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Comportamento humano no qual se usa uma substância ou qualquer influência exógena

para autoadministrar tratamento para condições físicas ou psicológicas, como dores


de cabeça ou fadiga, por exemplo.

As substâncias mais utilizadas são os medicamentos de venda livre e os suplementos


alimentares, usados para tratar problemas de saúde comuns em casa.
Eles não exigem receita médica para serem obtidos e podem estar disponíveis em
supermercados e lojas de conveniência.

Em torno do uso de drogas psicoativas, é especificamente relacionado há drogas


recreativas, álcool, comida caseira e outras formas de comportamento para aliviar
sintomas de sofrimento mental, estresse e ansiedade, incluindo doenças mentais ou
trauma psicológico, particularmente único.
Tal tratamento pode causar sérios danos à saúde física e mental se motivado por
mecanismos aditivos.
Em estudantes pós-secundários, a automedicação com "drogas do estudo", como
Adderall, Ritalina e Concerta, tem sido amplamente relatada e discutida na
literatura.

Os produtos são comercializados pelos fabricantes como úteis para automedicação, às


vezes com base em evidências questionáveis (não-verificadas e não-regulamentadas) e
alegações imprecisas (ex. nicotina, suplementos dietéticos).

Conquista de independência pessoal da medicina estabelecida, direito humano,


implícito ou intimamente relacionado ao direito de recusar tratamento médico
profissional, embora possa causar automutilação não-intencional.
A automedicação com antibióticos é uma das principais razões para a evolução da
resistência antimicrobiana.

Definição
Uso intermitente ou contínuo de medicamentos (fora de sua licença ou off-label)
para tratar distúrbios ou sintomas autodiagnosticados, ou mesmo prescritos para
doenças crônicos ou sintomas recorrentes.
Uso de medicamentos para tratar uma doença ou sintoma quando o usuário não é um
profissional médico habilitado.

Hipótese da Psicologia
Como drogas diferentes têm efeitos diferentes, elas podem ser usadas por motivos
diferentes.
A escolha por determinada droga não é acidental ou coincidência, mas sim resultado
de sua condição psicológica, pois a droga de escolha proporciona alívio específico
para sua condição.
O vício em todas as drogas de dependência funciona como um meio compensatório para
modular os efeitos e tratar estados psicológicos angustiantes, em que se escolhe a
droga que administrará mais adequadamente seu tipo específico de sofrimento e
ajudará a alcançar a estabilidade emocional.

Os usuários de drogas compensam a função deficiente do ego usando uma droga como um
"solvente do ego", que atua em partes do eu que são isoladas da consciência por
mecanismos de defesa. Dependentes de drogas geralmente experimentam mais sofrimento
psiquiátrico do que não-dependentes, e o desenvolvimento da dependência envolve a
incorporação gradual dos efeitos da droga e a necessidade de sustentar esses
efeitos na atividade defensiva de construção da estrutura do próprio ego.
A escolha da droga é resultado da interação entre as propriedades
psicofarmacológicas da droga e os estados afetivos dos quais o viciado buscava
alívio.
Os efeitos dela substituem os mecanismos de defesa do ego defeituosos ou
inexistentes.
A natureza do reforço positivo, onde não são encontrados em todos os usuários de
drogas recreativas.
O condicionamento operante sustenta que o reforço positivo e negativo são
necessários para a dependência de drogas, embora a dependência de drogas não seja
mantida por reforço positivo, mas sim por reforço negativo. O agente (a droga de
escolha) infecta o hospedeiro (usuário de drogas) por meio de um vetor (ex.
amigos), enquanto o ambiente suporta o processo da doença, por meio de estressores
e falta de apoio.

Há mais evidências de que os sintomas psiquiátricos, em vez dos estilos de


personalidade, estão no cerne dos transtornos do uso de drogas.
Os dois aspectos cruciais são que (1) as drogas de abuso produzem um alívio do
sofrimento psicológico e (2) a preferência por uma determinada droga é baseada em
suas propriedades psicofarmacológicas.
A droga de escolha é determinada através da experimentação, em que a interação de
seus principais efeitos, a turbulência psicológica interna e os traços de
personalidade subjacentes identificam a droga que produz os efeitos desejados.

