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Rafael Guimarães
Ricardo Calcini
Richard Wilson Jamberg
SOBRE OS AUTORES
Rafael Guimarães
Juiz do Trabalho no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região. Ex-Assessor
de Desembargador no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região. Especialista em
Direito e Processo do Trabalho. Professor Convidado de Cursos Jurídicos.
Ricardo Calcini
Mestre em Direito pela PUC/SP. Pós-Graduado em Direito Processual
Civil (EPM TJ/SP) e em Direito Social (Mackenzie). Professor de Direito do
Trabalho da FMU. Professor Convidado de Cursos Jurídicos e de Pós-Graduação
(FADI, ESA, Kroton, OAB, Damásio e EPD). Coordenador Editorial Trabalhista
da Editora Mizuno. Membro do Comitê Técnico Executivo da Revista SÍNTESE
Trabalhista e Previdenciária. Coordenador Acadêmico dos projetos “Dúvida
Trabalhista? Pergunte ao Professor!” (Jota), “Migalha Trabalhista” (Migalhas)
e "Prática Trabalhista" (Revista Consultor Jurídico - Conjur). Responsável pelas
colunas “Atualidades Trabalhistas” (Portal Empório do Direito) e “Trabalhista
in foco” (Megajuridico). Palestrante e Instrutor de eventos corporativos pela
empresa Ricardo Calcini | Cursos e Treinamentos, especializada na área jurídica
trabalhista com foco nas empresas, escritórios de advocacia e entidades de
classe. Organizador do e-book Coronavírus e os Impactos Trabalhistas (Editora
JH Mizuno, 2020). Coordenador do livro digital Nova Reforma Trabalhista (Edi-
tora ESA OAB/SP, 2020). Organizador das obras coletivas Perguntas e Respostas
sobre a Lei da Reforma Trabalhista (Editora LTr, 2019) e Reforma Trabalhista
na Prática: Anotada e Comentada (Editora JH Mizuno, 2019). Coordenador do
livro digital Reforma Trabalhista: Primeiras Impressões (Editora Eduepb, 2018).
Membro do IBDSCJ, do CEAPRO, da ABDPro, da CIELO e do GETRAB/USP. Con-
tatos: Website www.ricardocalcini.com | E-mail contato@ricardocalcini.com
CAPÍTULO II
Liquidação de Sentença.................................................................. 15
1. Conceito e parâmetros...................................................................... 15
2. Formas de liquidação.......................................................................... 23
2.1. Liquidação por cálculos.............................................................. 24
2.1.1. Apuração dos valores dos títulos fixados na coisa julgada. 26
2.1.2. Correção monetária.......................................................... 27
2.1.3. Juros de mora.................................................................... 38
2.1.4. Contribuições previdenciárias........................................... 40
2.1.5. Encargos fiscais.................................................................. 55
2.1.6. PJe-Calc............................................................................. 57
2.2. Liquidação por artigos............................................................... 59
2.3. Liquidação por arbitramento..................................................... 69
3. Procedimentos da liquidação.............................................................. 73
3.1. Início do procedimento: apresentação de cálculos.................... 73
3.2. Contestação de cálculos............................................................ 76
3.3. Perícia Contábil x interpretação do julgado............................... 81
3.4. Sentença de Liquidação............................................................. 84
CAPÍTULO III
Execução no Processo do Trabalho.............................................. 88
1. Introdução.......................................................................................... 88
2. Princípios da execução trabalhista...................................................... 90
2.1. Primazia do credor trabalhista................................................... 90
2.2. Meio menos oneroso ao executado.......................................... 91
2.3. Responsabilidade patrimonial..................................................... 92
2.4. Mitigação do contraditório........................................................ 95
2.5. Impulso oficial............................................................................ 96
8 Execução Trabalhista na Prática
CAPÍTULO IV
Procedimentos Executivos............................................................. 102
6. Cabimento de honorários advocatícios no processo executivo tra-
balhista em favor do advogado do credor......................................... 102
8. Penhora e garantia do juízo................................................................ 106
8.1 Diferença entre penhora, indisponibilidade, arresto e sequestro
de bens ....................................................................................... 110
8.2 Formalização e intimação da penhora........................................ 117
8.2.1 Averbação premonitória.................................................... 119
CAPÍTULO IX
Audiência em Execução Trabalhista............................................ 121
2 Audiência de conciliação na fase de liquidação e na execução. .......... 121
2.1. Audiência na fase de liquidação: conciliação e saneamento
do processo......................................................................... 121
