Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Croqui - Atendimento de Acidentes PDF
Croqui - Atendimento de Acidentes PDF
ATENDIMENTO DE ACIDENTES
Brasília - DF
Julho 2015
Versão 2.0
1 | MPO-015 ATENDIMENTO DE ACIDENTES DE TRÂNSITO
MANUAL DE ATENDIMENTO DE ACIDENTES DE TRÂNSITO
DIRETORA-GERAL
MARIA ALICE NASCIMENTO SOUZA
FICHA TÉCNICA
ORGANIZAÇÃO:
DIVISÃO DE PLANEJAMENTO OPERACIONAL
Brasília - DF
Julho 2015
Versão 2.0
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 4
1. DAS DEFINIÇÕES 5
2. TIPOS DE ACIDENTES 10
3. FATORES CONTRIBUINTES 11
4. CAUSAS PRESUMÍVEIS 12
5. CLASSIFICAÇÃO DOS DANOS 14
DECORRENTES DE ACIDENTES
16. PISTA SIMPLES: quando não houver separadores físicos entre as faixas de trânsito, seja em via de mão
única ou dupla.
17. PISTA DUPLA: quando a via tiver duas pistas separadas por defensa, canteiro ou outro elemento físico que
impeça ou dificulte a transposição, independentemente dos sentidos estabelecidos para o trânsito. Não são conside-
radas como pistas duplas aquelas separadas por rios, canteiros extremamente largos e outros casos em que as mãos
de direção contrárias se afastam totalmente.
18. PISTA MÚLTIPLA: quando houver mais de um separador entre as pistas de rolamento.
19. ACOSTAMENTO: parte da via diferenciada da pista de rolamento destinada à parada ou estacionamento de
veículos, em caso de emergência, e à circulação de pedestres e bicicletas, quando não houver local apropriado para
esse fim.
21. FAIXAS DE TRÂNSITO: qualquer uma das áreas longitudinais em que a pista pode ser subdividida, sinali-
zada ou não por marcas viárias longitudinais, que tenham uma largura suficiente para permitir a circulação de veículos
automotores. Caso não exista demarcação (pintura) das faixas de trânsito, considerar a largura de 3,5 metros por faixa.
22. LEITO CARROÇÁVEL: consiste na porção da plataforma da rodovia compreendendo a pista e os acosta-
mentos, quando existirem. Considera-se que as rodovias com pistas duplas ou múltiplas tenham dois ou mais leitos
carroçáveis.
23. TALUDE: terreno inclinado, superfície inclinada (aterro ou escavação). Inclinação da superfície de um terreno
ou de solo em uma escavação ou aterro. Superfície definida pela área de acabamento de um corte ou aterro, formando
um ângulo com o plano vertical, que é medido pela tangente desse ângulo.
24. PERFIL DA VIA: linha que representa de forma contínua a situação altimétrica de um alinhamento de uma
superfície plana. Classifica-se em nível, aclive ou declive.
26. LOMBADA: concordância entre rampas em aclive e declive, caracterizada por pequena distância de visibili-
dade. Não confundir com saliência ou lombada regulamentada pela resolução nº 39/98 do CONTRAN, cujo objetivo é
a redução de velocidade;
CURVA VERTICAL: perfil longitudinal da via, composto por rampas que podem ser ascendentes ou descendentes,
concordadas por curva. Une de modo confortável e seguro as rampas de aclive com as rampas de declive e vice-ver-
sa.
28. SUPERELEVAÇÃO: inclinações existentes nas curvas, cuja função é neutralizar a força centrífuga.
30. SARJETA: dispositivo de drenagem superficial, construído numa plataforma (rodovia), com a finalidade de
conduzir longitudinalmente para um local próprio as águas que caem sobre ela (no caso de aterro) ou sobre ela e os
taludes (no caso de corte).
31. CANAL: é uma obra de engenharia que serve para escoamento de água, e impede a transposição de unida-
des de tráfego de um lado para o outro.
33. MEIO FIO: é uma fileira de pedra ou concreto, ao longo do pavimento, mais elevada que este, que o reforça
e o protege, e limita a área destinada ao trânsito de veículos, mais usada para proteger o trânsito dos pedestres.
34. MURO: obra-de-arte corrente ou não, que serve para contenção de material terroso ou para separar locais,
neste caso, obstruindo a passagem de unidades de tráfego de um lado para o outro, podendo ser de concreto, alve-
naria, etc.
35. OCORRÊNCIAS RELEVANTES: são aquelas que se referem a informações consideradas de interesse pú-
blico e/ou institucional da PRF e as que se refiram a práticas ilícitas. Informações de interesse público são as ocorrên-
cias que apresentem pelo menos um dos seguintes elementos: morte, ocorrências com veículos de transporte coletivo
de passageiros, envolvimento de pessoa pública ou notória, vazamento ou derramamento de produto perigoso, blo-
queio ou interdição de rodovia, manifestação social, queda de barreira, obra ou qualquer outro obstáculo que interfira
na segurança viária.
36. As definições apresentadas são as mais utilizadas na atividade diária do Policial Rodoviário Federal.
62. Define-se como causa presumível do acidente 70. Art. 69. Para cruzar a pista de rolamento o pe-
o fator determinante para o sinistro, aquele sem o qual o destre tomará precauções de segurança, levando em
acidente não ocorreria. conta, principalmente, a visibilidade, a distância e a ve-
locidade dos veículos, utilizando sempre as faixas ou
63. ANIMAIS NA PISTA: nos casos de acidente passagens a ele destinadas sempre que estas existirem
em que pelas circunstâncias conclui-se que ele não te- numa distância de até cinqüenta metros dele, observa-
ria ocorrido caso não houvesse animal na pista, tendo das as seguintes disposições:
sido ele atropelado ou não.
71. I - onde não houver faixa ou passagem, o cru-
64. DEFEITO MECÂNICO EM VEÍCULO: nos zamento da via deverá ser feito em sentido perpendicu-
casos em que ficar constatado que uma falha mecânica lar ao de seu eixo;
ou elétrica teve supremacia sobre os outros fatores para
a ocorrência do acidente. 72. II - para atravessar uma passagem sinalizada
para pedestres ou delimitada por marcas sobre a pista:
65. DEFEITO NA VIA: quando o acidente tiver
como fator determinante aspectos relacionados ao esta- 73. a) onde houver foco de pedestres, obedecer
do de conservação da via, sua estrutura e obras de arte. às indicações das luzes;
66. DESOBEDIÊNCIA À SINALIZAÇÃO: quando 74. b) onde não houver foco de pedestres, aguar-
ficar apurado que o acidente não teria ocorrido caso o dar que o semáforo ou o agente de trânsito interrompa
condutor tivesse obedecido à sinalização existente. o fluxo de veículos;
67. DORMINDO: quando houver indícios pela 75. III - nas interseções e em suas proximidades,
dinâmica do acidente e/ou por declaração do próprio onde não existam faixas de travessia, os pedestres de-
condutor assumindo essa condição, ou de pessoas vem atravessar a via na continuação da calçada, obser-
que tenham testemunhado a situação. vadas as seguintes normas:
68. FALTA DE ATENÇÃO À CONDUÇÃO: decor- 76. a) não deverão adentrar na pista sem antes se
re do comportamento desatento do condutor em razão certificar de que podem fazê-lo sem obstruir o trânsito
de fatores distrativos ou não, que o levem à percepção de veículos;
retardada do perigo, tais como: falar ao celular, manuse-
ar equipamentos, conversar com passageiros, não ob- 77. b) uma vez iniciada a travessia de uma pista,
servar os retrovisores, errar percurso, realizar manobras os pedestres não deverão aumentar o seu percurso, de-
inadequadas, manuseio errôneo do veículo, etc. morar-se ou parar sobre ela sem necessidade.
