Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
14
2008
ISSN 1676-9090
Editoria
Nu-Sol – Núcleo de Sociabilidade Libertária.
Nu-Sol
Acácio Augusto S. Jr., Anamaria Salles, Andre Degenszajn, Beatriz
Scigliano Carneiro, Bruno Andreotti, Edson Lopes Jr., Edson Passetti
(coordenador), Eliane Knorr de Carvalho, Guilherme C. Corrêa, Gustavo
Ferreira Simões, Gustavo Ramus, Juliana Meduri, Lúcia Soares da Silva,
Mauricio Ferreira Freitas, Natalia M. Montebello, Nildo Avelino, Rogério
H. Z. Nascimento, Salete Oliveira, Thiago M. S. Rodrigues, Thiago Souza
Santos.
Conselho Editorial
Cecilia Coimbra (UFF e grupo Tortura Nunca Mais/RJ), Christina
Lopreato (UFU), Clovis N. Kassick (UFSC), Guilherme C. Corrêa (UFSM),
Guilherme Castelo Branco (UFRJ), Margareth Rago (Unicamp), Rogério H.
Z. Nascimento (UFPB), Silvana Tótora (PUC-SP).
Conselho Consultivo
Christian Ferrer (Universidade de Buenos Aires), Dorothea V. Passetti
(PUC-SP), Francisco Estigarribia de Freitas (UFSM), Heleusa F. Câmara
(UESB), José Carlos Morel (Centro de Cultura Social – CSS/SP), José
Eduardo Azevedo (Unip), José Maria Carvalho Ferreira (Universidade
Técnica de Lisboa), Maria Lúcia Karam, Paulo-Edgar Almeida Resende
(PUC-SP), Robson Achiamé (Editor), Silvio Gallo (Unicamp, Unimep), Vera
Malaguti Batista (Instituto Carioca de Criminologia).
ISSN 1676-9090
FOUCAULT
Edson Passetti e Acácio Augusto 60
O grande jogo
Alexander Berkman 87
Paradise now
Judith Malina e Julian Beck 90
Prazer e rebeldia
João da Mata 122
Antropofagia anarquista:
Roberto Freire, Antonio Martinez, Jaime Cubero 249
RESENHAS
Mergulho e liberdades
Natalia Montebello 274
acácio augusto
14
um dossiê 1968
beatriz carneiro
Dossiê
15
DOCUMENTOS
1. Frases:
- 68, não será um ano de paz. (1 de janeiro de 1968)
- Hoje fui na Bienal. E dizem que aquilo tudo não é
arte! Gostei dos quadros surrealistas, do pop, ciné-
tico, cibernético. Vi Caetano Veloso de perto! (6 de
janeiro de 1968, último dia da Bienal de 1967)
- Gosto de arte e de revolução.
- Não gosto do muro de Berlim.
- Apoio Rudi Dutschke, Daniel Cohn-Bendit, Pavel
Litinov e todos estudantes subversivos.
- A guerra do Vietnã é uma panela. Lá os Estados
Unidos querem mostrar seu poder aos comunistas
sob o pretexto de ajudar os sul-vietnamitas.
- Os soldados são as marionetes do Pentágono, este
os manda matar e eles matam. O que acontece no
Pentágono e as resoluções tomadas, nem o povo de
lá sabe.
- Guerrilha na América Latina para fazer aparecer o
socialismo não dará certo.
- Che sempre imitado nunca igualado (essa frase
subversiva colada com a foto de Guevara no mural-
zinho da escola causou a maior confusão).
- No fim do século haverá uma III Guerra, não é
preciso adivinhações, basta ler os jornais. Nesta 3ª
guerra, os ignorantes usarão obviamente bomba atô-
mica e de hidrogênio, pode ser até que usem a de
cobalto, que ouvi dizer que é a última bomba que cai.
Se houver sobreviventes? A radioatividade influi nos
genes, será um futuro de monstros, é o fim.
- A filosofia hippie... não se pode lutar contra o que
já temos: a violência.
16
_____________________________________________________
17
Estou me integrando
Na massa popular burguesa
Em virtude de grades
GRADES!
Estou sendo absorvida...
Para que existem grades?
Para que existem grades?
Para que existem grades?
Para que existem grades?
Para que existem grades?
Para que existem ..........?
Para que .......................?
Para...............................?
......................................?
.......................................
_____________________________________________________
Prop’s 18/9/68
Compre!
Beba!
Use!
Coma!
E vocês respondem:
Compramos!
Bebemos!
18
Usamos!
Comemos!
O dedo manda lá
Lá estão...
O dedo manda cá
Cá estão
Use!
Usaremos
Compre!
Compraremos!
Beba!
Beberemos
Coma!
Comeremos!
Arrastem-se imbecis!
Dinheiro!!!
Dinheiro!!!
Dinheiro!!!
Dinheiro!!!
Dinheiro!!!
Dinheiro!!!
Dinheiro!!!
19
Cidade Burguesia
Prop’s Dinheiro
ESCRAVIDÃO....
_____________________________________________________
1968
20
21
22
23
2008
24
25
eliane knorr
26
sem título
gustavo ramus
27
28
29
30
é proibido proibir
juliana meduri
E eu digo não
E eu digo não ao não
Eu digo: É!
Proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir...
31
E eu digo sim
E eu digo não ao não
E eu digo: É!
Proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir...
E eu digo sim
E eu digo não ao não
E eu digo: É!
Proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir...
32
33
34
músicas
mauricio freitas
Ouça:
Summertime - George Gershwin, Versão- Janis Jo-
plin. Cheap Thrills Big Brother and The Holding Com-
pany. 1967.
Triste Bahia – Gregório de Matos e Caetano Veloso.
Transa. 1972.
Pixações:
“Não me libertem, eu me encarrego disso.” Maio de
68 – França.
“Quanto mais eu faço amor, mais eu tenho a von-
tade de fazer a revolução. Quanto mais eu faço a
revolução, mais eu quero fazer amor.” Maio de 68
– França.
Frases:
“Queremos o mundo e o queremos já.” Jim Morris-
son.
“Um porto alegre é melhor que um porto seguro para
a nossa viagem no escuro.” Caetano Veloso.
35
36
natalia montebello
D.H. Lawrence
37
38
39
Imoralidade
Imoral é somente
estar morto-vivo,
extinguir o sol dentro de si
e ficar ocupado em extinguí-lo
nas outras pessoas.
D.H. Lawrence
40
Guerra
41
salete oliveira
Em 68,
um desabusado inventor artista plástico sacudiu o Aterro do
Flamengo.
E o morro se fez dobra, à beira da Baía de Guanabara, na su-
perfície de segundas peles para vestir.
E o museu ficou ─ e já era ─ pequeno demais para desmesu-
rada experimentação.
E uma platéia de jovens militantes que queria mudar o mun-
do, reivindicava: “Defina a loucura, defina a loucura!”
E o desabusado: “Não defino coisa alguma. Vão ao dicionário,
e lá vocês também não vão encontrar isso a que me refiro.”
E a platéia aturdida atacava uma jovem artista de sutileza
rara, repetindo palavras de ordem: “a sua arte e você também
fazem parte do sistema.”
A artista, delicada, cortava: “Se estamos sufocados, vamos
quebrar os vidros das janelas, isto sim pode ser um gesto es-
tético subversivo, entende?”
Mas a jovem platéia insistia em uma outra ordem, numa nova
ordem engajada, e se fez insensível, quando um outro artista,
recém saído da prisão, disse algo tão sutil e avassalador, e que
permanece atual 40 anos depois:
42
40 anos depois,
uma bailarina conta que em 68 a dança largou a barra. Descal-
çou as sapatilhas. E pés, e mãos, e dorsos, e pernas e bocas e
sexos livres cotidianos transgrediram o eixo de corpos jovens
desnudos. Reviraram as latitudes do planeta e enfrentaram
inúmeras barras.
