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MAIO 2014
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RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
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UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
ÍNDICE
1. APRESENTAÇÃO ..................................................................................................................... 9
2. A - SUMÁRIO EXECUTIVO ..................................................................................................... 11
2. B - EXECUTIVE SUMMARY .................................................................................................... 17
3. ENQUADRAMENTO................................................................................................................ 23
3.1. O fenómeno da internacionalização do ensino superior ................................................... 23
3.2. A garantia de qualidade .................................................................................................... 25
3.3. A estratégia da União Europeia para o período 2014-2020 .............................................. 26
4. O CONTEXTO INTERNACIONAL ........................................................................................... 29
4.1. Enquadramento internacional ........................................................................................... 29
4.2. Alguns exemplos de estratégias de internacionalização ................................................... 34
5. O CONTEXTO NACIONAL...................................................................................................... 43
5.1. Enquadramento nacional .................................................................................................. 43
5.2. Características e relevância atuais do ensino superior português .................................... 46
6. INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS ...................................... 51
6.1. Cooperação no âmbito da organização de programas de formação ................................ 51
6.2. Instalação de campi de instituições portuguesas noutros países ..................................... 57
6.3. Ensino a distância ............................................................................................................. 58
6.3.1. MOOC: eficácia, promoção, resultados...................................................................... 60
6.4. Reconhecimento de graus ................................................................................................ 62
6.4.1. Reconhecimento de graus estrangeiros em Portugal ................................................ 62
6.4.2. Reconhecimento de graus portugueses no estrangeiro ............................................ 63
7. MOBILIDADE DE ESTUDANTES, PROFESSORES, INVESTIGADORES E TÉCNICOS...... 65
7.1. Mobilidade de estudantes ................................................................................................. 65
7.1.1. Enquadramento ......................................................................................................... 65
7.1.2. Mecanismos que fomentam e facilitam a mobilidade (incoming)............................... 69
7.1.2.1. Estatuto do Estudante Internacional................................................................... 69
7.1.2.2. Propinas e custos de vida .................................................................................. 70
7.1.2.3. Oferta formativa em línguas estrangeiras .......................................................... 72
7.1.2.4. Visto de estada, residência e registo.................................................................. 73
7.1.2.5. Acolhimento ....................................................................................................... 75
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RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
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UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 - Evolução do número de estudantes no mundo nos diversos níveis de ensino ............... 31
Figura 2 - Previsão do efetivo de estudantes internacionais do ensino superior a nível mundial até
2025................................................................................................................................. 31
Figura 3 – Evolução (por países) do efetivo de estudantes internacionais do ensino superior a nível
mundial 2000-2011 .......................................................................................................... 32
Figura 4 – Proveniência dos estudantes internacionais em 20 países (dados de 2011) ................. 33
Figura 5 - O português: terceira língua europeia mais falada no mundo......................................... 44
Figura 6 - Cursos de pós-graduação apoiados no âmbito do programa Erasmus Mundus............. 48
Figura 7 - Estudantes internacionais inscritos nas instituições de ensino superior (ano letivo
2012/2013) ...................................................................................................................... 66
Figura 8 - Evolução dos estudantes internacionais, nos últimos dez anos pelos susbsistemas de
ensino superior, público e privado ................................................................................... 68
Figura 9 - Estudantes internacionais por grau de ensino ................................................................ 68
Figura 10 - Estudantes Erasmus enviados (outgoing) ...................................................................... 79
Figura 11 - Estudantes Erasmus recebidos (incoming) ................................................................... 79
Figura 12 - Origem dos Estudantes Internacionais ......................................................................... 99
ÍNDICE DE QUADROS
Quadro 1 - População Jovem, Taxa de Escolarização Bruta e Crescimento do PIB ..................................... 44
Quadro 2 - Estudantes internacionais que frequentaram o sistema de ensino superior português
em 2001 e 2013, segundo o país de origem .............................................................................. 48
Quadro 3 - Mestrados e Doutoramentos Erasmus Mundus com intervenção de instituições de
ensino superior portuguesas (2005-2013) ................................................................................. 52
Quadro 4 - Países com menos de 200 estudantes inscritos .......................................................................... 67
Quadro 5 - Valor das propinas cobradas a estudantes internacionais em diversos países (2011/12) .......... 71
Quadro 6 - Evolução dos estudantes enviados (outgoing) ............................................................................ 78
Quadro 7 - Evolução dos estudantes recebidos (incoming)........................................................................... 80
Quadro 8 - Professores de nacionalidade estrangeira por subsistema de ensino (2012/2013) ..................... 84
Quadro 9 - Investigadores estrangeiros inseridos em entidades portuguesas (2010) ................................... 87
Quadro 10 - Evolução do número de exames realizados no âmbito do CAPLE ............................................ 92
Quadro 11 - População Jovem, Taxa de Escolarização Bruta e Crescimento do PIB ................................. 100
Quadro 12 - Principais alternativas institucionais para o ‗organismo executivo‘ .......................................... 118
Quadro 13 - Stakeholders a incluir no ‗fórum de reflexão‘ ........................................................................... 119
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LISTA DE ABREVIATURAS
A3ES - Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior
ACM - Alto Comissariado para as Migrações, I.P.
AICEP - Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, AICEP - Portugal Global, E.P.E.
ANDIFES - Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior
ANMP - Associação Nacional dos Municípios Portugueses
APESP - Associação Portuguesa de Ensino Superior Privado
AULP - Associação das Universidades de Língua Portuguesa
BFUG - Bologna Follow-Up Group
Camões - Instituto da Cooperação e da Língua Portuguesa, I.P.
CAPES - Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
CAPLE - Centro de Avaliação de Português Língua Estrangeira (Universidade de Lisboa)
CERN – European Organisation for Nuclear Research
CCISP - Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos
CNAI - Centro Nacional de Apoio ao Imigrante
CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
CRUP - Conselho dos Reitores das Universidades Portuguesas
CsF - Ciência sem Fronteiras (Brasil)
DGEEC - Direção-Geral de Estatísticas do Ensino e da Ciência
DGES - Direção-Geral do Ensino Superior
E.U.A. - Estados Unidos da América
ECA - European Consortium for Accreditation
ECTS - European Credit Transfer and Accumulation System
EEES (EHEA) - Espaço Europeu de Ensino Superior (European Higher Education Area)
EEI – Estatuto do Estudante Internacional
ELU - Grupo Europe Latine Universitaire
EMBL – European Molecular Biology Laboratory
ENQA - European Nations for Quality Assurance in Higher Education
ESA – European Space Agency
ESFRI – European Strategy Forum on Research Infrastructures
ESO – European Southern Observatory
EUA - European University Association
EURASHE - European Association of Institutions in Higher Education
EUROMED – Parceria Euro-Mediterrânica
FCT - Fundação para a Ciência e a Tecnologia
FSE - Fundo Social Europeu
I&D - Investigação e Desenvolvimento
IES – Instituições de Ensino Superior
JOQAR – Joint Programmes: Quality Assurance and Recognition of Degrees
JOUE Jornal Oficial da União Europeia
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UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
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RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
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UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
1. APRESENTAÇÃO
No período de tempo que foi dado ao Grupo de Trabalho para elaborar o seu Relatório, este
contactou as diversas entidades que intervêm no processo de internacionalização do ensino
superior e que estão integradas em diversos Ministérios: no âmbito da Presidência do Conselho de
Ministros, dos Negócios Estrangeiros e da Administração Interna, para além do próprio Ministério
de Educação e Ciência. Foram também contactadas as entidades representativas das
universidades públicas, dos institutos politécnicos públicos e das instituições de ensino superior
privado. As autarquias locais e as associações académicas foram igualmente auscultadas.
Esta missão ocorre num momento em que muitos países estão a desenvolver - ou a revisitar - as
suas estratégias de internacionalização do ensino superior, pelo que a documentação consultada e
disponível é imensa. As problemáticas são naturalmente distintas, de acordo com os países e os
sistemas, mas há muitos pontos de contacto e linhas de atuação que se podem considerar
transversais num mundo em que o conhecimento e a ciência são cada vez mais globais e em que
a mobilidade de pessoas e de ideias é uma constante do nosso tempo.
1 Despacho do Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional e do Ministro da Educação e Ciência n.º 3833/2014,
de 26 de fevereiro de 2014 (Diário da República, 2ª série, n.º 50, 12 de março de 2014). Vd Anexo I.
2 O Grupo de Trabalho foi constituído originalmente por João Guerreiro, que coordenou, Ana Mateus, José Neves
Adelino, Nuno Venade e Ricardo Morgado. Um dos membros (José Neves Adelino), por força das funções entretanto
assumidas, não pode acompanhar os trabalhos do Grupo de Trabalho até ao final.
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RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
O Relatório agora apresentado incide em especial a sua análise sobre a componente de ensino,
do sistema de ensino superior. Todavia, reconhece-se que não é possível isolar aquele domínio da
atividade de produção de conhecimento decorrente da investigação científica, ou da valia
económica e social que esse conhecimento proporciona, quando transferido para a sociedade,
englobando aqui o mundo empresarial, associativo e institucional.
A abertura ao mundo, que sempre caracterizou a sociedade portuguesa, é um ativo essencial que
contribuirá seguramente para o êxito de uma estratégia de internacionalização bem delineada e
melhor enquadrada, participando de forma ativa no processo de afirmação do país no panorama
mundial.
O Grupo de Trabalho
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UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
2. A - SUMÁRIO EXECUTIVO
O contexto internacional revela uma enorme diversidade na forma como esta realidade é analisada
e promovida, prevalecendo em alguns casos o fomento da internacionalização do ensino superior
como uma mera exportação de serviços, enquanto noutros casos se atribui maior relevância à
produção de conhecimento, ao contributo para o desenvolvimento económico ou, ainda, à
responsabilidade social das instituições.
O ensino superior português beneficia de condições particulares que advêm dos grandes espaços
internacionais nas quais Portugal está integrado: a União Europeia e a Comunidade de Países de
Língua Portuguesa (CPLP). Para além disso, o País tem fortes relações históricas, culturais e
civilizacionais com outras partes do mundo, que constituem áreas naturais de potencial
relacionamento.
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RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
totalidade das valências e competências que podem ser mobilizadas. A possibilidade de definir
uma estratégia nacional que, sem atentar contra a autonomia das instituições, dê coerência aos
esforços parcelares que cada instituição desenvolve revela-se essencial.
A Estratégia ora apresentada aponta para uma aposta clara na colaboração entre instituições,
através da multiplicação de formações em consórcio (principalmente pó-graduações), as quais
permitem estruturar conjuntamente curricula, promover relações entre investigadores, conceber
projetos com execução cruzada e fomentar a mobilidade de estudantes, professores e
investigadores.
A mobilidade é outra área cujo desenvolvimento se considera crucial. Neste campo, considera-se
que há uma ampla margem de progresso para a atração de mais estudantes internacionais – com
o objetivo de duplicar o seu efetivo até 2020. A recente aprovação do Estatuto do Estudante
Internacional constitui já um primeiro instrumento nesta direção, havendo oportunidade para
melhorar as condições de acolhimento, definindo uma ‗via verde‘ para os estudantes internacionais
com o concurso das entidades que intervêm neste procedimentos (vistos, autorizações de
residência, número de identificação fiscal, alojamento, língua, etc.).
Reconhece-se que a língua portuguesa constitui um ponto-forte das competências das instituições
portuguesas de ensino superior que como tal deverá ser valorizado na Estratégia de
internacionalização, tanto para a atração de estudantes internacionais do espaço CPLP, como
para a atração de estudantes oriundos de outras zonas geográficas, interessados na aproximação
a uma língua, instrumento de ciência, de cultura ou de negócio, falada por 250 milhões de pessoas
em todo o Mundo.
Por outro lado, reconhece-se igualmente que a proficiência multilinguística constitui atualmente
uma das competências globais essenciais para a inserção do nosso País na economia global,
recomendando-se a ampliação da oferta de cursos em língua inglesa e uma melhor preparação
linguística dos estudantes portugueses.
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UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
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ÁREA DA MOBILIDADE
ÁREA DA PROMOÇÃO
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UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
ÁREA DA GOVERNANÇA
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UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
2. B - EXECUTIVE SUMMARY
The internationalization of higher education ranks high on the concerns of most countries. The
European Union has underlined the importance of higher education and suggested three main
internationalization strategies:
The way the internationalization of higher education is perceived and addressed differs greatly from
country to country. In some cases, the internationalization of higher education is viewed mainly as a
service for export, whilst in other cases the focus falls on the acquisition of knowledge and
capacities, the promotion of the country‘s economic development, or furthering the social
responsibility of the higher education institutions.
The Portuguese higher education system benefits from especial conditions that stem from the
major international arenas in which Portugal is integrated: the European Union and the Community
of Portuguese Speaking Countries (henceforth referred to by the Portuguese acronym CPLP). In
addition, the country has strong historical, cultural and civilizational links with other parts of the
globe that could easily become potential partners.
In the academic year 2013/2014, Portugal welcomed 31,000 international students — this total
includes the students taking part in the Erasmus exchange programme. Students from EU Member
States and CPLP countries accounted for 85% of the total number of international students enrolled
in Portuguese higher education institutions.
The present scope of the internationalization of Portuguese higher education appears to be diffuse
and fragmented. Moreover, when taking into account the efforts and resources invested by the
stakeholders, it displays modest results. Most higher education institutions tend to develop their
own internationalization projects without taking advantage of existing competences and aptitudes
that could be mobilized to that effect. It is, therefore, essential to develop a national strategy for the
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The current document proposes a strategy focusing on institutional collaboration by way of the
establishment of consortia (especially considering post-graduate programmes) that will allow the
development of joint curricula and promote the co-operation between researchers, as well as co-
designing and co-implementing projects that will increase the international mobility of students,
teachers and researchers.
Another target of the proposed strategy is to increase the supply of distance learning courses in
Portuguese, including MOOC, again by fostering the association of institutions with a vocation for
distance learning with more traditional face-to-face higher education academies, in order to expand
and diversify the type of courses on offer, which could range from degree conferring courses to
short courses and MOOC.
It is acknowledged that the Portuguese language is a major asset of the country‘s higher education
system and should, consequently, be incorporated in the internationalization strategy of Portugal‘s
higher education system. The language factor will attract both students from CPLP countries
interested in furthering their academic competencies in Portuguese, but also students from other
geographical areas that want to develop their proficiency in a language that is fast expanding and is
currently spoken by 250 million people worldwide.
The integration of any country in the global economy depends heavily on foreign languages
proficiency. An increase in the number of courses offered in English is, therefore, highly
recommended. The multilingual skills of Portuguese higher education students should also be
significantly improved.
Finally, similarly to what happens in other countries, the concurrence of all these instruments and
initiatives strongly recommends the establishment of a 'centre of rationality' which will assure the
co-ordination of the various actions, provide the stimuli that address the needs of each institution,
make sure that all the initiatives are coherent, and also manage the resources needed to promote
the internationalization of the Portuguese higher education system as a whole (brand name,
website, participation in fairs, etc.) .
This report concludes with an array of 40 recommendations, grouped into four main thematic areas,
which will be detailed in Chapter 10, and are here anticipated in a simplified manner:
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UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
To identify specialization profiles for the higher education institutions that aim to
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improve the scope of internationalization.
To channel public funding towards the internationalization projects that take into
2
account the specialization profiles of the higher education institutions.
To define the conditions under which dual (or multiple) degrees can be
awarded. The institutions will be responsible for the implementation of the
3
guiding principles for accreditation, scientific advice, and the provision of public
examinations.
To establish incentives and define priority areas for the organization of MOOC
7
in Portuguese, using existing platforms and providers.
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MOBILITY
To foster a direct relationship between the Tax and Customs Authority and
16 higher education institutions, similarly to what was recommended for SEF, to
speed up administrative processes and procedures.
PROMOTION
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UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
To create a website that concentrates all useful information ranging from a list
of higher education courses on offer to application and other administrative
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procedures visiting academics must follow such as entry requirements,
residency, and part-time work regulations, etc.
To organise road shows and thematic fairs in countries and institutions selected
27 in accordance to the priorities established for the expansion of Portuguese
higher education.
To define a specific strategy for higher education co-operation with Asian and
31
Middle Eastern countries (China, India, Indonesia, Iran, and Malaysia).
To produce and disseminate information via the world wide web as well as the
34 strictly necessary amount of traditional promotional materials (paper flyers,
brochures, etc.).
GOVERNANCE/IMPLEMENTATION
To strengthen the institutional capacity building within the national higher
35
education institution‘s External Relations and Project Development Offices.
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To support the areas that could benefit from additional resources within the
institutions in accordance to their internationalization profiles and capabilities.
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The preferred model used to finance the aforementioned resources should be
based on co-funding strategies.
To identify the internationalisation projects and areas that can avail of funding
40 from operational programmes included in the Portugal 2020 / EU partnership
agreement.
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UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
3. ENQUADRAMENTO
3 Note-se que a circulação de estudantes internacionais atingiu, em 2011, cerca de 4,3 milhões (OECD, 2013),
prevendo-se que atinja, em 2025, um volume superior a 7 milhões de estudantes.
