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Ementário Forense

(Votos que, em matéria criminal, proferiu o Desembargador


Carlos Biasotti, do Tribunal de Justiça do Estado de São
Paulo. Veja a íntegra dos votos no Portal do Tribunal de
Justiça: http://www.tj.sp.gov.br).

• Crime Continuado
(Art. 71 do Cód. Penal)

Voto nº 3432

Apelação Criminal nº 1.279.935/0


Art. 157, § 2º, ns. I e II, do Cód. Penal;
art. 71 do Cód. Penal

– Em ponto de crime continuado, não deve o Juiz reduzir demasiado seu


alcance, tornando-lhe impossível o reconhecimento; antes lhe importa, de
par com a preocupação da ordem jurídica e social, atender ao fim do
instituto, convém a saber, evitar o exagero punitivo sob o influxo da
equidade, pois meta do Direito Penal é também a recuperação do infrator.
–“Viola o art. 71 do Código Penal o acórdão que, embora reconhecendo a
concorrência dos elementos da caracterização objetiva do crime
continuado, que nele se adotou, nega, porém, a unificação das penas, à
base de circunstâncias subjetivas, quais os antecedentes do acusado ou a
ausência da unidade de desígnio” (Rev. Trim. Jurisp., vol. 137, p. 772; rel.
Min. Sepúlveda Pertence).
–“O réu tem direito ao crime continuado, agindo ou não com unidade de
desígnio, pois essa foi a vontade do legislador” (Guilherme de Souza
Nucci, Código Penal Comentado, 2000, p. 216).
Voto nº 12.177

Apelação Criminal nº 993.07.080502-1


Arts. 213, 214 e 71 do Cód. Penal;
arts. 12 e 14 da Lei nº 10.826/03;
art. 226 do Cód. Proc. Penal

– Nisto de reconhecimento, o ponto está em que seja seguro. O exagerado


apego ao rito preconizado pelo art. 226 do Cód. Proc. Penal constitui,
muita vez, escusado tributo ao “frívolo curialismo”, que o sábio Francisco
Campos mandava proscrever, de férula em punho (cf. Exposição de
Motivos do Código de Processo Penal, nº XVII).
– A palavra da vítima de atentado violento ao pudor tem importância
inquestionável na apuração das circunstâncias do fato criminoso e na
identificação de seu autor. Exceto se os elementos de prova dos autos
demonstrarem que a ofendida mentiu, suas palavras servem de carta de
crença e, pois, justificam a edição de decreto condenatório (art. 214 do
Cód. Penal).
– Com a entrada em vigor da Lei nº 12.015, de 7.8.2009 — que alterou o
Título VI da Parte Especial do Código Penal —, foi revogado o art. 214 do
Cód. Penal, e a figura típica de que tratava (atentado violento ao pudor)
fundiu-se formalmente com a do art. 213, que define o estupro, crime
contra a dignidade sexual. As condutas que antes constituíam os delitos de
atentado violento ao pudor e estupro integram hoje um só e mesmo tipo
penal, sob a rubrica de estupro (art. 213 do Cód. Penal). Donde a
inferência lógica imediata: praticadas nas circunstâncias do art. 71 do
Código Penal, as condutas do art. 213 configuram delito continuado.
–“O crime continuado, instituto nascido da equidade, é uma fictio juris
destinada a evitar o cúmulo material de penas” (cf. José Frederico
Marques, Curso de Direito Penal, 1956, vol. II, p. 354).
– No crime continuado, mais do que a unidade de ideação, prevalecem os
elementos objetivos referidos no art. 71 do Cód. Penal e a conveniência de
remediar o exagero punitivo, que não corrige o infrator, senão que o revolta
e embrutece, por frustrar-lhe a esperança de realizar, em tempo razoável e
justo, o sonho da liberdade.
– A posse clandestina de arma de fogo, acessório ou munição, no interior de
residência, tipifica a infração do art. 12 da Lei nº 10.826/03 (Estatuto do
Desarmamento), independentemente de perigo concreto.
– O autor de estupro (art. 213 do Cód. Penal), crime da classe dos
hediondos, deve cumprir sua pena sob o regime inicial fechado, por força
do preceito do art. 2º, § 1º, da Lei nº 8.072/90.
Voto nº 11.034

Apelação Criminal nº 990.08.087390-3


Arts. 157, § 2º, ns. I e II, e 71do Cód. Penal;
art. 1.196 do Cód. Civil

– Muita vez, o silêncio do acusado é a mais clara das explicações.