E hoje, jovens bailarinos como uma imensidão de tantos ou-
tros jovens estão preocupados com sua profissionalização e
segurança.
No presente,
uma coragem física de raríssimos homens e raríssimas mulhe-
res está interessada na abolição imediata do aprisionamento
de crianças e jovens no Brasil e ecoam, cada um a seu modo,
palavras e gestos desabusados, sem data, e que oportunismo
algum é capaz de capturar.
43
68 adiante, e se adiante
edson passetti
44
45
guilherme corrêa*
50
51
Querido camarada:
54
55
56
57
58
Notas:
1
Publicado em Osvaldo Baigorria (org) El amor libre. Eros y anarquia. Buenos
Aires, Libros de Anarraes, 2006, pp. 95-99.
2
L’en dehors, jornal bimensal anarco-individualista, publicado por Émile Ar-
mand, entre 1922 e 1939, em 335 números. Todo exemplar vinha acompanha-
do com o manifesto “Notre ligne de conduite”, que publicamos em tradução,
depois da resposta de Armand a América Scarfó. (N.T.)
59
FOUCAULT1
edson passetti e acácio augusto*
Personagens:
H1 – (Homem 1)
H2 – (Homem 2)
H3 – (Homem 3)
H4 – (Homem 4)
M1 – (Mulher 1)
M2 – (Mulher 2)
G1 (Gente sem rosto)
G2 (Gente sem rosto)
A (Andarilho)
E (Exuberante — mulher)
M (Menestrel)
Coro
Prólogo
Cena 1 - Pirotecnia
61
62
63
64
65
66
67
68
69
70
71
72
73
74
instalado,
conformado,
pasmado,
petrificado...
Vai tomar no cu!
75
76
77
Cena 9 – Governos
78
(Coro e A)
79
(...)
Coro – A roupa lá de casa
Não se lava com sabão:
Lava com ponta de sabre
e com bala de canhão”
(...)
Cena 11 – Miscelânea
80
81
82
Notas:
1
Aula-teatro 3 do Nu-Sol. Pesquisa de texto pelo Nu-Sol. Escritos de Michel
Foucault, acompanhados de reflexões e sugestões de Gilles Deleuze, Didier
Eribon, poesias de René Char, fragmentos de Heráclito, João Guimarães Rosa
e Samuel Beckett; improvisações na bateria; músicas: Pena Branca & Xavan-
tinho, “Cutelinho”; Walter Franco, “Me deixe mudo” e “Feito gente”; Marina
Lima, “O retorno”; The Clash, “Police and thives”; Caetano Veloso, “O es-
trangeiro”, Norah Jones, “Nightingale” (cena extra da segunda apresentação).
Texto e Trilha Musical: Edson Passetti e Acácio Augusto. Com: Acácio Au-
gusto, André Degenszajn, Beatriz Scigliano Carneiro, Bruno Andreotti, Eliane
Knorr de Carvalho, Gustavo Ramus, Gustavo Simões, Lúcia Soares, Salete
Oliveira e a presença de Pedro Henrique Manesco, na bateria. Produção grá-
fica: Andre Degenszajn. Operadora de luz: Salete Oliveira. Operador de som:
Nildo Avelino. Coordenação e direção de Edson Passetti. Apresentada em 6,
26 e 28 de maio de 2008, no Teatro Tucarena, São Paulo/Brasil.
2
Roger Pol-Droit. Michel Foucault, entrevistas, Tradução de Vera Portocarrero e
Gilda G. Carneiro. Rio de Janeiro: Graal, 2006, p. 69.
3
Idem, p. 75.
4
Ibidem, p. 96.
83
5
“Sobre as prisões de Attica”. In: Motta, M. (Org.). Michel Foucault Ditos e Es-
critos IV: Estratégia, Poder-Saber. Tradução de Vera Lucia Avellar Ribeiro. Rio de
Janeiro, Editora Forense Universitária, 2003, p. 142.
6
“Sobre o internamento penitenciário”. Idem, p. 78.
7
“Sobre as prisões de Attica”. Ibidem, p. 140.
8
Em defesa da sociedade: Curso no Collège de France (1975-1976). Tradução de Maria
Ermantina Galvão. São Paulo, Martins Fontes, 2000, pp. 308-309.
9
Adaptado de “Prefácio (in Jackson)”. In: Motta, M. (Org.). Michel Foucault
Ditos e Escritos IV: Estratégia, Poder-Saber, op. cit., pp. 146-151.
10
Vigiar e punir: Nascimento da prisão. Tradução de Raquel Ramalhete. Petrópo-
lis, Editora Vozes, 2005, p. 256.
11
Didier Eribon. Michel Foucault - 1926-1984. Tradução de Hildegard Feist. São
Paulo, Companhia das Letras, 1990, pp. 245-246.
12
O abecedário de Gilles Deleuze. (Letra “F”). Realização de Pierre-André Boutang,
produzido pelas Éditions Montparnasse, Paris.
13
Didier Eribon, op.cit., p. 80.
14
Idem, p. 147.
15
Michel Foucault, apud Gilles Deleuze. “Um retrato de Foucault”. In Conversa-
ções. Tradução de Peter Pál Pelbart. Rio de Janeiro, Editora 34, 1992, p. 144.
16
“A água e a loucura”. In: Motta, M. (Org.). Michel Foucault Ditos e Escritos I:
Problematização do sujeito — psicologia, psiquiatria e psicanálise. Tradução de Vera
Lucia Avellar Ribeiro. Rio de Janeiro, Editora Forense Universitária, 1999, pp.
188-189.
17
“O Que é um filósofo?”. In Motta, M (Org.). Michel Foucault Ditos e escritos
II: Arqueologia das ciências e história dos sistemas de pensamento. Tradução de Elisa
Monteiro. Rio de Janeiro, Forense Universitária, 2005, p. 34.
18
“Uma entrevista com Michel Foucault”. Tradução de Wanderson Flor do
Nascimento. In Verve – Revista do Nu-Sol, São Paulo, Programa de Estudos
Pós-Graduados em Ciências Sociais da PUC-SP, n.5, 2004, pp. 240-241.
19
Le pouvoir psychiatrique. Cours au Collège de France, 1973-1974. Paris, Gallimard,
2003, p. 22 [Tradução Nildo Avelino].Ver também: O poder psiquiátrico. Curso no
Collège de France, 1973-1974. Tradução de Eduardo Brandão. Revisão Técnica
de Márcio Alves da Fonseca e Salma Tannus Muchail. São Paulo, Martins Fon-
tes, 2006, p. 26.
20
Idem, 26. Ver também: op. cit., p. 31.
84
21
“Michel Foucault, uma entrevista: Sexo, poder e a política da identidade”.
Tradução de Wanderson Flor do Nascimento. In Verve – Revista do Nu-Sol,
São Paulo, Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciências Sociais da PUC-
SP, n.5, 2004, pp. 255-259.
22
“Foucault estuda a razão de Estado (entrevista com M. Dillon)”. In: Motta,
M. (Org.). Michel Foucault Ditos e Escritos IV: Estratégia, Poder-Saber. op. cit., p.
319.
23
“Do governo dos vivos”. Transcrição e tradução de Nildo Avelino. In Ver-
ve – Revista do Nu-Sol, São Paulo, Programa de Estudos Pós-Graduados em
Ciências Sociais da PUC-SP, n.12, 2007, pp. 270-293.
24
Vigiar e punir: nascimento da prisão. Op. cit., p. 234.
25
Idem, idem.
26
“A vida dos homens infames”. In: Motta, M. (Org.). Michel Foucault Ditos e
Escritos IV: Estratégia, Poder-Saber, op. cit., pp. 219-220.
27
Vigiar e punir: Nascimento da prisão. Op. cit., pp. 236-237.
28
“O que são as Luzes?”. In Motta, M (Org.). Michel Foucault Ditos e escritos II:
Arqueologia das ciências e história dos sistemas de pensamento, op. cit., p. 351.
29
Adaptado de “Do governo dos vivos”. Op. cit., p. 295.
