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A ética relativa ao uso dessas drogas é assunto de um contínuo debate, em parte por causa desse potencial para abuso e dependência.
Muitos governos têm imposto restrições sobre a produção e a venda dessas substâncias na tentativa de diminuir o abuso de drogas.
Índice
Etimologia
História
Classificações
Usos
Anestesia
Controle da dor
Medicamentos psiquiátricos
Uso recreativo da droga
Uso ritual e espiritual
Administração
Efeitos
Sistemas neurotransmissores afetados
Dependência
Legalização
Ver também
Referências
Ligações externas
Etimologia
"Psicotrópico" é formado pela junção de "psic(o)" ("alma", "espírito", "intelecto"), "trop(o)" ("desvio", "mudança", "afinidade") e
"ico" ("participação", "referência", "relação").[2]
História
O uso de drogas é uma prática desde tempos pré-históricos. Há provas arqueológicas do uso de substâncias psicoativas 10 mil anos
atrás, e evidência histórica de uso cultural desde 5 mil anos atrás.[3] Embora o uso pareça ter sido mais frequentemente medicinal,
sugeriu-se que o desejo de alterar a consciência é tão primevo quanto o ímpeto de saciar a sede, a fome ou o desejo sexual.[4] Outros
sugerem que a propaganda, a disponibilidade ou a pressão da vida moderna são algumas das razões pelas quais as pessoas usam
drogas psicoativas no cotidiano. Contudo, a longa história do uso de drogas e mesmo o desejo da criança de rodar, balançar ou
escorregar indicam que o ímpeto de alterar apercepção é universal.[5]
Essa relação não se limita ao homem. Algunsanimais consomem diferentesplantas, frutos, frutos fermentados e outros animais como
fonte de substâncias psicoativas, como por exemplo os gatos e sua predileção pela nepeta. Durante o século XX, muitos países
inicialmente responderam ao uso recreacional das drogas banindo o seu uso e considerando criminosos o seu uso, armazenamento ou
venda.
Classificações
As drogas psicotrópicas são classificadas em:
Usos
As substâncias psicoativas são usadas para diferentes propósitos. Os usos variam grandemente entre as diferentes culturas. Algumas
substâncias são de uso controlado ou ilegal, enquanto algumas podem ser usadas para propósitos xamânicos, e outras são usadas de
modo terapêutico. Outros exemplos seriam o consumo social de álcool e os soníferos. A cafeína é a substância psicoativa mais
consumida no mundo; mas, ao contrário de muitas outras, seu uso é legal e irrestrito em praticamente todas as jurisdições. No Brasil,
[6]
maior produtor e segundo maior consumidor decafé do mundo, 85% das pessoas consome café no desjejum.
Anestesia
Os anestésicos são uma classe de drogas psicoativas usadas em pacientes para bloquear a dor e outras sensações. A maioria dos
anestésicos induz à inconsciência, o que permite, ao paciente, submeter-se a procedimentos médicos tais como a cirurgia sem dor
física ou trauma emocional.[7] Para induzir à inconsciência, os anestésicos afetam os sistemas GABA e NMDA. Por exemplo, o
halotano é um agonista para GABA,[8] e a cetamina é um antagonista para o receptor de NMDA.[9]
Controle da dor
Drogas psicoativas são frequentemente prescritas para manutenção da dor. Como a experiência subjetiva da dor é regulada por
peptídios opioides endógenos, a dor pode ser controlada usando psicoativos que operam nesse sistema neurotransmissor como
agonistas dos receptores opioides. Esta classe de drogas incluemnarcóticos opiáceos, como a morfina e a codeína.[10] AINEs, como a
aspirina e o ibuprofeno, são uma segunda classe de analgésicos. Eles reduzem a inflamação mediada por eicosanoides ao inibir a
enzima ciclo-oxigenase.