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RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
Finalmente, ainda se podem identificar estratégias que colocam o acento tónico na promoção do
sistema de ensino superior como elemento central de reforço da economia do conhecimento, com
os benefícios decorrentes da complexidade e da diferenciação que essa intervenção implica.
Em suma, encontramos em todos os países estratégias, mais ou menos explícitas, que pretendem
executar linhas de força que conduzem à internacionalização do sistema de ensino superior e das
suas instituições (Hénard et al, 2012).
O equilíbrio alcançado nestes dois vetores pelas instituições de ensino superior é importante para
fomentar a respetiva internacionalização. Quando exclusivamente centrada na mobilidade de
estudantes, a internacionalização fica reduzida apenas a aspetos quantitativos, valoriza em
excesso a competição entre as instituições (quem consegue atrair mais estudantes!) e pode
descurar a cooperação em ciência e tecnologia que deveria ser um dos aspetos centrais da
internacionalização.
Por esse motivo, a OCDE releva o conteúdo diversificado da internacionalização e insiste que, ao
nível das instituições de ensino superior, as principais razões que impulsionam a respetiva
internacionalização podem ser sintetizadas em cinco níveis (Hénard et al, 2012):
4Por exemplo, o ensino superior é presentemente, na Austrália, o primeiro sector exportador de serviços e o quarto
sector exportador em termos absolutos (2012).
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UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
Admite-se que o fluxo de estudantes que circulam entre países, procurando áreas de formação e
de investigação adequadas aos seus percursos formativos, recorra de forma crescente à
informação sobre a qualidade das opções que têm à sua disposição. Acontece assim nas
parcerias institucionais estabelecidas em torno de projetos, no âmbito das quais são sempre
procuradas e desafiadas as instituições que podem gerar benefícios mútuos em resultado do
respetivo nível de desempenho.
Para além do EEES, existem diferentes opções, evidenciando-se, por exemplo, as universidades
norte americanas (E.U.A. e Canadá) que criaram esses mecanismos no interior das próprias
instituições. Reconhece-se, contudo, que o modelo europeu se está a generalizar para outras
realidades continentais, designadamente em África, constituindo um forte instrumento para
introduzir normas de qualidade em sistemas que sofrem (e sofrerão nos próximos anos) uma
enorme massificação na procura.
Neste campo, e paralelamente à ação das agências de avaliação e acreditação, têm sido muito
publicitados diversos rankings, os quais pretendem estabelecer hierarquias entre as universidades.
A generalidade desses rankings, embora proporcione informação relevante sobre as diversas
formações e instituições, não integra as condições concretas de acolhimento que, em muitos
casos, marcam o perfil das instituições. O acesso às variáveis que estão na base de cada um dos
rankings permite perceber qual a orientação que cada um deles perfilha e, dessa forma, utilizar
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RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
Esta iniciativa da União Europeia surgiu na sequência das conclusões do Conselho de 11 de maio
de 20108 e dos documentos estratégicos ―Modernização dos Sistemas de Ensino Superior da
Europa‖9 e ―Repensar a Educação‖10.
5 www.u-portal.org .
6 A terminologia utilizada pelos documentos comunitários faz uma distinção entre ‗internacional‘ (quando as ações
envolvem também pelo menos um país terceiro) e ‗transnacional‘ (quando as ações envolvem apenas os países do
Programa que incluem, para além dos Estados-Membros da União, os países candidatos e associados, os países do
Espaço Económico Europeu e os países que participem em acordos de vizinhança que prevejam a participação no
Programa). Utilizaremos a expressão ‗internacionalização‘ para abranger as duas realidades, na medida em que
aqueles conceitos sejam aplicáveis mutatis mutandis e que neste documento se utiliza como quadro de referência o
sistema de ensino superior português.
7 ‗O Ensino Superior Europeu no Mundo‘, Comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu, ao Conselho, ao
Comité Económico e Social e ao Comité das Regiões, Bruxelas, 11.7.2013, COM (2013) 499 final, JOUE.
8 Conclusões do Conselho sobre a modernização do ensino superior (C 372/36 JOUE, de 20.12.2011).
9 Vd doc.COM (2011) 567 final
10 Vd doc.COM (2012) 669 final
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UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
A Comissão Europeia reconhece igualmente que ―não existe uma abordagem única”, e que os
Estados-Membros devem ―ajustar as suas estratégias nacionais, de modo a reforçar as suas
potencialidades e a sua presença internacional e atrair talentos, tendo em consideração quer a
escassez de competências a nível nacional e a falta de competências interculturais, quer os
conhecimentos e necessidades de investigação dos seus países parceiros em desenvolvimento‖.
E recomenda que tais categorias ―não devem ser consideradas isoladamente, mas enquanto
elementos integrados de uma estratégia global‖.
Na sua comunicação, a Comissão Europeia refere que as instituições de ensino superior europeias
devem ―posicionar-se de acordo com as suas potencialidades na educação, na investigação ou na
inovação e criar parcerias dentro e fora da Europa que reforcem e complementem os seus perfis
individuais‖ e que a ―cooperação com os países em desenvolvimento e respetivas instituições de
ensino superior deve ser um elemento importante das estratégias de internacionalização nacionais
e institucionais‖.
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RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
11 Conclusões do Conselho sobre a dimensão global do ensino superior europeu (2014/C, 28/03 JOUE, 31.1.2014).
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UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
4. O CONTEXTO INTERNACIONAL
A internacionalização do ensino superior, embora não seja um fenómeno novo, ganhou nos
últimos anos uma relevância extraordinária em consequência do fenómeno da globalização, do
desenvolvimento tecnológico promovido em rede e da crescente interconexão e interdependência
das instituições de ensino superior, alterando a sua posição na sociedade e no mundo.
29
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
A taxa de participação no ensino superior12 nos países mais desenvolvidos (Europa e América do
Norte) aumentou de 5%, em 2000, para 6%, em 2010, prevendo-se que se eleve, em 2020, para
6,7% e, em 2035, para 8%, mantendo-se então estável ou declinando ligeiramente, tendo em
consideração a evolução demográfica de cada país (Figura 1) (Calderón, 2012).
O mesmo indicador (taxa de participação no ensino superior) referido aos países da América
Latina (América do Sul e Central) e Caraíbas, que situava-se em 3,3% em 2000, aumentará
previsivelmente para 6,7% em 2022, tornando-se em 2035 a terceira região do mundo com mais
estudantes no ensino superior em número absoluto, com 59,4 milhões de estudantes. Prevê-se
que esse valor seja então de 10%, o que poderá ser a mais elevada em todo o mundo. Ainda
nessa data, prevê-se que o Brasil seja um dos cinco países do mundo com mais estudantes no
ensino superior e que o México, a Colômbia e a Venezuela estejam entre os 20 países do mundo
com mais estudantes no ensino superior.
Um outro indicador que é utilizado é a taxa de escolarização bruta no ensino superior13. Na África
Subsaariana, este indicador atinge presentemente cerca de 6%, quando na U.E. e nos E.U.A
ronda, em média, os 72% (Portugal, 66%) e na Ásia os 13%. Refira-se que os PALOP apresentam
(com exceção de Cabo Verde) uma taxa de escolarização bruta no ensino superior próxima da
média africana. Apesar de um crescimento explosivo nas últimas décadas (mais de 8,5% ao ano,
de 0,2 milhões de estudantes em 1970, para 4,8 milhões em 2006), prevê-se que o efetivo de
estudantes no ensino superior na Africa Subsaariana continue a crescer muito significativamente
nos próximos anos, projetando-se 18,6 milhões de estudante em 2015 (Chiao-Ling Chien et al,
2012)
Saliente-se que taxa de mobilidade externa dos estudantes do ensino superior na África
Subsaariana é presentemente de 4,9%, o que representa a segunda taxa mais elevada do mundo,
apenas atrás da Ásia, 5,7% e claramente superior à registada na U.E. (1,8%) e nos E.U.A.
12 Taxa de participação no ensino superior – razão entre o número de estudantes que frequentam o ensino superior e
a população total.
13 Gross enrolment ratio – relaciona o efetivo de estudantes no ensino superior com o grupo etário que teoricamente
frequentaria aquele nível de ensino em função da idade (grupo de cinco anos após a escolarização que permite o
acesso ao ensino superior). Distingue-se da taxa de participação no ensino superior que relaciona o número de
estudantes que frequenta o ensino superior com a população total.
30
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
(0,5%)14. A União Europeia (em especial Reino Unido, França e Portugal) e os E.U.A são os
principais beneficiários deste fluxo de mobilidade de estudantes africanos. Este panorama
apresenta, contudo, algumas tendências de mudança que convém registar. Por exemplo, o facto
de ter aumentado significativamente a mobilidade intrarregional africana (com evidência para o
aumento de atratividade das instituições da África do Sul) e da taxa de mobilidade externa nos
últimos anos crescer menos rapidamente que a taxa de escolarização bruta no ensino superior,
poderá indiciar um maior desenvolvimento dos sistemas locais de ensino superior e, portanto, uma
menor necessidade de prosseguir formações no exterior.
6
Mihlhões
0
1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020 2025
14Aqui referida à mobilidade para o exterior dos grupos de países de referência, i.e., não inclui, por exemplo, a
mobilidade transnacional intraeuropeia (maxime Erasmus).
31
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
Entre 2000 e 2011 o número de estudantes internacionais no Mundo mais que duplicou,
verificando-se igualmente uma variação nas quotas de captação desses estudantes por parte dos
diferentes países. Portugal constitui uma exceção visto que apesar de aumentar em número
absoluto, manteve invariável a sua quota-parte dos estudantes internacionais (0,51% em 2000 e,
também, em 2011) (Figura 3).
Figura 3 – Evolução (por países) do efetivo de estudantes internacionais do ensino superior a nível mundial 2000-2011
Fonte
800.000
Ano 2000 Total Todos os Países Ano 2011Total Todos os Países 16,51%
700.000
500.000 22,93%
400.000
10,76%
4,74%
9,03%
200.000
3,52%
6,62%
2,50%
5,10% 4,56%
100.000 1,71% 1,69%
1,20% 3,21% 1,33%
0,89% 0,69% 0,76%
1,87% 0,44% 0,54%1,20% 0,53% 0,51%
0,37% 1,23%
0,68% 0,51%
0,26% 0,62% 0,27% 0,42% 0,48% 0,36% 0,40% 0,30%
0
Todos os demais países considerados viram as suas quotas aumentar, com realce para a Austrália
que subiu de 5,10% em 2000, para 6,11% em 2011, aumentando de 105.764 estudantes
internacionais em 2000, para 262.597 em 2011. Saliente-se também o grande progresso da Grécia
32
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
Quanto à proveniência dos estudantes internacionais, Portugal é o país que apresenta maior
equilíbrio na diversidade de origens dos estudantes internacionais que frequentam as suas
instituições de ensino superior, com cerca de 41% de estudantes internacionais oriundos de África,
23% da Europa e 23% da América Latina e Caraíbas (Figura 4).
África Ásia Europa América do Norte Oceânia Origem América Latina e Caraíbas
Australia
Bélgica
Canadá
República Checa
Dinamarca
Finlândia
França
Alemanha
Grécia
Hungria
Irlanda
Itália
Japão
Países Baixos
Nova Zelândia
Polónia
Portugal
Espanha
Reino Unido
E.U.A.
Fonte OCDE, 2013
33
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
Juntamente com França, Portugal apresenta uma maior prevalência de estudantes internacionais
oriundos de África e é o segundo país, atrás de Espanha, com maior percentagem de estudantes
provenientes da América Latina (devido à forte presença de estudantes oriundos do Brasil).
Por contraste, é o país (entre os considerados) que apresenta menos estudantes oriundos da Ásia.
Dinamarca
O governo dinamarquês lançou muito recentemente a segunda parte do seu plano de ação para a
internacionalização do ensino superior dinamarquês intitulada Denmark – An Attractive Destination
to Study15. Esta estratégia está focada no objetivo de tornar o ensino superior dinamarquês mais
atraente para os estudantes internacionais e de contribuir para fixar mais pessoas altamente
qualificadas na Dinamarca, depois de concluídos os seus percursos formativos.
Anuncia-se, ainda, que os meios de informação e divulgação on-line serão reforçados e o portal
central studyindenmark.dk será ampliado e dotado de melhores condições.
Será igualmente acautelada a integração dos familiares dos estudantes de doutoramento e dos
investigadores internacionais que desenvolvam as suas atividades na Dinamarca.
A primeira parte do plano de ação, intitulada Enhanced Insight Through Global Outlook16, tinha
sido aprovada em junho de 2013 e desdobrava-se num conjunto de 31 medidas para concretizar
três objetivos principais: 1) aumentar a mobilidade dos estudantes dinamarqueses; 2) tornar o
34
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
Aos objetivos e medidas estão associadas metas concretas, como por exemplo: aumentar a
mobilidade dos estudantes dinamarqueses de 17% em 2011 para 50% em 2020; aumentar o
número de cursos em associação oferecidos pelas instituições de ensino superior dinamarquesas
(50 em 2012) em 20%, por área científica, até 2020; aumentar, em pelo menos 15% por ano, o
número de cursos ou estágios no estrangeiro em países de língua materna não inglesa.
Este programa prevê incentivos financeiros através de uma alteração da fórmula de financiamento
das instituições de ensino superior dinamarquesas, que passam a beneficiar dos créditos ECTS
obtidos pelos estudantes em mobilidade outgoing e, simultaneamente, acaba com o princípio do
equilíbrio entre estudantes em mobilidade outgoing e incoming. Prevê-se ainda um novo sistema
de empréstimos financeiros para estudantes, especificamente destinado ao financiamento da
mobilidade outgoing dos dinamarqueses (bolsas de um máximo de 15.000 euros por estudante,
por ano).
Espanha
A visão adotada por esta estratégia visa ―consolidar um sistema universitário forte e
internacionalmente atrativo e aberto ao Mundo, que contribua para melhorar a competitividade
internacional de Espanha, que promova a capacidade da sociedade espanhola para agir num
contexto internacional e que responda às suas necessidades de desenvolvimento, tendo em
atenção uma dimensão de responsabilidade social global‖.
Sendo a missão que lhe está associada a ―transformação do sistema universitário espanhol num
sistema de qualidade reconhecida a nível internacional, que sirva de ponte entre os espaços de
conhecimento globais onde se integra: o EEES, o Espaço Iberoamericano do Conhecimento e o
espaço universitário do Mediterrâneo e dos países emergentes‖
17 http://www.mecd.gob.es/dctm/eu2015/2011-estrategia-2015-espanol.pdf?documentId=0901e72b80910099
35
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
36
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
Registe-se que o conceito de internacionalização do ensino superior adotado nesta estratégia não
se resume aos aspetos da mobilidade e da atração de estudantes e à celebração de protocolos de
cooperação entre instituições, antes assume uma transversalidade assinalável que toca
praticamente todos as facetas da internacionalização, designadamente, a internacionalização dos
curricula e percursos formativos, internacionalização da investigação, a oferta de títulos conjuntos
ou duplos/múltiplos em parceria com instituições estrangeiras, estabelecimento de campi
transnacionais, o desenvolvimento de sistemas internacionais de garantia da qualidade, a
competição pelos melhores talentos mundiais de estudantes, docentes e investigadores, e uma
atenção às classificações internacionais das instituições (rankings).
Finlândia
Cada área de ação desdobra-se num conjunto de medidas concretas de natureza política,
administrativa e financeira, envolvendo todos os departamentos do governo nacional e autoridades
regionais/locais, sempre que apropriado. Um dos aspetos essenciais é a utilização do Fundo
Social Europeu (FSE) para financiar a formação para o multiculturalismo nas instituições de ensino
superior finlandesas, o alargamento da formação ao longo da vida para os imigrantes e o apoio ao
ensino de línguas estrangeiras.
18 Vd http://www.minedu.fi/OPM/Julkaisut/2009/Korkeakoulujen_kansainvalistymisstrategia_2009_2015.html?lang=en.
37
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
A partir de 2008 a promoção do ensino superior finlandês passou a utilizar a marca oficial ‗Study in
Finland’19 .
Reino Unido
O British Council dispõe de um serviço especializado para a promoção externa das instituições de
ensino superior britânicas (SIEM - Services for International Education Marketing), o qual gere um
portal na internet (Education UK) e dispõe de uma marca própria (―Education UK: Innovative,
Individual, Inspirational‖)
19 Vd http://www.studyinfinland.fi/.
38
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
Canadá
Uma das mais recentes estratégias nacionais para o ensino superior foi apresentada pelo governo
do Canadá no passado dia 14 de janeiro de 2014.
A estratégia global canadiana fixa metas e objetivos concretos para a atração de estudantes
internacionais - a duplicação do número de estudantes internacionais no ensino superior, de
240.000 em 2011 para 450.000 em 2022 (sem diminuição do número de estudantes canadianos),
e afirma que tal corresponderá à criação líquida de 86.000 empregos e a um aumento das receitas
associadas às despesas dos estudantes de cerca de 10.000 milhões de dólares canadianos.