30
“Anti-Édipo: uma introdução à vida não-fascista”. Tradução de Fernando
José Fagundes Ribeiro. In Cadernos de Subjetividade. Peter Pál Pelbart & Suely
Rolnik (orgs) Gilles Deleuze. São Paulo, Núcleo de Pesquisa de Subjetividade.
Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia Clínica da PUC-SP, 1993,
v. 1, pp. 199-200.
31
“Do governo dos vivos”. Op. cit., p. 294.
32
Nu-Sol. “Estamos todos presos”. Disponível em: http://www.nu-sol.org/
artigos/ArtigosView.php?id=8, 2000.
33
Hermenêutica do sujeito. Tradução de Salma Muchail & Marcio Fonseca. São
Paulo, Martins Fontes, 2004, p. 306.
34
João Guimarães Rosa. “A hora e a vez de Augusto Matraga”. In Sagarana. Rio
de Janeiro, Nova Aguilar, 1994.
35
“Anti-Édipo: uma introdução à vida não-fascista”. Op. cit., p. 199-200.
36
Idem, p. 200.
37
“Estruturalismo e pós-estruturalismo”. In Motta, M (Org.). Michel Foucault
Ditos e escritos II: Arqueologia das ciências e história dos sistemas de pensamento. Op.
cit., p. 331.
85
38
“Uma estética da existência”. In: Motta, M. (Org.). Michel Foucault Ditos e
Escritos V: Ética, sexualidade e política. Tradução de Elisa Monteiro & Inês A. D.
Barbosa. Rio de Janeiro, Editora Forense Universitária, 2004, p. 290.
39
A História da Loucura na Idade Clássica. Tradução de José Teixeira Coelho
Neto. São Paulo, Perspectiva, 2004, p. 35.
40
“Uma entrevista com Michel Foucault”. In op. cit., pp. 252-253.
41
Samuel Beckett. “O expulso”. In Novelas. Tradução de Eloísa Araújo Ribeiro.
São Paulo, Martins Fontes, 2006.
86
o grande jogo1
alexander berkman*
Personagens:
Eu (industriais e capitalistas)
Você (operários)
Negra Figura (Lei)
(Abrem-se as cortinas)
88
Notas:
1
The Blast, San Francisco, Estados Unidos, 29 de janeiro de 1916.
89
paradise now1
* www.livingtheatre.org.
Luz: branca
Os atores reúnem-se para O rito do estudo. Eles sen-
tam-se no centro da área de encenação, formando um
espiral voltado para dentro.
O rito do estudo é uma comunicação que encontra sua
fonte de energia no centro do ator e que se transmite por
gestos e frases chamados Mudras e Mantras.
As Mudras são executadas apenas com braços e
mãos. Os atore têm total liberdade na sua forma. Podem
estender suas mãos e braços sobre suas cabeças, para o
lado, para o chão, na sua frente, alcançando suas costas;
fazem gestos com os pulsos e dedos, mas cada movimen-
to deve buscar sua fonte no centro do corpo do ator, de
tal forma que todos os gestos sejam sempre uma mani-
festação de impulsos internos. Isso confere ao ator uma
aparência relacionada àquela do santuário educacional
da Índia. O ator presta muita atenção nos movimentos
de todos os outros atores em seu campo de visão. Assim,
as mudanças de forma e ritmo nunca são totalmente do
indivíduo, mas tornam-se comunicações, a Receptiva e a
Criativa. Por isso é chamado de O rito do estudo.
Quando a energia gerada pelos gestos alcança certa
intensidade, os atores começam a falar os Mantras.
Um Mantra é uma frase curta ou sentença que contém
um conceito sagrado. Ao repetir a frase ou sentença de
maneira rítmica é possível que a essência do conceito
comece a penetrar de forma ativa e persuasiva na mente
daquele que fala e do que escuta.
Cada ator fala quando quer. Não há ordem pré-esta-
belecida. O ator escuta, medita, estuda os Mantras con-
forme são pronunciados, e responde. Ele pode utilizar
algum dos Mantras do texto, ou inventar um. Por essa
troca ele é chamado O rito do estudo.
91
ser livre
é ser livre
para comer
ser livre
é ser livre
do dinheiro
ser livre
é ser livre
para fazer o trabalho que ama
ser livre
é ser livre
para amar
ser livre
é ser livre
da violência
ser livre
é ser livre
da propriedade
ser livre
é ser
revolucionário
ser livre
é ser livre
de prisões
92
ser livre
é ser livre
da polícia
ser livre
é ser livre
da lei
ser livre
é ser livre
do estado
ser livre
é ser livre
do sistema
ser livre
é ser livre
do preconceito
ser livre
é ser livre
do ódio
ser livre
é ser livre
das classes
ser livre
é ser livre
de roubar
93
ser livre
é ser livre
de mentiras
ser livre
é ser livre
para sentir
ser livre
é ser livre
para voar
ser livre
é ser livre
para mudar
ser livre
é roubar da morte
o seu poder
ser revolucionário
é girar
a roda
94
Ação III
Avignon.
Como O rito do estudo e A visão da criação da vida
levam à Revolução das forças conjuntas.
Como a cidade de Avignon pode ser transformada?
Teatro livre. Teatro da liberdade, de alegria e ação
espontânea.
Avignon. Teatro livre. A imaginação assume o po-
der.
Que ações planejam os comunistas?
Que táticas planejam os anarquistas?
O que estão fazendo os gaulistas?
Seja o povo na cadeia em Avignon.
Seja o povo no Monoprix.
Seja a polícia na rua.
95
FASE II
Há 400 prisioneiros na cadeia de Avignon, à sombra
do Palais de Papes. Por que os prisioneiros estão lá?
Quem irá formar uma célula para libertar todos os
homens?
Pare o medo.
Pare a punição.
Torne-o real.
Faça agora.
Suba ao palco.
Comece.
Quem irá formar uma célula para aumentar a im-
prensa underground para publicar jornais, folhetos,
posters, para dizer ao povo de Avignon o que está
acontecendo no mundo?
96
Torne-o real.
Faça agora.
Suba ao palco.
Comece.
Avignon tem uma força policial de X homens. Quem
irá formar uma célula para provocar uma mudança
de consciência entre eles?
Avignon tem um número X de trabalhadores indus-
triais e um número X de trabalhadores rurais nas
proximidades. Quem irá formar uma célula para fa-
lar a eles das possibilidades de outro jeito de viver?
Em uma situação revolucionária quem saberá como
fornecer água, eletricidade, comida? Células são ne-
cessárias para estudar como fazer A Revolução fun-
cionar.
Quem irá formar uma célula para desarmar a cidade
de Avignon?
O exército.
A polícia.
E as almas do seu povo.
97
A REVOLUÇÃO DA AÇÃO
98
Luz: branca
Quando A Revolução da Ação alcançar seu ápice, um
ator se deita no centro da área de apresentação. Ele é o
Sujeito do Rito. Ele relaxa sua mente e corpo. Seu corpo
está solto. Sua mente está aberta e em espaço livre. Ela
faz um barulho alto e constante. Ele inspira profunda e
completamente. Os outros atores formam um largo circu-
lo em seu redor.
Individualmente ou em grupos os atores aproximam-
se do Sujeito. Eles podem fazer o que quiser com seu
corpo.
Eles conduzem seu corpo por meio de uma variedade
de investidas físicas, por comandos positivos e negativos
de forças perturbadoras e relaxantes. Eles procuram tan-
to desviar quando fortalecer a sua concentração. Nada
os contêm em suas tentativas de alcançar as profunde-
99
Ação VI
100
A REVOLUÇÃO DA TRANSFORMAÇÃO
101
A REVOLUÇÃO DO SER
Luz: branca
De suas posições ao final de A revolução do ser, os
atores começam o canto
AUM
102
Ação VIII
A rua.
Liberte o teatro. O teatro da rua. Liberte a rua.
Como O rito de mim e você e A visão de desfazen-
do o mito de éden levam à Revolução permanen-
te.
