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Wagner Roberto de Oliveira
Consultor, Jurista, Palestrante Previdenciário e Professor de Pós Graduação em
Direito Constitucional da ASEP (Associação de Educação e Pesquisa – Brasília/DF).
Bacharel em Direito pela UNORP (Centro Universitário do Norte Paulista – São José
do Rio Preto/SP). Bacharel em Administração de Empresas com especialização em
Recursos Humanos pela Faculdade Anhembi Morumbi (São Paulo/SP). Pós-Graduado
em Metodologia de Ensino Superior pela Faculdade de Ciências e Letras “Plínio
Augusto do Amaral” (Amparo/SP). Membro do Instituto Latino Americano de
Ciências e Pesquisas Biomagnéticas (São José do Cedro/SC)

MANUAL PRÁTICO FORENSE


PREVIDENCIÁRIO
COM SÚMULAS

1ª edição

Leme - SP
2014
ISBN 978-85-7754-109-6
© 2013 by Wagner Roberto de Oliveira
© 2013 by CL EDIJUR Editora e Distribuidora Jurídica.

DIRETOR EDITORIAL: BENEDITO CLAUDIO DE OLIVEIRA


ARTE: LUIS GUILHERME MONTEIRO BARROS
DIAGRAMAÇÃO: ROSELENE CRISTIANI DOS SANTOS
REVISÃO: WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO


OLIVEIRA, Wagner Roberto de.
Manual Prático Forense Previdenciário /Wagner Roberto de Oliveira -
1ª edição. Leme/SP: CL EDIJUR, 2014.
810 páginas

1. Direito Previdenciário - Bibliografia


I. Título. ISBN 978-85-7754-109-6
Índice para catálogo Sistemático
1. Manual Prático Forense Previdenciário - Direito Previdenciário
2. Direito Previdenciário

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. É proibida a cópia total ou parcial desta obra, por
qualquer forma ou qualquer meio. A violação dos direitos autorais é crime tipificado na Lei nº
9.610/98 e artigo 184 do Código Penal.

CL EDIJUR EDITORA E DISTRIBUIDORA JURÍDICA


RUA CARMEM LÚCIA, 105 - JARDIM CASARÃO
LEME/ SP - CEP 13617-381
FONE/FAX: (19) 3571-7149
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S ITE: www.edijur.com.br

Impresso no Brasil
Printed in Brazil
Dedicatória
Agradecimentos
Nota e Agradecimento
aos Colaboradores
10 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 11
Nota sobre o Autor

Wagner Roberto de Oliveira, nascido em José Bonifácio/SP, é


Bacharel em Direito pela UNORP - Centro Universitário do Norte
Paulista (São José do Rio Preto/SP), Bacharel em Administração de
Empresas com especialização em Recursos Humanos pela Faculdade
Anhembi Morumbi (atual Universidade Anhembi Morumbi - São
Paulo/SP) e pós-graduado em Metodologia de Ensino Superior pela
Faculdade de Ciências e Letras “Plínio Augusto do Amaral” (Amparo/
SP).Consultor, Palestrante e Jurista ativo na área de Seguridade Social.
Consultor Previdencial e Assistencial em Januária/MG até final do
ano 2000, a partir do 3º milênio continuou sua árdua tarefa nas cidades
de José Bonifácio/SP e São José do Rio Preto/SP (2010) e a partir de
2011 no Distrito Federal. Professor de Pós-Graduação em Direito
Constitucional pela ASEP – Associação de Educação e Pesquisa
(Brasília/DF). Ex-Professor na Rede Pública Estadual. Ex-Conselheiro
e Colunista do jornal “Folha de Januária”. Ex-membro da Academia
Juvenil de Letras (São Paulo/SP).
O Autor sempre foi participante ativo dos diversos eventos
jurídicos promovidos pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG),
pela Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Minas Gerais (OAB/
MG) e pela Ordem dos Advogados do Brasil - Seção São Paulo (OAB/
SP), participou do XV CONGRESSO NACIONAL DE RECURSOS
HUMANOS/VII JORNADAS INTERNACIONAIS do Instituto de
Administração de Pessoal do Cone Sul/ABRH - “Associação Brasileira
de Recursos Humanos”/APARH - “Associação Paulista de Recursos
Humanos”/FIDAP - “Federação Interamericana de Pessoal”. Membro
do Instituto Latino Americano de Ciências e Pesquisas Biomagnéticas
– São José do Cedro/SC, dentre outros.
Pela constante atuação na área do Direito Previdenciário foi
agraciado pela Câmara Municipal de José Bonifácio (SP) com a
14 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

MEDALHA 24 DE JUNHO, devido ao destaque de suas obras no


mundo jurídico, enaltecendo o município no cenário nacional, além
das MOÇÕES DE APLAUSOS que lhe foram jus. Concorreu à
titularidade da Cadeira nº 18 da ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS,
vaga com a morte do acadêmico Rubens Teixeira Scavone.
Estudioso do Direito Previdenciário participou de inúmeras pa-
lestras e seminários, além de contar com diversos artigos publicados
em revistas especializadas e jornais, entrevistas em telejornais, com o
objetivo de contribuir ao aprofundamento das reflexões sobre aspec-
tos diversos e de interesse do Direito para a realização da sagrada jus-
tiça com o verdadeiro escrúpulo, em que foi de direito o recebimento
de diversas homenagens e agradecimentos dos mais variados Tribu-
nais de nosso país, além das universidades e da própria Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB).
Autor das seguintes obras:

Prática Forense Previdenciária , 3ª edição, 2009, JH Mizuno


Editora Distribuidora, Leme/SP.

Legislação Previdenciária Anotada, 5ª edição, 2006, LED - Editora


de Direito, Leme/SP.

Legislação Previdenciária - Série Universitária, 1ª edição, 2005,


LED - Editora de Direito, Leme/SP.

Legislação Previdenciária Comentada, 1ª edição, 2004, 3 volumes,


BOOKSELLER EDITORA LTDA, Campinas/SP.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 15

Prefácio
16 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 17

Apresentação

Esta obra de sua grandeza social, a qual se expressa em linguagem


simples, clara, objetiva e metódica, apresentando legislações
atualizadas, vez que a matéria é complexa e exige, portanto, um
ininterrupto acompanhamento das alterações processuais, para que
não prejudique o DIREITO do cidadão. Sob a vigilância contínua acerca
dos princípios básicos do nosso ordenamento jurídico, trata-se, assim,
de uma obra indispensável a todos os ramos do Direito, inclusive nos
meios universitários.
Verifica-se que no mundo do DIREITO, o percentual daqueles
que conhecem os aspectos fundamentais do Direito Previdenciário é
ínfimo, portanto, há um vasto universo inexplorado, sedento de saber,
que uma vez bem instruído, certamente concorrerá ao aprimoramento
das instituições jurídicas pátrias e o progresso social, que são
considerados os mais variados setores econômicos, e da Nação como
um todo.
Este tomo é excelente, atendendo aos que pretendem obter um
conhecimento sistematizado das questões abordadas, como àqueles
que buscam a compreensão dos mais significativos e atuais temas
jurídicos da Seguridade Social, essenciais ao exercício da cidadania
completa e justa, ou seja, servindo como fonte de consulta destinada
aos Magistrados, Ministério Público, Advogados Previdenciários e
Trabalhistas, Procuradores, Administradores de Recursos Humanos
e estudiosos da área previdenciária, ampliado com modelos de
despacho e sentença de casos concretos que vêm se alargando nos
Tribunais desta nação; pelos múltiplos enfoques dados nesta
ferramenta de consulta contínua, que desperta cada vez mais o interesse
dos profissionais, por ser uma matéria em que espelha a inquietação,
o questionamento, a desacomodação, a agitação, características
daqueles que vivenciam o Direito.
18 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Com o advento da globalização econômica e o domínio tecnológico


houve um avanço no comportamento social, em que vem exigindo de
nossos legisladores uma dinâmica maior, com a sincronização dos
trabalhos de nossos juristas e doutrinadores, para a ampliação do saber
jurídico no Direito Previdenciário em nosso país, portanto, injusto
seria deixar de consultar as fontes diversas para a atualização desta
obra, pois foram com a participação dos colaboradores que brotaram
os modelos variados de peças e, sobretudo, enriquecendo-a a cada
edição o seu conteúdo, com uma finalidade única: Facilitar a consulta
dos usuários do Direito Previdenciário.

Eis, portanto, uma obra a apontar caminhos seguros aos


profissionais do Direito Previdenciário, um verdadeiro curso prático
para solucionar eventuais imprecisões, servindo como auxílio a todos
que precisem de direção para a solução de tão respeitável disciplina,
seja na esfera judicial, seja na extrajudicial, elucidada pela melhor
Doutrina e Jurisprudência, bem como apresentando normas
atualizadíssimas, incluindo a Emenda Constitucional nº 72, de 02 de
abril de 2013, inclusive, a Lei Complementar nº 142, de 08 de maio de
2013 e demais normas vigentes, acrescidas das Súmulas
Previdenciárias de nossos Tribunais.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 19

Abreviaturas

A priori De antemão; a partir do que precede.


AASP Associação dos Advogados de São Paulo
ABRH Associação Brasileira de Recursos Humanos
AC Acre
Ac. Acórdão
ACr Apelação Criminal
Ad Postremun Finalmente; por fim; por último.
Ad Praescriptum Pelo prescrito; conforme as instruções.
ADC Ação Declaratória de Constitucionalidade
ADCT Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
ADIn Ação Direta de Inconstitucionalidade
Ag Agravo
Agdo(a) Agravado(a)
Agte Agravante
AgPet Agravo de Petição
AgRg Agravo Regimental
AI Agravo de Instrumento
AIH Autorização de Internação Hospitalar (SUS)
Al Alínea
AL Alagoas
AM Amazonas
AMS Apelação em Mandado de Segurança
AP Amapá
Ap Apelação
Ap. Civ. Apelação Cível
Apdo(a) Apelado(a)
Apte. Apelante
AMATRA Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho
AMB Associação dos Magistrados Brasileiros
ANAMATRA Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho
APARH Associação Paulista de Recursos Humanos
20 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

AR Aviso de Recebimento
art.(s) Artigo(s)
Ass. Assinatura
Av. Avenida
BA Bahia
BO Boletim de Ocorrência Policial
BPTran Batalhão Polícia de Trânsito (Paraná)
BTN Bônus do Tesouro Nacional (extinta)
C. Colendo
CC Código Civil
c/c Combinado com
C/C Combinado com
C.Civ. Câmara Cível
Cap. Capítulo
CAT Comunicação de Acidente de Trabalho (INSS)
CCIR Certificado de Cadastro do Imóvel Rural (INCRA)
C.Crim Câmara Criminal
CDA Certidão de Dívida Ativa
CDC Código de Defesa do Consumidor
CE Ceará
CEF Caixa Econômica Federal
CEI Cadastro Específico do INSS
CEME Central de Medicamentos
CEP Cadastro de Endereçamento Postal
CEPS Conselho Estadual de Previdência Social
Cf. Conforme
CF Constituição Federal
CIC Cadastro de Identificação de Contribuinte
CID Classificação Internacional de Doenças
CJ. Conflito de Jurisdição
CLPS Consolidação das Leis da Previdência Social
Cls Conclusos
CLT Consolidação das Leis do Trabalho
CN Congresso Nacional
CNAS Conselho Nacional de Assistência Social
CND Certidão Negativa de Débito
CNH Carteira Nacional de Habilitação
CNMConselho Nacional da Magistratura
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 21

CNPS Conselho Nacional de Previdência Social


CNSS Conselho Nacional de Seguridade Social
CO2 Gás Carbônico
COFINS Contribuição sobre o Faturamento da Empresa
COMUTRAN Conselho Municipal de Trânsito
CP Código Penal
CPC Código de Processo Civil
CPD Certidão Positiva de Débito
CPF Cadastro de Pessoa Física
CPMF Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (extinta)
CPP Código de Processo Penal
CRA Conselho Regional de Administração
CRI Cartório de Registro de Imóveis
CRPS Conselho de Recursos da Previdência Social
CSLL Contribuição sobre o Lucro Líquido
CTN Código Tributário Nacional
CTPS Carteira de Trabalho e Previdência Social
CUB Custo Unitário Básico
CVV Código de Vencimentos (PMPR)
Data venia Com a devida permissão
DATAPREV Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social
DC Dissídio Coletivo
DD Digníssimo
Dec. Decreto
Des.(ª) Desembargador (a)
DF Distrito Federal
DIB Data do Início do Benefício
DJ Diário da Justiça
DJU Diário da Justiça da União
DL Decreto-Lei
DO Diário Oficial
Doc. Documento
DOE Diário Oficial do Estado
DOU Diário Oficial da União
DPC Diretoria de Portos e Costas
Dr.(s) Doutor(es)
DRA Distribuída, Registrada e Autuada
DRT Delegacia Regional do Trabalho
22 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

DSMT Divisão de Segurança e Medicina do Trabalho


DSR Descanso Semanal Remunerado
d. un. decisão unânime
EC Emenda Constitucional
ECA Estatuto da Criança e do Adolescente
Ed. Editora
ed. Edição
ED Embargos de Declaração
Eg. Egrégio
Emb. Infr. Embargos Infringentes
En. Enunciado
EOAB Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil
EPI Equipamento de Proteção Individual
EPP Empresa de Pequeno Porte
EPU Encargos Previdenciários da União
E-RR Embargos em Recurso de Revista
ES Efeito Suspensivo
ES Espírito Santo
ETR Estatuto do Trabalho Rural
FAT Fundo de Amparo ao Trabalhador
FGTS Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
FIDAP Federação Interamericana de Pessoal
fl.(s) Folha(s)
FNDE Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
FPE Fundo de Participação dos Estados
FPM Fundo de Participação dos municípios
FUNABEM Fundação Nacional de Assistência e Bem Estar do Menor
FUNDACENTRO Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina
do Trabalho
GO Goiás
GFIP Guia de Recolhimento do FGTS e Informação à Previdência Social
GPS Guia da Previdência Social
GRPS Guia de Recolhimento da Previdência Social
ha(s) Hectare(s)
HC Habeas Corpus
IAPC Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Comerciários (extinto)
IBGE Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICM Imposto sobre Circulação de Mercadorias (extinto)
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 23

ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços


IE Imposto de Exportação
IGP Índice Geral de Preços
IGPM Índice Geral de Preços de Mercado
IIImposto de Importação
Ilmo. Ilustríssimo
IN Instrução Normativa
In verbis Nestes termos
Inc. Inciso
INCRA Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
INPS Instituto Nacional da Previdência Social (extinto)
INSS Instituto Nacional do Seguro Social
IPC Índice de Preços ao Consumidor (IBGE)
IPC-r Índice de Preços ao Consumidor Reduzido (IBGE)
IPE Instituto de Previdência do Estado (Paraná)
IPI Imposto de Produtos Industrializados
IRPF Imposto de Renda de Pessoa Física
ISS Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza
ITBI Imposto de Transmissão de Bens Imóveis
ITR Imposto Territorial Rural
J. Julgado
JARI Junta Administrativa de Recursos de Infrações
JCJ Junta de Conciliação e Julgamento (extinta)
JEC Juizado Especial Cível
JECRIM Juizado Especial Criminal
JEF Juizado Especial Federal
JRPS Junta de Recursos da Previdência Social
JSTF Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal
JSTJ Jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça
JTAMG Julgados do Tribunal de Alçada de Minas Gerais
JTARS Julgados do Tribunal de Alçada do Rio Grande do Sul
Jur. Jurisprudência
Justitia ita speratur Assim se espera justiça
L. Lei
LC Lei Complementar
LEF Lei de Execuções Fiscais
LEP Lei de Execuções Penais
Lex Mater Lei mãe (Carta Magna – Constituição Federal)
24 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

LICC Lei de Introdução ao Código Civil


LMS Lei de Mandado de Segurança
LTr. Legislação Trabalhista
m² Metro quadrado
m³ Metro cúbico
m.v. Maioria de votos
MA Maranhão
ME Microempresa
MF Ministério da Fazenda
MG Minas Gerais
min Minuto
Min. Ministro
MM. Meritíssimo
MP Medida Provisória/Ministério Público
MPAS Ministério da Previdência e Assistência Social
MPF Ministério Público Federal
MPS Ministério da Previdência Social
MS Mandado de Segurança
MS Mato Grosso do Sul
MT Mato Grosso
MTb Ministério do Trabalho
MTPS Ministério do Trabalho e Previdência Social
nº Número
NB Número de Benefício
NFLD Notificação Fiscal de Lançamento de Débito
NFP Nota Fiscal de Produtor
NIT Número de Identificação do Trabalhador
NR Normas Regulamentadoras
OAB Ordem dos Advogados do Brasil
Obs. Observação
OE Órgão Especial
OGMO Órgão Gestor de Mão de Obra
OIT Organização Internacional do Trabalho
Omissis Omitidos
ORTN Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional (extinta)
OSC Ordem de Serviço Conjunta
OTN Obrigações do Tesouro Nacional (extinta)
p. Página ou páginas
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 25

P. Pede
P.R.I. Publique-se, registre-se e intime-se
P.R.I.C. Publique-se, registre-se, intime-se e cumpra-se
PA Pará
PASEP Programa de Formação de Patrimônio do Servidor Público
PAT Programa de Alimentação do Trabalhador
PB Paraíba
PE Pernambuco
PGR Procuradoria Geral da República
PI Piauí
PIS Programa de Integração Social
PMPR Polícia Militar do Estado do Paraná
Port. Portaria
PPP Perfil Profissiográfico Previdenciário
PR Paraná
Proc. Processo
PRORURAL Programa de Assistência Social ao Trabalhador Rural
PSS Posto do Seguro Social
Prov. Provimento
r. Respeitável
rr. Respeitáveis
R. Região
Rec. Recurso
Recdo. Recorrido
Reclte. Reclamante
Recldo. Reclamado
Recte. Recorrente
Reg. Região
Rel.(ª) Relator (a)
Res. Resolução
Res. Adm. Resolução Administrativa
REsp. Recurso Especial
RE Recurso Extraordinário
RG Registro Geral
RGPSRegime Geral da Previdência Social
RI Regimento Interno
RITJSP Regimento Interno do Tribunal de Justiça de São Paulo
RISTF Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal
26 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

RISTJ Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça


RITST Regimento Interno do Tribunal Superior do Trabalho
RJ Rio de Janeiro (Estado)
RJTJRS Revista de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado de Rio
Grande do Sul
RJTJSP Revista de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado de São
Paulo
RMI Renda Mensal Inicial
RMS Recurso em Mandado de Segurança
RMP Representante do Ministério Público
RN Rio Grande do Norte
RO Recurso Ordinário
RR Recurso de Revista
RR Roraima
RS Rio Grande do Sul
RSTJ Revista do Superior Tribunal de Justiça
RT Revista dos Tribunais
RTJ Revista Trimestral de Jurisprudência do STJ
SAT Seguro de Acidente de Trabalho
SC Santa Catarina
SDC Seção de Dissídios Coletivos
SDI Seção de Dissídios Individuais
SE Seção Especializada
SE Sergipe
Seç. Seção
segs. Seguintes
SENAC Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio
SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem da Indústria
SENAR Serviço Nacional de Aprendizagem Rural
SESCOOP Serviço Nacional do Cooperativismo
s.m.j. Salvo melhor juízo
s/n Sem número
SFH Sistema Financeiro da Habitação
SINE Sistema Nacional do Ministério do Trabalho
SINPAS Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social
SP São Paulo (Estado)
SPC Serviço de Proteção ao Crédito
Senhor (a) Senhor (a)
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 27

SSP Secretaria da Segurança Pública


SSST Secretaria de Segurança à Saúde do Trabalhador
STF Supremo Tribunal Federal
STJ Superior Tribunal de Justiça
STM Superior Tribunal Militar
STR Sindicato dos Trabalhadores Rurais
SUS Sistema Único de Saúde
T. Turma
TACrimSP Tribunal de Alçada Criminal (São Paulo) – (extinto)
1º TACSP Primeiro Tribunal de Alçada Civil de São Paulo (extinto)
2º TACSP Segundo Tribunal de Alçada Civil de São Paulo (extinto)
TAMG Tribunal de Alçada de Minas Gerais (extinto)
TAPR Tribunal de Alçada do Paraná (extinto)
TARS Tribunal de Alçada do Rio Grande do Sul (extinto)
TCE Tribunal de Contas do Estado
TCM Tribunal de Contas do Município
TCU Tribunal de Contas da União
TFR Tribunal Federal de Recursos (extinto)
TJAC Tribunal de Justiça do Estado do Acre
TJAL Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas
TJAP Tribunal de Justiça do Estado do Amapá
TJAM Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas
TJBA Tribunal de Justiça do Estado da Bahia
TJCE Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
TJDFT Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios
TJES Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo
TJGO Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
TJMA Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão
TJMG Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais
TJMS Tribunal de Justiça do Estado do Mato Grosso do Sul
TJMT Tribunal de Justiça do Estado do Mato Grosso
TJPA Tribunal de Justiça do Estado do Pará
TJPB Tribunal de Justiça do Estado do Paraíba
TJPR Tribunal de Justiça do Estado do Paraná
TJPE Tribunal de Justiça do Estado do Pernambuco
TJPI Tribunal de Justiça do Estado do Piauí
TJRJ Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro
TJRN Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte
28 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

TJRO Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia


TJRR Tribunal de Justiça do Estado de Roraima
TJRS Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
TJSC Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina
TJSE Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe
TJSP Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
TJTO Tribunal de Justiça do Estado de Tocantins
TO Tocantins
TP Tribunal Pleno
TRE Tribunal Regional Eleitoral
TRF Tribunal Regional Federal
TRT Tribunal Regional do Trabalho
TSE Tribunal Superior Eleitoral
TST Tribunal Superior do Trabalho
UFIR Unidade Fiscal de Referência (extinta)
URP Unidade de Referência de Preços (extinta)
un. Unânime
V. Exa. Vossa Excelência
v.g. Abreviatura de verbi gratia: por exemplo, a saber.
V. Sa. Vossa Senhoria
ven. Venerando
vol. Volume
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 29

Sumário

Aditamento a Inicial – Acrescer ou Suprimir Informações


Processuais................................................................................ 39

Agravo de Instrumento – Previdenciário – Decisão Interlocutória


– Constitucional – Devido Processo Legal ............................ 43
Alegações Finais – Hora Extra – Doença Ocupacional – Benefício
Previdenciário – Vínculo Empregatício – Impossibilidade –
Reconhecimento........................................................................ 49
Alegações Finais – Inconstitucionalidade – INSS – Contribuição
Previdenciária – Apropriação Indébita – Falta de
Recolhimento – Crime Contra a Ordem Tributária – Lei nº
8.137/90 ..................................................................................... 53

Amparo Assistencial ao Deficiente – Inicial – Recusa Via


Administrativa – LOAS ........................................................... 63
Anulatória de Lançamento Fiscal – Salário “In Natura” –
Benefício Previdenciário – Programa de Alimentação – Lei
nº 6.321/76 – Débito Previdenciário........................................ 69

Apelação – Cautelar – Aposentadoria por Invalidez – Neoplasia


Maligna.......................................................................................... 77
Apelação de Revisão de Auxílio-Acidente – Lei nº 8.213/91 ...... 83

Apelação – Benefício Previdenciário – Art. 513/CPC – Lei nº


8.213/91 – Revisão – Preservação do Valor Real -
Determinação Judicial................................................................. 87

Aposentadoria por Invalidez – Tutela Antecipada – Lei nº 8.213/


91 – Art. 273, CPC ................................................................... 91
30 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Aposentadoria por Idade – Inicial – Rurícola – INSS ................... 97

Apresentação do Rol de Testemunhas – Previdenciário –


Necessidade de Complementação Processual......................... 103
Auxílio-Reclusão – Inicial- Judicial ............................................ 105
Auxílio-Reclusão – Requerimento – Inicial – Via Administrativa 109

Cautelar de Arresto – Fato Gerador Restritivo – Cota Patronal –


Pagamento Indevido – Compensação – Salário – Sustação .... 111
Cautelar Inominada – Aposentadoria – Art. 796/CPC – Revisão
Concedida por Lei – Revisão Não Efetuada pelo INSS ......... 125
Cautelar de Produção Antecipação de Provas – Previdenciário
– Idade Avançada – Moléstia Grave.......................................... 133

Cobrança – Aposentadoria por Tempo de Serviço – Atualização


Monetária – Mora – Pedido Deferido...................................... 135

Consignação em Pagamento – Devolução Indevida –


Enriquecimento Ilícito.............................................................. 141

Contestação – Aposentadoria por Invalidez – Revisão de


Aposentadoria – Impossibilidade Jurídica do Pedido –
Incompetência – Lei nº 6.367/76............................................... 147

Contra-Razões de Apelação – Acidente do Trabalho – Culpa –


Art. 602/CPC – Empregado – Apelação – Procedência –
Indenização por Ato Ilícito – Auxílio-Acidente – Ministério
Público ........................................................................................ 151

Contra-Razões de Apelação – Contrariedade do INSS – Favorável


Decisão Judicial 1ª Instância.................................................... 161
Contra-Razões de Recurso Ordinário – FGTS – Desconto
Previdenciário – Multa – Imposto de Renda – Pagamento –
Pedido Condenatório – Responsabilidade do Empregador ...... 165
Declaratória – Ilegalidade – Benefício Previdenciário – Salário-
de-Contribuição – Art. 201/CF.................................................... 169
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 31

Declaratória de Inexigibilidade – Lei nº 7.787/89 – Ilegalidade


– Cota Patronal – Lei nº 8.212/91 – Art. 195/CF..................... 185
Declaratória por Tempo de Serviço – Rurícola – INSS.................. 201

Declaratória - Tempo de Serviço – Aposentadoria por Idade


Rurícola – INSS – Tutela Antecipada.................................... 207

Declaratória por Tempo de Serviço – Urbano – INSS............. 221


Declaratória de Tempo de Serviço C/C Revisional –
Aposentadoria – Lei nº 1.711/52............................................ 229
Declaratória de Tempo de Serviço – Aposentadoria – Pedido
Declaratório – Trabalho Rural – Regime de Economia Familiar 239
Despacho – Pensão por Morte – Ação Ordinária – INSS – Tutela
Antecipada – Estudante Universitária de 21 Anos –
Dependente Economicamente dos Avós ................................... 247
Embargos à Execução – Excesso de Execução – Contribuição
Previdenciária – Imposto de Renda – Reforma da Decisão –
Redução – Valor Devido – Reclamante ...................................... 249

Embargos Infringentes – Previdenciário – Pensão por Morte –


Divergência de Voto – Tribunal – Acórdão Não Unanime ... 259
Especificações de Provas – Apresentação de Não necessidade
de Novos Documentos, uma vez já constarem na Inicial ..... 267

Especificações de Provas – Apresentação de Novos Documentos 269

Guarda de Menor – Benefício Previdenciário – Dependente –


Lei nº 8.069/90 – Concessão................................................... 271

Impugnação – Benefício Assistencial – Deficiente -


Incapacidade Laborativa – LOAS............................................ 275

Impugnação – Aposentadoria por Idade Rural......................... 281


Impugnação – Aposentadoria por Invalidez – Tutela
Antecipada – Incapacidade Laborativa – Laudo Médico
Pericial .................................................................................. 287
32 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Impugnação - Embargos à Execução – Revisional de


Aposentadoria – Excesso de Execução – Litigância de Má-Fé
– Reajuste – Pagamento – Embargos à Execução –
Improcedência – Decisão Condenatória – Pensão ............. 293

Impugnação – Indenização – Acidente do Trabalho – Nexo de


Causalidade – Reparação de Dano – Legitimidade Ativa –
Negligência – Culpa Comprovada – Equipamento de Proteção
– Ministério Público................................................................. 299

Impugnação – INSS – Contagem de Tempo de Serviço –


Trabalhador Rural – Regime de Economia Familiar – Direito
Líquido e Certo.......................................................................... 317

Impugnação – Revisional de Aposentadoria – Imprescritibili-


dade – Decênio ....................................................................... 321
Inclusão de Genitora como Dependente – Tutela Antecipada –
Funcionário Público – Estatuto do Idoso – Prioridade de
Tramitação Processual............................................................... 327
Indenização – Acidente do Trabalho – INSS – Aposentadoria
por Invalidez – Lei nº 8.213/91 – LC nº 142/2013 - Perda da
Capacidade Laborativa – Auxílio-Acidente........................ 331
Indenização – Acidente do Trabalho – Culpa – Reparação de
Dano – Imprudência – Legitimidade Ativa – Negligência –
Empregado – Ministério Público........................................... 337
Indenização – Doença Ocupacional – Redução da Capacidade
Laborativa – Lei nº 6.367/76 – Dec. nº 79.037/76 - LC nº 142/
2013 ........................................................................................... 357
Indicação de Produção de Provas – Previdenciário –
Atendimento de Despacho Judicial.................................... 363
Inquirição de Testemunhas - Antecipação de Provas –
Previdenciário – Idade Avançada – Moléstia Grave............... 365
Justificação Administrativa – Anotação em CTPS –
Aposentadoria – Art. 861/CPC – Trabalhador Rural............... 367
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 33

Mandado de Injunção – Previdenciário – Licença Paternidade


– Constitucional – Devido Processo Legal................................. 373

Mandado de Segurança – Aposentadoria – Desconto Indevido


– Lei nº 1533/51 – MP nº 1.415/96 – MP nº 1.463/96................ 377

Mandado de Segurança – Inconstitucionalidade – Direito


Adquirido – Pedido Declaratório – Projeto de Lei – Abstenção
de Ato...................................................................................... 389

Mandado de Segurança – INSS – Prazo para Recolhimento da


Contribuição – Lei nº 8.212/91................................................. 399

Mandado de Segurança – Lei nº 1.533/51 – Procedimento


Administrativo – Suspensão – Deferimento do Pedido – Ato
Ilícito – Pedido de Concessão do Benefício – Pedido de
Suspensão do Ato Administrativo......................................... 407

Obrigação de Fazer – Multa Diária – Empregador – Co-


Responsabilidade da Autarquia-Ré – Lei nº 8.212/91 –
Recolhimentos Não Efetuados aos Cofres Públicos – Direito
Líquido e Certo....................................................................... 419

Obrigação de Fazer – Tutela Antecipatória – INSS – Realização


de Perícia em Período de Greve........................................... 427
Pensão por Morte – Ação Ordinária – INSS – Tutela Antecipada
– Estudante Universitária de 21 Anos – Dependente Econo-
micamente dos Avós................................................................. 435
Pensão por Morte – INSS – Companheira – Dependência
Econômica – União Estável...................................................... 447

Pensão por Morte – INSS – Cônjuge – Dependência Econômica 451


Pensão por Morte – Servidor Público – Prova de Dependência
Econômica................................................................................ 457
Pensão por Morte – INSS – Viúva – Filho Menor – Lei nº 8.213/
91 – Art. 273/CC, I – Comunhão Universal de Bens – Vínculo
Empregatício – Reclamação Trabalhista – Procedência ....... 463
34 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Prorrogação do Prazo – Previdenciário – Necessidade de Evitar


Decadência ou Prescrição – Dificuldade Comunicação ....... 467

Recurso Administrativo – Acidente do Trabalho – Empregado


– Auxílio-Acidente – Perícia..................................................... 469

Recurso Especial – STJ – Benefício Previdenciário –


Aposentadoria por Invalidez – Laudo Médico – Sentença
contrária Lei Federal.............................................................. 473
Recurso Especial – STJ – Benefício Previdenciário – Pensão
por Morte – Restabelecimento – Assistência Judiciária..... 477
Recurso Inominado – Averbação de Tempo de Serviço Especial
– Juizado Especial................................................................... 483
Recurso Ordinário – Acordo de Compensação de Jornada –
Desconto Previdenciário – Provimento 02/93 – Desconto
Fiscal – EN. 85/TST.459......................................................... 489
Recurso Ordinário – Reclamatória Trabalhista – Unicidade
Contratual – Acordo de Compensação de Jornada – Desconto
Previdenciário......................................................................... 497
Recurso Ordinário – Retenção de Valor – Competência –
Desconto Previdenciário – Pedido de Reforma da Decisão –
Justiça do Trabalho – Recurso – Acolhimento Parcial –
Desconto Fiscal....................................................................... 505

Renúncia de Procuração nos Autos – Previdenciário –


Constituição de Outro Procurador........................................ 509
Repetição de Indébito – Inconstitucionalidade – Autônomo –
Contribuição Previdenciária – Pró-Labore............................ 511

Rescisória – Lei nº 7787/89 – Autônomo – Contribuição Social


– Violação – Pagamento – Desconstituição – Constituciona-
lidade – Pró-Labore – Decisão............................................... 525

Restabelecimento de Auxílio-Doença – Conversão em


Aposentadoria por Invalidez – INSS – Incapacidade
Laborativa ........................................................................... 543
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 35

Revisional de Aposentadoria – Aposentadoria – Lei nº 8.213/


91 – Fator Previdenciário – Não Aplicação ........................... 551

Revisional de Aposentadoria – Aposentadoria – Lei nº 8.213/


91 – Direito Adquirido – Tutela Antecipada – Benefício
Suspenso................................................................................ 559

Revisional de Aposentadoria – Inconstitucionalidade –


Aposentadoria – Lei nº 8.213/91 – Vinculação ao Salário
Mínimo – Direito Adquirido – Reajuste – Pedido Declaratório
– Revisão......................................................... 569

Revisional – INSS – Aposentadoria por Invalidez – Benefício


Defasado – Pedido de Atualização.......................................... 585
Revisional – Aposentadoria por Invalidez – Inconstitucio-
nalidade – PIS – LC 70/91 – Bitributação – LC 07/70 – Art.
154/CF – Inexigibilidade....................................................... 591

Revisional de Aposentadoria – Aposentadoria por Tempo de


Serviço – Computação do Tempo de Serviço/Contribuição –
Prova Documental – Decreto 3.048/99 – Concessão –
Propositura da Ação................................................................ 597
Revisional de Benefícios – Benefício Previdenciário –
Previdência Social – Princípio da Isonomia – Lei nº 8.870/
94 .............................................................................................. 607

Revisional de Benefícios – Inconstitucionalidade – Policial


Militar – Lei nº 8.218/86 – Lei nº 9.194/90 – Redução de
Salário – Reposição dos Índices de Soldo – Pensão do IPE 613

Revisional de Benefícios – INSS – Lei nº 8.212/91 – Salário de


Contribuição – Art. 201/CF – Lei nº 8.213/91 – Revisão de
Benefício – Salário de Benefício – Reajuste Proporcional –
Reajuste Integral – Art. 194/CF.571.......................................... 633
Revisional de Aposentadoria – Lei nº 8.213/91 – Valor Defasado
– Vinculação ao Salário Mínimo – Artigo 58/ADCT.............. 641
36 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Revisional Pensão por Morte – Ação Ordinária – INSS – União


Federal – Tutela Antecipada - Diferença de Valor – Pedido
de Complementação – Lei nº 9.032/95................................... 645

Sentença – Decisão – Desaposentadoria – Ação Ordinária –


INSS – Tutela Antecipada........................................................... 655
Sentença – Decisão – Pensão por Morte – Ação Ordinária –
INSS – Tutela Antecipada – Estudante Universitária de 21
Anos – Dependente Economicamente dos Avós................. 665

Súmulas, Enunciados e Orientações Jurisprudenciais

STF – Supremo Tribunal Federal (Súmulas).......................... 673


STF – Supremo Tribunal Federal (Súmulas Vinculantes)...... 689
STJ – Superior Tribunal de Justiça (Súmulas)............................ 393
Extinto TFR – Tribunal Federal de Recursos (Súmulas)........... 709
TST – Tribunal Superior do Trabalho (Súmulas) ..................... 719
TST – Tribunal Superior do Trabalho Tribunal Pleno/Órgão
Especial - Orientações Jurisprudenciais - OJ ...................... 733

TST – SDI I – Seção de Dissídios Individuais I (Orientações


Jurisprudenciais) ..................................................................... 735

TST – SDI II – Seção de Dissídios Individuais II (Orientações


Jurisprudenciais) .................................................................. 743

TST – SDI Transitória – Seção de Dissídios Individuais


(Orientações Jurisprudenciais) ............................................. 745

TST – SDC – Seção de Dissídios Coletivos (Orientações


Jurisprudenciais) ..................................................................... 751

TRF 1ª Região – Tribunal Regional Federal da 1ª Região


(Súmulas) ................................................................................ 753
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 37

TRF 2ª Região – Tribunal Regional Federal da 2ª Região


(Súmulas) ............................................................................... 757

TRF 3ª Região – Tribunal Regional Federal da 3ª Região


(Súmulas) ................................................................................ 763

TRF 4ª Região – Tribunal Regional Federal da 4ª Região


(Súmulas) ............................................................................... 767

TRF 5ª Região – Tribunal Regional Federal da 5ª Região


(Súmulas) ............................................................................... 773

TNU/CJF – Turma Nacional de Uniformização do Conselho de


Justiça Federal (Súmulas)....................................................... 775

AGU – Advocacia Geral da União (Enunciados)....................... 785

CRPS – Conselho de Recursos da Previdência Social .............. 793

Índice Alfabético Remissivo......................................................... 801


38 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 39

ADITAMENTO DA INICIAL – ACRESCER OU SUPRIMIR


INFORMAÇÕES PROCESSUAIS

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE


DIREITO DA ...ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ..............................1

Processo nº ......................2

..............................., já qualificado nos autos da AÇÃO


SUMARÍSSIMA DE PENSÃO POR MORTE, Processo nº ......./....,
contra o INSS – INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, que
tramita por este Juízo, vem respeitosamente à presença de V. Exa.,
expor e requerer ADITAMENTO DA INICIAL, a fim de ficar constando
os períodos de trabalho do falecido, ......................., da seguinte forma:

1. O falecido, ........................, trabalhou com registro na CTPS


nos seguintes períodos, empresas e funções abaixo descriminadas,
conforme cópia dos documentos juntados na Inicial:
a) De 12.07.1964 a 05.05.1966, trabalhou na empresa
......................, na função de servente;
b) De 22.06.1966 a 02.07.1966, trabalhou na empresa
......................, na função de servente;
c) De 07.05.1968 a 14.10.1968, trabalhou na empresa
......................, na função de operador de máquinas;
d) De 16.10.1968 a 11.09.1970, trabalhou na empresa
......................, na função de servente;

1
O endereçamento deve ser dirigido ao E. Juízo onde foi protocolada a referida ação.
2
Deverá ser colocado o número do processo que está necessitando do ADITAMENTO.
40 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

e) De 01.03.1971 a 15.08.1971, trabalhou na empresa


......................, na função de meio-oficial;
f) De 02.10.1972 a 05.03.1973, trabalhou na empresa ......................,
na função de pedreiro;
g) De 02.04.1973 a 09.09.1973, trabalhou na empresa
......................, na função de pedreiro;
h) De 01.02.1974 a 30.09.1974, trabalhou na empresa
......................, na função de pedreiro;
i) De 14.10.1974 a 01.02.1975, trabalhou na empresa ......................,
na função de pedreiro;
j) De 15.12.1976 a 17.01.1977, trabalhou com ......................
(fulano de tal), na função de pedreiro;
k) De 01.02.1977 a 05.05.1978, trabalhou no sítio do Sr.
....................., neste município, na função de lavrador;
l) De 10.05.1978 a 02.01.1979, trabalhou no sítio do Sr.
..................., no Bairro do Jacaré, neste município, na função
de lavrador;
m) De 12.01.1979 a 03.02.1979, trabalhou na empresa empresa
...................., na função de pedreiro;
n) De 10.02.1979 a 31.07.1984, trabalhou no sítio do Sr. ................,
no Bairro do Jacaré, neste município, na função de lavrador;
o) De 01.08.1984 a 28.02.1985, trabalhou na empresa
......................, na função de pedreiro;
p) De 01.03.1985 a 30.01.1994, trabalhou no sítio do Sr.
.................., neste município, na função de lavrador;
q) De 01.02.1994 até 31.05.1995, trabalhou com o empreiteiro
Sr. ..................., neste município, na função de lavrador, na
lavoura de laranja;
r) De 01.06.1995 a 31.01.1996, trabalhou na empresa
......................, na função de pintor;
s) De 01.02.1996 até a data do óbito, trabalhou com o empreiteiro
Sr. ......................, neste município, na função de lavrador,
na lavoura de laranja.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 41

2. É notável o recolhimentodas seguintes GPS, de competência


dos seguintes períodos:
a) DEZEMBRO/1981;
b) JANEIRO/1982;
c) FEVEREIRO/1982;
d) MARÇO/1982;
e) SETEMBRO/2000.
3. Finalmente, verifica-se que foi recolhido as GUIAS DA
PREVIDÊNCIA SOCIAL, a fim de garantir a sua aposentadoria, mas
por infelicidade do destino não pôde completá-la, pois veio a falecer,
favorecendo dessa forma a viúva (fulana de tal).

Pede j. e deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......

RESUMO
Aditamento ou Emenda à Inicial em uma ação é o instrumento
pelo qual o interessado vem acrescentar dados importantes para
a interpretação da Inicial, podendo servir ainda para requerer ao
Egrégio Juízo que não venha interpretar a Inicial de forma errônea.
A ela se recorre quando há falhas de digitação ou erro processual,
ou seja, para acrescer ou suprimir informações e/ou dados
processuais.
42 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 43

AGRAVO DE INSTRUMENTO – PREVIDENCIÁRIO – DECISÃO


INTERLOCUTÓRIA – CONSTITUCIONAL – DEVIDO PROCESSO
LEGAL

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) FEDERAL


DA ....ª VARA PREVIDENCIÁRIA DE ....................... SEÇÃO
JUDICIÁRIA DO ESTADO DE .......................................

AÇÃO ORDINÁRIA DE .....


Processo nº

........................., (qualificação), já devidamente qualificado na


peça exordial dos autos da presente em epígrafe, contra do INSS –
Instituto Nacional do Seguro Social, também já qualificado no feito,
que tramita nesta Vara e Juízo, através de seu advogado e procurador
infra-assinado, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência,
inconformado com a respeitável decisão inter-locutória exarada nos
autos às fls............, recorrer à Instância Superior, e o faz pela
interposição do presente

AGRAVO DE INSTRUMENTO

na certeza de que os doutos julgadores, melhor examinando a


matéria, hajam por bem acatar as razões anexas, mandando que se
processe regularmente o feito, em atendimento aos princípios
constitucionais, à doutrina e ao direito, praticando a verdadeira
JUSTIÇA.
44 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Regularmente processados estes, bem assim, ouvido o Agravado,


por suas contra-razões, subam os autos à Instância Superior, para uma
nova decisão.

Nestes termos,
Pede j. e deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/....... nº ...................
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 45

RAZÕES DO AGRAVO DE INSTRUMENTO

Agravante:................................................
Agravado: INSS – Instituto Nacional do Seguro Social
Processo nº ............. - .........ª Vara de Direito da Comarca de ..........

Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara,
Doutos Julgadores:

Em que pese o saber jurídico já demonstrado em inúmeras


decisões do douto juiz “a quo”, reconhecido como daqueles brilhantes
juízes destes rincões do interior de SÃO PAULO, ousamos discordar
da decisão interlocutória ora hostilizada, em especial porque não
atendeu aos ditames da Lei, da melhor Doutrina e da assentada
Jurisprudência, para que haja a melhor distribuição da JUSTIÇA,
conforme demonstraremos à Vossas Excelências, pois de conformidade
com o fundamento no artigo 522 e seguintes do CPC, pelos motivos
fáticos e de direito a seguir expostos.

Primeiro: Que tramita na ... Vara Cível da Comarca de ................,


o Processo em epígrafe, da Ação de Alimentos, intentada pelo Agravante
contra o Agravado, em fase de instrução, conforme comprova com a
certidão em anexo.

Segundo: Ocorre que o ilustre julgador “a quo” proferiu decisão


interlocutória, que se encontra às fls. .... do retro mencionado processo,
na qual o insigne magistrado, indeferindo prova testemunhal
tempestivamente requerida, cerceando a defesa do Agravante, violenta
a regra constitucional de respeito ao devido processo legal, e assim se
refere:

(Transcrever a decisão na íntegra)


46 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Terceiro: O Agravante, não se conformando com a r. decisão supra


transcrita, eis que a mesma contraria o preceito legal contido na
legislação vigente e com fundamento no art. 522 e seguintes do CPC,
não tem outra alternativa, a não ser interpor o presente Agravo de
Instrumento, para que seja corrigido o “erro in procedendo”, face ao
grave prejuízo que a decisão, ora atacada, acarreta para aquele, uma
vez que a mesma fere de morte o mais sagrado princípio constitucional,
sendo certo tratar-se de cerceamento de defesa, como se vê do texto
acima transcrito.

Quarto: Acontece que já foi designada audiência de instrução e


julgamento pelo ilustre magistrado “a quo”, para a data de ...................
e se tal audiência se realizar sem o julgamento do presente agravo,
com toda certeza o Agravante não terá oportunidade de fazer prova de
seus direitos, o que é antinômico do direito, uma vez que a todos é
dado o amplo direito de defesa.

Quinto: Assim, buscando amparo no art. 527, Inciso II do CPC,


o Agravante espera que seja atribuído efeito suspensivo ao presente,
no sentido de que seja suspensa a audiência já designada, para que a
mesma somente venha se realizar após o julgamento final deste Agravo,
uma vez que a r. decisão, ora agravada, está a merecer reforma, ante a
afronta a preceito legal, para que o Agravante possa exercer o seu mais
lídimo direito de defesa.

Sexto: Em atendimento à norma contida no art. 524 do CPC, o


Agravante informa a este Excelso Pretório, os nomes e endereços dos
patronos das partes, a saber:
a) Advogado do Agravante:
Nome: ............................................
Endereço: .......................................

b) Advogado do Agravado:
Nome: .............................................
Endereço: ........................................
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 47

DIANTE O EXPOSTO, o Agravante vem, perante Vossas


Excelências, com o devido acato, requerer:
a) a intimação do patrono do Agravado, para, querendo, responder
aos termos do presente Agravo, no prazo legal;
b) seja recebido o presente Agravo com efeito suspensivo, para
que seja suspensa a audiência designada para a data de ................, nos
termos do art. 527, Inciso II do CPC e que seja comunicado ao ínclito
magistrado “a quo” e oficiado ao mesmo para prestar informações ou
reformar a r. decisão, ora agravada, se assim entender;
c) seja processado e julgado procedente, o presente pedido, com
a consequente reforma da r. decisão de fls. ....., acima transcrita, cuja
cópia devidamente autenticada faz parte integrante deste;
d) a juntada das cópias da decisão agravada, da certidão de
intimação e das procurações outorgadas aos patronos das partes, bem
como, do comprovante de pagamento das custas e porte de retorno.

Nestes termos,
Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/....... nº ...................

RESUMO
O Agravante recorre ao tribunal superior contra decisão interlocutória,
onde o magistrado indefere prova testemunhal requerida, cerceando a de-
fesa do Agravante, desrespeitando a regra constitucional de respeito ao
devido processo legal.
Em Comarcas onde não existe a JUSTIÇA FEDERAL, poderão as
ações previdenciárias ser propostas junto à Justiça Estadual, em confor-
midade disposto no § 3º, do artigo 109, da CF/1988.
48 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 49

ALEGAÇÕES FINAIS – HORA EXTRA – DOENÇA OCUPACIONAL


– BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO – VÍCULO EMPREGATÍCIO –
IMPOSSIBILIDADE – RECONHECIMENTO

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DO


TRABALHO DA ... ª VARA DO TRABALHO DE ........................

........................., por seus procuradores judiciais infra-assinados,


inscritos na OAB/... sob nos ........ e ......., nos autos nº ...../..., da Ação
Trabalhista promovida por ................, já qualificada, vem, mui
respeitosamente perante Vossa Excelência, manifestar-se acerca do
demonstrativo de horas extras apresentado pela reclamante, bem como
aduzir suas razões finais, nos termos a seguir expostos:

1. RECONHECIMENTO DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO COM O


EMPREGADOR

Não comprovou a Reclamante a presença dos requisitos


ensejadores do reconhecimento de vínculo empregatício diretamente
com a tomadora de serviços, pois nem sequer produziu prova
testemunhal.
A natureza do serviço desempenhado pela reclamante não se
enquadra entre as atividades da segunda reclamada, razão pela qual
não se pode presumir a existência de subordinação jurídica.
Há que ser rejeitado, pois, o pleito de reconhecimento de vínculo
direto com a tomadora.

2. HORAS EXTRAS. IMPUGNAÇÃO AO DEMONSTRATIVO


APRESENTADO
50 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

A reclamada juntou aos autos os controles de ponto de fls. .. a ..


e .. a .. . Os demais controles não foram apresentados pela ..................,
não sendo, portanto, fidedignos da jornada praticada pela reclamante.
De qualquer modo, os registros de ponto carreados pela primeira
reclamada, única empregadora da reclamante, foram por esta
reconhecidos, conforme ata de fls. .., devendo ser considerados para
apuração dos horários praticados pela obreira.
Tais controles demonstram que a reclamante não prestou labor
extraordinário.
Neste sentido, resta expressamente impugnado o demonstrativo
de horas extras apresentado pela reclamante às fls. ../.., posto que os
horários considerados foram aqueles constantes dos controles de ponto
juntados pela ..................., os quais contêm anotação totalmente alheia
ao efetivo controle de jornada da ex-empregada e não podem ser
considerados válidos, na medida em que não são documentos de sua
única e verdadeira empregadora, ........................ .
Outrossim, ainda que pudessem ser considerados válidos tais
controles, são certos que o apontamento dos horários não se encontra
correto no demonstrativo juntado, posto que os minutos que sucedem
e antecedem à jornada laboral não podem ser tomados como extras,
conforme entendimento jurisprudencial, que proclama:

“MINUTOS QUE ANTECEDEM E SUCEDEM À JORNADA


DE TRABALHO – DESCONSIDERAÇÃO – ORIENTAÇÃO Nº
23 DA SDI DO C. TST – Devem ser desprezados do cômputo
da jornada de trabalho os poucosminutos que a antecedem e
sucedem, por aplicação do princípio da razoabilidade,
inspirador da Orientação nº 23 da SDI do c. TST. (TRT 12ª R.
– RO-V-A 07599-2000-034-12-00-2 – (11936/2002) –
Florianópolis – 1ª T. – Rel. Juiz Gerson Paulo Taboada Conrado
– J. 11.10.2002)”

“JORNADA DE TRABALHO – MINUTOS QUE ANTECEDEM


E SUCEDEM À JORNADA – Os poucos minutos que
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 51

antecedem ou sucedem à marcação de ponto não são, em


princípio, contados como extras, devido à impossibilidade
do registro simultâneo dos cartões (cf. Orientação
Jurisprudencial nº 23 da SDI do C. TST). (TRT 15ª R. – Proc.
27584/99 – (41976/01) – SE – Rel. Juiz Carlos Alberto Moreira
Xavier – DOESP 01.10.2001 – p. 65)”

Devem, entretanto, ser considerados somente os controles de


ponto juntados pela primeira reclamada (.......................), mesmo porque
a reclamante os reconheceu como válidos em seu depoimento pessoal.
Não pode ser aceito pelo julgador um registro de ponto controlado
exclusivamente pela própria empregada (conforme restou
demonstrado), o qual jamais passou pela análise ou crivo de sua
empregadora.
Não havendo outras provas a respeito da jornada alegada pela
reclamante, não podem as horas extraordinárias ser deferidas em seu
favor.
Há, portanto, que se rejeitar o pleito em análise.

3. GARANTIA DE EMPREGO. ESTABILIDADE DE 12 (DOZE) MESES

A Reclamante não faz jus à estabilidade pretendida, por quanto


na vigência do contrato de trabalho não gozou de benefício
previdenciário, não configurando, pois, a existência de doença
profissional.
Ademais, nenhuma prova produziu a reclamante, no sentido de
demonstrar que tenha efetivamente contraído a alegada enfermidade
em razão do labor junto à reclamada.
A reclamante reconheceu que não prestou labor extraordinário,
mas sim nos dias normais estabelecidos.
Por outro lado, o fato e ter prestado serviços concomitantemente
a outra empresa de digitação, afasta o entendimento de que o trabalho
junto à reclamada seria causador de qualquer doença profissional.
52 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Pela improcedência do pedido.

Os demais pedidos restam igualmente improcedentes, conforme


razões já sustentadas em defesa, às quais nos reportamos.
Pugna-se, destarte, pela improcedência da ação, condenando-se
a reclamante ao pagamento de custas processuais e demais cominações.

Nestes Termos,
P. Deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n .........

RESUMO
A reclamada alega que a reclamante não comprovou os requisitos
necessários para o reconhecimento do vínculo empregatíciocom a tomadora
de serviços. A natureza dos serviços prestados não se enquadra em suas
atividades. Deve ser rejeitado o pedido pelo reconhecimento do vínculo
direto com a tomadora. Os controles de ponto juntados pela primeira recla-
mada foram reconhecidos pela reclamante. Dessa forma, inexistente o
labor extraordinário. Não tem direito à estabilidade, porque não gozou o
benefício previdenciário, em virtude da inexistência de doença profissional.
Pede pela improcedência da reclamação trabalhista.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 53

ALEGAÇÕES FINAIS – INCONSTITUCIONALIDADE – INSS –


CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA - APROPRIAÇÃO INDÉBITA –
FALTA DE RECOLHIMENTOS – CRIME CONTRA ORDEM
TRIBUTÁRIA – LEI Nº 8.137/90

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) FEDERAL


DA ...ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ..............................

AÇÃO PENAL Nº ........


ALEGAÇÕES FINAIS
PELO RÉU: .................

............................. e ............................., já qualificados, nos autos


da Ação Penal acima identificada, por intermédio do seu advogado
que esta subscreve, vem apresentar suas Alegações Finais na forma do
art. 500, inciso III, do CPP, expondo o seguinte:

1. DO RESUMO

O Ilustre Representante do Ministério Público, de acordo com a


denúncia e as suas Alegações às fls. ... dos autos, pretende imputar
aos Réus as sanções do art. 2º, II, da Lei nº 8.137/90 e art. 168-A do
Código Penal.
Atribui-lhes ainda nessa peça tipificação por omissão própria,
com o dolo (animus rem sibi habendi), como elemento subjetivo do
tipo do crime em questão.
Diz, consubstanciada a materialidade no Auto de Infração Fiscal,
lavrado pela autoridade previdenciária e pelas notificações de
lançamento em Livro da empresa.
54 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Afirma condenáveis os Acusados por serem eles sócios de


empresa com contrato social por cota de sociedade limitada, assim
cientes do ilícito, e exclui a punibilidade do Acusado .............., tomando
por verdadeira a configuração deste como sócio figurante de contrato
e não administrativo.

2. PRELIMINARES

2.1 - INÉPCIA DA INICIAL

a) SOBRE O DOLO

Para que ocorra o dolo em qualquer de suas modalidades, é


necessária a vontade do agente de causar dano.
Assim também é na Lei nº 8.137/90 e no Código Penal, não
podendo ser o acusado condenado por mera culpa, ou seja, nestas
Leis é indispensável a prova da intenção de lesar o INSS.
Porém, não existiu nenhuma vontade do Acusado em lesar o INSS
e nem mesmo nos autos é demonstrada tal vontade sobre o dolo, ou
sua ausência, em crimes contra a ordem tributária, assim têm decidido
os nossos Tribunais:

“APELAÇÃO CRIMINAL – CRIME CONTRA A ORDEM


TRIBUTÁRIA – SENTENÇA ABSOLUTÓRIA –
INCONFORMISMO DO MP – APELADO QUE
TRANSPORTAVA MERCADORIAS DESAMPARADAS DE
QUALQUER DOCUMENTO FISCAL – IMPOSSIBILIDADE
– INOCORRÊNCIA DE DOLO OU MÁ-FÉ – RECEITA
FEDERAL QUE LHE FORNECEU NOTA FISCAL AVULSA –
DEPOIMENTOS CONSTANTES DOS AUTOS QUE SE
HARMONIZAM EM FAVOR DO APELADO –
INEXISTÊNCIA DE PROVAS SUFICIENTES PARA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 55

CONDENAR – APELO IMPROVIDO– O apelado em momento


algum incorreu com dolo ou má-fé pretendendo burlar o Fisco,
muito pelo contrário, tentou na verdade amparar-se em quem
conhecia mais do que ele, consultando-se com o amigo fiscal
do Estado sobre a forma como deveria proceder, e agiu da forma
como aconselhado foi, procurando a Receita, que lhe forneceu
a nota fiscal avulsa. (TJES – ACr 048980237530 – 2ª C.Crim.
– Rel. Des. Welington da Costa Citty – J. 25.09.2002)”

Conclui-se, portanto, que, se o crime que se pretende incutir ao


acusado necessita de dolo específico para sua finalização, e dos autos
não se retira nada que o comprove, A INICIAL É INEPTA POR FALTA
DE CARACTERIZAÇÃO DO ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO.

b) A INCONSTITUCIONALIDADE DAS LEIS

A Lei nº 8.137/90 e o Decreto-Lei nº 2.848/40, nos quais querem


inserir o Acusado, desrespeitam frontalmente a Constituição da
República.
A Carta Magna diz em seu art. 5º, inciso XLVII, que é proibida a
prisão por dívida, excetuadas as hipóteses do inadimplemento da
pensão alimentícia e a do depositário infiel.
Por exclusão, o acusado não se insere na forma de alimentante,
muito menos na forma de depositário.
Em recente artigo, intitulado “Infração Tributária Não é Crime”,
publicado na revista Boletim Informativo da Saraiva, de agosto de 1996
(fl. 05), o doutrinador e professor Eduardo Marcial Ferreira Jardim,
entendendo ser a Lei nº 8.137/90 inconstitucional, assim discorre:
Igual raciocínio aplica-se às hipóteses em que o contribuinte
deixa de pagar o tributo supostamente descontado de terceiro,
a exemplo do imposto sobre a renda na fonte ou a contribuição
previdenciária. Ao contrário dos dizeres literais da legislação
de fonte, o que ocorre é o seguinte: ao pagar “x” de salário, o
56 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

empregado deve pagar “y” de contribuição previdenciária e


“z” de imposto de renda na sistemática de fonte. O chamado
desconto ou retenção simplesmente inexiste. Mas, se existisse,
ainda assim, o contribuinte não estaria exercendo a função
de depositário, até porque tal conceito vem cristalizado nos
arts. 627/630 do Código Civil, bem como no CPC por
intermédio dos artigos 149, 150, 275, inciso II, 824, 825 e 919.
Não bastasse isso, cumpre lembrar que a Teoria Geral do
Direito não autoriza ao legislador subverter conceitos para
estipular novas competências não deferidas pelo sistema
normativo.
Como se vê, o devedor de tributos, qualquer que seja a
hipótese, é devedor de dívida própria, o que torna
inadmissível a pretendida criminalização da infração
tributária. O grau de absurdidade ganha foros de maior repúdio
na medida em que a aludida legislação desrespeita
frontalmente a Constituição da República (...)

O contribuinte, em qualquer destes casos, não recebe de ninguém


o dinheiro a ser recolhido aos cofres da Fazenda Pública.
O devedor de tributos, qualquer que seja a hipótese, é devedor
de dívida própria (ilícito civil).
Inadmissível, portanto, a pretendida criminalização do Acusado
na infração tributária pela Lei nº 8.137/90 e o DL nº 2.848/40, pois
ambos igualam o contribuinte ao depositário de dinheiro da Fazenda
Pública, o que não acontece no caso concreto.
E, mesmo assim, para que alguém seja considerado depositário
infiel de dinheiro da Fazenda Pública, existe o rito da Lei nº 8.866/94,
que exige a prévia caracterização da situação de depositário infiel (art.
2º) com o ajuizamento da ação civil (arts. 3º e 4º).

c) A POSTERIORIDADE DA LEI Nº 8.212/91


A denúncia arrola as seguintes datas para as supostas faltas de
pagamento dos tributos: ............................. .
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 57

Não há que admitir o uso dessa Lei, em todas as supostas


infrações, pois é posterior a estas.
A Lei nº 8.212 é de 24 de julho de 1991, e quase todas as supostas
infrações lhe são anteriores (com exceção ....... e ..........).
O artigo 5º, inciso XI, da Constituição Federal estabelece que as
Leis não retroagem, salvo para beneficiar o réu.
Aqui o Acusado está sendo inserido em crimes anteriores à Lei
nº 8.212/91.
Mesmo que se tivesse provado a materialidade de alguma
infração, nem todas elas estariam inseridas na Lei nº 8.212, não podendo
ser apreciadas para prejudicar o acusado.
Por todo o exposto em preliminares, requer, desde já, que seja
decretada inepta a denúncia com a extinção do feito sem julgamento
do mérito.

3. NO MÉRITO

A materialidade do suposto crime não está, de forma alguma,


comprovada nos autos.
Para que o suposto crime se concretizasse, seria necessário que
tivesse ocorrido a apropriação de dinheiro pertencente à Fazenda
Pública.
Verificando-se o documento acostado aos autos, o Relatório Fiscal
do Ministério do Trabalho e da Previdência Social, no qual se baseou
o Ministério Público para a denúncia, estabelece que:
“Os elementos e comprovantes que serviram de base para a
constatação do fato aqui relatado são as folhas de pagamento, rescisões
contratuais e recibos de pagamentos de salários.”
Documentos estes que eram elaborados pelo Escritório ...............
de Contabilidade, escritório este que faz a contabilidade de mais de
200 empresas, e no fim de cada mês envia as folhas de pagamentos e
demais recibos salariais para as empresas, e nestes já vem líquida a
58 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

parte que deve ser paga ao empregado, ou seja, o valor bruto menos a
contribuição da Previdência.
Posteriormente, uma vez por mês, é que o escritório faz um
apanhado de todas as contribuições constantes das folhas de
pagamentos e recibos, enviando as guias para recolhimento, tanto a da
contribuição previdenciária do trabalhador como a do patronal.
E o Acusado sempre fez o pagamento dos empregados, com muita
dificuldade, pelo valor líquido.
Dessa forma, não há qualquer retenção de dinheiro dos
funcionários para recolhimento à Previdência.
Ocorreu a existência da dívida por falta de recolhimento, não
uma apropriação indébita.
E para que ocorresse a apropriação indébita seria necessário
seguir-se o rito da Lei nº 8.866/94, na qual é aberto prazo de 90 dias
para recolhimento do tributo.
Não se recolhendo o tributo no prazo estabelecido, assim estaria
caracterizada a figura do depositário infiel. Penal. Falta de recolhimento
de contribuições previdenciárias descontadas de empregado. Natureza
do delito previsto no artigo 168-A, do Código Penal.
Não é a simples existência da dívida que caracteriza a infração,
dada a garantia prevista no art. 5º, LXVI, da Constituição Federal.
Delito omissivo próprio que não prescinde da demonstração da fraude
consistente em descontar a contribuição dos empregados e não recolher
os respectivos valores ao órgão da Previdência Social. Superveniência
da Lei nº 8.866/94, que cria a figura do depositário da Fazenda Pública
da pessoa obrigada a recolher impostos, taxas e contribuições. Nova
disciplina que exige a prévia caracterização de depositário infiel (art.
2º) e o ajuizamento da ação civil (arts. 3º e 4º). Descrição insuficiente
dos fatos na denúncia.
Muitas vezes, Excelência, a empresa teve que emprestar dinheiro
de agiotas, a juros exorbitantes, para fazer o “vale” dos empregados
chegando ao ponto de somar os valores de 02 ou 03 meses para pedir
que o empregado assinasse a folha de pagamento enviada pelo
escritório, de mês anterior.Acumularam-se, por vários meses, sem
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 59

pagamento, tanto a folha salarial como a guia de recolhimento


previdenciário, por total falta de dinheiro.
Como é que o Acusado, ou seus sócios, poderiam apropriar-se
de dinheiro do INSS, dessa forma? Se não estavam nem conseguindo
pagar o salário líquido dos empregados? Se emitiam apenas vales?
Em nenhum momento houve a intenção de descontar a
contribuição previdenciária do salário dos empregados e ficar com o
dinheiro, locupletando-se à custa do INSS.O que ocorreu, Nobre
Julgador, foi a impossibilidade total de pagar o salário dos
trabalhadores.
Tanto é que, em .........., o MM Juiz da ...ª Vara da Fazenda,
Falências e Concordatas da Comarca de ........... decretou a falência da
empresa, por total falta de liquidez tanto de funcionários como de
fornecedores.
Fato devidamente comprovado nos autos, pelo depoimento da
testemunha de defesa, síndica da falência (Dra. .............), que diz ainda
que o Acusado não se apropriou de dinheiro do INSS, mas sim deixou
de pagar os funcionários, estando alguns deles com créditos
trabalhistas a receber da falência.
Ou seja, o Acusado não pagou sequer os salários das folhas de
pagamentos apresentadas pelo Escritório de Contabilidade.
Se não conseguiu pagar os salários de seus empregados,
logicamente não houve qualquer tipo de desconto previdenciário para
ocorrer a apropriação.
Observe, ainda, o depoimento da testemunha de defesa ................
(Contador da Empresa do Acusado), que acompanhou toda a vida
contábil da empresa, onde este diz textualmente que não houve uma
apropriação de dinheiro do INSS, mas sim uma impossibilidade de
fazer até mesmo o pagamento dos empregados.
Dessa forma, Excelência, não houve o dolo genérico, a vontade
livre e consciente do Acusado de apropriar-se indevidamente da
contribuição previdenciária descontada de recibos e folhas de
pagamentos de seus empregados, como quer fazer crer a Promotoria.
60 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

É totalmente improcedente a acusação imputada ao Acusado,


pela não materialização do delito.
Ainda, é improcedente a acusação por estarem a Lei nº 8.137 e o
artigo 168-A, do Código Penal, em confronto com a Carta Magna de
1988, que proíbe a prisão por dívida.
Se existisse, o que não é o caso, seria um ilícito civil, pelo não
recolhimento da contribuição previdenciária, devendo ser cobrado em
ação civil própria, habilitando-se o INSS na falência da empresa do
Acusado.
Que, acrescente-se, tem crédito privilegiado sobre os demais
credores.

3) DO PEDIDO

DIANTE O EXPOSTO, pede que sejam acatadas as preliminares


arguidas, com a consequente extinção do feito sem julgamento do
mérito.
Mas, se assim não entender Vossa Excelência, no mérito, pede a
absolvição do Acusado da imputação que imerecidamente lhe foi feita,
pois é inocente, não tendo cometido o delito que lhe é imputado.
E a absolvição do Réu se impõe, como medida de

JUSTIÇA!!!

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. ........
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 61

RESUMO
O Acusado alega ser improcedente a denúncia de apropriação
indébita, posto que ocorreu tão somente o não recolhimento da contribui-
ção previdenciária para o INSS. Sustenta a inconstitucionalidade das Leis
nº 8.137/90 e 8.212/91.
62 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 63

AMPARO ASSISTENCIAL AO DEFICIENTE – INICIAL – RECUSA


VIA ADMINISTRATIVA - LOAS

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE


DIREITO DA ... ª VARA CÍVEL DA COMARCA .............................3

..........................., brasileira, casada, inválida, portadora do CPF


nº ............ e RG nº ............, residente e domiciliada na Rua ............, nº
..., nesta cidade, por seu advogado e procurador infra-assinado, com
instrumento de procuração em anexo, vem respeitosamente à presença
de V. Exa. propor contra o INSS - Instituto Nacional do Seguro Social,
autarquia federal, com Procuradoria Regional situada na Av. ........, nº
..., CEP: ......., na cidade e comarca de .................., a presente AÇÃO
ORDINÁRIA DE AMPARO ASSISTENCIAL AO DEFICIENTE, com
fulcro no artigo 203, inciso V, da Constituição Federal, artigo 20 da Lei
nº 8.742/93; artigos 9º e seguintes do Decreto nº 6.214, de 26 de
setembro de 2007, e artigo 282 do CPC, mediante os seguintes fatos e
fundamentos:

I – DOS FATOS

1. A Requerente é Portadora de Deficiência Congênita (CID nº


F33.3) e está incapacitada para o desempenho das atividades da vida
diária e do trabalho, conforme provam os documentos em anexo (Laudo
Médico da lavra do Dr. .................), fazendo uso do antidepressivo
“CLORIDATO DE AMITRIPTILINA”.
2. A Requerente não recebe nenhum tipo de benefício da
Previdência Social, nem de outro regime previdenciário.

"3 Em comarcas onde não exista a JUSTIÇA FEDERAL, poderão as Ações Previdenciárias
ser propostas à JUSTIÇA ESTADUAL, excetuando as comarcas onde existam as Varas
da JUSTIÇA FEDERAL, de conformidade com o § 3º, do artigo 109 da CF/88."
64 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

3. A Requerente declara, para fins de requerimento do Benefício


Assistencial devido ao Deficiente, que convive sob o mesmo teto com
as seguintes pessoas que fazem parte do grupo familiar: a) ..............,
esposo, nascido em .../.../....., desempregado, ambos sem renda mensal;
sobrevivendo apenas com a ajuda de alimentos doados pela
ASSISTÊNCIA SOCIAL, ajuda dos filhos e vizinhos.

II – DO DIREITO

4. Conforme se conhece, o instituto, ora requerido, após a


promulgação da Constituição Federal, se incumbiu de cumprir com o
pagamento de um salário mínimo a todas as pessoas idosas ou
portadoras de deficiência, com fundamento no artigo 203, inciso V da
Constituição Federal, na Lei nº 8742/93, ora regulamentada pelo Decreto
nº 1.744/95, conforme se vê abaixo:

a) O artigo 203, da Constituição federal preceitua:

Art. 203 - A assistência social será prestada a quem dela


necessitar, independentemente de contribuição à seguridade
social, e tem por objetivos:
(...) V - a garantia de um salário mínimo de beneficio mensal
à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem
não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-
la provida por sua família, conforme dispuser a lei.

b) Enquanto que a Lei nº 8.742/93 preceitua o seguinte:

Art. 20 - O beneficio de prestação continuada é a garantia de 1


(um) salário mínimo mensal à pessoa portadora de deficiência
e ao idoso com 70 (setenta) anos ou mais e que comprovem
não possuir meios de prover a própria manutenção e nem tê-
la provida por sua família.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 65

(...)
§ 2º - Para efeito de concessão deste beneficio, a pessoa
portadora de deficiência é aquela incapacitada para a vida
independente e para o trabalho.

5. Sabe-se que as normas definidoras dos direitos e garantias


fundamentais têm aplicação imediata (art. 5º CF/88). Logo qualquer
pessoa portadora de deficiência tem a garantia de um salário mínimo
de benefício mensal conforme determina o mandamento
constitucional.
6. Nota-se que os nossos Tribunais vêm se posicionando da
seguinte forma, senão vejamos:

PREVIDENCIÁRIO. BENEFICIO DE PRESTAÇÃO


CONTINUADA. ARTIGO 203, INCISO V, DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. NORMA DE
APLICAÇÃO IMEDIATA. REQUISITOS PREENCHIDOS.
CORREÇÃO MONETÁRIA. JUROS DE MORA. TERMO
INICIAL. APELO DO INSTITUTO DESPROVIDO. REMESSA
OFICIAL PARCIALMENTE PROVIDA. O disposto no artigo
203, inciso V, da constituição federal, encerra norma de
eficácia plena, tendo o constituinte definido todos os
elementos necessários à concessão do benefício. Comprovados
os requisitos legais, necessários à concessão do benefício
assistencial estatuído mo supracitado artigo, regulamentado
pela lei nº 8.742/93, que por sua vez foi complementada pelo
decreto nº 1.744/95, é de rigor a procedência da ação. In casu,
restou demonstrada através de laudo pericial, a incapacidade
da autora. Honorários advocatícios mantidos, eis que fixados
em conformidade com o artigo 20, § 3º, do Código de Processo
Civil. Pagamento do benefício determinado a base de 1 (um)
salário mínimo, nos termos do § 5º, do artigo 201, da
constituição federal, porquanto constitui norma de eficácia
plena e aplicabilidade imediata. Os juros moratórios devem
ser fixados nos limites dos artigos 1.062 e 1536, § 2º, Código
66 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Civil e são devidos a partir da citação (Código de Processo


Civil, ART. 219). A correção monetária deve obedecer aos
critérios da lei 8.213 e demais legislações posteriores. Termo
inicial do benefício fixado a partir da citação, nos moldes do
artigo 219 do Código de Processo Civil. Apelo do Instituto
Desprovido. (TRF 3ª Região - 1ª Turma – Ap. Cível nº
98.03.097671-0 - Juiz Casem Mazloum – p. 13/07/1999)

7. A Requerente protocolou o seu processo de Amparo


Assistencial ao Deficiente junto ao PSS do INSS de ..............., em .../../
...., com o NB: ....., INDEFERIDO, com as alegações de”que não existe
incapacidade para os atos da vida independente e para o trabalho”
(sic), e inconformada com a decisão recorreu à 13ª JUNTA DE
RECURSOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL em .../.../...., tendo sido
NEGADO o seu Recurso em .../.../...., e, inconformada com o absurdo
de os funcionários do INSS não atenderem o seu pedido, agora está
recorrendo à JUSTIÇA, pelo direito que lhe foi negado, pois a gravidade
do assunto em tela extrapolou os limites; não condiz com a verdade
tal indeferimento, pois há deficiências diversas, que dificultam o
trabalho diário e laborativa, conforme se pode comprovar tanto
documentalmente como por PERITO MÉDICO ESPECIALISTA ,
conforme os documentos em anexo, inclusive LAUDO MÉDICO e
BULÁRIO que acompanham o feito. Será que não observam as
legislações previdenciárias, a respeito dos DEFICIENTES? Que
documentos mais ainda querem, além dos já comprovados?
Inúmeros e infrutíferos foram os pedidos do Requerente ao PSS
(Posto do Seguro Social) de ................., no sentido de ver solucionado
o impasse quanto ao benefício; ou será que tudo isto é para retirar o
DIREITO ADQUIRIDO do cidadão brasileiro, amparado tanto pela
Legislação Brasileira como pela Declaração Universal pelos Direitos
Humanos, que, em seu artigo 25, diz: “Todo homem tem direito a um
padrão de vida capaz de assegurar a si e à sua família a saúde e o
bem-estar, inclusive a alimentação, o vestuário, a habitação, os
cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à
segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice
ou outros casos de perda dos meios de subsistência por
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 67

circunstâncias independentes da sua vontade. (...)”, inclusive


convalidado pelo artigo 6º da Carta Magna/1988. Ou o Estado quer
deixar o seu povo nu, desnutrido, deseducado, sem nenhum amparo
social? Onde está o respeito às legislações que amparam o cidadão
brasileiro? Ou servem só de amostra às Comunidades Internacionais?

8. O art. 5º, inciso XXXVI, da Constituição Federal diz:”a lei


não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a
direito;” e, valendo-se de nossos tribunais, a jurisprudência brasileira
vem protegendo todo DIREITO ADQUIRIDO.

9. A fim de regularizar a situação do beneficiário, como


DEFICIENTE, serve-se da presente ação para alcançar o seu objetivo,
o que deverá ser declarado por sentença nos autos, para que se faça
cumprir o DIREITO, a VERDADE e a JUSTIÇA.

10. Tanto a doutrina quanto a jurisprudência, na área


previdenciária, amparam o direito líquido e certo do Requerente para
percepção de seu BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA, o que
está de conformidade com a norma em vigor, conforme documentação
junta.

11. Dessa forma, não foi correta a posição do Requerido quanto


ao benefício pleiteado pela Requerente, uma vez que conforme
demonstrado tanto a legislação aplicável como a doutrina e a
jurisprudência favorecem a concessão do AMPARO ASSISTENCIAL
AO DEFICIENTE na forma requerida na esfera administrativa, o que
sem sombra de dúvida deverá ser reconhecido na sentença que julgar
o presente feito, fazendo retroagir os pagamentos do benefício desde a
data do seu ingresso no órgão previdenciário.
DIANTE DO EXPOSTO, é a presente para requerer de V. Exa. a
citação do Réu, através de seu Procurador-Regional, no mesmo
endereço declinado no preâmbulo da inicial via AR, para, querendo,
no prazo legal, oferecer defesa, se tiver, sob pena de revelia e confissão,
julgando-se, ao final, procedente a presente ação, concedendo à
Requerente o benefício ora requerido, fazendo jus a um salário mínimo
mensal, desde .../.../...., condenando-se o Réu, ainda, nas custas
68 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

processuais, honorários advocatícios, tudo na forma da Lei e demais


acréscimos de direito.
Requer ainda, a V. Exa., conceder, de plano, os benefícios da
ISENÇÃO DE CUSTAS, nos termos do que dispõe a legislação vigente.
Protesta e requer provar suas alegações pelos meios em direito
admitidos, especialmente pela oitiva de testemunhas, depoimento
pessoal do representante legal do Requerido, sob pena de confesso,
perícias e juntada de novos documentos, dando ciência da ação ao
RMP para que, querendo, nela intervenha.

Dá-se à causa, para efeitos fiscais, o valor de R$ ..... (.................).

Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......

RESUMO
O cônjuge faz jus ao benefício assistencial “Amparo Assis-tencial
ao Deficiente”, conforme assegurado no artigo 203, inciso V, da Constitui-
ção Federal, pela Lei nº 8.742/93, artigo 20, § 3º, combinado com os arti-
gos 9º e seguintes do Decreto nº 6.214, de 26 de setembro de 2007, reque-
rido via judicial, uma vez ter havido resistência à concessão do benefício
por via administrativa, o qual fará jus ao benefício desde a data do protocolo
perante o órgão administrativo.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 69

ANULATÓRIA DE LANÇAMENTO FISCAL – SALÁRIO IN NATURA


– BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO – PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO
–LEI Nº 6.321/76 – DÉBITO PREVIDENCIÁRIO

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) FEDERAL


DA ...ª VARA FEDERAL DE ..............................4

....................., pessoa jurídica de direito privado, com sede na


Rua ............, nº ..., na comarca de ............, CNPJ/MF sob nº ............,
vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por seus
advogados ao final assinados, propor ação ANULATÓRIA DE
LANÇAMENTO FISCAL contra o INSS - Instituto Nacional do Seguro
Social, ente jurídico de direito público, com sede em ........... e endereço
em ..........., na Rua ..........., nº ..., pelas seguintes razões:

DOS FATOS

1) IRREGULARIDADE DA AUTUAÇÃO

1. A autora é empresa que atua no ramo de transformação de


produtos químicos para produção de ceras e derivados.
Fornece aos seus funcionários, habitualmente, alimentação diária
no refeitório da empresa. Em 1988, inscreveu-se no PAT (Programa de
Alimentação do Trabalhador), instituído pela Lei nº 6.321/76 e
regulamentada pelo Decreto nº 05, de 14 de janeiro de 1991, com a
finalidade de usufruir do benefício ali descrito,in verbis:

"4 Em comarcas onde não exista a JUSTIÇA FEDERAL, poderão as Ações Previdenciárias
ser propostas à JUSTIÇA ESTADUAL, excetuando as comarcas onde existam as Varas
da JUSTIÇA FEDERAL, de conformidade com o § 3º, do artigo 109 da CF/88."
70 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

“Art. 1º. As pessoas jurídicas poderão deduzir, do lucro


tributável para fins do imposto sobre a renda o dobro das
despesas comprovadamente realizadas no período base, em
programas de alimentação do trabalhador, previamente
aprovados pelo Ministério do Trabalho na forma em que
dispuser o Regulamento desta Lei.”

Esse programa, enfim, visa incentivar as empresas com benefícios


fiscais (deduções no IRPJ) para fornecimento de alimentação aos seus
funcionários.
Devido à inscrição no programa, portanto, a autora começou a
usufruir de seus efeitos relativos ao Imposto de Renda e, mais ainda,
desconsiderava a parcela despendida com alimentação do salário de
contribuição dos funcionários, já que a alimentação ali fornecida, no
caso, não podia ser tratada como prestação “in natura”, ou seja, a
alimentação fornecida nos moldes do Programa não tem natureza
salarial, não podendo ser considerada salário de contribuição “in
natura”, como se demonstrará a seguir.

2. Ocorre, porém, que, em .../.../...., foi autuada pela fiscalização


do INSS em ............. (local da agência do INSS), que lhe constituiu
crédito previdenciário relativo a débito complementar referente a
“salário in natura” no período de ...... a ...... .
Na esfera administrativa, a autora tentou desconstituir, sem
êxito, tal lançamento fiscal por meio de defesa e recurso
administrativo. Em todas as ocasiões, sua pretensão foi repelida porque
supostamente não estava inscrita no PAT e, portanto, não poderia
usufruir de suas prerrogativas.

3. Em consequência, foi notificada, em .../.../...., da Decisão


proferida pelo Conselho de Recursos da Previdência Social (CRPS),
que lhe negou provimento ao recurso interposto e deu-lhe prazo para
recolhimento do débito (doc. anexo).Tal decisão baseou-se nos
seguintes termos, verbis:
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 71

“... CONSIDERANDO que para a empresa ser beneficiada pelo


programa de alimentação do trabalhador, tem que
obrigatoriamente estar amparada pela Lei nº 6.321/76;
CONSIDERANDO que a empresa apresentou sua inscrição
ao Programa de Alimentação referente ao ano de 1988, sem,
entretanto, ter exibido a devida renovação para o ano de 1989,
diante de tal fato o débito foi retificado;
CONSIDERANDO o que está disposto no art. 41, parágrafo
1º, alínea “c”, do CRPS – Decreto 83.081/79, alterado pelo
Decreto nº 90.817/85;
CONCLUSÃO – Diante do exposto – voto no sentido de
conhecer do recurso, para, no mérito, negar-lhe provimento,
mantendo o débito retificado.”

4. Tendo em vista a cobrança judicial de tal débito, conforme a


parte final da decisão acima, e considerando a ilegalidade e a
arbitrariedade de sua exigência, vem no momento a autora buscar a
via ordinária para anular o lançamento e desconstituir o crédito
tributário.
O requerido, repita-se, entende que a autora não estava inscrita
no PAT no período de ........ a ........., não podendo proceder conforme
suas regras aos descontos da alimentação dos trabalhadores.
Ora, como insistentemente afirmado em sede administrativa, não
existe qualquer base jurídica que dê consistência aos argumentos
invocados pelo requerido de molde a que possa subsistir o lançamento
efetuado. Isso, porque a Lei nº 6.321/76 nada menciona acerca de
eventuais renovações e inscrições colocadas como requisito para a
utilização do Programa.
Na verdade, o lançamento relativo ao ano de .... permaneceu única
e exclusivamente porque a empresa deixou de renovar esse mero
requisito formal exigido pelo INSS, ou seja, ainda que procedendo
conforme as regras do PAT, deixou de renová-lo, no ano de .... .
Por causa dessa mera formalidade, a interpretação do requerido
foi no sentido de manter o lançamento ora discutido e não levar em
72 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

consideração o fato de a empresa estar efetivamente inscrita no PAT


desde ........ .
5. Conclui-se, portanto, que o lançamento é fruto de
entendimento subjetivo e de interpretação equivocada de preceitos
legais, quer do Direito do Trabalho, quer da própria legislação
previdenciária. Isto, portanto, é o fulcro da presente ação, ou seja, o
requerido, ao concretizar a cobrança do crédito tributário fruto de
lançamento irregular e arbitrário, está inegavelmente a ameaçar o
patrimônio da autora, que poderá ser compelida a pagar o que não
deve.
O lançamento foi omisso em pontos relevantes e limitado, em
seu relatório, a meros cálculos, sem apontar quais os fatos concretos
que geraram a convicção de débito suplementar, principalmente no
tocante à relação dos empregados tidos como sujeitos do benefício
chamado salário “in natura”. O “débito suplementar” em nenhum
momento foi realmente demonstrado na sede administrativa.
Este fato inegavelmente caracteriza a insubsistência do
lançamento, uma vez que o único argumento utilizado pelo requerido
é o de que a autora não tinha a inscrição relativa do ano de .... .
Entretanto, a autora apenas deixou de respeitar uma única formalidade,
que por sua vez mostrava-se absolutamente sanável no momento da
lavratura do auto de infração. Ou melhor, no momento de apuração do
suposto débito da autora, poderia o requerido verificar e comparar as
demonstrações dos descontosprevidenciários da empresa sem ter que
proceder a uma autuação, donde se concluem a arbitrariedade e a
inconsistência do lançamento levado a efeito.

6. A empresa está amparada pelo Programa de Alimentação do


Trabalhador e, contudo, sua única irregularidade foi não renovar a
inscrição, ainda que tenha permanecido a proceder conforme as regras
da Lei nº 6.321/76.
Somente por causa dessa falta de renovação, que, saliente-se,
nem sequer está prevista na Lei nº 6.321/76, a empresa autora foi
autuada e deverá recolher aos cofres do INSS valores aleatoriamente
lançados pelo requerido. Os agentes da fiscalização, no momento da
lavratura do auto de infração, travestiram-se de agentes punitivos
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 73

visando unicamente aplicar a multa, sem questionar a fundo sua


procedência. Poderiam os fiscais, naquele momento, verificar de
maneira correta a folha de pagamento e os respectivos descontos para
comprovar a regularidade das contas sujeitas ao PAT e a falta de
renovação da empresa junto à agência do INSS em .... .
Entretanto, a falta de renovação da inscrição no PAT (altamente
sanável por ser mera formalidade) fez com que os descontos procedidos
pela autora fossem considerados salário “in natura”.
7. Em suma, a autora foi altamente penalizada apenas por não
ter renovado sua inscrição anual. O requerido, ao invés de sanar
irregularidades e orientar o contribuinte, funcionou, no caso, como
agente arrecadador imune a maiores reflexões acerca de suas reais
atribuições.

2) SALÁRIO “IN NATURA”

8. Tendo em vista as considerações acima, se faz necessária uma


definição do salário “in natura” com o fim de demonstrar a
insubsistência do lançamento em questão. Em nosso Direito, por força
das disposições constantes do artigo 458 da Consolidação das Leis do
Trabalho, “além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário,
para todos os efeitos legais, a alimentação, habitação, vestuário e outras
prestações “in natura” que a empresa, por força do contrato de trabalho
ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado”.
A interpretação emprestada pelo requerido, à luz da disposição
acima mencionada, não retratou o espírito inserto no mencionado
mandamento legal pelo legislador, para a caracterização do salário “in
natura”. Máxime quando a empresa efetivamente procedia conforme
às regras do PAT.
O divisor natural para a caracterização do salário “in natura”,
para fins de contribuição previdenciária, reside na existência de
expresso ajuste acerca do fornecimento da utilidade, que se busca
identificar como tal.
9. Ensina ALUYSIO SAMPAIO (Dicionário de Direito Individual
74 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

do Trabalho, Ltr., p. 244): salário “in natura” é a parte do salário paga


em utilidades.
Dos ensinamentos de OTÁVIO BUENO MAGANO (Manual de
Direito do Trabalho, vol. II, p. 187), extraímos que “salário em utilidade
é a prestação “in natura” que o empregador, por força do contrato ou
do costume, atribuiu ao empregado, em retribuição dos serviços por
este prestado. Constitui, portanto, modalidade de remuneração paralela
ao salário pago em dinheiro.”
Para JOSÉ SERSON ( Curso de Rotinas Trabalhistas , Editora
Revista dos Tribunais, 27. ed., p. 300), se a alimentação é cobrada, ela
dá parte de um contrato paralelo ao de trabalho de fornecimento de
alimentação. E NÃO TEM EFEITO SALARIAL, MESMO QUE A
EMPRESA VENDA ABAIXO DO CUSTO.
Do posicionamento doutrinário, construído a partir da
inter-pretação do art. 458 e seus parágrafos, da Consolidação, temosque
somente quando a utilidade alimentação é fornecida gratuita-mente e
como complemento do pagamento em dinheiro, e por força do contrato
de trabalho ou do costume, é que se dará a integração ao salário.
Afora essas hipóteses, o fornecimento de utilidade não integra o
salário para qualquer efeito, em especial, quanto à contribuição
previdenciária, que é a hipótese em tela.

10. No âmbito jurisprudencial, encontramos os seguintes


julgados:

“SALÁRIO-UTILIDADE – CONFIGURAÇÃO – SALÁRIO “IN


NATURA” – ALIMENTAÇÃO E TRANSPORTE – NÃO
CARACTERIZAÇÃO. – O auxílio-alimentação e o vale
transporte, mesmo que gratuitamente fornecidos ao
empregado, não constituem salário “in natura”. Tratando-se
de títulos que não sofrem incidência das contribuições
previdenciárias e fiscais, fica clara sua natureza como parcela
não incorporável aos vencimentos ou proventos, justificando-
se sua percepção para a efetiva prestação do serviço. (TRT 2ª
R. – RO 20010050730 – (20030044612) – 2ª T. – Relª Juíza
Rosa Maria Zuccaro – DOESP 25.02.2003)”
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 75

“SALÁRIO “IN NATURA” – ALIMENTAÇÃO. – Ajuda-


alimentação fornecida por empresa participante do Programa
de Alimentação ao Trabalhador, instituído pela Lei nº 6321/
76, não tem caráter salarial. Portanto, não integra o salário
para qualquer efeito legal. Revista parcialmente conhecida e
provida, para afastar da condenação a incorporação da ajuda-
alimentação na remuneração do reclamante.” (TST – RR
361990 – 5ª T. – Rel. Min. João Batista Brito Pereira – DJU
06.10.2000 – p. 780)”

11. Com isso, está claro que o enquadramento legal do auto de


infração está equivocado, já que se utilizou de uma simples
irregularidade, facilmente sanável, para efetivar lançamento com base
em interpretação equivocada acerca da Lei que instituiu o PAT. Veja-se
que o art. 41, I, do CRPS, determina que deve ser entendido por salário-
decontribuição a remuneração efetivamente recebida a qualquer título.
Na hipótese vertente, os empregados NADA RECEBERAM; AO
CONTRÁRIO: TIVERAM DESCONTADOS DE SEUS SALÁRIOS O
VALOR DA ALIMENTAÇÃO. O caso em exame reproduz, fielmente,
a controvérsia dirimida pelo Egrégio Tribunal Superior do Trabalho
reproduzida acima.

12. Em síntese, podem-se enumerar as seguintes conclusões:


a) Não se caracteriza o salário “in natura”, tal como definido no
art. 458, da CLT, o que afasta de plano os pretendidos reflexos
previdenciários;
b) Há o errôneo enquadramento legal por parte do agente
fiscalizador, na medida em que a empresa procedia conforme as regras
estabelecidas pela Lei que instituiu o PAT, porém, deixou de renovar
sua inscrição no ano de ...., fato este altamente sanável pelo próprio
requerido, o que torna desnecessária a autuação.
Ou seja, o procedimento adotado pela autora acima descrito, além
de não configurar o denominado salário “in natura”, conforme a
jurisprudência acima elencada, da mesma forma, não configura infração
passível de autuação por parte do requerido pelos motivos acima
expostos.
76 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

13. Tudo isso constitui argumento decisivo e pulveriza qualquer


pretensão por parte da requerida, já que a autora possuía o Programa
de Alimentação, nos moldes da Lei nº 6.321/76, conforme se pode ver
dos anexos documentos, desde .... até o presente ano. Em suma, diante
do exposto, conclui-se que o lançamento em questão não merece
prosperar, devendo ser anulado, desconstituindo-se o crédito tributário
dele decorrente.

14. Sendo assim, tendo em vista as alegações despendidas,


requer:
a) A citação do requerido, na pessoa de seu representante, para
que, querendo, conteste os termos da presente ação.
b) Contestada ou não, seja a presente ação julgada procedente
para o fim de se anular o lançamento nº ......., condenando-se o requerido
nas custas processuais e honorários de advogado.
c) Caso necessário, a produção de provas testemunhal,
documental e pericial.

Valor da causa: R$ ...... (....................).

Pede Deferimento.
(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......

RESUMO
Empresa inscrita no PAT - Programa de Alimentação do Trabalha-
dor, e, portanto, fazendo jus a alguns benefícios concedidos por lei, é noti-
ficada a recolher justamente os valores de que estava isenta de recolher
em razão dos benefícios; logo, propõe a anulação do débito previdenciário,
posto estar sendo indevidamente cobrado.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 77

APELAÇÃO – CAUTELAR APOSENTADORIA POR INVALIDEZ –


NEOPLASIA MALIGNA

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE


DIREITO DA ..ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ..............................

Processo nº .............

........................., já qualificado nos autos do Processo em epígrafe,


MEDIDA CAUTELAR INOMINADA, contra o INSS – Instituto
Nacional do Seguro Social, que tramita por este Juízo, através de seu
advogado e procurador infra-assinado, vem respeitosamente à presença
de V. Exa., inconformado com a respeitável SENTENÇA exarada às
fls. .. dos autos, recorrer à Instância Superior, e o faz pela presente
APELAÇÃO, na certeza de que os doutos julgadores, melhor
examinando a matéria, hajam por bem acatar as razões anexas,
mandando que se processe regularmente o feito, em atendimento aos
princípios constitucionais, à doutrina e ao direito, praticando a
verdadeira JUSTIÇA.
Regularmente processado estes, bem assim, ouvido o Apelado,
para suas contra razões, subam os autos à Instância Superior, para
uma nova decisão.

Pede j. e deferimento,

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......
78 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

RAZÕES DA APELAÇÃO

APELANTE: ...............
APELADO: INSS - Instituto Nacional do Seguro Social
Processo nº ........... - ...ª Vara Federal de ..............

Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara,
Doutos Julgadores:

Em que pese o saber jurídico já demonstrado em inúmeras


decisões pelo douto juiz “a quo”, reconhecido como daqueles brilhantes
juízes destes rincões do interior de SÃO PAULO, ousamos discordar
da fundamentação da decisão ora hostilizada, em especial porque não
atendeu aos ditames da Lei, da melhor doutrina e da assentada
jurisprudência, da melhor distribuição da JUSTIÇA, conforme
demonstraremos para V. Exas.
Primeiro: Diz o douto juiz “a quo” em sua r. sentença, às fls. ..
dos autos, que o Autor não cumpriu a diligência referente às fls. .. dos
autos, assim concluindo:

“Posto isto, indefiro a inicial, declarando extinto o processo


sem julgamento do mérito, na forma do art. 267, inciso I, c/c
art. 284, parágrafo único, todos do CPC.” (...) (sic).

Ora, doutos julgadores, se o Requerente propôs a aludida


MEDIDA CAUTELAR INOMINADA, através da peça matriz de fls. ../
... dos autos, acompanhada com as devidas peças instrutórias, isto na
busca de seu DIREITO garantido pelas legislações constitucional e
infra-constitucional, que foi tolhido no momento de sua propositura
junto ao ente autárquico, por outras linhas o artigo 5º, inciso XXXV,
da Constituição Federal expressamente nos traz o seguinte: “A Lei não
excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;”.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 79

De outro modo é pacífica a jurisprudência quanto à matéria ora


questionada, conforme verificado abaixo:

“PREVIDENCIÁRIO – RECURSO ESPECIAL – PROCESSUAL


CIVIL – AUSÊNCIA DE PROVA MATERIAL – EXTINÇÃO
DO PROCESSO – ART. 267, PARÁGRAFO ÚNICO CPC –
IMPOSSIBILIDADE – Consoante inteligência do art. 267,
inciso IV, do CPC, presente nos autos início de prova
documental para comprovação de atividade rurícola,
injustificável a extinção do feito sem julgamento de mérito.
– Recurso conhecido e desprovido. (STJ – REsp 253123 – SP
– 5ª T. – Rel. Min. Jorge Scartezzini – DJU 20.11.2000 – p.
308) (grifo nosso)

Assim, nota-se que o douto juiz “a quo” não andou bem ao


determinar a improcedência da ação contra o Apelante, mesmo porque,
“data maxima venia”, nada impede que seja averiguado não só por
provas documentais, mas também testemunhais, a fim de que se possa
averiguar a veracidade dos fatos, pois a referida MEDIDA possui o
caráter de URGÊNCIA e EMERGÊNCIA; desse modo, o douto juiz “a
quo” deveria ater-se aos fatos em si e às provas apresentadas, ao invés
de dar maior importância à denominação referida ao Autor como a de
Impetrante, pois a denominação é uma mera condição processual e
não um meio e fim.
Somente a falta de uma análise mais profunda poderia justificar
a sentença hostilizada, entretanto, sabemos, em face da disposição e
tenacidade da douta juíza “a quo”, que esta não foi a justificativa, e
sim a falta da aplicação do direito e da justiça.
Segundo: Em sua fundamentação para a procedência da ação, o
douto juiz prolator da sentença que se quer modificar, alegando que
não se cumpriu a diligência referente às fls. 33 dos autos, não se atendo
à EMENDA constante às fls. 35/39 dos autos, inclusive, apresentado a
INICIAL na forma ORIGINAL (fls. 40/49), devido que a INICIAL
apresentada às fls. 02/11 dos autos foi apresentado de forma defeituosa,
portanto, às fls. 40/49 dos autos é a integra da INICIAL apresentada,
mas sem defeito na peça processual.
80 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Assim, o douto juiz, deve levar em consideração os princípios


da celeridade, economia processual, verdade real, bem como o
ESTATUTO DO IDOSO, que se faz presente, sendo uma questão muito
em voga, pois se trata de questão SOCIAL, ou, melhor dizendo, de
PRESTAÇÃO DE ALIMENTOS, pois esta MEDIDA tem caráter
alimentar.
Os documentos de fls. 27/29 dos autos dão conta de provar que
o Agravante é portador de NEOPLASIA MALIGNA PROSTÁTICA;
inclusive, até mesmo a Comunicação de Decisão Médica, do INSS,
comprovou a existência da referida doença (fls. 30).
E mais adiante, às fls. 16/26 dos autos, demonstram a contribuição
junto ao ente previdenciário desde JANEIRO/2001 até aos dias atuais,
tornando-se uma inverdade a Comunicação de Decisão Médica do
INSS, emitida em 07 (sete) de dezembro de 2004 (dois mil e quatro),
conforme documentos anexos, cumprindo com o seu papel de
SEGURADO junto à PREVIDÊNCIA SOCIAL.
Conforme posição de nossos Tribunais – que passaram a entender
que é legítimo o referido pedido, atendendo dessa forma o disposto
no artigo 6º da Carta Magna –, todo cidadão brasileiro terá direito à
PREVIDÊNCIA SOCIAL, atendendo o dispositivo dos DIREITOS
SOCIAIS. Portanto, um direito garantido pelo Estado Brasileiro; caso
contrário se estará contrariando a constitucionalidade de nossa Carta
Magna, conforme disposto nas jurisprudências a seguir:

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ


– NEOPLASIA MALIGNA (CÂNCER) – PERMANENTE
INCAPACIDADE LABORATIVA COMPROVADA POR
PERÍCIA – 1. Comprovada a permanente incapacidade
laborativa por perito médico especializado na doença que
acomete a autora, deve lhe ser concedido o benefício de
aposentadoria por invalidez. 2. Apelação e remessa “ex ofício”
improvidas. (TRF 2ª R. – AC-REO 2001.02.01.036424-9 – 2ª
T. – Rel. Des. Fed. Antônio Cruz Netto – DJU 21.11.2003 – p.
203)

Ora, doutos julgadores, se é direito constitucional bater às portas


da Justiça, se a Constituição Federal incluiu a PREVIDÊNCIA SOCIAL
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 81

entre os direitos sociais, ficou demonstrado, de forma implícita, a


convalidação já prevista no artigo 1º da norma constitucional, que
estabelece como fundamento da República Federativa do Brasil a
dignidade da pessoa humana, o que pressupõe, necessariamente, a
assistência previdencial. Some-se, ainda, que a Constituição garante
um salário capaz de atender as necessidades básicas do trabalhador e
de sua família.
Nesse contexto, pode-se concluir que o Estado brasileiro e a
sociedade devem planejar e executar políticas públicas que permitam
a todos o direito à PREVIDÊNCIA SOCIAL, causando espanto, fatos
trágicos, que demonstram o cotidiano de alguns brasileiros e nos
chocam quando individualizados.
E o direito previdenciário, como fica? Como ficam as políticas
estatais frente à Constituição? Nos parece que o Estado deve atuar no
sentido de garantir a dignidade do ser humano, através de
atendimentos humanitários que permitam garantir ao Segurado o real
beneficio que necessita, não medindo pela aparência, mas pelos laudos
médicos e documentos que comprovem a real necessidade, para evitar
fraudes aos cofres da Previdência Social, e este não é o caso. Que os
Peritos Médicos sejam treinados como verdadeiros filtros, mas que
não sejam burocráticos com os Segurados que realmente necessitem
do benefício.
Nas ações em que se objetiva a APOSENTADORIA POR
INVALIDEZ ou AUXÍLIO-DOENÇA, o julgador deverá firmar o seu
convencimento, via de regra, com base em prova pericial, podendo
determinar a realização de perícia médica antes da fase probatória a
fim de certificar-se da verossimilhança da alegação, considerando a
urgência para a prestação jurisdicional, usando do permissivo do artigo
130 do CPC, que dispõe: “Caberá ao juiz, de ofício ou requerimento da
parte, determinar as provas necessárias à instrução do processo,
indeferindo as diligências inúteis ou meramente protelatórias”.
Dizer, finalmente, que o Apelante não atendeu o chamado de fls.
33 dos autos, é no mínimo, no caso presente, querer tapar o sol com a
peneira, pois está nítido o seu cumprimento às fls. 35/39 dos autos,
sendo que as fls. 40/49 corresponde a INICIAL que foi apresentada
defeituosa (fls. 02/11), e, desta vez (fls. 40/49), apresenta na íntegra
sem nenhuma alteração, como não poderia ser, a não que fosse através
82 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

da EMENDA DA INICIAL, como ocorreu, e que a EXTINÇÃO DO


FEITO prosperar, verá a prática de uma verdadeira INJUSTIÇA
Portanto, com a devida vênia, a EMENDA DA INICIAL,
expediente relativo ao r. despacho de fls. 33, que concedeu o prazo de
10 (dez) dias, não foi verificada devidamente, que o devido pedido
restou atendido, conforme se vê às fls. 35/39 dos autos, entendendo
assim que não houve descumprimento algum para com a diligência
de fls. 33 dos autos, pois a resposta desta se deu em seguida, conforme
fls. 35/39, manifestando-se que a r. sentença nulifica todos os atos
praticados.
ANTE O EXPOSTO, chamado à colação o auto saber jurídico
dos Doutos Julgadores, espera o Apelante ver provido o presente
recurso, a fim de cassar a sentença do douto juiz “a quo”, determinando
o regular processamento do feito, com a instrução e posterior sentença,
através da qual, sem qualquer sombra de dúvida, será a mesma julgada
procedente, concedendo-se a este o tão sonhado BENEFÍCIO
PREVIDENCIÁRIO POR INVALIDEZ, a fim de que mais uma vez se
faça a mais lídima e verdadeira JUSTIÇA.

Nestes termos,
Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......

RESUMO
O requerente propõe apelação em virtude de decisão que in-deferiu
a medida cautelar do pedido de aposentadoria por invalidez fundamentado
na legislação previdenciária da Lei nº 8.213/91 e do Decreto nº 3.048/99.
Assim, requer seja concedido o beneficio de aposentadoria por invalidez.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 83

APELAÇÃO – REVISÃO DE AUXÍLIO-ACIDENTE – LEI Nº 8.213/91

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE


DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA ..............................4

........................, já qualificado nos autos da AÇÃO DE REVISÃO


DE AUXÍLIO-ACIDENTE, Processo nº 12.643/01, que tramita por este
Juízo, através de seu advogado e procurador infra-assinado, vem
respeitosamente à presença de V. Exa., inconformado com a respeitável
SENTENÇA exarada às fls. 62/64 dos autos, recorrer à Instância
Superior. E o faz pela presente APELAÇÃO, dirigida ao Egrégio
Tribunal Regional Federal - 3ª Região, na certeza de que os doutos
julgadores, melhor examinando a matéria, hajam por bem acatar as
razões anexas, mandando que se processe regularmente o feito, em
atendimento aos princípios constitucionais, à doutrina e ao direito,
praticando a verdadeira JUSTIÇA.
Regularmente processados estes, bem assim ouvido o Apelado,
para suas contra-razões, subam os autos à Instância Superior, para
uma nova decisão.

Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......

4 Em comarcas onde não exista a JUSTIÇA FEDERAL, poderão as Ações Previdenciárias


ser propostas à JUSTIÇA ESTADUAL, excetuando as comarcas onde existam as Varas
da JUSTIÇA FEDERAL, de conformidade com o § 3º, do artigo 109 da CF/88.
84 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

RAZÕES DE APELAÇÃO

APELANTE: ................
APELADO: INSS - Instituto Nacional do Seguro Social
Processo nº .../... - ..ª Vara Cível da .........

Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara,
Doutos Julgadores:

Em que pese o saber jurídico já demonstrado em suas inúmeras


decisões, o douto juiz “a quo”, reconhecido como daqueles brilhantes
juízes destes rincões do interior paulista, ousamos discordar da
fundamentação da decisão ora hostilizada, em especial porque não
atendeu aos ditames da Lei, da melhor doutrina e da assentada
jurisprudência, conforme demonstraremos a Vossas Excelências.
Primeiro: Diz o douto juiz “a quo” que, por r. sentença às fls. 72/
74 dos autos, “O Autor intenta revisar o benefício (...).” (sic), e mais
“No mérito, o pedido é improcedente.” (sic). Concluindo, diz: “JULGO
IMPROCEDENTE o pedido de Benefício Previdenciário formulado em
face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS.” (sic).
Ora, doutos julgadores, apesar de reconhecer o douto juiz “a quo”
que a Constituição Federal garante o livre acesso à Justiça, por outras
linhas, nega esse mesmo direito assegurado pela nossa Carta Magna.
O artigo 5º, inciso XXXV, da Constituição Federal, expressamente nos
traz o seguinte: “A Lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário
lesão ou ameaça a direito;”.
De outro modo, é pacífica a jurisprudência de nossos Tribunais
quanto à matéria previdenciária em questão, eis que se nota que o
douto juiz “a quo” não andou bem ao determinar a extinção do processo,
com o indeferimento da inicial, mesmo porque, “datamaxima venia”,
no mister de distribuir a Justiça, nada o impede de regularmente
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 85

processar o feito, especialmente porque, se a ação é de REVISÃO DE


BENEFÍCIO DE AUXÍLIO-ACIDENTE, veio acompanhada dos
documentos hábeis e exigidos por Lei, não tendo o Apelado trazido
qualquer prova, limitando-se a tentar persuadir o douto julgador, o
que acabou ocorrendo.
Segundo: Em sua fundamentação para o indeferimento da inicial
e a extinção do processo, o juiz prolator da sentença que se quer
modificar alega que, “Embora a Constituição Federal expresse que
nenhum benefício previdenciário terá valor inferior ao do salário
mínimo, ao auxílio-acidente não se aplica tal regra” (sic).
Conforme posição de nossos Tribunais, que passaram a entender
que a REVISÃO DE BENEFÍCIO AUXÍLIO-ACIDENTE, e que vem se
posicionando neste sentido que o Benefício corresponde ao salário de
contribuição vigente no dia do acidente, não podendo ser inferior ao
salário mínimo os reajustes e equivalência ao salário mínimo, sendo
devido a reabilitação, pois a Legislação é auto-aplicável. Havendo nexo
de causalidade comprovado, desimportando para o caso a regularidade
ou não da documentação do autor; a previdência social, através do
segurador obrigatório, que é o INSS, responde sempre pela reparação
do dano causado no trabalho, obedecidos os requisitos para
configuração do acidente. Para benefícios devidos ao empregado que
independem de carência, CAT, inscrição no FGTS ou contribuições
do empregador, portanto, aplica-se o preceito constitucional posto no
artigo 201, parágrafos 2º e 5º.
Ora, doutos julgadores, se é direito constitucional bater às portas
da Justiça; se o processo foi regularmente requerido; se foi instruído
com os documentos indispensáveis à propositura da ação; mas com
um porém, a nobre juíza “a quo” não se deu sequer ao luxo de verificar
os próprios documentos fornecidos pelo Apelado, às fls. 48/58 dos
autos, onde consta que houve um acidente de trabalho junto à
empregadora, conforme Comunicação de Benefício por Acidente de
Trabalho, junto ao PSS – Monte Aprazível/SP, e que deixou o Apelante
sem condições para o seu trabalho braçal na lavoura, o qual, por falta
de estudos, é a única função que consegue exercer, deixando-o à míngua.
O correto à época era a sua APOSENTADORIA POR INVALIDEZ, e
que não ocorreu, inclusive o acidente o deixou incapaz para o trabalho
86 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

diário; e, finalmente, dizer que não houve dano nem prejuízo ao


Apelante é, no mínimo, no caso presente, querer tapar o sol com a
peneira, pois com a inicial encontram-se todos os documentos
necessários convalidados com os fornecidos pelo próprio INSS,
juntados aos autos, razão por que o indeferimento da inicial, bem assim
a extinção do processo, não podem prevalecer, sob pena de se praticar
uma INJUSTIÇA.
ANTE O EXPOSTO, chamado à colação o alto saber jurídico dos
Doutos Julgadores, espera o Apelante ver provido o presente recurso,
a fim de cassar a sentença do douto juiz “a quo”, determinando o regular
processamento do feito, com a instrução e posterior sentença, através
da qual, sem qualquer sombra de dúvida, será a mesma julgada
procedente, concedendo-se o tão sonhado benefício de 01 (um)
SALÁRIO MÍNIMO, com as condenações pedidas na peça vestibular,
a fim de que mais uma vez se faça a mais lídima e verdadeira JUSTIÇA.

Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......

RESUMO
O requerente propõe apelação em virtude de decisão que indeferiu o
pedido de revisão de auxílio-acidente, fundamentado na legislação
previdenciária da Lei nº 8.213/91 e do Decreto nº 3.048/99. Assim, requer
seja concedida a revisão do benefício auxílio-acidente.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 87

APELAÇÃO – BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO – ARTIGO 513/CPC –


LEI Nº 8.213/91 – REVISÃO – PRESERVAÇÃO DO VALOR REAL –
DETERMINAÇÃO JUDICIAL

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DA ... ª


VARA PREVIDENCIÁRIA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE
..............................

AUTOS Nº ...

..., já qualificado no auto de ação ordinária previdenciária


supramencionada, que promove contra o Instituto Nacional do Seguro
Social - INSS, por seus procuradores que ao final assinam, vem,
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, inconformado com
a r. sentença de fls., interpor recurso de apelação nos termos do artigo
513 e seguintes do CPC, de acordo com as argumentações que seguem
em separado.

Dessa forma, requer seja o presente recurso remetido ao Egrégio


Tribunal Regional Federal.

Nestes termos,
Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. ......
88 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA ..... REGIÃO.

RAZÕES DE APELAÇÃO

AUTOS Nº ........... - ...ª VARA PREVIDENCIÁRIA FEDERAL


SEÇÃO JUDICIÁRIA DE ......... DO ESTADO DE ............

APELANTE: ...
APELADO: INSS - INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL

Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara,
Doutos Julgadores:

A sentença prolatada pelo MM. Dr. Juiz “a quo” não merece


prosperar, posto que não aplica justiça condignamente entre as partes,
merecendo, destarte, ser totalmente reformada.
Trata-se a presente ação ordinária de revisão de benefícios
previdenciários, haja vista a flagrante defasagem verificada ao longo
do período no provento do apelante, especialmente quanto ao critério
de reajuste praticado pelo apelado, aplicando índices proporcionais
ao período inicial de suas aposentadorias, e o reajustamento.
Em assim agindo, o apelado interpreta erroneamente o que
dispõem o artigo 41 e incisos da Lei nº 8.213/91, propiciando uma
distorção do estabelecido pela Constituição Federal, no artigo 201, §
4º, onde estabelece que:

“É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-


lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios
definidos em lei. (Redação dada ao parágrafo pela Emenda
Constitucional nº 20/98, DOU 16.12.1998)”.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 89

Mesmo ante a existência de disposição constitucional que


determine critério de reajustamento de maneira a preservar emcaráter
permanente o valor real dos benefícios do apelante, a Lei nº 8.213/91,
conforme o artigo 41, estabelece que os valores dos benefícios em
manutenção serão reajustados de acordo com as suas respectivas datas
de início, sendo de fácil percepção que esse critério ocasiona prejuízos
diretos incidentes sobre os benefícios do autor.
Ainda, o sistema previdenciário brasileiro é atuarial, baseando-
se na correlação entre salário de contribuição/salário de benefício, o
que vem a possibilitar a conclusão de que o valor do salário de
contribuição norteia a base para obtenção do salário de benefício. Se
isto fosse devidamente cumprido pelo apelado, garantiria a preservação
em caráter permanente do valor real dos benefícios do apelante.
Entretanto, como prevalece, inclusive, com a decisão judicial
que pretende o autor reformar com a utilização do artigo 41, inciso I e
§ 3º, da Lei nº 8.213/91, o apelante sofre e continuará sofrendo prejuízos
cumulados e contínuos, ofendendo inclusive o princípio atuarial
utilizado no sistema previdenciário brasileiro.
Ressalte-se, por oportuno, que o critério de proporcionalidade
de reajuste do benefício do apelante, dependendo da data de sua
concessão, provoca distorções irreparáveis, posto que, dependendo
da data do início do benefício, o beneficiário da Previdência Social
receberá um percentual de reajuste muito reduzido, comparando-se
com outro beneficiário que tenha obtido a concessão de aposentadoria
poucos meses antes, pois este receberá o reajuste em sua integralidade.
Esse prejuízo é cumulativo, posto que a correção dos valores é
feita por períodos extensos, não restando outra sorte ao apelante senão
sofrer uma redução compulsória pelo critério de reajustamento adotado
pelo apelado.
Nessas condições, espera o apelante que a Egrégia Instância
Superior, conhecendo do recurso de apelação ora interposto, reforme
totalmente a sentença de primeira instância por ser de direito e de
justiça, determinando ao apelado que efetue a revisão do benefício do
autor, para que este seja reajustado com a aplicação do índice integral
do período, a fim de preservar em caráter permanente o valor real
deste.
90 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......

RESUMO
O apelante pretende a reforma da decisão prolatada pelo juiz “a
quo”, a fim de que seja determinada ao apelado a revisão do benefício
previdenciário, para que seja reajustado com a aplicação do índice integral
do período, a fim de preservar em caráter permanente o seu valor real.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 91

APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – TUTELA ANTECIPADA – LEI


Nº 8.213/91 – ART. 273/CPC

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE


DIREITO DA ...ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE .........................

............................., brasileiro, casado, trabalhador rural


desempregado, RG nº ..., CPF nº ..., residente e domiciliado na Avenida
..., nº ..., ..., nesta cidade e comarca de ..., através do advogado e
procurador infra-assinado (prov. e proc. inclusas), estabelecido na
Avenida ..., nº ..., nesta cidade, onde receberá intimações,
respeitosamente vem à presença de Vossa Excelência, consubstanciado
nos artigos 11, 42, 43, 142 e 143 da Lei nº 8.213/91, bem como nos
demais dispositivos legais aplicáveis à espécie, propor a presente
AÇÃO DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ, COM PEDIDO DE
TUTELA ANTECIPADA, contra o INSTITUTO NACIONAL DO
SEGURO SOCIAL - INSS, Entidade Autárquica Federal, com sede
representativa na cidade de ..., situada na Avenida ..., nº ..., pelas razões
de fato e de direito a seguir expostas:

1. O requerente, que é nascido em .../.../....., no período de ........ a


......... desempenhou atividades rurícolas na qualidade de trabalhador
rural braçal, conforme demonstram os sucessivos registros constantes
em sua CTPS, de acordo com o que consta das cópias anexas.

2. Contudo, por volta do ano de ....., o autor começou a sofrer da


síndrome de DIABETES, TIPO II, que culminou por impossibilitá-lo,
apesar de muita insistência e esforço de sua parte, de exercer a
atividade de trabalhador rural, como o fez ao longo de sua vida.

3. Como sintoma, o diabetes do tipo II causa muita sede, devido


à eliminação constante e contínua de urina, além de cãibra, que é a
contração involuntária e dolorosa de um músculo ou grupo de
92 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

músculos, nos pés, pernas e mãos, e, como consequência, o diabetes


tipo II compromete os órgãos vitais, podendo causar, inclusive, a
cegueira do enfermo, sendo que para controlar os índices do diabetes
o autor necessita de um rígido regime alimentar, excessivamente pobre
em calorias, que também o impossibilita, por falta de nutrição
adequada, de desempenhar as árduas e pesadas tarefas de um
trabalhador rurícola.

4. Por essas razões, aliado o fato de ser pessoa pobre, sem a


mínima instrução e qualificação técnica para o exercício de qualquer
outra atividade, a não ser a rurícola, o autor necessita de amparo por
parte da Previdência Social, tanto para sobreviver como para poder
adquirir os medicamentos necessários para o tratamento de sua
enfermidade.

5. Evidencia-se, assim, que o autor está enquadrado na legislação


previdenciária delineadora do benefício de aposentadoria por
invalidez, nos termos dos artigos 11, 42, 43, 142 e 143, além do artigo
102 (direito adquirido), todos da Lei nº 8.213/91, salientando, ainda,
que o trabalhador que estiver afastado por motivo de moléstia
incapacitante não perde a qualidade de segurado, mormente se tal
enfermidade foi contraída enquanto esteve na condição de segurado,
como é o caso específico do autor, segundo consta do seguinte aresto:

“PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ.


RURÍCOLA. INCAPACIDADE COMPROVADA. RECURSO
IMPROVIDO. 1. Se a apelada, por motivo de doença, não pode
voltar ao exercício da antiga profissão de trabalhadora rural, deve
ser desde logo aposentada por invalidez ante a impossibilidade
de que, sendo pessoa de pouca instrução, possa ser reabilitada
para outro trabalho e tenha oportunidade de obter novo emprego.
2. Não perde a qualidade de segurada a trabalhadora que, em
razão de moléstia incapacitante, tenha deixado de contribuir à
Previdência Social. – Apelo Improvido.” (AC. 96/03/036.335-9 –
Rel. Juiz Sinval Antunes – 1ª Turma – TRF- 3ª R.)
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 93

6. Destarte, considerando-se que a moléstia da qual padece o autor é


de natureza incurável, permanente, irreversível e incapacitante,
constata-se que o caso vertente é típico de concessão de aposentadoria
por invalidez, motivo pelo qual se vale da presente ação para pleitear
judicialmente o referido amparo previdenciário a que tem direito,
segundo as normas legais vigentes.

DA ANTECIPAÇÃO DA TUTELA

Como os trâmites da presente ação podem demandar vários anos,


em face do notório abuso do direito de defesa, durante tal período o
requerente continuaria impossibilitado, em razão de sua enfermidade,
de exercer a atividade rurícola que vinha desempenhando; a única,
como acima mencionado, que lhe restaria. Porém, isto fatalmente
agravaria sua situação financeira e, consequentemente, o seu estado
de saúde, na medida em que não disporia de recursos necessários
para sustentar a si próprio, bem como para providenciar o adequado
tratamento de sua enfermidade, o que demonstra de forma inequívoca
a presença, in casu, do “fumus boni juris” e do “periculum in mora”.
Assim, ante o receio de dano irreparável, necessita o requerente da
antecipaçãodatutela, nos termos do artigo 273 do Código de Processo
Civil, para que lhe seja concedido o benefício da aposentadoria por
invalidez, no valor de um salário mínimo mensal e respectivo abono
anual – logo após a constatação de sua incapacidade através de perícia
médica, – salientando que a tutela ora perseguida é perfeitamente
possível de ser concedida antecipadamente, em virtude do caráter
alimentício do benefício ora pleiteado.

ANTE O EXPOSTO, oautorrequer de VossaExcelência:

1. Seja, initio litis , determinada uma perícia médica para


comprovação do alegado, e, após comprovada a incapacidade do autor,
seja julgada antecipadamente a tutela desejada, nos termos do artigo
273 do CPC, determinando, ao instituto réu, que, de imediato, lhe
94 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

pague o benefício de uma aposentadoria por invalidez, no valor de um


salário mínimo mensal, acrescido do abono anual.

2. Seja, ao final, julgada totalmente procedente a presente ação,


no sentido de condenar o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO
SOCIAL - INSS a pagar-lhe o benefício de uma aposentadoria por
invalidez, no valor de um salário mínimo mensal, acrescido do abono
anual, a partir da citação, emitindo-lhe um carnê mensal de benefícios,
com a incidência de juros e correção monetária sobre o valor das
parcelas vencidas, bem como honorários advocatícios em percentual
de 20% sobre o valor total da conta de liquidação, acrescida de doze
parcelas vincendas

3. Seja o instituto réu citado na pessoa de seu representante legal,


no endereço inicialmente declinado, para, querendo, acompanhar e
oferecer contestação aos termos da presente ação, dentro dos prazos
legais, sob pena de confissão e revelia.

4. Protesta e requer provar o alegado por todos os meios de provas


em Direito permitidos, notadamente a pericial e a testemunhal, através
da oitiva das testemunhas constantes do rol anexo, que requer sejam
intimadas para depor em Juízo, juntada de novos documentos, etc., o
que fica desde já expressamente requerido.

Dá-se à causa o valor de R$ ... (...), para fins de alçada fiscal.

Termos em que,
P. e A. Deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 95

ROL DE TESTEMUNHAS:
1. .................., brasileira, casada, do lar, residente e domiciliada
na Av. ..., nº ..., fone nº ................, nesta cidade e comarca de
...............-SP;
2. ................., brasileiro, residente e domiciliado na Avenida ...,
nº ..., Jardim ..., nesta cidade e comarca de ...............-SP, fone
nº ..............;
3. .................., brasileiro, casado, residente e domiciliado na
Avenida ..., nº ..., Jardim ..., nesta cidade e comarca de ...............-
SP, fone nº ............... .

RESUMO
O requerente faz jus ao benefício previdenciário Aposentadoria por
Invalidez, conforme assegurado pela CF e pelo artigo 42 da Lei nº 8.213/
91, art. 43 do Decreto nº 3.048/99, com pedido de Tutela Antecipada nos
termos do art. 273 do CPC.
96 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 97

APOSENTADORIA POR IDADE – INICIAL – RURÍCOLA - INSS

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE


DIREITO DA ...ª VARA CÍVEL DA COMARCA ..............................5

.........................., brasileira, casada, lavradora, portadora do CPF


nº ... e RG nº ..., residente e domiciliada na Fazenda ..., neste município,
através de seu advogado e procurador infra-assinado, vem
respeitosamente à presença de V. Exa. propor contra o INSS – Instituto
Nacional do Seguro Social, autarquia federal, com Procuradoria
Regional situada na Av. ... nº ..., ..., CEP: ..., na cidade e comarca de ...,
a presente AÇÃO DE APOSENTADORIA RURAL POR IDADE, com
amparo nos termos do artigo 48, § 1º, da Lei nº 8.213/91, art. 51 do
Decreto nº 3.048/99 e artigo 282 do CPC, mediante os seguintes fatos e
fundamentos:

1. A Requerente, desde o ano de 1958, exerce atividade rural,


laborando como trabalhadora rural em REGIME DE ECONOMIA
FAMILIAR na propriedade rural de seus pais até 1966, e a partir de
1966, em propriedade de seu sogro até 1987; a partir de .../.../....., em
propriedade própria, na Fazenda ..............., neste município, de
propriedade de seu esposo até a presente data, conforme Escritura de
Imóvel Rural, ITR’s, CCIR, Certidão de Casamento, Nota Fiscal de
Produtor em nome de seu esposo, CTPS, em anexo. Nunca teve de
fato um “patrão”, pois era contratada ao amanhecer do dia, e pelo que
se nota é uma pessoa que labuta nas terras da região para se auto-
sustentar, e que nunca teve outro emprego na vida a não ser o de
lavradora, conforme documentos acostados.Além de possuir idade

"5 Em comarcas onde não exista a JUSTIÇA FEDERAL, poderão as Ações Previdenciárias
ser propostas à JUSTIÇA ESTADUAL, excetuando as comarcas onde existam as Varas
da JUSTIÇA FEDERAL, de conformidade com o § 3º, do artigo 109 da CF/88."
98 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

suficiente, a Requerente sempre trabalhou na lavoura, no plantio e


colheita de milho, algodão e laranja, recolhendo os impostos
necessários, tendo direito adquirido de se aposentar, pois já possui
mais de 56 anos de idade e desde os 12 anos de idade trabalha na
lavoura em Regime de Economia Familiar, onde nunca teve outro
emprego em sua vida, a não ser como lavradora, conforme provam os
documentos acostados.
2. Quanto ao fato de o requerimento inicial estar sendo impetrado
judicialmente contra o INSS (PSS de ...), e não administrativamente,
isso se deve a que os servidores daquela instituição autárquica se
recusam a receber a documentação para o devido processamento, além
de repetidamente alegarem – mas só verbalmente – que a requerente
não possui o direito de pleitear tal benefício.
3. A Requerente não recebe nenhum tipo de benefício da
Previdência Social, nem de outro regime previdenciário.
4. A legislação vigente dá respaldo ao presente pedido, onde o
trabalhador autônomo, a exemplo do segurado especial (produtor,
parceiro, meeiro, arrendatário rural, pescador artesanal e seus
assemelhados), que exerça suas atividades, individualmente ou em
regime de economia familiar, com ou sem auxílio eventual de terceiros,
bem como seus respectivos cônjuges ou companheiros e filhos maiores
de dezesseis anos de idade ou a eles equiparados, que trabalhem
comprovadamente com o grupo familiar respectivo, têm o direito ao
respectivo benefício. E o valor do salário de benefício não será inferior
ao de um salário mínimo nem superior ao do limite máximo do salário
de contribuição na data de início do benefício, desde que comprovado
o efetivo exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua,
no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, por
tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à
carência do benefício pretendido.
5. O artigo 5º, inciso XIII, da Constituição Federal diz que todos
são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,
nos termos seguintes: “XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho,
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 99

ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei


estabelecer”.

6. O art. 6º da Constituição Federal diz:

“Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação,


o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social,
a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados, na forma desta Constituição. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 64, de 2010)”.

7. O inciso I, § 7º e inciso II, do artigo 201 da Constituição


Federal, dizem:

“Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de


regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória,
observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e
atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade
avançada; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20,
de 1998)
(...)
§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de
previdência social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes
condições: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20,
de 1998)
(...)
II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos
de idade, se mulher, reduzido em cinco anos o limite para os
trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçam
suas atividades em regime de economia familiar, nestes
incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador
artesanal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de
1998)”
100 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

8. A Requerente, conforme provas documentais, portanto, faz


jus à Aposentadoria por Idade Rural, em conformidade com a legislação
em vigor. Nossos Tribunais são unânimes em decidirsobre esse
assunto, e têm julgado que as provas documentais, corroboradas com
as testemunhais, são suficientes para a comprovação de RURÍCOLA,
para fins de benefício previdenciário.
DIANTE O EXPOSTO, após satisfeito o requerimento, vem
requerer a citação do Réu, através de seu Procurador-Regional, no
mesmo endereço declinado no preâmbulo da inicial via AR, para os
termos da presente Ação, com prazo de 60 (sessenta) dias e as
advertências legais, e que V. Exa. se digne julgar procedente a presente
ação, com a condenação do Réu na concessão à Requerente da Ação de
APOSENTADORIA RURAL POR IDADE, a partir da data do protocolo
junto ao Poder Judiciário, bem como emitir o carnê do benefício
corrigido monetariamente, juros de mora e honorários advocatícios
incidentes sobre o valor da conta de liquidação, calculados na forma
da Lei.
Requer a produção de provas testemunhais e periciais,
protestando por outras provas que se fizerem necessárias, dando
ciência da ação ao RMP para que, querendo, nela intervenha.
Requer, ainda, que V. Exa. conceda de plano os benefícios da
ISENÇÃO DE CUSTAS, nos termos do que dispõe a legislação vigente.

Dá-se à causa, para efeitos fiscais, o valor de R$ .........


(.......................).

Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 101

ROL DE TESTEMUNHAS:

1) ................., brasileiro, casado, lavrador, residente e domiciliado


na Fazenda .........., neste município;
2) ................., brasileiro, casado, lavrador, residente e domiciliado
na Fazenda .........., neste município;
3) .................., brasileiro, casado, lavrador, residente e
domiciliado na Fazenda .........., neste município.

RESUMO
O requerente faz jus ao benefício previdenciário Aposentadoria Rural
por Idade, conforme assegurado pela CF e pelo artigo 48, § 1º, da Lei nº
8.213/91, e art. 51 do Decreto nº 3.048/99.
102 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 103

APRESENTAÇÃO DO ROL DE TESTEMUNHAS –


PREVIDENCIÁRIO – NECESSIDADE DE COMPLEMENTAÇÃO
PROCESSUAL

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) FEDERAL


DA ....ª VARA PREVIDENCIÁRIA DE ..........................- SEÇÃO
JUDICIÁRIA DO ESTADO DE .......................................

AÇÃO ORDINÁRIA DE .....


Processo nº

...................................., já devidamente qualificado na peça


exordial dos autos da presente ação em epígrafe, que propõe contra do
INSS - Instituto Nacional do Seguro Social, também já qualificado no
feito, e ajuizada nesta Vara e Juízo, em que foi designado o dia ... (........)
do corrente mês para a audiência de instrução e julgamento, por seu
procurador infra-assinado, vem à presença de Vossa Excelência para
apresentar rol de testemunhas que requer sejam intimadas para
inquirição na referida audiência, e que são as seguintes:

1. .........................., brasileiro, casado, funcionário público,


residente nesta cidade, na rua ..............................., n.º, apto. ...................;
2. .........................., brasileiro, solteiro, motorista, residente nesta
cidade, na rua ........................... n.º, apto. ...................;
3. .........................., brasileiro, casado, bancário, residente nesta
cidade, na rua ..........................., nº, apto. ...................;

Nestes termos,
Pede deferimento.
104 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

(Local e data)

Advogado
OAB/....... nº ...................

RESUMO
Apresentação do Rol de Testemunhas que serão necessárias para
que o Impetrante tenha a devida contemplação do benefício ora requerido.
Em Comarcas onde não existe a JUSTIÇA FEDERAL, poderão as
ações previdenciárias ser propostas junto à Justiça Estadual, em confor-
midade disposto no § 3º, do artigo 109, da CF/1988.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 105

AUXÍLIO-RECLUSÃO – INICIAL – PREVIDENCIÁRIO - JUDICIAL

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE


DIREITO DA ...ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ........................6

....................., brasileira, casada, do lar, portadora do CPF nº


............... e RG nº ..............., residente e domiciliada na Rua ..........., nº
...., Jd. ......., nesta cidade, através de seu advogado e procurador infra-
assinado, vem respeitosamente à presença de V. Exa. propor contra o
INSS - Instituto Nacional do Seguro Social, autarquia federal, com
Procuradoria Regional situada na Av. .........., nº ..., CEP: ........, na cidade
e comarca de ............, a presente AÇÃO DE AUXÍLIO-RECLUSÃO,
com amparo nos termos do artigo 80 e seguintes da Lei nº 8.213/91,
art. 116 do Decreto nº 3.048/99, e artigo 282 do CPC, mediante os
seguintes fatos e fundamentos:

1. ....................., esposo da Requerente desde ... de .......... de ....,


como contribuinte da Previdência Social recolheu a devida
contribuição de SEGURADO até a data de ... de ......... de ...., conforme
documentos anexos, quais sejam: Certidão de Casamento, CPF, RG,
CTPS, PIS e Guias da Previdência Social (GPS), que comprovam que
era trabalhador urbano, contribuinte da PREVIDÊNCIA SOCIAL, e
encontra-se recolhido no Presídio Regional de ........., desde o dia ... de
.......... de ...., cumprindo pena de prisão de 5 (cinco) anos e 4 (quatro)
meses, em regime fechado, conforme faz prova a cópia do Mandado de
Prisão em anexo.

2. A Requerente não recebe nenhum tipo de benefício da


Previdência Social, nem de outro regime previdenciário.

"6 Em comarcas onde não exista a JUSTIÇA FEDERAL, poderão as Ações Previdenciárias
ser propostas à JUSTIÇA ESTADUAL, excetuando as comarcas onde existam as Varas
da JUSTIÇA FEDERAL, de conformidade com o § 3º, do artigo 109 da CF/88."
106 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

3. O recluso, .................., está cumprindo a pena que lhe foi


imposta pela JUSTIÇA, e possui 5 (cinco) filhos, que são: ... (02), ...
(05), ... (07), ... (08), ... (11) e ... (12).
4. O artigo 116 do Decreto nº 3.048/99 combinado com o artigo
80 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, diz:

“Art. 80. O auxílio-reclusão será devido, nas mesmas


condições da pensão por morte aos dependentes do segurado
recolhido à prisão, que não receber remuneração da empresa
nem estiver em gozo de auxílio-doença, de aposentadoria ou
de abono de permanência em serviço.
Parágrafo único. O requerimento do auxílio-reclusão deverá
ser instruído com certidão do efetivo recolhimento à prisão,
sendo obrigatória, para a manutenção do benefício, a
apresentação de declaração de permanência na condição de
presidiário.”

5. O art. 6º da Constituição Federal diz: “São direitos sociais a


educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a
PREVIDÊNCIA SOCIAL, a proteção à maternidade e à infância, a
assistência aos desamparados, na forma desta Constituição”.

6. De conformidade com a legislação vigente, vê-se


cristalinamente que são beneficiários do Regime Geral de Previdência
Social, na condição de dependentes do segurado, o cônjuge, a
companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer
condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido, cuja dependência
econômica é presumida, sendo que a (dependência econômica) dos
demais (cônjuge, companheira, companheiro) deve ser comprovada.

7. A concessão do AUXÍLIO-RECLUSÃO independe de carência,


na forma do art. 26 da Lei nº 8.213/91.

8. Que a Requerente, conforme provas documentais, faz jus ao


benefício, de conformidade com a legislação em vigor, e
demaislegislações pertinentes à matéria, que de acordo com os nossos
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 107

Tribunais são pacíficos ao assunto em tela, que conste nos autos prova
material hábil, consubstanciada na Carteira de Trabalho da Previdência
Social (CTPS) a condição de segurado do recluso, a dependência
econômica da esposa em relação ao marido é legalmente presumida,
onde o segurado para recebimento já recolheu mais de doze
contribuições mensais e não recebe qualquer remuneração da empresa.
DIANTE O EXPOSTO, após satisfeito o pedido, vem requerer a
citação do Réu, através de seu Procurador-Regional, no mesmo
endereço declinado no preâmbulo da inicial, via AR, para os termos
da presente Ação, com prazo de 60 (sessenta) dias e as adver-tências
legais, e que V. Exa. se digne julgar procedente a presente ação,
condenando-se o Réu, ao final, à concessão da Ação Sumaríssima de
AUXÍLIO-RECLUSÃO, a partir da data da detenção (13.02.2004), bem
como a emitir o carnê do benefício corrigido monetariamente, juros
de mora e honorários advocatícios incidentes sobre o valor da conta
de liquidação, calculados na forma da Lei.
Requer a produção de provas testemunhais e pericial,
protestando pelas outras provas que se fizerem necessárias, dando
ciência da ação ao RMP para que, querendo, nela intervenha.
Requer, ainda, que V. Exa. conceda de plano os benefícios da
ISENÇÃO DE CUSTAS, nos termos do que dispõe a legislação vigente.

Dá-se à causa, para efeitos fiscais, o valor de R$ .........


(.......................).

Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......
108 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

RESUMO
O Requerente faz jus ao benefício Auxílio-Reclusão, conforme asse-
gurado pela CF, pelo artigo 80 e seguintes da Lei nº 8.213/91, e art. 116 do
Decreto nº 3.048/99, uma vez que era contribuinte da Previdência Social.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 109

AUXÍLIO RECLUSÃO – VIA ADMINISTRATIVA – REQUERIMENTO


– INICIAL

ILUSTRÍSSIMO (A) SENHOR (A) GERENTE REGIONAL DA


AGÊNCIA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL DE ..............................

....................., brasileira, menor impúbere, neste ato representada


por sua genitora, .................., portadora do RG ................. e do CPF
.................., residente e domiciliada na Av. ..............., nº ..., na cidade
de ............, Estado de ..., CEP .........., vivendo maritalmente com
.................., brasileiro, pedreiro, portador do RG n. ............... e CPF n.
................, vem, com o devido respeito e acato, à presença de Vossa
Senhoria, para requerer AUXÍLIO-RECLUSÃO, nos termos dos artigos
80 e seguintes da Lei nº 8.213/91, e arts. 116 e seguintes do Decreto nº
3.048/99, pelos seguintes fatos e fundamentos:

01. A Requerente vive maritalmente com o recluso, o qual se


encontra recolhido no Presídio ..., desde o dia 1º de julho de 1999,
embora da conta de liquidação de pena conste o início em 17 de julho
de 1999, para cumprir pena de prisão de 5 (cinco) anos e 4 (quatro)
meses de reclusão em regime fechado, conforme prova a xerox do
Mandado de Prisão em anexo.

02. Da união nasceu .............., em ... de .......... de ...., conforme


xerox da Certidão de Nascimento em anexo.

03. Por ocasião de sua prisão o recluso era empregado, tendo


como empregador .............., com o salário mensal de R$ .......
(.......................), conforme comprova xerox da CTPS, em anexo.

Nestes termos vem, respeitosamente, à presença de Vossa


Senhoria, requerer AUXÍLIO-RECLUSÃO, conforme rezam o artigo
80 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, e artigo 116 do Decreto nº
3.048, de 06 de maio de 1999, a partir da data da detenção, ou seja,
desde 29.10.2001.
110 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Pede Deferimento.

(Local e data)

...........................
(Requerente)

RESUMO
A requerente faz jus ao benefício Auxílio-Reclusão, conforme asse-
gurado pela CF e pelos artigos 80 e seguintes da Lei nº 8.213/91, e art. 116
do Decreto nº 3.048/99, vez que era contribuinte da Previdência Social,
requerendo junto ao INSS - Instituto Nacional do Seguro Social administra-
tivamente por ser companheira do detento.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 111

CAUTELAR DE ARRESTO – FATO GERADOR RESTRITIVO – COTA


PATRONAL – PAGAMENTO INDEVIDO – COMPENSAÇÃO –
SALÁRIO - SUSTAÇÃO

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) FEDERAL


DA ...ª VARA FEDERAL – SEÇÃO JUDICIÁRIA DE ..............................

.................., pessoa jurídica de direito privado, com sede na Rua


............, nº ..., cidade de ................, Estado de ..., inscrita no CNPJ/MF
sob nº ..............., por seu advogado infra-assinado (procuração em
anexo), vem mui respeitosamente à presença de V. Exa. propor a
presente

MEDIDA CAUTELAR INOMINADAC/C PEDIDO DE LIMINAR

contra o INSS - INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL,


autarquia federal, com Procuradoria Regional situada na Rua ..........,
cidade de ..........., Estado de ..., e contra a UNIÃO FEDERAL, pessoa
jurídica de direito público, com domicílio na cidade de ..........., Estado
de ..., fazendo-o com base nos artigos 796 e seguintes do Código de
Processo Civil, e demais legislações vigentes, pelas razões a seguir
articuladas:

1. OS FATOS

A Requerente é empresa sujeita ao recolhimento da contribuição


social para financiamento da Seguridade Social, em decorrência do
mandamento constitucional contido no art. 195, inciso I, também
conhecida como quota patronal.
112 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

De acordo com esse dispositivo da Constituição, as contribuições


devidas pelas empresas (pelos empregadores, na dicção do legislador
constitucional) incidem sobre a folha de salário, sobre o faturamento
e sobre o lucro, sendo que estas duas últimas hipóteses (faturamento
e lucro) não são objeto da presente demanda, no que tange à
inconstitucionalidade das mesmas.
No que se refere às contribuições sociais devidas pelas empresas
e incidentes sobre a folha de salários, fica bem certo pelo teor do art.
195, inciso I, da Magna Carta, que somente as remunerações que se
enquadrem no conceito jurídico de salário podem constituir-se em
base desta incidência tributária.
Ocorre que pela Lei nº 7.787, de 30.06.89 (publicada no DOU de
03.07.89), foi estabelecida uma tributação na ordem de 20% sobre
remunerações que não configuram, fática e juridicamente, salário, quais
sejam, os pagamentos a administradores e autônomos, consoante
prescreve o art. 3º, inciso I, da referida lei.
Esta lei foi recepcionada pela Lei nº 8.212, de 24.07.91, que
manteve a tributação de 20% sobre pagamentos a administradores e
autônomos, conforme consignam o artigo 22, inciso I, e o artigo 30,
inciso I, alínea “b”, de mencionada lei.
Em ambos os textos legais citados (Lei nº 7.787/89 e Lei nº 8.212/
91), está presente a aludida tributação de 20% sobre os pagamentos a
administradores (como, v.g., o pró-labore) e a autônomos, o que,
entretanto, conflita com a Constituição Federal, restando totalmente
ilegítima a sua exigência.
Aliás, desde já é importante deixar consignado que o próprio
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL já apreciou essa matéria, declarando
ser inconstitucional dita cobrança com base na Lei nº 7.787/89 (RE
166.772-9/RS), cujos fundamentos em tudo se identificam com os
atinentes à Lei nº 8.212/91, que sucedeu àquela e a confirmou neste
particular.
À vista de tais considerações, conclui-se que todos os
recolhimentos efetuados se tratavam de “valores indevidamente
recolhidos ou pagos a maior”, o que enseja para o contribuinte um
direito de crédito contra o Instituto Nacional do Seguro Social, ou
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 113

seja, o direito de reaver todos os valores pagos a título de contribuição


social devida pelos empregadores incidentes sobre a folha de salários.
Para tanto, através do art. 66 da Lei nº 8.383, criou-se o
instrumento perfeito para que o contribuinte possa recuperar valores
indevidamente recolhidos, que é o instituto da compensação, evitando-
se, assim, a propositura de morosa ação de restituição, sujeita ao regime
de precatórios, que implica em certeiros prejuízos para o contribuinte
detentor de crédito perante o INSS.
Os demonstrativos anexos apontam os valores recolhidos pela
Requerente, a título de contribuição social incidente sobre a folha de
salários, pagos a administradores e autônomos.
Pretensamente visando a dar cumprimento ao § 4º do artigo 66,
da Lei supracitada, o INSS, através da Diretoria de Arrecadação e
Fiscalização, a título de regulamentar a lei supra-referida, editou a
Ordem de Serviço, procurando dificultar a ação do contribuinte que
pretenda exercer o direito à compensação.
Eis a razão do presente pleito judicial, que visa resguardar o
direito da Requerente de proceder à compensação imediata dos valores
recolhidos a maior, com valores vincendos de “tributos e contribuições
da mesma espécie”, o que só poderá ser feito sob o manto protetor da
tutela jurisdicional, haja vista a posição já declarada do Requerido de
dificultar e até coibir tal direito.
Destarte, com a presente medida, pretende a Requerente impedir
atos lesivos aos seus direitos, e após provar a improcedência dos atos
administrativos, o que fará por intermédio de ação própria pelo rito
ordinário (CPC, arts. 282 e ss.), a ser proposta nos termos do art. 806
do Código de Processo Civil, demonstrar e ver reconhecido seu direito
à compensação.

2. A LIDE E SEU FUNDAMENTO

A Requerente proporá, no prazo legal, ação ordinária visando ao


reconhecimento do direito à compensação dos valores recolhidos a
título de quota patronal, de 20% sobre pagamentos a administradores
114 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

e autônomos, em razão, basicamente, dos argumentos que seguem, que


serão melhor desenvolvidos no âmbito da ação principal.
A inconstitucionalidade do artigo 3º da Lei nº 7.787/89 e dos
artigos 22, I, e 30, I, “b”, da Lei nº 8.212/91 é manifesta, pois a exação
agride limitações impostas pela Constituição ao legislador
infraconstitucional, quais sejam:

a) a instituição e cobrança de uma contribuição está limitada à


expressão “folha de salários”, tal como contido no artigo 195,
inciso I, da Carta Constitucional;
b) não se confundindo as remunerações a administradores e
autônomos com salário, criou-se, em verdade, outra fonte de
custeio da seguridade com afronta ao § 4º, do artigo 195, pois
este se remete ao artigo 154, I, e este por sua vez se remete ao
artigo 146, III, todos da Constituição Federal, concluindo-se
ser imprescindível a edição da lei complementar para a
instituição de novos tributos.