O documento identifica seis mercados geográficos prioritários com elevado potencial onde
incidirão os esforços de promoção nos próximos anos (Brasil, China, India, México, Vietnam e
Norte de África e Médio Oriente) e assume que o Canadá deverá defender a sua posição junto dos
mercados tradicionais emissores de estudantes para o Canadá (França, Reino Unido, EUA,
Alemanha, Coreia do Sul e Japão).
O documento inclui ainda a associação da marca global ‗Canada’ ao ensino superior de excelência
daquele país e a manutenção para os próximos anos de um nível de financiamento adequado para
os instrumentos e campanhas promocionais, adaptando-os aos mercados prioritários e aos grupos
de potenciais interessados.
20 Número de estudantes internacionais no ensino superior no total dos estudantes do ensino superior.
39
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
Austrália
A Austrália foi um dos países pioneiros no desenvolvimento de uma estratégia global para o sector
da Educação e, em particular, para o Ensino Superior. Desde 1986 que o Governo australiano
encoraja ativamente estratégias de captação de estudantes internacionais por parte das
instituições de ensino superior australianas, permitindo a oferta de lugares para estudantes
internacionais com pagamento de uma propina integral. Representando 14,487 mil milhões AU$ de
exportações em 2012 (cerca de 10 mil milhões de euros), o sector da Educação é o primeiro sector
exportador de serviços da Austrália e o quarto em termo absolutos (Connelly & Olsen, 2013).
Como parte da estratégia para atrair estudantes internacionais, a Austrália autoriza que estes
trabalhem a tempo parcial até 20 horas por semana durante o ano académico e sem limites fora
dos períodos de aulas.
Japão
O Governo japonês anunciou em 2008 o seu ―Plano dos 300.000 estudantes internacionais‖, tendo
como objetivo aumentar progressivamente e atingir aquele número de estudantes internacionais
nas instituições de ensino superior japonesas no ano 2020, o que corresponderá a cerca de 10%
do número total de estudantes a frequentar as instituições de ensino superior no Japão. Em 2009,
este país atraía 133.000 estudantes internacionais, o que correspondia a uma taxa de
internacionalização de cerca de 4,3%.
21 OECD (2013).
40
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
Como parte essencial dessa estratégia, o Ministério da Ciência e Tecnologia japonês selecionou
em 2009 um conjunto de treze instituições, com as quais contratualizou, para um período de cinco
anos, um financiamento anual por instituição entre 200 e 400 milhões de ienes (entre 1,5 e 3
milhões de euros), destinado a reforçar o respetivo perfil internacional das instituições, incluindo o
aumento do número de cursos ensinados em inglês, como forma a atrair o número planeado de
estudantes internacionais.
Em 2010 o Japão lançou igualmente um portal na internet, o JUMP (Japanese Universities for
Motivated People), onde se procura centralizar e coordenar a informação e as iniciativas de
internacionalização do ensino superior japonês.
Desde 2004 que o Japão estabeleceu obrigações de avaliação externa da qualidade do ensino
superior, por parte de organismos especializados, para todos os cursos ministrados nas
instituições de ensino superior japonesas.
O estatuto do estudante internacional no Japão permite o trabalho temporário até 28 horas por
semana; o estatuto de estudante-investigador só autoriza um máximo de 14 horas de trabalho
temporário por semana.
Notas conclusivas
A análise das estratégias de internacionalização do ensino superior de outros países revela alguns
aspetos interessantes. É comum, por exemplo, uma clara aposta no desenvolvimento de uma
marca e de um portal na internet, normalmente geridos centralmente por um organismo
encarregue da promoção externa do sistema de ensino superior, que se situa, normalmente, sob a
égide dos Ministérios que têm a tutela do Ensino Superior.
Parece também comum a definição de metas e objetivos quantificados, com maior ou menor grau
de precisão, e o reconhecimento da necessidade de monitorizar o progresso dessas estratégias
(ou planos de ação). Mas apesar de algumas estratégias apresentarem meios de financiamento e
ordens de grandeza muitas vezes associadas a medidas concretas, são raras as que referem um
orçamento global ou contenham um planeamento mais detalhado.
41
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
Regista-se uma evolução no foco de algumas estratégias (p.ex. Reino Unido, Austrália, Nova
Zelândia e Dinamarca), colocando a atratividade e as condições de vida dos estudantes
internacionais no centro da atenção das autoridades (client oriented). O acolhimento torna-se uma
dimensão essencial da atratividade do sistema.
Registe-se, finalmente, que a maioria dos países europeus analisados (maxime os Estados-
Membros da U.E.), apesar de dar como adquirido o seu enquadramento no EEES, não valoriza
nas suas estratégias de internacionalização esta especificidade, cingindo-se, na prática, a um
quadro de referência eminentemente nacional.
42
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
5. O CONTEXTO NACIONAL
Em primeiro lugar a inserção de Portugal na CPLP permite valorizar a língua portuguesa, como
instrumento de comunicação e de cultura, mas também de conhecimento e de ciência. No mundo
de hoje, cerca de 250 milhões de pessoas (2010) estão inseridos em países que têm a língua
portuguesa como idioma oficial, correspondente a 3,7% da população mundial e distribuindo-se
pelos cinco continentes. O português é a língua mais falada no hemisfério sul e é a terceira língua
europeia com maior expansão global (Figura 5). O português é a quinta língua mais utilizada na
internet e regista nesse meio a quarta taxa de crescimento mais elevada; é também o terceiro
idioma mais utilizado no Facebook. Os países de expressão oficial portuguesa são responsáveis
por 4% do PIB mundial, mas têm uma intervenção nas trocas comerciais superior àquele valor. As
projeções indicam que os falantes de língua portuguesa materna serão, em 2050, 350 milhões23.
Os países que integram a CPLP têm todos eles, com exceção de Portugal, um enorme segmento
de população jovem que, na maior parte desses territórios, não teve ainda acesso ao sistema de
ensino superior (Quadro 1). A previsão da procura de ensino superior anuncia, para os próximos
23 A estes devem somar-se todos aqueles que têm o português como ―língua de herança‖, maxime as Comunidades
Portuguesas e todos os luso-descendentes, que constituem um importante universo potencial para a
internacionalização do ensino superior português.
43
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
anos, a presença de um fluxo explosivo, que abrange um elevado número de jovens, para os quais
a dimensão oferta dos respetivos países não irá conseguir satisfazer na totalidade a respetiva
procura. O sistema português pode ter aí um papel importante devido à sua proximidade linguística
e cultural.
Quadro 1 - População Jovem, Taxa de Escolarização Bruta e Crescimento do PIB
Para além deste fluxo de jovens, as instituições portuguesas têm um acervo acumulado de
conhecimento que lhes permite intervir, sobretudo na área dos países africanos, numa perspetiva
de valorização e transferência de conhecimento e na estruturação de projetos conjuntos. As
instituições de ensino superior e os institutos e centros de investigação têm, neste domínio, um
44
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
Paralelamente à vocação CPLP, Portugal está inserido na União Europeia, a qual confere ao
nosso país também um papel relevante nas relações internacionais. Muitas oportunidades de
estudo e de negócio resultam da expectativa com que são estabelecidas relações com as
instituições portuguesas, acedendo a benefícios que resultam do seu estatuto europeu. Esta via
permitirá o acesso a instituições e apoios europeus, a mercados e, naturalmente, à rede do ensino
superior e de investigação científica que se organiza no seio da União Europeia.
Portugal beneficia igualmente de uma relação privilegiada com territórios e países que
constituíram, no passado, espaços integrantes da circulação portuguesa no mundo e que registam,
na atualidade, não só vestígios marcantes desses contactos, como também ambientes com
enorme abertura a iniciativas portuguesas. A América Latina, certos países asiáticos, como a Índia,
a Malásia e a China, e o Médio Oriente, assim com a região do Magrebe, constituem territórios de
afinidade natural e histórica com os quais as relações são abertas e fraternas e podem ser
reforçadas. Sublinhe-se que estes países têm um peso elevado de população jovem e que a
respetiva oferta nacional tem sido insuficiente, abrindo oportunidades para que os candidatos
procurem outras soluções, fora dos seus países.
É este o campo em que a associação das instituições de ensino superior a outras iniciativas,
designadamente no campo empresarial, poderá gerar resultados positivos. A colaboração com as
missões da AICEP, a parceria com os Centros de Língua Portuguesa e as Cátedras, do Camões
I.P., assim como o acompanhamento com proximidade dos Centros de Exame do Centro da
Avaliação de Português Língua Estrangeira (CAPLE) - muitos deles sediados em universidades
estrangeiras - deveriam constituir um critério obrigatório para facilitar os contactos e, sobretudo,
para impedir a sobreposição de iniciativas e o desperdício de energias.
Ainda no âmbito da AICEP, a diversidade de linhas de colaboração lançadas por este organismo,
associadas normalmente à expansão empresarial, permite antever soluções de convergência que
o acordo oportunamente firmado com as universidades públicas portuguesas irá possibilitar
(seguir-se-ão acordos semelhantes com os instituto politécnicos públicos e com as instituições de
ensino superior privadas).
45
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
46
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
Com o Brasil foram ainda acordados apoios ao Programa Ciência sem Fronteiras (CsF/CAPES-
CNPq) bem como ao Programa de Licenciaturas Internacionais (PLI/CAPES), os quais têm
permitido o acolhimento de um numeroso contingente de estudantes brasileiros. O primeiro
Programa (CsF) foi recentemente restringido às pós-graduações, enquanto o segundo está
orientado para a formação de professores. Ainda no que respeita à cooperação com o Brasil,
merece referência a iniciativa conjunta ANDIFES/CRUP destinada ao reconhecimento académico
das formações em engenharia e em arquitetura.
47
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
Fonte: DGES
Para atingir esta posição, muito terá contribuído a multiplicação da oferta de cursos em língua
inglesa, designadamente ao nível das formações do 2º e 3º ciclo, permitindo a atração significativa
de estudantes de todo o mundo, abrangendo quase duas centenas de países.
Quadro 2 - Estudantes internacionais que frequentaram o sistema de ensino superior português em 2001 e 2013,
segundo o país de origem
ANOS
Crescimento
GRUPOS DE
2001 2013 2001-2013
PAÍSES
(%)
N.º % N.º %
África (sem CPLP) 401 3,37 314 1,01 -21,70
América Latina (sem
561 4,72 528 1,69 -5,88
Brasil)
América do Norte 538 4,53 321 1,03 -40,33
Asia 126 1,06 933 2,99 640,48
CPLP 7.836 65,92 17.395 55,78 121,99
48
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
Um primeiro comentário revela a enorme expressão dos estudantes dos países da CPLP e da
União Europeia que vêm estudar para Portugal, contingente que, ao longo nos anos considerados,
superou os 85% do total dos estudantes internacionais. No final do período analisado, o fluxo
proveniente da CPLP sofreu um abrandamento no seu ritmo de crescimento e uma diminuição da
sua posição relativa.
Não obstante esta evolução respeitante ao número de estudantes atraídos pelo sistema português,
as instituições de ensino superior mantêm assumidamente um quadro estratégico difuso,
desarticulado e gerando resultados moderados quando avaliados em função dos recursos que são
mobilizados. Cada instituição desenvolve, no âmbito das suas atividades e dos seus recursos,
contactos, projetos, parcerias, muitas vezes em domínios que não conduzem ao aproveitamento
da totalidade as suas próprias valências e prescindindo da integração de outras competências que,
em muitos casos, poderiam ser mobilizadas num quadro de parceria, envolvendo outras
instituições do sistema nacional de ensino superior.
O sucesso do desempenho que cada uma das instituições procura atingir, em cumprimento dos
seus compromissos internos espelhados nos respetivos Planos Estratégicos, será sempre limitado
enquanto não for definida uma estratégia nacional que acompanhe o desenvolvimento
internacional do ensino superior português, que defina prioridades, que estabeleça espaços
geográficos preferenciais, que identifique áreas científicas pertinentes para a cooperação, que
considere os perfis de especialização de cada instituição e que dinamize de forma organizada a
promoção externa da oferta formativa. Em suma, que dê coerência e projeção aos esforços
parcelares de cada uma das instituições, concorrendo para valorizar conjuntamente os recursos
disponíveis e, simultaneamente, para gerar um retorno cultural, científico, económico e político
adequado ao investimento material e imaterial realizado.
49
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
50
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
Portugal tem vindo a criar um ambiente favorável para o desenvolvimento destes cursos em
associação, reduzindo muitos dos obstáculos existentes. As instituições portuguesas de ensino
superior entenderam a relevância de apostar neste formato, bem como as mais-valias que dele
51
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
poderiam retirar. Nestes últimos anos estes cursos em cooperação com instituições estrangeiras
têm permitido demonstrar, a nível internacional, a qualidade e excelência do ensino superior
português, possibilitando a conjugação de esforços destinados a atrair os melhores estudantes.
Deste modo, foram produzidas diversas alterações legislativas que, ainda que insuficientes, são
essenciais para permitir uma participação nacional mais alargada nesses cursos, designadamente
dos que beneficiam de apoios da União Europeia.
24Artigo 45º do Decreto-Lei n.º 74/2006, de 24 de março, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º
115/2013, de 7 de agosto.
52
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
instituições, nacionais ou estrangeiras. Esta modalidade afirma-se pelo facto das creditações
mutuamente reconhecidas estarem previamente acordadas, não necessitando, por isso, de
convalidações casuísticas.
O problema mais complexo coloca-se nas duas outras modalidades, descritas nas alíneas b) e c),
as quais implicam uma maior integração das formações, recorrendo a um patamar mais
estruturado e, simultaneamente, mais interessante no âmbito da internacionalização.
No caso da modalidade descrita na alínea b), estamos perante colaborações cruzadas, resultantes
de creditações acordadas pelas instituições no âmbito da sua autonomia, as quais permitem
percursos escolares enriquecidos, aproveitando as valências diferenciadas e específicas que cada
instituição oferece. Estas colaborações conduzem à outorga de duplos (ou, em alguns casos, de
múltiplos) diplomas, sendo um deles o diploma de um grau português. A pertinência da
concretização destas iniciativas tem sido da responsabilidade das instituições, que procuram os
parceiros adequados e estabelecem as condições da parceria. Sublinhe-se que esta modalidade,
na sequência da aprovação do Decreto-Lei n.º 115/2013, de 7 de agosto, deixou de poder ser
adotada por consórcios estabelecidos entre instituições portuguesas.
53
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
a) Componente base
b) Componente de especialização
In: http://www.deis.isec.pt/CursoEuropeu.aspx
54
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
To graduate, students must complete all program requirements from both schools.
The Double Degree structure is flexible, according to the schools selected.
In: http://masters.novasbe.unl.pt/international-tracks/double-degree
55
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
Este curso foi acreditado pela A3ES (Mestrado em Inovação Química e Regulamentação –
Erasmus Mundus) e prevê a atribuição de um diploma conjunto.
56
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
O debate em torno dos programas e titulações conjuntas tem sido objeto de reflexão em diversos
fora, sendo um deles o European Consortium for Accreditation – ECA (Aerden & Reczulska,
2012; Aerden & Lokhoff, 2013 e Blanc de la Carrere & Fredericks, 2013). Não obstante a
simplificação que a reforma de Bolonha introduziu nos sistemas de ensino superior no que respeita
à estrutura dos ciclos de estudo, reduzindo obstáculos ao reconhecimento das formações, os
mecanismos administrativos nacionais continuam a dificultar algumas soluções que a
normalização de Bolonha pareceria resolver.
A proposta atrás referida25 apresenta as linhas de convergência que poderão conduzir a uma
simplificação da acreditação de programas conjuntos através de um processo único e integrado.
Na proposta são avançados os elementos que deverão ser avaliados e que possibilitarão a
acreditação de programas conjuntos, a acordar entre as várias instituições de ensino superior de
diversos países. A acreditação proposta será naturalmente baseada nos padrões europeus
(Standards for Quality Assurance of Joint Programmes in the EHEA) e a avaliação deverá ser
realizada por um painel que incluirá peritos inseridos nos respetivos domínios científicos e na área
da garantia da qualidade no ensino superior, bem como representantes dos empregadores. O
painel poderá incluir membros com conhecimento dos sistemas de ensino superior de cada uma
das instituições envolvidas na formação conjunta. Os resultados desta acreditação seriam
reconhecidos em todos os países que oferecem o referido programa.
Uma das linhas tradicionalmente convocadas para dar corpo à internacionalização de sistemas
nacionais de ensino superior aponta para a criação, por parte de instituições nacionais, de campi
noutros países.
25 Vd Anexo V.
57
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
apogeu, registando-se, nos últimos anos, um declínio no que respeita à procura dessas
instituições. Continua, contudo, a ser entendida como uma solução para a expansão internacional
de instituições de ensino superior.
No panorama português, algumas instituições privadas adotaram este modelo, com sucesso
limitado, criando instituições nos países africanos de língua portuguesa e, em poucos casos,
noutros países.
Refira-se que a criação dessas novas instituições subordina-se integralmente às normas legais em
vigor nos países de acolhimento e a relação com a instituição-mãe segue o quadro de uma
cooperação apenas institucional, sem qualquer interferência nos sistemas de ensino de cada um
desses países. Os graus concedidos nas instituições de países terceiros, muito embora criadas
por instituições de origem portuguesa, não são ―graus portugueses‖.
