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05/06/2017

Suportes Básico e Avançado


de Vida em Cardiologia

PROFª LILIA DE SOUZA NOGUEIRA


DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM MÉDICO-CIRÚRGICA

Paulo Sérgio Oliveira da Silva

Zagueiro do São Caetano


Campeonato Brasileiro -
Estádio do Morumbi
27/10/2004

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O atendimento

Cenário 1

Você está correndo no Parque do Ibirapuera quando


observa um homem à sua frente, de aproximadamente
60 anos, que leva a mão ao peito e, em seguida, cai. Ao
abordá-lo, você nota que ele não responde aos seus
chamados.
O que você faz nesta situação?

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Alguns conceitos

PCR: Interrupção da atividade


mecânica do coração caracterizada
por perda da consciência, apneia e
ausência de pulso carotídeo

Ressuscitação cardiopulmonar
(RCP): série de ações coordenadas
de salvamento que aumentam a
chance de sobrevivência após uma
PCR

Cadeia de sobrevivência – PCR extra-hospitalar

AHA, 2015

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Cadeia de sobrevivência – PCR intra-hospitalar

AHA, 2015

Etapas do Suporte Básico de Vida

Avaliar a segurança do local

Não seja mais uma


vítima

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Etapas do Suporte Básico de Vida

Checar responsividade
Verifique se a vítima responde

Você está
bem?

Etapas do Suporte Básico de Vida

Chamar ajuda:
Grite por ajuda
Use o celular
Acione o SME – peça um Desfibrilador Externo
Automático (DEA)
Encarregue uma pessoa

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Etapas do Suporte Básico de Vida

Checar respiração e pulso simultaneamente


Verifique se a vítima está respirando ou com respiração
anormal (gasping agônico) – obs movimentação tórax
Cheque pulso central (carotídeo)
Até 10 segundos

Sem respiração? Sem pulso?

RCP / CAB

Etapas do Suporte Básico de Vida

CAB

AHA, 2015

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Etapas do Suporte Básico de Vida

C - Compressões torácicas
Centro do tórax, metade inferior do
esterno
100 a 120 compressões/min
Profundidade mínima de 5 cm e máxima
de 6cm
Permitir o retorno do tórax ao final de
cada compressão
Minimizar as interrupções nas
compressões (≤ 10 seg)
Alternar os profissionais a cada 2 min

AHA, 2015

Qual o ritmo das compressões?

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Compressões torácicas

Cuidado

X X
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Etapas do Suporte Básico de Vida

A - Abertura da via aérea


Inclinação da cabeça, elevação queixo

Suspeita de
lesão cervical

Etapas do Suporte Básico de Vida

B - Ventilação
Aplicar ventilações eficazes (boca-máscara/barreira ou
bolsa válvula máscara)
Administrar cada ventilação em 1 segundo
Observar elevação visível do tórax
Evitar ventilação excessiva

AHA, 2015

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Etapas do Suporte Básico de Vida

Relação compressão/ventilação 30:2 – 1 ou 2


socorristas

Etapas do Suporte Básico de Vida

Circulação
Presença de pulso? Sim
Inicie ventilação de resgate (1 ventilação a cada 5 ou 6
segundos) e verifique o pulso a cada 2 minutos

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Etapas do Suporte Básico de Vida

Desfibrilação

DEA verifica se o ritmo é chocável


Administrar choque, conforme
indicado
Iniciar RCP imediatamente após
cada choque (2’)

Posicionamento das pás - DEA

AHA, 2015

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Desfibrilador Externo Automático - DEA

AHA, 2015

Situações especiais

Pêlos Água

Adesivo de medicação

Marcapasso

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Cuidado especial na gestante

Braga A, Trindade AP, Soggia MEV, et al. 2012

Suspeita de overdose por opióide???

Uso de naloxona – IM (0,4mg) ou IN (2mg)

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Cenário

Você está correndo no Parque do Ibirapuera quando


observa um homem à sua frente, de aproximadamente
60 anos, que leva a mão ao peito e, em seguida, cai. Ao
abordá-lo, você nota que ele não responde aos seus
chamados.
O que você faz nesta situação?