Portanto, as exigências contidas na Lei nº 7.787/89 (art. 3º) e na


Lei nº 8.212/91 (art. 22, I, e art. 30, I, “b”) configuram incontestável
contrariedade aos princípios, guisados como garantias do contribuinte
brasileiro.
Nesse sentido julgou o Excelso SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL, intérprete máximo da Constituição, no âmbito do Recurso
Extraordinário nº 166.772-9/RS, sendo Relator o Eminente Ministro
MARCO AURÉLIO DE MELLO, do qual se extrai sua ementa (íntegra,
em anexo):

“Interpretação – Carga Construtiva – Extensão. Se é certo que


toda interpretação traz em si carga construtiva, não menos correta
exsurge a vinculação à ordem jurídica constitucional. O fenômeno
ocorre a partir das normas em vigor, variando de acordo com a formação
profissional e humanística do intérprete. No exercício gradual da arte
de interpretar, descabe inserir na regra de direito o próprio Juízo – por
mais sensato que seja – sobre a finalidade que “conviria fosse ela
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 115

perseguida” – Celso Antônio Bandeira de Mello – em parecer inédito.


Sendo o direito uma ciência, o meio justifica o fim, mas não este aquele.

Constituição – Alcance Político – Sentido dos Vocábulos –


Interpretação. O conteúdo político de uma Constituição não é
conducente ao desprezo do sentido vernacular das palavras, muito
menos ao técnico, considerados institutos sagrados pelo Direito. Toda
ciência pressupõe a adoção de escorreita linguagem, possuindo os
institutos, as expressões e os vocábulos que a revelam conceito
estabelecido com a passagem do tempo, quer por força de estudos
acadêmicos, quer, no caso do Direito, pela atuação dos Precatórios.

Seguridade Social – Tomador de Serviços – Pagamentos à


Administração e Autônomos – Regência. A relação jurídica mantida
com administradores não resulta de contrato de trabalho e, portanto,
de ajuste formalizado à luz da Consolidação das Leis do Trabalho. Daí
a impossibilidade de se dizer que o tomador dos serviços qualifica-se
como empregador e que a satisfação do que devido ocorra via folha de
salários. Afastado o enquadramento no inciso I do artigo 195 da
Constituição Federal, exsurge a desvalia constitucional da norma
ordinária disciplinadora da matéria. A referência contida no parágrafo
4º do artigo 195 da Constituição Federal ao inciso I do artigo 154, nela
esculpido, impõe a observância do veículo próprio – a lei
complementar. INCONSTITUCIONALIDADE DO ARTIGO 3º DA LEI
Nº 7.787/89, no que abrangido o que pago a administradores e
autônomos. Declaração de inconstitucionalidade limitada pela
controvérsia dos autos no que não envolvidos pagamentos a avulsos.”

Resultado que, obviamente, servirá de parâmetro para todas as


decisões que se sucederem relativamente à malsinada exigência, visto
tratar-se de decisão da mais alta Corte do País, não cabendo contra a
decisão proferida qualquer tipo de recurso.

A conclusão lógica é a de que, havendo a Suprema Corte declarado


a inconstitucionalidade do dispositivo mencionado, todos os
pagamentos efetuados a título de contribuição social incidente sobre
a folha de salários em relação aos pagamentos a administradores e
autônomos são inconstitucionais e indevidos. Logo, o INSS, ao acatá-
los, atentou contra o direito da Requerente de não recolher mencionado
tributo.
116 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Uma vez já declarada a inconstitucionalidade do dispositivo


legal, abre-se para o contribuinte o direito de reavê-los, com a devida
e total correção monetária.
Realmente, através do artigo 66 da Lei nº 8.383/91, foi autorizado
aos contribuintes efetuar a compensação de valores pagos
indevidamente ou a maior, no recolhimento de importâncias
correspondentes a períodos subsequentes.
São os termos do citado artigo:

Art. 66. Nos casos de pagamento indevido ou a maior de


tributos, contribuições federais, inclusive previdenciárias, e
receitas patrimoniais, mesmo quando resultante de reforma,
anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória, o
contribuinte poderá efetuar a compensação desse valor no
recolhimento de importância correspondente a período
subsequente. (Redação dada pela Lei nº 9.069, de 29.6.1995)
§ 1º A compensação só poderá ser efetuada entre tributos,
contribuições e receitas da mesma espécie. (Redação dada pela
Lei nº 9.069, de 29.6.1995)
§ 2º É facultado ao contribuinte optar pelo pedido de
restituição. (Redação dada pela Lei nº 9.069, de 29.6.1995)
§ 3º A compensação ou restituição será efetuada pelo valor
do tributo ou contribuição ou receita corrigido
monetariamente com base na variação da UFIR. (Redação dada
pela Lei nº 9.069, de 29.6.1995)
§ 4º As Secretarias da Receita Federal e do Patrimônio da
União e o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS
expedirão as instruções necessárias ao cumprimento do
disposto neste artigo. (Redação dada pela Lei nº 9.069, de
29.6.1995)

Detém, portanto, os contribuintes, a partir da publicação e


vigência da lei supra-referida, um direito subjetivo a reaver todos os
valores pagos indevidamente, compensando-se com valores que vierem
a vencer relativos a tributos da mesma espécie.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 117

Valendo-se do contido no § 4º do art. 66, da Lei nº 8.383,


supratranscrito, a Diretoria de Arrecadação e Fiscalização, a título de
“regulamentar” a lei supra-referida, editou a Ordem de Serviço,
relativamente às contribuições previdenciárias.
Todavia, o que se observa deste texto infralegal, é que se pretende
tolher o direito do contribuinte à compensação, com regras que não se
compadecem com os limites constitucionais e legais e tão-pouco com
os da Lei nº 8.383/91, que a instituiu.
Distinguiu a OS, para efeitos de compensação, os valores pagos
anteriormente a ... de ............. de ....., daqueles pagos após tal data.
Para estes últimos, autorizou a compensação imediata, sem qualquer
restrição ou prévio pedido à autoridade administrativa. Já para os outros
impôs, através do item ..., que, para poder com-pensar valores pagos
indevidamente com pagamentos a vencer, deverá o contribuinte
solicitar autorização.
Eis aqui a primeira afronta ao direito da Requerente, ao impor o
prévio pedido administrativo dos valores a compensar.
O § 4º do artigo 66, da Lei nº 8.383/91, concedeu à Administração
a possibilidade de regulamentá-lo, mas isto, é óbvio, nos estritos limites
da lei. Ora, a lei em momento algum impõe ao contribuinte o dever de
previamente requerer no âmbito da administração a autorização para
compensar os valores indevidamente pagos.
O que se infere do artigo 66 da Lei é que será direito do
contribuinte proceder à compensação, independentemente de qualquer
pedido administrativo.
Tal exigência é uma inovação por via de instrução normativa,
com a pretensão de criar uma nova obrigação ou requisito para o
exercício de um direito, mas sem previsão legal. Essa pretensão esbarra,
induvidosamente, no artigo 5º, inciso II, da Carta Constitucional, in
verbis:

“ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa


senão em virtude de lei;”
118 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Ademais, tal pedido fosse feito, por certo encontraria resis-tência


por parte dos prepostos do Requerido, que não concordariam com a
pretensão, em face de seu já conhecido posicionamento em inúmeros
processos em que se discute a constitucionalidade da chamada cota
patronal.
Aliás, o próprio fato de a origem do pagamento indevido residir
na inconstitucionalidade da exigência já seria um obstáculo ao pleito,
dado que a Administração não tem competência para apreciar matéria
de índole constitucional.
Vale dizer, sendo fundamento da pretensão afronta ao Texto
Constitucional, pode o contribuinte dirigir-se diretamente ao
Judiciário.
Não é, porém, necessário que seja exaurida a via administrativa,
pois tal entendimento contraria o princípio do livre acessoao Poder
Judiciário (Constituição Federal, art. 153, § 4º). O que é indispensável
é que se faça o pedido na esfera administrativa e que o mesmo seja
indeferido expressamente ou por omissão de autoridade consistente
em retardar o seu despacho. Todavia, essa regra admite exceções, como
no caso em que o contribuinte dirige-se diretamente ao Judiciário e o
Fisco, na resposta, não se limita a alegar a preliminar de carência da
ação, contestando o mérito da repetição pleiteada, bem como na
hipótese em que o fundamento da repetição é a inconstitucionalidade
do tributo recolhido. Neste último caso, a razão está em que só o Poder
Judiciário pode deixar de aplicar texto legal sob fundamento de
inconstitucionalidade e, por isso, não será de admitir-se que, a tal
pretexto, a Administração acolha pedido de devolução de tributo.
Mutatis mutandis, não se admitirá à Administração reconhecer
a inconstitucionalidade da cota patronal sobre os pagamentos feitos a
administradores e autônomos, que tenham como fundamento
constitucional a folha de salários, ao efeito de deferir a compensação.
Isto significa que resultaria inócua a iniciativa do contribuinte,
restando-lhe, assim, apenas a via judiciária.Além do mais, cabe ainda
destacar que a exigência é discriminatória.
Com efeito, os casos de pagamento indevido ou a maior efetuados
após 1º de janeiro de 1992 independem de pedido administrativo e,
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 119

para os casos anteriores a 1º de janeiro, impõe-se tal requisito, conforme


item ..., da Ordem de Serviço.
Ora, tal distinção é discriminatória contra contribuintes que se
encontram em situação igual, qual seja, a dos que têm valores a
compensar. Afronta essa distinção o princípio da isonomia, inserto
no artigo 151, inciso II, da Constituição Federal.
Frise-se que, embora a Requerente detenha contribuições
anteriores e posteriores a 1º de janeiro de 1992, tendo-se em vista o
fato já acima referido, de que se trata de matéria de índole
constitucional, o indeferimento ao pedido de compensação seria
inevitável.
Quanto à correção monetária dos valores indevidamente pagos,
bem de se ver que, embora haja a possibilidade do seu reconhecimento
administrativo, conforme dispõem os itens 22 e 23 da Ordem de
Serviço Conjunta nº 17/93, o não reconhecimento do direito de efetuar
a compensação do valor principal gerará, como consequência lógica,
também o da correção monetária.
Ad argumentandum, a Requerente detém um crédito perante o
Requerido que é plenamente compensável com débitos futuros, nos
estritos termos do artigo 66 da Lei nº 8.383/91. Ora, será totalmente
inócua a compensação de valores indevidamente pagos sem a cobertura
do desgaste inflacionário, ou seja, sem a devida correção monetária
entre o período em que houve o pagamento indevido e o momento da
compensação, sob pena de enriquecimento ilícito por parte do
Requerido (INSS).
Está consagrado pela Constituição Federal o direito de
propriedade (art. 5º, inciso XXII), não podendo a Lei, menos ainda a
Administração, limitar a correção dos valores, sob pena de clara ofensa
ao referido direito por via de apropriação de parcela do patrimônio do
cidadão.
Ademais, a correção monetária vem sendo reconhecida em
doutrina uniforme e em jurisprudência pacífica, como mecanismo de
recomposição dos valores, não se prestando, de forma alguma, a
acrescer qualquer coisa ao montante a ser devolvido ou compensado.
120 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Assim, as limitações impostas pela referida OSC 17/93


representam autênticas ilegalidades, com nítido intuito de restringir
ou cercear direito subjetivo da Requerente.
Por fim, ressalte-se a imprescindibilidade da União Federal na
presente ação. É que existem algumas contribuições sociais que são
arrecadadas pela Receita Federal, o que, de forma alguma, descaracteriza
sua natureza tributária, não podendo a autarquia, ainda que quisesse,
autorizar a compensação com tais contribuições sociais.Assim, todos
os argumentos referidos valem para a Instrução Normativa nº 67/92,
que impõe as mesmas limitações e restrições já mencionadas, mais
especificamente nos artigos 3º e 6º, pelo que também a ela se aplicam.
Daí, pois, a razão de vir a Requerente residir em juízo, para
postular sua tutela, inclusive cautelar, e ver-se protegida contra a
ameaça de exigência flagrantemente ilegítima, em decorrência da
negativa de compensação, direito este já reconhecido em decisão
plenária do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (RE 166.772-9-RS).
Decorre, disso tudo, que a Requerente tem legítimo direito a
compensar os valores recolhidos a título de contribuição social sobre
os pagamentos feitos a administradores e autônomos, que tenha como
fundamento a folha de salários, conforme demonstrativos e
documentos anexos.
Compensação esta a ser feita com “tributos e contribuições da
mesma espécie” (§ 1º do art. 66, da Lei nº 8383/91), ou seja, com
contribuições sociais (CF/88, art. 195, I), como as do COFINS (LC nº
70/91), as do PIS (LC nº 7/70 e alterações), as incidentes sobre o lucro
(Lei nº 7.689/88), arrecadadas pela União Federal, via Receita Federal,
e a chamada cota patronal (Lei nº 8.212/91, art. 22), esta arrecadada
pelo INSS.

3. O DIREITO E O RECEIO DE LESÃO

Ocorre que a Requerente, não obstante ser do seu direito a


compensação dos valores recolhidos a maior, relativamente à cota
patronal nos termos do que já ficou decidido pelo SUPREMO
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 121

TRIBUNAL FEDERAL, não pode simplesmente fazê-lo, sem a devida


proteção judicial, sob pena de sofrer toda sorte de investidas fiscais,
sobretudo autuações, inscrição dos débitos como dívida ativa, execução
fiscal com constrição patrimonial.
Tudo isso se quer evitar, e proteger o legítimo direito da
Requerente.Assim, Eminente Magistrado, no caso, estão presentes
todos os pressupostos que autorizam o deferimento da medida cautelar,
na conformidade do disposto nos artigos 798 e 799 do CPC, quais
sejam:

1. o periculum in mora, ante o estampado receio da Requerente


de que, antes do julgamento da lide, sejam ocasionadas lesões
patrimoniais graves, de difícil, longa e quiçá impossível
reparação, como poderá ocorrer se impossibilitada ficar de
obter certidões negativas de débito ante autuações fiscais, além
de outras represálias, como o apontamento de seu nome em
listas de devedores oferecidas à execração pública;

2. a existência de fumus boni juris, fundada que está a ação


principal numa aberrante violação do direito da Requerente,
porquanto se vê obrigada a pagar tributo que não deve, em face
do direito de compensação.

Nesse sentido, esclarecedora é a lição de WILLARD DE CASTRO


WILLAR:

Basta, portanto, que o juiz faça um juízo de probabilidade e


verossimilhança do direito cautelar a ser acertado e o provável
perigo em face do dano do possível direito pedido no processo
principal. (in Medidas Cautelares, Ed. RT, 1971, SP, p. 59).

No mesmo diapasão, HUMBERTO THEODORO JÚNIOR:


122 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Para a tutela cautelar, portanto, basta a provável existência de


um direito a ser tutelado no processo principal. E nisto
consistiria o fumus boni juris (...). (in Processo Cautelar, p. 73)

E, quanto ao periculum in mora, acrescenta:

Mas, por sua própria natureza, não é possível nem se pode


reclamar prova (certeza) do perigo, mas apenas justificação
(plausibilidade), de tal sorte que a verificação do juiz sobretais
fatos há de ser rápida e sumária. Aliás, e por isso mesmo, as
providências cautelares são sempre provisórias, modificáveis e
revogáveis (arts. 805 e 807). (op. cit., p. 78).

Em vista disso, caracterizado o periculum in mora, pelo justo


receio de dano que certamente sofrerá caso se efetive a cobrança de
tributo ilegal, bem como o fumus boni juris , representado pela
existência do direito à compensação (decorrente de reconhecimento
havido no SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL), o que será discutido
em ação própria, a Requerente propõe a presente medida cautelar
preparatória, com fundamento nos arts. 796 e seguintes da lei adjetiva
civil.

4. DA LIMINAR NECESSÁRIA

Tendo em vista que a Requerente detém obrigações cujos


vencimentos ocorrerão em data próxima, e que, decorrido o prazo para
pagamento, estará sujeita aos efeitos da mora, requer-se a concessão
da liminar, nos termos do art. 804 do Código de Processo Civil,
deferindo-se à Requerente a possibilidade de promover a compensação
dos valores referentes à contribuição social sobre pagamentos feitos a
administradores e autônomos, na forma supra-exposta, consoante
documentos e demonstrativos anexos, elaborados sob a
responsabilidade da Requerente e, pois, abertos ao exame da parte
contrária se assim o desejar.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 123

5. DO PEDIDO

Pelo exposto, requer-se a Vossa Excelência que, concedendo a


liminar e confirmando-a em sentença, julgue procedente a presente
medida cautelar, ao efeito de suspender qualquer ato de cobrança por
parte do Requerido, relativamente aos tributos que serão compensados
nos termos apontados nesta petição, até decisão final na ação principal,
que será proposta no prazo de lei.
Protestando por todos os meios de prova em direito admitidos,
requer a Vossa Excelência a acolhida desta cautelar, para o fim supra-
articulado, citando-se o Requerido, na pessoa dos seus Procuradores,
para, querendo, contestar o pedido no prazo legal, sob pena de revelia.

Dá-se à causa o valor de R$ ........,.. (....................................).

Tudo por ser de direito e plena

JUSTIÇA!!!

Termos em que,
Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......
124 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

RESUMO
Impetrante requer a suspensão de recolhimentos ao INSS de 20%
sobre folhas de pagamentos. Quota patronal. Compensação dos valores
pagos indevidamente com outros tributos devidos ao Fisco Federal.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 125

CAUTELAR INOMINADA – APOSENTADORIA – ARTIGO 796/CPC


– REVISÃO CONCEDIDA POR LEI – REVISÃO NÃO EFETUADA
PELO INSS

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) FEDERAL


DA ...ª VARA PREVIDENCIÁRIA DE ....... – SEÇÃO JUDICIÁRIA DO
ESTADO DE .............

...................., (qualificação), portador de Cédula de Identidade/


RG nº ............... e CPF nº .................., residente e domiciliado na Rua
............., nº ..., na cidade e comarca de .............. - ..., por seu advogado
infra-assinado, com escritório profissional na Rua ............, nº ..., ...
andar, onde recebe intimações e notificações, vem respeitosamente à
presença de Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 796 e
seguintes do Código de Processo Civil, propor

AÇÃO CAUTELAR INOMINADA

em face do INSS - Instituto Nacional do Seguro Social, autarquia


federal com Procuradoria Regional nesta cidade, na Rua ............., nº
..., através de seu representante legal, conforme as razões de fato e de
direito que passa a expor:

I - DOS FATOS

O requerente é aposentado pelo INSS e teve o pagamento de seu


benefício iniciado em 23 de dezembro de 1992.
Ocorre, porém, que a sua renda inicial foi calculada, em virtude
do art. 29 da Lei nº 8.213/91, sobre salário de benefício inferior à média
126 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

dos 36 últimos salários de contribuição.Segundo o disposto no artigo


26 da Lei nº 8.870/94, o requerente tem direito, assegurado pela lei, de
ter revisto o benefício que recebe. Vejamos:

“Art. 26. Os benefícios concedidos nos termos da Lei nº 8.213,


de 24 de julho de 1991, com data de início entre 05 de abril de
1991 e 31 de dezembro de 1993, cuja renda mensal inicial
tenha sido calculada sobre salário de benefício inferior à média
dos 36 últimos salários de contribuição, em decorrência do
disposto no § 2º do artigo 29 da referida Lei, serão revistos a
partir da competência de abril de 1994, mediante a aplicação
do percentual correspondente à diferença entre a média
mencionada neste artigo e o salário de benefício considerado
para a concessão.”

Portanto, como é de fácil visualização, o requerente é passível


de ser enquadrado no caso apresentado pelo artigo mencionado, tendo
seu benefício revisado, incorporando-se a este a diferença citada. Senão
vejamos, o cálculo realizado sobre o salário de benefício foi inferior à
média dos 36 últimos salários de contribuição; e o seu benefício foi
concedido em data de dezembro de 1992, ou seja, dentro dos limites
temporais estabelecidos na lei.
O que deve ser destacado, também, é que essa revisão deveria
ter sido realizada pela própria autarquia-requerida, já a partir de junho
de 1994, fato que até a presente data não ocorreu devido à negligência
da autarquia em questão, ocasionando prejuízos ao direito do
requerente.

II - DA CAUTELARIDADE

A) “FUMUS BONI IURIS”

“Entende CALAMANDREI que o fim do processo cautelar é da


antecipação dos efeitos da providência definitiva, antecipação que se
faz para prevenir o dano que pode advir da demora natural da solução
do litígio”.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 127

Dada a urgência da medida preventiva, não é possível o exame


pleno do direito material do interessado, mesmo porque isto é objetivo
do processo principal e não do cautelar.
Para a tutela cautelar, portanto, basta “a provável existência de
um direito” a ser tutelado no processo principal. E nisto consistiria o
“FUMUS BONI IURIS”, isto é, “no juízo de probabilidade e
verossimilhança do direito cautelar a ser acertado e provável perigo
em face do dano ao possível direito pedido no processo principal”.
Fiel ao seu entendimento de que a cautela é medida antecipatória
da eficácia do provimento definitivo, ensina CALAMANDREI que a
declaração de certeza da existência do direito é função do processo
principal; “para a providência cautelar basta que a existência do direito
apareça verossímil, basta que, segundo um cálculo de probabilidade,
se possa prever que a providência principal declarará o direito em
sentido favorável àquele que solicita a medida cautelar”.
Segundo a mais atualizada doutrina, não se deve ver na tutela
cautelar um acertamento da lide, nem mesmo provisório, mas, sim,
uma tutela ao processo, a fim de assegurar-lhe eficácia e utilidade
prática.
Assim, o fim do processo cautelar é evitar, no limite do possível,
qualquer alteração no equilíbrio inicial das partes, que possa resultar
da duração do processo.
Ora, se não existe um direito substancial de cautela, e se a medida
cautelar é decretada não em razão da possibilidade de êxito da pretensão
material da parte, mas da necessidade de assegurar eficácia e utilidade
ao provimento do processo principal, não se pode acolher como
razoável o condicionamento da tutela preventiva à verossimilhança
do direito substancial da parte. (Humberto Theodoro Júnior, in
Processo Cautelar, 9. ed., 1987, Ed. Universitária de Direito, p. 73 e
74).

B) “PERICULUM IN MORA”

“Para obtenção da tutela cautelar, a parte deverá demonstrar


fundado temor de que, enquanto aguarda a tutela definitiva, venham a
128 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

faltar as circunstâncias de fato favoráveis à própria tutela”. E isto pode


ocorrer quando haja o risco de perecimento, destruição, desvio,
deterioração, ou de qualquer mutação das pessoas, bens ou provas
necessários para perfeita e eficaz atuação do provimento final do
processo principal.

Ao tratar do poder geral de cautela (art. 798), nosso Código fala


em fundado receio de dano ao direito de uma das partes. Há, entretanto,
evidente impropriedade terminológica do legislador. Se não houve o
julgamento da ação principal, que visa solucionar a lide, não se pode,
ainda, falar em direito da parte, pois nem sequer se sabe se ele existe
ou não.

O perigo de dano refere-se, portanto, ao interesse processual em


obter uma justa composição do litígio, seja em favor de uma ou de
outra parte, o que não poderá ser alcançado caso se concretize o dano
temido.

Esse dano corresponde, assim, a uma alteração na situação de


fato existente ao tempo do estabelecimento da controvérsia, ou seja,
do surgimento da lide – que é ocorrência anterior ao processo.

A apreciação desse requisito é feita apenas num julgamento que


LIEBMAN chama de “probabilidade sobre a possibilidade do dano ao
provável direito pedido em via principal”.

Para LOPES DA COSTA, “o dano deve ser provável e não basta a


possibilidade, a eventualidade”. E explica: “possível é tudo, na
contingência das cousas criadas, sujeitas à interferência das forças
naturais e da vontade dos homens”.

O possível abrange assim, até mesmo, o que rarissimamente


acontece. Dentro dele cabem as mais abstratas e longínquas hipóteses.
A probabilidade é o que, via de regra, se consegue alcançar na previsão.
Já não é um estado de consciência, vago, indeciso, entre afirmar e negar,
indiferente. Já caminha na direção da certeza. Já para ela propende,
apoiado nas regras de experiência comum ou da experiência
técnica.(Humberto Theodoro Junior, in Processo Cautelar, 9. ed., 1.987,
Ed. Universitária de Direito, p. 77 e 78).
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 129

Na esteira dos ensinamentos de Humberto Theodoro Júnior,


necessário demonstrar-se o Fumus Boni Juris e o Periculum in Mora
de forma conjunta e articulada. De toda a exposição factual, ficam bem
evidenciados os pressupostos para a ocorrência da tutela cautelar;
senão vejamos:

C) CONCLUSÃO DA CAUTELARIDADE

a) A fumaça do bom direito consiste na cristalina exposição ora


realizada, na qual se demonstra a ofensa ao disposto no art.
26, da Lei nº 8870/94, com relação ao benefício do requerente,
que ficou à mercê da boa vontade da autarquia-requerida, cuja
obrigação estabelecida no mencionado artigo não foi cumprida.
O ora requerente tem direito à revisão e incorporação da
diferença apurada ao benefício que recebe, uma vez que isto é
oriundo de determinação legal.

b) O perigo na demora da prestação da tutela jurisdicional


consiste no fundado e justo receio do requerente de ver-se na
contingência de não dispor de meios para suprir suas
necessidades básicas, bem como de que esta situação perdure
por tempo indeterminado. Isto porque cada vez mais tem sua
condição de vida dificultada, observando a cada dia uma
redução no seu poder aquisitivo, o que compromete seu
sustento. Portanto, a demora na prestação jurisdicional
agravaria muito sua situação, originando-lhe perdas de grande
monta.

III - DA CAUÇÃO

O requerente não possui bens e sequer condições financeiras


para oferecer caução; entretanto, todas as medidas liminares nãoestão
condicionadas à obrigatoriedade da prestação de caução. O próprio
artigo 804 do CPC faculta ao juiz o poder de determinar tal medida, “e
130 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

somente a determinará quando existir imprecisão dos elementos de


convicção produzidos pelos requerentes, ou seja, não propiciar ao juiz
a segurança mínima para convencer-se da inteira procedência da
pretensão cautelar “in limine litis”. (Humberto Theodoro Júnior, p.
138, Processo Cautelar, 4. ed.).
Portanto, no caso em tela, os elementos de convicção são
patentes, em face dos documentos acostados e a própria situação
irregular em que se encontra o requerido em relação ao recebimento
do benefício revisado, de acordo com a lei.

IV – DA LIDE

Após a apreciação da presente ação cautelar e da concessão e


efetivação do pedido liminar, o requerente proporá, no prazo legal,
ação ordinária de revisão de benefício.

V - DO REQUERIMENTO

DIANTE DO EXPOSTO, requer a Vossa Excelência seja


deter-minado:

a) liminarmente, “inaudita altera pars”, a revisão dos benefícios


recebidos pelo requerente, com a aplicação da diferença no
cômputo real do salário-benefício que irá receber,
determinando o pagamento imediato das parcelas vencidas
(mês a mês), desde a data da concessão do benefício (abril/94)
até a data de hoje; e devidamente acrescidas de juros e correção
monetária;

b) após deferida a liminar, seja determinada a citação da


Autarquia Requerida, situada na Rua ............, nº ..., na pessoa
de seu representante legal, e ao julgar o mérito da presente
ação cautelar dê pela sua inteira procedência, condenando a
autarquia nos ônus admissíveis na espécie.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 131

Requer, outrossim, a produção de todos os meios de prova em


direito admitidos, tais como testemunhal, pericial e
documental.

Requer finalmente seja concedido o benefício da justiça gratuita,


ante o caráter alimentar da pretensão dos autores, nos termos da
legislação em vigor.

Dá-se à presente causa, para os efeitos legais, o valor de R$ .......,


.. (..........................).

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......

RESUMO
Aposentadoria. Cálculo do benefício com fulcro no art. 29 da Lei nº
8.213/91. Revisão estabelecida pela Lei nº 8.870/94, em seu art. 26, nos
casos em que a renda mensal inicial tenha sido calculada sobre o salário
de benefício inferior à média dos 36 (trinta e seis) últimos salários de con-
tribuição. Revisão não efetuada pelo INSS. Pedido de concessão liminar
de revisão do benefício. Pede pela procedência da presente medida, para
que se mantenha o seu efeito até o julgamento da ação principal que será
proposta.
132 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 133

CAUTELAR DE PRODUÇÃO ANTECIPAÇÃO DE PROVAS –


PREVIDENCIÁRIO – IDADE AVANÇADA – MOLÉSTIA GRAVE

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) FEDERAL


DA ....ª VARA PREVIDENCIÁRIA DE ..............................- SEÇÃO
JUDICIÁRIA DO ESTADO DE .......................................

.................................., (qualificação), residente e domiciliado na


Rua .... nº ...., nesta cidade e Comarca, por seu advogado e procurador
infra- assinado, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência,
com fundamentos nos artigos 846 e seguintes do CPC, propor a presente

MEDIDA CAUTELAR DEPRODUÇÃO ANTECIPADA DE


PROVAS

junto ao Hospital ......................, nesta cidade e Comarca, na Rua


.... nº ...., através de seu representante legal, conforme as razões de
fato e de direito que, com a devida venia, passa a expor:

1) Em data de ... de .............. de ....., o Autor requereu seu benefício


previdenciário junto ao INSS - Instituto Nacional do Seguro Social,
NB: ........, por um acidente de trabalho, no qual sofreu queimaduras
em seu corpo, provocadas por um incêndio no Edifício tal. Diante das
evidências, no momento do acidente o Autor encontrava-se dentro do
elevador e, devido a sua incapacidade laborativa, foi levado aos
cuidados médicos do Requerido.

2) O fato em questão gerou o requerimento do presente benefício,


e no momento tramita junto aos autos nº ........ , na .... ª Vara Cível da
Comarca de ................/...
134 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

3) O Autor, com receio de que as provas já não existam, quando


do tempo da sua produção no processo cível de autos nº ...., requer a
V. Exa., determine a citação da Requerida, através de seu representante,
compareça perante este r. Juízo, trazendo o prontuário médico com os
diagnósticos e todos os documentos relativos ao tratamento do
paciente.
DIANTE O EXPOSTO, requer seja distribuído por dependência,
uma vez que referida ação principal tramita por este r. Juízo sob nº ....
Requer ainda seja determinada a intimação de ...., no endereço
supramencionado.
Para efeitos legais, dá à presente o valor de R$ .... (....).

Nestes termos,
Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/....... nº ...................

RESUMO
O Impetrante com receio de que as provas já não existam, quando
do tempo da sua produção no processo cível, requer o comparecimento da
Requerida, em Juízo, para apresentar o prontuário médico com os diag-
nósticos e todos os documentos relativos ao tratamento, para que haja a
devida contemplação do benefício ora requerido.
Em Comarcas onde não existe a JUSTIÇA FEDERAL, poderão as
ações previdenciárias ser propostas junto à Justiça Estadual, em confor-
midade disposto no § 3º, do artigo 109, da CF/1988.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 135

COBRANÇA – APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO –


ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA – MORA – PEDIDO DEFERIDO

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DA ...ª


VARA FEDERAL PREVIDENCIÁRIA – SEÇÃO JUDICIÁRIA DE
................. – ESTADO DE ....................

..........................., (qualificação), Cédula de Identidade/RG nº


................, residente na Rua ..................., nº ..., na comarca de ................
- ..., através de seu procurador (.................,OAB/... n. ......., CPF/MF
.............), com escritório na Rua ..............., nº ..., na comarca de ...............,
infra-assinado, vem respeitosamente, à presença de Vossa Excelência,
propor AÇÃO ORDINÁRIA DE COBRANÇA contra o INSS - Instituto
Nacional do Seguro Social, autarquia federal com Procuradoria Regional
na comarca de ................... - ..., na Rua ..............., nº ..., com fulcro nos
artigos 282 e seguintes do Código de Processo Civil, pelas razões de
fato e direito a seguir aduzidas.

I - PRELIMINARMENTE

ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA

O Autor é pessoa pobre na acepção jurídica da palavra, não


podendo suportar as despesas processuais e honorários advocatícios,
sem o prejuízo de seu sustento e da própria família, razão pela qual se
requer o benefício da assistência judiciária gratuita, nos termos do
artigo 3º da Lei nº 1.060/50.

II – MÉRITO

A) DOS FATOS
136 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Em .../.../....., o Autor requereu sua Aposentadoria por Tempo de


Serviço (doc. anexo), e por atraso exclusivo do ........, vez que o mesmo
não aceitou o período de trabalho rural do autor, recorrendo até o CRPS
- Conselho de Recurso da Previdência Social, na comarca de ................
- ..., e somente em ... de .......... é que o Conselho devolveu o processo
ao ......... de ..............., para que fosse concedida a Aposentadoria por
Tempo de Serviço e, consequentemente, o pagamento.
O benefício foi concedido somente em .../.../....., depois de todos
os obstáculos opostos pelo próprio .......... .
Inobstante esse fato, conforme carta de concessão/memória de
cálculo expedida pelo ............, foram pagas as parcelas desde a data
do requerimento do benefício. Contudo, os valores estão errados, pois,
como é de direito, o pagamento das parcelas do benefício deveriam,
todas, terem sido corrigidas desde ... de ............., como determina a
Lei.
Ocorre que a Previdência, ao seu critério, pagou todos os valores,
de .../..... a .../....., sem a devida correção monetária – doc. anexo.

B) DO DIREITO

Por ter sido concedida a aposentadoria somente em .../...., todos


os valores dos salários de benefício retroativos à data do requerimento
deveriam ter sido atualizados monetariamente. Porém, em detrimento
do beneficiário, a Autarquia pagou os valores sem a devida correção
monetária.
Conforme o artigo 41-A da Lei nº 8.213/81, o autor tem o direito
a receber todos os valores pagos a menor, com a devida correção
monetária, desde a data do requerimento até a data da concessão e
efetivo pagamento. Senão, vejamos:

“Art. 41-A. O valor dos benefícios em manutenção será


reajustado, anualmente, na mesma data do reajuste do salário
mínimo, pro rata, de acordo com suas respectivas datas de
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 137

início ou do último reajustamento, com base no Índice


Nacional de Preços ao Consumidor - INPC, apurado pela
Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística -
IBGE. (Incluído pela Lei nº 11.430, de 2006)
(...)
§ 6o Para os benefícios que tenham sido majorados devido à
elevação do salário mínimo, o referido aumento deverá ser
compensado no momento da aplicação do disposto
no caput deste artigo, de acordo com normas a serem
baixadas pelo Ministério da Previdência Social. (Incluído pelo
Lei nº 11.665, de 2008).”

Conforme já manifesto por nossos Tribunais, os valores dos


benefícios, pagos com atraso, deverão ser corrigidos em suas épocas
respectivas conforme a Súmula 71 do STF e, após, pela Lei nº 6.899/
91, por tratar-se de benefício de natureza alimentar.
As Súmulas dos Tribunais abaixo são bem claras ao descrever
sobre a atualização dos benefícios previdenciários, dizendo
textualmente:

a) SÚMULA nº 8 do TRF da 3ª Região:

“Em se tratando de matéria previdenciária, incide a correção


monetária a partir do vencimento de cada prestação do benefício,
procedendo-se à atualização em consonância com os índices
legalmente estabelecidos, tendo em vista o período
compreendido entre o mês em que deveria ter sido pago e o mês
do referido pagamento.”

b) SÚMULA nº 71 do extinto TFR:

“PREVIDÊNCIA – BENEFÍCIOS – CORREÇÃO MONETÁRIA.


A correção monetária incide sobre as prestações de benefícios
previdenciários em atraso, observado o critério do salário mínimo
vigente na época da liquidação da obrigação.”
138 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

c) SÚMULA nº 19 do TRF da 1ª Região:

“O pagamento de benefícios previdenciários, vencimentos,


salários, proventos, soldos e pensões, feito, administrativamente,
com atraso, está sujeito à correção monetária desde o momento
em que se tornou devido.”

III - DO PEDIDO

DIANTE O EXPOSTO, pleiteia-se:

1. Condenação do Instituto-Réu:
a) ao pagamento de todas as parcelas com a devida atualização
monetária, do benefício de Aposentadoria por Tempo de
Serviço, devidas a partir da data inicial do pedido, acrescidos
juros moratórios, com incidência dos planos de reajustes de
benefícios conforme a lei;

b) ao pagamento de honorários advocatícios à razão de 20% (vinte


por cento) sobre o valor total da condenação, custas processuais
e demais cominações legais.

DO REQUERIMENTO FINAL

“Ex positis”, requer a Vossa Excelência se digne de:

1. Conceder o benefício da assistência judiciária gratuita, nos


termos da fundamentação;
2. Receber a presente ação, determinando a citação do Réu, na
pessoa de seu representante legal, para, querendo, no prazo
legal, contestá-la, sob pena de revelia;
3. Ao final, julgar procedente a presente ação em todos os seus
termos, condenando-se o Réu ao pagamento do principal,
atualizado monetariamente e acrescido dos juros moratórios,
custas processuais e demais cominações legais, bem como os
honorários advocatícios.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 139

Requer, por fim, provar o alegado, por todos os meios probantes


em direito admitidos, como o documental, requisitando o processo
administrativo.
Dá-se à presente ação, meramente para fins de alçada, o valor de
R$ ....... (...................).

Termos em que,
Espera deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......

RESUMO
O autor, após o deferimento do pedido de aposentadoria por tempo
de serviço, recebeu o benefício, sem a devida atualização monetária,
que é incidente a partir do momento da apresentação do pedido de apo-
sentadoria. Pede pela condenação da autarquia federal ao pagamento do
valor consistente na diferença relativa à não incidência da correção mone-
tária.
140 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 141

CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO – DEVOLUÇÃO INDEVIDA –


ENRIQUECIMENTO ILÍCITO

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DA ...ª


VARA FEDERAL PREVIDENCIÁRIA – SEÇÃO JUDICIÁRIA DE
................. – ESTADO DE ....................

..........................., (qualificação), Cédula de Identidade/RG nº


................, residente na Rua ..................., nº ..., na comarca de ................
- ..., através de seu procurador (.................,OAB/... n. ......., CPF/MF
.............), com escritório na Rua ..............., nº ..., na comarca de ...............,
infra-assinado, vem respeitosamente, à presença de Vossa Excelência,
propor, AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO
PREVIDENCIÁRIO, por seu advogado e procurador infra-assinado,
com instrumento de procuração em anexo, vem respeitosamente à
presença de Vossa Excelência propor contra o INSS - Instituto Nacional
do Seguro Social, autarquia federal, com Procuradoria Regional situada
(endereço completo), com amparo nos termos da legislação vigente,
mediante os seguintes fatos e fundamentos:

I - DOS FATOS

1) Conforme se pode facilmente verificar, mediante os


documentos anexo, que a genitora do ora Requerente, conforme
documento em anexo, deixou sob os poderes deste para sacar o
seuBenefício Previdenciário mensalmente, acontecendo que na data
de 26/05/2009, esta veio a falecer. Necessário constar-se, que o
Requerente sacou o benefício referente a competência de 05/2009.
2) Ademais, este verificando em sua consciência estar quites nada
se manifestou, pois também teve despesas com o serviço funerário,
142 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

dentre outros da sua mãe, uma vez que o mesmo não possuía recursos
financeiros para tal.
3) Entretanto, ao se ver intimado pela autarquia-ré para devolução
TOTAL, ficou indignado, pois dos 30 (trinta) dias, ela sobreviveu 26
(vinte e seis) dias, portanto, devido é estes dias, pois caso contrário
seria ENRIQUECIMENTO ILÍCITO por parte da Autarquia-Ré, pois
este correu por todas as esferas administrativas, surpreendendo-se
com a recusa injustificada daquele ente em receber apenas a diferença
de 04 (quatro) dias do alusivo valor.
4) Não obstante, o REQUERENTE ainda tentou diversas vezes
cumprir sua obrigação de quitar os 04 (quatro) dias do alusivo valor,
tendo procurado o INSS, em inúmeras ocasiões, inclusive por telefone,
para que recebesse a diferença do referido valor.
5) Desta feita, dada a recusa intransigente do REQUERIDO em
receber a diferença, expedindo-se uma GPS integral atualizada, viu-se
o REQUERENTE compelido a recorrer às vias judiciais, para ver
sanada sua obrigação contratual, para que não venha a ser constituído
em mora, sofrendo prejuízos maiores no futuro.

II - DOS DIREITOS

6) Ora, é inconteste que ao devedor assiste o direito de solver


suas dívidas, sendo para tanto, amparado pelo ordenamento jurídico,
que propugna, justamente, pelo adimplemento das obrigações,
conforme se pode facilmente verificar, mediante disposições do Código
Civil, adiante transcritas:

a) O CÓDIGO TRIBUTÁRIO diz:


“Art. 156. Extinguem o crédito tributário:
I - o pagamento;
(...)
VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto
no § 2º do artigo 164;
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 143

(...)
Art. 164. A importância de crédito tributário pode ser
consignada judicialmente pelo sujeito passivo, nos casos:
I - de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao
pagamento de outro tributo ou de penalidade, ou ao
cumprimento de obrigação acessória;
II - de subordinação do recebimento ao cumprimento de
exigências administrativas sem fundamento legal;
III - de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito
público, de tributo idêntico sobre um mesmo fato gerador.
§ 1º A consignação só pode versar sobre o crédito que o
consignante se propõe pagar.
§ 2º Julgada procedente a consignação, o pagamento se reputa
efetuado e a importância consignada é convertida em renda;
julgada improcedente a consignação no todo ou em parte,
cobra-se o crédito acrescido de juros de mora, sem prejuízo
das penalidades cabíveis.”

b) Mais adiante, o CÓDIGO PROCESSO CIVIL diz:

“Art. 890. Nos casos previstos em lei, poderá o devedor ou


terceiro requerer, com efeito de pagamento, a consignação da
quantia ou da coisa devida.”

c) Neste ínterim, deve-se atentar para as disposições do Código


Civil, artigo 337, e outrossim, para as do Código de Processo Civil,
art. 891, caput, no intuito de se verificar os efeitos necessários da
presente ação:

“Art. 337. O depósito requerer-se-á no lugar do pagamento,


cessando, tanto que se efetue, para o depositante, os juros da
dívida e os riscos, salvo se for julgado improcedente.
(...)
144 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Art. 891. Requerer-se-á a consignação no lugar do pagamento,


cessando para o devedor, tanto que se efetue o depósito, os juros
e os riscos, salvo se for julgada improcedente.”

7) Assim, como se verifica, o depósito tem o condão de liberar o


devedor dos juros da dívida e demais riscos, como se houvesse pagado
o valor devido diretamente ao credor.

III – DOS CÁLCULOS

Para uma melhor compreensão se a época o benefício equivalia a


R$ 465,00 (quatrocentos e sessenta e cinco reais) mensais, isto significa
que o valor equivalente diário era de R$ 15,50 (quinze reais e cinquenta
centavos), porém deveria receber R$ 403,00 (quatrocentos e três reais)
dos 26 (vinte e seis) dias de vida de sua genitora, devolvendo apenas
os 04 (quatro) dias restantes, que correspondia a R$ 62,00 (sessenta e
dois reais).

Se fôssemos atualizar este valor seriaR$ 62,00 x 1,0833113 x 18%


= R$ 79,25

IV - DOS PEDIDOS

DIANTE O EXPOSTO, requer:

a) a expedição de guia para depósito da quantia devida, calculada


em R$ R$ 79,25 (setenta e nove reais e vinte e cinco centavos), a ser
efetivado no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, após a intimação do
REQUERENTE, nos termos da legislação vigente, uma vez que se
encontra em dia com suas obrigações, sendo-lhe deferido o depósito
do referido valor, conforme dispositivo legal.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 145

b) a citação da REQUERIDA para levantar o depósito ou para


oferecer resposta, nos termos da legislação vigente, sob pena de ser
acolhido o presente pedido, declarando-se extinta a obrigação,
condenando a Autarquia-Ré nas custas e honorários de 20 % (vinte
por cento) do valor do depósito.
c) ao final, que se julgue procedente a ação e extinta a obrigação,
condenando a REQUERIDA nas custas e honorários advocatícios.
d) seja determinado que as despesas com o depósito corram por
conta do credor, nos termos da legislação vigente previdenciária.
Pretende-se provar o alegado mediante provas documentais,
testemunhal, depoimento pessoal e demais meios de prova em Direito
admitidos.
Requer ainda, a Vossa Excelência, conceder, de plano, os
benefícios da ISENÇÃO DE CUSTAS, nos termos do que dispõe a
legislação vigente, inclusive, nos termos da Lei nº 1.060/50.
Dá-se à presente ação, meramente para fins de alçada, o valor de
R$ ....... (...................).

Termos em que,
Espera deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......
146 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

RESUMO
O Autor, após o óbito de sua genitora de quem possuía poderes para
sacar o Benefício Previdenciário junto ao ente previdenciário e instituições
financeiras, o Requerente sacou o benefício, logo após foi intimado pela
Autarquia-Ré para a devolução dos referidos valores, ficando indignado,
pois dos 30 (trinta) dias, ela sobreviveu 26 (vinte e seis) dias, portanto,
devido é estes dias, pois caso contrário seria ENRIQUECIMENTO ILÍCITO
por parte do INSS.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 147

CONTESTAÇÃO – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – REVISÃO


DE APOSENTADORIA – IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO
– INCOMPETÊNCIA – LEI Nº 6.367/76

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DA ...ª


VARA DA JUSTIÇA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE ..., DO
ESTADO DE ..............

O INSS - INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL,


autarquia federal com sede no Distrito Federal e Delegacia Estadual
nesta capital, na Rua ..............., nº ..., por sua Procuradoria Regional,
vem mui respeitosamente diante de V. Exa. apresentar
CONTESTAÇÃO, pelos fatos e direito que seguem:

DO PEDIDO

Pretende a revisão do benefício para receber a aposentadoria por


invalidez nos valores e com base em acidente do trabalho ocorrido.

DOS FATOS

Em .../.../..... foi registrado o acidente do trabalho ocorrido com


......................, em ............. - SP.

Uma vez que a comunicação foi emitida somente em data de .../


.../....., a DIB do Benefício foi fixada em .../.../..... (16º dia após a emissão
da comunicação), e considerado como salário-de-contribuição o vigente
na data da comunicação do acidente (B/91 - 8/00001).Foi concedida B/
92-0000000002 aposentadoria por invalidez - Acidentária, DIB 06.06.89
148 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

- DER 21.03.90. RMI R$ .....,.. (.................). Procedendo à revisão do


benefício foi determinado que o salário-de-contribuição considerado
seria o do dia do acidente, com DIB em 20.08.84, porém com início do
pagamento em 05.10.88.
Assim, após a aplicação dos reajustamentos cabíveis desde 08.84,
foi recalculada a RMI do B/91 e, após, revisada a RMI do B/92.A A. foi
comunicada da revisão na forma Memo ...

PRELIMINARMENTE
DA INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA DO JUÍZO

Como se vê da inicial, a ação é relativa ao benefício acidentário,


sua concessão e renda mensal inicial, envolvendo matéria regulada
em lei acidentária (6367/76).

“ACIDENTE DO TRABALHO – COMPETÊNCIA – Julgamento


afeto à Justiça comum estadual. Irrelevância de promovida a ação
contra a União, suas Autarquias, empresas públicas ou
sociedades de economia mista – Súmula 501 STF e art. 09, I, da
CF”. (RT 656/201 – C. comp. 654 - RJ - 105 – 26.09.89 – DJU
31.10.1989)”

Assim, nos termos do art. 109, I, da CF, requer-se a incompetência


absoluta desse Juízo.

DA IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO

Na forma do disposto no art. 301, X, e 267, VI, do CPC, os


pretensos direitos da A. configuram-se juridicamente impossíveis, vez
que o que requer é vedado em lei por contrariar dispositivos legais
vigentes na época da concessão de seu benefício é inconstitucional,
em especial, pela inexistência de disposição legal que determine o
que pleiteia a A. (arts. 5º, II, e 37, II, CF).
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 149

Wellengton M. Pimentel, em Comentários ao CPC, ed. 1973, vol.


III, ensina que:

Inexiste possibilidade jurídica dentro do ordenamento jurídico


a que se submetem ao Juízo, for vedado a concessão do tipo de
providência requerida, pelo autor.

Requer-se a extinção do presente.

NO MÉRITO

Improcedem todas as pretensões manifestadas pela A., visto


carecerem de respaldo legal e infringir disposições vigentes.
A autora requer que se proceda a atualização do benefício
previdenciário percebida retroativamente à data em que foi con-cedida
a aposentadoria por invalidez, com base nos valores do dia do acidente.
Na verdade o Instituto já procedeu à revisão requerida, visto
que considerou o salário-de-contribuição como o salário do dia do
acidente, ou seja, R$.....,.., com DIB em 20.08.84, mais início do
pagamento em 05.10.88, em face da comunicação do acidente; portanto,
concedendo na revisão além do pedido.
Assim, foi revisado o benefício e considerando os termos da Lei
nº 6.367/76, art. 5º e demais dispositivos, bem como art. 232 e
seguintes 83.080/79 e demais alterações; portanto, inadmitida qualquer
pretensão.
E mesmo a Prefeitura Municipal de ........... declarou que, de
04.08.84 a 19.09.88, a A. recebeu normalmente.
É incabível a ação, improcedentes os pedidos referentes à
atualização monetária e juros moratórios, bem como a alegação da
equivalência em ... SM, mesmo não fazendo parte do pedido, mesmo
porque o artigo 7º, IV, da CF veda qualquer vinculação e o art. 58 das
ADCT foi regulamentado pelas Leis n. 8.212/91 e 8.213/91, que
dispuseram sobre as formas de reajustamento.
150 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Este Instituto, em sendo Autarquia federal, cumpre os estritos


termos legais e assim concedeu e revisou o benefício de ........................
Finalmente, questionam-se todos os termos legais e
Constitucionais citados.
DIANTE DO EXPOSTO, requer-se a total improcedência da ação,
com a condenação de custas e honorários.

Nestes termos,
Pede deferimento.

(Local e data)

Procurador (a) INSS


OAB/....... nº .........

RESUMO

Pedido de revisão de aposentadoria por invalidez. Contestação com


preliminares. Preliminar de incompetência em razão da matéria. Preliminar
de carência de ação por impossibilidade jurídica do pedido. No mérito, as
prestações foram revisadas desde a data do acidente de trabalho.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 151

CONTRA-RAZÕES DE APELAÇÃO – ACIDENTE DE TRABALHO –


CULPA – ART. 602/CPC – EMPREGADO PROCEDÊNCIA –
INDENIZAÇÃO POR ATO ILÍCITO – AUXÍLIO-ACIDENTE –
MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DO


TRABALHO DA ...ª VARA TRABALHISTA DE ..............................7

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO DE .................. - ...,


através do Parquet infra-assinado, nos autos sob nº .../..., de Ação de
Indenização decorrente de Ato Ilícito, que move em benefício de
...................., já qualificado, vem manifestar-se sobre o Recurso de
Apelação da empresa-ré, a qual não se conformou com a r. decisão de
fls. ... dos autos.

Nestes Termos,

Pede deferimento.

(Local e data)

Procurador Regional do Trabalho ....ª Região

"7 Em comarcas onde não exista a JUSTIÇA FEDERAL, poderão as Ações Previdenciárias
ser propostas à JUSTIÇA ESTADUAL, excetuando as comarcas onde existam as Varas da
JUSTIÇA FEDERAL, de conformidade com o § 3º, do artigo 109 da CF/88."
152 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA ...........


REGIÃO

APELANTE : ......................
APELADO: MINISTÉRIO PÚBLICO, em favor de ....................
AUTOS nº ......./... – ..ª Vara

Egrégio Tribunal,
Colenda Turma,
Doutos Julgadores:

Trata-se de recurso de apelação oposto pela Empresa ............. .

1. DOS ANTECEDENTES PROCESSUAIS:

O acidentado foi contratado pela Requerida, ora Apelante, na


data de ... de ........ de ...., na função de auxiliar de produção. No dia ...
de ........ de ...., por volta das 14 horas, enquanto exercia suas atividades,
ocorreu o acidente, em consequência da negligência e imprudência da
Requerida, ao omitir precauções elementares, despreocupação e
menosprezo pela segurança do empregado, em flagrante inobservância
das normas legais que tutelam a segurança do trabalho.
O trabalhador acidentado estava trabalhando em uma serra
circular, serrando madeiras para a fabricação de sofás, quando teve
sua mão atingida pela lâmina do disco, causando a perda de duas
falanges do dedo indicador e lesão no polegar.
Após o devido trâmite processual, foi exarada a R. sentença, a
qual julgou pela procedência total do pedido, condenando no que
concerne ao dano material a uma indenização que deverá ser calculada
por arbitramento, em face da incapacidade total durante o tratamento
e parcial, após a alta médica, com os devidos juros legais e correção
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 153

monetária, e o pagamento INDENIZATÓRIO a teor do disposto nos


arts. 949 e 951 do Código Civil. No que refere ao dano moral, a
condenação foi pelo pagamento de 20 (vinte) salários mínimos.
Determinou, ainda, a constituição de um capital, nos termos do art.
602 do Código de Processo Civil, para assegurar o integral cumprimento
da obrigação aqui estipulada.
Conforme lhe é de direito, a empresa Requerida ora Apelante
discordou do “decisum” monocrático, alegando em suas razões de
recurso que o acidente teria ocorrido por culpa exclusiva da vítima,
ora apelado, decorrente de sua negligência no desempenho
profissional.
Justificou a apelante que o Meritíssimo Juiz de Direito atribuiu
ao referido relatório (fls. 27) grande poder de convencimento ao
prolatar sua decisão, principalmente no seguinte trecho:

“As serras circulares devem ter coifa de proteção do disco


cutelo divisor.As máquinas e os equipamentos devem ter suas
transmissões de força enclausuradas dentro da estrutura
devidamente isolada por anteparos.”

2. DA CULPA PELO ACIDENTE

É bem verdade que o relatório de investigação do acidente de


trabalho (fls. .../...) possui grande teor probatório. Foi realizado pelo
Engenheiro .........., funcionário da Delegacia Regional do Trabalho,
órgão do Ministério do Trabalho, responsável pela fiscalização e
inspeção do trabalho. Sendo assim, merece grande apreciação, posto
que o engenheiro é considerado autoridade pública competente e age
com imparcialidade. Veja o disposto no Decreto nº 4.552, de 27 de
dezembro de 2002:

“Art. 1º. O Sistema Federal de Inspeção do Trabalho, a cargo


do Ministério do Trabalho e Emprego, tem por finalidade
assegurar, em todo o território nacional, a aplicação das
154 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

disposições legais, incluindo as convenções internacionais


ratificadas, os atos e decisões das autoridades competentes e
as convenções, acordos e contratos coletivos de trabalho, no
que concerne à proteção dos trabalhadores no exercício da
atividade laboral.

Art. 2º. Compõem o Sistema Federal de Inspeção do Trabalho:


I - autoridades de direção nacional, regional ou local: aquelas
indicadas em leis, regulamentos e demais atos atinentes à
estrutura administrativa do Ministério do Trabalho e Emprego;
II - Auditores-Fiscais do Trabalho; (NR) (Redação dada ao inciso
pelo Decreto nº 4.870, de 30.10.2003, DOU 31.10.2003 - Ed.
Extra)
III - Agentes de Higiene e Segurança do Trabalho, em funções
auxiliares de inspeção do trabalho.
(...)
Art. 9º. A inspeção do trabalho será promovida em todas as
empresas, estabelecimentos e locais de trabalho, públicos ou
privados, estendendo-se aos profissionais liberais e instituições
sem fins lucrativos, bem como às embarcações estrangeiras em
águas territoriais brasileiras.”

Assim, bem considerou tal Relatório o MM. Juiz de Direito, já


que o mesmo não diverge da verdade dos fatos relatados pelo conjunto
probatório.
Esse documento foi de total aceitação pela parte ora apelante
durante todo o curso do processo, já que ela em nenhum momento se
insurgiu contra o mesmo. Pergunta-se: – Por que, somente agora, vem
a apelante questionar tal prova?
A citação apresentada do relatório foi apreciada e só reitera a
culpa da empresa, posto que informa que a máquina estava sem
proteção. Infringiu, pois, as NRs:
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 155

“NR 12 - MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS


12.3 Normas de proteção de máquinas e equipamentos.
12.3.1 As máquinas e os equipamentos devem ter suas
transmissões enclausuradas dentro da estrutura devidamente
isoladas por anteparos.
12.3.3. As máquinas e os equipamentos que ofereçam risco de
ruptura de suas partes, projeção de peças ou partes destas, devem
ter os seus movimentos, alterados ou rotativos, protegidos.
NR 18.3.6 As serras circulares devem ser providas de coifa para
proteção do disco e cutelo divisor.”

Veja que as testemunhas do apelante confirmam tal fato. O Sr.


................... (fls. ...), encarregado do apelado, declarou:

“que não foi treinado para o trabalho pois sabia fazê-lo”


“que o autor não tinha proteção nenhuma porque não existe
proteção na serra”
“que pedia para o autor tomar cuidado pois era o maior perigo
do mundo”

Não há, pois, que se falar em negligência do trabalhador.


Deveria a apelante velar pela integridade física de seu funcionário
e não o fez, desrespeitando as normas que tutelam a segurança do
trabalhador, e não utilizando da prevenção para preservar seus
funcionários.
Foi pois a conduta negligente da ora Apelante, consistente em
não oferecer condições seguras de trabalho a este cidadão, que permitiu
que o mesmo tivesse sua capacidade laborativa reduzida, ficando com
um aleijão e afeamento, caracterizando danos materiais e morais.
Por que conduta negligente e imprudente? Porque não forneceu
equipamentos de proteção, nem treinou seus funcionários para exercer
156 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

seu labor com segurança e permitiu o trabalho em máquinas perigosas.


Ademais, basta verificar que a apelante não tem demonstrado muito
interesse para com a integridade física de seus funcionários, conforme
o depoimento do representante legal da empresa, Sr. ............... (fls.
...): não havia necessidade de proteção nas mãos do trabalhador, nem
treinamento. Disse, ainda, que nunca ouviu falar que a serra circular
precisasse de proteção.
Nas suas razões, alega a empresa que o acidente ocorreria da
mesma maneira se houvesse proteção na serra circular, porém o
acidente ocorreu por não existir a devida aparelhagem para retirar as
lascas de madeira que sobravam.
Finalmente, consta no relatório (fls. ...) que a empresa foi
notificada pelo TN nº 07538, pelas irregularidades encontradas na
mesma. Diante de todos esses fatos, conclui-se que todo o contido nas
razões de apelação só tem cunho protelatório, pois provada está a culpa
da empresa no infortúnio ocorrido com o Sr. ................ .
Esse entendimento vai contra as Normas Regulamentares do
Trabalho acima citadas, pois que a existência de coifa de proteção e
cutelo divisor é fundamental para a segurança dos trabalhadores.
A coifa é o equipamento de proteção destinado a proteger o disco
da serra, evitando o contato direto do operador com a parte cortante
da máquina, e cutelo é o instrumento destinado a separar a madeira,
evitando que o operador faça esforço em direção à serra.
Não há que se falar em negligência do substituído
processualmente. Há que se falar em culpa da requerida, que atuou
com menosprezo àquele que com o seu labor diário lhe auxiliou na
busca do lucro.
As testemunhas também declararam que não havia qualquer
preocupação com a proteção dos trabalhadores, já que nem sequer eram
fornecidos equipamentos de proteção, nem treinamento.
............................, que era o encarregado do empregado
acidentado, declarou que todos sabiam do perigo que a serra circular
representava na empresa e nem por isso algo foi feito para diminuir
os riscos de acidente, caracterizando a despreocupação e
irresponsabilidade da empresa.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 157

3. INCAPACIDADE LABORATIVA

Alega, a Apelante, que o acidentado recebeu um auxílio-acidente


da Previdência Social durante o período de inatividade e que a r.
decisão era equivocada, por condená-la à indenização durante o
período em que o apelado esteve em tratamento, alegando
enriquecimento sem causa.
Insurge-se, quanto ao pagamento da despesa de tratamento, já
que a vítima recebe benefício auxílio-acidente, desde que não esteja
impedido do exercício profissional.
Em que pese a argumentação da apelante, é de se lembrar que o
benefício recebido através da Previdência Social não supre a
responsabilidade da indenização por parte da requerida, ora apelante,
por tratar-se de verbas de natureza totalmente distintas. O dever de
indenizar da empresa é decorrente do disposto nos artigos 929 e 932,
inciso III, do Código Civil, surgindo como sanção decorrente do ato
ilícito. É de caráter subjetivo, pois depende da demonstração de culpa.
Já o pecúlio recebido pelo benefício através do INSS está devidamente
amparado pela Lei nº 8.213, de 24.07.91.
É cristalino, pois, que podem ser cumulados o auxílio
previdenciário e a indenização decorrente de ato ilícito.
De fato, o auxílio por acidente do trabalho não exclui,
absolutamente, a reparação por ato ilícito, como está expresso na
Súmula 229 do Egrégio Supremo Tribunal Federal, assim entendendo:

“A indenização acidentária não exclui a do direito comum,


em caso de dolo ou culpa grave do empregado.”

A atual Constituição Federal também cuidou do assunto ao


estabelecer de forma bem clara, no art. 7º, inciso XXVIII: é direito dos
trabalhadores o “seguro contra acidentes” de trabalho, a cargo do
empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando
incorrer em dolo ou culpa”. Assim, doutrina e jurisprudência são
pacíficas em aceitar que a referida Súmula deve ser interpretada no
158 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

contexto informado pela Constituição Federal, ou seja, a indenização


é devida sem que se gradue a culpa.
Indenização por ato ilícito. Possibilidade de cumulação da pensão
previdenciária com a indenização pelo direito comum. Após o advento
da Carta Magna de 1988, já não resta a menor dúvida que a pensão
previdenciária e a indenização devida por atos ilícitos são acumuláveis.
Em resumo, provado está que o trabalhador sofreu perda da
capacidade laborativa, vejam-se os laudos periciais do INSS, às fls. .../
..., e do Dr. ..., perito do juízo , às fls. .../..., e que o fato de receber
auxílio do INSS não supre o direto à indenização civil.
Diante disso, incide pois a regra dos arts. 949 e 951 do Código
Civil, que preveem o pagamento indenizatório quando do ferimento
resultar aleijão ou deformidade, posto que, além da perda da capacidade
laborativa, o Sr. ................ ficou com deformidade permanente.

4. DA CONSTITUIÇÃO DE CAPITAL EM RENDA

A empresa apelante se manifestou contrária à regra estabelecida


no art. 602 do CPC, ou seja, a constituição de capital em renda, para
assegurar o pagamento da indenização.
A apelante, como empresa privada, deve constituir capital para
garantir o pagamento das verbas indenizatórias; o repertório
jurisprudencial é cristalino quanto a isso:

“PROCESSO CIVIL – EXECUÇÃO – CONSTITUIÇÃO DE


CAPITAL – ART. 602, CPC – AUSÊNCIA DE CONDENAÇÃO
NO PROCESSO DE CONHECIMENTO – TRÂNSITO EM
JULGADO – INCLUSÃO NA EXECUÇÃO – IMPOSSIBILIDADE
– RECURSO PROVIDO. A condenação prevista no art. 602, caput,
CPC, deve constar da sentença proferida no processo de
conhecimento, não podendo ser postulada na fase de liquidação
ou no processo de execução do julgado.” (STJ – REsp 268666 –
RJ – 4ª T. – Rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira – DJU
20.11.2000 – p. 303)
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 159

5. PEDIDO

DIANTE DO EXPOSTO, contra-arrazoadas as argumentações de


apelação e demonstrado que o ilustre magistrado de 1ª instância
praticou a mais pura Justiça, o apelado requer a manutenção da r.
sentença de fls. .../...

Nestes termos,
Pede deferimento.

(Local e data)

Procurador Regional do Trabalho ....ª Região

RESUMO
O MP apresenta suas contra-razões de apelação e alega: o relatório
de investigação possui grande valor probatório, por não divergir da verdade
dos fatos, pois demonstra que a culpa é da empresa, porque a máquina
estava sem proteção, fato confirmado pelas testemunhas. Não há que se
falar em negligência do trabalhador, mas sim da apelante. Que é perfeita-
mente possível que se acumulem o auxílio-acidente e a indenização decor-
rentes de ato ilícito. A apelante deve observar o que dispõe o artigo 602 do
CPC e constituir capital para o cumprimento das obrigações vincendas.
Pede pela manutenção da sentença.
160 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 161

CONTRA-RAZÃO DE APELAÇÃO – CONTRARIEDADE DO INSS –


FAVORÁVEL DECISÃO JUDICIAL DE 1ª INSTÂNCIA

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE


DIREITO DA ...ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ........................7

......................., já qualificada nos autos da AÇÃO DE PENSÃO


POR MORTE, ajuizada contra o INSS - Instituto Nacional do Seguro
Social, processo nº .../..., por seu advogado e procurador infra-assinado,
vem perante V. Exa., no prazo legal, oferecer CONTRA-RAZÕES ao
Recurso de Apelação interposto às fls. 98/106 dos autos, dirigida ao
Egrégio Tribunal Regional Federal - 3ª Região, na certeza de que os
doutos julgadores, melhor examinando a matéria, hajam por bem acatar
as razões anexas, mandando que se processe regularmente o feito, em
atendimento aos princípios constitucionais, à doutrina e ao direito,
praticando a verdadeira JUSTIÇA.

Pede j. e deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......
162 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

CONTRA-RAZÕES DE APELAÇÃO

Requerente: ...
Requerida: INSS - Instituto Nacional do Seguro Social
Processo nº 12.098/01 – Comarca de ............../...

Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara,
Doutos Julgadores:

Em que pese o alto saber jurídico já demonstrado em inú-meras


decisões, o douto juiz “a quo”, reconhecido como daqueles brilhantes
juízes destes rincões do Interior Paulista, ousamos concordar com a
fundamentação ora hostilizada em Sentença, em especial porque
atendeu aos ditames da Lei, da melhor doutrina e das jurisprudências
já regidas pelos nossos Tribunais.
Agora, ousamos discordar da falta de fundamentação por parte
da Requerida, pois não atendeu ao que proclama a legislação em vigor,
notando-se, assim, com clareza meridiana que o recurso manejado é
meramente protelatório.
Não há qualquer amparo jurídico nas razões do recurso que possa
modificar a r. sentença.
Ao contrário do entendimento da Requerida, não há nada que
prove ter a mesma estar a desafiar a disposição constitucional, bem
como por inexistir pedido que habilite o julgador a proferir uma
sentença de mérito, como insinua em seu recurso.
Frágil, “data venia”, são as alegações recursais, razão por que não
merece maiores delongas.
ANTE O EXPOSTO, chamado à colação o alto saber jurídico dos
Doutos Julgadores, espera a Requerente ver improvido o presente
recurso, a fim de que seja mantida a decisão da 1ª Instância,
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 163

determinando o regular processamento do feito, pelo qual, sem


qualquer sombra de dúvida, será a sentença mantida, condenando-se
ainda o Apelante a uma multa de 20% (vinte por cento) por procrastinar
o bom andamento do feito, revertida esta em favor da Requerente, a
fim de que haja a verdadeira JUSTIÇA.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......

RESUMO
O requerente propõe contra-razões de apelação em virtude de as
razões de apelação do INSS – Instituto Nacional do Seguro Social estar
em desconformidade com a Legislação Previdenciária ora questionada,
inclusive contrariando a decisão judicial.
Em comarcas onde não existe a JUSTIÇA FEDERAL, poderão as
Ações Previdenciárias ser propostas à JUSTIÇA ESTADUAL, excetuando
as comarcas onde existem Varas da JUSTIÇA FEDERAL, de conformida-
de com o § 3º, do artigo 109 da CF/88.
164 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 165

CONTRA-RAZÕES – RECURSO ORDINÁRIO – FGTS – DESCONTO


PREVIDENCIÁRIO – MULTA – IMPOSTO DE RENDA –
PAGAMENTO – PEDIDO CONDENATÓRIO – RESPONSABILIDADE
DO EMPREGADOR

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DA ...ª


VARA DO TRABALHO DE ..............................

Processo nº .................
Origem: ................. Vara do Trabalho de .......................

......................., neste ato representado por seu advogado e bastante


procurador infra-assinado, nos autos da reclamação trabalhista em que
contende com ............... e outra, vem perante Vossa Excelência, com o
fito de apresentar CONTRA-RAZÕES ao recurso ordinário interposto,
requerendo sejam recebidas e encaminhadas à superior instância, após
os trâmites legais.

Nestes Termos,
P. Deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......
166 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A)-


PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA ..........
REGIÃO.

Pelo recorrido: ........................

RAZÕES DO RECORRIDO

1. O recurso interposto pela reclamada não merece ser provido,


consoante tentará demonstrar o reclamante em suas razões. Pretende
a reclamada descontar do reclamante verba relativa a Imposto de Renda
e INSS.
2. Esses descontos são indevidos. A jurisprudência mansa e
pacífica de nossos pretórios regionais vêm decidindo de maneira
diametralmente oposta ao perseguido pela reclamada, conforme pede
vênia o Reclamante para demonstrar:

“IMPOSTO DE RENDA EM CONDENAÇÕES PERANTE A


JUSTIÇA DO TRABALHO. Verbas salariais e parcelas
indenizatórias, como tais consideradas, são intangíveis a teor
do art. 462 da CLT. O art. 46 da Lei nº 8.541/92, sobre a matéria,
está submisso ao art. 153, § 2º, da CF, e à vista deste deve ser
interpretado. O não pagamento das parcelas salariais,
mensalmente, nas épocas próprias, retira do trabalhador a
oportunidade de se valer de alíquotas inferiores, da tabela
progressiva e também de eventual isenção. Ônus que se transfere
ao empregador inadimplente. Não é da competência da Justiça
do Trabalho determinar tal desconto.” (TRT/SP nº 0293038901,
Agravo de Petição, Secção Especializada, Relator Walter Vettore,
proferido aos 20.09.94)
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 167

“AÇÃO TRABALHISTA – IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA


FONTE – DEDUÇÃO SOBRE O VALOR TOTAL DO CRÉDITO
– O imposto sobre a renda incidente sobre os rendimentos pagos
em cumprimento de decisão judicial será retido na fonte pela
pessoa física ou jurídica obrigada ao pagamento, no momento
em que, por qualquer forma, o rendimento se torne disponível
para o beneficiário (art. 46 da Lei nº 8.541, de 23.12.1992).
CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA – APURAÇÃO MÊS A
MÊS – “A contribuição do empregado, no caso de ações
trabalhistas, será calculada, mês a mês, aplicando as alíquotas
previstas no art. 198, observado o limite máximo do salário-de-
contribuição (§ 4º do art. 276 do Regulamento de Custeio da
Previdência Social).” (TRT 14ª R. – AP 098/2003 –
(02823.1989.002.14.00-8) – Rel. Juiz Carlos Augusto Gomes Lôbo
– DOJT 30.07.2003)

3. À vista, pois, da jurisprudência trazida à colação, espelhando


a específica divergência de decisões sobre a questão dos descontos
previdenciários e fiscais, resta corroborar a tese do Reclamante no
sentido de que não poderá ser responsabilizado por tais encargos.

4. E, mais, que não é dessa Justiça Especializada a competência


para determinar tais descontos (artigo 153, § 2º, da Constituição
Federal), devendo ser revista a decisão.

5. Igualmente, não há que falar em modificação do julgado quanto


à multa do FGTS. O contrato de trabalho do reclamante foi único
motivo pelo qual a multa de ..% deve incidir sobre todos os valores
vertidos ao FGTS, e não somente ao que foi creditado pela reclamada.

6. Desnecessário prolongar as contra-razões. As decisões


apresentadas dão conta de que a decisão deve ser reformada e a
reclamada responsabilizada por tais pagamentos, por ser de

JUSTIÇA.
168 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

(Local e data)
Advogado
OAB/... n. .......

RESUMO
O reclamante apresenta contra-razões ao recurso ordinário e mani-
festa que o desconto previdenciário e o relativo ao imposto de renda são de
responsabilidade do empregador, que a Justiça do Trabalho não é compe-
tente para determinar tais descontos. Ainda, que a indenização de 40%
incidente sobre o FGTS não deve ser modificada.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 169

DECLARATÓRIA – ILEGALIDADE – BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO


- ART. 201/CF

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL


DA ...ª VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO ...............

......................., (qualificação), portador da Cédula de Identidade/


RG nº ..............., inscrito no CPF/MF sob nº ................., residente e
domiciliado na Rua .................., nº ..., nesta cidade, por seu procurador
abaixo firmado (instrumento de mandato anexo), vem propor AÇÃO
ORDINÁRIA contra o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL
- INSS, autarquia federal, com Superinten-dência na cidade de ..............,
Estado de ..., objetivando corrigir distorções no valor dos seus
benefícios previdenciários de natureza pecuniária, pelos fatos e
fundamentos que adiante articula:

1. DO BENEFÍCIO DO AUTOR

O Autor, conforme demonstram os documentos em anexo, é


beneficiário da Previdência Social, recebendo aposentadoria com as
seguintes características:

Número do Benefício: .........


Espécie: Aposentadoria por Tempo de Serviço
Data do Início: .../.../....
Mensalidade Inicial: R$ .....
170 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

2. DAS ILEGALIDADES COMETIDAS PELA AUTARQUIA

A Autarquia-Ré, em abandono a expressos critérios definidos


em Lei, valendo-se de sistemáticas criadas por sua administração, vem
reduzindo os proventos de aposentadoria percebidos pelo Autor.
A lesão ao direito do Autor ocorreu nas situações que são
apontadas abaixo:

A) ILEGALIDADE DOS ÍNDICES DE ATUALIZAÇÃO


APLICADOS AOS SALÁRIOS-DE-CONTRIBUIÇÃO, ANTERIORES
AOS DOZE ÚLTIMOS MESES, UTILIZADOS NO CÁLCULO DA
RENDA MENSAL INICIAL DOS BENEFÍCIOS DO AUTOR:

Na concessão do benefício previdenciário, a Autarquia-Ré,


quando da prévia correção dos salários-de-contribuição que serviram
de base para determinar o valor inicial da aposentadoria do Autor,
utilizou-se de índices aleatórios de atualização monetária, que, além
de não recomporem o poder aquisitivo da moeda, são menores que os
índices da variação das ORTN/OTN.
Os índices utilizados pela Autarquia, por não recomporem
integralmente os valores dos salários-de-contribuição anteriores aos
12 (doze) últimos meses, provocaram uma significativa redução na
renda mensal da aposentadoria que percebe o Autor.
A ilegalidade será amplamente demonstrada no item “03”,
subitens “03.1” a “03.4”, infra.

B) ABONO ANUAL (GRATIFICAÇÃO NATALINA) PAGO A


MENOR NOS EXERCÍCIOS DE 1988 E 1989:

A Autarquia-Ré, quando do pagamento do abono anual do Autor,


referente aos exercícios de .... e ...., concedeu-o em valor correspondente
a 1/12 (um doze avos) do total recebido no ano civil pelo aposentado.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 171

Com isso, restou contrariado dispositivo constitucional em vigor, que


determina seja o benefício pago em valor igual ao do provento do mês
de dezembro.
O prejuízo apontado será esmiuçado no item “04”, subitens “04.1”
a “04.4”.
Mesmo com a revisão do benefício estabelecida pelo Artigo 58
do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, que restabeleceu
o mesmo número de salários mínimos da data da sua concessão, os
prejuízos persistem. Como a renda mensal inicial do Autor restou
reduzida à época da concessão da aposentadoria, o benefício continua
sendo pago em valor inferior ao realmente devido, projetando e fazendo
crescer o prejuízo a cada parcela devida.

C) ILEGALIDADE DOS ÍNDICES DE ATUALIZAÇÃO


APLICADOS AOS SALÁRIOS-DECONTRIBUIÇÃO ANTERIOR AOS
DOZE ÚLTIMOS MESES, UTILIZADOS NO CÁLCULO DA RENDA
MENSAL INICIAL DO BENEFÍCIO DO AUTOR:

O cálculo da renda mensal inicial da Aposentadoria por Tempo


de Serviço ou por Velhice, concedidas até a promulgação da
Constituição Federal de 1988, obedece aos seguintes critérios:

a) Inicialmente é calculado o SALÁRIO-DE-BENEFÍCIO, que,


segundo formulação legal, é o resultado da média dos últimos
36 (trinta e seis) salários-de-contribuição do segurado, sendo
que as prestações mensais anteriores aos doze últimos meses
devem sofrer prévia correção monetária, com o objetivo de
recompor seu poder aquisitivo original.

b) Em seguida, é calculada a RENDA MENSAL INICIAL, que é o


resultado da aplicação de um PERCENTUAL sobre o valor do
salário-de-benefício.

Tal percentual varia de 70% a 95%, de acordo com o tipo de


aposentadoria, sexo e tempo de contribuição do segurado.
172 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

3. DAS DISPOSIÇÕES LEGAIS

A atualização dos salários-de-contribuição, para fins de apuração


do salário-de-benefício, recebeu a primeira disciplina legal através do
§ 1º, do art. 1º do Decreto-Lei nº 710, de 28.07.69.
Posteriormente, a matéria foi regulada pelo art. 3º da Lei nº 5.890,
de 08.06.1973, cujo texto, alterado pelo art. 4º da Lei nº 6.210, de
04.06.1975, e pelo art. 2º da Lei nº 6.887, de 10.12.1980, vigente até o
advento da Constituição de 1988, é o seguinte:

“Art. 3º. O valor mensal dos benefícios de prestação continuada,


inclusive os regidos por normas especiais, será calculado
tomando-se por base o salário-de-benefício, assim entendido:
I - para o auxílio-doença, a aposentadoria por invalidez, a pensão
e o auxílio-reclusão, 1/12 (um doze avos) da soma dos salários-
de-contribuição imediatamente anteriores ao mês do afastamento
da atividade, até o máximo de 12 (doze), apurados em período
não superior a 18 (dezoito) meses;
II - para as demais espécies de aposentadoria, 1/36 (um trinta e
seis avos) da soma dos salários-de-contribuição imediatamente
anteriores ao mês de afastamento da atividade, até o máximo de
36 (trinta e seis), apurados em período não superior a 48
(quarenta e oito) meses; (Redação dada pela Lei nº 6.210, de 1975)
III - para o abono de permanência em serviço, 1/36 (um trinta e
seis avos) da soma dos salários-de-contribuição imediatamente
anteriores ao mês da entrada do requerimento, até o máximo de
36 (trinta e seis), apurados no período não superior a 48 (quarenta
e oito) meses. (Redação dada pela Lei nº 6.210, de 1975)
§ 1º Nos casos dos itens Il e III deste artigo, os salários-de-
contribuição anteriores aos 12 (doze) últimos meses serão
previamente corrigidos de acordo com coeficientes de
reajustamento, a serem periodicamente estabelecidos pela
Coordenação dos Serviços Atuariais do Ministério do Trabalho
e Previdência Social. (...)”
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 173

Conforme demonstram os dispositivos legais supra, foi atribuído


ao MPAS a competência para estabelecer os índices de atualização dos
salários-de-contribuição anteriores aos doze últimos meses.
Entretanto, na fixação dos coeficientes deverá o Poder Executivo
observar critérios plausíveis, previstos em Lei, de modo expresso,
implícito ou analógico, para atingir o fim a que ela se destina, ou seja,
recompor efetivamente os valores dos salários-de-contribuição,
corroídos e distorcidos pelos efeitos inflacionários.
Os critérios previstos em Lei, de modo expresso, estão definidos
na Lei nº 6.423, de 17.06.1977, que em seu artigo 1º reza:

“Art. 1º. A correção monetária, em virtude de disposição legal ou


estipulação de negócio jurídico, da expressão monetária de
obrigação pecuniária somente poderá ter por base a variação
nominal da Obrigação Reajustável do Tesouro Nacional - ORTN.
§ 1º O disposto neste artigo não se aplica:
a) Aos reajustamentos salariais de que trata a Lei nº 6.147, de 29
de novembro de 1974;
b) Ao reajustamento dos benefícios da Previdência Social, a que
se refere o parágrafo 1º do artigo 1º da Lei nº 6.205 de 29 de abril
de 1975, e
c) As correções contratualmente pré-fixadas nas operações de
instituições financeiras.
§ 2º Respeitadas as exceções indicadas no parágrafo anterior,
quaisquer outros índices ou critérios de correção monetária
previstos nas leis em vigor ficam substituídos pela variação da
ORTN.
§ 3º Considerar-se-á de nenhum efeito a estipulação, na vigência
desta lei, de correção monetária com base em índice diverso da
variação nominal da ORTN.”

No cálculo do SALÁRIO-DE-BENEFÍCIO e da RENDA MENSAL


INICIAL da aposentadoria, como manda a Lei, devem ser previamente
174 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

corrigidos os SALÁRIOS-DE-CONTRIBUIÇÃO anteriores aos 12


últimos meses, os quais não estão compreendidos nas exceções
previstas na referida Lei nº 6.423/77.
Desse modo, a correção dos salários-de-contribuição deve ser
efetuada, durante a vigência da Lei nº 6.423/77, tão somente pela
variação das ORTN/OTN.
O texto do parágrafo 2º do artigo 1º da Lei nº 6.423/77 não deixa
qualquer dúvida sobre a matéria.

3.1 DO PROCEDIMENTO CORRETO DE ACORDO COM A LEI

Como afirma Roberto Barcellos de Magalhães (Vademecum das


Sociedades Anônimas , p. 174), “CORREÇÃO MONETÁRIA,
atualmente denominada ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA é o
instrumento de atualização do valor de direitos e obrigações, com base
na flutuação do valor da moeda ou do grau de perda do seu poder
aquisitivo”.
Dessa forma, na correção dos salários-de-contribuição anteriores
aos doze últimos meses, para determinação do salário-de-benefício, a
Autarquia-Ré deveria sempre ter em vista a plena recomposição do
poder aquisitivo do valor dos salários-de-contribuição.
A conjugação do objetivo de qualquer atualização monetária
(recomposição do poder aquisitivo) com a obediência a critérios
previstos em Lei (de modo expresso, implícito ou analógico) conduz
o MPS, quando da fixação dos índices de atualização dos salários-de-
contribuição, na vigência da Lei nº 6.423/77, a valer-se tão somente
dos índices de variação das ORTN/OTN.

3.2 DO PROCEDIMENTO DA AUTARQUIA-RÉ

Quando da fixação dos primeiros índices de correção dos


salários-de-contribuição, no ano de 1969, notava-se a preocupação do
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 175

MTPS em obedecer à finalidade específica da Lei. Como, na ocasião,


não havia Lei que, de modo expresso, fixasse qual o índice a ser
utilizado, o MTPS, através dos meios implícitos e analógicos, serviu-
se dos índices previstos para a correção dos salários.
Tanto assim que a Portaria MTPS nº 13, de 29.08.69 (cópia na
íntegra em anexo), que fixou os primeiros índices de reajuste, fez-se
acompanhar de uma JUSTIFICAÇÃO, onde era salientada a adoção de
“CRITÉRIO JUSTO DE REAJUSTAMENTO CONSERVANDO O
VALOR REAL DOS SALÁRIOS CONSIDERADOS”.
Todavia, com o passar do tempo e ante os déficits da Previdência
Social, os índices passaram a ser manipulados, ficando bem aquém
daqueles previstos para a correção dos salários.
Finalmente, a partir de 17.06.77, edição da Lei nº 6.423, restou
determinado que “a correção monetária, em virtude de disposição legal,
somente poderá ter por base a variação nominal da Obrigação
Reajustável do Tesouro Nacional - ORTN”.
O MPAS, entretanto, mesmo na vigência da Lei nº 6.423/77 (desde
18.06.77 até 16.01.89, quando foi extinta a OTN, sucessora da ORTN),
ao invés de fixar os índices de atualização com base na variação da
ORTN/OTN, afrontou a norma legal e baixou seus próprios índices de
atualização, bem inferiores aos oficiais.
Portanto, os índices adotados pela Autarquia-Ré distorcem a
finalidade prevista no artigo 3º, § 1º, da Lei nº 5.890/73, que é a de
recompor os valores de uma parte dos salários-de-contribuição.

3.3 DAS MANIFESTAÇÕES DO PODER JUDICIÁRIO

Atualmente são pacíficas as decisões dos Tribunais no sentido


de que, para cálculo das aposentadorias, a atualização monetária dos
salários-de-contribuição anteriores aos doze últimos meses deve ser
efetuada pela variação da ORTN/OTN.
Nesse sentido, do extinto Egrégio Tribunal Federal de Recursos,
temos:
176 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

“PREVIDENCIÁRIO. REAJUSTES DE BENEFÍCIOS.


CORREÇÃO MONETÁRIA SOBRE OS SALÁRIOS-DE-
CONTRI-BUIÇÃO. 01 - Somente excluídos da abrangência da
Lei nº 6.423/77 os benefícios mínimos da Previdência Social, os
salários-de-contribuição que precedem os doze últimos deverão
ser corrigidos pela variação das ORTN/OTN.02 - Os
reajustamentos da renda inicial dos benefícios previdenciários,
a partir do primeiro, devem ser efetuados quando alterado o
salário mínimo, segundo a base nova para a aplicação dos índices
das respectivas faixas salariais, em sua integralidade, sem
importar as datas em que concedidos. (AC nº 149.638-RS - Rel.:
Min. Dias Trindade - Apte.: INPS e Bolivar Madruga Duarte –
Apdos.: os mesmos – julgado em 28.05.1988 – publicado in DJU
de 23.06.1988)”

No Tribunal Regional Federal da 4ª Região, a questão ensejou a


edição da Súmula nº 02, publicada no DJU, Seção II, edição de 02.01.92,
p. 01:

“Para o cálculo da aposentadoria por idade ou por tempo de


serviço, no regime precedente à Lei nº 8.213 de 24 de julho de
1991, corrigem-se os salários-de-contribuição, anteriores aos
doze últimos meses, pela variação nominal da ORTN/OTN.”

4. DO ABONO ANUAL (GRATIFICAÇÃO NATALINA) PAGO A


MENOR NOS EXERCÍCIOS DE .... E ....

4.1 DAS DISPOSIÇÕES LEGAIS

O Abono Anual foi instituído para os aposentados e pensionistas


da Previdência Social pela extinta Lei nº 4.281 de 08.11.1963. Tal
dispositivo, transcrito no extinto Decreto nº 89.312, de 23.01.1984
(Consolidação das Leis da Previdência Social), dizia:

“Art. 54. O abono anual é:


MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 177

I - devido ao aposentado e ao pensionista, correspondente a 1/12


(um doze avos) do valor total recebido no ano civil;
II - extensivo ao segurado que durante o ano recebeu auxílio-
doença por mais de 06 (seis) meses e aos dependentes que por
igual período receberam auxílio-reclusão;
III - pago até o dia 15 de janeiro do exercício seguinte ao vencido.”

Verifica-se que o ABONO ANUAL foi recepcionado pela Lei nº


8213/91 em seu artigo 40 e regulamentado pelo Decreto nº 3048/99,
em que diz:

”Art. 40. É devido abono anual ao segurado e ao dependente da


Previdência Social que, durante o ano, recebeu auxílio-doença,
auxílio-acidente ou aposentadoria, pensão por morte ou auxílio-
reclusão.
Parágrafo único. O abono anual será calculado, no que couber,
da mesma forma que a Gratificação de Natal dos trabalhadores,
tendo por base o valor da renda mensal do benefício do mês de
dezembro de cada ano.”

Quando da instituição do Abono Anual para os beneficiários da


Previdência Social, os índices inflacionários eram diminutos, situação
esta que garantia ao beneficiário receber tal verba em valor bem próximo
à importância da prestação do mês de dezembro de cada ano.
Essa situação foi gradativamente alterada, em face do
agravamento da inflação, que no ano de 1989 atingiu a marca de 1.765%.
O legislador, sensível a tal situação, incompatível com a atual
realidade, fez inserir no próprio texto constitucional dispositivo
garantindo a reparação de tal injustiça.
Assim, com o advento da nova Constituição Federal (art. 7º, VIII,
e art. 201, § 6º), foi garantido aos aposentados e pensionistas da
Previdência Social o décimo terceiro salário (Abono Anual), calculado
178 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

com base no valor do provento de dezembro de cada ano, ou seja,


utilizando-se os mesmos critérios dos trabalhadores ativos:

Art. 7º. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de


outros que visem à melhoria de sua condição social:
(...)
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral
ou no valor da aposentadoria.
(...)
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de
regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória,
observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e
atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
(...)
§ 6º A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas
terá por base o valor dos proventos do mês de dezembro de
cada ano. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20,
de 1998)

Os dispositivos constitucionais acima transcritos passaram a


ser auto-aplicáveis com a promulgação da vigente Constituição Federal,
pois, de acordo com o artigo 5º, § 1º, do texto constitucional, “as normas
definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação
imediata”.

4.2 DO PROCEDIMENTO CORRETO DE ACORDO COM A LEI

O procedimento correto para o pagamento do Abono Anual é


aquele estabelecido nos artigos 7º, VIII, e 201, § 6º, ambos da
Constituição Federal em vigor.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 179

Tais dispositivos revelam com clareza que o valor do Abono


Anual (gratificação natalina) dos aposentados e pensionistas da
Previdência Social deve ser igual ao provento do mês de dezembro de
cada ano.
Portanto, a Autarquia-Ré, por ocasião do pagamento do Abono
Anual dos Autores, referente aos exercícios de 1988 e 1989, deveria
obedecer aos preceitos estabelecidos pela Constituição Federal.

4.3 DO PROCEDIMENTO DA AUTARQUIA

A Autarquia-Ré, porém, em flagrante desrespeito à Lei Maior, ao


conceder o Abono Anual a que faz jus os Autores, relativos aos
exercícios de 1988 e 1989, manteve a sistemática vigente antes da data
da promulgação da Constituição Federal.
Segundo a ilegal sistemática adotada pela Autarquia-Ré, o Abono
Anual continuou a corresponder a 1/12 (um doze avos) do valor total
recebido pelo aposentado no ano civil.

4.4 DAS MANIFESTAÇÕES DO PODER JUDICIÁRIO

A presente questão ensejou recente manifestação do SUPREMO


TRIBUNAL FEDERAL, espancando definitivamente qualquer dúvida
que ainda pudesse existir a respeito da matéria:

· “BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO – PISO – FONTE DE


CUSTEIO. As regras contidas nos §§ 5º e 6º do artigo 201
da Constituição Federal têm aplicabilidade imediata. O
disposto no § 5º do artigo 195 não as condiciona, já que
dirigido ao legislador ordinário, no que vincula a criação,
majoração ou extensão de benefício ou serviço da
seguridade social à correspondente fonte de custeio total”.
(STF - Agravo Regimental no Agravo de Instrumento nº
148.016-0 – Santa Catarina – Rel. Min. Marco Aurélio –
Agte.: INSS – Agda.: Matilde Schmoeller Viggers –
publicado in DJU, Seção I, edição de 26.03.1993, p. 5007)
180 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Ante o posicionamento tomado pelo STF, os Tribunais Regionais


Federais vêm pacificando o entendimento a respeito da matéria,
consoante demonstram as decisões abaixo transcritas:

“PREVIDENCIÁRIO E CONSTITUCIONAL. REAJUSTE DE


BENEFÍCIOS. SALÁRIO MÍNIMO INTEGRAL. GRATIFICAÇÃO
NATALINA.1. Os §§ 5º e 6º do artigo 201 da Constituição Federal
de 1988, que estabelecem o pagamento do benefício em valor
nunca inferior a um salário mínimo, e o pagamento da
gratificação natalina com base no valor integral dos proventos
devidos no mês de dezembro são auto-aplicáveis, segundo
decisão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (Agravo
Regimental no Agravo de Instrumento de nº 147.987-7, de nº
148.005-1, de nº 148.016-6, de nº 148.258-4 e de nº 148.298-3, in
DJ de 26/03/93, pág. 5.007).2. O salário mínimo a ser considerado
no mês de junho de 1989 é de NCZ$120,00.3. Negado provimento
ao apelo.(AC nº 93/04/08204-8/RS - Tribunal Regional Federal
da 4º Região – unânime – Rel.: Juiz Jardim de Camargo – Apte:
Instituto Nacional do Seguro Social – INSS – Apdo.: João
Francisco de Almeida – publicado in DJU de 19.05.93 – Seção II
– pág. 18.532)”

“PREVIDENCIÁRIO – VALOR DO 13º SALÁRIO DO


APOSENTADO.I - Devidos o 13º salário de 1988 e 1989 com
base nos proventos percebidos pelo aposentado no mês de
dezembro daqueles anos, consoante art. 7º, inciso VIII, da
Constituição Federal.II - Não se pode deixar de aplicar o preceito
constitucional acima invocando-se o artigo 59 da ADCT, eis que
o retardamento na aprovação do plano de custeio e de benefício
não pode prejudicar o aposentado. III - Recurso improvido. (AC
nº 90/02/25674-4/RJ – Tribunal Regional Federal da 2º Região –
unânime – Rel.: Desembargadora Federal Tânia Heine – Aptes.:
Arnaldo Leonardo Mussel e Outros – Apdo.: Instituto Nacional
de Previdência Social – INPS – publicado in DJU de 02.04.91 –
Seção II – pág. 6.162)”
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 181

“CONSTITUCIONAL. PREVIDENCIÁRIO: gratificação natalina


dos aposentados.I - Nos termos do parágrafo 6º, art. 201, da CF:
“A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por
base o valor do provento do mês de dezembro de cada ano”.II -
Na ausência de norma regulamentar, não há como se opor à
eficácia plena de tal preceito magno, a fundamento de que
necessária seria a previsão da fonte de custeio, ut parágrafo 5º,
art. 195, da mesma Carta Magna.III - Sentença confirmada.
Apelação conhecida, mas improvida. (AC nº 90/02/21122 - RJ –
Tribunal Regional Federal da 2ª Região – Apte.: INPS – Advogada:
Yolanda de Oliveira Queiroz – Apdo.: Rivaldo Andrade de Araújo
– Advogado: Wilson Ferreira e Outros – publicado in DJU de 14/
02/91 – pág. 1.911)”

5. DO PEDIDO:

DIANTE O EXPOSTO, requer se digne Vossa Excelência:

a) Conhecer do presente feito, determinando as diligências


compatíveis, bem como a intimação das pessoas referidas em Lei;

b) Determinar a citação do Instituto Nacional do Seguro Social -


INSS, na pessoa de seu procurador-regional, o qual pode ser
encontrado na Rua ..........., nº ..., 8º andar, em .......... - ..., para,
querendo, apresentar defesa e acompanhar a presente ação
ordinária, sob pena de revelia;

c) Conceder ao Autor a isenção de custas de que trata o artigo


128 c/c o artigo 134 da Lei nº 8.213, de 24.07.91 (Portaria MPS
nº 929/94, cópia anexa).

d) Deferir a possibilidade de os Autores virem a produzir as


provas elencadas no artigo 136 do Código Civil brasileiro,
reservando-se, porém, o direito de especificá-las, oportuna e
motivadamente, naquelas que entenderem necessárias;
182 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

e) Julgar, afinal, PROCEDENTE a presente ação, para DECLARAR


ilegais os índices de recomposição dos salários-de-
contribuição anteriores aos doze últimos meses, que integram
o cálculo do salário-de-benefício, CONDENANDO o INSS a
proceder os seguintes ajustes que re-fletem no cálculo da Renda
Mensal Inicial da aposentadoria dos Autores:
I - no cálculo do salário-de-benefício dos Autores, atualizar
monetariamente os salários-de-contribuição anteriores aos 12
(doze) últimos meses, adotando-se como parâmetro a variação
das ORTN/OTN, índice oficial de correção monetária (Lei nº
6.423/77), consoante enunciado da Súmula nº 02 do TRF da
4º Região;
II - elaborar o novo valor da Renda Mensal Inicial da
aposentadoria dos Autores com os reflexos da correção
indicada no item I, supra;

f) Com base na renda mensal inicial calculada segundo o critério


acima, CONDENAR o INSS a:
I - recalcular, em todos os exercícios, o valor do Abono Anual
devido aos Autores, como reflexo do acertamento do valor das
prestações mensais da aposentadoria (itens acima);
II - conceder o Abono Anual (gratificação natalina) relativo aos
exercícios de 1988 e 1989, tomando por base o valor dos
proventos do mês de dezembro de cada ano, conforme
estabelece o § 6º do artigo 201, da Constituição Federal vigente;

g) Proceder as alterações necessárias nos registros da Autarquia-


Ré, do novo valor da renda mensal inicial do benefício dos
Autores, bem como das alterações subsequentes, para o correto
pagamento das diferenças vencidas e vincendas;

h) CONDENAR, por consequência, o INSS a PAGAR as


diferenças resultantes entre o benefício devido e o
efetivamente pago pela Autarquia-Ré, tanto vencidas quanto
vincendas, decorrentes da condenação nos pedidos supra,
ressalvadas as parcelas já atingidas pela prescrição quinquenal
quando da propositura da presente demanda;
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 183

i) Condenar o INSS, tendo em vista o caráter alimentar do


benefício, a corrigir monetariamente as diferenças apuradas
(alínea retro) da seguinte forma:
I - até o ajuizamento da ação, deferir a correção monetária com
base em construção pretoriana (Súmula nº 71 do ex-TFR);
II - a partir do ajuizamento da ação, deferir a atualização
monetária de acordo com a legislação vigente.

j) Condenar, ainda, o INSS a pagar juros moratórios de 0,5% (meio


por cento) ao mês, calculados sobre o valor corrigido das
diferenças, inclusive vencidas, e contados a partir da citação,
até o mês do efetivo pagamento (Súmula nº 03 do TRF da 4ª
Região);

l) Condenar a Autarquia-Ré a suportar o ônus dos honorários de


advogado, tabelares em 20% (vinte por cento) do total das
diferenças vencidas a serem apuradas em liquidação de
sentença e mais 12 (doze) prestações vincendas, de acordo
com o artigo 260 c/c o artigo 20, ambos do CPC, e remansosa
jurisprudência existente nesse sentido, além das demais
cominações da sucumbência.

Atribuem à causa, de acordo com o que dispõe o artigo 260 do


Código de Processo Civil, o valor de R$ ..... (valor estimado da diferença
das prestações vencidas e mais doze vincendas).

Termos em que,
Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......
184 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

RESUMO
Redução dos proventos de aposentadoria por parte da au-tarquia.
Ilegalidade dos índices de atualização aplicados aos salários-de-contribui-
ção anteriores aos doze últimos meses, utilizados no cálculo da renda
mensal inicial do benefício dos autores, devendo ser aplicado a atualiza-
ção correspondente a cada período até o pagamento do benefício de con-
formidade as correções determinadas pelas mudanças legislativas,
atualizadas até a data do efetivo pagamento.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 185

DECLARATÓRIA DE INEXIBILIDADE – LEI Nº 7.787/89 –


ILEGALIDADE – COTA PATRONAL – LEI Nº 8.212/91 – ART. 195/CF

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL


DA ...ª VARA, SEÇÃO JUDICIÁRIA ... DO ESTADO DE ............

............................., pessoa jurídica de direito privado, com sede


na Rua ............., nº..., inscrita no CNPJ/MF sob nº .............., pessoa
jurídica de direito privado, com sede na Rua .........., nº ...., e
........................, pessoa jurídica de direito privado, sediada na Rua
............., nº ...., inscrita no CNPJ/MF sob nº................., por seus
advogados infra-assinados (procurações em anexo), vêm mui
respeitosamente à presença de Vossa Excelência propor a presente

AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXIGIBILIDADE DE


CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA

contra o INSTITUTO DO SEGURO SOCIAL - INSS, autarquia


federal com domicílio na Rua .............., nº..., ... andar, nesta capital, e
contra a UNIÃO FEDERAL, pessoa jurídica de direito público com
domicílio também nesta capital, fazendo-o com fundamento nos artigos
282 e seguintes do Código de Processo Civil, e demais legislações
vigentes, pelas razões a seguir articuladas, requerendo distribuição
por dependência relativamente à Medida Cautelar Inominada nº ...,
nos termos do art. 806 c/c art. 253, do Código de Processo Civil.

I - OS FATOS

As Autoras são empresas sujeitas ao recolhimento das


186 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

contribuições sociais para financiamento da Seguridade Social, em


decorrência do mandamento constitucional contido no art. 195, inciso
I, também conhecido como cota patronal.

De acordo com este dispositivo da Constituição, as contribuições


devidas pelas empresas (pelos empregadores, na dicção do legislador
constitucional) incidem sobre a folha de salários, sobre o faturamento
e sobre o lucro, sendo que estas duas últimas hipóteses (faturamento
e lucro) não são objeto da presente demanda, no que tange à
inconstitucionalidade das mesmas.

No que se refere às contribuições sociais devidas pelas empresas


e incidentes sobre a folha de salários, fica bem certo pelo teor do artigo
195, I, da Magna Carta, que somente as remunerações que se enquadrem
no conceito jurídico de salário podem constituir-se em base desta
incidência tributária.

Ocorre que pela Lei nº 7.787, de 30.06.1989 (publicada no DOU


de 03.07.1989), foi estabelecida uma tributação na ordem de 20% sobre
remunerações que não configuram, fática e juridicamente, salário, quais
sejam, os pagamentos a administradores e autônomos, consoante
prescreve o artigo 3º, inciso I, da referida lei.

Esta lei foi revogada pela Lei nº 8.212, de 24.07.91 (publicada no


DOU de 25.07.91), que manteve a tributação de 20% sobre pagamentos
a administradores e autônomos, conforme consignam o art. 22, inc. I,
e o art. 30, inc. I, alínea “b”, da mencionada Lei.

Em ambos os textos legais citados (Lei nº 7.787/89 e Lei nº 8.212/


91) está presente a aludida tributação de 20% sobre os pagamentos a
administradores (como, v.g., o pró-labore) e a autônomos, o que, no
entanto, conflita com a Constituição Federal, restando totalmente
ilegítima a sua exigência.

Aliás, desde já é importante deixar consignado que o próprio


SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL já apreciou essa matéria,
decla-rando ser inconstitucional dita cobrança com base na Lei nº
7.787/89 (RE 166.772-9/RS), cujos fundamentos em tudo se identificam
com os atinentes à Lei nº 8.212/91, que sucedeu àquela e a confirmou
neste particular.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 187

À vista de tais considerações, trataram-se todos os recolhimentos


efetuados de “valores indevidamente recolhidos ou pagos a maior”, o
que enseja para o contribuinte um direito de crédito contra o Instituto
Nacional do Seguro Social, ou seja, o direito de reaver todos os valores
pagos a título de contribuição social devida pelos empregadores
incidentes sobre a folha de salários.
Para tanto, através do art. 66 da Lei nº 8.383, criou-se o
instrumento perfeito para que o contribuinte possa recuperar valores
indevidamente recolhidos, que é o instituto da compensação, evitando-
se, assim, a propositura de morosa ação de restituição, sujeita ao regime
de precatórios que implica em certeiros prejuízos para o contribuinte
detentor de crédito perante o INSS.
Os demonstrativos anexos apontam os valores recolhidos pelas
Autoras, a título de contribuição social incidente sobre a folha de
salários, pagos a administradores e autônomos.
Pretensamente visando a dar cumprimento ao § 4º do artigo 66,
da Lei supracitada, o INSS, através da Diretoria de Arrecadação e
Fiscalização, a título de regulamentar a lei supra-referida, editou a
Ordem de Serviço Conjunta nº 17, de 20.03.93, procurando dificultar
a ação do contribuinte que pretenda exercer o direito à compensação.
Também a Secretaria da Receita Federal editou a Instrução
Normativa nº 67, de 26.05.92, ilegal sob qualquer ótica que se lhe dê,
com o mesmo intuito já acima exposto.
Eis a razão do presente pleito judicial, que visa obter o
reconhecimento judicial da inconstitucionalidade das expressões
“administradores” e “autônomos” constantes dos artigos 3º, da Lei nº
7.787/89, 22, inc. I, e 30, inc. I, alínea “b”, da Lei nº 8.212/91, e, em
consequência, resguardar o direito das Autoras de procederem à
compensação imediata dos valores recolhidos a maior, com valores
vincendos de “tributos e contribuições da mesma espécie”, o que só
poderá ser feito sob o manto protetor da tutela jurisdicional, haja vista
a posição já declarada dos Réus de dificultar e até coibir esse direito.
Pretendem, portanto, as Autoras ver reconhecida judicialmente
a inconstitucionalidade da cobrança da referida exigência e provar a
improcedência dos atos administrativos, que cerceiam o seu legítimo
188 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

direito de efetivar a compensação dos valores indevidamente


recolhidos.

II - O DIREITO

A presente ação é proposta visando ao reconhecimento da


inconstitucionalidade dos dispositivos legais supramencionados e,
em consequência, ver recolhidos a título de compensação pelos valores
recolhidos a título de contribuição social incidente sobre a
remuneração paga a administradores e a autônomos.

A inconstitucionalidade do art. 3º da Lei nº 7.787/89 e do artigo


22, inc. I, alínea “b”, da Lei nº 8.212/91, é manifesta, pois a exação
agride limitações impostas pela Constituição ao legislador
infraconstitucional, quais sejam:

a) a instituição e cobrança de uma contribuição está limitada à


expressão “folha de salário”, tal como contido no artigo, inciso
I, da Carta Constitucional;

b) não se confundindo as remunerações a administradores e


autônomos com salário, criou-se, em verdade, outra fonte de
custeio da seguridade, com afronta ao § 4º do art. 195, pois
este se remete ao art. 154, inc. I, e este por sua vez se remete
ao art. 146, inc. III, todos da Constituição Federal, concluindo-
se ser imprescindível a edição de lei complementar para a
instituição de novos tributos.

Portanto, as exigências contidas na Lei nº 7.787/89 (art. 3º) e na


Lei nº 8.212/91 (art. 22, inc. I, e art. 30, inc. I, alínea “b”) configuram
incontestável contrariedade aos princípios, guisados como garantias
do contribuinte brasileiro.

Nesse sentido julgou o Excelso SUPREMO TRIBUNAL


FEDERAL, intérprete máximo da Constituição, no âmbito do Recurso
Extraordinário nº 166.772-9 RS, sendo Relator o Eminente Ministro
MARCO AURÉLIO DE MELLO, de onde se extrai sua ementa (íntegra,
em anexo):
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 189

“Interpretação – Carga Construtiva Extensão. Se é certo que toda


interpretação traz em si carga construtiva, não menos correta
exsurge a vinculação à ordem jurídica constitucional. O
fenômeno ocorre a partir das normas em vigor, variando de acordo
com a formação profissional e humanística do intérprete. No
exercício gradual da arte de interpretar, descabe inserir na regra
de direito o próprio Juízo – por mais sensato que seja – sobre a
finalidade que “conviria fosse ela perseguida” – Celso Antônio
Bandeira de Mello – em parecer inédito. Sendo o direito uma
ciência, o meio justifica o fim, mas não este àquele.

Constituição – Alcance Político – Sentido do Vocábulos –


Interpretação. O conteúdo político de uma Constituição não é
conducente ao desprezo do sentido vernacular das palavras,
muito menos ao técnico, considerados institutos sagrados pelo
Direito. Toda ciência pressupõe a adoção de escorreita linguagem,
possuindo os institutos as expressões e os vocábulos que a
revelam conceito estabelecido com a passagem do tempo, quer
por força de estudos acadêmicos, quer, no caso do Direito, pela
atuação dos Precatórios.

Seguridade Social – Tomador de serviços – Pagamentos à


Administração e Autônomos – Regência. A relação jurídica
mantida com administradores não resulta de contrato de trabalho
e, portanto, de ajuste formalizado à luz da Consolidação das Leis
do Trabalho. Daí a impossibilidade de se dizer que o tomador
dos serviços qualifica-se como empregador e que a satisfação do
que devido ocorra via folha de salários. Afastado o
enquadramento no inciso I do artigo 195 da Constituição Federal,
exsurge a desvalia constitucional da norma ordinária
disciplinadora da matéria. A referência contida no parágrafo 4º
do artigo 195 da Constituição Federal ao inciso I doartigo 154
nela esculpido impõe a observância do veículo próprio – a lei
complementar. INCONSTITUCIONALIDADE DO ARTIGO 3º DA
LEI Nº 7.787/89, no que abrangido o que pago a administradores
e autônomos. Declaração de inconstitucionalidade limitada pela
190 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

controvérsia dos autos no que não envolvidos pagamentos a


avulsos.”

Resultados que, obviamente, servirão de parâmetro para todas


as decisões que se sucederem relativamente à malsinada exigência,
visto tratar-se de decisão da mais alta Corte do País, não cabendo contra
a decisão proferida qualquer tipo de recurso.
A conclusão lógica é a de que, havendo a Suprema Corte declarado
a inconstitucionalidade do dispositivo mencionado, todos os
pagamentos efetuados a título de contribuição social incidente sobre
a folha de salários, em relação aos pagamentos a administradores e
autônomos, são inconstitucionais e indevidos. Logo, o INSS, ao acatá-
los, perpetrou contra o direito das Autoras de não recolher mencionado
tributo.
Também as Autoras pretendem ver reconhecidos os efeitos da
mencionada decisão. Assim ocorrendo, abre-se, para o contribuinte,
desde logo, o direito de reavê-los, com a devida e total correção
monetária.
Realmente. Através do artigo 66, da Lei nº 8.383/91, foi autorizado
aos contribuintes efetuar a compensação de valores pagos
indevidamente ou a maior, no recolhimento de importâncias
correspondentes a períodos subsequentes.
São os termos do citado artigo:

“Nos casos de pagamento indevido ou a maior de tributos e


contribuições federais, inclusive previdenciárias, mesmo quando
resultante de reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão
condenatória, o contribuinte poderá efetuar a compensação desse
valor no recolhimento de importância correspondente a períodos
subsequentes.
§ 1º A compensação só poderá ser efetuada entre tributos e
contribuições da mesma espécie.
§ 2º É facultado ao contribuinte optar pelo pedido de restituição.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 191

§ 3º A compensação ou restituição será efetuada pelo valor do


imposto ou contribuição corrigido monetariamente com base na
variação da UFIR. (Nota: O § 3º do artigo 29 da Lei nº 10.522, de
19.07.2002, DOU 22.07.2002, extingue a Unidade Fiscal de
Referência – UFIR, reconvertendo para REAL a referida cobrança)
§ 4º O Departamento da Receita Federal e o Instituto Nacional
do Seguro Social - INSS expedirão as instruções necessárias ao
cumprimento do disposto nesse artigo.”

Detêm, portanto, os contribuintes, a partir da publicação e


vigência da lei supra-referida, um direito subjetivo a reaver todos os
valores pagos indevidamente, compensando-se com valores que vierem
a vencer, relativos a tributos da mesma espécie.
Impende esclarecer que a matéria relativa à compensação não é
inovação nem criação recente. Desde há muito é utilizada no direito
civil como forma de extinção de obrigações recíprocas entre credor e
devedor (artigo 1.009).
No âmbito do direito tributário, está prevista expressamente no
Tributário Nacional em seu artigo 170, dependente, todavia, de lei
que a autorize, estabelecendo, ainda, seus limites. Isto quer dizer que,
somente com a edição de lei que permita a compensação entre crédito
tributário e créditos líquidos e certos existentes em favor do
contribuinte, é que se poderá cogitar da utilização de tal instituto.
Efetivamente tal situação existe, como já foi acima esclarecido,
pois a Lei nº 8.383/91, em seu artigo 66 e parágrafos, prevê
expressamente a possibilidade de compensação entre valores pagos
indevidamente ou a maior pelo contribuinte, com valores os quais
seja devedor perante a Fazenda Pública.
Ora, uma vez reconhecido por via da presente ação que os
pagamentos foram feitos “indevidamente ou a maior”, abre-se, desde
logo, a oportunidade de compensá-los com parcelas vincendas de
tributos da mesma espécie.
Pois bem. À administração pública só restava procedimentalizar
tal direito, então já existente.
192 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Valendo-se do contido no § 4º, do art. 66, da Lei nº 8.383


(supratranscrito), a Diretoria de Arrecadação e Fiscalização, a titulo
de “regulamentar” a lei supra-referida, editou a Ordem de Serviço
Conjunta nº 17, de 20.03.93, relativamente às contribuições
previdenciárias.
Todavia, o que se observa desse texto infralegal, é que se pretende
tolher o direito do contribuinte à compensação, com regras que não se
compadecem com os limites constitucionais e legais e tão-pouco os
da Lei nº 8.383/91, que a instituiu.
Distinguiu a OSC 17/93, para efeitos de compensação, os valores
pagos anteriormente a 1º de janeiro de 1992 daqueles pagos após tal
data. Para estes últimos, autorizou a compensação imediata, sem
qualquer restrição ou prévio pedido à autoridade administrativa. Já
para os outros impôs, através do item 23, que, para poder compensar
valores pagos indevidamente com pagamentos a vencer, deverá o
contribuinte solicitar autorização para tanto. São os termos do item
23:

“A contribuição e/ou acréscimos legais e atualização monetária


correspondentes, indevidamente recolhidos até 31 de dezembro
de 1991, somente poderão ser compensados mediante prévia
autorização do INSS, aposta no verso da GRPS pelo chefe do
posto de Arrecadação da localidade onde se situar o
estabelecimento, ou dependência da empresa, responsável pelo
recolhimento indevido.”

Eis aqui a primeira afronta ao direito das Autoras, ao impor o


prévio pedido administrativo dos valores a compensar.
O § 4º do artigo 66, da Lei nº 8.383/91, concedeu à Administração
a possibilidade de regulamentá-lo, mas isto, é óbvio, nos estritos limites
da Lei. Ora, a lei em momento algum impõe ao contribuinte o dever de
previamente requerer no âmbito da administração a autorização para
compensar os valores indevidamente pagos.
O que se infere do artigo 66, da Lei, é que será direito do
contribuinte proceder à compensação independentemente de qualquer
pedido administrativo.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 193

Tal exigência é uma inovação por via de simples instrução


normativa, com a pretensão de criar uma nova obrigação ou requisito
para o exercício de um direito, mas sem previsão legal. Esta pretensão
esbarra, induvidosamente, no artigo 5º, inciso II, da Carta
Constitucional, verbis:
Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa
senão em virtude de Lei;
Ademais, tal pedido fosse feito, por certo encontraria resistência
por parte dos prepostos do Réu, que não concordariam com a pretensão,
em face de seu já conhecido posicionamento em inúmeros processos
em que se discute a constitucionalidade da chamada cota patronal.
Aliás, o próprio fato de a origem do pagamento indevido residir
na inconstitucionalidade da exigência já seria um obstáculo ao pleito,
dado que a Administração não tem competência para apreciar matéria
de índole constitucional.
Vale dizer, sendo fundamento da pretensão afronta ao Texto
Constitucional, pode o contribuinte dirigir-se diretamente ao
Judiciário.
Não é, porém, necessário que seja exaurida a via administrativa,
pois tal entendimento contraria o princípio do livre acesso ao Poder
Judiciário (Constituição Federal, art. 153, § 4º). O que é indispensável
é que se faça o pedido na esfera administrativa e que o mesmo seja
indeferido expressamente ou por omissão de autoridade consistente
em retardar o seu despacho. Todavia, essa regra admite exceções, como
no caso em que o contribuinte dirige-se diretamente ao Judiciário e o
Fisco, na resposta, não se limita a alegar a preliminar de carência da
ação, contestando o mérito da repetição pleiteada, bem como na
hipótese em que o fundamento da repetição é a inconstitucionalidade
do tributo recolhido. Neste último caso, a razão está em que só o Poder
Judiciário pode deixar de aplicar texto legal sob fundamento de
inconstitucionalidade e, por isso, não será de admitir-se que, a tal
pretexto, a Administração acolha pedido de devolução de tributo.
Mutatis mutandis, não se admitirá à Administração reconhecer
a inconstitucionalidade da cota patronal sobre os pagamentos feitos a
administradores e autônomos, que tenham como fundamento
194 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

constitucional a folha de salários, ao efeito de deferir a compensação.


Isto significa que resultaria inócua a iniciativa do contribuinte,
restando-lhe, assim, apenas a via Judiciária.
Além do mais, cabe ainda destacar que a exigência é
discriminatória. Com efeito. Os casos de pagamento indevido ou a
maior efetuados após 1º de janeiro de 1992 independem de pedido
administrativo, e, para os casos anteriores a 1º de janeiro, impõe-se
tal requisito, conforme item 23, da OSC 17/93, supratranscrito.
Ora, tal distinção é discriminatória contra contribuintes que se
encontram em situação igual, qual seja, a dos que têm valores a
compensar. Afronta esta distinção o princípio da isonomia, inserto
no artigo 151, inciso II, da Constituição Federal.
Frise-se que, embora as Autoras detenham contribuições
anteriores e posteriores a 1º de janeiro de 1992, tendo-se em vista o
fato já acima referido, de que se trata de matéria de índole
constitucional, o indeferimento ao pedido de compensação seria
inevitável.
Quanto à correção monetária dos valores indevidamente pagos,
bem de se ver que, embora haja a possibilidade do reconhecimento
administrativo, conforme dispõem os itens 22 e 23 da Ordem de
Serviço Conjunta nº 17/93, o não reconhecimento do direito de efetuar
a compensação do valor principal gerará, como consequência lógica,
também o da correção monetária.
Ad argumentantum, por via do reconhecimento Judicial que se
pretende, as autoras detêm um crédito perante os Réus que é
plenamente compensável com débitos futuros, nos estritos termos do
artigo 66 da Lei nº 8.383/91. Ora, será totalmente inóqua a compensação
de valores indevidamente pagos sem a cobertura do desgaste
inflacionário, ou seja, sem a devida correção monetária entre o período
em que houve o pagamento indevido e o momento da compensação,
sob pena de enriquecimento ilícito por parte do Réu (INSS).
Está consagrado pela Constituição Federal o direito de
propriedade (art. 5º, inciso XXII), não podendo a Lei, menos ainda a
Administração, limitar a correção dos valores, sob pena de clara ofensa
ao referido direito por via de apropriação de parcela do patrimônio do
cidadão.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 195

Ademais, a correção monetária há muito vem sendo reconhecida,


em doutrina uniforme e em Jurisprudência pacífica, como mecanismo
de recomposição dos valores, não se prestando, de forma alguma, a
acrescer qualquer coisa ao montante a ser devolvido ou compensado.
Assim, as limitações impostas pela referida OSC 17/93
representam autênticas ilegalidades, com nítido intuito de restringir
ou cercear direito subjetivo das Autoras.Idêntico posicionamento já
foi manifestado pelo nobre e culto magistrado do Tribunal Regional
Federal da 5º Região, HUGO DE BRITO MACHADO, em artigo
publicado no Repertório IOB de Jurisprudência, do qual se extraem
os seguintes excertos:

“Cuida-se de mais uma criação da tecno-burocracia, de notória


ilegalidade. Alimenta o que podemos denominar comodismo
fiscal. Comodismo, aliás, inconveniente, posto que de certa forma
facilita a vida dos desonestos. Realmente, se o contribuinte deve
pedir ao fisco autorização para proceder à compensação, e
oferecer a este as informações e documentos pertinentes a todos
os elementos desta, a fiscalização por certo limitar-se-á ao exame
de tais elementos. Assim, o contribuinte desonesto poderá
produzir documentos que lhe permitam compensações
indevidas. E se vier no futuro a ser autuado, dirá que procedeu
com autorização da autoridade administrativa, eximindo-se de
penalidades.

É certo que a Lei nº 8.383/91 autoriza a expedição de instruções


necessárias ao exercício do direito à compensação em tela (art.
66, § 4º). Isto, porém, não significa possam tais instruções
restringir o direito que decorre da lei. Elas devem estabelecer
apenas as normas necessárias ao exercício do direito à
compensação. Se a pretexto de fazê-lo estabelecem, como fez a
IN 67/92, prescrições restritivas do direito à compensação, tais
prescrições são induvidosamente desprovidas de validade
jurídica, pois ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer
alguma coisa senão em virtude de lei (Constituição Federal, art.
5º, item II).
196 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Ao prescrever o direito à compensação, a lei não distingue os


créditos tributários apurados em períodos anteriores a 1º de
janeiro de 1992 daqueles apurados em períodos subsequentes.
Não podia, pois, o art. 1º da Instrução Normativa em comento,
estabelecer tal distinção. Nem condicionou, em qualquer
hipótese, o exercício do direito em tela à autorização da
autoridade administrativa. Não podia, pois, o art. 3º, da citada
norma infralegal, impor tal condicionamento.

O direito à compensação em tela está legalmente,


condicionamento nenhum. Pode, pois, o contribuinte exercitá-
lo, sejam quais forem as datas de apuração dos créditos e
independente-mente do pedido à autoridade administrativa.”

Por fim, ressalte-se a imprescindibilidade da União Federal na


ação. É que existem algumas contribuições sociais que são arrecadadas
pela Receita Federal, o que, de forma alguma, descaracteriza sua
natureza tributária, não podendo a autarquia, ainda que quisesse,
autorizar a compensação com tais contribuições sociais.
Assim, todos os argumentos referidos valem para a Instrução
Normativa nº 67/92, que impõe as mesmas limitações e restrições já
mencionadas, mais especificamente nos artigos 3º e 6º, pelo que
também a ela se aplicam.
Daí, pois, a razão de virem as Autoras residir em Juízo, para
postular sua tutela, e ver reconhecida a inconstitucionalidade já
referida, garantindo o legítimo direito de procederem à compensação
dos valores indevidamente recolhidos, direito este já reconhecido,
inclusive, em decisão plenária do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
(RE 166.772-RS), conforme demonstrativos e documentos anexos,
elaborados sob responsabilidade das Autoras e, pois, abertos ao exame
da parte contrária, se assim o desejar.
Compensação esta a ser feita com “tributos e contribuições da
mesma espécie” (§ 1º do art. 66, da Lei nº 8383/91), ou seja, com
contribuições sociais (CF/88, art. 195, I), como as do CONFINS (LC
70/91), as do PIS (LC 7/70 e alterações), as incidentes sobre o lucro
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 197

(Lei nº 7.689/88), arrecadadas pela União Federal), e a chamada quota


patronal (Lei nº 8.212/91, art. 22), esta arrecadada pelo INSS (via
Gerência de Arrecadação e Fiscalização).
Sendo interesse das Autoras compensarem a inconstitucional
contribuição ora sob exame, paga indevidamente, pretendem fazê-lo
com a correção monetária integral. Isto deverá incluir, portanto,todos
aqueles índices que apuraram a inflação real do período. Para os meses
de março, abril e maio de 1990, deverão ser computados os índices
apurados através do IPC, cálculo pelo IBGE, nos percentuais de 84,80%
e 7,87%, respectivamente.
Por fim, ad argumentandum tantum, tal não fosse a certeza que
têm as Autoras do direito de efetivarem a compensação dos valores
pagos, só não o fazendo espontaneamente em face de certeira recusa
das Rés, e não querendo se sujeitar aos efeitos da mora, já bem
demonstrados na medida cautelar que antecedeu à presente, inegável
seria o direito de restituir-se às Autoras aquilo que pagaram
indevidamente, em vista do que dispõe o artigo 165 do Código
Tributário Nacional, pelo que a presente ação, alternativamente,
comporta, também, este pedido.

III - DO PEDIDO

Pelo exposto e pelo que certamente será suprido por V. Exa.,


requer-se seja julgada procedente a presente ação, reconhecendo a
inconstitucionalidade das expressões “administradores” e
“autônomos” constantes dos artigos 3º da Lei nº 7.787/89, 22, inc. I, e
30, inc. I, alínea “b”, da Lei nº 8.212/91, ao efeito de:

a) reconhecendo-se a inconstitucionalidade e ilegalidade,


também, das normas infralegais que limitam e cerceiam o
legítimo direito das Autoras, pelos fundamentos acima
apresentados, e confirmados na medida em que há de ser
deferida na cautelar que antecedeu, de efetuar a compensação
entre os valores pagos indevidamente ou a maior a título de
contribuição social sobre as remunerações pagas a
198 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

administradores e a autônomos, com outras contribuições


sociais, conforme item II, supramencionado, condenar-se as
rés a se absterem de agir contra as autoras no que diz respeito
aos valores compensados nos limites em que ficar decidida a
presente ação; e

b) Também no âmbito da compensação, que seja reconhecido o


direito de efetuá-la, computando-se, quando do cálculo da
correção incidente sobre cada valor pago indevidamente, os
índices relativos aos IPCs de março (84,32%), abril (44,80%)
e maio (7,87%), todos de 1990, para compensação com
obrigações vincendas, nos moldes do item II, supra.

c) alternativamente, na hipótese absolutamente improvável de


ser Julgada improcedente a ação em relação ao contido na alínea
“a” supra, requer-se seja reconhecido o direito das Autoras
em ter restituídos os valores indevidamente pagos a título de
contribuição social sobre as remunerações pagas a
administradores e a autônomos, condenando-se a União
Federal a devolver os valores pagos, com os acréscimos de
correção monetária contada a partir de cada recolhimento
indevido (inclusive os IPCs de março, abril e maio de 90),
juros de mora de 1% ao mês.

Protestando por todos os meios de prova admitidos em direito,


requer a Vossa Excelência a acolhida desta ação, para o fim supra-
articulado, citando-se as Rés, nas pessoas de seus dignos Patronos,
para, querendo, contestar o pedido no prazo legal, sob pena de revelia.
Requer-se, outrossim, a condenação das Rés em custas
processuais e honorários advocatícios, estes arbitrados na
conformidade dos § 3º e 4º, do artigo 20, da lei Processual Civil.
Tendo em vista que a documentação a ser Juntada na presente
ação aguarda autenticação por parte do Cartório dessa MM. Vara Federal
(cuja solicitação foi feita por petição na medida cautelar antecedente),
requer-se a juntada oportuna da mesma.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 199

Dá-se à causa, para efeitos fiscais e de alçada, o valor de R$ ........


(.....................).

Tudo por ser direito e plena


JUSTIÇA !!!

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......

RESUMO
Autor propõe ação declaratória de inexigibilidade de contribuição
previdenciária, em razão de ilegalidade da lei que determina a exação tribu-
tária.
200 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 201

DECLARATÓRIA – TEMPO DE SERVIÇO – RURÍCOLA – INSS

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE


DIREITO DA ...ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ..............................8

......................, brasileiro, casado, pintor, portador do CPF nº


.............. e RG nº ..............., CTPS nº .............., residente e domiciliado
na Praça ......., nº ..., nesta cidade, por seu advogado e bastante
procurador, vem respeitosamente perante V. Exa. propor AÇÃO
DECLARATÓRIA POR TEMPO DE SERVIÇO RURAL C/C PRECEITO
CONDENATÓRIO, contra o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO
SOCIAL, representado pela Procuradoria Regional de ..............,
localizada na Avenida ........., nº ..., na cidade e comarca de ................ -
..., fundamentando seu pedido no artigo 275 do CPC e artigo 4º do
mesmo dispositivo legal, pelos motivos seguintes:

1. O Requerente nasceu e cresceu na zona rural, filho e neto de


trabalhadores rurais, passou toda sua infância em contato direto com
a lida na lavoura. Começou a trabalhar no Sítio .................., neste
município, inscrito no INCRA sob nº ................., de propriedade do
Sr. ......................... . Desde pequeno acostumou-se a ajudar os pais e
os irmãos nas pequenas atividades rurais, tais como trato dos porcos
e galinhas, aparte de bezerros, etc., sempre com o objetivo de ajudar
no trabalho e sustento da numerosa família. Conforme o tempo passava,
ele e os irmãos iam assumindo responsabilidades maiores, como ir
para a roça, no cultivo da lavourado café e laranja, onde passavam a
laborar por todo o dia. Ali faziam todo tipo de serviço, desde a carpa,
adubação, colheita, abano, ensaque, transporte, etc. Além da lavoura

"8 Em comarcas onde não exista a JUSTIÇA FEDERAL, poderão as Ações Previdenciárias
ser propostas à JUSTIÇA ESTADUAL, excetuando as comarcas onde existam as Varas da
JUSTIÇA FEDERAL, de conformidade com o § 3º, do artigo 109 da CF/88."
202 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

do café e laranja, havia também na propriedade da família, entre outras,


plantação de milho, arroz, mandioca, além de gado, criação de porcos
e galinhas.
2. O Requerente trabalhou em mencionada atividade, mediante
remuneração, de segunda a sábado, e nunca gozou férias, no período
de 01 de junho de 1958 a 17 de julho de 1968, ou seja, esteve na lida
rurícola por 10 (dez) anos, 01(um) mês e 15 (quinze) dias.

3. Não tinha registro em CTPS, posto que naquela época a


fiscalização era ineficaz e não se exigia o registro em Carteira de
Trabalho, e, consequentemente, a obrigação do Empregador ficava
diminuída, principalmente quando se tratava de pai, como empregador
ou meeiro.

4. A atividade de trabalhador rural vem demonstrada pelo Título


Eleitoral e Certificado de Reservista do Requerente, Declaração da
Prefeitura Municipal de ................ - ..., Declaração de Exercício de
Atividade Rural, expedida pelo SINDICATO DOS TRABALHADORES
RURAIS DE ................... - ..., Declaração do Proprietário Rural, CCIR
dos anos .........................., documentos ora anexados, onde ficou
constando o exercício de RURÍCOLA, que, segundo o saber do Mestre
AURÉLIO BUARQUE DE HOLLANDA FERREIRA, no Dicionário de
Língua Portuguesa, é “Relativo ao trabalhador do campo ou à vida
agrícola; campestre; próprio do campo; campesino, camponês, rústico,
roceiro, colono, sitiante, agricultor, agregado, lavrador”.

5. Referindo-se a trabalhador rural (lavrador), diz Celso Ribeiro


Bastos, ao comentar o artigo 7º, “caput”, da CF, que:

“Este não vinha Anunciado na Constituição anterior, como


benefício necessário das Garantias Constitucionais na matéria.
É uma novidade, pois, do atual texto constitucional, ter
equiparado o Trabalhador Urbano ao Rural.”

6. Considere-se, ainda, que a legislação vigente define empregado


rural (lavrador) como a pessoa física que presta serviços de natureza
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 203

rural a empregador, mediante remuneração de qualquer espécie.


7. Finalmente, estabelece o artigo 201, § 9º, da CF, redação dada
pela Emenda Constitucional nº 20, de 15 de dezembro de 1998, que:
“Art. 201. (...)
§ 9º Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem
recíproca do tempo de contribuição na administração pública
e na atividade privada, rural e urbana, hipótese em que os
diversos regimes de previdência social se compensarão
financeiramente, segundo critérios estabelecidos em
lei. (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
1998)”

8. O Requerente tentou via administrativa a contagem do


mencionado período, entretanto não obteve êxito, conforme pode ser
verificado junto à Previdência Social estatal, do Resumo de
Documentos para Cálculo de Tempo de Serviço, expedido pelo INSS
em 21.05.1999, NB: 123.456.789-0, DIB: 19.12.2003.

9. Inegável, portanto, o direito da Requerente de ver contado o


tempo em que laborou na atividade rural, ou seja, de 01 de junho de
1958 a 17 de julho de 1968, valendo-se da legislação citada e utilizando-
se deste procedimento para demonstrar que exerceu referida atividade
de forma remunerada, sem que o Empregador tivesse recolhido a
contribuição devida à Previdência Social, no período não abrangido
pelo Registro Profissional, sendo-lhe absolutamente de atividade
prevista na legislação.

10. O Requerente, conforme provas documentais, portanto, faz


jus ao pedido pleiteado, ou seja, possui farta documentação que
expressa a profissão de RURÍCOLA, bem como as provas testemunhais,
em conformidade com a legislação em vigor, e que de acordo com os
nossos Tribunais são pacíficos ao assunto em tela, onde são válidos
os depoimentos testemunhais prestados quanto ao período de
204 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

atividade rural exercida pelo postulante, desde que corroborados com


início razoável de prova material, constando expressamente a profissão
de rurícola do autor, início de prova documental para fim de
reconhecimento e averbação de tempo de serviço, ainda que esta
somente comprove tal exercício durante uma fração do tempo exigido
em lei, valendo-se de prova material indireta do tempo de serviço rural,
os documentos em nome de seu pai, uma vez que o período postulado
corresponde à menoridade do demandante, na qual se pode inferir
que o trabalho era exercido em condições de mútua dependência e
colaboração.
DIANTE DO EXPOSTO, após satisfeito o pedido, vem requerer
a citação do Réu, através de seu Procurador-Regional, no mesmo
endereço declinado no preâmbulo da inicial, via CARTA PRECATÓRIA,
para responder aos termos da presente Ação, no prazo legal, e as
advertências legais, sob pena de revelia, e que V. Exa. se digne julgar
procedente a presente ação, para o fim de DECLARAR que o Autor
efetivamente trabalhou como RURÍCOLA, no período indicado, a final
condenando o Réu na averbação do período requerido pelo Requerente,
para efeitos de Concessão da Aposentadoria por Tempo de
Contribuição Integral, retroagindo os efeitos à época da Concessão da
Aposentadoria Proporcional que lhe foi deferida, vez que, apesar de
requerida, o INSS deixou de reconhecer administrativamente seus
direitos.
Requer, ainda, a V. Exa. conceder, de plano, os benefícios da
ISENÇÃO DE CUSTAS, nos termos do que dispõe a legislação vigente.
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito
admitidos, sem exceção, juntada de documentos, oitiva das
testemunhas, cujo rol segue anexo, que deverão ser intimadas na forma
da Lei, para comparecimento no momento oportuno.

Dá-se à causa, para efeitos fiscais, o valor de R$ ..........


(.........................).

Nestes termos,
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 205

D.R.A. esta com os documentos inclusos,


P. Deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......

Rol de testemunhas:
a) ..., brasileiro, casado, aposentado, residente e domiciliado na
Avenida ..., nº ..., nesta cidade;
b) ..., brasileiro, casado, aposentado, residente e domiciliado na
avenida do ... nº ..., nesta cidade;
c) ..., brasileiro, casado, lavrador, residente e domiciliado na
Fazenda ............, neste município.

RESUMO
O requerente pede pela declaração de tempo de serviço efetivamen-
te trabalhado, para fins de aposentadoria. Pede que se conte o tempo em
que trabalhou em atividade rural exercida em regime de economia familiar.
Pretende provar o alegado através de documentos e testemunhas.
206 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 207

DECLARATÓRIA – TEMPO DE SERVIÇO – APOSENTADORIA POR


IDADE RURÍCOLA – INSS – TUTELA ANTECIPADA

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE


DIREITO DA ...ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ..............................9

......................, brasileiro, casado, pintor, portador do CPF nº


.............. e RG nº ..............., CTPS nº .............., residente e domiciliado
na Praça ......., nº ..., nesta cidade, por seu advogado e bastante
procurador, vem respeitosamente perante V. Exa. propor, a
presenteAÇÃO DECLARATÓRIA POR TEMPO DE SERVIÇO C/C
APOSENTADORIA POR IDADE E TUTELA ANTECIPADA,contra o
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, representado pela
Procuradoria Regional de .............., localizada na Avenida ........., nº ...,
na cidade e comarca de ................, pelos seguintes fatos e fundamentos:

I. DOS FATOS

1) A Constituição Federal de 1988, ao outorgar uma relativa


igualdade entre trabalhadores urbanos e rurais, abriu espaço até para
aquele trabalhador que tivesse comprovadamente exercido atividade
rural, mesmo tendo se deslocado para o setor urbano, paraque pudesse
computar o tempo dessa atividade para fins de aposentadoria.
A Autora sempre exerceu atividade como TRABALHADORA
RURAL, em forma de parceria e arrendatário, na macrorregião de
Januária/MG, conforme faz prova a Certidão de Nascimento; Certidão

"9 Em comarcas onde não exista a JUSTIÇA FEDERAL, poderão as Ações Previdenciárias
ser propostas à JUSTIÇA ESTADUAL, excetuando as comarcas onde existam as Varas da
JUSTIÇA FEDERAL, de conformidade com o § 3º, do artigo 109 da CF/88."
208 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Matrimonial da Paróquia Nossa Senhora das Dores; Certidão de Óbito


do esposo JOÃO; Conta de Energia Elétrica, ITR – Imposto sobre a
Propriedade Territorial Rural; todos estes documentos constando a
profissão de LAVRADOR e residência na zona rural, com endereço na
Comunidade de Campos, Distrito de Tinoco, neste município e
Comarca; sempre exerceu e exerce a função de LAVRADORA, onde
sempre desenvolveu atividade agrícola, como plantações de milho,
feijão, arroz, produtos de ramas, além de outros cereais.
2) A Requerente comprova ainda a sua atividade rural através
das diversas testemunhas que estão sendo arroladas junto a este Egrégio
Juízo, em que ficará dessa maneira comprovado que, além de
desenvolver a atividade agrícola durante todo o período de sua vida
profissional, principalmente nos últimos anos, onde a Requerente vem
exercendo e sempre exerceu plenamente essa atividade, em suas terras
arrendadas.
3) Possui também, como provas documentais fartas, quanto a
sua profissão de TRABALHADORA RURAL, podendo sim, o ente
previdenciário querer negar a realidade dos fatos, onde o efetivo
exercício dessa atividade será provado através dos documentos em
anexo, e por depoimentos de testemunhas, para que, ao final, seja
declarado, por sentença, ser verdadeiro o alegado e que tal tempo é
computável como tempo de serviço para fins previdenciários.
4) Tem-se à disposição tanto prova testemunhal quanto prova
documental abundante, sendo tais motivos em que faz com que se
recorra ao Poder Judiciário, eis que o Recorrido se negou a aceitar o
pedido em questão, alegando o não enquadramento da Requerente como
TRABALHADORA RURAL, porque alguns documentos estão em nome
de terceiro, esposo da Requerente, em que exercia a sua função de
TRABALHADOR RURAL.
Ora, Excelência, a Requerente sempre exerceu atividade como
TRABALHADOR RURAL, em Regime de Economia Familiar com seu
esposo e seus filhos, sendo normal, portanto, constar documentos em
nome do esposo.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 209

II. DA DECLARATÓRIA DE TEMPO DE SERVIÇO

5) A pretensão está dentro dos limites estabelecidos pelo artigo


5º, inciso I, do Código de Processo Civil, eis que se quer ver declarada
a existência de relação jurídica, especialmente em relação à Previdência
Social.

6) Importante frisar que, em nosso regime processual, qualquer


tipo de prova presta-se para formar a convicção do julgador, desde
que não obtida por meio defeso em Lei, inclusive, em nossa Doutrina,
no magistério de MOACIR AMARAL DOS SANTOS (in Comentários
do Código de Processo Civil, Forense, 4º vol., p. 254-255), ensina que
há situações em que é impossível a prova escrita e que esta
impossibilidade pode ser moral ou material.

7) Nesses casos, diz a Doutrina, pode o interessado socorrer-se


de prova meramente testemunhal, eis que estaremos diante da
ocorrência da força maior.

Nesse sentido, é importante salientar que dispositivos da Lei


permitem a celebração de contratos tácitos, não instrumentalizados,
que expressamente destaca-se o Estatuto da Terra, em seu artigo 93,
parágrafo 8º, e a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

8) Em matéria de Direito Previdenciário, toda a nossa Legislação


está posta no sentido de que a prova meramente testemunhal não é
aceita para as justificações judiciais e administrativas.

Ora, a justificação administrativa vem disciplinada na lei


previdenciária, eis que dirigida internamente ao uso da autarquia e
processada por seus servidores. De sua vez, a justificação judicial
encontra disciplina a partir do artigo 861 do Código de Processo Civil,
sendo discutível a sua submissão a regras editadas pela lei
previdenciária.

9) Mas, note-se que a Lei cuidou para que a exceção apenas


atingisse as justificações, deixando para o Código de Processo Civil
disciplinar o regime de prova para os procedimentos judiciais em geral.
210 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

E a regra tem sentido: é que as justificações são procedimentos


ditos graciosos, onde sequer as testemunhas são submetidas ao
juramento de falar a verdade, e em taisprocedimentos, o Juiz meramente
homologa a forma final, sem se manifestar sobre o mérito da matéria.
10) Contrariamente, nas ações de cunho ordinário, em que a
cognição é plena, há o princípio do contraditório, o compromisso das
testemunhas e ao final uma decisão passível de ser recorrida e
reexaminada em Instância Superior, e só a partir daí não é autorizada
a oposição de quem põe todos os tipos de procedimento judicial na
vala comum, para negar as possibilidades probatórias, testemunhais,
tanto num como noutro.
11) As Jurisprudências de nossos Tribunais vem assim se
procedendo:

PREVIDENCIÁRIO. DECLARATÓRIA. TEMPO DE SERVIÇO


RURAL. INÍCIO RAZOÁVEL DE PROVA MATERIAL
CORROBORADA POR PROVA TESTEMUNHAL.
ADMISSIBILIDADE. SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA. I. Em se
tratando de ação declaratória, leva-se em consideração o valor
dado à causa para fins de aplicação do artigo 475, § 2º, do Código
de Processo Civil. II. Comporta conhecimento o agravo retido
cuja apreciação foi requerida nas razões da apelação, conforme
preceitua o artigo 523, caput, do Código de Processo Civil. III. É
desnecessário o prévio requerimento ou esgotamento das vias
administrativas para o ajuizamento de ação previdenciária -
inteligência da Súmula nº 09, do TRF 3ª Região. IV. É pacífico o
entendimento de que a ação declaratória é meio processual
adequado para reconhecimento de tempo de serviço - inteligência
da Súmula 242 do STJ. V. É descabida a alegação de inépcia da
exordial, por falta de fundamentação, uma vez que a petição
inicial, apesar de sucinta, apresentou todos os requisitos
necessários, nos termos do artigo 282 do Código de Processo
Civil. VI. A ação declaratória, como a que visa ao reconhecimento
do tempo de serviço prestado, tem natureza imprescritível. VII.
Existindo nos autos início razoável de prova material e prova
testemunhal idônea, é admissível o reconhecimento de tempo
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 211

de serviço prestado por rurícola sem o devido registro em


carteira. Inviável o reconhecimento de todo o período pleiteado,
em face da ausência de prova documental robusta a comprovar a
atividade rural por todo o lapso temporal requerido. VIII. Não
se pode exigir a comprovação do recolhimento das contribuições
relativas a tempo de serviço trabalhado como rurícola, ainda que
em regime de economia familiar, antes da edição da Lei n. 8.213/
91. IX. A Lei n. 9.528, de 10.12.1997, que resultou da conversão
da Medida Provisória n. 1.523, manteve na sua redação original
o parágrafo 2º do artigo 55 da Lei n. 8.213/91, contando-se o
tempo de serviço de trabalhador rural exercido em período
anterior à sua vigência, independentemente do recolhimento das
respectivas contribuições. X. A expressão “trabalhador rural”
constante da redação original do citado dispositivo legal é
genérica compreendendo tanto o trabalhador empregado, como
também o trabalhador rural em regime de economia familiar, a
exemplo de como também o conceitua a Lei Complementar n.
11, de 25.05.1971, que instituiu o PRORURAL. XI. O
entendimento da Súmula n. 272/STJ não impede ocômputo de
período trabalhado por rurícola em regime de economia familiar
independentemente de contribuições, desde que anterior à
vigência da Lei n. 8.213/91, observando-se que tal período não
pode ser contado para efeito de carência a teor do disposto no
artigo 55, parágrafo 2º, do mesmo diploma legal. Precedentes.
XII. Destarte, tendo em vista que a legislação anterior não exigia
nenhuma contribuição ao rurícola, a obrigação de comprovar o
recolhimento ou de promover a respectiva indenização
impingiria àquele que exerceu atividade rural tamanhos
obstáculos que praticamente inviabilizariam o direito à contagem
do tempo de serviço assegurada pela Constituição da República.
XIII. O trabalho rurícola desenvolvido até 23 de julho de 1991
deverá ser computado, exceto para efeitos de carência,
independentemente do recolhimento de contribuições ao INSS,
conforme autorização contida no artigo 55, § 2º, da Lei nº 8.213/
91. XIV. O labor exercido a partir de 24 de julho de 1991, data
em que entrou em vigor a Lei supra citada, tem o seu
reconhecimento restrito às hipóteses previstas nos artigos 39,
212 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

inciso I, e 143 da Lei nº 8.213/91, que não contempla a mera


averbação de tempo de serviço rural, na qualidade de segurado
especial, para o fim de obtenção do benefício da aposentadoria
por tempo de contribuição. Assim, para a contagem do tempo de
serviço do trabalhador rural, posterior ao início de vigência da
Lei 8.213/91, torna-se imprescindível o recolhimento das
contribuições previdenciárias. XV. Sendo os litigantes vencidos
e vencedores concomitantemente, torna-se indevida a
condenação nas verbas da sucumbência, conforme disposto no
caput do artigo 21 do Código de Processo Civil. XVI. Remessa
oficial, contra-razões da parte autora das fls. 198/200 e contra-
razões do INSS das fls. 212/214 não conhecidas. Agravo retido
do INSS e recurso adesivo da parte autora improvidos. Apelação
do INSS parcialmente provida. (TRF 3ª Região – Ap. Reex. Nec.
nº 1265745 - APELREE 4399/SP - 2001.61.25.004399-8 – Rel. Des.
Federal WALTER DO AMARAL – j. 27/04/2009)

PREVIDENCIÁRIO - AÇÃO DECLARATÓRIA - TEMPO DE


SERVIÇO RURAL - CABIMENTO - INÍCIO DE PROVA
MATERIAL - CERTIDÃO DE CASAMENTO - CERTIFICADO DE
DISPENSA DE INCORPORAÇÃO AO MINISTÉRIO DO
EXÉRCITO - PROFISSÃO - SOLUÇÃO “PRO MISERO” -
QUESTÕES NOVAS SUSCITADAS NA APELAÇÃO - NÃO
CONHECIMENTO. 1. Consoante entendimento firmado pelo
Superior Tribunal de Justiça, é cabível ação declaratória para
reconhecimento de tempo de serviço (ERESP 97778/RS). 2. A
qualificação profissional como lavrador, agricultor ou rurícola,
constante de assentamentos de registro civil constitui início de
prova material para fins de averbação de tempo de serviço e de
aposentadoria previdenciária, e é extensível à esposa, adotando,
nessa hipótese, a solução pro misero. Precedentes do Superior
Tribunal de Justiça (REsp nº 272.365/SP e AR nº 719/SP) e desta
Corte.(EIAC 1999.01.00.089861-6-DF) 3. “Não é admissível a
prova exclusivamente testemunhal para reconhecimento de
tempo de exercício de atividade urbana e rural (Lei nº 8.213/91,
art. 55, § 3º)”. Tribunal Regional Federal da 1ª Região, Súmula
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 213

nº 27. 4. Honorários advocatícios fixados em 10%, conforme


entendimento pacificado nesta Turma. 5. A matéria não deduzida
na contestação e, portanto na decidida na sentença de primeiro
grau, não poderá serapreciada em grau de recurso, salvo por
motivo de força maior. (arts. 515, § 1º c/c 517, do Código de
Processo Civil.) 6. Apelação a que se nega provimento. 7. Remessa
oficial provida parcialmente. (TRF 1ª Região – 1ª Turma –
APELAÇÃO CIVEL: AC 8416 MT 1999.36.00.008416-3 – Rel. Des.
Federal JOSÉ AMILCAR MACHADO – j. 02/10/2002 – p. 21/10/
2002)

PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. RURÍCOLA.