O teatro está na rua. A rua pertence ao povo. Liberte
o teatro. Liberte a rua. Comece.
103
A REVOLUÇÃO PERMANENTE
Notas:
1
Collective Creation of The Living Theatre. Escrito por Judith Malina e Julian
Beck. New York: Vintage Books, 1971. Nota de apresentação e seleção de
passagens Edson Passetti.
2
A esse respeito ver Judih Malina. Diário de Judith Malina. O Living Theatre em
Minas Gerais. Belo Horizonte, Arquivo Público Mineiro, 2008, 272 pp. Fotos
de Juvenal Pereira. Ver também resenha de Edson Passetti neste número, pp.
284-290.
104
rogério nascimento*
107
108
***
109
110
111
112
***
113
114
115
***
116
117
118
Notas:
1
Texto apresentado na mesa-redonda “Princípios, métodos e objetivos: as
experiências pedagógicas libertárias no Brasil”, no Seminário Nacional Peda-
gogia Libertária X Neoliberalismo, em Salvador, na Faculdade de Educação da
Universidade Federal da Bahia nos dias 05 e 06 de outubro de 2006.
2
Um artigo mais acessível ― Rogério Nascimento. “Anarquia nas Humanida-
des: perspectiva negativista no estudo da sociedade” ― em que elaboro algu-
mas reflexões sobre o negativismo está disponível em <www.nu-sol.org>. Na
minha tese de doutoramento ― Rogério Nascimento. Indisciplina: experimentos
libertários e emergência de saberes anarquistas no Brasil. São Paulo, Tese de Doutorado
em Ciências Sociais, PUC/SP, 2006 ― aprofundo os temas indisciplina, no-
madismo, condição existencial selvagem, descentramento, iconoclastia, multi-
lateralidade, antropofagia, negativismo.
3
A palavra ‘jornal’ possui atualmente sentidos bastante específicos que em
nada expressam as iniciativas levadas a efeito pelos anarquistas do período
119
120
RESUMO
Este artigo apresenta reflexões sobre iniciativas educacionais
levadas a cabo por anarquistas no Brasil do início do século
XX. Proponho abordar as escolas anarquistas enquanto rea-
lização existencial de subjetividades liberadas. Isto implica
numa abordagem que procura desnaturalizar a escola, consi-
derando-a como parte de um dinamismo sócio-histórico-cultural
mais amplo. As escolas anarquistas, da mesma maneira que
jornais, revistas, sindicatos, manifestações, greves e outras
atividades concretizadas, estabeleciam processos simultanea-
mente existencial, coletivo e subversivo. Desonerando linhas
de fronteiras estabelecidas pelos convencionalismos, as esco-
las anarquistas favoreciam a instauração de modalidades in-
disciplinadas de sociabilidades, subjetividades e associações.
ABSTRACT
This article presents reflections on the educational initiative
put into effect by anarchists in Brazil at the beginning of the
twentieth century. I intend to approach the anarchist schools
as an existential realization of liberated subjectivities. This
implies a focus which tries to denaturalize the school, consi-
dering it part of a wider socio-historical-cultural dynamism.
The anarchist schools, like newspapers, magazines, trade
unions, meetings, strikes and other activities, set up proces-
ses simultaneously existential, collective and subversive.
By exonerating border lines produced by conventionalisms,
the anarchist schools favored the establishment of unruly
modalities in sociabilities, subjectivities and associations.
121
prazer e rebeldia
joão da mata*
123
124
125
126
127
128
129
Notas:
1
Em http://perso.orange.fr/michel.onfray/accueilup.htm, qualquer pessoa
pode ter acesso ao programa das aulas gratuitas que são oferecidas na Univer-
sidade Popular dirigida por Michel Onfray. O filósofo conta com a participa-
ção de vários outros pensadores, envolvidos num projeto em torno de uma
pedagogia libertária.
130
2
Michel Onfray. A Política do rebelde: tratado de resistência e insubmissão. Tradução
de Mauro Pinheiro. Rio de Janeiro, Rocco, 2001, p. 14.
3
Estão publicados dois volumes de uma coleção que pretende atingir ao todo
seis livros. Foram lançados na França em 2006 os livros: Les sagesses antiques - de
Leucippe à Diogène d’Oenanda, éd. Grasset, fév. 2006 e Le christianisme hédoniste - de
Simon le magicien à Montaigne, éd. Grasset, fév. 2006.
4
Os condottieri (no singular, condottiere – do italiano “comandante”, derivado por
sua vez do latim conducere, “conduzir”) eram líderes mercenários empregados
pelas cidades-estado italianas durante a Idade Média (principalmente nos sécu-
los XIV e XV). Surgiram a partir da necessidade de defesa das cidades italianas,
em constante rivalidade. Michel Onfray se utiliza da descrição do Condottiere
apresentada por André Suarès, Le Voyage du Condottiere, onde o autor descreve
com elegância e destreza a obra de Verrochio, autor da escultura de Barto-
lomeu Colleoni, importante Condottiere em Veneza. O conceito de Condottiere
aqui utilizado deve-se essencialmente a essa visão estética e não a dimensão
histórica dos chefes de guerra mercenários da Itália renascentistas.
5
Michel Onfray. A escultura de si: a moral estética. Tradução de Mauro Pinheiro.
Rio de Janeiro, Rocco, 1995, p. 19.
6
Michel Onfray. O ventre dos filósofos. Tradução de Ana Maria Scherer. Rio de
Janeiro, Rocco, 1990, p. 29.
7
Michel Onfray. A arte de ter prazer: por um materialismo hedonista. Tradução de
Mônica Stahel. São Paulo, Martins Fontes, 1999, p. 161.
8
Michel Onfray, 1999, op. cit., p. 240.
131
RESUMO
O objetivo deste texto é discutir o materialismo hedonista pre-
sente na obra de Michel Onfray. Filósofo francês contemporâ-
neo, Onfray estabelece sua proposta ética baseada em ele-
mentos que entende o bem como sendo moldado por valores
estéticos. Apoiando-se na figura do seu personagem conceitu-
al, o Condottiere, Onfray parte para a elaboração de um projeto
filosófico singular, no qual adota a elegância e o prazer como
bússolas em direção à estética da existência de forma afirma-
tiva e jubilosa. Partindo dos caminhos traçados por Onfray ao
encontro do materialismo e da crítica ao ideal ascético, será
abordada sua proposta hedonista no presente. Ao situar-se
como um “nietzschiano de esquerda”, o autor busca a excelên-
cia, a grandeza e a aceitação do caráter trágico da existência
como forma de superação do niilismo contemporâneo, através
do exercício da singularidade e da eleição hedonista.
Palavras-chave: materialismo hedonista, ética, estética da
existência.
ABSTRACT
The aim of this text is to debate the hedonist materialism found
in the work of Michael Onfray. The contemporary French philo-
sopher draws his ethical subject based on elements that take
“The Goodness” as something built up by ethical values. Adop-
ting the ideal figure of the Condottiere, as the main character
on his work, Onfray has begun the development of a particular
philosophical project, where the elegance and the pleasure are
the compasses to reach and understand the aesthetic of exis-
tence in an affirmative and jubilant way. Following the steps
of Onfray in the direction of the materialism and the criticism of
the asceticism as an ideal, his hedonist proposal is addressed
in the present time. As a “Left wing Nietschian”, the author
looks for the excellence, the greatness and the acceptance of
the tragic character of existence as an instrument to overcome
the contemporary nihilism through the exercise of singularity
and the choice of hedonism.
132
134
135
136
137
138
139
140
141
142
143
RESUMO
Esse texto tem como objetivo apontar alguns dos fatores que
possam elucidar sobre o atual estágio compulsivo de consu-
mo alienante do esporte, dando especial atenção ao futebol,
enquanto fenômeno de compra e venda do corpo no contexto
da globalização e das TIC (Tecnologias de Informação e de Co-
municação).
