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ApostilaSEP I PDF
ApostilaSEP I PDF
Objetivo Geral
Conteúdo
2. COMPONENTES SIMÉTRICOS
2.1. Componentes de sequências positivas, negativas e zero
2.2. Existência de componentes de sequência zero (corrente)
2.3. Circuitos equivalentes de sequências de linhas e equipamentos
Bibliografia Básica
Critério de Avaliação
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE POTÊNCIA
Transmissão
Transmissão Transmissão
(345 kV, 500 kV).
Subtransmissão
Distribuição
consumidores
Figura 1. – Sistema de Geração- transmissão-distribuição
Potência gerada
freqüência
Figura 2. Controle de Potência pela Velocidade.
Isto ilustra o fato de a abertura das válvulas das turbinas poder ser comandada pela
queda na freqüência. No caso de turbinas hidráulicas, isto se reflete em um maior volume
de fluxo de água através da turbina. Nas turbinas a vapor, há uma maior admissão de vapor
na turbina (o que acarreta, com um certo atraso, um aumento na queima de combustível).
Assim, neste intervalo de tempo o problema de suprimento de potência ativa adicional é
resolvido com a criação de um novo problema: a queda na freqüência.
Potência gerada
freqüência
Ocorre no intervalo que vai de 1 semana a 1 mês. Além da definição dos níveis de
geração mais econômicos, é necessário definir quais geradores estarão em operação e
quando estarão em operação. O problema de planejamento da operação também está ligado
ao problema de gerenciamento dos recursos de energia e também é formulado como um
problema de otimização. Em sistemas predominantemente hidráulicos o problema está
relacionado à decisão que se deve tomar quanto ao gerenciamento da água. Gastar agora,
esperando um período de cheias futuras, ou guardar, esperando um período de seca. Como
a variável é do tipo estocástica (não é determinística), o problema se torna bastante
complexo. Além disso, a escala de parada/manutenção deve ser considerada, o que torna o
problema ainda mais complexo.
Seja uma fonte de tensão alternada monofásica, com tensão instantânea v(t ) ,
alimentando uma impedância constante complexa Z, conforme mostrado na Figura 3 a
seguir:
i (t )
v(t ) carga
onde:
Vmax
θ
i (t )
I max
v (t )
Definição
A magnitude de corrente (ou valor eficaz de corrente) corresponde ao valor da corrente
contínua que dissipa em uma determinada carga um valor de potência ativa igual à potência
ativa média dissipada por uma corrente alternada.
___
A potência ativa média P dissipada por uma corrente alternada é dada por: P = R i 2 ,
___ ___ _________
onde i 2 é o valor médio do quadrado da corrente, ou seja: i 2 = I max
2
cos(ω t )2 . O valor
médio do cos(ω t )2 é calculado pela seguinte integral:
π
∫ cos(ω t )
_________ 2
dt 1
cos(ω t ) = 0
2
=
π 2
2
Assim, a potência média dissipada pela corrente alternada seria P = R I max 1 . A
2
corrente eficaz I ef pode ser calculada como a corrente contínua que dissipa o valor
P acima, ou seja:
R.I ef 2 = R I max
2 1 , logo temos:
2
I max
I ef = (1)
2
Ou seja, para calcularmos o valor eficaz de uma corrente instantânea senoidal, basta que
se tome o valor máximo da corrente dividindo-o por 2 . O mesmo se aplica ao cálculo do
valor eficaz da tensão.
{
v ( t ) = Re Vm e (
j ω t + φ)
} (3)
iest ( t ) = Re {I me
j (ω t +φ −θ )
} (4)
{
v(t ) = Re Vef } {
2 e j (ω t + θ ) = Re Vef e jθ 2 e j (ω t ) } (5)
i (t ) = Re{I ef 2 e j (ω t ) }= Re{I e
ef
j0
2 e j (ω t ) } (6)
Das expressões acima definem os fasores de tensão e corrente conforme mostrado a seguir:
di
Vm cos (ω t + φ ) = Ri ( t ) + L (9)
dt
cos (φ − θ ) e ( ) +
Vm Vm
i (t ) = cos (ω t + φ − θ )
− R L t
R2 + X l 2 R2 + X l 2
onde:
(10)
Xl = ω L
⎛ Xl ⎞
θ = tg −1 ⎜ ⎟
⎝ R ⎠
A primeira componente de (3) é do tipo transitória, pois deve decair para valores nulos
para valores de tempo infinito. A segunda componente é chamada de componente
estacionária, e possui algumas características importantes:
Vm
iest ( t ) = cos (ω t + φ − θ ) (11)
R + Xl2
2
Vm
Iest = φ −θ (12)
2 2
R + Xl
Vm φ Vm φ V
Iest = = = (13)
R2 + X l 2 θ Z θ Z
Onde:
Z = R + jX l
⎛ Xl ⎞ (14)
θ = tg −1 ⎜ ⎟
⎝ L ⎠
V = Z * I
a
+
ian
van
_
n
Figura 5 – Elemento de Circuito conectado entre os pontos an consumindo/fornecendo
potência ativa
v an = Vmax cos(ω t )
i an = I max cos(ω t − θ )
p (t ) = v an i an = Vmax I max cos(ω t ) cos(ω t − θ ) (15)
van p (t )
ian
van
ian
p(t )
p(t ) = van ian = Vef I ef cos θ (1 + cos ( 2ω t ) ) + Vef I ef sen θ sen ( 2ω t ) (16)
Mostra-se a seguir que a primeira parcela da equação 16 está associada a uma corrente
que está em fase com a tensão (carga resistiva pura) e que a segunda parcela da equação
está associada a uma corrente defasada 90 o da tensão. A componente associada à carga
resistiva pura é denominada de potência ativa instantânea e a componente associada à carga
reativa é denominada de potência reativa instantânea. A seguir mostraremos esta afirmação.
Seja a carga da Figura 5 anterior separada em duas componentes uma parcela resistiva e
uma parcela puramente indutiva, conforme mostrado na Figura 8 a seguir:
ix
a
+ i
an
van ir
_
n
Figura 8. Decomposição da carga nas parcelas resistiva e indutiva.
Ir Van
θ
Ix
Ian
Figura 9. Diagrama Fasorial do Circuito da Figura 8.
• Se i an possui valor máximo I max então pelas relações acima ir possui valor máximo
I max cos θ . Como i r está em fase com a tensão v an , tem-se:
• Se i an possui valor máximo I max então i x possui valor máximo I max sen θ . Como i x
está atrasada de 90 graus da tensão v an , tem-se:
(
i x = I max sen θ cos ω t − 90 o )
i x = I max sen θ sen (ω t ) (18)
A expressão (20) possui valor médio nulo e um valor máximo dado por:
P = R I ef 2 (24)
Q = X I ef 2 (25)
S = V I * = Vef I ef ∠α − β (26)
Ou ainda:
(
S = Vef I ef cos(α − β ) + j Vef I ef sen(α − β ) )
Com o ângulo entre a tensão e a corrente dado por θ = α − β , temos:
S = P + jQ (27)
S Q
θ
eixo real
P
Figura 10. Diagrama de Potências.
Do exposto acima se pode concluir que a direção dos fluxos de potência ativa e reativa
é dada conforme mostrado na Figura 11 a seguir.
Duas fontes de tensão ideais, designadas como máquinas 1 e 2 estão conectadas, conforme
mostrado na figura. Se E1 = 100∠0 V , E 2 = 100∠30 o V e Z = 0 + j5 Ω , determine (a)
se cada máquina está gerando ou consumindo potência ativa e as quantidades geradas, (b)
se cada máquina está gerando ou consumindo potência reativa e as quantidades geradas, (c)
P e Q absorvidos pela impedância Z.
A Figura 12, a seguir, mostra um gerador trifásico alimentando uma carga trifásica
equilibrada conectada em Y. Os terminais da máquina são os pontos a, b e c mostrados na
figura.
As forças eletromotrizes E a' 0 E b ' 0 E c ' 0 têm a mesma magnitude e possuem defasamento
angular de 120 o entre si. Nos terminais do gerador as tensões terminais são dadas por:
Va 0 = E a ' 0 − I an Z d
Vb 0 = E b' 0 − I bn Z d (28)
Vc 0 = E c ' 0 − I cn Z d
Ian
a
Zd In
a’
+ ZR
E a' 0 _ E b' 0 Ibn
0 _ n
+ b’ b ZR
_ Zd
ZR
+ Ec' 0
c’
Zd
Icn
c
Como os pontos 0 e n estão no mesmo potencial temos que Va 0 , Vb 0 , Vc 0 são iguais a
Va n , Vb n , Vc n respectivamente. Portanto, as correntes de fase podem ser dadas por:
E a ' 0 Va n
I an = =
Zd + ZR ZR
E
b' 0 V
I bn =
bn
= (29)
Zd + ZR ZR
E
c' 0 V
I cn=
cn
=
Zd + ZR ZR
Ec' 0
Ic n
Ib n
E a' 0
Ia n Eb' 0
Como as correntes são equilibradas temos In = Ia n + Ib n + Ic n = 0 . Assim, mesmo que
houvesse uma impedância entre os nós 0 e n estes pontos teriam o mesmo potencial. Se a
carga não fosse balanceada a soma fasorial das correntes seria diferente de zero,
provocando uma diferença de potencial entre os nós 0 e n, caso estes não estivessem
diretamente ligados. Para a condição desbalanceada é necessário conectar os nós, se for
desejável mantê-los no mesmo potencial.
As tensões de linha da Figura 12 são dadas pelas relações descritas em (30) a seguir:
As relações fasoriais entre as tensões de linha Vab , Vbc , Vca e as tensões de fase
Van , Vbn ,Vcn são mostradas no diagrama da Figura 14 a seguir. Na figura a tensão de linha
da fase a é adotada como referência. Pelo diagrama percebe-se uma relação importante
entre estas grandezas. A magnitude dos fasores de tensão de linha é 3 vezes a magnitude
dos fasores de tensão de fase. Além disso, as tensões de linha estão adiantadas em relação
às tensões de fase de 30 o , independentemente da carga alimentada.
VL
VF = (31)
3
Van
Vbn
Vbc
Mostra-se que para uma carga conectada em ∆ que as correntes obedecem a uma regra
muito próxima daquela descrita na seção anterior. Isto é as correntes de linha I a , I b , I c têm
suas magnitudes iguais a 3 vezes as magnitudes das correntes de fase I ab , I bc , I ca
Exercício 1.2
Ian
a
Zd
a’ ZR
E a' 0+
_
0 n
Figura 15 – Circuito Equivalente por Fase da Figura 12.
Exercício 1.3
A tensão terminal de linha sobre uma carga conectada em Y e formada por três
impedâncias de Z = 20∠30 o Ω é de 4.4 Kv . A impedância de cada uma das linhas
conectando as cargas a uma barra da subestação é de Z L = 1.4∠75 Ω . Encontre as
o
A potência trifásica total absorvida por uma carga é obtida pela somatória das potências
absorvidas em cada fase. Em um sistema equilibrado isto equivale a multiplicar o valor da
potência dissipada por fase por 3, uma vez que a potência dissipada é a mesma nas 3 fases.
Se a magnitude da tensão fase-neutro for V fn em uma carga conectada em Y teremos:
( )
P = 3.V fn I f cos θ f (32)
Onde o ângulo θ f é o ângulo pelo qual a corrente I f de fase está atrasada da tensão
V f , ou seja ângulo da impedância por fase. A expressão 32 pode ser rescrita utilizando os
valores de linha, da forma:
Teremos ainda:
( )
Q = 3.V fn I f sen θ f
(34)
Q= 3.VL I L sen (θ f )
S = 3.V f I f
(35)
S = 3.VL I L
As mesma expressões acima para as potências são válidas se a carga estiver conectada
em ∆.
1.6.1 Definição PU
O valor percentual é o valor em pu multiplicado por 100. Repare que o produto de duas
quantidades dadas em pu fornece um valor também em pu, mas o mesmo não acontece para
valores em percentual.
