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Processo de fabrico

Calandragem

Engenharia de Produção Industrial


Máquinas Industriais
21-06-2012

Alexandre Miguel Ramos Pereira Nº 20086381


Curso: Engenharia de Produção Industrial
Disciplina: Máquinas Industriais

Í ndice

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 2

2. TIPOS DE CALANDRAS .............................................................................................................. 3

2.1- CALANDRAS MANUAIS.......................................................................................................... 3

2.2- CALANDRAS MOTORIZADAS ................................................................................................. 3

2.3 CALANDRAS PARA TUBOS E PERFIS ........................................................................................ 4

2.4 CALANDRAS PARA CHAPAS .................................................................................................... 4

2.4.1. Calandra de três rolos sem dispositivo de deformação das abas................................. 5


2.4.2. Calandra de três rolos com dispositivo de deformação das abas ................................ 6
2.4.3. Calandra de quatros rolos .......................................................................................... 7

3. DESCRIÇÃO DA CALANDRAGEM ............................................................................................... 8

3.1. CALANDRAGEM A FRIO E A QUENTE ..................................................................................... 9

3.2. GEOMETRIA, DIMENSÕES E PREPARAÇÃO DO PLANIFICADO ............................................... 10

3.3. ENTRE-EIXO E PROFUNDIDADE DE CALANDRAGEM............................................................. 12

3.3.1. FORÇA E POTÊNCIA DE CALANDRAGEM E RECUPERAÇÃO ELÁSTICA ................................. 12

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................ 13

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1. Introdução

A operação de curvamento mecânico das chapas recebe o nome de calandragem e as


máquinas para tal fim chamam-se calandras, as peças calandradas chamam-se virolas.
Uma calandra é constituída por um conjunto de rolos ou cilindros, com movimento
giratório e pressão regulável, montados numa estrutura metálica em diversas configurações.
O material a ser curvado é colocado entre rolos que pressionam e giram através de
jogos de engrenagens permitindo aplicar velocidade aos rolos, de acordo com as dimensões
desejadas com o tipo de operação a ser efectuada.
As velocidades e distância entre rolos podem ser ajustadas de forma manual ou
automaticamente controlando assim a espessura.

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2. Tipos de Calandras

2.1- Calandras manuais


As calandras manuais são máquinas, de concepção muito simples, são essencialmente
constituídas por três rolos horizontais que operam entre dois montantes laterais. Utilizam-se as
calandras manuais quando a produção é limitada a uma pequena quantidade de peças, de
pequenas ou médias dimensões, extraídas de chapas com o comprimento de até 1 800 mm e a
espessura de 0,3 a 2,5 mm aproximadamente. Sendo máquinas de potência limitada e de menor
precisão, é difícil dar o desejado curvamento à chapa, na proximidade das abas externas.

Calandra manual

2.2- Calandras motorizadas


Comparadas com as calandras manuais, as calandras a motor permitem calandrar chapas
com espessura de até 40 mm, comprimento de até 6 000 mm e largura de até 2 000 mm.
Nessas calandras, o suporte do rolo superior é destacável, de modo que, removendo-se a
extremidade do cilindro, podem-se tirar as virolas completamente calandradas.

Calandra motorizada

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2.3 Calandras para tubos e perfis


Apresentam conjuntos de rolos ou cilindros sobrepostos, feitos de aço temperado, com
aproximadamente 200 mm de diâmetro. Podem curvar qualquer tipo de perfil: barras,
quadrados, cantoneiras, em T etc.

Calandra motorizada de perfis

2.4 Calandras para chapas


Têm geralmente 3 ou 4 rolos. As de 3 rolos são as mais usadas na indústria e nelas os
rolos estão dispostos em formação de pirâmide, como mostra a ilustração . As calandras para
chapas com 4 rolos apresentam a vantagem de facilitar o trabalho de pré-curvamento.

Calandra motorizada de 3 rolos Calandra motorizada de 4 rolos

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2.4.1. Calandra de três rolos sem dispositivo de deformação das abas.