Medicamentos psiquiátricos
Medicamentos psiquiátricos são prescritos para o tratamento de doenças mentais e
emocionais. Existem 6 classes principais de medicamentos psiquiátricos:
Antidepressivos, que são usados para tratar diversos males, tais como
depressão nervosa, epilepsia, ansiedade, transtornos alimentarese
transtorno de personalidade limítrofe.[11]
Estimulantes, usados para tratar distúrbios como otranstorno do déficit de
atenção e como supressores do apetite.
Antipsicóticos, que são usados para tratarpsicoses, esquizofrenia e mania.
Estabilizador do humor, utilizados para tratar otranstorno bipolar e o
transtorno esquizoafetivo.
Ansiolíticos, usados para tratar transtornos da ansiedade.
Zoloft®, um medicamento Depressores, que são utilizados comohipnóticos, sedativos e anestésicos.
antidepressivo (e ansiolítico).
Estimulantes, que ativam o sistema nervoso central. São usadas recreacionalmente pelos efeitoseufóricos.
Alucinógenos (psicodélicos, dissociativos e delirantes), que induzem a distorções percepcionais e cognitivas.
Hipnóticos, que são usados recreacionalmente pelaeuforia que causam.
Analgésicos, utilizados também pelo efeito eufórico.
Inalantes, sob a forma de aerossóis ou solventes, que são inalados por causa de seu efeito estupefaciente. Muitos
inalantes também se incluem em alguma categoria acima (como oóxido nitroso, que também tem efeito
analgésico).
Em algumas subculturas, o uso de drogas é visto como símbolo destatus, o que ocorre em lugares como casas noturnas, boates, raves
e festas.[12] Isso é fato histórico em muitas culturas; as drogas têm sido consideradas símbolos de status desde a antiguidade. Por
exemplo, no Antigo Egito, eram comuns as representações dedeuses segurando plantas alucinógenas.[13]
Por causa da controvérsia sobre o regulamento das drogas recreacionais, existe um debate sobre a proibição das drogas. Críticos da
autonomia pessoal e da liberdade.[14]
proibição acreditam que a regulamentação do uso de drogas recreacionais é uma violação da
O uso de enteógenos para fins religiosos ressurgiu no Ocidente durante os movimentos de contracultura dos anos 1960 e 1970. Sob a
liderança do americano Timothy Leary, novos movimentos religiosos começaram a usar o LSD e outros alucinógenos como formas
de "sacramento".[19] No Brasil, o uso do ayahuasca é permitido por lei para os praticantes das seitas que o usam para fins rituais,
como as do Santo Daime e da União do Vegetal.[20]
Administração
Para que uma substância seja psicoativa, ele deve atravessar a barreira hematoencefálicade modo a afetar a função neuroquímica. As
drogas psicoativas são administradas de diferentes maneiras. Na medicina, a maioria das drogas psicoativas, como a fluoxetina, a
quetiapina e o lorazepam, são ingeridas sob forma de comprimidos ou cápsulas. Contudo, alguns psicoativos farmacêuticos são
administrados via inalação, injeções intramusculares ou intravenosas, ou ainda via retal em supositórios e enemas. As drogas usadas
com fins recreativo são muitas vezes administradas sob formas incomuns ao uso medicinal. Algumas delas, como o álcool e a cafeína
são ingeridas sob a forma de bebida; nicotina e THC são fumados; o peiote e os cogumelos psicodélicos são ingeridos in natura ou
desidratados; e algumas drogas cristalinas, como a cocaína e as metanfetaminas são aspiradas. A eficiência de cada método de
administração varia de acordo com a droga.[21]
Efeitos
As drogas psicoativas atuam afetando temporariamente a
neuroquímica do indivíduo, o que leva a mudanças de humor,
cognição, percepção e comportamento. Há muitas maneiras pelas
quais as drogas psicoativas podem afetar o cérebro. Cada droga tem
uma ação específica em um ou mais neurotransmissores ou
neurorreceptores cerebrais.