Diferença entre o uso recreativo e problemático de drogas.


Apenas 20% dos usuários já experimentaram um episódio de abuso de drogas.
Apenas 15% dos usuários de álcool e 15% dos usuários de drogas ilícitas se tornam
dependentes. A presença ou ausÊncia de reforço negativo experimentada por usuários
problemáticos é um determinante crucial para saber se desenvolverá abuso de drogas,
mas não por usuários recreativos.
A dependência é um comportamento de evitação, onde se encontra uma droga que produz
uma fuga temporária de um problema, e tomar a droga é reforçado como um
comportamento operante.

Mecanismos específicos
Algumas pessoas que com doença mental tentam corrigir suas doenças usando certos
medicamentos.
A depressão é frequentemente automedicada com álcool, tabaco, maconha ou outras
drogas que alteram a mente.
Embora isso possa fornecer alívio imediato de alguns sintomas, como ansiedade, pode
evocar e/ou exacerbar alguns sintomas de vários tipos de doenças mentais que já
estão presentes de forma latente, levando ao vício ou dependência física, entre
outros efeitos colaterais de seu uso prolongado.
Isso não difere significativamente dos efeitos potenciais das drogas fornecidas
pelos médicos, que são igualmente capazes de produzir dependência, também
apresentando efeitos colaterais decorrentes do uso prolongado.

Pessoas com transtorno de estresse pós-traumático se automedicam, assim como muitos


sem esse diagnóstico que sofreram trauma psicológico.

Devido aos diferentes efeitos das diferentes classes de drogas, o apelo de uma
classe específica de drogas difere de pessoa para pessoa, pois algumas podem ser
aversivas para indivíduos cujos efeitos podem piorar os déficits afetivos.

Depressores do SNC
Álcool e drogas sedativas/hipnóticas, como barbitúricos e benzodiazepínicos, são
depressores do sistema nervoso central que diminuem as inibições por meio da
ansiólise.
Eles produzem sensações de relaxamento e sedação, ao mesmo tempo que aliviam
sentimentos de depressão e ansiedade.
Embora geralmente sejam antidepressivos ineficazes, já que a maioria é de ação
curta, o rápido início do uso de álcool e sedativos/hipnóticos suaviza as defesas
rígidas e, em doses baixas a moderadas, proporciona alívio do afeto depressivo e da
ansiedade.
Como o álcool também diminui as inibições, é usado por aqueles que normalmente
constrangem emoções ao atenuar emoções intensas em doses altas ou obliterantes, o
que lhes permite expressar sentimentos de afeto, agressão e proximidade.
A maioria dos internados por uso de substâncias ou dependência de álcool relata o
uso de drogas em resposta aos sintomas depressivos.
Este tipo de uso indevido é mais provável em homens do que em mulheres, tornando o
diagnóstico de um distúrbio psiquiátrico mais difícil em usuários de drogas.
Pessoas com TAS geralmente usam essas drogas para superar suas inibições altamente
definidas.

Psicoestimulantes
Cocaína , anfetaminas , metilfenidato, cafeína e nicotina, produzem melhorias no
funcionamento físico e mental, incluindo aumento de energia e estado de alerta.
Tendem a ser mais amplamente usados por pessoas com TDAH, diagnosticados ou não.
Como uma parcela significativa com TDAH não foi diagnosticada, elas são mais
propensas a usar estimulantes como cafeína, nicotina ou pseudoefedrina para mitigar
seus sintomas.
O desconhecimento sobre os efeitos de substâncias ilícitas como cocaína,
metanfetamina ou mefedrona resulta em automedicação com essas drogas por afetados
com sintomas de TDAH, podendo efetivamente impedir que sejam diagnosticados e
recebam tratamento com estimulantes como metilfenidato e anfetaminas.

