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aor J o r s e Feroaodos a i v e r
R TRRCFBOEL~CIRICR
[OS IROYSPORIES UROAUOS
taloção o que procedeu Francisco Antonio Golo no pre- rações necessórios, o ter sobressolenies em duplicodo dos
cipitoçõo do seu eniusiosmo de inventor, sem ter ocou- móquinos e oporelhos instolodos. o responder de ime-
ielodo devidamenie os aspectos económicos. pois bos- diato às ovorios. o ter oficinas e operários ò disposição
toro .um simples coniroio, boseodo no leoldode e boo dos estoções. o insiruir empregados dos reporti~ões'~'.
lé com umo dos ilusires Direcçóes onieriores, levodo Era de mais poro umo pequeno linho telegrãfico que só
mais pelo omor de glória e do orie do que visto de inie- poderio ser rentabilizodo por umo lorga omplioçòo do
resse pecuniório, sem que do minho porie houvesse o p r e rede e de uiilizoção! E no enionio essa possibilidade
ciso rellexòo que o objecio pedio~l". estovo eliminodo. pois o .ielegroto comerciols ero obiec-
Por isso. em 1861, após cinco anos de iuncionomenio to de uma concessão de privilegio ò Associoçõo, de no-
do Telégrafo Electrico, F. A. Golo. uma vez que o mo- turezo nõo tronsmissivel. Mos iombem não podemos ocul-
vimento ero menor do que o esperodo e nóo reniobili- iar que Golo sobio que o sistema Bréguei tinho os dias
zovo devidamenie o investimento reolizodo. apresenta. contodos. pois o sistema Morse jã tinho sido suficienie-
vo uma proposto de tronsferencio de propriedode do mente desenvolvido poro passar o ser oplicodo gene-
insioloçóo. Considerava-se desembolsodo de 1500$000 ralizodomente.
reis, .socrilicio que fui levodo pelo desejo de que losse N o Associação Comercio1 do Porlo prevoleciom os po-
esio nosso boo lerro o primeiro no Pois o dor o exem- siçòes poro o serviço privativo do teiegrofo comercial:
plo de ião útil melhoromenio, e esiimulor o governo o iinham orgulho no seu iuncionomenio, considerovom-no
odopió-10 geroimenie como ossim oconieceu felizmenie. um dos grandes serviços que o Associação presioro ò
nòo lozendo cobedol do meu próprio irobolho que mui- comunidode comercial, ocrediiovam numa manutenção
io foi, iempo perdido, cuidodos e responsobilidode do mais eiicoz do que o do rede piiblico. Sublinhese que,
irobolho dos meus operórios=. Paro olem de insirumen. o 3 0 de junho de 1858. o ACP respondia negativo.
tos e maquinas de insioloção, compromeiero.se as repo- menie o um pedido do Direcção Geral dos Telegroios
no sentido de esta instalar o reportição que funcionava no seniido de se obter outorizoção para construir uma
no edificio do exCaso Pio no Polácio do Bolso, nega- estação de telegrofia sem fios, o ser gerido coniunta.
tivo repetido o 14 de Agosto de 1 860. invocando os mente com os serviços telegráficos e semofóricos do As-
hobituois motivos de exiguidade de espaço [note.se que sociação. Considerondo que não havia na Peninsulo
o edificio oinda não estava totalmente reconstruidol Ibérico uma instalação de rodiotelegrofia, o autor do
Finalmente. entre Golo e o Associoção Comercial resol- proposto defendi0 que deste modo o Associoção Comer-
vese o problema. ossumindo a Associoção o inteiro pos- cial ~morcoriomais umo glória nos póginos de ouro do
se do oparelhogem. por escriiuro de 13.03.1863. e suo histório conseguindoo poro o serviço da praça do
gorantindo a manutenção técnica pela pequeno empresa Porto, do mesmo modo como iniciou o serviço telegrá.
