Você está na página 1de 406

PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010

LUCIANO OLIVEIRA
AULA 00

Olá, caros(as) concurseiros(as)! Meu nome é Luciano Oliveira . Sou natural


de Santos/SP e tenho 35 anos. Morei no Rio de Janeiro por 10 anos, na época em
que fui Oficial da Marinha, e estou em Brasília há 5 anos, desde que vim trabalhar
no serviço público civil federal, inicialmente na Secretaria do Tesouro Nacional,
depois no Tribunal de Contas da União (TCU) e atualmente no Senado Federal.
Hoje sou Consultor de Orçamentos do Senado Federal. Já exerci o cargo
de Auditor Federal de Controle Externo do TCU e o de Analista de Finanças e
Controle da Secretaria do Tesouro Nacional. Antes disso, fui Oficial da ativa da
Marinha do Brasil por sete anos. Sou professor de cursos preparatórios há mais de
cinco anos, especializado em Direito Administrativo, e ministro também cursos de
redação, atuando em cursos presenciais de Brasília e outras capitais. Atualmente
sou o Presidente da Associação Nacional dos Concurseiros, a Andacon
(www.andacon.org.br).
Além disso, sou autor do livro Direito Administrativo: Questões
Discursivas Comentadas, publicado pela Editora Impetus, o qual apresenta
inúmeros exemplos de soluções de questões discursivas aplicadas em concursos
públicos nos últimos anos.
Mantenho também um pequeno blog na internet sobre Direito Administrativo
(diretoriojuridico.blogspot.com), onde podem ser encontradas dicas valiosas sobre
concursos públicos, inclusive sobre questões discursivas.
Segue abaixo um pequeno resumo de meu currículo profissional:
Atividades Profissionais:
- Consultor de Orçamentos do Senado Federal;
- Professor de Direito Administrativo e redação em cursos preparatórios de
Brasília e outras capitais;
- Professor colaborador do Ponto dos Concursos e da Editora Ferreira;
- Presidente da Associação Nacional dos Concurseiros (Andacon);
- ex-Auditor Federal de Controle Externo do TCU (2006-2009);
- Ex-Analista de Finanças e Controle do Tesouro Nacional (2005-2006);
- Capitão-Tenente da reserva da Marinha do Brasil (1999-2005);
Formação Acadêmica:
- Pós-graduando em Regulação de Serviços Públicos pelo TCU;
- Bacharelando em Direito pela Universidade de Brasília (UnB);
- Bacharel em Ciências Navais pela Escola Naval-RJ (1997);
- Ensino Médio pelo Colégio Naval-RJ (1993).
Aprovações em Concursos Públicos:
- Consultor de Orçamentos do Senado Federal (FGV, 4º lugar, 2008);

1
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

- Auditor (Conselheiro-Substituto) do Tribunal de Contas do Estado de Alagoas


(TCE-AL) (FCC, 2º lugar, 2008);
- Auditor Substituto de Conselheiro do TCE-MT (FESMP-RS, 1º lugar, 2008);
- Auditor (Conselheiro-Substituto) do TCE-GO (Esaf, 5º lugar, 2008);
- Auditor (Ministro-Substituto) do TCU (Cespe, 3º lugar, 2007);
- Analista de Controle Externo do TCU (Esaf, 3º lugar, 2006);
- Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil (Esaf, 2º lugar, Unidades Centrais,
2005);
- Auditor Fiscal da Receita Estadual de Minas Gerais (Esaf, 6º lugar, 2005); e
- Analista de Finanças e Controle do Tesouro Nacional (Esaf, 4º lugar, Área
Contábil, 2005).
Livros Publicados:
- Direito Administrativo: Cespe/UnB, Ed. 2008;
- Análise das Demonstrações Contábeis de Empresas, Ed. 2008; e
- Direito Administrativo: Questões Discursivas Comentadas, Ed. Impetus, 2009.
Artigos Publicados:
– O Contraditório e a Ampla Defesa nos Concursos Públicos. Revista Zênite de
Direito Administrativo, nº 93, abr/2009 e Jus Navigandi, 25/11/2008,
http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=12006;
– A Inconstitucionalidade do Cadastro de Reserva nos Concursos Públicos. Jus
Navigandi, 28/05/2010, http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=14925;
– O Auditor do Tribunal de Contas. Jus Navigandi, 18/06/2010,
http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=15039.

Agora vejamos como estão estruturadas nossas aulas:

AULA 0 – Poder Legislativo: bicameralismo, Câmara dos Deputados, Senado


Federal, Congresso Nacional; princípios do processo legislativo; processo
Legislativo na Constituição Federal e suas fases; legislatura e sessão
legislativa; quórum; reuniões preparatórias; sessões: natureza e fases;
votações; presidência; Mesa do Senado Federal e do Congresso Nacional;
lideranças e blocos parlamentares.
AULA 1 – Comissões: tipos, competências, reuniões e deliberações.
AULA 2 – Atribuições constitucionais específicas do SF; procedimentos em
processo legislativo; urgência.
AULA 3 – Proposições; emendas; discussão, processo de votação, destino;
publicação; proposições de legislaturas anteriores.
AULA 4 – Tramitação de projetos de lei ordinária e lei complementar.
AULA 5 – Tramitação de projetos de decreto legislativo e resoluções.
2
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

AULA 6 – Matérias sujeitas à deliberação especial: proposta de emenda à


constituição, projetos de lei de código; projetos com tramitação urgente
estabelecida na Constituição; projetos referentes a atos internacionais.
AULA 7 – Procedimento concentrado: tramitação de medidas provisórias;
vetos; matérias orçamentárias.
AULA 8 – Aspectos formais das proposições em tramitação; Lei Complementar
95/98; órgãos do Senado; Senadores: uso da palavra;

Cronograma das aulas:

Aula 0: 21/10/2010
Aula 1: 03/11/2010
Aula 2: 13/11/2010
Aula 3: 23/11/2010
Aula 4: 03/12/2010
Aula 5: 13/12/2010
Aula 6: 23/12/2010
Aula 7: 03/01/2011
Aula 8: 13/01/2011

Durante o curso, os exemplos e as explicações do processo legislativo serão,


em princípio, sempre em relação ao Senado, pois é o objeto principal de nosso
estudo. No decorrer das aulas, contudo, também vamos ver um pouco sobre o
Congresso Nacional, pois é assunto de prova. Já o processo legislativo na Câmara
dos Deputados não será abordado.
Para facilitar, incorporarei ao curso várias tabelas e quadros que procuram
resumir e sistematizar a extensa gama de informações com que estaremos lidando.
Também explicarei de forma didática alguns conceitos do “jargão” do processo
legislativo, que vai auxiliar muito o ganho de intimidade com a matéria.
Outra coisa importante é que vocês possam, de alguma maneira, visualizar de
forma mais concreta os assuntos do curso e assimilar melhor o conteúdo. Assim, na
medida do possível, trarei breves exemplos práticos do processo legislativo: um
despacho, uma mensagem, uma lista de votação etc.

3
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

Bom, além deste curso vocês podem (devem!) consultar o Regimento Interno
do Senado Federal (RISF) e o Regimento Comum do Congresso Nacional. Todo esse
conteúdo encontra-se disponível no site do Senado. Cuidado apenas para não
deixar de lado as atualizações, que podem ser igualmente acessadas no site, mas
ainda não foram compiladas no texto original.
Aliás, cabe aqui um esclarecimento: neste curso, abordarei detalhadamente
a matéria de processo legislativo, tanto a parte que consta da Constituição Federal,
como a parte que está regrada no RISF e no Regimento Comum. Mas não se trata
de um curso de Regimento. É um curso de processo legislativo. Neste curso,
a parte de Regimentos será abordada apenas e especificamente em relação aos
tópicos de processo legislativo, o que é apenas uma pequena parte dos dois
Regimentos. Por outro lado, o RISF e o Regimento Comum, na íntegra, serão
cobrados especificamente no edital. Para isso, vou lançar um curso específico de
Regimento Interno do Senado Federal e Regimento Comum, aqui no Ponto
dos Concursos. Neste curso, serão abordados os dois Regimentos, devidamente
analisados em detalhes, salvo a parte de processo legislativo, que será vista lá de
forma mais “en passant”, uma vez que o presente curso de processo legislativo já
aprofundará essa disciplina. Vale destacar que as questões específicas de RISF e
Regimento Comum, no concurso, não costumam abordar a parte de processo
legislativo.
Lançarei ainda o curso de discursivas para Analista de Processo
Legislativo e Técnico de Processo Legislativo do Senado Federal, aqui no
Ponto, em parceria com os professores Luiz Henrique Lima e Cyonil Borges, no qual
serão aplicados, corrigidos e comentados simulados das matérias específicas desses
cargos.
Muito bem! Antes de começar, mais uma dica sobre o curso. Sempre que
estivermos nos referindo a projetos de maneira geral, à ampla gama de espécies de
propostas que irão se submeter ao processo legislativo, usarei os termos
proposição ou matéria. Muita gente pensa que tudo que tramita se chama
projeto. Mas não é bem assim. Projeto se refere a um tipo específico de proposição.
Assim como o termo “proposta”. Em processo legislativo, cada um deles terá um
tratamento diferenciado, por isso a importância de frisar bem essa distinção.
Muito bem, preparados? Então, vamos começar! Primeiro, uma breve
introdução sobre o Poder Legislativo, estabelecendo as diferenças entre a
organização e a competências de cada Casa. Em seguida, vamos nos aprofundar
nos aspectos concernentes ao processo e, mais à frente, ao Senado.

Poder Legislativo e Bicameralismo

4
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

O Poder Legislativo em âmbito federal é exercido pelo Congresso Nacional,


que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, configurando um
sistema legislativo bicameral.
Aqui vai uma pergunta para vocês: para que existe o Senado?
Uma resposta bem simples a essa pergunta seria: porque o Brasil adota o
sistema parlamentar bicameral, no qual duas Câmaras compõem o Poder
Legislativo.
Mas por que adotar o sistema bicameral?
Porque o Brasil é uma Federação. E o modelo federativo pressupõe a
existência de uma instância na qual esteja representada a vontade dos estados
que compõem a Federação. Em estados organizados na forma federativa, o
bicameralismo tem a função de minimizar a assimetria entre os estados, a qual
acontece na Câmara dos Deputados. Lá, as unidades da Federação mais populosas
possuem número maior de representantes. Dessa forma, se pegarmos como
exemplo os estados de São Paulo, por um lado, e do Acre, por outro, este último,
bem menos populoso, fica em clara desvantagem.
O Senado, onde a representação é igual para todos, estabelece um equilíbrio
do poder político entre as maiores e as menores unidades da Federação. Logo, São
Paulo e Acre têm o mesmo número de Senadores. O bicameralismo também implica
diferenças de atribuições e prerrogativas entre as duas Casas do Legislativo, sendo
que nossa Constituição Federal, em seus artigos 51 e 52, estabelece essas
diferenças.
Um último detalhe: estados federados adotam o bicameralismo, mas estados
que não são federações podem fazer o mesmo. Um exemplo é a Inglaterra, que
possui duas Câmaras. O Brasil, na época do Império, é outro exemplo: mesmo não
sendo ainda uma Federação, já adotava um modelo bicameral.
Já o Poder Legislativo nos estados e municípios brasileiros é composto de
apenas uma Câmara: nos estados, são as Assembleias Legislativas estaduais e nos
municípios, as Câmaras de Vereadores. No Distrito Federal, o Poder Legislativo é
exercido pela Câmara Legislativa, com características semelhantes às das
Assembleias Estaduais.

Câmara dos Deputados e Senado Federal

5
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

As duas casas que compõem o Congresso Nacional – Câmara dos Deputados


(CD) e Senado Federal (SF) – guardam inúmeras diferenças entre si. As principais
que precisamos guardar, no entanto, são as seguintes: natureza da
representação; forma de eleição dos membros; duração dos mandatos;
quantitativo de membros; e competências específicas.
Dessa forma, a CD é formada por representantes do povo, eleitos na forma
proporcional para um período de quatro anos. O número total de deputados
bem como a representação de cada Estado e do DF, segundo reza a CF/88, é
estabelecido por lei complementar, para poder sempre guardar
proporcionalidade à população. A CF/88 determina, no entanto, que nenhuma
unidade da Federação pode ter menos de oito ou mais de setenta Deputados. Cabe
frisar que hoje o quantitativo total de deputados na CD é 513. As competências da
Câmara estão elencadas no artigo 51 da CF/88.
Já o SF compõe-se de representantes dos Estados e do DF, eleitos pelo
princípio majoritário para um mandato de oito anos. Ao contrário da Câmara, seu
número é fixo: são três senadores por unidade da Federação, totalizando 81
Senadores. As atribuições do SF estão definidas no artigo 52 da CF/88, sendo
recomendável sua memorização!
Agora, a questão da duração dos mandatos. Na Câmara, os deputados são
eleitos para um mandato de quatro anos. Esse período de quatro anos, dentro do
Congresso Nacional, é chamado de legislatura. A cada legislatura, portanto, são
trocados todos os deputados (permitida a reeleição).
No Senado, funciona diferente: o mandato de um Senador dura duas
legislaturas – portanto, oito anos, também permitida reeleição. No entanto, a
cada quatro anos é preciso votar para Senador, pois a troca se dá de forma
alternada. Em uma eleição, são renovados 2/3 da casa, ou seja, dois senadores por
estado. Na eleição seguinte, troca-se apenas 1/3, um senador por unidade da
federação.
Muito bem, e o que seria então o “Congresso Nacional”?
O Congresso Nacional consiste na reunião de deputados e senadores para
deliberar sobre assuntos específicos, determinados pela Constituição Federal, como
orçamentos, vetos, promulgação de emendas constitucionais... Nessas ocasiões,
são realizadas as chamadas “reuniões conjuntas”. Apesar de se reunir de forma
mais esporádica, o Congresso Nacional possui Mesa (formada pela Mesa do SF e da
CD, de modo alternado), órgãos internos e um regimento específico para ele, o
chamado “Regimento Comum”. Em nosso estudo, à medida que for justificável,
abordarei também os principais mecanismos de trabalho do Congresso Nacional.

Processo Legislativo na Constituição Federal

6
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

Em nossa introdução ao estudo do Processo Legislativo, é importante ter em


mente que seus principais pontos estão delineados, de forma genérica, na
Constituição Federal de 1988 (CF/88), em seu Título IV, “Da Organização dos
Poderes”, no Capítulo I, “Do Poder Legislativo”. É de fundamental importância
dominar o conteúdo constitucional referente à organização e ao processo
legislativo, por meio do qual já será possível “matar” algumas questões.
Vale lembrar que os Regimentos Internos (do Senado, da Câmara dos
Deputados e o Regimento Comum do Congresso Nacional) possuem força normativa
primária, cujo fundamento vem diretamente do texto constitucional. Outro detalhe
importante: ao contrário dos Regimentos do Senado e da Câmara, o Regimento
Comum é bem sucinto. Portanto, sempre que ele for omisso aplicam-se primeiro
as disposições do Regimento do Senado e, se esse também for omisso, aí, sim, pode
ser usado o da Câmara dos Deputados.
A CF/88 determina ainda a edição de uma lei complementar, prevista no
parágrafo único do art. 59, que dispõe sobre a elaboração, redação, alteração e
consolidação as leis. Essa lei já está em vigor (LC 95/1998) e seu conteúdo foi
objeto de cobrança no último edital para o cargo de Analista Legislativo.

Fases do Processo Legislativo

O processo legislativo ordinário é composto de três grandes fases:


introdutória, constitutiva e complementar.
A fase introdutória consiste no poder de iniciativa, ou seja, a competência
de propor a edição de uma regra jurídica nova, inaugurando o processo legislativo.
Na fase constitutiva, ocorre a conjugação da vontade do Legislativo e do
Executivo para a formação da lei. Dentro do Congresso Nacional, essa fase
compreende três etapas: emendamento, instrução e deliberação. Depois de
aprovada, a proposição pode ir ou não para a sanção ou veto presidencial. Por
fim, na fase complementar, temos a promulgação e a posterior publicação da
lei, para que ela seja válida e possa produzir seus efeitos.
Vamos detalhar um pouco o que acontece em cada uma dessas fases:

Fase introdutória

A CF/88 dispõe sobre os legitimados para iniciar o processo legislativo. São eles:
• Qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado
Federal ou do Congresso Nacional;
7
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

• Presidente da República;
• Supremo Tribunal Federal (STF) e Tribunais Superiores;
• Procurador-Geral da República (PGR);
• Assembleias Legislativas;
• Cidadãos.

A iniciativa, portanto, pode ser vista sobre alguns aspectos:


• parlamentar e extraparlamentar ;
• individual e coletiva;
• geral, concorrente, privativa (reservada, restrita ou exclusiva), vinculada e
popular.

As duas primeiras classificações são simples: tudo o que não for de iniciativa
de parlamentar, será extraparlamentar.
A iniciativa será individual ou coletiva conforme o número de pessoas exigido
para a apresentação de certas matérias. Por exemplo, para apresentação de uma
Proposta de Emenda à Constituição (PEC), é preciso 1/3 do SF (27 Senadores),
portanto, a iniciativa é coletiva. Mas cuidado: matérias de iniciativa de tribunais
superiores, contudo, são consideradas de iniciativa individual (do órgão)!
Iniciativa geral: está relacionada à apresentação de projetos de lei ordinária
e complementar sobre matérias em geral, estendidas, como regra, a qualquer
parlamentar ou Comissão (do Senado, Câmara ou Congresso), ao Presidente da
República, Supremo Tribunal Federal, Tribunais Superiores, Procurador Geral da
República e aos cidadãos.
Iniciativa concorrente: refere-se a certas matérias em que há mais de um
legitimado apto a inaugurar o processo legislativo. Pode ser estendida a
parlamentares, Comissão (do Senado, Câmara ou Congresso), Presidente da
República, Supremo Tribunal Federal, Tribunais Superiores, Procurador Geral da
República e aos cidadãos, na propositura de leis ordinárias e leis complementares.
Também há legitimados concorrentes para apresentar Propostas de Emenda à
Constituição (PECs).

TIPO DE LEI LEGITIMADO


Leis complementares e ordinárias Qualquer membro ou Comissão da
Câmara dos Deputados, do Senado
Federal ou do Congresso Nacional
Presidente da República (CF/88, art.
61);
Supremo Tribunal Federal e Tribunais
8
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

Superiores (CF/88, art. 61);


Procurador-Geral da República (CF/88,
art. 61);
Cidadãos (CF/88, art. 61);
Proposta de Emenda à Constituição Mínimo 1/3 dos membros da Câmara
dos Deputados ou mínimo de 1/3 dos
membros do Senado (CF/88, art. 60,
I);
Presidente da República (CF/88, art. 60,
II);
Mais da metade das Assembleias
Legislativas das unidades da Federação,
manifestando-se, cada uma delas, pela
maioria relativa de seus membros
(CF/88, art. 60, III);

OBS: Atentar para o projeto de lei complementar de organização do


Ministério Público, bem como de normas gerais para a organização do Ministério
Público do Distrito Federal e dos Territórios, que compete concorrentemente ao
Presidente da República e ao Procurador-Geral da República (CF/88, art. 61, § 1º,
II, “f”, e art. 128, § 5º).
Iniciativa privativa: também denominada reservada, restrita ou exclusiva,
só pode ser levada a cabo por determinadas pessoas, sob pena da matéria em
questão padecer de vicio formal de iniciativa, tornando a mesma inconstitucional.
Pode ser privativa do Executivo, do Legislativo ou do Judiciário. O quadro a seguir
procura sintetizar esses dados:

LEGITIMADO PROPOSIÇÃO
Presidente da República Fixação ou modificação dos efetivos das Forças
Armadas; CF/88, art. 61, § 1º, I;
Criação de cargos, funções ou empregos públicos na
administração direta e autárquica ou aumento de sua
remuneração; CF/88, art. 61, § 1º, II “a”;
Organização administrativa e judiciária, matéria
tributária e orçamentária, serviços públicos e pessoal
da administração dos Territórios; CF/88, art. 61, §
1º, II “b”;

9
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

Servidores públicos da União e Territórios, seu regime


jurídico, provimento de cargos, estabilidade e
aposentadoria; CF/88, art. 61, § 1º, II “c”;
Criação e extinção de Ministérios e órgãos da
administração pública, observado o disposto no art.
84, VI; CF/88, art. 61, § 1º, II “e”;
Militares das Forças Armadas, seu regime jurídico,
provimento de cargos, promoções, estabilidade,
remuneração, reforma e transferência para a reserva;
CF/88, art. 61, § 1º, II “f”;
Medidas Provisórias; CF/88, art. 62
STF Estatuto da Magistratura; CF/88, art. 93.
STF, Tribunais Superiores Matérias de seu interesse exclusivo CF/88, art. 96, II
e TJs
Congresso Nacional Fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e
Por decreto legislativo os Senadores; CF/88, art. 49, VII;
Fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente
(sem sanção presidencial)
da República e dos Ministros de Estado; CF/88, art.
49, VIII;
Resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou
atos internacionais CF/88, art. 49, I;
Autorizar o Presidente da República a declarar guerra,
a celebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras
transitem pelo território nacional ou nele
permaneçam temporariamente, ressalvados os casos
previstos em lei complementar CF/88, art. 49, II;
Autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da
República a se ausentarem do País, quando a
ausência exceder a quinze dias CF/88, art. 49, III;
Aprovar o estado de defesa e a intervenção federal,
autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer
uma dessas medidas CF/88, art. 49, IV;
Sustar os atos normativos do Poder Executivo que
exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de
delegação legislativa CF/88, art. 49, V;
Mudar temporariamente sua sede CF/88, art. 49, VI;
Câmara dos Deputados Elaborar seu regimento interno, por resolução
10
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

Organização, funcionamento, polícia, criação,


transformação ou extinção dos cargos, empregos e
funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para
fixação da respectiva remuneração, observados os
parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes
orçamentárias; (esta última – remuneração – por
projeto de lei, com sanção presidencial)
Senado Federal Elaborar seu regimento interno, por resolução
Organização, funcionamento, polícia, criação,
transformação ou extinção dos cargos, empregos e
funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para
fixação da respectiva remuneração, observados os
parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes
orçamentárias (esta última – remuneração – por
projeto de lei, com sanção presidencial)

Iniciativa vinculada: Os projetos de lei de natureza orçamentária (PPA, LDO


e LOA) são considerados como de iniciativa vinculada, pois a Constituição obriga o
Presidente da República a encaminhá-los ao Congresso Nacional (CF/88, arts. 84,
XXIII, e 165). Se o Presidente descumprir esse mecanismo, estará incorrendo em
crime de responsabilidade (Lei nº 1.079, de 1950).
Iniciativa popular: Um das formas diretas de exercício do poder, a iniciativa
popular é uma novidade estabelecida pela CF/88 e que possibilita o eleitorado dar
início ao processo legislativo de lei ordinária ou complementar. Para ser
apresentado ao Parlamento, o projeto precisa cumprir os seguintes requisitos:
Mínimo de 1% ELEITORADO NACIONAL – mínimo de 5 ESTADOS – mínimo
e 0,3% EM CADA ESTADO (art. 61, § 2º).
O projeto inicia sua tramitação ordinária pela Câmara dos Deputados,
podendo ser emendado, aprovado ou rejeitado.
Atenção: a Constituição Federal NÃO prevê expressamente a iniciativa
popular para a apresentação de Proposta de Emenda à Constituição, embora alguns
doutrinadores a admitam e dezesseis estados da Federação tenham feito
expressamente tal previsão em suas constituições estaduais, como São Paulo, Pará,
Pernambuco e Rio Grande do Sul. Também não cabe iniciativa popular,
evidentemente, naquelas matérias que possuem iniciativa reservada a outros
titulares.

11
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

Havendo vício de iniciativa, ou seja, se determinada proposição for


apresentada por aquele que não possui legitimidade para tal, a matéria será
inconstitucional. Nesse caso, nem o regular processo legislativo, nem a sanção do
Executivo são capazes de validá-la.

Fase constitutiva

No Legislativo, os projetos são discutidos e votados conforme as regras gerais


ou específicas do Processo Legislativo, em basicamente três etapas:
emendamento, instrução e deliberação (que inclui discussão e votação), as
quais estudaremos adiante.
Como já vimos, o Poder Legislativo federal no Brasil é bicameral, com uma casa
iniciadora (em geral, a Câmara dos Deputados) e uma casa revisora (em geral, o
Senado). Isso porque o rol de proposições que tem tramitação iniciando pela
Câmara dos Deputados é bem mais extenso, conforme o quadro a seguir:

INICIA NA CD INICIA NO SF
Projetos de autoria de deputados ou Projetos de autoria de Senador ou
Comissão da CD Comissão do SF
PEC de autoria de deputados PEC de autoria de Senadores*
Projetos e PEC de autoria do Presidente PEC de autoria das Assembleias
da República Legislativas*
Medidas Provisórias
Projetos de autoria do STF, dos
Tribunais Superiores e do PGR
Projetos de iniciativa popular

* Segundo o art. 212 do RISF, essas matérias podem ter tramitação iniciando
pelo Senado. Geralmente, é o que ocorre.

Uma proposição “nasce” dentro do processo legislativo no instante em que é


protocolada na Mesa do Senado, já que o objeto principal do curso é o processo
legislativo nessa Casa. Se os requisitos para sua apresentação foram cumpridos
(forma e poder de iniciativa), a proposição recebe um número e será lida no
Plenário.

12
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

Depois, ela é despachada pelo Presidente do Senado para uma ou mais


Comissões, dependendo do assunto de que trata a proposição. Nesse mesmo
despacho, o Presidente determina se a proposição terá tramitação terminativa –
apreciada apenas pelas Comissões, sem passar pelo Plenário, salvo recurso – ou
não terminativa (passará obrigatoriamente pelo Plenário). O artigo 91 do RISF trata
desse assunto, que estudaremos com mais detalhes adiante.
Começa então a etapa do emendamento. Todos os Senadores, mesmo
aqueles que não fazem parte das Comissões constantes do despacho, podem
apresentar emendas à proposição. As emendas são sugestões de alteração de
determinada matéria e precisam seguir algumas regras, que também serão objeto
do nosso estudo.
O Presidente da Comissão escolhe então, dentre os membros do colegiado,
um relator para a matéria. Esse relator tem a metade do tempo de que dispõe a
Comissão para apresentar seu relatório. Começa aí a etapa de instrução.
O Senador relator deve estudar a matéria, analisar seus prós e contras e
apresentar a seus colegas na Comissão qual o destino que, a seu juízo, aquela
matéria deve ter: aprovação, rejeição ou prejudicialidade.
O relator também pode apresentar emendas à proposição relatada e se
pronunciar a respeito da pertinência das emendas de outros Senadores. Ele acata
ou não as emendas e justifica sua decisão no relatório.
Concluído o relatório, a proposição entra na pauta da Comissão para ser
discutida e votada – é a etapa da deliberação. Se a maioria da Comissão se
manifestar de acordo com o relator, o relatório se transforma em parecer da
comissão.
Como dito anteriormente, algumas matérias podem ter sua apreciação no
Senado finalizada nas Comissões. Se este não for o caso, a proposição ainda
deverá passar pelo Plenário do Senado, onde será novamente instruída, discutida e
votada.
Se a proposição em tela for originária do Senado, será encaminhada à
Câmara dos Deputados para que proceda à sua revisão. Na Câmara, a matéria vai
percorrer o processo legislativo próprio daquela Casa. Se os deputados fizerem
emendas a essa proposição, ela volta para o Senado, que vai se pronunciar apenas
sobre as emendas recebidas (CF/88, art. 65, par. único).
Quando a proposição aprovada for um projeto de lei, ele deve ser
encaminhado ao Presidente da República para sanção ou veto. Já as Propostas de
Emenda à Constituição, os Projetos de Decreto Legislativo, os Projetos de
Resolução e as Medidas Provisórias, estas quando não tenham sido alteradas
substancialmente durante sua tramitação no Congresso, não precisam passar pela
sanção presidencial. ATENÇÃO ESPECIAL PARA ESTE TEMA, POIS É
“CAMPEÃO” EM PROVAS DE CONCURSOS…
13
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

O prazo para o Presidente da República sancionar, ou seja, concordar com


determinada matéria é de 15 dias úteis. Decorrido esse prazo, o silêncio do
Presidente da República importará sanção – a chamada sanção tácita (CF/88, art.
66 §§ 1.° e 3.°)
Durante esse mesmo prazo, o Presidente da República tem a prerrogativa de
vetar o projeto de lei no todo ou em parte, por razões de inconstitucionalidade
(veto jurídico) ou por considerá-lo contrário ao interesse público (veto político).
Se o veto for parcial, só poderá abranger texto integral de artigo, de parágrafo, de
inciso ou de alínea (CF/88, art. 66, § 2.°).
Uma vez vetado, o Presidente da República tem 48 horas para enviar ao
Presidente do Senado Federal uma Mensagem Presidencial comunicando os motivos
do veto (CF/88, art. 66, § 1.°).
Vejam só um exemplo desse tipo de Mensagem:

MENSAGEM Nº 532, DE 1º DE SETEMBRO DE 2010.


Senhor Presidente do Senado Federal,

Comunico a Vossa Excelência que, nos termos do § 1o do art. 66 da Constituição,


decidi vetar parcialmente, por inconstitucionalidade e contrariedade ao interesse
público, o Projeto de Lei no 325, de 2009 (no 4.673/04 na Câmara dos Deputados), que
“Regulamenta a profissão de Tradutor e Intérprete da Língua Brasileira de Sinais -
LIBRAS”.
Ouvidos, os Ministérios da Justiça e do Trabalho e Emprego manifestaram-se pelo
veto aos seguintes dispositivos:
Arts. 3o e 8o:
“Art. 3o É requisito para o exercício da profissão de Tradutor e Intérprete a
habilitação em curso superior de Tradução e Interpretação, com habilitação em Libras -
Língua Portuguesa(....)
“Art. 8o Norma específica estabelecerá a criação de Conselho Federal e Conselhos
Regionais que cuidarão da aplicação da regulamentação da profissão, em especial da
fiscalização do exercício profissional.”

Razões dos vetos


“O projeto dispõe sobre o exercício da profissão do tradutor e intérprete de libras,
considerando as necessidades da comunidade surda e os possíveis danos decorrentes da
falta de regulamentação. Não obstante, ao impor a habilitação em curso superior específico
e a criação de conselhos profissionais, os dispositivos impedem o exercício da atividade por
profissionais de outras áreas, devidamente formados nos termos do art. 4o da proposta,
violando o art. 5o, inciso XIII da Constituição Federal.”
14
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

Essas, Senhor Presidente, as razões que me levaram a vetar os dispositivos acima


mencionados do projeto em causa, as quais ora submeto à elevada apreciação dos
Senhores Membros do Congresso Nacional.

Depois disso, o veto deve ser apreciado em sessão conjunta do Congresso


Nacional, em 30 dias contados do seu recebimento, sob pena de paralisar as
demais votações do Congresso Nacional, ou seja, não impede o funcionamento
das duas casas legislativas. Para rejeitar o veto, é preciso maioria absoluta dos
Deputados e a maioria absoluta dos Senadores, contados como Casas separadas,
sendo a votação secreta.
Veto rejeitado = a lei passa a valer da forma que era antes do veto.
Veto mantido = pode ter dois destinos: se for veto parcial, o projeto é enviado
ao Presidente da República para promulgação; em caso de veto total, o projeto será
arquivado.
Mais adiante, haverá uma seção inteira para detalhar como funciona a
apreciação dos vetos no Congresso Nacional.
Se, depois da apreciação dos vetos (pelo Congresso – art. 66, § 4.°), o
Presidente da República não promulgar a lei em 48 horas, o Presidente do Senado
a promulgará. Se este não promulgar em 48 horas, caberá ao Vice-Presidente do
Senado fazê-lo (CF/88, art. 66, § 7.°).

Fase Complementar

A fase complementar pode se dar no âmbito do Poder Executivo ou do


Legislativo e compreende a promulgação e a publicação.
A promulgação é o ato que valida a existência da lei e sua executoriedade.
Aperfeiçoa a lei, tornando-a eficaz e apta a produzir seus efeitos. Nesse sentido,
toda norma jurídica deve ser promulgada, mesmo que ela não dependa da
sanção presidencial (caso das emendas constitucionais, decretos legislativos e
resoluções, promulgados diretamente pela Câmara dos Deputados e pelo Senado
Federal)
Já vimos que no caso dos vetos mantidos, o Chefe do Executivo dispõe de 48
horas para promulgar a lei e, se não o fizer, a competência passa a ser do
Presidente do SF. No caso de sanção tácita, o Presidente também dispõe de 48
horas para promulgar a lei. Ou seja, uma vez sancionado, o projeto de lei deve
ser promulgado.

15
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

Depois de promulgada, a lei deve ser publicada, determinando o momento


em que seu cumprimento passará a ser exigido. Se a norma não contiver a data de
sua entrada em vigor, segundo a Lei de Introdução ao Código Civil, terá vigência 45
dias depois de sua publicação. A mesma Lei de Introdução ao Código Civil dispõe
que a norma passará a vigorar para os brasileiros residentes no exterior após
noventa dias de sua publicação oficial.

O Processo Legislativo: natureza jurídica e princípios

Já vimos de maneira geral como a Constituição trata da dinâmica do processo


legislativo, formando um ciclo completo. A partir de agora, vamos nos deter na
atuação do Poder Legislativo para a formação da lei.
O Processo Legislativo pode ser visto como uma espécie do gênero direito
processual e tem por finalidade a produção de normas jurídicas pelas Casas
Legislativas. Portanto, pode ser definido como uma série de atos e ações que são
próprias do Parlamento, uma sequência de procedimentos para que uma ideia seja
ou não convertida em norma legal.
Os princípios básicos desse processo estão elencados lá no finalzinho do
Regimento Interno do Senado Federal (RISF), em seu artigo 412. Vamos ver quais
são eles:

1) Participação plena e igualitária dos Senadores em todas as ativi-


dades legislativas, respeitados os limites regimentais;
Esse princípio garante que os preceitos democráticos sejam observados em
cada tomada de decisão no Parlamento. A ideia é que todos os parlamentares
estejam em “pé de igualdade” quanto ao ato de legislar. Aqueles que detêm
prerrogativas mais amplas possuem legitimidade para tal, pois foram eleitos pelos
seus próprios colegas. É o caso do Presidente do Senado e dos demais membros da
Mesa, por exemplo.
2) O Regimento Interno só pode ser modificado por norma legislativa,
cumpridos os procedimentos regimentais;
O Regimento Interno do Senado é uma Resolução, retirando sua validade
diretamente do texto constitucional. É matéria privativa do Senado Federal e para
ser modificado é preciso que se aprove um projeto de resolução, seguindo as
determinações do processo legislativo.
3) Os acordos de lideranças ou decisões do Plenário não prevalecem
sobre o regimento, salvo o voto nominal da unanimidade, presentes três
quintos dos membros da Casa;
16
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

Uma das finalidades do Parlamento é a busca do consenso. No entanto, o


Regimento encontra-se acima dos acordos políticos, abrindo exceção se a decisão
for tomada por todos os Senadores presentes, e estando presentes no mínimo 3/5
dos membros da Casa – 49 Senadores.
4) A decisão que contrarie norma regimental é nula;
Princípio autoexplicativo. Os procedimentos integrantes do Regimento devem
ser estritamente observados, sob pena de se configurar a nulidade do ato
praticado.
5) A norma especial prevalece sobre a geral;
Princípio extraído do Direito Processual. Se houver uma norma geral e outra
específica regulando a mesma matéria, a decisão deve se guiar pela norma
específica;
6) Os casos omissos são decididos por analogia e princípios gerais de
Direito;
Esse princípio aproveita disposição contida no art. 4.° da Lei de Introdução ao
Código Civil Brasileiro. Portanto, quando a lei for omissa, a decisão do caso será de
acordo com a analogia e os princípios gerais de direito.
7) Preservação dos direitos das minorias;
Um dos princípios mais importantes para se entender a lógica do processo
legislativo. De modo geral, as decisões são tomadas sempre pela maioria. No
entanto, para que a formação do ato normativo se dê da forma mais legítima
possível, as minorias possuem uma série de direitos garantidos pelo RISF, como
veremos durante o curso. Os recursos e as Comissões Parlamentares de Inquérito
são os exemplos mais notórios da aplicação desse princípio.
8) Definição normativa, a ser observada pela Mesa em questão de
ordem decidida pela Presidência;
A questão de ordem é um questionamento formulado por qualquer Senador,
em qualquer momento dos trabalhos, que diga respeito a dúvidas sobre
interpretação ou aplicação do Regimento Interno. A questão de ordem é decidida
pelo Presidente e deve se balizar estritamente pela norma. Se a decisão se der em
relação a um caso omisso, será considerado precedente. No entanto, o precedente
não tem força obrigatória, pois isso só acontece quando a norma for incorporada ao
Regimento, ou seja, por aprovação de projeto de resolução.
9) Decisão sempre colegiada, salvo competências específicas do
Regimento Interno;
Como regra, todas as decisões no Senado são colegiadas, com exceção das
atribuições do Presidente do Senado, dos Presidentes de Comissões e de outras
especificamente citadas pelo RISF.
17
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

10) Impossibilidade de tomada de decisões sem a observância do


quórum regimental estabelecido;
Como estudaremos mais adiante, o quórum é o número mínimo de senadores
que devem votar para tornar a decisão válida. Se esse número não for observado,
a decisão tomada pode ser invalidada;
11) A pauta deve ser feita com antecedência: todos os Senadores
devem tomar conhecimento;
Também ligado à ideia de democracia e aos direitos das minorias, todas as
pautas de trabalho do Plenário e das Comissões devem ser divulgadas com
antecedência a todos os Senadores, para que tomem conhecimento delas e possam
preparar sua decisão.
12) Publicidade das decisões tomadas, salvo casos específicos no
Regimento;
Os resultados dos trabalhos do Plenário e das Comissões são comunicados ao
público em geral por meio da divulgação oficial no Diário do Senado Federal, além,
é claro, de outros meios. Apenas as decisões que forem justificadamente protegidas
por sigilo fogem a essa regra.
13) Ampla negociação política, observando o Regimento;
Como já vimos, os parlamentares possuem total liberdade de negociação para
tentar atingir um consenso. No entanto, os acordos devem se dar dentro dos
limites postos pelo Regimento, a menos que a situação se enquadre no terceiro
princípio estudado.

Legislatura e Sessão Legislativa

Conforme comentamos anteriormente, a legislatura compreende um período


de quatro anos, quando então temos novas eleições gerais.
A legislatura, por sua vez, é dividida em quatro períodos (anuais),
denominados sessões legislativas ordinárias. Cada sessão legislativa vai do dia
02 de fevereiro a 17 de julho (1.o período) e de 01 de agosto a 22 de dezembro
(2.o período), uma determinação constitucional.
Os períodos não compreendidos nesse intervalo de tempo configuram os
recessos parlamentares. Para haver trabalhos durante o recesso parlamentar, é
preciso instalar uma sessão legislativa extraordinária (mais conhecida por
convocação extraordinária). Durante a convocação extraordinária, o Congresso
Nacional pode deliberar apenas sobre o assunto para o qual foi convocado,
além das medidas provisórias constantes da pauta, se houver (CF/88, art. 57, §§
6.o e 7.°).
18
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

A tabela abaixo resume os casos de convocação extraordinária e quem pode


convocá-la:

QUEM CONVOCA SITUAÇÃO


Presidente do Senado Decretação de estado de defesa ou de
intervenção federal;
Pedido de autorização para decretação de
estado de sítio;
Tomada de compromisso e posse do
Presidente e Vice-Presidente da República.
Presidente da República
Presidentes da CD e do SF Caso de urgência ou interesse público
relevante
Requerida pela maioria dos
membros das duas casas

Obviamente, nos casos de estado de defesa e de sítio e de intervenção


federal durante a sessão legislativa não há necessidade dessa convocação (afinal
de contas o Congresso já estará funcionando normalmente).
Agora, não confundam a sessão legislativa (explicada acima) com as
sessões plenárias. É possível haver mais de uma sessão do Senado no mesmo
dia, ou até mesmo, sessões do SF e outra, conjunta, do Congresso Nacional.
Precisamos também diferenciar o conceito de sessão plenária do de
reunião. A reunião não está necessariamente investida da mesma legitimidade da
sessão. A denominação reunião é utilizada pelo Regimento em três casos:

1) Para dar início a uma sessão do Plenário é preciso que estejam


presentes no mínimo um vigésimo da composição do Senado (4 senadores).
Quando isso não acontece, isto é, não há número suficiente, a sessão não pode
começar por falta de quórum (veremos isso com detalhes logo adiante). A sessão
também pode não ser realizada devido a motivo de força maior. Nesses dois casos,
acontece apenas uma reunião. O Presidente declara que a sessão não pode ser
realizada, determina a publicação do expediente que há sobre a mesa, mesmo sem
ter sido lido, e prepara-se uma ata dessa reunião.
2) O Plenário das Comissões realizam reuniões, e não sessões. Vale para
as comissões do Senado e do Congresso, sejam elas permanentes ou temporárias.

19
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

3) Antes do início da primeira e da terceira sessão legislativa ordinária da


legislatura, o RISF determina que o Senado realize reuniões preparatórias para a
escolha da Mesa Diretora que irá comandar a casa pelos próximos dois anos (RISF,
art. 3.°).

Quórum

O quórum designa a quantidade de senadores presentes que é necessária


para validar determinados atos do processo. Alguns quoruns estão definidos na
Constituição, mas a maioria é determinada pelo RISF.
O quórum de votação pode ser calculado de duas maneiras: com base em
toda a composição da casa ou com base no número de senadores que se encontra
presente naquele momento na sessão. Para entendermos isso melhor, precisamos
definir primeiro o que seriam a maioria absoluta e a maioria simples.
Maioria absoluta: votos correspondentes ao número inteiro imediatamente
superior à metade dos membros do colegiado (presentes ou não), ou seja, divida o
número de parlamentares por dois e “arredonde para cima”.
Maioria simples: maioria dos votos dos membros presentes, devendo
comparecer a maioria absoluta da composição do colegiado, que pode ser uma
Comissão ou o Plenário do SF.
Para melhor compreensão, vamos usar o exemplo de uma votação em
Plenário. Suponha que se queira votar um projeto de lei complementar. Como já
sabemos, a CF/88 determina que para aprovar esse tipo de matéria é preciso obter
o voto favorável da maioria absoluta dos membros da Casa (art. 69). Portanto:

Membros da Casa = 81 Senadores


Metade dos Senadores = 81/2 = 40,5 Æ 41 Senadores.

Dessa forma, para que o projeto de lei complementar seja aprovado, deve
obter 41 votos favoráveis.
Vamos agora mudar o exemplo: queremos votar um projeto de lei ordinária.
Ora, esse tipo de projeto requer maioria simples, que é a maioria existente no
Plenário, estando presente a maioria absoluta. Já vimos que a maioria absoluta é
de 41 Senadores. Lembre-se que, se houver menos de 41 Senadores em plenário,
não é possível colocar o projeto em votação. Suponhamos então que haja 50
Senadores presentes. A maioria simples será: 50/2 = 25 Senadores + 1 = 26. Para
que a matéria seja aprovada, bastam 26 votos.

20
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

Quando o ato normativo se referir a outro quórum que não seja o de maioria
simples ou maioria absoluta, estaremos diante de uma hipótese de quórum
qualificado. Exemplo mais conhecido: aprovação de PEC (3/5 dos votos favoráveis
de cada Casa).
Também há quoruns específicos para abertura de sessões, para iniciar o
processo de deliberação e para votação. Ocorre uma espécie de escalonamento.
Para abrir uma sessão, digamos, do Plenário, é preciso um vigésimo da composição
da casa (quórum de abertura), logo, 81/20 = 4 Senadores. Mas com esses quatro
Senadores não podemos votar nada, certo? Para dar início ao processo de votação
precisamos da maioria absoluta presente (quórum de votação) = 41 Senadores. E
se a matéria exigir maioria absoluta para aprovação, ainda precisamos que todos
esses 41 parlamentares votem a favor do projeto.
Nas comissões a sistemática de cálculo do quórum é a mesma, para abertura
de reuniões, votação e aprovação.
Além da questão do quórum de abertura e de votação, vale frisar que vários
atos do processo legislativo exigem números mínimos de assinaturas para que
possam ter prosseguimento – é o quórum de iniciativa. É o caso de alguns
requerimentos, recursos e apresentação de algumas propostas legislativas.
O quadro abaixo procura resumir o quórum exigido para votação das
principais matérias no Senado, ou seja, quantos votos favoráveis são necessários
para a aprovação:

VOTAÇÃO QUÓRUM
Proposta de Emenda à Constituição 3/5 dos Senadores (49)
Projeto de lei complementar Maioria absoluta (41)
Projeto de lei ordinária Maioria simples dos presentes
Medida Provisória Maioria simples dos presentes
Escolha de autoridades (Ministros do Maioria absoluta (41)
STF, STJ e TST, PGR e membros do
Conselho Nacional de Justiça e do
Conselho Nacional do Ministério
Público)
Exoneração, de ofício, do PGR Maioria absoluta (41)
Rejeição de projeto de decreto 2/5 dos Senadores (33)
legislativo de renovação de concessão
ou permissão para serviço de
radiodifusão

21
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

Condenação de Presidente e Vice- 2/3 dos Senadores (54)


Presidente da República em casos de
crimes de responsabilidade
Perda de mandato de Senador Maioria absoluta (41)

Aprovação de estado de defesa ou Maioria absoluta (41)


estado de sítio

Suspensão de imunidade de Senador 2/3 dos Senadores (54 )


durante estado de sítio

Veto (em sessão conjunta do Maioria absoluta de Senadores (41)


Congresso)
Maioria absoluta de Deputados (257)

Fixação de alíquotas máximas nas 2/3 dos votos (54 votos)


operações internas, para resolver
conflito específico que envolva
interesse de Estados e do Distrito
Federal
Estabelecimento de alíquotas aplicáveis Maioria absoluta (41 votos)
às operações e prestações
interestaduais e de exportação
Estabelecimento de alíquotas mínimas Maioria absoluta dos votos (41 votos)
nas operações internas

Autorização de operações de créditos Maioria absoluta (41 votos)


que excedam o montante das despesas
de capital, mediante créditos
suplementares ou especiais específicos

Senado Federal: funcionamento e sede

O Senado Federal é sediado no Palácio do Congresso Nacional, em Brasília.


O parágrafo único do art. 1° do RISF permite que o Senado reúna-se em outro local
fora da sede, em casos de guerra, comoção intestina, calamidade pública ou
ocorrências que impossibilitem o seu funcionamento. Essa mudança ocorre por
determinação da Mesa, a pedido da maioria dos Senadores.

Reuniões Preparatórias
22
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

Como vimos, antes do início da primeira e da terceira sessão legislativa


ordinária da legislatura, o art. 3° do RISF determina que o Senado realize reuniões
preparatórias para a escolha da Mesa Diretora que irá comandar a casa pelos
próximos dois anos.
Só que existe um descompasso entre as nomenclaturas utilizadas na
Constituição Federal e no Regimento Interno do Senado sobre as reuniões
preparatórias. A Constituição, em seu art. 57, § 4º, denomina essas reuniões como
sessões preparatórias. Contudo, faz referência apenas à primeira sessão
legislativa da legislatura: “Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões
preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a
posse de seus membros e eleição das respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois)
anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente
subseqüente.”

Segundo o RISF, as reuniões preparatórias acontecem da seguinte forma:

Na primeira sessão legislativa ocorrem três reuniões preparatórias:


1a) A partir do dia 1º de fevereiro, para dar posse aos Senadores;
2a) Eleição do Presidente da Mesa;
3a) Eleição dos demais Membros da Mesa.

Na terceira sessão legislativa acontecem duas reuniões preparatórias:


1a) No dia 1° de fevereiro, para eleição do Presidente;
2a) Eleição dos demais Membros da Mesa.

Perceba: na primeira sessão legislativa da legislatura, quando há posse dos


senadores eleitos, as reuniões preparatórias acontecem a partir de 1° de fevereiro,
inclusive por determinação constitucional (CF/88, art. 57, § 4º). No entanto, a
mesma Constituição diz que a sessão legislativa deve ser inaugurada no dia 02 de
fevereiro, uma data fixa, mas que pode ser transferida para o primeiro dia útil
subsequente quando for sábado, domingo ou feriado (CF/88, art. 57, § 1º). Assim,
o importante é que a posse dos Senadores e as eleições para a Mesa Diretora
ocorram antes da data marcada para a abertura da sessão legislativa.

23
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

Já na terceira sessão legislativa (quando não há posse; apenas eleições para


a Mesa), o RISF dispõe que deve acontecer uma reunião preparatória no dia 1° de
fevereiro, ok? O Regimento não abre exceção para sábados, domingos ou feriados,
ou seja, a primeira reunião preparatória tem uma data fixa.

Para fechar esse assunto: nada impede que em um dia sejam realizadas
várias reuniões preparatórias; o usual é, inclusive, uma suceder a outra.

Vamos ver agora algumas características das reuniões preparatórias:


⇒ O número mínimo de Senadores para dar início à reunião (quórum) é de
1/6 da composição do Senado (14 Senadores);
⇒ O horário de início é fixado pela Presidência atual;
⇒ A direção dos trabalhos compete à Mesa anterior. Detalhe importante:
são excluídos os Senadores que compunham a Mesa e que terminaram o
mandato. Isso vale tanto para os que não fazem mais parte do Senado
como para aqueles que tenham sido reeleitos.
⇒ Se porventura não houver nenhum membro da Mesa anterior, assume a
Presidência dos trabalhos o Senador mais idoso dentre os presentes.
Nesse caso ele convida, para ocupar os quatro lugares de Secretários
durante a reunião preparatória, os Senadores pertencentes aos partidos
mais numerosos;
⇒ Nas reuniões preparatórias, os Senadores não podem usar da palavra,
salvo para declaração pertinente à matéria que nela esteja sendo
tratada.

Sessões do Senado Federal e do Congresso Nacional

As Sessões do Plenário do Senado são divididas, conforme a natureza, nos


seguintes tipos:
• Deliberativas, que podem ser ordinárias ou extraordinárias;
• Não deliberativas;
• Especiais;

Sessões Deliberativas e Não Deliberativas

24
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

Deliberativa vem do verbo deliberar, ou seja, decidir. Se a sessão é


deliberativa, significa que se destina a alguma votação. As sessões não
deliberativas, por sua vez, não possuem votações programadas e destinam-se a
discursos, comunicações, leitura de proposições e outros assuntos de interesse
político e parlamentar.
O RISF fixa dias e horários para início das sessões ordinárias: de segunda a
quinta-feira, às quatorze horas, e às sextas-feiras, às nove horas. As sessões
extraordinárias, naturalmente, são aquelas realizadas fora desse horário regimental
e serão em regra sempre deliberativas, pois são convocadas pelo Presidente
quando houver necessidade urgente de deliberação, ou seja, decisão, ouvidas as
lideranças partidárias.
O RISF determina ainda que, excetuados os casos especiais, não constarão
matérias para votação das sessões das segundas e sextas-feiras, tornando-as, em
regra, não deliberativas.

Sessões Especiais

As sessões especiais são realizadas para fins de comemoração ou


homenagem, em horário diverso daquele que foi estipulado no regimento. Sobre
essas sessões, é importante saber:
A sessão especial pode ser realizada de forma avulsa ou até mesmo
interromper uma sessão ordinária. Sua realização depende de:

• Decisão do Presidente; ou
• Decisão do Plenário, mediante requerimento assinado por pelo menos 6
Senadores, aprovado por maioria simples;

Em sessões especiais, não há necessidade de quórum mínimo para que ela


seja aberta ou realizada. Podem ser admitidos convidados à Mesa e ao Plenário e o
uso da palavra é restrito aos Senadores designados pelo Presidente do Senado
como oradores.

Fases da sessão

A sessão deliberativa ordinária é dividida em três fases:


1) Período do Expediente;
2) Ordem do Dia;
25
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

3) Após a Ordem do Dia.

Período do Expediente

No Período do Expediente acontece a leitura dos projetos que foram


apresentados à Casa, bem como indicações, pareceres ou requerimentos não
relacionados com as proposições constantes da Ordem do Dia; também são lidas as
comunicações enviadas à Mesa pelos Senadores, seus pedidos de licença, ofícios,
moções, mensagens, telegramas, cartas, memoriais e outros documentos
recebidos. É como se fosse um pequeno “informe” das atividades legislativas da
Casa – resumidamente. Quem faz essa leitura é o membro da Mesa chamado
Primeiro Secretário, ou o Senador que o estiver substituindo na ocasião.
Nessa fase, podem ainda acontecer votações de requerimentos que não
sejam objeto de votação na Ordem do Dia, por exemplo: requerimento de pesar
(em caso de falecimento de alguma personalidade), requerimento para suspensão
da Sessão, etc.
Além dessa leitura, é no Período do Expediente que são feitos os
pronunciamentos dos Senadores, permitidos apartes. O prazo regimental para os
pronunciamentos dos oradores inscritos é de dez minutos para dias de sessão
deliberativa e de vinte minutos para sessões não deliberativas. Nas sessões
deliberativas ordinárias, o Período do Expediente tem a duração de duas horas
(120 minutos), contados a partir do momento em que a sessão é instalada (ou
seja, quando há quórum para instalação – um vigésimo do SF).
Nas sessões deliberativas extraordinárias, o Período do Expediente dura
apenas 30 minutos e só pode ter oradores se ainda não houver número (quórum)
para as deliberações constantes da pauta.
O período do Expediente poderá ser prorrogado pelo Presidente, uma única
vez, para que o orador na tribuna conclua seu pronunciamento, caso ainda não
tenha terminado o tempo de que disponha. Depois disso, tem início a Ordem do
Dia.
O tempo do Período do Expediente também pode ser utilizado para realização
de homenagem, sem ser em sessão especial. Para isso, também é preciso
aprovação de requerimento assinado por no mínimo seis Senadores. Para fazer uso
da palavra nesse caso de homenagem, os Senadores podem se inscrever.

Ordem do Dia

26
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

A Ordem do Dia é o momento mais nobre da Sessão, quando se dá a discussão


e votação dos projetos constantes na pauta para aquele dia. Quem determina a
inclusão de matérias na Ordem do Dia, segundo sua antiguidade e importância, é o
Presidente do Senado, ouvindo as lideranças.
A Ordem do Dia é sempre anunciada no término da sessão anterior, publicada
no Diário do Senado Federal e distribuída em avulsos (documentos que dão
publicidade à matéria) antes de iniciar-se a sessão respectiva. Salvo casos especiais
que veremos mais tarde, a proposição só pode entrar na Ordem do Dia se tiver um
parecer, ou seja, tiver sido instruída por alguma Comissão.

O avulso é a publicação, a cópia da proposição que está tramitando.

Após a Ordem do Dia

Depois de encerrada a Ordem do Dia, o tempo que restar até o término da


sessão é destinado, de preferência, ao uso da palavra pelos líderes dos partidos e
aos oradores inscritos. Eles têm até 20 minutos para seus pronunciamentos.
É preciso destacar que algumas votações podem acontecer nesta fase da
sessão, como:
• Requerimentos de urgência;
• Redações finais de matérias em rito normal de tramitação que foram
deliberadas na Ordem do Dia, caso exista requerimento de dispensa de
sua publicação.

Sessão não realizada

O RISF admite que a sessão plenária não seja realizada nas seguintes
hipóteses:
1) por falta de número (atentar que o quórum mínimo para abertura da
sessão é de um vigésimo do SF, ou seja, quatro senadores);
2) por deliberação do Senado;
3) quando sua duração coincidir com a de sessão conjunta do Congresso
Nacional, mesmo de forma parcial;
4) por motivo de força maior, declarado pela Presidência.

Sessões Conjuntas do Congresso Nacional


27
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

As sessões do Congresso Nacional acontecem quando se reúneme a Câmara


dos Deputados e o Senado Federal. São sempre sessões conjuntas, classificadas
em:
• Solenes; e
• Deliberativas.

Sessões Solenes

As sessões solenes destinam-se a fins específicos ou para render


homenagens e comemorações. São as seguintes:

• Inauguração da sessão legislativa (tanto a ordinária quanto a


extraordinária);
• Posse e compromisso do Presidente e Vice-Presidente da República;
• Promulgação de emendas constitucionais;
• Homenagem a Chefes de Estado estrangeiro;
• Comemoração de datas nacionais.

As sessões solenes não precisam de quórum mínimo para ter início. Não há
Período do Expediente e só podem discursar um Senador e um Deputado, de
preferência de partidos diferentes, e previamente designados pelas respectivas
Casas.
Das sessões solenes, há duas que são previamente designadas pela CF/88 e
pelo Regimento Comum do Congresso Nacional (RCCN): a que se destina à posse
do Presidente e do Vice-Presidente da República (CF/88, art. 78, e RCCN art. 1°, II)
e a sessão que abre os trabalhos da sessão legislativa ordinária – em 02 de
fevereiro ou no primeiro dia útil subsequente (CF/88, art. 57, § 3º, I, e RCCN, art.
1°, I).
Na sessão de posse do Presidente da República e do respectivo Vice, não são
permitidos discursos de parlamentares. O Presidente eleito é levado ao Plenário por
uma comissão de congressistas para prestar seu compromisso. Em seguida, o
Presidente da Mesa declara empossado o Presidente da República e faz o mesmo
procedimento para o Vice-Presidente. Os dois assinam o termo de posse e o
Presidente da República pode, nesse momento, fazer um discurso dirigido ao
Congresso e à Nação.

28
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

Já na inauguração da Sessão Legislativa, o Presidente proclama


inaugurados os trabalhos do Congresso Nacional e anuncia a presença, na Casa, do
enviado do Presidente da República trazendo a Mensagem Presidencial. O
Presidente manda o 1º Secretário ler a Mensagem e depois encerra a sessão.
Nesse caso, também não são permitidos discursos de parlamentares.

Sessões deliberativas

A exemplo do que ocorre no Senado, as sessões deliberativas do Congresso


Nacional acontecem quando é preciso votar determinada matéria. Essas sessões
não têm dias estabelecidos para acontecer. Elas são convocadas pelo Presidente do
Senado ou seu substituto, com prévia audiência da Mesa da Câmara – o RCCN usa
esse termo mesmo. Na verdade, significa obter concordância ou anuência da Mesa
da CD. São elas:

• Votação dos projetos de lei orçamentária (PPA, LDO, LOA e créditos


adicionais), ressalvada a Medida Provisória que abre crédito extraordinário,
votada separadamente pelas duas Casas (art. 62 da CF/88);
• Apreciação de vetos;
• Delegação ao Presidente da República (Lei Delegada) por resolução do CN;
• Elaboração de Regimento Comum e criação de serviços comuns às duas
Casas;

As sessões conjuntas são realizadas, em regra, no Plenário da Câmara dos


Deputados, mas podem também ser feitas em outro local (em geral, no Plenário do
SF). Para dar início à uma reunião conjunta, o quórum mínimo é de um sexto da
composição de cada Casa. A sessão também é dividida em fases, que já vimos
durante o estudo das sessões do SF, ou seja:

• Período do Expediente;
• Ordem do Dia; e
• após a Ordem do Dia.

Nas sessões do Congresso Nacional, o Período do Expediente dura 30


minutos e é destinado igualmente para leitura do expediente pelo Primeiro-
Secretário e aos oradores inscritos, que poderão usar da palavra pelo prazo de 5
minutos, no máximo.

29
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

Havendo Ordem do Dia na sessão do Congresso, os avulsos (publicação) das


matérias precisam ser disponibilizados aos parlamentares com 24 horas de
antecedência.
As sessões do Congresso têm duração de quatro horas, podendo ser prorrogadas
por proposta do Presidente ou a requerimento de qualquer Congressista, tantas
vezes quantas necessárias. A prorrogação será sempre por prazo fixo e não pode ser
interrompida. Explicando melhor: se o Presidente prorrogar a sessão por, digamos,
meia hora, antes de terminar essa meia hora ele não poderá encerrar a sessão. A
menos que não exista mais nada para votar ou não exista mais número de
parlamentares presentes o suficiente para o prosseguimento da sessão.
A sessão do Congresso Nacional também poderá ser levantada (suspensa), a
qualquer momento, se vier a falecer qualquer Congressista ou Chefe de um dos
Poderes da República.

Agora, muito cuidado:


As sessões do Congresso são conjuntas. Sessão conjunta é diferente de
sessão unicameral. Em nosso ordenamento constitucional, o Congresso se reuniu
em sessão unicameral apenas uma vez, para deliberar sobre a Revisão
Constitucional de 1994, prevista no ADCT da CF/88:
Art. 3º. A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da
promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso
Nacional, em sessão unicameral.
Mas qual a diferença? Na sessão conjunta, os votos dos deputados e dos
senadores são computados separadamente; maioria absoluta dos deputados (257)
e maioria absoluta dos senadores (41), por exemplo. A única diferença é que, em
vez de cada grupo votar na sua casa, a seu tempo, a votação se dá de maneira
simultânea.
Já em uma sessão unicameral, o nome já diz: uma Câmara. Os votos são
computados como um bloco só. Se usarmos o cômputo numérico de hoje (513
deputados + 81 senadores), teríamos 594 congressistas, sendo que para obter a
maioria absoluta seriam necessários 298 votos. Mas atenção, a única hipótese de
reunião unicameral já se exauriu (revisão constitucional de 1994). Hoje, todas as
sessões do Congresso Nacional são, portanto, conjuntas.
Quem mantém o arquivo das sessões conjuntas e seus respectivos anais é o
Senado Federal.

Sessões públicas e secretas

30
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

Além da classificação conforme a natureza (em deliberativas, não


deliberativas e especiais), as sessões do Plenário do Senado podem ser públicas ou
secretas.
A grande maioria das sessões é pública. Nelas, podem entrar no Plenário os
Senadores, os Suplentes de Senadores, os Deputados Federais, os ex-Senadores,
os Ministros de Estado quando convocados e os funcionários do Senado em serviço.
Além deles, há assentos específicos para profissionais credenciados da imprensa e
para convidados dos Senadores. Há também espaço reservado para que qualquer
pessoa assista às sessões públicas, desde que ela esteja desarmada e fique em
silêncio, sem poder manifestar aprovação ou reprovação ao que estiver
acontecendo na sessão.
Há situações em que as sessões do SF serão transformadas obrigatoriamente
em secretas:
a) declaração de guerra (CF/88, art. 49, II);
b) acordo sobre paz (CF/88, art. 49, II);
c) escolha de chefe de missão diplomática de caráter permanente (CF/88, art.
52, IV);
d) decisão sobre requerimento que solicite sessão secreta do Senado.

Explicando melhor o último item: vamos supor que algum Senador julgue que
seja mais prudente realizar a sessão para decidir sobre determinado assunto de
forma secreta. Para isso, ele precisa apresentar uma proposição legislativa
chamada requerimento. Se isso acontecer, o Presidente comunica ao Plenário que
existe esse requerimento, mas não diz quem é o autor dele nem a matéria a que o
requerimento se refere. Ou seja, para decidir sobre esse requerimento, o Senado já
funcionará em sessão secreta.

Ainda sobre sessões secretas, temos um ponto interessante. Em 2007,


atendendo a um anseio legítimo da sociedade, o Senado aprovou um projeto de
resolução acabando com as sessões secretas para decidir a respeito de perda de
mandato de Senador, alterando o art. 25 do RISF. O mesmo projeto revogou o art.
197, I, “c” do RISF, afastando também a possibilidade de sessão secreta para
suspensão de imunidade de Senador durante o estado de sítio.
Mas atenção: foi revogada a realização de sessões secretas para esses dois
casos. O voto dos Senadores permanece secreto! Isso é matéria constitucional
(CF/88, art. 55, § 2º), e só uma Proposta de Emenda à Constituição pode
modificar.

31
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

Cabe destacar que as Comissões podem realizar reuniões secretas, nos casos
permitidos pelo RISF – que veremos quando estudarmos esses órgãos. Já no
Congresso Nacional, as sessões só podem ser secretas por sugestão do Presidente,
sendo aprovada pelo Plenário. Essa decisão já é tomada em sessão secreta (art. 27
RCCN)
Antes de iniciar as sessões secretas, o Presidente solicita a saída de todos que
estiverem assistindo os trabalhos no Plenário, tribunas, galerias e respectivas de-
pendências, inclusive funcionários da Casa, determinando a presença somente dos
servidores necessários ao andamento dos trabalhos.

Votações

As votações no Senado Federal podem acontecer nas seguintes modalidades,


conforme prevê o artigo 292 do RISF:

9 Ostensivas (ou abertas):


a) simbólica;
b) nominal;
9 Secretas:
a) eletrônica;
b) por meio de cédulas;
c) por meio de esferas.

Na votação aberta ou ostensiva, os votos dos senadores são identificáveis.


Pode ser simbólica, quando apenas os senadores que forem contrários à
proposição se manifestam levantando o braço, ou nominal, na qual cada um
declara seu voto. Nas votações em Plenário, a votação nominal, em geral, se dá por
meio do painel eletrônico. Os parlamentares digitam seu voto em um dispositivo
eletrônico protegido por senha e, depois de encerrada a votação, o painel exibe o
nome de todos, indicando como votaram: sim, não ou abstenção (nenhuma das
duas posições). Quando o sistema de votação eletrônico não estiver funcionando, a
votação nominal será feita pela chamada dos Senadores, que responderão sim ou
não. Esse sistema também é utilizado em votações nominais nas Comissões, pois
as mesmas não possuem painel eletrônico.

32
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

As votações secretas são sempre nominais, ou seja, é preciso computar o


voto de cada um dos Senadores presentes; no entanto, não é possível identificar
como eles votaram. Essas votações não são a regra – só acontecem seguindo
determinações constitucionais ou regimentais. São admitidas nos seguintes casos:

Na Constituição
• Exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da República (CF/88, art. 52,
XI);
• Perda de mandato de Senador (CF/88, art. 55, § 2º)
• Prisão de Senador e autorização da formação de culpa, no caso de
flagrante de crime inafiançável (CF/88, art. 53, § 2º)
• Suspensão das imunidades de Senador durante o estado de sítio (CF/88,
art. 53, § 8º);
• Escolha de autoridades (CF/88, art. 52, III);

No Regimento (art. 291, RISF)

• Nas eleições para Mesa e direção das comissões;


• Por determinação do Plenário.

A votação secreta eletrônica se dá de modo semelhante à votação nominal


eletrônica. A única diferença é que os votos não são exibidos, apenas o resultado:
total de votos sim, votos não e abstenções.
A votação secreta por meio de cédulas é a que ocorre na eleição da Mesa
Diretora do Senado, durante as reuniões preparatórias. Também é utilizado esse
mecanismo se for necessário realizar uma votação secreta e o painel eletrônico
estiver com problemas técnicos.
A votação por meio de esferas é que a vocês vão achar mais “diferente”. É
remanescente das antigas votações realizadas no Senado e utilizada,
principalmente, pela Comissão de Relações Exteriores no processo de escolha de
autoridades, como membros de missão diplomática permanente (embaixadores),
por exemplo. Também pode ser usada em Plenário, em caso de não funcionamento
do painel eletrônico.
Nessa votação, são usadas “bolinhas” de duas cores: branca ou preta.
Bolinhas brancas são votos “sim”, e as pretas, “não”. Basta o parlamentar escolher
o voto e depositar a esfera na urna. A outra bolinha que não foi usada vai para
outro compartimento. Depois é feita a contagem e igualmente divulgado apenas o
resultado: aprovado ou rejeitado.
33
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

Atenção: sessões e votações são coisas dissociadas. Podemos ter votações


secretas em sessões públicas, bem como votações abertas ou ostensivas em
sessões secretas...

Ata das reuniões

A ata é o registro documental das sessões do Plenário e também das reuniões


das Comissões, isto é, um relatório do que aconteceu durante aquela reunião ou
sessão. Geralmente, ao se abrir uma sessão, a primeira coisa a ser feita é votar a
dispensa da leitura da ata (ninguém vai ficar lendo ata, mas se algum Senador
quiser, pode ser lida) e a aprovação da mesma.

A ata deve conter obrigatoriamente:


• dia, a hora e o local da reunião;
• nomes dos membros presentes e os dos ausentes;
• distribuição das matérias por assuntos e relatores;
• conclusões dos pareceres lidos;
• referências sucintas aos debates;
• pedidos de vista, adiamento, diligências e outras providências, salvo
quando não se considere conveniente a divulgação da matéria.

Por fim, a ata é publicada no Diário do Senado Federal, em até 2 dias úteis
após a reunião, mas pode sofrer adiamento.
Se a sessão ou reunião for secreta, a ata merece tratamento especial. Ela é
redigida pelo Segundo-Secretário da Mesa, assinada pelo Presidente e pelos
Primeiro e Segundo-Secretários e colocada em envelope lacrado, que é rubricada
pelos Secretários. Antes de a sessão voltar a ser pública, a ata é votada, sendo
aprovada por qualquer número de Senadores.
Atenção, ata não é a mesma coisa que notas taquigráficas. Estas são a
transcrição de tudo o que foi dito na reunião (como quando você grava uma aula
de curso e depois digita tudo que o professor falou). As notas, diferentemente das
atas, não precisam ser aprovadas pelos Senadores.
A transcrição das sessões vai formar o que se chama de Anais. Epa! Que é
isso? É a publicação de todos os trabalhos do Senado e organizado em ordem
cronológica, para distribuição aos Senadores, por meio do Diário do Senado
Federal. Ou seja, é um grande arquivão. É possível a inserção em anais de
documentos alheios ao Senado: basta que esses documentos sejam parte
integrante de discurso de Senador ou aprovados pelo Presidente do Senado.
34
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

Também cabe ao Senado a publicação dos anais das sessões conjuntas do


Congresso Nacional.

Mesa Diretora do Senado Federal

A Mesa Diretora do Senado é formada pelo Presidente, por dois Vice-


Presidentes, quatro Secretários e quatro Suplentes de Secretário, eleitos durante as
reuniões preparatórias para um mandato de dois anos (duas sessões legislativas),
sendo vedada a reeleição para o período imediatamente subsequente.

Atenção! Entende-se por período subsequente a passagem da segunda para a


terceira sessão legislativa. Se estiver havendo mudança de legislatura (período de
quatro anos), é adotada a possibilidade de reeleição.
Na Mesa Diretora é assegurada, tanto quanto possível, a representação
proporcional dos partidos e blocos parlamentares que participam do Senado; o
cálculo de proporcionalidade é feito com base nas informações existentes na data
da diplomação dos candidatos no TSE.
Se houver vacância, ou seja, vaga definitiva de algum cargo na Mesa, o
preenchimento será feito em até 5 dias úteis, fazendo-se a substituição pelos vice-
presidentes ou os suplentes de secretário, conforme o caso, exceto se faltar menos
de 120 dias para o término do mandato da Mesa.
A eleição dos membros da Mesa acontece durante as reuniões preparatórias,
que são públicas. Porém, a votação é secreta, exigindo-se a maioria favorável dos
votos e estando presente a maioria da composição do Senado.
Pelo Regimento, a eleição deve ser feita em quatro “rodadas”, na seguinte
ordem:
1) abre-se a reunião preparatória e a votação para Presidente;
2) abre-se nova reunião preparatória e votam-se os nomes dos Vice-
Presidentes, dos Secretários e dos Suplentes de Secretários. Nessa etapa, por
proposta de 1/3 dos Senadores ou de líder que represente este número, a
eleição para o preenchimento de todos os cargos (exceto para Presidente)
pode ser feita de uma só vez. Essas votações são realizadas por meio de
cédulas depositadas em urna.

Cuidado! Não confundir Mesa Diretora com Comissão Diretora. A Mesa


Diretora é eleita para um período de duas sessões legislativas (Presidente, dois
vice-presidentes, quatro secretários e seus respectivos suplentes). A Comissão
Diretora é composta por esses mesmos 35 membros da Mesa e tem por
competência a decisão de matérias administrativas da Casa.
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

Presidente do Senado Federal

O artigo 48 do RISF elenca as competências do Presidente do Senado


Federal, que, ressalte-se, acumula a função de Presidente do Congresso Nacional. A
lista é longa, de forma que vamos destacar apenas as mais importantes:

1. Exercer as atribuições constitucionais: convocar sessão legislativa


extraordinária do Congresso Nacional, promulgar as leis, caso o
Presidente da República não o faça, e suceder o Presidente da República
e o Vice-Presidente nos impedimentos previstos.
2. Velar pelo respeito às prerrogativas do Senado e às imunidades dos
Senadores;
3. Convocar e presidir as sessões do Senado e as sessões conjuntas do
Congresso Nacional;
4. Propor a transformação de sessão pública em secreta, bem como propor
a prorrogação da sessão;
5. Designar a Ordem do Dia das sessões deliberativas;
6. Fazer ao Plenário, em qualquer momento, comunicação de interesse
do Senado e do País;
7. Fazer observar na sessão a Constituição, as leis e o Regimento;
8. Distribuir as matérias às comissões;
9. Impugnar as proposições que lhe pareçam contrárias à Constituição, às
leis ou ao Regimento, ressalvado ao autor recurso para o Plenário;
10. Decidir as questões de ordem;
11. Dar posse aos Senadores;
12. Convocar suplente de Senador;
13. Designar oradores para as sessões especiais do Senado e sessões
solenes do Congresso Nacional;
14. Desempatar as votações, quando ostensivas;
15. Proclamar o resultado das votações;
16. Assinar os autógrafos dos projetos e emendas a serem remetidos à
Câmara dos Deputados, e dos projetos destinados à sanção;
17. Promulgar as resoluções do Senado e os decretos legislativos;
18. Assinar a correspondência dirigida pelo Senado a altas autoridades:
chefes de outros Poderes, chefes de Estado estrangeiros, presidentes de
tribunais superiores, governadores e autoridades judiciárias, em
resposta a pedidos de informações ao Senado, no curso de feitos
judiciais;
19. Resolver, ouvido o Plenário, qualquer caso não previsto no Regimento;

36
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

20. Presidir as reuniões da Mesa e da Comissão Diretora, podendo discutir


e votar;
21. Exercer competências fixadas no Regulamento Administrativo do
Senado Federal;
22. Determinar a tramitação conjunta de matérias.

LEMBRETES:
• O cargo de Presidente do Senado é privativo de brasileiro nato (CF/88,
art. 12, § 3º, III).
• O Presidente do Senado integra o Conselho da República, órgão
superior de consulta do Presidente da República (CF/88, art. 89, III) e o
Conselho de Defesa Nacional, órgão de consulta do Presidente da
República nos assuntos relacionados com a soberania nacional e defesa
do Estado democrático (CF/88, art. 91, III).

O Presidente do Senado participa das votações, mas essa não é a regra geral.
O RISF permite o voto do Presidente em duas hipóteses:
Votação aberta: somente voto de desempate
Votação secreta: pode votar se desejar
Em ambas, a presença do Presidente conta para efeitos de quórum. Nas
reuniões da Mesa e da Comissão Diretora, o Presidente tem direito a discussão e a
voto.
Da cadeira da Presidência, o Presidente comanda a sessão e só faz
comunicações institucionais. Nessa condição, não pode discursar, nem fazer
comentários aos discursos de outros Senadores. Se desejar fazer um
pronunciamento, deve sair da cadeira presidencial e se dirigir à tribuna, como
qualquer outro Senador.

Competências dos demais membros da Mesa

Os demais componentes da Mesa também possuem funções determinadas


pelo RISF (arts. 52 a 56). Dentro dessas atribuições, cada um vai suceder seu
antecessor nas ausências ou impedimentos.
Faltando todos os Secretários e seus suplentes, o Presidente pode convocar
qualquer Senador presente para desempenhar essa função.

37
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

Se porventura não estiverem presentes nenhum dos membros da Mesa –


inclusive nenhum suplente – quem assume a direção dos trabalhos é o Senador
mais idoso que esteja presente. Essa regra do idoso vale inclusive para trabalhos
nas Comissões.

Primeiro Vice-Presidente
• substituir o Presidente nas suas faltas ou impedimentos;
• promulgação de leis quando o Presidente do SF não o fizer;

Segundo Vice-Presidente
• substituir o Primeiro Vice-Presidente nas suas faltas ou impedimentos.

Primeiro-Secretário
• ler em plenário a correspondência oficial recebida pelo Senado, os
pareceres, proposições e outros documentos;
• assinar a correspondência do Senado para qualquer outra autoridade
que não esteja elencada nas competências do Presidente;
• assinar, depois do Presidente, as atas das sessões secretas;
• fornecer certidões;
• receber a correspondência dirigida ao Senado e tomar as providências
necessárias;
• determinar a entrega aos Senadores dos avulsos;
• expedir as carteiras de identidade dos Senadores;

Segundo-Secretário
• elaborar e fazer a leitura das atas das sessões secretas, assinando-as
depois do Primeiro-Secretário;

Terceiro-Secretário e Quarto-Secretário
• fazer a chamada dos Senadores para votação, se necessário;
• contar os votos, em verificação de votação;
• auxiliar o Presidente na apuração das eleições;

38
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

Cuidado: Reparem que, apesar de vir depois na “hierarquia” da Mesa, o


Primeiro Secretário é, depois do Presidente, o membro com maior número de
atribuições. É ele também quem zela pela organização dos serviços administrativos
da Casa.

Mesa do Congresso Nacional

A Mesa do Congresso Nacional nada mais é que uma combinação das Mesas
do Senado e da Câmara dos Deputados, de forma alternada. Como o Presidente do
Senado é também o Presidente do Congresso Nacional, a sequência tem início por
ele. A Mesa do Congresso é formada da seguinte forma:
Presidente - Senador
Primeiro Vice-Presidente - Deputado
Segundo Vice-Presidente - Senador
Primeiro-Secretário - Deputado
Segundo-Secretário - Senador
Terceiro-Secretário - Deputado
Quarto-Secretário – Senador

Portanto, a Mesa do Congresso Nacional é formada por quatro Senadores e três


deputados (maior número de Senadores).

Atenção! O parlamentar ocupa na Mesa do Congresso Nacional exatamente a


mesma posição que ocupa na Mesa de sua Casa de origem.

Lideranças e blocos parlamentares

Dentro do Senado, convivem parlamentares de diversos partidos ou


bancadas. As lideranças consistem na institucionalização dessas bancadas, sendo
que cada partido escolhe, entre seus membros, aquele que será seu líder, isto é,
responderá pelas decisões que o partido tomar.

39
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

A indicação dos nomes dos líderes acontece a cada dois anos, no início da 1a
e da 3a sessões legislativas. O partido comunica à Mesa por escrito quem será seu
líder para aquele período, em um documento assinado pela maioria dos membros
da bancada. Além do líder, o partido também tem vice-líderes, para substituir o
líder titular em seus impedimentos. Os vice-líderes são escolhidos pelo líder, e
existe um cálculo para determinar a quantidade de vice-líderes de cada partido: um
para cada grupo de três integrantes do partido.
Se o partido contar com número de membros igual a ou maior que 3
Senadores, poderá contar com vantagens administrativas.
Entre as principais funções dos líderes estão: indicar os representantes de
seus partidos que irão compor as Comissões e substituí-los quando necessário;
participar das reuniões conjuntamente com o Presidente do Senado para definir a
pauta de trabalhos da Casa; e usar da palavra em vários momentos da sessão,
para comunicação de interesse partidário. Veremos essa última com mais detalhes
quando estudarmos o uso da palavra pelos Senadores.
Agora, uma breve explicação sobre o significado de blocos parlamentares.
Pode acontecer de vários partidos pequenos quererem “juntar forças” de forma a
constituir uma liderança. Para isso, eles montam o que é chamado bloco
parlamentar. Esse bloco, depois de montado, deve ter no mínimo um décimo da
composição do Senado – 9 Senadores – para ser reconhecido.
Os partidos que se aglutinam em bloco terão um único líder, o líder do bloco,
e respectivos vice-líderes. A diferença é que esses vice-líderes serão, via de regra,
os líderes dos demais partidos que formam o bloco parlamentar.
Importante: o bloco parlamentar não precisa, necessariamente, ser formado
apenas por pequenos partidos. O tamanho da bancada é irrelevante, contanto que
o bloco possua no mínimo 9 Senadores.
Além das lideranças partidárias, ou seja, que representam os partidos,
existem agrupamentos de acordo com a posição majoritária ou não de um partido.
São as lideranças da maioria e minoria.
Maioria: partido ou bloco que representa a maioria absoluta da Casa.
Minoria: maior bloco ou partido que faça oposição à maioria.
Essas duas lideranças também possuem líderes e vice-líderes. Se não houver
nenhum partido que alcance maioria absoluta, será considerado maioria aquele que
tiver o maior número de integrantes.
A formação de maioria e da minoria precisa ser comunicada à Mesa pelos
líderes dos blocos parlamentares ou dos partidos que as compõem.

40
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

LEMBRETE: Assim como o Presidente do Senado, os líderes da maioria e da


minoria fazem parte do Conselho da República, órgão superior de consulta do
Presidente da República, nos termos do art. 89, IV, da CF/88.

Atenção: O Presidente da República poderá indicar Senador para líder do


Governo, que indica vice-líderes, todos membros de partidos da base de apoio
ao Governo no Poder Executivo.

Lideranças no Congresso Nacional

No Congresso, as lideranças dos partidos são reconhecidas da mesma forma


que no Senado Federal. Também indicam os membros das Comissões – no caso,
das Comissões Mistas – e têm maiores prerrogativas quanto ao uso da palavra.
Há diferenças, contudo, quanto à liderança da minoria. No Congresso, a
minoria é composta pelos líderes dos partidos que elegerem as duas maiores
bancadas no Senado e na Câmara e que tenham posição diferente da maioria. Essa
escolha é anual e se alterna entre Senadores e Deputados Federais.
Da mesma forma, o Presidente da República pode indicar congressista
(Senador ou Deputado) para exercer a função de líder do Governo. Esse líder de
governo indica até 5 vice-líderes, dentre membros dos partidos que apoiem o
governo.
Bom, pessoal, espero que tenham gostado da aula e que possamos
desenvolver juntos um curso bem legal. A partir de agora vou deixá-los com uma
série de exercícios de provas anteriores, para que vocês possam fixar o conteúdo
repassado, ok? Em 2011, quero vê-los na Câmara Alta da República!
Abraços a todos e rumo ao Senado Federal!

no Oliveira

* * *

QUESTÕES COMENTADAS DE CONCURSOS


Æ Obs: lista seca com gabaritos (para treino) no final da aula

41
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

1) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002: Os deputados federais e os senadores são


eleitos nos estados e no Distrito Federal. O número de deputados federais é
proporcional à população de cada estado e do DF, mas o número de senadores é o
mesmo em qualquer dos estados e no DF.
Correta. É o que determina a CF/88, art. 45, § 1º.

2) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002: Nos estados com o número mínimo de


cadeiras na Câmara dos Deputados, serão eleitos deputados federais em número
quatro vezes superior ao de senadores a serem eleitos por essas mesmas unidades
da Federação.
Errada. O art. 44, § 1º, da CF/88 estabelece: “O número total de Deputados, bem
como a representação por Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei
complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se aos ajustes
necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da
Federação tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados”. Logo, uma unidade
da federação deve eleger no mínimo oito deputados. Esse número não é quatro
vezes superior ao número de Senadores que o mesmo estado vai eleger (três).

3) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002: Enquanto o mandato de um deputado


federal corresponde a uma única legislatura, um senador é eleito para um mandato
de duas legislaturas consecutivas.
Correta. O mandato do Senador é de oito anos, que equivale a duas legislaturas
consecutivas. Ver CF/88, art. 46, § 1º.

4) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002: O Senado Federal compõe-se de


representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio
majoritário. Cada Estado e Distrito Federal elegerão três Senadores, com mandato
de oito anos. A representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada
de quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois terços.
Correta. Ver CF/88, art. 46, § 1º e § 2º.

5) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: Não constitui princípio básico do processo


legislativo:
(A) a nulidade de qualquer decisão que contrarie norma regimental.
Correta. Ver RISF, art. 412, IV.
(B) a preservação dos direitos das minorias.

42
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

Correta. Ver RISF, art. 412, VII.