APOSENTADORIA POR IDADE. INÍCIO RAZOÁVEL DE
PROVA MATERIAL. VERBETE SUMULAR 149/STJ. CARÊNCIA.
ART. 143 DA LEI 8.213/91. COMPROVAÇÃO. TERMO INICIAL.
CITAÇÃO. ART. 219 DO CPC. AGRAVO PARCIALMENTE
PROVIDO. I - O reconhecimento de tempo de serviço rurícola,
para efeito de aposentadoria por idade, é tema pacificado pela
Súmula 149 desta Egrégia Corte, no sentido de que a prova
testemunhal deve estar apoiada em um início razoável de prova
material. O início de prova não se exaure somente com os
documentos arrolados no art. 106 da Lei 8.213/91. II - Consoante
dispõe o artigo 143 da Lei 8.213/91, o trabalhador rural
enquadrado como segurado obrigatório, na forma do artigo 11,
VII da Lei em comento, pode requerer a aposentadoria por idade,
no valor de um salário mínimo, durante quinze anos, contados a
partir da data de vigência desta Lei, desde que comprove o
exercício de atividade rural, ainda que descontínua, o que restou
comprovado pela Autora. III - Erro material retificado
explicitando que, o termo inicial do benefício aposentadoria por
idade deve ser fixado a partir da citação, a teor do artigo 219 do
Código de Processo Civil. IV- Agravo interno parcialmente
provido. (STJ – 5ª Turma – AgRg REsp nº 847.712/SP – Ac. 2006/
0107379-8 – Rel. Min. GILSON DIPP – j. 03/10/2006 - p. 30/10/
2006)
214 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Tendo em vista que o dispositivo infraconstitucional que não


admite “prova exclusivamente testemunhal” deve ser interpretado “cum
grano salis” (LICC. Artigo 5º), cabendo ao Juiz, em sua magna atividade
de julgar, caberá valorar a prova, independentemente de tarifações ou
direitos infraconstitucionais, ademais, o dispositivo Constitucional
(artigo 202, Inciso I), para o “boia-fria”, se tornaria praticamente
infactível, pois dificilmente alguém teria como fazer a exigida prova
material.

12) No caso em tela, além da vigorosa prova testemunhal, a ser


produzida, são acostados documentos comprobatórios da relação que
se quer ver declarada.

13) Assim, com respaldo na Doutrina, Jurisprudência e prova


produzida, quer ver Declarado por Sentença O TEMPO DE SERVIÇO
já descrito, nas lides agrícolas, como capinas, roçadas, plantio, colheita,
aração, criação e manejo de animais, entre outras atividades, portanto,
esta ação está fulcrada no artigo 4º, inciso I, do Código de Processo
Civil, combinado com os artigos 202, parágrafo 2º, 109, parágrafo 3º,
ambos da Constituição Federal, e ainda osartigos 94, inciso I, e 95,
inciso V, da Lei nº 8.213/91. O procedimento deverá ser sumário, de
acordo com o artigo 275, inciso I, do Código de Processo Civil, artigos
128 e 134 da Lei nº 8.213/91, e artigo 55, inciso V, da Lei nº 8.213/91.

III – DA APOSENTADORIA POR IDADE RURAL

14) A Requerente não recebe nenhum tipo de benefício da


Previdência Social, nem de outro regime previdenciário, portanto, a
legislação vigente dá respaldo ao presente pedido, onde o trabalhador
autônomo, a exemplo do segurado especial (produtor, parceiro, meeiro,
arrendatário rural, pescador artesanal e seus assemelhados), que exerça
suas atividades, individualmente ou em regime de economia familiar,
com ou sem auxílio eventual de terceiros, bem como seus respectivos
cônjuges ou companheiros e filhos maiores de dezesseis anos de idade
ou a eles equiparados, que trabalhem comprovadamente com o grupo
familiar respectivo, têm o direito ao respectivo benefício.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 215

15) No caso em tela, o valor do salário-de-benefício não será


inferior ao de um salário mínimo nem superior ao do limite máximo
do salário-de-contribuição na data de início do benefício, desde que
comprovado o efetivo exercício de atividade rural, ainda que de forma
descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do
benefício, por tempo igual ao número de meses de contribuição
correspondente à carência do benefício pretendido.

16) O artigo 5º, inciso XIII, da Constituição Federal diz que todos
são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,
nos termos seguintes:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer


natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão,
atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.

17) O artigo 6º da Constituição Federal diz o seguinte:

Art. 6º. São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o


lazer, a segurança, a PREVIDÊNCIA SOCIAL, a proteção à
maternidade e àinfância, a assistência aos desamparados, na
forma desta Constituição.

18) O inciso I, § 7º e o inciso II do artigo 201 da Constituição


Federal, dizem:
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de
regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória,
observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e
atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
216 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade


avançada; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
1998)
(...)
§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência
social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
(...)
II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de
idade, se mulher, reduzido em cinco anos o limite para os
trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçam
suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos
o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) (...)

19) A Requerente, conforme provas documentais, portanto, faz


jus à Aposentadoria por Idade Rural, em conformidade com a legislação
em vigor, e que nossos Tribunais são unânimes em decidir sobre esse
assunto, e têm julgado que as provas documentais, corroboradas com
as testemunhais, são suficientes para a comprovação de RURÍCOLA,
para fins de benefício previdenciário.

IV – DA TUTELA ANTECIPADA

Ao comentar os requisitos para a concessão da tutela antecipada,


o Professor Luiz Guilherme Marinoni assim afirma:

“É possível a concessão da tutela antecipatória não só quando o


dano é apenas temido, mas igualmente quando o dano está sendo
ou já foi produzido.Nos casos em que o comportamento ilícito
se caracteriza como atividade de natureza continuativa ou como
pluralidade de atos suscetíveis de repetição, como, por exemplo,
nas hipóteses de concorrência desleal ou de difusão notícias
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 217

lesivas à personalidade individual, é possível ao juiz dar a tutela


para inibir a continuação da atividade prejudicial ou para impedir
a repetição do ato.”(in “AAntecipação da Tutela na Reforma do
Processo Civil”, Ed. Malheiros, p. 57).

A propósito, o mesmo MARINONI, destaca, com muita


propriedade, que a “disputa pelo bem da vida perseguido pelo autor,
justamente porque demanda tempo, somente pode prejudicar o autor
(que tem razão)” (in “Tutela Antecipatória, Julgamento Antecipado e
Execução Imediata da Sentença”, Ed. RT, 1997, p.18).
Para ele isto “demonstra que o processo jamais poderá dar ao
autor tudo aquilo e exatamente aquilo que ele tem o direito de obter
ou que jamais o processo poderá deixar de prejudicar o autor que tem
razão. É preciso admitir, ainda que lamentavelmente, a única verdade:
A DEMORA SEMPRE BENEFICIA O RÉU QUE NÃO TEM RAZÃO”
(Ob. Citada, p. 19).
Consequentemente, entende MARINONI que “se o processo é
um instrumento ético, que não pode impor um dano à parte que tem
razão, beneficiando a parte que não a tem, é inevitável que ele seja
dotado de um mecanismo de antecipação da tutela, que nada mais é
do que uma técnica que permite a distribuição racional do tempo do
processo” (Ob. cit., p. 23).
Assim, de acordo com MARINONI, se “incumbe ao autor provar
o que afirma, UMA VEZ PROVADO (OU INCONTROVERSO) O FATO
CONSTITUTIVO, não há motivo para ele ter que esperar o tempo
necessário para o réu provar o que alega, especialmente porque este
pode se valer da exceção substancial indireta apenas para protelar a
realização do direito afirmado pelo autor” (Ob. cit., p. 36).
Os fundamentos jurídicos acima expostos já demonstram, à
saciedade, mais do que a verossimilhança, a certeza do direito do Autor,
uma vez que é absolutamente pacífico o entendimento jurisprudencial
acerca do assunto em tela. Desse modo, pelos fatos e fundamentos
apresentados nesta exordial, que levam à incontroversa do fato
constitutivo da presente lide, demonstrada está a aplicabilidade do
dispositivo contido no artigo 273, I, do Código de Processo Civil,
218 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

pretende o Autor a antecipação dos efeitos da tutela final, objeto da


presente demanda, inaudita altera pars.

V - DOS PEDIDOS

DIANTE O EXPOSTO, é esta para vir à presença de Vossa


Excelência para requerer o seguinte:
a) seja ordenada a citação do INSS - Instituto Nacional do Seguro
Social, na pessoa de seu representante legal, no endereço declinado
no início desta, para vir responder aos termos da presente ação, sob
pena de revelia e confissão do alegado;
b) seja determinada a intervenção do Ilustre Representante do
Ministério Público, para manifestar-se, querendo, sob o presente feito
e acompanhar todos os atos até final decisão;
c) seja a Autarquia-Ré condenada ao pagamento das custas e
honorários advocatícios, a serem fixados por Vossa Excelência, e
demais cominações de direito;
d) pela produção de provas em direito admitidas, inclusive, a
juntada dos inclusos documentos, ouvida das testemunhas, cujo rol
acompanha a presente e depoimento pessoal das partes envolvidas;
e) de plano seja concedido os benefícios da ISENÇÃO DE
CUSTAS, nos termos do que dispõe a legislação vigente;
f) seja concedida a TUTELA ANTECIPADA inaudita alter pars
ou após a contestação, para que a Autarquia-Ré pague à Autora desde
já a APOSENTADORIA RURAL POR IDADE, NB nº ;
g) doravante seja a Autarquia-Ré, in fine, condenada a pagar
definitivamente a APOSENTADORIA RURAL POR IDADE, NB nº, e
também as parcelas atrasadas desde a data de protocolo em 11/01/1111,
conforme as legislações previdenciárias.
Requer-se, ao final, seja a presente ação julgada PROCEDENTE
e através de sentença declarar-se a certeza da existência de relações
jurídicas de trabalho, em Regime de Economia Familiar da Requerente,
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 219

na concessão à Requerente da Ação DECLARATÓRIA POR TEMPO


DE SERVIÇO C/C APOSENTADORIA RURAL POR IDADE E TUTELA
ANTECIPADA, a partir da data do protocolo junto ao Poder Judiciário,
bem como emitir o carnê do benefício corrigido monetariamente, juros
de mora e honorários advocatícios incidentes sobre o valor da conta
de liquidação, calculados na forma da Lei.

Dá-se à causa, para efeitos fiscais, o valor de R$ ..........


(.........................).

Nestes termos,
D.R.A. esta com os documentos inclusos,
P. Deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......

Rol de testemunhas:
a) ..., brasileiro, casado, aposentado, residente e domiciliado na
Avenida ..., nº ..., nesta cidade;
b) ..., brasileiro, casado, aposentado, residente e domiciliado na
avenida do ... nº ..., nesta cidade;
c) ..., brasileiro, casado, lavrador, residente e domiciliado na
Fazenda ............, neste município.
220 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

RESUMO
O requerente pede pela declaração de tempo de serviço cumulada
com a Aposentadoria por Idade Rural do período efetivamente trabalhado,
com a contagem do tempo em que trabalhou em atividade rural exercida
em regime de economia familiar. Pretende provar o alegado através de
documentos e testemunhas.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 221

DECLARATÓRIA – TEMPO DE SERVIÇO – URBANO – INSS

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE


DIREITO DA ...ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ...................... - ...

........................., brasileiro, casado, pintor, portador do CPF nº


.............. e RG nº ..............., CTPS nº ..............., residente e domiciliado
na Praça .........., nº ..., nesta cidade, por seu advogado e bastante
procurador, vem respeitosamente perante V. Exa. propor

AÇÃO DECLARATÓRIA POR TEMPO DE SERVIÇO URBANO,

nos termos da legislação vigente, contra o INSS - Instituto


Nacional do Seguro Social , autarquia federal, com Procuradoria
Regional situada na Av. ........, nº ..., CEP: ........, na cidade e comarca de
.............. - ..., pelas razões e fundamentos legais que passa a expor:

I - DOS FATOS

1. A Constituição Federal de 1988, ao outorgar uma relativa


igualdade entre trabalhadores urbanos e rurais, abriu espaço até para
aquele trabalhador que tivesse exercido atividade URBANA
comprovadamente, para que pudesse computar o tempo dessa
atividade para fins de aposentadoria.
O Autor sempre exerceu atividade URBANA, iniciando-a na
função de eletricista, comocomprova a Declaração do Empregador, o
Cadastro do CNPJ junto à RECEITA FEDERAL, em que consta a abertura
da referida empresa em 03.04.1975, da qual o Requerente foi um dos
primeiros funcionários, mas sem registro em CTPS, onde no Cadastro
222 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

da Receita Municipal para fins de recolhimentos de ISS consta a


abertura da empresa em 10.04.1975, inclusive, a própria Certidão de
Casamento consta a profissão de eletricista, conforme faz prova dos
documentos em anexo.

2. O Requerente comprova a sua atividade urbana por todos os


meios, seja documentais, seja testemunhais, portanto, ficando desta
maneira comprovado que além de desenvolver a atividade urbana na
função de eletricista junto à empresa .........., denominada .......... durante
o período de 10.04.1975 a 15.08.1978, onde exerceu plenamente a
atividade de eletricista. Para atestar a veracidade dos fatos alegados,
note-se que o seu primeiro registro em CTPS ocorreu no período de
01.03.1979 à 28.02.1980, conforme documentos anexos.

3. O efetivo exercício da atividade exercida será provado através


dos documentos em anexo, referente ao exercício de 10.04.1975 a
15.08.1978, inclusive depoimentos testemunhais, para que, ao final,
seja declarado por sentença, ser verdadeiro o alegado e que tal tempo
é computável como tempo de serviço para fins previdenciários.

4. Tem-se à disposição tanto a prova testemunhal quanto a prova


documental abundante. E é justamente esse aspecto que faz com que
se recorra ao Judiciário, eis que nas ações meramente declaratórias de
tempo de serviço laborado em atividade privada, seja URBANA ou
RURAL, ANTES do advento da Lei nº 8.213/91, não há que se falar em
prévio pagamento de indenização, exigível somente no ato de
requerimento do benefício de aposentadoria, momento em que ocorrerá
a compensação dos respectivos regimes previdenciários.

II - DO DIREITO

5. A pretensão está dentro dos limites estabelecidos pelo artigo


5º, inciso I, do Código de Processo Civil, eis que se pretende ver
declarada a existência de relação jurídica, especialmente em relação à
previdência social.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 223

6. Importante frisar que, em nosso regime processual, qualquer


tipo de prova se presta para formar a convicção do julgador, desde que
não obtida por meio defeso em Lei. Nossa Doutrina, no magistério de
MOACIR AMARAL DOS SANTOS (In Comentários do Código de
Processo Civil, Forense, 4º vol., p. 254/255), ensina que há situação
em que é impossível a prova escrita e que esta impossibilidade pode
ser moral ou material.

7. Nestes casos, diz a Doutrina, pode o interessado socorrer-se


de prova meramente testemunhal, eis que estaremos diante da
ocorrência da força maior.
Nesse sentido, é importante salientar que dispositivos da Lei
permitem a celebração de contratos tácitos, não instrumentalizados.
Expressamente, destaque-se a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

8. Em matéria de Direito Previdenciário, toda a nossa Legislação


está posta no sentido de que a prova meramente testemunhal não é
aceita para as justificações judiciais e administrativas. Ora, a
justificação administrativa vem disciplinada na Lei previdenciária,
eis que dirigida internamente ao uso da autarquia e processada por
seus servidores. De sua vez, a justificação judicial encontra disciplina
a partir do artigo 861 do Código de Processo Civil, sendo discutível a
sua submissão a regras editadas pela lei previdenciária.

9. Mas note-se que a Lei cuidou para que a exceção apenas


atingisse as justificações, deixando para o Código de Processo Civil
disciplinar o regime da prova para os procedimentos judiciais em geral.
E a regra tem sentido: é que as justificações são procedimentos ditos
graciosos, em que nem sequer as testemunhas são submetidas ao
juramento de falar a verdade. Em tais procedimentos, o Juiz meramente
homologa a forma final, sem se manifestar sobre o mérito da matéria.

10. Contrariamente, nas ações de cunho ordinário, em que a


cognição é plena, há o princípio do contraditório, o compromisso das
testemunhas e ao final uma decisão passível de ser recorrida e
reexaminada em instância superior. Daí não ser autorizada a oposição
de quem põe todos os tipos de procedimento judicial na vala comum,
224 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

para negar a possibilidade probatória, testemunhal, tanto num quanto


no outro.

11. Tanto é verdade que nossos Tribunais vêm se posicionando


da seguinte forma:

“PREVIDÊNCIA SOCIAL. DECLARATÓRIA. TEMPO DE


SERVIÇO. PROVA TESTEMUNHAL. 1. As normas dos artigos
57 e 58 do regulamento de benefícios da previdência social, por
cuidarem de procedimento administrativo a respeito de
demonstração de tempo de serviço, se aplicam unicamente aos
agentes administrativos. O Juiz, no exercício de sua jurisdição,
a elas não se encontra vinculado, pelo que é permitido firmar o
seu convencimento sobre os fatos submetidos a seu julgamento,
sem impor qualquer hierarquização sobre as provas. 2. A prova
testemunhal, devidamente depositada em Juízo, não se apresenta
com categoria inferior à documental, em nosso sistema
processual. Ambas produzem os mesmos efeitos, em patamar
idêntico de credibilidade, contribuindo para a formação da
convicção do Juiz. 3. Tempo de serviço para fins previdenciários
provados por meio de testemunha. Idoneidade de meio probante
utilizado.” (Ac. nº 1.113 CE, 2ª Turma do TRT da 5º Região. In
Lex 16/329)
...
“Admite-se prova exclusivamente testemunhal para configurar
atividade de trabalhador rural. Precedentes. Recurso não
conhecido.”
(STJ. REsp. nº 46.774 SP. Rel. Min. Anselmo Santiago, julgado
em 07.06.94 DJ 05.12.1994)

“O dispositivo infraconstitucional que não admite “prova


exclusivamente testemunhal” deve ser interpretado “cum grano
salis” (LICC. Artigo 5º). Ao Juiz, em sua magna atividade de julgar,
caberá valorar a prova, independentemente de tarifações ou
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 225

direitos infraconstitucionais. No caso concreto, a contestação


primou por ser abstrata e não houve contradita das testemunhas.
Ademais, o dispositivo constitucional (artigo 202, inciso I), para
o “boia-fria”, se tornaria praticamente infactível, pois dificilmente
alguém teria como fazer a exigida prova material.”
(STJ – REsp nº 49.121, SP – Relator Ministro ADHEMAR
MACIEL – julgado em 21.06.1994 – DJ 01.08.94)

12. No caso em tela, além da vigorosa prova testemunhal, a ser


produzida, são acostados documentos comprobatórios da relação que
se quer ver declarada.

13. Assim, com respaldo na Doutrina, Jurisprudência e prova


produzida, quer ver Declarado por Sentença o TEMPO DE SERVIÇO
já descrito, na função de eletricista, atividade URBANA, conforme
prevê a legislação vigente e anterior à Lei nº 8.213/91.

Esta ação está fulcrada no artigo 4º, inciso I, do Código de


Processo Civil, combinado com os artigos 201, § 9º, e 109, § 3º, ambos
da Constituição Federal, e ainda no artigo 94 da Lei nº 8.213/91.

14. Quanto à DECLARATÓRIA POR TEMPO DE SERVIÇO


URBANO, nossos Tribunais são pacíficos e vêm se posicionando da
seguinte forma:

“PREVIDENCIÁRIO – DECLARATÓRIA – TEMPO DE SERVIÇO


URBANO – INÍCIO RAZOÁVEL DE PROVA MATERIAL –
PROVA TESTEMUNHAL – RECONHECIMENTO –
FUNCIONÁRIO PÚBLICO – ADMISSIBILIDADE –
DESNECESSIDADE DE PRÉVIA INDENIZAÇÃO AOS COFRES
DA PREVIDÊNCIA – SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA – I. Em se
tratando de ação declaratória, leva-se emconsideração o valor
dado à causa para fins de aplicação do artigo 475, § 2º, do Código
de Processo Civil. II. Para a comprovação da atividade laborativa,
sem o devido registro em carteira, torna-se necessária a
apresentação de um início razoável de prova material a corroborar
226 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

a prova testemunhal. III. Nas ações meramente declaratórias


de tempo de serviço laborado em atividade privada, seja urbana
ou rural, antes do advento da Lei nº 8.213/91, não há que se
falar em prévio pagamento de indenização, exigível somente
no ato de requerimento do benefício de aposentadoria, momento
em que ocorrerá a compensação dos respectivos regimes
previdenciários. IV. É possível o reconhecimento do exercício
da atividade privada, ressaltando que, a expedição de certidão
de tempo de serviço encontra-se vinculada ao recolhimento das
contribuições previdenciárias relativas ao respectivo período,
feito em época própria, nos termos dos artigos 94 e 95 da Lei nº
8.213/91. V. Sendo os litigantes vencidos e vencedores
concomitantemente, torna-se indevida a condenação nas verbas
de sucumbência, conforme disposto no caput do artigo 21 do
CPC. VI. Remessa oficial não conhecida. Apelação do INSS
parcialmente provida.”
(TRF 3ª R. – AC 2000.03.99.041274-8 – (609271) – 7ª T. – Rel.
Des. Fed. Walter do Amaral – DJU 28.04.2005 – p. 427) (grifo
nosso)

III - DO PROCEDIMENTO

O procedimento deverá ser sumário, de acordo com o artigo 275,


inciso I, do Código de Processo Civil, e artigos 128 e 134 da Lei nº
8.213/91.

IV - DO PEDIDO

ANTE O EXPOSTO, é esta para vir à presença de Vossa


Excelência para requerer seja ordenada a citação do INSS - Instituto
Nacional do Seguro Social, na pessoa de seu representante legal,no
endereço declinado no início desta, para vir responder aos termos da
presente Ação, sob a pena de revelia e confissão do alegado.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 227

Requer seja determinada a intervenção do Ilustre Representante


do Ministério Público, para manifestar-se, querendo, sob o presente
feito e acompanhar todos os atos até final decisão.
Protesta pela produção de provas em direito admitidas, desde já
requerendo a juntada dos inclusos documentos, ouvida das
testemunhas, cujo rol acompanha a presente e depoimento pessoal
das partes envolvidas.
Requer-se, ao final, seja a presente ação julgada PROCEDENTE,
e através de sentença se declare a certeza da existência de relações
jurídicas de trabalho, em atividade urbana do Requerente.
Requer-se, ainda, por fim, seja o Requerido condenado ao
pagamento das custas e honorários advocatícios, a serem fixados por
Vossa Excelência, e demais cominações de direito.
Dá-se à causa o valor de R$ ......... (............................), para efeitos
fiscais.

Termos em que,
Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......

Rolde Testemunhas:

a) ......., brasileiro, casado, aposentado, residente e domiciliado


na Avenida ......, nº ..., nesta cidade;
b) ......., brasileiro, casado, aposentado, residente e domiciliado
na Avenida ......, nº ..., nesta cidade;
228 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

c) ......., brasileiro, casado, gerente, residente e domiciliado na


Fazenda .........., neste município.

RESUMO
O requerente pede pela declaração de tempo de serviço efetivamen-
te trabalhado, para fins de aposentadoria. Pede que se conte o tempo em
que trabalhou em atividade urbana antes da vigência da Lei nº 8.213/91.
Pretende provar o alegado através de documentos e testemunhas.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 229

DECLARATÓRIA – TEMPO DE SERVIÇO – REVISIONAL –


APOSENTADORIA – LEI Nº 1.711/52

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE


DIREITO DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DA JUSTIÇA FEDERAL NO
ESTADO DE ................

......................., (qualificação), portador da Cédula de Identidade/


RG nº ............., inscrito no CPF/MF sob nº ..............., residente e
domiciliado nesta cidade de .............. - ..., na Rua .........., nº ..., por seu
bastante procurador e advogado (mandato incluso), com escritório
profissional nesta cidade, na Rua .............., nº ..., onde recebe
notificações e intimações judiciais, vem mui respeitosamente à
presença de V. Exa. propor a presente

AÇÃO DECLARATÓRIA DE TEMPO DE SERVIÇO C/C


REVISIONAL DE PROVENTOS

em face do INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO NACIONAL,


pessoa jurídica de direito público, com sua Procuradoria Estadual
sediada na Rua ..............., nº ..., na cidade de ............. - ..., o que faz
com fundamento na Lei nº 1.711/52, artigo 184, inciso II, e pelos fatos
e razões a seguir enumerados:

1. OS FATOS

O autor, em data de ... de .......... de ...., foi aposentado


compulsoriamente pelo Réu, conforme cópia em anexo da Portaria nº
...... .
230 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

O valor inicial da aposentadoria foi integral, ou seja, a mesma


remuneração recebida pelo autor quando em atividade.

Em ... de .......... de ...., foi notificado pelo Réu, através da missiva


....., datada de .../.../....., que do valor de seus proventos foi excluída “a
vantagem do artigo 184, inciso II, da Lei nº 1.711/52, a qual só poderia
ser concedida ao servidor que contasse com tempo de serviço para
aposentadoria voluntária”.

Inconformado com a decisão do Réu, em ... de ......... de ....,


protocolou junto ao Departamento de Recursos Humanos do Réu
requerimento pedindo revisão de seus proventos.

Para a revisão dos proventos, pediu a inclusão do tempo de


serviço prestado como médico do extinto Instituto de Aposentadoria
e Pensões dos Comerciários (IAPC), agência de ............ -..., referente
ao período de ......... a .......... de .... .

O Réu arquivou o pedido de Revisão do Autor, sob o fundamento


da inexistência em arquivos de assentos funcionais que comprovassem
o tempo de serviço prestado ao Ex-IAPC, conforme cópia em anexo da
carta nº ..... .

O Autor, como prova do tempo de serviço requerido, juntou


declaração de ex-funcionários do Réu, que exerceram funções de alta
responsabilidade, por muitos anos.

O autor, no início do ano de ...., foi, pelo então agente do extinto


Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários (IAPC), agência
de .........., Sr. ................, credenciado como MÉDICO, para exercer suas
atividades profissionais na agência local a fim de atender os segurados
do Instituto, exercendo-as ininterruptamente até o ano de ...., quando
da unificação dos Institutos Assistenciais no Instituto Nacional da
Previdência Social (Ex INPS).

Em data de ... de .......... de .... foi admitido como médico, sob


regime estatutário, ocupando o cargo de chefe da perícia médica.

No período de ........ a ........ de ...., os exames médicos eram


efetivados no consultório particular do Autor, isto porque o Instituto,
na época, não possuía imóvel para instalação de consultório.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 231

Durante todo o período trabalhado, obedecia às ordens de seus


superiores, recebia por consultas e exames realizados, cujos pacientes
lhe eram encaminhados pelo Réu, segundo seus interesses, e realizava
exames médicos periciais, atividades estas inerentes à função do Réu.
Em ... de .......... de .... foi autorizada a sua adjudicação para prestar
seus serviços médicos, quando houve apenas a mudança de local, pois
deixou de realizar os exames no seu consultório particular para realizá-
los em imóvel do Réu, e passou a receber salário mensal e não conforme
produção. No mais, o serviço continuou a ser prestado nas mesmas
condições anteriores.
O fato de o Réu não possuir dados em seus arquivos, do trabalho
desenvolvido pelo Autor, não é de estranhar, pois em ... de ........ de ....
requereu junto ao Réu contagem de tempo de serviço, sendo informado
que o início de suas atividades foi em ... de ......... de .... . Somente após
contestação do autor é que o Réu reconheceu o período de .../.../.... até
.../.../...., que não havia sido reconhecido.
O autor jamais gozou suas licenças especiais, desde .../.../.... até
.../.../.... . Considerando-se as licenças-prêmio não gozadas, seu tempo
de serviço reconhecido é de ... (......) anos, porém, se somados desde
...., ultrapassa os 35 (trinta e cinco) anos.
Portanto, em ... de .......... de ...., embora o autor tivesse completado
70 anos, a aposentadoria mais justa não seria a compulsória, mas a
voluntária.

O autor foi prejudicado duas vezes:


a) pela redução de seus proventos ante a aposentadoria
compulsória; e
b) pelo não reconhecimento do tempo de serviço de ........... a .../
.../...., fato que também causou redução de seus proventos.

Administrativamente não adianta mais reclamar, pois o Réu já


indeferiu o pedido do Autor. Só resta, agora, que o Poder Judiciário
faça Justiça.
232 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

2. O DIREITO

O Réu arquivou o pedido de revisão de aposentadoria do Autor,


com fundamento em Ordem de Serviço ...... . Para registro de tempo
de serviço prestado aos ex-OAPS, é necessário que este conste dos
assentamentos funcionais do servidor, ou seja, apresentadas certidões
originais, não servindo declarações.
O Réu não nega o trabalho prestado pelo Autor, apenas diz não
possuir nenhum dado em seus arquivos.
Nessas condições, fica realmente difícil para o Autor fazer prova
de seu tempo de serviço, pois se o Réu, que era o empregador, não
possui nenhum documento, como é que o Autor poderá tê-los?
O Autor, não dispondo de outro meio de prova, apresentou ao
Réu declaração fornecida pelos Senhores ................., (função/nível),
................, (função/nível), e ..............., (função/nível), todos os ex-
funcionários do Réu, aposentados, que conheceram e trabalharam junto
com o Autor.
A Lei nº 1.711/52, que tinha vigência na época da concessão da
aposentadoria ao Autor, em seu artigo 8º dispunha:

Art. 8º. Para efeito da aposentadoria e disponibilidade computar-


se-á integralmente;
(...)
III - O tempo de serviço prestado com numerário ou sob qualquer
outra forma de admissão, desde que remunerado pelos cofres
públicos.
IV - O tempo de serviço prestado em autarquia.

Como se vê, embora o autor tenha trabalhado de ... a .../.../....,


sem ser concursado, mas ante a prestação laboral para o Ex-IAPC (que
passou a autarquia) na condição de remunerado pelos cofres públicos,
é considerado como tempo de serviço para efeitos de aposentadoria.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 233

Porém, o Autor não possui outro meio de provar o referido tempo


de serviço a não ser por meio de testemunhas.
A exigência de provar o tempo de serviço, desde que haja prova
documental, é do Réu e vai de encontro ao que estabelece o artigo 5º,
caput, da CF/88, ao estabelecer que todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza.
O Código de Processo Civil pátrio permite a prova por meio de
testemunhas, pois o Juiz, quando da apreciação das provas, ao prolatar
a sentença, dará procedência ou não, ao pedido, de acordo com o seu
livre convencimento.
Nestes casos, nossos Tribunais pátrios já decidiram em favor
dos segurados, a saber:

“TEMPO DE SERVIÇO – COMPROVAÇÃO – PROVA


PREPONDERANTEMENTE TESTEMUNHAL. Previdenciário.
Tempo de Serviço. Prova Predominantemente Testemunhal.
Validade. Aplicação do Livre Convencimento do Juiz (art. 131
do CPC). 1. O Juiz, em nosso sistema processual, é livre para
convencer-se a respeito dos fatos discutidos no curso da ação.
Desdobramentos do art. 131 do CPC. 2. A prova testemunhal,
apanhada em Juízo, com todas as cautelas legais, desde que não
contraditada pela parte contrária, tem potencialidade igual à
prova documental, salvo nos casosdos contratos solenes em que
o direito material exige meio documental. 3. A regra contida na
legislação previdenciária de que a prova do tempo de serviço
necessita, pelo menos, de razoável demonstração documental
dirige-se, apenas, à autoridade administrativa, sem produzir
efeito no campo de atuação do Poder Judiciário. 4. A Constituição
Federal de 1988, em seu art. 5º, caput, ao estabelecer que todos
são iguais perante a lei sem distinção de qualquer natureza, fixa
a proibição de se tratar de modo privilegiado, no campo
processual, as pessoas jurídicas de direito público, pelo que não
há de se aceitar qualquer restrição à prova testemunhal para
demonstração do tempo de serviço. 5. Apelação interposta pelo
segurado, provida em parte. Apelação apresentada pela autarquia
234 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

previdenciária desprovida.” (Ac. un. da 2ª Turma – TFR 5ª Região


– Ac. 8.440-CE – Rel. Juiz José Delgado – j. 12.03.91 – DJU
01.04.1991, p. 6.078)

“TEMPO DE SERVIÇO – COMPROVAÇÃO – PROVA


EXCLUSIVAMENTE TESTEMUNHAL – IDONEIDADE –
VALORAÇÃO. Previdência Social. Tempo de Serviço.
Comprovação testemunhal. 1. Inexistindo possibilidade de se
produzir nos autos outras provas além da testemunhal, deve o
magistrado julgar de acordo com o princípio da persuasão
racional, formando o seu convencimento com base nos elementos
probatórios colecionados nos autos. 2. Sendo idônea a prova
testemunhal, o seu valor probante é o mesmo conferido aos outros
meios de prova. 3. Apelação improvida.” (Ac. un. – 2ª Turma –
TRF 5ª Região – Ac. 11.419-CE – Rel. Juiz Barros Dias – j.
25.02.1992 – DJU II 16.04.92, p. 9.764)

Os Tribunais Federais da 1ª Região e da 3ª também estão


decidindo na forma acima exposta.
Diante desses argumentos, o tempo de serviço não considerado
pelo Réu deve ser aceito para ser somado ao tempo já reconhecido e
ser retificado o valor da aposentadoria.
O Autor tem um total de ... (.............) anos de tempo de serviço,
tendo direito ao recebimento da aposentadoria voluntária integral, e
não a compulsória.
Além desta questão, temos outra. O artigo 117, da Lei nº 1.711/
52, rezava:
Para efeito de aposentadoria será contado em dobro o tempo de
licença especial que o funcionário não houver gozado.
A cada dez anos de ininterrupto trabalho prestado, o funcionário
tinha direito a 6 (seis) meses de licença especial. Porém, caso o
funcionário não usufruísse desta licença, o tempo de serviço era
considerado em dobro.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 235

No caso do autor, considerando-se tão somente os ... (.........) anos


de tempo de serviço reconhecidos pelo Réu, deveria ser acrescido de
mais ... (.........) anos, tendo-se em conta que o Autor teve ... (.........)
licenças especiais não gozadas. Com isto, demonstramos que, mesmo
se considerando o tempo de serviço reconhecido pelo Réu, ainda assim
o valor da aposentadoria está incorreto.
O Réu, na contagem do tempo de serviço do Autor, para a
concessão do benefício, não considerou as licenças especiais não
gozadas pelo mesmo. Tal fato por si só já aumenta o tempo de serviço
do autor.
Portanto, os dois critérios usados pelo Réu ao conceder a
aposentadoria do Autor lhe causaram prejuízos.
Somando-se o total do tempo de serviço, o autor tem: ... (..........)
anos, mais ... licenças especiais em dobro, ... (...........) anos, perfazendo
um total de ... (.........) anos, o que lhe dá o direito ao recebimento da
aposentadoria integral.

3. O PEDIDO

Diante do exposto, requer-se:


a) Declaração judicial como tempo de serviço válido e
devidamente comprovado, o período de ... a ......... de ...., como
numerário, prestado do Réu, portanto, válido para efeitos de
contagem de tempo de serviço para fins de aposentadoria.
b) Reconhecido o tempo de serviço, seja determinado o
restabelecimento integral da aposentadoria, no valor
inicialmente concedido, com todas as vantagens, ou seja, no
valor de R$ ......, em .......... de .... .
c) Sobre o valor restabelecido, seja determinada a aplicação de
todos os reajustes e outras vantagens concedidas aos
funcionários públicos; quer no passado, bem como os futuros.
d) Restituição dos valores cobrados do autor a título de devolução
pelo recebimento indevido de proventos, a partir de .../..........
(códigos ... e ...).
236 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

e) Ou, caso não seja reconhecido o tempo de serviço pedido na


alínea “a” desta, seja determinada, assim mesmo, a revisão do
valor da aposentadoria, considerando-se as licenças especiais
em dobro, não gozadas pelo autor, devendo ser ....... do total
do recebimento do autor, em ...., e não em ...., conforme
considerou o Réu.
f) Aplicação da correção monetária e juros sobre todas as
diferenças pleiteadas.
g) Condenação do Réu ao pagamento de honorários advocatícios,
na base de 20% sobre o valor final da condenação.
h) Citação do Réu, na pessoa do seu representante legal, no
endereço já declinado, para que conteste a presente, sob pena
de revelia e confissão.
i) Enfim, a procedência da presente ação, condenando-se o Réu
ao pagamento de custas processuais e demais emolumentos
que porventura houver, ante a sucumbência da ação.

O Autor proverá o alegado por todos os meios de provas


admitidos em direito, especialmente por documentos, oitiva de
testemunhas, cujo rol será apresentado no momento oportuno, e outras.

4. VALOR DA CAUSA

Dá-se à presente, para fins de alçada, o valor de R$ ........


(.........................).

Termos em que,
Pede e Espera Deferimento.

(Local e data)
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 237

Advogado
OAB/... n. .......

ROL DE TESTEMUNHAS:
1. ...............;
2. ...............;
3. .............. .

RESUMO
O Autor requer a declaração de tempo de serviço, a qual não foi
concedida em pedido formulado ao INSS, sob o fundamento de inexistência
em arquivos de assuntos funcionais que comprovassem o tempo de servi-
ço, e por não serem aceitas as provas testemunhais do Autor.
Diante disso, o Autor foi aposentado compulsoriamente, o que lhe
causou prejuízos em face da redução de proventos, portanto, requer seja
concedido o tempo de serviço não reconhecido pelo Réu para fins de apo-
sentadoria voluntária, e consequente revisão de proventos.
238 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 239

DECLARATÓRIA – TEMPO DE SERVIÇO – RURAL – REGIME DE


ECONOMIA FAMILIAR – APOSENTADORIA – LEI Nº 8.213/91

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE


DIREITO DA ...ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ..........................

....................., (qualificação), portador do CPF/MF nº ................,


residente e domiciliado em ..........., município de .................. - ..., vem
à presença de Vossa Excelência, muito respeitosamente, por seu
advogado e procurador (instrumento procuratório incluso), para
propor a presente AÇÃO DECLARATÓRIA DE TEMPO DE SERVIÇO
em face do INSS - INSTITUTO NACIONAL DE SEGURIDADE
SOCIAL, Autarquia Federal, com sua Procuradoria Regional na Rua
.................., nº ..., Bairro ......., na cidade de ........... - ..., onde deverá
ser citado, através da Procuradoria Regional, pelos seguintes fatos e
fundamentos:

DOS FATOS

1. A Constituição Federal de 1988, ao outorgar uma relativa


igualdade entre trabalhadores urbanos e rurais, abriu espaço até para
aquele trabalhador que tivesse comprovadamente exercido atividade
rural, mesmo tendo se deslocado para o setor urbano, para que pudesse
computar o tempo dessa atividade para fins de aposentadoria.
O autor sempre exerceu atividade como trabalhador rural, sendo
que possuía uma área de terra no Município de ................... - ..., como
comprova a certidão do Registro de Imóveis da respectiva Comarca
(docs. inclusos), onde sempre desenvolveu atividade agrícola, como
plantações de milho, feijão, soja e outros cereais, além de possuir certa
quantidade de suínos comercializados para o abate, como comprovam
as notas fiscais de compra e venda e também as notas fiscais de produtor
em anexo.
240 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

2. O requerente comprova ainda a sua atividade rural mediante


Contrato Particular de Arrendamento de Terras (doc. incluso), em que
foi parte no contrato como arrendatário, ... de ............. de ...., ficando
dessa maneira comprovado que, além de desenvolver a atividade
agrícola durante todo o período de sua vida profissional,
principalmente nos últimos 5 (cinco) anos, o requerente exerceu
plenamente essa atividade, anteriormente em suas terras e agora, em
terras arrendadas. Possui também, como prova documental, várias notas
fiscais, entre as quais as seguintes (docs. anexos):

– Nota Fiscal nº ......., da Cooperativa Agropecuária ............., de


... de ....... de ...., referente à venda de suínos através da NFP nº
........., de ... de ........... de ....;
– Nota Fiscal nº ......., da empresa .........., de ... de ......... de ....,
referente à venda de suínos para abate, através da NFP nº .....,
de ... de .......... de .... . Pedido referente à compra de cereais
utilizados no preparo do trato dos suínos, com data de ... de
......... de ....;
– Nota Fiscal de Produtor nº ....., referente à venda de uma vaca,
com data de ... de ......... de ....;
– Nota Fiscal nº ....., da empresa ............., de ... de ......... de ....,
referente à venda de feijão carioca através da Nota Fiscal de
Produtor nº ......, de ... de ......... de .... .

3. O efetivo exercício dessa atividade será provado através dos


comprovantes de pagamento dos impostos referentes à terra, como o
Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural, DARP, INCRA, ITR,
referente ao exercício de .... a ...., todos em anexo, e por depoimentos
de testemunhas, para que, ao final, seja declarado, por sentença, ser
verdadeiro o alegado e que tal tempo é computável como tempo de
serviço para fins previdenciários;
4. Tem-se à disposição tanto prova testemunhal quanto prova
documental abundante. E é justamente este aspecto que faz com que
se recorra ao Judiciário, eis que o Recorrido se negou a aceitar o pedido
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 241

em questão, alegando o não enquadramento do requerente como


trabalhador rural, porque alguns documentos estão em nome de
terceiro, genro do recursante, como consta no termo de decisão
expedido pelo Ministério da Previdência Social. Ora, Excelência, o
requerente sempre exerceu atividade como trabalhador rural, em
regime de economia familiar, com alguns de seus filhos e genros, sendo
normal, portanto, constar algum documento em nome de um genro.

DO DIREITO

5. A pretensão está dentro dos limites estabelecidos pelo artigo


5º, inciso I, do Código de Processo Civil, eis que se quer ver declarada
a existência de relação jurídica, especialmente em relação à Previdência
Social;

6. Importante frisar que, em nosso regime processual, qualquer


tipo de prova presta-se para formar a convicção do julgador, desde
que não obtida por meio defeso em Lei. Nossa Doutrina, no magistério
de MOACIR AMARAL DOS SANTOS (em Comentários do Código de
Processo Civil, Forense, 4º vol., p. 254-255), ensina que há situações
em que é impossível a prova escrita e que esta impossibilidade pode
ser moral ou material;

7. Nesses casos, diz a Doutrina, pode o interessado socorrer-se


de prova meramente testemunhal, eis que estaremos diante da
ocorrência da força maior.

Nesse sentido, é importante salientar que dispositivos da Lei


permitem a celebração de contratos tácitos, não instrumentalizados.
Expressamente, destaquem-se o Estatuto da Terra, em seu artigo 93,
parágrafo 8º, e a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

8. Em matéria de Direito Previdenciário, toda a nossa Legislação


está posta no sentido de que a prova meramente testemunhal não é
aceita para as justificações judiciais e administrativas. Ora, a
242 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

justificação administrativa vem disciplinada na lei previdenciária, eis


que dirigida internamente ao uso da autarquia e processada por seus
servidores. De sua vez, a justificação judicial encontra disciplina a
partir do artigo 861 do Código de Processo Civil, sendo discutível a
sua submissão a regras editadas pela lei previdenciária.

9. Mas, note-se que a Lei cuidou para que a exceção apenas


atingisse as justificações, deixando para o Código de Processo Civil
disciplinar o regime de prova para os procedimentos judiciais em geral.
E a regra tem sentido: é que as justificações são procedimentos ditos
graciosos, onde sequer as testemunhas são submetidas ao juramento
de falar a verdade. Em tais procedimentos, o Juiz meramente homologa
a forma final, sem se manifestar sobre o mérito da matéria.

10. Contrariamente, nas ações de cunho ordinário, em que a


cognição é plena, há o princípio do contraditório, o compromisso das
testemunhas e ao final uma decisão passível de ser recorrida e
reexaminada em instância superior. Daí não ser autorizada a oposição
de quem põe todos os tipos de procedimento judicial na vala comum,
para negar a possibilidade probatória, testemunhal, tanto num como
noutro.

11. A Jurisprudência assim se manifesta:

“PREVIDÊNCIA SOCIAL. DECLARATÓRIA. TEMPO DE


SERVIÇO. PROVA TESTEMUNHAL. 1. As normas dos artigos
57 e 58 do Regulamento de Benefícios da Previdência Social,
por cuidarem de procedimento administrativo a respeito de
demonstração de tempo de serviço, se aplicam unicamente aos
agentes administrativos. O Juiz, no exercício de sua jurisdição,
a elas não se encontra vinculado, pelo que é permitido firmar o
seu convencimento sobre os fatos submetidos a seu julgamento,
sem impor qualquer hierar-quização sobre as provas. 2. A prova
testemunhal, devidamente depositada em Juízo, não se apresenta
com categoria inferior à documental, em nosso sistema
processual. Ambas produzem os mesmos efeitos, em patamar
idêntico de credibilidade, contribuindo para a formação da
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 243

convicção do Juiz. 3. Tempo de serviço para fins previdenciários


provado por meio de testemunha. Idoneidade de meio probante
utilizado.” (Ac. nº 1.113 CE, 2ª Turma do TRT da 5º Região. In
Lex 16/329)
...
“Admite-se prova exclusivamente testemunhal para configurar
atividade de trabalhador rural. Precedentes. Recurso não
conhecido.”
(STJ – REsp. nº 46.774, SP – Rel. Min. Anselmo Santiago – julgado
em 07.06.94 – DJ 05.12.1994)
...
“O dispositivo infraconstitucional que não admite “prova
exclusivamente testemunhal” deve ser interpretado “cum grano
salis” (LICC. Artigo 5º). Ao Juiz, em sua magna atividade de julgar,
caberá valorar a prova, independentemente de tarifações ou
direitos infraconstitucionais. No caso concreto, a contestação
primou por ser abstrata e não houve contra-ita das testemunhas.
Ademais, o dispositivo Constitucional (artigo 202, Inciso I), para
o “boia-fria”, se tornaria praticamente infactível, pois dificilmente
alguém teria como fazer a exigida prova material.”
(STJ – Rec. Especial nº 49.121, SP – Relator Ministro ADHEMAR
MACIEL – julgado em 21.06.94 – DJ 01.08.1994)

12. No caso em tela, além da vigorosa prova testemunhal, a ser


produzida, são acostados documentos comprobatórios da relação que
se quer ver declarada.

13. Assim, com respaldo na Doutrina, Jurisprudência e prova


produzida, quer ver Declarado por Sentença O TEMPO DE SERVIÇO
já descrito, nas lides agrícolas, como capinas, roçadas, plantio, colheita,
aração, criação e manejo de animais, entre outras atividades.

Esta ação está fulcrada no artigo 4º, inciso I, do Código de


Processo Civil, combinado com os artigos 202, parágrafo 2º, 109,
244 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

parágrafo 3º, ambos da Constituição Federal, e ainda os artigos 94,


inciso I, e 95, inciso V, da Lei nº 8.213/91.

DO PROCEDIMENTO

O procedimento deverá ser sumário, de acordo com o artigo 275,


inciso I, do Código de Processo Civil, artigos 128 e 134 da Lei nº 8.213/
91, e artigo 55, inciso V, da Lei nº 8.213/91.

DO PEDIDO

DIANTE O EXPOSTO, é esta para vir à presença de Vossa


Excelência para requerer seja ordenada a citação do INSS - Instituto
Nacional do Seguro Social, na pessoa de seu representante legal, no
endereço declinado no início desta, para vir responder aos termos da
presente Ação, sob pena de revelia e confissão do alegado.
Requer seja determinada a intervenção do Ilustre Representante
do Ministério Público, para manifestar-se, querendo, sob o presente
feito e acompanhar todos os atos até final decisão.
Protesta pela produção de provas em direito admitidas, desde já
requerendo a juntada dos inclusos documentos, ouvida das
testemunhas, cujo rol acompanha a presente e depoimento pessoal
das partes envolvidas.
Requer-se, ao final, seja a presente Ação julgada PROCEDENTE
e através de sentença declarar-se a certeza da existência de relações
jurídicas de trabalho, em regime de economia familiar do Requerente.
Requer-se, ainda, por fim, seja o Requerido condenado ao
pagamento das custas e honorários advocatícios, a serem fixados por
Vossa Excelência, e demais cominações de direito.
Dá-se à causa o valor inestimável e para efeitos fiscais de R$
......... (..........................).
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 245

Termos em que,
Espera Deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......

ROL DE TESTEMUNHAS:
a) ....., (qualificação), residente e domiciliado na Rua ....., nº ...,
na cidade de ........... - .. ;
b) ....., (qualificação), residente e domiciliado na Rua ....., nº ...,
na cidade de ........... - .. .

RESUMO
O requerente pede pela declaração de tempo de serviço efetivamen-
te trabalhado, para fins de aposentadoria. Pede que se conte o tempo em
que trabalhou em atividade rural exercida em regime de economia familiar.
Pretende provar o alegado através de documentos e testemunhas.
246 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 247

DESPACHO – PENSÃO POR MORTE – AÇÃO ORDINÁRIA – INSS –


TUTELA ANTECIPADA – ESTUDANTE UNIVERSITÁRIA DE 21
ANOS – DEPENDENTE ECONOMICAMENTE DOS AVOS (*)

...ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE .................(**)


PROCESSO Nº ............
AUTOR: ..............................
RÉU: INSS - INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL

AÇÃO ORDINÁRIA DE PENSÃO POR MORTEC/C TUTELA


ANTECIPATÓRIA

Postos estes argumentos e analisando a prova carreada aos autos,


está comprovada a necessidade da demandante. Primeiro, porque
restou estampada nos documentos acostados a real dependência
econômica que a Autora tinha de sua avó, pois, além de viver em sua
casa, esta sempre arcou com as despesas de sua educação, vindo,
inclusive, a ser considerada como dependente também na declaração
de Imposto de Renda.
Além disso, tendo em conta a sua pouca idade e a necessidade
de frequentar o curso universitário, presume-se que a mesma não tem
condições, ainda, de sustentar-se por seus próprios recursos e também
porque é fato notório que os valores a serem despendidos em
universidades particulares são extremamente altos e necessitam de
um investimento de alta monta.
Desse modo, configura-se presente, pois, o pressuposto da
verossimilhança das alegações, aliado ao pressuposto do perigo
dademora, consubstanciado na natureza alimentar do objeto da ação.
(*) Fonte de Pesquisa: Site www.jfse.gov.br/consulta_pro_inicial.html
Dados: 1ª Vara Federal Processo nº 2006.85.00.003838-1
(**) Em comarcas onde não existe a JUSTIÇA FEDERAL, poderão as Ações
Previdenciárias ser propostas à JUSTIÇA ESTADUAL, excetuando as comarcas onde
existem as Varas da JUSTIÇA FEDERAL, de conformidade com o § 3º, do artigo 109
da CF/88.
248 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Ademais, em que pese existir um risco de dano irreparável ao Poder


Público com a manutenção do benefício, o prejuízo sofrido por este
será muito menor do que o suportado pela Requerente, no caso de sua
supressão, em decorrência da inegável natureza alimentar dos
proventos.
ANTE O EXPOSTO, afigurando-se presentes os pressupostos
autorizadores da tutela de urgência, DEFIRO a tutela pleiteada,
determinando que o INSS estabeleça o pagamento da pensão a que faz
jus a Autora.
Defiro o benefício da Assistência Judiciária Gratuita como
requerido, nomeando o(a) subscritor(a) da inicial para patrocínio da
causa.
Cite-se o INSS para, querendo, oferecer resposta.
Caso a peça contestatória traga alegação de preliminares (art. 301
CPC), ou promova a juntada de documentos, intime-se o(a) Autor(a)
para apresentar réplica (art. 327 CPC), tudo nos termos do art. 162, §
4º, do CPC.

Intimem-se.

(Local e data)

.................................................
Juiz de Direito ou Juiz Federal

RESUMO
Despacho Judicial de 1ª Instância em que o magistrado examina os
fundamentos da Ação Ordinária proposta, convencendo-se da necessida-
de de amparo, visto que a Requerente vivia sob a tutela dos avós, aos quais
cabia a guarda judicial e, por conseguinte, prestar-lhe assistência materi-
al, moral e educacional.
Percebe-se que no caso em tela, trata-se de dependência econômi-
ca dos avós, devendo ser adequado a cada realidade a ser tratada.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 249

EMBARGOS À EXECUÇÃO – EXCESSO DE EXECUÇÃO –


CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA – IMPOSTO DE RENDA –
REFORMA DA DECISÃO – REDUÇÃO – VALOR DEVIDO –
RECLAMANTE

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DA VARA


DO TRABALHO DE ..............................

....................., por seus procuradores judiciais infra-assinados,


inscritos na OAB/... sob nº ...... e ....., nos autos da Ação Trabalhista nº
......, proposta por ....................., vem respeitosamente à presença de
Vossa Excelência, com fundamento no artigo 884 da CLT, §§ 1º e 3º,
interpor os presentes EMBARGOS À EXECUÇÃO, pelos seguintes
fatos e motivos:
A ação não pode prosseguir pelo valor executado, eis que existe
excesso de execução.

RECOLHIMENTOS FISCAL E PREVIDENCIÁRIO

A sentença que homologou os cálculos de liquidação nada


mencionou a respeito dos recolhimentos de ordem fiscal e
previdenciária, violando determinação legal.
Por isso, a decisão de homologação da conta mostra-se
equivocada, porquanto do valor total do crédito do reclamante devem
ser deduzidas as parcelas por ele devidas à Previdência Social, bem
como deve haver retenção do Imposto de Renda, observado o disposto
no artigo 43 da Lei nº 8.212/91, alterada pela Lei nº 8.620/93:

Art. 43. Nas ações trabalhistas de que resultar o pagamento de


direitos sujeitos à incidência de contribuição previdenciária, o juiz,
250 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

sob pena de responsabilidade, determinará o imediato recolhimento


das importâncias devidas à Seguridade Social.

Parágrafo único. Nas sentenças judiciais ou nos acordos


homologados em que não figurarem, discriminadamente, as
parcelas legais relativas à contribuição previdenciária, esta
incidirá sobre o valor total apurado em liquidação de sentença
ou sobre o valor do acordo homologado.

O artigo 33, § 5º, da Lei nº 8.212/91, “concessa venia”, não


estabelece que as contribuições previdenciárias devam ser recolhidas
integralmente pelo empregador, mas estabelece o não recolhimento de
quantias que foram descontadas do salário do empregado na vigência
do pacto laboral.
No caso “sub judice”, as parcelas foram reconhecidas somente
em virtude de decisão judicial, ou seja, na oportunidade em que vigia
o contrato de trabalho não houve o reconhecimento das verbas,
portanto, não poderia ser exigida a incidência previdenciária.
Assim, deveria constar expressamente da decisão homologatória
da conta a determinação de retenção dos valores referentes ao Imposto
de Renda e ao INSS.
Constitui obrigação do empregado o recolhimento das
contribuições previdenciárias, que devem ser deduzidas do valor que
for apurado no caso de eventual condenação, observado o conteúdo
do artigo 195, inciso II e Parágrafo Único, inciso III, do Regulamento
da Previdência Social, Decreto nº 3.048/99:

“Art. 195. No âmbito federal, o orçamento da Seguridade Social


é composto de receitas provenientes:
(...)
II - das contribuições sociais;
(...)
Parágrafo único. Constituem contribuições sociais:
(...)
III) as dos trabalhadores, incidentes sobre seu salário-de-
contribuição; (...)”
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 251

Logo, a parcela pertinente ao recolhimento da Previdência Social


deve ser deduzida do total do crédito do Reclamante.
Dos recolhimentos referidos, alude-se igualmente a incidência
do Imposto de Renda, com critério análogo para recolhimento devido
aos cofres públicos.
A Lei nº 8.541/92, no seu artigo 46, estabelece:

“Art. 46. O imposto sobre a renda incidente sobre os rendimentos


pagos em cumprimento de decisão judicial será retido na fonte
pela pessoa física ou jurídica obrigada ao pagamento, no momento
em que, por qualquer forma, o recebimento se torne disponível
para o beneficiário.”

Assim, a partir da vigência da mencionada norma legal, tal


retenção passou a ser obrigatória.
Por tratar-se de imperativo legal, “data venia ”, não cabe ao
magistrado perquirir sobre a competência da Justiça do Trabalho para
apreciar a questão dos descontos previdenciários e fiscais, uma vez
que é seu dever determiná-los.
Os descontos previdenciários e fiscais são imperativos legais,
de maneira que não resta alternativa senão a determinação da retenção
da parte devida pelo exequente ao Imposto de Renda e ao INSS.
Destarte, deve ser determinada a reforma da decisão de primeiro
grau, para que sejam discriminadas as parcelas indenizatórias e
salariais, como, também, a retenção dos valores devidos pelo
empregado ao fisco e à Previdência Social.
Argumente-se, ainda, que não há que se falar em
inconstitucionalidade das disposições que impõem a obrigação dos
descontos, porquanto não destoam do contido no artigo 114 da
Constituição Federal.
No que pertine ao Imposto de Renda, não merece prosperar o
entendimento de que, se fossem utilizadas tabelas da época em que o
Reclamante trabalhou para a reclamada, mês a mês, não haveria
incidência.
252 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

O fato gerador do imposto de renda é a AQUISIÇÃO E


DISPONIBILIDADE ECONÔMICA OU JURÍDICA DE VALORES, ou
seja, somente após a integração do valor ao patrimônio do Reclamante
é que poderia haver incidência tributária.
Considerando que os valores somente integrarão o patrimônio
do Reclamante após o trânsito em julgado da decisão, devem ser
aplicados os índices vigentes no momento em que a quantia da
execução estiver disponível ao reclamante.
É o que dispõem o Código Tributário Nacional e a legislação do
Imposto de Renda:

“Seção IV
Imposto sobre a Renda e Proventos de qualquer Natureza

Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e


proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a
aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica;
I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho
ou da combinação de ambos;
II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os
acréscimos patrimoniais compreendidos no inciso anterior.(...)”

“Leinº 7.713, de 22 de Dezembro de 1988

Altera a legislação do Imposto sobre a Renda, e dá outras


providências.
(...)
Art. 7º. Ficam sujeitos à incidência do Imposto sobre a Renda na
Fonte, calculado de acordo com o disposto no art. 25 desta Lei:
I - os rendimentos do trabalho assalariado, pagos ou creditados
por pessoas físicas ou jurídicas;(...)”
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 253

De qualquer forma, mesmo que seja utilizada alíquota incorreta,


o procedimento não trará prejuízos ao contribuinte, que, mediante
declaração de renda, conseguirá a devolução da quantia que recolheu
a mais ao fisco, conforme dita o Código Tributário Nacional, in verbis:

“Seção III
Pagamento Indevido

Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de


prévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual
for a modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no §
4º do art. 162, nos seguintes casos:
I - Cobrança ou pagamento espontâneo de Tributo indevido ou
maior que o devido em face da Legislação Tributária aplicável,
ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador
efetivamente ocorrido;
II - Erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da
alíquota aplicável no cálculo do montante do débito ou na
elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao
pagamento;
III - Reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão
condenatória.

Art. 166. A restituição de tributos que comportem, por sua


natureza, transferência do respectivo encargo financeiro somente
será feita a quem prove haver assumido referido encargo, ou, no
caso de tê-lo transferido a terceiro, estar por este expressamente
autorizado a recebê-la.

Art. 167. A restituição total ou parcial do Tributo dá lugar à


restituição na mesma proporção, dos juros de mora e das
penalidades pecuniárias, salvo as referentes a infrações de caráter
formal não prejudicadas pela causa de restituição.
254 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Parágrafo único. A restituição vence juros não capitalizáveis, a


partir do trânsito em julgado da decisão definitiva que a
determinar.

Assim, a legislação atual prevê que o Juiz do Trabalho deve


determinar que sejam abatidas as quantias devidas pelo empregado ao
INSS e ao Imposto de Renda.
Do mesmo modo esclarece a jurisprudência vigente:

“EMENTA: DESCONTOS. PREVIDÊNCIA SOCIAL E IMPOSTO


DE RENDA. PROVIMENTO Nºs 1/93 E 2/93 DA E.
CORREGEDORIA GERAL DA JUSTIÇA DO TRABALHO. Na fase
de execução devem ser feitos os descontos da contribuição aos
termos da Lei nº 7.787/89 (art.12) e Lei nº 8.212/91 e 8.619/93. O
imposto de renda deve ser descontado sobre parcela tributável,
observando a Lei nº 7.713/89 (arts. 7º e 12) e legislação pertinente.
Em tudo, observadas as diretrizes dos Provimentos n. 1/93 e 2/
93, da E. Corregedoria Geral da Justiça do Trabalho. Provimento
do recurso da reclamada, no particular.”(TRT-PR-RO 14.768/93.
Acórdão nº 21.731/94 - 2ª Turma. DJ-PR 02.12.1994)

“COMPETÊNCIA – DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS. – A


Justiça do Trabalho é competente para determinar o recolhimento
das contribuições previdenciárias sobre verbas deferidas em
sentença, frente à Resolução Administrativa nº 01/90 do TST e
ao Provimento nº 03/84 da Corregedoria Geral da Justiça do
Trabalho.” (E-RR-2947/89.6, Ac. SDI 1800/91 - 2ª Região, Relatora
Ministra Cnéa Moreira, acórdão UNÂNIME, DJU de 08.11.1991,
p. 16.035)

“CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS INCIDENTES SOBRE


PARCELAS REMUNERATÓRIAS DEFERIDAS EM SENTENÇA
TRABALHISTA. Decisão da Turma sufragando a tese de que não
cabe a esta Justiça Especializada determinar a realização de
descontos e recolhimento das contribuições destinadas à
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 255

Previdência Social. Embargos de que se conhecem por divergência


jurisprudencial e a que se dá provimento, para ser reconhecida
a competência desta Justiça, vez que se trata de incidência legal
imperativa sobre fato gerador ocorrido no âmbito de sua atuação,
de eficácia irrecusável, e determinada a realização dos descontos
legais incidentes e seu devido recolhimento pelo empregador
demandado.” (E-RR 2071/89.6, Ac. SDI 1762/91, TRT 1ª Região,
Relator Ministro Ermes Pedro Pedrassani, DJU 25.10.1991, p.
15.114)

As duas últimas ementas transcritas foram citadas como


precedentes no acórdão prolatado pela 5ª Turma deste Colendo
Tribunal, cuja ementa abaixo transcrevemos:

“Tendo em vista a incidência dos descontos sobre os salários e


sendo estes decorrentes do contrato de trabalho, pode, sim, esta
Justiça Especial manifestar-se acerca de sua correção, ainda que
sejam estes de natureza previdenciária. Apenas se estivesse a
controvérsia estabelecida entre uma das partes e a Previdência
Social essa competência estaria afastada. Neste sentido, a
Resolução Administrativa n. 01 de 1990 do TST e o Provimento
nº 03, de 1984, da Corregedoria-Geral da Justiça do Trabalho,
além das decisões proferidas pela Eg. SDI nos processos E-RR-
853/89 (publicado no DJ de 25/10/91, p. 15114) e E-RR-2947/89
(publicado no DJ de 08.11.91).” (TST-RR-63.461/92.7, Ac. 5ª T.
1812/93, 30.06.93, Relator Ministro Antonio Maria Thaumaturgo
Cortizo, “in” Revista Ltr nº 57, nº 11, Novembro de 1993, p. 1.393)

“RETENÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA – COMPETÊNCIA DA


JUSTIÇA DO TRABALHO. Embora a Justiça do Trabalho seja
incompetente para resolver controvérsias relativas ao imposto
de renda, tais como base de incidência, alíquotas, forma de
cálculo, etc., a partir de 24.12.92, com a edição da Lei nº 8.541/
92, na forma do disposto em seu art. 46, compete a esta Justiça
Especializada determinar a retenção na fonte, pelo ex-empregador,
dos valores relativos ao imposto de renda, incidente sobre o
crédito do Reclamante.” (TRT-PR-AP 1150/93, Ac. 3178/94, 2ª
256 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Turma, Rel. Juiz Luiz Fernando Zornig Filho, DJ-PR de


04.03.1994)

Finalmente, o Provimento nº 01/96, da Corregedoria-Geral da


Justiça do Trabalho, não deixa dúvidas sobre o fato de que as retenções
fiscais e previdenciárias devem ser feitas no momento em que o
executado colocar o crédito à disposição do exequente.

Estabelece o Provimento:

“Art. 1º. Cabe, unicamente, ao empregador calcular, deduzir e


recolher ao Tesouro Nacional o Imposto de Renda relativo às
importâncias pagas aos reclamantes por força de liquidação de
sentenças trabalhistas.

Art. 2º. Na forma do disposto pelo art. 46, § 1º, inciso I, II e III,
da Lei nº 8.541, de 1992, o imposto incidente sobre os
rendimentos pagos (Imposto de Renda), em execução de decisão
judicial, será retido na fonte pela pessoa física ou jurídica
obrigada ao pagamento, no momento em que, por qualquer forma,
esses rendimentos se tornarem disponíveis para o reclamante.

Art. 3º. Compete ao juiz da execução determinar as medidas


necessárias ao cálculo, dedução e recolhimento das contribuições
devidas pelo empregado ao Instituto Nacional de Seguro Social,
em razão de parcelas que lhe vierem a ser pagas por força de
decisão proferida em reclamação trabalhista (art. 43 da Lei nº
8.212/91, com a redação dada pela Lei nº 8.620/93).

§ 1º Homologado o acordo ou o cálculo de liquidação, o juiz


determinará a intimação do executado para comprovar, nos autos,
haver feito o recolhimento dos valores devidos pelo empregado
à Previdência Social.

§ 2º Havendo pagamento de parcelas de direitos trabalhistas,


não comprovado o recolhimento previsto no § 1º, o juiz dará
imediata ciência ao representante do Instituto Nacional de
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 257

Seguridade Social, determinando a remessa mensal do rol dos


inadimplentes, procedendo da mesma maneira em caso de
alienação de bens em execução de sentença.

Art. 4º. Este Provimento entra em vigor na data da sua publicação,


revogados o Provimento nº 01/93 e demais disposições em
contrário.”

Por estas razões, a sentença de liquidação merece reforma, a fim


de que sejam discriminadas as parcelas que compõem a base de cálculo
das parcelas fiscal e previdenciária, determinando-se o abatimento
dos valores devidos ao INSS e ao fisco.
Diante do exposto, requer-se a Vossa Excelência o acolhimento
dos presentes embargos, a fim de que a sentença de liquidação seja
reformada, determinando-se a elaboração de novos cálculos ou a
homologação dos que seguem anexos.

P. Deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......

RESUMO
O executado alega que a execução não pode prosperar pelo quantum
fixado, pois há excesso de execução. A sentença que homologou os cál-
culos de liquidação não determinou as parcelas legais relativas à contribui-
ção previdenciária e ao IR. A incidência deve ocorrer sobre o total apurado.
258 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Assim, deve ocorrer a reforma da decisão homologatória, que deverá dis-


criminar todas as verbas e determinar a dedução dos valores devidos pelo
reclamante ao INSS e à União.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 259

EMBARGOS INFRINGENTES – PREVIDENCIÁRIO – PENSÃO POR


MORTE – DIVERGÊNCIA DE VOTO – TRIBUNAL – ACÓRDÃO NÃO
UNANIME

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) PRESIDENTE DO


EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA .....ª REGIÃO.

Processo Origem nº ...............


Vara: ......................
Comarca de ...................................

................................., já qualificado nos autos em epígrafe, por


seu advogado e bastante procurador infra-assinado, nos autos da AÇÃO
ORDINÁRIA DE PENSÃO POR MORTE C/C TUTELA
ANTECIPATÓRIA, que lhe promove em face de INSS – INSTITUTO
NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, vem respeitosamente à presença
de V. Exa., para apresentar

EMBARGOS INFRINGENTES

Na forma e pelos fundamentos aduzidos em anexo, dirigida à E.


Egrégio Tribunal, na certeza de que os doutos julgadores, melhor
examinando a matéria hajam por bem acatar as contra-razões anexas,
mandando que se processe regularmente o feito, em atendimento aos
princípios constitucionais, a doutrina e ao direito, praticando a
verdadeira JUSTIÇA.

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......
260 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

RAZÕES DE RECURSO DE EMBARGOS INFRINGENTES

Recorrente: ....
Recorrida: INSS – Instituto Nacional do Seguro Social
Processo Origem nº
Acórdão nº .................. da .... ª Câmara do TRF - ......ª Região

Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara,
Doutos Julgadores,

Recorre-se mais uma vez a esse E. Juízo, com a finalidade de ver


apreciado seu recurso, eis que o r. decisum recorrido não enfrentou
claramente as razões deduzidas no recurso e o que plasmado nos autos,
senão vejamos:

I - DO PROCESSADO - RESENHA FÁTICA

O Recorrido tentou por diversos momentos convencer os doutos


julgadores a tolherem os direitos do Recorrente, quando em sua
contestação, por exemplo, às fls. .. dos autos, o INSS alega a prescrição
das parcelas anteriores ao quinquênio do ajuizamento da ação, e ainda
a ausência de comprovação de dependência econômica da autora em
relação à segurada, afirmando, ainda, que a pretensão autoral é
destituída de razão por lhe faltar fundamentação jurídica e requerendo,
ao final, a improcedência dos pedidos.
Para tanto, a Recorrente aforou a AÇÃO ORDINÁRIA DE PENSÃO
POR MORTE C/C TUTELA ANTECIPATÓRIA, alegando que o
Recorrido, por seu turno, não estava honrando com seu papel de
instituto previdenciário; que, assim sendo, se estava a pleitear o
benefício de Pensão por Morte, requereu por ordem constitucional, e
não por mero capricho, pois a Recorrente também necessita de
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 261

alimentos para sua sobrevivência na fase de seus estudos


universitários.
Ao despachar, o MM. juiz monocrático houve por bem em acatar
o pedido, dizendo que estava comprovada a necessidade da
demandante, vez que restou estampada nos documentos acostados a
real dependência econômica que a Autora tinha de sua avó, pois, além
de viver em sua casa, esta sempre arcou com as despesas de sua
educação, vindo, inclusive, a ser considerada como dependente
também na declaração de Imposto de Renda.
Citado foi o Recorrido (INSS), para acatar ou manifestar sua
oposição, uma vez comprovada em Juízo a necessidade da Autora de
frequentar o curso universitário, a qual em razão de sua pouca idade
se presume não ter condições, ainda, de sustentar-se por seus próprios
recursos, e também porque é fato notório que os valores a serem
despendidos em universidades particulares são extremamente altos e
necessitam de um investimento de alta monta, justificando-se a
impossibilidade do pagamento, conforme provam os documentos
juntados aos autos, às fls. ..
Na audiência que ocorreu no dia .../.../....., o INSS apresentou
defesa por escrito, e farta de documentação, não se tendo chegado a
um eventual acordo, visto que a legislação inserta em nossa Carta
Magna é INTERPRETATIVA.
Na peça de defesa, arguiu-se que o pedido formulado não era
previsto em Lei, vez que a Pensão por Morte aos dependentes é até a
idade de 21 (vinte e um) anos de idade, não se podendo, portanto,
descumprir a legislação.
Por estar presente o pressuposto da verossimilhança das
alegações, aliado ao pressuposto do perigo da demora, consubstanciado
na natureza alimentar do objeto da ação – em que pese existir um risco
de dano irreparável ao Poder Público com a manutenção do benefício
–, o prejuízo sofrido por este será muito menor do que o suportado
pela Requerente, no caso de sua supressão. Em razão da inegável
natureza alimentar dos proventos, só depois que o Requerente
completar .... anos é que o Recorrido poderá suspender tal benefício,
até lá, legalmente conferido ao Requerido.
262 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

II - DO VENERANDO ACÓRDÃO RECORRIDO

Ante o improvimento do recurso interposto, por maioria de


votos, resta-lhe exercer o direito com o presente recurso.
Denota-se que nas razões expendidas no recurso de fls. ... dos
autos, no que se verifica no que diz pertinência à Recorrente, no voto
do Relator Des. ...................., em que exaustivamente se ponderou que
a Recorrente não possuía concordância, mesmo que o Excelso Relator
do Acórdão Recorrido tenha entendido o contrário, verifica-se que:
O Recorrente está iniciando o seu curso universitário e não
possui meios de sobrevivência, além do benefício previdenciário em
questão, o qual se configura, portanto, de natureza alimentar.
O Magistrado Relator se deixou levar pela defesa apresentada
pelo ilustre representante do Instituto Previdenciário, às fls. .... dos
autos, que alega que a Recorrente não possui este direito nos termos
da Lei nº 8.213/91 e do Decreto nº 3.048/99.
Data venia, a colocação não corresponde aos fatos, senão vejamos:
Verifica-se que o pedido de implementação do benefício de
pensão por morte, se dá em razão de, na data do falecimento, estar a
autora sob a guarda judicial do beneficiário.
De fato, a Lei nº 9.528/97, que deu nova redação ao art. 16, § 2º,
da Lei nº 8.213/91, retirou da proteção previdenciária o menor sob
guarda, já que apenas equiparou aos filhos os menores tutelados e os
enteados, desde que comprovada a dependência econômica.
Duma análise preliminar, constata-se a inconstitucionalidade da
regra contida na referida Lei nº 9.528/97, tendo em vista que tal norma
afronta o disposto no artigo 6º e art. 227, §3º, II, ambos da CF/88.
O MM. Juiz-Relator, concessa venia, entendeu de obliquidade
as agudas razões do recurso, pois a Recorrente pleiteou PENSÃO POR
MORTE C/C TUTELA ANTECIPATÓRIA, a título de alimentos, sendo
certo que ninguém está defeso de pleitear, mas para conceder há que
forçosamente ver a necessidade de quem pleiteia e a capacidade
econômica de quem paga.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 263

Alinha o Magistrado Relator do Acórdão recorrido, in verbis:

(citar a parte do acórdão em que traz prejuízo à parte recorrente)

Permissa venia, o recurso não se reveste de mero capricho, mesmo


porque a PENSÃO POR MORTE arbitrada inicialmente não foi paga
até a presente data, sob alegação de ser ilegal, e se for feito a análise da
interpretação da Carta Magna e demais legislações atinentes, tendo
em vista que a pensão por morte é benefício que tem como objetivo
suprir a falta daquele encarregado de arcar com as despesas do lar, de
modo a possibilitar a manutenção dos dependentes do falecido. Tem
como escopo, pois, manter a suplementação dos dependentes,
decorrente da obrigação alimentar que tinha o falecido.

III - DAS RAZÕES DO RECURSO

Sucintamente tem-se que:


A Recorrente não outros meios de sobrevivência, onde verifica-
se que tem como norte o direito à educação, dever do Estado e da
família, devendo ser resguardado o direito à percepção de pensão,
ainda que o seu beneficiário tenha atingido a maioridade, até que o
mesmo complete a idade de 24 (vinte e quatro) anos, no intuito de
possibilitar o custeio dos seus estudos universitários.
Entendendo ser possível o pagamento do beneficio de pensão
por morte até os 24 (vinte e quatro) anos de idade, se o beneficiário for
estudante universitário e demonstrar a real necessidade do benefício;
como ficou comprovada no caso em tela, onde a pensão previdenciária
pode mesmo ser comparada com a prestação alimentícia, pois, a pessoa,
dependente do benefício, não possuindo outro rendimento e sendo
dependente do segurado, tem o direito à sua percepção até que conclua
a sua formação.
264 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Finalmente, Impõe-se, como verdadeiro instrumento de


JUSTIÇA, o que aqui foi exposto em consonância com os documentos
juntados aos autos, pois a Recorrente por necessitar dos estudos para
obter condições de uma boa colocação no mercado de trabalho,
conforme estatuído em nossa Carta Magna, vê-se no direito de recorrer
o que é de direito, e nada mais.

IV - DO REQUERIMENTO

DIANTE O EXPOSTO, requer-se desse E. Juízo, através de seus


doutos Julgadores, numa análise mais cuidadosa das Razões acima
exposta, o acolhimento da preliminar e o julgamento de extinção do
processo sem julgamento do mérito. Analisado o mérito, esperam a
manutenção da PENSÃO POR MORTE, por ser medida de LÍDIMA
JUSTIÇA!

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......

RESUMO
Acórdão Judicial que ocorreu em 2ª Instância, tendo havido diver-
gências nos votos dos magistrados que compunham a Câmara, em que
votaram parcialmente pela inconstitucionalidade da Lei nº 9.528/97, que
deu nova redação ao art. 16, § 2º, da Lei nº 8.213/91, em que retirou da
proteção previdenciária do menor sob guarda, a natureza alimentar do be-
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 265

nefício, visto que tal norma alteradora afronta o disposto no artigo 6º e


artigo 227, § 3º, II, ambos da Constituição Federal/1988, que também têm
embasamento jurisprudencial dado pelo STJ – Superior Tribunal de Justi-
ça.
Cabem Embargos Infringentes contra acórdão não unânime que hou-
ver reformado, em grau de apelação, a sentença de mérito, ou houver julga-
do procedente a ação rescisória (artigo 530 do CPC). Tal recurso é consi-
derado pela matéria que tenha sido objeto de divergência, ou seja, somen-
te o objeto do voto vencido será discutido, portanto, é pontual fixar três
pressupostos que tornam admissíveis os embargos infringentes:
a) haja um acórdão não unânime proferido no julgamento de apela-
ção ou de ação rescisória, ou seja, deverá haver voto vencido nos
julgamentos da apelação ou de ação rescisória;
b) que o referido acórdão tenha reformado a sentença ou julgado
procedente a ação rescisória;
c) que a sentença reformada seja de mérito.
266 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 267

ESPECIFICAÇÕES DE PROVAS – APRESENTAÇÃO DE NÃO


NECESSIDADE DE NOVOS DOCUMENTOS – MATERIAL
CONSTANTE INICIAL

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A)


FE-DERAL DA...ª VARA PREVIDENCIÁRIA DA JUSTIÇA FEDERAL
DO TRF – ...ª REGIÃO.

Processo nº ............
...ª Vara Cível
Comarca: ................/...

.........................., já qualificado nos autos da AÇÃO


DECLA-RATÓRIA C/C PRECEITO CONDENATÓRIO, contra o INSS -
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, Processo nº ...........,
que tramita por este E. Juízo, por seu procurador e advogado infra-
assinado, vem perante V. Exa., em atendimento ao r. despacho exarado
às fls. dos autos, comunicar que a Autora não pretende especificar
provas, uma vez que esta já consta nos autos, informando que “a matéria
discutida nestes autos é unicamente de direito, impondo-se com isso
o julgamento antecipado da lide”.

Pede j. e deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......
268 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

RESUMO
Neste caso não há necessidade de especificação de provas, vez
que as provas já estão contidas na inicial, apenas se fazendo necessária a
apresentação do rol de testemunhas, se necessário for a exigência nos
autos.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 269

ESPECIFICAÇÕES DE PROVAS – APRESENTAÇÃO DE NOVOS


DOCUMENTOS

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE


DIREITO DA...ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ......................

........................., já qualificado nos autos da AÇÃO DE


APOSENTADORIA POR IDADE, processo nº ........./..., que tramita por
este Juízo, por seu advogado infra-assinado, vem perante este Juízo,
em atendimento a Vossa Excelência, conforme despacho exarado às
fls. .... dos autos, pretendendo especificar provas conforme abaixo
descritas:
1. Que o ora Requerente sempre trabalhou na lavoura, conforme
fazem prova a Certidão de Casamento, Título de Eleitor, Carteira de
Reservista, fotografias da laboração rural, conforme documentos em
anexo.
2. Requer ainda a oitiva de testemunhas, abaixo arroladas, que
provarão os fatos narrados na exordial, além das provas documentais
já juntadas, conforme segue:

a) ...., brasileiro, casado, lavrador, residente e domiciliado na


Fazenda ..., neste município;
b) ...., brasileiro, casado, lavrador, residente e domiciliado na
Fazenda ..., neste município;
c) ...., brasileiro, casado, lavrador, residente e domiciliado na
Fazenda ..., neste município.

Pede j. e deferimento.

(Local e data)
270 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Advogado
OAB/... n. .......

RESUMO
Neste caso há necessidade de especificação de provas, vez que as
contidas na inicial são insuficientes, fazendo-se necessário acrescentar
as informações faltantes, inclusive a apresentação do rol de testemunhas.
Em comarcas onde não existe a JUSTIÇA FEDERAL, poderão as
Ações Previdenciárias ser propostas à JUSTIÇA ESTADUAL, excetuando
as comarcas onde existem as Varas da JUSTIÇA FEDERAL, de conformi-
dade com o § 3º, do artigo 109 da CF/88.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 271

GUARDA DE MENOR – BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO –


DEPENDENTE – LEI Nº 8.069/90 – CONCESSÃO

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE


DIREITO DA VARA DE MENORES DA COMARCA DE...

........................., (qualificação) , residente e domiciliado na


comarca de ................ - ..., na Rua ............, nº ..., através de seu
representante legal, vem mui respeitosamente expor e pedir ao final a
obtenção da

GUARDA DE MENOR

pelos fatos e fundamentos a seguir:


A segunda Requerente era casada com ..................., (qualificação),
residentes na comarca de ................ - ..., na Rua ............, nº ..., tendo
os mesmos efetuado a separação judicial, nos autos .../..., na ...ª Vara
de Família e Anexos da Comarca de ............. - ... .
Conforme a anexa certidão extraída daqueles autos, em data de
.../.../...., por ocasião da separação, a Requerente ..................... ficou com
a guarda de sua filha menor, ................, nascida em data de .../.../....,
hoje, portanto, com ... (.............) anos.
Anexas, além da procuração dos requerentes, a certidão referida,
certidão de nascimento da menor mencionada e certidão de casamento
da requerente com ................., ocorrido em .../.../.... .
Ocorre que, atualmente, os requerentes vêm vivendo
maritalmente, tendo, inclusive, dessa união, nascido o menor ..............,
conforme se prova com a anexa certidão de nascimento ocorrido em
.../.../....
272 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

A menor objeto deste pedido, .................., continua sob


responsabilidade de sua mãe, aqui requerente, sendo certo que o
requerente ..................... está dando manutenção e educação, inclusive
escolar, à menor, conforme demonstram as anexas declarações.
A requerente mulher, bem como o filho comum do casal, já se
encontram habilitados como dependentes econômicos junto ao Banco
.........., para efeito inclusive de atendimento médico-hospitalar,
conforme demonstra cópia anexa da “Ficha de Dependentes
Econômicos” em nome do requerente-varão.
O que neste requerimento se pretende é atribuir a guarda da
menor .......... ao Requerente ...................., o qual efetivamente vem lhe
prestando alimentos, vestuário, educação escolar, como se fosse sua
filha.
O Requerente-varão é funcionário do Banco ........., em exercício,
juntando declaração firmada pelo Gerente da Agência do Banco .............,
e mais dois funcionários, datada de ... de ............ de ...., quanto à sua
idoneidade moral e financeira, para que possa pleitear a guarda da
referida menor.
E, para que o requerente-varão possa incluir a menor referida
como sua dependente, seja perante a Previdência Social, seja perante
o Banco ............, é estritamente necessário que haja outorga judicial
da guarda ora pleiteada.
A Lei nº 8.069/90 (ECA) cuida das condições para se deferir a
guarda de menor, nos artigos 33, 34 e 35.
É o requerente sabedor de que a guarda implica a obrigação de
prestação de assistência material, moral e educacional do menor,
passando este a ser seu dependente econômico, inclusive para os fins
previdenciários, conforme dispõe o § 3º, do artigo 33 da Lei nº 8.069/
90.
O Requerente-varão informa não ter vínculo de parentesco com
a menor, sendo certo que esta tem os pais, como referido, e foi registrada
sob nº ......., em data de .../.../...., no Cartório de Registro Civil da Sede
da Comarca de ................... - ... (doc. junto), atestando a sua idoneidade
com o documento junto, assinado por três pessoas idôneas, que
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 273

informaram estar o requerente-varão trabalhando normalmente,


portanto, com saúde física e mental perfeitas.
Pelos fatos expostos, com a expressa concordância da mãe da
menor, aqui também requerente, requerem que, ouvido o DD.
Representante do Ministério Público, seja a final deferida ao Requerente
.................... a guarda da menor ................, tudo consoante as normas
legais invocadas e outras aplicáveis à espécie.

Com os documentos juntos e, se necessário, protestando por


outras provas.

Pedem e esperam
Deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......

RESUMO
A mãe da menor e o concubino requerem seja concedida a guarda
de menor ao segundo Requerente, para que a mesma possa se tornar sua
dependente economicamente, inclusive perante a Previdência Social.
274 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 275

IMPUGNAÇÃO – BENEFÍCIO ASSISTENCIAL – DEFICIENTE -


INCAPACIDADE LABORATIVA

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª


VARA CÍVEL DA COMARCA DE ___________.

Processo nº

FULANA DE TAL, já qualificada nos autos supramencionado,


neste ato representado por seu advogado e bastante procurador infra-
assinado, da AÇÃO DE AMPARO ASSISTENCIAL AO DEFICIENTE,
contra o INSS – Instituto Nacional do Seguro Social, vêm, perante
Vossa Excelência, com o fim de apresentar IMPUGNAÇÃO à
Contestação ofertada pela Requerida, às fls. dos autos, em sua
TOTALIDADE, ratificando a peça exordial, requerendo nesta
oportunidade pelo devido prosseguimento do feito, e se necessário
for, com designação de audiência de instrução e julgamento, ocasião
em que o Autor irá produzir suas provas.

No que tange aos documentos juntados com a peça contestatória


para rebater a IMPOSSIBILIDADE do Benefício Previdenciário do
Autor, é de se notar o seguinte:

1) Quanto a Contestação e suas preliminares apresentadas pela


Autarquia-Ré, são completamenteIMPROCEDENTES, uma vez que o
Autor encontra-se em estado de INCAPACIDADE LABORATIVA PARA
O TRABALHO E A VIDA DIÁRIA, devido a doença adquirida,
conforme provas de documentos em anexo, além dos já juntados na
inicial.

2) De conformidade com o Laudo Médico Pericial do INSS,


juntado na peça contestatória às fls. , consta a deficiência pelo CID –
Código Internacional de Doenças, no código F32 que são sintomas de
276 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

DEPRESSÃO, ou seja, tornando-a totalmente incapaz a sua atividade


diária.

3) Como se denota, a Requerente é Portadora de Deficiência


Congênita (CID nº M54.5 – Dor lombar baixa), (CID nº F32.2 – Episódio
depressivo grave sem sintomas psicóticos e (CID nº F31 – Transtorno
afetivo bipolar), estando incapacitada para o desempenho das
atividades da vida diária e do trabalho, conforme provam os Laudos
Médicos em anexo, constantes na inicial e na peça contestatória.

4) E mais adiante na defesa da Autarquia-Ré, às fls. , que também


comprovaram a referida doença, além da comprovação de contribuinte
previdenciário, esta juntou tais provas a favor do Autor.

5) Para melhor interpretação da situação, o Autor passa a juntar


nesta fase contestatória, documentos que comprovam os já juntados
anteriormente, ou seja, documentos que provam e provará em Juízo a
doença adquirida, ou seja, a DEPRESSÃO, e que fora tratada por
diversas vezes, conforme Laudos Médicos diversos, fazendo uso dos
medicamentos DEPAKENE 250 mg e DIAZEPAM 10 mg, que provocam
REAÇÕES ADVERSAS de forma definitiva e temporária.

6) O DEPAKENE 250 mg (Valproato de Sódio) – indicado para


tratamento monoterápico em quadros de ausência simples e complexa
e convulsões febris, estando indicado em esquemas terapêuticos
associados nos casos de ausência complexa (ou atípica) mioclônica,
espasmos infantis (síndrome de West) e crises acinéticas. Terapêutica
adjuvante pode ser instituída com Depakene nos casos de crises tônico-
crônica (grande mal), crises focais com sintomatologia elementar e
complexa, crises focais com generalização secundária e formas mistas.”

7) Já o DIAZEPAM 10 mg – é amplamente usado para o tratamento


da ansiedade e da insônia. Ele também é prescrito para Transtorno do
pânico, Distúrbio bipolar, Tratamento da Ansiedade, Depressão (como
coadjuvante de antidepressivos, pois estes, geralmente causam insônia)
e Tratamento de Epilepsia (como coadjuvante, pois o Diazepam impede
o surgimento da crise epiléptica, mas não é uma DAE - Droga Anti-
Epiléptica).
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 277

8) Pelo que vemos, o direito do Autor está garantido por nossa


legislação vigente, com total amparo ao benefício previdenciário ora
requerido, notando-se assim, que as preliminares arguidas pela
Autarquia-Ré são totalmente IMPROCEDENTES.

9) As provas carreadas aos autos, não deixam dúvidas quanto ao


DIREITO LÍQUIDO e CERTO do pedido do Autor junto à Autarquia-
Ré, quanto ao benefício requerido em 20/01/2006, data em que se inicia
o direito à percepção do referido benefício.

10) È de se notar o seguinte posicionamento de nossos Tribunais:

PREVIDENCIÁRIO - PROCESSUAL CIVIL - BENEFÍCIO


ASSISTENCIAL - PORTADOR DE EPILEPSIA E DEFICIÊNCIA
AUDITIVA - LAUDO PERICIAL FAVORÁVEL - ART. 203, V DA
CF/88 C/C ART. 20 E SEGS. DA LEI Nº 8.742/93 - REQUISITOS
PRESENTES. 1. Não obstante o amparo social seja um benefício
de natureza transitória sujeito a reavaliação periódica das
condições que ensejaram a sua concessão, podendo a
Administração Pública, a qualquer tempo, cancelar ou suspender
o benefício que foi concedido inicialmente, mas dependerá de
apuração em devido procedimento administrativo, regulado em
Lei, observados os princípios do contraditório e da ampla defesa.
2. Aquele que preencher os requisitos da incapacidade para
atividades laborativas e para vida independente, e de não poder
prover a subsistência própria ou tê-la provida por seus familiares,
faz jus ao benefício assistencial, nos termos do art. 203, V, da Lei
Maior, que elenca, entre os objetivos da assistência social, “a
garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa
portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir
meios de prover à própria subsistência ou tê-la provida por sua
família, conforme dispuser a lei”, na forma da Lei nº 8.742/93,
regulamentada pelo Decreto nº 1.744, de 08 de dezembro de 1995.
3. Conforme constatado pelo Juízo sentenciante, após cognição
exauriente da lide, laudo pericial favorável, restou comprovado
que o demandante, portador de “epilepsia” e deficiência auditiva,
com quadro clínico irreversível, sem condições de prover a
278 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

própria subsistência ou tê-la provida por seus familiares, reúne


as condições previstas em lei para o restabelecimento do
benefício. 4. Remessa oficial improvida. (TRF 5ª Região – 1ª
Turma – Ac. nº 2007.05.99.003462-5 – Rel. Des. Federal Frederico
Pinto de Azevedo (Substituto) – j. 07/05/2008 – p. 29/05/2008)

CONSTITUCIONAL. RESTABELECIMENTO DE BENEFÍCIO


DE PRESTAÇÃO CONTINUADA AO DEFICIENTE. PERÍCIA
JUDICIAL. EXISTÊNCIA DE INCAPACIDADE PARA VIDA
INDEPENDENTE E PARA O TRABALHO. RENDA FAMILIAR
INFERIOR A 1/4 DO SALÁRIO MÍNIMO. JUROS DE MORA.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. SÚMULA 111 DO STJ. 1. Nos
termos do art. 20, da Lei nº 8.742/93, a concessão do benefício
de prestação continuada ao deficiente está condicionada à prova
do preenchimento dos seguintes requisitos: ser portador de
deficiência e não possuir meios de prover a própria manutenção
e nem de tê-la provida por sua família. Para que reste atendido o
primeiro dos requisitos, a Lei nº 8.742/1993, no art. 20, § 2º,
estabelece duas exigências: incapacidade para a vida
independente e para o trabalho. Quanto ao segundo requisito, é
considerada como incapaz de manter a pessoa portadora de
deficiência a família cuja renda mensal per capita seja inferior a
1/4 (um quarto) do salário mínimo. 2. A perícia judicial realizada
pelo médico nomeado pelo Juiz concluiu que a apelada é
portadora de retardo mental, não especificado (F 79 CID 10) e
Epilepsia (G 40 CID 10), fato este, que a torna incapacitada para
trabalhar. Por essa razão, é considerada portadora de deficiência
para efeito de benefício assistencial. 3. A renda familiar per capita
inferior a 1/4 (um quarto) do salário mínimo restou demonstrada
pela “declaração sobre a composição do grupo e renda familiar”
e pelo o Estudo de Caso realizado, através de visita domiciliar,
por ocasião da ação de interdição. Ademais em nenhum momento
a autarquia contestou o estado de hipossuficiência da recorrida.
Ressalta-se que o benefício fora indeferido por ausência de
comprovação da incapacidade, hipótese prevista no § 2º, art. 20
da Lei 8.742/93. 4. Restaram comprovados, dessa forma, os
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 279

requisitos necessários a concessão do benefício assistencial por


invalidez. 5. De acordo com o disposto no art. 8º, parágrafo 1º,
da Lei nº 8.620/93 e da Lei nº 9.289/96, o INSS, como autarquia
federal, goza do privilégio da isenção do pagamento de custas
nos feitos em que atue como autor, réu, assistente ou opoente, o
que não o desobriga do encargo de reembolsar as despesas
antecipadas pela parte autora, contudo, sendo esta beneficiária
da Justiça Gratuita, não há despesas a serem reembolsadas pelo
INSS, estando isento de tal condenação. 6. Em razão da remessa
oficial, juros de mora aplicados no percentual de seis por cento
ao ano, previsto no art. 1º - F, da Lei nº 9.494/97, julgado
constitucional pelo Supremo Tribunal Federal, no RE-453740.
O Superior Tribunal de Justiça, em julgados da Primeira, Segunda
e Sexta Turmas, proferidos à unanimidade, entendeu que o
supracitado dispositivo legal, apesar de referente a juros de mora
nas condenações impostas à Fazenda Pública para pagamento de
verbas remuneratórias devidas a servidores e empregados
públicos, aplica-se também aos benefícios previdenciários: “O
art. 1º-F da Lei 9.494/97, introduzido pela Medida Provisória
2.180-35/2001, refere-se à incidência de juros moratórios em
relação ao pagamento de verbas remuneratórias, incluindo-se aí
os benefícios previdenciários e demais verbas de natureza
alimentar” (trecho do da ementa do REsp 860046/MG, Rel.
Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA TURMA, julgado em
26.09.2006, DJ 23.10.2006 p. 280). 7. Honorários advocatícios
mantidos no percentual de 10%, respeitada a determinação da
Súmula nº 111, do STJ. 8. Apelação do INSS e remessa oficial
parcialmente providas.(TRF 5ª Região – 1ª Turma - AC 434859
CE 2007.05.99.003781-0 – Rel. Des. Federal Frederico Pinto de
Azevedo (Substituto) – j. 24/07/2008 – p. 15/09/2008)

O Autor não concorda com a peça contestatória por ser eivada


de vícios e truculências, a fim de continuar prejudicando todos os
cidadãos brasileiros que prestaram e prestam serviços à nossa Nação,
e que agora no momento de sua fragilidade na saúde, dificultando o
seu trabalho, a Autarquia-Ré, através de seu representante legal,
280 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

apresenta uma frágil contestação, sem que nada venha corroborar com
as decisões de Vossa Excelência.
Serve-se da presente IMPUGNAÇÃO para alcançar o seu objetivo,
conjuntamente com a inicial, o que deverá ser declarado por sentença
nos autos, para que se faça cumprir o DIREITO, a VERDADE e a
JUSTIÇA.
DIANTE O EXPOSTO, requer a Vossa Excelência, ratificando
integralmente a inicial, com sua total procedência, condenando a
Autarquia-Ré ao pagamento de honorários advocatícios e
sucumbências, a serem arbitrados por Vossa Excelência, bem assim as
demais custas processuais e cominações legais de direito.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......

RESUMO
O Requerente apresenta impugnação e argumenta que a Contesta-
ção e as preliminares apresentadas pela Autarquia-Ré, são IMPROCE-
DENTES, vez que o Autor encontra-se em estado de INCAPACIDADE
LABORATIVA PARA O TRABALHO e a VIDA DIÁRIA, devido a doença
adquirida, ou seja, preenche os requisitos da incapacidade para atividades
laborativas e para vida independente, e de não poder prover a subsistência
própria ou tê-la provida por seus familiares, faz jus ao benefício assistencial,
nos termos do art. 203, V, da Lei Maior, que elenca, entre os objetivos da
assistência social, “a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à
pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir
meios de prover à própria subsistência ou tê-la provida por sua família.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 281

IMPUGNAÇÃO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª


VARA CÍVEL DA COMARCA DE _________.

Processo nº

FULANA DE TAL, já qualificada nos autos supramencionado,


neste ato representado por seu advogado e bastante procurador infra-
assinado, da AÇÃO DE APOSENTADORIA POR IDADE RURAL,
contra o INSS – Instituto Nacional do Seguro Social, vêm, perante
Vossa Excelência, com o fim de apresentar IMPUGNAÇÃO à
Contestação ofertada pela Requerida, às fls. dos autos, em sua
TOTALIDADE, ratificando a peça exordial, requerendo nesta
oportunidade pelo devido prosseguimento do feito, e se necessário
for, com designação de audiência de instrução e julgamento, ocasião
em que o Autor irá produzir suas provas.
No que tange aos documentos juntados com a peça contestatória
para rebater a IMPOSSIBILIDADE do Benefício Previdenciário do
Autor, é de se notar o seguinte:
1) Quanto a Contestação e suas preliminares apresentadas pela
Autarquia-Ré, são completamenteIMPROCEDENTES, uma vez que o
Requerente está pleiteando em Juízo a contagem recíproca de tempo
de serviço por ele prestado, a fim de receber o pagamento correto e
integral de sua aposentadoria rural por idade.
2) No caso em tela, nota-se que é um DIREITO ADQUIRIDO
líquido e certo do Autor, quando de sua propositura junto ao ente
previdenciário, ou seja, desde 16/09/2009, NB:.
3) Na ocasião em que o Requerente laborou na lavoura, a Lei não
permitia o registro em Carteira de Trabalho do TRABALHADOR
282 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

RURAL, pois naquele tempo o livro de ponto era a terra e a caneta era
a enxada, e querer que o Requerente fosse registrado em Carteira é
querer o impossível, inclusive, mesmo porque o trabalho se dava em
REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR.
4) Agora dizer que não é lavrador na atual conjuntura, é um crime
de falsidade ideológica de Danos Morais e Materiais contra a Autarquia-
Ré, pois de conformidade com a nossa Carta Magna é possível para
efeito de aposentadoria, a contagem recíproca do tempo de contribuição
na administração pública e na atividade privada, rural e urbana,
hipótese em que os diversos regimes de previdência social se
compensarão financeiramente entre si.
5) Os direitos do Requerente estão garantidos pelo artigo 7º e
seus incisos e o artigo 201, § 9º, da Constituição Federal, bem como
pelas demais legislações que regem a matéria, dizem:

“Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de


outros que visem à melhoria de sua condição social:
(...)
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado,
capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua
família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer,
vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes
periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada
sua vinculação para qualquer fim;
(...)
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral
ou no valor da aposentadoria;
(...)
XXIV - aposentadoria;
(...)
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de
trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os
trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 283

extinção do contrato de trabalho; (Redação dada pela Emenda


Constitucional nº 28, de 25/05/2000)
(...)
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de
regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória,
observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e
atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
(...)
§ 9º Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem
recíproca do tempo de contribuição na administração pública e
na atividade privada, rural e urbana, hipótese em que os diversos
regimes de previdência social se compensarão financeiramente,
segundo critérios estabelecidos em lei. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)

6) Quanto à PRELIMINAR de PRESCRIÇÃO, a Autarquia-Ré


arguiu a prescrição do fundo do direito e das prestações do benefício
do Autor, sendo que a presente preliminar deve ser desprezada, uma
vez que não está o Autor postulando mais do que a Lei lhes assegura,
ou seja, vigora no Direito Previdenciário o princípio da
imprescritibilidade dos direitos patrimoniais relativos ao benefício
em si. A este princípio opõe-se a regra da prescritibilidade das
mensalidades não reclamadas no prazo de 5 (cinco) anos.
7) Na Constituição Federal, em seu artigo 7º, inciso XXIX, artigo
103, caput e Parágrafo Único da Lei nº 8.213, de 24/07/1991,
reproduzindo o artigo 98 da CLPS (Decreto nº 89.312/84),
regulamentado pelo Decreto nº 3.048, de 06/05/1999 quanto à prescrição
dos benefícios previdenciários, estabelecem:
a) Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991:

“Art. 103. É de dez anos o prazo de decadência de todo e qualquer


direito ou ação do segurado ou beneficiário para a revisão do ato
de concessão de benefício, a contar do dia primeiro do mês
284 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

seguinte ao do recebimento da primeira prestação ou, quando


for o caso, do dia em que tomar conhecimento da decisão
indeferitória definitiva no âmbito administrativo. (Redação dada
pela Lei nº 10.839, de 2004)

Parágrafo único. Prescreve em cinco anos, a contar da data em


que deveriam ter sido pagas, toda e qualquer ação para haver
prestações vencidas ou quaisquer restituições ou diferenças
devidas pela Previdência Social, salvo o direito dos menores,
incapazes e ausentes, na forma do Código Civil. (Incluído pela
Lei nº 9.528, de 1997)”

b) Decreto nº 3.048, de 06/05/1999:

“Art. 347. É de dez anos o prazo de decadência de todo e qualquer


direito ou ação do segurado ou beneficiário para a revisão do ato
de concessão de benefício, a contar do dia primeiro do mês
seguinte aodo recebimento da primeira prestação ou, quando for
o caso, do dia em que tomar conhecimento da decisão
indeferitória definitiva no âmbito administrativo. (Redação dada
pelo Decreto nº 5.545, de 2005)

§ 1º Prescreve em cinco anos, a contar da data em que deveriam


ter sido pagas, toda e qualquer ação para haver prestações
vencidas ou quaisquer restituições ou diferenças devidas pela
previdência social, salvo o direito dos menores, incapazes e
ausentes, na forma do Código Civil. (Incluído pelo Decreto nº
4.729, de 2003) (...)”

Pede o Autor simplesmente que o Instituto, no cálculo da Renda


Mensal Inicial e nos reajustamentos dos benefícios, obedeça à legislação
vigente, para tanto, a aposentadoria do Autor deverá ser calculada desde
a propositura da referida ação, ou seja, 16/09/2009, pagando-se as
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 285

parcelas não prescritas, relativamente aos cinco anos anteriores ao


ajuizamento da ação.
O Direito ao benefício é imprescritível, contudo, prescrevem as
prestações não reclamadas em cinco anos contados da data em que se
tornaram devidas, ou seja, os benefícios decorrentes de Leis protetivas
e que geram efeitos patrimoniais de natureza alimentar não prescrevem
no seu fundo, apenas as parcelas são atingidas pelo quinquênio legal.
Em decorrência das decisões reiteradas, o extinto e sempre
Egrégio Tribunal Federal de Recursos (TFR) aprovou o seguinte
enunciado da Súmula nº 163:

Nas relações jurídicas de trato sucessivo, em que a Fazenda


Pública figure como devedora, somente prescrevem as
prestações vencidas antes do quinquênio anterior à propositura
da ação.

Inóqua, portanto, a alegação da Autarquia-Ré quanto à prescrição


do fundo do direito, fazendo jus o Autor a todas as diferenças das
prestações ainda não atingidas pela prestação quinquenal, quando da
propositura da presente ação.

8) Pelo que se nota, as preliminares arguidas são totalmente


IMPROCEDENTES, onde as provas carreadas aos autos, tanto as
documentais como as testemunhais, não deixam margens a dúvidas
quanto ao DIREITO LÍQUIDO e CERTO do Requerente, no que se refere
à Concessão da Aposentadoria por Idade Rural.

9) Requer, pois, a impugnação de todo alegado na peça de


contestação, visto que em nada altera o pedido inicial. O Autornão
concorda com a peça contestatória por ser eivada de vícios e
truculências, a fim de continuar prejudicando todos os cidadãos
brasileiros que prestaram serviços a esta Nação durante o seu vigor, e
agora, no momento de receber seus benefícios de direito, o INSS, através
de seu representante legal, apresenta uma frágil contestação sem que
nada venha corroborar as decisões de Vossa Excelência.
286 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Serve-se da presente IMPUGNAÇÃO para alcançar o seu objetivo,


conjuntamente com o pedido inicial, o que deverá ser declarado por
sentença nos autos, para que se faça cumprir o DIREITO, a VERDADE
e a JUSTIÇA.
DIANTE O EXPOSTO, requer a Vossa Excelência, ratificando
integralmente a inicial, com sua total procedência, condenando a
Autarquia-Ré ao pagamento de honorários advocatícios e
sucumbências, a serem arbitrados por Vossa Excelência, bem assim as
demais custas processuais e cominações legais de direito.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......

RESUMO
O Requerente apresenta impugnação e argumenta que a Contesta-
ção e as preliminares apresentadas pela Autarquia-Ré, são IMPROCE-
DENTES, vez que o Autor encontra-se nas condições regidas pela Norma
vigente, faz jus ao benefício previdenciário rural, tendo em vista que a Car-
teira de Trabalho do Requerente nunca foi registrado, a não ser o seu traba-
lho na zona rural, que é reconhecido através de provas documentais e
testemunhais.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 287

IMPUGNAÇÃO – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – TUTELA


ANTECIPADA – INCAPACIDADE LABORATIVA – LAUDO MÉDICO
PERICIAL

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª


VARA CÍVEL DA COMARCA DE _________.

Processo nº

FULANO DE TAL, já qualificado nos autos supramencionado,


neste ato representado por seu advogado e bastante procurador infra-
assinado, da AÇÃO DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ C/C
TUTELA ANTECIPADA, contra o INSS – Instituto Nacional do Seguro
Social, vêm, perante Vossa Excelência, com o fim de apresentar
IMPUGNAÇÃO à Contestação ofertada pela Requerida, às fls. 46/110
dos autos, em sua TOTALIDADE, ratificando a peça exordial,
requerendo nesta oportunidade pelo devido prosseguimento do feito,
e se necessário for, com designação de audiência de instrução e
julgamento, ocasião em que o Autor irá produzir suas provas.

No que tange aos documentos juntados com a peça contestatória


para rebater a IMPOSSIBILIDADE do Benefício Previdenciário do
Autor, é de se notar o seguinte:

1) Quanto a Contestação e suas preliminares apresentadas pela


Autarquia-Ré, são completamenteIMPROCEDENTES, uma vez que o
Autor encontra-se em estado de INCAPACIDADE LABORATIVA PARA
O TRABALHO E A VIDA DIÁRIA, devido a doença adquirida,
conforme provas de documentos em anexo, além dos já juntados na
inicial.

2) De conformidade com o Laudo Médico Pericial do INSS,


juntado na inicial, consta a deficiência pelo CID – Código Internacional
288 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

de Doenças, no código B92, que são Sequelas de Hanseníase, ou seja,


a LEPRA, tornando-o totalmente incapaz a sua atividade de
PESCADOR.

3) E mais adiante na defesa da Autarquia-Ré, às fls. 82/84, fls.


106/108 e 110, que também comprovaram a referida doença, além da
comprovação de contribuinte previdenciário, esta juntou tais provas
a favor do Autor.

4) Para melhor interpretação da situação, o Autor passa a juntar


nesta fase contestatória, documentos que comprovam os já juntados
anteriormente, ou seja, documentos que provam e provará em Juízo a
doença adquirida HANSENÍASE, e que fora tratada por diversas vezes,
por último deixando incapacitado à atividade laborativa, conforme
Ficha Epidemiológica e Clínica de 16/05/1994, ocorrida no Pronto
Socorro de Januária, com os seus devidos tratamentos; o Atestado
Médico para afastamento das atividades com o CID nº A30.1, que é
Hanseníase (lepra) tuberculóide, expedido em 28/04/2005; Laudo
Médico Pericial do INSS, expedido em 21/02/2007, com o CID nº B92,
que são Sequelas de Hanseníase (LEPRA), onde que o Autor estava
apresentando diminuição da força e do tato nos membros inferiores,
fazendo uso dos medicamentos NIFEDIPINA (Adalat), CAPTOPRIL e
HIDROCLOROTIAZIDA, que provocam REAÇÕES ADVERSAS de
forma definitiva e temporária.

5) O ADALAT, genérico de NIFEDIPINA provoca as seguintes


reações, conforme estudos clínicos realizados, as seguintes reações
adversas foram documentadas e estão classificadas por frequência, a
saber: Incidência entre 1% e < 10% - Geral: cefaleia. - Sistema
cardiovascular: edema periférico e vasodilatação. - Sistema digestivo:
náusea. - Sistema nervoso: tontura. Incidência entre 0,1% e < 1% -
Geral: dor abdominal, astenia, dor torácica, edema e mal-estar. - Sistema
cardiovascular: angina pectoris, hipotensão, palpitação, hipotensão
postural e taquicardia. - Sistema digestivo: constipação, diarréia, boca
seca, dispepsia e distúrbios gastrintestinais. - Sistema nervoso:
agitação, nervosismo, distúrbios do sono, tremores e vertigem. -
Sistema respiratório: dispneia. - Pele e anexos: prurido, erupção cutânea
e sudorese. - Órgãos do sentido:alterações da visão. Incidência entre
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 289

0,01% e < 0,1% - Geral: distensão abdominal, reação alérgica e dor. -


Sistema cardiovascular: síncope. - Sistema digestivo: anorexia,
flatulência e vômito. - Distúrbios metabólicos e nutricionais:
hiperglicemia. - Sistema músculo-esquelético: mialgia. - Sistema
nervoso: hipoestesia, insônia, parestesia e sonolência. - Pele e anexos:
reações dérmicas. - Sistema urogenital: poliúria. As reações adversas
mais comuns, coletadas com base em relatos espontâneos e
classificadas por frequência, são: Incidência < 0,01% - Geral:
hipotensão, que pode causar prolongamento do intervalo QT e
fibrilação ventricular. - Sistema digestivo: hiperplasia gengival e
anomalias dos testes da função hepática. - Sistema linfático e
sanguíneo: agranulocitose e púrpura. - Distúrbios metabólicos e
nutricionais: hiperglicemia. - Pele e anexos: dermatite esfoliativa,
ginecomastia, dermatite fotossensitiva e urticária.”

6) Já o CAPTOPRIL provoca outras reações adversas no


organismo humano que são as seguintes reações adversas foram
relatadas com o uso de Captopril: - Dermatológicas: Erupções cutâneas
frequentemente c/ prurido e algumas vezes c/ febre, artralgias e
eosinofilia (4 a 7% dos pacientes). Prurido sem erupção cutânea (2%
dos pacientes). Uma associação reversível de lesão tipo penfigóide e
fotossensibilidade também foi relatada, assim como rubor e palidez. -
Cardiovasculares: Hipotensão. Taquicardia, dores no peito e
palpitações foram observadas em cerca de 1% dos pacientes. Angina
pectoris, infarto do miocárdio, síndrome de Raynauds e insuficiência
cardíaca congestiva também foram relatadas. - Gastrintestinais: Cerca
de 2-4% dos pacientes apresentaram disgeusia. - Hematológicas:
Podem ocorrer neutropenia, agranulocitose, anemia, trombocitopenia
e pancitopenia. - Imunológicas: Angioedema envolvendo as
extremidades, face, lábios, membranas mucosas, língua, glote ou laringe
foi relatado em cerca de 0,1% dos pacientes. O angioedema envolvendo
as vias aéreas superiores pode provocar obstrução fatal das vias aéreas.
- Renais: São raras e sua relação c/ a droga é incerta, insuficiência
renal, disfunção renal, síndrome nefrótica, poliúria, oligúria, frequência
urinária aumentada e proteinúria. - Hepatobiliares: icterícia, hepatite,
incluindo raros casos de necrose e colestase. - Outras reações: astenia,
ginecomastia, bronco espasmo, rinite e impotência.
290 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

7) E, finalmente a HIDROCLOROTIAZIDA provoca as seguintes


REAÇÕES ADVERSAS, apesar de ser geralmente muito bem tolerado,
mas, eventualmente, podem ocorrer as seguintes Reações Adversas:
Gastrintestinais: Anorexia, desconforto gástrico, náuseas, vômitos,
constipação, icterícia colestática, pancreatite. Sistemanervoso central:
Vertigens, parestesia, cefaleia. Hematológicas: Leucopenia,
agranulocitose, trombocitopenia, anemia aplástica, anemia hemofílica.
Cardiovasculares: Hipotensão ortostática (pode ser potencializada pelo
álcool, barbitúricos ou narcóticos). Hipersensibilidade: Púrpura,
fotossensibilidade, urticária, erupção cutânea, reações anafiláticas.
Outras: Hiperglicemia, glicosúria, hiperuricemia, fraqueza, espasmo
muscular.

8) Pelo que vemos, o direito do Autor está garantido por nossa


legislação vigente, com total amparo ao benefício previdenciário ora
requerido, notando-se assim, que as preliminares arguidas pela
Autarquia-Ré são totalmente IMPROCEDENTES.

9) As provas carreadas aos autos, não deixam dúvidas quanto ao


DIREITO LÍQUIDO e CERTO do pedido do Autor junto à Autarquia-
Ré, quanto ao benefício requerido em 20/01/2006, data em que se inicia
o direito à percepção do referido benefício.

10) È de se notar o seguinte posicionamento de nossos Tribunais:

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ.


HANSENÍASE. CURA SUPERVENIENTE. SUSPENSÃO DO
BENEFÍCIO. PERMANÊNCIA DA INCAPACIDADE
LABORATIVA DECORRENTE DE DOENÇA DIVERSA
DAQUELA INICIALMENTE DIAGNOSTICADA.
FORMALISMO EXCESSIVO. APELAÇÃO E REMESSA OFICIAL
DESPROVIDAS. 1 - A necessidade de regularização da causa que
deu origem ao benefício de aposentadoria por invalidez não pode
implicar em lesão a direito do beneficiário, com a suspensão do
pagamento de sua aposentadoria, quando se sabe da sua
incontestável incapacidade laborativa, atestada por meio de
perícia médica. 2 - A Justiça não pode estar alheia à realidade,
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 291

devendo impedir que a Previdência Social mande de volta ao


mercado de trabalho uma balconista com mais de 50 (cinquenta)
anos, que, aos 24 (vinte e quatro) foi internada num leprosário,
encontrando-se hoje, embora curada da hanseníase, incapacitada
para o trabalho por outros motivos - Hipertensão Arterial e
Diabetes Melito - pois, além de um excessivo formalismo, é uma
falta de sensibilidade. 3 - Apelação e remessa desprovidas. (TRF
1ª Região – 1ª Turma - Apelação Cível – Ac. 80234/MG – Processo:
1998.01.00.080234-6 - Relator: JUIZ LUCIANO TOLENTINO
AMARAL - Julgamento: 13/02/2001 - Publicação: 26/03/2001 DJ
p.55)

O Autor não concorda com a peça contestatória por ser eivada


de vícios e truculências, a fim de continuar prejudicando todos os
cidadãos brasileiros que prestaram e prestam serviços à nossa Nação,
e que agora no momento de sua fragilidade na saúde, dificultando o
seu trabalho, a Autarquia-Ré, através de seu representante legal,
apresenta uma frágil contestação, sem que nada venha corroborar com
as decisões de Vossa Excelência.
Serve-se da presente IMPUGNAÇÃO para alcançar o seu objetivo,
conjuntamente com a inicial, o que deverá ser declarado por sentença
nos autos, para que se faça cumprir o DIREITO, a VERDADE e a
JUSTIÇA
DIANTE O EXPOSTO, requer a Vossa Excelência, ratificando
integralmente a inicial, com sua total procedência, condenando a
Autarquia-Ré ao pagamento de honorários advocatícios e
sucumbências, a serem arbitrados por Vossa Excelência, bem assim as
demais custas processuais e cominações legais de direito.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......
292 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

RESUMO
O Requerente apresenta impugnação e argumenta que a Contesta-
ção e as preliminares apresentadas pela Autarquia-Ré, são IMPROCE-
DENTES, vez que o Autor encontra-se nas condições regidas pela Norma
vigente, faz jus ao benefício previdenciário por invalidez, tendo em vista que
conforme Laudos Médicos Periciais, constam a deficiência pelo CID – Código
Internacional de Doenças, tornando-o totalmente incapaz a sua atividade
laborativa.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 293

IMPUGNAÇÃO – EMBARGOS A EXECUÇÃO – REVISIONAL DE


APOSENTADORIA – EXCESSO DE EXECUÇÃO – LITIGÂNCIA DE
MÁ-FÉ – REAJUSTE – PAGAMENTO – IMPROCEDENCIA – DECISÃO
CONDENATÓRIA - PENSÃO

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL


DA ...ª VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE ..........................

.......................... e outras, por seu procurador judicial infra-


assinado, inscrito na OAB/... sob nº ......., nos autos nº .........., de
Embargos à Execução opostos pela UNIÃO FEDERAL, vêm,
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência apresentar
CONTRAMINUTA AOS EMBARGOS À EXECUÇÃO, pelos seguintes
fatos e motivos:

I - PRELIMINARMENTE

1. IMPUGNAÇÃO AO VALOR DA CAUSA

O valor dado à causa pela embargante não deve prevalecer,


porquanto é exagerado, além do que não se coaduna com as alegações
apresentadas.
Ora, se a embargante apresenta um cálculo de pouco mais de R$
........., como pode fixar à causa a quantia de R$ ..........?
Assim, deve ser fixado o valor de R$ ......... (......................), para
se adequar ao cálculo da embargante.

2. EXCESSO DE EXECUÇÃO
294 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Ao contrário do que alega a União Federal, inexiste excesso de


execução e litigância de má-fé, sendo que o valor apontado pelas autoras
decorre de mera interpretação da sentença.
A decisão de primeiro grau, confirmada pelo acórdão, deferiu o
pagamento da URP de abril e maio/88, à proporção de 7/30 de suas
pensões, nos seguintes termos:

“(...) Diante do exposto, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE


A PRESENTE AÇÃO, para declarar o direito das autoras ao
reajuste correspondente ao índice de 16,19%, de abril de 1988, a
ser aplicado sobre 7/30 avos de suas pensões nos meses de abril
e maio de 1988, não cumulativamente, condenando a ré ao
pagamento dessa importância, mo-netariamente corrigida, desde
a data em que passou a ser devida até a data do efetivo pagamento.
Juros de mora desde a citação.
(...)”

A interpretação feita pela embargante, no sentido de que somente


são devidos reajustes em dois meses (abril e maio/88), à proporção de
7/30, não merece prosperar porque é incorreta.
O índice de reajuste integra o valor da pensão. Assim, as
diferenças refletem nos meses subsequentes até a presente data.
Não houve reposição da perda decorrente da supressão da URP
de abril e maio/88, o que gerou defasagem em todo o período posterior.
Inadmissível que uma decisão fosse restrita a dois meses, em
prejuízo ao período posterior, cuja correção dos valores ficou
prejudicada em razão de ausência de majoração anterior.
Destarte, não há que se falar em excesso de execução.
Também, não prospera a alegação de litigância de má-fé das
embargadas, pois não há intenção alguma em obter vantagem indevida,
mas, efetivamente, a sentença só pode ter a interpre-tação acima
descrita, não merecendo prosperar a assertiva da embargante.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 295

II –NO MÉRITO

3. INTERPRETAÇÃO DAS PLANILHAS DAS EMBARGADAS

A coluna “diferença” indica o valor da diferença existente entre


o que foi pago e o valor devido.
“DEVIDO” é o valor do salário somado ao valor da diferença.
Na coluna percentual de reajuste (% REAJ.) está consignado o
índice de aumento do benefício, mês a mês.

4. ÍNDICE DE ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA – ÍNDICES DE IPC


DE JANEIRO/89 E DE MARÇO A MAIO/90

Os índices utilizados pela embargante, para atualização


monetária, não merecem prosperar. Não houve a inclusão dos
percentuais do IPC de janeiro/89 e de março a maio de 1990.
Ao contrário do que foi aduzido em embargos, os índices de
atualização monetária utilizados pela embargada estão corretos,
porquanto espelham a variação inflacionária nacional.
Caso não seja este o entendimento de Vossa Excelência, o que se
admite apenas “ad argumentandum”, e se for determinada a aplicação
da tabela juntada às fls. ... dos autos de embargos, àqueles percentuais
deve ser somado o IPC de janeiro/89 e de março a maio de 1990.
A tese defendida pela embargante não se sustenta, tendo em vista
que a exclusão dos índices do IPC de janeiro/89 e de março a maio/90
impedem a real recomposição do valor devido, além do que, a não
aplicação desses índices, implica em enriquecimento sem causa do
devedor.
Os arestos colacionados pela União Federal não espelham o
entendimento jurisprudencial vigente, que é no seguinte sentido:
296 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

“CORREÇÃO MONETÁRIA – Conta de liquidação – Apli-cação


do índice do IPC de janeiro de 1989, fixado em 70,28% –
Validade.É válida a aplicação da correção monetária pelo índice
do IPC de janeiro de 1989, fixado em 70,28%. (AI 537.733/1, 3ª
C., j. 06.04.93, Rel. Juiz Antonio de Pádua Ferraz Nogueira, “in”
Revista dos Tribunais, ano 82, setem-bro/93, vol. 695, p. 117)”

“CORREÇÃO MONETÁRIA – Execução por título extrajudicial


– Cálculo de atualização de liquidação – Inclusão dos ín-dices
de variação do IPC para os meses de janeiro/89, março e abril/90
e fevereiro/91 – Admissibilidade – Recomposição da perda do
valor da moeda necessária, sob pena de enriquecimento ilícito
do devedor em detrimento do credor.É admissível a inclusão do
índice de variação do IPC no cálculo de atualização de liquidação
em sede de execução por título extrajudicial, para os meses de
janeiro/89, março e abril/90 e fevereiro/91, pois revela melhor
recomposição da perda do valor da moeda considerando
expressiva e notória inflação. E a recomposição se faz necessária
sob pena de enriquecimento ilícito do devedor e em detrimento
do credor,não sendo a correção monetária mais que recomposição
do primitivo valor da moeda, não constituindo qualquer
majoração ou acréscimo.(AI 545.433-1, 2ª C., j. 01.09.93, Rel. Juiz
Ribeiro de Souza, “in” Revista dos Tribunais, ano 82, novembro
de 1993, v. 697, p. 99)”

“LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA – Cálculo de correção monetária


– Inclusão do período de março/90–jan/91, do percentual de
variação do IPC – Admissibilidade.
Ementa oficial: Não há empeço legal à inclusão, no período de
março de 90/janeiro de 91, do percentual de variação do IPC no
cálculo da correção monetária em conta de liquidação de
sentença. Precedentes. Embargos recebidos. (Ediv. no REsp.
43.358-9, j. 19,12,94, Rel. Min. Costa Leite, DJU 20,02,95, “in”
Revista dos Tribunais, ano 84, maio de 1995, vol. 715, p. 288)”
Por estes motivos, os embargos opostos não merecem prosperar.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 297

5. CÁLCULOS DA EMBARGANTE

Impugnam-se expressamente os cálculos da embargante, devendo


prevalecer a conta apresentada pelas autoras, às fls. .../... dos autos
principais.

6. DO PEDIDO

DIANTE O EXPOSTO, requer-se a Vossa Excelência sejam os


embargos julgados improcedentes.

P. Deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......

RESUMO
Inexiste excesso de execução e litigância de má-fé. O valor apre-
sentado pelos Exequentes decorre de decisão judicial, que condenou a
União Federal ao pagamento do reajuste correspondente a 16,19%, de
abril de 1988, a ser aplicada sobre 7/30 avos de suas pensões nos meses
de abril e maio de 1988. Os índices inflacionários indicados pela embargante
não refletem a variação da inflação. A exclusão dos índices do IPC de
janeiro de 1989, e de março e de maio de 90, impedem a real composição
do valor devido. Pede-se que prevaleçam os cálculos apresentados e pela
improcedência dos embargos.
298 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 299

IMPUGNAÇÃO – INDENIZAÇÃO – ACIDENTE DE TRABALHO –


NEXO CAUSAL – REPARAÇÃO DE DANO – LEGITIMIDADE ATIVA
–NEGLIGÊNCIA – CULPA COMPROVADA – EQUIPAMENTO DE
PROTEÇÃO – MINISTÉRIO PÚBLICO

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DO


TRABALHO DA ...ª VARA TRABALHISTA DE ..............................

O MINISTÉRIO PÚBLICO, através de sua Promotoria de Defesa


da Saúde do Trabalhador, nos autos nº .../..., de AÇÃO DE
INDENIZAÇÃO DECORRENTE DE ATO ILÍCITO, que move em
benefício de ..................., contra ..................., em trâmite perante esse
r. Juízo, em acato ao r. Despacho de fls., vem, respeitosamente,
manifestar-se sobre a contestação, nos seguintes termos:
Propôs este órgão Ministerial Ação de Indenização Decorrente
de Ato Ilícito, na qualidade de substituto processual do trabalhador
................, contra a Requerida ............., em virtude de Acidente de
Trabalho, que teve como dano a perda da mobilidade do braço direito
do trabalhador.

1. DA CONTESTAÇÃO

Em contestação, a Requerida alega que a pretensão do autor


estaria fadada ao insucesso, pois não haveria nexo causal entre o
acidente de trabalho e a omissão e negligência desta. Cabe-nos
relembrar alguns fatos que podem comprovar a negligência da empresa
com seus funcionários
A Requerida afirma que o autor foi admitido na função de pedreiro
e que, portanto, no momento do acidente, estava o mesmo fazendo
substituição de telhas. Ao que parece, a Requerida quer eximir-se de
300 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

qualquer responsabilidade ao alegar a tarefa que estava sendo executada


pelo trabalhador no momento do acidente. Ora, entre as funções de
pedreiro encontra-se a de substituir telhas, razão pela qual, uma vez
mais, está presente o nexo entre acidente e a conduta da empresa.

1.1 QUANTO AO AUTOR:

A Requerida, em sua contestação, afirma que o autor era desidioso


em seu trabalho e negligente na utilização de Equipamento de Proteção
Individual (EPI), razão pela qual foi afastado da execução de uma obra
de maior amplitude para a reforma da residência onde ocorreu o
acidente.
A desídia ou negligência do trabalhador em nenhum momento
foi comprovada pela Requerida. A empresa afirma fornecer EPI a todos
seus funcionários, mas, coincidentemente, não encontrou o
comprovante de entrega ao trabalhador substituído. Ora, está mais
que claro que o trabalhador laborava sem nenhuma espécie de
equipamento de proteção.
A Requerida, visando impressionar ao Ilustre Julgador, apensou
aos autos uma advertência sofrida por um funcionário que não o Autor,
afirmando que este também teria sofrido uma advertência por sua
desídia e negligência. São apenas alegações, não provadas pela
empresa. Ora, essa atitude demonstra que a empresa não possui provas
que constatem ser o trabalhador descuidado; do contrário teria
demitido o funcionário por justa causa ou advertido o Sr. .................. .
E isso não ocorreu.

1.2 QUANTO AO ACIDENTE

A Requerida afirma também que o Autor e seu companheiro de


trabalho, Sr. ................., foram afastados da execução de uma obra maior,
sendo transferidos para a reforma do forro de uma residência devido
à desídia e negligencia com que agiam durante a execução do trabalho.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 301

Realmente, a desídia do Sr. .................... foi devidamente


comprovada pela requerida. No entanto, a advertência sofrida pelo
autor em razão de sua desídia NÃO se encontra comprovada nos
presentes autos. Provou-se a desídia de outro funcionário que não o
beneficiário da presente ação.
Afirma, ainda, que o Autor costumeiramente laborava
acompanhado pelo Sr. .................., mas que no dia do acidente, devido
a uma falta injustificada deste último, o Autor procedeu à reforma do
forro da residência sozinho, sem auxílio de outrem. Outra vez a empresa
negou-se ao cumprimento de normas legais, já que não emitiu ordens
de serviço por escrito, ferindo a NR-01.

“NR - 01 DISPOSIÇÕES GERAIS


1.7. Cumpre ao empregador:
a) ...
b) elaborar ordens de serviço sobre segurança e medicina do
trabalho, dando ciência aos empregados com os seguintes
objetivos:
I - prevenir atos inseguros no desempenho do trabalho;
II - divulgar as obrigações e proibições que os empregados devem
conhecer e cumprir;
III - dar conhecimento aos empregados de que serão passíveis
de punição, pelo descumprimento das ordens de serviços
expedidas;
IV - ...
V - ...
VI - adotar medidas para eliminar ou neutralizar a insalubridade
e as condições inseguras de trabalho.”

1.3 QUANTO AOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO


INDIVIDUAL
302 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

A Requerida afirma ter fornecido Equipamento de Proteção


Individual a todos os seus empregados. No entanto, coincidentemente,
e por que não dizer surpreendentemente, a empresa não encontrou
tais comprovantes de entrega justamente ao autor.
O fato alegado pela empresa só vem provar que o autor,
efetivamente, laborava sem se utilizar de qualquer Equipamento de
Proteção individual, que deveria ter sido fornecido pela empresa, que
agiu negligentemente em relação à proteção da integridade física deste,
descumprindo frontalmente a NR-06, que dispõe:

“NR-06 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL.


6.1. Para os fins de aplicação desta norma regulamentadora,
considera-se Equipamento de Proteção Individual - EPI todo
dispositivo de uso individual destinado a proteger a integridade
física do trabalhador.
6.2. A empresa é obrigada a fornecer aos empregados,
gratuitamente, EPI adequado ao risco e em perfeito estado de
conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias:
a) sempre que as medidas de proteção coletiva forem
tecnicamente inviáveis ou não oferecerem completa proteção
contra os riscos de acidente de trabalho e/ou de doenças
profissionais e do trabalho;
b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo
implantadas;
c) para atender situações de emergência.
6.3. Atendidas as peculiaridades de cada atividade profissional,
e respeitando-se o disposto no item 6.2, o empregador deve
fornecer aos empregados os seguintes EPI:
I) Proteção para cabeça:
a) protetores faciais destinados à proteção dos olhos e da face
contra lesões ocasionadas por partículas, respingos, vapores de
produtos químicos e radiações luminosas intensas.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 303

b) óculos de segurança para trabalhos que possam causar


ferimentos nos olhos, provenientes de impactos de partículas.
6.3.1. O empregado deve trabalhar calçado, ficando proibido o
uso de tamancos, sandálias e chinelos.
6.6.1. Obriga-se o empregador, quanto ao EPI, a:
d) tornar obrigatório o seu uso.”

Atente-se que a desobediência quanto ao uso de EPI é causa


prevista no art. 482, “h”, da CLT. Assim, deveria a Empresa ter demitido
o trabalhador se existisse por parte deste recusa na utilização do EPI.
A lei é clara: não basta o fornecimento do EPI, pois também é dever da
Empresa a fiscalização de seu uso correto. Assim, confessa a Empresa
que o trabalhador não utilizava EPI, e que a requerida não tomou
qualquer atitude para suprir essa falha.
Diz a Requerida que o piso no qual a escada escorregou causando
a queda do trabalhador não era de lajotas, mas de tacos de madeira,
pretendendo contestar o Relatório de Investigação realizado pelo SSST/
DRT/SP. O laudo faz referência a “piso liso” onde se apoiava a escada:
pretende a requerida negar que um piso feito de tacos de madeira não
é um piso liso?

1.4 QUANTO AO TRATAMENTO DO AUTOR

A empresa alega que o autor demonstrou total descaso com seu


próprio tratamento médico, pretendendo prolongar ao máximo seu
período de afastamento, pois sua intenção era a de não retornar ao
serviço.
Isso não é verdade. O trabalhador, em decorrência do acidente,
teve de submeter-se a 2 (duas) cirurgias, recuperando-se parcialmente,
já que não recuperou totalmente o movimento do braço direito
(conforme se depreende do laudo do SSST/DRT/SP).
Ao encontrar-se parcialmente apto para retornar ao trabalho, foi
304 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

enviado à empresa e reabilitado profissionalmente em outra função:


de apontador.

1.5 LEGITIMIDADE ATIVA DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Em peça contestatória a requerida alega que este Órgão Ministerial


não é parte legítima para propor a presente ação. As argumentações da
Requerida não podem ser levadas a efeito.
Vejamos:

1.5.1 “Nestes anos de existência desta Promotoria de Defesa da


Saúde do Trabalhador, é comum verificar que muitos advogados
têm se debatido em compreender e aceitar a atuação do Ministério
Público na propositura desta Ação de Reparação de Dano. E,
também Magistrados têm se equivocado, resultando, inclusive,
em recursos ao Tribunal de Alçada. E, sem glórias, diga-se aqui
que todos os acórdãos reconheceram a legitimidade do Ministério
Público para propositura destas ações. (Veja-se: Ap. Civ. 56535-
7, 21.09.93; Emb. Infr. 36724-8, 24.09.92; Agr. Instr. 67403-
7,13.10.94, Agr. Inst. 70.854-9, 21.03.93, entre outras.).

1.5.2 Veja-se que a legitimidade “ad causam” é uma das condições


da ação e, assim, a ausência desse requisito leva à
impossibilidade de se exercer o direito de ação. A legitimação
pode ser ordinária ou extraordinária; no caso da primeira, é a
conferida ao titular do direito, e na segunda, esta albergada pelo
artigo 6º do CPC, alguém está autorizado por lei a defender direito
alheio em nome próprio.”

Assim, a legitimidade do Ministério Público advém do artigo 68


do CPP, onde está prevista uma das hipóteses de substituição
processual:

“Art. 68. Quando o titular do direito à reparação do dano for


pobre (art. 32, §§ 1o e 2o), a execução da sentença condenatória
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 305

(art. 63) ou a ação civil (art. 64) será promovida, a seu


requerimento, pelo Ministério Público.”

Observa-se que o Ministério Público passa a exercer o direito de


ação, em seu próprio nome, para fazer valer um direito alheio, do titular
do direito de reparação.
Até mesmo o Superior Tribunal de Justiça reconheceu a
legitimidade do Ministério Público:

“PROCESSO CIVIL. SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL.


REPARAÇÃO DE DANO. LEGITIMIDADE DO
MINISTÉRIOPÚBLICO PARA PROPOR A AÇÃO QUANDO A
VÍTIMA DO CRIME FOR POBRE. CPP, ART. 68. A substituição
processual e a representação das partes no processo são
institutos diversos; bem por isso, a substituição processual
prevista no artigo 68 do Código de Processo Penal, a despeito
dos dispositivos legais posteriores que conferiram
privativamente aos advogados a representação das partes no
processo. Recurso Especial não conhecido.” (Recurso Especial
25.956 – SP (92.20026-5) – DOU 22.08.1996).

1.6 QUANTO À INÉPCIA DA INICIAL

Em que pesem os conhecimentos de direito processual do


patrono do Réu, a inicial não é inepta. Demonstrada foi a existência
da responsabilidade civil, nos seus três pressupostos, ou seja, conduta
culposa, dano (material e moral) e nexo de causalidade.
O dano material consiste na perda da capacidade laborativa ou
diminuição do valor do trabalho. O trabalhador, sofrendo a perda da
mobilidade do braço direito, com certeza sofreu diminuição do valor
de seu trabalho. Quem empregará um trabalhador que não pode dispor
de seus dois braços para laborar? Veja-se que a profissão do Sr.
.................. depende, para seu êxito, do desempenho dos braços e
pernas. É conhecido pela gíria como “trabalho braçal”. Fosse o Sr.
306 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

.................... um advogado ou outro profissional, que não dependesse


de força física, mas basicamente do desempenho do raciocínio, com
certeza não teria sofrido dano patrimonial.
Já no que diz respeito ao dano moral, utilizando do mesmo
exemplo, este estaria presente para ambos os trabalhadores, já que
este dano consiste no sentimento íntimo sofrido pela vítima,
consistente em perda da mobilidade do braço direito. Além de
afeiamento estético, há um sentimento pessoal imensurável, eis que,
no caso do Sr. ..................., este não encontrará um emprego facilmente.
Qual a Empresa que empregará alguém sem mobilidade no braço,
podendo escolher entre vários trabalhadores coma saúde física íntegra?
– Nenhuma! Esse fato por si só demonstra dano moral, ou seja, estar
excluído do mercado do trabalho. Enfim, o trabalhador sofreu danos
morais e o Magistrado, ava-liando o caso, deverá arbitrar a quantia
devida, utilizando-se dos parâmetros já declinados na inicial.

1.7 QUANTO À CARÊNCIA DA AÇÃO

A Requerida afirma que o autor, ao receber alta médica em 2001,


foi considerado habilitado para o exercício de outra função, a de
apontador, sendo prontamente reintegrado ao quadro de funcionários,
na função designada pelo Centro de Reabilitação do INSS.
O fato de o trabalhador receber benefício previdenciário não afasta
a propositura da presente ação, eis que é direito previsto pela Carta
Constitucional em seu art. 7º, inc. VIII.
A jurisprudência pátria já se manifestou sobre o caso:

“RESPONSABILIDADE CIVIL – ACIDENTE DE TRABALHO –


INDENIZAÇÃO DO DIREITO COMUM E ACIDENTÁRIA –
CUMULAÇÃO – POSSIBILIDADE – INTERESSE DE AGIR –
CARÊNCIA DE AÇÃO AFASTADA – AGRAVO DESPROVIDO.
Admitindo-se a cumulação da indenização acidentária com a do
direito civil, presente está o interesse de agir, não se constituindo
a comprovação de recebimento de indenização ou mesmo de
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 307

medidas ajuizadas contra o INSS, pressuposto de constituição e


de desenvolvimento válido e regular do processo, cuja falta
ensejaria a extinção da ação. (Ac. nº 6.812 da Segunda Câmara
Cível – Ag. Inst. nº 90.322-8 de Maringá/PR).”

Diz, ainda, que o trabalhador encontra-se totalmente apto para


exercer qualquer função. Isso não é verdade, pois a própria requerida
em sua peça contestatória admite que a perda sofrida pelo autor em
seu braço direito é de 50% (cinquenta porcento), razão que não o torna
apto ao exercício de qualquer função, razão por que o INSS solicitou à
empresa a mudança de função do autor.
A Requerida afirma, ainda, que foi o trabalhador que aban-donou
voluntariamente seu emprego em setembro de 2001, tornando-se, pois,
carecedor desta ação. A empresa omitiu um fato extremamente relevante
para compreensão de tais alegações: logo após o retorno do autor ao
trabalho, quando este ainda gozava a estabilidade conferida àqueles
que foram vítimas de acidente de trabalho, a empresa pressionou-o de
todas as formas para que solicitasse dispensa.
Como esse procedimento, num primeiro momento, não surtiu o
efeito almejado, a Requerida passou a ordenar ao autor a feitura de
trabalhos braçais, que eram realizados pelo autor da melhor maneira
que seu limite físico possibilitava.
Como se não bastasse, visando à rescisão do contrato de trabalho
por parte do trabalhador, para com isso eximir-se do pagamento das
verbas rescisórias cabíveis, a requerida começou a não remunerar o
trabalhador em dia, a lhe negar a entrega de vale-transporte e, por fim,
a afirmar categoricamente que o autor procurasse serviço em outro
lugar e que a empresa não faria sua rescisão.
Diante de tanta pressão não restou ao autor alternativa senão a
de deixar a empresa, em 21.09.2001, data em que solicitou a rescisão
do contrato de trabalho.
Do exposto, a alegação de abandono voluntário do emprego não
encontra fundamentação.
308 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

1.8 DA CONTESTAÇÃO DA INICIAL

A Requerida afirma que os fatos alegados pelo autor na inicial


que dizem respeito à negligencia, desleixo e despreocupação desta para
com seus funcionários, não correspondem à verdade, já que fornecia
EPI’s para todos os empregados, inclusive o autor. Como já foi
amplamente impugnado nesta peça, a verdade da alegação não foi
comprovada pela empresa, já que o comprovante de entrega de EPI’s
ao autor não foi encontrado. Será mera coincidência?