2.2. Designação de audiência de conciliação no curso da execução.
Momento adequado para requerer ao juiz. ............................... 123
2.3. Há consequência processual para o não comparecimento das
partes à audiência de conciliação?............................................... 124
2.4. É possível a renúncia de crédito pelo reclamante em audiência
na fase de execução?................................................................... 128
2.5. Preparando-se para a audiência de conciliação em execução... 134
2.5.1. Checklist do processo....................................................... 134
2.5.2. Depósito recursal.............................................................. 135
2.5.3. Observância do título judicial: limites objetivos da coisa julgada.. 136
2.5.4. Créditos da União. ........................................................... 137
2.5.5. Créditos de terceiros........................................................ 139
2.5.6. Emolumentos cartorários.................................................. 142
2.5.7. Cláusulas do acordo judicial: a questão da cláusula penal e as
salva guardas patrimoniais para cumprimento da avença.......... 142
2.5.8. Efeitos do termo de conciliação celebrado entre as par-
tes e homologado pelo juiz.................................................... 145
Execução Trabalhista na Prática 9
CAPÍTULO X
Desconstruindo a Blindagem Patrimonial.................................. 147
1. Noções conceituais............................................................................ 147
1.1. Superação do misticismo. ......................................................... 147
1.2. Princípio da responsabilidade patrimonial. ............................... 148
1.3. O fenômeno da blindagem patrimonial..................................... 149
1.4. Característica clássica. .............................................................. 149
1.5. Ato ilícito complexo. ................................................................. 150
1.6. Gama de informações na internet. ........................................... 150
1.7. Zona cinzenta. .......................................................................... 151
1.8. Reflexos negativos nos indicadores de efetividade da execução
trabalhista.............................................................................. 152
2. Antídotos jurídico-normativos e jurisprudenciais............................... 153
2.1. Simulação................................................................................... 154
2.1.1. Breves noções conceituais................................................ 154
2.1.2. Elementos característicos................................................. 155
2.1.3. Hipóteses legais................................................................. 157
2.1.4. Proteção dos terceiros afetados: admissibilidade de
prova indiciária...................................................................... 158
2.1.5. Sanção jurídica do ajuste simulatório................................ 162
2.1.6. Estudo de casos práticos................................................... 163
3. Tipologias mais comuns de blindagem patrimonial............................ 168
3.3 Estruturas societárias fraudulentas............................................. 169
3.3.1 Empresa de fachada........................................................... 169
3.3.1.1 Empresa de fachada é uma realidade no cenário
jurídico pátrio. ................................................................ 169
3.3.1.2 Conceito de empresa. .............................................. 169
3.3.1.3 Traçando os contornos da empresa de fachada. ....... 170
3.3.1.4 Empresa de fachada à luz da legislação tributária. .... 171
3.3.1.5. Outras denominações. ............................................ 173
3.3.1.6. Finalidades diversas. ................................................ 174
3.3.1.7. Formas de identificação. .......................................... 174
3.3.1.8. Enquadramento jurídico como hipótese de simulação
absoluta............................................................................ 175
3.3.1.9. Estudo de casos práticos.......................................... 176
10 Execução Trabalhista na Prática
CAPÍTULO XII
Ferramentas Eletrônicas de Pesquisa Patrimonial................... 179
1. Introdução.......................................................................................... 179
2. Principais ferramentas de pesquisa patrimonial.................................. 182
2.4 CNIB........................................................................................... 182
2.4.1. Escopo e funcionalidades.................................................. 182
2.4.2. Abrangência....................................................................... 183
2.4.3. Demais procedimentos e desdobramentos...................... 184
2.4.4. Direito de prelação ou de preferência. ............................ 185
2.5. SERASAJUD............................................................................... 186
2.5.1. Escopo............................................................................... 186
2.5.2. Funcionalidades................................................................. 186
2.5.3. Aplicações práticas............................................................ 187
2.6 INFOJUD.................................................................................... 190
2.6.1. Escopo............................................................................... 190
2.6.2. Funcionalidades................................................................. 191
2.6.3. Comunicação por meio de ofício com a Superintendência
Regional da Receita Federal................................................... 194
2.6.3.1. DECRED – Declaração de operações com cartões
de crédito......................................................................... 196
2.6.3.2. DIMOB – Declaração de informações sobre
atividades imobiliárias........................................... 198
2.6.3.3. E-FINANCEIRA........................................................ 199
2.6.4. Comunicação por meio de ofício com a Receita Estadual..... 201
2.6.5. Estudo de casos práticos................................................... 201
2.16. SISCOAF.................................................................................. 206
2.16.1. Escopo............................................................................. 206
2.16.2. Dinâmica de elaboração do Relatório de Inteligência
Financeira (RIF)...................................................................... 208
2.16.3 Conteúdo do RIF e seus impactos na persecução
patrimonial executiva.......................................................... 209
2.16.4. Maximizando o resultado da pesquisa no SISCOAF........ 216
2.16.5. Marco temporal da requisição e extração de informações
no SISCOAF............................................................................ 216
2.16.6 Aplicações práticas........................................................... 216
REFERÊNCIAS.......................................................................................... 219
CAPÍTULO I
Introdução
1 Conceito e parâmetros
A liquidação visa apurar os valores dos títulos deferidos na
sentença ou acórdão, para proporcionar a execução, não consti-
tuindo ato de execução, mas apenas o aperfeiçoamento da sen-
tença, pois não é praticado nenhum ato de satisfação de crédito,
constrição (penhora) ou expropriação de bens.
Mauro Schiavi nos ensina que
1 SCHIAVI, Mauro. Execução no processo do trabalho, 11ª ed. São Paulo: LTr,
2019, p. 244.
16 Execução Trabalhista na Prática
2 Formas de liquidação
O artigo 879 da CLT prevê que a liquidação de sentença
pode ser feita por cálculo, por arbitramento ou por artigos.
Da mesma forma, o artigo 509 do Código de Processo Civil
prevê as três modalidades de liquidação de sentença, trazendo os
conceitos de cada espécie:
Quando a coisa julgada não for líquida, ainda que se faça ne-
cessária a apuração por artigos, para prova de fatos novos, como
a data de nascimento de filho(a) da empregada gestante que ob-
teve por sentença o direito ao recebimento da indenização dos
salários do período de garantia de emprego da gestante, eis que
tal fato é imprescindível para fixação do termo final da garantia,
será necessária também a apuração dos valores através de cálculos
aritméticos.