de F. A. Galo. fico por meio de sinois com bondeiros no tempo em que
Em 1866. a ACP ponderava a necessidade de substi- se não conheci0 o telegrafia eléctrica, que, mais torde,
tuir o sistema Bréguet pelo sistema Morse, então já em a mesma corporaçõo inaugurou pelo primeiro vez no
voga no nosso Pais e adoptado internacionalmente des- Pois. ampliando e melhorando sempre o seu serviço do
de a conferência telegráhca de Paris de 1865. Telégrafo Moritimo, de ocordo com os Ultimas desco-
Entretanto a rede telegráfica nacional duplicara o serviço: bertos do ciência,"! Não hó noticia de resposta. De res-
ric Foz. no lugar do Senhora da Luz, passorom o existir to pouco depois, por decreto de 13 de Dezembro de
dois telégrafos - o público e o comercial -.
a pouca 19 10, o edificio do Bolso. por ordem do novo governo
distãncia um do outro, provocando mútuos interferên- republicano passovo para a posse da Câmoro Munici-
cios e anomalias. O Director Geral dos Telégrafos para pal do Porto, incluindo-seoí os estações telegráficas da
obvior o situoção propãs o oquisição pelo Estado da li- ACP, quebrandmse finalmente a resistência ó intervenção
nha do Associação Comercial do Porto [ 1871). As nego dos serviços públicos neste domínio'".
cioçòes procuraramassegurar o conse~oçãode uma esta-
ção telegráfica no edifício da Bolso; fornecer gratuilamente
à Associação o serviço da Barra e do Costa; assunção
pelo governo do pessool do estoção da ACP; pago- Mos quem ero Francisco António Galo, o homem da ins-
mento pelo governo do maieriol telegráfico instalado; a talação do telégroto eléctrico? indivíduo extremamente
estação da Bolso ser considerada como sucursal do es- dotado poro os técnicos. porticuiormente para o mecã.
toção principol, de formo o que doli se expedissem te- nico de precisào, trabalhou no laboratório do Acodemio
legramas paro todos os lugares. Mas a tronsferêncio foi Politécnico do Porto, ossessorondo lentes/engenheiros
reieitado por duas vezes em Assernbleia Geral do Asso- como Parodo Leitão elosé Vitorino Domásio, em cujo cir-
ciaçãotb'. Com olgumos razões: baslo lembrar que em culo politico e associativo se inseria. Com efeito, irmo-
ocasiões de temporal na barro. o Telégrafo Comercial nova-se no espiriio industrialisto de um pequeno grupo,
se mantinha em serviço todo o noite, com as estoçães de feição politicomente rodicol, que encarava o indús-
oficiais O encerrarem ao fim da torde. mesmo nestas cir- trio como o motor do desenvolvimento, mos que preten-
cunslãncias
Em 1880. o direcção ossociotivo outorizou o comissão
do Telégrafo o controlar com M. Hermann o substitui-
ção dos aparelhos poro a implementação do novo sis-
tema Morse, delendido desde 1866. Cinco anos mais
torde, a Direcção da ACP decidia-se pelo ligação, em
porolelo, da rede telefónico entre os vários estoçães do
suo rede telegráfico, o que levou, naturalmente, 6 re-
formo dos serviços. Em 1891 estende o rede o Leixães.
cujo porto ortificiol entrara em construção, mos onde ià
se movimentavam embarcações.
Em 1908. o associado J. Burmester apresentou em os-
sembleia uma moção para se representar ao Governo P O R M ~ H O RDO I E L L G R A ~ O( O M ~ R C I A L
dia fazer prevalecer o dignidade operário, promovendo criodo: m i e s mecõnicos~,.lisico indusiriol~,wries de
a quolificoção profissional e o espiriio ossociolivo. O imiioçòo, e .geologia-mineralogia-metalurgia.. Iniegra o
popel do maquino e a obsessão do invençõo. de que grupo de opoio ó direcçòo do escolo. soliciiodo pelo
esie grupo regisio diversas poienies. eram encorodos reitoriose Viiorino Domósio. de cujo instoloçõo ierõ sido
como lormas de eviior o degrodoçòo prolissionol iniro. um gronde eniusiasio, senõo mesmo o principal ideali-
duzida pelo divisõo do irabalho. Um climo inieleciuol onde zodor. incentivando o proiecio junio de Domásio e Po-
se noiovom ecos de socialisios uiópicos, de Fourier o rodo Leiiõo. Iniegrou a rede de coloborodores do Jornol
SoinkSimon e Proudhon. misiurodos com os ouiores li. do Associação indusiriol Poriuense, um pequeno penó-
berois do iempo Climo cimeniado pelo solidoriedode dica exemplar no publicismo associoiivo.!ecnológico.