Palavras-chave: esporte, globalização, TIC.
ABSTRACT
The article intends to identify some points that will be able
to elucidate ideas from the alienating compulsive process of
sports consumerism nowadays, with special consideration on
soccer, as a buying and selling phenomena of the body in the
globalization context and ICT (Information and Communication
Technologies).
Keywords: sport, globalization, ICT.
144
saul newman*
146
147
148
Anarquismo
149
150
151
O contrato social
152
153
154
155
156
157
Maniqueísmo
158
159
160
161
162
Vontade de poder
163
164
165
166
167
168
169
170
171
172
173
Notas:
1
Friedrich Nietzsche. On the Genealogy of Morality and others writings. Keith Ansell-
Pearson (org.), Tradução de Carol Diether. Cambridge, Cambridge University
Press, 1994, p. 52 O trecho aqui utilizado procede da versão em português:
Friedrich Nietzsche. Genealogia da moral: uma polêmica. Tradução de Paulo Cezar
de Souza. São Paulo, Companhia das Letras, 1998. p. 62. (N.T.).
2
Idem, p. 161.
3
Ibidem, p. 12.
4
Ibidem.
5
Ibidem, p. 19. Trecho aqui utilizado procede da versão em português:
Friedrich Nietzsche, 1998, op. cit., p.26. (N.T.).
6
Ibidem, p 161.
174
7
Ibidem, p. 21.
8
Ibidem, pp. 21-22.
9
Mikhail Bakunin. Political Philosophy: scientific anarchism. G.P Maximoff (org.).
London, Free Press of Glencoe, 1984, p. 207.
10
Karl Marx. “Critique of the Gotha Program” in The Marx-Engels Reader 2nd.
Ed. Robert C. Tucker (org.). New York, W.W Norton & Co. 1978, p. 538.
11
Karl Marx, “After the Revolution: Marx debates Bakunin”, 1978, op. cit.,
p. 545.
12
Mikhail Bakunin. Marxism, Freedom and the State. Translation of K.J Kenafick.
London, Freedom Press, 1950, p. 49.
13
Mikhail Bakunin, 1984, op.cit., p. 228.
14
Ibidem, p. 221.
15
Nietzsche, 1994, op. cit., p. 61.
16
Idem, pp. 62-63.
17
Ibidem, p. 63.
18 Thomas Hobbes. Leviathan. Oxford, Basil Blackwell, 1947, p. 83. Em portu-
guês. Thomas Hobbes. Leviatã. (Os Pensadores). Tradução de João Paulo Monteiro e
Maria Beatriz Nizza da Silva. São Paulo, Editora Abril, 1973. (N.T.).
19
Idem, p. 82.
20
Bakunin, 1984, op. cit., p. 165.
21
Idem.
22
Piotr Kropotkin. The State: Its Historic Role. London, Freedom Press, 1946, p.
37. Em português: Piotr Kropotkin. O Estado e seu papel histórico. Tradução de
Alfredo Guerra. São Paulo, Nu-Sol/ Imaginário, 2000. (N.T.).
23
Bakunin, 1984, op. cit., p. 166.
24
Idem, p. 239.
25
Ibidem.
26
Kropotkin, 1946, op. cit., p. 12.
27
Bakunin, 1984, op. cit., p. 121.
28
Idem, p. 212.
29
Ibidem, p. 240.
175
30
Ibidem, p. 157.
31
Bakunin, 1984, op. cit., p. 156.
32
Piotr Kropotkin. Ethics: Origin & Development. Translation of L. S Friedland,
New York, Tudor, 1947, p. 14.
33
Idem, p. 45.
34
Hobbes, 1947, op. cit., p. 120.
35
Idem, p. 120.
36
Jacques Donzelot. “The Poverty of Political Culture”. In Ideology & Con-
sciousness, 5, 1979, 73-86, p. 74.
37
Idem.
38
Bakunin, 1984, op. cit., p. 224.
39
Idem, p. 145.
40
Ibidem, p. 172.
41
Ibidem, p. 138.
42
Ibidem, p. 248.
43
Kropotkin, 1946, op. cit., p. 28.
44
Idem, p. 17.
45
O autor não apontou a obra específica da citação da noção de real apresen-
tada. (N. T.)
46
Michel Foucault. “The Subject and Power”. In Hubert L. Dreyfus and Paul
Rabinow, Michel Foucault: Beyond Structuralism and Hermeneutics. Brighton, Har-
vester Press, 1982, p. 221. Em português: Hubert Dreyfus,.& Paul Rabinow.
Michel Foucault: uma trajetória filosófica, para além do estruturalismo e da hermenêutica.
Tradução de Vera Portocarrero. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995.
(N.T.).
47
Nietzsche, 1994, op. cit., p. 28. Trecho aqui utilizado procede da versão em
português: Nietzsche, 1998, op. cit., p. 36. (N.T.).
48
Michel Foucault. The History of Sexuality. Vol.I: Introduction. Translation of R.
Hunter. New York, Vintage Books, 1978, p. 93. Em português: M. Foucault.
História da sexualidade. Tradução de Maria Thereza da Costa Albuquerque. Re-
visão técnica de José Augusto Guilhon Albuquerque. Rio de Janeiro, Graal.
Vol. 1, 1977; vol. II, 1984; vol.III, 1985. (N.T.).
49
Michel Foucault. Discipline and Punish: the Birth of the Prison. Translation of
Alan Sheridan. London, Penguin Books, 1991, p. 27. Em português: Michel
176
Foucault. Vigiar e Punir: História da Violência nas Prisões. Tradução de Lígia M. Ponde
Vassalo. São Paulo, Vozes, 1977. (N.T.).
50
Michel Foucault. “Power and Strategies”. In Power/Knowledge: selected interviews and
other writings 1972-77, Colin Gordon (org.), New York, Harvester Press, 1980, p.
141. Em português: Michel Foucault. “Poderes e estratégias” in Estratégia, poder-
saber (Ditos e escritos vol. IV). Org. Manuel Barros da Motta e tradução de Vera L.
Avellar Ribeiro. Rio de Janeiro, Forense Universitária, 2003, pp. 241-252. (N.T.).
51
Michel Foucault. “The Ethic of Care for the Self as a Practice of Freedom”. The
Final Foucault, ed., J. Bernauer and D. Rasmussen, MIT Press: Cambridge, Mass,
1988, p. 3. Em português: “A ética do cuidado de si como prática da liberdade” in
Ética, sexualidade, política (Ditos e Escritos Vol. V). Tradução de Elisa Monteiro e
Inês Autran Dourado Barbosa. Rio de Janeiro, Forense, 2004 (N.T.).
52
Michel Foucault. “On the Genealogy of Ethics”. The Foucault Reader. Paul Rabinow
(org), New York, Pantheon Books, 1984, p. 343. Em português: “Sobre a genealo-
gia da ética: uma revisão do trabalho” in Hubert Dreyfus e Paul Rabinow. Michel
Foucault, uma trajetória filosófica. Para além do estruturalismo e da hermenêutica. Tradução
de Vera Porto Carrero. Rio de Janeiro, Forense Universitária, 1995, pp. 253-278.
(N.T.).
53
Foucault. History of Sexuality. op. cit., p. 96.
54
Friedrich Nietzsche. Birth of Tragedy, in Basic Writings. Translation of Walter
Kaufmann, New York, Modern Library, 1968, p. 72. Em português: F. Nietzsche.
O nascimento da Tragédia. Tradução de Jacob Guinsburg. São Paulo, Companhia das
Letras, 1998. (N.T.).
55
Cf. Allan Megill. Prophets of Extremity: Nietzsche, Heidegger, Foucault, Derrida.
Berkeley, University of California Press, 1985, p. 39.
56
Nietzsche, 1994, op. cit., pp. 55-56.
57
Cf. Friedrich Nietzsche. Thus Spoke Zarathustra. Translation of R.J Hollingdale,
London, Penguin, 1969, pp. 28-29. Em português: F. Nietzsche. Assim falou
Zaratustra. Tradução de Mário da Silva. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1998.