8 SCHIAVI, Mauro. Execução no processo do trabalho, 11ª ed. São Paulo: LTr,
2019, p. 249
26 Execução Trabalhista na Prática
2.1.6 PJe-Calc
O Conselho Superior da Justiça do Trabalho, através da Reso-
lução 241/2019, instituiu a obrigatoriedade, a partir de 01/01/2020,
da juntada de cálculos a partir do aplicativo Pje-Calc, vedando a
utilização de qualquer outro sistema de cálculo, acrescentando o
§ 6º ao artigo 22 da Resolução 185/2017 do mesmo órgão, que
trata do sistema do Processo Judicial Eletrônico – PJe. A Resolução
249/2019 do CSJT, atendendo a pedido da OAB, adiou o início da
obrigatoriedade da utilização do Pje-Calc a partir de 01/07/2020, e
em razão dos impactos da pandemia do coronavírus nas atividades
relacionadas à capacitação para uso do sistema, a Presidente do
CSJT, através do Ato 89/2020, prorrogou mais uma vez o início da
obrigatoriedade, que deve se dar a partir de 01/01/2021.
A partir da imposição da obrigatoriedade do uso exclusivo
do aplicativo Pje-Calc, verificou-se uma grande preocupação dos
profissionais do Direito que atuam na Justiça do Trabalho, deman-
dando conhecimentos não só do próprio aplicativo, como também
da metodologia de elaboração de cálculos e protocolo no processo
eletrônico no ambiente do PJe, além de discussão quanto a consti-
tucionalidade da obrigatoriedade de uso do sistema.
O sistema PJe Calc é o Sistema de Cálculo Trabalhista desen-
volvido pela Secretaria de Tecnologia da Informação do Tribunal
Regional do Trabalho da 8ª Região, a pedido do Conselho Superior
da Justiça do Trabalho, para utilização em toda a Justiça do Trabalho
como ferramenta padrão de elaboração de cálculos trabalhistas e
liquidação de sentenças, visando a uniformidade de procedimentos
e confiabilidade nos resultados apurados, estando disponibilizado
ao público em geral, especialmente para advogados e peritos, cuja
obrigatoriedade de uso em âmbito nacional se dará a partir de
01/01/2021.
58 Execução Trabalhista na Prática
14 MARTINS, Sérgio Pinto. Direito Processual do Trabalho. 25.ª edição. São Paulo:
Atlas, 2006, p. 629
60 Execução Trabalhista na Prática
17 MEDINA, José Miguel Garcia. Execução: teoria geral, princípios fundamentais, pro-
cedimento no processo civil brasiLeiro, 2ª ed. São Paulo: RT, 2019 (E-book)
18 Transitada em julgado a decisão de mérito, considerar-se-ão deduzidas e repeli-
das todas as alegações e as defesas que a parte poderia opor tanto ao acolhimen-
to quanto à rejeição do pedido.
62 Execução Trabalhista na Prática
25 NERY JR., Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Código de Processo Civil
comentado, 4ª ed. São Paulo: RT, 2019 (E-book), cit. CPC 509, coment. 17.
Execução Trabalhista na Prática 67
26 SILVA, Homero Batista Mateus da. CLT comentada, 2ª ed. São Paulo, RT, 2018
(E-book), cit. CLT 879, coment. 2.
68 Execução Trabalhista na Prática
27 SCHIAVI, Mauro. Execução no processo do trabalho, 11ª ed. São Paulo: LTr,
2019, p. 252
28 MARTINS, Sérgio Pinto. Direito Processual do Trabalho. 25.ª edição. São Paulo:
Atlas, 2006, p. 629
70 Execução Trabalhista na Prática
3 Procedimentos da liquidação
34 SCHIAVI, Mauro. Execução no processo do trabalho, 11ª ed. São Paulo: LTr,
2019, p. 247.
Execução Trabalhista na Prática 75
35 O arquivo deve ter a seguinte formatação para ser aceito pelo sistema: “da-
ta;entrada1;saída1;entrada2;saída2;entrada3;saída3;entrada4;saída4;entrada5;-
saída5;entrada6;saída6”
Execução Trabalhista na Prática 77
39 Não se pretende aqui tecer crítica aos magistrados do trabalho, já que estes
são pressionados pela grande demanda de trabalho existente nas varas do
trabalho, com estrutura funcional inadequada para dar vazão à demanda, além
de cobranças de produtividade dos órgãos de cúpula do Judiciário, fatores que
prejudicam a realização de um trabalho que no geral demanda muito tempo.
Execução Trabalhista na Prática 83
1 Introdução
A execução, ou o cumprimento da sentença – nomenclatura
adotada pelo CPC atualmente –, é o meio processual pelo qual o
Estado, no cumprimento de sua função jurisdicional, não havendo
o cumprimento espontâneo do título executivo pelo devedor, tem
o dever-poder de constrangê-lo para que cumpra voluntariamente
a obrigação, através de instrumentos de coerção, e caso assim não
o faça, invade a esfera patrimonial daquele, sub-rogando-se em sua
pessoa, para alienar o patrimônio necessário e com o produto au-
ferido promover a satisfação do crédito do credor.