1.8.1 DA SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR

A requerida pretende contestar totalmente o Relatório de


Investigação de Acidente de Trabalho realizado pelo SSST/DRT/PR,
alegando-o equivocado e inválido por ter sido produzido
unilateralmente.
Vale ressaltar a origem do órgão incumbido de elaborar o
Relatório, bem como suas funções e limitações:

1.8.1.A - A Divisão de Segurança e Medicina do Trabalho


(DSMT), órgão oficial integrante do Ministério do Trabalho, com
atribuições de fiscalizar o cumprimento das Normas de Segurança e
Medicina do Trabalho (arts. 154 a 201 da CLT), tal como dispõe o
Decreto nº 4.552, de 27.12.2002, recepcionado pela Constituição:

“Art. 2º. Compõem o Sistema Federal de Inspeção do Trabalho:


I - Autoridades de direção nacional, regional ou local: aquelas
indicadas em leis, regulamentos e demais atos atinentes à
estrutura administrativa do Ministério do Trabalho e Emprego;
II - Auditores-Fiscais do Trabalho; (NR) (Redação dada ao inciso
pelo Decreto nº 4.870, de 30.10.2003, DOU 31.10.2003 – Ed.
Extra)
a) legislação do trabalho;
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 309

b) segurança do trabalho; e
c) saúde no trabalho;

III - Agentes de Higiene e Segurança do Trabalho, em funções


auxiliares de inspeção do trabalho.
(...)
Art. 18. Compete aos Auditores-Fiscais do Trabalho, em todo o
território nacional:
(...)
XIV - analisar e investigar as causas dos acidentes do trabalho e
das doenças ocupacionais, bem como as situações com potencial
para gerar tais eventos;
XV - realizar auditorias e perícias e emitir laudos, pareceres e
relatórios; (Redação dada ao inciso pelo Decreto nº 4.870, de
30.10.2003, DOU 31.10.2003 – Ed. Extra)
(...)
XXI - elaborar relatórios de suas atividades, nos prazos e formas
previstos em instruções expedidas pela autoridade nacional
competente em matéria de inspeção do trabalho;”

1.8.1.B - Com estas atribuições, o Engenheiro de Segurança do


Trabalho, Dr. ......................, funcionário deste órgão federal, realizou
o Relatório (docs. .. a ..), onde constatou o seguinte:

“Não havia EPI’s como: sapato de segurança, cinto de segurança


e capacetes. Não realiza exames médicos admissionais e
periódicos. Falta de fornecimento de EPI é infração à legislação
vigente, onde o fornecimento de EPI é obrigatório.”

Cumpre informar, ainda uma vez, que a vigente Consolidação


das Leis Trabalhistas é taxativa em impor rigorosas normas
regulamentadoras sobre segurança e medicina do trabalho, a fim de
310 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

normatizar o correto desenvolvimento do trabalho, com o intuito de


precaver os trabalhadores quanto a acidentes laborais por ineficiência
das empresas contraentes:

“NR- 01 - DISPOSIÇÕES GERAIS

1.7. Cabe ao empregador:


a) cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares
sobre segurança e medicina do trabalho;
b) elaborar ordens de serviço sobre segurança e medicina do
trabalho, dando ciência aos empregados, com os seguintes
objetivos:
I - Prevenir atos inseguros no desempenho do trabalho;
II - Divulgar as obrigações e proibições que os empregados devem
conhecer e cumprir;
III - Dar conhecimento aos empregados de que serão passíveis
de punição, pelo descumprimento das ordens de serviços
expedidas;
(...)
VI - adotar medidas para eliminar ou neutralizar a insalubridade
e as condições inseguras de trabalho.
c) informar aos trabalhadores:
I - os riscos profissionais que possam originar-se nos locais de
trabalho;
II - os meios para prevenir e limitar tais riscos e as medidas
adotadas pela empresa.”

As alegações da requerida, como se vê, não encontram


fundamentação. O relatório realizado por este órgão federal é um
relatório imparcial e regulado por normas federais, não sendo de forma
alguma um instrumento probatório unilateral.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 311

Quer a Empresa-Ré alterar a verdade dos fatos, tentando impor


infundadas alegações que transmitem a culpa ao beneficiário, e a
invalidade do Relatório de Inspeção realizado. Esta Promotoria de
Defesa da Saúde do Trabalhador, que funciona há mais de sete anos,
tem visto várias tentativas – e, diga-se, vãs – de empresas que tentam
se eximir de suas responsabilidades. Porém a Justiça é imparcial e se
valerá das provas constantes dos autos para apreciar o caso.

2. DO DIREITO

Bem expôs o Réu o direito, já declinado na petição inicial. Sabe-


se que é o Autor quem tem o dever de provar o alegado.
Não se pode esquecer o artigo 333 do CPC, de que cabe ao Réu
provar a existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do
direito do Autor.
Em uma breve análise da peça contestatória, o que se verifica é
uma extensa exposição, inclusive repetitiva, de fatos não verdadeiros,
nada que corresponda ao disposto na citada lei processual.
Nada que possa alterar a verdade dos fatos, amplamente provada
já na inicial. E não se esqueça que deve o Réu provar os fatos
consistentes das expressões injuriosas lançadas na contestação, contra
o beneficiário (“desidioso”, “o autor não quer trabalhar”).

3. DO NEXO CAUSAL

O nexo causal consiste na relação entre a conduta negligente do


Réu e os danos sofridos. No caso, o nexo causal é de fácil demonstração:
a conduta embasada na ilegalidade, em desacordo com o que
determinam as Normas de Segurança já expostas, foi a responsável
pelos danos sofridos.
Não esqueçamos que o próprio INSS reconheceu o nexo causal
entre conduta e dano, tanto é verdade que o trabalhador vem recebendo
312 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

o benefício auxílio-acidente vitalício, tal como se comprova no


documento de fls. ..
O Autor apresentou as provas tanto da conduta como dos danos,
e o Réu nada fez para provar que não atuou na ilegalidade. Essa é a
verdade dos fatos.
Além do mais, são absurdas as afirmações, feitas pelo Réu, de
que o Beneficiário não quis se reabilitar. Mais uma vez, suplicamos
por provas destas injuriosas alegações.

4. DO DANO MORAL

A Requerida afirma que o autor não fundamentou seu pedido de


indenização por dano moral.
Ora, como já estabelecido na inicial, o pedido fixado para o dano
moral é consoante ao significado da perda, e não excede os limites
exigíveis, segundo critérios de justiça e proporcionalidade. O
trabalhador efetivamente sofreu, além do dano físico, um dano moral,
já que além de ter sua capacidade laboral reduzida pelametade num
de seus braços, o direito, ainda foi pressionado a deixar a empresa,
passando por situações vexatórias, conforme se depreende da Ação
Trabalhista RT 17049/96 da 17ª JCJ de ..., presente nos autos às fls. .. a
.. .

5. DO PEDIDO

Todas as impugnações realizadas neste item já foram objeto da


presente peça processual.
É esse o entendimento do Superior Tribunal de Justiça:

“INDENIZAÇÃO PELO DIREITO COMUM. INCAPACITAÇÃO


PARCIAL E PERMANENTE DE EMPREGADO EM RAZÃO DAS
CONDIÇÕES AGRESSIVAS DO TRABALHO PRESTADO.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 313

CULPA LEVE. SÚMULA Nº 229-STF. 1. Após o advento da Lei


nº 6.367/76, é admissível o pleito de reparação civil, decorrente
de sinistro laboral desde então verificado mediante a
demonstração da ocorrência de simples culpa, em qualquer de
suas modalidades, prescindindo-se do dolo ou culpa grave.”
(Recurso Especial nº 50491-0-SP. DJU de 31.10.94. Rel. Min.
Barros Monteiro)

A Súmula 229 do Supremo Tribunal Federal, desde então, deve


ser objeto de nova leitura, tendo isso sido feito pelos doutrinadores e
julgadores.
O Superior Tribunal de Justiça reiterou seu entendimento em
outras ocasiões:

“RESPONSABILIDADE CIVIL. INDENIZAÇÃO POR ATO


ILÍCITO. ACIDENTE DE TRABALHO. Culpa. Lei nº 6.367/76.
Termo inicial de fluência dos juros de mora e da correção
monetária. Enunciado nº 54 da Súmula/STJ. Recurso Ina-colhido.
I - Ocorrido o acidente após o advento da Lei nº 6.367/76, fica o
empregador obrigado a indenização de direito comum se para o
mesmo houver concorrido com culpa, ainda que leve.” (Recurso
Especial nº 32309. DJ de 02.08.1993. Rel. Min. Sálvio de
Figueiredo)

ACIDENTE DE TRABALHO – INDENIZAÇÃO DE DIREITO


COMUM. Necessidade de que se demonstre a culpa, ainda que
leve, do empregador. Não é apta a inicial que se abstém de
descrever comportamento culposo com que haja concorrido para
o acidente.” (Agravo Regimental nº 58.429-1 SP. Rel. Min.
Eduardo Ribeiro)

Assim, basta a existência de culpa, sem distinção de grau, para


que resulte a obrigação de indenizar, tal qual disposto no art. 186 do
Código Civil.
314 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Veja-se que o trabalhador, ao subir numa escada para substituir


telhas, sofreu uma queda em consequência do piso liso onde a escada
se apoiava. Dessa queda, sobreveio-lhe como sequela a perda da
mobilidade do braço direito, tornando o trabalhador inapto para funções
que habitualmente eram exercidas por ele, através das quais retirava
seu sustento e o de sua família.
Pergunta-se: – O empregador não teria o dever inafastável de
evitar que atos inseguros por parte de seus funcionários ocorressem?

– Não teria, ainda, o dever nato de zelar pela correta execução


das atividades de seus funcionários, para que estes não fossem
vítimas de infortúnios, como o ocorrido no caso em apreço?
– Pode o empregador escusar-se da culpa de ter sido negligente
na relação laboral, no que tange à segurança mínima de seus
comandados?

O próprio texto da lei responde a tais indagações, quando


preceitua que cabe ao empregador assegurar a segurança no trabalho,
instruindo seus funcionários sobre as precauções a tomar, para que se
evite o infortúnio laboral.

No caso ora analisado, tal culpa poderia ser considerada grave,


como se depreende da magistral definição de HumbertoTheodoro
Júnior, em sua obra “Acidente do Trabalho e Responsabilidade Civil
Comum”:

A jurisprudência brasileira tem-se orientado no sentido de


considerar culpa grave a da empresa que, ‘faltando com providências
elementares de segurança do trabalho, deixa seus obreiros expostos a
acidentes perfeitamente previsíveis’. Em outros termos, age com culpa
grave o empregador que não concede ao empregado, em trabalho pleno
de riscos, as necessárias medidas de segurança.

O dispositivo supra há de ser interpretado conjuntamente com


a seguinte norma, também do Código Civil:

“Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do


MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 315

direito de outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado e,


se tiver mais de um autor a ofensa, todos responderão
solidariamente pela reparação.”

Quando a empresa não cumpre a obrigação implícita concernente


à segurança de seus empregados e de incolumidade durante a prestação
de serviços, tem o dever de indenizar por inexecução de sua obrigação.
Como já afirmou o Ministro Rafael Mayer:

“O acidentado sofreu em virtude de imprudência do empregador.


Não foi o risco que ele corria no trabalho. O ressarcimento do
dano há de consistir em virtude da inexecução de sua obrigação,
por culpa grave.”

É, portanto, inquestionável o direito do beneficiário à reparação.


O empregador, que cria o risco, tem o dever indeclinável de fornecer
aos seus empregados condições de segurança, no exercício de tão
perigosa atividade.
Segundo Albert Rabut, qualquer dano ocasionado, seja à pessoa,
seja a seus bens, constituiria sempre lastimável menoscabo, não apenas
à vítima, como para a sociedade mesma, da qual é parte.
O caso ora em apreço retrata tal falta, pois o acidente sofrido
pelo Sr. ............... era perfeitamente previsível e facilmente evitado,
tivesse a empresa tomado as devidas precauções.
ANTONIO RAPHAEL SILVA SALVADOR, em brilhante análise
sobre o tema em questão, assim se manifestou:

“Importantes e cuidadosas são as leis que surgem procurando


alcançar esse campo, em defesa do homem mutilado, ou que tem
sua capacidade reduzida e também em defesa do interesse social
de ver o sagrado direito de indenização daquele que dá ao seu
patrão e à comunidade parte do único bem que muitas vezes
possui, que é sua força e capa-cidade para o trabalho.” (em “A
316 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

intervenção do Ministério Público nos processos acidentários”.


SP – JUSTITIA, v. 80, p. 27, jan.-mar. 1973)

A não adoção, por parte do empregador, de medidas que


propiciem segurança à realização do trabalho, deve ser considerada
descaso absoluto com a integridade física e moral dos trabalhadores.
Resta clara, pois, a comprovação da culpa, de onde emerge o
dever de indenizar.
ANTE O EXPOSTO, requer-se o prosseguimento do feito em seus
ulteriores e regulares termos, afastando-se as alegações preliminares
arguidas, por descabidas e inaplicáveis, pugnando-se pela procedência
da ação, renovando-se o protesto de ampla produção de provas.

Termos em que,
Pede deferimento.

(Local e data)

................................
Promotor de Justiça

RESUMO
O MP apresenta impugnação e argumenta: que a alegação de que o
Autor era desidioso e negligente com relação ao uso dos equipamentos de
proteção não foi provada; que ao encontrar-se apto para retornar ao traba-
lho foi enviado à empresa e reabilitado; que a legitimidade ativa do MP
advém do artigo 68 do CPP; a inicial não é inepta, porque demonstrada foi
a existência da responsabilidade civil; que o autor não é carecedor da ação
porque não abandonou o emprego; que o pedido de indenização por dano
moral está relacionado com a perda; resta clara a comprovação da culpa,
de onde emerge o dever de indenizar.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 317

IMPUGNAÇÃO – INSS – CONTAGEM DE TEMPO DE SERVIÇO –


TRABALHO RURAL – REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR – DIREITO
LÍQUIDO E CERTO

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE


DIREITO DA ...ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ..............................

.............................., já qualificado nos autos da AÇÃO


DECLARATÓRIA C/C PRECEITO CONDENATÓRIO, Processo nº .../
..., que tramita por este Juízo, através de seu advogado e procurador
infra-assinado, vem respeitosamente à presença de V. Exa. IMPUGNAR
a Contestação ofertada pelo INSS - Instituto Nacional do Seguro Social,
em sua TOTALIDADE, ratificando a peça exordial, requerendo nesta
oportunidade pelo prosseguimento do feito, inclusive com a
designação de audiência de instrução e julgamento, ocasião em que o
Autor irá produzir suas provas.
No que tange aos documentos juntados com a contestação para
rebater a condição de trabalhador rural do autor, é de se notar o seguinte:
1) Quanto à Contestação e suas preliminares apresentadas pela
Requerida, são completamente IMPROCEDENTES, uma vez que o
Requerente está pleiteando em Juízo a contagem recíproca de tempo
de serviço por ele prestado, a fim de receber o pagamento correto e
integral de sua aposentadoria.
2) Não se trata de uma outra aposentadoria, como quer dar a
entender a Requerida, mas sim de uma complementação da
aposentadoria que recebe atualmente.
3) Na ocasião em que o Requerente laborou na lavoura, a Lei não
permitia o registro em Carteira de Trabalho do TRABALHADOR
RURAL, pois naquele tempo o livro de ponto era a terra e a caneta era
a enxada, e querer que o Requerente fosse registrado em Carteira é
querer o impossível, inclusive, mesmo porque o trabalho se dava em
REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR.
318 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

4) Os direitos do Requerente estão garantidos pelos artigos 7º e


201, § 9º, da Constituição Federal, bem como pelas demais legislações
que regem a matéria.
5) Pelo que se nota, as preliminares arguidas são totalmente
IMPROCEDENTES.
6) As provas carreadas aos autos, tanto as documentais como as
testemunhais, não deixam margens a dúvidas quanto ao DIREITO
LÍQUIDO e CERTO do Requerente, no que se refere à Concessão da
Aposentadoria Integral por Tempo de Serviço por parte da Requerida.
7) Requer, pois, a impugnação de todo alegado na peça de
contestação, visto que em nada altera o pedido inicial.
O Requerente não concorda com a peça contestatória por ser
eivada de vícios e truculências, a fim de continuar prejudicando todos
os cidadãos brasileiros que prestaram serviços a esta Nação durante o
seu vigor, e agora, no momento de receber seus benefícios de direito, o
INSS, através de seu representante legal, apresenta uma frágil
contestação sem que nada venha corroborar as decisões de V. Exa.
Serve-se da presente IMPUGNAÇÃO para alcançar o seu objetivo,
conjuntamente com o pedido inicial, o que deverá ser declarado por
sentença nos autos, para que se faça cumprir o DIREITO, a VERDADE
e a JUSTIÇA.
DIANTE DO EXPOSTO e das provas coligidas nos autos, ratifica-
se integralmente o PEDIDO INICIAL, a fim de que seja decretada a sua
Procedência, com a condenação da Requerida.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 319

RESUMO
O Autor apresenta impugnação e acrescenta: a Requerida se utiliza
da Contestação apenas para cumprimento do rito jurídico, não apresentan-
do provas em contrário; o autor tem direito líquido e certo à ação, pois
justificou documentalmente e através de testemunhas que foi TRABALHA-
DOR RURAL; o pedido declaratório cumulado com preceito condenatório é
procedente, pois restou comprovado com a documentação juntada no pe-
dido.
320 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 321

IMPUGNAÇÃO – REVISIONAL DE APOSENTADORIA –


IMPRESCRITIBILIDADE - DECÊNIO

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL


DA ...ª VARA PREVIDENCIÁRIA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO
ESTADO DE .................

CONTRA-RAZÕES

....................., ..................... e ....................., já qualificados nos


autos de nº ......., da AÇÃO ORDINÁRIA REVISIONAL DE
APOSENTADORIA, que movem nesta Vara contra o INSTITUTO
NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, por seus procuradores
firmatários, em face da contestação apresentada pela Autarquia-Ré,
vêm aos autos para contraditar a referida peça, na forma abaixo:
A Autarquia-Ré, em peça contestatória, não comprovou a
legalidade do procedimento administrativo, que, aplicado ao cálculo
da renda mensal inicial e aos reajustamentos dos benefícios, provocou
uma significativa e progressiva redução nos valores pagos mensalmente
aos Autores.
Inobstante a total improcedência dos parcos argumentos
apresentados pelo Instituto, os mesmos são destacados e contraditados
através do presente petitório, na forma adiante:

01. QUANTO À PRELIMINAR DE PRESCRIÇÃO:

A Autarquia-Ré arguiu a prescrição do fundo do direito e das


prestações do benefício dos Autores.A presente preliminar deve ser
322 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

desprezada, uma vez que não estão os Autores postulando mais do


que a Lei lhes assegura.
Vigora no Direito Previdenciário o princípio da
imprescritibilidade dos direitos patrimoniais relativos ao benefício
em si. A este princípio opõe-se a regra da prescritibilidade das
mensalidades não reclamadas no prazo de 5 (cinco) anos, o que, aliás,
foi ressalvado pelos próprios Autores, na alínea ... do item “... DO
PEDIDO”, da inicial.
O artigo 103 da Lei nº 8.213, de 24.07.1991, regulamentada pelo
Decreto nº 3.048, de 06 de maio de 1.999, e suas atualizações, quanto
à prescrição dos benefícios previdenciários, estabelece:

“Art. 103. É de dez anos o prazo de decadência de todo e


qualquer direito ou ação do segurado ou beneficiário para a
revisão do ato de concessão de benefício, a contar do dia primeiro
do mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação ou,
quando for o caso, do dia em que tomar conhecimento da decisão
indeferitória definitiva no âmbito administrativo. (Redação dada
pela Lei nº 10.839, de 2004)”

Pedem os Autores simplesmente que o Instituto, no cálculo da


renda mensal inicial e nos reajustamentos dos benefícios, obedeça à
legislação vigente. Para tanto, a aposentadoria dos Autores deverá ser
recalculada desde sua concessão, pagando-se as parcelas não prescritas,
relativamente aos cinco anos anteriores ao ajuizamento da ação.

Elucidativos são os acórdãos a seguir transcritos:

“PROCESSUAL CIVIL. PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO


REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. REVISÃO DE
BENEFÍCIO. PRAZO DECADENCIAL. ART. 103 DA LEI Nº 8.213
/ 1991. MP Nº 1.523 / 97. LEI DE REGÊNCIA. SÚMULA 359 /
STF. (...). I – Quando da concessão do Benefício, não existia prazo
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 323

decadencial do DIREITO À REVISÃO dos benefícios


previdenciários, restando assim configurada uma CONDIÇÃO
JURÍDICA definida conforme a legislação vigente à época das
aposentadorias. Precedentes. II – Se a Lei nº 8.213 / 91, em seu
Art. 103, com a redação dada pela Medida Provisória nº 1523-9 /
1997, introduziu tal prazo decadencial, essa restrição
superveniente não poderá incidir sob situações já constituídas
sob um pálio de legislação anterior. Súmula 359 / STF. III – É
vedado, em sede de Agravo Regimental, ampliar a Quaestio
trazida à baila no Recurso Especial colacionando as razões não
suscitadas anteriormente. Precedentes. Agravo Regimental
desprovido.” (STJ –Ag.Reg. AI n° 863.051/PR – 5ª T. – Rel. Min.
Felix Fischer - Unânime - DJU do dia 06/08/2007 )

Nas relações jurídicas de trato sucessivo, em que a Fazenda


Pública figure como devedora, somente prescrevem as prestações
vencidas antes do decênio anterior à propositura da ação, sendo inóqua,
portanto, a alegação da Autarquia-Ré quanto à prescrição do fundo do
direito, fazendo jus os Autores a todas as diferenças das prestações
ainda não atingidas pela prestação decenal, quando da propositura da
presente ação.

02. QUANTO AO CÁLCULO DO BENEFÍCIO – ATUALIZAÇÃO


DOS SALÁRIOS-DE-CONTRIBUIÇÃO ANTERIORES AOS DOZE
ÚLTIMOS MESES PELA VARIAÇÃO NOMINAL DA ORTN/OTN:

Alega a Autarquia que os índices aplicados para a correção dos


salários-de-contribuição são aqueles estabelecidos pela legislação
pertinente.
Sem procedência a alegação da Ré.
A atualização dos salários-de-contribuição anteriores aos 12
(doze) últimos meses, na verdade, deve ser efetuada pelos índices
oficiais de correção monetária vigentes à época da concessão da
aposentadoria, ou seja, a ORTN/OTN.
324 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Aliás, não é demais salientar que o pedido dos Autores encontra


amparo em pacífico entendimento jurisprudencial, tanto assim que a
matéria ensejou a edição da Súmula nº 02 do TRF da 4ª Região, cujo
enunciado é o seguinte:

“Para o cálculo da aposentadoria por idade ou por tempo de


serviço, no regime procedente à Lei nº 8.213 de 24 de julho de
1991, corrigem-se os salários-de-contribuição, anteriores aos
doze últimos meses, pela variação nominal da ORTN/OTN.”

Assim, os argumentos da Autarquia não merecem acolhida,


devendo ser condenada na forma do pedido inicial.

03. QUANTO À ALEGAÇÃO DE QUE O PAGAMENTO DA


GRATIFICAÇÃO NATALINA DOS EXERCÍCIOS DE 1988 E 1989, NO
VALOR DO PROVENTO DO MÊS DE DEZEMBRO, DEPENDIA DE
NORMA REGULAMENTAR INFRACONSTITUCIONAL:

A Autarquia-Ré argumenta que estava desobrigada de efetuar o


pagamento da gratificação natalina relativa aos exercícios de 1988 e
1989, na sistemática dos trabalhadores ativos, já que, na sua ótica (da
Ré), os dispositivos constitucionais que asseguravam tal benefício, à
época, necessitavam de regulamentação.
Conforme demonstraremos adiante, as alegações da autarquia
não merecem prosperar.
A atual Carta Magna, recentemente promulgada, que traça as vigas
mestras de nosso ordenamento jurídico, definiu o 13º saláriodevido
aos trabalhadores/segurados urbanos e rurais como pertencente à
categoria de direito fundamental, consoante se vê do inciso VIII do
artigo 7º.
Com a inclusão dos Direitos Sociais – Capítulo II – no Título II,
que trata dos Direitos e Garantias Fundamentais, o Constituinte de
1988 determinou, consequentemente, sua aplicabilidade imediata, ao
prescrever no parágrafo 1º do artigo 5º:
“Art. 5º. Todos são iguais perante a Lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se...
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 325

(...)
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais
têm aplicação imediata.”

Portanto, o direito ao 13º salário, conforme dispõe o parágrafo


6º do artigo 201 da Lei Maior, deve ser fixado com base no valor dos
proventos do mês de dezembro de cada ano, uma vez que erigido à
condição de garantia fundamental.
Nem mesmo há que se cogitar da necessidade da prévia fonte de
custeio para conceder tal benefício, pois não seria lógico, muito menos
traduziria a finalidade do legislador constitucional, a elaboração de
regras que conflitassem entre si, ou seja, aplicabilidade imediata ou
não de determinada matéria, especialmente quanto aos benefícios
previdenciários que há anos recebem tratamento injusto pela
Previdência.
A presente questão, aliás, consoante demonstram as decisões
transcritas na inicial, ensejou recente manifestação do SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL, espancando definitivamente qualquer dúvida
que ainda pudesse existir a respeito da matéria.

04. DO PEDIDO:

A presente ação envolve matéria exclusivamente de direito; por


consequência, não existem outras provas a serem produzidas.Assim,
requerem os Autores o julgamento antecipado da lide, de acordo com
o que dispõe o artigo 330 e seus incisos, do CPC, condenando-se a Ré
na forma requerida na inicial.

Termos em que,
Pede deferimento.
326 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......

RESUMO
Impugnação à contestação. Imprescritibilidade das prestações. Não
incidência da prescrição decenal. Salários-benefício devem ser corrigidos
pela ORTN/OTN, nos últimos 12 (doze) meses. Pagamento de gratificação
natalina, que é matéria constitucional. Matéria somente de direito. Pedido
de julgamento antecipado da lide.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 327

INCLUSÃO DE GENITORA COMO DEPENDENTE – TUTELA


ANTECIPADA – FUNCIONÁRIO PÚBLICO – ESTATUTO DO IDOSO
– PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO PROCESSUAL

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE


DIREITO DA ...ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA
DE..............................

PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO PROCESSUAL


Art. 71 – Estatuto do Idoso

......................., brasileira, separada judicialmente, funcionária


pública municipal, residente na Rua ..........., n. ..., nesta cidade e
comarca, vem propor contra a SECRETARIA DE ESTADO DA
EDUCAÇÃO DO ESTADO DE ......., na pessoa do Secretário de Estado,
sediada na Rua ..............., nº ..., nesta capital, com fulcro na legislação
vigente, a presente AÇÃO ORDINÁRIA DE INCLUSÃO COMO
DEPENDENTE DE CONTRIBUINTE C/C ANTECIPAÇÃO DE
TUTELA, pelos fatos e motivos que ora passa a expor:
1. A Requerente, que é funcionária pública municipal (efetiva),
na qualidade de Professora de Ensino Médio, percebe atualmente, no
exercício de sua nobre função, não mais de R$ 2.100,00 (dois mil e
cem reais).
2. Como se pode perceber através dos contra-cheques nesta
oportunidade exibidos, é, igualmente, contribuinte-beneficiária regular
da ora Ré, a SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO.
3. De efeito, não obstante a minguada quantia que aufere,
tratamento lamentável esse que assola, infelizmente, a maioria dos
mestres deste País, ainda tem consigo a incumbência de tentar socorrer,
como se possível fosse, com a irrisória remuneraçãoque percebe,
328 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

aqueles que consigo residem; além dos filhos, sua inválida genitora,
que conta com mais de 70 (setenta) anos, Sra. ................, viúva e
impossibilitada de possuir moradia própria – seja ante a mais completa
falta de recursos, seja, principalmente, porque o precário estado de
saúde a impede de locomover-se, conforme faz prova do Laudo Médico
em anexo, no qual se lhe atesta “Ateromatose em artérias de ambos os
Membros Inferiores com comprometimento mais acentuado
ditralmente à direita”, CID-10 nº ......... . Dessa forma, totalmente
dependente da filha e, mais, por ser pessoa IDOSA, necessita a genitora
da Requerente de urgente tratamento médico, acompanhado de diversos
e dispendiosos exames (docs. anexos), necessitando de amparo social,
conforme descrito no ESTATUTO DO IDOSO.
4. Ao contrário do que se ouve nas insistentes e intermináveis
propagandas políticas, diuturnamente veiculadas em rádio e televisão
– de que o SUS - Sistema Único de Saúde está totalmente remodelado,
e o atendimento normalizado – prosseguem as quilométricas filas para
qualquer atendimento. Desmentindo a propaganda, ao buscar seus
direitos na área da Saúde outra saída não resta à população, enfadada
de tanta falácia e nenhuma solução, senão perecer na fila de espera,
conseguindo “auxílio” somente após o óbito.
5. Por conta disso a Autora, por não ter condições de arcar com
tratamento particular, requer a admissão de sua genitora como
dependente, o que foi sumariamente recusado, posto que, no entender
da Requerida, não se trataria de estado de invalidez - ?! (sic).
6. De fato. Se não suficiente a idade avançada que de per si traz
consigo, de regra, a inafastável condição, mesmo o lamentável quadro
de saúde da sexagenária senhora, ainda graça em desfavor da
desmotivada negativa o fato da definição de invalidez, perfeitamente
aplicável ao caso sub examine, ou seja, INVÁLIDA, que também
significa o que não vale; nulo, írrito; aquele que perdeu o vigor;
enfermo, débil, fraco, incapaz; aquele que está mutilado ou paralítico,
inutilizado, ou seja, indivíduo impossibilitado de trabalhar, por
velhice, doença física ou mental, mutilação ou paralisia, ou, ainda, de
igual forma, conforme podemos ver nos nossos principais Dicionários
de Língua Portuguesa.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 329

DIANTE O EXPOSTO, requer de Vossa Excelência seja


determinado:

a) a citação da Ré, através de seu representante legal, para,


querendo, no prazo legal, formular a sua defesa, sob pena de
confesso e revelia;
b) liminarmente, não podendo o inadiável tratamento da velha
senhora ficar à mercê da equivocada análise gramatical, a qual
requer medida reparadora imediata;
c) o atendimento na forma estatuída pelo ESTATUTO DO
IDOSO, por ser pessoa sexagenária;
d) a TUTELA ANTECIPATÓRIA, nos termos do art. 273, caput,
do CPC, determinando de imediato, via ofício deste E. Juízo,
que a Ré proceda à admissão da genitora da Requerente como
sua beneficiária;
e) seja condenada, também, nas custas e verbas honorárias ab
actu arbitradas, como espera e como de direito;
f) protesta provar o alegado por todos os meios e modos em direito
permitidos, em especial por depoimento pessoal, sob pena
de confesso, inquirição de testemunhas, prova pericial, novos
documentos e demais que se fizerem necessários, que ficam
desde já requeridos;
g) por fim, ante a impossibilidade de a pleiteante arcar com as
despesas processuais sem prejuízo da própria subsistência,
roga, nos termos da Lei nº 1.060/50, seja-lhe concedido o
benefício da ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA.

Dá-se à causa, para efeitos fiscais, o valor de R$ .............


(.........................).

Nestes Termos,
Pede Deferimento.
330 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......

RESUMO
A Autora, como funcionária pública, requer em Juízo a inclusão de
sua genitora como dependente, por ser uma pessoa sexagenária e, por-
tanto, amparada pelo ESTATUTO DO IDOSO, em seus artigos 1º e 2º.
Assim procede porque teve seu pedido administrativo recusado pelo ente
governamental; requer, ainda, a TUTELA ANTECIPATÓRIA, para evitar de-
mora no atendimento, o que traria à sua mãe o risco de não ser atendida
em vida. A autora requer prioridade na tramitação processual, nos moldes
do artigo 71 do ESTATUTO DO IDOSO.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 331

INDENIZAÇÃO – ACIDENTE DE TRABALHO – INSS –


APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – LEI Nº 8.213/91 – PERDA
CAPACIDADE LABORATIVA – AUXÍLIO-ACIDENTE

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DO


TRABALHO DA ...ª VARA TRABALHISTA DE ..............................

......................., (qualificação), residente e domiciliado na Rua


............., nº ..., cidade de ................ - ..., por seu procurador abaixo
assinado, OAB/... nº ......, com escritório profissional na Rua ...........,
nº ..., Bairro ..., nesta capital, onde recebe as comunicações de
processos, instrumento procuratório em anexo (doc. ...), vem, com
respeito e acatamento, à presença de Vossa Excelência para propor a
presente

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR ACIDENTE DE TRABALHO

contra o INSS - INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL,


pessoa Jurídica de Direito Público com sede nesta capital, na Rua
.............., nº ..., com base na Lei nº 6.367/76 e demais disposições
pertinentes à matéria, pelos fatos e fundamentos que a seguir expõe:
1. O requerente desenvolvia a sua atividade laborativa como
empregado junto à .............., endereço comercial na Rua ............, nº ...,
nesta capital, sendo admitido em .../.../....., com rescisão contratual
ocorrida em .../.../..... (doc. ...).
2. Além das funções de encanador, típica do seu trabalho
profissional, o requerente acumulava a função de motorista para o
atendimento dos clientes às visitas do trabalho rotineiro, e nem por
isso percebia alguma remuneração.
332 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

3. No dia-a-dia do seu trabalho, nas atribuições de seu cargo, o


requerente desempenhava o seu ofício com inteira responsabilidade,
pois era exclusivamente dessa tarefa que obtinha o sustento para a
sua família.
4. Sucedeu que o requerente, dentro da sua jornada de trabalho,
em data de .../.../....., aproximadamente às ... horas, acabou se
envolvendo num acidente de trânsito do qual resultaram lesões em
sua pessoa, culminando em internamento hospitalar e consequente
afastamento da sua atividade profissional (Boletim do BPTran e
anotações em CTPS, fls. ... - doc. ...).
5. Em decorrência, foi assistido a partir do ... dia pelo INSS
(INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL) - AT nº ...,
permanecendo em tratamento até .../.../...., oportunidade em que lhe
foi concedida alta para posteriormente submeter-se a exame pericial
(doc. ...).
6. Tendo em vista o requerente ter-se apresentado naquela
oportunidade e, ainda, encontrar-se completamente debilitado e sem
condições para o desempenho normal da sua atividade laborativa,
continuou afastado da atividade profissional até que fosse realizada a
perícia médica, percebendo auxílio-doença no período de .../.../.... a .../
.../.... (doc. ...).
7. Submetido a nova perícia médica em .../.../...., foi considerado,
injustamente, apto para o trabalho, conforme Comunicação de
Resultado de Exame Médico, em anexo (doc. ...).
8. Ora, como se depreende dos documentos acostados, o
requerente encontrava-se legalmente afastado das suas funções em face
de um acidente ocorrido no transcorrer de sua jornada de trabalho. A
Empregadora, simplesmente, bem antes da realização da perícia
médica, sem o mínimo respeito por seu funcionário, que há anos
dignificava o seu trabalho honrando o nome da Empresa, foi colocado
às margens do infortúnio, como se vê do termo de Rescisão de Contrato
de Trabalho (doc. ...).
9. O requerente teve como resultado do acidente a fratura dos
dois (2) membros inferiores, fratura de costela e muitas outras
consequências, que continuam afetando o requerente até o momento.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 333

10. Internado no hospital ............, nesta capital, esteve sob os


cuidados dos seguintes médicos: Dr. ............... (chefe clínico) e Dr.
...................... (auxiliar assistente).
11. Fraturas dessa natureza, para uma perfeita reabilitação,
requerem o mínimo de ... (........) a ... (.........) dias, fato este que não
ocorreu, pois para o requerente não foram dados mais que ... (.........)
dias para a retirada das ataduras de gesso (doc. ...).
12. O requerente, até a presente data, encontra-se desempregado
e incapacitado para o trabalho, devido às fortes dores e sequelas que o
acidente lhe ocasionou e pela falta de amparo do órgão previdenciário.
DIANTE DO EXPOSTO, propõe a presente perante este E. Juízo,
consoante o artigo 109, inciso I, Parte Final da Constituição Federal, e
Súmula 501 do STF, para requerer o que segue:

a) Inicialmente, a gratuidade da Justiça ante o estado de


desemprego e miserabilidade do requerente, nos termos da
Lei nº 1.060/50;

b) Seja o requerido citado no endereço supra, na pessoa de seu


representante legal, para, querendo, contestar a presente, por
tratar-se de lei de Ação de Rito Sumário, de conformidade
com o disposto no artigo 19, inciso II, da Lei nº 6.367/76;

c) Seja a presente ação julgada procedente, condenando-se o


requerido a conceder APOSENTADORIA POR INVALIDEZ-
ACIDENTÁRIA, desde .../.../...., ou seja, a partir do ...º dia da
ocorrência do acidente.

d) Seja o requerido também condenado:


d.1. ao pagamento dos benefícios devidos a título de
Aposentadoria por Invalidez Acidentária, a contar de .../.../.....,
pois não se acham prescritos pelo pagamento do benefício
auxílio-suplementar depois do auxílio-acidente, e, a seguir,
aposentadoria por invalidez, mês a mês;
334 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

d.2. sendo a aposentadoria por invalidez acidentária igual ou


superior a ...% do benefício, no pagamento do pecúlio
disposto no artigo 6º, inciso II, da Lei nº 5.316/67, combinado
com os artigos 81, 82 e 83, da Lei nº 8.213/91 e da LC nº 142/
2013;
d.3. no pagamento de abono anual, como disposto no artigo 40
e parágrafo único, da Lei nº 8.213/91 e da LC nº 142/2013;
d.4. no pagamento de juros e atualização monetária incidente
sobre benefícios não pagos, ou seja, aposentadoria por
invalidez acidentária e abono anual nos termos da Lei nº
6.899/81;

e) finalmente, seja o requerido condenado ao pagamento de custas


processuais e verba honorária, ora se tomando por base as
prestações vencidas até sentença e um ano das vincendas,
incidindo sobre tudo juros e correção monetária que se
incorporam à vantagem econômica auferida pelo requerente.

Requer-se pela produção de todos os meios de prova em direito


admitidos, especialmente a pericial, que se requer de imediato, e
testemunhal.
Dá-se à presente, em consideração às prestações vencidas e
vincendas, tomando-se por base o valor do salário mínimo de R$ ......
(..................), do ano de ....., e, conforme o disposto no artigo 260 do
CPC, o valor de R$ ...... (...................).

Nestes Termos,
P. E. Deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 335

RESUMO
Indenização por acidente de trabalho contra o INSS. No transcorrer
de suas atividades, o requerente envolveu-se em acidente de trânsito do
qual resultaram lesões corporais gravíssimas, culminando em internamento
hospitalar e afastamento de sua atividade laboral. O Requerente encontra-
se desempregado e incapacitado para o trabalho, devido às sequelas cau-
sadas pelo acidente e pela falta de amparo do órgão previdenciário. Requer
seja concedida aposentadoria por invalidez acidentária.
336 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 337

INDENIZAÇÃO – ACIDENTE DE TRABALHO – CULPA –


IMPRUDÊNCIA – LEGITIMIDADE ATIVA – NEGLIGÊNCIA –
EMPREGADO – MINISTÉRIO PÚBLICO

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DO


TRABALHO DA ...ª VARA TRABALHISTA DE ...........................

O MINISTÉRIO PÚBLICO, através de sua PROMOTORIA DE


ACIDENTES DO TRABALHO, com endereço na Av. ........., nº ..., nesta
cidade e comarca, onde recebe suas intimações, por seus titulares ao
final firmados e com lastro nos artigos 64 e 68 do Código de Processo
Penal, e demais disposições legais pertinentes aludidas, vem propor a
presente

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO DECORRENTE DE ATO ILÍCITO,

pelo rito ordinário, em benefício de ..........., (qualificação),


portador da Cédula de Identidade/RG sob nº ........... (doc. ...), residente
e domiciliado na Rua ............, nº ..., na cidade de ................ - ..., contra
................., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF
sob nº ......., com sede na Av. ............., nº ..., nesta capital, e .....................,
pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob nº ..........,
com sede na Rua ............, nº ..., na cidade de ............... - ... .

1. DOS FATOS

1.1. Na data de ... de ......... de ...., o Sr. ................. foi admitido na


empresa ............, na função de soldador, como consta em anotações na
Carteira de Trabalho e Previdência Social (doc. ... a ...), no sentido de
338 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

prestar serviços à empresa ............., vindo a firmar contrato efetivo


em .../.../...
1.2. Desenvolveu normalmente suas atividades até a data de ...
de ......... de ....., quando foi vítima de acidente de trabalho, em
consequência da negligência e imprudência da requerida, consistente
na omissão de precauções elementares, despreocupação e menosprezo
pela segurança do empregado, em flagrante inobservância das normas
legais que tutelam a segurança do trabalho.
1.3. O setor em que o reclamante exercia suas funções era o setor
de solda. O acidente ocorreu quando um vaso de ar comprimido
estourou, por ter sido manipulado, segundo versão da requerida, por
pessoa estranha, não funcionário da empresa, que estava efetuando
empreitada na mesma. Tal vaso de ar comprimido estava desativado,
pois seu motor estava com defeito.
1.4. O referido vaso servia para alimentar as oficinas, e, depois
do acidente, todos os vasos de ar comprimido foram instalados longe
do local de trabalho.
1.5. A explosão do cilindro metálico, destinado a armazenar ar
comprimido, ocorreu porque o vaso estava sem válvula e, por esse
motivo, muito carregado de pressão. Com a explosão muitos
funcionários foram atingidos.
1.6. Com efeito, o Sr. ................. perdeu parcialmente a audição
dos dois ouvidos devido ao barulho da explosão. Apresenta Disacusia
Neurossensorial Bilateral (CID nº ............), conforme comprova exame
em anexo (doc. ...). Verifica-se, ainda pelo documento de fls. (doc.
audiometria), que o autor, quando do exame de saúde pré-admissional,
realizou exames dos ouvidos, sendo declarado normal.

Atualmente, sente dificuldades para escutar, apresentando, às


vezes, ruídos, zunidos nos ouvidos e segundo declarações médicas
trata-se de lesão definitiva irrecorrível e progressiva, interferindo na
descriminação dos sons de fala, quadro que se mantém estável em
relação às audiometrias anteriores. Segundo a Dra. ............., trata-se
de lesão definitiva e irreversível, sendo recomendável o uso de aparelho
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 339

de amplificação sonora individual como única tentativa de reabilitação


auditiva.
Assim, sem esforço de raciocínio, verifica-se que o Sr. ..........
apresenta uma “disacusia-sensorio neural bilateral”, que lhe causou
uma “diminuição” auditiva de ...% no ouvido direito e ...% no ouvido
esquerdo, com sequelas irreversíveis, cujo quadro clínico tende a
piorar, caso trabalhe em lugares ruidosos.
1.7. A Divisão de Segurança e Medicina do Trabalho (DSMT),
integrante da Delegacia Regional do Trabalho, é o órgão com atribuições
de fiscalizar o cumprimento ou não das Normas de Segurança e
Medicina do Trabalho (arts. 154 a 201, CLT).
1.8. Na conformidade do Laudo Técnico da DSMT, o médico do
Trabalho Dr. ......................., após examinar “in loco” a máquina
causadora do acidente, constatou:

“Segundo dito, teria ocorrido explosão do cilindro metálico


destinado a armazenar ar comprimido, depois de manipulação
de válvulas e registros por pessoas estranhas à empresa. O vaso
reservatório achava-se colocado em recinto de alvenaria e
concreto enclausurado parcialmente, havendo abertura para área
desolada, onde se encontrava o acidentado. Atualmente o sistema
de ar foi transferido do local onde se achava instalado. Ainda
segundo informado, o vaso reser-vatório achava-se desativado
por defeito mecânico.”

1.9. A realidade é que a requerida não tomou as devidas


precauções quanto à manutenção do referido vaso reservatório, vindo
a ocorrer tal sinistro.
1.10. Na verdade, a requerida pouco se preocupa com a
integridade física de seus empregados, inobservando as normas legais
prevencionistas, como ocorreu no caso relatado, triste retrato de sua
imprevidência e insensibilidade.
1.11. Deste modo, por conta da negligência e imprudência da
requerida, o acidentado teve perda auditiva bilateral consequente da
340 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

exposição do ouvido a ruídos no seu ambiente de trabalho,


ocasionando-lhe prejuízos patrimoniais e morais.
1.12. Nenhuma obscuridade está a macular o que restou claro
das evidências demonstradas e o efeito que consta hoje, na forma de
deficiência física do empregado. Trata-se, portanto, o caso em tela, da
demonstração de culpa da requerida, provada por diversos fatos, na
perda efetiva ocorrida com o Sr. ............., que o leva a conviver daqui
para frente com a deformidade, que, entre várias consequências, reduz
sua capacidade laborativa.
1.13. Dos fatos verificados, transparente se faz a persistência no
descumprimento de normas que regulam a precaução de acidentes do
trabalho. Estas normas, que regulamentam as disposições de Segurança
e Medicina do Trabalho, existem em larga escala, sendo que a própria
CLT, no artigo 200, determina que se devem estabelecer regras
complementares às normas existentes, no momento que estas forem
lacunosas e insuficientes.
1.14. Desta forma, coube ao Ministério do Trabalho, por
intermédio da Portaria nº 3.214 de 08 de junho de 1978, que aprovou
as Normas Regulamentadoras (NR), determinar disposições que levem
à prevenção de acidentes.
Tratemos especialmente de ressaltar as normas deliberadamente
e conscientemente descumpridas, já que existem e é dever das empresas
não somente conhecê-las como adotá-las.

“N.R. 6 - EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL


Item 6.1. - Para os fins de aplicação desta Norma
Regulamentadora - NR, considera-se Equipamento de Proteção
Individual - EPI todo dispositivo de uso individual (...), destinado
a proteger a integridade física do trabalhador.
Item 6.2 - A empresa é obrigada a fornecer aos empregados,
gratuitamente, EPI adequado ao risco e em perfeito estado de
conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias:
a) sempre que as medidas de proteção coletiva forem
tecnicamente inviáveis ou não oferecerem completa proteção
contra os riscos de acidentes de trabalho;
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 341

b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo


implantadas;
c) para atender situações de emergência.
Item 6.3 - atendidas as peculiaridades de cada atividade
profissional, e respeitando-se o disposto no item 6.2., o
empregador deve fornecer aos empregados os seguintes EPI:
I - Proteção para a cabeça:
a) protetores faciais destinados à proteção dos olhos e da face
contra lesões ocasionadas por partículas, respingos, vapores de
produtos químicos e radiações luminosas intensas.
b) óculos de segurança para trabalhos que possam causar
ferimentos nos olhos, provenientes do impacto de partículas.
(...)
V - Proteção auditiva
a) Protetores auriculares, para trabalhos realizados em locais em
que o nível de ruído seja superior ao estabelecido na NR-15.
Anexos I e II.
Item 6.3.1 - o empregado deve trabalhar calçado, ficando proibido
o uso de tamancos, sandálias e chinelos.
Item 6.6.1- obriga-se o empregador, quanto ao EPI, a:
d) tornar obrigatório seu uso;”

“N.R. - 13 - CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO


Item 13.1.2 - Para efeito desta NR, considera-se “Profissional
Habilitado” aquele que tem competência legal para o exercício
da profissão de engenheiro nas atividades referentes a projeto
de construção, acompanhamento de operação e manutenção,
inspeção e supervisão de inspeção de caldeiras e vasos de pressão,
em conformidade com a regulamentação profissional vigente no
País.
Item 13.9 - Segurança na Manutenção de Vasos de Pressão.
342 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Item 13.9.1 - Todos os reparos ou alterações em vasos de pressão


devem respeitar o respectivo código de projeto de construção e
as prescrições do fabricante no que se refere a:
a) materiais;
b) procedimentos de execução;
c) procedimentos de controle de qualidade;
d) qualificação e certificação de pessoal.
13.9.1.1 - Quando não for conhecido o código de construção,
deverá ser respeitada a concepção original do vaso, empregando-
se procedimentos de controle do maior rigor, prescritos pelos
códigos pertinentes.”

2. DA LEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO COMO


SUBSTITUTO PROCESSUAL

Propõe a presente ação o Ministério Público, na qualidade de


substituto processual do trabalhador acidentado, Sr. ....................,
justificando sua atuação nos seguintes dispositivos legais:

Reza o Código de Processo Penal:

“Art. 64. Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, a ação


para ressarcimento do dano poderá ser proposta no juízo cível,
contra o autor do crime e, se for caso, contra o responsável civil.”

Aduz a mesma carta, mais adiante:

“Art. 68. Quando o titular do direito à reparação do dano for


pobre (art. 32, §§ 1o e 2o), a execução da sentença condenatória
(art. 63) ou a ação civil (art. 64) será promovida, a seu
requerimento, pelo Ministério Público.”

Assim, a lei oferece a legitimidade para a atuação do Ministério


Público como substituto processual, atinado em nome próprio, porém
na defesa de interesse alheio.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 343

A doutrina acentua esse caminho, conforme se verifica do exposto


a seguir:

“Ocorre a substituição processual quando alguém está legitimado


para litigar em juízo em nome próprio, como autor ou réu na
defesa de direito alheio.” (Santos, Moacir Amaral, apud Oliveira
Júnior, Waldemar Mariz de. Substituição Pro-cessual, Revista
dos Tribunais, 197, p. 120)

Segue ainda esse raciocínio:

Importante notar que o substituto processual é a parte na relação


processual, qualidade que na representação continua a pertencer ao
representado (...). (Segundo lição de Frederico Marques, citado por
Oliveira Júnior, ob. citada)
Aliás, no que compete à legitimidade “ad causam” do “parquet”,
o extinto Tribunal de Alçada do Estado do Paraná arrestou que:

“MINISTÉRIO PÚBLICO – AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS


EX DELICTO – LEGITIMIDADE ATIVA – SUBSTITUIÇÃO
PROCESSUAL, ART. 68 DO CPP – AGRAVO PROVIDO.O
Ministério Público tem legitimidade ativa ad causam para
postular no juízo cível, em nome próprio, a reparação dos danos
decorrentes de acidente de trabalho, na condição de substituto
processual, quando os beneficiários sejam pessoas carentes, na
conformidade do que dispõe o art. 68 do Código de Processo
Penal.”(Agravo de Instrumento nº 65.414-2, de Rio Branco do
Sul. Rel.: Domingos Ramina. Curitiba, 06.12.1994)

Em decisão proferida pela Quarta Câmara do extinto Primeiro


Tribunal de Alçada Cível da Comarca de São Paulo, sob nº 636 - Agravo
de Instrumento nº 493.155-7, por unanimidade se decidiu:

“Na lição de Humberto Theodoro Júnior, no processo civil,


mesmo quando se comete ao Ministério Público a tutela de
344 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

interesses particulares de outras pessoas, como os interditos, a


Fazenda Pública, a vítima pobre do delito, etc., a sua função
processual nunca é a de um representante da parte material. Sua
posição jurídica é a de substituto processual (art. 6º), em razão
da própria natureza e fins da instituição do Ministério Público
ou em decorrência da vontade da lei. Age assim em nome próprio,
embora defendendo interesse alheio.” ( Curso de Direito
Processual Civil, vol. I, 3. ed., Forense, p. 1.132).

No caso vertente, o “parquet” atua, portanto, amparado por


solicitação da parte,
colimando alcançar a reparação do dano sofrido em decorrência
de ato ilícito culposo praticado pela requerida.

A par disso, é o beneficiário pobre na acepção jurídica do


vocábulo, pelo que se requerem, desde logo, os benefícios da justiça
gratuita. (Doc. ...)

3. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS DO PEDIDO

A responsabilidade civil é, em termos, independente da


responsabilidade penal do que fixa o Código Civil (art. 935).

Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal,


não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou
sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem
decididas no juízo criminal.

No entanto, existem certas ocorrências em que o atuar do agente


materializa lesão em ambas as áreas: civil e criminal.
Basta emergir um delito em tese oriundo de uma conduta
penalmente típica, para que ecloda a pretensão reparatória civil para o
lesado.
A jurisprudência, com pertinência, tem esmiuçado o tema:
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 345

“Não se pode olvidar a distinção entre os tipos de ação de


ressarcimento ex delicto: a ação civil de conhecimento, que
independe do resultado do processo penal, nem está
subordinada à efetiva ocorrência do fato penalmente típico, senão
à existência de infração penal, em tese, e à execução da sen-tença
penal condenatória.” (RITJSP, 116/363)

Sobre outro aspecto, é preciso ter presente que em matéria de


responsabilidade civil impera o princípio da “culpa levissima venit”.
A jurisprudência, nesse caso, também tem demonstrado com
clareza tal ensinamento:

“INDENIZAÇÃO POR ACIDENTE DE TRABALHO – DIREITO


COMUM – DESNECESSIDADE DE PROVA DE CULPA GRAVE
DO EMPREGADOR – ART. 7, XXVII, DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL – “JUS SUPERVENIENS” QUE DEVE SER APLICADO
NO MOMENTO DA DECISÃO. PARTICIPAÇÃO DO
MINISTÉRIO PÚBLICO – LEGITIMIDADE EM FACE DO ART.
82, III DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – CRITÉRIO DE
INDENIZAÇÃO PELA LESÃO – DANO MORAL E SUA
CUMULAÇÃO, ART. 5º, INC. V, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
– JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA – HONORÁRIOS DE
ADVOGADO – ART. 20, PARÁGRAFO 5º – PROVIMENTO
PARCIAL. Já é pacífico que cabe a indenização pelo Direito
Comum em acidente de trabalho e que já não mais se discute a
culpa grave do empregador, nos termos do art. 7º, inc. XXVIII,
da Constituição Federal. O art. 82, II, do Código de Processo
Civil legitima a participação do Ministério Público, notadamente
por se tratar de acidente de trabalho. E mesmo que não fosse
necessário, não causaria nulidade. “Quod abundant non nocet”.
O dano moral pode ser cumulado com a indenização em
decorrência de lesão. É indenizável, ao abrigo do art. 5º, inc. V
da Constituição Federal e jurisprudência já dominante. Os juros
e a correção monetária são devidos sobre as verbas vencidas.
Honorários de advogados devem atender ao critério do art. 20,
346 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

parágrafo 5º, do Código de Processo Civil.” (PROCESSO Nº 41130-


9; ACÓRDÃO Nº 1.165, DE 13.04.92; 8ª CÂMARA CÍVEL –
TRIBUNAL DE ALÇADA – PARANÁ).

Assim, mesmo não sendo ela detectada no juízo criminal, que


apura apenas as modalidades culposas que mais frontalmente agridem
os bens juridicamente tutelados, a sua ocorrência, em qualquer das
outras modalidades possíveis, sempre repercute positivamente na
esfera civil.
Por esse motivo é que a culpa ainda que levíssima (o que não é o
caso dos presentes autos), apesar de insuficiente para a condenação
criminal, obriga a indenizar.
Responsabilidade civil, em suma, é a obrigatoriedade de pagar o
dano, entendido este como a diminuição ou subtração causada por
outrem de um bem jurídico.
Culpa é a violação (intencional ou não) de um dever que o agente
tinha possibilidade de conhecer e observar.
Preceituam os arts. 186 e 927 do Código Civil brasileiro que:

“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência


ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda
que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
(...)
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano
a outrem, fica obrigado a repará-lo.

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,


independentemente de culpa, nos casos especificados em lei,
ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do
dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.”

Esse dispositivo há de ser interpretado conjuntamente com as


seguintes normas, também do Código Civil:
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 347

“Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do


direito de outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e,
se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão
solidariamente pela reparação.”

São também responsáveis pela reparação civil:

“Art. 932. (...)


III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais
e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em
razão dele;”

A responsabilidade civil abarca todos os acontecimentos que


extravazam o campo de atuação do risco profissional.
Quando a empresa não cumpre a obrigação implícita concernente
à segurança do trabalho de seus empregados de incolu-midade durante
a prestação de serviço, ela tem o dever de indenizar por inexecução de
sua obrigação.
Como já afirmou o Ministro Rafael Mayer, citado por José Luiz
Dias Campos, na obra Acidente do Trabalho, São Paulo, LTr, 1989, p.
41:

O acidentado sofreu em virtude de imprudência do empregador.


Não foi o risco que ele corria no trabalho. O ressarcimento do
dano há de consistir em virtude da inexecução de sua obrigação,
por culpa grave.

Sobreleva observar que a Consolidação das Leis do Trabalho é


taxativa em impor rigorosas obrigações ao empregador no que concerne
à segurança de seus empregados, na forma das disposições seguintes:
Cabe às empresas:

“Art. 157.(...)
I - cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina
348 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

do trabalho; (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)


II - instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto
às precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho
ou doenças ocupacionais; (Incluído pela Lei nº 6.514, de
22.12.1977)
III - adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão
regional competente; (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
IV - facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade
competente. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)”

Em contrapartida, cabe ao empregado observar as normas de


segurança e medicina do trabalho, sob pena de incorrer em ato faltoso
(art. 158 e parágrafo da CLT).
Desta sorte, o empregado que se recuse a usar equipamento
individual de proteção, por exemplo, é passível de demissão por justa
causa.
JOSÉ LUIZ DIAS CAMPOS, autoridade no assunto, assim se
expressa (in RT 635, p. 128):

“Nos termos do art. 68 do Código de Processo Penal Brasileiro, a


vítima sendo pobre e requerendo o patrocínio do Ministério
Público, havendo em tese o ‘fumus boni juris’, mesmo ocorrendo
o arquivamento do inquérito policial, aquele órgão ingressará
com a devida ação de reparação de dano contra o empregador ou
prepostos ou contra terceiros.”

Ademais, por oportuno, cabe assegurar que em matéria de


acidente de trabalho a reparação é devida independentemente do grau
de culpa do empregador. Nesse sentido, a Constituição Federal dispõe:

“Art. 7º. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além


de outros que visem à melhoria de sua condição social:
(...)
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 349

XXVIII - Seguro contra acidentes do trabalho, a cargo do


empregador, sem excluir a indenização a que está obrigado,
quando incorrer em dolo ou culpa.”

Analisando esse preceito, que é inovação em relação ao texto


anterior, HUMBERTO THEODORO JÚNIOR anota:

“XI - A inovação da Constituição de 1988:


57. No regime da carta revogada, portanto, ficou solidamente
assentada a possibilidade de coexistência da reparação
acidentária e da indenização civil. Isto, porém, não se dava em
termos absolutos, porque se entendia que a culpa leve do patrão
era absorvida pelo risco normal da atividade empresarial. De
sorte que somente a conduta anômala do empregador, retratada
na culpa grave ou no dolo, teria forças de gerar, no acidente
laboral, o dever de indenizar nos moldes da lei civil.
58. Assim, era o entendimento universal dos pretórios que, se o
acidente não resultou de culpa grave ou dolo do empregador,
não cabe indenização pelo direito comum.
59. Agora, a Constituição de 1988, além de manter o regime de
seguro previdenciário para o acidente e trabalho, deu o passo
final para separar, total e definitivamente, o regime da
infortunística do regime da responsabilidade civil.
60. Com efeito, ao enumerar os direitos sociais dos trabalhadores
a nova Carta, no art. 7º, número XXVIII, arrola o seguro contra
acidentes do trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a
indenização a que está obrigado quando incorrer em dolo ou
culpa.
61. Esse dispositivo tem duas grandes e fundamentais inovações,
a saber:
A) Passou o custeio do seguro de acidentes do trabalho para a
exclusiva responsabilidade do empregador...
B) A responsabilidade civil do patrão caiu totalmente no regime
350 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

do Código Civil. Qualquer que seja, portanto, o grau de culpa,


terá de suportar o dever indenizatório as regras do direito comum,
sem qualquer compensação com a reparação concedida pela
Previdência Social.
62. A exigência, pois, de culpa grave ou dolo para condicionar a
responsabilidade civil paralela à indenização acidentária, foi
inteiramente abolida nos termos da inovação trazida pela nova
Constituição: Qualquer falta cometida pelo empregador, na
ocasião do evento lesivo, acarretar-lhe-á o dever indenizatório
do art. 159 do Código Civil, mesmo levíssimas, porque in lege
aquilia et levissima culpa venit.”(in Responsabilidade Civil -
Doutrina e Jurisprudência – 2. ed., Rio de Janeiro: AIDE Ed.,
1989, p. 119 e ss.)

Em consonância com o dispositivo questionado, o artigo 2º da


Lei Complementar nº 142, de 08 de maio de 2.013, diz:

“Art. 2º. Para o reconhecimento do direito à aposentadoria de


que trata esta Lei Complementar, considera-se pessoa com
deficiência aquela que tem impedimentos de longo prazo de
natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em
interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação
plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as
demais pessoas.”

Portanto, o direito dos beneficiários à reparação, que já existia


no sistema anterior, após a promulgação da vigente Constituição,
tornou-se inquestionável.
Por essa elementar razão, o empregador, que cria o risco, tem o
dever indeclinável de fornecer aos seus empregados condições de
segurança, no exercício de tão perigosa atividade.
Conclui-se, então, que houve culpa da requerida, decorrente de
frontal e deliberada inobservância da lei que tutela a segurança do
trabalhador, eis que pelo que dispõe o art. 157, da Consolidação das
Leis do Trabalho, o empregador é obrigado a orientar seus funcionários
a fim de prevenir acidentes e atos in-seguros no desempenho do
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 351

trabalho; assegurar que seus empregados estão se utilizando das ordens


de serviço do empregador; bem como adequar devidas proteções em
máquinas que possam de alguma forma prejudicar a saúde do
trabalhador.
O evento danoso originou-se de ato ou omissão da ré, tudo pela
imprevidência da requerida, que se omitiu em adotar cautelas
elementares, como consta na inicial e no laudo pericial, evidenciando-
se o menosprezo pela segurança do trabalhador.
A tentativa de se atribuir a culpa do acidente ao infortunado
trabalhador é vã, pois é intransferível a obrigação de fiscalizar as
condições de segurança do andamento do serviço, proibindo qualquer
condição insegura ou violação das normas legais.
A empresa, mesmo sabendo que aquela atividade era perigosa e
exigia maiores cuidados, não providenciou os equipamentos de
segurança necessários, no caso a coifa de proteção, para evitar a
ocorrência de possíveis acidentes; se assim procedeu é porque assumiu
o risco de eventual acidente, porque iria responder por ele.
Com tudo isto, fica demonstrado a falta de orientação e
fiscalização da requerida, que não poderia permitir que seu funcionário
laborasse em condições inseguras no trabalho, sem se preocupar com
a integridade física daquele que contribuiu através de seus labores
diários para que a empresa possa auferir seus lucros.
De outra parte, da análise dos fatos que deram causa ao
infortúnio, é importante frisar que os trabalhadores desenvolvem suas
funções laborais em condição insegura de trabalho, a saber:

“Os acidentes ocorridos por condições inseguras são aqueles cuja


causa é decorrente das condições de trabalho.”
(...)
“Referem-se à prática diária (rotina) no exercício da atividade
laborativa em condições de trabalho contrárias às preconizadas
pelas Normas Técnicas Regulamentadoras.” (Fundacentro -
Atualidade em prevenção de acidentes. Vol. 18, nº 209 – Maio/
1987).
352 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

ANTE O EXPOSTO, fica demonstrada a culpa “in vigilando” da


empresa, ao omitir-se na fiscalização e cumprimento das normas de
segurança e medicina do trabalho e deixando de observar os deveres
de cautela essenciais estipulados pela legislação prevencionista, ao
permitir que pessoas estranhas fossem manipular o tubo de gás.
A “culpa in vigilando”, na definição do Dr. Juiz Rui Stocco:

“Culpa in vigilando é a que promana de ausência de fiscalização


por parte do patrão, quer relativamente aos seus empregados,
quer no tocante à própria coisa.” (em Responsabilidade Civil e
sua Interpretação Jurisprudencial, Ed. Revista dos Tribunais,
1994, p. 44).

“ Culpa in vigilando decorre da falta de atenção com o


procedimento de outrem, cujo ato ilícito o responsável deve
pagar, p. ex., ausência de fiscalização do patrão, quer
relativamente aos empregados, quer à coisa.” (RT. 238/26: Súmula
341 do STF).

Neste sentido, transcrevemos a seguinte decisão:

“Indenização – Acidente do trabalho – Provada a culpa ‘in


vigilando’ do empregador, cabível a indenização, pelo direito
comum – Sentença correta. Recurso conhecido e não pro-vido”.
(A. un. da 4ª Câmara Cível. Junho/95 do TAPR – Ac. 5885 – Rel.
Juiz Moraes Leite).

Desta forma, o beneficiário sofreu prejuízo de natureza não só


patrimonial, com também moral, hoje previsto e admitido pela
Constituição Federal, artigo 5º, inciso X, referido pelo insigne mestre
José de Aguiar Dias como:

(...) reação psicológica à injúria, são as dores físicas e morais


que o homem experimenta em face de lesão. (Da Responsabilidade
Civil, vol. II, p. 740 e 741, nº 228).
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 353

Ainda e sempre o magistério de Carlos Alberto Bittar:

Danos morais são lesões sofridas pelas pessoas, físicas ou


jurídicas, em certos aspectos de sua personalidade, em razão de
investidas injustas de outrem. São aqueles que atingem a
moralidade e afetividade da pessoa, causando-lhe
constrangimentos, vexames, dores, enfim, sentimentos e
sensações negativas. (“Danos Morais: critérios para sua fixação”
– Re-pertório IOB de Jurisprudência 15/93)

É o caso dos familiares, que merecem ter compensações às


angústias, às aflições, às dores, enfim, ao sofrimento que lhe impôs a
ré.
Segue, pois, a lição de Carlos Alberto Bittar:

A tendência pátria é a fixação de valor de desestímulo como forma


de inibição a novas práticas lesivas. Trata-se, portanto, de valor
que, sentido no patrimônio do lesante, o possa fazer
conscientizar-se de que não deve persistir na conduta reprimida
ou então deve afastar-se da indevida por ela assumida. De outra
parte, deixa-se para a coletividade exemplo expressivo da reação
que a ordem jurídica reserva para infratores neste campo. (Op.
cit.)

Para apuração do “quantum” da reparação que se fixará por


arbitramento, e em execução, levam-se em conta basicamente as
circunstâncias do caso, a gravidade do dano e, nos termos da
lição supramencionada, a ideia de sancionamento da ré.

A esse respeito, nenhuma dúvida remanesce sobre a reparação


do dano moral, e que são cumuláveis as indenizações por dano moral
e material oriundos do mesmo fato, conforme a Súmula 37 do STJ:

“São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral


oriundos do mesmo fato.” (Cf. retificação no DJU 18.03.92, p.
3.201).
354 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Para aferição do dano moral e fixação do respectivo


ressarci-mento, a doutrina aconselha considerar a extensão do
sofrimento do ofendido, a gravidade e as repercussões da ofensa, a
intensidade da culpa, a situação econômica do ofendido e do ofensor,
etc.
Neste sentido, quanto aos critérios para fixação do dano moral,
transcrevemos a seguinte decisão:

“Responsabilidade Civil – Indenização de dano moral – Fixação


em 500 salários mínimos, valor tido por moderado frente à
necessidade de quem pede e a possibilidade de quem paga –
Decisão que se insere na esfera do convencimento do Juiz –
Recurso Improvido.” (Ac. un. da 3ª C. Especial – julho/93 do 1º
TACSP – Ac 526.380-3 – Rel. Juiz Aloísio de Toledo César – j.
02.07.93. – Apte.: Expresso Brasileiro Viação Ltda.; – Apdos.:
Ministério Público em favor de Luiz Paulo Silva e outros – ementa
oficial).

Do voto do relator transcrevemos o seguinte entendimento:

“Uma vez que o dano moral hoje está previsto e admitido até
mesmo pela Constituição Federal, inexistindo a lei que determine
o critério para a sua fixação, forçoso concluir que tal decisão se
insere na esfera de convencimento do juiz.

A decisão haverá de avaliar, criteriosamente, a necessidade de


quem o postula e a possibilidade de quem o pagará. No caso, os
autores da Ação são pessoas pobres, na acepção jurídica da
palavra, tanto que foram representadas pelo Ministério Público,
em elogiável iniciativa desse órgão do Estado.A empresa-ré, por
sua vez, é uma antiga, tradicional e poderosa empresa de
transportes de passageiros, para quem a condenação ao
pagamento de 500 salários mínimos não representará uma
suprema desgraça. Ante a necessidade de quem pede e a
possibilidade de quem paga, conclui-se que a fixação de 500
salários mínimos foi extremamente moderada, devendo ser
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 355

mantida.” (Repertório IOB de Jurisprudência - 1ª Quinzena de


Setembro/1993 – nº 17/93 – p. 322)

Portanto tais danos, necessariamente, devem ser ressarcidos


dentro do espírito que norteia a responsabilidade civil, segundo o qual
a indenização não enriquece e nem empobrece.

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

(Local e data)

................................
Promotor de Justiça

RESUMO
O MP propõe ação de indenização decorrente de ato ilícito, em virtu-
de de acidente ocorrido, que ocasionou a perda da audição dos dois ouvi-
dos do substituído, em razão de explosão de cilindro metálico destinado a
armazenar ar comprimido. O acidente ocorreu por não ter a empresa man-
dado efetuar a manutenção do vaso reservatório. Pede por indenização
pela incapacidade, a partir da data do evento, devendo o valor apurado ser
computado em dobro; indenização por dano moral; constituição de capital,
conforme determina o artigo 602/CPC; condenação ao pagamento das des-
pesas referentes ao aparelho auditivo.
356 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 357

INDENIZAÇÃO – DOENÇA OCUPACIONAL – REDUÇÃO DE


CAPACIDADE LABORATIVA – LEI Nº 6.367/76 – DECRETO Nº
79.037/76

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DO


TRABALHO DA ...ª VARA TRABALHISTA DE ..............................

....................., (qualificação), portador da CTPS nº ............., CPF/


MF nº ................, residente e domiciliado na Rua .............., nº ..., por
seus advogados e procuradores constituídos (doc. ...), respeitosamente
vem à presença de Vossa Excelência para propor AÇÃO DE
INDENIZAÇÃO POR ACIDENTE DE TRABALHO, contra o INSS, na
pessoa de seu representante legal, sito na Rua ............., nº ..., nesta
cidade, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos:

DOS FATOS:

1. O Autor iniciou atividade laborativa dentro da Consolidação


das Leis do Trabalho, devidamente registrado na Carteira Profissional
em tenra idade; em ..., inicia na .............., na função de ......., daí em
diante seguiu a carreira de obreiro, prosseguindo sempre na mesma
função, em empresas outras, porém sempre se especializando.
2. Em ....... inicia na .................., saindo em ....., retornando em
....... e saindo em ....... .
3. Como nas demais empresas, na função de Soldador, agora
Sênior (doc. ... e doc. ...).
4. Tal função, além da habilidade técnica específica, exige do
profissional esforços físicos multivariados, submetendo-o a níveisde
caloria, luminosidade, radiações, sonoridade e poluição do ar em graus
altamente perniciosos a sua saúde.
358 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

5. Devido à enorme variedade de peças e estruturas a serem


trabalhadas, aos vários pontos a serem soldados, e às proporções que
apresentam, tais como forma geométrica, peso, tamanho, resistência,
etc., o obreiro tem que se desdobrar fisicamente, ora soldando de
cócoras, ora deitado, curvado a 90 graus para frente ou para trás, ora
se distendendo totalmente por sobre a cabeça para alcançar pingos
altos, ora inclinado pelas laterais, ora de joelhos, etc.
6. Devido à dureza dos materiais a serem trabalhados, os
equipamentos de soldagem se diferenciam, também, em peso, tamanho,
etc., defletindo maiores ou menores coeficientes de luminosidade,
caloria, fumaça, etc., expondo o obreiro a até 150 (cento e cinquenta)
graus Celsius, ou a situações em que vários soldadores trabalham
simultaneamente, na mesma peça, e fisicamente próximos, o que
ocasiona um ambiente de extrema nocividade.
7. Não bastando, há ainda o manejo do equipamento de
soldagem, que pesa por volta de 40 quilos e é transportado manualmente
para os vários locais em que são utilizados, bem como os tubos de
CO2, também transportados manualmente.
Em breves toques, o encimado traça um perfil ligeiro da atividade
laborativa do Soldador.
Existem situações específicas; por exemplo, a situação do obreiro
telado, que solda INOX; esta deflete muita fumaça e caloria devido à
dureza do material a ser soldado, bem como executar soldas no interior
de peças, tais como tubos, onde praticamente inexiste ventilação, e
em ambientes praticamente fechados.
8. Ocorre que, por volta de ......... de ...., o autor começou a sentir
dores na COLUNA VERTEBRAL, tendo que inúmeras vezes procurar
os serviços da enfermaria da Empregadora, ficando afastado de seu
trabalho e recebendo benefícios do INSS.
Várias vezes teve sua falta ao trabalho abonada para ir a médicos
fora do âmbito da Empregadora, tais como Rs. ..., ..., em que foi
detectada HÉRNIA DE DISCO, encaminhando-o a exames mais
acurados, em outros locais.
Houve época em que o Autor trabalhava ... ao mês, tendo que se
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 359

afastar por questões de saúde, e o problema foi se agravando e não se


efetivou qualquer providência para a mudança de setor, para atenuar a
progressão da moléstia.
Ficando internado para tratamento no ............, aos cuidados
médicos do Dr. .................. .
O quadro clínico encimado, advindo do reflexo infortunístico
laborativo, deu ao Autor uma redução de sua capacidade
socio-profissional; para a devida apreciação, seguem documentos afins,
de .... a .... .
A Legislação acidentária visa amparar profissionais que em
virtude da agressividade de suas funções tenham sua capacidade
laborativa reduzida, e, por conseguinte, ficam em desvantagem na
competitividade profissional em relação aos demais trabalhadores.
Essa é a situação do Autor, pelo que, com base na Constituição
Federal, LEI COMPLEMENTAR Nº 142, DE 8 DE MAIO DE 2013, Leis
Federais nºs. 6.367/76 e 8.213/91, regulamentada pelo Decreto 3.048/
99, requer:

a) Os benefícios pecuniários cabíveis após a consolidação das


lesões advindas da moléstia adquirida em função de suas
atividades laborativas;

b) Diferença do auxílio-doença previdenciário concedido ao autor


para o homônimo acidentário;

c) Realização de perícias médicas para avaliar as condições físicas


atuais do autor e as causas de suas lesões, sendo que, para
melhor apreciação, os experts deverão ser oficiados:

– A empregadora ................, com endereço na Rua ..........., nº ...,


para fornecer ficha ambulatorial e relatórios médicos desde a
admissão até seu desligamento;
– O Hospital ..........., para fornecer a ficha médica ambulatorial e
o prontuário do autor desde o início do tratamento;
360 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

– e o INSS, para fornecer os benefícios concedidos ou negados,


NB ... e ... .

d) Citação do réu, com endereço na Rua .............., nº ..., na pessoa


de seu representante legal;

e) Os benefícios da Justiça Gratuita por não ter condições e arcar


com as custas processuais;

f) Pagamento dos honorários advocatícios em 15% sobre os


atrasados, até a data da sentença, e mais um ano das vincendas,
custas processuais, despesas que se fizerem necessárias e
demais cominações de direito.

g) Requer, ainda, seja aplicado o índice integral no 1º


reajustamento, e quando do cálculo da renda mensal seja
aplicado o art. 58 das disposições transitórias da CF
convertendo em salário mínimo, bem como seja efetuado o
melhor cálculo para a RMT, tomando-se a média dos melhores
12 meses dentro dos 18 meses e multiplicando-se pelo valor/
hora de trabalho no dia da citação ou aplicando-se o valor/
hora do dia da citação.

Protesta provar o alegado através de prova pericial já requerida


acima, pela formulação de quesitos e indicação de assistente técnico
“opportuno tempore”, oitiva de testemunhas que arrola abaixo,
documentos acostados a este, e demais provas em lei admitidas.
Dá-se à causa o valor de R$ ....... (......................), para efeitos
fiscais e de alçada.

Termos em que,
P. Deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 361

ROL DE TESTEMUNHAS:

1. ............................;
2. ............................;
3. ........................... .

RESUMO
O Requerente pleiteia indenização por acidente de trabalho e auxí-
lio-doença, em face da redução de sua capacidade laborativa e consequente
desvantagem na competitividade profissional advindas do exercício de sua
atividade, a qual exige esforços físicos variados, submetendo-o a níveis de
luminosidade, calor, radiações e sonoridade extremamente elevados.
362 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 363

INDICAÇÃO DE PRODUÇÃO DE PROVAS – PREVIDENCIÁRIO –


ATENDIMENTO DE DESPACHO JUDICIAL

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL


DA ....ª VARA PREVIDENCIÁRIA DE .........................- SEÇÃO
JUDICIÁRIA DO ESTADO DE .......................................

Ação ordinária de .....


Processo nº

......................, (qualificação), já devidamente qualificado na peça


exordial dos autos da presente em epígrafe, que litiga em face do INSS
– Instituto Nacional do Seguro Social, também já qualificado no feito,
tendo em vista o despacho de fls. XXX vem apresentar as provas que
pretende produzir, em complementação ao teor de seu pedido inicial:

I - prova testemunhal, caso necessário;


II - prova pericial, caso necessário;
III - depoimento pessoal do réu, caso necessário.

DIANTE O EXPOSTO, requer a juntada da presente indicação


aos autos supra indicados.

Nestes termos,
Pede deferimento.

(Local e data)
364 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Advogado
OAB/....... nº ...................

RESUMO
O Impetrante vindo atender o despacho judicial nos autos, apresen-
ta as provas que pretende produzir, em complementação ao pedido inicial.
Em Comarcas onde não existe a JUSTIÇA FEDERAL, poderão as
ações previdenciárias ser propostas junto à Justiça Estadual, em confor-
midade disposto no § 3º, do artigo 109, da CF/1988.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 365

INQUIRIÇÃO DE TESTEMUNHAS - ANTECIPAÇÃO DE PROVAS –


PREVIDENCIÁRIO – IDADE AVANÇADA – MOLÉSTIA GRAVE

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL


DA ....ª VARA PREVIDENCIÁRIA DE ........................- SEÇÃO
JUDICIÁRIA DO ESTADO DE .......................................

....................................,, (qualificação), residente e domiciliado na


Rua .... nº ...., nesta cidade e Comarca, por seu advogado e procurador
infra-assinado, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência,
com fundamentos nos artigos 846 e seguintes do CPC, requerer a
notificação de ........................(nome, qualificação e residência), para
assistir, em dia e hora que forem designados, ao depoimento de
........................ (nome, qualificação e residência), tendo em vista os
motivos seguintes:

1) O Requerente move contra o Requerido, nesse Juízo, uma ação,


na qual é imprescindível, para complementar a sua prova, o
depoimento da testemunha ........................, para fins de complementar
as informações de cunho previdenciário.

2) Por tratar-se de informação de natureza imprescindível para a


aquisição do benefício previdenciário ora pleiteado, mas, por outro
lado, levando em conta a idade avançada e o precário estado de saúde
da referida testemunha, é de recear-se que, ao tempo regular da
realização da prova, não mais exista, justificando-se, pois, a medida
ora requerida.

3) No tocante à idade avançada do Autor e sua saúde debilitada,


poderá ser motivo da testemunha ter que se ausentar do País, para
fins de tratamento de sua saúde, sendo, portanto de natureza
URGENTE a sua intimação, para apresentar-se neste E. Juízo.
366 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Assim, cumpridas as formalidades legais, requer a devolução


dos autos, independentemente de traslado, que servirá de prova
oportunamente.

Nestes termos,
Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/....... nº ...................

RESUMO
O Impetrante, com receio de que as provas possam ser extintas
pelo falecimento da testemunha-chave, requer o comparecimento desta
em Juízo para apresentar as provas reais para contemplação do benefício
ora requerido. Também poderá ser motivo da presente o fato de a testemu-
nha ter que se ausentar do País, e então a petição será dirigida ao juiz da
causa, o qual procederá à intimação da parte contrária, para assistir ao
depoimento e inquirir a testemunha.
Em Comarcas onde não existe a JUSTIÇA FEDERAL, poderão as
ações previdenciárias ser propostas junto à Justiça Estadual, em confor-
midade disposto no § 3º, do artigo 109, da CF/1988.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 367

JUSTIFICAÇÃO ADMINISTRATIVA – ANOTAÇÃO EM CTPS –


APOSENTADORIA – ART. 861/CPC – TRABALHADOR RURAL

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) CHEFE DE BENEFÍCIO DO


INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS.

......................, (qualificação), portadora da Cédula de Identidade/


RG sob nº ............... (doc. ...), inscrita no CPF/MF sob nº ..................
(doc. ...), residente e domiciliada na Rua .............., nº ..., Bairro ...........,
na cidade de .............. (doc. ...), por sua procuradora judicial e advogada
(doc. ...), inscrita na OAB/... sob nº ......, com escritório profissional na
Rua ............., nº ..., Edifício ..., em .............. - ..., onde recebe intimações,
vem respeitosamente à presença de Vossa Senhoria requerer a presente

JUSTIFICAÇÃO ADMINISTRATIVA

pelos fatos e fundamentos abaixo articulados:

I - DOS FATOS

A requerente exerceu a função de trabalhadora rural no


município de ................., Estado de ............, no período de .... a ....,
fazendo todos os serviços provenientes da lavoura de milho, tais como:
capina, arruação e colheita, em propriedades rurais pertencentes a seu
pai e seu sogro: .................... e ...................... .
Seu sogro possuía uma propriedade rural com área de ... (.........)
alqueires paulistas ou ... (..........) hectares, situada no município e
comarca de ............... (doc. ...), e como era de costume na zona rural,
desde o mês de ........ de ....., quando completou 15 (quinze) anos, a
requerente já trabalhava na lavoura com os pais. Após seu casamento
em, .../.../..... (doc. ...), continuou seu labor exercendo função de
368 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

trabalhadora rural, em uma área de terras de ... (.........) alqueires


paulistas que foi desmembrada da área total (doc. ...), para que cada
filho pudesse trabalhar para sua própria subsistência.

O casal, desde ........ até o falecimento do marido, .......................,


em .../.../..... (doc. ...), laborou nesse espaço de terras, no cultivo de
milho.

Após o falecimento do marido, a Requerente continuou a laborar


juntamente com os filhos: .................., nascida em .../.../...., (doc. ...),
.................., nascida em .../.../.... (doc. ...), .................. nascido em .../.../
.... (doc. ...) e .................., nascido em .../.../... (doc. ...), menores
impúberes.

A Requerente continuou exercendo a função de trabalhadora


rural, em regime de economia familiar com seus filhos, até ............. de
....., mas sem Registro na Carteira de Trabalho, possuindo como prova
apenas as notas fiscais de entrada de cereais do .......... (docs. ...), as
Declarações do Imposto de Renda (docs. ...), declaração do Sindicato
dos Trabalhadores Rurais de .............. (doc. ...), e Contratos de Parceria
Agrícola (doc. ..).

Corrobora ainda como prova material a cópia da Transcrição de


Transmissões (doc. ...), onde consta que, através de Formal de Partilha
do Espólio de ................ (sogra da Requerente), a área de ... (............)
alqueires, através da matrícula ........, foi partilhada entre os filhos da
Requerente (doc. ...).

Após várias tentativas de parceria agrícola, arrendamento e


outros, a Requerente e seus filhos alienaram os ... (............) alqueires
paulistas de terra em .../.../...., conforme certidão em anexo (doc. ...).

Ocorre que atualmente a Requerente necessita justificar o período


de trabalho, prestado na zona rural de ......... de .... a ......... de ..., para
efeitos de aposentadoria perante a Previdência Social, motivo pelo
qual pleiteia a presente medida.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 369

Após ter deixado a zona rural, a Requerente veio residir em


............... - ..., onde permanece até a presente data.

No período de .../.../.... a .../.../.... a Requerente laborou como


cozinheira em uma lanchonete (doc. ...), e a partir de .../.../.... até hoje
exerce um cargo na Fundação Universidade Estadual de .......... .

Assim, verifica-se que, caso seja aceita a Justificação


Administrativa, a Requerente poderá, somando todo seu período de
labor, atingir os 30 (trinta) canos necessários para aposentadoria
integral por tempo de serviço, exigido para a mulher.

Conforme acima relacionado, somado o período registrado em


CTPS ao laborado em área rural atingimos um total de ... (.......) anos,
... (........) meses, e ... (........) dias.

II - DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

Conforme dispõe o CPC:

“Art. 861. Quem pretender justificar a existência de algum fato


ou relação jurídica, seja para simples documento e sem caráter
contencioso, seja para servir de prova em processo regular,
exporá, em petição circunstanciada, a sua intenção.”

Carlos Alberto Álvaro de Oliveira e Galeno nos ensina que:

“A prova realizada na Justificação não deixa de ser apenas prova,


como qualquer outra, e deve ser valorada, no momento oportuno,
por quem de direito, na esfera administrativa ou judicial.”
(Comentários ao Código de Processo Civil, vol. VIII, Ed. Forense)

Com o início de prova material existente e através de testemunhas


que conheceram a Requerente na época dos fatos, ficará plenamente
Justificado o período de labor rural prestado no Município de .................
- ... .
370 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Ademais, a Lei nº 8.213 versa que:

“Art. 106. A comprovação do exercício de atividade rural será


feita, alternativamente, por meio de: (Redação dada pela Lei nº
11.718, de 2008)
I – contrato individual de trabalho ou Carteira de Trabalho e
Previdência Social; (Redação dada pela Lei nº 11.718, de 2008)
II – contrato de arrendamento, parceria ou comodato
rural; (Redação dada pela Lei nº 11.718, de 2008)
III – declaração fundamentada de sindicato que represente o
trabalhador rural ou, quando for o caso, de sindicato ou colônia
de pescadores, desde que homologada pelo Instituto Nacional
do Seguro Social – INSS; (Redação dada pela Lei nº 11.718, de
2008)
IV – comprovante de cadastro do Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária – INCRA, no caso de produtores
em regime de economia familiar; (Redação dada pela Lei nº
11.718, de 2008)
V – bloco de notas do produtor rural; (Redação dada pela Lei nº
11.718, de 2008)
VI – notas fiscais de entrada de mercadorias, de que trata o §
7o do art. 30 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, emitidas
pela empresa adquirente da produção, com indicação do nome
do segurado como vendedor; (Incluído pela Lei nº 11.718, de
2008)
VII – documentos fiscais relativos a entrega de produção rural à
cooperativa agrícola, entreposto de pescado ou outros, com
indicação do segurado como vendedor ou consignante; (Incluído
pela Lei nº 11.718, de 2008)
VIII – comprovantes de recolhimento de contribuição à
Previdência Social decorrentes da comercialização da
produção; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
IX – cópia da declaração de imposto de renda, com indicação de
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 371

renda proveniente da comercialização de produção rural;


ou (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
X – licença de ocupação ou permissão outorgada pelo
INCRA. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)”

Nossos Tribunais têm assim decidido:

“Previdenciário. Contagem de Tempo de Serviço Recíproco.


Atividade Rural e Urbana. Via Administrativa. CF, 202, § 3º, Lei
nº 8.213/91, art. 94.Nos casos em que se reivindica a contagem
de tempo de serviço prestado na atividade rural e na urbana,
mesmo se reconhecendo como auto-aplicável o art. 202, § 3º, da
Constituição Federal, é imprescindível que o interessado ingresse
previamente na esfera administrativa, pois não cabe ao Juiz
substituir-se ao administrador e conferir, mês a mês, a existência
da prestação laboral e o recolhimento das respectivas
contribuições previdenciárias.” (Ap. Cível nº 91/04/22640-2/RS,
1ª T. do TRF da 4º Região, DJ (seção II) de 25.08.93, p. 33.903)

Inegável se torna o direito da Requerente, que se comprovará


através das testemunhas arroladas, corroborando os documentos
anexados à exordial.

III – DO PEDIDO

DIANTE O EXPOSTO, requer a Vossa Senhoria:

a) Com fundamento no artigo 861 do CPC, digne-se acolher a


presente Justificação, constituindo em prova os fatos alegados,
para que possa ser homologada a pretensão da Requerente,
entregando-lhe a aposentadoria por tempo de serviço integral;
b) A intimação do Procurador Regional em ............ - ..., do INSS
- Instituto Nacional do Seguro Social, para acompanhar o feito;
c) Para provar o alegado, todos os meios de prova em direito
admitidos, tais como: juntada de novos documentos e
372 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

depoimento das testemunhas a seguir arroladas, que deverão


ser intimadas a comparecer ao órgão ora requerido.

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......

ROL DE TESTEMUNHAS
1) ........., (qualificação), inscrito no CPF/MF sob nº ...........,
residente e domiciliado no ............., Caixa Postal nº ..., CEP.....;
2) ........., (qualificação), inscrito no CPF/MF sob nº ..........,
residente e domiciliado no ............, Caixa Postal nº ..., CEP.......
.

RESUMO
A requerente exerceu a função de trabalhadora rural, fazendo todos
os serviços provenientes da lavoura. Após a morte de seu marido, conti-
nuou exercendo a função de trabalhadora rural, porém sem registro na
Carteira de Trabalho. Deixou a zona rural e passou a trabalhar como cozi-
nheira e outros cargos. Atualmente a requerente necessita justificar o perí-
odo de trabalho prestado na zona rural, para efeitos de aposentadoria pe-
rante a Previdência Social. Isto se fará através da presente justificação
administrativa.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 373

MANDADO DE INJUNÇÃO – PREVIDENCIÁRIO – LICENÇA


PATERNIDADE – CONSTITUCIONAL – DEVIDO PROCESSO LEGAL

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DO


TRABALHO DA ....ª VARA TRABALHISTA DE ......................... - SEÇÃO
JUDICIÁRIA DO TRT ........ REGIÃO.

(Nome e qualificação), empregado da empresa ..., estabelecida à


Rua ..., nº .... residente e domiciliado na Rua ..., nº ..., vem perante este
E. Juízo Trabalhista, requerer

MANDADO DE INJUNÇÃO,

pelas razões de fato e de direito que passa a expor:

1) O Reclamante é casado com (nome e qualificação), a serviço


de (nome, qualificação e residência). (Certidão de casamento, xerox
da Carteira de Trabalho, docs. nºs ...). Sua mulher deu à luz uma criança
no dia ... do corrente (certidão de nascimento, doc. nº...) e acha-se em
gozo de licença à gestante. Para dar assistência à mulher e ao filho
solicitou ao empregador licença-paternidade, direito que lhe assegura
o artigo 7º, inciso XIX, da Constituição Federal, pedido que lhe foi
negado.

2) O direito ao referido benefício é assegurado pela nossa


Constituição Federal, a qual depende de lei regulamentadora, até o
momento não editada. Em situação tal, só resta ao Requerente, valer-
se do Mandado de Injunção, como lhe assegura o artigo 5º, inciso LXXI,
e o artigo 10, § 1º do ADCT (Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias), da Carta Magna, in verbis, respectivamente:
374 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

“Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer


natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta
de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos
e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania;”
(...)
“Art. 10 ADCT–(...)
§ 1º - Até que a lei venha a disciplinar o disposto no art. 7º, XIX,
da Constituição, o prazo da licença-paternidade a que se refere o
inciso é de cinco dias.”

DIANTE O EXPOSTO, requer que, após recebida e protocolada


esta reclamação, que sem faz em 02 (duas) vias, notifique o Reclamado
para comparecer à audiência de julgamento que for designada, na forma
do artigo 841 da CLT - Consolidação das Leis do Trabalho.
Espera que este E. Juízo, em sua suprema sabedoria, supra a
omissão e lhe garanta o gozo da pleiteada licença-paternidade, constante
em nossa Carta Magna.

Nestes termos,
Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/....... nº ...................
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 375

RESUMO
O Impetrante recorre ao Judiciário, com a finalidade de que seja
atendido na forma do dispositivo assegurado na norma constitucional de
respeito ao devido processo legal.
O Mandado de Injunção é inovação criada a partir da Carta Magna
de 1988, o qual encontra-se inserido no artigo 5º, inciso LXXI, constituído-
se assim, em um instituto que tem por fim antecipar a regulamentação de
determinadas diretrizes esparsamente consagradas pela norma constitu-
cional, solicitadas judicialmente por necessidade concreta, desde que seja
indispensável ao pleno exercício de direitos e liberdades previstas na Lei
Maior, especialmente àquelas atinentes à nacionalidade, à soberania e à
cidadania.
Em suas linhas são enfatizadas generalidades do instituto
(aplicabilidade, natureza jurídica, correntes doutrinárias surgidas dentre
outras), competência e partes, impetração, dentre outros, explanando ain-
da sobre execução e sua tipicidade, ou seja, a medida liminar e depósito,
caução, perdas e danos. Analisa sua aplicabilidade em sede trabalhista,
apresentando a jurisprudência concernente ao tema, que no caso em tela
o empregado requer a sua aplicabilidade na forma legal, ou seja, a LICEN-
ÇA-PATERNIDADE, ainda não normatizada por legislação infra-constituci-
onal.
376 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 377

MANDADO DE SEGURANÇA – APOSENTADORIA – DESCONTO


INDEVIDO – LEI Nº 1533/51 – MPsnºs. 1.415/96 e 1.463/96

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE


DIREITO DA ...ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ......................*

......................, (qualificação), inscrito no CPF/MF sob nº ............,


residente e domiciliado na BR ..., km ..., em ............ - ..., aposentado
desde .../.../....; ..................., (qualificação), inscrito no CPF/MF sob nº
..........., residente e domiciliado na Rua .............., nº ..., na comarca de
............ - ..., aposentado desde .../.../....; ........................., (qualificação),
inscrito no CPF/MF sob nº ........., residente e domiciliado na Rua ...........,
nº ..., na comarca de ................ - ..., aposentado desde .../.../....; e, por
fim, ........................, (qualificação), inscrita no CPF/MF com o nº ..........,
residente e domiciliado na Rua ................., nº ..., na comarca de
............... - ..., aposentada desde .../.../...., por seu advogado e procurador
infra-assinado, vêm à presença de V. Exa. impetrar o presente

MANDADO DE SEGURANÇA PREVENTIVO

contra o ato do .........., estabelecido na Rua ................., nº ..., na


comarca de ................... - ..., ou alternativamente à autoridade coatora
que tenha poderes para proceder e determinar o iminente desconto
retro aduzido, pelas razões fáticas e jurídicas que passa a expor:

DOS FATOS

Cumpre destacar que os impetrantes são aposentados do ........,


conforme fazem prova os inclusos comprovantes de recebimento de
seus benefícios. Esses benefícios previdenciários são mantidos pelo
impetrado.
378 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Entretanto, os impetrantes estão na iminência de sofrer perdas


em seus benefícios previdenciários em face do contido na Medida
Provisória de nº 1.415 de 29.04.96 – DOU de 30.04.96, reeditada através
da Medida Provisória nº 1.463, de 29.05.96 – DOU de 30.05.96, que
determina em seu artigo 7º um desconto na contribuição social dos
impetrantes para custear o Plano de Seguridade Social.
Conforme restará demonstrado no presente feito, é ilegal a
obrigação imposta aos impetrantes através das referidas Medidas
Provisórias, tendo em vista a ostensiva afronta aos princípios
constitucionais.

DO DIREITO

Prefacialmente, há que se mencionar o contido na Lei nº 10.887


de 18/06/2004, onde se instituiu a contribuição para Seguridade Social
dos Servidores Públicos Federais nesta Legislação. Estabeleceu-se
através do artigo 8º que:
“Art. 8o. A contribuição da União, de suas autarquias e fundações
para o custeio do regime de previdência, de que trata o art. 40
da Constituição Federal, será o dobro da contribuição do servidor
ativo, devendo o produto de sua arrecadação ser contabilizado
em conta específica.
Parágrafo único. A União é responsável pela cobertura de
eventuais insuficiências financeiras do regime decorrentes do
pagamento de benefícios previdenciários.

Este artigo veio regulamenta o que foi dito pela Emenda


Constitucional nº 41/2003, que modificou o artigo 40, “caput” da
Constituição Federal, que passou a ter a seguinte redação:

“Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União,


dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas
suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência
de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 379

respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos


pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio
financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)”

Não merecem os impetrantes, após terem contribuído por um


longo espaço de tempo com o fito de obter direito à aposentadoria,
receber novos descontos em seus benefícios, vez que já contribuíram
o bastante, na vigência de um Plano de Seguridade Social da sua época,
para adquirirem tal direito.

Dessa forma, é de se destacar que os impetrantes já possuem


direito adquirido, pois, como qualquer outro servidor inativo,
contribuíram para sua inatividade dentro do Plano de Seguridade
Social estabelecido pelo Governo à época de sua atividade funcional,
quando inexistia previsão de descontos futuros. Portanto, é evidente
o direito adquirido dos impetrantes em face da previsão constitucional
estabelecida no artigo 5º, inciso XXXVI; senão vejamos:

“Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança, e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
XXXVI – A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico
perfeito e a coisa julgada.(...)”

No tocante ao direito adquirido dos impetrantes, basta repetir


que, quando os mesmos desenvolviam suas atividades laborais,
contribuíram com o plano de aposentadoria da época, obedecendo
àquelas normas, entre as quais não estava previsto o desconto futuro.
Ressalte-se, por oportuno, que a Lei de Introdução ao Código Civil,
em seu artigo 6º, parágrafo 2º, assim define o Direito Adquirido:
380 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

“Art. 6º. A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o


ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.
(...)
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular,
ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do
exercício tenha termo prefixo, ou condição preestabelecida
inalterável, a arbítrio de outrem.”

Em face desse dispositivo legal, já naquela época o legislador


previa a necessidade de proteger o direito adquirido dos seus
destinatários, a fim de evitar que sofressem prejuízos por conta de
legislador menos cuidadoso.
Ainda se faz necessário mencionar outros princípios
cons-titucionais que resguardam o direito dos impetrantes; vejamos
alguns deles:

a) Princípio de Isonomia. Pode-se destacar que as MPs contra as


quais se insurgem os impetrantes estabelecem desconto de
seus proventos de aposentadoria, somente para os servidores
inativos civis, excluindo, portanto, os militares, ferindo
destarte o princípio ora abordado (isonomia).
b) Princípio da Irredutibilidade dos Vencimentos. O artigo 194,
parágrafo único, inciso IV, determina expressamente a
irredutibilidade dos valores dos benefícios dos aposentados,
sendo que, com a edição das Medidas Provisórias em questão,
teriam os impetrantes perda de ...% (...) em seus vencimentos
habituais.

Ainda, há que se mencionar que não existe sentido lógico que


justifique o desconto de 12% nos benefícios dos impetrantes, visto
que o desconto dos servidores, em atividade, destinam-se a custear os
benefícios dos servidores públicos que durante toda sua vida
profissional já cumpriram com esta missão, qual seja, a de custear
para que outros desfrutassem sua aposentadoria. Nesse sentido,
também existe previsão constitucional, senão vejamos o que dispõe a
CF:
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 381

“Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a


sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante
recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes
contribuições sociais:
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na
forma da lei, incidentes sobre:
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos
ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste
serviço, mesmo sem vínculo empregatício;
b) a receita ou o faturamento;
c) o lucro; (Redação dada ao inciso pela Emenda Constitucional
nº 20/98, DOU 16.12.1998)
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social,
não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão
concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata
o artigo 201; (Redação dada ao inciso pela Emenda Constitucional
nº 20/98, DOU 16.12.1998)
III - sobre a receita de concursos de prognósticos.
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem
a lei a ele equiparar. (Inciso acrescentado pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003, DOU 31.12.2003, com
efeitos a partir de 45 dias da publicação)”

Percebe-se, então, que nos termos desta disposição não está


previsto o desconto dos servidores inativos, como se pretende com as
malfadadas Medidas Provisórias.Por derradeiro, em relação às afrontas
à Constituição Federal, inobservou o Executivo, quando de sua função
legislativa, o princípio da anterioridade. Vejamos o que dispõe o artigo
195, parágrafo 6º:

“Art. 195. (...)


382 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão


ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação
da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes
aplicando o disposto no artigo 150, III, b.”

Em face dessa disposição constitucional, se faz necessário refletir,


com efeito, que o constituinte, ao instituir as Medidas Provisórias no
processo legislativo brasileiro, cuidou também de limitar seu uso
abusivo a um prazo predeterminado, qual seja, de 30 (tinta) dias,
conforme artigo 62, parágrafo único.
Ora, se a lei que disciplina matéria previdenciária, por força
constitucional, só poderá ter vigência noventa dias após sua publicação,
e se é certo igualmente que as Medidas Provisórias têm vida de apenas
trinta dias, sob pena de perder existência e eficácia, resta evidente e
indiscutível que é vedado ao Executivo instituir, regulamentar,
disciplinar, gerir, gestionar matéria previdenciária através de Medida
Provisória.
Destaque-se, por oportuno, que ambos os prazos previstos na
Carta Magna, o de Medida Provisória (trinta dias) e o da “vacatio legis”
(noventa dias), são antagônicos, pois, se a segunda somente será
revestida de eficácia após decorridos 90 (noventa) dias de sua
publicação, é impossível instituir-se essa contribuição às expensas
dos impetrantes através de Medida Provisória, quando esta perde a
eficácia se não convertida em Lei dentro de 30 (trinta) dias.
Ainda, cabe mencionar que o STF já se pronunciou no sentido
de que somente é possível a criação de contribuição por meio de Lei
Complementar, pois, caso contrário, a Constituição estaria sendo
violada. Nesse sentido a ilegalidade do ato lançado contra os
impetrantes.
Portanto, é evidente o justo receio dos impetrantes de sofrer
violação de seu direito líquido e certo, que é simplesmente de continuar
a perceber seus proventos de aposentadoria sem qualquer desconto.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 383

DO CABIMENTO LIMINAR

Conceitua o saudoso mestre HELY LOPES MEIRELLES:

“Mandado de segurança é o meio constitucional posto à


disposição de toda pessoa física ou jurídica, órgão com
capacidade processual, ou universalidade reconhecida por lei,
para a proteção do direito individual ou coletivo, líquido e certo,
não amparado por ‘habeas corpus’, lesado ou ameaçado de lesão,
por ato de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais
forem as funções que exerça. (Constituição da República, art. 5º,
LXIX e LXX, Lei nº 1.533/51, art. 1º).”(em Mandado de Segurança,
Ação Civil Pública, Mandado de Injunção e “habeas-data”, 12.
ed., 1989, p. 4, Editora LTr.

Ensina DIOMAR ACKEL FILHO, na obra Writs Constitucionais,


Ed. Saraiva, 1988, p. 61:

“O mandado de segurança visa resguardar toda a espécie de


direitos lesados ou potencialmente ameaçados por atos ou
omissões de autoridade ou de seus delegados, desde que não
amparados por outros writs específicos.”

Seguindo-se a esteira dos ensinamentos de DIOMAR ACKEL


FILHO (ob. cit., p. 91):

“(...) a medida liminar sustatória do ato impugnado constitui


provimento de natureza cautelar, obra de segurança jurídica para
evitar irreversíveis lesões.”

Essas exigências são as mesmas que fundamentam a


admissibilidade do processo cautelar em geral, representadas pelos
“fumus boni iuris” e o “periculum in mora”.Como se constata pela
análise dos parágrafos anteriores, presentes estão os requisitos
autorizadores da concessão liminar, vale dizer, o “fumus boni iuris” e
o “periculum in mora”.
384 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

“FUMUS BONI IURIS”

Entende CALAMANDREI que o fim do processo cautelar é a


antecipação dos efeitos da providência definitiva, antecipação que se
faz para prevenir o dano que pode advir da demora natural da solução
do litígio.
Dada a urgência da medida preventiva, não é possível o exame
pleno do direito material do interessado, mesmo porque isto é objetivo
do processo principal, e não do cautelar.
Para a tutela cautelar, portanto, basta “a provável existência de
um direito”, a ser tutelado no processo principal. E nisso consistiria o
“fumus boni iuris”, isto é, “no juízo de probabilidade e verossimilhança
do direito cautelar a ser acertado e provável perigo em face do dano ao
possível direito pedido no processo principal”.
Fiel ao seu entendimento de que a cautela é medida antecipatória
da eficácia do provimento definitivo, ensina CALAMANDREI:

“A declaração de certeza da existência do direito é função do


processo principal; para a providência cautelar basta que a
existência do direito apareça verossímil, basta que, segundo um
cálculo de probabilidade, se possa prever que a providência
principal declarará o direito em sentido favorável àquele que
solicita a medida cautelar.”

Segundo a mais atualizada doutrina, não se deve ver na tutela


cautelar um acertamento da lide, nem mesmo provisório, mas sim
“uma tutela ao processo”, a fim de assegurar-lhe eficácia e utilidade
práticas.
Assim, o fim do processo cautelar é “evitar, no limite do possível,
qualquer alteração no equilíbrio inicial das partes, que possa resultar
da duração do processo”.
Ora, se não existe um direito substancial de cautela, e se a medida
cautelar é decretada não em razão da possibilidade de êxito da pretensão
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 385

material da parte, mas da necessidade de assegurar eficácia e utilidade


ao provimento do processo principal, não se pode acolher como
razoável o condicionamento da tutela preventiva verossimilhança do
direito substancial da parte. (HUMBERTO THEODORO JUNIOR, in
Processo Cautelar, 9. ed., 1987, Ed. Universitária de Direito, p. 73 e
74).

“PERICULUM IN MORA”

Para obtenção de tutela cautelar, a parte deverá demonstrar


fundado temor de que, enquanto aguarda a tutela definitiva, venham a
faltar as circunstâncias de fato favoráveis à própria tutela.
E isso pode ocorrer quando haja o risco de perecimento,
destruição, desvio, deterioração, ou se qualquer mutação das pessoas,
bens ou provas necessários para que ocorra de forma perfeita e eficaz
o resultado do provimento final do processo principal.
Ao tratar do poder geral de cautela (art. 798), nosso Código de
Processo Civil fala em fundado receio de dano ao direito de uma das
partes. Há, entretanto, evidente impropriedade terminológica do
legislador. Se não houve o julgamento da ação principal, que visa
solucionar a lide, não se pode, ainda, falar em direito da parte, pois
nem sequer se sabe se ele existe ou não.
O perigo de dano refere-se, portanto, ao interesse processual em
obter uma justa composição do litígio, seja em favor de uma ou de
outra parte, o que não poderá ser alcançado caso se concretize o dano
temido.
Esse dano corresponde, assim, a uma alteração na situação de
fato existente ao tempo do estabelecimento da controvérsia, ou seja,
do surgimento da lide, que é ocorrência anterior ao processo.
A apreciação desse requisito é feita apenas num julgamento que
LIEBMAN chama de “probabilidade sobre a possibilidade do dano ao
provável direito pedido em via principal”.
Para LOPES DA COSTA, “o dano deve ser provável e não basta a
386 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

possibilidade, a eventualidade”. E explica: “possível é tudo, na


contingência das causas criadas, sujeitas à interferência das forças
naturais e da vontade dos homens”.
Segundo HUMBERTO THEODORO JUNIOR:

“O possível abrange assim, até mesmo, o que rarissimamente


acontece. Dentro dele cabe as mais abstratas e longínquas
hipóteses. A probabilidade é o que, de regra, se consegue alcançar
na previsão. Já não é um estado de consciência, vago, indeciso,
entre afirmar e negar, indiferente. Já caminha na direção da
certeza. Já para ela propende, apoiado nas regras de experiência
comum ou na experiência técnica. (em Processo Cautelar, 9. ed.,
1987, Ed. Universitária de Direito, p. 77 e 78).”

Na esteira dos ensinamentos de Humberto Theodoro Junior,


necessário demonstrar-se o “fumus boni iuris” e o “periculum in mora”,
de forma conjunta e atrelada. De toda a exposição factual, ficam bem
evidenciados os pressupostos para a ocorrência da tutela cautelar.
Senão, vejamos:

CONCLUSÃO DA CAUTELARIDADE

a) A fumaça do bom direito consiste na cristalina existência de


normas constitucionais que protegem os impetrantes de
sofrerem redutibilidade em seus proventos;
b) O perigo de mora da prestação da tutela jurisdicional con-siste
no fundado justo receio de os impetrantes se verem na
contingência de sofrer o desconto em seus benefícios
previdenciários e de difícil reparação por parte do impetrado.
Na presente hipótese estão perfeitamente caracterizados os
requisitos essenciais da concessão da liminar, visto,
sobretudo, o caráter alimentar dos benefícios previdenciários
percebidos pelos impetrantes, para que se garanta o imperativo
constitucional da irredutibilidade do valor de seus benefícios
da aposentadoria a fim de assegurar a sobrevivência física dos
impetrantes.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 387

DO PEDIDO

ANTE O EXPOSTO, requerem a Vossa Excelência:

a) Porque presentes o “fumus boni iuris” e o “periculum in mora”,


e por estarem os impetrantes prestes a sofrer grave violação
em seus direitos adquiridos, prejudicando de maneira
insofismável seu padrão de vida, nos termos da
fundamentação supra, seja-lhes concedida liminar, inaudita
altera pars, para evitar o desconto da contribuição determinada
pela MP retro mencionada, com visível abuso de poder,
suspendendo-se destarte o desconto de seu benefício
previdenciário que deu causa ao presente Mandado de
Segurança. Alternativamente, seja determinado o depósito das
quantias relativas ao desconto do benefício previdenciário,
em conta vinculada ao r. Juízo, para fins já declinados neste
feito, até a decisão de mérito.

b) Seja ainda convertido, caso necessário, o presente


“mandamus”, de preventivo para repressivo, ordenando ao
impetrado a devolução das quantias que porventura venham
a ser descontadas dos impetrantes.

c) Seja declarada incidentalmente a inconstitucionalidade da


referida Medida Provisória, no tocante ao desconto aludido
no presente, tendo em vista que contraria a Constituição
Federal em diversos comandos.

d) A notificação da autoridade coatora, para que preste as


informações que julgar necessárias.

e) A intimação do Ministério Público para que se manifeste,


julgando necessário.

f) Caso não seja concedida liminar, julgue procedente o mérito,


concedendo a segurança pleiteada mandando à autoridade
coatora que cumpra o pedido.
388 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

VALOR DA CAUSA

Dá-se ao presente mandado o valor de R$ ...... (....................), para


efeitos meramente fiscais e de alçada.

DA JUSTIÇA GRATUITA
Requerem finalmente seja concedido o benefício da justiça
gratuita, ante o caráter alimentício da pretensão dos impetrantes
aposentados, nos termos da legislação em vigor.

Termos em que,
Pedem e esperam deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......

RESUMO
Os autores interpõem mandado de segurança preventivo com o in-
tuito de impedir o desconto nos benefícios previdenciários, determinado
por Medida Provisória, que modificou a redação do art. 231 da Lei nº 8.112/
90.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 389

MANDADO DE SEGURANÇA – INCONSTITUCIONALIDADE –


DIREITO ADQUIRIDO – PEDIDO DECLARATÓRIO – PROJETO DE
LEI – ABSTENÇÃO DE ATO

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE


DIREITO DA ...ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ......................*

........................, (qualificação) , residente e domiciliado no


município de ..............., comarca de ........................ - ..., vem
respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por seu advogado e
procurador, com base nas disposições dos artigos 1º e seguintes da
Lei nº 1.533, de 31 de dezembro de 1951, e artigos 5º, incisos XXXV,
XXXVI e LXIX, 37 e 39 da Carta Magna, impetrar o presente

MANDADO DE SEGURANÇA

contra ato do Exmo. Sr. Prefeito Municipal de ...................., e ato


do Presidente da Câmara Municipal, Sr. ..................., (qualificação),
residentes e domiciliados nesta cidade, pelos motivos de fato e de
direito a seguir expostos:

I – DOS FATOS

O Impetrante é servidor público municipal, sob o regime


estatutário único, de acordo com a Lei Municipal nº ......., de ... de
........... de .... (doc. ...).

Art. 1º. O Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos do


Município de ......, bem como o de suas autarquias e das
fundações públicas, quando instituídos, é o estatutário,
instituído pela Lei ....../... .
390 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

O Servidor-Impetrante dispõe de um Sistema de Previdência e


Assistência Social Municipal, criado e regulado pela citada Lei ......./..
.

Art. 163. O Município manterá Plano de Seguridade Social para


o Servidor e sua família.

A criação do referido Fundo se deu de acordo com a disposição


contida no § 1º do artigo 149 da Carta Magna:

“Art. 149. (...)


§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão
contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em
benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40,
cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores
titulares de cargos efetivos da União. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 41, 19/12/2003)”

Assim, a Lei Municipal nº ...../... dispôs ainda a respeito da receita


e do custeio do Plano de Seguridade Social para o Servidor:

Art. 208. São receitas do fundo:


I - A contribuição mensal, obrigatória a que se refere o artigo 209
(sic), parágrafos 1º e 2º.

Art. 207. O plano de Seguridade Social do Servidor será custeado


com o produto da arrecadação de contribuições sociais
obrigatórias dos Serviços em atividades e sobre os proventos da
aposentadoria dos Servidores Inativos, do Município de São Jorge
d’Oeste, Estado do Paraná.
1º A contribuição do Servidor será em função da remuneração
mensal, será obrigatória, descontada mensalmente, em 5% (cinco
por cento) nos dois (dois) primeiros anos e de 6% (seis por cento)
no terceiro e quarto ano.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 391

2º A contribuição mensal do Município será de valor igual ao


somatório às contribuições devidas pelos Servidores Ativos e
Inativos, referidas no inciso anterior.

O Impetrante, dessa forma, tem descontado de sua remu-neração


mensal a parcela legal de 6%, e assim também o Município arca com
6%, a fim de custear os benefícios previstos no Título ... da Lei .../...
Assim, todos os valores recolhidos a título de custeio do plano
são destinados ao Fundo, que de acordo com a citada Lei ...../... é
administrado por um Conselho.
Os valores desse Fundo são destinados, única e exclusivamente,
ao pagamento dos benefícios para os Servidores e suas famílias,
conforme rigorosamente estabelecido pela lei e pela Constituição
Federal em seu artigo 201.
Em ... de ........... deste ano, o Sr. Prefeito Municipal encaminhou,
à Câmara de Vereadores deste Município de ........., Projeto de Lei que
recebeu o nº ..../..., com a seguinte redação:

Art. 1º. Fica extinto o Fundo de Seguridade Social dos Servidores


do Município de ......, criado pelo artigo ... da Lei ..../... de .../.../
..., arcando o Tesouro do Município com todos os benefícios
estabelecidos na referida Lei.
Art. 2º O montante existente no Fundo de Seguridade Social dos
Servidores, nesta data, será revertido ao Tesouro do Município.
Art. 3º Ficam mantidos os descontos nas remunerações dos
servidores públicos estabelecidos na Lei ..../.. .

Ora, Excelência, em evidente manobra inconstitucional, o Sr.


Prefeito Municipal de ........, agredindo direito adquirido dos Servidores,
tenta extinguir o Fundo de Seguridade Social legalmente constituído
e, ainda mais grave, tenta reverter todos os valores monetários
pertencentes ao Fundo para o Tesouro Municipal.
392 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Ao optar pela instituição do regime estatutário e pela cobrança


de contribuição do servidor, o Município está atrelado à Constituição,
que em seu espírito democrático e de Direito resguarda os direitos
adquiridos e claramente normatiza sobre a utilização dos fundos.
O gesto do Impetrado é extremamente censurável, posto que
historicamente os Municípios contabilizam débitos com a Previdência
Social.
Antes do advento da Constituição de 1988, muitas administrações
públicas não recolheram suas contribuições, quer a parte patronal,
quer a parte dos seus servidores.
Tão grave era a questão que mereceu a preocupação do Legislador
Constituinte, que, visando sanar o problema, previu o parcelamento
dos débitos no artigo 57 do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias, tendo o seu “caput” a seguinte redação:

“Art. 57. Os débitos dos Estados e dos Municípios relativos às


contribuições previdenciárias até 30 de junho de 1988 serão
liquidados, com correção monetária, em cento e vinte parcelas
mensais, dispensados os juros e multas sobre eles incidentes,
desde que os devedores requeiram o parcelamento e iniciem seu
pagamento no prazo de cento e oitenta dias a contar da
promulgação da Constituição.”

Com a promulgação da Lei Superior os Municípios passaram a


adotar o Regime Único e, em consequência, criaram o sistema
previdenciário próprio.
Os Municípios passaram a descontar 5% de seus cofres para
custear o sistema de Seguridade de seus servidores, em contrapartida
aos 22% que descontavam no Regime Previdenciário mantido pela
União.
Tal medida deveria trazer benefícios ao Tesouro Municipal, que
diminuiria sua contribuição, e para os Servidores, que teriam a certeza
de ver efetivamente depositados no Fundo os valores por eles e pela
Municipalidade custeados.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 393

O Fundo administrado pelo Conselho, legalmente constituído


pela Lei ..../..., traz em seu espírito o controle próximo do contribuinte
dos valores a ele pertencentes. A monstruosa Previdência Social da
União estaria combatida, uma vez que o Servidor teria
representatividade no próprio Fundo, podendo controlar de perto o
gerenciamento dos valores e dos benefícios.
Com o projeto de Lei nº ...../... tentando a extinção do Fundo e,
principalmente, com o repasse do montante existente no Fundo de
Seguridade Social dos Servidores ao Tesouro Municipal, toda a
tentativa de solução do problema social vai por terra, uma vez que os
valores irão indiscriminadamente para os cofres públicos.
Não há previsão de conta autônoma, no Projeto de Lei, para os
valores pertencentes aos Servidores.
Não há, no mínimo, acompanhando o Projeto de Lei ...../...,
demonstrativo dos valores depositados no referido Fundo.
Não bastasse, a própria Constituição Federal, em seu artigo 201,
em previsão “numerus clausus”, explicita todos os casos de utilização
dos planos de previdência social. O que implica dizer da preocupação
do Constituinte com o rigorismo da aplicação das verbas, ou seja, dos
valores que pertencem aos Servidores.
Entretanto, prevendo o Projeto de Lei nº ..../... a incorporação
dos valores ao Tesouro Municipal, como se dará o controle das
contribuições?
Claramente arbitrário tal Projeto, e claramente ofensivo aos
direitos dos Servidores.

II – DO DIREITO

O inciso LXIX, do artigo 5º da Constituição Federal prevê a


concessão do mandado de segurança para proteger direito líquido
ecerto, não amparado por “habeas corpus” ou “habeas data” quando o
responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública
ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder
Público.
394 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Os servidores públicos estão tendo seus direitos claramente


ameaçados com a iniciativa de Lei do Sr. Prefeito Municipal.
A Constituição demonstra, sem deixar dúvidas, os direitos
ameaçados:

“Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão
ou ameaça a direito.
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurí-dico
perfeito e a coisa julgada.”

O Projeto de Lei ..../... não poderá ser apreciado pelo Legislativo,


sob pena de, em sendo aprovado, ferir de morte o direito adquirido
pelos Servidores com o artigo ... da Lei ..../..., por verem seus descontos
para o custeio serem depositados no Fundo criado, especialmente, para
este fim.
Saliente-se que o maior agravante da questão é o fato de o Projeto
de Lei não prever uma contabilidade específica para os valores
pertencentes aos Servidores.
De forma simplista e arbitrária, o ato do Sr. Prefeito Municipal
pretende tomar posse de valores que não lhe pertencem, apropriando-
se, literalmente, de considerável quantia de propriedade dos Servidores
Públicos Municipais.
Em recente parecer, o Tribunal de Contas do Estado do Paraná
censura a extinção do Fundo, alertando para os critérios a serem
adotados:

“Quanto à hipótese de extinção do Fundo, embora se entenda


tratar de um ato de gestão censurável à luz do Princípio da
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 395

Razoabilidade delineado pelo artigo 37, “caput”, da Constituição


Federal de 1988, é possível, desde que seja efetuado mediante
processo legislativo regular e que o numerário depositado em
conta bancária do Fundo, por constituir-se em patrimônio dos
servidores públicos municipais, seja contabilizado em separado,
não podendo se lhe dar destinação diversa daquela
constitucionalmente definida.” (Revista do Tribunal de Contas
do Estado do Paraná, nº 118, p. 192)

É evidente que o projeto é inconstitucional, por dar destinação


diversa daquela prevista na Carta Magna para os valores das
contribuições previdenciárias, não prevendo a real destinação das
verbas, mas simplesmente incorporando os valores ao Tesouro
Municipal.
Necessário considerar as razões de tal iniciativa.
Há cerca de um mês atrás, antes, portanto, das eleições
municipais, em projeto de nº .../... o Sr. Prefeito Municipal encaminhou
Projeto de Lei dispondo sobre o Orçamento Geral do Fundo de
Seguridade Social dos Servidores, estimando a receita em R$ .......
(.....................) (docs. anexos).
Inexplicavelmente, menos de um mês depois, e, portanto, após
as eleições municipais, a mesma autoridade pública encaminha projeto
de lei extinguindo o referido Fundo e revertendo ao Tesouro do
Município os valores ali depositados.
Pretende o Impetrante a devida proteção de seus direitos, em
vias de lesão iminente com a aprovação do referido Projeto pela Câmara
Municipal de Vereadores.
O encaminhamento deverá ser barrado, a fim de se determinar
ao Presidente da Câmara que suspenda a votação do referido projeto.
A inconstitucionalidade do Projeto de Lei antes mencionado
ficou claramente demonstrada, impondo-se, a final, sua declaração.
Preventivamente, a concessão de liminar impedirá a apreciação
pela Câmara de Vereadores do Projeto de Lei nº ...../..., propiciando,
no mérito, o julgamento da inconstitucionalidade do projeto e evitando
396 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

dano de difícil reparação. Os valores, uma vez integrados ao Tesouro


Público sem o menor critério, conforme se depreende do referido
projeto, serão utilizados aleatoriamente pela gestão Municipal, sem
que os reais proprietários dos numerários tenham como controlar sua
destinação.
Os danos decorrentes da aprovação do Projeto de Lei e a
consequente incorporação dos valores ao Tesouro Municipal serão
certamente irreparáveis, uma vez que são quantias elevadas e irão
incorporar valores preexistentes no Tesouro.
A aprovação do projeto, entre outros prejuízos, causará um sem-
número de medidas judiciais isoladas, no sentido de o Município
declarar os valores transferidos para o Tesouro de cada servidor.
A urgência da concessão da medida se deve ao fato de que a
Câmara de Vereadores Municipais realiza sessão na data de hoje, e
nela está prevista a votação do projeto.
Ademais, é importante salientar que o Sr. Prefeito Municipal
conta com a maioria na Câmara, sendo certa, portanto, a aprovação do
projeto, caso entre em votação.
Dessa forma, estão presentes o ‘fumus boni juris’ e o ‘periculum
in mora’, requisitos para a concessão liminar da segurança, devendo
prevalecer a posição majoritária dos doutrinadores que veem na
medida liminar medida acauteladora de direito do impetrante, que
não pode ser negada quando ocorrem seus pressupostos (...) o tardio
reconhecimento do direito do postulante enseja seu total
aniquilamento. (Hely Lopes Meirelles, Mandado de Segurança ,
Malheiros Editores, p. 56).
O brilhante professor paranaense Luiz Guilherme Marinoni, em
sua obra Tutela Cautelar e Tutela Antecipatória (Ed. RT, p. 14), ao citar
Donaldo Armelin, traduz a importância do deferimento liminar da
medida pleiteada:

Se o tempo é a dimensão fundamental na vida humana, no


processo desempenha ele idêntico papel; não somente porque,
como diz Carnelutti, processo é vida, mas também, porquanto
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 397

tendendo o processo a atingir seu fim moral com a máxima


presteza, a demora na sua conclusão é sempre detrimental,
máxime quando se cuida de evitar empeços à sua própria eficácia
na atuação do direito objetivo.

III – DO PEDIDO

DIANTE DO EXPOSTO, respeitosamente, requer a Vossa


Excelência que se digne receber e regularmente processar o presente
Mandado de Segurança, com o deferimento liminar do pedido,
objetivando suspender a votação do Projeto de Lei nº ..../... previsto
para a sessão legislativa do dia ... de .......... do presente ano.
Requer, ainda, sejam notificados os Impetrados, Exmo. Sr.
Prefeito Municipal de ........ e o Presidente da Câmara de Vereadores
de .........., já qualificados, para que prestem as informações, querendo,
no prazo de 10 dias.
Requer, mais, seja intimado o Representante do Ministério
Público para se manifestar.
Finalmente, o Suplicante requer a Vossa Excelência que seja
deferida a segurança pleiteada no presente “mandamus”, a fim de
declarar a inconstitucionalidade do projeto de Lei de nº ..../..., por
flagrante ofensa ao direito adquirido constitucionalmente pelos
Servidores, com a condenação dos Impetrados no pagamento das custas
processuais e honorários advocatícios.
Dá à causa o valor de R$ ..... (....................), para os fins de direito.

Nestes termos,
Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......
398 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

RESUMO
A autoridade coatora, na qualidade de prefeito, encaminhou à Câ-
mara Municipal projeto de lei visando à extinção do Fundo de Seguridade
Social dos Servidores Municipais e a transferência do quantum ao Tesouro
Municipal. O impetrante, na condição de servidor municipal, pede que seja
impedida a apreciação do projeto de lei pela Câmara Municipal, através de
medida liminar, e, ao final, que o mesmo seja declarado inconstitucional,
uma vez que contraria o estabelecido pela CF.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 399

MANDADO DE SEGURANÇA – INSS – PRAZO DE RECOLHIMENTO


DA CONTRIBUIÇÃO – LEI Nº 8.212/91

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE


DIREITO DA VARA DA JUSTIÇA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA
DA COMARCA DE ..............................

......................, pessoa jurídica de direito privado, estabelecida


na Rua .........., nº ..., na comarca de .............. - ..., inscrita no CNPJ/MF
sob o nº ......., neste ato representado pelo seu sócio-gerente, contrato
social em anexo, por seu advogado e procurador infra-assinado, vem à
presença de Vossa Excelência, na forma do art. 5º, inciso LXIX, da
Constituição Federal, combinado com a Lei nº 1.533/51, impetrar
MANDADO DE SEGURANÇA contra ato ilegal e abusivo que fere
direito líquido e certo da impetrante, contra o Sr. Superintendente
Estadual do INSS, com endereço na Rua ............., nº ..., na comarca de
............ - ..., pelos motivos de fato e de direito que passa a aduzir:

I - DOS FATOS

A impetrante tem como ramo de atividades a locação de trabalho


temporário sob a égide da Lei nº 6.019/74. Nesse mister, mantém ...
(..........) empregados, entre temporários e efetivos, conforme relações
inclusas, obviamente, contribuintes da Previdência Social. Ocorre que,
por força da legislação que rege o trabalho temporário e exigência do
próprio Impetrado, os recolhimentos são individualizados, isto é, há
uma guia de recolhimento da Previdência Social para cada fatura, já
que cada fatura compõe uma folha de pagamento. Tendo a Impetrante
......... contratos com clientes, espalhados por ... (........) filiais (vide
relações), em ... (.........) Estados, torna-se operacionalmente inviável
estarem asfolhas de pagamento e consequentemente guias de
400 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

recolhimento prontas antes mesmo de efetuado o pagamento dos


funcionários em todas as localidades em que atua a Impetrante, de
cujo resultado depende a aferição do tributo, o qual é centralizado na
Matriz, nesta capital.
O recolhimento previdenciário é feito até o ... (............) dia do
mês subsequente ao vencido, proporcionando uma relativa
tranquilidade para os empregadores o efetuarem, conforme estabelece
a Alínea “b” do inciso I do artigo 39 da Lei nº 8.212/91, Lei da
Organização da Seguridade Social e Plano de Custeio.
Entretanto, o impetrado, através de ato abusivo, nega-se a quitar
os recolhimentos dentro daquele prazo a partir da competência
referente ao mês de ........, exigindo que se faça dito recolhimento no
dia ... do mês seguinte ao da competência, prorrogando o prazo para o
primeiro dia útil subsequente se o vencimento cair em dia que não
haja expediente bancário.
Ora, essa atitude, antes de arbitrária, surpreende a impetrante, a
qual possui ... (............) filiais em vários Estados da federação e ...
(............) empregados, tendo centralizado na matriz, em ............, todo
o recolhimento previdenciário, dificultando, senão tornando
impossível, o cumprimento desta abusiva exigência, em razão do
elevado número de funcionários e estabelecimentos.
Nesse passo, a impetrante, a exemplo de outras empresas, será
forçada a elaborar folhas de pagamento às pressas e exigir de seus
funcionários (seção do pessoal) que obrem em horários extraordinários,
aumentando consideravelmente seus custos e ainda se sujeitando a
erros (a pressa é inimiga da perfeição), tudo desnecessariamente.
Considerando-se o fechamento do cartão ponto no último dia
do mês anterior, tem-se que a seção do pessoal teria o exíguo prazo de
apenas 48 horas para todo esse intenso trabalho, isto, mês a mês.
Por outra parte sente-se, pelo ato impetrado, uma visível
incoerência com a atual realidade econômica brasileira, pois, não
havendo inflação, via de consequência não há uma justificativa
coerente para a diminuição dos prazos para recolhimento dos tributos,
ainda que não se esperem suas dilações.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 401

“Mas não se poderia imaginar que, exatamente quando a inflação


desaparece, o fisco venha diminuir os prazos para pagamentos dos
tributos, numa inversão totalmente inesperada e sem qualquer
justificativa consentânea com a realidade econômica em que vivemos.
É o que aconteceu recentemente com a edição Medida Provisória
nº 598/94, publicada na imprensa oficial no dia seguinte.” (Pub. em
Atualidades Fiscais, Gazeta do Povo, 25.09.94, Dr. Augusto Prolik)

II - DO DIREITO

O impetrado busca, para sua atitude, amparo na recémeditada


Medida Provisória nº 598/94, da qual se originou a Portaria MPS nº
1.435/94, publicada no DOU em 05.09.94.
Analisando as indigitadas disposições, temos que:

A) DA IMPROPRIEDADE DA MP

As medidas provisórias foram criadas para atender necessidades


de ordem econômica ou social urgentes, que independam de maiores
perquirições e que dispensem os entraves burocráticos próprios do
procedimento legislativo.
É a própria Lei Maior que determina, em seu art. 62, como
requisitos necessários à edição de MP a relevância e a urgência.
Não é o caso da MP e da Portaria antes referidas.
A relevância e urgência em vir a ser protegido um Direito da
pessoa é maior que a urgência e relevância para se adotar Medida
Provisória.
Ora, nem a diminuição, tampouco a dilação do prazo para o
recolhimento da contribuição previdenciária, a essa altura, carecem
de pressa ou de necessidade premente. Daí a impropriedade desta
diminuição do prazo, através de uma medida provisória, como no caso
vertente, a qual, além de tudo, também antecipa o pagamento de multa
402 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

no caso de inadimplemento na data aprazada, mesmo porque foi


eliminada a espiral inflacionária.

B) DA CONTRADIÇÃO MP–CLT

O art. 459, § 1º da CLT determina que o pagamento de salários


do trabalhador pode ser feito até o 5º dia útil do mês subsequente ao
vencido, “in verbis”:

“Art. 459. (...)


§ 1º. Quando o pagamento houver sido estipulado por mês,
deverá ser efetuado, o mais tardar, até o quinto dia útil do mês
subsequente ao vencido. (Redação dada pela Lei nº 7.855,
de 24.10.1989)”

Neste passo, tem-se que a data do recolhimento da contribuição


previdenciária determinada pela MP e pela Portaria é ANTERIOR À
DATA PARA O PAGAMENTO DO OBREIRO.
Ora, dessa incongruência resulta que, de certa forma, o
empregador subsidia a contribuição previdenciária, pois recolhe antes
mesmo de efetivamente realizada a retenção do tributo, o que somente
ocorre quando do pagamento feito ao obreiro, que é até o 5º dia útil
subsequente ao vencimento; e a exigência previdenciária é que se
recolha até o dia 02 do mês subsequente ao vencido. Assim sendo, o
recolhimento previdenciário, dependendo do calendário, pode vir a
ser antecipado em até 05 dias, antes da retenção. Veja-se que, no
exemplo do mês de .........., o recolhimento deverá ser efetuado, a vingar
a imposição da Previdência, no dia 4, quando o 5º dia útil será no dia
08 de ........ .
Assim, fica provado o “periculum in mora”, pois, uma vez não
atendida liminarmente a segurança ora requerida, não haverá tempo
hábil para a confecção das guias de recolhimento, sujeitando-se a
impetrante ao pagamento de multa, de difícil e incerta reparação.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 403

Evidencia-se também o “fumus boni juris”, na medida em que o


ato do impetrado fulmina direito líquido e certo da impetrante, que se
vê à mercê de um espancamento tributário que pode ser evitado através
do deferimento presente.

C) DA LEGITIMIDADE DAS PARTES

IMPETRANTE: A impetrante é parte legítima, pois tem o direito


líquido e certo de continuar recolhendo as contribuições
previdenciárias nos moldes anteriores e a teor do art. 3º, inciso I, alínea
“b”, da Lei nº 8.212/91, sendo despicienda a discussão se é pessoa
jurídica, sendo certo que:

“O impetrante, para ter legitimidade ativa, há de ser o titular do


direito individual ou coletivo líquido e certo, para o qual pede
proteção. Tanto pode ser pessoa física como jurídica, órgão
público, ou universidade patrimonial privada.” (Mandado de
Segurança, Ação Popular, Ação Civil Pública, Mandado de
Injunção, Habeas-Data, Hely Lopes Meirelles, RT, 12. ed., p. 30).

IMPETRADO: O impetrado é parte legítima para figurar no pólo


passivo do procedimento, pois, como mui propriamente ensina o
magistério do saudoso Hely Lopes Meirelles:

“Exemplificando: numa imposição fiscal ilegal, acatável por


mandado de segurança, o coator não é nem Ministro ou o
Secretário da Fazenda que expede instruções para a arrecadação
de tributos, nem o funcionário subalterno que cientifica o
contribuinte da exigência tributária; o coator é o chefe do serviço
que arrecada o tributo e impõe as sanções fiscais respectivas,
usando de seu poder de decisão.” (ob. cit., p. 34).

III - DA CONCESSÃO DE MEDIDA LIMINAR

Impõe-se “in casu” a concessão de liminar, pois é certo que:


404 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

“(...) é só através dela (liminar), de frustrar-se o direito subjetivo


que a Constituição ampara com ação de segurança contra os atos
ilegais ou abusivos da autoridade.” (GALENO LACERDA,
Comentários ao CPC. Ed. Forense, 2. ed., vol. VIII, tomo I, p. 68)

Acresça-se que a liminar é inerente ao próprio writ, na medida


em que a demora nas prestações jurisdicional pode causar danos
irreparáveis, pois implicitamente está ela contida no preceito
constitucional e não pode Medida Provisória, de natureza
infra-constitucional, travar ou liminar seu exercício. (Diário Comércio
& Indústria, 16.03.64, São Paulo).

IV - DO REQUERIMENTO

DIANTE DO EXPOSTO, requer:

a)determinar a CONCESSÃO DE MEDIDA LIMINAR facultando


à impetrante o direito de promover o recolhimento das contribuições
previdenciárias de seus funcionários, até o 8º dia do mês subsequente
ao vencido, sem sofrer nenhum espancamento como seja a multa, como
vinha sendo feito regularmente até então, “inaudita altera pars”,
suspendendo a exigência do impetrado de que este recolhimento seja
feito até o dia 02 do mês subsequente ao vencido, pelas razões acima
expostas, sob pena de, se assim não for decidido, ocorrer ineficácia da
ordem judicial se ocorrer no final, pois o impetrante não terá tempo
suficiente para efetuar o recolhimento até o dia 02 do mês subsequente
ao vencido, que no caso será dia 04 de ........., pois dia 02 cai num
domingo e dia 03 é dia de eleições, tudo com observância do art. 17 e
seu parágrafo único, da Lei nº 1.533/51;
b) notificação do impetrado no endereço preambulado, para que
preste as informações necessárias no prazo legal, após deferida a
liminar;
c) audiência do Ilustre Representante do Ministério Público;
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 405

d) Procedência da segurança por estar-lhe ferindo direito líquido


e certo (Lei nº 8.212/91, art. 30, inciso I, alínea “b”), condenando-se o
impetrado em todos os ônus de sucumbência.

Valor da causa: R$ ........ (...........................).

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......

RESUMO
Ação de Segurança contra ato de Superintendente do INSS, que
determinou o recolhimento de contribuições em prazo inferior ao que alude
a Lei nº 8.212/91.
406 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 407

MANDADO DE SEGURANÇA – LEI Nº 1.533/51 – PROCEDIMENTO


ADMINISTRATIVO – SUSPENSÃO – DEFERIMENTO DO PEDIDO
– ATO ILÍCITO – CONCESSÃO BENEFÍCIO

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL


DA VARA PREVIDENCIÁRIA DA COMARCA DE ..............................

....................., (qualificação), portador da Cédula de Identidade/


RG nº ............. e CPF/MF nº .............., residente e domiciliado na
Rodovia ..., km ..., na comarca de ............... - ..., por seu advo-gado e
procurador infra-assinado, vem respeitosamente perante Vossa
Excelência, com fulcro no artigo 5º, inciso LXIX, da Constituição
Federal e artigos 1º e 7º, inciso II, da Lei nº 1.533/51, impetrar
MANDADO DE SEGURANÇA contra conduta ilegal do ............, da
comarca de ............... - ..., praticado por delegação do ...................,
Autarquia Federal, com Superintendência na comarca de ..................-
..., sediada na Rua ..........., nº ..., solicitando nesta oportunidade o
inteiro agasalho do Poder Judiciário, para que lhe conceda MANDADO
LIMINAR com efeitos assecuratórios de manutenção, proteção e até
mesmo de restauração de direito seu, líquido e certo, que está sendo
lamentavelmente vulnerado, conforme vai adiante demonstrado, tudo
para a final ser expedida a liminar, conforme se pede:

a) cumpra a autoridade coatora prontamente a ordem judicial, a


fim de restabelecer de imediato o pagamento do benefício de
aposentadoria por tempo de serviço do impetrante, desde a
sua suspensão, mês de ........... inclusive, mantendo-o até o
final julgamento de mérito do presente;

b) notificada regularmente via judicial, preste informações, no


prazo de ... (..........) dias, nos termos do artigo 1º, “a”, da Lei
nº 4.348 de 26 de junho de 1964.
408 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Para tanto e com clareza, passa a impetrante a expor o seu pedido:

DOS FATOS

Conforme se verifica cristalinamente pelos documentos de fls.


... a ..., o impetrante, após completar ... anos, ... meses e ... dias de
serviço, teve sua aposentadoria por tempo de serviço concedida através
de um processo que se desenvolveu de maneira lícita e regular junto
ao impetrado.
O documento de fls. ... prova que, com base na concessão de sua
aposentadoria, o impetrante rescindiu seu contrato de trabalho com o
Banco ....... em .../.../..... .
Logo em seguida, também por conta de sua aposentadoria, em
demanda trabalhista, o impetrante quitou seu contrato de trabalho
através de acordo judicial, realizado em .../.../....., conforme provam os
documentos de fls. ... a ... .
Assim, desde .../.../....., as únicas fontes de renda do impetrante
passaram a ser o benefício mantido pelo .................. e a complementação
de aposentadoria, paga pela ............. - ..., entidade de previdência
privada mantida pela empresa onde trabalhava (vide docs. fls. .. e ..).
Ocorre que em .../.../...., ... meses depois de ter se aposentado, o
impetrante foi surpreendido com um ofício enviado pelo impetrado
(doc. fls. ..), no qual lhe foi comunicado que o tempo de serviço (.../.../
..., a .../.../.,..) havia sido computado indevidamente.
Além disso, constava no referido ofício que em decorrência da
supressão do período acima o tempo de atividade rural (.../.../....a .../.../
....), devidamente averbado em .../.../.... (vide docs. fls. .. e ..), não poderia
ser utilizado para fins de aposentadoria, de acordo com o disposto no
Decreto nº 3.048 de 06.05.1999.
Ainda, neste ofício, concederam-lhe ... dias para apresentar novos
elementos, sem os quais o benefício seria suspenso.
Diante disso, o impetrante, dentro do prazo, encaminhou
correspondência ao impetrado (docs. fls. .. a ..), provando que a
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 409

concessão de seu benefício estava correta e expondo os motivos pelos


quais o mesmo não poderia ser suspenso.
Malgrado todo o trabalho realizado pelo impetrante, no sentido
de oferecer razões para o impetrado reconsiderar sua decisão, este nem
tomou conhecimento das mesmas, limitando-se a expedir outro ofício,
em .../.../...., suspendendo então o pagamento do benefício a partir
daquela data (doc. fls. ..).
Tão logo tomou conhecimento da suspensão do benefício pelo
.............., a .........., empresa de previdência privada que complementava
a aposentadoria do impetrante, suspendeu o pagamento do
complemento a partir do mês de ........... de .... (doc. fls. ..).
Assim, ante a atitude arbitrária do impetrado, ficou o impetrante
privado de suas únicas fontes de renda, situação que lhe pode causar
sérias e irreversíveis consequências, pois como provam os documentos
acostados no presente, em função de seu desliga-mento e do acordo
judicial firmado, não existem condições para retornar ao quadro de
funcionários do Banco ...... . Também, em razão de sua idade e
limitações do mercado de trabalho, não tem o impetrante condições
de conseguir outro emprego para prover seu sustento e de sua família.

DA LIMINAR

Como bem se expôs, verifica-se que a atitude do impetrado,


suspendendo unilateralmente o benefício que foi concedidoatravés
de um processo regular, fere os Princípios do Processo Legal e da
Ampla Defesa, consagrados no artigo 5º, incisos LIV e LV, da
Constituição Pátria.
Neste sentido existe o seguinte entendimento jurisprudencial:

“MANDADO DE SEGURANÇA – SUSPENSÃO DE BENEFÍCIO


SEM PRÉVIO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO –
IMPOSSIBILIDADE – 1. A jurisprudência do antigo Tribunal
Federal de Recursos é pacífica no sentido de que ‘a suspensão
410 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

ou o cancelamento do benefício previdenciário, regularmente


concedido, não pode ser feita unilateralmente pela instituição
previdenciária, mas depende, sempre, de apuração em
procedimento administrativo regular, que deve assegurar ao
interessado o direito constitucional de defesa’ (cf. jurisp. Ex-
TFR). 2. Entendimentos jurisprudencial e doutrinário. 3. Apelo
e remessa improvidos. 4. Sentença mantida.” (TRF 1ª R. – AMS.
89/01/01737-7 – 1ª T. Rel. Juiz Plauto Ribeiro – DJU 18.05.1992)

“APOSENTADORIA POR IDADE – SUSPENSÃO DO


BENEFÍCIO POR DECISÃO UNILATERAL DO INSS –
VIOLAÇÃO AO ART. 5º, LIV, DA MAGNA CARTA – 1. A
Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5º, inciso LIV,
preceitua que ‘ninguém será privado da liberdade ou de bens
sem o devido processo legal’. 2. A aposentadoria por idade, ou
por qualquer outra forma prevista na legislação previdenciária,
só poderá ser suspensa, cancelada ou cassada mediante prévia
instauração do devido processo legal, seja no âmbito
administrativo ou judicial, assegurada ao beneficiário a ampla
defesa. 3. Precedentes dos Colendos STJ, TRFs da 2ª, 3ª e 5ª
Regiões e do extinto TFR.” (TFR 5ª R. – AMS 40.991/AL – 2ª T. –
Rel. Juiz José Delgado – DJU 30.05.1994)

“BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO – SUSPENSÃO DE SEU


PAGAMENTO – IMPOSSIBILIDADE – AUSÊNCIA DE
PROCESSO LEGAL – ORDEM CONCEDIDA –
CONFIRMAÇÃODA SENTENÇA. – Não é de se admitir a
suspensão do benefício previdenciário se as alegadas
irregularidades porventura existentes em sua concessão não
foram apuradas em processo regular, com infringência ao
princípio constitucional da ampla defesa.” (TRF 5ª R. – AMS
44.414/RN – 2ª T. Rel. Juiz Nereu Santos – DJU 24.02.1995).