Os estimulantes podem ser benéficos para indivíduos que sofrem de depressão, para
reduzir a anedonia e aumentar a auto-estima, mas em alguns casos, pode ocorrer como
uma condição comórbida originada da presença prolongada de sintomas negativos de
TDAH não-diagnosticado, que podem prejudicar as funções executivas, resultando em
falta de motivação, foco e contentamento com a própria vida.
Portanto, podem ser úteis no tratamento da depressão resistente ao tratamento,
especialmente em indivíduos com TDAH.
Indivíduos hiperativos e hipomaníacos usam estimulantes para manter sua inquietação
e aumentar a euforia.
São úteis para indivíduos com ansiedade social, ajudando-os a superar suas
inibições.
Alunos usam psicoestimulantes para se automedicar para condições subjacentes, como
TDAH, depressão ou ansiedade.

Opiáceos
Heroína e morfina funcionam como analgésicos, ligando-se aos receptores opióides no
cérebro e no trato gastrointestinal, reduzindo a percepção e reação à dor, ao mesmo
tempo em que aumenta a tolerância à dor.
São usados como automedicação para agressão e raiva.
São ansiolíticos eficazes, estabilizadores do humor e antidepressivos, mas tende-se
a automedicar pela ansiedade e depressão com depressores e estimulantes.

Antidepressivos direcionados aos receptores opióides sugerem que a desregulação


endógena de opióides pode desempenhar um papel em transtornos de ansiedade,
depressão clínica e transtorno de personalidade limítrofe (sensibilidade à
rejeição, isolamento e falha percebida), todos os quais são formas de dor
psicológica.
A dor psicológica e a dor fisiológica compartilham o mesmo mecanismo subjacente,
onde alguns ou a maioria dos usuários recreativos de opioides estão tentando
aliviar a dor psicológica da mesma forma que são usados para tratar problemas
fisiológicos.

Maconha
Paradoxal, na medida em que produz simultaneamente propriedades estimulantes,
sedativas e levemente psicodélicas e propriedades ansiolíticas ou ansiogênicas,
dependendo do indivíduo e das circunstâncias de uso.
As propriedades depressivas são mais óbvias em usuários ocasionais e as
propriedades estimulantes são mais comuns em usuários crônicos.

Eficácia
A automedicação excessiva por períodos prolongados de tempo com benzodiazepínicos
ou álcool geralmente piora os sintomas de ansiedade ou depressão, como resultado
das mudanças na química do cérebro pelo uso prolongado.
Metade dos que procuram ajuda em serviços de saúde mental para problemas que
incluem transtornos de ansiedade, aproximadamente metade tem problemas de
dependência de álcool ou benzodiazepínicos.

Às vezes, a ansiedade precede a dependência de álcool ou benzodiazepínicos, mas


essas atuam para manter os transtornos de ansiedade, geralmente piorando-os
progressivamente.
Algumas pessoas viciadas, quando lhes é explicado que podem escolher entre
problemas de saúde mental contínuos ou parar e se recuperar de seus sintomas,
decidem parar de beber álcool ou benzodiazepínicos ou ambos.
Cada um tem um nível de sensibilidade individual ao álcool ou drogas hipnóticas
sedativas, e o que umpode tolerar sem problemas de saúde, pode fazer com que outro
tenha uma saúde muito ruim, e mesmo beber moderadamente pode causar síndrome de
ansiedade rebote e distúrbios do sono.
Quem experimenta os efeitos tóxicos do álcool não se beneficiará de outras terapias
ou medicamentos, pois não abordam a causa raiz dos sintomas.

A dependência da nicotina piora os problemas de saúde mental.


A abstinência deprime o humor, aumenta a ansiedade, o estresse e atrapalha o sono.
Embora os produtos aliviem temporariamente os sintomas de abstinência, um vício faz
com que o estresse e o humor piorem em média, devido a sintomas leves de
abstinência entre as doses.
Os viciados precisam para se sentirem temporariamente normais.
O marketing da indústria afirma ser menos prejudicial e terapêutica para pessoas
com doenças mentais e é uma forma de automedicação.