Mauro Schiavi discorre que “a sentença não voluntariamente
cumprida dá ensejo a uma outra atividade jurisdicional, destinada
à satisfação da obrigação consagrada em um título. Essa atividade
estatal de satisfazer a obrigação consagrada num título que tem
força executiva, não adimplido voluntariamente pelo devedor se
denomina execução forçada”41, e conceitua: “a execução trabalhista
consiste num conjunto de atos praticados pela Justiça do Trabalho
destinados à satisfação de uma obrigação consagrada num título
executivo judicial ou extrajudicial, da competência da Justiça do
Trabalho, não voluntariamente satisfeita pelo devedor, contra a
vontade deste último”42.
Como assinala Sérgio Pinto Martins, “até a antiguidade, a
execução era feita sobre o corpo do devedor. Era pessoal. O deve-
dor poderia ficar como escravo do credor. A partir do ano 1000, a
execução privada acabou sendo desprezada”43.
41 SCHIAVI, Mauro. Execução no processo do trabalho, 11ª ed. São Paulo: LTr,
2019, p. 23
42 Idem, pág. 25
43 MARTINS, Sérgio Pinto. Direito Processual do Trabalho. 25.ª edição. São Paulo:
Atlas, 2006, p. 636
Execução Trabalhista na Prática 89
44 SCHIAVI, Mauro. Execução no processo do trabalho, 11ª ed. São Paulo: LTr,
2019, p. 21
90 Execução Trabalhista na Prática
45 Idem, p. 22
Execução Trabalhista na Prática 91
46 SCHIAVI, Mauro. Execução no processo do trabalho, 11ª ed. São Paulo: LTr,
2019, p. 30
92 Execução Trabalhista na Prática
47 DE ASSIS, Araken. Manual da execução, 20ª ed. São Paulo: RT, 2018 (E-book).
48 Idem
94 Execução Trabalhista na Prática
49 DE ASSIS, Araken. Manual da execução, 20ª ed. São Paulo: RT, 2018 (E-book).
50 MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO Daniel. Código
de processo civil comentado, 4ª ed. São Paulo: RT, 2018, cit. CPC 790, coment. 1.
Execução Trabalhista na Prática 95
51 SCHIAVI, Mauro. Execução no processo do trabalho, 11ª ed. São Paulo: LTr,
2019, p. 57.
Execução Trabalhista na Prática 99
52 SILVA, Homero Batista Mateus da. CLT comentada, 2ª ed. São Paulo, RT, 2018
(E-book), cit. CLT 765, coment. 3.
100 Execução Trabalhista na Prática
53 DE ASSIS, Araken. Manual da execução, 20ª ed. São Paulo: RT, 2018 (E-book).
54 Idem.
Execução Trabalhista na Prática 101
55 Vale destacar que o prazo para pagamento da execução por título extrajudicial é
de três dias (art. 829 do CPC), razão pela qual a redução ocorre em igual prazo
(§ 1º do art. 827 do CPC), o que trazendo para a realidade do processo do
trabalho, implica em prazo de 15 dias (art. 523 do CPC), cujo resultado prático
será similar ao do § 1º do artigo 523 do CPC.
106 Execução Trabalhista na Prática
63 SOUZA JÚNIOR, Antonio Umberto de; SOUZA, Fabiano Coelho de; MARA-
NHÃO, Ney. AZEVEDO NETO, Platon Teixeira de. Manual prático das audiên-
cias trabalhistas, São Paulo: RT, 2018 (E-book)
126 Execução Trabalhista na Prática
64 SCHIAVI, Mauro. Manual de direito processual do trabalho, 9ª ed. São Paulo: LTr,
2015, p. 503.
Execução Trabalhista na Prática 129
65 SCHIAVI, Mauro. Execução no processo do trabalho, 11ª ed. São Paulo: LTr,
2019, p. 485.
66 Idem, ibidem.
130 Execução Trabalhista na Prática
67 SILVA, Homero Batista Mateus da. CLT comentada, 2ª ed. São Paulo, RT, 2018
(E-book), cit. CLT 764, coment 3.
132 Execução Trabalhista na Prática
69 http://www.tst.jus.br/noticias/-/asset_publisher/89Dk/content/projeto-garim-
po-identifica-r-2-bi-esquecidos-em-contas-judiciais. Acesso em 17/05/2020.
Execução Trabalhista na Prática 137
70 SCHIAVI, Mauro. Execução no processo do trabalho, 11ª ed. São Paulo: LTr,
2019, p. 567.
138 Execução Trabalhista na Prática
71 COSTA, Gustavo Borges da. Acordo na fase processual de execução e seus efei-
tos nos créditos previdenciários. Revista de direito do trabalho, São Paulo, SP, v.
38, n. 145, p. 75-92, jan./mar. 2012.
72 O tema é abordado de forma mais aprofundada no tópico específico da execu-
ção da contribuição previdenciária, que remetemos o leitor.
Execução Trabalhista na Prática 139
73 Em relação à citação por oficial de justiça prevista no artigo 880 da CLT, reme-
temos o leitor à análise aprofundada do tema nos tópicos 4 e 5 do Capítulo IV,
acerca do erro técnico legislativo da expressão “citação” e da aplicação supletiva
do artigo 523 do CPC.
144 Execução Trabalhista na Prática
74 CLT. Art. 831 - A decisão será proferida depois de rejeitada pelas partes a proposta
de conciliação. Parágrafo único. No caso de conciliação, o termo que for lavrado
valerá como decisão irrecorrível, salvo para a Previdência Social quanto às contribui-
ções que lhe forem devidas. (Redação dada pela Lei nº 10.035, de 2000)
75 CPC. Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz: [...] III - homologar:
[...] b) a transação.
