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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO PAULO

DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS

PROJETO DE UM GALPÃO INDUSTRIAL LOGÍSTICO


COM ESTRUTURA PRÉ-MOLDADA DE CONCRETO

Gabriel Faria Fedrizze

Trabalho de Conclusão de Curso

Orientador: Eng.º Cassiano Zago

São Carlos

2013
Trabalho de Conclusão de Curso – 2013 Gabriel Faria Fedrizze

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO PAULO

DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS

PROJETO DE UM GALPÃO INDUSTRIAL LOGÍSTICO


COM ESTRUTURA PRÉ-MOLDADA DE CONCRETO

Gabriel Faria Fedrizze

Trabalho de Conclusão
de Curso apresentado ao
Departamento de Estruturas da
Escola de Engenharia de São
Carlos da Universidade de São
Paulo como parte dos requisitos
para a conclusão da graduação
em Engenharia Civil

Orientador: Eng.º Cassiano Zago

São Carlos

2013
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Trabalho de Conclusão de Curso – 2013 Gabriel Faria Fedrizze

Aos meus pais, que sempre me


apoiaram durante os difíceis anos
passados durante a faculdade e ao
constante apoio e incentivo para que
eu concluísse a graduação com o
máximo de aproveitamento dos
conhecimentos passados pelos
docentes.

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Trabalho de Conclusão de Curso – 2013 Gabriel Faria Fedrizze

Resumo
Atualmente, existem muitas fábricas de estruturas em concreto pré-moldado no
Brasil que atuam na construção e execução de obras de galpões pré-moldados.

O presente trabalho tem como objetivo o dimensionamento de uma estrutura desse


tipo, para fins logísticos, com tráfego de empilhadeira sobre lajes alveolares protendidas.
Como essas ações tem um valor consideravelmente alto para esse tipo de estrutura, alguns
aspectos deve ser levado em consideração para o cálculo e execução desse projeto.

Primeiramente, o trabalho traz uma pesquisa feita em algumas empresas pré-


moldadas e em livros específicos a respeito dos principais elementos constituintes deste
tipo de edificação. Posteriormente, são feitas considerações de análise estrutural e
dimensionamento dos mesmos, bem como os tipos de ligações entre elementos
consideradas. Por fim, é feito o dimensionamento do projeto especificado durante esse
trabalho.

Além da análise, em termos de estado limite último (ELU) e estado limite de


serviço (ELS), é realizado o dimensionamento de alguns elementos em específico, que
estão presentes na estrutura. Elementos estes que são compostos por armaduras passivas
e ativas (protensão), que é o caso das vigas I de cobertura e terças, ou somente por
armaduras passivas, que é o caso dos pilares.

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Abstract

Currently, there are many factories structures in precast concrete in Brazil working
in the construction and execution of works of prefabricated sheds.

This paper aims the design of such structure, for logistical purposes, with forklift
traffic on prestressed hollow core slabs. Because these actions have a value considerably
high for this type of structure, some aspects should be taken into account for the
calculation and execution of this project.

First, the work provides a survey on some precast companies and specific books
about the main elements of this type of building. Subsequently, considerations are made
about the structural analysis and design thereof, as well as the types of connections
between elements considered. Finally, the design is made of the specified project during
this work.

In addition to the analysis in terms of Ultimate Limit State and Serviceability


Limit State, it is carried the project of certain specific elements that are present in the
structure. These elements are made of prestressed and passive reinforcement, which is the
case of I-beams, or only by passive reinforcement, which is the case of pillars.

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Sumário
1. Introdução ............................................................................................................................. 9
2. Objetivo ................................................................................................................................. 9
3. Revisão Bibliográfica ........................................................................................................... 10
3.1. Tipologia de Galpões ................................................................................................... 10
3.1.1. Sistemas Estruturais de Esqueleto ....................................................................... 10
3.1.2. Sistemas Estruturais de Paredes Portantes .......................................................... 12
3.2. Protensão .................................................................................................................... 12
3.3. Estabilidade Global ...................................................................................................... 15
3.3.1. Não-Linearidade Física ....................................................................................... 16
3.3.2. Não-Linearidade Geométrica .............................................................................. 17
3.4. Ligações em Estruturas Pré-Fabricadas de Concreto .................................................. 17
3.5. Diafragma rígido .......................................................................................................... 21
3.6. Elementos Pré-Fabricados de Concreto Usado em Galpões ....................................... 22
3.6.1. Elementos de Cobertura ...................................................................................... 22
3.6.2. Terças Protendidas .............................................................................................. 24
3.6.3. Vigas ................................................................................................................... 25
3.7. Método de Cross-Docking ........................................................................................... 25
3.8. Ações Atuantes na Estrutura ....................................................................................... 26
3.8.1. Vento ................................................................................................................... 26
3.8.2. Empilhadeira ....................................................................................................... 32
3.8.3. Praças de Mercadorias ......................................................................................... 33
3.8.4. Rack Metálico ..................................................................................................... 33
4. Tipo Estrutural Adotado e Procedimentos de Projeto ........................................................ 34
4.1. Descrição da Estrutura ................................................................................................ 34
4.2. Cálculo das ações Atuantes na Estrutura .................................................................... 37
4.2.1. Vento ................................................................................................................... 37
4.2.2. Empilhadeira ....................................................................................................... 41
4.2.3. Praças de Mercadorias ......................................................................................... 41
4.2.4. Corredores ........................................................................................................... 41
4.2.5. Rack Metálico ..................................................................................................... 41
4.2.6. Escritórios............................................................................................................ 41
4.3. Análise da Sobrecarga Acidental ................................................................................. 42
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4.3.1. Primeiro Pavimento (Nível +1,50m) ................................................................... 42


4.3.2. Segundo Pavimento (Nível +3,37 m) .................................................................. 44
5. Roteiro para a caracterização das ligações semi-rígidas ..................................................... 44
5.1. Armadura Negativa ..................................................................................................... 45
5.1.1. Armadura negativa utilizada: .............................................................................. 45
5.1.2. Resistência à compressão e cisalhamento de projeto do concreto da capa: ........ 45
5.1.3. Área de concreto que envolve a armadura de continuidade: ............................... 46
5.1.4. Altura da extremidade da viga: ........................................................................... 46
5.1.5. Tensão à compressão de projeto do graute:......................................................... 46
5.1.6. Deformabilidade do graute em termos de tensão: ............................................... 46
5.1.7. Cálculo da dimensão da região sob tensão de compressão na interface inferior da
extremidade da viga junto ao pilar: ..................................................................................... 46
5.1.8. Cálculo da suposta fissura junto à face superior da extremidade da viga: .......... 47
5.1.9. Cálculo da rigidez correspondente à região comprimida junto à face inferior da
extremidade da viga: ........................................................................................................... 47
5.1.10. Cálculo da rigidez da ligação ao momento fletor negativo: ................................ 47
5.2. Armadura Positiva ....................................................................................................... 48
5.2.1. Diâmetro dos chumbadores: ................................................................................ 48
5.2.2. Cálculo do deslocamento transversal do chumbador quando submetido ao máximo
esforço: 48
5.2.3. Altura da capa: .................................................................................................... 48
5.2.4. Tensão de escoamento do chumbador: ................................................................ 48
5.2.5. Resistência à compressão de projeto do graute ou concreto em contato com o
chumbador: .......................................................................................................................... 49
5.2.6. Cálculo da força de projeto responsável pela formação de rótula plástica nos
chumbadores: ...................................................................................................................... 49
5.2.7. Cálculo da dimensão da região sob tensão de compressão na interface superior da
extremidade da viga junto ao pilar: ..................................................................................... 49
5.2.8. Cálculo da força de projeto de tração atuante nos chumbadores: ....................... 49
5.2.9. Cálculo do momento fletor negativo resistente de projeto .................................. 49
5.2.10. Cálculo da rigidez da ligação ao momento fletor positivo: ................................. 49
5.3. Cálculo da rigidez para o projeto: ............................................................................... 49
6. Roteiro para o dimensionamento dos elemento pré-fabricado de concreto protendido .. 50
6.1. Descrição da Viga Retangular de Mezanino ................................................................ 50
6.1.1. Nome do Elemento .............................................................................................. 50
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6.1.2. Função e relação com outros elementos: ............................................................. 50


6.1.3. Sistema de protensão ........................................................................................... 50
6.1.4. Pista de fabricação ............................................................................................... 51
6.1.5. Cura do concreto ................................................................................................. 51
6.1.6. Transporte dos elementos e armazenamento ....................................................... 53
6.2. Materiais empregados ................................................................................................ 54
6.2.1. Concreto .............................................................................................................. 54
6.2.2. Aço de protensão (CP-190 RB) ........................................................................... 54
6.2.2.4. Tipo de Relaxação: .............................................................................................. 55
6.2.3. Aço comum (fios, barras, telas soldadas) ............................................................ 55
6.3. Dados geométricos (Seção Retangular): ..................................................................... 56
6.3.1. Peça: .................................................................................................................... 56
6.3.2. Laje + Capa: ........................................................................................................ 56
6.4. Carregamento: ............................................................................................................ 56
6.4.1. Laje 1 (Largura Colaborante = Vão da Laje / 2) ................................................. 56
6.4.2. Laje 2 (Largura Colaborante = Vão da Laje / 2) ................................................. 56
6.5. Estimativa da armadura ativa: .................................................................................... 57
6.6. 1ª fase (protensão): PPviga + Protensão ....................................................................... 57
6.6.1. Cálculo dos esforços solicitantes:........................................................................ 57
6.6.2. Cálculos para o meio do vão (seção 5): ............................................................... 57
6.6.3. 2ª fase (montagem): PPviga + PPlaje + PPcapa + Protensão ...................................... 58
6.6.4. Cálculos para o meio do vão (seção 5): ............................................................... 58
6.7. 3ª fase (funcionamento): PPviga + PPlaje + PPcapa + Protensão + SC Acidental ............... 60
6.7.1. Cálculos para o meio do vão (seção 5): ............................................................... 61
6.7.2. Verificação das tensões para os estado limite de serviço para formação de fissuras:
62
6.7.3. Verificação das tensões para o estado limite de serviço para descompressão ..... 63
6.8. Cálculo das tensões mínimas, ou seja, sem a consideração da SC (Situação em Vazio)
63
6.9. Cálculo da armadura transversal................................................................................. 64
6.9.1. Cortante característica máxima: .......................................................................... 64
6.9.2. Cortante de cálculo .............................................................................................. 64
6.9.3. Cálculo da força cortante resistente de cálculo, relativa a ruína das diagonais
comprimidas ........................................................................................................................ 64

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6.9.4. Cálculo da parcela de força cortante absorvida por mecanismos complementares


ao de treliça ......................................................................................................................... 64
6.9.5. Cálculo da área mínima de armadura transversal ................................................ 64
6.9.6. Cálculo da área de armadura transversal ............................................................. 65
6.9.7. Espaçamento entre estribos: ................................................................................ 65
6.10. Cisalhamento entre Interfaces ................................................................................ 65
6.10.1. Distância entre chumbadores da viga .................................................................. 65
6.10.2. Distância entre o momento nulo e o momento máximo ...................................... 65
6.10.3. Cálculo do valor médio da força de compressão ou de tração acima da ligação: 66
6.10.4. Cálculo de tensão de aderência ........................................................................... 66
6.10.5. Verificação .......................................................................................................... 66
6.11. Viga De Cobertura ................................................................................................... 66
6.11.1. Carregamento: ......................................................................................................... 66
7. Resultados ........................................................................................................................... 67
7.1. Viga Retangular de Mezanino VRA105 (50x100) ........................................................ 67
7.2. Viga “I” de Cobertura VIC105 (30x60) ......................................................................... 75
7.3. Pilar PIL105 (50x60) ..................................................................................................... 80
7.3.1 Verificação no ELS ................................................................................................. 80
7.3.2. Cálculo da armadura longitudinal no ELU.............................................................. 81
8. Considerações Finais ........................................................................................................... 84
9. Referências .......................................................................................................................... 85
10. Anexos ............................................................................................................................. 87

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Tabela 1 - Categorias de Terreno segundo a NBR 6123:1988 .................................................... 28