–“Para os chamados penalistas práticos, a confissão do acusado se
equiparava à própria coisa julgada, como ensinava Farinácio: Confessio
habet vim rei judicatae” (José Frederico Marques, Estudos de Direito
Processual Penal, 1a. ed., p. 290).
– Nos casos de roubo, a palavra da vítima tem extraordinário valor e peso,
pois manteve contacto direto com seu autor, cuja punição unicamente lhe
interessa, não a de pessoa inocente.
– Em ponto de crime continuado, não deve o Juiz reduzir demasiado seu
alcance, tornando-lhe impossível o reconhecimento; antes lhe importa, de
par com a preocupação da ordem jurídica e social, atender ao fim do
instituto, convém a saber, evitar o exagero punitivo sob o influxo da
equidade, pois meta do Direito Penal é também a recuperação do infrator.
–“O réu tem direito ao crime continuado, agindo ou não com unidade de
desígnio, pois essa foi a vontade do legislador” (Guilherme de Souza
Nucci, Código Penal Comentado, 2000, p. 216).
– A só presença de duas qualificadoras não obriga ao aumento da pena do
roubo além do mínimo legal de 1/3, o que apenas se justifica nos casos em
que praticado por grupo numeroso de agentes, mediante emprego de armas
de extraordinário poder vulnerante.
– Ordinariamente falando, ao autor de roubo é o regime fechado o que mais
lhe convém, como justa resposta por ter violado de frente regras
fundamentais da convivência humana.

Voto nº 1464

Agravo em Execução nº 1.141.095/4


Art. 71 do Cód. Penal

–“Instituto jurídico nascido da equidade, é o crime continuado uma fictio


juris destinada a evitar o cúmulo material de penas” (José Frederico
Marques, Curso de Direito Penal, 1956, vol. II, p. 354). O fim a que arma,
portanto, é favorecer o réu.
–“Por mais graves que tenham sido os crimes praticados, tem o acusado o
direito à esperança de um dia voltar ao convívio social e de sua família”
(João Baptista Herkenhoff, Uma Porta para o Homem no Direito
Criminal, 2a. ed., p. 166).
– Todo homem é maior que sua culpa!

Voto nº 218

Agravo em Execução no 1.043.447/1


Art. 155 do Cód. Penal;
art. 71 do Cód. Penal

– Os crimes subsequentes devem ser havidos como continuação do primeiro:


este, o traço mais conspícuo do crime continuado.
– Para tanto, além dos elementos de ordem objetiva, é mister concorra o de
índole subjetiva, a saber: unidade de resolução.
– Sem essas características, não há continuidade delitiva, mas simples
reiteração criminosa, que argui no agente, a torpe malícia de quem faz do
crime profissão.

Voto nº 249

Apelação Criminal no 1.046.623/0


Art. 157, § 2º, nº I, do Cód. Penal;
Art. 71 do Cód. Penal

– Árida e árdua questão doutrinária, não é desarrazoada a inteligência que


empresta a roubos praticados contra várias pessoas o cunho de crime
continuado, em vez de concurso formal.
– Tem toda a sentença algo de sagrado e grandioso, que a deve abroquelar de
frívolos impulsos de reforma.
– Ordinariamente falando, ao autor de roubo é o regime fechado o que mais
lhe convém, como justa resposta por ter violado de frente regras
fundamentais da convivência humana.
– Excepcionalmente, contudo, pode-se-lhe conceder o regime semiaberto,
como recompensa da confissão perante a autoridade, pois ainda no mais vil
dos homens é sempre nobreza reconhecer as próprias faltas e prometer
emendar a mão.

Voto nº 313

Agravo em Execução no 1.046.937/1


Art. 157 do Cód. Penal;
art. 71 do Cód. Penal

– A pedra-de-toque do crime continuado, ao teor do preceito do art. 71 do


Código Penal, é tenham sido os delitos praticados pelo sujeito “mediante o
aproveitamento das mesmas relações e oportunidades ou com a utilização
de ocasiões nascidas da primitiva situação” (Damásio E. de Jesus,
Código Penal Anotado, 5a. ed., p. 198). Falhando tal circunstância, não
haverá continuidade delitiva, senão reiteração criminosa, que impede a
unificação de penas.