A automedicação é um precursor muito comum de vícios completos e o uso habitual de


qualquer droga viciante aumenta muito o risco de dependência de substâncias
adicionais devido a alterações neuronais de longo prazo.
A dependência de qualquer/todas as drogas de abuso foi correlacionada com uma
redução duradoura na expressão de GLT1 (EAAT2) no núcleo accumbense, implicado no
comportamento de busca de drogas expresso quase universalmente em todas as
síndromes de dependência.
Essa desregulação de longo prazo da transmissão do glutamato aumenta a
vulnerabilidade a eventos de recaída após a reexposição aos gatilhos do uso de
drogas, bem como a um aumento geral na probabilidade de desenvolver dependência de
outras drogas reforçadoras.
Drogas que ajudam a reestabilizar o sistema de glutamato, como a N-acetilcisteína,
tratam a dependência de cocaína, nicotina e álcool.

Doença infecciosa
Em 89% dos países, os antibióticos só podem ser prescritos por um médico e
fornecidos por uma farmácia.
A tomada de medicamentos por iniciativa própria ou por sugestão de outra pessoa,
que não seja um profissional médico certificado foi identificada como uma das
principais razões para a evolução da resistência antimicrobiana.

É uma forma inadequada de usá-los, mas uma prática comum em países em


desenvolvimento.
Muitas pessoas recorrem a isso por necessidade, quando o acesso a um médico não
está disponível devido a bloqueios e fechamentos de cirurgias, ou quando os
pacientes têm uma quantidade limitada de tempo ou dinheiro para consultar um médico
prescritor.
Embora seja uma alternativa importante para um sistema de saúde formal onde pode
faltar, pode representar um risco tanto para o paciente quanto para a comunidade
como um todo.
As razões por trás da automedicação são únicas para cada região e podem estar
relacionadas ao sistema de saúde, fatores sociais, econômicos, de saúde, gênero e
idade.
Os riscos incluem alergias, falta de cura e até a morte.

Além dos países em desenvolvimento, também é um problema para os países de alta


renda.
Na União Europeia, a prevalência média foi de 7% com as taxas mais altas nos países
do sul.
Há altas taxas na Rússia (83%), América Central (19%) e América Latina (14-26%)
também.

Dois problemas significativos são a falta de conhecimento do público sobre os


efeitos perigosos de certos antimicrobianos (ex. ciprofloxacina pode causar
tendinite, ruptura de tendão e dissecção aórtica) e ampla resistência microbiana,
quando procurar atendimento médico se a infecção não estiver desaparecendo.

O uso inadequado de ibuprofeno de venda livre ou de outros anti-inflamatórios não


esteróides durante os surtos de influenza de inverno pode levar à morte, por
exemplo, devido à duodenite hemorrágica induzida por ibuprofeno ou às consequências
de exceder as doses recomendadas de paracetamol pela combinação de doses do produto
genérico com remédios proprietários para gripe e Tylex (paracetamol e codeína).

Em Cartum no Sudão, 48,1% relataram automedicação com antibióticos nos últimos 30


dias, enquanto 43,4% relataram automedicação com antimaláricos e 17,5% relataram
automedicação medicando com ambos.
A prevalência total de automedicação relatada com uma ou ambas as classes de
agentes anti-infecciosos no último mês foi de 73,9%.
Ela varia significativamente com várias características socioeconômicas e o
principal motivo indicado para a automedicação foram as restrições financeiras.
Dos universitários no sul da China, 47,8% relatam automedicação com antibióticos.

Médicos e estudantes de medicina


Em Bengala Ocidental na Índia, 57% relataram automedicação sendo antibióticos
(31%), analgésicos (23%), antipiréticos (18%), antiulcericos (9%), antitussígenos
(8%), polivitamínicos (6%) e anti-helmínticos (4%).
53% dos médicos em Karnataka na Índia autoadministram antibióticos.

Crianças
19% das crianças Luo no oeste do Quênia se envolvem em autotratamento com remédios
fitoterápicos ou farmacêuticos.
Proporcionalmente, os meninos eram muito mais propensos a se automedicar usando a
medicina convencional do que a fitoterapia em comparação com as meninas,
influenciado por seu potencial de ganho relativo.

Regulamento
Altamente regulamentada em grande parte do mundo e muitas classes de medicamentos
estão disponíveis para administração somente mediante prescrição por pessoal médico
licenciado.
Segurança, ordem social, comercialização e religião têm estado historicamente entre
os fatores predominantes que levam a tal proibição.

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