Esta modalidade não mobilizou até ao momento nenhuma instituição pública de ensino superior,
possivelmente por falta de enquadramento legal, havendo uma clara preferência pela constituição
de acordos de cooperação entre instituições públicas portuguesas e instituições de outros países.
A organização do ensino a distância tem, em Portugal e nos últimos anos, evoluído lentamente no
que respeita aos públicos que abrange. Pode, contudo, registar-se uma evolução tecnológica
interessante, a qual conduziu praticamente ao abandono da modalidade vídeo e à generalização
da tecnologia digital.
A pertinência do ensino a distância em Portugal foi, há uns anos, analisada com alguma
profundidade através de uma avaliação independente27. Nessa avaliação, para além das questões
relacionadas com a acreditação e com o financiamento, foi debatida o seu desenvolvimento, assim
como eventuais medidas legislativas que deveriam (ou poderiam) ser tomadas para fomentar a
expansão desta modalidade de ensino.
26 Pereira, A. et al (2012).
27 Hasan, A. et al (2009).
58
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
Esta convergência é essencial para evitar sobreposições28 e para permitir que o ensino a distância
consiga incorporar o que de melhor se produz no sistema de ensino superior em Portugal,
possibilitando que, pela qualidade, se atinja um conjunto de públicos não só no país, como
também no plano internacional.
O financiamento público da UAb é constituído por uma subvenção que não corresponde a critérios
de desempenho, nem ao cumprimento de objetivos previamente contratualizados, nem à
transferência de recursos em função dos seus estudantes, professores e atividades. Teria um
maior interesse, do ponto de vista da utilização dos recursos públicos, acertar uma fórmula de
financiamento que privilegiasse a convergência de atividades da UAb com as outras
universidades, garantindo após um nível de financiamento base uma parcela adicional
proporcional às formações em consórcio acordadas, designadamente à expansão conseguida no
plano internacional. Esta solução permitiria projetar, nesta modalidade de ensino, as áreas do
saber consolidadas nas designadas universidades presenciais e acrescentar (ou validar) a
componente tecnológica associada à formação a distância. Os diplomas que resultassem destas
formações poderiam ser diplomas conjuntos, previstos como tal na legislação29, permitindo atribuir
maior solidez aos percursos formativos.
Os exemplos de outros países, designadamente de Espanha, Itália ou Brasil, permitem afirmar que
o ensino a distância estabiliza, normalmente, em torno de um volume de estudantes próximo dos
10% do conjunto dos que frequentam o ensino superior. Em Portugal esse efetivo deveria situar-se
entre os 30.000 e os 40.000 estudantes. O corpo estudantil da UAb estabilizou, nos últimos anos,
aproximadamente em 10.000 estudantes. A estrutura e os recursos da UAb não lhe permitem ir
além daquele patamar, razão mais que suficiente para entender como prioridade o
estabelecimento de consórcios que resultem da convergência entre as instituições portuguesas. O
perfil de especialização das universidades presenciais deverá ser a linha definidora das áreas no
âmbito da qual esses consórcios deveriam ser estabelecidos.
28 Refira-se, a título de exemplo, que a Universidade Aberta tem praticamente preparado um curso de português como
língua estrangeira, iniciativa paralela a uma outra, que mobilizou um conjunto de universidades públicas sob o alto
patrocínio da Fundação Gulbenkian. Situações completamente sobrepostas que indiciam uma utilização de recursos
pouco eficiente.
29 Cf. Alínea c), n.º 1, artigo 42º do Decreto-Lei n.º115/2013, de 7 de agosto.
59
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
Regista-se o esforço que está a ser realizado no sentido de identificar os critérios mais ajustados a
esta modalidade de ensino, reflexão levada a cabo pela UAb, A3ES e outras instituições que
desenvolveram, nos últimos anos, uma oferta estruturada de ensino a distância.
60
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
dimensão (por exemplo no Reino Unido a Futurelearn34, em França, FUN France Université
Numérique 35, e em Espanha, a MiriadaX36).
Um levantamento dos MOOC europeus, feito pela EUA (European University Association) em
finais de 2013, apontava para a existência de 34537 em todo o EEES (incluindo MOOC da Rússia
e Turquia), envolvendo mais de 100 instituições de ensino superior (Gaebel, 2014).
O mesmo estudo refere que os MOOC europeus representariam cerca de um terço de todos os
MOOC existentes no mundo, sendo que a maior parte tem origem em instituições de ensino
superior norte-americanas.
É geralmente referido que os MOOC podem ter custos de desenvolvimento relativamente elevados
- havendo mesmo estimativas que apontam para um investimento inicial da ordem dos 250 a 300
mil euros por MOOC. Todavia os custos efetivos podem variar muito em função da sofisticação
dos meios de produção utilizados.
Não existe unanimidade sobre qual será impacte dos MOOC relativamente a alterações que
possam afetar o paradigma tradicional do ensino superior presencial. Há quem reconheça grandes
potencialidades (acesso aberto a ensino de qualidade, a baixo custo) mas, por outro lado, no
âmbito do ensino conferente de grau, sobretudo a nível do 1º ciclo do ensino superior
(licenciaturas), existe também um razoável consenso que aqueles cursos não poderão colmatar a
necessária interação professor/estudante proporcionada pelo ensino tradicional/presencial, ou por
formas mais testadas de ensino a distância.
O estudo promovido pela EUA (Gaebel, 2014) regista que em Portugal, em setembro de 2013,
havia apenas três MOOC em funcionamento, embora nos finais de outubro daquele mesmo ano só
um deles se mantinha ativo, da iniciativa da UAb em conjunto com outras instituições europeias e
financiado pela União Europeia38. Mais recentemente, foi anunciado um outro MOOC sobre Escrita
Criativa, oferecido pela Universidade de Coimbra39.
34 Vd https://www.futurelearn.com/
35 Vd http://www.france-universite-numerique.fr/
36 Vd http://www.miriadax.net/
37 O site da Comissão Europeia ( http://www.openeducationeuropa.eu/pt/find/moocs ), identifica a existência de 550
61
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
É também, ainda, relativamente incerto qual será a evolução dos MOOC relativamente à
certificação em geral e, em particular, à certificação de créditos transferíveis. A existência de
formas de certificação mediante pagamento de uma taxa de diploma/certificado ou o pagamento
de uma propina (por exemplo no âmbito da plataforma Udacity) pode indiciar uma alteração do
modelo de negócio associado a este fenómeno.
Refira-se que, para além dos MOOC, desenvolveram-se alguns conceitos próximos, como os
MOOR (massive open online resources) ou SPOC (small private online courses), cujo
desenvolvimento concorre para a densificação deste movimento.
Esta é uma realidade da qual as instituições portuguesas de ensino superior não se devem alhear
e considera-se estratégico estimular o desenvolvimento de MOOC portugueses e em português
como forma de integração das instituições de ensino superior nesse movimento global e, também,
para aumentar a notoriedade do ensino superior português no mundo, reforçando indiretamente a
atratividade deste nível de ensino para estudantes internacionais.
Reconhecimento académico
(i) O processo de registo para os graus de licenciado, mestre e doutor assenta no princípio
da confiança mútua. Este mecanismo visa simplificar o reconhecimento de graus
estrangeiros, promovendo a circulação de diplomados, quer no mercado de trabalho quer
na formação académica. Este regime introduz um mecanismo de reconhecimento da
classificação final com o intuito de afastar procedimentos burocráticos e manifestamente
injustos que vinham sendo adotados. Trata-se de uma medida inovadora, de um
procedimento de reconhecimento ―quase automático‖ que se revelou um caso de boas
práticas e que permitiu a mobilidade mais flexível de pessoas, removendo um obstáculo à
circulação de diplomados e permitiu acolher de forma mais célere os cidadãos que tenham
obtidos os seus graus no estrangeiro e que tenham escolhido Portugal como destino para
62
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
(ii) O sistema de equivalência e reconhecimento tem como base uma reavaliação científica do
trabalho que foi realizado com vista à obtenção do grau estrangeiro, nomeadamente
através de uma avaliação casuística em nível, duração e conteúdo programático. (DL
283/83)
Do ponto de vista nacional considera-se que a legislação existente sobre esta matéria constitui um
fator que não impede a atração de estudantes, docentes e investigadores. Regista-se uma
evolução muito positiva face ao ambiente de reformas que, na maioria dos países, se iniciou com o
Processo de Bolonha. A solução adotada por Portugal para o reconhecimento académico tem sido
apontada como uma boa prática, que poderá ser adotada por outros países.
Haverá, ainda, trabalho a desenvolver na área do reconhecimento de graus conjuntos (já referido
no ponto 6.1.), com impacto legislativo e que resulte numa ferramenta facilitadora e de estímulo às
instituições portuguesas no sentido de promoverem este tipo de graus e de, simultaneamente,
garantirem o reconhecimento dos mesmos.
Reconhecimento profissional
O reconhecimento profissional revela-se uma área que carece de um maior envolvimento do sector
do ensino superior, contribuindo para remover obstáculos que impedem a plena mobilidade de
profissionais.
No que respeita às profissões regulamentadas, a base assenta na Diretiva 2005/36/CE que veio
estabelecer regras de reconhecimento automático de um número limitado de profissões, com base
em requisitos mínimos de formação harmonizada, e de um regime geral com procedimentos a
aplicar caso a caso, para as restantes profissões.
O esforço, nesta fase, incide em encontrar medidas que facilitem o reconhecimento de graus
portugueses no estrangeiro. No âmbito do Espaço Europeu de Ensino Superior não existe
reconhecimento automático de graus e diplomas. Salvo eventuais acordos bilaterais entre Estados,
63
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
Com vista ao reconhecimento no estrangeiro das qualificações académicas portuguesas, têm sido
celebrados alguns acordos específicos de reconhecimento de graus e diplomas, entre os quais se
destacam:
Torna-se necessário promover e alargar o quadro deste tipo de acordos, estabelecidos entre
Governos, que permitem um processo de reconhecimento bilateral entre Estados. Recorde-se,
contudo, que, no âmbito da autonomia universitária, as instituições de ensino superior têm
capacidade e liberdade para celebrar autonomamente acordos com instituições de ensino superior
estrangeiras, incluindo na área da equivalência dos graus académicos.
64
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
7.1.1. Enquadramento
De acordo com os dados fornecidos pela OECD40, no que respeita a Portugal e para 2011, os
estudantes internacionais representavam 3,4% do total de estudantes inscritos no ensino superior
português. Este número afasta-se dos resultados que se podem obter através dos dados
fornecidos pela DGEEC, no que respeita a 2012/2013, que apontam para valores próximos de
6,5% (sem os estudantes Erasmus) ou para 8,1% se incluirmos a totalidade dos estudantes
internacionais. Estas discrepâncias resultam das diferentes metodologias utilizadas.
40 OECD (2013).
65
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
Figura 7 - Estudantes internacionais inscritos nas instituições de ensino superior (ano letivo 2012/2013)
10000
9000
8000
7000
6000
5000
4000
3000
2000
1000
0
Ucrânia
China
Itália
Alemanha
Turquia
Roménia
Reino Unido
Brasil
Polónia
França
Países Baixos
Moldova, República de
Angola
Bélgica
Timor Leste
Moçambique
Guiné-Bissau
República Checa
Fonte: DGEEC
Relativamente aos países com menos de 200 estudantes inscritos, o Quadro 4 espelha a enorme
diversidade na origem destes estudantes.
66
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
Fonte: DGEEC
Relativamente à distribuição dos estudantes internacionais pelo ensino superior público ou privado,
constata-se que estes se encontram maioritariamente inscritos em instituições do sector público
(81%). Neste sector, a componente universitária acolhe a maior parcela (79%), enquanto a
componente politécnica representa apenas 21%.
67
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
Figura 8 - Evolução dos estudantes internacionais, nos últimos dez anos pelos susbsistemas de ensino superior, público e
privado
2013
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
Fonte: DGEEC
Relativamente à distribuição dos estudantes internacionais por grau de ensino, a maioria desses
estudantes encontra-se a frequentar o primeiro ciclo (56%), os ciclos integrados de mestrado
(11%) ou os segundos ciclos (19%). Uma parte significativa (12%) encontra-se a frequentar
terceiros ciclos (Figura 9):
Fonte: DGEEC
A mobilidade de estudantes regista uma tendência crescente e alguns estudos estimam que o
número de estudantes que decide fazer o seu percurso académico no estrangeiro ultrapassará, em
2025, cerca do dobro no atual efetivo, pelo que se reconhece que há uma oportunidade para uma
68
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
aposta estratégica a fazer neste domínio. Presentemente Portugal acolhe o equivalente a cerca de
0,6% dos estudantes internacionais em mobilidade no mundo inteiro, o que corresponde a cerca
de 31.000 estudantes, incluindo estudantes Erasmus.
Nesse contexto, foi aprovado o Decreto-Lei n.º 36/2014, de 10 de março, que cria o Estatuto do
Estudante Internacional (EEI), respondendo desta forma a uma solicitação antiga das instituições
de ensino superior.
Na verdade, trata-se de um regime adicional que não afeta os alunos portugueses nem interfere
com os seus processos de acesso e ingresso.
Os estudantes admitidos através deste novo regime não serão considerados no âmbito do
financiamento público das instituições de ensino superior. Em contrapartida, e de acordo com o
previsto na lei do financiamento do ensino superior, as instituições públicas poderão fixar para
esses estudantes propinas diferenciadas, tendo em consideração o custo real da formação.
69
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
De acordo com este Estatuto, entende-se por ‗estudante internacional‘41 todo o estudante que, não
tendo a nacionalidade portuguesa, não se encontram em alguma das seguintes categorias:
Importa ainda referir que a aprovação deste Estatuto, tendo em conta o quadro dos acordos de
cooperação firmados pelo Estado Português, não prejudica os regimes especiais de acesso e
ingresso no ensino superior para estudantes bolseiros de países africanos de expressão
portuguesa, a saber:
No que se refere aos estudantes provenientes do Brasil, não existe um regime especial, pelo que
se aplicará a estes o EEI, previsto no Decreto-Lei n.º 36/2014, de 10 de março.
No que concerne às propinas, a generalidade dos países fixa um valor mais elevado para os
estudantes internacionais.
41 Refira-se que o conceito ‗estudante internacional‘, consagrado no Decreto-Lei nº 36/2014, de 10 de março, não
coincide com a definição utilizada pela OCDE para o estudante internacional, que é mais abrangente. Neste Relatório
adota-se a definição da OCDE.
70
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
Quadro 5 - Valor das propinas cobradas a estudantes internacionais em diversos países (2011/12)
Propinas idênticas para estudantes França, Alemanha, Itália, Japão, Coreia do Sul, México (7),
internacionais e domésticos Espanha
Notas:
(1) Propinas mais altas apenas para estudantes de países terceiros;
(2) Só são aceites propinas diferenciadas se os estudantes internacionais representarem mais que 2% do total de estudantes
inscritos numa instituição;
(3) Sem propinas para estudantes nacionais nas instituições públicas;
(4) Exceto estudantes de doutoramento ou estudantes australianos;
(5) Nas instituições públicas, estudantes internacionais pagam o mesmo que os estudantes nacionais que sejam de outro Estado.
Mas como quase todos os estudantes estão inscritos no próprio Estado, na prática os estudantes internacionais pagam mais que a
generalidade dos estudantes nacionais. Nas universidades privadas, as propinas são idênticas;
(6) Introdução de propinas em 2011, apenas para estudantes de países terceiros não inscritos em doutoramento;
(7) Algumas instituições cobram propinas mais altas aos estudantes internacionais;
(8) Estudantes pagam apenas uma registration fee de 286 €;
(9) As instituições de ensino superior podem cobrar propinas a estudantes de países terceiros em alguns mestrados.
A tendência prevalecente nos países nórdicos apontava para a isenção de propinas para este tipo
de estudantes. No entanto, tal tendência está a inverter-se perante o aumento do número de
estudantes internacionais, situação que provocou já uma grande pressão financeira sobre o
sistema de ensino superior desses países. Esta circunstância levou a Dinamarca, Suécia e
Finlândia a introduzirem o pagamento de propinas para estes estudantes, mantendo-se apenas a
Noruega como único país que não cobra propinas para estudantes internacionais.
Contudo, convém salientar que esta opção dos países nórdicos teve como consequência a queda
abrupta das candidaturas de estudantes provenientes de países terceiros.
O valor das propinas varia de país para país e é, em regra, mais elevado que o valor pago pelos
estudantes nacionais. No entanto, esse valor pode não corresponder ao custo real da formação
ministrada.
Em Portugal, com a aprovação do EEI, as instituições de ensino superior passam a poder fixar o
valor de propina que entenderem para os estudantes internacionais, tendo apenas um limite
mínimo, que corresponde à propina máxima fixada anualmente para os primeiros ciclos do ensino
superior público. Desta forma, as instituições de ensino superior podem adequar o valor da propina
71
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
a suportar pelos estudantes internacionais ao custo real de formação, convergindo com o que está
estabelecido pela lei do financiamento do ensino superior.