(C) a impossibilidade de tomada de decisões sem a observância do quórum
regimental estabelecido.
Correta. Ver RISF, art. 412, X.
(D) a análise valorativa do conteúdo das leis e do procedimento de sua elaboração.
Errada. A análise valorativa do conteúdo das leis e do procedimento de sua
elaboração não consta da relação de princípios constantes no RISF, art. 412.
(E) a publicidade das decisões tomadas, com exceção dos casos específicos
previstos no Regimento.
Correta. Ver RISF, art. 412, XII.
Gabarito: Letra “D”

6) FGV/SF/Técnico Legislativo/2008: Analise as afirmativas a seguir, no que diz


respeito aos princípios do processo legislativo no Senado:
I. Constitui princípio a decisão colegiada, ressalvadas as competências específicas
fixadas no Regimento do Senado.
Correta. É o que dispõe o RISF, art. 412, IX.
II. Entre os princípios, destaca-se aquele segundo o qual a norma geral prevalece
sobre a especial.
Errada. Segundo o art. 412, V, ocorre a prevalência de norma especial sobre a
geral;
III. Deve observar-se o princípio da ampla negociação política por meio dos
procedimentos regimentais previstos.
Correta. RISF, art. 412, XIII;

Assinale:
(A) se todas as afirmativas estiverem corretas.
(B) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
(C) se apenas a afirmativa I estiver correta.
(D) se apenas a afirmativa III estiver correta.
(E) se apenas a afirmativa II estiver correta.
Gabarito: Letra “B”

43
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

7) Cespe/Bacen/Procurador/2009: A proposta de emenda constitucional deve ser


discutida e votada em cada casa do Congresso Nacional, em dois turnos, e será
considerada aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos
membros e for promulgada após a respectiva sanção presidencial.
Errada. As emendas constitucionais são promulgadas diretamente pelas Mesas da
Câmara dos Deputados e do Congresso Nacional (CF/88, art. 60, § 3.o). Não
passam pela sanção presidencial.

8) Cespe/MPE-RN/Promotor/2009: A proposta de emenda constitucional deve ser


discutida e votada em cada casa do Congresso Nacional em dois turnos,
considerando-se aprovada, se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos
respectivos membros. A casa na qual tenha sido concluída a votação deve enviar o
projeto de emenda ao presidente da República, para que este, aquiescendo, o
sancione.
Errada. Emenda à Constituição não vai à sanção, sendo promulgada diretamente
pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Congresso Nacional (CF/88, art. 60, §
3.o).

9) Cespe/STF/Técnico/2008: O início da tramitação de proposta de emenda


constitucional cabe tanto ao Senado Federal quanto à Câmara dos Deputados, pois
a CF/88 confere a ambas as casas o poder de iniciativa legislativa.
Correta, conforme prevê a Constituição, art. 60, I.

10) Cespe/STF/Técnico/2008: Prescinde de sanção do presidente da República


emenda constitucional que tenha sido regularmente aprovada no Congresso
Nacional.
Correta. De novo! Emenda à Constituição não vai à sanção, sendo promulgada
diretamente pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Congresso Nacional
(CF/88, art. 60, § 3.o).

11) Cespe/STF/Analista/2008: As emendas à CF/88 devem ser sancionadas pelo


presidente da República em até 15 dias úteis, sob pena de concordância tácita.
Errada. Emenda à Constituição não vai à sanção, sendo promulgada diretamente
pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Congresso Nacional (CF/88, art. 60, §
3.o).

44
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

12) Cespe/MPE-RN /Promotor/2009: A CF/88 pode ser emendada por proposta de


assembleia legislativa de uma ou mais unidades da Federação, manifestando-se
cada uma delas pela maioria relativa de seus membros.
Errada. A iniciativa de Proposta de Emenda à Constituição, nesse caso, demanda
mais da metade das assembleias legislativas estaduais, manifestando-se cada uma
delas pela maioria relativa de seus membros. Nessa hipótese a PEC poderá começar
a tramitar pelo Senado (RISF, art. 212).

13) Cespe/MPE-RN /Promotor/2009: A iniciativa das leis delegadas cabe a qualquer


membro ou comissão da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, na forma e
nos casos previstos na CF/88.
Errada. Conforme art. 68 da CF/88, as leis delegadas são de iniciativa do Presidente
da República, que solicita a delegação ao Congresso Nacional.

14) Cespe/MPE-RN/Promotor/2009: A Constituição Federal possui um regime em


que organiza a iniciativa das leis, significando que confere legitimidade concorrente
ou exclusiva a pessoas, comissões ou órgãos para determinados assuntos. Nessa
linha, quando o tema é atinente ao Estatuto da Magistratura, pode-se afirmar que
há iniciativa concorrente entre o Presidente da República, o Presidente do STF e o
Presidente do Congresso Nacional.
Errada. Tal poder de iniciativa pertence apenas ao Presidente do STF.

15) ESAF/MPOG/APO/2010: A Câmara dos Deputados tem iniciativa privativa de lei


para fixação da remuneração de seus servidores, mas tal ato legislativo deve
necessariamente ir à sanção do Presidente da República.
Correta. Conforme dispõe a Constituição, art. 51, IV.

16) ESAF/MPOG/APO/2010: O projeto de lei de iniciativa popular com assinaturas


de 1% (um por cento) de eleitores distribuídos pela maioria absoluta dos estados-
membros pode veicular matéria reservada a lei complementar.
Errada. Lei complementar admite iniciativa popular (lembrem da recente Lei da
Ficha Limpa – Lei Complementar 135/2010), no entanto, é necessário que as
assinaturas estejam distribuídas por pelo menos cinco Estados-membros, e não
pela maioria absoluta deles (CF/88, art. 61, § 2o).

45
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

17) FGV/SF/Técnico Legislativo/2008: O processo legislativo confere aos cidadãos


poder de iniciar o processo legislativo. Trata-se da lei de iniciativa popular.
Consoante o texto constitucional, tal projeto deve preencher os seguintes
requisitos: subscrição de cinco por cento do eleitorado nacional, distribuído por,
pelo menos, quinze estados, e cinco décimos de eleitores por estado.
Errada. As assinaturas devem estar distribuídas por pelo menos 1% do eleitorado
nacional, distribuído por no mínimo cinco Estados-membros, com pelo menos três
décimos por cento dos eleitores em cada um deles (CF/88, art. 61, § 2.o).

18) ESAF/MPOG/EPPGG/2010: A iniciativa popular deve ser exercida pela


apresentação ao Presidente da República de projeto de lei subscrito por, no
mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco
Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.
Errada. O projeto de lei de iniciativa popular é apresentado à Câmara dos
Deputados, conforme dispõe a CF/88, art. 61, § 2º.

19) Cespe/Bacen/Procurador/2009: A medida provisória aprovada pelo Congresso


Nacional com alterações é transformada em projeto de lei de conversão e deve ser
promulgada pelo presidente do Senado, independentemente de sanção ou veto do
presidente da República.
Errada. A sanção presidencial em Medida Provisória só é dispensada caso ela seja
aprovada pelo Legislativo sem qualquer alteração. Se foi transformada em Projeto
de Lei de Conversão, é porque foi modificada durante o processo legislativo.

20) Cespe/Bacen/Procurador/2009: A CF/88 prevê a hipótese de iniciativa popular,


que pode ser exercida pela apresentação, à Câmara dos Deputados, de projeto de
lei subscrito por, no mínimo, 10% dos eleitores de qualquer estado da Federação.
Errada. O projeto deve conter a assinatura de pelo menos 1% do eleitorado
nacional (CF/88, art. 61, § 2º).

21) Cespe/Bacen/Procurador/2009: Para a participação popular no processo


legislativo, quando relativa à apresentação de propostas de emenda à CF, exige-se
que 3% do eleitorado subscrevam a proposta.
Errada. Embora a iniciativa popular para apresentação de proposta de emenda
constitucional seja aceita por parte da doutrina, não está prevista de forma
expressa na CF/88. Além disso, a iniciativa popular demanda assinatura de 1% do
eleitorado, e não 3%, como afirma a questão (CF/88, art. 61, § 2º).

46
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

22) Cespe/Bacen/Procurador/2009: As assembleias legislativas estaduais podem


propor emendas à Constituição Federal, desde que a proposta seja feita por mais
da metade do total das assembleias legislativas e por maioria relativa dos membros
de cada uma delas.
Correta. A iniciativa de PEC nesse caso demanda mais da metade das assembleias
legislativas estaduais, manifestando-se cada uma delas pela maioria relativa de
seus membros. (CF/88, art. 60, III).

23) Cespe/Bacen/Procurador/2009: Compete ao Congresso Nacional fixar os


subsídios dos ministros de Estado, não havendo necessidade de que a norma seja
sancionada pelo presidente da República.
Correta (CF/88, art. 49, VIII). A fixação dos subsídios do Presidente e do Vice-
Presidente da República e dos Ministros de Estado é competência do Congresso
Nacional, sendo fixados por meio de Decreto Legislativo, não precisando, portanto,
de sanção presidencial.

24) Cespe/TRT1/Técnico/2008: A tramitação de projetos de lei de iniciativa do STF,


dentro do modelo bicameral, será iniciada no Senado Federal.
Errada. A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da
República, do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores terão início na
Câmara dos Deputados (CF/88, art. 64).

25) Cespe/TCE-AC/Analista/2007: Segundo a CF/88, emenda constitucional disporá


sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis.
Errada. É uma lei complementar que vai dispor sobre essa matéria, conforme
parágrafo único do artigo 59 da CF/88.

26) Cespe/Bacen/Procurador/2009: As resoluções constituem atos normativos


secundários que dispõem acerca da regulação de determinadas matérias do
Congresso Nacional não inseridas no âmbito de incidência dos decretos legislativos
e da lei.
Errada. As resoluções retiram seu fundamento de validade diretamente da
Constituição (CF/88, art. 59). São, portanto, atos normativos primários.

47
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

27) Cespe/Bacen/Procurador/2009: Na sessão legislativa extraordinária, o


Congresso Nacional delibera, além da matéria para a qual foi convocado e das
medidas provisórias em vigor na data da convocação, a respeito dos projetos de lei
complementar em regime de urgência.
Errada. A exceção constitucional trata apenas das Medidas Provisórias (CF/88, art.
57, § 6º e 7.o). Não inclui projetos em regime de urgência.

28) Cespe/DPU/Analista/2009: O procurador-geral da República tem competência


para propor projeto de lei ordinária ou complementar.
Correta, segundo a CF/88, art. 61, caput: A iniciativa das leis complementares
e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do
Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo
Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos
cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição.

29) Cespe/DPU/Analista/2009: A sanção de lei pelo governador supre eventual vício


de iniciativa do projeto.
Errada. A sanção não convalida vício de iniciativa.

30) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: No sistema bicameral atuam ambas as Casas


Legislativas no processo de formação da lei, cabendo a iniciativa a parlamentares,
órgãos legislativos, cidadãos, órgãos do executivo, do Judiciário e do Ministério
Público. Assim, sendo a lei de conteúdo estruturador da organização judiciária dos
Territórios, tal iniciativa é conferida ao Presidente:

(A) do Supremo Tribunal Federal.


(B) da República.
(C) do Senado Federal.
(D) da Câmara dos Deputados.
(E) do Congresso Nacional.

Tal lei é de iniciativa do Presidente da República (CF/88, art. 61, § 1º , “b”).


Gabarito: Letra “B”.

48
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

31) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: As normas regimentais do Senado Federal,


em consonância com as regras inscritas na Constituição Federal, impõem a
realização de determinados atos mediante a obediência a quórum específico. Diante
de tal situação, avalie as afirmativas abaixo:
I. Regra geral, as deliberações são tomadas por maioria simples, presentes trinta
por cento dos parlamentares da Casa.
Errada. O quórum mínimo de presentes para iniciar deliberações é a maioria
absoluta – 41 Senadores. (CF/88, art. 47)
II. O quórum mínimo de presença para deliberação é da maioria absoluta dos
parlamentares e as votações, salvo casos especiais, por maioria simples.
Correta. É o que prevê a Constituição em seu artigo Art. 47: “Salvo disposição
constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e de suas Comissões
serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus
membros”.
III. Em caso de emendas constitucionais o quórum de votação deve corresponder a
três quintos dos Senadores.
Correta. Ver CF/88, art. 60, § 2º. Não esquecer que essa votação se dá em dois
turnos.
IV. Lei complementar, lei ordinária e lei delegada devem ter quórum de maioria
absoluta. Errada. Dos três casos citados, apenas a lei complementar exige quórum
de maioria absoluta para votação. (CF/88, art. 69).
V. Medida Provisória deve ser votada por maioria simples.
Correta. Não há previsão constitucional ou regimental para seu quórum de votação.
Vale a maioria simples.

Estão corretas as afirmativas:


(A) II, III e V.
(B) I, III e IV.
(C) II, IV e V.
(D) I, II e V.
(E) I, II e III.
Gabarito: Letra “A”.

49
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

32) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: O projeto de lei que tenha sido aprovado nas
duas casas legislativas será encaminhado ao Presidente da República para sanção.
Se o chefe do Poder Executivo considerar o projeto inconstitucional ou contrário ao
interesse público, vetá-lo-á, no prazo de quinze dias úteis, contados da data do
recebimento.
Correta. É o que prevê a CF/88, art. 66, § 1º.

33) FGV/SF/Advogado/2008: A Constituição proíbe o veto parcial do projeto, em


razão do risco de desvirtuamento decorrente da supressão de apenas alguns artigos
da lei aprovada.
Errada. O veto parcial é permitido, mas apenas em relação a trecho integral de
artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea. CF/88, art. 66, § 2º.

34) FGV/SF/Advogado/2008: O veto poderá ser derrubado em sessão conjunta das


casas legislativas, pelo voto secreto da maioria absoluta dos Deputados e
Senadores.
Correta. CF/88, art. 66, § 4º: “O veto será apreciado em sessão conjunta, só
podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores,
em escrutínio secreto”.

35) FGV/SF/Advogado/2008: Podem apresentar proposta de emenda à Constituição


Federal: o Presidente da República; um terço, no mínimo, dos membros da Câmara
dos Deputados ou do Senado Federal; e mais da metade das Assembleias
Legislativas das unidades de federação, manifestando-se, cada uma delas, pela
maioria relativa de seus membros.
Correta. Ver CF/88, art. 60, I, II e III.

36) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): No Senado, o projeto de


resolução é a modalidade indicada para propor a criação de uma nova comissão
permanente na estrutura dessa Casa legislativa.
Correta. A criação de uma nova comissão permanente implica em alteração no
Regimento Interno do Senado. Tal modificação deve ser proposta na forma de um
projeto de resolução.

37) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): O projeto de resolução do


Senado é a modalidade indicada para propor que essa Casa, em todas as hipóteses,
deixe de realizar sessões secretas.
50
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

Errada. Há hipóteses de realização de sessão secreta por determinação


constitucional, como a apreciação de chefes de missão diplomática, por exemplo.
Tal dispositivo só pode ser modificado por meio de Proposta de Emenda à
Constituição.

38) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: O Regimento Interno do Senado estabelece


as regras de convivência entre maioria e minoria parlamentar. Sobre tal tema,
complementado por regras do Regimento Comum, avalie as afirmativas a seguir:
I. Cabe às representações partidárias organizar os blocos parlamentares e, caso
possuindo maioria absoluta, comunicar tal situação à Mesa Diretora. Correta. Se um
partido ou bloco possuir maioria absoluta da Casa, constituirá a maioria, fato que
precisa ser comunicado à Mesa pelos líderes (RISF, art. 65, § 3º).
II. A minoria não pode indicar líder. Errada. Como vimos, tanto a maioria quanto a
minoria podem indicar líderes. (RISF, art. 65, caput).
III. As duas maiores bancadas do Senado Federal que manifestarem, em relação ao
Governo, posição diversa da maioria, poderão indicar líder da minoria no Congresso
Nacional. Correta. A minoria no Congresso Nacional é formada pelas duas maiores
bancadas no Senado e na Câmara que tiverem posição divergente da maioria (RCCN,
art. 4º, § 3º).
IV. Não alcançada a maioria absoluta de um bloco ou representação partidária, as
figuras do Líder da maioria ou minoria serão substituídas pelos lideres partidários.
Errada. Se a maioria absoluta não for alcançada por nenhum partido ou bloco, será
considerado maioria aquele com maior número de representantes. (RISF, art. 65, §
5º).
V. Os blocos parlamentares no Senado devem ter, pelo menos, um décimo dos
Senadores. Correta. A quantidade mínima necessária para constituir um bloco
parlamentar é um décimo da composição do Senado (RISF, art. 61, parágrafo
único).

Assinale:
(A) se somente as afirmativas I, II e III estiverem corretas.
(B) se somente as afirmativas II, IV e V estiverem corretas.
(C) se somente as afirmativas I, II e V estiverem corretas.
(D) se somente as afirmativas II, III e IV estiverem corretas.
(E) se somente as afirmativas I, III e V estiverem corretas.
Gabarito: Letra “E”.

51
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

39) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: Em relação à Mesa do Senado, é correto


afirmar que:
(A) cabe ao Primeiro-Secretário lavrar as atas das sessões secretas, proceder-lhes
a leitura e assiná-las depois do 2º Vice-Presidente.
Errada. Essa questão foi bem malandra e misturou tudo em um balaio de gatos!
Quem lavra (confecciona) a ata da sessão secreta e faz a leitura é o Segundo-
Secretário. No entanto, ele assina a ata depois do Primeiro-Secretário, que por sua
vez assina depois do Presidente. (RISF, art. 54, V, e art. 55)
(B) o Presidente tem apenas voto de desempate nas votações ostensivas, mas, em
escrutínio secreto, pode votar como qualquer Senador.
Correta. É o que dispõe o RISF, no art. 51.
(C) os seus membros serão eleitos para mandato de dois anos, vedada a reeleição
para os períodos subsequentes.
Errada. Cuidado! A reeleição é vedada para o período imediatamente subsequente
(CF/88, art. 57, § 4º, combinado com RISF, art 59, caput)
(D) a eleição de seus membros será feita em votação ostensiva, exigida maioria de
votos e presente a maioria da composição do Senado.
Errada. Como vimos, a eleição dos membros da Mesa é secreta. Precisa da maioria
de votos, presente a maioria da composição do Senado (RISF, art. 60).
(E) assume a Presidência, não se achando presentes o Presidente e seus
substitutos legais, inclusive os Suplentes, o Senador que tiver obtido a segunda
posição na eleição anterior. Errada. Nesse caso, quem assume a Presidência é o
Senador mais idoso entre os presentes (RISF, art. 46, § 4.o).
Gabarito: Letra “B”

40) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: Consoante os termos do Regimento Interno


do Senado Federal, as sessões podem ser:
(A) deliberativas, não deliberativas e especiais.
(B) ordinárias, extraordinárias e complementares.
(C) legais, regulamentares e senatoriais.
(D) especiais, complementares e suplementares.
(E) não deliberativas, complementares e legais.

52
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

As sessões podem ser deliberativas, não-deliberativas ou especiais, sendo que as


deliberativas se classificam em ordinárias e extraordinárias (RISF, art. 154). Porém,
não existem sessões “complementares”, “regulamentares”, “senatoriais”, “legais”
ou “suplementares”.
Gabarito: Letra “A”.

41) FGV/SF/Advogado/2008: Constitui atribuição do Presidente do Senado:


(A) convocar e presidir as sessões conjuntas do Congresso Nacional.
Correta (RISF, Art. 48, II).
(B) encaminhar os papéis distribuídos às comissões.
Errada. O encaminhamento de papéis às comissões é atribuição do Primeiro-
Secretário (RISF, art. 54, IX).
(C) assinar as atas das sessões secretas, uma vez aprovadas.
Correta (RISF, Art. 48, IX).
(D) declarar prejudicada proposição que assim deva ser considerada, na
conformidade regimental.
Correta (RISF, Art. 48, XII).
(E) desempatar as votações, quando ostensivas.
Correta: o Presidente só vota em votação aberta em caso de desempate (RISF, art.
51).
Como vocês perceberam, o comando da questão estava equivocado. Apenas uma
das alternativas não consistia em atribuição do Presidente do Senado. Ela foi
anulada no gabarito final.

42) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002: Estando ausente o presidente do Senado


Federal, a sessão conjunta do Congresso Nacional será presidida pelo primeiro vice-
presidente da Câmara dos Deputados e, estando ausente também este, pelo
segundo vice-presidente do Senado Federal.
Correta. Conforme vimos, a Mesa do Congresso Nacional é formada pelos Membros
da Mesa do Senado Federal e da Câmara dos Deputados de modo alternado. Ausente
o Presidente do Senado, assume, portanto, o Vice-Presidente da Câmara dos
Deputados, sendo sucedido pelo 2° Vice-Presidente do Senado Federal (CF/88, art.
65, § 5º).

53
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

43) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002: A Mesa do Congresso Nacional promulga


as emendas à Constituição em sessão conjunta da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal.
Errada. Quem promulga emenda constitucional é a Mesa da Câmara dos
Deputados, juntamente com a Mesa do Senado Federal (CF/88, art. 60, § 3º). São
três órgãos distintos: Mesa da Câmara dos Deputados, Mesa do Senado Federal e
Mesa do Congresso Nacional.

44) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002: Projetos de lei a respeito de matéria


orçamentária e vetos do presidente da República a projetos de lei aprovados pelo
Congresso Nacional são matérias apreciadas em sessão conjunta.
Correta, segundo CF/88, arts. 48, II, e 166, combinado com o RCCN, art. 1°, V.

45) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002: O presidente e o vice-presidente da


República eleitos tomam posse em sessão conjunta, solene, do Congresso Nacional,
quando, após a prestação dos compromissos, assinarão o termo de posse,
juntamente com os presidentes das duas Casas do Congresso Nacional.
Errada. Os Presidentes das duas Casas do Congresso Nacional não assinam o termo
de posse (RCCN, art. 65).

46) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002: Quando o Regimento Comum do


Congresso Nacional for omisso, aplicar-se-á às sessões conjuntas,
subsidiariamente, o Regimento Interno da Câmara dos Deputados, em primeiro
lugar, e o do Senado Federal, em seguida.
Errada. Primeiro é aplicado o Regimento do Senado e, em caso de também haver
omissão, aplica-se o Regimento da Câmara dos Deputados (RCCN, art. 151).

54
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

LISTA DE QUESTÕES DESTA AULA

1) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002: Os deputados federais e os senadores são


eleitos nos estados e no Distrito Federal. O número de deputados federais é
proporcional à população de cada estado e do DF, mas o número de senadores é o
mesmo em qualquer dos estados e no DF.

2) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002: Nos estados com o número mínimo de


cadeiras na Câmara dos Deputados, serão eleitos deputados federais em número
quatro vezes superior ao de senadores a serem eleitos por essas mesmas unidades
da Federação.

3) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002: Enquanto o mandato de um deputado


federal corresponde a uma única legislatura, um senador é eleito para um mandato
de duas legislaturas consecutivas.

4) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002: O Senado Federal compõe-se de


representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio
majoritário. Cada Estado e Distrito Federal elegerão três Senadores, com mandato
de oito anos. A representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada
de quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois terços.

5) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: Não constitui princípio básico do processo


legislativo:
(A) a nulidade de qualquer decisão que contrarie norma regimental.
(B) a preservação dos direitos das minorias.
(C) a impossibilidade de tomada de decisões sem a observância do quórum
regimental estabelecido.
(D) a análise valorativa do conteúdo das leis e do procedimento de sua elaboração.
(E) a publicidade das decisões tomadas, com exceção dos casos específicos
previstos no Regimento.

6) FGV/SF/Técnico Legislativo/2008: Analise as afirmativas a seguir, no que diz


respeito aos princípios do processo legislativo no Senado:
I. Constitui princípio a decisão colegiada, ressalvadas as competências específicas
fixadas no Regimento do Senado.
55
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

II. Entre os princípios, destaca-se aquele segundo o qual a norma geral prevalece
sobre a especial.
III. Deve observar-se o princípio da ampla negociação política por meio dos
procedimentos regimentais previstos.

Assinale:
(A) se todas as afirmativas estiverem corretas.
(B) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
(C) se apenas a afirmativa I estiver correta.
(D) se apenas a afirmativa III estiver correta.
(E) se apenas a afirmativa II estiver correta.

7) Cespe/Bacen/Procurador/2009: A proposta de emenda constitucional deve ser


discutida e votada em cada casa do Congresso Nacional, em dois turnos, e será
considerada aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos
membros e for promulgada após a respectiva sanção presidencial.

8) Cespe/MPE-RN/Promotor/2009: A proposta de emenda constitucional deve ser


discutida e votada em cada casa do Congresso Nacional em dois turnos,
considerando-se aprovada, se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos
respectivos membros. A casa na qual tenha sido concluída a votação deve enviar o
projeto de emenda ao presidente da República, para que este, aquiescendo, o
sancione.

9) Cespe/STF/Técnico/2008: O início da tramitação de proposta de emenda


constitucional cabe tanto ao Senado Federal quanto à Câmara dos Deputados, pois
a CF/88 confere a ambas as casas o poder de iniciativa legislativa.

10) Cespe/STF/Técnico/2008: Prescinde de sanção do presidente da República


emenda constitucional que tenha sido regularmente aprovada no Congresso
Nacional.

11) Cespe/STF/Analista/2008: As emendas à CF/88 devem ser sancionadas pelo


presidente da República em até 15 dias úteis, sob pena de concordância tácita.

56
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

12) Cespe/MPE-RN /Promotor/2009: A CF/88 pode ser emendada por proposta de


assembleia legislativa de uma ou mais unidades da Federação, manifestando-se
cada uma delas pela maioria relativa de seus membros.

13) Cespe/MPE-RN /Promotor/2009: A iniciativa das leis delegadas cabe a qualquer


membro ou comissão da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, na forma e
nos casos previstos na CF/88.

14) Cespe/MPE-RN/Promotor/2009: A Constituição Federal possui um regime em


que organiza a iniciativa das leis, significando que confere legitimidade concorrente
ou exclusiva a pessoas, comissões ou órgãos para determinados assuntos. Nessa
linha, quando o tema é atinente ao Estatuto da Magistratura, pode-se afirmar que
há iniciativa concorrente entre o Presidente da República, o Presidente do STF e o
Presidente do Congresso Nacional.

15) ESAF/MPOG/APO/2010: A Câmara dos Deputados tem iniciativa privativa de lei


para fixação da remuneração de seus servidores, mas tal ato legislativo deve
necessariamente ir à sanção do Presidente da República.

16) ESAF/MPOG/APO/2010: O projeto de lei de iniciativa popular com assinaturas


de 1% (um por cento) de eleitores distribuídos pela maioria absoluta dos estados-
membros pode veicular matéria reservada a lei complementar.

17) FGV/SF/Técnico Legislativo/2008: O processo legislativo confere aos cidadãos


poder de iniciar o processo legislativo. Trata-se da lei de iniciativa popular.
Consoante o texto constitucional, tal projeto deve preencher os seguintes
requisitos: subscrição de cinco por cento do eleitorado nacional, distribuído por,
pelo menos, quinze estados, e cinco décimos de eleitores por estado.

18) ESAF/MPOG/EPPGG/2010: A iniciativa popular deve ser exercida pela


apresentação ao Presidente da República de projeto de lei subscrito por, no
mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco
Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.

57
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

19) Cespe/Bacen/Procurador/2009: A medida provisória aprovada pelo Congresso


Nacional com alterações é transformada em projeto de lei de conversão e deve ser
promulgada pelo presidente do Senado, independentemente de sanção ou veto do
presidente da República.

20) Cespe/Bacen/Procurador/2009: A CF/88 prevê a hipótese de iniciativa popular,


que pode ser exercida pela apresentação, à Câmara dos Deputados, de projeto de
lei subscrito por, no mínimo, 10% dos eleitores de qualquer estado da Federação.

21) Cespe/Bacen/Procurador/2009: Para a participação popular no processo


legislativo, quando relativa à apresentação de propostas de emenda à CF, exige-se
que 3% do eleitorado subscrevam a proposta.

22) Cespe/Bacen/Procurador/2009: As assembleias legislativas estaduais podem


propor emendas à Constituição Federal, desde que a proposta seja feita por mais
da metade do total das assembleias legislativas e por maioria relativa dos membros
de cada uma delas.

23) Cespe/Bacen/Procurador/2009: Compete ao Congresso Nacional fixar os


subsídios dos ministros de Estado, não havendo necessidade de que a norma seja
sancionada pelo presidente da República.

24) Cespe/TRT1/Técnico/2008: A tramitação de projetos de lei de iniciativa do STF,


dentro do modelo bicameral, será iniciada no Senado Federal.

25) Cespe/TCE-AC/Analista/2007: Segundo a CF/88, emenda constitucional disporá


sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis.

26) Cespe/Bacen/Procurador/2009: As resoluções constituem atos normativos


secundários que dispõem acerca da regulação de determinadas matérias do
Congresso Nacional não inseridas no âmbito de incidência dos decretos legislativos
e da lei.

58
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

27) Cespe/Bacen/Procurador/2009: Na sessão legislativa extraordinária, o


Congresso Nacional delibera, além da matéria para a qual foi convocado e das
medidas provisórias em vigor na data da convocação, a respeito dos projetos de lei
complementar em regime de urgência.

28) Cespe/DPU/Analista/2009: O procurador-geral da República tem competência


para propor projeto de lei ordinária ou complementar.

29) Cespe/DPU/Analista/2009: A sanção de lei pelo governador supre eventual vício


de iniciativa do projeto.

30) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: No sistema bicameral atuam ambas as Casas


Legislativas no processo de formação da lei, cabendo a iniciativa a parlamentares,
órgãos legislativos, cidadãos, órgãos do executivo, do Judiciário e do Ministério
Público. Assim, sendo a lei de conteúdo estruturador da organização judiciária dos
Territórios, tal iniciativa é conferida ao Presidente:
(A) do Supremo Tribunal Federal.
(B) da República.
(C) do Senado Federal.
(D) da Câmara dos Deputados.
(E) do Congresso Nacional.

31) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: As normas regimentais do Senado Federal,


em consonância com as regras inscritas na Constituição Federal, impõem a
realização de determinados atos mediante a obediência a quórum específico. Diante
de tal situação, avalie as afirmativas abaixo:
I. Regra geral, as deliberações são tomadas por maioria simples, presentes trinta
por cento dos parlamentares da Casa.
II. O quórum mínimo de presença para deliberação é da maioria absoluta dos
parlamentares e as votações, salvo casos especiais, por maioria simples.
III. Em caso de emendas constitucionais o quórum de votação deve corresponder a
três quintos dos Senadores.
IV. Lei complementar, lei ordinária e lei delegada devem ter quórum de maioria
absoluta.
V. Medida Provisória deve ser votada por maioria simples.

59
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

Estão corretas as afirmativas:


(A) II, III e V.
(B) I, III e IV.
(C) II, IV e V.
(D) I, II e V.
(E) I, II e III.

32) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: O projeto de lei que tenha sido aprovado nas
duas casas legislativas será encaminhado ao Presidente da República para sanção.
Se o chefe do Poder Executivo considerar o projeto inconstitucional ou contrário ao
interesse público, vetá-lo-á, no prazo de quinze dias úteis, contados da data do
recebimento.

33) FGV/SF/Advogado/2008: A Constituição proíbe o veto parcial do projeto, em


razão do risco de desvirtuamento decorrente da supressão de apenas alguns artigos
da lei aprovada.

34) FGV/SF/Advogado/2008: O veto poderá ser derrubado em sessão conjunta das


casas legislativas, pelo voto secreto da maioria absoluta dos Deputados e
Senadores.

35) FGV/SF/Advogado/2008: Podem apresentar proposta de emenda à Constituição


Federal: o Presidente da República; um terço, no mínimo, dos membros da Câmara
dos Deputados ou do Senado Federal; e mais da metade das Assembleias
Legislativas das unidades de federação, manifestando-se, cada uma delas, pela
maioria relativa de seus membros.

36) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): No Senado, o projeto de


resolução é a modalidade indicada para propor a criação de uma nova comissão
permanente na estrutura dessa Casa legislativa.

37) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): O projeto de resolução do


Senado é a modalidade indicada para propor que essa Casa, em todas as hipóteses,
deixe de realizar sessões secretas.

60
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

38) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: O Regimento Interno do Senado estabelece


as regras de convivência entre maioria e minoria parlamentar. Sobre tal tema,
complementado por regras do Regimento Comum, avalie as afirmativas a seguir:
I. Cabe às representações partidárias organizar os blocos parlamentares e, caso
possuindo maioria absoluta, comunicar tal situação à Mesa Diretora.
II. A minoria não pode indicar líder.
III. As duas maiores bancadas do Senado Federal que manifestarem, em relação ao
Governo, posição diversa da maioria, poderão indicar líder da minoria no Congresso
Nacional.
IV. Não alcançada a maioria absoluta de um bloco ou representação partidária, as
figuras do Líder da maioria ou minoria serão substituídas pelos lideres partidários.
V. Os blocos parlamentares no Senado devem ter, pelo menos, um décimo dos
Senadores.

Assinale:
(A) se somente as afirmativas I, II e III estiverem corretas.
(B) se somente as afirmativas II, IV e V estiverem corretas.
(C) se somente as afirmativas I, II e V estiverem corretas.
(D) se somente as afirmativas II, III e IV estiverem corretas.
(E) se somente as afirmativas I, III e V estiverem corretas.

39) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: Em relação à Mesa do Senado, é correto


afirmar que:
(A) cabe ao Primeiro-Secretário lavrar as atas das sessões secretas, proceder-lhes
a leitura e assiná-las depois do 2º Vice-Presidente.
(B) o Presidente tem apenas voto de desempate nas votações ostensivas, mas, em
escrutínio secreto, pode votar como qualquer Senador.
(C) os seus membros serão eleitos para mandato de dois anos, vedada a reeleição
para os períodos subsequentes.
(D) a eleição de seus membros será feita em votação ostensiva, exigida maioria de
votos e presente a maioria da composição do Senado.
(E) assume a Presidência, não se achando presentes o Presidente e seus
substitutos legais, inclusive os Suplentes, o Senador que tiver obtido a segunda
posição na eleição anterior.
61
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

40) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: Consoante os termos do Regimento Interno


do Senado Federal, as sessões podem ser:
(A) deliberativas, não deliberativas e especiais.
(B) ordinárias, extraordinárias e complementares.
(C) legais, regulamentares e senatoriais.
(D) especiais, complementares e suplementares.
(E) não deliberativas, complementares e legais.

41) FGV/SF/Advogado/2008: Constitui atribuição do Presidente do Senado:


(A) convocar e presidir as sessões conjuntas do Congresso Nacional.
(B) encaminhar os papéis distribuídos às comissões.
(C) assinar as atas das sessões secretas, uma vez aprovadas.
(D) declarar prejudicada proposição que assim deva ser considerada, na
conformidade regimental.
(E) desempatar as votações, quando ostensivas.

42) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002: Estando ausente o presidente do Senado


Federal, a sessão conjunta do Congresso Nacional será presidida pelo primeiro vice-
presidente da Câmara dos Deputados e, estando ausente também este, pelo
segundo vice-presidente do Senado Federal.

43) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002: A Mesa do Congresso Nacional promulga


as emendas à Constituição em sessão conjunta da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal.

44) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002: Projetos de lei a respeito de matéria


orçamentária e vetos do presidente da República a projetos de lei aprovados pelo
Congresso Nacional são matérias apreciadas em sessão conjunta.

45) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002: O presidente e o vice-presidente da


República eleitos tomam posse em sessão conjunta, solene, do Congresso Nacional,
quando, após a prestação dos compromissos, assinarão o termo de posse,
juntamente com os presidentes das duas Casas do Congresso Nacional.

62
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 00

46) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002: Quando o Regimento Comum do


Congresso Nacional for omisso, aplicar-se-á às sessões conjuntas,
subsidiariamente, o Regimento Interno da Câmara dos Deputados, em primeiro
lugar, e o do Senado Federal, em seguida.

Gabarito:

1C 2E 3C 4C 5D 6B 7E 8E 9C 10C 11E 12E 13E


14E 15C 16E 17E 18E 19E 20E 21E 22C 23C 24E 25E 26E
27E 28C 29E 30B 31A 32C 33E 34C 35C 36C 37E 38E 39B
40A 41X 42C 43E 44C 45E 46E

63
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 01

Olá, concurseiros e concurseiras! Vamos à nossa segunda aula de Processo


Legislativo para o Senado Federal!

Comissões

As Comissões são órgãos destinados à apreciação e à votação de matérias


que tramitam pelo Poder Legislativo, na forma e com as atribuições previstas nos
Regimentos Internos ou no ato de que resultar sua criação (CF/88, art. 58).

Os membros titulares e suplentes das Comissões são indicados pelos líderes


dos partidos e podem ser substituídos, desde que a decisão seja comunicada à
Mesa. Portanto, a cadeira na Comissão “pertence” ao partido, não ao
parlamentar (RISF, art. 81). Porém, os partidos não indicam a mesma
quantidade de parlamentares. Esse quantitativo varia, na medida em que partidos
maiores têm direito a indicar maior número de membros. Isso porque na
constituição de cada Comissão, deve ser assegurada, sempre que possível, a
representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares da Casa
(CF/88, art. 58, §1°).

Um Senador poderá integrar até três Comissões como titular e três como
suplente (RISF, art. 77, § 2°). A cada duas sessões legislativas (dois anos), são
realizadas eleições, no âmbito da Comissão, para definir seus Presidente e Vice-
Presidente, em eleição secreta (RISF, art. 88).

As Comissões no Senado podem ser permanentes ou temporárias,


dividindo-se as últimas em internas, externas e Comissões Parlamentares de
Inquérito (CPIs). Também existem comissões permanentes e temporárias do
Congresso Nacional, chamadas de comissões mistas, compostas por Deputados
e Senadores.

Atribuições das Comissões

Atribuições Constitucionais

1. Discutir e votar projeto de lei de tramitação terminativa, que dispensa


competência do plenário, SALVO recurso de 1/10 da Casa (CF/88, art. 58, §
2º, I);
2. Realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil (CF/88, art.
58, § 2º, II);
3. Convocar Ministros de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente
subordinados à Presidência da República para prestarem informações sobre
assuntos inerentes a suas atribuições (CF/88, art. 58, § 2º, III);

1
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 01

4. Receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer


pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas
(CF/88, art. 58, § 2º, IV);
5. Solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão (CF/88, art. 58, §
2º, V);
6. Apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de
desenvolvimento e sobre eles emitir parecer (CF/88, art. 58, § 2º, VI);
7. Propor a sustação dos atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do
poder regulamentar;
8. Apresentar projeto de lei ordinária ou complementar (CF/88, art. 61);
9. Solicitar informações ao Tribunal de Contas da União sobre a fiscalização
contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre
resultados de auditorias e inspeções realizadas (CF/88, art. 71, VII);

Atribuições Regimentais

1. Acompanhar junto ao Governo a elaboração da proposta orçamentária,


bem como sua execução (RISF, art. 90, VIII);
2. Acompanhar, fiscalizar e controlar as políticas governamentais
pertinentes às áreas de sua competência (RISF, art. 90, IX);
3. Estudar qualquer assunto compreendido nas atribuições do Senado,
propondo as medidas legislativas cabíveis (RISF, art. 90, XI);
4. Opinar sobre o mérito das proposições submetidas ao seu exame,
emitindo o respectivo parecer (RISF, art. 90, XII);
5. Realizar diligências (RISF, art. 90, XIII);
6. Apresentar proposições de sua autoria, que devem ser assinadas pelo
seu Presidente e membros, totalizando, pelo menos, a maioria da sua
composição (RISF, art. 245, par. único).

Agora vamos nos debruçar sobre o poder terminativo das Comissões,


disposto na CF/88, art. 58, § 2º, I e no RISF, art. 91. Terminativo significa que a
tramitação da matéria, irá, em tese, TERMINAR na Comissão.

As Comissões podem discutir e votar, DISPENSADA a competência do


Plenário:

1) Projetos de lei ordinária de autoria de Senador, EXCETO projeto de Código


(RISF, art. 91, I);
2) Projetos de resolução que versem sobre a suspensão da execução, no todo
ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do
Supremo Tribunal Federal (CF/88, art. 52, X). A comissão que faz isso é a
Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (RISF, art. 91, II);

2
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 01

Essas duas competências terminativas são taxativas. O RISF, no entanto,


elenca outras hipóteses de tramitação terminativa, a juízo do Presidente, ouvidas
as lideranças. São as seguintes:

1) Tratados ou acordos internacionais (RISF, art. 91, §1°, I);


2) Autorização para a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a
pesquisa e lavra de riquezas minerais em terras indígenas (RISF, art. 91, §1°, II);
3) Alienação ou concessão de terras públicas com área superior a dois mil e
quinhentos hectares (RISF, art. 91, §1°, III);
4) Projetos de lei da Câmara de iniciativa parlamentar que tiverem sido
aprovados, em decisão terminativa, por Comissão daquela Casa (É O CASO MAIS
COMUM). Não vale para projetos cuja iniciativa for extra-parlamentar (RISF, art.
91, §1°, IV);
5) Indicações e proposições diversas (RISF, art. 91, §1°, V);.

Toda vez que a comissão for decidir sobre uma proposição terminativa
a votação deve ser NOMINAL, ou seja, os Senadores, um a um, devem
declarar seu voto. Para que seja aprovada, a matéria deve obter a maioria
de votos, estando presente a maioria dos membros da Comissão (RISF, art.
109).

O QUE NÃO PODE SER TERMINATIVO:

• Projetos de Resolução que alterem o Regimento Interno (RISF, art. 91,


§ 1°, V, “a”).
• Projetos de Resolução a respeito de: autorização para operação de
crédito externa, limites para operação de crédito interna e externa,
limites da dívida consolidada e mobiliária, limites e condições para
concessão de garantias; e fixação de alíquotas máximas para imposto
de transmissão causa mortis e doação e alíquotas do ICMS (RISF, art.
91, § 1°, V, “b”).
• PECs (RISF, art. 91, § 1°, V, “c”).

Depois que a Comissão decidir sobre o projeto em tramitação terminativa, a


decisão é comunicada ao Presidente do Senado para ciência do Plenário e
publicação no Diário do Senado Federal, a menos que exista recurso de 1/10 dos
Senadores, para que a matéria seja discutida no Plenário (RISF, art. 91, §§ 3° e
4°). Vamos repisar sempre isso, pois é muito importante.

3
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 01

É admitido RECURSO de 1/10 dos membros do Senado para que a


matéria terminativa vá para o Plenário. Esse recurso é dirigido ao
Presidente da Casa, no prazo de 5 dias ÚTEIS, contado a partir da
publicação da comunicação, na Ordem do Dia da sessão seguinte. Se
nesse prazo de 5 dias úteis não houver recurso, o projeto será,
conforme o caso, encaminhado à sanção, promulgado, remetido à
Câmara ou arquivado.

Quem define a distribuição das matérias para as Comissões, ou seja, por


quais colegiados a matéria vai precisar passar, é o Presidente do Senado (RISF,
art. 48, X). O Presidente pode ainda determinar que o seu estudo seja feito em
reunião conjunta das Comissões (RISF, art. 49, II). A apreciação conjunta
também pode acontecer por iniciativa de qualquer das Comissões por onde estiver
tramitando o projeto.

Portanto, vamos esclarecer: são institutos diferentes. Um projeto pode passar


por várias Comissões, sendo discutido e votado sucessivamente, assim:
Comissão de Assuntos Sociais Ö Comissão de Assuntos Econômicos Ö Comissão
de Educação, Cultura e Esporte.

OU

As três Comissões podem funcionar como um colegiado, quando apreciarem


aquela determinada matéria subordinada à apreciação conjunta,
simultaneamente. Neste caso, quem preside as reuniões é o membro mais idoso
das três Comissões.

O estudo de proposições de forma conjunta obedece a algumas regras


regimentais:

1) cada Comissão deve estar com a maioria absoluta dos membros presente
(RISF, art. 113, par. único, I);
2) o estudo da matéria é em conjunto, mas a votação é separada (RISF,
art. 113, par. único, II);
3) cada Comissão pode ter um relator ou pode haver um relator único (RISF,
art. 113, par. único, III);
4) o parecer das Comissões pode ser em conjunto, mas deve constar nele a
manifestação de cada uma das Comissões, mencionando sempre os votos
vencidos, os em separado, os pelas conclusões e os com restrições (RISF, art.
113, par. único, IV).

4
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 01

Por fim, não vamos confundir apreciação de proposição em reunião conjunta


de Comissões (art. 113 do RISF) com a tramitação conjunta de matérias (RISF,
art. 258). Tramitação conjunta ocorre quando existem em curso no Senado duas
ou mais proposições regulando a mesma matéria, hipótese em que passarão pelo
processo legislativo de forma concomitante. Quando isso acontece, dizemos que as
proposições estão apensadas, recebendo um único relatório (RISF, art. 260,
§3°). Terão precedência os projetos da Câmara sobre os do Senado e, se forem da
mesma Casa de origem, os mais antigos sobre os mais recentes (RISF, art. 260,
II, “a” e “b”).

A tramitação conjunta pode ser solicitada por meio de requerimento de


Comissão ou de Senador, mediante deliberação da Mesa (RISF, art. 258). O
Presidente do Senado, após a leitura da proposição, pode determinar a tramitação
conjunta de matérias, conforme reza o RISF, art. 49, § 1º.

Comissões permanentes do Senado

No Senado, atualmente, existem onze comissões permanentes, cujas


atribuições, quantitativo de membros e reuniões estão definidas no RISF.

Pessoal, esse quadro abaixo procura resumir algumas informações sobre as


Comissões permanentes do SF. Vocês não precisam ficar preocupados com aquela
história de dias e horários de reuniões. Mas é bom ter uma ideia do número de
membros delas. Aqui elas estão agrupadas em ordem decrescente, para facilitar
sua divisão em grupos – das maiores para as menores, OK?

COMISSÃO NÚMERO DE MEMBROS


Comissão de Assuntos Econômicos – CAE; 27
Comissão de Educação, Cultura e Esporte – CE; 27
Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania – CCJ; 23
Comissão de Serviços de Infra-Estrutura – CI; 23
Comissão de Assuntos Sociais – CAS; 21
Comissão de Direitos Humanos e Legislação 19
Participativa – CDH;
Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional – 19
CRE;
Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo – 17
CDR;
Comissão de Agricultura e Reforma Agrária – CRA; 17
Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, 17
Comunicação e Informática – CCT;
Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e 17
Fiscalização e Controle – CMA;

5
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 01

Atribuições específicas

Os artigos 97 a 105 do RISF tratam da competência específica atribuída a


cada uma das Comissões permanentes da Casa. Pessoal, ninguém merece ficar
decorando isso! Guardem o que for mais importante e fiquem mais atentos apenas
a algumas pegadinhas que podem induzi-los a achar que o assunto é de uma
Comissão, quando, na verdade, pertence a outra.

Comissão Palavras-chave Dicas


Comissão de Assuntos Economia, tributos, Aprova os indicados para
Econômicos – CAE empréstimos, limites de compor o TCU e para
RISF, art. 99 dívida, finanças, seguros, Presidência e diretoria do
tarifas; Banco Central. Também
faz audiências públicas
regulares com o
Presidente do Banco
Central;
Comissão de Educação, Educação, cultura, ensino, Trata da formação e
Cultura e Esporte – CE desportos, diretrizes e aperfeiçoamento de
RISF, art. 102 bases da educação recursos humanos (não é
nacional, diversão, a CAS!)
espetáculos públicos, Desde a criação da
artes, datas come- Comissão de Ciência e
morativas e homenagens Tecnologia, a CE deixou
cívicas; de apreciar matéria sobre
comunicações, imprensa,
radiodifusão e
tecnologias;
Comissão de Assuntos Trabalho, emprego, Aprova indicados para
Sociais – CAS seguridade social, ANS e ANVISA.
RISF, art. 100 previdência e assistência
social, índios, saúde,
transplantes,
hemoderivados,
medicamentos,
saneamento, vigilância
sanitária, SUS...
Comissão de Serviços Transportes, obras Aprova indicados para
de Infra-Estrutura – CI públicas em geral, minas ANEEL, ANP, ANATEL, etc.
RISF, art. 104 e energia,
telecomunicações,
parcerias público-privadas

6
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 01

e agências reguladoras
pertinentes;
Comissão de Direitos Sugestões legislativas da As “sugestões legislativas”
Humanos e Legislação sociedade civil; direitos não podem ser
Participativa – CDH humanos, da mulher, das apresentadas por partidos
RISF, art. 102-E pessoas portadoras de políticos que tenham
deficiências, infância, representação no
juventude, idosos; inclui Congresso Nacional;
direitos dos
estrangeiros.
Comissão de Relações Relações internacionais, Pronuncia-se a respeito
Exteriores e Defesa comércio exterior, dos votos de censura, de
Nacional – CRE organismos aplauso ou semelhante,
RISF, art. 103 internacionais, quando se refiram a
autorização para o acontecimentos ou atos
Presidente da República públicos internacionais.
ou Vice se ausentarem do Os demais requerimentos
País, Forças Armadas, do tipo vão para a CCJ;
questões de fronteiras, Aprova os indicados para
espaço aéreo e marítimo; chefe de missão
diplomática de caráter
permanente (reunião e
voto secretos);
Toda vez que o Senado
mandar uma comissão
para o exterior tratando
de assuntos de política
externa precisa incluir
nela um membro da CRE.
Comissão de Política agrícola e A palavra aqui é “rural”. A
Agricultura e Reforma fundiária, agricultura, CRA tem competência
Agrária – CRA pecuária e abastecimento, sobre assuntos que de
RISF, art. 104-B agricultura familiar, cara pertenceriam a
irrigação, colonização e outras comissões, mas se
reforma agrária, etc. referem ao campo, como:
direito agrário, ensino
rural, desenvolvimento
tecnológico, emprego,
previdência, empréstimos
rurais, etc.
Comissão de Políticas regionais,
Desenvolvimento desigualdades regionais,
Regional e Turismo – integração e turismo.

7
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 01

CDR
RISF, art. 104-A

Comissão de Ciência, Desenvolvimento A CCT é a comissão mais


Tecnologia, Inovação, científico, tecnologia, recente do Senado. Criada
Comunicação e imprensa, propriedade apenas em 2007, ela
Informática – CCT intelectual, radiodifusão, desafogou a pauta da CE,
RISF, art. 104-C questões éticas em que acumulava a função
pesquisa científica, de se pronunciar sobre
informática, etc. matérias afetas à ciência
e tecnologia. Além disso,
a CCT aprecia os pedidos
de renovação de
concessão de rádio e TV.

Deixamos a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e a Comissão de


Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA)
para o final, pois suas atribuições são um pouco mais complexas:

Comissão de Constituição e Justiça

A CCJ possui dois grandes grupos de atribuições:

Constitucionalidade, juridicidade e regimentalidade das matérias (RISF,


art. 101, I): podem lhes ser submetidas por deliberação do Plenário, por
despacho da Presidência, por consulta de qualquer Comissão, ou quando, devido a
dúvidas de constitucionalidade, houver recurso de decisão terminativa de
Comissão para o Plenário (aquele recurso, já tão batido, de 1/10 dos membros do
Senado, lembram?). Só que, diferentemente do que ocorre na Câmara dos
Deputados, no Senado nem todas as matérias precisam passar pela CCJ. Ela vai
se pronunciar quanto à constitucionalidade se necessário.

Dentro desse papel um pouco “consultivo” da CCJ, estão ainda as atribuições de


opinar sobre recursos interpostos às decisões da Presidência (RISF, art. 101, VI) e
sobre os requerimentos de voto de censura, aplauso ou semelhante, EXCETO
assunto sobre relações exteriores do País, que pertencem à CRE (RISF, art. 101,
VII). A CCJ é consultada ainda no caso de ser apresentada uma emenda que altere
apenas a redação de um projeto – a Comissão avalia se a emenda altera
realmente só o texto ou interfere no conteúdo da proposição (RISF, art. 101, IV).

8
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 01

Também é a CCJ que propõe, por projeto de Resolução, a suspensão, no todo


ou em parte, de leis declaradas inconstitucionais por decisão definitiva do
Supremo Tribunal Federal (RISF, art. 101, III, e CF/88, art. 52, X).

Matérias específicas (RISF, art. 101, II): além de funcionar como uma
espécie de órgão consultivo sobre a constitucionalidade, juridicidade e
regimentalidade, a CCJ também é uma Comissão com assuntos específicos que
são de sua alçada, como: criação de Estado/Territórios, anistia, segurança pública,
bombeiros, polícias, direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral,
aeronáutico, espacial, marítimo e penitenciário, símbolos nacionais, estrangeiros,
extradição, imigração, transferência temporária da sede do Governo Federal,
registros públicos, Ministério Público, Defensoria Pública, limites dos Estados, bens
do domínio da União, desapropriação, juizados de pequenas causas, serviços
forenses etc.

Além disso, a CCJ aprova as indicações para Ministro do Supremo Tribunal


Federal, dos Tribunais Superiores, do Governador de Território e do Procurador-
Geral da República (RISF, art. 101, II, “i”).

DICA: É a CCJ que cuida de:

• Estado de defesa, estado de sítio e intervenção federal (RISF, art. 101, II,
“b”) e o pedido de licença de incorporação de Senador às Forças Armadas
(RISF, art. 101, II, “h”);
• Normas gerais de licitação e contratação (RISF, art. 101, II, “g”).

CMA

A Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e


Controle (CMA) é pouco conhecida, mas, por incrível que pareça, é a que mais
acumula funções, segundo o RISF. Isso porque, além dos temas relativos à Defesa
do Consumidor e ao Meio Ambiente, que só foram incluídos recentemente, ela é a
Comissão que desenvolve por excelência uma das funções típicas do Poder
Legislativo, que é a fiscalização e o controle externo. Podemos dividir seu trabalho
em três frentes:

Fiscalização e controle dos atos do Poder Executivo e da


administração indireta (RISF, art. 102-A, I)

Avaliar a eficácia, eficiência e economicidade dos projetos e programas;


apreciar a compatibilidade da execução orçamentária com os planos e programas
governamentais; solicitar ao Tribunal de Contas da União que realize inspeções ou
auditorias; promover a interação do Senado Federal com os órgãos do Poder

9
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 01

Executivo, Judiciário e do Ministério Público para gerar dados úteis para a


fiscalização e controle;

Defesa do meio ambiente (RISF, art. 102-A, II)

Poluição, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais e


genéticos, florestas, caça, pesca, fauna, flora e recursos hídricos, manejo de
florestas, biodiversidade, desenvolvimento sustentável, direito ambiental e
agências reguladoras na área de meio ambiente, inclusive a Agência Nacional
de Águas – ANA;

Defesa do consumidor (RISF, art. 102-A, III)

Aperfeiçoamento de medidas voltadas à melhoria das relações fornecedores/


consumidores, direitos autorais, patentes, defesa da concorrência e repressão a
monopólios, abuso do poder econômico, qualidade de produtos, publicidade
enganosa etc.

A Comissão exerce suas funções de fiscalização por meio de uma proposta


legislativa chamada Proposta de Fiscalização e Controle (RISF, art. 102-B).
Ela pode ser apresentada por qualquer membro ou Senador à Comissão, com
específica indicação do ato e fundamentação da providência objetivada.

A proposta é relatada previamente na CMA, quanto à oportunidade e à


conveniência, definindo-se ainda o plano de execução e a metodologia de
avaliação. O relator pode, então, requerer recursos e assessoramento necessários
ao bom desempenho da Comissão. Poderá ainda solicitar ao TCU providências ou
informações (RISF, art. 102-B, II, e par. único).

Concluído o trabalho, a CMA apresenta um relatório com suas conclusões, que


é publicado e enviado (RISF, art. 102-C):

1) à Mesa ou ao Plenário, oferecendo, conforme o caso, um projeto de lei, de


decreto legislativo, de resolução ou indicação;
2) à Comissão permanente que tenha maior pertinência com a matéria;
3) ao Ministério Público ou à AGU, com cópia da documentação, para que
promova a responsabilidade civil ou criminal por infrações apuradas;*
4) ao Poder Executivo, para adotar as providências saneadoras de caráter
disciplinar e administrativo;*
5) à Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO);*
6) ao Tribunal de Contas da União;*

* Nos itens 3, 4, 5 e 6, relacionados a destinatários externos, o relatório é


enviado pelo Presidente do Senado.
10
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 01

Comissão Diretora

A Comissão Diretora é uma comissão permanente sui generis, pois suas


reuniões não tem data ou horário marcado pelo Regimento. A Comissão Diretora é
composta pelos membros da Mesa Diretora do Senado e tem por competência a
decisão de matérias administrativas da Casa (RISF, art. 98).

Diferentemente das demais Comissões permanentes, a Comissão Diretora não


possui senadores suplentes em número igual ao de titulares e também não pode
criar subcomissões permanentes ou temporárias.

Devido a uma alteração recente no Regimento, os membros da Comissão


Diretora agora podem integrar outras Comissões permanentes, o que antes não
era permitido (RISF, art. 77, § 1°). No entanto, essa vedação ainda vale para o
Presidente do Senado. Nas reuniões da Comissão Diretora, o Presidente do SF tem
direito a discussão e voto, se desejar (RISF, art. 48, XXXIV).

Subcomissões

As comissões permanentes do Senado podem criar subcomissões, que, por


sua vez, podem ser permanentes ou temporárias (RISF, art. 73). Geralmente, as
subcomissões servem para estudar mais a fundo algum assunto específico,
funcionando como uma espécie de grupo de estudos.

As subcomissões são criadas por meio de requerimento de qualquer Senador,


que deve ser aprovado pela respectiva Comissão permanente. Seus membros não
são indicados pelas lideranças partidárias, mas sim designados pelo Presidente da
Comissão principal. Em geral, ele indica os parlamentares que possuem mais
afinidade com o assunto em questão. Cada Comissão permanente pode manter
até quatro subcomissões (incluindo permanentes e temporárias). O Regimento,
porém, veda a criação de subcomissões pela Comissão Diretora (RISF, art. 73).

Dêem uma olhadinha no esquema abaixo, para entender como podem ser
criadas as subcomissões:

11
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 01

Atenção, subcomissões temporárias são criadas no âmbito das comissões


permanentes. Elas não são comissões temporárias. Estas últimas serão
assunto do próximo tópico.

As subcomissões entregam suas conclusões para a Comissão permanente à


qual pertencem, que dará o andamento que julgar necessário ao tema (RISF, art.
73, § 2°).

Comissões temporárias

As Comissões temporárias do Senado se dividem em internas, externas ou


parlamentares de inquérito (art. 74 do RISF):

1) internas – previstas no Regimento para finalidade específica; por


exemplo, para reforma do Regimento, análise de projeto de Código etc. (RISF, art.
74, I).
2) externas – representam o Senado em congressos, solenidades e outros
atos públicos; criadas por deliberação do Plenário, a requerimento de qualquer
Senador ou Comissão, ou por proposta do Presidente. Deve ser indicado o objetivo
da Comissão e o número de membros. Concluída a tarefa, a Comissão deve
comunicar ao Senado um relatório do desempenho de sua missão (RISF, art. 74,
II).

3) Parlamentares de inquérito (CPIs) – (CF/88, art. 58, § 3º e RISF, art.


74, III);

Prazos para Comissões temporárias

As Comissões temporárias encerram seus trabalhos em 3 casos:

12
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 01

• Quando concluem sua tarefa (RISF, art. 76, I);


• Quando termina o prazo estabelecido para elas – prorrogável por mais
um ano (RISF, art. 76, caput, II e art. 76, § 1°, I);
• Quando termina a sessão legislativa ordinária – prorrogável até o
término da sessão legislativa seguinte (RISF, art. 76, caput, III, e art.
76, § 1°, II);

Os prazos são contados a partir da publicação dos atos que criarem as


Comissões, e não correm durante o período de recesso do Congresso Nacional
(RISF, art. 76, § 3°). Vale lembrar que, no caso das CPIs, que estudaremos a
seguir, o prazo e suas prorrogações não podem ultrapassar o período da
legislatura em que foram criadas.

Comissões Parlamentares de Inquérito

O tema das Comissões Parlamentares de Inquérito merece atenção especial


dos concurseiros. É um assunto bastante explorado em prova, aliás, um prato
cheio para uma discursiva!

Há vários dispositivos legais que tratam das CPIs: a Constituição Federal de


88, o Regimento Interno do Senado, o Regimento Comum do Congresso Nacional,
a Lei 1.579/52 e a Lei 10.001/00. Ufa! E ainda tem mais uma coleção de decisões
do Supremo Tribunal Federal a respeito das competências das CPIs.

De maneira mais ampla, devemos situar as CPIs no contexto do controle. Seu


papel se enquadra na segunda função típica do Poder Legislativo: exercer o
controle político, por meio da investigação de fatos de interesse da sociedade,
consistindo em um forte instrumento para a manutenção do sistema de “freios e
contrapesos” dos três Poderes que compõem o Estado.

O primeiro passo para a criação desse tipo de Comissão, no Senado, é


elaborar um requerimento assinado por 1/3 dos membros da Casa (27
Senadores). No caso das CPIs mistas (as que reúnem parlamentares da CD e do
SF), é preciso 1/3 das assinaturas dos membros das duas Casas do Congresso
Nacional (CF/88, at. 58, § 3°).

O requerimento de criação deve adiantar ainda qual o fato a ser apurado, o


número de membros, o prazo de duração dos trabalhos da Comissão e o limite das
despesas a serem realizadas (RISF, art. 145, § 1°). Interessante notar que, no
caso das Comissões Parlamentares Mistas de Inquérito, o número de membros,
também fixado no ato da sua criação, deve proporcionar igual participação de
Deputados e Senadores, além de obedecer ao princípio da proporcionalidade
partidária.

13
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 01

O Presidente do SF recebe o requerimento de criação de uma CPI e ordena


sua numeração e publicação. Os líderes dos partidos indicam os membros da
Comissão e, se não o fizerem, o Presidente do Senado deve designá-los de ofício.
Conforme decisões do Supremo Tribunal Federal (MS 24.831 e MS 26.441), a
instalação de uma CPI é entendida como direito subjetivo da minoria à instauração
do inquérito parlamentar. A lógica é simples: se a CPI for proposta por um partido
minoritário e os partidos maiores retirarem seus representantes da Comissão,
esses últimos podem inviabilizar a Comissão Parlamentar de Inquérito.

A CPI tem uma diferença em relação às outras Comissões: ela terá suplentes,
só que correspondentes à metade do número dos titulares mais um (RISF, art.
145, § 4º). Por exemplo: uma CPI com 20 titulares terá 11 suplentes. No Senado,
cada Senador só pode fazer parte ao mesmo tempo duas CPIs – uma como titular,
outra como suplente (RISF, art. 145, § 3º).

O art. 58, § 3º, da CF/88 dispõe que as CPIs se prestam à apuração de fato
determinado e por prazo certo. Além disso, o RISF não permite que se instale CPI
sobre matérias que sejam pertinentes à Câmara dos Deputados, às atribuições do
Poder Judiciário (atividade jurisdicional) e aos Estados, respeitando o princípio
federativo (RISF, art. 146, I, II e III).

Instalada a Comissão, são eleitos um Presidente e um Vice. O Presidente, por


seu turno, é quem escolhe o relator da CPI. Se o relator estiver ausente em
qualquer ato do inquérito, o Presidente poderá designar um substituto para a
ocasião, contanto que seja alguém do mesmo partido ou bloco do relator original
(RISF, art. 147).

O prazo da Comissão Parlamentar de Inquérito poderá ser prorrogado


automaticamente (ou seja, pelo mesmo período de tempo do prazo original). Mas
para que isso aconteça, é preciso um novo requerimento, igualmente assinado por
1/3 dos Senadores, comunicado por escrito à Mesa, lido em Plenário e publicado
no Diário do Senado Federal (RISF, art. 152). Não há limite para essas
prorrogações, contanto que a CPI não ultrapasse o período da legislatura em
que foi criada (RISF, art. 76, § 4°).

No exercício das suas atribuições, a CPI tem poderes de investigação próprios


das autoridades judiciais, facultada a realização de diligências que julgar
necessárias, podendo convocar Ministros de Estado, tomar o depoimento de
qualquer autoridade, inquirir testemunhas, sob compromisso, ouvir indiciados,
requisitar de órgão público informações ou documentos de qualquer natureza, bem
como requerer ao Tribunal de Contas da União a realização de inspeções e
auditorias que entender necessárias (RISF, art. 148).

No entanto, ter poderes de investigação próprios das autoridades judiciais não


14
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 01

significa que a Comissão possa praticar atos propriamente jurisidicionais,


privativos de magistrados. O princípio da reserva de jurisdição impede que a CPI
adentre determinados assuntos de competência exclusiva dos membros do Poder
Judiciário.

Quanto ao sigilo telefônico, é permitido à CPI apenas o acesso ao


levantamento das ligações efetuadas (conta telefônica) pelas pessoas
investigadas, mas não pode autorizar a escuta telefônica – medida que só pode
ser determinada pela autoridade judicial. Nessa mesma linha, a CPI não pode
fazer busca e apreensão de documentos em residência, declarar indisponibilidade
de bens, nem prender qualquer pessoa, salvo na hipótese de flagrante delito.

A CPI pode determinar a condução coercitiva de testemunha para depor na


Comissão. Porém, a inquirição de testemunhas ou indiciados por CPI também
possui alguns limites. O STF entende como legítima a decisão de indiciados e
testemunhas de permanecerem calados diante da CPI, sempre que forem feitos
questionamentos que possam levar à sua incriminação. O STF entende ainda que o
depoente não é obrigado a responder a perguntas que não tenham relação com o
objeto do inquérito. A CPI também não pode impedir, nas sessões, a presença de
advogados dos depoentes.

Os indiciados e testemunhas ouvidos pelas CPIs serão intimados de acordo


com a legislação processual penal. O RISF determina que, nos atos processuais da
CPI, serão aplicadas subsidiariamente as disposições do Código de Processo Penal
(RISF, art. 153).

As decisões da CPI são passíveis de controle judicial?

Sim. As CPIs no Congresso Nacional constituem manifestação do Poder


Legislativo em sua função fiscalizadora, sujeitando-se ao controle judicial de seus
atos, na forma de mandado de segurança e habeas corpus julgados pelo STF, no
exercício de sua competência originária.

Resumindo tudo isso, vai aqui uma tabelinha do “pode e não pode” da CPI!

PODE NÃO PODE


Colher depoimentos de investigados e Não pode dar ordem de prisão (salvo
testemunhas, respeitando o direito ao em flagrante delito).
silêncio.
Determinar a condução coercitiva de Não pode decretar prisão preventiva.
testemunha que se recuse a comparecer.
Convocar Ministro de Estado para depor Não pode quebrar sigilo das
(qualquer Comissão pode). comunicações telefônicas (escuta

15
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 01

telefônica, “grampo”).
Prender em flagrante delito. Não pode impedir que pessoa deixe o
País.
Quebrar sigilo fiscal, bancário e de dados Não pode determinar o afastamento
telefônicos (histórico das chamadas). de cargo ou função pública durante a
investigação.
Não pode decretar busca e apreensão
domiciliar de documentos.
Não pode determinar medidas
processuais de garantia, tais como
sequestro ou indisponibilidade de
bens.

Ao término de seus trabalhos, a Comissão Parlamentar de Inquérito enviará à


Mesa, para conhecimento do Plenário, seu relatório e conclusões (RISF, art. 150).
Pode também apresentar projeto de Resolução propondo, por exemplo, alguma
medida normativa que venha a impedir irregularidades como as que foram
constatadas na investigação (RISF, art. 150, § 1°).

As CPIs não podem impôr penalidades ou condenações. Seu relatório final e a


Resolução que o aprovar são encaminhados, se for o caso, ao Ministério Público ou
às autoridades administrativas ou judiciais com poder de decisão, para que
promovam a responsabilidade civil ou criminal dos infratores (RISF, art. 151). A
Lei 10.001/00, em seu art. 3°, determina que as conclusões das CPIs devem
receber tratamento prioritário nos procedimentos a serem adotados por esses
órgãos, com exceção de pedidos de habeas corpus, habeas data e mandado de
segurança.

Além disso, a autoridade a quem for encaminhada a Resolução deve informar


ao remetente, no prazo de 30 dias, as providências adotadas ou justificar sua
omissão e informar semestralmente o andamento do processo, até sua conclusão
(Lei 10.001/00, art. 2°, caput e par. único).

Reuniões das Comissões

Já vimos que as reuniões ordinárias das Comissões permanentes têm seus


horários definidos pelo RISF. No entanto, se a reunião for extraordinária, será
convocada especialmente no dia, horário e para o fim indicado.

NÃO ESQUECER: Reunião de Comissão permanente ou temporária NÃO


PODE COINCIDIR com o período da Ordem do Dia das sessões deliberativas
ordinárias. Se estiver ocorrendo reunião de Comissão e a Ordem do Dia começar,
o trabalho da Comissão deve ser suspenso imediatamente (RISF, art. 107, par.

16
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 01

único). As CPIs, por sua vez, devem se reunir em horário diferente daquele
previsto para o funcionamento das Comissões permanentes (RISF, art. 107, III).

O quórum mínimo para a abertura de reunião de Comissão é a maioria de


seus membros (RISF, art. 108), isto é, o número inteiro imediatamente superior à
metade dos membros daquele colegiado. Uma reunião da Comissão de Educação,
por exemplo, que tem 27 membros, só pode ter início quando estiverem presentes
14 Senadores.

A pauta dos trabalhos das Comissões deve ser distribuída no mínimo com 2
dias úteis de antecedência, aos titulares e suplentes. Isso só não se aplica em
casos de urgência (RISF, art. 108, par. único).

As reuniões das Comissões serão públicas, salvo casos expressos no RISF ou


quando a Comissão decidir assim (RISF, art. 110). Sendo pública, qualquer
Senador pode assistir à reunião, discutir o assunto em debate e enviar por escrito
informações ou esclarecimentos.

Dessa forma, o RISF determina que são secretas as reuniões para tratar de:

1. declaração de guerra ou celebração de paz (RISF, art. 116, I);


2. trânsito ou permanência temporária de forças estrangeiras no território
nacional (RISF, art. 116, II);
3. escolha de chefe de missão diplomática (RISF, art. 116, III);

Nesse tipo de reunião, é lido o relatório, que não será conclusivo, ou seja, ele
não diz se é pela aprovação ou rejeição como o de um relatório comum (RISF, art.
116, § 1°).

A Comissão decide com base no voto secreto e é proclamado o resultado da


votação, sem dizer quem votou a favor, contra ou se absteve (não votou).
Também não é permitido aos Senadores declararem o voto.

Além dos membros da Comissão, só será admitida a presença de Senadores e


das pessoas a serem ouvidas sobre a matéria em debate.

A ata da reunião secreta deve ser aprovada ao fim da reunião, assinada por
todos os membros presentes, lacrada, datada e rubricada pelo Presidente e pelo
Secretário e recolhida ao Arquivo do Senado (RISF, art. 116, § 3°).

Importante: Deputados Federais poderão assistir às reuniões secretas,


contanto que a reunião não trate de matéria da competência privativa do
Senado Federal (RISF, art. 117, par. único). Exemplo: arguição de indicados
para chefes de Missão Diplomática não pode ser feita na presença de Deputados.

17
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 01

Audiências públicas

No Senado é muito comum que as Comissões realizem audiências públicas


para debater assuntos polêmicos ou relevantes. Nessas ocasiões, costumam ser
chamadas autoridades no assunto, membros da sociedade civil e do governo, com
posições a favor ou contrárias sobre o que está sendo analisado.

O artigo 93 do RISF trata de duas hipóteses para realizar audiências públicas:

1) instruir matéria em apreciação na Comissão;


2) tratar de assunto de interesse público relevante;

A audiência pública pode ser realizada por solicitação de entidade da


sociedade civil ou a requerimento de Senador. Durante a audiência pública, os
senadores membros da Comissão podem fazer perguntas ou comentários ao
orador, exclusivamente sobre a exposição feita. O prazo máximo para isso é de
três minutos. O orador tem o mesmo tempo para responder a cada Senador. Mas
ele não pode interpelar os membros da Comissão, ou seja, deve se limitar a fazer
sua exposição e responder às perguntas. O Regimento afirma ainda que os
depoimentos serão prestados por escrito e de forma conclusiva (RISF, art. 94).

Prazos em comissões

Para dar seus pareceres a determinada matéria, as Comissões dispõem de


alguns prazos estabelecidos no RISF:

CCJ: 20 dias úteis (RISF, art. 118, I);


Demais Comissões: 15 dias úteis (RISF, art. 118, II);
Emendas: 15 dias úteis (RISF, art. 118, § 1°);

Dentro desse prazo, o relator possui a metade do tempo para apresentar o


relatório (RISF, art. 120).

Se a Comissão precisar de mais tempo, seu Presidente precisará enviar à


Mesa, antes que o prazo se esgote, uma comunicação escrita, que será lida na
Hora do Expediente e publicada no Diário do Senado Federal. Outra prorrogação
de prazo dependerá de deliberação do Senado e só poderá ser concedida por prazo
determinado (RISF, art. 118, § 2°).

Os prazos ficam suspensos em algumas ocasiões:

1) Durante o recesso parlamentar entre uma sessão legislativa e


outra (ou seja, só o recesso de final de ano), mas continua a correr na sessão
18
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 01

imediata. Se, no entanto, estiver começando uma nova legislatura ou for


designado um novo relator para a proposição, o prazo será renovado (RISF, art.
118, 3°).

2) Durante o período necessário ao cumprimento de:

• audiências públicas com entidades da sociedade civil (RISF, art. 90, II);
• convocação de Ministros de Estado ou quaisquer titulares de órgãos
diretamente subordinados à Presidência da República para prestarem
informacões (RISF, art. 90, III);
• Recolhimento de depoimento de qualquer autoridade ou cidadão (RISF,
art. 90, V); e
• Realização de diligências (RISF, art. 90, XIII).

A suspensão de prazo não vale para:

• projetos de lei de iniciativa do Presidente da República em regime de


urgência constitucional;
• apreciação de atos de outorga ou renovação de concessão, permissão
ou autorização para serviço de radiodifusão;
• projetos sujeitos a prazos de tramitação;

Apreciação das materias nas Comissões

Retomando um pouco o que já estudamos sobre processo legislativo, vamos


aprender como se dá, de maneira geral, a tramitação de proposições nas
Comissões permanentes do Senado.

O trabalho começa depois que o Presidente do Senado faz o despacho inicial,


determinando quais são as Comissões competentes para a apreciação da
proposição em questão.

Na Comissão, quem determina a distribuição das matérias (ou seja, quem


será o relator do projeto) é seu Presidente, que, em regra, tem dois dias úteis
para enviar a proposição ao relator (RISF, art. 126). A regra básica para
distribuição de matérias é que o autor da proposição, naturalmente, não pode ser
seu relator (RISF, art. 127).

A princípio, os relatores devem ser membros titulares da Comissão. Mas, se o


volume de trabalho exigir, o Presidente da Comissão pode designar um membro
suplente para isso (RISF, art. 84, § 2°, I, II e III). O Presidente da Comissão
pode, inclusive, nomear a si mesmo para relatar alguma proposição, isto é, avocar
a relatoria (RISF, art. 129).

19
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 01

Se algum Senador que estiver relatando a matéria sair da Comissão ou


concluir o mandato, o projeto que estava em seu poder volta para o Presidente da
Comissão, para que seja redistribuído a outro parlamentar.

O Senador escolhido como relator deve estudar a matéria, analisar seus prós
e contras e apresentar a seus colegas na Comissão qual o destino que, ao juízo
dele, aquela matéria deva ter. O relatório é conclusivo, isto é, adota uma posição
clara em relação à materia, que pode ser: pela aprovação, total ou parcial; pela
rejeição; pelo arquivamento; pelo destaque para proposição em separado, de
parte da proposição principal; e pela apresentação de projeto, requerimento,
emenda, subemenda ou orientação a seguir (RISF, art. 133, I a V).

A peça do relatório é composta de três partes:

Relatório – um breve resumo da matéria e sua tramitação – por quais


Comissões passou, quais foram as opiniões etc.
Análise – É o corpo do relatório. Nele o relator esmiuça os detalhes sobre o
projeto e fundamenta sua decisão.
Voto – Parte final, na qual o relator anuncia sua posição.

O relator também vai se pronunciar a respeito da pertinência das emendas


apresentadas à matérias. O prazo para a apresentação de emendas começa
quando a proposição é encaminhada para a primeira ou única Comissão a apreciar
a matéria, e dura 5 dias úteis. O relator, então, acata ou não as emendas
apresentadas e justifica sua decisão no relatório.

Vamos supor que o Senador relator tenha feito seu relatório e devolvido o
processo à Comissão, que incluiu a matéria em sua pauta. Chega o dia da votação
e o relator então lê seu relatório, propondo, por exemplo, a aprovação do “Projeto
A”.

Logo depois de apresentado o relatório, ainda antes da discussão, qualquer


Senador ou todos os Senadores da Comissão podem pedir vista do processo
(RISF, art. 132, § 1°). Pedido de vista é uma dilatação do prazo para que os
Senadores possam estudar melhor o relatório que foi lido. O prazo máximo para
vista é, regra geral, de até 5 dias (RISF, art. 132, § 1°). Vale tanto para pedido
de vista individual quanto o de vista coletiva.

Mas pode ser também que outro Senador, interessado na matéria, não
concorde com a posição do relator. Além disso, não se contenta em simplesmente
votar contra o relatório produzido pelo relator original, quando chegar o momento
da Comissão emitir seu parecer. Então, esse Senador “inconformado”, vamos
assim dizer, elabora um “relatório paralelo”. Esse segundo relatório (ou terceiro,
quarto…) é chamado voto em separado (RISF, art. 132, § 6°).
20
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 01

Se não houver pedido de vistas, após a leitura passa-se à discussão e à


votação. Se a maioria da Comissão se manifestar de acordo com o relator, o
relatório se transforma em parecer da Comissão (RISF, art. 132, caput).
Importante! O autor da proposição não tem direito a voto, mas sua presença
conta para efeito de quórum (RISF, art. 132, § 8°).

Mas, e se o relatório for rejeitado? Nesse caso, o relator foi vencido. O


Presidente da Comissão, então, designa um dos membros que tenha votado com
a maioria para substituir o relator, redigindo parecer com a posição que
predominou na Comissão (RISF, art. 128). Esse novo relator chama-se relator do
vencido. É o relatório que fica valendo, pois venceu a votação.

E aquele texto do ex-relator, coitado? O que acontece com ele? Esse, agora,
é o voto vencido em separado, que deixa de valer.

Parecer da comissão

Depois de analisado e votado o relatório, a Comissão já tem seu parecer


sobre o nosso “Projeto A”, ou seja, sua opinião fundamentada sobre uma
proposição e suas emendas. O parecer, em regra, é apresentado por escrito, mas
pode ser feito oralmente em Plenário, como estudaremos à frente (RISF, art. 140,
I, II e III).

Dois detalhes importantes em relação ao parecer:

1) Relator não faz parecer, faz relatório. O relatório precede o parecer, prepara
o terreno para a Comissão tomar sua decisão. O relatório depois de aprovado
ou rejeitado constitui o parecer da Comissão.
2) E para ficar mais emocionante… o termo “parecer” tem dois sentidos. O
primeiro já aprendemos: é a instrução, pela Comissão, de determinada matéria.
O segundo uso do termo diz respeito a um tipo de proposição legislativa que se
refere a votos de aplauso, censura, consultas ou manifestação sobre indicação
de autoridade. É menos comum e, quando acontece, é deliberada pelo Plenário.

De posse do seu parecer aprovado, a matéria pode tomar vários caminhos:


ser enviada para outra Comissão (que repetirá os passos explicados acima); ser
enviada ao Plenário; ou ir diretamente para sanção/promulgação ou votação na
Casa revisora (matéria terminativa).

No entanto, existe a hipótese de que, depois da proposição aprovada, ela


seja submetida a novo turno de discussão e votação.

21
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 01

Turno é um conceito meio intuitivo. É como se fosse uma rodada de


apreciação da matéria, uma nova chance para ela ser emendada, discutida e
votada. Na maior parte dos casos, o turno é único, mas pode haver primeiro e
segundo turno, no caso de Propostas de Emenda à Constituição. Existe ainda o
turno suplementar, no caso de haver substitutivo integral, aprovado pelo
Plenário no turno único (RISF, art. 270).

Veja: o turno suplementar acontece sempre que for aprovado substitutivo


integral a projeto de lei, projeto de decreto legislativo ou projeto de
resolução. No substitutivo, o relator propõe uma alteração substancial no projeto
que estava relatando, modificando-o por meio de uma emenda substitutiva.

No turno suplementar, podem ser apresentadas emendas, mas é vedada a


apresentação de novo substitutivo integral (RISF, art. 282, § 2º). Se não houver
emendas no turno suplementar, o substitutivo será adotado sem a necessidade de
nova votação (RISF, art. 284).

Os pareceres das Comissões serão lidos no Período do Expediente e


distribuídos em avulsos. Depois, é aberto um novo prazo de 5 dias úteis para
apresentação de emendas perante à Mesa. Note que, se o “Projeto A” não for
terminativo, ou seja, tiver que ser votado também em Plenário, ocorrerá uma
nova fase de emendamento. A partir daí pode haver dois caminhos:

Se a matéria não receber emendas: já poderá entrar na Ordem do Dia,


obedecendo ao interstício regimental de 3 dias úteis (RISF, art. 277, par. único).

Se a matéria receber alguma emenda: voltará às Comissões para exame


(RISF, art. 277, caput). Nessa ocasião, mantém-se o mesmo Relator, que pode
recusar a tarefa (RISF, art. 126, § 1°). Caso esse relator seja também autor de
alguma emenda de Plenário, será preciso escolher um outro Senador para fazer o
relatório sobre a emenda do relator original (RISF, art. 126, § 2°).

Depois os pareceres sobre as emendas serão lidos, publicados no Diário do


Senado Federal e distribuídos em avulsos. A matéria, então, terá condições de
entrar na Ordem do Dia, obedecido igualmente ao interstício regimental.

Peraí? Interstício? Que palavra bonita! Interstício é o intervalo de tempo


necessário entre os atos que compõem o processo legislativo. No RISF, os
interstícios são sempre contados em dias úteis. Há interstícios previstos em
várias etapas do processo, como entre a distribuição de avulsos e os pareceres
das Comissões ou entre o início da discussão ou votação de projetos, por
exemplo. Na tabela abaixo estão listados os interstícios do RISF e respectivos
prazos:
22
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 01

INTERSTÍCIOS
Entre a distribuição de avulsos dos 3 dias úteis (RISF, art. 280)
pareceres das Comissões e o início da
discussão ou votação correspondente
Entre o primeiro e o segundo turno Mínimo 5 dias úteis (RISF, art. 362)
das PECs
Matérias em regime de urgência DISPENSADO (RISF, art. 337)

Além de matérias em regime de urgência, o interstício pode ser


dispensado por deliberação do Plenário, a requerimento de qualquer Senador,
desde que a proposição esteja tramitando há mais de 5 dias no Senado (RISF, art.
281).

Comissões Mistas do Congresso Nacional

As Comissões Mistas são formadas por membros do Senado e da Câmara,


com titulares e suplentes. Elas podem, como no Senado, ser classificadas em
permanentes ou temporárias.

De maneira geral, os trabalhos nas Comissões Mistas obedecem a algumas


regras. Seus membros são indicados pelos respectivos líderes das duas Casas e
designados pelo Presidente do Senado (RCCN, art. 9°). Se os líderes não fizerem a
indicação, a escolha igualmente caberá ao Presidente do SF (RCCN, art. 9°, § 1°).

As Comissões Mistas, em regra, são compostas por 12 Senadores e 12


Deputados, obedecido o critério da proporcionalidade partidária, incluindo-se
sempre um representante da Minoria (RCCN, art. 10). No caso de Comissões
mistas especiais, assim denominadas as que estão previstas no texto da
Constituição, o número de suplentes deve ser, no máximo, metade do número de
titulares na Comissão (RCCN, art. 10-B).

Atenção: Se vocês olharem o art. 10 do RCCN, observarão que ele diz: “As
Comissões Mistas, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 21, no art. 90
e no § 2º do art. 104, compor-se-ão de 11 (onze) Senadores e 11 (onze)
Deputados, obedecido o critério da proporcionalidade partidária, incluindo-se
sempre um representante da Minoria, se a proporcionalidade não lhe der
representação”.

