguai, de Basílio da Gama;
corrente. A palavra, na vida cotidiana ou nas atividades não-literárias _ Caramuru, de Santa Rita Durão.
(mesmo quando artísticas, de outro gênero) tem valor utilitário. Na literatura
tem valor ontológico, se pudermos assim dizer. Sendo arte-de-palavra, faz A parti de fins do século XVIII, este gênero começa a desaparecer pa-
a literatura de seu meio de expansão seu próprio fim. Quando se abusa ra da lugar à narrativa em prosa, o romance (gênero oriundo da epopeia,
desse processo, caímos na má literatura, no verbalismo, simples objeto de muito utilizado no Romantismo).
uso, simples meio de comunicação”.
Gênero Dramático
Conclui-se, então, que a literatura se baseará tanto no estudo do con- A palavra dramático vem de drama, que em grego significa ação. No
teúdo (Gehalt) como nos problemas gerados pela forma (Gestalt). gênero dramático não há narrador. Por isso, os textos são próprios para
“Arte literária, finaliza Hênio Tvares, é a ficção ou a criação de uma su- serem encenados. A partir do momento em que o texto literário é represen-
pra-realidade pela intuição do artista, mediante a palavra expressivamente tado no teatro por atores, passa a ser uma arte mista: literatura, coreografia
estilizada”. e música conjugam-se.
A Arte Literária Espírita pode perfeitamente adequar-se a esse proces- No palco, os atores representam as personagens que ora dialogam,
so, conquanto deva preservar as suas intrínsecas e peculiares implicações. ora monologam. A fala do narrador, neste caso, é substituída pela rubrica.
O autor espiritual, permiti-nos deduzir, já vivencia, ele próprio, uma supra- Portanto, o enredo, neste gênero literário, é fundamental.
realidade, entes jamais cogitada. Os conceitos e valores sofreram, pois,
francas e profundas reavaliações. A sua visão de vida e dos problemas da No texto literário, quando encenado, a linguagem verbal combina-se
vida é diferenciada, é mais ampla do que ele, por um determinado lapso de com a não-verbal (gestos, expressões fisionômicas, etc.).
tempo vivenciou, e, aí, absorveu uma gama considerável de condiciona-
mentos. A literatura como “ânsia de imortalidade” de Raul Castagnino-in – Existem vários tipos de textos pertencentes ao gênero dramático:
“qué es Literatura?” É aquele desejo insopitável que reside na ânsia da _ a tragédia: de origem clássica, seu objetivo principal era inspirar me-
Espírito humano (ecos palingenésicos), de sobrevivência à morte. Em Arte, do e compaixão aos que a assistiam, através da exposição de cenas de
esse meio se consubstancia nas ideias de glória, de consagração, de grandes feitos de virtude ou de crime, além de desgraças ou infortúnios,
imortalidade, de que dariam imorredouros exemplos um Horácio, um castigos e traições. Acreditava-se que, por meio da tragédia, se “purifica-
Camões e de tantos outros célebres cultores da Arte, como essência da vam” os sentimentos.
vida... _ a comédia: tem sua origem nas festas em honra ao deus Dionísio; é
voltada a provocar riso através de contrastes. Tem por objetivo criticar o
Gêneros Literários comportamento humano através do ridículo;
Gênero Lírico _ a tragicomédia: mistura das duas anteriores, em que ocorrem acon-
A poesia lírica nem sempre teve o mesmo sentido. Entre os gregos, tecimentos tristes, mas o desfecho é feliz;
essa composição poética era cantada e acompanhada pela lira (um dos _ o drama: espécie de modernização da tragicomédia, em que se al-
instrumento s musicais mais antigos, muito estimada pelos gregos, tornou- ternam momentos de alegria e dor;
se emblema de Apolo e dos poetas em geral), daí o seu nome. Posterior- _ a farsa: representação mais leve, em que se ridicularizam costumes
mente, a expressão poesia lírica generalizou-se e passou a ser toda a ou elementos da sociedade, apelando para a caricatura;
composição poética em que predominava o subjetivismo, que refletia o _ o auto: composição dramática, com argumento geralmente bíblico,
mundo interior do artista: os seus sentimentos e emoções, como o amor, a burlesco e também alegórico. O auto constitui uma das formas mais popu-
saudade, a tristeza, a melancolia, etc. lares do antigo teatro português. Os mais notáveis autos pertencem a Gil
Vicente.
O gênero lírico apresenta-se, de modo especial, em versos (soneto,
ode, elegia, balada, madrigal, sátira, epitalâmio, etc). Maria da Conceição Castro - http://pt.shvoong.com/books/794350-
_ Ode: tem sua origem na poesia clássica grega. É uma poesia en- g%C3%AAneros-liter%C3%A1rios/
tusiástica, de exaltação.
_ hino: ligada à estrutura da ode, é uma poesia de louvor à pátria ou A EVOLUÇÃO DA ARTE LITERÁRIA EM PORTUGAL E NO
às divindades. BRASIL.
_ elegia: poema lírico de tom quase sempre terno e triste. Literatura Portuguesa
_ madrigal: constitui um dos gêneros mais importantes da música Não obstante as variadas influências que recebeu ao longo dos sécu-
profana italiana. los, a literatura portuguesa mantém uma individualidade nítida que contras-
_ epitalâmio: canto ou poema nupcial. ta notavelmente com a da vizinha Espanha, não somente na natureza do
seu desenvolvimento, mas ainda nos gêneros divergentes em que repou-
Gênero Épico sam suas maiores realizações.
A palavra epopéia vem do grego épos (verso) + poieô (faço). Constitui A literatura portuguesa caracteriza-se desde os primórdios pela riqueza
um dos grandes e mais antigos gêneros literários. Trata-se de uma narrati- e variedade na poesia lírica, pela qualidade literária dos escritos históricos
va feita, essencialmente, em versos; é sobretudo um canto, um poema de e pela relativa pobreza no teatro, na biografia e no ensaio. É precisamente
exaltação. a veia lírica amorosa uma constante da literatura portuguesa: cantam suas
"coitas" de amor e saudade, com o mesmo vigor e sentimento, reis e
A epopéia narra grandes feitos heróicos. Sua principal característica é plebeus, poetas anônimos. A lírica medieval, as crônicas de Fernão Lopes,
ter um narrador que fala dos acontecimentos grandiosos e heróicos da as peças de Gil Vicente, a História trágico-marítima, os versos e a prosa
história de um povo. Um dos elementos da epopéia e o “maravilhoso”, isto bucólicos do século XVI e, acima de tudo, as Rimas e Os lusíadas, de
é, a ação dos deuses se faz presente para a “grandeza e majestade” do Camões, são expressões diferentes de um temperamento claramente
poema. definido que cedo talhou sua expressão original.
Primeiros passos. Os cancioneiros primitivos atestam a existência, já
Dentre os poemas épicos destacam-se: no século XI, de uma escola de poesia amorosa que se expandiu, com a
_ Ilíada e Odisséia, de Homero; língua, através da Espanha. Quando Afonso VI de Leão constituiu o Con-
O barroco foi uma reação contra o espírito renascentista, impregnado Foi sob as ordens do papado que começou a tomar forma a obra de
de clareza e ordem, e ocorreu logo após o aparecimento do maneirismo, numerosos arquitetos e urbanistas. Além das realizações projetadas pelos
que de certo modo o anuncia. Levado a suas últimas e mais exuberantes três grandes nomes da fase de maior florescimento barroco, Borromini,
consequências, toma o nome de rococó, estilo contra o qual reagiria, em Bernini e Pietro da Cortona, ergueram-se igrejas, vilas e palácios criados
fins do século XVIII, o neoclassicismo. por outros arquitetos, como Carlo Maderno ou Guarino Guarini. Em Roma,
foram protótipos do estilo, por exemplo, as igrejas de Sant'Andrea al Quiri-
Revisão e aceitação do estilo. Até quase o final do século XIX, o bar- nale (Bernini), San Carlo alle Quattro Fontane (Borromini) e Santa Maria
roco foi visto como estilo decadente, espúrio ou bastardo, encarado com della Pace (Pietro da Cortona), assim como, na esfera cortesã, o palácio
evidente má vontade por historiadores e críticos de arte. As tentativas de Barberini (Maderno e Bernini). Em todas essas construções, criaram-se
compreensão do barroco só adquiriram relevo a partir da década de 1880. efeitos de forma e luz, com diferentes combinações de elementos arquite-
tônicos, para romper com a monotonia e frontalidade das fachadas e
Em 1887, Cornelius Gurlitt publicou o estudo Geschichte des Barocks- acentuar os volumes espaciais.
tils in Italien (História do estilo barroco na Itália), seguido de outros sobre a
Alemanha e a França. De 1888 é a monumental monografia de Carl Justi Escolas arquitetônicas. A interpretação variada dos princípios arquite-
sobre Velázquez. Heinrich Wölfflin, no mesmo ano, publicou Renaissance tônicos do barroco levou ao aparecimento de diferentes escolas. As mais
und Barock, livro que deu início à verdadeira revisão do barroco, levantan- importantes foram a ibérica, que, pelo processo de colonização, projetou as
do o que seriam as categorias formais fundamentais do estilo: a abundân- coordenadas do estilo até a América espanhola e portuguesa; a germânica
cia de elementos pictóricos, a profundidade, as formas abertas, a unidade e a flamenga, nas quais a tendência à tortuosidade das formas chegou a
e a claridade relativa dos temas. A despeito desses avanços conceituais superar os modelos originais italianos; e a francesa, onde a predominância
quanto ao valor do estilo, só após a consagração do impressionismo, no do poder do soberano traduziu-se em majestosos palácios de sóbrio as-
alvorecer da arte moderna, o barroco começou a ser amplamente aceito. pecto exterior.
Segundo as interpretações desde então correntes, o barroco não aspi- O barroco à maneira de Borromini ingressou na Espanha a partir de
ra a uma persistência tranquila, conclusa em si mesma, mas a um perpétuo cerca de 1700. Entre os arquitetos que o praticaram, chamados de heréti-
vir-a-ser, para dar ênfase à ideia de movimento. No desejo de destacar as cos por romperem com as tradições locais, estão Francisco Hurtado Izqui-
energias em sua máxima tensão, criam-se conflitos de força que geram erdo, que trabalhou nas catedrais de Córdoba e Granada e construiu o
contradições, como a que se torna evidente entre a sensualidade das sacrário da cartuxa de El Paular em Segóvia; Leonardo Figueroa, autor da
formas e um claro substrato de aspirações místicas. Revisto e revalorizado igreja de São Luís e várias outras construções em Sevilha; e José Benito e
o estilo, pode-se falar hoje não apenas de artes plásticas barrocas, mas Joaquín Churriguera, iniciadores da variante barroca, sobrecarregada e
também de um barroco literário e musical, de uma cultura, de um pensar ondulante, que se tornou conhecida como estilo churrigueresco. Alberto
ou modo de ser barroco e, até mesmo, de uma civilização barroca. Churriguera, representante mais moço dessa importante família de arquite-
tos e escultores, projetou no mesmo estilo a plaza mayor de Salamanca.
Embora as canções para voz solo acompanhada por instrumento já e- Duas são as vertentes do barroco literário espanhol: o culteranismo e o
xistissem na tradição popular, a afirmação definitiva do canto homófono conceptismo. Antagônicas quanto à estratégia literária, uma visando ao
sobre a polifonia correspondeu a uma transformação básica no pensamen- enobrecimento da forma, outra ao refinamento intelectual, as duas verten-
to musical, que tornou possível o surgimento de ideias e formas completa- tes estilísticas são a cara e a coroa de uma mesma moeda. Apenas o
mente novas: a ópera e a cantata, esta última derivada do madrigal; um culteranismo marcou mais a poesia, enquanto o conceptismo se evidencia
novo sistema composicional, o tonalismo; a música puramente instrumen- sobretudo na prosa barroca. Em relação às práticas renascentistas, consti-
tal, portanto sem palavras e livre das estruturas formais próprias à literatu- tuíam duas categorias artísticas novas.
ra; e a ascensão do intérprete solista à categoria de criador, autorizado a
improvisar. Além disso, em torno do personagem soberano da ópera, o O maior expoente da poesia barroca espanhola é Luis de Góngora, cu-
cantor, girava uma corte de arquitetos e maquinistas para dar suporte jo virtuosismo decorreu da determinação de fugir à dicção vulgar e nunca
técnico à encenação. Pode-se dizer que o barroco musical uniu a música usar em seus versos os lugares-comuns. Essa é a razão pela qual alusión
ao espetáculo. y elusión são as duas principais características de seu fazer poético, que
por essa via chegou ao hermetismo. O elenco de imagens gongorinas,
Esse espetáculo atingiu o esplendor com a ópera veneziana, arte sun- centrado na criação incessante de metáforas insólitas, conferiu ao autor,
tuosa e aristocrática que se distinguiu da pioneira ópera florentina. Monte- em seu tempo, a aura da obscuridade, mas aproximou-o da poesia moder-
verdi, maestro da corte de Mântua, foi o primeiro grande operista. Suas na, que encontrou en Góngora a fonte de uma criação partida simultanea-
últimas óperas, encenadas em Veneza, mostram a evolução do gênero. mente da inteligência e dos sentidos.
Sobressai entre elas L'Incoronazione di Poppea (1642; A coroação de
Popeia), tragédia musical em que personagens dramáticos foram pela O culteranismo encarnado por Góngora teve seu pólo oposto nas teo-
primeira vez representados. Destacaram-se também, no barroco italiano, rias de Baltasar Gracián, que em Agudeza y arte de ingenio (1642), estabe-
Alessandro Scarlatti e Giovanni Pergolesi. leceu a plataforma estética do conceptismo. Outro grande representante do
A irradiação cultural espanhola é um dos vários fatores apontados para No Brasil, como em quase toda a América Latina, importavam-se de i-
o aparecimento do barroco na Inglaterra, onde o período se caracteriza, na nício da Europa a pedra de lioz e outros materiais como a cal-de-pedra,
esfera literária, pela atuação de Marlowe, cujo barroquismo é documentado com instruções de uso. Vinham artesãos, monges beneditinos, francisca-
pela tragédia Doctor Faustus e peças como Edward II; Milton, já apontado nos e carmelitas, que foram na verdade os primeiros artistas a trabalharem
como o mais polifônico dos poetas barrocos; e John Donne, a figura central no Brasil. Mais tarde, quando a evolução da sociedade e sua estratificação
do grupo dos poetas metafísicos, em cuja linguagem há vestígios de gon- em classes passou a exigir retratos, os primeiros exemplares foram feitos
gorismo. Na França, o barroco transparece no teatro de Molière, cuja em Portugal.
temática foi a crítica do sistema medieval remodelado sob o absolutismo.
Entretanto, seria Minas Gerais o berço da mais forte e mais bela ex-
É em uma das obras tardias de Francisco Rodrigues Lobo, A corte na pressão de uma arte barroca genuinamente brasileira. Um mais alto poder
aldeia (1619), que se pode localizar as origens do barroco literário em aquisitivo -- proporcionado pelo ouro, cuja exploração acabaria por destruir
Portugal. Importância análoga, como fonte, tem Francisco Manuel de Melo, a rigidez social, colocando juntos, na mesma atividade mineratória, senho-
que mesclou sua linguagem a vozes arcaicas e popularizantes, denuncian- res e escravos -- e uma aguda sensibilidade artística foram os principais
do as vilanias sociais da época no Escritório do avarento, sua autobiografia fatores que animaram a produção de arte em Minas Gerais, propiciando o
picaresca. aparecimento de figuras exponenciais como o Aleijadinho, Manuel da
Costa Ataíde, Bernardo Pires, João Batista Figueiredo, o guarda-mor José
No entanto, a maior figura do barroco em língua portuguesa é o padre Soares de Araújo e tantos outros. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil
Antônio Vieira, que pertence tanto à literatura lusa quanto à brasileira. Publicações Ltda.
Depois dos Sermões de Vieira, o grande testemunho do barroco português
é a Arte de furtar, de autor anônimo, que é também um depoimento com-
pleto sobre a realidade social do tempo de D. João IV. Arcadismo
No plano histórico, o Brasil, como toda a América Latina, é uma cria- Característico da Europa do século XVIII em seu contexto iluminista e
ção da mentalidade barroca. O significado social do barroco é porém muito de revolução burguesa, o arcadismo buscou a expressão de um saber
maior no Brasil do que seus frutos literários. Com dimensão artística, mais preciso e natural, tomando por modelo a antiguidade clássica. Origi-
excluída a obra de Vieira, há somente a poesia de Gregório de Matos, que nalmente italiano, passa à Espanha, a Portugal e ao Brasil da chamada
se reveste de alto sentido de crítica aos vícios, torpezas e violências da escola mineira.
sociedade colonial. Esse culterano era, paradoxalmente, um temperamento
plebeu. Daí a virulência descarnada de sua sátira. Mas os requintes ver- Definição e começos. A Arcádia, na Grécia antiga, era a região do Pe-
bais não lhe sufocam a emoção, tocada às vezes de vontade de pureza. loponeso onde os pastores presumivelmente se dedicavam à dança, ao
canto, à poesia bucólica. Por isso se deu esse nome, inicialmente, ao
O barroquismo foi a herança mais permanente que o barroco legou à círculo de escritores e artistas que no fim do século XVII, em Roma, se
sensibilidade literária brasileira. Muitas das grandes obras surgidas no reuniam no palácio da ex-rainha Cristina, da Suécia, que passou a viver ali
Brasil, sobretudo durante o romantismo, trazem sua farfalhante marca. depois de se converter ao catolicismo e abdicar ao trono. Apaixonada pela
literatura, Cristina gostava de se cercar de críticos e poetas. Após sua
Arte barroca no Brasil morte, em 1689, seu salão transformou-se na academia denominada
É principalmente a Portugal que se liga o barroco brasileiro, seja ele o Arcadia, com 16 integrantes que assumiram novos nomes gregos e latinos,
do norte, seja o de Minas Gerais. Este último apresenta afinidades notáveis diziam-se "pastores", chamavam seu presidente de "guardião geral" e
com a arte de Braga e do Porto. De início transplantado, o barroco mineiro reuniam-se em jardins.
acabou por se impor à metrópole, com soluções próprias mesmo no que
toca aos elementos estruturais. Do ponto de vista ideológico e estético, sua atitude era de reação ao
barroco e ao conceptismo (na Itália, particularmente o marinismo) do
Coroamento do estilo luso-brasileiro, o barroco não poderia ser visto século XVII, que a essa altura, decadentes, já se tinham tornado meras
no Brasil como arte bastarda ou espúria, muito menos decadente, pois é práticas de ostentação intelectual e social, na empolação e preciosismo de
ela nossa verdadeira raiz nacional. Nunca tivemos arte clássica no sentido uma linguagem sem substância. Desse modo, para a Arcadia, era preciso
renascentista; daí a prevalência do barroco, cujos resíduos transparecem restabelecer a perfeição e naturalidade do modelo clássico, sua clareza e
até na arquitetura moderna e outras manifestações criadoras. bom gosto.
Na França, o gosto romântico pelo selvagem e o primitivo foi antecipa- Em 1824, a exposição de paisagens britânicas no Salão de Paris ser-
do por Jean-Jacques Rousseau, que defendia um modo de vida natural, viu de marcante inspiração aos artistas franceses. Eugène Delacroix é
sem a influência alienante da civilização. Madame de Staël, que realizou considerado o principal pintor romântico francês. Com cores fortes e vivas
um retrato idealizado da Alemanha em De l'Allemagne (1813; Da Alema- e pinceladas livres e pastosas, Delacroix criou tonalidades até então des-
nha), e François Chateaubriand, cuja obra Le Génie du christianisme conhecidas e retratou com vívido realismo episódios literários e históricos
(1802; O gênio do cristianismo) não impediu as dúvidas acerca de seu de sua época, como "A matança de Quios", massacre dos camponeses
espírito católico, foram considerados os primeiros escritores românticos do gregos pelos turcos. Fascinava-se com a vida nômade dos habitantes do
país. deserto no norte da África e outros temas exóticos para a cultura europeia.
Théodore Géricault chocou o público parisiense com "A balsa de Medusa",
Na França a classificação do vocabulário em "nobre" e "comum" -- ou que retratava os sobreviventes de um naufrágio ocorrido em 1816, à deriva
seja, impróprio para a poesia -- estava firmemente estabelecida, inclusive e à míngua. Realizou também uma série de retratos de loucos.
em dicionários. Os românticos, liderados por Victor Hugo, usavam as
palavras proibidas sempre que possível e a estreia de Hernani, de Hugo, A pintura romântica alemã floresceu nas primeiras décadas do século
em 1830, causou por isso grande escândalo. Seu prefácio ao drama XIX com as obras dos chamados nazarenos, alemães radicados em Roma
Cromwell (1827) constitui verdadeiro manifesto literário. Dentre seus prin- que, com seus temas religiosos, contribuíram para a propagação do cristi-
cipais romances destacam-se Notre-Dame de Paris (1831) e Les Miséra- anismo. Entre eles, estavam Johann Friedrich Overbeck, Peter von Corne-
bles (1862; Os miseráveis). lius e outros. A paisagem como experiência grandiosa aparece idealizada
nos quadros de Caspar David Friedrich. Ante a glória de uma natureza
Na Rússia, Espanha e Polônia, a literatura romântica também se de- misteriosa, com montanhas imensas e planícies desertas, a mesquinhez do
senvolveu. Na Itália, Portugal e Estados Unidos, o movimento teve forte homem.
caráter nacionalista.
Música
Teatro. A expressão Sturm und Drang, que designou o movimento pré- O romantismo trouxe grande mudança para a vida profissional dos
romântico alemão, foi retirada do título de uma peça de Friedrich Maximili- músicos, seus instrumentos e a própria criação musical, que viveu uma
an von Klinger Der Wirrwarr, oder Sturm und Drang (1776; Confusão, ou época de grande esplendor. Com a formação de um público urbano bur-
tempestade e tensão). No entanto, no efervescente clima romântico, a guês, pagante, frequentador de teatros -- os novos locais de espetáculo --,
produção teatral não passou de alguns poucos trabalhos isolados, de os compositores deixaram de trabalhar para a igreja e os príncipes torna-
Shelley, Byron e, mais notavelmente, de Heinrich von Kleist. Ironicamente, ram-se autônomos, na busca de maior independência em seu trabalho.
o novo papel de Shakespeare como emancipador produziu uma paralisia Foram inventados novos instrumentos e a orquestra incorporou o flautim, o
O realismo foi estimulado por várias manifestações intelectuais da pri- Honoré de Balzac foi o grande precursor do realismo literário, com a
meira metade do século XIX, entre as quais o movimento alemão anti- tentativa de criar um detalhado e enciclopédico retrato da sociedade fran-
romântico, com sua ênfase no homem comum como objeto da obra de cesa na obra La Comédie humaine (1834-1837; A comédia humana). Mas
arte; o positivismo de Comte, que enfatizava a importância da sociologia a primeira proposta realista deliberada surgiu apenas na década de 1850,
como estudo científico da sociedade; o surgimento do jornalismo profissio- inspirada pela pintura de Courbet. O jornalista francês Jules-François-Félix-
nal, com a proposta de um registro isento dos eventos contemporâneos; e Husson Champfleury divulgou o trabalho do pintor e transferiu seus concei-
o advento da fotografia, capaz de reproduzir mecanicamente e com extre- tos para a literatura em Le Réalisme (1857). No mesmo ano, publicou-se o
ma precisão as informações visuais. romance Madame Bovary, de Gustave Flaubert. Retrato implacável da
mentalidade burguesa, com seu exame minucioso das emoções de uma
Artes plásticas mulher infeliz de classe média, é a obra-prima do realismo e responsável
No início da década de 1830, um grupo de pintores, entre os quais pela sedimentação do movimento na literatura europeia. Os irmãos Jules e
Théodore Rousseau, Charles-François Daubigny e Jean-François Millet, Edmond Goncourt, em Germinie Lacerteux (1864) e outros trabalhos,
estabeleceu-se no povoado francês de Barbizon com a intenção de repro- descrevem grande variedade de ambientes, assim como as relações entre
duzir as características da paisagem local. Cada um com seu estilo, enfati- as classes sociais.
zaram em seus trabalhos o simples e ordinário, ao invés dos aspectos
grandiosos da natureza. Millet foi um dos primeiros artistas a pintar campo- Os princípios do realismo dominaram a literatura europeia durante as
neses dando-lhes um destaque até então reservado a figuras de alto nível décadas de 1860 e 1870. Charles Dickens e George Eliot na Inglaterra, Lev
social. Outro importante artista francês frequentemente associado ao Tolstoi e Fiodor Dostoievski na Rússia, e, mais tarde, o jovem Thomas
realismo foi Honoré Daumier, ardente democrata que usou a habilidade Mann, na Alemanha, todos incorporaram elementos realistas a seus ro-
como caricaturista a favor de suas posições políticas. mances. Os representantes do movimento adotaram uma concepção
filosófica inspirada no positivismo e no determinismo científico de sua
O primeiro pintor a enunciar e praticar deliberadamente a estética rea- época e atitudes liberais, republicanas e anticlericais. Como significativo
lista foi Gustave Courbet. Como a enorme tela "O estúdio" foi rejeitada pela desdobramento, o naturalismo do final do século XIX e início do XX, que
Exposition Universelle de 1855, o artista decidiu expor esse e outros traba- teve como principal expoente Émile Zola, levou às últimas consequências e
lhos num pavilhão especialmente montado e deu à mostra o nome de a detalhes íntimos a proposta de representação fiel do quotidiano comum.
"Realismo, G. Courbet". Adversário da arte idealista, incitou outros artistas
a fazer da vida comum e contemporânea motivo de suas obras, no que Na poesia, o realismo encontrou correspondência no parnasianismo,
considerava uma arte verdadeiramente democrática. Courbet chocou o com seu culto da objetividade, da forma impecável, da arte pela arte, tal
público e a crítica com a rude franqueza de seus retratos de operários e como foi expressa por Théophile Gautier, Leconte de Lisle e Sully Pru-
camponeses em cenas da vida diária. dhomme.
O realismo tornou-se uma corrente definida na arte do século XX. A Assimilação portuguesa. Em Portugal, o movimento realista é da maior
ela se integram as cenas quase jornalísticas do lado mais desagradável da importância pela mudança radical que operou na consciência literária e na
vida urbana produzidas pelo grupo americano conhecido como Os Oito, e a mentalidade dos intelectuais. Eclodiu com a chamada Questão Coimbrã,
expressão do cinismo e da desilusão do período após a primeira guerra polêmica literária que opôs, de um lado, Antero de Quental, Teófilo Braga e
mundial na Alemanha, presente nas obras do movimento conhecido como a geração de escritores surgida na década de 1860 e, de outro, os repre-
Neue Sachlichkeit (Nova Objetividade). sentantes da geração anterior. Em 1871, Eça de Queirós proferiu uma
conferência denominada "Realismo como nova expressão da arte" e, dois
O realismo socialista, adotado como estética oficial na União Soviética anos depois, publicou o conto "Singularidades duma rapariga loira", consi-
a partir dos primeiros anos da década de 1930, foi pouco fiel às caracterís- derado a primeira narrativa realista escrita em português. A arte nova, para
ticas originais do movimento. Embora se propusesse também a ser um seus principais representantes, devia consistir na observação e experiên-
espelho da vida, sua veracidade deveria estar de acordo com a ideologia cia, na análise psicológica dos tipos, no esclarecimento dos problemas
marxista e as necessidades da construção do socialismo. O maior teórico humanos e sociais, no aperfeiçoamento da literatura, isenta da retórica, da
do realismo socialista foi o húngaro György Lukács, para quem o realismo fantasia, da arte pura. Era uma arte revolucionária.
não se limita à descrição do que existe, mas se estende à participação
ativa do artista na representação das novas formas da realidade. Essa O crime do padre Amaro (1875) e O primo Basílio (1876), de Eça de
doutrina foi implementada na União Soviética por Andrei Jdanov. Em Queirós, consolidaram o realismo português. Em ambos os romances, a
Édouard Manet, morto em 1883, havia levado sua pintura a um terreno Movimento literário surgido na França em meados do século XIX, em
A evolução da poesia parnasiana descreveu, resumidamente, um per- O prestígio dos poetas parnasianos, ao final do século XIX, fez de seu
curso que se iniciou no romantismo, em 1830, com Gautier; conquistou movimento a escola oficial das letras no país durante muito tempo. Os
com Banville a inspiração antiga; atingiu a plenitude com Leconte de Lisle; próprios poetas simbolistas foram excluídos da Academia Brasileira de
e chegou à perfeição com Heredia em Les Trophées (1893; Os troféus). Letras, quando esta se constituiu, em 1896. Em contato com o simbolismo,
Simbolismo é o nome da tendência literária -- sobretudo poética -- que Mallarmé e Verlaine. O núcleo do simbolismo francês residiu, sem dú-
surgiu na França durante as duas últimas décadas do século XIX, como vida, na obra de Stephane Mallarmé, consumado artista do verso, cujas
reação à impassibilidade e à rigidez das fórmulas parnasianas e, secunda- potencialidades rítmicas e musicais explorou à exaustão. Deu início tam-
riamente, à crueza do romance naturalista. No plano social e filosófico, bém ao hermetismo, à poesia pura da chamada "torre de marfim", onde se
constituiu uma réplica ao positivismo científico-mecanicista e ao realismo reuniam os evasionistas e os experimentalistas do verso e do verbo. Em
objetivo que dominaram a segunda metade do século XIX. Também foi razão disso, sucederam-se as interpretações da obra de Mallarmé. Essas
chamado simbolismo o movimento surgido à mesma época na pintura, interpretações chegavam às vezes ao absurdo de atribuir ao hermetismo
como reação ao impressionismo e ao naturalismo. do poeta veladas intenções filosóficas, sobretudo de linhagem hegeliana.
Pré-simbolistas. O emprego de símbolos em literatura não constituiu A poesia de Verlaine teve seu valor cada vez mais ameaçado pelos
invenção ou privilégio dos poetas da nova escola. Vários autores anteriores modernos. Embora o público continuasse a prestigiá-lo, sua influência
já haviam utilizado os mesmos elementos pelos quais o simbolismo se sobre a literatura posterior está muito longe de se comparar à que exerceu
definiu. Entre eles, os mais citados pelos integrantes do próprio movimento Mallarmé. Na verdade, Verlaine está muito mais próximo dos românticos
são Charles Baudelaire e Arthur Rimbaud. do que dos simbolistas. Em sua melhor produção, o que persiste é român-
tico e não simbolista. Simbolista era o processo formal de composição da
O soneto "Correspondances", de Baudelaire, é geralmente tomado poética de Verlaine, mas não o produto dela.
como ponto de partida para o estabelecimento dos cânones formais e de
conteúdo do simbolismo. Nele estariam esboçadas as diretrizes fundamen- Reações ao simbolismo. A crítica da época recebeu muito mal o que
tais do movimento. Com base nas teorias de Edgar Allan Poe sobre a chamou "escândalo" e "barbárie" simbolistas. Anatole France e Jules
criação poética, Baudelaire entendia o poeta como intérprete de uma Lemaître desdenharam logo o movimento. A crítica oficial recusou-se a
simbologia universal que manifesta uma ideia por meio de cada objeto do admitir toda a poesia posterior a Baudelaire. Max Nordau também não
mundo sensível. Assim, a criação poética e a criação cósmica seriam poupou o simbolismo e chegou mesmo a propor uma "terapêutica" para os
paralelas. A estética de Baudelaire tinha uma clara afinidade com quatro poetas do movimento, aos quais batizou de "malsãos", enquanto o crítico
autores cujas teorias embasaram a estética simbolista: Novalis, Poe, espanhol Alas, ancorado nas doutrinas naturalistas, chamou-os de "medío-
Richard Wagner e o místico sueco Emanuel Swedenborg. cres".
Outro dos precursores do movimento foi Villiers de L'Isle-Adam. Em Por volta de 1890, o movimento simbolista francês já dava mostras de
sua obra, em especial na peça Axel, publicada postumamente em 1890, esgotamento e, cinco anos mais tarde, entrava em franco declínio, o que
estão presentes quase todos os elementos da poética de Baudelaire e da deu origem a várias deserções. A mais surpreendente foi a de Jean Moré-
dramaturgia wagneriana, além do esteticismo, do misticismo e do evasio- as, autor do manifesto de 1886 e que, em 1891, lançou os fundamentos da
nismo que caracterizam a primeira fase do simbolismo. École Romane, que postulava o retorno aos rígidos moldes formais do
classicismo latino.
