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N.0 352 . OUTUBRO 1968 • ANO XXX « PREÇO 2$50
FUNDADOR, ENG. ALVARO DE UMA HENRIQUES
DIRECTOR t ENC.° ROBERTO DE ESPREGUEIRA MENDES
EDITOR, DR, CLIO CARDOSO
Propriedade da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses / EstaçSo de Santa Apolónia I Lisboa
Composto e impresso nas Oficinas Gráficas da •Gaxeta dos Caminhos de Ferro» — R. da Horta Seca, 7 — Tel. 20138 ~ Lisboa
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Motivos de Confiança
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Remodelação na pasta das Comunicações
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GENERAL MANUEL GOMES DE ARAÚJO ENQ. CARLOS GOMES DA SILVA RIBEIRO
Na recente remodelação ministerial, deixou o Foi nomeado Ministro das Comunicações o Senhor
cargo de Ministro das Comunicações o Senhor Gene-
ral Manuel Gomes de Araújo. Ministro do primeiro Eng.0 Carlos Gomes da Silva Ribeiro, a quem o «Bole-
Ministério das Comunicações, criado em 1947, o Sr. tim da C. P.» respeitosamente cumprimenta e apre-
General Gomes de Araújo realizou uma obra de fun- senta votos de felicidade no exercício do seu novo
damental projecção, cujos reflexos nâ história dos cargo.
meios nacionais de comunicação e transportes terres-
O Sr. Eng.0 Carlos Ribeiro é licenciado pelas Facul-
tres serão altamente perduráveis.
No tocante ao sector ferroviário sublinham-se dades de Ciências e de Engenharia do Porto, respecti-
como suas mais importantes intervenções: a conces- vamente em Matemáticas e em Engenharia Electrotéc-
são única à C. P. da exploração ferroviária nacional; nica. Foi assistente da Faculdade de Ciências de
a simplificação do sistema tarifário; o constante im- 1930 a 1934 e, concluído o seu curso de Engenharia,
pulso e auxílio na renovação do material circulante e
alargamento da tracção «Diesel» e a acção decisiva esteve na Alemanha a especializar-se em Telecomu-
que teve para a inclusão, nos 1 e II Planos de Fomento, nicações.
da electrificação das linhas de Lisboa ao Porto e arre- Regressando a Portugal, entrou para o quadro
dores destas duas cidades, das quais Lisboa—Sintra técnico dos Correios, Telégrafos e Telefones, ascen-
e Lisboa — Entroncamento já em plena exploração.
Em todos estes e muitos demais trabalhos e em- dendo a Administrador-Adjunto em 1937.
preendimentos notáveis, deixou o Sr. General Gomes Tomou parte em várias conferências internacio-
de Araújo bem patenteado, o cunho pessoal da sua nais, especialmente nos E. U. A., na Argentina e em
superior competência de organizador e de dirigente vários países europeus, como representante de Por-
de segura visão prática e alta competência. O seu
nome fica indissoluvelmente ligado a uma fase notá- tugal na União Internacional das Telecomunicações,
vel de melhoramentos, quase sem precedentes na em cujo Conselho de Administração representou o
História do caminho de ferro nacional, em que se nosso País durante 5 anos.
construiu uma Obra de que muito legitimamente o Em 1948, foi nomeado Administrador, por parte
Ministro cessante se poderá orgulhar e que se reper-
cute, em inúmeros aspectos, na valorização da nossa do Estado, da Hidroeléctrica do Zêzere. É agraciado
economia e, em mais largo âmbito, no engrandeci- com a medalha de ouro dos C. T. T. — 20 anos de
mento geral do País. serviço — e com a comenda da Ordem de Cristo. 3
Pelo Dr. ALVARO LlBÂNIO PEREIRA
Economista da Divisão da Exploração
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Come morações
Cinquentenárias
PASSA no corrente ano, a data que se Nesta pequena crónica de hoje, faz-se refe-
pretende comemorar devidamente, do rência a Santa Maria de Lamas, seu Templo
Cinquentenário da abertura à explora- e seu Parque.