Importante:
Em geral a potência dada em MVA e a tensão dada em KVA são utilizadas como
valores básicos. Para sistemas monofásicos ou sistemas trifásicos (neste caso as correntes
se referem a correntes de linha; tensões se referem a tensões fase-neutro; e potências
aparentes se refere à potência aparente por fase), temos as seguintes relações:
KVA1φ
corrente base, ( A) = (36)
tensão base, KV fn
tensão base, V fn
impedância base, (Ω ) = (37)
corrente base, ( A)
(tensão base, KV ) 2
× 1000
impedância base, (Ω ) =
fn
(38)
KVA1φ
(tensão base, KV ) 2
impedância base, (Ω ) =
fn
(39)
MVA 1φ
Os valores base das potências ativas e reativas acompanham os valores base da potência
aparente.
Como sistemas trifásicos equilibrados podem ser resolvidos por fase (linha única com
um neutro como retorno), as bases para as quantidades em um diagrama de impedância são
em geral dadas em valores monofásicos ( KVA1φ e KV fn ), mesmo sendo dados os valores de
placa: a potência aparente trifásica e a tensão de linha.
Exercício 1.4
Seja um gerador trifásico equilibrado com os seguintes valores nominais: uma potência
aparente trifásica de 30.000 KVA e uma tensão de 120KV. O gerador fornece uma potência
ativa de 6000KW por fase e uma tensão de fase de 62.3KV. Adotar como bases a tensão de
fase-neutro e a potência monofásica e calcular os valores em pu da tensão de fase-neutro e
da potência ativa por fase fornecida. Adotar como bases a tensão de linha e a potência
aparente trifásica e calcular os valores em pu da potência ativa trifásica e da tensão de
linha.
Conclusões
KVA3φ
corrente base, ( A) = (40)
3 × tensão base, KV ff
Da equação 33 teremos:
impedância base, (Ω ) =
(tensão base, KV ff )
2
3 × 1000
(41)
KVA3φ / 3
impedância base, (Ω ) =
(tensão base, KV ff )2 ×1000
(42)
KVA3φ
impedância base, (Ω ) =
(tensão base, KV ff )2
(43)
MVA3φ
Exercício 1.5
Encontre a solução para o exercício 1.3 trabalhando em pu em uma base de 4.4 KV, 127 A,
de modo que tanto a tensão quanto a corrente seja de 1 pu.
impedância , Ω
impedância pu = (44)
impedância base , Ω
impedância , Ω × KVA1φ
impedância pu = (45)
(tensão base, KV fn )2 × 1000
A expressão 45 mostra que o valor em pu de uma impedância é inversamente
proporcional ao quadrado da tensão e diretamente proporcional à potência aparente. Logo,
para se mudar o valor de uma impedância de uma base dada para uma base nova,
utilizamos:
2
⎛ tensão base, KVdado ⎞ ⎛ KVAbasenovo ⎞
Zpunovo = Zpudado ⎜ ⎟ ⎜ ⎟ (46)
⎝ tensão base, KVnovo ⎠ ⎝ KVAbasedado ⎠
Exercício 1.6
A reatância X'' de um gerador vale 0.25 pu utilizando como base os dados de placa do
gerador, que são 18KV e 500 MVA. Calcular o valor em pu na nova base 20KV e
100MVA.
Como os sistemas equilibrados são resolvidos como circuitos por fase, não é necessário
mostrar mais de uma fase ao desenharmos o diagrama do circuito. Além disso, podemos
simplificar ainda mais o diagrama omitindo o circuito completo através do neutro, e
representando os componentes principais do circuito por símbolos padrão. Tal diagrama
simplificado é denominado diagrama unifilar. As informações que constam em diagrama
unifilar devem variar em função do estudo específico que se esteja realizando.
Gerador
Fusível
Transformador de corrente
A Amperímetro
V Voltímetro
ou Transformador de potencial
1 T1 T2 3
2
Carga B
Carga A
+ + +
E 1 E 2 E 3
_ _ _
• Cargas que não envolvem máquinas rotativas em geral possuem um efeito também
desprezível durante a ocorrência de uma falta.
• Motores de síncronos, entretanto, são sempre incluídos em cálculo de faltas uma vez
que as forças eletromotrizes geradas contribuem com as correntes de curto circuito.
O diagrama deve incluir os motores de indução através de uma força eletromotriz
em série com uma reatância indutiva se o diagrama representar uma situação
imediatamente após a ocorrência de uma falta (período transitório). Os motores de
indução podem ser ignorados alguns ciclos após a ocorrência da falta, já que sua
contribuição cai de forma brusca.
+ + +
E 1 E 2 E 3
_ _ _
Capítulo II
Representação dos Componentes de Sistemas de
Potência para Análise de Curto Circuito
2.1 INTRODUÇÃO
Os transformadores têm como função principal fazer a ligação entre níveis de tensão
diferentes, proporcionando uma elevação/diminuição dos níveis de tensão. Os
transformadores possuem uma eficiência muito alta (em torno de 100%) e são bastante
confiáveis.
i1 φ
+ +
v e1 N1
_1 _
+ +
v2 i2 e2 N2
_
dφ
v1 = e1 = N 1 (1)
dt
dφ
v 2 = e2 = N 2 (2)
dt
V1 E1 N 1
= = =a (3)
V2 E 2 N 2
∫ H ⋅ dl = i (4)
Onde:
H: intensidade de campo magnético;
H . dl: componente tangencial de H sobre a distância infinitesimal dl ao longo do caminho;
i: corrente total enlaçada pela amperiana;
∫ H ⋅ dl = N i
11 − N 2 i2 = 0 (5)
O sinal menos é devido à direção escolhida para a corrente i2 . A integral é nula pois se
fosse diferente de zero, teríamos B = µH igual a infinito já que em um transformador ideal
possui (por definição) um valor de permeabilidade infinita. Assim, teremos:
N 1i1 − N 2 i2 = 0 (6)
I1 N 2 1
= = (7)
I2 N 1 a
Repare que em um transformador ideal, a corrente que circula no secundário deverá ser
nula se a corrente no primário também for nula. Se conectarmos uma impedância Z 2 nos
terminais do secundário teremos:
V
Z2 = 2 (8)
I2
(N 2 N 1 ) V1
Z2 = (9)
(N1 N 2 ) I1
2
V1 ⎛ N 1 ⎞
Z2 '= =⎜ ⎟ Z2 = a2Z2 (10)
I1 ⎜⎝ N 2 ⎟⎠
ideal
Figura 2. Circuito Equivalente de um Transformador Monofásico.
Onde tem-se:
r1 : resistência do enrolamento primário
x1 : reatância de dispersão do enrolamento primário
a 2 r2 : resistência do enrolamento secundário refletida no primário
a 2 x 2 : reatância de dispersão do enrolamento secundário refletida no primário
N
a : relação de transformação dada por 1
N2
Bm : susceptância de magnetização
G c : condutância shunt.
Pela Figura 2 mostra-se que um transformador prático pode ser representado por um
transformador ideal em série com um circuito que representa os efeitos desprezados no
transformador ideal.
V1 aV2
Onde:
R1 = r1 + a 2 r2
X 1 = x1 + a 2 x 2
Sabe-se que a relação X 1 R1 aumenta à medida que o nível de tensão aumenta. Assim,
é comum que a parcela correspondente à resistência seja desprezada em cálculo de curto
circuito de sistemas de transmissão. Em sistemas de distribuição, onde a relação X 1 R1 é
bem menor, em geral, a representação das resistências é necessária.
Exercício 2.1
Exercício 2.2
Exercício 2.3
Exercício 2.4
Um transformador monofásico possui valores nominais dados por 110/440 V, 2.5 KVA. A
reatância de dispersão medida do lado de baixa vale 0.06 Ω. Determine a reatância de
dispersão em pu.
Utilização do PU
Exercício 2.5
Se escolhermos como base para o circuito B os valores 10.000 KVA e 138 KV, encontre o
valor em pu de uma impedância resistiva de 300 Ω conectada ao circuito C referida aos
circuitos A, B e C. Desenhe o diagrama de impedância desprezando as correntes de
magnetização, as resistências dos transformadores e as impedâncias das linhas.
Três transformadores monofásicos idênticos podem ser conectados de modo que os três
enrolamentos que constituirão o primário e secundário sejam ligados em Y ou ∆. Ao invés
de se utilizar três transformadores monofásicos, é bastante comum um transformador
trifásico, onde todas as três fases estejam em um mesmo núcleo de ferro. A teoria é a
H1 X2
A b
B a
H2 X1
N n
H3 X3
C c
Exercício 2.6
Exercício 2.7
H1 X1
a
A
Ia
IA Iab Ica
H2 X3
B N c
Ic
IB Ibc
H3 X2
C b
Ib
IC
nos dois enrolamentos, ou seja, temos a tensão VAN em fase com a tensão Vab e assim
sucessivamente. Logo, adotando como referência a tensão VAN e uma seqüência de fases
abc, podemos construir o diagrama fasorial para as tensões, conforme mostrado na figura 6
a seguir. V ca
VCN Vcn
VAN Vab
30o
Van Van
Vbn
VBN
Vbc
Figura 6. Diagrama Fasorial do Diagrama da Figura 5.
N N
VAN = 1 Vab = 1 3Van × 1 30o (11)
N2 N2
Em pu temos:
N1
3Van × 1 30o
VAN N2 V × 1 30o
VANpu = = = an
Vbase( alta ) N1
3Vbase(baixa ) Vbase(baixa )
N2
Exercício 2.8
Um gerador trifásico 330 MVA, 23 KV suprindo uma carga de 240 MVA, fator de potência
0.9 atrasado em 230 KV através de um transformador de 330 MVA 23 ∆/230 Y KV com
reatância de dispersão de 11%. Desprezando as correntes de magnetização e escolhendo
como valores base na carga 100MVA e 230 KV, encontre I A , IB , IC fornecida à carga em
pu com V como referência. Especificando a base apropriada para o circuito do gerador,
A
determine Ia , Ib , Ic saindo do gerador e as suas tensões terminais.
2.2.6 O Autotransformador
N2
I2
I1 Iin V2
+
+ +
V1 N1 V2 V1 I1 N1
N2
_ _
Exercício 2.9
ZP
p
Zt
s
s Zs
t t
(a) (b)
Três impedâncias podem ser medidas pelo teste de curto circuito padrão, quais sejam:
Z ps = Z p + Z s
Z pt = Z p + Z t
Z st = Z s + Z t
Zp =
(Z ps + Z pt − Z st )
2
Zs =
(Z ps + Z st − Z pt ) (13)
2
(Z pt + Z st − Z ps )
Zt =
2
Exercício 2.10
Os valores nominais das três fases de um transformador de três enrolamentos são dados a
seguir:
Encontre as impedâncias em pu do circuito equivalente por fase para uma base de 15 MVA,
66 KV no circuito primário.
eixo d θd
estator
eixo q
c’ b
N
a a’ força
S magnetomotriz
do enrolamento
de campo
b’ c
enrolamento
de campo
rotor
A Figura 10 mostra uma máquina de pólos salientes com quatro pólos. Os lados opostos de
uma mesma bobina estão defasados de 90°. Portanto existem duas bobinas para cada fase.
Os lados a, b e c de bobinas adjacentes estão defasados de 60°. As duas bobinas de uma
fase podem ser conectadas em série ou paralelo.
eixo d
a’
b
c eixo q
N c’
b’
S
a a
S
N
b’
c’ estator
c
rotor
b a’
enrolamento de campo
P N P
f = = fm (14)
2 60 2
f = freqüência elétrica em Hz
P = numero de pólos
N = velocidade do rotor em revoluções por minuto
f m = N 60 = freqüência mecânica em revoluções por segundo (rps).