Dois nomes, os de Lautréamont e Rimbaud, se destacam entre os
poetas franceses cujas obras se situam entre o lançamento de Fleurs du A École não teve destino muito feliz e, pouco tempo depois, caiu em
mal (1857; Flores do mal) e a maturidade do simbolismo, alcançada por descrédito e foi violentamente criticada pelos primeiros modernistas. O
volta de 1880. O Rimbaud pré-simbolista brilha muito rapidamente nos simbolismo transcendeu os limites de suas atividades programáticas e deu
poemas da primeira fase, à qual pertence o soneto "Les Voyelles" ("As origem à poesia pós-simbolista que, a rigor, já pertence ao modernismo.
vogais") e outras peças igualmente baudelairianas, como é o caso de "Les Essa herança é especialmente evidente na poesia de Paul Valéry, discípu-
Chercheuses de poux" ("As catadoras de piolhos"). lo de Mallarmé, de Rainer Maria Rilke, T. S. Eliot, William Butler Yeats,
Juan Ramón Jiménez e Paul Claudel, entre outros. Autores como Marcel
Início do movimento. Na década de 1870 ainda dominava o parnasia- Proust e James Joyce, dois mestres do romance, também muito devem à
nismo, ao lado das tendências realistas e naturalistas, que privilegiavam a estética e ao estilo simbolistas, a exemplo do que ocorre também com
reprodução fiel da natureza e enfatizavam as descrições objetivas, a exte- Maurice Barrès, Alain Fournier, Thomas Mann, Knut Hamsun e vários
rioridade e o quotidiano. Oficialmente, o simbolismo só teve início em 1886, poetas da moderna literatura americana.
com a publicação, no suplemento literário do jornal parisiense Le Figaro, do
manifesto de Jean Moréas, poeta francês nascido na Grécia. O manifesto Brasil. Ao contrário do que ocorreu na Europa e nos demais países da
declarava que o simbolismo, em sua radical oposição ao positivismo, ao América Latina, o simbolismo brasileiro antecedeu o neoparnasianismo,
realismo e ao naturalismo, era um movimento idealista e transcendente, que a crítica e o gosto popular consagraram, e foi por ele rapidamente
contrário às descrições objetivas, à ciência positiva, ao intelectualismo e à absorvido. Quando tentou revigorar-se, após o declínio neoparnasiano, viu-
rigidez formal do parnasianismo. se marginalizado pelos primeiros modernistas. O primeiro simbolista brasi-
leiro -- e também o maior poeta de todo o movimento -- foi João da Cruz e
O principal órgão da escola foi o Mercure de France, fundado em 1889 Souza, que se rebelou contra a sintaxe tradicional portuguesa e introduziu
e de imediato reconhecido como a primeira revista literária do mundo. Os no Brasil as conquistas estilísticas da escola francesa. Outro grande simbo-
representantes da primeira fase do movimento, sob influência direta de lista foi Alphonsus de Guimaraens, poeta intimista, dominado pelo senti-
Baudelaire e Poe, postulavam também a simultaneidade da criação poética mento da morte e por suave misticismo.
e da criação cósmica. Reclamavam para o artista a condição de intérprete
de uma simbologia universal, a ser apreendida por intuição e expressa por Pintura simbolista. Nascido por volta de 1885 como reação ao impres-
alusões ou sugestões, e não pela lógica. sionismo, o simbolismo na pintura só se desenvolveu plenamente a partir
de 1889 -- o mesmo ano da exposição do grupo impressionista e sintético,
Esoterismo, hermetismo, decadentismo. Uma das características bási- formado por Gauguin e pelos componentes da escola de Pont-Aven, no
cas da arte simbolista foi o papel representado pelo inconsciente na ativi- Café Volpini, em Paris. Os simbolistas cultivavam o gosto pelas superfícies
dade criadora, o que levou os poetas do movimento a buscarem motivação planas e achatadas, propunham a simplificação do desenho e valorizavam
Obras: *(1923) Lírica 3º grupo - (1850-1860) Poesia lírica e subjetivista, com predominância
*(1929) Sacra da dúvida, da desilusão e da melancolia (mal do século). Acentua-se a
*(1930) Graciosa prosa com Alencar, Manuel de Macedo, Bernardo Guimarães, Frankiin
*(1930) Satírica Távora.
*(1933) Última Principais autores: Alvares de Azevedo, Casimira de Abreu, Fagundes
*(publicadas postumamente). Varela, Manuel Antônio de Almeida, Junqueira Freire e outros.
2) (Padre) Antônio Vieira (1608-1697) 4º grupo — Preocupação político-social ligada principalmente á luta do
Grande orador, seu estilo é riquíssimo, revendo perfeitamente os sen- abolicionismo (condoreirismo).
timentos do homem em relação a Deus. Preocupando-se também com os Principais autores: Sousandrade, Tobias Barre-to. Machado de Assis,
problemas sociais da colônia, como o aprisionamento de indígenas e o Taunay, Castro Alves e outros.
tráfico de escravos negros.
Obras:Serrmões PRINCIPAIS AUTORES DO ROMANTISMO NO BRASIL
CartasArte de Furtar 1) Antônio Gonçalves Dias (1823-1864)
E o principal representante do 2º grupo de românticos brasileiros. Sua
Clavis Prophetarum poesia exalta sentimentos de brasilidade, evocando a natureza, a pátria e o
Quinto Império canto das três raças que compõem o povo brasileiro: o português, o índio e
o africano.
ARCADISMO NO BRASIL Obras: (1846) Primeiros Cantos
O Brasil nessa época vivia o auge do ciclo do ouro em Minas Gerais, (1848) Segundos Cantos e Sextilhas de Frei Antão
tornando-se essa província o centro cultural e artístico do país. La se (1851) Últimos Cantos
desenvolveu o Arcadismo e surgiram os maiores artistas arcados. (1857) Os Timbiras
PRINCIPAIS AUTORES DO ARCADISMO BRASILEIRO Escreveu ainda prosa e teatro, destacando-se no teatro a peça Leonor
1) Cláudio Manuel da Costa (1729-1789) de Mendonça e na prosa Meditação {1846).
Considerado o maior poeta do arcadismo brasileiro. Usa urna lingua-
gem clara, racional mas vibrante, explorando como tema as paisagens 2) Manuel Antônio Alvares de Azevedo (1831-1852)
mineiras e a realidade da mineração do ouro. É importante notar a descri- Representou no Romantismo o mal do século. Foi o poeta brasileiro
ção constante dos vales e montes na sua poesia, ao contrario de outros que melhor se destacou entre os poetas românticos que sofreram influen-
poetas arcados que descreviam os prados e as ribeiras como temas. cia de Byron (poesia pessimista ou satânica). Boêmio, morreu aos 21 anos
deixando da sua curta existência algumas das mais belas poesias líricas do
Suas principais obras são Obras Poéticas (1768) e Vila rica (1837), romantismo brasileiro.
tendo ainda escrito pecas teatrais musicadas, sendo conhecida apenas o Obras: (1853) Lira dos Vinte Anos (poemas)
Parnaso Obsequioso. O Conde Lopo
(1855) A Noite na Taverna (prosa de ficção)
2) Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810) (1855) Macário (teatro)
É um poeta revolucionário dentro do Arcadismo Brasileiro. Sua poesia
leva um tom confessional, passional, que o aproxima do Romantismo. Poema do Frade
3) Antônio de Castro Alves (1847-1871)
Principais obras: Marília de Dirceu, escrita em três etapas. Canta o O maior poeta romântico brasileiro. Escreveu poesias de cunho social,
Características do Naturalismo: essa escola fundamentalmente expe- 3) Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac (1865-1918)
rimental, acrescentando as observações realistas as teorias do determi- Exalta o formalismo como expressão de acordo com a teoria parnasia-
nismo biológico e sociológico em voga na época Seu tema é a sociedade na de arte pela arte. Sua obra carrega urna grande carga lírico-amorosa,
decadente e o homem como animal, ou seja, como ser biológico, patológi- notando-se urna obsessao pela busca da beleza na forma.
co e social. Obras:
(1888) Poesias
REALISMO--NATURALISMO NO BRASIL (1906) Crítica e Fantasia
Realismo e Naturalismo não chegam a forma duas escolas diferentes, (1906) Ironia e Piedade
visto que há várias características comuns aos seus autores. Nesse ser (1919) Tarde
tido parece mais lógico falar em Realismo-Naturalismo, ambos dissociá-
veis. 6. SIMBOLISMO
DE ACORDO COM A NOVA ORTOGRAFIA 2. Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no u tô-
nicos quando vierem depois de um ditongo.
Trema Como era Como fica
Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a letra u para indicar baiúca baiuca
que ela deve ser pronunciada nos grupos gue, gui, que, qui. bocaiúva bocaiuva
cauíla cauila
Como era Como fica feiúra feiura
agüentar aguentar Atenção: se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em posição fi
nal (ou seguidos de s), o acento permanece.
argüir arguir Exemplos: tuiuiú, tuiuiús, Piauí.
bilíngüe bilíngue
3. Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem e ôo(s).
Veja: ONDE-AONDE
a) se forem pronunciadas com a ou i tônicos, essas formas devem Emprega-se AONDE com os verbos que dão idéia de movimento. E-
ser acentuadas. quivale sempre a PARA ONDE.
Exemplos: AONDE você vai?
- verbo enxaguar: enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam; enxá- AONDE nos leva com tal rapidez?
gue, enxágues, enxáguem.
- verbo delinquir: delínquo, delínques, delínque, delínquem; delín- Naturalmente, com os verbos que não dão idéia de “movimento” em-
qua, delínquas, delínquam. prega-se ONDE
b) se forem pronunciadas com u tônico, essas formas deixam de ser ONDE estão os livros?
acentuadas. Não sei ONDE te encontrar.
Exemplos (a vogal sublinhada é tônica, isto é, deve ser pronuncia-
1º)Emprega-se o hífen nas palavras compostas por justaposição que 7º)Emprega-se o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasio-
não contêm formas de ligação e cujos elementos, de natureza nominal, nalmente se combinam, formando, não propriamente vocábulos, mas
adjetival, numeral ou verbal, constituem uma unidade sintagmática e se- encadeamentos vocabulares (tipo: a divisa Liberdade-Igualdade-
mântica e mantêm acento próprio, podendo dar-se o caso de o primeiro Fraternidade, a ponte Rio-Niterói, o percurso Lisboa-Coimbra-Porto, a
elemento estar reduzido: ano-luz, arcebispo-bispo, arco-íris, decreto-lei, és- ligação Angola-Moçambique), e bem assim nas combinações históricas ou
sueste, médico-cirurgião, rainha-cláudia, tenente-coronel, tio-avô, turma- ocasionais de topónimos/topônimos (tipo: Áustria-Hungria, Alsácia-Lorena,
piloto; alcaide-mor, amor-perfeito, guarda-noturno, mato-grossense, norte- Angola-Brasil, Tóquio-Rio de Janeiro, etc.).
americano, porto-alegrense, sul-africano; afro-asiático, afro-luso-brasileiro,
azul-escuro, luso-brasileiro, primeiro-ministro, primeiro-sargento, primo- Base XVI
infeção, segunda-feira; conta-gotas, finca-pé, guarda-chuva. Do hífen nas formações por prefixação, recomposição e sufixação
Obs.: Certos compostos, em relação aos quais se perdeu, em certa
medida, a noção de composição, grafam-se aglutinadamente: girassol, 1º)Nas formações com prefixos (como, por exemplo: ante-, anti-, cir-
Por iniciativa da Academia Brasileira de Letras, em consonância com a A inviabilização prática de tais soluções leva-nos à conclusão de que
Academia das Ciências de Lisboa, com o objetivo de se minimizarem os não é possível unificar por via administrativa divergências que assentam
inconvenientes desta situação, foi aprovado em 1931 o primeiro acordo em claras diferenças de pronúncia, um dos critérios, aliás, em que se
ortográfico entre Portugal e o Brasil. Todavia, por razões que não importa baseia o sistema ortográfico da língua portuguesa.
agora mencionar, este acordo não produziu, afinal, a tão desejada unifica-
ção dos dois sistemas ortográficos, fato que levou mais tarde à convenção Nestas condições, há que procurar uma versão de unificação ortográfi-
ortográfica de 1943. Perante as divergências persistentes nos Vocabulários ca que acautele mais o futuro do que o passado e que não receie sacrificar
entretanto publicados pelas duas Academias, que punham em evidência os a simplificação também pretendida em 1986, em favor da máxima unidade
parcos resultados práticos do acordo de 1943, realizou-se, em 1945, em possível. Com a emergência de cinco novos países lusófonos, os fatores
Lisboa, novo encontro entre representantes daquelas duas agremiações, o de desagregação da unidade essencial da língua portuguesa far-se-ão
qual conduziu à chamada Convenção Ortográfica Luso-Brasileira de 1945. sentir com mais acuidade e também no domínio ortográfico. Neste sentido
Mais uma vez, porém, este acordo não produziu os almejados efeitos, já importa, pois, consagrar uma versão de unificação ortográfica que fixe e
que ele foi adotado em Portugal, mas não no Brasil. delimite as diferenças atualmente existentes e previna contra a desagrega-
ção ortográfica da língua portuguesa.
Em 1971, no Brasil, e em 1973, em Portugal, foram promulgadas leis
que reduziram substancialmente as divergências ortográficas entre os dois Foi, pois, tendo presentes estes objetivos, que se fixou o novo texto de
países. Apesar destas louváveis iniciativas, continuavam a persistir, porém, unificação ortográfica, o qual representa uma versão menos forte do que as
divergências sérias entre os dois sistemas ortográficos. que foram conseguidas em 1945 e 1986. Mas ainda assim suficientemente
forte para unificar ortograficamente cerca de 98% do vocabulário geral da
No sentido de as reduzir, a Academia das Ciências de Lisboa e a Aca- língua.
demia Brasileira de Letras elaboraram em 1975 um novo projeto de acordo 3.Forma e substância do novo texto
que não foi, no entanto, aprovado oficialmente por razões de ordem políti- O novo texto de unificação ortográfica agora proposto contém altera-
ca, sobretudo vigentes em Portugal. ções de forma (ou estrutura) e de conteúdo, relativamente aos anteriores.
Pode dizer-se, simplificando, que em termos de estrutura se aproxima mais
E é neste contexto que surge o encontro do Rio de Janeiro, em Maio do acordo de 1986, mas que em termos de conteúdo adota uma posição
de 1986, e no qual se encontram, pela primeira vez na história da língua mais conforme com o projeto de 1975, atrás referido.
portuguesa, representantes não apenas de Portugal e do Brasil mas tam-
bém dos cinco novos países africanos lusófonos entretanto emergidos da Em relação às alterações de conteúdo, elas afetam sobretudo o caso
descolonização portuguesa. das consoantes mudas ou não articuladas, o sistema de acentuação gráfi-
ca, especialmente das esdrúxulas, e a hifenação.
O Acordo Ortográfico de 1986, conseguido na reunião do Rio de Janei-
ro, ficou, porém, inviabilizado pela reação polêmica contra ele movida Pode dizer-se ainda que, no que respeita às alterações de conteúdo,
sobretudo em Portugal. de entre os princípios em que assenta a ortografia portuguesa, se privilegi-
ou o critério fonético (ou da pronúncia) com um certo detrimento para o
2.Razões do fracasso dos acordos ortográficos critério etimológico.
Perante o fracasso sucessivo dos acordos ortográficos entre Portugal
e o Brasil, abrangendo o de 1986 também os países lusófonos de África, É o critério da pronúncia que determina, aliás, a supressão gráfica das
importa refletir seriamente sobre as razões de tal malogro. consoantes mudas ou não articuladas, que se têm conservado na ortogra-
fia lusitana essencialmente por razões de ordem etimológica.
Analisando sucintamente o conteúdo dos acordos de 1945 e de 1986,
a conclusão que se colhe é a de que eles visavam impor uma unificação É também o critério da pronúncia que nos leva a manter um certo nú-
ortográfica absoluta. mero de grafias duplas do tipo de caráter e carácter, facto e fato, sumptuo-
so e suntuoso, etc.
Em termos quantitativos e com base em estudos desenvolvidos pela
Academia das Ciências de Lisboa, com base num corpus de cerca de É ainda o critério da pronúncia que conduz à manutenção da dupla a-
110.000 palavras, conclui-se que o Acordo de 1986 conseguia a unificação centuação gráfica do tipo de económico e econômico, efémero e efêmero,
ortográfica em cerca de 99,5% do vocabulário geral da língua. Mas conse- género e gênero, génio e gênio, ou de bónus e bônus, sémen e sêmen,
guia-a sobretudo à custa da simplificação drástica do sistema de acentua- ténis e tênis, ou ainda de bebé e bebê, ou metro e metrô, etc.
ção gráfica, pela supressão dos acentos nas palavras proparoxítonas e
paroxítonas, o que não foi bem aceito por uma parte substancial da opinião Explicitam-se em seguida as principais alterações introduzidas no novo
pública portuguesa. texto de unificação ortográfica, assim como a respectiva justificação.
Também o acordo de 1945 propunha uma unificação ortográfica abso- 4.Conservação ou supressão das consoantes c, p, b, g, m e t em cer-
luta que rondava os 100% do vocabulário geral da língua. Mas tal unifica- tas seqüências consonânticas (Base IV)
ção assentava em dois princípios que se revelaram inaceitáveis para os
O número de palavras abrangidas pela dupla grafia é de cerca de 4.3. Incongruências aparentes
0,5% do vocabulário geral da língua, o que é pouco significativo (ou seja, A aplicação do princípio, baseado no critério da pronúncia, de que as
pouco mais de 575 palavras em cerca de 110.000), embora nele se inclu- consoantes c e p em certas sequências consonânticas se suprimem,
am também alguns vocábulos de uso muito frequente. quando não articuladas, conduz a algumas incongruências aparentes,
4.2. Justificação da supressão de consoantes não articuladas (Base IV 1º conforme sucede em palavras como apocalítico ou Egito (sem p, já que
b) este não se pronuncia), a par de apocalipse ou egipcio (visto que aqui o p
As razões que levaram à supressão das consoantes mudas ou não ar- se articula), noturno (sem c, por este ser mudo), ao lado de noctívago (com
ticuladas em palavras como ação (acção), ativo (activo), diretor (director), c por este se pronunciar), etc.
ótimo (óptimo) foram essencialmente as seguintes:
a)O argumento de que a manutenção de tais consoantes se justifica Tal incongruência é apenas aparente. De fato, baseando-se a conser-
por motivos de ordem etimológica, permitindo assinalar melhor a similari- vação ou supressão daquelas consoantes no critério da pronúncia, o que
dade com as palavras congêneres das outras línguas românicas, não tem não faria sentido era mantê-las, em certos casos, por razões de parentesco
consistência. Por outro lado, várias consoantes etimológicas se foram lexical. Se se abrisse tal exceção, o utente, ao ter que escrever determina-
perdendo na evolução das palavras ao longo da história da língua portu- da palavra, teria que recordar previamente, para não cometer erros, se não
guesa. Vários são, por outro lado, os exemplos de palavras deste tipo, haveria outros vocábulos da mesma família que se escrevessem com este
pertencentes a diferentes línguas românicas, que, embora provenientes do tipo de consoante.
mesmo étimo latino, revelam incongruências quanto à conservação ou não
das referidas consoantes. Aliás, divergências ortográficas do mesmo tipo das que agora se pro-
É o caso, por exemplo, da palavra objecto, proveniente do latim objec- põem foram já aceites nas Bases de 1945 (v. Base VI, último parágrafo),
tu-, que até agora conservava o c, ao contrário do que sucede em francês que consagraram grafias como assunção ao lado de assumptivo, cativo, a
(cf. objet), ou em espanhol (cf. objeto). Do mesmo modo projecto (de par de captor e captura, dicionário, mas dicção, etc. A razão então aduzida
projectu-) mantinha até agora a grafia com c, tal como acontece em espa- foi a de que tais palavras entraram e se fixaram na língua em condições
nhol (cf. proyecto), mas não em francês (cf. projet). Nestes casos o italiano diferentes. A justificação da grafia com base na pronúncia é tão nobre
dobra a consoante, por assimilação (cf. oggetto e progetto). A palavra como aquela razão.
vitória há muito se grafa sem c, apesar do espanhol victoria, do francês
victoire ou do italiano vittoria. Muitos outros exemplos se poderiam citar. 4.4.Casos de dupla grafia (Base IV, 1º c, d e 2º)
Aliás, não tem qualquer consistência a ideia de que a similaridade do Sendo a pronúncia um dos critérios em que assenta a ortografia da
De um modo geral pode dizer-se que, nestes casos, o emudecimento 5.2.Casos de dupla acentuação
da consoante (exceto em dicção, facto, sumptuoso e poucos mais) se 5.2.1.Nas proparoxítonas (Base XI)
verifica, sobretudo, em Portugal e nos países africanos, enquanto no Brasil Verificou-se assim que as divergências, no que respeita às proparoxí-
há oscilação entre a prolação e o emudecimento da mesma consoante. tonas, se circunscrevem praticamente, como já foi destacado atrás, ao
caso das vogais tônicas e e o, seguidas das consoantes nasais m e n, com
Também os outros casos de dupla grafia (já mencionados em 4.1.), do as quais aquelas não formam sílaba (v. Base XI, 3º).
tipo de súbdito e súdito, subtil e sutil, amígdala e amídala, omnisciente e
onisciente, aritmética e arimética, muito menos relevantes em termos Estas vogais soam abertas em Portugal e nos países africanos rece-
quantitativos do que os anteriores, se verificam sobretudo no Brasil. bendo, por isso, acento agudo, mas são do timbre fechado em grande
parte do Brasil, grafando-se por conseguinte com acento circunflexo:
Trata-se, afinal, de formas divergentes, isto é, do mesmo étimo. As pa- académico/ acadêmico, cómodo/ cômodo, efémero/ efêmero, fenómeno/
lavras sem consoante, mais antigas e introduzidas na língua por via popu- fenômeno, génio/ gênio, tónico/ tônico, etc.
lar, foram já usadas em Portugal e encontram-se nomeadamente em
escritores dos séculos XVI e XVII. Existem uma ou outra exceção a esta regra, como, por exemplo, cô-
moro e sêmola, mas estes casos não são significativos.
Os dicionários da língua portuguesa, que passarão a registrar as duas
formas, em todos os casos de dupla grafia, esclarecerão, tanto quanto Costuma, por vezes, referir-se que o a tônico das proparoxítonas,
possível, sobre o alcance geográfico e social desta oscilação de pronún- quando seguido de m ou n com que não forma sílaba, também está sujeito
cia. à referida divergência de acentuação gráfica. Mas tal não acontece, porém,
já que o seu timbre soa praticamente sempre fechado nas pronúncias
5.Sistema de acentuação gráfica (Bases VIII a XIII) cultas da língua, recebendo, por isso, acento circunflexo: âmago, ânimo,
5.1.Análise geral da questão botânico, câmara, dinâmico, gerânio, pânico, pirâmide.
O sistema de acentuação gráfica do português atualmente em vigor,
extremamente complexo e minucioso, remonta essencialmente à Reforma As únicas exceções a este princípio são os nomes próprios de origem
Ortográfica de 1911. grega Dánae/ Dânae e Dánao/ Dânao.
Tal sistema não se limita, em geral, a assinalar apenas a tonicidade Note-se que se as vogais e e o, assim como a, formam sílaba com as
das vogais sobre as quais recaem os acentos gráficos, mas distingue consoantes m ou n, o seu timbre é sempre fechado em qualquer pronúncia
também o timbre destas. culta da língua, recebendo, por isso, acento circunflexo: êmbolo, amêndoa,
argênteo, excêntrico, têmpera; anacreôntico, cômputo, recôndito, cânfora,
Tendo em conta as diferenças de pronúncia entre o português europeu Grândola, Islândia, lâmpada, sonâmbulo, etc.
e o do Brasil, era natural que surgissem divergências de acentuação gráfi-
ca entre as duas realizações da língua. 5.2.2.Nas paroxítonas (Base IX)
Também nos casos especiais de acentuação das paroxítonas ou gra-
Tais divergências têm sido um obstáculo à unificação ortográfica do ves (v. Base IX, 2º), algumas palavras que contêm as vogais tônicas e e o
português. em final de sílaba, seguidas das consoantes nasais m e n, apresentam
oscilação de timbre, nas pronúncias cultas da língua.
É certo que em 1971, no Brasil, e em 1973, em Portugal, foram dados
alguns passos significativos no sentido da unificação da acentuação gráfi- Tais palavras são assinaladas com acento agudo, se o timbre da vogal
ca, como se disse atrás. Mas, mesmo assim, subsistem divergências tônica é aberto, ou com acento circunflexo, se o timbre é fechado: fémur ou
importantes neste domínio, sobretudo no que respeita à acentuação das fêmur, Fénix ou Fênix, ónix ou ônix, sémen ou sêmen, xénon ou xênon;
paroxítonas. bónus ou bônus, ónus ou ônus, pónei ou pônei, ténis ou tênis, Vénus ou
Vênus; etc. No total, estes são pouco mais de uma dúzia de casos.
Não tendo tido viabilidade prática a solução fixada na Convenção Or-
tográfica de 1945, conforme já foi referido, duas soluções eram possíveis 5.2.3.Nas oxítonas (Base VIII)
para se procurar resolver esta questão. Encontramos igualmente nas oxítonas (v. Base VIII, 1º a, Obs.) algu-
mas divergências de timbre em palavras terminadas em e tônico, sobretu-
Uma era conservar a dupla acentuação gráfica, o que constituía sem- do provenientes do francês. Se esta vogal tônica soa aberta, recebe acento
pre um espinho contra a unificação da ortografia. agudo; se soa fechada, grafa-se com acento circunflexo. Também aqui os
exemplos pouco ultrapassam as duas dezenas: bebé ou bebê, caraté ou
Outra era abolir os acentos gráficos, solução adotada em 1986, no En- caratê, croché ou crochê, guiché ou guichê, matiné ou matinê, puré ou
contro do Rio de Janeiro. purê; etc. Existe também um caso ou outro de oxítonas terminadas em o
ora aberto ora fechado, como sucede em cocó ou cocô, ró ou rô.
Esta solução, já preconizada no I Simpósio Luso-Brasileiro sobre a
Língua Portuguesa Contemporânea, realizada em 1967 em Coimbra, tinha A par de casos como este há formas oxítonas terminadas em o fecha-
sobretudo a justificá-la o fato de a língua oral preceder a língua escrita, o do, às quais se opõem variantes paroxítonas, como acontece em judô e
que leva muitos utentes a não empregarem na prática os acentos gráficos, judo, metrô e metro, mas tais casos são muito raros.
visto que não os consideram indispensáveis à leitura e compreensão dos
textos escritos. 5.2.4.Avaliação estatística dos casos de dupla acentuação gráfica
Tendo em conta o levantamento estatístico que se fez na Academia
A abolição dos acentos gráficos nas palavras proparoxítonas e paroxí- das Ciências de Lisboa, com base no já referido corpus de cerca de
5.3.Razões da manutenção dos acentos gráficos nas proparoxítonas e A generalização da supressão do acento nestes casos justifica-se não
paroxítonas apenas por permitir eliminar uma diferença entre a prática ortográfica
Resolvida a questão dos casos de dupla acentuação gráfica, como se brasileira e a lusitana, mas ainda pelas seguintes razões:
disse atrás, já não tinha relevância o principal motivo que levou em 1986 a a) Tal supressão é coerente com a já consagrada eliminação do acen-
abolir os acentos nas palavras proparoxítonas e paroxítonas. to em casos de homografia heterofônica (v. Base IX, 10º, e, neste texto
atrás, 5.4.1.), como sucede, por exemplo, em acerto, substantivo, e acerto,
Em favor da manutenção dos acentos gráficos nestes casos, pondera- flexão de acertar, acordo, substantivo, e acordo, flexão de acordar, fora,
ram-se, pois, essencialmente as seguintes razões: flexão de ser e ir, e fora, advérbio, etc.
a)Pouca representatividade (cerva de 1,27%) dos casos de dupla a- b)No sistema ortográfico português não se assinala, em geral, o timbre
centuação. das vogais tônicas a, e e o das palavras paroxítonas, já que a língua portu-
b)Eventual influência da língua escrita sobre a língua oral, com a pos- guesa se caracteriza pela sua tendência para a paroxitonia. O sistema
sibilidade de, sem acentos gráficos, se intensificar a tendência para a ortográfico não admite, pois, a distinção entre, por exemplo cada (â) e fada
paroxitonia, ou seja, deslocação do acento tônico da antepenúltima para a (á), para (â) e tara (á); espelho (ê) e velho (é), janela (é) e janelo (ê),
penúltima sílaba, lugar mais frequente de colocação do acento tônico em escrevera (ê), flexão de escrever, e Primavera (é); moda (ó) e toda (ô),
português. virtuosa (ó) e virtuoso (ô); etc.
c)Dificuldade em apreender corretamente a pronúncia em termos de
âmbito técnico e científico, muitas vezes adquiridos através da língua Então, se não se torna necessário, nestes casos, distinguir pelo acento
escrita (leitura). gráfico o timbre da vogal tónica, por que se há-de usar o diacrítico para
d)Dificuldades causadas, com a abolição dos acentos, à aprendizagem assinalar a abertura dos ditongos ei e oi nas paroxítonas, tendo em conta
da língua, sobretudo quando esta se faz em condições precárias, como no que o seu timbre nem sempre é uniforme e a presença do acento constitui-
caso dos países africanos, ou em situação de auto-aprendizagem. ria um elemento perturbador da unificação ortográfica?
e)Alargamento, com a abolição dos acentos gráficos, dos casos de
homografia, do tipo de análise(s)/ analise(v.), fábrica(s.)/ fabrica(v.), secre- 5.4.3.Em paroxítons do tipo de abençoo, enjoo, voo, etc. (Base IX, 8º)
tária(s.)/ secretaria(s. ou v.), vária(s.)/ varia(v.), etc., casos que apesar de Por razões semelhantes às anteriores, o novo texto ortográfico consa-
dirimíveis pelo contexto sintático, levantariam por vezes algumas dúvidas e gra também a abolição do acento circunflexo, vigente no Brasil, em pala-
constituiriam sempre problema para o tratamento informatizado do léxico. vras paroxítonas como abençoo, flexão de abençoar, enjoo, substantivo e
f)Dificuldade em determinar as regras de colocação do acento tônico flexão de enjoar, moo, flexão de moer, povoo, flexão de povoar, voo,
em função da estrutura mórfica da palavra. Assim, as proparoxítonas, substantivo e flexão de voar, etc.
segundo os resultados estatísticos obtidos da análise de um corpus de
25.000 palavras, constituem 12%. Destes, 12%, cerca de 30% são falsas O uso do acento circunflexo não tem aqui qualquer razão de ser, já
esdrúxulas (cf. génio, água, etc.). Dos 70% restantes, que são as verdadei- que ele ocorre em palavras paroxítonas cuja vogal tônica apresenta a
ras proparoxítonas (cf. cômodo, gênero, etc.), aproximadamente 29% são mesma pronúncia em todo o domínio da língua portuguesa. Além de não
palavras que terminam em –ico /–ica (cf. ártico, econômico, módico, práti- ter, pois, qualquer vantagem nem justificação, constitui um fator que per-
co, etc.). Os restantes 41% de verdadeiras esdrúxulas distribuem-se por turba a unificação do sistema ortográfico.
cerca de duzentas terminações diferentes, em geral de caráter erudito (cf.
espírito, ínclito, púlpito; filólogo; filósofo; esófago; epíteto; pássaro; pêsa- 5.4.4.Em formas verbais com u e ui tônicos, precedidos de g e q (Ba-
mes; facílimo; lindíssimo; parêntesis; etc.). se X, 7º)
Não há justificação para se acentuarem graficamente palavras como
5.4.Supressão de acentos gráficos em certas palavras oxítonas e pa- apazigue, arguem, etc., já que estas formas verbais são paroxítonas e a
roxítonas (Bases VIII, IX e X) vogal u é sempre articulada, qualquer que seja a flexão do verbo respecti-
vo.
5.4.1.Em casos de homografia (Bases VIII, 3º e IX, 9º e 10º)
O novo texto ortográfico estabelece que deixem de se acentuar grafi- No caso de formas verbais como argui, delinquis, etc., também não há
camente palavras do tipo de para (á), flexão de parar, pelo (ê), substantivo, justificação para o acento, pois se trata de oxítonas terminadas no ditongo
pelo (é), flexão de pelar, etc., as quais são homógrafas, respectivamente, tónico ui, que como tal nunca é acentuado graficamente.
das proclíticas para, preposição, pelo, contração de per e lo, etc.
Tais formas só serão acentuadas se a seqüência ui não formar ditongo
As razões por que se suprime, nestes casos, o acento gráfico são as e a vogal tônica for i, como, por exemplo, arguí (1a pessoa do singular do
seguintes: pretérito perfeito do indicativo).
a)Em primeiro lugar, por coerência com a abolição do acento gráfico já
consagrada pelo Acordo de 1945, em Portugal, e pela Lei nº 5.765, de 6.Emprego do hífen (Bases XV a XVIII)
18/12/1971, no Brasil, em casos semelhantes, como, por exemplo: acerto 6.1.Estado da questão
(ê), substantivo, e acerto (é), flexão de acertar; acordo (ô), substantivo, e No que respeita ao emprego do hífen, não há propriamente divergên-
acordo (ó), flexão de acordar; cor (ô), substantivo, e cor (ó), elemento da cias assumidas entre a norma ortográfica lusitana e a brasileira. Ao com-
locação de cor; sede (ê) e sede (é), ambos substantivos; etc. pulsarmos, porém, os dicionários portugueses e brasileiros e ao lermos,
b)Em segundo lugar, porque, tratando-se de pares cujos elementos por exemplo, jornais e revistas, deparam-se-nos muitas oscilações e um
pertencem a classes gramaticais diferentes, o contexto sintático permite largo número de formações vocabulares com grafia dupla, ou seja, com
distinguir claramente tais homógrafas. hífen e sem hífen, o que aumenta desmesurada e desnecessariamente as
entradas lexicais dos dicionários. Estas oscilações verificam-se sobretudo
5.4.2.Em paroxítonas com os ditongos ei e oi na sílaba tônica (Base nas formações por prefixação e na chamada recomposição, ou seja, em
IX, 3º) formações com pseudoprefixos de origem grega ou latina.