Voto nº 440

Agravo em Execução nº 1.055.575/4


Art. 157, § 2º, ns. I e II, do Cód. Penal;
art. 71 do Cód. Penal

– Não haverá continuidade, mas simples reiteração criminosa, se os delitos


não forem praticados pelo sujeito “mediante o aproveitamento das mesmas
relações e oportunidades ou com a utilização de ocasiões nascidas da
primitiva situação” (Damásio E. de Jesus, Código Penal Anotado, 5a.
ed., p. 198).

Voto nº 594

Apelação Criminal nº 1.068.615/1


Art. 158 do Cód. Penal;
art. 71 do Cód. Penal
– Para a realização do tipo do art. 158 do Cód. Penal, não faz ao caso
eventual obtenção da vantagem indevida, a qual já pertence para seu
exaurimento. “O crime de extorsão consuma-se independentemente da
obtenção da vantagem indevida” (Súmula nº 96 do STJ).
– A figura da continuidade delitiva, prevista no art. 71 do Cód. Penal,
pressupõe as “mesmas relações e oportunidades, ou a utilização de
ocasiões nascidas da primitiva situação”, sua pedra-de-toque (cf. Damásio
E. de Jesus, Código Penal Anotado, 5a. ed., p. 198).
– O regime prisional fechado é o que unicamente convém ao autor de crime
de suma gravidade, como o de extorsão, o qual, do mesmo passo que
produz funda comoção no organismo social, revela extrema vileza de
caráter em quem o pratica.

Voto nº 647

Agravo em Execução nº 1.076.109/3


Art. 158 do Cód. Penal;
art. 71 do Cód. Penal

– A pedra-de-toque do crime continuado, segundo o preceito do art. 71 do


Cód. Penal, é tenham sido os delitos praticados pelo sujeito “mediante o
aproveitamento das mesmas relações e oportunidades ou com a utilização
de ocasiões nascidas da primitiva situação” (cf. Damásio E. de Jesus,
Código Penal Anotado, 5a. ed., p. 198). Falhando tal circunstância, não
haverá continuidade delitiva, senão reiteração criminosa, o que obsta à
unificação de penas.

Voto nº 36

Agravo em Execução nº 1.021.895/6


Art. 71 do Cód. Penal;
art. 197 da Lei de Execução Penal

–“Inadmissível é a outorga do benefício quando se trata de casos em que


estão patentes a perseveratio in crime ou a consuetudo delinquendi,
sobretudo porque tais circunstâncias constuem motivo não do
abrandamento da pena, mas sim de seu agravamento, como indícios de
periculosidade e da incapacidade de adaptação à ordem legal” (Damásio
E. de Jesus, Direito Penal Anotado, 1988, p. 527).
–“Criação doutrinária destinada a evitar o excesso de punição decorrente do
tratamento rígido conferido ao concurso real de infrações”, como o definiu
Manoel Pedro Pimental (Do Crime Continuado, 2a. ed., p. 114), o crime
continuado não deve ser estímulo nem acoroçoamento à prática de ações
delitivas, o que se dá sempre que medido por craveira demasiado generosa
(art. 71 do Cód. Penal).

Voto nº 5508

Apelação Criminal nº 421.494.3/4


Arts. 214, 214 e 14, nº 1I, do Cód. Penal;
arts. 28, § 1º, e 71 do Cód. Penal;
art. 2º, nº I, da Lei nº 8.072/90

– A mera alegação de falta de higidez psíquica do réu não basta a deferir-lhe


pedido de instauração de incidente de insanidade mental; é mister que o
verifique o Juiz à luz dos elementos informativos dos autos e, na condição
de presidente e diretor do processo, decida, com prudente arbítrio, se
necessária ou não a diligência, que importa sempre demora, muita vez
escusada, na prestação jurisdicional (art. 149 do Cód. Proc. Penal).
– A embriaguez, por álcool ou substância análoga, só é causa excludente de
culpabilidade quando completa, involuntária ou proveniente de caso fortuito
ou força maior (art. 28, § 1º, do Cód. Penal).
– O crime continuado, instituto nascido da equidade, é uma “fictio juris”
destinada a evitar o cúmulo material de penas (cf. José Frederico
Marques, Curso de Direito Penal, 1956, vol. II, p. 354).
– No crime continuado, mais do que a unidade de ideação, prevalecem os
elementos objetivos referidos no art. 71 do Cód. Penal e a conveniência de
remediar o exagero punitivo, que não corrige o infrator, senão que o revolta
e embrutece, por frustrar-lhe a esperança de realizar, em tempo razoável e
justo, o sonho da liberdade.
– O autor de atentado violento ao pudor, delito da classe dos hediondos,
deve cumprir sua pena sob o regime integralmente fechado, por força do
preceito do art. 2º, § 1º, da Lei nº 8.072/90.
Voto nº 7294