69. FALTA DE ATENÇÃO DO PEDESTRE: decor- 78. INGESTÃO DE ÁLCOOL: sempre que o con-
re do comportamento desatento do pedestre em razão dutor apresentar indícios de ingestão de álcool, sendo
de fatores distrativos ou não, que o levem à percepção comprovada por meio de odores, halitose etílica, postu-
retardada do perigo, tais como falar ao celular, ingestão ra, movimentos, comportamento e outros, independen-
de álcool ou a inobservância, conforme disposto no ar- temente de testes e que essa condição tenha contri-
tigo 69 do CTB. buído com supremacia em relação a outras causas na
ocorrência do acidente.
83. PISTA ESCORREGADIA: quando, por um 90. FENÔMENOS DA NATUREZA: quando hou-
motivo qualquer, o veículo perder a aderência, devido ver indícios de que só houve o acidente devido à ocor-
à presença de substâncias que propiciem a redução rência de fenômenos naturais, tais como vendavais,
do coeficiente de atrito (não confundir com velocidade tempestades, inundações, tornados, quedas de barrei-
incompatível em decorrência das condições meteoro- ras, desmoronamentos, etc.
lógicas).
91. MAL SÚBITO: quando ficar apurado por meio
84. OBSTÁCULO ESTÁTICO SOBRE A VIA: de indícios ou quando constatada por perito – médico
quando, por exclusão, se chegar à conclusão de que o legista – tal condição.
acidente não teria ocorrido se não existisse um obstá-
culo estático sobre a via. Consideram-se também, para 92. A informação selecionada pelo PRF como
os efeitos desta definição, veículos em pane mecânica, “causa presumível” serve apenas para fins estatísticos,
acidentados ou abandonados, não se aplicando nos não sendo impressa no BAT.
casos em que o local estiver devidamente sinalizado.
94. Para automóveis, camionetas, caminhonetes 102. 3) Para reboques e semirreboques, cami-
e utilitários, a classificação de danos deve ser realizada nhões e caminhões-tratores, a classificação de danos
conforme estabelecido no Anexo I da referida Resolu- deve ser realizada conforme estabelecido no Anexo III da
ção. referida resolução.
95. I - A classificação do dano na categoria “pe- 103. 4) Para ônibus e micro-ônibus, a classifica-
quena monta” dar-se-á quando a soma dos pontos de ção de danos deve ser realizada conforme estabelecido
todos os itens assinalados nas colunas “SIM” e “NA” não no Anexo IV da referida resolução.
ultrapassar 20 pontos;
104. 5) A Resolução 362/2010/CONTRAN,
96. II – A classificação do dano na categoria “mé- quando faz menção a peças ou a itens danificados, não
dia monta” dar-se-á quando a soma dos pontos de to- aborda a extensão do dano. Apenas se ele existe ou
dos os itens assinalados nas colunas “SIM” e “NA” for de não.
21 a 30 pontos;
105. A ocorrência de arranhões somente na lâmina
97. III – A classificação do dano na categoria “gran- de tinta ou na película que cobre uma determinada peça
de monta” dar-se-á quando a soma dos pontos de to- ou item, não será considerado dano para os efeitos des-
dos os itens assinalados nas colunas “SIM” e “NA” for sa resolução, devendo tal fato ser registrado no campo
superior a 30 pontos, o que implica também na classifi- de observação do relatório de avarias.
cação do veículo como irrecuperável.
106. 6) A resolução trata os itens marcados
98. Para motocicletas e veículos assemelhados, com NA – Não Avaliado como se danificados fossem
a classificação de danos deve ser realizada conforme para efeito de classificação de dano. Portanto, cada item
estabelecido no Anexo II da referida Resolução. marcado com “não avaliado” deve ser justificado de for-
ma clara e plausível no campo observação do relatório
99. I – A classificação do dano na categoria “pe- de avarias.
quena monta” dar-se-á quando a soma dos pontos de
todos os itens assinalados nas colunas “SIM” e “NA” não 107. 7) Devem ser inseridas no BAT fotografias
ultrapassar 16 pontos, desde que não tenha sido danifi- do veículo acidentado – laterais direita e esquerda, frente
cado nenhum componente estrutural; e traseira. A ausência de qualquer fotografia deverá ser
112. O policial deve estar atento às condições físi- leve ou não tenha como resultado o óbito.
cas de todos os envolvidos, especialmente em situa-
ções em que houver morte ou mutilação em ocupantes 127. MORTO: pessoa envolvida em acidente de
do mesmo veículo, como gestantes, recém-nascidos, trânsito, em óbito, com sinais evidentes de morte identifi-
crianças e idosos (pessoas mais suscetíveis a lesões). cados no local, em decorrência das lesões do acidente.
113. A PRF adota a seguinte classificação do esta- 128. A vítima transportada para atendimento médico
do físico das pessoas envolvidas no acidente: que venha a morrer no percurso será classificada como
lesões graves. Nesses casos, constatada tal situação,
114. ILESO: pessoa que não apresente nenhum o policial registrará o fato no campo de observações,
sinal ou sintoma de lesões provenientes do acidente, até ser criado campo próprio no sistema de registro de
independentemente de ter sido encaminhada ou não ao acidentes.
atendimento hospitalar.