ção da linha turística do Caminho de O magnífico sistema ferroviário do nosso
Ferro do Vale do Vouga. País torna rápidas e cómodas as viagens e
Em 23 de Novembro de 1908, fez-se a sua de qualquer parte com boas ligações em Espi-
inauguração oficial com a presença de Sua nho para a via estreita, o viajante deixa o
Majestade D. Manuel II, que aproveitando esse comboio em Paços de Brandão.
seu, talvez, primeiro acto de grande enverga- Deambulando-se, depois, através da povoa-
dura, visitou Espinho, Vila da Feira e o seu ção, por uma estrada camarária mas bem con-
Castelo, onde almoçou ; e Oliveira de Azeméis. servada, por entre casas de elegante constru-
Em 21 de Dezembro iniciava-se a soleni- ção moderna e estabelecimentos fabris, alguns
dade da sua inauguração ao Serviço Público. dos quais, na sua especialidade, dos mais
Neste ano comemorativo, tem oportunidade importantes do País, após 1.500 metros per-
descrever-se alguns recantos pinturescos que corridos está-se à entrada do importante cen-
a linha serve e que lhe confere o título, acima tro industrial corticeiro de Santa Maria de
empregado, de linha turística e que o viajante Lamas e junto ao largo fronteiriço da sua
desconhecedor não vislumbra, em consequên- Igreja Matriz que, pelas preciosidades que
cia de nem sempre serem observadas da via encerra, bem mereceria ser considerado monu-
férrea tais maravilhas. mento nacional. 9
O seu interior, os doirados, a nave, ôâ Se o local é belo, as suas belezas artifi-
altares, a capela-mor, enfim todo o conjunto, ciais não são fáceis de se descreverem, tão
é um indiscutível valor local, que muitos turis- fora do vulgar se apresentam e tão típicos os
tas, nacionais e estrangeiros, uns frequenta- motivos escolhidos. Postes construídos com a
dores da Praia de Espinho, outros, excursio- utilização de «Jorras» das máquinas do cami-
nistas que percorrem o País, muito apreciam nho de ferro, em bruto, vasos, jarros, jarrões,
e admiram. açafates e outros objectos, ornados, total e
Ao lado da Igreja, encontra-se o seu Par- diferentemente, com conchas, com búzios e
que, pitoresco e maravilhoso recanto, para tantos outros objectos que a fauna marítima
um bom repouso espiritual, que apresenta, logo fornece.
à entrada, uma grande miniatura do Castelo da Um mimo de encanto tão pertinho do cami-
Feira, todo ele construído com cubos e para- nho de ferro e se dele não se avista já muitos
lelipípedos de granito. o descobriram.
Esse velho «slogan» referente à Capital da É, sem dúvida, um dos principais recantos
Beira Alta — «Quem nunca viu Viseu, não sabe pinturescos servidos pelo Caminho de Ferro
quanto perdeu» —bem se podia aplicar, since- do Vale do Vouga e a confirmá-lo está o ele-
ramente, ao Parque de Santa Maria de Lamas. vado número de pessoas que ali costumam
Só um grande artista, um espírito realiza- passar umas horas, atraídos pelo seu encanto,
dor do belo, do lindo, como o Reverendo frescura e alegria de cada objecto.
Abade daquela freguesia, seria capaz de orga- Situado a poucos quilómetros do Porto e
nizar, construir uma obra tão interessante, tão muito menos de Espinho e a muito poucas
cheia de motivos de atracção turística, quase horas de Lisboa, ao viajante impõe-se, pois,
todos diferentes daqueles que é costume en- uma visita a este recanto de beleza e de ma-
contrarem-se nos muitos parques existentes ravilha que aqui se descreve muito pálida e
através de Portugal inteiro. resumidamente.
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III Ferroviíários
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Excursão a Trás-os-Montes : f
O grupo ferroviário em Vila
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fora dado observar, na estação de Darlington, a mais A recepção de ambos os grupos na Inglaterra e
velha máquina que circulou na Inglaterra, o mesmo é Escócia foi assegurada pela reputada agência britâ-
dizer, no mundo. Este conhecimento directo da infân- nica FRAMES' TOURS LTD..
cia do mundo ferroviário despertou entre os excur- Foram acompanhantes, do 1.° grupo o sr. Alberto
sionistas o mais vivo interesse. da Silva Viana e do 2.° grupo o sr. Alfredo Julio dos
Ainda em York, o Museu de Yorkshire impressio- Santos,
nou pela originalidade e realismo com que reproduz a Tal como se previa, alongou-se a excursão, no
Vida daquela região rural nos séculos passados. A sua regresso de Londres, com um dia de permanência em
atracção principal, que julgamos única, é uma tor- Bruxelas, para visita da Exposição Internacional.
tuosa rua da velha cidade incorporada no recinto do Apesar da brevidade da estadia, pôde fazer-se uma
museu, onde podemos admirar uma reconstituirão ideia geral daquele magnífico certame.
fiel das suas actividades comerciais e artesanais, com Ao fechar estas considerações sobre a maior ex-
seus tipos populares. cursão do ano de 1958, resta-nos fazer votos para que
Também a descida do Tamisa em barco, desde o seu êxito incite à continuidade e ao maior desen-
Maidenhead a Windsor, proporcionou agradáveis mo- volvimento destas instrutivas viagens dos nossos fer-
mentos,e a observaçãodo curiososistemadecomportas. roviários ao estrangeiro.