76 TST. Súmula 100, item V: O acordo homologado judicialmente tem força de
decisão irrecorrível, na forma do art. 831 da CLT. Assim sendo, o termo conci-
liatório transita em julgado na data da sua homologação judicial.
CAPÍTULO X
Desconstruindo a Blindagem Patrimonial
1 Noções conceituais.
1.1 Superação do misticismo.
Sabemos que a execução trabalhista passa por uma profun-
da crise existencial. Políticas judiciárias são implementadas, metas
de redução do acervo processual são fixadas pelo CNJ, convênios
e termos de cooperação técnica são firmados, novas versões das
ferramentas eletrônicas são desenvolvidas (ex. BACENJUD 2.0 e,
atualmente, o SISBAJUD), tudo com vistas à melhoria da efetivida-
de da jurisdição executiva.
Contudo, os resultados não são satisfatórios, basta dialogar com
qualquer advogado que atua na recuperação do crédito trabalhista
para concluir que o modelo tradicional, linear e burocrático de con-
dução da execução trabalhista não entrega os resultados esperados.
É necessário perceber que há um crescimento vertiginoso da
blindagem patrimonial pelo devedor e dos meios e ardis emprega-
dos para a ocultação patrimonial, que leva ao enfraquecimento da
execução trabalhista.
No meio jurídico trabalhista, verifica-se certo misticismo e
desconhecimento em torno da temática, cujo enfrentamento se faz
necessário diante do cenário de crise de efetividade que assolapa a
jurisdição.
É chegada a hora de o credor trabalhista aprofundar seu co-
nhecimento técnico acerca do fenômeno da blindagem patrimonial,
saber manejar os antídotos jurídico-normativos e jurisprudenciais
regentes, além de dominar as tipologias mais comuns, como forma
de, no caso concreto, rastrear o patrimônio do devedor capaz de
adimplir o crédito exequendo.
Este é o propósito do presente capítulo.
148 Execução Trabalhista na Prática
77 CC. Art. 391. Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do
devedor.
Art. 957. Não havendo título legal à preferência, terão os credores igual direito
sobre os bens do devedor comum.
78 CPC. Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros
para o cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei.
79 DE ASSIS, Araken. Manual da execução, 20ª ed. São Paulo: RT, 2018 (E-book).
Execução Trabalhista na Prática 149
2.1 Simulação.
2.1.1 Breves noções conceituais.
Conquanto esteja relacionado ao direito material, o instituto
da simulação encontra-se diretamente conectado com a execução
trabalhista, pois o ajuste simulatório trata-se de uma das formas
mais comuns da blindagem patrimonial e, consequente, esvazia-
mento da garantia do crédito exequendo.
Com efeito, a licitude dos negócios jurídicos pressupõe o
respeito aos requisitos de validade dos atos jurídicos em geral. Dis-
so decorre que o negócio celebrado em descompasso com tais
requisitos incorrerá na antijuridicidade com a respectiva sanção de
nulidade ou anulabilidade, a depender da gravidade.
Entre as condutas antijurídicas, destaca-se a simulação que
é um vício social de formação do negócio jurídico, sendo consi-
derada a ausência de conexão entre a aparência e o conteúdo do
negócio jurídico, com motivo determinante ilícito, nos termos dos
seguintes artigos do Código Civil:
87 Idem, ibidem.
Execução Trabalhista na Prática 155
88 BEVILÁQUA, Clóvis. Teoria geral do direito civil. 3ª ed. Rio de Janeiro: MJN,
1966, p. 239.
89 FERRARA, Francesco. A simulação dos negócios jurídicos. São Paulo: Saraiva,
1939, p. 51.
90 NERY JR., Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Código Civil comentado, 3ª
ed. São Paulo: RT, 2019 (E-book), cit.CC 167, coment. 5.
91 FERRARA, Francesco, ob. cit, p. 53.
156 Execução Trabalhista na Prática
92 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, volume 1: parte geral, 17ª
ed. São Paulo: Saraiva, 2019 (E-book).
93 DE ASSIS, Araken. Manual da execução, 20ª ed. São Paulo: RT, 2018 (E-book).
94 TST - RO: 455003720105030000 - Subseção II Especializada em Dissídios Indivi-
duais – Relator Min. Luiz José Dezena da Silva - Data de Julgamento: 19/11/2019
- Data de Publicação: DEJT 29/11/2019.
160 Execução Trabalhista na Prática
Ninguém realiza uma simulação para que ela seja descoberta pelas
autoridades. Portanto, a simulação só é provada por indícios e
por provas indiretas; especialmente em hipóteses como a destes
embargos, em que há especial dificuldade na apuração da origem
dos ativos da embargante pelo fato de ser ela integrada por empresa
sediada em paraíso fiscal (Ilhas Virgens Britânicas).
De acordo com o magistério do professor Sílvio de Salvo Venosa:
É difícil e custosa a prova da simulação. Por sua própria natureza, o
vício é oculto. As partes simulantes procuram cercar-se de um manto
para encobrir a verdade. O trabalho de pesquisa da prova deve ser
meticuloso e descer a particularidades.
Raramente, surgirá no processo a chamada “ressalva” (contracarta
ou contradocumento, documento secreto), isto é, documento que
estampa a vontade real dos contratantes e tenha sido elaborado
secretamente pelos simulantes. Em razão disso, devem as partes
prejudicadas recorrer a indícios para a prova do vício.