(N.T.).
58
Foucault, 1982, op. cit., p. 212.
59
Nietzsche, 1969, op. cit., p. 297.
60
Friedrich Nietzsche. The Gay Science. Translation of., Walter Kaufmann, New
York, Vintage, p. 228. Em português: F. Nietzsche. A gaia ciência. Tradução de
Paulo César de Souza. São Paulo, Companhia das Letras, 2001. (N.T.).
61
Nietzsche.1969, op. cit., p. 297.
177
62
Ernesto Laclau. “Community and Its Paradoxes: Richard Rorty’s ‘Lib-
eral Utopia’”. In Ernesto Laclau (org.) Emancipations, London, Verso, 1996,
105-123, p. 123.
63
Piotr Kroptokin. Mutual Aid: A Factor of Evolution. London, Penguin Books
Ltd., 1939, p. 210.
64
Bakunin, 1984, op. cit., p. 267.
65
Michel Foucault. “Is It Useless To Revolt?”. In Philosophy and Social Criticism 8
(1) (1981), pp. 1-9, p. 9. Em português: Michel Foucault. “É inutil revoltar-se?”
in Michel Foucault, 2004, op. cit.
66
Cf. Paul Patton. “Power in Hobbes and Nietzsche”. In Paul Patton (org.)
Nietzsche, Feminism & Political Theory. Australia, Allen & Unwin, 1993, p. 152.
67
Idem, p. 156.
68
Ibidem, p. 154.
RESUMO
Este ensaio investiga o discurso anarquista clássico por meio da
lógica do ressentimento no pensamento maniqueísta que habita
esta política radical, conforme apontado por Nietzsche. Levan-
do em conta também a noção de poder de Foucault, Newman
afirma um anarquismo que seja mais do que reação ao Estado,
mas que implique uma comunidade baseada no poder ativo, na
qual a liberação individual de forças e capacidades produz uma
intensa sensação de poder compartilhada mutuamente.
Palavras-chave: anarquismo, ressentimento, pós-anarquismo.
ABSTRACT
This essay investigates the classic anarchist discourse through
the logic of ressentiment in the Manichean thinking that inhabits
this radical politics, as pointed out by Nietzsche. Considering
also Foucault’s notion of power, Newman affirms an anarchism
that is more than reaction to the state but implies a community
based on active power, in which the individual’s discharge of
forces and capacities produce an enhanced sensation of power
mutually shared.
Keywords: anarchism, ressentiment, post anarchism.
178
rolf s. de folter*
I. Introdução
*
Professor no Departamento de Filosofia da Universidade de Erasmus,
Rotterdam, Holanda
181
182
183
184
185
186
187
188
189
190
191
192
193
194
195
196
197
198
199
200
201
202
203
204
205
206
207
208
V. Algumas conclusões
209
210
211
Notas:
1
Extraido de: Stan Cohen (org.). Abolicionismo penal. Buenos Aires, Ediar,
1989.
2
Council of Europe. Report on Descriminalisation. Strasbourg, 1980, p. 19.
3
Michel Foucault. Surveiller ePunir. Naissance de la prison. Paris, Gallimard, 1975,
p. 236.
4
R. M. Bohm. “Radical Criminology: an explication”. In Criminology 4, 1982,
pp. 565-580.
5
Council of Europe, 1980, op. cit., p. 13.
6
Dos delitos e das penas. Cf., entre outras, a edição da Editora Martins Fontes,
2005. (NT)
212
7
Michel Foucault. The order of things: an archeology of de human sciencies. London,
Tavistock. Prefácio da edição em inglês, 1970, p. XV: “O discurso em geral, e
o discurso científico em particular, é uma realidade tão complexa que não só
podemos mas também devemos abordá-lo em diferentes níveis e com diferen-
tes métodos.” Mais explicações em: Michel Foucault. The archeology of knowledge.
New York, Pantheon, 1972.
8
Martin Heidegger. Die Grundprobleme der Phünomenology. Gesammtausgabe,
Vol. 24. Frankfurt, M. Klostermann, 1975, p. 29.
9
Hans Georg Gadamer. Warheit und Methode. Tübingen, Moher 290, 1975.
10
Louk Hulsman & J. Bernat de Célis. Peines perdues: le système pénal en question.
Paris, Lelenturion, 1982, p. 107: “(...) C’est le systeme tout entier qu’il s’agit de
faire basculer.”
11
Council of Europe, 1980, op. cit., pp. 37-53; Louk Hulsman. Handhaving van
recht. Deventer, Kluwer, 1965, p. 12; Louk Hulsman. “Un paradigme crimino-
logique abolitionniste sur la catégorie du crime”, Colloques internationaux de
C.N.R.S., n. 571, In Connaissance et fonctionnement de la justice pénale. Paris, 1977,
p. 429.
12
Hulsman & Bernat de Célis, 1982, op. cit., pp. 142-144.
13
Idem, pp. 71-72; Hulsman, 1977, op. cit., p. 429.
14
Hulsman & Bernat, 1982, op. cit., pp. 90, 130, 140.
15
Idem, pp. 121, 164.
16
Ibidem, pp. 39, 106.
17
Ibidem, pp. 39, 47.
18
Ibidem, p. 114. Também: J. Bernat de Célis. “Les grands options de la
politique criminelle: la perspective criminelle; la perspective de Louk Hulsman”,
In Archives de politique criminelle, 1981, 5:31.
19
Hulsman & Bernat de Célis, 1982, op. cit., p. 110.
20 Council of Europe, 1980, op. cit., p. 14.
21
Idem, pp. 176-181; Hulsman & Bernat de Célis, 1982, op. cit., pp. 156-158.
22
Edmund Husserl. Die Krisis der europäischen. Wissenschaften und die traszendentale
Phänomenology. The Hague, Nijhoff, p. 52: “Das Ideenkleid macht es, dass wir
für wahres Sein nehmen, was eine Methode ist.”
23
Sebastian Scheerer. “Die abolitionistische Perspektive”, In 16 Kriminologisches
Journal, 2:98, 1984.
24
Thomas Mathiesen. The Politics of Abolition. Oslo, Robertson, 1974, p. 46.
213
25
Ibidem, p. 925; Thomas Mathiesen. Law, Society and Political Action. London,
London Academie Press, 1980, p. 233.
26
Mathiesen, 1980, op. cit., p. 190.
27
Mathiesen, 1974, op. cit., p. 3.
28
Mathiesen, 1980, op. cit., p. 3.
29
Idem, pp. 224, 284-292.
30
Ibidem, pp. 226-230; Mathiesen, 1974, op. cit., p. 14.
31
Mathiesen, 1974, op. cit., p. 211.
32
Idem, pp. 100-109; Mathiesen, 1980, op. cit.
33
Mathiesen, 1980, op. cit., pp. 15-20.
34
Idem, pp. 80, 86, 112, 115, 133, 140.
35
Ibidem, p. 150.
36
Ibidem, p. 72.
37
Michel Foucault. Language, Counter-Memory, Practice: Selected Essays and Interviews.
D. F. Bouchard (ed.). New York, Cornell University Press, 1977, pp. 227, 230.
38 Idem, p. 209.
39
Michel Foucault. “Omnes et Singulatim: Towards a Criticism of Political Rea-
son”, In The Tanner Lectures on Human Values. Vol. II. Cambridge, 1981, p. 217.
40
Foucault, 1977, op. cit., p. 217.
41
Michel Foucault. “Sur la sellette”, entrevista de J. L. Ezine, In Les nouvelles
littéraires (March 17), 1975.
42
Michel Foucault. “Is it really important to think?”, In A Philosophy of Criticism,
1982. Entrevista a D. Eribon publicada originalmente no diário de esquerda Li-
bération, em Paris.
43
Michel Foucault. L´ordre du discours. Paris, Gallimard, 1970, p. 53; K. Racevskis.