Tabela 2 - Classes de edificação para determinação do S2 segundo a NBR 6123:1988 ............. 28
Tabela 3 - Valores mínimos do fator estatístico S3..................................................................... 29
Tabela 4 - Coeficientes de pressão e forma para edifícios de planta retangular (Fonte: NBR
6123: 1988) ................................................................................................................................. 30
Tabela 5 - Coeficientes de pressão e forma para edifícios em telhado duas águas (Fonte: NBR
6123: 1988) ................................................................................................................................. 31
Tabela 6 - Valores dos Carregamentos atuantes nas lajes ........................................................... 42
Tabela 7 - Valores da sobrecarga Equivalente (kN/m²) .............................................................. 43
Tabela 8 - Tabela de Tensão no Aço de Protensão ..................................................................... 59
Tabela 9 - Tabela de KMD, KZ e KX ......................................................................................... 59
Tabela 10 - Valores dos coeficientes βs e βc (NBR9062:2006, pg 15)....................................... 66
Tabela 11 - Carregamentos na Viga de Cobertura ...................................................................... 66
Tabela 12 - Ligação Semi-Rígida (Momento Negativo) ............................................................. 68
Tabela 13 - Ligação Semi-Rígida (Momento Positivo) .............................................................. 68
Tabela 14 - Ações Atuantes na VRA105 .................................................................................... 70
Tabela 15 - Características Geométricas da VRA105 ................................................................. 71
Tabela 16 - Armadura Ativa VRA105 ........................................................................................ 71
Tabela 17 - Armadura Transversal VRA105 .............................................................................. 72
Tabela 18 - Características Geométricas da VRA105 ................................................................. 72
Tabela 19 - Características do Aço e do Concreto ...................................................................... 73
Tabela 20 - 1ª Fase (Protensão) - VRA105 ................................................................................. 73
Tabela 21 - 2ª Fase (Montagem) - VRA105................................................................................ 74
Tabela 22 - 3ª Fase (Utilização) - VRA105 ................................................................................ 74
Tabela 23 - Ações Atuantes na VIC105 ...................................................................................... 75
Tabela 24 - Características Geométricas da VIC105 .................................................................. 75
Tabela 25 - Características Geométricas da VIC105 .................................................................. 76
Tabela 26 - Armadura Ativa VIC105 .......................................................................................... 76
Tabela 27 - Armadura Transversal VIC105 ................................................................................ 77
Tabela 28 - 1ª Fase (Protensão) - VIC105................................................................................... 77
Tabela 29 - 2ª Fase (Montagem) - VIC105 ................................................................................. 77
Tabela 30 - 3ª Fase (Utilização) - VIC105 .................................................................................. 78
Tabela 31 - Combinações de Ações no software STRAP ........................................................... 79

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Figura 1- Elementos compostos por trechos de eixo reto ........................................................... 11


Figura 2 - Sistema estrutural com parede portante (EL DEBS, 2000). ....................................... 12
Figura 3 - Diagrama Momento-Curvatura................................................................................... 16
Figura 4 - Exemplo de ligação viga-pilar com comportamento semi-rígida. .............................. 18
Figura 5 - Diferença nos diagramas de momento fletor do pórtico com ligação rígida e semi-
rígida (RODRIGUES et al., 2009). ............................................................................................. 19
Figura 6 - Conceito de Deformabilidade de uma Ligação (EL DEBS, 2000). ............................ 20
Figura 7 - Curvas Representativas de rigidez de uma ligação (MIOTTO, 2002). ...................... 21
Figura 8 - Telhas W em Concreto Protendido............................................................................. 23
Figura 9 - Telha Metálica Galvanizada ....................................................................................... 23
Figura 10 - Terça Protendida apoiada em Calço ......................................................................... 24
Figura 11 - Possíveis Posições dos Calços e Terças ................................................................... 25
Figura 12 - Sistema de Cross-Docking ....................................................................................... 26
Figura 13 - Isopletas de Velocidade Básico do Vento. ............................................................... 27
Figura 14 - Dimensões da Empilhadeira Tipo............................................................................. 32
Figura 15 - Palete Padrão PBR .................................................................................................... 33
Figura 16 - Racks Metálicos........................................................................................................ 34
Figura 17 - Modelagem renderizada pelo Software STRAP ....................................................... 35
Figura 18 - Modelagem do esqueleto da estrutura no Software STRAP .................................... 36
Figura 19 - Esquema Estático Adotado ....................................................................................... 36
Figura 20 - Fator S2 .................................................................................................................... 38
Figura 21 - Velocidade Característica e Pressão de Obstrução ................................................... 39
Figura 22 - Coeficientes de Pressão Interna ................................................................................ 39
Figura 23 - Coeficientes de Pressão Externa ............................................................................... 40
Figura 24 - Combinação dos Coeficientes de Pressão ................................................................ 40
Figura 25 - Disposição das diversas ações atuantes nas lajes ..................................................... 42
Figura 26 - Distribuição das ações no software FTOOL............................................................. 43
Figura 27 - Diagrama Momento x Curvatura com Comportamento Bi-Linear Assimétrico [EL
DEBS et al (2009)] ...................................................................................................................... 44
Figura 28 - Mecanismo resistente ao momento fletor negativo e Posição deformada da
extremidade da viga e suas componentes deformáveis ao momento negativo [EL DEBS et al
(2009)] ......................................................................................................................................... 45
Figura 29 - Mecanismo resistente ao momento fletor positivo e Posição deformada da
extremidade da viga e suas componentes deformáveis ao momento positivo [EL DEBS et al
(2009)] ......................................................................................................................................... 48
Figura 30 - Esquema de uma pista de protensão com aderência inicial [VERÍSSIMO 1998] .... 50
Figura 31 - Tempo de Ciclo da Cura à Vapor ............................................................................. 52
Figura 32 - Catálogo Laje Alveolar Protendia ............................................................................ 67
Figura 33 - Análise Ligação Semi-Rígida VRA105 ................................................................... 70
Figura 34 - Diagrama Interação Mxd x Myd .............................................................................. 82
Figura 35 - Resumo das principais recomendações da revisão da norma brasileira a respeito do
espaçamento das armaduras em pilares ....................................................................................... 83

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1. Introdução

A busca de um sistema estrutural eficiente é fundamental para o desenvolvimento


eficaz de um empreendimento. Nesse sentido, a utilização do sistema de construção com
estruturas pré-moldadas de concreto se destaca com certas vantagens, uma vez que a
velocidade de execução dos serviços prestados pelas construtoras, ou por qualquer outro
ramo empresarial, é fundamental para o desenvolvimento do empreendimento.

O conceito de pré-moldagem é relacionado com a execução de elementos fora do


local de montagem da obra, podendo ser de canteiro, ao lado do lugar de execução, ou
pré-fabricado, onde o elemento é moldado em um fábrica com um controle de qualidade
adequado.

Entre as vantagens do pré-fabricado está a garantia em curto prazo do retorno do


investimento, a execução da obra é realizada em curto prazo, com baixo custo na mão de
obra e manutenção a existência da redução significativa na perda de materiais, ou seja,
uma obra sustentável, barata, prática e eficiente. Outra vantagem do pré-fabricado é
a fabricação das partes de concreto simultaneamente com a terraplanagem e fundação da
obra, economizando tempo e consequentemente dinheiro.

A durabilidade do material é assegurada pela produção em unidade fabril,


matérias-primas normalizadas, especificações, procedimentos e controles rígidos com
averiguação em todas as etapas do processo. Além do mais há uma preocupação em
investimentos e em inovações tecnológicas, pesquisas, novos produtos e racionalização
das soluções construtivas. Como exemplo, temos as obras de mobilidade urbana e os
estádios que sediarão a Copa do Mundo FIFA 2014 no Brasil.

O projeto de uma estrutura pré-moldada de concreto necessita de um esforço maior


de detalhamento, se comparado com o sistema de concreto moldado in loco.

2. Objetivo

O presente Trabalho de Conclusão de Curso, tem como principal objetivo a


elaboração de um projeto de rápida execução para atender à crescente demanda de um
galpão logístico na região Sul (Curitiba – PR) devido ao grande número de indústrias e a
necessidade de distribuir essa oferta para a região Centro-Oeste.

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3. Revisão Bibliográfica
3.1. Tipologia de Galpões

Pode-se dizer que para que haja um bom entendimento das estruturas aporticadas, as
tipologias dos pórticos, assim como o estudo de suas diferentes soluções tornam-se
imprescindíveis.

De acordo com El Debs (2000) os edifícios de um pavimento, podendo ser denominados


como galpões, podem ser classificados de acordo com o sistema estrutural, que poderá ser do
tipo esqueleto ou parede portante. Os sistemas estão detalhados a seguir.

3.1.1. Sistemas Estruturais de Esqueleto

De acordo com Moreno Júnior (1992), tal sistema predomina sobre os demais e é
basicamente constituído por um esqueleto resistente no qual são fixados elementos de
cobertura e de fechamento lateral.

Tal esqueleto é composto por elementos portantes principais (pórticos) e elementos


secundários (terças) que servem como apoio da cobertura longitudinal.

Na direção longitudinal, são utilizadas nas laterais dos galpões as chamadas vigas calha
que contribuem para o travamento nesta direção, além de serem responsáveis pelo escoamento
das águas pluviais. Tais elementos por possuírem rigidez superior à das terças podem fornecer
contraventamento dos pilares nesta direção.

Estruturas em esqueleto são constituídas de pilares, vigas e lajes e são principalmente


utilizadas em construções e escritórios, escolas, hospitais e estacionamentos.

3.1.1.1. Sistemas Estruturais com Elementos de Eixo Reto

Segundo El Debs (2000) o sistema constituído por elementos de eixos retos são
vantajosos no sentido de facilitar as etapas de produção das peças e também por permitir a
aplicação natural de protensão com aderência inicial, o que na verdade caracteriza seu emprego
para pré-moldados de fábrica. Os sistemas estruturais mais comuns estão representados na
Tabela 1, onde são explicadas suas principais características e a classificação dos mesmos.

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Figura 1- Elementos compostos por trechos de eixo reto

Empresas de pequeno porte adotam o sistema de galpões atirantados, uma vez que
estes são constituídos por peças em concreto armado, tornando assim sua produção mais viável
economicamente. Já as empresas de maior porte caracterizam-se por produzir galpões de
grandes dimensões cujos vãos e altura superam, por muitas vezes os 20 metros, desse modo,
optando pelo sistema estrutural composto por pilares armados e vigas e terças protendidas.

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3.1.2. Sistemas Estruturais de Paredes Portantes

A característica principal de tal sistema é que as paredes não servem apenas como
fechamento lateral, mas também como apoio para cobertura. Neste caso, somente as
paredes externas são portantes. No caso das dimensões em planta forem muito grandes, a
estrutura interna pode ser feita também em esqueleto. Existe a possibilidade também da
estrutura externa ser feita em parede portante e a interna em estrutura metálica.

Nestes sistemas as paredes podem ser engastadas na fundação e os elementos de


cobertura apoiados sobre elas. A estabilidade da estrutura é garantida pela parede
engastada na fundação. Outra possibilidade para estabilidade é contar com a cobertura
para transferiras ações lateral na direção da ação, com a ação diafragma.

A Figura 2 mostra um exemplo do sistema estrutural de parede portante.

Figura 2 - Sistema estrutural com parede portante (EL DEBS, 2000).

3.2. Protensão

Estruturas de pré-moldadas usando protensão estão cada vez mais sendo utilizadas
no Brasil nas últimas décadas como sistema construtivo. Este fato pode ser comprovado
pelo grande número de obras civis como silos e tanques, passando por viadutos e pontes
e edifícios de concreto moldado no local e também pré-fabricado.

Nas estruturas de concreto pré-fabricado, destacam-se as vigas protendidas com


aderência inicial. O uso deste elemento tem sido cada vez mais intenso, pois consegue

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aliar economia e velocidade de execução. É muito comum a produção desse elemento em


grande quantidade, usando pista de protensão situadas em fabricas. Este procedimento
permite a reutilização de formas, automação, velocidade e simplicidade na montagem da
armadura desses elementos, a mão de obra utilizada é reduzida e constituída de
funcionários.

O emprego da protensão requer, em geral, a utilização de técnicas mais


requintadas que oferecem melhor qualidade às obras, reduzindo seu custo final em relação
ao concreto armado convencional. O controle da qualidade global deve ser mais eficiente,
tornando-se possível e necessário o uso de concretos de qualidade.

Resistências elevadas nos concretos são desejáveis por aspectos, tais como:

 A introdução da força de protensão geralmente causa solicitações prévias


elevadas;
 O emprego de concreto de alta resistência favorece ainda mais a redução das
seções transversais, diminuindo o peso próprio;
 Quanto maior a resistência do concreto, maior será também seu módulo de
elasticidade, o que contribui para redução das perdas de protensão causadas por
retração e fluência.

Para estruturas protendidas, a resistência característica do concreto (fck) situa-se


geralmente acima de 30 MPa.

O módulo de elasticidade é um parâmetro fundamental para a análise das


deformações dos elementos estruturais, e seu valor pode variar significativamente para
concretos de mesma resistência, pois depende principalmente do tipo dos agregados
utilizados e da quantidade de pasta de cimento no concreto.