Graus elétricos são utilizados para exprimir tensão e corrente e graus mecânicos são
utilizados para expressar a posição do rotor. Em uma máquina de dois pólos os graus
elétricos e mecânicos coincidem. Em qualquer outra máquina o número de graus elétricos é
igual a P 2 vezes o número de graus mecânicos.
θd
δ
Lab = Lba
Lac = Lca
if
o
+
f
_
v ff '
R, Lbb f´ R, Lcc
_
eixo fase b vb eixo fase c
+ vc +
ib
ic
Lbc = Lcb
• as indutâncias mútuas entre cada par de bobinas concentradas adjacentes são valores
negativos dados por − M s , sendo que:
Laf = M f cos θ d
(
Lbf = M f cos θ d − 120 o ) (17)
Lcf = M f cos(θ d − 240 )
o
A partir das considerações acima, pode-se escrever os fluxos de enlace de cada bobina,
conforme a seguir:
Na Armadura
No Campo
dθ d
ω= e θd = ω t +θd0 (21)
dt
onde θ d 0 é uma posição inicial do rotor. Substituindo as equações (17) e (21) em (20),
temos:
A expressão acima nos mostra que o fluxo enlaçando a bobina a possui duas
componentes: uma devido à própria corrente da fase a da armadura e outra devido ao
campo. Se a bobina possui uma certa resistência R, podemos escrever:
dλ a di
v a = − R ia − = − R ia − (Ls + M s ) a + ω M f I f sen (ω t + θ d 0 ) (23)
dt dt
ω MfIf
Ei = (25)
2
Veja que a força eletromotriz acima aparece mesmo quando não há corrente na fase a
da armadura. Por isso ea ' também é chamada de tensão a vazio, tensão de circuito aberto,
tensão interna da máquina ou ainda força eletromotriz gerada.
(
ea ' = 2 Ei sen ω t + δ + 90 o ) (26)
dia
v a = − R i a − ( Ls + M s ) + 2 Ei cos(ω t + δ ) (27)
dt
e
a'
ia
+ a
R
Ls + M s
va
a’
+
ea' 0 = 2 Ei cos (ω t + δ )
_
_
0
_ _
eb' 0 +
Ls + M s + eb' 0 +
c’ Ls + M s
b’
R
R ib
vc
b
ic _
c
ia = 2 I a cos (ω t + δ − θ a )
(
ib = 2 I b cos ω t + δ − θ a − 120o ) (28)
As expressões dadas em (17) podem ser substituídas em (19) de modo que teremos:
( ( )
λ f = L ff I f + M f ia cosθ d + ib cos θ d − 120 o + ic cos θ d − 240 o ( )) (29)
Ia
ia cosθ d = {− sen (θ a ) − sen (2(ω t + δ ) − θ a )} (31)
2
(
ib cos θ d − 120 o = ) Ib
{− sen(θ a ) − sen (2(ω t + δ ) − θ a − 120 o )}
2
(32)
(
ic cos θ d − 240 o = ) Ic
{− sen(θ a ) − sen (2(ω t + δ ) − θ a − 240 o )}
2
( )
ia cos θ d + ib cos θ d − 120 o + ic cos θ d − 240 o = − ( ) 3 Ia
sen (θ a ) (33)
2
3M f I a 3
λ f = L ff I f − sen (θ a ) = L ff I f + M f id (34)
2 2
onde:
id = − 3 I a sen (θ a ) (35)
Repare-se que a corrente id é contínua. A equação (34) também nos mostra que o fluxo
combinado das bobinas a, b e c enlaçando o campo é independente do tempo. Pode-se
interpretar este fluxo como sendo produzido por uma bobina fictícia cujo eixo é coincidente
com o eixo direto. As duas bobinas giram juntas em sincronismo e possuem uma indutância
mútua dada por 3 2 M f . Esta interpretação é mostrada na Figura 13 a seguir:
eixo fase a
eixo d eixo q
id
θd
indutância mútua 3 2 M f
if
+
f
_
v ff '
eixo fase c
eixo fase b f´
dλ f
v ff ' = R f i f + (36)
dt
v ff ' = R f I f (37)
logo, a corrente de campo pode ser suprida por uma fonte de corrente contínua.
A equação (35) nos mostra que a corrente id só depende da magnitude da corrente de
armadura e do ângulo de defasamento desta corrente em relação à força eletromotriz
interna gerada.
ia = 2 I a cos (ω t − θ )
a
Ls + M s
v a = 2 Va cos(ω t )
a’
+
ea ' 0 = 2 Ei cos(ω t + δ )
_
_
0
Figura 14. Circuito equivalente por fase da máquina síncrona mostrada na Figura 12
Repare que o ângulo da corrente foi alterado uma vez que, na prática é difícil
estabelecermos o defasamento angular com respeito a força eletromotriz ea ' interna da
máquina. Fasorialmente teríamos:
+
E i = E i ∠δ v a = Va = Va ∠0
_
0
Figura 15 Circuito equivalente da máquina síncrona em termos fasoriais
+
E i = E i ∠δ v a = Va = Va ∠0
_
0
Exercício 2.11
Sabendo-se que este gerador está suprindo sua carga nominal sob condições de regime
permanente, e escolhendo a base da armadura igual aos valores nominais da máquina
determine o valor da reatância síncrona e as expressões fasoriais para Va , Ia , e E i em pu.
Se a corrente de campo que produz a tensão terminal nominal sob condições de circuito
aberto vale 1640 A, determine a corrente sob as condições de operação especificadas.
Quando uma tensão alternada é subitamente aplicada a um circuito R-L as correntes que
fluem no circuito geralmente possuem duas componentes: uma componente DC que decai
de acordo com a constante de tempo L/R e uma componente senoidal de amplitude
constante. Um fenômeno similar, porém mais complexo, ocorre quando uma corrente de
curto aparece nos terminais de um gerador. As componentes DC desta corrente de curto
causam uma certa assimetria no gráfico corrente-tempo.
Uma boa forma de avaliarmos uma corrente de curto trifásico nos terminais de um
gerador consiste em oscilografar a corrente de uma das fases de um gerador (em vazio).
Como as tensões nas fases estão defasadas de 120 graus elétricos, o curto ocorre em níveis
de tensão diferentes em cada fase. Por esta razão a componente DC é também diferente
para cada fase. Se filtrarmos a componente DC teremos um gráfico de corrente no tempo
conforme mostrado na Figura 17 a seguir.
Figura 17. Corrente de curto trifásico nos terminais de um gerador síncrono em vazio com a
componente DC filtrada.
1 ⎛ 1 1 ⎞⎟ −t / T 'd ⎛ ⎞ −t / T ''d
I (t ) = E i + E i ⎜⎜ ' − e + ⎜ 1 − 1
E ⎟e (40)
Xd ⎟ i ⎜ X '' X ' ⎟
⎝ Xd Xd ⎠ ⎝ d d ⎠
A equação nos mostra que a amplitude da corrente possui três componentes, sendo que
as duas últimas decaem com constantes de tempo diferentes, definindo respectivamente os
períodos transitórios e subtransitórios.
E
I = 0 − a = i (41)
2 Xd
0−b E i
I' = = (42)
2 X 'd
0−c E i
I' ' = = (43)
2 X ' 'd
Pode-se utilizar as equações (43) e (42) para calcular o valor das correntes transitórias e
subtransitórias quando o oscilograma é feito em uma das fases, lembrando que é necessário
filtrarmos a componente DC do gráfico corrente-tempo.
+ + +
E i E i E i
_ _ _
Os valores das reatâncias são fornecidos pelos fabricantes das máquinas expressas em
pu na base dos dados de placa do gerador.
Exercício 2.12
Uma linha curta é caracterizada, de acordo com seu nível de tensão e de seu
comprimento. A Tabela 1 mostra os valores máximos de comprimentos das linhas curtas,
dependendo do nível de tensão adotado.
O modelo por fase que representa uma linha de transmissão curta é mostrado na Figura
19 a seguir, onde a resistência representa as perdas na linha. O efeito das capacitâncias
shunt das linhas curtas é desprezível.
jX LT R LT
jX LT R LT
Y 2 Y 2
Z * senh(γ l )
Z corrigido =
γl
(45)
Y tangh (γ l 2)
Ycorrigido =
γl 2
onde:
l: comprimento da linha;
γ: constante de propagação da linha dada por: γ = yz ;
y: admitância shunt por unidade de comprimento;
z: impedância série por unidade de comprimento;
+
R
+ VR
E i
_
_
E i
IR = (46)
j ( X d + X T + X LT ) + R
A resistência R pode representar, por exemplo, a carga total de uma cidade, portanto seu
valor é muito superior a j ( X d + X T + X LT ) . Neste caso a corrente na carga fica
praticamente dada conforme (47).
E
IR = i (47)
R
E i
Icc = (48)
j ( X d + X T + X LT )
Veja pela Figura 22 que com o curto-circuito a tensão na barra cai a zero e a carga deixa
de ser sentida pelo circuito. Assim, temos que a corrente de curto Icc é muito superior à
corrente de regime permanente I , ou seja: I >> I .
R cc R
jX d jX T jX LT
R
+ Icc
E i
_
É importante lembrar que cargas tais como os motores de indução têm uma
contribuição efetiva na composição das correntes de curto, já que podem operar como
geradores em instantes subseqüentes ao curto (período subtransitório). Portanto, os motores
de indução devem ser inseridos nos estudos de cálculo de corrente de curto-circuito.
CAPÍTULO III
3.1 INTRODUÇÃO
Vc(1) Vc(2)
Va(0)
Vb(0)
Va(1) Va(2) Vb(2) Vc(0)
Vb(1)
seqüência positiva (abc) seqüência negativa (cba) seqüência zero
Figura 1. Componentes simétricas das tensões desequilibradas Va , Vb ,Vc .
Vc( 0)
Vc( 2)
V c
Vc(1)
Va(1)
Vb(1) Va( 2)
Va( 0) V a
Vb( 2)
V
Vb( 0) b
3.3.1 Operador a
a = 1∠120 o (2)
Se o operador a for aplicado a um fasor duas vezes teremos uma rotação de 240º.
Assim, temos:
a 2 = 1∠240 o (3)
a − a2
a −1 a − a2 1− a2
− 1,−a 3 1, a 3
1− a
a2 −1
a2 −a
a2 − a
⎡1 1 1⎤
1⎢
A −1
= ⎢1 a a 2 ⎥⎥ (7)
3
⎢⎣1 a 2 a ⎥⎦
⎡Va( 0) ⎤ ⎡1 1 1 ⎤ ⎡Va ⎤
⎢ (1) ⎥ 1 ⎢ ⎢ ⎥
⎢Va ⎥ = 3 ⎢1 a a 2 ⎥⎥ * ⎢Vb ⎥ (8)
⎢Va( 2) ⎥ ⎢⎣1 a 2 a ⎥⎦ ⎢⎣Vc ⎥⎦
⎣ ⎦
Va( 0) = 1
(Va + Vb + Vc )
3
V (1)
a = 1
(V a + aV b + a 2Vc ) (9)
3
Va( 2) = 1
(Va + a 2Vb + aV )
3 c
Repare que a equação (9) mostra que existe componente de seqüência 0 sempre que a
soma dos fasores desequilibrados for nula. Como sabemos que a soma das tensões de linha
em um sistema trifásico é sempre nula, nunca haverá componentes de seqüência zero
nas tensões de linha, por mais desequilibradas que sejam estas tensões.
Ia( 0 )
1
= (I + Ib + Ic )
3 a
I (1)
1
a = (I + aI + a 2 Ic ) (11)
3 a b
I ( 2 ) =
1
(I + a 2 Ib + aI )
a 3 a c
Exercício 3.1
Um condutor de um circuito trifásico está aberto. As correntes que fluem para a carga
conectada em ∆ são de 10 A. Tendo a corrente na linha a como referência e assumindo-se
que a linha c está aberta encontre as componentes simétricas das correntes de linha.