Agravo em Execução nº 891.884-3/8-00


Art. 155,§ 4º, e 71 do Cód. Penal

– Em ponto de crime continuado, não deve o Juiz reduzir demasiado seu


alcance, de arte que lhe impossibilite o reconhecimento; antes lhe
importa, de par com a preocupação da ordem jurídica e social, atender
ao fim do instituto, convém a saber, evitar o exagero punitivo sob o
influxo da equidade, pois meta do Direito Penal é também a recuperação
do infrator.
–“Viola o art. 71 do Código Penal o acórdão que, embora reconhecendo a
concorrência dos elementos da caracterização objetiva do crime
continuado, que nele se adotou, nega, porém, a unificação das penas, à
base de circunstâncias subjetivas, quais os antecedentes do acusado ou
a ausência da unidade de desígnio” (Rev. Trim. Jurisp., vol. 137, p.
772; rel. Min. Sepúlveda Pertence).
–“O réu tem direito ao crime continuado, agindo ou não com unidade de
desígnio, pois essa foi a vontade do legislador” (Guilherme de Souza
Nucci, Código Penal Comentado, 2000, p. 216).

Voto nº 882

Agravo em Execução nº 1.096.181/1


Art. 71 do Cód. Penal

– A pedra-de-toque do crime continuado, à luz do art. 71 do Cód. Penal e da


jurisprudência dos Tribunais, é tenham sido os delitos praticados pelo
sujeito mediante o aproveitamento “das mesmas relações e oportunidades
ou com a utilização de ocasiões nascidas da primitiva situação” (cf.
Damásio E. de Jesus, Código Penal Anotado, 5a. ed., p. 198). Falhando tal
circunstância, não haverá continuidade delitiva, senão reiteração criminosa.

Voto nº 1077

Agravo em Execução nº 1.114.377/1


Art. 71 do Cód. Penal
– Para caracterizar a ficção de direito do art. 71 do Cód. Penal, é
imprescindível a comprovação, além de outros, do requisito da identidade
dos participantes dos crimes (“modus operandi”).
– À luz da Doutrina e da Jurisprudência, a pedra-de-toque do crime
continuado é que “os delitos tenham sido praticados pelo sujeito
aproveitando-se das mesmas relações e oportunidades ou com a utilização
de ocasiões nascidas da primitiva situação” (Damásio E. de Jesus,
Código Penal Anotado, 1998, p. 209), aliás haverá reiteração criminosa
(que não continuidade delitiva).

Voto nº 1838

Agravo em Execução nº 1.178.939/6


Art. 71 do Cód. Penal

– O intuito da unificação de penas não pode ser aplicado com extremo rigor,
sob pena de deturpação de seu escopo: verdadeiro instrumento de indivi-
dualização da pena, destina-se a evitar o excesso de punição.
– A reiteração criminosa e a habitualidade obstam ao reconhecimento da
continuidade delitiva e, pois, à unificação das penas.
–“É preciso não confundir reiteração de crimes com crime continuado, pois
a prevalecer a confusão, chegaríamos à negação da reincidência, e todo
delinquente profissional, ao fim de sua vida, teria praticado um único
crime continuado” (STF; Rev. Trim. Jurisp., vol. 84, p. 913; Min.
Cordeiro Guerra).

Voto nº 1140

Agravo em Execução nº 1.112.333/3


Art. 157, § 2º, ns. I e II, e 71 do Cód. Penal

– Para caracterizar a ficção de direito do art. 71 do Cód. Penal, é


indispensável a comprovação, dentre outros, do requisito da identidade dos
participantes dos crimes (“modus operandi”).
– À luz da Doutrina e da Jurisprudência, a pedra-de-toque do crime
continuado é que “os delitos tenham sido praticados pelo sujeito
aproveitando-se das mesmas relações e oportunidades ou com a utilização
de ocasiões nascidas da primitiva situação” (Damásio E. de Jesus,
Código Penal Anotado, 1998, p. 209), aliás haverá reiteração criminosa
(que não continuidade delitiva).