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Os excursionistas numa das i
célebres Universidades de
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Junto do Pavilhão de Portu-
gal, na «Expo.» de Bruxelas
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Passeios Turísticos
Completou-se o programa das excursões domini-
cais organizadas pela Delegação Turística, com mais Dr. Emygdio Mendes
os seguintes passeios : «Um dia em Lisboa», a 15 de
Junho, repetindo o programa anterior e terminando
na festa de confraternização com os ferroviários fran-
ceses, realizada nesse dia no Ateneu Ferroviário.
A inscrição esgotou-se de novo, o que revela o
interesse despertado por esta 2." visita da cidade.
«Penacova e Buçaco», a 22 de Junho, também re-
petição da viagem organizada anteriormente. Foi de
novo um êxito, quer pela afluência de inscrições, quer
pela magnífica impressão que deixou em todos os
participantes. I . _
«Batalha e Alcobaça», a 6 de Julho. O percurso «i».
em autocarro iniciou-se pela baía de S. Martinho do
Porto, de onde se seguiu para a Nazaré, a típica praia
de pescadores, onde se almoçou.
Após a travessia do Pinhal de Leiria, visitaram-se
os dois magníficos mosteiros da Batalha e Alcobaça,
decorrendo a Viagem sempre com o maior agrado por ÊÊÊÊ %
uma região viçosa de belas hortas e pomares até ao
regresso a S. Martinho. Mais um percurso clássico ■ IIM
do turismo português em boa hora encetado pelos
nossos ferroviários.
Ferroviários Estrangeiros em Portugal
Terminou a primeira fase das Visitas de ferro-
viários estrangeiros ao nosso país, na presente tem-
porada, com a vinda de mais dois grupos franceses.
Em 14 de Junho chegou a Lisboa o 7.° grupo,
promovido pela Região Norte da «Association Tou-
ristique des Cheminots» e chefiado pelo sr. Duprat.
No dia seguinte, domingo, após a visita em autocarro
à cidade de Lisboa, foi este grupo recebido na^ede
do Ateneu Ferroviário, onde o saudaram o Presidente
da Direcção desta colectividade, e um representante
da Delegação Turística dos Ferroviários. Após um
«Porto de honra» que reuniu os nossos camaradas
franceses com os ferroviários portugueses da excur- Faleceu no passado dia 21 de Agosto, o
são «Um dia em Lisboa», efectuada no mesmo dia, sr. Dr. Emygdio Guilherme Garcia Mendes,
tal como se fizera já na jornada de confraternização
de 20 de Abril, realizou-se um acto de variedades presidente do Conselho Fiscal da C. P. e
pelo Grupo Cénico do Ateneu. Decorreu com a maior advogado de renome.
animação, com aplausos entusiásticos do animado Personalidade de grande prestígio na vida
grupo francês o qual deu à festa uma colaboração económica e financeira do País, o Sr. Dr. Emíg-
activa por intermédio de três dos seus elementos. Foi dio Mendes que contava 72 anos, entrou para
um momento de convivência muito agradável para
todos, e que impressionou vivamente os Visitantes, o Caminho de Ferro em 30 de Junho de 1921,
como ficou bem patente nas palavras sentidas do sr. como vogal do Conselho Fiscal. Foi eleito
Duprat. Este, falando em português, recordou os anos Presidente desse Conselho, em 4 de Maio de
da sua infância passada em Lisboa onde não Vinha 1949 e reeleito em 21 de Agosto de 1958.
há 45 anos, e agradeceu comovidamente o modo como
haviam sido recebidos. Assim se Vão apertando cada
vez mais os laços de amizade que unem os ferroviá-
rios das duas nações. Depois de percorrer vários também de autocarro, pelo que teve ocasião de per-
centros de interesse turístico no nosso país, o Grupo correr de modo especial as regiões turísticas de Vila
partiu do Porto de regresso a França no dia 24 de Viçosa, Estremoz e Castelo de Vide - Portalegre,
Junho. menos conhecidas da maioria dos nossos visitantes, e
O 8.° grupo, organizado pelo Secretariado Geral que impressionaram este grupo muito agradàvelmente.
da A. T. C. Francesa, deslocou-sq em autocarro, che- A excursão foi dirigida pelo sr. Phouquet e temos
gando ao Porto no dia 28 de Junho. Fez o mesmo muito prazer em registar que levou do nosso país,
percurso do grupo anterior que nos visitara em Maio, como as que a antecederam, boas recordações.