e omizode de ercomboienies que iinhom lunios corrido -cieniiiicoda époco. Poriicipo nos irobolhos desenvolvidos
a via-sacro dos liberais, desde 1828. pelo exilio no Ga- para o orgonizoçào dos exposições indusiriois do AIP,
lizo, Ingloterro e Açores oié a guerro civil de 1832.34. especiolmenie no de 1857. Iniegro as comissões nocio-
e, mois iarde, no comboie pela Junia do Porto nos iem- nois nomeodos o nivel oticiol que eteciuom visiias de
pos da Poiuleia 11 846-471. esiudos as exposições indusiriois de Paris, em 1855. e
Mas esie grupo. de que foloremos em oriigo luiuro, em Londres, em 1862.
cujo órbiio circula Froiicisco Aniónio Golo, opresenio o Tinho a suo lojo próprio e olicino de insirumenios de mo-
pariiculoridode de ler uma noiovel copocidode de rea- iemóiico no ruo de Cimo do Muro. Anuncias de imprensa
lizoçòo, desde o dinamizoçõo da aciividode industrial mostram-nosque vendia, sobreiudo. insirumenios usodos
privado oié õ suo reolizoçõo mõxima - a insiitucionoli- no navegoçòo, mos não só. iois como cronómeiros, ser
zoção do Associoçòo Indusirial Poriuense. Francisco A. tontes. oiionies. óculos de longo visio. mopai. baróme-
Golo esió no primeiro linha desios realizações. sendo fun- iros. iermómeiros. bussolos e relógios solores. Foi o de-
dodor e membro da primeiro direcção da AIP, iniegrando senhodor do relogio que o Banco Comercio1do Porio lhe
oindo diversos secções do Comissão Tecnológica eniõo encomendou poro encimor o iorre do edilicio do Bolso.
em sociedode com Verissimo Álvares Pereiro, outro im- enire os closses industriois pelos meios ao seu alcance>.
portonte inventor do época e seu consocio no AIPt9'. E Que 'foi sempre monioco por melhotomen~ose progres-
terá sido um eniusiosio pelo construçõo de um caminho. sos- Que .deu uma cuidodoso educoçào o seus filhos
-de-ferro que ligosse o Porto á Foz. Leço. Vila do Con. e que vivio deceniemenie. mos sem luxo. sendo um
de e Brogo. oriisto laborioso.. Que o suo smonio predominante...
Mos foi no ielégrofo que se fez noiodo. seguindo de sempre loi o glorio* e que muitos vezes dissera %queo
perto os recomendoçòes de J. Vitorino Domásio e OS en- dinheiro não prestava poro nodo, mos sim o inleligen-
sinomentos de Porodo Leitão. Os irobolhos desenvolvi- cio^.
dos poro o implemenioçào do ~ielegrofocomerciol~obti- Com~reensõese otenuontes de amigos peronie o ~ribu-
gom-no o desenvolver um novo sistemo de conservoçõo iiol que não chegorom poro uliropossor provos como o
de posies poro sustentar os fios telegráficos. conforme os de ser referenciodo numo rede de notas folsos poro o
insiruçòes de Porodo Leitòo. Sistemo do qual pedem om- Brasil. de se encontrarem em suo coso olgumos dessos
bos *privilégio de invençõo. o 2 0 deJoneiro de 1859. notas e prensas de impressõo, de ser apresentodo .como
nos termos do lei de 3 1 de Dezembro de 1852 o esse o homem mois compeiente, e ortisio mois hòbil poro fo-
respeiio. opesot de nõo enconiror eco nos serviços iele. zer com que o popel fosse mois perfei!oa. Um julga.