O novo texto ortográfico propõe que não se acentuem graficamente os
ditongos ei e oi tônicos das palavras paroxítonas. Assim, palavras como Eis alguns exemplos de tais oscilações: ante-rosto e anterrosto, co-
assembleia, boleia, ideia, que na norma gráfica brasileira se escrevem com educação e coeducação, pré-frontal e prefrontal, sobre-saia e sobressaia,
As restantes regras são formuladas em termos de unidades lexicais, 01. O autor de “Satírica” é
como acontece com oito delas (ex-, sota- e soto-, vice- e vizo-; pós-, pré- e a) Gregório de Matos
pró-). b) Antonio Vieira
c) Gonçalves Dias
Noutros casos, porém, uniformiza-se o não emprego do hífen, do mo- d) Álvares de Azevedo
do seguinte:
a)Nos casos em que o prefixo ou o pseudoprefixo termina em vogal e 02. O autor de “Sermões” é
o segundo elemento começa por r ou s, estas consoantes dobram-se, a) Antonio Vieira
como já acontece com os termos técnicos e científicos (por ex. antirreligio- b) Casimiro de Abreu
so, microssistema). c) José de Alencar
b)Nos casos em que o prefixo ou pseudoprefixo termina em vogal e o d) Machado de Assis
segundo elemento começa por vogal diferente daquela, as duas formas
aglutinam-se, sem hífen, como já sucede igualmente no vocabulário cientí- 03. Quem escreveu “0s Timbiras”?
fico e técnico (por ex. antiaéreo, aeroespacial) a) Gonçalves Dias
b) Castro Alves
6.4.O hífen na ênclise e tmese (Base XVII) c) Álvares de Azevedo
Quanto ao emprego do hífen na ênclise e na tmese mantêm-se as re- d) Guimarães Rosa
gras de 1945, exceto no caso das formas hei de, hás de, há de, etc., em
que passa a suprimir-se o hífen. Nestas formas verbais o uso do hífen não 04. É o maior poeta romântico brasileiro. Denunciava a escravidão:
tem justificação, já que a preposição de funciona ali como mero elemento a) José de Alencar
de ligação ao infinitivo com que se forma a perífrase verbal (cf. hei de ler, b) Castro Alves
etc.), na qual de é mais proclítica do que apoclítica. c) Bernardo Guimarães
d) Machado de Assis
7.Outras alterações de conteúdo
7.1.Inserção do alfabeto (Base I) 05. Representou no Romantismo o mal do século:
Uma inovação que o novo texto de unificação ortográfica apresenta, a) Castro Alves
logo na Base I, é a inclusão do alfabeto, acompanhado das designações b) José de Alencar
que usualmente são dadas às diferentes letras. No alfabeto português c) Guimarães Rosa
passam a incluir-se também as letras k, w e y, pelas seguintes razões: d) Manoel Antônio Alvares de Azevedo
08. Quem escreveu “Quincas Borba” e “Memórias Póstumas de Brás 05. O uso indiscriminado do gerúndio tem-se constituído num problema
Cubas”? para a expressão culta da língua. Indique a única alternativa em que
a) Raul Pompéia ele está empregado conforme o padrão culto.
b) Gonçalves de Azevedo (A) Após aquele treinamento, a corretora está falando muito bem.
c) Machado de Assis (B) Nós vamos estar analisando seus dados cadastrais ainda hoje.
d) Graciliano Ramos (C) Não haverá demora, o senhor pode estar aguardando na linha.
(D) No próximo sábado, procuraremos estar liberando o seu carro.
09. Aponte o autor de “Macunaima”: (E) Breve, queremos estar entregando as chaves de sua nova casa.
a) Manuel Bandeira
b) Mário de Andrade 06. De acordo com a norma culta, a concordância nominal e verbal está
c) José Lins do Rego correta em:
d) Carlos Drummond de Andrade (A) As características do solo são as mais variadas possível.
(B) A olhos vistos Lúcia envelhecia mais do que rapidamente.
10. E qual é o autor de “Morte e Vida Severina”? (C) Envio-lhe, em anexos, a declaração de bens solicitada.
a) João Cabral de Melo Neto (D) Ela parecia meia confusa ao dar aquelas explicações.
b) Guimarães Rosa (E) Qualquer que sejam as dúvidas, procure saná-las logo.
c) Clarice Lispector 07. Assinale a alternativa em que se respeitam as normas cultas de
d) Graciliano Ramos flexão de grau.
(A) Nas situações críticas, protegia o colega de quem era amiquíssimo.
RESPOSTAS (B) Mesmo sendo o Canadá friosíssimo, optou por permanecer lá duran-
te as férias.
01. A 06. C (C) No salto, sem concorrentes, seu desempenho era melhor de todos.
02. A 07. B (D) Diante dos problemas, ansiava por um resultado mais bom que ruim.
03. A 08. C (E) Comprou uns copos baratos, de cristal, da mais malíssima qualida-
04. B 09. B de.
05. D 10. A
Nas questões de números 08 e 09, assinale a alternativa cujas pala-
vras completam, correta e respectivamente, as frases dadas.
BIBLIOGRAFIA
BIBLIOTECA INTEGRADA
08. Os pesquisadores trataram de avaliar visão público financiamento
1º E 2º GRAUS, PRÉ-VESTIBULAR
estatal ciência e tecnologia.
EDITORA LISA S.A. – SÃO PAULO
(A) à ... sobre o ... do ... para
(B) a ... ao ... do ... para
PROVA SIMULADA (C) à ... do ... sobre o ... a
(D) à ... ao ... sobre o ... à
01. Assinale a alternativa correta quanto ao uso e à grafia das palavras. (E) a ... do ... sobre o ... à
(A) Na atual conjetura, nada mais se pode fazer.
(B) O chefe deferia da opinião dos subordinados. 09. Quanto perfil desejado, com vistas qualidade dos candidatos, a
(C) O processo foi julgado em segunda estância. franqueadora procura ser muito mais criteriosa ao contratá-los, pois
(D) O problema passou despercebido na votação. eles devem estar aptos comercializar seus produtos.
(E) Os criminosos espiariam suas culpas no exílio. (A) ao ... a ... à
(B) àquele ... à ... à
02. A alternativa correta quanto ao uso dos verbos é: (C) àquele...à ... a
(A) Quando ele vir suas notas, ficará muito feliz. (D) ao ... à ... à
(B) Ele reaveu, logo, os bens que havia perdido. (E) àquele ... a ... a
(C) A colega não se contera diante da situação.
(D) Se ele ver você na rua, não ficará contente. 10. Assinale a alternativa gramaticalmente correta de acordo com a
(E) Quando você vir estudar, traga seus livros. norma culta.
(A) Bancos de dados científicos terão seu alcance ampliado. E isso
03. O particípio verbal está corretamente empregado em: trarão grandes benefícios às pesquisas.
(A) Não estaríamos salvados sem a ajuda dos barcos. (B) Fazem vários anos que essa empresa constrói parques, colaborando
(B) Os garis tinham chego às ruas às dezessete horas. com o meio ambiente.
(C) O criminoso foi pego na noite seguinte à do crime. (C) Laboratórios de análise clínica tem investido em institutos, desenvol-
(D) O rapaz já tinha abrido as portas quando chegamos. vendo projetos na área médica.
(E) A faxineira tinha refazido a limpeza da casa toda. (D) Havia algumas estatísticas auspiciosas e outras preocupantes
apresentadas pelos economistas.
04. Assinale a alternativa que dá continuidade ao texto abaixo, em (E) Os efeitos nocivos aos recifes de corais surge para quem vive no
conformidade com a norma culta. litoral ou aproveitam férias ali.
Nem só de beleza vive a madrepérola ou nácar. Essa substância do
13. Assinale a alternativa em que se colocam os pronomes de acordo 19. No período, os pronomes o e que, na respectiva seqüência, reme-
com o padrão culto. tem a
(A) Quando possível, transmitirei-lhes mais informações. (A) processo e livro.
(B) Estas ordens, espero que cumpram-se religiosamente. (B) livro do processo.
(C) O diálogo a que me propus ontem, continua válido. (C) processos e processo.
(D) Sua decisão não causou-lhe a felicidade esperada. (D) livro de registro.
(E) Me transmita as novidades quando chegar de Paris. (E) registro e processo.
14. O pronome oblíquo representa a combinação das funções de objeto 20. Analise as proposições de números I a IV com base no período
direto e indireto em: acima:
(A) Apresentou-se agora uma boa ocasião. I. há, no período, duas orações;
(B) A lição, vou fazê-la ainda hoje mesmo. II. o livro de registro do processo era o, é a oração principal;
(C) Atribuímos-lhes agora uma pesada tarefa. III. os dois quê(s) introduzem orações adverbiais;
(D) A conta, deixamo-la para ser revisada. IV. de registro é um adjunto adnominal de livro.
(E) Essa história, contar-lha-ei assim que puder. Está correto o contido apenas em
(A) II e IV.
15. Desejava o diploma, por isso lutou para obtê-lo. (B) III e IV.
Substituindo-se as formas verbais de desejar, lutar e obter pelos (C) I, II e III.
respectivos substantivos a elas correspondentes, a frase correta é: (D) I, II e IV.
(A) O desejo do diploma levou-o a lutar por sua obtenção. (E) I, III e IV.
(B) O desejo do diploma levou-o à luta em obtê-lo.
(C) O desejo do diploma levou-o à luta pela sua obtenção. 21. O Meretíssimo Juiz da 1.ª Vara Cível devia providenciar a leitura do
(D) Desejoso do diploma foi à luta pela sua obtenção. acórdão, e ainda não o fez. Analise os itens relativos a esse trecho:
(E) Desejoso do diploma foi lutar por obtê-lo. I. as palavras Meretíssimo e Cível estão incorretamente grafadas;
II. ainda é um adjunto adverbial que exclui a possibilidade da leitura
16. Ao Senhor Diretor de Relações Públicas da Secretaria de Educação pelo Juiz;
do Estado de São Paulo. Face à proximidade da data de inaugura- III. o e foi usado para indicar oposição, com valor adversativo equivalen-
ção de nosso Teatro Educativo, por ordem de , Doutor XXX, Dignís- te ao da palavra mas;
simo Secretário da Educação do Estado de YYY, solicitamos a má- IV. em ainda não o fez, o o equivale a isso, significando leitura do
xima urgência na antecipação do envio dos primeiros convites para acórdão, e fez adquire o respectivo sentido de devia providenciar.
o Excelentíssimo Senhor Governador do Estado de São Paulo, o Está correto o contido apenas em
Reverendíssimo Cardeal da Arquidiocese de São Paulo e os Reito- (A) II e IV.
res das Universidades Paulistas, para que essas autoridades pos- (B) III e IV.
sam se programar e participar do referido evento. (C) I, II e III.
Atenciosamente, (D) I, III e IV.
ZZZ (E) II, III e IV.
Assistente de Gabinete.
De acordo com os cargos das diferentes autoridades, as lacunas 22. O rapaz era campeão de tênis. O nome do rapaz saiu nos jornais.
são correta e adequadamente preenchidas, respectivamente, por Ao transformar os dois períodos simples num único período compos-
(A) Ilustríssimo ... Sua Excelência ... Magníficos to, a alternativa correta é:
(B) Excelentíssimo ... Sua Senhoria ... Magníficos (A) O rapaz cujo nome saiu nos jornais era campeão de tênis.
(C) Ilustríssimo ... Vossa Excelência ... Excelentíssimos (B) O rapaz que o nome saiu nos jornais era campeão de tênis.
(D) Excelentíssimo ... Sua Senhoria ... Excelentíssimos (C) O rapaz era campeão de tênis, já que seu nome saiu nos jornais.
(E) Ilustríssimo ... Vossa Senhoria ... Digníssimos (D) O nome do rapaz onde era campeão de tênis saiu nos jornais.
(E) O nome do rapaz que saiu nos jornais era campeão de tênis.
A busca de uma nova rota para o Oriente exige o aperfeiçoamento das A crise de crescimento do século XV
técnicas de navegação até então conhecidas. Portugal faz isso sob a No início da Idade Moderna, surgiu um descompasso na economia eu-
direção do infante dom Henrique, irmão do rei dom João I. O infante reúne ropéia, entre a capacidade de produção e consumo na zona rural e na
no promontório de Sagres, no Algarve, os maiores especialistas em nave- zona urbana. A produção agrícola no campo estava limitada pelo regime de
gação, cartografia, astronomia, geografia e construção naval. Forma, trabalho servil. O resultado disso era uma produtividade baixa e, conse-
assim, o mais completo e inovador centro de estudos náuticos da época. quentemente, a falta de alimentos para abastecer os núcleos urbanos. Já a
Tecnologia marítima portuguesa – Os especialistas de Sagres aperfei- produção artesanal nas cidades era alta e não encontrava consumidores
çoam instrumentos de navegação, como a bússola, o astrolábio, o qua- na zona rural, devido ao baixo poder aquisitivo dos trabalhadores rurais e
drante, a balestilha e o sextante. Desenvolvem a cartografia moderna e são ao caráter auto-suficiente da produção feudal.
os primeiros a calcular com precisão a circunferência da Terra em léguas, Além disso, o comércio internacional europeu, baseado na compra de
numa época em que poucos acreditavam que o planeta fosse redondo. produtos orientais (especiarias, objetos raros, pedras preciosas), tendia a
Caravela latina – Em Sagres nasce a caravela latina: robusta para po- se estagnar, pois os nobres, empobrecidos pela crise do feudalismo, cada
der enfrentar mar alto e tempo ruim, pequena para explorar litorais recorta- vez compravam menos essas mercadorias. Os tesouros acumulados pela
dos e ágil para navegar com ventos contrários. Com essa embarcação nobreza durante as Cruzadas escoavam para o Oriente, em pagamento
exclusiva dos portugueses, os navegadores do reino enfrentam os perigos das especiarias. O resultado disso foi a escassez de metais preciosos na
e surpresas do "mar Oceano", exploram o litoral da África e encontram o Europa, o que criava mais dificuldades ainda para o desenvolvimento do
Nessa nova concepção, se alguém partisse de um ponto qualquer da Terra O critério seletivo excluía até mesmo os comerciantes, que só tiveram
e navegasse sempre na mesma direção, voltaria ao ponto de partida. O acesso à administração municipal a partir do século XVIII. A prática das
desejo de desbravar os oceanos, descobrir novos mundos e fazer fortuna câmaras expressava assim os interesses dos proprietários, e servia-lhes
animava tanto os navegantes, que eles chegavam a se esquecer do medo como elemento legal de protesto contra as decisões metropolitanas. O
que tinham do desconhecido. Dois Estados se destacaram na conquista aumento da centralização administrativa diminuiu esse poder contestatório.
dos mares: Portugal e Espanha." Até o século XVIII coexistiram duas práticas administrativas sob controle
estatal: as capitanias hereditárias e as capitanias reais. Nas primeiras, o
B) O SISTEMA COLONIAL PORTUGUÊS NA AMÉRICA donatário exercia funções vitalícias e transmissíveis por herança, fixadas
O monopólio do pau-brasil se inseriu no sistema mercantil da coroa: o As capitanias não representaram, pois, uma regressão política ao sis-
concessionário habilitava-se à exploração comercial e em contrapartida tema feudal. Na realidade, conforme definido pelas cartas de doação e os
defendia a terra contra a cobiça de franceses e espanhóis. A insuficiência forais, as capitanias constituíram circunscrições territoriais públicas, com
de recursos dos arrendatários e a exacerbação das incursões européias delegação de poderes, sem que a realeza abdicasse de quaisquer prerro-
passaram a exigir um maior policiamento da costa pelas frotas portugue- gativas. O donatário não tinha, portanto, o senhorio de um feudo, com
sas. Essa preocupação levou à mudança do esquema comercial, com o propriedade plena da terra, mas sim uma província que administrava por
estabelecimento do sistema das donatárias. conta do rei. E quando as capitanias prosperaram e iniciou-se um tumulto
privatista e uma certa dispersão da autoridade, um corretivo logo se impôs:
O sistema apresentava, entretanto, alguns inconvenientes, seja porque Predominância da economia agrícola. Todas essas atividades econô-
a exploração extensiva e predatória exigia incursões cada vez maiores e micas -- pau-brasil, açúcar, tabaco, algodão, ouro e café -- não se destina-
mais onerosas, seja porque o contrabando realizado por espanhóis, e vam diretamente à metrópole. Lisboa funcionava como entreposto e empó-
sobretudo por franceses, em escala gigantesca, obrigava à intervenção rio reexportador e retirava o lucro dos benefícios do transporte e das van-
armada dos portugueses. Além disso, a exploração do pau-brasil não era tagens fiscais. Ausente da revolução industrial, Portugal torna-se satélite
tão simples como à primeira vista podia parecer. Havia necessidade de econômico da Grã-Bretanha e, como consequência, o Brasil, no papel de
derrubar os troncos e livrá-los da casca grossa e cheia de espinhos, para colônia de uma metrópole sem autonomia, ficaria à margem, por muitos
só então embarcar as toras do pau-brasil propriamente dito. No início, os séculos, do rumo industrial do mundo, e se constituiria num país essenci-
próprios índios encarregavam-se dessa tarefa, na base do escambo; almente agrícola. Outra constante em todas essas culturas de exploração
depois houve necessidade de trazer escravos da África. De qualquer era a busca pelo colonizador português da fortuna rápida sem o trabalho
maneira, as incursões francesas e espanholas evidenciavam a necessida- paciente: a consequência disso é o incremento da mão-de-obra escrava,
de de um sistema de ocupação mais efetivo da terra. primeiro o índio, depois o negro africano.
Ciclo do açúcar. Até o século XV, o açúcar era produzido em escala ín- O trabalho escravo se insere no contexto da lavoura especulativa, só
fima, apenas como componente de remédios vendidos pelas boticas. O compensável com os altos preços dos produtos de exportação. Por isso,
adoçante adotado em toda a Europa era o mel. Mas tão logo sua produção quando a economia açucareira começou a declinar, a lavra de ouro passou
aumentou e seu uso se difundiu, o mercado do açúcar teve uma expansão a demandar contingentes de mão-de-obra escrava, subitamente valorizada.
impressionante, sobretudo depois que os europeus se habituaram a bebi- Incapaz de servir, quer nos engenhos, quer nas minas, quer nas cidades
O código de Manu, o mais antigo conjunto de leis da Índia, identificava A partir do século XIII, a intensificação do comércio marítimo e a pirata-
seis tipos de servos: o cativo de guerra; o servo doméstico; o servo nascido ria fizeram recrudescer o tráfico de escravos, realizado principalmente
de mulher escrava na casa do senhor; o homem comprado ou ganho; o pelas cidades italianas. O comércio de homens, já de há longo tempo
herdado; e o que foi feito escravo por não ter como pagar uma multa. praticado pelos árabes de Marrocos, aumentou ainda mais quando navios
Poderiam adquirir a liberdade, nas seguintes condições: o escravo de italianos, provençais e catalães passaram a frequentar portos do norte da
guerra, se deixasse em seu lugar outro, que se encarregasse das tarefas a África para compra de negros do Sudão. As guerras de conquista árabes
ele incumbidas; e o escravo por dívida, se liquidasse seu débito. Um es- impulsionaram o mercado de escravos. Nas cruzadas e na reconquista da
cravo que salvasse a vida do senhor não só teria direito à liberdade, como península ibérica, também os cristãos aprisionaram muitos muçulmanos.
receberia um prêmio. Na baixa Idade Média, embora a escravidão persistisse na Europa, foi
A China não conheceu a compra e venda de escravos, mas havia pes- o mundo muçulmano que se tornou o principal utilizador de escravos, em
soas escravizadas por diversas razões: miseráveis vendiam a liberdade geral urbanos. A escravidão já estava profundamente arraigada nas tradi-
para não morrer de fome; réus de crime de alta traição transformavam-se ções da Arábia quando o Islã surgiu. O Alcorão não a condenava, mas
em escravos do poder público, no palácio real; os filhos desses condena- aconselhava que os escravos fossem tratados com humanidade e conside-
dos podiam ser castrados e usados como eunucos e vigias dos haréns; as rava ato piedoso e meritório sua manumissão. Essa consideração, entre-
adúlteras, expulsas de casa, não tinham alternativa senão venderem-se tanto, não impediu que os muçulmanos participassem intensamente do
como escravas; os devedores podiam tornar-se escravos do credor. Essas tráfico de escravos. Piratas marroquinos escravizavam tripulantes e passa-
práticas vigoraram na China até o século XVI. geiros dos navios por eles aprisionados.
Servidão na Idade Média. A crise da agricultura, no final do século III, A escravidão em grande escala para exploração dos campos e minas
apressou a evolução da escravidão e do colonato livre em servidão, cuja era praticamente desconhecida no mundo muçulmano. O escravo era
forma plena caracterizaria as relações de produção na época feudal. essencialmente doméstico e em geral bem tratado nas famílias ricas.
Formalizou-se o vínculo que os obrigava a permanecer na terra e a não Escravos e ex-escravos podiam mesmo atingir posições elevadas na
abandonar seu cultivo. Além disso, os servos da gleba tinham de pagar sociedade e no governo. Os libertos de qualquer raça ou proveniência
uma renda anual e assumir os encargos que gravavam a propriedade. eram assimilados sem dificuldades e o exemplo mais célebre dessa situa-
ção é a dinastia dos mamelucos no Egito. A prática mais cruel da escravi-
Para os senhores, essa política representou excelente ganho econô- dão muçulmana era a utilização de eunucos.
mico, pois transformou os escravos - a quem eram obrigados a manter,
vestir e vigiar constantemente, que produziam pouco e estavam sujeitos a Nos séculos XIII e XIV o tráfico de escravos aumentou consideravel-
Companhia das Índias Ocidentais. O reinício da guerra com a Espanha Fases da conquista. O Nordeste resistiu à invasão durante sete longos
fez com que nos Países Baixos fossem aceitos os planos de Willem Usse- anos de guerra contínua. Distinguem-se no período duas fases principais: a
linx de criação de uma companhia colonizadora para a América e África primeira durou de 1630 a 1632; a segunda, de 1632 a 1637. Inicialmente
ocidental, semelhante à que existia desde 1602 para o Oriente. Em 3 de os holandeses seguiram uma estratégia de conquista das praças fortes do
junho de 1621 era instalada a Companhia das Índias Ocidentais (West litoral, pois supunham que, dominadas essas áreas, controlariam toda a
Indische Compagnie, ou WIC), a quem o governo holandês concedeu o região. Isso não ocorreu e, depois de tomarem Olinda e Recife, fracassa-
monopólio do comércio, da navegação e da conquista em toda a área ram todos os seus ataques contra a Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio
Formoso e cabo de Santo Agostinho.
compreendida entre a Terra Nova e o estreito de Magalhães, de um lado
do Atlântico, e entre o trópico de Câncer e o cabo da Boa Esperança, de Configurou-se então um impasse militar que não foi rompido nem com
outro. a batalha naval travada em setembro de 1631, entre os almirantes Adridan
Janszoon Pater (holandês) e Antonio de Oquendo (espanhol), de resultado
O Brasil foi escolhido como alvo do primeiro ataque empresado pela
indeciso. Do lado luso-brasileiro as táticas de guerrilha ("guerra volante")
Companhia das Índias Ocidentais. Vários foram os motivos que determina-
sobrepunham-se às da guerra convencional, provocadas pela escassez de
Batalhas de Guararapes. Nos Países Baixos, os Estados Gerais deci- Portugal rejeitou o ultimato, apesar de sua situação precária. Em outu-
diram chamar a si o encargo da defesa do Brasil holandês e enviaram uma bro, o almirante Michiel Adriaansz van de Ruyter fechou a barra do Tejo,
poderosa armada, que chegou a Recife em março de 1648. Um mês apresando parte da frota de açúcar vinda do Brasil. França e Inglaterra
depois, encorajados pela presença dessa esquadra, comandada pelo pressionaram os Países Baixos para reabrir as negociações com Portugal,
almirante Witte Corneliszoon de With, os holandeses decidiram romper o pois não podiam tolerar o colapso da resistência portuguesa diante da
cerco a que estavam sujeitos. O encontro se deu, em 19 de abril de 1648, Espanha, país com o qual ainda estavam em guerra. Enquanto a província
nos montes Guararapes, três elevações separadas por vales estreitos, da Holanda concordava em ceder o Brasil em troca de indenização, a da
situadas junto a uma região pantanosa nas proximidades de Recife. Os Zelândia insistia, como sempre, na restituição do Nordeste à Companhia
holandeses contavam com 4.500 homens, comandados por Segismund das Índias Ocidentais. Novamente o almirante Van de Ruyter foi enviado
von Schkoppe, e os luso-brasileiros seriam 5.200 infantes, 500 homens do ao Tejo, diante do qual passou o verão de 1658.
mar e 300 índios, comandados por Francisco Barreto de Meneses. O casamento de Carlos II da Inglaterra com D. Catarina de Bragança,
Comandavam as unidades brasileiras (terços e companhias) Vidal de infanta portuguesa, provocou o interesse pessoal do monarca na resolução
Negreiros, Fernandes Vieira, Filipe Camarão, Henrique Dias e Antônio da da pendência. Por outro lado, o falecimento de Guilherme II, em 1650, dera
Silva. Os brasileiros haviam ocupado as elevações do terreno, mas os à Holanda um predomínio nos Estados Gerais que, forçados, aprovaram o
holandeses, depois de ter sua vanguarda desbaratada à espada por Henri- tratado a despeito da posição contrária da Zelândia e outras províncias.
que Dias, refugiaram-se nos pontos mais altos. Assim, os dois exércitos se Inicialmente, a regente portuguesa recusou-se a aceitar o acordo, mas a
defrontaram no cimo dos montes. A batalha durou cinco horas e os holan- pressão inglesa fez com que ela modificasse sua posição. Finalmente, o
deses se retiraram derrotados para Recife. Tiveram 1.038 baixas: 515 acordo foi assinado a 24 de maio de 1662. Por ele os Países Baixos reco-
mortos e 523 feridos. Do lado brasileiro houve oitenta mortos e 400 feridos. nheciam a perda do Brasil holandês, mas receberiam quatro milhões de
cruzados como indenização, a serem pagos em 16 anos, graças a um
O almirante De With tentou na Bahia, durante várias semanas, sem ê- imposto criado especialmente para esse fim. Quase metade dessa indeni-
xito, engajar em combate a armada portuguesa. Enquanto isso, entre maio zação foi cobrada no Brasil.
e junho, uma expedição enviada do Rio de Janeiro a Angola levava à
capitulação a guarnição holandesa ali sediada. Os corsários holandeses, As consequências materiais das tentativas de fixação dos holandeses
de forma eficaz, conseguiram entretanto interromper as comunicações no Brasil foram irrelevantes, mas o mesmo não se pode afirmar das mar-
marítimas entre a Bahia e Portugal. cas que deixaram na mentalidade do povo da colônia. A aliança entre
descendentes de portugueses, índios e negros mostrava naquele então
Em 19 de fevereiro de 1649 travou-se a segunda batalha de Guarara- uma nação brasileira ainda em formação mas já consciente de sua integri-
pes. Dessa vez, os holandeses ocuparam o alto dos morros desde o início, dade. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
mas os luso-brasileiros abstiveram-se de atacar. Quando o inimigo se
retirava, sedento e exausto, investiram pela retaguarda, encurralando os Nassau, Maurício de
holandeses na baixada entre as colinas e os mangues, onde os destroça- Os sete anos de governo do conde, militar e administrador holandês
ram, apesar da inferioridade numérica. Os holandeses, que somavam Maurício de Nassau passaram para a história como a idade do ouro do
cerca de 3.500 homens, sofreram mais de mil baixas. Os 2.600 luso- Brasil colonial holandês.
brasileiros tiveram 45 mortos e 200 feridos, entre os quais Henrique Dias.
Com Filipe Camarão morto, os índios foram comandados por Diogo Pinhei- Johan Maurits van Nassau-Siegen, conhecido como Maurício de
ro Camarão. Estava definitivamente afastada a hipótese de nova tentativa Nassau, nasceu no castelo de Dilenburg, na Alemanha, em 17 de junho de
de rompimento do cerco. 1604. Numerosas fontes históricas afirmam que pertencia a um dos três
ramos em que se dividiu originariamente a casa de Nassau, pois seu avô
Fim da intervenção holandesa. D. João IV propôs aos Estados Gerais paterno, Jan de Oudste, seria o irmão mais velho de Guilherme o
a compra do Brasil holandês. A proposta não foi aceita e os holandeses Taciturno. O historiador Hélio Viana, no entanto, afirma ser esse um dos
exigiram a devolução do território sob controle dos insurretos e a indeniza- muitos erros veiculados a seu respeito. Educado nas universidades de
ção dos prejuízos causados pelo levante. As negociações diplomáticas Herborn, Basiléia e Genebra, segundo seu biógrafo Barlaeus, Maurício de
continuaram mas, com a partida da armada lusa, os Estados Gerais pude- Nassau participou como voluntário, aos l6 anos, na guerra dos trinta anos.
ram negociar vantajosamente com os representantes de Portugal: o em- Distinguiu-se em campanhas militares, como em Breda (1625) e Maastricht
baixador Francisco de Sousa Coutinho e o padre Antônio Vieira. Estes (1632).
aceitaram um tratado pelo qual Portugal abriria mão do Nordeste, de
Angola e São Tomé e ainda pagaria à Companhia das Índias Ocidentais Em 1632, iniciou a construção de um palácio em Haia, a futura
uma polpuda indenização. A forte reação nacionalista em Lisboa não Mauritshuis, que se tornaria um dos pontos de atração turística da capital
permitiu a ratificação do acordo e no final de 1648 a situação diplomática holandesa. Foram principalmente os encargos financeiros dessa
voltou à estaca zero. construção que convenceram Nassau a aceitar o governo civil e militar do
Brasil holandês, com o título de governador-geral, capitão-general e
O fracasso da ação no Brasil levou os Estados Gerais a mudar sua almirante. Pelo cargo receberia da Companhia das Índias o elevado salário
posição política: em vez de reconquistar o Brasil holandês, tratava-se de de 1.500 florins mensais, uma ajuda de custos de seis mil florins e dois por
manter ali o status quo e exercer sobre Portugal o máximo de pressão cento sobre o produto de todas as presas feitas no Brasil.
diplomática e militar. Mas um novo componente veio enfraquecer a posição
Em 1638, Maurício de Nassau tentou sem êxito apossar-se da Bahia. A campanha de 1565-1567
Após a restauração, na trégua entre Portugal e Espanha, procurou
estender seu domínio até o Maranhão. Pediu reforços, que lhe foram
negados. O espírito mercantilista chocava-se, assim, e definitivamente,
com o propósito do estadista de estabelecer na América uma nova nação.
Em 23 de maio de 1644 levantou âncora do Recife o navio que levou de
volta à pátria o príncipe visionário, que deixava para sempre o Brasil
holandês, depois de governá-lo por sete anos e quatro meses.
Após a missão no Brasil, Maurício de Nassau foi governador de Kleve
(na atual Alemanha) em 1647, e assumiu em 1665 o comando do Exército.
Lutou contra a Espanha em 1671 e, três anos mais tarde, ocupou o cargo
de governador de Utrecht. Morreu em Kleve, em 20 de dezembro de 1679.
©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
Invasões francesas do Brasil
As invasões francesas do Brasil registram-se desde os primeiros
tempos da colonização portuguesa, chegando até ao ocaso do século XIX.
Partida de Estácio de Sá, quadro de Benedito Calixto (1853-1927)
Inicialmente dentro da contestação de Francisco I de França ao mostrando o padre Manuel da Nóbrega benzendo a esquadra que vai
Tratado de Tordesilhas, ao arguir o paradeiro do testamento de Adão e
combater os franceses.
incentivar a prática do corso para o escambo do pau-brasil (Cæsalpinia
echinata), ainda no século XVI evoluiu para o apoio às tentativas de Os remanescentes franceses que se refugiaram junto às tribos
colonização no litoral do Rio de Janeiro (1555) e na costa do Maranhão indígenas na região foram posteriormente liquidados por seu sobrinho,
(1594). Estácio de Sá numa campanha que se estendeu de 1565 a 1567, quando
foi fundada a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro (1 de Março de
A França Antártica
1565), no sopé do morro Cara de Cão.
Em 1555, uma expedição com cerca de cem homens, distribuídos em
Após a derrota dos franceses e seus aliados indígenas, nas batalhas
dois navios, comandada por Nicolas Durand de Villegagnon, dirigiu-se à
da praia da Glória (hoje desaparecida) e da atual Ilha do Governador
baía de Guanabara, visando a estabelecer um núcleo de colonização. (1567), a cidade foi transferida para o alto do morro do Descanso,
Inicialmente, aportaram à Isle Rattier (atual Forte Tamandaré da Laje), posteriormente denominado como Alto da Sé, Alto de São Sebastião,
tentando erguer uma bateria defensiva, sendo expulsos pela alta da maré. morro de São Januário e, finalmente, Morro do Castelo, desmontado em
Dirigiram-se, em seguida, à ilha de Serigipe (atual ilha de Villegagnon), 1922.
onde se estabeleceram definitivamente, erguendo o Forte Coligny.
Guerras Guaraníticas Uma nova etapa iniciou-se após a morte do Infante. Foi marcada pela
- revolta dos índios de Sete Povos das Missões liderados pelos jesuítas. negociação e assinatura do Tratado de Toledo (6 de Março de 1480), entre
- motivos: os jesuítas não concordavam com a entrega de Sete Povos Afonso V de Portugal e os Reis Católicos, Fernando de Aragão e Isabel de
das Missões para os portugueses e os índios suspeitavam de uma Castela. Por este diploma, em troca da posse do arquipélago das Canárias
possível ocupação de suas terras e da escravização. para a Espanha, estes soberanos deixavam para Portugal todas as terras
- repressão portuguesa: a população de Sete Povos das Missões foi descobertas ou por descobrir das "Canárias para baixo, contra a Guiné".