129. Sinais Evidentes de Morte:
115. LESÕES LEVES: lesão em pessoa que, por
consequência do acidente, apresente algum sinal ou 130. 1) Evidente estado de decomposição;
sintoma da lista a seguir:
131. 2) Decapitação ou segmentação do tronco;
116. Dores em geral em área sem órgãos vitais;
132. 3) Esmagamento do corpo;
117. Lacerações leves, contusões e abrasões (pri-
meiros socorros: simples curativos); 133. 4) Lesões e deformidades que descartem
qualquer possibilidade de vida;
118. Todas as queimaduras de lº grau. (até 10% da
superfície corporal); 134. 5) Carbonização do corpo;
119. Fratura dos dentes; 135. 6) Esmagamento de crânio com perda de mas-
sa encefálica e ausência de sinais vitais. Não confundir
120. Dores ou rigidez muscular da parede torácica, com trauma de crânio com perda de massa encefálica,
abrasão por cinto de segurança ou por outras partes do quando se deve tentar a reanimação;
veículo;
136. 7) Presença de “rigor mortis”: inicia-se entre 1
121. Pequenas hemorragias externas; e 6 horas após a morte, pelos músculos da mastigação,
e avança no sentido crânio caudal;
122. Pequenas entorses, luxações e/ou fraturas fe-
chadas e/ou abertas dos dedos; 137. 8) Presença de “livor mortis”: estase sanguínea
que depende da posição do cadáver; inicia-se entre
123. Contusão cerebral leve, com dores de cabeça, 1h30 e 2 horas, atingindo o máximo entre 8 e 12 horas.
tonturas, mas sem perda de consciência;
138. IGNORADO: quando não há informações a
124. Queixas de dores de pescoço aos movimen- respeito do estado físico do envolvido, após esgotadas
tos, sem alterações anatômicas ou radiológicas; todas as possibilidades de verificação.
125. Contusão e abrasão dos olhos e seus anexos. 139. É obrigatório o registro de todas as pessoas
envolvidas no acidente, mesmo aquelas cujo estado fí-
126. LESÕES GRAVES: lesão em pessoa que, por sico tenha sido classificado como ILESO
consequência do acidente, não foi classificada como
142. Este capítulo trata das seguintes fases: prepa- 156. Algum veículo é oficial?
ração, comunicação de acidente, despacho da ocor-
rência, deslocamento, atendimento de acidente, registro 157. Houve dano ao patrimônio público? (ponte,
de acidente e revisão da ocorrência. defensa, viaduto, poste, pavimento, etc.)
143. A Polícia Rodoviária Federal prioriza as ações 158. OBS: Nos casos de rodovias concessionadas,
de atendimento de acidentes graves ou que envolvam os bens concedidos continuam sendo propriedade pú-
risco direto aos usuários da via, bem como aqueles com blica.
dano social.
159. Algum dos veículos transporta produto perigo-
144. PREPARAÇÃO: é dever do policial, ao assu- so? Há vazamento ou derramamento desse produto ou
mir o serviço, preparar a viatura, bem como todos os dano ao recipiente?
equipamentos e materiais necessários para o atendi-
mento imediato do acidente. Esse procedimento visa 160. Existe aglomeração de pessoas no local?
reduzir o tempo de resposta e evitar o risco de ter sua
segurança e a dos usuários comprometida. 161. O local é perigoso? Tem curva, declive, de-
pressão, cruzamento? Está chovendo no local, há ne-
145. COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE: trata-se do blina ou cerração?
recebimento e registro das informações relacionadas a
um acidente de trânsito. O receptor da informação de- 162. Outros questionamentos que julgar pertinen-
verá seguir o roteiro abaixo para avaliar o acionamento tes.
da equipe de serviço, registrando-a simultaneamente no
163. DESPACHO DA OCORRÊNCIA: com base
sistema próprio:
nas informações obtidas sobre o acidente, o atendente
146. Qual o seu nome? deverá:
147. Qual o seu telefone? 164. Orientar o usuário a registrar a e-DAT no en-
dereço eletrônico www.prf.gov.br/acidente ou pelo link
148. Qual o local do acidente? (BR, km, ponto de no site da PRF, para os casos que se enquadrarem em
referência, município, sentido). acidente passível de registro por meio de e-DAT; e/ou
149. Há quanto tempo ocorreu o acidente? 165. Despachar a equipe para o atendimento do
acidente quando for o caso de BAT, quando houver dú-
150. Existem quantas vítimas? Como estão? Algu- vidas quanto ao tipo de registro, quando houver neces-
ma presa nas ferragens? sidade de auxílio ao usuário ou quando houver indícios
de crime no local (condutor sob efeito de substância
151. Qual a quantidade e tipo de veículos envolvi- psicoativa, saque de carga etc.).
dos?
166. O número da comunicação e as informações
152. Qual o tipo de acidente? obtidas do acidente deverão ser repassados pelo aten-
dente à equipe despachada ao local.
153. Os veículos possuem condições de trafegar?
167. O cidadão será informado do tempo aproxima-
154. Há interdição da via? do que a equipe demorará em razão de outras ocorrên-
cias em andamento, operações ou comandos preventi-
155. Algum condutor possui sinais de embriaguez? vos e da obrigação legal de retirar o(s) veículo(s) da pista
de rolamento e sinalizar o local, sob pena de autuação,
168. Ressalte-se a obrigatoriedade de se atualizar o 176. Nos casos de acidentes com mortos ou feridos
status da comunicação, conforme o disposto no MPO graves, isolar o local visando à preservação dos vestí-
010/2009 – Manual de Utilização do Sistema BR-Brasil. gios em atendimento ao prescrito na legislação vigente,
além dos casos de acidentes com veículos oficiais ou
169. DESLOCAMENTO: após ter sido despacha- com derramamento/vazamento de produtos perigosos
da a equipe deverá ir ao local do acidente para averiguar (observar a necessidade de perícia). Para o isolamen-
a veracidade e conformidade das informações. O des- to, recomenda-se o uso de fitas zebradas delimitando o
locamento deve ser rápido e seguro, obedecendo às espaço a ser isolado. Este é determinado pela área em
Normas Gerais de Circulação e Conduta previstas no que se encontram os vestígios ou pela recomendação
Inciso VII do Art. 29 da Lei nº 9.503/1997. O motorista da ABIQUIM (produtos perigosos).
da viatura deve acionar os faróis e fazer uso de sirenes
e luzes intermitentes. 177. Havendo riscos à segurança viária ou prejuízo
ao tráfego, providenciar a imediata remoção de pesso-
170. ATENDIMENTO DE ACIDENTE: conjunto de as que tenham sofrido lesões, bem como dos veículos
atos realizados pelo PRF no local do acidente, com a para fora da pista.
finalidade de auxiliar os usuários diretamente envolvidos
na ocorrência e garantir a segurança destes e dos de- 178. Realizar, obrigatoriamente, o teste de alcoole-
mais usuários da via. Inclui-se no atendimento a coleta mia nos condutores envolvidos, registrando a numera-
das informações necessárias a subsidiar qual tipo de ção do aparelho, a numeração do teste e o resultado
registro que a ocorrência demandará (BAT ou e-DAT). obtido. A ausência do teste deve ser justificada.