Este tipo de calandra apresenta rolos inferiores, fixos, com igual diâmetro, mas menores
(10 a 50%) que o superior. Têm maior capacidade, os rolos são de diâmetros maiores e o
espaçamento dos rolos inferiores também é maior o que traduz numa menor força de flexão
aplicada. Com o ajuste do rolo livre superior, define-se o diâmetro da calandragem e a força de
calandragem suficiente para arrastar por atrito o rolo superior.
Em calandras geralmente com comprimento acima dos três metros são utilizados rolos
inferiores de suporte para reduzir a deformação.
Neste tipo de calandras torna-se muito difícil calandrar chapa fina de grande diâmetro
por causa do rolo superior não ser motorizado, outro contra é as extremidades das abas
permanecem direitas.

Esquema de uma calandra de três rolos sem dispositivo de deformação das abas

O valor do momento flector decresce linearmente, desde um valor máximo na secção


“B”, até se anular na secção “A”.A deformação vai evoluindo de totalmente plástica para
elástica, com zonas elasto-plásticas intermédias. Deixa de existir curvatura a partir da secção
em que a deformação é totalmente recuperada pelo efeito de mola.

Momento flector aplicado numa calandra de três rolos

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Para solucionar o problema da dobragem das abas poderá ser executada previamente à
calandragem quinagem ou martelagem nas ditas abas. Pode-se também calandrar uma virola
com um comprimento superior ao pretendido e cortar as abas direitas. Ou então dobrar as abas
na calandra com o auxílio de um gabari, também conhecido por “berço”, fabricado previamente
em chapa espessa.

Abas direitas a cortar “Berço” para enrolar as abas

2.4.2. Calandra de três rolos com dispositivo de deformação das abas


Este tipo de calandra apresenta rolos inferiores simétricos de igual diâmetro e possuindo
movimento vertical inclinado.
A dobragem das abas nunca é total, tendo a zona direita uma dimensão compreendia
entre 0,5 a 2 vezes a espessura da chapa.
Existem diferentes tipos de concepção no essencial, diferentes movimentos dos rolos.

Esquema de calandragem numa calandra de três rolos com deformação das abas

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2.4.3. Calandra de quatros rolos


Este tipo de calandra apresenta rolos centrais motorizados e os rolos laterais livres,
controlam o raio da calandragem e a dobragem das abas.
O posicionamento da chapa é apertado entre os rolos motorizados facilita bastante a
operação, designadamente o manuseamento da chapa que, em muitos casos, pode ser feito por
um único operador a dobragem das abas efectua-se sem necessidade de voltar a chapa a
calandragem das superfícies cónicas pode efectuar-se continuamente a calibragem das chapas,
por exemplo, após soldadura das extremidades, é facilitada pela existência dos dois rolos livres,
os quais devem estar ambos actuados neste tipo de operações.

Esquema de calandragem numa calandra de quatro rolos.

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3. Descrição da Calandragem

A calandragem é um processo em que se aplica uma força externa sobre a matéria-


prima, obrigando-a a tomar a forma e dimensões desejadas por deformação plástica. O volume
e a massa do metal se conservam nestes processos. Tem como principais vantagens o bom
aproveitamento da matéria-prima, rapidez na execução, possibilidade de melhoria e controle
das propriedades mecânicas do material, de par com a homogeneização da microestrutura.
A chapa a ser calandrada é introduzida na calandra, um sistema de rolos que pode ser
constituído de três ou quatro rolos, paralelos uns aos outros, formando um triângulo (ou um
losango no caso de quatro rolos).
Os rolos inferiores transmitem a energia necessária à deformação da chapa através das
forças de atrito entre a chapa e os rolos A capacidade de deformação é limitada pelo trabalho
que é possível realizar com as forças de atrito.
O rolo superior, geralmente, com um diâmetro maior que o diâmetro dos rolos
inferiores, é convenientemente posicionado para se obter o raio de curvatura exterior requerido
para a virola.
Além do diâmetro a combinação do ajuste
vertical do rolo superior com o posicionamento
dos rolos inferiores influencia por um lado o
diâmetro de calandragem desejado. Por outro lado
resultam da força de calandragem, o comprimento
da parte recta da dobra inicial e a espessura
calandrada. Quanto maior a força de calandragem,
mais curto é a parte recta da dobra inicial e maior
a espessura da chapa. A força de calandragem e
comprimento da parte recta da dobra inicial são
um dos parâmetros mais importantes, na definição
do tamanho de uma calandra. Outro factor muito
importante é o diâmetro do rolo superior. Um
diâmetro pequeno permite por um lado a dobra de
raios menores, tendo como consequência natural
Intensidade da força aplicada.
uma maior possibilidade de flexão do rolo.