Armaduras passivas são aquelas dispostas sem tensões prévias nas peças estruturais.
Empregam-se aços dos tipos comuns CA-50 e CA-60, utilizados no concreto armado
convencional.

Recomenda-se que nenhuma peça tenha índices excessivamente baixos de


armadura passiva (por maior que seja o grau de protensão), pois esta desempenha diversas
funções importantes, tais como:

 Elimina ou reduz a fissuração provocada pela retração do concreto;


 Garante resistência para tensões elásticas de tração em serviço;
 Aumenta o momento de fissuração da peça;
 Aumenta o momento fletor de ruptura da seção.

O aço CA-50 é também utilizado para a composição das armaduras de fretagem,


ou seja, as armaduras que absorvem os esforços de tração na região das ancoragens,
provocados pela aplicação da força de protensão.
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13
Trabalho de Conclusão de Curso – 2013 Gabriel Faria Fedrizze

Os aços para armadura ativa caracterizam-se pela elevada resistência e pelo


diminuto patamar de escoamento. De modo geral as exigências referentes às disposições
construtivas das armaduras protendidas são mais rigorosas que aquelas relativas às
armaduras passivas, devido aos níveis de tensão mais elevados.

As propriedades mecânicas dos aços de protensão são caracterizadas pelos


seguintes elementos:

 Tensão correspondente ao alongamento de 1%;

 Limite de resistência à tração;

 Alongamento após ruptura;

 Número de dobramentos alternados, sem fissuras ou ruptura.

A protensão de uma cordoalha por vez (monocordoalha engraxada) permite o uso


de macacos de protensão de pequeno porte e relativa leveza.

Os macacos são oferecidos geralmente para forças máximas de 20 e 30 toneladas,


para tensionamento das cordoalhas. O macaco é acoplado a uma bomba hidráulica que
deve estar devidamente calibrada de tal forma que a força de protensão de projeto venha
a ser aplicada efetivamente na estrutura. Recomenda-se uma calibragem periódica, pois
o desgaste do uso influi nos dispositivos de controle.

No concreto protendido, a armadura recebe uma tensão de tração antes que haja
aderência com o concreto, por isso é denominada armadura ativa. Após a aderência com
o concreto essa tensão de tração aplicada no aço transmite um tensão normal ao plano
longitudinal do elemento.

A norma NBR 6118:2003 faz definição clássica de concreto protendido como


“Aquele nos quais parte das armaduras é previamente alongada por equipamentos
especiais de protensão com a finalidade de, em condições de serviço, impedir ou limitar
a fissuração e os deslocamentos da estrutura e propiciar o melhor aproveitamento de
aços de alta resistência no estado limite último (ELU)”.

Pode-se dizer ainda que protensão é um artifício que consiste em introduzir em


uma estrutura um estado prévio de tensões capaz de melhorar sua resistência ou seu
comportamento, sob diversas condições de cargas.

Historicamente Eugéne Freyssinet é considerado o criador do sistema de


protensão no concreto, mas ele não foi o primeiro engenheiro a fazer estruturas de
concreto protendido, o início pode ser considerado ao engenheiro americano P.A Jackson
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14
Trabalho de Conclusão de Curso – 2013 Gabriel Faria Fedrizze

(1872), que patenteou um sistema de passar as hastes de laço de ferro através dos blocos
e de apertá-los com porcas. Entretanto pode-se afirmar que Freyssinet usou a propriedade
de protensão de maneira correta, logo após a Segunda Guerra Mundial, ele construiu seis
pontes de concreto protendido sobre o rio Marne, a Pont de Luzancy.

De acordo com Veríssimo & Junior (1998), a utilização da protensão em sistemas


estruturais pré-moldados, associada com concretos de alta resistência, traz os seguintes
benefícios: que são citadas:

 A protensão permite que, no caso de peças fletidas, toda a seção da


peça trabalhe sob compressão, de forma que o aproveitamento da capacidade
resistente da seção é muito maior do que nas peças de concreto armado, esse
fato associado a uma resistência alta permite produzir peças mais esbeltas,
consequentemente mais leves, o que possibilita também grandes
comprimentos para vencer grandes vãos;

 O concreto com resistências altas atinge resistência suficiente para


suportar a protensão logo nas primeiras idades, com pouco tempo de cura,
acelerando o processo de produção nas fábricas. Sofrem também menos
retração, menos deformação, e como consequência apresentam menos fissuras
que os concretos comuns;

 A força de protensão mantém as eventuais fissuras fechadas,


garantindo uma melhor proteção das armaduras contra corrosão, no caso de
uma solicitação incidental maior que a prevista no projeto, cessada a carga as
fissuras formadas se fecham sob a ação da protensão.

3.3. Estabilidade Global

A verificação da estabilidade global é um requisito importante na elaboração de


projetos de concreto armado, e visa garantir a segurança da estrutura perante o estado
limite último de instabilidade, situação que representa a perda da capacidade resistente da
estrutura, causada pelo aumento das deformações.

Para tal verificação existem alguns coeficientes chamados de parâmetros de


estabilidade global. Porém, antes de estudá-los, para o bom entendimento de tais
parâmetros, é necessário comentar sobre a análise não-linear, que é extremamente
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importante, pois na realidade o concreto armado possui um comportamento não-linear.


Na engenharia de estruturas existem basicamente dois tipos de não-linearidades que
podem gerar um comportamento não-linear, à medida que o carregamento é aplicado:
não-linearidade física (NLF) e a não-linearidade geométrica (NLG).

3.3.1. Não-Linearidade Física

Quando se refere à não-linearidade física, está sendo considerada a que é


causada pelo comportamento do material, que neste caso é o concreto armado. Os
efeitos da fissuração, da fluência, do escoamento da armadura, todos eles conferem ao
concreto armado um comportamento não-linear (PINTO, 1997).

Figura 3 - Diagrama Momento-Curvatura

O diagrama Momento-Curvatura é gerado para uma dada força normal e para


um determinado valor da taxa de armadura, e que o efeito da fluência não está sendo
considerado.

Tem-se uma grande vantagem em utilizar a relação momento-curvatura, pois


analogamente ao diagrama tensão-deformação, em que se pode obter o módulo de
elasticidade, no diagrama momento-curvatura pode-se obter diretamente a rigidez EI
que é de extrema importância para a análise estrutural.

Para o caso da análise global de uma edificação, pode-se considerar um valor


constante (único) para a rigidez EI porém utilizando-se um coeficiente redutor. Tal

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coeficiente tem a função de simular a variação da rigidez e estimar de forma aproximada


os efeitos da não-linearidade física. Na maioria dos casos utiliza-se:

( ) = 0,4 .

3.3.2. Não-Linearidade Geométrica

Quando se menciona a não-linearidade geométrica, está sendo considerada


aquela causada pela mudança da geometria da estrutura, ou seja, mudança da posição da
estrutura no espaço (PINTO, 1997).

O acréscimo de momento do efeito de segunda ordem é um esforço que surgiu


com a análise do equilíbrio da estrutura na sua posição deformada. Portanto, somente se
esse esforço for levado em conta na análise é que a não-linearidade geométrica da
estrutura estará sendo considerada.

3.4. Ligações em Estruturas Pré-Fabricadas de Concreto

Pode-se dizer que as pesquisas acadêmicas não têm acompanhado a expansão da


indústria de pré-moldados, isso pôde ser comprovado por Elliott (1997), que cita o fraco
desempenho do setor com relação à pesquisa quando comparado ao setor de metálicas,
onde o número de pesquisadores é 30 vezes maior que no segmento de pré-moldado. De
acordo com Souza (2006), as primeiras pesquisas realizadas no Brasil que consideravam
o efeito da deformabilidade das ligações entre elementos pré-moldados de concreto
tiveram início em meados dos anos 90, onde se destacam estudos realizados por Ferreira
(1993), Soares (1998) e Ferreira (1999).

Segundo El Debs (2000) as ligações entre os elementos pré-moldados não se


comportam da maneira usual considerada na análise estrutural, isso porque tais ligações
são idealizadas de modo que permitam ou impeçam o deslocamento relativo entre os
elementos. Pode-se dizer que as ligações entre os elementos pré-moldados podem
apresentar certa deformação quando solicitadas, a consideração das ligações com este
efeito recebem o nome na literatura técnica de ligações semi-rígidas. A ligação entre os
elementos pré-moldados é uma região onde existe elevada concentração de tensões, por
isso torna-se imprescindível o estudo da mesma. O grande problema é que uma mesma
ligação pode ser considerada como articulada, rígida ou semi-rígida dependendo do
projetista. Sabe-se, contudo, que o mau dimensionamento destas pode acarretar aumentos
significativos de esforços nos elementos ou até mesmo colapso na estrutura.

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FERREIRA (1999) revela que o termo “ligações semi-rígidas” foi utilizado


inicialmente no estudo de estruturas metálicas, na década de 30, sendo incorporado
posteriormente ao estudo das estruturas pré-moldadas. Esta notação, a princípio, está
relacionada com a rigidez à flexão da ligação, ou a sua relação inversa, a deformabilidade
à flexão, também denominada flexibilidade. Este conceito vem sendo utilizado na análise
estrutural de pórticos com nós semi-rígidas, aplicada ao caso de estruturas metálicas.

FERREIRA (1999) conta ainda que, no caso das ligações em estruturas de concreto
pré-moldado, o conceito da rigidez, ou da deformabilidade da ligação está relacionado
também com outros esforços que não a flexão, como é o caso da deformabilidade ao
cisalhamento, que é um importante parâmetro no estudo das ligações com almofadas de
elastômero e chumbador, e da deformabilidade à compressão em almofadas de
elastômero.

Segundo AMARAL (2007), as ligações entre elementos pré-moldados de concreto se


comportam de um modo mais realista como sendo ligações deformáveis, cujo
comportamento é diferente para cada forma ou mecanismo de ligação. Esse
comportamento intermediário das ligações, seja com maior ou com menor
deformabilidade, denomina-se semi-rígida. A Figura 4 mostra o exemplo de uma ligação
viga-pilar com comportamento semi-rígida.

Figura 4 - Exemplo de ligação viga-pilar com comportamento semi-rígida.

Na Figura 5 observa-se a diferença de comportamento de um galpão de duas águas


com ligação contínua (moldado no local) e outro pré-fabricado de ligação semi-rígida,
quando se trata do diagrama do momento fletor.

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Figura 5 - Diferença nos diagramas de momento fletor do pórtico com ligação rígida e
semi-rígida (RODRIGUES et al., 2009).

RODRIGUES et al. (2009) explica que a consideração do movimento relativo


entre a trave do pórtico e o pilar faz com que haja diferença na distribuição de momentos
no pórtico (em módulo) e também na deformação do pórtico. Assim, é comum considerar
como uma mola a ligação entre os dois elementos com rigidez (ou deformabilidade)
equivalente à da ligação.

FERREIRA (1999) abordou o assunto de ligações de forma analítica estudando a


deformabilidade das ligações típicas viga-pilar de elementos pré-moldados. Duas ligações
foram estudadas: uma com almofada de elastômero e chumbador e outra resistente à
flexão com chapas soldadas. Foi apresentado, então, um desenvolvimento para o cálculo
da deformabilidade à flexão da ligação. Ainda segundo o mesmo autor, foram realizados
dois ensaios de flexão alternada em um protótipo com ligações soldadas e um protótipo
monolítico, o qual serviu de referência para avaliar a rigidez da ligação. A partir dos
resultados experimentais, demonstrou-se que, através da utilização de procedimentos
analíticos para a determinação das deformabilidades, pode-se obter uma boa estimativa
para os valores experimentais, constituindo-se assim em uma alternativa viável e em uma
ferramenta de grande potencial a ser explorado para o projeto das ligações de concreto
pré-moldado.

EL DEBS (2000) define que a deformabilidade de uma ligação é o deslocamento


relativo entre os elementos que compõem a mesma. Tal deslocamento é causa do por um
esforço unitário atuante na direção deste deslocamento. Deste modo, a deformabilidade
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ao momento fletor em uma ligação viga-pilar está associada à rotação da viga em relação
à forma indeformada do nó como mostra a Figura 6.

Figura 6 - Conceito de Deformabilidade de uma Ligação (EL DEBS, 2000).

Algebricamente a deformabilidade ao momento fletor pode ser definida na


Equação 1:


çã : =

A Equação 1 equivale, por definição, ao inverso da rigidez, indicada na Equação 2.

çã : =

Onde:

é à ã ;
∅é çã çã ;
é çã ;
é çã à ã .