As instituições de ensino superior começam agora a definir, com base neste novo enquadramento
legal, o valor de propinas para estudantes internacionais42.
Contudo, convém frisar que a definição do valor de propinas a cobrar pode ser determinante para
a criação de uma vantagem competitiva do ensino superior português no mercado internacional,
pelo que deverá haver algum cuidado na fixação da propina para que a adoção do Estatuto não
seja contraproducente e acabe por afastar os estudantes que se pretende atrair.
Para além dos valores das propinas, a opção do estudante depende igualmente do custo de vida
na cidade (e no país) para onde pretende ir viver e estudar. Os custos de alojamento, alimentação
e transportes, entre outros, são elementos determinantes no momento de decisão do estudante.
Os custos com alojamento representam, regra geral, a principal fonte de despesa. A este nível,
podemos observar que a realidade nacional é muito diferente. Por exemplo, arrendar um quarto
em Lisboa pode representar, em média, um custo de €300,00 mensais, ao passo que arrendar o
mesmo quarto em Bragança pode corresponder a um terço ou menos desse valor.
A adoção do inglês por parte da comunidade internacional e da sociedade global como língua mais
utilizada conduz a que que existam cada vez mais ofertas formativas ministradas nesta língua.
Este fator facilita a atração de estudantes, principalmente dos oriundos de países não inseridos no
mundo lusófono, os quais por isso têm mais facilidade na frequência de ciclos de estudos fora dos
respetivos países. Na verdade, a componente linguística é um dos principais fatores de atração de
estudantes estrangeiros e tem tido particular relevância em países que optam por oferecer cursos
em inglês.
De acordo com a OCDE43, Portugal aparece, a par de países como a Polónia, Eslováquia, Suíça,
Turquia, França, Alemanha, entre outros, no grupo dos países que inclui na sua oferta formativa
alguns cursos ministrados total ou parcialmente em inglês. Contudo, esta oferta é limitada, e
concentra-se essencialmente nas áreas da Economia e Gestão. Assim sendo, Portugal encontra-
se ainda longe, no que a este elemento diz respeito, de países como a Dinamarca, Finlândia,
Holanda e Suécia, os quais têm uma ampla oferta de ciclos de estudo em inglês.
42 Por exemplo, uma universidade pública fixou para todos os estudantes internacionais uma propina única, no valor
de 7.000,00 euros anuais, distribuído por dez prestações. Contudo, outras universidades definiram diferentes valores
anuais para as propinas desses estudantes, variáveis de acordo com a tipologia dos cursos.
43 OECD (2013).
72
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
Assim sendo, importa reforçar as ofertas formativas em língua inglesa e proceder à criação de
programas de estudo internacionais, especialmente no âmbito do 2º e 3ºciclos (mestrados e
doutoramentos).
A Lei prevê a atribuição de vistos para estudantes, que podem ser de estada temporária ou de
residência. Se a solicitação for de estada temporária e com a duração inferior a quatro meses, o
visto é emitido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, com parecer prévio vinculativo do SEF
(a emitir no prazo máximo de 20 dias). As autorizações de estada ou residência superiores a
quatro meses são emitidas pelo SEF, assim como as prorrogações do visto. O prazo médio para a
emissão de visto para estada temporária tem sido de 16 dias após a formalização do pedido.
O beneficiário do visto (cidadão de países terceiros) tem que se deslocar a um posto consular
português. E embora a informação sobre a documentação que o estudante tem de preparar para
pedir um visto português seja previamente comunicada, nem sempre este procedimento é fácil. Na
verdade, não só o pedido do visto, como a respetiva emissão tem de ser presencial e realizado
junto de um qualquer posto consular português. Os procedimentos destinados à emissão prévia de
visto, a que os estudantes provenientes de países terceiros em Portugal se têm de submeter,
encontram dificuldades relacionadas com a existência de práticas administrativas diferenciadas
nos serviços. Prazos demorados, nalguns casos por força dos compromissos internacionais
(Schengen), inexistência de postos consulares, dificuldades dos estudantes (e de instituições) em
estabelecerem contactos em determinadas zonas do mundo (ex: África, China, algumas zonas da
América Latina) ou entraves à entrega de documentação essencial que instroem o requerimento
para emissão de vistos são problemas comuns que se verificam e que dificultam o processo.
Um dos bloqueios verificados consiste no seguinte problema: um estudante para ter visto tem que
estar já aceite pela instituição de ensino superior que pretende frequentar. Por sua vez, para se
matricular, é-lhe exigido, quase sempre, a apresentação do visto já emitido. Para resolver
questões como esta seria importante assegurar uma uniformização dos procedimentos e das
práticas administrativas dos diversos serviços da rede consular, através da disponibilização de
modelos de formulários em portal de internet (usando, por exemplo, as potencialidades do Portal
das Comunidades Portuguesas) e da criação de mecanismos que permitam o contacto direto entre
as instituições de ensino superior e as Embaixadas e Consulados, a fim de se agilizar o envio da
documentação necessária à emissão dos vistos.
73
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
O estudante proveniente de um Estado terceiro, que fixe residência como estudante do ensino
superior num Estado-Membro da União Europeia e que se candidate depois a frequentar em
Portugal parte de um programa de estudos (programa este que obriga a estadas em vários
países), pode beneficiar de um visto de residência para um prazo que facilite o prosseguimento
dos estudos em causa, mas que não poderá ultrapassar os 60 dias. Há ainda a possibilidade de
conceder uma autorização de residência ao estudante do ensino superior, titular de um visto,
desde que o requerente apresente prova de matrícula e do pagamento das propinas exigidas pelo
estabelecimento, meios de subsistência, definidos em legislação específica, e esteja abrangido
pelo Serviço Nacional de Saúde ou disponha de seguro de saúde. A autorização de residência e
válida por um período de um ano e é renovável, por iguais períodos. Se a duração do programa de
estudos for inferior a um ano, a autorização de residência tem a duração necessária para cobrir o
período de estudos.
Os Estados da CPLP decidiram adotar normas comuns para a concessão de visto para estudantes
nacionais desses países, celebrando um ―Acordo sobre Concessão de Visto para Estudantes
Nacionais dos Estados Membros da CPLP‖, o qual foi ratificado por Portugal em 25 de março de
2014. O acordo aplica-se aos cidadãos de um Estado da CPLP, aceites ou inscritos em curso
académico ou técnico-profissional, com uma duração mínima de três meses, lecionado em
estabelecimento de ensino público ou privado, reconhecido pelas normas internas de cada Estado.
O pedido de visto deve ser apresentado no prazo de 30 dias após aceitação da candidatura a
estabelecimento de ensino reconhecido e a decisão sobre o pedido de visto deve ser tomada no
mais curto espaço de tempo possível, que não poderá ultrapassar os 30 dias. O visto para estudo
terá a duração mínima de quatro meses e máxima de um ano.
A continuação dos estudos permite que o pedido de renovação da autorização de estada seja
apresentado 30 dias antes de expirar o prazo de validade da autorização original, devendo para
esse efeito o estudante fazer prova de frequência e de inscrição para o período letivo seguinte
num dos estabelecimentos de ensino reconhecidos.
Na verdade, no que a Portugal diz respeito, este acordo pouco trouxe de novo porque a legislação
existente já admitia um conjunto de procedimentos facilitadores da emissão mais célere de vistos
para os estudantes nacionais e países da CPLP.
74
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
países terceiros no país e se definir com maior amplitude a criação de condições para que estes
possam aqui exercer, em part-time, atividades profissionais.
Cumpre ainda fazer referência ao registo de cidadãos comunitários. De acordo com a Lei n.º
37/2006, de 9 de agosto, e no âmbito da residência por mais de três meses dos cidadãos da União
Europeia e dos seus familiares, o SEF retém informação sobre as suas estadas através da
obrigatoriedade de registo desses cidadãos nas Câmaras Municipais.
O certificado do registo de cidadãos comunitários deve ser solicitado por todos os cidadãos da
União Europeia que estejam em território português e cuja estada seja superior a três meses.
7.1.2.5. Acolhimento
A este nível pode desenvolver-se uma intervenção subsidiária por parte de outros organismos, tais
como o Alto Comissariado para as Migrações (ACM) e as Autarquias Locais. O acolhimento de
estudantes internacionais pressupõe uma integração social mais abrangente do que a simples
75
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
receção na instituição de ensino superior, incluindo uma interação com a experiência de cidadania
em Portugal e a aprendizagem da língua e cultura portuguesas.
O ACM, através do Centro Nacional de Apoio ao Imigrante (CNAI), assumindo-se como uma
espécie de ―loja do imigrante‖, disponibiliza um conjunto de serviços de apoio a imigrantes que
poderão ser mobilizados para o acolhimento dos estudantes internacionais em Portugal, a saber:
Refira-se que, no ano de 2013, o CNAI efetuou mais de 800 atendimentos a estudantes que
pretendiam o reconhecimento em Portugal dos seus graus e diplomas.
Uma das dificuldades persistentes é a obtenção imediata do ‗número de identificação fiscal‘ (NIF),
essencial para abrir uma conta bancária ou renovar o visto, algo que poderia ser facilitado se a
Autoridade Tributária e Aduaneira tivesse uma representação no CNAI.
A promoção das ações de acolhimento por parte das autarquias poderá ser fomentada através da
criação e atribuição de um ―selo de qualidade‖ aos municípios que preencham determinados
requisitos para a atração de estudantes internacionais.
Verificam-se algumas iniciativas para criação de estágios para estudantes estrangeiros em spin-
offs e start-ups nacionais, resultantes de um diálogo com os gabinetes de relações internacionais
das instituições de ensino superior e com as associações académicas.
76
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
7.1.3.Programas de mobilidade
O programa Erasmus Mundus (2013-2014) pode ser caracterizado através de alguns números:
7.1.3.2. Erasmus
77
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
No que respeita a SMS - Student Mobility for Studies (Mobilidade de Estudantes para Estudos) –
verifica-se que o crescimento foi apenas de 20% entre 2007/2008 e 2012/2013, registando
portando valores absolutos muito moderados.
Relativamente a SMP - Student Mobility for Placements (Mobilidade de Estudantes para Estágios)
– verificou-se um aumento muito significativo, tendo passado de 282 estudantes enviados para
realização de estágios profissionais em 2007/2008 para 1506 em 2012/2013, mas também com
valores absolutos relativamente baixos.
78
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
No que concerne aos países de destino, os estudantes Erasmus portugueses escolheram, entre
2009/2010 e 2011/2012, como países de destino preferenciais, a Espanha (1602), Itália (855) e
Polónia (756) (Figura 10).
Figura 10 - Estudantes Erasmus enviados (outgoing)
Relativamente aos estudantes Erasmus recebidos (incoming) entre 2007/2008 e 2011/2012, por
país de origem, podem realçar-se a Espanha (2610), Itália (1150) e Polónia (1176), que são os
principais países que fornecem estudantes a Portugal (Figura 11).
79
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
No domínio dos estágios profissionais, o fluxo de estudantes que tem escolhido Portugal regista
uma tendência crescente, embora atinja um número total bastante moderado e inferior aos
estudantes outgoing. A capacidade de atração de estudantes estrangeiros para realizarem
estágios em Portugal, designadamente em empresas, é muito limitada e variável (Quadro 7).
7.1.3.3. Erasmus+
O Programa Erasmus+, que conta com uma estrutura mais integrada e simplificada, tem como
objetivo aumentar as oportunidades de mobilidade transnacional e de cooperação. Dispõe de um
orçamento de 14,7 mil milhões de euros até 2020, o que representa um aumento na ordem dos
40% quando comparado com o financiamento nos últimos sete anos para estas áreas, tornando
visível o compromisso da União Europeia em investir mais na área da educação, da formação, da
juventude e do desporto.
80
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
O ensino superior representa cerca de 40% do orçamento do novo programa e uma oportunidade
clara para reforçar a cooperação entre instituições do ensino superior, potenciando a mobilidade
de estudantes, professores, investigadores e pessoal não académico. Assim, é possível identificar
nas Ações–chave do Erasmus+ várias linhas e programas que se aplicam ao ensino superior.
Esta ação representa um forte incentivo à mobilidade, que pretende ser mais inclusiva. Defende
como objetivo que até 2020 pelo menos 20% dos estudantes do ensino superior tenham
beneficiado de programas de mobilidade. A mobilidade de crédito, a maior ação do Programa, irá
englobar as ações antes desenvolvidas no âmbito da mobilidade Erasmus, isto é, fomentando a
mobilidade de estudantes, estágios e pessoal académico e não académico. No caso dos
estudantes, esta mobilidade poderá ter a duração de 3 a 12 meses, podendo a mesma decorrer no
quadro de estágios no ano que segue a conclusão do seu grau (2 a 12 meses). Os estudantes
podem realizar uma mobilidade Erasmus em cada ciclo de estudos. O programa Erasmus+ irá,
também, ter uma mobilidade de crédito internacional que incluirá ações antes desenvolvidas no
âmbito de programas europeus de cooperação externa (p.ex Erasmus Mundus) e permitirá o
intercâmbio, no âmbito do ensino superior, com países parceiros, portanto, extra participantes no
programa. Para além disso, o pessoal académico e não académico do ensino superior poderá,
igualmente, beneficiar da mobilidade individual para formação ou lecionação, em períodos de dois
dias a dois meses. Estima-se que no período de vigência do Erasmus+ sejam abrangidos, por
medidas de mobilidade, cerca de dois milhões de alunos do ensino superior e que a dimensão
internacional financie 135.000 intercâmbios de estudantes, professores, investigadores e não
académico com os países parceiros.
Outra grande oportunidade no Erasmus+, no que toca ao ensino superior, são os cursos de
mestrado conjuntos lecionados por instituições de ensino superior europeus e, em alguns casos,
de países parceiros, o que vêm dar continuidade a uma ação antes desenvolvida no âmbito do
programa Erasmus Mundus. Neste quadro, prevê-se que sejam atribuídas, até ao final do
programa, 25 mil bolsas para mestrados conjuntos.
Uma das grandes novidades do novo programa é a criação de um sistema de empréstimos com
garantia para promover a mobilidade de estudantes de mestrado. Os estudantes europeus de
81
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
mestrado poderão contrair empréstimos até 12.000€ para um ano de estudo, ou 18.000€ para dois
anos, para estudarem noutro país participante no Programa. Através deste novo mecanismo os
estudantes gozarão de condições favoráveis de acesso e de pagamento do empréstimo, devendo
para isso solicitá-lo junto dos bancos nacionais selecionados ou de agências de empréstimos a
estudantes. O programa prevê apoiar cerca de 200.000 empréstimos a estudantes de mestrado.
O Erasmus+ prevê financiar 25.000 parcerias estratégicas que podem envolver organizações
ativas nas áreas da educação, formação e juventude, bem como empresas, autoridades públicas,
organizações da sociedade civil. Estas parcerias deverão permitir um aumento da qualidade e da
inovação no ensino superior, servindo de ferramentas para a instalação da ‗Agenda da União
Europeia para a Modernização do Ensino Superior‘ .
Neste quadro serão apoiadas atividades que desenvolvam, testem e implementem novos curricula
conjuntos, programas conjuntos, programas intensivos ou módulos comuns; projetos de
cooperação com empresas; exploração do potencial dos ‗Recursos Educativos Abertos‘ e outros
tipos de aprendizagens colaborativas; integração de diversos modos de estudo (distância, a tempo
parcial ou modular).
Estas parcerias, além dos países participantes no programa, poderão incluir instituições de países
parceiros (países da Vizinhança e do Alargamento, a Rússia, bem como países das seguintes
regiões Ásia, América Latina, África, Caraíbas e Pacífico). Neste âmbito serão apoiados projetos
conjuntos que promoverão, entre outros, novos programas curriculares e graus, novas
metodologias de ensino e de aprendizagem, garantia da qualidade e governança, bem como os
instrumentos do Processo de Bolonha. Abrangem, também, os projetos estruturais que apoiarão
reformas ao nível nacional nos países parceiros, com o apoio das autoridades desses países em
matérias como políticas de modernização e governança do ensino superior. Poderá ainda surgir
uma política de mobilidade, tanto para alunos como para o pessoal não docente, para com os
países da Vizinhança e Alargamento. Neste quadro, destaca-se a possibilidade de apoiar nestes
projetos a mobilidade de estudantes e de pessoal académico e não académico, de e para os
países da Vizinhança e do Alargamento, à semelhança do que acontece na mobilidade de crédito.
c) Alianças de Conhecimento
82
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
Irá manter-se o Programa Jean Monnet com o objetivo de promover a excelência dos estudos
sobre a integração europeia no ensino superior, com o apoio continuado a professores e
investigadores e aos seus centros de excelência.
7.2.1. Enquadramento
Esta estratégia tem sido importante no que diz respeito à mobilidade de recursos humanos
altamente qualificados, promovendo a mobilidade externa (outgoing) de portugueses para o
estrangeiro e a captação (incoming) de elementos provenientes de outros países.
83
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
Para além disso, e ainda de acordo com o CRUP, foram contratados entre 2007 e 2010 cerca de
1.200 investigadores doutorados, dos quais 41% são estrangeiros.