Ressalte-se a distinção feita no Capítulo I – Definições
entre Atendimento de Acidente e Registro de Acidente. 179. Examinar os documentos dos veículos e das
pessoas envolvidas, quanto à autenticidade e validade,
171. O PRF não pode se negar a atender qualquer realizando consulta nos sistemas disponíveis.
acidente de trânsito. Esse atendimento obedecerá às
prioridades estabelecidas neste manual, especialmente 180. A remoção do(s) veículo(s) somente será efe-
no que tange a existência de vítima ou dano social. tivada depois de concluído o atendimento no local, ex-
ceto nos casos previstos no item 4. Antes da aplicação
172. No local, o PRF deverá adotar as seguintes desta medida administrativa o policial deverá realizar
ações: uma busca no veículo, relacionar o material encontrado
e tomar as medidas pertinentes.
173. Dimensionar a cena (avaliar a amplitude do aci-
dente, verificar os riscos existentes e as condições de 181. Verificar as situações que envolvam o acidente
segurança do local). em relação ao cometimento de qualquer crime previsto
no Código de Trânsito Brasileiro – CTB, ou outro texto le-
174. Providenciar a sinalização do local, conforme gal, para possível condução dos suspeitos à repartição
capítulo IX, para garantir a segurança e evitar ocorrên- pública competente.
cias de novos acidentes. No caso de envolvimento de
veículo(s) transportando produtos perigosos, adotar me- 182. Verificar – pelas condições em que se deu o
didas iniciais conforme Manual da ABIQUIM, acionando, acidente – se um dos envolvidos estava em fuga de
se necessário, os órgãos competentes, tais como: Cor- crime cometido anteriormente.
po de Bombeiros, Ibama, Defesa Civil etc.
183. Não comentar as causas do acidente com
175. Estabilizar o(s) veículo(s), verificar o estado pessoas envolvidas, terceiros ou imprensa, conforme
da(s) vítima(s), se houver, prestando o devido socorro Art. 3º da IN nº 02/2005/DG/PRF, (Art. 3º. O Policial
e, quando necessário, acionar os órgãos competentes. Rodoviário Federal no exercício de suas atividades, ex-
Caso haja equipes ou representantes de outros órgãos clusivamente quando do atendimento de acidentes ro-
prestando atendimento, socorrendo vítimas, sinalizando doviários, poderá prestar informações, inclusive dar en-
e isolando o local, anotar os nomes dos responsáveis, trevistas, quando solicitado pela imprensa, fornecendo
além das possíveis alterações na posição final dos ves- somente dados técnicos dos acidentes, sem emitir juízo
tígios presentes no local do evento e nas unidades de de valor ou opinião pessoal.) ou outra norma que venha
191. Nos acidentes em que houver dano a algum 200. Identificar todos os veículos envolvidos no aci-
equipamento obrigatório (resolução nº 14 – CONTRAN), dente. Os veículos transportados como carga, desde
o cidadão deverá ser orientado quanto ao deslocamento que tenham sofrido dano, também devem ser identifi-
seguro de seu veículo, ou seja, após sanada a irregulari- cados.
dade ou sobre um guincho, caso contrário ficará sujeito
201. Para veículo registrado no exterior, deverá
às penalidades constantes do art. 230 do Código de
constar na guia “Condição do Veículo” o tipo de docu-
Trânsito Brasileiro, no que couber.
mento e o número de seu registro, o nome da segurado-
ra, o número da apólice e o nome do representante legal
221. O prazo para confecção do BAT é de até cinco 232. Classificação dos danos: Inserção de itens
dias consecutivos, desconsiderando o dia do acidente. não avaliados (NA) e suas justificativas.
222. Nos casos de realização de laudo pericial pela 233. Outros itens que o revisor julgar necessários.
PRF, o prazo para a conclusão do registro do BAT acom-
panhará o prazo previsto na Instrução Normativa de Perí-
cia de Acidentes de Trânsito.
223. Caso se perceba prejuízo ao usuário, o BAT
poderá ser entregue antes do laudo pericial, porém caso
haja divergências nas conclusões apresentadas, o Bo-
letim entregue deverá ser retificado pelo PRF responsá-
vel, sendo os envolvidos e interessados informados da
retificação.
224. O BAT será disponibilizado por meio da internet
no portal da PRF, sendo obrigatória a utilização do nú-
mero da comunicação e CPF/CNPJ de um dos envolvi-
dos para a impressão. Por isso, a importância da entre-
ga do formulário PBAT, com o número da comunicação,
ao usuário envolvido, no momento do atendimento do
acidente.
225. Caso o usuário não disponha desse número,
ele só poderá ser fornecido pessoalmente, mediante
comprovação de que é pessoa envolvida diretamente,
terceiro interessado ou um representante legal de um
desses. O mesmo vale para a disponibilização de cópia
do BAT ou informações pessoais nele contidas.
226. REVISÃO DA OCORRÊNCIA: independente-
mente da natureza do acidente, os BATs serão revisa-
dos, por amostragem, pelo chefe da delegacia, o qual
poderá delegar essa atribuição, antes de serem disponi-
bilizados ao usuário. O prazo para a revisão da ocorrên-
cia será de até três dias úteis.
227. Para a revisão das ocorrências deverão ser ob-
servados os parâmetros abaixo:
234. Ao chegar ao local do acidente, o PRF deverá ainda a proteção dos envolvidos no sinistro, bem como
se atentar quanto à segurança da área, identificando as daqueles que prestam o devido atendimento. A sinali-
peculiaridades e a total amplitude do acidente, vislum- zação poderá ser complementada ou alterada após a
brando as possibilidades de um segundo sinistro que avaliação do policial.
pode ser decorrente desse primeiro.
241. Utiliza-se a própria viatura (luzes intermitentes
235. Em todo acidente haverá um policial responsá- – alerta), acompanhada obrigatoriamente de outros dis-
vel pelo gerenciamento das situações. Esse gerenciador positivos de sinalização, preferencialmente cones retro-
poderá ser o primeiro policial que chegar ao local ou -refletivos, complementada caso necessário com a uti-
até mesmo um especialista, em caso de acidentes mais lização de meios de fortuna existentes no local (galhos,
complexos ou que envolvam produtos específicos. alerta de outros veículos ou dos veículos acidentados
etc.).
236. A sinalização do local é uma das providências
que deve prevalecer sobre as demais, principalmente se 242. Não existe modelo pronto. Será variável, pois
as condições forem agravadas por curva, lombada ou dependerá diretamente das condições do local do aci-
depressão; ou por condições restritivas de visibilidade, dente. Para isso, o policial deverá fazer uma avaliação
tais como neblina, chuva, fumaça, escuridão etc., que criteriosa, objetivando localizar o ponto provável de
possam levar à ocorrência de outro acidente. maior risco e sinalizar o local de forma a evitar novos
acidentes.