No entanto, o art. 10-A, incluído posteriormente, determinou que o número de


membros das Comissões Mistas fosse acrescido de mais uma vaga na composição
destinada a cada uma das Casas do Congresso Nacional. Essa vaga adicional deve
ser preenchida em rodízio, exclusivamente por aqueles partidos pequenos que não

23
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 01

alcancem, no cálculo da proporcionalidade partidária, número suficiente para


participarem de Comissões Mistas. Portanto, a regra geral hoje são 12 Senadores e
12 Deputados.

Depois de constituídas, as Comissões Mistas devem se reunir em até 48 horas,


tendo como Presidente o mais idoso dos membros, para eleger um Presidente e um
Vice-Presidente (RCCN, art. 10, § 2°). É o Presidente quem vai designar o relator da
matéria sob exame da Comissão (RCCN, art. 10, § 3°).

As emendas à proposição podem ser apresentadas em um prazo de 8 dias.


Contudo, quem diz se a emenda é pertinente ou não é o Presidente da Comissão
(RCCN, art. 11). Se o Presidente resolver não acatar alguma emenda, o autor desta
poderá, desde que apoiado por no mínimo seis membros da Comissão, recorrer da
decisão (RCCN, art. 11, § 2°).

O quórum de abertura das Comissões Mistas é de no mínimo 1/3 de sua


composição (RCCN, art. 12) e as decisões devem ser tomadas por maioria de votos,
presente a maioria de seus membros (RCCN, art. 14, caput). A votação é feita
separadamente – membros do Senado Federal e da Câmara dos Deputados –
sempre que não haja paridade númerica na composição (RCCN, art. 14, par. único).
O Presidente só vota se houver empate (RCCN, art. 14, caput).

O parecer do Relator será conclusivo e conterá obrigatoriamente sua


fundamentação. Já o parecer da Comissão poderá concluir pela aprovação total,
parcial ou pela rejeição da matéria, bem como pela apresentação de substitutivo,
emendas e subemendas (RCCN, art. 16). Importante: a Comissão deverá sempre
se pronunciar sobre o mérito da proposição principal e das emendas, mesmo
quando decidir que a matéria principal é inconstitucional (RCCN, art. 17).

Se o prazo estabelecido para os trabalhos da Comissão estiver esgotado e não


houver parecer pronto, este deve ser feito oralmente em Plenário, na ocasião da
discussão da matéria (RCCN, art. 20).

Vamos ver um pouco mais sobre Comissões Mistas permanentes e


temporárias:

Permanentes

Atualmente existem duas Comissões Mistas permanentes:

• Comissão prevista no art. 166 § 1º, da CF/88 (Comissão Mista de Planos,


Orçamentos Públicos e Fiscalização – CMO), regulada pela Resolução
01/2006-CN.
• Comissão Mista Permanente de Mudanças Climáticas, instituída em 2009.
24
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 01

A CMO é uma Comissão Mista permanente que possui algumas


particularidades:

Suas atribuições estão previstas na Constituição Federal e suas finalidades são,


entre outras: emitir parecer e deliberar sobre os projetos de lei relativos ao plano
plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual e créditos adicionais, assim
como sobre as contas do Presidente da República (CF/88, art. 166, § 1º, I); emitir
parecer sobre planos e programas nacionais, regionais e setoriais (CF/88, art. 166,
§ 1º, II); além de analisar documentos pertinentes ao acompanhamento e à
fiscalização da execução orçamentária e financeira e da gestão fiscal (CF/88, art.
72).

Sua composição não é paritária, ou seja, o número de deputados e de


senadores que a compõe não é igual – são 40 membros titulares, sendo 30
Deputados e 10 Senadores, mais suplentes em igual número (Resolução 01/2006-
CN, art. 5°).

Sua direção compete a um Presidente e 3 Vice-Presidentes, eleitos por seus


pares, com mandato anual, vedada a reeleição (Resolução 01/2006-CN, art. 12).
As funções de Presidente e Vice-Presidente são exercidas, a cada ano, por
representantes do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, alternadamente
(Resolução 01/2006-CN, art. 13).

Sua relatoria não é, como geralmente ocorre nas Comissões, escolhida pelo
Presidente. Em vez disso, são as lideranças partidárias que indicam o Relator-
Geral do projeto de lei orçamentária anual (PLOA), o Relator do projeto de lei de
diretrizes orçamentárias (PLDO) e o Relator do projeto de lei do plano plurianual.

Os relatores do PLOA e do PLDO devem ser, a cada ano, alternados entre


representantes do Senado Federal e da Câmara dos Deputados. Também não
podem ser do mesmo partido ou bloco do Presidente (Resolução 01/2006-CN, art.
16, I, II e III).

Há várias outras regras nesse sentido quanto à escolha das diversas relatorias
na CMO, elencadas no art. 16 da Resolução 01/2006-CN, que regula os trabalhos
da Comissão. O que é preciso ter em mente é que vale a regra do rodízio; se
determinado parlamentar foi relator em um ano, não poderá ser no outro.

Voltaremos ao tema “orçamento” quando estudarmos o processo legislativo


orçamentário.

Temporárias

25
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 01

As Comissões Mistas temporárias são instaladas para:

• Examinar medidas provisórias (Resolução nº 1/2002-CN)


• Emitir relatório sobre veto presidencial;
• Emitir parecer sobre delegação legislativa;
• Comissões especiais, para analisar algum assunto específico;

Em linhas gerais, essas Comissões Mistas funcionam da seguinte forma:

Para examinar Medidas Provisórias:

⇒ A cada MP que chega no Congresso é criada uma Comissão Mista temporária


para emitir um parecer (Resolução nº 1/2002-CN, art. 2°);
⇒ Os membros são indicados pelos respectivos líderes e designados pelo
Presidente do Senado (Resolução nº 1/2002-CN, art. 2°, § 4° e § 5°);
⇒ São comissões paritárias, ou seja, possuem igual número de Senadores e
Deputados, sendo 12 parlamentares de cada Casa e respectivos suplentes
(Resolução nº 1/2002-CN, art. 2°, § 2°);
⇒ Possuem Presidente e Vice-Presidente, sendo que o Presidente indica o
Relator para a materia (Resolução nº 1/2002-CN, art. 3°, § 1°).

Para emitir relatório sobre veto presidencial:

⇒ Comissão paritária, formada por 3 Senadores e 3 Deputados (RCCN, art.


104, § 2°);
⇒ Membros indicados pelos Presidentes do Senado e da Câmara e designados
pelo Presidente da Mesa do Congresso (RCCN, art. 104, § 2°);
⇒ Entre esses membros, devem fazer parte, de preferência, quem foi relator
da matéria que foi vetada (RCCN, art. 104, § 2°).

Para emitir parecer sobre delegação legislativa:

⇒ Comissão paritária: 12 Senadores e 12 Deputados (RCCN, art. 10);


⇒ Faz seu parecer pela apresentação de projeto de Resolução especificando o
conteúdo da delegação (RCCN, art. 119, § 2°).
⇒ Também examina se o projeto de lei delegada permanece termos da
delegação (RCCN, art. 124).

Não esquecer: CPI mista também é um tipo de Comissão temporária.

Comissão Representativa

26
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 01

A Comissão Representativa do Congresso Nacional é formada por


parlamentares eleitos pelas respectivas Casas, na última sessão ordinária de cada
período legislativo (CF/88, art. 58, § 4°). Seu mandato coincide com os períodos
de recesso do Congresso Nacional, mesmo que haja convocação extraordinária.

O funcionamento da Comissão Representativa é regulado pela Resolução nº


3, de 1990-CN. A distribuição de parlamentares na Comissão Representativa não
é paritária: são 7 Senadores com suplentes e 16 Deputados com suplentes
(Resolução nº 3/1990-CN, art. 2°), devendo ser observada a proporcionalidade
partidária. Exerce a Presidência um membro da Mesa do Senado Federal e a Vice-
Presidência, um membro da Mesa da Câmara dos Deputados (Resolução nº
3/1990-CN, art. 6°).

A Comissão se reúne com a presença mínima do terço de sua composição


em cada Casa do Congresso Nacional e suas deliberações são tomadas por
maioria simples, presente a maioria absoluta dos Senadores e Deputados que
integram a Comissão (Resolução nº 3/1990-CN, arts. 9° e 10). Os votos são
computados separadamente, iniciando-se a votação pelos Deputados (Resolução
nº 3/1990-CN, art. 10, § 1°).

O papel da Comissão é deliberar sobre assuntos que possam surgir durante


o período do recesso e que não justifiquem a convocação de uma sessão
legislativa extraordinária. Basicamente, suas competências são as seguintes:
(Resolução nº 3/1990-CN, art. 7°):

• zelar pelas prerrogativas do Congresso Nacional;


• deliberar sobre projetos de lei relativos a créditos adicionais, desde que os
mesmos tenham parecer da CMO;
• deliberar sobre tratados, convênios ou acordos internacionais, quando o
término do prazo no qual o Brasil deva se manifestar ocorrer durante o
período de recesso ou nos dez dias úteis subsequentes ao seu término;
• deliberar sobre projetos de lei que tenham por fim prorrogar prazo de lei, se
o término de sua vigência ocorrer durante o período de recesso ou nos dez
dias úteis subsequentes ao seu termino.

Muito bem, concurseiros e concurseiras! Vista a nossa teoria, vamos agora


aos exercícios comentados!

Î Obs.: lista seca ao final da aula

27
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 01

Exercícios

1) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002: Como regra geral, as comissões mistas


são compostas por onze deputados e onze senadores.
Errada. Apesar da questão citar o que diz o art. 10 do RCCN, o art. 10-A do mesmo
Regimento dispõe que: “O número de membros das comissões mistas estabelecido
neste Regimento, nas resoluções que o integram e no respectivo ato de criação é
acrescido de mais uma vaga na composição destinada a cada uma das Casas do
Congresso Nacional, que será preenchida em rodízio, exclusivamente, pelas
bancadas minoritárias que não alcancem, no cálculo da proporcionalidade partidária,
número suficiente para participarem das referidas comissões”. Portanto, o número é
de 12 Senadores e 12 Deputados.

2) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): A Comissão de Meio Ambiente,


Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado pode aprovar
requerimento solicitando ao Tribunal de Contas da União (TCU) a realização de
auditoria em sociedade instituída e mantida pelo poder público.
Correta. Entre as competências dessa Comissão, temos o art. 102-A, I, “e”, do
RISF, que dispõe sobre a solicitação ao Tribunal de Contas da União para que
realize inspeções ou auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial nas unidades administrativas da União e demais
entidades.

3) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): Em reunião secreta da


Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, um Senador questionou a
respeito da presença de um deputado. O presidente da Comissão, entretanto,
garantiu que a presença do deputado estava regimentalmente amparada. Nessa
situação, procede o esclarecimento do presidente da Comissão.
Correta, conforme dispõe o art. 117 do RISF. Em reuniões secretas, além dos
membros da Comissão, só será admitida a presença de Senadores e das pessoas a
serem ouvidas sobre a matéria em debate. Deputados Federais podem assistir às
reuniões secretas, desde que não se trate de matéria da competência privativa
do Senado Federal. Como a questão não detalhou sobre qual matéria a Comissão
estava discutindo, a assertiva cai na regra geral; portanto, correta.

4) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): Certo Senador, 4º secretário


da Mesa, foi indicado pela liderança de seu partido para integrar, como suplente, a
Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania. No entanto, o Presidente do
Senado recusou-se a designar o referido Senador para a Comissão. Nessa
situação, foi correta a atitude do presidente do Senado.
Errada. Conforme o RISF, art. 77, § 1º, “os membros da Comissão Diretora,
exceto o Presidente da Casa, poderão integrar outras comissões permanentes”.

5) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: Assinale a afirmativa incorreta.


28
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 01

(A) Extinguem-se as comissões temporárias pela conclusão de sua tarefa, pelo


advento do respectivo termo final ou ao término da sessão legislativa ordinária.
Correta. As comissões temporárias se extinguem pela conclusão da sua tarefa, ou
ao término do respectivo prazo, e ao término da sessão legislativa ordinária (RISF,
art. 76, I, II e III).
(B) As comissões internas são as previstas no Regimento para finalidades
específicas, ao passo que as comissões externas se destinam a representar o
Senado em congressos, solenidades e outros atos públicos.
Correta. É o que dispõe o RISF, art. 74, I e II.
(C) Cada Senador só pode integrar, no máximo, três comissões como titular e três
como suplente; o membro da Comissão Diretora, contudo, não pode integrar outra
comissão permanente.
Errada. Realmente, cada Senador só poderá integrar até três comissões como
titular e três como suplente (RISF, art. 77, § 2º). No entanto, os membros da
Comissão Diretora, com exceção do Presidente da Casa, poderão integrar outras
comissões permanentes (RISF, art. 77, § 1º).
(D) A criação de comissões externas decorre de deliberação do Plenário, a
requerimento de qualquer Senador ou comissão, ou de proposta do Presidente.
Correta. RISF, art. 75: “As comissões externas serão criadas por deliberação do
Plenário, a requerimento de qualquer Senador ou comissão, ou por proposta do
Presidente”.
(E) Todas as comissões permanentes podem, no âmbito de suas competências,
criar subcomissões permanentes ou temporárias, até o máximo de quatro, desde
que por proposta de qualquer de seus integrantes.
Errada. O limite para criação de subcomissões é de quatro para cada comissão
permanente. No entanto, não são todas as comissões que possuem essa
prerrogativa, pois a Comissão Diretora não pode criar subcomissões (RISF, art.
73).

Gabarito final: Anulada. O comando da questão pedia a alternativa incorreta; no


entanto, existem dois itens errados.

6) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: O Senado Federal atua, além do plenário, em


inúmeras comissões, algumas permanentes e outras temporárias. A Comissão de
Assuntos Econômicos é uma das Comissões Permanentes. Dentre suas atribuições
específicas encontra-se:
(A) opinar sobre a constitucionalidade, juridicidade e regimentalidade das matérias
que lhe forem submetidas pelo Plenário.
Errada. Questões relativas à constitucionalidade, juridicidade e regimentalidade
são competências específicas da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania
(RISF, art. 101, I).
(B) opinar sobre a escolha dos Ministros do Tribunal de Contas da União.
Correta. A CAE é a comissão competente para opinar sobre a escolha dos
indicados para Ministro do Tribunal de Contas da União (RISF, art. 99, V).

29
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 01

(C) não poder emendar projetos considerados parcialmente inconstitucionais.


Errada. Não há nada no RISF que disponha sobre o papel da CAE nesse sentido. O
que ocorre é que a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) pode
oferecer emenda corrigindo o vício de proposições que contenham
inconstitucionalidade parcial (RISF, art. 101, § 2°).
(D) não opinar, mesmo com despacho da Presidência, sobre emendas de redação.
Errada. Não há vedação para que comissões opinem sobre emendas de redação.
(E) opinar sobre requerimentos de voto de censura, inclusive quando o tema
interessar às relações exteriores do País.
Errada. Tal competência pertence à Comissão de Relações Exteriores e Defesa
Nacional (RISF, art. 103, IV).
Gabarito: Letra “B”

7) FGV/SF/Técnico Legislativo/2008: O Senado Federal atua, além do plenário, em


inúmeras comissões, algumas permanentes e outras temporárias. A Comissão de
Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) é uma das Comissões Permanentes. Entre
suas atribuições específicas encontra-se:
a) opinar sobre a constitucionalidade, juridicidade e regimentalidade das matérias
que lhe forem submetidas pelo Plenário.
Correta, segundo dispõe o RISF, art. 101, I.
b) emitir resoluções para suspender leis declaradas inconstitucionais, que serão
encaminhadas para publicação imediata.
Errada. Essa resolução compete à CCJ (RISF, art. 101, III). Contudo, a matéria se
encaixa nas hipóteses de tramitação terminativa, ou seja, esgota-se na comissão,
sem ir a Plenário (RISF, art. 91, II). Sendo terminativa, é obrigatório abrir prazo
para possíveis recursos (RISF, art. 91, II, § 3°). Dessa maneira, não pode ir para
publicação imediata.
c) não poder emendar projetos considerados parcialmente inconstitucionais.
Errada. A CCJ pode apresentar emendas corrigindo o vício de proposições
parcialmente inconstitucionais (RISF, art. 101, VII, § 2°).
d) não opinar, mesmo com despacho da Presidência, sobre emendas de redação.
Errada. Não há vedação para comissões opinarem sobre emendas de redação.
e) opinar sobre requerimentos de voto de censura, inclusive quando o tema
interessar às relações exteriores do País.
Errada. Quando o tema do requerimento interessar às relações exteriores do País,
a competencia é da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (RISF, art.
103, IV).
Gabarito: Letra “A”

8) FGV/SF/Advogado/2008: A respeito das comissões temporárias, analise as


afirmativas a seguir:
I. As comissões temporárias do Senado podem ser internas, externas e
parlamentares de inquérito.
Correta (RISF, art. 74, I, II e III).
30
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 01

II. Uma das causas da extinção das comissões temporárias consiste no término da
sessão legislativa ordinária.
Correta (RISF, art. 76, III).
III. Nos períodos de recesso do Congresso Nacional, suspende-se o prazo das
comissões temporárias.
Correta (RISF, art. 76, § 3º).

Assinale:
(A) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
(B) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
(C) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
(D) se todas as afirmativas estiverem corretas.
(E) se apenas a afirmativa I estiver correta.
Gabarito: Letra “D”.

9) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: O Senado Federal funciona, internamente,


por Comissões Permanentes e Temporárias; cada Comissão elege o seu Presidente
e o Vice-Presidente. Dentre as atribuições do Presidente figuram:
I. assinatura do expediente;
Correta. É o presidente da comissão quem assina o expediente e desempata
votações (RISF, art. 89, XIII).
II. desempatar as votações;
Correta (RISF, art. 89, XI)
III. convocar reuniões extraordinárias somente a requerimento dos seus
integrantes;
Errada. O presidente tem a prerrogativa regimental de convocar reuniões
extraordinárias. Essa convocação pode se dar não apenas a requerimento dos
membros da comissão, como afirma a questão, mas também de ofício (RISF, art.
89, VII).
IV. coordenar a votação para escolha de relatores para as matérias que devem ser
analisadas;
Errada. Nas comissões os relatores são designados pelo Presidente e acabou. Não
há votação para escolher relator. RISF, art. 89, III.
V. promover a publicação das atas das reuniões no Diário do Senado Federal.
Correta (RISF, art. 89, VIII)
Estão corretos apenas os itens:
(A) I, II e V.
(B) III, IV e V.
(C) II, III e IV.
(D) I, III e V.
(E) I, II e III.
Gabarito: Letra “A”

10) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: Diante da necessidade de se instituir

31
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 01

Comissão Mista no Congresso Nacional, tal designação deve:


(A) ser originada do Presidente do Senado Federal, mediante indicação das
lideranças.
Correta. Os membros de uma comissão mista são designados pelo Presidente do
Senado Federal, mediante indicação das lideranças de cada Casa Legislativa
(RCCN, art. 9°). Atente para o enunciado da questão e não confunda indicação
com designação. Primeiro os membros são indicados pelos líderes. Depois, de
posse dos nomes dos indicados, o Presidente do Senado designa os congressistas
que irão fazer parte da comissão mista.
(B) ocorrer pela Presidência de cada Casa Legislativa, por meio do Colégio de
Líderes.
Errada. Os membros são designados pelo Presidente do Senado Federal, mediante
indicação das lideranças de cada Casa Legislativa (RCCN, art. 9°).
(C) surgir do consenso entre os líderes e indicado pelo Presidente da Câmara dos
Deputados.
Errada. A decisão não é por consenso, e quem indica são os líderes, não o
Presidente da Câmara (RCCN, art. 9°).
(D) resultar da votação, em dois turnos, por maioria simples, no plenário das duas
Casas Legislativas.
Errada. Não é por votação, tampouco em dois turnos. Vale a regra do RCCN, art.
9°.
(E) ocorrer por ato privativo do Presidente do Congresso Nacional.
Errada. Ver RCCN, art. 9°.
Gabarito: Letra “A”.

11) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: O projeto da Lei de Diretrizes


Orçamentárias é examinado por comissão especial, denominada de Comissão
Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMPOF). Em relação à
referida Comissão, avalie as afirmativas a seguir:
I. Trata-se de comissão temporária composta de trinta Deputados e dez
Senadores.
Errada. A CMOPF é comissão mista permanente (CF/88, art. 166, § 3°).
II. É comissão permanente, com dez Senadores titulares e dez suplentes, bem
como representação da Câmara dos Deputados.
Correta, conforme Resolução 1/2006-CN, art. 5°. Além dos dez Senadores e
respectivos suplentes, integram a comissão 30 deputados mais suplentes.
III. Cabe à Comissão eleger um Presidente e três Vice-Presidentes dentre os seus
membros.
Correta. É o que prevê o art. 12 da Resolução 1/2006-CN.
IV. O Presidente da Comissão sempre será um representante do Senado Federal.
Errada. A presidência da comissão será exercida, a cada ano, de forma alternada
entre Senadores e Deputados (Res 1/2006-CN, art. 13).
V. O Relator do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias e o Relator-Geral do
projeto de Lei Orçamentária Anual pertencerão ao Senado Federal.
32
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 01

Errada. Segundo a Res 1/2006-CN, art. 16, IV, “as funções de Relator-Geral do
projeto de lei orçamentária anual e Relator do projeto de lei de diretrizes
orçamentárias serão exercidas, a cada ano, alternadamente, por representantes
do Senado Federal e da Câmara dos Deputados”.

Assinale:
(A) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
(B) se somente as afirmativas II e IV estiverem corretas.
(C) se somente as afirmativas III e V estiverem corretas.
(D) se somente as afirmativas IV e V estiverem corretas.
(E) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
Gabarito: Letra “E”

12) Cespe/SF/Consultor de Orçamentos/1996: O RISF não admite a criação de


subcomissões.
Errada. A criação de subcomissões está prevista expressamente no art. 73 do
RISF: “Ressalvada a Comissão Diretora, cabe às comissões permanentes, no
âmbito das respectivas competências, criar subcomissões permanentes ou
temporárias, até o máximo de quatro, mediante proposta de qualquer de seus
integrantes”.

13) Cespe/SF/Consultor de Orçamentos/1996: É possível a criação de


subcomissões, desde que permanentes.
Errada. Vale aqui o mesmo artigo citado na questão anterior: “Ressalvada a
Comissão Diretora, cabe às comissões permanentes, no âmbito das respectivas
competências, criar subcomissões permanentes ou temporárias, até o máximo de
quatro, mediante proposta de qualquer de seus integrantes”.

14) Cespe/SF/Consultor de Orçamentos/1996: Às comissões compete escolher os


respectivos presidente e vice-presidente, mediante eleição.
Correta. É o que reza o RISF em seu art. 88: “No início da legislatura, nos cinco
dias úteis que se seguirem à designação de seus membros, e na terceira sessão
legislativa, nos cinco dias úteis que se seguirem à indicação dos líderes, cada
comissão reunir-se-á para instalar seus trabalhos e eleger, em escrutínio secreto,
o seu Presidente e o Vice-Presidente”.

15) Cespe/SF/Consultor de Orçamentos/1996: As comissões podem, na


investigação do tema, realizar audiências públicas, solicitar o depoimento de
qualquer cidadão ou autoridade, inclusive de Ministros de Estado, e realizar
diligências externas.
Errada. Realmente às comissões compete realizar audiências públicas (CF/88, art.
58, § 2º, II), realizar diligências externas (RISF, art. 90, XIII) e solicitar o
depoimento de qualquer cidadão ou autoridade (CF/88, art. 58, § 2º, V). Contudo,
a CF/88 e o RISF dão tratamento diferenciado aos depoimentos de quaisquer dos

33
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 01

Ministros de Estado ou titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência


da República. Esses são convocados para prestarem informações sobre assuntos
inerentes a suas atribuições (CF/88, art. 58, § 2º, III e RISF, art. 90, III).

16) Cespe/SF/Consultor de Orçamentos/1996: As Comissões devem receber e


processar petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer cidadão,
contra ato ou omissão de entidade ou autoridade pública em assunto de sua
competência.
Correta. É o que dispõe a CF/88, art. 58, IV: “receber petições, reclamações,
representações ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões das
autoridades ou entidades públicas”.

17) Cespe/SF/Consultor de Orçamentos/1996: A Comissão de Meio Ambiente,


Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) pode fiscalizar e controlar
atos do Poder Judiciário e do Ministério Público.
Errada. A fiscalização dessa comissão se dá em relação ao Poder Executivo. O
RISF, em seu art. 102-A, I, elenca suas competências: “exercer a fiscalização e o
controle dos atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta”.

18) Cespe/SF/Consultor de Orçamentos/1996: À Comissão de Meio Ambiente,


Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) incumbe promover a
interação dos orgãos do Poder Judiciário e do Ministério Público, devendo remeter
a este cópia da documentação em que constatar a existência de irregularidades.
Errada. A interação que a comissão promove é do Senado Federal com os órgãos
do Poder Judiciário e do Ministério Público, conforme dispõe o RISF, art. 102-A, I,
“h”.

19) Cespe/SF/Consultor de Orçamentos/1996: A Comissão de Meio Ambiente,


Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) pode tomar contas
relativamente a dinheiros, bens e valores do patrimonio público federal.
Errada. Tomada de contas é um procedimento do controle interno de cada Poder.
A CMA não realiza tomada de contas, apenas avalia as contas dos administradores
e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos (RISF, art. 102-A, I,
“d”).

20) Cespe/SF/Consultor de Orçamentos/1996: A proposta de fiscalização e


controle pode ser indeferida em consideração a razões de oportunidade e
conveniência.
Correta. Segundo o RISF, art. 102-B, II, “a proposta será relatada previamente,
quanto à oportunidade e conveniência da medida e ao alcance jurídico,
administrativo, político, econômico, social ou orçamentário do ato impugnado,
definindo-se o plano de execução e a metodologia de avaliação”.

21) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: Em relação às Comissões Parlamentares de


34
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 01

Inquérito, é correto afirmar que:


(A) o impedimento, mediante violência ou ameaça, do seu regular funcionamento
não constitui ilícito penal, mas configura ilícito administrativo.
Errada. A Lei 1.579/52, que dispõe sobre as Comissões Parlamentares de
Inquérito, determina, em seu art. 4º, I, que constitui crime “impedir, ou tentar
impedir, mediante violência, ameaça ou assuadas, o regular funcionamento de
Comissão Parlamentar de Inquérito, ou o livre exercício das atribuições de
qualquer dos seus membros”. Portanto, tal conduta configura ilícito penal.
(B) são dispensadas de apresentar relatório de seus trabalhos à respectiva
Câmara, desde que concluam pela elaboração de projeto de resolução.
Errada. O RISF em seu art. 150 determina que, ao término dos trabalhos, a CPI
deve enviar à Mesa, para conhecimento do Plenário, seu relatório e conclusões,
quaisquer que sejam eles. Se a comissão concluir o relatório pela apresentação de
um projeto de resolução deve adotar o mesmo procedimento.
(C) se lhes assegura o poder de decretar medidas assecuratórias de busca e
apreensão domiciliar e de indisponibilidade de bens, atuando como órgão dotado
de função jurisdicional.
Errada. Como vimos na aula, as CPIs possuem poderes investigatórios instrutórios.
A adoção de medidas como busca e apreensão domiciliar e indisponibilidade de
bens é privativa das autoridades judiciárias.
(D) são dotadas de competência para decretar a prisão provisória de indivíduos
que tenham cometido ato de improbidade administrativa.
Errada. CPI não tem competência para decretar prisão, salvo na hipótese de
flagrante delito.
(E) têm competência para quebrar o sigilo bancário, fiscal e telefônico, desde seja
fundamentada a decisão e comprovada a necessidade objetiva dessa providência.
Correta, conforme jurisprudência do STF.
Gabarito: Letra “E”.

22) FGV/SF/Advogado/2008: A respeito das comissões parlamentares de


inquérito, assinale a afirmativa correta.
(A) As comissões parlamentares de inquérito dispõem de competência
constitucional para ordenar a quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico das
pessoas sob investigação do Poder Legislativo, mas devem fundamentar
adequadamente a decisão de quebra.
Correta. As CPIs têm competência para quebrar o sigilo bancário, fiscal e
telefônico dos investigados (CF/88, art. 58, § 3°). Contudo, as decisões que
envolvam quebra de sigilo devem ser motivadas e fundamentadas.
(B) As comissões parlamentares de inquérito podem decretar monitoramento
telefônico, desde que presentes os requisitos da lei 9.296/96. A decisão será
fundamentada, sob pena de nulidade, indicando também a forma de execução da
diligência, que não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por igual
tempo, uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova.
Errada. Para responder essa questão nem era preciso conhecer a Lei 9.296/96.

35
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 01

Isso porque, segundo entendimento do STF, as CPIs não têm a prerrogativa de


poder decretar monitoramento telefônico (escuta).
(C) As comissões parlamentares de inquérito podem decretar a indisponibilidade
de ativos financeiros das pessoas investigadas, por voto da maioria absoluta de
seus membros.
Errada. CPI não pode decretar indisponibilidade de bens. Tal medida é privativa
das autoridades judiciais.
(D) O direito de não se auto-incriminar não se aplica às comissões parlamentares
de inquérito. Todas as pessoas convocadas devem prestar compromisso de dizer a
verdade aos membros da comissão, antes do início do depoimento.
Errada. As pessoas convocadas prestam compromisso frente à CPI, mas, segundo
entendimento do STF, não são privadas do direito de não auto-incriminação. Isso
vale para investigados e testemunhas.
(E) As decisões tomadas por maioria absoluta dos membros das comissões
parlamentares de inquérito não estão sujeitas a controle judicial, em razão do
princípio constitucional da independência dos poderes.
Errada. As decisões de uma CPI estão sujeitas ao controle judicial. Elas devem
obedecer aos requisitos formais e materiais estabelecidos em lei. É o STF que
detem competência originária para julgar mandados de segurança e habeas corpus
contra atos emanados das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal,
conforme a CF/88, art. 102, I, “d”, incluindo atos de Comissões Parlamentares de
Inquérito mantidas no âmbito do Congresso Nacional.

23) Cespe/SF/Advogado/1995: As Comissões Parlamentares de Inquérito poderão


ser criadas para o estudo e debate de qualquer assunto, sendo a elas garantido o
acesso a informações e a documentos sigilosos, independentemente de
autorização judicial.
Errada. As CPIs só podem ser criadas para apuração de fato determinado (CF/88,
art. 58, § 3º), não sendo a elas permitido tratar de matérias pertinentes à Câmara
dos Deputados, às atribuições do Poder Judiciário e aos Estados (RISF, art. 146, I,
II e III). O restante da alternativa está correto. O RISF, em seu art. 148, dispõe
que a CPI pode requisitar de órgão público informações ou documentos de
qualquer natureza. Porém, existem limitações à atuação das CPIs quanto às
medidas que são privativas das autoridades judiciárias (como busca e apreensão
de documentos em domicílio e autorização para escuta telefônica).

24) Cespe/SF/Advogado/1995: As CPIs devem encaminhar suas conclusões ao


Ministério Público, quando for o caso de promover-se a responsabilização civil ou
criminal de infratores. Elas podem ainda determinar ao Ministério Público a
realização de diligências.
Errada. Embora a primeira parte da assertiva esteja correta “As CPIs devem
encaminhar suas conclusões ao Ministério Público, quando for o caso de promover-
se a responsabilização civil ou criminal de infratores” (CF/88, art. 58, § 3º e RISF,
art. 151), é a própria CPI quem realiza diligências, caso necessário (RISF, art.
36
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 01

148). As CPIs não têm poderes para determinar que o Ministério Público faça isso.

25) Cespe/SF/Advogado/1995: As CPIs poderão determinar a prisão do indiciado


que se negar a prestar informações, nos termos do Código Penal.
Errada. As CPIs não têm poderes para determinar prisões, salvo a hipótese de
flagrante delito. Além disso, deve respeitar o direito ao silêncio de indiciados,
investigados ou testemunhas quando da realização de oitivas.

26) Cespe/SF/Analista Legislativo Comunicação/1997: O Presidente do Senado,


ouvidas as lideranças, poderá atribuir às comissões da Casa competência para
apreciar, em caráter terminativo, determinadas matérias previstas no Regimento
Interno.
Correta. Prerrogativa estabelecida no RISF, art. 91, § 1º.

27) Cespe/SF/Analista Legislativo Comunicação/1997: A Comissão de


Constituição, Justiça e Cidadania tem competência para opinar sobre
constitucionalidade, juridicidade e regimentalidade das matérias que lhe forem
submetidas, o que pode ocorrer por deliberação do plenário, por despacho da
presidência ou por consulta de qualquer comissão.
Correta. Reproduz o disposto no RISF, art. 101, I: “À Comissão de Constituição,
Justiça e Cidadania compete opinar sobre a constitucionalidade, juridicidade e
regimentalidade das matérias que lhe forem submetidas por deliberação do
Plenário, por despacho da Presidência, por consulta de qualquer comissão, ou
quando em virtude desses aspectos houver recurso de decisão terminativa de
comissão para o Plenário”

28) Cespe/SF/Analista Legislativo Comunicação/1997: As reuniões das comissões


do Senado serão, como regra geral, secretas.
Errada. As reuniões das comissões são, via de regra, públicas, salvo os casos
expressos no Regimento ou quando o deliberar a comissão (RISF, art. 110).

29) Cespe/SF/Analista Legislativo Comunicação/1997: Conforme dispõe o


Regimento Comum do Congresso Nacional, a indicação dos representantes de cada
partido nas comissões compete aos seus respectivos líderes.
Correta. Os membros das Comissões Mistas do Congresso Nacional serão indicados
pelos líderes e designados pelo Presidente do Senado (RCCN, art. 9º).

30) Cespe/CD/Assessor de Orçamento/1998: Nas comissões mistas do Congresso


Nacional, qualquer congressista, a partir da instalação da comissão, poderá
apresentar emendas, as quais, não sendo aceitas por despacho da Presidência,
ensejam ao autor a interposição de recurso ao colegiado, desde que com o
apoiamento de outros seis membros da comissão.
Correta. É o que dispõe o RCCN, art. 11: “Perante a Comissão, no prazo de 8 (oito)
dias a partir de sua instalação, o Congressista poderá apresentar emendas que

37
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 01

deverão, em seguida, ser despachadas pelo Presidente.” O § 2º do mesmo art. 11


diz ainda: “Nas 24 (vinte e quatro) horas seguintes a partir do despacho do
Presidente, o autor de emenda não aceita poderá, com apoiamento de 6 (seis)
membros da Comissão, no mínimo, recorrer da decisão da Presidência para a
Comissão”.

31) Cespe/CD/Assessor de Orçamento/1998: As deliberações das comissões


mistas do Congresso Nacional serão adotadas por maioria de votos, presente a
maioria dos membros representantes de cada Casa, computando-se
separadamente os votos dos Senadores e dos Deputados.
Correta. RCCN, art. 14, caput e art. 14, parágrafo único.

32) Cespe/CD/Assessor de Orçamento/1998: O prazo destinado aos trabalhos de


uma comissão mista expira com a apresentação do seu parecer escrito ou oral na
sessão conjunta.
Errada. Na verdade o raciocínio é o inverso: se o prazo da comissão estiver
esgotado, o parecer deve ser proferido oralmente em plenário. É o esgotamento do
prazo que provoca o parecer oral, e não o contrário, como afirma a questão (RCCN,
art. 20).

33) Cespe/CD/Assessor de Orçamento/1998: O parecer da comissão mista que


concluir pela inconstitucionalidade da proposição, dotado de efeito terminativo,
prescinde da análise do mérito da matéria.
Errada. A comissão mista deve sempre se pronunciar sobre o mérito da proposição
principal e das emendas, mesmo quando decidir pela inconstitucionalidade da
primeira (RCCN, art. 17).

34) Cespe/CD/Assessor de Orçamento/1998: Na constituição das Comissões


Parlamentares Mistas de Inquérito deve-se obedecer aos princípios da
proporcionalidade partidária e numérica de Deputados e Senadores.
Correta. A composição das CPMIs segue a regra de proporcionalidade partidária das
demais comissões e devem ter igual número de Senadores e Deputados, conforme
dispõe o RCCN, art. 21, parágrafo único: “As Comissões Parlamentares Mistas de
Inquérito terão o número de membros fixado no ato da sua criação, devendo ser
igual a participação de Deputados e Senadores, obedecido o princípio da
proporcionalidade partidária”.

38
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 01

LISTA DE QUESTÕES DESTA AULA

1) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002: Como regra geral, as comissões mistas


são compostas por onze deputados e onze senadores.

2) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): A Comissão de Meio Ambiente,


Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado pode aprovar
requerimento solicitando ao Tribunal de Contas da União (TCU) a realização de
auditoria em sociedade instituída e mantida pelo poder público.

3) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): Em reunião secreta da


Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, um Senador questionou a
respeito da presença de um deputado. O presidente da Comissão, entretanto,
garantiu que a presença do deputado estava regimentalmente amparada. Nessa
situação, procede o esclarecimento do presidente da Comissão.

4) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): Certo Senador, 4º secretário


da Mesa, foi indicado pela liderança de seu partido para integrar, como suplente, a
Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania. No entanto, o Presidente do
Senado recusou-se a designar o referido Senador para a Comissão. Nessa
situação, foi correta a atitude do presidente do Senado.

5) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: Assinale a afirmativa incorreta.


(A) Extinguem-se as comissões temporárias pela conclusão de sua tarefa, pelo
advento do respectivo termo final ou ao término da sessão legislativa ordinária.
(B) As comissões internas são as previstas no Regimento para finalidades
específicas, ao passo que as comissões externas se destinam a representar o
Senado em congressos, solenidades e outros atos públicos.
(C) Cada Senador só pode integrar, no máximo, três comissões como titular e três
como suplente; o membro da Comissão Diretora, contudo, não pode integrar outra
comissão permanente.
(D) A criação de comissões externas decorre de deliberação do Plenário, a
requerimento de qualquer Senador ou comissão, ou de proposta do Presidente.
(E) Todas as comissões permanentes podem, no âmbito de suas competências,
criar subcomissões permanentes ou temporárias, até o máximo de quatro, desde
que por proposta de qualquer de seus integrantes.

6) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: O Senado Federal atua, além do plenário, em


inúmeras comissões, algumas permanentes e outras temporárias. A Comissão de
Assuntos Econômicos é uma das Comissões Permanentes. Dentre suas atribuições
específicas encontra-se:
(A) opinar sobre a constitucionalidade, juridicidade e regimentalidade das matérias
que lhe forem submetidas pelo Plenário.
(B) opinar sobre a escolha dos Ministros do Tribunal de Contas da União.

39
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 01

(C) não poder emendar projetos considerados parcialmente inconstitucionais.


(D) não opinar, mesmo com despacho da Presidência, sobre emendas de redação.
(E) opinar sobre requerimentos de voto de censura, inclusive quando o tema
interessar às relações exteriores do País.

7) FGV/SF/Técnico Legislativo/2008: O Senado Federal atua, além do plenário, em


inúmeras comissões, algumas permanentes e outras temporárias. A Comissão de
Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) é uma das Comissões Permanentes. Entre
suas atribuições específicas encontra-se:
a) opinar sobre a constitucionalidade, juridicidade e regimentalidade das matérias
que lhe forem submetidas pelo Plenário.
b) emitir resoluções para suspender leis declaradas inconstitucionais, que serão
encaminhadas para publicação imediata.
c) não poder emendar projetos considerados parcialmente inconstitucionais.
d) não opinar, mesmo com despacho da Presidência, sobre emendas de redação.
e) opinar sobre requerimentos de voto de censura, inclusive quando o tema
interessar às relações exteriores do País.

8) FGV/SF/Advogado/2008: A respeito das comissões temporárias, analise as


afirmativas a seguir:
I. As comissões temporárias do Senado podem ser internas, externas e
parlamentares de inquérito.
II. Uma das causas da extinção das comissões temporárias consiste no término da
sessão legislativa ordinária.
III. Nos períodos de recesso do Congresso Nacional, suspende-se o prazo das
comissões temporárias.
Assinale:
(A) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
(B) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
(C) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
(D) se todas as afirmativas estiverem corretas.
(E) se apenas a afirmativa I estiver correta.

9) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: O Senado Federal funciona, internamente,


por Comissões Permanentes e Temporárias; cada Comissão elege o seu Presidente
e o Vice-Presidente. Dentre as atribuições do Presidente figuram:
I. assinatura do expediente;
II. desempatar as votações;
III. convocar reuniões extraordinárias somente a requerimento dos seus
integrantes;
IV. coordenar a votação para escolha de relatores para as matérias que devem ser
analisadas;
V. promover a publicação das atas das reuniões no Diário do Senado Federal.
Estão corretos apenas os itens:
40
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 01

(A) I, II e V.
(B) III, IV e V.
(C) II, III e IV.
(D) I, III e V.
(E) I, II e III.

10) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: Diante da necessidade de se instituir


Comissão Mista no Congresso Nacional, tal designação deve:
(A) ser originada do Presidente do Senado Federal, mediante indicação das
lideranças.
(B) ocorrer pela Presidência de cada Casa Legislativa, por meio do Colégio de
Líderes.
(C) surgir do consenso entre os líderes e indicado pelo Presidente da Câmara dos
Deputados.
(D) resultar da votação, em dois turnos, por maioria simples, no plenário das duas
Casas Legislativas.
(E) ocorrer por ato privativo do Presidente do Congresso Nacional.

11) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: O projeto da Lei de Diretrizes


Orçamentárias é examinado por comissão especial, denominada de Comissão
Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMPOF). Em relação à
referida Comissão, avalie as afirmativas a seguir:
I. Trata-se de comissão temporária composta de trinta Deputados e dez
Senadores.
II. É comissão permanente, com dez Senadores titulares e dez suplentes, bem
como representação da Câmara dos Deputados.
III. Cabe à Comissão eleger um Presidente e três Vice-Presidentes dentre os seus
membros.
IV. O Presidente da Comissão sempre será um representante do Senado Federal.
V. O Relator do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias e o Relator-Geral do
projeto de Lei Orçamentária Anual pertencerão ao Senado Federal.
Assinale:
(A) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
(B) se somente as afirmativas II e IV estiverem corretas.
(C) se somente as afirmativas III e V estiverem corretas.
(D) se somente as afirmativas IV e V estiverem corretas.
(E) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

12) Cespe/SF/Consultor de Orçamentos/1996: O RISF não admite a criação de


subcomissões.

13) Cespe/SF/Consultor de Orçamentos/1996: É possível a criação de


subcomissões, desde que permanentes.

41
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 01

14) Cespe/SF/Consultor de Orçamentos/ 1996: Às comissões compete escolher os


respectivos presidente e vice-presidente, mediante eleição.

15) Cespe/SF/Consultor de Orçamentos/1996: As comissões podem, na


investigação do tema, realizar audiências públicas, solicitar o depoimento de
qualquer cidadão ou autoridade, inclusive de Ministros de Estado, e realizar
diligências externas.

16) Cespe/SF/Consultor de Orçamentos/1996: As Comissões devem receber e


processar petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer cidadão,
contra ato ou omissão de entidade ou autoridade pública em assunto de sua
competência.

17) Cespe/SF/Consultor de Orçamentos/1996: A Comissão de Meio Ambiente,


Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) pode fiscalizar e controlar
atos do Poder Judiciário e do Ministério Público.

18) Cespe/SF/Consultor de Orçamentos/1996: À Comissão de Meio Ambiente,


Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) incumbe promover a
interação dos orgãos do Poder Judiciário e do Ministério Público, devendo remeter
a este cópia da documentação em que constatar a existência de irregularidades.

19) Cespe/SF/Consultor de Orçamentos/1996: A Comissão de Meio Ambiente,


Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) pode tomar contas
relativamente a dinheiros, bens e valores do patrimonio publico federal.

20) Cespe/SF/Consultor de Orçamentos/1996: A proposta de fiscalização e


controle pode ser indeferida em consideração a razões de oportunidade e
conveniência.

21) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: Em relação às Comissões Parlamentares de


Inquérito, é correto afirmar que:
(A) o impedimento, mediante violência ou ameaça, do seu regular funcionamento
não constitui ilícito penal, mas configura ilícito administrativo.
(B) são dispensadas de apresentar relatório de seus trabalhos à respectiva
Câmara, desde que concluam pela elaboração de projeto de resolução.
(C) se lhes assegura o poder de decretar medidas assecuratórias de busca e
apreensão domiciliar e de indisponibilidade de bens, atuando como órgão dotado
de função jurisdicional.
(D) são dotadas de competência para decretar a prisão provisória de indivíduos
que tenham cometido ato de improbidade administrativa.
(E) têm competência para quebrar o sigilo bancário, fiscal e telefônico, desde seja
fundamentada a decisão e comprovada a necessidade objetiva dessa providência.

42
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 01

22) FGV/SF/Advogado/2008: A respeito das comissões parlamentares de


inquérito, assinale a afirmativa correta.
(A) As comissões parlamentares de inquérito dispõem de competência
constitucional para ordenar a quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico das
pessoas sob investigação do Poder Legislativo, mas devem fundamentar
adequadamente a decisão de quebra.
(B) As comissões parlamentares de inquérito podem decretar monitoramento
telefônico, desde que presentes os requisitos da lei 9296/96. A decisão será
fundamentada, sob pena de nulidade, indicando também a forma de execução da
diligência, que não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por igual
tempo, uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova.
(C) As comissões parlamentares de inquérito podem decretar a indisponibilidade
de ativos financeiros das pessoas investigadas, por voto da maioria absoluta de
seus membros.
(D) O direito de não se auto-incriminar não se aplica às comissões parlamentares
de inquérito. Todas as pessoas convocadas devem prestar compromisso de dizer a
verdade aos membros da comissão, antes do início do depoimento.
(E) As decisões tomadas por maioria absoluta dos membros das comissões
parlamentares de inquérito não estão sujeitas a controle judicial, em razão do
princípio constitucional da independência dos poderes.

23) Cespe/SF/Advogado/1995: As Comissões Parlamentares de Inquérito poderão


ser criadas para o estudo e debate de qualquer assunto, sendo a elas garantido o
acesso a informações e a documentos sigilosos, independentemente de
autorização judicial.

24) Cespe/SF/Advogado/1995: As CPIs devem encaminhar suas conclusões ao


Ministério Público, quando for o caso de promover-se a responsabilização civil ou
criminal de infratores. Elas podem ainda determinar ao Ministério Público a
realização de diligências.

25) Cespe/SF/Advogado/1995: As CPIs poderão determinar a prisão do indiciado


que se negar a prestar informações, nos termos do Código Penal.

26) Cespe/SF/Analista Legislativo Comunicação/1997: O Presidente do Senado,


ouvidas as lideranças, poderá atribuir às comissões da Casa competência para
apreciar, em caráter terminativo, determinadas matérias previstas no Regimento
Interno.

27) Cespe/SF/Analista Legislativo Comunicação/1997: A Comissão de


Constituição, Justiça e Cidadania tem competência para opinar sobre
constitucionalidade, juridicidade e regimentalidade das matérias que lhe forem
submetidas, o que pode ocorrer por deliberação do plenário, por despacho da
presidência ou por consulta de qualquer comissão.

43
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 01

28) Cespe/SF/Analista Legislativo Comunicação/1997: As reuniões das comissões


do Senado serão, como regra geral, secretas.

29) Cespe/SF/Analista Legislativo Comunicação/1997: Conforme dispõe o


Regimento Comum do Congresso Nacional, a indicação dos representantes de cada
partido nas comissões compete aos seus respectivos líderes.

30) Cespe/CD/Assessor de Orçamento/1998: Nas comissões mistas do Congresso


Nacional, qualquer congressista, a partir da instalação da comissão, poderá
apresentar emendas, as quais, não sendo aceitas por despacho da Presidência,
ensejam ao autor a interposição de recurso ao colegiado, desde que com o
apoiamento de outros seis membros da comissão.

31) Cespe/CD/Assessor de Orçamento/1998: As deliberações das comissões


mistas do Congresso Nacional serão adotadas por maioria de votos, presente a
maioria dos membros representantes de cada Casa, computando-se
separadamente os votos dos Senadores e dos Deputados.

32) Cespe/CD/Assessor de Orçamento/1998: O prazo destinado aos trabalhos de


uma comissão mista expira com a apresentação do seu parecer escrito ou oral na
sessão conjunta.

33) Cespe/CD/Assessor de Orçamento/1998: O parecer da comissão mista que


concluir pela inconstitucionalidade da proposição, dotado de efeito terminativo,
prescinde da análise do mérito da matéria.

34) Cespe/CD/Assessor de Orçamento/1998: Na constituição das Comissões


Parlamentares Mistas de Inquérito deve-se obedecer aos princípios da
proporcionalidade partidária e numérica de Deputados e Senadores.

Gabarito

1E 4E 7A 10A 13E 16C 19E 22A 25E 28E 31C 34C


2C 5X 8D 11E 14C 17E 20C 23E 26C 29C 32E
3C 6B 9A 12E 15E 18E 21E 24E 27C 30C 33E

44
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 02

Olá, concurseiros e concurseiras! Vamos à nossa segunda aula de


Processo Legislativo para o Senado Federal! Hoje trataremos das atribuições
constitucionais específicas do Senado Federal, dos procedimentos em processo
legislativo e da urgência.

Vamos começar a aula com as competências constitucionais específicas


da nossa Câmara Alta (Senado). Quem já estudou ou estuda Direito
Constitucional certamente já teve a oportunidade de conhecer as competências
elencadas no art. 52 da CF/88, bem como algumas outras espalhadas pelo
texto da Constituição. Vamos agora procurar aprofundar esse conhecimento,
conjugando o que está na CF com os dispositivos do RISF.

Primeira coisa importante a saber sobre atribuições constitucionais


específicas do Senado (art. 52 da CF/88): em geral, elas precisam se
materializar por meio de Projetos de Resolução do Senado (PRS). Portanto,
não passam pela apreciação da Câmara dos Deputados.

Segunda coisa: as competências constitucionais do Senado não se


esgotam no art. 52. Há várias atribuições do Senado esparsas pelo texto
constitucional, como as relativas ao Sistema Tributário. Em nossa aula,
portanto, as competências não coincidem com os incisos do art. 52, mas
procuram agrupar temas correlatos e que tenham encaminhamento
semelhante, OK?

Vamos lá!

Competência 1:

Processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de


responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da
Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos
com aqueles (CF/88, art. 52, I);

1
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 02

Processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do


Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o
Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União (CF/88, art. 52,
II);

Esses dispositivos da Constituição tratam, dentre outros casos, da


hipótese de processo de impeachment presidencial. O Brasil foi o primeiro país
do mundo a concluir um processo como esse. Nessa situação, o Senado
Federal funciona como um Tribunal de julgamento político, a partir de um
direito exclusivo assegurado pela Constituição, e não de um julgamento
criminal comum, realizado pelos óergãos do Judiciário, com análise de
aspectos totalmente diferentes.

As hipóteses de cometimento de crimes de responsabilidade do


Presidente da República estão elencadas na CF/88, art. 85, incisos I a VII. São
as seguintes:

Atentar contra:

1. A existência da União;
2. O livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério
Público e dos poderes constitucionais das unidades da federação;
3. O exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
4. A segurança interna do País;
5. A Lei Orçamentária;
6. O cumprimento das leis e das decisões judiciais;

O mesmo artigo da CF/88 também dispõe que lei especial definirá tais
crimes e estabelecerá as normas de processo e julgamento. A Lei 1.079/50
(Lei dos Crimes de Responsabilidade), em seu art. 4º, enumera os mesmos
crimes, acrescentando a probidade na administração, a guarda e o legal
emprego dos dinheiros públicos.

2
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 02

A prestação de contas anual do Presidente da República ao Congresso


Nacional, prevista pela Constituição Federal (art. 51, II), é também uma
conduta que revela a probidade na administração e seu não cumprimento pode
ser considerado crime de responsabilidade.

No processo de julgamento desses crimes, a Câmara dos Deputados é o


órgão responsável pelo recebimento e aceitação da denúncia. No art. 86, a
CF/88 dispõe que o quórum para abertura desse processo é o voto favorável
de 2/3 dos membros da Câmara dos Deputados. Admitida a denúncia pela
Câmara, a matéria é remetida ao Senado. O trâmite processual para o
julgamento, ou seja, o funcionamento do Senado como órgão judiciário,
encontra-se detalhado no RISF, Capítulo X, que trata das atribuições privativas
do Senado.

Chegando à Mesa do Senado, a matéria é lida no Período do Expediente


da sessão seguinte. Nessa mesma sessão, é eleita uma comissão especial para
cuidar da instrução do caso. Essa comissão deve ser formada por ¼ dos
membros do Senado. Encerrado o trabalho da comissão, é entregue o “libelo
acusatório”, que vai anexado ao processo, ao Presidente do Senado. Este, por
sua vez, envia todo o processo e a respectiva acusação ao Presidente do STF,
comunicando ainda a data prevista para julgamento.

Em relação ao acusado, o Primeiro-Secretário deve enviar-lhe uma cópia


autenticada de todas as peças do processo, juntamente com a intimação para
julgamento no SF.

Depois de instaurado o processo, o Presidente da República fica


suspenso de suas funções (CF/88, art. 86, § 1º, II), por 180 dias. Se, depois
desse prazo, o julgamento não estiver terminado, cessa o afastamento e o
Presidente pode retornar às suas funções. No entanto, o processo tem
seguimento (CF/88, art. 86, § 2º).

3
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 02

O artigo 378 do RISF assegura que, em qualquer hipótese, a sentença


condenatória só poderá ser proferida pelo voto de 2/3 dos membros do Senado
Federal. A sessão de julgamento realizada no Senado é presidida pelo
presidente do Supremo Tribunal Federal, presentes o acusado, seus advogados
e a comissão acusadora. É lido o processo e a defesa oferecida, podendo ser
inquiridas as testemunhas necessárias.

Vamos esquematizar os principais passos desse processo:

Ao final do julgamento, é produzida uma resolução com as


determinações geradas pelo Senado. De acordo com a Lei 1.079/50 (art. 35),
essa resolução deve constar da sentença que será lavrada pelo Presidente do
STF e assinada pelos senadores que participaram do julgamento. Depois, a
sentença é publicada no Diário Oficial e no Diário do Congresso Nacional.

Para exemplificar, vejam a Resolução do Senado que resultou do


processo de impeachment do ex-Presidente da República Fernando Collor de
Mello:

RESOLUÇÃO Nº 101, DE 1992

4
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 02

Dispõe sobre sanções no Processo de "Impeachment" contra o Presidente da República,


Fernando Affonso Collor de Mello, e dá outras providências.

ATENÇÃO: Quando o Senado, na condição de julgador, condena uma


autoridade, a penalidade é apenas política: perda do cargo, com inabilitação por
oito anos para o exercício de função pública, sem prejuízo das sanções judiciais
cabíveis. O Judiciário não pode reexaminar o mérito dessa decisão, mas pode
apreciar aspectos formais, pela via própria, a exemplo de um mandado de
segurança apresentado pelo Presidente da República, alegando que houve
irregularidade procedimental.

O SENADO FEDERAL resolve:

Art. 1º É considerado prejudicado o pedido de aplicação da sanção de perda do cargo de


Presidente da República, em virtude da renúncia ao mandato apresentada pelo Senhor
Fernando Affonso Collor de Mello e formalizada perante o Congresso Nacional, ficando o
processo extinto nessa parte.
Art. 2º É julgada procedente a denúncia por crimes de responsabilidade, previstos nos arts.
85, incisos IV e V, da Constituição Federal, e arts. 8º, item 7, e 9º, item 7, da Lei nº 1.079, de
10 de abril de 1950.
Art. 3º Em consequência do disposto no artigo anterior, é imposta ao Senhor Fernando
Affonso Collor de Mello, nos termos do art. 52, parágrafo único, da Constituição Federal, a
sanção de inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das
demais sanções judiciais cabíveis.
Art. 4º Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Senado Federal, 30 de dezembro de 1992.

Competência 2:

Determinar perda do mandato de Senador (CF/88, art. 55);

Suspender a imunidade parlamentar dos Senadores em estado de sítio (CF/88,


art. 53, § 8º).

5
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 02

Essas competências estão relacionadas ao Título VI, Capítulo I, Seção V


da Constituição – a parte do texto constitucional que veicula o Estatuto dos
Congressistas. É um conjunto de prerrogativas, direitos e deveres concedidos
aos parlamentares para o adequado desempenho de seus mandatos. A atuação
das Casas Legislativas nas competências mencionadas se dá em função do
parlamentar que motiva a decisão. Aqui, é “cada um no seu quadrado”:
Câmara decide se for deputado e o Senado, se for Senador, ambos por meio
de um projeto de resolução.

Determinar perda do mandato de Senador

A perda de mandato é a penalidade máxima aplicável a um deputado ou


senador, decidida pela Câmara ou pelo Senado, sendo insuscetível de revisão
pelo Poder Judiciário – exceto em relação à aplicação das formalidades
processuais, como a inobservância do direito de defesa, por exemplo. A
Constituição, nos arts. 54 e 55, determina as infrações que ensejam a perda
do mandato, divididas em dois grupos:

Valendo desde a expedição do diploma:

⇒ firmar ou manter contrato com a administração pública, seus órgãos e


entidades e concessionárias de serviços públicos;

⇒ aceitar ou exercer cargo, função ou emprego, nessas entidades, inclusive


aqueles dos quais sejam demissíveis ad nutum;

Valendo a partir da posse:

⇒ ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de


favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público ou
nela exercer função remunerada;

⇒ ocupar cargo ou função, nas entidades citadas acima, da qual seja


demissível ad nutum;

⇒ patrocinar causa em que seja interessada qualquer daquelas entidades;

6
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 02

⇒ ser titular de mais de um cargo ou mandato público eletivo;

⇒ apresentar comportamento incompatível com o decoro parlamentar;

⇒ falta de comparecimento, em cada sessão legislativa, à terça parte das


sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão
autorizada;

⇒ perda ou suspensão dos direitos políticos, declarada pelo órgão judiciário


competente;

⇒ perda de mandato, decretada pela Justiça Eleitoral;

⇒ condenação criminal em sentença transitada em julgado; e

⇒ abuso das prerrogativas constitucionais ou percepção de vantagens


indevidas.

Nessas hipóteses, a perda de mandato poderá ocorrer de duas formas:

1) mediante declaração da Mesa, de ofício ou mediante provocação de


qualquer de seus membros, ou de partido político representado no
Congresso Nacional, também assegurada ampla defesa (CF/88, art. 55, §
3º); ou
2) mediante provocação da Mesa ou de partido político representado no
Congresso Nacional, assegurada ampla defesa, por voto secreto e
maioria absoluta (CF/88, art. 55, § 2º).

Aí vocês vão perguntar: qual a diferença entre essas duas formas?

Na primeira, a Mesa declara a necessidade de perda de mandato pelo


reconhecimento de um fato consumado. São três casos em que isso ocorre:

⇒ falta de comparecimento, em cada sessão legislativa, a 1/3 das sessões


ordinárias;

7
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 02

⇒ perda ou suspensão de direitos políticos (decidida pela Justiça);

⇒ perda de mandato (decidida pela Justiça Eleitoral).

Percebam que, nesses casos, o Legislativo apenas dá cumprimento a


uma decisão originada de um órgão externo. É importante ter em mente que,
mesmo assim, é plenamente assegurado ao Senador acusado o direito de
contraditório e ampla defesa.

Já na segunda forma, o processo tem início mediante uma provocação:


pode ser da Mesa ou de algum partido político. No Senado, essa provocação se
dá pela apresentação de uma representação, denunciando o que houve de
errado. A representação é encaminhada para a Comissão de Constituição,
Justiça e Cidadania (CCJ), que vai proferir um parecer sobre a representação.
Então, é o Plenário se manifesta sobre esse parecer da CCJ. Se a
representação for aceita, o Presidente designa comissão específica para
instrução da matéria. Começa a fase de contraditório e ampla defesa do
acusado, diligências e outras providências necessárias. A comissão de
instrução elabora e aprova um projeto de resolução, no sentido da perda do
mandato ou do arquivamento definitivo do processo. Esse projeto de resolução
segue para o Plenário, onde é submetido a votação secreta (RISF, art. 291, I,
“b”), em sessão aberta, necessitando da aprovação da maioria absoluta da
composição do Senado (RISF, art. 288, III, “c”).

Esquematizando:

8
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 02

Suspender a imunidade parlamentar dos Senadores em estado de sítio

As imunidades conferidas a Deputados e Senadores servem para garantir


o funcionamento do Legislativo como instituição, buscando assegurar a
independência das decisões tomadas por esse Poder. Lembrem do período
correspondente aos governos militares, por exemplo, no qual vários mandatos
parlamentares foram cassados por razões políticas.

Com esse fim, a Constituição Federal definiu dois tipos de imunidades


parlamentares: as formais ou processuais e as materiais. As imunidades
materiais dizem respeito à emissão de opiniões, palavras e votos no exercício
do mandato. Ou seja, durante um discurso na tribuna do Senado, por exemplo,
um Senador pode afirmar o que quiser, sem configurar atitude delituosa. Já as
imunidades formais relacionam-se aos ritos processuais. Assim, desde a
expedição do diploma (antes da posse, portanto) os parlamentares não podem
ser presos, salvo flagrante de crime inafiançável (CF/88, art. 53, § 3º). Mesmo
neste caso, a Casa a que pertencer o parlamentar tem vinte e quatro horas
para resolver sobre a prisão, pelo voto da maioria dos seus membros (CF/88,
art. 53, § 2º). Além disso, os deputados e senadores possuem prerrogativa de
foro: desde a expedição do diploma, são submetidos a julgamento perante o
Supremo Tribunal Federal (CF/88, art. 53, § 1º).

Muito bem, a Constituição determinou que essas imunidades


permanecem valendo mesmo durante o estado de sítio. A suspensão somente
é aplicável nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional,
que sejam incompatíveis com a execução da medida (do estado de sítio). O
trâmite da suspensão segue basicamente os passos observados para a
declaração de perda de mandato de Senador: Mesa Ö CCJ Ö Plenário Ö
comissão específica Ö Plenário. A principal diferença reside no quórum. Para
suspensão de imunidade durante estado de sítio, é preciso aprovação de 2/3
dos membros do Senado (RISF, art. 288, I “c”), por meio de voto secreto
(RISF, art. 291, I, “d”), em sessão aberta.

Competência 3:

9
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 02

Autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União,


dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios (CF/88, art.
52, V);

Na autorização para empréstimos financeiros externos, o processo


começa com o recebimento da documentação e de um parecer técnico
encaminhado pelo Banco Central. Essa documentação deve permitir que os
Senadores conheçam a operação, os recursos para honrar os compromissos e
a sua finalidade (RISF, art. 389, I e III). Também é preciso encaminhar a
publicação oficial com a autorização do Poder Legislativo competente, por
exemplo, uma Assembleia Estadual (RISF, art. 389, II).

Chegando ao Senado, esse material é denominado de “Ofício S”. Ofício


porque se trata de uma comunicação externa que chega à Casa. “S” porque o
destinatário é o Senado – para diferenciá-lo do Ofício “CN”, do Congresso
Nacional.

Bem, esse Ofício “S” vai à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE),


para que ela se pronuncie a respeito do documento. A Comissão, por sua vez,
conclui seu parecer pela apresentação de um Projeto de Resolução,
autorizando ou negando a operação pleiteada (RISF, art. 390, I). O Projeto de
Resolução é lido em Plenário, numerado, publicado e aberto prazo de cinco
dias úteis para emendas. Depois, segue para a Ordem do Dia.

A resolução promulgada é enviada na íntegra à entidade interessada e ao


Banco Central, devendo constar do instrumento da operação (RISF, art. 390,
II). Também deve ser enviada ao Presidente da República, aos Governadores,
às Assembléias Legislativas, à Câmara Legislativa do Distrito Federal e aos
Prefeitos e Câmaras de Vereadores dos Municípios interessados, com a indi-
cação da sua publicação no Diário do Senado Federal e no Diário Oficial da
União (RISF, art. 396).

10
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 02

Durante a tramitação da matéria, qualquer Senador pode encaminhar à


Mesa documento destinado a complementar a instrução ou o esclarecimento
da matéria (RISF, art. 389, par. único). As mesmas regras se aplicam em
casos de aval da União, Estado, Distrito Federal ou Município para a
contratação de empréstimo externo por entidade autárquica subordinada a
eles.

Competência 4:

Fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o


montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios (CF/88, art. 52, VI);

Essa matéria tem início quando o Senado recebe a Mensagem do


Presidente da República encaminhando a proposta de fixação de limites (RISF,
art. 393, par. único, II).

Da mesma forma que a competência anterior, a matéria vai à CAE, que


conclui seu parecer pela apresentação de um Projeto de Resolução. Este é lido
em Plenário e publicado. Após isso, é aberto prazo para emendas e, a seguir,
o projeto é votado. A Resolução aprovada deve ser enviada ao Presidente da
República, aos Governadores, às Assembléias Legislativas, à Câmara
Legislativa do Distrito Federal e aos Prefeitos e Câmaras de Vereadores dos
Municípios interessados, com a indicação da sua publicação no Diário do
Senado Federal e no Diário Oficial da União (RISF, art. 396).

Competência 5:

Dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo


e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas
autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público federal (CF/88,
art. 52, VII);

Dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em


operações de crédito externo e interno (CF/88, art. 52, VIII);

11
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 02

Estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida


mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (CF/88, art. 52,
IX);

Esses temas são igualmente propostos por meio de Projetos de


Resolução da Comissão de Assuntos Econômicos. Nessa condição, os projetos
são lidos em Plenário, numerados, publicados e, após isso, é aberto prazo de
cinco dias úteis para emendas. A seguir, os projetos estão prontos para
entrarem na Ordem do Dia e serem votados. A Resolução aprovada deve ser
enviada ao Presidente da República, aos Governadores, às Assembléias
Legislativas, à Câmara Legislativa do Distrito Federal e aos Prefeitos e
Câmaras de Vereadores dos Municípios interessados, com a indicação da sua
publicação no Diário do Senado Federal e no Diário Oficial da União (RISF, art.
396).

Competência 6:

Falaremos aqui das atribuições relativas à competência tributária


dos Estados e do Distrito Federal. Estão dispostas no art. 155 da CF/88 e
também se materializam no processo legislativo por meio de Projeto de
Resolução do Senado (PRS), com trâmite semelhante aos casos das
competências anteriores. Há diferenças quanto à iniciativa e ao quórum
necessário para aprovação de algumas delas:

Fixar alíquotas máximas do imposto sobre transmissão “causa mortis” e


doação (ITCD) de quaisquer bens ou direitos (CF/88, art. 155, § 1º, IV);
Iniciativa: Comissão de Assuntos Econômicos.
Aprovação: maioria simples.

Estabelecer as alíquotas de ICMS aplicáveis às operações e prestações inte-


restaduais e de exportação (CF/88, art. 155, § 2º, IV);
Iniciativa: Presidente da República ou 1/3 dos membros do Senado Federal.
Aprovação: maioria absoluta de votos.

Obs.: ICMS é a sigla do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços.

12
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 02

Estabelecer alíquotas mínimas do ICMS nas operações internas (CF/88, art.


155, § 2º, V, a);
Iniciativa: 1/3 dos membros do Senado Federal.
Aprovação: maioria absoluta de votos.

Fixar alíquotas máximas do ICMS nas operações internas para resolver conflito
específico que envolva interesse de Estados e do Distrito Federal (CF/88, art.
155, § 2º, V, b).
Iniciativa: maioria absoluta dos membros do Senado Federal.
Aprovação: 2/3 da composição da Casa.

As Resoluções aprovadas devem ser enviadas ao Presidente da


República, aos Governadores, às Assembléias Legislativas, à Câmara
Legislativa do Distrito Federal e aos Prefeitos e Câmaras de Vereadores dos
Municípios interessados, com a indicação da sua publicação no Diário do
Senado Federal e no Diário Oficial da União (RISF, art. 396).

E aí, muita informação? Vamos usar nossas tabelas! Revisando as


competências 3, 4, 5 e 6:

INICIATIVA APROVAÇÃO
Autorizar operações CAE Maioria simples
externas de natureza
financeira, de interesse
da União, dos Estados,
do Distrito Federal, dos
Territórios e dos
Municípios (CF/88, art.
52, V);
Fixar limites globais Presidente da República Maioria simples
para o montante da
dívida consolidada da
União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos
Municípios (CF/88, art.
52, VI)
Dispor sobre limites CAE Maioria simples
globais e condições
para as operações de

13
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 02

crédito externo e
interno da União, dos
Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios,
de suas autarquias e
demais entidades
controladas pelo Poder
Público federal (CF/88,
art. 52, VII);
Dispor sobre limites e CAE Maioria simples
condições para a
concessão de garantia
da União em operações
de crédito externo e
interno (CF/88, art. 52,
VIII);
Estabelecer limites CAE Maioria simples
globais e condições para
o montante da dívida
mobiliária dos Estados,
do Distrito Federal e dos
Municípios (CF/88, art.
52, IX);
Fixar alíquotas máximas CAE Maioria simples
do ITCD (CF/88, art.
155, § 1º, IV);
Estabelecer as alíquotas Presidente da República Maioria absoluta
do ICMS aplicáveis às ou 1/3 dos Senadores
operações e prestações
interestaduais e de
exportação (CF/88, art.
155, § 2º, IV);
Estabelecer alíquotas 1/3 dos Senadores Maioria absoluta
mínimas do ICMS nas
operações internas
(CF/88, art. 155, § 2º,
V, a);
Fixar alíquotas máximas Maioria absoluta dos 2/3 da composição do
do ICMS nas operações Senadores Senado
internas para resolver
conflito específico que
envolva interesse de
Estados e do Distrito

14
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 02

Federal (CF/88, art.


155, § 2º, V, “b”);
Em todos os casos, as Resoluções aprovadas devem ser enviadas ao
Presidente da República, aos Governadores, às Assembléias Legislativas, à
Câmara Legislativa do Distrito Federal e aos Prefeitos e Câmaras de
Vereadores dos Municípios interessados, com a indicação da sua publicação no
Diário do Senado Federal e no Diário Oficial da União (RISF, art. 396).

Competência 7:

Suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional


por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal (CF/88, art. 52, X);

Quando o STF realiza o controle difuso de constitucionalidade, mediante


recurso extraordinário previsto na CF/88, art. 102, III, ele deve remeter a
decisão, após o trânsito em julgado, para o Senado Federal.

Recebida o acórdão do Supremo pela Câmara Alta, a decisão dos


Senadores será pela suspensão ou não da execução, no todo ou em parte, da
lei declarada inconstitucional. Ao decidir pela suspensão da execução, o
Senado está dizendo que aquela decisão do STF, antes restrita às partes do
processo (inter partes), passa a ter eficácia erga omnes, ou seja, para todos.

Cabe destacar que a suspensão da execução vale para todas as partes


da lei que forem consideradas inconstitucionais pelo STF, daí a expressão “no
todo ou em parte”. O Senado não pode, portanto, extrapolar o entendimento
do Supremo e suspender trechos que não foram considerados inconstitucionais
pelo Tribunal. Tampouco pode suspender apenas algumas partes, dentre as
que foram consideradas inconstitucionais. Deve suspender ou não exatamente
o conjunto de dispositivos legais considerados, pelo Supremo, incompatíveis
com a Carta Magna. Por outro lado, o Senado pode decidir por não estender a
todos os efeitos da decisão. Assim, a Casa não está obrigada, a partir da
comunicação do STF, a obrigatoriamente suspender a execução da lei ou das
partes da lei impugnadas.

15
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 02

O RISF, em seus artigos 386 a 388, determina o procedimento a ser


tomado nesses casos. Além da comunicação pelo STF (RISF, art. 386, I), o
Senado pode tomar ciência da decisão por meio de representação do
Procurador-Geral da República (RISF, art. 386, II). Nas duas hipóteses,
comunicada a decisão do STF ao Senado, ela será constituída em um processo
denominado Ofício “S”, lida em plenário e despachada para a Comissão de
Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Na CCJ será designado um relator e, a
partir do parecer que for aprovado pela Comissão, a CCJ deve elaborar um
projeto de resolução (RISF, art. 386, III), para suspender a execução da lei. O
processo enviado ao Senado pelo Supremo Tribunal Federal deve estar
instruído com o texto do dispositivo legal examinado, a cópia do acórdão do
STF e da versão do registro taquigráfico do julgamento, conforme exigência do
RISF, art. 387. A suspensão vale a partir da publicação da resolução aprovada
na Imprensa Oficial, tendo efeitos ex nunc (não retroativos).

Não vamos esquecer que esse projeto de resolução terá no Senado


tramitação terminativa, nos termos do RISF, art. 91, II. Significa que ele não
precisa, necessariamente, ser apreciadospelo Plenário da Casa, a menos que
haja, dentro de cinco dias úteis, recurso de 1/10 da composição do Senado.
Nessa situação, o projeto perde a condição de terminativo e vai a discussão e
votação no Plenário. Por fim, vocês já sabem, mas é sempre bom lembrar:
competência privativa se materializa por projeto de resolução. Não precisa,
portanto, ir à Câmara dos Deputados, sendo promulgada diretamente pelo
Presidente do Senado.

Vamos visualizar na prática uma resolução do Senado para suspensão


de lei considerada inconstitucional pela CCJ:

Faço saber que o Senado Federal aprovou, e eu, Renan Calheiros, Presidente, nos
termos do art. 48, inciso XXVIII e 91, inciso II, do Regimento Interno, promulgo a
seguinte

RESOLUÇÃO Nº 16, DE 2006

Suspende a execução da expressão "manter ou não o sigilo quanto ao objeto e à


autoria da denúncia", constante do § 1º do art. 55 da Lei Federal nº 8.443, de 16 de
julho de 1992, e do contido no disposto no Regimento Interno do Tribunal de Contas
da União, que, quanto à autoria da denúncia, estabelece a manutenção do sigilo.

16
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 02

O Senado Federal resolve:

Art. 1º É suspensa a execução da expressão "manter ou não o sigilo quanto ao objeto


e à autoria da denúncia" constante do § 1º do art. 55 da Lei Federal nº 8.443, de 16
de julho de 1992 e do contido no disposto no Regimento Interno do Tribunal de
Contas da União, quanto à manutenção do sigilo em relação à autoria de denúncia,
em virtude de declaração de inconstitucionalidade em decisão definitiva do Supremo
Tribunal Federal, nos autos do Mandado de Segurança nº 24.405-4 - Distrito Federal.
Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Senado Federal, em 14 de março de 2006

Senador RENAN CALHEIROS


Presidente do Senado Federal

Competência 8:

Elaborar seu regimento interno (CF/88, art. 52, XII);

A elaboração de seus próprios regramentos internos é competência


atribuída aos diversos órgãos autônomos instituídos e organizados pela
Constituição Federal. No que tange ao Poder Legislativo, a Câmara dos
Deputados e o Senado Federal detêm a prerrogativa de disciplinar o
funcionamento de suas atividades. Além disso, o Congresso Nacional pode da
mesma forma elaborar seu regimento interno.

Os regimentos e suas alterações posteriores são materializados no


processo legislativo por meio de projetos de resolução. Com isso, concluímos
que essa matéria se esgota no âmbito de cada Casa; não precisa ir à revisão,
nem ao Poder Executivo, sendo promulgada diretamente pelo Presidente do
Senado, da Câmara ou do Congresso Nacional. No Senado, os projetos de
resolução que alterem o Regimento Interno não podem ser terminativos,
devendo ir à Plenário para discussão e votação (RISF, art. 91, § 1°, V).

Um projeto de alteração do Regimento Interno pode ser de iniciativa de


qualquer Senador, da Comissão Diretora ou de comissão temporária para esse
fim criada, em virtude de deliberação do Senado. Isso ocorreu recentemente
quando da criação da comissão para fazer um estudo das alterações propostas
para o RISF.

Competência 9:

17
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 02

Dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação


ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de
lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias (CF/88, art. 52, XIII);

Da mesma forma que em relação aos Regimentos Internos, é garantida a


cada uma das Casas que compõem o Poder Legislativo a prerrogativa de
organizar seus serviços internos, incluindo aí a criação, transformação e
extinção de cargos.

Para disciplinar sua atividade administrativa, o Senado dispõe de um


Regulamento Administrativo, aprovado pela Resolução 58/72, com suas
posteriores alterações. Ele trata da estrutura e das competências dos órgãos
que compõem a Casa, bem como das atribuições de cada cargo.

Observe que, quanto à primeira parte desse inciso da Constituição, o


Senado legisla por meio de resolução. Já a segunda parte, “fixação da
respectiva remuneração”, deve ser feita por meio de uma lei ordinária, que
tramita pela Casa revisora e vai à sanção do Poder Executivo. Vejam, por
exemplo, a Lei 12.300/2010, que alterou o Plano de Carreira dos Servidores do
Senado Federal.

Competência 10:

Avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em


sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das administrações
tributárias da União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios (CF/88,
art. 52, XV);

Essa competência foi incluída pela EC 42/2003 e, na verdade, “choveu no


molhado”. Isso porque a fiscalização e controle da administração pública cabe
ao Poder Legislativo, levando ao raciocínio de que o Senado estaria autorizado
a proceder tal avaliação. Com a Emenda Constitucional, passa a existir
previsão expressa da competência do Senado para avaliar o desempenho das
administrações tributárias dos estados, municípios e DF.

18
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 02

No ano de 2007, a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE)


instituiu uma Subcomissão Temporária da Reforma Tributária, destinada,
segundo o requerimento que a criou, a “avaliar a funcionalidade do Sistema
Tributário Nacional e o desempenho das administrações tributárias e analisar a
Reforma Tributária”. Em 2009, essa subcomissão concluiu um relatório final,
que aguarda apreciação da CAE.

Para finalizar esse assunto, vamos resumir os casos onde o Senado


exerce sua competência constitucional privativa por meio de projetos de
resolução:

RESOLUÇÃO QUÓRUM DE APROVAÇÃO


Julgamento do Presidente e do Vice- 2/3 da composição do Senado
Presidente da República nos crimes de (RISF, art. 288, I, “a”).
responsabilidade, bem como os Ministros de
Estado e os Comandantes da Marinha, do
Exército e da Aeronáutica nos crimes da
mesma natureza conexos com aqueles
(CF/88, art. 52, I);
Julgamento dos Ministros do Supremo 2/3 da composição do Senado
Tribunal Federal, dos membros do Conselho (RISF, art. 288, I, “a”)
Nacional de Justiça e do Conselho Nacional
do Ministério Público, do Procurador-Geral da
República e do Advogado-Geral da União
(CF/88, art. 52, II)
Suspensão da imunidade parlamentar dos 2/3 da composição do Senado,
Senadores em estado de sítio (CF/88, art. voto secreto (RISF, arts. 288, I,
53, § 7º) “c” e 291, I, “d”)
Perda do mandato de Senador (CF/88, art. Maioria absoluta da composição
55,§ 2º) do Senado, voto secreto (RISF,
arts. 288, III, “c”, e 291, I, “b”)
Autorização para operações externas de Maioria simples
natureza financeira, de interesse da União,
dos Estados, do Distrito
Federal, dos Territórios e dos Municípios
(CF/88, art. 52, V)
Fixação de limites globais para o montante Maioria simples
da dívida consolidada da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios (CF/88, art. 52, VI)
Llimites globais e condições para as Maioria simples

19
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 02

operações de crédito externo e interno da


União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, de suas autarquias e demais
entidades controladas pelo Poder Público
federal (CF/88, art. 52, VII)
Limites e condições para a concessão de Maioria simples
garantia da União em operações de crédito
externo e interno (CF/88, art. 52, VIII)
Limites globais e condições para o montante Maioria simples
da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios (CF/88, art. 52, IX)
Fixação de alíquotas máximas do ITCD Maioria simples
(CF/88, art. 155, § 1º, IV);
Estabelecimento de alíquotas de ICMS Maioria absoluta da composição
aplicáveis às operações e prestações do Senado (RISF, art. 288, III,
interestaduais e de exportações (CF/88, art. “g”)
155, § 2º, IV)
Estabelecimento de alíquotas mínimas Maioria absoluta da composição
do ICMS nas operações internas (CF/88, art. do Senado (RISF, art. 288, III,
155, § 2º, V, a) “g”)
Fixação de alíquotas máximas do ICMS nas 2/3 da composição do Senado
operações internas, para resolver conflitos (RISF, art. 288, I, “b”)
específicos que envolvam interesse
de Estados e do Distrito Federal (CF/88, art.
155, § 2º, V, “b”)
Suspensão da execução, no todo ou em Maioria simples. Apreciação
parte, de lei declarada inconstitucional por terminativa pela CCJ (RISF, art.
decisão definitiva do Supremo 91, II)
Tribunal Federal (CF/88, art. 52, X)
Alteraração ou reforma do Regimento Interno Maioria simples
do Senado (CF/88, art. 52, XII)
Organização, funcionamento, polícia, criação, Maioria simples
transformação ou extinção dos cargos,
empregos e funções de seus serviços (CF/88,
art. 52, XIII)
Avaliação periódica da funcionalidade do Maioria simples
Sistema Tributário Nacional, em sua
estrutura e seus componentes, e o
desempenho das administrações tributárias
da União, dos Estados e do Distrito Federal e
dos Municípios (CF/88, art. 52, XV)

Competência 11:

20
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 02

Aprovar previamente, por voto secreto, após arguição pública, a escolha de


autoridades (CF/88, art. 52, III);

Aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em sessão secreta, a


escolha dos chefes de missão diplomática de caráter permanente (CF/88, art.
52, IV);

Vocês devem estar se perguntando por que essas competências, que


vem logo nos primeiros incisos do art. 52 da CF/88 só foram mencionadas
agora. É que em relação à escolha de autoridades, há um detalhe que pode
passar despercebido. Diferentemente da maioria das atribuições específicas do
Senado Federal, a escolha de autoridades se materializa por meio de uma
espécie de proposição legislativa chamada parecer. Não é aquele parecer
acessório, que consiste em instrução de determinada matéria. O parecer aqui é
o nome mesmo da proposição, que tem vida própria. Mas fiquem tranquilos,
pois nas próximas aulas estudaremos isso com mais detalhes. Por enquanto,
guardem essa informação: escolha de autoridade se dá por parecer, não por
projeto de resolução.

Na escolha de autoridades, o voto sempre será nominal (cada cabeça,


um voto), e secreto. A “arguição pública” é a oportunidade onde o indicado a
ocupar um desses cargos comparece ao Senado (geralmente na comissão
permanente que trata dos assuntos relativos ao órgão para o qual vale a
indicação) e é questionado pelos Senadores. Essa arguição é também chamada
de sabatina.

A CF/88, contudo, não traz expressamente todos os casos em que deve


haver aprovação prévia do Senado. O art. 52, III, “f”, afirma que também
precisam ser aprovados os nomes de “titulares de outros cargos que a lei
determinar”.

21
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 02

Já no caso da escolha de chefes de missão diplomática de caráter


permanente (embaixadores), não apenas o voto é secreto, mas a própria
arguição também se dá em sessão secreta. Lembrem do que já falamos em
aulas anteriores: em sessão secreta para escolha de autoridade diplomática,
não é admitida presença de deputado federal.

Depois de aprovadas nas comissões, os nomes das autoridades ainda


precisam ser votados pelo Plenário. Para relaxar, aí vai uma tabelinha com as
principais autoridades que precisam ser sabatinadas e aprovadas pelo Senado.
Atenção, pois nem todas precisam alcançar maioria absoluta para serem
aprovadas.