“SUSPENSÃO DE BENEFÍCIO POR SUSPEITA DE FRAUDE –


FALTA DE PROCESSO ADMINISTRATIVO – LESÃO AOS
PRINCÍPIOS DO DEVIDO PROCESSO LEGAL E DA AMPLA
DEFESA – NULIDADE DO ATO ADMINISTRATIVO. –
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 411

Possibilidade de cumulação de ação declaratória com a


condenatória, em face do princípio da economia processual, que
permite tal cumulação desde que o tipo de procedimento seja
compatível com os pedidos. O ato administrativo que suspendeu
o benefício previdenciário padece de vício insanável, em face da
ausência de processo administrativo, no qual fosse garantida a
ampla defesa do segurado.” (TRF 3ª R. – AC 92/03/69.142-1 – 1ª
T. – Rel. Juiz Sinval Antunes – DJU 14.11.1995)

Restou provado, também, o perigo da mora, pois o impetrante


perdeu seu único meio de sobrevivência com a suspensão do
pagamento da aposentadoria do ............ e da complementação da
............, podendo sofrer prejuízos irreversíveis caso a situação
permaneça como está.
Anteoexposto, estando presentes os pressupostos essenciais,
“periculum in mora” e “fumus boni juris”, requer respeitosamente a
Vossa Excelência a concessão de liminar, cassando o ato impugnado e
determinando ao chefe do ........ - Convênios que restabeleça
imediatamente o pagamento do benefício de aposentadoria do
impetrante, desde a sua suspensão, inclusive o mês de ........, não pago,
e o mantenha até que seja julgado o mérito do presente “mandamus”.

DO MÉRITO

Apesar de a correspondência que suspendeu o benefício (doc.


fls. ..) ter mencionado apenas um motivo, verifica-se que narealidade
há duas situações que levaram o impetrado a tomar essa atitude abusiva
(doc. fls. ...). Senão vejamos:
A primeira diz respeito ao tempo de serviço em que o impetrante
laborou junto ao próprio impetrado (.../.../.... a .../.../....), na época INPS,
na qual existe a alegação de que este período não pode ser considerado
em razão da Lei nº 6.494/77.
Ora, o dispositivo legal supracitado regula a contratação de
412 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

estagiários, porém não associa diretamente sua aplicação ao caso


específico do impetrante, tanto que, por ocasião de sua aposenta-doria,
o encarregado da concessão do próprio impetrado aceitou a
documentação apresentada e considerou como tempo de serviço.
Pode-se observar na documentação apresentada, às fls. ... a ...,
que o processo de aposentadoria em questão transcorreu de forma
regular e transparente, não existindo um único vestígio de fraude.
Dessa forma, só se pode concluir que a atitude do impetrado não passa
de um grande conflito de entendimento entre seus próprios
funcionários.
Assim, em que pese não existir à época da concessão nenhum
impedimento legal a invalidar a inclusão do período de .../.../.... a .../.../
.... no tempo de serviço do impetrante, não pode o impetrado, baseado
em meras suposições de caráter interpretativo, prejudicar o benefício
concedido, que assumiu a condição de ato jurídico perfeito.
A segunda alegação impeditiva à concessão do benefício levantada
pelo impetrado, esta mais absurda que a primeira, sustenta que o
benefício concedido em .../.../.... não estava correto, porque o período
de .../.../.... a .../.../.... foi computado indevidamente, de acordo com o
artigo 58, inciso XXIII, § 4º, do Decreto nº 2.172 de 05.03.97.
Além do fato de que a aceitação do período anterior
desca-racteriza a aplicação do disposto legal acima, está mais que
claroque o processo de aposentadoria, que transcorreu de forma lícita
e regular, nos termos da legislação vigente à época de sua concessão
(Lei nº 8.213/91 e Dec. 611/92), trata-se de um ato jurídico perfeito
(art. 82 do Código Civil).
Desta forma, a atitude tomada pelo impetrado caracteriza um
flagrante desrespeito ao Princípio da Irretroatividade das Leis contido
no artigo 5º, inciso XXXVI, da Constituição Federal e artigo 6º da Lei
nº 4.657/42 (Lei de Introdução ao Código Civil), pois, sendo a
aposentadoria concedida em .../.../.... um ato jurídico perfeito, uma
norma posterior (Dec. nº 2.172 de 05.03.1997) jamais poderia retroagir
para prejudicá-la.
Quanto à legislação que estava em vigor na data da aposentadoria
do impetrante, .../.../...., cabe tecer as seguintes considerações:
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 413

Constata-se que o referido artigo está embasado no art. 55, II, da


Medida Provisória nº 1.523, publicada em 14.10.96 e que desde esta
data já foi reeditada dez vezes, sem ter sido convertida em Lei pelo
Congresso Nacional até hoje.
De acordo com o artigo 62 da Constituição Federal, as Medidas
Provisórias perderão sua eficácia desde a sua edição, se não forem
convertidas em Lei no prazo de 30 (trinta) dias da sua publicação.
Assim, tendo em vista que as Medidas Provisórias gozam apenas
do efeito “ex tunc”, com a Medida Provisória nº 1.523 não poderia ser
diferente, de maneira que o Decreto nº 2.172/97 não poderia manter a
data de 14.10.96 como marco para modificação de direitos, pois, como
a Medida Provisória em questão não foi convertida em Lei, voltou a
vigorar a Lei anterior (Lei nº 8.213/91 e Dec. nº 611/92), que nada
mencionava a esse respeito.
Neste sentido, Clélio Chiesa, em O Regime Jurídico-
Constitucional das Medidas Provisórias – Ed. Juruá/96, p. 71 a 74,
apresentasua doutrina, mencionando os pareceres de outros juristas
que defendem a mesma tese:

“(...) Vale frisar que uma nova publicação da Medida Provisória


não tem o condão de convalidar os efeitos gerados nos trinta
dias em que a Medida estava em vigor. Portanto, se uma Medida
foi reeditada seis vezes, por exemplo, mesmo que a sexta esteja
em vigor, as cinco Medidas anteriores já perderam sua eficácia
desde a sua publicação (efeito ‘ex tunc’) (...)
(...) A regra geral aplicável ao conflito de normas no tempo logo
nos induz a pensar que a eficácia imediata da medida provisória,
dotada de força de Lei, se faz prevalecer à norma legal mais antiga.
Contudo, não devemos nos esquecer de que esta eficácia está
condicionada ao benefício do Congresso, sem o qual ficam
anulados, desde o início, todos os seus efeitos.”

Esta circunstância, na expressão de Caio Tácito, levou a doutrina


a adotar uma ‘solução de compromisso’: até ser convertida em lei (o
414 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

que lhe confere definitividade), a medida provisória não revoga a lei


anterior, mas apenas suspende-lhe a vigência e a eficácia, que se
restauram se não subsiste a medida provisória, tanto pela rejeição
como pela inércia do Congresso, após o vencimento do prazo de
apreciação. Fica, por essa exegese, superada a objeção de que a lei,
quando revogada, somente é repristinada mediante norma expressa
que a restaure.
Esse é também o entendimento de Michel Temer: ‘A edição da
medida provisória paralisa temporariamente a eficácia da Lei que
versava a mesma matéria. Se a medida provisória for aprovada, se opera
a revogação. Se, entretanto, a medida provisória for rejeitada, restaura-
se a eficácia da norma anterior. Isso porque, com a rejeição o Legislativo
expediu ato volitivo consistente em repudiar o conteúdo daquela
medida provisória, tornando subsistente anterior vontade manifestada
de que resultou a lei antes editada’.
Para Manoel Gonçalves Ferreira Filho, a derrogação ou revogação
da lei anterior por uma medida provisória seria apenas aparente. Esta
suspenderia a vigência e a eficácia desta lei anterior, sobrepondo-lhe a
norma que edita, mas a derrogação ou revogação propriamente ditas
apenas viriam de conversão em lei da medida provisória pelo
Congresso. Assim, inocorrendo a conversão, perderia efeito a medida
provisória, restituindo-se plena vigência e eficácia ao direito anterior.
Argumenta o autor que esta solução se coaduna com o texto do art. 62,
parágrafo único, primeira parte.
Por derradeiro, urge consignar que as medidas provisórias, por
não serem providas de eficácia permanente, não podem revogar o
direito anterior. Operam, simplesmente, desde a sua edição, a
suspensão da eficácia do direito anterior, caso haja incompatibilidade
entre os comandos.
Em que pese a Medida Provisória nº 1.523 ter sido reeditada
mais de dez vezes desde a sua edição, e até o momento não ter sido
convertida em Lei, nulos são os seus efeitos, assim como deve ser
considerado nulo o disposto no art. 58, XXIII, § 4º, do Dec. 2.172/97,
tendo em vista basear-se exclusivamente na Medida Provisória que
perdeu sua eficácia no período de .../.../.... a .../.../...., data em que foi
reeditada pela décima vez.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 415

Uma vez considerados nulos os fundamentos legais apresentados


pelo impetrado para justificar a suspensão, esta também deve ser
considerada nula, restabelecendo-se o benefício do impe-trante, eis
que totalmente procedente ante a Legislação vigente à época de sua
concessão (Lei nº 8.213/91).
Por último, cabe argumentar sobre a constitucionalidade do
disposto no art. 55, inciso II, da Medida Provisória nº 1.523, por
conseguinte, do art. 58, XXIII, § 4º, do Dec. 2.172/97.
De acordo com a citada medida provisória e decreto, a partir de
14.10.96, o tempo de serviço rural só poderá ser contado para benefícios
de aposentadoria por idade e para os benefícios de valor mínimo.
Pode-se deduzir que a previdência social, ao criar tal obstáculo
para os segurados que trabalharam no campo, não estava preocupada
somente com a falta de contribuição no período anterior, pois admite
ao segurado que comprovar atividade no regime urbano, mesmo que
sem contribuição (empregado), contar tempo de serviço para todos os
benefícios.
Não bastasse a discriminação em razão do regime urbano e rural,
é gritante a discriminação em função dos valores de aposentadoria,
pois de acordo com a referida Medida Provisória o tempo de atividade
rural só pode ser considerado para os benefícios de valores mínimos.
Tomemos como exemplo dois indivíduos que tenham trabalhado
juntos na lavoura durante cinco anos. Por ocasião da aposentadoria,
nos termos da Medida Provisória nº 1.523, o primeiro, que não evoluiu
salarialmente e continua ganhando um salário mínimo por mês, terá
seu benefício concedido; porém o segundo, que no decorrer de sua
vida melhorou sua condição salarial e hoje ganha o equivalente a cinco
salários mínimos por mês, não poderá aposentar-se, tendo de trabalhar
cinco anos a mais que o primeiro, como castigo por ter melhorado de
situação financeira.
Dessa forma, evidencia-se que o art. 55, II, da Medida Pro-visória
nº 1.523 e, consequentemente, o art. 60, XX, do Decreto nº 3.048/99,
por discriminarem os segurados, em razão do regime e em razão de
salários, estão em desacordo com o disposto no artigo 4º, IV e artigo
194, inciso II da Constituição Federal, pelo que deve ser declarada a
416 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

sua inconstitucionalidade, tornando nulos todos os efeitos que possam


prejudicar o impetrante no recebimento de seu benefício junto ao
..................... .

DO ATO MANIFESTAMENTE ILEGAL

Por todo o exposto, a decisão ora impugnada é arbitrária, ilegal e


inconstitucional, tendo em vista que, em primeiro lugar, oimpetrado
não pode suspender o benefício unilateralmente, sem a existência de
processo. Em segundo lugar, porque os fundamentos apresentados
para impugnar o período de atividade rural estão baseados em normas
posteriores e totalmente inconstitucionais.

REQUERIMENTO

DIANTE DO EXPOSTO, requer a Vossa Excelência o que segue:


a) concessão de liminar determinando ao Chefe ..., que restabeleça
imediatamente o pagamento do impetrante, desde a suspensão,
inclusive o mês de .........., com fundamento nos dispositivos
Federais já citados;
b) recebimento do presente mandado de segurança, notificando-
se a autoridade coatora, Chefe ..., da Comarca de ............., na
Rua ..........., nº ..., sobre o conteúdo da petição inicial,
entregando-lhe a 2ª via com os documentos que a
acompanham, a fim de que, no prazo de ... dias, preste
informações;
c) intimação do digno Representante do Ministério Público, para
que se manifeste no feito;
d) por fim, seja deferida a segurança conforme requerido no
presente, reconhecendo o tempo de serviço, períodos de .../
.../.... a .../.../.... e de .../.../.... a .../.../...., válido para todos os
efeitos legais e determinando-se ao impetrado que mantenha
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 417

o pagamento do benefício de aposentadoria por tempo de


serviço do impetrante, nos mesmos termos em que foi deferido
em .../.../.... . Protesta, ainda, por todos os meios de prova em
direito admitidos e pela condenação do impetrado nas custas
judiciais e demais cominações de estilo.

Valor da causa: R$ ....... (...........................).

Termos em que, com documentos inclusos,


Pede e Espera Deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......

RESUMO
O impetrante, por intermédio de procedimento administrativo, teve
deferido o pedido de aposentadoria por tempo de serviço. Através de ofício
enviado pelo impetrado, foi informado que o tempo de serviço tinha sido
computado indevidamente. Exigida foi a apresentação de provas, sob pena
de ser suspenso o benefício. A defesa foi apresentada e, no entanto, o
benefício foi suspenso. Como consequência, a complementação de sua
aposentadoria por empresa privada também foi suspensa. Pela suspensão
sem a observância do procedimento administrativo, o impetrante pede pela
cassação do ato e a continuidade do pagamento do benefício.
418 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 419

OBRIGAÇÃO DE FAZER – MULTA DIÁRIA – EMPREGADOR – CO-


RESPONSABILIDADE DA AUTARQUIA-RÉ – LEI Nº 8.212/91 –
RECOLHIMENTOS NÃO EFETUADOS AOS COFRES PÚBLICOS –
DIREITO LÍQUIDO E CERTO

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DO


TRABALHO DA ...ª VARA DO TRABALHO DE ..............................

......................., brasileira, divorciada, atendente de enfermagem,


portadora do CPF nº ............... e RG nº ................, residente e
domiciliada na Rua ..........., nº ..., Jd. ......, na cidade e comarca de
.................. - ..., CEP ........, por seus procuradores e advogados infra-
assinados, vem respeitosamente à presença de V. Exa., neste ato
usufruindo os benefícios da ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA, propor
AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C MULTA DIÁRIA contra
............, inscrita no CNPJ sob nº .............., com sede na Rua .............,
nº ..., nesta cidade e comarca, pelo que passa a expor e, ao final,
requerer:

I - DO OBJETO DA OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C MULTA DIÁRIA

A Requerente celebrou, com a Requerida, Contrato de Prestação


de Serviços em REGIME CELETISTA, conforme registro na CTPS nº
..........., Série nº ..., com admissão em 25 (vinte e cinco) de junho de
1990 (mil, novecentos e noventa) e demitida em 02 (dois) de março de
1997 (mil, novecentos noventa e sete), portanto, perfazendo um total
de 06 (seis) anos, 08 (oito) meses e 05 (cinco) dias, ou, ainda, 80
(oitenta) meses e 05 (cinco) dias de serviços prestados junto à
Requerida, e inscrita no PIS/PASEP sob nº ..........
A Autora não foi atendida conforme avençado, quanto aos
recolhimentos previdenciários, no período de 01.01.1991 a 31.12.1993,
ou seja, a Requerida deixou de recolher 03 (três) anos a favor da
Requerente, que prejudicará em muito a Autora, quando de seu pedido
420 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

de APOSENTADORIA junto ao INSS – Instituto Nacional do Seguro


Social, pois esta não verificará em seus arquivos os recolhimentos
devidos.
Para que a Requerente adquira a sua APOSENTADORIA POR
IDADE, deverá em 15.05.2008, data em que completa os seus 60
(sessenta) anos de idade, ter contribuído, no mínimo, durante 162
(cento sessenta dois) meses, conforme previsto no artigo 142 da Lei nº
8.213, de 24.07.1991, denominada LEI DOS PLANOS DE BENEFÍCIOS
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL, pois nessa data estará atendendo aos
requisitos do artigo 48, “caput”, da mesma norma. O não cumprimento
dessa regra impossibilitará a aquisição de seu benefício; portanto, o
período retido indevidamente pela Requerida, e não repassado aos
cofres da PREVIDÊNCIA SOCIAL, conforme faz prova o Extrato da
PREVIDÊNCIA SOCIAL de 29.07.2004, em anexo, lhe trará prejuízos
de toda sorte.
A Requerida, por força de lei, tem obrigação de repassar à
PREVIDÊNCIA SOCIAL a favor da Autora, sob pena de
responsabilidade frente à legislação em vigor, onde a lei é clara ao
estabelecer, nessa situação a responsabilidade pelos danos eventuais,
inclusive estará incorrendo em Crime de APROPRIAÇÃO INDÉBITA
PREVIDENCIÁRIA, prevista no artigo 168-A, do Decreto-Lei nº 2.848,
de 07 de dezembro de 1940, denominado Código Penal, onde que a
previsão é de crime omissivo puro, ou seja, “deixar de repassar” à
Previdência Social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no
prazo e forma legal. O entendimento da jurisprudência tem seguido a
linha de não ser necessário que o agente se locuplete de vantagens
ilícitas ou o Erário sofra prejuízo, conforme entendimento de nossos
Tribunais que vem se posicionando da seguinte forma:

RECURSO ESPECIAL – PENAL – APROPRIAÇÃO INDÉBITA


DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA –
DEMONSTRAÇÃODO DOLO ESPECÍFICO DE APROPRIAR-SE
DOS VALORES NÃO RECOLHIDOS – DESNECESSIDADE –
INEXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA – SÚMULA Nº 07
DO STJ. – É entendimento pacificado nesta Quinta Turma que o
crime previsto no art. 95, alínea d, da Lei nº 8.212/91, se consuma
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 421

com o simples não recolhimento das contribuições


previdenciárias descontadas dos empregados no prazo legal,
ressalvados os casos de extinção de punibilidade. 2. Considera-
se que o dolo do crime de apropriação indébita previdenciária é
a vontade de não repassar à previdência as contribuições
recolhidas, dentro do prazo e da forma legais, não se exigindo o
animus rem sibi habendi, sendo, portanto, descabida a exigência
de se demonstrar o dolo específico de fraudar a Previdência
Social como elemento essencial do tipo penal. 3. De outro lado,
a tese do Recorrente de inexigibilidade de conduta diversa em
razão de dificuldades financeiras exigiria um reexame do
conjunto fático probatório, o que é vedado nesta via, em
consonância com o verbete sumular nº 07 do STJ. 4. Recurso
Especial não conhecido. (STJ – REsp 525699 – SP – 5ª T. – Relª
Min. Laurita Vaz – DJU 16.02.2004 – p. 00318)

A empresa, que é prestadora de serviços médicos, tem obrigação


de atender seus compromissos, sob pena de responsabilidade,
conforme artigo 33, § 5º, da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991,
denominada LEI ORGÂNICA DA SEGURIDADE SOCIAL, e que neste
caso a lei é clara ao estabelecer, aos empregadores, a responsabilidade
por danos eventuais, ou seja, se o empregado teve a retenção em folha
de pagamento mês a mês, não pode ser lesado o seu direito de obter
junto à Previdência Social os benefícios previdenciários, pois o artigo
635, III, da INSTRUÇÃO NORMATIVA DC/INSS Nº 100, de 18 de
dezembro de 2003, denominada IN Tributação, Arrecadação e
Fiscalização do INSS, é bem claro ao dizer que este tipo de fraude é
crime de ação penal pública.
A Autora pretende, assim, que a Requerida efetue imediatamente
o referido recolhimento previdenciário, sob pena de multadiária de
0,33% a.d., ou seja, 10% a.m., sobre o valor devido à Previdência Social,
sobre o montante a ser apurado junto ao INSS, isso em obediência ao
Enunciado nº 24 dos Juizados Especiais Cíveis do Brasil, que diz:

“A multa cominatória, em caso de obrigação de fazer ou não


fazer, deve ser estabelecida em valor fixo/diário.”
422 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

A Requerente, portanto, conforme provas documentais, faz jus


aos recolhimentos junto à PREVIDÊNCIA SOCIAL, para fins de
adquirir os benefícios previdenciários que se fizerem necessários. O
não recolhimento dos 3 (três) anos, ou seja, dos 36 (trinta e seis) meses,
junto ao INSS, trará prejuízos incal-culáveis à Autora, e tal obrigação
não foi cumprida por única e exclusiva culpa da Requerida-
Empregadora – conforme prevê a legislação em vigor e pertinente à
matéria, bem como segundo decidem nossos Tribunais.
A Autora só tomou ciência do fato quando, por uma mera
curiosidade, para fazer os cálculos de sua futura aposentadoria, retirou
o Extrato da PREVIDÊNCIA SOCIAL em 29.07.2004. Até essa data,
não percebeu qualquer diferença junto ao INSS, pois sua CTPS não
deixava dúvida alguma, por não ter rescindido Contrato de Trabalho
neste período, conforme demonstra a cópia da CTPS em anexo, na
qual se observa ter sido admitida em 25.06.1990 e demitida em
02.03.1997. Até então, acreditava piamente que estavam sendo pagas
as parcelas oriundas do desconto em folha de pagamento à
PREVIDÊNCIA SOCIAL, no que concerne ao período
supramencionado.

II - DOS DIREITOS

A Requerente foi funcionária da Requerida no período supra-


mencionado, na função de ATENDENTE DE ENFERMAGEM,
conforme comprovam os documentos em anexo. Ante o
descumprimento por parte da Requerida, portanto, a Autora tem pleno
direito de exigir a obrigação de fazer.
A Autora desconhece os motivos que levaram a Requerida a não
cumprir com suas obrigações previdenciárias. Tal atitude, porém,
demonstra má-fé, para não falar de apropriação indébita.
A presente AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C MULTA
DIÁRIA vem amparada legalmente pelos artigos 247 e seguintes, do
Código Civil Brasileiro.
É induvidoso que a ora Demandada agiu com negligência ou de
má-fé, ao deixar de recolher suas obrigações previdenciárias junto ao
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 423

INSS, a favor da Autora, sabedora de que, ex vi do artigo 30, I, “a”, e


artigo 32, incisos I ao IV, da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, isto
é uma obrigação da empresa, e não um favor.
A Autora vem sendo prejudicada por gravíssima culpa da
Requerida, furtando-se esta em cumprir o disposto na legislação
vigente, que a obriga a recolher 36 (trinta e seis) meses de contribuições
previdenciárias junto ao INSS, o que deveria ter feito no prazo
estabelecido e que não fez.
Os documentos em anexo servem como fundamento para a
proposição da presente AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C
MULTA DIÁRIA, transformando-se no maior fator de nulidade, a
ensejar a procedência da presente ação.
Não poderia, portanto, a Requerida abandonar, desonrando para
com as obrigações previdenciárias de seus funcionários, provocando
assim transtornos aos segurados funcionários, tratando-se de ato
criminoso, passível de responsabilização pelos danos causados,
conforme previsto no § 2º, do artigo 95, da Lei nº 8.212/91.
Além do mais, o ato falho macula a credibilidade da Requerida,
pois decorre de conduta negligente, por descumprimento das
obrigações legais para com os seus funcionários, inclusive, por estar
apropriando de valores pertencentes aos cofres da PREVIDÊNCIA
SOCIAL.
Impõem-se, por isso, e em última instância, o seu dever de
OBRIGAÇÃO DE FAZER, ou seja, atender o pedido de apresentar junto
à Previdência Social os recolhimentos referentes ao período de 01/
1991 à 12/1993, para evitar transtornos da Autora junto à Previdência
Social, apesar de que a fiscalização quanto aos recolhimentos é de
responsabilidade íntegra do INSS – Instituto Nacional do Seguro
Social, não respondendo solidariamente a Requerente, pois a esta cabe
apenas verificar o controle de registro em sua CTPS. Quanto aos
descontos previdenciários funcionais é uma relação entre empresa e
INSS e não dos empregados, pois em caso de não fiscalização do INSS
às empresas, isto implica que no seu silêncio, a estatal-previdenciária
é responsável pelos prejuízos aos empregados, como no caso em tela,
caso não tenha tomado as providências cabíveis dentro do prazo exigido
pela legislação vigente, conforme entendimento de nossos Tribunais
que vem se posicionando da seguinte forma:
424 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

PROCESSUAL CIVIL – PREVIDENCIÁRIO – CONTRIBUIÇÃO


SOCIAL DESTINADA AO SESC E SENAC – INSS –
LEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM –
RESPONSABILIDADE PELA ARRECADAÇÃO E
FISCALIZAÇÃO – ART. 109, I, DA CARTA MAGNA –
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL – Hipótese em que se
discute a competência da Justiça Federal para conhecer e julgar
ação proposta contra a cobrança de contribuição social em
benefício do SESC e SENAC; Observando-se que ao INSS cabe
a responsabilidade pela arrecadação e fiscalização de
contribuição devida por terceiros, e enquadrando-se o caso em
apreço em tal previsão, não há como afastar sua legitimidade
ad causam para figurar no pólo passivo da demanda; - Por
conseguinte, competente a Justiça Federal para conhecer e julgar
o feito haja vista a presença de entidade autárquica na relação
processual estabelecida, de acordo com o disposto no art. 109, I,
da Constituição Federal; - Agravo de instrumento provido. (TRF
5ª R. – AGTR 32142 – (200005000451413) – AL – 2ª T. – Rel.
Des. Fed. Petrucio Ferreira – DJU 23.05.2003 – p. 850/851) (grifo
nosso)

Por todas essas razões, deve ser julgada procedente a presente


AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C MULTA DIÁRIA, para o fim
de que sejam recolhidas as 36 (trinta e seis) contribuições
previdenciárias no que se refere à Autora, condenando-se a demandada
no pagamento da multa diária pleiteada, acrescidas das custas
processuais e honorários advocatícios, em prejuízo ao não recolhimento
em nome da Requerente, bem como apresentar os recolhimentos
devidos, para que seja homologado junto ao INSS – Instituto Nacional
do Seguro Social.

III - DO PEDIDO

REQUER, a V. Exa.,
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 425

a) Seja liminarmente determinado à Empresa Requerida o


recolhimento das 36 (trinta e seis) contribuições
previdenciárias, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, sob
pena de multa diária;
b) A citação da Requerida, para contestar, querendo, a presente
ação, e, ao final, seja acolhido o pedido, e determi-nado o
pagamento da indenização pleiteada.
c) Caso já tenha efetuado os recolhimentos no período
supra-mencionado, esta apresente em Juízo os recolhimentos,
para que sejam averbados junto ao INSS – Instituto Nacional
do Seguro Social.
d) Em caso do não recolhimento dos recolhimentos devidos, seja
oficiado o INSS – Instituto Nacional do Seguro Social, para
as providências cabíveis na esfera administrativa, civil e penal.
e) Em caso de negligência do INSS – Instituto Nacional do Seguro
Social, seja este responsabilizado solidariamente para que seja
averbada o período faltante não recolhido pela Requerida, ou
seja, os 36 (trinta e seis) meses de contribuição, do período
de 01/1991 à 12/1993, para não acarretar prejuízos à
Requerente, quando requerer o seu benefício previdenciário
junto ao referido ente público.
f) Seja, finalmente, a Requerida condenada ao pagamento das
custas e honorários advocatícios.
g) Requer ainda, que a V. Exa., conceder de plano, os benefícios
da Assistência Judiciária, nos termos da Lei nº 1.060/50, por
ser pobre no sentido legal da palavra.

Dá-se à causa o valor de R$ ......................................., para efeitos


fiscais.

Nestes Termos,
Pede Deferimento.
426 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......

RESUMO
O Autor impetra Ação de OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C MULTA DIÁ-
RIA contra ex-empregador por não ter recolhido aos cofres da Previdência
Social, sob pena de estar incorrendo sob as penalidades contidas no arti-
go 168-A do Código Penal (Apropriação Indébita Previdenciária), e tendo o
INSS a responsabilidade pela arrecadação e fiscalização de contribuição
devida por terceiros, e enquadrando-se o caso em apreço em tal previsão,
não há como afastar sua legitimidade ad causam para figurar no pólo pas-
sivo da demanda, conforme norma legal, sendo DIREITO LÍQUIDO E CER-
TO a favor do Autor.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 427

OBRIGAÇÃO DE FAZER – TUTELA ANTECIPATÓRIA – INSS –


REALIZAÇÃO DE PERÍCIA EM PERÍODO DE GREVE

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE


DIREITO DA ...ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ..............................

.........................., brasileiro, casado, (profissão), portador do RG


nº ................ e CPF nº ...................., residente e domiciliado na Rua
................, nº ...., Bairro ..., na cidade e comarca de ................. - ..., por
seu advogado e procurador infra-assinado, vem respeitosamente à
presença de Vossa Excelência propor a presente

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C TUTELA


ANTECIPATÓRIA

em face do INSS - INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO


SOCIAL, por sua Agência ......, localizada na Av. .........., nº ...., na cidade
de ............. - ..., pelas razões de fato e de direito que passa a expor:

I - DOS FATOS

O Requerente trabalha na empresa ................ desde o dia ... de


.......... de ...., onde exerce a função de ............... .
Em .... de ........... de ...., o Requerente submeteu-se a uma cirurgia
na coluna, o que ocasionou sua incapacidade para o trabalho por um
período superior a 15 (quinze) dias consecutivos, conforme faz prova
o Atestado Médico em anexo.
Ciente de seu direito ao benefício de Auxílio-Doença junto ao
Requerido, o Requerente compareceu à Agência ............., em.... de
............. de ...., para requerer a concessão do mesmo, e foi informado
428 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

que deveria ali retornar para a realização de perícia médica, para


constatação de sua incapacidade para o trabalho e consequente
habilitação ao recebimento dos valores a que faria jus.
Ocorre que, na data designada, o requerente compareceu à
Agência ............. do Requerido, para a realização da perícia, e
novamente foi informado que esta não seria possível, vez que os
médicos peritos do INSS encontravam-se em greve.
Certo é que, como o Requerente não “passou pela perícia
médica”, não pôde ser habilitado ao recebimento do beneficio a que
faria jus, de modo que, desde o 16º (décimo sexto) dia de seu
afastamento da empresa, não vem recebendo sua remuneração
diretamente de seu empregador, tampouco do INSS, ora Requerido,
em flagrante desrespeito às normas que regem a matéria.

II - DO DIREITO

A) DO DIREITO DO REQUERENTE À PERCEPÇÃO DO


AUXÍLIO-DOENÇA

A Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, com suas posteriores


alterações, elenca em seu artigo 18 as prestações e benefícios devidos
aos segurados, entre os quais se encontra o Auxílio-Doença (inciso I,
alínea e), conforme prescreve o Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999,
em seu artigo 25, inciso I, alínea e.
A mesma lei, em seu artigo 59, dispõe que “o Auxílio-Doença
será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o
período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu
trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias
consecutivos”.
Conforme posicionado, verifica-se que o Requerente, por motivo
da cirurgia a que foi submetido, ficou incapacitado para o trabalho, e,
ainda, que o mesmo cumpriu o período de carência exigido pela lei,
que é de 12 (doze) contribuições mensais (ar-tigo 25, inciso I, da Lei
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 429

nº 8.213/91), vez que trabalha na empresa .............. há aproximadamente


7 (sete) anos.
Verifica-se, assim, que o Requerente cumpre totalmente os
requisitos elencados pela norma legal, de modo que faz jus ao
recebimento do benefício Auxílio-Doença, o qual deveria estar
recebendo do Requerido desde o 16º (décimo sexto) dia de seu
afastamento do trabalho, conforme preceitua o artigo 60 da já citada
norma, in verbis:

“Art. 60. O auxílio-doença será devido ao segurado empregado a


contar do décimo sexto dia do afastamento da atividade, e, no
caso dos demais segurados, a contar da data do início da
incapacidade e enquanto ele permanecer incapaz.(Redação dada
pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)”

Acontece que, apesar de cumprir todos os requisitos legais e de


haver expressa disposição legal determinando ao Requerido o
pagamento do benefício Auxílio-Doença ao Requerente desde o 16º
(décimo sexto) dia de seu afastamento do trabalho, até a presente data
o mesmo nada recebeu, pois o Requerido alega que o Requerente ainda
não passou por perícia médica que comprove sua incapacidade.
Todavia, em virtude da greve dos médicos peritos do INSS, o
Requerente não tem como comprovar sua incapacidade conforme exige
o Requerido, segundo o artigo 101 da Lei nº 8.213/91, de modo que
necessita de provimento judicial que obrigue o Requerido a pagar ao
Requerente a importância a que faz jus, independentemente da
realização de perícia médica, vez que os documentos médicos em anexo
comprovam sua inaptidão para o trabalho pelo período exigido na lei
que rege a matéria.
Destaque-se que tal pagamento deve abranger todos os valores
devidos ao Requerente, desde o 16º (décimo sexto) dia de seu
afastamento da empresa.
430 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

B) DO DEVER DO REQUERIDO DE ASSEGURAR A


PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS ESSENCIAIS À POPULAÇÃO EM CASOS
DE GREVE

No entanto, caso se leve em conta a necessidade de o Requerente


ter sua inaptidão para o trabalho comprovada por perícia médica, o
que se admite apenas como argumentação, verifica-se que a
disponibilização de médicos para o cumprimento dessa obrigação é
do Requerido, mesmo durante a greve dos médicos peritos.
A obrigação do Requerido de pagar ao Requerente o benefício a
que faz jus, e de realizar a perícia médica no Requerente durante o
PERÍODO DE GREVE dos médicos peritos, decorre da Lei nº 7.783,
de 28 de junho de 1989, a qual dispõe em seu artigo 11 que, durante a
greve, o empregador fica obrigado a garantir à população a prestação
de serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis
da comunidade, sendo que tal obrigação legal decorre do fato de que,
com a paralisação dos serviços essenciais, “é geralmente a população,
e sobretudo os menos abonados, que é transformada pelos sindicatos
dos empregados em instrumento de pressão para impor as
reivindicações formuladas contra os empregadores”. (MIGUEL REALE.
“Greves Selvagens” – publicado em Síntese Trabalhista nº 137 – nov./
2000, p. 5), e mais adiante diz também que “é imperativo pôr um
paradeiro aos atos abusivos e ilícitos a que se expõe a coletividade”.
Mais à frente o artigo 11, parágrafo único, da norma supra-citada,
com o intuito de proteger a população, dispõe que “são necessidades
inadiáveis da comunidade aquelas que, não atendidas, coloquem em
perigo iminente a sobrevivência, a saúde ou a segurança da população”,
notando-se, assim, que o Requerido deve garantir imediatamente ao
Requerente a prestação do serviço de perícia médica para que ele possa
obter o benefício a que faz jus, vez que sua necessidade é inadiável,
posto que depende do recebimento de tal benefício para manutenção
própria e de sua família (esposa e filhos), ou seja, para sua
sobrevivência.
Verifica-se ainda que a obrigação do Requerido, neste caso, é a
de fazer, porquanto, conforme demonstrado, envolve a prática de um
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 431

ato legalmente previsto. Nesse sentido é preciosa a lição de SÍLVIO


RODRIGUES, a qual reza, in verbis:

“Na obrigação de fazer, o devedor se vincula a um determinado


comportamento, consistente em praticar um ato, ou realizar uma
tarefa, donde decorre uma vantagem para o credor.” (Direito Civil,
vol. 2, Parte Geral das Obrigações, Ed. Saraiva, 1989, p. 33)

É imperativo, consequentemente, caso se entenda pela


necessidade de o Requerente realizar perícia médica para a percepção
do beneficio a que faz jus, que se imponha ao Requerido a observância
da norma que foi flagrantemente desobedecida e se disponibilize um
médico perito para a realização da perícia.

C) DA TUTELA ANTECIPATÓRIA

De conformidade com o artigo 461 do CPC, nas ações que tenham


por objeto o cumprimento de obrigação de fazer, como é o caso da
presente ação, “o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou, se
procedente o pedido, determinará providências que assegurem o
resultado prático equivalente ao do adimplemento”.
Com o fim de conceder ao “credor” da obrigação de fazer, como é
o caso do Requerente, o resultado prático equivalente ao adimplemento
da mesma, o § 3º do artigo 461, do CPC, autoriza o juiz a conceder
liminarmente a tutela pretendida, nos casos em que haja fundamento
relevante e justificado receio de ineficácia do provimento final. No
caso em tela, não resta dúvida que coexistem tais requisitos necessários
para a concessão liminar da tutela pretendida pelo Requerente, vez
que seu pedido fundamenta-se na concreta violação de direito que a
lei lhe outorga, o qual deve ser colocado imediatamente à sua
disposição, sob pena de causar a ele e à sua família irreparáveis
prejuízos, ante a natureza alimentar da verba a que faz jus, tornando
ineficaz o provimento final, caso não seja antecipado.
Para fins de efetivação da tutela, requer seja imposta multa diária
ao Requerido por inobservância da determinação liminar, em valor a
432 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

ser fixado por este h. Juízo, nos termos do artigo 461, §§ 4º e 5º, do
Código de Processo Civil.

III) DOS PEDIDOS

DIANTE O EXPOSTO, requer que, sem audição da parte adversa,


seja antecipada liminarmente a tutela, determinando-se ao Requerido
que efetue, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, a contar da
comunicação processual, o pagamento do AUXÍLIO-DOENÇA ao
Requerente; ou que, no mesmo prazo, disponibilize médico para a
perícia, a fim de habilitá-lo ao referido benefício.
Deferida a TUTELA ANTECIPATÓRIA, requer seja efetivada a
citação do Requerido para, querendo, contestar a presente ação, no
prazo legal, sob pena de revelia, acompanhando-a até final decisão,
que deverá julgar PROCEDENTE o pedido inicial, transformado em
definitivo o provimento jurisdicional liminarmente pleiteado.
Requer sejam-lhe concedidos os benefícios da ASSISTÊNCIA
JUDICIÁRIA GRATUITA, nos termos da Lei nº 1.060/50.
Requer, finalmente, provar o alegado por todos os meios de prova
em direito admitidos, inclusive, depoimento pessoal do Requerido.
Dá-se à causa, para efeitos fiscais, o valor de R$ ........
(........................).

Nestes termos,
Pede e espera deferimento e JUSTIÇA!

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 433

RESUMO
O Requerente se vê prejudicado em razão da GREVE dos Peritos
do INSS. Mas o artigo 11, caput e parágrafo único, da Lei nº 7.783, de 28
de junho de 1989, é bem clara quando diz, textualmente:

“Art. 11. Nos serviços ou atividades essenciais, os sindicatos,


os empregadores e os trabalhadores ficam obrigados, de comum
acordo, a garantir, durante a greve, a prestação dos serviços in-
dispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da
comunidade.
Parágrafo único. São necessidades inadiáveis, da comunida-
de, aquelas que, não atendidas, coloquem em perigo iminente a
sobrevivência, a saúde ou a segurança da população.”

Verifica-se, assim, a OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C TUTELA


ANTECIPATÓRIA em períodos de greve, em caso de serviços inadiáveis e
cuja não realização venha trazer e/ou colocar em perigo a saúde ou a vida
do cidadão.
434 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 435

PENSÃO POR MORTE – AÇÃO ORDINÁRIA – INSS- TUTELA


ANTECIPADA – ESTUDANTE UNIVERSITÁRIA DE 21 ANOS –
DEPENDÊNCIA ECONÔMICA

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE


DIREITO DA ...ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ...........................14*

........................, brasileira, solteira, maior, nascida em .../.../....,


estudante universitária do 5º (quinto) período do curso de ..........,
portadora do RG nº ................ e inscrita no CPF sob nº ...................,
residente e domiciliada na Rua ...................., nº ..., CEP .............., com
fundamento nos artigos 3º inciso I, 6º, 194, 201, V, e 205 da
Constituição Federal, e na Lei nº 8.213/91, vem respeitosa-mente através
de seus advogados infra-assinados (instrumento de mandato incluso),
estes com endereço profissional localizado na Rua ..........., nº ..., Bairro
..., nesta cidade e comarca, propor a presente AÇÃO ORDINÁRIA DE
PENSÃO POR MORTE C/C TUTELA ANTECIPATÓRIA em face do
INSS - INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, autarquia
federal, com sede na Av. .........., nº ..., nesta Capital, na pessoa de seu
Procurador, baseando-se, para tanto, nos fundamentos fáticos e
jurídicos a seguir aduzidos:

I – DOS FATOS

1. A Requerente, filha de ............... e .................., vivia sob a


dependência de sua avó ...................., falecida em data de ... de ..............
de ..., conforme faz prova a cópia da Certidão de Óbito em anexo.
2. A falecida era aposentada do INSS, benefício nº ............, e
tinha a guarda da Requerente, decorrente de sentença judicial,
conforme faz prova a Certidão passada pelo Juizado da Infância e da
Juventude da comarca de .............. - ... em ... de ... de ..., aqui anexada,
436 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

a qual a obrigava à prestação de assistência material, moral e


educacional.
3. Após o falecimento da Sra. ..........., a Requerente ingressou
com pedido administrativo solicitando o recebimento da pensão a que
faz jus, tendo o Requerido indeferido o seu pedido, tudo de acordo
com a documentação aqui anexada por cópia.
4. É notória a dependência econômica da Requerente de perceber
o mencionado benefício previdenciário, uma vez que todas as despesas
da casa, bem como as despesas relativas à graduação universitária da
Requerente eram pagas pela avó falecida.
5. E não é só, Excelência. Fazemos acostar à presente as
Declarações de Ajuste Anual do Imposto de Renda de Pessoa Física –
IRPF da falecida, relativas aos exercícios de .... a ...., que demonstram
que a Requerente era sua dependente, bem como os comprovantes de
pagamento das mensalidades escolares, inclusive as mensalidades do
curso universitário, igualmente efetuadas pela “de cujus”.
6. Demais disso, a Requerente sempre viveu sob o mesmo teto e
na companhia de sua falecida avó, no mesmo endereço declinado nesta
peça, conforme pode se observar da documentação ora anexada.
7. A Requerente, atualmente com 21 (vinte e um) anos de idade,
é estudante do 5º (quinto) período do curso de ......... da Faculdade
..........., necessitando da mencionada pensão para custear seus estudos
e prover parte das despesas da sua casa. Caso não perceba esse
benefício, não terá condições de concluir o seu curso universitário,
uma vez que não possui qualquer outro rendimento que lhe garanta a
sobrevivência.
8. Destarte, comprovada a dependência econômica, há de se
garantir o benefício da pensão para aquele que dependa
economicamente do instituidor, no caso, a avó da Requerente.

II – DO DIREITO

A Carta Magna de 1988, fiel aos princípios que nortearam sua


elaboração, outorga ao cidadão brasileiro uma enorme gama de direitos
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 437

e garantias, objetivando o quanto possível o acesso de todos aos


programas, serviços e benefícios fornecidos pelo Poder Público, sempre
tendo em mente que a finalidade primeira e maior de toda atividade
governamental é o bem-estar geral. Portanto, ao versar sobre os
DIREITOS SOCIAIS, em seu artigo 6º, caput, estabelece:

São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a


segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à
infância, a assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição.

Verifica-se, ainda, que o Código Civil brasileiro de 1916


estabelecia que, aos 21 (vinte e um) anos completos, acabava a
menoridade, ficando habilitado o indivíduo para todos os atos da vida
civil (art. 9º), portanto, em conformidade com essa regra, o artigo 16,
inciso I, da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, considerou a idade de
21 (vinte e um) anos como limite à qualidade de beneficiário da pensão
temporária, apesar de o novo Código Civil reduzir para 18 (dezoito)
anos completos a idade em que cessa a menoridade, na qual fica a
pessoa habilitada para todos os atos da vida civil (artigo 5º, caput).
Muito embora aos 18 (dezoito) anos o indivíduo esteja apto a
exercer os atos da vida civil, para fins previdenciários a relação de
dependência merece tratamento diferenciado em relação ao filho e à
pessoa a ele equiparada ou ao irmão, universitário ou que estiver
cursando a escola técnica de 2º grau até 24 anos.
O jovem, no período dos 18 (dezoito) aos 24 (vinte e quatro)
anos, deve dar prioridade à sua formação intelectual para poder melhor
enfrentar o mercado de trabalho. Se por infelicidade, nessa fase da
vida, vier a perder a pessoa responsável pela sua manutenção,
certamente terá de abandonar os estudos e procurar meios para o
próprio sustento.
Douto Julgador, ao examinar o presente processo, Vossa
Excelência deverá levar em conta a situação da Autora, estudante do
Curso de ........ da Universidade ..........., para mantê-la na condição de
dependente para fins previdenciários até os 24 (vinte e quatro) anos,
como incentivo à educação.
438 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

A Constituição Federal, ao estatuir em seu artigo 201, V, que a


pensão por morte será paga aos dependentes do segurado falecido,
evidencia o nítido caráter alimentar do benefício, haja vista que ao
determinar que este será pago àqueles que dependiam economicamente
do segurado morto está a estabelecer que sua finalidade é suprir a
contribuição econômica que o finado pres-tava à família, possibilitando
que esta, em razão da contribuição econômica recebida da previdência
social, permaneça estruturada. De tal modo que a lei, ao estabelecer o
rol de dependentes para tal efeito, deverá obrigatoriamente observar o
parâmetro traçado pela Carta Magna, contemplando todos aqueles que
sejam substancialmente dependentes do segurado falecido.
As disposições legais que fixam como termo final do benefício
de pensão por morte o alcance da idade de 21 (vinte e um) anos ou da
maioridade civil, independentemente da aferição de outros fatores
relevantes que possam evidenciar a continuidade do estado de
dependência, padecem de flagrante inconstitucionalidade, uma vez
que desvirtuam a natureza e finalidade do instituto constitucional,
violando o disposto no artigo 201, V, da Carta Política.
Não bastasse a ofensa ao comando do artigo 201, V, da Carta
Política, a aplicação literal de tais dispositivos legais viola
materialmente ainda o disposto no artigo 205 da Constituição Federal/
1988,que estatui que a educação é direito de todos e deverá ser
promovida e incentivada pelo Estado, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania
e sua qualificação para o trabalho.
Ao excluir o maior de 21 (vinte e um) e menor de 24 (vinte e
quatro) anos de idade, que se encontre cursando universidade, do rol
de dependentes, tolhendo-lhe o direito à percepção do benefício de
pensão por morte, o Estado estaria a promover justamente o oposto do
determinado pelo comando Constitucional, impedindo o pleno
desenvolvimento da pessoa e sua qualificação para o trabalho através
da educação, quando, a teor do que disciplina a Carta Magna, deveria
promover e incentivar a formação educacional dos cidadãos, já que no
mais das vezes o indivíduo hipossuficiente não terá condições
materiais de concluir seus estudos quando privado da contribuição
previdenciária a que faz jus, sendo compelido a ingressar
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 439

prematuramente no mercado de trabalho para que possa prover suas


necessidades inadiáveis, com inevitável prejuízo à sua formação
acadêmica.
A aplicação ou interpretação literal das normas que estabelecem
a maioridade civil como limite para percepção do benefício de pensão
por morte redunda em legitimar ofensa à Constituição da República.
Em tal hipótese há flagrante e incontestável violação aos primados da
isonomia e da razoabilidade, uma vez que estaríamos a legitimar um
estado de fato em que a Requerente, universitária e maior de 21 (vinte
e um) anos, deixaria de ser considerada como dependente, o que se
afigura absurdo e absolutamente irracional. Como se sabe, com o
falecimento de sua guardiã, ocorreu o agravamento da dependência
antes verificada.
Ademais, como já acima salientado, o novo Código Civil reduziu
a maioridade civil para 18 (dezoito) anos de idade, de modo que, caso
não nos divorciemos do entendimento defendido e aplicado pelos
gestores da Previdência Social, estaremos caminhando para
consolidação do entendimento de que a pensão por morte recebida
pelo filho (ou equiparado) do segurado falecido terá de fato por termo
o alcance da maioridade civil.Dessa forma, estaremos excluindo
injustamente grande parte da população do sistema de proteção social,
condenado nossos filhos ao abandono e indiferença estatal, em afronta
ao disposto no artigo 3º, I, da Constituição Federal/1988, isso porque
quase nenhum jovem de 18 (dezoito) anos de idade terá condição
psíquica e material para sobreviver e inserir-se de forma condigna no
mercado de trabalho e em nossa sociedade, senão mediante a atuação
protetiva e solidária do Estado e da Sociedade, mediante sua inclusão
no regime de previdência social, como, aliás, quis o nosso Constituinte.
E em face da aplicabilidade e força de tal raciocínio os nossos
Tribunais vêm se posicionando de forma atuante, repudiando a posição
arcaica quanto à aplicação do disposto no artigo 16, inciso I, da Lei
8.213 de 24 de julho de 1991, e das demais legislações correlatas, sendo
na atual conjuntura aplicado pelos TRF’s (Tribunais Regionais
Federais) e Tribunais Superiores (STF, STJ e TST), com entendimento
idêntico ao aqui esposado, assentando que o os filhos, ou enteados,
bem como o menor sob guarda ou tutela, até 24 (vinte e quatro) anos,
440 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

não perdem a condição de dependente, e assim o direito à percepção


do benefício de pensão por morte, desde que se encontrem cursando
universidade. Vejamos as seguintes jurisprudências a respeito:

“RESPONSABILIDADE CIVIL. PENSÃO MENSAL. LIMITE DO


PENSIONAMENTO. ABATIMENTO DE VALORES PAGOS A
TÍTULO DE SEGURO DE VIDA. I - Termo final do
pensionamento devido às filhas menores da vítima. Fixação em
24 anos, considerando que, nessa idade, as beneficiárias já terão
concluído a sua formação, inclusive em nível universitário. II -
Abatimento dos valores pagos a título de seguro de vida: dissenso
interpretativo não suscetível de configuração. III - Recurso
especial conhecido, em parte, e provido.” (STJ. REsp 333462/
MG. Rel. Min. Barros Monteiro. DJ 24.02.2003. p. 238)

“CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. PENSÃO.


ESTUDANTE UNIVERSITÁRIA. MAIORIDADE. DIREITO. 1.
Tendo como norte o direito à educação, dever do Estado e da
família, deve ser resguardado o direito à percepção de pensão,
ainda que o seu beneficiário tenha atingido a maioridade, até
que o mesmo complete a idade de 24 (vinte e quatro) anos, no
intuito de possibilitar o custeio dos seus estudos universitários.
2. Precedentes do Eg. STJ. 3. Apelação parcialmente provida.”
(TRF 5ª Região. AC 282794/CE. Rel. Des. Federal Luiz Alberto
Gurgel de Faria. DJ 10.04.2003, p. 553)

“PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. PENSÃO


POR MORTE. DEPENDENTE MAIOR DE 21 ANOS.
ESTUDANTE UNIVERSITÁRIO. PRORROGAÇÃO DO
BENEFÍCIO ATÉ OS 24 ANOS DE IDADE. 1. É cabível a
prorrogação do benefício previdenciário de pensão por morte
até que o dependente complete 24 anos de idade, na hipótese de
ser estudante de curso universitário. Precedente. 2. Estando
regularmente instruído o agravo de instrumento, é possível o
seu julgamento imediato, restando prejudicado o agravo
regimental. 3. Agravo de instrumento improvido.” (TRF 4ª Região.
AGA 149033/SC. Rel. Des. Federal Nylson Paim de Abreu. DJU
22.10.2003, p. 592).
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 441

“PENSÃO POR MORTE. FILHO MAIOR DE IDADE.


ESTUDANTE UNIVERSITÁRIO. DEPENDÊNCIA
ECONÔMICA. CARÁTER ALIMENTAR. I - Filho de segurado
da previdência social faz jus à pensão por morte até os vinte e
quatro anos de idade, desde que comprovado o seu ingresso em
universidade à época em que completou a maioridade e a
dependência econômica, a fim de assegurar a verdadeira
finalidade alimentar do benefício, a qual engloba a garantia à
educação. II - Devido à natureza alimentar, não há argumento
que justifique conferir à pensão por morte uma aplicação diversa
da que é atribuída aos alimentos advindos da relação de
parentesco, regulada pelo Direito Civil, sendo certo quenesta
seara vigora o entendimento segundo o qual o alimentando faz
jus a permanecer nesta condição até os 24 (vinte e quatro) anos
de idade se estiver cursando faculdade. III - É preciso considerar
o caráter assecuratório do beneficio, para o qual o segurado
contribuiu durante toda a sua vida com vistas a garantir, no caso
de seu falecimento, o sustento e o pleno desenvolvimento
profissional de seus descendentes que, se vivo fosse, manteria
com o resultado de seu trabalho, por meio do salário ou da
correspondente pensão. IV - Recurso provido.”(TRF 2ª Região,
AC nº 197.037-RJ, Relator Juiz André Fontes, 6ª Turma, unânime,
julgado em 26.06.2002, DJU 21.03.2003)

Desse modo, amparando-se nas razões aqui expostas, em face


do que dispõem os arts. 201, V, e 205 da Carta Magna, torna-se
impositiva a conclusão de que aos dispositivos legais que fixam o
limite de 21 anos como termo final da condição de dependente, para
efeito de percepção do benefício de pensão por morte, deve ser
emprestada interpretação em conformidade com a Constituição
Federal, de modo a se entender que o alcance de referida idade somente
será causa para a extinção da qualidade de dependente do cidadão se
este não se encontrar cursando universidade ou escola técnica de 2º
grau, hipótese em que a manutenção da qualidade de dependente e do
direito à percepção do correspondente benefício de pensão por morte,
por força dos dispositivos constitucionais ventilados, serão
prorrogados até o término de sua formação acadêmica ou o alcance da
442 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

idade limite de 24 (vinte e quatro) anos, quando se presume ter


adquirido condições de manter o próprio sustento.

III – DA NECESSIDADE DE CONCESSÃO DA TUTELA


ANTECIPADA

Tanto o direito à condição de vida digna como o direito à


educação estão inseridos nos chamados direitos fundamentais
garantidos pela Constituição Federal de 1988. Trata-se de garantir o
desenvolvimento do ser humano, seja através do direito à educação,
ao trabalho, à saúde, inclusive a liberdade e felicidade do homem.
O art. 273 do Código de Processo Civil, ao instituir de modo
explicito e generalizado a antecipação dos efeitos da tutela pretendida,
veio com o objetivo de ser uma arma poderosíssima contra os males
corrosivos do tempo no processo.
Pelo regramento processual, basta que o juiz faça uma sumária
cognição para haver a antecipação da tutela pretendida. O direito
aparece como evidente desde logo.
A tutela antecipatória é sempre satisfativa do direito reclamado,
especialmente quando esse mesmo direito é evidenciável sem a
necessidade de proceder a uma instrução probatória tradicional.
No que concerne ao fumus boni juris, o preenchimento de tal
requisito se evidencia ao longo de toda a presente peça, já que,
indubitavelmente, o direito desautoriza a exclusão da Requerente do
recebimento de pensão temporária deixada por sua guardiã.
Com efeito, é manifesta a iminência do prejuízo da Requerente,
lesada em seus já mencionados direitos constitucionais e estatutários
por ato da ré.
Eis aqui presente o fumus boni juris, inegavelmente qualificado.
Pelos fundamentos que aqui vêm sendo expostos, quer em
conjunto, quer isoladamente, merece ser acolhida a pretensão da Autora.
Como se pode observar, a situação atual é insustentável, dado
que a Autora encontra-se na iminência de não concluir o seu curso
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 443

universitário, em razão de não perceber o amparo previdenciário ao


qual faz jus, o que lhe causará inúmeras e gravosas consequências,
com prejuízos que só tendem a aumentar com o passar do tempo, até
se tornarem irreparáveis.
Por essas razões, a tutela antecipada ora pleiteada se reveste de
caráter urgente, fazendo-se mister seja concedida, como meio de evitar
prejuízos ainda mais sérios à Requerente.
A antecipação da tutela é deferível diante do periculum in mora
para o direito ou nas hipóteses de direito evidente. Sobressai evidente
o direito consagrado na Corte Suprema, por isso que a tutela dos
direitos evidentes é plenamente ajustada quando existam os
pressupostos essenciais para a sua concessão.
Eis aqui o periculum in mora, patentemente configurado.
As decisões proferidas pelos juízes de primeiro grau vêm se
mostrando favoráveis ao pleito autoral.
Deve-se ainda registrar que, em casos análogos, os tribunais vêm
decidindo reiteradamente pela concessão da tutela antecipada, valendo
transcrever os seguintes precedentes:

“PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. ESTUDANTE.


MANUTENÇÃO DO BENEFÍCIO. ANTECIPAÇÃO DA TUTELA.
1. A pensão por morte pode ser prorrogada até o beneficiário
completar 24 anos de idade se estiver cursando ensino superior,
porquanto não se mostra razoável interromper o seu
desenvolvimento pessoal e a sua qualificação profissional.
Precedente da Turma. 2. Hipótese em que o pagamento do
benefício deverá ser mantido somente enquanto a pensionista
estiver frequentando o curso, cessando-o quando completar 24
anos de idade. 3. Deferida a antecipação da tutela. 4. Agravo de
instrumento provido.” (TRF 4ª Região. AG 200404010148844/
SC. Rel. Nylson Paim de Abreu. DJ 22.09.2004, p. 587)

Assim, imperativo que se conceda a tutela antecipada, a fim de


que seja concedida a pensão por morte de sua guardiã, em favor do
Requerente, para o fim de receber a pensão temporária até julgamento
444 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

final da presente Ação, visto que cabalmente configurados o periculum


in mora e o fumus boni juris, e tendo em vista, ainda, a premência
imposta pelas circunstâncias que permeiam o caso vertente, sob pena
de danos irreparáveis ou de difícil reparação e graves prejuízos à
Requerente.

IV – DOS PEDIDOS

DIANTE O EXPOSTO, restando evidenciada a iminência de


violação aos direitos e interesses da Requerente, requer:

1. A concessão de tutela antecipada, a fim de que seja assegurada


a percepção da pensão até julgamento final da presente Ação,
visto que cabalmente configurados o periculum in mora e o
fumus boni juris, sob pena de danos irreparáveis ou de difícil
reparação e graves prejuízos à Requerente;

2. Determinar a CITAÇÃO do INSS, no endereço declinado acima,


através de seu Procurador Chefe, no endereço já mencionado,
para, querendo, contestar a presente Ação, sob pena de
confissão e revelia;

3. Determinar a cientificação da Ação ao Ministério Público, para


intervir no feito;

4. Julgar PROCEDENTE O PEDIDO EM TODOS OS SEUS


TERMOS, condenando o Requerido a assegurar a pensão
previdenciária à Requerente até os 24 (vinte e quatro) anos de
idade ou até a conclusão do curso universitário, pois o
benefício pensão temporária por morte é essencial para a
Autora, no que concerne às condições mínimas de
sobrevivência, bem como o acesso à formação educacional e
profissional;

5. Condenar o Requerido ao pagamento de honorários


advocatícios na base de 20% (vinte por cento), calculados sobre
o valor da condenação;
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 445

6. A condenação do Requerido, ainda, ao pagamento das custas


processuais e demais cominações legais;

7. Determinar a concessão da Assistência Judiciária, haja vista a


Autora não ter condições de arcar com custas processuais e
honorários advocatícios, sem prejuízo da manutenção, sua e
da família, nos termos da Lei nº 1.060/50, com as alterações
introduzidas pelas legislações posteriores.

Por fim, requer provar o alegado por todos os meios de prova em


direito admitidos, especialmente a documental, testemunhal,
depoimento pessoal, perícias e demais provas que este E. Juízo achar
conveniente para ser inconteste em todos os sentidos.
Dá-se à presente causa o valor de R$ ......... (..................... reais).

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. ........

RESUMO
A Requerente justifica seu pedido de Pensão por Morte junto ao
INSS em razão do falecimento de sua avó, pessoa que detinha a Guarda
da Requerente por força de sentença judicial, o que a obrigava à prestação
de assistência material, moral e educacional. E, na data do falecimento de
sua guardiã, a Requerente continuava, em relação aos seus estudos, total-
mente sob a dependência da falecida.
446 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Este modelo também pode ser aplicado quando a dependência eco-


nômica decorrer dos pais ou de qualquer outro que venha a substituir-lhes
a figura.
Em comarcas onde não existe a JUSTIÇA FEDERAL, poderão as
Ações Previdenciárias ser propostas junto à JUSTIÇA ESTADUAL, excetu-
ando as comarcas onde existem as Varas da JUSTIÇA FEDERAL, de con-
formidade com o § 3º, do artigo 109 da CF/1988.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 447

PENSÃO POR MORTE – INSS – COMPANHEIRA – DEPENDÊNCIA


ECONÔMICA – UNIÃO ESTÁVEL

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE


DIREITO DA ...ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ...........................

...................., brasileira, viúva, do lar, residente e domiciliada na


Rua ............, nº ..., Jardim ........, nesta cidade, através de seu advogado
e procurador infra-assinado, vem respeitosamente à presença de V.
Exa. propor contra o INSS - Instituto Nacional do Seguro Social,
autarquia federal, com Procuradoria Regional situada na Av. ......., nº
..., CEP ........, na cidade e comarca de .............. - ..., a presente AÇÃO
SUMÁRIA DE PENSÃO POR MORTE, do espólio ..................., com
amparo nos termos do artigo 74 da Lei nº 8.213/91, do art. 105 do
Decreto nº 3.048/99, c/c arts. 6º e 201, inciso V, § 5º, da Constituição
Federal, e artigo 282 do CPC, mediante os seguintes fatos e
fundamentos:
1. O espólio .............. era contribuinte da Previdência Social, sob
inscrição nº ......, e era esposo da Requerente desde 14 de setembro de
1968, conforme documentos anexos, ou seja, Certidão de Óbito,
Certidão de Casamento, CPF, RG, Laudo Médico p/ Emissão AIH,
Carteira de Trabalho, PIS, que comprovam que era trabalhador urbano,
contribuinte da PREVIDÊNCIA SOCIAL e esposo da Requerente.
2. A Requerente não recebe nenhum tipo de benefício da
Previdência Social, nem de outro regime previdenciário.
3. O falecido, .................., teve como causa mortis, conforme
consta do atestado de óbito, a MORTE NATURAL, deixando 5 (cinco)
filhos, que são: ............ (30), ............... (27), ....... (25), ............ (21) e
.............. (20).
4. A Lei nº 8.213, de 24.07.1991, c/c o art. 105 do Decreto nº
3.048/99, em seu art. 74 diz:
448 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

“Art. 74. A pensão por morte será devida ao conjunto dos


dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não, a contar
da data: (Redação dada ao “caput” pela Lei nº 9.528, de 10.12.1997)
I - do óbito, quando requerida até trinta dias depois deste; (Inciso
acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.1997)
II - do requerimento, quando requerida após o prazo pre-visto
no inciso anterior; (Inciso acrescentado pela Lei nº 9.528, de
10.12.1997)
III - da decisão judicial, no caso de morte presumida. (Inciso
acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.1997)”

5. O artigo 5º, inciso XIII, da Constituição Federal diz: “Todos


são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,
(...)”.
6. O art. 6º, da Constituição Federal, diz: “São direitos sociais a
educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a PREVIDÊNCIA
SOCIAL, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados, na forma desta Constituição”.
7. A Requerente era esposa do espólio ............, conforme provas
documentais, portanto, fazendo jus à Pensão por Morte, em
conformidade com o artigo 226, § 3º, da Carta Magna, que reza: “Para
efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estávelentre o
homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua
conversão em casamento”, conforme a Lei nº 9.278, de 10 de maio de
1996, denominada LEI DE UNIÃO ESTÁVEL, e demais legislações
pertinentes à matéria, que de acordo com Ementários das
Jurisprudências Previdenciárias, pacificados pelos nossos Tribunais,
dizem:

“PENSÃO POR MORTE – COMPANHEIRA – PRELIMINAR DE


CARÊNCIA DE AÇÃO REJEITADA – QUALIDADE DE
SEGURADO – DEPENDÊNCIA ECONÔMICA – PRESENTES OS
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 449

REQUISITOS LEGAIS – SENTENÇA MANTIDA – Comprovada


a união estável mantida entre a autora e o de cujus, bem como a
existência de filhos em comum, é reconhecido o direito à pensão
previdenciária, conforme Decreto-Lei nº 66/66, que deu nova
redação ao art. 11 da Lei nº 3.807/60, e Lei nº 5.890/73. Preliminar
rejeitada. Outrossim, a dependência econômica da autora, na
hipótese, é presumida, a teor do disposto no art. 10, I, c.c. o art.
12, da CLPS. Assim sendo, há que se ter por preenchidos os
requisitos legais para a obtenção do benefício. Recurso do INSS
a que se nega provimento.” (TRF 3ª R. – AC 91/03/038685-6 - SP
– 5ª T. – Relª Desª Fed. Suzana Camargo – DJU 10.10.2000)

“PENSÃO POR MORTE – COMPANHEIRA SEM FILHOS DE


SEGURADO – DEPENDÊNCIA ECONÔMICA COMPROVADA
– DIES A QUO DO BENEFÍCIO – 1. Para a comprovação da
qualidade de companheira é suficiente qualquer elemento que
possa levar à convicção do juiz. Art. 20, item XVI do Reg.
Benefícios. 2. Comprovada a condição de segurado do de cujus e
sendo presumida a dependência econômica da companheira, faz
jus a autora ao benefício pleiteado. 3. Não havendo requerimento
feito administrativamente, o termo inicial do benefício deverá
ser fixado a partir da citação. 4. Remessa oficial parcialmente
provida. Apelação do INSS improvida.” (TRF 3ª R. – AC 98/03/
087861-1 – SP – 1ª T. – Rel. Des. Fed. Oliveira Lima – DJU
28.12.1999)

“PREVIDENCIÁRIO – PENSÃO POR MORTE – EX-


COMPANHEIRA – REQUISITOS – 1. A valoração da prova
exclusivamente testemunhal da dependência econômica e do
concubinato de ex-segurado é válida se apoiada em indício
razoável de prova material. 2. Recurso não conhecido.” (STJ –
REsp 142601 – PE – 5ª T. – Rel. Min. Edson Vidigal – DJU
03.08.1998 – p. 285)

8. Pelo exposto, após satisfeito o requerimento, vem requerer a


citação do Réu, por seu procurador-regional, no mesmo endereço
declinado no preâmbulo da inicial, via AR, para os termos da presente
450 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Ação, com prazo de 60 (sessenta) dias e as advertências legais, e que V.


Exa. se digne julgar procedente a presente ação e, a final, condenar o
Réu à concessão ao Requerente da Ação Sumaríssima de PENSÃO
POR MORTE, a partir da data do óbito (29.10.2001), bem como emitir
o carnê do benefício corrigido monetariamente, juros de mora e
honorários advocatícios, incidentes sobre o valor da conta de
liquidação, calculados na forma da Lei.
9. Requer a produção de provas testemunhais e pericial,
protestando pela outras provas que se fizerem necessárias, dando
ciência da ação ao RMP para que, querendo, nela intervenha.
10. Requer, ainda, que V. Exa. conceda, de plano, os benefícios
da Assistência Judiciária, nos termos do artigo 128 da Lei nº 8.213/91,
com as alterações que lhe foram introduzidas pela Lei nº 8.620/93,
combinada com a Lei nº 1.060/50.
11. Dá-se à causa, para efeitos fiscais, o valor de R$ ..........
(............................).

Pede deferimento,

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......

RESUMO
A companheira faz jus ao benefício previdenciário “Pensão por Mor-
te” de seu companheiro, desde que comprovado por documentos, em aten-
dimento ao que assegura a CF em seu art. 226, § 3º, DA UNIÃO ESTÁ-
VEL.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 451

PENSÃO POR MORTE – INSS – CÔNJUGE – DEPENDÊNCIA


ECONÔMICA

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE


DIREITO DA ...ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ..........................

....................., brasileira, viúva, do lar, residente e domiciliada


na Rua ..........., nº ..., Jardim ........., nesta cidade, através de seu
advogado e procurador infra-assinado, vem respeitosamente à presença
de V. Exa. propor contra o INSS - Instituto Nacional do Seguro Social,
autarquia federal, com Procuradoria Regional situada na Av. ......., nº
..., CEP .........., na cidade e comarca de ............... - ..., a presente AÇÃO
SUMÁRIA DE PENSÃO POR MORTE, do espólio .............., com
amparo nos termos do artigo 74 da Lei nº 8.213/91, do art. 105 do
Decreto nº 3.048/99, c/c arts. 6º e 201, inciso V, parágrafo 5º, da
Constituição Federal, e artigo 282 do CPC, mediante os seguintes fatos
e fundamentos:
1. O espólio .................... era contribuinte da Previdência Social,
sob inscrição nº ........, e era esposo da Requerente desde 21 de abril de
1967, conforme faz prova a Certidão de Casamento. Faleceu em 30 de
outubro de 2003, e era segurado da PREVIDÊNCIA SOCIAL até a data
do óbito, conforme faz prova o registro de sua CTPS, além de outros
documentos anexos, ou seja, a Certidão de Óbito, CPF, RG, Laudo
Médico p/ Emissão AIH, Carteira de Trabalho, PIS, e Guias da
Previdência Social (GPS), que comprovam que era trabalhador urbano,
contribuinte da PREVIDÊNCIA SOCIAL e esposo da Requerente.
2. A Requerente não recebe nenhum tipo de benefício da
Previdência Social, nem de outro regime previdenciário.
3. O falecido, .................., teve como causa mortis, conforme
consta do atestado de óbito, a MORTE NATURAL, deixando 2 (dois)
filhos, que são: ................. (27) e ................ (21).
452 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

4. O Decreto nº 3.048/99, art. 105, combinado com a Lei nº 8.213


de 24 de julho de 1991, art. 74, diz:

“Art. 105. A pensão por morte será devida ao conjunto dos


dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não, a contar
da data: (Redação dada ao “caput” pela Lei nº 9.528, de 10.12.1997)
I - do óbito, quando requerida até trinta dias depois deste; (Nova
redação dada pelo Decreto nº 5.545, de 22.09.2005 – DOU de
23.09.2005)
II - do requerimento, quando requerida após o prazo previsto no
inciso anterior;
III - da decisão judicial, no caso de morte presumida.”

5. O artigo 5º, inciso XIII, da Constituição Federal diz que: “Todos


são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,
(...)”.
6. O art. 6º da Constituição Federal diz: “São direitos sociais a
educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a PREVIDÊNCIA
SOCIAL, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados, na forma desta Constituição”.
7. De conformidade com a Lei nº 8.213/91, a Requerente obedece
as exigências legais, conforme se vê:

“Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social,


na condição de dependentes do segurado:
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não
emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um)
anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental
que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado
judicialmente; (Redação dada pela Lei nº 12.470, de 2011)
(...)
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 453

§ 4º. A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso


I é presumida e a das demais deve ser comprovada.”

8. Independe de carência a PENSÃO POR MORTE, pois a Lei nº


8.213/91 diz:

“Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes


prestações:
I - pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-família e auxílio-
acidente; (NR) (Redação dada ao inciso pela Lei nº 9.876, de
26.11.1999, DOU 29.11.1999)”

9. A Requerente era esposa do espólio .................., conforme


provas documentais, portanto, fazendo jus à Pensão por Morte, de
conformidade com a legislação em vigor e demais legislações
pertinentes à matéria. E, quanto ao assunto em tela, abaixo seguem os
Ementários Jurisprudenciais Previdenciários, de nossos Tribunais, que
dizem:

“PENSÃO POR MORTE – PRESENTES OS REQUISITOS


LEGAIS PARA CONCESSÃO DO BENEFÍCIO – TERMO
INICIAL DO BENEFÍCIO – SENTENÇA IMPROCEDENTE –
REFORMADA – RECURSO PROVIDO – A dependência
econômica da esposa e filhos em relação ao falecido segurado é
presumida, nos termos do § 4º do art. 16 da Lei nº 8.213/91.
Impõe-se a concessão do benefício de pensão por morte, pois
presentes os requisitos legais da condição de segurado do de
cujus e da qualidade de dependente de quem ajuíza a demanda.O
termo inicial do benefício, nos termos do art. 219 do CPC, deve
ser fixado a partir da citação. Honorários advocatícios mantidos
em 15% (quinze por cento) sobre o total da condenação, consoante
a previsão do art. 20 do Código de Processo Civil e entendimento
assente nesta Turma. Juros moratórios devidos à razão de 6%
(seis por cento) ao ano, a partir da citação, nos termos dos arts.
454 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

1.062 e 1.536, § 2º, do Código Civil c/c o art. 219 do Código de


Processo Civil. A incidência da correção monetária deve se dar a
partir do vencimento de cada parcela em atraso, calculada na
forma da Lei nº 6.899/81, até a edição da Lei nº 8.213/91, observado
o disposto no Provimento nº 24, de 29/04/1997, da Corregedoria
Geral desta Egrégia Corte. Havendo litigância sob os auspícios
da assistência judiciária gratuita, é incabível a condenação em
custas da autarquia ré, se efetivamente a parte autora não
suportou tal ônus. Apelo provido.” (TRF 3ª R. – AC 1999/03/
99.044544-0 – 1ª T. – Rel. Juiz Gilberto Jordan – DJU 28.11.2000
– p. 400)

“PENSÃO POR MORTE – PROVA DA CONDIÇÃO DE


SEGURADO – PROVA DE DEPENDÊNCIA ECONÔMICA –
ESPOSA DE SEGURADO – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. –
1 - Comprovada a condição de segurado do “de cujus”, através
de provas material e testemunhal. 2 - A autora, por ser esposa
do segurado falecido, é dependente presumida, dispensando-se
a prova da dependência econômica, fazendo ela jus ao benefício
pleiteado. 3 - Honorários advocatícios mantidos na porcentagem
de 15% sobre o montante da condenação, excluídas as prestações
vincendas. Súmula nº 111 do STJ. Art. 20 do CPC.” (TRF 3ª R. –
AC 293.551 – SP – 1ª T. – Rel. Juiz Oliveira Lima – DJU
24.03.1998)

10. Pelo exposto, satisfeito o requerimento, vem requerer a citação


do Réu, através de seu procurador-regional, no mesmo endereço
declinado no preâmbulo da inicial, via AR, para os termos da presente
Ação, com prazo de 60 (sessenta) dias, e as advertências legais. Que V.
Exa. se digne julgar procedente a presenteação e, a final, condenar o
Réu à concessão ao Requerente da Ação Sumaríssima de PENSÃO
POR MORTE, a partir da data do óbito (29.10.2001), bem como emitir
o carnê do benefício corrigido monetariamente, juros de mora e
honorários advocatícios, incidentes sobre o valor da conta de
liquidação, calculados na forma da Lei.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 455

11. Requer a produção de provas testemunhais e pericial,


protestando pela outras provas que se fizerem necessárias, dando
ciência da ação ao RMP para que, querendo, nela intervenha.

12. Requer, ainda, que V. Exa. conceda, de plano, os benefícios


da Assistência Judiciária, nos termos da Lei nº 1.060/50, por ser a
requerente pobre no sentido legal da palavra.

13. Dá-se à causa, para efeitos fiscais, o valor de R$ ..........


(.............................).

Nestes Termos,
Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......

RESUMO
O cônjuge faz jus ao benefício previdenciário Pensão por Morte, con-
forme assegurado pela CF e pela Lei nº 8.213/91, art. 74.
Em comarcas onde não existe a JUSTIÇA FEDERAL, poderão as
Ações Previdenciárias ser propostas à JUSTIÇA ESTADUAL, excetuando
as comarcas onde existem as Varas da JUSTIÇA FEDERAL, de conformi-
dade com o § 3º, do artigo 109 da CF/88.
456 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 457

PENSÃO POR MORTE – SERVIDOR PÚBLICO – PROVA DE


DEPENDÊNCIA ECONÔMICA

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE


DIREITO DA ...ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ...........................

....................., brasileira, viúva, do lar, CPF nº ..............., RG nº


..........., residente e domiciliada na Rua ............, nº ..., nesta cidade e
comarca, através de seu advogado e procurador infra-assinado, vem
respeitosamente à presença de V. Exa. propor contra a PREFEITURA
MUNICIPAL DE .............., órgão público, sediada na Rua ............, nº
..., nesta cidade e comarca de ............... - ..., a presente AÇÃO DE
PENSÃO POR MORTE, do espólio ....................., com amparo no artigo
74 da Lei nº 8.213/91, no art. 105 do Decreto nº 3.048/99, c/c arts. 6º e
201, inciso V, § 5º, da Constituição Federal, e no artigo 282 do CPC,
mediante os seguintes fatos e fundamentos:

1. O falecido, .............., era APOSENTADO POR INVALIDEZ


junto à Requerida desde ... de ........... de ...., e era concubino da
Requerente desde ....... de ...., tendo falecido em ... de ............... de ....,
conforme documentos anexos que comprovam que a Requerente era
concubina do falecido, quais sejam: Certidão de Óbito, Certidão de
Nascimento do casal, CPF e RG do casal, Declaração de Convivência
Marital – UNIÃO ESTÁVEL, Correspondência da Receita Federal do
casal, Aviamento de Receituário Médico da Requerida, comprovante
de conta conjunta no BANCO .......... S/A, Conta de Luz, Carteira de
Trabalho do falecido, Ficha de Internação do falecido no HOSPITAL
DE BASE de ....... .

2. O falecido, .............., teve como causa mortis , conforme


demonstrado pelo médico na Certidão de Óbito, a MORTE POR
INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA, PNEUMONIA
ASPIRATIVA, NEOPLASIA GÁSTRICA e ANASARCA, não deixando
filhos nem bens a inventariar.
458 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

3. O falecido era aposentado por invalidez, desde ... de .......... de


...., conforme Portaria nº 027/99, de ... de ....... de ...., expedida pelo
Prefeito Municipal da PREFEITURA MUNICIPAL DE .................
(documento anexo).
4. De conformidade com a Lei nº 8.213/91, a Requerente obedece
as exigências legais, conforme se vê:

“Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social,


na condição de dependentes do segurado:
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não
emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um)
anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental
que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado
judicialmente; (Redação dada pela Lei nº 12.470, de 2011)
(...)
§ 4º. A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso
I é presumida e a das demais deve ser comprovada.”

5. Independe de carência a PENSÃO POR MORTE, pois a Lei nº


8.213/91 diz:

“Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes


prestações:
I - pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-família e auxílio-
acidente; (NR) (Redação dada ao inciso pela Lei nº 9.876, de
26.11.1999, DOU 29.11.1999)”

6. O artigo 5º, inciso XIII, da Constituição Federal diz: “Todos


são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,
(...)”.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 459

7. O art. 6º da Constituição Federal diz: “São direitos sociais a


educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a PREVIDÊNCIA
SOCIAL, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados, na forma desta Constituição”.

8. A Requerente era CONCUBINA do falecido, .....................,


conforme provas documentais, portanto, fazendo jus à Pensão por
Morte, em conformidade com a legislação em vigor e demais legislações
pertinentes à matéria. E, quanto ao assunto em tela, abaixo seguem os
Ementários Jurisprudenciais Previdenciários, de nossos Tribunais, que
dizem:

“IPESP – CONCUBINA DE SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL –


Pensão mensal por morte correspondente a 100% dos proventos
do morto – Admissibilidade – Procedência do pleito – Provada
relação concubinária – Postulação administrativa facultativa –
Recurso a que se nega provimento.” (TJSP – AC 54.518-5 – São
Paulo – 5ª CDPúb. – Rel. Des. William Marinho – j. 23.03.2000 –
v.u.)

“PREVIDÊNCIA SOCIAL – PENSÃO – CONCUBINA –


DEPENDÊNCIA ECONÔMICA E CONVIVÊNCIA MORE
UXORIO COMPROVADAS – PROCEDÊNCIA DO PEDIDO –
ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA – HONORÁRIOS DE ADVOGADO
– 1 – Comprovadas a dependência econômica e a convivência
“more uxorio”, a pensão previdenciária por morte do segurado é
devida à concubina. 2 – Os honorários de advogado são devidos
mesmo que a parte seja beneficiária de assistência judiciária. 3 –
Apelação e Remessa Oficial denegadas. 4 – Recurso Adesivo
provido em parte. 5 – Sentença reformada parcialmente.” (TRF
1ª R. – AC 01000010640 – MA – 1ª T. – Rel. Juiz Catão Alves –
DJU 14.08.2000 – p. 34)

“PENSÃO POR MORTE – CONCUBINA – DEPENDÊNCIA


ECONÔMICA PRESUMIDA – PRESENTES OS REQUISITOS
460 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

LEGAIS – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS – Como se


depreende dos depoimentos das testemunhas, restou
amplamente comprovada a união estável mantida entre a autora
e o de cujus e, assim, a dependência econômica é presumida, a
teor do disposto no art. 16, I, c/c o § 4º, da Lei nº 8.213/91. Assim
sendo, há que se ter por preenchidos os requisitos legais para a
obtenção do benefício. Os honorários advocatícios foram fixados
em 10% sobre o valor da condenação, atendendo ao preceituado
no art. 20, §§ 3º e 4º do Código de Processo Civil, devendo,
apenas, ser excluídas as parcelas vincendas de sua base de
cálculo, em atenção à Súmula nº 111 do STJ. Recurso do INSS a
que se dá parcial provimento.” (TRF 3ª R. – AC 97/03/044936-0
– SP – 5ª T. – Relª Desª Fed. Suzana Camargo – DJU 12.12.2000
– p. 462)

9. DIANTE DO EXPOSTO, satisfeito o requerimento, vem


requerer a citação da Ré, através do Prefeito Municipal, no mesmo
endereço declinado no preâmbulo da inicial, via AR, para os termos
da presente Ação, com prazo de 60 (sessenta) dias e as advertências
legais, e que V. Exa. se digne julgar procedente a presente ação e, a
final, condenar a Ré à concessão à Requerente da Ação de PENSÃO
POR MORTE, a partir da data do óbito (07.11.2002), bem como emitir
o carnê do benefício corrigido monetariamente, juros de mora e
honorários advocatícios, incidentes sobre o valor da conta de
liquidação, calculados na forma da Lei.

10. Requer a produção de provas testemunhais e pericial,


protestando pelas outras provas que se fizerem necessárias, dando
ciência da ação ao RMP para que, querendo, nela intervenha.

11. Requer, ainda, que V. Exa. conceda, de plano, os benefícios


da Assistência Judiciária, nos termos da Lei nº 1.060/50, por ser pobre
no sentido legal da palavra.

12. Dá-se à causa, para efeitos fiscais, o valor de R$ ........


(..........................).
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 461

Nestes Termos,
Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......

RESUMO
O cônjuge e companheira fazem jus ao benefício previdenciário “Pen-
são por Morte”, conforme assegurado pela CF e pela Lei nº 8.213/91, artigo
74.
Em comarcas onde não existe a JUSTIÇA FEDERAL, poderão as
Ações Previdenciárias ser propostas à JUSTIÇA ESTADUAL, excetuando
as comarcas onde existem as Varas da JUSTIÇA FEDERAL, de conformi-
dade com o § 3º, do artigo 109 da CF/88.
462 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 463

PENSÃO POR MORTE – INSS – VIÚVA – FILHO MENOR – LEI Nº


8.213/91 – ART. 273/CC, I – COMUNHÃO UNIVERSAL DE BENS -
VÍNCULO EMPREGATÍCIO – RECLAMAÇÃO TRABALHISTA –
PROCEDÊNCIA

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DA ...ª


VARA FEDERAL PREVIDENCIÁRIA DE ............ – SEÇÃO JUDICIÁRIA
DO ESTADO DO............

........................, brasileira, viúva, do lar, por seus advogados infra-


assinados, com escritório profissional na Rua ..........., n. ...., nesta
cidade, conforme instrumento de mandato incluso, vem
respeitosamente perante V. Exa. propor AÇÃO ORDINÁRIA DE
PENSÃO POR MORTE contra o INSS - INSTITUTO NACIONAL DO
SEGURO SOCIAL, Autarquia Federal, com sede na Rua ..........., n. ....,
o que faz com fulcro nos arts. 282 e ss. do Código Civil, art. 273, I, do
Código de Processo Civil, arts. 12 e ss. da Lei nº 8.213/91, pelos motivos
de fato e de direito que a seguir expõe:

1. DOS FATOS

A Requerente foi casada durante mais de 10 (dez) anos com


.................., pelo regime de comunhão universal de bens, sendo que
da união foi gerado um filho, chamado ..........., que hoje se encontra
com ... (........) anos, conforme documentação comprobatória em anexo.
Em razão da morte do marido da requerente, em ... de .......... de
..., a mesma se cadastrou junto ao INSS no ano seguinte, em ... de
........... de ..., para receber o benefício de pensão por morte.
Ocorre que, conforme as fotocópias do processo junto ao INSS,
anexas, foi negada a concessão de tal benefício, sob o argumento de
464 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

que não haviam sido encontradas provas materiais do vínculo


empregatício do “de cujus”.
No entanto, a Requerente, representando o Espólio do “de cujus”,
propôs uma Reclamatória Trabalhista, perante a ...ª Vara do Trabalho
de ..........., contra o empregador do falecido, Comércio de ............., autos
nº ......, sendo que neste processo houve um acordo entre as partes em
que foi reconhecido o vínculo trabalhista do “de cujus”, no período de
... de .......... de .... a ... de ............ de ...., tendo sido a fotocópia da ata de
audiência juntada no processo administrativo do INSS, ora requerido.
Portanto, verifica-se que não há qualquer razão para o
indeferimento da pensão por morte junto ao INSS, motivo pelo qual a
requerente vem através desta postular seus direitos em Juízo.

2. DO DIREITO

Houve o indeferimento pelo INSS do benefício de pensão por


morte, feito pela requerente, sob a argumentação de que não fora
comprovado o vínculo empregatício do “de cujus”.
No entanto, como demonstrado anteriormente, no processo
administrativo junto ao INSS, para o recebimento de tal benefício, foi
juntado Termo de Audiência homologado pela Juíza da ...ª Vara do
Trabalho de ............, em que foi reconhecido o vínculo empregatício
do “de cujus” com a reclamada, Comércio de ........., no período de .../
.../.... a .../.../...., tendo esta empresa efetuado o seu respectivo registro
junto ao Ministério do Trabalho, bem como os recolhimentos junto ao
INSS.
Dessa forma, razão não há para que o benefício de pensão por
morte deixe de ser concedido, pois que a única alegação do INSS quando
do indeferimento não tem qualquer respaldo.
E, conforme o disposto no art. 16, I, da Lei nº 8.213/91, a
requerente, como dependente do “de cujus”, faz jus ao recebimento da
pensão por morte.
Pelos fatos anteriormente mencionados, a requerente vem através
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 465

desta pleitear a concessão da “pensão por morte”, em razão do


falecimento de seu marido, ................, com data retroativa ao pedido
do benefício junto ao INSS, ou seja, desde ... de ............. de .... .

3. DO REQUERIMENTO

Pelo exposto, requer seja julgada totalmente procedente a presente


ação, para conceder à requerente o benefício de pensão por morte, em
razão do falecimento de seu marido, ..................., com data retroativa a
... de ............... de ...., citando-se o Requerido na pessoa de seu
representante legal para, querendo, apresentar a defesa que tiver, sob
pena de revelia, no prazo legal, com a condenação desta nas custas
processuais e honorários advocatícios.
Protesta por todos os meios de prova admitidos em direito,
especialmente, ouvida de testemunhas e juntada de documentos.

4. DO VALOR DA CAUSA

Dá-se à causa o valor de R$ ....... (...........................).

N. Termos,
P. Deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......
466 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

ROL DE TESTEMUNHAS:
1. ................., (endereço);
2. ................., (endereço);
3. ................., (endereço).

RESUMO
A requerente havia feito seu pedido de pensão por morte junto ao
INSS em razão do falecimento de seu marido, com quem era casada sob
comunhão universal de bens. O pedido restou indeferido sob o argumento
de que não ficou comprovado vínculo empregatício do “de cujus”. Em face
da decisão judicial na esfera trabalhista, reconhecendo o vínculo
empregatício, requer-se a concessão do benefício da pensão por morte.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 467

PRORROGAÇÃO DO PRAZO – PREVIDENCIÁRIO – NECESSIDADE


DE EVITAR DECADÊNCIA OU PRESCRIÇÃO – DIFICULDADE
COMUNICAÇÃO

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL


DA ....ª VARA PREVIDENCIÁRIA DE .......................- SEÇÃO
JUDICIÁRIA DO ESTADO DE .......................................

AÇÃO ORDINÁRIA DE .....


Processo nº

.........................., (qualificação), já devidamente qualificado na peça


exordial dos autos da presente em epígrafe, tendo em vista que propõe
contra do INSS – Instituto Nacional do Seguro Social, também já
qualificado no feito, e ajuizada nesta Vara e Juízo, com fulcro nos artigos
181 e 37 do Código de Processo Civil, requer a DILAÇÃO DO PRAZO
por 15 (quinze) dias para a juntada do competente Instrumento de
Mandato, tendo em vista que o Requerente encontra-se com
dificuldades em remeter a procuração ao seu advogado e procurador,
devido à deficiência dos meios de comunicação na cidade em que se
localiza, devido a inundação ocorrida, conforme noticiado pela
impressa escrita e falada.

Nestes termos,
Pede deferimento.

(Local e data)
468 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Advogado
OAB/....... nº ...................

RESUMO
O advogado requer Dilação do Prazo, para que o requerente possa
remeter a procuração para a constituição de seu advogado e procurador.
Em Comarcas onde não existe a JUSTIÇA FEDERAL, poderão as
ações previdenciárias ser propostas junto à Justiça Estadual, em confor-
midade disposto no § 3º, do artigo 109, da CF/1988.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 469

RECURSO ADMINISTRATIVO – ACIDENTE DE TRABALHO –


EMPREGADO – AUXÍLIO-ACIDENTE – PERÍCIA

ILUSTRÍSSIMO(A) SENHOR(A) PRESIDENTE E DEMAIS MEMBROS


DA JUNTA DE RECURSOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL.

............................, portador do CPF nº .................., da Cédula de


Identidade/RG nº ..................... SSP/..., NIT nº ................, residente na
Rua .............., nº ..., na cidade de ................, Estado de ........., não se
conformando com o INDEFERIMENTO DO PEDIDO DE AUXÍLIO-
DOENÇA – ACIDENTE DO TRABALHO, em decisão proferida no
processo de benefício nº ........., vem, através deste, RECORRER dessa
decisão, pelas razões que a seguir expõe:
Na data de .../.../...., o requerente entrou com um pedido de
auxílio-doença de acidente de trabalho, o qual foi indeferido em .../.../
.... . A decisão fundamentou-se na FALTA DE NEXO CAUSAL ENTRE
ACIDENTE E TRABALHO, não reconhecendo a perícia médica nexo
entre doença e acidente de trabalho, NÃO considerando o requerente
incapacitado para o trabalho.
O requerente trabalhava na empresa ............., prestando serviços
à Prefeitura de ............., e seu trabalho consistia na limpeza e
conservação das ruas e praças da cidade.
Na data de .../.../...., quando operava a máquina roçadeira – que
serve para cortar grama e podar pequenos arbustos –, a mesma
arremessou uma pequena pedra que atingiu seu olho esquerdo,
conforme registram a Comunicação de Acidente de Trabalho - CAT e o
relatório de investigação do acidente de trabalho, elaborado pelo Dr.
........., médico do Trabalho e fiscal do SST/SP:
“O Sr. ............. foi contratado na data de .../.../...., pela empresa
..........., para exercer a função de servente.
470 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

O acidente, que vitimou o Sr. ........, ocorreu quando a empresa


em questão prestava serviços à Prefeitura Municipal de ......... .
Na ocasião, o funcionário utilizava uma moto-roçadeira,
equipamento de trabalho individual, provido de motor e
destinado a roçar o mato. O serviço estava sendo executado no
bairro do ......, próximo a um ponto de ônibus, às 10 horas da
manhã, quando a lâmina da máquina arremessou uma pedra,
que se achava em meio ao mato roçado, de encontro ao olho
esquerdo do citado funcionário. Foi socorrido e encaminhado a
Hospital ......., para atendimento. Resultou como sequela a
cegueira do olho esquerdo.”

Segundo o artigo 104 do Decreto 3.048, de 06.05.1999, que aprova


o Regulamento dos Benefícios da Previdência Social:

“Art. 104. O auxílio-acidente será concedido, como indenização,


ao segurado empregado, exceto o doméstico, ao trabalhador
avulso e ao segurado especial quando, após a consolidação das
lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultar
sequela definitiva, conforme as situações discriminadas no anexo
III, que implique: (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de
09.06.2003, DOU 10.06.2003)
I - redução da capacidade para o trabalho que habitualmente
exerciam; (Redação dada ao inciso pelo Decreto nº 4.729, de
09.06.2003, DOU 10.06.2003)
II - redução da capacidade para o trabalho que habitualmente
exerciam e exija maior esforço para o desempenho da mesma
atividade que exerciam à época do acidente; ou
III - impossibilidade de desempenho da atividade que exerciam
à época do acidente, porém permita o desempenho de outra, após
processo de reabilitação profissional, nos casos indicados pela
perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social.”

É evidente que, com a perda da visão do olho esquerdo, a


capacidade laborativa do requerente foi reduzida e o mesmo terá que
fazer um esforço maior para realizar suas atividades.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 471

Ademais, não foi o requerente enquadrado no que diz o Quadro


nº 1 do aparelho visual, que dispõe sobre as situações que dão direito
ao auxílio-acidente, com vistas a averiguar sua acuidade visual.
Salienta ainda, a jurisprudência existente, justificando a
concessão do benefício:

“INFORTUNÍSTICA – PERDA DA VISÃO DO OLHO DIREITO


– REDUÇÃO DA CAPACIDADE LABORATIVA – AUXÍLIO-
ACIDENTE DEVIDO – É DEVIDO AUXÍLIO MENSAL AO
TRABALHADOR QUE SOFRE REDUÇÃO DA CAPACIDADE
LABORATIVA, ATESTADA EM LAUDO PERICIAL, NÃO SE
COGITANDO, NESTA HIPÓTESE, DE INCIDÊNCIA DA
VEDAÇÃO INSTITUÍDA NO ART. 104, § 4º, I, DO DECRETO
Nº 3.048 DE 6 DE MAIO DE 1999 – SUCESSÃO DE LEIS NO
TEMPO – ALTERAÇÃO DO PERCENTUAL E BASE DE
CÁLCULO DE BENEFÍCIO ACIDENTÁRIO – ADEQUAÇÃO DO
PEDIDO DO AUTOR AOS NOVOS CRITÉRIOS – HIPÓTESE
QUE NÃO IMPLICA SUCUMBÊNCIA NEM ALTERAÇÃO DO
PEDIDO – SOBREVINDO LEI QUE ALTERA CRITÉRIO DE
CÁLCULO DE BENEFÍCIO ACIDENTÁRIO, A ALTERAÇÃO DO
PEDIDO DO AUTOR, PARA ADEQUÁ-LO AO NOVO SISTEMA,
NÃO INCIDE NA HIPÓTESE VEDADA NO ART. 264 DO CPC,
NEM CARACTERIZA SUA SUCUMBÊNCIA A OBTENÇÃO DE
BENEFÍCIO DIVERSO DO REQUERIDO NA INICIAL, PORQUE
DECORRENTE DA APLICAÇÃO DA LEI NOVA, MAIS
BENÉFICA – MARCO INICIAL DO BENEFÍCIO PRECEDIDO
DE AUXÍLIO-DOENÇA – PRECEDIDO DE AUXÍLIO-DOENÇA,
O AUXÍLIO-ACIDENTE É DEVIDO A PARTIR DO DIA
SUBSEQÜENTE AO DA CESSAÇÃO DO PAGAMENTO
DAQUELE BENEFÍCIO ANTERIOR – TERMO DE INCIDÊNCIA
DA CORREÇÃO MONETÁRIA – EM DÍVIDA ALIMENTAR E
DE VALOR, ORIUNDA DE FATO ILÍCITO, A CORREÇÃO
MONETÁRIA INCIDE A PARTIR DO VENCIMENTO DE CADA
PRESTAÇÃO – PROCESSUAL CIVIL – ENCARGOS DA LIDE –
INSS – RESPONSABILIDADE – ALCANCE – CRITÉRIOS DE
CÁLCULO. – As custas processuais são devidas pelo INSS por
472 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

metade, e os honorários advocatícios, também devidos, incidem


sobre as prestações vencidas até a data da prolação da sentença.
Inteligência da Súmula nº 111 do Superior Tribunal de Justiça.
Sentença reformada parcialmente.” (TJRS – AP-RN 70003596475
– 9ª C.Cív. – Relª Desª Mara Larsen Chechi – J. 21.08.2002)

Assim, requer que seja concedido o benefício do auxílio-acidente,


anexando cópias dos exames médicos, CAT e do relatório do acidente
de trabalho.

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......

RESUMO
O requerente propõe Recurso Administrativo em virtude de decisão
que indeferiu o pedido de concessão de auxílio-acidente, fundamentado na
perícia médica que não reconheceu o nexo entre o acidente de trabalho e
o dano, não considerando o requerente incapacitado para o trabalho. O
requerente perdeu a visão quando operava uma máquina roçadeira que
arremessou pedra que atingiu seu olho esquerdo. Com a perda da visão do
olho esquerdo, sua capacidade laborativa foi diminuída e o mesmo terá que
fazer um esforço maior para realizar suas atividades. Assim, requer seja
concedido o benefício do auxílio-acidente.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 473

RECURSO ESPECIAL – STJ – BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO –


APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – LAUDO MÉDICO –
SENTENÇA CONTRÁRIA LEI FEDERAL

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) DESEMBAR-


GADOR(A) PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL
FEDERAL – TRF ... REGIÃO.

Processo nº ...

......................, já qualificada nos autos supramencionados, contra


o INSS - Instituto Nacional do Seguro Social, AÇÃO DE
APOSENTADORIA POR INVALIDEZ, vem à presença de V. Exa.
através de sua advogada e procuradora, inconformada, data venia, com
o r. acórdão proferido pela ...ª Turma desse Egrégio Tribunal, com o
devido respeito, interpor RECURSO ESPECIAL, com fundamento no
artigo 105, inciso III, alínea c , da Constituição Federal e demais
dispositivos processuais inerentes, requerendo a Vossa Excelência se
digne recebê-lo e, após o cumprimento das formalidades processuais,
remetê-lo ao Superior Tribunal de Justiça, com as razões em anexo e
isenção do recolhimento do preparo, por ser beneficiária da
ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA, nos termos da Lei nº 1.060/50.

Nestes Termos,
P. Deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......
474 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

RAZÕES DO RECURSO ESPECIAL

Recorrente: ..................
Recorrido: INSS - Instituto Nacional do Seguro Social

EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA,


COLENDA TURMA,
EMÉRITOS JULGADORES,

A Recorrente interpôs Recurso de Apelação perante o Egrégio


TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL – TRF 3ª REGIÃO, inconformado
com a r. sentença prolatada nos autos da Ação de Aposentadoria por
Invalidez, promovida contra INSS – Instituto Nacional do Seguro
Social, vez que tal decisão contrariou frontalmente disposição contida
no artigo 42, § 1º, da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, denominada
LEI DE PLANO DE BENEFÍCIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL,
publicada no DOU de 25.07.1991, consolidada no DOU de 14.08.1998,
inclusive o artigo 43, § 1º, do Decreto nº 3.048, de 06 de maio de 1999,
denominado REGULAMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL,
publicado no DOU de 07.05.1999, republicado no DOU de 12.05.1999,
retificado no DOU de 18.06.1999 e de 21.06.1999; ambas
consubstanciada com a Lei Complementar nº 142, de 08 de maio de
2013, publicada no DOU de 09.05.2013, que dizem textualmente:

§ 1º A concessão de aposentadoria por invalidez dependerá da


verificação da condição de incapacidade, mediante exame
médico-pericial a cargo da previdência social, podendo o
segurado, às suas expensas, fazer-se acompanhar de médico de
sua confiança.

Contudo, a Colenda ...ª Turma do TRIBUNAL REGIONAL


FEDERAL – TRF ... REGIÃO, negou provimento ao apelo, dando à
mencionada lei federal interpretação divergente daquela predominante
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 475

nos pretórios pátrios, inclusive decisões dessa Egrégia Corte, como se


passa a demonstrar através dos acórdãos a seguir colacionados, pois o
laudo médico constante às fls. .. dos autos, do médico que sempre o
acompanhou, divergiu do laudo médico da ora Recorrida, vez que a
norma jurídica que rege a matéria autoriza o paciente/segurado, às suas
expensas, fazer-se acompanhar de médico de sua confiança, e este E.
Tribunal vem decidindo da seguinte forma:

(Citar Julgados)

DO CABIMENTO DO RECURSO ESPECIAL

O presente Recurso Especial é interposto com fundamento no


art. 105, inciso III, incisos “a” e “c” da Carta Magna, eis que a decisão
atacada deu, à lei federal mencionada, interpretação divergente da que
lhe foi dada pela maioria dos tribunais, conforme se expôs no tópico
anterior, em que a ora Recorrente, além de ter provado em Juízo a sua
incapacidade através de laudos médicos que correram às suas expensas,
fez-se acompanhar de médico de sua confiança, mormente pela
transcrição dos acórdãos que lhe servem de paradigma, conforme se
vê de forma cristalina:

(Citar Doutrinas e Julgados dos diferentes Tribunais)

O v. acórdão deve, portanto, ser fulminado por esse Egrégio


Tribunal, por estar em marcante contrariedade com a interpretação
que os demais tribunais deram ao artigo 42, § 1º, da Lei nº 8.213, de 24
de julho de 1991, denominada LEI DE PLANO DE BENEFÍCIOS DA
PREVIDÊNCIA SOCIAL, inclusive o artigo 43, § 1º, do Decreto nº
3.048, de 06 de maio de 1999, denominado REGULAMENTO DA
PREVIDÊNCIA SOCIAL, ambas consubstanciada na Lei Complementar
nº 142, de 8 de maio de 2013, vez que a Recorrente não teve melhora
ou solução de continuidade do quadro mórbido a justificar a não
concessão do benefício ora questionado, sendo de forma ilegal o
476 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

desamparo social, devendo o benefício ser concedido de plano, mesmo


porque a nossa Carta Magna resguarda e ampara o Direito Social, o
que também é uma questão de clamor público, sendo temerário ver às
margens da própria sorte o trabalhador que contribuiu para a formação
de sua Nação ser assim desamparado quando de sua necessidade
iminente.
Em razão do exposto, espera que Vossas Excelências, eminentes
Ministros, deem provimento ao presente recurso, para o fimde reformar
o v. acórdão da Colenda ...ª (...) Turma do TRIBUNAL REGIONAL
FEDERAL – TRF ... REGIÃO, por ser medida de

JUSTIÇA!!!

Nestes Termos,
P. Deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......

RESUMO
O autor propõe Recurso Especial junto ao STJ (Superior Tribunal de
Justiça), ante o Tribunal ora questionado, na r. sentença prolatada nos
autos, após Recurso de Apelação, pois este em sua decisão contrariou
frontalmente disposição contida em Lei Federal (artigo 42, § 1º, da Lei nº
8.213, de 24 de julho de 1991, denominada LEI DE PLANO DE BENEFÍCI-
OS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL), ambas consubstanciada com a Lei Com-
plementar nº 142, de 8 de maio de 2013.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 477

RECURSO ESPECIAL – STJ – BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO –


PENSÃO POR MORTE – RESTABELECIMENTO – ASSISTÊNCIA
JUDICIÁRIA

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) DESEM-


BARGADOR(A) PRESIDENTE(A) DO EGRÉGIO TRIBUNAL
REGIONAL FEDERAL DA ......ª (TERCEIRA) REGIÃO.

PROCESSO DE ORIGEM Nº
ACÓRDÃO Nº ......................... - .....ª VARA DE .....................

(fulano de tal), já qualificado nos autos supramencionados,


contra o INSS – Instituto Nacional do Seguro Social, na AÇÃO
ORDINÁRIA DE CONCESSÃO/RESTABELECIMENTO DE PENSÃO
POR MORTE C/C PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA, vem
respeitosamente à presença de Vossa Excelência e deste Egrégio
Tribunal, por seu procurador e advogado infra-assinado (mandato
anexo), inconformado, data venia, com o r. Acórdão proferido pela 7ª
(Sétima) TURMA desse Egrégio Tribunal, com o devido respeito,
interpor

RECURSO ESPECIAL

com fundamento no artigo 105, III, alíneac, da Constituição


Federal e demais dispositivos processuais inerentes, requerendo da
Vossa Excelência se digne recebê-lo e, após o cumprimento das
formalidades processuais, remetê-lo ao STJ - Superior Tribunal de
Justiça, com as razões em anexo e isenção do recolhimento de preparo,
por ser beneficiário da ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA, nos termos da
Lei nº 1.060/50.
478 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Nestes Termos,
P. Deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 479

RAZÕES DO RECURSO ESPECIAL

Recorrente:
Recorrido: INSS – Instituto Nacional do Seguro Social

EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA,


COLENDA TURMA.
EMÉRITOS JULGADORES,

O Recorrente interpôs Recurso de Apelação perante o Egrégio


TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL – TRF .......ª REGIÃO,
inconformado com a r. sentença prolatada nos autos da AÇÃO
ORDINÁRIA DE CONCESSÃO/RESTABELECIMENTO DE PENSÃO
POR MORTE C/C PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA, promovida
contra o INSS – Instituto Nacional do Seguro Social, vez que tal decisão
contrariou frontalmente disposição contida no artigo 74 e seguintes
da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, denominada LEI DE PLANO
DE BENEFÍCIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL, publicada no DOU de
25.07.1991, consolidada no DOU de 14.08.1998, inclusive, o artigo
105 e seguintes, do Decreto nº 3.048 de 06 de maio de 1.999,
denominado REGULAMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL,
publicado no DOU de 07.05.1999, republicado no DOU de 12.05.1999
e retificado no DOU de 18.06.1999 e 21.06.1999, que dizem
textualmente:

“A pensão por morte será devida ao conjunto dos dependentes


do segurado que falecer, aposentado ou não, a contar da data:
I - do óbito, quando requerido até trinta dias depois deste;
(Redação dada pelo Decreto nº 5.545, de 2005)
II - do requerimento, quando requerida após o prazo previsto no
inciso I; ou
III - da decisão judicial, no caso de morte presumida. (...)”
480 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Contudo a Colenda Câmara da .......ª (Sétima) TURMA do TRF –


Tribunal Regional Federal da .......ª Região negou provimento ao apelo,
dando à mencionada Lei Federal interpretação divergente daquela
predominante nos pretórios pátrios, inclusive, decisões dessa Egrégia
Corte, como se passa a demonstrar através dos acórdãos a seguir
colacionados, pois o referido pedido constante nos autos obedece aos
requisitos legais, e este E. Tribunal vem decidindo da seguinte forma:

(Citar Julgados)

DO CABIMENTO DO RECURSO ESPECIAL

O presente RECURSO ESPECIAL é interposto com fundamento


no artigo 105, inciso III, alíneas “a” e “c” da Carta Magna, eis que a
decisão atacada deu, à lei federal mencionada, interpre-tação divergente
da que lhe foi dada pela maioria dos tribunais, conforme se expôs no
tópico anterior, em que o ora Recorrente, além de ter provado em Juízo
a sua condição de dependente econômico, demonstrou a sua condição
perante a Lei Federal nº 8.069/90 – ECA, mormente pela transcrição
dos acórdãos que lhe servem de paradigma, conforme se ver de forma
cristalina nas diversas lições do Direito Previdenciário, a saber:

(Citar Doutrinas e Julgados dos diferentes Tribunais)

Portanto, verifica-se que o Acórdão em debate, deve ser fulminado


por esse Egrégio Tribunal, por estar em marcante contrariedade com a
interpretação que os demais tribunais deram ao artigo 74 e seguintes
da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, denominada LEI DE PLANO
DE BENEFÍCIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL, publicada no DOU de
25.07.1991, consolidada no DOU de 14.08.1998, inclusive, o artigo
105 e seguintes, do Decreto nº 3.048 de 06 de maio de 1.999,
denominado REGULAMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL,
publicado no DOU de 07.05.1999, repu-blicado no DOU de 12.05.1999
e retificado no DOU de 18.06.1999 e 21.06.1999, vez que o Recorrente
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 481

é ESTUDANTE UNIVERSITÁRIOe possui e também era


DEPENDENTE ECONÔMICO da genitora, sendo de forma ILEGAL o
DESAMPARO SOCIAL, devendo o referido benefício previdenciário
ser concedido de plano, mesmo porque a nossa Carta Magna resguarda
e ampara o Direito Social, o que também é uma questão de clamor
público, sendo temerário ver às margens da própria sorte o trabalhador
que contribuiu para a formação de sua Nação, ser assim desamparado
quando de sua necessidade eminente.

DIANTE DO EXPOSTO, espera que Vossas Excelências,


eminentes Ministros, deem provimento ao presente RECURSO, para
o fim de reformar o Acórdão da .......ª (Sétima) TURMA do TRF –
Tribunal Regional Federal da .......ª Região, por ser medida de

JUSTIÇA!!!

Nestes Termos,
P. Deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......
482 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

RESUMO
O autor propõe Recurso Especial junto ao STJ (Superior Tribunal de
Justiça), ante o Tribunal ora questionado, na r. sentença prolatada nos
autos, após Recurso de Apelação, pois este em sua decisão contrariou
frontalmente disposição contida em Lei Federal (artigo 74 e seguintes, da
Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, denominada LEI DE PLANO DE
BENEFÍCIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL), referente a suspensão indevida
da Pensão por Morte efetuada pela autarquia-ré.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 483

RECURSO INOMINADO – AVERBAÇÃO DE TEMPO DE SERVIÇO


ESPECIAL – JUIZADO ESPECIAL

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) FEDERAL


DA _____ª DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL – SEÇÃO JUDICIÁRIA
DE ___________.

Processo nº

FULANA DE TAL, já qualificada nos autos supramencionado,


neste ato representado por seu advogado e bastante procurador infra-
assinado, da AÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE AVERBAÇÃO DE TEMPO
DE SERVIÇO ESPECIAL, em face do INSS - Instituto Nacional do
Seguro Social, vêm, perante Vossa Excelência, apresentar RECURSO
INOMINADO, que faz através do memorial anexo, requerendo sua
remessa para Superior Instância, após cumpridas as formalidades
legais, na certeza de que os doutos julgadores, melhor examinando a
matéria, hajam por bem acatar as razões anexas, mandando que se
processe regularmente o feito, em atendimento aos princípios
constitucionais, à doutrina e ao Direito, praticando a verdadeira
JUSTIÇA.
Regularmente processados estes, subam os autos à Instância
Superior, para uma decisão JUSTA.

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......
484 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

RAZÕES AO RECURSO INOMINADO

Egrégia Turma Recursal,


Colendo Conselho,
Doutos Julgadores,

Recorrente: FULANA DE TAL


Recorrido: INSS - Instituto Nacional do Seguro Social

Processo nº

O pedido inicial apresentado neste Juízo “a quo” deve ser mantida,


pois a matéria foi examinada em sintonia com as provas constantes
dos autos e fundamentada com as normas legais aplicáveis, portanto,
o Recorrente inconformado, data vênia, com a retro sentença de fls.
dos autos, vem impetrar RECURSO INOMINADO contra a decisão
que julgou IMPROCEDENTE O PEDIDO INICIAL, deixando de
condenar a ora Recorrida ao valor estabelecido pela norma vigente, a
título de AVERBAÇÃO DE TEMPO DE SERVIÇO, um DIREITO
ADQUIRIDO da Autora, conforme faz prova dos documentos anexos.

1. RESUMO DOS FATOS

A Recorrente devido ter sido prejudicada em sua aposentadoria,


por não constar a AVERBAÇÃO DE TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL,
conforme documento anexo, recorreu a este E. Juízo para que fosse
aplicado a JUSTIÇA tracejadas por nossa legislação pátria.
Devido a não averbação do referido tempo de serviço especial, é
que faz receber hoje, o seu mísero benefício de apenas R$ 510,00
(quinhentos e dez reais) mensais, ou seja, de 01 (um) salário-mínimo,
conforme prova em anexo.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 485

2.DO DIREITO

Estabelece o artigo 57, §§ 5º, 6º e 7º da Lei nº 8.213/91, o direito


da APOSENTADORIA ESPECIAL ao segurado que tiver trabalhando
em condições especiais que prejudique a sua saúde ou a integridade
física que diz:

“Art. 57. A aposentadoria especial será devida, uma vez


cumprida a carência exigida nesta Lei, ao segurado que tiver
trabalhado sujeito a condições especiais que prejudiquem a
saúde ou a integridade física, durante 15 (quinze), 20 (vinte)
ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser a lei. (Redação
dada pela Lei nº 9.032, de 1995)
(...)
§ 5º O tempo de trabalho exercido sob condições especiais
que sejam ou venham a ser consideradas prejudiciais à saúde
ou à integridade física será somado, após a respectiva
conversão ao tempo de trabalho exercido em atividade
comum, segundo critérios estabelecidos pelo Ministério da
Previdência e Assistência Social, para efeito de concessão de
qualquer benefício. (Incluído pela Lei nº 9.032, de 1995)

§ 6º O benefício previsto neste artigo será financiado com


os recursos provenientes da contribuição de que trata o inciso
II do art. 22 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, cujas
alíquotas serão acrescidas de doze, nove ou seis pontos
percentuais, conforme a atividade exercida pelo segurado a
serviço da empresa permita a concessão de aposentadoria
especial após quinze, vinte ou vinte e cinco anos de
contribuição, respectivamente. (Redação dada pela Lei nº
9.732, de 11.12.98) (Vide Lei nº 9.732, de 11.12.98)

§ 7º O acréscimo de que trata o parágrafo anterior incide


exclusivamente sobre a remuneração do segurado sujeito às
condições especiais referidas no caput. (Incluído pela Lei nº
9.732, de 11.12.98)(...)”
486 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

3. DO PEDIDO

Acreditando na JUSTIÇA para salvaguardar seus Direitos de


Segurado, origem da presente ação, o Recorrente espera, em ver acertado
o ERRO cometido na decisão do douto juiz “a quo”.
Por tudo considerado, será, além de um ato de justiça, um
relevante serviço à cidadania, posto que houve um prejuízo a outrem,
devendo se aplicado a norma vigente. A justa reparação é obrigação
que a lei impõe a quem é prejudicado por um dano causado por outrem
no trânsito.
Finalmente, se a Requerida é responsável pela AVERBAÇÃO DO
TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL, agora nega a sua obrigação para com
o Recorrente sob argumentos contrários à legislação vigente, queda-se
inerte e não comprova o fundamento da negativa, então é certo que
deve responder pelas consequências advindas de não honrar a norma
que rege a matéria.
DIANTE O EXPOSTO, chamado à colação o alto saber jurídico
dos doutos julgadores, espera o Recorrente ver provido o presente
recurso, a fim de cassar a sento do douto juiz “a quo”, determinando o
regular processamento do feito, com a instrução e posterior sentença,
através da qual, sem qualquer sombra de dúvida, será a mesma julgada
PROCEDENTE, concedendo-o a AÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE
AVERBAÇÃO DE TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL, com as demais
condenações requeridas na exordial, a fim de que mais uma vez se
faça a mais lídima e verdadeira JUSTIÇA.

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 487

RESUMO
O requerente recorre em Juízo de 2ª Instância, propondo Recurso
Inominado para salvaguardar seus Direitos de Segurado, contidos na Nor-
ma vigente, origem da presente ação, esperando o Recorrente em ver acer-
tado o ERRO cometido na decisão, para que haja a AVERBAÇÃO DO
TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL que foi negado em Juízo de 1ª Instância
a sua obrigação para com o Recorrente sob argumentos contrários à legis-
lação vigente. Assim, requer seja concedido a averbação do período de
trabalho ESPECIAL.
488 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 489

RECURSO ORDINÁRIO – ACORDO DE COMPENSAÇÃO DE


JORNADA – DESCONTO PREVIDENCIÁRIO – PROVIMENTO Nº 02/
93 – DESCONTO FISCAL – SÚMULA Nº 85/TST

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DA MM.


...ª VARA DO TRABALHO DE ..............................

AUTOS Nº ........

...................., já qualificada nos autos em epígrafe, de reclamação


trabalhista ajuizada por ................., vem, por sua advogada,
respeitosamente, à presença de V. Exa., não se conformando, data venia,
com a r. sentença de fls. .., que acolheu em parte a pretensão da
Reclamante, a de recorrer através de RECURSO ORDINÁRIO, requerer
que, cumpridas as formalidades legais, sejam as anexas razões
encaminhadas para apreciação do Egrégio Tribunal Regional do
Trabalho.

Requer, ainda, a juntada dos comprovantes do depósito recursal


e recolhimento das custas processuais.

Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......
490 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

RAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO

RECORRENTE: ......................
RECORRIDO: .....................
AUTOS: ............ - ...ª VARA DO TRABALHO DE ....................

EGRÉGIO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO,


COLENDA TURMA,
EMÉRITOS JULGADORES,

Em que pese o notável saber jurídico do Douto Juiz “a quo”,


imperativa a reforma do julgado em alguns tópicos, como passaremos
a demonstrar.

ACORDO DE COMPENSAÇÃO

Com a devida vênia do sustentado em sentença, pelos cartões de


ponto, observa-se que a verificação de jornada extraordinária era
eventual e não invalida, por si só, o acordo de compensação havido,
do qual o Autor foi beneficiário.

Já decidiram os Tribunais:

“O mero fato de ter sido extrapolada a jornada ordinária semanal,


por si só, não torna ineficaz o acordo para compensação de horas
extras.” (TRT 12ª Região – RO Ex-Officio 6.500/91, Ac. 5256/93
– Unanimidade – 1ª T. – Rel. Juiz Oldemar A. Schunemamm,
DJ/SC, 25.10.93, p. 94)

Aliás, a compensação é uma antiga reivindicação dos


trabalhadores da Ré e que só foi mantida no ACT ... e ... devido à
insistência do sindicato obreiro, porém, com nova redação da cláusula
em que fica claro o interesse dos empregados pela mantença da
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 491

compensação sabatina. Entretanto, provavelmente o benefício será


revisto devido às seguidas anulações desses acordos pela Justiça do
Trabalho, que, data venia, reflete o privilégio do interesse individual
em detrimento do coletivo.

Observa-se que constou expressamente na cláusula ...ª do ACT


... e no ACT ... que:

“As partes reconhecem que o acordo de compensação da jornada


de trabalho é válido, mesmo havendo horas extraordinárias,
respeitando o limite de duas horas extras diárias. Devendo prevalecer
o presente acordo, pois de interesse dos empregados a realização da
compensação.”

Em pleito semelhante, entre a Recorrente e Dirceu Cândido da


Silva, RT 1.307/96, já decidiu a mesma Juíza prolatora da sentença:

“Inobstante existente labor extraordinário, que não foi


suficientemente contraprestado, o fato não nulifica a
compensação da jornada, na medida em que o trabalho em
sobrejornada não era habitual e ainda desenvolvido durante
curtos lapsos de tempo. Tenha-se presente ainda o interesse da
categoria na manutenção da prática, em face do contido na
cláusula 19ª, parágrafo 1º, do ACT 95/96.”

DESNECESSIDADE DE ACORDO INDIVIDUAL

Por outro lado, cautelarmente, nem se argumente pela


necessidade de acordo individual, pois tal formalidade é dispensável,
uma vez que se trata de ACT firmado diretamente entre a empresa e o
sindicato, e não de uma CCT genérica para toda a categoria.
Ainda, a necessidade de formalizar um segundo acordo, além
do previsto no texto coletivo, é inaceitável, uma vez que o parágrafo
492 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

único da cláusula ...ª, do ACT ..., é claro na exigência de acordo


individual somente para as demais compensações que não aquela lá
prevista.

“...ª - COMPENSAÇÃO DE JORNADA DE TRABALHO:


Para a Empresa e empregados que optarem pelo regime de
compensação de jornada de trabalho, o horário será o seguinte:
Extinção completa do trabalho aos sábados – as 7 h e 20 min. de
trabalho, correspondentes aos sábados, serão compensadasno
decurso da semana, de segunda às sextas-feiras, com o acréscimo
de no máximo duas horas diárias, respeitando os intervalos de
Lei, e o limite de 44 (quarenta e quatro) horas semanais.
(...)
Parágrafo único. Os demais acordos de compensação entre parte
dos empregados e Empresa somente serão válidos com
autorização por escrito dos empregados e com homologação do
Sindicato, observadas as formalidades legais.”

Já no ACT ... e ... restou afastada definitivamente a necessidade


de formalizar a opção do empregado através de acordo individual,
conforme decorre do caput da cláusula ...ª:
“Os empregados que prestarem serviços nas áreas em que a
empresa adotar o regime de compensação de jornada de trabalho terão
os seguintes horários: ........”

AJUSTE TÁCITO

Por outro lado, nem se argumente pela necessidade de acordo


individual, pois imperativo é o reconhecimento do ajuste tácito que
vigeu entre as partes, já que em consonância com o Princípio da
Primazia da Realidade, que impõe mais o apego à realidade dos fatos
ocorridos no dia-a-dia da prestação de serviço do que às formalidades
documentais.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 493

Impossível desconsiderar a natureza do contrato de trabalho


como um “contrato-realidade” e, consequentemente, o benefício
proporcionado pela compensação da jornada sabatina que resguardou
o Recorrido do inconveniente de se dirigir à empresa aos sábados para
trabalhar.

Neste sentido, a jurisprudência:

“COMPENSAÇÃO DE JORNADAS. ACORDO TÁCITO.


VALIDADE. - Sendo o contrato de trabalho um contrato-realidade
(Mario de La Cueva), há que se respeitar o acordotácito entre as
partes para a adoção do regime de compensação de jornadas,
uma vez faticamente existente. Reconhecida a validade de tal
acordo, eventuais horas que extrapolem a carga diária além do
tempo destinado à compensação devem ser contempladas apenas
com o adicional relativo ao trabalho extraordinário.” (Enunciado
85/TST). (TRT/PR-RO – 00477/93 – Ac. 1ª T. – 09204/94 – Rel.
Juiz Silvonei Sérgio Piovesan – DJU 27.05.1994 – p. 281)

Diante daquele princípio e dos fatos ocorridos no dia-a-dia da


prestação de serviços, não há como simplesmente “fechar os olhos” à
realidade da compensação da jornada sabatina ocorrida e o consequente
bis in idem imposto à Recorrente, com a condenação em um novo
pagamento das mesmas horas trabalhadas.
Apreciando pleito semelhante, em 27.10.95, decidiu o r. Juízo a
quo, sob a presidência do Dr. Carlos M. Kaminski:

“Em que pese entendimento jurisprudencial em contrário,


entende este Juízo que a compensação de jornada, observando-
se o limite constitucional de 44 horas, é benéfica ao trabalhador,
que dispõe, assim, de mais um dia livre, para lazer ou descanso
– sábado. Veja-se que a Constituição Federal refere-se, no
mencionado inciso, a “acordo ou convenção coletiva”. Se
pretendesse que tanto o acordo como a convenção fossem
494 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

coletivos, deveria referir-se no masculino plural. Observe-se, a


corroborar a assertiva, o inciso VI do mesmo artigo 7º, ao tratar
da irredutibilidade dos salários, que assim refere: “salvo o
disposto em convenção ou acordo coletivo”, já que a convenção
será, obrigatoriamente, coletiva.

Apesar de não haver acordo escrito, não houve qualquer


infringência a dispositivo legal, tendo a reclamada observado o
limite constitucional máximo de trabalho semanal, pagando,
quando da realização de horas extras, ou compensando-as em
outros dias. Punir-se a reclamada, determinando-se o pagamento
de horas extras sem a sua efetiva realização é estimular que os
empregadores exijam maior sacrifício dos empregados,
alterando-lhes a jornada, de forma que trabalhem também no
sábado, para fechar a carga semanal de 44 horas.” (fundamentação
da sentença prolatada nos Autos 850/95, em que é Reclamante
João Filastro e Reclamada a Recorrente)

Por todo o exposto, requer o reconhecimento da compensação


sabatina, com o deferimento de extras a partir da 44ª hora semanal.
Senão, ao menos, pela aplicação da regra do En. 85 do C. TST.

DEDUÇÕES DE NATUREZA FISCAL E PREVIDENCIÁRIA

Requer a reforma do r. Julgado, para que seja procedida a retenção


dos valores devidos a título de contribuição fiscal e previdenciária, a
fim de dar cumprimento ao Provimento 02/93 da Corregedoria-Geral
da Justiça do Trabalho.
Ainda, discorda a Ré da alegação de que esta Justiça Especializada
seria incompetente para apreciar o pleito diante do limite inserto no
artigo 114 da Constituição Federal, uma vez que não se buscou a análise
do mérito de matéria tributária, mas, tão somente, fazer observar o
disposto no Provimento 02/93 da E. Procuradoria-Geral da Justiça do
Trabalho.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 495

“DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS E FISCAIS. A Justiça do


Trabalho é competente para autorizar descontos previdenciários
e fiscais.” (TRT/PR/RO 13.850/94, Ac. 5ª T – 2098/96, Rel. Juiz
Luiz Felipe Haj Mussi – DJ/PR 19.01.96)

Requer, pois, a cassação da declaração de inconstitucionalidade


do art. 46 da Lei nº 8.541/92 e a reforma da sentença recorrida.

REQUERIMENTO

Pelo exposto, presentes os pressupostos objetivos e subjetivos


para o conhecimento do presente Recurso Ordinário, requer a
Reclamada seja dado provimento, para reformar a r. sentença recorrida
nos tópicos aqui mencionados, por imperativo de Justiça!

Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......

RESUMO
Recorre a reclamada da sentença proferida pelo juiz a quo, por en-
tender que a realização eventual de labor extraordinário não descaracteriza
o acordo de compensação. Em caso de eventual manutenção da senten-
ça, pede pela aplicação do Enunciado 85 do TST. Pede ainda que seja
declarada a incompetência da Justiça do Trabalho para determinar e efetu-
ar descontos de ordem previdenciária e fiscal, de acordo com o Provimento
02/93 da Procuradoria-Geral da Justiça do Trabalho.
496 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 497

RECURSO ORDINÁRIO – RECLAMATÓRIA TRABALHISTA –


UNICIDADE CONTRATUAL – ACORDO DE COMPENSAÇÃO DE
JORNADA – DESCONTO PREVIDENCIÁRIO

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DA ...ª


VARA DO TRABALHO DE ..............................

PROCESSO Nº ...

......................, já qualificada nos autos em epígrafe, reclamação


trabalhista ajuizada por ...................., vem, por sua advogada,
respeitosamente à presença de V. Exa., não se conformando, data venia,
com a r. sentença de fls., que acolheu em parte a pretensão do
Reclamante, da mesma recorrer através de RECURSO ORDINÁRIO,
requerendo que, cumpridas as formalidades legais, sejam as anexas
razões encaminhadas para apreciação do Egrégio Tribunal Regional
do Trabalho.
Requer ainda a juntada dos comprovantes do depósito re-cursal
e recolhimento das custas processuais.

Nestes Termos,
Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. ......
498 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA ...


REGIÃO.

AUTOS: ... - VARA DO TRABALHO DE .............. - ...


RECORRENTE: ......................
RECORRIDO: ......................

RAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO

EGRÉGIO TRIBUNAL,
COLENDA CÂMARA,
DOUTOS JULGADORES:

Em que pese o notável saber jurídico do Excelentíssimo Sr. Juiz


da ...ª Vara do Trabalho, a r. sentença de fls., data venia, merece reforma
nos tópicos seguintes, como restará demonstrado.

REGISTROS EM CTPS E UNICIDADE CONTRATUAL

O r. Juízo de Primeiro Grau, data venia, laborou em equívoco,


decidindo contrariamente à prova constante dos autos.
O contrato de trabalho do Autor foi rescindido em várias ocasiões
no decorrer do longo período do pacto laboral, em função de problemas
financeiros, baixa demanda e dificuldade de conseguir matéria-prima
(barro), principalmente nos períodos de chuva.

A própria testemunha do Autor, ................., informou que:


“(...) há muito tempo a empresa parou cerca de ... meses em razão
de dificuldades financeiras, e nessa época, os empregados foram
trabalhar para terceiros (...)”
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 499

A terceira testemunha do Autor, ..............., informou que,


enquanto laborou na Ré, sempre “... teve CTPS anotada”.
Restou comprovado com a juntada posterior da primeira CTPS
da Testemunha, ............, que este teve a CTPS anotada desde o início.
Seu depoimento é claro: quando foi admitido, em .../.../...., o Autor
ainda não estava laborando e só “... começou a trabalhar algum tempo
depois da contratação do depoente ...”

A segunda testemunha, .................., confirmou que:

“(...) De vez em quando a cerâmica pára e, então, o autor


permanecia na casa ou saía, não sabendo dizer para onde. O autor
prestou serviços para sua família, principalmente na colheita
de feijão, quando havia trabalho ininterrupto durante ... a ... dias.
Trabalhava cerca de ... dias, tanto durante como no final de
semana. Quando a cerâmica recontratava, o autor deixava de
prestar serviços para a família do depoente.”

Inobstante o ônus da prova ser do Autor, e a prova contundente


produzida pela Ré de que houve, efetivamente, interrupções dos
contratos, o r. Juízo a quo houve por bem declarar a unicidade
contratual, alegando que o empregador não tem credibilidade, pois
anotou a CTPS do Autor posteriormente à admissão. Este fato não
restou absolutamente provado, pois a testemunha ................., admitido
em .../.../...., informou que quando iniciou o labor o Autor não estava
trabalhando na Ré.
Ad argumentandum , a falta de registro em CTPS tem suas
consequências jurídicas próprias e não é motivo suficiente para,
simploriamente, desacreditar a prova testemunhal da Ré, imputando-
lhe uma segunda penalidade e maculando definitivamente a prestação
jurisdicional.
Assim, não deve prevalecer a decisão primeira, pois oposta aos
elementos probatórios dos autos de sua decisão quando fez prevalecer
o interesse individual do Reclamante ao coletivo.
500 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Temos, pois, que, diante da singularidade do caso, a


compensação sabatina exige outra apreciação do Poder Judiciário, sob
pena de inviabilizar a mantença deste benefício aos demais
trabalhadores.
O Autor, depondo, esclareceu esta situação:

“Não trabalhava nos sábados e usava este dia, único possível,


para fazer compras na Cidade de ......... . Esta se achava no interior
e o depoente teria necessariamente que residir em casa da
empresa porque não havia outras disponíveis no lugar.”

A testemunha ............ disse que:

“... Os empregados pediram para folgar no sábado pois neste dia


precisavam ir a cidade fazer compras, estando a mesma dista a
... km, onde se situa o mercado mais próximo.”

Nem se argumente pela verificação de extras, pois, pelos cartões


de ponto, observa-se que a prestação de jornada extraordinária era
eventual, não invalidando, por si só, o acordo de compensação havido,
do qual o Autor foi beneficiário.
Com relação aos minutos que antecedem e sucedem à jornada
diária, ressaltamos que é simplesmente impossível todos os
empregados anotarem seus cartões com hora “cheia”, e a invalidação
da compensação com fulcro nestes poucos minutos constantes dos
cartões impossibilita todas as compensações em empresas que adotam
o controle mecânico da jornada, resultando em prejuízos aos
trabalhadores que se beneficiam desse regime.
Já decidiram os Tribunais:

O mero fato de ter sido extrapolada a jornada ordinária semanal,


por si só, não torna ineficaz o acordo para compensação de horas
extras.” (TRT - 12ª R. RO Ex Officio 6.500/91, Ac. 5256/93 – Unân.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 501

– 1ª T. – Rel. Juiz Oldemar A. Schunemamm, DJ/SC , 25.10.93, p.


94)

AJUSTE TÁCITO

Quanto à inexistência de acordo escrito, é imperativo reconhecer


do ajuste tácito que vigeu entre as partes, já que, em consonância com
o Princípio da Primazia da Realidade, impõe-se mais o apego à realidade
dos fatos ocorridos no dia-a-dia da prestação de serviço do que às
formalidades documentais.
Impossível desconsiderar a natureza do contrato de trabalho
como um “contrato-realidade” e, consequentemente, o benefício
proporcionado pela compensação da jornada sabatina que resguardou
o Recorrido do inconveniente de comparecer à empresa aos sábados
para trabalhar.
Neste sentido, a jurisprudência:

“COMPENSAÇÃO DE JORNADAS. ACORDO TÁCITO.


VALIDADE. – Sendo o contrato de trabalho um contrato-realidade
(Mario de La Cueva), há que se respeitar o acordo tácito entre as
partes para a adoção do regime de compensação de jornadas,
uma vez fatidicamente existente. Reconhecida a validade de tal
acordo, eventuais horas que extrapolem a carga diária além do
tempo destinado à compensação devem ser contempladas apenas
com o adicional relativo ao trabalho extraordinário” (Enunciado
85/TST). (TRT-PR-RO – 00477/93 – Ac. 1ª T. - 09204/94 – Rel.
Juiz Silvonei Sérgio Piovesan – DJU 27.05.1994 – p. 281)

Diante daquele princípio e dos fatos ocorridos no dia-a-dia da


prestação de serviços, não há como simplesmente “fechar os olhos” à
realidade da compensação da jornada sabatina ocorrida e o
consequentebis in idem imposto à Recorrente, com a condenação em
um novo pagamento das mesmas horas trabalhadas.
502 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Apreciando pleito semelhante, em 27.10.1995, decidiu o r. Juízo


a quo, sob a presidência do Dr. Carlos M. Kaminski:

“Em que pese entendimento jurisprudencial em contrário,


entende este Juízo que a compensação de jornada, observando-
se o limite constitucional de 44 horas, é benéfica ao trabalhador,
que dispõe, assim, de mais um dia livre, para lazer ou descanso
– sábado.
(...)
Apesar de não haver acordo escrito, não houve qualquer
infringência a dispositivo legal, tendo a reclamada observado o
limite constitucional máximo de trabalho semanal, pagando,
quando da realização de horas extras, ou compensando-as em
outros dias. Punir-se a reclamada, determinando-se o pagamento
de horas extras sem a sua efetiva realização é estimular que os
empregadores exijam maior sacrifício dos empregados,
alterando-lhes a jornada, de forma que trabalhem também no
sábado, para fechar a carga semanal de 44 horas.”

Por todo o exposto, requer a reforma da sentença com o


reconhecimento da compensação sabatina e o deferimento de extras a
partir da 44ª hora semanal. Senão, ao menos, pela aplicação da regra
do En. 85 do C. TST.

DEDUÇÕES DE NATUREZA FISCAL E PREVIDENCIÁRIA

Requer a reforma do r. Julgado para que seja procedida a retenção


dos valores devidos a título de contribuição fiscal e previdenciária, a
fim de dar cumprimento ao Provimento 02/93 da Corregedoria-Geral
da Justiça do Trabalho.
Ainda, discorda a Ré da alegação de que esta Justiça Especializada
seria incompetente para apreciar o pleito diante do limite inserto no
artigo 114 da Constituição Federal, uma vez que não se buscou a análise
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 503

do mérito de matéria tributária, mas tão somente fazer observar o


disposto no Provimento 02/93 da E. Procuradoria-Geral da Justiça do
Trabalho.

“DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS E FISCAIS. A Justiça do


Trabalho é competente para autorizar descontos previdenciários
e fiscais.” (TRT/PR – RO 13.850/94, Ac. 5ª T - 2098/96 – Rel. Juiz
Luiz Felipe Haj Mussi – DJ/PR 19.01.1996)

Requer, pois, a cassação da declaração de inconstitucionalidade


do art. 1º da Lei nº 8.620/93 e a reforma da sentença recorrida.

REQUERIMENTO

Pelo exposto, presentes os pressupostos objetivos e subjetivos


para o conhecimento do presente Recurso Ordinário, requer a
Reclamada seja dado provimento para reformar a r. sentença recorrida
nos tópicos aqui mencionados, por imperativo de

JUSTIÇA!!!

Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......
504 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

RESUMO
O Reclamado pretende a reforma da decisão do juízo “a quo”, que
julgou pela unicidade contratual e pela invalidação do acordo de compen-
sação das horas de trabalho.
Alega que o contrato de trabalho do Autor foi rescindido em várias
ocasiões ao longo do pacto laboral em função de dificuldades financeiras,
não havendo, portanto, unicidade do contrato.
Quanto ao acordo de compensação, este foi realizado de forma táci-
ta e por vontade dos empregados da Ré, os quais necessitam do dia de
sábado para fazer compras em Município vizinho, visto que o lugarejo onde
residem não possui lojas e mercados.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 505

RECURSO ORDINÁRIO – RETENÇÃO DE VALOR – COMPETÊNCIA


– DESCONTO PREVIDENCIÁRIO – PEDIDO DE REFORMA DA
DECISÃO – JUSTIÇA DO TRABALHO – ACOLHIMENTO PARCIAL
– DESCONTO FISCAL

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DA MM.


VARA DO TRABALHO DE ..............................

AUTOS Nº ........

..........................., já qualificada nos autos em epígrafe, reclamação


trabalhista ajuizada por ....................., vem, por seu advogado e
procurador, respeitosamente, à presença de V. Exa., não se
conformando, “data venia”, com a r. sentença de fls. .., que acolheu em
parte a pretensão da Reclamante, a de recorrer através de RECURSO
ORDINÁRIO, com fundamento na legislação vigente, requerer que,
cumpridas as formalidades legais, sejam as anexas razões
encaminhadas para apreciação do Egrégio Tribunal Regional do
Trabalho.

Requer, ainda, a juntada dos comprovantes do depósito recursal


e recolhimento das custas processuais.

Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......
506 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

RAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO

RECORRENTE: .......................
RECORRIDO: .......................
AUTOS: ........... - ...ª VARA DO TRABALHO DE .................

EGRÉGIO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO,


COLENDA TURMA,
EMÉRITOS JULGADORES,

Em que pese o notável saber jurídico do MM. Juiz, a r. sentença


de fls. .., “data venia”, merece reforma no tópico seguinte, como restará
demonstrado.

DEDUÇÕES DE NATUREZA FISCAL E PREVIDENCIÁRIA

Requer a reforma do r. Julgado, para que seja procedida a retenção


dos valores devidos a título de contribuição fiscal e previdenciária, a
fim de dar cumprimento ao Provimento 01/96 da Corregedoria-Geral
da Justiça do Trabalho.
Ainda, discorda a Ré da alegação de que esta Justiça Especializada
seria incompetente para apreciar o pleito diante do limite inserto no
artigo 114 da Constituição Federal, uma vez que não se buscou a análise
do mérito de matéria tributária, mas tão somente fazer observar o
disposto naquele Provimento.

“DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS E FISCAIS. A Justiça do


Trabalho é competente para autorizar descontos previdenciários
e fiscais.” (TRT/PR – RO 13.850/94 – 5ª T. – 2098/96, Rel. Juiz
Luiz Felipe Haj Mussi – DJ/PR 19.01.1996)

Pela reforma da r. sentença recorrida.


MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 507

REQUERIMENTO

Pelo exposto, presentes os pressupostos objetivos e subjetivos


para o conhecimento do presente Recurso Ordinário, requer
aReclamada seja dado provimento para reformar a r. sentença recorrida
nos tópicos aqui mencionados, por imperativo de

JUSTIÇA!!!

Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......

RESUMO
A reclamada pede pela reforma da decisão proferida, que acolheu
em parte a pretensão do reclamante. Manifesta contrariedade à alegação
apresentada de que a Justiça do Trabalho seria incompetente para apreci-
ar e determinar os descontos previdenciários e fiscais. No entanto, a supe-
rior instância tem se manifestado pela competência da Justiça do Traba-
lho.
508 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 509

RENÚNCIA DE PROCURAÇÃO NOS AUTOS – PREVIDENCIÁRIO –


CONSTITUIÇÃO DE OUTRO PROCURADOR

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL


DA ....ª VARA PREVIDENCIÁRIA DE ......................- SEÇÃO
JUDICIÁRIA DO ESTADO DE .......................................

AÇÃO ORDINÁRIA DE .....


Processo nº

(Eu, FULANO DE TAL) abaixo assinado (a), brasileiro (a),


advogado, estado civil, (endereço profissional) que, por instrumento
particular datado de ......./......./............, com letra e firma devidamente
reconhecida pelo tabelião ............................... da Comarca de
......................, e averbada ou registrada no Cartório do Oficial do
Registro de Títulos e Documentos em .............................., em ......./......./
............,), lhe outorga poderes especiais para:

(mencionar aqui os poderes que tiverem sido outorgados)

Como do que se faz certo com o respectivo instrumento que,


com esta petição, oferece (se o instrumento estiver junto a algum
processo judicial, ou registrado em alguma repartição pública, dirá:
como tudo se prova com o respectivo instrumento que está junto aos
autos da Ação de .............................. em face do INSS – Instituto
Nacional do Seguro Social, conforme processo em epígrafe, que tramita
por esta Vara e Juízo, cartório do escrivão .............................. com, ou
como tudo se prova com o respectivo instrumento, que está registrado
em tal repartição).
510 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Não convindo, porém, ao suplicante continuar no exercício de


semelhante mandato (declara aqui os motivos que determinam a
renúncia), quer, usando do direito que lhe confere o artigo 682,inciso
I, do Código Civil, renunciar ao mesmo mandato, como de fato
renunciado tem, pelo que requer a Vossa Excelência, que se digne
mandar tomar a termo dita renúncia, sendo dela intimado, ainda de
acordo com disposto no art. 688 do Código Civil, o suplicado para
todos efeitos legais, feito o que pede lhe sejam entregues os autos
independentes do traslado e depois de pagas as custas, para deles
fazer o uso que melhor lhe convier.
DIANTE O EXPOSTO, requer que Vossa Excelência notifique o
mandante para constituição de um novo advogado e procurador, no
prazo de 10 (dez) dias, nos termos do artigo 45 do CPC e do artigo 692
do Código Civil.

Nestes termos,
Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/....... nº ...................

RESUMO
Renúncia do advogado nos autos do processo, com fundamento no
artigo 682, inciso I, CPC, requer a revogação do mandato por não mais ter
condições de atuar, sendo necessário à constituição de um novo procura-
dor.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 511

REPETIÇÃO DE INDÉBITO – INCONSTITUCIONALIDADE –


AUTÔNOMO – CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA – PRÓ-LABORE

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL


DA ...ª VARA – SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ......................

......................., pessoa jurídica de direito privado, com sede na


Rua ..........., nº ..., na cidade de ................ - ..., inscrita no CNPJ/MF
sob o nº ................, por seu procurador infra-assinado (procuração em
anexo), vem, com o devido respeito, fundamentada no art. 165, inciso
I, do Código Tributário Nacional e nos artigos 282 e seguintes do
Código de Processo Civil, propor, como de fato propõe, AÇÃO
ORDINÁRIA DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO contra o INSTITUTO
NACIONAL DE SEGURIDADE SOCIAL - INSS, (qualificação) ,
fazendo-o pelas razões de fato e de direito a seguir articuladamente
deduzidas:

OS FATOS

01. A Requerente, dando cumprimento aos seus objetivos sociais,


mantém atividades regulares desde o início de sua constituição, sendo
dirigida por uma Administração composta de diretores e com
designação específica segundo as funções desempenhadas. Como
tantas e outras empresas, se utiliza, também, de serviços prestados
por “Autônomos”, em sua maioria profissionais liberais, com registros
próprios e com inscrição regular junto aos órgãos de fiscalização,
inclusive e também junto ao INSS - Instituto Nacional de Seguridade
Social, o ora Requerido.
02. Em razão do disposto no art. 3º da Lei nº 7.789/89, o
Requerido passou a exigir de todas as empresas (logo, também da
Requerente) o recolhimento da contribuição e na alíquota de 20% (vinte
por cento), “sobre o total das remunerações pagas ou creditadas, a
512 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados empregados,


avulsos, autônomos, que mantiveram relacionamento com a
Requerente-Autora e ‘a qualquer título’”.

03. A respeito da contribuição exigida sobre o pagamento feito


aos Sócios-Gerentes, a título de pró-labore, a Requerente-Autora,
inclusive e por entender devida a exigência, impetrou Mandado de
Segurança perante o Juízo da ...ª Vara da Justiça Federal, Seção Judiciária
deste Estado, autos de nº ......, processo que já foi julgado pelo Egrégio
Tribunal Regional Federal e com a “baixa” à instância de origem, onde
recebeu ordem de arquivamento, após a conversão em “receita” dos
valores depositados no referido processo.