Como a corrente se seqüência zero é dada por Ia( 0) = (Ia + Ib + Ic ) / 3 = 0 , nota-se que
as correntes de linha fluindo para um circuito em ∆ não apresentam correntes de
seqüência zero. Da equação (12) tem-se:
ou ainda:
Ia(1) + Ia( 2 ) = I ab− I ca
(
Ia(1) + Ia( 2 ) = Iab
( 0)
+ Iab
(1)
+ Iab
( 2)
) (
− Ica
( 0)
+ Ica
(1)
+ Ica
( 2)
) (14)
+ Iab
(1)
(
− Ica
(1)
) (
+ Iab
( 2)
− Ica
(2)
)
0
Ia(1) = 3∠ − 30 o × Iab
(1)
(17)
Ia( 2) = 3∠ + 30 o × Iab
( 2)
A expressão acima nos mostra que as correntes de linha de seqüência positiva que
fluem para o ∆ têm sua amplitude multiplicada por 3 e seu ângulo atrasado de 30° em
relação às correntes de fase de seqüência positiva. O mesmo ocorre para a seqüência
negativa, mas neste caso, o ângulo da corrente de linha está adiantado da corrente de
fase.
Vab(1) = 3∠ + 30 o × Van(1)
(18)
Vab( 2) = 3∠ − 30 o × Van( 2)
Importante
Exercício 3.2
Três resistores idênticos com valores nominais de 2300V e 500 KVA, conectados em Y
formam um banco de carga. Se as tensões no banco são dadas por:
As tensões Va ,Vb ,Vc são valores fase-terra. Se não houver uma conexão do neutro
para a terra tem-se que Va ,Vb ,Vc são equivalentes às tensões fase-neutro Van , Vbn , Vcn .
Entretanto se esta conexão existir V ,V ,V e V , V , V poderão ser diferentes.
a b c an bn cn
Importante
É importante destacar que a expressão (19) é válida somente se as tensões Va ,Vb ,Vc são
dadas em [V] as correntes I , I , I são dadas em [A] e a potência aparente S é dada em
a b c 3φ
[VA]. Destaca-se ainda que se as tensões, as correntes e a potência aparente forem dadas
em pu (utilizando as bases adequadas), a expressão seria dada conforme abaixo:
* T *
⎡ Ia ⎤ ⎡Va ⎤ ⎡ Ia ⎤
[
S 3φ = Va Vb ] ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
Vc * ⎢ Ib ⎥ = ⎢Vb ⎥
⎢ ⎥
* ⎢ Ib ⎥ (20)
⎢ Ib ⎥ ⎢Vc ⎥ ⎢ Ib ⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
S 3φ = V012
T
A T [AI 012 ]* = V012
T
A T A *I *012 (23)
S3φ = 3* V012
T *
I 012 = 3Va(0) Ia*(0) + 3Va(1) Ia*(1) + 3Va(2) Ia*(2) (24)
A expressão acima nos mostra como calcular a potência complexa trifásica absorvida
por uma carga trifásica submetida a tensões desequilibradas, a partir das componentes
simétricas das tensões fase-terra e correntes de linha.
Importante:
Exercício 3.3
Ia
a _
+ +
ZY Van
Vab
In = 3* Ia(0) _
Vca n
_ Ib +
b ZY ZY
Zn Vn
+
Vbc _
Ic
+ _
c
Figura 5. Impedância conectada em Y com aterramento do neutro através de Z n .
( ) ( ) (
In = Ia + Ib + Ic = Ia( 0) + Ia(1) + Ia( 2 ) + Ib( 0) + Ib(1) + Ib( 2 ) + Ic( 0) + Ic(1) + Ic( 2 ) ) (26)
ou ainda:
( ) ( ) ( )
In = Ia( 0) + Ib( 0) + Ic( 0) + Ia(1) + Ib(1) + Ic(1) + Ia( 2 ) + Ib( 2 ) + Ic( 2 )
0 0 (27)
In = 3Ia( 0)
⎡Va( 0) ⎤ ⎡ Ia( 0) ⎤ ⎡1 ⎤
⎢ (1) ⎥ ⎢ (1) ⎥ ⎢ ⎥
⎢Va ⎥ = Z Y ⎢ I a ⎥ + 3I a Z n ⎢0⎥
( 0)
(31)
⎢V ( 2 ) ⎥ ⎢ I ( 2 ) ⎥ ⎢⎣0⎥⎦
⎣ a ⎦ ⎣ a ⎦
Repare-se que as tensões Va(1) e Van(1) são idênticas. O mesmo ocorre para Va( 2) e Van( 2) . Já
o mesmo não ocorre para as tensões V ( 0) e V (0) devido à queda na impedância 3Z n . Repare
a an
ainda que a corrente 3Ia( 0) produz a mesma queda em Z n que a corrente Ia( 0) na impedância
3Z n .
Se o neutro é aterrado através de uma impedância nula, faz-se Z n = 0 e teremos que os
pontos neutro e terra novamente passarão a ter o mesmo potencial. Se não há nenhuma
conexão para a terra pode-se adotar Z n = ∞ , o que caracteriza um circuito aberto entre a
terra e o neutro. Neste caso tem-se o circuito de seqüência zero mostrado na Figura 7 a
seguir. Os demais circuitos de seqüência permanecem os mesmos.
Ia(0) ZY
ZY
a n
+
n
Va(0) Z0
ZY ZY _
referência
⎡Vab ⎤ ⎡ Iab ⎤
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢Vbc ⎥ = Z ∆ ⎢ I bc ⎥
⎢Vca ⎥ ⎢ Ica ⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦
⎡Vab(0) ⎤ ⎡ Iab
(0)
⎤
⎢ (1) ⎥ ⎢ (1) ⎥
A ⎢Vab ⎥ = Z ∆ A ⎢ Iab ⎥
⎢ (2) ⎥ ⎢ (2) ⎥
⎢⎣Vab ⎥⎦ ⎢⎣ I ab ⎥⎦
⎡Vab(0) ⎤ ⎡ Iab
(0)
⎤
⎢ (1) ⎥ ⎢ (1) ⎥
⎢Vab ⎥ = Z ∆ ⎢ Iab ⎥
⎢ (2) ⎥ ⎢ (2) ⎥
⎢⎣Vab ⎥⎦ ⎢⎣ I ab ⎥⎦
Z
Van(1) = Va(1) = ∆ Ia(1)
3
(33)
Z
Van(2) = Va(2) = ∆ Ia(2)
3
Vab(0) = Z ∆ Iab
(0)
(34)
E como sabemos que as tensões de linha de seqüência zero são sempre nulas, temos:
Vab(0) = Iab
( 0)
=0 (35)
Exercício 3.4
Seja a Figura (9) que mostra uma seção de uma linha de transmissão com um condutor
neutro.
Ia Z aa a’
a
+ +
Ib Z aa b’
b Z ab
+ + V
Van Ic Z aa c’
a 'n '
Vbn c
+ + Vb 'n '
Vcn Z an Vc 'n '
I Z nn
n n’
n
Quando as correntes de linha Ia , Ib , Ic são desequilibradas existe corrente pelo neutro
do sistema. Devido ao acoplamento mútuo, as correntes Ia , Ib , Ic induzem tensões nas
demais fases e também no neutro. A corrente I também induz tensões nas fases.
n
(
Van = Z aa Ia + Z ab Ib + Z ab Ic + Z an In + Va 'n ' − Z nn In + Z an Ic + Z an Ib + Z an Ia ) (36)
(
Quando as correntes retornam pelo neutro tem-se: In = − Ia + Ib + Ic ; que substituído )
nas equações (37)e (38) resulta em:
As equações acima nos mostram que a presença do neutro altera o valor das auto-
indutâncias e das indutâncias mútuas, conforme os valores efetivos dados em (40) a seguir.
∆
Z s = Z aa + Z nn − 2 Z an
(40)
∆
Z m = Z ab + Z nn − 2 Z an
Onde as tensões Vaa ' , Vbb ' , Vcc ' , são as quedas ao longo dos condutores. Como a
equação (41) não depende explicitamente do condutor neutro Z s e Z m podem ser vistos
como parâmetros dos condutores de fase isolados (sem auto-indutância ou indutância
mútua associadas ao neutro).
Z0 = Z s + 2Z m = Z aa + 2Z ab + 3Z nn − 6Z an
Z1 = Zs − Zm = Z aa − Z ab (46)
Z2 = Zs − Zm = Z aa − Z ab
Van(0) Va(0)
'n' Van(1) Va(1)'n ' Van(2) Va(2)
'n'
n n’ n n’ n n’
Figura 10. Circuitos de seqüência zero, positiva e negativa de uma linha de transmissão
simétrica.
Exercício 3.5
As impedâncias são:
Seja um gerador síncrono com neutro aterrado através de uma reatância, conforme
mostrado na Figura 11 a seguir.
Ia
a
+
E an
_ In
Zn
_ n
_
+
E cn
+
E bn
Ib
c b
Ic
Se ocorrer uma falta envolvendo a terra nos terminais do gerador, correntes trifásicas
I , I , I desequilibradas irão fluir no circuito, e conseqüentemente aparecendo a corrente
a b c
I através do neutro. Na dedução das expressões de tensão induzida nas fases a, b e c de
n
um gerador síncrono no capítulo 2 assumiram-se correntes equilibradas ( ia + ib + ic = 0 ).
Assim, obtivemos a expressão:
di
v a = − R ia − (Ls + M s ) a + ean (48)
dt
Ou fasorialmente:
dia
+ M s (ib + ic ) + ean
d
v a = − R i a − Ls (50)
dt dt
Ou fasorialmente;
Finalmente, temos a expressão (57) que permite escrever os circuitos de seqüência zero,
positiva e negativa mostrados na Figura 12.
a Ia(1)
Z1
Ia(1)
+
E an +
n _ Z1
E cn _
+ Z Va(1)
Z1
+ E bn 1 Ib(1) +
E an
c b
_ _
(1)
Ic
referência
(a) Caminhos de seqüência positiva (b) Rede de seqüência positiva
a Ia( 2)
Z2
Ia(2)
+
n Z2
Z2 Va(2)
Z2 Ib( 2)
c b
_
Ic( 2)
referência
(c) Caminhos de seqüência negativa (d) Rede de seqüência negativa
Notas de Aula – Sistemas Elétricos de Potência I ®LN(ceno)
Capítulo III Componentes Simétricas e Redes de Seqüência 19
a Ia( 0)
Z g0
Zn 3Ia(0) Ia(0)
+
n Zg0
Z g0 Z g0 n Va(0)
Ib( 0)
c b 3Z n _
I c( 0)
referência
(e) Caminhos de seqüência zero (f) Rede de seqüência zero
Já a corrente 3Ia(0) relacionada à seqüência zero flui do neutro para terra. Neste caso a
tensão V (0) é diferente de V (0) , sendo que:
a an
(
Va( 0) = − Z g 0 + 3Z n Ia( 0) )
Va( 0) = − Z 0 Ia( 0) (58)
A interpretação da equação (58) acima é feita na rede de seqüência zero da Figura 12(f).
Va( 0) = − Ia( 0) Z 0
V (1)
a = E an − I (1) Z
a 1 (59)
Va( 2) = − Ia( 2) Z 2
onde:
Z 0 = Z g 0 + 3Z n
Z1 = Z 2 = [R + jω (Ls + M s )] (60)
Z g 0 = [R + jω (Ls − 2 M s )]
Exercício 3.6
n
N 3I A( 0) 3Ia( 0)
ZN Zn
IC = IC( 0) + IC(1) + IC( 2) Ic = Ic( 0) + Ic(1) + Ic( 2)
C c
Figura 13. Transformador Y-Y com ambos os neutros aterrados
(
VA( 0) + VA(1) + VA( 2) = VAN
( 0)
+ VAN
(1)
+ VAN
( 2)
)
+ 3Z N I A( 0) (62)
Igualando os termos de mesma seqüência tem-se que as tensões fase-terra são iguais às
tensões fase-neutro para as seqüências positiva e negativa. Para a seqüência zero há uma
queda na impedância Z N . Para o lado da baixa tem-se, de forma análoga:
( )
Va( 0) + Va(1) + Va( 2) = Van( 0) + Van(1) + Van( 2) − 3Z n I a( 0) (63)
O sinal de menos na equação (63) está relacionado à direção da corrente escolhida. Para
um transformador ideal as tensões e correntes têm uma relação dada pelo número de espiras
do primário e secundário: N1 N 2 .