nocionois. menio que teve 17 sessões e que oiimentou os póginos
Ele próprio confessovo o Domásio. quando procurovo os- dos iornois de Outubro o Novembro de 1868, num ex.
seguror que este. ogoro como director.gerol dos Telé- tenso follietim. Por Francisco Antonio Golo
grofos (só o portir de 18641, intercedesse poro que lhe esperovom 10 anos de degredo poro os JORGE
fosse concedido o fobricoçõo dos sistemas telegróficos possessões ultromorinos ou 5 anos de pri- FERNANDES
e/ou o reporoçõo dos oporelhos existentes no Norte: sõo maior celulor, o suo livre escolho'"'. ALVES'
São decorridos bosionies anos que por insinuoçòo de V
Exc.' eu me devoiei de olmo e coroçào oos irobolhos
do ielegrofio elécirico. esperonçodo de que oo esiodo
convirio por diversos rozòes umo oiicino hobiliiodo o
conslruir e reporor os oporelhos gróficos dos provincios (1) Reloiofiodos Tiobolhos do ACP, Porto. 1876 p 14
do Norle. Trobolhei muito e olconcei irobolhos 160per. (2) Reloiofco dos Trobolhos do ACP. Poiio 1843
feiiomenle (permilo.me V. Ex." frosel como os que v i no (3)J o'e P e S L . ~lelegiafxoelicirico no Porto.. lornal do Ar.
eslrongeiro. porém boldodos esforços forom os meus sozioc50 Induslnol Poiiuense. n." 7 15 04 i853. pp 264/265
(4) ACP Corta recebido de F A Galo. de 22 06 1861. a rer-
que o i i hoje só ienho sofrido p r e j ~ i z o s " ~ ' .
oesio oo c:opi!edode do Telégiolo
A concretizoç~ototol ou porciol deste obiectivo ter.lhe- (5) ACP Cacto cecebfdade F A Golo. de 05 08 1861, Ia-
.ia permitido reniobilizor finalmente o suo oficina e com. r v o c o.oposto de ironslerêncto ao piopr~edodedo Telégiolo
pensá-lo dos investimentos em instruçào técnico e linguo ( 6 )Reio'6t,o dos Tiobolhos do ACP, Poiio I87 1 , pp 10.1 i
lronceso que. pelo telegrafo. fizera oo longo dos oiios (7) AC? Resrmo Cronológico. Poiio. 1913. p 178
Mos F. A. Golo só conseguiu o reporoçòo dos oporelhos (8) O 50 i;c;o co Bolso d volto õ posse pleno do Associoçòo
C c v e c o do Poi:o em 1917. duronie o consulodo sidontsio por
ovoriodos no N o r ~ e ' " ~pois
. o reformo telegròfico ope-
r:eivei-'ç6odo entõo Minisiro do Comércio. Francisco Xoviei E s ~
rodo por José Vitorino Domásio possoiro por umo moder- c -esmo que o I I 02.191 1 iomaro posse do ed~licio.
que inclui0 ia o oplicoçõo do sii-
nizoçõo sisiemáti~o~"~. en:òs ccmo presidente do COrnoco Municipal do Porto
iemo Morse, incompotivel com os prestações de serviço ( 9 )Jornaido AIP, 30 de Junho de 1857, p 237
de umo pequeno oiicino descopitolizodo. nõo obstonte (10) Arquivo do MOP, Doe reloiiva a j V Doniório
o dedicoçào do seu .artisto. e proprietário. ( 1 1) Cl .Serviço Telegrofico~lexcerto do ieiotorio de1 V Da-
mósiol. O Comércio do Porto. de I I 10 i 865.
Os tempos mudovom. E com que velocidode! Nos finois
(12) Sobre este papel de rnodeinizo~òo. cf JorgeFernonder Al-
de 1868, reconhecia-se publicamente que Golo foro ves e Jose Luis Vilelo. Jose Vitorino DomOsio e o ielegrolia Fiei-
'um decidido portidório do emoncipoçõo dos closses rrico em Poriugol. Lisboo. Poriugol Telecom, 1995
industriois~.Que .iratou sempre de espolhor instruçõo (13) Cf. O Camércio do Porto. Oui-Nov de 1868.