Algumas perguntas...

Quando parar os esforços de reanimação?


Se o paciente apresentar resposta, o que devo fazer?

Posição de
recuperação

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O futuro

Fonte: https://youtu.be/QAx6uRWfkSU
http://bestofweb.com.br/post/drone-ambuancia

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Cenário 2

Você recebe na sala de emergência um idoso, de


aproximadamente 70 anos, em PCR. A equipe inicia
a RCP e o monitor mostra o seguinte traçado:

Quais ações você realizará a partir deste achado?

AHA, 2015

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O início

Etapas do SBV
Avalie responsividade
Chame por ajuda
Cheque respiração e pulso
Inicie RCP se indicado
30x2 – compressões
torácicas, abertura da via
aérea e administração de
oxigênio

AHA, 2015

Via aérea

Abertura da via aérea

AHA, 2015

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Via aérea

Equipamentos adjuntos (cânula orofaríngea – guedel)

Via aérea

Ventilação com bolsa válvula máscara (Letras C e E)


Técnica com 1 ou 2 pessoas

AHA, 2015

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Identifique o ritmo da PCR

Qual é o ritmo cardíaco?


Há indicação de desfibrilação?

AHA, 2015

Identifique o ritmo da PCR

Fibrilação ventricular
(FV)
CHOCÁVEIS
Taquicardia ventricular
PCR

sem pulso (TV sem


pulso)

Atividade elétrica sem


pulso (AESP)

Assistolia

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AESP

Qualquer ritmo organizado sem pulso detectável

Assistolia

Traçado isoelétrico

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Assistolia

Assistolia: protocolo da linha reta


Verificar cabos
Aumentar o ganho
Trocar derivação

Fibrilação Ventricular

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Taquicardia Ventricular sem pulso

Ritmo chocável????

Há indicação de desfibrilação?
Se sim, aplique o choque

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Quantos Joules na PCR?

Desfibrilador monofásico – 360J


Desfibrilador bifásico – 120 a 200J

Cuidados durante e após a desfibrilação

Manter a RCP enquanto o desfibrilador manual


carrega
Usar material condutivo (pás autoadesivas, gel)
Segurança: anuncie o aviso do choque (visual)
Reinicie a RCP imediatamente após o choque,
começando pelas compressões
“Não verifique o ritmo nem o pulso neste momento”
Reavalie o ritmo após 2 minutos de RCP
Se ritmo organizado, cheque o pulso

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Desfibrilação x Cardioversão

Desfibrilação
Paciente sem pulso
Choque não sincronizado, de alta energia
Cardioversão
Paciente com pulso
Paciente em arritmia instável (Ex: TSV, FA, Flutter atrial,
taquicardia monomórfica )
Choque sincronizado (modo sincronizado)

Desfibrilação x Cardioversão

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Circulação

Foi estabelecido acesso


para medicamento: IV/IO?
São necessárias
medicações para manter o
ritmo ou a pressão arterial?

AHA, 2015

Obtenha acesso – IV/IO/Endotraqueal

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3 AHA, 2015

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Via endovenosa - Cuidados

Preferencialmente: acesso venoso em MMSS


Administre o medicamento em bolus
Em seguida, administre um bolus de 20 ml de fluido
Eleve a extremidade acima do nível do coração por
10 a 20 segundos

AHA, 2015

Intraósseo

AHA, 2015

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Intraósseo

AHA, 2015

Endotraqueal

Vias IV e IO são preferíveis à via endotraqueal


Drogas utilizadas na PCR que podem ser
administradas por esta via: epinefrina, lidocaína
Dose: 2 a 2,5 vezes a dose IV
Dilua a dose em 5 a 10 ml de água estéril ou solução
salina normal

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Epinefrina

Vasopressor (otimiza
o DC e a PA)
Primeira droga a ser
utilizada em qualquer
ritmo
Epinefrina - 1mg IV ou
IO – repetir a cada 3 a
5 minutos