⎛N N N ( 2) ⎞ N
Va( 0) + Va(1) + Va( 2) = ⎜⎜ 2 VAN
( 0)
+ 2 VAN
(1)
+ 2 VAN ⎟⎟ − 3Z n 1 I A( 0) (64)
⎝ N1 N1 N1 ⎠ N2
(
N1 ( 0) (1) ( 2)
Va + Va + Va = VAN ) (
( 0)
+ VAN
(1)
+ VAN
( 2)
)⎛N ⎞
− 3Z n ⎜⎜ 1 ⎟⎟ I A( 0) (65)
N2 ⎝ N2 ⎠
Substituindo VAN
( 0)
+ VAN
(1)
+ VAN
( 2)
da equação 62 tem-se:
(
N1 ( 0) (1) ( 2)
) ( ) ⎛N ⎞
Va + Va + Va = VA( 0) + VA(1) + VA( 2) − 3Z N I A( 0) − 3Z n ⎜⎜ 1 ⎟⎟ I A( 0) (66)
N2 ⎝ N2 ⎠
N1 (1) (1) N1 ( 2) ( 2)
Va = V A Va = V A
N2 N2
(67)
N1 ( 0) ( 0) ⎡ ⎛ N1 ⎞ ⎤ ( 0)
2
⎢ ⎜
Va = V A − 3Z N + 3Z n ⎜ ⎟ ⎥⎥ I A
⎟
N2 ⎢⎣ ⎝ 2⎠ ⎦
N
2
⎛N ⎞
Z 0 = Z + 3Z N + 3Z n ⎜⎜ 1 ⎟⎟ (68)
⎝ N2 ⎠
Em pu, tem-se, caso sejam escolhidas adequadamente as bases para a alta e baixa do
transformador, desaparece a relação N1 N 2 . Logo, tem-se:
Z 0 = Z + 3Z N + 3Z n (69)
Nota-se que as impedâncias conectadas à terra são novamente multiplicadas pelo fator
três, para compor a impedância de seqüência zero.
2
⎛N ⎞
3⎜ 1 ⎟ Zn Ia( 0)
I A( 0) Z 3Z N ⎝ N2 ⎠ N1 : N 2
+ + +
ideal
I A( 0) Z0
A
+ +
VA( 0) Va( 0)
referência
Figura 15. Circuito de seqüência zero para o transformador conectado em Y – Y da
Figura 13 (dado em pu).
Se um dos neutros não for aterrado, a corrente de seqüência zero não poderá fluir em
nenhum dos enrolamentos. Isto pode ser verificado se o valor de Z N ou de Z n for
substituído por infinito na equação (69). Neste caso tem-se o circuito de seqüência zero
mostrado na figura 16 a seguir.
I A( 0) Z
A 0
+ +
VA( 0) Va( 0)
referência
(0)
A soma fasorial das tensões de linha é sempre nula, o que implica que: V AB = Vab( 0) = 0 .
Da Figura tem-se ainda que:
N1
V AB = V
N 2 ab
(70)
(1)
V AB ( 2)
+ V AB
N
(
= 1 Vab(1) + Vab( 2)
N2
)
Reescrevendo (70) em termos das tensões fase-neutro, tem-se:
(1)
3V AN ( 2)
∠30 o + 3V AN ∠ − 30 o =
N1
N2
( 3Van(1) ∠30 o + 3Van( 2) ∠ − 30 o ) (71)
(1) N1 (1) ( 2) N1 ( 2 )
V AN = Van ; V AN = Van (72)
N2 N2
A expressão acima mostra que os circuitos equivalentes por fase de seqüência positiva e
negativa de um transformador conectado em ∆-∆, são idênticos ao circuito equivalente por
fase do transformador usual discutido no capítulo 2.
Como o ∆ não fornece retorno, tem-se ainda que I A( 0) = Ia( 0) = 0 . Assim para a
seqüência zero, obtém-se o circuito equivalente da Figura 18 a seguir.
I A( 0) Z0
A
+ +
VA( 0) Va( 0)
referência
N1 ( 0) N1 (1) N1 ( 2)
V A( 0) + V A(1) + V A(1) = Vab + Vab + Vab + 3Z N I A( 0) (73)
N2 N2 N2
N1 ( 0)
V A( 0) − 3Z N I A(0) = V =0
N 2 ab
N1 (1) N1
V A(1) = Vab = 3∠30 o × Va(1) (74)
N2 N2
N1 ( 2) N1
V A( 2) = Vab = 3∠ − 30 o × Va( 2)
N2 N2
I A(0) Z Ia(0) = 0
A
+ +
VA( 0) Z 0 3Z N Va( 0)
referência
Figura 20. Circuito de seqüência zero para o transformador conectado em Y-∆ com Y
aterrado.
N1
É importante salientar que os termos 3 nas equações (74) desaparecem sempre
N2
que as tensões estão dadas em pu nas bases convenientes. Neste caso tem-se as expressões
conhecidas para os transformadores Y-∆ desenvolvidas no capítulo anterior.
I A( 0) Z
A
+ +
VA( 0) Va( 0)
referência
Figura 21. Circuito de seqüência zero para o transformador conectado em Y-∆ com o
neutro do Y isolado.
Exercício 3.7
P Z0 Q
P Q
P Q
referência
P Z0 Q
P Q P Q
referência
P Z0 Q
P Q
P Q
referência
P Z0 Q
P Q
Q
P
referência
P Z0 Q
P Q
P Q
referência
Figura 22. Resumo dos circuitos de seqüência zero para transformadores trifásicos para os 5
casos de conexão primário-secundário estudados. Nas figuras temos Z 0 = Z + 3Z N + 3Z n .
Nas seções anteriores deste capítulo foram desenvolvidos circuitos por fase de
seqüências positiva, negativa e zero para cada um dos elementos de sistemas de potência:
impedâncias de carga, linhas de transmissão, geradores síncronos e transformadores. Todas
as partes da rede, exceto pelas máquinas girantes, são estáticas e sem fontes. Assume-se
que cada elemento individual seja linear e trifásico, sendo conectado em Y ou ∆.
já que os sistemas de potência são projetados para que tais defasamentos somem zero em
uma malha fechada. Em cálculos mais detalhados, entretanto, deve-se considerá-los.
Exercício 3.8
A rede de seqüência zero pode ser entendida como um circuito monofásico, já que as
correntes de seqüência zero são as mesmas (em magnitude e fase) em todos os pontos da
rede. Logo as correntes de seqüência zero irão fluir apenas se houver um caminho de
retorno. A referência para a seqüência zero é o potencial de terra.
Exercício 3.9
Desenhe a rede de seqüência zero para o exercício 3.8. Assuma reatâncias de seqüência
zero para o gerador e motores de 0.05 pu. Assuma um reator limitador de corrente de 0.4 Ω
nos neutros do gerador e dos motores. A reatância de seqüência zero da linha de
transmissão é de 1.5 Ω/km. Adote a mesma base do exercício 3.8.
Capítulo IV
Faltas Simétricas
4.1 INTRODUÇÃO
Uma falta é definida como qualquer falha que interfira com o fluxo normal de correntes
no circuito. A maioria das faltas nos sistemas de transmissão é causada por raios, resultando
em disrupção dos isoladores. A alta tensão entre o condutor e a torre causa ionização
fornecendo um caminho para a terra para as cargas induzidas pela descarga atmosférica.
Assim que o caminho ionizado é estabelecido, a baixa impedância para terra permite o
fluxo de corrente do condutor para a terra e através da terra até o neutro aterrado de um
transformador ou gerador, completando o circuito.
A abertura dos disjuntores para isolar a porção afetada pela falta interrompe o fluxo de
corrente e o caminho de ionização. Após 20 ciclos os disjuntores podem geralmente ser
fechados sem que o arco seja restabelecido. A experiência com a operação de sistemas de
energia mostra que na maioria dos casos o re-fechamento dos disjuntores é bem sucedido.
Nos casos em que o re-fechamento dos disjuntores não é bem sucedido temos as chamadas
faltas permanentes. Entre as causas de faltas permanentes pode-se citar: i) quedas de
linhas à terra, ii) damos permanentes a torres iii) falha de pára-raios, etc.
A experiência mostra que de 70 a 80% das faltas são do tipo fase-terra. Apenas 5% das
faltas envolvem todas as três fases. Estas faltas são denominadas de faltas simétricas
trifásicas. Outros tipos de faltas envolvem faltas fase-fase e faltas dupla-fase-terra, ambas
causam desequilíbrio de fases e por isso são denominadas faltas assimétricas.
As correntes que fluem imediatamente após a ocorrência de uma falta diferem daquelas
que fluem após alguns ciclos no instante em que os disjuntores fazem a abertura do circuito.
Estas correntes também diferem da corrente de falta de regime permanente, que aparece
caso o disjuntor não abra convenientemente o circuito. Na análise de falta estamos
interessados nestas correntes, de modo que se possa calcular os valores para os quais os
disjuntores e relés devem ser ajustados.
Já vimos que o transitório de corrente quando da ocorrência de uma falta nos terminais
de uma máquina síncrona é semelhante ao que ocorre quando uma tensão senoidal é
aplicada a um circuito RL (no qual aparece uma componente senoidal em uma componente
de decaimento com constante L/R). Na máquina síncrona, entretanto, podemos considerar
três instantes diferentes após a falta: o subtransitório, o transitório e o regime
permanente. Foram definidas as reatâncias subtransitórias X d' ' , transitórias X d' e de regime
permanente X d , sendo que X d'' < X d' < X d ; e as respectivas correntes de curto
I '' > I ' > I .
Se um gerador está descarregado no momento da falta, vimos que a máquina pode ser
representada por um circuito equivalente por fase no qual aparece a força eletromotriz (a
vazio) em série com a reatância apropriada. A seguir examinaremos a situação mais geral
na qual o gerador não está descarregado no momento da falta.
Z ext
P
+
IL
+
jX dg
+ Vt V f ZL
E g
_
_ _
Figura 1. Circuito equivalente por fase de um gerador suprindo uma carga trifásica
equilibrada.
Z ext P
+
IL
+
''
jX dg
S
+ Vt V f ZL
E g''
_
_ _
Figura 2. Circuito equivalente por fase de um gerador suprindo uma carga trifásica
equilibrada para cálculo da corrente I '' .
No circuito mostrado na Figura 2, uma tensão interna E g'' em série com uma reatância
''
X dg supre a corrente de regime permanente IL quando a chave S está aberta e fornece a
corrente de curto-circuito quando a chave S é fechada. Se determinarmos E g'' a corrente
''
através de X dg será I '' . Com a chave S aberta temos:
E g'' = Vt + jX dg
''
( )
I L = V f + Z ext + jX dg
''
IL (1)
E g' = Vt + jX dg
'
(
I L = V f + Z ext + jX dg
'
)
IL (2)
Assim, E g'' e E g' são iguais a E g somente quando o gerador está operando a vazio, ou
seja, IL = 0 , ou ainda E = E ' = E '' = V . É importante ressaltar que E g'' em série com
g g g t
''
X dg representa o gerador somente nos instantes imediatamente antes e após a
ocorrência da falta. Por outro lado, E g em série com a reatância síncrona X dg representa
o circuito equivalente da máquina sob quaisquer condições de carga ( IL qualquer). A
corrente de carga não altera E g , mas altera E g'' e E g' .