04. Entrementes, o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, em MAIO


de 1994, por maioria de votos, apreciando o RECURSO
EXTRAORDINÁRIO proveniente do Rio Grande do Sul, declarou a
“... inconstitucionalidade da expressão “autônomos e
administradores”, contida no inciso I do artigo 3º da Lei nº 7.787, de
30 de junho de 1989, ...”, dando fim, assim, às divergências
jurisprudências e tornando indevidas as contribuições recolhidas.

05. No decorrer da exigência que resultou a contribuição


previdenciária referida, a Requerente, num primeiro plano, conforme
já mencionado acima, efetuou depósitos e depois recolhimentos de
diversos valores a título de “pró-labore” e recolheu, integralmente,
aqueles relacionados aos “Autônomos”, tudo conforme relacionado no
doc. nº ......, correspondentes aos comprovantes igualmente anexados
(docs. nos ... a ...), os quais totalizam a quantia de R$ ..... (...............),
quantia atualizada até 04.01.95, e que corresponde a ... (...) UFIR -
UNIDADE FISCAL DE REFERÊNCIA e que a Requerente deseja e quer
ver repetida, por indevidamente recolhida aos cofres do INSS, ora
Requerido, depois de convertidos os depósitos em receita (docs. ... a
...) e através do contido no campo 8 da GRPS (autônomos), docs. ... a
... .

Obviamente, a totalidade dos valores indevidamente recolhidos,


além de corrigidos monetariamente, deverá ser acrescida de juros de
mora, conforme determinação do próprio CTN.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 513

06. Sintetizando, a presente ação visa obter sentença condenando


o Requerido INSS, que foi quem fez a arrecadação indevida da
contribuição, a devolver todos os valores recolhidos e devidamente
comprovados com os documentos anexados, com a necessária
atualização monetária e o acréscimo dos juros de mora à razão de 1%
(um por cento) ao mês ou fração.

DO DIREITO

07. A expressão “autônomos e administradores” utilizada pela


Lei nº 7.787/89 é inconstitucional, porquanto pretendeu, com o uso
de termos próprios da legislação trabalhista, equiparar sócio-gerente
e profissional autônomo a empregado, com o objetivo de se amparar
na previsão do art. 195, § 4º, e inciso I do art. 154 da Constituição
Federal em vigor, o que não lhe era permitido, porquanto reservada a
utilização à lei complementar.
A propósito, a decisão do Plenário do SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL, no RECURSO EXTRAORDINÁRIO já acima mencionado,
aclarando a então pendência e disciplinando a matérias, tem as
seguintes EMENTAS:

“INTERPRETAÇÃO – CARGA CONSTRUTIVA – EXTENSÃO.


Se for certo que toda interpretação traz em si carga construtiva,
não menos correta exsurge a vinculação à ordem jurídico-
constitucional, o fenômeno ocorre a partir das normas em vigor,
variando de acordo com a formação profissional e humanística
do intérprete. No exercício gratificante da arte de interpretar,
descabe “inserir na regra de direito o próprio juízo – por mais
sensato que seja – sobre a finalidade que “conviria” fosse por ela
perseguida.” – Celso Antônio Bandeira de Mello – em parecer
inédito. Sendo o Direito uma ciência, o meio justifica o fim, mas
não este aquele.

CONSTITUIÇÃO – ALCANCE POLÍTICO – SENTIDO DOS


VOCÁBULOS – INTERPRETAÇÃO. O conteúdo político de uma
514 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Constituição não é conducente ao desprezo do sentido vernacular


das palavras, muito menos ao de técnico, considerados institutos
consagrados pelo Direito. Toda ciência pressupõe a adoção de
escorreita linguagem, possuindo os institutos, as expressões e
os vocábulos que a revelam conceito estabelecido com a passagem
do tempo, quer por força de estudos acadêmicos, quer, no caso
do Direito, pela atuação dos Pretórios.

SEGURIDADE SOCIAL – DISCIPLINA – ESPÉCIES –


CONSTITUIÇÕES FEDERAIS – DISTINÇÃO. Sob a égide das
Constituições de 1934, 1946 e 1947, bem como da Emenda
Constitucional nº 1/69, teve-se a previsão geral do tríplice custeio,
ficando aberto campo propício a que, por norma ordinária,
ocorresse a regência das contribuições. A Carta da República de
1988 inovou. Em preceitos exaustivos – incisos I, II e III do artigo
195 – impôs contribuições, dispondo que a lei poderia criar novas
fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da
seguridade social, obedecia a regra do artigo 154, inciso I, nela
inserta (§ 4º do artigo 195 em comento).

CONTRIBUIÇÃO SOCIAL – TOMADOR DE SERVIÇOS –


PAGAMENTOS A ADMINISTRADORES E AUTÔNOMOS –
REGÊNCIA. A relação jurídica mantida com administradores e
autônomos não resulta de contrato de trabalho e, portanto, de
ajuste formalizado à luz da Consolidação das Leis do Trabalho.
Daí a impossibilidade de se dizer que o tomador dos serviços
qualifica-se como empregador e que a satisfação do que devido
ocorra via folha de salários. Afastando o enquadramento no inciso
I do artigo 195 da Constituição Federal, exsurge a desvalia
constitucional da norma ordinária disciplinadora da matéria. A
referência contida no § 4º do artigo 195 da Constituição Federal
ao inciso I do artigo 154nela esculpido impõe a observação de
veículo próprio – a Lei Complementar. Inconstitucionalidade
do inciso I do artigo 3º da Lei nº 7.787/89, no que abrangido o
que pago a administradores e autônomos. Declaração de
inconstitucionalidade limitada pela controvérsia dos autos, no
que não envolvidos pagamentos a avulsos.”
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 515

Do voto do Relator, Ministro MARCO AURÉLIO, os seguintes


trechos, transcritos com a vênia necessária e com o objetivo de melhor
ilustrar o pedido:

“(...)
Acontece que a Corte de origem teve como compreendido na
cláusula concernente à obrigatoriedade de os empregadores
contribuírem com base na folha de salários, o que pago a
administradores e autônomos. Analise-se, portanto, o real
alcance do texto do inciso do artigo 195, no que, repita-se, alude
a “empregadores a folha de salários”.

Sempre soube dedicada a expressão “empregadores” para


qualificar aqueles que mantêm, como prestadores de serviços,
relação jurídica regida pela Consolidação das Leis do Trabalho e
este enfoque restou assentado por esta Corte quando,
defrontando-se com ação direta de inconstitucionalidade movida
pelo Procurador da República contra preceitos da Lei nº 8.112,
de 11 de dezembro de 1991, Lei do “Regime Único”, afastou a
pertinência do artigo 114 da Constituição Federal, que define a
competência da Justiça do Trabalho para julgar controvérsias a
envolver empregadores e trabalhadores. Na oportunidade,
declarou-se competir não à Justiça do Trabalho, mas à Justiça
Federal, julgar as lides que envolvam a União e os servidores
públicos que a ela prestam serviços sob a égide daquele Regime,
leve-se presente que, não sendo o liame regido pela Consolidação
das Leis do Trabalho, impossível é cuidar-se da figura do
empregador. Refiro-me ao que decidido na ocasião, contra o meu
voto, pelas razoes que expus, na ação direta de
inconstitucionalidade nº 492, relatada pelo Ministro Carlos
Velloso, cujo acórdão foi publicado no Diário da Justiça de12 de
março de 1993. Destarte, já no que o inciso I do artigo 195 revela
contribuição devida pelos empregadores, procede a pretensão
recursal. A teor do artigo 2º da Consolidação das Leis do
Trabalho, considera-se empregador a empresa individual coletiva
516 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite,


assalaria e dirige a prestação pessoal dos serviços. O vínculo
empregatício pressupõe, em si, a dependência do prestador dos
serviços. Se de um lado a econômica e a técnica não são
indispensáveis à configuração do fenômeno, de outro há de se
fazer presente a jurídica, a revelar submissão do prestador dos
serviços ao tomador, sem a qual não se pode dizer da existência
de contrato de trabalho regido, pela Consolidação das Leis do
Trabalho e, portanto, das figuras de empregado e de empregador.
Administradores e autônomos não estão sujeitos a essa
subordinação, tal como definida pela ordem jurídica em vigor e
corroborada de forma uníssona, por doutrina e jurisprudência.
Os primeiros, no que não mantenham contrato de trabalho e,
portanto, não sejam administradores-empregados, confundem-
se com o próprio empregador, e os segundos, os autônomos,
atuam de modo independente, ou seja, de acordo com o próprio
vocábulo que os distingue, com autonomia. Em relação a eles,
não cabe evocar a existência de relação jurídica a envolver a figura
do empregador.

A isto, soma-se que não estão abrangidos na definição de


empregados os próprios administradores da pessoa jurídica que
toma os serviços e aqueles que lhe prestam estes últimos com
autonomia, porquanto, segundo o artigo 3º da Consolidação das
Leis do Trabalho, empregado é toda pessoa natural que presta
serviço de natureza não eventual e mediante salário.

É certo que determinadas profissões liberais vêm cedendo


integrantes ao campo trabalhista. É o que ocorre, por exemplo,
com os advogados. Durante um bom espaço de tempo era raro
encontrar um profissional da advocacia empregado. Hoje a
atividade está um pouco proletarizada, talvez por força do grande
número de Faculdades de Direito. Muitos são os bacharéis em
direito e, frente à competitividade, nem sempre é dado preservar
as características nobilizantes do múnus de defender e propugnar
pela observância do devido processo legal. Daí caminhar-se para
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 517

a generalização é passo demasiadamente largo, a implicar o


embaralhamento de conceitos jurídicos, olvidando-se que a Lei
nº 4.215/63 – o Estatuto dos Advogados – define a contraprestação
devida como honorários – artigo 96 – quer atue o advogado
individualmente, quer em sociedade de advogados – artigo 77.
Como, então, dizer-se que aquele que remunera autônomo, como
é geralmente o advogado, deste é empregador e o faz mediante
salário, como se no campo de direitos e obrigações ombreasse
com os empregados tal como definidos no diploma de regência
que é a Consolidação das Leis de Trabalho? Poderia fazer desfilar
neste julgamento tantos outros profissionais liberais e, portanto,
autônomos, como são os representantes comerciais que a própria
Lei nº 1.986/65, no campo pedagógico, indica como autônomos,
cogitando da figura do tomador dos serviços como representado,
e não empregador, e da prestação por este devida a encerrar o
gênero remuneração e não a espécie salário. Falaria sobre o
médico, o dentista, que também os cidadãos comuns remuneram,
sem que assumam a posição de empregadores ou confeccionem
folha de salários. Creio que estou dispensado dessa enfadonha
missão.
(...)
Tenha-se presente agora a base de incidência da contribuição
devida pelos empregadores, no que interessa ao desfecho da
controvérsia. O inciso do artigo 195 cuida não de remuneração,
não de folha de pagamento, mas de folha de salários. Creio que
ninguém ousa caminhar no sentido da aplicação do que se
contém, sob o ângulo do salário, a consubstanciar garantia, no
artigo 7º da Constituição Federal, a adminis-tradores e
autônomos. Ninguém compreende, por exemplo, que se diga da
irredutibilidade do que percebido por estes. Isto decorre do
simples fato de não se ter o envolvimento, na espécie, de salário
tal como definido pela melhor doutrina e distinguido pela
própria Carta em vigor. Para Amauri Mascaro Nascimento, salário
é o pagamento efetuado peloempregador (sujeito ativo) ao
empregado (sujeito passivo), para que possa aproveitar o trabalho
dessa pessoa, sem que necessariamente o faça: à obrigação de
518 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

pagar o salário corresponde o direito de contar com o trabalhador


em ocasiões normais. Russomano, sopesando o caráter
sinalagmático e comutativo que reveste o contrato de trabalho,
entende o vocábulo como a significar a contraprestação devida
pelo empregador, em face do serviço desenvolvido pelo
empregado. Catharino não discrepa de tais posições. Salienta
que “o salário, em sentido escrito, é aquele devido ao empregado
por estar realmente trabalhando ou por estar à disposição do
empregador, situação equiparada por lei à prestação efetiva de
serviços. O salário em lato sentido é aquele devido ao empregado
quando estiver inapto para trabalhar, estiver impedido de fazê-
lo, ou ainda, quando a lei ao mesmo tempo lhe faculta não
trabalhar, assegurando-lhe a percepção parcial correspondente
ao período de inatividade”. Na mesma direção temos Evaristo
de Morais Filho e inúmeros juslaboralistas que se debruçam
sobre a matéria.

Descabe dar a uma mesma expressão – salário – utilizada pela


Carta relativamente a matérias diversas, sentidos diferentes,
conforme os interesses em questão. Salário, tal como mencionado
no inciso I do artigo 195, não pode se configurar como algo que
descreve do conceito que se lhe atribui quando se cogita, por
exemplo, da irredutibilidade salarial – inciso VI do artigo 7º da
Carta. Considere-se que, na verdade, a Lei Ordinária mesclou
institutos diversos ao prever a contribuição. Após alusão, no
capítulo do artigo 3º, a expressão utilizada na própria Carta
Federal – folha de salário – ao versar sobre o que pago aos
administradores, avulsos e autônomos, referente a remuneração,
talvez mesmo pelo fato de o preceito a que se atribui a pecha de
inconstitucional englobar, também, os seguros empregados.
Desconheceu-se que salário e remuneração não são expressões
sinônimas. Uma coisa é a remuneração, gênero do qual salário,
vencimentos, soldos, subsídio, pró-labore e honorários são
espécies. Seria fácil dar-se à previsão constitucional em
discussão o alcance sustentado pelo Instituto, no que se fugiria
até mesmo da necessidade de batizar-se, de maneira precisa e
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 519

clara, as bases de incidência das contribuições sociais. Suficiente


seria, ao invés de utilizar-se a expressão “folha de salários”, o
empregador aludir-se ao tomador dos serviços e à remuneração
por este satisfeita. Com acerto, enquadraram-se as matérias
constitucionalistas e tributaristas, dentre os quais destaco Ives
Gandra Geraldo Ataliba, Ruy Barbosa Nogueira e a também
professora Misabel Abreu Machado Derci. Esta última emitiu
parecer sobre a contribuição social incidente sobre a remuneração
e pró-labore pagos a autônomos e administradores. De forma
proficiente, apontou a diferença entre o vocábulo “empresa” e o
vocábulo “empregador”, afirmando que o uso das expressões
“empregador” e “folha de salários”, contidas na Carta de 1988,
exclui as relações de trabalho não subordinado, como as que
envolvam autônomos em geral e administradores. Aduziu, ainda,
que as Constituições brasileiras sempre usaram os termos
empregador e salário no sentido próprio e técnico em que
encontrados no Direito do Trabalho, o que, aliás, está consagrado
jurisprudencialmente, já disse, linhas atrás, que está em tela uma
ciência. Assim enquadrado o Direito, o meio justifica o fim, mas
não este aquele. Compreendo as grandes dificuldades de caixa
que decorrem do sistema de seguridade social pátrio. Contudo,
estas não podem ser potencializadas, a ponto de colocar-se em
plano secundário a segurança, que é o objetivo maior de uma Lei
Básica, especialmente no embate cidadão Estado, quando as
forças em jogo insurgem em descompasso. Atende-se para a
advertência de Carlos Maximiliano, isto ao dosar-se a carga
construtiva, cuja existência, em toda interpretação, não pode ser
negada:

“Cumpre evitar não só o demasiado apego à letra dos dispositivos,


como também o excesso contrário, o de forçar a exegese e deste
modo encaixar na regra escrita, graças à fantasia do hermeneuta,
as teses pelas quais se apaixonou, de sorte que vislumbra no
texto ideias apenas existentes no próprio célebre, o no sentir
individual, desvairado por ojerizas e pendores, entusiasmos e
preconceitos”. (Hermenêutica e Aplicação do Direito – Editora
Globo – Porto Alegre – 2. ed., 1933, p. 118)
520 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

E realmente assim o é. Conforme frisado por Celso Antonio


Bandeira de Mello, não cabe, no exercício da arte de interpretar,
“inserir na regra de direito o próprio juízo – por mais sensato
que seja – sobre a finalidade que conviria” fosse por ela perseguida
– “parecer inédito”.

As remunerações pagas a administradores e autônomos não estão


compreendidas no inciso I do artigo 195 da Constituição Federal. Se
antes da Carta de 1988 era possível a disciplina mediante lei ordinária,
isto ocorria frente à norma geral que apenas consagrava a tríplice fonte
de custeio. A partir de 1988, com a previsão explícita e fechada sobre
a incidência das contribuições devidas pelos empregadores,
considerados o faturamento, o lucro e a folha de salários, a introdução
de uma nova contribuição somente poderia vir à baila pelo mecanismo
imposto em face da remissão do § 4º do artigo 154, inciso I. Ao
legislador estava vedado dispor, via diploma ordinário, sobre a matéria.
Por isso mesmo, não foram recepcionadas, diante da manifesta
incompatibilidade, os preceitos que antecederam à Lei nº 7.787/89.
Pouco importa que esta tenha implicado, tão somente, a majoração de
percentuais até então observados, pois o defeito precede o exame da
extensão da norma. Trata-se de uma lei ordinária e não complementar.
Não vinga assim o que sustentado pelo Instituto, em memorial
subscrito pelo Dr. Ivan Ferreira de Souza, no sentido de o preceito do
inciso I do artigo 195 agasalhar não só o salário propriamente dito,
como também a remuneração pertinente aos autônomos, contribuintes
individuais, sócios-gerentes, e quotistas que recebem pró-labore,
administradores, etc. O preceito não tem contornos tão largos.
08. Sendo inconstitucional como efetivamente o é, a Lei nº 7.787/
89, e no correspondente às expressões “autônomos” contidas no inciso
I, do artigo 3º da mesma, todas as exigibilidades efetuadas e que
determinaram os recolhimentos efetuados, o foram, data venia ,
indevidamente, porquanto e como o próprio SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL já asseverou, ela é nenhuma, por NULA: “por ser nula e
consequentemente ineficaz, reveste-se deabsoluta inaplicabilidade.
Falecendo-lhe legitimidade constitucional, a lei se apresenta
desprovida de aptidão para gerar e operar qualquer efeito jurídico”.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 521

“Sendo inconstitucional, a regra jurídica é nula.” (RTJ 102/671). (RE


149955-9, de São Paulo, Plenário, Acórdão publicado no DJU de 03/
09/93, Ementário nº 1715-2, Relator Ministro CELSO BANDEIRA DE
MELLO, unânime)
09. Decorrência lógica e natural, pois, que os valores arrecadados
pelo Requerido - INSS, a título de contribuição previdenciária sobre
“pró-labore” de administradores e sobre retribuição à “autônomos”,
devem e merecem ser repetidos, o que impõe, data venia , o
reconhecimento quanto a ser procedente a presente ação.
10. Quanto à restituição de valores pagos INDEVIDAMENTE,
expressamente dispõe o CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL no art.
165, da seguinte forma:

“Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de


prévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual
for a modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no §
4º do art. 162, nos seguintes casos:
I - cobrança ou pagamento espontâneo de tributo ou maior que o
devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza
ou circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente
ocorrido;
II - erro na identificação do sujeito do sujeito passivo, na
determinação da alíquota aplicável, no cálculo do montante do
débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento
relativo ao pagamento;
III - reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão
condenatória.”

No caso concreto, à restituição e pela via de repetição se apresenta


indiscutível, “data venia”, pela declarada inconstitucionalidade e em
face da comprovação documental dos valores recolhidos a título de
“pró-labore” e retribuição a “autônomos”, não possível inclusive
qualquer alegação quanto à eventual transferência dos respectivos
encargos a terceiros, porquanto suportados diretamente pela
Requerente ante a própria natureza da exigibilidade reconhecidamente
indevida.
522 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

11. Quanto à correção monetária dos valores a repetir, além da


consideração quanto a representar “dívida de valor”, existem reiteradas
decisões do próprio SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, como pode
ser visto das ementas abaixo transcritas:

“Repetição de indébito tributário. Correção monetária. Precedente


do STF. Recurso extraordinário provido.” - (RE- 85928-SP)
“ICM – Repetição de indébito – Correção monetária – Termo
inicial. RE conhecido e provido.”
“A correção monetária deve ser calculada a partir da data do
pagamento do imposto indevido.” - (RT - 543/290 – RE 92881 –
1ª Turma – Relator Min. Rafael Mayer)

12. Diante do exposto, requer se digne V. Exa., registrada e autuada


a presente, mandar citar, por Mandado, o Requerido, INSTITUTO
NACIONAL DE SEGURO SOCIAL, na pessoa de seu Superintendente
Regional, com endereço na Rua ............, nº..., nesta cidade, para vir
responder, querendo, no prazo legal, aos termos da presente ação, a
qual, desde já, requer seja julgada procedente, para o fim especial de
CONDENAR o Requerido, INSS, a restituir, pela via de repetição, a
totalidade dos valores recolhidos/repetidos indevidamente, a título
de Contribuição Previdenciária sobre “pró-labore” e retribuição pagas
a “Autônomos”, desde a vigência da indigitada exigência, com a
determinação expressa de que, sobre a totalidade, tendo como termo
inicial a data de cada recolhimento, incida a correção monetária devida
e pelos índices próprios e oficiais aplicáveis na época da devida
repetição, mais juros de mora e pela taxa já apontada, e nas verbas de
sucumbência (custas processuais e demais encargos e honorários no
percentual de 20% – vinte por cento) sobre o valor corrigido da
condenação, tudo a fim de que a repetição seja integral e justa.
Para as diligências de citação, pede seja o Sr. Oficial de Justiça
autorizado a utilizar as prerrogativas constantes do § 2º do artigo 172
do CPC.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 523

Para prova do alegado, se necessário, requer-se, desde logo, a


juntada de novos documentos e a realização de perícia contábil.
Dá-se à causa, nos termos da previsão constante do inciso I, do
artigo 259 do CPC, o valor de R$ ........ (....................).

Termos em que,
Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......

RESUMO
Requer a declaração de inconstitucionalidade, via incidental, da con-
tribuição previdenciária de autônomo em razão de pró-labore. STF declarou
a inconstitucionalidade das expressões “autônomos” na Lei nº 7.787/89.
Pede restituição dos valores pagos a maior, com juros e correção monetá-
ria.
524 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 525

RESCISÓRIA – LEI Nº 7787/89 – AUTÔNOMO - CONTRIBUIÇÃO


SOCIAL – VIOLAÇÃO – PAGAMENTO – DESCONTITUIÇÃO –
CONSTITUCIONALIDADE – PRÓ-LABORE – DECISÃO

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL


VICE-PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL
DA ...ª REGIÃO

......................., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no


CNPJ sob nº ..............., com sede na Rua .........., nº ..., na cidade de
.............., Estado do ..., sucessora, por incorporação, das empresas
..................., inscrita no CNPJ/MF sob nº ........., e ......................, inscrita
no CNPJ sob nº ........., vêm, por seus advogados e procuradores infra-
assinados, propor a presente AÇÃO RESCISÓRIA contra o INSTITUTO
NACIONAL DE SEGURO SOCIAL - INSS, Autarquia Federal, na pessoa
de seu representante judicial, o qual pode ser encontrado na Rua
..............., nº ........., Bairro ......., cidade de ............. - ..., o que faz com
fundamento nos artigos 485 e seguintes do CPC e artigo 8º, inciso IV e
XVII, do Regimento Interno do TRF da 4ª Região, requerendo se digne
Vossa Excelência mandar distribuí-la e processá-la nos termos dos
dispositivos regimentais.
Na sequencia, a Requerente expõe as razões de fato e os
fundamentos do pedido em atenção ao disposto nos artigos 488 e 282
do CPC.

Termos em que,
Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......
526 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

EXCELENTÍSSIMOS(AS) SENHORES(AS) DOUTORES(AS)


JUÍZES(AS) COMPONENTES DAS TURMAS REUNIDAS DO
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA ..ª REGIÃO

Autoras: .............................
Réu: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

Objeto: AÇÃO RESCISÓRIA DO ACÓRDÃO PROFERIDO PELA


... TURMA DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA ..ª
REGIÃO.
Relator: ..............
Apelação Cível Nº ........
Classe ... – Ação Ordinária.

DOS FATOS

As requerentes, na condição de contribuintes da Previdência


Social, após terem ajuizado medida cautelar para depositar a
contribuição previdenciária calculada sobre o pró-labore de seus
administradores e a remuneração paga a autônomos, propuseram,
perante o Juízo da ...ª Vara Federal de ..., Ação Ordinária nº ... contra o
Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, com o intento de ver
declarada a inexistência da obrigação das Autoras de recolherem a
contribuição previdenciária incidente sobre os valores pagos aos
administradores e autônomos que lhes prestam serviço, prevista no
inciso I, artigo 3º, da Lei nº 7.787/89.
Argumentaram, as Autoras, que a Constituição Federal autoriza,
no caso dos empregadores, a instituição de contribuição para a
seguridade social, incidente sobre a folha de salário, o faturamento e o
lucro. Todavia, a contribuição instituída pelo inciso I, do artigo 3º, da
Lei nº 7.787/89, não está compreendida em nenhum dos três itens.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 527

Tal contribuição somente poderia ter sido instituída através de


Lei Complementar, nos termos preconizados pelo artigo 195, § 4º, da
Constituição Federal.
Todavia a contribuição questionada foi instituída através de
simples lei ordinária, ferindo, assim, as disposições da Carta Magna,
sendo, portanto, inconstitucional a exigência.
Pleitearam que o Juízo julgasse procedente a ação, para declarar
inexistente a obrigação das Autoras de recolherem aos cofres do INSS
a contribuição de 20%, prevista no inciso I do artigo 3º, da Lei nº
7.787/89, incidente sobre a remuneração dos autônomos e
administradores contratados pelas Autoras.
Na contestação, o Instituto-Réu disse que a expressão “folha de
salário” foi utilizada pela Constituição em sentido lato, abrangendo
por isso o pró-labore, que é nada mais do que a remuneração
correspondente aos serviços prestados. Discorre sobre a universalidade
da contribuição e defende a desnecessidade de Lei Complementar, com
base nos precedentes que invoca.
No Juízo de 1ª instância, em sentença proferida pelo MM. Juiz,
foi julgado procedente a ação, para declarar inexistente a obrigação
das Autoras de recolherem a contribuição previdenciária incidente
sobre os valores pagos aos autônomos e administradores, de que trata
a Lei nº 7.787/89, sem prejuízo, porém, da exigibilidade da exação na
forma da legislação anterior, condenando a Autarquia-Ré ao pagamento
dos honorários de 10% (dez por cento) da soma dos valores corrigidos
das causas, na ação ordinária e na cautelar, e ao reembolso das custas
processuais em ambas despendidas.
Objetivando reformar a sentença monocrática adversa, o
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS apresentou
Recurso de Apelação, sustentando que houve apenas majoração da
alíquota e bases de cálculo, tratando-se de contribuição social prevista
no artigo 195, “caput”, da Constituição Federal, podendo por isso
mesmo ser instituída por lei ordinária.
A 3ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, por
unanimidade, deu provimento à apelação e à remessa “ex-officio”,
528 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

declarando ser constitucional o artigo 3º, inciso I, da Lei nº 7.787/89,


no que se refere à expressão “folha de salário”.
Objetivando desconstituir a decisão da Egrégia 3º Turma deste
Tribunal, propõe a Autora a presente Ação Rescisória.

DA DECISÃO DESCONSTITUENDA

O acórdão rescindendo proferido nos autos da apelação nº ...,


emitido pela Egrégia ...ª turma do Tribunal Regional Federal da ...ª
Região, por unanimidade, deu provimento ao Recurso de Apelação,
decidindo pela constitucionalidade do artigo 3º, inciso I, da Lei nº
7.787/89.
Restou reconhecido, naquele julgado, ser legal a cobrança da
contribuição previdenciária incidente sobre os valores pagos aos
autônomos e administradores, conforme se vê da cópia autenticada
do referido acórdão (doc. ..).
A decisão proferida pela ...ª Turma do Tribunal Regional Federal
acabou transitando em julgado em data de .../.../...., consoante comprova
a certidão contida às folhas .. (doc. ..), dos autos em que foi proferida
a decisão rescindenda.
A modificação do julgado, portanto, só poderá se efetivar
mediante a propositura da presente ação rescisória.

DAS RAZÕES DETERMINANTES DA DESCONSTITUIÇÃO DA


DECISÃO

Diga-se, como introito e em síntese, que a pretensão da


Requerente é rescindir parcialmente decisão proferida pela ..ª Turma
do Tribunal Regional Federal da ..ª Região, que julgou constitucional
a exigência da contribuição previdenciária incidente sobre os valores
pagos aos autônomos e administradores. Argumenta-se que hoje a
situação se encontra solucionada pelo Supremo Tribunal Federal, que
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 529

deu a necessária interpretação do sentido e alcance das normas insertas


no artigo 195, I, das disposições permanentes da Constituição Federal
de 1988, declarando inconstitucionais as expressões “autônomos” e
“administradores”, contidas no artigo 3º, inciso I, da Lei nº 7.787/89.
Interpretação hoje também admitida pela própria Turma que proferiu
a decisão rescindenda.
Com o que haverá necessidade de rescindibilidade do julgado,
com novo julgamento da causa a fim de corrigir típico erro de direito.
O Plenário do Supremo Tribunal Federal, ao apreciar a matéria
relativa à contribuição previdenciária incidente sobre os valores pagos
aos administradores e autônomos, no R. Ext. nº 166.772-9/RS, acolheu
a arguição da inconstitucionalidade do inciso I, do artigo 3º da Lei nº
7.787/89.
A ementa do acórdão, na parte que trata especificamente da
controvérsia, de lavra do Exmo. Ministro MARCO AURÉLIO, resume
os fundamentos adotados:

“SEGURIDADE SOCIAL – DISCIPLINA – ESPÉCIES –


CONTRIBUIÇÕES FEDERAIS – DISTINÇÃO. Sob a égide das
Constituições Federais de 1934, 1946 e 1967, bem como da
Emenda Constitucional nº 1/69, teve-se a previsão geral do tríplice
custeio, ficando aberto campo propício a que, por norma
ordinária, ocorresse a regência das contribuições. A Carta da
República de 1988 inovou. Em preceitos exaustivos – incisos I,
II e III do artigo 195 – impôs contribuições, dispondo que a lei
poderia criar novas fontes destinadas a garantir a manutenção
ou expansão da seguridade social, obedecida a regra do artigo
154, inciso I, nela inserta (§ 4º do artigo 195 em comento).”

“CONTRIBUIÇÃO SOCIAL – TOMADOR DE SERVIÇOS –


PAGAMENTOS A ADMINISTRADORES E AUTÔNOMOS –
REGÊNCIA. A relação jurídica mantida com administradores e
autônomos não resulta de contrato de trabalho e, portanto, de
ajuste formalizado à luz da Consolidação das Leis do Trabalho.
530 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Daí a impossibilidade de se dizer que o tomador dos serviços


qualifica-se como empregador e que a satisfação do que devido
ocorra via folha de salários. Afastado o enquadramento do inciso
I do artigo 195 da Constituição Federal, exsurge a desvalia
constitucional da norma ordinária disciplinadora da desvalia
constitucional da norma ordinária disciplinadora da matéria. A
referência contida no § 4º do artigo 195 da Constituição Federal
ao inciso I do artigo 154, nela insculpido, impõe a observância
de veículo próprio – a lei complementar. Inconstitucionalidade
do inciso I do artigo 3º da Lei nº 7.787/89, no que abrangido o
que pago a administradores e autônomos. Declaração de
inconstitucionalidade limitada pela controvérsia dos autos, no
que são envolvidos pagamentos a avulsos.”

DECISÃO

“Por maioria de votos, o Tribunal conheceu do recurso e lhe deu


provimento, para declarar a inconstitucionalidade da expressão
“autônomos e administradores”, contida no inciso I do art. 3º da
Corte de origem e conceder a segurança, a fim de desobrigar os
recorrentes do recolhimento da contribuição incidente sobre a
remuneração paga a administradores e trabalhadores autônomos,
vencidos os Ministros Francisco Rezek, Ilmar Galvão e Carlos
Velloso, que não conheciam do recurso e declaravam a
constitucionalidade da mencionada expressão. Votou o
Presidente. Falou, pelos recorrentes, o Dr. José Norschbacher e,
pelo recorrido, a Dra. Verena Ema Nygaard. Plenário, 12.5.94 –
Brasília, 13 de maio de 1994.” (Publicada no DJU de 20.05.94, p.
12.246/7)

Prevaleceu, portanto, o entendimento, segundo a Corte Suprema,


de que é inconstitucional a exigência da contribuição previdenciária
incidente sobre os valores pagos aos autônomos e administradores,
prevista no inciso I, do artigo 3º, da Lei nº 7.787/89.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 531

Embora o assunto tenha sido decidido em grau de recurso


extraordinário, ou seja, aplicando-se somente às partes envolvidas na
ação, sem efeito “erga omnes”, os Tribunais Regionais Federais
passaram a seguir a orientação ditada pela Egrégia Corte Suprema.
A partir de então, tornou-se uníssona a jurisprudência no sentido
da inconstitucionalidade da cobrança da referida contribuição. Tanto
assim que este Tribunal Regional Federal passou a decidir nos
seguintes termos:

“APELAÇÃO EM MANDADO DE SEGURANÇA Nº 94/04/51702-


0/SC

Relator: JUIZ NYSON PAIM DE ABREU


Apelante: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -
INSS
Apelado: DRESCH E CIA. LTDA.
Remetente: JUÍZO FEDERAL DA VARA DE JOAÇABA/SC
Advogados: LUIZ CARLOS CERVI e SILVIO LUIZ DE COSTA E
OUTROS

EMENTA: CONSTITUCIONAL. PRÓ-LABORE. LEI Nº 7.787/


89, ART. 3º, INCISO I. RECURSO EXTRAORDINÁRIO 166.772-
9-RS. INCONSTITUCIONALIDADE.
1. O Supremo Tribunal Federal, ao julgar o Recurso
Extraordinário nº 166.772-9-RS, declarou a
inconstitucionalidade das expressões “autônomos e
administradores”, constantes no inciso I do artigo 3º da Lei nº
7.787/89;
2. Apelação e Remessa Oficial improvidas.
532 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

ACÓRDÃO

Vistos e relatados os presentes autos, em que são partes as acima


indicadas, decide a 1ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª
Região, por unanimidade, negar provimento à Apelação e à
Remessa “Ex-Officio”, na forma do relatório e notas taquigráficas
que ficam fazendo parte integrante do presente julgado. Custas
“ex lege”. – Porto Alegre, 01 de dezembro de 1994. (data do
julgamento).” (“in” DJU de 01.02.95, fls.).

O Supremo Tribunal Federal, tendo declarado a


inconstitucionalidade do inciso I, do artigo 3º, da Lei nº 7.787/89,
incidentalmente, nos termos dos artigos 176 e 177 do Regimento
Interno do Supremo Tribunal Federal (RISTF), expediu ofício (art. 178
do RISTF) ao Senado Federal para que fosse atendido o disposto no
artigo 52, inciso X, da Constituição de 1988.
Este disposto (artigo 52, X, da CF) confere ao Senado Federal
competência para suspender, no todo ou em parte, a execução de Lei
declarada inconstitucional, por decisão definitiva do Supremo
Tribunal Federal.
Ocorre que até o presente momento o Senado Federal, inobstante
a importância do assunto, não se desincumbiu de seu “ munus ”
constitucional, deixando de suspender a execução dos dispositivos
declarados, em decisão definitiva, como inconstitucionais pelo
Supremo.
Dessa forma não resta alternativa senão recorrer ao Judiciário,
para que em sede de ação rescisória outra decisão seja proferida, a fim
de que se expurguem da decisão rescindenda os efeitos de dispositivos
legais considerados como inconstitucionais pelo Supremo.
Reparando-se, assim, o equívoco cometido contra a Requerente,
poderá ela pleitear a devolução do que pagou indevidamente ou
compensar aqueles valores com tributos de mesma espécie.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 533

QUANTO AO CABIMENTO DA MEDIDA

A pretensão da Requerente invoca como fundamento o artigo


485, inciso V, do CPC, que diz:

“Art. 485. A sentença de mérito, transitada em julgado, pode ser


rescindida quando:
(...)
V - violar literal disposição de lei; (...)”

O caso presente trata tipicamente de violação do direito, na


medida em que a sentença rescindenda invocou e deu como válida
norma jurídica nula, desprovida de eficácia, por conflitar com a
Constituição. Por isso, enquadra-se perfeitamente com o dispositivo
processual supra invocado.

No dizer de Pontes Miranda,

“São suscetíveis de rescisão todas e quaisquer semelhanças que


tenham revelado erradamente o direito.” ( Tratado da Ação
Rescisória – Forense, 1976, 5. ed., p. 276).

Sérgio Rizzi (Ação Rescisória – Editora Revistas dos Tribunais –


São Paulo, 1979, p. 107), discorrendo sobre os fundamentos intrínsecos
(referentes à sentença) da ação rescisória, cita o seguinte caso,
considerado por ele como violação patente de literal disposição de
Lei:

“(...) quando a sentença:


(...)
534 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

b) dá validade a uma Lei que não vale;(...).”

E, mais adiante, Sérgio Rizzi afirma que:

“(...) aceita a retroatividade da declaração de


inconstitucionalidade, a rescisão é viável.”

É lição do professor Alfredo Buzaid que:

“(...) a lei adversa à Constituição é absolutamente nula; não


simplesmente anulável. A eiva de inconstitucionalidade atinge
no berço, fere “ab initio”. Ela não chegou a viver. Nasceu morta.
Não teve, pois, nenhum único momento de validade.” (Da Ação
Direta de Inconstitucionalidade no Direito Brasileiro – Editora
Saraiva, São Paulo, 1958, p. 128/129).

Portanto, a decisão judicial atacada ajusta-se perfeitamente ao


disposto no inciso V, do artigo 485 do CPC.
Por outro lado, não há de se invocar, como óbice ao conhecimento
da presente Ação Rescisória, o teor da Súmula nº 343 do Supremo
Tribunal Federal. Ocorre que a situação em apreço não se afigura
semelhante ao enunciado daquela Súmula.
Primeiro, porque não se trata de interpretação de texto legal, mas
de texto constitucional. Há, no Supremo Tribunal Federal, decisões
que afirmam que:

“A Súmula 343 tem aplicação quando se trata de interpretação


controvertida nos Tribunais, não, porém, de texto constitucional.”
(RE nº 105.205-SP – Relator Ministro Sidney Sanches – in RTJ
125/126. No mesmo sentido; RTJ 114/361 e RTJ 125/1369).
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 535

Segundo, porque não se haveria de cogitar de divergência de


interpretação à época em que foi proferida a decisão rescindenda. Nem
este Egrégio Tribunal nem o Colendo Supremo Tribunal Federal
haviam se posicionado definitivamente sobre a questão da citada
contribuição previdenciária.
Terceiro, porque não se trata de interpretação de texto, mas de
eficácia da norma jurídica – aplicação da Lei – em face do ordenamento
constitucional. Norma nula não produz qualquer efeito.
É missão do Judiciário velar pela realização relativamente perfeita
do direito objetivo e pela mais exata e justa apreciação do direito da
parte.
Aliás, em casos semelhantes, vem sendo admitida a possibilidade
de rescisão dos julgados, com os mesmos fundamentos que aqui se
invocam, consoante se vê dos acórdãos cujas ementas vão abaixo
transcritas e do integral teor anexo (doc. nº ...), os quais passam a
fazer parte integrante das presentes razões:

a) “AÇÃO RESCISÓRIA 0264/RJ – Nº 92/02/13880-0


Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL CARREIRA ALVIN
Autor: CARLOS LEMOS E OUTROS
Advogado: OSWALDO DUARTE DE SOUZA E OUTRO
Réu: UNIÃO FEDERAL/FAZENDA NACIONAL

EMENTA: PROCESSUAL CIVIL – AÇÃO RESCISÓRIA –


EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO VEÍCULOS – DECRETO-LEI
Nº 2.288/86 – INCONSTITUCIONALIDADE – NEGATIVA DE
SEGUIMENTO À APELAÇÃO PELO RELATOR – INÍCIO DO
PRAZO “A QUO” PARA O EXERCÍCIO DA RESCISÓRIA – COISA
JULGADA.
1. Quando o relator nega seguimento à apelação erroneamente
interposta, a sentença rescindenda passa em julgado com o
trânsito em julgado do despacho que a admitiu, contando-se, a
536 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

partir de então, o prazo decadencial para o exercício da ação


rescisória (Precedente do Eg. STJ).
2. Sentença que aplica decreto-lei tido como inconstitucional
pelo Egs. STF e STJ, seguindo a orientação isolada do Tribunal
“ad quem” em dissonância com a jurisprudência uniforme sobre
o tema, inclusive nos demais Tribunais Regionais Federais do
País, configura típico “error in judicando”, ajustando-se ao
disposto no art. 485, item V, do CPC (violação de literal
disposição de lei), e, como tal, rescindível.
3. Hipótese que não encontra obstáculo na Súmula nº 134 do
Excelso Supremo Tribunal Federal, por não se tratar de
interpretação de lei controvertida nos Tribunais.
4. Ação rescisória procedente. Sentença originária rescindida.

ACÓRDÃO

Vistos e relatados esses autos, em que são as partes acima


indicadas:
Acordam os membros do Tribunal Regional Federal da 2ª Região,
por maioria, em julgar a ação procedente, após superada a
preliminar de carência, nos termos do voto do relator.
Custas, como de lei.”
Rio de Janeiro, 21 de outubro de 1993 (data do julgamento).”

b) “AÇÃO RESCISÓRIA Nº 93/01/15728-4 - DF

Relator: JUIZ NELSON GOMES DA SILVA


Autor: CONSÓRCIO NACIONAL SUDAMÉRICA S/C LTDA.
Adv: FRANCISCO ARANDA GABILAN
Réu: FAZENDA NACIONAL
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 537

Procur.: GILDA MARIA FREIRE GARCIA

EMENTA: AÇÃO RESCISÓRIA. SÚMULAS 343, STF, E 134, DO


TRF. ADMISSIBILIDADE (ART. 485, V, DO CPC). VARIAÇÃO
DO DISPOSITIVO.
1. Os verbetes das Súmulas 343, do STF, e 134, do TRF, somente
incidem nos tribunais de lei ordinária, não quando a matéria
controvertida for de ordem constitucional.
2. Não incidem os verbetes das Súmulas 343, do STF, e 134, do
TRF, quando se discute a inconstitucionalidade ou não
receptividade de uma norma jurídica pela Carta Magna.
3. Na ação rescisória fundada no art. 485, IV, do CPC (coisa
julgada) não pode ser apontado como ofendido acórdão proferido
pelo STF, em processo ocorrido entre outras partes.
4. Em se tratando de rescisória por ofensa a literal disposição de
lei (art. 485, V, do CPC), constitui mera irregularidade apontar a
inicial, erroneamente, como infringidos alguns dispositivos de
lei, que não o foram, se extrai, de modo claro, quais os
dispositivos legais que foram violados pela decisão rescindenda.
5. Rescisória procedente.

ACÓRDÃO

Vistos e relatados estes autos, em que são partes as acima


indicadas:
DECIDE a Segunda Seção do Tribunal Regional Federal da 1ª
Região, por unanimidade, julgar procedente a ação rescisória,
na forma do relatório, voto e notas taquigráficas constantes dos
autos, que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.
Custas, como de lei.
Brasília-DF, 14 de dezembro de 1993 (data do julgamento)”.
c) “AÇÃO RESCISÓRIA Nº 94/01/07215-9/DF
538 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Relator p/ Acórdão: EXMO. SR. JUIZ EUSTÁQUIO SILVEIRA


Relatora Originária: EXMA. SRA. JUÍZA ELIANA CALMON
Autora: FAZENDA NACIONAL
Procurador: DR. OSMAR ALVES DE MELO
Ré: JUNCO AGROPASTORIL LTDA.

EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO RESCISÓRIA.


ADMISSÃO. SÚMULA 343/STF. QUESTÃO
CONSTITUCIONAL. CONTROVÉRSIA INSTALADA APÓS A
PRO-LAÇÃO DO ACÓRDÃO RESCINDIDO. LEI Nº 7.689/88.
INCONSTITUCIONALIDADE APENAS DO ART. 8º.
1. Admite-se a ação rescisória se o acórdão violou a Constituição
e a Lei nº 7.689/88, ao considerar esta última como
inconstitucional.
2. Afasta-se a aplicação da Súmula 343/STF quando a questão
controvertida for de natureza inconstitucional. Ademais, no caso,
a controvérsia entre tribunais só se instalou após a prolação do
acórdão rescindendo.
3. A instituição da contribuição social sobre o lucro das pessoas
jurídicas, mediante a Lei nº 7.689/88, nada tem de
inconstitucional. Apenas o seu art. 8º, que determinou a sua
cobrança já a partir do resultado obtido em 03.12.88, não se
compadece com o disposto no art. 150, III, a, combinado com o
art. 195, § 6º, da Carta Política em vigor.
4. Ação Rescisória julgada procedente para, rescindindo o
acórdão, dar provimento parcial à apelação.

ACÓRDÃO

Vistos e relatados estes autos, em que são partes as acima


indicadas:
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 539

DECIDE a Segunda Seção do Tribunal Regional Federal da 1ª


Região, preliminarmente, por maioria, admitir a Ação Rescisória.
No mérito, por maioria, julgar procedente a Ação Rescisória e
dar provimento parcial à apelação, na forma do relatório, voto e
notas taquigráficas constantes dos autos, que ficam fazendo parte
integrante do presente julgado. Custas, como de lei. – Brasília-
DF, 14 de junho de 1993.”

d) “AÇÃO RESCISÓRIA Nº 92/02/12108-7/RJ


Relator: DES. FED. ARNALDO LIMA
Autores: GUILHERME MERCANTE E OUTRO
Advogado: MÁRCIO LUIZ GRANATO MENEZES
Ré: UNIÃO FEDERAL/FAZENDA NACIONAL

EMENTA: AÇÃO RESCISÓRIA – ART. 485, V, DO CPC –


TRIBUTÁRIO: Empréstimo compulsório – DL nº 2288/86.
1. O v. acórdão que reconheceu ser devido, porque consentâneo
com ordem jurídica, tal empréstimo, no exercício de 87, violou
literais disposições da CF e do CTN, sendo passível da rescisão.
2. Afasta-se a aplicação da Súm. 343, do eg. STF, porque, tendo
essa Corte declarado inconstitucional referido DL, seus efeitos
operam-se ex tunc, o que significa que a norma, assim declarada,
jamais existiu, válida e eficazmente. Logo, não seria razoável
pretender a subsistência do decisum rescindendo, sob
fundamento que teria se baseado em texto legal de interpretação
controvertida nos Tribunais.
3. Procedência do pedido, nos termos do voto condutor.

ACÓRDÃO

Vistos e relatados esses autos, em que são partes as acima


indicadas:
540 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Decide o Tribunal Regional Federal da 2ª Região, em sessão


Plenária, à unanimidade, julgar procedente a ação, nos termos
do voto do Relator. Ausentes, justificadamente, os Exmos. Srs.
Des. Federais CHALU BARBOSA e FREDERICO GUEIROS.
Custas, como de lei. – Rio de Janeiro, 17 de junho de 1993 (data
do julgamento).”

DO PEDIDO

Por tudo que foi exposto, fica evidente a necessidade da correção


do indicado erro de legalidade, sendo, portanto, imperativo que se dê
procedência à presente ação rescisória, nos termos abaixo. Pede e requer
a Vossa Excelência que:
a) Receba a presente ação determinando o seu registro e autuação
e demais diligências legais;
b) Seja a Ré citada na pessoa de seu procurador judicial, indicado
no preâmbulo da presente, para que, no prazo legal, conteste,
querendo, a presente ação, sob pena de revelia, constando do
mandado as advertências do artigo 285 do CPC;
c) Seja a presente ação julgada procedente para desconstituir a
decisão rescindenda, para que nova decisão se profira,
declarando inexistir obrigação da Requerente de recolher aos
cofres do INSS a contribuição previdenciária incidente sobre
a remuneração paga aos autônomos e administradores, de que
trata o inciso I, artigo 3º, da Lei nº 7.787/89;
d) Deferir a produção de prova documental, que, se necessária,
especificará no momento processual oportuno;
e) Condenação da Ré no pagamento das custas e despesas
processuais.

Com a presente a Requerente junta a guia de depósito judicial,


em conformidade com o inciso II, do artigo 488 do CPC.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 541

Dá à causa o valor de R$ ........ (................................).

Termos em que,
Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......

RESUMO
O autor propõe ação rescisória em face do acórdão proferido no
julgamento de apelação, que por unanimidade deu provimento ao recurso,
decidindo pela constitucionalidade do artigo 3º, inciso I, da Lei nº 7.787/89,
que determina o pagamento da contribuição social para a Previdência So-
cial incidente sobre o pró-labore dos administradores e autônomos, que
transitou em julgado. Pede pela desconstituição da decisão, tendo em
vista a ocorrência de violação literal de lei, para que seja proferida nova
decisão, que declare inexistir por parte do autor a obrigação de pagar a
contribuição social para a Previdência Social.
542 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 543

RESTABELECIMENTO DE AUXÍLIO DOENÇA – CONVERSÃO EM


APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – INSS – INCAPACIDADE
LABORATIVA

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE


DIREITO DA ____ VARA CÍVEL DA COMARCA DE ________.

FULANO DE TAL, brasileiro, casado, aposentado, portador do


CPF nº, RG nº SSP/MG e NB nº 999.999.999-9, residente e domiciliado
na Rua x nº 1, Jardim Alves, na cidade e Comarca de Y/MG, por seu
advogado e procurador infra-assinado, com instrumento de procuração
em anexo, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência propor
contra o INSS - Instituto Nacional do Seguro Social, autarquia federal,
com Procuradoria Regional situada na Avenida K nº 852, Centro, na
cidade e Comarca de W /MG, CEP: 00000-000, a presente

AÇÃO DE RESTABELECIMENTO DO AUXÍLIO-DOENÇA C/C


APOSENTADORIA DE INVALIDEZ E PEDIDO DE TUTELA
ANTECIPADA,

com fulcro no artigo 201, inciso I, da Constituição Federal, artigo


42 e seguintes da Lei nº 8.213/91; artigo 43 e seguintes do Decreto nº
3.048, de 06 de maio de 1999; artigo 2º e seguintes da Lei Complementar
nº 142, de 8 de maio de 2013 e artigo 282 do CPC, mediante os seguintes
fatos e fundamentos:

1) O Requerente, que é nascido em 01/01/1901, desempenhou


atividades urbanas diversas, conforme demonstram os sucessivos
registros constantes em sua CTPS, de acordo com o que consta das
cópias anexas:
544 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

a) De 27/08/1973 à 12/11/1973 trabalhou na função de


SERVENTE, na empresa “x”;
b) De 04/12/1973 à 21/03/1974 trabalhou na função de
SERVENTE, na empresa “z”;
c) De 26/03/1974 à 18/08/2009 trabalhou na função de
SERVENTE, na empresa “y”.

2. Contudo, por volta do ano de 2009, o Autor começou a sofrer


da síndrome de TRANSTORNOS PSICÓTICOS AGUDOS E
TRANSITÓRIOS, CID 10 – F23, estando incapacitado para o
desempenho das atividades da vida diária e do trabalho, conforme
provam os Laudos Médicos em anexo, apesar de muita insistência e
esforço de sua parte, de exercer as atividades laborativas, como o fez
ao longo de sua vida, vê-se incapaz.
3) Como sintoma, a da síndrome de TRANSTORNOS
PSICÓTICOS AGUDOS E TRANSITÓRIOS pertence ao grupo
heterogêneo de transtornos caracterizados pela ocorrência aguda de
sintomas psicóticos tais como ideias delirantes, alucinações,
perturbações das percepções e por uma desorganização maciça do
comportamento normal. O termo “agudo” é aqui utilizado para
caracterizar o desenvolvimento crescente de um quadro clínico
manifestamente patológico em duas semanas no máximo. Para estes
transtornos não há evidência de uma etiologia orgânica. Acompanham-
se frequentemente de uma perplexidade e de uma confusão, mas as
perturbações de orientação no tempo e no espaço e quanto à pessoa
não são suficientemente constantes ou graves para responder aos
critérios de um delirium de origem orgânica, ou seja, é uma Síndrome
cerebral orgânica sem etiologia específica caracterizada pela presença
simultânea de perturbações da consciência e da atenção, da percepção,
do pensamento, da memória, do comportamento psicomotor, das
emoções e do ritmo vigília-sono. A duração é variável e a gravidade
varia de formas leves a formas muito graves.
4) Os TRANSTORNOS PSICÓTICOS AGUDOS E
TRANSITÓRIOS em geral estes se curam completamente em menos
de poucos meses, frequentemente em algumas semanas ou mesmo dias.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 545

Quando o transtorno persiste o diagnóstico deve ser modificado, neste


caso, o transtorno pode estar associado a um “stress” agudo (os
acontecimentos geralmente geradores de “stress” precedem de uma a
duas semanas o aparecimento do transtorno).
5) Por essas razões, aliado o fato de ser pessoa pobre, sem a
mínima instrução e qualificação técnica para o exercício de qualquer
outra atividade, a não ser a rurícola, ou de atividades que necessitem
de pouco esclarecimento, é que o Autor necessita de amparo por parte
da Previdência Social, tanto para sobreviver como para poder adquirir
os medicamentos necessários para o tratamento de sua enfermidade.
6) A patologia de que o Autor é portador, sobre estar comprovada
com os resultados dos exames a que se submeteu (inclusive biópsia) e
ora anexos, é daquelas que, segundo lhe foi informado pelo profissional
médico que o assiste, exigirá um acompanhamento médico constante,
vez que o vírus poderá ceder à medicação e, tempos após, retornar.
São gravíssimas, portanto, as condições de saúde que afligem o
impetrante.
7) Evidencia-se, assim, que o Autor está enquadrado na legislação
previdenciária delineadora do benefício de Aposentadoria por
Invalidez, nos termos da legislação vigente, salientando, ainda, que o
trabalhador que estiver afastado por motivo de moléstia incapacitante
não perde a qualidade de segurado, mormente se tal enfermidade foi
contraída enquanto esteve na condição de segurado, como é o caso
específico do autor, segundo consta do seguinte aresto:

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. ART.


42, LEI Nº. 8.213/91. CARÊNCIA COMPROVADA. ART. 25, I,
LEI Nº. 8.213/91. INCAPACIDADE CONSTATADA POR LAUDO
PERICIAL. INÍCIO DO BENEFÍCIO DA DATA DO LAUDO.
HONORÁRIOS DE ADVOGADO. INCIDÊNCIA SOBRE AS
PARCELAS VENCIDAS NA DATA DA SENTENÇA. SÚMULA
111 STJ. 1. Comprovada a incapacidade para o trabalho, mediante
laudo pericial, o cumprimento da carência (art. 25, I da Lei 8.213/
91) e, ainda, a qualidade de segurado da previdência social ao
tempo da impetração, é devida a aposentadoria por invalidez,
546 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

nos termos do art. 42 da Lei 8.213/91. 2. O autor provou a


existência de 11 contratos de trabalho, desde 1971 até a data do
ajuizamento da ação, em 03.10.1995, demonstrando, assim, a sua
qualidade de segurado e o preenchimento do período de carência
de que fala o art. 25, I, da Lei nº 8.213/91. 3. O laudo pericial de
fls. fls. 111 a 113, registra que o autor padece dos seguintes males:
portador de doença de chagas, osteoartrose de coluna vertebral,
cistos solitários hepáticos e renal, colelitáse, prolapso de válvula
mitral e tabagismo. 4. O perito oficial declarou que o trabalho
rude pode agravar o mal sofrido pelo autor e, apesar disso,
entendeu que o mesmo não está totalmente incapacitado para o
trabalho, podendo exercer atividades leves. No entanto, as
atividades inerentes à atual profissão do autor de auxiliar de
execução (fl.13) são de serviço braçal e exigem esforços físicos
constantes, o que o impede de trabalhar, restando, portanto, total
a sua incapacidade, ante a falta de condições para prover o
próprio sustento. 5. Faz jus o autor ao benefício de aposentadoria
por invalidez, pelo que não merece reforma, no particular, a r.
sentença que julgou procedente o pedido. 6. A data de início da
concessão do benefício, deve ser a do Laudo pericial do juízo
que concluiu pela invalidez, uma vez que afirma à fl. 113 que
“segundo o autor as patologias são antigas, mas é impossível
precisar o início” 7. “Os honorários advocatícios, nas ações
previdenciárias, não incidem sobre prestações vincendas”
(Súmula nº 111). 8. Apelação e remessa oficial tida por interposta
a que se dá parcial provimento para determinar que a data de
início do benefício seja 16.12.1996, data do Laudo Pericial e que
os honorários de advogado incidam apenas sobre as parcelas
vencidas na data da sentença, conforme a Súmula 111 do STJ.
(TRF 1ª Região – 1ª Turma Suplementar – AC nº
1998.01.00.085339-0 – Juiz Federal Conv. Manoel José Ferreira
Nunes – j. 14/09/2004)

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ.


RURÍCOLA. INCAPACIDADE COMPROVADA. RECURSO
IMPROVIDO. 1. Se a apelada, por motivo de doença, não pode
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 547

voltar ao exercício da antiga profissão de trabalhadora rural, deve


ser desde logo aposentada por invalidez ante a impossibilidade
de que, sendo pessoa de pouca instrução, possa ser reabilitada
para outro trabalho e tenha oportunidade de obter novo emprego.
2. Não perde a qualidade de segurada a trabalhadora que, em
razão de moléstia incapacitante, tenha deixado de contribuir à
Previdência Social. – Apelo Improvido.” (TRF 3ª Região – 1ª
Turma - Ac. 96/03/036.335-9 – Rel. Juiz Sinval Antunes)

8) Destarte, considerando-se que a moléstia da qual padece o


Autor é de natureza incurável, permanente, irreversível e incapacitante,
constata-se que o caso vertente é típico de concessão de aposentadoria
por invalidez, motivo pelo qual se vale da presente ação para pleitear
judicialmente o referido amparo previdenciário a que tem direito,
segundo as normas legais vigentes.
9) Dessa forma, não foi correta a posição da Requerida quanto ao
benefício pleiteado pela Requerente, uma vez que conforme
demonstrado tanto na legislação aplicável como a doutrina e a
jurisprudência favorecem a concessão da APOSENTADORIA POR
INVALIDEZ na forma requerida na esfera administrativa, o que sem
sombra de dúvida deverá ser reconhecido na sentença que julgar o
presente feito, fazendo retroagir os pagamentos do benefício desde a
data do seu ingresso no órgão previdenciário.

DA ANTECIPAÇÃO DA TUTELA

Como os trâmites da presente ação podem demandar vários anos,


em face do notório abuso do direito de defesa, durante tal período o
requerente continuaria impossibilitado, em razão de sua enfermidade,
de exercer a atividade rurícola que vinha desempenhando; a única,
como acima mencionado, que lhe restaria. Porém, isto fatalmente
agravaria sua situação financeira e, consequentemente, o seu estado
de saúde, na medida em que não disporia de recursos necessários
para sustentar a si próprio, bem como para providenciar o adequado
tratamento de sua enfermidade, o que demonstra de forma inequívoca
548 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

a presença, in casu, do “fumus boni juris” e do “periculum in mora”.


Assim, ante o receio de dano irreparável, necessita o requerente da
antecipação da tutela, nos termos do artigo 273 do Código de Processo
Civil, para que lhe seja concedido o benefício da aposentadoria por
invalidez, no valor de um salário mínimo mensal e respectivo abono
anual – logo após a constatação de sua incapacidade através de perícia
médica –, salientando que a tutela ora perseguida é perfeitamente
possível de ser concedida antecipadamente, em virtude do caráter
alimentício do benefício ora pleiteado.
DIANTE DO EXPOSTO, é a presente para requerer de Vossa
Excelência a citação da Autarquia-Ré, através de seu Procurador-
Regional, no mesmo endereço declinado no preâmbulo da inicial via
AR, para, querendo, no prazo legal, oferecer defesa, se tiver, sob pena
de revelia e confissão, julgando-se, ao final, procedente a presente ação,
concedendo à Requerente o benefício ora requerido, condenando-a nas
custas processuais, honorários advocatícios, tudo na forma da Lei e
demais acréscimos de direito.
Seja determinado o RESTABELECIMENTO DO AUXÍLIO-
DOENÇA, NB: 999.999.999-9, APS de W/MG, desde 02/05/2010,
quando de sua cessação e sua conversão em APOSENTADORIA POR
INVALIDEZ;
Seja, initio litis, determinada uma perícia médica para
confirmação do alegado, e, conforme comprovada a incapacidade do
Autor em 02/02/2010, seja julgada antecipadamente a tutela desejada,
nos termos do artigo 273 do CPC, determinando, ao instituto réu, que,
de imediato, lhe pague o benefício de uma aposentadoria por invalidez,
no valor de um salário mínimo mensal, acrescido do abono anual;
Requer ainda, a Vossa Excelência, conceder, de plano, os
benefícios da ISENÇÃO DE CUSTAS, nos termos do que dispõe a
legislação vigente, inclusive, nos termos da Lei nº 1.060/50.
Protesta e requer provar suas alegações pelos meios em direito
admitidos, especialmente pela oitiva de testemunhas, depoimento
pessoal do representante legal do Requerido, sob pena de confesso,
perícias e juntada de novos documentos, dando ciência da ação ao
RMP para que, querendo, nela intervenha.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 549

Dá-se à causa, para efeitos fiscais, o valor de R$ ..........


(..........................).

Nestes Termos,
Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......

RESUMO
O autor é beneficiário da Previdência Social. Na época o pe-dido foi
fundamentado no artigo 201, inciso I, da Constituição Federal; artigo 42 e
seguintes da Lei nº 8.213/91; artigo 43 e seguintes do Decreto nº 3.048, de
06 de maio de 1999, inclusive, com o suporte da Lei Complementar nº
142, de 8 de maio de 2013. Entretanto, verifica-se que o beneficiário está
perdendo o seu direito ao benefício previdenciário, notando-se queo Autor
está enquadrado na legislação previdenciária delineadora do benefício de
Aposentadoria por Invalidez, nos termos da legislação vigente, tendo em
vista que o trabalhador que estiver afastado por motivo de moléstia
incapacitante não perde a qualidade de segurado, mormente se tal enfer-
midade foi contraída enquanto esteve na condição de segurado. Requer a
Tutela Antecipada, uma vez que ferida a legislação pátria, sendo aplicado o
critério da retroatividade.
Em comarcas onde não existe a JUSTIÇA FEDERAL, poderão as
Ações Previdenciárias ser propostas à JUSTIÇA ESTADUAL, excetuando
as comarcas onde existem as Varas da JUSTIÇA FEDERAL, de conformi-
dade com o § 3º, do artigo 109 da CF/88.
550 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 551

REVISIONAL DE APOSENTADORIA – APOSENTADORIA – LEI Nº


8.213/91 - NÃO APLICAÇÃO DO FATOR PREVIDENCIARIO

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE


DIREITO DA ...ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ...........................

Nome ( qualificação), (endereço) por seu advogado e bastante


procurador ( procuração anexa), ao qual deverão ser endereçadas todas
as notificações e publicações decorrentes deste processo, que serão
recebidas no escritório sito à rua .........................., vem, respeitosamente
à presença de Vossa Excelência, propor a presente

AÇÃO REVISIONAL DE APOSENTADORIA

com a finalidade de que a Renda Mensal Inicial do Autor seja


calculada sem a aplicação do Fator Previdenciário cumulada com a
sua declaração de inconstitucionalidade incidental em face do Instituto
Nacional do Seguro Social- INSS, com endereço ..............................
pelos motivos de fato e de direito que passa a expor, para ao final
requerer o quanto segue:

I) DOS FATOS

1. O Autor teve a sua aposentadoria concedida em ..................,


benefício este cadastrado sob nº .......................... conforme comprova
a carta de concessão anexa ( doc. nº....).
552 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

2. Ocorre que, à época da concessão do referido benefício houve


a aplicação do fator previdenciário no valor da Renda Mensal
Inicial(RMI) que acabou resultando num valor menor do que o que
seria correto achatando o beneficio do Autor.

3. Tal situação perdura até hoje, o que é um verdadeiro absurdo.

4. Evidentemente tal entendimento do INSS é inconstitucional


e ilegal, posto que ao longo do tempo o Autor terá uma drástica redução
em sua aposentadoria, sendo que contribuiu para o sistema
previdenciário e não está tendo agora a devida contrapartida.

5. Tal conduta do Réu viola o princípio da irredutibilidade no


valor dos benefícios que visa proteger o Autor das perdas inflacionárias.
Sobre tal princípio nos ensina o professor Wagner Balera que:

“ Para a manutenção do valor real do benefício, é fundamental


que ele seja fixado corretamente ab initio. Do contrário, o
benefício persistirá existindo com um valor irreal, imprestável
para o cumprimento de sua finalidade constitucional. Cumpre
evitar, portanto, esse vício genético, por assim dizer”.(Da
irredutibilidade do valor dos benefícios. In: Cadernos de Direito
Constitucional e Ciência Política, n.19, p. 176)

6. Sobre a importância dos princípios constitucionais da


seguridade social, ensina o professor Marcus Orione G. Correia que:

“O sistema normativo é composto da atuação também dos


princípios. Portanto, estes são informadores do sistema e não
meramente integradores deste. Uma regra que destoa de um
princípio , obviamente não pode prevalecer, (...)”(in Curso de
Especialização em Direito Previdenciário, vol. 1, pág. 255, editora
Juruá).

7. Importante ressaltar que a aplicação do fator previdenciário


viola o principio do não retrocesso social que nas palavras do professor
J.J. Gomes Canotilho ao examinar os contornos do princípio assim se
manifesta:
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 553

“O princípio da proibição do retrocesso social pode formular-se


assim: o núcleo essencial dos direitos sociais já realizado e
efetivado através de medidas legislativas deve considerar-se
constitucionalmente garantido, sendo inconstitucionais
quaisquer medidas que, sem a criação de esquemas alternativos
ou compensatórios, se traduzam na prática em uma anulação,
revogação ou aniquilação pura e simples desse núcleo essencial.
A liberdade do legislador tem como limite o núcleo essencial já
realizado” (José Joaquim Gomes Canotilho, Direito
Constitucional e Teoria da Constituição, Livraria Almedina,
Coimbra, 1998).

8. Assim, o Autor socorre-se da tutela jurisdicional do Estado, a


fim de ver sua pretensão acolhida.

II) DO DIREITO

9. O FATOR PREVIDENCIÁRIO tem diversas inconstitu-


cionalidades, que serão vistas ao longo desta inicial tais como:
a) A aplicação do fator previdenciário pelo INSS viola o principio
da reciprocidade das contribuições, ou seja, a relação entre o que se
paga e o que se recebe. O Fator Previdenciário, ao interferir no valor da
renda mensal inicial, levando-se em conta a idade e a sobrevida do
beneficiário, afronta indiretamente o princípio da reciprocidade das
contribuições efetuadas anterior a legislação introdutória.
b) Veja-se que o valor recolhido não guardará qualquer relação
com o valor do benefício, havendo inclusive, afronta ao p. da isonomia
sendo que, segurados que recolheram valores idênticos receberão
benefícios diferenciados dependendo da idade de cada um, o que é
verdadeiramente inconstitucional tal situação.
c) Portanto, o Fator Previdenciário interfere diretamente no
cálculo da Renda Mensal Inicial, tratando-se de um mecanismo
utilizado para reduzir a média dos salários de contribuição de natureza
meramente arrecadatória para aliviar o tão alegado rombo da
Previdência Social. Ora, ocorre que o Autor nunca administrou as
554 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

contas da Previdência não podendo agora ser prejudicado por esta,


repita-se, alegada situação.
Finalmente, a aplicação do FATOR PREVIDENCIÁRIO
descumpre as regras do artigo 201, § 1º , da CF/88 no que diz respeito
à proibição de se adotar critérios e requisitos diversos para a concessão
das aposentadorias, além de prever a idade como critério a ser levado
em conta, onde estabelece que:

“É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a


concessão de aposentadoria aos beneficiários do regime geral de
previdência social, ressalvados os casos de atividades exercidas
sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a
integridade física e quando se tratar de segurados portadores de
deficiência, nos termos definidos em lei complementar.”

10. Na moderna teoria da interpretação constitucional que a lei


infraconstitucional não pode criar critérios diferenciados para
segurados nas mesmas condições, a não ser as hipóteses ressalvadas
no próprio dispositivo constitucional, sob pena desta lei ser fulminada
pela inconstitucionalidade, e que nas palavras do professor Roque
Carraza, no seu Curso de Direito Constitucional Tributário, pág. 27
diz:

“O decreto deve buscar fundamento de validade na lei, e esta, na


Constituição. Se, eventualmente, o decreto contrariar a lei, estará
fora da pirâmide, a ninguém podendo obrigar. O mesmo
podemos dizer da lei, se em descompasso com a Constituição.
Isto significa que uma norma inválida não pode produzir efeitos
de direito ( simplesmente porque não existe, juridicamente
falando).”

12.O outro aspecto do Fator Previdenciário, é que institui um


requisito discriminadorao ser efetuado o cálculo da aposentadoria por
tempo de contribuição ou idade, aplicando-se este fator levando-se
em conta a idade do segurado e a sua expectativa de sobrevida,
concluindo que quanto mais jovem for o segurado, menor será a sua
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 555

RMI, ainda que tenha contribuído por igual período e mediante os


mesmos valores que um outro segurado, mais velho do que ele, onde
vemos com clareza que Lei nº 9.876/99 instituiu um critério
diferenciador entre segurados nas mesmas condições o que viola o
principio da isonomia.

13. Neste diapasão, a lei ofendeu claramente o disposto no §1º


do artigo 201 da CF/88 que veda tal prática, onde Segurados nas mesmas
condições: igual tempo de serviço, igual tempo de contribuição e
idêntica base de cálculo de recolhimento, terão rendas mensais iniciais
diferentes conforme a idade de cada um, ou seja, quem está na mesma
situação jurídica deve receber o mesmo tratamento jurídico, onde que
qualquer outro tratamento que não seja esta, estará eivada de
inconstitucionalidade.

14. Utilizando-se regras de interpretação constitucionais vê-se


que a Lei nº 9.876/99 foi além de onde lhe estava autorizado a ir pelo §
1º do artigo 201 da CF/88, instituindo por vias oblíquas um novo
requisito para efeito de cálculo da RMI, não previsto no próprio
parágrafo mencionado e não inserido nas exceções estipuladas também
por este parágrafo.

15. Pelo seu caráter eminentemente inconstitucional, a incidência


do Fator Previdenciário no cálculo das rendas mensais iniciais dos
benefícios de aposentadoria por tempo de serviço e por idade deve ser
declarada inconstitucional e ser totalmente afastada.

16. Requer-se a declaração e o reconhecimento incidental da sua


inconstitucionalidade, devendo-se condenar o INSS a revisar a renda
mensal inicial do autor sem a incidência do Fator Previdenciário por
ser seu direito.

17. Sob a interpretação do Prof. Marcus Orione diz que:

“sob a ótica da ciência atuarial restaria indispensável que se


verificasse a efetividade da sistemática para efeitos de composição
de uma política de seguro social, restando, ainda, a dúvida dos
limites constitucionais da aplicação incondicional da ciência
556 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

atuarial em matéria de previdência social.” ( in Digressões a


respeito da inconstitucionalidade do Fator Previdenciário,
Revista do Advogado, n. 60)

III) DOS PEDIDOS

DIANTE O EXPOSTO, é o presente para:

a) determinar a citação da Autarquia-Ré no endereço apontado


para que, em querendo, apresente resposta à presente, sob as penas de
revelia e confissão;
b) a produção de todos os meios de provas em direito admitidos,
notadamente, a juntada de novos documentos;
c) a total procedência do pedido, consistente na declaração e o
reconhecimento incidental da inconstitucionalidade do Fator
Previdenciário com a condenaçãoda Autarquia-Ré para revisar a Renda
Mensal Inicial do Autor sem a incidência do fator previdenciário por
ser seu direito;
d) o pagamento de todas as diferenças oriundas da revisão do
benefício ora proposta, bem como os seus reflexos nas rendas mensais
vincendas, devendo ser atualizados monetariamente a partir do
vencimento em cada parcela, acrescidos de Juros de Mora e Atualização
Monetária, nos termos da legislação vigente;
f) a condenação ao pagamento dos honorários advocatícios no
importe de 20% (vinte por cento) sobre o valor da condenação;
Requer-se que se digne Vossa Excelência a conceder os benefícios
da Justiça Gratuita, em face da condição de pobreza do Autor, nos termos
da Lei nº 1.060/50, que não tem como arcar com as custas processuais
e demais despesas sem prejuízo de seu sustento e de sua família
conforme declaração anexa.
Dá-se à causa, para efeitos fiscais, o valor de R$ ..........
(..........................).
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 557

Nestes Termos,
Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......

RESUMO
O autor é beneficiário da Previdência Social. Na época o pedido foi
fundamentado no Decreto nº 3.048/99, art. 51, combinado com a Lei nº
8.212, de 24 de julho de 1991, e a Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, art.
11, inciso IV, alínea “a”. Entretanto, verifica-se que o beneficiário está per-
dendo o seu direito ao benefício previdenciário. Alega direito adquirido e
pede pela observância da LICC, para que continue percebendo o referido
benefício. Requer a revisão com a Tutela Antecipada, uma vez que ferida a
legislação pátria, sendo aplicado o critério da retroatividade.
Em comarcas onde não existe a JUSTIÇA FEDERAL, poderão as
Ações Previdenciárias ser propostas à JUSTIÇA ESTADUAL, excetuando
as comarcas onde existem as Varas da JUSTIÇA FEDERAL, de conformi-
dade com o § 3º, do artigo 109 da CF/88.
558 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 559

REVISIONAL DE APOSENTADORIA – LEI Nº 8.213/91 – DIREITO


ADQUIRIDO – TUTELA ANTECIPADA – BENEFÍCIO SUSPENSO

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE


DIREITO DA ...ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ...........................

........................, brasileira, casada, trabalhadora rural, residente


e domiciliada na Fazenda ........., distrito de ........, neste município,
podendo ser citada na Rua .............., nº ..., Bairro .........., nesta cidade,
através de seu advogado e procurador infra-assinado, vem
respeitosamente à presença de V. Exa. propor contra o INSS – Instituto
Nacional do Seguro Social, autarquia federal, com Procuradoria-
Regional situada na Av. .............., nº ...., CEP .........., na cidade e comarca
de .................. - ..., a presente AÇÃO ORDINÁRIA DE REVISÃO DE
BENEFÍCIO DE APOSENTADORIA POR IDADE, com amparo nos
termos do artigo 48, § 1º, da Lei nº 8.213/91, do Decreto nº 3.048/99,
art. 51, e artigo 282 do CPC, mediante os seguintes fatos e fundamentos:
1. A Requerente teve o seu benefício previdenciário suspenso
desde FEVEREIRO/1999; já fez contatos com o APS ..., para
restabelecimento do benefício, e foi-lhe negado, prejudicando assim a
sua sobrevivência ao cortar-lhe um DIREITO ADQUIRIDO, cujo valor
mensal é de um salário mínimo.
2. O Decreto nº 3.048/99, art. 51, combinado com a Lei nº 8.212
de 24 de julho de 1991 e a Lei nº 8.213 de 24 de julho de 1991, art. 11,
inciso V, alínea “g”, complementando o art. 183 do mesmo Decreto, nº
3.048, diz que o segurado obrigatório da RGPS, na forma do inciso
acima, pode requerer aposentadoria por idade, no valor de 01 (hum)
salário mínimo, durante 15 anos a partir de 25.07.1991.diz:
560 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

“Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social as


seguintes pessoas físicas: (Redação dada pela Lei nº 8.647, de
1993)
(...)
V - como contribuinte individual: (Redação dada pela Lei nº
9.876, de 26.11.99)
(...)
g) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter
eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de
emprego; (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)”

3. O artigo 5º, inciso XIII, da Constituição Federal diz: “é livre o


exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as
qualificações profissionais que a lei estabelecer”; e o artigo 201, inciso
da Carta Magna diz: “A previdência social será organizada sob a forma
de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória,
observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial,
e atenderá, nos termos da lei, para cobertura dos eventos de doença,
invalidez, morte e idade avançada;”.

4. O Requerente requereu a sua APOSENTADORIA POR IDADE,


com NB: ..., a qual recebia os valores previdenciários junto ao BANCO
DO BRASIL S/A, Agência ........., e, a partir de Fevereiro/1999, a
Previdência Social suspendeu o benefício sem esclarecer por quais
motivos, o que vem sendo prejudicado até a presente data por descaso
do próprio INSS, sendo que os valores previdenciários não vêm sendo
pagos, lembrando que não vem recebendo o que tem direito, não
havendo alternativa para a ressalva de seu direito, “permissa venia”, a
não ser a presente AÇÃO DE REVISÃO DE BENEFÍCIO.

Que prática é esta, a do Sistema Previdenciário Brasileiro, que,


depois de aprovar tais benefícios, ele mesmo cuida de suspendê-los?
E sem informar o beneficiário? Diante disso, invoca-se a jurisprudência
previdenciária, que diz:
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 561

a) ACIDENTE DO TRABALHO – AUXÍLIO-DOENÇA


INTERROMPIDO – Restabelecimento deste determinado em
juízo – Doença degenerativa – Lombalgia de esforço– Patologia
relacionada com a atividade desempenhada – Pedido
procedente – Honorários advocatícios fixados em percentual
– Admissibilidade. (TAPR – AC 108261-7 – 6ª C. Cív. – Rel.
Juiz Ruy Fernando de Oliveira – DJPR 24.10.1997)
b) Ementa 160 do extinto TFR diz: – BENEFÍCIO
PREVIDENCIÁRIO – FRAUDE – SUSPEITA. – A suspeita de
fraude, na concessão de benefício previdenciário, não enseja,
de plano, a sua suspensão ou cancelamento, mas dependerá
de apuração em procedimento administrativo.

Inúmeras e infrutíferas foram as tentativas do Requerente junto


ao APS ..., no sentido de ver solucionado o impasse quanto ao benefício.
Será que tudo isto é para retirar o DIREITO ADQUIRIDO do cidadão
brasileiro, amparado tanto pela Legislação Brasileira como pela
Declaração Universal dos Direitos Humanos, que em seu artigo 25
diz: “Todo homem tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar
a si, e à sua família, a saúde e o bem-estar, inclusive a alimentação, o
vestuário, a habitação, os cuidados médicos e os serviços sociais
indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença,
invalidez, viuvez, VELHICE ou outros casos de perda dos meios de
subsistência por circunstâncias independentes da sua vontade. (...)”?
Ou o Estado quer deixar o seu povo nu, desnutrido, deseducado, sem
nenhum amparo social à sua velhice? Onde está o respeito quanto às
legislações que amparam o cidadão brasileiro? Ou servem só de
amostras às Comunidades Internacionais?
5. O art. 5º, inciso XXXVI, da Constituição Federal, diz: “a lei
não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a
direito;” e a jurisprudência nº 102.148 diz: DIREITO ADQUIRIDO. –
O princípio insculpido no inciso XXXVI do art. 5º da Constituição
(garantia do direito adquirido) não impede a edição, pelo Estado, de
norma retroativa (lei ou decreto) em benefício do particular. (STF –
RE 184.099-4 - DF – 1ª T. – Rel. Min. Octávio Gallotti – DJU
18.04.1997).
562 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

DO DANO MATERIAL

O Novo Código Civil diz:

“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência


ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda
que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”(grifou-se)

Verifica-se que dano material é o cálculo de tudo aquilo que se


lesou, deixou-se de lucrar (lucros cessantes) e o que efetivamente se
perdeu (lucros emergentes). Tendo o evento danoso interrompido a
sucessão normal dos fatos e da vida do ofendido, a reparação pecuniária
deve provocar um novo estado de coisas, que se aproxime tanto quanto
possível daquela situação anterior, o statu quo ante bellum, isto é,
aquela situação que, segundo a experiência humana, seria a existente
se não tivesse ocorrido o dano.

CUMULAÇÃO DE INDENIZAÇÕES

Um importante reforço à tese da cumulatividade das indenizações


por danos morais e patrimoniais foi dado pelo Código de Defesa do
Consumidor, posto a lume pela Lei nº 8.078, de 11 de setembro de
1990, em seu artigo 6º, inciso VI.

POSSIBILIDADE

A Súmula 37 do STJ diz: “São cumuláveis as indenizações por


dano material oriundas do mesmo fato”.

“Responsabilidade Civil – Indenização – Dano Moral e Material.


Acumuláveis são as indenizações por dano moral e dano
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 563

patrimonial. Precedentes do STJ” (STJ - 4ª T. – REsp. Rel. Barros


Monteiro – j. 01.10.1991 – RT 683/188).

“PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA – SUSPENSÃO DO


PAGAMENTO – SUSPEITA DE FRAUDE OU OUTRO MOTIVO
NÃO PROCEDIDA NO REGULAR
PROCESSOADMINISTRATIVO – IMPOSSIBILIDADE –
APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 160 DO EXTINTO TFR. 1. A
suspensão do pagamento de aposentadoria, causando prejuízo
ao seu beneficiário, sob a alegação de simples revisão, sem o
regular processo administrativo para a apuração de possível
irregularidade ou fraude, viola o preceito constitucional do
contraditório e importa em abuso de poder. 2. Aplicação da
Súmula nº 160 do extinto TFR. 3. Remessa “ex ofício” a que se
nega provimento.
ACÓRDÃO: Vistos e relatados estes autos em que são partes as
acima indicadas, decide a egrégia Terceira Turma do Tribunal
Regional Federal da 2ª Região, à unanimidade, negar provimento
à remessa necessária, nos termos do voto da relatora, que fica
fazendo parte integrante do presente julgado. – Rio de Janeiro,
17 de novembro de 1998 (data do julgamento). (TRF - 2ª R - 3ª T
– RexOf. – MS nº 18426 – Relª. juíza conv. Lana Maria Fontes
Regueira – DJU 09.03.1999 – p. 185).

7. A fim de regularizar a situação de beneficiário da


PREVIDÊNCIA SOCIAL, serve-se da presente Ação para alcançar o
seu objetivo, o que deverá ser declarado por sentença nos autos, para
que se faça cumprir o DIREITO, a VERDADE e a JUSTIÇA.

8. INICIALMENTE REQUER:
Diante do flagrante desrespeito ao direito do Autor, o descaso
do INSS em SUSPENDER o referido benefício em favor do Requerente
sem dar justificativas, haja vista o documento de indeferimento em
anexo, requer TUTELA ANTECIPATÓRIA, conforme art. 273, caput,
564 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

do CPC, determinando de imediato, via ofício deste Juízo, que o INSS


proceda com as formalidades legais o procedimento administrativo
para restabelecimento da REVISÃO DE APOSENTADORIA POR
IDADE, a qual já vinha recebendo, antes da suspensão do seu DIREITO
ADQUIRIDO garantido por Lei.

Posto a lume, segundo o jurista J.E. CARREIRA ALVIM, indica


que a antecipação de tutela dependerá de um “juízo de deliberação”
que “pode ter lugar prima facie” e “inaudita altera pars, em face da
natureza do dano temido, ou num momento posterior, como, por
exemplo, após a contestação, como acontece com a liminar no MS, em
que pode ser deixada para depois das informações. Essa possibilidade
vem sendo pacificamente reconhecida pelos Tribunais”. E, ainda, que:
“ou se antecipa a tutela, inaudita altera pars , concedendo-se
liminarmente o provimento postulado, ou se esvairá o conteúdo
mesmo do direito material cuja tutela se busca sem sede judicial” (CPC
Reformado, Del Rey, Belo Horizonte, 2. ed., 1995, p. 106 e 109). E,
segundo o jurista CÂNDIDO RANGEL DINAMARCO , “a técnica
engendrada pelo novo art. 273 consiste em oferecer rapidamente a quem
veio ao processo pedir. Não se trata de obter que impeça o perecimento
do direito, ou que assegure ao titular a possibilidade de exercê-lo no
futuro. A medida antecipatória conceder-lhe-á o exercício do próprio
direito afirmado pelo Autor. Na prática, a decisão com que o juiz
concede a tutela antecipada terá, no máximo, o mesmo conteúdo
dispositivo da sentença que concede a definitiva e a sua concessão
equivale, mutatis mutandis, à procedência da demanda inicial – com
a diferença fundamental representada pela provisoriedade”. Isso quer
dizer que a antecipação deve, necessariamente, respeitar os limites do
pedido, não se podendo antecipar o que se não poderá obter com o
provimento definitivo. Essa realidade de tutela antecipada é que,
certamente, levou o legislador a cercar de cuidados a sua concessão,
assim a exigência de “prova inequívoca” e convencimento da
“verossimilhança da alegação”, expressões que reforçam a ideia de uma
apuração diversa daquela que se exige para o deferimento de liminar
em outro tipo de ação, assim as cautelares e o MS, suficientes nestes
casos à verificação do fumus boni iuris e do periculum in mora. Por
isso mesmo, DINAMARCO mostra que: “para chegar ao grau de
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 565

probabilidade necessário à antecipação, o juiz precisa proceder a uma


instrução que lhe revele suficientemente a situação do fato. Não é o
caso de chegar às profundezas de uma instrução exauriente, pois esta
se destina a propiciar graus de certeza necessários para julgamentos
definitivos, não provisórios, como na antecipação de tutela. Tratar-se-
á de uma cognição sumária, dimensionada segundo o binômio
representado: a) pelo menor grau de imunidade de que se reveste a
medida antecipatória em relação à definitiva; e b) pelas repercussões
que ela terá na vida e patrimônio dos litigantes”. E mais: “O reduzido
nível de imunidade das decisões concessivas de tutela antecipada (sua
provisoriedade) não é motivo para descuidar das atividades instrutórias
inerentes à indispensável cognição sumária. A probabilidade exigida
pela lei ao falar em prova inequívoca significa que até a algum grau de
investigações o juiz deve chegar. Decidirá à luz de documentos que
estejam nos autos e, fazendo valer seus poderes instrutórios, de ofício
ou a requerimento determinará a realização das atividades probatórias
que em cada caso sejam convenientes. Aplicam-se as regras ordinárias
sobre a distribuição do ônus da prova (art. 333), embora não precise o
autor levar o juiz a níveis absolutos de convicção sobre os fatos
constitutivos” (A Reforma do CPC, Malheiros Editores, 2. ed., p. 144/
145). (Extraído da “Revista Jurídica”, Notadez, Ano 47, Abril de 1999,
nº 258, Jurisprudência Cível).

9. Pelo exposto, satisfeito o requerimento, vem requerer a citação


do réu, através de seu procurador-regional, no mesmo endereço
declinado no preâmbulo da inicial, via AR, para os termos da presente
Ação, com prazo de 60 (sessenta) dias e as advertências legais, e que V.
Exa. se digne julgar procedente a presente ação e, a final, condenar o
Réu à concessão ao Requerente da Ação Ordinária de REVISÃO DE
BENEFÍCIO DE APOSENTADORIA POR IDADE, no valor de 1 (um)
salário mínimo a partir de FEVEREIRO/1994, calculados na forma da
Lei, acrescidos de juros e correção monetária, as prestações de contas
em atraso, condenando-se o Réu, ainda, nas custas processuais,
honorários advocatícios, acrescidos de juros, correção monetária,
indenização por dano moral e patrimonial (quantia a ser auferida em
arbitramento em execução de sentença) e demais acréscimos de direito.
566 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

A Súmula 71 do extinto TFR diz:

“PREVIDÊNCIA – BENEFÍCIOS – CORREÇÃO MONETÁRIA –


A correção monetária incide sobre as prestações de benefícios
previdenciários em atraso, observado o critério do salário mínimo
vigente na época da liquidação da obrigação.”

10. Requer a produção de provas testemunhais e pericial,


protestando pela outras provas que se fizerem necessárias, dando
ciência da ação ao RMP para que, querendo, nela intervenha.

11. Requer, ainda, que V. Exa. conceda, de plano, os benefícios


da Assistência Judiciária, nos termos do artigo 128 da Lei nº 8.213/91,
com as alterações que lhe foram introduzidas pela Lei nº 8.620/93,
combinada com a Lei nº 1.060/50.

12. Dá-se à causa, para efeitos fiscais, o valor de R$ ..........


(..........................).

Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 567

ROL DE TESTEMUNHAS:
1) ..., brasileiro, casado, lavrador, residente e domiciliado na
Fazenda ..., neste município;
2) ..., brasileiro, casado, lavrador, residente e domiciliado na
Fazenda ..., neste município;
3) ..., brasileiro, casado, lavrador, residente e domiciliado na
Fazenda ..., neste município.

RESUMO
O autor é beneficiário da Previdência Social. Na época o pedido foi
fundamentado no Decreto nº 3.048/99, art. 51, combinado com a Lei nº
8.212, de 24 de julho de 1991, e a Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, art.
11, inciso IV, alínea “a”. Entretanto, verifica-se que o beneficiário está per-
dendo o seu direito ao benefício previdenciário. Alega direito adquirido e
pede pela observância da LICC, para que continue percebendo o referido
benefício. Requer a revisão com a Tutela Antecipada, uma vez que ferida a
legislação pátria, sendo aplicado o critério da retroatividade.
Em comarcas onde não existe a JUSTIÇA FEDERAL, poderão as
Ações Previdenciárias ser propostas à JUSTIÇA ESTADUAL, excetuando
as comarcas onde existem as Varas da JUSTIÇA FEDERAL, de conformi-
dade com o § 3º, do artigo 109 da CF/88.
568 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 569

REVISIONAL DE APOSENTADORIA – INCONSTITUCIONALIDADE


– LEI Nº 8.213/91 – DIREITO ADQUIRIDO – VINCULAÇÃO AO
SALÁRIO MÍNIMO – REAJUSTE

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE


DIREITO DA ...ª VARA FEDERAL DA CAPITAL.

1. ..., (qualificação), residente e domiciliada nesta Capital;


2. ..., (qualificação), Cédula de Identidade Civil nº ...... e CPF/
MF nº ....., residente e domiciliado nesta Capital;
3. ..., (qualificação), Cédula de Identidade Civil nº ....... e CPF/
MF nº ....., residente e domiciliado nesta Capital;
4. ..., (qualificação), Cédula de Identidade Civil nº ........ e CPF/
MF ......, residente e domiciliado nesta Capital;
5. ..., (qualificação), Cédula de Identidade Civil nº ....... e CPF/
MF ......., residente e domiciliada nesta Capital;
6. ..., (qualificação), Cédula de Identidade Civil nº ........ e CPF/
MF ......, residente e domiciliado nesta Capital; por seu
advogado constituído, ............., (qualificação), OAB/... n. ........,
que ao final assina (instrumento de mandato incluso), com
escritório profissional na Rua ..........., nº ..., fone ........., onde
recebe intimações e notificações, vêm, muito respeitosamente,
perante Vossa Excelência propor a presente:

AÇÃO DE REVISÃO DE BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS

contra o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS,


Autarquia Federal com superintendência nesta Capital, na Rua ...........,
nº ..., pelas razões de fato e de direito a seguir aduzidas:
570 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

1. DOS FATOS

1.1 Os Autores são beneficiários da Previdência Social, benefício


concedido anteriormente ao advento da CF/88, o qual foi fixado em
números de salários mínimos, com o beneplácito do INSS, pois esta
foi a forma sedimentada pela legislação então vigente (Decreto nº 70.077
de 24 de janeiro de 1979, arts. 30 e ss.), fortalecida ainda pelas decisões
dos Tribunais.
1.2 Com o advento da Constituição Federal de 1988, a norma
constitucional transitória (art. 58 ADCT) foi editada para evitar prática
de reajustamentos que pudessem fazer com que os beneficiários da
Previdência Social perdessem seu poder aquisitivo, como ocorreu no
passado, através de legislação recessiva e de interpretações
equivocadas, condenadas pelo Poder Judiciário através da Súmula nº
260 do extinto Egrégio Tribunal Federal de Recursos.
1.3 Ao mesmo tempo em que expressa em números de salários
mínimos os critérios de atualização dos benefícios, o artigo 58 do ADCT
estabelece a vinculação do critério de atualização até a implantação do
plano de custeio e benefício.
1.4 De fato, foram editados os referidos planos de custeio e
benefício (Lei nº 8.212 e Lei nº 8.213 de 24 de julho de 1991) com um
atraso de quase dois anos. Entretanto, na seção IV do Plano de
Benefício, referente ao reajustamento do valor do beneficiário, deveria
ser preservado em caráter permanente o valor real do benefício, o que
não ocorreu.
1.5 Com a utilização dos critérios estabelecidos pela nova lei, o
beneficiário está sendo prejudicado no seu poder aquisitivo com uma
redução mensal, se compararmos com o critério de reajuste vinculado
ao salário mínimo, que lhe era mais do que adquirido, inclusive com
a aprovação da autarquia-ré, “pois, se alguém desfruta de um direito
por força de um ato que cumpriu integralmente as etapas da formação
debaixo da Lei velha, não pode ter este direito negado só porque a lei
nova exige outra exteriorização do ato”.
Com efeito, meramente ilustrativo, demonstra-se a redução dos
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 571

benefícios e, consequentemente, a redução do poder aquisitivo de um


beneficiário que recebia sua contribuição da Previdência Social
expressa em salários mínimos:

Quantidade Mês/Ano Valor total


de S. M.
... S. M. .../... R$ ...

Com o reajuste de setembro/91, na ordem de 54,06%, passou a


receber a quantia de R$ ...... (............), sendo que em janeiro/92, com o
novo reajuste, este na ordem de 119%, passou a receber a quantia de
R$ ...... (.............) + 16% retroativo a setembro/91, totalizando o valor
de R$ ....... (............). Em maio/92, com a concessão de novo reajuste,
de 130,36% (INPC), passou a receber R$ ...... (.............).
No entanto, se o reajuste estivesse sendo atualizado conforme a
lei anterior, ou seja, pelo salário mínimo, em maio/92, tendo como
salário o valor de R$ ...... (.............), este multiplicado por 7,42 SM,
seu benefício seria de R$ ....... (...............).
Teve, portanto, um prejuízo em seu benefício da ordem de R$
...... (.............) mensais, que se acentuará a cada reajuste pela nova lei.
Constata-se facilmente o prejuízo no poder aquisitivo que a nova Lei
trouxe aos beneficiários da Previdência Social, colidindo-se com as
normas constitucionais pertinentes e com o direito mais que adquirido,
o direito consumado da lei anterior.
1.6 Desta forma, constata-se facilmente, na proporção em que a
classe dos beneficiários da Previdência Social sofre perda no seu poder
aquisitivo, estará fadada a não poder contar com o benefício pelo qual
tem direito, uma vez que durante todo o período laboral contribuiu
para a previdência e, agora, quando do recebimento da aposentadoria,
percebe-se que o benefício sofreu e sofre redução com relação ao seu
poder aquisitivo (art. 201, § 2º, CF/88).
1.7 Os autores também sofreram prejuízos, devido à ausência
em seus benefícios do IPC de janeiro de 1989, em torno de 70,28%, a
teor do Decreto-Lei nº 2.284/86 e Lei nº 7.730/89, bem como o IPC de
572 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

março e abril de 1990 na margem de 84,32% e 44,80%, respectivamente,


a teor da Lei nº 8.024/90.
O IPC de janeiro de 1989 deve se fazer presente para a
recomposição cabal da dívida, como tem reconhecido o E. STJ e outros
Tribunais, porque representa a oscilação da moeda omitida, quando
da instituição dos BTNs pela MP nº 48 em fevereiro de 1989.
Da mesma forma, houve omissão dos IPCs de março e abril de
1990, e com a fixação aleatória através de critérios ilegais por
autoridades incompetentes, com profundo desrespeito à lei, vindo a
ocasionar diminuição nos salários dos aposentados.
1.8 Não houve também a implantação em suas folhas de
pagamento de equivalência salarial prevista no artigo 58 do ADCT,
com o restabelecimento do poder aquisitivo expresso em números de
salários mínimos que tinham na data de sua concessão.
Essa implantação se fazia necessária durante todo o tempo de
vigência do referido artigo 58, ou seja, até dezembro de 1991, porque
posteriormente passou a vigorar o artigo 41 da Lei nº 8.213/91 até janeiro
de 1993, conforme artigos 9º e 10º da Lei nº 8.542/92. Essa omissão
também causou prejuízos aos aposentados.

2. DO DIREITO

2.1 Conforme dispõe o artigo 6º, “caput”, da Introdução ao Código


Civil, tem-se que a lei nova pode ser aplicada às relações jurídicas
originadas de fatos realizados na vigência de antigas leis, desde que
não prejudique qualquer das espécies determinadas, a saber: o direito
adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.
2.2 Ocorre que a lei nova, que regulamentou as formas de
pagamento dos benefícios dos autores, teve em seus efeitos práticosuma
redução do poder aquisitivo do beneficiário. Em outras palavras,
somente veio a prejudicar a categoria, que obtivera direito adquirido
da vinculação dos seus benefícios ao salário mínimo, pois o legislador
isolou este fato e o considera, de per si, apto para ser a fonte geradora
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 573

de um direito. Nestas hipóteses, o direito não pode ser senão o da


natureza dos adquiridos. Seria um contra-senso lógico inadmitir-se
tal postulação.
Por outro lado, não se nega o direito de o Estado revogar a lei
antiga, confirmada pela Súmula 260 do extinto Tribunal Federal de
Recursos. O que se veda é a possibilidade de ver-se o indivíduo
desprotegido da lei que o beneficiou, pois nesses casos a lei vigente se
protrai no tempo para continuar disciplinando certas situações
jurídicas mesmo após a sua revogação.
2.3 O artigo 5º, no seu inciso XXXVI, enfatizando o artigo 6º,
“caput”, da Lei de Introdução ao Código Civil, preconiza que:

A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito


e a coisa julgada.

Com relação ao direito adquirido, cabe esclarecer que o que se


protege aqui não é o passado, mas sim o futuro. O direito adquirido
consiste na faculdade de continuar a extrair efeito de um ato contrário
aos previstos pela Lei atualmente em vigor ou, se preferirmos,
continuar a gozar dos efeitos de uma lei pretérita mesmo depois de
sua revogação. Neste sentido, ensina o mestre Celso Ribeiro Bastos
em seus Comentários à Constituição do Brasil de 05 de outubro de
1988, 2º vol., p. 193, “in verbis”:

Se alguém gozou de um benefício previdenciário no passado,


benefício este legal a seu tempo, e se a lei pretender retirá-lo, ela
estará praticando inequivocamente uma retroação intolerável
pelo direito, pois estará tentando desfazer situações mais que
adquiridas, que são as consumadas.

2.4 O direito adquirido visa tutelar o princípio da imediata entrada


da Lei em vigor. É normal que a lei passe a produzir efeitosa partir de
sua publicação. O caráter de adquirido de um direito o imuniza contra
574 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

a lei nova, afastando-a, portanto. No caso em tela, o novo plano de


benefício e custeio passou a produzir efeitos a partir de sua publicação;
entretanto, por ser extremamente prejudicial ao direito adquirido dos
beneficiários da Constituição Federal de 88, esta Lei nova não pode
alcançá-los.
2.5 O artigo 201, § 2º, da Constituição Federal foi criado para
evitar distorções e achatamento do valor da renda mensal, pois
preconiza a preservação, em caráter permanente, do valor real no
reajuste dos benefícios dos autores, desta forma, sem o objetivo de
criar uma nova legião de injustiçados.
2.6 Há de se questionar se a norma que vincula o reajuste dos
benefícios tem caráter de perdurabilidade, pois, caso não possua, seria
deslealdade, ou seja, incongruente com o sentido de justiça próprio
do Direito, admitirmos que o reajuste fosse defasado, cassando-se um
direito adquirido em virtude da revogação da Lei que o criou.
Entretanto, percebe-se que a norma deve ter tal caráter de
perdurabilidade, tendo em vista que sua revogação veio somente em
prejuízo dos autores.

3. DA DISPARIDADE DOS CRITÉRIOS ADOTADOS

3.1 A hipocrisia com que o INSS, ora réu, trata do assunto


referente ao salário-de-contribuição e ao salário-de-benefício confronta-
se com todos os princípios jurídicos. Os critérios de reajuste tanto do
salário-de-contribuição como do salário-benefício que vêm
explicitamente reconhecidos no artigo 41, inciso II, §§ 1º e 2º, da Lei
nº 8.213/91, combinado com o artigo 28, § 5º, da Lei nº 8.212/91 (Plano
de Custeio e Benefícios da Previdência Social), os quais preconizam a
indissociável vinculação entre os critérios tanto do salário-de-
contribuição como o salário-de-benefício, são amparados pelo artigo
201, § 2º, da Constituição Federal.
3.2 Ocorre, entretanto, que o critério de reajuste para o salário-
de-contribuição é baseado na vinculação ao salário mínimo;
contrariamente, o critério adotado para o reajuste do salário-de-
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 575

benefício, de forma favorável tão somente ao INSS, prejudica


mensalmente os autores, pois esse critério de reajuste é inferior ao
reajuste do salário-de-contribuição, não preserva, destarte, em caráter
permanente o valor real dos seus benefícios.
3.3 Portanto, percebe-se que na relação arrecadação–pagamento
das contribuições sempre será beneficiado o INSS, ora réu, ao passo
que no pagamento dos benefícios, de forma progressiva, ocorrerá
indubitavelmente uma depreciação nos benefícios dos autores, sendo
então inobservado o princípio do progresso social, pois o que se vê
somente é um achatamento do poder aquisitivo da classe dos
aposentados.
3.4 Na mesma esteira, tendo os beneficiários, durante todo o
período laboral, contribuído com valor vinculado ao salário, nada mais
óbvio e justo que percebam seus benefícios e rea-justes vinculados da
mesma forma, ou seja, expresso em números de salários mínimos
equivalentes, restabelecendo a igualdade de direito existente em todos
os textos constitucionais de nações civilizadas, inclusive o brasileiro.
Senão vejamos:
Da Constituição Federal de 1988:

“Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de toda
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)”

4. DO DIREITO INTERTEMPORAL

4.1 Tem-se na doutrina, quando da revogação de uma Lei velha


por uma Lei nova, que esta deve seguir o princípio do progresso social,
ou seja, deve ser melhor e mais perfeita do que a antiga. Dessa forma,
ensina o festejado mestre Caio Mário da Silva Pereira, “in verbis”:
O direito, precisamente pela necessidade de se acomodar às
exigências novas, tem necessidade de formular novos conceitos e
estabelecer novos preceitos, sob a influência do princípio segundo o
576 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

qual a lei nova traz consigo a presunção de que é melhor e é mais


perfeita do que a antiga, e de que atende ao reclamo indisfarçável do
progresso jurídico.
4.2 De outro lado, existe também o princípio da segurança e da
instabilidade social exigindo respeito do legislador pelas relações
jurídicas validamente criadas, ou seja, a lei nova deve fazer tabula
rasa da lei anterior e de todas as influências, pois dessas premissas
pode-se fixar quais os critérios que devem permanecer, geradas sobre
o domínio da lei caduca, mais ainda vivas ao tempo da lei moderna.
4.3 Seguindo esse raciocínio e voltando-se à Teoria dos Direitos
Adquiridos, facilmente se constata que a Lei nova, ou seja, a de
Benefício e Custeio, não atende aos princípios supramencionados, pois
é pior e menos perfeita, além de não seguir critérios fundamentais
que a lei velha gerou.
Portanto, o direito adquirido dos Autores visto sob o ponto de
vista intertemporal é incontestável. Quando uma lei atinge os efeitos
dos autos jurídicos praticados ou as situações jurídicas constituídas,
ou os direitos subjetivos adquiridos sob o império da Lei caduca, diz-
se que é retroativa, e, no caso em tela, a lei nova (Lei de Benefício e
Custeio) não obedeceu a dois cânones fundamentais do ordenamento
jurídico, que são a Lei do Progresso e o conceito da Estabilidade das
Relações Humanas.

5. DO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE

5.1 Segundo as constituições mais modernas, inclusive a do


Brasil, o princípio da irretroatividade estabelece que a Lei não
prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada,
como já foi mencionado anteriormente na definição de GABBA: “é
direito adquirido um direito que é consequência deum fato idôneo a
produzi-lo em virtude da Lei vigente ao tempo que se efetuou. Embora
a ocasião de fazê-lo valer não se tenha apresentado antes da atuação da
Lei nova, e que, sob o império da Lei então vigente, integrou-se
imediatamente no patrimônio de seu particular”.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 577

5.2 Neste sentido, o benefício integrado ao patrimônio dos


beneficiários antes do advento da Carta Magna de 88 é um direito
adquirido incontestável, não podendo nunca uma Lei nova prejudicá-
lo, tendo em vista a incorporação do benefício expresso em número
de salário no patrimônio dos autores, juntamente com o fato aquisitivo
que se consumou por inteiro, estando presentes todos os requisitos
para a caracterização do direito adquirido.
5.3 Para sedimentar a ideia de direito adquirido, cumpre assinalar
que, tal como consignada na Lei de Introdução, tem aplicação tanto no
direito público quanto no direito privado. Onde quer que exista um
direito subjetivo, de ordem pública ou de ordem privada, oriundo de
um fato idôneo a produzi-lo segundo os preceitos da Lei vigente ao
tempo em que ocorreu, e incorporado ao patrimônio individual, a Lei
nova não pode ofender o direito dos Autores, por estar fundado na
Carta Magna e demais legislações que regem a matéria.

6. DA INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI NOVA

6.1 Toda a matéria que versa sobre a interpretação,


inseparavelmente, vinculada ao problema da aplicação da norma,
mister a verificação e a declaração de sua inconstitucionalidade,
quando necessário. Desta feita, a Lei Ordinária, expressão da legislatura,
é o exercício do mandato outorgado pelo povo, através de seus
representantes constituintes. Se a Lei é contrária à Constituição, peca
pelo defeito do excesso ou da falta de poderes, e, então, é uma nulidade
jurídica.
6.2 Porém, “quando colocado o juiz na alternativa de cumprir a
Lei ou cumprir a Constituição, o que lhe cabe fazer é negar a validade
àquela e reconhecer o prestígio desta. Já, em razão do escalonamento
Hierárquico, o dilema apresentado ao juiz, ante a Lei controversa à
Constituição, forçosamente lhe impõe deixar de aplicar a Lei para
aplicar a Constituição” (Caio Mário da Silva Pereira, em Instituições
de Direito Civil).
6.3 A Constituição Federal, em seu artigo 201, § 2º, assegura o
reajustamento de benefícios dos beneficiários da Previdência Social,
578 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme


critérios definidos em lei, critérios estes que, segundo os princípios
suprainvocados, jamais poderão vir em prejuízo de seus destinatários.
Além disso, a Lei nova não prejudicará o direito adquirido, o ato
jurídico perfeito e a coisa julgada, como também já foi fartamente
demonstrado.
Entretanto, com o advento do Plano de Benefício e Custeio,
através das Leis Ordinárias nº 8.212 e 8.213/91, verifica-se a
desconformidade, a contravenção, a contrariedade, a afronta aos
preceitos constitucionais, o que enseja ou suscita a apreciação do Poder
Judiciário no tocante à sua aplicabilidade ou não, pois é evidente o
antagonismo claro, completo e desenganado das mesmas.

6.4 Segundo Pedro Lessa define:

“(...) e, como a Lei constitucional é um ato do Poder Originário


enquanto a Lei Ordinária é uma manifestação do Poder
Subordinado, o Poder Judiciário tem, mais do que o direito, o
dever de obedecer à Constituição e desprezar a Lei
Inconstitucional, e, em conseqüência, é uma obrigação dos
Tribunais pronunciar o Decreto judicial da inconstitucionalidade
sempre que uma Lei Ordinária contrariar a Constituição” (Pedro
Lessa, Do Poder Judiciário, 32. ed., p. 142).

6.5 Quando se verificar, mesmo que razoável, uma dúvida quanto


à inconstitucionalidade da Lei Ordinária, o Poder Judiciário pode
suspender o julgamento da causa que invoca direitos subjetivos dos
litigantes, atendo-se a julgar a própria Lei, colocando-se na posição de
defensor e guardião da Constituição. (Pedro Lessa)

6.6 O que ocorre é que, além de razoável a dúvida existente acerca


da inconstitucionalidade da Lei Ordinária supramencionada, pois esta
é totalmente prejudicial aos beneficiários da Previdência Social,
também afronta a hierarquia das leis, visto que a mesma está se
sobrepondo às normas constitucionais constantes do corpo
permanente da Carta Magna.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 579

6.7 Os autores pedem a declaração de inconstitucionalidade da


Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, especialmente o inciso II, do
artigo 41, porque o artigo 58 do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias estabeleceu que os benefícios de prestação continuada,
mantidos pela Previdência Social na data da promulgação da
Constituição, terão seus valores revistos, a fim de que seja restabelecido
o poder aquisitivo, expresso em números de salários mínimos, que
tinham na data de sua concessão, obedecendo-se a esse critério de
atualização até a implantação do Plano de Custeio e Benefícios referido
no artigo seguinte.
O ilustre advogado Wolgran Junqueira Ferreira, comentando esse
dispositivo, afirma que:

“Todos que à data da promulgação da Constituição já estavam


aposentados, quer por tempo de serviço, quer por invalidez, terão
os benefícios revistos. Esta revisão objetiva o restabelecimento
do poder aquisitivo, expressa em salários mínimos, que tinham
à data de sua concessão.”

Deverá a Previdência Social obedecer ao critério de atualização


até a implantação do Plano de Custeio e Benefícios referido no artigo
anterior.
Este artigo revê uma grande injustiça que estava sendo feita com
os aposentados, pois a prestação continuada não acompanhava
qualquer índice que satisfizesse as perdas reais dos aposentados. Mês
a mês iam os aposentados perdendo seus ganhos. Quem, há dez anos
atrás, recebia a prestação continuada ou aposentadoria equivalente a
dez salários mínimos, hoje, está recebendo 60% do que recebia, tendo
uma perda real de grande vulto.
Entretanto, é necessário que haja recurso da Previdência Social
para arcar com essa revisão, pois foram concedidos tantos benefícios,
sem que os constituintes fizessem o cálculo da receita para fixar as
despesas, que poderá ocorrer falta de numerário para o atendimento
no disposto neste artigo.
580 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Não cabe ao beneficiário da Previdência Social saber se ela dispõe


ou não de recursos para cobrir a revisão das prestações continuadas, e
sim ao governo de encontrar meios para atender ao disposto neste
artigo. (Comentários à Constituição de 1998, Julex Livros, v. 3, p. 1.325/
1.326).
Portanto, ficou evidente o mandamento constitucional para que
todas as aposentadorias, no dia 05 de outubro de 1988, tivessem seus
valores revistos, para restabelecer o seu poder aquisitivo,
representados pelo número de salários mínimos que tinham na data
de sua concessão. Assim, verifica-se que, à data da promulgação da
Constituição Federal, todas as aposentadorias foram atualizadas no
valor correspondente ao número de salários mínimos que
representavam quando foram concedidas.
Em segundo lugar, consideram os apelantes que a regra
determinada pelo artigo 58 do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias, determinando a atualização do valor da aposentadoria,
para restabelecer seu poder aquisitivo, tornou-se definitiva, visto que
este dispositivo, embora constante das disposições transitórias, deve
ser interpretado em consonância com a regra constitucional permanente
estabelecida nos §§ 3º e 4º, do artigo 201, da Constituição Federal, que
dispõe:

“Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de


regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória,
observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e
atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
(...)
§ 3º Todos os salários de contribuição considerados para o
cálculo de benefício serão devidamente atualizados, na forma
da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-
lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios
definidos em lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 20, de 1998)”(...)
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 581

Constata-se que esse dispositivo constitucional assegura a


preservação do valor real dos benefícios. Entretanto, para afastar
qualquer dúvida quanto à vontade do legislador contribuinte de
preservar definitiva e permanentemente o valor real das aposentadorias
e evitar, para sempre, a injustificável e humilhante situação dos
aposentados brasileiros com o aviltamento do benefício que lhes é
devido, deve-se considerar o disposto no artigo 194, parágrafo único,
inciso IV, da Carta Magna, “in verbis”:

“Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado


de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade,
destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência
e à assistência social.
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da Lei,
organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos:
(...)
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; (...)”

Desse dispositivo constitucional depreende-se que, após a


concessão dos benefícios, estes serão irredutíveis e seus valores serão
reajustados para que não ocorra perda do benefício em relação à
inflação.
Entendem os autores, em conclusão, que o legislador
constitucional assegurou nas disposições transitórias (artigo 58) a
atualização de todos os benefícios e, nas disposições permanentes, a
irredutibilidade do valor dos benefícios (art. 194, IV) e o seu
reajustamento para preservar-lhe, em caráter permanente, o valor real,
conforme critérios definidos em lei (art. 201, § 4º).
Mesmo diante desses inequívocos mandamentos constitucionais,
a Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, que dispõe sobre os Planos da
Previdência Social, ao definir o critério para o reajustamento dos
benefícios, estabeleceu que:

Art. 41-A. O valor dos benefícios em manutenção será


reajustado, anualmente, na mesma data do reajuste do salário
582 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

mínimo, pro rata, de acordo com suas respectivas datas de início


ou do último reajustamento, com base no Índice Nacional de
Preços ao Consumidor - INPC, apurado pela Fundação Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. (Incluído pela Lei
nº 11.430, de 2006)

§ 1o Nenhum benefício reajustado poderá exceder o limite


máximo do salário-de-benefício na data do reajustamento,
respeitados os direitos adquiridos. (Incluído pela Lei nº 11.430,
de 2006) (...)

Esse critério é inconstitucional, porque desconhece e desrespeita


dois mandamentos da Carta Magna, quais sejam, o da irredutibilidade
e o da preservação do valor real dos benefícios.
A própria Lei nº 8.213/91, no mesmo artigo 41-A, que definiu o
critério de reajustamento de benefício, reconhece sua
inconstitucionalidade ou a imprestabilidade do critério que adotou,
para garantir a manutenção do valor real do benefício, ao estabelecer
que na hipótese de se constatar perda do poder aquisitivo, com a
aplicação do disposto neste artigo, nenhum benefício reajustado
poderá exceder o limite máximo do salário-de-benefício na data do
reajustamento, respeitados os direitos adquiridos. Para que o critério
adotado pela legislação ordinária fosse constitucional, deveria, por si
só, garantir a preservação do valor real do benefício, como determina
obrigatoriamente a Carta Magna.

7. DO REQUERIMENTO

“Ex positis”, respeitosamente requer a vossa Excelência que se


digne:

a) Determinar a citação do réu, na pessoa de seu representante


legal, para, querendo, no prazo legal, formular sua resposta,
sob pena de revelia.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 583

b) Assim, como decorrência do exposto, pedem os autores seja


procedida a revisão do reajuste dos benefícios dos autores de
acordo com o direito adquirido, expressos em salários
mínimos, alcançado na época da concessão de seus benefícios,
tendo em vista a Súmula nº 260 do extinto Egrégio Tribunal
Federal de Recursos, bem como o artigo 58 do ADCT, por tal
direito ter sido integrado ao patrimônio dos Autores e,
também, pelo fato de o critério estabelecido para a
contribuição a Previdência Social estar vinculada ao salário
mínimo e não ocorrer o mesmo com o salário-de-benefício;
c) A condenação do réu ao pagamento das diferenças das
prestações vencidas, que se verificaram desde a época em que
se tornaram devidas, obedecendo à prescrição quinquenal,
bem como das vincendas, que serão verificadas após a
propositura desta, cujas diferenças deverão ser corrigidas
monetariamente e acrescidas de juros moratórios, bem como
a inclusão do percentual do IPC de janeiro de 1989, março e
abril de 1990.
d) Seja declarada a inconstitucionalidade do Plano de Benefício
e Custeio editado através das Leis nos 8.212 e 8.213/91, por
estar em total desacordo com as normas inseridas no corpo
da atual Carta Magna;
e) Seja, ao final, julgada procedente a presente ação, em todos os
seus termos, condenando-se o réu ao pagamento das custas
processuais e honorários advocatícios.

Requerem a produção de todos os meios de prova em direito


admitidos, tais como documental, pericial e requisições de
procedimentos administrativos.
Dá-se à presente causa, somente para efeitos fiscais e de alçada,
o valor de R$ ....... (.......................), protestando pela Justiça Gratuita.

Termos em que,
584 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Pedem Deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......

RESUMO
Os autores são beneficiários da Previdência Social. Na época o pe-
dido foi fundamentado no Decreto nº 70.077/79. O benefício era expresso
em salários mínimos. Com a publicação das Leis n. 8.212/91 e 8.213/91,
estabelecido foi novo critério de atualização. Entretanto, verifica-se que o
beneficiário está perdendo o seu poder aquisitivo. Alegam direito adquirido
e pedem pela observância da LICC, para que continue sendo aplicado o
critério vinculado ao salário mínimo. Requerem a revisão dos benefícios e,
via de consequência, a incorporação dos reajustes devidos. Pedem, ainda,
pela declaração da inconstitucionalidade da Lei nº 8.213/91.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 585

REVISIONAL – INSS – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ –


BENEFÍCIO DEFASADO

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL


DA ...ª VARA DE ... - SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO
.....................

....................., (qualificação), portadora da Carteira de Identidade


RG nº ........... e do CPC/MF nº ..........., residente e domiciliada na Rua
............, nº ..., através de suas procuradoras signatárias (ut instrumento
procuratório em anexo), com escritório profissional na Rua .............,
n.º ..., na cidade de ................, Estado do ......., vem, respeitosamente,
à presença de Vossa Excelência para propor a presente AÇÃO
REVISIONAL DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ contra o
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Autarquia Federal, com
Superintendência nesta cidade na Rua .........., nº ..., pelas razões de
fato e de direito a seguir aduzidas:

1. DOS FATOS

A Requerente recebe um benefício concedido pela Autarquia


Requerida, desde ............ de .... (doc. ...), a seguir caracterizado:

Beneficiária Nº Data Salário Salário


Benefício Inicial Inicial Atual
... ... ... ... ...

Levando-se em necessária consideração a equivalência entre o


valor dos benefícios e a expressão financeira do salário mínimo vigente,
critério este legalmente estabelecido para a concessão e reajustamento
de benefícios mantidos pela Previdência Social, chega-se à seguinte
configuração:
586 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

A flagrante defasagem, entre o valor devido a título de benefício


previdenciário e aquele que vem sendo efetivamente pago pela
Autarquia Requerida (doc. ...), decorre da adoção de critérios de
reajustamento pelo INSS altamente lesivos aos direitos da Requerente.
Ocorre que as quantias recebidas pela Requerente, desde a data
em que lhe foi concedido o benefício, estão incorretas, pois a
Requerente foi aposentada em virtude de um ACIDENTE DE
TRABALHO ocorrido em ... de ........... de .... (doc. ...), num sábado,
quando era membro (Relatora) da Comissão de Sindicância para apurar
possíveis irregularidades existentes no Serviço Funerário de ............,
Estado do ......... – Portaria n.º ... – que oportunamente será anexada à
presente.
À época em que ocorreu o sinistro que tornou inválida a
Requerente, a mesma percebia R$ ..... (....................) (doc. ...), enquanto
que o salário mínimo vigente era de R$ ....... (...............), ou seja,
equivalente a ... (.............) Salários Mínimos.

O SALÁRIO INICIAL DO BENEFÍCIO (CORRETO) SERIA: R$


...... (.................) = ... (.......) Salários Mínimos

O VALOR EFETIVAMENTE PAGO FOI: R$ ....... (..................) =


... (.......) Salários Mínimos

O SALÁRIO PERCEBIDO ATUALMENTE: R$ ..... (...............).

O SALÁRIO QUE DEVERIA ESTAR PERCEBENDO: R$ .......


(........................).

A Requerente deveria estar percebendo APOSENTADORIA


ACIDENTÁRIA (doc. ... – Declaração e Certidão do INSS), tendo em
vista que o acidente ocorreu quando desempenhava suas funções junto
à Prefeitura Municipal de ................ - ..., e lhe causou o infortúnio e a
tornou inválida, percebendo um salário incapaz de atender, até mesmo,
às necessidades básicas da Requerente e de sua filha menor.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 587

Nota-se, Excelência, que a Requerente tinha uma promissora


carreira como advogada, estudiosa e cumpridora de seus deveres, e
hoje está recebendo a miserável aposentadoria de um salário mínimo.
Esgotados todos os meios administrativos para revisão do
benefício previdenciário, não restou outra possibilidade à Requerente
senão bater às portas da Justiça para fazer valer os seus direitos (doc.
...).

2. O DIREITO

“Reparação acidentária tem em mente proporcionar as mesmas


condições de subsistência ao segurado como se em atividade estivesse,
não fosse o infortúnio que o tornou inválido ...” (TAPR - Ap. Cível
2319/87).
“... a preocupação principal de assegurar-se ao trabalhador
identidade de valores entre a remuneração que percebia quando em
atividade e o benefício que a substituirá ... tem por escopo a
recomposição justa ao infortunado que eventualmente deixasse de
receber, por ocasião do acidente, remuneração à altura da que
costumeiramente recebia.” (Edcl. 234.032/7/01 – 2º TACSP).
“O benefício dos aposentados é calculado com base no salário
do dia do acidente.” (Celso Barroso Leite, in IOB).
“A aposentadoria por invalidez, concedida pela autarquia
previdenciária, marca o início do prazo quinquenal da prescrição da
ação acidentária ...” (STF - RE nº 112.413/87).

3. DO REQUERIMENTO

Evidenciado, portanto, que a Requerente vem percebendo valores


sensivelmente inferiores àqueles que lhe são devidos, diferença essa
que está caracterizada e materializada desde o deferimento do benefício
e vem se prolongando em manifesto prejuízo de seus legítimos direitos.
Diante do exposto, requer que V. Exa. se digne de:
588 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

1. MANDAR citar a autarquia Requerida, na pessoa de seu


representante legal, para, querendo, responder aos termos da
presente ação, no prazo legal, sob pena de confissão e revelia.

2. JULGAR PROCEDENTE a presente ação, e em consequência


ordenar que se proceda à correção do benefício previdenciário
percebido pela Requerente, para que receba, retroativamente
à data em que lhe foi concedida a aposentadoria por invalidez,
os valores com base em acidente do trabalho ocorrido e
cabalmente demonstrado.

3. ORDENAR o pagamento das diferenças entre o benefício


devido (Acidente do Trabalho), desde o primeiro, e aquele
efetivamente pago pela Autarquia Requerida, devidamente
acrescido de juros moratórios e correção monetária.

4. CONDENAR a autarquia Requerida ao pagamento das custas


processuais, inclusive as já pagas, honorários advocatícios à
base de 20% (vinte por cento) sobre o valor total das diferenças
devidas, a serem apuradas em liquidação de sentença.

Para provar o alegado, anexa documentos à presente, protestando


pela juntada de novos, depoimento pessoal do Representante da
Requerida, testemunhas e demais provas em direito admitidas e que
se fizerem necessárias.
Dá-se à presente, para efeitos fiscais, o valor de R$ .........
(.......................)

Nestes termos,
Pede e espera deferimento e JUSTIÇA!

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 589

RESUMO
Requerente aposentada, em virtude de acidente de trabalho que a
deixou inválida. A autora recebe benefício pelo INSS, porém o valor que
efetivamente lhe vem sendo pago encontra-se defasado relativamente ao
valor devido a título de benefícios previdenciários. O salário que a beneficiária
percebe, a este título, é incapaz de atender às suas necessidades bási-
cas, faltando-lhe o essencial para a subsistência, alimentação e moradia.
Esgotados todos os meios administrativos para a revisão do benefício
previdenciário, e não obtendo êxito, requer que se proceda à devida corre-
ção do referido benefício, para que receba, retroativamente à data em que
foi concedida a aposentadoria por invalidez, os valores com base em aci-
dente de trabalho já comprovado. Requer também seja ordenado o efetivo
pagamento das diferenças a que tem direito, desde o primeiro, acrescido
de juros e correção monetária.
590 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 591

REVISIONAL – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ –


INCONSTITUCIONALIDADE – PIS – LC 70/91 – BITRIBUTAÇÃO –
LC 07/70 – ART. 154/CF – INEXIGIBILIDADE

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL


DA ...ª VARA PREVIDENCIÁRIA DE ............... – SEÇÃO JUDICIÁRIA
DE ..........................

.........................., (qualificação), residente e domiciliado na Rua


.........., nº ..., município de ............... - ..., por intermédio de seu
procurador “in fine” assinado, com escritório profissional na Rua
................, nº ..., em ............ - ..., vem à presença de V. Exa. propor

AÇÃO DE RITO SUMÁRIO PARA REVISÃO DA DECISÃO DA


JUNTA DE RECURSOS DO INSTITUTO NACIONAL DE
SEGURIDADE SOCIAL,

contra INSS - INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL,


Autarquia Federal, com Superintendência na Rua ............., nº ..., nesta
cidade, que revogou sua aposentadoria por INVALIDEZ, o que faz com
fulcro no artigo 275, inciso I, do CPC e artigo 129 da Lei nº 8.213, de
24 de julho de 1991 (Plano de Benefícios da Previdência Social), nos
termos aduzidos a seguir:

1. DOS FATOS

1. O requerente foi aposentado por invalidez, aos ... (..............)


anos de idade, sob o nº do benefício NB ......, cumprindo as exigências
da Lei nº 8.213/91, do Decreto nº 3.048/99 e da Lei Complementar nº
142, de 8 de maio de 2013. Por determinação do INSS, o Requerente
compareceu para a realização dos exames revisionais.
592 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

O requerente foi reexaminado em .../.../.... . A partir desse


momento recebeu a comunicação de que sua aposentadoria por
invalidez havia sido cancelada, por apresentar o mesmo condições
para o trabalho. A partir do mês de ........... de ...., que deveria receber
no início de ............ de ...., o segurado não recebeu mais sua
aposentadoria por invalidez.

Não se conformando com o resultado, posto que não possui


condições para trabalhar, o requerente enviou requerimento
administrativo ao órgão em .../.../...., e, em .../.../...., enviou recurso à
Junta de Recursos do INSS, processo sob nº ........... .

Indignou-se ainda o segurado com o exame procedido pelo


médico do INSS, já que o médico do órgão não requereu qualquer outro
exame, limitando-se a exame superficial.

O benefício do autor foi suspenso antes mesmo do julgamento


de seu novo requerimento ou recurso à Junta de Recursos do INSS.

2. O requerente tem ... (..............) anos de idade, estando já


aposentado por invalidez há ... (...........) anos. O segurado sofreu
acidente que lhe deixou como sequela traumatismo craniano, o que o
impossibilita de exercer atividade laboral. Além disso, o segurado teve
ainda como sequelas a perda de memória constante, fortes espasmos,
e não consegue concatenar o raciocínio para qualquer atividade, laboral
ou não.

O segurado sofre várias crises, com dores e convulsões e,


inclusive, está residindo com sua mãe, na Rua ................., nº ..., Bairro
......., em .............. - ..., pois não possui condições de ficar sozinho,
seja para manter sua própria higiene pessoal, seja para alimentar-se
ou medicar-se.

3. O INSS cancelou o benefício do segurado, considerando-o apto


para retornar ao trabalho, o que é totalmente contrário à verdade dos
fatos.

4. O segurado não recebe seu benefício desde o mês de .............


de ..., que era no valor de um salário mínimo.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 593

2. DA JUSTIÇA GRATUITA

O autor recebeu aposentadoria por invalidez até o mês de ...........


de ..., sempre no valor de um salário mínimo nacional. Desde então,
vem sendo mantido por suas irmãs e por sua mãe, não tendo como
manter seu próprio sustento ou arcar com as despesas do processo,
principalmente, com o ônus da perícia.
A teor do disposto na Lei nº 1.060/50, sendo o requerente pobre
na concepção jurídica do termo, requer se digne V. Exa. de conceder-
lhe o benefício da Justiça Gratuita.

3. DOS FUNDAMENTOS E DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer deste Juízo que:


a) Determine perícia médica para que o autor possa realizar novos
exames, nos termos dos artigos 145 e 421 do CPC;
b) Seja declarado o requerente inapto para atividades laborativas,
com seu retorno à condição de APOSENTADO POR INVALIDEZ;
c) Pagamento pelo requerido dos benefícios referentes aos meses
posteriores ao mês de .............. de ..., corrigidos à época do efetivo
pagamento, nos termos da fundamentação supra;
d) A teor do artigo 133 da Constituição Federal e da Lei nº 8.906/
94 (Estatuto da Advocacia), honorários advocatícios, pelo
requerido, incidentes sobre o valor deferido e sobre as ......
prestações vincendas, considerando a continuidade indefinida
do benefício adquirido, tudo a ser apurado em liquidação de
sentença;
e) Diante da falta de condições financeiras, ante o não pagamento
dos benefícios pelo INSS ao segurado, requer a dispensa do
pagamento das custas judiciais, com o deferimento da Justiça
Gratuita, bem como seja aplicado à presente demanda o
disposto nos artigos 730 e 731 do Código de Processo Civil, a
594 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

teor do que dispõe legislação vigente, com a consequente


liquidação imediata da presente. Ainda, que sejam recebidos
os benefícios com prioridade pelo requerente, por tratar-se
de crédito alimentício, nos termos da legislação vigente.

4. DO REQUERIMENTO FINAL

Digne-se V. Exa. receber a presente, para determinar a expedição


do mandado de citação do órgão requerido, no endereço declinado no
preâmbulo desta, para responder aos termos da mesma, sob pena de
revelia.
Seja julgada PROCEDENTE a presente, nos termos dos pedidos,
a fim de ser reconhecido e declarado o direito do requerente.
Protesta pela produção de todas as provas admitidas em direito,
especialmente: perícia médica a ser designada por este Juízo, inspeções
judiciais e juntada de novos documentos.
Dá-se à presente, para efeitos exclusivos fiscais e de alçada, o
valor de R$ ........ (.....................).

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 595

RESUMO
O requerente aposentou-se por invalidez. Após exames revisionais,
recebeu a comunicação de que sua aposentadoria por invalidez havia sido
cancelada, por ainda apresentar condições para o trabalho. Como o reque-
rente não recebeu mais sua aposentadoria, enviou recurso à Junta de Re-
cursos do INSS, sendo que seu benefício foi suspenso antes mesmo do
julgamento de seu novo requerimento ou recurso à Junta de Recursos do
INSS. Por isso, requer seja reexaminado e declarado inapto para ativida-
des laborativas.
596 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 597

REVISIONAL DE APOSENTADORIA – TEMPO DE SERVIÇO/


CONTRIBUIÇÃO – PROVA DOCUMENTAL – DECRETO Nº 3.048/
99 – CONCESSÃO

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL


DA ...ª VARA PREVIDENCIÁRIA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE
............................

......................., (qualificação), residente e domiciliado na Rua


............, nº ..., na comarca de .............. - ..., com Cédula de Identidade/
RG nº ............ e CTPS nº ......, série ..., vem perante Vossa Excelência,
por seu advogado infra-assinado (mandado anexo), com escritório
profissional na Rua ............, nº ..., na comarca de ........... - ..., com fulcro
nos arts. 56 e seguintes do Decreto nº 3.048/99 e demais dispositivos
pertinentes à espécie, propor a presente AÇÃO ORDINÁRIA COM
PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DA TUTELA contra o INSS - Instituto
Nacional do Seguro Social, autarquia federal, com Procuradoria
Regional situada na Av. ........, nº ..., CEP ........, na cidade e comarca de
....................... - ..., o que faz pelos fatos de direito a seguir expostos:

DOS FATOS

O autor laborou e ainda labora como ..........., sendo que iniciou


nesse ofício em .../.../...., permanecendo até a presente data, em várias
localidades do Estado do ........, conforme se comprova pelos
documentos em poder do ............ .
Como cumpriu o exigido para Aposentar por Tempo de Serviço,
o Requerente protocolou seu pedido de aposentadoria como ........, em
... de ......... de ...., sob o nº ......., sendo que, em .../.../...., recebeu a
resposta do .........., negando o pedido (doc. ..).
598 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Foi protocolado Recurso ao conselho do .............., que em .../.../


...., por unanimidade de votos, negou provimento a este (doc. ..),
alegando que o Requerente não cumpriu o período de 35 anos de
serviço, exigidos pela norma legal.
Seu voto, o Ilustre Relator do Recurso, Sr. Roney Mailu de Lazzari,
fundamentou da seguinte forma:

“Ao analisarmos os autos, constatamos que o órgão previdenciário


efetuou corretamente uma contagem de tempo de serviço, às fls.
.../..., a qual totalizou em ... anos, ... meses e ... dias, não tendo
sido computados os períodos de .../.../.... a .../.../.... (Empresa ...)
e de .../.../.... a .../.../.... (Empresa ...), tendo em vista que o
interessado alega ter perdido a Carteira Profissional contendo
os registros das empresas mencionadas, bem como, não foram
apresentados documentos que comprovem o vínculo
empregatício, durante os referidos períodos.”

A entidade autárquica Requerida, tendo em conta os documentos


apresentados pelo autor na esfera administrativa, comutou como tempo
de serviço ... (.......) anos, ... (........) meses e ... (........) dias, deixando de
reconhecer os períodos de .../.../.... a .../.../.... e de .../.../.... a .../.../.... .
Efetivamente, a autarquia indeferiu o processamento da
Justificação Administrativa em relação aos anos de ....-.... e ....-.... . Em
contrapartida, concluiu pelo exercício como ....... pelo autor para os
períodos de ...-.... e de ...-.... independentemente do processamento do
recurso acima referido.
Assim, foi negado seu pedido de aposentadoria por tempo de
serviço.

DO DIREITO

SOBRE O PERÍODO DE .../.../.... A .../.../....


MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 599

Durante esse período o autor trabalhou na empresa ........,


conforme declaração em anexo (doc. ..).
O próprio titular da Firma Individual, Sr. ....................., firmou
a presente declaração exigida pela Previdência Social. Não há dúvida
que nesse período o autor trabalhou nessa empresa, caso contrário o
Titular da empresa estaria cometendo um crime, capitulado no art.
299 do Código Penal.
Prescreve o art. 62, § 3º, do Decreto nº 3.048/99:

Art. 62. (...)


(...)
§ 3º Na falta de documento contemporâneo podem ser aceitos
declaração do empregador ou seu preposto, atestado de empresa
ainda existente, certificado ou certidão de entidade oficial dos
quais constem os dados previstos no caput deste artigo, desde
que extraídos de registros efetivamente existentes e acessíveis à
fiscalização do Instituto Nacional do Seguro Social. (Parágrafo
suprimido pelo Decreto nº 4.079, de 09.01.2002, DOU 10.01.2002
e restabelecido pelo Decreto nº 4.729, de 09.06.2003, DOU
10.06.2003)

O autor, com a declaração do titular da empresa, cumpriu com o


encargo, provando o tempo de serviço no período acima noticiado.
Mas, infelizmente, o ............. não aceitou tal documento, em
perfeita afronta ao artigo supracitado.

SOBRE O PERÍODO DE .../.../.... A .../.../....

Durante esse período o autor trabalhou na empresa ...............


(registro do empregado e cópia da RAS, docs. ... e ...).
600 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Com os documentos em anexo ficou comprovado que no período


acima descrito efetivamente trabalhou nessa empresa, cumprindo a
determinação do artigo 62 do Decreto nº 3.048/99, que está assim
disposto:

“Art. 62. A prova de tempo de serviço, considerado tempo de


contribuição na forma do art. 60, observado o disposto no art. 19
e, no que couber, as peculiaridades do segurado de que tratam as
alíneas j e l do inciso V do caput do art. 9º e do art. 11, é feita
mediante documentos que comprovem o exercício de atividade
nos períodos a serem contados, devendo esses documentos ser
contemporâneos dos fatos a comprovar e mencionar as datas de
início e término e, quando se tratar de trabalhador avulso, a
duração do trabalho e a condição em que foi prestado. (NR)
(Redação dada ao caput pelo Decreto nº 4.079, de 09.01.2002,
DOU 10.01.2002)”

Ora, o Registro do empregado é claro, prova que o autor trabalhou


na empresa de .../.../.... a .../.../...., tendo sido readmitido em .../.../.... e
novamente dispensado em .../.../.... .
Caso reste alguma dúvida, observe-se o documento ... (Relação
Anual de Salários RAS), atual RAIS, onde fica claro o trabalho do autor
na data de .../.../...., isto é, no período compreendendo aquele não
reconhecido pelo ............. .

DO TRABALHO INSALUBRE

O autor sempre foi ......., e assim trabalhava diariamente, exposto


a agentes nocivos como poeira, ruído, etc., de modo habitual e
permanente.
Desse modo o autor está caracterizado de acordo com o Anexo V
do Decreto nº 3.048/99, no item I, nº 60.26.7, classificado como Grau 3
(risco grave), alíquota 3,00%.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 601

Sendo assim, o tempo de contribuição do Autor exigido para


aposentadoria deverá ser reduzido, de acordo com o art. 64 do Decreto
nº 3.048/99,in verbis:

Art. 64. A aposentadoria especial, uma vez cumprida a carência


exigida, será devida ao segurado empregado, trabalhador avulso
e contribuinte individual, este somente quando cooperado filiado
a cooperativa de trabalho ou de produção, que tenha trabalhado
durante quinze, vinte ou vinte e cinco anos, conforme o caso,
sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a
integridade física. (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003)

O autor sempre trabalhou na função de .........., e assim cumpriu


o disposto no artigo supracitado, devendo o ........ conceder o benefício
pleiteado.
Caso não seja atendido como “aposentadoria por tempo de
serviço”, seja o pedido do autor enquadrado como “aposentadoria
especial”.

DA ANTECIPAÇÃO DA TUTELA

Preceitua o art. 273 do Código de Processo Civil o seguinte:

“Art. 273. O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total


ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial,
desde que, existindo prova inequívoca, se convença da
verossimilhança da alegação e: (Redação dada pela Lei nº 8.952,
de 13.12.1994)
I - haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação;
ou (Incluído pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994)
II - fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto
propósito protelatório do réu. (Incluído pela Lei nº 8.952, de
13.12.1994)”(...)
602 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

A verossimilhança ficou mais do que clara, pois o Requerente, à


época do requerimento, já tinha completado o tempo de serviço exigido
pela legislação previdenciária; no caso concreto pode ser aplicado o
“princípio da presunção do estado anterior”, e com muito mais razão
quando se lembre que o juiz, baseado em coisas ou atos que geralmente
acontecem ou se realizam, delas pode tirar a verdade do caso “sub
judice” (CPC, art. 335).
Moacyr Amaral Santos, em Prova Judiciária no Cível e Comercial,
Ed. Saraiva, vol. 1, 5. ed., p. 102, diz o seguinte:

“Presume-se a permanência de um estado preexistente, se não


for alegada a sua alteração, ou, se alegada, não tiver sido feita a
devida prova desta.
(...) só a afirmação de uma mudança de um estado anterior
necessita de prova, que não a permanência do mesmo: ‘affir-manti
non neganti incubit probatio’.”

Há fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação,


pois o requerente conta hoje com mais de (60) sessenta anos. Já quase
não tem em si forças para exercer qualquer atividade laborativa, e não
é absurdo dizer que vive da misericórdia de parentes ou amigos.
Por outro lado, o eminente juiz federal Paulo Afonso Brum Vaz,
do TRF - 4ª Região, bem observa a singularidade da antecipação dos
efeitos da tutela em matéria previdenciária, verbis:

“Os proventos previdenciários, todos sabem, têm realçado caráter


alimentar, máxime porque, via de regra, visam a substituir a
renda salarial e atender às necessidades vitais do segurado e de
sua família (alimentação, habitação, vestuário, educação e saúde).
Não se pode negar que esta natureza alimentar da prestação
buscada, acoplada à hipossuficiência do segurado, e até à
possibilidade de seu óbito no curso do processo, em razão da
sensibilidade do próprio estado mórbido, patenteia um fundado
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 603

receio de dano irreparável, ou de difícil reparação, recomendando


concessão de tutela antecipadamente.” (Antecipação da Tutela
em Matéria Previdenciária, ST 73 – JUL/95 – doutrina, p. 24)

Com esta demonstração, a necessidade da tutela antecipatória


ficou latente, visto que foi provada a verossimilhança das alegações
combinada com o perigo da demora.
Assim, baseando-se nestas convicções e tendo o aval legal do
artigo acima transcrito, o Requerente lança mão da presente
açãoordinária, pleiteando seja a partir de hoje pago o benefício negado
administrativamente, pois se trata de verba alimentícia, até posterior
decisão final deste juízo.
Em suma, o autor deseja, em liminar, que o ........ pague o benefício
a que tem direito como aposentado por tempo de serviço ou mesmo
aposentado especial, devido ao trabalho insalubre, sendo que os
pagamentos podem ser feitos a partir de hoje, e os atrasados serão
decididos oportunamente por Vossa Excelência.
Finalmente, registramos que inexiste o risco da irreversibilidade
da Tutela, uma vez que o provimento útil, se for concedido ao autor,
pode ser suspenso a qualquer tempo.

DO PEDIDO

Isto posto, requer:


Os benefícios da Justiça Gratuita, visto o autor não ter condições
de pagar as custas sem comprometer seu sustento.
Preliminarmente, na melhor forma de direito, através dos
documentos em anexo, que comprovam a verossimilhança das
alegações e o perigo eminente da demora, uma vez que preenche todos
os requisitos da legislação pertinente, vem requerer LIMINAR DE
ANTECIPAÇÃO DA TUTELA, para que o Instituto Previdenciário
pague provisoriamente o equivalente a 01 (um) salário mínimo ao autor,
604 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

conforme disposto no art. 273, I, do CPC, tendo em vista que a


aposentadoria tem por fim o mínimo para a subsistência digna e tem
caráter alimentar, agravando-se pelo fato de o autor ter mais de 60
(sessenta) anos.
Deferida a tutela, digne-se Vossa Excelência mandar citar o
Requerido, no endereço retrodeclinado, para que no prazo legal,
querendo, conteste a presente, sob pena de revelia e confissão.
Ao final, seja julgado PROCEDENTE o pedido reconhecendo o
direito à aposentadoria por tempo de serviço, computando-se o período
de .../.../.... a .../.../.... e de .../.../.... a .../.../...., sendo o ....... condenado a
pagar todos os benefícios negados desde seu pedido administrativo,
com as devidas correções legais, condenando-o ainda ao pagamento
das custas e honorários advocatícios no importe de 20% sobre o valor
da condenação.
Requer ainda a produção de todos os meios de prova admitidos
em direito, em especial prova pericial, testemunhal e juntada de novos
documentos.

Dá-se à causa o valor de R$ ........ (..................), para fins fiscais.

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 605

RESUMO
O autor protocolou o pedido de aposentadoria, que foi indeferido sob
o fundamento de que o mesmo não trabalhou durante o período necessário
para a concessão do benefício, uma vez que não comprovou o período
alegado. O autor alega que os períodos que não foram objeto de contagem
estão comprovados documentalmente. Ainda, que exerceu atividade sujei-
ta a agentes nocivos e que o tempo de serviço deve ser reduzido. Pede
pela antecipação da tutela e, ao final, que seja a ação julgada procedente,
para que seja computado o tempo relacionado e concedido o benefício da
aposentadoria por tempo de serviço ou a aposentadoria especial.
606 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 607

REVISIONAL DE BENEFÍCIOS – PREVIDENCIÁRIO – PRINCÍPIO


DA ISONOMIA – LEI Nº 8.870/94

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL


DA ...ª VARA PREVIDENCIÁRIA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE
...............................