O intuito da prova da simulação em juízo é demonstrar que há ato
aparente a esconder ou não outro. Raras vezes, haverá possibilidade
da prova direta. Os indícios avultam de importância. Indício é rastro,
vestígio, circunstância suscetível de nos levar, por via de inferência, ao
conhecimento de outros fatos desconhecidos. A dificuldade da prova
nessa ação costuma desencorajar os prejudicados.
[...] O estatuto processual [...] Reza, porém, seu art. 332: “Todos
os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não
especificados neste Código, são hábeis para provar a verdade dos
fatos, em que se funda a ação ou a defesa”.
Acrescenta, a propósito, o art. 335: “Em falta de normas jurídicas
particulares, o juiz aplicará as regras de experiência comum subministradas
pela observação do que ordinariamente acontece e ainda as regras da
experiência técnica, ressalvado, quanto a esta, o exame pericial”.
Como vemos, é ampla a possibilidade de o juiz valer-se dos indícios
para pesquisar a simulação. A presunção também é outro meio de
prova útil no caso. Presunção é a ilação que o julgador tira de um fato
conhecido para chegar a um fato desconhecido.
É importante, para concluir pela simulação, estabelecer um quadro,
o mais completo possível, de indícios e presunções. São indícios
palpáveis para a conclusão positiva de simulação: parentesco ou
amizade íntima entre os contraentes; preço vil dado em pagamento
para coisa valiosa; falta de possibilidade financeira do adquirente (que
pode ser comprovada com a requisição de cópia de sua declaração
de Imposto de Renda); o fato de o adquirente não ter declarado na
relação de bens, para o Imposto de Renda, o bem adquirido.
Um dos principais indícios de simulação é a pesquisa da causa
simulandi. A primeira pergunta que deve fazer o julgador é: possuíam
Execução Trabalhista na Prática 161
95 NERY JR., Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade, ob. cit. CC 166, coment. 4.
164 Execução Trabalhista na Prática
• Exemplo 2:
Como segundo exemplo prático, menciona-se a hipótese em
que o devedor no intuito, a um só tempo, de ocultar seu patrimônio
e mantê-lo na sua esfera familiar, lança mão da simulação por interpo-
sição de pessoa, com vistas a criar uma segunda camada de invólucro
na fraude levada a cabo, tornando mais complexa sua identificação.
Nesta situação fática, o devedor celebra contrato de compra
e venda de bem imóvel com parte figurante (“testa de ferro”), a
qual exerce apenas a função de ponte para concretização do real
negócio jurídico do devedor alienante.
Ato contínuo, o “testa de ferro” outorga escritura de com-
pra e venda com familiar do devedor, por ex. ascendente ou des-
cendente, que é o real destinatário do bem objeto da transferência
patrimonial. Resta, pois, concluída a operação de ocultação patri-
monial por meio de simulação.
Como é patente a má-fé dos contraentes em ambos os ne-
gócios jurídicos, cujo motivo determinante é ilícito e simulado, po-
derão ser invalidados de forma incidental no curso da execução
trabalhista de ofício ou por iniciativa do credor exequente prejudi-
cado, permitindo assim a constrição do bem independentemente
do ajuizamento de ação autônoma.
• Exemplo 3:
Terceiro exemplo extraído da doutrina especializada é a hipó-
tese de simulação para encobrir a real data do negócio. Detalha Ita-
mar Gaíno que “com o mesmo objetivo de liberar seu patrimônio em
relação aos direitos do credor, o devedor firma negócio quando já
consumada a sua dívida ou quando já iniciado o processo de ação con-
denatória ou de ação executiva, fazendo-o, porém, com data falsa (an-
tedata), com isso criando a aparência de um negócio anterior, em tese
não suscetível de invalidação por terceiros credores”97. E prossegue:
97 GAÍNO, Itamar. A simulação dos negócios jurídicos, 2ª ed. São Paulo: Saraiva,
2012 (E-book).
Execução Trabalhista na Prática 167
• Exemplo 4:
O quarto exemplo extraído também da doutrina especializada é
a simulação da promessa de compra e venda de imóvel do devedor ce-
lebrada com pessoa de sua confiança, com objetivo de lesar o credor.
Neste caso, explica Itamar Gaíno que “a simulação eviden-
cia-se, normalmente, por indícios, como a ausência de registro do
compromisso de compra e venda no cartório competente, a au-
sência de reconhecimento das firmas das partes e das testemunhas,
a ausência de prova de pagamento do preço, a ausência de provas
documentais relacionadas ao exercício da posse, como contas de
consumo de energia elétrica, água etc” 99. E finaliza:
• Exemplo 5:
Por fim, o quinto e último exemplo prático de simulação
refere-se ao seguinte caso concreto, no qual restou constatada em
juízo a transferência de praticamente todos os bens do proprietá-
rio da empresa para sua ex-esposa, por meio de escritura pública
de divórcio, visando frustrar o pagamento de crédito tributário:
98 Idem, ibidem.
99 Idem, ibidem.
100 Idem, ibidem.
168 Execução Trabalhista na Prática
1 Introdução.
As ferramentas eletrônicas de pesquisa patrimonial dispo-
níveis à Justiça do Trabalho são instrumentos que visam conferir
efetividade à execução trabalhista, tornando possível satisfazer o
interesse creditório do exequente, entregando-lhe o bem da vida e
fazendo valer a coisa julgada formada na sentença trabalhista.