Motores síncronos possuem reatâncias do mesmo tipo que geradores síncronos. Durante
alguns ciclos após a ocorrência de uma falta os motores síncronos atuam de modo a
alimentar as correntes de curto. De modo análogo, as tensões internas subtransitória E m'' e
transitória E m' de um motor são dadas por:
E m'' = Vt − jX dm
''
IL
(3)
E m = Vt − jX dm IL
' '
Figura 3. Circuitos equivalentes antes e após uma falta nos terminais de um motor síncrono
conectado a um gerador síncrono através de linha de impedância Z ext .
E g'' = Vt + jX dg
''
(
I L = V f + Z ext + jX dg
''
IL ) (4)
E m'' = V f − jX dm
''
IL (5)
Quando a falta ocorre as correntes Ig'' e Im'' podem ser dadas pelas expressões:
E g'' V f
Ig'' = = + IL (6)
Z ext + jX dg
''
Z ext + jX dg
''
'' V
I '' = Em = f − I (7)
m '' '' L
jX dm jX dm
V f V f
I 'f' = Ig'' + Im'' = + (8)
Z ext + jX dg
''
jX ''
dm
Igf
'' Imf
''
correntes adicionais produzidas através da rede pela falta podem ser encontradas
simplesmente aplicando-se a tensão V f no ponto de falta conforme mostrado na Figura 4 a
seguir.
Z ext
P
Igf'' P
''
jX dm
+
Imf
''
V f S
_
I 'f'
Z th =
''
jX dm (
Z ext + jX dg
''
)
Z ext + j ( ''
X dg + ''
X dm ) (9)
I f =
V f
=
[
V f Z ext + j X dg
''
+ X dm
''
( )]
Z th ''
jX dm (
Z ext + jX dg
''
) (10)
Repara-se que a expressão (10) acima é idêntica à expressão (8). Assim, as faltas
simétricas trifásicas podem ser calculadas pelas tensões internas ou utilizando-se o teorema
de Thévenin.
Exercício 1
Exercício 2
Em uma rede genérica de sistemas de energia define-se nó ou nodo como uma junção
entre dois elementos de circuito. A formulação das equações de balanço de correntes que
entram e saem de um nó (equações nodais) é a base de vários programas de análise de
redes.
Para o nó 3 teremos:
(V3 )ya + (V3 − V2 )yb + (V3 − V1 )yc = I3 (12)
( )
V1 y c + y d + y f − V2 ( y d ) − V3 ( y c ) − V4 y f = 0 ( ) (13)
− V ( y ) − V ( y ) + V ( y + y + y ) = I
1 c 2 b 3 a b c 3 (14)
( )
V1 yc + yd + y f − V2 ( yd ) − V3 ( yc ) − V4 y f = 0 ( )
−V1 ( yd ) + V2 ( yb + yd + ye ) − V3 ( yb ) − V4 ( ye ) = 0
(15)
−V1 ( yc ) − V2 ( yb ) + V3 ( ya + yb + yc ) = I3
( ) (
−V1 y f − V2 ( ye ) + V4 y f + ye + y g = I4 )
2
yb ye
yd
yc yf
3 4
yg
I3 ya I4
⎡ yc + yd + y f − yd − yc − yf ⎤ ⎡V1 ⎤ ⎡ 0 ⎤
⎢ − yd yb + y d + y e − yb − ye ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ ⎥ * ⎢V2 ⎥ = ⎢ 0 ⎥ (16)
⎢ − yc − yb y a + yb + y c 0 ⎥ ⎢V3 ⎥ ⎢ I3 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎣⎢ − yf − ye 0 y e + y f + y g ⎦⎥ ⎣⎢V4 ⎦⎥ ⎣ I4 ⎦
Ybus * V = I (17)
−1
Zbus = Ybus (18)
Da álgebra linear sabe-se que a inversão de uma matriz esparsa produz uma matriz
densa (cheia). Assim, a matriz Z bus em geral deve ser cheia. Para sistemas de grande porte
a inversão computacional da matriz admitância para a obtenção da matriz Z bus é
impraticável. Existem técnicas de manipulação dos fatores da matriz Ybus de modo que
apenas uma coluna da matriz Z bus seja obtida. A matriz Ybus é muito importante para o
cálculo de fluxo de carga e a matriz Z bus é utilizada para análise de curto-circuito e para
análise contingências. Nestes estudos em geral não se necessita de toda a matriz, mas
apenas de alguns elementos específicos de determinadas colunas. Assim, as técnicas
computacionais de fatoração da matriz Ybus são eficazes para a obtenção destes elementos
específicos da matriz Z bus .
Exercício 3
Seja um sistema de energia composto por 3 barras. As impedâncias das linhas são dadas na
base do sistema, conforme a seguir:
Linha 1 – 3 : j0.2 pu
Linha 1 – 2 : j0.4 pu
Linha 2 – 3 : j0.5 pu
A matriz impedância é muito importante para o cálculo de correntes de falta, razão pela
qual será estudada em mais detalhe nesta seção. É fundamental que se compreenda o
significado físico das várias impedâncias que aparecem na matriz Z bus , o que será feito a
seguir, comparando elementos das matrizes admitância e impedância. Já vimos que:
I = Ybus * V (19)
I2
Y22 = (21)
V2 V1 = V3 = 0
Da equação temos:
I1
Y12 = (23)
V2 V1 = V3 = 0
Análises análogas serão feitas a seguir para os elementos da matriz impedância Z bus .
Multiplicando-se a equação (19) pelo inverso da matriz admitância, tem-se:
V = Z bus * I (24)
V2
Z 22 = (26)
I2 I1 = I3 = 0
V1
Z12 = (27)
I2 I1 = I3 = 0
Basta portanto injetar a corrente I2 na barra 2, abrir todas as demais fontes de corrente
e fazer a divisão conforme (27).
A primeira equação de (25) nos mostra que se injetarmos uma corrente I1 na barra 1
com as fontes de corrente nas barras 2 e 3 abertas a única impedância através da qual a
corrente 1 flui é Z11 . Sob as mesmas condições mostra-se que a corrente I1 causa quedas
de tensão nas barras 2 e 3 dadas respectivamente por: V2 = I1 Z 21 e V3 = I1 Z 31 .
( )
V = Z bus I 0 + ∆I = Z bus I 0 + Z bus ∆I
(28)
V0 ∆V
A figura 7 a seguir mostra um sistema de potência no qual é destacada a barra k e a
referência do sistema. Inicialmente consideramos que o circuito está desenergizado de
modo que I 0 e V 0 são nulos. A seguir uma corrente incremental ∆Ik é injetada na barra k.
As alterações resultantes nas tensões são dadas pela expressão dada em (29).
n
3 matriz Z bus da
rede original
2 ∆Vn
k
1
∆Ik
0
⎡ ∆V1 ⎤ ⎡ Z1k ⎤
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ ∆V2 ⎥ ⎢ Z 2 k ⎥
⎢ # ⎥ ⎢ # ⎥
⎢ ⎥=⎢ ⎥ * ∆Ik (30)
∆
⎢ k ⎥ ⎢ kk ⎥
V Z
⎢ # ⎥ ⎢ # ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢⎣ ∆Vn ⎥⎦ ⎢⎣ Z nk ⎥⎦
matriz Z bus da
rede original
Z th = Z kk k
+ +
Vk0 _ ∆Ik
Vk
0
Z th = Z bus , kk = Z kk (32)
∆I j
j
∆Ik
k
∆V1 1
0 ∆Vk
As alterações ocorridas nas tensões das demais barras com a inserção das injeções de
correntes são dadas pela equação a seguir.
Assim, para calcularmos as alterações nas demais barras da rede basta multiplicarmos a
coluna j da matriz impedância Z bus pelo acréscimo de corrente ∆I j e somarmos com o
resultado do produto da coluna k da matriz impedância Z pelo acréscimo ∆I .
bus k
V j = V j0 + Z jj ∆I j + Z jk ∆Ik
(35)
Vk = Vk0 + Z kj ∆I j + Z kk ∆Ik
( ) (
V j = V j0 + Z jj − Z jk ∆I j + Z jk ∆Ik + ∆I j )
(36)
( ) (
Vk = Vk0 + Z kj ∆Ik + ∆I j + Z kk − Z kj ∆Ik )
Lembrando-se que a matriz Z bus é simétrica ( Z jk = Z kj ) as equações dadas em (36)
têm a representação de circuito mostrada na Figura 10 a seguir.
matriz Z bus da
∆Ik
k
rede original
Z kk − Z kj ∆Vk
+
_
Vk0
_
V j0
+
Z jj − Z jk j
∆I j
Z jk = Z kj
∆V j
0
referência
Z th , jk = Z kk + Z jj − 2 Z jk (37)
Este resultado pode ser confirmado substituindo-se Icc = ∆I j = − ∆Ik e ajustando a
diferença V − V entre as equações resultantes igual a zero.
j k
kk ( kk kj )
a impedância de Thévenin Z = Z − Z + Z e a tensão de circuito aberto V 0 .
kj k
Vk0 − V j0 Vk − V j
Ib = = (38)
Z th, jk + Z b Zb
Podemos eliminar a variável V1 do problema (39), pelo método da eliminação de Gauss.
Primeiro, divide-se a primeira equação por Y11 obtendo:
Y Y Y 1
V1 + 12 V2 + 13 V3 + 14 V4 = I1 (40)
Y11 Y11 Y11 Y11
Y Y Y 1
V1 + 12 V2 + 13 V3 + 14 V4 = I1 (41)
Y11 Y11 Y11 Y11
O sistema de dado por (42) - (44) acima não depende mais de V1 . Os elementos novos
Yij(1) da matriz admitância quando a tensão da barra 1 é eliminada são dados pela regra:
Y j1Y1k
Y jk(1) = Y jk − (45)
Y11
Se a tensão correspondente a uma barra p qualquer for eliminada, tem-se que os
elementos j e k (com j≠p e k≠p) novos da matriz serão, portanto, dados pela regra:
Y jp Y pk
Y jk(1) = Y jk − (46)
Y pp
Repare que se a corrente injetada na barra 1 fosse I1 = 0 não haveria nenhuma
informação da barra 1 nas equações (42)-(43). Sistemas nos quais são eliminadas as
equações associadas às tensões nas barras com injeções nulas são denominados Kron-
reduzidos. O mesmo tipo de redução é aplicável às equações nodais V = Z bus I envolvendo
a matriz Z bus . Neste caso o sistema é denominado Kron-reduzido quando são eliminadas as
equações de correntes associadas às barras com tensões nulas.
Exercício 4
Seja o sistema de equações (47) dado a seguir. Faça a eliminação de Kron correspondente
ao nó 2 nestas equações.
Nesta seção serão estudadas formas de alterar a matriz de impedâncias como resultado
de uma alteração na rede do sistema sem que seja necessário reconstruir a matriz desde o
início.
k
Ik rede original com
a barra k e a
referência
destacadas
0 referência
Zb
p
I p
Figura 11. Introdução de uma nova impedância Z b a partir de uma barra p para a
referência
⎡V1 ⎤ ⎡ 0 ⎤ ⎡ I1 ⎤
⎢ ⎥ ⎢ ⎢ ⎥
⎢V2 ⎥ 0 ⎥ ⎢ I2 ⎥
⎢ Z orig ⎥
⎢#⎥ = ⎢ 0 ⎥*⎢ # ⎥ (48)
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢Vn ⎥ ⎢ # ⎥ ⎢ In ⎥
⎢V ⎥ p ⎢⎣0 0 " 0 Z b ⎥⎦ ⎢ I p ⎥
⎣ p⎦ ⎣ ⎦
Zbus ( nova )
0 referência
Figura 12. Introdução de uma nova impedância Z b a partir de uma barra p para a um
barra k já existente
Vk0
Pela expressão acima se percebe que a matriz Z bus (nova ) será alterada com a inclusão de
uma nova linha e coluna conforme mostrado na equação (52) a seguir:
Zbus ( nova )
Para esta alteração adiciona-se uma nova barra p, conectada à barra k através de uma
impedância Z b , conforme descrito no caso 2. A seguir, curto-circuita-se a barra p fazendo-
se Vp = 0 a faz-se a redução de Kron da barra p, o que é possível já que Vp = 0 .