237. O policial deverá utilizar todos os dispositivos
de sinalização disponíveis (cones, placas, triângulos, re- 243. Nos casos de acidentes próximos a curva,
fletores etc.); em caso de ausência ou de insuficiência aclive, declive, situações que reduzam o alcance visual
desses dispositivos, utilizar galhos de árvores, mato, la- dos usuários da via, a sinalização também deverá ser
tas com óleo e estopa etc. Ao sinalizar, o policial deverá disposta antes desses locais. Como regra, para fins de
levar em consideração o tempo de reação do condutor distância entre o local do acidente/obstáculo e o início
e do veículo, possibilitando condições de diminuição da sinalização, adota-se o processo de relacionar a dis-
da velocidade com segurança, bem como garantir uma tância em passos largos de acordo com a velocidade
área livre para os trabalhos de atendimento e estaciona- prevista para o local (80km/h corresponde a 80 passos
mento de veículos de apoio, dimensionada conforme a largos). Essa distância deve ser o dobro em casos de
necessidade do evento. A sinalização deverá ser colo- condições adversas como chuva, neblina, fumaça.
cada sempre, tanto na pista, quanto no acostamento.
244. A viatura deve ser posicionada de forma a per-
238. A PRF adota dois tipos básicos de sinalização: mitir a sua visibilidade pelos demais usuários, oferecen-
emergencial e completa. do um painel de segurança para as equipes que estão
atendendo o acidente.
239. SINALIZAÇÃO EMERGENCIAL
245. As figuras a seguir ilustram algumas situações
240. É aquela realizada quando o policial chega ao de sinalização emergencial:
local do acidente, servindo para alertar os usuários da
via sobre a existência de uma anormalidade, objetivando
251. É aquela realizada nos casos de acidentes em 264. - Tipo de veículo que trafega no local;
que os procedimentos no atendimento serão comple-
xos, como nos casos de deslizamento de parte da pista, 265. - Largura da seção transversal que se deseja
soterramento, derramamento/vazamento de produtos interditar;
perigosos (ver orientações no manual da ABIQUIM), aci-
dentes graves envolvendo veículos de transporte coleti- 266. - Características da rodovia.
vo de passageiros, etc.
267. ÁREA DO EVENTO (S1): É determinada pela
252. A sinalização completa é dividida em zonas abrangência do sítio do acidente;
(setores) de atendimento do acidente, iniciando no sítio
de colisão dos veículos para suas adjacências. 268. ÁREA OPERACIONAL (S2): É determinada
pela logística necessária ao atendimento do acidente;
253. As necessidades provenientes de cada zona
e/ou suas subdivisões deverão ser transmitidas ao ge- 269. ÁREA DE SEGURANÇA (S3): É determinada
renciador, bem como dele advirão as instruções de con- pela seguinte fórmula:
trole, prezando sempre pela unidade.
270. S3 = │Vv│ / 2, onde:
254. Essa sinalização não é estanque. As zonas
271. Vv = velocidade da via
(setores) poderão ser alteradas à medida que novas va-
riáveis ou necessidades surjam ou se modifiquem, ca- 272. * O cálculo matemático utiliza o módulo da ve-
bendo ao gerenciador a tomada dessa decisão. locidade da via com resultado na unidade metro.
255. Divide-se em cinco setores, conforme a seguir: 273. ÁREA DE ACUMULAÇÃO (S4): É determina-
da pela seguinte fórmula:
256. ÁREA DO EVENTO (VERMELHA OU QUEN-
TE) – SETOR 1 (S1): sítio do acidente. No caso de pro- 274. S4 = [(VMDa x Ca + VMDo x Co + VMDc x
dutos perigosos, seu tamanho ou extensão dependerá Cc)/24] x t, onde:
do tipo de substância química perigosa, de acordo com
sua classificação e numeração da ONU; 275. VMDa = volume médio diário de veículos de
pequeno porte;
257. ÁREA OPERACIONAL (AMARELA) – SE-
TOR 2 (S2): Local do trabalho da(s) equipe(s); 276. VMDo = volume médio diário de ônibus e ca-
minhões;
258. ÁREA DE SEGURANÇA (AZUL OU FRIA) –
SETOR 3 (S3): Local livre, destinado à segurança da(s) 277. VMDc = volume médio diário de combinações
equipe(s) de trabalho; de veículos de carga;
259. ÁREA DE ACUMULAÇÃO – SETOR 4 (S4): 278. Ca = comprimento dos veículos de pequeno
Local destinado à parada dos veículos; porte, considerado 5m;
260. ÁREA DE TRANSIÇÃO – SETOR 5 (S5): Lo- 279. Co = comprimento dos ônibus e caminhões,
cal da primeira sinalização de advertência e desvio do considerado 15m;
fluxo de veículos. Objetiva alertar os usuários de perigo
à frente. Dispondo os cones obliquamente sobre a via, 280. Cc = comprimento das combinações de veí-
canalizando o tráfego para a área livre ou de acumula- culo de carga, considerado 20m;
ção.
281. t = tempo estimado em horas em que o tráfego
261. Para o dimensionamento das zonas (setores), ficará parado.
deverão ser observados os seguintes critérios:
282. ÁREA DE TRANSIÇÃO (S5): É determinada
262. - Velocidade máxima permitida para o local; pela seguinte fórmula:
289. Para a PRF, o levantamento do sítio de aciden- 300. – condição física da superfície da(s) via(s) de
te consiste na obtenção dos dados necessários ao re- tráfego: seca ou molhada, polida ou rugosa e limpa ou
gistro do boletim de acidente e/ou do laudo pericial. Tais contaminada;
registros serão utilizados nos estudos de prevenção de
acidentes e, se for o caso, nas reproduções simuladas, 301. – defeito na superfície da(s) via(s) de tráfego:
atendendo às demandas legais. recalque, buraco e/ou vala, degrau entre pista e acos-
tamento, infraestrutura de drenagem, superelevação ne-
290. Nessa fase, o policial deverá ficar atento quan- gativa em curva;
to à idoneidade dos vestígios encontrados, priorizando
os vestígios transitórios, pois desaparecem rapidamen- 302. – restrições físicas à visibilidade na(s) via(s) de
te. São exemplos de vestígios transitórios: imobilização tráfego;
da(s) vítimas, posição de imobilização do(s) veículos(s),
303. 4) vestígios presentes no sítio do acidente:
fragmentos de vidros e de material plástico e metálico,
partes metálicas, lascas de pintura, rastros de fluidos, 304. – posição de imobilização da(s) vítima(s), em
poças de fluidos e porções de terra desprendidas de caso de óbito(s);
veículos, marcas de pneumáticos em superfícies molha-
das e marcas de frenagem. 305. – posição de imobilização do(s) veículo(s);
291. I - Na fase do levantamento do sítio do aci- 306. – vestígios móveis: fragmentos de vidros e de
dente de trânsito, deverão ser observados os seguintes material plástico e metálico, partes metálicas, lascas de
itens referentes ao ambiente viário, tanto para a confec- pintura, rastros de fluidos, poças de fluidos e porções de
ção do boletim de acidente quanto para o laudo pericial: terra desprendidas de veículos;
293. 2) caracterização (descrição) do local do even- 308. – sulcagens por partes metálicas;
to, incluindo o trecho de aproximação, segundo o des-
locamento do(s) veículo(s): 309. – marcas de pneumáticos: frenagem, derrapa-
gem, aceleração, pneumático vazio, etc.;
294. – elementos da(s) via(s) de tráfego: traçado re-
tilíneo ou curva horizontal, plataforma em nível ou des- 310. – transferências de tintas e/ou impregnação de
nível, número de pistas, número de faixas de tráfego, outras substâncias;
acostamento, canteiro central, inclinação transversal,
superelevação, superlargura, curva de transição, curva 311. – trilhas em terrenos marginais;
vertical, talude (s), terreno marginal, defensa, barreira 312. – marcas de choque em estruturas estáticas,
etc.; veículos imobilizados.