De acordo com AMARAL (2007), uma maneira bastante representativa do


comportamento de deformação das ligações é a relação momento-rotação. Cada ligação
através de seus mecanismos típicos tem uma curva característica que representa sua
deformabilidade frente a um momento solicitante que atua na ligação. A Figura 7
exemplifica três curvas características: ligações perfeitamente rígidas, perfeitamente
articuladas e uma ligação semi-rígida.

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Figura 7 - Curvas Representativas de rigidez de uma ligação (MIOTTO, 2002).

Sendo assim, a partir do instante que os projetistas tomam conhecimento das curvas
momento–rotação das ligações, ou ainda, das aproximações dos parâmetros que definem
tais curvas é possível que os mesmos levem em consideração o comportamento das
ligações.

3.5. Diafragma rígido

Dá-se o nome desse efeito quando os pontos situados em um mesmo pavimento


transladam de forma conjunta sob a ação de forças horizontais, tais como, vento ou ações
de desaprumo (FONTES 2005). Este comportamento é alcançado quando as lajes são
enrijecidas pelo vigamento, não ocorrendo dessa forma deformações axiais. No entanto,
o efeito do diafragma não possui a capacidade de absorver esforços de momento.

Sob a ação de forças horizontais, as lajes, enrijecidas pelo vigamento, têm


comportamento próximo ao de um diafragma rígido, ou seja, praticamente não se
deformam axialmente. O diafragma faz com que todos os pontos ligados a ele (pilares) se
deformem com a mesma intensidade na horizontal. Porém, o diafragma não tem a
capacidade de absorver esforços de momento. Como principal consequência, têm-se os
nós de vigas e pilares, situados no mesmo plano da laje, deslocando-se horizontalmente
(transladam) de forma idêntica. No entanto, dada uma assimetria do edifício, pode haver
rotações diferenciadas dos nós.

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A NBR 6118:2003 se manifesta sobre a questão dos diafragmas rígidos ao permitir a


consideração da laje como uma chapa totalmente rígida em seu plano, desde que ela não
apresente grandes aberturas, e que o maior lado do retângulo circunscrito ao pavimento
em planta não supere em três vezes o valor de seu lado menor. Essa particularidade das
lajes é imposta de diferentes maneiras na modelagem dos edifícios, dependendo do
modelo estrutural adotado, e é de especial interesse para a avaliação da estabilidade
global.

3.6. Elementos Pré-Fabricados de Concreto Usado em


Galpões

Como visto anteriormente neste capítulo, os galpões pré-moldados de concreto


são compostos na maioria das vezes por elementos retos, sendo pilares, vigas e terças.
Em relação a seções transversais das vigas e terças existem muitos formatos e as mesmas
podem ser ainda protendidas ou simplesmente armadas. São apresentados agora os
elementos presentes nos galpões pré-moldados.

3.6.1. Elementos de Cobertura

A cobertura dos galpões pré-moldados pode ser feita em concreto pré-moldado


utilizando as chamadas telhas W ou em elementos metálicos como as telhas metálicas ou
ainda telhas termo acústicas.

3.6.1.1. Telhas W

O escoamento de água no caso da utilização de telha W é garantido pela


contraflecha da mesma, uma vez que tal elemento é protendido. Além de tais telhas
possuírem um peso muito elevado o seu uso não é bem aceito pois não há como obedecer
às dimensões mínimas de cobrimentos das armaduras.

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Figura 8 - Telhas W em Concreto Protendido

3.6.1.2. Telhas Metálicas

A cobertura feita com telhas metálicas de aço galvalume é uma das mais
utilizadas, atualmente. Isso porque é leve e, portanto, não causa ações de elevada
intensidade nos pilares, caso das telhas W. Galvalume é o nome dado para a chapa de aço
revestida com uma camada de liga Al-Zn. Este produto mantém a resistência estrutural
do aço-base e confere alta resistência à corrosão atmosférica, elevada refletividade ao
calor, o que gera maior conforto térmico e resistência à oxidação em temperaturas
elevadas.

Figura 9 - Telha Metálica Galvanizada

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3.6.2. Terças Protendidas

As terças são elementos que podem ser fabricados em concreto armado, protendido ou
em perfis de chapas metálicas. Apoiam-se em vigas de cobertura através de calços em
locais específicos para formar a cobertura de edificações industriais. A Figura 10
mostra o calço no qual a terça se apoia.

Figura 10 - Terça Protendida apoiada em Calço

Quando feitas em concreto pré-fabricado podem possuir duas seções transversais


a T ou a I, sendo as primeiras as mais utilizadas pela maioria das empresas de concreto
pré-fabricado. As terças são responsáveis por suportar não só o peso de elementos de
cobertura (telhas, forros e luminárias) como também suportar cargas advindas de ações
variáveis (peso de pessoas com equipamentos e ação do vento).

Segundo Rodrigues & Carvalho (2009) as terças são posicionadas na direção


vertical para evitar a flexão obliqua (situação a direita da Figura 11). Na situação a
esquerda ocorre a flexão obliqua (para elementos metálicos ocorre o empenamento),
como a carga sempre é no sentido perpendicular ao chão (gravidade) assim a inércia na
vertical é maior que inclinada.

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Figura 11 - Possíveis Posições dos Calços e Terças

3.6.3. Vigas

Segundo as definições da NBR 6118:2004 as vigas são elementos lineares, ou


seja, elementos cujo comprimento longitudinal supera pelo menos três vezes a seção
transversal o que permite que sejam classificadas como elementos de barra. Pode-se dizer
ainda que nas vigas a flexão é preponderante. As vigas podem possuir variadas seções
transversais, como retangular, “T”, “I”. Tais elementos são aplicados em diferentes partes
de uma edificação, tais como: fundação (vigas baldrame), mezaninos, calhas, apoio de
pontes rolante, cobertura de galpões industriais e em pavimentos de edifícios.

3.7. Método de Cross-Docking


O Cross-Docking é uma operação que contempla o recebimento, a separação e a
respectiva expedição do produto, sem a necessidade da empresa manter estoque físico no
destino final da mercadoria. Esse sistema possibilita para os clientes um abastecimento
rápido, coordenado e sincronizado de acordo com as necessidades individuais. Nesse
conceito, o Cross-Docking funciona como um hub, recebendo mercadorias de diversas
localidades, consolidando, e encaminhando para seus destinos finais. É uma área de
passagem, de transição e de fluxo contínuo de materiais, permitindo o intercâmbio de
mercadorias, vindo ou indo para destinos diferentes.

 Segundo Fábio Barroso, do Instituto de Logística e Supply-Chain da UFRJ, o


tempo de permanência total da mercadoria no local onde ocorre o Cross-
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Docking deve ser reduzido ao mínimo. Alguns especialistas delimitam o


tempo máximo de um dia para que se considere um Cross-Docking. Alguns
prestadores de serviços logísticos, no entanto, não cobram taxas de
estocagem se o produto permanecer por até três dias no local. O que se deve
fazer notar é que o tempo de permanência dos produtos é uma variável
crítica em um Cross-Docking.

 Depois do recebimento, a carga deve ser enviada diretamente ao veículo que


vai realizar o frete ou ficar em uma área de picking, mas nunca pode ser
estocada. O estoque foi eliminado com o Cross-Docking.

Figura 12 - Sistema de Cross-Docking

3.8. Ações Atuantes na Estrutura

3.8.1. Vento

Para o cálculo dos esforços relativos ao vento, tomou-se como referência a ABNT
NBR 6123:1988 Versão Corrigida 2000 e o software acadêmico Ciclone, disponível no
sítio eletrônico do Departamento de Estruturas da Escola de Engenharia de São Carlos.

Por efeito de simplificação, foi desconsiderada a marquise metálica, e considerado


as seguintes características:

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 Maior dimensão da edificação;


 Menor dimensão da edificação;
 Altura até o beiral da edificação;
 Altura da cobertura da edificação;
 Distância entre pórticos;
 Velocidade Característica e Pressão Dinâmica:
o = ∙ ∙ ∙ ( / )
o = ∙ 0,613 ( / ²)

Figura 13 - Isopletas de Velocidade Básico do Vento.

 Fator S1:

o O fator S1 depende das características do terreno e com isso, têm-se:

a) Terreno plano ou quase plano adota-se o valor de S1 = 1,0;


b) Taludes e morros: dimensiona-se de acordo com o item 5.2 da
NBR 6123:1988;
c) Vales protegidos adota-se o valor de S1 = 0,9.

 Categoria do Terreno;

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Tabela 1 - Categorias de Terreno segundo a NBR 6123:1988

Categoria Descrição do Ambiente


I Mar calmo, lagos, rios, pântanos.
Zonas costeiras planas, campos de aviação, pântanos com vegetação
II
rala, pradarias e charnecas, fazendas sem sebes ou muro.
Granjas e casas de campo, fazendas com sebes e/ou muros, subúrbios
III
com casas baixas e esparsas com obstáculos de até 3,0 m.
Parques e bosques com muitas árvores, cidades pequenas, subúrbios
IV densamente construídos, áreas industriais plena ou parcialmente
desenvolvidas com obstáculos de cota média de 10,0 m.
Florestas com árvores altas, centros de grandes cidades, com cota de
V
topo média igual ou superior a 25,0 m.

 Classe da Edificação:
o Vento a 0º;
o Vento a 90º;

 Fator S2;
o O fator S2 considera o efeito combinado da rugosidade do terreno, da
variação da velocidade do vento com a altura acima do terreno e das
dimensões da edificação ou parte da edificação em consideração.

Tabela 2 - Classes de edificação para determinação do S2 segundo a NBR 6123:1988

Classe Descrição
Toda edificação na qual a maior dimensão horizontal ou vertical não
A
exceda os 20 m.
Toda edificação na qual a maior dimensão horizontal ou vertical da
B
superfície frontal esteja entre 20 m e 50 m.
Toda edificação na qual a maior dimensão horizontal ou vertical da
C
superfície frontal exceda 50 m.

 Fator S3;
o O fator estatístico S3 é baseado em conceitos estatísticos e considera
o grau de segurança requerido e a vida útil da edificação.

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Tabela 3 - Valores mínimos do fator estatístico S3

Grupo Descrição

Edificações cuja ruína total ou parcial pode afetar a


1 segurança ou possibilidade de socorro a pessoas após uma 1,10
tempestade destrutiva (hospitais, quartéis de bombeiros,
centrais de comunicação).

2 Edificações para hotéis e residências. Edificações para 1,00


comércio e indústria com alto fator de ocupação.

3 Edificações e instalações industriais com baixo fator de 0,95


ocupação (depósitos, silos, construções rurais, etc.).
4 Vedações (telhas, vidros, painéis de vedação, etc.). 0,88

5 Edificações temporárias. Estruturas dos grupos 1 a 3 0,83


durante a construção.

 Coeficientes de Pressão Interna;

Para edificações cujas paredes internas são permeáveis, a pressão interna pode ser
considerada uniforme. Neste caso, devem ser adotados os seguintes valores, segundo a
NBR 6123:1988, para o coeficiente de pressão interna.

a) Duas faces opostas igualmente permeáveis; as outras duas impermeáveis:


- Vento perpendicular a uma face permeável Cpi= +0,2
- Vento perpendicular a uma face impermeável Cpi= -0,3

b) Quatro faces igualmente permeáveis


- Cpi = -0,3 ou 0 deve-se considerar o valor mais nocivo.

c) Abertura dominante em uma face; as outras faces de igual permeabilidade.


- Seguir as recomendações do item 6.2.5 da norma de forças devido à ação
do vento.

Nenhuma das faces poderá ter índice de permeabilidade maior que 30%, para poder usar
as considerações acima expostas.

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 Coeficientes de Pressão Externa;

Tabela 4 - Coeficientes de pressão e forma para edifícios de planta retangular (Fonte:


NBR 6123: 1988)

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Tabela 5 - Coeficientes de pressão e forma para edifícios em telhado duas águas (Fonte:
NBR 6123: 1988)

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3.8.2. Empilhadeira

A empilhadeira serve pra efetuar a carga ou descarga dos Paletes e são muito
empregadas em galpões e centros de distribuição. O modelo adotado foi a Hyster
FortisTM Série H80-120FT2.

Pelo catálogo obtido no sítio online do fabricante, tiraram-se as especificações


abaixo:

ℎ + = 10000 = 100 /
/ = 8800 / 1200
â = 183
( ã ) = 140

Figura 14 - Dimensões da Empilhadeira Tipo

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3.8.3. Praças de Mercadorias

As praças são os lugares responsáveis pela organização da distribuição das


mercadorias. Cada praça tem a sua região determinada, a qual indica para onde as
mercadorias ali estocadas irão seguir viagem. Cada praça é composta de dois Paletes na
direção paralela à direção do pórtico, como exemplificado na Figura 25. Adotou-se o
modelo de Palete padronizado PBR com dimensão de 1,20 m² e capacidade máxima de
1000 kg.