Além disso, é por meio das ferramentas eletrônicas que se
torna possível identificar e desconstruir o fenômeno da blinda-
gem patrimonial, e consequentemente, restaurar a efetividade
da jurisdição executiva com a adoção de medidas coativas sobre
o patrimônio ocultado do devedor.
É bem de ver que a utilização do sistema informatizado de
busca patrimonial do devedor muito contribui para a maior celeri-
dade do processo e confere efetividade à tutela jurisdicional.
O primeiro sustentáculo normativo para o uso efetivo destas
ferramentas eletrônicas é o princípio constitucional da celeridade
e efetividade da jurisdição, previsto no art. 5º, inciso LXXVIII, da
CF/88, irradiando-se, depois, pelo ordenamento infraconstitucional.
No âmbito do sistema infraconstitucional, dá-se destaque
aos dispositivos celetistas que conferem ao juiz do trabalho o po-
der-dever de requisitar às autoridades competentes a realização
das diligências necessárias ao esclarecimento dos feitos sob sua
apreciação (art. 653, alínea “a”, da CLT) e de velar pelo andamento
rápido das causas, podendo determinar qualquer diligência neces-
sária ao esclarecimento delas (art. 765 da CLT).
Já na esfera do processo civil, o CPC preceitua que constitui
norma fundamental o direito da parte de obter em prazo razoável
180 Execução Trabalhista na Prática
106 NERY JR., Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Código de Processo Civil
comentado, 4ª ed. São Paulo: RT, 2019 (E-book), cit. CPC art. 4º, coment. 3.
Execução Trabalhista na Prática 181
2.4.2. Abrangência.
A CNIB tem alcance nacional, atingindo todos os cartórios de
registro de imóveis e tabeliães de notas em todo território nacional,
tornando-se, com isto, um sistema muito mais eficiente do que o sis-
tema ARISP (ou Penhora On-line), conforme vimos anteriormente.
Diferentemente do sistema ARISP, na CNIB basta que o ma-
gistrado faça o protocolo da ordem de indisponibilidade, de forma
bem simplificada, cuja ordem alcançará automaticamente todos os
cartórios do país, os quais possuem o dever de cumprimento.
Diante de sua grande efetividade na constrição de bens imó-
veis, recomenda-se sua utilização no dia a dia, de forma precípua
na execução trabalhista.
2.5. SERASAJUD.
2.5.1. Escopo.
O SERASAJUD é o sistema que interliga o Poder Judiciário e
a Serasa Experian, decorrente da celebração do Termo de Coope-
ração Técnica 020/2014, celebrado entre o Conselho Nacional de
Justiça e a Serasa S.A112.
Por meio deste sistema, torna-se possível a ágil tramitação
de ofícios, de forma eletrônica via internet, entre os Tribunais e a
referida entidade.
2.5.2. Funcionalidades.
O referido sistema é bem simplificado e possui duas funcio-
nalidades básicas: (1) fornecimento de informações das mais varia-
das acerca do executado, constantes da base de dados da Serasa
Experian113; e (2) negativação do nome do devedor no cadastro
de proteção ao crédito da Serasa Experian, bem como permite a
consulta de endereços.
A primeira funcionalidade é pouco utilizada na prática fo-
rense, porém nos apresenta relatório analítico financeiro sobre o
devedor, sendo de grande valia para a execução trabalhista, tais
como: score do devedor (pontuação para obtenção de crédito no
mercado); endereços cadastrados; pendências financeiras ou ban-
cárias; cheques sem fundos; protestos estaduais e nacionais; exis-
tência de ações judiciais; participação em recuperações judiciais e
falências; e alerta de inconsistências comerciais.
115 CLT. Art. 883-A. A decisão judicial transitada em julgado somente poderá ser
levada a protesto, gerar inscrição do nome do executado em órgãos de prote-
ção ao crédito ou no Banco Nacional de Devedores Trabalhistas (BNDT), nos
termos da lei, depois de transcorrido o prazo de quarenta e cinco dias a contar
da citação do executado, se não houver garantia do juízo. (Incluído pela Lei nº
13.467, de 2017)
116 CPC. Art. 792, §3º. A requerimento da parte, o juiz pode determinar a inclusão
do nome do executado em cadastros de inadimplentes.
Execução Trabalhista na Prática 189
117 SILVA, Homero Batista Mateus da. CLT comentada, 2ª ed. São Paulo, RT, 2018
(E-book), cit. CLT 883-A, coment. 1.
118 Idem, ibidem.
190 Execução Trabalhista na Prática
2.6 INFOJUD.
2.6.1. Escopo.
O INFOJUD - Informações ao Poder Judiciário (Secretaria da
Receita Federal) é o sistema que tem por objetivo atender digital-
mente às requisições feitas pelo Poder Judiciário à Receita Federal.
Execução Trabalhista na Prática 191
2.6.2. Funcionalidades.
Antes de iniciarmos a análise das funcionalidades do INFO-
JUD, cabe ressaltar que é necessário delimitar o período da consul-
ta dos módulos objeto de requisição judicial.
O período da consulta é de suma importância para uma efi-
caz e efetiva pesquisa patrimonial, haja vista que somente a partir
de uma análise detalhada da evolução patrimonial do devedor em
período anterior ao processo judicial é que permitirá a identifica-
ção de como dissipou-se o seu patrimônio, tornando possível, as-
sim, descortinar a fraude patrimonial levada a cabo.