295. – tipo de superfície da(s) via(s) de tráfego: as- 313. 5) aspectos ambientais:
falto, concreto, paralelepípedo e pedra/areia;
314. – condições meteorológicas;
296. – sinalização da(s) via(s) de tráfego: horizontal,
vertical, semafórica etc.; 315. – restrições ambientais à visibilidade: luz solar
(escuro não iluminado, escuro iluminado, aurora e cre-
297. – iluminação artificial da(s) via(s) de tráfego; púsculo), chuva, neblina, ofuscamentos, etc.
298. – regime de tráfego da(s) via(s); 316. II - Na fase do levantamento do sítio do aci-
299. 3) situação do sítio do acidente: dente de trânsito, deverão ser observados os seguintes
358. É o procedimento realizado pelo policial para a obtenção das distâncias dos elementos do sítio do acidente
em relação a um referencial (ponto fixo).
360. É obrigatória nos casos de acidentes com lesões graves, mortes, veículos oficiais ou de grande repercussão
social.
361. Pode ser realizada por dois métodos: coordenadas cartesianas e triangulação.
362. O policial, após receber o treinamento adequado, deverá utilizar a metodologia de medição por coordenadas
cartesianas. Na impossibilidade de utilização dessa metodologia, poderá utilizar a da triangulação.
364. Partindo-se de um referencial, traçam-se dois eixos perpendiculares (x,y). A partir dos eixos, cada elemento
terá sua distância obtida e registrada na forma de um par ordenado. Preferencialmente, esse referencial será um ponto
fixo do projeto da rodovia. Quando da não existência de um ponto fixo no local, o referencial escolhido deverá ter sua
distância registrada em relação ao ponto fixo mais próximo. Para facilitar o trabalho, pode-se escolher uma das linhas
da rodovia como um dos eixos.
367. Partindo-se de dois pontos fixos, preferencialmente do projeto da rodovia, cada ponto a ser amarrado terá
sua distância medida em relação a cada um desses pontos fixos, obtida e registrada. Também deve ser registrada a
distância entre os dois pontos fixos. Quando da não existência de um dos pontos fixos no local, o referencial escolhido
deverá ter sua distância registrada em relação ao ponto fixo mais próximo. Desse ponto referenciado traça-se uma linha
criando novo ponto devidamente identificado.
369. A narrativa é um texto que, junto com o croqui, os seguintes itens, sem prejuízo de quaisquer outros
auxilia o leitor na compreensão dos fatos que levaram que o PRF julgar relevantes:
à ocorrência do acidente e esclarece as circunstâncias
relevantes encontradas no local. 377. Informações gerais (dia, hora e local do aciden-
te);
370. Deve ser concisa, técnica, respeitar a norma
culta de linguagem, objetiva, imparcial, lógica, cronolo- 378. Fundamentação da análise (levantamentos re-
gicamente sequenciada e compromissada com a ver- alizados no local, vestígios deixados no pavimento, da-
dade. Não deve ter empirismo (conhecimento por ex- nos nos veículos etc.);
periência). Deve ser produto da metodologia científica
adotada pelo policial na busca pela verdade dos fatos, 379. Informações da via (estado da via, estado da
ou seja, as declarações dos condutores ou testemu- sinalização, condições do pavimento etc.);
nhas não devem ser utilizadas como fundamento para
a conclusão, nem mencionadas na narrativa. Essas de- 380. Condições ambientais (neblina, chuva, fuma-
clarações podem servir apenas como orientação duran- ça, neve, céu claro etc.);
te a investigação.
381. Tipo de acidente;
371. O policial não julga. No entanto deve ter infe-
382. Situação do local quanto à preservação/isola-
rência, formar sua convicção de como ocorreu o aciden-
mento;
te, baseado nos vestígios encontrados no local, além de
outras provas necessárias ao esclarecimento do fato. 383. Identificação resumida dos veículos e das víti-
mas mortas (placa/marca/modelo, nome e CPF);
372. Deve haver harmonia entre as provas colhi-
das e a dinâmica do acidente. Informações contrárias 384. Estado físico dos envolvidos (ilesos, lesões le-
às provas não devem fazer parte da narrativa. Julgar é ves, lesões graves);
competência do juiz. Assim, a narrativa não deve trazer
os termos negligência, imprudência e imperícia e sinôni- 385. Dinâmica do evento (manobras antes e depois
mos, os quais normalmente são usados em sentenças. do acidente);
373. Quando mencionar frenagens, derrapagens, 386. Referência ao croqui.
buracos e outras condições, deverá fazer os registros
também no croqui, posicionando tais eventos adequa- 387. Referência à confecção do laudo pericial pela
damente conforme observado no local do acidente. PRF, quando for o caso.
374. É importante registrar a informação sobre a 388. Seguem alguns exemplos de narrativas:
prestação de socorro à vítima por parte do(s) condu-
tor(es) e as condições da via. 389. EXEMPLO 01
375. Considerando que a maioria dos interessados 390. No dia xx/xx/xxxx, às xx:xxh, a equipe PRF foi
nas informações contidas em nossos boletins volta suas acionada para atender um acidente ocorrido na BR xxx,
atenções principalmente à narrativa e ao croqui, esses km xxx, no município xxxxxx/XX. A equipe chegou ao
podem conter repetições de alguns dados já registrados local às xx:xxh, encontrando os veículos e os corpos
em campos próprios do boletim de acidente, com o in- em sua posição de repouso, o local foi preservado. Uma
tuito de torná-los mais esclarecedores. equipe da Polícia Militar (viatura xxxxx) guarnecia o local.