É igualmente concedido visto de residência para o exercício de uma atividade docente num
estabelecimento de ensino superior a nacionais de Estados terceiros que disponham de adequada
promessa de contrato ou de um contrato de prestação de serviços.
As facilidades a conceder deverão ser estendidas aos familiares dos investigadores e/ou
professores, sendo este um dos aspetos essenciais que condiciona a escolha para a fixação num
certo país.
84
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
O professor ou investigador convidado é alguém cujo contributo, devido à sua especial qualificação
e especialização, é considerado essencial em determinado momento, e por um período definido, à
atividade da instituição contratante e pode ser:
44Decreto-Lei n.º 124/99, de 20 de abril, alterado pela Lei n.º 157/99, 14 de setembro e pelo Decreto-Lei n.º 373/99, de
18 de setembro.
85
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
A Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), no âmbito dos programas de bolsas de formação
avançada, atribui ‗bolsas de cientista convidado‘ a doutorados, detentores de currículos científicos
de elevado mérito, para o desenvolvimento e realização de atividades de investigação em
instituições científicas e tecnológicas portuguesas, incluindo direção ou coordenação de projetos
de investigação. A duração total deste tipo de bolsa pode variar entre um mês e três anos.
Os candidatos devem obter previamente autorização para a realização de licença sabática junto da
instituição a que se encontrem vinculados contratualmente. As candidaturas só devem ser
apresentadas após a obtenção desta autorização.
86
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
A duração da bolsa é, em regra, anual, renovável até ao máximo de três anos, não podendo ser
concedida por períodos inferiores a três meses consecutivos.
Investigadores
Nesta matéria, Portugal tem celebrado alguns acordos bilaterais, nomeadamente acordos de
cooperação em áreas como a educação, desporto, cultura, ciência e ensino superior. No que ao
ensino superior diz respeito, esses acordos incidem, essencialmente, sobre acesso e ingresso no
ensino superior e sobre reconhecimento mútuo de graus e diplomas.
No âmbito dos regimes especiais, existem vários acordos destinados a grupos específicos de
estudantes, com condições pessoais e/ou habilitacionais próprias, nomeadamente no que se
refere aos estudantes nacionais dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), que
sejam bolseiros (do Governo Português, dos governos respetivos, da Fundação Calouste
Gulbenkian), estudantes ao abrigo de convenções com a UE e outras ou, ainda, naturais e filhos
de naturais de Timor-Leste.
87
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
A promoção da mobilidade dos estudantes pode assim assumir-se como um primeiro passo na
criação de um verdadeiro Espaço de Ensino Superior da CPLP, fomentando posteriormente a
mobilidade de professores, investigadores e pessoal técnico e administrativo, através da
cooperação interinstitucional.
Um programa deste género poderá ser reforçado com outras componentes, designadamente pela
cooperação na avaliação da qualidade do ensino superior, bem como para a harmonização e
concertação do desenvolvimento curricular.
45A AULP apresentou recentemente, a pedido do Secretariado Executivo da CPLP, uma proposta que designou por
―Erasmus CPLP‖. Vd. Anexo VII.
88
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
A iniciativa ‗Ciência Global‘, promovida pela FCT, destinada a conceder bolsas de doutoramento
para estudantes dos PALOP desenvolverem os seus projetos em Centros de Investigação
portugueses, inseriu-se já neste domínio e permitiu iniciar informalmente as atividades do Centro
UNESCO.
89
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
90
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
O facto da língua portuguesa ser atualmente a terceira língua europeia mais falada no Mundo e
sabendo que, previsivelmente, haverá em 2050 cerca de 350 milhões de falantes, constitui não
apenas um universo de oportunidades em si mesmo, como representa também um poderoso fator
de atração para outros potenciais interessados em ‗fazer negócios em português‘.
Aprender português e aprender em português deve ser valorizado como um fator de atração tanto
para os milhões de jovens falantes de língua portuguesa, em idade de frequentar o ensino
superior, como para uma perceção de oportunidades para jovens falantes de outros idiomas.
Reconhece-se, todavia, que a integração dos jovens portugueses e do ensino superior português
em geral no mundo globalizado requer, igualmente, uma proficiência de outras línguas
estrangeiras, em especial o domínio da língua inglesa que se tornou nos últimos anos a ‗língua-
franca‘ do ensino internacional.
91
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
A multiplicação da oferta de cursos em inglês constitui também uma oportunidade para a melhoria
das competências dos estudantes falantes de português e para melhorar as competências do
corpo docente, na modalidade de internacionalização interna.
NÚMERO DE ANOS
EXAMES 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
A1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 37 0 0 0
A2 45 104 73 53 77 110 134 211 237 276 195 1.977 1.983 3.324
B1 58 98 101 88 104 200 267 326 355 463 456 357 499 551
B1 escolar 0 0 0 0 0 0 0 0 17 16 5 4
B2 89 118 145 153 120 294 347 382 421 501 449 408 435 667
92
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
B2 escolar 0 0 0 0 0 0 0 0 6 9 13 8 5
C1 74 114 135 135 117 185 209 228 283 284 270 252 271 339
C2 61 114 86 90 91 83 106 108 116 119 131 92 109 130
TOTAL 327 548 540 519 509 872 1.063 1.255 1.412 1.666 1.563 3.104 3.305 5.020
Fonte: CAPLE
Esta oportunidade poderá beneficiar tanto o ensino superior a distância em português, como
também reforçar as decisões de estudantes que queiram vir estudar para Portugal. Esta
possibilidade deverá ser aprofundada no âmbito da aplicação do EEI, designadamente para efeitos
de exigências linguísticas prévias à admissão do estudante.
O Camões I.P. deverá colaborar com UAb e outras instituições de ensino superior portuguesas
para o desenvolvimento de PLE a distância.
Poderá ser conveniente, nessa ação, visar mercados específicos para este objetivo: p.ex. os
métodos de PLE para ensino a distância de falantes de línguas não europeias são normalmente
diferentes e específicos dessas línguas (p.ex. falantes de chinês).
A rede do Camões I.P. no estrangeiro deverá ser utilizada como meio de promoção para reforçar a
atratividade do ensino superior português, através da difusão de informação sobre as
oportunidades de estudo em Portugal.
Este meio de promoção deverá estar em especial ligado ao estabelecimento de parcerias entre as
instituições de ensino superior português e as instituições estrangeiras que acolhem leitorados do
Camões I.P. ou que desenvolvem outras formas de relacionamento com aquele Instituto,
designadamente para efeitos de cursos de Verão em instituições de ensino superior portuguesas
e/ou de estágios em Portugal.
93
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
O Camões I.P. dispõe atualmente de uma extensa rede de 350 ligações com instituições
estrangeiras de ensino superior, que inclui 50 leitorados e cerca de 300 protocolos de colaboração,
vocacionada para o ensino de PLE que poderia ser utilizada para estimular a aproximação com
instituições de ensino superior portuguesas e fomentar o estabelecimento de consórcios e formas
inovadoras de colaboração e estímulo da mobilidade entre aquelas instituições e instituições de
ensino superior portuguesas.
Uma ação coordenada do Camões I.P. com as instituições de ensino superior portuguesas junto
da rede de instituições de ensino superior estrangeiras poderia contribuir para reforçar as opções
prioritárias do Camões I.P. para a difusão língua portuguesa. Simultaneamente, poderia também
orientar as instituições de ensino superior portuguesas para áreas geográficas consideradas
prioritárias e com potencial de atração de estudantes internacionais para estas instituições (por
exemplo, CPLP e países africanos vizinhos, Comunidades Portuguesas na América do Norte e
Europa, Ásia/Macau e América Latina).
Assim, o ensino e a proficiência da língua inglesa deverão ser considerados como uma prioridade
estratégica nacional no âmbito da internacionalização. Com declinações a todos os níveis do
sistema nacional de ensino, incluindo no ensino superior, devendo as instituições portuguesas de
ensino superior, como regra, estimular e garantir a proficiência de língua inglesa dos seus
estudantes
É igualmente recomendada a proficiência de uma segunda língua estrangeira, para além do inglês,
como elemento facilitador da integração multicultural e da mobilidade dos estudantes portugueses
do ensino superior.
94
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
95
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
96
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
A criação de uma marca ‗Study in Portugal’, que estabeleça um selo de qualidade e de confiança
sobre o sistema nacional e as suas instituições e que possa ser facilmente identificável no plano
internacional, torna-se um fator essencial. O desenvolvimento e a gestão desta marca deveria ser
da responsabilidade de uma entidade central, de forma a melhor aproveitar os recursos
disponíveis.
Através desta marca será fundamental conceber e preparar material promocional (brochuras,
panfletos, etc.) com informação completa sobre o ensino superior português, pelo menos em
português e inglês, e recorrendo a uma linguagem clara, acessível e direta.
Mas a principal aposta deverá ser na criação de um portal na internet, veículo indispensável para a
promoção alargada do ensino superior português, que compile toda a informação (pelo menos,
numa fase inicial, deverá estar em português e inglês, mas desejavelmente noutras línguas como
o francês, espanhol e mandarim) sobre o sistema português de ensino superior, a sua rede de
instituições, a oferta formativa, as condições de acesso e ingresso, assim como o valor das
propinas. Este portal deverá, também, conter informação genérica sobre o acolhimento e as
condições de vida em Portugal, nomeadamente, o custo de vida, o acesso ao sistema de saúde,
alojamento, a concessão de vistos, etc.
97
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
Para dar corpo a estas iniciativas, a DGES, de acordo com as orientações da tutela, procedeu já
ao registo do domínio e da marca ‗Study in Portugal‘ e lançou um concurso de ideias para o
logótipo.
Deverá manter-se um esforço de participação em feiras, como a NAFSA nos Estados Unidos,
atendendo à sua dimensão e efeito multiplicador da informação que é prestada e às relações de
rede que nelas se estabelecem. Naturalmente, a articulação com outras entidades, como a AICEP,
as Embaixadas e Consulados e o Turismo de Portugal, será fundamental para garantir uma
participação ativa e profícua nestes certames.
Neste âmbito, será também de se equacionar a realização de roadshows, uma prática cada vez
mais utilizada de promoção, que permite estabelecer contactos e parcerias entre os atores chave
no ensino superior. Estes roadshows podem igualmente incidir sobre uma temática ou um ciclo de
estudos específicos, sendo um formato de promoção mais flexível e sobretudo direcionado.
É importante que as diversas atividades promocionais que se destinem a projetar o ensino superior
português se executem sob uma mesma marca e sirvam de elemento agregador e complementar
das diversas atividades. Deste modo poderá garantir-se um maior impacto a nível internacional
com o investimento numa imagem unificada.
98
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
Assim, os maiores contingentes de estudantes tiveram origem, nos últimos dez anos, nos países
da CPLP e da União Europeia. Um outro grupo integra estudantes nacionais de países europeus
não integrados na União Europeia e de países asiáticos. Os cidadãos dos países do Magrebe, não
obstante a proximidade geográfica e a importância estratégica, estão muito pouco representados.
As restantes áreas geográficas (África sem os PALOP, América do Norte, América Latina sem
Brasil e Médio Oriente) tiveram em 2013 um comportamento positivo convergente, não atingindo
contudo o milhar de estudantes por cada uma dessas áreas geográficas (Figura 12). Valerá a pena
sublinhar a presença crescente de estudantes do Médio Oriente (sobretudo do Irão), que
registaram um crescimento positivo e que superou a tendência verificada nas outras categorias de
países.
No que respeita aos estrangeiros que desempenham funções docentes no sistema de ensino
superior português, a sua distribuição está naturalmente concentrada nos países da Europa (União
Europeia e outros) e em alguns países da CPLP, designadamente por ordem decrescente, do
Brasil, de Angola e de Moçambique.
Fonte DGEEC/DGES
» facilidade linguística;
99
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
Estão nestes casos os países da CPLP, da América Latina e do Magrebe. No âmbito da CPLP, os
países que integram esta Comunidade têm dados passos moderados para a consolidação do
Espaço de Ensino Superior da CPLP, aprovada em 2004, na Conferência dos Ministros com a
tutela do ensino superior, realizada em Fortaleza, Brasil. Os principais problemas que afetam o
desenvolvimento deste Espaço de Ensino Superior foram anteriormente abordados,
reconhecendo-se que encerra um enorme potencial.
100
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
No que respeita ao Espaço Ibero-americano, desde 1985 que foi dado um novo impulso à
cooperação através da reformulada de Organização dos Estados Ibero-americanos para a
Educação, a Ciência e a Cultura. As problemáticas relacionadas como papel do ensino superior
nas respetivas sociedades têm sido abordadas nas diversas Cimeiras, admitindo-se que é
igualmente um fórum com enorme potencial no que respeita ao estabelecimento de acordos
intergovernamentais.
Finalmente na área do Mediterrâneo, foi criada há menos de dez anos o Espaço EUROMED de
Ensino Superior, reunindo os onze países da margem Sul e os Estados-Membros da União
Europeia. O reforço da cooperação entre os países do EUROMED beneficiou, no passado, do
Programa Meda e dos programas de cooperação transfronteiriça da União Europeia. É igualmente
um espaço de ensino superior com muito potencial e que necessita de uma maior dinamização,
podendo Portugal assumir aí um papel significativamente mais ativo.
No Quadro 11 (supra) pode verificar-se o enorme efetivo de população jovem existente nos países
indicados, prevendo-se uma crescente pressão para a frequência do ensino superior. Esta
característica, a par dos elevados níveis de crescimento económico, permite antever múltiplas
possibilidades de cooperação, não só para a atração de estudantes, como também para o
estabelecimento de projetos comuns nas áreas do ensino superior e da investigação científica.
101
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
102
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
As Conclusões e Recomendações avançadas contemplam, em cada uma das áreas em que estão
organizadas, três tópicos: problemática resumida, soluções preconizadas e capacidade
institucional a envolver nas respetivas concretizações. Estas Conclusões e Recomendações
desagregam-se em quatro Áreas Temáticas:
103
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
O modelo generalista, assumido por quase todas as instituições de ensino superior (com maior
realce para a componente pública), deverá desejavelmente dar progressivamente lugar à adoção
de perfis especializados, conciliando a respetiva base científica (preferentemente diferenciada para
os dois subsistemas de ensino superior: politécnico e universitário) com a excelência atingida num
número limitado de domínios científicos e com a capacidade instalada em cada uma das
instituições. Os apoios públicos à internacionalização, a contratualizar com cada instituição de
ensino superior, deverão ser condicionados à identificação do respetivo perfil de especialização, o
qual, à semelhança do que é adotado em diversos países, permitirá orientar a ação internacional
dessa instituição, fazendo-a convergir com as áreas estratégicas da política nacional de
cooperação externa.
A definição dos perfis de especialização deverá basear-se numa bateria de indicadores (por
exemplo: áreas de relevante produção científica; presença em redes internacionais de I&D;
diplomas outorgados através de pós-graduações de âmbito internacional; participação em
consórcios nacionais, com empresas ou instituições, estruturados para a cooperação internacional,
etc.) e terão de integrar as capacidades instaladas que se encontram disponíveis para a
internacionalização.
Os perfis de especialização deverão ser elaborados pela FCT, A3ES e DGES, com o
acompanhamento do CRUP, CCISP e APESP e posteriormente acordados com as instituições de
ensino superior.
Constata-se, contudo, que a capacidade para formalizar estas parcerias, que seriam
previsivelmente facilitada pela Reforma de Bolonha, encontra-se ainda dificultada por via dos
diferentes mecanismos administrativos aplicados nos diversos países. A acreditação destas
formações tem obrigado a uma intervenção segmentada, por país, em resultado da ainda difícil
articulação entre as diferentes agências nacionais de acreditação.
104
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
A organização de cursos que conduzam à outorga de duplas (ou múltiplas) titulações entre
instituições nacionais é difícil. A outorga dessas titulações em resultado de formações organizadas
com instituições estrangeiras deverá basear-se, no quadro da autonomia das instituições, em
critérios de exigência e de qualidade.
O ensino a distância sofreu, nos últimos anos, uma profunda evolução dos meios tecnológicos que
utiliza. Neste domínio a intervenção das instituições de ensino superior portuguesas é ainda
relativamente limitada, muito diversa, descoordenada e não raras vezes sobreposta. Identificam-se
dois grandes públicos-alvo desta área de ensino: os ativos que pretendem conciliar a sua atividade
profissional com a procura de novos conhecimentos e os membros das comunidades portuguesas
espalhadas pelo mundo, seja em países da CPLP, seja noutros territórios onde se encontra a
diáspora da língua portuguesa. A oferta de ensino a distância deveria distinguir os cursos
conducentes a grau dos outros cursos de curta duração. Neste âmbito, registe-se as instituições
portuguesas têm uma oferta muito limitada de MOOC, situação que importa, no futuro, inverter.
105
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
Este domínio constitui claramente um ponto-forte no âmbito das competências das instituições de
ensino superior portuguesas, que, como tal, deve ser valorizado.