Embora o Tratado tenha sido aprovado pelo Papa Júlio II, em 1506, Em 1668 estabelecia-se a paz com a Espanha, encerrando-se a
através da Bula "Ea Quae Pro Bono Pacis", os seus termos jamais foram Guerra da Restauração na península. Uma década mais tarde, em 1678, a
reconhecidos pelas demais potências européias, por ele excluídas das Coroa Portuguesa determina a ocupação da margem esquerda do Rio de
conquistas e riquezas do Novo Mundo. Adicionalmente, a indeterminação Prata, que se materializa com o estabelecimento da Colónia do
do meridiano e subsequentes conflitos gerados na América (pela posse da Sacramento (22 de Janeiro de 1680), reabrindo as disputas territoriais com
bacia do rio da Prata) e no Oceano Pacífico (pela posse das ilhas a Espanha no sul da colónia. Com a sua conquista por tropas espanholas
Molucas), levaram à aquisição das Ilhas Molucas (inclusive as Filipinas, oriundas de Buenos Aires (7 de Agosto de 1680), o Tratado Provisional de
Timor e Solor) por Portugal à Espanha através da Capitulação de Saragoça Lisboa (7 de Maio de 1681) devolvia a Portugal a Colônia.
(23 de Abril de 1529). Poucos anos mais tarde, no extremo oposto da colónia, em Maio de
O Brasil Colônia 1697, tropas francesas sob o comando do marquês de Ferroles,
governador da Guiana Francesa, invadiram a região do Amapá,
Do início da colonização à Dinastia Filipina conquistando os fortes de Macapá e do Araguari. No desenvolvimento do
conflito, são assinados dois diplomas:
As oscilações que se observam na linha de Tordesilhas a partir do
século XVI devem-se não apenas à imprecisão dos meios cartográficos da o Tratado Provisional e Suspensivo de Lisboa (4 de Março de 1700) -
época, mas também a erros intencionais, de caráter político-ideológico. Da firmado entre Portugal e a França, declarou indefinida a posse das
sua análise, percebe-se a existência de um projeto português que terras entre o Forte de Macapá e o rio Oiapoque (ou Vicente Pinzón),
pretendia definir os limites do seu território americano pelo controle dos estipulando a demolição do Forte de Macapá e a do Forte do Araguari,
seus dois grandes cursos fluviais: o rio Amazonas ao norte e o rio da Prata, e a retirada de tudo o que neles houvesse. Esse tratado jamais foi
ao sul. Essa visão foi sustentada pelo historiador e diplomata Jaime cumprido formalmente pela Coroa Portuguesa, em virtude de
Cortesão, que demonstrou que a cartografia portuguesa do Brasil refletiu a instruções secretas em contrário, transmitidas ao Governador e
lenda de uma unidade territorial como uma grande ilha, envolvida pelas Capitão General do Pará, Fernão Carrilho.
águas dos dois grandes rios, cujas fontes se situariam em um lago central,
unificador. Desta forma, a união das duas grandes bacias hidrográficas 1º Tratado de Utrecht (11 de Abril de 1713) - firmado entre a Grande
possivelmente mostrava o desejo português de que o meridiano de Aliança (Inglaterra, Países Baixos e Áustria) e a França de Luís XIV,
Tordesilhas constituísse também uma fronteira natural. Mesmo que derrotada no contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1701-1713).
provado que a linha lindeira ficasse mais a leste, não se poderia discutir o Este diplma pretendeu estabelecer um sistema político europeu
fato "inquestionável" dos limites naturais. estável, baseado no equilíbrio de poder entre aquelas potências. Com
o apoio da Inglaterra, João V de Portugal obteve, pelo artigo VIII do
A lenda da "Ilha Brasil" foi sendo progressivamente superada, à Tratado, que a França desistisse das suas pretensões às terras do
medida que se registrava a interiorização da colonização e principalmente Cabo Norte, e que o rio Oiapoque (ou Vicente Pinzón) passasse a ser
pelas observações dos padres jesuítas Diogo Soares (1684-1748) e a fronteira entre a Guiana Francesa e o Brasil.
Domenico Capacci (1694-1736) na primeira metade do século XVIII.
No final de agosto, D. Pedro viajava para a província de São Paulo É historicamente incorreto referir-se a este período como "primeiro
para acalmar a situação depois de uma rebelião contra José Bonifácio. império", já que o Brasil teve um único período imperial contínuo, dividido
Qual seria sua posição pessoal? Apesar de ter servido de instrumento dos em primeiro e segundo reinados.
interesses da aristocracia rural, à qual convinha a solução monárquica para O primeiro reinado caracterizou-se por ser um período de transição.
a independência, não se deve desprezar seus interesses próprios. Tinha Foi marcado por uma grande crise econômica, financeira, social e política.
formação absolutista e por isso se opusera à revolução do Porto, liberal. A efetiva consolidação da independência do Brasil só ocorreria a partir de
Da mesma forma, a política recolonizadora das Cortes desagradou à 1831, com a abdicação de D. Pedro I.
opinião pública brasileira. E é nisso que se baseou a aliança entre D. Pedro
e o «partido brasileiro». Assim, se a independência do Brasil pode ser Independência do Brasil
vista, objetivamente, como obra da aristocracia rural, é preciso considerar
Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves
que teve início como compromisso entre o conservadorismo da aristocracia
rural e o absolutismo do príncipe. Após Napoleão I declarar guerra aos países aliados da Inglaterra, ele
invadiu Portugal, que se recusou a atender as imposições francesas dito o
O segundo reinado foi uma época de grande progresso cultural e A política no Segundo Reinado
Passado o período de reconhecimento da República, o Brasil enfrenta Durante a Primeira República, a economia brasileira permanece cen-
vários litígios de fronteira. O mais grave é a disputa pelo Acre com a Bolí- trada na produção cafeeira, mas avança o processo de modernização e
via. Com sua economia centrada em produtos agrícolas de exportação, o diversificação das atividades econômicas. No final do século XIX, os enge-
país depende do mercado externo e sua política internacional tende a nhos nordestinos modernizam-se com a instalação de usinas mecanizadas.
alinhar-se com a de seus principais compradores. Durante a 1a Guerra No sul do país, as pequenas propriedades de colonização estrangeira
Mundial alinha-se com os Estados Unidos e é o único país da América do aumentam sua participação no mercado interno e externo, com núcleos
Sul a participar do conflito. econômicos exportadores de charque e erva-mate. Na região Amazônica
intensifica-se a exploração da borracha, valorizada pela nascente indústria
CONFLITOS DE FRONTEIRA automobilística. A indústria brasileira também cresce com capitais vindos
da cafeicultura ou estrangeiros, e expandem-se os organismos de crédito.
Os principais conflitos de fronteiras ocorrem no governo de Prudente
No início do século, empresas estrangeiras instaladas no país, como a
de Morais. Desde o Império, o Brasil disputa com a Argentina o território
anglo-canadense Light & Power e a norte-americana Bond and Share,
das Missões, hoje integrado ao Rio Grande do Sul. Em 1895, o litígio é
ampliam os serviços urbanos de água, luz e transportes.
submetido ao presidente Cleveland, dos EUA, que dá parecer favorável ao
Brasil. Em 1896, Brasil e Inglaterra entram em litígio pela posse da ilha de POLÍTICA ECONÔMICA
Trindade, no litoral do Espírito Santo, ocupada pelos ingleses em 1890. A
arbitragem é feita por Portugal e o Brasil ganha a disputa. Em 1895, os A valorização do café, a emissão de moedas e a inflação são as ques-
franceses ocupam o Amapá e tentam anexá-lo. A questão é julgada pelo tões centrais da política econômica da Primeira República. A escassez de
governo suíço, que dá a posse do território ao Brasil, em 1o de dezembro moeda, um problema que surge com a abolição da escravatura e com a
de 1900. imigração, torna-se aguda com o crescimento do trabalho assalariado no
campo e na cidade. Em janeiro de 1890, Rui Barbosa, ministro da Fazenda
A QUESTÃO DO ACRE do governo provisório de Deodoro da Fonseca, tenta resolver o problema
adotando uma política emissionista, a primeira do país, chamada de enci-
A exploração e prosperidade do comércio da borracha levam muitos
lhamento. Mais tarde, no governo de Campos Sales, a superprodução do
brasileiros, principalmente nordestinos, à região do Acre, área que perten-
café dá início à política de desvalorização da moeda nacional, num proces-
ce à Bolíviadesde 1867. Os brasileiros recusam-se a obedecer as autori-
so de socialização das perdas dos cafeicultores.
dades bolivianas, criam um território independente e exigem sua anexação
ao Brasil. Em 14 de julho de 1899, com apoio dos seringalistas e do gover- Encilhamento – A política monetária de Rui Barbosa fica conhecida
no do Amazonas, Luís Galvez Rodrigues de Arias proclama a República do como encilhamento, uma alusão ao lugar do hipódromo onde são feitas as
Acre. Enfrenta as próprias forças armadas brasileiras, que ajudam os apostas nos cavalos. O país é dividido em quatro zonas – Bahia, Rio de
bolivianos a recuperar a região. Em 1901 a Bolívia arrenda o Acre ao The Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul – e um banco emissor é instalado
Bolivian Sindicate of New York City in North America. em cada uma. Seu objetivo é atender às novas necessidades financeiras,
expandir o crédito e estimular a criação de novas empresas nessas regi-
Anexação do Acre – Em 6 de agosto de 1902, no final do governo de
ões. O resultado, porém, é desastroso. A emissão de moedas sem controle
Campos Sales, os brasileiros instalados no Acre se rebelam sob o coman-
acelera a inflação, que chega aos 115%. Proliferam também as atividades
do de José Plácido de Castro: as forças bolivianas são expulsas em 24 de
especulativas: empresas fantasmas com grandes planos irrealizáveis
janeiro de 1903 e Castro é aclamado governador do Estado Independente
supervalorizam suas ações na Bolsa de Valores em uma orgia especulativa
do Acre. Em 17 de novembro de 1903, já no governo Rodrigues Alves,
que faz surgir grandes fortunas da noite para o dia.
Brasil e Bolívia assinam o Tratado de Petrópolis: o Brasil compra a região
por 2 milhões de libras esterlinas, compromete-se a construir a estrada de Desvalorização da moeda – No final do século XIX, a alta do preço do
ferro Madeira-Mamoré - ver foto ao lado - e a indenizar o Bolivian Syndica- caféno mercado internacional estimula a expansão da lavoura no país. O
te com 110 mil libras esterlinas. No ano seguinte o Acre é incorporado ao resultado é uma superprodução e, em conseqüência, a queda dos preços
Brasil como território federal. nos mercados consumidores. Em 1893 uma saca de 60 quilos vale 4,09
libras-ouro. Seis anos depois, em 1899, o preço cai para 1,48 libra-ouro. O
PRESENÇA NA 1ª GUERRA
governo intervém e desvaloriza seguidamente a moeda brasileira: embora
O Brasil permanece neutro na 1a Guerra Mundial até 1917. Os Estados o café renda menos em moeda estrangeira, esta pode comprar mais moe-
Unidos pressionam o governo brasileiro para entrar no conflito e ameaçam da nacional, garantindo os ingressos dos grandes produtores. O restante
suspender as importações do país. Em outubro de 1917, durante o governo da nação, porém, precisa pagar mais pelas importações, há um aumento
de Venceslau Brás, submarinos alemães atacam navios brasileiros na geral nos preços internos e no custo de vida.
costa de Santa Catarina. O episódio deflagra no país uma campanha pela
Dívida externa – Com a desvalorização da moeda, o governo fica sem
participação na guerra comandada por Rui Barbosa. O governo brasileiro
condições de pagar os juros da dívida externa e é obrigado a contrair
declara estado de beligerância contra a Alemanha e envia uma unidade
novos empréstimos para honrar os anteriores. O governo Campos Sales
médica e aviadores para cooperar com os ingleses no patrulhamento do
decreta a primeira moratória da dívida externa, o funding loan: os banquei-
Atlântico Sul. O Brasil é a única nação sul-americana a participar do confli-
ros avalizam um novo empréstimo de 10 milhões de libras, dão um prazo
to.
de 13 anos para o Brasil começar a saldar o grosso de suas dívidas e de 3
Em 1932 as elites paulistas deflagram a Revolução Constitucionalista Plínio Salgado (1895-1975) nasce em São Bento do Sapucaí, São
contra o governo federal. Uma frente entre o Partido Republicano Paulista, Paulo, e estuda ciências humanas em Minas Gerais. Desde jovem dedica-
derrotado pela Revolução de 30, e o Partido Democrático lança a campa- se ao jornalismo. Elege-se deputado estadual em 1928 e, em 1932, funda
nha pela imediata convocação de uma Assembléia Constituinte e o fim das a Ação Integralista Brasileira (AIB). Em menos de quatro anos, o movimen-
intervenções nos Estados. O movimento tem o apoio das classes médias. to reúne mais de 300 mil adeptos em todo o país. De inspiração nazi-
Manifestações e comícios multiplicam-se na capital. Em um deles, dia 23 fascista, adota uma simbologia nacionalista, uma camisa verde como
de maio de 1932, os manifestantes entram em conflito com o chefe de uniforme e, como saudação, a palavra anauê, uma interjeição da língua
polícia Miguel Costa e quatro estudantes são mortos: Euclides Bueno tupi. Apontado como líder do levante integralista de 1938, Plínio Salgado é
Miragaia, Mário Martins de Almeida, Dráusio Marcondes de Souza e Antô- preso na fortaleza de Santa Cruz, e depois exilado em Portugal. Volta ao
nio Américo Camargo de Andrade. Com as iniciais de seus nomes é com- Brasil em 1945, com o fim do Estado Novo, e funda o Partido da Represen-
posta a sigla MMDC (Miragaia, Martins, Dráusio e Camargo), assumida tação Popular (PRP). Em 1955, concorre à Presidência da República e
como emblema do movimento rebelde. Em 9 de julho de 1932 estoura a chega em último lugar. Elege-se deputado federal em 1958 e 1962 pelo
rebelião armada. As forças paulistas comandadas pelo general Isidoro Dias PRP, e em 1966 e 1970 pela Arena. Membro da Academia Paulista de
Lopes ficam isoladas: não recebem ajuda dos outros Estados e a Marinha Letras, escreve romances, ensaios e obras políticas.
bloqueia o porto de Santos impedindo-as de comprar armas no exterior. Os Aliança Nacional Libertadora – O agravamento das condições de vida
paulistas se rendem em 3 de outubro, depois de quase três meses de luta. das massas urbanas e rurais, e as tendências autoritárias de Vargas
Constituição de 1934 – As eleições são realizadas dia 3 de maio de fornecem os ingredientes para formar a Aliança Nacional Libertadora
1933 e a Assembléia Constituinte é instalada em 15 de novembro. Pela (ANL), em março de 1935. A ANL é uma grande frente política formada por
primeira vez uma mulher é eleita deputada no país, a médica Carlota ex-tenentes, comunistas, socialistas, líderes sindicais e liberais alijados do
Pereira de Queiroz. Promulgada em 15 de julho de 1934, a Constituição poder. O capitão da Marinha Hercolino Cascardo, líder da revolta do coura-
mantém a república federativa, o presidencialismo, o regime representativo çado São Paulo na Revolução Paulista de 1924, é escolhido para dirigi-la.
e institui o voto secreto. Amplia os poderes do Estado, que passa a ter Luís Carlos Prestes, ex-chefe da Coluna Prestes e já militante do Partido
autonomia para estabelecer monopólios e promover estatizações. Limita a Comunista, é indicado seu presidente de honra. A ANL defende a suspen-
atuação política do Senado, incumbindo-o da coordenação interna dos três são definitiva do pagamento da dívida externa, ampliação das liberdades
poderes federais. Institui o Conselho de Segurança Nacional e prevê a civis, proteção aos pequenos e médios proprietários de terra, reforma
criação das justiças Eleitoral e do Trabalho. Nas disposições transitórias, agrária nos latifúndios improdutivos, nacionalização das empresas estran-
transforma a Assembléia Constituinte em Congresso e determina que o geiras e instauração de um governo popular.
próximo presidente seja eleito indiretamente por um período de 4 anos. Movimento nacional – Formada à semelhança das frentes populares
GOVERNO CONSTITUCIONAL antifascistas e antiimperialistas da Europa, a ANL é o primeiro movimento
de massas de caráter nacional. Em apenas 3 meses forma 1.600 núcleos,
Getúlio Vargas é eleito presidente pelo Congresso em julho de 1934 e principalmente nas grandes cidades. Só no Rio de Janeiro inscrevem-se
exerce o mandato constitucional até o golpe do Estado Novo, em 10 de mais de 50 mil pessoas. Congrega operários, estudantes, militares de
novembro de 1937. Os três anos de legalidade são marcados por intensa baixa patente e membros da classe média. Seu rápido crescimento assusta
agitação política, greves e o aprofundamento da crise econômica. Nesse as classes dominantes. Surgem campanhas contra a "ameaça comunista".
quadro, ganham importância movimentos como a Ação Integralista Brasilei- Getúlio Vargas começa a reprimir os militantes e, em 11 de julho de 1935,
ra (AIB) e a Aliança Nacional Libertadora (ANL). decreta a ilegalidade da ANL e manda fechar suas sedes.
INTENTONA COMUNISTA
Após o fechamento da ANL, o Partido Comunista começa a preparar
uma insurreição armada. Em 23 de novembro de 1935 estoura em Natal
um levante de militares ligados ao partido. No dia seguinte, o mesmo
ocorre no Recife e, no dia 27, no Rio de Janeiro. A rebelião fica restrita aos
muros dos quartéis, mas serve de argumento para o Congresso decretar
estado de sítio. A polícia, dirigida por Filinto Müller, desencadeia violenta
repressão aos comunistas.
Queima de divisas – Durante a 2a Guerra as exportações brasileiras Bossa nova e protesto – Na passagem da década de 50 para a de 60
superam as importações e o país acumula boa quantidade de divisas, a surge a bossa nova, movimento musical liderado por João Gilberto e Tom
maioria paga após o final do conflito. A moeda brasileira também está Jobim. Mais suave e intimista que o samba, a bossa nova revoluciona a
valorizada. O governo Dutra promove uma verdadeira queima de divisas. música popular brasileira. Na mesma época ganha força a chamada músi-
Libera as importações de produtos totalmente supérfluos: de casacos de ca engajada, ou de protesto, como Opinião, de Zé Kéti, e Carcará, de João
peles a ioiôs, de comida para cachorro a aparelhos de televisão, numa do Vale e José Cândido. Na música erudita, os compositores se dividem
época em que não havia emissoras no Brasil. em torno do nacionalista Camargo Guarnieri e das propostas dodecafôni-
cas do vanguardista Hans-Joachim Koellreuter.
CRESCIMENTO DA INDÚSTRIA
CENTRO POPULAR DE CULTURA
Para Juscelino Kubitschek e os ideólogos do desenvolvimentismo, as
profundas desigualdades do país só serão superadas com o predomínio da Grande parte dessa efervescência cultural tem como ponto de partida
indústria sobre a agricultura. O governo JK empenha-se em baratear o e veículo de divulgação o Centro Popular de Cultura da União Nacional dos
custo da mão-de-obra e das matérias-primas, subsidia a implantação de Estudantes, criado em 1960. Com a concepção de que a arte é um pode-
novas fábricas e facilita a entrada de capitais estrangeiros. Entre 1955 e roso instrumento de conscientização política, o CPC da UNE atua em
1959 os lucros na indústria crescem 76% e a produtividade, 35%. Os várias partes do país. Realiza atividades teatrais, literárias, plásticas,
salários sobem apenas 15%. musicais e cinematográficas.
GOVERNO GEISEL (1974-1979) – O general Ernesto Geisel enfrenta Governo Castelo Branco. O primeiro presidente do governo militar foi
dificuldades que marcam o fim do milagre econômico e ameaçam a estabi- o marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, que governou até 1967,
lidadeo Regime Militar. A crise internacional do petróleo contribui para num regime de absoluta austeridade. O sistema partidário foi reorganizado
uma recessão mundial e o aumento das taxas de juro, além de reduzir em dois partidos: a Aliança Renovadora Nacional (Arena), governista, e o
muito o crédito, põe a dívida externa brasileira em um patamar crítico. O Movimento Democrático Brasileiro (MDB), de oposição. Nada mais artifici-
presidente anuncia então a abertura política lenta, gradual e segura e nos al que esse esquema político, na verdade necessário apenas para coo-
bastidores procura afastar os militares da linha dura, encastelados nos nestar o regime militar. O governo exercia-se na prática por meio dos atos
órgãos de repressão e nos comandos militares. A oposição se fortalece e institucionais, que foram sendo editados de acordo com as necessidades
nas eleições de novembro de 1974, o MDB conquista 59% dos votos para do momento: o nº 1 suspendeu parcialmente a constituição de 1946 e
o Senado, 48% para a Câmara dos Deputados e ganha em 79 das 90 facultou a cassação de mandatos parlamentares e a suspensão de direitos
cidades com mais de 100 mil habitantes. A censura à imprensa é suspen- políticos; o nº 2 renovou esses poderes e extinguiu os partidos políticos do
sa em 1975. A linha dura resiste à liberalização e desencadeia uma onda passado; o nº 3, de 5 de fevereiro de 1966, determinou a eleição indireta
repressiva contra militantes e simpatizantes do clandestino Partido Comu- do presidente e vice-presidente da república. Em janeiro de 1967 o Con-
nista Brasileiro (PCB). Em outubro de 1975, o jornalista Vladimir Herzog é gresso aprovou uma constituição previamente preparada pelo executivo e
assassinado em uma cela do DOI-Codi do 2º Exército, em São Paulo. Em não submetida a discussão.
janeiro de 1976, o operário Manuel Fiel Filho é morto em circunstâncias Apesar do apoio militar maciço e de muitas das lideranças civis, Cas-
semelhantes. telo Branco indispôs-se com três governadores que haviam conspirado a
O MDB vence novamente as eleições no final de 1976. Em abril de favor do golpe militar, na esperança de chegar à presidência, e que se
1977, o governo coloca o Congresso em recesso e baixa o "pacote de viram frustrados com a prorrogação do seu mandato, de 31 de janeiro de
abril". As regras eleitorais são modificadas de modo a garantir maioria 1966 para 15 de março de 1967. Foram eles o governador do estado da
parlamentar à Arena, o mandato presidencial passa de cinco para seis Guanabara, Carlos Lacerda, que teve os direitos políticos cassados, o
anos e é criada a figura do senador biônico, eleito indiretamente pelas governador de Minas Gerais, José de Magalhães Pinto, e o governador de
Assembléias Legislativas estaduais. Em 1978, Geisel envia ao Congresso São Paulo, Ademar de Barros, que além dos direitos políticos suspensos,
emenda constitucional que acaba com o AI-5 e restaura o habeas-corpus. teve o mandato cassado.
Com isso abre caminho para a normalização do país. No final do ano, o Outro fator de irritação foi a decisão de realizar, com base na nova lei
MDB volta a ganhar as eleições. eleitoral, eleição direta para governador em dez estados, dentre os quais a
GOVERNO FIGUEIREDO (1979-1985) – O crescimento da oposição Guanabara, onde venceu Francisco Negrão de Lima, e Minas Gerais, que
nas eleições de 1978 acelera a abertura política. O general João Baptista elegeu Israel Pinheiro, ambos candidatos de oposição. O presidente
Figueiredo concede a anistia aos acusados ou condenados por crimes Castelo Branco empreendeu também, por meio do seu ministro do Plane-
políticos. O processo, porém, é perturbado pela linha dura. Figuras ligadas jamento, Roberto Campos, a renovação do sistema tributário. Algumas
à Igreja Católica são seqüestradas e cartas-bomba explodem nas sedes conquistas dos trabalhadores oriundas do período Vargas, como a estabi-
de instituições democráticas, como a Ordem dos Advogados do Brasil lidade do trabalhador, foram alteradas, por serem consideradas paternalis-
(OAB). O episódio mais grave é um malsucedido atentado terrorista pro- tas e antieconômicas.
movido por militares no centro de convenções do Riocentro, no Rio, em 30 Governo Costa e Silva. O general Artur da Costa e Silva assumiu o
Críticos apontam também, que a condução da política de juros - os Seu principal programa social, o Bolsa Família, que tem por objetivo
maiores do mundo - pelo governo é desastrosa. O dinheiro que deveria ser atender, no ano de 2006, a 11,2 milhões de famílias, é considerado pelo
investido em obras públicas de grande impacto econômico é totalmente governo como o maior programa de transferência de renda do mundo,
drenado ao setor financeiro. contando com recursos da ordem de R$ 6,5 bilhões em 2005. O Programa,
no entanto, foi uma reformulação e incrementação do programa Bolsa-
Argumentam ainda que os números positivos, apesar de modestos, Escola, do governo anterior e recebe muitas críticas de diversos setores da
são conseqüência da bonança financeira internacional, que pode mudar a sociedade. A principal delas é a de que o Bolsa Família apenas distribua
qualquer momento, e que o país não dispõe de um plano de dinheiro entre a população mais carente, e que o nível de vida dos
desenvolvimento claro. beneficiados pelo programa suba apenas imediatamente após o ingresso
Outra diferença entre a política econômica do governo Lula e a do no mesmo, com tais pessoas nunca saindo realmente da miséria. A grande
governo anterior é o fim do ciclo de privatizações que levou o Estado a, por novidade do Bolsa Família foi a implantação, em 2005, da chamada contra-
exemplo, vender a companhia Vale do Rio Doce. Houve a recriação de partida, onde os beneficiários do programa se comprometem a cumprir o
alguns órgão extintos no governo anterior, como a SUDENE, e a criação de programa de vacinação e a manter os filhos na escola.
novas empresas estatais de menor porte. Porém, após 5 anos de mandato, No campo da educação, o governo Lula avançou, apresentando fortes
o governo Lula passa também a apoiar uma política de privatizações, com níveis de escolarização em todas as faixas etárias. A parcela da população
os leilões de concessão de 7 lotes de rodovias federais, ganhos na maioria que não freqüentava a escola foi reduzida de 29% para 18% em apenas 36
por empresas estrangeiras. meses, considerando o grupo de 5 a 17 anos de idade. No nível básico, o
porcentual de crianças fora da escola chegou, em 2005, a apenas 2,8%[.
15. (UF-ES) Toma-se impossível estabelecer normas sérias e sistemati- 18 (FC-BA) A chamada questão social, durante o Estado Novo (1937-
zação eficiente à educação, à defesa e aos próprios empreendimen- 45), caracterizou-se, entre outros aspectos, pela:
tos de ordem material, se o espírito que rege a política geral não es- a) permissão para a livre contratação entre os operários e os empresá-
tiver conformado em princípios que se ajustem às realidades nacio- rios.
nais. b) elaboração de uma legislação de greve considerada permissiva.
O trecho citado é parte da Proclamação ao Povo Brasileiro lida, em c) intervenção estatal em todos os setores trabalhistas.
10 de novembro de 1937, por Getúlio Vargas, que tentava justificar a d) eliminação da figura do dirigente sindical chama do pelego.
implantação do chamado Estado Novo. Seguem-se as afirmativas e) liberdade irrestrita nas relações entre o capital e o trabalho.
que caracterizam a fase do Estado Novo:
I— O poder passou a ser descentralizado, aumentando a autonomia dos 19. (CESGRANRIO) No processo de industrialização do Brasil, o perío-
estados com a nomeação de interventores estaduais. do de 1930 é caracterizado:
II — A política de intervencionismo estatal teve papel destacado no I— Pelas inúmeras falências industriais, como decorrência direta da
Estado Novo, principalmente no setor da indústria de base com a crise do capitalismo de 1929, não obstante as medidas governamen-
criação da Companhia Siderúrgica Nacional. tais que objetivam a transferência de capitais do setor agrícola para
III — Em 1937, apesar do golpe de Estado, Vargas mantém aberto o o industrial.
Congresso e privilegia os partidos políticos que passam a deter II — Pelo aproveitamento mais intenso da capacidade produtiva existen-
grande força no governo. te, o que permitiu substituir uma série de bens de consumo, até en-
IV — As realizações no Estado Novo no setor petrolífero foram muito tão importados, e a ampliação das indústrias de alimentos, de cons-
importantes, destacando-se a criação da Petrobrás que instituiu o trução e de equipamentos agrícolas.
monopólio estatal na exploração do petróleo no Brasil. III — Pela expansão das indústrias de bens de capital e de bens interme-
V— O governo passou a ficar, durante o Estado Novo, com poder de diários e pela ampliação do papel do Estado através das tentativas
controlar a propaganda nacional e a censura através do Departa- de planejamento econômico com o Plano Salte e o Plano Trienal.
mento de Imprensa e Propaganda — DIP — conhecido como a má- IV — Pelo início da ação do Estado, durante o período da Segunda Gran-
quina de propaganda do governo. de Guerra caracterizada pelo investimento no setor siderúrgico atra-
Assinale: vés da Usina de Volta Redonda.
a) se apenas as afirmativas II e V estiverem correias. V— Pela ampliação de participação do governo nos investimentos e pela
b) se apenas as afirmativas II, IV e V estiverem corretas. entrada de capital estrangeiro para o financiamento de setores con-
c) se apenas as afirmativas IV e V estiverem corretas. siderados estratégicos para o desenvolvimento, como as indústrias
d) se apenas as afirmativas I, II, III e IV estiverem corretas. automobilísticas e naval. Assinale:
e) se apenas as afirmativas III e IV estiverem corretas. a) se apenas as afirmativas I e III estão certas.
b) se apenas as afirmativas II e V estão certas.
16. (PUC-RJ) O período compreendido entre 1937 e 1945 — o Estado c) se apenas as afirmativas I e V estão certas.
Novo — pode ser representado pelas seguintes características: d) se apenas as afirmativas III e IV estão certas.
I — uma política centralizadora que gradualmente assumia um sentido e) se apenas as afirmativas II e IV estão certas.
mais explicitamente nacionalista e industrializante;
II — uma alternância no poder das principais oligarquias — paulista e 20. (UC-MG) O governo Jânio Quadros é marcado pela:
mineira —, sustentáculos políticos de todo o período populista; a) adoção de uma política externa independente.
III — a racionalização da máquina administrativa, através da criação do b) ausência de oposição partidária.
Departamento de Administração Serviço Público — o DASP — ins- c) consolidação das reformas de base.
trumento, na prática, de fortalecimento do Poder Federal; d) elaboração do Plano de Metas.
IV — o saneamento da economia, restabelecendo auxílio às exportações e) nacionalização das indústrias.
de caie, mediante uma política financeira que proibia aos bancos
conceder credite e qualquer outra atividade produtiva. 21 (PUC-RJ)... empenhar-me-ei a fundo em fazer um governo naciona-
Assinale: lista. O Brasil ainda não conquistou a sua independência econômica
a) se somente a afirmativa I está correia. e, nesse sentido, farei tudo para consegui-lo.
b) se somente as afirmativas I e III estão corretas. ... o povo subirá comigo as escadas do Catete... (Getúlio Vargas —
23. (CESCEM-SP) No dia 22 de agosto de 1942, Getúlio Vargas reuniu 28. (PUC-RJ) O Estatuto do Trabalhador Rural, criado em 1963, é
o ministério para a declaração do estado de guerra com a Alemanha considerado uma extensão dos direitos trabalhistas ao homem do
e a Itália. Uma das causas imediatas dessa medida foi: campo. Podemos considerar como consequência da implantação
a) a crise econômica mundial iniciada em 1929. dessa legislação:
b) o ataque de submarinos alemães a navios brasileiros em 1942. a) o aumento do número de trabalhadores permanentes nas áreas
c) o tratado firmado com a Inglaterra e os Estados Unidos, em janeiro rurais brasileiras.
de 1942. b) a fixação dos parceiros, arrendatários e posseiros, que se constituí-
d) o rompimento, pôr parte da Alemanha, das relações diplomáticas e am em numerosa mão-de-obra flutuante.
comerciais com o Brasil, em janeiro de 1942. c) o fortalecimento das atividades ligadas à lavoura em detrimento
daquelas ligadas à pecuária.
24. (FCC-BA) O Ato Institucional nº 5, em 1968, no governo do Presi- d) a ampliação do volume de mão-de-obra empregada nas diversas
dente Artur da Costa e Silva, mereceu numerosas críticas, pois: atividades agrárias.
a) permitiu que apenas o presidente da República tivesse iniciativa de e) o aumento da mão-de-obra volante, dedicada às atividades agrárias
leis que afetassem o orçamento nacional. em caráter intermitente.
b) restringiu as liberdades individuais dos cidadãos, inclusive cercean-
do o direito de habeas-corpus. 29. (FGV-SP) O chamado milagre econômico brasileiro, da segunda
c) colocou em recesso o Congresso Nacional, suprimindo, definitiva- metade dos anos 70, pode ser melhor compreendido quando se
mente um dos Poderes do Estado. considera que nesse período,
d) alterou a estrutura do Judiciário suprimindo a capacidade do Supre- a) a redução de interferência do governo na economia permitiu a
mo Tribunal apreciar o conflito entre as leis. expansão das empresas privadas nacionais e dos investimentos es-
e) implantou uma reforma agrária que, em suas linhas gerais seguia trangeiros.
orientação idêntica à de João Goulart. b) a redução da proporção dos impostos no produto interno foi o resul-
tado das facilidades concedidas pelo governo às empresas que mos-
25. (SANTA CASA-SP) O Rio Grande do Sul foi contrário ao Golpe de travam eficiência em novos investimentos para expansão da produ-
Estado de 10 de novembro de 1937, que implantou o chamado Es- ção.
tado Novo, inspirado em modelos fascistas, mas a situação foi neu- c) a renda per capita e o produto interno aumentaram consideravel-
tralizada pôr Getúlio Vargas mente, tendo-se deteriorado o valor real dos salários, sobretudo o do
a) pôr intermédio da federalização da Brigada Militar do Estado, o que salário mínimo.
impediu a reação armada das forças de oposição. d) a renda per capita diminuiu consideravelmente, o que resultou em
b) através de uma composição política com Flores da Cunha, Presiden- concentração da renda e maior capacidade para novos investimen-
te do Estado, que passou a influir ' na organização do Ministério de tos pôr parte das empresas.