Figura 15 - Palete Padrão PBR

3.8.4. Rack Metálico

Os Racks Metálicos são estruturas metálicas que permitem empilhar Paletes para
a economia de espaço do galpão ou quando se tem armazenagem durante grandes
períodos. Foi adotado um empilhamento máximo de 5 Paletes como mostra a Figura 16.

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Figura 16 - Racks Metálicos

4. Tipo Estrutural Adotado e Procedimentos


de Projeto

4.1. Descrição da Estrutura

O projeto trata-se de um edifício comercial para fins logísticos, na qual além de


mercadorias fracionadas diversas, o principal foco da transportadora são peças
automotivas e agroindustriais.

Estudado diversos tipos de layouts, foi escolhido um pórtico em duas águas com
possibilidade de expansão, levando em conta o conceito de Cross-Docking. Segundo o
Instituto de Logística e Supply Chain, Cross-Docking: “(...) é um processo onde produtos
são recebidos em uma dependência, ocasionalmente junto com outros produtos de mesmo
destino, são enviados na primeira oportunidade, sem uma armazenagem longa. Isso
requer alto conhecimento dos produtos de entrada, seus destinos, e um sistema para
roteá-los apropriadamente aos veículos de saída. (...)”.

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O dimensionamento e as soluções que serão apresentadas para a disposição das


armaduras em todos os elementos do galpão serão realizados de acordo com a norma
vigente para obras em concreto armado, ABNT NBR-6118:2007 Projeto de Estruturas de
Concreto - Procedimento e ABNT NBR-9062:2006 Projeto e execução de estruturas de
concreto pré-moldado. A ABNT-NBR 8681:2004 Ações e Segurança nas Estruturas –
Procedimento poderá ser utilizada como auxilio no projeto.

A estrutura é composta de vigas, lajes e terças protendidas, e pilares e painéis de


fechamento em concreto armado. Possui cobertura em duas águas, altura de 15,7 m, vão
de 20 metros e distância entre pórticos de 8 metros com comprimento total de 40 metros.
A planta de locação dos pilares, vigas, e dimensões totais podem ser vistas no Anexo A.
Nas elevações laterais, direita e esquerda, optou por utilizar fechamento em alvenaria e
painéis e nas fachadas, frontal e fundo, o galpão terá fechamento apenas a partir da cota
+9,0 metros, com painéis em concreto armado. Os cortes, plantas baixa e elevações
podem ser vistos no Anexo 1.

Segue abaixo, nas Figuras 17 e 18, o modelo utilizado para o cálculo.

Para a determinação dos esforços ao longo dos pilares foi utilizado o software
STRAP©.

Figura 17 - Modelagem renderizada pelo Software STRAP

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Figura 18 - Modelagem do esqueleto da estrutura no Software STRAP

Foi adotado um pórtico então um sistema estático composto de pilares engastados


nos elementos de fundação, vigas de cobertura bi-apoiadas nas extremidades dos pilares
(rótulas) e vigas semi-engastadas no nível do pavimento como mostra a Figura 19.

Figura 19 - Esquema Estático Adotado

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4.2. Cálculo das ações Atuantes na Estrutura


4.2.1. Vento

Para o cálculo dos esforços relativos ao vento, tomou-se como referência a ABNT
NBR 6123:1988 Versão Corrigida 2000 e o software acadêmico Ciclone, disponível no
sítio eletrônico do Departamento de Estruturas da Escola de Engenharia de São Carlos.

Por efeito de simplificação, foi desconsiderado a marquise metálica, e considerado


as seguintes dimensões:

 Maior dimensão da edificação: 40,0 m;

 Menor dimensão da edificação: 20,0 m;

 Altura até o beiral da edificação: 14,0 m;

 Altura da cobertura da edificação: 1,0 m;

 Distância entre pórticos: 8,0 m;

 Velocidade Característica: 43 m/s (Curitiba – PR);

 Fator S1: 1,00 (Terrenos Planos com Pouca Ondulação);

 Categoria do Terreno: IV - Terrenos cobertos por obstáculos numerosos e


pouco espaçados em zona florestal, industrial ou urbanizada. A cota média do
topo dos obstáculos é considerada igual a 10m. (Exemplos: zonas de parques
e bosques com muitas árvores; cidades pequenas e seus arredores; subúrbios
densamente construídos de grandes cidades; áreas industriais plena ou
parcialmente desenvolvidas.);

 Classe da Edificação:
o Vento a 0º: Classe A;
o Vento a 90º: Classe B;

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 Fator S2: Figura 20;

Figura 20 - Fator S2

 Fator S3: 1,00 (Edificações para hotéis e residências. Edificações para


comércio e indústria com alto fator e ocupação);

 Velocidade Característica e Pressão de Obstrução: Figura 21;

 Coeficientes de Pressão Interna: Figura 22;

 Coeficientes de Pressão Externa: Figura 23;

 CPMI: Duas faces opostas igualmente permeáveis e as outras duas


impermeáveis (Figura 13):
o Vento perpendicular a uma face permeável: CPMI = +0,2;
o Vento perpendicular a uma face impermeável: CPMI = -0.3;

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Figura 21 - Velocidade Característica e Pressão de Obstrução

Figura 22 - Coeficientes de Pressão Interna

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Figura 23 - Coeficientes de Pressão Externa

Figura 24 - Combinação dos Coeficientes de Pressão

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4.2.2. Empilhadeira

Foram consideradas 2 cargas centradas (eixo dianteiro) de 44 kN para fazer a


análise.

4.2.3. Praças de Mercadorias

Como o volume de mercadoria não é constante ao longo do dia, essa carga foi
considerada como acidental com um valor de 8,33 kN/m².

4.2.4. Corredores

Foi considerado uma carga acidental de 2,0 kN/m².

4.2.5. Rack Metálico

Foi considerada como carga acidental igual a 4 vezes o valor de um Palete,


resultando em 41,67 kN/m².

4.2.6. Escritórios

Segundo a ABNT NBR 6120:1980 Versão Corrigida:2000, para escritórios (salas


de uso geral e banheiro), considera-se uma carga acidental de 2,0 kN/m². Essa carga foi
considerada para os dois pavimentos do escritório.

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4.3. Análise da Sobrecarga Acidental

4.3.1. Primeiro Pavimento (Nível +1,50m)

Para determinar a sobrecarga acidental nas vigas devido a essa combinação de


diversos tipos de ações acidentais, foi feita uma análise utilizando o software FTOOL,
desenvolvido pela PUC-Rio.

Primeiramente foram distribuídas as ações conforme o layout abaixo, referente ao


método de Cross-Docking.

Figura 25 - Disposição das diversas ações atuantes nas lajes

Tabela 6 - Valores dos Carregamentos atuantes nas lajes

Carregamento Q
Corredor 2,00 kN/m 1/m
Praça 8,33 kN/m
Racks 41,67 kN/m
Empilhadeira 44,00 kN

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As ações devido à empilhadeira foram analisadas para vários casos, variando em


quais corredores ela se encontra, para determinar as reações mais críticas.

Figura 26 - Distribuição das ações no software FTOOL

Determinado esses reações, para efeito de simplificação, foi feito uma linearização
desses esforços, pegando-se o momento máximo solicitante calculado pelo FTOOL, e
transformado em uma força linearmente distribuída através da equação abaixo,
considerando o vão da laje de 8 metros para cada lado, dividido por 2, que equivale à área
de influência da viga.

∙ á ∙8
, á = ∴ =
8

Feita essa simplificação, comparou-se os resultados obtidos anteriormente com os


obtidos agora, e determinou as reações críticas nas vigas, para determinar as ações
acidentais nas vigas para o dimensionamento.

Tabela 7 - Valores da sobrecarga Equivalente (kN/m²)

Mk,máx qeq
Seção
kN.m kN/m
1 16,0 2,0
1/m
2 154,4 19,3
3 164,6 20,6
4 180,7 22,6
5 187,0 23,4

Por fim, para efeito de dimensionamento, foi adotado uma sobrecarga acidental
total, em todas as lajes de 23,4 kN/m². Para uma análise mais refinada, poderia ter sido
adotado as valores indicados da tabela acima, pegando a área de influência de cada laje
adjacente as suas respectivas vigas.

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4.3.2. Segundo Pavimento (Nível +3,37 m)

Nesse nível, atua somente uma sobrecarga acidental de 2,0 kN/m² referente ao
segundo piso do escritório na seção 1.

5. Roteiro para a caracterização das ligações


semi-rígidas

Segundo MARIN (2009), a rigidez e o momento de plastificação da ligação podem


ser determinados com auxílio da Figura 27. Na região entre a viga e o pilar, preenchida
por graute e para o aparelho de apoio foi admitida distribuição linear de tensões de
compressão.

Figura 27 - Diagrama Momento x Curvatura com Comportamento Bi-Linear Assimétrico


[EL DEBS et al (2009)]

Onde:

= Momento fletor positivo resistente de projeto

= Momento fletor negativo resistente de projeto

∅ = Rigidez da ligação ao momento fletor positivo

∅ = Rigidez da ligação ao momento fletor negativo

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5.1. Armadura Negativa

Figura 28 - Mecanismo resistente ao momento fletor negativo e Posição deformada da


extremidade da viga e suas componentes deformáveis ao momento negativo [EL DEBS et
al (2009)]

5.1.1. Armadura negativa utilizada:


_ é = 25 = 2,5

5.1.1.1. Área efetiva de armadura negativa:


Será utilizado 4 barras de 25 mm com luvas Rudloff engastadas no pilar para a
consideração do momento negativo resistente da ligação semi-rígida.

, = 4,9 4 = 19,63 ²

5.1.1.2. Tensão de escoamento da armadura:


500
, = = 435
1,15

5.1.1.3. Módulo de elasticidade da armadura:


= 210000

5.1.2. Resistência à compressão e cisalhamento de projeto do concreto


da capa:
, = 30

á = 2,5 ,

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5.1.2.1. Módulo de elasticidade do concreto da capa:


, = 5600

5.1.2.2. Relação entre módulos de elasticidade:


=
,

5.1.3. Área de concreto que envolve a armadura de continuidade:


, = , ℎ

5.1.3.1. Taxa de armadura:


,
, =
,

5.1.4. Altura da extremidade da viga:


ℎ =ℎ +ℎ +ℎ

5.1.4.1. Distância entre CG da armadura negativa até a face superior da


capa:
′ =5

5.1.5. Tensão à compressão de projeto do graute:


= 30

5.1.6. Deformabilidade do graute em termos de tensão:


= 1,00 10 / = 0,00001 /

5.1.7. Cálculo da dimensão da região sob tensão de compressão na


interface inferior da extremidade da viga junto ao pilar:
=

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5.1.8. Cálculo da suposta fissura junto à face superior da extremidade


da viga:
(1 + ) ∅ 4∅
=2 +
8 1+ , á

= 0,4 =1

5.1.9. Cálculo da rigidez correspondente à região comprimida junto à


face inferior da extremidade da viga:
=

5.1.9.1. Cálculo da rigidez da armadura de continuidade:

,
=

5.1.9.2. Cálculo da distância da face inferior da extremidade da viga ao


centro de rotação:

(ℎ − ′ ) + 2
=
+

5.1.9.3. Cálculo do momento fletor negativo resistente de projeto


= , = , ℎ − ′ − 2

5.1.10. Cálculo da rigidez da ligação ao momento fletor negativo:


∅ = (ℎ − − ′ ) + − 2

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5.2. Armadura Positiva

Figura 29 - Mecanismo resistente ao momento fletor positivo e Posição deformada da


extremidade da viga e suas componentes deformáveis ao momento positivo [EL DEBS et al
(2009)]

5.2.1. Diâmetro dos chumbadores:


= ∅ = 20 =2

5.2.2. Cálculo do deslocamento transversal do chumbador quando


submetido ao máximo esforço:
= 0,10 ∅

5.2.3. Altura da capa:


ℎ =5

5.2.3.1. Largura colaborante da capa: (NBR6118:2003 pg. 61 a 62)


= 161,6

5.2.3.2. Resistência à compressão do concreto da capa:


, = 30

5.2.4. Tensão de escoamento do chumbador:


250
, = = 217,49
1,15

Chumbador ASTM A36 20mm.