376. Sempre que possível, a narrativa deve conter 391. A via estava com a sinalização horizontal e ver-
392. O acidente, uma xxxxxxxxxxx, envolveu o veí- 402. 2 - Existe sinalização vertical e horizontal em
culo xxxxx/xxxxxx de placas xxx-xxxx/XX ,doravante de- boas condições.
nominado V1, e o veículo xxxxxx/xxxxxxx de placas xxx-
-xxxx/XX ,doravante denominado V2. O acidente vitimou 403. 3 - Vítimas encaminhadas ao IML de Xxxxxx/
fatalmente o sr. Xxxxxxx Xxxxxxx, CPF xxx.xxx.xxx-xx, XX.
passageiro de V2, encontrado fora do veículo. O cinto
de segurança do vitimado não estava preso (afivelado) 404. 4 – As condições ambientais eram boas no
quando da chegada da equipe. momento do acidente
415. Os procedimentos para atendimento de aci- imediata contendo a descrição dos fatos e, em caso de
dente com viaturas da PRF, deverão ser os seguintes: descumprimento de algum procedimento previsto nos
itens anteriores, relatar o motivo de forma detalhada.
416. I – Pela equipe da viatura PRF envolvida no
acidente (caso seja possível, considerando que os 426. Não havendo possibilidade do comparecimen-
próprios ocupantes podem estar impossibilitados to da equipe de perícia, deverá ser efetuado o registro
fisicamente): (em Parte Diária Informatizada ou Sistema de Atendimen-
to e Despacho) do nome do servidor acionado, horário
417. a) Isolamento e sinalização do sítio do aciden- do contato e o motivo alegado para impossibilidade de
te, salvo risco iminente de novos acidentes; dirigir-se ao local.
418. b) Realizar o socorro necessário, na hipótese 427. Ocorrendo acidente fora da circunscrição de
da existência de vítimas; atuação da Polícia Rodoviária Federal, deverá ser acio-
nado o órgão com circunscrição sobre a via para o re-
419. c) Informar de modo urgente à chefia imediata gistro da ocorrência, além do acionamento da equipe de
para que acione uma equipe PRF para confecção do perícia técnica da Polícia Federal ou, na impossibilidade
Boletim de Acidente, que deverá ser feito por policial desta, do órgão estadual de perícia técnica.
que não tenha participado da ocorrência como condu-
tor ou tripulante da(s) viatura(s) no momento do acidente. 428. Cabe ao chefe imediato do servidor informar
ao Dirigente Regional a ocorrência de acidente envol-
420. d) Elaborar ocorrência diversa dirigida à chefia vendo viatura PRF. Tão logo conclua os procedimen-
imediata contendo a descrição dos fatos. tos, deverá encaminhar expediente instruído com todos
os documentos pertinentes à elucidação dos fatos, tais
421. II – Pelo chefe da equipe designada para como: boletim de acidente de trânsito, ocorrência di-
confeccionar o Boletim de Acidente: versa, dados da solicitação de perícia, fotos e demais
elementos que possam subsidiar o processo de repara-
422. a) Solicitar apoio da chefia imediata ou acio-
ção do bem e de eventual procedimento administrativo,
nar a Central de Informações Operacionais (CIOP) para
quando for o caso.
que providencie o comparecimento da equipe de perícia
técnica, nesta ordem: da PRF (apenas nas regionais em 429. Deverá ser observado ainda o disposto no Tí-
que já houve a capacitação para a perícia técnica), da tulo VII – ACIDENTES do MPA 007 – CGA – Gestão de
Polícia Federal ou do órgão estadual, registrando-se em Frota.
Parte Diária Informatizada ou Sistema de Atendimento e
Despacho o comparecimento ou não da Perícia. Entre-
tanto, o acionamento de perícia a outra instituição não
é necessário nas Regionais onde já existe parecer da
Consultoria Jurídica desonerando a PRF da necessida-
de de solicitação de perícia por Órgão externo.
430. O requerimento para confecção de BAT é um servidor da PRF que as receber, devendo este apor a
instrumento que deve ser utilizado pelo usuário que se sua autenticação de que conferem com o original, sob
envolveu em acidente de trânsito em rodovia federal e assinatura, número de matrícula e nome de guerra legí-
para o qual não houve o devido registro em boletim, ex- vel, de acordo com o Decreto nº 6.932/2009.
cluindo-se os casos de emprego da DAT.
439. São legitimados como interessados para re-
431. O interessado deverá protocolar, em qualquer querer o registro do acidente:
unidade da PRF, um requerimento de confecção de
BAT, que poderá ser formulário fornecido pela Regional 440. I – pessoas físicas ou jurídicas, com a devida
ou requerimento não padronizado, contendo no mínimo comprovação legal, envolvidas diretamente na ocorrên-
os seguintes dados: cia ou no exercício do direito de representação;
432. I – documento de identificação do interessado 441. II – aqueles que, sem terem se envolvido dire-
e/ou de quem o represente; tamente na ocorrência, têm direitos ou interesses que
possam ser afetados pela decisão a ser adotada (fa-
433. II – documento que comprove o parentesco, miliar em primeiro grau, cônjuge, proprietário do veículo
quando for o caso (Certidão de Nascimento, Certidão etc.).
de Casamento etc.)
442. O requerimento poderá ser entregue em qual-
434. III – comprovante de domicílio do requerente quer unidade da PRF, mesmo que não seja a de cir-
ou local para recebimento de comunicações, além do cunscrição da ocorrência do acidente de trânsito;
endereço de correio eletrônico e/ou telefone, quando
possível; 443. O processo deverá ser autuado pelo NURAM
da regional que receber o requerimento de solicitação
435. IV – formulação do pedido de registro, com ex- de confecção do BAT, que encaminhá-lo-á à regional
posição dos fatos e fundamentos, anexando documen- onde ocorreu o acidente.
to(s) que seja(m) relevante(s) para comprovação dos
fatos (comprovante de atendimento hospitalar, atestado 444. Os processos administrativos para registro do
médico ou declaração emitida pelo SAMU, Bombeiros, acidente deverão ser autuados com os seguintes da-
certidão de óbito ou laudo emitido pelo IML, fotos do dos:
acidente etc.)
445. I – interessado: nome do requerente;
436. V – data e assinatura do requerente.
446. II – assunto: Boletim de Acidente de Trânsito;
437. O requerimento elaborado por procurador
deverá vir acompanhado de procuração, sob pena de 447. III – observações: Confecção de BAT.
não ser reconhecido, de acordo com o Art. 40 da Lei
9.784/99. 448. Após a juntada de toda a documentação, aná-
lise e considerações do NURAM, o processo será en-
438. Os documentos comprobatórios podem ser caminhado à Delegacia onde supostamente ocorreu o
apresentados em forma de cópia autenticada ou cópia fato.
simples, desde que confrontadas com os originais pelo
459. Os trâmites aqui elencados pretendem otimizar 470. IV – formulação do pedido de retificação, com
o serviço em função das atribuições da Polícia Rodovi- exposição dos fatos e fundamentos, anexando docu-
ária Federal, considerando o tempo do trâmite proces- mento(s) que seja(m) relevante(s) para comprovação
sual dessa natureza e a preservação dos direitos civis dos fatos (comprovante de atendimento médico, cópia
dos usuários das rodovias envolvidos em acidentes de de documentação pessoal, relato de testemunha, fotos
trânsito. do acidente, laudo pericial ou outros que julgar pertinen-
tes.)