Vargas. e) a renda per capita aumentou consideravelmente, o que tornou
c) graças ao fato de obter a adesão e de ter entregue a João Neves da possível o aumento do consumo de produtos siderúrgicos nacionais
Fontoura, seu aliado regional, o poder do Estado. pôr todas as camadas da população.
d) com o fechamento da Assembléia Legislativa do Estado pôr tempo
ilimitado e o exílio de seus membros. 30. (PUC-SP) A respeito da política de desenvolvimento de Juscelino
e) ao enviar Oswaldo Aranha a Porto Alegre, como porta-voz da Alian- Kubitschek, podemos afirmar que:
ça Liberal, com poderes revolucionários. I — Levou a um desenvolvimento integrado do território nacional, diminu-
indo sensivelmente as disparidades regionais.
26. (UF-GO) Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios de II — Contribuiu para uma integração mais profunda da economia brasilei-
domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros, fiz-me ra ao sistema capitalista ocidental, na direção de um desenvolvimen-
32 (UE-CE) A política econômica do governo Dutra tem como caracte- 39. (PUC-SP) As opções de política econômica, no Brasil, na década de
rística: 50, oscilaram entre concepções de nacionalismo e desenvolvimen-
a) dirigismo econômico, com forte intervenção do Estado na economia. tismo, o que significa dizer que:
b) adoção de política protecionista que estimulou a criação da indústria a) a participação direta do Estado na economia se alterava com pro-
de base no Brasil. postas de isolacionismo econômico.
c) liberalismo econômico e facilidades alfandegárias às mercadorias b) o favorecido de grupos estrangeiros se alterava com a restrição total
estrangeiras. à remessa de lucros.
d) nacionalismo econômico e restrição ao capital estrangeiro. c) apenas as medidas protetoras da indústria nacional foram uma
constante no período.
33. (UE-CE) Graciliano Ramos, em seu livro Memórias do Cárcere, d) as relações entre empresas e trabalhadores eram diretamente
recentemente transformado em filme, narra: controladas pelo Congresso.
a) as atrocidades da repressão exercida no governo do general Floria- e) o atendimento das reivindicações operárias dependia das exigências
no Peixoto. da conjuntura econômica.
b) as prisões e torturas dos oponentes aos governos pós-1964.
c) as perseguições de que foram vítimas os adeptos do integralismo. 40. (FATEC-SP) As reformas de base — reforma agrária, reforma admi-
d) a experiência vivida pelo autor nas prisões do Estado Novo. nistrativa, reforma bancária e reforma fiscal — tinham um nítido ca-
ráter ideológico. Tratava-se de um instrumento com o qual o governo
34. (FCC-BA) Eurico Gaspar Dutra, após a queda da ditadura (1945), buscava unir todas as forças populistas mobilizadas e fazer crer à
consegue eleger-se graças opinião pública a necessidade de mudanças institucionais na ordem
a) à união das oposições em torno de um programa de unificação política, social e econômica, como condição essencial ao desenvol-
nacional. vimento nacional. O texto acima está relacionado:
b) à dissidência de políticos ligados às esquerdas, que apoiavam a a) com o Programa de Reformas de João Goulart.
União Democrática Nacional. b) com os propósitos reformistas da Revolução de 1964.
c) ao seu envolvimento com o movimento operário, através de um c) com os objetivos da Revolução de 1930.
amplo programa de reformas sociais. d) com o Programa de Metas de Juscelino Kubitschek de Oliveira.
d) ao apoio que recebeu dos partidos que, paradoxalmente, foram e) com o Plano de Ação Econômica e Social do governo Castelo Bran-
fundados pôr Getúlio Vargas. co.
e) ao fato de que o seu principal oponente, Eduardo Gomes, não tinha
penetração na classe média. 41. (FGV-SP) Roberto Campos foi várias vezes ministro no Brasil e
destacou-se pôr suas posições:
35. (UNESP) O processo histórico brasileiro comporta uma multiformi- a) populistas
dade de aspirações nacionais, permanentes e momentâneas. A par- b) nacionalistas
ticipação da mulher na formação do governo é uma delas. E, a pro- c) favoráveis ao capital estrangeiro
pósito, pode-se afirmar que a capacidade eleitoral no Brasil passou a d) liberais
ser menos restritiva com a introdução do voto feminino, que se deu: e) contrárias à concentração econômica
a) no decurso do II reinado
b) quando da proclamação da República 42. (CESCEM-SP) O programa compreendia apenas os investimentos
c) com a Constituição de 1934 públicos e foi o maior passo que deu o Governo Dutra em direção ao
d) com a Constituição de 1824 planejamento em .escala nacional. O planejamento a nível regional
e) com a Constituição de 1889 estava, entretanto, contemplado no texto da Constituição de 1946:
estipulava-se a necessidade de planos para desenvolver os valesios
36. (SANTA CASA-SP) A Constituição brasileira de 1934 apresenta dos rios São Francisco e Amazonas, bem como de um plano para
inovações, destacando-se a combater as secas do Nordeste.
a) inexistência de subvenção oficial a culto ou igreja, nem relação de O programa a que se refere o texto acima é conhecido como:
49. O Governo Castelo Branco (1964-67) caracterizou-se, entre outros 55. (CESGRANRIO) A vitória dos aliados na II Guerra Mundial favoreceu
Na Federação há poderes regionais, que desfrutam da autonomia que A União é componente da República Federativa do Brasil, em conjunto
lhes confere a Constituição Federal, e um poder central aglutinador, que com Estados-Membros, Distrito Federal e Municípios. Diga-se, no entanto,
representa a soberania nacional. Nas Federações é comum a existência de que o modelo trilhado pelo constituinte pátrio não é usual, já que a
um órgão judiciário de competência nacional, que dirime inclusive conflitos Federação pressupõe apenas a reunião de Estados-Membros, sendo
entre os Estados federados e entre estes e o poder central (no Brasil, o atípica e própria do modelo brasileiro a elevação dos Municípios à
STF), e de um Senado com representação idêntica de todas as unidades categoria de ente da Federação.
da Federação (atualmente temos 26 Estados e 1 Distrito Federal, sendo Na perspectiva interna, a União é ente da Federação, dotado de
que cada um elege 3 dos nossos 81 senadores). autonomia política, administrativa e de autolegislação, sendo pessoa
Federalismo assimétrico é aquele que busca acomodar as jurídica de direito público interno (art. 41, I, do CC). Sob prisma diverso, ela
desigualdades regionais por meio de incentivos e repartições de receitas, representa a República Federativa, é instrumento de exteriorização da
medidas que preservam a própria existência da unidade nacional. soberania do Estado brasileiro (art. 21, I a IV, da CF).
Manoel Gonçalves Ferreira Filho cita a seguinte lição de Sampaio O patrimônio da União é formado pelos bens indicados
Dória: “O poder que dita, o poder supremo, aquele acima do qual não haja exemplificativamente a partir do art. 20 da CF, como as terras devolutas
outro, é a soberania. Só esta determina a si mesma os limites de sua indispensáveis à defesa da fronteira, indispensáveis à preservação
competência. A autonomia, não. A autonomia atua dentro dos limites que a ambiental; o mar territorial; os potenciais de energia hidráulica; os terrenos
soberania lhe tenha transcrito”. de marinha; os recursos naturais da plataforma continental, dentre outros.
Território: é a extensão sobre a qual o Estado exerce sua soberania. A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o
Por República Federativa do Brasil entende-se o território brasileiro, o Pantanal Mato-grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, nos
espaço aéreo nacional, o mar territorial (12 milhas marítimas, nos termos do § 4º do art. 225 da CF. Referido dispositivo, contudo, não
termos da Lei n. 8.617/1993), o subsolo, os navios e aeronaves de converte em bens públicos os imóveis particulares existentes nas áreas
guerra brasileiros em qualquer lugar que se encontrem, os navios especificadas, nem tampouco impede a utilização destes, desde que
mercantes brasileiros em alto-mar ou de passagem em mar territorial observadas as prescrições legais e respeitadas as condições necessárias
estrangeiro e as aeronaves civis brasileiras em vôo sobre o alto-mar ou à preservação ambiental (STF, RE 134.297).
de passagem sobre águas internacionais ou espaços aéreos Os símbolos do País são a bandeira, o hino, as armas e o selo
estrangeiros. nacionais, sem prejuízo de os Estados-Membros, o DF e os Municípios
As regras previstas nos arts. 22, 24, 25 e 30 da Constituição Federal A limitação ao exercício desse poder constituinte está fixada na
são pertinentes à competência legislativa, ou seja, à atribuição obrigatória observância de princípios constitucionais.
constitucional de cada um dos entes políticos (assim entendidos os Os princípios limitativos, aos quais a Constituição dos Estados está
dotados de Poder Legislativo) no poder de editar leis. atrelada, classificam-se em duas espécies:
Havendo dúvida quanto à atribuição de cada ente político, deve ser a) princípios constitucionais sensíveis, que são aqueles enumerados
observado o princípio da predominância de interesse (nacional, regional ou expressamente (CF, art. 34, VII);
local) na matéria.
b) princípios constitucionais estabelecidos, que são aqueles que
À União compete legislar privativamente sobre as matérias previstas encerram algumas vedações ou determinam alguns procedimentos ou
no art. 22 da CF, embora o parágrafo único do dispositivo autorize a União regem a Administração Pública.
a delegar aos Estados e ao DF, por lei complementar, poderes para legislar
sobre questões específicas das matérias ali arroladas. Os princípios constitucionais sensíveis estão previstos no art. 34, VII, e
são assim denominados porque a infringência de qualquer deles sensibiliza
O art. 24, por sua vez, disciplina a denominada competência legislativa o Estado Federal a tal ponto que provoca a sua intervenção na entidade
concorrente da União, dos Estados e do Distrito Federal. Quanto a essas violadora.
matérias, cabe à União estabelecer normas gerais (diretrizes gerais de
abrangência nacional), enquanto Estados e Distrito Federal recebem — Autogoverno característica do Estado federal, o autogoverno
atribuição para suplementar as normas gerais e editar leis disciplinando as garante aos Estados a capacidade de administrar seus interesses e de
especificações de cada matéria, garantindo assim a aplicabilidade das estabelecer a regência de seus negócios, sem prévia delegação ou
regras no âmbito regional. descentralização havida do poder central.
A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a Incorporação, subdivisão e desmembramento dos EstadosMembros
competência suplementar dos Estados, os quais devem apenas preencher A incorporação (a exemplo do Estado da Guanabara, incorporado pelo
as lacunas ou adaptar as regras gerais às peculiaridades regionais, sem Rio de Janeiro em 1975, cf. LC n. 20/1974), a subdivisão (o ente originário
afrontar a legislação federal. desaparece e seu território forma um ou mais novos Estados) ou o des-
Inexistindo lei federal sobre as normas gerais previstas no art. 24, membramento (o ente originário subsiste, mas parte de seu território forma
Estados e Distrito Federal exercerão a competência legislativa plena um novo Estado, a exemplo de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, Goiás
(legislarão supletivamente sobre as normas gerais e exercerão sua e Tocantins) de um Estado-Membro, para incorporação a outro, ou mesmo
competência própria quanto às especificações). A superveniência de lei para a criação de um novo Estado-Membro ou de um Território Federal,
federal sobre normas gerais suspenderá (mas não revogará) a eficácia da depende da aprovação da população interessada, via plebiscito convocado
lei estadual, no que lhe for contrária. por decreto legislativo (aprovado por maioria simples), cuja proposta é de
iniciativa de 1/3 dos deputados federais ou dos senadores (Lei n.
Aos Municípios compete legislar sobre assuntos de interesse local e 9.709/1998).
complementar (suplementar) à legislação federal e à legislação estadual no
que couber, respeitando as suas diretrizes básicas. Havendo consentimento popular, o Congresso Nacional, por
intermédio da Casa pela qual começou a tramitar o projeto de lei, deve
Nos termos da Súmula 645 do STF, é competente o Município para colher a manifestação (que não vincula a decisão do Parlamento Nacional)
fixar o horário de funcionamento de estabelecimento comercial. da(s) Assembléia(s) Legislativa(s) das regiões envolvidas, nos termos do
Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas art. 48, VI, da CF e da Lei n. 9.709/1998.
reservadas aos Estados e Municípios, exceto quanto à organização do Ao final, a proposta dependerá da aprovação do Congresso Nacional,
Poder Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública, Polícia Civil, por lei complementar federal.
Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar, nos termos dos incisos XIII e
XIV do art. 21 da CF (que serão organizados por lei federal). Os Municípios
Por fim, temos a denominada competência residual dos Estados- Atipicamente, a estrutura brasileira prevê que também os Municípios
Membros, ou seja, são reservadas aos Estados as competências que a integram a Federação, pois gozam de ampla autonomia política, financeira,
Constituição Federal não lhes veda nem atribui à União ou aos Municípios legislativa e administrativa (art. 18). A auto-organização dos Municípios é
(art. 25, §§1º e 2º). A competência residual também é denominada primordialmente expressa na elaboração de sua própria lei orgânica.
Não há previsão de liminar em ação declaratória de a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos
inconstitucionalidade interventiva da União nos Estados-Membros e no consecutivos (ou seja, por um mínimo de três anos seguidos), salvo motivo
Distrito Federal, mas o relator, em caso de urgência decorrente de de força maior. Dívida fundada é aquela de exigibilidade superior a doze
relevante interesse da ordem pública, poderá requerer, com prévia ciência meses, nos termos do art. 98 da Lei n. 4.320/64 e dos arts. 29 a 42 da Lei
das partes, a imediata convocação do Tribunal para deliberar sobre a Complementar n. 10 1/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal);
questão. b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta
Na sessão de julgamento pelo Tribunal Pleno poderão manifestar-se o Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei. Os arts. 157 a 162 da
Procurador-Geral da República e o procurador da unidade cuja intervenção Constituição de 1988 e 83 a 94 do Código Tributário Nacional cuidam da
se requer. chamada repartição de receitas, também conceituada como federalismo
cooperativo.
Dando provimento ao pedido, o STF requisitará a intervenção ao
Presidente da República, a quem incumbe decretar e executar o ato (art. Nos dois casos (alíneas a e b) a intervenção é espontânea e está
84, X, da CF). sujeita à apreciação do Congresso Nacional;
Inicialmente, o decreto pode apenas suspender a execução do ato VI— prover a execução de Lei Federal. A intervenção é provocada e a
impugnado, não dependendo de qualquer manifestação do Congresso requisição ao Presidente da República parte do STF (e não mais do STJ,
Nacional (art. 36, § 3º, da CF). É a denominada intervenção normativa. conforme se verificava antes da EC n. 45/2004), após representação do
Procurador-Geral da República.
Caso a suspensão do ato se mostre insuficiente, será decretada a no-
meação de um interventor, afastando-se a autoridade local (Chefe do VII— prover a execução de ordem ou decisão judicial. A intervenção é
Executivo, Legislativo ou Judiciário) do cargo até que cessem os motivos provocada e a requisição ao Presidente da República pode ser feita pelo
determinantes da medida. STF, STJ ou TSE.
A intervenção que decorre de requisição do Poder Judiciário não está Intervenção em município
sujeita a controle político pelo Congresso Nacional, ainda que implique o De acordo com o art. 35 da CF, o Estado não intervirá em seus
afastamento do Chefe de um dos Poderes, conforme sustenta Manoel Municípios, nem a União nos Municípios localizados em Território Federal,
Gonçalves Ferreira Filho e consta do § 3º do art. 36 da CF. Michel Temer exceto quando:
leciona em sentido contrário, sempre exigindo a prévia manifestação do
Congresso Nacional para que seja consumada a intervenção federal. I — deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos
consecutivos, a dívida fundada (intervenção espontânea e sujeita à
Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas apreciação da Assembléia Legislativa para a sua manutenção);
retornam aos seus cargos, salvo impedimento legal.
II — não forem prestadas contas devidas (observados os requisitos
A intervenção federal é uma das limitações circunstanciais ao Poder legais), na forma da lei (intervenção espontânea e sujeita à apreciação da
de Emenda (art. 60, § 1º, da CF). Assembléia Legislativa para a sua manutenção);
Outras hipóteses de intervenção federal III— não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na
Conforme leciona Hugo Nigro Mazzilli, “há dois tipos de intervenção, a manutenção e desenvolvimento do ensino (mínimo de 25% das receitas
espontânea, em que o Presidente da República age de ofício, e a dos impostos próprios e transferidos, nos termos do art. 212 da CF) e nas
provocada, quando o presidente agirá, conforme o caso, de forma ações e serviços públicos de saúde (15% da receita dos impostos próprios
discricionária ou vinculada. Será discricionária quando de solicitação do e transferidos, nos termos do art. 77, III, do ADCT). Trata-se de intervenção
Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou impedido, porque se espontânea e sujeita à apreciação da Assembléia Legislativa para a sua
aterá o presidente a critérios de oportunidade e conveniência, não estando manutenção;
obrigado a decretá-la se entender que não é o caso. Por último, a IV — o Tribunal de Justiça der provimento a representação para
intervenção vinculada ocorre em duas hipóteses: a) quando de requisição assegurar a observância de princípios indicados na Constituição Estadual,
de um dos Tribunais Superiores indicados na Constituição; b) ou quando ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial. Trata-se
de provimento de representação interventiva”. de intervenção provocada e vinculada, não dependendo sua manutenção
Ainda com relação aos termos de Tordesilhas, os questionamentos A partir deste Tratado estreitou-se a relação entre Portugal e a
das demais nações européias no tocante ao domínio dos mares levará à Inglaterra, em processo idêntico ao que se registou entre a Espanha e a
disputa do litoral inicialmente com franceses, posteriormente com ingleses França. Deste modo, as nações ibéricas conseguirão manter os
e neerlandeses, que se utilizarão largamente do corso, aliados ao não aos respectivos domínios coloniais face à rivalidade anglo-francesa durante
indígenas, como instrumento para obterem acesso às riquezas coloniais. todo o século XVIII, até ao Congresso de Viena (1815).
Dado o relativo insucesso das chamadas "expedições guarda-costas" Ainda no contexto das negociações diplomáticas em Utrecht, é
de Cristóvão Jaques, a Coroa Portuguesa investe na colonização, assinado um segundo diploma, entre Portugal e a Espanha, a 6 de
recorrendo à fórmula já ensaiada com sucesso nas suas ilhas atlânticas: a Fevereiro de 1715, encerrando o conflito luso-espanhol. Por ele a Espanha
implantação do sistema de Capitanias hereditárias com a introdução da devolveu a Portugal a Colônia do Sacramento (reconquistada pela
cana-de-açúcar como gênero capaz de garantir suporte econômico à Espanha em 1705).
ocupação. O relativo sucesso deste sistema, por sua vez, conduziu ao Tendo o conflito se reacendido no sul da Colónia Brasileira, com o sítio
estabelecimento do Governo Geral, em Salvador (1548). Espanhol da Colónia do Sacramento desde 3 de Outubro de 1735, foi
Durante a Dinastia Filipina (1580-1640), se por um lado cessam as assinado um armistício, a 2 de Setembro de 1737, entre as duas Coroas.
disputas sobre as fronteiras terrestres, estas são dilatadas com a conquista Entretanto, o momento culminante da diplomacia envolvendo as
do litoral da região Nordeste do Brasil em direção à foz do rio Amazonas, fronteiras do Brasil Colônia, que lhe assegurou a atual configuração foi o
concluída com o estabelecimento do Forte do Presépio (1616) e em Tratado de Madrid (13 de Janeiro de 1750). Firmado entre João V de
Geografia do Brasil 11 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Portugal e Fernando VI da Espanha para definir os limites entre as território das Missões e parte do atual Rio Grande do Sul foram cedidos à
respectivas colônias sul-americanas, sucedeu a Bula "Inter Coetera" Espanha, em troca da restituição da ilha de Santa Catarina a Portugal.
(1493), o Tratado de Tordesilhas (1494), a Capitulação de Saragoça
(1529), o Tratado Provisional de Lisboa (1681), e o 2º Tratado de Utrecht Posteriormente, no contexto das Guerras Napoleônicas, Portugal foi
(1715). Foi defendido por um brasileiro, Alexandre de Gusmão, invadido por um exército franco-espanhol, no episódio conhecido como
considerado por essa razão o "avô dos diplomatas brasileiros". Partia das Guerra das Laranjas. Para encerrá-la, foi assinado o Tratado de Badajoz (5
seguintes premissas: de Junho de 1801) entre Portugal e a Espanha. Por este diploma,
acordava-se a paz entre ambas as Coroas: a Espanha mantinha a praça-
o Tratado de Tordesilhas jamais havia sido demarcado; forte conquistada de Olivença (1801), na península Ibérica (ver Questão de
Olivença). Na América do Sul, Portugal permaneceu em poder dos
as bandeiras de apresamento, especialmente durante a Dinastia territórios conquistados (as Missões e parte do atual Rio Grande do Sul),
Filipina (1580-1640), e as de prospeção mineral, alargaram o território fixando a fronteira sul do Brasil na linha Quaraí-Jaguarão-Chuí. A Espanha
brasileiro além do meridiano de Tordesilhas; continuou na posse da Colônia do Sacramento. Note-se que este tratado
não ratificou o Tratado de Santo Ildefonso (1777), nem determinou
a presença portuguesa na bacia do rio da Prata tornou-se ostensiva, a restabelecer o "statu quo ante bellum".
partir do estabelecimento da Colônia do Sacramento (1680).
Ainda no contexto das Guerras Napoleónicas, após a vinda da Família
baseava-se no chamado Mapa das Cortes, privilegiando a utilização Real Portuguesa para o Brasil, deliberou-se a conquista da Guiana
de acidentes naturais (rios e montanhas) para demarcação dos limites; Francesa (1808, ocupada militarmente até 1817, após anos de negociação,
já que os portugueses se recusaram em desocupar o território sem que se
consagrava o princípio do direito privado romano do "uti possidetis, ita definisse previamente os limites definitivos. Nas negociações do tratado de
possideatis" ("quem possui de fato, deve possuir de direito"),
Viena em 1815, ficou posteriormente estabelecido que Portugual deveria
delineando os contornos aproximados do Brasil atual.
devolver o território conquistado à França. A diplomacia portuguesa
Pelos seus termos, Portugal entregava a Colônia do Sacramento à contestou, no entanto, tal solução, principalmente pelo fato de parte da
Espanha (art. XIII), recebendo os territórios do Sul, pela linha de [Monte] representação dos interesses lusitanos ter sido exercido pela Inglaterra.
Castilhos Grande, às nascentes do rio Ibicuí, as Missões, a margem direita Portugal exigia uma indenização referente ao esforço militar de ocupação e
do rio Guaporé e cedendo o território ocidental do rio Japurá ao rio definições precisas das fronteiras na região. O principal objetivo da Coroa
Amazonas e a navegação do rio Içá (art. XIV); complementarmente, em Portuguesa era o de estabelecer limites territoriais seguros para a posse da
caso de guerra entre as Coroas de Portugal e da Espanha, na Europa, os foz do rio Amazonas.
seus vassalos na América do Sul permaneceriam em paz (art. XXI).
O Brasil Império
Do Tratado de Madrid à Independência
Com a proclamação da Independência do Brasil (1822), a unidade
Na prática, as demarcações que deveriam ter tido lugar em virtude da territorial foi assegurada, internamente, no desenvolvimento da chamada
assinatura do Tratado de Madrid jamais tiveram lugar. Por essa razão, uma Guerra da Independência (1823-1824). No plano externo, as fronteiras do
série de diplomas se sucedeu, com variadas disposições: novo país ficaram definidas pelo diploma que a reconheceu, o Tratado de
Paz e Aliança (29 de Agosto de 1825). Este diploma foi firmado entre o
O primeiro deles foi o Tratado de El Pardo (12 de Fevereiro de 1761), Brasil e Portugal, com a interveniência da Inglaterra. Pelos seus termos:
assinado entre José I de Portugal e Carlos III de Espanha no contexto do
chamado Pacto de Família (15 de Agosto de 1761) que uniu os Bourbon da João VI de Portugal cedeu a soberania ao Brasil, e tomou para si o
França, da Espanha, de Nápoles e de Parma e acirrou a tensão entre título de Imperador, ao que Pedro I do Brasil, seu filho, anuiu;
Portugal e a Espanha. Face às dificuldades nos trabalhos de demarcação
de limites - a norte, na Amazônia, e a sul, com a eclosão da chamada O soberano brasileiro prometeu não aceitar proposições de quaisquer
Guerra Guaranítica (1753-1756) -, Portugal se recusou a tomar posse do colônias portuguesas para se unirem ao Império do Brasil;
território conflagrado dos Sete Povos das Missões, e se negou a devolver a
Colônia do Sacramento à Espanha. O tratado anulou as disposições do
Estabeleceu a paz e a mais perfeita amizade (art. IV), definindo
direitos dos súditos no outro país, e a restituição ou indenização de
Tratado de Madrid (1750), e deixou em suspenso as questões de limites na
todos os bens confiscados ou destruídos durante a Guerra da
Colónia Brasileira.
Independência;
Em seguida, foi importante para as fronteiras do Brasil o Tratado de
Paris (10 de Fevereiro de 1763). Firmado entre a Inglaterra e a França, Restabeleceu o comércio bilateral, taxado à base de 15% "ad valorem"
este diploma colocava fim à Guerra dos Sete Anos (1756-1763). Pelos sobre todas as mercadorias;
seus termos, a França cedeu à Inglaterra as terras do Canadá, o vale do O diploma foi acompanhado pela chamada Convenção Pecuniária (ou
rio Ohio, e a margem esquerda do rio Mississipi, abdicando de qualquer Adicional), firmada na mesma data como se fosse um anexo ao Tratado,
pretensão na Índia, e a Espanha cedeu à Inglaterra a região da Flórida. Em mas mantida em segredo para o público até à abertura da Assembléia
virtude deste diploma, Portugal recebeu de volta a Colônia do Sacramento, Legislativa de 1826. Ela estabelecia um pagamento de dois milhões de
conquistada pelos espanhóis desde 30 de Outubro de 1762, que, libras esterlinas a título de indenização de reclamações do governo
entretanto, permaneceram em posse de outras áreas na região do Rio português (art. I).
Grande do Sul. Este tratado consolidou a supremacia inglesa nas relações
internacionais. Ambos os diplomas tiveram o mérito de restabelecer a paz e o
comércio entre Brasil e Portugal, garantindo os interesses financeiros da
A região da bacia do Prata, que na banda espanhola se mantivera Inglaterra e os interesses coloniais de Portugal na África. Por outro lado, à
como uma dependência do Vice-Reino do Peru, a partir de 1776 foi opinião pública brasileira desagradou o uso, por D. João VI de Portugal, do
elevada a Vice-Reino do Rio da Prata. Com isso, até então dependente título de "Imperador do Brasil", e, sobretudo a partir de 1826, a divulgação
economicamente da rota de abastecimento do Pacífico (a partir da dos termos da Convenção Pecuniária. Os limites territoriais do Brasil eram
Espanha via istmo do Panamá, Oceano Pacífico e Chile), passou a utilizar mantidos implicitamente, o que era ratificado pela Constituição brasileira de
a rota do Oceano Atlântico para o escoamento dos seus produtos (couros e 1824.
charque). Nesse contexto ocorreu, em 1777, uma nova invasão espanhola
que, sob o comando de D. Pedro de Cevallos, destruiu as fortificações da Ainda no contexto da Guerra da Independência, no tocante à província
Colônia do Sacramento, obstruindo o seu porto, e conquistou a ilha de Cisplatina, o Tenente-general Carlos Frederico Lecor, barão da Laguna,
Santa Catarina (3 de Junho). Estas ações conduziram à assinatura do entrou com as suas forças em Montevidéu (1824), obtendo que o cabildo
Tratado de Santo Ildefonso (1777), entre Maria I de Portugal e a Espanha. da cidade jurasse a Constituição do Império, obtendo desse modo a sua
Pelos seus termos, restabeleceram-se as linhas gerais do Tratado de anexação oficial ao Império do Brasil. Esta ocupação foi efêmera, uma vez
Madrid (1750) para a região Norte do Brasil e, na região Sul, onde a que, tendo os seus interesses prejudicados localmente, muitos cisplatinos,
presença militar espanhola era mais forte, a Colônia do Sacramento, o com o apoio das Províncias Unidas do Rio da Prata (que também
À época do Segundo Reinado foi assinado o Tratado de limites entre o A ilha da Trindade foi ocupada por forças do Almirantado britânico.
Brasil e o Uruguai (1851), acordando-os praticamente como o são hoje, Diante da reclamação diplomática brasileira, o "Foreign Office" informou
sendo modificadas posteriormente apenas algumas disposições do que a ilha fora tida como abandonada, e que se pretendia a instalação de
mesmo. um cabo telegráfico submarino para Buenos Aires, na Argentina.
Com relação às fronteiras com o Paraguai, estas foram estabelecidas O Brasil recusou o arbitramento do litígio, previsto inclusive pela
ao final da Guerra da Tríplice Aliança (1864-1870) quando, em 1872, foi Constituição de 1891, considerando que não havia o que contestar sobre a
firmado um Tratado de Paz, no qual constavam os respectivos limites com soberania brasileira da ilha. Diante do impasse aceitou, entretanto, a
o Brasil. Segundo o historiador brasileiro Hélio Vianna, este diploma mediação diplomática de Portugal, uma vez que este país dispunha de
respeitava os convênios da época colonial e reivindicava para o Brasil documentação histórica sobre o descobrimento e posse da ilha, além de
apenas as terras já ocupadas ou exploradas por portugueses e brasileiros. fortes relações com o Executivo britânico. A Grã-Bretanha desistiu de sua
pretensão (3 de Agosto de 1896), desocupando a ilha.
No contexto da Guerra da Tríplice Aliança, com a assinatura do
Tratado de Ayacucho (23 de Novembro de 1867), o Império do Brasil A Questão do Acre (1899-1903)
reconheceu a região do atual estado do Acre e sudoeste do Amazonas O povoamento da região, no contexto do Ciclo da Borracha, foi feito
como pertencente à Bolívia. por seringueiros com o apoio de seringalistas do Amazonas.
O Brasil República O governo da Bolívia determinou a ocupação da região, levando à
Após a Proclamação da República Brasileira (1889), os seus proclamação do Estado Independente do Acre pela população brasileira
governantes defrontaram-se com a questão dos seus limites territoriais (1899), também com o apoio de seringalistas amazonenses. O processo foi
que, embora definidos pela Constituição brasileira de 1891, não se liderado pelo jornalista espanhol Luis Gálvez Rodríguez de Arias, e o
encontravam delimitados. Por essa razão, a chamada República Velha vê- regime instaurado uma república, com capital em Puerto Alonso, atual
se envolvida numa série de questões de limites, tendo o seu máximo Porto Acre.
expoente na figura de José Maria da Silva Paranhos Júnior, barão do Rio A questão agravou-se em 1901 com o arrendamento da região a um
Branco. Foram essas questões: consórcio estadunidense: o "Bolivian Syndicate", com amplos poderes. O
A Questão da Zona de Palmas (ou das Missões) (1890-1895) brasileiro José Plácido de Castro liderou uma nova reação, registrando-se
choques armados que culminaram com a derrota das forças bolivianas
A Argentina reivindicava a região Oeste dos atuais estados do Paraná (1902). Em função dos mesmos, tropas do Exército brasileiro
e de Santa Catarina, pretendendo as fronteiras pelos rios Chapecó e concentraram-se em Corumbá.
Chopim, supostamente com base no Tratado de Madrid (1750).
Na iminência de um conflito armado internacional, o Chanceler
Pouco antes da proclamação da República, ambos os países haviam brasileiro, barão do Rio Branco, iniciou negociações com a Bolívia, tendo
acordado que o litígio seria solucionado por arbitramento. Nesse contexto, préviamente indenizado a Companhia estadunidense em 110 mil libras
Quintino Bocaiúva, então Ministro das Relações Exteriores do Governo esterlinas pelo abandono de suas pretensões.
Provisório, assinou o Tratado de Montevidéu (25 de Janeiro de 1890), que
dividia a região entre ambos. O Congresso Nacional Brasileiro não ratificou O Tratado de Petrópolis (17 de Novembro de 1903) encerrou a
o Tratado (1891), e a questão foi submetida ao arbitramento do presidente questão: mediante a retificação de pequenos trechos da linha de fronteira,
estadunidense Grover Cleveland (1893-1897), cujo laudo foi inteiramente o Brasil ficava com a região, mediante o pagamento de dois milhões de
favorável ao Brasil (5 de Fevereiro de 1895), definindo-se as fronteiras libras esterlinas e da construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré.
pelos rio Peperiguaçu e Santo Antônio. O Tratado do Rio de Janeiro (1909) incorporava o restante da região
Nesta questão, estreou como advogado do Brasil, a partir de 1893, o acreana ao Brasil, mediante a permuta de terras com o Peru.
barão do Rio Branco, escolhido pelo presidente marechal Floriano Peixoto A Questão do Pirara (1904)
(1891-1894) para substituir o barão Aguiar de Andrade, falecido no
desempenho da Questão. Rio Branco apresentou ao presidente Cleveland No século XIX acentuou-se a presença inglesa na fronteira com
uma exposição, acompanhada de valiosa documentação, reunida em seis Roraima, a pretexto da indefinição de fronteiras, e de proteção aos
volumes: A questão de limites entre o Brasil e a República Argentina missionários britânicos na catequese de populações indígenas.
(1894). Submetida ao arbitramento do rei Vítor Emanuel III da Itália, este
A Questão do Amapá (1894-1900) dividiu a área pleiteada entre as partes (1904), cabendo a parte maior à
Grã-Bretanha.
Embora o 1º Tratado de Utrecht (1713) houvesse estabelecido os
limites entre o Brasil e a Guiana Francesa pelo rio Oiapoque ou de Vicente Atuou como advogado pelo Brasil, Joaquim Nabuco.