(
∆Vh = Z hj − Z hk Ib ) (53)
0 referência
Figura 13. Introdução de uma impedância Z b entre as barras k e j já existentes.
(
V1 = Z11I1 + " + Z1 j I j + Z1k Ik + " + Z1n In + Z1 j − Z1k Ib
) (54)
V10 ∆V1
(
Vj = Z j1I1 + " + Z jj I j + Z jk I k + " + Z jn In + Z jj − Z jk Ib
) (55)
Vj0 ∆Vj
(
Vk = Z k1I1 + " + Z kj I j + Z kk I k + " + Z kn In + Z kj − Z kk Ib
) (56)
Vk0 ∆Vk
É necessária mais uma equação já que é Ib desconhecido. Da equação (38) tem-se que:
(
0 = V j0 − Vk0 + Z th , jk + Z b Ib) (57)
Das equações (55) e (56) notamos que V j0 e Vk0 igualam respectivamente o produto das
linhas j e k da matriz original Z orig pelo vetor de correntes I. Substituindo-se V j0 e Vk0 na
expressão (57) tem-se a expressão (58) a seguir.
⎡ I1 ⎤
⎢ ⎥
⎢#⎥
⎢ I ⎥
(
0 = [(linha j − linha k ) de Z orig ] * ⎢ j ⎥ + Z th , jk )
+ Z b Ib (58)
⎢I k ⎥
⎢#⎥
⎢ ⎥
⎢⎣ In ⎥⎦
Examinando-se as equações (54) a (56) e a equação (58) acima, pode-se escrever a
equação matricial a seguir:
⎡V1 ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ I1 ⎤
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢#⎥ ⎢ ⎥ ⎢#⎥
⎢V j ⎥ ⎢ col. j – col. k ⎥ ⎢ I ⎥
⎢ ⎥ ⎢ Z orig de Z orig ⎥ ⎢ ⎥
j
Zbus ( nova )
onde : Zbb = Zth jk + Zb = Z jj + Zkk − 2Z jk + Zb
Eliminando-se a coluna n+1 da equação (59) acima pela redução de Kron tem-se a
alteração matriz Z orig pretendida. As modificações na matriz Z bus são sintetizadas na
Figura 14 a seguir.
Exercício 5
As equações do exercício 4 descritas em termos da matriz impedância são dadas por:
Zbus
Modifique a matriz Z bus acima de modo a refletir a conexão de um capacitor cuja
reatância é de 5 pu conectado da barra 4 para a referência. Encontre a nova tensão na barra
4.
Exercício 6
Determine Z bus por alterações sucessivas no sistema dado no exercício 3.
0.
Z orig Z orig ..
1 0
Zb p ...
0 0 Zb
0
k p
k p
Z orig
2 Zb Z orig col. k
k
0 p
lin. k Z kk + Z b
k p
k q q
Zb
Z orig Z orig col j - col. k
4
j q lin. j - lin. k Z th, jk + Z b
0
onde: Z th , jk = Z jj + Z kk − 2 Z jk
O cálculo de faltas estudado até aqui se restringiu a circuitos simples. Nesta seção é
derivado um método geral para análise de faltas em sistemas de energia, com base na
matriz Z bus . Inicialmente, seja uma rede de energia representada pelo diagrama de
reatâncias, conforme mostrado na Figura 15 a seguir.
2
+
j 0.25 j 0.20
j 0.125
j 0.25
3 4
1
V f
j 0.10 j 0.10
j 0.20 j 0.20
+ +
E a'' E b'' _
_ _
Antes de sair da barra 2 em direção ao curto, a corrente I 'f' se distribui pela rede do
sistema de energia causando alterações nas tensões do sistema. Se as forças eletromotrizes
internas E a'' , E b'' e V f forem curto-circuitadas, então a única fonte de tensão será − V f .
Nesta situação, tem-se que os acréscimos nas tensões nas barras da rede podem ser
calculados pela expressão (60) a seguir.
I''f
j 0.25 j 0.20
j 0.125
j 0.25
V f +
_
3 4
1
j 0.10 j 0.10 _
V f
+
j 0.20 j 0.20
+ +
E a'' E a'' _
_
Figura 16. Diagrama de reatâncias do sistema da Figura 15 com uma falta trifásica na
barra 2 simulada inserindo uma fonte de tensão − V f .
A segunda linha desta equação nos mostra que a corrente de falta é dada por (62).
V f
I 'f' = (62)
Z 22
⎡ ∆V1 ⎤ ⎡ Z12 ⎤
⎢ ⎥ ⎢− Vf ⎥
⎢ ⎥ ⎢ Z 22
⎥
⎢∆V2 ⎥ ⎢ − V f ⎥
⎢ ⎥=⎢ Z 32 ⎥ (63)
⎢ ⎥ ⎢− Vf ⎥
⎢ ∆V3 ⎥ ⎢ Z 22 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ Z 42 ⎥
⎢ ⎥ ⎢− Vf ⎥
⎣⎢∆V4 ⎦⎥ ⎣ Z 22 ⎦
De modo mais geral, temos que se uma falta trifásica equilibrada ocorre nos terminais
de uma barra k genérica qualquer, temos a corrente de falta dada por (65).
V f
I 'f' = (65)
Z kk
Desprezando-se as correntes de carga pré-falta temos que as tensões nas demais barras j
são dadas por (66).
Z jk
V j = V f − Z jk I f'' = V f − V f (66)
Z kk
Vi − V j ⎛ Zik − Z jk ⎞ V f ⎛ Z ik − Z jk ⎞
Iij'' = = − I''f ⎜ ⎟=− ⎜ ⎟ (67)
Zb ⎝ Zb ⎠ Z b ⎝ Z kk ⎠
As equações (65) – (67) acima mostram que apenas a coluna k da matriz admitância é
necessária para avaliarmos um curto-circuito trifásico na barra k do sistema.
Exercício 7
Uma falta trifásica equilibrada ocorre na barra 2 da rede da Figura 15. Utilizando tensões
pré-falta de 1 pu na barra 2, determine:
Capítulo V
Faltas Assimétricas
A maioria das faltas que ocorrem em sistemas de energia são assimétricas. Faltas
assimétricas envolvem faltas fase-terra, fase-fase ou fase-fase-terra. O caminho percorrido
pela corrente de falta pode ou não conter uma impedância.
A Figura 1 a seguir nos permite visualizar as correntes de falta nas três fases do sistema.
A corrente fluindo de cada linha para a falta é indicada por flechas saindo de “cabos”
hipotéticos das fases a, b e c.
a
I fa
b
I fb
c
I fc
As ligações entre estes cabos hipotéticos representam os vários tipos de faltas. Por
exemplo, uma ligação direta entre os cabos b e c produz uma falta fase-fase através de uma
impedância nula. Neste caso a corrente no cabo a seria zero e I fb = − I fc .
As tensões fase-terra em qualquer barra j do sistema durante a falta são dadas por
V ja , V jb , V jc . A tensão na fase a no ponto de falta antes da ocorrência da falta é designada
V , a qual é uma tensão de seqüência positiva (como no capítulo 4 da apostila).
f
Seja um sistema de potência genérico submetido a uma falta. Supondo que as máquinas
são representadas por suas tensões internas subtransitórias e por suas reatâncias
subtransitórias, é possível desenharmos as redes de seqüência positiva, negativa e zero
deste sistema (conforme estudado no capítulo 3 da apostila). No capítulo 4 verificou-se que
a matriz impedância de seqüência positiva é utilizada para a determinação de correntes e
tensões resultantes de faltas simétricas. Este método pode ser estendido para faltas
assimétricas se percebermos que as redes de seqüência negativa e zero também podem ser
representadas por matrizes de impedâncias.
(1)
Assim, teremos a matriz impedância de seqüência positiva Z bus , formada a partir da
rede de seqüência positiva, dada por (1).
⎡ Z11(1) (1)
Z12 " Z1(1)
k " Z1(1)
N
⎤
⎢ (1) (1)
⎥
⎢ Z 21 Z 22 " Z 2(1)k " Z1(1)
N ⎥
⎢ # # % # # # ⎥
(1)
Zbus = ⎢ (1) ⎥ (1)
⎢ Z k1 Z k(1)2 (1)
" Z kk " (1) ⎥
Z kN
⎢ ⎥
⎢ # # % # % # ⎥
⎢ (1) (1) ⎥
⎣⎢ Z N 1 Z N(1)2 " Z Nk
(1)
" Z NN ⎦⎥
( 2)
A matriz impedância de seqüência negativa Z bus , formada a partir da rede de seqüência
negativa, dada por (2).
⎡ Z11(2)
Z12(2)
" Z1(2)
k " Z1(2)
N
⎤
⎢ (2) (2)
⎥
⎢ Z 21 Z 22 " Z 2(2)
k " Z1(2)
N ⎥
⎢ # # % # # # ⎥
(2)
Zbus = ⎢ (2) ⎥ (2)
⎢ Z k1 (2) (2)
Z k 2 " Z kk " Z kN (2) ⎥
⎢ ⎥
⎢ # # % # % # ⎥
⎢ (2) (2) ⎥
⎢⎣ Z N 1 Z N(2)2 " Z Nk
(2)
" Z NN ⎥⎦
( 0)
A matriz impedância de seqüência zero Z bus , formada a partir da rede de seqüência
zero, dada por (3).
⎡ Z11(0)
Z12(0)
" Z1(0)
k " Z1(0)
N
⎤
⎢ (0) (0)
⎥
⎢ Z 21 Z 22 " Z 2(0)
k " Z1(0)
N ⎥
⎢ # # % # # # ⎥
(0)
Zbus = ⎢ (0) ⎥ (3)
⎢ Z k1 Z k(0)
2 " Z (0)
" Z (0) ⎥
⎢ kk kN
⎥
⎢ # # % # % # ⎥
⎢ (0) (0) ⎥
⎣⎢ Z N 1 Z N(0)2 " Z Nk
(0)
" Z NN ⎦⎥
Pode-se aplicar o método descrito no capítulo 4, uma vez que cada uma das redes de
seqüência é equilibrada. O circuito equivalente de Thévenin visto a partir da barra k, para
cada rede é dado na Figura 2 a seguir. Como no capítulo 4, a fonte de tensão na rede de
seqüência positiva (tensão equivalente de Thévenin) é V f , tensão pré-falta no ponto P da
falta, que neste caso é a barra k. Não existem correntes de seqüência zero ou negativa
fluindo antes da falta. Assim, não aparecem nestes circuitos equivalentes as forças
eletromotrizes internas no circuito equivalente Thévenin da Figura 2.