Para além das diversas opções que em domínios estratégicos pontuais deverão ser tomadas
(expansão do PLE, preparação para a frequência do ensino superior, aquisição de proficiência
linguística de português para o desempenho de atividades profissionais, reflexão e estudo
universitários sobre a língua e a cultura, etc.), considera-se crucial a coordenação e convergência
entre as diversas iniciativas.
Com efeito, a multiplicação de agentes que intervêm nos diversos aspetos da valorização da
língua portuguesa, se apresenta uma diversidade e dinamismo assinaláveis que é muito positiva,
pode também tornar mais difícil a concretização de soluções eficazes e eficientes. Assim,
considera-se que assume particular importância a identificação de um organismo de referência (ou
centro de racionalidade) para a língua portuguesa que intervenha na definição das áreas
consideradas prioritárias, na convergência das iniciativas, na definição de mecanismos para a
partilha de recursos e, em suma, no suporte estratégico à valorização da língua portuguesa.
106
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
Por outro lado, a promoção da língua portuguesa, enquanto instrumento para a atração de
estudantes, professores e investigadores internacionais para estudarem ou trabalharem nas
instituições de ensino superior portuguesas, recomenda uma redobrada atenção ao ensino de
português para estrangeiros.
As instituições de ensino superior que participem no Programa Erasmus+ terão, para esse efeito,
acesso a fundos europeus destinados à organização de cursos de português oferecido aos
estudantes em mobilidade Erasmus. Estas ações deverão ser ampliadas e coordenadas com as
modalidades de ensino do português a distância e com a melhor articulação com a rede do
Camões I.P..
A proficiência multilinguística constitui uma das competências globais essenciais para a inserção
do ensino superior português no ambiente do ensino internacional e na economia global. Neste
domínio cabe realçar a necessidade de desenvolver competências linguísticas em geral na
população e, muito em particular, nos jovens e estudantes portugueses do ensino superior,
permitindo a circulação, sem dificuldades desse foro, no mundo atual.
Naturalmente, na fase que atravessamos, é a língua inglesa que predomina no âmbito do ensino
superior e da investigação científica, razão pela qual se considera fundamental, por um lado, a
proficiência de língua inglesa de todos os estudantes portugueses do ensino superior e, por outro,
a multiplicação de formações oferecidas em língua inglesa, em especial os mestrados e
doutoramentos.
É igualmente por esta via que se pode elevar o nível de internacionalização das instituições de
ensino superior portuguesas, especialmente na modalidade de internacionalização interna
(internationalization at home), bem como contribuir para a atração de mais estudantes
107
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
internacionais que, ainda que interessando-se pela realidade e pela língua portuguesa, procuram e
frequentam formações oferecidas em língua inglesa.
Recomenda-se, ainda, a atenção das instituições nacionais para a preparação linguística dos seus
estudantes em mobilidade externa (outgoing), não apenas quanto à proficiência da língua inglesa,
mas também quanto às línguas nacionais dos países de destino. Esta recomendação é reforçada
pela evolução a que se assiste presentemente em alguns países, que passaram a exigir um nível
de proficiência mínima nas suas línguas nacionais (normalmente B247) para os estudantes
internacionais que acolhem.
108
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
B. ÁREA DA MOBILIDADE
A circulação de pessoas entre países está, reconhecidamente, facilitada pela adoção de acordos
entre países, pela disponibilização de circuitos de informação e pela possibilidade de, num curto
espaço de tempo, se poder ter acesso a informação qualificada. Muitas das dificuldades para a
obtenção de vistos de entrada em Portugal por parte de estudantes, de professores e de
investigadores têm principalmente duas origens. A primeira decorre do volume de pedidos que, em
momentos pontuais, são requeridos, o que se verifica normalmente em países pertencentes à
CPLP. A segunda dificuldade resulta do facto da rede de representações consulares portuguesas
não estar fisicamente presente na totalidade dos países.
A primeira dificuldade tem sido solucionada através da simplificação dos mecanismos para a
emissão de vistos, modalidade que existe já entre os países da CPLP e que o recente Acordo para
a concessão de vistos específicos para estudantes e professores, nos países daquela
Comunidade, poderá facilitar.
A segunda dificuldade é mais complicada de resolver, pois no caso de não haver representação
consular no país de origem, o estudante, o professor ou o investigador tem que se deslocar a um
país próximo, onde exista essa representação, para solicitar o visto e para aguardar pela sua
eventual concessão. Duas interações que são obrigatoriamente presenciais e que exigem
normalmente uma estada de alguns dias num país terceiro, desde a apresentação do pedido do
visto até à sua concessão, o que pode inibir alguns candidatos de escolherem o sistema
português.
A boa colaboração entre a rede diplomática e o SEF tem facilitado a questão, admitindo-se que no
futuro essa cooperação possa ser mais estreita e permitir reduzir ainda mais o período de análise
que medeia entre o pedido do visto e a sua eventual concessão.
109
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
A melhoria das condições de acolhimento tem constituído uma preocupação crescente dos países
que se preocupam em definir estratégias de internacionalização dos respetivos sistemas de ensino
superior. Nesta problemática inserem-se questões administrativas, linguísticas, culturais e,
também, relacionadas com a gestão local.
No plano das dificuldades administrativas, deverá adotar-se nas relações entre a Autoridade
Tributária e Aduaneira e as instituições de ensino superior um mecanismo semelhante ao que já
existe entre estas instituições e o SEF. Trata-se de uma aplicação informática, designada por
ISU48, que relaciona os cidadãos estrangeiros com o SEF, através das instituições de ensino
superior onde estudam ou trabalham, simplificando o acesso aos vistos de permanência ou às
autorizações de residência. Com a Autoridade Tributária e Aduaneira deveria estruturar-se uma
aplicação semelhante por forma a simplificar a emissão do respetivo número de contribuinte
(necessário para operações bancárias e para a generalidade dos contratos).
Ainda no que respeita ao acolhimento, considera-se que o ACM deverá manter e reforçar o seu
papel, prestando, em colaboração com as instituições de ensino superior, as informações
logísticas necessárias à vida quotidiana em Portugal e esclarecendo as eventuais dificuldades
burocráticas que a permanência no nosso país pode, num primeiro momento, acarretar. Será
110
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
As diferenças ainda existentes entre os sistemas de ensino superior nos países da CPLP
introduzem dificuldades para uma eventual elaboração de um Programa de Mobilidade deste tipo.
A solução poderia ser gradual e abranger sucessivamente os diversos graus, valorizando os que
têm um desempenho equiparável.
A participação do mundo empresarial num Programa de Mobilidade permitiria avançar com pós-
graduações (mestrados e doutoramentos) que pudessem prever a frequência da componente
escolar num país e a elaboração de dissertações noutro país, estas realizadas em ambiente
empresarial. O Centro UNESCO, recentemente aprovado por aquela organização das Nações
Unidas, poderá ser um instrumento eficaz na promoção da mobilidade de estudantes de pós-
graduações e de investigadores e professores.
111
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
Nesse sentido, as medidas que apoiam essa atração deveriam ser ampliadas e estabelecidas em
regime de contratualização com as instituições de ensino superior, por via da FCT. Esta entidade
oferece já apoios que poderão ser multiplicados para a concretização desta recomendação,
designadamente as Cátedras Convidadas ou os Investigadores FCT, pelo que se deveriam afinar
essas linhas de apoio e reorientá-las com maior impacte para a internacionalização.
112
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
C. ÁREA DA PROMOÇÃO
C.1. Marca
A DGES procedeu ao registo da marca ‗Study in Portugal‘ que poderá ser utilizada para os
esforços de promoção do ensino superior português. A entidade responsável pela coordenação
das iniciativas de promoção externa deverá definir as condições que poderão permitir a utilização
da marca, admitindo que o que se pretende é associar a esta marca o que de maior qualidade se
pode oferecer, em Portugal, no domínio do ensino superior.
Este portal deverá ser gerido pelo organismo encarregado de executar a estratégia de
internacionalização do ensino superior português e comportará um acesso facilitado aos links de
todas as instituições de ensino superior portuguesas e de todos os serviços e organismos do
Estado, das autarquias e outros que sejam necessários para prestar uma cabal informação sobre
esta matéria.
113
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
Como sugestões, avançam-se com três feiras que poderão ser consideradas para a presença e
promoção do sistema de ensino superior português:
Outra vertente da promoção terá que estar orientada para áreas geográficas e países que
possibilitem uma relação próxima com o sistema de ensino superior português, organizando
formações e projetos conjuntos ou intensificando a mobilidade das respetivas comunidades. Uma
especial atenção deverá ser dada às Comunidades Portuguesas espalhadas pelo Mundo. Nesse
114
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
sentido, poderão ser lançadas campanhas específicas orientadas para esses territórios, com
metas claras e meios ajustados, valorizando os benefícios mútuos que a existência desse apoio
poderá suscitar.
A promoção internacional de sistemas de ensino superior recorre cada vez mais a meios
eletrónicos de difusão, reconhecendo-se que os materiais tradicionais (folhetos, brochuras, etc.)
têm uma utilidade limitada.
115
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
D. ÁREA DA GOVERNANÇA
Neste contexto, admite-se que, de acordo com um diagnóstico específico realizado a cada
instituição de ensino superior, possa haver a necessidade de reforço da sua capacitação
institucional, através de formação especializada, do estímulo de iniciativas de disseminação de
informação e de boas práticas nacionais e/ou internacionais, da promoção de parcerias específicas
para o efeito, designadamente da criação de redes de cooperação institucional.
116
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
D.2. Governança
Assim, qualquer estratégia vencedora neste âmbito terá que ultrapassar esta situação através da
adoção de mecanismos de coordenação e de racionalização que, respeitando a autonomia de
planeamento e de execução das iniciativas por parte das instituições de ensino superior,
acautelem a desejável coerência na conceção, implementação e articulação dessas iniciativas.
Para além das soluções parciais, referidas nos respetivos domínios específicos - por exemplo, a
atribuição a um organismo da função de referência na promoção da língua portuguesa -,
recomenda-se a implementação de um ‗centro de racionalidade‘ para a internacionalização do
ensino superior português, que deverá ser constituído por duas entidades de âmbito diferenciado:
um organismo com funções executivas e responsabilidade pela gestão e monitorização da
estratégia e um outro com funções de reflexão, aconselhamento e acompanhamento estratégico.
117
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
- Conhecimento
acumulado;
- Capacidade de
articulação;
- Relação direta com o
Solução integrada na estrutura da
Governo e com os
Administração direta do Estado, através - Eventuais dificuldades
organismos de gestão financeira;
da atribuição desta competência à
Direção Geral do Ensino Superior representativos das
1 instituições de ensino
- Eventuais dificuldades
superior
(eventualmente criando para o efeito uma de captação de recursos
- Aproveitamento de
unidade orgânica flexível, uma Direção de humanos qualificados
uma estrutura existente
Serviços ou uma estrutura de missão)
e vocacionada para o
ensino superior
- Implementação quase
imediata
- Criação de uma
estrutura nova
- Maiores custos
Solução autónoma, tutelada pelo MEC, - Melhor identificação - Dificuldade de
2 resultante da criação de uma Agência das suas atribuições recrutamento de
Nacional. - Maior focagem recursos humanos
qualificados
- Tempo de
implementação
Assim, propõe-se para este efeito a criação de um ‗Conselho para a Internacionalização do Ensino
Superior‘ em cuja composição deverão estar representados todos os stakeholders envolvidos:
118
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
D.3. Financiamento
119
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
Admite-se que seja necessário uma reorientação e/ou o reforço de recursos por parte de algumas
instituições para modelos mais sustentáveis, por exemplo, através da definição de resultados a
atingir ou de parcerias a estabelecer.
(i) No âmbito das negociações para a aprovação do Programa Portugal 2020, foi proposto
que alguns mecanismos relacionados com a internacionalização do ensino superior
estivessem previstos, como prioritários, nos diversos dos Programas Operacionais, na
sequência aliás do que tinha sido oportunamente referido no Acordo de Parceria. Este
ajustamento deverá permitir a elegibilidade das instituições de ensino superior e o
financiamento de iniciativas específicas no âmbito da internacionalização, bem como
enquadrar a atribuição de outro tipo de financiamentos que possam concorrer
indiretamente para aquele objetivo.
(ii) Programas geridos diretamente pela Comissão Europeia (Erasmus+ e Horizonte 2020). A
estratégia de internacionalização do ensino superior português valoriza e estimula o
reforço da capacidade das instituições para a captação de financiamentos em regime
competitivo no âmbito da União Europeia. A participação das instituições portuguesas de
ensino superior nestes programas será apoiada proactivamente por todos os serviços e
organismos da Administração Pública, não apenas através do financiamento de iniciativas
de internacionalização, mas também como o objetivo específico de elevar o perfil
internacional das instituições envolvidas e contribuir para a sua integração nas redes
globais de conhecimento, investigação e inovação.
120
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
121
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
122
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
ANEXOS
123
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
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UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
125
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
126
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
Aerden, A. & Reczulska, H. (2012) – Guidelines for Good Practice for Awarding Joint Degrees,
European Consortium for Accreditation in Higher Education.
Aerden, A. & Lokhoff, J. (2013) – Framework for Fair Recognition of Joint Degrees, European
Consortium for Accreditation in Higher Education.
Banks, M.; Olsen, A.; Pearce, D. (2007) – Global Student Mobility: an Australian Perspective Five
Years On, Sydney, IDP Education Pty Ltd.
Baumgartner, J. (2013) – The Economic Benefits of International Student Enrollment to the U.S.
Economy
Blanc de la Carrere, T. & Frederiks, M. (2013) – Single Accreditation of Joint Programmes: pilots
evaluation report. European Consortium for Accreditation in Higher Education
Bohm, A.; Davis, D.; Meares, D.; Pearce, D. (2002) – Global Student Mobility 2025, Sydney, IDP
Education Pty Ltd.
Chaney, M. (Coord.) (2013) – Australia – Educating Globally, Advice from the International
Education Advisory Council, Commonwealth of Australia.
Chiao-Ling Chien & Felly Chiteng Kot (2012) - New Patterns In Student Mobility In The Southern
Africa Development Community, UIS Information Bulletin no. 7, UNESCO, Paris 2012.
Gaebel, M. (2014) – MOOC, Massive Open Online Courses, EUA Occasional Papers.
127
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
Hénard, F.; Diamond, L.; Roseveare, D. (2012) – Approaches to Internationalization and their
Implications for Strategic Management and Institutional Practice, A guide for Higher
Education Institutions, OECD – IMHE.
Lawton, W. et al (2013) – Horizon Scanning: what will higher education look like in 2020?,
Observatory on Borderless Higher Education.
Munch, C.; Hoch, M. (2013) – The financial Impact of Cross-border Student Mobility on the
Economy of the Host Country, Berlin, Federal Ministry of Education and Research.
Pereira, A.; Mendes, A.; Morgado, L.; Amante, L.; Bidarra, J. (2012) – Modelo pedagógico virtual
da Universidade Aberta. Para uma Universidade do futuro. Lisboa, Universidade Aberta.
128
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
129
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
130
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
1. Enquadramento
Deve destacar-se que há Agências de promoção do ensino superior que já têm percursos muito
longos, como é o caso do German Academic Exchange Service (DAAD - Alemanha) que surgiu em
1925. Podemos referir, também, outras grandes Agências como CampusFrance (antes ÉduFrance,
criada em 1998), o Netherlands organisation for international cooperation in higher education
(NUFFIC, surgiu em 1952) ou o British Council (datado de 1934). Estas quatro Agências europeias
são das maiores e estão presentes em vários países, reforçando a sua capacidade e ação de
promoção.
131
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
132
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
Segue-se uma breve apresentação das estruturas de promoção do ensino superior da Áustria,
Bélgica (Comunidade Flamenga), Espanha, Estónia, Finlândia e República Checa.
a) Áustria
OeAD -GmbH - Austrian agency for international mobility and cooperation in education,
science and research
Características: criada em 1961 como associação dos Reitores austríacos para apoiar os
estudantes internacionais na Áustria. Desde 2009 é uma empresa de responsabilidade
limitada. Orçamento para 2013 foi de mais de 50 milhões de euros e tinha cerca de 190
pessoas a trabalhar nesta Agência.
Estrutura:
- Departamentos internos: Recursos Humanos/infraestruturas e jurídico; Financeiro; e
Comunicação e Marketing
- Departamentos operacionais: (i) Centro para a cooperação e mobilidade internacional
(inclui Gabinetes Regionais), (ii) Qualificação, transparência e qualidade; e (iii) Agência
Nacional para a Aprendizagem ao Longo da Vida.
Missão:
- Apoio à mobilidade de aprendizes, estudantes, docentes, investigadores;
- Aconselhamento sobre todos os elementos relacionados com a mobilidade de educação;
- Prestar informação sobre oportunidades (inclui uma base de dados de bolsas);
- Apoio e aconselhamento no que concerne a cooperação na educação, ciência e
investigação;
- Promoção a nível mundial da Áustria como um destino atrativo de educação e
investigação.