Pinzón, esse limite havia sido contestado após a Revolução Francesa, Os limites com a Guiana Holandesa (1906)
sucessivamente pelo Diretório, pelo Consulado, e pelos impérios de
Napoleão I e Napoleão III de França, sendo questionada a identidade Os limites com a Guiana Holandesa foram fixados diretamente entre o
daquele rio. A expansão colonialista europeia do final do século XIX barão do Rio Branco e o representante dos Países Baixos, Frederico Palm.
suscitou novos conflitos na região, com o surgimento da República de
Os limites com a Colômbia (1907)
Cunani e choques armados no rio Calçoene (1894).
Os limites com a Colômbia foram fixados através do Tratado de Limites
O Tratado de 10 de Abril de 1897 escolheu para árbitro da Questão o
e Navegação Fluvial em 1907.
presidente do Conselho Federal Suíço, Walter Hauser.
Os limites com o Uruguai (1908)
Os argumentos brasileiros foram expostos pelo barão do Rio Branco,
encarregado em 1898 da Questão. A mesma já vinha sendo estudada Por iniciativa do barão do Rio Branco, foi concedido ao Uruguai o
informalmente pelo barão desde 1895 que, ao chegar a Berna, apresentou condomínio da lagoa Mirim e do rio Jaguarão.
uma memória de sete volumes: A questão de limites entre o Brasil e a
Guiana Francesa (1899-1900). Os limites com o Peru (1909)
Federalismo no Brasil. A influência das idéias federalistas no Brasil IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, se-
começou com a Inconfidência Mineira. Um exemplar da constituição dos xo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Estados Unidos, que pertenceu a Tiradentes, figura como uma das provas Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações in-
das intenções dos conspiradores. Todas as rebeliões de fundo nativista ternacionais pelos seguintes princípios:
que se lhe seguiram, mesmo depois de consumada a independência,
tiveram caráter federalista, principalmente a Confederação do Equador I - independência nacional;
(1824), a cabanagem (1831) e revolução dos farrapos (1835). II - prevalência dos direitos humanos;
A constituição do império, de 1824, estabelecia, porém, um regime de III - autodeterminação dos povos;
rigorosa centralização. Os então presidentes das províncias eram nomea-
dos pelo imperador. O ato adicional de 1834 fez importantes concessões IV - não-intervenção;
no sentido de atenuar o centralismo: transformou os antigos conselhos de
província, cujos atos dependiam da aprovação da assembléia geral, em V - igualdade entre os Estados;
assembléias provinciais, com amplos poderes. Em 1837, com a ascensão VI - defesa da paz;
dos conservadores, o movimento centralizador retomou a precedência. Sob
a inspiração de Paulino José Visconde de Sousa, visconde do Uruguai, VII - solução pacífica dos conflitos;
doutrinador e legislador do unitarismo, o poder central passou a nomear VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
também os vice-presidentes das províncias, faculdade que antes competia
às assembléias locais. Em 1841, a criação da polícia também centralizada IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
completou o dispositivo legal unificador da administração imperial.
X - concessão de asilo político.
A reação contra o unitarismo, freqüentemente chamado de "imperia-
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integra-
lismo", teve novo alento com a campanha de Tavares Bastos, com seu livro
ção econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina,
A província (1870). No mesmo ano, o manifesto republicano, redigido por
visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.
Quintino Bocaiúva e Saldanha Marinho, considerava o sistema federativo
essencial à mudança do regime. Em 1885, Joaquim Nabuco apresentou na Da Organização do Estado
Câmara dos Deputados seu projeto federalista - único meio, a seu ver, de CAPÍTULO I
salvar a monarquia constitucional contra a onda republicana, que se avo- DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA
lumava com as leis de emancipação dos escravos. Em 1889, no último
congresso do Partido Liberal, Rui Barbosa defendeu as mesmas idéias, Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa
apoiado por José Antonio Saraiva, embora sem conseguir sensibilizar a do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí-
maioria, fiel à orientação centralizadora do visconde de Ouro Preto. pios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.
Com a vitória da república, o decreto no 1 do governo provisório declarou § 1º - Brasília é a Capital Federal.
definitivamente instaurado no Brasil o regime federalista. O sistema foi
consagrado pela constituição de 1891, embora sua prática se tenha desvir- § 2º - Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, trans-
tuado no chamado "estadualismo", com a predominância dos grandes formação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas
sobre os pequenos estados. A constituição de 1937, de fundo autoritário, em lei complementar.
era, em vez disso, centralizadora. Durante o período de 1937 a 1945, em § 3º - Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou des-
que vigorou o Estado Novo, o Brasil teve interrompida não apenas a demo- membrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou
cracia representativa, mas a própria tradição federalista. As constituições
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Mu- VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as opera-
nicípios: ções de natureza financeira, especialmente as de crédito, câmbio e capita-
lização, bem como as de seguros e de previdência privada;
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embara-
çar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do
relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colabo- território e de desenvolvimento econômico e social;
ração de interesse público; X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;
II - recusar fé aos documentos públicos; XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si. permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que dispo-
rá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e
CAPÍTULO II outros aspectos institucionais;(Redação dada pela Emenda Constitucional
DA UNIÃO nº 8, de 15/08/95:)
Art. 20. São bens da União: XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou
I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuí- permissão:
dos; a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens;(Redação
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das forti- dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95:)
ficações e construções militares, das vias federais de comunicação e à b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento e-
preservação ambiental, definidas em lei; nergético dos cursos de água, em articulação com os Estados onde se
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu situam os potenciais hidroenergéticos;
domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária;
países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem
como os terrenos marginais e as praias fluviais; d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasi-
leiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou
IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; Território;
as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas,
as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de
serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, passageiros;
II;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 46, de 2005) f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;
V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômi- XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público e a
ca exclusiva; Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios;
VI - o mar territorial; XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos; bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência finan-
ceira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de
VIII - os potenciais de energia hidráulica; fundo próprio;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo; XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia,
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré- geologia e cartografia de âmbito nacional;
históricos; XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públi-
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios. cas e de programas de rádio e televisão;
§ 1º - É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Fede- XVII - conceder anistia;
ral e aos Municípios, bem como a órgãos da administração direta da União, XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as calamida-
participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de des públicas, especialmente as secas e as inundações;
recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros
recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos
territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por e definir critérios de outorga de direitos de seu uso;
essa exploração. XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habi-
§ 2º - A faixa de até cento e cinqüenta quilômetros de largura, ao longo tação, saneamento básico e transportes urbanos;
das fronteiras terrestres, designada como faixa de fronteira, é considerada XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de vi-
fundamental para defesa do território nacional, e sua ocupação e utilização ação;
serão reguladas em lei.
XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fron-
Art. 21. Compete à União: teiras; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organiza- XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natu-
ções internacionais; reza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriqueci-
II - declarar a guerra e celebrar a paz; mento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das
aeroespacial; condições habitacionais e de saneamento básico;
§ 1º - Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, apli- e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de 80.000 (oi-
cando- sê-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, invio- tenta mil) habitantes e de até 120.000 (cento e vinte mil) habitantes; (Inclu-
labilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedi- ída pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
mentos e incorporação às Forças Armadas. f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios de mais de 120.000 (cen-
§ 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de iniciati- to e vinte mil) habitantes e de até 160.000 (cento sessenta mil) habitantes;
va da Assembléia Legislativa, na razão de, no máximo, setenta e cinco por (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
cento daquele estabelecido, em espécie, para os Deputados Federais, g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 160.000
observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e 153, (cento e sessenta mil) habitantes e de até 300.000 (trezentos mil) habitan-
§ 2º, I.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) tes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
§ 3º - Compete às Assembléias Legislativas dispor sobre seu regimen- h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 300.000
to interno, polícia e serviços administrativos de sua secretaria, e prover os (trezentos mil) habitantes e de até 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil)
respectivos cargos. habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de
§ 4º - A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo es- 2009)
tadual. i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 450.000
Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, pa- (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes e de até 600.000 (seiscentos mil)
v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do
6.000.000 (seis milhões) de habitantes e de até 7.000.000 (sete milhões) Município, da cidade ou de bairros, através de manifestação de, pelo
de habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de menos, cinco por cento do eleitorado; (Renumerado do inciso XI, pela
2009) Emenda Constitucional nº 1, de 1992)
w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de XIV - perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28, parágrafo
7.000.000 (sete milhões) de habitantes e de até 8.000.000 (oito milhões) de único. (Renumerado do inciso XII, pela Emenda Constitucional nº 1, de
habitantes; e (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 1992)
2009) Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legislativo Municipal, incluídos
x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de os subsídios dos Vereadores e excluídos os gastos com inativos, não
8.000.000 (oito milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição poderá ultrapassar os seguintes percentuais, relativos ao somatório da
Constitucional nº 58, de 2009) receita tributária e das transferências previstas no § 5o do art. 153 e nos
arts. 158 e 159, efetivamente realizado no exercício anterior: (Incluído pela
V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
fixados por lei de iniciativa da Câmara Municipal, observado o que dispõem
Art. 30. Compete aos Municípios: § 2º - As contas do Governo do Território serão submetidas ao Con-
gresso Nacional, com parecer prévio do Tribunal de Contas da União.
I - legislar sobre assuntos de interesse local;
§ 3º - Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, além
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; do Governador nomeado na forma desta Constituição, haverá órgãos
judiciários de primeira e segunda instância, membros do Ministério Público
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como a- e defensores públicos federais; a lei disporá sobre as eleições para a
plicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e Câmara Territorial e sua competência deliberativa.
publicar balancetes nos prazos fixados em lei;
CAPÍTULO VI
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadu- DA INTERVENÇÃO
al;
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, ex-
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou ceto para:
permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte
coletivo, que tem caráter essencial; I - manter a integridade nacional;
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Es- II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em
tado, programas de educação infantil e de ensino fundamental; (Redação outra;
dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Es-
tado, serviços de atendimento à saúde da população; IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da
Federação;
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, me-
diante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
solo urbano; a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, obser- consecutivos, salvo motivo de força maior;
vada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual. b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta
Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislati- Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei;
vo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei.
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
§ 1º - O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o
auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos Con- a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
No Rio Grande do Sul, a única escarpa conspícua é a da serra Geral, No sudoeste da Amazônia, as amplitudes térmicas são mais expressi-
que abrange desde 1.200m, nos Aparados da Serra, até cotas entre 50 e vas devido ao fenômeno da friagem, que ocorre no inverno e provém da
200m, no vale médio do Uruguai. Em São Paulo, os sedimentos paleozói- invasão da massa polar atlântica nessa área e acarreta uma temperatura
cos não formam uma escarpa, mas uma depressão periférica, na base da mínima, em Sena Madureira, de 7,9o C. O total de precipitações na Ama-
cuesta basáltica: a serra de Botucatu. Mato Grosso apresenta três frentes zônia é geralmente superior a 1.500mm ao ano. A região tem três tipos de
de cuesta: a devoniana, de arenito Furnas (serras de São Jerônimo e regime de chuvas: sem estação seca e com precipitações superiores a
Coroados ou São Lourenço); a carbonífera, de arenito Aquidauana (serra 3.000mm ao ano, no alto rio Negro; com curta estação seca (menos de
dos Alcantilados); e a eojurássica (serras de Maracaju e Amambaí). 100mm mensais) durante três meses, a qual ocorre no inverno austral e
desloca-se para a primavera à medida que se vai para leste; e com estia-
O relevo do Nordeste, ao norte da grande curva do rio São Francisco, gem pronunciada, de cerca de cinco meses, numa faixa transversal desde
é constituído essencialmente por dois vastos pediplanos em níveis diferen- Roraima até Altamira, no centro do Pará.
tes. O mais elevado corresponde ao planalto da Borborema, de 500 a
600m, que se estende do Rio Grande do Norte a Pernambuco. Em Alagoas A região Centro-Oeste do país apresenta alternância bem marcada en-
e no brejo paraibano, sua superfície é cortada por vales profundos. O tre as estações seca e chuvosa, geralmente no verão, o que configura o
pediplano mais baixo, com menos de 400m, difunde-se por quase todo o tipo climático Aw. A área submetida a esse tipo de clima engloba o planalto
Ceará, oeste do Rio Grande do Norte e Paraíba e norte da Bahia. Dele se Central e algumas zonas entre o Norte e o Nordeste. O total anual de
erguem elevações isoladas de dois tipos:(1) chapadas areníticas de topo precipitações é de cerca de 1.500mm, mas pode elevar-se a 2.000mm. No
plano, como a do Araripe, (600-700m) entre Ceará e Pernambuco e a do planalto Central, mais de oitenta por cento das chuvas caem de outubro a
Apodi (100-200m), entre Ceará e Rio Grande do Norte; e (2) serras cristali- março, quase sempre sob a forma de aguaceiros, enquanto o inverno tem
nas de rocha dura, como as de Baturité, Uruburetama e Meruoca, no dois a três meses praticamente sem chuvas.
Ceará. A temperatura média anual varia entre 19 e 26o C, mas a amplitude
Nos planaltos e chapadas do centro-oeste predominam as linhas hori- térmica anual eleva-se até 5o C. O mês mais frio é geralmente julho; o
zontais, que alcançam cotas de 1.100 a 1.300m no sudeste, desde a serra mais quente, janeiro ou dezembro. A insolação é forte de dia, mas à noite a
da Canastra, em Minas Gerais, até a chapada dos Veadeiros, em Goiás, irradiação se faz livremente, trazendo madrugadas frias. No oeste (Mato
passando pelo Distrito Federal. Seus vales são largos, com vertentes Grosso do Sul) verificam-se também invasões de friagem, com temperatu-
suaves; só os rios de grande caudal, como o Paranã (bacia Amazônica), ras inferiores a 0o C em certos lugares.
Paranaíba (bacia do Prata) e Abaeté (bacia do São Francisco), cavam No sertão do Nordeste ocorre o clima semi-árido, equivalente à varie-
neles vales profundos. No sudeste do planalto central, a uniformidade do dade Bsh do grupo dos climas secos ou xerófitos. Abrange o médio São
relevo resulta de longo trabalho de erosão em rochas proterozóicas. As Francisco, mas na direção oposta chega ao litoral pelo Ceará e pelo Rio
altitudes dos planaltos vão baixando para o norte e noroeste à medida que Grande do Norte. Caem aí menos de 700mm de chuva por ano. O período
descem em degraus para a planície amazônica: 800-900m na serra Geral chuvoso, localmente chamado inverno, embora geralmente corresponda ao
de Goiás; 700-800m nas serras dos Parecis e Pacaás Novos, em Rondô- verão, é curto e irregular. As precipitações são rápidas mas violentas. A
nia; 500m e pouco mais na serra do Cachimbo. estiagem dura geralmente mais de seis meses e às vezes se prolonga por
Planícies. Existem três planícies no Brasil, em volta do sistema Brasi- um ano ou mais, nas secas periódicas, causando problemas sociais gra-
leiro: a planície Amazônica, que o separa do sistema Guiano, a planície ves. As temperaturas médias anuais são elevadas: acima de 23o C, exceto
litorânea e a planície do Prata, ou Platina. A Amazônica, em quase toda nos lugares altos. Em partes do Ceará e Rio Grande do Norte, a média vai
sua área, é formada de tabuleiros regulares, que descem em degraus em a 28o C. A evaporação é intensa.
direção à calha do Amazonas. A planície litorânea estende-se como uma Nas regiões Sudeste e Sul do Brasil predominam climas mais amenos
fímbria estreita e contínua da costa do Piauí ao Rio de Janeiro, constituída -- mesotérmicos úmidos -- enquadrados nas variedades Cfa, Cfb, Cwa e
de tabuleiros e da planície holocênica. Cwb. As temperaturas médias mais baixas ocorrem geralmente em julho
Apenas dois prolongamentos da planície do Prata atingem o Brasil: no (menos de 18o C), época em que pode haver geadas. No Sudeste, conser-
extremo sul, a campanha gaúcha, e no sudoeste, o pantanal mato- vam-se as características tropicais modificadas pela altitude. A amplitude
grossense. Ao sul da depressão transversal do Rio Grande do Sul, a térmica permanece por volta de 5o C e as chuvas mantêm o regime estival,
campanha é uma baixada com dois níveis de erosão: o mais alto forma um concentradas no semestre de outubro a março.
platô com cerca de 400m de altitude na região de Lavras e Caçapava do O Sul apresenta invernos brandos, geralmente com geadas; verões
Sul; o mais baixo aplainou o escudo cristalino com ondulações suaves -- as quentes nas áreas baixas e frescos no planalto; chuvas em geral bem
coxilhas. O pantanal mato-grossense é uma fossa tectônica, aproveitada distribuídas. As temperaturas médias anuais são inferiores a 18o C. A
Art 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará: § 1º Os Estados, na esfera de suas competências e nas áreas de sua
jurisdição, elaboração normas supletivas e complementares e padrões
I - à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a relacionados com o meio ambiente, observados os que forem estabeleci-
preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico; dos pelo CONAMA.
II - à definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à § 2º O s Municípios, observadas as normas e os padrões federais e
qualidade e ao equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses da União, estaduais, também poderão elaborar as normas mencionadas no parágrafo
dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios; anterior.
III - ao estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental § 3º Os órgãos central, setoriais, seccionais e locais mencionados nes-
e de normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais; te artigo deverão fornecer os resultados das análises efetuadas e sua
fundamentação, quando solicitados por pessoa legitimamente interessada.
IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais ori-
IV - homologar acordos visando à transformação de penalidades pe- § 2o A limitação ao uso ou exploração da vegetação da área sob servi-
cuniárias na obrigação de executar medidas de interesse para a proteção dão instituída em relação aos recursos florestais deve ser, no mínimo, a
ambiental; (VETADO); mesma estabelecida para a reserva legal. (Incluído pela Lei nº 11.284, de
2006)
V - determinar, mediante representação do IBAMA, a perda ou restri-
ção de benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público, em caráter geral § 3o A servidão ambiental deve ser averbada no registro de imóveis
ou condicional, e a perda ou suspensão de participação em linhas de competente.(Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)
fiananciamento em estabelecimentos oficiais de crédito; (Redação dada § 4o Na hipótese de compensação de reserva legal, a servidão deve
pela Vide Lei nº 7.804, de 1989) ser averbada na matrícula de todos os imóveis envolvidos. (Incluído pela
VI - estabelecer, privativamente, normas e padrões nacionais de con- Lei nº 11.284, de 2006)
trole da poluição por veículos automotores, aeronaves e embarcações, § 5o É vedada, durante o prazo de vigência da servidão ambiental, a
mediante audiência dos Ministérios competentes; alteração da destinação da área, nos casos de transmissão do imóvel a
VII - estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à qualquer título, de desmembramento ou de retificação dos limites da pro-
manutenção da qualidade do meio ambiente com vistas ao uso racional priedade. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)
dos recursos ambientais, principalmente os hídricos. Art. 10 - A construção, instalação, ampliação e funcionamento de esta-
Parágrafo único. O Secretário do Meio Ambiente é, sem prejuízo de belecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, considera-
suas funções, o Presidente do Conama. (Incluído pela Lei nº 8.028, de dos efetiva e potencialmente poluidores, bem como os capazes, sob qual-
1990) quer forma, de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licen-
ciamento de órgão estadual competente, integrante do Sistema Nacional
DOS INSTRUMENTOS DA POLíTICA NACIONAL DO MEIO AMBIEN- do Meio Ambiente - SISNAMA, e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
TE Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, em caráter supletivo, sem prejuízo
de outras licenças exigíveis. (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989)
Art 9º - São instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente:
§ 1º - Os pedidos de licenciamento, sua renovação e a respectiva con-
I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; cessão serão publicados no jornal oficial do Estado, bem como em um
II - o zoneamento ambiental; (Regulamento) periódico regional ou local de grande circulação.
III - a avaliação de impactos ambientais; § 2º Nos casos e prazos previstos em resolução do CONAMA, o licen-
ciamento de que trata este artigo dependerá de homologação do IBAMA.
IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmen- (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989)
te poluidoras;
§ 3º O órgão estadual do meio ambiente e o IBAMA, esta em caráter
V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação supletivo, poderão, se necessário e sem prejuízo das penalidades pecuniá-
ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambien- rias cabíveis, determinar a redução das atividades geradoras de poluição,
tal; para manter as emissões gasosas, os efluentes líquidos e os resíduos
VI - a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo sólidos dentro das condições e limites estipulados no licenciamento conce-
Poder Público federal, estadual e municipal, tais como áreas de proteção dido. (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989)
ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas; (Re- § 4º Compete ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Na-
dação dada pela Lei nº 7.804, de 1989) turais Renováveis - IBAMA o licenciamento previsto no caput deste artigo,
VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente; no caso de atividades e obras com significativo impacto ambiental, de
âmbito nacional ou regional. (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989)
VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente;
Art. 11. Compete ao IBAMA propor ao CONAMA normas e padrões pa-
VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de De- ra implantação, acompanhamento e fiscalização do licenciamento previsto
fesa Ambiental; no artigo anterior, além das que forem oriundas do próprio CONAMA.
(Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989)
IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumpri-
§ 1o Os débitos relativos à TCFA poderão ser parcelados de acordo Art. 17-P. Constitui crédito para compensação com o valor devido a tí-
com os critérios fixados na legislação tributária, conforme dispuser o regu- tulo de TCFA, até o limite de sessenta por cento e relativamente ao mesmo
lamento desta Lei.(Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000) ano, o montante efetivamente pago pelo estabelecimento ao Estado, ao
Município e ao Distrito Federal em razão de taxa de fiscalização ambien-
Art. 17-I. As pessoas físicas e jurídicas que exerçam as atividades tal.(Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000)
mencionadas nos incisos I e II do art. 17 e que não estiverem inscritas nos
respectivos cadastros até o último dia útil do terceiro mês que se seguir ao § 1o Valores recolhidos ao Estado, ao Município e ao Distrital Federal a
da publicação desta Lei incorrerão em infração punível com multa de: qualquer outro título, tais como taxas ou preços públicos de licenciamento
(Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000) e venda de produtos, não constituem crédito para compensação com a
TCFA. (Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000)
I – R$ 50,00 (cinqüenta reais), se pessoa física; (Incluído pela Lei nº
10.165, de 2000) § 2o A restituição, administrativa ou judicial, qualquer que seja a causa
que a determine, da taxa de fiscalização ambiental estadual ou distrital
II – R$ 150,00 (cento e cinqüenta reais), se microempresa; (Incluído compensada com a TCFA restaura o direito de crédito do IBAMA contra o
pela Lei nº 10.165, de 2000) estabelecimento, relativamente ao valor compensado.(Redação dada pela
III – R$ 900,00 (novecentos reais), se empresa de pequeno porte; (In- Lei nº 10.165, de 2000)
cluído pela Lei nº 10.165, de 2000) Art. 17-Q. É o IBAMA autorizado a celebrar convênios com os Estados,
IV – R$ 1.800,00 (mil e oitocentos reais), se empresa de médio porte; os Municípios e o Distrito Federal para desempenharem atividades de
(Incluído pela Lei nº 10.165, de 2000) fiscalização ambiental, podendo repassar-lhes parcela da receita obtida
com a TCFA." (Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000)
V – R$ 9.000,00 (nove mil reais), se empresa de grande porte. (Incluí-
Art 19 -(VETADO).
Durante muito tempo desconhecida do grande público e relegada a Conceito unificador. Até o fim do século XX, faltava à ecologia uma
segundo plano por muitos cientistas, a ecologia surgiu no século XX como base conceitual. A ecologia moderna, porém, passou a se concentrar no
um dos mais populares aspectos da biologia. Isto porque tornou-se conceito de ecossistema, uma unidade funcional composta de organismos
evidente que a maioria dos problemas que o homem vem enfrentando, integrados, e em todos os aspectos do meio ambiente em qualquer área
como crescimento populacional, poluição ambiental, fome e todos os específica. Envolve tanto os componentes sem vida (abióticos) quanto os
problemas sociológicos e políticos atuais, são em grande parte ecológicos. vivos (bióticos) através dos quais ocorrem o ciclo dos nutrientes e os fluxos
de energia. Para realizá-los, os ecossistemas precisam conter algumas
A palavra ecologia (do grego oikos, "casa") foi cunhada no século XIX inter-relações estruturadas entre solo, água e nutrientes, de um lado, e
pelo zoólogo alemão Ernst Haeckel, para designar a "relação dos animais entre produtores, consumidores e decomponentes, de outro.
com seu meio ambiente orgânico e inorgânico". A expressão meio
ambiente inclui tanto outros organismos quanto o meio físico circundante. Os ecossistemas funcionam graças à manutenção do fluxo de energia
Envolve relações entre indivíduos de uma mesma população e entre e do ciclo de materiais, desdobrado numa série de processos e relações
indivíduos de diferentes populações. Essas interações entre os indivíduos, energéticas, chamada cadeia alimentar, que agrupa os membros de uma
as populações e os organismos e seu ambiente formam sistemas comunidade natural. Existem cadeias alimentares em todos os habitats, por
ecológicos, ou ecossistemas. A ecologia também já foi definida como "o menores que sejam esses conjuntos específicos de condições físicas que
estudo das inter-relações dos organismos e seu ambiente, e vice-versa", cercam um grupo de espécies. As cadeias alimentares costumam ser
como "a economia da natureza", e como "a biologia dos ecossistemas". complexas, e várias cadeias se entrecruzam de diversas maneiras,
formando uma teia alimentar que reproduz o equilíbrio natural entre
Histórico. A ecologia não tem um início muito bem delineado. Encontra plantas, herbívoros e carnívoros.
seus primeiros antecedentes na história natural dos gregos,
particularmente em um discípulo de Aristóteles, Teofrasto, que foi o Os ecossistemas tendem à maturidade, ou estabilidade, e ao atingi-la
primeiro a descrever as relações dos organismos entre si e com o meio. As passam de um estado menos complexo para um mais complexo. Essa
bases posteriores para a ecologia moderna foram lançadas nos primeiros mudança direcional é chamada sucessão. Sempre que um ecossistema é
trabalhos dos fisiologistas sobre plantas e animais. utilizado, e que a exploração se mantém, sua maturidade é adiada.
O aumento do interesse pela dinâmica das populações recebeu A principal unidade funcional de um ecossistema é sua população. Ela
impulso especial no início do século XIX e depois que Thomas Malthus ocupa um certo nicho funcional, relacionado a seu papel no fluxo de
chamou atenção para o conflito entre as populações em expansão e a energia e ciclo de nutrientes. Tanto o meio ambiente quanto a quantidade
capacidade da Terra de fornecer alimento. Raymond Pearl (1920), A. J. de energia fixada em qualquer ecossistema são limitados. Quando uma
Lotka (1925), e Vito Volterra (1926) desenvolveram as bases matemáticas população atinge os limites impostos pelo ecossistema, seus números
para o estudo das populações, o que levou a experiências sobre a precisam estabilizar-se e, caso isso não ocorra, devem declinar em
interação de predadores e presas, as relações competitivas entre espécies conseqüência de doença, fome, competição, baixa reprodução e outras
e o controle populacional. O estudo da influência do comportamento sobre reações comportamentais e psicológicas. Mudanças e flutuações no meio
as populações foi incentivado pelo reconhecimento, em 1920, da ambiente representam uma pressão seletiva sobre a população, que deve
territorialidade dos pássaros. Os conceitos de comportamento instintivo e se ajustar. O ecossistema tem aspectos históricos: o presente está
agressivo foram lançados por Konrad Lorenz e Nikolaas Tinbergen, relacionado com o passado, e o futuro com o presente. Assim, o
enquanto V. C. Wynne-Edwards estudava o papel do comportamento ecossistema é o conceito que unifica a ecologia vegetal e animal, a
social no controle das populações. dinâmica, o comportamento e a evolução das populações.
No início e em meados do século XX, dois grupos de botânicos, um na Áreas de estudo. A ecologia é uma ciência multidisciplinar, que
Europa e outro nos Estados Unidos, estudaram comunidades vegetais de envolve biologia vegetal e animal, taxonomia, fisiologia, genética,
dois diferentes pontos de vista. Os botânicos europeus se preocuparam em comportamento, meteorologia, pedologia, geologia, sociologia,
estudar a composição, a estrutura e a distribuição das comunidades antropologia, física, química, matemática e eletrônica. Quase sempre se
vegetais, enquanto os americanos estudaram o desenvolvimento dessas torna difícil delinear a fronteira entre a ecologia e qualquer dessas ciências,
comunidades, ou sua sucessão. As ecologias animal e vegetal se pois todas têm influência sobre ela. A mesma situação existe dentro da
desenvolveram separadamente até que os biólogos americanos deram própria ecologia. Na compreensão das interações entre o organismo e o
ênfase à inter-relação de comunidades vegetais e animais como um todo meio ambiente ou entre organismos, é quase sempre difícil separar
biótico. comportamento de dinâmica populacional, comportamento de fisiologia,
adaptação de evolução e genética, e ecologia animal de ecologia vegetal.
Alguns ecologistas se detiveram na dinâmica das comunidades e
populações, enquanto outros se preocuparam com as reservas de energia. A ecologia se desenvolveu ao longo de duas vertentes: o estudo das
Em 1920, o biólogo alemão August Thienemann introduziu o conceito de plantas e o estudo dos animais. A ecologia vegetal aborda as relações das
níveis tróficos, ou de alimentação, pelos quais a energia dos alimentos é plantas entre si e com seu meio ambiente. A abordagem é altamente
transferida, por uma série de organismos, das plantas verdes (produtoras) descritiva da composição vegetal e florística de uma área e normalmente
aos vários níveis de animais (consumidores). Em 1927, C. S. Elton, ignora a influência dos animais sobre as plantas. A ecologia animal envolve
ecologista inglês especializado em animais, avançou nessa abordagem o estudo da dinâmica, distribuição e comportamento das populações, e das
com o conceito de nichos ecológicos e pirâmides de números. Dois inter-relações de animais com seu meio ambiente. Como os animais
biólogos americanos, E. Birge e C. Juday, na década de 1930, ao medir a dependem das plantas para sua alimentação e abrigo, a ecologia animal
reserva energética de lagos, desenvolveram a idéia da produção primária, não pode ser totalmente compreendida sem um conhecimento
isto é, a proporção na qual a energia é gerada, ou fixada, pela fotossíntese. considerável de ecologia vegetal. Isso é verdade especialmente nas áreas
Pitman afirma que o custo para se manter um banco de dados global Para diminuir o impacto da extinção de espécies vegetais, existem lo-
de plantas ameaçadas custaria em torno de 100 dólares por ano e por cais como jardins botânicos e estações ambientais, onde podem ser manti-
espécie. O orçamento anual estaria próximo dos 12 milhões de dólares dos exemplares de diferentes plantas. Outra forma de se controlar a perda
para todos os pontos que apresentam problemas. Ou seja, não é um valor da biodiversidade consiste no armazenamento de embriões e sementes em
absurdo. laboratórios especializados.
Trabalhando em países tropicais, Pitman e Jorgensen descobriram Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
que o número de espécies únicas a cada país (que somente existem Desenvolvimento Sustentável, segundo a Comissão Mundial sobre
naquela região) é um indicador aproximado do número de plantas amea- Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD) da Organização das Nações
çadas nesse mesmo país. Unidas, é aquele que atende às necessidades presentes sem comprometer
No Equador, por exemplo, existem 4 mil espécies únicas. Cerca de 3,5 a possibilidade de as gerações futuras satisfazerem as suas próprias
mil estão sob ameaça de extinção porque estão limitadas a pequenas necessidades.
áreas nas quais um desastre natural, como fogo ou deslizamento de terra, A idéia deriva do conceito de ecodesenvolvimento, proposto nos anos
pode as eliminar. 1970 por Maurice Strong e Ignacy Sachs, durante a Primeira Conferência
Para encontrar uma proporção global de plantas ameaçadas, Pitman e das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Estocolmo,
Jorgensen calcularam o número total de espécies únicas a determinado 1972), a qual deu origem ao Programa das Nações Unidas para o Meio
país. Segundo eles, o número exato é difícil de ser obtido porque as esti- Ambiente - PNUMA.
mativas oscilam entre 310 mil e 422 mil. “No pior dos cenários, metade de Em 1987, a CMMAD, presidida pela Primeira-Ministra da Noruega, Gro
todas as plantas do planeta estão em risco de extinção”, afirma Jorgensen. Harlem Brundtland, adotou o conceito de Desenvolvimento Sustentável em
Características das florestas tropicais seu relatório Our Common Future (Nosso futuro comum), também
conhecido como Relatório Brundtland.
- Cobrem 2% da superfície do planeta (ou 6% da superfície de terras
aparentes), mas são habitat para cerca de metade de suas espécies O conceito foi definitivamente incorporado como um princípio, durante
vegetais e animais.Originalmente, cobriam pelo menos o dobro da á- a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
rea atual. Desenvolvimento, a Cúpula da Terra de 1992 - Eco-92, no Rio de Janeiro.