Impressões de Londres e Arredores
P or ARMINDA GONÇALVES
O meu primeiro dia em Londres! A cidade nais. Para os estrangeiros é quase um diver-
imensa, monumental e calma apesar timento o espectáculo dessa cerimónia movi-
do formigueiro humano que a anima e mentada e colorida, cujo significado escapa à
do movimento estonteante de Veículos, nossa percepção, com os Vistosos casacos
recebeu-me com a morna claridade do sol que, encarnados e dourados, as calças escuras e
timidamente, espreitava entre as nuvens. os enormes capacetes de pele negra dos sol-
Ingleses aprumados, graves, anacrònica- dados e oficiais, os seus passos e o seu ritual.
mente de chapéu de coco e chapéu de chuva Os inúmeros e grandes parques de Londres
(alguns de flor na lapela) circulavam no meio cobertos de relva que toda a gente pode pisar,
da multidão heterogénea e cosmopolita. India- cheios de bancos e de árvores acolhedoras,
nos e negros, gente de todas as latitudes da são os pulmões da cidade. Os londrinos encon-
terra, ombreavam com fleumáticos britânicos. tram neles uma espécie de evasão para o campo.
Raparigas graciosas e belas (nem todas loiras, Porque eles adoram a vida campestre. Sempre
nem todas de olhos azuis) faziam contraste que lhes é possível, saem das cidades. Barra-
com as feias e ridículas velhas inglesas que cas de campismo e «roulottes» constituem
nos habituámos a ver em países estrangeiros. Verdadeiros acampamentos. Mas há hotéis por
E qualquer coisa de imprevisto e estável me toda a parte — quer seja num lugar histórico
tranquilizava—talvez a livre expressão dum ou num lugar pitoresco. Após uma chuvada
povo ordeiro, conservador e progressivo, que violenta (o clima irregular surpreende-nos con-
respeita todas as ideias, crenças e atitudes, tinuamente), os britânicos estendem-se na relva
mesmo as mais insólitas e chocantes. molhada, mergulham na água dos rios ou dos
É conhecida a urbanidade dos polícias bri- lagos, fazem autêntica vida de ar livre.
tânicos. As mulheres polícias secundam-nos. Um exemplo frisante; mal a chuva havia
E são gentis. deixado de cair e já as alunas dum colégio
A Venda de bilhetes nos autocarros está dos subúrbios da cidade faziam ginástica, des-
confiada quase só a mulheres e a negros. calças, no terreno relvado. A constante humi-
Assistir ao render da Guarda em Buc- dade reverdece inteiramente a terra. A diver-
kingham Palace é uma curiosidade para os sidade de Verdes é pasmosa : prados e
turistas e um motivo de orgulho para os nacio- arvoredo, na periferia da grande metrópole,
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canto evocativo: monumentos, bustos, simples guarda na sua Biblioteca seis milhões de livros.
lápides os recordam. O British Museum é o mais completo museu de
A distância, num quarteirão destruído pela arqueologia. Suplanta o Louvre. Fazemos
última guerra (Londres tem ainda muitas feri- através dele uma perfeita viagem pelas gran-
das abertas) a Catedral barroca de São Paulo des civilizações desaparecidas. A infância his-
conserva incólume a sua grandiosidade. De tórica da humanidade revive na nossa imagi-
igual modo ali são celebrados os grandes nação, liga-nos ao passado.