AUTORIDADE ONDE SABATINA QUÓRUM


Magistrados: Ministros do CCJ Maioria absoluta
STF, STJ, TST,
Procurador-Geral da CCJ Maioria absoluta
República e Advogado Geral
da União
Membros do Conselho CCJ Maioria absoluta
Nacional de Justiça e do
Conselho Nacional do
Ministério Público
Ministros do Tribunal de CAE Maioria absoluta
Contas da União indicados
pelo Presidente da
República*
Chefes de missão CRE Maioria absoluta
Diplomática
Governador de Território CCJ Maioria absoluta
Ministros do STM CCJ Maioria simples
Presidente e diretores do CAE Maioria simples
banco central;
Diretores de Agências Depende do tema da Maioria simples
Reguladoras agência reguladora

22
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 02

* A CF/88 determina apenas que os Ministros do TCU indicados pelo


Presidente da República serão sabatinados. Contudo, o Decreto Legislativo
06/93 prevê que mesmo os indicados pelo Congresso Nacional submetam-se à
arguição pública. O único detalhe é que se a Câmara dos Deputados estiver
indicando novo membro para o TCU, esse será sabatinado pela Comissão de
Finanças da Câmara dos Deputados (não passa pelo Senado). Se, em vez
disso, a indicação for do Senado ou do Presidente da República, passará
apenas pela Comissão de Assuntos Econômicos e pelo Plenário do Senado.

Competência 12:

Aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de


ofício, do Procurador-Geral da República antes do término de seu mandato
(CF/88, art. 52, XI);

Assim como aprova por maioria absoluta e votação secreta o nome


indicado pelo Presidente da República para chefe do Ministério Público da
União, o Senado deve aprovar a exoneração do ocupante do cargo, quando se
dá antes do término do mandato, de oficio, por iniciativa do Presidente da
República. Essa autorização também acontece por voto secreto da maioria
absoluta da Casa (RISF, art. 291, I, “a” e art. 288, III, “b”).

A mensagem do Presidente da República solicitando autorização para


destituir o Procurador-Geral da República deve ser lida em plenário e
distribuída à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania para apresentação
de parecer. Na tramitação da mensagem, aplica-se, no que couber, o disposto
para escolha de autoridades (RISF, art. 385, caput e par. único).

Agora, cuidado: o Senado também autoriza, pelo voto da maioria


absoluta, a destituição, antes do final do mandato, do Procurador Geral de
Justiça do Distrito Federal e Territórios. A CF/88 dispõe que os chefes do
Ministério Público dos Estados e do DF e Territórios serão destituídos pelo
próprio Legislativo, na forma de lei complementar (CF/88, art. 128, § 4°). No
caso dos estados, essa atribuição é das Assembleias Legislativas.

23
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 02

A lei complementar a que se refere a Constituição é a 75/93 – Lei


Orgânica do Ministério Público da União. Nela, está disposta a organização, os
atributos e o estatuto do MPDFT. E o artigo 156 dessa lei determina que o
chefe do MPDFT é nomeado pelo Presidente da República, e não pelo
Governador do DF. Além disso, essa mesma lei dispõe que Procurador-Geral do
MPDFT poderá ser destituído, antes do término do mandato, por deliberação da
maioria absoluta do Senado Federal, mediante representação do Presidente da
República (LC 75/93, art. 156, § 2°). Essa vinculação do MPDFT vem da
Constituição, quando atribui competência à União para organizar e manter o
MPDFT (CF/88, arts. 21, XIII e 22, XVII).

Competência 13:

Eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII (CF/88,
art. 52, XIV);

Outra competência privativa do Senado que não é exercida por meio de


projeto de resolução é a eleição dos membros indicados pela Casa para compor
o Conselho da República.

O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da


República, regulado em lei (CF/88, art. 90, § 2°) que se pronuncia nos casos
de intervenção federal, estado de defesa, estado de sítio e de questões
relevantes para a estabilidade das instituições democráticas.

Fazem parte desse conselho o Vice-Presidente da República, os


Presidentes e líderes da maioria e da minoria da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal e o Ministro da Justiça. Além deles, participam do Conselho
seis cidadãos brasileiros natos, com mais de 35 anos de idade, para um
mandato de três anos, vedada a recondução (CF/88, art. 89, VII). Desses seis,
dois são nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado
Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados. Perceba que o Poder
Legislativo tem participação consistente nesse Conselho.

24
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 02

No Senado, a eleição dos membros do Conselho da República é feita com


base em uma lista sêxtupla elaborada pela Mesa, ouvidas as lideranças. Será
eleito o indicado que obtiver a maioria de votos, presente a maioria absoluta
dos membros do Senado (RISF, art. 384, § 1°). Depois, passa-se a eleição do
segundo, dentre os cinco indicados restantes, seguindo o mesmo critério
(RISF, art. 384, § 2°).

Se nenhum dos indicados alcançar maioria de votos, repete-se a


votação. Persistindo o problema, a eleição fica adiada para outra sessão, a ser
convocada pela Presidência (RISF, art. 384, § 3°).

Procedimentos em Processo Legislativo

Já vimos que o processo legislativo é composto de várias fases no que


diz respeito à formação da lei (introdutória, constitutiva e complementar).
Agora, estudaremos as diferentes formas pelas quais a tramitação de uma
proposição acontece dentro do Parlamento, os chamados procedimentos ou
ritos: normal, abreviado, especial, concentrado, sumário e
sumaríssimo.

Procedimento Normal

Adotado para projetos de lei em geral, decretos legislativos e resoluções.


Consiste basicamente no processo que relatamos anteriormente. A matéria é
lida em plenário, despachada para as comissões pertinentes, onde recebe
emendas e pareceres. Depois, segue para o plenário, onde é novamente
discutida e votada.

Procedimento Abreviado

25
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 02

O procedimento abreviado consiste no poder terminativo das


comissões, garantido pela CF/88 e pelo RISF, que já estudamos quando
vimos as Comissões. Lembremos apenas que, nesse caso, a tramitação da
matéria será concluída nas comissões, com dispensa da competência do
Plenário, podendo a matéria seguir à Casa revisora, à sanção ou à
promulgação. Não esquecer: é possível a interposição de recurso, assinado por
1/10 do Senado (9 Senadores) para que a proposição vá ao Plenário.

Procedimentos especiais

São utilizados para: Propostas de Emenda à Constituição, Projetos de Lei


de Código (RISF, art. 354 a 374) e Medidas Provisórias (Res. nº 1/2002-CN).

Procedimento concentrado

É o que ocorre nas sessões conjuntas do Congresso, aplicado aos


projetos de leis orçamentárias, vetos, alteração do regimento comum e
delegação legislativa.

Procedimentos sumário e sumaríssimo

Para entender melhor esses dois procedimentos, precisamos aprender o


conceito de urgência. Intuitivamente, já podemos dizer que a urgência faz
com que a matéria passe a ter uma tramitação muito mais rápida do que teria
se estivesse submetida ao rito normal. Ela elimina prazos e algumas outras
formalidades que compõem o processo legislativo, mas três coisas não podem
faltar: parecer, publicação e quórum necessário para aprovação (RISF, art.
337).

26
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 02

O regime de urgência pode derivar de determinação constitucional ou


regimental. A urgência constitucional é aquela solicitada pelo Presidente da
República para projetos de lei de sua iniciativa (CF/88, art. 64, § 1°). Cada
uma das Casas do Congresso Nacional dispõe de 45 dias para apreciar a
matéria. Do contrário, ficará trancada a pauta de deliberações legislativas da
Casa onde se encontrar (CF/88, art. 64, § 2°). Esses prazos ficam suspensos
durante os períodos de recesso do Congresso Nacional, como manda a CF/88,
art. 64, § 4º.

Outro caso de regime de urgência previsto na Constituição é a


apreciação de atos de outorga ou renovação de concessão, permissão ou
autorização para serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens. Os
projetos de decreto legislativo relativos a essa materia também possuem prazo
de tramitação de quarenta e cinco dias em cada Casa, consecutivamente
(CF/88, art. 223, § 1°).

O projeto no regime de urgência constitucional, além de ter prazo certo


para ser aprovado, tem sua apreciação pelas comissões temáticas feita de
forma simultânea. As emendas são apresentadas apenas na primeira comissão
constante do despacho. Se houver pedido de vista, esta só poderá ser
concedida antes dos últimos dez dias de tramitação do projeto e pelo prazo de
24 horas (RISF, art. 132, § 3º).

Já a urgência regimental no Senado é solicitada por meio de uma


proposição legislativa chamada requerimento. Diferentemente dos demais
tipos de procedimentos que estudamos, nos quais a natureza da matéria
define o procedimento que será utilizado, nos rito sumário e sumaríssimo é
preciso haver uma provocação para que passem a ser consideradas urgentes.
Apenas algumas matérias tramitam em regime de urgência dispensando
apresentação de requerimento, como a autorização para o Presidente da
República declarar guerra e celebrar paz.

27
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 02

A urgência regimental se divide em três casos, do “mais” para o “menos”


urgente. Cada caso de urgência possui regras específicas, que resumimos na
tabela mais abaixo. Dediquem atenção à ela, pois, de agora em diante, sempre
que nos referirmos a regime de urgência regimental no Senado, usaremos a
terminologia: urgência caso 1, 2 ou 3.

As proposições submetidas aos casos de urgência 2 e 3 tramitam em


rito sumário. Já as matérias do caso 1 configuram o rito sumaríssimo,
também chamado de “urgência urgentíssima” (que pleonasmo, hein?).

No caso 1, sendo matéria que envolva perigo para a segurança nacional


ou providência para atender a calamidade pública, já pode ser apresentado
requerimento em plenário para que a matéria passe a tramitar em regime de
urgência urgentíssima. O requerimento pode ser assinado pela Mesa, pela
maioria dos membros do Senado (41 Senadores) ou por líderes que
representem esse número, sendo apresentado em qualquer momento da
sessão. Aprovado o requerimento, passa-se à votação da matéria. O parecer é
oferecido imediatamente, sendo que o relator pode pedir duas horas de prazo.
O tempo para pedido de vista também é reduzido (meia hora). Podem ser
apresentadas emendas, também devendo o parecer sobre elas ser imediato.
Nessa urgência do caso 1, a publicação da matéria pode ser dar após a
aprovação da mesma pelo Plenário.

No caso 2, dizemos que é uma urgência menos urgente porque aprova-


se um requerimento para que o projeto seja apreciado na segunda sessão
deliberativa ordinária seguinte. É preciso requerimento assinado por Comissão,
por 2/3 da composição da Casa (54 Senadores) ou por líderes que
representem esse número. Se o requerimento for aprovado, a matéria para a
qual se deseja regime de urgência entra, então, na Ordem do Dia da segunda
sessão deliberativa ordinária subsequente. O prazo para emendas vai só até o
encerramento da discussão. Havendo emendas, o relator deve oferecer parecer
sobre elas durante a mesma sessão, podendo pedir prazo de 24 horas.

28
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 02

Por fim, a urgência do caso 3 também exige que seja apresentado um


requerimento, assinado por Comissão, por 1/4 da composição do Senado (21
Senadores) ou líderes que representem esse número. Se o requerimento for
aprovado, a matéria de que ele trata entra na Ordem do Dia da 4ª sessão
deliberativa ordinária subsequente. O caso 3 é utilizado principalmente para a
votação daquelas matérias que estejam sem parecer. Entrando em regime de
urgência, a matéria precisa ganhar um parecer até a véspera da data em que
for entrar na Ordem do Dia. Se forem apresentadas emendas, a matéria vai
sair da Ordem do Dia e, novamente, voltar na 4ª sessão deliberativa ordinária
subsequente.

ATENÇÃO: As Propostas de Emenda à Constituição e os Projetos de Lei de


Código não podem tramitar em regime de urgência, pois, como vimos,
essas proposições possuem rito especial.

Também não podem entrar em regime de urgência os projetos de lei


ordinária de autoria de Senador e os projetos de resolução que versem
sobre a suspensão da execução, no todo ou em parte, de lei declarada
inconstitucional pelo STF (RISF, art. 336, par. único), salvo se houver
recurso para que essas matérias sejam encaminhadas ao Plenário.

Importante notar que as urgências dos casos 2 e 3 podem ser extintas,


mas, no caso 1, isso não é possível. Na urgência caso 2, o requerimento de
extinção deve estar assinado pela comissão requerente da urgência, pela
maioria da composição do Senado (41 Senadores) ou por líderes que
representem esse número. Na urgência caso 3, o requerimento deve estar
assinado pela comissão requerente, por 1/4 da composição do Senado (21
Senadores) ou por líderes que representem esse número.

Outro detalhe é que o adiamento de discussão, uma faculdade


regimental estendida às proposições em geral, não pode ser solicitado para
matérias submetidas a regime de urgência, segundo determina o RISF, art.
279.

29
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 02

Já o Regimento Comum do Congresso Nacional não prevê regime de


urgência para as matérias que ali tramitam. Quando esse rito se faz necessário
naquelas sessões, utiliza-se o Regimento do Senado para os casos de
calamidade pública e perigo de segurança nacional (art. 336, I), e o Regimento
da Câmara para as demais matérias.

Os pedidos de autorização para realizar determinadas operações de


crédito só podem ser apreciados em regime de urgência se for solicitado pela
Comissão de Assuntos Econômicos, nos termos do RISF, art. 338, V. As
operações são as seguintes: crédito externo; operações decorrentes de
convênios para aquisição de bens e serviços no exterior; emissão de títulos da
dívida pública; e a emissão de debêntures ou assunção de obrigações por
entidades controladas pelos Estados, DF ou Municípios que não exerçam
atividade produtiva ou não possuam receitas próprias. Essas operações estão
previstas nos arts. 28 e 33 da Resolução 43/2001-SF.

URGÊNCIAS REGIMENTAIS (ART. 336)


RITO SUMARÍSSIMO RITO SUMÁRIO
CASO 1: “URGÊNCIA CASO 2 CASO 3
URGENTÍSSIMA”
TIPO Matéria que envolva Votar matéria na 2a sessão Incluir em pauta
perigo para a segurança delib. ord. subsequente à matéria pendente de
nacional ou calamidade aprovação do req.; parecer;
pública;
QUEM PEDE Mesa 2/3 do SF 1/4 do SF
Maioria do SF Líderes equivalentes Líderes equivalentes
Líderes equivalentes Comissão Comissão
(RISF, art. 338, I) (RISF, art. 338, II) (RISF, art. 338, III)
QUANDO LÊ imediatamente, em Período do Expediente Período do
O PEDIDO qualquer fase da (RISF, art. 339, II) Expediente (RISF,
sessão. Pode art. 339, II)
interromper discurso,
discussão ou votação
(RISF, art. 339, I);
QUANDO Imediatamente Após a Ordem do Dia; Sessão deliberativa
VOTA O Máximo de dois seguinte, incluído em
PEDIDO requerimentos por sessão; Ordem do Dia;
Máximo de dois
requerimentos por
sessão;
PARECER Oferecido de imediato; Quando a matéria for Entre a concessão da
Parecer oral (RISF, art. anunciada na Ordem do Dia urgência e a véspera
346, § 2º); (RISF, art. 346, II); da Ordem do Dia em

30
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 02

Relator pode pedir prazo Pode ser oral, por motivo que a matéria deva
de até 2 horas, mas justificado (RISF, art. 346, § figurar (RISF, art.
Ordem do Dia 2º); 346, III);
prossegue (RISF, art. Pode ser oral, por
346, I); motivo justificado
(RISF, art. 346, §
2º);
PEDIDO DE MEIA HORA (RISF, art. 24 HORAS (RISF, art. 132, 24 HORAS (RISF, art.
VISTAS 132, § 2º, I); § 2º, II); 132, § 2º, I);
DELIBERA A Imediatamente após a 2a sessão deliberativa 4a sessão deliberativa
MATÉRIA concessão da urgência ordinária que se seguir à ordinária que se
(RISF, art. 345, I); urgência, incluída a matéria seguir à urgência
na Ordem do Dia (RISF, art. (RISF, art. 345, III);
345, II);
PARECER Proferido Pode ser proferido ime- Proferido até a
SOBRE imediatamente, por diatamente, ou, se matéria véspera da 4a sessão
EMENDAS relator designado pelo complexa, em 24 horas. deliberativa ordinária
Presidente, podendo Nesse caso, a matéria entra subsequente (RISF,
pedir 2 horas de prazo na sessão deliberativa art. 348, III);
(RISF, art. 348, I); ordinária subsequente
(RISF, art. 348, II);
REDAÇÃO Não depende de Não depende de publicação; Não depende de
FINAL publicação; submetida à submetida à deliberação do publicação;
deliberação do SF SF a juízo da Presidência, submetida à
imediatamente após a em qualquer fase da sessão deliberação do SF a
apresentação, ainda que (RISF, art. 351, II); juízo da Presidência,
com interrupção de em qualquer fase da
discussão ou votação sessão (RISF, art.
(RISF, art. 351, I); 351, II);
EXTINÇÃO NÃO EXTINGUE; até ser iniciada a votação da até ser iniciada a
DA matéria, mediante votação da matéria,
URGÊNCIA deliberação do Plenário mediante decisão do
(RISF, art. 352, II); Plenário (RISF, art.
352, II);
URGÊNCIA Autorização para PR Autorização para o
SEM REQ. declarar guerra/paz, Presidente e o Vice-
trânsito ou permanência Presidente da República se
temporária de forças ausentarem do País (RISF,
estrangeiras (RISF, art. art. 353, II);
353, I, “a”); Proposições sujeitas a
estado de defesa ou prazo, quando faltarem 10
sítio, intervenção dias para seu término
federal ou suspensão (RISF, art. 353, par. único);
dessas medidas (RISF,
art. 353, I, “b”);
OBS. SÓ AQUI se permite
diligência. Prazo
máximo 4 sessões
(RISF, art. 349);

31
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 02

Muito bem! Vamos agora aos nossos exercícios.

Exercícios

1) Cespe/Bacen/2009: As matérias de competência privativa do Senado


Federal não dependem de sanção presidencial e se materializam por meio de
decreto legislativo.

Errada. As decisões de competência privativa do Senado Federal são


materializadas por meio de resolução. O decreto legislativo é utilizado para
decisões de competência privativa do Congresso Nacional.

2) FGV/SF/Advogado/2008: A respeito da composição e competência


legislativa do Senado Federal, analise as afirmativas a seguir:

I. Compete privativamente ao Senado Federal processar e julgar o Presidente


e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os
Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da
Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles. Presidirá a
sessão de julgamento o Presidente do Supremo Tribunal Federal e a
condenação à perda do cargo com inabilitação, por oito anos, para o exercício
de função pública, somente será proferida por dois terços dos votos dessa
casa legislativa.

Correta. É o que dispõe a CF/88, art. 52, I.

II. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito


Federal, eleitos segundo o princípio majoritário. Cada Estado e Distrito Federal
elegerão três Senadores, com mandato de oito anos. A representação de cada
Estado e do Distrito Federal será renovada de quatro em quatro anos,
alternadamente, por um e dois terços.

Correta. CF/88, art. 46, § 1° e § 2°.

32
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 02

III. Compete privativamente ao Senado Federal aprovar previamente, por


voto secreto, após arguição pública, a escolha de Magistrados, nos casos
estabelecidos na Constituição, Ministros do Tribunal de Contas da União
indicados pelo Presidente da República, Governador de Território, Presidente e
diretores do Banco Central, Procurador Geral da República e titulares de
outros cargos que a lei determinar.

Correta. CF/88, art. 52, II. Atentar para o fato de que se trata de arguição
pública e voto secreto.

IV. Compete privativamente ao Senado Federal autorizar operações externas


de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito
Federal, dos Territórios e dos Municípios.

Correta. CF/88, art. 52, V.

Assinale:

(A) se somente a afirmativa I estiver correta.


(B) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
(C) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Gabarito: E

3) Cespe/SF/Consultor de Orçamentos/1996: Ao Senado Federal compete


julgar, como órgão judiciário, o Presidente e o Vice-Presidente da República, os
Ministros do STF, o PGR e o AGU nos crimes de responsabilidade. Julgue os
itens seguintes relativos a esses casos:

a) A eventual condenação limitar-se-á à perda do cargo com inabilitação, por


oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo, porém, de outras
sanções judicialmente imponíveis.

Correta, conforme dispõe a CF/88, art. 52, par. único.

33
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 02

b) Quando acusado, o Presidente da República será suspenso de suas funções,


logo que instaurado o processo, até o máximo de cento e oitenta dias. Uma
vez implementado esse prazo e não encerrado o julgamento, cessará a
suspensão, sem embargo dea continuar o processo.

Correto. Ver CF/88, art. 86:


§ 1º “O Presidente ficará suspenso de suas funções:
(...)
II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo
Senado Federal.
§ 2º: “Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não
estiver concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do
regular prosseguimento do processo”.

c) A instrução do processo e o oferecimento de libelo acusatório competirão à


comissão formada com esse fim específico.

Correta. É o que determina o RISF, art. 380, II e III:


II - na mesma sessão em que se fizer a leitura, será eleita comissão,
constituída por um quarto da composição do Senado, obedecida a propor-
cionalidade das representações partidárias ou dos blocos parlamentares, e que
ficará responsável pelo processo.
III – a comissão encerrará seu trabalho com o fornecimento do libelo
acusatório, que será anexado ao processo e entregue ao Presidente do Senado
Federal, para remessa, em original, ao Presidente do Supremo Tribunal
Federal, com a comunicação do dia designado para o julgamento.

d) Presidirá a sessão de julgamento o Presidente do Tribunal Superior Eleitoral.

Errada. Quem preside a sessão de julgamento é o Presidente do Supremo


Tribunal Federal, nos termos da CF/88, art. 52, par. único.

e) O SF julgará também os crimes de responsabilidade perpetrados por


Ministros de Estado, quando conexos com crimes de responsabilidade de
autoria do Presidente ou do Vice-Presidente da República.

34
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 02

Correta. CF/88, art. 52, I.

4) Cespe/SF/Advocacia/1995: Em relação à responsabilidade do Presidente da


República, julgue:

a) Os crimes são definidos em lei complementar, que estabelece as normas de


processo e de julgamento.

Errada. Nos termos do parágrafo único do art. 85 da CF/88, os crimes serão


definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de processo e
julgamento. Não é uma lei complementar.

b) Considera-se crime atentar contra a lei orçamentária.

Correta. Está na CF/88, art. 85, VI.

c) O julgamento dá-se perante o Congresso Nacional.

Errada. O julgamento do Presidente da República em caso de crime de


responsabilidade compete ao Senado Federal (CF/88, art. 52, I).

d) A acusação deve ser admitida por dois terços da Câmara dos Deputados.

Correta. CF/88, art. 51, I.

e) O presidente fica suspenso de suas funções, após a admissão da acusação


pela Câmara dos Deputados.

Errada. O Presidente da República é afastado de suas funções após a


instauração do processo pelo Senado Federal (CF/88, art. 86, § 1º, II).

5) Cespe/TRE-MA/Analista Judiciário/2009: O STF tem competência


constitucional para rever e alterar a decisão do Senado Federal exarada em
processo de apuração de crime de responsabilidade do presidente da
República.

35
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 02

Errada. O controle judicial no processo de apuração de crime de


responsabilidade do Presidente da República é admitido desde que se alegue
lesão ou ameaça a direito. O Legislativo realiza julgamento de natureza
política, não sendo dada ao STF a competência de rever ou alterar a decisão
tomada pelo Senado Federal nesse caso, o que feriria o princípio da separação
de Poderes.

6) Cespe/TRT 1ª/Analista/2008: A escolha de chefes de missão diplomática é


aprovada pela Câmara dos Deputados, por maioria de votos, em escrutínio
secreto.

Errada. Essa competência é privativa do Senado Federal (CF/88, art. 52, IV)

7) Cespe/MPT/Procurador/2008: A exoneração, de ofício, do Procurador-Geral


da República, por iniciativa do Presidente da República, deverá ser precedida
de autorização da maioria simples do Senado Federal, em votação aberta.

Errada. A exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da República deve ser


aprovada pelo Senado Federal por maioria absoluta e por voto secreto (CF/88,
art. 52, XI).

8) Esaf/CGU/AFC/2008: O Procurador-Geral de Justiça do Ministério Público


dos Estados e o do Distrito Federal e Territórios pode ser destituído por
deliberação da maioria absoluta do Poder Legislativo, na forma da lei
complementar respectiva.

Correta. Está reproduzindo o que diz a CF/88, art. 128, § 4º. Lembrem-se de
que essa destituição, no caso do Ministério Público do DF e Territórios, é
deliberada pelo Senado Federal.

9) Cespe/TRT 1ª/Analista/2008: Compete ao Congresso Nacional a aprovação,


com o quorum mínimo da maioria absoluta, do Procurador-Geral do Trabalho,
pelo voto secreto, após arguição pública.

36
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 02

Errada. A aprovação de autoridades indicadas pelo Presidente da República


compete precipuamente ao Senado Federal. O Procurador-Geral do Trabalho é
escolhido por meio de eleição dentre membros da carreira, sendo nomeado
pelo Procurador-Geral da República (Lei Complementar 75/93, art. 88).

10) Cespe/TJRR/Auxiliar Administrativo/2006: Compete privativamente ao


Senado Federal aprovar, por voto aberto, sem arguição pública, a escolha de
Procurador-Geral da República, do presidente e dos diretores do Banco Central
e de governador de território.

Errada. São dois erros: essa aprovação se dá por meio de voto secreto e é
precedida de arguição pública (CF/88, art. 52, III).

11) Cespe/SF/Advocacia/1995: O Senado Federal:

a) compõem-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos


segundo o sistema proporcional.

Errada. Como vimos na Aula 0, o Senado é composto por representantes dos


Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majoritário (CF/88,
art. 46).

b) Resolve definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais, que


acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimonio nacional.

Errada. Essa competência é do Congresso Nacional. As duas Casas Legislativas


precisam se manifestar (CF/88, art. 49, I).

c) Aprova a escolha do Procurador-Geral da República.

Correta. Está na CF/88, art. 52, III, “e”.

d) Aprecia os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de


rádio e de televisão.

37
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 02

Correta. A apreciação dos atos de concessão e renovação de concessão de


emissoras de rádio e de televisão não é uma competência exclusiva do Senado
Federal. No entanto, por ser de competência do Congresso Nacional – segundo
a CF/88, art. 49, XII –, a apreciação da matéria precisa passar pelas duas
Casas Legislativas.

e) Delibera por maioria de votos, estando presentes a maioria absoluta dos


seus membros, salvo disposição constitucional em contrário.

Correta. Essa disposição constitucional (CF/88, art. 47) vale para o Senado
Federal, Câmara dos Deputados, Congresso Nacional e suas respectivas
comissões.

12) Cespe/Bacen/2009: Não colide materialmente com a CF a determinação de


que sejam previamente aprovadas, pelo Poder Legislativo, as indicações dos
presidentes das entidades da administração pública indireta.

Errada. Analisando a Constituição, podemos observar que o Presidente da


República tem competência para nomear os dirigentes das autarquias federais,
com base no art. 84, XXV. O mesmo artigo, em seu inciso XIV, estabelece que
a aprovação prévia pelo Senado Federal pode se estender a outros servidores
nomeados pelo Presidente da República, quando determinado em lei. O
Supremo Tribunal Federal, ao julgar a ADI-MC 2.225/SC, estendeu o mesmo
entendimento também às fundações públicas. No entanto, no julgamento da
ADI 1.642/MG, o STF afirmou ser inconstitucional a exigência de aprovação
prévia do Poder Legislativo para a nomeação dos dirigentes das empresas
públicas e sociedades de economia mista. O Supremo considerou que tal
determinação estaria violando o art. 173 da CF/88. Logo, temos que: a
exigência de aprovação prévia pelo Senado Federal de nomeados para a
administração indireta não colide materialmente com a CF no caso das
autarquias e fundações públicas. Mas, tratando-se de empresa pública e
sociedade de economia mista, tal exigência afronta o art. 173 da CF.

13) Cespe/TRT 1a/Analista/2008: O Senado Federal poderá conceder eficácia


erga omnes à decisão do STF em sede de ação direta de inconstitucionalidade.

38
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 02

Errada. O Senado só suspende a execução de lei considerada inconstitucional


pelo STF, estendendo erga omnes os efeitos da decisão, quando o Tribunal
declara a inconstitucionalidade em sede de controle difuso, não em ação
direta de inconstitucionalidade (controle concentrado). Nesse último caso, o
STF já concede eficácia erga omnes.

14) Cespe/TRT 10ª Região/Analista Judiciário/2004: Tendo o STF expedido o


ofício ao Senado Federal informando-o da declaração de inconstitucionalidade
de determinada lei, deve o Senado suspender-lhe a eficácia, uma vez que se
trata de ato vinculado do Legislativo.

Errada. A suspensão da execução, pelo Senado, de lei considerada


inconstitucional pelo STF não consiste em ato vinculado. Cabe aos Senadores
decidir se farão isso ou não. Caso optem pela suspensão, esta só pode se dar
nos estritos termos propostos pelo Supremo (o Senado não pode estender ou
restringir os efeitos da decisão em relação a algumas partes, por exemplo).

15) Cespe/STJ/Analista Judiciário/2004: O conselho da República é órgão


deliberativo cujos membros são o vice-presidente da República, o presidente
da Câmara dos Deputados, o presidente do Senado Federal, os líderes da
maioria e da minoria na Câmara dos Deputados, os líderes da maioria e da
minoria no Senado Federal, o ministro da Justiça e seis cidadãos brasileiros
natos.

Correta. Ver CF/88, art. 89.

16) Cespe/STJ/Analista Judiciário/2004: A Constituição Federal estabelece


rigorosamente as hipóteses em que o Senado declara inconstitucionalidade e
suspende os efeitos de atos normativos declarados inconstitucionais.

Errada. O Senado não declara a inconstitucionalidade, apenas pode suspender


a execução, no todo ou em parte, dos atos normativos que forem declarados
inconstitucionais pelo STF, concedendo eficácia erga omnes a essa decisão
(CF/88, art. 52, X).

39
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 02

17) Cespe/TJDFT/Serviços Notariais/2001: É dispensável a intervenção do


Senado Federal para a suspensão da execução de lei declarada inconstitucional
pelo STF em ação direta de inconstitucionalidade.

Correta. O Senado só vai intervir, suspendendo a execução de lei declarada


inconstitucional pelo STF, em casos de controle de constitucionalidade difuso, e
não de controle concentrado. Assim, o Senado não atua se a decisão do STF se
deu em sede de ação direta de inconstitucionalidade (controle concentrado).

18) Cespe/AGU/2004: Apesar da forma federativa do Estado brasileiro, o


Senado Federal tem competência para avaliar o desempenho das
administrações tributárias das unidades da Federação.

Correta. É o que prevê o art. 52, XV, da CF/88.

19) Esaf/ISS-RJ/2010: Sobre o ICMS – Imposto sobre Circulação de


Mercadorias e Serviços –, Resolução do Senado Federal estabelecerá as
alíquotas aplicáveis às operações e prestações interestaduais e de exportação.

Correta. A questão reproduz o que dispõe a CF/88, art. 155, § 2º.

20) Esaf/ISS-RJ/2010: Sobre os tributos de competência dos estados e do


Distrito Federal, é incorreto afirmar que relativamente ao imposto sobre
propriedade de veículos automotores, suas alíquotas mínimas nacionais, que
poderão ser diferenciadas em função do tipo e utilização do veículo, serão
fixadas pelo Senado Federal.

Errada. A questão afirma estar incorreto dispositivo previsto na Constituição. A


Lei Maior prevê exatamente isso. O imposto sobre propriedade de veículos
automotores (IPVA) (CF/88, art. 155, III) terá alíquotas mínimas fixadas pelo
Senado Federal (CF/88, art. 155, § 6º, I) e poderá ter alíquotas diferenciadas
em função do tipo e utilização (CF/88, art. 155, § 6º, II).

21) Cespe/SF/Consultor Legislativo/2002 (adaptada): Para que o estado de


Tocantins possa contrair empréstimo frente a um banco privado suíço, é
necessário aprovação do Senado Federal.

40
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 02

Correta. Compete ao Senado autorizar operações externas de natureza


financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Territórios e dos Municípios, nos termos da CF/88, art. 52, V.

22) Cespe/SF/Consultor Legislativo/2002 (adaptada): O Senado Federal pode


estabelecer, mediante resolução aprovada pela maioria absoluta de seus
membros, alíquotas mínimas para o imposto sobre as operações relativas à
circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS) incidente sobre
operações internas.

Correta. É o que prevê a Constituição em seu artigo 155, § 2º, V, “a”.

23) Cespe/Juiz/TRF 1ª/2009: De acordo com a CF, pelo procedimento


legislativo abreviado, as comissões, em razão da matéria de sua competência,
podem discutir e votar projeto de lei que dispense, na forma regimental, a
competência do plenário.

Correto. O processo legislativo abreviado corresponde à tramitação terminativa


de proposições, na qual a apreciação se esgota nas comissões, dispensada a
competência do plenário, salvo recurso (CF/88, art. 58, § 2º, I).

24) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): Considere a seguinte


situação hipotética. Os líderes dos partidos A e B, cujos liderados perfazem um
terço da composição do Senado, apresentaram requerimento de urgência, com
vistas a que o projeto a que se referia o requerimento fosse incluído na Ordem
do Dia da mesma sessão. Nessa situação, o presidente do Senado deverá dar
seguimento à tramitação do requerimento de urgência.

Errada. Para que matéria seja incluída na Ordem do Dia da mesma sessão é
preciso versar sobre assunto de calamidade pública, informação que não foi
trazida pela questão. Mesmo assim, seria preciso o requerimento da maioria
absoluta dos membros do Senado ou de líderes equivalentes a esse número, e
não apenas de um terço dos Senadores.

41
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 02

25) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): Considere a seguinte


situação hipotética. O presidente da Comissão Permanente X concedeu, pelo
prazo máximo de duas sessões, vista coletiva aos membros daquele órgão,
considerando que o projeto de lei de origem do presidente da República
tramitava em regime de urgência. Nessa situação, o presidente da Comissão
agiu corretamente.

Errada. Projeto de lei de iniciativa do presidente da República tramitando em


regime de urgência é caso de projeto com prazo determinado, encaixando-se
na regra prevista no RISF, art. 132, § 3º: “Quando se tratar de proposição
com prazo determinado, a vista, desde que não ultrapasse os últimos dez dias
de sua tramitação, poderá ser concedida por vinte e quatro horas”.

26) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): Considere a seguinte


situação hipotética. Ao ser lido requerimento de autoria do líder do Partido Z,
cuja bancada representa um terço da composição do Senado, em que
solicitava adiamento da votação, por duas sessões, de um projeto de lei, um
Senador levantou questão de ordem, alegando que, como a matéria tramitava
em regime de urgência, não cabia adiamento da votação. O presidente da
Casa, que presidia a sessão, não acatou a questão de ordem. Nessa situação,
agiu corretamente o presidente do Senado.

Errada. Em matérias submetidas a regime de urgência, não é possível haver


adiamento da discussão (RISF, art. 279). Estava com a razão, portanto, o
Senador que levantou questão de ordem.

27) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002: Durante sessão legislativa


extraordinária do Congresso Nacional, continua-se a contar prazo de projeto de
lei de origem do presidente da República para o qual solicitou urgência, mesmo
que ele não conste da pauta da convocação.

Errada. A CF/88, art. 64, § 4º, determina que esse prazo não corre nos
períodos de recesso do Congresso Nacional.

42
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 02

LISTA DE QUESTÕES DESTA AULA

1) Cespe/Bacen/2009: As matérias de competência privativa do Senado


Federal não dependem de sanção presidencial e se materializam por meio de
decreto legislativo.

2) FGV/SF/Advogado/2008: A respeito da composição e competência


legislativa do Senado Federal, analise as afirmativas a seguir:
I. Compete privativamente ao Senado Federal processar e julgar o Presidente
e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os
Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da
Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles. Presidirá a
sessão de julgamento o Presidente do Supremo Tribunal Federal e a
condenação à perda do cargo com inabilitação, por oito anos, para o exercício
de função pública, somente será proferida por dois terços dos votos dessa
casa legislativa.
II. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito
Federal, eleitos segundo o princípio majoritário. Cada Estado e Distrito Federal
elegerão três Senadores, com mandato de oito anos. A representação de cada
Estado e do Distrito Federal será renovada de quatro em quatro anos,
alternadamente, por um e dois terços.
III. Compete privativamente ao Senado Federal aprovar previamente, por
voto secreto, após arguição pública, a escolha de Magistrados, nos casos
estabelecidos na Constituição, Ministros do Tribunal de Contas da União
indicados pelo Presidente da República, Governador de Território, Presidente e
diretores do Banco Central, Procurador Geral da República e titulares de
outros cargos que a lei determinar.
IV. Compete privativamente ao Senado Federal autorizar operações externas
de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal,
dos Territórios e dos Municípios.

Assinale:
(A) se somente a afirmativa I estiver correta.
(B) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
(C) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

43
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 02

(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

3) Cespe/SF/Consultor de Orçamentos/1996: Ao Senado Federal compete


julgar, como órgão judiciário, o Presidente e o Vice-Presidente da República, os
Ministros do STF, o PGR e o AGU nos crimes de responsabilidade. Julgue os
itens seguintes relativos a esses casos:
a) A eventual condenação limitar-se-á à perda do cargo com inabilitação, por
oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo, porém, de outras
sanções judicialmente cabíveis.
b) Quando acusado, o Presidente da República será suspenso de suas funções,
logo que instaurado o processo, até o máximo de cento e oitenta dias. Uma
vez implementado esse prazo e não encerrado o julgamento, cessará a
suspensão, sem embargo da continuação do processo.
c) A instrução do processo e o oferecimento de libelo acusatório compete à
comissão formada para este fim específico.
d) Presidirá a sessão de julgamento o Presidente do Tribunal Superior Eleitoral.
e) O SF julgará também os crimes de responsabilidade perpetrados por
Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica,
quando conexos com crimes de responsabilidade de autoria do Presidente ou
do Vice-Presidente da República.

4) Cespe/SF/Advocacia/1995: Em relação à responsabilidade do Presidente da


República, julgue:
a) Os crimes são definidos em lei complementar, que estabelece as normas de
processo e de julgamento.
b) Considera-se crime atentar contra a lei orçamentária.
c) O julgamento dá-se perante o Congresso Nacional.
d) A acusação deve ser admitida por dois terços da Câmara dos Deputados.
e) O presidente fica suspenso de suas funções, após a admissão da acusação
pela Câmara dos Deputados.

5) TRE/MA/Cespe/Analista Judiciário/2009: O STF tem competência


constitucional para rever e alterar a decisão do Senado Federal exarada em
processo de apuração de crime de responsabilidade do presidente da
República.

44
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 02

6) Cespe/TRT 1ª/Analista/2008: A escolha de chefes de missão diplomática é


aprovada pela Câmara dos Deputados, por maioria de votos, em escrutínio
secreto.

7) Cespe/MPT/Procurador/2008: A exoneração, de ofício, do Procurador-Geral


da República, por iniciativa do Presidente da República, deverá ser precedida
de autorização da maioria simples do Senado Federal, em votação aberta.

8) Esaf/CGU/AFC/2008: O Procurador-Geral de Justiça do Ministério Público


dos Estados e o do Distrito Federal e Territórios pode ser destituído por
deliberação da maioria absoluta do Poder Legislativo, na forma da lei
complementar respectiva.

9) Cespe/TRT 1ª/Analista/2008: Compete ao Congresso Nacional a aprovação,


com o quorum mínimo da maioria absoluta, do Procurador-Geral do Trabalho,
pelo voto secreto, após arguição pública.

10) Cespe/TJRR/Auxiliar Administrativo/2006: Compete privativamente ao


Senado Federal aprovar, por voto aberto, sem arguição pública, a escolha de
Procurador-Geral da República, do presidente e dos diretores do Banco Central
e de governador de território.

11) Cespe/SF/ Advocacia/1995: O Senado Federal:


a) compõem-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos
segundo o sistema proporcional.
b) Resolve definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais, que
acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimonio nacional.
c) Aprova a escolha do Procurador-Geral da República.
d) Aprecia os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de
rádio e de televisão.
e) Delibera por maioria de votos, estando presentes a maioria absoluta dos
seus membros, salvo disposição constitucional em contrário.

12) Cespe/Bacen/2009: Não colide materialmente com a CF a determinação de


que sejam previamente aprovadas, pelo Poder Legislativo, as indicações dos
presidentes das entidades da administração pública indireta.

45
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 02

13) Cespe/TRT 1ª/Analista/2008: O Senado Federal poderá conceder eficácia


erga omnes à decisão do STF em sede de ação direta de inconstitucionalidade.

14) Cespe/TRT 10ª Região/Analista Judiciário/2004: Tendo o STF expedido o


ofício ao Senado Federal informando-o da declaração de inconstitucionalidade
de determinada lei, deve o Senado suspender-lhe a eficácia, uma vez que se
trata de ato vinculado do Legislativo.

15) Cespe/STJ/Analista Judiciário/2004: O conselho da República é órgão


deliberativo cujos membros são o vice-presidente da República, o presidente
da Câmara dos Deputados, o presidente do Senado Federal, os líderes da
maioria e da minoria na Câmara dos Deputados, os líderes da maioria e da
minoria no Senado Federal, o ministro da Justiça e seis cidadãos brasileiros
natos.

16) Cespe/STJ/Analista Judiciário/2004: A Constituição Federal estabelece


rigorosamente as hipóteses em que o Senado declara inconstitucionalidade e
suspende os efeitos de atos normativos declarados inconstitucionais.

17) Cespe/TJDFT/Serviços Notariais/2001: É dispensável a intervenção do


Senado Federal para a suspensão da execução de lei declarada inconstitucional
pelo STF em ação direta de inconstitucionalidade.

18) Cespe/AGU/2004: Apesar da forma federativa do Estado brasileiro, o


Senado Federal tem competência para avaliar o desempenho das
administrações tributárias das unidades da Federação.

19) Esaf/ISS-RJ/2010: Sobre o ICMS – Imposto sobre Circulação de


Mercadorias e Serviços –, Resolução do Senado Federal estabelecerá as
alíquotas aplicáveis às operações e prestações interestaduais e de exportação.

46
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 02

20) Esaf/ISS-RJ/2010: Sobre os tributos de competência dos estados e do


Distrito Federal, é incorreto afirmar que relativamente ao imposto sobre
propriedade de veículos automotores, suas alíquotas mínimas nacionais, que
poderão ser diferenciadas em função do tipo e utilização do veículo, serão
fixadas pelo Senado Federal.

21) Cespe/SF/Consultor Legislativo/2002 (adaptada): Para que o estado de


Tocantins possa contrair empréstimo frente a um banco privado suíço, é
necessário aprovação do Senado Federal.

22) Cespe/SF/Consultor Legislativo/2002 (adaptada): O Senado Federal pode


estabelecer, mediante resolução aprovada pela maioria absoluta de seus
membros, alíquotas mínimas para o imposto sobre as operações relativas à
circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS) incidente sobre
operações internas.

23) Cespe/Juiz/TRF 1ª/2009: De acordo com a CF, pelo procedimento


legislativo abreviado, as comissões, em razão da matéria de sua competência,
podem discutir e votar projeto de lei que dispense, na forma regimental, a
competência do plenário.

24) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): Considere a seguinte


situação hipotética. Os líderes dos partidos A e B, cujos liderados perfazem um
terço da composição do Senado, apresentaram requerimento de urgência, com
vistas a que o projeto a que se referia o requerimento fosse incluído na Ordem
do Dia da mesma sessão. Nessa situação, o presidente do Senado deverá dar
seguimento à tramitação do requerimento de urgência.

25) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): Considere a seguinte


situação hipotética.
O presidente da Comissão Permanente X concedeu, pelo prazo máximo de
duas sessões, vista coletiva aos membros daquele órgão, considerando que o
projeto de lei de origem do presidente da República tramitava em regime de
urgência. Nessa situação, o presidente da Comissão agiu corretamente.

47
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 02

26) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): Considere a seguinte


situação hipotética. Ao ser lido requerimento de autoria do líder do Partido Z,
cuja bancada representa um terço da composição do Senado, em que
solicitava adiamento da votação, por duas sessões, de um projeto de lei, um
Senador levantou questão de ordem, alegando que, como a matéria tramitava
em regime de urgência, não cabia adiamento da votação. O presidente da
Casa, que presidia a sessão, não acatou a questão de ordem. Nessa situação,
agiu corretamente o presidente do Senado.

27) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002: Durante sessão legislativa


extraordinária do Congresso Nacional, continua-se a contar prazo de projeto de
lei de origem do presidente da República para o qual solicitou urgência, mesmo
que ele não conste da pauta da convocação.

Gabarito

1E 2E 3CCEC 4ECECE 5E 6E 7E

8C 9E 10 E 11 E E C C C 12 E 13 E 14 E

15 C 16 E 17 C 18 C 19 C 20 E 21 C

22 C 23 C 24 E 25 E 26 E 27 E

48
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 03

Olá, concurseiros e concurseiras! Vamos à nossa terceira aula de


Processo Legislativo para o Senado Federal! Hoje trataremos de
proposições, emendamento, discussão, votação e destino, bem como de
proposições de legislaturas anteriores.

Proposições Legislativas

Vamos aprofundar um pouco mais no processo legislativo falando


agora das espécies de proposições legislativas.

A Constituição Federal (art. 59) elenca sete tipos de espécies


normativas que compõem o processo legislativo. Notem que a Constituição
está se referindo aos produtos, ao que sai do processo legislativo, e não
aos insumos, ou seja, o que entra no processo para ser estudado, debatido
e votado. São as seguintes as espécies legislativas:

⇒ Emendas à Constituição;
⇒ Leis complementares;
⇒ Leis ordinárias;
⇒ Leis delegadas;
⇒ Medidas provisórias;
⇒ Decretos legislativos;
⇒ Resoluções.

Já o RISF elenca, em seu artigo 211, quais são as espécies de


proposições legislativas que são submetidas à tramitação:

⇒ Propostas de emenda à Constituição;


⇒ Projetos: de lei ordinária, de lei complementar, de decreto
legislativo, de resolução, de consolidação, de código, de
conversão;
⇒ Requerimentos;
⇒ Indicações;
⇒ Pareceres;
⇒ Emendas;

E então? Sentiram falta de alguma coisa?

Talvez da Medida Provisória? Ou quem sabe da lei delegada?

O RISF só menciona a Medida Provisória uma única vez, quando


determina a ordem de prioridade em que as matérias constantes da pauta

1
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 03

de votação devem ser apreciadas (RISF, art. 163, I). As Medidas Provisórias
com prazo de tramitação esgotado possuem prioridade absoluta, com base
no que diz a Constituição (art. 62, § 6º).

Quanto à lei delegada, o Regimento Interno do Senado não toca no


assunto. Apenas o Regimento Comum do Congresso Nacional (RCCN) faz
menção a ela, em seu artigo 123. Adiante veremos como se dá a
tramitação dessas duas espécies.

O que é anteprojeto?

O anteprojeto de lei é um conceito que não se encontra no RISF e


formalmente não faz parte do processo legislativo. Porém, como esse
assunto foi abordado no último edital para Analista Legislativo, convém
explicar do que se trata.

O anteprojeto consiste em um estudo preliminar, uma espécie de


esboço que se faz para a elaboração do projeto. Antes de apresentar uma
proposição, é prudente que se estudem as normas a serem formuladas,
recolhendo o maior número de informações possíveis, ouvindo especialistas
no assunto e procurando estimar os impactos de determinada ação na
sociedade, entre outros itens.

O anteprojeto pode ser elaborado por um assessor ou um consultor


legislativo. Também é chamado de anteprojeto a proposta de projeto
apresentada em comissão, para que, mais à frente, seja elaborado um
projeto de autoria da comissão.

Portanto, o anteprojeto não é ainda o projeto, embora possa ter a


forma deste (rascunho ou minuta) e não inicia o processo legislativo. Para
que isso aconteça, é preciso que o projeto seja apresentado por alguém que
tenha competência para tal (como vimos na parte de iniciativa).

Proposta de Emenda à Constituição (PEC)

Já vimos muita coisa sobre PECs quando falamos do Processo


Legislativo na Constituição Federal. Para refrescar nossa memória, vamos
rever quem são os legitimados para apresentação desse tipo de proposta:

⇒ Presidente da República;
⇒ Mínimo de 1/3 dos Deputados Federais;
⇒ Mínimo de 1/3 dos Senadores (27);

2
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 03

⇒ Mais da metade das Assembléias Legislativas dos Estados,


manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus
membros.

Nos dois últimos casos, a tramitação da PEC pode iniciar pelo Senado.
Nos outros, começa sempre pela Câmara dos Deputados.

O primeiro autor da PEC (o dono da ideia) é chamado de Primeiro


Signatário. Antes de dar entrada na Mesa, ele precisa conseguir a
assinatura na PEC de mais, pelo menos, 26 Senadores, totalizando o
mínimo necessário de 1/3. Depois, a PEC passa a tramitar pelo
procedimento especial.

O RISF abre a possibilidade de que um signatário retire sua


assinatura de determinada proposição – vamos supor que ele tenha
“mudado de ideia”. Contudo, ele só vai poder retirar essa assinatura antes
da proposta ser publicada (RISF, art. 244, caput).

Muito bem, mas e se algum Senador resolve retirar sua assinatura e,


com isso, a PEC, que antes tinha 27 assinaturas, passa a ter só 26? O que
acontece? Nesse caso, como o número mínimo de subscritores deixou de
ser alcançado, o Presidente devolve a proposta ao primeiro signatário, que
pode tentar “correr atrás do prejuízo” e arrumar mais assinaturas para sua
PEC (art. 244, par. único). Essa sistemática vale também para outras
proposições que exijam número mínimo de subscritores para serem
apresentadas.

Para ser aprovada, a PEC precisa obter, no mínimo, 3/5 dos votos
favoráveis, em dois turnos, em cada Casa. Mais à frente, veremos de forma
pormenorizada como se dá sua tramitação.

Se aprovada, a Emenda Constitucional será promulgada conforme


seu número de ordem pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal.

Projetos

O projeto é a proposição legislativa mais genérica. Pode se classificar


em vários tipos, conforme a finalidade que deseja alcançar. Os Projetos de

3
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 03

lei ordinária podem ter autoria no Senado, na Câmara ou em comissão


dessas duas casas. O mesmo vale para projetos de lei complementar. Os
projetos de autoria extraparlamentar – Presidente da República, Supremo
Tribunal Federal, Tribunais Superiores e Procurador-Geral da República,
além da iniciativa popular – iniciam sua tramitação pela Câmara dos
Deputados. Ao chegarem ao Senado, recebem a nomenclatura de projetos
de lei da Câmara, ordinários ou complementares, independentemente da
iniciativa.

Projeto de Decreto Legislativo

Os Projetos de Decreto Legislativo dizem respeito às atribuições


exclusivas do Congresso Nacional, elencadas no art. 49 da CF/88. Podem
ter origem no Senado ou na Câmara dos Deputados, e tramitam pelas duas
Casas. Por ser matéria exclusiva, não precisa de sanção presidencial.
Enquadram-se nessa categoria a ratificação de tratados internacionais,
acordos internacionais, a renovação da concessão de empresas de
radiodifusão, entre outros.

Projeto de Resolução

São relacionados a matérias de competência privativa da Câmara dos


Deputados ou do Senado Federal, que já estudamos na aula 2.
Diferentemente dos Projetos de Decreto Legislativo, não passam pela
revisão da outra casa, muito menos pela sanção Presidencial. São exemplos
projetos de resolução que alteram o Regimento Interno e projetos que
regulam outras matérias internas da Casa.

No Congresso Nacional há duas hipóteses de resolução: o Projeto de


Resolução de Lei Delegada e o Projeto de Resolução para alterar normas do
Regimento Comum.

Projeto de Lei de Consolidação

O Projeto de Lei de Consolidação procura “aglutinar” normas


constantes em várias proposições legislativas que guardam pertinência
temática entre si, formando um único projeto. É um dispositivo
relativamente novo no Regimento e possui tramitação diferenciada. Não são
a mesma coisa que projetos de tramitação conjunta.

Na tramitação conjunta (art. 258 do RISF), duas ou mais proposições


regulando a mesma matéria podem ser instruídas, discutidas e votadas

4
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 03

conjuntamente. Para isso, é preciso que qualquer Senador ou Comissão


requeira a tramitação conjunta. Os dois projetos caminham juntos, mas
continuam sendo proposições separadas.

Projeto de Lei de Código

O projeto de Lei de Código disciplina matéria com alto grau de


complexidade. Exemplos: Código Civil, Código Processual Civil etc. A
tramitação desse tipo de projeto percorre um caminho diferente do de um
projeto de lei ordinária ou complementar, por demandar tempo maior de
estudo. Seus prazos são maiores e é formada uma comissão especial
para sua tramitação, que também estudaremos com mais detalhes adiante.

Projeto de Lei de Conversão

O Projeto de Lei de Conversão nada mais é que a Medida Provisória


enviada pelo Executivo e que tenha sofrido alteração substancial durante
sua tramitação em qualquer uma das duas casas. Após ser aprovado, o
Projeto de Lei de Conversão precisa passar pela sanção presidencial, o que
não ocorre com a Medida Provisória aprovada pelo Legislativo sem
modificação.

Requerimentos

Os requerimentos constituem o tipo de proposição mais genérica


estabelecida pelo RISF. Trata-se, em sua essência, de um pedido
formalizado no qual o autor irá requerer algum procedimento. Os
requerimentos formulados por Senadores nascem e morrem no Senado;
não passam pela Câmara dos Deputados. Já nas sessões conjuntas do
Congresso Nacional, a maior parte dos requerimentos deve ser apresentada
pelas lideranças.

No Senado, existem vários tipos de requerimentos, servindo para


uma série de situações. Diante disso, para facilitar nosso aprendizado,
vamos ter em mente alguns pontos principais sobre os requerimentos,
esquematizando as informações constantes no RISF (arts. 214 a 223).

Autoria: existem requerimentos individuais (apenas um Senador) ou


coletivos (precisam ser subscritos, ou seja, apoiados, por mais de um
Senador).

5
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 03

Vinculação: há requerimentos cuja existência está vinculada a


determinada proposição em trâmite (exemplo: adiamento de
discussão de proposição). Outros independem de qualquer proposição
para existirem. São os chamados requerimentos autônomos
(exemplo: requerimento de voto de pesar).

Formalização: podem ser orais ou escritos.

Decisão: por regra geral ou regras especiais.

Regra geral:

Votados pelo Plenário, por maioria simples, presente a maioria do


Senado – 41 Senadores (RISF, art. 215, caput). Requerimentos relativos ao
processso de discussão e votação das matérias obedecerão sempre à regra
geral.

Regras Especiais, em que são deliberados:

• Pela Mesa (RISF, art. 215, I);


• Pelo Presidente do Senado (RISF, art. 215, II);
• Pelo Plenário, presente no mínimo um décimo do Senado – 9
Senadores (RISF, art. 215, III).

A tabela abaixo tem o objetivo de servir como consulta para o estudo


sobre requerimentos. Ela compila os requerimentos previstos em todo o
texto do RISF, relacionando-os com as regras do artigo 215.

Formas de
deliberação
REGRAS ESPECIAIS
Oral, Leitura de qualquer matéria sujeita a conhecimento do Plenário;
despachado Inclusão em Ordem do Dia de matéria em condições de nela figurar;
na hora pelo Retificação de ata;
Presidente Permissão para Senador falar sentado;
Escrito, Retirada de proposição em curso no Senado;
despachado Retirada de indicação ou requerimento;
pelo Reconstituição de proposição;
Presidente Transcrição de documentos do Diário do Senado Federal;
Publicação de informações oficiais no Diário do Senado Federal;
Esclarecimento sobre atos da administração da Casa;
Escrito, Tramitação conjunta de proposições;
despachado Informações a serem prestadas por Ministros de Estado ou titulares de órgãos diretamente
pela Mesa vinculados à Presidência da República;
Licenças:
- para exercer missão no País ou no exterior;

6
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 03

- para tratar de interesses particulares;


- para desempenhar missão política ou cultural de interesse parlamentar;
- para se ausentar dos trabalhos, a serviço do Senado;
Escrito, Prorrogação do tempo regimental da sessão;
votado pelo Homenagens de pesar;
Plenário
(Mínimo de 9
Senadores
presentes)
REGRA GERAL
Escrito, Remessa a determinada comissão de matéria despachada a outra;
votado pela Prorrogação de prazo para apresentação de parecer;
maioria Sobrestamento de estudo de proposição;
simples, Dispensa de interstício e avulsos para inclusão da matéria em Ordem do Dia;
presente a Dispensa de publicação da redação final para a imediata apreciação pelo Plenário;
maioria da Inclusão em Ordem do Dia de matéria sem parecer;
composição Urgência;
da Casa Extinção de urgência;
Inversão da sequência dos trabalhos da Ordem do Dia;
Adiamento da discussão;
Dispensa de discussão;
Encerramento da discussão;
Adiamento da votação;
Destaque para aprovação de emenda;
Destaque para rejeição de dispositivo do projeto;
Destaque para rejeição de emenda;
Destaque para votação em separado
Preferências diversas;
Verificação de votação;
Votação em globo ou por grupos das emendas da Câmara a projeto do Senado;
Votação nominal;
Comparecimento de Ministro de Estado;
Constituição de comissão temporária;
Voto de aplauso, censura ou semelhante.
Realização de sessão especial;
Realização de sessão secreta;
Não realização de sessão em determinado dia;
Outros requerimentos não previstos expressamente no RISF.

Entre todos esses requerimentos, o RISF trata com mais detalhes dos
seguintes: Requerimentos de Informações, de Homenagem de Pesar e de
Voto de Aplauso ou Semelhante e Voto de Censura. Vejamos.

Requerimentos de Informação (RISF, art. 216)

Os requerimentos escritos de informação podem ser formulados


solicitando esclarecimentos de Ministro de Estado ou quaisquer titulares de
órgãos diretamente subordinados à Presidência da República. A recusa ou o
não atendimento da solicitação importará em crime de responsabilidade da
autoridade a quem foi dirigido o pedido de informações (CF/88, art. 50, §
2º).

7
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 03

O pedido de informações pode solicitar esclarecimentos sobre


qualquer assunto que esteja sendo discutido pelo Senado ou que esteja
relacionado com sua competência fiscalizadora. Mas o pedido é
exclusivamente de informação. Não pode pedir providência, consulta,
sugestão, conselhos etc.

Esses requerimentos são lidos no Período do Expediente, despachados


à Mesa, que vai decidir sobre eles (RISF, art. 215, I, “a”) e, se deferidos,
são encaminhados para a autoridade competente. Se o pedido for
indeferido pela Mesa, é arquivado (RISF, art. 216, IV). O prazo para que a
autoridade encaminhe a resposta ao pedido de informações é de 30 dias
(RISF, art. 216,§ 1º). Se esse prazo não for cumprido ou as informações
prestadas forem falsas, a autoridade incorre em crime de responsabilidade
(CF/88, art. 50, § 2º).

Requerimentos de Homenagem de Pesar (RISF, art. 218)

Os Requerimentos de Homenagem de Pesar permitem a inserção, em


ata, de um voto de pesar no qual o Senado se solidariza com o falecimento
de certas personalidades. Admite-se o requerimento de Homenagem de
Pesar por motivo de luto nacional decretado pelo Poder Executivo, ou por
falecimento de autoridades públicas ou ainda personalidade de relevo na
vida político-administrativa internacional. São votados pelo Plenário, com a
presença de, no mínimo, 9 Senadores (RISF, art. 215, III, “c”).

Ainda por motivo de pesar, é possível solicitar o levantamento da


sessão, ou seja, a interrupção dos trabalhos por motivo de luto. Porém,
essa suspensão só é possível se o falecimento for do Presidente da
República, do Vice-Presidente da República ou de membro do Congresso
Nacional, ou seja, não vale ex-parlamentar (RISF, art. 220).

Além disso, o Senado pode encaminhar condolências à família do


falecido, ao Estado do seu nascimento, ao partido político e a altas
entidades culturais a que haja pertencido e enviar Senadores para
representar a Casa nos funerais (RISF, art. 221, I e II).

Requerimentos de Voto de Aplauso ou Semelhante (RISF, art. 222)


e Voto de Censura (RISF, art. 223)

Os requerimentos de voto de aplauso ou voto de censura só podem


ser admitidos em relação a ato público ou acontecimento de alto significado
nacional ou internacional. A diferença desses dois requerimentos para os

8
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 03

demais é que, após serem lidos no Período do Expediente, serão enviados à


Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania ou à Comissão de Relações
Exteriores e Defesa Nacional, conforme o caso (RISF, art. 222, § 1º). Nas
comissões, esses requerimentos são instruídos e votados; depois vão à
Plenário.

Não confunda: esses requerimentos são apresentados em Plenário,


mas, para serem deliberados, precisam passar pelas comissões. Outra
coisa, distinta, são os requerimentos apresentados diretamente nas
comissões e decididos nelas mesmas.

Outro requerimento que precisa passar pelas comissões é o de


sobrestamento do estudo de proposição, mas quando for apresentado por
Senador. Sendo o requerimento de autoria de comissão, pode ser votado
pelo Plenário de imediato.

Previsto no art. 335 do RISF, o sobrestamento suspende


temporariamente o estudo de alguma proposição para aguardar: a
decisão do Senado ou o estudo de comissão sobre outra proposição com
ela conexa; o resultado de diligência; ou o recebimento de outra
proposição sobre a mesma matéria.

Quando apresentar requerimentos?

O momento pertinente para apresentar um requerimento baseia-se


no princípio da tempestividade, na oportunidade em que faz algum sentido
sua apresentação. Se quero alterar o procedimento de votação de uma
matéria, por exemplo, logicamente preciso apresentar o requerimento para
esse fim antes que a matéria seja votada. Quando o requerimento não se
encaixa em nenhum dos casos, é votado no Período do Expediente. Vamos
ver em resumo:

Momento Requerimento
Período do Requerimento cujo momento de apresentação não esteja determinado
Expediente no RISF;
Ordem do Dia Alteração da ordem das matérias da Ordem do Dia ou a proposição dela
constante;
Na hora da Adiamento de discussão ou votação;
votação Encerramento de discussão;e
Dispensa de discussão;
Votação por determinado processo;
Votação em globo ou parcelada;

9
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 03

Destaque de dispositivo ou emenda para aprovação, rejeição, votação


em separado ou constituição de proposição autônoma;
Retirada de proposição constante da Ordem do Dia;
Após a Ordem Inclusão, em Ordem do Dia, de matéria em condições de nela figurar;
do Dia Dispensa de publicação de redação final para imediata deliberação do
Plenário;
Antes do fim da Requerimento de prorrogação da sessão;
sessão
A qualquer Leitura de qualquer matéria sujeita ao conhecimento do Senado;
momento Permissão para Senador falar sentado;

Indicações

A indicação é uma proposição legislativa pouco comum. Consiste na


sugestão de Senador ou comissão para que determinado assunto seja
objeto de providência ou estudo pelo órgão competente da Casa (RISF, art.
224), podendo gerar a formulação de proposição legislativa.

O RISF, em seu art. 225, estabelece algumas restrições às indicações.


Assim, elas não podem conter consulta a qualquer comissão sobre
interpretação, aplicação de lei ou ato de outro Poder, nem sugestão ou
conselho a qualquer Poder.

A indicação não é discutida nem votada pelo Senado; o que vale é a


conclusão do parecer da comissão. Devido a essa série de limitações, a
indicação é um instrumento pouco utilizado pelos parlamentares.

Pareceres

Os pareceres que já estudamos em nosso curso consistem na


ferramenta para realizar a instrução de outra matéria. Não é o mesmo caso
dos pareceres do art. 211, V, do RISF. Os pareceres de que trata esse
inciso são proposições legislativas, que precisam ser discutidas e
votadas. Os melhores exemplos são os pareceres para escolha de
autoridades (RISF, art. 383, VII).

Emendas

As emendas também constituem um tipo de proposição. Sua principal


característica é ser acessória, pois complementa uma outra proposição, que
é a principal. No entanto, as emendas desempenham um papel significativo
no processo legislativo, pois expressam o aperfeiçoamento das proposições
legislativas – o chamado emendamento.

10
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 03

Toda emenda precisa ser justificada pelo seu autor, oralmente ou por
escrito (RISF, art. 233). Como regra geral, as emendas devem ser
apresentadas dentro de um prazo de 5 dias úteis perante Comissões, Mesa
ou Plenário:

Em comissão – A emenda é apresentada na comissão onde a


matéria está sendo estudada. O prazo é de 5 dias úteis contados da
publicação da matéria no Diário do Senado Federal (RISF, art. 235,
I). Exceção: Emendas à projetos de Código, que têm 20 dias úteis de
prazo.

Na Mesa – O prazo também é de 5 dias úteis contados da publicação


da matéria no Diário do Senado Federal. Junto à Mesa são
apresentadas emendas relativas a (RISF, art. 235, II):
⇒ projeto de alteração ou reforma do Regimento Interno;
⇒ projeto de decreto legislativo referente a prestação de contas do
Presidente da República;
⇒ projetos apreciados pelas comissões com poder terminativo, quan-
do houver interposição de recurso;
⇒ projeto, em turno único, que obtiver parecer favorável, quanto ao
mérito, das comissões;
⇒ projeto, em turno único, que obtiver parecer contrário, quanto ao
mérito, das comissões, desde que admitido recurso para sua
tramitação;
⇒ projetos de autoria de comissão;

Em Plenário – as emendas podem ser apresentadas nos seguintes


momentos:
a) no Período do Expediente: emenda a matéria a ser votada nessa
fase da sessão (RISF, art. 235, III, “a”, 1);
b) na Ordem do Dia: emenda a projeto em turno suplementar, ao
anunciar-se sua discussão (RISF, art. 235, III, “b”, 2);

Quanto à tipologia, as emendas podem ser supressivas,


substitutivas, modificativas, aditivas e substitutivas (RISF, art. 246,
II):

Supressivas Destinam-se a retirar certos dispositivos da


proposição a ser emendada.
Modificativas Altera dispositivos ou expressões da
proposição.
Aditivas O nome já diz. Adiciona conteúdo a

11
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 03

determinada matéria.
Substitutivas As emendas substitutivas alteram
profundamente o texto de determinada
proposições. Ela praticamente refaz toda a
proposição original. Nesse caso, o relatório
que acata as emendas é chamado de
“substitutivo”.

Na Câmara dos Deputados, além desses quatro tipos de emenda, existe


a chamada emenda aglutinativa, resultante da fusão de várias
emendas, ou delas com a proposição principal. No Regimento do
Senado em vigor, não há previsão de emenda aglutinativa.

Além da classificação acima, as emendas podem ser de mérito ou de


redação.

A emenda de mérito atinge o conteúdo da matéria, alterando seu


sentido. Já as emendas de redação tratam apenas do texto da proposição.
Se houver dúvida a respeito da emenda (é de redação ou de mérito?), a
Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania decide o assunto (RISF, art.
234, par. único).

Essa divisão é muito importante para o processo legislativo. O Senado


pode apresentar emendas a projetos que tenham vindo da Câmara dos
Deputados. Porém, se as emendas aprovadas pelo SF forem apenas
emendas de redação, o projeto não precisa voltar à Câmara.

Se, ao contrário, as emendas aprovadas pelo Senado forem de


mérito, o projeto volta para a apreciação da Câmara. Esta, porém, deve se
manifestar apenas em relação às emendas que vieram do Senado.

No entanto, toda emenda, seja de redação ou de mérito, deve ter


pertinência temática com a proposição a ser emendada (RISF, art. 230,
I). Não pode ir em sentido contrário à proposição quando esta for PEC,
projeto de lei ou de resolução (RISF, art. 230, II); também não pode
acarretar aumento de despesa nos Projetos de iniciativa do Presidente da
República e nos projetos sobre organização dos serviços administrativos do
próprio Senado, dos Tribunais Federais e do Ministério Público (RISF, art.
230, IV, “a” e “b”).

12
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 03

O Art. 231 do RISF permite que as emendas também possam ser


emendadas. São as chamadas subemendas, que precisam guardar
pertinência temática com a emenda principal.

Porém, há uma exceção em relação às subemendas: quando a


Câmara dos Deputados aprovar emendas de mérito a projetos do Senado e
este se manifestar sobre elas, não podem ser apresentadas subemendas
(RISF, art. 285).

Votação em globo e destaques

Aproveitando que o assunto é emendas, vamos trazer dois novos


conceitos: votação em globo e destaque.

Em regra, as votações são realizadas em globo, ou seja, toda a


proposição e suas emendas são votadas de uma vez só. Se aprovada a
matéria, também estarão aprovadas as emendas.

O destaque é solicitado por meio de requerimento de qualquer


Senador, deliberado pelo Plenário, para que a proposição seja votada em
partes (RISF, art. 312). Quando o Plenário concorda em destacar
determinada parte de uma matéria, essa parte será votada sozinha. Dessa
maneira é possível, por exemplo, votar separadamente a proposição
principal, depois somente as emendas, ou ainda destacar cada uma das
emendas para que sejam votadas separadamente. Também é possível
destacar um dispositivo determinado do texto principal da proposição,
desde que não tenha sido emendado.

Basicamente, há três finalidades para o destaque:

1) constituir projeto autônomo, separado do original, não podendo


ser feito em projeto originário da Câmara (RISF, art. 312, I);

2) realizar a votação de determinado dispositivo ou emenda


separadamente (RISF, art. 312, II);

3) votar em grupos separados os dispositivos ou emendas cujo


parecer seja pela aprovação ou pela rejeição. Isso faz sentido quando
a matéria recebe um monte de emendas e o parecer aponta a
rejeição de algumas e a aprovação de outras. O destaque serviria
para racionalizar o processo de votação (RISF, art. 312, III);

13
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 03

Proposições: Apresentação, Leitura, Instrução, Publicação e


Retirada

Já vimos de forma bem abrangente quem tem poder de iniciativa, ou


seja, quem pode apresentar uma proposição para que ela entre no processo
legislativo. A partir de agora, vamos estudar as regras gerais de tramitação
no Senado Federal.

De posse de uma proposição legislativa elaborada, o primeiro passo é


apresentá-la para que oficialmente comece a tramitar. Essa apresentação
pode se dar em vários locais e momentos. Já tivemos a oportunidade de ver
um pouco como se dá essa dinâmica em relação aos requerimentos e às
emendas.

Em geral, as PECs, os projetos de lei ordinária e complementar,


projetos de resolução, requerimentos e demais proposições são
apresentadas junto à Secretaria Geral da Mesa, em original – com a
assinatura do(s) parlamentar(es) – e mais três cópias. Também é
encaminhado para a Mesa por meio do Sistema de Envio de Documentos
Legislativos – SEDOL, que processa as matérias de forma eletrônica.

Leitura

Depois, a proposição é lida no Período do Expediente da sessão. O


art. 242 do RISF traz um detalhe: se o projeto ou requerimento for de
autoria de apenas um Senador, só pode ser lido quando esse Senador autor
estiver presente. Exceção: Requerimento que diga respeito a licença ou
autorização para o desempenho de missão parlamentar.

Publicação

Um fator importantíssimo no processo legislativo e que faz parte dos


princípios que já estudamos em nossa aula 0 diz respeito à publicação.
Toda proposição apresentada ao Senado será publicada no Diário do
Senado Federal, na íntegra, acompanhada, quando for o caso, da jus-
tificativa e da legislação citada (RISF, art. 249).

Também serão publicados avulsos, para distribuição aos Senadores e


comissões. Depois que a matéria passa pelas comissões, são publicados o
texto das emendas recebidas, os votos em separado, as informações
prestadas sobre a matéria por outros órgãos, os relatórios e pareceres

14
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 03

(RISF, art. 250). Nada está dispensado de publicação, exceto, é claro, as


matérias de cunho sigiloso (RISF, art. 202, par. único).

Além dos vários instrumentos de publicação – publicação no Diário do


Senado Federal, atas, anais, avulsos, notas taquigráficas – no começo de
cada sessão legislativa a Presidência do Senado manda confeccionar a
sinopse (RISF, art. 269, I), isto é, um resumo de todas as proposições em
curso ou resolvidas pelo Senado na sessão anterior;

Mensalmente, o Senado elabora ainda uma resenha (RISF, art.


269, II) das matérias que foram rejeitadas e as que foram enviadas, no
mês anterior, à sanção, à promulgação e à Câmara dos Deputados.

Parecer

Quando determinada proposição começa a tramitar no Senado, ela é


despachada para uma ou mais comissões. Essas comissões irão instruir a
proposição, votando o relatório de um relator. O relatório, depois de
votado, consiste em um parecer.

Atenção! Este parecer do qual estamos falando agora refere-se à


instrução de determinada matéria. NÃO É proposição legislativa, ao
contrário do parecer do art. 211, V, do RISF, já estudado anteriormente.

Todo parecer deve ser conclusivo, isto é, apontar para algum


posicionamento, para o destino que a matéria deve ter (RISF, art. 133):

1) pela aprovação, total ou parcial;


2) pela rejeição;
3) pelo arquivamento;
4) pelo destaque, para proposição em separado, de parte da
proposição principal ou de emenda;
5) pela apresentação de: projeto, requerimento, emenda,
subemenda ou orientação a seguir em relação à matéria.

O parecer pela rejeição e pelo arquivamento são análogos (RISF, art.


133, § 1º). Contudo, o parecer pela rejeição das emendas não significa
rejeição à matéria principal. Podem ser rejeitadas apenas as emendas. O
que não dá é para rejeitar o projeto principal e aprovar as emendas! Afinal,
as emendas só existem em função da proposição original. Rejeitada a
proposição, também estão as emendas (RISF, art. 301).

15
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 03

Se uma emenda for rejeitada em comissão, nada impede que seja


aprovada pelo Plenário, a menos que tenha sido rejeitada na comissão
por unanimidade. Esse fato precisa constar expressamente do parecer
(RISF, art. 133, § 7º).

Entre as orientações a respeito da matéria que o parecer pode


sugerir, está a de que determinado assunto seja apreciado pelo Senado em
sessão secreta. Nesse caso, o respectivo processo será entregue ao
Presidente da Mesa com o devido sigilo (RISF, art. 135).

O parecer pode concluir ainda por um pedido de providência. Sendo


solicitação de audiência de outra comissão, reunião conjunta com outra
comissão ou diligência interna de qualquer natureza, o parecer será
despachado pelo Presidente da Comissão (RISF, art. 138, I). Em todos
os demais casos, é encaminhado à Mesa para despacho da
Presidência ou deliberação do Plenário (RISF, art. 138, II).

Se o parecer recomendar a convocação de Ministro de Estado, será


feita uma comunicação ao Presidente do Senado, que dela dará
conhecimento ao Plenário (RISF, art. 138, § 1º).

Ainda sobre recomendações, o parecer pode sugerir que a matéria em


análise seja prejudicada (parecer pela prejudicialidade). E o que é isso?

Prejudicialidade é um conceito diferente de rejeição. Nela, a matéria é


posta de lado por se tratar de conteúdo que não foi votado no momento
oportuno ou que já foi decidido pelo Plenário em outra ocasião (RISF, art.
334, I e II). A prejudicialidade pode ser declarada de ofício, pelo Presidente,
ou mediante consulta de qualquer Senador. Se a prejudicialidade se referir
a emenda, a CCJ na hora emite um parecer sobre prejudicá-la ou não
(RISF, art. 334,§ 3°). Cabe recurso em caso de prejudicialidade, deliberado
pelo Plenário, também ouvindo a CCJ. Depois de prejudicada, a proposição
é arquivada.

Para ficar mais claro, vamos ver um exemplo de parecer pela


prejudicialidade de determinada matéria:

PARECER Nº , DE 2010

RELATÓRIO

O Projeto de Lei do Senado nº X, de 2009, do Senador Fulano de Tal,


acrescenta § 3º ao art. 217 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, para

16
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 03

autorizar a prorrogação do pagamento de pensão por morte recebida por


dependente de servidor público até os 24 anos de idade, se estiver cursando o
ensino superior ou o ensino médio profissionalizante.

ANÁLISE

O Projeto é meritório, pois intenta proteger os jovens que tiveram o


infortúnio de perder os pais num período de vida em que ainda se preparam para a
futura formação profissional. Entretanto, temos a informar que se encontra em
fase adiantada de tramitação o Projeto de Lei do Senado (PLS) nº Y, de 2008, que
trata de matéria idêntica, mediante alteração do mesmo dispositivo da Lei 8.112,
de 1990.

O PLS nº Y, de 2008, já foi aprovado no Senado e enviado à Câmara dos


Deputados, o que torna prejudicada a proposição em apreço, em razão do disposto
no art. 334, inciso II, do Regimento Interno do Senado Federal, segundo o qual o
Presidente, de ofício ou mediante consulta de qualquer Senador, declarará
prejudicada matéria pendente de deliberação do Senado em virtude de seu
prejulgamento pelo Plenário em outra deliberação.

VOTO

Ante o exposto, resta-nos opinar pela declaração de prejudicialidade do Projeto de


Lei do Senado nº X, de 2009.

OK! Vamos em frente!

O parecer, em regra, sempre será por escrito. Porém, admite-se


que seja proferido oralmente, em plenário, nos seguintes casos:

1) nas matérias em regime de urgência (RISF, art. 140, I);


2) nas matérias incluídas em Ordem do Dia, sem parecer, nos termos
do RISF, art. 172 (RISF, art. 140, II);
3) nas demais matérias em que o Regimento expressamente o
permita (RISF, art. 140, III).

Lendo o item 2, vocês podem ter se perguntado: como assim, matéria


sem parecer? Na verdade, é possível que uma matéria sem parecer, mesmo
em rito normal (sem ser urgência), seja incluída em Ordem do Dia. É o que
prevê o RISF, no art. 172, para os seguintes casos:

Por deliberação do Plenário (RISF, art. 172, I):

⇒ Se a única ou a última comissão a que estiver distribuída não


proferir o seu parecer no prazo regimental;

17
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 03

Por ato do Presidente (RISF, art. 172, II):

⇒ Projeto de lei anual ou que prorrogue prazo de lei, se faltarem


10 dias ou menos para o término de sua vigência ou da sessão
legislativa, quando o fato deva ocorrer em período de recesso
do Congresso, ou nos 10 dias que se seguirem à instalação da
sessão legislativa subsequente;
⇒ Projeto de decreto legislativo referente a tratado, convênio ou
acordo internacional, faltando 10 dias ou menos do fim do prazo
para o Brasil se manifestar;
⇒ Projetos com prazo, se faltarem 20 dias para o seu término.

Quando a proposição está sem parecer e o Presidente designa um


relator para analisar a matéria em Plenário, esse Senador vai oferecer um
parecer. Nesse caso, não há comissão onde ele possa oferecer o relatório.
Assim, a proposta de encaminhamento na forma de parecer que vai ser
discutida no plenário é aquela trazida pelo relator, singularmente.

O parecer é enviado à Mesa, juntamente com as emendas relatadas,


declarações de votos e votos em separado. É lido em plenário, publicado no
Diário do Senado Federal e distribuído em avulsos. Dessa maneira, está
pronto para ser colocado na Ordem do Dia e enfrentar mais duas etapas: a
discussão e a votação.

Discussão

A discussão consiste na fase inicial da etapa de deliberação. Nela, os


Senadores presentes colocam seu posicionamento a respeito da matéria.
Depois de iniciada, a discussão só poderá ser interrompida nos seguintes
casos (RISF, art. 274):

1. Questão de ordem;
2. Aprovação de requerimento para adiar discussão;
3. Urgência caso 1 – “urgência urgentíssima”;
4. comunicação importante ao Senado;
5. recepção de visitante;
6. votação de requerimento de prorrogação da sessão;
7. se a sessão for suspensa em caso de tumulto no recinto ou
ocorrência grave;
8. para retomar votação de matéria que foi suspensa por falta de
número para deliberar (RISF, art. 305).

18
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 03

A discussão nem sempre será obrigatória. Pode ser dispensada em


casos específicos, encerrada antes de seu término ou adiada. Há
diferenças entre os três mecanismos:

Na dispensa (RISF, art. 276), a discussão sequer é iniciada. A


solicitação de dispensa precisa ser solicitada ao ser anunciada a matéria,
mediante requerimento de líder e deliberado pelo plenário. Só se aplica em
um único caso: proposições com pareceres favoráveis.

Já o encerramento (RISF, art. 275) ocorre depois que todos os


oradores inscritos para a discussão manifestarem seu posicionamento. A
discussão também pode ser encerrada por provocação, a requerimento de
qualquer Senador e deliberado pelo Plenário. Porém, essa solicitação só
pode ser atendida depois que já tiverem falado, no mínimo, três Senadores
a favor e três contra a matéria.

O adiamento (RISF, art. 279) da discussão exige o cumprimento de


alguns requisitos. Pode ser solicitado por requerimento de qualquer
Senador ou comissão para atender as seguintes finalidades:

Finalidade Requisitos Quando o requerimento é


votado
Audiência de comissão que Comissão precisa ter ao se anunciar a matéria
não se tenha manifestado competência regimental ou (RISF, art. 279, § 4º);
sobre a matéria (RISF, art. legal para se manifestar
279, I) sobre a matéria (RISF, art.
279, § 2º).
Reexame por uma ou mais Superveniência de fato novo ao se anunciar a matéria
comissões, por motivo que possa justificar a (RISF, art. 279, § 4º);
justificado (RISF, art. 279, alteração do parecer
II) proferido (RISF, art. 279, §
3º, I);
Omissão ou engano
manifesto no parecer (RISF,
art. 279, § 3º, II);
Quando a própria comissão,
pela maioria de seus
membros, julgar necessário
o reexame (RISF, art. 279, §
3º, III).
Adiamento para realização Máx. de 30 dias úteis, ao se anunciar a matéria
em dia determinado (RISF, prorrogável por igual (RISF, art. 279, § 4º);
art. 279, III) período, SEM ULTRAPASSAR
o período da sessão

19
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 03

legislativa (RISF, art. 279, §


1º).
diligência considerada qualquer fase da discussão
imprescindível ao seu (RISF, art. 279, § 4º);
esclarecimento (RISF, art.
279, V).
preenchimento de qualquer fase da discussão
formalidade essencial (RISF, (RISF, art. 279, § 4º);
art. 279, IV);

ATENÇÃO: Não cabe adiamento de discussão nos projetos em regime


de urgência dos casos 1 e 2, que vimos na aula passada (RISF, art. 179).

Terminada a discussão e antes de iniciar a votação, ocorre o


encaminhamento da votação (RISF, art. 308). Pelo prazo de cinco
minutes, cada um, os Senadores podem declarar seu voto e defender ou
justificar sua posição.

O encaminhamento da votação não faz parte do processo de


votação!! (RISF, art. 309) Ele acontece antes da votação, porque depois
que esta tem início, não pode ser interrompida.

Algumas matérias não podem ser encaminhadas, como os pedidos de


informações oficiais a outros órgãos, prorrogação de prazos da sessão,
remessa de uma matéria para outra comissão e o pedido de destaque de
disposição ou emenda, entre outras hipóteses (RISF, art. 310).

Votação

Já estudamos as modalidades de votação previstas no RISF –


ostensiva ou secreta, simbólica ou nominal. A partir de agora, vamos
entender como se dá o processo de votação no Senado.

A votação ocorre, como vimos na aula 0, na fase da sessão


denominada Ordem do Dia. Nela, as matérias são incluídas segundo sua
ordem de antiguidade e importância, observando a seguinte sequência
(RISF, art. 163, I a VII):

1) Medida Provisória, a partir do 46º dia de sua vigência (CF/88, art.


62, § 6º);
2) Matéria urgente de iniciativa do Presidente da República com prazo
de tramitação esgotado (CF/88, art. 64, § 2º);
3) Matéria em regime de urgência, caso 1 (RISF, art. 336, I);
4) Matéria preferencial constante do RISF, art. 172, II (sem parecer);

20
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 03

5) Matéria em regime de urgência, caso 2 (RISF, art. 336, II);


6) Matéria em regime de urgência, caso 3 (RISF, art. 336, III);
7) Matéria em tramitação normal.

Dentro de cada um desses grupos, terão precedência (RISF, art. 163,


§ 1º, 2º, 3º e 4º):

• as matérias em votação sobre as em discussão;


• as matérias da Câmara dos Deputados sobre as do Senado;
• as redações finais sobre as matérias em deliberação do mérito;
• as matérias em turno suplementar Ö em turno único Ö em
segundo turno Ö em primeiro turno;
• os projetos: projetos de lei Ö projetos de decreto legislativo Ö
projetos de resolução Ö pareceres Ö requerimentos;
• as matérias da pauta anterior que não foram deliberadas;

Por fim, dentro dessa ordem, as matérias serão organizadas por


ordem de antiguidade (RISF, art. 163, § 5º).