Colinérgico (agonistas
nicotina, piracetam
da acetilcolina)
Anticolinérgicos
escopolamina, dimenidrinato, difenidramina, atropina, a
(antagonistas da
maioria dos tricíclicos
Acetilcolina acetilcolina)
Antagonistas do receptor
cafeína, teobromina, teofilina
de adenosina[25]
Adenosina
Inibidores da recaptação
cocaína, metilfenidato, anfetamina, bupropiona
de dopamina (IRDs)
Liberadores de
anfetamina
dopamina
Agonistas
pramipexol, Levodopa
dopaminérgicos
Dopamina
antagonistas do receptor
haloperidol, droperidol, vários antipsicóticos
de dopamina
Inibidores da recaptação
tiagabina
de GABA
Agonistas dos etanol, barbitúricos, diazepam e outros
receptores de GABA benzodiazepínicos, muscimol, ácido isobotênico
GABA Agonistas GABA tujona, bicuculina
Liberadores de
mianserina, mirtazapina
noradrenalina
Noradrenalina
Agonistas dos
LSD, psilocibina, mescalina, DMT
receptores de serotonina
a maioria antidepressivos, inclusive os tricíclicos como a
Inibidores da recaptação
amitriptilina and ISRSs como a fluoxetina, a sertralina
de serotonina
and o citalopram
Liberadores de
Serotonina MDMA (ecstasy), mirtazapina, dextrometorfano
serotonina
Antagonistas de
receptor AMPA ácido cinurênico, NBQX
receptores AMPA
Agonistas de receptores
THC
canabinoides
Dependência
As drogas psicoativas são frequentemente associadas ao vício. A drogadição pode ser
dividida em dois tipos: dependência psicológica, na qual o usuário se sente compelido a
usar a droga apesar das conseqüências físicas ou sociais, e dependência física, em que o
usuário tem de usar a droga para evitar as consequências da síndrome de abstinência.[26]
Nem todas as drogas provocam dependência física, mas qualquer atividade que estimula
o sistema de recompensa dopaminérgico do cérebro — normalmente qualquer atividade
prazerosa[27] — pode levar à dependência psicológica.[26] As drogas que mais
comumente causam dependência são as que estimulam diretamente o sistema
dopaminérgico, como a cocaína e as anfetaminas. As drogas que agem indiretamente
nesse sistema, como ospsicodélicos, necessariamente não causam dependência.
Legalização
Muito se tem debatido acerca da legalização das drogas psicoativas em nossa história recente; as guerras do Ópio e a lei Seca
estadunidense são dois exemplos históricos sobre a controvérsia legal acerca dessas substâncias. Contudo, mais recentemente, o
documento mais influente concernente à legalidade de drogas psicoativas é o da Convenção Única sobre Entorpecentes, um tratado
internacional assinado em 1961 como um decreto das Nações Unidas. Assinado por 73 países, a Convenção Única sobre
Entorpecentes estabeleceu agendas para a regulamentação de cada droga e dispôs um acordo internacional contra a dependência de
drogas recreacionais combatendo a venda, o tráfico e o uso das referidas drogas.[31] Todos os países signatários firmaram leis que
implementassem as regras dentro de suas fronteiras. Contudo, alguns desses países, como os Países Baixos, são mais complacentes
quanto à aplicação dessas leis.[32]
No contexto sanitário, drogas psicoativas usadas como tratamentos para doenças são geral e amplamente aceitas. Há alguma
controvérsia quanto os medicamentos de venda livre como alguns antieméticos e antitussígenos. Geralmente, as drogas psicoativas
são prescritas para pacientes com problemas psiquiátricos. Contudo, há quem critique dizendo que prescrições de certos psicoativos,
[33][34]
como antidepressivos e estimulantes, são exageradas e podem comprometer a autonomia e o discernimento dos pacientes.
Ver também
Droga psicodélica
Droga inalante
Drogas legais sintéticas
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pp. 135–60
Ligações externas
O que são drogas psicotrópicas? (UNIFESP)(em português)
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