Áreas de atuação:
- Gestão de programas de bolsas e subsídios do Ministério austríaco de Investigação e
Ciência (incoming e outgoing);
- Gestão de bolsas financiadas por terceiros;
- Gestão de bolsas de tecnologia atribuídas pelas redes ASEA Uninet e Eurasia-Pacific
Uninet;
- Informação e apoio às Instituições de Ensino Superior;
133
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
Missão:
- Contribuir para a Internacionalização do ensino superior flamengo;
- Apoio à mobilidade e cooperação internacional;
- Desenvolvimento de projetos para a promoção do ensino superior e investigação
flamengos, e a promoção da mobilidade e cooperação internacional;
- Apoiar e, se possível, coordenar iniciativas de apoio a projetos iniciados pelas
instituições de ensino superior;
- Ponto de contacto entre as instituições de ensino superior e o Governo no que concerne
a internacionalização do ensino superior;
- Participação em debates europeus e internacionais para apresentar o seu ponto de vista.
Áreas de atuação:
- Promoção do ensino superior através do portal Study in Flanders;
- Promoção da investigação na Flandres através do portal ―research in Flanders‖
- Promoção de estágios através do projeto ―Reconfirm‖
134
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
c) Espanha
Áreas de atuação:
- Mobilidade incoming e outgoing, incluindo apoio nas diversas tramitações em
coordenação com as instituições de ensino superior;
- Estudantes de ensino superior e investigadores;
- Promoção e gestão de programas de bolsas, designadamente com o Brasil (Ciência sem
Fronteiras), com a América Latina (Pablo Neruda), e com a China.
d) Estónia
Archimedes Foundation
135
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
e) Finlândia
Áreas de atuação:
- implementação de vários programas de intercâmbio, estágios e bolsas;
- Agência Nacional para os programas europeus de educação, formação e juventude;
- Ponto de Contacto para os Programa europeu Cultura e do Europa para os Cidadãos;
- Apoio ao ensino do finlandês em universidades estrangeiras;
- Realização de estudos, análises e avaliação; para permitir planificar e desenvolver a
cooperação internacional;
- Recolha de estatísticas de mobilidade de estudantes e pessoal na formação profissional
e ensino superior;
136
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
f) República Checa
Áreas de atuação:
- Agência de Informação Académica
- CEEPUS (Central European Exchange Programme for University Studies)
- Programa Erasmus +
- Eurodesk
- Programa de apoio ao património cultural checo no estrangeiro;
- AKTION República Checa-Áustria (Cooperação na Ciência e Educação)
- American Science Information Agency (com base num acordo entre os dois pcaíses)
- EEA e as bolsas norueguesas
- European Schoolnet
- Ensino estrangeiros na República Checa (ensino para estrangeiros e intercâmbios com
estrangeiros, incluindo bolsas)
- Estudar na República Checa (promoção ensino superior checo, portal e apoio à
internacionalização das instituições de ensino superior checas)
- Envio de professores de língua checa para escolas europeias
137
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
138
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
139
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
140
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
In order to facilitate the external quality assurance of joint programmes and, thus, to dismantle
one major obstacle as requested in the Bucharest Communiqué, the expert group proposes in the
following sections a joint European approach for quality assurance of joint programmes. The
approach is envisaged to enable joint programmes offered in the EHEA to be quality-assured in
one single and integrated (internal or external, as required by relevant legislation) procedure,
based on the common principles.
In general the Standards and Guidelines for Quality Assurance in the European Higher Education
Area (ESG) apply to the quality assurance procedure of joint programmes as to all other types of
programmes. Thus, the common principles are mainly based on the ESG and also on the QF-
EHEA. In addition they take into account the distinctive feature of a joint programme and specify
the ‗standard‘ approach accordingly. The procedure and criteria are closely based on those
developed and tested within the JOQAR project.
The common principles are applicable in the context of different kinds of external quality
assurance processes of joint programmes, be it accreditation or any other approach depending on
the national framework:
If all cooperating higher education institutions are subject to external quality assurance at
institutional level and have ―self-accrediting‖ status, they may use the principles in
setting up joint internal approval and monitoring processes for programmes (according to
ESG 1.2)..
If the cooperating higher education institutions are subject to external quality assurance
at programme level (e.g. programme accreditation is mandatory), the principles might be
used directly by quality assurance agencies for the design of the procedure.
For joint programmes that are offered by higher education institutions from both within
and outside the EHEA, the approach might either be used as a basis for agreeing a joint
ad-hoc quality assurance arrangement together with institutions, agencies and other
relevant authorities from the non-EHEA countries involved.
141
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
The European approach should be able to be applied by a quality assurance agency identified by
the cooperating institutions jointly. In case the external quality assurance procedure results in a
formal outcome, it should - dependent on the national legal framework - come in force or be
recognised in all countries where the programme is offered. In line with the Bucharest
Communiqué, EHEA governments should therefore commit to recognise formal outcomes of
external quality assurance processes made by EQAR-registered quality assurance agencies as a
result of a procedure in line with the following proposal and on the basis of the criteria proposed
below.
In the case of joint programmes that lead to qualifications aiming to satisfy the minimum agreed
training conditions in a profession subject to the European Union Directive XXX, the joint
programme would need to be notified to the European Commission by the competent authority of
one EU Member State. The cooperating institutions will need to bear this in mind when
identifying and contacting an agency to conduct the review.
1. Eligibility
1.1 Recognition
The institutions that offer a joint programme are legally should be recognised as higher education
institutions and their respective national legal frameworks should allow them to participate in this
joint programme and, if applicable, award a joint degree.
1.2 The joint programme should be offered jointly, involving all cooperating institutions in the
design and delivery of the programme.
The terms and conditions of the joint programme should be laid down in a cooperation agreement.
The agreement should in particular cover the following issues:
2. Learning Outcomes
2.1 Level
The intended learning outcomes should align with the corresponding level in the Framework for
Qualifications in the European Higher Education Area (FQ-EHEA).
142
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
The intended learning outcomes should comprise knowledge, skills, and competencies in the
respective disciplinary field(s).
2.3 Achievement
The programme should be able to demonstrate that the intended learning outcomes are achieved.
If relevant for the specific joint programme, the minimum agreed training conditions specified in
the European Union Directive XXX, or relevant common trainings frameworks established under
the Directive, should be taken into account.
3.1 Curriculum
The structure and content of the curriculum should be fit to enable the students to achieve the
intended learning outcomes.
3.2 Credits
The European Credit Transfer System (ECTS) should be applied properly and the distribution of
Credits is clear.
3.3 Workload
A joint bachelor programme should amount to a total student workload of not less than 180 and
not more than 240 ECTS-credits; a joint master programme should amount to a total of not less
than 60 and not more than 120 ECTS-credits (credit ranges according to the FQ-EHEA); for joint
doctorates there is no credit range specified.
The workload and the average time to complete the programme should be monitored.
The admission requirements and selection procedures should be appropriate in light of the
programme‘s level and discipline.
143
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
The pedagogical concept should correspond with the intended learning outcomes. Learning and
teaching approaches applied should take into account potential cultural differences of the students.
The examination regulations and the assessment of the achieved learning outcomes should
correspond with the intended learning outcomes. They should be applied consistently among
partner institutions.
The student support services should contribute to the achievement of the intended learning
outcomes. They should take into account specific challenges of mobile students.
7.1 Staff
The adequate implementation of the study programme should be ensured with regard to the staff
(quantity, qualifications, professional and international experience).
7.2 Facilities
The facilities provided should be sufficient and adequate in view of the intended learning
outcomes.
Relevant information about the programme like admission requirements and procedures, course
catalogue, examination and assessment procedures etc. should be well documented and published
by taking into account specific needs of mobile students.
The cooperating institutions should apply joint internal quality assurance processes in
accordance with part one of the Standards and Guidelines for Quality Assurance in the
European Higher Education Area.
The quality assurance procedure should be based on a self- evaluation report (SER) jointly
submitted by the cooperating institutions. The SER should contain comprehensive information
144
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
that demonstrates the compliance of the programme with the criteria for assessment of joint
programmes.
In addition the report should contain relevant information about the respective national
frameworks of the cooperating institutions and the positioning of the programme within the
national higher education systems.
The SER should focus explicitly on the distinctive feature of the joint programme as a joint
endeavour of higher education institutions from more than one national higher education system.
The agency should appoint a panel of at least four members that includes a mix of expertise in the
relevant subject or discipline related field(s), including the labour market/world of work in the
field, and in quality assurance in higher education. The panel should include members with
knowledge of the HE systems from each country of the HEIs involved and the language(s) of
instruction used. At least two nationalities from the consortium providing the programme should
be represented in the panel. Furthermore, the panel should include at least one student.
The panel members combine their relevant subject or discipline related expertise with
international expertise and experience in order to be able to take into account the distinctive
features of a joint degree.
The agency should ensure the impartiality of the experts and observes fairness towards the ap-
plying higher education institution. To this end, the institution should have a right to object a
panel member on well-grounded reasons, but not a right to veto.
The Agency should brief the experts on the review activity, their specific role, and the concrete
quality assurance procedure. The briefing should focus particularly on the distinctive features of a
joint programme.
The site visit should enable the review panel to discuss the joint programme based on the self-
evaluation report and assess whether the programme complies with the Standards for Quality
assurance of Joint Programmes in the EHEA.
The site visit should therefore include discussions with representatives of all cooperating
institutions and in particular the management of the institutions and the programme, the staff, the
students, and other relevant stakeholders such as alumni and the professional field.
Although the site visit should normally be restricted to one location, the provision at all locations
has to be taken into account. Communication tools like video-conferencing etc. might be used as
appropriate.
The review panel writes a report which contains relevant evidence, analysis and conclusions
regarding the standards. The report should also contain recommendations for developing the
145
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
programme further. In case the review results in a formal outcome the review panel should make a
recommendation for the decision.
The conclusions and recommendations should particular pay attention to the distinctive features
of the joint programme.
The institutions should have the opportunity to comment on a draft version of the review report
and request correction of factual errors.
If required, the Agency takes a decision on the basis of the review report and the
recommendation, considering the comments by the higher education institutions as appropriate. In
case the review results in an accreditation decision it declares or denies the accreditation (with or
without conditions), based on the Standards for Quality assurance of Joint Programmes in the
EHEA. The formal outcome and the accreditation decision may be supplemented by
recommendations.
The Agency should give reasons for its accreditation decision. This applies in particular for
accreditation decisions limited by conditions or negative decisions and for cases where the agency
deviates from the review panel‘s conclusions.
The institutions should have the right to appeal against a formal outcome or an accreditation
decision. The agency therefore should have in place a formalised appeals procedure.
The agency should publish the review report and, if applicable, the formal outcome or the
accreditation decision on its website. In case the review process was not conducted in English at
least an English summary of the review report and an English version of the decision including its
reasons shall be published.
The agency should agree with the cooperating institutions a follow-up procedure to assess the
fulfilment of conditions – if applicable – and/or to evaluate the follow-up actions on
recommendations – if applicable.
The joint programme should be reviewed periodically every 6 years, which should be specified in
the published decision. If there is an accreditation decision it should be granted – if the decision is
positive – for a period of 6 years. During the 6-year period, the agency should be informed about
changes in the consortium offering the joint programme.‖
146
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
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RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
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UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
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RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
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UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
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RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
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UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
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RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
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UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
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RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
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UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
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RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
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UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
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RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
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UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
161
UMA ESTRTÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
Sustentabilidade e Eficiência
Inclusão Social e Emprego
no Uso de Recursos
Internacionalização
Competitividade e
Nº
Capital Humano
Alentejo
Madeira
Algarve
Açores
Centro
Lisboa
Norte
Definir os perfis de especialização para a internacionalização das instituições de ensino
1 superior.
Condicionar os apoios públicos para a internacionalização à melhor adequação dos perfis
2 aos projetos internacionais a desenvolver.
(1) (1) (1) (1)
Definir as condições no âmbito das quais podem ser organizadas duplas (ou múltiplas)
titulações, designadamente relativas à acreditação, à orientação científica e à prestação
3 de provas públicas, cabendo a cada instituição a preservação inequívoca daqueles
princípios.
Definir as condições no âmbito das quais poderão ser organizadas formações e titulações
4 conjuntas, designadamente relativas aos critérios de avaliação, à constituição das equipas (1) (1) (1) (1)
de avaliação externa e ao reconhecimento mútuo do trabalho das agências.
Integrar no modelo de financiamento das instituições públicas uma variável refletindo
5 positivamente a dimensão das formações e titulações conjuntas internacionais.
Definir incentivos, designadamente no campo financeiro e a integrar na fórmula de
6 financiamento, destinados ao fomento de formações conducentes a grau e organizados
conjuntamente entre instituições presenciais e instituições de ensino a distância.
Definir incentivos e áreas privilegiadas para a organização de MOOC, em língua
7 portuguesa, utilizando as plataformas existentes
(2)
162
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
Sustentabilidade e Eficiência
Inclusão Social e Emprego
no Uso de Recursos
Internacionalização
Competitividade e
Nº
Capital Humano
Alentejo
Madeira
Algarve
Açores
Centro
Lisboa
Norte
Apoiar a criação de um MOOC de preparação para a frequência do ensino superior
10 português (universitário e politécnico).
(2)
163
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
Sustentabilidade e Eficiência
Inclusão Social e Emprego
no Uso de Recursos
Internacionalização
Competitividade e
Nº
Capital Humano
Alentejo
Madeira
Algarve
Açores
Centro
Lisboa
Norte
19 Criar a componente do Programa de Mobilidade CPLP para estudantes do primeiro ciclo.
Criar um portal na Internet que apresente não só a oferta formativa das instituições de
25 ensino superior portuguesas, como também as informações úteis relacionadas com a (5)
entrada, o acolhimento, a residência e as possibilidades de trabalho a tempo parcial.
Participar em feiras temáticas de âmbito internacional para promover o ensino superior
26 português, através de representações globais do sistema.
(5)
164
UMA ESTRATÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
Sustentabilidade e Eficiência
Inclusão Social e Emprego
no Uso de Recursos
Internacionalização
Competitividade e
Nº
Capital Humano
Alentejo
Madeira
Algarve
Açores
Centro
Lisboa
Norte
Definir uma estratégia específica de cooperação com os Países da América Latina
29 (Colômbia, México e Venezuela) e de África (África do Sul, Namíbia).
Definir uma estratégia específica de cooperação com os Países do Magrebe (Argélia,
30 Marrocos e Tunísia).
Definir uma estratégia específica de cooperação com os Países da Ásia e Médio Oriente
31 (China, Índia, Indonésia, Irão, Malásia)
Definir uma estratégia específica de cooperação com os Outros países europeus não
32 integrados na União Europeia (Moldávia, Turquia, Ucrânia).
Definir uma estratégia específica de cooperação com outros países com grandes
33 comunidades luso-descendentes (Estados Unidos, Canadá, França, Suíça, Luxemburgo).
Produzir e difundir informação por meios eletrónicos, limitando a produção de
34 documentos noutros suportes (folhetos, brochuras, etc.) ao estritamente essencial.
Reforçar a capacidade institucional dos Gabinetes de Relações Externas e de Elaboração
35 de Projetos das instituições de ensino superior.
Ampliar e densificar a rede de cooperação entre as entidades com intervenção neste
36 domínio, designadamente através de linhas de formação específica.
Criar um ‘centro de racionalidade’, integrando um ‘organismo executivo’ e um ‘fórum de
37 reflexão’, que assegure a concretização e a articulação da estratégia de
internacionalização do ensino superior português.
Apoiar a dinamização em cada instituição, de acordo com o seu perfil de especialização e
38 a sua capacidade instalada, do sector da internacionalização, identificando as ações que
poderão beneficiar de recursos adicionais na modalidade de cofinanciamento.
165
RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO MADR/MEC
Sustentabilidade e Eficiência
Inclusão Social e Emprego
no Uso de Recursos
Internacionalização
Competitividade e
Nº
Capital Humano
Alentejo
Madeira
Algarve
Açores
Centro
Lisboa
Norte
Reforçar a capacidade das instituições para acederem aos programas europeus com
39 intervenção no ensino superior.
(4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4)
Notas:
(1) - Programas doutorais e atribuídos a Centros de ID em conjunto com Universidades e/ou empresas através de concursos com avaliação internacional, privilegiando programas altamente competitivos e
de vocação verdadeiramente internacional ( ação prevista no POCH e POR Regionais)
(2) - Programa de Formação pedagógica de docentes do ensino superior ( ação prevista no POCH)
(3) - Enquadrável nas ações de Modernização Administrativa (OT2/OT11) do POCI
(4) - Atração de investigadores não enquadrável. Desenvolvimento de projetos de I&D, em Portugal, com potencial participação de investigadores portugueses e estrangeiros enquadrável no POCI e PO
Regionais no Eixo correspondente ao OT1 PI 1.1.
(5) - Enquadrável no PO CI no caso de projetos multi-regiões e/ou de âmbito nacional e nos PO Regionais no caso de projetos intra-regionais (mas sempre enquanto ação coletiva - numa lógica agregadora /
integrada - e não enquanto projetos individuais)
Nota final: ressalva-se o facto de os Programas Operacionais ainda não terem sido aprovados formalmente pela Comissão Europeia à data da elaboração deste Relatório.
166
UMA ESTRTÉGIA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS
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