......................., (qualificação), residente e domiciliado na Rua


............., nº..., nesta capital, portador da Cédula de Identidade/RG
nº............... e CPF/MF nº ................., por seus procuradores que ao
final assinam (instrumentos de mandato incluso), com escritório
profissional na Rua ..............., nº..., onde recebem intimações e
notificações, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência
propor a presente

AÇÃO DE REVISÃO DE BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS

contra o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS,


Autarquia Federal com Superintendência Regional nesta capital, na
Rua .............., nº ..., pelas seguintes razões de fato e de direito a seguir
expostas:

DOS FATOS

Os autores obtiveram seus benefícios junto à Previdência Social


antes do período previsto no artigo 26 da Lei Federal nº 8.870/94, de
15.04.1994, publicada no DOU 16.04.1994, ou seja, entre 05 de abril
de 1991 e 31 de dezembro de 1993.
608 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Para obter a renda mensal inicial dos autores, o INSS procedeu


ao cálculo da média dos 36 (trinta e seis) últimos meses do salário-de-
contribuição, chegando desta forma ao “quantum” que caberia a título
de benefício previdenciário para cada autor beneficiário da Previdência
Social.
Entretanto, nos termos da Lei nº 8.870/94, alguns beneficiários
da Previdência Social obtiveram a aplicação do percentual
correspondente à diferença entre a média mencionada no artigo 26 da
referida Lei e o salário-de-benefício considerado para a concessão.
Dessa forma, percebe-se que alguns beneficiários da Previdência
Social receberam um reajuste em seus rendimentos, ao passo que outros
foram esquecidos e por conseguinte prejudicados, vez que se
inobservou o princípio da isonomia.
O requerido feriu o Princípio da Isonomia, ao implantar uma
legislação que somente beneficia alguns de seus contribuintes/
beneficiários, e por outro lado prejudica os autores, pois quem não
ultrapassou o teto, na época de sua revisão, obteve a média exata que
passou a vigorar como seu benefício.

DO DIREITO

O artigo 5º da CF/1988 diz:

Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer


natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos
termos desta Constituição;
(...)

Ocorre que a Lei nova (Lei nº 8.870/94) estabeleceu limites aos


benefícios dos autores, relegando-os em seus princípios basilares de
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 609

uma sociedade organizada, pois somente beneficiar alguns, além de


ser injusto, é imoral.
No corpo da Constituição, o artigo 201, § 2º, foi criado para evitar
distorções e achatamento do valor da renda mensal, pois preconiza a
preservação, em caráter permanente, do valor real, no reajuste dos
benefícios dos autores.
Ora demonstrado o direito que assiste aos autores, tem-se o artigo
ora atacado, visto que o primeiro abaixo transcrito determina o cálculo
para se obter a renda mensal inicial, ao passo que, o segundo, vem
beneficiar apenas alguns dos dependentes da Previdência Social.
O artigo 26 da Lei nº 8.870, de 15 abril de 1994, denominada LEI
DAS ALTERAÇÕES DOS PLANOS DE CUSTEIO E BENEFÍCIOS DA
PREVIDÊNCIA SOCIAL, diz textualmente:

“Art. 26. Os benefícios concedidos nos termos da Lei nº 8.213,


de 24 de julho de 1991, com data de início entre 05 de abril de
1991 e 31 de dezembro de 1993, cuja renda mensal inicial tenha
sido calculada sobre salário-de-benefício inferior à média dos
36 últimos salários-de-contribuição, em decorrência do disposto
no § 2º do artigo 29 da referida lei, serão revistos a partir da
competência de abril de 1994, mediante a aplicação do percentual
correspondente à diferença entre a média mencionada neste
artigo e o salário-de-benefício considerado para a concessão.
Parágrafo único. Os benefícios revistos nos termos do caput
deste artigo não poderão resultar superiores ao teto do salário-
de-contribuição vigente na competência de abril de 1994.”

Ora, é evidente a restrição aos benefícios dos autores, pois esses,


por mais que tenham contribuído durante infindáveis meses, têm seu
direito tolhido por uma lei que fere não só a moral do poder de legislar,
como também fere a Constituição da República Federativa do Brasil.
Pela razões de direito acima demonstradas, é claro o direito dos
autores em perceberem seus benefícios previdenciários, com o valor
610 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

obtido com a aplicação do percentual correspondente à diferença entre


a média mencionada no artigo 26 da Lei nº 8.870/94 e o salário-de-
benefício considerado para a concessão.

DO PEDIDO

Por todo o exposto, requer-se a Vossa Excelência que se digne:


Determinar a citação do INSS, na pessoa de seu representante
legal, para responder à presente ação dentro do prazo legal, sob pena
de revelia, no endereço indicado no preâmbulo desta;
Julgar procedente a presente ação, condenando o INSS a
implantar no benefício dos autores o mesmo percentual obtido por
aqueles beneficiários da Previdência Social que possuíam sua renda
mensal inicial acima do teto máximo de contribuição, e, por
conseguinte, seja o INSS condenado ao pagamento das custas
processuais e honorários advocatícios, devendo estes ser fixados na
base usual;
Requer, também, o benefício da justiça gratuita, tendo em vista a
natureza alimentícia das verbas pleiteadas;
Requer, por fim, a produção de todos os meios de prova em
direito admitidos, especialmente pericial e documental.
Dá-se à presente ação o valor de R$ ...... (................), para efeitos
meramente fiscais e de alçada.

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 611

RESUMO
O artigo 26, da Lei nº 8.870/94, concedeu um percentual aos bene-
fícios a quem nele se encaixa. Alega o autor não ter o artigo se estendido
a ele, quando, na verdade, também deveria receber tal percentual, por se
enquadrar em tal artigo.
612 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 613

REVISIONAL DE BENEFÍCIOS – INCONSTITUCIONALIDADE –


POLÍCIA MILITAR – LEI Nº 8.218/86 – LEI Nº 9.194/90 – REDUÇÃO
DE SALÁRIO – REPOSIÇÃO DOS ÍNDICES DE SOLDO – PENSÃO
DO IPE

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE


DIREITO DA ... ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE
..............................

........................, (qualificação), portadora da Cédula de Identidade/


RG nº .............., residente e domiciliada na Rua ............., nº ..., centro,
na comarca de .................. - ... .
........................, (qualificação) , portadora da Cédula de
Iden-tidade/RG nº ..............., residente e domiciliada na Rua ...........,
nº ..., Bairro ..., na cidade de .............. - ..., todas por intermédio de sua
advogada in fine assinada, vêm mui respeitosamente à presença de V.
Exa., tendo em vista o art. 4º, inciso I e parágrafo único do Código de
Processo Civil, bem como art. 5º, caput, incisos XXXIV, alínea “a”,
XXXV, XXXVI, artigo 37, incisos X, XV, art. 39, § 1º, artigo 40, §§ 4º e
5º, art. 42, § 10, art. 4º, caput e parágrafo único da Lei Estadual nº
6.417/73 – Código de Vencimentos e Vantagens da PMPR, art. 112 da
Lei Estadual nº 1943/54 – Código da Polícia Militar do Estado do Paraná,
entre outros dispositivos legais aplicáveis à espécie, bem como ainda
o contido nos Acórdãos n. 1.284, 1.912 e Ofício 076/94, todos do órgão
Especial do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, propor a presente,

AÇÃO ORDINÁRIA EXTENSIVA DE DIREITOS À


REPOSIÇÃO DOS ÍNDICES DE SOLDO PMPR

contra o Estado do Paraná, pessoa jurídica de direito público


interno, e INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DO ESTADO - IPE, pessoa
614 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

jurídica de direito público interno, os quais deverão ser citados nas


pessoas de seus ilustres Representantes legais, o Exmo. Procurador-
Geral do Estado (PGE) e o Exmo. Diretor do IPE, assim o fazendo pelos
motivos de fato e de direito a seguir descritos, pedindo vênia, desde
logo, para requerer ao final da presente peça inaugural.
1. As Autoras viúvas, ex-companheiras e filhas de extintos
integrantes da Gloriosa Corporação da Polícia Militar do Estado do
Paraná, portanto, pensionistas do IPÊ, as quais, na precisa forma do
que assegura o art. 5º, inciso XXXIV, alínea “a”, e XXXV, bem como
art. 40, §§ 4º e 5º, da Constituição Federal e ainda o que preceitua o
art. 6º, caput e §§ 1º e 2º da LICC, vêm pedir a tutela jurisdicional, no
que concerne ao direito que foi declarado, entre outros, pelos Acórdãos
1.284 e 1.912 do órgão Especial do Tribunal de Justiça, executado
mediante Ofício nº 076/94 do referido Tribunal, aos militares em
atividade e reformados da PMPR, pares e iguais dos extintos servidores
militares, dos quais decorre a pensão que percebem as Autoras.
2. Assim pleiteiam as Autoras da presente ação, porque é garantia
expressa em nossa Magna Carta, em seu art. 5º, inc. XXXVI, que:

“A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito


e a coisa julgada.”

3. Na forma do art. 6º, § 1º, da LICC se diz textualmente:

“Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei


vigente ao tempo em que se efetuou.”

4. Ora, ao tempo da Lei nº 6.417/73, o Código de Vencimentos e


Vantagens da PMPR, foi assegurado ao militar o direito de perceber
seus soldos (vencimentos básicos) na forma dos índices que prevê a
referida lei, e, com a redação que lhes deram as Leis n. 8.218/86, 8.298/
86 e 8.671, asseguraram-se aos extintos militares aqueles referidos
índices de soldo PMPR, pelo respectivo posto ou graduação de cada
qual.
5. Com o advento da malsinada Lei nº 9.161/89, posteriormente
substituída pela Lei nº 9.194/90, reduziram-se para todos os integrantes
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 615

da PMPR, em atividade, na reserva e com reflexos nas respectivas


pensões, os índices de soldo básico. Tal ato foi ilegal, como assim o
declarou o Poder Judiciário, tendo sido a matéria discutida por vários
anos.
6. Ocorre que .............. e outros, mais de ... (..........) militantes,
impetraram Mandado de Segurança contra ato do então Governador
do Estado do ....., Mandado de Segurança nº ......, e deste decorreu o
Acórdão nº 1284 do Órgão Especial do Tribunal de Justiça deste Estado,
que declarou ilegal e inconstitucional a edição e a aplicação das Leis
nº 9.161/89 e 9.194/90, que efetivamente reduziram os índices de soldo
da PMPR, reduzindo os vencimentos dos seus integrantes, cassando-
lhes os efeitos lesivos e determinando fossem aplicados os índices
determinados no Código de Vencimentos da PMPR, como até então
vigentes, eis que protegidos pela segurança do direito adquirido e da
irredutibilidade de vencimentos. Acórdão este que assim vem exposto:

“MANDADO DE SEGURANÇA. ATO DO COMANDANTE DA


POLÍCIA MILITAR. IMPETRAÇÃO ORIENTADA CONTRA O
GOVERNADOR DO ESTADO. ENCAMPAÇÃO DO ATO
DAQUELE POR ESTE. ATENUAÇÃO DA REGRA SEGUNDO A
QUAL A IMPETRAÇÃO DEVE SER DIRIGIDA CONTRA A
AUTORIDADE QUE PRATICOU O ATO TIDO COMO ILEGAL,
PODENDO CANCELÁ-LO, ENCAMPÁ-LO E COMPARECER EM
JUÍZO PARA DEFENDÊ-LO, ATO TIDO, POR ISSO, TAMBÉM
DE RESPONSABILIDADE DO CHEFE DO EXECUTIVO
ESTADUAL, APONTADO COMO AUTORIDADE COATORA.
Polícia Militar. Vencimentos. Fixação em Código com
características de lei complementar, em face da importância das
matérias nele regulamentadas, como conceitos da carreira,
vantagens e proventos. Sua revogação parcial mediante lei
ordinária, que reduziu os índices dos soldos, como nos
vencimentos. Inadmissibilidade. Ato administrativo que, com
base na lei revogadora, alterou os índices previstos no Código
de Vencimentos da referida corporação, reduziu, ainda que
indiretamente, a remuneração dos integrantes desta, violando,
assim, o princípio constitucional da irredutibilidade dos
616 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

vencimentos dos servidores militares, que não distingue entre


irredutibilidade meramente formal e efetiva. (cf. art. 37, XV).
Ordem concedida.” (Acórdão nº 1284 - OE/TJPR)

7. A autoridade, então impetrada, interpôs o referido julgado,


Recurso Extraordinário, ao qual foi negado seguimento, interpôs ainda
Agravo de Instrumento, o qual finalmente foi denegado pelo STF e
interpôs Embargos à Execução, os quais foram julgados improcedentes,
do que decorreu o absoluto trânsito em julgado do arresto, e dele
emanou-se o Ofício 076/94 do Tribunal de Justiça, impondo a reposição
dos índices de soldo àqueles impetrantes.
8. O fato irretorquível é que, com a declaração de
inconstitucionalidade dos efeitos lesivos das Leis nº 9.161/89 e 9.194/
90, os índices de soldo da PMPR, bem como a reposição destes índices
– que, antes das malsinadas legislações, eram previstos no art. 118 do
CVV-PMPR –, são fixados pelo instituto do trânsito em julgado e pelo
declarado direito adquirido e, como bem assegura a CF, nada, nem
mesmo a lei, poderá ferir o direito adquirido e a coisa julgada.
9. Note-se ainda que recentemente, mais precisamente em 18 de
novembro de 1994, o mesmo Colegiado julgou também o Mandado de
Segurança nº 11.700-2, impetrado por Luiz Vieira do Amaral e outros,
aproximadamente, 200 militares, acerca da mesma matéria, e por
unanimidade de votos concedeu a segurança postulada e, mais uma
vez, declarou a ilegalidade e inconstitucionalidade dos mesmos
diplomas legais, cassando os seus efeitos também no caso destes outros
impetrantes.
10. A título de ilustração, comente-se que na sessão de
julgamento deste último M.S., em ... de ............ de ...., o Desembargador
Freitas de Oliveira indagou por que, já tendo sido declarada a
inconstitucionalidade e ilegalidade das malsinadas leis, cassando-lhes
os efeitos lesivos e repondo os índices gerais do CVV-PMPR, não se
tinham ainda reposto os índices gerais do CVV-PMPR a todos os
integrantes da Corporação.
11. Mas o fato, Excelência, é que tal não ocorreu e certamente
necessitará de várias prestações da tutela jurisdicional neste sentido,
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 617

para que o arresto citado, ainda que geral, verdadeiramente abranja


toda a corporação, bem como as pensionistas dos respectivos e extintos
servidores militares.

DA ABSOLUTA GARANTIA CONSTITUCIONAL SOBRE A


ISONOMIA ENTRE OS IGUAIS

12. Entre os direitos individuais, assegura o art. 5º, caput, da


Constituição Federal que:

“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer


natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
à igualdade, à segurança e à propriedade, (...)”

13. De forma a tornar inequívoco este direito de igualdade, o


artigo 37, inciso X, assegura que:

“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer


dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também,
ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
de 1998)
(...)
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que
trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados
por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso,
assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem
distinção de índices; (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998)” (...)

E mais adiante, no mesmo artigo 37, no inciso XV dita que:


618 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

“XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e


empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos
incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III,
e 153, § 2º, I;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
de 1998)”

Nota-se a partir daí que a revisão geral da remuneração dos


servidores públicos, sem distinção de índices entre servidores
militares e civis, far-se-á sempre na mesma data, ou seja, OS
VENCIMENTOS DOS SERVIDORES CIVIS E MILITARES SÃO
IRREDUTÍVEIS, COMANDOS CONSTITUCIONAIS, ESTES, QUE
DESDE O PRINCÍPIO TORNARAM INACEITÁVEIS A EDIÇÃO E
APLICAÇÃO DAS LEIS 9.161/89 E 9.194/90, NO QUE CONCERNE À
PARTE QUE REDUZIU OS ÍNDICES DE SOLDO PMPR, REDUZINDO
OS VENCIMENTOS DA PMPR E DISTINGUINDO ONDE NÃO ERA
DADO DISTINGUIR.

14. Hoje, patenteada a matéria pela coisa julgada material, um


outro comando constitucional vê-se violado, eis que garante o artigo
39, “caput” e §§, que:

“Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios


instituirão conselho de política de administração e remuneração
de pessoal, integrado por servidores designados pelos
respectivos Poderes.(Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998)
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais
componentes do sistema remuneratório observará: (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos
cargos componentes de cada carreira; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
II - os requisitos para a investidura; (Incluído pela Emenda
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 619

Constitucional nº 19, de 1998)


III - as peculiaridades dos cargos. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
(...)
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o
disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII,
XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos
diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o
exigir. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)”
(...)

Conforme legislação vigente, vê-se com clareza que a lei


assegurará aos servidores da administração direta, ISONOMIA DE
VENCIMENTOS PARA CARGOS DE ATRIBUIÇÕES IGUAIS OU
ASSEMELHADOS DO MESMO PODER, SEM DISTINÇÃO.
15. Ocorre que as ora Autoras são pensionistas de militares que
se enquadrariam, se vivos estivessem, na mesma classe daqueles cujos
Acórdãos n. 1.284 e 1.912 – do O.E. do TJ/PR – determinaram fossem
repostos os índices corretos dos soldos. Seriam também soldados,
cabos, sargentos, subtenentes, aspirantes a oficiais, tenentes, capitães,
majores, coronéis, e, como estes – os beneficiários dos Acórdãos
supramencionados – teriam garantida pela CF a ISONOMIA DE
VENCIMENTOS. Por isso, as pensões das Autoras devem
corresponder EXATAMENTE AO VALOR QUE PERCEBERIA O DE
CUJUS, se vivo fosse e em plena atividade estivesse.
16. Neste sentido, têm exatamente o direito adquirido de receber
em igualdade de condições com aqueles para quem o Poder Judiciário
já determinou as reposições dos índices de soldo. Por ser direito
líquido e certo, se vivos fossem, seriam eles que estariam perante V.
Exa. pleiteando, mas, como não estão, aplica-se aqui a norma constante
do art. 6º, § 2º, da LICC, a qual assim preceitua:
Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular,
ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do
exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida
620 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

inalterável, a arbítrio de outrem. (Parágrafo incluído pela Lei nº


3.238, de 1º.8.1957)

17. É o presente caso, visto que o Poder Judiciário declarou que


tais índices eram inalteráveis e por direito adquiridos pelos integrantes
da PMPR, tratando-se de direito exercitável pelo próprio militar ou
por quem por ele o possa exercer. Torna-se inquestionável frente à
norma do art. 40, §§ 4º e 8º da Constituição Federal, que assim preceitua:

“Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União,


dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas
suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência
de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do
respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos
pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio
financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
(...)
§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados
para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime
de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em
leis complementares, os casos de servidores: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
I - portadores de deficiência; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 47, de 2005)
II - que exerçam atividades de risco; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 47, de 2005)
III - cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais
que prejudiquem a saúde ou a integridade física. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
(...)
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-
lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 621

estabelecidos em lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional


nº 41, 19.12.2003)”

Assim, denota-se que os PROVENTOS DA APOSENTADORIA


SERÃO REVISTOS, NA MESMA PROPORÇÃO E NA MESMA DATA,
SEMPRE QUE SE MODIFICAR A REMUNERAÇÃO DOS
SERVIDORES EM ATIVIDADE, SENDO TAMBÉM ESTENDIDOS
AOS INATIVOS QUAISQUER BENEFÍCIOS OU VANTAGENS
POSTERIORMENTE CONCEDIDOS AOS SERVIDORES EM
ATIVIDADE, INCLUSIVE QUANDO DECORRENTES DA
TRANSFORMAÇÃO OU RECLASSIFICAÇÃO DO CARGO OU
FUNÇÃO EM QUE SE DEU A APOSENTADORIA, NA FORMA DA
LEI, ou seja, o BENEFÍCIO DA PENSÃO POR MORTE
CORRESPONDERÁ À TOTALIDADE DOS VENCIMENTOS OU
PROVENTOS DO SERVIDOR FALECIDO, ATÉ O LIMITE
ESTABELECIDO EM LEI.

18. Portanto, são extensivos às pensionistas os direitos que teriam


os extintos servidores militares.
19. O único fato a divergir é, pois, a execução do comando do
Acórdão 1.284 e 1.912 do OE do TJPR.
20. Ora, situação caótica e verdadeiramente incompreensível vem
sendo aplicada na PMPR, em completo desacordo com as garantias
constitucionais, eis que, como se verifica da Certidão fornecida pela
Diretoria de Finanças da Polícia Militar do Paraná, que dá conta de
Quadro Demonstrativo das diferenças financeiras entre os integrantes
do MS nº 11.281-2 e os demais integrantes da Corporação, brutais são
estas diferenças, colocando em choque toda a gradação hierárquica,
que é a base de toda a disciplina militar, de forma que soldados
percebem mais que um Subtenente, Subtenentes percebem mais que
1º Tenentes e 1º e 2º Tenentes percebem mais que Capitães.
21. Neste aspecto, não se poderá olvidar que a Constituição do
Estado do Paraná, em seu artigo 45, § 11, inciso II, inquestionavelmente
assegura que:
622 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

SÃO DIREITOS DO SERVIDOR MILITAR ESTADUAL:


I - (...)
II - soldo da classe inicial de soldado nunca inferior ao salário
mínimo fixado em lei, ASSEGURANDO-SE A DIFERENCIAÇÃO
DECORRENTE DO ESCALONAMENTO HIERÁRQUICO. (grifo
nosso)

22. Inviolável é, assim, à luz do preceito de garantia da


Constituição deste Estado, a diferenciação própria que decorre do
escalonamento hierárquico, pois a teor do conceito próprio da Polícia
Militar, como se tira do artigo 48 do diploma constitucional estadual,
é A POLÍCIA MILITAR, FORÇA ESTADUAL, INSTITUIÇÃO
PERMANENTE E REGULAR, ORGANIZADA COM BASE NA
HIERARQUIA E DISCIPLINA MILITARES.
23. Entretanto, ora prestada, em parte, a tutela jurisdicional, haja
vista que a declaração de inconstitucionalidade e ilegalidade das Leis
nos 9.161/89 e 9.194/90, e que lhes cassou os efeitos lesivos, somente
foi aplicada até a presente data pela Administração deste Estado para
a parcela de integrantes militares do M.S. 11.281-2 a partir de
30.10.1994; em obediência ao comando do arresto nele proferido, um
Soldado, a exemplo, com 30 anos de serviço e integrante do M.S. 11.281-
2, que teve restabelecidos seus índices de soldo básico, recebeu um
vencimento de R$ ......., quando um outro seu par, não integrante do
referido M.S., recebeu um vencimento de R$ ......, resultando em uma
diferença de R$ ........ (....................).
24. Tal ocorreu com todas as categorias de Militares, de forma
que um cabo integrante do MS nº 11.218-2 recebeu R$ ......, enquanto
um seu par recebeu R$ ......., resultando em uma diferença de R$ .......
(...........................); já um 3º Sargento beneficiado pelo arresto recebeu
R$ ........, e seu par R$ ......., ocorrendo uma diferença de R$ ......
(....................); por fim, um 2º Sargento beneficiado recebeu R$ ......,
enquanto que seu igual recebeu R$ ......, ou seja, R$ ...... (......................)
a menor, o que não foi diferente em relação a um 1º Sargento impetrante
daquele M. S. que recebeu R$ ........, quando outro seu igual recebeu
R$ ........, resultando na diferença de R$ ....... (.............................).
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 623

25. Verifica-se ainda que um Subtenente que foi integrante do


M. S. 11.281-2 recebeu também em .../.../.... um vencimento de R$ ......,
ou seja, R$ ....... mais que um seu igual, que recebeu R$ ......., e o 2º
Tenente, que já bem obteve a declaração de direito aos seus corretos e
adquiridos índices de soldo básico, recebeu R$ ........, R$ ....... a mais
que outro seu par que, ao mesmo tempo, recebeu R$ ........, e o 1º Tenente
beneficiado recebeu R$ ......., enquanto que seu igual recebeu R$ .......,
ocorrendo um diferença de R$ ....... (......................).
26. Não foi diferente entre os oficiais intermediários e superiores,
já que um Capitão que integrou o M. S. 11.281-2 recebeu R$ ........, e
outro, que ainda não tenha obtido igual prestação de tutela
jurisdicional, recebeu R$ ......., diferenciando-os o valor de R$ .......
(....................); um Major beneficiado recebeu R$ ....... e outro não
beneficiado recebeu R$ ......., com pequena diferença de R$ .......
(.....................), o que também ocorre relativamente à graduação de
Tenente-Coronel, onde a diferença entre um e outro é de R$ .......
(..........................).
27. É flagrante, assim, a inobservância dos preceitos
constitucionais que asseguram a isonomia de vencimentos para cargos
iguais e de iguais atribuições.
28. Mas não é somente no aspecto constitucional que se verifica
a inobservância de preceitos, haja vista que a legislação própria da
Polícia Militar deste Estado expressamente também assegura essa
igualdade.
29. A Lei Estadual nº 1.943/54, em seu artigo 12, alínea “d”, quando
trata dos “DIREITOS DO MILITAR”, assegura que possui ele direito à:
Percepção do vencimento devido ao seu grau hierárquico.

DA OFENSA À GARANTIA DO ARTIGO 40, § 4º, DA


CONSTITUIÇÃO FEDERAL

30. Não menos grave é a ofensa ao artigo 40, § 4º, da Constituição


Federal. Esta norma traduz garantia pela qual se tornam inadmissíveis
as diferenças verificadas e certificadas pela Diretoria de Finanças do
624 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

PMPR, que decorrem da declaração de inconstitucionalidade e


ilegalidade da edição e aplicação das Leis Estaduais n. 9.161/89 e 9.194/
90, cujo cumprimento somente se deu em parte e para parcela dos
integrantes da PMPR. Ora, assegura a referida norma de garantia que:

Os proventos de aposentadoria serão revistos, na mesma


proporção e na data, sempre que se modificar a remuneração
dos servidores em atividade, sendo estendidos aos inativos
quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente concedidos
aos servidores em atividade, inclusive quando decorrentes da
transformação ou reclassificação do cargo ou função em que se
deu a aposentadoria, na forma da lei.

31. Portanto, desta garantia verifica-se que obrigatoriamente, e


por absoluta imposição do comando constitucional, tem a
administração do Estado primeiramente o dever de zelar pelo fiel
cumprimento desta Constituição e, consequentemente, tem a mesma
o dever de provocar a alteração de vencimentos de todos os militares,
estendendo aos inativos os benefícios e vantagens que foram por ordem
judicial concedido aos seus pares em atividade, precisamente na mesma
proporção, decorrendo de idêntica garantia constitucional o direito
das pensionistas de extintos militares.
32. O Poder Judiciário, quando declarou a inconstitucionalidade
e ilegalidade das Leis n. 9.196/89 e 9.194/90, o fez em processos
específicos, mas, de forma geral, tal qual foram antes aplicadas as
malsinadas leis, cassando-lhes os efeitos lesivos. Com isto, revigorou
a legislação anteriormente existente, revigorando os índices
anteriormente previstos no art. 118 do CVV-PMPR, com as alterações
legais que lhe deram as leis vigorantes, do que resultou a reclassificação
dos índices, não por lei nova, mas na forma da legislação anterior às
legislações atacadas, como de direito adquirido pela categoria. NESTE
ASPECTO IMPÕE-SE A OBSERVÂNCIA DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL E EXTENSÃO.
33. Igualmente, por se tratar de aplicação de lei geral,
devidamente cassada quanto aos seus efeitos lesivos sobre os índices
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 625

de PMPR, inquestionável é o direito de extensão assegurado aos


inativos e pensionistas, por força de comando próprio constitucional,
mas não se poderá negar que igual direito é cabível também aos demais
integrantes da PMPR ainda em atividade, que não poderão esperar
pela inatividade para obterem dita extensão e tampouco que deixem
de a reclamar.
34. Por óbvio, inadmissível que uma legislação que teve a
cassação de seus efeitos continue a ser aplicada pela Administração.
Neste aspecto, Excelência, crê-se que caberia mesmo medida judicial
a ser proposta pelo Ministério Público Estadual, para evitar-se que
integrantes da PMPR, pensionistas e extintos integrantes da PMPR
continuassem a ser prejudicados.

DA INQUESTIONÁVEL REDUÇÃO DE VENCIMENTOS

35. Quando propostos os primeiros Mandados de Segurança,


argumentava-se que os vencimentos da categoria de militares foram
sensivelmente reduzidos, a ponto de alguns dos cargos, à época
(janeiro/90), nem sequer alcançarem os índices mínimos de reposição
salarial-inflação determinados de forma geral para todo o
funcionalismo.
36. À época, no entanto, ficou a demonstração do fato dependente
de gráficos e cálculos para se chegar ao resultado deste show
pirotécnico jurídico perpetrado pela Administração.
37. Ora, com a efetiva reposição dos índices para parcela desta
categoria, provado está cabalmente, pelas diferenças salariais, que estes
receberam a mais, que efetivamente houve redução, que nem sequer
se poderia agora dizer indireta, eis que se verifica diretamente sobre o
soldo básico, com repercussão sobre a totalidade dos vencimentos dos
militares.
38. Como bem asseverou o órgão Especial do Tribunal de Justiça,
no arresto acima citado: “é o CÓDIGO DE VENCIMENTOS DA PMPR
(CVV-PMPR), CÓDIGO COM AS CARACTERÍSTICAS DE LEI
COMPLEMENTAR EM FACE DA IMPORTÂNCIA DAS MATÉRIAS
626 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

NELE REGULADAS, NÃO ADMITINDO REVOGAÇÃO PARCIAL


MEDIANTE LEI ORDINÁRIA”.
39. No aspecto que interessa à presente lide, prevê o art. 107 do
CVV-PMPR (Lei nº 6.417/73) que:

O valor do soldo será fixado, para cada posto ou graduação, com


base no soldo do posto do Coronel da Polícia Militar, observados
os índices estabelecidos em tabela de escalona-mento vertical.

40. A tabela de escalonamento vertical, a que se refere o art. 107,


é a que vem guisada no art. 118 do mesmo diploma legal, ora
restabelecido pelo menos para parte da categoria e que na forma da lei,
com a redação dada pelas Leis n. 8.218/86, 8.298/86, 8.671/87 e 8.903/
88, assim prevê:

1. OFICIAIS SUPERIORES:
Coronel 1.000
Tenente-coronel 913
Major 872

2. OFICIAIS INTERMEDIÁRIOS:
Capitão 800

3. OFICIAIS SUBALTERNOS
1º Trimestre 731
2º Trimestre 658

4. PRAÇAS ESPECIAIS
Aspirante-a-Oficial 532
Aluno (último ano) 362
Aluno (demais anos) 333
Subtenente 532
1º Sargento 477
2º Sargento 432
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 627

3º Sargento 400
Cabo 382
Soldado de 1º classe 362
Soldado de 2º classe 333

41. Com o advento da Lei nº 9.161/89, foram assim sensivelmente


reduzidos:

1. OFICIAIS SUPERIORES:
Coronel 1.000
Tenente-coronel 900
Major 868

2. OFICIAIS INTERMEDIÁRIOS:
Capitão 695

3. OFICIAIS SUBALTERNOS
1º Trimestre 602
2º Trimestre 520

4. PRAÇAS ESPECIAIS
Aspirante-a-Oficial 395
Aluno (último ano) 201
Aluno (demais anos) 185
Subtenente 362
1º Sargento 330
2º Sargento 272
3º Sargento 237
Cabo 223
Soldado de 1º classe 201
Soldado de 2º classe 185

42. Esta legislação que iniciou a lesão teve lapso curto de vigência,
628 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

nem sequer produzindo efeitos, eis que já em 19 de janeiro foi revogada


pela Lei nº 9194/90, que diferentemente regulamentou os índices,
mantendo, entretanto, a lesão ao direito adquirido dos AA. e reduzindo-
lhes ainda os índices, reduzindo, com isto, os vencimentos dos
militares, assim estabelecendo tais índices:

1. OFICIAIS SUPERIORES:
Coronel 1.000
Tenente-coronel 900
Major 868

2. OFICIAIS INTERMEDIÁRIOS:
Capitão 695

3. OFICIAIS SUBALTERNOS
1º Trimestre 590
2º Trimestre 500

4. PRAÇAS ESPECIAIS
Aspirante-a-Oficial 395
Aluno (último ano) 303
Aluno (demais anos) 250
Subtenente 362
1º Sargento 345
2º Sargento 335
3º Sargento 325
Cabo 315
Soldado de 1º classe 305
Soldado de 2º classe 250

43. Por certo, a sensível redução operada por estas legislações,


principalmente pela Lei nº 9.194, de 19 de janeiro de 1990, não poderia
mesmo ter redundado noutro fato senão na efetiva redução do
vencimento-padrão dos militares, como decorre da expressão das
malsinadas legislações, redução esta repassada às pensões das
pensionistas dos extintos militares.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 629

DO DIREITO ADQUIRIDO

44. Inquestionável que, além de ser proibido o ato de reduzir


vencimentos pelo comando constitucional, também os índices que
eram aplicados antes das legislações atacadas, ou seja, os que são
especificados no item 33, desta, como previsto no artigo 118, do CVV-
PMPR, com a redação última da Lei nº 8903/88, entraram para o
patrimônio dos militares, e, como tal, se tornaram protegidos pelo
instituto do direito adquirido, razão pela qual estavam, desde logo,
indenes de ser prejudicados pela nova e malsinada lei.
45. Como bem ensina Clóvis Beviláqua: “DIREITO ADQUIRIDO
É UM BEM JURÍDICO, CRIADO POR UM ATO CAPAZ DE PRODUZI-
LO, SEGUNDO AS PRESCRIÇÕES DA LEI ENTÃO VIGENTE E QUE,
DE ACORDO COM AS PRESCRIÇÕES DA MESMA LEI, ENTROU
PARA O PATRIMÔNIO DO TITULAR”.

46. Analisando a magistral lição do festejado mestre, temos que:


a) OS ÍNDICES referentes a cada posto ou graduação SÃO BENS
JURÍDICOS;
b) FORAM OS ÍNDICES, referentes a posto ou graduação,
CRIADOS POR LEIS;
c) A GRADUAÇÃO OU O POSTO RESPECTIVO É O FATO
CAPAZ DE PRODUZI-LOS;
d) Assim sendo, entram para o patrimônio dos militares, sob a
égide da lei que os criou, com a característica de DIREITO
ADQUIRIDO, indenes assim de serem prejudicados por
qualquer ato, mesmo que esse ato seja uma lei.

DA OMISSÃO DO ESTADO COMO ATO INCONSTITUCIONAL


OMISSIVO

47. Ao editar e aplicar as malsinadas leis, que reduziram os


índices e vencimento-padrão dos militares, atuou inconstitucional e
630 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

ilegalmente o Estado, o que já bem foi declarado pela sentença que


cassou os efeitos dessas leis.
48. Ora, em não observando a legislação pela qual para cada posto
ou graduação corresponde um único e geral índice de soldo, bem como
a garantia de isonomia para cargos de atribuições iguais e ainda a
garantia de extensão de benefícios aos inativos e pensionistas, agem o
Estado e o IPÊ com inconstitucionalidade por se omitirem da
observância legal que lhes competiria.
49. Neste aspecto, como também assegura a lei, todo aquele que
por ação ou omissão causar prejuízo a outrem fica obrigado a reparar o
dano; é o que se requer.
Isto posto, é esta para respeitosamente requerer que V. Exa. se
digne a:

a) Determinar seja citado o Estado do Paraná e o Instituto de


Previdência do Estado, através dos seus representantes legais,
para que tomem conhecimento da presente ação e, querendo,
a respondam, no prazo e sob as penas da lei.
b) Que determine seja ouvido o Digníssimo representante do
Parquet, que deverá intervir no presente feito, como fiscal da
lei.
c) Admita a produção de todas as provas em direito admitidas,
para corroborarem com o que desde logo segue provado pelos
documentos anexos, sejam de que natureza forem e que se
façam necessárias à prestação da tutela jurisdicional
postulada.
d) Finalmente, requer-se que V. Exa. supra o petitório no que o
mesmo necessitar e julgue, pois, procedente a presente ação
ordinária declaratória extensiva de direitos, para declarar por
sentença de mérito o direito das Autoras de perceberem suas
pensões, calculadas na forma dos índices previstos na Lei nº
6.417/73, artigos 107 e 118, com a redação última da Lei nº
8.903/88, declarada já a inconstitucionalidade e ilegalidade
das Leis nos 8.9161/89 e 9.194/90, que tiveram seus efeitos
lesivos sobre os índices de soldo PMPR cassados por arrestos
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 631

do O. E. do TJ/PR, transitado em julgado, estendendo a


declaração de direito às presentes Autoras, em observância
aos comandos constitucionais do art. 5º caput, incisos XXXIV,
alínea “a”, XXXVI, art. 37, XV, e art. 39, § 1º, e 40, §§ 4º e 5º,
bem como art. 112, alínea “d”, do Código do PMPR, Lei nº
1943/54 e artigo 4º também do Código de Vencimentos da
PMPR, Lei nº 6.417/73.
e) Consequentemente, seja o Estado do Paraná e o IPÊ condenados
a pagar às Autoras as parcelas de diferenças salariais vencidas
e que se vencerem, a título de indenização, devidamente
corrigidas e acrescidas de juros de mora, bem como as custas
processuais e honorários advocatícios na base de 20% sobre
os valores finais da indenização, a ser apurada em liquidação
de sentença.
f) Finalmente, requer-se seja concedido às AA o benefício da
Assistência Judiciária Gratuita, tendo em vista o que preceitua
o art. 5º, inciso XXXIV, Lei nº 7516/86, entre outros
dispositivos aplicáveis à espécie.

Dá-se à presente o valor de R$ ....... (...................), para efeitos


legais e de alçada.

Termos em que, por ser de JUSTIÇA,


Pedem e Esperam Deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......
632 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

RESUMO
As Autoras viúvas, ex-companheiras e filhas, pensionistas de extin-
tos integrantes da Polícia Militar, pleiteiam a extensão da restituição dos
índices de soldos, os quais foram reduzidos de forma inconstitucional e
ilegal, assim declarado pelos Acórdãos 1.284 e 1.912 do Órgão Especial
do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, em Mandado de Segurança
impetrado anteriormente por iguais militares.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 633

REVISIONAL DE BENEFÍCIOS – INSS – LEI Nº 8.212/91 – SALÁRIO


DE CONTRIBUIÇÃO – ART. 201/CF – LEI Nº 8.213/91 – REAJUSTE
PROPORCIONAL – ART. 194/CF

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DA VARA


PREVIDENCIÁRIA – SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO
......................................

........................., (qualificação), residente e domiciliado nesta


capital, na Rua .............., nº ..., portador da Carteira Profissional nº
................. e CPF/MF nº ................, e ........................., (qualificação),
residente e domiciliado também nesta capital, na Rua .............., nº ...,
portador da Carteira Profissional nº ................. e CPF/MF nº ................,
por seus procuradores que ao final assinam, com escritório profissional
na Rua ............, nº ..., onde recebem intimações e notificações, vêm
com o devido respeito e acatamento, à presença de Vossa Excelência,
propor a presente

AÇÃO DE REVISÃO DE BENEFÍCIOS


contra o ..............., autarquia federal com sede nesta capital, na
Rua ..........., nº..., pelas seguintes razões de fato e de direito a seguir
aduzidas:

DOS FATOS

Os autores são beneficiários da Previdência Social, tendo como


Renda Mensal Inicial (RMI) um certo e determinado índice quantitativo
em percentual, em relação ao limite máximo do salário-de-
contribuição, conforme comprovam os inclusos demonstrativos de
cálculo da Renda Mensal Inicial.
634 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Entretanto, quando os autores obtêm o direito ao reajustamento


de seus benefícios, nos termos do artigo 41 e incisos da Lei nº 8.213/
91, passam a sofrer prejuízos em seus benefícios, vez que não lhes é
preservado, em caráter permanente, o valor real destes.
Ocorre esse prejuízo quando se verifica que o requerido
estabelece um determinado percentual para os salários-de-contribuição
e outro, para os salários-de-benefício, gerando assim uma grande
defasagem nos salários-de-benefício reajustados com relação àqueles
obtidos através do cálculo da Renda Mensal Inicial (RMI).
Ressalte-se que, quando da concessão dos benefícios, a Renda
Mensal Inicial correspondia a um determinado percentual em relação
ao salário-de-contribuição, ao passo que, após o reajuste, esse valor
atinge um percentual muito inferior em relação ao mesmo salário-de-
contribuição.
Dessa forma, uma vez mais sofrem prejuízos os beneficiários da
Previdência Social, com os critérios por ela adotados, pois esses sempre
são em prejuízo dos autores. No caso em tela, verifica-se que existe
um limite para os salários-de-contribuição e um outro limite para o
salário-de-benefício.
Consuma-se a redutibilidade dos benefícios dos autores, posto
que o critério proporcional de reajuste praticado pelo requerido é
totalmente prejudicial aos seus beneficiários, visto que seus benefícios,
ao sofrerem o reajustamento, recebem somente parte do reajuste
aplicado para os demais benefícios em manutenção, bem como aos
salários-de-contribuição. Senão vejamos:
..............., benefício nº ....., espécie ......, dada aposentadoria em
.../.../...., obteve reajuste em .../...., de ... %, ao passo que os demais
benefícios de manutenção obtiveram ... %, sofrendo um prejuízo de ...
%.
Em assim agindo, o requerido vem causando prejuízos aos
autores, que, dependendo do mês de início de seus benefícios, recebem
reajustes proporcionais, sendo que outros beneficiários da previdência
social recebem o reajuste integral, da mesma forma que efetuado o
reajustamento dos salários-de-contribuição. Observa-se, então, que não
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 635

se respeita a determinação constitucional de irredutibilidade de


vencimentos e da garantia de preservação do valor real dos benefícios.

DO DIREITO

A Constituição Federal assegura, aos beneficiários da Previdência


Social, reajustes que lhes assegurem permanentemente o valor real de
seus benefícios:

“Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de


regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória,
observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e
atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
(...)
§ 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-
lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios
definidos em lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 20, de 1998)” (...)

Ainda, na Carta Magna, temos o artigo 194, parágrafo único,


inciso IV, que assegura a irredutibilidade do valor dos benefícios:

“Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado


de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade,
destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência
e à assistência social.
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei,
organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos:
(...)
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; (...)”
636 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Dispõe a Lei nº 8.213/91, na SEÇÃO IV, “DO REAJUSTAMENTO


DO VALOR DOS BENEFÍCIOS”, em seu artigo 41-A e seguintes, que:

“Art. 41-A. O valor dos benefícios em manutenção será


reajustado, anualmente, na mesma data do reajuste do salário
mínimo, pro rata, de acordo com suas respectivas datas de início
ou do último reajustamento, com base no Índice Nacional de
Preços ao Consumidor - INPC, apurado pela Fundação Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística - IBG E . (Vide Medida
Provisória nº 316, de 2006) (Incluído pela Lei nº 11.430, de
2006)
§ 1o Nenhum benefício reajustado poderá exceder o limite
máximo do salário-de-benefício na data do reajustamento,
respeitados os direitos adquiridos.(Incluído pela Lei nº 11.430,
de 2006)
§ 2o Os benefícios com renda mensal superior a um salário
mínimo serão pagos do primeiro ao quinto dia útil do mês
subsequente ao de sua competência, observada a distribuição
proporcional do número de beneficiários por dia de
pagamento. (Redação dada pelo Lei nº 11.665, de 2008).
§ 3o Os benefícios com renda mensal no valor de até um salário
mínimo serão pagos no período compreendido entre o quinto
dia útil que anteceder o final do mês de sua competência e o
quinto dia útil do mês subsequente, observada a distribuição
proporcional dos beneficiários por dia de pagamento. (Redação
dada pelo Lei nº 11.665, de 2008).
§ 4o Para os efeitos dos §§ 2o e 3o deste artigo, considera-se
dia útil aquele de expediente bancário com horário normal de
atendimento. (Redação dada pelo Lei nº 11.665, de 2008).
§ 5o O primeiro pagamento do benefício será efetuado até
quarenta e cinco dias após a data da apresentação, pelo segurado,
da documentação necessária a sua concessão. (Incluído pelo Lei
nº 11.665, de 2008).
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 637

§ 6o Para os benefícios que tenham sido majorados devido à


elevação do salário mínimo, o referido aumento deverá ser
compensado no momento da aplicação do disposto
no caput deste artigo, de acordo com normas a serem baixadas
pelo Ministério da Previdência Social. (Incluído pelo Lei nº
11.665, de 2008).”

Não obstante, temos o artigo 20, da Lei nº 8.212/91, que determina


o critério e época do reajustamento dos salários-de-contribuição,
conforme abaixo transcrito:

“Art. 20. A contribuição do empregado, inclusive o doméstico, e


a do trabalhador avulso é calculada mediante a aplicação da
correspondente alíquota sobre o seu salário-de-contribuição
mensal, de forma não cumulativa, observado o disposto no artigo
28, de acordo com a seguinte tabela: (Redação dada pela Lei nº
9.032, de 28/04/1995)

Salário-de-contribuição Alíquota em %
até R$ 249,80 8,00
de R$ 249,81 até R$ 416,33 9,00
de R$ 416,34 até R$ 832,66 11,00
(Valores e alíquotas dados pela Lei nº 9.129, de 20/11/1995)

§ 1º Os valores do salário-de-contribuição serão reajustados, a


partir da data de entrada em vigor desta Lei, na mesma época e
com os mesmos índices que os do reajustamento dos benefícios
de prestação continuada da Previdência Social. (Redação dada
ao parágrafo pela Lei nº 8.620, de 05.01.1993)
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se também aos segurados
empregados e trabalhadores avulsos que prestem serviços a
microempresas. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 8.620, de
05.01.1993)”
638 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Ressalte-se, por oportuno, que o § 1º supramencionado


determina, com clareza, que o reajuste do salário-de-contribuição será
reajustado na mesma época e com os mesmos índices que o reajuste
verificado nos benefícios de prestação continuada.
Nesse sentido, a Lei nº 8.213/91 em seu artigo 134 assim dispõe:

“Art. 134. Os valores expressos em moeda corrente nesta Lei serão


reajustados nas mesmas épocas e com os mesmos índices
utilizados para o reajustamento dos valores dos benefícios. (NR)
(Redação dada ao artigo pela Medida Provisória nº 2.187-13, de
24.08.2001, DOU 27.08.2001, em vigor conforme o art. 2º da EC
nº 32/2001)”

Verifica-se, então, que nesse artigo também existe a vinculação


entre a época e índice dos reajustes dos benefícios, desprezando-se,
destarte, a proporcionalidade prevista no artigo 41, inciso IV, da Lei
nº 8.213/91. Nota-se que o inciso IV, do artigo 41, estabelece que os
valores dos benefícios em manutenção serão reajustados de acordo
com a variação de preços de produtos necessários e relevantes para a
aferição da manutenção do valor de compra dos benefícios, de onde é
fácil perceber os prejuízos diretos que refletem nos benefícios dos
autores.
Depreende-se, dessas normas, que a Lei prevê um limite para os
salários-de-contribuição, e após, um novo limite para o salário-de-
benefício. É contra este último que ora se insurge. Porém, a Constituição
Federal garante a manutenção do valor real do benefício, mas a
existência de duplo limitador não é prevista no texto constitucional,
gerando enorme prejuízo aos autores.
Ainda, o nosso sistema previdenciário baseia-se sempre na
correspondência entre contribuição e benefício, donde se conclui que
o valor do salário-de-contribuição serve de base para a obtenção do
salário-de-benefício, o que, se devidamente cumprido pelo requerido,
garantiria a preservação, em caráter permanente, do valor real dos
benefícios dos autores.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 639

A observância e manutenção do artigo 41, IV, gera aos


beneficiários da Previdência Social prejuízos cumulados e contínuos,
lesando destarte o princípio atuarial, sempre em detrimento dos autores
e demais beneficiários.
Esse aspecto confronta diretamente com o texto constitucional
(artigos 201 e 202), pois, como já foi dito, ao abalar o critério de
atualização, causa prejuízo aos autores em prol da autarquia requerida,
sendo que esse sistema deve defender tanto os autores como o
requerido.
Portanto, a causa de pedir prende-se ao fato de que o inciso IV
do artigo 41, ao estabelecer que os valores dos benefícios em
manutenção serão reajustados, de acordo com suas respectivas datas
de início, pois nos demais artigos citados na inicial que ora se emenda,
conforme determinação de Vossa Excelência, percebe-se que predomina
a vinculação dos critérios de reajuste dos benefícios em manutenção,
bem como dos salários-de-contribuição, quais sejam estes artigos:
artigos 20, § 1º, da Lei nº 8.212/91, e 134 da Lei nº 8.213/91.
Destarte, resta prejudicado o critério de reajustamento conferido
aos aposentados ao aplicar-se a proporcionalidade. Trata-se da
aplicação de dois critérios antagônicos, pois, para se reajustar o salário-
de-contribuição, aplica-se o índice em sua integridade e, para se
reajustar os benefícios em manutenção, aplica-se somente parte do
índice.

DO PEDIDO

Ante o exposto, requer-se a Vossa Excelência:


a) a citação do requerido, na pessoa de seu representante legal,
para que querendo conteste a presente ação, no prazo legal,
sob pena de confissão e revelia;
b) seja julgada totalmente procedente a presente ação,
determinando ao INSS que efetue a revisão dos benefícios dos
autores, para que sejam reajustados com a aplicação do índice
integral do período, para se preservar, em caráter permanente,
seu valor real.
640 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

c) a produção de todos meios de prova em direito admitidos,


tais como documental e outras que se fizerem necessárias;
d) seja condenado o requerido ao pagamento das custas
processuais e honorários advocatícios, sendo estes na base
usual de 20% (vinte por cento).

DA JUSTIÇA GRATUITA

Requer-se, finalmente, a concessão do benefício da justiça


gratuita, tendo em vista o estado de precariedade dos autores e o caráter
alimentar da pretensão.

VALOR DA CAUSA

Dá-se à presente causa, para efeitos fiscais, o valor de R$ ........


(........................).

Nestes termos,
Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......

RESUMO
Os requerentes pedem a revisão de seus benefícios, para que estes
sejam reajustados com a aplicação do índice integral do período, preser-
vando-lhes o valor real, o que lhes é devido pela Constituição Federal.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 641

REVISIONAL DE APOSENTADORIA – LEI Nº 8.213/91 – VALOR


DEFASADO – VINCULAÇÃO AO SALÁRIO MÍNIMO – ART. 58/ADCT

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE


DIREITO DA ...ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ..............................

........................, (qualificação), aqui postulando em causa própria,


com apoio nos permissivos dos arts. 36 e 254, I, ambos do Código
Processo Civil, com endereço na Rua ............., nº ..., onde receberá
intimações, vem à presença de V. Exa., atendido o preceituado no art.
282, do CPC, para propor

RETIFICAÇÃO DE PROVENTOS DE APOSENTADORIA

em face do ..............., superintendência do ................, com sede


........., com fundamento nos artigos 58, do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias (ADCT), e 41, inciso I, da Lei nº 8.213,
de 24.07.1991, e pacífica jurisprudência, pelos motivos de fato e de
direito a seguir expostos:
1º) Foi concedida ao autor aposentadoria por tempo de serviço,
a partir de .../.../...., com renda mensal inicial de R$ ........
(........................), equivalente, à época, a ... (......) salários mínimos (doc.
...).
2º) Os valores acima apontados sofreram achatamento de monta,
a partir da competência de .......... de ...., como fazem prova os
documentos juntados (docs. ...).
3º) O ente pagador, ao reduzir os ganhos para valores inferiores
a ... (......) salários mínimos, feriu normas da Constituição Federal,
que é a base do nosso ordenamento jurídico, sendo que regra nenhuma
pode contrariar os princípios ali insculpidos, respaldados pela
jurisprudência como adiante transcrito:
642 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

“O art. 58 do ADCT, de 1988, ao garantir a atualização dos


benefícios previdenciários, não autorizou a aplicação retroativa
do critério de revisão consagrado nesse preceito transitório,
deslocou, para o sétimo mês contado da promulgação da Lei
Fundamental, o início de atuação do novo critério revisional das
prestações mensais dos benefícios previdenciários.” (STF – Ac.
unân. da 1ª T., pub. em 17.07.94 – RE 170.136-6-SP, Rel. Min.
Celso de Mello – INSS x Amarildo Gomes – Adis. Camarus Prado
Pires e Valdecírio Teles Vera. ADV. 41/94, nº 66.963)

“O que previsto no art. 58 do Ato das Disposições Constitucionais


Transitórias tem como termo inicial o mês de abril de 1989.
Assim, somente cabe a equivalência quanto às prestações que
tenham se tornado vencidas após tal data. Precedentes: Recurso
Extraordinário nº 142.391-9-SP. Relatado pelo Min. Ilmar Galvão,
perante a Primeira Turma com decisão unânime, cujo acórdão
foi publicado no Diário da Justiça de 17.12.93, à página 28.033, e
Recurso Extraordinário nº 153.852-0-SP, relatado pelo Min.
Carlos Veloso na 2ª Turma, no dia 16.11.93.” (STF – Ac. unân.
da 2ª T., publ. em 05/08/1994 – RE 171.908-7-SP – Rel. Min. Marco
Aurélio – INSS x Roman Cossovan – ADVs. Anete Rodelo e
Orlando Batine. ADV. 42/94 n º 67.037)

4º) Com base nas considerações acima expendidas, o autor


considera inconstitucional qualquer critério adotado para a correção
da aposentadoria vinculada ao salário mínimo que venha divergir do
preceituado no artigo 58, do ADCT.
Isto posto, pede a condenação do réu nas diferenças
representadas pelos valores pagos, conforme os documentos juntados,
e os valores realmente devidos – ... (......) salários mínimos mensais,
conforme quadro demonstrativo juntado, a partir da competência de
........... de ...., inclusive quanto ao 13º salário do referido período.
Por fim, requer a V. Exa. que, nos termos dos arts. 213 e seguintes
do CPC, se digne de mandar citar o réu, a fim de vir responder aos
termos desta ação, no prazo legal, sob pena de revelia e confissão ficta,
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 643

sendo, finalmente, reconhecido o direito do autor no pedido e a


condenação do réu, na forma do pleiteado, correção monetária, juros,
custas e honorários advocatícios.
Protestando por provas que em direito sejam admitidas, dá-se à
presente, para os efeitos das taxas judiciárias, o valor de R$ ........
(.........................).

Termos em que, respeitosamente,


P. E. Deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......

RESUMO
Revisão da aposentadoria devido ao achatamento dos valores pagos
posteriormente à concessão, estipulando-se sua vinculação à quantidade
de salários mínimos anteriormente auferidos, segundo previsão legal, ou
seja, para benefícios concedidos antes da CF/1988.
644 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 645

REVISIONAL PENSÃO POR MORTE – AÇÃO ORDINÁRIA – INSS –


UNIÃO FEDERAL – TUTELA ANTECIPADA - DIFERENÇA DE
VALOR – PEDIDO DE COMPLEMENTAÇÃO – LEI Nº 9.032/95

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL


DA ...ª VARA PREVIDENCIÁRIA DA ...ª SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA –
SEÇÃO JUDICIÁRIA DE ..............

1) ..............., (qualificação), portadora da Cédula de Identidade/


RG nº ......., inscrita no CPF/MF sob nº ........, residente e
domiciliada na comarca de ........., na Rua ......, nº ...;
2) ..............., (qualificação), portador da Cédula de Identidade/
RG nº ......, inscrito no CPF/MF sob nº ......., residente e
domiciliado na comarca de ........., na Rua ......., nº ...;
3) ..............., (qualificação), portadora da Cédula de Identidade/
RG nº ......., inscrita no CPF/MF sob nº ........, residente e
domiciliada na comarca de ........., na Rua ......, nº ...;
4) ..............., (qualificação), portador da Cédula de Identidade/
RG nº ......, inscrito no CPF/MF sob nº ......., residente e
domiciliado na comarca de ........., na Rua ......., nº ...,
por seus advogados, ao final subscritos (instrumento
procu-ratório apensado como documento de nº ...), com escritório na
Rua .........., nº ..., na comarca de ........... - ..., onde recebem intimações,
tendo por fundamento o que dispõem a Lei nº 8.213/91, a Lei nº 9.032/
95 e demais disposições atinentes à matéria, vêm respeitosamente, à
presença de Vossa Excelência, para propor a presente

AÇÃO ORDINÁRIA REVISIONAL DE PENSÃO POR MORTE


C/C TUTELA ANTECIPATÓRIA
646 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

contra o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS,


Autarquia Federal, com Superintendência Regional nestacapital, na
Rua .............., nº ..., e a UNIÃO FEDERAL, na pessoa de seus
representantes legais, com endereços conhecido deste MM. Juízo, pelas
razões de fato e de direito a seguir expostas:

1. DA LEGITIMIDADE PASSIVA “AD CAUSAM”

O presente feito é proposto simultaneamente contra o ........ e


contra a ..............., porque o .......... é o responsável pelo pagamento
das pensões que são objeto deste feito, ao passo que a ................. efetua
a complementação de parte dos benefícios, eis que no pólo ativo se
encontram viúvas de ex-ferroviários, beneficiadas pelos termos da
legislação vigente.
Ressalte-se que a .................. foi incluída no pólo passivo deste
feito apenas porque é a responsável pela complementação das
aposentadorias pagas aos ferroviários admitidos até a data de .../.../....,
bem como aos seus dependentes, conforme dispõe a legislação em
vigor.
Segundo tal sistemática, o .......... efetua o pagamento das pensões
das Demandantes e posteriormente se ressarce das importâncias junto
ao Tesouro Nacional.
Na hipótese dos Autos, encontram-se nessa situação
praticamente todas as Requerentes, excetuando-se apenas a Requerente
................, cujo falecido marido ingressou nos quadros da ..................
após o mês de .......... de .... .
Dessa forma, na medida em que a elevação do valor das pensões
implicará em algum ônus para o Tesouro Nacional, entenderam as
Peticionárias ser importante endereçar a demanda também contra a
................, de maneira a propiciar a mais ampla defesa possível em
todos os níveis interessados.
Destaque-se também que não foi efetuado um pedido específico
de complementação do montante das pensões contra a .................,
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 647

porque este fato torna-se automático, eis que decorre expressamente


do comando legal.

2. DOS FATOS

Todas as Requerentes são viúvas de ex-ferroviários, percebendo


pensão dos cofres previdenciários, conforme comprovam pela juntada
dos documentos de nº ............. .
Algumas delas (as nominadas sob os ns. ... a ...), cujos maridos
faleceram antes do advento da Nova Carta, estão percebendo uma renda
mensal equivalente a ...% (........ por cento) do total da aposentadoria
do “de cujus” (ou do montante que ele estaria rece-bendo, se estivesse
na ativa na data de seu falecimento), enquanto que a pensão das demais
(... e ...), que ficaram viúvas após o dia .../.../...., atinge o percentual de
...% (....... por cento).
Entendem as Autoras que a Previdência Social vem efetuando
tais pagamentos em desacordo com os ditames legais, donde a
propositura do presente feito.

3. DO DIREITO

A legislação que disciplina a matéria determinava que fosse


efetuado o pagamento da pensão à viúva do segurado falecido, de acordo
com os critérios referidos no item anterior, no percentual de ...% (........
por cento).
Com o advento da Lei nº 8.213/91, que regulou o tema em seu
artigo 75, o valor mensal da pensão por morte, segundo a alínea “a”
daquele dispositivo, passou então a ser:

Art. 75. Constituído de uma parcela, relativa à família, de 80%


(oitenta por cento) do valor da aposentadoria que o segurado
recebia ou a que teria direito, se estivesse aposentado na data de
648 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

seu falecimento, mais tantas parcelas de 10% (dez por cento) do


valor da mesma aposentadoria quantos forem os seus
dependentes, até o máximo de 2 (duas).

Na prática, isto equivalia a dizer que, se existisse como


beneficiária somente a viúva (como é o caso das Peticionárias), o .........
pagaria ...% – ou seja, ...% pela aposentadoria e mais ...% por se tratar
de dependente.
Esse percentual de ...% retroagiu a .../.../...., data da promulgação
da nova Constituição Federal, por força do que dispôs o art. 144 do
Plano de Benefícios da Previdência Social.
Assim, em síntese, as Requerentes que se tornaram viúvas a partir
de .../.../.... recebem hoje o benefício com base no percentual de ...%
(......... por cento), ao passo que as que já recebiam a pensão
anteriormente àquela data permaneceram com o percentual de ...%
(......... por cento).
É manifesto que esse critério é equivocado, na medida em que
todas as viúvas são iguais perante a lei.
Finalmente, a Lei nº 9.528, de 10.12.1997, deu nova redação ao
art. 75 da Lei nº 8.213/91, nos seguintes termos:

“Art. 75. O valor mensal da pensão por morte será de cem por
cento do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou
daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez
na data de seu falecimento, observado o disposto no artigo 33
desta Lei.”

Verifica-se que os percentuais que serviam de base para o


pagamento do benefício em questão, de ...% ou de ...%, passaram a ter
outro patamar, tal seja, de ...% sobre o salário-de-benefício.
Entretanto, continua o .......... a efetuar o pagamento da forma
primitiva, ou seja, de ...% (......... por cento) para aquelas que se
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 649

tornaram viúvas até .../.../...., e de ...% (......... por cento) para as que
enviuvaram entre .../.../.... e .../.../.... .
Desta forma, como o Demandado não está pagando corretamente
às Demandantes as pensões supra, restou-lhes a via judicial para terem
reparada tal injustiça.
Vale notar que a pretensão das Peticionárias é a de receber as
suas pensões em quantias iguais a ...% (......... por cento) do total a que
os respectivos segurados teriam direito, se vivos e aposentados
estivessem, bem como os montantes em atraso.
As quantias atualmente pagas atingem apenas ...%, ou ...% (.........
por cento) do valor correto.
Não pleiteiam elas, portanto, qualquer equiparação com os valores
pagos aos ferroviários em atividade, uma vez que tais pagamentos já
vêm sendo efetuados de forma correta.
No entender das Autoras, o aludido critério diferenciado que o
............... vem adotando fere o princípio da isonomia, insculpido no
“caput” do art. 5º da Lei Maior, eis que as elevações dos mencionados
percentuais devem necessariamente alcançar igualmente todas as
situações existentes.
É que nos termos do art. 6º, da Lei de Introdução ao Código Civil:

“Art. 6º. A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados


o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.”

Ora, a hipótese dos autos não trata de ato jurídico perfeito, já


que este se restringe à própria concessão do benefício em si; os
pagamentos mensais não passam de meros efeitos ou resultados do
ato jurídico perfeito, caracterizado este pelo reconhecimento das
Requerentes ao recebimento da pensão.
Tampouco se pode alegar, por absolutamente incabível, a
existência de direito adquirido por parte do Instituto Suplicado ao
pagamento de pensões com percentual reduzido, eis que se trata de
650 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

preceito de ordem pública (e que deve, por isto, ser aplicado de


imediato a todos os casos) e que o .............. está pagando o valor integral
das pensões concedidas após o advento da lei às que se tornaram viúvas
após .../.../.... .
Também não se trata, a toda evidência, de coisa julgada.
Assim, não se amoldando a qualquer das ressalvas estabelecidas
pelo referido preceito da Lei de Introdução ao Código Civil, deve a Lei
nº 9.032/95 produzir efeitos imediatos e gerais, para o fim de pagar às
Requerentes a respectiva pensão sempre com o percentual de ...% (.........
por cento).
É neste sentido a lição de Caio Mário da Silva Pereira, em
“Instituições de Direito Civil”, Ed. Forense, 5. ed., 2ª tiragem, vol. I, p.
155:

“As leis políticas, abrangendo as de natureza constitucional,


eleitoral e administrativa, têm aplicação imediata, e abarcam
todas as situações individuais. Se uma lei nova declara que ficam
sem efeito as inscrições eleitorais anteriores, e determina que
todo cidadão deve requerer novo título, aplica-se a todos, sem
que ninguém possa opor à nova disposição a circunstância de já
se ter qualificado eleitor anteriormente. Se uma lei nova
estabelece diferentes direitos e obrigações para os servidores do
Estado, alcança a generalidade dos funcionários.
(...)
Como a lei favorável não pode, pela sua própria natureza, trazer
moléstia a uns e outros, aplica-se sem qualquer restrição, o que
dá impressão, embora errônea, de sua retroatividade.”

Trata a espécie, com efeito, de lei mais favorável ao beneficiário


e, como tal, deve ser aplicada a todas as prestações futuras, também
conhecidas como prestações de trato sucessivo.
É neste sentido o pacífico entendimento jurisprudencial,
conforme se depreende dos seguintes julgados, todos extraídos do
programa “Informa Jurídico 10”:
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 651

1. Do Superior Tribunal de Justiça:

RIP: 00012838 DECISÃO: 26.04.1995


PROCESSO: REsp nº 0062389
UF: SP TURMA: 05 DJ DATA: 15.05.1995.
PG. 13441 RELATOR: MINISTRO JESUS COSTA LIMA.

EMENTA: PREVIDENCIÁRIO. ACIDENTE DO TRABALHO.


AUXÍLIO-SUPLEMENTAR. NATUREZA. INCIDÊNCIA DA LEI
NOVA MAIS BENÉFICA. POSSIBILIDADE. I) O JUIZ, NA
APLICAÇÃO DA LEI, DEVE ATENDER AOS FINS SOCIAIS A
QUE ELA SE DESTINA E ÀS EXIGÊNCIAS DO BEM COMUM.
II) A LEI DE ACIDENTES DO TRABALHO TEM ESSAS
CARACTERÍSTICAS. DAÍ QUE, SE UM BENEFÍCIO PASSA A
SER PAGO EM PERCENTAGEM MAIS ELEVADA, POR FORÇA
DA LEI NOVA QUE, SENDO DE ORDEM PÚBLICA, TEM
APLICAÇÃO IMEDIATA E ALCANÇA OS CASOS PENDENTES
DE JULGAMENTO, É ELA QUE DEVE SER APLICADA. III)
RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E PROVIDO.

DECISÃO: POR UNANIMIDADE, CONHECER DOS RECURSOS


E LHE DAR PROVIMENTO PARA RESTABELECER A
SENTENÇA. VEJA: RE 70736, 64878-MG (STF).

REFERÊNCIA JURISPRUDENCIAL:

a)PROC: REsp. NÚM: 0068258J UF: SP


REG: 95.0030484.8, DECISÃO: 07.08.1995.
DJ DATA: 28.08.1995, PÁG. 26.680
b) PROC: REsp. NÚM: 0067590 UF: SP
REG: 95.0028254.2, DECISÃO: 02.08.1995
652 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

DJ DATA: 28.08.1995, PÁG: 26.673


c) PROC: REsp. NÚM: 0059542 UF: SP
REG: 95.0003356.9, DECISÃO: 10.05.1995
DJ DATA: 29.05.1995, PÁG. 15.535.

2. Do extinto Tribunal de Alçada de São Paulo:

LOCAÇÃO – CONTRATO – TRATO SUCESSIVO –


SUPERVENIÊNCIA DA LEI Nº 8.245/91 – APLICAÇÃO
IMEDIATA. A aplicação da legislação superveniente é imediata,
mormente quando se trata de cumprimento de prestações de trato
sucessivo. (Ap. s/ Rev. 436.472 – 9ª Câm. – Rel. Juiz FERRAZ DE
ARRUDA – J. 26.07.1995.)

4. DO PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA

A matéria, a rigor, é tão clara e é tão evidente o direito das


Requerentes que o tema poderia ser tranquilamente objeto de mandado
de segurança.
Não obstante, optaram as Suplicantes pelo presente feito, porque
pretendem obter dois provimentos judiciais, sendo um para receber
os valores atrasados e o outro para que o Suplicado seja compelido a
pagar, doravante, os montantes devidos a título de pensões.
Com respeito a este último pleito, as Autoras invocam o preceito
contido no art. 273 e seu inciso I, do CPC, para requerer a tutela
antecipada, “inaudita altera pars”, determinando-se ao ........... a imediata
retificação dos valores das pensões pagas, de forma a fazê-los incidir
sobre ...% (........ por cento) do salário-de-benefício.
Essa pretensão se funda na absoluta clareza do texto legal (Lei
nº 8.213/91, artigo 75, conforme acima exposto), com apoio na doutrina
e na jurisprudência.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 653

O receio da ocorrência de dano irreparável ou de difícil reparação


(CPC, 273, I) é representado pela demora na tramitação deste feito até
final execução do julgado, assim como pela conhecida forma de agir
do Suplicado, no sentido de recorrer de toda e qualquer decisão
judicial, bem ainda pelo estado de pauperidade das Suplicantes, que
sobrevivem com miseráveis pensões pagas pela Previdência Social,
conforme se pode constatar no exame dos documentos de nº ......... .
Com efeito, negada a tutela antecipadamente e tendo em vista a
conhecida demora existente na tramitação de processos desta ordem,
quantas das viúvas Peticionárias irão, ao final, efetivamente, se
beneficiar com aquilo que inquestionavelmente é direito seu?
Isto posto, requerem que Vossa Excelência conceda tutela
antecipada, a fim de determinar que o ............ proceda à imediata
retificação dos valores pagos às Demandantes, a título de pensão.

5. DO PEDIDO

Em virtude do estado de miserabilidade das Demandantes,


comprovado pelos documentos de nº .................., requer-se,
inicialmente, o benefício da Justiça gratuita, na forma prevista no art.
4º da Lei nº 1.060/50, eis que as Requerentes não têm condições de
arcar com as custas processuais sem prejuízo próprio.
Em decorrência de tudo o que foi exposto, requerem as
Suplicantes que Vossa Excelência, após a concessão da tutela
antecipada, determine a citação dos representantes dos Requeridos,
para, querendo, vir a Juízo contestar o presente feito, prosseguindo-se
no processo até sentença final, a qual, requer-se, conforme a tutela
antecipada, julgue o feito procedente, condenando-se os Réus ao
pagamento mensal dos valores corretos das pensões, igual a ...% (........
por cento) do salário-de-benefício, bem como ao pagamento dos
montantes atrasados, na forma antes exposta.
Requer-se ainda a condenação dos Suplicados nas verbas de
sucumbência.
654 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Protesta-se provar o alegado pelos meios de prova admitidos em


Direito.

Dá-se à causa, para os efeitos fiscais, o valor de R$ .......


(........................).

Nestes Termos,
Pedem Deferimento.

(Local e data)

Advogado
OAB/... n. .......

RESUMO
As autoras propõem ação de revisão de benefícios em face do INSS
e União Federal, pelo fato de que, na qualidade de pensionistas, não estão
recebendo o percentual devido, que é de 100% sobre o salário-de-benefí-
cio. Pedem pela antecipação da tutela, para que se determine, de imedia-
to, que o INSS efetue o pagamento do valor devido e, ao final, que seja
confirmada por sentença a tutela antecipada, julgando-se a ação proce-
dente.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 655

SENTENÇA – DECISÃO – DESAPOSENTADORIA – AÇÃO


ORDINÁRIA – INSS – TUTELA ANTECIPADA

...ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE .................. - ...


PROCESSO Nº ..............
AUTOR: ..............................
RÉU: INSS – INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL

SENTENÇA

1. RELATÓRIO

Cuidam os autos de demanda proposta por “FULANO DE TAL”


em face do INSS - INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL,
objetivando:
a) o reconhecimento do direito à renúncia do benefício de
aposentadoria por tempo de serviço/contribuição outrora concedido
(DIB em .../.../.....), com a desaposentação;
b) a concessão de nova aposentadoria, com a soma ao tempo de
contribuição já reconhecido, das contribuições vertidas após a parte
demandante entrar na inatividade.
Devidamente citado, o réu apresentou contestação, alegando, em
síntese, a impossibilidade de o demandante renunciar à aposentadoria
ora percebida, razão pela qual requereu a improcedência da ação.
É o sucinto relatório. DECIDO.

2. FUNDAMENTAÇÃO

2.2. DO MÉRITO
656 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

As pretensões da parte autora merecem ser acolhidas, consoante


adiante se vê.

2.2.1 Da desaposentação e do cômputo do tempo de serviço e


contribuição relativo ao período em que o segurado esteve
inativo

O direito do aposentado renunciar a aposentadoria para requerer


novo benefício, mais vantajoso, é estreme de dúvidas, uma vez que a
aposentadoria se constitui em direito patrimonial inequivocadamente
disponível.
Nesse sentido, traz-se à baila o pacífico entendimento da
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, in verbis:

“PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA NO REGIME GERAL


DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. DIREITO DE RENÚNCIA.
CABIMENTO. POSSIBILIDADE DE UTILIZAÇÃO DE
CERTIDÃO DE TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO PARA NOVA
APOSENTADORIA EM REGIME DIVERSO. NÃO -
OBRIGATORIEDADE DE DEVOLUÇÃO DE VALORES
RECEBIDOS. EFEITOS EX TUNC DA RENÚNCIA À
APOSENTADORIA. JURISPRUDÊNCIA DO STJ. AGRAVO
REGIMENTAL IMPROVIDO. 1. A renúncia à aposentadoria é
perfeitamente possível, por ser ela um direito patrimonial
disponível. Sendo assim, se o segurado pode renunciar à
aposentadoria, no caso de ser indevida a acumulação, inexiste
fundamento jurídico para o indeferimento da renúncia quando
ela constituir uma própria liberalidade do aposentado. Nesta
hipótese, revela-se cabível a contagem do respectivo tempo de
serviço para a obtenção de nova aposentadoria, ainda que por
outro regime de previdência. Caso contrário, o tempo trabalhado
não seria computado em nenhum dos regimes, o que constituiria
uma flagrante injustiça aos direitos do trabalhador. 2. O ato de
renunciar ao benefício, conforme também já decidido por esta
Corte, tem efeitos ex tunc e não implica a obrigação de devolução
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 657

das parcelas recebidas, pois, enquanto esteve aposentado, o


segurado fez jus aos seus proventos. Inexistindo a aludida
inativação onerosa aos cofres públicos e estando a decisão
monocrática devidamente fundamentada na jurisprudência desta
Corte, o improvimento do recurso é de rigor. 3. Agravo regimental
improvido. (destaque nosso) (AgRg no REsp 328.101/SC, Rel.
Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA
TURMA, julgado em 02/10/2008, DJe 20/10/2008).”

A controvérsia, no caso, cinge-se no que pertine à análise da


necessidade ou não de, em decorrência da desaposentação, haver a
devolução dos valores já recebidos após a sua inativação.
O Tribunal Regional Federal da 2ª Região, a guisa de exemplo,
defende que viável se mostra a desaposentação do segurado, ou seja, a
desconstituição do ato concessório de aposentadoria e o
estabelecimento de uma nova relação jurídica a partir do pedido
administrativo de aposentadoria na modalidade integral, sem a
devolução pelo segurado das parcelas recebidas sob tal rubrica,
consoante adiante se vê:

PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO INTERNO. DECADÊNCIA.


INOCORRÊNCIA. DESAPOSENTAÇÃO. AUSÊNCIA DE
PREVISÃO LEGAL. DEVOLUÇÃO DE IMPORTÂNCIAS
RECEBIDAS. NÃO OBRIGATORIEDADE. JUROS DE MORA.
INAPLICABILIDADE DA LEI 11.960/2009 AOS PROCESSOS EM
ANDAMENTO. RECURSO DO INSS DESPROVIDO. I –
Preliminarmente não merece acolhida a alegação do INSS quanto
a decadência do direito do autor, com
base no art. 103 da Lei n° 8.213/91, pois não se trata de revisão
de benefício previdenciário, mas de renúncia de um benefício
para que seja concedido outro mais favorável ao autor ; II –
Quanto a possibilidade de desaposentação, pode ser
considerada como a renúncia expressa do segurado à
aposentadoria já concedida. Após a concessão de uma primeira
aposentadoria, o segurado retorna ao mercado de trabalho e,
658 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

em função de contribuições efetuadas após a data da


aposentação, deseja obter novo benefício, superior àquele que
vinha recebendo, em razão do novo tempo contributivo, isto é,
implica o cancelamento de uma aposentadoria e o posterior
início de outra.; III – Não há previsão legal expressa quanto à
desaposentação no Direito brasileiro. Assim, a inexistência de
dispositivo legal que proíba a renúncia ao benefício
previdenciário legalmente concedido deve ser considerada
como possibilidade para a revogação do benefício a pedido do
segurado. IV – Não havendo irregularidade na concessão do
benefício, não há que se falar em obrigatoriedade de devolução
de importâncias percebidas. Não se cogita, também, de cumular
benefícios; finda uma aposentadoria pela renúncia, outra terá
início, não havendo justificativa aceitável para que se imponha
ao segurado a obrigação de restituir quaisquer valores ao
Erário. V – No que toca ao advento da Lei 11.960, de 29 de junho
de 2009, que
deu nova redação ao art. 1º-F, da Lei 9.494/97, a inovação
legislativa não se aplica à hipótese vertente, somente podendo
atingir as relações jurídicas constituídas a partir de sua vigência,
tendo em vista tratar-se de norma de natureza instrumental
material,
conforme restou decidido recentemente pelo Egrégio Superior
Tribunal de Justiça. VI –Recurso desprovido. (Apelação/Reexame
necessário 200950010054971, Rel. Desembargador Federal
Aluísio Gonçalves de Castro Mendes, 1ª TURMA, julgado em
22/02/2011, DJe 03/03/2011 - destaquei).”

A respeito da matéria, vislumbro, ainda, na linha do


entendimento consolidado pelo Superior Tribunal de Justiça – adiante
alinhavado –, que não há necessidade da devolução dessas parcelas
para aproveitamento do período em que o autor continuou trabalhando
após a concessão de sua aposentadoria renunciada.
Isso porque, além do fato de que enquanto esteve aposentado, o
aludido autor/segurado fez jus aos seus proventos, não havendo que
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 659

se falar, assim, em enriquecimento ilícito, inexiste no sistema


previdenciário brasileiro norma proibitiva tanto no tocante à
desaposentação quanto no que se refere à nova contagem do tempo
referente ao período de tempo de serviço/contribuição computado
durante a aposentadoria renunciada.
No ponto, vale destacar que o art. 181-B do Decreto nº 3.048/99,
acrescentado pelo Decreto nº 3.265/99, ao prever a impossibilidade de
renúncia das aposentadorias por idade, tempo de contribuição e
especial, criou disposição normativa sem previsão na Lei nº 8.213/91,
de modo que extrapolou os limites da Lei regulamentada, circunstância
inadmissível no ordenamento jurídico pátrio.
Nesse contexto, por ausência de expressa proibição legal, subsiste
a permissão, pois que a limitação da liberdade individual deve ser
tratada explicitamente, não podendo ser abolida ou reduzida com
fulcro na omissão legislativa. Outrossim, ressalte-se que os benefícios
previdenciários em geral – tendo em vista a sua natureza de verba
substitutiva da renda advinda do trabalho para o trabalhador em
potencial condição de afetado por risco social – têm natureza alimentar.
Dessa forma, a natureza alimentar dos benefícios previdenciários e,
ainda, a boa-fé do segurado também impossibilitam a irrepetibilidade
dos valores recebidos, até porque, consoante alhures destacado, não
tendo o recebimento das verbas decorrentes da aposentadoria
renunciada se dado de forma indevida ou ilícita, as mesmas restaram
consumidas, não sendo, assim, exigível do segurado a devolução.
Por fim, destaque-se ainda que não há como se reconhecer que o
aproveitamento do tempo de serviço/contribuição do autor posterior
à concessão do benefício de aposentadoria ofende ao princípio da
isonomia, uma vez que o instrumento da desaposentação se mostra
hábil a ser utilizado por todos os segurados que se encontram em
situação similar.
Corroborando o que se disse acerca da viabilidade da
desaposentação sem necessidade de devolução dos valores já recebidos
pelo aposentado a título do benefício previdenciário decorrente de
sua inatividade, colaciona-se a jurisprudência do Superior Tribunal
de Justiça, in verbis:
660 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

“(...) A aposentadoria é direito patrimonial disponível, passível


de renúncia, portanto. A abdicação do benefício não atinge o
tempo de contribuição. Estando cancelada a aposentadoria no
regime geral, tem a pessoa o direito de ver computado, no serviço
público, o respectivo tempo de contribuição na atividade privada.
No caso, não se cogita a cumulação de benefícios, mas o fim de
uma aposentadoria e o conseqüente início de outra. O ato de
renunciar a aposentadoria tem efeito ex nunc e não gera o dever
de devolver valores, pois enquanto perdurou a aposentadoria
pelo regime geral, os pagamentos, de natureza alimentar, eram
indiscutivelmente devidos”. (destaque nosso) (RESP 692628,
Rel. Min. Nilson Naves, 6ª Turma, por unanimidade, DJ de 05/
09/2005).

PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO


REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. DECISÃO
MONOCRÁTICA DO RELATOR COM ARRIMO NO ART. 557
DO CPC. MATÉRIA NOVA. DISCUSSÃO. NÃO-CABIMENTO.
PRECLUSÃO. RENÚNCIA À APOSENTADORIA. DEVOLUÇÃO
DOS VALORES RECEBIDOS. NÃO OBRIGATORIEDADE. 1. É
permitido ao relator do recurso especial valer-se do art. 557 do
Código de Processo Civil, quando o
entendimento adotado na decisão monocrática encontra-se em
consonância com a jurisprudência dominante desta Corte
Superior de Justiça. 2. Fica superada eventual ofensa ao art. 557
do Código de Processo Civil pelo julgamento colegiado do agravo
regimental interposto contra a decisão singular do Relator.
Precedentes. 3. Em sede de regimental, não é possível inovar na
argumentação, no sentido de trazer à tona questões que sequer
foram objeto das razões do recurso especial, em face da ocorrência
da preclusão. 4. A renúncia à aposentadoria, para fins de
concessão de novo benefício, seja no mesmo regime ou em
regime diverso, não implica em devolução dos valores
percebidos, pois, enquanto esteve aposentado, o segurado fez
jus aos seus proventos. Precedentes. 5. Agravo regimental
desprovido.” (destaque nosso) (AgRg no REsp 1107638/PR, Rel.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 661

Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 29/04/


2009, DJe 25/05/2009)

Dessa forma, ante a fragilidade dos argumentos em contrário,


principalmente porque estes desafiam preceitos constitucionais como
o direito fundamental à Previdência Social combinado com o preceito
da dignidade humana, revela-se cabível ao segurado renunciar a sua
aposentadoria e aproveitar a contagem do tempo de contribuição,
relativo ao período em que esteve inativo e continuou laborando, para
fins de concessão de nova aposentadoria, estando dispensado de
devolver os proventos já recebidos.

2.2.2 Do reconhecimento do tempo de serviço relativo ao período


trabalhado após a sua aposentadoria em 30/01/1995.

A Lei nº 8.213/91 dispõe em seu art. 55, § 3º, quanto ao


reconhecimento de tempo de serviço, que:

“Art. 55. omissis;


§§ 1º e 2º - omissis;
§ 3º A comprovação do tempo de serviço para os efeitos desta
Lei, inclusive mediante justificação administrativa ou judicial,
conforme o disposto no art. 108, só produzirá efeito quando
baseada em início de prova material, não sendo admitida prova
exclusivamente testemunhal, salvo na ocorrência de motivo de
força maior ou caso fortuito, conforme disposto no Regulamento.”

No caso em questão, da análise do CNIS – Cadastro Nacional de


Informações Sociais do autor, pode-se verificar os registros dos
seguintes vínculos de emprego após o ano de sua aposentadoria (1995):

(relacionar o nome das empresas e os seus períodos laborados)


662 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Nesse diapasão, tem-se que o CNIS basta como início de prova


material do tempo de serviço/contribuição prestado pelo requerente
relativamente ao período acima destacado.
Determine-se que, ainda que se considere não tenha havido o
recolhimento de contribuições previdenciárias no período laborado
pelo autor mesmo assim possui o demandante o direito ao
reconhecimento dos ditos período para fins de concessão do benefício
de aposentadoria, já que o artigo 34, inciso I, da Lei nº 8.213/91
claramente explicita que no cálculo do valor da renda mensal do
benefício, serão computados os salários-de-contribuição, concernentes
aos meses de contribuições devidas, ainda que não recolhidos pela
empresa. Eis o teor do dispositivo legal em comento:

“Art. 34. No cálculo do valor da renda mensal do benefício,


inclusive o decorrente de acidente do trabalho, serão
computados:
I – para o segurado empregado e trabalhador avulso, os salários-
de-contribuição referentes aos meses de contribuições devidas,
ainda que não recolhidas pela empresa, sem prejuízo da
respectiva cobrança e da aplicação das penalidades cabíveis; (...)”

Dessa forma, entendo ser procedente a pretensão autoral, no


sentido de ver reconhecido o tempo de serviço por ele prestado
nos lapsos temporais outrora mencionados.

3. DISPOSITIVO

Ante o exposto, julgo PROCEDENTE o pedido, nos termos do


artigo 269, I, do CPC, pelo que condeno o INSS a reconhecer o direito
do autor em renunciar ao benefício de aposentadoria por tempo de
serviço/contribuição outrora concedido (NB nº ....) e conceder nova
aposentadoria com a soma ao tempo de contribuição já reconhecido
das contribuições vertidas após a parte demandante entrar na
inatividade, sem a necessidade de devolução dos proventos já
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 663

recebidos. A DIB da nova aposentadoria do autor será a data do


ajuizamento da demanda, ou seja, desde “tal data”, sendo que a RMI a
ela relativa deverá ser calculada pela contadoria desse Juízo,
compensando-se os valores recebidos após a nova DIB com os valores
devidos desde então.
Sobre os valores atrasados, acrescidos de juros e atualização
monetária, nos termos da Lei nº 11.960/09, deverão ser pagos mediante
RPV, logo após o trânsito em julgado da presente decisão.
Sem custas ou honorários advocatícios.
Após o trânsito em julgado, arquivem-se os autos, com as
anotações pertinentes.
Sentença sujeita a reexame.

Publique-se. Registre-se. Intime-se.

(Local e data)

...............................................
(Juiz de Direito ou Juiz Federal)

RESUMO
Sentença Judicial de 1ª Instância na qual o magistrado concede
benefício previdenciário devidamente atualizado, ou seja, do benefício re-
cebido anteriormente com a somatória das novas contribuições junto a
Previdência Social, nos termos da Constituição Federal/1988, que tam-
bém tem embasamento jurisprudencial dado pelo STJ – Superior Tribunal
de Justiça.
Em comarcas onde não exista a JUSTIÇA FEDERAL, poderão as
Ações Previdenciárias ser propostas à JUSTIÇA ESTADUAL, excetuando
as comarcas onde existam as Varas da JUSTIÇA FEDERAL, de conformi-
dade com o § 3º, do artigo 109 da CF/88.
664 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 665

SENTENÇA – DECISÃO – PENSÃO POR MORTE – AÇÃO


ORDINÁRIA – INSS – TUTELA ANTECIPADA – ESTUDANTE
UNIVERSITÁRIA DE 21 ANOS – DEPENDÊNCIA ECONOMICA DOS
AVÓS

...ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE .................. - ...


PROCESSO Nº ..............
AUTOR: ..............................
RÉU: INSS – INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL

AÇÃO ORDINÁRIA DE PENSÃO POR MORTE C/C TUTELA


ANTECIPATÓRIA

“PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO TEMPORÁRIA POR MORTE.


MENOR SOB GUARDA. ADVENTO DA MAIORIDADE.
ESTUDANTE UNIVERSITÁRIO. PERMANÊNCIA DO
PAGAMENTO DO BENEFÍCIO ATÉ A CONCLUSÃO DO
CURSO UNIVERSITÁRIO PELO DEPENDENTE OU O
ATINGIMENTO DA IDADE DE 24 (VINTE E QUATRO) ANOS,
PREVALECENDO A HIPÓTESE QUE PRIMEIRO OCORRER.
POSSIBILIDADE.
I - A antiga redação do § 2º do artigo 16 da Lei nº 8.213/91, que
equiparava o menor sob guarda judicial ao filho para efeito de
dependência perante o Regime Geral de Previdência Social, foi
modificada pela Lei nº 9.528/97, que excluiu do rol do artigo 16
e parágrafos esse tipo de dependente.
II - Todavia, a questão deve ser analisada à luz da legislação de
proteção ao menor. Neste contexto, a Lei nº 8.069/90 – Estatuto
da Criança e do Adolescente – prevê, em seu artigo 33, § 3º, que:
“a guarda confere à criança ou adolescente a condição de
dependente, para todos os fins e efeitos de direito, inclusive
previdenciário”.
666 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

III - Desta forma, restando comprovada a guarda, deve ser


garantido o benefício para quem dependa economicamente do
instituidor, como ocorre na hipótese dos autos. Precedentes do
STJ.
IV - É cabível a manutenção do benefício de pensão por morte
instituída em favor de dependente universitário até a graduação
do mesmo em curso de nível superior ou completados 24 anos,
prevalecendo a hipótese que primeiro ocorrer, ante a presunção
de que o alimentando, enquanto não concluída a sua formação
profissional, ainda estaria sob a dependência do “de cujus”.
V - Precedentes jurisprudenciais.
VI - Procedência do pedido.

SENTENÇA

1. RELATÓRIO

Aproveito o relatório de fls. ... .


Tutela antecipada deferida.
Em sua contestação, às fls. ... o INSS alega a prescrição das
parcelas anteriores ao quinquênio do ajuizamento da ação, e ainda
a ausência de comprovação de dependência econômica da autora
em relação à segurada. Afirma que a pretensão autoral é destituída
de razão por lhe faltar fundamentação jurídica e requer, ao final,
a improcedência dos pedidos.
Embora intimada, a Autora não apresentou réplica, conforme
Certidão de fls. .. .
É o que importa relatar.
DECIDO.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 667

2. FUNDAMENTAÇÃO

Cuida de pedido de implemento do benefício de pensão por


morte, em razão de, na data do falecimento, estar a autora sob a guarda
judicial do beneficiário.
De fato, a Lei nº 9.528/97, que deu nova redação ao art. 16, § 2º,
da Lei nº 8.213/91, retirou da proteção previdenciária o menor sob
guarda, já que apenas equiparou aos filhos os menores tutelados e os
enteados, desde que comprovada a dependência econômica.
Duma análise preliminar, constato a inconstitucionalidade da
regra contida na referida Lei nº 9.528/97, tendo em vista que tal norma
afronta o disposto no art. 6º e art. 227, §3º, II, ambos da CF/88, mais
especificamente o último dispositivo, verbis:

Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar


à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à
vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade
e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo
de toda forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão.
(...)
§ 3º - O direito à proteção especial abrangerá os seguintes
aspectos:
(...)
II - garantia de direitos previdenciários e trabalhistas; (grifei)

Ademais, entendo que a questão merece ser analisada sob o


prisma da legislação de proteção ao menor, que, em seu art. 33, § 3º,
dispõe:
Art. 33. A guarda obriga à prestação de assistência material, moral
e educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu detentor
o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais.
668 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

§ 1º e § 2º omissis
§ 3º A guarda confere à criança ou adolescente a condição de
dependente, para os fins e efeitos de direito, inclusive
previdenciários.

Não é outro o entendimento jurisprudencial:

“PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. RECURSO


ESPECIAL. DECISÃO MONOCRÁTICA. NEGATIVA DE
SEGUIMENTO. RELATOR. POSSIBILIDADE. ART. 557 DO CPC.
REDAÇÃO DA LEI 9.756/98. INTUITO. DESOBSTRUÇÃO DE
PAUTAS DOS TRIBUNAIS. MENOR SOB GUARDA.
PARÁGRAFO 2º, ART. 16 DA LEI 8.213/91. EQUIPARAÇÃO A
FILHO. FINS PREVIDENCIÁRIOS. LEI 9.528/97. ROL DE
DEPENDÊNCIA. EXCLUSÃO. PROTEÇÃO AO MENOR. ART.
33, PARÁGRAFO 3º, DA LEI 8.069/90. ECA. GUARDA E
DEPENDÊNCIA ECONÔMICA COMPROVAÇÃO. BENEFÍCIO.
CONCESSÃO. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES DO STJ.
AGRAVO INTERNO DESPROVIDO.
I - A discussão acerca da possibilidade de o relator decidir o
recurso interposto isoladamente, com fulcro no art. 557 do Código
de Processo Civil, encontra-se superada no âmbito desta Colenda
Turma. A jurisprudência firmou-se no sentido de que, tratando-
se de recurso manifestamente improcedente, prejudicado,
deserto, intempestivo ou contrário à jurisprudência dominante
do respectivo tribunal, do Supremo Tribunal Federal ou de
Tribunal Superior, inocorre nulidade da decisão quando o relator
não submete o feito à apreciação do órgão colegiado, indeferindo
monocraticamente o pro-cessamento do recurso.
II - Na verdade, a reforma manejada pela Lei 9.756/98, que deu
nova redação ao artigo 557 da Lei Processual Civil, teve o intuito
de desobstruir as pautas dos tribunais, dando pre-ferência a
julgamentos de recursos que realmente reclamam apreciação pelo
órgão colegiado.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 669

III - A redação anterior do § 2º do artigo 16 da Lei 8.213/91


equiparava o menor sob guarda judicial ao filho para efeito de
dependência perante o Regime Geral de Previdência Social. No
entanto, a Lei 9.528/97 modificou o referido dispositivo legal,
excluindo do rol do artigo 16 e parágrafos esse tipo de
dependente.
IV - Todavia, a questão merece ser analisada à luz da legislação
de proteção ao menor.
V - Neste contexto, a Lei 8.069/90 – Estatuto da Criança e do
Adolescente – prevê, em seu artigo 33, § 3º, que: “a guarda confere
à criança ou adolescente a condição de dependente, para todos
os fins e efeitos de direito, inclusive previdenciário”.
VI - Desta forma, restando comprovada a guarda deve ser
garantido o benefício para quem dependa economicamente do
instituidor, como ocorre na hipótese dos autos. Precedentes do
STJ.
VII - Agravo interno desprovido.”
(STJ – AGRESP 727716 – 5ª Turma – Relator Gilson Dipp – DJ
16.05.2005, p. 412.)

“ADMINISTRATIVO. EX-COMBATENTE. PENSÃO POR


MORTE. MENOR DEPENDENTE SOB GUARDA DO AVÔ. LEI
Nº 8.069/90. ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE.
PRECEDENTES DO STJ. RECURSO CONHECIDO E
DESPROVIDO.
I - A Lei nº 8.069/90 – Estatuto da Criança e do Adolescente –
prevê, em seu artigo 33, § 3º, que “a guarda confere à criança ou
adolescente a condição de dependente, para todos os fins e efeitos
de direito, inclusive previdenciário”. Não obstante na legislação
aplicável à hipótese – Lei nº 8.069/90 – não conste a neta no rol
de beneficiários de pensão por morte do ex-combatente, a questão
merece ser analisada à luz da legislação de proteção ao menor.
II - Neste contexto, restando comprovada a guarda deve ser
garantido o benefício para quem dependa economicamente do
670 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

instituidor, como ocorre na hipótese dos autos. Precedentes do


Superior Tribunal de Justiça.
III - Recurso conhecido e desprovido.”
(STJ – RESP 380452 – 5ª Turma – Relator Jorge Scartezzini – DJ
04.10.2004, p. 336.)

Superada a questão quanto à possibilidade de recebimento de


pensão de menor sob guarda, cabe analisar se a Requerente tem o direito
de, na qualidade de estudante universitária, continuar percebendo a
pensão alimentícia, mesmo depois de completar a maioridade.
Da análise dos documentos acostados aos autos (fls. .../...),
depreende-se que a Requerente era dependente de sua avó, aposentada
do INSS, e está matriculada no Curso de ............. da Universidade
.................., conforme posicionado às fls. ... .
Como se sabe, a pensão por morte é benefício que tem como
objetivo suprir a falta daquele encarregado de arcar com as despesas
do lar, de modo a possibilitar a manutenção dos dependentes do
falecido. Tem como escopo, pois, manter a suplementação dos
dependentes, decorrente da obrigação alimentar que tinha o falecido.
Entendo que é possível o pagamento do beneficio de pensão por
morte até os 24 anos de idade, se o beneficiário for estudante
universitário e demonstrar a real necessidade do benefício. Com efeito,
a pensão previdenciária pode mesmo ser comparada com a prestação
alimentícia, pois, a pessoa, dependente do benefício, não possuindo
outro rendimento e sendo dependente do segurado, tem o direito à
sua percepção até que conclua a sua formação.
De fato, a jurisprudência pátria vem consolidando o
entendimento de que é cabível a permanência do pagamento de pensão
a dependente que esteja cursando o nível superior, até o atingimento
da idade de 24 anos ou a conclusão do curso universitário, o que
primeiro ocorrer. Nesse sentido, dispõem os seguintes precedentes:

“RESPONSABILIDADE CIVIL. PENSÃO MENSAL. LIMITE DO


PENSIONAMENTO. ABATIMENTO DE VALORES PAGOS A
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 671

TÍTULO DE SEGURO DE VIDA. I - Termo final do


pensionamento devido às filhas menores da vítima. Fixação em
24 anos, considerado que, nessa idade, as beneficiárias já terão
concluído a sua formação, inclusive em nível universitário. II -
Abatimento dos valores pagos a título de seguro de vida: dissenso
interpretativo não suscetível de configuração. III - Recurso
especial conhecido, em parte, e provido.”
(STJ – Resp 333462/MG – Rel. Min. Barros Monteiro – DJ
24.02.2003, p. 238.)

“CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. PENSÃO.


ESTUDANTE UNIVERSITÁRIA. MAIORIDADE. DIREITO. 1.
Tendo como norte o direito à educação, dever do Estado e da
família, deve ser resguardado o direito à percepção de pensão,
ainda que o seu beneficiário tenha atingido a maioridade, até
que o mesmo complete a idade de 24 (vinte e quatro) anos, no
intuito de possibilitar o custeio dos seus estudos universitários.
2. Precedentes do Eg. STJ. 3. Apelação parcialmente
provida.”(TRF 5ª Região – AC 282794/CE – Rel. Des. Federal Luiz
Alberto Gurgel de Faria – DJ 10.04.2003, p. 553.)

“PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. PENSÃO


POR MORTE. DEPENDENTE MAIOR DE 21 ANOS.
ESTUDANTE UNIVERSITÁRIO. PRORROGAÇÃO DO
BENEFÍCIO ATÉ OS 24 ANOS DE IDADE.
É cabível a prorrogação do benefício previdenciário de pensão
por morte até que o dependente complete 24 anos de idade, na
hipótese de ser estudante de curso universitário. Precedente. 2.
Estando regularmente instruído o agravo de instrumento, é
possível o seu julgamento imediato, restando prejudicado o
agravo regimental. 3. Agravo de instrumento improvido.”(TRF
4ª Região – AGA 149033/SC – Rel. Des. Federal Nylson Paim de
Abreu – DJU 22.10.2003, p. 592.)

Dessa forma, entendo ser procedente a pretensão autoral.


672 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

3. DISPOSITIVO

Ante o exposto, julgo PROCEDENTE o pedido, nos termos do


art. 269, I, do CPC, pelo que condeno o INSS a manter a pensão
percebida pela Autora até a conclusão do seu curso superior ou até
que a mesma complete 24 anos de idade, aquele que ocorrer primeiro.
Torno definitiva a antecipação de tutela, conforme regra às fls. ..
Condeno o INSS a ressarcir as custas pagas, e ainda ao
paga-mento de honorários advocatícios, que fixo com base no art. 20,
§ 4º, CPC, em R$ 1.000,00 (mil reais).
Sentença sujeita a reexame.
Publique-se. Registre-se. Intime-se.

(Local e data)

...............................................
(Juiz de Direito ou Juiz Federal)

RESUMO
Sentença Judicial de 1ª Instância na qual o magistrado constata
inconstitucionalidade da Lei nº 9.528/97, que deu nova redação ao art. 16,
§ 2º, da Lei nº 8.213/91, que retirou da proteção previdenciária do menor
sob guarda, tendo em vista que tal norma afronta o disposto no artigo 6º e
artigo 227, § 3º, II, ambos da Constituição Federal/1988, que também tem
embasamento jurisprudencial dado pelo STJ – Superior Tribunal de Justi-
ça.
A dependência econômica depende de quem for o responsável, ou
seja, aquele que detém os cuidados sobre o tutelado.
Em comarcas onde não exista a JUSTIÇA FEDERAL, poderão as
Ações Previdenciárias ser propostas à JUSTIÇA ESTADUAL, excetuando
as comarcas onde existam as Varas da JUSTIÇA FEDERAL, de conformi-
dade com o § 3º, do artigo 109 da CF/88.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 673

Súmulas Previdenciárias

STF – Supremo Tribunal Federal

SÚMULA Nº 6
A REVOGAÇÃO OU ANULAÇÃO, PELO PODER EXECUTIVO, DE
APOSENTADORIA, OU QUALQUER OUTRO ATO APROVADO
PELO TRIBUNAL DE CONTAS, NÃO PRODUZ EFEITOS ANTES
DE APROVADA POR AQUELE TRIBUNAL, RESSALVADA A
COMPETÊNCIA REVISORA DO JUDICIÁRIO.

SÚMULA Nº 10
O TEMPO DE SERVIÇO MILITAR CONTA-SE PARA EFEITO DE
DISPONIBILIDADE E APOSENTADORIA DO SERVIDOR PÚBLICO
ESTADUAL.

SÚMULA Nº 26
OS SERVIDORES DO INSTITUTO DE APOSENTADORIA E
PENSÕES DOS INDUSTRIÁRIOS NÃO PODEM ACUMULAR A SUA
GRATIFICAÇÃO BIENAL COM O ADICIONAL DE TEMPO DE
SERVIÇO PREVISTO NO ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS CIVIS
DA UNIÃO.

SÚMULA Nº 34
NO ESTADO DE SÃO PAULO, FUNCIONÁRIO ELEITO VEREADOR
FICA LICENCIADO POR TODA A DURAÇÃO DO MANDATO.
674 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

SÚMULA Nº 35
EM CASO DE ACIDENTE DO TRABALHO OU DE TRANSPORTE, A
CONCUBINA TEM DIREITO DE SER INDENIZADA PELA MORTE
DO AMÁSIO, SE ENTRE ELES NÃO HAVIA IMPEDIMENTO PARA
O MATRIMÔNIO.

SÚMULA Nº 36
SERVIDOR VITALÍCIO ESTÁ SUJEITO À APOSENTADORIA
COMPULSÓRIA, EM RAZÃO DA IDADE.

SÚMULA Nº 37
NÃO TEM DIREITO DE SE APOSENTAR PELO TESOURO
NACIONAL O SERVIDOR QUE NÃO SATISFIZER AS CONDIÇÕES
ESTABELECIDAS NA LEGISLAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO
FEDERAL, AINDA QUE APOSENTADO PELA RESPECTIVA
INSTITUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA, COM DIREITO, EM TESE, A
DUAS APOSENTADORIAS.

SÚMULA Nº 38
RECLASSIFICAÇÃO POSTERIOR À APOSENTADORIA NÃO
APROVEITA AO SERVIDOR APOSENTADO.

SÚMULA Nº 42
É LEGÍTIMA A EQUIPARAÇÃO DE JUÍZES DO TRIBUNAL DE
CONTAS, EM DIREITOS E GARANTIAS, AOS MEMBROS DO
PODER JUDICIÁRIO.

SÚMULA Nº 51
MILITAR NÃO TEM DIREITO A MAIS DE DUAS PROMOÇÕES NA
PASSAGEM PARA A INATIVIDADE, AINDA QUE POR MOTIVOS
DIVERSOS.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 675

SÚMULA Nº 52
A PROMOÇÃO DE MILITAR, VINCULADA À INATIVIDADE, PODE
SER FEITA, QUANDO COUBER, A POSTO INEXISTENTE NO
QUADRO.

SÚMULA Nº 53
A PROMOÇÃO DE PROFESSOR MILITAR, VINCULADA À SUA
REFORMA, PODE SER FEITA, QUANDO COUBER, A POSTO
INEXISTENTE NO QUADRO.

SÚMULA Nº 54
A RESERVA ATIVA DO MAGISTÉRIO MILITAR NÃO CONFERE
VANTAGENS VINCULADAS À EFETIVA PASSAGEM PARA A
INATIVIDADE.

SÚMULA Nº 75
SENDO VENDEDORA UMA AUTARQUIA, A SUA IMUNIDADE
FISCAL NÃO COMPREENDE O IMPOSTO DE TRANSMISSÃO
“INTER VIVOS”, QUE É ENCARGO DO COMPRADOR.

SÚMULA Nº 128
É INDEVIDA A TAXA DE ASSISTÊNCIA MÉDICA E HOSPITALAR
DAS INSTITUIÇÕES DE PREVIDÊNCIA SOCIAL.

SÚMULA Nº 132
NÃO É DEVIDA A TAXA DE PREVIDÊNCIA SOCIAL NA
IMPORTAÇÃO DE AMIANTO BRUTO OU EM FIBRA.

SÚMULA Nº 134
A ISENÇÃO FISCAL PARA A IMPORTAÇÃO DE FRUTAS DA
676 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

ARGENTINA COMPREENDE A TAXA DE DESPACHO ADUANEIRO


E A TAXA DE PREVIDÊNCIA SOCIAL.

SÚMULA Nº 140
NA IMPORTAÇÃO DE LUBRIFICANTES É DEVIDA A TAXA DE
PREVIDÊNCIA SOCIAL.

SÚMULA Nº 141
NÃO INCIDE A TAXA DE PREVIDÊNCIA SOCIAL SOBRE
COMBUSTÍVEIS.

SÚMULA Nº 142
NÃO É DEVIDA A TAXA DE PREVIDÊNCIA SOCIAL SOBRE
MERCADORIAS ISENTAS DO IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO.

SÚMULA Nº 194
É COMPETENTE O MINISTRO DO TRABALHO PARA A
ESPECIFICAÇÃO DAS ATIVIDADES INSALUBRES.

SÚMULA Nº 196
AINDA QUE EXERÇA ATIVIDADE RURAL, O EMPREGADO DE
EMPRESA INDUSTRIAL OU COMERCIAL É CLASSIFICADO DE
ACORDO COM A CATEGORIA DO EMPREGADOR.

SÚMULA Nº 198
AS AUSÊNCIAS MOTIVADAS POR ACIDENTE DO TRABALHO
NÃO SÃO DESCONTÁVEIS DO PERÍODO AQUISITIVO DAS
FÉRIAS.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 677

SÚMULA Nº 217
TEM DIREITO DE RETORNAR AO EMPREGO, OU SER
INDENIZADO EM CASO DE RECUSA DO EMPREGADOR, O
APOSENTADO QUE RECUPERA A CAPACIDADE DE TRABALHO
DENTRO DE CINCO ANOS, A CONTAR DA APOSENTADORIA, QUE
SE TORNA DEFINITIVA APÓS ESSE PRAZO.

SÚMULA Nº 219
PARA A INDENIZAÇÃO DEVIDA A EMPREGADO QUE TINHA
DIREITO A SER READMITIDO, E NÃO FOI, LEVAM-SE EM CONTA
AS VANTAGENS ADVINDAS À SUA CATEGORIA NO PERÍODO DO
AFASTAMENTO.

SÚMULA Nº 220
A INDENIZAÇÃO DEVIDA A EMPREGADO ESTÁVEL, QUE NÃO É
READMITIDO, AO CESSAR SUA APOSENTADORIA, DEVE SER
PAGA EM DOBRO.

SÚMULA Nº 229
A INDENIZAÇÃO ACIDENTÁRIA NÃO EXCLUI A DO DIREITO
COMUM, EM CASO DE DOLO OU CULPA GRAVE DO
EMPREGADOR.

SÚMULA Nº 230
A PRESCRIÇÃO DA AÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO CONTA-
SE DO EXAME PERICIAL QUE COMPROVAR A ENFERMIDADE OU
VERIFICAR A NATUREZA DA INCAPACIDADE.

SÚMULA Nº 232
EM CASO DE ACIDENTE DO TRABALHO, SÃO DEVIDAS DIÁRIAS
678 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

ATÉ DOZE MESES, AS QUAIS NÃO SE CONFUNDEM COM A


INDENIZAÇÃO ACIDENTÁRIA NEM COM O AUXÍLIO-
ENFERMIDADE.

SÚMULA Nº 234
SÃO DEVIDOS HONORÁRIOS DE ADVOGADO EM AÇÃO DE
ACIDENTE DO TRABALHO JULGADA PROCEDENTE.

SÚMULA Nº 236
EM AÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO, A AUTARQUIA
SEGURADORA NÃO TEM ISENÇÃO DE CUSTAS.

SÚMULA Nº 237
O USUCAPIÃO PODE SER ARGUÍDO EM DEFESA.

SÚMULA Nº 238
EM CASO DE ACIDENTE DO TRABALHO, A MULTA PELO
RETARDAMENTO DA LIQUIDAÇÃO É EXIGÍVEL DO SEGURADOR
SUB-ROGADO, AINDA QUE AUTARQUIA.

SÚMULA Nº 239
DECISÃO QUE DECLARA INDEVIDA A COBRANÇA DO IMPOSTO
EM DETERMINADO EXERCÍCIO NÃO FAZ COISA JULGADA EM
RELAÇÃO AOS POSTERIORES.

SÚMULA Nº 240
O DEPÓSITO PARA RECORRER, EM AÇÃO DE ACIDENTE DO
TRABALHO, É EXIGÍVEL DO SEGURADOR SUB-ROGADO, AINDA
QUE AUTARQUIA.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 679

SÚMULA Nº 241
A CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA INCIDE SOBRE O ABONO
INCORPORADO AO SALÁRIO.

SÚMULA Nº 243
EM CASO DE DUPLA APOSENTADORIA, OS PROVENTOS A
CARGO DO IAPFESP NÃO SÃO EQUIPARÁVEIS AOS PAGOS PELO
TESOURO NACIONAL, MAS CALCULADOS À BASE DA MÉDIA
SALARIAL NOS ÚLTIMOS DOZE MESES DE SERVIÇO.

SÚMULA Nº 302
ESTÁ ISENTA DA TAXA DE PREVIDÊNCIA SOCIAL A
IMPORTAÇÃO DE PETRÓLEO BRUTO.

SÚMULA Nº 310
QUANDO A INTIMAÇÃO TIVER LUGAR NA SEXTA-FEIRA, OU A
PUBLICAÇÃO COM EFEITO DE INTIMAÇÃO FOR FEITA NESSE
DIA, O PRAZO JUDICIAL TERÁ INÍCIO NA SEGUNDA-FEIRA
IMEDIATA, SALVO SE NÃO HOUVER EXPEDIENTE, CASO EM QUE
COMEÇARÁ NO PRIMEIRO DIA ÚTIL QUE SE SEGUIR.

SÚMULA Nº 311
NO TÍPICO ACIDENTE DO TRABALHO, A EXISTÊNCIA DE AÇÃO
JUDICIAL NÃO EXCLUI A MULTA PELO RETARDAMENTO DA
LIQUIDAÇÃO.

SÚMULA Nº 314
NA COMPOSIÇÃO DO DANO POR ACIDENTE DO TRABALHO, OU
DE TRANSPORTE, NÃO É CONTRÁRIO À LEI TOMAR PARA BASE
DA INDENIZAÇÃO O SALÁRIO DO TEMPO DA PERÍCIA OU DA
SENTENÇA.
680 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

SÚMULA Nº 337
A CONTROVÉRSIA ENTRE O EMPREGADOR E O SEGURADOR
NÃO SUSPENDE O PAGAMENTO DEVIDO AO EMPREGADO POR
ACIDENTE DO TRABALHO.

SÚMULA Nº 358
O SERVIDOR PÚBLICO EM DISPONIBILIDADE TEM DIREITO AOS
VENCIMENTOS INTEGRAIS DO CARGO.

SÚMULA Nº 371
FERROVIÁRIO, QUE FOI ADMITIDO COMO SERVIDOR
AUTÁRQUICO, NÃO TEM DIREITO A DUPLA APOSENTADORIA.

SÚMULA Nº 372
A LEI 2752, DE 10/4/1956, SOBRE DUPLA APOSENTADORIA,
APROVEITA, QUANDO COUBER, A SERVIDORES APOSENTADOS
ANTES DE SUA PUBLICAÇÃO.

SÚMULA Nº 382
A VIDA EM COMUM SOB O MESMO TETO, “MORE UXORIO”, NÃO
É INDISPENSÁVEL À CARACTERIZAÇÃO DO CONCUBINATO.

SÚMULA Nº 385
OFICIAL DAS FORÇAS ARMADAS SÓ PODE SER REFORMADO,
EM TEMPO DE PAZ, POR DECISÃO DE TRIBUNAL MILITAR
PERMANENTE, RESSALVADA A SITUAÇÃO ESPECIAL DOS
ATINGIDOS PELO ART. 177 DA CONSTITUIÇÃO DE 1937.

SÚMULA Nº 434
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 681

A CONTROVÉRSIA ENTRE SEGURADORES INDICADOS PELO


EMPREGADOR NA AÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO NÃO
SUSPENDE O PAGAMENTO DEVIDO AO ACIDENTADO.

SÚMULA Nº 439
ESTÃO SUJEITOS À FISCALIZAÇÃO TRIBUTÁRIA OU
PREVIDENCIÁRIA QUAISQUER LIVROS COMERCIAIS, LIMITADO
O EXAME AOS PONTOS OBJETO DA INVESTIGAÇÃO.

SÚMULA Nº 440
OS BENEFÍCIOS DA LEGISLAÇÃO FEDERAL DE SERVIÇOS DE
GUERRA NÃO SÃO EXIGÍVEIS DOS ESTADOS, SEM QUE A LEI
ESTADUAL ASSIM DISPONHA.

SÚMULA Nº 441
O MILITAR, QUE PASSA À INATIVIDADE COM PROVENTOS
INTEGRAIS, NÃO TEM DIREITO ÀS COTAS TRIGÉSIMAS A QUE
SE REFERE O CÓDIGO DE VENCIMENTOS E VANTAGENS DOS
MILITARES.

SÚMULA Nº 464
NO CÁLCULO DA INDENIZAÇÃO POR ACIDENTE DO TRABALHO
INCLUI-SE, QUANDO DEVIDO, O REPOUSO SEMANAL
REMUNERADO.

SÚMULA Nº 465
O REGIME DE MANUTENÇÃO DE SALÁRIO, APLICÁVEL AO
(IAPM) E AO (IAPETC), EXCLUI A INDENIZAÇÃO TARIFADA NA
LEI DE ACIDENTES DO TRABALHO, MAS NÃO O BENEFÍCIO
PREVIDENCIÁRIO.
682 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

SÚMULA Nº 490
A PENSÃO CORRESPONDENTE À INDENIZAÇÃO ORIUNDA DE
RESPONSABILIDADE CIVIL DEVE SER CALCULADA COM BASE
NO SALÁRIO MÍNIMO VIGENTE AO TEMPO DA SENTENÇA E
AJUSTAR-SE-Á ÀS VARIAÇÕES ULTERIORES.

SÚMULA Nº 491
É INDENIZÁVEL O ACIDENTE QUE CAUSE A MORTE DE FILHO
MENOR, AINDA QUE NÃO EXERÇA TRABALHO REMUNERADO.

SÚMULA Nº 501
COMPETE À JUSTIÇA ORDINÁRIA ESTADUAL O PROCESSO E O
JULGAMENTO, EM AMBAS AS INSTÂNCIAS, DAS CAUSAS DE
ACIDENTE DO TRABALHO, AINDA QUE PROMOVIDAS CONTRA
A UNIÃO, SUAS AUTARQUIAS, EMPRESAS PÚBLICAS OU
SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA.

SÚMULA Nº 529
SUBSISTE A RESPONSABILIDADE DO EMPREGADOR PELA
INDENIZAÇÃO DECORRENTE DE ACIDENTE DO TRABALHO,
QUANDO O SEGURADOR, POR HAVER ENTRADO EM
LIQUIDAÇÃO, OU POR OUTRO MOTIVO, NÃO SE ENCONTRAR
EM CONDIÇÕES FINANCEIRAS, DE EFETUAR, NA FORMA DA LEI,
O PAGAMENTO QUE O SEGURO OBRIGATÓRIO VISAVA
GARANTIR.

SÚMULA Nº 530
NA LEGISLAÇÃO ANTERIOR AO ART. 4º DA LEI 4749, DE 12/8/
1965, A CONTRIBUIÇÃO PARA A PREVIDÊNCIA SOCIAL NÃO
ESTAVA SUJEITA AO LIMITE ESTABELECIDO NO ART. 69 DA LEI
3807, DE 26/8/1960, SOBRE O 13º SALÁRIO A QUE SE REFERE O
ART. 3º DA LEI 4281, DE 8/11/1963.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 683

SÚMULA Nº 567
A CONSTITUIÇÃO, AO ASSEGURAR, NO § 3º DO ART. 102, A
CONTAGEM INTEGRAL DO TEMPO DE SERVIÇO PÚBLICO
FEDERAL, ESTADUAL OU MUNICIPAL PARA OS EFEITOS DE
APOSENTADORIA E DISPONIBILIDADE NÃO PROÍBE À UNIÃO,
AOS ESTADOS E AOS MUNICÍPIOS MANDAREM CONTAR,
MEDIANTE LEI, PARA EFEITO DIVERSO, TEMPO DE SERVIÇO
PRESTADO A OUTRA PESSOA DE DIREITO PÚBLICO INTERNO.

SÚMULA Nº 612
AO TRABALHADOR RURAL NÃO SE APLICAM, POR ANALOGIA,
OS BENEFÍCIOS PREVISTOS NA LEI 6367, DE 19/10/1976.

SÚMULA Nº 613
OS DEPENDENTES DE TRABALHADOR RURAL NÃO TÊM
DIREITO À PENSÃO PREVIDENCIÁRIA, SE O ÓBITO OCORREU
ANTERIORMENTE À VIGÊNCIA DA LEI COMPLEMENTAR 11/1971.

SÚMULA Nº 620
A SENTENÇA PROFERIDA CONTRA AUTARQUIAS NÃO ESTÁ
SUJEITA A REEXAME NECESSÁRIO, SALVO QUANDO
SUCUMBENTE EM EXECUÇÃO DE DÍVIDA ATIVA.

SÚMULA Nº 633
É INCABÍVEL A CONDENAÇÃO EM VERBA HONORÁRIA NOS
RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS INTERPOSTOS EM PROCESSO
TRABALHISTA, EXCETO NAS HIPÓTESES PREVISTAS NA LEI 5584/
1970.

SÚMULA Nº 635
CABE AO PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE ORIGEM DECIDIR O
684 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

PEDIDO DE MEDIDA CAUTELAR EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO


AINDA PENDENTE DO SEU JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE.

SÚMULA Nº 636
NÃO CABE RECURSO EXTRAORDINÁRIO POR CONTRARIEDADE
AO PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA LEGALIDADE, QUANDO A
SUA VERIFICAÇÃO PRESSUPONHA REVER A INTERPRETAÇÃO
DADA A NORMAS INFRACONSTITUCIONAIS PELA DECISÃO
RECORRIDA.

SÚMULA Nº 640
É CABÍVEL RECURSO EXTRAORDINÁRIO CONTRA DECISÃO
PROFERIDA POR JUIZ DE PRIMEIRO GRAU NAS CAUSAS DE
ALÇADA, OU POR TURMA RECURSAL DE JUIZADO ESPECIAL
CÍVEL E CRIMINAL.

SÚMULA Nº 644
AO TITULAR DO CARGO DE PROCURADOR DE AUTARQUIA NÃO
SE EXIGE A APRESENTAÇÃO DE INSTRUMENTO DE MANDATO
PARA REPRESENTÁ-LA EM JUÍZO.

SÚMULA Nº 651
A MEDIDA PROVISÓRIA NÃO APRECIADA PELO CONGRESSO
NACIONAL PODIA, ATÉ A EMENDA CONSTITUCIONAL 32/2001,
SER REEDITADA DENTRO DO SEU PRAZO DE EFICÁCIA DE
TRINTA DIAS, MANTIDOS OS EFEITOS DE LEI DESDE A PRIMEIRA
EDIÇÃO.

SÚMULA Nº 655
A EXCEÇÃO PREVISTA NO ART. 100, “CAPUT”, DA
CONSTITUIÇÃO, EM FAVOR DOS CRÉDITOS DE NATUREZA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 685

ALIMENTÍCIA, NÃO DISPENSA A EXPEDIÇÃO DE PRECATÓRIO,


LIMITANDO-SE A ISENTÁ-LOS DA OBSERVÂNCIA DA ORDEM
CRONOLÓGICA DOS PRECATÓRIOS DECORRENTES DE
CONDENAÇÕES DE OUTRA NATUREZA.

SÚMULA Nº 658
SÃO CONSTITUCIONAIS OS ARTS. 7º DA LEI 7787/1989 E 1º DA
LEI 7894/1989 E DA LEI 8147/1990, QUE MAJORARAM A ALÍQUOTA
DO FINSOCIAL, QUANDO DEVIDA A CONTRIBUIÇÃO POR
EMPRESAS DEDICADAS EXCLUSIVAMENTE À PRESTAÇÃO DE
SERVIÇOS.

SÚMULA Nº 659
É LEGÍTIMA A COBRANÇA DA COFINS, DO PIS E DO FINSOCIAL
SOBRE AS OPERAÇÕES RELATIVAS A ENERGIA ELÉTRICA,
SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES, DERIVADOS DE PETRÓLEO,
COMBUSTÍVEIS E MINERAIS DO PAÍS.

SÚMULA Nº 669
NORMA LEGAL QUE ALTERA O PRAZO DE RECOLHIMENTO DA
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA NÃO SE SUJEITA AO PRINCÍPIO DA
ANTERIORIDADE.

SÚMULA Nº 671
OS SERVIDORES PÚBLICOS E OS TRABALHADORES EM GERAL
TÊM DIREITO, NO QUE CONCERNE À URP DE ABRIL/MAIO DE
1988, APENAS AO VALOR CORRESPONDENTE A 7/30 DE 16,19%
SOBRE OS VENCIMENTOS E SALÁRIOS PERTINENTES AOS
MESES DE ABRIL E MAIO DE 1988, NÃO CUMULATIVAMENTE,
DEVIDAMENTE CORRIGIDO ATÉ O EFETIVO PAGAMENTO.
686 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

SÚMULA Nº 672
O REAJUSTE DE 28,86%, CONCEDIDO AOS SERVIDORES
MILITARES PELAS LEIS 8622/1993 E 8627/1993, ESTENDE-SE AOS
SERVIDORES CIVIS DO PODER EXECUTIVO, OBSERVADAS AS
EVENTUAIS COMPENSAÇÕES DECORRENTES DOS REAJUSTES
DIFERENCIADOS CONCEDIDOS PELOS MESMOS DIPLOMAS
LEGAIS.

SÚMULA Nº 676
A GARANTIA DA ESTABILIDADE PROVISÓRIA PREVISTA NO ART.
10, II, “A”, DO ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS
TRANSITÓRIAS, TAMBÉM SE APLICA AO SUPLENTE DO CARGO
DE DIREÇÃO DE COMISSÕES INTERNAS DE PREVENÇÃO DE
ACIDENTES (CIPA).

SÚMULA Nº 678
SÃO INCONSTITUCIONAIS OS INCISOS I E III DO ART. 7º DA LEI
8162/1991, QUE AFASTAM, PARA EFEITO DE ANUÊNIO E DE
LICENÇA-PRÊMIO, A CONTAGEM DO TEMPO DE SERVIÇO
REGIDO PELA CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO DOS
SERVIDORES QUE PASSARAM A SUBMETER-SE AO REGIME
JURÍDICO ÚNICO.

SÚMULA Nº 687
A REVISÃO DE QUE TRATA O ART. 58 DO ATO DAS DISPOSIÇÕES
CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS NÃO SE APLICA AOS
BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS CONCEDIDOS APÓS A
PROMULGAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO DE 1988.

SÚMULA Nº 688
É LEGÍTIMA A INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO
PREVIDENCIÁRIA SOBRE O 13º SALÁRIO.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 687

SÚMULA Nº 689
O SEGURADO PODE AJUIZAR AÇÃO CONTRA A INSTITUIÇÃO
PREVIDENCIÁRIA PERANTE O JUÍZO FEDERAL DO SEU
DOMICÍLIO OU NAS VARAS FEDERAIS DA CAPITAL DO ESTADO-
MEMBRO.

SÚMULA Nº 726
PARA EFEITO DE APOSENTADORIA ESPECIAL DE PROFESSORES,
NÃO SE COMPUTA O TEMPO DE SERVIÇO PRESTADO FORA DA
SALA DE AULA.

SÚMULA Nº 729
A DECISÃO NA AÇÃO DIRETA DE CONSTITUCIONALIDADE NÃO
SE APLICA À ANTECIPAÇÃO DE TUTELA EM CAUSA DE
NATUREZA PREVIDENCIÁRIA.

SÚMULA Nº 730
A IMUNIDADE TRIBUTÁRIA CONFERIDA A INSTITUIÇÕES DE
ASSISTÊNCIA SOCIAL SEM FINS LUCRATIVOS PELO ART. 150,
VI, “C”, DA CONSTITUIÇÃO, SOMENTE ALCANÇA AS ENTIDADES
FECHADAS DE PREVIDÊNCIA SOCIAL PRIVADA SE NÃO HOUVER
CONTRIBUIÇÃO DOS BENEFICIÁRIOS.

SÚMULA Nº 731
PARA FIM DA COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL, É DE INTERESSE GERAL DA
MAGISTRATURA A QUESTÃO DE SABER SE, EM FACE DA LEI
ORGÂNICA DA MAGISTRATURA NACIONAL, OS JUÍZES TÊM
DIREITO À LICENÇA-PRÊMIO.
688 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

SÚMULA Nº 736

COMPETE À JUSTIÇA DO TRABALHO JULGAR AS AÇÕES QUE


TENHAM COMO CAUSA DE PEDIR O DESCUMPRIMENTO DE
NORMAS TRABALHISTAS RELATIVAS À SEGURANÇA, HIGIENE
E SAÚDE DOS TRABALHADORES.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 689

STF – Supremo Tribunal Federal

SÚMULAS VINCULANTES

SÚMULA VINCULANTE Nº 3
NOS PROCESSOS PERANTE O TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
ASSEGURAM-SE O CONTRADITÓRIO E A AMPLA DEFESA
QUANDO DA DECISÃO PUDER RESULTAR ANULAÇÃO OU
REVOGAÇÃO DE ATO ADMINISTRATIVO QUE BENEFICIE O
INTERESSADO, EXCETUADA A APRECIAÇÃO DA LEGALIDADE
DO ATO DE CONCESSÃO INICIAL DE APOSENTADORIA,
REFORMA E PENSÃO.

SÚMULA VINCULANTE Nº 4
SALVO NOS CASOS PREVISTOS NA CONSTITUIÇÃO, O SALÁRIO
MÍNIMO NÃO PODE SER USADO COMO INDEXADOR DE BASE
DE CÁLCULO DE VANTAGEM DE SERVIDOR PÚBLICO OU DE
EMPREGADO, NEM SER SUBSTITUÍDO POR DECISÃO JUDICIAL.

SÚMULA VINCULANTE Nº 5
A FALTA DE DEFESA TÉCNICA POR ADVOGADO NO PROCESSO
ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR NÃO OFENDE A
CONSTITUIÇÃO.

SÚMULA VINCULANTE Nº 6
NÃO VIOLA A CONSTITUIÇÃO O ESTABELECIMENTO DE
690 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

REMUNERAÇÃO INFERIOR AO SALÁRIO MÍNIMO PARA AS


PRAÇAS PRESTADORAS DE SERVIÇO MILITAR INICIAL.

SÚMULA VINCULANTE Nº 7
A NORMA DO §3º DO ARTIGO 192 DA CONSTITUIÇÃO,
REVOGADA PELA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 40/2003, QUE
LIMITAVA A TAXA DE JUROS REAIS A 12% AO ANO, TINHA SUA
APLICAÇÃO CONDICIONADA À EDIÇÃO DE LEI
COMPLEMENTAR.

SÚMULA VINCULANTE Nº 8
SÃO INCONSTITUCIONAIS O PARÁGRAFO ÚNICO DO ARTIGO
5º DO DECRETO-LEI Nº 1.569/1977 E OS ARTIGOS 45 E 46 DA LEI
Nº 8.212/1991, QUE TRATAM DE PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA DE
CRÉDITO TRIBUTÁRIO.

SÚMULA VINCULANTE Nº 14
É DIREITO DO DEFENSOR, NO INTERESSE DO REPRESENTADO,
TER ACESSO AMPLO AOS ELEMENTOS DE PROVA QUE, JÁ
DOCUMENTADOS EM PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO
REALIZADO POR ÓRGÃO COM COMPETÊNCIA DE POLÍCIA
JUDICIÁRIA, DIGAM RESPEITO AO EXERCÍCIO DO DIREITO DE
DEFESA.

SÚMULA VINCULANTE Nº 15
O CÁLCULO DE GRATIFICAÇÕES E OUTRAS VANTAGENS DO
SERVIDOR PÚBLICO NÃO INCIDE SOBRE O ABONO UTILIZADO
PARA SE ATINGIR O SALÁRIO MÍNIMO.

SÚMULA VINCULANTE Nº 16
OS ARTIGOS 7º, IV, E 39, § 3º (REDAÇÃO DA EC 19/98), DA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 691

CONSTITUIÇÃO, REFEREM-SE AO TOTAL DA REMUNERAÇÃO


PERCEBIDA PELO SERVIDOR PÚBLICO.

SÚMULA VINCULANTE Nº 17
DURANTE O PERÍODO PREVISTO NO PARÁGRAFO 1º DO ARTIGO
100 DA CONSTITUIÇÃO, NÃO INCIDEM JUROS DE MORA SOBRE
OS PRECATÓRIOS QUE NELE SEJAM PAGOS.

SÚMULA VINCULANTE Nº 20
A GRATIFICAÇÃO DE DESEMPENHO DE ATIVIDADE TÉCNICO-
ADMINISTRATIVA – GDATA, INSTITUÍDA PELA LEI Nº 10.404/2002,
DEVE SER DEFERIDA AOS INATIVOS NOS VALORES
CORRESPONDENTES A 37,5 (TRINTA E SETE VÍRGULA CINCO)
PONTOS NO PERÍODO DE FEVEREIRO A MAIO DE 2002 E, NOS
TERMOS DO ARTIGO 5º, PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI Nº 10.404/
2002, NO PERÍODO DE JUNHO DE 2002 ATÉ A CONCLUSÃO DOS
EFEITOS DO ÚLTIMO CICLO DE AVALIAÇÃO A QUE SE REFERE
O ARTIGO 1º DA MEDIDA PROVISÓRIA NO 198/2004, A PARTIR
DA QUAL PASSA A SER DE 60 (SESSENTA) PONTOS.

SÚMULA VINCULANTE Nº 22
A JUSTIÇA DO TRABALHO É COMPETENTE PARA PROCESSAR E
JULGAR AS AÇÕES DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E
PATRIMONIAIS DECORRENTES DE ACIDENTE DE TRABALHO
PROPOSTAS POR EMPREGADO CONTRA EMPREGADOR,
INCLUSIVE AQUELAS QUE AINDA NÃO POSSUÍAM SENTENÇA
DE MÉRITO EM PRIMEIRO GRAU QUANDO DA PROMULGAÇÃO
DA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 45/04.

SÚMULA VINCULANTE Nº 24
NÃO SE TIPIFICA CRIME MATERIAL CONTRA A ORDEM
692 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

TRIBUTÁRIA, PREVISTO NO ART. 1º, INCISOS I A IV, DA LEI Nº


8.137/90, ANTES DO LANÇAMENTO DEFINITIVO DO TRIBUTO.

SÚMULA VINCULANTE Nº 28
É INCONSTITUCIONAL A EXIGÊNCIA DE DEPÓSITO PRÉVIO
COMO REQUISITO DE ADMISSIBILIDADE DE AÇÃO JUDICIAL NA
QUAL SE PRETENDA DISCUTIR A EXIGIBILIDADE DE CRÉDITO
TRIBUTÁRIO.

SÚMULA VINCULANTE Nº 29
É CONSTITUCIONAL A ADOÇÃO, NO CÁLCULO DO VALOR DE
TAXA, DE UM OU MAIS ELEMENTOS DA BASE DE CÁLCULO
PRÓPRIA DE DETERMINADO IMPOSTO, DESDE QUE NÃO HAJA
INTEGRAL IDENTIDADE ENTRE UMA BASE E OUTRA.

SÚMULA VINCULANTE Nº 30 - SUSPENSA

SÚMULA VINCULANTE Nº 31
É INCONSTITUCIONAL A INCIDÊNCIA DO IMPOSTO SOBRE
SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA - ISS SOBRE OPERAÇÕES
DE LOCAÇÃO DE BENS MÓVEIS.

SÚMULA VINCULANTE Nº 32
O ICMS NÃO INCIDE SOBRE ALIENAÇÃO DE SALVADOS DE
SINISTRO PELAS SEGURADORAS.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 693

STJ – Superior Tribunal de Justiça

SÚMULA Nº 3
COMPETE AO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DIRIMIR
CONFLITO DE COMPETENCIA VERIFICADO, NA RESPECTIVA
REGIÃO, ENTRE JUIZ FEDERAL E JUIZ ESTADUAL INVESTIDO DE
JURISDIÇÃO FEDERAL.

SÚMULA Nº 15
COMPETE A JUSTIÇA ESTADUAL PROCESSAR E JULGAR OS
LITIGIOS DECORRENTES DE ACIDENTE DO TRABALHO.

SÚMULA Nº 24
APLICA-SE AO CRIME DE ESTELIONATO, EM QUE FIGURE COMO
VÍTIMA ENTIDADE AUTÁRQUICA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL, A
QUALIFICADORA DO § 3º, DO ART. 171 DO CODIGO PENAL.

SÚMULA 32
COMPETE A JUSTIÇA FEDERAL PROCESSAR JUSTIFICAÇÕES
JUDICIAIS DESTINADAS A INSTRUIR PEDIDOS PERANTE
ENTIDADES QUE NELA TEM EXCLUSIVIDADE DE FORO,
RESSALVADA A APLICAÇÃO DO ART. 15, IIDA LEI 5010/66.

SÚMULA 44
A DEFINIÇÃO, EM ATO REGULAMENTAR, DE GRAU MINIMO DE
DISACUSIA, NÃO EXCLUI, POR SI SO, A CONCESSÃO DO
BENEFICIO PREVIDENCIARIO.
694 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

SÚMULA 62
COMPETE A JUSTIÇA ESTADUAL PROCESSAR E JULGAR O CRIME
DE FALSA ANOTAÇÃO NA CARTEIRA DE TRABALHO E
PREVIDÊNCIA SOCIAL, ATRIBUIDO A EMPRESA PRIVADA.

SÚMULA 65
O CANCELAMENTO, PREVISTO NO ART. 29 DO DECRETO-LEI
2.303, DE 21.11.86, NÃO ALCANÇA OS DEBITOS
PREVIDENCIARIOS.

SÚMULA 68
A PARCELA RELATIVA AO ICM INCLUI-SE NA BASE DE CALCULO
DO PIS.

SÚMULA 77
A CAIXA ECONOMICA FEDERAL E PARTE ILEGITIMA PARA
FIGURAR NO PÓLO PASSIVO DAS AÇÕES RELATIVAS AS
CONTRIBUIÇÕES PARA O FUNDO PIS/PASEP.

SÚMULA 85
NAS RELAÇÕES JURIDICAS DE TRATO SUCESSIVO EM QUE A
FAZENDA PÚBLICA FIGURE COMO DEVEDORA, QUANDO NÃO
TIVER SIDO NEGADO O PRÓPRIO DIREITO RECLAMADO, A
PRESCRIÇÃO ATINGE APENAS AS PRESTAÇÕES VENCIDAS
ANTES DO QUINQUENIO ANTERIOR A PROPOSITURA DA AÇÃO.

SÚMULA 89
A AÇÃO ACIDENTARIA PRESCINDE DO EXAURIMENTO DA VIA
ADMINISTRATIVA.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 695

SÚMULA 94
A PARCELA RELATIVA AO ICMS INCLUI-SE NA BASE DE
CÁLCULO DO FINSOCIAL.

SÚMULA 107
COMPETE A JUSTIÇA COMUM ESTADUAL PROCESSAR E JULGAR
CRIME DE ESTELIONATO PRATICADO MEDIANTE FALSIFICAÇÃO
DAS GUIAS DE RECOLHIMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES
PREVIDENCIARIAS, QUANDO NÃO OCORRENTE LESÃO A
AUTARQUIA FEDERAL.

SÚMULA 110
A ISENÇÃO DO PAGAMENTO DE HONORARIOS ADVOCATICIOS,
NAS AÇÕES ACIDENTARIAS, E RESTRITA AO SEGURADO.

SÚMULA 111
OS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS, NAS AÇÕES
PREVIDENCIÁRIAS, NÃO INCIDEM SOBRE PRESTAÇÕES
VENCIDAS APÓS A SENTENÇA

SÚMULA 144
OS CREDITOS DE NATUREZA ALIMENTICIA GOZAM DE
PREFERENCIA, DESVINCULADOS OS PRECATORIOS DA ORDEM
CRONOLOGICA DOS CREDITOS DE
NATUREZA DIVERSA.

SÚMULA 146
O SEGURADO, VITIMA DE NOVO INFORTUNIO, FAZ JUS A UM
ÚNICO BENEFÍCIO SOMADO AO SALARIO DE CONTRIBUIÇÃO
VIGENTE NO DIA DO ACIDENTE.
696 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

SÚMULA 148
OS DEBITOS RELATIVOS A BENEFICIO PREVIDENCIARIO,
VENCIDOS E COBRADOS EM JUIZO APOS A VIGENCIA DA LEI
NR. 6.899/81 DEVEM SER CORRIGIDOS MONETARIAMENTE NA
FORMA PREVISTA NESSE DIPLOMA LEGAL.

SÚMULA 149
A PROVA EXCLUSIVAMENTE TESTEMUNHAL NÃO BASTA A
COMPROVAÇÃO DA ATIVIDADE RURICOLA, PARA EFEITO DA
OBTENÇÃO DE BENEFICIO PREVIDENCIARIO.

SÚMULA 150
COMPETE A JUSTIÇA FEDERAL DECIDIR SOBRE A EXISTENCIA
DE INTERESSE JURIDICO QUE JUSTIFIQUE A PRESENÇA, NO
PROCESSO, DA UNIÃO, SUAS AUTARQUIAS OU EMPRESAS
PUBLICAS.

SÚMULA 159
O BENEFICIO ACIDENTARIO, NO CASO DE CONTRIBUINTE QUE
PERCEBA REMUNERAÇÃO VARIAVEL, DEVE SER CALCULADO
COM BASE NA MEDIA ARITMETICA DOS ULTIMOS DOZE MESES
DE CONTRIBUIÇÃO.

SÚMULA 161
E DA COMPETENCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL AUTORIZAR O
LEVANTAMENTO DOS VALORES RELATIVOS AO PIS / PASEP E
FGTS, EM DECORRENCIA DO FALECIMENTO DO TITULAR DA
CONTA.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 697

SÚMULA 175
DESCABE O DEPOSITO PREVIO NAS AÇÕES RESCISORIAS
PROPOSTAS PELO INSS.

SÚMULA 178
O INSS NÃO GOZA DE ISENÇÃO DO PAGAMENTO DE CUSTAS E
EMOLUMENTOS, NAS AÇÕES ACIDENTARIAS E DE BENEFICIOS,
PROPOSTAS NA JUSTIÇA ESTADUAL.

SÚMULA 179
O ESTABELECIMENTO DE CREDITO QUE RECEBE DINHEIRO, EM
DEPOSITO JUDICIAL, RESPONDE PELO PAGAMENTO DA
CORREÇÃO MONETARIA RELATIVA AOS VALORES
RECOLHIDOS.

SÚMULA 201
OS HONORARIOS ADVOCATICIOS NÃO PODEM SER FIXADOS
EM SALÁRIOS-MÍNIMOS.

SÚMULA 203
NÃO CABE RECURSO ESPECIAL CONTRA DECISÃO PROFERIDA
POR ÓRGÃO DE SEGUNDO GRAU DOS JUIZADOS ESPECIAIS.

SÚMULA 204
OS JUROS DE MORA NAS AÇÕES RELATIVAS A BENEFICIOS
PREVIDENCIARIOS INCIDEM A PARTIR DA CITAÇÃO VALIDA.

SÚMULA 212
A COMPENSAÇÃO DE CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS NÃO PODE SER
698 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

DEFERIDA EM AÇÃO CAUTELAR OU POR MEDIDA LIMINAR


CAUTELAR OU ANTECIPATÓRIA.

SÚMULA 213
O MANDADO DE SEGURANÇA CONSTITUI AÇÃO ADEQUADA
PARA A DECLARAÇÃO DO DIREITO À COMPENSAÇÃO
TRIBUTÁRIA.

SÚMULA 226
O MINISTÉRIO PÚBLICO TEM LEGITIMIDADE PARA RECORRER
NA AÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO, AINDA QUE O
SEGURADO ESTEJA ASSISTIDO POR ADVOGADO.

SÚMULA 242
CABE AÇÃO DECLARATÓRIA PARA RECONHECIMENTO DE
TEMPO DE SERVIÇO PARA FINS PREVIDENCIÁRIOS.

SÚMULA 254
A DECISÃO DO JUÍZO FEDERAL QUE EXCLUI DA RELAÇÃO
PROCESSUAL ENTE FEDERAL NÃO PODE SER REEXAMINADA NO
JUÍZO ESTADUAL.

SÚMULA 272
O TRABALHADOR RURAL, NA CONDIÇÃO DE SEGURADO
ESPECIAL, SUJEITO À CONTRIBUIÇÃO OBRIGATÓRIA SOBRE A
PRODUÇÃO RURAL COMERCIALIZADA, SOMENTE FAZ JUS À
APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO, SE RECOLHER
CONTRIBUIÇÕES FACULTATIVAS.

SÚMULA 278
O TERMO INICIAL DO PRAZO PRESCRICIONAL, NA AÇÃO DE
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 699

INDENIZAÇÃO, É A DATA EM QUE O SEGURADO TEVE CIÊNCIA


INEQUÍVOCA DA INCAPACIDADE LABORAL.

SÚMULA 289
A RESTITUIÇÃO DAS PARCELAS PAGAS A PLANO DE
PREVIDÊNCIA PRIVADA DEVE SER OBJETO DE CORREÇÃO
PLENA, POR ÍNDICE QUE RECOMPONHA A EFETIVA
DESVALORIZAÇÃO DA MOEDA.

SÚMULA 290
NOS PLANOS DE PREVIDÊNCIA PRIVADA, NÃO CABE AO
BENEFICIÁRIO A DEVOLUÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO EFETUADA
PELO PATROCINADOR.

SÚMULA 291
A AÇÃO DE COBRANÇA DE PARCELAS DE COMPLEMENTAÇÃO
DE APOSENTADORIA PELA PREVIDÊNCIA PRIVADA PRESCREVE
EM CINCO ANOS.

SÚMULA 302
É ABUSIVA A CLÁUSULA CONTRATUAL DE PLANO DE SAÚDE
QUE LIMITA NO TEMPO A INTERNAÇÃO HOSPITALAR DO
SEGURADO.

SÚMULA 306
OS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS DEVEM SER COMPENSADOS
QUANDO HOUVER SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA, ASSEGURADO
O DIREITO AUTÔNOMO DO ADVOGADO À EXECUÇÃO DO
SALDO SEM EXCLUIR A LEGITIMIDADE DA PRÓPRIA PARTE.
700 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

SÚMULA 310
O AUXÍLIO- CRECHE NÃO INTEGRA O SALÁRIO-DE-
CONTRIBUIÇÃO.

SÚMULA 311
OS ATOS DO PRESIDENTE DO TRIBUNAL QUE DISPONHAM
SOBRE PROCESSAMENTO E PAGAMENTO DE PRECATÓRIO NÃO
TÊM CARÁTER JURISDICIONAL.

SÚMULA 321
O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR É APLICÁVEL À
RELAÇÃO JURÍDICA ENTRE A ENTIDADE DE PREVIDÊNCIA
PRIVADA E SEUS PARTICIPANTES.

SÚMULA 325
A REMESSA OFICIAL DEVOLVE AO TRIBUNAL O REEXAME DE
TODAS AS PARCELAS DA CONDENAÇÃO SUPORTADAS PELA
FAZENDA PÚBLICA, INCLUSIVE DOS HONORÁRIOS DE
ADVOGADO.