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5.2.5. Resistência à compressão de projeto do graute ou concreto em


contato com o chumbador:
, á = 35

5.2.6. Cálculo da força de projeto responsável pela formação de rótula


plástica nos chumbadores:
= 1,245

=2 ∅ , á

5.2.7. Cálculo da dimensão da região sob tensão de compressão na


interface superior da extremidade da viga junto ao pilar:
=
,

5.2.8. Cálculo da força de projeto de tração atuante nos chumbadores:


= ,

5.2.9. Cálculo do momento fletor negativo resistente de projeto


= = ℎ − 2 + sin ℎ − 2

5.2.10. Cálculo da rigidez da ligação ao momento fletor positivo:


=

∅ = ℎ −
2

5.3. Cálculo da rigidez para o projeto:

,
+ ,
=

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6. Roteiro para o dimensionamento dos


elemento pré-fabricado de concreto
protendido

6.1. Descrição da Viga Retangular de Mezanino

6.1.1. Nome do Elemento

Viga Retangular de Piso VRA.

6.1.2. Função e relação com outros elementos:

Viga de apoio das lajes do primeiro pavimento.

6.1.3. Sistema de protensão

A protensão com aderência inicial é largamente empregada na produção de


elementos pré-fabricados em pistas de protensão. Nessas pistas, fios ou cordoalhas de aço
especial são previamente estirados com auxílio de macacos hidráulicos que se apoiam em
blocos (ancoragens) de cabeceiras, só então as peças são concretadas, e após o suficiente
ganho de resistência do concreto, os fios ou cordoalhas são liberados.

Figura 30 - Esquema de uma pista de protensão com aderência inicial [VERÍSSIMO 1998]
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O emprego da protensão com aderência inicial, em pistas, permite a produção em


larga escala de elementos estruturais, principalmente os de características lineares em que
uma das dimensões predomina sobre as demais e de seção transversal pouco variável.

6.1.4. Pista de fabricação

As pistas de protensão tem comprimento entre 80 e 200 metros, tendo em vista a


capacidade de produção da fábrica, a tipologia dos elementos a serem produzidos, a
dimensão do térreo, o comprimento comercial dos fios e cordoalhas de aço especial para
protensão e a capacidade dos macacos de protensão.

Para a fabricação de elementos pré-moldados, a ancoragem da armadura pré-


tracionada é feita nos blocos de cabeceira das pistas de protensão.

Em uma pista de protensão existem cabeceiras de ancoragem ativas e passiva. A


ativa é aquela pela qual e feito o estiramento dos cabos.

Por fim, o comprimento da pista adotado é de 150 metros.

6.1.5. Cura do concreto

Será utilizado o processo de cura à vapor, que é realizado em três etapas, cuja
caracterização deve ser feita caso a caso, segundo o tipo de elemento a ser produzido.

 1ª Etapa: Eleva-se a temperatura do ambiente a uma taxa de crescimento de


ordem 25%, até atingir um valor aproximado igual a 75°C.
 2ª Etapa: A temperatura é mantida constante por um período em cerca de 12
horas.
 3ª Etapa: O ambiente é desaquecido gradualmente.

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Figura 31 - Tempo de Ciclo da Cura à Vapor

A maturidade do concreto no caso da cura à vapor, de acordo com A. C.


Vasconcelos ("Manual Práticos para a Correta Utilização dos Aços no Concreto
Protendido", LTC, 1980), M.E. Velasco sugere uma fórmula:

+ á ( á + 10)
= ∙
2 ( + 10)

Sendo: t.c. = duração do ciclo;

tTmáx = tempo sob temperatura máxima;

T0 = temperatura ambiente;

Tmáx = temperatura máxima do concreto.

Quando se utiliza cimento ARI, é possível que a expressão de maturidade seja


diferente. Entretanto, se admitirmos como válido para efeito de estimativa, tiramos um
concreto com cerca de 7 dias de idade, o que no caso do cimento ARI proporciona uma
resistência da ordem de 70% a 80% correspondente aos 28 dias.

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6.1.6. Transporte dos elementos e armazenamento

No transporte interno na fábrica, podem ser utilizados pórticos rolantes, carrinhos


de rolamento, pontes rolantes, monotrilhos e outros equipamentos do gênero.

Os equipamentos mais comumente empregados são as pontes rolantes e pórticos


rolantes, pois dessa forma utiliza-se o mesmo equipamento para a desmoldagem,
transporte interno, empilhamento e carregamento dos elementos.

Em geral, após a execução, os elementos são retirados da área de fabricação,


passam por uma fase de acabamento e montagem de elementos em segunda etapa
(consolos, cabeças), e armazenados em área apropriada.

O armazenamento ocorre fundamentalmente pelas seguintes razoes:

1) Planejamento da produção;
2) Aumento da resistência do concreto, até atingir, preferencialmente a resistência
de projeto.

No armazenamento dos elementos pré-moldados recomenda-se não utilizar mais do


que 2 linhas de apoio e armazenar os elementos na posição correspondente à de utilização
definitiva.

Deve-se atentar para a possibilidade de deformações excessivas devido à pouca idade


do concreto, fluência do aço e do concreto a longos períodos estocados, e retrações
diferenciais nas faces dos painéis.

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6.2. Materiais empregados

6.2.1. Concreto
6.2.1.1. Resistência característica à tração e à compressão aos 28 dias:

Para todos os elementos, será utilizado concreto C40 ARI, a qual a sua resistência
característica a compressão e a tração é:

= 40

= 0,7 ∙ , = 0,7 ∙ 0,3 ∙ 40 = 2,45

, = 35

, = 21 → çã ã

6.2.1.2. Módulo de Elasticidade:


Estimado com base na NBR 6118:2003:

= 5600 = 5600√40 = 35417,51

= 0,85 ∙ = 0,85 ∙ 35417,51 = 30104,89

6.2.1.3. Capa
= 30

6.2.2. Aço de protensão (CP-190 RB)

0,77 = 0,77 1900 = 1463



0,85 = 0,85 1710 = 1453,5

6.2.2.1. Resistência característica ao escoamento:


= 0,9 ∙ 1900 = 1710

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6.2.2.2. Resistência característica à ruptura:


= 1900

6.2.2.3. Módulo de Elasticidade:


= 200000

OBS: Valor adotado pois as cordoalhas possuem modulo de elasticidade menor em


comparação aos fios de protensão, pois se trata de um módulo de deformação aparente
que engloba certa acomodação dos fios enrolados.

6.2.2.4. Tipo de Relaxação:

Baixa relaxação: (aço estabilizado) que são aços trefilados, recebem tratamento
termodinâmico, o qual melhora as características estáticas e reduz a perda de tensão por
relaxação do aço.

6.2.3. Aço comum (fios, barras, telas soldadas)

6.2.3.1. Resistência característica ao escoamento:

CA50: = 500

CA60: = 600

6.2.3.2. Módulo de Elasticidade:


= 210000

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6.3. Dados geométricos (Seção Retangular):


6.3.1. Peça:
= ℎ


=
12

= =

6.3.2. Laje + Capa:


 Largura da mesa colaborante, devido a capa na 2ª e 3ª fase

1,00 + + 1,00

+

, ª

, ª

, ª

, ª

6.4. Carregamento:
6.4.1. Laje 1 (Largura Colaborante = Vão da Laje / 2)

Peso Próprio;

Revestimento + Sobrecarga Permanente

Parede;

Sobrecarga Acidental.

6.4.2. Laje 2 (Largura Colaborante = Vão da Laje / 2)

Peso Próprio;

Revestimento + Sobrecarga Permanente

Parede;

Sobrecarga Acidental.
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6.5. Estimativa da armadura ativa:

1ª camada (h=5cm): Φ12,7 (1,014 cm²)

2ª camada (h=10cm): Φ12,7 (1,014 cm²)

= 1,014 + 1,014

= = 1400

ℎ 5+ 10
= −
2 +

6.6. 1ª fase (protensão): PPviga + Protensão


6.6.1. Cálculo dos esforços solicitantes:
ª = 2,5 / ³

ª ²
, ª =
8

ª
, ª =
2
= 1,3: é−

6.6.2. Cálculos para o meio do vão (seção 5):


= =
2

ª
= −
2
6.6.2.1. Perdas de protensão:
= 1400 −

çã → (– )

ã → (+)

= + − = + −

=− + + =− + +

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6.6.2.2. Armadura passiva superior para limitar fissuração:

= =

(ℎ )
( + ) 2
= = =

6.6.3. 2ª fase (montagem): PPviga + PPlaje + PPcapa + Protensão

ª = + 2,5 ⁄

ª ²
, ª = 1,3
8

ª
, ª = 1,3
2

6.6.4. Cálculos para o meio do vão (seção 5):


= =
2

ª ²
= −
2
6.6.4.1. Perdas de protensão:
= − = 1306

6.6.4.2. Cálculo da possibilidade de utilizar armadura passiva

= 1,3 ç + 1,3

= − = −
2 2 2
=
²

; ;
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Tabela 8 - Tabela de Tensão no Aço de Protensão

Tabela de tensão no aço


ε 5,25 6,794 7,438 8,167 9 9,962 10 12,5 15 17,5
CP 175 1025 1264 1316 1344 1365 1368 1368 1378 1388 1397
CP 190 1025 1314 1411 1459 1482 1486 1486 1496 1507 1517
ε 20 22,5 25 27,5 30 32,5 35 37,5 40
CP 175 1407 1416 1426 1436 1445 1455 1464 1474 1484
CP 190 1527 1538 1548 1559 1569 1579 1590 1600 1611

Tabela 9 - Tabela de KMD, KZ e KX

KMD KX KZ εc (‰) εs (‰) KMD KX KZ εc (‰) εs (‰)


0,0100 0,0148 0,9941 0,1502 10,0000 0,1950 0,3305 0,8678 3,5000 7,0919
0,0200 0,0298 0,9881 0,3068 10,0000 0,2000 0,3405 0,8638 3,5000 6,7793
0,0300 0,0449 0,9820 0,4704 10,0000 0,2050 0,3506 0,8597 3,5000 6,4814
0,0400 0,0603 0,9759 0,6414 10,0000 0,2100 0,3609 0,8556 3,5000 6,1971
0,0500 0,0758 0,9697 0,8205 10,0000 0,2150 0,3714 0,8515 3,5000 5,9255
0,0550 0,0836 0,9665 0,9133 10,0000 0,2200 0,3819 0,8473 3,5000 5,6658
0,0600 0,0916 0,9634 1,0083 10,0000 0,2250 0,3925 0,8430 3,5000 5,4170
0,0650 0,0995 0,9602 1,1056 10,0000 0,2300 0,4033 0,8387 3,5000 5,1785
0,0700 0,1076 0,9570 1,2054 10,0000 0,2350 0,4143 0,8343 3,5000 4,9496
0,0750 0,1156 0,9537 1,3077 10,0000 0,2400 0,4253 0,8299 3,5000 4,7297
0,0800 0,1238 0,9505 1,4126 10,0000 0,2450 0,4365 0,8254 3,5000 4,5181
0,0850 0,1320 0,9472 1,5203 10,0000 0,2500 0,4479 0,8208 3,5000 4,3144
0,0900 0,1403 0,9439 1,6308 10,0000 0,2550 0,4594 0,8162 3,5000 4,1181
0,0950 0,1485 0,9406 1,7444 10,0000 0,2600 0,4711 0,8115 3,5000 3,9287
0,1000 0,1569 0,9372 1,8611 10,0000 0,2650 0,4830 0,8068 3,5000 3,7459
0,1050 0,1654 0,9339 1,9810 10,0000 0,2700 0,4951 0,8020 3,5000 3,5691
0,1100 0,1739 0,9305 2,1044 10,0000 0,2750 0,5074 0,7970 3,5000 3,3981
0,1150 0,1824 0,9270 2,2314 10,0000 0,2800 0,5199 0,7921 3,5000 3,2324
0,1200 0,1911 0,9236 2,3621 10,0000 0,2850 0,5326 0,7870 3,5000 3,0719
0,1250 0,1998 0,9201 2,4967 10,0000 0,2900 0,5455 0,7818 3,5000 2,9162
0,1300 0,2086 0,9166 2,6355 10,0000 0,2950 0,5586 0,7765 3,5000 2,7649
0,1350 0,2175 0,9130 2,7786 10,0000 0,3000 0,5721 0,7712 3,5000 2,6179
0,1400 0,2264 0,9094 2,9263 10,0000 0,3050 0,5858 0,7657 3,5000 2,4748
0,1450 0,2354 0,9058 3,0787 10,0000 0,3100 0,5998 0,7601 3,5000 2,3355
0,1500 0,2445 0,9022 3,2363 10,0000 0,3150 0,6141 0,7544 3,5000 2,1997
0,1550 0,2536 0,8985 3,3391 10,0000 0,3200 0,6287 0,7485 3,5000 2,0672
0,1600 0,2630 0,8948 3,5000 9,8104 0,3300 0,6590 0,7364 3,5000 1,8100
0,1650 0,2723 0,8911 3,5000 9,3531 0,3400 0,6910 0,7236 3,5000 1,5652
0,1700 0,2818 0,8873 3,5000 8,9222 0,3500 0,7249 0,7100 3,5000 1,3283
0,1750 0,2913 0,8835 3,5000 8,5154 0,3600 0,7612 0,6955 3,5000 1,0983
0,1800 0,3009 0,8796 3,5000 8,3106 0,3700 0,8003 0,6799 3,5000 0,8732
0,1850 0,3106 0,8757 3,5000 7,7662 0,3800 0,8433 0,6627 3,5000 0,6506
0,1900 0,3205 0,8718 3,5000 7,4204
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; = + ;