460. O requerimento de retificação de BAT é um ins-
trumento destinado a alterar o registro de um Boletim 471. V – data e assinatura do requerente.
de Acidente de Trânsito, seja pela inclusão, exclusão ou 472. O requerimento elaborado por procurador
modificação de informações. deverá vir acompanhado de procuração, sob pena de
461. A reclassificação ou reavaliação de danos de não ser reconhecido, de acordo com o Art. 40 da Lei
monta não poderá ser realizada pela PRF, exceto quan- 9.784/99.
do configurar erro formal de preenchimento. 473. Os documentos comprobatórios podem ser
462. São legitimados como interessados para re- apresentados em cópia autenticada ou cópia simples,
querer retificação do boletim de acidente: desde que confrontadas com os originais pelo servidor
da PRF que as receber, devendo este apor a sua auten-
463. I – pessoas físicas ou jurídicas, com a devida ticação, de que conferem com o original, sob assina-
comprovação legal, envolvidas diretamente na ocorrên- tura, número de matrícula e nome de guerra legível, de
cia ou no exercício do direito de representação; acordo com o Decreto nº 6.932/2009.
464. II – aqueles que, sem terem se envolvido dire- 474. O requerimento poderá ser entregue em qual-
tamente na ocorrência, têm direitos ou interesses que quer unidade da PRF, mesmo que não seja a de cir-
possam ser afetados pela decisão a ser adotada (fa- cunscrição da ocorrência do acidente de trânsito.
miliar em primeiro grau, cônjuge, proprietário do veículo
etc.); 475. O processo deverá ser autuado pelo NURAM
da regional que receber o requerimento de solicitação
465. III – a Polícia Rodoviária Federal. de retificação do BAT, que encaminhá-lo-á à regional
onde ocorreu o acidente.
466. O interessado deverá protocolar, em qualquer
unidade da PRF, um requerimento de retificação de BAT, 476. O requerimento para a retificação de BAT,
que poderá ser formulário fornecido pela Regional ou quando originado pela PRF, poderá ser feito por meio de
requerimento não padronizado, contendo no mínimo os mensagem eletrônica (e-mail institucional) encaminhada
seguintes dados: ao NURAM, devendo ser substanciado por manifesta-
ção clara e inequívoca sobre os dados a serem altera-
467. I – documento de identificação do interessado dos, incluídos ou excluídos.
e/ou de quem o represente;
477. Os processos administrativos para retificação
468. II – documento que comprove o parentesco, deverão ser autuados com os seguintes dados:
quando for o caso (Certidão de Nascimento, Certidão
500. Este capítulo estabelece os interessados legais 511. Para os casos em que a consulta no sistema
que têm direito de solicitar cópia do Boletim de Acidente BR-Brasil não apresentar registro de envolvimento do
de Trânsito e regulamenta a Declaração de Nada Consta usuário em acidente, o texto deverá ser o seguinte:
em Acidente de Trânsito.
512. DECLARAMOS, a pedido da parte interessa-
501. CÓPIA DE BAT da e sob as penas da lei (artigo 5º, XXXIII e XXXIV, b
da Constituição Federal de 1988), que após pesquisa
502. São legitimados como interessados para re-
no sistema de Registro de Acidentes de Trânsito – BR-
querer cópia do boletim de acidente:
-Brasil, não foi localizado registro de envolvimento em
503. I – pessoas físicas ou jurídicas, com a devida acidente de trânsito do sr. FULANO DE TAL, CPF XXX.
comprovação legal, envolvidas diretamente na ocorrên- XXX.XXX-XX, em estradas e rodovias federais, nos últi-
cia ou no exercício do direito de representação; mos 05 anos.
504. II – aqueles que, sem terem se envolvido dire- 513. O presente registro não se refere a eventuais
tamente na ocorrência, têm direitos ou interesses que ocorrências havidas e não comunicadas, ou mesmo as
possam ser afetados pela decisão a ser adotada (fa- registradas junto à Polícia Judiciária, ou em Declarações
miliar em primeiro grau, cônjuge, proprietário do veículo de Acidente de Trânsito feitas a esta ou outras institui-
etc.); ções.
505. III – representantes de seguradoras, devida- 514. Para os casos em que a consulta no sistema
mente identificados, desde que apresentem apólice do BR-Brasil apresentar registro de envolvimento em aci-
segurado de um dos envolvidos no acidente de trânsito dente, o texto padrão deverá ser o seguinte:
referente ao boletim em questão.
515. DECLARAMOS, a pedido da parte interes-
506. O controle das solicitações de cópia de BAT sada, que após pesquisa no sistema de Registro de
ficará a critério da Regional. Acidentes de Trânsito – BR-Brasil, foi localizado registro
de envolvimento em acidente de trânsito em estradas e
507. DECLARAÇÃO DE NADA CONSTA rodovias federais do sr. FULANO DE TAL, CPF XXX.
XXX.XXX-XX.
508. A Declaração de Nada Consta em Acidente de
Trânsito é um documento que deverá ser emitido pelo 516. Ocorrência / Data / BR / KM / UF
NURAM, sempre que o usuário solicitar, e deverá tra-
zer informações da parte interessada sobre seu envol- 517. Ressalte-se que o envolvimento em acidente
vimento ou não em acidentes nas estradas e rodovias de trânsito não confere, necessariamente, culpa do par-
federais. tícipe na ocorrência.
509. Este documento não deverá ser emitido a pe- 518. Esta declaração compreende pesquisa refe-
dido de pessoas jurídicas ou mesmo terceiros, mas so- rente aos últimos 05 anos.
mente no intuito de atender solicitação do próprio usuá-
519. O presente registro não se refere a eventuais
rio, devidamente identificado no ato da requisição.
ocorrências havidas e não comunicadas, ou mesmo as
510. O prazo máximo para emissão da declara- registradas junto à Polícia Judiciária, ou em Declarações
ção é de 5 dias, conforme Artigos 24 e 66 da Lei nº de Acidente de Trânsito feitas a esta ou outras institui-
9.784/1999. A declaração poderá ser digitalizada e re- ções.
metida ao solicitante por e-mail.
50
51
Lei nº 5.970/1970.
Lei nº 6.174/1974.
Decreto nº 1.655/1995.
NBR – 10697/1989.