Voto nº 2031

Agravo em Execução nº 1.177.681/0


Art. 157, § 2º, ns. I e II, do Cód. Penal;
art. 71 do Cód. Penal

– Para caracterizar a ficção de direito do art. 71 do Cód. Penal, é


imprescindível a comprovação, além de outras condições, da idêntica
maneira de execução dos crimes (“modus operandi”).
– À luz da Doutrina e da Jurisprudência, a pedra-de-toque do crime
continuado é que “os delitos tenham sido praticados pelo sujeito
aproveitando-se das mesmas relações e oportunidades ou com a utilização
de ocasiões nascidas da primitiva situação” (Damásio E. de Jesus,
Código Penal Anotado, 1998, p. 209), aliás haverá reiteração criminosa
(que não continuidade delitiva).

Voto nº 2064

Agravo em Execução nº 1.194.569/2


Art. 71 do Cód. Penal

– O instituto da unificação de penas não pode ser aplicado com extremo


rigor, sob pena de deturpação de seu escopo: verdadeiro instrumento de
individualização da pena, destina-se a evitar o excesso de punição.
– A reiteração criminosa e a habitualidade obstam ao reconhecimento da
continuidade delitiva e, pois, à unificação das penas.
–“É preciso não confundir reiteração de crimes com crime continuado, pois
a prevalecer a confusão, chegaríamos à negação da reincidência, e todo
delinqüente profissional, ao fim de sua vida, teria praticado um único
crime continuado” (STF; Rev. Trim. Jurisp., vol. 84, p. 913; Min.
Cordeiro Guerra).
Voto nº 2147

Revisão Criminal nº 352.786/4


Art. 157, § 2º, ns. I e II, do Cód. Penal;
art. 71 do Cód. Penal

– A unidade de desígnios é a pedra-de-toque do crime continuado.


Caracteriza-se pela manifestação de vontade orientada para o mesmo intuito
criminoso (art. 71 do Cód. Penal).
– Conforme a lição de autores de primeira nota, para a configuração do crime
continuado faz-se mister idêntico “modus operandi”, isto é, que “os
delitos tenham sido praticados pelo sujeito aproveitando-se das mesmas
relações e oportunidades ou com a utilização de ocasiões nascidas da
primitiva situação” (Damásio E. de Jesus, Código Penal Anotado, 9a. ed.,
p. 228).

Voto nº 2271

Apelação Criminal nº 1.206.285/6


Art. 157, § 2º, ns. I e II, do Cód. Penal;
arts. 157, § 2º, ns. I e II, e 14, nº II, do Cód. Penal;
art. 71 do Cód. Penal

– À luz da Doutrina e da Jurisprudência, a pedra-de-toque do crime


continuado é que “os delitos tenham sido praticados pelo sujeito
aproveitando-se das mesmas relações e oportunidades ou com a utilização
de ocasiões nascidas da primitiva situação” (Damásio E. de Jesus,
Código Penal Anotado, 1998, p. 209), aliás haverá reiteração criminosa
(que não continuidade delitiva).

Voto nº 2243

Revisão Criminal nº 352.786/4


Arts. 155 e 155, § 4º, nº IV, do Cód. Penal;
art. 71 do Cód. Penal
– A unidade de desígnios é a pedra-de-toque do crime continuado.
Caracteriza-se pela manifestação de vontade orientada para o mesmo intuito
criminoso (art. 71 do Cód. Penal).
– Conforme a lição de autores de primeira nota, para a configuração do crime
continuado faz-se mister idêntico “modus operandi”, isto é, que “os
delitos tenham sido praticados pelo sujeito aproveitando-se das mesmas
relações e oportunidades ou com a utilização de ocasiões nascidas da
primitiva situação” (Damásio E. de Jesus, Código Penal Anotado, 9a. ed.,
p. 228).

Voto nº 2659

Agravo em Execução nº 1.229.343/0


Art. 71 do Cód. Penal

– Segundo a comum doutrina de graves autores, não há continuidade


delitiva (art. 71 do Cód. Penal), mas simples reiteração criminosa, se os
crimes subsequentes não estão ligados aos anteriores por vínculo
ideológico.
–“A simples habitualidade delituosa descaracteriza a noção legal do
chamado crime continuado” (STF; HC nº 68.626; rel. Min. Célio Borja;
DJU 1º.11.91, p. 15.569).