Agentes antiarrítmicos

Usados para FV ou TV sem


pulso refratárias ao choque e
ao vasopressor
Amiodarona – primeira dose
- bolus de 300mg IV/IO,
segunda dose - 150mg IV/IO
Lidocaína – 1 a 1,5mg/kg
IV/IO. Após 5 a 10 minutos:
0,5 a 0,75mg/kg IV/IO (dose
máxima 3mg/kg). Principal
indicação: via endotraqueal

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Via aérea avançada

É necessária uma via aérea


avançada?
Máscara Laríngea, tubo
laríngeo (dispositivo supra
glótico)
Tubo endotraqueal (via
aérea definitiva)

Via aérea avançada

Máscara Laríngea, tubo laríngeo (dispositivo


supra glótico)

AHA, 2015

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Via aérea avançada

Tubo endotraqueal (via aérea avançada e definitiva)

Posicionamento do tubo

Confirmar o posicionamento do tubo (exame físico –


expansibilidade torácica e ausculta pulmonar,
capnógrafo, Rx tórax)
Fixar o tubo

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Avalie a qualidade da RCP

ETCO2 < 10mmHg = deve-se melhorar as compressões


ETCO2 < 10 mmHg após 20 min de RCP com paciente intubado
= baixa probabilidade de ressuscitação

ETCO2 = CO2 ao final da expiração


AHA, 2015

Como realizar as ventilações?

Frequência das ventilações


Dispositivo de Ventilação Ventilação
Via Aérea durante PCR durante parada
respiratória
Com bolsa – 2 ventilações após
válvula - máscara 30 compressões
(30 x 2) 1 ventilação a
Com via aérea 1 ventilação a cada 5 ou 6
avançada cada 6 segundos segundos (10 a 12
(10 ventilações por ventilações por
minuto) minuto)

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Ventilação e oxigenação adequadas?

A capnografia e a saturação de oxihemoglobina (se


retorno à circulação espontânea - RCE) estão
sendo monitoradas?

Diagnóstico Diferencial

Por que o paciente


evoluiu para PCR?
Há uma causa
reversível que possa
ser tratada?

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Diagnóstico Diferencial

Causas reversíveis

5 Hs 5 Ts
Hipovolemia Tensão no tórax
(pneumotórax)
Hipóxia Tamponamento cardíaco
Hidrogênio / íon (acidose) Toxinas
Hipo/hipercalemia Trombose pulmonar
Hipotermia Trombose coronária

AHA, 2015

AHA, 2015

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Posicionamento da equipe

Via aérea

Medicação
Compressor
Monitor/
Desfibrilador

Observador/
Anotador

Líder

Cenário 2

Você recebe na sala de emergência um idoso, de


aproximadamente 70 anos, em PCR. A equipe inicia
a RCP e o monitor mostra o seguinte traçado:

Quais ações você realizará a partir deste achado?

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RCE – Cuidados
pós-PCR

ou PAM < 65mmHg

32ºC a 36ºC Comatosos – sem


resposta sensata a
– no mínimo comandos verbais
por 24 horas

AHA, 2015

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lilianogueira@usp.br

Referências

American Heart Association. SBV para profissionais de saúde - manual do aluno. São Paulo:
Sesil; 2011.

American Heart Association. Suporte Avançado de Vida Cardiovascular – manual do aluno. São
Paulo: Sesil; 2012.

American Heart Association. Destaques da American Heart Association 2015 – atualização das
diretrizes de RCP e ACE. Disponível em: https://eccguidelines.heart.org/wp-
content/uploads/2015/10/2015-AHA-Guidelines-Highlights-Portuguese.pdf

Kleinman ME, Brennan EE, Goldberger ZD, et al. Part 5: Adult Basic Life Support and
Cardiopulmonary Resuscitation Quality - 2015 American Heart Association Guidelines Update
for Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency Cardiovascular Care. Circulation. 2015;
132(18 suppl 2):S414-35.

Link MS, Berkow LC, Kudenchuk PJ, et al. Part 7: Adult Advanced Cardiovascular Life Support
- 2015 American Heart Association Guidelines Update for Cardiopulmonary Resuscitation and
Emergency Cardiovascular Care. Circulation. 2015 ;132(18 suppl 2):S444-64.

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