I(1)
fa I(2) I(0)
P k
fa P fa P
k k
+ + +
(1) (2) (0)
Z kk Z kk Z kk
+ Vka(1) Vka(2) Vka(0)
V f
_ _ _ _
Como a corrente I fa flui a partir do sistema para a falta as suas componentes simétricas
I (1) , I ( 2) , I ( 0) fluem do ponto P para fora do sistema. Portanto as correntes − I (1) ,
fa fa fa fa
− I (fa2) ,− I (fa0) representam as correntes injetadas na barra k devido à falta. Estas correntes ao
circularem pelas redes de seqüência causam alterações de tensão que podem ser calculadas
a partir das matrizes impedâncias de seqüência. Para a seqüência positiva temos que as
alterações de tensão serão:
⎤ ⎡ 0 ⎤ ⎡ − Z1k I fa ⎤
(1) (1)
⎡ ∆V1(1) ⎤ ⎡ Z11(1) (1)
Z12 " Z1(1) " Z1(1)
a
⎢ (1) ⎥ ⎢ (1)
k N
⎥ ⎢ ⎢ ⎥
⎥ ⎢ − Z (1) I (1) ⎥
⎢ ∆V2 a ⎥ ⎢ Z 21 0
(1)
Z 22 " Z 2(1)k " Z1(1)
N ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ 2 k fa ⎥
⎢ ⎥ ⎢ # # % # # # ⎥ ⎢ # ⎥ ⎢ #
⎢ ⎥=⎢ ⎥*⎢ ⎥
⎥
(1) = ⎢ ⎥ (4)
⎢ ∆Vka(1) ⎥ ⎢ Z k(1)1 Z k(1)2 " (1)
Z kk " (1) ⎥
Z kN ⎢ − I fa ⎥ ⎢ − Z kk (1) (1)
I fa ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢
⎢ ⎥ ⎢ # # % # % # ⎥ ⎢ # ⎥ # ⎥
⎢ (1) ⎥ ⎢ (1) ⎥ ⎢ ⎥
⎢⎣ ∆VNa ⎥⎦ ⎢⎣ Z N 1 Z N(1)2 " Z N(1)k " Z N(1)N ⎥⎦ ⎢⎣ 0 ⎥⎦ ⎢ − Z Nk
(1) (1)
I ⎥
⎣ fa ⎦
Como no capítulo 4, apenas a coluna k entra no cálculo das alterações nas tensões no
sistema. Na prática costuma-se considerar que o sistema está descarregado antes da falta,
ou seja, as tensões antes da falta em todas as barras são V f . Assim, as tensões finais na fase
a de seqüência positiva após a falta são dadas por (5).
⎢V2 a ⎥ ⎢ − Z 2 k I fa ⎥ ⎢V2 a ⎥ ⎢ − Z 2 k I fa ⎥
⎢ # ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ ⎥=⎢
# ⎥ ⎢ # ⎥ ⎢ # ⎥
⎢ ⎥ ; =⎢ (6)
⎢Vka ⎥ − Z kk (0) (0) ⎥
(2)
⎢ I fa ⎥ ⎢Vka ⎥ ⎢ − Z kk
(2) (2) (0)
I fa ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ # ⎥ ⎢ # ⎥ ⎢ # ⎥ ⎢ # ⎥
⎢ (2) ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ (0) ⎥ ⎢ ⎥
⎢⎣VNa ⎥⎦ ⎢ − Z Nk
(2) (2)
I ⎥ ⎢⎣VNa ⎥⎦ ⎢ − Z Nk
(0 ) (0)
I ⎥
⎣ fa ⎦ ⎣ fa ⎦
Vka(0) = − Z kk
(0) (0)
I fa
Vka(1) = V f − Z kk
(1) (1)
I fa (8)
Vka(2) = − Z kk
(2) ( 2)
I fa
As faltas que serão estudadas nas seções a seguir podem envolver uma impedância Z f
entre linhas ou de uma ou duas linhas pra terra. Quando Z f = 0 temos um curto franco pra
terra. Apesar de estes curtos-circuitos apresentarem as maiores correntes para a terra, as
faltas com Z f = 0 são raras. A maioria das faltas está relacionada com disrupções em
isoladores, quando a impedância entre a linha e a terra depende da resistência do arco, da
V f
I (fa1) = (1)
(9)
Z kk +Zf
a a
I fa Zf I fa
Zf
b b
I fb Zf I fb
c c
I fc Zf I fc
a a
I fa I fa
b b
I fb I fb
Zf
Zf
c c
I fc I fc
Exercício 1
A falta fase-terra é o tipo mais comum de falta. Em geral tais tipos de falta são causadas
por descargas atmosféricas ou pelo contato entre condutores com estruturas aterradas. A
representação diagramática de uma falta fase-terra é mostrada na Figura 4, sendo que a falta
ocorre na fase a.
k
a
I fa
Zf
k
b
I fb
k
c
I fc
I fb = 0; I fc = 0; Vka = Z f I fa (10)
As componentes simétricas I (fa0) , I (fa1) , I (fa2) das correntes I fa , I fb , I fc são dadas por (11)
⎡ I (fa0) ⎤ ⎡1 1 1 ⎤ ⎡ I fa ⎤
⎢ (1) ⎥ 1 ⎢ ⎢ ⎥
⎢ I fa ⎥ = ⎢1 a a 2 ⎥⎥ * ⎢ 0 ⎥ (11)
⎢ I ( 2) ⎥ 3 ⎢1 a 2 a ⎥⎦ ⎢⎣ 0 ⎥⎦
⎣ fa ⎦ ⎣
Fazendo-se as multiplicações em (11) tem-se:
I fa
I (fa0) = I (fa
1)
= I (fa2) = (12)
3
( 0)
Vka (1)
+ Vka ( 2)
+ Vka ( 0)
= V f − Z kk ( (1)
+ Z kk ( 2 ) ( 0)
+ Z kk I fa ) (13)
De (12) tem-se ainda que I fa = 3I (fa0) . Das componentes simétricas tem-se que
( 0)
Vka = Vka (1)
+ Vka ( 2)
+ Vka e de (10) tem-se que Vka = 3Z f I (fa0) . Logo, voltando-se a (13),
tem-se:
( 0)
Vka = Vka (1)
+ Vka ( 2)
+ Vka = V f − Z kk (
( 0) (1)
+ Z kk ( 2) ( 0 )
+ Z kk )
I fa = 3Z f I (fa0) (14)
V f
I (fa0) = I (fa
1)
= I (fa2) =
(Z (0) (1) ( 2)
kk + Z kk + Z kk + 3Z f ) (15)
Exercício 2
Duas máquinas síncronas são conectadas através de transformadores trifásicos a uma linha
de transmissão. Os valores nominais e reatâncias das máquinas são:
X 0 = 50% . O sistema está operando a uma tensão nominal sem correntes pré-faltas quando
ocorre uma falta fase-terra na fase a na barra 3, com Z f = 0 . Utilizando a matriz
impedância para cada uma das redes de seqüência determine a corrente subtransitória pra
terra no ponto de falta, as tensões terminais fase-terra nos terminais da máquina 2 e a
corrente na fase c da máquina 2.
I(1)
fa k
+
(1)
Z kk
+ Vka(1)
V f
_ _
I(0 ) (1) (2)
fa = I fa = I fa
I(2)
fa k
(2)
+
Z kk
Vka(2)
_ 3Z f
I(0)
fa k
(0)
+
Z kk
Vka(0)
_
Figura 5. Conexão entre as redes de seqüência equivalentes de modo a simular uma falta
fase-terra na fase a na barra k do sistema.
Pode-se representar uma falta fase-fase com uma impedância Z f entre as fases b e c
conforme mostrado na Figura 6. De onde se tem as seguintes relações:
a
I fa
b
I fb
Zf
c
I fc
Figura 6. Conexão entre “cabos” hipotéticos de modo a representar uma falta entre as
fases b e c na barra k.
⎡ I(0)
fa
⎤ ⎡1 1 1⎤ ⎡ 0 ⎤
⎢ ⎥ 1⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ I(1)
fa
⎥ = ⎢1 a a 2 ⎥ * ⎢ I fb ⎥ (17)
⎢ ⎥ 3⎢
⎢⎣ I(2)
fa ⎥ ⎣1 a
2
a ⎥⎦ ⎢⎣ − I fb ⎥⎦
⎦
I (fa0) = 0
(18)
I (fa
1)
= − I (fa2)
As tensões de seqüência zero devem ser nulas, já que não há fontes de seqüência zero e
que as correntes de seqüência zero são também nulas (18). Portanto, as faltas fase-fase não
envolvem as redes de seqüência zero, as quais permanecem as mesmas antes e após a falta.
conexão também satisfaz a equação de tensão dada em (16), expande-se cada lado da
equação (16) em separado, conforme se segue.
I (fa
1)
Zf I(2)
fa
k k
(1)
+ +
Z kk
+ Vka(1) Vka(2) (2)
Z kk
V f
_
_ _
referência
Figura 7. Conexão dos circuitos equivalentes Thévenin para a falta fase-fase da Figura 6.
Re-arranjando os termos:
(
I fb Z f = I (fb
1) ( 2)
)
+ I fb Z f = a 2 I (fa
1)
(
+ aI (fa2) Z f ) (22)
Fazendo I (fa
1)
= − I (fa2) , conforme mostrado na Figura (7), tem-se:
(
I fb Z f = a 2 − a I (fa)
1)
Zf (23)
(1)
(a 2 − a ) Vka ( ( 2)
− Vka ) (
= a 2 − a I (fa
1)
Zf ) (24)
Ou finalmente:
Notas de Aula – Sistemas Elétricos de Potência I ®LN(ceno)
Capítulo V - Faltas Assimétricas 11
(1)
Vka ( 2)
− Vka = I (fa
1)
Zf (25)
V f
I (fa = − I (fa2) =
(Z )
1)
(26)
(1) ( 2)
kk + Z kk + Z f
Exercício 3
O mesmo sistema dado no exercício 1 está operando em tensão nominal sem correntes pré-
faltas, quando uma falta franca ( Z f =0) ocorre entre duas fases na barra 3. Utilizando-se as
matrizes de impedância das redes de seqüência para condições subtransitórias, determine as
correntes na falta, as tensões fase-fase no barramento de falta e as tensões fase-fase nos
terminais da máquina 2.
I fa = 0; ( )
Vkb = Vkc = I fb + I fc Z f (27)
a
I fa
b
I fb
Zf
I fb + I fc
c
I fc
Figura 8. Conexão entre “cabos” hipotéticos de modo a representar uma falta entre as
fases b e c e a terra que ocorre em uma barra k.
(
Como I fa = 0 , a corrente de seqüência zero é dada por I (fa0) = I fb + I fc 3 as tensões )
dadas em (27) ficam da forma:
Vka
(1)
= Vka
( 2)
(30)
3Vka
( 0)
= Vka + 2Vkb = Vka (
(0)
+ Vka
(1)
+ Vka
( 2)
) (
+ 2 3Z f I (fa0) ) (31)
Vka
(1)
= Vka
(0)
− 3Z f I (fa0) (32)
Vka
(1)
= Vka
( 2)
= Vka
(0)
− 3Z f I (fa0)
(33)
I (fa0) + I (fa
1)
+ I (fa2) = 0
V f
I (fa
1)
( ) ⎤⎥
= (34)
⎡ ( 2) ( 0)
(1) ⎢ Z kk Z kk + 3Z f
Z kk +
⎢ Z (2) + Z (0) + 3Z ⎥
⎣ kk kk f ⎦
I(1) I(2)
fa
I(0)
fa
fa k
k k
+ + (0)
+
(1) (2) Z kk
Z kk Z kk
Vka(1) Vka(2) Vka(0)
+
V f
_ _
_ _
3Z f
Figura 9. Conexão dos equivalentes Thévenin das redes de seqüência para uma falta
fase-fase-terra nas fases b e c na barra k do sistema.
⎡ ( 0)
Z kk + 3Z f ⎤
I ( 2) = − I (1) ⎢ ⎥ (35)
fa fa ⎢ ( 2) ( 0) ⎥
⎣ Z kk + Z kk + 3Z f ⎦
⎡ ( 2)
Z kk ⎤
I (0) = − I (1) ⎢ ⎥ (36)
fa fa ⎢ ( 2) ( 0) ⎥
⎣ Z kk + Z kk + 3Z f ⎦
Para um curto franco para a terra, teremos Z f = 0 nas equações acima. Para Z f = ∞ as
correntes de seqüência zero se tornam um circuito aberto e neste caso as equações se
igualam àquelas desenvolvidas na seção passada.
Novamente, se observa que as correntes de seqüência I (1) , I ( 2) , I (0) quando calculadas
fa fa fa
podem ser tratadas como se fossem injeções de correntes negativas entrando nas redes de
seqüência na barra de falta k e as alterações nas tensões nas demais barras podem ser
calculadas através das matrizes admitância de barra.
Exercício 4