=
( )

Se < , , não há necessidade de armadura passiva

6.6.4.3. Momento resistido pela armadura de protensão

0,8
= = − ( )= − 0,4 ( )
2
OBS: Caso tivesse a necessidade do uso da armadura passiva, teríamos:


, =
( )

çã → (– )

ã → (+)

= + − = + −

=− + + =− + +

6.7. 3ª fase (funcionamento): PPviga + PPlaje + PPcapa +


Protensão + SC Acidental
ª = + 2,5 ⁄ +

ª ²
, ª =
8

ª
, ª =
2

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6.7.1. Cálculos para o meio do vão (seção 5):

= =
2
ª ²
= −
2
6.7.1.1. Perdas de protensão:

= 1400 − = 1171,38

6.7.1.2. Cálculo da possibilidade de utilizar armadura passiva

= 1,3 ç + 1,3 + 1,4

² ²
= − = −
2 2 2

=
²

; ;

Tabela de tensão no aço


ε 5,25 6,794 7,438 8,167 9 9,962 10 12,5 15 17,5
CP 175 1025 1264 1316 1344 1365 1368 1368 1378 1388 1397
CP 190 1025 1314 1411 1459 1482 1486 1486 1496 1507 1517
ε 20 22,5 25 27,5 30 32,5 35 37,5 40
CP 175 1407 1416 1426 1436 1445 1455 1464 1474 1484
CP 190 1527 1538 1548 1559 1569 1579 1590 1600 1611

; = + ;

=
( )

Se < , , não há necessidade de armadura passiva

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6.7.1.3. Momento resistido pela armadura de protensão

0,8
= = − ( )= − 0,4 ( )
2
OBS: Caso tivesse a necessidade do uso da armadura passiva, teríamos:


, =
( )

6.7.2. Verificação das tensões para os estado limite de serviço para


formação de fissuras:
çã → (– )

ã → (+)

→ .
ã → .
→ .

6.7.2.1. Face superior

, = − + + = − + +

²
= −
2
²
= −
2
ã → = 0,4

6.7.2.2. Face inferior

, = + − − = + − −
,

= , = 0,7 0,3 40 = −3,68

Logo, não teremos problemas com o ELS-F se , <

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6.7.3. Verificação das tensões para o estado limite de serviço para


descompressão

çã → (– )

ã → (+)

→ .
ã → .
→ .

6.7.3.1. Face superior

, = − + + = − + +

ã → = 0,6

6.7.3.2. Face inferior

, = + − − = + − −
,

=0 ( ℎ çã )

Logo, não teremos problemas com o ELS-D.

6.8. Cálculo das tensões mínimas, ou seja, sem a


consideração da SC (Situação em Vazio)

í , = − + = − +

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í , = + − = + −

= , = 0,7 0,3 40 = −3,68

6.9. Cálculo da armadura transversal

Duas lajes apoiadas de 15 cm nessa viga com altura de 30 cm.

6.9.1. Cortante característica máxima:

o 1ª fase: Vsd (Considera apenas a carga de PP)


o 2ª fase: Vsd (Considera apenas a carga de Rev.+SC)

6.9.2. Cortante de cálculo

6.9.3. Cálculo da força cortante resistente de cálculo, relativa a ruína


das diagonais comprimidas

f
V = 0,27 α f b d = 0,27 1 − f b d
250

6.9.4. Cálculo da parcela de força cortante absorvida por mecanismos


complementares ao de treliça
V = V = 0,6 f b d

6.9.5. Cálculo da área mínima de armadura transversal


A , í f
≥ 0,2 b
s f

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6.9.6. Cálculo da área de armadura transversal


A
V , ª = 0,9 d f
s
A
V , ª = 0,9 d f
s

V , ª =V +V

V , ª =V +V

V , ª ≤V , ª

V , ª ≤V , ª

6.9.7. Espaçamento entre estribos:


V ≤ 0,67 V → s á = 0,6 d ≤ 30cm

V > 0,67 V → s á = 0,3 d ≤ 20cm

6.9.7.1. 1ª fase:
n A
s=
A

6.9.7.2. 2ª fase:
n A
s=
A

6.10.Cisalhamento entre Interfaces

6.10.1. Distância entre chumbadores da viga

6.10.2. Distância entre o momento nulo e o momento máximo


= 3,05

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6.10.3. Cálculo do valor médio da força de compressão ou de


tração acima da ligação:
0,85 , 0,85 ,
= = ℎ
1,4 1,4

Tabela 10 - Valores dos coeficientes βs e βc (NBR9062:2006, pg 15)

βs βc

≤0,2% 0 0,3
≥0,5% 0,9 0,6

6.10.4. Cálculo de tensão de aderência


=

6.10.5. Verificação
+

0,25

6.11.Viga De Cobertura

Para as vigas de cobertura, a dimensionamento é análogo ao da viga de mezanino,


diferenciando o carregamento aplicado sobre o elemento e o fato que não existe a contribuição
da capa para o resistência da viga.

6.11.1. Carregamento:

Tabela 11 - Carregamentos na Viga de Cobertura

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7. Resultados
Os resultados dos dimensionamentos serão apresentados por meio de tabelas.

7.1. Viga Retangular de Mezanino VRA105 (50x100)

Consultando o catálogo da empresa Cassol Pré-Fabricados, obteve-se para


uma carga de 2,34 tf/m² com vão de 8,0 metros, uma laje de altura 32 cm com
peso de 400 Kg/m².

Figura 32 - Catálogo Laje Alveolar Protendia

Com a análise estrutural feita através do software STRAP, obteve-se, para uma
combinação Fd,5 no ELU com coeficiente para cargas permanentes de 1,0 e sobrecarga de
0,0 (situação favorável) e coeficiente 1,4 para as ações do vento (situação desfavorável),
os valores de momento positivo e negativa solicitantes para a ligação semi-rígida.

Foi calculo então os valores dos momentos positivos e negativos resistentes das
ligações semi-rígidas.

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Tabela 12 - Ligação Semi-Rígida (Momento Negativo)

MOMENTO NEGATIVO
armadura médio(cm) 2,50 wy(m) 0,00089
As,neg(cm2) 19,63 Es(MPa) 210000
fyd,armadura(MPa) 434,78 Ec,top(MPa) 30672,46
he(cm) 135,00 ρs,ef 0,0785
d'e(cm) 5,00 Ac,ef(cm2) 250
fcg(Mpa) 30,00 fc,top(MPa) 30,00
bw(cm) 50,00 Dgj(m/MPa) 1,00E-05
ycn(cm) 7,97 ycr(cm) 28,47
ks(MN/m) 960,98 e 6,85
kg(MN/m) 3983,90 max 11,57
Myn(kN.m) 1075,79
kn(MN.m/rad) 1229,47

Portanto serão utilizados 4 luvas Rudloff para resistir ao momento


negativo da ligação.

Tabela 13 - Ligação Semi-Rígida (Momento Positivo)

MOMENTO POSITIVO
chumbador(cm) 2 hf(cm) 5
ycp(cm) 0,19631 fcc,capa(MPa) 30
fcc,max(MPa) 30 αvy(cm) 0,2
fyd,chumbador(MPa) 217,3913 ksd(MN/m) 33,99
c 1,245 ° 0
Fsd(kN) 67,98 Ftd(kN) 136,52
bf(cm) 161,6 hc(cm) 54,00
Myp(kN.m) 91,71
kp(MN.m/rad) 61,86

Logo serão utilizados 2 chumbadores de 20 mm de aço ASTM A36 para


resistir ao momento negativo da positivo da ligação.

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Caracterização da ligação viga-pilar

200,00
Momento (kN.m) 0,00
-200,00 Myp-
ELU
-400,00 Myn-
-600,00 ELU
Myp-
-800,00 ELS

-1000,00
-1200,00
-0,015 -0,01 -0,005 0 0,005 0,01 0,015
Rotação(rad)

Gráfico 1 - Caracterização da ligação viga-pilar

Vimos que o momento negativo máximo resistente é de 1075,79 kN.m, com isso,
utilizando o software FTOOL, adicionamos uma mola na viga VRA 105, tal que o valor
do momento negativo máximo resultante seja aproximadamente igual ao calculado.
Obtemos a configuração abaixo. A primeira situação refere-se à 2ª fase (Montagem da
viga, situação em vazio, onde todas as forças estão atuando, menos a SC Acidental, na
idade de 15 dias). A segunda situação, refere-se à 3ª fase (Utilização, todas as forças
atuando no tempo infinito) e a terceira situação é uma comparação à uma ligação
perfeitamente engastada.

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Figura 33 - Análise Ligação Semi-Rígida VRA105

Somando os momentos máximos positivos da primeira com a segunda posição,


temos o momento solicitante na viga. Com esse momento solicitante, analisa-se a
sobrecarga acidental para que a mesma produza esse momento desejado e
dimensiona-se a viga protendida.

Tabela 14 - Ações Atuantes na VRA105

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Tabela 15 - Características Geométricas da VRA105

Tabela 16 - Armadura Ativa VRA105

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Tabela 17 - Armadura Transversal VRA105

Tabela 18 - Características Geométricas da VRA105

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Tabela 19 - Características do Aço e do Concreto

Tabela 20 - 1ª Fase (Protensão) - VRA105

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Tabela 21 - 2ª Fase (Montagem) - VRA105

Tabela 22 - 3ª Fase (Utilização) - VRA105

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7.2. Viga “I” de Cobertura VIC105 (30x60)

Tabela 23 - Ações Atuantes na VIC105

Tabela 24 - Características Geométricas da VIC105

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Tabela 25 - Características Geométricas da VIC105

Tabela 26 - Armadura Ativa VIC105

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Tabela 27 - Armadura Transversal VIC105

Tabela 28 - 1ª Fase (Protensão) - VIC105

Tabela 29 - 2ª Fase (Montagem) - VIC105

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Tabela 30 - 3ª Fase (Utilização) - VIC105

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Tabela 31 - Combinações de Ações no software STRAP

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7.3. Pilar PIL105 (50x60)

Primeiramente, é necessário verificar a seção para o Estado limite de serviço,


verificar se a deslocabilidade do mesmo está fora do limite estabelecido. No caso da
verificação para o ELS foi utilizado a análise linear que como dito anteriormente é a mais
adequada para o mesmo, porém deve-se considerar os efeitos de fissuração, razão pela
qual foi utilizada por simplificação o coeficiente redutor da inércia de 0,5, calculado por
SANTOS (2010). Posteriormente, é feito o dimensionamento do pilar de modo que o
mesmo atenda o ELU por meio de uma análise não-linear, considerando o efeito de não
linearidade física (fissuração) e geométrica (P-Δ).

7.3.1. Verificação no ELS

Foi utilizada a combinação de serviço frequente onde considerou-se que a carga


do vento é a principal (multiplicado por Ψ1) e o homem com equipamentos é a secundária
(multiplicado por Ψ2). Tal combinação foi feita variando os ventos e a localização do
homem na viga (cumeeira, meio e extremidade) e a mesma pode ser vista a seguir.

, = 0,4. + 0,3.

Com todos os pilares de seção 50cm x 60cm o deslocamento foi menor que o
estabelecido pela norma, que para edificações como galpões permite um deslocamento
no topo de até H/600 o que resulta em um deslocamento máximo de 2,67 cm uma vez que
a altura considerada na modelagem foi de 16,00.

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7.3.2. Cálculo da armadura longitudinal no ELU

Para o cálculo da armadura no ELU foi feita uma análise não-linear onde foi
considerada a fissuração da peça com o coeficiente redutor de inércia e os efeitos da não
linearidade geométrica, onde se utilizou o método iterativo P-Δ.

As combinações utilizadas foram as normais considerando o esgotamento da


capacidade resistente dos elementos em concreto armado. Consultando-se a NBR
6118:2004, obtiveram-se os coeficientes de majoração de carga.