Desse modo, o exequente ao requerer o uso do INFOJUD
precisa delimitar em seu requerimento – de forma precisa e cons-
ciente – o período da consulta, de modo a evitar que sua execução
navegue no escuro, sem rumo e sem efetividade.
As informações obtidas no INFOJUD são as seguintes:
• Informações cadastrais.
A funcionalidade em questão permite consultar a base de
dados da RFB, notadamente, o registro de pessoa física, nome da
mãe, endereço, título de eleitor.
• Recuperar NI120.
A funcionalidade em questão identifica os responsáveis tribu-
tários da empresa, os quais são os detentores de poder de mando
e gestão na empresa. Tanto pode ser os sócios formais, quanto os
administradores ocultos ou de fato, isto é, aqueles não registrados
no contrato social da empresa.
Entrementes, ressalte-se que o responsável fiscal não é o
contador, pois há campo próprio para lançar tal informação.
Por meio desta funcionalidade, desnuda-se toda a cadeia de
pessoas jurídicas (ex. sociedades empresariais e sociedades sim-
ples) vinculada ao CPF objeto da persecução patrimonial, que pode
revelar uma série de novas possibilidades de atuação na execução
trabalhista, desde o uso do IDPJ inverso até o mapeamento do
grupo econômico.
Esta funcionalidade está disponível, após acessar o sistema e
avançar até a tela “informações ao Judiciário”, localiza-se o “recu-
perar NI” e clica em CNPJ. Na próxima tela, insere-se o CPF do
responsável tributário. Depois, será apresentada a lista de CNPJs
em escala nacional vinculados ao mesmo responsável tributário in-
vestigado.
121 CLT. Art. 765. Os Juízos e Tribunais do Trabalho terão ampla liberdade na dire-
ção do processo e velarão pelo andamento rápido das causas, podendo deter-
minar qualquer diligência necessária ao esclarecimento delas.
196 Execução Trabalhista na Prática
[...] Esta Seção Especializada passou a entender que o art. 139, IV, do
CPC/2015, permite sejam utilizadas medidas atípicas para a efetivação
do provimento judicial, tais como o bloqueio do uso dos cartões de
crédito e vedação à concessão de novos cartões ao devedor, assim
como a suspensão da CNH e retenção de passaporte, essas em casos
excepcionais, conforme entendimento preconizado pela Orientação
Jurisprudencial nº 47 desta Seção Especializada: [...]
Logo, de acordo com o atual entendimento desta Seção
Especializada, é possível determinar o bloqueio do uso dos
cartões de crédito e vedação de concessão de novos cartões
ao Executado, merecendo reforma a decisão de primeiro
grau quanto ao tema. [...]
(TRT9 - AP 06496009220045090011 PR - Seção Especializada -
Relator Desembargador Arion Mazurkevic - Data de Julgamento:
18/02/2020) (destacamos)
2.6.3.3. E-FINANCEIRA.
Por fim, o terceiro e último módulo fiscal com profundo impac-
to no esforço investigativo na execução trabalhista é a E-FINANCEI-
RA, que compõe o Sistema Público de Escrituração Digital – SPED, e
foi instituída pela IN RFB nº 1.571/2015, que disciplina a obrigatorie-
dade de prestação de informações relativas às operações financeiras
de interesse da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB).
200 Execução Trabalhista na Prática
I - as pessoas jurídicas:
a) autorizadas a estruturar e comercializar planos de benefícios de
previdência complementar;
b) autorizadas a instituir e administrar Fundos de Aposentadoria
Programada Individual (Fapi); ou
c) que tenham como atividade principal ou acessória a captação,
intermediação ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de
terceiros, incluídas as operações de consórcio, em moeda nacional
ou estrangeira, ou a custódia de valor de propriedade de terceiros; e
II - as sociedades seguradoras autorizadas a estruturar e
comercializar planos de seguros de pessoas.
§ 1º A obrigatoriedade de que trata o caput alcança entidades
supervisionadas pelo Banco Central do Brasil (Bacen), pela
Comissão de Valores Mobiliários (CVM), pela Superintendência
de Seguros Privados (Susep) e pela Superintendência Nacional de
Previdência Complementar (Previc).
2.16. SISCOAF.
2.16.1. Escopo.
A Lei 9.613/98, que dispõe sobre os crimes de lavagem ou
ocultação de bens, direitos e valores, criou o Conselho de Contro-
le de Atividades Financeiras (COAF), que é a Unidade de Inteligên-
cia Financeira do Brasil.
Execução Trabalhista na Prática 207
125 http://fazenda.gov.br/assuntos/prevencao-lavagem-dinheiro/inteligencia-finan-
ceira. Acesso em 09/08/2020.
126 Exemplos de setores econômicos obrigados: instituições participantes do Sis-
tema Financeiro Nacional, bem como as instituições sujeitas à regulação da
Comissão de Valores Mobiliários - CVM; corretores de imóveis; pessoas físicas
e jurídicas prestadoras de serviços de economia e finanças; juntas comerciais;
sociedades seguradoras e de capitalização, resseguradores locais e admitidos,
entidades abertas e fechadas de previdência complementar.
Execução Trabalhista na Prática 209
127 Revogou a Carta Circular nº 3.542, de 12/03/2012, que era o instrumento nor-
mativo regente da matéria.
Execução Trabalhista na Prática 211
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