homens. As maravilhosas margens do Tamisa! Jar-
Mais longe, para lá da curva do rio, junto dins, parques, Vegetação incrivelmente Verde,
da ponte célebre, ergue-se a quase milenária moradias, hotéis... A relva e as flores descem
Torre de Londres, onde estão guardadas as até à água; os arbustos e as árvores retra-
jóias da Coroa. Testemunha de factos histó- tam-se nela. Um vento fresco agitava-me os
ricos (muitos crimes ali se perpetraram, muitas cabelos, quase me causava frio, enquanto o
tragédias aconteceram), conta-nos a vida irre- barco avançava vagarosamente. Sempre a
quieta de Henrique VIII e a das suas malogra- relva húmida e verde; e nela grupos de crian-
das mulheres, de Isabel 1 e dos intrigantes ças e de adolescentes acompanhados de
palacianos, de Maria Stuart com a sua des- professores entregavam-se a exercícios fí-
graça, a sua beleza e os seus amores que a sicos.
rainha de Inglaterra não lhe perdoou. Windsor, Velha e interessante cidade e o
promoveu, em 7 de Setembro, uma grande excursão,
em comboio especial, a Aveiro, extensiva a todos os
seus associados e familiares. Esta iniciativa do Ateneu
OTICIARIO foi muito apreciada pelos excursionistas que, como
nos demais anos, acorreram em grande número. A C.P.
para a família dos sócios não possuidoras de redu-
ções, autorizou a fixação de preços reduzidos dos
Na reunião Internacional de Transportes Terres- «expressos populares».
tres realizada recentemente na «Expo» de Bruxelas
para examinar e classificar o material tractor e circu- — No salão nobre do Centro Cívico Raimundo de
lante de caminhos de ferro em exposição e de cujo Magalhães, em Vila Meã, foi prestada homenagem,
juri fez parte o Director-Qeral da C. P., o tínico pelos habitantes e autoridades locais, ao Inspector
«Grand-Prix» destinado ao material automotor eléc- António Domingos, que após dois anos de permanên-
cia naquela localidade, na 4.a Secção de Exploração,
trico para serviço suburbano foi atribuído à composi-
ção tripla construída pela Sorefame para a C. P.. A fixou residência em Aveiro.
razão desta atribuição teve por principais fundamentos — Passou à situação de reformado, a seu pedido,
a sua construção em aço inoxidável e a novidade do o engenheiro de 1." classe dos Serviços Técnicos e
seu funcionamento com corrente de 25000 v 50 Hz e Eléctricos da Divisão de Material e Tracção, Sr. Rui
motores monofásicos — o que mereceu o maior intesse de Sousa Azevedo.
dp todos os delegados estrangeiros componentes —A C.P. far-se-à representar naConferência Euro-
do juri. peia de Horários e na Conferêucia Europeia de Passa-
— Foi eleita nova Direcção para a Biblioteca do geiros (C. E. V.) que se realizam em Leipzig, de 18 a
Pessoal de Trens e Revisão de Bilhetes de Lisboa- 21 do corrente, pelos Eng.os Subchefe da Divisão de
-Rossio, a qual ficou assim constituída: Presidente: Exploração e chefes dos Serviços do Movimento e de
José Gonçalves Daniel, revisor de Bilhetes de 3." cl.» Tráfego,
Tesoureiro: Manuel Evangelista Luz, servente de ].a
cl.; Secretário : Carlos Joaquim Carreto, revisor de
bilhetes de 3." cl.; Vogais : Manuel Narciso Vieira,
condutor de l.a cl. e João Ferreira Durão, servente mm
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— A secção recreativa do Ateneu Ferroviávrio,
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seu Castelo Real defrontam, do outro lado do
rio, o aristocrático Colégio de Eton.
A Capela de S. Jorge, no Castelo, é rica-
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mente decorada. Os membros reais da Ordem
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da Jarreteira têm os seus assentos sob as ban- ik
deiras e os brasões que lhes correspondem,
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O Palácio, residência dos reis, é grandioso:
as janelas e balcões deitam para os grandes
e simétricos jardins.
Das muralhas abarca-se um lindo panorama.
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Verde claro, Verde escuro, Verde amarelado, m
Verde dos mais diversos e inacreditáveis tons
confundiam-se no horizonte com grandes nu-
vens cinzentas, quase negras. O vento, que
soprara discretamente durante o trajecto pelo
Tamisa, tornou-se forte; relâmpagos e trovões
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assustaram os tímidos; e a chuva começou a —
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cair em grossas bátegas.
Foi nesse momento que vivi uma pequena
aventura risonha. Refugiei-me numa guarita
da guarda do Castelo... porque o soldado de
casaco encarnado e enorme capacete de pele
estava ausente.