Voto nº 3452

Apelação Criminal nº 1.288.835/7


Art. 157, § 2º, ns. I e II, do Cód. Penal;
art. 71 do Cód. Penal

–“Instituto jurídico nascido da equidade”, na frase de José Frederico


Marques, “é o crime continuado uma fictio juris destinada a evitar o
cúmulo material de penas” (Curso de Direito Penal, 1956, vol. II, p. 354).
– Mais do que a unidade de ideação, para o reconhecimento do crime
continuado importam os elementos objetivos referidos no art. 71 do Cód.
Penal e a conveniência de evitar o exagero punitivo, que não corrige o
infrator, antes o revolta, com retirar-lhe a esperança do retorno breve à
comunhão social.
Voto nº 3670

Agravo em Execução nº 1.301.101/7


Art. 171 do Cód. Penal; art. 71 do Cód. Penal

– Segundo a comum doutrina de graves autores, não há continuidade


delitiva (art. 71 do Cód. Penal), mas simples reiteração criminosa, se os
crimes subsequentes não estão ligados aos anteriores por vínculo
ideológico.
–“A simples habitualidade delituosa descaracteriza a noção legal do
chamado crime continuado” (STF; HC nº 68.626; rel. Min. Célio Borja;
DJU 1º.11.91, p. 15.569).
– Isto de unificação de penas reclama do Magistrado especial prudência e
discernimento, não venha a premiar, com redução drástica e temerária, a
duração de penas de criminosos empedernidos.

Voto nº 3744

Apelação Criminal nº 1.307.555/0


Art. 157, § 2º, ns. I e II, do Cód. Penal;
art. 71 do Cód. Penal

– O crime continuado, instituto nascido da equidade, é uma “fictio juris”


destinada a evitar o cúmulo material de penas (cf. José Frederico
Marques, Curso de Direito Penal, 1956, vol. II, p. 354).
– No crime continuado, mais do que a unidade de ideação, prevalecem os
elementos objetivos referidos no art. 71 do Cód. Penal e a conveniência de
remediar o exagero punitivo, que não corrige o infrator, senão que o revolta
e embrutece, por frustrar-lhe a esperança de realizar, em tempo razoável e
justo, o sonho da liberdade.

Voto nº 4685

Agravo em Execução nº 1.377.361/6


Arts. 155 e 71 do Cód. Penal
– O crime continuado, instituto nascido da equidade, é uma “fictio juris”
destinada a evitar o cúmulo material de penas (cf. José Frederico
Marques, Curso de Direito Penal, 1956, vol. II, p. 354).
– No crime continuado, mais do que a unidade de ideação, prevalecem os
elementos objetivos referidos no art. 71 do Cód. Penal e a conveniência de
remediar o exagero punitivo, que não corrige o infrator, senão que o revolta
e embrutece, por frustrar-lhe a esperança de realizar, em tempo razoável e
justo, o sonho da liberdade.

Voto nº 10.524

Apelação Criminal nº 993.08.021192-2


Art. 71 do Cód. Penal

–“Quanto mais o sujeito se aproxima da consumação menor deve ser a


diminuição da pena (1/3); quanto menos ele se aproxima da consumação
maior deve ser a atenuação (2/3)” (Damásio E. de Jesus, Código Penal
Anotado, 18a. ed., p. 55).
–“Instituto jurídico nascido da equidade”, na frase de José Frederico
Marques, “é o crime continuado uma fictio juris destinada a evitar o
cúmulo material de penas” (Curso de Direito Penal, 1956, vol. II, p. 354).
– Segundo a jurisprudência do STF, o art. 71 do Cód. Penal admite a
aplicação da teoria da ficção jurídica (ou continuidade delitiva) aos crimes
dolosos contra a vida; pelo que, homicídios praticados nas mesmas
circunstâncias de tempo, lugar e “modus operandi”, impõem a pena de um
só deles, aumentada até o triplo (cf. Rev. Tribs., vol. 788, p. 515; 813/535 e
763/549).
–“Para a configuração do crime continuado não é suficiente a satisfação das
circunstâncias objetivas homogêneas, sendo de exigir-se, além disso, que
os delitos tenham sido praticados pelo sujeito aproveitando-se das mesmas
relações e oportunidades ou com a utilização de ocasiões nascidas da
primitiva situação” (Damásio E. de Jesus, op. cit., p. 260).