Os projetos de código serão incluídos com exclusividade na Ordem do


Dia. Já os pareceres sobre escolha de autoridade serão colocados ao
final dela.

As emendas são votadas após a proposição principal e as


subemendas, depois das emendas (RISF, art. 300, VII).

A ordem básica, portanto, é:

proposição principal Ö emendas Ö subemendas.

Porém, há algumas ressalvas, nas quais essa ordem será invertida


(RISF, art. 300, VII, “a”, “b” e “c”):

Subemendas com preferência:

• subemenda supressiva;
• subemenda substitutiva de todo o texto da emenda;
• subemenda substitutiva de artigo da emenda, se a votação desta
se fizer por artigo.

21
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 03

É importante lembrar que, se for aprovada emenda substitutiva


integral, o texto original da proposição é prejudicado e vai ao arquivo. O
substitutivo aprovado deve ser submetido a turno suplementar. Se for
matéria em regime de urgência, o turno suplementar acontece
imediatamente após a primeira votação (RISF, art. 270).

Alteração da sequência dos trabalhos

A sequência de votação das matérias constante na Ordem do Dia


pode ser alterada nos casos previstos no art. 175 do RISF:

1) posse de Senador;
2) leitura de mensagem, ofício ou documento sobre matéria urgente;
3) pedido de urgência, caso 1;
4) retirada de qualquer matéria visando cumprimento de despacho,
correção de erro ou omissão nos avulsos e para sanar falhas de
instrução;
5) constituição de série, em caso de votação secreta;
6) falta de número para as deliberações (RISF, art. 304);
7) deliberação do Senado, no sentido de adiamento ou inversão da
Ordem do Dia, por meio de requerimento assinado por qualquer
Senador - “requerimento de inversão de pauta”, sendo apresentado e
votado antes de se iniciar a Ordem do Dia.

Se a Ordem do Dia já tiver começado, a sequência ainda pode ser


modificada por requerimento de preferência de um item sobre outro,
igualmente assinado por qualquer Senador e aprovado pelo Plenário (RISF,
art. 311).

Além disso, o art. 167 do RISF permite que, ao ser designada a


Ordem do Dia, qualquer Senador poderá sugerir ao Presidente a inclusão de
matérias em condições de nela entrar.

Muito bem, finalizado o procedimento de votação, é hora de o


Presidente proclamar o resultado e o destino da matéria que acabou de ser
apreciada. Contudo, se a votação tiver sido simbólica, é possível que algum
Senador não concorde ou tenha dúvidas sobre o resultado. Quando isso
acontecer, o Senador pode pedir, desde que outros três Senadores o
apoiem, a verificação da votação (RISF, art. 293, III e IV).

22
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 03

Na verificação, é realizado um novo procedimento de votação, só que,


desta vez, na modalidade nominal, utilizando o painel eletrônico. Assim, é
possível obter certeza quanto ao resultado alcançado. Feita uma verificação,
não é permitido fazer outra antes de decorrida uma hora (RISF, art. 293,
V). Também não é admitido requerimento de verificação se a Presidência já
tiver anunciado a matéria seguinte (RISF, art. 293, VI).

Também é possível, antes de iniciar a votação da matéria em


questão, apresentar um requerimento solicitando que a votação seja
nominal, e não simbólica (RISF, art. 294).

Concluída a votação, qualquer Senador pode encaminhar à Mesa uma


declaração de voto, para publicação (RISF, art. 316). Não confunda
encaminhamento de votação com declaração de voto:

Encaminhamento da votação: ANTES de votar. Justifica porque


defende determinada posição (RISF, arts. 308 e 309).
Declaração de voto: DEPOIS de votar. Justifica como votou. Só
pode ser feita se a votação foi aberta ou ostensiva. Em matéria que
não cabe encaminhamento de votação, também não cabe declaração
de voto (RISF, art. 316, par. único).

Redação final

Votada a proposição, é hora de elaborar sua redação final, que


consiste no texto do projeto de lei pronto e acabado, ou seja, a versão
definitiva daquilo que foi discutido na Casa. Todos os projetos,
praticamente, têm redação final, com exceção dos projetos de lei que
vieram da Câmara e que, no Senado, não sofreram nenhuma alteração.
Mas so se for nenhuma mesmo: não pode ter mudado sequer o texto
(emenda de redação).

Para nosso estudo ficar ainda mais animado, a redação final pode ser
elaborada em diversos órgãos, a depender da matéria em questão:

Projetos em Geral: a Secretaria Geral da Mesa prepara a redação


final e a submete à Comissão Diretora (RISF, art. 98, V);
PECs: Comissão de Constituição e Justiça (nos dois turnos);
Projetos de código e reforma do RISF: comissões especiais
criadas para tratar da matéria (RISF, art. 318, I e III).

23
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 03

A redação final é lida no Período do Expediente da sessão plenária,


mas pode, por proposta do Presidente, ser lida após o final da Ordem do
Dia (RISF, art. 320, par. único). Publicada e distribuída em avulsos, ela fica
aguardando sua inclusão em Ordem do Dia. A discussão e a votação da
redação final também poderão ser feitas imediatamente após a leitura,
desde que assim o delibere o Senado (RISF, art. 321). Não há quorum
específico para sua deliberação. Basta que nenhum Senador discorde (RISF,
art. 288, § 1°).

Se a matéria estiver em regime de urgência, a redação final não


precisa ser publicada, sendo submetida à deliberação imediatamente após a
apresentação (urgência do caso 1), ou em qualquer fase da sessão, a juízo
da Presidência, nos demais casos de urgência (RISF, art. 351, I e II).

Autógrafos

Aprovada a redação final, ela é “autografada” pelo Presidente da Casa


e se transforma no documento oficial que reproduz a matéria que foi
aprovada, encaminhando o texto para a promulgação, para a Câmara dos
Deputados ou para a sanção do Presidente da República (RISF, art. 328).
Esse é o conceito de autógrafo. Contudo, o RISF traz algumas regrinhas
adicionais (senão perderia a graça, não é mesmo?):

⇒ Os autógrafos fazem parte da instrução de cada processo (RISF,


art. 261, II, “a”, 2);
⇒ Se a redação definitiva for com erro para a sanção do Presidente
da República, o Presidente do SF encaminha novos autógrafos
(RISF, art. 325, II);
⇒ Quando o autógrafo vier da Câmara, houver erro no projeto e ele
ainda não tiver sido aprovado pelo SF, será sustada a sua
apreciação para consulta à Casa de origem (RISF, art. 326);
⇒ Quando o SF emendar um projeto que veio da Câmara, remete à
Casa de origem, juntamente com os autógrafos da aprovação da
emenda, uma cópia autenticada do autógrafo procedente daquela
Casa. Ou seja, autógrafo não se devolve, a menos que existam
duas vias (RISF, art. 331).

Retirada de Proposições

Se tantos legitimados podem apresentar uma proposição legislativa,


dá para desistir? Como se faz?

24
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 03

Bem, o RISF dedica um capítulo especialmente para esta situação. É


permitida a retirada de proposições no Senado, sim, mas é preciso observar
algumas regras:

A proposição é de autoria de um ou mais Senadores? É preciso


um requerimento assinado pelo autor – se for único – ou do primeiro
signatário (RISF, art. 256, I).

A proposição é Proposta de Emenda à Constituição? Nesse caso,


não basta requerimento assinado pelo primeiro signatário. É preciso a
assinatura de 27 Senadores para a retirada de PEC, o mesmo número
exigido para sua apresentação.

A proposição é de autoria de comissão? Precisa de um


requerimento de seu Presidente ou do Relator da matéria, declarando
expressamente que a Comissão o autorizou a fazer isso (RISF, art. 256, II).

A proposição está na Comissão de Constituição, Justiça e


Cidadania (CCJ)? Se o relator considerar a proposição inconstitucional e
ainda não tiver parecer definitivo pronto, precisa fazer um requerimento ao
Presidente da Comissão pedindo a retirada. Se for deferido, a matéria vai à
Mesa para que seja arquivada (RISF, art. 257).

A decisão quanto a esses requerimentos pode se dar de duas formas:

Presidente do SF: se for proposição sem parecer de comissão ou


que não conste da Ordem do Dia (RISF, art. 256, § 2°, I);
Plenário: se a matéria constar da Ordem do Dia (RISF, art. 256, §
2°, II);

Para retirada de proposição, é preciso ainda observar alguns prazos.


Se a proposição a ser “deletada” já está na Ordem do Dia, o requerimento
tem que ser apresentado antes de iniciada a votação. Se o que está se
retirando for uma emenda, o prazo é até a votação da proposição principal
(RISF, art. 256, § 1°).

Proposições de Legislaturas Anteriores

Ao final de uma legislatura, todas as proposições em tramitação no


Senado são arquivadas. Mas (adivinha!) existem exceções! Não irão para o
arquivo (RISF, art. 332):

25
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 03

⇒ Matérias originárias da Câmara, ou por ela revisadas;


⇒ Matérias de autoria de Senadores que permaneçam no exercício de
mandato ou que tenham sido reeleitos;
⇒ Matérias apresentadas por Senadores no último ano de mandato;
⇒ Matérias com parecer favorável das comissões;
⇒ Matérias de competência exclusiva do Congresso Nacional (CF/88,
art. 49);
⇒ Matérias de competência privativa do Senado Federal (CF/88, art.
52);
⇒ Pedido de sustação de processo contra Senador em andamento no
STF (CF/88, art. 53, §§ 3º e 4º).

Essas proposições podem ultrapassar uma legislatura, mas não


tramitam para sempre. Se elas estiverem no Senado há duas legislaturas,
serão arquivadas (RISF, art. 332, § 1º).

E então, não tem mais jeito? Tem sim! A matéria pode ser
desarquivada. Nesse caso, é preciso que 1/3 dos Senadores (27), em até
60 dias após o início da primeira sessão legislativa da legislatura seguinte
ao arquivamento, solicite que a proposição volte a tramitar. O desar-
quivamento deve ser votado pelo Plenário do Senado (RISF, art. 332, § 1º).

Se a matéria “ressuscitar” dessa maneira e, mesmo assim, o Senado


não concluir sua tramitação, ela será arquivada em definitivo ao final da
legislatura em que se encontrar (RISF, art. 332, § 2º). Dura de matar,
hein?

Ainda em relação à continuidade das proposições, cabe destacar que


a Constituição (art. 60, § 5º) e o Regimento do Senado (art. 373)
determinam que matéria constante de proposta de emenda constitucional
que seja rejeitada ou prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na
mesma sessão legislativa. Percebam: proposta de emenda
constitucional rejeitada não pode ser novamente apresentada na
mesma sessão legislativa. Essa proibição não vale para projeto de lei
rejeitado, que pode ser reapresentado, desde que assinado pela maioria
absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional
(CF/88, art. 67, e RISF, art. 240).

Correção de erro

Pode acontecer de uma proposição ser aprovada e, no entanto, haver


erro em texto aprovado e com redação definitiva. Nesse caso, o RISF

26
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 03

estabelece alguns mecanismos para proceder à correção desse erro. São os


seguintes:

ERRO: contradição, incoerência, prejudicialidade ou equívoco que


altere sentido do projeto (RISF, art. 325, I):

a) ainda não remetido à sanção ou à Câmara dos Deputados:

SOLUÇÃO: Presidente encaminha matéria para a comissão


competente corrigir o erro. Essa proposta vai para a Comissão de
Constituição e Justiça e, em seguida, para o Plenário (RISF, art. 325,
I);

b) já remetido à sanção ou Câmara dos Deputados:

SOLUÇÃO: Presidente, após manifestação do Plenário, comunica


o fato ao Presidente da República ou à Câmara dos Deputados. Então,
manda novos autógrafos ou solicita retificação do texto por meio da
republicação da lei (RISF, art. 325, II);

ERRO: inexatidão matérial, devida a lapso manifesto ou erro gráfico,


que não altera o sentido da matéria:

SOLUÇÃO: Presidente comunica o fato ao Presidente da República ou


à Câmara dos Deputados por ofício. Encaminha novos autógrafos ou solicita
retificação do texto por republicação da lei. Depois dá ciência disso tudo
ao Plenário (RISF, art. 325, III);

ERRO: autógrafo veio da Câmara dos Deputados com erro, e o


projeto ainda não foi aprovado pelo Senado:

SOLUÇÃO: Sustação da apreciação e consulta à casa de origem – no


caso, a Câmara deve esclarecer o fato ao Senado antes da votação da
matéria. Se o erro detectado alterar o sentido do texto, a matéria deve ser
reexaminada pelas comissões (RISF, art. 326).

Muito bem! Vamos agora aos nossos exercícios.

Exercícios

1) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: No âmbito do Senado Federal,


excepcionadas as votações pertinentes às emendas constitucionais, as

27
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 03

proposições em curso devem ser apreciadas em único turno de discussão e


votação. Nessa linha, analise as afirmativas a seguir:

I. A fase de discussão somente poderá ser interrompida pela apresentação


de questão de ordem.

Errada. O art. 274 do RISF traz outras seis hipóteses que permitem a
interrupção da discussão: aprovação de requerimento para adiar discussão;
urgência caso 1 – “urgência urgentíssima”; comunicação importante ao
Senado; recepção de visitante; votação de requerimento de prorrogação da
sessão; tumulto no recinto ou ocorrência grave; e para retomar votação de
matéria que foi suspensa por falta de número para deliberar.

II. Após o anúncio da matéria a ser decidida, será dada a palavra aos
oradores para a discussão.

Correta. RISF, art. 273.

III. A discussão, inclusive nos projetos em regime de urgência, poderá ser


adiada em caso de não manifestação de Comissão Parlamentar, que deveria
ter se pronunciado sobre o tema.

Errada. A discussão dos projetos em regime de urgência não pode ser


adiada (RISF, art. 279). O restante da assertiva está correto.

IV. É de três dias úteis o interstício entre a distribuição de avulsos dos


pareceres das comissões e o início da discussão ou votação correspondente.

Correta, conforme o art. 280 do RISF.

V. Sempre que for aprovado substitutivo integral a projeto de lei, ele será
submetido a turno suplementar.

Correta, conforme o que dispõe o art. 282 do RISF.

Estão corretas apenas as afirmativas:

(A) I, III e V.
(B) III, IV e V.
(C) II, III e IV.
(D) II, III e V.
(E) II, IV e V.

28
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 03

Gabarito: Letra “E”

2) FGV/SF/Técnico Legislativo/2008: Consoante os termos do art. 59


da Constituição brasileira, as seguintes normas estão compreendidas no
regular processo legislativo:

(A) resoluções e decretos.


(B) medidas provisórias e estatutos.
(C) leis programáticas e leis delegadas.
(D) decretos legislativos e resoluções.
(E) leis complementares e leis suplementares.

Nos termos do art. 59 da CF/88, o processo legislativo compreende a


elaboração de emendas à Constituição; leis complementares; leis
ordinárias; leis delegadas; medidas provisórias; decretos legislativos; e
resoluções. A única alternativa que traz duas espécies citadas nesse artigo
é a letra D – decretos legislativos e resoluções.

Gabarito: Letra “D”.

3) FGV/SF/Técnico Legislativo/2008: O Regimento Interno do Senado


Federal dispõe que o parecer dever ser conclusivo em relação à matéria a
que se referir. Quanto ao parecer é correto afirmar que:

(A) deve sempre concluir pela aprovação total do projeto.

Errada. Segundo o art. 133 do RISF, a conclusão do parecer pode ser pela
aprovação total ou parcial da matéria, além de outras hipóteses (rejeição,
arquivamento, destaque, orientação etc)

(B) deve indicar a rejeição em bloco de emendas, sem conclusões


individuais.

Errada. Quando o parecer se referir a emendas ou subemendas, deverá


oferecer conclusão relativamente a cada uma (RISF, art. 133, § 5º).

(C) não necessita de publicação.

29
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 03

Errada. “Os pareceres serão lidos em plenário, publicados no Diário do


Senado Federal e distribuídos em avulsos, após manifestação das
comissões a que tenha sido despachada a matéria” (RISF, art. 137).

(D) deve ser lido em plenário.

Correta. “Os pareceres serão lidos em plenário, publicados no Diário do


Senado Federal e distribuídos em avulsos, após manifestação das
comissões a que tenha sido despachada a matéria” (RISF, art. 137).

(E) não deve ser publicado pois é considerado sigiloso.

Errada. “Os pareceres serão lidos em plenário, publicados no Diário do


Senado Federal e distribuídos em avulsos, após manifestação das
comissões a que tenha sido despachada a matéria” (RISF, art. 137).

Gabarito: Letra “D”

4) FGV/SF/Advogado/2008: Assinale a afirmativa correta.

(A) Ofícios, telegramas, cartas, memoriais e a apresentação de projeto ou


indicação constituem matéria do Período de Expediente do Senado.

Correta. O RISF prevê que constitui matéria do Período do Expediente


ofícios, moções, mensagens, telegramas, cartas, memoriais e outros
documentos recebidos (RISF, art. 156, § 1º, IV) e apresentação de projeto,
indicação, parecer ou requerimento não relacionado com as proposições
constantes da Ordem do Dia (RISF, art. 156, § 1º, I)

(B) No Período de Expediente podem ser objeto de deliberação


requerimentos pertinentes a proposições constantes da Ordem do Dia.

Errada. Podem constar do Período do Expediente a apresentação de projeto,


indicação, parecer ou requerimento, desde que não estejam relacionados
com as proposições constantes da Ordem do Dia (RISF, art. 156, § 1º, I)

(C) O início do horário da Ordem do Dia é impreterível e não admite


prorrogação.

30
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 03

Errada. A Ordem do Dia terá início, impreterivelmente, às dezesseis horas,


salvo prorrogação motivada pela prorrogação do tempo destinado ao
Período do Expediente (RISF, art. 162).

(D) No período da Ordem do Dia não podem ser examinadas matérias


urgentes.

Errada. Matérias urgentes possuem inclusive prioridade para serem votadas


(RISF, art. 163, II e III).

(E) A designação da Ordem do Dia para a primeira sessão de cada sessão


legislativa é efetuada na última sessão da sessão legislativa anterior.

Errada. Para a primeira sessão de cada sessão legislativa não será


designada Ordem do Dia (RISF, art. 170, § 1º).

Gabarito: Letra “A”

5) Cespe/Procurador/Bacen/2009: O decreto legislativo é espécie


normativa destinada a dispor acerca de matérias de competência exclusiva
do Congresso Nacional e deve ser, obrigatoriamente, instruído, discutido e
votado em ambas as casas legislativas, no sistema bicameral.

Correto. O Projeto de Decreto Legislativo é o instrumento adequado para


veicular as competências exclusivas do Congresso Nacional (art. 49 da
CF/88) sendo necessário que tramite pelas duas casas legislativas. Isso não
ocorre com o Projeto de Resolução, que trata de competências privativas da
Câmara ou do Senado.

6) Esaf/APO/MPOG/2010: As emendas parlamentares apresentadas a


projeto de lei enviado pelo Presidente da República, em tema de sua
privativa iniciativa, não precisam ter pertinência temática com o que
constava do texto originalmente encaminhado ao Legislativo.

Errada. As emendas precisam ter relação temática com a matéria que


pretendem alterar (RISF, art. 230, I). No caso dos projetos de iniciativa
privativa do Presidente da República, também não podem importar em
aumento de despesa, com exceção das leis orçamentárias. (CF/88, art. 63,
I e RISF, art. 230, IV, “a”).

31
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 03

7) Cespe/Analista TJDFT/2008: A cláusula constitucional que atribui


exclusividade ao Tribunal de Justiça para instaurar o processo legislativo em
matéria de organização e divisão judiciárias do estado não impede os
parlamentares de propor emendas ao respectivo projeto de lei. Nesse
sentido, o referido projeto pode sofrer emendas parlamentares que
acarretem, inclusive, aumento da despesa prevista.

Correta. A lei de organização judiciária do Estado é de iniciativa privativa do


respectivo Tribunal de Justiça (CF/88, art. 125, § 1º), porém, o Supremo
Tribunal Federal decidiu que só cabe a vedação de emenda parlamentar
com aumento de despesa nos projetos apresentados pelos tribunais sobre
organização dos serviços administrativos. Assim, a vedação ao aumento de
despesa não alcança o projeto da lei de organização judiciária do Estado.

Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): O projeto de lei do


Senado que assegura às mulheres o acesso às ações de controle do câncer
de mama no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) seguiu da Comissão
de Assuntos Sociais do Senado para a Câmara dos Deputados, tendo em
vista que o recurso apresentado para sua apreciação pelo Plenário foi
arquivado pela Mesa Diretora. Dos 15 Senadores que haviam assinado o
recurso, 8 retiraram suas assinaturas do documento. Amplamente debatido
na Comissão de Assuntos Sociais, o projeto recebeu várias emendas. O
relator foi favorável a várias delas, tendo concluído seu parecer por um
substitutivo, que foi aprovado pela Comissão.

Com relação ao projeto mencionado no texto, julgue os itens abaixo.

8) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): Quando da


leitura da proposição, o presidente do Senado deve ter anunciado que o
projeto de decreto legislativo em questão seria apreciado terminativamente
pela Comissão de Assuntos Sociais.

Correto. Se a matéria se tratava de projeto de lei com origem no Senado e


foi apresentado recurso para que fosse encaminhada para o Plenário,
conclui-se que se tratava de proposição em caráter terminativo (RISF, art.
91, I).

9) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): Para o recurso


apresentado, assinaturas de líderes partidários ou de bloco parlamentar não
representam as dos liderados.

Correta. O recurso deve conter a assinatura de pelo menos nove Senadores

32
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 03

(RISF, art. 91, § 4º), sendo que não podem ser substituídos pelos seus
respectivos líderes nesse caso.

10) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): Encaminhar o


projeto à Câmara dos Deputados foi uma atitude correta da Comissão.

Errada. Depois de encerrada a apreciação terminativa, a decisão da


comissão deve ser comunicada ao Presidente do Senado, para ciência do
Plenário e publicação no Diário do Senado Federal (RISF, art. 91, § 2º).

Ainda considerando o texto, julgue os itens subsequentes.

11) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): É correto


afirmar que o projeto foi substancial ou formalmente alterado em seu
conjunto.

Correta. De acordo com o texto que orienta a questão, o relator apresentou


um substitutivo ao projeto original.

12) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): O projeto pode


ter recebido emendas de todos os Senadores.

Correta. Em projetos que tramitam em caráter terminativo, todos os


senadores podem apresentar emendas, e não apenas os senadores que
compõe a comissão que está analisando a matéria (RISF, art. 122, II, “c”).

Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): Um senador recém-


empossado pretende apresentar proposições – todas de sua autoria – que
contêm algumas idéias defendidas na campanha eleitoral ou sugestões de
seus eleitores. Para viabilizar seu propósito, solicitou o auxílio de um
consultor legislativo da Casa, cuja missão era analisar – quanto à
constitucionalidade, juridicidade e regimentalidade – a viabilidade de
transformar em proposições essas sugestões, devendo ainda, nos casos
positivos, indicar a modalidade de proposição adequada a cada idéia
apresentada. Efetuados os estudos, o consultor apresentou ao senador um
roteiro com recomendações técnicas.

Considerando que o senador referido no texto deverá ser o autor das


proposições, julgue os itens que se seguem.

13) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): O projeto de


resolução do Senado é a modalidade indicada para propor a criação de uma

33
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 03

nova comissão permanente na estrutura dessa Casa legislativa.

Correta. A criação de uma nova comissão permanente exige uma alteração


regimental, o que é feito por meio de projeto de resolução.

14) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): O projeto de


resolução do Congresso Nacional é a modalidade indicada para propor a
sustação de decreto do presidente da República que tenha exorbitado do
poder regulamentar.

Errada. Segundo a Constituição, é competência exclusiva do Congresso


Nacional sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do
poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa (CF/88, art. 49,
V). Dessa maneira, o assunto em questão deve ser proposto por meio de
projeto de decreto legislativo.

15) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): Para a


convocação de um plebiscito a respeito da obrigatoriedade do voto nas
eleições gerais no Brasil, a modalidade indicada é o projeto de decreto
legislativo.

Correta. Convocação de plebiscito ou autorização para referendo é


competência exclusiva do Congresso Nacional, prevista no art. 49, XV, da
CF/88. Demanda um projeto de decreto legislativo, portanto.

16) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): O projeto de lei


ordinária, que, se aprovado pelas duas Casas do Congresso, será enviado à
sanção do presidente da República, é a modalidade indicada para propor a
criação de cem novos cargos de agente de vigilância sanitária na estrutura
administrativa do Ministério da Saúde.

Correta. Atentar apenas que projetos de lei que criem cargos, funções ou
empregos públicos na administração direta e autárquica ou aumentem sua
remuneração são de iniciativa privativa do Presidente da República (CF/88,
art. 61, § 1º, II, “a”):

17) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): O projeto de lei


complementar é a modalidade indicada para propor a regulação daquelas
matérias para as quais a Constituição exige, expressamente, lei
complementar, cujo quorum de aprovação é o mesmo necessário para a
instauração de processo de impeachment contra o presidente da República.

34
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 03

Errada. O quórum para aprovação de lei complementar é a maioria absoluta


da composição de cada Casa legislativa (CF/88, art. 69). O quórum
necessário para autorizar a instauração de processo de impeachment contra
o Presidente da República é de 2/3 dos deputados (CF/88, art. 51, I).

Ainda considerando que o mesmo senador mencionado no texto XI deverá


ser o autor das proposições, julgue os itens subsequentes.

18) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): O projeto de


lei ordinária é a modalidade indicada para propor a renovação da concessão
de uma rádio FM do município de Itabaiana – SE.

Errada. Renovação da concessão de empresas de radiodifusão é tema que


deve ser disciplinado por meio de projeto de decreto legislativo, pois
encontra-se no rol das competências exclusivas do Congresso Nacional
(CF/88, art. 49, XII).

19) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): O projeto de


resolução do Senado é a modalidade indicada para propor que essa Casa,
em todas as hipóteses, deixe de realizar sessões secretas.

Errada. Algumas hipóteses de sessão secreta estão previstas


constitucionalmente, as quais só podem ser modificadas por meio de
emenda constitucional. Exemplo: a aprovação prévia da escolha dos chefes
de missão diplomática de caráter permanente pelo Senado deve se dar por
voto secreto, após argüição em sessão secreta (CF/88, art. 52, IV).

20) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): A indicação é a


modalidade adequada para sugerir ao Poder Executivo da União a
construção de uma nova estrada federal, ligando os municípios de Aracaju –
SE e Petrolina – PE.

Errada. A indicação não pode conter sugestão ou conselho a qualquer Poder


(RISF, art. 225, II).

21) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): O requerimento


de inserção de documento nos Anais do Senado, que é despachado pelo
presidente dessa Casa legislativa, ouvida a Mesa, é apenas uma das formas
que um senador dispõe para, nos Anais do Senado, fazer o registro de um
documento que lhe tenha sido enviado pelos sindicatos de pescadores do
estado de Sergipe.

35
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 03

Errada. De fato, há mais de uma forma para que o Senador faça o registro,
nos Anais do Senado, de algum documento que lhe tenha sido enviado: por
meio de requerimento ou quando o documento em questão for parte
integrante do discurso do parlamentar (RISF, art. 219, I e II). Contudo, o
requerimento é despachado pelo Presidente do Senado, sem a necessidade
de ouvir a Mesa.

22) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): O requerimento


de prorrogação de prazo para a apresentação de parecer por qualquer
comissão permanente depende de aprovação da Mesa do Senado.

Errada. Esse tipo de requerimento precisa ser aprovado pela maioria


simples, presente a maioria da composição da Casa. Só dependem de
decisão da Mesa os requerimentos elencados no art. 215, I, do RISF.

23) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): As emendas


poderão ser destacadas para que venham a constituir grupos diferentes
daqueles a que pertençam.

Errada. O requerimento de destaque não pode separar emendas para serem


votadas em grupos diferentes daqueles a qual pertençam (RISF, art. 314,
VI, “b”).

24) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): Emendas que


tenham recebido pareceres divergentes somente serão votadas se houver
recurso apresentado por um décimo dos Senadores.

Errada. As emendas que tenham pareceres divergentes serão votadas,


porém, precisam ser apreciadas individualmente. É o que preceitua o RISF,
art. 300, III, quando prevê que “a votação das emendas que tenham
pareceres concordantes de todas as comissões será feita em grupos,
segundo o sentido dos pareceres, ressalvados os destaques; as demais e as
destacadas serão votadas uma a uma, classificadas segundo a ordem
estabelecida no art. 246, II”.

25) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): Emendas que


receberem parecer no sentido de constituírem projeto em separado serão
sempre votadas destacadamente.

36
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 03

Correta. O art. 300, IX, do RISF, determina que devem ser votadas
destacadamente as emendas com parecer no sentido de constituírem
projeto em separado.

26) Inédita: Formada pelos membros da Mesa, cabe à Comissão Diretora,


entre outras atribuições, fazer a redação final dos projetos de iniciativa da
Casa e das emendas e projetos da Câmara aprovados pelo Plenário.

Correta. A Comissão Diretora é o órgão responsável por elaborar a redação


final dos projetos de iniciativa do Senado e das emendas e projetos da
Câmara aprovados pelo Plenário (RISF, art. 98, V).

27) Inédita: Indicação é a proposição por meio da qual o Senador poderá


sugerir a manifestação de uma ou mais Comissões acerca de determinado
assunto, visando à elaboração de projeto sobre matéria de iniciativa do
Senado.

Correta. A indicação corresponde a sugestão de Senador ou comissão para


que o assunto tratado seja objeto de providência ou estudo, com a
finalidade do seu esclarecimento ou formulação de proposição legislativa
(RISF, art. 224).

28) Inédita: Na inclusão de projetos de lei do Senado para votação na


Ordem do Dia, os projetos de resolução tem precedência sobre projetos de
decreto legislativo.

Errada. Na ordem de votação, os projetos de decreto legislativo tem


precedência sobre projetos de resolução (RISF, art. 163, § 4º, II).

37
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 03

LISTA DE QUESTÕES DESTA AULA

1) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: No âmbito do Senado Federal,


excepcionadas as votações pertinentes às emendas constitucionais, as
proposições em curso devem ser apreciadas em único turno de discussão e
votação. Nessa linha, analise as afirmativas a seguir:
I. A fase de discussão somente poderá ser interrompida pela apresentação
de questão de ordem.
II. Após o anúncio da matéria a ser decidida, será dada a palavra aos
oradores para a discussão.
III. A discussão, inclusive nos projetos em regime de urgência, poderá ser
adiada em caso de não manifestação de Comissão Parlamentar, que deveria
ter se pronunciado sobre o tema.
IV. É de três dias úteis o interstício entre a distribuição de avulsos dos
pareceres das comissões e o início da discussão ou votação correspondente.
V. Sempre que for aprovado substitutivo integral a projeto de lei, ele será
submetido a turno suplementar.

Estão corretas apenas as afirmativas:

(A) I, III e V.
(B) III, IV e V.
(C) II, III e IV.
(D) II, III e V.
(E) II, IV e V.

2) FGV/SF/Técnico Legislativo/2008: Consoante os termos do art. 59


da Constituição brasileira, as seguintes normas estão compreendidas no
regular processo legislativo:

(A) resoluções e decretos.


(B) medidas provisórias e estatutos.
(C) leis programáticas e leis delegadas.
(D) decretos legislativos e resoluções.
(E) leis complementares e leis suplementares.

3) FGV/SF/Técnico Legislativo/2008: O Regimento Interno do Senado


Federal dispõe que o parecer dever ser conclusivo em relação à matéria a
que se referir. Quanto ao parecer é correto afirmar que:

(A) deve sempre concluir pela aprovação total do projeto.


(B) deve indicar a rejeição em bloco de emendas, sem conclusões

38
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 03

individuais.
(C) não necessita de publicação.
(D) deve ser lido em plenário.
(E) não deve ser publicado pois é considerado sigiloso.

4) FGV/SF/Advogado/2008: Assinale a afirmativa correta.

(A) Ofícios, telegramas, cartas, memoriais e a apresentação de projeto ou


indicação constituem matéria do Período de Expediente do Senado.
(B) No Período de Expediente podem ser objeto de deliberação
requerimentos pertinentes a proposições constantes da Ordem do Dia.
(C) O início do horário da Ordem do Dia é impreterível e não admite
prorrogação.
(D) No período da Ordem do Dia não podem ser examinadas matérias
urgentes.
(E) A designação da Ordem do Dia para a primeira sessão de cada sessão
legislativa é efetuada na última sessão da sessão legislativa anterior.

5) Cespe/Procurador/Bacen/2009: O decreto legislativo é espécie


normativa destinada a dispor acerca de matérias de competência exclusiva
do Congresso Nacional e deve ser, obrigatoriamente, instruído, discutido e
votado em ambas as casas legislativas, no sistema bicameral.

6) Esaf/APO/MPOG/2010: As emendas parlamentares apresentadas a


projeto de lei enviado pelo Presidente da República, em tema de sua
privativa iniciativa, não precisam ter pertinência temática com o que
constava do texto originalmente encaminhado ao Legislativo.

7) Cespe/Analista TJDFT/2008: A cláusula constitucional que atribui


exclusividade ao Tribunal de Justiça para instaurar o processo legislativo em
matéria de organização e divisão judiciárias do estado não impede os
parlamentares de propor emendas ao respectivo projeto de lei. Nesse
sentido, o referido projeto pode sofrer emendas parlamentares que
acarretem, inclusive, aumento da despesa prevista.

Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): O projeto de lei do


Senado que assegura às mulheres o acesso às ações de controle do câncer
de mama no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) seguiu da Comissão
de Assuntos Sociais do Senado para a Câmara dos Deputados, tendo em
vista que o recurso apresentado para sua apreciação pelo Plenário foi
arquivado pela Mesa Diretora. Dos 15 Senadores que haviam assinado o
recurso, 8 retiraram suas assinaturas do documento. Amplamente debatido

39
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 03

na Comissão de Assuntos Sociais, o projeto recebeu várias emendas. O


relator foi favorável a várias delas, tendo concluído seu parecer por um
substitutivo, que foi aprovado pela Comissão.

Com relação ao projeto mencionado no texto, julgue os itens abaixo.

8) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): Quando da


leitura da proposição, o presidente do Senado deve ter anunciado que o
projeto de decreto legislativo em questão seria apreciado terminativamente
pela Comissão de Assuntos Sociais.

9) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): Para o recurso


apresentado, assinaturas de líderes partidários ou de bloco parlamentar não
representam as dos liderados.

10) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): Encaminhar o


projeto à Câmara dos Deputados foi uma atitude correta da Comissão.

Ainda considerando o texto, julgue os itens subsequentes.


11) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): É correto
afirmar que o projeto foi substancial ou formalmente alterado em seu
conjunto.

12) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): O projeto pode


ter recebido emendas de todos os Senadores.

Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): Um senador recém-


empossado pretende apresentar proposições — todas de sua autoria — que
contêm algumas idéias defendidas na campanha eleitoral ou sugestões de
seus eleitores. Para viabilizar seu propósito, solicitou o auxílio de um
consultor legislativo da Casa, cuja missão era analisar — quanto à
constitucionalidade, juridicidade e regimentalidade — a viabilidade de
transformar em proposições essas sugestões, devendo ainda, nos casos
positivos, indicar a modalidade de proposição adequada a cada idéia
apresentada. Efetuados os estudos, o consultor apresentou ao senador um
roteiro com recomendações técnicas.

Considerando que o senador referido no texto deverá ser o autor das


proposições, julgue os itens que se seguem.

13) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): O projeto de


resolução do Senado é a modalidade indicada para propor a criação de uma

40
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 03

nova comissão permanente na estrutura dessa Casa legislativa.

14) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): O projeto de


resolução do Congresso Nacional é a modalidade indicada para propor a
sustação de decreto do presidente da República que tenha exorbitado do
poder regulamentar.

15) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): Para a


convocação de um plebiscito a respeito da obrigatoriedade do voto nas
eleições gerais no Brasil, a modalidade indicada é o projeto de decreto
legislativo.

16) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): O projeto de lei


ordinária, que, se aprovado pelas duas Casas do Congresso, será enviado à
sanção do presidente da República, é a modalidade indicada para propor a
criação de cem novos cargos de agente de vigilância sanitária na estrutura
administrativa do Ministério da Saúde.

17) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): O projeto de lei


complementar é a modalidade indicada para propor a regulação daquelas
matérias para as quais a Constituição exige, expressamente, lei
complementar, cujo quorum de aprovação é o mesmo necessário para a
instauração de processo de impeachment contra o presidente da República.

Ainda considerando que o mesmo senador mencionado no texto XI deverá


ser o autor das proposições, julgue os itens subsequentes.

18) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): O projeto de


lei ordinária é a modalidade indicada para propor a renovação da concessão
de uma rádio FM do município de Itabaiana – SE.

19) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): O projeto de


resolução do Senado é a modalidade indicada para propor que essa Casa,
em todas as hipóteses, deixe de realizar sessões secretas.

20) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): A indicação é a


modalidade adequada para sugerir ao Poder Executivo da União a
construção de uma nova estrada federal, ligando os municípios de Aracaju –
SE e Petrolina – PE.

21) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): O requerimento


de inserção de documento nos Anais do Senado, que é despachado pelo

41
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 03

presidente dessa Casa legislativa, ouvida a Mesa, é apenas uma das formas
que um senador dispõe para, nos Anais do Senado, fazer o registro de um
documento que lhe tenha sido enviado pelos sindicatos de pescadores do
estado de Sergipe.

22) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): O requerimento


de prorrogação de prazo para a apresentação de parecer por qualquer
comissão permanente depende de aprovação da Mesa do Senado.

23) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): As emendas


poderão ser destacadas para que venham a constituir grupos diferentes
daqueles a que pertençam.

24) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): Emendas que


tenham recebido pareceres divergentes somente serão votadas se houver
recurso apresentado por um décimo dos Senadores.

25) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): Emendas que


receberem parecer no sentido de constituírem projeto em separado serão
sempre votadas destacadamente.

26) Inédita: Formada pelos membros da Mesa, cabe à Comissão Diretora,


entre outras atribuições, fazer a redação final dos projetos de iniciativa da
Casa e das emendas e projetos da Câmara aprovados pelo Plenário.

27) Inédita: Indicação é a proposição por meio da qual o Senador poderá


sugerir a manifestação de uma ou mais Comissões acerca de determinado
assunto, visando à elaboração de projeto sobre matéria de iniciativa do
Senador.

28) Inédita: Na inclusão de projetos de lei do Senado para votação na


Ordem do Dia, os projetos de resolução tem precedência sobre projetos de
decreto legislativo.

GABARITO

1 E 2 D 3 D 4 A 5 C 6 E 7 C 8 C 9 C 10 E 11 C 12 C
13 C 14 E 15 C 16 C 17 E 18 E 19 E 20 E 21 E 22 E 23 E 24 E
25 C 26 C 27 C 28 E

42
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 04

Olá, concurseiros e concurseiras! Vamos à nossa quarta aula de


Processo Legislativo para o Senado Federal! Hoje trataremos da tramitação
dos projetos de lei ordinária e lei complementar. Lembrem-se de que agora
a preparação para o concurso do Senado virou uma corrida de fundo:
vencerá quem tiver mais fôlego. Muitos desistirão pelo caminho, mas não
vocês!

A partir de agora, vamos começar uma nova etapa em nosso curso.


Trataremos especificamente do processo legislativo envolvendo os diversos
tipos de proposições. Durante as explicações, se necessário, faremos a
distinção de alguns conceitos importantes, à medida em que forem
aparecendo.

Serão objeto desta aula os projetos de lei ordinária e os projetos de


lei complementar, com suas respectivas variações. Esses dois tipos
abrangem grande parte das matérias que tramitam no Congresso Nacional.

Os projetos de lei tramitam separadamente nas duas casas


legislativas. A diferença material entre projeto de lei ordinária e projeto de
lei complementar é que estes últimos disciplinam matérias que a
Constituição Federal determina que sejam veiculadas por meio de lei
complementar. A principal diferença formal é que, conforme dispõe a
CF/88, os projetos de lei complementares precisam ser aprovados por
maioria absoluta dos parlamentares da Casa onde se encontrarem (CF/88,
art. 69).

Os projetos de lei, ordinária ou complementar, podem ter origem no


Senado (PLS) ou na Câmara (PLC). Mas atenção! Ser originário do Senado
ou da Câmara não significa dizer que são de autoria de Senador ou de
Deputado. Vamos puxar da memória tudo o que vimos na aula 0 a respeito
da iniciativa legislativa, pois isso vai ajudar a sistematizar o que vem
agora:

Se um projeto tem origem no Senado, pode ter como autores:

- Senador
- Comissão do Senado

Se um projeto tem origem na Câmara, pode ter como autores:

- Deputado Federal
- Comissão da Câmara

1
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 04

- Presidente da República
- Supremo Tribunal Federal
- Tribunais Superiores
- Tribunal de Contas da União
- Procurador-Geral da República
- Cidadãos

E porque a lista da Câmara é mais extensa? Lembrem-se de que os


projetos de lei de autoria extraparlamentar, ou seja, de fora do Poder
Legislativo, iniciam sua tramitação pela Câmara. Depois, eles são
encaminhados ao Senado para revisão.

Por falar em revisão, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal


podem atuar, no processo legislativo bicameral, como casas iniciadoras ou
casas revisoras. Se determinado projeto tem inicio em uma Casa e for
aprovado, será revisado pela outra. Aprovado na casa revisora sem
emendas que alterem o mérito do projeto, vai à sanção. Aprovado com
emendas de mérito, volta à casa iniciadora para que esta se pronuncie
apenas sobre as emendas. Se o projeto for rejeitado, irá ao arquivo. Essa
dinâmica, que é a base do processo legislativo, pode ser esquematizada da
seguinte forma:

2
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 04

e ainda:

Assim, um projeto de lei com origem no Senado pode ter dois


destinos: ir ao arquivo, se rejeitado, ou ir à Câmara dos Deputados para
revisão, se aprovado. Na Câmara, o projeto pode ser rejeitado e arquivado,
aprovado e enviado à sanção presidencial, ou emendado, situação em que
volta ao Senado (casa iniciadora).

Vamos ver agora, brevemente, o chamado “mecanismo de


revisão”:

MECANISMO DE REVISÃO – SENADO CASA REVISORA


Senado rejeita o projeto: vai ao arquivo.
Senado aprova o projeto sem emendas ou apenas com emendas
de redação: o Presidente do Senado assina os autógrafos e o
projeto vai à sanção do Presidente da República.
Senado aprova projeto com emendas de mérito: emendas vão à
Câmara para serem apreciadas. Depois, vão à sanção do
Presidente da República.
Î Ao analisar as emendas que o projeto recebeu no Senado, a
Câmara pode aprovar ou rejeitar algumas emendas ou todas elas.
No entanto, os deputados não podem apresentar emendas à essas
emendas (subemendas). 3
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 04

MECANISMO DE REVISÃO – CÂMARA COMO REVISORA


1) Câmara rejeita projeto do Senado: vai ao Arquivo.
2) Câmara aprova o projeto sem emendas ou apenas com emendas
de redação: vai à sanção do Presidente da República;
3) Câmara aprova emendas de mérito, ou seja, que alteram o
conteúdo do projeto: devolve-o para o Senado, que vai se
pronunciar apenas sobre as alterações propostas.
4) Senado aprova as emendas da Câmara: projeto vai à sanção;
5) Senado rejeita as emendas da Câmara: projeto vai à sanção sem
as emendas.

Com essas informações em mente, vamos ver a tramitação dos vários


tipos de projetos de lei.

Projeto de Lei Ordinária do Senado (PLS)

Autoria: Senador

O primeiro passo para que uma ideia se transforme em lei é elaborar


o texto do projeto, explicitando o que se deseja instituir ou qual lei se
pretende modificar. O projeto deve obedecer aos requisitos formais de
apresentação: identificar seu autor, conter ementa (resumo do projeto),
conteúdo e uma justificação (por que razão aprovar o projeto?). Caso
necessário, deve ser anexada a legislação citada na proposição.

Feito isso, o parlamentar autor da matéria assina o original e o


projeto é protocolado na Secretaria-Geral da Mesa. Lá, será conferido se o
projeto está dentro dos padrões formais em relação à autoria, forma,
assinatura e anexos.

Em seguida, o projeto vai para o Plenário para ser lido no Período do


Expediente da sessão. Essa leitura serve para informar os demais
Senadores de que foi apresentado um projeto.

4
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 04

Depois de lido, o Presidente do Senado vai distribuir esse projeto para


as comissões técnicas permanentes, dependendo do assunto sobre o qual
versar a material, podendo ser uma ou mais comissões. Para cada comissão
constante do despacho, haverá um parecer.

Vamos lembrar aqui de um detalhe: se for projeto de lei ordinária de


autoria de Senador, terá em regra tramitação terminativa nas comissões
(RISF, art. 91, I), não será apreciado pelo Plenário, salvo recurso de 1/10
da composição da Casa.

Assim que o projeto chegar à primeira comissão para o qual foi


distribuído, será aberto um prazo para emendas (5 dias úteis). Qualquer
Senador, sendo ou não membro da Comissão, pode apresentar
emendas (RISF, art. 122, II, “c”).

O Presidente da Comissão designará um Relator, que vai estudar a


matéria e propor um relatório. Esse texto, como vimos, é composto de
relatório, análise e voto. O Relator também deve se manifestar a respeito
das emendas apresentadas ao projeto. Ele tem, em regra, metade do prazo
concedido à comissão para desenvolver seu trabalho. Lembrando: a
Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) tem 20 dias úteis;
outras comissões, 15 dias úteis, cada uma.

Concluído o relatório, o Relator devolve a matéria para a Comissão.


Esse relatório pode concluir pela aprovação, pela rejeição, pelo
arquivamento, pelo destaque para proposição em separado, pela
apresentação de projeto, requerimento, emenda ou subemenda ou, ainda,
pela apresentação de orientação a seguir em relação à matéria (RISF, art.
133). No caso de apresentação de emenda, o Relator pode optar por fazer
uma emenda substitutiva (substitutivo), alterando substancialmente o texto
original do projeto.

Devolvido à Comissão, o projeto é colocado na pauta de trabalhos. Na


sessão marcada para votação, o Relator lê o texto do Relatório. Nesse
momento, um ou mais Senadores podem pedir vista do processo, ou seja,
um prazo maior para que analisem a matéria. O prazo para vista é de até 5
dias (RISF, art. 132, § 1°). Esse prazo corre simultaneamente para todos
os Senadores, se o pedido de vista for coletivo.

Os Senadores da Comissão podem apresentar manifestação diversa


da do relator sobre o projeto. Essa manifestação se chama voto em
separado. Na hora da votação, primeiro os Senadores apreciam o texto do

5
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 04

Relator do projeto. Depois, os votos em separado.

Se o Relator concluir seu relatório pela apresentação de um


substitutivo e este for aprovado pelo demais Senadores da Comissão, o
Presidente deve comunicar a decisão ao Presidente do Senado. Então, será
aberto um novo prazo, até a reunião seguinte da Comissão (RISF, art. 283,
par. único), para apresentação de emendas ao texto por todos os
Senadores da Casa. Em seguida, o projeto passa por um novo turno de
votação, o turno suplementar.

Se o relatório apresentado for aprovado, passa a constituir o parecer


da Comissão. Se no despacho inicial constar mais de uma comissão, esse
mecanismo é repetido em todas elas, até chegar à última comissão, a que
possui a palavra final quanto ao projeto.

O Presidente dessa última comissão comunica ao Presidente do


Senado a decisão tomada. O Presidente do Senado, por sua vez, faz uma
comunicação, no Período do Expediente da sessão plenária, dando ciência
do que aconteceu com o projeto. O parecer é publicado no Diário do
Senado Federal (DSF) e em avulsos. Então, é aberto prazo de 5 dias ÚTEIS
para apresentação de recurso. Projeto terminativo tem prazo para
recurso no plenário, não para emendas. Só é aberto prazo para
emendas se for interposto recurso, quando o projeto perde a condição
de terminativo e passa a tramitar em rito normal.

Se o projeto não receber recurso, há dois caminhos:

- Aprovado pela Comissão: vai à Câmara dos Deputados para revisão;


- Rejeitado na Comissão: vai ao Arquivo.

Se o projeto receber recurso:

Abre-se o prazo de 5 dias úteis para emendas, perante a Mesa. Se


não receber emenda, está pronto para entrar na pauta da Ordem do Dia de
uma sessão do plenário do Senado. Se tiver recebido emenda, volta para
as comissões que analisaram o projeto, para que emitam parecer
exclusivamente sobre as emendas.

Os relatores das emendas nas comissões devem, de preferência, ser


os mesmos que relataram o projeto original. Ao elaborarem o relatório
sobre as emendas, podem concluir pela aprovação, rejeição, pela
apresentação de subemendas ou aglutinar o texto original com as emendas

6
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 04

e fazer os respectivos ajustes.

Aprovado o parecer sobre as emendas nas comissões, ele é enviado à


Mesa, lido em Plenário, publicado no Diário do Senado Federal e distribuído
em avulsos para ser agendado na Ordem do Dia (RISF, art. 277, par.
único).

Não esquecer! Depois da distribuição do avulso do parecer da


comissão, a inclusão de qualquer proposição em rito normal na
Ordem do Dia só pode ser feita depois de cumprido o interstício
regimental – em regra, 3 dias úteis.

Na Ordem do Dia, o projeto e as emendas são discutidos e votados


em turno único. Analogamente ao que ocorre nas comissões, se os
Senadores aprovarem um substitutivo ao projeto, deve ser realizado um
turno suplementar. Ao final desta aula, abordaremos alguns aspectos
relativos à votação de emendas pelo Plenário.

Aprovado o projeto, é elaborada e votada sua redação final e são


preparados os autógrafos. O projeto é então remetido à Câmara dos
Deputados para revisão, conforme o quadro “Mecanismo de Revisão”.

Rejeitado o projeto, ele é encaminhado ao Arquivo.

7
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 04

8
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 04

Projeto de Lei Complementar do Senado (PLS Complementar)

Autoria: Senador

A primeira etapa de tramitação do Projeto de Lei Complementar com


origem no Senado é semelhante a de um Projeto de Lei Ordinária: É lido no
Período do Expediente e despachado pelo Presidente da Casa a uma ou
mais de uma comissão. Lá, é designado um relator para a matéria, que
igualmente dispõe de metade do prazo concedido à comissão para elaborar
seu relatório.

É aberto o prazo de 5 dias úteis para emendas. Aqui há uma


diferença. No projeto de lei complementar, apenas os membros da
comissão onde estiver o projeto é que podem apresentar emendas. E
por quê? Porque no projeto de lei complementar não cabe o rito abreviado,
ou seja, não pode haver tramitação terminativa. Ele precisa passar pelo
Plenário, onde, aí sim, todos os Senadores terão a oportunidade de
emendá-lo.

Na comissão, o projeto também percorre caminho semelhante ao que


já estudamos no projeto de lei ordinária. De posse do parecer aprovado na
comissão, o Presidente desse órgão envia o processo para a Mesa. O
parecer é lido no Período do Expediente da sessão e publicado no Diário do
Senado Federal e em avulsos.

Depois da leitura do parecer, abre-se prazo de 5 dias úteis, agora


para apresentação de emendas perante a Mesa. E a lógica se repete: se
não houve emendas, o projeto está pronto para entrar na pauta da Ordem
do Dia.

Se houve emendas: O projeto retorna para as comissões, para


receber parecer sobre as emendas. O relator, preferencialmente o mesmo
que relatou o projeto original, decide se acata ou não as emendas. Aqui, o
prazo é de 15 dias úteis, contado de forma simultânea para todas as
comissões por onde as emendas precisarem passar. A Comissão então vota
e o Presidente da comissão devolve o processado para a Mesa.

O parecer sobre as emendas é lido em plenário no Período do


Expediente e publicado.

Pronto para ser incluído em Ordem do Dia, o projeto é discutido e

9
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 04

votado em turno único, devendo obter o voto favorável da maioria absoluta


da composição do Senado (41 Senadores).

- Projeto aprovado: vai à Câmara dos Deputados para revisão;


- Projeto rejeitado: vai ao Arquivo.

10
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 04

Projeto de Lei do Senado (PLS) e Projeto de Lei do Senado –


Complementar (PLS – COMPL)

Autoria: Comissão

Vamos ver agora como ocorre a tramitação de projetos, de lei


ordinária ou complementar, com origem no Senado, de autoria de
Comissão, permanente ou temporária.

O projeto de lei de autoria de comissão, tem, na verdade, raiz em


proposta de algum senador membro. Ele apresenta um anteprojeto e o
Presidente da comissão designa um relator para fazer um relatório dessa
proposta.

Se a comissão decidir por aprovar esse anteprojeto, de acordo com


o que foi proposto pelo Relator, e obtiver maioria absoluta de votos
favoráveis, ele se transforma em projeto de autoria da comissão,
não apenas de um senador.

Em seguida, o Presidente da Comissão encaminha o projeto ao


Presidente do Senado. Esse projeto de autoria da comissão é montado e
inclui, além da legislação citada, o texto original do anteprojeto e o
relatório apresentado e aprovado pela Comissão.

O projeto então é protocolado na Mesa e lido no Período do


Expediente da sessão plenária do Senado. Uma diferença: ao contrário das
outras matérias, que são despachadas às comissões e lá recebem
emendas, os projetos de autoria de comissão podem não precisar passar
pelas comissões, sendo o prazo de emendas aberto diretamente na Mesa.

Perceba que se trata de uma possibilidade. Se uma comissão


apresentar projeto sobre um assunto que estiver fora de sua competência,
o projeto vai precisar passar por uma comissão de mérito. A maioria dos
projetos de autoria de comissão, contudo, são de assuntos relacionados à
competência da própria comissão que o apresentou.

Tomando isso como pressuposto, o projeto é lido e fica aberto o prazo


de 5 dias úteis para apresentação de emendas perante a Mesa.

- Se não houver emenda: o projeto está pronto para Ordem do Dia;

11
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 04

- Se houver emendas: o projeto volta à comissão autora da


matéria, para receber parecer às emendas.

Quando o parecer sobre as emendas estiver concluído, a matéria


segue para leitura no Período do Expediente e publicação no Diário do
Senado Federal e em avulsos, estando dessa forma pronto para inclusão
em Ordem do Dia.

A apreciação das matérias de autoria de comissão é semelhante a de


um projeto de lei de autoria individual. O que vai mudar, obviamente, é o
quórum necessário para sua aprovação: maioria simples, se projeto de lei
ordinária; e maioria absoluta, por voto nominal, se projeto de lei
complementar.

- Projeto rejeitado: vai ao Arquivo;


- Projeto aprovado: vai à Câmara dos Deputados para revisão.

12
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 04

13
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 04

Projeto de lei Ordinária da Câmara – PLC

Autoria: Câmara dos Deputados

Primeira coisa que vocês devem ter observado: por que os projetos
de lei da Câmara possuem como autora a Câmara dos Deputados e não um
deputado específico? Porque estamos estudando o processo legislativo no
Senado. Se o projeto veio da Câmara, significa que já passou pelo devido
processo na casa de origem, constituindo portanto uma proposição de
autoria da Câmara dos Deputados. A matéria não deixa de ter o autor
original, mas, ao chegar no Senado, terá o mesmo tratamento – o de PLC,
independentemente de quem o tenha apresentado.

E quem pode ter apresentado esse projeto? Já vimos em outra


oportunidade: pode ser um deputado ou comissão da Câmara, ou, ainda,
um órgão ou agente externo: Presidente da República, Supremo Tribunal
Federal, Tribunais Superiores, TCU, Procurador-Geral da República ou
cidadãos, estes últimos coletivamente.

O trâmite do projeto começa no Senado quando este recebe da


Câmara os autógrafos originais, exemplares dos avulsos e todas as
informações necessárias para o conhecimento da matéria. Em seguida, o
projeto é lido no Período do Expediente da sessão plenária e o Presidente
do Senado faz o despacho inicial, encaminhando o projeto para uma ou
mais comissões.

A regra geral é: projetos que venham da Câmara como casa de


origem não podem ter apreciação terminativa, devendo receber parecer das
comissões e serem discutidos e votados pelo Plenário do Senado. Contudo,
o Presidente do Senado, ouvidas as lideranças partidárias, pode conferir
caráter terminativo a um projeto de lei nessas condições, se ele tiver sido
apreciado na Câmara também de forma terminativa. Sendo assim, o
projeto terá tramitação semelhante àquela do projeto de lei ordinária de
autoria de Senador.

Chegando à comissão, o Presidente do colegiado designa um relator


para o projeto. Na primeira etapa de emendamento, que ocorre nos 5
primeiros dias úteis, somente os Senadores integrantes da Comissão
podem apresentar emendas a um projeto desse tipo. Lembrem-se de
que, se o projeto não tramitar de forma terminativa, terá que passar pelo
plenário. E é lá onde todos os Senadores da Casa terão a chance de

14
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 04

apresentar emendas ao projeto.

O relator prepara o relatório e a comissão oi examina. Se for


aprovado, transforma-se em parecer da Comissão. Depois de passar por
todas as comissões constantes do despacho inicial, os pareceres são lidos
no plenário e publicados no Diário do Senado Federal e em avulsos.

Aplica-se então a regra geral dentro do rito normal de tramitação:


abre-se prazo de 5 dias úteis, perante a Mesa, para apresentação de
emendas por todos os Senadores (RISF, art. 235, II).

- Se não receber emendas: projeto pronto para constar da Ordem


do Dia;
- Se receber emendas: retorna às comissões para receber parecer
sobre as emendas apresentadas. Vale lembrar que o prazo para
parecer das emendas é de 15 dias úteis, concomitantemente para
todas as comissões. O Relator, como já sabemos, tem metade desse
prazo para apresentar seu relatório.

As comissões votam os pareceres sobre as emendas e os remetem


para o plenário. Lá, são lidos e publicados no Diário do Senado Federal e
em avulsos. O projeto está pronto para entrar na Ordem do Dia.

Nos projetos que têm como origem a Câmara dos Deputados, o


Senado atua como Casa revisora. Aplica-se então o “mecanismo de
revisão”, que vimos no começo desta aula.

Projeto de Lei Complementar – PLC – Complementar

Autoria: Câmara dos Deputados

Ao chegar no Senado, o projeto é lido no Período do Expediente de


uma sessão plenária e vai a exame das comissões constantes no despacho
do Presidente do Senado. Nas comissões, é aberto o prazo para emendas.
O projeto é então relatado e votado. O Plenário recebe o parecer, que será
lido e publicado; depois é aberto o prazo para emendas perante a Mesa.

Havendo emendas, a matéria volta às comissões para receber parecer


sobre as emendas. Em seguida, volta ao Plenário, onde o projeto será
discutido e votado.

No caso de projeto de lei complementar, a aprovação se dará se ele

15
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 04

obtiver a maioria absoluta dos votos dos membros da Casa, por votação
ostensiva nominal.

A partir daí, o projeto segue o “Mecanismo de revisão – Senado casa


revisora”:

- Projeto rejeitado: vai ao Arquivo;


- Projeto aprovado sem emendas ou com emendas de redação:
Vai à sanção do Presidente da República;
- Projeto aprovado com emendas de mérito: volta à Câmara,
para que os deputados analisem as alterações. Depois, vai à sanção
do Presidente da República.

16
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 04

Projetos de Lei Ordinária ou Complementar tramitando em regime


de urgência regimental

Autoria: Senado Federal/Câmara dos Deputados

A urgência regimental, como vimos na Aula 02, compreende alguns


mecanismos que agilizam a tramitação de proposições. Em regra, a
urgência regimental precisa ser provocada via requerimento, salvo certos
casos previstos no RISF, onde a concessão de urgência é automática.

Atenção! O RISF traz exigências quanto ao quórum necessário para a


apresentação dos requerimentos de urgência – nos três casos. Para a
aprovação do requerimento, basta maioria simples.

Como vocês devem estar lembrados, a urgência regimental se divide


em três tipos, previstos no art. 336 do RISF: caso 1 (urgência
urgentíssima), caso 2 (urgência) e caso 3 (urgência “mais lenta”).

Os casos de urgência, apesar de diferentes entre si, guardam


algumas características comuns: em qualquer um deles, os projetos
precisam ser lidos; as emendas apresentadas em Plenário são analisadas
diretamente pelo Relator, sem a necessidade de irem às Comissões para
exame; havendo turno suplementar (que ocorre quando é apresentado um
substitutivo para a matéria), deve ser realizado imediatamente após a
aprovação do substitutivo (RISF, art. 350); e, por fim, nada muda em
relação ao quórum necessário para aprovação do projeto: se for de lei
complementar, precisa obter o voto favorável da maioria absoluta da Casa.

O regime de urgência pode ser aplicado a qualquer tipo de


proposição, exceto Propostas de Emenda à Constituição e Projetos de
Código.

Vamos ver então como tramitam os projetos submetidos a cada um


desses casos:

Urgência Caso 1 – “Urgência Urgentíssima”

Assim que o projeto chega ao Senado, estando ele incluído nas


hipóteses previstas no RISF, art. 336, I (matéria que envolva perigo para a
segurança nacional ou providência para atender a calamidade pública),

17
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 04

pode ser apresentado requerimento em plenário para que ele passe a


tramitar em regime de urgência urgentíssima. Dizemos “pode”, pois, se a
matéria for relativa a alguns dos casos estabelecidos no art. 353 do RISF, o
requerimento é dispensável. São elas: autorização para o Presidente da
República declarar a guerra ou celebrar a paz; permissão para que forças
estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam
temporariamente; aprovação de estado de defesa e de intervenção federal;
e autorização de estado de sítio ou suspensão de qualquer dessas medidas.

Para valer, o requerimento precisa ser assinado pela Mesa, pela


maioria dos membros do Senado (41 Senadores) ou por líderes que
representem esse número. O requerimento é apresentado em qualquer
momento da sessão, interrompendo-a para deliberação sobre o assunto.
Assim que o requerimento é aprovado, já começa a apreciação da materia.

O parecer sobre o projeto é dado na hora, oralmente, sendo que o


relator, designado pelo Presidente, pode pedir prazo de até 2 horas para
emitir seu relatório. Depois de apresentado, os demais Senadores podem
pedir vista, por no máximo meia hora. É possível haver emendas; nesse
caso, o parecer sobre as emendas deve ser proferido imediatamente,
dispondo o relator de igualmente 2 horas de prazo. Nos projetos em regime
de urgência urgentíssima, a redação final possui algumas características:
não precisa de publicação e é colocada em votação imediatamente depois
de pronta, mesmo que seja preciso interromper outra discussão ou
votação.

18
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 04

19
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 04

Urgência – Caso 2

Os projetos para os quais se deseja apreciação na segunda sessão


deliberativa ordinária seguinte à aprovação do requerimento enquadram-se
no caso de urgência previsto no RISF, art. 336, II. Esse é o tipo de
urgência regimental mais comum, pois o RISF não define, ao contrário do
caso 1, qual o conteúdo de que as matérias devem tratar, conferindo maior
grau de liberdade aos Senadores.

Para que determinado projeto siga em regime de urgência, é


necessário um requerimento assinado por Comissão, por 2/3 da
composição da Casa (54 Senadores) ou por líderes que representem esse
número. Esse requerimento deve ser lido no Período do Expediente de uma
sessão – o RISF não determina prazo – e votado após a Ordem do Dia
dessa mesma sessão. Se o requerimento for aprovado, a matéria para a
qual se deseja regime de urgência entra na Ordem do Dia da segunda
sessão deliberativa ordinária subsequente. Essa urgência pode ser
solicitada inclusive para projeto que esteja sem parecer. Nesse caso, ele é
oferecido no plenário, por relator designado pelo Presidente do Senado. O
parecer deve ser apresentado pelo relator quando a matéria for anunciada
na Ordem do Dia (RISF, art. 346, III).

Se houver pedido de vista, esta só pode ser concedida por no máximo


24 horas (RISF, art. 132, § 2º, II). O prazo para emendas vai só até o
encerramento da discussão. Havendo emendas, o relator deve oferecer
parecer sobre elas durante a mesma sessão, podendo pedir prazo de 24
horas.

Vale lembrar que nesse tipo de urgência os Senadores podem “voltar


atrás”, isto é, desistir do pedido, extinguindo a urgência. Nesse caso, é
preciso um requerimento de extinção de urgência assinado pela comissão
requerente da urgência, pela maioria da composição do Senado (41
Senadores) ou por líderes que representem esse número. Reparem que os
legitimados são os mesmos, mas o quórum do requerimento de extinção de
urgência não é igual ao do requerimento de pedido de urgência.

Outro detalhe é que o RISF também dispõe sobre algumas matérias


que entram no regime de urgência do caso 2 automaticamente, ou seja,
sem precisar de requerimento. Isso acontece com a autorização para o
Presidente e o Vice-Presidente da República se ausentarem do País e as
proposições sujeitas a prazo, quando faltarem dez dias para seu término
(RISF, art. 353, II e par. único).

20
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 04

21
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 04

Urgência caso 3

A urgência do caso 3 é a “menos urgente”. Seu mecanismo é


bastante parecido com a urgência caso 2, só que os atos do processo
legislativo acontecem mais devagar.

Para que o projeto entre nesse regime de urgência, deve ser


apresentado um requerimento assinado por Comissão, por 1/4 da
composição do Senado (21) ou líderes que representem esse número. O
requerimento é lido no Período do Expediente de uma sessão e votado na
Ordem do Dia da sessão deliberativa seguinte. Se o requerimento for
aprovado, a matéria de que ele trata entra na Ordem do Dia da 4ª sessão
deliberativa ordinária subsequente.

Outra diferença em relação à urgencia do caso 2: o caso 3 se destina


precipuamente às matérias que estejam sem parecer. Depois que o projeto
entrou em regime de urgência, esse parecer precisa ser oferecido até a
véspera do dia em que a matéria entrar na Ordem do Dia. O prazo para
emendas vai até o encerramento da discussão. Havendo emendas, a
matéria sai da Ordem do Dia e só volta na 4ª sessão deliberativa ordinária
subsequente. O parecer sobre essas emendas deve ser apresentado até a
véspera da data da votação do projeto (RISF, art. 346, III).

A urgência do caso 3 também pode ser extinta, por requerimento


assinado pela comissão requerente, por 1/4 da composição do Senado (21
Senadores) ou por líderes que representem esse número. Aqui, o quórum
da extinção já se assemelha com o de pedido.

22
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 04

23
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 04

Emendas da Câmara a Projeto do Senado

Quando um projeto de lei com origem no Senado vai à Câmara, ele


está suscetível de receber emendas naquela casa revisora. Se as emendas
aprovadas pela Câmara forem apenas de redação, ou seja, aquelas que não
alteram o conteúdo do projeto, a matéria é remetida diretamente para
sanção. Porém, se a Câmara aprovar emendas de mérito ao projeto, este
precisará retornar ao Senado para que os Senadores se pronunciem sobre
as emendas.

Para facilitar o estudo sobre a apreciação das emendas da Câmara a


projetos do Senado, vamos ver como funciona a apreciação das emendas
apresentadas dentro do próprio Senado (que chamaremos de regra geral).

Inicialmente, as emendas são separadas em grupos: as que


receberam pareceres favoráveis e as com pareceres contrários. As emendas
serão votadas individualmente se for aprovado requerimento de destaque
(RISF, art. 300, II) ou se as emendas possuírem subemendas (RISF, art.
300, VI). Apresentar subemendas significa “emendar a emenda”, sendo a
regra votar primeiro a emenda e só depois a subemenda. Porém, o
Regimento Interno estabelece algumas hipóteses nas quais a votação
começa pelas subemendas, a saber (RISF, art. 300, VII):

a) se a subemenda for supressiva;


b) se a subemenda for substitutiva de todo o texto da emenda;
c) se a subemenda for substitutiva de artigo da emenda e a votação
desta se fizer por artigo;

Mais uma coisa importante: se a emenda for substitutiva integral,


deverá ser votada em globo pelo Plenário, a menos que exista
deliberação em contrário (RISF, art. 300, XV).

Agora que vimos brevemente como são apreciadas as emendas,


vamos estudar as emendas da Câmara aos projetos do Senado. Essas
emendas chegam ao Senado e são protocoladas sob a sigla ECD. Depois,
serão lidas e despachadas para as comissões pertinentes, onde serão
designados relatores e aprovados os pareceres a respeito dessas emendas,
indo posteriormente ao plenário. Se as emendas forem aprovadas, o
Senado envia o projeto modificado para a sanção do Presidente da
República (se for projeto de lei). Se as emendas forem rejeitadas, elas vão
para o arquivo e o projeto original vai à sanção.

24
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 04

Durante a tramitação, essas emendas da Câmara não podem ser


modificadas no Senado por meio de subemendas (RISF, art. 285). Na
hora de votar essas emendas da Câmara, o plenário do Senado deve fazê-lo
em globo, ou seja, por meio de uma votação que serve para todas as
emendas, a menos que haja um requerimento de destaque, para votar
separadamente alguma emenda (RISF, art. 286, II) ou se as comissões
tiverem se manifestado contra algumas emendas e a favor de outras. Nesse
caso, separam-se as emendas em grupos – as com parecer favorável e as
com parecer contrário – e procede-se à votação (RISF, art. 286, I).

Agora, se a emenda da Câmara for um substitutivo, a regra é


votá-lo todo em separado, por artigos, parágrafos, incisos, alíneas e
itens. Há exceção a essa regra se for aprovado requerimento para votação
em globo desses dispositivos (RISF, art. 287).

Por fim, as emendas da Câmara a projetos do Senado também são


passíveis de tramitação em regime de urgência regimental, observando o
que preceitua o art. 336 do RISF.

Muito bem! Agora vamos aos nossos exercícios.

Exercícios

Acerca de regime de urgência, julgue os itens a seguir.

1) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): Considere a


seguinte situação hipotética: os líderes dos partidos A e B, cujos liderados
perfazem um terço da composição do Senado, apresentaram requerimento
de urgência, com vistas a que o projeto a que se referia o requerimento
fosse incluído na Ordem do Dia da mesma sessão. Nessa situação, o
presidente do Senado deverá dar seguimento à tramitação do requerimento
de urgência.

Errada. Para que um projeto possa ser incluído na Ordem do Dia da mesma
sessão, é preciso que se enquadre na hipótese da urgência caso 1. Assim,
seriam necessárias assinaturas da maioria do Senado ou de líderes que
representassem esse número (RISF, art. 338, I).

2) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): Considere a


seguinte situação hipotética: o presidente da Comissão Permanente X
concedeu, pelo prazo máximo de duas sessões, vista coletiva aos membros

25
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 04

daquele órgão, considerando que um projeto de lei tramitava em regime de


urgência. Nessa situação, o presidente da Comissão agiu corretamente.

Errada. O prazo para vista nos projetos em regime de urgência é de no


máximo meia hora, na urgência do caso 1, ou 24 horas, na urgência dos
casos 2 e 3 (RISF, art. 132, § 2º, I e II).

3) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): Considere a


seguinte situação hipotética. Ao ser lido requerimento de autoria do líder do
Partido Z, cuja bancada representa um terço da composição do Senado, em
que solicitava adiamento da discussão, por duas sessões, de um projeto de
lei, um Senador levantou questão de ordem alegando que, como a matéria
tramitava em regime de urgência, não cabia adiamento de discussão. O
presidente da Casa, que presidia a sessão, não acatou a questão de ordem.
Nessa situação, agiu corretamente o presidente do Senado.

Errada. Nos projetos tramitando em regime de urgência, não cabe


adiamento da discussão (RISF, art.279). Ao não acatar a questão de
ordem, o Presidente do Senado não teria agido corretamente.

4) Inédita: No Senado, a urgência só poderá ser extinta por deliberação


do Plenário.

Errada. Nos termos do RISF, art. 352, I, a urgência também se extingue


pelo pelo término da sessão legislativa.

5) Cespe/SF/Advocacia/1995: A lei ordinária tem seu quorum de


aprovação definido regimentalmente.

Errada. O quorum de aprovação das leis é definido pela Constituição


Federal. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de
cada Casa e de suas Comissões serão tomadas por maioria dos votos,
presente a maioria absoluta de seus membros (CF/88, art. 47). Ou seja, a
regra é da maioria simples. Somente a Constituição poderá exigir maioria
absoluta ou quórum qualificado.

6) Cespe/SF/Advocacia/1995: A lei ordinária cujo projeto tenha sido de


iniciativa do STF tem início no Senado Federal.

Errada. Leis de iniciativa do Presidente da República, do Supremo Tribunal


Federal e dos Tribunais Superiores têm tramitação iniciada pela Câmara dos
Deputados (CF/88, art. 64).

26
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 04

7) Cespe/SF/Advocacia/1995: A lei ordinária é hierarquicamente


superior à Medida Provisória.

Errada. Não existe hierarquia entre as espécies normativas elencadas na


Constituição.

8)Cespe/SF/Advocacia/1995: A lei ordinária pode ser parcialmente


vetada em trecho de artigo, parágrafo, inciso ou alínea.E

Errada. Não só em relação à lei ordinária como também à lei


complementar, o veto parcial do Presidente da República somente
abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea
(CF/88, art. 66, § 2º).

9) Cespe/SF/Advocacia/1995: A lei ordinária que fixa o efetivo das


Forças Armadas é de iniciativa privativa do Presidente da República.

Correta. É o que prevê a Constituição (art. 61, § 1º, I).

Considerando que o Poder Executivo tenha enviado projeto de lei ordinária


ao Congresso Nacional, estabelecendo normas gerais relativas a exploração
de jazidas e minas, julgue os itens seguintes:

10) Cespe/MPOG/Analista de infraestrutura III/2010: Por se tratar


de matéria privativa da União, de iniciativa do presidente da Republica,
esse processo legislativo deveria ser iniciado no Senado Federal.

Errada. Leis de iniciativa do Presidente da República, do Supremo Tribunal


Federal e dos Tribunais Superiores têm tramitação iniciada pela Câmara dos
Deputados (CF/88, art. 64).

11) Cespe/MPOG/Analista de infraestrutura III/2010: A votação do


projeto pelo Senado Federal dependerá da presença da maioria absoluta
dos membros dessa casa legislativa, mas, para sua aprovação, bastará a
maioria de votos.

Correta. Sendo projeto de lei ordinária, o quórum requerido é a maioria de


votos, presente a maioria absoluta dos membros da Casa (CF/88, art. 47).

12) Cespe/MPOG/Analista de Infraestrutura III/2010: Tendo sido


apresentada emenda ao projeto original por uma das casas legislativas e

27
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 04

aprovada pela outra, com veto do presidente da República rejeitado pelo


Congresso Nacional, a promulgação caberá ao vice-presidente do Senado
Federal.

Errada. A matéria que tiver sido objeto de veto do Presidente da República


posteriormente rejeitado pelo Congresso Nacional é enviada para
promulgação do Presidente da República. Apenas se o Chefe do Executivo
não o fizer em 48 horas, caberá ao Presidente do Senado fazê-lo. Se este
não o fizer em igual prazo, aí sim caberá ao Vice-Presidente do Senado
promulgar (CF/88, art. 66, § 7º).

13) Cespe/PGE-RR/Procurador/2004: Nos termos da Constituição da


República, os projetos de lei deverão ser aprovados, necessariamente, pelo
plenário da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

Errada. Nos termos da Constituição, às comissões da Câmara dos


Deputados e do Senado Federal compete discutir e votar projeto de lei que
dispensar, na forma do regimento, a competência do Plenário, salvo se
houver recurso de um décimo dos membros da Casa (CF/88, art. 58, § 2º,
I). Portanto, não necessariamente um projeto de lei deve ser aprovado pelo
Plenário.

14) Cespe/TJDFT/Analista processual/2000: Considerando que um


projeto de lei fosse aprovado pela Câmara dos Deputados e, remetido ao
Senado Federal, viesse a ser rejeitado por essa casa revisora, então o
projeto haveria de ser restituído à Câmara para novo turno de votação e
discussão, sendo enviado à sanção presidencial na hipótese de aprovação
nessa nova votação.

Errada. Se o Senado rejeitar o projeto que veio da Câmara, este irá ao


arquivo. O projeto só seria restituído à Câmara caso o Senado aprovasse
emendas que alterassem o mérito do projeto, para que os deputados se
pronunciassem sobre as emendas.

15)Cespe/TJDFT/Titular de serviços notariais e de registro/2001: A


alteração meramente redacional que não modifique substancialmente
nenhuma das disposições de projeto de lei realizada por uma das Casas do
Congresso Nacional não impõe o retorno do referido projeto à outra Casa.

Correta. Se as emendas apresentadas pela Casa revisora forem unicamente


de redação, sem atingir o mérito da matéria, o projeto pode ir à sanção
sem precisar retornar à casa de origem.

28
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 04

16) Cespe/TST/Analista Judiciário – Área Administrativa/2007:


Considere que, em uma sessão do Senado Federal, que é composto por 81
membros, estivessem presentes 71 senadores e tenha havido exatos 36
votos pela aprovação de determinado projeto de lei complementar. Nessa
situação, é correto concluir que o referido projeto foi rejeitado.

Correta. Para ser aprovado, um projeto de lei complementar precisa obter,


no mínimo, os votos favoráveis da maioria absoluta da Casa (CF/88, art.
69). Como o projeto em questão obteve apenas 36 votos, não atingiu o
quórum mínimo para aprovação, estando, portanto, rejeitado.

17) FGV/SF/Técnico Legislativo/2008: No sistema bicameral brasileiro,


tendo iniciado projeto de lei ordinária no Senado Federal, remetido à
Câmara dos Deputados e sofrido emendas, retornando à Casa iniciadora
poderá o projeto:

(A) sofrer rejeição total das emendas e ser remetido para sanção
presidencial.

Correta. As emendas oferecidas pela casa revisora serão apreciadas pela


casa iniciadora, que poderá rejeitá-las total ou parcialmente e encaminhar o
projeto diretamente à sanção.

(B) passar por novas emendas e ser devolvido à Câmara dos Deputados.

Errada. As emendas oferecidas pela Câmara ao projeto do Senado, ao


serem examinadas pelos Senadores não poderão ser emendadas por meio
de subemendas.

(C) ser emendado, aprovado e remetido à sanção presidencial.

Errada. Se o projeto já foi encaminhado à Câmara dos Deputados e lá


sofreu emendas, ao retornar para o Senado não poderá ser emendado.

(D) não sofrer emendas porque a Câmara dos Deputados é soberana em


tema de lei ordinária.

Errada. O projeto não sofrerá novas emendas por disposição regimental.


Entre as casas legislativas não há hierarquia.

(E) tramitar por procedimento sumário, sem ir a plenário.

29
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 04

Errada. As emendas da Câmara dos Deputados aos projetos de lei oriundos


do Senado não estão elencadas no art. 91 do RISF entre as matérias
passíveis de serem apreciadas dispensando a competência do plenário.
Outro erro é que a matéria que dispensa a competência do plenário não
tramita em procedimento sumário como diz a questão, mas sim em
procedimento abreviado.

Gabarito: Letra “A”

18) FCC/TRF 4ª REGIÃO/Analista Judiciário – Taquigrafia/2010: A


discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da
República terão início na

(A) primeira assembleia extraordinária do Senado Federal.


(B) Câmara dos Deputados.
(C) primeira assembleia ordinária do Senado Federal.
(D) segunda assembleia extraordinária do Senado Federal.
(E) segunda assembleia ordinária do Senado Federal.

As leis de iniciativa do Presidente da República, do Supremo Tribunal


Federal e dos Tribunais Superiores têm tramitação iniciada pela Câmara dos
Deputados (CF/88, art. 64).

Gabarito: Letra “B”

19) Inédita: Suponha que o Senado tenha aprovado requerimento de


urgência para que determinado projeto seja apreciado na segunda sessão
deliberativa ordinária seguinte à aprovação do citado requerimento. Nesse
caso, se os Senadores desejarem retirar tal projeto do regime de urgência,
é necessário apresentar um requerimento assinado pela maioria da
composição do Senado ou por líderes que representem esse número,
mesmo quórum requerido quando da apresentação do requerimento de
urgência.

Errada. Se a urgência aprovada foi para que o projeto seja apreciado na


segunda sessão ordinária seguinte à aprovação da urgência, trata-se da
urgência caso 2 (RISF, art. 336, II). O quórum mínimo que deve subscrever
o requerimento de urgência é de dois terços da composição do Senado ou
líderes que representem esse número (RISF, art. 338, II). Já o
requerimento de extinção da urgência nesse caso, deve ser formulado pela

30
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 04

maioria dos membros do Senado ou líderes que representem esse número


(RISF, art. 352, pár.único, I)

20) As emendas da Câmara aos projetos de origem no Senado, ao


retornarem para a apreciação dos Senadores, não são passíveis de
receberem subemendas. Após a aprovação ou rejeição das emendas, cabe
ao Senado enviar o projeto à sanção.

Correta. As emendas da Câmara a projetos do Senado não são suscetíveis


de modificação por meio de subemenda (RISF, art. 285). Depois de
apreciadas as emendas pelo Senado, esta casa remeterá o projeto para a
sanção.

31
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 04

LISTA DE QUESTÕES DESTA AULA

Acerca de regime de urgência, julgue os itens a seguir.

1) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): Considere a


seguinte situação hipotética: os líderes dos partidos A e B, cujos liderados
perfazem um terço da composição do Senado, apresentaram requerimento
de urgência, com vistas a que o projeto a que se referia o requerimento
fosse incluído na Ordem do Dia da mesma sessão. Nessa situação, o
presidente do Senado deverá dar seguimento à tramitação do requerimento
de urgência.

2) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): Considere a


seguinte situação hipotética: o presidente da Comissão Permanente X
concedeu, pelo prazo máximo de duas sessões, vista coletiva aos membros
daquele órgão, considerando que um projeto de lei tramitava em regime de
urgência. Nessa situação, o presidente da Comissão agiu corretamente.

3) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): Considere a


seguinte situação hipotética. Ao ser lido requerimento de autoria do líder do
Partido Z, cuja bancada representa um terço da composição do Senado, em
que solicitava adiamento da discussão, por duas sessões, de um projeto de
lei, um Senador levantou questão de ordem alegando que, como a matéria
tramitava em regime de urgência, não cabia adiamento de discussão. O
presidente da Casa, que presidia a sessão, não acatou a questão de ordem.
Nessa situação, agiu corretamente o presidente do Senado.

4) Inédita: No Senado, a urgência só poderá ser extinta por deliberação


do Plenário.

5) Cespe/SF/Advocacia/1995: A lei ordinária tem seu quorum de


aprovação definido regimentalmente.

6) Cespe/SF/Advocacia/1995: A lei ordinária cujo projeto tenha sido de


iniciativa do STF tem início no Senado Federal.

7) Cespe/SF/Advocacia/1995: A lei ordinária é hierarquicamente


superior à Medida Provisória.

8) Cespe/SF/Advocacia/1995: A lei ordinária pode ser parcialmente


vetada em trecho de artigo, parágrafo, inciso ou alínea.

32
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 04

9) Cespe/SF/Advocacia/1995: A lei ordinária que fixa o efetivo das


Forças Armadas é de iniciativa privativa do Presidente da República.

Considerando que o Poder Executivo tenha enviado projeto de lei ordinária


ao Congresso Nacional, estabelecendo normas gerais relativas a exploração
de jazidas e minas, julgue os itens seguintes:

10) Cespe/MPOG/Analista de infraestrutura III/2010: Por se tratar


de matéria privativa da União, de iniciativa do presidente da Republica,
esse processo legislativo deveria ser iniciado no Senado Federal.

11) Cespe/MPOG/Analista de infraestrutura III/2010: A votação do


projeto pelo Senado Federal dependerá da presença da maioria absoluta
dos membros dessa casa legislativa, mas, para sua aprovação, bastará a
maioria de votos.

12) Cespe/MPOG/Analista de Infraestrutura III/2010: Tendo sido


apresentada emenda ao projeto original por uma das casas legislativas e
aprovada pela outra, com veto do presidente da República rejeitado pelo
Congresso Nacional, a promulgação caberá ao vice-presidente do Senado
Federal.

13) Cespe/PGE-RR/Procurador/2004: Nos termos da Constituição da


República, os projetos de lei deverão ser aprovados, necessariamente, pelo
plenário da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

14) Cespe/TJDFT/Analista processual/2000: Considerando que um


projeto de lei fosse aprovado pela Câmara dos Deputados e, remetido ao
Senado Federal, viesse a ser rejeitado por essa casa revisora, então o
projeto haveria de ser restituído à Câmara para novo turno de votação e
discussão, sendo enviado à sanção presidencial na hipótese de aprovação
nessa nova votação.