Michel Foucault and the Subversion of Intellect. Ch. 5. London, Cornell University
Press, 1983.
44
Foucault, 1975, op. cit., p. 3.
45
Foucault, 1977, op. cit., p. 142.
46
Idem, p. 185.
47
Ibidem, p. 186.
214
48
Michel Foucault. The Archeology of Knowledge. New York, Pantheon, 1972, pp.
47, 32, 37.
49
Paul Veyne. Foucault revolutionne l’histoire. Paris, Seuil, 1978, p. 204.
50
Michel Foucault. The Order of Things: An archeology of the Human Sciences.
London, Thistok, 1970, p. XXIV.
51
Foucault, 1977, op. cit., p. 177.
52
Michel Foucault. “Questions of Method: An interview with Michel Foucault”,
In Ideology and Consciousness, 8, 1981.
53
Foucault, 1972, op. cit., p. 114.
54
Michel Foucault. The History of Sexuality: Vol. 1, “An Introduction”. London,
Allen Lane, p. 85
55
Foucault, 1972, op. cit., p. 119.
56
Idem, p. 118.
RESUMO
O artigo estabelece uma análise de três perspectivas diferentes
de abolicionismo pautados no pensamento de Louk Hulsman,
Thomas Mathiesen e Michel Foucault. Procura mostrar que o
abolicionismo é uma prática que não se restringe ao sistema
penal e requer uma estratégia específica, negando a possibili-
dade de uma teoria geral ou qualquer tipo de generalização.
Palavras-chave: Abolicionismo, estratégia, sistema penal.
ABSTRACT
The article establishes an analysis of three different perspec-
tives of the abolishment, according to the notions of Louk
Hulsman, Thomas Mathisen and Michael Foucault. It intends
to show that the abolishment is an action that does not res-
train itself from the penal code and requires a specific strategy,
denying the possibility of a common theory or any kind of ge-
neralization.
Keywords: abolitionism; strategy, penal code.
215
política, segurança e
criminalização de deslocados
edson lopes*
217
218
219
220
221
222
223
224
225
226
227
228
229
230
231
232
Notas:
1
Ministério da Justiça, janeiro de 2008 (sem autor discriminado). www.mj.gov.br.
2
Projeto Segurança Pública para o Brasil, Secretaria Nacional de Segurança
Pública (SENASP), 2003, p. 13.
3
Cf. Loïc Wacquant. As prisões da miséria. Tradução de André Telles. Rio de
Janeiro, Jorge Zahar, 2001.
4
Respectivamente: Plano Nacional de Segurança Pública, Projeto Seguran-
ça Pública para o Brasil e Programa Nacional de Segurança Pública com
cidadania.
5
Projeto Segurança Pública para o Brasil, Secretaria Nacional de Segurança
Pública (SENASP), 2003, p. 13.
6
Idem.
7
Definida pela Declaração e Programa de Ação sobre uma Cultura de Paz
de 13 de setembro de 1999 e pelo manifesto de 2000 “Por uma Cultura de
Paz e não-violência” (ONU/UNESCO).
8
Página principal de www.segurançacidada.org.br.
9
Idem.
10
Definição de Cultura de Paz em. “A cultura de Paz”, www.comitepaz.
org.br.
11
Ministério da Justiça, janeiro de 2008 (sem autor discriminado). www.
mj.gov.br.
12
Segundo o Projeto Segurança Pública Para o Brasil (2003) e Programa
Nacional Segurança Pública com Cidadania (2007).
13
Ministério da Justiça. “Democracia e Participação no contexto da crise
da Representação” In www.mj.gov.br/conferencia, janeiro de 2008, p. 5.
14
Projeto Segurança Pública para o Brasil, SENASP, 2003, p. 13.
233
15
Idem.
16
Idem.
17
Idem.
18
Secretaria Nacional de Segurança Pública, 2004.
19
As políticas de prevenção do crime e da violência são aquelas ações de-
senvolvidas e aplicadas pelo governo federal, estadual e/ou municipal; os
programas de prevenção do crime e da violência são caracterizados como
intervenções ou ações implementadas por organizações governamentais
e/ou organizações/associações não governamentais.
20
Segundo o Relatório Sobre Prevenção do Crime e da Violência e Promo-
ção da Segurança Pública (SENASP, 2004) estes efeitos podem ser carac-
terizados como preventivos, na medida em que contribuem para reduzir a
incidência e o impacto de crimes e violências, ou podem ser considerados
criminógenos, à medida que contribuem para aumentar a incidência e o
impacto de crimes e violências.
21
Projeto Segurança Pública para o Brasil, 2003, op. cit., p. 19.
22
Secretaria Nacional de Segurança Pública, 2004.
23
Nota-se, portanto, a importância do âmbito social e urbano do Programa
de Aceleração do Crescimento, tendo sido o próprio Programa Nacio-
nal de Segurança com Cidadania classificado como PAC da segurança em
2007.
24
Michel Foucault e Gilles Deleuze. “Os intelectuais e o poder” In David
Lapoujade (org). A ilha deserta e outros textos. Tradução de Luiz B. L. Orlandi
(et all.). São Paulo, Iluminuras, 2007.
25
Foucault chama a atenção ao fato da especificidade do racismo moderno
que uma sociedade exerce sobre ela mesma não é simplesmente o racismo
marcado pelo desprezo e pelo ódio de uma raça contra a outra, ou como
operação ideológica, pela qual o estado, ou uma classe, desviava para o
adversário hostilidades. Trata-se da especificidade do racismo como um
dispositivo, uma tecnologia de segurança. Cf. Em Defesa da Sociedade.
26
Idem, p. 271.
27
A noção de periferia como campo de concentração tem procedências no
trabalho de Loïc Wacquant. As prisões da miséria. Tradução de André Telles.
Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2001; Os condenados da cidade. Tradução
de Maria Eduarda Reis Colares. Rio de Janeiro, Revan/Fase, 2001; Nils
Christie. A indústria do controle do delito. A caminhdo dos Gulags em estilo ociden-
234
tal. Tradução de Luis Leiria. São Paulo, Forense, 1998; e Edson Passetti.
Anarquismos e sociedade de controle. São Paulo, Cortez Editora, 2003.
28
Edson Passetti. Anarquismo e sociedade de controle. São Paulo, Cortez edi-
tora, 2003, p. 176.
29
Anne Applebaum. Gulag: uma história dos campos de prisioneiros soviéticos.
Tradução de Mário Vilela e Ibraíma Dafonte. São Paulo, Ediouro, 2004.
30
Idem, p. 35.
31
Hannah Arendt. Origens do totalitarismo. Tradução de Roberto Raposo. São
Paulo, Companhia das Letras, 1989, p. 491.
32
Edson Passetti. “Ensaio sobre um abolicionismo penal” in Verve vol. 9.
São Paulo, Nu-sol, 2006.
33
A história ampla dos campos de concentração data do século XIX, ilus-
tra diversos projetos e atualizações. Os primeiros campos foram estabe-
lecidos em 1895 na Cuba colonial para pôr fim a insurreições locais. Em
1900 um projeto britânico foi descrito como reconcentração e iniciado por
motivos semelhantes durante a guerra dos Bôeres, na África do Sul. Alguns
colonizadores na África, aderiram ao modelo obrigando habitantes nativos
a trabalhos forçados para a colônia. O Império Russo, na marcha para
o leste, conquistou e concentrou diversos povos. Dos campos do século
XIX, aos do século XX, opera-se um longo processo de desumanização de
opositores ou inimigos objetivos, categoria nem inteiramente arbitrária e
nem estável. A noção de periferia como campo de concentração, não deve
ser observada como mera construção de efeito, mas como problematiza-
ção possível de um longo processo de seleção e governamentalização que
está à mão quando se trata de determinada categoria de população.
34
Alain Beaulieu. “La Transversalité de la notion de controle dans la travail
de Michel Foucault” in Alain Beaulieu (org.). Michel Foucault et lê Controle
social. Québec, Lê Presses de l´Université Laval, 2005.