, = 1,3 é + 1,25 á + 1,4 + 1,4 + 1,4 ( + 0,7 )

, = 1,3 é + 1,25 á + 1,4 + 1,4 + 1,4 ( )

, = 1,3 é + 1,25 á + 1,4 + 1,4 + 1,4 (0,6 + )

, = 1,3 é + 1,25 á + 1,4 + 1,4 + 1,4

O programa utilizado (STRAP®) para análise estrutural do pórtico permite que se


calcule automaticamente os esforços através do P-Δ e de forma automática as
combinações de ação são feitas desde que o usuário as defina. Uma vez definida as ações
e atribuídas às características geométricas do pórtico, pôde-se processá-lo a fim de se
obter o diagrama de momento fletor e normal. O programa calcula ainda a envoltória de
esforços, porém na maioria dos casos o carregamento que gera o maior esforço
normalmente não é aquele que gera o maior momento fletor, por isso é necessário avaliar
qual dessas forças causa uma maior necessidade de armadura para a peça. Observando-
se a magnitude dos esforços percebeu-se que o momento fletor é o fator determinante da
armadura em caso de pilares de galpões pré-moldados e, portanto, o mesmo deve ser
armado para combatê-lo.

Foi obtido para as combinações acima, uma força axial de 245,0 tf e um momento
fletor na direção x de 125,0 tf.m.

Utilizando o software educacional OBLÍQUA do Centro de Estudos de Engenharia


Civil Professor Inaldo Ayres Vieira da Universidade Federal do Paraná, obteve-se o
Diagrama de Interação Mxd x Myd, com todas as barras de 25 mm e d = 4,5 cm.

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Figura 34 - Diagrama Interação Mxd x Myd

A armadura está dentro dos limites estabelecidos pela NBR 6118:2004, pois a
armadura é superior a 0,4% da área da seção do pilar e inferior a 8% da mesma.

A figura 35 indica, resumidamente, os valores dos espaçamentos máximos e


mínimos das armaduras transversais e longitudinais recomendados pela ABNT NBR
6118:2003.

Portanto, foram adotadas 20 barras de 25 mm para a armadura longitudinal e


estribos de 8,0 mm espaçados a cada 20 cm.

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Figura 35 - Resumo das principais recomendações da revisão da norma brasileira a


respeito do espaçamento das armaduras em pilares

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8. Considerações Finais

Ao longo deste trabalho percebeu-se que a análise estrutural de galpões compostos


por elementos pré-fabricados apresenta muitas especificidades, uma vez que podem ser
feitos muitos arranjos estruturais onde se variam a altura, a disto ânsia entre pórticos, as
peças pré-fabricadas e as ligações entre as mesmas. Portanto, percebeu -se que apesar de
parecer simples, o cálculo de galpões pré-moldados é trabalhoso, pois exige muita atenção
às particularidades das peças.

Destaca-se ainda que o trabalho tem como objetivo aprofundar os conhecimentos nas
tipologias de galpões pré-fabricados, as ações atuantes nos mesmos e como é feito o
dimensionamento de peças que compõem o pórtico analisado.

Em relação à análise dos pilares, é importante ressaltar primeiramente que ainda


existem muitos assuntos não abordados neste trabalho, como é o caso da fissuração
(consideração da não-linearidade física do material). Adotou -se aqui um coeficiente
redutor da inércia de 0,5, com base em alguns trabalhos consultados. A NBR 6118:2004
não é clara quando o assunto são galpões e edificações de um pavimento, quanto à
consideração simplificada da não-linearidade física. O que se pode perceber, após a
análise de alguns trabalhos, é que existem algumas maneiras de se calcular tal coeficiente
redutor por determinados trechos dos pilares (diferentes relações entre momento fletor e
esforço normal), seja por uma metodologia simplificada ou mais refinada, que é o caso
do Momento-Curvatura.

O roteiro escolhido e detalhado neste trabalho para a determinação das armaduras e


verificações pertinentes da viga permite claramente ao projetista entender o
funcionamento da peça e detalhar tanto a armadura longitudinal quanto a transversal.

O projetista precisa dominar os conceitos da pré-traçam de forma que consiga aplicar


os modelos de cálculo mais adequados. Lembra-se que este dimensionamento
corresponde a um cálculo de armadura longitudinal em que se determinam os esforços de
protensão considerando as perdas progressivas. Assim, pode-se dizer que a precisão do
dimensionamento obtido é bastante razoável. Nota-se também que há uma quantidade
grande de verificações a serem feitas, mostrando a necessidade de se elaborar um
programa ou uma planilha automática que permita ao projetista chegar rapidamente ao
detalhamento final.

Universidade de São Paulo


Escola de Engenharia de São Carlos
84
Trabalho de Conclusão de Curso – 2013 Gabriel Faria Fedrizze

9. Referências

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: Projeto de


estruturas de concreto – procedimento. Rio de Janeiro, 2003.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9062: Projeto e


execução de estruturas de concreto pré-moldado. Rio de Janeiro, 2006.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6123: Forças devidas


ao vento em edificações. Rio de Janeiro, 1988. 66 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8681:Ações e


segurança nas estruturas – Procedimentos. Rio de Janeiro, 2003. 36 p.

AMARAL, M. S. Análise Experimental de Pórtico Pré-fabricado de Concreto, em


Escala Real, com Ligação Viga-Pilar com Chumbadores. 2007. Dissertação
(Mestrado em Engenharia de Estruturas), Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis, 2007.

VERÍSSIMO, G. S; JUNIOR, K. M. L. C. Concreto protendido – perdas de protensão.


Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, 1998. 39p. Apostila.

VERÍSSIMO, G. S; JUNIOR, K. M. L. C. Concreto protendido – fundamentos básicos.


Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, 1998. 72p. Apostila.

HANAI, J. B. Fundamentos do Concreto Protendido. São Carlos: EESC:


Departamento de Engenharia de Estruturas, 2005. 116 p. Apostila.

DEBS. M. K. E. Concreto pré-moldado: Fundamentos e aplicações. São Carlos:


EESC: Departamento de Engenharia de Estruturas, 2000. 441 p.

CASSOL PRÉ-FABRICADOS. Publicação Eletrônica. Disponível em <


http://www.galpoes prefabricados.com.br >. Acesso em Agosto/2013.

FERREIRA, M. A. Estudos de deformabilidades de ligações para análises linear em


pórticos planos de elementos pré-moldados de concreto. 1993. Dissertação (Mestrado
em Engenharia de Estruturas) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de
São Paulo, São Carlos, 1993.

FONTES, F.F. (2005). Análise estrutural de elementos lineares segundo a NBR


6118:2003. Dissertação (Mestrado) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade
de São Paulo, São Carlos, 2005.

MARIN, M. C. Contribuição à análise da estabilidade global de estruturas em


concreto pré-moldado de múltiplos pavimentos. 2009. 213p. Dissertação (Mestrado

Universidade de São Paulo


Escola de Engenharia de São Carlos
85
Trabalho de Conclusão de Curso – 2013 Gabriel Faria Fedrizze

em Engenharia de Estruturas) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de


São Paulo, São Carlos, 2009.

MIOTTO, A. M. M. Ligações viga-pilar de estruturas pré-moldadas de concreto:


análise com ênfase na deformabilidade ao momento fletor. 2002. Dissertação
(Mestrado em Engenharia de Estruturas) – Escola de Engenharia de São Carlos,
Universidade de São Paulo, São Carlos, 2002

MORENO JÚNIOR, A. L. Aplicação do Pré-moldagem na construção de galpões em


concreto: Exemplo de um galpão com cobertura em dente de serra. 1992. Dissertação
(Mestrado em Engenharia de Estruturas) – Escola de Engenharia de São Carlos,
Universidade de São Paulo, São Carlos, 1992.

RODRIGUES, C.; CARVALHO, R. C. Algumas considerações sobre o cálculo de


pórticos pré-fabricados de concreto. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA-
PROJETOPRODUÇÃO EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO, 2. 2009, São Carlos.

SANTOS, A. P.; ALMEIDA FILHO, F. M.; PINHEIRO, L. M. Galpões de concreto


pré-moldado: análise considerando alteração no fechamento lateral. In:
ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA-PROJETO-PRODUÇÃO EM CONCRETO
PRÉ-MOLDADO, 2. 2009, São Carlos.

Universidade de São Paulo


Escola de Engenharia de São Carlos
86
Trabalho de Conclusão de Curso – 2013 Gabriel Faria Fedrizze

10. Anexos

Universidade de São Paulo


Escola de Engenharia de São Carlos
87
1 2 3 4 5 6

1600.0

2400.0

3200.0

4000.0
800.0
0.0
A B C

1940
C
PIL101 PIL102 PIL103 PIL104 PIL105 PIL106
50x60 50x60 50x60 50x60 50x60 50x60

LAJE LP21
(VER TABELA DE LAJES)

970
B
PIL107 PIL108 PIL109 PIL110 PIL111 PIL112
60x50 50x50 50x50 50x50 50x50 60x50
FRENTE

0.0
A
PIL113 PIL114 PIL115 PIL116 PIL117 PIL118
50x60 50x60 50x60 50x60 50x60 50x60

A B C

PAVIMENTO +1,40
6 5 4 3 2 1

3200.0
4000.0

2400.0

1600.0

800.0

0.0
C B B

4066 (FACE EXTERNA DE PAINEL)

4000

149

149
F-A18 F-A18 F-A18 F-A18 F-A18 F-A18 F-A18 F-A18 F-A18 F-A18
210.5

PPL210 PPL210 PPL210 PPL210 PPL210

210
(12x210) (12x210) (12x210) (12x210) (12x210)

F-C5 F-C5 F-C5 F-C5 F-C5 F-C5 F-C5 F-C5 F-C5 F-C5

180.5
180.5

LAJE LP21

251.5
235
1499

1531
1349.5

1349.5

1349.5
360

539
17.5

LAJE LP21
346

200
PA= -2.16

40
40

40
96

96

96

ESC.:1:100
1 2 3 4 5 6

3200.0
1600.0

2400.0

4000.0
800.0
0.0
B B C

4066 (FACE EXTERNA DE PAINEL)

4000

CLL001 CLL002 CLL003 CLL004


149

149
(49x150) (49x150) (49x150) (49x150)

F-A18 F-A18 F-A18 F-A18 F-A18 F-A18 F-A18 F-A18 F-A18 F-A18

210.5
PPL210 PPL210 (12x210) PPL210 PPL210 (12x210) PPL210 (12x210)
210

(12x210) (12x210)

F-C5 F-C5 F-C5 F-C5 F-C5 F-C5 F-C5 F-C5 F-C5 F-C5

180.5
179

LAJE LP21

235
252

1499
1531

1349.5

1349.5

1349.5

360
539

17.5
LAJE LP21

346
200

PA= -2.16
40

40

40
96

96

96
ESC.:1:100
B

A
C
2500.0

1250.0

0.0
2079.4 (FACE EXTERNA DE PAINEL)

2019.4

1009.7 1009.7

149
1
210
A.C.C. A.C.C.

221
50
260

311
1331

50
1467

260

311

+1.40

300
LAJE LP21
100

+0.00
366

360
260

PA= -2.16
40

40
96

96
3

ESC.:1:100
B

A
C
2500.0

1250.0

0.0
2079.4 (FACE EXTERNA DE PAINEL)

2019.4

1009.7 1009.7

149
1
210
A.C.C. A.C.C.

642.5
1331
1467

+1.40
LAJE LP21
100
150

150
+0.00
366

360
260

PA= -2.16
40

40
96

96
3

ESC.:1:100
B

A
C
2500.0

1250.0

0.0
2079.4 (FACE EXTERNA DE PAINEL)

2019.4

1009.7 1009.7

149
1
210
A.C.C. A.C.C.

642.5
1331
1467

+1.40
LAJE LP21
180
150

150
+0.00
366

36 0
260

PA= -2.16
40

40
96

96
3

CORTE CC
ESC.:1:100
B

A
C
2500.0

1250.0

0.0
2079.4 (FACE EXTERNA DE PAINEL)

2019.4

1009.7 1009.7

149
1
210
A.C.C. A.C.C.

221
50
260

311

642.5
1331

50
1467

260

311

+1.50
LAJE LP21
100
150

150
+0.00
366

360
260

PA= -2.16
40

40
96

96
3

CORTE AA
ESC.:1:100
B

A
C
2500.0

1250.0

0.0
2079.4 (FACE EXTERNA DE PAINEL)

2019.4

1009.7 1009.7

149
1
210
A.C.C. A.C.C.

642.5
1331
1467

+1.40
LAJE LP21
100
150

150
+0.00
366

360
260

PA= -2.16
40

40
96

96
3

CORTE BB
ESC.:1:100

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