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Por ser um processo de conformação mecânica a peça é submetida a esforços, e esses


esforços podem causar trincas se a conformação não for aplicada, já que a calandragem faz com
que a peça sofra compressão em alguns pontos, e tensão em outros.
Admitindo que as reacções nos rolos inferiores são verticais (aproximação), pode-se
considerar que a distribuição do momento flector é triangular, com o valor máximo na zona
média do entre rolos.

Momento flector máximo

3.1. Calandragem a frio e a quente


Na calandragem a quente calandra tem dois ou mais rolos de ferro fundido com
perfuração central para a passagem de água e vapor, ambos para controle de temperatura. A
alimentação é feita manualmente com mantas aquecidas à temperatura da calandra por um rolo.
A calandragem a frio é preferível à calandragem a quente por ser menos dispendiosa e
problemática. Mas para calandragem a frio, deve ter-se em atenção a deformação máxima que a
chapa sofre, que varia na casa dos 5% para aços de baixa liga ou por volta dos 3% para aços
ferríticos temperados e revenidos.
A calandragem a quente deverá ser usada quando a capacidade de calandragem da
máquina for insuficiente realizar o trabalho a frio ou for ultrapassada em resultado do
encruamento do material. Não se conseguir produzir peças sem que ocorra fissuração.
Os tratamentos térmicos necessários à calandragem a frio tornam a calandragem a
quente mais económica, uma vez que tem de haver um prévio aquecimento da chapa em fornos
apropriados a uma temperatura de 400º C ou até mais.

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3.2. Geometria, Dimensões e preparação do planificado


As formas obtidas são planificáveis e tanto os raios de curvatura, como o comprimento
de calandragem são, geralmente, muito superiores à espessura da chapa. As dimensões do
planificado de uma virola cilíndrica serão obtidas considerando que a largura de calandragem
não varia (deformação plana) e que o desenvolvimento linear do planificado é igual ao
perímetro da circunferência que passa na linha média que coincide linha neutra.
Deve-se chanfrar as arestas das chapas para evitar a formação de fissuras, especialmente
para espessuras acima dos 25 mm.
Definindo por De o diâmetro exterior, Di o diâmetro interior e por E a espessura, o
desenvolvimento linear (C) de uma chapa obtém-se a partir de:

Dm = Di + E ou Dm = De – E  C = π x Dm,

onde Dm é o diâmetro intermédio, ou seja o diâmetro da linha neutra.

Desenvolvimento linear

Num tronco de cone de bases paralelas, a planificação da superfície lateral do tronco de


cone é um sector de coroa circular, cujo raio é a geratriz do cone.

Desenvolvimento de um cone

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Na planificação de um cone verifica-se que os raios de curvatura aumentam


proporcionalmente à medida que que afastam do vértice.

Desenvolvimento de um cone

Para achar o desenvolvimento linear de um aro de perfil LPN (cantoneira), com as abas
viradas para fora, soma-se a largura com a espessura e multiplica-se por 0,45. O resultado
soma-se com o diâmetro interno do aro e multiplica-se por π.

Desenvolvimento de um aro em cantoneira com abas exteriores

Para achar o desenvolvimento linear de um aro de perfil LPN (cantoneira), com as abas viradas
para dentro, soma-se a largura com a espessura e multiplica-se por 0,45. O resultado subtrai-se
com o diâmetro externo do aro e multiplica-se por π.

Desenvolvimento de um aro em cantoneira com abas interiores

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3.3. Entre-eixo e profundidade de calandragem

- Relação entre a distância de contacto, v,

e a (entre-eixo):

- Profundidade de calandragem:

Entre-eixo e profundidade de calandragem

3.3.1. Força e potência de calandragem e recuperação elástica


 Força de calandragem

 Potência de calandragem em que v é a velocidade periférica dos rolos motores (3 a 7

m/min na calandragem a frio) e µ é o coeficiente de atrito entre a chapa e os rolos.

 Recuperação elástica

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Bibliografia

http://www.semac.com.br/catalogos/hauesler-calandra-de-3-rolos-hdr.pdf

http://pt.scribd.com/doc/52339271/11/Calandras-de-tres-Cilindros

http://www.calende.com.br/m-calandras.htm

http://www.nei.com.br/lista/Calandras.aspxp

http://pt.wikipedia.org/wiki/Calandragem

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