15) Cespe/TJDFT/Titular de serviços notariais e de registro/2001: A


alteração meramente redacional que não modifique substancialmente
nenhuma das disposições de projeto de lei realizada por uma das Casas do
Congresso Nacional não impõe o retorno do referido projeto à outra Casa.

16) Cespe/TST/Analista Judiciário – Área Administrativa/2007:


Considere que, em uma sessão do Senado Federal, que é composto por 81
membros, estivessem presentes 71 senadores e tenha havido exatos 36

33
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 04

votos pela aprovação de determinado projeto de lei complementar. Nessa


situação, é correto concluir que o referido projeto foi rejeitado.

17) FGV/SF/Técnico Legislativo/2008: No sistema bicameral brasileiro,


tendo iniciado projeto de lei ordinária no Senado Federal, remetido à
Câmara dos Deputados e sofrido emendas, retornando à Casa iniciadora
poderá o projeto:

(A) sofrer rejeição total das emendas e ser remetido para sanção
presidencial.
(B) passar por novas emendas e ser devolvido à Câmara dos Deputados.
(C) ser emendado, aprovado e remetido à sanção presidencial.
(D) não sofrer emendas porque a Câmara dos Deputados é soberana em
tema de lei ordinária.
(E) tramitar por procedimento sumário, sem ir a plenário.

18) FCC/TRF 4ª REGIÃO/Analista Judiciário – Taquigrafia/2010: A


discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da
República terão início na

(A) primeira assembleia extraordinária do Senado Federal.


(B) Câmara dos Deputados.
(C) primeira assembleia ordinária do Senado Federal.
(D) segunda assembleia extraordinária do Senado Federal.
(E) segunda assembleia ordinária do Senado Federal.

19) Inédita: Suponha que o Senado tenha aprovado requerimento de


urgência para que determinado projeto seja apreciado na segunda sessão
deliberativa ordinária seguinte à aprovação do citado requerimento. Nesse
caso, se os Senadores desejarem retirar tal projeto do regime de urgência,
é necessário apresentar um requerimento assinado pela maioria da
composição do Senado ou por líderes que representem esse número,
mesmo quórum requerido quando da apresentação do requerimento de
urgência.

20) As emendas da Câmara aos projetos de origem no Senado, ao


retornarem para a apreciação dos Senadores, não são passíveis de
receberem subemendas. Após a aprovação ou rejeição das emendas, cabe
ao Senado enviar o projeto à sanção.

34
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 04

GABARITO

1E 8C 15C
2E 9C 16C
3E 10E 17A
4E 11C 18B
5E 12E 19E
6E 13E 20C
7E 14E

35
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 05

Olá, concurseiros e concurseiras! Vamos à nossa quinta aula de


Processo Legislativo para o Senado Federal! Nesta aula, estudaremos de
forma pormenorizada como se dá a tramitação de projetos de decreto
legislativo e resolução no Senado.

Relembrando o que vimos em outras aulas, o decreto legislativo é a


proposição que veicula matérias que são de competência privativa do
Congresso Nacional, constantes do art. 49 da CF/88. São as seguintes:

1) resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos


internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao
patrimônio nacional (possuem algumas regras diferenciadas na
tramitação, que veremos mais adiante);

2) autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a


paz, a permitir que forças estrangeiras transitem pelo território
nacional ou nele permaneçam temporariamente, ressalvados os casos
previstos em lei complementar;

3) autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se


ausentarem do País, quando a ausência exceder a quinze dias;

4) Aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o


estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas;

5) Sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do


poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;

6) Mudar temporariamente sua sede;

7) Fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Senadores;

8) Fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da República e


dos Ministros de Estado;

9) Julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República


e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo;

10) Fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas,


os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta;

1
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 05

11) Zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da


atribuição normativa dos outros Poderes;

12) Apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de


emissoras de rádio e televisão;

13) Escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União;

14) Aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades


nucleares;

15) Autorizar referendo e convocar plebiscito;

16) Autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento


de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais;

17) Aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas


com área superior a dois mil e quinhentos hectares.

Um detalhe importante para concursos e que muitas vezes gera


confusão: as matérias veiculadas por meio de projetos de decreto legislativo
são de competência exclusiva do Congresso Nacional, mas não vão ser
discutidas ou votadas em sessão conjunta do Congresso. Devem sim,
obrigatoriamente, passar separadamente pelo exame das duas Casas.

Os projetos de decreto legislativo possuem tramitação bem semelhante


aos projetos de lei ordinária, como veremos a seguir.

PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO DO SENADO

Autoria: Senador

Como todas as matérias, o projeto é lido em plenário no Período do


Expediente de uma sessão. Depois, é despachado pelo Presidente da Casa a
uma ou a mais de uma comissão.

É aberto prazo de 5 dias úteis para emendas de comissão, no qual


apenas os membros do colegiado podem apresentar emendas, se o projeto
não estiver tramitando em caráter terminativo. O Presidente da Comissão,
por sua vez, designa um relator que vai elaborar seu relatório.

2
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 05

Aprovado o relatório, o Presidente da comissão envia o parecer à Mesa.


O parecer é lido no Período do Expediente da sessão e publicado no Diário do
Senado e em avulsos. Após a leitura, abre-se o prazo de 5 dias úteis para
apresentação de emendas perante a Mesa.

Se houver emendas: o projeto volta para as comissões, para receber


o parecer sobre as emendas. O relator, preferencialmente o mesmo que já
deu parecer sobre o projeto, se manifesta a respeito das emendas. Reparem
que, no caso do parecer sobre as emendas, o prazo (15 dias úteis) corre
simultaneamente para todas as comissões que precisam se pronunciar sobre
elas. Aprovado, o parecer das emendas volta à Mesa para ser lido no
Plenário e publicado. Para esse segundo parecer da comissão, sobre as
emendas, não é aberto prazo para apresentação de novas emendas.

Se não houver emendas: o projeto está pronto para ser agendado


para constar da Ordem do Dia.

Após entrar na Ordem do Dia, o projeto será discutido e votado em


turno único. O quórum para aprovação é a maioria simples. Se o projeto for
rejeitado, vai ao Arquivo. Se aprovado, vai à Câmara dos Deputados para
revisão. Daí em diante segue o “Mecanismo de Revisão – Câmara como
revisora”. Contudo, há uma diferença: se a Câmara aprovar o projeto de
decreto legislativo da forma como o Senado aprovou ou apenas com
emendas de redação, ela o encaminha ao Presidente do Senado para
que faça sua promulgação. Isso porque os projetos de decreto legislativo,
por tratarem de competências privativas do Congresso Nacional, não
precisam da sanção do Presidente da República, sendo promulgados
diretamente pelo Legislativo.

Se, por outro lado, a Câmara aprovar emendas de mérito ao projeto


de decreto legislativo, o projeto será devolvido ao Senado Federal, para os
Senadores analisarem as emendas propostas. Se o Senado aprovar as
alterações da Câmara, o Presidente do Senado promulga o decreto
legislative, incorporando também as alterações aprovadas. Agora, se o
Senado rejeitar as alterações da Câmara, o projeto de decreto legislativo
será promulgado somente com o texto do Senado (excluindo as emendas).

Caso o projeto de decreto legislativo esteja em regime de tramitação


terminativa, seguirá praticamente os mesmos passos de um projeto de lei
ordinária terminativo, que já estudamos na aula passada. Contudo, devemos
lembrar que, depois de aprovados, os decretos legislativos são promulgados
pelo Presidente do Senado.

3
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 05

Os Projetos de Decreto Legislativo que podem ter tramitação


terminativa, nos termos do RISF, art. 91, § 1º, são:

⇒ tratados ou acordos internacionais (CF/88, art. 49, I);


⇒ autorização para a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos
e a pesquisa e lavra de riquezas minerais em terras indígenas (CF/88,
art. 49, XVI); e
⇒ alienação ou concessão de terras públicas com área superior a dois mil
e quinhentos hectares (CF/88, art. 49, XVII).

4
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 05

5
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 05

PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO DO SENADO

Autoria: Comissão

Esse tipo de projeto segue a tramitação do projeto de decreto


legislativo de autoria de Senador. A diferença é na origem: sendo de autoria
de comissão, significa que foi elaborado um anteprojeto e que a maioria
absoluta dos membros do colegiado concordou com a apresentação de um
projeto de decreto legislativo.

O Presidente da Comissão encaminha o projeto ao Presidente do


Senado. A matéria é lida e publicada. Abre-se prazo de 5 dias úteis para
emendas, diretamente na Mesa, pois o projeto já veio de uma comissão.
Porém, se determinada comissão tiver apresentado projeto de decreto
legislativo cujo tema esteja relacionado a outra comissão, o texto deverá
passar pelo exame de mérito no colegiado apropriado.

Não havendo qualquer emenda, o projeto já está pronto para ser


agendado na Ordem do Dia, discutido e votado em turno único.

Havendo emendas, o projeto volta à comissão onde teve origem para


que a mesma elabore parecer sobre as emendas. O parecer vai para leitura
no Período do Expediente da sessão plenária, publicado em avulsos e no
Diário do Senado Federal, estando pronto para entrar na Ordem do Dia,
obedecido o interstício regimental.

O quórum exigido para aprovação é de maioria simples, e a votação,


em regra, é simbólica.

Se o projeto for aprovado: vai à Câmara dos Deputados para


revisão.

Se o projeto for rejeitado: vai ao Arquivo.

Na Câmara, se o projeto for aprovado sem emendas ou somente


com emendas de redação, o projeto de decreto legislativo é encaminhado
ao Presidente do Senado para promulgação.

Mas, se a Câmara incorporar emendas de mérito ao texto que veio do


Senado, as emendas voltam à Casa de origem para receber parecer.
Aprovadas as alterações propostas pela Câmara, o Presidente do Senado
promulga o decreto legislativo.

6
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 05

7
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 05

Projeto de Decreto Legislativo referente a concessão, permissão ou


autorização de rádio e TV

A Constituição Federal determina ser de competência do Congresso


Nacional apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de
emissoras de rádio e televisão (CF/88, art. 49, XII). A tramitação desse tipo
de matéria começa com o envio da mensagem presidencial à Câmara dos
Deputados, submetendo-a ao Legislativo. Depois de tramitar na Câmara, a
proposição é remetida ao Senado.

O projeto então é lido no Período do Expediente de uma sessão


plenária e o Presidente da Casa despacha a matéria para a Comissão de
Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT). O
Presidente da Comissão designa um relator para o projeto e abre-se o prazo
de cinco dias úteis para que todos os Senadores apresentem emendas,
sendo ou não membros da comissão.

Os projetos de concessão e renovação de concessão de emissoras de


rádio e TV são apreciados de forma terminativa. Essa regra, porém, não está
explicitada no art. 91 do Regimento Interno do Senado, que trata das
matérias terminativas. No entanto, os Senadores aprovaram em Plenário o
Parecer nº 34/2003, da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, que
determina que os projetos de decreto legislativo sobre concessão, permissão
ou autorização de rádio e tv serão apreciados terminativamente pela
Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática.

Só que precisamos estar atentos a esse tipo de projeto, pois a


Constituição estabelece prazo determinado para sua apreciação pelo
Legislativo (CF/88, art. 223, § 1º). Esse prazo é semelhante ao de projetos
de lei de iniciativa do Presidente da República para o qual se tenha solicitado
urgência constitucional. Assim, a Câmara deve se pronunciar a respeito da
matéria em 45 dias corridos, e o Senado, também em 45 dias. Esgotado
esse prazo sem deliberação, a matéria passa a “trancar a pauta” de votações
da Casa onde estiver.

Na CCT, depois de apresentado o relatório e discutido, a Comissão está


pronta para deliberar sobre o projeto. Sendo matéria urgente, a comissão
deve estar com seu parecer pronto até o 25º dia do recebimento do projeto
pelo Senado (RISF, art. 375, III). Caso contrário, o projeto entra na pauta
da comissão mesmo sem parecer.

8
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 05

A votação deve ser feita pelo processo nominal, pois o projeto tramita
em caráter terminativo. Se o relatório for aprovado, ele se transforma em
parecer da Comissão de Ciência e Tecnologia. O parecer é lido e publicado no
Diário do Senado Federal. Abre-se então o prazo de cinco dias úteis para a
apresentação de recurso, caso algum Senador deseje que o projeto passe
pelo Plenário do Senado. Relembre-se que, para ser aceito, esse recurso
precisa estar assinado por, no mínimo, 1/10 dos Senadores.

Se, passado esse prazo, não houver recurso, o Decreto Legislativo


será promulgado pelo Presidente do Senado Federal. Também deve ser
publicado no Diário do Senado Federal e no Diário Oficial da União.

Havendo recurso, é aberto o prazo de cinco dias úteis para a


apresentação de emendas perante a Mesa. Sem emendas, a matéria está
pronta para ser agendada para a Ordem do Dia, discutida e votada. Mas se
tiver recebido emendas, voltará para a CCT, a fim de que a comissão
emita parecer sobre essas emendas. Quem faz o relatório das emendas é, de
preferência, o mesmo Senador que relatou o projeto anteriormente. A
Comissão vota o relatório sobre as emendas que, aprovado, transforma-se
no parecer.

O parecer sobre as emendas será lido no Período do Expediente da


sessão e publicado no Diário do Senado Federal. Depois, é agendado para a
Ordem do Dia, discutido e votado, considerado aprovado se obtiver a
maioria dos votos.

Não podemos esquecer ainda que, havendo emendas, o projeto de


decreto legislativo precisa retornar à Câmara dos Deputados para que
esta se pronuncie sobre as emendas. Depois de aprovado, o decreto
legislativo está pronto para ser promulgado.

Agora, mais um toque: cuidado para não confundir a votação do


projeto de decreto legislativo, por maioria simples, com o disposto na CF/88,
art. 223, § 2º:

“A não renovação da concessão ou permissão dependerá de aprovação


de, no mínimo, dois quintos do Congresso Nacional, em votação nominal”.

Observe que o quórum qualificado de 2/5 do Congresso Nacional se


aplica nos casos de não renovação de concessão ou permissão. Apenas
para negar a renovação é que se faz necessário o voto de 2/5 dos membros
do Congresso.

9
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 05

10
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 05

Projeto de Decreto Legislativo sobre a prestação de contas do


Presidente da República

A Constituição Federal determina em seu artigo 49, IX, que compete


ao Congresso Nacional julgar anualmente as contas prestadas pelo
Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos
de governo. O julgamento da prestação de contas acontece da maneira a
seguir.

O Presidente da República envia suas contas, por meio de Mensagem,


ao Presidente do Congresso. O prazo para envio é de sessenta dias após a
abertura da sessão legislativa, conforme reza a CF/88, art. 84, XXIV. O texto
constitucional prevê ainda que se o prazo de 60 dias não for cumprido,
caberá à Câmara dos Deputados proceder à tomada de contas do
Presidente da República (CF/88, art. 51, II).

Ao receber as contas, o Presidente do Congresso Nacional encaminha


esse material ao Tribunal de Contas da União (TCU), que tem 60 dias para
elaborar e aprovar um parecer prévio a respeito dessas contas. O TCU
devolve as contas, instruídas com o parecer prévio, para o Congresso. O
recebimento do parecer do TCU deve ser comunicado em Plenário pelo
Presidente do Congresso.

A matéria é então despachada para a Comissão Mista de Planos,


Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMPOPF ou, simplesmente, CMO), para
que ela emita um parecer concluindo pela apresentação de um projeto de
decreto legislativo. No início dos trabalhos do segundo período de cada
sessão legislativa, a Comissão realizará audiência pública com o Ministro
Relator do TCU, que fará exposição acerca do seu parecer prévio sobre as
contas apresentadas, com vistas a subsidiar a apreciação dessa prestação de
contas.

Na CMO, a regra será semelhante para a apresentação de um projeto


por uma comissão permanente do Senado: a maioria absoluta de sua
composição deve se manifestar favoravelmente ao parecer para que o
projeto de decreto legislativo passe a tramitar. Pelo fato de ter origem em
uma comissão mista, a tramitação desse projeto apresenta uma
peculiaridade: ela tem início alternadamente na Câmara dos Deputados e
no Senado Federal (RCCN, art. 142).

11
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 05

Quando o projeto chega ao Senado (se estiver iniciando no Senado ou


se tiver vindo da Câmara), será lido no Período do Expediente e é aberto o
prazo de 5 dias úteis para apresentação de emendas perante a Mesa. Se
tiver emendas, vai para a CMO, para receber parecer. Na comissão, o relator
da matéria principal será o mesmo das emendas. Ele apresenta seu relatório
que, se aprovado, se transforma no parecer. Depois, é publicado e agendado
para a Ordem do Dia. Para ser aprovado em plenário, o Projeto de Decreto
Legislativo que julga a prestação de contas do Presidente da República
precisa obter maioria simples de votos. Em seguida, se aprovado, vai à
promulgação.

12
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 05

Projetos de Resolução

Os projetos de resolução, em geral, regulam assuntos de interesse


próprio da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Sua principal
característica é que esses projetos não precisam ser enviados à Casa
revisora. Eles nascem, tramitam e são promulgados dentro da mesma Casa.
Os exemplos mais notórios são os projetos de resolução destinados a
promover alteração ou reforma dos regimentos internos e dos regulamentos
administrativos, bem como os projetos de resolução que veiculam a maioria
das competências específicas definidas pela Constituição Federal (no art. 50,
para a Câmara dos Deputados, e no art. 51, para o Senado Federal).

Já o Congresso Nacional pode editar resoluções para dois assuntos: para


reforma do Regimento Comum (RCCN, art. 128) e para delegar poderes
de elaboração legislativa ao Presidente da República, a lei delegada
(CF/88, art. 68, § 2º, e RCCN, art. 116, § 2º).

Projeto de Resolução do Senado que altera o Regimento do Interno


do Senado

Os projetos de resolução destinados a fazer alguma alteração no


Regimento Interno ou reformá-lo podem ter como autores qualquer
Senador, a Comissão Diretora ou ainda, uma comissão temporária
criada especialmente para esse fim, da qual deverá fazer parte um membro
da Comissão Diretora (RISF, art. 401).

Entende-se por alteração uma modificação pontual feita ao


Regimento. Exemplo: a Resolução 01/2007-SF, que criou a Comissão de
Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT).

Já na reforma, todo o regimento passará por uma revisão sistêmica,


na medida em que uma alteração em uma regra processual pode repercutir
em vários outros artigos regimentais. Exemplo de reforma é a que está em
andamento em relação ao atual Regimento do Senado, ainda sem data
prevista para terminar. Nesse caso, foi criada uma comissão temporária que
ficou responsável por estudar minuciosamente o regimento no sentido de
modernizá-lo, propondo a reforma que ainda precisa ser aprovada pelos
Senadores.

13
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 05

Depois de publicado e distribuído em avulsos, o projeto de resolução


pode receber emendas perante a Mesa durante 5 dias úteis. Em seguida,
será remetido às comissões para exame. Nesse momento, o projeto seguirá
caminhos diferentes conforme sua autoria:

Autoria individual de Senador: Comissão de Constituição e Justiça e


Comissão Diretora (RISF, art. 401, § 2º, I e III), havendo ou não emendas;

Autoria da Comissão Diretora: Comissão de Constituição e Justiça


(RISF, art. 401, § 2º, I). Havendo emendas, quem dará parecer sobre elas
será a própria Comissão Diretora e a CCJ;

Autoria de comissão temporária especial: Comissão de


Constituição e Justiça (RISF, art. 401, § 2º, I). Nesse último caso, havendo
emendas, quem vai se pronunciar sobre o mérito delas é a comissão
temporária que elaborou o projeto (RISF, art. 401, § 2º, II).

O prazo para que as comissões elaborem seus pareceres é um pouco


diferente das demais proposições. São dez dias úteis para projetos de
modificação do regimento e vinte dias úteis quando se tratar de reforma
(RISF, art. 401, § 3º).

Quando os pareceres estiverem prontos, serão lidos no Período do


Expediente e publicados. Após o interstício regimental, o projeto pode ser
agendado para a Ordem do Dia para ser discutido e votado, sendo o quórum
para aprovação o de maioria simples.

Na hora de elaborar a redação final, devemos nos lembrar de um


detalhe: se quem elaborou o projeto foi uma comissão específica, será ela a
responsável pela redação final. No caso de projetos de autoria individual de
Senador, a redação final cabe à Comissão Diretora (RISF, art. 401, § 5º).
Após isso, a resolução está pronta para ser promulgada, sem precisar ir à
Câmara dos Deputados.

Ao final de cada legislatura, a Mesa fará a consolidação das


modificações feitas no Regimento, podendo para isso alterar a ordenação das
matérias e fazer as correções de redação que se tornarem necessárias, sem,
no entanto, fazer qualquer alteração de mérito (RISF, art. 402, caput e par.
único).

Atenção! Projeto que altera o Regimento Interno do Senado não é passível


de tramitar em regime abreviado (terminativo), conforme determinação do
RISF, art. 91, § 1º, V, “a”.
14
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 05

15
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 05

Projeto de Resolução do Senado de natureza financeira

Autoria:
Comissão de Assuntos Econômicos
1/3 ou maioria absoluta dos Senadores

Já vimos um pouco desse assunto durante nossa aula 2. As


competências privativas do Senado quanto a matérias de natureza
financeira, previstas nos arts. 52 e 155 da Constituição Federal, são
veiculadas por meio de projetos de resolução, sem precisar passar pela
Câmara dos Deputados. Para refrescar nossa memória, são aqueles pedidos
de autorização para operações de crédito externo, fixação de limites para
dívidas, limites globais e condições para as operações de crédito externo e
interno, concessão de garantia da União em operações de crédito externo e
interno e fixação de alíquotas de impostos. Porém, os legitimados para
iniciativa desses projetos variam, bem como o quórum necessário para sua
aprovação:

MATÉRIA INICIATIVA APROVAÇÃO


Autorizar operações externas CAE Maioria simples
de natureza financeira, de
interesse da União, dos
Estados, do Distrito Federal,
dos Territórios e dos Municípios
(CF/88, art. 52, V);
Dispor sobre limites globais e CAE Maioria simples
condições para as operações
de crédito externo e interno
da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos
Municípios, de suas autarquias
e demais entidades controladas
pelo Poder Público federal
(CF/88, art. 52, VII);
Dispor sobre limites e CAE Maioria simples
condições para a concessão de
garantia da União em
operações de crédito externo e
interno (CF/88, art. 52, VIII);
Estabelecer limites globais e CAE Maioria simples
condições para o montante
da dívida mobiliária dos

16
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 05

Estados, do Distrito Federal e


dos Municípios (CF/88, art. 52,
IX);
Fixar alíquotas máximas do CAE Maioria simples
imposto sobre transmissão
causa mortis e doação de
quaisquer bens ou direitos
(CF/88, art. 155, § 1º, IV);
Fixar limites globais para o Presidente da Maioria simples
montante da dívida República
consolidada da União, dos
Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios (CF/88, art. 52,
VI)
Estabelecer as alíquotas Presidente da Maioria absoluta
aplicáveis às operações e República
prestações interestaduais e de ou 1/3 dos
exportação (CF/88, art. 155, § Senadores
2º, IV);
Estabelecer alíquotas mínimas 1/3 dos Maioria absoluta
nas operações internas (CF/88, Senadores
art. 155, § 2º, V, “a”);
Fixar alíquotas máximas nas Maioria 2/3 da composição
operações internas para absoluta dos do Senado
resolver conflito específico que Senadores
envolva interesse de Estados e
do Distrito Federal (CF/88, art.
155, § 2º, V, “b”);

Nos casos em que a proposta parte do Presidente da República, ela é


encaminhada para a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), que, como
conclusão de seu parecer, oferece um projeto de resolução. De fato, a
comissão fica sendo a autora do projeto.

Esses projetos de resolução de natureza financeira seguem caminhos


parecidos. Após serem lidos no Período do Expediente, são publicados e é
aberto o prazo de 5 dias úteis para apresentação de emendas. Havendo
emendas, elas vão à CAE para receber parecer sobre elas. Se não houver
emendas, o Projeto de Resolução é incluído em Ordem do Dia. O quórum de
aprovação varia conforme o conteúdo da matéria, como podemos ver na
tabela acima.

17
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 05

Depois de aprovado o projeto, a resolução é promulgada pelo


Presidente do Senado e publicada no Diário do Senado Federal e no Diário
Oficial da União. Notem apenas que o Presidente da Casa, embora tenha
poderes para promulgar a resolução, deve comunicar a aprovação da
matéria ao Presidente da República e à autoridade diretamente interessada
no assunto (RISF, art. 396).

18
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 05

Projetos de Resolução do Congresso Nacional

Projeto de Resolução que altera o Regimento Comum

Diferentemente do Regimento Interno do Senado, o Regimento Comum


do Congresso Nacional trata de forma indistinta as possibilidades de reforma e
de alteração. Nesse sentido, os projetos de resolução que modificam o
Regimento Comum podem ter como autores (RCCN, art. 128):

a) as Mesas do Senado Federal e da Câmara dos Deputados; e


b) no mínimo, 100 parlamentares, divididos em 20 Senadores e 80
Deputados.

A apresentação desse tipo de projeto deve ocorrer em sessão


conjunta. Se for de autoria das Mesas, o Presidente do Congresso convoca
outra sessão conjunta, dentro de 5 dias, para discussão (RCCN, art. 128, §
2º). Se o projeto é de autoria de parlamentares, ele vai ao exame das
Mesas, que vão oferecer seus pareceres dentro de 15 dias (RCCN, art. 128, §
3º). Podem ser apresentados dois pareceres (um pela Câmara, outro pelo
Senado), ou um parecer único (RCCN, art. 130). Esgotado o prazo de 15
dias, existindo ou não parecer, será realizada sessão conjunta para discussão
do projeto (RCCN, art. 128, § 4º).

Nas duas hipóteses, se, depois de discutido o projeto, forem


apresentadas emendas, a matéria volta às Mesas do Senado e da Câmara
para que se pronunciem sobre as emendas no prazo de 10 dias. Terminado
o prazo, com ou sem parecer, é convocada sessão conjunta para votação da
matéria (RCCN, art. 129). O parecer das Mesas sobre as emendas também
pode, a exemplo do que ocorre com o parecer sobre o projeto, ser único.

A votação acontece em turno único, sendo necessário para a aprovação


o quorum de maioria simples. São computados os votos separadamente,
começando pela Câmara dos Deputados, depois o Senado Federal (RCCN, art.
43, caput e § 2º). Se o projeto for aprovado nas duas Casas, então a
Resolução do Congresso Nacional está pronta para ser promulgada pelo
Presidente do Senado.

19
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 05

20
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 05

Projeto de Resolução que trata da Delegação Legislativa

A delegação legislativa – ou lei delegada – é um instrumento previsto


constitucionalmente, pelo qual o Congresso Nacional autoriza o Poder
Executivo a legislar sobre determinado assunto. Contudo, o instituto da
Medida Provisória, ao permitir que o Presidente da República disponha sobre
uma ampla gama de assuntos com eficácia imediata, fez com que a lei
delegada perdesse um pouco de sua importância.

A Constituição estabeleceu limites à edição de leis delegadas, as quais


não poderão tratar de alguns assuntos específicos (CF/88, art. 68, § 1º e
RCCN, art. 117):

⇒ atos da competência exclusiva do Congresso Nacional;


⇒ atos da competência privativa da Câmara dos Deputados ou do
Senado Federal;
⇒ organização dos juízos e tribunais e as garantias da magistratura;
⇒ nacionalidade, cidadania, direitos públicos e direito eleitoral;
⇒ sistema monetário.

Na delegação, a proposta é apresentada ao Presidente do Senado


Federal, que deve convocar uma sessão conjunta em até 72 horas, para que o
Congresso Nacional dela tome conhecimento (RCCN, art. 119). Essa sessão se
destina a constituir a Comissão Mista paritária que vai emitir um parecer
sobre a proposta de delegação.

O parecer da Comissão deverá concluir pela apresentação de projeto de


resolução, especificando o conteúdo da delegação e os termos para o seu
exercício (CF/88, art. 68, § 2º). Além disso, a resolução deve fixar prazo
máximo de 45 dias para promulgação, publicação ou remessa do projeto
elaborado para apreciação pelo Congresso Nacional (RCCN, art. 119, § 2º). Se
dentro desse prazo de 45 dias o Presidente da República não fizer nada a
respeito da delegação, esta se tornará insubsistente (RCCN, art. 127).

Depois que a comissão mista estiver com seu parecer pronto, ele será
publicado e distribuído em avulsos, devendo ser convocada sessão conjunta
do Congresso Nacional dentro de 5 dias para discutir a matéria. Encerrada a
discussão, se não houver emendas, será convocada sessão conjunta para
votação da matéria.

21
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 05

Havendo emendas, a matéria voltará à Comissão Mista, que terá o prazo


de 8 dias para emitir o parecer sobre as emendas, após o que será publicado o
parecer sobre as emendas e convocada sessão conjunta para votação da
matéria (RCCN, art. 121).

Depois de aprovada, a resolução da delegação legislativa deve ser


promulgada dentro de 24 horas e comunicada ao Presidente da República que,
depois de elaborar a lei delegada, deve promulgá-la.

A remessa da lei delegada ao Congresso não é obrigatória, mas se os


congressistas fizerem essa opção, a votação deve ser feita em globo, de
forma única, vedada a apresentação de qualquer emenda, conforme reza a
Constituição em seu art. 68, § 3º.

Se este for o caso, a Presidência do Senado deve remeter em 48 horas


a lei delegada à Comissão Mista que examinou a solicitação para que, dentro
de 5 dias, emita seu parecer sobre a conformidade ou não do projeto com o
conteúdo da delegação (RCCN, art. 124).

22
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 05

Muito bem! Depois da teoria, vamos agora aos nossos exercícios de


concursos anteriores.

23
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 05

Exercícios

1) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: O processo legislativo prevê uma


variedade de atos normativos que devem ser elaborados segundo os seus
ditames, dentre os quais figura o Decreto Legislativo. Sobre o referido
instrumento normativo, avalie as afirmativas abaixo:

I. A iniciativa é exclusiva do Senado Federal.

Errada. A iniciativa do projeto de decreto legislativo pode partir tanto do


Senado quanto da Câmara dos Deputados.

II. O projeto deve ser votado nas duas Casas Parlamentares e apresentado à
sanção do Presidente da República.

Errada. Projeto de Decreto Legislativo, depois de aprovado, não vai à sanção


presidencial, sendo promulgado pelo Presidente do Senado.

III. Cabe ao Presidente do Senado Federal a promulgação e a publicação.

Correta. No caso do Decreto Legislativo, a promulgação é feita diretamente


pelo Presidente do Senado.

IV. O quorum de votação para aprovar o Decreto Legislativo é de maioria


simples.

Correta. O quorum é de maioria simples.

V. Inexistem limites de matéria para inclusão no corpo do Decreto


Legislativo.

Errada. O decreto legislativo dispõe sobre matérias de competência exclusiva


do Congresso Nacional, nos termos do art. 49 da CF/88.

Estão corretas apenas as afirmativas:


(A) III e IV
(B) I e IV
(C) II e V
(D) II e IV
(E) I e III

Gabarito: Letra “A”.

24
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 05

2) Cespe/TRT 1ª/Analista/2008: Os decretos legislativos são


hierarquicamente inferiores às leis ordinárias.

Errada. Não existe hierarquia entre as espécies normativas previstas na


Constituição. O que as diferencia é a matéria de que cada uma trata.

3) Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008: Se o presidente da


República, ao regulamentar uma lei para a sua fiel execução, exorbite dos
limites legais impostos, então, nesse caso, é possível a edição de decreto
legislativo por parte do Senado Federal para sustar o dispositivo do decreto
presidencial que ultrapassou os limites legais.

Errada. A sustação de ato do Executivo que exorbite do poder regulamentar


é competência do Congresso Nacional, segundo a CF/88, art. 49, V. Logo, a
edição do decreto legislativo cabe ao Congresso Nacional, precisando passar
pelas duas casas que compõem o Poder Legislativo.

4) Cespe/TRF 2ª Região/Juiz/2009 (adaptada): Cabe ao Congresso


Nacional, com a sanção do presidente da República, autorizar, em terras
indígenas, a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa
e lavra de riquezas minerais.

Errada. A autorização, em terras indígenas, para a exploração e o


aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas
minerais, compete ao Congresso Nacional, por meio de decreto legislativo,
prescindindo, portanto, da sanção do Presidente da República (CF/88, art.
49, XVI).

5) Cespe/Polícia Federal/Agente Federal/2004 (adaptada): O


Congresso Nacional pode, por meio de decreto legislativo, sustar dispositivo
de Decreto do Poder Executivo que esteja exorbitando do poder
regulamentar.

Correta. Tal atribuição exclusiva do Congresso Nacional é veiculada por meio


de decreto legislativo (CF/88, art. 49, V).

6) FCC/Sefaz-PB/Auditor Fiscal de Tributos Estaduais/2006: As leis


delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, sendo a referida
delegação dada:

a) pelo Senado Federal, por meio de Resolução.

25
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 05

Errada. Segundo dispõe a CF/88, art. 68, § 2º, a delegação se dá por meio
de resolução do Congresso Nacional.

b) pelo Congresso Nacional, por meio de Decreto Legislativo.

Errada. Segundo dispõe a CF/88, art. 68, § 2º, a delegação se dá por meio
de resolução do Congresso Nacional.

c) pelo Senado Federal, por meio de Portaria.

Errada. Segundo dispõe a CF/88, art. 68, § 2º, a delegação se dá por meio
de resolução do Congresso Nacional.

d) pelo Congresso Nacional, por meio de Resolução.

Correta. É o que dispõe a CF/88, art. 68, § 2º.

e) pela Câmara dos Deputados, por meio de Resolução.

Errada. Segundo dispõe a CF/88, art. 68, § 2º, a delegação se dá por meio
de resolução do Congresso Nacional.

Gabarito: Letra “D”

7) FCC/TRT 3ª Região/Analista Judiciário/2009: Considere:

I. Atos do Congresso Nacional destinados ao tratamento de matérias de sua


competência exclusiva, para as quais a Constituição dispensa a sanção
presidencial, disciplinando, de regra, matéria externa aos órgãos do Poder
Legislativo.
II. Espécie normativa que disciplina matéria especialmente reservada pelo
texto constitucional e exige maioria absoluta para a sua aprovação.

Esses atos normativos, dizem respeito, respectivamente,

a) à resolução e à emenda constitucional.

Errada. A Resolução não trata, em regra, de matéria externa ao Legislativo.


Já a emenda constitucional requer quórum de 3/5, em dois turnos, em cada
Casa, para ser aprovada.

26
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 05

b) à resolução e à lei ordinária.

Errada. Os conceitos não se referem à resolução nem à lei ordinária, que


exige para sua aprovação maioria simples.

c) à lei delegada e ao decreto legislativo.

Errada. Os conceitos não se referem à lei delegada. Já o decreto legislativo


corresponde ao primeiro item da questão, e não ao segundo.

d) ao decreto legislativo e à emenda constitucional.

Errada. O conceito trazido se encaixa com o de decreto legislativo, Contudo,


a emenda constitucional requer quórum de 3/5, em dois turnos, em cada
Casa, para ser aprovada.

e) ao decreto legislativo e à lei complementar.

Correta. O decreto legislativo trata de matérias de competência exclusiva do


Congresso Nacional. A lei complementar disciplina matéria especialmente
reservada pela Constituição e precisa alcançar maioria absoluta para ser
aprovada.

Gabarito: Letra “E”

8) FCC/TRT 3ª Região/Técnico Judiciário/2009: A promulgação da lei,


de regra, é competência do Chefe do Executivo; entretanto, caberá ao Poder
Legislativo promulgar, dentre outras espécies normativas, a

a) resolução, a lei delegada e a lei complementar.

Errada. O Legislativo não promulga a lei delegada nem a lei complementar.

b) lei delegada, a emenda constitucional e a medida provisória.

Errada. O Legislativo não promulga a lei delegada.

c) medida provisória, a resolução e o decreto legislativo.

Correta. Resolução e decreto legislativo são promulgados pelo Poder


Legislativo. A medida provisória pode ser promulgada pelo Legislativo se
durante sua tramitação não for aprovada alteração de mérito.

27
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 05

d) lei complementar, o decreto legislativo e a lei delegada.

Errada. O Legislativo não promulga a lei delegada nem a lei complementar.

e) emenda constitucional, o decreto legislativo e a resolução.

Correta. Essas três espécies normativas são promulgadas diretamente pelo


Poder Legislativo.

Gabarito: A questão foi anulada, pois duas alternativas poderiam ser


consideradas corretas.

9) Inédita: A delegação ao Presidente da República para elaboração


legislativa se faz por meio de resolução do Congresso Nacional, sendo
considerados indelegáveis, entre outros assuntos, os atos de competência
exclusiva do Congresso Nacional, as leis sobre organização do Poder
Judiciário e do Ministério Público e as matérias reservadas à lei
complementar.

Correta. Ver CF/88, art. 68, § 1º, I, e § 2º.

10) Inédita: O Regimento Interno do Senado Federal pode ser alterado ou


reformado como um todo. Se for constituída uma comissão temporária
especial de Senadores a fim de elaborar um projeto de resolução visando a
reforma do Regimento, esse projeto deve ser encaminhado à Comissão de
Constituição e Justiça, encarregada de oferecer um parecer. Tendo o projeto
de resolução recebido emendas na CCJ, essas emendas serão apreciadas no
âmbito da mesma CCJ.

Errada. Sendo o projeto de resolução de autoria da comissão específica, as


emendas apresentadas devem ser remetidas para análise da comissão
autora (RISF, art. 401, § 2º, II).

11) Inédita: Entre os projetos expressamente previstos pelo Regimento


Interno do Senado Federal para tramitar de forma terminativa estão os
projetos de decreto legislativo de concessão e de renovação de concesssão
de emissoras de rádio e TV.

28
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 05

Errada. Os projetos de concessão e renovação de concessão de emissoras de


rádio e TV são apreciados de forma terminativa graças à aprovação de um
parecer da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania. Não é uma regra
expressa do Regimento.

12) Inédita: Entre os projetos expressamente previstos pelo Regimento


Interno do Senado Federal para tramitar de forma terminativa estão os
Projetos de Resolução do Senado que alteram dispositivos do próprio
regimento.

Errada. O Regimento Interno veda expressamente que projetos que visem a


sua alteração sejam submetidos a procedimento terminativo (RISF, art. 91,
§ 1º, V, “a”).

13) Inédita: Os projetos de resolução que modificam o Regimento Comum do


Congresso Nacional podem ser propostos pelas Mesas do Senado Federal e da
Câmara dos Deputados e por, no mínimo, 100 parlamentares, divididos em 80
Senadores e 20 Deputados.

Errada. Esses projetos podem ser apresentados pelas Mesas do Senado


Federal e da Câmara dos Deputados ou por, no mínimo, 100 parlamentares,
que devem estar divididos em 20 Senadores e 80 deputados (RCCN, art. 128).

14) Inédita: Projeto de resolução visando modificar algum dispositivo do


Regimento Interno do Senado pode ser apresentado por Senador,
individualmente, pela Comissão Diretora ou por Comissão temporária
instituída especialmente para esse fim. Em todos os casos, a Comissão de
Constituição e Justiça é a única responsável por elaborar pareceres a esses
projetos.

Errada. No caso de projeto de autoria individual de Senador, a Comissão


Diretora também precisa se manifestar (RISF, art. 401, § 2º, III).

15) Inédita: Cabe ao Congresso Nacional elaborar o decreto legislativo que


aprova a prestação de contas anuais do Presidente da República. O prazo
para que o Chefe do Executivo envie as contas ao Congresso é de sessenta
dias após o início da legislatura. A Constituição Federal prevê que, se esse
prazo não for cumprido, caberá à Câmara dos Deputados proceder à tomada
de contas do Presidente da República.

29
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 05

Errada. O prazo para que o Presidente da República apresente suas contas


ao Congresso Nacional é de 60 dias após o início de cada sessão legislativa,
e não após o início de uma legislatura.

16) Inédita: O prazo para que as comissões elaborem seus pareceres no


caso de projetos de resolução que modifiquem o Regimento Interno do
Senado Federal é de dez dias úteis para projetos de modificação do
regimento e vinte dias úteis quando se tratar de reforma.

Correta. É o que prevê o RISF, art. 401, § 3º.

17) Inédita: Ao final de cada legislatura, a Mesa fará a consolidação das


modificações feitas no Regimento, podendo para isso alterar a ordenação das
matérias sem, contudo, fazer correções de redação em seu texto.

Errada. A Mesa poderá fazer alterações de redação que forem necessárias. O


que o Regimento veda, na consolidação feita pela Mesa, são as alterações de
mérito (RISF, art. 402, caput e par. único).

18) Inédita: A aprovação dos projetos de decreto legislativo em análise na


CCT que tratam da concessão ou da renovação da concessão de emissoras
de Rádio e TV se dá por meio de votação simbólica.

Errada. Por receber tratamento de matéria terminativa, os projetos que


tratam da concessão ou da renovação da concessão de emissoras de Rádio e
TV devem ser votados por meio de processo nominal (RISF, art. 109).

19) Inédita: O parecer da Comissão mista responsável pela delegação


legislativa deverá concluir pela apresentação de projeto de resolução,
especificando o conteúdo da delegação e os termos para o seu exercício,
fixando ainda prazo máximo de 45 dias para promulgação, publicação ou
remessa, pelo Presidente da República, do projeto elaborado para apreciação
pelo Congresso Nacional.

Correta, de acordo com o art. 68, § 2º, da CF/88, combinado com o art. 119,
§ 2º, do RCCN.

20) Inédita: Projeto de resolução do Senado destinado a fixar alíquotas


máximas nas operações internas para resolver conflito específico que
envolva interesse de Estados e do Distrito Federal exigirá, para sua
apresentação, a assinatura de 1/3 dos Senadores, sendo aprovado se obtiver
os votos da maioria absoluta da composição da Casa.

30
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 05

Errada. Projeto de resolução que trate sobre essa matéria deverá ser
proposto pela maioria absoluta dos Senadores. O quórum de aprovação é de
2/3 do Senado (CF/88, art. 155, § 2º, V, “b”). A questão trocou a informação
com as exigências para apresentação e aprovação de projeto de resolução
que estabeleça alíquotas mínimas nas operações internas (CF/88, art. 155, §
2º, V, “a”);

31
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 05

LISTA DE QUESTÕES DESTA AULA

1) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: O processo legislativo prevê uma


variedade de atos normativos que devem ser elaborados segundo os seus
ditames, dentre os quais figura o Decreto Legislativo. Sobre o referido
instrumento normativo, avalie as afirmativas abaixo:

I. A iniciativa é exclusiva do Senado Federal.


II. O projeto deve ser votado nas duas Casas Parlamentares e apresentado à
sanção do Presidente da República.
III. Cabe ao Presidente do Senado Federal a promulgação e a publicação.
IV. O quorum de votação para aprovar o Decreto Legislativo é de maioria
simples.
V. Inexistem limites de matéria para inclusão no corpo do Decreto
Legislativo.

Estão corretas apenas as afirmativas:


(A) III e IV
(B) I e IV
(C) II e V
(D) II e IV
(E) I e III

2) Cespe/TRT 1ª/Analista/2008: Os decretos legislativos são


hierarquicamente inferiores às leis ordinárias.

3) Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008: Se o presidente da


República, ao regulamentar uma lei para a sua fiel execução, exorbite dos
limites legais impostos, então, nesse caso, é possível a edição de decreto
legislativo por parte do Senado Federal para sustar o dispositivo do decreto
presidencial que ultrapassou os limites legais.

4) Cespe/TRF 2ª Região/Juiz/2009 (adaptada): Cabe ao Congresso


Nacional, com a sanção do presidente da República, autorizar, em terras
indígenas, a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa
e lavra de riquezas minerais.

5) Cespe/Polícia Federal/Agente Federal/2004 (adaptada): O


Congresso Nacional pode, por meio de decreto legislativo, sustar dispositivo
de Decreto do Poder Executivo que esteja exorbitando do poder
regulamentar.

32
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 05

6) FCC/Sefaz-PB/Auditor Fiscal de Tributos Estaduais/2006: As leis


delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, sendo a referida
delegação dada:
a) pelo Senado Federal, por meio de Resolução.
b) pelo Congresso Nacional, por meio de Decreto Legislativo.
c) pelo Senado Federal, por meio de Portaria.
d) pelo Congresso Nacional, por meio de Resolução.
e) pela Câmara dos Deputados, por meio de Resolução.

7) FCC/TRT 3ª Região/Analista Judiciário/2009: Considere:

I. Atos do Congresso Nacional destinados ao tratamento de matérias de sua


competência exclusiva, para as quais a Constituição dispensa a sanção
presidencial, disciplinando, de regra, matéria externa aos órgãos do Poder
Legislativo.
II. Espécie normativa que disciplina matéria especialmente reservada pelo
texto constitucional e exige maioria absoluta para a sua aprovação.

Esses atos normativos, dizem respeito, respectivamente,

a) à resolução e à emenda constitucional.


b) à resolução e à lei ordinária.
c) à lei delegada e ao decreto legislativo.
d) ao decreto legislativo e à emenda constitucional.
e) ao decreto legislativo e à lei complementar.

8) FCC/TRT 3ª Região/Técnico Judiciário/2009: A promulgação da lei,


de regra, é competência do Chefe do Executivo; entretanto, caberá ao Poder
Legislativo promulgar, dentre outras espécies normativas, a

a) resolução, a lei delegada e a lei complementar.


b) lei delegada, a emenda constitucional e a medida provisória.
c) medida provisória, a resolução e o decreto legislativo.
d) lei complementar, o decreto legislativo e a lei delegada.
e) emenda constitucional, o decreto legislativo e a resolução.

9) Inédita: A delegação ao Presidente da República para elaboração


legislativa se faz por meio de resolução do Congresso Nacional, sendo
considerados indelegáveis, entre outros assuntos, os atos de competência
exclusiva do Congresso Nacional, as leis sobre organização do Poder
Judiciário e do Ministério Público e as matérias reservadas à lei
complementar.

33
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 05

10) Inédita: O Regimento Interno do Senado Federal pode ser alterado ou


reformado como um todo. Se for constituída uma comissão temporária
especial de Senadores a fim de elaborar um projeto de resolução visando a
reforma do Regimento, esse projeto deve ser encaminhado à Comissão de
Constituição e Justiça, encarregada de oferecer um parecer. Tendo o projeto
de resolução recebido emendas na CCJ, essas emendas serão apreciadas no
âmbito da mesma CCJ.

11) Inédita: Entre os projetos expressamente previstos pelo Regimento


Interno do Senado Federal para tramitar de forma terminativa estão os
projetos de decreto legislativo de concessão e de renovação de concesssão
de emissoras de rádio e TV.

12) Inédita: Entre os projetos expressamente previstos pelo Regimento


Interno do Senado Federal para tramitar de forma terminativa estão os
Projetos de Resolução do Senado que alteram dispositivos do próprio
regimento.

13) Inédita: Os projetos de resolução que modificam o Regimento Comum do


Congresso Nacional podem ser propostos pelas Mesas do Senado Federal e da
Câmara dos Deputados e por, no mínimo, 100 parlamentares, divididos em 80
Senadores e 20 Deputados.

14) Inédita: Projeto de resolução visando modificar algum dispositivo do


Regimento Interno do Senado pode ser apresentado por Senador,
individualmente, pela Comissão Diretora ou por Comissão temporária
instituída especialmente para esse fim. Em todos os casos, a Comissão de
Constituição e Justiça é a única responsável por elaborar pareceres a esses
projetos.

15) Inédita: Cabe ao Congresso Nacional elaborar o decreto legislativo que


aprova a prestação de contas anuais do Presidente da República. O prazo
para que o Chefe do Executivo envie as contas ao Congresso é de sessenta
dias após o início da legislatura. A Constituição Federal prevê que, se esse
prazo não for cumprido, caberá à Câmara dos Deputados proceder à tomada
de contas do Presidente da República.

16) Inédita: O prazo para que as comissões elaborem seus pareceres no


caso de projetos de resolução que modifiquem o Regimento Interno do
Senado Federal é de dez dias úteis para projetos de modificação do
regimento e vinte dias úteis quando se tratar de reforma

34
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 05

17) Inédita: Ao final de cada legislatura, a Mesa fará a consolidação das


modificações feitas no Regimento, podendo para isso alterar a ordenação das
matérias sem, contudo, fazer correções de redação em seu texto.

18) Inédita: A aprovação dos projetos de decreto legislativo em análise na


CCT que tratam da concessão ou da renovação da concessão de emissoras
de Rádio e TV se dá por meio de votação simbólica.

19) Inédita: O parecer da Comissão mista responsável pela delegação


legislativa deverá concluir pela apresentação de projeto de resolução,
especificando o conteúdo da delegação e os termos para o seu exercício,
fixando ainda prazo máximo de 45 dias para promulgação, publicação ou
remessa, pelo Presidente da República, do projeto elaborado para apreciação
pelo Congresso Nacional.

20) Inédita: Projeto de resolução do Senado destinado a fixar alíquotas


máximas nas operações internas para resolver conflito específico que
envolva interesse de Estados e do Distrito Federal exigirá, para sua
apresentação, a assinatura de 1/3 dos Senadores, sendo aprovado se obtiver
os votos da maioria absoluta da composição da Casa.

Gabarito:

1A 10E 19C
2E 11E 20E
3E 12E
4E 13E
5C 14E
6D 15E
7E 16C
8X 17E
9C 18E

35
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 06

Olá, concurseiros e concurseiras! Vamos à nossa sexta aula de


Processo Legislativo para o Senado Federal! Nesta aula, estudaremos as
matérias sujeitas à deliberação especial: Proposta de Emenda à
Constituição; Projetos de Lei de Código; Projetos com tramitação urgente
estabelecida na Constituição; Projetos referentes a Atos Internacionais.
Vamos lá!

Hoje, 23/12/2010, é o primeiro dia do recesso do Senado Federal,


que encerrou seus trabalhos após a aprovação do orçamento para 2011,
juntamente com a Câmara dos Deputados, em sessão conjunta. A
aprovação se deu às 22h30 de ontem, 22/12/2010. É interessante
acompanhar essas notícias, para vermos na prática como se dá o processo
legislativo. Vale lembrar que a tramitação de matéria orçamentária será
objeto da nossa próxima aula.

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO


Iniciativa:
• Mínimo de um terço de Deputados ou de Senadores;
• Presidente da República;
• Mais da metade das Assembléias Legislativas das Unidades da
Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela sua maioria
relativa;

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC), proposição legislativa que


visa alterar dispositivos da Carta Magna, é a principal das matérias sujeitas
à deliberação especial, havendo uma subseção da Constituição Federal e
uma seção do RISF inteiramente dedicadas à PEC.
Em Direito Constitucional, quando estudamos as classificações das
constituições quanto à estabilidade (ou alterabilidade), aprendemos que
elas podem ser consideradas rígidas, semirrígidas e flexíveis. Neste ponto,
a Constituição brasileira é classificada como rígida. E o que isso tem a ver
com o processo legislativo? O fato de a CF/88 ser classificada como rígida
implica a necessidade de um processo legislativo diferenciado, mais
dificultoso, para a aprovação de emendas constitucionais do que para o
processo de alteração de normas não constitucionais.
Outro ponto importante no estudo da tramitação das emendas
constitucionais diz respeito às limitações impostas ao poder constituinte
derivado ao oferecer esse tipo de proposição. As limitações, segundo a
doutrina, podem ser classificadas em: formais ou procedimentais;
materiais; circunstanciais; e temporais.

1
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 06

As limitações formais ou procedimentais são as que têm ligação mais


estreita com o conteúdo do nosso curso. Implicam a observância dos
requisitos determinados pela própria Constituição para sua alteração, como
os legitimados para iniciativa de PEC, o quórum exigido para sua
aprovação, a forma de promulgação e a vedação à reapresentação, na
mesma sessão legislativa, de matérias constantes de PECs rejeitadas ou
prejudicadas.
As limitações circunstanciais também são trazidas pela Constituição, que
determina que o texto magno não poderá ser emendado na vigência de
intervenção federal, estado de sítio e estado de defesa (CF/88, art. 60,
§1º).
Para a maior parte da doutrina, a CF/88 não estabelece limitação
expressa temporal para sua reforma. A limitação temporal trata-se de
previsão de prazo durante o qual ficariam vedadas alterações a
Constituição.
Por fim, as limitações materiais são as conhecidas cláusulas pétreas
constantes do artigo 60, § 4º, da CF/88, que veda a deliberação de
proposta de emenda constitucional tendente a abolir:
• a forma federativa de Estado;
• o voto direto, secreto, universal e periódico;
• a separação dos Poderes;
• os direitos e garantias individuais.

Além dessas limitações materiais explícitas, que estão expressas no


texto constitucional, existem ainda as chamadas limitações implícitas. A
principal limitação nesse sentido seria a impossibilidade de haver dupla
revisão, teoria segundo a qual em um primeiro momento se revogaria uma
cláusula pétrea, para, em seguida, modificar aquilo que ela protegia.
Logicamente, não se poderia eliminar as cláusulas pétreas por meio de
emenda, de modo que as mesmas deixassem de ser pétreas! Outras
limitações implícitas apontadas pelos doutrinadores são a impossibilidade
de se alterar o titular do poder constituinte originário e a titularidade do
poder constituinte derivado reformador.
Bem, vamos então passar aos principais pontos da tramitação da PEC no
Senado. Primeiramente, relembremos quem são os legitimados a
apresentar uma Proposta de Emenda à Constituição (CF/88, art. 60, I, II e
III):
• Mínimo de um terço de Deputados, na Câmara;

2
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 06

• Mínimo de um terço de Senadores, no Senado (27 Senadores);


• Presidente da República;
• Mais da metade das Assembléias Legislativas das Unidades da
Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela sua maioria
relativa;
No Senado, são necessárias, no mínimo, vinte e sete assinaturas de
Senadores para dar início à tramitação de uma PEC. Todos os Senadores
que assinaram a proposição passam a ser considerados autores dessa PEC,
sendo que o autor da primeira assinatura (o dono da ideia) é chamado de
primeiro signatário.
Agora, um parêntese. Vimos as principais limitações às emendas
constitucionais, entre as quais a impossibilidade de alteração de matérias
protegidas por cláusulas pétreas. Vocês podem perguntar: e se algum
“desavisado”, mesmo assim, resolve apresentar uma emenda nesse
sentido? O que acontece?
Bom, supondo que o parlamentar conseguisse mais 26 assinaturas para
sua PEC, ela poderia até ser apresentada. Contudo, sua tramitação não
teria continuidade. Isso porque o RISF, art. 48, XI, estabelece que o
Presidente do Senado possui competência para impugnar as proposições
que lhe pareçam contrárias à Constituição, às leis, ou ao próprio
Regimento. Nesse caso, o autor da proposição tem garantido direito a
recurso para o Plenário, que decidirá o assunto após audiência da Comissão
de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).
Dito isso, vamos prosseguir. Depois que a PEC dá entrada na Mesa do
Senado, é lida no Período do Expediente e encaminhada para a CCJ, que
tem prazo de até trinta dias, contado da data do despacho da Presidência,
para emitir seu parecer (RISF, arts. 355 e 356). Na CCJ é aberto o prazo
para emendas de seus membros, que é o mesmo para as demais
proposições: cinco dias úteis (RISF, art. 122, § 1º). O Presidente da
Comissão vai designar um Relator, que tem a metade do tempo de que
dispõe a Comissão, para emitir seu parecer. Como no caso da PEC a CCJ
tem até 30 dias para dar parecer, o prazo do relator será de até 15 dias.
Depois do relatório pronto, a Comissão irá votá-lo, concluindo seu
parecer. Se nesse processo a CCJ aprovar alguma emenda à PEC, essa
emenda vai precisar ter, também, 27 assinaturas, no mínimo, para ser
considerada válida (RISF, art. 356, par. único). Lembrem que o processo é
dificultoso!
O parecer aprovado na CCJ vai ao Plenário, é lido no Período do
Expediente e publicado no Diário do Senado Federal. Após a publicação, é

3
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 06

preciso aguardar um interstício de 5 dias, quando só então a PEC está


pronta para ser agendada na Ordem do Dia (RISF, art. 357).
E a dificuldade continua. Com a PEC incluída na Ordem do Dia, correrão
5 sessões deliberativas ordinárias consecutivas de discussão em primeiro
turno (RISF, art. 358). De novo: são sessões (e não dias) deliberativas
ordinárias (logo, não contam as não deliberativas e as extraordinárias).
Durante esse período, podem ser oferecidas emendas em plenário, que
também precisam estar assinadas por, no mínimo, vinte e sete Senadores.
Se ao final da discussão não tiver sido apresentada nenhuma emenda, a
PEC pode ser votada em primeiro turno. Se houver emendas, o
procedimento é parecido com o da tramitação das demais proposições: a
PEC volta à CCJ para receber parecer sobre as emendas. Para isso, a
Comissão dispõe de prazo de trinta dias (RISF, art. 359).
Importante lembrar que, se a CCJ não emitir parecer no prazo nem
requerer sua prorrogação, o Presidente do Senado pode incluir a matéria
na Ordem do Dia para que o relator designado pelo Presidente profira
oralmente o parecer (RISF, art. 361).
Continuando: se a PEC for aprovada em primeiro turno, ela pode ir ao
segundo turno. Mas não sem antes aguardar um novo interstício, que é de,
no mínimo, 5 dias úteis (RISF, art. 362). Para ser aprovada, a PEC precisa
do voto favorável de 3/5 dos Senadores. A votação de PEC e de suas
emendas é nominal (RISF, art. 361, § 3º), portanto aberta, e é possível
visualizar como cada Senador votou, por meio do painel eletrônico
instalado no Plenário.
O segundo turno da PEC consiste em três sessões deliberativas
ordinárias de discussão (RISF, art. 363). Reparem que aqui não há
exigência de que sejam sessões consecutivas, como acontece no primeiro
turno. Outra diferença é que no segundo turno somente são admitidas
emendas de redação (RISF, art. 363). A emenda de redação também
precisa ser assinada por 1/3 dos Senadores, no mínimo. Se forem
apresentadas emendas de redação, recai-se na mesma regra: a emenda
volta à CCJ para receber parecer. Contudo, agora o prazo da CCJ é bem
mais apertado: são apenas cinco dias improrrogáveis (RISF, art. 364).
Para a votação no segundo turno, repete-se o procedimento. Votação
nominal (RISF, art. 361, § 3º), sendo necessário o quorum de 3/5 dos
senadores para que ela seja aprovada. Vale lembrar ainda que o mesmo
quórum é exigido quando da votação pela Câmara dos Deputados, nos dois
turnos (CF/88, art. 60, § 2º).
Se a PEC for aprovada no Senado sem emendas, será remetida à
Câmara dos Deputados. Mas, se for emendada, deve ser encaminhada à

4
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 06

Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania para elaborar a redação final,


no prazo de três dias (RISF, art. 365). A redação final será votada com
qualquer número, independentemente de publicação (RISF, art. 366).
Supondo que a PEC tenha origem no Senado, quando ela for
encaminhada à Câmara dos Deputados e lá sofrer alterações de mérito,
deverá retornar para o Senado, certo? Porém, aqui há mais uma diferença
em relação às demais proposições. Quando a PEC volta para o Senado, este
não vai se manifestar apenas sobre as emendas, mas sim em relação à
toda a PEC, como uma nova proposta (RISF, art. 367). Se, nesse retorno, o
Senado mudar mais alguma coisa, a PEC vai para a Câmara novamente, no
estilo “pingue-pongue”. Afinal, o processo é mais dificultoso…
Quando a tramitação estiver concluída, a Proposta de Emenda à
Constituição se transformará em Emenda Constitucional, sendo numerada e
promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal,
em sessão solene (CF/88, art. 60, § 3º).
Por fim, a matéria constante de Proposta de Emenda à Constituição
rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta
na mesma sessão legislativa (CF/88, art. 60, § 5º, e RISF, art. 373). Não
confundir com a reapresentação de projetos de lei rejeitados, que é
permitida na mesma sessão legislativa desde que apoiada pela maioria
absoluta de qualquer das Casas do Congresso Nacional (CF/88, art. 67).

5
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 06

6
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 06

PROJETO DE LEI DE CÓDIGO


Iniciativa: Os mesmos legitimados para lei ordinária
Os projetos de lei de código são considerados projetos de lei ordinária,
contudo, a complexidade dos assuntos que eles se propõem a regular é
grande, dada sua abrangência. Para se ter uma ideia, são matérias do
porte do Código Civil, Código Penal, Código de Processo Penal, o Código de
Processo Civil, Código de Defesa do Consumidor, Código de Trânsito… e por
aí vai.
Mas, apesar de serem projetos de lei ordinária, os projetos de código
também podem estar submetidos ao procedimento legislativo especial.
Dizemos que podem, pois o Regimento Interno do Senado determina que
as disposições especiais nele contidas para a tramitação dos projetos de
código se aplicam exclusivamente aos projetos de código elaborados por
juristas, comissão de juristas, comissão ou subcomissão especialmente
criada com essa finalidade, e que tenham sido antes amplamente
divulgados (RISF, art. 374, par. único). Isso aconteceu recentemente no
Senado, com o texto do novo Código de Processo Penal, proveniente de um
anteprojeto formulado por uma comissão especial de juristas. Os demais
projetos de código recebem tratamento de projeto de lei ordinária.

Detalhe importante: o Regimento veda a tramitação simultânea


de projetos de código (RISF, art. 374, XV).

Na tramitação especial, o projeto de código é lido no Período do


Expediente de uma sessão e publicado no Diário do Senado Federal e em
avulsos. Na mesma sessão de leitura, a Presidência do Senado designa
uma comissão temporária composta de 11 membros para estudar essa
matéria (RISF, art. 374). Também será fixado o calendário de tramitação
do projeto.
Composta a comissão, ela deve se reunir até o dia útil seguinte, para
eleger seu Presidente e Vice-Presidente. O Presidente eleito, por sua vez,
vai designar um relator-geral e tantos relatores parciais quantos
necessários (RISF, art. 374, I).
Já que o assunto de um projeto de código é bem abrangente, o
Regimento Interno do Senado determina que as outras proposições que
tenham relação com esse tema e que estejam tramitando no Senado serão
apensadas a ele, ou seja, passarão a tramitar juntamente com o projeto de
código (RISF, art. 374, II).

7
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 06

Nesses projetos de código, todos os senadores poderão apresentar


emendas perante a comissão (RISF, art. 122, II, “a”). Esse prazo é
diferente daquele previsto para o emendamento das demais proposições:
são 20 dias úteis, contando da publicação do projeto no DSF (RISF, art.
374, III). É bom lembrar que, por disposição regimental, projetos de
código não poderão tramitar em caráter terminativo (RISF, art. 91, I).
Terminado o prazo de emendas, os relatores parciais devem encaminhar
ao relator-geral as conclusões de seus trabalhos dentro de 10 dias úteis
(RISF, art. 374, IV). Para apresentar o seu relatório, além do estudo dos
relatores parciais e as emendas, o relator-geral tem 5 dias úteis (RISF, art.
374, V). A comissão tem 5 dias úteis para encaminhar à Mesa o parecer
final sobre o projeto e as emendas (RISF, art. 374, VI).
A requerimento da comissão, todos os prazos poderão ser aumentados
até o quádruplo, sendo o requerimento submetido à deliberação do Plenário
(RISF, art. 374, XVI).
Concluído o parecer da comissão, ele será lido no Período do Expediente
da sessão e publicado, estando pronto para ser incluído em Ordem do Dia,
depois de obedecer ao interstício regimental de 3 dias úteis (RISF, art.
280). Detalhe importante: o projeto de lei de código será o único item da
pauta (RISF, art. 163, 6º).
A discussão e votação no Plenário será feita em turno único, sendo que o
relator-geral poderá usar da palavra sempre que necessário ou delegá-la a
um relator parcial (RISF, art. 374, X). A discussão pode ser encerrada
antes de seu término mediante autorização do Plenário, a requerimento de
líder, contanto que a matéria tenha sido discutida em três sessões
deliberativas consecutivas (RISF, art. 374, XI). Já os destaques na votação
de projeto de lei de código somente são admitidos se requeridos por líder,
pelo relator-geral ou por vinte Senadores (RISF, art. 374, XII).
Encerrada a discussão, passa-se à votação. Como o projeto de código é
de uma lei ordinária, pode ser feita pelo processo simbólico, com quorum
de maioria simples.
Aprovado com ou sem emendas, o projeto volta à comissão para que
esta elabore a redação final, dentro de 5 dias úteis. Atenção para a redação
final de projeto de código: é publicada e distribuída em avulsos, cumpre o
interstício regimental de 3 dias úteis, é incluída em Ordem do Dia, discutida
e votada (RISF, art. 374, XIII e XIV).
Se o projeto de lei de código for aprovado pelo Senado, vai à Câmara
dos Deputados ou à sanção, conforme o caso. Se rejeitado, vai ao Arquivo.

8
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 06

9
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 06

Projeto de Lei Ordinária/Complementar em regime de urgência


constitucional (CF/88, art. 64, § 1°)
Iniciativa: Presidente da República

Vamos entrar agora na tramitação de projetos de lei que estejam


submetidos a regime de urgência constitucional. É um assunto muito
importante e vocês devem dedicar atenção especial a este tópico. Além de
ser um mecanismo bem corriqueiro no processo legislativo, a urgência foi
objeto de várias questões na última prova da FGV para Analista Legislativo,
sendo que a prova discursiva para este cargo também abordou o tema do
regime de urgência.
Nos projetos de lei de iniciativa do Presidente da República, cuja
tramitação no Congresso Nacional tem inicio pela Câmara dos Deputados, é
constitucionalmente previsto regime de urgência (CF/88, art. 64, § 1°).
Nesse caso, o processo legislativo é deflagrado por meio de uma
Mensagem do Presidente da República à Câmara dos Deputados. Essa
mensagem encaminha o projeto de lei e solicita que ele tramite em regime
de urgência constitucional. Dessa forma, o projeto segue uma tramitação
que difere em alguns pontos da tramitação de um projeto em procedimento
normal.
Diferença 1: o projeto passa a ter prazo certo para tramitação. São
45 dias corridos na Câmara e outros 45 dias no Senado (CF/88, art. 64, §
2°). Se transcorrer um período de 45 dias e a Câmara não tiver apreciado
a matéria, o projeto passa a trancar a pauta de trabalhos, ou seja, não se
vota nada até que esse projeto seja votado – com exceção das Medidas
Provisórias, que possuem prioridade. Se o projeto for rejeitado ainda na
Câmara, vai ao arquivo.
Aprovado na Câmara e enviado ao Senado, o projeto começa a tramitar. É
feita sua leitura no plenário e despachado pelo Presidente para uma ou
mais comissões.
Diferença 2: nos projetos em regime de urgência, o prazo das
comissões para produzir o parecer corre em conjunto (RISF, art. 375,
II). No caso dos outros projetos, conta-se um prazo para cada comissão,
sempre a partir do recebimento do projeto naquele colegiado. Já nos
projetos em regime de urgência, não. Eles vão a exame de todas as
comissões ao mesmo tempo. O prazo também é único: 25 dias para
emissão dos pareceres, mantida a regra de que o relator possui a metade
do prazo para apresentar seu relatório (RISF, art. 375, III).

10
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 06

Diferença 3: projeto de lei em regime de urgência só pode receber


emendas na primeira comissão de despacho, nos 5 primeiros dias
úteis (RISF, art. 375, I). Não há emendas perante a Mesa; apenas na
primeira comissão. As emendas eventualmente apresentadas são
repassadas às outras comissões constantes do despacho inicial do
Presidente, afinal, o prazo delas é concomitante. As emendas não sofrem
discussão ou votação no plenário.
Aprovados os relatórios, os pareceres das comissões são enviados para o
plenário, onde são lidos e preparados para entrar na Ordem do Dia. Como
já visto, se o Senado não apreciar o projeto até o 45º dia, no 46º ele passa
a sobrestar (trancar) a pauta de votações, em mecanismo semelhante ao
que ocorre na Câmara dos Deputados (RISF, art. 375, VIII). Não se vota
nada, com exceção das Medidas Provisórias com prazo de tramitação
esgotado. Esse prazo, cujo descumprimento provoca o trancamento da
pauta, não corre nos períodos de recesso do Congresso Nacional (CF/88,
art. 64, § 4º) e não vale para projetos de código.

Diferença 4: Se as comissões não emitirem parecer sobre o projeto no


prazo previsto (até o 25º dia), o projeto é devolvido sem parecer. A partir
do 35º dia ele passa a constar da Ordem do Dia (RISF, art. 375, V), e
deve receber parecer em plenário, por relator designado pelo Presidente da
Casa, que tem prazo de 24 horas para emitir seu parecer.
Depois de votado no Plenário, o projeto segue as normas do “Mecanismo
de revisão – Senado casa revisora”, que já vimos em aulas passadas:
Rejeitado o projeto: vai ao Arquivo;
Aprovado sem emendas ou somente com emendas de redação: vai à
sanção do Presidente da República.
Aprovado com emendas de mérito: retorna à Câmara para apreciação
das emendas. Nesse caso, a Câmara tem dez dias para apreciar as
emendas do Senado (CF/88, art. 64, § 3º).
Não esquecer que, se for projeto de lei complementar, é preciso ser
aprovado em votação ostensiva nominal, obtendo o voto favorável da
maioria absoluta da Casa.

11
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 06

12
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 06

Projetos referentes a Atos Internacionais


Iniciativa: Poder Executivo

As matérias referentes a atos internacionais (como acordos e


tratados) são veiculadas por meio de projetos de decreto legislativo e,
como tais, devem passar pela Câmara dos Deputados e pelo Senado
Federal, por se tratar de competência do Congresso Nacional, nos termos
da CF/88, art. 49, I.
Mas antes de entrarmos no processo legislativo propriamente dito,
vamos ver um pouco como se dá, em linhas gerais, a incorporação dos
tratados internacionais no ordenamento jurídico brasileiro. Como regra,
deve haver o cumprimento de quatro etapas:
1) Celebração do tratado, pelo Presidente da República, em nome da
República Federativa do Brasil (CF/88, art. 84, VIII);
2) Aprovação definitiva pelo Congresso Nacional (referendo à decisão do
Executivo), por decreto legislativo (CF/88, art. 49, I);
3) Troca ou depósito dos instrumentos de ratificação ou adesão pelo Poder
Executivo, em âmbito internacional;
3) Promulgação do texto do tratado pelo Presidente da República, por
decreto (CF/88, art. 84, IV), momento a partir do qual o tratado
internacional adquire eficácia internamente.

A incorporação dos tratados ao direito pátrio se dá com o status de lei


ordinária. Contudo, a EC 45/2004 estabeleceu a possibilidade de que os
tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos sejam
incorporados no ordenamento brasileiro com o status de norma
constitucional. Para isso, devem cumprir os requisitos constitucionais
relativos ao processo legislativo de Propostas de Emenda a Constituição, ou
seja: ser aprovados, em cada casa do Congresso Nacional, em dois turnos
de votação, por três quintos dos votos dos respectivos membros.
Visto isso, vamos nos deter agora no que acontece com a matéria
quando chega ao Senado: primeiramente, o projeto referente a atos
internacionais só iniciará a tramitação se estiver acompanhado de cópia au-
tenticada do seu texto em português, bem como da mensagem de
encaminhamento do Presidente da República e da exposição de motivos
(RISF, art. 376, I). Estando tudo certo, o projeto é lido no Período do
Expediente da sessão e despachado a uma ou mais Comissões.
Como vimos em outras oportunidades, os tratados e acordos
internacionais podem, regimentalmente, ter tramitação terminativa no
âmbito das comissões, a juízo do Presidente do Senado, após ter ouvido as
lideranças partidárias (RISF, art. 91, § 1º, I).

13
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 06

O projeto, acompanhado dos textos em português e da Mensagem


Presidencial, é despachado à Comissão de Relações Exteriores e Defesa
Nacional – CRE (RISF, art. 376, II). O prazo para apresentação de
emendas por todos os Senadores perante a Comissão é de cinco dias úteis,
tendo a CRE quinze dias úteis, prorrogáveis por igual período, para opinar
sobre o projeto e as emendas (RISF, art. 376, III).
Publicados o parecer e as emendas e decorrido o interstício
regimental de três dias úteis, a matéria é incluída na Ordem do Dia. Depois
é encaminhada à Câmara dos Deputados ou promulgada pelo Presidente do
Senado, conforme o caso.
Se a CRE não emitir parecer e estiverem faltando dez dias ou menos
para o término do prazo no qual o Brasil deva se manifestar sobre o ato em
questão, o projeto é incluído na Ordem do Dia, sem parecer, para que o
mesmo seja proferido em plenário por relator designado pelo Presidente da
Casa (RISF, art. 376, V).

14
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 06

Muito bem. Vista a teoria, vamos agora aos exercícios!

15
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 06

EXERCÍCIOS

1) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: Senador da República apresenta


projeto de emenda constitucional, aduzindo ser necessário restringir a
utilização do habeas corpus tendo em vista a necessidade de combater o
crime organizado, notadamente aquele do colarinho branco, bem como os
grupos armados que, pelo tráfico de drogas, aguçam a violência urbana. À
luz das regras constitucionais em vigor, pode-se afirmar que:

(A) o sistema constitucional proíbe a apresentação da emenda por ferir


direitos individuais.

Correta. A supressão de direitos individuais representa afronta à


Constituição no tocante às cláusulas pétreas (CF/88, art. 60, § 4º). Aqui
cabe uma observação: embora esse item tenha sido considerado pela banca
como correto, o que é vedada é a deliberação de emenda tendente a abolir
as cláusulas pétreas. A simples apresentação da PEC seria possível, porém,
nesse caso, cabe ao Presidente do Senado impugnar a proposição,
flagrantemente contrária à Constituição, nos termos do RISF, art. 48, XI.

(B) situações de calamidade pública, aí incluída a social, permitem limitar


quaisquer direitos, sendo completamente livre o constituinte derivado.

Errada. O constituinte derivado não é completamente livre, mesmo em


situações de calamidade pública, haja vista a existência de cláusulas
pétreas na Constituição (CF/88, art. 60, § 4º).

(C) desde que a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, no exercício


de suas atribuições regimentais, aprove o projeto, estará sanado qualquer
eventual vício de inconstitucionalidade.

Errada. Decisão da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania não


possui o condão de transformar matéria inconstitucional em constitucional.
O que a comissão pode fazer é apresentar emenda para corrigir a
inconstitucionalidade, quando esta for parcial (RISF, art. 101, § 2º).

(D) a emenda colide com a perspectiva republicana.

Errada. A emenda em questão está colidindo com as cláusulas pétreas no


que tange aos direitos e garantias individuais. Ademais, a forma
republicana de governo não representa cláusula pétrea.

(E) somente o plenário do Senado poderá aferir a constitucionalidade e

16
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 06

oportunidade da medida, que será submetida, necessariamente, a


referendo popular.

Errada. A constitucionalidade e oportunidade da medida poderá ser auferida


pelo Presidente do Senado (na medida em poderá impugnar as proposições
que lhe pareçam contrárias à Constituição, ressalvado ao autor recurso para
o Plenário), pela CCJ e pelo Plenário. Além disso, não há necessidade de
submeter a matéria a referendo popular.

Gabarito: Letra “A”.

2) FGV/SF/Técnico Legislativo/2008: Determinado parlamentar


apresenta projeto de emenda constitucional, aduzindo ser necessário abolir
o habeas corpus tendo em vista o esgarçamento social provocado pela
violência urbana. Como técnico legislativo, ocorre a solicitação para
apresentar breve estudo sobre a questão. Em termos constitucionais, pode-
se afirmar sobre o tema em foco que:

(A) não pode ser apresentada a emenda, por ferir direitos individuais.

Correta. A emenda em hipótese contraria a Constituição, nos termos do art.


60,§ 4º, IV. Percebam que essa questão é praticamente uma cópia da
questão anterior, aplicada na prova de Analista, só que com outras
palavras.

(B) diante da violência urbana, existe possibilidade de limitação de


quaisquer direitos.

Errada. Violência urbana não é razão para limitação de direitos por meio de
emenda constitucional, afrontando a CF/88, art. 60, § 4º, IV.

(C) a emenda poderá ser apresentada em termos, desde que seja limitada
a criminosos considerados extremamente perigosos.

Errada. Mesmo assim, a emenda estará suprimindo direitos e garantias


individuais.

(D) não poderá ser apresentada a emenda, por ferir a democracia.

Errada. A emenda fere, como vimos, os direitos e garantias individuais, e


não o princípio democrático.

(E) poderá ser apresentada a emenda, por não ferir qualquer restrição

17
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 06

constitucional quanto ao tema.

Errada. A emenda fere uma das cláusulas pétreas, sendo vedada emenda
constitucional tendente a abolir os direitos e garantias individuais (CF/88
art. 60,§ 4º, IV).

Gabarito: Letra “A”

3) Cespe/SF/Consultor de Orçamentos/1996: Um membro do SF


apresenta PEC, instituindo a pena de prisão perpétua para crimes
hediondos, mediante instrução e julgamento sumários, em instância única e
sem interrogatório do réu. A matéria é incluída na ordem do dia, recebendo
emenda com o escopo de extinguir a estabilidade dos servidores públicos. A
luz do RISF e em face da situação apresentada, julgue os itens:

3.1) A proposta não pode ser objeto de deliberação.

Correta. A Constituição, quando dispõe sobre os direitos e garantias


individuais, proíbe o estabelecimento de penas de caráter perpétuo (CF/88,
art. 5º, XLVII, “b”). A CF veda também emenda tendente a abolir os
direitos e garantias individuais (CF/88 art. 60,§ 4º, IV).

3.2) A emenda deve ser submetida à comissão criada para emitir parecer
sobre a matéria, a fim de ser votada juntamente com a matéria principal.

Errada. Nem mesmo a matéria principal poderia ser objeto de deliberação,


por contrariar o disposto na CF/88, art. 60, § 4º, IV.

3.3) Se a matéria da proposta for rejeitada ou havida por prejudicada, só


na legislatura subsequente pode gerar nova proposta.

Errada. A matéria veiculada na proposta não é sequer passível de


deliberação.

3.4) A PEC será considerada aprovada após discussão e votação em dois


turnos, se obtiver, em cada Casa do Congresso Nacional e em ambos os
turnos, maioria absoluta dos respectivos membros.

Errada. No caso da PEC em tela, a deliberação é vedada pela Constituição.


Tratando-se de uma PEC que não apresente qualquer problema, o quórum
exigido para sua aprovação é de 3/5 dos membros de cada Casa no
Congresso Nacional, em dois turnos.

18
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 06

3.5) A Constituição não pode ser emendada durante intervenção federal,


estado de defesa ou estado de sítio.

Correta. Essas são limitações circunstanciais às emendas constitucionais


(CF/88, art. 60, § 1º).

4) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: Senador da República,


preocupado com a defasagem das regras processuais civis, submetido o
Código em vigor a sucessivas reformas, que no seu sentir,
descaracterizaram o sistema científico ali adotado, incentiva grupo de
juristas especializados no assunto a apresentar projeto para instituir novo
Código de Processo Civil. Consoante as regras regimentais aplicáveis ao
Senado, avalie as afirmativas a seguir:

I. Cabe às comissões permanentes o exame a matéria, sendo desnecessária


a instituição de comissão temporária.

Errada. É preciso instituir uma comissão temporária para exame do projeto


(RISF, art. 374, caput).

II. Após lido o projeto de código em sessão, será designada comissão


temporária, composta de onze membros para seu exame.

Correta (RISF, art. 374, caput).

III. A Presidência do Senado Federal fixará o calendário das reuniões da


comissão temporária.

Errada. A presidência fixará o calendário da tramitação da matéria, e não


das reuniões da Comissão (RISF, art. 374, caput).

IV. Após publicado o projeto no Diário do Senado, poderão ser


apresentadas emendas no prazo de vinte dias.

O item foi dado como correto. No entanto, o prazo previsto no Regimento


para apresentação de emendas é de vinte dias úteis (RISF, art. 374, III).

V. Podem tramitar simultaneamente diversos projetos de Código.

Errada. É vedada a tramitação simultânea de projetos de código (RISF, art.


374, XV).

19
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 06

Assinale:

(A) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.


(B) se somente as afirmativas II e IV estiverem corretas.
(C) se somente as afirmativas I, II e V estiverem corretas.
(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
(E) se somente as afirmativas IV e V estiverem corretas.

Gabarito: Letra “B”. A questão não foi anulada pela banca.

5) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: Analise as afirmativas a seguir:

I. A iniciativa popular em matéria de lei federal está condicionada à


manifestação de pelo menos um por cento do eleitorado nacional, que
deverá estar distribuído em no mínimo cinco Estados, exigida em cada um
deles a manifestação de três décimos por cento de seus eleitores.

Correta. É o que prevê a CF/88, art. 61, § 2º.

II. Os Tribunais detêm competência privativa para propor a criação de


novas varas judiciárias. Compete privativamente ao Supremo Tribunal
Federal e aos Tribunais Superiores propor a criação ou extinção dos
tribunais inferiores, bem como a alteração do número de membros destes,
a criação e a extinção de cargos e a fixação de vencimentos de seus
membros, dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, dos serviços
auxiliares dos juízos que lhes forem vinculados, e a alteração da
organização e da divisão judiciária.

Correta, segundo a CF/88, arts. 96, I, “d”, e 96, II e alíneas.

III. A disciplina sobre a discussão e instrução do projeto de lei é confiada,


fundamentalmente, aos Regimentos das Casas Legislativas. O projeto de lei
aprovado por uma casa será revisto pela outra em um só turno de
discussão e votação. Não há tempo prefixado para deliberação das
Câmaras, salvo quando o projeto for de iniciativa do Presidente e este
formular pedido de apreciação sob regime de urgência.

Correta. Projetos de lei com prazo fixado para tramitação são aqueles de
iniciativa do Presidente da República para os quais ele tenha solicitado
urgência constitucional (CF/88, art. 64, § 1º).

Assinale:

20
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 06

(A) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.


(B) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
(C) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
(D) se todas as afirmativas estiverem corretas.
(E) se nenhuma afirmativa estiver correta.

Gabarito: Letra “D”.

6) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: O Presidente da República


remete projeto de lei, em regime de urgência, para regular fatos
relacionados à Segurança Pública. Após o trâmite normal na Câmara dos
Deputados, o projeto ingressa no Senado Federal. Consoante as normas
regimentais aplicáveis, avalie as afirmativas abaixo:

I. Após leitura e distribuição às Comissões competentes, somente poderá


receber emendas na primeira comissão constante do despacho, em cinco
dias.

Correta (RISF, art. 375, I).

II. O projeto será apreciado, sucessivamente, pelas comissões.

Errada. A apreciação pelas comissões se dará de forma simultânea, e não


sucessiva (RISF, art. 375, II).

III. As Comissões deverão apresentar pareceres até o vigésimo quinto dia


contado do recebimento do projeto no Senado.

Correta (RISF, art. 375, III).

IV. Após a votação da matéria, a redação final das emendas deverá ser
apresentada em, no máximo, cinco dias, ao plenário do Senado.

Errada. A redação final das emendas deverá ser apresentada ao plenário do


Senado em, no máximo, 48 horas (RISF, art. 375, VII).

V. Não concluída a votação no prazo de até quarenta e cinco dias do


recebimento do projeto, ele será incluído na Ordem do Dia e sobrestará a
deliberação sobre as demais matérias, até ultimada a sua votação.

Correta (CF/88, art. 64, § 2º e RISF, art. 375, VIII).

Assinale:

21
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 06

(A) se somente as afirmativas I, III e V estiverem corretas.


(B) se somente as afirmativas III, IV e V estiverem corretas.
(C) se somente as afirmativas II, III e IV estiverem corretas.
(D) se somente as afirmativas I, IV e V estiverem corretas.
(E) se somente as afirmativas I, II e III estiverem corretas.

Gabarito: Letra “A”.

7) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: A Constituição Federal


estabelece que a União representará o Brasil nas relações internacionais.
Por outro lado, também confere competência exclusiva ao Congresso
Nacional para resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos
internacionais. Nessa linha, no âmbito do Senado, quanto à tramitação,
avalie as afirmativas a seguir:

I. O ato internacional deverá ser acompanhado de cópia autenticada do


texto em português e inglês, não sendo necessária mensagem de
encaminhamento.

Errada. A cópia autenticada se refere ao texto em português. Também são


obrigatórias a mensagem de encaminhamento e a exposição de motivos
(RISF, art. 376, I).

II. O projeto será lido, publicado, distribuído em avulsos e remetido à


Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional.

Correta (RISF, art. 376, II).

III. A Comissão receberá emendas no prazo de cinco dias a contar da


distribuição dos avulsos.

O item foi dado como correto. No entanto, o RISF prevê que as emendas
serão apresentadas perante a Comissão nos cinco dias úteis subsequentes
à distribuição de avulsos (RISF, art. 376, III).

IV. Após a apresentação das emendas, deve a Comissão opinar sobre o


projeto no prazo improrrogável de quinze dias.

Errada. A Comissão terá para opinar sobre o projeto e as emendas, prazo


de quinze dias úteis, prorrogável por igual período (RISF, art. 376, III).

V. Publicado o parecer e as emendas e distribuídos os avulsos, decorrido o

22
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 06

interstício regimental, a matéria será incluída na ordem do dia.

Correta (RISF, art. 376, IV).

Assinale:

(A) se somente as afirmativas I, II e IV estiverem corretas.


(B) se somente as afirmativas III, IV e V estiverem corretas.
(C) se somente as afirmativas II, III e IV estiverem corretas.
(D) se somente as afirmativas II, III e V estiverem corretas.
(E) se somente as afirmativas I, II e III estiverem corretas.

Gabarito: Letra “D”. A questão não foi anulada.

8) Esaf/STN/Analista de Finanças e Controle/2005 (adaptada):


Tendo o Presidente da República enviado ao Congresso Nacional um projeto
de lei que cria o Código de Direito Administrativo Federal e já tendo a
proposição sido aprovada na Câmara dos Deputados, poderá o presidente
pedir urgência constitucional para esse projeto de lei, o qual deverá ser
votado pelo Senado Federal no prazo máximo de quarenta e cinco dias
contado do recebimento do pedido, sob pena de sobrestarem-se todas as
demais deliberações legislativas dessa Casa Legislativa.

Errada. O prazo de 45 dias previsto para trancamento de pauta não se


aplica aos projetos de código (CF/88, art. 64, § 4º).

9) Cespe/Abin/Agente de Inteligência/2008: A celebração dos


tratados internacionais e a incorporação deles à ordem jurídica interna
decorrem, no sistema adotado pelo Brasil, de ato subjetivamente complexo,
resultante da conjugação de duas vontades homogêneas: a do Congresso
Nacional, que resolve, definitivamente, mediante decreto legislativo,
questões sobre tratados, acordos ou atos internacionais, e a do Presidente
da República, que, além de poder celebrar esses atos de direito
internacional, tem a competência para promulgá-los mediante decreto.

Correta. Para a incorporação de tratados internacionais no ordenamento


jurídico brasileiro ocorre a conjugação de vontades do Poder Executivo, que
celebra os tratados, e do Poder Legislativo, que referenda a decisão do
Executivo.

10) FCC/DPE-MA/Defensor Público/2009: Considerando-se que todas


as normas de direito do trabalho têm natureza de tutela de direitos

23
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 06

humanos, as Convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT),


adotadas pelo Brasil, sob a vigente Constituição da República, com a
redação que lhe deu a Emenda Constitucional nº 45/2004:

a) assumirão natureza de emenda constitucional, se aprovadas, em cada


Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
respectivos membros.

Correta (CF/88, art. 5º, § 3º).

b) submeter-se-ão à confirmação, pelo Congresso Nacional, por meio de


publicação de Lei Complementar.

Errada. Tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que


forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos,
por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às
emendas constitucionais (CF/88, art. 5º, § 3º).

c) só terão validade se confirmada por lei ordinária, posterior ao Decreto


de promulgação da Convenção.

Errada. Serão equivalentes a emendas constitucionais, se aprovados, em


cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos
votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas
constitucionais (CF/88, art. 5º, § 3º).

d) assumirão natureza de lei ordinária federal, situando-se,


hierarquicamente, abaixo das Leis Complementares e da Constituição da
República.

Errada. Serão equivalentes às emendas constitucionais (CF/88, art. 5º, §


3º).

e) terão natureza de emenda constitucional, se assim decidir o Presidente


da República, o que deverá ser previsto na mensagem que encaminhar ao
Congresso Nacional a ratificação da norma pelos representantes do País na
Convenção da OIT.

Errada. A natureza de emenda constitucional decorre da aprovação, em


cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos
votos dos respectivos membros (CF/88, art. 5º, § 3º).

24
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 06

Gabarito: Letra “A”.

11) FCC/TCE-AP/Procurador/2010: Em 26 de maio de 2010, foi


realizada audiência pública na Comissão de Direitos Humanos do Senado
Federal com vistas a debater a elaboração de Proposta de Emenda à
Constituição, tendo por objeto a inserção do direito à busca da felicidade
dentre os direitos sociais elencados na Constituição da República. A
eventual apresentação de Proposta de Emenda à Constituição com esse teor
ao Senado Federal:

a) atenta contra o princípio constitucional da vedação do retrocesso em


matéria de direitos e garantias fundamentais.

Errada. A PEC atentaria contra esse princípio se estivesse pretendendo


abolir algum direito. Dessa forma, não afronta a CF/88, art. 60, § 4º, IV.

b) viola a Constituição, que exclui matéria relativa a direitos e garantias


fundamentais da esfera de atuação do poder de reforma da Constituição.

Errada. Matéria relativa a direitos e garantias fundamentais não está


excluída da esfera de atuação do poder de reforma. O que não pode é haver
retrocesso nesses direitos.

c) é incompatível com a Constituição, por se tratar de matéria de iniciativa


privativa do Presidente da República, devendo iniciar seu trâmite pela
Câmara dos Deputados.

Errada. A matéria de que trata a citada PEC não é reservada à iniciativa


privativa do Presidente da República.

d) deve ser precedida de plebiscito, por se tratar de matéria reservada à


atuação do povo, titular do poder constituinte originário.

Errada. Não se trata de matéria reservada à atuação do povo.

e) é compatível com a Constituição, desde que resulte da iniciativa conjunta


de, no mínimo, 27 (vinte e sete) Senadores.

Correta. Para ser apresentada, a PEC precisa da assinatura de, no mínimo,


1/3 da composição do Senado – 27 Senadores (CF/88, art. 60, I).

Gabarito: Letra “E”.

25
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 06

12) Cespe/DPE-PI/Defensor Público/2009 (adaptada): Sendo um


poder instituído, o poder de reforma constitucional sofre limitações de
conteúdo, mas não de forma. Assim, uma proposta de emenda à CF que
seja rejeitada poderá ser reapresentada na mesma sessão legislativa.

Errada. Matéria constante de PEC rejeitada ou havida por prejudicada não


pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa (CF/88, art.
60, § 5º).

13) Cespe/DPE-PI/Defensor Público/2009 (adaptada): Consideram-


se limitações temporais as situações que impedem que a CF seja emendada
na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de
sítio.

Errada. Tais limitações são consideradas circunstanciais, não temporais.

14) FCC/PGE-RJ/Técnico Assistente/2009: Em relação às emendas


constitucionais, é correto afirmar que

a) a proposta de emenda constitucional, após ter sido discutida e aprovada


no Congresso Nacional, será enviada ao Presidente da República para
sanção ou veto.

Errada. Emenda Constitucional não depende de sanção presidencial, sendo


promulgada diretamente pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal (CF/88, art. 60, § 3º).

b) na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de


sítio, a Constituição Federal deverá ser emendada.

Errada. Nessas circunstâncias, a Constituição não poderá ser emendada


(CF/88, art. 60, § 1º).

c) a Constituição poderá ser emendada mediante proposta do Supremo


Tribunal Federal.

Errada. Nos termos da CF/88, art. 60, I, II e III, os legitimados para


apresentar Proposta de Emenda Constitucional são: um terço, no mínimo,
dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; Presidente
da República; mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades
da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de
seus membros.

26
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 06

d) não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir a


forma federativa de Estado.

Correta. É o que determina a CF/88, art. 60, § 4º, I.

e) matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por


prejudicada poderá ser objeto de nova proposta, na mesma sessão
legislativa, pela solicitação da maioria absoluta da Câmara ou do Senado
Federal.

Errada. Matéria de PEC rejeitada ou prejudicada não pode ser objeto de


nova proposta na mesma sessão legislativa (CF/88, art. 60, § 5º).

Gabarito: Letra “D”.

15) Cespe/TRF 5ª Região/Juiz/2009 (adaptada): Uma proposta de


emenda constitucional que tenha sido rejeitada ou prejudicada somente
pode ser reapresentada na mesma sessão legislativa mediante a
propositura da maioria absoluta dos membros de cada casa do Congresso
Nacional.

Errada. Matéria de PEC rejeitada ou prejudicada não pode ser objeto de


nova proposta na mesma sessão legislativa (CF/88, art. 60, § 5º). A regra
trazida pela questão se refere a projetos de lei (CF/88, art. 67).

16) FCC/TJ-GO/Juiz/2009: No que se refere à reforma da Constituição,


é correto afirmar que

a) a revisão constitucional foi realizada após cinco anos, contados da


promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros
do Congresso Nacional, em sessão conjunta das Casas.

Errada. A revisão constitucional à CF/88 foi realizada após cinco anos, pelo
voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional. Porém, a
sessão foi unicameral, e não conjunta (CF/88, ADCT, art. 3º).

b) a proposta de emenda constitucional é discutida e votada em cada Casa


do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se
obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros
relativamente ao mesmo texto.

27
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 06

Correta (CF/88, art. 60, § 2º).

c) a Constituição pode ser emendada na vigência de estado de defesa.

Errada. A Constituição não poderá ser emendada na vigência de


intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio (CF/88, art.
60, § 1º).

d) a matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por


prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma legislatura.

Errada. Matéria de PEC rejeitada ou prejudicada não pode ser objeto de


nova proposta na mesma sessão legislativa (CF/88, art. 60, § 5º). Não
confundir sessão legislativa (período anual) com legislatura (quatro anos).

e) a Constituição pode ser emendada mediante proposta de mais da


metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação,
manifestando- se, cada uma delas, pela maioria de todos os seus membros.

Errada. A Constituição pode ser emendada por proposta de mais da metade


das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se,
cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros (CF/88, art.60, III).

Gabarito: Letra “B”.

17) FCC/PGE-SE/Procurador de Estado/2005: Proposta de Emenda à


Constituição de iniciativa do Presidente da República com vistas a transferir
da União para os Estados a competência privativa para legislar sobre
propaganda comercial é aprovada na Câmara dos Deputados, sendo,
contudo, rejeitada no Senado Federal. Nova proposta de Emenda à
Constituição que tivesse por objeto a mesma matéria:

a) poderia ser apresentada ao Congresso Nacional, desde que mediante


requerimento da maioria absoluta dos membros de qualquer de suas Casas.

Errada. Matéria constante de Proposta de Emenda à Constituição rejeitada


ou prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão
legislativa (CF/88, art. 60, § 5º).

b) dependeria de iniciativa de mais da metade das Assembléias Legislativas


dos Estados da federação, por se tratar de matéria afeita a seus interesses.

28
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 06

Errada. A iniciativa dos legitimados para apresentar PEC não tem relação
com o conteúdo da proposta.

c) somente poderia ser apresentada na sessão legislativa seguinte àquela


em que foi rejeitada a proposta inicial.

Correta. Se a matéria constante de Proposta de Emenda à Constituição


rejeitada ou prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma
sessão legislativa (CF/88, art. 60, § 5º), sua reapresentação só seria
permitida a partir da sessão legislativa seguinte.

d) deveria ser apresentada diretamente ao Senado Federal e, se este a


aprovasse, ser promulgada pelas Mesas da Câmara e do Senado.

Errada. Proposta de Emenda à Constituição de iniciativa do Presidente da


República tem tramitação iniciada pela Câmara dos Deputados (CF/88, art.
64).

e) não poderia ser objeto de deliberação, por ser tendente a abolir a forma
federativa de Estado e a separação de poderes.

Errada. Transferência da competência legislativa da União para os Estados,


como pretende a PEC em questão, não afronta o art. 60 da CF/88, que trata
das cláusulas pétreas.

Gabarito: Letra “C”.

18) FCC/TCM-CE/Analista de Controle Externo/2010: Proposta de


emenda à Constituição visando acrescer o direito à alimentação ao rol dos
direitos fundamentais é apresentada pelo Presidente da República ao
Congresso Nacional. Iniciada a votação pela Câmara dos Deputados, a
proposta obtém a aprovação de 365 e 290 membros, em primeiro e
segundo turnos, respectivamente. Nessa hipótese,

a) a proposta deverá ser submetida à apreciação do Senado Federal, para


votação em dois turnos.

Errada. Proposta de Emenda à Constituição, para ser considerada aprovada,


precisa obter voto favorável de no mínimo 3/5 da composição da respectiva
Casa, em dois turnos de votação (CF/88, art. 60, § 2º). No caso da
Câmara, são necessários, no mínimo, 308 votos “sim”. Dessa forma, a

29
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 06

proposta foi aprovada pelos deputados no primeiro turno, mas não no


segundo. Não vai ao Senado, portanto.

b) a proposta é considerada rejeitada, não podendo a matéria ser objeto de


nova proposta na mesma sessão legislativa.

Correta (CF/88, art. 60, § 5º).

c) a proposta sequer poderia ter sido submetida a deliberação, por versar


sobre direito fundamental.

Errada. PEC pode versar sobre direitos e garantias fundamentais. O que não
pode é a proposta tender a abolir os direitos e garantias individuais (CF/88,
art. 60, § 4º, IV).

d) a votação deveria ter começado no Senado Federal, por se tratar de


proposta de iniciativa do Presidente da República.

Errada. Proposta de Emenda à Constituição de iniciativa do Presidente da


República tem tramitação iniciada pela Câmara dos Deputados.

e) o Presidente da República não possui iniciativa para apresentar a


proposta, por versar sobre matéria de competência exclusiva do Congresso
Nacional.

Errada. A matéria em questão não é de competência exclusiva do


Congresso Nacional.

Gabarito: Letra “B”.

19) FCC/Sefaz-PB/Auditor Fiscal de Tributos Estaduais/2006:


Proposta de Emenda à Constituição apresentada por Deputado Federal com
vistas à abolição da obrigatoriedade de alistamento eleitoral e voto para os
maiores de dezoito e menores de setenta anos, transformando-os em
facultativos, é aprovada, inicialmente, por três quintos dos membros da
Câmara dos Deputados, em dois turnos de votação, e, na sequência, por
dois terços dos membros do Senado Federal, igualmente em dois turnos de
votação. Uma vez aprovada, é promulgada a Emenda à Constituição pelas
Mesas das duas Casas do Congresso. Referida Emenda é inconstitucional,
em decorrência de

a) vício de iniciativa.

30
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 06

Correta. A PEC não poderia ser apresentada por um único Deputado


Federal. São necessárias as assinaturas de, no mínimo, 1/3 da Câmara dos
Deputados (CF/88, art. 60, I).

b) afronta a cláusula pétrea constitucional.

Errada. Transformar o voto de obrigatório em facultativo não afronta


cláusula pétrea. A vedação é quanto ao voto direto, secreto, universal e
periódico (CF/88, art. 60, § 4º, II).

c) insuficiência de quorum de aprovação na Câmara dos Deputados.

Errada. Segundo a questão, a PEC foi aprovada na Câmara por 3/5 dos
deputados, mesmo quórum exigido pela Constituição (CF/88, art. 60, § 2º).

d) insuficiência de quorum de aprovação no Senado Federal.

Errada. Se a PEC foi aprovada por 2/3 do Senado, significa que votaram a
favor 54 Senadores. O quórum mínimo exigido para aprovação de PEC é de
3/5 (49 Senadores). Logo, a PEC foi aprovada no Senado.

e) promulgação efetuada por órgãos incompetentes.

Errada. A promulgação foi realizada da forma adequada, obedecendo ao


disposto na CF/88, art. 60, § 3º.

Gabarito: Letra “A”.

20) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): O Plenário é a


instância de deliberação de um projeto de código, não podendo este ser
aprovado, em caráter terminativo, por comissão permanente.

Correta. Projetos de lei de código não podem tramitar em caráter


terminativo (RISF, art. 91, I).

21) Cespe/SF/Consultor Legislativo/2002: Uma proposta de emenda


constitucional destinada a tornar facultativo o voto para todos os brasileiros
seria inconstitucional, por violar cláusula pétrea, e, portanto, o presidente
da República poderia impugná-la perante o Supremo Tribunal Federal
(STF).

31
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 06

Errada. Tornar o voto facultativo não afronta cláusula pétrea. A vedação é


quanto ao caráter direto, secreto, universal e periódico do voto (CF/88, art.
60, § 4º, II).

22) Cespe/SF/Consultor Legislativo/2002: Para que o número de


suplentes de cada senador da República fosse aumentado para três, seria
necessário emenda constitucional de iniciativa exclusiva do Senado Federal.

Errada. Seria preciso uma emenda constitucional para fazer a referida


alteração, contudo, a iniciativa não é exclusiva do Senado.

23) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): A emenda de


mérito a uma proposta de emenda à Constituição deverá ser subscrita por,
no mínimo, um terço dos membros do Senado Federal ou por líderes
partidários que representem esse número.

Errada. Emendas à PEC devem ser subscritas por, no mínimo, 1/3 dos
membros do Senado (RISF, art. 358, § 2º). Líderes partidários não
substituem esse número.

32
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 06

LISTA DE QUESTÕES DESTA AULA

1) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: Senador da República apresenta


projeto de emenda constitucional, aduzindo ser necessário restringir a
utilização do habeas corpus tendo em vista a necessidade de combater o
crime organizado, notadamente aquele do colarinho branco, bem como os
grupos armados que, pelo tráfico de drogas, aguçam a violência urbana. À
luz das regras constitucionais em vigor, pode-se afirmar que:

(A) o sistema constitucional proíbe a apresentação da emenda por ferir


direitos individuais.
(B) situações de calamidade pública, aí incluída a social, permitem limitar
quaisquer direitos, sendo completamente livre o constituinte derivado.
(C) desde que a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, no exercício
de suas atribuições regimentais, aprove o projeto, estará sanado qualquer
eventual vício de inconstitucionalidade.
(D) a emenda colide com a perspectiva republicana.
(E) somente o plenário do Senado poderá aferir a constitucionalidade e
oportunidade da medida, que será submetida, necessariamente, a
referendo popular.

2) FGV/SF/Técnico Legislativo/2008: Determinado parlamentar


apresenta projeto de emenda constitucional, aduzindo ser necessário abolir
o habeas corpus tendo em vista o esgarçamento social provocado pela
violência urbana. Como técnico legislativo, ocorre a solicitação para
apresentar breve estudo sobre a questão. Em termos constitucionais, pode-
se afirmar sobre o tema em foco que:

(A) não pode ser apresentada a emenda, por ferir direitos individuais.
(B) diante da violência urbana, existe possibilidade de limitação de
quaisquer direitos.
(C) a emenda poderá ser apresentada em termos, desde que seja limitada
a criminosos considerados extremamente perigosos.
(D) não poderá ser apresentada a emenda, por ferir a democracia.
(E) poderá ser apresentada a emenda, por não ferir qualquer restrição
constitucional quanto ao tema.

3) Cespe/SF/Consultor de Orçamentos/1996: Um membro do SF


apresenta PEC, instituindo a pena de prisão perpétua para crimes
hediondos, mediante instrução e julgamento sumários, em instância única e
sem interrogatório do réu. A matéria é incluída na ordem do dia, recebendo
emenda com o escopo de extinguir a estabilidade dos servidores públicos. A
luz do RISF e em face da situação apresentada, julgue os itens:

33
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 06

3.1) A proposta não pode ser objeto de deliberação.


3.2) A emenda deve ser submetida à comissão criada para emitir parecer
sobre a matéria, a fim de ser votada juntamente com a matéria principal.
3.3) Se a matéria da proposta for rejeitada ou havida por prejudicada, só
na legislatura subsequente pode gerar nova proposta.
3.4) A PEC será considerada aprovada após discussão e votação em dois
turnos, se obtiver, em cada Casa do Congresso Nacional e em ambos os
turnos, maioria absoluta dos respectivos membros.
3.5) A Constituição não pode ser emendada durante intervenção federal,
estado de defesa ou estado de sítio.

4) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: Senador da República,


preocupado com a defasagem das regras processuais civis, submetido o
Código em vigor a sucessivas reformas, que no seu sentir,
descaracterizaram o sistema cientifico ali adotado, incentiva grupo de
juristas especializados no assunto a apresentar projeto para instituir novo
Código de Processo Civil. Consoante as regras regimentais aplicáveis ao
Senado, avalie as afirmativas a seguir:

I. Cabe às comissões permanentes o exame a matéria, sendo desnecessária


a instituição de comissão temporária.
II. Após lido o projeto de código em sessão, será designada comissão
temporária, composta de onze membros para seu exame.
III. A Presidência do Senado Federal fixará o calendário das reuniões da
comissão temporária.
IV. Após publicado o projeto no Diário do Senado, poderão ser
apresentadas emendas no prazo de vinte dias.
V. Podem tramitar simultaneamente diversos projetos de Código.

Assinale:
(A) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
(B) se somente as afirmativas II e IV estiverem corretas.
(C) se somente as afirmativas I, II e V estiverem corretas.
(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
(E) se somente as afirmativas IV e V estiverem corretas.

5) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: Analise as afirmativas a seguir:

I. A iniciativa popular em matéria de lei federal está condicionada à


manifestação de pelo menos um por cento do eleitorado nacional, que
deverá estar distribuído em no mínimo cinco Estados, exigida em cada um

34
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 06

deles a manifestação de três décimos por cento de seus eleitores.


II. Os Tribunais detêm competência privativa para propor a criação de
novas varas judiciárias. Compete privativamente ao Supremo Tribunal
Federal e aos Tribunais Superiores propor a criação ou extinção dos
tribunais inferiores, bem como a alteração do número de membros destes,
a criação e a extinção de cargos e a fixação de vencimentos de seus
membros, dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, dos serviços
auxiliares dos juízos que lhes forem vinculados, e a alteração da
organização e da divisão judiciária.
III. A disciplina sobre a discussão e instrução do projeto de lei é confiada,
fundamentalmente, aos Regimentos das Casas Legislativas. O projeto de lei
aprovado por uma casa será revisto pela outra em um só turno de
discussão e votação. Não há tempo prefixado para deliberação das
Câmaras, salvo quando o projeto for de iniciativa do Presidente e este
formular pedido de apreciação sob regime de urgência.

Assinale:
(A) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
(B) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
(C) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
(D) se todas as afirmativas estiverem corretas.
(E) se nenhuma afirmativa estiver correta.

6) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: O Presidente da República


remete projeto de lei, em regime de urgência, para regular fatos
relacionados à Segurança Pública. Após o trâmite normal na Câmara dos
Deputados, o projeto ingressa no Senado Federal. Consoante as normas
regimentais aplicáveis, avalie as afirmativas abaixo:
I. Após leitura e distribuição às Comissões competentes, somente poderá
receber emendas na primeira comissão constante do despacho, em cinco
dias.
II. O projeto será apreciado, sucessivamente, pelas comissões.
III. As Comissões deverão apresentar pareceres até o vigésimo quinto dia
contado do recebimento do projeto no Senado.
IV. Após a votação da matéria, a redação final das emendas deverá ser
apresentada em, no máximo, cinco dias, ao plenário do Senado.
V. Não concluída a votação no prazo de até quarenta e cinco dias do
recebimento do projeto, ele será incluído na Ordem do Dia e sobrestará a
deliberação sobre as demais matérias, até ultimada a sua votação.

Assinale:
(A) se somente as afirmativas I, III e V estiverem corretas.
(B) se somente as afirmativas III, IV e V estiverem corretas.

35
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 06

(C) se somente as afirmativas II, III e IV estiverem corretas.


(D) se somente as afirmativas I, IV e V estiverem corretas.
(E) se somente as afirmativas I, II e III estiverem corretas.

7) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: A Constituição Federal


estabelece que a União representará o Brasil nas relações internacionais.
Por outro lado, também confere competência exclusiva ao Congresso
Nacional para resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos
internacionais. Nessa linha, no âmbito do Senado, quanto à tramitação,
avalie as afirmativas a seguir:

I. O ato internacional deverá ser acompanhado de cópia autenticada do


texto em português e inglês, não sendo necessária mensagem de
encaminhamento.
II. O projeto será lido, publicado, distribuído em avulsos e remetido à
Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional.
III. A Comissão receberá emendas no prazo de cinco dias a contar da
distribuição dos avulsos.
IV. Após a apresentação das emendas, deve a Comissão opinar sobre o
projeto no prazo improrrogável de quinze dias.
V. Publicado o parecer e as emendas e distribuídos os avulsos, decorrido o
interstício regimental, a matéria será incluída na ordem do dia.

Assinale:
(A) se somente as afirmativas I, II e IV estiverem corretas.
(B) se somente as afirmativas III, IV e V estiverem corretas.
(C) se somente as afirmativas II, III e IV estiverem corretas.
(D) se somente as afirmativas II, III e V estiverem corretas.
(E) se somente as afirmativas I, II e III estiverem corretas.

8) Esaf/STN/Analista de Finanças e Controle/2005 (adaptada):


Tendo o Presidente da República enviado ao Congresso Nacional um projeto
de lei que cria o Código de Direito Administrativo Federal e já tendo a
proposição sido aprovada na Câmara dos Deputados, poderá o presidente
pedir urgência constitucional para esse projeto de lei, o qual deverá ser
votado pelo Senado Federal no prazo máximo de quarenta e cinco dias
contado do recebimento do pedido, sob pena de sobrestarem-se todas as
demais deliberações legislativas dessa Casa Legislativa.

9) Cespe/Abin/Agente de Inteligência/2008: A celebração dos


tratados internacionais e a incorporação deles à ordem jurídica interna

36
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 06

decorrem, no sistema adotado pelo Brasil, de ato subjetivamente complexo,


resultante da conjugação de duas vontades homogêneas: a do Congresso
Nacional, que resolve, definitivamente, mediante decreto
legislativo, questões sobre tratados, acordos ou atos internacionais, e a do
Presidente da República, que, além de poder celebrar esses atos de direito
internacional, tem a competência para promulgá-los mediante decreto.

10) FCC/DPE-MA/Defensor Público/2009: Considerando-se que todas


as normas de direito do trabalho têm natureza de tutela de direitos
humanos, as Convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT),
adotadas pelo Brasil, sob a vigente Constituição da República, com a
redação que lhe deu a Emenda Constitucional nº 45/2004:

a) assumirão natureza de emenda constitucional, se aprovadas, em cada


Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
respectivos membros.
b) submeter-se-ão à confirmação, pelo Congresso Nacional, por meio de
publicação de Lei Complementar.
c) só terão validade se confirmada por lei ordinária, posterior ao Decreto
de promulgação da Convenção.
d) assumirão natureza de lei ordinária federal, situando-se,
hierarquicamente, abaixo das Leis Complementares e da Constituição da
República.
e) terão natureza de emenda constitucional, se assim decidir o Presidente
da República, o que deverá ser previsto na mensagem que encaminhar ao
Congresso Nacional a ratificação da norma pelos representantes do País na
Convenção da OIT.

11) FCC/TCE-AP/Procurador/2010: Em 26 de maio de 2010, foi


realizada audiência pública na Comissão de Direitos Humanos do Senado
Federal com vistas a debater a elaboração de Proposta de Emenda à
Constituição, tendo por objeto a inserção do direito à busca da felicidade
dentre os direitos sociais elencados na Constituição da República. A
eventual apresentação de Proposta de Emenda à Constituição com esse teor
ao Senado Federal:
a) atenta contra o princípio constitucional da vedação do retrocesso em
matéria de direitos e garantias fundamentais.
b) viola a Constituição, que exclui matéria relativa a direitos e garantias
fundamentais da esfera de atuação do poder de reforma da Constituição.
c) é incompatível com a Constituição, por se tratar de matéria de iniciativa
privativa do Presidente da República, devendo iniciar seu trâmite pela
Câmara dos Deputados.

37
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 06

d) deve ser precedida de plebiscito, por se tratar de matéria reservada à


atuação do povo, titular do poder constituinte originário.
e) é compatível com a Constituição, desde que resulte da iniciativa conjunta
de, no mínimo, 27 (vinte e sete) Senadores.

12) Cespe/DPE-PI/Defensor Público/2009 (adaptada): Sendo um


poder instituído, o poder de reforma constitucional sofre limitações de
conteúdo, mas não de forma. Assim, uma proposta de emenda à CF que
seja rejeitada poderá ser reapresentada na mesma sessão legislativa.

13) Cespe/DPE-PI/Defensor Público/2009 (adaptada): Consideram-


se limitações temporais as situações que impedem que a CF seja emendada
na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de
sítio.

14) FCC/PGE-RJ/Técnico Assistente/2009: Em relação às emendas


constitucionais, é correto afirmar que

a) a proposta de emenda constitucional, após ter sido discutida e aprovada


no Congresso Nacional, será enviada ao Presidente da República para
sanção ou veto.
b) na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de
sítio, a Constituição Federal deverá ser emendada.
c) a Constituição poderá ser emendada mediante proposta do Supremo
Tribunal Federal.
d) não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir a
forma federativa de Estado.
e) matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por
prejudicada poderá ser objeto de nova proposta, na mesma sessão
legislativa, pela solicitação da maioria absoluta da Câmara ou do Senado
Federal.

15) Cespe/TRF 5ª Região/Juiz/2009 (adaptada): Uma proposta de


emenda constitucional que tenha sido rejeitada ou prejudicada somente
pode ser reapresentada na mesma sessão legislativa mediante a
propositura da maioria absoluta dos membros de cada casa do Congresso
Nacional.

16) FCC/TJ-GO/Juiz/2009: No que se refere à reforma da Constituição,


é correto afirmar que

38
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 06

a) a revisão constitucional foi realizada após cinco anos, contados da


promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros
do Congresso Nacional, em sessão conjunta das Casas.
b) a proposta de emenda constitucional é discutida e votada em cada Casa
do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se
obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros
relativamente ao mesmo texto.
c) a Constituição pode ser emendada na vigência de estado de defesa.
d) a matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por
prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma legislatura.
e) a Constituição pode ser emendada mediante proposta de mais da
metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação,
manifestando- se, cada uma delas, pela maioria de todos os seus membros.

17) FCC/PGE-SE/Procurador de Estado/2005: Proposta de Emenda à


Constituição de iniciativa do Presidente da República com vistas a transferir
da União para os Estados a competência privativa para legislar sobre
propaganda comercial é aprovada na Câmara dos Deputados, sendo,
contudo, rejeitada no Senado Federal. Nova proposta de Emenda à
Constituição que tivesse por objeto a mesma matéria:
a) poderia ser apresentada ao Congresso Nacional, desde que mediante
requerimento da maioria absoluta dos membros de qualquer de suas Casas.
b) dependeria de iniciativa de mais da metade das Assembléias Legislativas
dos Estados da federação, por se tratar de matéria afeita a seus interesses.
c) somente poderia ser apresentada na sessão legislativa seguinte àquela
em que foi rejeitada a proposta inicial.
d) deveria ser apresentada diretamente ao Senado Federal e, se este a
aprovasse, ser promulgada pelas Mesas da Câmara e do Senado.
e) não poderia ser objeto de deliberação, por ser tendente a abolir a forma
federativa de Estado e a separação de poderes.

18) FCC/TCM-CE/Analista de Controle Externo/2010: Proposta de


emenda à Constituição visando acrescer o direito à alimentação ao rol dos
direitos fundamentais é apresentada pelo Presidente da República ao
Congresso Nacional. Iniciada a votação pela Câmara dos Deputados, a
proposta obtém a aprovação de 365 308 e 290 membros, em primeiro e
segundo turnos, respectivamente. Nessa hipótese,

a) a proposta deverá ser submetida à apreciação do Senado Federal, para


votação em dois turnos.
b) a proposta é considerada rejeitada, não podendo a matéria ser objeto de
nova proposta na mesma sessão legislativa.

39
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 06

c) a proposta sequer poderia ter sido submetida a deliberação, por versar


sobre direito fundamental.
d) a votação deveria ter começado no Senado Federal, por se tratar de
proposta de iniciativa do Presidente da República.
e) o Presidente da República não possui iniciativa para apresentar a
proposta, por versar sobre matéria de competência exclusiva do Congresso
Nacional.

19) FCC/Sefaz-PB/Auditor Fiscal de Tributos Estaduais/2006:


Proposta de Emenda à Constituição apresentada por Deputado Federal com
vistas à abolição da obrigatoriedade de alistamento eleitoral e voto para os
maiores de dezoito e menores de setenta anos, transformando-os em
facultativos, é aprovada, inicialmente, por três quintos dos membros da
Câmara dos Deputados, em dois turnos de votação, e, na sequência, por
dois terços dos membros do Senado Federal, igualmente em dois turnos de
votação. Uma vez aprovada, é promulgada a Emenda à Constituição pelas
Mesas das duas Casas do Congresso. Referida Emenda é inconstitucional,
em decorrência de
a) vício de iniciativa.
b) afronta a cláusula pétrea constitucional.
c) insuficiência de quorum de aprovação na Câmara dos Deputados.
d) insuficiência de quorum de aprovação no Senado Federal.
e) promulgação efetuada por órgãos incompetentes.

20) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): O Plenário é a


instância de deliberação de um projeto de código, não podendo este ser
aprovado, em caráter terminativo, por comissão permanente.

21) Cespe/SF/Consultor Legislativo/2002: Uma proposta de emenda


constitucional destinada a tornar facultativo o voto para todos os brasileiros
seria inconstitucional, por violar cláusula pétrea, e, portanto, o presidente
da República poderia impugná-la perante o Supremo Tribunal Federal
(STF).

22) Cespe/SF/Consultor Legislativo/2002: Para que o número de


suplentes de cada senador da República fosse aumentado para três, seria
necessário emenda constitucional de iniciativa exclusiva do Senado Federal.

23) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): A emenda de


mérito a uma proposta de emenda à Constituição deverá ser subscrita por,
no mínimo, um terço dos membros do Senado Federal ou por líderes
partidários que representem esse número.

40
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2010
NO OLIVEIRA
AULA 06

GABARITO

1A 6A 15 E

2A 7D 16 B

3.1 C 8E 17 C

3.2 E 9C 18 B

3.3 E 10 A 19 A

3.4 E 11 E 20 C

3.5 C 12 E 21 E

4B 13 E 22 E

5D 14 D 23 E

41
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

Olá, concurseiros e concurseiras! Vamos à nossa sétima aula de


Processo Legislativo para o Senado Federal! Hoje, 03/01/2011, é a nossa
primeira aula do ano em que vocês se tornarão servidores do Senado. É
um momento muito especial! Lembrem-se disso durante os estudos.

Nesta aula, estudaremos a tramitação de vetos, medidas


provisórias e matérias orçamentárias. Vamos lá!

VETOS
No processo legislativo, a sanção e o veto presidencial integram a
etapa deliberativa no Poder Executivo. Consistem em formas de
contrabalançar a competência legislativa do Congresso Nacional por parte
do Chefe do Poder Executivo, dentro do sistema de freios e contrapesos
entre os três Poderes.

Depois que um projeto de lei é aprovado no Poder Legislativo, ele vai


à sanção do Presidente da República. Na sanção, como vimos
brevemente no começo do curso, o Presidente manifesta sua
concordância com o que foi aprovado pelo Congresso, podendo isso se
dar de forma expressa ou tácita, pois, decorrido prazo de quinze dias
úteis, o silêncio do Presidente da República importará sanção (CF/88, art.
66, § 3º). Na hipótese de sanção tácita, o Presidente da República ainda
dispõe de 48 horas para promulgar a lei. Se ele não o fizer, devolverá os
autógrafos ao Presidente do Senado, que, em 48 horas, deverá
promulgar a lei. E se este não o fizer, o Vice-Presidente do Senado o fará.

Só para lembrar! Sanção e veto cabem em projeto de lei –


ordinária, complementar ou projeto de lei de conversão oriundo de
Medida Provisória alterada no Congresso. Outras proposições não se
submetem a sanção ou veto, como PECs, projetos de decreto
legislativo e resoluções.

Agora, se nesse prazo de quinze dias úteis, o Presidente decidir vetar


o projeto, poderá fazê-lo, sempre de forma expressa (não existe veto
tácito), total ou parcialmente. No veto parcial, ainda há uma ressalva:
a Constituição permite a supressão apenas do texto integral de artigo,
parágrafo, inciso ou alínea (CF/88, art. 66, § 2º).

O uso do veto, porém, não pode ser feito de forma indiscriminada.

1
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

A própria Constituição Federal coloca de forma expressa a


fundamentação do veto, justificável quando o projeto de lei se mostra
inconstitucional ou contrário ao interesse público (CF/88, art. 66, § 1º).

Na primeira hipótese, a da inconstitucionalidade, o Presidente da


República veta o projeto por entender que o mesmo está em desacordo
com a Constituição, utilizando-se de um critério estritamente jurídico – é
o chamado veto jurídico. Na segunda hipótese, a do interesse público,
as razões são fundamentalmente políticas, envolvendo uma análise de
custo/benefício. É o veto político.

A próxima etapa é submeter o veto ao Poder Legislativo. Como o


veto apenas suspende a conversão do projeto em lei (total ou
parcialmente) até à deliberação definitiva do Congresso Nacional, diz-se
que é relativo ou superável. Outra característica do veto é sua
irretratabilidade, ou seja, depois de manifestado, não pode o
Presidente da República retirá-lo ou retratar-se para sancionar o projeto
vetado.

A tramitação do veto no Poder Legislativo começa quando o Chefe


do Poder Executivo, no prazo de 48 horas, comunica ao Presidente do
Senado os motivos do veto (CF/88, art. 66, § 1º). Recebida a
comunicação do veto, o Presidente do Senado deve convocar uma sessão
conjunta, dentro de 72 horas, para dar conhecimento da matéria ao
Congresso Nacional e designar a Comissão Mista responsável por relatar
o veto. O Presidente também estabelece o calendário de tramitação
(RCCN, art. 104).

Essa comissão mista será composta de três Senadores e três


Deputados, indicados pelos Presidentes das respectivas Casas, e
devem fazer parte dela, se possível, os parlamentares que foram
relatores da matéria na fase de elaboração do projeto (RCCN, art. 104, §
2º).

O prazo para que a comissão mista apresente seu relatório é de 20


dias, contados a partir da constituição da comissão (RCCN, art. 105).
O texto do projeto, mais as partes que foram vetadas e sancionadas, os
pareceres das Comissões que apreciaram a matéria e o relatório da
comissão mista sobre o veto são publicados em avulsos e é marcada uma
sessão conjunta para deliberar sobre o veto.

2
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

A Constituição determina que a votação sobre os vetos se dê na


modalidade secreta, sendo rejeitados pelo voto da maioria absoluta dos
Deputados e Senadores (CF/88, art. 66, § 4º).

O processo de votação de vetos presidenciais pelo Congresso Nacional


é manual, por meio de uma cédula de votação. Os parlamentares
marcam o voto e depositam a cédula em uma urna, assinando a lista de
presença na votação. As urnas com as cédulas são levadas ao Prodasen,
órgão de informática do Senado Federal, pela Secretaria-Geral da Mesa
(SGM) para a contagem e contabilização dos votos. A apuração é
coordenada pela SGM e segue procedimentos para garantir a
confiabilidade do processo, que é acompanhado por uma comissão de
parlamentares indicados pelos líderes partidários.

Mais um detalhe: quando o Prodasen vai fazer a apuração, ele inicia


pelos votos da Câmara. E os votos do Senado só serão apurados se a
Câmara tiver rejeitado o veto. Mas há uma exceção: se o projeto de lei
vetado tiver o Senado como casa de origem, a contagem começa
pelos votos dos senadores, e somente se for rejeitada é verificada então
na Câmara (RCCN, art. 43, § 2º). Essa metodologia é possível porque o
veto deve ser rejeitado pelas duas Casas.

Vamos ver então como funciona o voto, para não confundirmos! O que
vai ser posto em votação é o veto. Quem vota “não”, vota pela
rejeição ao veto. Quem vota “sim”, pela manutenção do mesmo.

Se não for alcançada a maioria absoluta de votos “não”, o veto ficará


mantido. O projeto de lei (no caso de veto total) ou as partes vetadas do
projeto deverão ser arquivados.

Logo, a rejeição do veto implica a manifestação da maioria absoluta


em cada uma das casas pelo voto “não”. Se o veto for rejeitado, a
consequência é a transformação do projeto de lei em lei, a qual deverá
ser promulgada (CF/88, art. 66, § 5º). O prazo constitucional para que o
Chefe do Poder Executivo efetue essa promulgação é de 48 horas (CF/88,
art. 66, § 7º). Na hipótese do Presidente da República não promulgar a
lei, quem deverá fazê-lo é o Presidente do Senado; e se este também
não o fizer em 48 horas, a tarefa caberá ao Vice-Presidente do Senado
(CF/88, art. 66, § 7º).

Quando o veto é derrubado e as partes, antes vetadas, são


promulgadas, a vigência dessas partes passa a valer a partir da

3
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

publicação. Os efeitos não retroagem à data da publicação da lei inicial,


que continha os vetos.
Agora, será que o Congresso Nacional pode, na hipótese de veto total,
rejeitar apenas partes do veto? O Supremo Tribunal Federal já
reconheceu a admissibilidade de rejeição parcial de veto total, sendo
possível que o Congresso ratifique alguns itens e rejeite outros (STF,
Representação nº 1385/SP, Relator Min. Moreira Alves). É como se o
veto total fosse, na verdade, um conjunto de vários vetos parciais.
Quanto aos prazos para tramitação do veto, cabem duas ressalvas. O
prazo constitucional para que o Congresso aprecie o veto é de trinta
dias, contados a partir do seu recebimento, sob pena de sobrestamento
das demais proposições (CF/88, art. 66, § 6º).
Primeiramente, o sobrestamento de proposições se refere às matérias
que porventura estejam na Ordem do Dia da sessão do Congresso
Nacional. Veto pendente de deliberação não tranca a pauta nem da
Câmara, nem do Senado.

A outra ressalva diz respeito à não apreciação dos vetos por parte do
Congresso, o que tem se mostrado um problema. Levantamento
realizado em outubro de 2010 revela que existem pelo menos 714 vetos
presidenciais pendentes de deliberação. Mas, então, como as sessões do
Congresso continuam acontecendo, se há tantos vetos que, pela lógica
constitucional, deveriam estar trancando a pauta?

Acontece que o Regimento Comum, quando dispõe sobre a apreciação


dos vetos, afirma que o prazo de trinta dias a que se refere a
Constituição, no art. 66, § 4º, começa a ser contado a partir da sessão
convocada para conhecimento da matéria (RCCN, art. 104, § 1º). Dessa
forma, os vetos podem continuar chegando ao Poder Legislativo;
contudo, seu prazo de tramitação só tem início quando o Presidente do
Senado convocar a sessão de conhecimento (que, pelo mesmo
Regimento, deveria acontecer 72 horas após a comunicação feita pelo
Presidente da República).

4
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

5
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

MEDIDAS PROVISÓRIAS

As Medidas Provisórias são editadas pelo Chefe do Poder Executivo,


em caso de relevância e urgência, com eficácia imediata e força de lei.
Assim que é publicada no Diário Oficial da União, ela já passa a produzir
seus efeitos, devendo ser submetida de imediato ao Congresso Nacional.
O prazo de vigência das Medidas Provisórias é de 60 dias contados
da publicação da MP, prorrogáveis por igual period, se ela ainda não tiver
sido convertida em lei (CF/88, art. 62, § 3º). A prorrogação do prazo de
vigência é automática e será comunicada em Ato do Presidente da Mesa
do Congresso Nacional, publicado no Diário Oficial da União (Resolução
01/2002-CN, art. 10, § 1º). Esses prazos não são contados durante o
recesso parlamentar.
As Medidas Provisórias se prestam a regular um amplo espectro de
matérias. Contudo, a Constituição, a partir da EC 32/2001, passou a
trazer as seguintes vedações materiais para edição dessas Medidas:
• Matéria relativa a nacionalidade, cidadania, direitos políticos,
partidos políticos e direito eleitoral (CF/88, art. 62, § 1º, I,
“a”);
• Matéria relativa a direito penal, processual penal e processual
civil (CF/88, art. 62, § 1º, I, “b”);
• Matéria relativa a organização do Poder Judiciário e do
Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros
(CF/88, art. 62, § 1º, I, “c”);
• Matéria relativa a planos plurianuais, diretrizes
orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e
suplementares, (CF/88, art. 62, § 1º, I, “d”), com exceção
dos créditos adicionais extraordinários, que são veiculados
por MP;
• Matéria que vise a detenção ou sequestro de bens, de
poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro (CF/88,
art. 62, § 1º, II);
• Matéria reservada a lei complementar (CF/88, art. 62, § 1º,
III);
• Matéria já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo
Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do
Presidente da República (CF/88, art. 62, § 1º, IV);
• Instituição ou elevação de impostos por MP, em regra, só
produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte, respeitando
o princípio da anterioridade tributária (art. 62, § 2º).

6
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

Cuidado na prova para não misturar as limitações à edição de


Medidas Provisórias (CF/88, art. 62, § 1º) com as limitações
impostas para o conteúdo de Lei Delegada (CF/88, art. 68, § 1º).

A Constituição estabelece ainda uma vedação procedimental à


edição de Medidas Provisórias, que é a proibição de reedição, na mesma
sessão legislativa, de MP que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido
sua eficácia por decurso de prazo (CF/88, art. 62, § 10). O Presidente da
República também não pode retirar da apreciação do Congresso Nacional
uma MP que já tenha sido encaminhada ao Legislativo. Contudo, o
Supremo Tribunal Federal assentou entendimento de que é possível o
Presidente da República ab-rogar, ou seja, revogar totalmente Medida
Provisória em tramitação por meio da edição de uma outra Medida
Provisória (ADI 1.315-MC/DF, Rel. Min. Ilmar Galvão).
Nosso estudo sobre a tramitação de Medidas Provisórias está
baseado nos procedimentos previstos pela Constituição e pela Resolução
01/2002, do Congresso Nacional, que regulam o tema.
Assim que sai a publicação da Medida Provisória no Diário Oficial, o
Presidente da República envia a MP, acompanhada da respectiva
Mensagem e a motivação do ato ao Presidente da Mesa do Congresso,
que é o Presidente do Senado Federal, para ser lida e publicada em
avulsos. Então, é designada uma comissão mista temporária, no prazo
de 48 horas contadas da publicação (Resolução 01/2002-CN, art. 2º).
A exceção é a Medida Provisória que abre crédito adicional
extraordinário, cujo parecer será emitido pela Comissão Mista de
Orçamento (Resolução 01/2002-CN, art. 2º, § 6º). Nesse caso, não há
comissão mista temporária constituída especialmente para análise da
MP, como acontece para as que versam sobre outros assuntos.
Voltando às demais MPs, a Comissão Mista temporária fica
responsável por emitir o parecer sobre a MP, sendo os membros da
comissão indicados pelas lideranças partidárias. Não havendo indicação,
cabe ao Presidente do Congresso fazê-lo em 48 horas, incluindo o nome
dos líderes e vice-líderes na Comissão (Resolução 01/2002-CN, art. 2º, §
5º). A constituição da Comissão Mista e a fixação do calendário de
tramitação da MP podem ser comunicadas em sessão do Senado Federal
ou em sessão conjunta do Congresso Nacional. Se for em sessão do
Senado, é dado conhecimento à Câmara dos Deputados, por intermédio
de ofício dirigido ao seu Presidente (Resolução 01/2002-CN, art. 2º, §

7
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

7º).
A Comissão Mista é integrada por 12 Senadores e 12 Deputados,
com igual número de suplentes, acrescida de mais uma vaga destinada a
cada uma das Casas, a serem preenchidas em rodízio, pelas bancadas
minoritárias que não alcancem número para participar da Comissão
(Resolução 01/2002-CN, art. 2º, § 3º).
Após ser designada, a Comissão tem prazo de 24 horas para sua
instalação, quando são eleitos seu Presidente e Vice-Presidente e
designados os Relatores para a matéria. A cada comissão formada, deve-
se alternar a Presidência: uma vez o Senado, outra vez a Câmara. O
Presidente e o Vice devem ser de Casas diferentes e o Relator, de casa
diversa da do Presidente (Resolução 01/2002-CN, art. 3º, §§ 1º e 2º).
Na apreciação de Medidas Provisórias, a relatoria é um pouco
diferente das demais proposições. Além do Relator, o Presidente vai
designar um Relator Revisor, pertencente a Casa diferente e, de
preferência, do mesmo partido que o primeiro (Resolução 01/2002-CN,
art. 3º, § 3º).
Ora, e por que isso? É que a Medida Provisória, apesar de receber
parecer da Comissão Mista, é votada separadamente na Câmara dos
Deputados e no Senado. Assim, quando a matéria chegar em cada uma
das Casas, deverá ser relatada nela. E não dá para ter uma matéria
tramitando no Senado, por exemplo, tendo um Deputado como relator.
Daí esse instituto de dois relatores na Comissão Mista, o Relator e o
Relator Revisor. Para entender melhor como funcionaria esse
mecanismo, vamos dar um exemplo. Suponha que a Presidência de uma
Comissão Mista Temporária para analisar MP coubesse a um Senador.
Ficaria assim:

PRESIDENTE – Senador
VICE-PRESIDENTE – Deputado
RELATOR – Deputado
RELATOR REVISOR – Senador

Vamos passar agora à fase de emendamento. Emendas à Medida


Provisória são oferecidas por deputados e senadores no âmbito da
Comissão Mista, protocoladas na Secretaria-Geral da Mesa do Senado,
até o sexto dia contado da publicação da MP no DOU (Resolução
01/2002-CN, art. 4º, caput e § 1º).

As emendas não podem tratar de matéria estranha ao assunto da

8
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

Medida Provisória. Agora, um detalhe: cabe ao Presidente da Comissão


indeferir a emenda, se entender que a mesma está em desacordo com a
regra (Resolução 01/2002-CN, art. 4º, § 4º). Da decisão do Presidente
cabe recurso para o plenário da comissão do autor da emenda, desde que
apoiado por três membros desse colegiado (Resolução 01/2002-CN, art.
4º, § 5º).

O prazo para que a Comissão dê seu parecer sobre a MP é de 14


dias contados da publicação. Esse parecer é único e deve abordar, em
itens separados, os seguintes pontos (Resolução 01/2002-CN, art. 5º):

• Aspectos formais (o parecer diz se o texto da MP, a Mensagem e


a Exposição de Motivos foram encaminhados);
• Aspectos constitucionais (atendimento aos pressupostos de
relevância e urgência);
• Mérito da MP;
• Adequação financeira e orçamentária (repercussão sobre a
receita ou a despesa pública da União e atendimento das normas
orçamentárias e financeiras vigentes). Para essa análise, o órgão
de consultoria orçamentária da Casa a que pertencer o Relator
(atualmente a Consultoria de Orçamentos da Câmara ou a do
Senado) encaminha à Comissão nota técnica com subsídios
necessários, no prazo de 5 dias da publicação da MP (Resolução
01/2002-CN, art. 19);

Importante: a Comissão sempre deve se manifestar a respeito do


mérito da MP, mesmo que ela não atenda aos pressupostos de relevância
e urgência ou seja inadequada do ponto de vista financeiro ou
orçamentário (Resolução 01/2002-CN, art. 5º, § 2º)

E como pode se dar a apreciação de mérito? A Comissão pode decidir


de várias formas (Resolução 01/2002-CN, art. 5º, § 4º):

ƒ Aprovação total
ƒ Aprovação parcial
ƒ Alteração da Medida Provisória
ƒ Rejeição

Em caso de rejeição, o parecer da Comissão deve concluir pela


apresentação de um projeto de decreto legislativo (PDL) que irá
disciplinar as relações jurídicas decorrentes da vigência dos textos
suprimidos ou alterados, nos termos da CF/88, art. 62, § 3º. Esse PDL

9
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

começa a tramitar pela Câmara dos Deputados.

Mas, se a Medida Provisória tiver sido alterada pelo Legislativo por


meio de emenda, o parecer concluirá pela apresentação de um Projeto de
Lei de Conversão (PLV), segundo a Resolução 01/2002-CN, art. 5º, § 4º,
I.

Se for alteração parcial, converte-se a Medida em PLV. Aquelas partes


que constavam originalmente na MP e que não foram aproveitadas no
PLV devem ser disciplinadas por meio de decreto legislativo.

Aprovado o parecer na comissão, ele será encaminhado à Câmara dos


Deputados, acompanhado do projeto de lei de conversão e do projeto de
decreto legislativo, se for o caso (Resolução 01/2002-CN, art. 5º, § 5º).
Se o prazo da Comissão estiver esgotado e ela não tiver elaborado o
parecer, no 15º dia de vigência da MP o processo é encaminhado à
Câmara dos Deputados (Resolução 01/2002-CN, art. 6º, § 1º).

Chegando à Câmara, o parecer é publicado em avulsos e no Diário da


Câmara dos Deputados; a MP é incluída na Ordem do Dia da Casa, sem
precisar cumprir interstício (Resolução 01/2002-CN, art. 6º, caput).

Na hipótese de não haver parecer da comissão, quem fará isso no


Plenário da Câmara é o mesmo Relator ou Relator Revisor designado na
Comissão. Se não tiver sido designado relator da Comissão, será o
Presidente da Câmara quem escolherá um relator para a medida. O prazo
dele será até a sessão ordinária seguinte. Se o parecer desse relator for
pela apresentação de um Projeto de Lei de Conversão, poderá ser
concedido prazo até a sessão ordinária seguinte para a votação da
matéria (Resolução 01/2002-CN, art. 6º, §§ 2º e 3º).

O prazo da Câmara para votar a MP é até o 28º dia de vigência da


Medida, contado da publicação no DOU (Resolução 01/2002-CN, art. 6º).
Logo, são 14 dias de que o Plenário da Câmara dispõe para apreciar a
matéria. Na hora de votar, serão analisadas duas coisas: primeiro, os
pressupostos constitucionais de urgência e relevância. Depois, o mérito
da MP. Se a Medida for rejeitada na Câmara, nem mesmo vai ao Senado.
O Presidente da Câmara comunica esse fato ao Senado e a matéria vai
para o Arquivo.

10
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

Importante! Esgotado o prazo de 14 dias sem que a Câmara


delibere sobre a MP, o Senado pode iniciar a discussão da matéria,
mas a votação no SF só pode acontecer após finalizada a deliberação
na Câmara (Resolução 01/2002-CN, art. 7º, § 2º).

Mas se aprovada na Câmara, a MP ou o PLV decorrente dela serão


encaminhados ao Senado, que terá até o 42º dia de vigência da Medida
Provisória, contado da sua publicação no DOU, para apreciá-la (Resolução
01/2002-CN, art. 7º). Se houver partes rejeitadas na MP (sem ser
rejeição total), elas também irão ao Senado, que poderá fazer a
reinclusão delas na MP ou no PLV.

Assim, o plenário do Senado tem outros 14 dias para apreciar a MP ou


o PLV decorrente de sua alteração, seguindo o mesmo procedimento da
Câmara. Naquela mesma hipótese, de não haver parecer da comissão
mista e não houver sequer relator designado, o Presidente do Senado
designa o Relator.

No Plenário, ocorre a apreciação preliminar do atendimento ou não


dos pressupostos constitucionais de relevância e urgência e de sua
adequação financeira ou orçamentária, antes do exame de mérito
(Resolução 01/2002-CN, art. 8º). Se o Plenário da Câmara ou o do
Senado decidir no sentido do não atendimento dos pressupostos
constitucionais ou pela inadequação financeira ou orçamentária da MP,
esta será arquivada (Resolução 01/2002-CN, art. 8º, par. único). Em
regra, a votação da MP acontece por votação simbólica, exigido quórum
de maioria simples para sua aprovação.

Se os Senadores fizerem alguma alteração de mérito, o texto precisa


retornar à Câmara, que vai ter apenas 3 dias para analisar essas
alterações (Resolução 01/2002-CN, art. 7º, § 4º).

Não podemos esquecer que na Constituição está previsto que, se em


45 dias a MP não tiver sido deliberada, no 46º dia ela vai entrar em
regime de urgência e sobrestar (trancar) a pauta de votação da Casa
onde se encontrar – pode ser na Câmara ou no Senado (CF/88, art. 62, §
7º). Nenhuma deliberação pode ser realizada sem que antes os
parlamentares resolvam sobre essa MP em regime de urgência.

Vale lembrar, contudo, o recente entendimento do então Presidente da

11
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

Câmara dos Deputados Michel Temer (desde o ultimo sábado, nosso novo
Vice-Presidente da República), sufragado pelo STF, de que as matérias
trancadas são apenas aquelas que podem ser reguladas por medida
provisória. A tramitação de um projeto de lei complementar, por
exemplo, não ficaria trancada pela MP. Contra essa decisão, tramita no
STF o Mandado de Segurança 27.931, de autoria de parlamentares, cuja
liminar foi negada pela Corte Máxima. Pelo andar da carruagem, tudo
indica que o Supremo confirmará o entendimento do Presidente da
Câmara. Até hoje (03/01/2011), o processo estava ainda pendente de
decisão. Sugiro que fiquem atenados a esse assunto. Maiores
informações no Informativo 572 do STF.

Muito bem! Encerrada a etapa de deliberação no Legislativo, são


vários os caminhos que pode seguir uma MP, conforme o resultado final
obtido:

Aprovação da medida provisória, nos mesmos termos em que veio


do Poder Executivo: é promulgada como lei pelo Presidente da Mesa do
Congresso, que a envia para publicação.

Aprovação de um Projeto de Lei de Conversão (PLV): vai à sanção


do Presidente da República como qualquer outro projeto de lei, podendo
ser sancionado ou vetado. No segundo caso, o veto ainda deverá ser
apreciado pelo Congresso Nacional (CF/88, art. 62, §§ 12, 3º e 11, e
Resolução 01/2002-CN, art. 11, caput e § 1º).

Rejeição total da Medida Provisória: o Presidente da Casa que assim


se pronunciar comunicará o fato imediatamente ao Presidente da
República, fazendo publicar o ato declaratório de rejeição de Medida
Provisória (Resolução 01/2002-CN, art. 14). A Comissão Mista deve
elaborar um projeto de decreto legislativo regulando as relações jurídicas
decorrentes no período de sua vigência. Se o decreto legislativo não for
editado em até 60 dias, as relações jurídicas decorrentes continuarão
sendo reguladas pela Medida Provisória (CF/88, art. 62, §§ 3º e 11, e
Resolução 01/2002-CN, art. 13).

Prazo de vigência, inclusive com a prorrogação, esgotado sem


apreciação: Medida Provisória perde a eficácia, devendo o Presidente da
Mesa do Congresso comunicar o fato ao Presidente da República. O
Congresso deve elaborar um projeto de decreto legislativo regulando as
relações jurídicas decorrentes no período de sua vigência. Se o decreto
legislativo não for editado em até 60 dias, as relações jurídicas

12
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

decorrentes continuarão sendo reguladas pela Medida Provisória (CF/88,


art. 62, §§ 3º e 11 e Resolução 01/2002-CN, art. 11, caput e § 1º).

Agora, um breve comentário: na prática, o trâmite de Medidas


Provisórias tem se afastado do que está previsto nas normas. Isso
porque as comissões mistas destinadas ao exame das MPs não vêm
sendo instaladas (acredite!), fazendo com que os presidentes das duas
Casas designem os relatores em plenário, geralmente quando a pauta já
está trancada, após 45 dias de edição da MP. Ou seja, uma exceção
prevista na Resolução acaba se tornando regra. Mas, como já tivemos a
oportunidade de dizer em nossa primeira aula, o que cai na prova é a
teoria!

Finalizando nosso estudo sobre este assunto, é importante lembrar


que as medidas provisórias editadas antes da promulgação da Emenda
Constitucional nº 32/2001, que alterou substancialmente as regras sobre
a tramitação de MPs, continuam em vigor até sua deliberação definitiva
pelo Congresso Nacional, ou até que outra medida provisória as revogue
explicitamente (art. 2.º da EC 32/2001). Vale lembrar que a deliberação
sobre essas MPs que ganharam “vida eterna” ainda é o anterior à
modificação promovida pela EC 32, isto é, por meio de sessão conjunta
do Congresso Nacional.

13
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

14
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

MATÉRIA ORÇAMENTÁRIA

Vamos ver agora em linhas gerais como funciona a tramitação dos


projetos de lei referentes à matéria orçamentária: o Plano Plurianual, a
Lei de Diretrizes Orçamentárias e o Orçamento Anual, além das
proposições referents a créditos adicionais (suplementares, especiais e
extraordinários).

Plano Plurianual (PPA): editado a cada quatro anos com vigência até o
final do primeiro exercício financeiro do mandato presidencial
subsequente (ADCT, art. 35, § 2º, I). Estabelece, de forma regionalizada,
as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as
despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos
programas de duração continuada (CF/88, art. 165, § 1º). Nenhum
investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser
iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize
a sua inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.

Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO): elaborada e aprovada


anualmente e com validade para um exercício. Compreende as metas e
prioridades da Administração Pública Federal, incluindo as despesas de
capital para o exercício financeiro subsequente, orienta a elaboração da
lei orçamentária anual, dispõe sobre as alterações da legislação tributária
e estabelece a política de aplicação das agências financeiras de fomento.
Determina, assim, de forma antecipada, as diretrizes, as prioridades de
gastos, e as normas e os parâmetros que devem orientar a elaboração do
projeto de lei orçamentária para o exercício seguinte (CF/88, art. 165, §
2º).

Lei Orçamentária Anual (LOA): editada para cada exercício financeiro,


que coincide com o ano civil. Compreende três partes: o Orçamento
Fiscal, referente aos Poderes da União, fundos, órgãos e entidades da
administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas
pelo poder público; o Orçamento da Seguridade Social, abrangendo todas
as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta e indireta
bem como os fundos e fundações instituídas e mantidas pelo poder
público, destinados a segurar os direitos relativos à Saúde, Previdência e
Assistência Social; e o Orçamento de Investimento das Estatais,
empresas em que a União direta ou indiretamente detenha a maioria do
capital social com direito a voto (CF/88, art. 165, §5º, I, II e III).

15
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

Créditos adicionais: são classificados em créditos suplementares,


utilizados quando há previsão no orçamento para uma determinada
despesa, mas a dotação orçamentária foi insuficiente; créditos especiais,
aqueles não previstos no Orçamento da União; e créditos extraordinários,
para atender situações imprevisíveis e urgentes (CF/88, art. 167, § 3º).
Esses créditos, por possuírem os requisitos constitucionais de
imprevisibilidade e urgência, são enviados ao Congresso Nacional em
forma de medida provisória, sendo o único caso de uso de MP para
matéria orçamentária. Nas duas primeiras espécies de créditos adicionais,
a autorização é feita por meio de projeto de lei (CF/88, art. 167, V).

Como já estudamos, os projetos de lei de matéria orçamentária são


de iniciativa vinculada do Presidente da República, sendo que a
Constituição Federal estabelece prazos (ADCT, art. 35, § 2º, I, II e III)
para que ocorra o envio desses projetos de lei ao Congresso e a
consequente devolução da matéria, pelo Legislativo, para sanção,
conforme a tabela abaixo:

PROPOSIÇÃO VIGÊNCIA PRAZO DE ENVIO PRAZO DE DEVOLUÇÃO


Até 4 meses antes do
encerramento do 1º Até o encerramento da
Quatro
PPA exercício financeiro do sessão legislativa ordinária
anos
mandato do Presidente correspondente (22/12)
da República (31/08)
Até 8 meses e meio
Até o encerramento do 1º
antes do encerramento
LDO Anual período da sessão legislativa
do exercício financeiro
ordinária (17/07)
(15/04)
Até 4 meses antes do
Até o encerramento da
encerramento do
LOA Anual sessão legislativa ordinária
exercício financeiro
(22/12)
(31/08)

Quanto ao projeto de lei de LDO, cabe uma ressalva importante: se


o Congresso Nacional não deliberar sobre ele até a data limite (até o
encerramento do primeiro período da sessão legislativa ordinária, ou
seja, até 17 de julho), a sessão legislativa não poderá ser
interrompida. Assim, não haverá o recesso parlamentar até que essa
deliberação esteja concluída (CF/88, art. 57, § 2º).
Todas essas matérias são encaminhadas ao Congresso Nacional por
meio de projeto de lei, já que é vedada sua disciplina por meio de

16
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

Medida Provisória. Com uma exceção: os créditos adicionais


extraordinários.
O trâmite dos projetos de lei que versam sobre matéria
orçamentária tem início quando o Presidente da República encaminha a
Mensagem ao Presidente do Senado. A Mensagem deve ser lida em
sessão conjunta, especialmente convocada para esse fim, dentro de 48
horas de sua entrega (RCCN, art. 89). A partir do recebimento do
projeto, haverá cinco dias úteis para a publicação da matéria e a
confecção dos avulsos.
A mensagem é então encaminhada à Comissão Mista de Planos,
Orçamentos Públicos e Fiscalização, chamada também de Comissão Mista
de Orçamentos (CMO). Essa comissão tem previsão constitucional
(CF/88, art. 166, § 1º), e compete a ela, além da análise sobre matéria
orçamentária, examinar e emitir parecer sobre as contas apresentadas
anualmente pelo Presidente da República (CF/88, art. 166, § 1º, I) e
sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos
nesta Constituição, além de exercer o acompanhamento e a fiscalização
orçamentária (CF/88, art. 166, § 1º, II). No tema de sua competência, a
CMO deve verificar o atendimento das normas constitucionais e legais
aplicáveis (Resolução 01/2006-CN, art. 70, I, “a”).
A CMO é composta por 40 titulares, sendo 30 Deputados e 10
Senadores, com igual número de suplentes (Resolução 01/2006-CN, art.
5º). A Comissão possui um presidente e três vice-presidentes, sendo o
mandato anual. O Presidente e Vice-Presidente devem pertencer a Casas
distintas, alternando as funções a cada ano (Resolução 01/2006-CN, arts.
12 e 13).
Para emitir o parecer, serão nomeados na Comissão Mista os relatores
do projeto de lei. São as lideranças partidárias que indicam o Relator-
Geral e o Relator da Receita do projeto de lei orçamentária anual, o
Relator do projeto de lei de diretrizes orçamentárias e o Relator do
projeto de lei do plano plurianual (RCCN, art. 16, I). Essas relatorias são
escolhidas alternadamente, recaindo a cada ano em um representante do
Senado e da Câmara, não podendo pertencer ao mesmo partido ou bloco
parlamentar do Presidente (RCCN, art. 16, II).
No caso do projeto de LOA, são escolhidos um Relator-Geral, um
Relator da Receita e os Relatores Setoriais. O Relator da Receita não
pode pertencer à mesma Casa ou mesmo partido Relator-Geral (RCCN,
art. 16, V). O Relator-Geral e os Relatores Setoriais vão cuidar,
principalmente, da parte da despesa (alocação de recursos no projeto de
LOA). Outro critério importante quanto às relatorias é o de que cada

17
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

parlamentar poderá, na mesma legislatura, exercer somente uma vez


uma das funções de relator, valendo para PPA, LDO, LOA e relatorias
setoriais (RCCN, art. 16, X).
As relatorias setoriais consistem na divisão do projeto de lei
orçamentária por grupos temáticos, de maneira a facilitar o estudo sobre
a matéria. Nos termos da Resolução 01/2006-CN, art. 26, são as
seguintes as áreas temáticas:

1. Infra-Estrutura;
2. Saúde;
3. Integração Nacional e Meio Ambiente;
4. Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia e Esporte;
5. Planejamento e Desenvolvimento Urbano;
6. Fazenda, Desenvolvimento e Turismo;
7. Justiça e Defesa;
8. Poderes do Estado e Representação;
9. Agricultura e Desenvolvimento Agrário;
10. Trabalho, Previdência e Assistência Social.

Nomeados os relatores, começa a fase de emendamento. Antes de


mais nada, é preciso ter em mente que o Presidente da República, autor
da mensagem, poderá enviar ao Congresso proposta de modificação ao
projeto inicial. Contudo, essas modificações só serão apreciadas se
recebidas até enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista, da
parte cuja alteração é proposta (CF/88, art. 166, § 5º). Segundo a
Resolução 01/2006-CN (art. 28), esse momento refere-se ao início da
votação do Relatório Preliminar na CMO. O Relatório Preliminar, após
votado pela CMO, transforma-se no Parecer Preliminar da Comissão,
documento que orienta a fase de emendamento do projeto de lei.
A CMO realizará ainda audiências públicas para o debate e o
aprimoramento do projeto, com Ministros ou representantes dos órgãos
de Planejamento, Orçamento e Fazenda do Poder Executivo e
representantes dos órgãos e entidades integrantes das áreas temáticas
(Resolução 01/2006-CN, art. 29). A Comissão tem prazo de até 30 dias
para a realização dessas audiências públicas, a partir da publicação da
matéria.

Na apreciação das matérias orçamentárias, é permitido que as


Comissões Permanentes também participem desse processo junto com a
Comissão Mista. Para isso, as Comissões Permanentes interessadas
deverão solicitar ao Presidente da CMO que lhes seja remetido o texto do
18
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

projeto de lei orçamentária (RCCN, art. 90, § 3º, “a”). As Comissões


permanentes que solicitarem participação no processo vão tratar somente
de assuntos que dizem respeito à matéria de sua competência específica
(RCCN, art. 90, § 3º, “b”) e poderão realizar reuniões conjuntas podendo
concluir pela apresentação de parecer único (RCCN, art. 90, § 3º, “f”).

Os pareceres dessas comissões serão encaminhados ao relator na


Comissão Mista, para que sirva como subsídio ao estudo da matéria, sendo
que o parecer do relator na CMO deverá fazer referência expressa ao ponto
de vista da Comissão Permanente (RCCN, art. 90, § 3º, “e”).

Quanto às emendas, o projeto de lei orçamentária admite dois


grandes grupos: emendas à receita e emendas à despesa. Emendas à
receita são aquelas que alteram a estimativa da receita, ou seja, quanto o
Poder Executivo pretende arrecadar para fazer face às despesas. Já as
emendas à despesa são subdivididas em três espécies: de remanejamento,
de apropriação e de cancelamento.

A emenda de remanejamento é aquela que propõe um acréscimo de


despesa usando como recurso a anulação de outra, constante do projeto,
com exceção da Reserva de Contingência (Resolução 01/2006-CN, art.
38). A emenda de apropriação igualmente propõe acréscimo ou inclusão de
dotação orçamentária, mas usa como fonte de crédito a anulação de
recursos constantes na Reserva de Contingência (Resolução 01/2006-CN,
art. 39). Por fim, a emenda de cancelamento é mais simples: propõe
somente a redução de despesas constantes do projeto (Resolução
01/2006-CN, art. 40).
E quem pode apresentar emendas aos projetos de lei orçamentária?
Vejamos:
• Comissões Permanentes (da Câmara e do Senado) com relação
às matérias que lhes sejam afetas (Resolução 01/2006-CN, art.
43).
• Mesas Diretoras (Resolução 01/2006-CN, art. 44, § 2º).
• Bancadas Estaduais (Resolução 01/2006-CN, art. 46).
• Parlamentares, individualmente (Resolução 01/2006-CN, art.
49).

19
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

É importante destacarmos algumas regras constitucionais sobre a


aprovação de emendas ao Orçamento, constantes do art. 166, § 3º, da
CF/88:
• As emendas devem ser compatíveis com o plano plurianual e com a
lei de diretrizes orçamentárias;
• As emendas devem indicar os recursos necessários, admitidos
apenas os provenientes de anulação de despesa, sendo que não
podem ser anuladas despesas com: dotações para pessoal e seus
encargos, serviço da dívida e transferências tributárias
constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal;
• As emendas podem estar relacionadas também com a correção de
erros ou omissões (geralmente utiliza-se essa regra para emendar
o valor da previsão da receita) ou com os dispositivos do texto do
projeto de lei (a redação dos artigos da lei).

O trabalho da comissão começa pela aprovação do Relatório da


Receita, incluída uma etapa de emendamento específica para essa fase.
Em seguida, é votado um Relatório Preliminar, contendo os
parâmetros e critérios que deverão ser obedecidos na apresentação de
emendas e na elaboração do relatório do projeto pelo Relator-Geral e
pelos Relatores Setoriais (Resolução 01/2006-CN, art. 51). Concluída a
votação do Relatório Preliminar (que passa a ser então o Parecer
Preliminar), são dez dias de prazo para a apresentação de emendas de
despesa ao projeto da LOA. São votados os relatórios setoriais, que
devem ser apreciados separadamente (Resolução 01/2006-CN, art. 75).
Por fim, a comissão vota o Relatório do Relator-Geral, cuja
apreciação só pode começar depois de aprovado o projeto de lei do Plano
Plurianual ou de projeto de lei que o revise (Resolução 01/2006-CN, art.
76), pois a Lei Orçamentária Anual precisa estar compatível com o que
está previsto no PPA. Depois de aprovado, o Relatório do Relator-Geral
torna-se o Parecer da CMO (Resolução 01/2006-CN, art. 133), que deve
ser encaminhado dentro de cinco dias para a Mesa do Congresso Nacional
(Resolução 01/2006-CN, art. 82, XIV). O Parecer da CMO está previsto
no art. 166, § 1º, I, da CF/88.
O parecer que vem da CMO é conclusivo, inclusive em relação às
emendas que foram apresentadas. As emendas podem ser apreciadas
pelo Plenário do Congresso separadamente, mas para isso é preciso um
requerimento assinado por no mínimo 1/10 de congressistas (60

20
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

assinaturas), apresentado à Mesa do Congresso até a véspera da


discussão da matéria em plenário.
E se a Comissão Mista não apresentar o seu parecer final no prazo
fixado? Nesse caso, o Regimento Comum determina que se proceda como
em outras matérias nessa situação: o Presidente do Senado convocará
sessão conjunta para a apreciação da matéria e designará Relator, que
proferirá parecer oral (RCCN, art. 100).
A votação final de matéria orçamentária ocorre no plenário do
Congresso Nacional, reunido em sessão conjunta. Relembremos que a
sessão conjunta é aquela onde os votos são computados de forma
separada, primeiro na Câmara, depois no Senado. A matéria precisa ser
considerada aprovada nas duas Casas. A votação acontece na
modalidade aberta, simbólica, por maioria simples de votos em cada
Casa. Quem teve a oportunidade de acompanhar a votação do PLOA
2001 pôde verificar esse procedimento. A sessão conjunta do CN foi
transmitida ao vivo pela TV Câmara. O orçamento para 2001 foi aprovado
no ultimo dia 22/12, às 22h30. O Regimento Comum do Congresso
Nacional determina ainda que são aplicáveis subsidiariamente à
tramitação do projeto de lei orçamentária anual as disposições
regimentais relativas aos projetos de lei em geral. Depois de aprovado, o
projeto de lei orçamentária anual segue para sanção do Presidente da
República.
Mas, se há prazo para que o Congresso Nacional delibere sobre
matéria orçamentária (no caso da LOA, até 22 de dezembro), o que
acontece se ela não for aprovada? Ou se não for sequer votada?
A não aprovação do projeto de orçamento anual enseja as seguintes
situações:
Se o Legislativo rejeitar todo o projeto da LOA: O Poder
Executivo executa o orçamento usando créditos especiais e
extraordinários (CF/88, art. 166, § 8º): “Os recursos que, em decorrência
de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual,
ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme
o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e
específica autorização legislativa”.

Se o exercício financeiro seguinte começar sem a aprovação do


projeto de LOA: o Poder Executivo executa provisoriamente o que está
no projeto de LOA. Essa situação vem sendo regulamentada pelas Leis de
Diretrizes Orçamentárias, que estipulam que certas despesas podem ser

21
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

executadas sem que a LOA esteja aprovada. Tomando como exemplo a


LDO para 2011, temos:
Art. 68. Se o Projeto de Lei Orçamentária de 2011 não for sancionado pelo
Presidente da República até 31 de dezembro de 2010, a programação dele constante
poderá ser executada para o atendimento de:

I - despesas com obrigações constitucionais ou legais da União, relacionadas na


Seção I do Anexo IV desta Lei;
II - bolsas de estudo no âmbito do Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico – CNPq, da Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior – Capes e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada –
IPEA, bolsas de residência médica e do Programa de Educação Tutorial – PET, bem como
Bolsa Atleta e bolsistas do Programa Segundo Tempo;
III - pagamento de estagiários e de contratações temporárias por excepcional
interesse público na forma da Lei no 8.745, de 1993;
IV - ações de prevenção a desastres classificadas na subfunção Defesa Civil;
V - formação de estoques públicos vinculados ao programa de garantia dos preços
mínimos;
VI - realização de eleições pela Justiça Eleitoral;
VII - outras despesas correntes de caráter inadiável; e
VIII - importação de bens destinados à pesquisa científica e tecnológica, no valor
da cota fixada no exercício financeiro anterior pelo Ministério da Fazenda.

A mesma LDO determina que a forma de liberação dos recursos


acontece por meio da execução de um duodécimo (1/12 ou um doze avo)
do valor de cada dotação prevista no projeto de lei orçamentária, a cada
mês, até que ocorra a sanção da LOA.

Por fim, se o Poder Executivo sequer enviar o projeto de LOA


para apreciação do Congresso Nacional no prazo fixado, o Poder
Legislativo considerará como proposta a Lei de Orçamento vigente,
ajustado aos limites determinados pela LDO (Lei 4.320/1964, art. 32).
Vale ressaltar que, com essa conduta, o Presidente da República estará
incorrendo em crime de responsabilidade (CF/88, art. 85, VI).
A tramitação dos demais projetos atinentes à matéria orçamentária
– LDO, PPA e créditos adicionais – segue, em linhas gerais, no que
couber, as mesmas disposições aplicadas à LOA. Diferem em questões
relativas à prazos, limites para emendas e quantidade de relatórios.
Todos esses pontos estão disciplinados na mesma Resolução 01/2006-
CN, que trata da competência da CMO e da apreciação de matéria
orçamentária.

22
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

Muito bem! Vamos agora aos nossos exercícios!

23
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

Exercícios

1) FGV/SF/Advogado/2008: Assinale a afirmativa incorreta.

(A) No caso de veto, a Comissão Mista tem o prazo de 20 (vinte) dias,


contado da data de sua constituição, para apresentar seu relatório.

Correta (RCCN, art. 105).

(B) Após comunicado o veto ao Presidente do Senado, este designa a


Comissão Mista, e a esta incumbe relatá-lo e fixar o calendário de sua
tramitação.

Errada. É o Presidente que designa a Comissão Mista para relatar o veto e


é ele também que estabelece o calendário de tramitação (RCCN, art.104).

(C) O veto do Presidente da República é apreciado em sessão conjunta


das Casas do Congresso Nacional.

Correta (CF/88, art. 66, § 4º).

(D) A Comissão Mista compõe-se de 3 (três) Senadores e 3 (três)


Deputados, indicados pelos Presidentes das respectivas Câmaras.

Correta (RCCN, art. 104, § 2º).

(E) O prazo de 30 (trinta) dias para apreciação do veto é contado a partir


da sessão convocada para conhecimento da matéria.

Correta (RCCN, art. 104, § 1º).

Gabarito: Letra “B”.

2) FGV/SF/Advogado/2008: A respeito do processo legislativo,


analise as afirmativas a seguir:

I. Podem apresentar proposta de emenda à Constituição Federal: o


Presidente da República; um terço, no mínimo, dos membros da Câmara
dos Deputados ou do Senado Federal; e mais da metade das Assembléias
Legislativas das unidades de federação, manifestando-se, cada uma

24
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

delas, pela maioria relativa de seus membros. A proposta de emenda à


Constituição será submetida à discussão e votação em cada casa
legislativa, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver três
quintos de votos favoráveis dos membros de cada casa.

Correta (CF/88, art. 60, I, II e III e § 2º).

II. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá


adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de
imediato ao Congresso Nacional. As medidas provisórias perderão
eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de
trinta dias. O Presidente da República poderá reeditar medida provisória
que não tenha sido apreciada pelo Congresso Nacional, desde que ainda
estejam presentes os requisitos da relevância e urgência. Após a quinta
reedição, a medida provisória não apreciada será havida como rejeitada,
cabendo ao Presidente da República, por decreto, regular as relações
jurídicas dela decorrentes.

Errada. São 3 erros: 1) as medidas provisórias perderão eficácia se não


forem convertidas em lei no prazo de 60 dias, prorrogável uma vez por
igual período (CF/88, art. 62, § 3º), e não 30 como afirma a questão; 2)
é vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória
que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso
de prazo (CF/88, art. 62, § 10); e 3) se a medida provisória não for
convertida em lei, cabe ao Congresso Nacional disciplinar, por decreto
legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes (CF/88, art. 62, § 3º),
e não ao Presidente da República.

III. Os projetos de lei de iniciativa do Presidente da República com


pedido de urgência na tramitação devem ser apreciados, inicialmente
pela Câmara dos Deputados, e depois pelo Senado Federal, no prazo
sucessivo de quarenta e cinco dias. Ultrapassado tal prazo, ficam
sobrestadas as demais deliberações legislativas da respectiva casa, com
exceção das que tenham prazo constitucional determinado, até que se
ultime a votação. Os prazos de quarenta e cinco dias não correm nos
períodos de recesso do Congresso Nacional.

Correta (CF/88, art. 64, §§ 2º e 4º).

IV. O projeto de lei que tenha sido aprovado nas duas casas legislativas
será encaminhado ao Presidente da República para sanção. Se o chefe do
Poder Executivo considerar o projeto inconstitucional ou contrário ao

25
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

interesse público, vetá-lo-á, no prazo de quinze dias úteis, contados da


data do recebimento. A Constituição proíbe o veto parcial do projeto, em
razão do risco de desvirtuamento decorrente da supressão de apenas
alguns artigos da lei aprovada. O veto poderá ser derrubado em sessão
conjunta das casas legislativas, pelo voto secreto da maioria absoluta dos
Deputados e Senadores.

Errada. A Constituição admite o veto parcial, contanto que seja em


relação a texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea
(CF/88, art. 66, § 2º).

Assinale:

(A) se apenas as afirmativas I, II e III estiverem corretas.


(B) se apenas as afirmativas I, II e IV estiverem corretas.
(C) se apenas as afirmativas II, III e IV estiverem corretas.
(D) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
(E) se apenas a afirmativa I estiver correta.

Gabarito: Letra “D”.

3) Inédita: Considere a seguinte situação hipotética. Na apuração dos


votos relativos à apreciação de veto do presidente da República a um
projeto de lei de iniciativa do Senado, os trabalhos foram iniciados pela
contagem dos votos recebidos no Senado. Nessa situação, apesar dos
votos, nas sessões conjuntas, serem apurados primeiro pela Câmara dos
Deputados, foi correta a medida adotada.

Correta. Em caso de veto a projeto de lei de iniciativa do Senado, a


apuração terá início pelo Senado (RCCN, art. 43, § 2º).

4) Vunesp/TJSP/Juiz/2008: Se o Presidente da República vetar


projeto de lei cuja votação foi concluída na Câmara dos Deputados, o
veto

a) será apreciado pela Casa em que a votação do projeto teve início, no


prazo de quinze dias contados do seu recebimento.

Errada (CF/88, art. 66, § 4º).

b) será apreciado em sessão da Casa onde a votação foi concluída, no

26
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

prazo de quinze dias contados do seu recebimento.

Errada (CF/88, art. 66, § 4º).

c) será apreciado pelo Senado Federal, no prazo de trinta dias contados


do seu recebimento.

Errada (CF/88, art. 66, § 4º).

d) será apreciado em sessão conjunta das duas Casas do Congresso


Nacional, no prazo de trinta dias contados do seu recebimento.