Interessante aspecto da fachada da nova Estação
Nem de outro modo poderia ter sido... Central de Roterdão
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Pergunta n.0 323/Cons. n.0 2088-F — Peço escla- Resposta — Os dias feriados oficiais de 5 de Ou-
recei-me se os feriados oficiais não equiparados aos tubro e 1 de Dezembro, não são considerados dias
domingos que constam na Ordem da Direcção-Geral úteis, de harmonia com o disposto na alínea b) do
n.0 310 e seus aditamentos, devem ser considerados n.0 2 do Aviso ao Público B n.0 161, pelo que são de
para efeito de contagem do prazo gratuito de arma- descontar nos prazos gratuitos previstos na Tarifa
zenagem como dias úteis, ou como domingos. de Operações Acessórias, para armazenagem e esta-
Mais peço informar-me se devo cobrar a taxa de cionamento.
estacionamento a um vagão posto à descarga num Deve, portanto, proceder-se como se esclarece
dia.destes e consignado a uma firma que tem os seus nas Instruções Complementares do UVro E 11, pági-
escritórios fechados, nas 180 e 181, 19
1 — Direcção-Geral D) Serviço da Fiscalização das Receitas
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Ordem da Direcção-Geral n. 336 de 29-7-958 — Circular n.0 II19 de 16-6-958 — Bilhetes de car-
Reforma do Sr. Engenheiro Fernando Cabral d'Ar- tão ao abrigo da Tarifa Especial n,0 I-C (Veraneio)
ruda, Chefe da Divisão do Material e Tracção. ou da Tarifa Especial n.0 7 - P. (Estudantes em goso
2.° Aditamento à Ordem da Direcção-Geral de férias).
n.0 327 de 29-7-958 — Colocação de pessoal superior Circular n." 1120 de 16-7-958 — Máquinas de im-
na Divisão de Material e Tracção. primir bilhetes.
1.° aditamento à Comunicação-Circular n." 109
11—Divisão da Exploração de 4-7-952 — Viagens de acompanhadores de vagões
A) Serviço do Movimento particulares.
Ordens de Serviço da Série M de n.° 754 de
1-7-958 ao n.° 780 de 29-7-1958. III — Divisão da Via e Obras
Circular de via n." 3552 de 1-7-958 — Dá conhe-
B) Serviço do Movimento (Estudos)
cimento de terem sido dispensados do serviço da Com-
Instrução n.° 2698 de 1-7-958 — Sinalização da panhia Vários eventuais por irregularidades cometidas.
estação de Entroncamento, Posto «Bouré» n.0 2.
Instrução n.0 2699 de 23-7-958 — Esclarecimento
dos Art.os 13.° e 1 !.0 do Regulamento provisório para
a Circulação de comboios em linhas de via dupla com
cantonamento automático.
Instrução n.0 2700 de 25-7-958—Sinalização da
estação de Braço de Prata. _ A
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Carris e seus acessórios, mudanças de
via, rodados, creosote para injecção de
travessas, fio de trolley, vagões e outro
material de via
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A equipa do Ateneu
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A mesa da presidência do almoço de con-
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fraternização dos desportistas ferroviários
do sorteio, houve que manter a expectativa arbitrar os jogos desta «finalíssima», nos sen-
até ao último instante. tíamos algo emocionados.
Para presenciar a final juntaram-se muitos A evolução do resultado foi a seguinte : —
espectadores no acolhedor salão de festas da Barreiro fez 1-0, depois 2-0, e Entroncamento
Associação Naval 1.° de Maio, da Figueira da reduziu a diferença para 1-2. Barreiro aumen-
Foz, onde durante o Campeonato estiveram tou a vantagem para 3-1 e parecia encarrei-
em funcionamento 3 mesas. rado para a vitória. Mas a recuperação do
Foi emocionante o embate Barreiro-Entron- Entroncamento foi impressionante, não per-
camento. Pelo que se sabia dos jogadores, dendo mais nenhuma partida e passando a
quer pelo valor demonstrado em anos ante- marca, sucessivamente, para 2-3, 3-3, 4-3 e
riores como ainda pelas jornadas anteceden- finalmente 5-3. Estava encontrado o Grupo 21
AGENTES QUE COMPLETARAM 40 ANOS DE SERVIÇO
Campeão e havia que saudá-lo pelo brilhan- Foram utilizados os serviços de 3 árbitros
tismo do êxito registado, não sendo de esque- oficiais (António Melo, António Elísio e Antó-
cer, no entanto, o magnífico comportamento nio José), tendo colaborado ainda mais 9 ár-
do segundo classificado. bitros, 2 marcadores e 2 cronometristas.