Voto nº 11.414

Apelação Criminal nº 993.07.095590-2


Arts. 157, § 2º, ns. II e V, e 158, § 1º, do Cód. Penal;
arts. 26 e 71 do Cód. Penal;
art. 19 da Lei nº 6.368/76
– Embora viciado em drogas, não tem jus o réu à redução de penas do
parág. único do art. 26 do Cód. Penal, se o laudo médico-legal o
considerou absolutamente imputável.
– A confissão judicial do réu tem valor absoluto como meio de prova; pela
presunção de sua autenticidade, pode autorizar a edição de decreto
condenatório.
– Crimes da mesma espécie, o roubo e a extorsão, quando praticados nas
circunstâncias do art. 71 do Cód. Penal, configuram continuidade delitiva,
não concurso material de infrações. É desse número, portanto, o caso de
delinquentes que, após consumar o roubo, “forçam a vítima a acompanhá-
los à caixa eletrônica para sacar o dinheiro” (cf. Rev. Tribs., vol. 765, p.
572; rel. Min. Luiz Vicente Cernicchiaro).
– O regime prisional fechado é o que justamente convém ao condenado pela
prática de roubo, ainda que primário e de bons antecedentes. A natureza do
crime (que a sociedade ostensivamente aborrece) e a índole de quem o
comete (infensa aos padrões éticos normais) são as que o recomendam.

Voto nº 11.533

Agravo em Execução nº 990.08.0135545-7

Arts. 157, § 2º, ns. I e II, 59 e 71 do Cód. Penal

– Em ponto de crime continuado, não deve o Juiz reduzir demasiado seu


alcance, de arte que lhe impossibilite o reconhecimento; antes lhe importa,
de par com a preocupação da ordem jurídica e social, atender ao fim do
instituto, convém a saber, evitar o exagero punitivo sob o influxo da
equidade, pois meta do Direito Penal é também a recuperação do infrator.
–“Viola o art. 71 do Código Penal o acórdão que, embora reconhecendo a
concorrência dos elementos da caracterização objetiva do crime
continuado, que nele se adotou, nega, porém, a unificação das penas, à
base de circunstâncias subjetivas, quais os antecedentes do acusado ou a
ausência da unidade de desígnio” (Rev. Trim. Jurisp., vol. 137, p. 772; rel.
Min. Sepúlveda Pertence).
–“O réu tem direito ao crime continuado, agindo ou não com unidade de
desígnio, pois essa foi a vontade do legislador” (Guilherme de Souza
Nucci, Código Penal Comentado, 5a. ed., p. 377).
– O aumento de pena “até o triplo”, previsto no parág. único do art. 71 do
Código Penal, não se admite senão naquelas hipóteses em que as
circunstâncias judiciais (art. 59) sejam de todo o ponto desfavoráveis ao
réu, tocando ao magistrado, conforme regra precípua de direito, o dever de
motivar sempre a fixação da pena acima do mínimo legal (1/6).

Voto nº 12.184

Embargos de Declaração nº 993.08.026956-4/5


Art. 71 do Cód. Penal;
art. 9º da Lei nº 8.072/90

– O crime continuado, instituto nascido da equidade, é uma “fictio juris”


destinada a evitar o cúmulo material de penas (cf. José Frederico
Marques, Curso de Direito Penal, 1956, vol. II, p. 354).
– No crime continuado, mais do que a unidade de ideação, prevalecem os
elementos objetivos referidos no art. 71 do Cód. Penal e a conveniência de
remediar o exagero punitivo, que não corrige o infrator, senão que o revolta
e embrutece, por frustrar-lhe a esperança de realizar, em tempo razoável e
justo, o sonho da liberdade.
– Se até os crimes contra a vida admitem a “fictio juris” da continuidade,
não há razão atendível para negá-la nas hipóteses de crimes contra os
costumes praticados nas circunstâncias do art. 71 do Código Penal.
–“Aplica-se a regra do crime continuado quando da aplicação da pena pelo
delito de atentado violento ao pudor, se este foi praticado, embora contra
várias vítimas, pelo mesmo modus operandi” (Rev. Tribs., vol. 807, p. 592;
rel. Celso Limongi).

(Em breve, novas ementas).

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