35
Referência ao curso de 1977-1978: Sécurité, territoire, population.
235
RESUMO
Este texto apresenta algumas categorias que programam e
orientam o conjunto temático da segurança cidadã e cultu-
ra de paz e algumas de suas tecnologias de convivência e
tolerância promovidas a fatores de proteção de setores da
população, como processo de uma constituição social, a co-
munidade aliada à polícia. Pretendemos problematizar as
conexões precárias e instáveis que assentam este conjunto
temático a uma perspectiva que se pretende solucionadora
da criminalização, a despeito da crescente seleção, suspeita
e ativamento do reforço penal, conduzindo a misérias, racis-
mo de Estado e à periferia como acontecimento penal, como
campo de concentração.
Palavras-chave: vulnerabilidade, segurança cidadã, polícia.
ABSTRACT
This text shows some categories that programs and directs
the thematic set of citizen security and culture of peace, and
some of its technologies of sociability and tolerance promo-
ted as factors of protection to population’s sectors as process
of a social constitution to a community associated with the
police. We intend to problematize the precarious and unsta-
ble connections that place this thematic set on a perspective
that affirms itself as the solution for the criminalization, in
spite of the increasing selection, suspicion and activation of
the penal strengthen, guiding to miseries, racism of State,
and to the periphery as penal occurrence, as concentration
camp.
Keywords: vulnerability, citizen security, police.
236
20 de abril de 1916.
238
239
240
241
242
243
244
245
246
Notas:
RESUMO
O texto reproduz os registros oficiais do julgamento de Emma
Goldman, em decorrência da denúncia de um policial, acusan-
do-a de propaganda indecente.
ABSTRACT
The text reproduces official transcripts of Emma Goldman’s
trial, following the accusation of a police officer for obscene pro-
paganda.
247
no ofício múltiplo
de sábio e sapateiro
um homem se cria
palmilhando pregos, sonhos,
lutas e sentidos
nascidos da dura dignidade da matéria
no ouvir
acolhe o outro
que então se reconhece
a palavra em alteridade
é maré de epifanias
252
253
nildo avelino*
254
255
256
257
258
259
260
261
262
jaime cubero:
uma potência singular da anarquia
263
264
juventude
guilherme corrêa*
265
266
edson passetti*
267
268
convulsões espanholas:
invenções na revolução eliane knorr*
271
272
273
275
276
277
278
sobre o uso
político da religião gustavo ramus∗
280
281
282
283
teatro, anarquia
e um alerta aos pluralistas edson passetti*
285
286
287
288
289
290
Aulas-teatro
Emma Goldman na Revolução Russa, 1o semestre de 2007.
Eu, Émile Henry, 2o semestre de 2007.
Foucault, 1o semestre de 2008.
Estamos todos presos, 2o semestre de 2008.
DVD
Vídeos
Libertárias, 1999.
Foucault-Ficô, 2000.
Um incômodo, 2003.
Foucault, último, 2004.
Manu-Lorca, 2005.
A guerra devorou a revolução. A guerra civil espanhola, 2006.
Cage, poesia, anarquistas, 2006.
CD-ROM
Um incômodo, 2003 (artigos e intervenções artísticas do Simpósio Um
incômodo).
291
Berkman
Colombo
Enckell
Safón
292
lombo
Livros
Edson Passetti e Acácio Augusto. Anarquismos e educação. São Paulo, Au-
têntica, 2008.
Edson Passetti. Anarquismo urgente. Rio de Janeiro, Achiamé, 2008.
Edson Passetti e Salete Oliveira (orgs.). Terrorismos. São Paulo, Cortez,
2006.
Edson Passetti e Salete Oliveira (orgs.). A tolerância e o intempestivo. São
Paulo, Ateliê Editorial, 2005.
Edson Passetti (org.). Curso livre de abolicionismo penal. Rio de Janeiro,
Editora Revan/Nu-Sol, 2004.
Edson Passetti (org.). Kafka-Foucault, sem medos. São Paulo, Ateliê Editorial,
2004.
Mikhail Bakunin. Estatismo e anarquia. São Paulo, Ed. Imaginário/Ícone
Editora/Nu-Sol, 2003.
Pierre-Joseph Proudhon. Do Princípio Federativo. São Paulo, Ed. Imaginário/
Nu-sol, 2001.
293
Identificação:
Resumo:
Notas explicativas:
Citações:
I) Para livros:
294
Revista Verve
295
Veja também...
Revista Utopia
Publicação da Associação Cultural A VIDA
www.utopia.pt
Portugal
Letralivre
Revista de cultura libertária, arte e literatura
Robson Achiamé, Editor
www.achiame.net
Brasil
El Libertário
Vócero ácrata de ideas y propuestas de acción
www.nodo50.org/ellibertario
Venezuela
El Libertário
Publicación de la Federación Libertaria Argentina.
www.flying.to/fla
www.anarquia.org.ar (versão digital realizada pelo Colectivo Libertario Mar
del Plata
Argentina
296
25 de setembro
br
16 de outubro
liberdade: entre o negativo
at e a potência
educação
com: edson passetti, acácio augusto, gus gustavo simões, michel foucault,
paulocom
resende,
edson william burroughs
passetti, cut
cut-ups,
acácio augusto, rené char,simões,
gustavo câmera solta,
um estado de sítio, gustavo ramus, oscar
michel foucault, max wilde, nam
stirner,anamaria
o inimigosalles, salete
do rei, oliveira,
roberto bolaño, roberto freire,
proudhon:
jaime cubero:"a"alinguagem
gua
linguagem é éumumvirus"
virus"
23 de
2 de
eooutubro
outubro
nômades
revolução
uçã e revolta
com: edson
com passetti, acácio au
edson passetti, augusto, gustavogustavo
acácio augusto, simões, simões,
michel foucault,
émile henry,
bertolucci-partner, camposrené
dechar,r, câmera
c
carvalho, solta,duschamp,
marcel maria lacerda de moura,
kafka, rené char, sêneca,
lucia soares, gustavo ramus,
bakuninus: "aeliane knorr, albert
linguagem camus, salete oliveira,
é um virus"
max stirner:
rne "a linguagem é um virus"
30 de outubro
9 de outubro
qual o seu nome?
palavras
com edson passetti, acácio augusto, gustavo simões, salete oliveira, michel foucault,
com:
konstantino edson
kaváfis, passetti,
emma etti acáciojuliana
goldman, augusto, gustavo
meduri, simões,
maria michel
lacerda foucault,
de moura, lucia soares,
monda imprensa
joão monteiro,
eliane knorr, noticiário dostoiévski, rené char,
anarquista, câmera
albert solta,
camus, dalton trrevisan,
avo
gustavo ramus,
hakim beyeliane knorr, punks,
: "a linguagem é umsalete oliveira,
virus"
m livro
um li de cabeceira: "a linguagem é um virus"
6 de novembro
16 de outubro
ecopolítica
educação
com edson passetti, acácio augusto, gustavo simões, michel foucault,
com: eds
dalton edson passetti,
trevisan, buñuel,acácio
rené augusto, gustavo
char, cut-up maissimões,
uma vez, michel
saletefoucault,
oliveira,
max stirner,
sti rené char,
errico câmera"a
malatesta: solta, salete oliveira,
linguagem roberto bolaño,
é um virus"
bakunin: "a linguagem é um virus"
13 de novembro
um silêncio
20 de novembro
intempestivo
27 de novembro
anarquia 2 a 2
retirada de ingressos:
06 de maio
00:00 às 00:00
www.nu-sol.org
retirada de ingressos
na bilheteria do tucarena
10 e 11 de novembro
18h00 às 19h00
Nu-Sol - www.nu-sol.org
Margareth Rago
José Maria Carvalho Ferreira
Rogério Nascimento
Nildo Avelino
Robson Achiamé
Guilherme Corrêa
Acácio Augusto & Thiago Parafuso
Roberto Freire
Nu-Sol, 2008.
Disponível em DVD.