Em apreciação individual diremos, que para A seguir apresentamos uma relação dos
a recuperação dos vencedores teve acção deci- 12 melhores tenistas que participaram nestes
siva a actuação de António Pedro, único joga- Jogos, com a indicação dos jogos ganhos e
dor que não foi derrotado em nenhuma das 11 perdidos,
partidas. Mas os seus companheiros secunda- 11 -■0
A. Pedro (Entr.) .
ram-no a contento. 11- 1
Almeida (Barreiro)
Quanto aos barreirenses, Almeida cumpriu 8-■1
Lagos (Entr.) . .
inteiramente, mas tanto Sim Sim como Rolão 8- 2
Pereira (Campanhã)
não produziram o seu melhor. 6- 3
Rolão (Barreiro) .
Os jogadores apresentados pelas 6 equipas 6— 5
Cunha (Sernada) .
concorrentes foram os seguintes: 5- 5
Silva (Campanhã).
Entroncamento — António Pedro, Galvão, 5—5
Araújo (Campanhã)
José dos Santos e Lagos. 4—3
Elvino (Entr.) . .
Barreiro — Alegria, Almeida, Rolão e Sim 4—3
Sim Sim (Barreiro)
Sim. 4—6
Leirião (Lisboa) .
Campanhã — Araújo, Pereira e Silva. 4—6
Berenguel (Lisboa)
Sernada — Cunha, Gonçalves e Pereira.
Lisboa — Berenguel, Mateus e Leirião. A SEGUIR—Notes finais dos Jogos Des-
22 Ateneu— Barão, Oliveira e Louro. portivos Ferroviários de 1958.
Manuel Lourenço Oliveira — António Pereira da Mota —
Chefe de estação de 2.3 classe em Inspector de Secção de Explora-
Tomar — Admitido como prati- ção em Moncorvo. — Admitido
cante em 26 de Abril de 1918, foi como praticante em 15 de Abril
promovido a factor de 3." classe de 1918, foi promovido a factor
em 1 ade Janeiro de 1920, a factor de 3.a classe em 8 ade Janeiro de
de 2. classe em 1 ade Janeiro de 1925, a factor de 2. classe em 4
1924, a factor de ]. classe em 1 de Janeiro de 1927, a factor de l.a
de Julho de 1937, e a chefe de classe em 1a de Janeiro de 1930, a
de 3.a classe em 1 de Setembro chefe de 3. classe em 1 de Julho
de 1946. Em virtude do A. C. T.,a de 1942, e a chefe de 2." classe
passou a chefe de estação de 3. em 1 de Janeiro de 1952. Em vir-
classe, a partir de 1 de Julho de 1955, e a chefe de tude do A. C. T., passou a chefe de estação de
estação de 2.'' classe em 1 de Outubro de 1956. 2.a classe, a partir de 1 de Julho de 1955, e a Sub-
inspector de Secção de Exploração em 1 de Outubro
de 1955, e a Inspector de Secção de Exploração em
1 de Agosto de 1957.
Joaquim Duarte Esmerado — José Francisco Moita — Chefe
Chefe de estação de 2.a classe em de estação de 2.a classe em Esmo-
Elvas — Admitido como prati- riz. Admitido como praticante em
cante em 2 de Abril de 1918, foi 26 de Abiil de 1918, foi promovido W mm
promovido a factor de 3.a classe a factor de 3.a classe em 1 de
em 1 de Janeiro de 1920, a factor Janeiro de 1920, a factor de 2."
de 2." classe em 1 de Janeiro de classe em 1 de Janeiro de 1922 a
1924, a factor de l.a classe em 1 factor de l.a classe em 1 de Janei- ■HP
de Abril de 1938, a chefe de 3." ro de 1935, e a chefe de 3.° classe
classe em 1 de Julho de 1947. Em em 1 de Setembro de 1944. Em
virtude do A. C. T., passou a chefe virtude do A. C. T.,a passou a
de estação de 3.a classe aem 1 de chefe de estação de 3. classe em
Julho de 1955, e a chefe de estação de 2. classe 1 de Julho de 1955, e a chefe de estação de 2." classe
em 1 de Outubro de 1956. em 1 de Outubro de 1955.
