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Interdisciplinaridade na gerontologia:
uma revisão da literatura
Natalia Aquaroni Ricci
Ana Carolina Bellini
Sheila de Melo Borges
Márcia Mariko Nakano
Maria Filomena Ceolim
RESUMO: Este trabalho tem como objetivo realizar revisão e análise crítica da
literatura científica atual sobre a interdisciplinaridade em Gerontologia. O estudo
consistiu em uma revisão bibliográfica sistemática de publicações da atual década
(2000-2006) encontradas na base de dados PubMed. Foram analisados na íntegra
dez artigos, que contemplavam a relação intervenção em idoso e interdisciplina-
ridade. As pesquisas apresentaram dificuldade em relatar a dinâmica da equipe e
o uso indiscriminado da nomenclatura de trabalho interdisciplinar.
Palavras-chave: equipe interdisciplinar de saúde; idoso; gerontologia.
ABSTRACT: This work aims to review and analyze critically the current scientific literature
on interdisciplinarity in Gerontology. The study involved a systematic review of the publications
found in the Pub Med database between the years of 2000 and 2006. Ten articles that deal
with the relationship between intervention in elderly people and interdisciplinarity were
analyzed. These articles had difficulty in reporting the dynamics of the patient care team and
there was an indiscriminate use of the interdisciplinary teamwork terms.
Key-words: Patient care team; Elderly; Gerontology.
Introdução
Metodologia
Resultados
Clark, P. et Islândia N= 6 Prevenção e 2 momentos a cada Idosos da Não foi Melhora nos hábitos
al. (2002) Comunidade promoção de saúde 12 meses comunidade mencionado alimentares, da
com idade acima capacidade funcional e
de 65 anos saúde em geral
Jensen, J. et Suécia N=4 Prevenção de 11 semanas Idosos acima de Discussões e Redução de quedas e
al. (2002) Instituição de quedas 65 anos e mais integração na fratura de fêmur
longa intervenção
permanência
Inouye, EUA N= 11 Prevenção de Não especificado Pacientes Discussões e Prevenção da perda
S.K. et al. Hospital declínio funcional e internados, com integração na funcional e cognitiva
(2002) cognitivo 70 anos e mais intervenção de pacientes idosos de
alto risco
25
Gerontólogo 2
Capelão 2
Coordenador de cuidados 1
Terapeuta recreacional 2
Farmacêutico 3
Enfermeiro 14
Assistente social 7
Profissionais
Educador físico 1
Psicólogo 4
Nutricionista 3
Terapeuta ocupacional 7
Fisioterapeuta 7
Fonoaudiólogo 2
Odontólogo 1
Geriatra 7
Médico 7
0 2 4 6 8 10 12 14
Número de Profissionais
Discussão
pla, que deverá ser realizada por uma equipe. Dessa forma, muitas pro-
fissões podem estar envolvidas no atendimento do idoso em qualquer
nível de atuação, como foi possível observar na diversidade de profis-
sionais que compunham as equipes dos estudos aqui analisados.
O número e o tipo de profissionais de uma equipe são definidos
de acordo com a necessidade do programa em que estão envolvidos e do
perfil dos idosos do serviço (Jacob Filho e Sitta, 1996). Essa formação da
equipe, baseada no foco da intervenção, talvez tenha sido o motivo da
grande diferença do número de profissionais nos artigos analisados, visto
que foi encontrado uma variação de dois a catorze. No entanto, mesmo
o estudo com menor equipe (Close et alii, 2003) traz relato de bons
resultados, sugerindo que não existe um tamanho ideal para a formação
de uma equipe.
A equipe de saúde vem se diversificando e tornando mais com-
plexa sua composição, mas verifica-se que o profissional citado com maior
freqüência nos artigos analisados foi o profissional médico e os enfermei-
ros, que têm ainda uma representação maior no setor da saúde (Peduzzi,
1998). O maior número desses profissionais também pode ser devido ao
enfoque dos trabalhos no ambiente hospitalar. No entanto, os estudos
apresentaram um crescimento no número de fisioterapeutas e terapeu-
tas ocupacionais acompanhando o aumento na inserção de profissionais
não-médicos na intervenção (ibid.).
O local, isto é, o serviço no qual a equipe e o paciente estão inse-
ridos, tem influência direta na dinâmica intervencionista. Interpretar a
função dos serviços utilizados nos trabalhos em diferentes sistemas de
cuidado de saúde não é simples (Shepperd e Iliffe, 2001), pois fatores
como a disponibilidade, o tipo, a quantidade de serviços e recursos (fi-
nanceiros, humanos e tecnológicos), a localização geográfica, a cultura
médica local, a ideologia do prestador, entre outros, são aspectos da oferta
que influenciam o padrão de consumo de serviços de saúde (Travassos et
alii, 2000). Embora a oferta de serviços de cuidado à saúde no domicílio
tenha crescido muito na última década, e embora constitua uma foram
de baratear custos (Silvestre e Neto, 2003), a intervenção no ambiente
domiciliar foi relatada em um único artigo (Shyu et alii, 2005).
Referências