O Desenvolvimento Sustentável busca o equilíbrio entre proteção
- Constituem os ecossistemas mais antigos da Terra. ambiental e desenvolvimento econômico e serviu como base para a
formulação da Agenda 21, com a qual mais de 170 países se
- São destruídas em um ritmo assustador. De acordo com a Academia comprometeram, por ocasião da Conferência. Trata-se de um abrangente
Nacional de Ciências Americana, cerca de 200 mil quilômetros qua- conjunto de metas para a criação de um mundo, enfim, equilibrado.
drados de floresta são abatidos por ano, o equivalente a uma área a-
proximadamente igual aos territórios da Inglaterra, País de Gales e A Declaração de Política de 2002, da Cúpula Mundial sobre
Escócia juntos. Desenvolvimento Sustentável, realizada em Joanesburgo, afirma que o
Desenvolvimento Sustentável é construído sobre “três pilares
- Cerca de 25% dos medicamentos utilizados atualmente foram desen- interdependentes e mutuamente sustentadores” — desenvolvimento
volvidos com base em componentes químicos retirados de plantas. econômico, desenvolvimento social e proteção ambiental. Esse paradigma
Apenas 1% das espécies vegetais encontradas em florestas tropicais reconhece a complexidade e o interrelacionamento de questões críticas
foi investigado em termos de composição química. como pobreza, desperdício, degradação ambiental, decadência urbana,
- As florestas tropicais desempenham papel fundamental na manuten- crescimento populacional, igualdade de gêneros, saúde, conflito e violência
ção da atmosfera e dos climas terrestres. aos direitos humanos. O PII (Projeto de Implementação Internacional)
apresenta quatro elementos principais do Desenvolvimento Sustentável —
As florestas tropicais sociedade, ambiente, economia e cultura.
por Patrícia Martinelli Sociedade: uma compreensão das instituições sociais e seu papel na
As florestas tropicais estão distribuídas nos trópicos, sendo que quatro transformação e no desenvolvimento.
A produção e o consumo de energia são ambientalmente impactantes, O Brasil possui uma forte base hidráulica em sua matriz elétrica (Box
mas os padrões atuais de consumo podem ser melhorados, estimulando o 1). Contudo, o estímulo a outras fontes "modernas" de energias renováveis
uso mais eficiente de energia e transição de fontes de energia fósseis para é ainda bastante incipiente comparado à média mundial, apesar dos esfor-
fontes renováveis. Graças à hidreletricidade, ao etanol e aos ainda baixos ços feitos pelo governo federal por meio do Programa de Incentivo a Fon-
índices relativos de consumo energético, o Brasil tem uma posição confor- tes Alternativas de Eletricidade (Proinfa).
tável em comparação com o resto do mundo. Autosuficiente em petróleo, o Box 1 - Eletricidade
país discute hoje como garantir o suprimento de gás e eletricidade nos
médio e longo prazos, com diferentes posicionamentos sobre os rumos a A GERAÇÃO DE ELETRICIDADE no Brasil cresceu a uma taxa média
seguir. O presente artigo faz recomendações, com enfoque especial no anual de 4,2% entre 1980 e 2002. Sempre a energia hidráulica foi domi-
setor elétrico nacional. nante, uma vez que o Brasil é um dos países mais ricos do mundo em
recursos hídricos. Por sua vez, é modesta a contribuição do carvão, já que
Introdução: energias renováveis e sustentabilidade Energia, ar e água o país dispõe de poucas reservas e elas são de baixa qualidade. A capaci-
são ingredientes essenciais à vida humana. Nas sociedades primitivas seu dade instalada de hidroeletricidade é de cerca de 70.000 megawatts (MW,
custo era praticamente zero. A energia era obtida da lenha das florestas, milhões de watts) e existem 433 usinas hidrelétricas em operação. Dessas,
para aquecimento e atividades domésticas, como cozinhar. Aos poucos, 23 têm capacidade maior do que 1.000 MW e representam mais de 70% da
porém, o consumo de energia foi crescendo tanto que outras fontes se capacidade total instalada. Existe ainda um potencial considerável - cerca
tornaram necessárias. Durante a Idade Média, as energias de cursos de 190.000 MW ainda não utilizadas, principalmente na região da Amazô-
dágua e dos ventos foram utilizadas, mas em quantidades insuficientes nia, e, portanto, distante dos grandes centros consumidores do sudeste. O
para suprir as necessidades de populações crescentes, sobretudo nas custo de produção de 1 kW em uma usina hidroelétrica é de aproximada-
cidades. Após a Revolução Industrial, foi preciso usar mais carvão, petró- mente us$ 1.000.
leo e gás, que têm um custo elevado para a produção e transporte até os
centros consumidores. O potencial para reforma e melhoria das grandes usinas construídas
há mais de vinte anos (com capacidades instaladas especialmente entre
O consumo de água também aumentou consideravelmente, tanto que 1.000 e 8.000 MW) é de 32.000 MW. Isso pode ser obtido a um custo de
se tornou necessário cobrar pelo seu uso para pagar os custos para sua us$ 100-300 por kW instalado, sendo, portanto, significativo.
purificação e transporte até os usuários. Se, e quando, uma colônia terres-
tre for instalada na Lua (que não tem atmosfera), será preciso pagar - e Entre as outras tecnologias geradoras de eletricidade utilizadas no pa-
muito - pelo ar consumido pelos seres humanos que terá de ser transpor- ís estão a termonuclear, as termelétricas a gás natural e a óleo diesel, mas
tado até lá. nenhuma delas contribui com uma porcentagem maior do que 7% do total.
A introdução da biomassa, energia nuclear e gás natural reduziu a porcen-
No ano de 2003, quando a população mundial era de 6,27 bilhões de tagem da hidreletricidade de 92% em 1995 para 83% em 2002. A geração
habitantes, o consumo médio total de energia era de 1,69 tonelada equiva- de eletricidade com biomassa (resíduos vegetais e bagaço de cana) em
lentes de petróleo (tep) per capita. Uma tonelada de petróleo equivale a 10 2002 provinha de 159 usinas, com uma capacidade instalada de 992 MW,
milhões de quilocalorias (kcal), e o consumo diário médio de energia é de ou 8% da energia elétrica de origem térmica do país. A grande maioria
46.300 kcal por pessoa. Como comparação, vale a pena mencionar que dessas usinas (com cerca de 952 MW) está localizada no Estado de São
2.000 kcal é a energia que obtemos dos alimentos e que permite que nos Paulo e usa bagaço de cana, um subproduto da produção de açúcar e
mantenhamos vivos e funcionando plenamente. O restante é usado em álcool.
transporte, gastos residenciais e industriais e perdas nos processos de
transformação energética. O Proinfa foi instituído pela Lei n.10.438/2002 visando estimular a ge-
ração de eletricidade por fontes eólica, de biomassa (como bagaço de
Os padrões atuais de produção e consumo de energia são baseados cana e gás de aterro) e pequenas centrais hidrelétricas (PCH). A primeira
nas fontes fósseis, o que gera emissões de poluentes locais, gases de fase do Proinfa estabelecia a geração de 3.300 MW por meio dessas
efeito estufa e põem em risco o suprimento de longo prazo no planeta. É fontes. A segunda fase do programa estabelecia uma meta de 10% dessas
preciso mudar esses padrões estimulando as energias renováveis, e, mesmas fontes em toda a matriz elétrica do país em vinte anos, mas foi
nesse sentido, o Brasil apresenta uma condição bastante favorável em abandonada. A Lei n.10.762/2003 revisou o Proinfa e não menciona a Fase
relação ao resto do mundo. A Tabela 1 mostra qual a contribuição porcen- 2.
tual das diversas fontes de energia à energia total consumida no Brasil e
no mundo em 2003. Além disso, o país é um paradigma mundial pelo seu vigoroso progra-
ma de biomassa moderna no setor de transportes baseado no etanol (Box
2). O consumo de lenha, biomassa tradicional, ainda é elevado.
Box 2 – Biomassa
Uma característica particular do Brasil é o desenvolvimento industrial
em grande escala e a aplicação das tecnologias de energia de biomassa.
Bons exemplos disso são: a produção do etanol a partir da cana-de-açúcar,
o carvão vegetal oriundo de plantações de eucaliptos, a co-geração de
eletricidade do bagaço de cana e o uso da biomassa em indústrias de
papel e celulose (cascas e resíduos de árvores, serragem, licor negro etc.).
A utilização de biomassa no Brasil é resultado de uma combinação de
fatores, incluindo a disponibilidade de recursos e mão-de-obra baratas,
rápida industrialização e urbanização e a exaperiência histórica com apli-
cações industriais dessa fonte de energia em grande escala. Aproximada-
mente 75% do álcool produzido é proveniente do caldo de cana (com
rendimento próximo de 85 litros por tonelada de cana). Os restantes 25%
têm origem no melaço resultante da produção de açúcar (rendimento
Energias renováveis representavam 41,3% do consumo total no Brasil,
próximo de 335 litros por tonelada de melaço). Em 2004, a produção total
ao passo que no mundo eram apenas 14,4%. O consumo médio de ener-
de bagaço ficou próxima de 110 milhões de toneladas, gerando um exce-
gia no Brasil é de 1,09 tep por habitante por dia, um pouco abaixo da
dente de 8,2 milhões de toneladas para usos não-energéticos. Os produtos
média mundial. O consumo médio não representa adequadamente o que
energéticos resultantes da cana contribuíram com 13,5% da matriz energé-
A Lei n.9.991 de 24.7.2000 estabelece que as concessionárias e No inverno de 1978/79, Washington (DC) é tomada por uma “parada
permissionárias de serviços públicos de distribuição de energia elétrica de tratores” promovida por agricultores (farmers) norte-americanos, ligados
ficam obrigadas a aplicar, anualmente, o montante de, no mínimo, ao “American Agricultural Movement” (AAM). Esta grande manifestação
0,75% de sua receita operacional líquida em pesquisa e desenvolvi- protestava contra os baixos preços dos produtos agrícolas (Burbach e
mento do setor elétrico e, no mínimo, 0,25% em programas de eficiên- Flynn, 1982). Em abril de 1997, Brasília (DF) é inundada por uma passeata
cia energética no uso final. com cerca de 40.000 trabalhadores rurais ligados ao “Movimento dos Sem-
Terra” (MST) que, vindos a pé, de diversos pontos do território brasileiro,
a- reivindicavam a efetivação da reforma agrária.
belecerá níveis máximos de consumo específico de energia, ou míni-
mos de eficiência energética, de máquinas e aparelhos consumidores Nos Estados Unidos, os agricultores lutavam pela sobrevivência da
de energia fabricados ou comercializados no país, com base em indi- tradicional agricultura familiar, até então o esteio do sistema agrário do
cadores técnicos pertinentes. país. No Brasil, luta-se, ainda, pela propriedade da terra por parte, princi-
palmente, dos pequenos produtores que foram expropriados dos meios de
Conclusão produção. Estes dois eventos, à primeira vista desconectados entre si no
Projeções do consumo futuro de energia dependem criticamente do ti- tempo e no espaço, ilustram os efeitos perversos do avanço das relações
po de desenvolvimento e crescimento econômico que o país terá. Por essa capitalistas no campo que ocorrem em escala planetária.
razão, os diversos exercícios que têm sido feitos tanto por órgãos do Nesta perspectiva, quaisquer estudos sobre a atividade rural, com ex-
governo como por grupos universitários refletem visões diferentes do futuro ceção dos modelos coletivistas, devem contemplar o processo de desen-
e dão, portanto, resultados diferentes. volvimento e expansão do capitalismo. Neste sentido, a América Latina e,
As decisões de um país na área de energia não podem ser calcadas em particular, o Brasil, passaram a constituir-se num dos espaços mais
em meros modelos. A matriz energética brasileira depende dos rumos que atrativos do mundo desde a II Guerra, para a expansão do agrobusiness e,
o desenvolvimento econômico do país vai seguir. A necessidade de uma com ele, um novo padrão agrícola, o chamado “complexo agroindustrial”
política energética que reconheça esse fato fundamental é crescente, visto (CAI).
que parte do sistema energético foi privatizado e depende, portanto, de Lembre-se que a agropecuária brasileira prestou vital papel no proces-
Como se comportarão os cais (semi)integrados face à abolição das - internalização do D1 - no Brasil isto correu com a instalação da indús-
barreiras alfandegárias entre os Estados membros? E estes, como estão tria de base que passou a produzir máquinas e insumos ao campo.
agindo no sentido de conciliar tantos choques de interesse – regionais, Com a industrialização da agricultura brasileira (década de 1960), o se-
nacionais, supra-nacionais (Mercosul) e internacionais? tor industrial passa a comandar a direção, as formas e o ritmo da mudança
Frente a estas e a outras mudanças na ordem política e econômica na base técnica da agricultura. Esta, no entanto, quando (semi)integrada
nacionais, como vem reagindo o processo de modernização industrial e perde o direito a concorrer no mercado consumidor final e fica presa aos
agrícola e com ela os complexos agroindustriais brasileiros? interesses das indústrias, principalmente processadoras de suas matérias-
primas.
OS COMPLEXOS AGROINDUSTRIAIS
Logicamente que, quando mais modernizada se torna a agricultura,
Mecanismo de reprodução que se estrutura em torno da cadeia de O nascimento e evolução do sistema agroindustrial são garantidos, em
transformações diretamente vinculadas à produção agrária, até chegar a: termos mínimos, pela existência do tripé – agricultura/pecuária, indústrias
a) seu destino final como meio de consumo ou inversão, ou b) tomar parte de insumos e indústrias processadoras. A partir do ponto de vista das
da órbita de outro complexo não agroindustrial. atividades rurais, tais indústrias encontram-se situadas, respectivamente, a
montante e à jusante do seu processo produtivo.
Muito semelhante à definição de Goldbery, Sorj (1986: 29) vê o CAI
como: “um conjunto formado pelos setores produtores de insumos agríco- As indústrias, genericamente chamadas de insumos (montante), são
las, de transformação industrial dos produtos agropecuários e de distribui- responsáveis pela evolução modernizante da base técnica da agricultura,
ção e financiamento nas diversas fases do circuito. isto é, responsáveis pelo aumento da produção e da produtividade. As
indústrias processadoras (jusante) que são muito numerosas, não só
Graziano da Silva, citado por Scopinho (p. 29), introduz um viés políti- transformam as matérias-primas provenientes do campo, como articulam a
co em sua visão. Para ele, o Cai é um produto histórico a partir de uma entrada, a integração e o comportamento das empresas rurais no CAI.
conjugação de interesses institucionais (público e privado), num determi-
nado nível organizacional. Explicitando, ele acrescenta: As indústrias de insumos, classificadas genericamente como de base,
abriga dois segmentos bem distintos. Um deles liga-se à produção de
É uma verdadeira máquina de organizar interesses no quadro das re- maquinarias - tratores e implementos mecânicos (arado, colhedeira, empa-
lações conflituais entre segmentos da iniciativa privada e o Estado, privile- cotadeira etc.). O outro ramo produz insumos de natureza química e bioló-
giando e até mesmo incluindo atores que por razões estritamente econô- gica que são os fertilizantes, adubos, rações, inseticidas, sementes etc.. As
micas deveriam ou não fazer parte de uma dada estrutura tecnoprodutiva. cooperativas constituíram num dos mais importantes vetores de difusão do
uso de maquinarias e insumos industriais no campo brasileiro.
Em outra linha de abordagem, com uma visão ideológica, Neves
(1997: 26) entende que a modernização, modernização conservadora e As indústrias processadoras, além de muito numerosas, são as mais
complexo agroindustrial são termos referentes a “modelos gerais relativa- diversificadas possíveis, pois elaboram produtos alimentares (sob as mais
mente abstratos de compreensão de formas específicas de interligação da diversas formas) de procedência vegetal, animal e outros ramos (do couro
agricultura com a indústria, nem sempre realizáveis tais quais”. à celulose).
Em função da complexa natureza dos cais e considerando sua rápida Como já dito, a organização dos CAIs só se torna exeqüível em um
capacidade evolutiva, cada conceito retratado, embora se constitua em quadro onde estas indústrias de base são realmente internalizadas.
valioso instrumental de entendimento da realidade, carece de uma visão
mais global. Assim, há necessidade de novas abordagens para tecer
conceitos mais abrangentes do fenômeno. Indústrias de maquinarias
Uma vez completado o ciclo de integração do setor agrário aos cais, o A presença de maquinarias no campo brasileiro é registrada desde a
entendimento do movimento deste setor só pode ser apreendido em sua década de 1920. O crescimento do uso destes instrumentos de trabalho
real dimensão, a partir da dinâmica industrial a ele afeita. Por seu turno, o associa-se à expansão de certas culturas. Assim, na década de 40, a
desempenho dos complexos industrial e do agro-industrial encontra-se difusão da triticultura e da rizicultura irrigada no Rio Grande do Sul e da
atrelado à esfera do capital industrial e financeiro que opera, de modo cana-de-açúcar e do café em São Paulo criou condições objetivas ao
simultâneo e integrado, em escalas distintas, isto é, regional, nacional,
Geografia do Brasil 47 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
surgimento de um mercado para estes produtos industrializados. países centrais, na 2a. metade do século passado e na 1a. metade do atual
século. No pós II Guerra, a “explosão demográfica” transferiu-se ao Tercei-
A partir de então, observa-se um contínuo e vigoroso implemento na ro Mundo e, até hoje, apesar das políticas oficiais de controle da natalidade
utilização de tratores. Na década de 50, foram contabilizados 8.372 trato- por parte de muito dos seus países, o fenômeno persiste.
res, na década seguinte, eles atingiram a cifra de 61.345 unidades. Lem-
bra-se que até a década de 50, os tratores eram adquiridos no mercado Como alimentar um contingente demográfico que beira à casa dos
externo, principalmente nos Estados Unidos e Europa.. quatro bilhões de pessoas, utilizando-se apenas das potencialidades
naturais? Como garantir às grandes multinacionais ligadas às indústrias de
Assim, em resposta aos estímulos emanados do “Plano de Metas” do base e de transformação, a lucratividade em bilhões de dólares/ano num
Governo JK (anos 50), começaram a chegar ao Brasil empresas multina- mercado consumidor por elas monopolizadas?
cionais ligadas à produção de maquinarias, destacando-se os tratores.
Segundo dados apresentados por Kageyama e Outros (1989), em 1961, As indústrias produtoras de insumos foram envolvendo de tal forma o
tais indústrias que operavam no país eram responsáveis apenas por 21% setor agropecuário que este não consegue produzir, adequadamente, sem
da oferta e, no ano seguinte, elas alcançaram, espantosamente, 80%. os “pacotes tecnológicos” por elas impostos. Lavouras como as de trigo,
soja, fumo, batata, tomate, cebola, café, cacau e cana-de-açúcar, por
A expansão da cultura da soja (década de 60) e a consolidação dos exemplo, só conseguem ser economicamente viáveis à base de fertilizan-
Cais (década de 70) favoreceram, em muito, o emprego de maquinarias tes.
agrícolas. O número de tratores em uso, em 1970, saltou de 157.340 para
331.000 unidades em apenas cinco anos. O amplo uso de maquinarias na Se por um lado, tais insumos operam verdadeiros milagres, por outro,
cultura da soja possibilitou que outras, como as do algodão, amendoim, oneram os preços de custos da produção. Para se diminuir a pressão
laranja e milho, também fossem atingidas por tal inovação. destes custos, é necessário produzir com maior eficácia, fato que pressu-
pões o uso de técnicas mais evoluídas, mais caras e, assim por diante. Isto
Em princípio, eram apenas três grandes empresas internacionais de prende o produtor rural num ciclo vicioso e faz com que ele corra, cada vez
caráter oligopólicos e monopólicos atuantes no Brasil. Já na década de 80, mais rápido, a fim de não ficar defasado e mantendo, minimamente, as
eram seis as que fabricavam tratores com capacidade até 200 cv. O mer- condições básicas de sua reprodução. Este é o caso típico dos “farmers”
cado de tratores, com potência mais elevada, bastante restrito, estava em americanos. Isto se constitui numa das razões do porquê, apesar de toda a
mãos de apenas três empresas. Tanto no mercado brasileiro como no doutrina neoliberal vigente, os países ricos exercerem um grande protecio-
latino-americano, há o domínio absoluto das empresas norte-americanas. nismo à sua agricultura.
As máquinas colhedeiras - uma grande inovação técnica que, ao dimi- No caso brasileiro, a difusão do uso de fertilizantes químicos e orgâni-
nuir o tempo destinado à colheita, agilizou a produção e possibilitou a cos foi fomentada, inicialmente, pela importação, graças às condições
expansão da área cultivada - só chegam ao mercado nacional nos anos 60, cambiais favoráveis no pós- II Guerra e, no segundo momento, por incenti-
com grande defasagem em relação à introdução de tratores. As empresas vos governamentais, atraindo as empresas. Tal fato conjugou-se às estra-
encarregadas de produzir este implemento foram igualmente beneficiadas tégias das grandes multinacionais, para ampliar o seu mercado nos países
com os mesmos incentivos feitos às empresa de tratores. do terceiro Mundo, sobretudo através de “joint-ventures”, em fase posterior.
É interessante ressaltar o importante papel prestado ao setor agrário Essas empresas procuraram, naturalmente, criar novos insumos adequa-
pelas numerosas indústrias de equipamentos mecânicos de variados tipos, dos às condições de (sub)tropicalidade em termos de solo, clima e espé-
inclusive com intensas repercussões regionais. Sobre isto comenta Kage- cies vegetais.
yama e Outros (1989: 151): Em 1960, a superprodução de fertilizantes nos EUA, levou o governo a
A história das empresas fabricantes de implementos, mais do que a de estender o crédito para financiar a exportação desses produtos ao Terceiro
tratores e colhedeiras, desenvolveu-se num espaço acentuadamente Mundo, via a conhecida Agência de Desenvolvimento Internacional dos
regional como uma espécie de proteção, permitindo que a mecanização EUA (USAID). No mercado mundial ocorre grande concorrência entre
atingisse áreas que não atingiria, pelo menos tão precocemente. firmas européias, americanas e japonesas. Elas procuram-se expandir em
mercados promissores como o México, Argentina e Brasil, por razões
Tal “proteção” permitiu a que pequenas oficinas atuassem, principal- apontadas por Burbach e Flyn (1982: 118) :
mente em São Paulo e Rio Grande do Sul, na manutenção e no reparo de
peças e componentes agrícolas. Muitas delas evoluíram para pequenas As vantagens que têm para os investidores estrangeiros a produção no
empresas e passaram, até mesmo, à liderança de alguns segmentos do Brasil - uma força de trabalho barata e controlada e incentivos governa-
mercado, extrapolando, pois as fronteiras da região onde se encontravam mentais - também tornaram o país atraente plataforma de exportação par
implantadas. abastecer outros países do Terceiro Mundo.
Centenas de pequenas e micro-empresas competem neste mercado A ação do Estado, quer através de políticas visando a incentivar tanto
nos interstícios não ocupados pelos monopólios e oligopólios. O grande a produção como o consumo, quer sendo ele próprio um agente produtor,
triunfo de tais empresas reside no fato de que elas estarem muito próximas revestiu-se de fundamental importância à modernização da agricultura e da
à clientela e, assim, conhecerem as características e necessidades do indústria. Já mesmo na década de 1940, a Companhia Siderúrgica Nacio-
mercado. Naturalmente que o número e tipos destas empresas variam nal industrializava fertilizantes de origem orgânica. Entre 1950 e 85, o
como o movimento oscilante da economia. consumo aparente de adubos cresceu em quase 13%/ ano, atingindo 17,8
% no período considerado áureo (1967/80), segundo dados apresentados
Segundo Kageyama et alii (1989), a indústria de equipamentos alcan- por Kageyama et alii (1989).
çou o seu maior desenvolvimento entre os anos de 1970 e 76, em função
de três fatores básicos - subsídios de crédito agrícola, pelo lado da deman- O “Plano de Metas” e o “II Plano Nacional de Desenvolvimento” foram
da; manutenção da supressão da cobrança do ICM e isenção do IPI, pelo capitais no sentido de consolidar o setor industrial de fertilizantes e garantir
lado da oferta. a auto-suficiência brasileira. Muitas vezes, o Estado investiu em setores
chaves, onde a iniciativa privada não dispunha ou não podia atuar por falta,
Em 1976, com mudanças nas políticas oficiais voltadas aos setores principalmente, de capitais. A PETROFÉRTIL, criada em 1973, também em
agrícola e industrial, verificou-se uma retração da indústria em questão e, função do custo elevado do preço dos insumos, subsidiária da PETRO-
somente em 1983, observa-se um novo ciclo ascendente, derivado de BRÁS, chegou a ter o monopólio da produção de amônia, substância
conjunturas internas (abundantes safras, “Plano Cruzado”) e externas crucial à produção de insumos. Ela procurou descentralizar as unidades
(melhorias nos preços dos produtos de exportação). produtoras, segundo à presença de matérias-primas.
Dados apresentados por Sorj (1986), dão conta de que, entre 1970 e
Indústrias de fertilizantes, rações e defensivos 76, a produção de fertilizantes, embora importando, ainda, dois terços de
matéria-prima, cresceu em 335%, enquanto a demanda em 140% .
A partir do século XIX, o mundo assistiu ao crescimento, sem paralelo,
da população humana. O “boom” ocorreu, inicialmente, nos chamados Como nos demais setores econômicos, o consumo e a produção de
1 - Segmentos com grande modernização em sua base técnica, indus- Tais estudos como provável que decretos e normas formais sejam por
trializados e altamente integrados verticalmente e formando complexos si só capazes de alterar relações e que os agentes sociais não participem,
agro-industriais com o tripé – indústrias a montante, agropecuária e indús- ainda que indiretamente, de sua elaboração. Admitem, também, como
trias à jusante. Encontram-se nesta categoria os complexos avícolas, certo que ela os absorvam uniformemente ou sem resistências, reivindica-
sucro-alcooleiros, carne, soja, trigo, milho híbrido, arroz irrigado e ovos. ções e recriações.
2 - Segmentos plenamente integrados à jusante, intensamente tecnifi- A atuação deste agente de natureza multifacetada pode ser vista e a-
cados, mas não mantêm vínculos específicos com as indústrias a montan- quilatada pelo implemento de diversas políticas (global, territorial, setorial)
te. A idéia de “complexo” restringe-se às interações da agricultura com as que abrangeram não só a esfera econômica, como política, institucional,
agroindústrias, apresentando grande dinamismo entre elas. Enfim, está-se social etc.. Tal postura, alicerçada em planejamentos, visou a dotar o país
diante dos chamados CAIs “incompletos”. Nesta categoria incluem-se as de condições atrativas aos investimentos produtivos internacionais e,
fibras (algodão), frutas (laranja para suco), laticínios, milho (parte dos assim, tornar factível o processo de desenvolvimento socioeconômico e a
grãos), oliaginosas (amendoim), legumes (tomate, ervilha). sua inserção, em nível competitivo, no mercado internacional.
3 - Segmentos modernizados e dependentes do fornecimento de má- Embora a presença do Estado Brasileiro na atividade rural venha ocor-
quinas e insumos extra-setoriais, porém, não estabelecem ligações especí- rendo desde o século XIX, pode-se tomar a Revolução de Trinta como o
ficas a montante e à jusante. Encontram-se neste grupo: feijão (São Pau- marco inicial da intervenção deliberada e sistemática do Estado na econo-
lo), arroz (Centro-Oeste), cebola, hortaliças e frutas de mesa. mia. Mas foi no regime ditatorial militar, após o golpe de 1964, que a inter-
venção do Estado atingiu o seu ponto mais expressivo, isto é, nas décadas
São incluídas nesta categoria, também, as atividades ligadas à classi- de 60 e 70. Observe-seque este papel realizou-se, também com eficiência,
ficação e à embalagem que passam a desempenhar papel semelhante à em regime de liberdades democráticas, como no Governo JK.
agroindústria. O café poderia incluir-se neste grupo, pois o mais importante
neste CAI, não são as indústrias de moagem e torrefação e sim o segmen- Foram selecionadas algumas dessas intervenções diretas ou indiretas,
to de exportação/embalagem e classificação. As torrefações são, generi- a fim de qualificar o Estado, indubitavelmente, o grande artífice do proces-
camente, de pequeno porte e com atuação restrita, sem poder de pressão so de modernização do campo brasileiro. As intervenções, ora o fazem um
sobre os produtores. Estes além de serem grandes produtores, possuem grande empresário, criando indústrias de base como siderúrgica (CSN),
influência junto ao governo, via Associação Nacional do Café e Instituto química (ÁLCALIS), petroquímica (PETROBRÁS), montadora (FNM) e
Brasileiro do Café. infraestrutura (energia, vias de transporte, irrigação, açudagem, drenagem,
saneamento etc.), ora como formatador de legislações específicas nas
O café vem-se redefinindo dentro do complexo e tem-se aproximado esferas monetária, tributária, fiscal, cambial, preços de produtos, trabalhis-
do setor de insumos, em busca de adubos e de defensivos (combate à ta, pesquisa, extensão rural etc.. Estas ações isoladas ou combinadas
ferrugem). criaram condições objetivas para o chamado “take off” ao desenvolvimento
4- - O último segmento compreende atividades pouco modernizadas, industrial, agrário e agroindustrial do Brasil.
com raras e esporádicas ligações com as indústrias de insumos e proces- O período correspondente à II Guerra, em função das dificuldades de
sadoras. São atividades que têm sua base nos produtos como a banana e importação, ofereceu oportunidade no sentido de dotar-se o país de uma
a mandioca. estrutura industrial. Foi o deslanchar da implementação efetiva do modelo
Esta classificação apontada por Kageyama, embora referindo-se à dé- conhecido por “substituição de importações”. O saldo positivo da balança
cada de 1980, ainda persiste, basicamente, ao confronto com dados mais comercial, derivado da exportação de produtos primários e da manipulação
atuais. Estes produtos agro-industriais ou “in natura” destinam-se tanto ao de taxas cambiais, estimulou, inicialmente a importação de insumos agríco-
mercado interno quanto ao externo. Café e suco de laranja, por exemplo, las e, posteriormente, o início das próprias indústrias de base produtoras
ao longo desta primeira metade dos anos 90, parecem merecedores de destes insumos. A agricultura cumpriu, então, papel fundamental em
classificação no sentido ascendente. relação ao novo padrão de acumulação de capital, subsidiando a importa-
ção e, conseqüentemente, transferindo de renda ao setor industrial.
Em relação á competitividade no mercado externo, os setores agríco-
las e agro-industriais que alcançam elevado nível são o café, suco de Ao final da década de 1950 e início da de 60, observa Sorj (1986), veri-
laranja, soja (farelo), papel e celulose). Os produtos ligados às indústrias ficou-se uma queda nos mecanismos da integração da agricultura no
têxtil e de confecção (tecidos, roupas e calçados) apresentam nível inter- processo cumulativo industrial. A esta época, o Governo João Goulart
mediário. Há grandes perspectivas quanto às frutas e carnes (vaca e aves). propôs reformas de base mas, por falta de alianças políticas significativas,
não conseguiu alcançar seus objetivos que, inclusive, contemplava uma
Ação do Estado reforma agrária de forma distributiva e não coletiva. Grupos conservadores,
ligados aos interesses do capital monopolista e dos grandes latifundiários,
Pelo exposto, não se pode falar em modernização, industrialização da
articulam com as Forças Armadas um golpe de Estado que se efetiva em
agropecuária e a conformação dos complexos agro-industriais no Brasil,
1964. A partir de então, grandes mudanças econômicas e políticas comple-
excluindo-se ou minimizando a figura do Estado. As ações e políticas
tam a modernização da agricultura.
estatais demarcaram as mudanças no sistema de poder nos últimos 50
anos.
Geografia do Brasil 51 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Com Congresso cativo, oposição silenciada e controlada, classe média Assim, tratou o Estado e viabilizar a produção tanto de culturas tradi-
urbana ideologicamente cooptada, os governos militares elaboram políticas cionais (café, cana-de-açúcar etc.) como de novas (soja etc.). Tratou,
voltadas às mudanças modernizantes, a fim de implantar o modelo de também, de estender a área cultivada através de vendas de terras da
desenvolvimento calcado no capital monopolista. Em outros termos, o União, financiada a preço muito baixo, principalmente, às empresas mo-
Estado criou condições concretas à expansão das grandes empresas dernas e aos latifundiários, alargando, inclusive, a fronteira agrária interna,
internacionais, nacionais e, até mesmo, estatais. nas áreas de cerrado e floresta equatorial. Em termos de expansão de
culturas, Sorj enfatiza o papel da produção de gêneros não tropicais, ao
Entre os expedientes mais eficazes para transformar as estruturas di- afirmar: “A expansão brasileira não se deu fundamentalmente na base de
tas arcaicas, principalmente rurais, e integrar este setor ao industrial, produtos tropicais, dos quais os países periféricos ainda são os maiores
encontrara-se a política de financiamento, ou seja, o crédito rural. produtores, mas em termo de produtos como a soja, dos quais os países
Em 1965, houve uma reforma do sistema financeiro, inclusive, para dar desenvolvidos são importantes concorrentes”.
suporte à criação do Sistema Financeiro de Crédito Rural (SRCR). Acio- Enquanto o setor agroindustrial, ligado à exportação, recebe todos os
nou-se o sistema financeiro privado para que o mesmo participasse desta tipos de incentivos, a produção voltada ao mercado interno tem controle
nova política, através da aplicação de 10% dos depósitos à vista, no novo em termos de tabelamento de preços. Entre os mecanismos criados pelo
crédito agrícola com juros de 7%/ano, ou canalizá-lo ao Banco Central. O Estado para fazer frente às necessidades do mercado interno, sobressaem
crédito destinava-se ao custeio, investimento e a comercialização. a CIBRAZEM e a CEASA. A primeira desenvolveu programas de armaze-
Kageyama e Outros (1989) distinguem duas fases quanto à concessão namento e estocagem de produtos, principalmente “in natura”. A segunda
de crédito rural. Na primeira (1965-79), ele era abundante e altamente tratava, precisamente, de controlar a comercialização e, assim, tentando
subsidiado, já na segunda (1979/86), há grande retração de crédito subsi- eliminar ou mitigar os intermediários. Ambas as instituições atuavam no
diado, com decréscimo em cerca de 50%. sentido de evitar a oscilação brusca de estoques e de preços ao longo do
ano.