Joaquim Pinto de Carvalho Albino de Sousa Moreira —
—Condutor de 1." classe em Cam- Chefe de estação de 2.a classe em
panhã. — Admitido como carre- Campanhã. Admitido como prati-
gador eventual em 28 de Abril cante em 13 de Abril de 1918, foi
de 1918, nomeado carregador em promovido a factor de 3.' classe
1 de Julho de 192V, foi promo- em 8 ade Janeiro de 1925, a factor
vido a guarda-freios de 3.a classe de 2. classe em 13a de Julho de
em 1 de Janeiro de 1928, a guar- 1926, a factor de l. classe em 1
da-freios de 2.a classe em 1 de de Janeiro de 1929, e a chefe de
Janeiro de 1941, ^ guarda-freios de 3.a classe em 1 de Janeiro de
de l.a classe em- 1 de Maio de 1944. Em Virtude do A. C. T.,
1946, a condutor de a2.a classe em passou a chefe de estação de 3.a
1 de Janeiro de 1952, e a condutor de l. classe em 1 classe, a partir de 1 de Julho de 1955, e a chefe de
de Outubro de 1958. estação de 2.a classe em 1 Outubro de 1957.
Humberto Costa — Chefe de Joaquim Mendes da Costa
estação de 2.a classe em Queluz Valério
a
— Chefe de estação de
— Admitido como praticante a 26 3. classe em Braga. Admitido
de Abril de 1918, foi promovido a como praticante em 10 de Abril a
factor de 5.a classe em 1 a de Ja- de 1918, foi promovido a factor
neiro de 1920, a factor de 2. classe de 3.a classe em 8 ade Janeiro de
r em 1 de Abril de 1923, a factor de 1925, a factor de 2. classe em 16
l.a classe em 1 de Julho de 1936, de Março de 1927, a factor de l.a
a chefe de 3.° classe ema 1 de Julho classe em 1 de Janeiro de 1930, e
de 1944, e a chefe de2. classe em a chefe de 3." classe em 1 de
1 de Janeiro 1952. Em Virtude do Janeiro de 1950. Em virtude do
a
A. C. T., passou a chefe de esta- A. C. T., apassou a chefe de esta-
ção de 2. classe, a partir de 1 de Julho 1955. ção de 3. classe, a partir de 1 de Julho de 1955.
PRÉMIOS-300^00
O autocarro que a
gravura nos mostra, cir-
cula numa carreira ex-
plorada pela C. P. desde
Janeiro de 1947.
Além deste, são uti-
lizados mais 6 outros
autocarros, sendo 2 com m i t i X
capacidade para 35 luga- p m
res, 2 com 39 e 3 com 41.
Durante o ano de
1957 esta carreira teve m ■r
uma frequência de 145 104 m
passageiros. !
r m
Resultado do Con-
curso n.0 14
Solução: «Ramal de ■
Lagos*.
Foram premiados:—
José dos Santos, maqui-
nista de 2.a classe do IM.
Depósito do Entronca- EM aUE carreira circula este autocarro 7
mento; Carlos Marques
Teixeira, operário de 3.a
classe do 3.° Grupo Oficinal, no Barreiro, e Manuel Afonso, servente de l.a classe do Distrito r.0 450, em
Alcácer do Sal.
As respostas dos nossos assinantes devem-nos ser enviadas, como de costume, em simples
postal, até ao fim do mês. Os prémios serão sorteados entre os que tiverem respostas certas.
SUMARIO
MOTIVOS DE CONFIANÇA, pelo Dr. Élio Cardoso sf REMODELAÇÃO NA PASTA DAS COMUNICAÇÕES
A MECANIZAÇÃO DAS BILHETEIRAS DAS ESTAÇÕES, pelo Dr. Álvaro Libânlo Pereira » COMEMORA-
ÇÕES CINQUENTENÁRIAS, pelo Inspector Ref. Martins de Almeida sí- DELEGAÇÃO TURÍSTICA DOS FERRO-
VIÁRIOS, Direcção de Alberto da Silva Viana Jí- DR. EMYQDIO MENDES IMPRESSÕES DE LONDRES
E ARREDORES, por Arminda Gonçalves $ NOTICIÁRIO DIVERSO * PERGUNTAS E RESPOSTAS 3«-
ACTUALIDADES FERROVIÁRIAS ^ REGULAMENTAÇÃO DISPERSA # GRUPOS DESPORTIVOS
- FERROVIÁRIOS ^ PESSOAL *- ENG. MÁRIO FONSECA ^ OS NOSSOS CONCURSOS
NA CAPA : Linhas cruzadas, (Foto de Carlos Marques)
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