SÚMULA 326
NA AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL, A
CONDENAÇÃO EM MONTANTE INFERIOR AO POSTULADO NA
INICIAL NÃO IMPLICA SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA.

SÚMULA 336
A MULHER QUE RENUNCIOU AOS ALIMENTOS NA SEPARAÇÃO
JUDICIAL TEM DIREITO À PENSÃO PREVIDENCIÁRIA POR MORTE
DO EX-MARIDO, COMPROVADA A NECESSIDADE ECONÔMICA
SUPERVENIENTE.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 701

SÚMULA 340
A LEI APLICÁVEL À CONCESSÃO DE PENSÃO PREVIDENCIÁRIA
POR MORTE É AQUELA VIGENTE NA DATA DO ÓBITO DO
SEGURADO.

SÚMULA 349
COMPETE À JUSTIÇA FEDERAL OU AOS JUÍZES COM
COMPETÊNCIA DELEGADA O JULGAMENTO DAS EXECUÇÕES
FISCAIS DE CONTRIBUIÇÕES DEVIDAS PELO EMPREGADOR AO
FGTS.

SÚMULA 351
A ALÍQUOTA DE CONTRIBUIÇÃO PARA O SEGURO DE ACIDENTE
DO TRABALHO (SAT) É AFERIDA PELO GRAU DE RISCO
DESENVOLVIDO EM CADA EMPRESA, INDIVIDUALIZADA PELO
SEU CNPJ, OU PELO GRAU DE RISCO DA ATIVIDADE
PREPONDERANTE QUANDO HOUVER APENAS UM REGISTRO.

SÚMULA 352
A OBTENÇÃO OU A RENOVAÇÃO DO CERTIFICADO DE
ENTIDADE BENEFICENTE DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (CEBAS) NÃO
EXIME A ENTIDADE DO CUMPRIMENTO DOS REQUISITOS
LEGAIS SUPERVENIENTES.

SÚMULA 358
O CANCELAMENTO DE PENSÃO ALIMENTÍCIA DE FILHO QUE
ATINGIU A MAIORIDADE ESTÁ SUJEITO À DECISÃO JUDICIAL,
MEDIANTE CONTRADITÓRIO, AINDA QUE NOS PRÓPRIOS
AUTOS.
702 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

SÚMULA 365
A INTERVENÇÃO DA UNIÃO COMO SUCESSORA DA REDE
FERROVIÁRIA FEDERAL S/A (RFFSA) DESLOCA A COMPETÊNCIA
PARA A JUSTIÇA FEDERAL AINDA QUE A SENTENÇA TENHA
SIDO PROFERIDA POR JUÍZO ESTADUAL.

SÚMULA 367
A COMPETÊNCIA ESTABELECIDA PELA EC N. 45/2004 NÃO
ALCANÇA OS PROCESSOS JÁ SENTENCIADOS.

SÚMULA 390
NAS DECISÕES POR MAIORIA, EM REEXAME NECESSÁRIO, NÃO
SE ADMITEM EMBARGOS INFRINGENTES.

SÚMULA 392
A FAZENDA PÚBLICA PODE SUBSTITUIR A CERTIDÃO DE
DÍVIDA ATIVA (CDA) ATÉ A PROLAÇÃO DA SENTENÇA DE
EMBARGOS, QUANDO SE TRATAR DE CORREÇÃO DE ERRO
MATERIAL OU FORMAL, VEDADA A MODIFICAÇÃO DO SUJEITO
PASSIVO DA EXECUÇÃO.

SÚMULA 398
A PRESCRIÇÃO DA AÇÃO PARA PLEITEAR OS JUROS
PROGRESSIVOS SOBRE OS SALDOS DE CONTA VINCULADA DO
FGTS NÃO ATINGE O FUNDO DE DIREITO, LIMITANDO-SE ÀS
PARCELAS VENCIDAS.

SÚMULA 406
A FAZENDA PÚBLICA PODE RECUSAR A SUBSTITUIÇÃO DO BEM
PENHORADO POR PRECATÓRIO.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 703

SÚMULA 409
EM EXECUÇÃO FISCAL, A PRESCRIÇÃO OCORRIDA ANTES DA
PROPOSITURA DA AÇÃO PODE SER DECRETADA DE OFÍCIO (ART.
219, § 5º, DO CPC).

SÚMULA 414
A CITAÇÃO POR EDITAL NA EXECUÇÃO FISCAL É CABÍVEL
QUANDO FRUSTRADAS AS DEMAIS MODALIDADES.

SÚMULA 416
É DEVIDA A PENSÃO POR MORTE AOS DEPENDENTES DO
SEGURADO QUE, APESAR DE TER PERDIDO ESSA QUALIDADE,
PREENCHEU OS REQUISITOS LEGAIS PARA A OBTENÇÃO DE
APOSENTADORIA ATÉ A DATA DO SEU ÓBITO.

SÚMULA 418
É INADMISSÍVEL O RECURSO ESPECIAL INTERPOSTO ANTES DA
PUBLICAÇÃO DO ACÓRDÃO DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO,
SEM POSTERIOR RATIFICAÇÃO.

SÚMULA 423
A CONTRIBUIÇÃO PARA FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE
SOCIAL – COFINS INCIDE SOBRE AS RECEITAS PROVENIENTES
DAS OPERAÇÕES DE LOCAÇÃO DE BENS MÓVEIS.

SÚMULA 425
A RETENÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO PARA A SEGURIDADE SOCIAL
PELO TOMADOR DO SERVIÇO NÃO SE APLICA ÀS EMPRESAS
OPTANTES PELO SIMPLES.
704 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

SÚMULA 427
A AÇÃO DE COBRANÇA DE DIFERENÇAS DE VALORES DE
COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA PRESCREVE EM
CINCO ANOS CONTADOS DA DATA DO PAGAMENTO.

SÚMULA 428
COMPETE AO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DECIDIR OS
CONFLITOS DE COMPETÊNCIA ENTRE JUIZADO ESPECIAL
FEDERAL E JUÍZO FEDERAL DA MESMA SEÇÃO JUDICIÁRIA.

SÚMULA 429
A CITAÇÃO POSTAL, QUANDO AUTORIZADA POR LEI, EXIGE O
AVISO DE RECEBIMENTO.

SÚMULA 437
A SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
SUPERIOR A QUINHENTOS MIL REAIS PARA OPÇÃO PELO REFIS
PRESSUPÕE A HOMOLOGAÇÃO EXPRESSA DO COMITÊ GESTOR
E A CONSTITUIÇÃO DE GARANTIA POR MEIO DO
ARROLAMENTO DE BENS.

SÚMULA 445
AS DIFERENÇAS DE CORREÇÃO MONETÁRIA RESULTANTES DE
EXPURGOS INFLACIONÁRIOS SOBRE OS SALDOS DE FGTS TÊM
COMO TERMO INICIAL A DATA EM QUE DEVERIAM TER SIDO
CREDITADAS.

SÚMULA 456
É INCABÍVEL A CORREÇÃO MONETÁRIA DOS SALÁRIOS DE
CONTRIBUIÇÃO CONSIDERADOS NO CÁLCULO DO SALÁRIO DE
BENEFÍCIO DE AUXÍLIO-DOENÇA, APOSENTADORIA POR
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 705

INVALIDEZ, PENSÃO OU AUXÍLIO-RECLUSÃO CONCEDIDOS


ANTES DA VIGÊNCIA DA CF/1988.

SÚMULA 458
A CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA INCIDE SOBRE A
COMISSÃO PAGA AO CORRETOR DE SEGUROS.

SÚMULA 459
A TAXA REFERENCIAL (TR) É O ÍNDICE APLICÁVEL, A TÍTULO
DE CORREÇÃO MONETÁRIA, AOS DÉBITOS COM O FGTS
RECOLHIDOS PELO EMPREGADOR, MAS NÃO REPASSADOS AO
FUNDO.

SÚMULA 462
NAS AÇÕES EM QUE REPRESENTA O FGTS, A CEF, QUANDO
SUCUMBENTE, NÃO ESTÁ ISENTA DE REEMBOLSAR AS CUSTAS
ANTECIPADAS PELA PARTE VENCEDORA.

SÚMULA 466
O TITULAR DA CONTA VINCULADA AO FGTS TEM O DIREITO
DE SACAR O SALDO RESPECTIVO QUANDO DECLARADO NULO
SEU CONTRATO DE TRABALHO POR AUSÊNCIA DE PRÉVIA
APROVAÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO.

SÚMULA 468
A BASE DE CÁLCULO DO PIS, ATÉ A EDIÇÃO DA MP N. 1.212/
1995, ERA O FATURAMENTO OCORRIDO NO SEXTO MÊS
ANTERIOR AO DO FATO GERADOR.
706 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

SÚMULA 469
APLICA-SE O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR AOS
CONTRATOS DE PLANO DE SAÚDE.

SÚMULA 470
O MINISTÉRIO PÚBLICO NÃO TEM LEGITIMIDADE PARA
PLEITEAR, EM AÇÃOCIVIL PÚBLICA,A INDENIZAÇÃO
DECORRENTE DO DPVAT EM BENEFÍCIO DOSEGURADO.

SÚMULA 474
A INDENIZAÇÃO DO SEGURO DPVAT,EM CASO DE INVALIDEZ
PARCIAL DOBENEFICIÁRIO,SERÁ PAGA DE FORMA
PROPORCIONAL AO GRAU DA INVALIDEZ.

SÚMULA 483
O INSS NÃO ESTÁ OBRIGADO A EFETUAR DEPÓSITO PRÉVIO
DO PREPARO PORGOZAR DAS PRERROGATIVAS E PRIVILÉGIOS
DA FAZENDA PÚBLICA.

SÚMULA 489
RECONHECIDA A CONTINÊNCIA, DEVEM SER REUNIDAS NA
JUSTIÇA FEDERAL ASAÇÕES CIVIS PÚBLICAS PROPOSTAS NESTA
E NA JUSTIÇA ESTADUAL.

SÚMULA 490
A DISPENSA DE REEXAME NECESSÁRIO, QUANDO O VALOR DA
CONDENAÇÃO OU DODIREITO CONTROVERTIDO FORINFERIOR
A SESSENTA SALÁRIOS MÍNIMOS, NÃOSE APLICA A SENTENÇAS
ILÍQUIDAS.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 707

SÚMULA 494
O BENEFÍCIO FISCAL DO RESSARCIMENTO DO CRÉDITO
PRESUMIDO DO IPIRELATIVO ÀS EXPORTAÇÕES INCIDE MESMO
QUANDO AS MATÉRIAS-PRIMAS OUOS INSUMOS SEJAM
ADQUIRIDOS DE PESSOA FÍSICA OU JURÍDICA NÃO
CONTRIBUINTE DO PIS/PASEP.

SÚMULA 498
NÃO INCIDE IMPOSTO DE RENDA SOBRE A INDENIZAÇÃO POR
DANOS MORAIS.

SÚMULA 499
AS EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVIÇOS ESTÃO SUJEITAS ÀS
CONTRIBUIÇÕESAO SESC E SENAC, SALVO SE INTEGRADAS
NOUTRO SERVIÇO SOCIAL.
708 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 709

Extinto TFR – Tribunal Federal de Recursos

SÚMULA Nº 8
Concessão da Dupla Aposentadoria - Ferroviário da Estrada de Ferro
Central do Brasil - Modificações e Melhorias Funcionais - Não
constitui obstáculo a concessão da dupla aposentadoria de que trata a
Lei nº 2.752-1956, Art. 1º e parágrafo único, em favor de ferroviário da
estrada de ferro Central do Brasil, o fato de deter a condição de
extranumerário da União Federal a data da autarquização da referida
estrada, e nessa situação ter sido posto a sua disposição, nela obtendo
modificações e melhorias funcionais.

SÚMULA Nº 9
Aumento - Funcionários Aposentados Anteriormente a Implantação
do Plano de Classificação de Cargos – Incidência - O aumento de
30% do Decreto-Lei n.1.348, de 1974, no que respeita aos funcionários
aposentados anteriormente a implantação do plano de classificação
de cargos, incide sobre a totalidade dos respectivos proventos.

SÚMULA Nº 29
Certificados de Quitação e de Regularidade Pendente de Decisão -
Via Administrativa - Débito Levantado -Os certificados de quitação e
de regularidade não podem ser negados, enquanto pendente de decisão,
na via administrativa, o débito levantado.

SÚMULA Nº 38
Certificados de Quitação e de Regularidade - Débito Tributário - Os
certificados de quitação e de regularidade de situação não podem ser
710 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

negados, se o débito estiver garantido por penhora regular (CTN, Art.


206).

SÚMULA Nº 50
Aposentadoria pelo Tesouro Nacional o Ferroviário da Antiga “The
Great Western of Brazil Railway Company Limited” - Tem direito,
em tese, a aposentadoria pelo tesouro nacional o ferroviário da antiga
“The Great Western of Brazil Railway Company Limited” que tenha
nela ingressado antes da encampação, passando para a Rede Ferroviária
Federal na condição de servidor cedido.

SÚMULA Nº 53
Competência - Processo e Julgamento - Direito de Família -
Reivindicação de Benefícios Previdenciários -Compete à Justiça
Estadual processar e julgar questões pertinentes ao direito de família,
ainda que estas objetivem reivindicação de benefícios previdenciários.

SÚMULA Nº 56
Aposentadoria Estatutária - Ferroviário Servidor da Administração
Direta - Faz jus a aposentadoria estatutária o ferroviário servidor da
administração direta que haja optado pelo regime da CLT após
implementar 35 (trinta e cinco) anos de serviço efetivo.

SÚMULA Nº 57
Reversão da Pensão Previdenciária - Ato Ilícito - É cabível a reversão
da pensão previdenciária e daquela decorrente de ato ilícito aos demais
beneficiários, em caso de morte do respectivo titular ou a sua perda
por força de impedimento legal.

SÚMULA Nº 63
Pensão da Previdência Social - Cumulação – Cabimento - A pensão
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 711

de que trata o Art. 242, da Lei n 1.711, de 1952, não se confunde com
a que decorre de filiação do falecido funcionário ao regime da
Previdência Social (LOPS). E cabível sua cumulação, preenchidos os
requisitos legais exigidos.

SÚMULA Nº 64
Acordo em Desquite - Dispensa Alimentos - Pensão Decorrente do
Óbito - A mulher que dispensou, no acordo de desquite, a prestação
de alimentos, conserva, não obstante, o direito a pensão decorrente do
óbito do marido, desde que comprovada a necessidade do benefício.

SÚMULA Nº 71
Correção Monetária - Prestações de Benefícios Previdenciários em
Atraso - A correção monetária incide sobre as prestações de benefícios
previdenciários em atraso, observado o critério do salário mínimo
vigente na época da liquidação da obrigação.

SÚMULA Nº 73
Certificado de Quitação ou de Regularidade de Situação dos
Municípios - Exigência – Cabimento - Não cabe exigir dos Municípios
o certificado de quitação, ou de regularidade de situação.

SÚMULA Nº 78
Ação no Prazo - Demora na Citação Inerente ao Mecanismo da Justiça
- Arguição de Prescrição - Proposta a ação no prazo fixado para o seu
exercício, a demora na citação, por motivos inerentes ao mecanismo
da justiça, não justifica o acolhimento da arguição de prescrição.

SÚMULA Nº 84
Aposentadoria - Ex-Combatentes - Cálculo dos Proventos - A
aposentadoria assegurada no Art.197, letra “c”, da Constituição Federal,
712 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

aos ex-combatentes, submete-se, quanto ao cálculo dos proventos, aos


critérios da legislação previdenciária, ressalvada a situação daqueles
que, na vigência da Lei nº 4.297, de 1963, preencheram as condições
nela previstas.

SÚMULA Nº 85
Contribuição Previdenciária da Empresa por Serviços Prestados pelo
Trabalhador Autônomo - A contribuição previdenciária da empresa,
por serviços prestados pelo trabalhador autônomo, passou a ser devida
a partir da vigência do Decreto-Lei nº 959, de 13.10.69.

SÚMULA Nº 91
Reajuste do Abono de Permanência - Critério das Variações do Salário
– Vigência - O reajuste do abono de permanência, a partir da vigência
do Decreto-Lei nº 795, de 1969, obedece ao critério das variações do
salário.

SÚMULA Nº 93
Multa - Atraso no Pagamento das Contribuições Previdenciárias -
Pessoas de Direito Público - A multa decorrente do atraso no pagamento
das contribuições previdenciárias não e aplicável às pessoas de direito
público.

SÚMULA Nº 94
Despesas com Assistência Médico-Hospitalar - Acidente de Trânsito
- Sub-Rogação do INPS - Seguro Obrigatório - Provadas as despesas
com assistência médico-hospitalar prestada assegurada, vitima de
acidente de transito, tem o INPS direito a sub-rogação perante a
seguradora responsável pelo seguro obrigatório.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 713

SÚMULA Nº 104
Amparo - Ex-Combatente - Teatro de Operações Bélicas da Itália - A
Lei 2.579, de 1955, somente ampara o ex-combatente que tenha servido
no teatro de operações bélicas da Itália.

SÚMULA Nº 107
Ação de Cobrança do Crédito Previdenciário Contra a Fazenda
Pública - Prescrição Quinquenal - A ação de cobrança do crédito
previdenciário contra a Fazenda Pública está sujeita a prescrição
quinquenal estabelecida no Decreto nº 20.910, de 1932.

SÚMULA Nº 108
Constituição do Crédito Previdenciário - Prazo de Decadência - A
Constituição do crédito previdenciário esta sujeita ao prazo de
decadência de cinco anos.

SÚMULA Nº 122
Companheira - Pensão do Segurado Falecido - A companheira,
atendidos os requisitos legais, faz jus a pensão do segurado falecido,
quer em concorrência com os filhos do casal, quer em sucessão a estes,
não constituindo obstáculo a ocorrência do óbito antes da vigência do
Decreto-Lei 66, de 1966.

SÚMULA Nº 126
Cobrança de Crédito Previdenciário - Execução de Contrato de
Construção de Obra - Na cobrança de crédito previdenciário,
proveniente da execução de contrato de construção de obra, o
proprietário, dono da obra ou condômino de unidade imobiliária,
somente será acionado quando não for possível lograr do construtor,
através de execução contra ele intentada a respectiva liquidação.
714 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

SÚMULA Nº 144
Para que faça jus a isenção da quota patronal relativa as contribuições
previdenciárias, e indispensável comprove a entidade filantrópica ter
sido declarada de utilidade pública por Decreto federal.

SÚMULA Nº 146
A “quota de previdência” relativa aos serviços prestados pelos Estados,
Municípios e suas Autarquias incide sobre tarifas ou preços públicos,
mesmo no regime anterior ao Decreto-Lei 1.505, de 1976, não atingindo,
porém, as taxas, entendidas estas na restrita acepção de espécie do
gênero tributo.

SÚMULA Nº 159
É legitima a divisão da pensão previdenciária entre a esposa e a
companheira, atendidos os requisitos exigidos.

SÚMULA Nº 160
A suspeita de fraude na concessão de benefício previdenciário, não
enseja, de plano, a sua suspensão ou cancelamento, mas dependerá de
apuração em procedimento administrativo.

SÚMULA Nº 167
A contribuição previdenciária não incide sobre o valor da habitação
fornecida por empresa agroindustrial, a titulo de liberalidade, a seus
empregados, em observância a acordo coletivo de trabalho.

SÚMULA Nº 168
O encargo de 20%, do Decreto-Lei 1.025, de 1969, e sempre devido
nas execuções fiscais da União e substitui, nos embargos, a condenação
do devedor em honorários advocatícios.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 715

SÚMULA Nº 169
Na comarca em que não foi criada Junta de Conciliação e Julgamento,
é competente o Juiz de Direito para processar e julgar litígios de
natureza trabalhista.

SÚMULA Nº 170
Não se extingue a pensão previdenciária, se do novo casamento não
resulta melhoria na situação econômico-financeira da viúva, de modo
a tornar dispensável o benefício.

SÚMULA Nº 171
No cálculo da renda mensal do benefício de aposentadoria-invalidez
e considerado como de atividade o período em que o segurado tenha
percebido auxílio-doença ou outra aposentadoria-invalidez.

SÚMULA Nº 175
A base de cálculo da contribuição do FUNRURAL é o valor comercial
da mercadoria, neste incluído ICM, se devido.

SÚMULA Nº 180
Compete à Justiça Federal processar e julgar pedidos de
complementação de proventos da aposentadoria dos ferroviários
cedidos a Rede Ferroviária Federal S-A. Imprópria a reclamação
trabalhista para a espécie.

SÚMULA Nº 185
Filhos solteiros maiores e inválidos, presumida a dependência
econômica, tem direito a pensão previdenciária por morte do pai.
716 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

SÚMULA Nº 197
A pensão por morte de trabalhador rural, ocorrida após a entrada em
vigor da Lei complementar nº 11, de 1971, não requerida na via
administrativa, e devida a partir da citação.

SÚMULA Nº 198
Atendidos os demais requisitos, e devida a aposentadoria especial, se
perícia judicial constata que a atividade exercida pelo segurado e
perigosa, insalubre ou penosa, mesmo não inscrita em regulamento.

SÚMULA Nº 201
Não constitui obstáculo a conversão da aposentadoria comum, por
tempo de serviço, em especial, o fato de o segurado haver se aposentado
antes da vigência da Lei 6.887, de 1980.

SÚMULA Nº 204
O fato de a Lei 6.439, de 1977, que instituiu o SINPAS, dizer que as
entidades da Previdência Social tem sede e foro no Distrito Federal
podendo, provisoriamente, funcionar no Rio de Janeiro, não importa
em que as ações contra elas interpostas devam ser necessariamente
ajuizadas nesta última cidade.

SÚMULA Nº 206
O reajuste da base de cálculo de contribuições previdenciárias,
instituído pelo Art. 5º e parágrafos da Lei 6.332-76, não esta sujeito ao
princípio da anterioridade.

SÚMULA Nº 213
O exaurimento da via administrativa não é condição para a propositura
de ação de natureza previdenciária.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 717

SÚMULA Nº 216
Compete à Justiça Federal processar e julgar mandado de segurança
impetrado contra ato de autoridade previdenciária, ainda que localizada
em comarca do interior.

SÚMULA Nº 219
Não havendo antecipação de pagamento, o direito de constituir o
crédito previdenciário extingue-se decorridos cinco anos do primeiro
dia do exercício seguinte aquele em que ocorreu o fato gerador.

SÚMULA Nº 229
A mãe do segurado tem direito a pensão previdenciária, em caso de
morte do filho, se provada a dependência econômica, mesmo não
exclusiva.

SÚMULA Nº 231
O aeronauta em atividade profissional, após reunir as condições para
aposentadoria especial por tempo de serviço, tem direito ao abono de
permanência.

SÚMULA Nº 232
A pensão do Art. 5º, parágrafo único, da Lei 3.373-58, ampara com
exclusividade as filhas de funcionário público federal. (lei revogada)

SÚMULA Nº 243
É vedada a acumulação da pensão especial concedida pelo Art. 30 da
Lei 4.242, de 1963, com qualquer renda dos cofres públicos, inclusive
benefício da Previdência Social.
718 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

SÚMULA Nº 260
No primeiro reajuste do benefício previdenciário, deve-se aplicar o
índice integral do aumento verificado, independentemente do mês da
concessão, considerado, nos reajustes subsequentes, o salário mínimo
então atualizado.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 719

TST – Tribunal Superior do Trabalho


Súmulas

SÚMULA Nº 01
PRAZO JUDICIAL (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 -
Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação com
efeito de intimação for feita nesse dia, o prazo judicial será contado da
segunda-feira imediata, inclusive, salvo se não houver expediente, caso
em que fluirá no dia útil que se seguir.

SÚMULA Nº 06
EQUIPARAÇÃO SALARIAL. ART. 461 DA CLT (redação do item VI
alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 16.11.2010) Res.
172/2010, DEJT divulgado em 19, 22 e 23.11.2010 - I - Para os fins
previstos no § 2º do art. 461 da CLT, só é válido o quadro de pessoal
organizado em carreira quando homologado pelo Ministério do
Trabalho, excluindo-se, apenas, dessa exigência o quadro de carreira
das entidades de direito público da administração direta, autárquica e
fundacional aprovado por ato administrativo da autoridade
competente. (ex-Súmula nº 06 – alterada pela Res. 104/2000, DJ
20.12.2000). II - Para efeito de equiparação de salários em caso de
trabalho igual, conta-se o tempo de serviço na função e não no emprego.
(ex-Súmula nº 135 - RA 102/1982, DJ 11.10.1982 e DJ 15.10.1982). III -
A equiparação salarial só é possível se o empregado e o paradigma
exercerem a mesma função, desempenhando as mesmas tarefas, não
importando se os cargos têm, ou não, a mesma denominação. (ex-OJ
da SBDI-1 nº 328 - DJ 09.12.2003). IV - É desnecessário que, ao tempo
da reclamação sobre equiparação salarial, reclamante e paradigma
estejam a serviço do estabelecimento, desde que o pedido se relacione
720 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

com situação pretérita. (ex-Súmula nº 22 - RA 57/1970, DO-GB


27.11.1970). V - A cessão de empregados não exclui a equiparação
salarial, embora exercida a função em órgão governamental estranho à
cedente, se esta responde pelos salários do paradigma e do reclamante.
(ex-Súmula nº 111 - RA 102/1980, DJ 25.09.1980). VI - Presentes os
pressupostos do art. 461 da CLT, é irrelevante a circunstância de que o
desnível salarial tenha origem em decisão judicial que beneficiou o
paradigma, exceto se decorrente de vantagem pessoal, de tese jurídica
superada pela jurisprudência de Corte Superior ou, na hipótese de
equiparação salarial em cadeia, se não demonstrada a presença dos
requisitos da equiparação em relação ao paradigma que deu origem à
pretensão, caso arguida a objeção pelo reclamado. (item alterado na
sessão do Tribunal Pleno realizada em 16.11.2010). VII - Desde que
atendidos os requisitos do art. 461 da CLT, é possível a equiparação
salarial de trabalho intelectual, que pode ser avaliado por sua perfeição
técnica, cuja aferição terá critérios objetivos. (ex-OJ da SBDI-1 nº 298
- DJ 11.08.2003). VIII - É do empregador o ônus da prova do fato
impeditivo, modificativo ou extintivo da equiparação salarial. (ex-
Súmula nº 68 - RA 9/1977, DJ 11.02.1977). IX - Na ação de equiparação
salarial, a prescrição é parcial e só alcança as diferenças salariais
vencidas no período de 5 (cinco) anos que precedeu o ajuizamento.
(ex-Súmula nº 274 - alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003). X - O
conceito de “mesma localidade” de que trata o art. 461 da CLT refere-
se, em princípio, ao mesmo município, ou a municípios distintos que,
comprovadamente, pertençam à mesma região metropolitana. (ex-OJ
da SBDI-1 nº 252 - inserida em 13.03.2002)

SÚMULA Nº 08
JUNTADA DE DOCUMENTO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e
21.11.2003 - A juntada de documentos na fase recursal só se justifica
quando provado o justo impedimento para sua oportuna apresentação
ou se referir a fato posterior à sentença.

SÚMULA Nº 15
ATESTADO MÉDICO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 721

21.11.2003 - A justificação da ausência do empregado motivada por


doença, para a percepção do salário-enfermidade e da remuneração do
repouso semanal, deve observar a ordem preferencial dos atestados
médicos estabelecida em lei.

SÚMULA Nº 17
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE (cancelada na sessão do Tribunal
Pleno realizada em 26.06.2008) - Res. 148/2008, DJ 04 e 07.07.2008 -
Republicada DJ 08, 09 e 10.07.2008 - O adicional de insalubridade
devido a empregado que, por força de lei, convenção coletiva ou
sentença normativa, percebe salário profissional será sobre este
calculado.

SÚMULA Nº 39
PERICULOSIDADE (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
- Os empregados que operam em bomba de gasolina têm direito ao
adicional de periculosidade (Lei nº 2.573, de 15.08.1955).

SÚMULA Nº 46
ACIDENTE DE TRABALHO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e
21.11.2003 - As faltas ou ausências decorrentes de acidente do trabalho
não são consideradas para os efeitos de duração de férias e cálculo da
gratificação natalina.

SÚMULA Nº 47
INSALUBRIDADE (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
- O trabalho executado em condições insalubres, em caráter
intermitente, não afasta, só por essa circunstância, o direito à percepção
do respectivo adicional.

SÚMULA Nº 70
722 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

ADICIONAL DE PERICULOSIDADE (mantida) - Res. 121/2003, DJ


19, 20 e 21.11.2003 - O adicional de periculosidade não incide sobre
os triênios pagos pela Petrobras.

SÚMULA Nº 72
APOSENTADORIA (nova redação) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e
21.11.2003 - O prêmio-aposentadoria instituído por norma
regulamentar da empresa não está condicionado ao disposto no § 2º
do art. 14 da Lei nº 8.036, de 11.05.1990.

SÚMULA Nº 80
INSALUBRIDADE (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 -
A eliminação da insalubridade mediante fornecimento de aparelhos
protetores aprovados pelo órgão competente do Poder Executivo exclui
a percepção do respectivo adicional.

SÚMULA Nº 82
ASSISTÊNCIA (nova redação) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 -
A intervenção assistencial, simples ou adesiva, só é admissível se
demonstrado o interesse jurídico e não o meramente econômico.

SÚMULA Nº 87
PREVIDÊNCIA PRIVADA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e
21.11.2003 - Se o empregado, ou seu beneficiário, já recebeu da
instituição previdenciária privada, criada pela empresa, vantagem
equivalente, é cabível a dedução de seu valor do benefício a que faz jus
por norma regulamentar anterior.

SÚMULA Nº 90
HORAS “IN ITINERE”. TEMPO DE SERVIÇO (incorporadas as
Súmulas nºs 324 e 325 e as Orientações Jurisprudenciais nºs 50 e
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 723

236 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 - I - O tempo


despendido pelo empregado, em condução fornecida pelo empregador,
até o local de trabalho de difícil acesso, ou não servido por transporte
público regular, e para o seu retorno é computável na jornada de
trabalho. (ex-Súmula nº 90 - RA 80/1978, DJ 10.11.1978). II - A
incompatibilidade entre os horários de início e término da jornada do
empregado e os do transporte público regular é circunstância que
também gera o direito às horas “in itinere”. (ex-OJ nº 50 da SBDI-1 -
inserida em 01.02.1995). III - A mera insuficiência de transporte público
não enseja o pagamento de horas “in itinere”. (ex-Súmula nº 324 –
Res. 16/1993, DJ 21.12.1993). IV - Se houver transporte público regular
em parte do trajeto percorrido em condução da empresa, as horas “in
itinere” remuneradas limitam-se ao trecho não alcançado pelo
transporte público. (ex-Súmula nº 325 – Res. 17/1993, DJ 21.12.1993).
V - Considerando que as horas “in itinere” são computáveis na jornada
de trabalho, o tempo que extrapola a jornada legal é considerado como
extraordinário e sobre ele deve incidir o adicional respectivo. (ex-OJ
nº 236 da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001)

SÚMULA Nº 92
APOSENTADORIA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 -
O direito à complementação de aposentadoria, criado pela empresa,
com requisitos próprios, não se altera pela instituição de benefício
previdenciário por órgão oficial.

SÚMULA Nº 97
APOSENTADORIA. COMPLEMENTAÇÃO (mantida) - Res. 121/2003,
DJ 19, 20 e 21.11.2003 - Instituída complementação de aposentadoria
por ato da empresa, expressamente dependente de regulamentação, as
condições desta devem ser observadas como parte integrante da
norma.

SÚMULA Nº160
APOSENTADORIA POR INVALIDEZ (mantida) - Res. 121/2003, DJ
724 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

19, 20 e 21.11.2003- Cancelada a aposentadoria por invalidez, mesmo


após cinco anos, o trabalhador terá direito de retornar ao emprego,
facultado, porém, ao empregador, indenizá-lo na forma da lei (ex-
Prejulgado nº 37).

SÚMULA Nº 241
SALÁRIO-UTILIDADE. ALIMENTAÇÃO (mantida) - Res. 121/2003,
DJ 19, 20 e 21.11.2003- O vale para refeição, fornecido por força do
contrato de trabalho, tem caráter salarial, integrando a remuneração
do empregado, para todos os efeitos legais.

SÚMULA Nº 254
SALÁRIO-FAMÍLIA. TERMO INICIAL DA OBRIGAÇÃO (mantida) -
Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 - O termo inicial do direito ao
salário-família coincide com a prova da filiação. Se feita em juízo,
corresponde à data de ajuizamento do pedido, salvo se comprovado
que anteriormente o empregador se recusara a receber a respectiva
certidão.

SÚMULA Nº 260
SALÁRIO-MATERNIDADE. CONTRATO DE EXPERIÊNCIA
(cancelada) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 - No contrato de
experiência, extinto antes do período de 4 (quatro) semanas que
precede ao parto, a empregada não tem direito a receber, do empregador,
o salário-maternidade.

SÚMULA Nº 288
COMPLEMENTAÇÃO DOS PROVENTOS DA APOSENTADORIA
(mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 - A complementação
dos proventos da aposentadoria é regida pelas normas em vigor na
data da admissão do empregado, observando-se as alterações
posteriores desde que mais favoráveis ao beneficiário do direito.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 725

SÚMULA Nº311
BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO A DEPENDENTE DE EX-
EMPREGADO. CORREÇÃO MONETÁRIA. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL
(mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 - O cálculo da correção
monetária incidente sobre débitos relativos a benefícios previdenciários
devidos a dependentes de ex-empregado pelo empregador, ou por
entidade de previdência privada a ele vinculada, será o previsto na
Lei nº 6.899, de 08.04.1981.

SÚMULA Nº 313
COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. PROPORCIONA-
LIDADE. BANESPA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
- A complementação de aposentadoria, prevista no art. 106, e seus
parágrafos, do regulamento de pessoal editado em 1965, só é integral
para os empregados que tenham 30 (trinta) ou mais anos de serviços
prestados exclusivamente ao banco.

SÚMULA Nº 326
COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. PRESCRIÇÃO TOTAL
(nova redação) - Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011
- A pretensão à complementação de aposentadoria jamais recebida
prescreve em 2 (dois) anos contados da cessação do contrato de
trabalho.

SÚMULA Nº 327
COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. DIFERENÇAS.
PRESCRIÇÃO PARCIAL (nova redação) - Res. 174/2011, DEJT
divulgado em 27, 30 e 31.05.2011 -A pretensão a diferenças de
complementação de aposentadoria sujeita-se à prescrição parcial e
quinquenal, salvo se o pretenso direito decorrer de verbas não
recebidas no curso da relação de emprego e já alcançadas pela
prescrição, à época da propositura da ação.
726 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

SÚMULA Nº 332
COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. PETROBRAS.
MANUAL DE PESSOAL. NORMA PROGRAMÁTICA (mantida) - Res.
121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 - As normas relativas à
complementação de aposentadoria, inseridas no Manual de Pessoal
da Petrobras, têm caráter meramente programático, delas não
resultando direito à referida complementação.

SÚMULA Nº 344
SALÁRIO-FAMÍLIA. TRABALHADOR RURAL (mantida) - Res. 121/
2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 - O salário-família é devido aos
trabalhadores rurais somente após a vigência da Lei nº 8.213, de
24.07.1991.

SÚMULA Nº 363
CONTRATO NULO. EFEITOS (nova redação) - Res. 121/2003, DJ 19,
20 e 21.11.2003 - A contratação de servidor público, após a CF/1988,
sem prévia aprovação em concurso público, encontra óbice no
respectivo art. 37, II e § 2º, somente lhe conferindo direito ao pagamento
da contraprestação pactuada, em relação ao número de horas
trabalhadas, respeitado o valor da hora do salário mínimo, e dos valores
referentes aos depósitos do FGTS.

SÚMULA Nº367
UTILIDADES “IN NATURA”. HABITAÇÃO. ENERGIA ELÉTRICA.
VEÍCULO. CIGARRO. NÃO INTEGRAÇÃO AO SALÁRIO (conversão
das Orientações Jurisprudenciais nºs 24, 131 e 246 da SBDI-1) - Res.
129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 - I - A habitação, a energia elétrica e
veículo fornecidos pelo empregador ao empregado, quando
indispensáveis para a realização do trabalho, não têm natureza salarial,
ainda que, no caso de veículo, seja ele utilizado pelo empregado também
em atividades particulares. (ex-Ojs da SBDI-1 nºs 131 - inserida em
20.04.1998 e ratificada pelo Tribunal Pleno em 07.12.2000 - e 246 -
inserida em 20.06.2001)
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 727

II - O cigarro não se considera salário utilidade em face de sua


nocividade à saúde. (ex-OJ nº 24 da SBDI-1 - inserida em 29.03.1996)

SÚMULA Nº 368
DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS E FISCAIS. COMPETÊNCIA.
RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO. FORMA DE CÁLCULO
(inciso I alterado) - Res. 138/2005, DJ 23, 24 e 25.11.2005 - I. A Justiça
do Trabalho é competente para determinar o recolhimento das
contribuições fiscais. A competência da Justiça do Trabalho, quanto à
execução das contribuições previdenciárias, limita-se às sentenças
condenatórias em pecúnia que proferir e aos valores, objeto de acordo
homologado, que integrem o salário-de-contribuição. (ex-OJ nº 141 da
SBDI-1 - inserida em 27.11.1998). II. É do empregador a
responsabilidade pelo recolhimento das contribuições previdenciárias
e fiscais, resultante de crédito do empregado oriundo de condenação
judicial, devendo incidir, em relação aos descontos fiscais, sobre o
valor total da condenação, referente às parcelas tributáveis, calculado
ao final, nos termos da Lei nº 8.541, de 23.12.1992, art. 46 e Provimento
da CGJT nº 01/1996. (ex-OJs nºs 32 e 228 da SBDI-1 - inseridas,
respectivamente, em 14.03.1994 e 20.06.2001). III. Em se tratando de
descontos previdenciários, o critério de apuração encontra-se
disciplinado no art. 276, §4º, do Decreto n º 3.048/1999 que
regulamentou a Lei nº 8.212/1991 e determina que a contribuição do
empregado, no caso de ações trabalhistas, seja calculada mês a mês,
aplicando-se as alíquotas previstas no art. 198, observado o limite
máximo do salário de contribuição. (ex-OJs nºs 32 e 228 da SBDI-1 –
inseridas, respectivamente, em 14.03.1994 e 20.06.2001).

SÚMULA Nº 378
ESTABILIDADE PROVISÓRIA. ACIDENTE DO TRABALHO. ART. 118
DA LEI Nº 8.213/1991. CONSTITUCIONALIDADE. PRESSUPOSTOS
(conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 105 e 230 da SBDI-
1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 - I - É constitucional o artigo
118 da Lei nº 8.213/1991 que assegura o direito à estabilidade provisória
por período de 12 meses após a cessação do auxílio-doença ao
728 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

empregado acidentado. (ex-OJ nº 105 da SBDI-1 - inserida em


01.10.1997). II - São pressupostos para a concessão da estabilidade o
afastamento superior a 15 dias e a consequente percepção do auxílio-
doença acidentário, salvo se constatada, após a despedida, doença
profissional que guarde relação de causalidade com a execução do
contrato de emprego. (primeira parte - ex-OJ nº 230 da SBDI-1 - inserida
em 20.06.2001).

SÚMULA Nº 387
RECURSO. FAC-SÍMILE. LEI Nº 9.800/1999 (inserido o item IV à
redação) - Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011 - I -
A Lei nº 9.800, de 26.05.1999, é aplicável somente a recursos
interpostos após o início de sua vigência. (ex-OJ nº 194 da SBDI-1 -
inserida em 08.11.2000). II - A contagem do quinquídio para
apresentação dos originais de recurso interposto por intermédio de
fac-símile começa a fluir do dia subsequente ao término do prazo
recursal, nos termos do art. 2º da Lei nº 9.800, de 26.05.1999, e não do
dia seguinte à interposição do recurso, se esta se deu antes do termo
final do prazo. (ex-OJ nº 337 da SBDI-1 - primeira parte - DJ 04.05.2004).
III - Não se tratando a juntada dos originais de ato que dependa de
notificação, pois a parte, ao interpor o recurso, já tem ciência de seu
ônus processual, não se aplica a regra do art. 184 do CPC quanto ao
“dies a quo”, podendo coincidir com sábado, domingo ou feriado. (ex-
OJ nº 337 da SBDI-1 - “in fine” - DJ 04.05.2004). IV – A autorização
para utilização do fac-símile, constante do art. 1º da Lei n.º 9.800, de
26.05.1999, somente alcança as hipóteses em que o documento é
dirigido diretamente ao órgão jurisdicional, não se aplicando à
transmissão ocorrida entre particulares.

SÚMULA Nº 389
SEGURO-DESEMPREGO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO
TRABALHO. DIREITO À INDENIZAÇÃO POR NÃO LIBERAÇÃO DE
GUIAS (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 210 e 211
da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 - I - Inscreve-se na
competência material da Justiça do Trabalho a lide entre empregado e
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 729

empregador tendo por objeto indenização pelo não fornecimento das


guias do seguro-desemprego. (ex-OJ nº 210 da SBDI-1 - inserida em
08.11.2000). II - O não fornecimento pelo empregador da guia
necessária para o recebimento do seguro-desemprego dá origem ao
direito à indenização. (ex-OJ nº 211 da SBDI-1 - inserida em
08.11.2000).

SÚMULA Nº 391
ESTABILIDADE. ART. 41 DA CF/1988. CELETISTA. ADMINISTRAÇÃO
DIRETA, AUTÁRQUICA OU FUNDACIONAL. APLICABILIDADE.
EMPREGADO DE EMPRESA PÚBLICA E SOCIEDADE DE
ECONOMIA MISTA. INAPLICÁVEL (conversão das Orientações
Jurisprudenciais nºs 229 e 265 da SBDI-1 e da Orientação
Jurisprudencial nº 22 da SBDI-2) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e
25.04.2005 - I - O servidor público celetista da administração direta,
autárquica ou fundacional é beneficiário da estabilidade prevista no
art. 41 da CF/1988. (ex-OJs nºs 265 da SBDI-1 - inserida em 27.09.2002
- e 22 da SBDI-2 - inserida em 20.09.2000). II - Ao empregado de empresa
pública ou de sociedade de economia mista, ainda que admitido
mediante aprovação em concurso público, não é garantida a estabilidade
prevista no art. 41 da CF/1988. (ex-OJ nº 229 da SBDI-1 - inserida em
20.06.2001).

SÚMULA Nº 396
ESTABILIDADE PROVISÓRIA. PEDIDO DE REINTEGRAÇÃO.
CONCESSÃO DO SALÁRIO RELATIVO AO PERÍODO DE
ESTABILIDADE JÁ EXAURIDO. INEXISTÊNCIA DE JULGAMENTO
“EXTRA PETITA” (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs
106 e 116 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 - I -
Exaurido o período de estabilidade, são devidos ao empregado apenas
os salários do período compreendido entre a data da despedida e o
final do período de estabilidade, não lhe sendo assegurada a
reintegração no emprego. (ex-OJ nº 116 da SBDI-1 - inserida em
01.10.1997). II - Não há nulidade por julgamento “extra petita” da
decisão que deferir salário quando o pedido for de reintegração, dados
730 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

os termos do art. 496 da CLT. (ex-OJ nº 106 da SBDI-1 - inserida em


20.11.1997).

SÚMULA Nº 401
AÇÃO RESCISÓRIA. DESCONTOS LEGAIS. FASE DE EXECUÇÃO.
SENTENÇA EXEQUENDA OMISSA. INEXISTÊNCIA DE OFENSA À
COISA JULGADA (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 81
da SBDI-2) - Res. 137/2005 – DJ 22, 23 e 24.08.2005 - Os descontos
previdenciários e fiscais devem ser efetuados pelo juízo executório,
ainda que a sentença exequenda tenha sido omissa sobre a questão,
dado o caráter de ordem pública ostentado pela norma que os
disciplina. A ofensa à coisa julgada somente poderá ser caracterizada
na hipótese de o título exequendo, expressamente, afastar a dedução
dos valores a título de imposto de renda e de contribuição
previdenciária. (ex-OJ nº 81 da SBDI-2 - inserida em 13.03.2002)

SÚMULA Nº 420
COMPETÊNCIA FUNCIONAL. CONFLITO NEGATIVO. TRT E VARA
DO TRABALHO DE IDÊNTICA REGIÃO. NÃO CONFIGURAÇÃO
(conversão da Orientação Jurisprudencial nº 115 da SBDI-2) - Res.
137/2005, DJ 22, 23 e 24.08.2005 - Não se configura conflito de
competência entre Tribunal Regional do Trabalho e Vara do Trabalho
a ele vinculada. (ex-OJ nº 115 da SBDI-2 - DJ 11.08.2003)

SÚMULA Nº 434
RECURSO. INTERPOSIÇÃO ANTES DA PUBLICAÇÃO DO
ACÓRDÃO IMPUGNADO. EXTEMPORANEIDADE. (Conversão da
Orientação Jurisprudencial nº 357 da SBDI-1 e inserção do item II à
redação - Res. 177/2012, DEJT divulgado em 13, 14 e 15.02.2012 - I)
É extemporâneo recurso interposto antes de publicado o
acórdão impugnado. (ex-OJ nº 357 da SBDI-1 – inserida em
14.03.2008)
II) A interrupção do prazo recursal em razão da interposição de
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 731

embargos de declaração pela parte adversa não acarreta qualquer


prejuízo àquele que apresentou seu recurso tempestivamente.

SÚMULA Nº 440
AUXÍLIO-DOENÇA ACIDENTÁRIO. APOSENTADORIA POR
INVALIDEZ. SUSPENSÃO DO CONTRATO DE TRABALHO.
RECONHECIMENTO DO DIREITO À MANUTENÇÃO DE PLANO
DE SAÚDE OU DE ASSISTÊNCIA MÉDICA - Res. 185/2012, DEJT
divulgado em 25, 26 e 27.09.2012
Assegura-se o direito à manutenção de plano de saúde ou de
assistência médica oferecido pela empresa ao empregado, não obstante
suspenso o contrato de trabalho em virtude de auxílio-doença
acidentário ou de aposentadoria por invalidez.

Súmula nº 443

DISPENSA DISCRIMINATÓRIA. PRESUNÇÃO. EMPREGADO


PORTADOR DE DOENÇA GRAVE. ESTIGMA OU PRECONCEITO.
DIREITO À REINTEGRAÇÃO - Res. 185/2012, DEJT divulgado em
25, 26 e 27.09.2012. Presume-se discriminatória a despedida de
empregado portador do vírus HIV ou de outra doença grave que suscite
estigma ou preconceito. Inválido o ato, o empregado tem direito à
reintegração no emprego.
732 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 733

TST – Tribunal Superior do Trabalho


Tribunal Pleno/Órgão Especial

Orientações Jurisprudenciais - OJ

OJ Nº 06

PRECATÓRIO. EXECUÇÃO. LIMITAÇÃO DA CONDENAÇÃO


IMPOSTA PELO TÍTULO JUDICIAL EXEQUENDO À DATA DO
ADVENTO DA LEI Nº 8.112, DE 11.12.1990 (DJ 25.04.2007) - Em sede
de precatório, não configura ofensa à coisa julgada a limitação dos
efeitos pecuniários da sentença condenatória ao período anterior ao
advento da Lei nº 8.112, de 11.12.1990, em que o exequente submetia-
se à legislação trabalhista, salvo disposição expressa em contrário na
decisão exequenda.
734 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 735

TST – Tribunal Superior do Trabalho


Seção de Dissídios Individuais I – SDI-I

Orientações Jurisprudenciais - OJ

OJ Nº 18
COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. BANCO DO BRASIL.
(redação do item I alterada em decorrência do julgamento dos
processos TST-IUJ E-ED-RR-301900-52.2005.5.09.0661 e ERR 119900-
56.1999.5.04.0751) – Res. 175/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e
31.05.2011 - I – O valor das horas extras integra a remuneração do
empregado para o cálculo da complementação de aposentadoria, desde
que sobre ele incida a contribuição à Caixa de Previdência dos
Funcionários do Banco do Brasil - PREVI, observado o respectivo
regulamento no tocante à integração. II - Os adicionais AP e ADI não
integram o cálculo para a apuração do teto da complementação de
aposentadoria; (ex-OJ nº 21 da SDI-1 - inserida em 13.02.1995). III -
No cálculo da complementação de aposentadoria deve-se observar a
média trienal; (ex-OJs nºs 19 e 289 ambas da SDI-1 - inseridas
respectivamente em 05.06.95 e 11.08.2003). IV - A complementação
de aposentadoria proporcional aos anos de serviço prestados
exclusivamente ao Banco do Brasil somente se verifica a partir da
Circular Funci nº 436/63; (ex-OJ nº 20 da SDI-1 - inserida em
13.02.1995). V - O telex DIREC do Banco do Brasil nº 5003/1987 não
assegura a complementação de aposentadoria integral, porque não
aprovado pelo órgão competente ao qual a instituição se subordina.
(ex-OJ nº 136 da SDI-1 - inserida em 27.11.1998)
736 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

OJ Nº 26
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. COMPLEMENTAÇÃO
DE PENSÃO REQUERIDA POR VIÚVA DE EX-EMPREGADO (inserido
dispositivo) - DJ 20.04.2005 - A Justiça do Trabalho é competente para
apreciar pedido de complementação de pensão postulada por viúva
de ex-empregado, por se tratar de pedido que deriva do contrato de
trabalho.

OJ Nº 38
EMPREGADO QUE EXERCE ATIVIDADE RURAL. EMPRESA DE
REFLORESTAMENTO. PRESCRIÇÃO PRÓPRIA DO RURÍCOLA. (LEI
Nº 5.889, DE 08.06.1973, ART. 10, E DECRETO Nº 73.626, DE 12.02.19/
74, ART. 2º, § 4º) (inserido dispositivo) - DEJT divulgado em 16, 17 e
18.11.2010 - O empregado que trabalha em empresa de reflorestamento,
cuja atividade está diretamente ligada ao manuseio da terra e de matéria-
prima, é rurícola e não industriário, nos termos do Decreto n.º 73.626,
de 12.02.1974, art. 2º, § 4º, pouco importando que o fruto de seu
trabalho seja destinado à indústria. Assim, aplica-se a prescrição própria
dos rurícolas aos direitos desses empregados.

OJ Nº 44
GESTANTE. SALÁRIO-MATERNIDADE (inserida em13.09.1994) - É
devido o salário maternidade, de 120 dias, desde a promulgação da
CF/1988, ficando a cargo do empregador o pagamento do período
acrescido pela Carta.

OJ Nº 52
MANDATO. PROCURADOR DA UNIÃO, ESTADOS, MUNICÍPIOS E
DISTRITO FEDERAL, SUAS AUTARQUIAS E FUNDAÇÕES
PÚBLICAS. DISPENSÁVEL A JUNTADA DE PROCURAÇÃO. (LEI Nº
9.469, de 10 DE JULHO DE 1997) (inserido dispositivo e atualizada
a legislação) - DJ 20.04.2005 - A União, Estados, Municípios e Distrito
Federal, suas autarquias e fundações públicas quando representadas
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 737

em juízo, ativa e passivamente, por seus procuradores, estão


dispensadas da juntada de instrumento de mandato.

OJ Nº 129
PRESCRIÇÃO. COMPLEMENTAÇÃO DA PENSÃO E AUXÍLIO
FUNERAL (inserida em 20.04.1998) - A prescrição extintiva para
pleitear judicialmente o pagamento da complementação de pensão e
do auxílio-funeral é de 2 anos, contados a partir do óbito do empregado.

OJ Nº 130
PRESCRIÇÃO. MINISTÉRIO PÚBLICO. ARGUIÇÃO. “CUSTOS
LEGIS”. ILEGITIMIDADE (nova redação) - DJ 20.04.2005 - Ao exarar
o parecer na remessa de ofício, na qualidade de “custos legis”, o
Ministério Público não tem legitimidade para arguir a prescrição em
favor de entidade de direito público, em matéria de direito patrimonial
(arts. 194 do CC de 2002 e 219, § 5º, do CPC).

OJ Nº 138
COMPETÊNCIA RESIDUAL. REGIME JURÍDICO ÚNICO.
LIMITAÇÃO DA EXECUÇÃO (nova redação em decorrência da
incorporação da Orientação Jurisprudencial nº 249 da SBDI-1) - DJ
20.04.2005 - Compete à Justiça do Trabalho julgar pedidos de direitos
e vantagens previstos na legislação trabalhista referente a período
anterior à Lei nº 8.112/90, mesmo que a ação tenha sido ajuizada após
a edição da referida lei. A superveniência de regime estatutário em
substituição ao celetista, mesmo após a sentença, limita a execução ao
período celetista. (1ª parte - ex-OJ nº 138 da SDI-1 - inserida em
27.11.1998; 2ª parte - ex-OJ nº 249 - inserida em 13.03.2002).

OJ Nº 216
VALE-TRANSPORTE. SERVIDOR PÚBLICO CELETISTA. LEI Nº 7.418/
85. DEVIDO (inserido dispositivo) - DJ 20.04.2005 - Aos servidores
738 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

públicos celetistas é devido o vale-transporte, instituído pela Lei nº


7.418/85, de 16 de dezembro de 1985.

OJ Nº 224
COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. REAJUSTE. LEI Nº
9.069, DE 29.06.1995 (alterado) – DEJT divulgado em 16, 17 e
20.09.2010 - I - A partir da vigência da Medida Provisória nº 542, de
30.06.1994, convalidada pela Lei nº 9.069, de 29.06.1995, o critério de
reajuste da complementação de aposentadoria passou a ser anual e
não semestral, aplicando-se o princípio “rebus sic stantibus” diante
da nova ordem econômica.II - A alteração da periodicidade do reajuste
da complementação de aposentadoria – de semestral para anual –, não
afeta o direito ao resíduo inflacionário apurado nos meses de abril,
maio e junho de 1994, que deverá incidir sobre a correção realizada no
mês de julho de 1995.

OJ Nº 271
RURÍCOLA. PRESCRIÇÃO. CONTRATO DE EMPREGO EXTINTO.
EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 28/2000. INAPLICABILIDADE
(alterada) - DJ 22.11.2005 - O prazo prescricional da pretensão do
rurícola, cujo contrato de emprego já se extinguira ao sobrevir a Emenda
Constitucional nº 28, de 26/05/2000, tenha sido ou não ajuizada a ação
trabalhista, prossegue regido pela lei vigente ao tempo da extinção do
contrato de emprego.

OJ Nº 276
AÇÃO DECLARATÓRIA. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA
(DJ 11.08.2003) - É incabível ação declaratória visando a declarar direito
à complementação de aposentadoria, se ainda não atendidos os
requisitos necessários à aquisição do direito, seja por via regulamentar,
ou por acordo coletivo.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 739

OJ Nº 339
TETO REMUNERATÓRIO. EMPRESA PÚBLICA E SOCIEDADE DE
ECONOMIA MISTA. ART. 37, XI, DA CF/88 (ANTERIOR À EMENDA
CONSTITUCIONAL Nº 19/98) (nova redação) - DJ 20.04.2005 - As
empresas públicas e as sociedades de economia mista estão submetidas
à observância do teto remuneratório previsto no inciso XI do art. 37
da CF/88, sendo aplicável, inclusive, ao período anterior à alteração
introduzida pela Emenda Constitucional nº 19/98.

OJ Nº 361
APOSENTADORIA ESPONTÂNEA. UNICIDADE DO CONTRATO DE
TRABALHO. MULTA DE 40% DO FGTS SOBRE TODO O PERÍODO
(DJ 20, 21 e 23.05.2008) - A aposentadoria espontânea não é causa de
extinção do contrato de trabalho se o empregado permanece prestando
serviços ao empregador após a jubilação. Assim, por ocasião da sua
dispensa imotivada, o empregado tem direito à multa de 40% do FGTS
sobre a totalidade dos depósitos efetuados no curso do pacto laboral.

OJ Nº 363
DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS E FISCAIS. CONDENAÇÃO DO
EMPREGADOR EM RAZÃO DO INADIMPLEMENTO DE VERBAS
REMUNERATÓRIAS. RESPONSABILIDADE DO EMPREGADO PELO
PAGAMENTO. ABRANGÊNCIA (DJ 20, 21 e 23.05.2008) - A
responsabilidade pelo recolhimento das contribuições social e fiscal,
resultante de condenação judicial referente a verbas remuneratórias, é
do empregador e incide sobre o total da condenação. Contudo, a culpa
do empregador pelo inadimplemento das verbas remuneratórias não
exime a responsabilidade do empregado pelos pagamentos do imposto
de renda devido e da contribuição previdenciária que recaia sobre sua
quota-parte.

OJ Nº 368
DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS. ACORDO HOMOLOGADO EM
740 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

JUÍZO. INEXISTÊNCIA DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO. PARCELAS


INDENIZATÓRIAS. AUSÊNCIA DE DISCRIMINAÇÃO. INCIDÊNCIA
SOBRE O VALOR TOTAL. (DEJT divulgado em 03, 04 e 05.12.2008) -
É devida a incidência das contribuições para a Previdência Social sobre
o valor total do acordo homologado em juízo, independentemente do
reconhecimento de vínculo de emprego, desde que não haja
discriminação das parcelas sujeitas à incidência da contribuição
previdenciária, conforme parágrafo único do art. 43 da Lei nº 8.212,
de 24.07.1991, e do art. 195, I, “a”, da CF/1988.

OJ Nº 375
AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ.
SUSPENSÃO DO CONTRATO DE TRABALHO. PRESCRIÇÃO.
CONTAG E M . ( D E J T divulgado em 19, 20 e 22.04.2010) - A
suspensão do contrato de trabalho, em virtude da percepção do auxílio-
doença ou da aposentadoria por invalidez, não impede a fluência da
prescrição quinquenal, ressalvada a hipótese de absoluta
impossibilidade de acesso ao Judiciário.

OJ Nº 376
CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. ACORDO HOMOLOGADO EM
JUÍZO APÓS O TRÂNSITO EM JULGADO DA SENTENÇA
CONDENATÓRIA. INCIDÊNCIA SOBRE O VALOR
HOMOLOGADO. ( D E J T divulgado em 19, 20 e 22.04.2010) - É
devida a contribuição previdenciária sobre o valor do acordo celebrado
e homologado após o trânsito em julgado de decisão judicial, respeitada
a proporcionalidade de valores entre as parcelas de natureza salarial e
indenizatória deferidas na decisão condenatória e as parcelas objeto
do acordo.

OJ Nº 381
INTERVALO INTRAJORNADA. RURÍCOLA. LEI N.º 5.889, DE
08.06.1973. SUPRESSÃO TOTAL OU PARCIAL. DECRETO N.º 73.626,
DE 12.02.1974. APLICAÇÃO DO ART. 71, § 4º, DA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 741

CLT. (DEJT divulgado em 19, 20 e 22.04.2010) - A não concessão


total ou parcial do intervalo mínimo intrajornada de uma hora ao
trabalhador rural, fixado no Decreto n.º 73.626, de 12.02.1974, que
regulamentou a Lei n.º 5.889, de 08.06.1973, acarreta o pagamento do
período total, acrescido do respectivo adicional, por aplicação
subsidiária do art. 71, § 4º, da CLT.

OJ Nº 398
CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. ACORDO HOMOLOGADO EM
JUÍZO SEM RECONHECIMENTO DE VÍNCULO DE EMPREGO.
CONTRIBUINTE INDIVIDUAL. RECOLHIMENTO DA ALÍQUOTA
DE 20% A CARGO DO TOMADOR E 11% A CARGO DO PRESTADOR
DE SERVIÇOS. (DEJT divulgado em 02, 03 e 04.08.2010) - Nos
acordos homologados em juízo em que não haja o reconhecimento de
vínculo empregatício, é devido o recolhimento da contribuição
previdenciária, mediante a alíquota de 20% a cargo do tomador de
serviços e de 11% por parte do prestador de serviços, na qualidade de
contribuinte individual, sobre o valor total do acordo, respeitado o
teto de contribuição. Inteligência do § 4º do art. 30 e do inciso III do
art. 22, todos da Lei n.º 8.212, de 24.07.1991.

OJ nº 414
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. EXECUÇÃO DE
OFÍCIO. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL REFERENTE AO SEGURO DE
ACIDENTE DE TRABALHO (SAT). ARTS. 114, VIII, E 195, I, “A”, DA
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. (DEJT divulgado em 14,
1 5 e16.02.2012) - Compete à Justiça do Trabalho a execução, de ofício,
da contribuição referente ao Seguro de Acidente de Trabalho (SAT),
que tem natureza de contribuição para a seguridade social (arts. 114,
VIII, e 195, I, “a”, da CF), pois se destina ao financiamento de benefícios
relativos à incapacidade do empregado decorrente de infortúnio no
trabalho (arts. 11 e 22 da Lei nº 8.212/1991).
742 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

OJ nº 417
PRESCRIÇÃO. RURÍCOLA. EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 28, DE
26.05.2000. CONTRATO DE TRABALHO EM CURSO. ( D E J T
divulgado em 14, 15 e 16.02.2012) - Não há prescrição total ou parcial
da pretensão do trabalhador rural que reclama direitos relativos a
contrato de trabalho que se encontrava em curso à época da
promulgação da Emenda Constitucional nº 28, de 26.05.2000, desde
que ajuizada a demanda no prazo de cinco anos de sua publicação,
observada a prescrição bienal.

OJ nº421
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR
DANOS MORAIS E MATERIAIS DECORRENTES DE ACIDENTE DE
TRABALHO OU DE DOENÇA PROFISSIONAL. AJUIZAMENTO
PERANTE A JUSTIÇA COMUM ANTES DA PROMULGAÇÃO DA
EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 45/2004. POSTERIOR REMESSA
DOS AUTOS À JUSTIÇA DO TRABALHO. ART. 20 DO CPC.
INCIDÊNCIA. (DEJT divulgado em 01, 04 e 05.02.2013). A
condenação em honorários advocatícios nos autos de ação de
indenização por danos morais e materiais decorrentes de acidente de
trabalho ou de doença profissional, remetida à Justiça do Trabalho
após ajuizamento na Justiça comum, antes da vigência da Emenda
Constitucional nº 45/2004, decorre da mera sucumbência, nos termos
do art. 20 do CPC, não se sujeitando aos requisitos da Lei nº 5.584/
1970.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 743

TST – Tribunal Superior do Trabalho


Seção de Dissídios Individuais II – SDI-II

Orientações Jurisprudenciais - OJ

OJ nº 57
MANDADO DE SEGURANÇA. INSS. TEMPO DE SERVIÇO.
AVERBAÇÃO E/OU RECONHECIMENTO (inserida em 20.09.2000)
- Conceder-se-á mandado de segurança para impugnar ato que
determina ao INSS o reconhecimento e/ou averbação de tempo de
serviço.

OJ nº 94
AÇÃO RESCISÓRIA. COLUSÃO. FRAUDE À LEI. RECLAMATÓRIA
SIMULADA EXTINTA (inserida em 27.09.2002) - A decisão ou acordo
judicial subjacente à reclamação trabalhista, cuja tramitação deixa
nítida a simulação do litígio para fraudar a lei e prejudicar terceiros,
enseja ação rescisória, com lastro em colusão. No juízo rescisório, o
processo simulado deve ser extinto.

OJ nº 142
MANDADO DE SEGURANÇA. REINTEGRAÇÃO LIMINARMENTE
CONCEDIDA (DJ 04.05.2004)Inexiste direito líquido e certo a ser
oposto contra ato de Juiz que, antecipando a tutela jurisdicional,
determina a reintegração do empregado até a decisão final do processo,
quando demonstrada a razoabilidade do direito subjetivo material,
como nos casos de anistiado pela Lei nº 8.878/94, aposentado,
744 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

integrante de comissão de fábrica, dirigente sindical, portador de


doença profissional, portador de vírus HIV ou detentor de estabilidade
provisória prevista em norma coletiva.

OJ nº 152
AÇÃO RESCISÓRIA E MANDADO DE SEGURANÇA. RECURSO DE
REVISTA DE ACÓRDÃO REGIONAL QUE JULGA AÇÃO
RESCISÓRIA OU MANDADO DE SEGURANÇA. PRINCÍPIO DA
FUNGIBILIDADE. INAPLICABILIDADE. ERRO GROSSEIRO NA
INTERPOSIÇÃO DO RECURSO. (DEJT divulgado em 03, 04 e
05.12.2008) - A interposição de recurso de revista de decisão definitiva
de Tribunal Regional do Trabalho em ação rescisória ou em mandado
de segurança, com fundamento em violação legal e divergência
jurisprudencial e remissão expressa ao art. 896 da CLT, configura erro
grosseiro, insuscetível de autorizar o seu recebimento como recurso
ordinário, em face do disposto no art. 895, “b”, da CLT.

OJ nº 153
MANDADO DE SEGURANÇA. EXECUÇÃO. ORDEM DE PENHORA
SOBRE VALORES EXISTENTES EM CONTA SALÁRIO. art. 649, IV,
do CPC. ILEGALIDADE. (DEJT divulgado em 03, 04 e 05.12.2008) -
Ofende direito líquido e certo, decisão que determina o bloqueio de
numerário existente em conta salário, para satisfação de crédito
trabalhista, ainda que seja limitado a determinado percentual dos
valores recebidos ou a valor revertido para fundo de aplicação ou
poupança, visto que o art. 649, IV, do CPC contém norma imperativa
que não admite interpretação ampliativa, sendo a exceção prevista no
art. 649, § 2º, do CPC espécie e não gênero de crédito de natureza
alimentícia, não englobando o crédito trabalhista.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 745

TST – Tribunal Superior do Trabalho


Seção de Dissídios Individuais Transitória – SDI-
Transitória

Orientações Jurisprudenciais - OJ

OJ nº 7
BANRISUL. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. ADI E
CHEQUE-RANCHO. NÃO INTEGRAÇÃO (nova redação em
decorrência da incorporação da Orientação Jurisprudencial
Transitória nº 8 da SBDI-1) - DJ 20.04.2005, DJ 22.08.2005 - As
parcelas ADI e cheque-rancho não integram a complementação de
aposentadoria dos empregados do Banrisul. (ex-OJ Transitória nº 8
da SDI-1 - inserida em 19.10.00)

OJ nº 11
COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. CEAGESP (inserida em
19.10.2000) - Para o empregado se beneficiar da aposentadoria integral,
prevista no § 1º do art. 16 do Regulamento Geral nº 1/63, da CEAGESP,
o empregado deverá contar com 30 anos ou mais de efetivo serviço à
CEAGESP.

OJ nº 24
ABONO. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. REAJUSTE.
CVRD (VALIA) (DJ 09.12.2003) - A Resolução nº 7/89 da CVRD, que
instituiu o benefício “abono aposentadoria” (art. 6º), determina que o
reajuste seja feito na mesma época e com o mesmo índice aplicado
pelo INSS ou observada a variação do IGP ou da OTN, aplicando-se
o maior deles.
746 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

OJ nº 25
BANCO MERIDIONAL. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTA-
DORIA. REAJUSTES. EXTENSÃO (DJ 09.12.2003) - Os reajustes
salariais concedidos sobre quaisquer parcelas aos empregados ativos
devem ser estendidos aos inativos, com exclusão apenas das parcelas
ressalvadas expressamente no Regulamento do Banco.

OJ nº 32
COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. BANCO DO BRASIL.
SUCUMBÊNCIA. INVERSÃO (DJ 10.11.2004) - Imposta condenação
originária em diferenças de complementação de aposentadoria, por
ocasião do julgamento de recurso de revista, imperativo o exame no
acórdão, sob pena de negativa de prestação jurisdicional, de postulação
aduzida em contestação e/ou em contra-razões visando à limitação da
condenação à média trienal e ao teto, matéria insuscetível de
prequestionamento.

OJ nº 40
BANRISUL. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA (conversão
da Orientação Jurisprudencial nº 155 da SBDI-1) - DJ 20.04.2005 - A
Resolução 1600/64, vigente à época da admissão do empregado,
incorporou-se ao contrato de trabalho, pelo que sua alteração não poderá
prejudicar o direito adquirido, mesmo em virtude da edição da Lei nº
6.435/77. Incidência das Súmulas nºs 51 e 288. (ex-OJ nº 155 da SDI-
1 - inserida em 26.03.99)

OJ nº 41
COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. FUNDAÇÃO
CLEMENTE DE FARIA. BANCO REAL (conversão da Orientação
Jurisprudencial nº 157 da SBDI-1) - DJ 20.04.2005 - É válida a cláusula
do Estatuto da Fundação Clemente de Faria que condicionou o direito
à complementação de aposentadoria à existência de recursos
financeiros, e também previa a suspensão, temporária ou definitiva,
da referida complementação. (ex-OJ nº 157 da SDI-1 - inserida em
26.03.99)
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 747

OJ nº 42
PETROBRÁS. PENSÃO POR MORTE DO EMPREGADO
ASSEGURADA N O M A N UAL DE PESSOAL. ESTABILIDADE
DECENAL. OPÇÃO PELO REGIME DO FGTS (conversão da
Orientação Jurisprudencial nº 166 da SBDI-1) - DJ 20.04.2005 - Tendo
o empregado adquirido a estabilidade decenal, antes de optar pelo
regime do FGTS, não há como negar-se o direito à pensão, eis que
preenchido o requisito exigido pelo Manual de Pessoal. (ex-OJ nº 166
da SDI-1 - inserida em 26.03.99)

OJ nº 46
COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. BANCO ITAÚ
(conversão da Orientação Jurisprudencial nº 183 da SBDI-1 - DJ
20.04.2005 - O empregado do Banco Itaú admitido na vigência da
Circular BB-05/66, que passou para a inatividade posteriormente à
vigência da RP-40/74, está sujeito ao implemento da condição “idade
mínima de 55 anos”. (ex-OJ nº 183 da SDI-1 - inserida em 08.11.2000)

OJ nº 51
COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. CAIXA ECONÔMICA
FEDERAL. AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO. SUPRESSÃO. SÚMULAS
NºS 51 E 288 (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 250 da
SBDI-1) - DJ 20.04.2005 - A determinação de supressão do pagamento
de auxílio-alimentação aos aposentados e pensionistas da Caixa
Econômica Federal, oriunda do Ministério da Fazenda, não atinge
aqueles ex-empregados que já percebiam o benefício. (ex-OJ nº 250 da
SDI-1 - inserida em 13.03.02)

OJ nº 61
AUXÍLIO CESTA-ALIMENTAÇÃO PREVISTO EM NORMA
COLETIVA. CEF. CLÁUSULA QUE ESTABELECE NATUREZA
INDENIZATÓRIA À PARCELA. EXTENSÃO AOS APOSENTADOS E
PENSIONISTAS. IMPOSSIBILIDA D E . (DJ 14.03.2008) - Havendo
748 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

previsão em cláusula de norma coletiva de trabalho de pagamento


mensal de auxílio cesta-alimentação somente a empregados em
atividade, dando-lhe caráter indenizatório, é indevida a extensão desse
benefício aos aposentados e pensionistas. Exegese do art. 7º, XXVI,
da Constituição Federal.

OJ nº 62
PETROBRAS. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. AVANÇO
DE NÍVEL. CONCESSÃO DE PARCELA POR ACORDO COLETIVO
APENAS PARA OS EMPREGADOS DA ATIVA. EXTENSÃO PARA OS
INATIVOS. ARTIGO 41 DO REGULAMENTO DO PLANO DE
BENEFÍCIOS DA PETROS. (DEJT divulgado em 03, 04 e 05.12.2008) -
Ante a natureza de aumento geral de salários, estende-se à
complementação de aposentadoria dos ex-empregados da Petrobras
benefício concedido indistintamente a todos os empregados da ativa e
estabelecido em norma coletiva, prevendo a concessão de aumento de
nível salarial – “avanço de nível” -, a fim de preservar a paridade entre
ativos e inativos assegurada no art. 41 do Regulamento do Plano de
Benefícios da Fundação Petrobras de Seguridade Social – Petros.

OJ nº 63
PETROBRAS. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA.
INTEGRALIDADE. CONDIÇÃO. IDADE MÍNIMA. LEI Nº 6.435, de
15.07.1977. (DEJT divulgado em 03, 04 e 05.12.2008) -Os
empregados admitidos na vigência do Decreto nº 81.240, de 20.01.1978,
que regulamentou a Lei nº 6.435, de 15.07.1977, ainda que
anteriormente à alteração do Regulamento do Plano de Benefícios da
Petros, sujeitam-se à condição “idade mínima de 55 anos” para
percepção dos proventos integrais de complementação de
aposentadoria.

OJ nº 64
PETROBRAS. PARCELAS GRATIFICAÇÃO CONTINGENTE E
PARTICIPAÇÃO NOS RESULTADOS DEFERIDAS POR NORMA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 749

COLETIVA A EMPREGADOS DA ATIVA. NATUREZA JURÍDICA NÃO


SALARIAL. NÃO INTEGRAÇÃO NA COMPLEMENTAÇÃO DE
APOSENTADORIA. (DEJT divulgado em 03, 04 e 05.12.2008) - A s
parcelas gratificação contingente e participação nos resultados,
concedidas por força de acordo coletivo a empregados da Petrobras
em atividade, pagas de uma única vez, não integram a complementação
de aposentadoria.

OJ nº 69
BANCO DO BRASIL. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA.
ALTERAÇÃO DO PLANO DE CARGOS COMISSIONADOS.
EXTENSÃO AOS INATIVOS. (DEJT divulgado em 26, 27 e
28.05.2010) - As alterações na estrutura do Plano de Cargos
Comissionados do Banco do Brasil, introduzidas pelas Cartas-
Circulares DIREC/FUNCI 96/0904 e 96/0957, dentre as quais a
substituição do Abono de Função e Representação (AFR) pelo Adicional
de Função (AF) e pelo Adicional Temporário de Revitalização (ATR),
não autorizam o pagamento de diferenças de complementação de
aposentadoria aos inativos por só abrangerem os empregados em
atividade, bem como em razão de o Plano de Incentivo à Aposentadoria
da época do jubilamento não conter previsão de aplicação de eventual
alteração na estrutura dos cargos comissionados àqueles que se
aposentassem.

OJ nº 76
COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. INTEGRALIDADE.
EMPREGADO DO ESTADO DE SÃO PAULO ADMITIDO ANTES DA
LEI ESTADUAL N.º 200, DE 13.05.1974. IMPLEMENTAÇÃO DO
REQUISITO RELATIVO AOS 30 ANOS DE SERVIÇO EFETIVO.
INCIDÊNCIA DA SÚMULA N.º 288 DO TST. (DEJT divulgado em 16,
17 e 20.09.2010) - É assegurado o direito à percepção de
complementação de aposentadoria integral ao ex-empregado do Estado
de São Paulo que, admitido anteriormente ao advento da Lei Estadual
n.º 200, de 13.05.1974, implementou 30 anos de serviço efetivo, ante
750 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

a extensão das regras de complementação de aposentadoria previstas


na Lei Estadual n.º 1.386, de 19.12.1951. Incidência da Súmula n.º
288 do TST.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 751

TST – Tribunal Superior do Trabalho


Seção de Dissídios Coletivos – SDC

Orientações Jurisprudenciais - OJ

OJ nº 31

ESTABILIDADE DO ACIDENTADO. ACORDO HOMOLOGADO.


PREVALÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE. VIOLAÇÃO DO ART. 118 DA
LEI Nº 8.213/91 . (inserida em 19.08.1998) - Não é possível a
prevalência de acordo sobre legislação vigente, quando ele é menos
benéfico do que a própria lei, porquanto o caráter imperativo dessa
última restringe o campo de atuação da vontade das partes.
752 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 753

TRF 1ª Região – Tribunal Regional Federal


(Brasília/DF)

Súmula nº 1
A isenção de custas do art. 9º, I, da Lei 6.032/74 não desobriga seus
beneficiários da reposição prevista no art. 10, § 4º, da mesma lei.

Súmula nº 2
A isenção prevista no art. 9º, I, da Lei 6.032/74, é aplicável às causas
sob jurisdição federal processadas perante a Justiça Estadual.

Súmula nº 4
A preferência prevista no art. 100, “caput”, da Constituição Federal,
não obriga a Fazenda Pública a dispensar a expedição de precatório no
pagamento dos créditos de natureza alimentícia.

Súmula nº 7
Extinto o Bônus do Tesouro Nacional, a correção monetária de
benefícios previdenciários oriundos de condenação judicial passou a
ser feita pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor.

Súmula nº 8
É constitucional a supressão do reajuste de 26,06% sobre salários,
vencimentos, soldos, proventos e pensões, determinada pelo Decreto-
Lei 2.335/87 (Plano Bresser).
754 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Súmula nº 12
A Lei 7.604/87 não impede a revisão dos cálculos iniciais e dos reajustes
posteriores dos valores de benefícios previdenciários (TFR, Súmula
260.)

Súmula nº 14
O art.202, da Constituição Federal, somente se aplica a partir da criação
da respectiva fonte de custeio. (Lei 8.212/91).

Súmula nº 17
Não existe direito adquirido à incorporação aos salários, vencimentos,
proventos, soldos e pensões, do índice de reajuste de 84,32% de março
e resíduos de janeiro e fevereiro de 1990. (Medida Provisória 154/90 e
Lei 8.030/90).

Súmula nº 19
O pagamento de benefícios previdenciários, vencimentos, salários,
proventos, soldos e pensões, feito, administrativamente, com atraso,
está sujeito a correção monetária desde o momento em que se tornou
devido.

Súmula nº 20
O critério de revisão previsto no art. 58, do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias, da Constituição Federal de 1988, é
diverso do estatuído na Súmula 260, do Tribunal Federal de Recursos,
e aplica-se somente aos benefícios previdenciários concedidos até 04/
10/1988.

Súmula nº 22
São inconstitucionais, por impropriedade formal da via legislativa,
os Decretos-Leis 2.445/88 e 2.449/88, que alteraram a contribuição para
o Programa de Integração Social (PIS).
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 755

Súmula nº 23
São auto-aplicáveis as disposições constantes dos §§ 5º e 6º, do art.
201, da Constituição Federal.

Súmula nº 27
Não é admissível prova exclusivamente testemunhal para
reconhecimento de tempo de exercício de atividade urbana e rural
(Lei 8.213/91, art.55,§ 3º).

Súmula nº 28
Não existe direito adquirido à incorporação dos salários, vencimentos,
proventos, soldos e pensões, do índice de reajuste de 26,05% de
fevereiro de 1989 (Lei 7.730/89).

Súmula nº 33
Aposentadoria especial decorrente do exercício de atividade perigosa,
insalubre ou penosa não exige idade mínima do segurado.

Súmula nº 36
O inciso II do art. 41, da Lei 8.213/91, revogado pela Lei 8.542/92, era
compatível com as normas constitucionais que asseguram o reajuste
dos benefícios para preservação de seu valor real.

Súmula nº 40
O mandado de segurança não é a via própria para a comprovação de
tempo de serviço para efeito previdenciário, quando ensejar dilação
probatória.

Súmula nº 41
Os índices integrais de correção monetária, incluídos os expurgos
756 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

inflacionários, a serem aplicados na execução de sentença condenatória


de pagamento de benefícios previdenciários, vencimentos, salários,
proventos, soldos e pensões, ainda que nela não haja previsão expressa,
são de 42,72% em janeiro de 1989, 10,14% em fevereiro de 1989, 84,32%
em março de 1990, 44,80% em abril de 1990, 7,87% em maio de 1990
e 21,87% em fevereiro de 1991.

Súmula nº 42
Nas execuções da dívida da União, o juiz não poderá reduzir o encargo
de 20% (vinte por cento), previsto no Decreto-Lei 1.025/69.

Súmula nº 43
A transferência compulsória para instituição de ensino congênere, a
que se refere o art. 99 da Lei 8.112/90, somente poderá ser efetivada de
estabelecimento público para público ou de privado para privado, salvo
a inexistência, no local de destino, de instituição de ensino da mesma
natureza.

Súmula nº 45
Não é devida a inclusão de juros moratórios em precatório
complementar, salvo se não foi observado o prazo previsto no art. 100,
§ 1º da Constituição Federal no pagamento do precatório anterior.

Súmula nº 49
O critério de revisão previsto na Súmula 260 do Tribunal Federal de
Recursos, diverso do estabelecido no art. 58 do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias da Constituição Federal de 1988, perdeu
eficácia a partir do Decreto-Lei 2.335, de 12 de junho de 1987.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 757

TRF 2ª Região – Tribunal Regional Federal


(Rio de Janeiro/RJ)

Súmula nº 1
O ARTIGO 29 DO DECRETO-LEI Nº 2303, DE 1986, NÃO SE APLICA
AOS CRÉDITOS PREVIDENCIÁRIOS.

Súmula nº15
O § 3º DO ART. 109 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988,
INSTITUI, QUANTO ÀS CAUSAS DE NATUREZA
PREVIDENCIÁRIA, HIPÓTESE DE COMPETÊNCIA RELATIVA,
PELO QUE NÃO ELIDE A COMPETÊNCIA CONCORRENTE DA
JUSTIÇA FEDERAL.

Súmula nº 17
NO REAJUSTE DOS BENEFÍCIOS DE PRESTAÇÃO CONTINUADA,
MANTIDOS PELA PREVIDÊNCIA SOCIAL, APLICA-SE O CRITÉRIO
DA SÚMULA Nº 260 (SALÁRIO MÍNIMO) DO EXTINTO TRIBUNAL
FEDERAL DE RECURSOS ATÉ O SÉTIMO MÊS APÓS A VIGÊNCIA
DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 E, A PARTIR DE ENTÃO,
OS CRITÉRIOS DE REVISÃO ESTABELECIDOS NO ART. 58 DO
ADCT E 201, § 2º, DA MESMA CARTA MAGNA.

Súmula nº 18
O SEGURADO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL OFICIAL, QUE RECEBE
COMPLEMENTAÇÃO DE BENEFÍCIO DE ENTIDADE DE
PREVIDÊNCIA PRIVADA, TEM LEGITIMIDADE AD CAUSAM PARA
758 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

PROPOR AÇÃO EM FACE DA PRIMEIRA, COM VISTAS À REVISÃO


DE SEU BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO.

Súmula nº 21
A DIÁRIA DE ASILADO CONCEDIDA AO MILITAR PODE SER
SUBSTITUÍDA PELO AUXÍLIO-INVALIDEZ, DESDE QUE NÃO
RESULTE EM REDUÇÃO DO MONTANTE GLOBAL DE SEUS
PROVENTOS.

Súmula nº 24
A CONTRIBUIÇÃO DO SALÁRIO-EDUCAÇÃO É
CONSTITUCIONAL, POSTO QUE FOI EXPRESSAMENTE
RECEPCIONADA PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988,
ATRAVÉS DO ARTIGO 212, § 5º, NÃO CABENDO, PORTANTO, A
SUA COMPENSAÇÃO.

Súmula nº 25
NAS AÇÕES QUE VERSEM SOBRE A INEXIGIBILIDADE DO
SALÁRIO-EDUCAÇÃO, DEVEM FIGURAR NO PÓLO PASSIVO DA
RELAÇÃO PROCESSUAL, NA QUALIDADE DE LITISCONSORTES
PASSIVOS NECESSÁRIOS, O INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO
SOCIAL (INSS) E O FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO
DA EDUCAÇÃO (FNDE).

Súmula nº 26
O ARTIGO 202 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, EM SUA REDAÇÃO
ORIGINAL, NÃO É AUTO -APLICÁVEL, POR DEPENDER DE
INTEGRAÇÃO LEGISLATIVA, SÓ IMPLEMENTADA COM A EDIÇÃO
DAS LEIS 8212/91 E 8213/91, QUE APROVARAM O PLANO DE
CUSTEIO E DE BENEFÍCIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 759

Súmula nº 29
NO REAJUSTE DOS BENEFÍCIOS DE PRESTAÇÃO CONTINUADA,
MANTIDOS PELA PREVIDÊNCIA SOCIAL, APLICA-SE O CRITÉRIO
DA SÚMULA Nº 260 DO EXTINTO TRIBUNAL FEDERAL DE
RECURSOS ATÉ O SÉTIMO MÊS APÓS A VIGÊNCIA DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 E, A PARTIR DE ENTÃO, OS
CRITÉRIOS DE REVISÃO ESTABELECIDOS NOS ARTS. 58 DO
ADCT E 201, § 2º, DA MESMA CARTA MAGNA.

Súmula nº 32
CONTA-SE COMO TEMPO DE EFETIVO SERVIÇO, PARA FINS
PREVIDENCIÁRIOS, O PERÍODO DE ATIVIDADE COMO ALUNO-
APRENDIZ EM ESCOLA TÉCNICA, EXERCIDA SOB A VIGÊNCIA DO
DECRETO Nº 4.073/42, DESDE QUE TENHA HAVIDO RETRIBUIÇÃO
PECUNIÁRIA, ADMITINDO-SE COMO TAL O RECEBIMENTO DE
ALIMENTAÇÃO, VESTUÁRIO, MORADIA, MATERIAL ESCOLAR E
PARCELA DE RENDA AUFERIDA COM A EXECUÇÃO DE
ENCOMENDAS PARA TERCEIROS, À CONTA DO ORÇAMENTO DA
UNIÃO, INDEPENDENTE DE DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS.

Súmula nº 33
NAS CAUSAS EM QUE FOR VENCIDA A FAZENDA PÚBLICA SÃO
DEVIDOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS, FIXADOS CONSOANTE
APRECIAÇÃO EQUITATIVA DO JUIZ, NÃO SENDO OBRIGATÓRIA
A FIXAÇÃO DA VERBA HONORÁRIA EM PERCENTUAL MÍNIMO,
CONFORME FACULTADO PELO § 4º DO ART. 20 DO CPC.

Súmula nº 34
A CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE A REMUNERAÇÃO
PAGA AOS ADMINISTRADORES, AUTÔNOMOS E AVULSOS, TENDO
SIDO DECLARADA INCONSTITUCIONAL, PODE SER COMPENSADA
COM CONTRIBUIÇÕES DA MESMA ESPÉCIE, DESNECESSÁRIA A
760 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

COMPROVAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO OU


REPASSE, DADA À SUA NATUREZA DE TRIBUTO DIRETO.

SÚMULA Nº 35
NÃO HÁ DIREITO ADQUIRIDO AO REAJUSTE DE VENCIMENTOS,
PROVENTOS OU PENSÕES, PELOS ÍNDICES DE 26,06% (PLANO
BRESSER) E 26,05% (PLANO VERÃO), RELATIVOS,
RESPECTIVAMENTE, AO IPC DE JUNHO/87 E À VARIAÇÃO DA URP
DE FEVEREIRO/89.

Súmula nº 43
A CASSAÇÃO OU SUSPENSÃO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO É
ATO ADMINISTRATIVO ÚNICO, DE EFEITOS PERMANENTES,
RAZÃO PELA QUAL, IMPETRADO O MANDADO DE SEGURANÇA
APÓS O PRAZO DE 120 DIAS, OPERA-SE A DECADÊNCIA.

Súmula nº 44
PARA A PROPOSITURA DE AÇÕES DE NATUREZA PREVIDENCIÁRIA
É DESNECESSÁRIO O EXAURIMENTO DAS VIAS
ADMINISTRATIVAS.

Súmula nº 46
A SUSPEITA DE FRAUDE NA CONCESSÃO DO BENEFÍCIO
PREVIDENCIÁRIO NÃO AUTORIZA, DE IMEDIATO, A SUA
SUSPENSÃO OU CANCELAMENTO, SENDO INDISPENSÁVEL A
APURAÇÃO DOS FATOS MEDIANTE PROCESSO ADMINISTRATIVO
REGULAR, ASSEGURADOS O CONTRADITÓRIO E A AMPLA DEFESA.

Súmula nº 49
AS DISPOSIÇÕES CONTIDAS NOS PARÁGRAFOS §§ 5º E 6º DO ART.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 761

201 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, COM REDAÇÃO DADA PELA


EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20/98, SÃO AUTO-APLICÁVEIS.

Súmula nº 51
O ART. 32, DA LEI Nº 9.656/98, QUE TRATA DO RESSARCIMENTO
AO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS), É CONSTITUCIONAL.

Súmula nº 55
A PENSÃO DE EX-COMBATENTE, POR MORTE OCORRIDA NA
VIGÊNCIA DAS LEIS 3.765/60 E 4.242/63, SERÁ DEVIDA ÀS FILHAS,
AINDA QUE MAIORES E NÃO INVÁLIDAS, INCLUSIVE POR
REVERSÃO, EM VALOR CORRESPONDENTE AO SOLDO DE 2º
SARGENTO, VEDADA A PERCEPÇÃO CUMULATIVA COM
QUALQUER OUTRA IMPORTÂNCIA DOS COFRES PÚBLICOS.
762 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 763

TRF 3ª Região – Tribunal Regional Federal


(São Paulo/SP)

Súmula nº 5
O preceito contido no artigo 201, parágrafo 5º, da Constituição
daRepública consubstancia norma de eficácia imediata,
independendosua aplicabilidade da edição de lei regulamentadora ou
instituidora da fonte de custeio.

Súmula nº6
O reajuste dos proventos resultantes de benefícios previdenciáriosdeve
obedecer às prescrições legais, afastadas as normasadministrativas que
disponham de maneira diversa.

Súmula nº 7
Para a apuração da renda mensal inicial dos benefíciosprevidenciários
concedidos antes da Constituição Federal de 1988, acorreção dos 24
(vinte e quatro) salários-de-contribuição,anteriores aos últimos 12
(doze), deve ser feita em conformidadecom o que prevê o artigo 1º da
Lei 6.423/77.

Súmula nº 8
Em se tratando de matéria previdenciária, incide a correçãomonetária
a partir do vencimento de cada prestação do benefício,procedendo-se
à atualização em consonância com os índiceslegalmente estabelecidos,
tendo em vista o período compreendidoentre o mês em que deveria
ter sido pago, e o mês do referidopagamento.
764 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Súmula nº 9
Em matéria previdenciária, torna-se desnecessário o
prévioexaurimento da via administrativa, como condição de
ajuizamento daação.

Súmula nº 13
O artigo 201, parágrafo 6º, da Constituição da República
temaplicabilidade imediata para efeito de pagamento da
gratificaçãonatalina dos anos de 1988 e 1989.

Súmula nº 14
O salário mínimo de NCz$ 120,00 (cento e vinte cruzados novos)
éaplicável ao cálculo dos benefícios previdenciários no mês de junhode
1989.

Súmula nº 18
O critério do art. 58 do ADCT é aplicável a partir de 05/04/1989até a
regulamentação da Lei de Benefícios pelo Decreto nº 357 de09/12/91.

Súmula nº 19
É aplicável a variação do Índice de Reajuste do Salário Mínimo,
nopercentual de 39,67%, na atualização dos salários-de-
contribuiçãoanteriores a março de 1994, a fim de apurar a renda mensal
inicialdo benefício previdenciário.

Súmula nº 20
A regra do parágrafo 3° do artigo 109 da Constituição Federal abrange
não só os segurados e beneficiários da previdência social, como também
aqueles que pretendem ver declarada tal condição.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 765

Súmula nº 22
É extensível aos beneficiários da Assistência Social (inciso V do artigo
203 da CF) a regra de delegação de competência do parágrafo 3º do
artigo 109 da Constituição Federal, sendo exclusiva a legitimidade
passiva do INSS.

Súmula nº 24
É facultado aos segurados ou beneficiários da Previdência Social ajuizar
ação na Justiça Estadual de seu domicílio, sempre que esse não for
sede de Vara da Justiça Federal.

Súmula nº 25
Os benefícios previdenciários concedidos até a promulgação da
Constituição Federal de 1988 serão reajustados pelo critério da primeira
parte da Súmula n° 260 do Tribunal Federal de Recursos até o dia 04
de abril de 1989.

Súmula nº 26
Não serão remetidas aos Juizados Especiais Federais as
causasprevidenciárias e assistenciais ajuizadas até a sua instalação,
emtramitação em Vara Federal ou Vara Estadual no exercício
dejurisdição Federal delegada.

Súmula nº 28
O PIS é devido no regime da Lei Complementar nº 7/70 e
legislaçãosubsequente, até o termo inicial de vigência da MP n° 1.212/
95,diante da suspensão dos Decretos-leis n° 2.445/88 e n° 2.449/88pela
Resolução n° 49/95, do Senado Federal.
766 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 767

TRF 4ª Região – Tribunal Regional Federal


(Porto Alegre/RS)

Súmula nº 2
Para o cálculo da aposentadoria por idade ou por tempo de serviço, no
regime precedente à Lei n° 8.213, de 24 de julho de 1991, corrigem-se
os salários-de-contribuição, anteriores aos doze últimos meses, pela
variação nominal da ORTN/OTN.

Súmula nº 3
Os juros de mora, impostos a partir da citação, incidem também sobre
a soma das prestações previdenciárias vencidas.

Súmula nº 7
É inconstitucional o art. 8° da Lei n° 7.689 de 15 de dezembro de 1988.

Súmula nº 8
Subsiste no novo texto constitucional a opção do segurado para ajuizar
ações contra a Previdência Social no foro estadual do seu domicílio
ou no do Juízo Federal.

Súmula nº 9
Incide correção monetária sobre os valores pagos com atraso, na via
administrativa, a título de vencimento, remuneração, provento, soldo
pensão ou benefício previdenciário, face à sua natureza alimentar.
768 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Súmula nº 15
O reajuste dos benefícios de natureza previdenciária, na vigência do
Decreto-Lei n° 2.351, de 7 de agosto de 1987, vinculava-se ao salário
mínimo de referência e não ao piso nacional de salários.

Súmula nº 20
O art. 8°, parágrafo 1°, da Lei 8620/93 não isenta o INSS das custas
judiciais, quando demandado na Justiça Estadual.

Súmula nº 21
É constitucional a Contribuição Social criada pelo art. 1° da Lei
Complementar n° 70, de 1991.

Súmula nº 24
São auto-aplicáveis os parágrafos 5° e 6° do art. 201 da Constituição
Federal de 1988.

Súmula nº 26
O valor dos benefícios previdenciários devidos no mês de junho de
1989 tem por base o salário mínimo de NCz$120,00 (art. 1° da Lei
7.789/89).

Súmula nº 28
São inconstitucionais as alterações introduzidas no Programa de
Integração Social (PIS) pelos Decretos-Leis 2445/88 e 2449/88.

Súmula nº 32
No cálculo de liquidação de débito judicial, inclui-se o índice de
42,72% relativo à correção monetária de janeiro de 1989.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 769

Súmula nº 36
Inexiste direito adquirido a reajuste de benefícios previdenciários com
base na variação do IPC - Índice de Preços ao Consumidor - de março
e abril de 1990.

Súmula nº 37
Na liquidação de débito resultante de decisão judicial, incluem-se os
índices relativos ao IPC de março, abril e maio de 1990 e fevereiro de
1991.

Súmula nº 40
Por falta de previsão legal, é incabível a equivalência entre o salário-
de-contribuição e o salário-de-benefício para o cálculo da renda mensal
dos benefícios previdenciários.

Súmula nº 41
É incabível o sequestro de valores ou bloqueio das contas bancárias
do INSS para garantir a satisfação de débitos judiciais.

Súmula nº 42
A União e suas autarquias estão sujeitas ao adiantamento das despesas
do oficial de justiça necessárias ao cumprimento de diligências por
elas requeridas.

Súmula nº 44
É inconstitucional a contribuição previdenciária sobre o pro labore dos
administradores, autônomos e avulsos, prevista nas Leis n.s 7.787/89
e 8.212/91.
770 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Súmula nº 47
Na correção monetária dos salários-de-contribuição integrantes do
cálculo de renda mensal inicial dos beneficiários previdenciários, em
relação ao período de março a agosto de 1991, não se aplica o índice de
230,40%.

Súmula nº 48
O abono previsto no artigo 9º, §6º, letra “b”, da Lei nº 8178/91 está
incluído no índice de 147,06%, referente ao reajuste dos benefícios
previdenciários em 1º de setembro de 1991.

Súmula nº 49
O critério de cálculo da aposentadoria proporcional estabelecido no
artigo 53 da Lei 8213/91 não ofende o texto constitucional.

Súmula nº 50
Não há direito adquirido à contribuição previdenciária sobre o teto
máximo de 20 salários mínimos após a entrada em vigor da Lei nº
7787/89.

Súmula nº 51
Não se aplicam os critérios da súmula nº 260 do extinto Tribunal
Federal de Recursos aos benefícios previdenciários concedidos após
a Constituição Federal de 1988.

Súmula nº 53
A sentença que, independentemente de pedido, determina a correção
monetária do débito judicial não é ultra o u extra petita.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 771

Súmula nº 55
É constitucional a exigência de depósito prévio da multa para
interposição de recurso administrativo, nas hipóteses previstas pelo
art.93 da Lei nº 8212/91 - com a redação dada pela Lei nº 8870/94 - e
pelo art. 636, § 1º, da CLT.

Súmula nº 65
A pena decorrente do crime de omissão no recolhimento de
contribuições previdenciárias não constitui prisão por dívida.

Súmula nº 67
A prova da materialidade nos crimes de omissão no recolhimento de
contribuições previdenciárias pode ser feita pela autuação e notificação
da fiscalização, sendo desnecessária a realização de perícia.

Súmula nº 68
A prova de dificuldades financeiras, e consequente inexigibilidade de
outra conduta, nos crimes de omissão no recolhimento de contribuições
previdenciárias, pode ser feita através de documentos, sendo
desnecessária a realização de perícia.

Súmula nº 69
A nova redação do art. 168-A do Código Penal não importa em
descriminalização da conduta prevista no art. 95, “d”, da Lei nº 8.212/
91.

Súmula nº 72
É possível cumular aposentadoria urbana e pensão rural.
772 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Súmula nº 73
Admitem-se como início de prova material do efetivo exercício de
atividade rural, em regime de economia familiar, documentos de
terceiros, membros do grupo parental.

Súmula nº 74
Extingue-se o direito à pensão previdenciária por morte do dependente
que atinge 21 anos, ainda que estudante de curso superior.

Súmula nº 75
Os juros moratórios, nas ações previdenciárias, devem ser fixados em
12% ao ano, a contar da citação.

Súmula nº 76
Os honorários advocatícios, nas ações previdenciárias, devem incidir
somente sobre as parcelas vencidas até a data da sentença de
procedência ou do acórdão que reforme a sentença de improcedência.

Súmula nº 77
O cálculo da renda mensal inicial de benefício previdenciário
concedido a partir de março de 1994 inclui a variação integral do IRSM
de fevereiro de 1994 (39,67%).

Súmula nº 78
A constituição definitiva do crédito tributário é pressuposto da
persecução penal concernente a crime contra a ordem tributária
previsto no art. 1ª da Lei nº 8.137/90.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 773

TRF 5ª Região – Tribunal Regional Federal


(Recife/PE)

Súmula nº 1
Na execução de dívida alimentícia da Fazenda Pública, observa-se o
rito do art. 730, CPC, expedindo-se precatório cujo pagamento tem
preferência, em classe especial.

Súmula nº 5
As prestações atrasadas, reconhecidas como devidas pela
Administração Pública, devem ser pagas com correção monetária.

Súmula nº 6
Subsiste até a vigência e eficácia da Lei Complementar nº 70/91, a
cobrança do FINSOCIAL com base no Decreto-Lei nº 1.940/82, sendo
inconstitucionais as alterações introduzidas pela Lei 7.887/89,
ressalvada a situação das empresas prestadoras de serviço.

Súmula nº 7
São inconstitucionais as alterações na contribuição para o Programa
de Integração Social introduzidas pelos Decretos-Leis 2.445 e 2.449.

Súmula nº 8
São auto-aplicáveis as regras dos parágrafos 5º e 6º do art. 201 da
Constituição Federal, ao estabelecerem o salário mínimo e a gratificação
natalina para o benefício previdenciário.
774 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Súmula nº 9
É imediata a incidência da forma de cálculo prevista no art. 202 da
Constituição Federal, mas não se aplica à aposentadoria implantada
antes de outubro de 1988.

Súmula nº 10
A contribuição previdenciária incide sobre a parte da folha de
pagamentos da empresa aos seus administradores, sócios-gerentes e
autônomos.

Súmula nº 11
Aplica-se ao reajuste de benefício previdenciário, em setembro de 1991,
o percentual de 147,06%.

Súmula nº 18
PREVIDENCIÁRIO. TEMPO DE SERVIÇO. MONITOR
UNIVERSITÁRIO. CONTAGEM INDEVIDA. O tempo de treinamento
do estudante como monitor universitário não é contado para fins
previdenciários
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 775

TNU – Turma Nacional de Uniformização


Conselho da Justiça Federal - CJF

Súmula nº 1
A conversão dos benefícios previdenciários em URV, em março/94,
obedece às disposições do art. 20, incisos I e II da Lei 8.880/94 (MP nº
434/94).

Súmula nº 2
Os benefícios previdenciários, em maio de 1996, deverão ser
reajustados na forma da Medida Provisória 1.415, de 29 de abril de
1996, convertida na Lei 9.711, de 20 de novembro de 1998.

Súmula nº 4
Não há direito adquirido à condição de dependente de pessoa
designada, quando o falecimento do segurado deu-se após o advento
da Lei 9.032/95.

Súmula nº 5
A prestação de serviço rural por menor de 12 a 14 anos, até o advento
da Lei 8.213, de 24 de julho de 1991, devidamente comprovada, pode
ser reconhecida para fins previdenciários.

Súmula nº 6
A certidão de casamento ou outro documento idôneo que evidencie a
condição de trabalhador rural do cônjuge constitui início razoável de
prova material da atividade rurícola.
776 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Súmula nº 8
Os benefícios de prestação continuada, no regime geral da Previdência
Social, não serão reajustados com base no IGP-DI nos anos de 1997,
1999, 2000 e 2001.

Súmula nº 9
O uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI), ainda que elimine
a insalubridade, no caso de exposição a ruído, não descaracteriza o
tempo de serviço especial prestado.

Súmula nº 10
O tempo de serviço rural anterior à vigência da Lei nº. 8.213/91 pode
ser utilizado para fins de contagem recíproca, assim entendida aquela
que soma tempo de atividade privada, rural ou urbana, ao de serviço
público estatutário, desde que sejam recolhidas as respectivas
contribuições previdenciárias.

Súmula nº 14
Para a concessão de aposentadoria rural por idade, não se exige que o
início de prova material, corresponda a todo o período equivalente à
carência do benefício.

Súmula nº 18
Provado que o aluno aprendiz de Escola Técnica Federal recebia
remuneração, mesmo que indireta, à conta do orçamento da União, o
respectivo tempo de serviço pode ser computado para fins de
aposentadoria previdenciária.

Súmula nº 19
Para o cálculo da renda mensal inicial do benefício previdenciário,
deve ser considerada, na atualização dos salários de contribuição
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 777

anteriores a março de 1994, a variação integral do IRSM de fevereiro


de 1994, na ordem de 39,67% (art. 21, § 1º, da Lei nº 8.880/94).

Súmula nº 20
A Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, não modificou a situação
do servidor celetista anteriormente aposentado pela Previdência Social
Urbana.

Súmula nº 21
Não há direito adquirido a reajuste de benefícios previdenciários com
base na variação do IPC (Índice de Preço ao Consumidor), de janeiro
de 1989 (42,72%) e abril de 1990 (44,80%).

Súmula nº 22
Se a prova pericial realizada em juízo dá conta de que a incapacidade
já existia na data do requerimento administrativo, esta é o termo inicial
do benefício assistencial.

Súmula nº 24
O tempo de serviço do segurado trabalhador rural anterior ao advento
da Lei nº 8.213/91, sem o recolhimento de contribuições
previdenciárias, pode ser considerado para a concessão de benefício
previdenciário do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), exceto
para efeito de carência, conforme a regra do art. 55, §2º, da Lei nº
8.213/91.

Súmula nº 25
A revisão dos valores dos benefícios previdenciários, prevista no art.
58 do ADCT, deve ser feita com base no número de salários mínimos
apurado na data da concessão, e não no mês de recolhimento da última
contribuição.
778 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Súmula nº 26
A atividade de vigilante enquadra-se como especial, equiparando-se à
de guarda, elencada no item 2.5.7. do Anexo III do Decreto n. 53.831/
64.

Súmula nº 27
A ausência de registro em órgão do Ministério do Trabalho não impede
a comprovação do desemprego por outros meios admitidos em Direito.

Súmula nº 28
Encontra-se prescrita a pretensão de ressarcimento de perdas sofridas
na atualização monetária da conta do Plano de Integração Social - PIS,
em virtude de expurgos ocorridos por ocasião dos Planos Econômicos
Verão e Collor I.

Súmula nº 29
Para os efeitos do art. 20, § 2º, da Lei n. 8.742, de 1993, incapacidade
para a vida independente não é só aquela que impede as atividades
mais elementares da pessoa, mas também a impossibilita de prover ao
próprio sustento.

Súmula nº 30
Tratando-se de demanda previdenciária, o fato de o imóvel ser superior
ao módulo rural não afasta, por si só, a qualificação de seu proprietário
como segurado especial, desde que comprovada, nos autos, a sua
exploração em regime de economia familiar.

Súmula nº 31
A anotação na CTPS decorrente de sentença trabalhista homologatória
constitui início de prova material para fins previdenciários.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 779

Súmula nº 32
O tempo de trabalho laborado com exposição a ruído é considerado
especial, para fins de conversão em comum, nos seguintes níveis:
superior a 80 decibéis, na vigência do Decreto n. 53.831/64 (1.1.6);
superior a 90 decibéis, a partir de 5 de março de 1997, na vigência do
Decreto n. 2.172/97; superior a 85 decibéis, a partir da edição do Decreto
n. 4.882, de 18 de novembro de 2003.

Súmula nº 33
Quando o segurado houver preenchido os requisitos legais para
concessão da aposentadoria por tempo de serviço na data do
requerimento administrativo, esta data será o termo inicial da concessão
do benefício.

Súmula nº 34
Para fins de comprovação do tempo de labor rural, o início de prova
material deve ser contemporâneo à época dos fatos a provar.

Súmula nº 35
A Taxa Selic, composta por juros de mora e correção monetária, incide
nas repetições de indébito tributário.

Súmula nº 36
Não há vedação legal à cumulação da pensão por morte de trabalhador
rural com o benefício da aposentadoria por invalidez, por apresentarem
pressupostos fáticos e fatos geradores distintos.

Súmula nº 37
A pensão por morte, devida ao filho até os 21 anos de idade, não se
prorroga pela pendência do curso universitário.
780 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Súmula nº 38
Aplica-se subsidiariamente a Tabela de Cálculos de Santa Catarina
aos pedidos de revisão de RMI - OTN/ORTN, na atualização dos
salários de contribuição.

Súmula nº 39
Nas ações contra a Fazenda Pública, que versem sobre pagamento de
diferenças decorrentes de reajuste nos vencimentos de servidores
públicos, ajuizadas após 24/08/2001, os juros de mora devem ser fixados
em 6% (seis por cento) ao ano (art. 1º-F da Lei 9.494/97).

Súmula nº 41
A circunstância de um dos integrantes do núcleo familiar desempenhar
atividade urbana não implica, por si só, a descaracterização do
trabalhador rural como segurado especial, condição que deve ser
analisada no caso concreto.

Súmula nº 44
Para efeito de aposentadoria urbana por idade, a tabela progressiva de
carência prevista no art. 142 da Lei nº 8.213/91 deve ser aplicada em
função do ano em que o segurado completa a idade mínima para
concessão do benefício, ainda que o período de carência só seja
preenchido posteriormente.

Súmula nº 45
Incide correção monetária sobre o salário-maternidade desde a época
do parto, independentemente da data do requerimento administrativo.

Súmula nº 46
O exercício de atividade urbana intercalada não impede a concessão
de benefício previdenciário de trabalhador rural, condição que deve
ser analisada no caso concreto.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 781

Súmula nº 47
Uma vez reconhecida a incapacidade parcial para o trabalho, o juiz
deve analisar as condições pessoais e sociais do segurado para a
concessão de aposentadoria por invalidez.

Súmula nº 48
A incapacidade não precisa ser permanente para fins de concessão do
benefício assistencial de prestação continuada.

Súmula nº 49
Para reconhecimento de condição especial de trabalho antes de 29/4/
1995, a exposição a agentes nocivos à saúde ou à integridade física
não precisa ocorrer de forma permanente.

Súmula nº 50
É possível a conversão do tempo de serviço especial em comum do
trabalho prestado em qualquer período.

Súmula nº 51
Os valores recebidos por força de antecipação dos efeitos de tutela,
posteriormente revogada em demanda previdenciária, são irrepetíveis
em razão da natureza alimentar e da boa-fé no seu recebimento.

Súmula nº 52
Para fins de concessão de pensão por morte, é incabível a regularização
do recolhimento de contribuições de segurado contribuinte individual
posteriormente a seu óbito, exceto quando as contribuições devam ser
arrecadadas por empresa tomadora de serviços.

Súmula nº 53
Não há direito a auxílio-doença ou a aposentadoria por invalidez
quando a incapacidade para o trabalho é preexistente ao reingresso do
segurado no Regime Geral de Previdência Social.
782 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Súmula nº 54
Para a concessão de aposentadoria por idade de trabalhador rural, o
tempo de exercício de atividade equivalente à carência deve ser aferido
no período imediatamente anterior ao requerimento administrativo
ou à data do implemento da idade mínima.

Súmula nº 55
A conversão do tempo de atividade especial em comum deve ocorrer
com aplicação do fator multiplicativo em vigor na data da concessão
da aposentadoria.

Súmula nº 57
O auxílio-doença e a aposentadoria por invalidez não precedida de
auxílio-doença, quando concedidos na vigência da Lei n. 9.876/1999,
devem ter o salário de benefício apurado com base na média aritmética
simples dos maiores salários de contribuição correspondentes a 80%
do período contributivo, independentemente da data de filiação do
segurado ou do número de contribuições mensais no período
contributivo.

Súmula nº 60
O décimo terceiro salário não integra o salário de contribuição para
fins de cálculo do salário de benefício, independentemente da data da
concessão do benefício previdenciário.

Súmula nº 61
As alterações promovidas pela Lei n. 11.960/2009 têm aplicação
imediata na regulação dos juros de mora em condenações contra a
Fazenda Pública, inclusive em matéria previdenciária,
independentemente da data do ajuizamento da ação ou do trânsito em
julgado.

Súmula nº 62
O segurado contribuinte individual pode obter reconhecimento de
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 783

atividade especial para fins previdenciários, desde que consiga


comprovar exposição a agentes nocivos à saúde ou à integridade física.

Súmula nº 63
A comprovação de união estável para efeito de concessão de pensão
por morte prescinde de início de prova material.

Súmula nº 64
O direito à revisão do ato de indeferimento de benefício previdenciário
ou assistencial sujeita-se ao prazo decadencial de dez anos.

Súmula nº 65
Os benefícios de auxílio-doença, auxílio-acidente e aposentadoria por
invalidez concedidos no período de 28/3/2005 a 20/7/2005 devem ser
calculados nos termos da Lei n. 8.213/1991, em sua redação anterior à
vigência da Medida Provisória n. 242/2005.

Súmula nº 66
O servidor público ex-celetista que trabalhava sob condições especiais
antes de migrar para o regime estatutário tem direito adquirido à
conversão do tempo de atividade especial em tempo comum com o
devido acréscimo legal, para efeito de contagem recíproca no regime
previdenciário próprio dos servidores públicos.

Súmula nº 67
O auxílio-alimentação recebido em pecúnia por segurado filiado ao
Regime Geral da Previdência Social integra o salário de contribuição e
sujeita-se à incidência de contribuição previdenciária.

Súmula nº 68
O laudo pericial não contemporâneo ao período trabalhado é apto à
comprovação da atividade especial do segurado.
784 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Súmula nº 69
O tempo de serviço prestado em empresa pública ou em sociedade de
economia mista por servidor público federal somente pode ser contado
para efeitos de aposentadoria e disponibilidade.

Súmula nº 70
A atividade de tratorista pode ser equiparada à de motorista de
caminhão para fins de reconhecimento de atividade especial mediante
enquadramento por categoria profissional.

Súmula nº 71
O mero contato do pedreiro com o cimento não caracteriza condição
especial de trabalho para fins previdenciários.

Súmula nº 72
É possível o recebimento de benefício por incapacidade durante
período em que houve exercício de atividade remunerada quando
comprovado que o segurado estava incapaz para as atividades habituais
na época em que trabalhou.

Súmula nº 73
O tempo de gozo de auxílio-doença ou de aposentadoria por invalidez
não decorrentes de acidente de trabalho só pode ser computado como
tempo de contribuição ou para fins de carência quando intercalado
entre períodos nos quais houve recolhimento de contribuições para a
previdência social.

Súmula nº 74
O prazo de prescrição fica suspenso pela formulação de requerimento
administrativo e volta a correr pelo saldo remanescente após a ciência
da decisão administrativa final.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 785

AGU – Advocacia Geral da União

Enunciados

Enunciado AGU nº 6
A companheira ou companheiro de militar falecido após o advento da
Constituição de 1988 faz jus à pensão militar, quando o beneficiário
da pensão esteja designado na declaração preenchida em vida pelo
contribuinte ou quando o beneficiário comprove a união estável, não
afastadas situações anteriores legalmente amparadas.

Enunciado AGU nº 7
A aposentadoria de servidor público tem natureza de benefício
previdenciário e pode ser recebida cumulativamente com a pensão
especial prevista no art. 53, inciso II, do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias, devida a ex-combatente (no caso de
militar, desde que haja sido licenciado do serviço ativo e com isso
retornado à vida civil definitivamente - art.1º da Lei nº 5.315, de
12.9.1967).

Enunciado AGU nº 8
O direito à pensão de ex-combatente é regido pelas normas legais em
vigor à data do evento morte. Tratando-se de reversão do beneficio à
filha mulher, em razão do falecimento da própria mãe que a vinha
recebendo, consideram-se não os preceitos em vigor quando do óbito
desta última, mas do primeiro, ou seja, do ex-combatente.
786 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Enunciado AGU nº 10
Não está sujeita a recurso a decisão judicial que entender incabível a
remessa necessária nos embargos à execução de título judicial opostos
pela Fazenda Pública, ressalvadas aquelas que julgarem a liquidação
por arbitramento ou artigo, nas execuções de sentenças ilíquidas.

Enunciado AGU nº 12
É facultado ao segurado ajuizar ação contra a instituição previdenciária
perante o Juízo Federal do seu domicílio ou nas Varas Federais da
capital do Estado-membro.

Enunciado AGU nº 14
Aplica-se apenas a taxa SELIC, em substituição à correção monetária e
juros, a partir de 1º de janeiro de 1996, nas compensações ou
restituições de contribuições previdenciárias.

Enunciado AGU nº 15
A suspeita de fraude na concessão de benefício previdenciário não
enseja, de plano, a sua suspensão ou cancelamento, mas dependerá de
apuração em procedimento administrativo, observados os princípios
do contraditório e da ampla defesa.

Enunciado AGU nº 16
O servidor estável investido em cargo público federal, em virtude de
habilitação em concurso público, poderá desistir do estágio probatório
a que é submetido com apoio no art. 20 da Lei nº 8.112, de 11 de
dezembro de 1990, e ser reconduzido ao cargo inacumulável de que
foi exonerado, a pedido.

Enunciado AGU nº 17
Suspensa a exigibilidade do crédito pelo parcelamento concedido, sem
a exigência de garantia, esta não pode ser imposta como condição para
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 787

o fornecimento da certidão positiva de débito com efeito de negativa,


estando regular o parcelamento da dívida, com o cumprimento, no
prazo, das obrigações assumidas pelo contribuinte.

Enunciado AGU nº 18
Da decisão judicial que determinar a concessão de Certidão Negativa
de Débito (CND), em face da inexistência de crédito tributário
constituído, não se interporá recurso.

Enunciado AGU nº 24
É permitida a contagem, como tempo de contribuição, do tempo
exercido na condição de aluno-aprendiz referente ao período de
aprendizado profissional realizado em escolas técnicas, desde que
comprovada a remuneração, mesmo que indireta, à conta do orçamento
público e o vínculo empregatício.

Enunciado AGU nº 25
Será concedido auxílio-doença ao segurado considerado
temporariamente incapaz para o trabalho ou sua atividade habitual,
de forma total ou parcial, atendidos os demais requisitos legais,
entendendo-se por incapacidade parcial aquela que permita sua
reabilitação para outras atividades laborais.

Enunciado AGU nº 26
Para a concessão de benefício por incapacidade, não será considerada
a perda da qualidade de segurado decorrente da própria moléstia
incapacitante.

Enunciado AGU nº 27
Para concessão de aposentadoria no RGPS, é permitido o cômputo do
tempo de serviço rural exercido anteriormente à Lei nº 8.213, de 24 de
788 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

julho de 1991, independente do recolhimento das contribuições sociais


respectivas, exceto para efeito de carência.

Enunciado AGU nº 28
O pagamento das parcelas atrasadas de benefício previdenciário deve
ocorrer sempre com correção monetária, independentemente de
ocorrência de mora e de quem lhe deu causa, vez que representa mera
atualização da moeda.

Enunciado AGU nº 29
Atendidas as demais condições legais, considera-se especial, no âmbito
do RGPS, a atividade exercida com exposição a ruído superior a 80
decibéis até 05/03/97, superior a 90 decibéis desta data até 18/11/2003,
e superior a 85 decibéis a partir de então.

Enunciado AGU nº 30
A incapacidade para prover a própria subsistência por meio do trabalho
é suficiente para a caracterização da incapacidade para a vida
independente, conforme estabelecido no art. 203, V, da Constituição
Federal, e art. 20, II, da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993.

Enunciado AGU nº 31
É cabível a expedição de precatório referente a parcela incontroversa,
em sede de execução ajuizada em face da Fazenda Pública.

Enunciado AGU nº 32
Para fins de concessão dos benefícios dispostos nos artigos 39, inciso
I e seu parágrafo único, e 143 da Lei 8.213, de 24 de julho de 1991,
serão considerados como início razoável de prova material documentos
públicos e particulares dotados de fé pública, desde que não contenham
rasuras ou retificações recentes, nos quais conste expressamente a
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 789

qualificação do segurado, de seu cônjuge, enquanto casado, ou


companheiro, enquanto durar a união estável, ou de seu ascendente,
enquanto dependente deste, como rurícola, lavrador ou agricultor, salvo
a existência de prova em contrário.

Enunciado AGU nº 33
É devida aos servidores públicos federais civis ativos, por ocasião do
gozo de férias e licenças, no período compreendido entre outubro/
1996 e dezembro/2001, a concessão de auxílio-alimentação, com fulcro
no art. 102 da Lei nº 8.112/90, observada a prescrição quinquenal.

Enunciado AGU nº 36
O ex-combatente que tenha efetivamente participado de operações
bélicas durante a Segunda Guerra Mundial, nos termos da Lei nº5.315,
de 12 de setembro de 1967, tem direito à assistência médica e hospitalar
gratuita, extensiva aos dependentes, prestada pelas Organizações
Militares de Saúde, nos termos do artigo 53, IV, do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias. Legislação Pertinente: art. 53, IV, do Ato
das Disposições Constitucionais Transitórias.

Enunciado AGU nº 38
Incide a correção monetária sobre as parcelas em atraso não prescritas,
relativas aos débitos de natureza alimentar, assim como aos benefícios
previdenciários, desde o momento em que passaram a ser devidos,
mesmo que em período anterior ao ajuizamento de ação judicial.

Enunciado AGU nº 40
Os servidores públicos federais, aposentados na vigência do Regime
Jurídico Único, têm direito à percepção simultânea do benefício
denominado ‘’quintos’’, previsto no art. 62, § 2º, da Lei nº 8.112/1990,
com o regime estabelecido no art. 192 do mesmo diploma.
790 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Enunciado AGU nº 43
Os servidores públicos inativos e pensionistas, com benefícios
anteriores à edição da Lei n.º 10.404/2002, têm direito ao pagamento
da Gratificação de Desempenho de Atividade Técnico-Administrativa
- GDATA nos valores que especifica.

Enunciado AGU nº 44
É permitida a cumulação do benefício de auxílio-acidente com benefício
de aposentadoria quando a consolidação das lesões decorrentes de
acidentes de qualquer natureza, que resulte em sequelas definitivas,
nos termos do art. 86 da Lei nº 8.213/91, tiver ocorrido até 10 de
novembro de 1997, inclusive, dia imediatamente anterior à entrada
em vigor da Medida Provisória nº 1.596-14, convertida na Lei nº 9.528/
97, que passou a vedar tal acumulação.

Enunciado AGU nº 45
Os benefícios inerentes à Política Nacional para a Integração da Pessoa
Portadora de Deficiência devem ser estendidos ao portador de visão
monocular, que possui direito de concorrer, em concurso público, à
vaga reservada aos deficientes.

Enunciado AGU nº 49
A regra de transição que estabelece o percentual de 80% do valor
máximo da GDPGTAS, a ser pago aos servidores ativos, deve ser
estendida aos servidores inativos e pensionistas, até a regulamentação
da mencionada gratificação.

Enunciado AGU nº 51
A falta de prévia designação da (o) companheira (o) como beneficiária
(o) da pensão vitalícia de que trata o art. 217, inciso i, alínea “c”, da Lei
nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, não impede a concessão desse
benefício, se a união estável restar devidamente comprovada por meios
idôneos de prova.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 791

Enunciado AGU nº 59
O prazo prescricional para propositura da ação executiva contra a
Fazenda Pública é o mesmo da ação de conhecimento.

Enunciado AGU nº 60
Não há incidência de contribuição previdenciária sobre o vale-
transporte pago em pecúnia, considerando o caráter indenizatório da
verba.

Enunciado AGU nº 61
É cabível a inclusão de expurgos inflacionários, antes da homologação
da conta, nos cálculos, para fins de execução da sentença, quando não
fixados os índices de correção monetária no processo de conhecimento.

Enunciado AGU nº 64
As contribuições sociais destinadas às entidades de serviço social e
formação profissional não são executadas pela Justiça do Trabalho.

Enunciado AGU nº 65
Alterar a Súmula nº 44, da Advocacia-Geral da União, que passa a
vigorar com a seguinte redação: ”Para a acumulação do auxílio-acidente
com proventos de aposentadoria, a lesão incapacitante e a concessão
da aposentadoria devem ser anteriores as alterações inseridas no art.
86 § 2º, da Lei 8.213/91, pela Medida Provisória nº 1.596-14, convertida
na Lei nº 9.528/97.

Enunciado AGU nº 67
Na Reclamação Trabalhista, até o trânsito em julgado, as partes são
livres para discriminar a natureza das verbas objeto do acordo judicial
para efeito do cálculo da contribuição previdenciária, mesmo que tais
valores não correspondam aos pedidos ou à proporção das verbas
salariais constantes da petição inicial.
792 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Enunciado AGU nº 68
Nos contratos de prestação de serviços médico-hospitalares no âmbito
do SUS, o fator para conversão de cruzeiros reais em reais, a partir de
1º de julho de 1994, deve ser de Cr$ 2.750,00, como determinado pelo
art. 1º, § 3º, da MP 542/95, convertida na Lei nº 9.069/95, combinado
com o Comunicado nº 4.000, de 29.06.94, do BACEN, obedecida a
prescrição das parcelas relativas ao quinquênio anterior ao ajuizamento
da demanda, bem como a limitação da condenação até outubro de 1999.
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 793

CRPS – Conselho de Recursos da Previdência Social

Enunciados

Enunciado nº 4
TEMPO DE SERVIÇO. AÇÃO JUDICIAL. PROCEDÊNCIA COM BASE
NA CONFISSÃO FICTA OU PROVA EXCLUSIVAMENTE
TESTEMUNHAL. INADMISSIBILIDADE. DEC. 611/92, ARTS. 60 E
61. LEI 8.213/91, ART. 55, § 3º. Consoante inteligência do § 3º, do art.
55, da Lei 8.213/91, não será admitida como eficaz para comprovação
de tempo de contribuição e para os fins previstos na legislação
previdenciária, a ação Reclamatória Trabalhista em que a decisão não
tenha sido fundamentada em início razoável de prova material
contemporânea constante nos autos do processo. (Nova redação dada
pela Res. MPS/CRPS nº 2, de 30de março de 2006 - DOU 07/04/2006)

Enunciado nº 5
BENEFÍCIO. CONCESSÃO DO MELHOR QUE O SEGURADO FAZ
JUS. ORIENTAÇÃO DO SERVIDOR. NECESSIDADE. A Previdência
Social deve conceder o melhor benefício a que o segurado fizer jus,
cabendo ao servidor orientá-lo nesse sentido.

Enunciado nº 6
INGRESSO DO SEGURADO EM REGIME PRÓPRIO DE
PREVIDÊNCIA PELO MESMO EMPREGO. EXCLUSÃO
AUTOMÁTICA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. CONTRIBUIÇÃO COMO
FACULTATIVO. IMPOSSIBILIDADE. O ingresso do segurado em
regime próprio de previdência pelo mesmo emprego, importa a sua
exclusão automática da Previdência Social para o qual não pode
contribuir como facultativo.
794 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Enunciado nº 7
TEMPO DE SERVIÇO PRESTADO NO EXTERIOR A EMPRESA NÃO
VINCULADA À PREVIDÊNCIA SOCIAL BRASILEIRA.
IMPOSSIBILIDADE DE SER COMPUTADO. SALVO TRATADO DE
RECIPROCIDADE ENTRE BRASIL E ESTADO ESTRANGEIRO. O
tempo de serviço prestado no exterior a empresa não vinculada à
Previdência Social brasileira não pode ser computado, salvo tratado
de reciprocidade entre Brasil e Estado Estrangeiro onde o trabalho,
prestado num, seja contado no outro, para os efeitos dos benefícios ali
previstos.

Enunciado nº 8
BENEFÍCIO. INCAPACIDADE ANTES DA PERDA DA QUALIDADE
DE SEGURADO. FALTA DE CONTRIBUIÇÃO POSTERIOR NÃO
PREJUDICA O DIREITO ÀS PRESTAÇÕES. Fixada a data do início
da incapacidade antes da perda da qualidade de segurado, a falta de
contribuição posterior não prejudica o seu direito às prestações
previdenciárias.

Enunciado nº 13
DEPENDENTE. DEPENDÊNCIA ECONÔMICA PODE SER PARCIAL,
DEVENDO, NO ENTANTO, REPRESENTAR UM AUXÍLIO
SUBSTANCIAL, PERMANENTE E NECESSÁRIO, CUJA FALTA
ACARRETARIA DESEQUILÍBRIO DOS MEIOS DE SUBSISTÊNCIA
DO DEPENDENTE. A dependência econômica pode ser parcial,
devendo, no entanto, representar um auxílio substancial, permanente
e necessário, cuja falta acarretaria desequilíbrio dos meios de
subsistência do dependente.

Enunciado nº 18
BENEFÍCIO. NÃO SE INDEFERE SOB FUNDAMENTO DE FALTA
DE RECOLHIMENTO DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA
QUANDO ESTA OBRIGAÇÃO FOR DEVIDA PELO
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 795

EMPREGADOR. Não se indefere benefício sob fundamento de falta


de recolhimento de contribuição previdenciária quando esta obrigação
for devida pelo empregador.(Editado pela Res. CRPS nº 1, de 11 de
novembro de 1999)

Enunciado nº 19
BENEFÍCIO. TRANSCORRIDOS MAIS DE 5 ANOS DA DATA DA
CONCESSÃO DO BENEFÍCIO, DEFERIDO SOB A ÉGIDE DA
LEGISLAÇÃO ANTERIOR À LEI 8.213/91, NÃO PODERÁ HAVER
SUA SUSPENSÃO OU CANCELAMENTO NA HIPÓTESE DE O
INTERESSADO NÃO MAIS POSSUIR A DOCUMENTAÇÃO QUE
INSTRUIU O PEDIDO. Transcorrido mais de dez anos da data da
concessão do benefício, não poderá haver sua suspensão ou
cancelamento na hipótese de o interessado não mais possuir a
documentação que instruiu o pedido, exceto em caso de fraude ou
má-fé. (Nova redação dada pela Res. MPS/CRPS nº 2, de 30 de março
de 2006 - DOU 07/04/2006)

Enunciado nº 20
BENEFÍCIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. SALVO EM RELAÇÃO
AO AGENTE AGRESSIVO RUÍDO, NÃO SERÁ OBRIGATÓRIA A
APRESENTAÇÃO DE LAUDO TÉCNICO PERICIAL PARA PERÍODOS
DE ATIVIDADES ANTERIORES À EDIÇÃO DA MED. PROV. 1.523 -
10, DE 11/10/96. Salvo em relação ao agente agressivo ruído, não será
obrigatória a apresentação de laudo técnico pericial para períodos de
atividades anteriores à edição da Medida Provisória 1.523 -10, de 11/
10/96, facultando-se ao segurado a comprovação de efetiva exposição
a agentes agressivos à sua saúde ou integridade física mencionados
nos formulários SB-40 ou DSS-8030, mediante o emprego de qualquer
meio de prova em direito admitido.(Editado pela Res. CRPS nº 1, de
11 de novembro de 1999)

Enunciado nº 21
APOSENTADORIA. ESPECIAL. SIMPLES FORNECIMENTO DE
796 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL DE TRABALHO PELO


EMPREGADOR NÃO EXCLUI A HIPÓTESE DE EXPOSIÇÃO DO
TRABALHADOR AOS AGENTES NOCIVOS À SAÚDE.
CONSIDERAÇÃO DE TODO O AMBIENTE DE TRABALHO. O
simples fornecimento de equipamento de proteção individual de
trabalho pelo empregador não exclui a hipótese de exposição do
trabalhador aos agentes nocivos à saúde, devendo ser considerado todo
o ambiente de trabalho.(Editado pela Res. CRPS nº 1, de 11 de
novembro de 1999)

Enunciado nº 22
SEGURADA ESPECIAL A MULHER QUE, ALÉM DAS TAREFAS
DOMÉSTICAS, EXERCE ATIVIDADES RURAIS COM O GRUPO
FAMILIAR RESPECTIVO, APROVEITANDO-SE-LHE AS PROVAS
MATERIAIS APRESENTADAS EM NOME DE SEU CÔNJUGE OU
COMPANHEIRO, CORROBORADAS POR MEIO DE PESQUISA E
ENTREVISTA. Considera-se segurada especial a mulher que, além
das tarefas domésticas, exerce atividades rurais com o grupo familiar
respectivo, aproveitando-se-lhe as provas materiais apresentadas em
nome de seu cônjuge ou companheiro, corroboradas por meio de
pesquisa, entrevista ou Justificação Administrativa. (Nova redação dada
pela Res. MPS/CRPS nº 2, de 30/03/2006 - DOU 07/04/2006)

Enunciado nº 23
PECÚLIO PREVISTO NO INCISO II DO ART. 81 DA LEI 8.213/91.
PAGAMENTO AOS DEPENDENTES OU SUCESSORES,
RELATIVAMENTE ÀS CONTRIBUIÇÕES VERTIDAS ATÉ 14/04/94,
SALVO SE PRESCRITO. O pecúlio previsto no inciso II do art. 81 da
Lei 8.213/91, em sua redação original que não foi pago em vida ao
segurado aposentado que retornou à atividade quando dela se afastou,
é devido aos seus dependentes ou sucessores, relativamente às
contribuições vertidas até 14/04/94, salvo se prescrito.(Editado
pela Res. CRPS nº 1, de 11 de novembro de 1999)
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 797

Enunciado nº 25
ADMINISTRATIVO. TRIBUTÁRIO. NOTIFICAÇÃO DO SUJEITO
PASSIVO APÓS O PRAZO DE VALIDADE DO MANDADO DE
PROCEDIMENTO FISCAL - MPF. LANÇAMENTO. INEXISTÊNCIA
DE NULIDADE. A notificação do sujeito passivo após o prazo de
validade do Mandado de Procedimento Fiscal - MPF - não acarreta
nulidade do lançamento. (Editado pela Res. MPS/CRPS nº 1, de 23/
02/2006 - DOU 06/03/2006)

Enunciado nº 26
PENSÃO POR MORTE. CÔNJUGE OU COMPANHEIRO DO SEXO
MASCULINO. LEI 8.213/91, ART. 74. A concessão da pensão por morte
ao cônjuge ou companheiro do sexo masculino, no período
compreendido entre a promulgação da Constituição Federal de 1988 e
o advento da Lei 8.213 de 1991, rege-se pelas normas do Dec. 83.080,
de 24/01/79, seguido pela Consolidação das Leis da Previdência Social
(CLPS) expedida pelo Dec. 89.312, de 23/01/84, que continuaram a
viger até o advento da Lei 8.213/91, aplicando-se tanto ao trabalhador
do regime previdenciário rural quanto ao segurado do regime urbano.
(Editado pela Res. CRPS nº 3, de 29 de agosto de 2006 – 31/08/2006)

Enunciado nº 27
CONTRIBUINTE INDIVIDUAL. HIPÓTESES DE NECESSIDADE OU
NÃO DE RECOLHIMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES. DEC. 3.048/99,
ARTS. 26, § 4º E 216, I, “a”.Cabe ao contribuinte individual comprovar
a interrupção ou o encerramento da atividade pela qual vinha
contribuindo, sob pena de ser considerado em débito no período sem
contribuição. A concessão de benefícios previdenciários, requeridos
pelo contribuinte individual em débito, é condicionada ao
recolhimento prévio das contribuições em atraso, ressalvada a alteração
introduzida pelo Dec. 4.729/2003, no art. 26, § 4º e no art. 216, I, «a»,
do Dec. 3.048/99, que, a partir da competência Abril/2003, torna
presumido o recolhimento das contribuições descontadas dos
contribuintes individuais pela empresa contratante de seus serviços.
798 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

(Editado pela Res. CRPS nº 4, de 19 de outubro de 2006 - DOU 25/


10/2006)

Enunciado nº 28
AUXÍLIO-DOENÇA. PROCESSAMENTO DE OFÍCIO. DEC. 3.048/99,
ART. 76. LEI 8.213/91. ART. 59. Não se aplica o disposto no art. 76 do
Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Dec. 3.048/99, para
justificar a retroação do termo inicial do benefício auxílio doença
requerido após o trigésimo dia do afastamento da atividade, nos casos
em que a perícia médica do INSS fixar a data de início da incapacidade
anterior à data de entrada do requerimento, tendo em vista que esta
hipótese não implica em ciência pretérita da Previdência Social.
(Editado pela Res. CRPS nº 5, de 29 de novembro de 2006 – DOU 01/
12/2006)

Enunciado nº 29
TRIBUTÁRIO. LANÇAMENTO FISCAL. LEVANTAMENTO POR
ARBITRAMENTO. Nos casos de levantamento por arbitramento, a
existência do fundamento legal que ampara tal procedimento, seja no
relatório Fundamentos Legais do Débito - FLD ou no Relatório Fiscal -
REFISC garante o pleno exercício do contraditório e da ampla defesa,
não gerando a nulidade do lançamento. (Editado pela Res. CRPS nº 6,
de 13 de dezembro de 2006 - DOU 15/12/2006)

Enunciado nº 30
TRIBUTÁRIO. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. RESPONSABILIDADE
SOLIDÁRIA. Em se tratando de responsabilidade solidária o fisco
previdenciário tem a prerrogativa de constituir os créditos no tomador
de serviços mesmo que não haja apuração prévia no prestador de
serviços.(Editado pela Res. CRPS nº 1, de 31 de janeiro de 2007 –
DOU 05/02/2007)

Enunciado nº 31
SALÁRIO MATERNIDADE. SEGURADA DESEMPREGADA. LEI
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 799

8.213/91, ART. 15. Nos períodos de que trata o art. 15 da Lei 8.213/91,
é devido o salário maternidade à segurada desempregada que não tenha
recebido indenização por demissão sem justa causa durante a
estabilidade gestacional, vedando-se, em qualquer caso, o pagamento
em duplicidade. (Editado pela Res. CRPS nº 2, de 07 de maio de 2007
- DOU 01/06/2007)

Enunciado nº 32
ATIVIDADE ESPECIAL. DIVERGÊNCIA CTPS E/OU FICHA DE
REGISTRO DE EMPREGADOS. A atividade especial efetivamente
desempenhada pelo (a) segurado (a) permite o enquadramento por
categoria profissional nos Anexos aos Decretos n° 53.831/64 e n° 83.080/
79, ainda que divergente do registro em Carteira de Trabalho da
Previdência Social - CTPS - e/ou Ficha de Registro de Empregados,
desde que comprovado o exercício nas mesmas condições de
insalubridade, periculosidade ou penosidade. (Editado pela Res. CRPS
nº 7, de 30 de junho de 2011 - DOU 08/07/2011)

Enunciado nº 33
Para os efeitos de reconhecimento de tempo especial, o enquadramento
do tempo de atividade do trabalhador rural, segurado empregado, sob
o código 2.2.1 do Quadro anexo ao Decreto nº 53.831, de 25 de março
de 1964, é possível quando o regime de vinculação for o da Previdência
Social Urbana, e não o da Previdência Rural (PRORURAL), para os
períodos anteriores à unificação de ambos os regimes pela Lei nº 8.213,
de 1991, e aplica-se ao tempo de atividade rural exercido até 28 de
abril de 1995, independentemente de ter sido prestado exclusivamente
na lavoura ou na pecuária. (Editado pela Resolução CRPS nº 1, de 27
de junho de 2012 - DOU de 29/06/2012)

Enunciado nº 34
O prazo prescricional quinquenal, disposto no parágrafo único do art.
103 da Lei nº 8.213, de 1991, aplica-se às revisões previstas nos artigos
144 e 145 do mesmo diploma legal.(Editado pela Resolução CRPS nº
2, de 27 de junho de 2012 - DOU de 29/06/2012)
800 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 801

Índice Alfabético Remissivo

A
ACIDENTE DO TRABALHO 151

ACORDO DE COMPENSAÇÃO DE JORNADA 488

ACRESCER OU SUPRIMIR INFORMAÇÕES PROCESSUAIS 39

AGRAVO DE INSTRUMENTO 42

AMPARO ASSISTENCIAL AO DEFICIENTE 63

ANULATÓRIA DE LANÇAMENTO FISCAL 69

APELAÇÃO
- Cautelar em Aposentadoria por Invalidez 77
- Revisão de Auxílio-Acidente 83
- Revisão de Benefício Previdenciário 87

APOSENTADORIA
- por Idade 97
- por Invalidez 147, 287, 331, 543
- por Tempo de Contribuição (Serviço) 135

APRESENTAÇÃO
- de Não Necessidade de Novos Documentos 267
- de Novos Documentos 269

ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA 477

ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA 135


802 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

AUTÔNOMO 511

AUXÍLIO-ACIDENTE 331, 469

AUXÍLIO-RECLUSÃO
- Administrativo 109
- Judicial 105

AVERBAÇÃO DE TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL 483

B
BENEFÍCIO
- Previdenciário 49, 169
- Suspenso 559

C
CAUTELAR
- de Arresto 111
- de Produção e Antecipação de Provas 133

COBRANÇA 135

COMPUTAÇÃO DE TEMPO DE SERVIÇO 597

COMUNHÃO UNIVERSAL DE BENS 161

CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO 141

CONSTITUIÇÃO DE OUTRO PROCURADOR 509

CONTRA-RAZÕES
- Recurso Ordinário 165

CONTRARIEDADE DO INSS 161


MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 803

CONTRIBUIÇÃO
- Previdenciária 249
- Pró-Labore 511

CO-RESPONSABILIDADE
- Autarquia- Ré 419

CORREÇÃO MONETÁRIA vide ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA

CRIME CONTRA ORDEM TRIBUTÁRIA 53

D
DÉBITO PREVIDENCIÁRIO 69

DECISÃO JUDICIAL FAVORÁVEL 655, 665

DECLARATÓRIA
- de Inexigibilidade 185
- por Tempo de Serviço 207, 221
- por Tempo de Serviço c/c Revisional de Proventos 229
- por Tempo de Serviço Rurícola 201

DEFICIENTE
- Amparo Assistencial 457

DEPENDÊNCIA ECONÔMICA
- Prova 457

DEPENDENTE ECONOMICAMENTE DOS AVÓS 665

DESAPOSENTADORIA 657

DESCONTO
- Fiscal 489
- Indevido 377
- Previdenciário 165, 497, 505
804 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

DEVIDO PROCESSO LEGAL 43

DEVOLUÇÃO INDEVIDA 141

DIFERENÇA DE VALOR 645

DILAÇAO PROCESSUAL 467

DIVERGÊNCIA DE VOTO 259

DOENÇA OCUPACIONAL 357

E
EMBARGOS
- a Execução 293
- Infringentes 259

ENRIQUECIMENTO ILÍCITO 141

ESPECIFICAÇÕES DE PROVAS 267

ESTATUTO DO IDOSO 327

ESTUDANTE UNIVERSITÁRIO 665

EXCESSO DE EXECUÇÃO 249

F
FAVORÁVEL DECISÃO JUDICIAL 160

FILHO MENORM 463


MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 805

G
GUARDA DE MENOR 271

I
IDADE AVANÇADA 365

IMPOSTO DE RENDA 165

IMPUGNAÇÃO 275
- Aposentadoria por Idade Rural 281
- Aposentadoria por Invalidez – Incapacidade Laborativa – Laudo
Médico Pericial 287
- aos Embargos à Execução 293
- Benefício Assistencial – Deficiente - Incapacidade Laborativa
– LOAS 275

INCLUSÃO DE GENITORA COMO DEPENDENTE 327

INDENIZAÇÃO
- por Ato Ilícito 151

INIDICAÇÃO DE PRODUÇÃO DE PROVAS 363

INQUIRIÇÃO DE TESTEMUNHAS 365

L
LAUDO MÉDICO
- Sentença Contrária 473

LICENÇA PATERNIDADE 373

LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ 293


806 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

M
MANDADO DE INJUNÇÃO 373

MANDADO DE SEGURANÇA 377, 389, 407

MEDIDA CAUTELAR INOMINADA 77, 111

MINISTÉRIO PÚBLICO 337

N
NECESSIDADE
- de Complementação Processual 103
- de Evitar Decadência ou Prescrição 467

NEOPLASIA MALIGNA 77

P
PEDIDO
- de Concessão de Benefícios 407
- de Suspensão do Ato Administrativo 407

PENSÃO 293

PENSÃO POR MORTE 247, 259, 451

PERÍCIA – PERÍODO DE GREVE 427

POLICIAL MILITAR 613

PRAZO
- Recolhimento da Contribuição 399

PRINCÍPIO DA ISONOMIA 607


MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 807

PRÓ-LABORE 525

PRODUÇÃO DE PROVAS 363

PROPOSITURA DA AÇÃO 597

PRORROGAÇÃO DE PRAZO 467

PROVA DE DEPENDÊNCIA ECONÔMICA 457

R
RECLAMATÓRIA TRABALHISTA 463

RECOLHIMENTOS PREVIDENCIÁRIOS 419

- Não Repassados aos Cofres Públicos 419

RECURSO
- Especial 473
- Recurso Inominado – Averbação de Tempo de Serviço Especial
– Juizado Especial 483
- Ordinário 489

REDUÇÃO SALARIAL 613

REFORMA DE DECISÃO 249

REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR 239

REPARAÇÃO DE DANO 299

REPETIÇÃO DE INDÉBITO 511

RESPONSABILIDADE DO EMPREGADOR 165

REVISÃO
- de Aposentadoria 147
- não efetuada pelo INSS 125
808 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

REVISIONAL
- de Aposentadoria 229, 293, 321, 551, 569, 597, 641
- de Benefícios 585
- de Pensão por Morte 645

RURÍCOLA 97, 201, 207

S
SALÁRIO DE BENEFÍCIO 633

SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO 633

SENTENÇA 473, 655, 665

SUSTAÇÃO 111

T
TRABALHADOR RURAL 317

TRABALHO RURAL 367

TUTELA ANTECIPATÓRIA 427

U
UNIÃO ESTÁVEL 447

URBANO 221
MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 809

V
VÍNCULAÇÃO AO SALÁRIO MÍNIMO 641

VÍNCULO EMPREGATÍCIO 463

VIÚVA 463
810 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

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