Ratificando o papel deste mecanismo voltado à modernização agríco-
la, acrescenta Sorj (1986: 89): O preço do trigo constitui-se um exemplo significativo do controle ad-
ministrativo de preço. Este não era, simplesmente, determinado pelo livre
O crédito agrícola se transformou, sem sombra de dúvida, no mais im- jogo do mercado, mas sim deliberado pelo governo que levava em conside-
portante impulsionador do processo de modernização das forças produti- ração, além do valor monetário no produto no mercado internacional, a
vas, em particular, na modernização, chegando por vezes a subsidiar posição da balança de pagamento, os interesses dos produtores de insumo
praticamente mais da metade do valor da maquinaria agrícola. entre outros. Além de políticas e seus mecanismos, outras foram incremen-
Esta farta distribuição de benesses financeiras, porém, foi bastante se- tadas, nas áreas de cooperativismo, sindicalismo, pesquisa, trabalhista e
letiva. Isto é, os proprietários rurais, com um mínimo de lastro econômico, assentamentos.
podiam garantir os empréstimos. Tinham eles que possuir bens em terra, Após o golpe de 64, o Estado procurou legitimar-se entre todas as ca-
produção etc.. Pelo visto, somente os médios e grandes proprietários madas de produtores rurais e, assim, incentivou o estabelecimento e o
satisfaziam tal exigência. No caso de parceiros e arrendatários, havia desenvolvimento de cooperativas. Cooptadas ideologicamente e tuteladas
necessidade de carta de anuência pelos proprietários. Assim, as exigên- pelo Estado, elas passaram a prestar serviços ao novo sistema implantado,
cias de garantia atuavam como uma forte barreira que excluía, de saída, os como repasse de crédito, incentivo ao uso de insumos, promoção de
pequenos produtores, principalmente aqueles dedicados à produção de cursos de extensão etc.. Enquanto a EMATER substitui a ACAR, oferecen-
gêneros alimentícios de primeira necessidade. do assistências técnica e creditícia aos cooperados, a EMPRAPA transfor-
Além do mais, muitos dos empréstimos concedidos reingressaram no ma-se no principal órgão de pesquisa agrícola do país.
circuito monetário, quando o proprietário começou a exercer o papel de O corpo técnico, atuando sob os auspícios de governos autoritários,
“repassador” destes recursos ou, ainda quando eram canalizados para exerce papel importante na mudança de mentalidade dos produtores, no
outros fins, como lembra Graziano da Silva (1982: 39) “políticas de crédito sentido de direcioná-los aos novos padrões de organização da dinâmica
rural enquanto instrumentos de modernização, indicam que grande parte produtiva. Muitas vezes, ocorreram choques entre a visão tecnocrata dos
desses recursos foram investidos por grandes proprietários em reserva de representantes do poder oficial e as práticas e interesses dos produtores,
valor principalmente na compra de terras. há muito articulados com as esferas governamentais. A este respeito,
É importante observar, como faz Kageyama e Outros (1989: 160/61), a consultar a ação dos sindicado dos plantadores de cana de Campos (RJ),
captação do setor agro-pastoril ao financeiro “além de modernização em si estudado por Neves (1997).
mesma, a integração da agricultura ao circuito financeiro é mais abrangen- As mudanças necessárias à modernização do campo, há tempo já es-
te do que a simples integração intersetorial”. tavam em marcha. As lutas dos pequenos agricultores e trabalhadores
Como resultante deste processo interativo, o mercado financeiro tor- rurais tornaram-se mais consistentes com a criação do seu sindicato
nou-se um importante ponto de referência, em relação à tomada de deci- (CONTAG), em 1961. Por outro lado, os grandes proprietários fundiários
sões do setor agro-pecuário e das empresas atuando neste setor, conclui tinham se organizado na Conferência Nacional da Agricultura (CNA). Esta,
os autores. com grande poder, influenciava nas diretrizes das políticas governamentais
para o setor, principalmente após 64. Levar ao campo as conquistas traba-
No final dos anos de 1970, um novo aumento no preço do petróleo afe- lhistas, obtidas pelas lutas dos operários urbano, era a meta do governo
tou a economia brasileira - inflação em alta, déficit público e dívida externa João Goulart. Assim, foi elaborado o Estatuto do Trabalhador Rural.
se avolumando. O país recorre ao Fundo Monetário Internacional em busca
de crédito e, em decorrência disto, foi forçado a colocar em prática alguns Grande promessa de transformação no campo adveio do Estatuto da
ajustes macro-econômicos que iriam afetar, inclusive, a política de crédito Terra (1965), acenando para uma reforma agrária, há muito necessária e
subsidiado à agricultura. Esta perde, então, sua atração como campo aguardada. Esta objetivava fortalecer pequenos proprietários em moldes
privilegiado de acumulação de capital, observando-se uma fuga deste para dos “farmers” americanos e, deste modo, estabelecer uma classe média
outros setores (1980/85). rural. Tal proposta, porém, nunca foi implementada, nem mesmo em área
de forte pressão populacional, pelos governos militares que tinham “com-
Mas, a necessidade de se obter divisas para a importação de bens de promisso” com ela.
capital e, assim, viabilizar a implementação dos CAIs e, mais tarde, para
pagar, ao menos, os serviços da dívida externa, levou o governo a incenti- Um dos fortes segmentos sociais aliados desses governos eram os
var investimentos direcionados ao setor agro e agro-industrial. Recorda grandes latifundiários que, por razões obvias, obliteravam quaisquer inicia-
Sorj (1986 83) que “o incremento das exportações é fundamental para a tivas nessa direção, mesmo que fosse executada de forma restrita e parci-
reprodução do modelo econômico fundado numa dívida externa crescente, al. À parte a questão da reforma agrária, era necessária modernizar as
e tem-se exprimido numa política aguerrida de procura de novos merca- relações de trabalho no campo, expandindo o trabalho assalariado, enqua-
dos”. drando um vasto contingente de mão-de-obra ao processo de produção
capitalista. A categoria dos colonos, como foi dito, por exemplo, passou a
Hoje, há toda uma discussão sobre o significado de fronteira. Becker As bases da moderna sociedade brasileira remontam à revolução de
(1996), por exemplo, passa a entender a fronteira como uma categoria 1930, marco referencial a partir do qual emerge e implanta-se o processo
geográfica, dando uma valiosa contribuição ao tema. Caracterizam a de modernização. Durante a República Velha (ou primeira república), o
fronteira amazônica como heterogênea e já nascida urbana, sendo que a Brasil era ainda o país essencialmente agrícola, em que predominava a
intensa urbanização registrada passou a ser principal estratégia de ocupa- monocultura. O processo de industrialização apenas começava, e o setor
ção do território. de serviços era muito restrito. A chamada "aristocracia rural", formada
pelos senhores de terras, estava unida à classe dos grandes comerciantes.
Enfim, a intervenção moderna, principalmente do espaço amazônico, Como a urbanização era limitada e a industrialização, incipiente, a classe
sem dúvida, constitui-se na maior experiência de ocupação territorial do operária tinha pouca importância na caracterização da estrutura social. A
mundo, num curto lapso de tempo. Os resultados desse modelo de povo- grande massa de trabalhadores pertencia à classe dos trabalhadores
amento podem ser vistos, de forma imediata, não se necessitando do rurais. Somente nas grandes cidades, as classes médias, que galgavam
cauteloso distanciamento histórico, para serem aquilatados. Por outro lado, postos importantes na administração estatal, passavam a ter um peso
observa-se uma ocupação, genericamente, predatória, onde as riquezas social mais significativo.
são mais extraídas/destruídas do que construtivas. Está se “reeditando” o
ciclo das “drogas do sertão”, agora capitaneada por atores modernos muito No plano político, o controle estatal ficava nas mãos da oligarquia rural
mais tecnificados e, como no passado, voltados aos interesses extra- e comercial, que decidia a sucessão presidencial na base de acordos de
regionais. Como resultado deste processo, produzem-se paisagens bastan- interesses regionais. A grande maioria do povo tinha uma participação
te diversificadas, porém, com um traço em comum que são os problemas insignificante no processo eleitoral e político. A essa estrutura social e
sócio-ambientais. política correspondia uma estrutura governamental extremamente descen-
tralizada, típica do modelo de domínio oligárquico.
Hoje, o Estado Brasileiro, representado pelos três níveis de poder polí-
tico-administrativo, as Organizações Não-Governamentais (ONGs), entida- Durante a década de 1930 esse quadro foi sendo substituído por um
des nacionais e internacionais (como o Banco Mundial) têm pensado um modelo centralizador, cujo controle ficava inteiramente nas mãos do presi-
novo modelo de ocupação, baseado no chamado “desenvolvimento susten- dente da república. Tão logo assumiu o poder, Getúlio Vargas baixou um
tável”. Uma nova tentativa de preservação ambiental da Amazônia - os decreto que lhe dava amplos poderes governamentais e até mesmo legis-
“corredores biológicos”, propostos pela IBAMA, articulando as unidades de lativos, o que abolia a função do Congresso e das assembléias e câmaras
conservação (parques nacionais e reservas indígenas). Fonte: municipais. Ao invés do presidente de província, tinha-se a figura do inter-
http://www.feth.ggf.br/complexos.htm ventor, diretamente nomeado pelo chefe do governo e sob suas ordens.
Essa tendência centralizadora adquiriu novo ímpeto com o golpe de 1937.
Para explicar as transformações estruturais do setor agrícola brasileiro A partir daí, a União passou a dispor de muito mais força e autonomia em
mais moderno, vários autores reconhecem a passagem de um paradigma relação aos poderes estaduais e municipais. O governo central ficou com
marcado pelo Complexo Agroindustrial, nas décadas de 1960 e 1970, para competência exclusiva sobre vários itens, como a decretação de impostos
O português é a língua oficial e é falado pela população. O espanhol é XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remunera-
entendido, em diversos graus, pela maioria das pessoas. O inglês é parte ção, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme
do currículo das escolas públicas e particulares, e o espanhol passou a definido em lei;
fazer parte do currículo escolar nos últimos anos; o inglês é entendido e XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de
usado por poucas pessoas, especialmente nos centros comerciais e finan- baixa renda nos termos da lei;(Redação dada pela Emenda Constitucional
ceiros. nº 20, de 1998)
Cerca de 180 idiomas e dialetos dos povos indígenas são falados nas XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e
tribos, embora esse número esteja em declínio. quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a
O português é a língua materna de 98 por cento dos brasileiros, embo- redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;
ra haja um expressivo número de falantes de línguas imigrantes, principal- (vide Decreto-Lei nº 5.452, de 1943)
mente o alemão, falado em zonas rurais do Brasil meridional, sendo o XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininter-
dialeto Hunsrückisch* o mais usado por cerca de 1,5 milhão de pessoas. O ruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;
italiano é bem difundido por alguns descendentes de imigrantes que ainda
XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei; Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegura-
da a eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, promover-lhes o entendimento direto com os empregadores
sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em
dolo ou culpa; Ano Taxa de desemprego(%)
2002 12,6
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho,
com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e 2003 12,3
rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de traba- 2004 11,4
lho;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 25/05/2000) 2005 9,8
2006 9,9
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de
critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; 2007 9,3
2008 7,8
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e crité- 2009 8,1
rios de admissão do trabalhador portador de deficiência;
2010* 6,8
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelec- *Expectativas Ministro Carlos Lupi (Fonte – Wikipédia)
tual ou entre os profissionais respectivos;
A importância da reforma agrária para o futuro do país
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a meno-
res de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo A má distribuição de terra no Brasil tem razões históricas, e a luta pela
na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; (Redação dada pela reforma agrária envolve aspectos econômicos, políticos e sociais. A ques-
Emenda Constitucional nº 20, de 1998) tão fundiária atinge os interesses de um quarto da população brasileira que
tira seu sustento do campo, entre grandes e pequenos agricultores, pecua-
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empre- ristas, trabalhadores rurais e os sem-terra. Montar uma nova estrutura
gatício permanente e o trabalhador avulso. fundiária que seja socialmente justa e economicamente viável é dos maio-
res desafios do Brasil. Na opinião de alguns estudiosos, a questão agrária
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores do-
está para a República assim como a escravidão estava para a Monarquia.
mésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VIII, XV, XVII, XVIII, XIX,
XXI e XXIV, bem como a sua integração à previdência social. De certa forma, o país se libertou quando tornou livre os escravos. Quando
não precisar mais discutir a propriedade da terra, terá alcançado nova
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o se- libertação.
guinte:
Com seu privilégio territorial, o Brasil jamais deveria ter o campo con-
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de flagrado. Existem mais de 371 milhões de hectares prontos para a agricul-
sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder tura no país, uma área enorme, que equivale aos territórios de Argentina,
Público a interferência e a intervenção na organização sindical; França, Alemanha e Uruguai somados. Mas só uma porção relativamente
pequena dessa terra tem algum tipo de plantação. Cerca da metade desti-
II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qual- na-se à criação de gado. O que sobra é o que os especialistas chamam de
quer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na terra ociosa. Nela não se produz 1 litro de leite, uma saca de soja, 1 quilo
mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou emprega- de batata ou um cacho de uva. Por trás de tanta terra à toa esconde-se
dores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município; outro problema agrário brasileiro. Até a década passada, quase metade da
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou terra cultivável ainda estava nas mãos de 1% dos fazendeiros, enquanto
individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas; uma parcela ínfima, menos de 3%, pertencia a 3,1 milhões de produtores
rurais.
IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de
categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema "O problema agrário no país está na concentração de terra, uma das
Ainda que os pequenos proprietários não conseguissem produzir para Essa subutilização do território para a agropecuária torna-se bastante
o mercado, mas apenas o suficiente para seu sustento, já seria uma saída grave quando recordamos que a maioria da população do Brasil se alimen-
pelo menos para a miséria urbana. "Até ser um Jeca Tatu é melhor do que ta mal, com um consumo diário deficiente de proteínas, calorias e sais
viver na favela", diz o professor Martins. Além disso, os assentamentos minerais. Além disso, os melhores solos e as maiores inversões de capitais
podem ser uma solução para a tremenda migração que existe no país. na agricultura estão voltados ou para o cultivo de exportação ou com fins
Qualquer fluxo migratório tem, por trás, um problema agrário. Há os mais industriais, mas não para a produção de alimentos para o consumo interno.
evidentes, como os gaúchos que foram para Rondônia na década de 70 ou E é comum que certos produtos cujas exportações aumentam bastante
os nordestinos que buscam emprego em São Paulo. Há os mais invisíveis, acabem por ter seu cultivo expandido em áreas onde se praticava a cultura
como no interior paulista, na região de Ribeirão Preto, a chamada Califór- de gêneros alimentícios básicos para o brasileiro. Foi o que ocorreu, recen-
nia brasileira, onde 50.000 bóias-frias trabalham no corte de cana das temente, com a valorização da soja e da laranja no mercado internacional e
usinas de álcool e açúçar durante nove meses. Nos outros três meses, a expansão de seus cultivos no Brasil, em detrimento do feijão e da mandi-
voltam para a sua região de origem - a maioria vem do paupérrimo Vale do oca.
Jequitinhonha, no norte de Minas Gerais. Na década de 1970 a 1980, a soja teve uma taxa de crescimento anual
A política de assentamento não é uma alternativa barata. O governo de 22,5% a laranja de 12,6% e a cana-de-açúcar de 6,4%; mas por sua vez
gasta até 30.000 reais com cada família que ganha um pedaço de terra. A o feijão teve uma taxa negativa de 1,9%, a mandioca de menos 2,0% e o
criação de um emprego no comércio custa 40.000 reais. Na indústria, arroz cresceu apenas 1,5% Porém, nesse mesmo período, a população
80.000. Só que esses gastos são da iniciativa privada, enquanto, no cam- brasileira cresceu a uma taxa de 2,4% ao ano. Não foi então por acaso que
po, teriam de vir do governo. É investimento estatal puro, mesmo que o ocorreu em alguns anos a necessidade de importar feijão do México.
retorno, no caso, seja alto. De cada 30.000 reais investidos, estima-se que Desde o momento em que a indústria passou a ser o setor-chave da
23.000 voltem a seus cofres após alguns anos, na forma de impostos e economia nacional, fato esse que ocorreu já há algumas décadas, a cidade
mesmo de pagamentos de empréstimos adiantados. Para promover a passou a dominar o campo e a agropecuária a desempenhar um triplo
reforma agrária em larga escala, é preciso dinheiro que não acaba mais. papel: em primeiro lugar, ela deve gerar divisas através das exportações,
Seria errado, contudo, em nome da impossibilidade de fazer o máximo, divisas essas que servirão para ajudar a pagar a divida externa e para
recusar-se a fazer até o mínimo. O preço dessa recusa está aí, à vista de importar maquinarias indispensáveis ao processo de industrialização; em
todos: a urbanização selvagem, a criminalidade em alta, a degradação das segundo lugar, ela deve fornecer matérias-primas ou combustíveis neces-
grandes cidades. VEJA, Abril sários para os bens fabricados pela indústria, tal como o álcool, por exem-
plo; e, por fim, ela deve alimentar os grandes contingentes humanos que
se concentram nas cidades e servem de força de trabalho nas indústrias ou
AGRICULTURA no setor terciário da economia. É óbvio que este último papel será sempre
o que ela vai desempenhar mais precariamente, já que os outros dois são
Introdução bem mais lucrativos.
II - garantir o desenvolvimento nacional; Sem que entremos em considerações sobre as razões políticas que
determinaram a elaboração de dois tratados ao invés de um único docu-
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades mento, o fato é que os direitos garantidos em cada um dos Pactos são
sociais e regionais; completares recíprocos entre si. Ou seja, não é possível conceber o pleno
IV - promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, exercício dos direitos civis e políticos se os direitos econômicos, sociais e
cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. culturais não estiverem garantidos e efetivados - e vice-versa. Como dito
no preâmbulo aos Pactos, enquanto o ser humano não estiver liberto do
Plasmados dessa maneira, tais objetivos revestem a razão de ser do temor e da miséria, permanecerá subjugado, não será livre e não terá
Estado brasileiro, as cláusulas do nosso pacto social, para o qual os direi- meios de desenvolver livremente sua personalidade. Em uma palavra, não
tos fundamentais são os meios para sua consecução e o sistema jurídico, será pessoa.
em sua inteireza, garante os modos para o seu necessário atingimento.
Não se tratam, pois, de meras normas programáticas, destinadas simples- A Declaração e o Programa de Ação de Viena traz expressamente que
mente a pacificar o conflito social pela positivação, e cuja ausência de "a existência de situações generalizadas de extrema pobreza inibe o pleno
efetividade deve ser objeto de puro conformismo. Esses objetivos funda- e efetivo exercício dos direitos humanos" (I - 14). Afirma, também, que "a
mentais da República constituem obrigações de resultado que o poder pobreza extrema e a exclusão social constituem uma violação da dignidade
público e a sociedade devem conjuntamente buscar. humana e que devem ser tomadas medidas urgentes para o conhecimento
maior do problema da pobreza extrema e de suas causas, particularmente
Com vistas à construção de uma sociedade livre, justa e solidária, aquelas relacionadas ao problema do desenvolvimento, visando a promo-
princípio dos quais os demais relacionados no artigo 3º são corolários ver os direitos das camadas mais pobres, pôr fim à extrema pobreza e à
diretos, a Constituição estabelece os direitos à vida, à liberdade, à igualda- exclusão social e promover uma melhor distribuição dos frutos do progres-
de, à segurança e à propriedade, em todas as suas formas e meios descri- so social. É essencial que os Estados estimulem a participação das cama-
tos no artigo 5º; os direitos sociais como a educação, o trabalho, o lazer, a das mais pobres nas decisões adotadas em relação às suas comunidades,
segurança, a previdência social, à proteção à maternidade e à infância, a à promoção dos direitos humanos e aos esforços para combater a pobreza
assistência aos desamparados, como previsto nos artigos 6º a 9º e em extrema." Além destes, vários outros ítens mencionam situações de desi-
todo o Título VIII -Da Ordem Social (arts. 193 a 222). A Constituição tam- gualdade jurídica, social, econômica e política de minorias étnicas e religio-
bém impõe aos agentes econômicos a obrigatoriedade de operar conforme sas, mulheres, idosos, crianças e pessoas e grupos que se tornaram
os objetivos fundamentais mencionados, como decorre do artigo 170 e vulneráveis.
incisos III, VII e VIII. Quanto ao Poder Público, a Constituição explicitamen-
te atribui no artigo 23, inciso X, competência comum à União, Estados, Esta breve descrição nos permite perceber o abismo existente no Bra-
Distrito Federal e Municípios "combater as causas da pobreza e os fatores sil entre o ser e o dever-ser em sede de direitos humanos.
de marginalização, promovendo a integração social dos setores desfavore-
cidos".
Desigualdade de direitos
O artigo 23 traz cristalinamente caber aos três níveis da Federação
não somente implementar medidas de redução ou alívio da pobreza, mas As situações relacionadas à pobreza e à exclusão não constituem um
adotar e perseguir políticas efetivas que combatam as causas que a provo- bem, algo que se deseje de modo espontâneo. Intuitivamente, não é algo
cam, assim como os fatores que favorecem a marginalização, aliando a que se queira para si ou para outra pessoa, havendo alternativas dignas,
isso o dever de promover a integração social dos setores desfavorecidos. pois, sabemos, ou ao menos intuímos, que a escassez de recursos a ela
inerente não permite o acesso a numerosos bens imprescindíveis à sobre-
No âmbito internacional, a Declaração Universal dos Direitos Huma- vivência pessoal e em sociedade ou valorizados socialmente como neces-
nos, de 1948 estabelece que os direitos econômicos, sociais e culturais sários para manter o respeito como pessoa frente aos outros. Dentre os
são indispensáveis à dignidade da pessoa e ao livre desenvolvimento da bens imprescindíveis à subsistência elencam-se não somente aqueles
personalidade e que sua realização constitui direito de cada membro da necessários à própria existência física no mundo, mas também os neces-
sociedade (art. XXII). A Declaração prevê os direitos ao trabalho, ao lazer e sários a que o ser humano possa ser reconhecido como uma pessoa, com
ao repouso, à saúde e à instrução, sempre contextualizados para o livre direitos e com deveres face aos demais na comunidade, que tenha a
desenvolvimento da personalidade das pessoas. É interessante notar que possibilidade de, sempre que quiser, participar ativamente na conformação
seu texto não coloca o trabalho como única forma de 'redenção' social, e confirmação das regras que governam a todos.
mas como um dos meios de proteção social. A leitura dos artigos XXIII e
XXV o demonstram claramente: Se é algo que não se quer para si ou para os outros, decorre um dever
ético de combatê-la, assim como aos mecanismos e processos que a
Art. XXIII - 1. Toda pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha de geram. O Estado, na sua obrigação de dar a todas as pessoas acesso e
emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o meios de exercício dos direitos, e com especial ênfase dos direitos funda-
desemprego. mentais expressos na Constituição Federal e nos Tratados Internacionais
2. Toda pessoa que trabalha tem o direito a uma remuneração justa e de Proteção de Direitos Humanos, estabelece garantias constitucionais
satisfatória, que lhe assegure, assim como à sua família, uma existência para esse acesso e exercício - especialmente o mandado de segurança e o
compatível com a dignidade humana, e a que se acrescentarão, se neces- habeas-corpus - , assim como desenvolve e implementa políticas públicas
sário, outros meios de proteção social. sociais e econômicas.
Art. XXV - 1. Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de Todavia, persiste nos três Poderes, inclusive nos tribunais - em reflexo
Durante anos consolidou-se uma visão segundo a qual era preciso re-
definir as atribuições do Estado nacional preparando-o para uma nova
ordem econômica global já em andamento e que, cedo ou tarde, forçaria
todos os países a caminharem numa mesma direção: a das democracias
de livre mercado, mais abertas aos fluxos comercias e de investimento.
Apenas dessa forma é que os países, principalmente aqueles cujos Esta-
dos estivessem com grandes dificuldades financeiras, encontrariam um
meio apropriado e moderno de financiar o seu desenvolvimento. Os que
mais prontamente se inserissem a essa nova ordem, mais rápido também
dela tirariam proveito.
O raciocínio de que a salvação viria de fora, por intermédio de novos
investimentos externos, da compra de empresas estatais e de títulos
públicos por grande players internacionais e de um incremento no comércio
com outros países, em particular os Estados Unidos e a Europa, conseguiu
prosperar porque, após algumas décadas, entrou em colapso o antigo
modelo nacional de desenvolvimento, baseado na substituição de importa-
ções e no fomento do mercado interno, com forte presença do Estado.
Além disso, independentemente de como ela seja definida, a globalização
Dessa forma, essas lideranças seriam altamente nocivas à democracia Em geral, salvo poucas exceções, as novas lideranças sul-americanas
uma vez que estimulariam na população sentimentos avessos a uma que emergem neste início de século não são ultranacionalistas, mas a
verdadeira cultura cívica e de respeito às regras do jogo constitucional. maior parte delas reluta em aceitar a sensação de fim de festa produzida
Esse populismo criaria ainda divisões na sociedade, um ambiente de pela incapacidade do Estado democrático contemporâneo em atender aos
conflito polarizado e maiores riscos ao equilíbrio da economia, tudo isso em anseios por mais bem estar social (COUTINHO, 2006). Apesar de hetero-
razão de uma busca pessoal por poder, que na prática acaba tendo vida gêneo, o movimento político mais recente na região tem em comum o
curta e deixando uma herança perniciosa. esforço de subordinar a liberalização econômica, que em muitos casos é
aparentemente irreversível e pode mesmo estar apenas no começo, a um
Essa visão, evidentemente, simplifica e ignora as causas do populis- projeto de desenvolvimento, cujo sucesso é imprevisível e dependerá de
mo, impedindo de vê-lo muitas vezes como um sintoma ou efeito de um muitos fatores. Ao contrário, portanto, das tendências políticas regionais à
problema maior e mais complexo (problema segundo a própria lógica homogeneização prevalecentes durante os anos 1990 e guiadas pela
institucionalista). Mais do que isso, o institucionalismo periférico não perce- hegemonia neoliberal, na década seguinte assiste-se a um movimento de
12) Considere o texto apresentado a seguir para responder a questão. 18) (PUCC) Sobre as ilhas oceânicas brasileiras, podemos afirmar que:
O grupo móvel do Ministério do Trabalho encontrou 421 trabalhadores (A) São pontos avançados da meteorologia brasileira.
em condições consideradas degradantes, em Quirinópolis (GO), sul do (B) São ilhas com reservas minerais consideráveis.
estado. O ministério diz ter resgatado os trabalhadores. Originários na (C) Predominam as rochas vulcânicas cenozóicas.
maioria de outros estados, eles atuavam no plantio e no corte da cana- (D) Predominam as formações coralígenas.
de-açúcar, em frentes de trabalho da empresa Agropecuária Campo Alto, (E) n.d.a.
sociedade anônima dirigida por um conselheiro da Unica (União da In-
dústria de Cana-de-Açúcar). 19) (UNIFENAS) Com uma extensão de 7 408 km e banhado pelo Atlântico,
(disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/Brasil>, acessada em o litoral brasileiro pode ser assim caracterizado, exceto:
26/03/2008.) (A) um litoral extenso e pouco recortado;
Situações como a descrita no texto têm sido comuns pelo menos desde (B) um litoral rico em acidentes geográficos, favorável à implantação de
a década de 1970, e estão relacionadas ao crescimento, no campo brasi- portos marítimos de pequena e grande capacidade;
leiro (C) os tipos de costas mais comuns são as praias, falésias, barreiras, os
(A) das relações de meação em áreas de agricultura familiar. mangues e as dunas;
(B) da prática do arrendamento capitalista, por cooperativas de trabalhado- (D) um litoral rico em praias, sempre baixo e muito recortado;
res. (E) as correntes marítimas quentes que banham o litoral são das guianas
(C) do trabalho assalariado temporário, nas áreas de monoculturas. (litoral norte) e brasileira (litoral leste e sul).
41) (PUCCAMP) Tendo em vista exemplos como a produção de soja e trigo 45) (PUC) Considerando a crise gerada pela escassez de água nos esto-
nas áreas de cerrados e a produção de melões e uvas de alta qualidade ques do nosso sistema energético de hidroeletricidade e levando em
no Vale do São Francisco, é possível conta as relações mais gerais entre os recursos hídricos com o conjunto
(A) identificar, no país, o predomínio do trabalho assalariado sobre o trabalho do meio ambiente, assinale a afirmação errada.
familiar; (A) É um equívoco atribuir a escassez de recursos hídricos nos lagos das
(B) considerar a importância dos recursos naturais para suprir as necessida- grandes usinas hidroelétricas apenas à falta de chuvas, pois outras ques-
des básicas da população em alimentos; tões relacionadas ao meio ambiente também causam o problema.
(C) entender a atual preocupação com a conservação dos solos por meio da (B) A destruição das matas ciliares que protegem nascentes e margem dos
escolha de produtos adequados às especificidades das condições ecoló- cursos d'água promove o assoreamento deles, comprometendo o poten-
gicas; cial hídrico, tal como vem ocorrendo no rio S. Francisco.
(D) desmistificar o peso absoluto das condições naturais na produção de (C) A remoção de florestas compromete o ciclo da água: reduz a evapo-
gêneros agrícolas; transpiração; dificulta a infiltração de água no solo; impede a retenção de
(E) evidenciar a ocupação de regiões de alta densidade demográfica com águas nas folhas. Isso tudo fomenta a escassez de recursos hídricos.
atividades modernas e produtivas. (D) A impermeabilização do solo numa bacia hidrográfica aumenta a veloci-
dade do escoamento das águas, diminuindo seu armazenamento subter-
42) (FGV) Esta região do Brasil, de acordo com o IBGE, possui o maior râneo, o que compromete a disponibilidade disponibilidade duradoura
rebanho de gado bovino do Brasil, no entanto, é inexpressiva em outros dos recursos hídricos.
tipos de criação. Apresenta cerca de 5 cabeças de gado por habitante, (E) Os grandes lagos, para a estocagem de água, garantem o funcionamen-
sendo a industrialização de carne feita em outra região do país. to das hidroelétricas em estações secas, além de proteger o estoque de
Trata-se da produção da Região água do assoreamento e da transpiração, possibilitando uma utilização
(A) Norte, através de empresas que se aproveitaram dos incentivos fiscais quase total dos recursos hídricos.
da Sudam;
(B) Sul, que apresenta os melhores rebanhos pela introdução de raças 46) (FGV) Ações voltadas exclusivamente para o desenvolvimento agrícola
européias e asiáticas; lograram invejável modernização da base tecnoprodutiva no Centro-Sul
(C) Sudeste, que apresenta uma assistência veterinária permanente e do país, mas sem um desenvolvimento rural correspondente. Dimensões
estabula o gado, principalmente o leiteiro; tecnológicas e econômicas do processo foram privilegiadas. A organiza-
(D) Nordeste, que aproveita os vales dos grandes rios, como o São Francis- ção sindical dos trabalhadores sem terra e dos pequenos produtores -
co e Parnaíba, para as criações não só de bovinos, mas também de ca- para citar apenas dois casos - foi relegada. O resultado sinaliza um anta-
prinos e assinos; gonismo entre o econômico, o social e o ambiental. Revista Globo Rural,
(E) Centro-Oeste, onde se realiza a criação de gado extensiva. junho de 2001. Tendências: O poder local da globalização.
O texto trata das transformações no campo brasileiro, principalmente a
43) (PUC) Leia com atenção as caracterizações a seguir sobre fontes de partir da década de 70. As afirmações do texto exemplificam
energia: (A) A formação de uma "indústria seca" no sertão nordestino, baseada na
1) É uma fonte de energia secundária cujo processo de transformação dá- incorporação de tecnologias modernas pelos agricultores sertanejos, que
se no próprio local de captação da energia primária (a fonte natural). Lo- viabilizam a produção agrícola em áreas de clima semi-árido.
go, ela é fixa no território e depende da distribuição geográfica da fonte (B) A expansão da mecanização da produção agrícola, paralela ao cresci-
natural. mento e pauperização da categoria dos trabalhadores rurais temporários,
2) Trata-se, por um lado, de uma fonte de energia secundária cujas possibi- como os bóias-frias na cultura da cana-de-açúcar.
lidades de estocagem são limitadas, o que dificulta o processamento de (C) A criação de reservas ecológicas dos Estados do Acre e Amazonas,
sua produção. Por outro lado, sua produção pode estar associada a vá- destinadas à preservação de árvores nativas, com a conseqüente proibi-
rias fontes naturais. ção das atividades tradicionais de extração por populações de seringuei-
3) É uma fonte de energia secundária cujo processo de produção dá-se, em ros e castanheiros.
geral, no próprio local de captação da matéria-prima. Essa matéria- (D) O aumento da mão-de-obra na atividade agrícola, como conseqüência
prima, por sua vez, é produzida pelo ser humano. Logo, seu local de da expansão de modernas empresas rurais de caráter familiar, como no
produção também é escolhido. caso da produção integrada de porcos e aves no interior paulista.
4) É uma fonte de energia natural que pode ser transportada por terra ou (E) O baixo nível de tecnologia ainda presente nas culturas de exportação,
em meio aquático, até os locais em que ocorrerá a transformação em vá- como a soja, e o modelo de expansão das áreas de pecuária intensiva
rios tipos de energia secundária (esses locais são escolhidos de modo para o interior do país, baseado em pequenas unidades de criação fami-
independente da localização da fonte natural). liar.
A seguir, assinale a alternativa que as identifique correta e respectiva-
mente: 47) (UNIFESP) Esta correto afirmar que a agricultura brasileira
(A) petróleo, álcool, hidroeletricidade e eletricidade; (A) recebeu capital internacional nos últimos anos resultando em um aumen-
(B) eletricidade, álcool, hidroeletricidade e petróleo; to da exportação de grãos;
(C) hidroeletricidade, eletricidade, álcool e petróleo; (B) desenvolveu-se em pequenas e médias propriedades, resultando em um