Correta (CF/88, art. 66, § 4º): O veto será apreciado em sessão


conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu recebimento.

Gabarito: Letra “D”

5) JUIZ/TRF 1ªR/2009: Quando o veto presidencial abarcar todo o


projeto de lei, o Congresso Nacional não poderá promover a rejeição
parcial desse veto.

Errada. O veto total, no entendimento do STF, consiste em uma serie de


vetos parciais, sendo possível ao Congresso Nacional manter alguns vetos
e derrubar outros, em um projeto de lei totalmente vetado.

6) FCC/AL-SP/Agente Técnico Legislativo Especializado/2010


(adaptada): Estabelecem as regras constitucionais sobre o processo
legislativo ordinário que veto presidencial interposto por motivos de
inconstitucionalidade só poderá ser derrubado pelo voto da maioria
absoluta dos membros da Comissão de Constituição e Justiça do
Congresso Nacional.

Errada. O veto presidencial só pode ser derrubado pelo voto da maioria


absoluta dos Deputados e Senadores, em sessão conjunta do Congresso
Nacional (CF/88, art. 66, § 4º).

7) FCC/DPE-MA/Defensor Público/2009: É mecanismo inerente à


sistemática da separação de poderes como albergada pela Constituição
da República:

a) o veto do Presidente da República a projetos de lei aprovados pelas


Casas do Congresso Nacional, por motivo de contrariedade ao interesse

27
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

público.

Correta, nos termos da CF/88, art. 66, § 1º.

b) o processamento e julgamento do Presidente da República, nos crimes


de responsabilidade, pela Câmara dos Deputados.

Errada. O julgamento do Presidente da República nos crimes de


responsabilidade compete ao Senado Federal (CF/88, art. 52, I). A
Câmara dos Deputados somente autoriza a instauração de processo
(CF/88, art. 51, I).

c) a suspensão, no todo ou em parte, pelo Congresso Nacional, da


execução de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do
Supremo Tribunal Federal.

Errada. Suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada


inconstitucional por decisão definitiva do STF é competência privativa do
Senado Federal (CF/88, art. 52, X).

d) a sustação de atos normativos do Poder Executivo pelo Senado


Federal, nos casos em que se extrapolarem os limites de delegação
legislativa.

Errada. Sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do


poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa é competência
do Congresso Nacional (CF/88, art. 49, V).

e) a criação pelas Casas do Congresso Nacional, mediante requerimento


de, no mínimo, dois terços de seus membros, de comissão parlamentar
de inquérito, para apuração de fato determinado e por prazo certo.

Errada. Comissão Parlamentar de Inquérito é criada mediante


requerimento de, no mínimo, um terço da composição da Casa (CF/88,
art. 58, § 3º).

Gabarito: Letra “A”.

8) FCC/MPU/Analista-Controle Interno/2007: É certo que o veto do


Presidente da República a projeto de lei aprovado pelo Congresso
Nacional pode ser

28
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

a) parcial, com exclusão de parte de texto de artigo, de parágrafo, de


inciso ou de alínea.

Errada. O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de


parágrafo, de inciso ou de alínea (CF/88, art. 66, § 2º).

b) rejeitado por qualquer das Casas do Congresso.

Errada. O veto pode ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos
Deputados e Senadores, logo, pelas duas Casas Legislativas (CF/88, art.
66, § 4º).

c) oposto, se o projeto de lei for contrário ao interesse público.

Correta. Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou


em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público, poderá vetá-
lo (CF/88, art. 66, § 1º).

d) rejeitado pelo voto da maioria simples dos Deputados e Senadores,


em escrutínio secreto.

Errada. Para ser rejeitado o veto precisa do voto da maioria absoluta dos
Deputados e Senadores (CF/88, art. 66, § 4º).

e) deverá ser oposto no prazo máximo de dez dias úteis, contados do


recebimento do projeto.

Errada. O prazo para o Presidente da República vetar o projeto é de 15


dias úteis (CF/88, art. 66, § 1º).

Gabarito: Letra “C”.

9) FCC/TJPI/Assessor Jurídico/2010 (adaptada): No processo de


elaboração de leis e atos normativos, o Presidente da República exerce o
poder de veto sobre projetos de lei ordinária e complementar, o qual
poderá ser derrubado por maioria de três quintos dos membros do
Congresso Nacional em sessão unicameral.

Errada. O veto poderá ser derrubado pelo voto da maioria absoluta dos
Deputados e Senadores, reunidos em sessão conjunta (CF/88, art. 66, §
4º).

29
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

10) Cespe/AGU/Procurador/2010: Pelo voto da maioria absoluta dos


deputados e senadores, o veto presidencial a projeto de lei poderá ser
rejeitado. Em tal hipótese não haverá mais a participação do presidente
da República no processo legislativo, já que a subsequente promulgação
ficará a cargo do presidente do Senado Federal.

Errada. Se o veto for rejeitado, é preciso que as partes antes vetadas


sejam promulgadas pelo Presidente da República. Se a lei não for
promulgada dentro de 48 horas, o Presidente do Senado a promulgará, e,
se este não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado
fazê-lo (CF/88, art. 66, § 7º).

11) Cespe/AGU/Advogado/2009: Não há veto ou sanção presidencial


na emenda à Constituição, em decretos legislativos e em resoluções, nas
leis delegadas, na lei resultante da conversão, sem alterações, de medida
provisória.

Correta. A sanção e o veto cabem em projetos de lei (ordinária ou


complementar) e nos projetos de lei de conversão oriundos de Medida
Provisória que tenha sofrido alterações.

12) FCC/TRT 21ª R/Analista Judiciário/2003: O Presidente da


República vetou integralmente, por contrário ao interesse público, um
projeto aprovado pelo Congresso Nacional. Este, examinando as razões
do veto, rejeitou-o, devolvendo o projeto para a promulgação do
Presidente da República. Decorrido o prazo, sem qualquer providência do
Chefe do Poder Executivo, a lei será promulgada pelo

a) Presidente da Câmara dos Deputados.

Errada (CF/88, art. 66, § 7º).

b) Presidente do Senado Federal.

Correta. Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo
Presidente da República, o Presidente do Senado a promulgará (CF/88,
art. 66, § 7º).

c) Presidente do Supremo Tribunal Federal.

Errada (CF/88, art. 66, § 7º).

30
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

d) Vice-Presidente da República.

Errada (CF/88, art. 66, § 7º).

e) Procurador Geral da República.

Errada (CF/88, art. 66, § 7º).

Gabarito: Letra “B”.

13) FCC/TRF 3ª R/Técnico Judiciário/2007: Considere as seguintes


assertivas sobre o processo legislativo:

I. Nos casos em que o veto do Presidente da República não for mantido


pelos Deputados e Senadores, se a lei não for promulgada dentro de
quarenta e oito horas pelo Presidente da República, após receber
novamente o projeto, o Presidente do Senado a promulgará, e, se este
não o fizer em igual prazo, caberá ao Presidente da Câmara dos
Deputados fazê-lo.

Errada. Se o Presidente do Senado não promulgar a lei, cabe ao Vice-


Presidente do Senado fazer isso (CF/88, art. 66, § 7º).

II. Se o Presidente da República considerar o projeto de lei, no todo ou


em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á
total ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados da data do
recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao
Presidente do Senado Federal os motivos do veto.

Correta (CF/88, art. 66, § 1º).

III. O veto do Presidente da República a projeto de lei será apreciado em


sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu recebimento, só
podendo ser rejeitado pelo voto da maioria simples dos Deputados e
Senadores, em escrutínio secreto.

Errada. O veto só pode ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos
Deputados e Senadores (CF/88, art. 66, § 4º).

IV. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá


constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante

31
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do


Congresso Nacional.

Correta (CF/88, art. 67).

De acordo com a Constituição Federal de 1988, está correto o que se


afirma APENAS em

a) II, III e IV.


b) I, III e IV.
c) I, II e IV.
d) I, II e III.
e) II e IV.

Gabarito: Letra “E”.

14) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: O Presidente da República,


no uso de suas atribuições constitucionais, aduzindo relevância e
urgência, remeteu ao Congresso Nacional Medida Provisória para
reajustar vencimentos de servidores públicos, diante da ameaça de
greve, com prejuízos à continuidade da prestação do serviço público. Nos
termos da Constituição, existe prazo para o Congresso realizar a votação
da Medida Provisória, convertendo-a em lei. Após determinado período
ocorre o denominado trancamento da pauta de votações. Nesse sentido,
analise as afirmativas a seguir:

I. Após a publicação, a Medida Provisória deve ser apreciada em até


quarenta e cindo dias.

Correta. Em 45 dias, se não houve deliberação, a MP entra em regime de


urgência, sobrestando as demais votações (CF/88, art. 62, § 6º).

II. Nenhuma das Casas pode analisar os pressupostos constitucionais de


relevância e urgência.

Errada. As Casas devem avaliar os pressupostos constitucionais de


relevância e urgência (CF/88, art. 62, § 5º).

III. Não sendo votada em sessenta dias, perderá a eficácia, incabível a


prorrogação do prazo.

Errada. Cabe prorrogação de prazo por igual período (CF/88, art. 62, §

32
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

3º).

IV. Câmara e Senado indicarão membros para compor comissão mista,


responsável por examinar e dar parecer sobre Medidas Provisórias.

Correta (CF/88, art. 62, § 9º).

V. A votação ocorrerá em sessão conjunta do Congresso Nacional.

Errada. A votação se dá pelo plenário de cada uma das Casas do


Congresso Nacional, em sessão separada (CF/88, art. 62, § 9º).

Assinale:

(A) se apenas as afirmativas I e IV estiverem corretas.


(B) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
(C) se apenas as afirmativas II, III e IV estiverem corretas.
(D) se apenas as afirmativas I, III e IV estiverem corretas.
(E) se apenas as afirmativas II, III e V estiverem corretas.

Gabarito: Letra “A”.

15) Esaf/MPOG/EPPGG/2009 (adaptada): As medidas provisórias


perderão a eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no
prazo de trinta dias a contar de sua publicação, devendo o Congresso
Nacional disciplinar as relações jurídicas dela decorrentes.

Errada. O prazo para conversão em lei é de sessenta dias, prorrogáveis


por igual período (CF/88, art. 62, § 3º).

16) Esaf/MPOG/EPPGG/2009 (adaptada): A reedição, na mesma


sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que
tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo será permitida apenas
uma vez, por igual período.

Errada. A partir da EC 32/2001, ficou vedada a reedição de medida


provisória rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia na mesma sessão
legislativa (CF/88, art. 62, § 10).

17) Cespe/TRT 1ª R/Analista/2008: As medidas provisórias não


podem ser objeto de deliberação em convocação extraordinária do
Congresso Nacional proposta pelo presidente da República.

33
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

Errada. Havendo medidas provisórias em vigor na data de convocação


extraordinária do Congresso Nacional, serão elas automaticamente
incluídas na pauta da convocação (CF/88, art. 57, § 8º).

18) Cespe/ TRT 5ª R/Analista/2008: Medida provisória não constitui


instrumento adequado a ser editado em janeiro de 2008 para criar tributo
que só será cobrado em 2009.

Errada. É possível a instituição ou majoração de tributos por Medida


Provisória, que somente produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte
se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi
editada (CF/88, art. 62, § 2º). Portanto, no caso em questão, a MP seria
instrumento adequado.

19) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): O prazo total


de vigência de uma MP, inclusive computando-se o período de sua
prorrogação, não poderá ultrapassar 120 dias.

Errada. De acordo com a CF/88, art. 62, § 3º, as medidas provisórias


perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no
prazo de sessenta dias, prorrogável, por igual período. Porém, a
Constituição faz a ressalva de que, se for aprovado projeto de lei de
conversão alterando o texto original da medida provisória, esta manter-
se-á integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto
(CF/88, art. 62, § 12). Além disso, segundo a Carta Magna, o prazo
máximo de tramitação da MP é suspenso durante os períodos de recesso
do Congresso Nacional (art. 62, § 4º).

20) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): Após o


Presidente da República vetar integralmente um projeto de lei aprovado
pelo Congresso Nacional, não poderá ser editada MP a respeito da
matéria disciplinada nesse projeto de lei, antes que o Congresso delibere,
definitivamente, sobre o veto.

Errada. O que a Constituição veda é edição sobre matéria de projeto de


lei aprovado pelo Congresso Nacional e que esteja pendente de sanção
ou veto do Presidente da República (CF/88, art. 62, § 1º, IV). Como a
questão afirma que o Presidente já vetou o projeto, não haveria
impedimento.

21) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002: Quando a matéria de que

34
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

trata uma MP for reservada a lei complementar, essa medida provisória


deverá ser aprovada pela maioria absoluta dos membros de cada uma
das Casas do Congresso Nacional.

Errada. Matéria reservada à lei complementar não pode ser disciplinada


por Medida Provisória (CF/88, art. 62, § 1º, III).

22) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002: Se uma MP não for


apreciada em até 45 dias, contados de sua publicação, ficarão
sobrestadas, até que se conclua a votação da MP, todas as demais
deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando.

Correta (CF/88, art. 62, § 6º).

23) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002: Embora uma MP deva ser


votada, separadamente, primeiro na Câmara dos Deputados e, depois, no
Senado Federal, a fase preliminar de sua apreciação pelo Congresso
compete a uma comissão mista de deputados e senadores.

Correta (CF/88, art. 62, § 9º).

24) Cespe/SF/Advocacia/1995 (adaptada): Na apreciação de MPs,


os congressistas poderão apresentar emendas versando sobre qualquer
assunto.

Errada. Segundo a Resolução 01/2002-CN, art. 4º, § 4º, “é vedada a


apresentação de emendas que versem sobre matéria estranha àquela
tratada na Medida Provisória”.

25) Cespe/SF/Advocacia/1995 (adaptada): A medida poderá ser


inadmitida e declarada insubsistente, por faltarem os pressupostos
constitucionais de urgência e relevância.

Correta, nos termos da Constituição e da Resolução do Congresso


Nacional que regula o tema. Pela CF/88, art. 62, § 5º: “A deliberação de
cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das medidas
provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus
pressupostos constitucionais”. Pela Resolução 01/2002-CN, art. 8º, par.
único: “Se o Plenário da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal
decidir no sentido do não atendimento dos pressupostos constitucionais
ou da inadequação financeira ou orçamentária da Medida Provisória, esta

35
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

será arquivada”.
26) Cespe/Instituto Rio Branco/2009: Os ativos financeiros, como,
por exemplo, poupanças privadas, podem ser objeto de medida
provisória que determine detenção temporária ou sequestro de bens.

Errada. É vedada a edição de MP sobre esses assuntos (CF/88, art. 62, §


1º, II).

27) FCC/MPE-PE/Promotor de Justiça/2008: Lei ordinária assegura


aos servidores públicos a percepção do Abono de Natal correspondente a
1 (um) mês de remuneração. Ocorre que medida provisória ampliou esse
benefício para conceder mais 50% (cinquenta) por cento por ocasião do
aniversário do servidor. Entretanto a medida provisória foi rejeitada pelo
Congresso Nacional. Nesse caso, para a solução dos que já receberam o
benefício entre o período da edição dessa espécie normativa e sua
rejeição,

a) o Judiciário, por meio de provimento, pelo respectivo plenário


deliberará, dentro do prazo de 6 (seis) meses sobre as relações jurídicas
e administrativas ocorridas no período de vigência da medida provisória.

Errada. Para resolver a situação, o Congresso Nacional deve editar um


decreto legislativo, no prazo de sessenta dias após a rejeição da MP
(CF/88, art. 62, § 3º).

b) a Câmara dos Deputados regulamentará mediante resolução, no prazo


legalmente estabelecido, todas as situações havidas no período de
vigência da medida provisória rejeitada.

Errada (CF/88, art. 62, § 3º).

c) o Senado Federal editará lei delegada, dentro do prazo de 90


(noventa) dias, disciplinando as situações ocorridas no período de
vigência da medida provisória que sofreu a rejeição.

Errada (CF/88, art. 62, § 3º).

d) o Congresso Nacional deverá disciplinar por meio de decreto


legislativo, no prazo constitucionalmente estabelecido, as relações
jurídicas consolidadas durante a vigência da medida provisória.

36
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

Correta (CF/88, art. 62, § 3º).

e) o Presidente da República deverá editar nova medida provisória para


regulamentar as situações ocorridas dentro do prazo de vigência da
medida provisória rejeitada.

Errada (CF/88, art. 62, § 3º).

Gabarito: Letra “D”.

28) Cespe/TRE-PA/Analista Judiciário/2007: Em relação às


medidas provisórias (MPs), assinale a opção correta.

a) A aprovação com quorum de maioria absoluta permite o trato de


assuntos de lei complementar.

Errada. É vedado à Medida Provisória dispor sobre assuntos reservados à


lei complementar (CF/88, art. 62, § 1º, III).

b) Não se admite a utilização de MP em matéria de direito eleitoral.

Correta. É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria relativa


a nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito
eleitoral (CF/88, art. 62, § 1º, I, “a”).

c) O período do recesso forense no âmbito da justiça eleitoral pode ser


definido por MP.

Errada. É vedada edição de MP sobre matéria relativa à organização do


Judiciário (CF/88, art. 62, § 1º, I, “c”).

d) As MPs serão votadas em sessão conjunta do Congresso Nacional.

Errada. A votação das MPs ocorre em sessões separadas, pelo plenário de


cada uma das Casas do Congresso Nacional (CF/88, art. 62, § 9º).

e) Não se admite MP em matéria relativa a orçamento e créditos


adicionais.

Errada. É vedada a edição de Medida Provisória relativa à matéria


orçamentária, incluindo os planos plurianuais, diretrizes orçamentárias,
orçamento e créditos adicionais e suplementares (CF/88, art. 62, § 1º, I,

37
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

“d”). Contudo, a Constituição faz uma ressalva quanto aos créditos


adicionais extraordinários (CF/88, art. 167, § 3º), veiculados por meio de
MP.

Gabarito: Letra “B”.

29) FCC/TRT 24ª R/Analista Judiciário/2006: A inobservância, pelo


Congresso Nacional, do prazo constitucional de 60 dias, para conversão
de medida provisória em lei, cuja vigência já tenha sido prorrogada uma
vez,

a) ocasionará a perda da eficácia, salvo se a mesma medida provisória


for reeditada na mesma sessão legislativa.

Errada. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida


provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por
decurso de prazo (CF/88, art. 62, § 10).

b) ocasiona perda ex nunc da eficácia da medida provisória.

Errada. As medidas provisórias que não forem convertidas em lei


perderão eficácia desde a edição (CF/88, art. 62, § 3º).

c) não ocasiona perda da eficácia da medida provisória, salvo se houver


explícita rejeição do projeto de conversão.

Errada. As medidas provisórias perderão eficácia desde a edição, se não


forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias prorrogável por igual
período. Isso pode se dar por rejeição ou pela perda de eficácia da
matéria (CF/88, art. 62, §§ 3º e 11).

d) ocasiona perda da eficácia da medida provisória, a não ser que outra


medida provisória tenha sido editada após o prazo de 60 dias para o
Congresso se manifestar.

Errada. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida


provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por
decurso de prazo (CF/88, art. 62, § 10).

e) ocasiona perda ex tunc da eficácia da medida provisória.

Correta. As medidas provisórias que não forem convertidas em lei

38
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

perderão eficácia desde a edição (CF/88, art. 62, § 3º).

Gabarito: Letra “E”.

30) FCC/TRT 24ª R/Analista Judiciário/2006: Uma medida


provisória editada

a) poderá ter sua vigência prorrogada uma vez pelo prazo máximo de 60
dias.

Correta (CF/88, art. 62, § 3º): As medidas provisórias perderão eficácia,


desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta
dias, prorrogável uma vez por igual período.

b) passará por uma comissão de Senadores que emitirá parecer sobre ela
antes de ser apreciada pelo Congresso Nacional.

Errada. O parecer cabe a uma comissão mista de Deputados e Senadores


(CF/88, art. 62, § 9º).

c) não poderá ser reeditada em nenhuma hipótese se for expressamente


rejeitada pelo Congresso Nacional.

Errada. A MP não pode ser reeditada na mesma sessão legislativa. Vale


para Medida Provisória rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por
decurso de prazo (CF/88, art. 62, § 10).

d) poderá ser reeditada na mesma sessão legislativa, ainda que rejeitada


pelo Congresso Nacional.

Errada. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida


provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por
decurso de prazo (CF/88, art. 62, § 10).

e) terá sua votação iniciada no Senado Federal.

Errada. Votação de MP tem início na Câmara dos Deputados (CF/88, art.


62, § 8º).

Gabarito: Letra “A”.

31) TJSC/Juiz/2009: Assinale a alternativa INCORRETA no tocante ao

39
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

instituto da medida provisória:

a) Dentre outras hipóteses, é defeso editá-la sobre matéria já


disciplinada em projeto de lei pendente de sanção ou veto.

Correta (CF/88, art.62, § 1º, IV).

b) Cumpre ao Poder Legislativo disciplinar, por decreto legislativo, as


relações jurídicas decorrentes de sua não conversão em lei.

Correta (CF/88, art. 62, § 3º).

c) É vedada sua reedição, na mesma legislatura, se rejeitada ou tornada


ineficaz por decurso de prazo.

Errada. É vedada a reedição de MP na mesma sessão legislativa, se


rejeitada ou tornada ineficaz (CF/88, art. 62, § 10).

d) Urgência e relevância são pressupostos para sua adoção.

Correta (CF/88, art. 62, § 5º).

e) Perderá sua eficácia se não convertida em lei no prazo de sessenta


dias, prorrogável, uma vez, por igual período.

Correta (CF/88, art. 62, § 3º).

Gabarito: Letra “C”.

32) FGV/TJPA/Juiz/2009: A respeito do regramento constitucional das


medidas provisórias, assinale a afirmativa incorreta.

a) É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria já disciplinada


em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de
sanção ou veto do Presidente da República.

Correta (CF/88, art.62, § 1º, IV).

b) A edição de medida provisória para instituição de tributos só será


admitida para atender despesas imprevisíveis e urgentes, como as
decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública.

40
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

Errada. O item misturou a instituição de tributos, finalidade para a qual a


MP é instrumento viável, com o conceito de crédito extraordinário,
também veiculado por meio de MP (CF/88, art. 62, § 1º, I, “d”, e § 2º).

c) Apenas excepcionalmente o Poder Judiciário poderá, no controle de


constitucionalidade da medida provisória, examinar a adequação dos
requisitos de relevância e urgência, por força da regra de separação de
poderes.

Correta. Em regra, a análise da relevância e urgência de uma MP cabe ao


Chefe do Poder Executivo, havendo discricionariedade. Porém, a
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, passou a admitir a
possibilidade do controle judicial dos pressupostos constitucionais da
medida provisória quando houver manifesto abuso do poder de legislar
(ADI-MC 2.213, Rel. Min. Celso de Mello).

d) A medida provisória não apreciada pelo Congresso Nacional podia, até


a Emenda Constitucional 32/2001, ser reeditada dentro do seu prazo de
eficácia de trinta dias, mantidos os efeitos de lei desde a primeira edição.

Correta. Antes da EC 32/01, o prazo de vigência da MP era de 30 dias e,


segundo a jurisprudência do STF, poderia ser reeditada. Segundo a
súmula 651: “A medida provisória não apreciada pelo Congresso Nacional
podia, até a EC 32/2001, ser reeditada dentro do seu prazo de eficácia de
trinta dias, mantidos os efeitos de lei desde a primeira edição. Hoje, é
vedada a reedição de Medida Provisória na mesma sessão legislativa
(CF/88, art. 62, § 10).

e) É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida


provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por
decurso de prazo.

Correta (CF/88, art. 62, § 10).

Gabarito: Letra “B”.

33) Cesgranrio/Bacen/Analista/2010: Suponha que o Congresso


Nacional tenha aprovado projeto de lei que aumenta a alíquota do IR, e o
projeto foi encaminhado ao Presidente da República para sanção. O chefe
do Poder Executivo, no entanto, insatisfeito com alguns dispositivos do
projeto, decidiu editar medida provisória dispondo sobre a mesma
matéria, reproduzindo alguns dos dispositivos do projeto de lei e

41
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

alterando outros. Nesse caso hipotético, a medida provisória editada pelo


Presidente da República é

a) constitucional e produzirá efeitos a partir da data de sua edição.

Errada. É vedada a edição de medida provisória sobre matéria já


disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e
pendente de sanção ou veto do Presidente da República (CF/88, art. 62,
§ 1º, IV).

b) constitucional, mas só produzirá efeitos no exercício financeiro


seguinte, se tiver sido convertida em lei até o último dia do exercício em
que foi editada.

Errada (CF/88, art. 62, § 1º, IV).

c) inconstitucional, porque a Constituição veda a edição de medida


provisória sobre direito tributário.

Errada. Medida provisória pode dispor sobre direito tributário, mas só


produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido
convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada (CF/88, art.
62, § 2º).

d) inconstitucional, porque a Constituição veda a edição de medida


provisória sobre matéria já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo
Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da
República.

Correta (CF/88, art. 62, § 1º, IV).

e) inconstitucional, porque a Constituição veda a edição de medida


provisória que implique majoração de imposto.

Errada. Medida provisória pode implicar instituição ou majoração de


impostos (CF/88, art. 62, § 2º).

Gabarito: Letra “D”.

34) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: Após o Presidente da


República remeter ao Congresso o projeto de lei orçamentária:

42
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

I. cabe às comissões permanentes o exame da matéria, sendo


desnecessária a instituição de comissão temporária;

Errada. O projeto de lei orçamentária será apreciado por uma Comissão


Mista que contará com a colaboração das Comissões Permanentes da
Câmara dos Deputados e do Senado Federal (RCCN, art. 90, caput).

II. será lido o projeto em sessão conjunta, especialmente convocada, até


quarenta e oito horas após a entrega;

Correta (RCCN, art. 89).

III. o projeto será apreciado por Comissão mista e pelas comissões


permanentes;

Correta (RCCN, art. 90, caput).

IV. o parecer do relator da Comissão Mista deverá fazer referência


expressa ao ponto de vista expendido pela Comissão Permanente;

Correta (RCCN, art. 90, § 3º, “e”).

V. poderão ser realizadas sessões conjuntas entre comissões


permanentes do Senado e da Câmara, para discutir o orçamento.

Correta (RCCN, art. 90, § 3º, “f”).

Analise os itens acima e assinale:

(A) se somente os itens I e II estiverem corretos.


(B) se somente os itens II, III, IV e V estiverem corretos.
(C) se somente os itens I, III e IV estiverem corretos.
(D) se somente os itens II, IV e V estiverem corretos.
(E) se somente os itens IV e V estiverem corretos.

Gabarito: Letra “B”

35) Cespe/SF/Consultor de Orçamentos/1996 (adaptada): O


processo legislativo do projeto de lei orçamentária inicia-se com a
mensagem do Presidente da República encaminhando o projeto.

Correta (RCCN, art. 89).

43
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

36) Cespe/SF/Consultor de Orçamentos/1996 (adaptada):


Aplicam-se subsidiariamente à tramitação do projeto de lei orçamentária
anual às disposições regimentais relativas aos projetos de lei em geral.

Correta (RCCN, art. 102).

37) Cespe/SF/Consultor de Orçamentos/1996 (adaptada): Podem


apresentar emendas ao projeto de lei orçamentária anual os
parlamentares, individualmente, e as comissões permanentes do Senado
e da Câmara dos Deputados, coletivamente, com relação às matérias que
lhes sejam afetas pelo regimento.

Correta (Resolução 01/2006-CN, arts. 43 e 49).

38) Cespe/SF/Consultor de Orçamentos/1996 (adaptada): Podem


apresentar emendas ao projeto de lei orçamentária anual as bancadas
estaduais no CN, coletivamente, e os blocos partidários, também
coletivamente.

Errada. Embora as bancadas estaduais possam apresentar emendas


(Resolução 01/2006-CN, art. 46), não há previsão regimental de emenda
apresentada por bloco partidário.

39) Cespe/SF/Consultor de Orçamentos/1996 (adaptada): A


Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização realizará
audiências públicas com autoridades dos outros poderes e com entidades
representativas da sociedade que possam contribuir para o debate e
aprimoramento dos projetos de competência dela.

Correta (Resolução 01/2006-CN, art. 29).

40) Cespe/SF/Consultor de Orçamentos/1996 (adaptada): As


emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias devem ser
compatíveis com o Plano Plurianual.

Correta. CF/88, art. 166, § 3º, I: “As emendas ao projeto de lei do


orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser
aprovadas caso sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de
diretrizes orçamentárias”.

41) Cespe/CD/Assessor de Orçamento/1998 (adaptada): As


44
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

emendas ao projeto de lei orçamentária poderão ser aprovadas pela


Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO), se
compatíveis com a Lei de Diretrizes Orçamentárias e indicarem os
recursos necessários de qualquer ordem, como os provenientes das
transferências tributárias constitucionais.

Errada. Os recursos para emendas não podem vir de qualquer dotação. A


Constituição proíbe a anulação de despesa relativa às transferências
tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal
(CF/88, art. 166, § 3º, II, “c”)

42) Cespe/TRT 10ª R/Analista Judiciário Administrativa/2004: No


Congresso Nacional, a constitucionalidade das matérias de natureza
orçamentária, tais como o projeto de lei de plano plurianual e o projeto
de LOA, é deliberada pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado
Federal.

Errada. A Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização


aprecia a adequação legal e constitucional das matérias a ela submetidas
(Resolução 01/2006-CN, art. 70, I “a”)

43) Cespe/Anatel/Analista Administrativo/2006: O presidente da


República pode propor modificação no projeto de lei do orçamento anual
enquanto não for iniciada a votação na comissão mista do Congresso
Nacional da parte cuja alteração é proposta.

Correta (CF/88, art. 166, § 5º).

44) FCC/TRT 23ª R/Analista Judiciário-Área Administrativa/2007:


Dentre outras, é peculiaridade constitucional do processo legislativo
orçamentário

a) a aprovação do projeto orçamentário pelo Senado Federal e a


obrigatoriedade de sua sanção pelo Poder Executivo.

Errada. O projeto de lei orçamentária deve ser aprovado pelo Congresso


Nacional e sancionado pelo Presidente da República, nos termos da
CF/88, art. 48, II.

b) o não cabimento da apresentação de qualquer emenda na Comissão


Mista.

45
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

Errada. Podem ser apresentadas emendas à Comissão Mista (CF/88, art.


166, § 2º).

c) a atuação da Comissão Mista caracterizada pela sua temporariedade e


representação por integrantes de partidos políticos.

Errada. A Constituição prevê que tal comissão será permanente (CF/88,


art. 166, § 1º).

d) a competência privativa da Câmara dos Deputados para emitir parecer


sobre o projeto orçamentário.

Errada. A competência emitir parecer sobre o projeto orçamentário é da


comissão mista permanente prevista na CF/88, art. 166, § 1º.

e) a aplicação subsidiária das normas referentes ao processo legislativo


comum.

Correta (CF/88, art. 166, § 7º).

Gabarito: Letra “E”.

45) Cespe/Inca/Analista C&T/2009: A Constituição Federal impõe


restrições à capacidade de o Poder Legislativo alterar a proposta
orçamentária encaminhada pelo Poder Executivo, sendo admitidos
acréscimos na programação de despesas apenas se houver cancelamento
de valor equivalente.

Correta. As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos


projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso indiquem
os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação
de despesa (CF/88, art. 166, § 3º, II).

46) Cespe/Abin/Agente Técnico de Inteligência/2010: Quando o


projeto da LOA é encaminhado ao plenário do Congresso Nacional após
ter recebido parecer da Comissão Mista Permanente de Orçamento, não
podem mais ser admitidas emendas com propostas de modificação ao
projeto apresentadas por deputados e senadores ou pelo presidente da
República.

46
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

Correta. As emendas de parlamentares são admitidas apenas perante a


Comissão Mista (CF/88, art. 166, § 2º). Já o Presidente da República
poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor modificação
nos projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação,
na Comissão mista, da parte cuja alteração é proposta (CF/88, art. 166,
§ 5º).

47
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

LISTA DE QUESTÕES DESTA AULA

1) FGV/SF/Advogado/2008: Assinale a afirmativa incorreta.

(A) No caso de veto, a Comissão Mista tem o prazo de 20 (vinte) dias,


contado da data de sua constituição, para apresentar seu relatório.
(B) Após comunicado o veto ao Presidente do Senado, este designa a
Comissão Mista, e a esta incumbe relatá-lo e fixar o calendário de sua
tramitação.
(C) O veto do Presidente da República é apreciado em sessão conjunta
das Casas do Congresso Nacional.
(D) A Comissão Mista compõe-se de 3 (três) Senadores e 3 (três)
Deputados, indicados pelos Presidentes das respectivas Câmaras.
(E) O prazo de 30 (trinta) dias para apreciação do veto é contado a partir
da sessão convocada para conhecimento da matéria.

2) FGV/SF/Advogado/2008: A respeito do processo legislativo,


analise as afirmativas a seguir:

I. Podem apresentar proposta de emenda à Constituição Federal: o


Presidente da República; um terço, no mínimo, dos membros da Câmara
dos Deputados ou do Senado Federal; e mais da metade das
Assembléias Legislativas das unidades de federação, manifestando-se,
cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. A proposta de
emenda à Constituição será submetida à discussão e votação em cada
casa legislativa, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver
três quintos de votos favoráveis dos membros de cada casa.

II. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá


adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de
imediato ao Congresso Nacional. As medidas provisórias perderão
eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de
trinta dias. O Presidente da República poderá reeditar medida provisória
que não tenha sido apreciada pelo Congresso Nacional, desde que ainda
estejam presentes os requisitos da relevância e urgência. Após a quinta
reedição, a medida provisória não apreciada será havida como rejeitada,
cabendo ao Presidente da República, por decreto, regular as relações
jurídicas dela decorrentes.

III. Os projetos de lei de iniciativa do Presidente da República com pedido


de urgência na tramitação devem ser apreciados, inicialmente pela
Câmara dos Deputados, e depois pelo Senado Federal, no prazo

48
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

sucessivo de quarenta e cinco dias. Ultrapassado tal prazo, ficam


sobrestadas as demais deliberações legislativas da respectiva casa, com
exceção das que tenham prazo constitucional determinado, até que se
ultime a votação. Os prazos de quarenta e cinco dias não correm nos
períodos de recesso do Congresso nacional.

IV. O projeto de lei que tenha sido aprovado nas duas casas legislativas
será encaminhado ao Presidente da República para sanção. Se o chefe do
Poder Executivo considerar o projeto inconstitucional ou contrário ao
interesse público, vetá-lo-á, no prazo de quinze dias úteis, contados da
data do recebimento. A Constituição proíbe o veto parcial do projeto, em
razão do risco de desvirtuamento decorrente da supressão de apenas
alguns artigos da lei aprovada. O veto poderá ser derrubado em sessão
conjunta das casas legislativas, pelo voto secreto da maioria absoluta dos
Deputados e Senadores.

Assinale:

(A) se apenas as afirmativas I, II e III estiverem corretas.


(B) se apenas as afirmativas I, II e IV estiverem corretas.
(C) se apenas as afirmativas II, III e IV estiverem corretas.
(D) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
(E) se apenas a afirmativa I estiver correta.

3) Inédita: Considere a seguinte situação hipotética. Na apuração dos


votos relativos à apreciação de veto do presidente da República a um
projeto de lei de iniciativa do Senado, os trabalhos foram iniciados pela
contagem dos votos recebidos no Senado. Nessa situação, apesar dos
votos, nas sessões conjuntas, serem apurados primeiro pela Câmara dos
Deputados, foi correta a medida adotada.

4) Vunesp/TJSP/Juiz/2008: Se o Presidente da República vetar


projeto de lei cuja votação foi concluída na Câmara dos Deputados, o
veto

a) será apreciado pela Casa em que a votação do projeto teve início, no


prazo de quinze dias contados do seu recebimento.
b) será apreciado em sessão da Casa onde a votação foi concluída, no
prazo de quinze dias contados do seu recebimento.
c) será apreciado pelo Senado Federal, no prazo de trinta dias contados
do seu recebimento.
d) será apreciado em sessão conjunta das duas Casas do Congresso

49
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

Nacional, no prazo de trinta dias contados do seu recebimento.

5) JUIZ/TRF 1ª R/2009: Quando o veto presidencial abarcar todo o


projeto de lei, o Congresso Nacional não poderá promover a rejeição
parcial desse veto.

6) FCC/AL-SP/Agente Técnico Legislativo Especializado/2010


(adaptada): Estabelecem as regras constitucionais sobre o processo
legislativo ordinário que veto presidencial interposto por motivos de
inconstitucionalidade só poderá ser derrubado pelo voto da maioria
absoluta dos membros da Comissão de Constituição e Justiça do
Congresso Nacional.

7) FCC/DPE-MA/Defensor Público/2009: É mecanismo inerente à


sistemática da separação de poderes como albergada pela Constituição
da República:

a) o veto do Presidente da República a projetos de lei aprovados pelas


Casas do Congresso Nacional, por motivo de contrariedade ao interesse
público.
b) o processamento e julgamento do Presidente da República, nos crimes
de responsabilidade, pela Câmara dos Deputados.
c) a suspensão, no todo ou em parte, pelo Congresso Nacional, da
execução de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do
Supremo Tribunal Federal.
d) a sustação de atos normativos do Poder Executivo pelo Senado
Federal, nos casos em que se extrapolarem os limites de delegação
legislativa.
e) a criação pelas Casas do Congresso Nacional, mediante requerimento
de, no mínimo, dois terços de seus membros, de comissão parlamentar
de inquérito, para apuração de fato determinado e por prazo certo.

8) FCC/MPU/Analista-Controle Interno/2007: É certo que o veto do


Presidente da República a projeto de lei aprovado pelo Congresso
Nacional pode ser

a) parcial, com exclusão de parte de texto de artigo, de parágrafo, de


inciso ou de alínea.
b) rejeitado por qualquer das Casas do Congresso.
c) oposto, se o projeto de lei for contrário ao interesse público.
d) rejeitado pelo voto da maioria simples dos Deputados e Senadores,
em escrutínio secreto.

50
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

e) deverá ser oposto no prazo máximo de dez dias úteis, contados do


recebimento do projeto.

9) FCC/TJPI/Assessor Jurídico/2010 (adaptada): No processo de


elaboração de leis e atos normativos, o Presidente da República exerce o
poder de veto sobre projetos de lei ordinária e complementar, o qual
poderá ser derrubado por maioria de três quintos dos membros do
Congresso Nacional em sessão unicameral.

10) Cespe/AGU/Procurador/2010: Pelo voto da maioria absoluta dos


deputados e senadores, o veto presidencial a projeto de lei poderá ser
rejeitado. Em tal hipótese não haverá mais a participação do presidente
da República no processo legislativo, já que a subsequente promulgação
ficará a cargo do presidente do Senado Federal.

11) Cespe/AGU/Advogado/2009: Não há veto ou sanção presidencial


na emenda à Constituição, em decretos legislativos e em resoluções, nas
leis delegadas, na lei resultante da conversão, sem alterações, de medida
provisória.

12) FCC/TRT 21ª R/Analista Judiciário/2003: O Presidente da


República vetou integralmente, por contrário ao interesse público, um
projeto aprovado pelo Congresso Nacional. Este, examinando as razões
do veto, rejeitou-o, devolvendo o projeto para a promulgação do
Presidente da República. Decorrido o prazo, sem qualquer providência do
Chefe do Poder Executivo, a lei será promulgada pelo

a) Presidente da Câmara dos Deputados.


b) Presidente do Senado Federal.
c) Presidente do Supremo Tribunal Federal.
d) Vice-Presidente da República.
e) Procurador Geral da República.

13) FCC/TRF 3ª R/Técnico Judiciário/2007: Considere as seguintes


assertivas sobre o processo legislativo:

I. Nos casos em que o veto do Presidente da República não for mantido


pelos Deputados e Senadores, se a lei não for promulgada dentro de
quarenta e oito horas pelo Presidente da República, após receber
novamente o projeto, o Presidente do Senado a promulgará, e, se este
não o fizer em igual prazo, caberá ao Presidente da Câmara dos
Deputados fazê-lo.

51
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

II. Se o Presidente da República considerar o projeto de lei, no todo ou


em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á
total ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados da data do
recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao
Presidente do Senado Federal os motivos do veto.

III. O veto do Presidente da República a projeto de lei será apreciado em


sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu recebimento, só
podendo ser rejeitado pelo voto da maioria simples dos Deputados e
Senadores, em escrutínio secreto.

IV. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá


constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante
proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do
Congresso Nacional.

De acordo com a Constituição Federal de 1988, está correto o que se


afirma APENAS em

a) II, III e IV.


b) I, III e IV.
c) I, II e IV.
d) I, II e III.
e) II e IV.

14) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: O Presidente da República,


no uso de suas atribuições constitucionais, aduzindo relevância e
urgência, remeteu ao Congresso Nacional Medida Provisória para
reajustar vencimentos de servidores públicos, diante da ameaça de
greve, com prejuízos à continuidade da prestação do serviço público. Nos
termos da Constituição, existe prazo para o Congresso realizar a votação
da Medida Provisória, convertendo-a em lei. Após determinado período
ocorre o denominado trancamento da pauta de votações. Nesse sentido,
analise as afirmativas a seguir:

I. Após a publicação, a Medida Provisória deve ser apreciada em até


quarenta e cindo dias.

II. Nenhuma das Casas pode analisar os pressupostos constitucionais de


relevância e urgência.

52
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

III. Não sendo votada em sessenta dias, perderá a eficácia, incabível a


prorrogação do prazo.

IV. Câmara e Senado indicarão membros para compor comissão mista,


responsável por examinar e dar parecer sobre Medidas Provisórias.

V. A votação ocorrerá em sessão conjunta do Congresso Nacional.

Assinale:

(A) se apenas as afirmativas I e IV estiverem corretas.


(B) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
(C) se apenas as afirmativas II, III e IV estiverem corretas.
(D) se apenas as afirmativas I, III e IV estiverem corretas.
(E) se apenas as afirmativas II, III e V estiverem corretas.

15) Esaf/MPOG/EPPGG/2009 (adaptada): As medidas provisórias


perderão a eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no
prazo de trinta dias a contar de sua publicação, devendo o Congresso
Nacional disciplinar as relações jurídicas dela decorrentes.

16) Esaf/MPOG/EPPGG/2009 (adaptada): A reedição, na mesma


sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que
tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo será permitida apenas
uma vez, por igual período.

17) Cespe/TRT 1ª R/Analista/2008: As medidas provisórias não


podem ser objeto de deliberação em convocação extraordinária do
Congresso Nacional proposta pelo presidente da República.

18) Cespe/ TRT 5ª R/Analista/2008: Medida provisória não constitui


instrumento adequado a ser editado em janeiro de 2008 para criar tributo
que só será cobrado em 2009.

19) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): O prazo total


de vigência de uma MP, inclusive computando-se o período de sua
prorrogação, não poderá ultrapassar 120 dias.

20) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): Após o


Presidente da República vetar integralmente um projeto de lei aprovado
pelo Congresso Nacional, não poderá ser editada MP a respeito da
matéria disciplinada nesse projeto de lei, antes que o Congresso delibere,

53
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

definitivamente, sobre o veto.

21) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002: Quando a matéria de que


trata uma MP for reservada a lei complementar, essa medida provisória
deverá ser aprovada pela maioria absoluta dos membros de cada uma
das Casas do Congresso Nacional.

22) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002: Se uma MP não for


apreciada em até 45 dias, contados de sua publicação, ficarão
sobrestadas, até que se conclua a votação da MP, todas as demais
deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando.

23) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002: Embora uma MP deva ser


votada, separadamente, primeiro na Câmara dos Deputados e, depois, no
Senado Federal, a fase preliminar de sua apreciação pelo Congresso
compete a uma comissão mista de deputados e senadores.

24) Cespe/SF/Advocacia/1995 (adaptada): Na apreciação de MPs,


os congressistas poderão apresentar emendas versando sobre qualquer
assunto.

25) Cespe/SF/Advocacia/1995 (adaptada): A medida poderá ser


inadmitida e declarada insubsistente, por faltarem os pressupostos
constitucionais de urgência e relevância.

26) Cespe/Instituto Rio Branco/2009: Os ativos financeiros, como,


por exemplo, poupanças privadas, podem ser objeto de medida
provisória que determine detenção temporária ou sequestro de bens.

27) FCC/MPE-PE/Promotor de Justiça/2008: Lei ordinária assegura


aos servidores públicos a percepção do Abono de Natal correspondente a
1 (um) mês de remuneração. Ocorre que medida provisória ampliou esse
benefício para conceder mais 50% (cinquenta) por cento por ocasião do
aniversário do servidor. Entretanto a medida provisória foi rejeitada pelo
Congresso Nacional. Nesse caso, para a solução dos que já receberam o
benefício entre o período da edição dessa espécie normativa e sua
rejeição,

a) o Judiciário, por meio de provimento, pelo respectivo plenário


deliberará, dentro do prazo de 6 (seis) meses sobre as relações jurídicas
e administrativas ocorridas no período de vigência da medida provisória.
b) a Câmara dos Deputados regulamentará mediante resolução, no prazo

54
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

legalmente estabelecido, todas as situações havidas no período de


vigência da medida provisória rejeitada.
c) o Senado Federal editará lei delegada, dentro do prazo de 90
(noventa) dias, disciplinando as situações ocorridas no período de
vigência da medida provisória que sofreu a rejeição.
d) o Congresso Nacional deverá disciplinar por meio de decreto
legislativo, no prazo constitucionalmente estabelecido, as relações
jurídicas consolidadas durante a vigência da medida provisória.
e) o Presidente da República deverá editar nova medida provisória para
regulamentar as situações ocorridas dentro do prazo de vigência da
medida provisória rejeitada.

28) Cespe/TRE-PA/Analista Judiciário/2007: Em relação às


medidas provisórias (MPs), assinale a opção correta.

a) A aprovação com quorum de maioria absoluta permite o trato de


assuntos de lei complementar.
b) Não se admite a utilização de MP em matéria de direito eleitoral.
c) O período do recesso forense no âmbito da justiça eleitoral pode ser
definido por MP.
d) As MPs serão votadas em sessão conjunta do Congresso Nacional.
e) Não se admite MP em matéria relativa a orçamento e créditos
adicionais.

29) FCC/TRT 24ª R/Analista Judiciário/2006: A inobservância, pelo


Congresso Nacional, do prazo constitucional de 60 dias, para conversão
de medida provisória em lei, cuja vigência já tenha sido prorrogada uma
vez,

a) ocasionará a perda da eficácia, salvo se a mesma medida provisória


for reeditada na mesma sessão legislativa.
b) ocasiona perda ex nunc da eficácia da medida provisória.
c) não ocasiona perda da eficácia da medida provisória, salvo se houver
explícita rejeição do projeto de conversão.
d) ocasiona perda da eficácia da medida provisória, a não ser que outra
medida provisória tenha sido editada após o prazo de 60 dias para o
Congresso se manifestar.
e) ocasiona perda ex tunc da eficácia da medida provisória.

30) FCC/TRT 24ª R/Analista Judiciário/2006: Uma medida


provisória editada

55
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

a) poderá ter sua vigência prorrogada uma vez pelo prazo máximo de 60
dias.
b) passará por uma comissão de Senadores que emitirá parecer sobre ela
antes de ser apreciada pelo Congresso Nacional.
c) não poderá ser reeditada em nenhuma hipótese se for expressamente
rejeitada pelo Congresso Nacional.
d) poderá ser reeditada na mesma sessão legislativa, ainda que rejeitada
pelo Congresso Nacional.
e) terá sua votação iniciada no Senado Federal.

31) TJSC/Juiz/2009: Assinale a alternativa INCORRETA no tocante ao


instituto da medida provisória:

a) Dentre outras hipóteses, é defeso editá-la sobre matéria já


disciplinada em projeto de lei pendente de sanção ou veto.
b) Cumpre ao Poder Legislativo disciplinar, por decreto legislativo, as
relações jurídicas decorrentes de sua não conversão em lei.
c) É vedada sua reedição, na mesma legislatura, se rejeitada ou tornada
ineficaz por decurso de prazo.
d) Urgência e relevância são pressupostos para sua adoção.
e) Perderá sua eficácia se não convertida em lei no prazo de sessenta
dias, prorrogável, uma vez, por igual período.

32) FGV/TJPA/Juiz/2009: A respeito do regramento constitucional das


medidas provisórias, assinale a afirmativa incorreta.

a) É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria já disciplinada


em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de
sanção ou veto do Presidente da República.
b) A edição de medida provisória para instituição de tributos só será
admitida para atender despesas imprevisíveis e urgentes, como as
decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública.
c) Apenas excepcionalmente o Poder Judiciário poderá, no controle de
constitucionalidade da medida provisória, examinar a adequação dos
requisitos de relevância e urgência, por força da regra de separação de
poderes.
d) A medida provisória não apreciada pelo Congresso Nacional podia, até
a Emenda Constitucional 32/2001, ser reeditada dentro do seu prazo de
eficácia de trinta dias, mantidos os efeitos de lei desde a primeira edição.
e) É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida
provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por
decurso de prazo.

56
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

33) Cesgranrio/Bacen/Analista/2010: Suponha que o Congresso


Nacional tenha aprovado projeto de lei que aumenta a alíquota do IR, e o
projeto foi encaminhado ao Presidente da República para sanção. O chefe
do Poder Executivo, no entanto, insatisfeito com alguns dispositivos do
projeto, decidiu editar medida provisória dispondo sobre a mesma
matéria, reproduzindo alguns dos dispositivos do projeto de lei e
alterando outros. Nesse caso hipotético, a medida provisória editada pelo
Presidente da República é

a) constitucional e produzirá efeitos a partir da data de sua edição.


b) constitucional, mas só produzirá efeitos no exercício financeiro
seguinte, se tiver sido convertida em lei até o último dia do exercício em
que foi editada.
c) inconstitucional, porque a Constituição veda a edição de medida
provisória sobre direito tributário.
d) inconstitucional, porque a Constituição veda a edição de medida
provisória sobre matéria já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo
Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da
República.
e) inconstitucional, porque a Constituição veda a edição de medida
provisória que implique majoração de imposto.

34) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: Após o Presidente da


República remeter ao Congresso o projeto de lei orçamentária:

I. cabe às comissões permanentes o exame da matéria, sendo


desnecessária a instituição de comissão temporária;
II. será lido o projeto em sessão conjunta, especialmente convocada, até
quarenta e oito horas após a entrega;
III. o projeto será apreciado por Comissão mista e pelas comissões
permanentes;
IV. o parecer do relator da Comissão Mista deverá fazer referência
expressa ao ponto de vista expendido pela Comissão Permanente;
V. poderão ser realizadas sessões conjuntas entre comissões
permanentes do Senado e da Câmara, para discutir o orçamento.

Analise os itens acima e assinale:

(A) se somente os itens I e II estiverem corretos.


(B) se somente os itens II, III, IV e V estiverem corretos.
(C) se somente os itens I, III e IV estiverem corretos.

57
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

(D) se somente os itens II, IV e V estiverem corretos.


(E) se somente os itens IV e V estiverem corretos.

35) Cespe/SF/Consultor de Orçamentos/1996 (adaptada): O


processo legislativo do projeto de lei orçamentária inicia-se com a
mensagem do Presidente da República encaminhando o projeto.

36) Cespe/SF/Consultor de Orçamentos/1996 (adaptada):


Aplicam-se subsidiariamente à tramitação do projeto de lei orçamentária
anual às disposições regimentais relativas aos projetos de lei em geral.

37) Cespe/SF/Consultor de Orçamentos/1996 (adaptada): Podem


apresentar emendas ao projeto de lei orçamentária anual os
parlamentares, individualmente, e as comissões permanentes do Senado
e da Câmara dos Deputados, coletivamente, com relação às matérias que
lhes sejam afetas pelo regimento.

38) Cespe/SF/Consultor de Orçamentos/1996 (adaptada): Podem


apresentar emendas ao projeto de lei orçamentária anual as bancadas
estaduais no CN, coletivamente, e os blocos partidários, também
coletivamente.

39) Cespe/SF/Consultor de Orçamentos/1996 (adaptada): A


Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização realizará
audiências públicas com autoridades dos outros poderes e com entidades
representativas da sociedade que possam contribuir para o debate e
aprimoramento dos projetos de competência dela.

40) Cespe/SF/Consultor de Orçamentos/1996 (adaptada): As


emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias devem ser
compatveis com o Plano Plurianual.

41) Cespe/CD/Assessor de Orçamento/1998 (adaptada): As


emendas ao projeto de lei orçamentária poderão ser aprovadas pela
Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMPOF),
se compatíveis com a Lei de Diretrizes Orçamentárias e indicarem os
recursos necessários de qualquer ordem, como os provenientes das
transferências tributárias constitucionais.

42) Cespe/TRT 10ª R/Analista Judiciário Administrativa/2004: No


Congresso Nacional, a constitucionalidade das matérias de natureza
orçamentária, tais como o projeto de lei de plano plurianual e o projeto

58
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

de LOA, é deliberada pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado


Federal.

43) Cespe/Anatel/Analista Administrativo/2006: O presidente da


República pode propor modificação no projeto de lei do orçamento anual
enquanto não for iniciada a votação na comissão mista do Congresso
Nacional da parte cuja alteração é proposta.

44) FCC/TRT 23ª R/Analista Judiciário-Área Administrativa/2007:


Dentre outras, é peculiaridade constitucional do processo legislativo
orçamentário

a) a aprovação do projeto orçamentário pelo Senado Federal e a


obrigatoriedade de sua sanção pelo Poder Executivo.
b) o não cabimento da apresentação de qualquer emenda na Comissão
Mista.
c) a atuação da Comissão Mista caracterizada pela sua temporariedade e
representação por integrantes de partidos políticos.
d) a competência privativa da Câmara dos Deputados para emitir parecer
sobre o projeto orçamentário.
e) a aplicação subsidiária das normas referentes ao processo legislativo
comum.

45) Cespe/Inca/Analista C&T/2009: A Constituição Federal impõe


restrições à capacidade de o Poder Legislativo alterar a proposta
orçamentária encaminhada pelo Poder Executivo, sendo admitidos
acréscimos na programação de despesas apenas se houver cancelamento
de valor equivalente.

46) Cespe/Abin/Agente Técnico de Inteligência/2010: Quando o


projeto da LOA é encaminhado ao plenário do Congresso Nacional após
ter recebido parecer da Comissão Mista Permanente de Orçamento, não
podem mais ser admitidas emendas com propostas de modificação ao
projeto apresentadas por deputados e senadores ou pelo presidente da
República.

59
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 07

GABARITO:

1B 17 E 33 D

2D 18 E 34 B

3C 19 E 35 C

4D 20 E 36 C

5E 21 E 37 C

6E 22 C 38 E

7A 23 C 39 C

8C 24 E 40 C

9E 25 C 41 E

10 E 26 E 42 E

11 C 27 D 43 C

12 B 28 B 44 E

13 E 29 E 45 C

14 A 30 A 46 C

15 E 31 C

16 E 32 B

60
www.pontodosconcursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 08

Olá, concurseiros e concurseiras! Vamos à nossa oitava e última aula de


Processo Legislativo para o Senado Federal! Nesta aula, estudaremos
aspectos formais das proposições em tramitação; a Lei Complementar
95/98; os órgãos do Senado; e os Senadores, quanto ao uso da palavra.
Vamos lá!

As proposições em tramitação no Senado, além de precisarem guardar


adequação com o conteúdo veiculado – para cada tipo de matéria, há
uma proposta legislativa indicada – devem observar alguns requisitos
formais. Nesta aula, veremos os principais aspectos envolvidos na
apresentação de proposições e também as determinações legais para a
redação, elaboração e consolidação das leis.

Local de apresentação

Primeiramente, existe um local adequado para a apresentação das


proposições. Elas podem ser apresentadas perante uma comissão,
perante a Mesa, ou ainda, no Plenário.

Nas comissões (RISF, art. 235, I):

¾ apresentação de emendas

Na Mesa, são apresentadas as seguintes proposições (RISF, art. 235,


II):

a. projeto de alteração ou reforma do Regimento Interno;


b. projeto de decreto legislativo referente a prestação de contas do
Presidente da República;
c. projetos apreciados pelas comissões com poder terminativo,
quando houver interposição de recurso;
d. projeto, em turno único, que obtiver parecer favorável, quanto ao
mérito, das comissões;
e. projeto, em turno único, que obtiver parecer contrário, quanto ao
mérito, das comissões, desde que admitido recurso para sua
tramitação;
f. projetos de autoria de comissão;

As proposições apresentadas em plenário devem observar o momento


adequado da sessão. Dessa forma, são apresentados no Período do
Expediente (RISF, art. 235, III, “a”):

¾ emenda a matéria a ser votada nesta fase da sessão;


¾ indicação;

1
www.pontodoscursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 08

¾ projeto;
¾ requerimento que, regimentalmente, não deva ser apresentado em
outra fase da sessão; (residual)

Durante a Ordem do Dia, são apresentados requerimentos que digam


respeito a ordenação das matérias da Ordem do Dia ou a proposição dela
constante e as emendas a projeto em turno suplementar, ao anunciar-se
sua discussão (RISF, art. 235, III, “b”).

Após a Ordem do Dia, podem ser apresentados requerimentos de


inclusão, em Ordem do Dia, de matéria em condições de nela figurar
(para as próximas Ordens do Dia) e de dispensa de publicação de
redação final para imediata deliberação do Plenário (RISF, art. 235, III,
“c”).

Por fim, são reservados para a fase da sessão em que a matéria


respectiva foi anunciada os seguintes requerimentos (RISF, art. 235, III,
“d”):

1) adiamento de discussão ou votação;


2) encerramento de discussão;
3) dispensa de discussão;
4) votação por determinado processo;
5) votação em globo ou parcelada;
6) destaque de dispositivo ou emenda para aprovação, rejeição,
votação em separado ou constituição de proposição autônoma;
7) retirada de proposição constante da Ordem do Dia;

Em qualquer fase da sessão, pode ser apresentado requerimento para


leitura de matéria sujeita ao conhecimento do Senado e de permissão
para falar sentado (RISF, art. 235, III, “e”). E, é claro, o requerimento
para prorrogação do tempo da sessão deve ser apresentado antes do seu
término (RISF, art. 235, III, “f”).

Formato da proposição

Quando um parlamentar ou comissão apresenta um projeto, deve


redigi-lo seguindo os princípios da melhor técnica legislativa. O RISF
também determina que proposições devem ser escritas em termos
concisos e claros e divididas, sempre que possível, em artigos,
parágrafos, incisos e alíneas (RISF, art. 236).

2
www.pontodoscursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 08

Todo projeto, parecer e indicação deve vir acompanhado de ementa


(RISF, art. 237). A ementa é um pequeno resumo do que se trata a
matéria. Outra regra do RISF é a de que toda proposição deve ser
acompanhada de justificação (ou justificativa) oral ou escrita (RISF, art.
238). A única exceção são os requerimentos, que dispensam essa
formalidade.

Outra coisa importante é que a proposição deve estar acompanhada


de toda a legislação citada em seu texto (RISF, art. 239). Vamos ver um
exemplo para visualizar melhor todas essas regras:

3
www.pontodoscursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 08

Numeração

4
www.pontodoscursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 08

Durante nosso curso, aprendemos que é parte fundamental do


processo legislativo a leitura de uma proposição. Pois bem, assim que
uma proposta legislativa é lida, dando início a seu trâmite no Senado, ela
vai receber um número, que servirá para identificá-la durante as várias
etapas do processo. Essa numeração, contudo, não é aleatória, seguindo
algumas determinações regimentais.

Para cada espécie de proposição, há uma série específica. As proposições


são divididas da seguinte forma (RISF, art. 246, I):

a) as propostas de emenda à Constituição;


b) os projetos de lei da Câmara;
c) os projetos de lei do Senado;
d) os projetos de decreto legislativo, com especificação da Casa de
origem;
e) os projetos de resolução;
f) os requerimentos;
g) as indicações;
h) os pareceres;

Atenção! A numeração que um projeto recebe no Senado não é


equivalente àquela recebida na Câmara dos Deputados, e vice-versa. Em
respeito à autonomia de cada uma das Casas, a proposição recebe
números diferentes. Um exemplo:

As emendas recebidas pelos projetos seguem metodologia própria


de numeração. Primeiro, são separadas por turnos (se for o caso; não
esquecer que há projetos que tramitam em turno único). Em seguida, são
numeradas de acordo com a ordem que os artigos a serem modificados
seguem na proposição original. Por fim, são listadas na seguinte ordem:
supressivas, substitutivas, modificativas e aditivas (RISF, art. 246, II).

5
www.pontodoscursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 08

Se for emenda substitutiva integral, deve constar no número do


projeto a indicação “substitutivo” entre parênteses (RISF, art. 246, § 4º).
As emendas também são “carimbadas” com as iniciais da comissão em
que foram incorporadas (RISF, art. 246, § 3º). Assim:

Na hora de numerar as subemendas, elas serão agrupadas de


acordo com a comissão a que se referem e com a emenda que
pretendem alterar (RISF, art. 246, III).

Processos

As proposições, ao entrarem no processo legislativo, são


organizadas em um volume chamado de “processado”. Consiste em uma
pasta onde será anexado tudo aquilo que for acontecendo com a matéria,
bem como uma ficha contendo as movimentações ocorridas com a
proposta. Apenas as emendas não recebem processado próprio, afinal,
são acessórias da proposição principal, integrando o processo desta
última (RISF, art. 261, caput).

Quem monta e organiza esses processos é um setor chamado


Serviço de Protocolo Legislativo (RISF, art. 261, III). É lá que as matérias
são numeradas e enviadas à Secretaria-Geral da Mesa, que por sua vez
encaminha a matéria para ser lida no plenário.

Na capa da pasta de cada processo devem estar as seguintes


informações (RISF, art. 261, I):

a) a natureza da proposição;
b) a Casa de origem;
c) o número;
d) o ano de apresentação;
e) a ementa completa;
f) o autor, quando do Senado;

6
www.pontodoscursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 08

Essas informações são condensadas em um formato padrão. Assim:

PLC - PROJETO DE LEI DA CÂMARA, Nº 190 de 2010

Regulamenta o exercício da Arquitetura e Urbanismo; cria o


Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil - CAU/BR e os
Conselhos de Arquitetura e Urbanismo dos Estados do Distrito
Federal - CAUs; e dá outras providências.

Logo no começo do processo, são colocadas folhas impressas com


campos a serem preenchidos relativos à sua movimentação. Para cada
etapa, é preenchido um Boletim de Ação Legislativa (BAL), que
corresponde justamente a essas movimentações (RISF, art. 261, II).
Assim, o BAL informa quando a proposição foi despachada pela Mesa,
para qual comissão foi enviada, a qual relator foi destinada, e assim por
diante. Esses dados também são inseridos em um sistema informatizado,
que vai gerar as informações a respeito da tramitação das matérias. É
esse sistema que alimenta, por exemplo, as consultas às matérias que
podem ser realizadas pelo site do Senado. Os dados vão sendo
preenchidos à medida que a proposição avança, incluindo sua
transformação em lei e até mesmo a ocorrência de vetos.

Em seguida a essas folhas, vem o projeto propriamente dito. Tudo


impresso, contendo a assinatura do(s) autor(es), a justificação e a
legislação citada (RISF, art. 261, II, “b”). Se a matéria tiver vindo da
Câmara, naturalmente haverá mais documentos: o ofício de
encaminhamento (da CD para o SF); os autógrafos, o resumo da
tramitação na Casa de origem e cópias dos avulsos (pareceres das
comissões, atas etc.). As informações que forem encaminhadas ao
Senado por autoridades externas a respeito da matéria em questão
também serão anexadas ao processo, como, por exemplo, a
manifestação do Ministério em relação a determinado assunto (RISF, art.
261, § 3º).

No caminho dentro do Senado, o processo vai para lá e para cá. No


entanto, não é qualquer órgão que pode anexar documentos à pasta da
proposição. O Regimento determina quem detém competência para isso
(RISF, art. 261, § 2º):

¾ Serviço de Protocolo Legislativo;


¾ Secretaria de Comissões;
¾ Secretaria-Geral da Mesa;

7
www.pontodoscursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 08

O RISF determina ainda o procedimento a ser adotado em caso de


extravio de algum processo. Nessa hipótese, a Presidência determinará
sua reconstituição, de ofício ou mediante requerimento de qualquer
Senador ou comissão, independentemente de deliberação do Plenário
(RISF, art. 267, caput).

Se o projeto for da Câmara, será necessário solicitar à Casa de


origem as cópias autenticadas dos respectivos autógrafos e documentos
que o acompanhavam (RISF, art. 267, § 1º).

Lei Complementar 95/98


Um instrumento importantíssimo para aqueles que estão envolvidos
com a atividade legislativa é a Lei Complementar 95, de 1998. Essa
norma foi editada em cumprimento ao disposto na Constituição Federal,
art. 59, par. único, que prevê uma lei complementar para tratar da
elaboração, redação, alteração e consolidação das leis.
Dessa forma, na hora de confeccionar os autógrafos, que consistem no
texto da lei como foi aprovada para ser remetida à sanção ou
promulgação, é preciso observar os ditames da LC 95/98.
Vamos ver então algumas das regras de maior destaque trazidas por
essa lei. Inicialmente, é bom saber que as disposições da LC 95/98 se
aplicam a todas as espécies normativas elencadas no art. 59 da CF/88.
Vamos relembrá-las: emendas à Constituição; leis complementares; leis
ordinárias; leis delegadas; medidas provisórias; decretos legislativos e
resoluções. Também se aplica, no que couber, aos decretos e aos demais
atos de regulamentação expedidos por órgãos do Poder Executivo (LC
95/98, art. 1º, par. único). Portanto, não é apenas o Poder Legislativo
que deve seguir suas determinações! Quanto aos atos normativos do
Executivo, inclusive, há o Decreto 4.176/2002, que leva em conta o
disposto na LC 95/98 e é aplicável àquele Poder.

Segundo a LC 95/98, a lei deve ser redigida em três partes:

1) Parte preliminar - inclui a epígrafe, a ementa, o preâmbulo, o


enunciado do objeto e a indicação do âmbito de aplicação das disposições
normativas;

2) Parte normativa - texto das normas de conteúdo substantivo;

8
www.pontodoscursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 08

3) Parte final - medidas necessárias à implementação das normas de


conteúdo substantivo, disposições transitórias, cláusula de vigência e
cláusula de revogação.

Vamos aplicar esses conhecimentos a um caso prático:

9
www.pontodoscursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 08

O primeiro artigo do texto da lei deve indicar seu objeto e o


respectivo âmbito de aplicação (LC 95/98, art. 7º). Essa indicação, no
entanto, não vale para as leis editadas na forma de código, que, como já
vimos, possuem abrangência muito vasta. Também não é permitido que
a lei contenha matéria estranha ou não vinculada a seu objeto, devendo
seu âmbito de aplicação ser o mais específico possível. Além disso, não é
admitido que um mesmo assunto seja disciplinado por mais de uma lei,
exceto quando as leis subsequentes estiverem complementando uma lei
anterior, considerada básica. A remissão da lei derivada à lei de origem
deve ser expressa (LC 95/98, art. 7º, IV).

A vigência da lei deve ser indicada de forma expressa e observar,


quando necessário, a existência de um período prévio, de razoável
duração, para que todos tenham amplo conhecimento da legislação que
foi editada, antes de a norma entrar em vigor. É o chamado prazo de
vacância ou vacatio legis. A LC 95/98 determina que a cláusula “esta
lei entra em vigor na data de sua publicação” deve ser utilizada apenas
para leis de pequena repercussão (LC 95/98, art. 8º).

Na hora de contar o prazo para entrada em vigor da lei que preveja


a existência de vacatio legis, deve-se incluir a data da publicação e incluir
o último dia do prazo. A entrada em vigor se dá no dia seguinte ao final
do prazo (LC 95/98, art. 8º, § 1º).

Outra coisa importante é que o período de vacatio legis deve ser


expresso na lei em número de dias. Não vale em meses! Se houver
cláusula de revogação, devem ser enumeradas expressamente quais
dispositivos e leis que estão sendo revogados (LC 95/98, art. 9º).
Certamente vocês já tiveram algum contato com a aplicação prática
dessas determinações. Basta verificar o texto de algumas das leis que
utilizamos para estudar para concurso, por exemplo.

Os artigos 10 e 11 da LC 95/98 dizem respeito aos aspectos mais


formais da elaboração das leis, como a importância de se utilizar
linguagem clara, que evite interpretações dúbias sobre o texto legal,
construir as orações na ordem direta e evidenciar com clareza o conteúdo
e o alcance que o legislador pretende dar à norma. São regras de senso
comum sobre a elaboração de um texto de qualidade. Um ponto
importante a ser observado é que o conteúdo de cada artigo da lei deve
estar restrito a um único assunto ou princípio (LC 95/98, art. 11, III,
“b”).

10
www.pontodoscursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 08

Quanto à articulação do texto legal, a LC 95/98 determina que os


artigos devem ser desdobrados em parágrafos ou em incisos; os
parágrafos em incisos, os incisos em alíneas e as alíneas em itens, sendo
os incisos representados por algarismos romanos, as alíneas por letras
minúsculas e os itens por algarismos arábicos (LC 95/98, art. 11, IV).

Já a alteração de uma lei por lei posterior pode se dar de três formas (LC
95/98, art. 12):

1) reprodução integral em novo texto, quando se tratar de


alteração considerável (caso de revogação total);
2) revogação parcial;
3) substituição do dispositivo alterado ou acréscimo de dispositivo
novo.

Em caso de lei que vise a alterar outra, é vedado fazer qualquer


renumeração de artigos, devendo ser utilizado o mesmo número do
artigo ou unidade imediatamente anterior, seguido de letras maiúsculas,
em ordem alfabética, tantas quantas forem suficientes para identificar os
acréscimos. Por exemplo, se quisermos inserir algum outro artigo dentro
de uma lei após o artigo 22, teremos que criar o artigo 22-A, 22-B e
assim por diante (LC 95/98, art. 12, III, “b”).

Se, em relação à lei que se pretende modificar, houver algum


dispositivo que tiver sido revogado, vetado, declarado inconstitucional
pelo Supremo Tribunal Federal ou de execução suspensa pelo Senado em
face de decisão do STF, a lei alterada deve manter essa indicação,
seguida da expressão “revogado”, “vetado”, “declarado inconstitucional,
em controle concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal”, ou “execução
suspensa pelo Senado Federal, na forma do art. 52, X, da Constituição
Federal” (LC 95/98, art. 12, III, “c”). A lei complementar veda o
reaproveitamento desses artigos.

Por sua vez, a LC 95/98 permite que se reordenem as unidades


internas do artigo (inciso, parágrafo, alínea, item), contanto que o artigo
seja indicado com as letras “NR”.

11
www.pontodoscursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 08

Finalmente, há previsão da chamada Consolidação da Legislação


Federal. Trata-se da integração de todas as leis pertinentes a
determinada matéria num único diploma legal, revogando formalmente
as leis incorporadas à consolidação, mas sem modificar o alcance nem
interromper a força normativa dos dispositivos que foram consolidados e
sendo vedada a inclusão, na consolidação, de Medida Provisória que
ainda não tenha sido convertida em lei (LC 95/98, art. 14, § 1º).

Podem apresentar proposta de consolidação o Poder Executivo ou o


Poder Legislativo, sempre indicando especificamente os diplomas legais
que farão parte da consolidação (LC 95/98, art. 14, I). A apreciação dos
projetos de lei de consolidação pelo Poder Legislativo será feita em
procedimento simplificado, na forma do Regimento Interno de cada uma
das Casas (LC 95/98, art. 14, II).

No Regimento Interno do Senado, esse assunto está disciplinado no


artigo 213-A, que prevê a apresentação de projeto de lei de consolidação
por qualquer Senador ou comissão. O projeto é lido, numerado, publicado
e distribuído à comissão que guardar maior pertinência quanto à matéria.
A comissão deve se pronunciar sobre o atendimento ao princípio de
preservação do conteúdo original das normas consolidadas.

No caso desses projetos, só poderão ser oferecidas sugestões de


redação (é vedada alteração de mérito) e de incorporação ou retirada de
normas objeto de consolidação, no prazo de 30 dias, perante a Mesa, por
qualquer Senador ou comissão (RISF, art. 213-B, § 1º).

Na Comissão, o projeto segue trâmite semelhante ao das demais


matérias. É designado um relator, aprovado um relatório e encaminhado
o parecer da comissão para o Plenário, onde podem ser oferecidas
emendas destinadas à correção de redação que afronte o mérito da
matéria, durante cinco dias úteis (RISF, art. 213-C, § 1º). Se houver
emendas nesse sentido, elas serão submetidas à Comissão de
Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Aprovado o projeto, é remetido à
Câmara dos Deputados ou à sanção, conforme o caso.

12
www.pontodoscursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 08

Outros pontos importantes: na primeira sessão legislativa de cada


legislatura, a Mesa do Congresso Nacional promoverá a atualização da
Consolidação das Leis Federais Brasileiras, incorporando as emendas
constitucionais, leis, decretos legislativos e resoluções promulgadas
durante a legislatura imediatamente anterior (LC 95/98, art. 15). Já o
Poder Executivo tem prazo de até 180 dias do início do primeiro ano do
mandato presidencial para promover a atualização das coletâneas dos
decretos de conteúdo normativo e geral e demais atos normativos
inferiores em vigor editados nos últimos quatro anos (LC 95/98, art. 17).

Senadores: Uso da Palavra

No desenrolar do processo legislativo, são vários os momentos em


que ocorrem as manifestações dos Senadores. A prerrogativa do uso da
palavra é concedida da maneira mais ampla possível. Porém, ela sofre
algumas restrições em favor do bom andamento dos trabalhos. Afinal, se
todos os parlamentares falassem o tempo todo, quando quisessem,
ficaria difícil finalizar as votações.

O núcleo das regras aplicáveis ao uso da palavra pelos Senadores


encontra-se nos artigos 14 a 21 do RISF, mas há outras determinações
nesse sentido esparsas pelo Regimento. Dessa forma, nosso estudo sobre
o tema será de forma esquematizada, para facilitar o aprendizado e a
assimilação.

Podemos dividir as manifestações dos Senadores em dois grandes


grupos: em relação às matérias que estão sendo apreciadas e em relação
à atividade parlamentar em geral.

ATIVIDADE PARLAMENTAR EM GERAL

1) Nos 120 minutos que antecedem a Ordem do Dia, para as


considerações que entender (RISF, art. 14, I):

Vamos relembrar um assunto que vimos em nossas primeiras aulas


- as fases da sessão: Período do Expediente, Ordem do Dia e após a
Ordem do Dia. No Período do Expediente é feita a leitura das matérias
que chegam ao Senado e outros avisos. Após essa leitura, é aberta a
tribuna para os pronunciamentos dos parlamentares. Esses
pronunciamentos obedecem a uma ordem de inscrição.

13
www.pontodoscursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 08

O Senador interessado em discursar na sessão do dia seguinte deve


assinar um livro que organiza as inscrições. Esse livro fica no plenário,
sobre a mesa, e são aceitas inscrições com antecedência máxima de duas
sessões, deliberativas ordinárias ou não deliberativas. A ordem dos
pronunciamentos vai obedecer a sequência constante desse livro, sendo
divulgada na capa da Ordem do Dia. É possível haver permuta entre os
Senadores inscritos. Se um parlamentar for chamado e não estiver
presente no Plenário, passa-se a vez para o próximo.

Durante esses pronunciamentos, o Senador pode se manifestar


sobre qualquer assunto. O tempo disponível é de 10 minutos, em dia de
sessão deliberativa (com votações agendadas) e 20 minutos em sessões
não deliberativas. Pelo regimento, é admitida prorrogação desse prazo
pelo Presidente, por um ou dois minutos, para permitir o encerramento
do pronunciamento. Depois disso, o som do orador será cortado (RISF,
art. 15). Os discursos podem ser intercalados com as comunicações
inadiáveis, com o uso da palavra pelas lideranças ou com as delegações
delas (RISF, art. 158).

As inscrições que não puderem ser atendidas em virtude do le-


vantamento ou da não realização da sessão, de comemoração especial,
ou ainda se houver na Ordem do Dia matéria urgente do caso 1 “urgência
urgentíssima”, serão transferidas para a sessão do dia seguinte (RISF,
art. 158, § 4º).

2) Para comunicação inadiável, manifestação de aplauso ou


semelhante, homenagem de pesar (RISF, art. 14, IX):

O prazo para esse tipo de comunicação é de cinco minutos. Não


está expresso no Regimento, mas para fazer a comunicação inadiável o
Senador se inscreve, oralmente, assim que a sessão é aberta. Somente
poderão usar da palavra, nesses termos, três Senadores durante o
Período do Expediente (RISF, art. 158, § 3º).

3) Após a Ordem do Dia, para as considerações que entender


(RISF, art. 14, XI):

Encerrada a Ordem do Dia, o Presidente concede a palavra aos


líderes partidários que desejem se manifestar. Depois disso, retoma a
lista de oradores inscritos, concedendo a palavra pelo prazo de vinte
minutos a cada um, até o horário de encerramento da sessão.

4) Para explicação pessoal (RISF, art. 14, VIII):

14
www.pontodoscursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 08

O uso da palavra para explicação pessoal pode ser concedido em


qualquer fase da sessão, por cinco minutos. Esse tipo de manifestação
serve para que o Senador esclareça ato ou fato que lhe tenha sido
atribuído em discurso ou aparte, devendo ter sido nominalmente citado
na ocasião. É fácil citar um exemplo: imagine que o Senador Fulano, em
discurso no Plenário, tenha dito que o Senador Beltrano é corrupto.
Invariavelmente, o Senador Beltrano vai pedir a palavra para se
defender, invocando o artigo 14, VIII. O regimento veda que a palavra
seja dada, com essa finalidade, a mais de dois oradores na mesma
sessão.

5) Pela ordem (RISF, art. 14, X, “a”):

O uso da palavra “pela ordem” se destina a fazer indagação sobre


andamento dos trabalhos e reclamação quanto à observância do
Regimento ou ainda indicação de falha ou equívoco em relação à matéria
da Ordem do Dia. O uso da palavra pela ordem pode ser solicitado em
qualquer fase da sessão, por cinco minutos, sendo vedado abordar
assunto já resolvido pela Presidência.

6) Para suscitar ou contraditar questão de ordem (RISF, art. 14,


X, “b” e “c”):

Em qualquer fase da sessão, também por cinco minutos, limitada a


palavra a um só Senador. A diferença da questão de ordem para o pedido
de palavra pela ordem é muito sutil, pois se refere à dúvida sobre
interpretação ou aplicação do Regimento (RISF, art. 403). A palavra
“pela ordem” é usada mais no sentido de reclamação ou observação
sobre o andamento dos trabalhos.

A questão de ordem deve ser objetiva e indicar o dispositivo


regimental em que se baseia, referindo-se a caso concreto relacionado
com a matéria tratada na ocasião (RISF, art. 404). A questão de ordem é
decidida pelo Presidente, com recurso para o Plenário, de ofício ou
mediante requerimento, que só será aceito se formulado ou apoiado por
líder (RISF, art. 405). Se houver recurso para o Plenário sobre a decisão
da Presidência, o Presidente pode solicitar a manifestação da Comissão
de Constituição, Justiça e Cidadania sobre a matéria, quando se tratar de
interpretação de texto constitucional (RISF, art. 408).

15
www.pontodoscursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 08

Importante: a decisão sobre questão de ordem é considerada


simples precedente. Só vai adquirir força obrigatória se a decisão for
incorporada ao Regimento Interno (por meio da proposição de um projeto
de resolução, como já estudamos).

7) Para fazer aparte (RISF, art. 14, XII):

O aparte consiste em uma interrupção do orador que se encontra


com a palavra por outro Senador, para fazer alguma observação. O
tempo permitido para aparte é de dois minutos, e depende de permissão
do orador (RISF, art. 14, XII, “a”). Se o orador negar um aparte, nada
feito. Se recusar o aparte a um Senador, estarão recusados todos os
demais apartes (RISF, art. 14, XII, “c”). E se o aparteante “forçar a
barra”, seu aparte não será publicado (RISF, art. 14, XII, “d”).

Há algumas situações em que não são permitidos apartes (RISF,


art. 14, XII, “b”):

¾ ao Presidente;
¾ a parecer oral;
¾ a encaminhamento de votação, salvo nos casos de
requerimento de homenagem de pesar ou de voto de aplauso ou
semelhante;
¾ a explicação pessoal;
¾ a questão de ordem;
¾ a contradita a questão de ordem;
¾ a uso da palavra por cinco minutos (inclui comunicação
inadiável);

8) Para interpelar Ministro de Estado (RISF, art. 14, XIII):

Nos termos da Constituição Federal (art. 50, caput e § 1º) e do


Regimento Interno (RISF, art. 397), é possível o comparecimento de
Ministro de Estado perante o Senado, quando convocado, para prestar
informações sobre assunto previamente determinado ou quando o
próprio Ministro solicitar, mediante entendimento com a Mesa, para expor
assunto de relevância de sua pasta.

Nessas situações, terminada a exposição do Ministro de Estado, a


sessão é aberta às perguntas e observações dos Senadores inscritos,
intercalando-se oradores de cada partido, que dispõem de cinco minutos.

16
www.pontodoscursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 08

O ministro terá prazo igual, de cinco minutos, para resposta. Em


seguida, o Senador que fez a pergunta tem até dois minutos para
formular réplica, e o Ministro de Estado, o mesmo tempo para a tréplica
(RISF, art. 398, X).

9) Uso da palavra pelos líderes partidários (RISF, art. 14, II):

Os líderes partidários possuem algumas prerrogativas quanto ao


uso da palavra. Eles poderão fazer pronunciamentos, em qualquer fase
da sessão, para comunicação urgente de interesse partidário, durante
cinco minutos. Porém, essa regra não vale para o período da Ordem do
Dia (RISF, art. 14, II, “a”). Os líderes também podem usar da palavra
após a Ordem do Dia, desta vez por vinte minutos, tendo preferência
sobre os oradores inscritos (RISF, art. 14, II, “b”). Agora, se o líder
estiver ausente ou impedido, cabe aos vice-líderes exercerem a
prerrogativa do uso da palavra pelas lideranças (RISF, art. 14, § 4º).

Em vez de fazer o discurso, o líder pode delegar a palavra a outro


Senador de seu partido. A comunicação, nesse caso, também dura cinco
minutos, podendo se dar em qualquer fase da sessão, exceto na Ordem
do Dia (RISF, art. 14, XIV). Mas o regimento faz uma ressalva: só pode
ocorrer uma delegação para uso da palavra por sessão, e não pode ser
exercido na mesma fase da sessão utilizada pelo líder para falar (RISF,
art. 14, § 5º). Então, em uma mesma sessão, o líder pode usar da
palavra e pode também delegá-la a outro membro de seu partido.

Pelo regimento, o Senador que acumula a liderança de partido e de


bloco parlamentar (reunião de dois ou mais partidos), poderá usar da
palavra, na condição de líder, uma única vez na mesma sessão. Significa
dizer que, nesse período, ele não pode falar como líder pelo partido X e
falar como líder pelo bloco parlamentar Y (RISF, art. 14, § 3º). Não
confundir com a limitação para uso da palavra pelo líder e pelo delegado,
que não pode acontecer na mesma fase da sessão.

Finalmente, aos membros daqueles partidos com menos de um


décimo da composição do Senado é assegurado o uso da palavra, tanto
na condição normal de Senador, como de liderança (RISF, art. 14, § 8º).

EM RELAÇÃO ÀS MATÉRIAS:

1) Para discutir qualquer proposição (RISF, art. 14, III):

17
www.pontodoscursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 08

Todos os Senadores podem discutir qualquer matéria, sendo a


discussão uma fase importante dentro do processo legislativo. Para cada
matéria, é permitido o uso da palavra uma vez para cada Senador, por
dez minutos. Lembrar que, nos termos do regimento, cabe adiamento,
dispensa e encerramento da discussão por meio de requerimento.

2) Para discutir proposição em regime de urgência (RISF, art. 14,


IV):

Na discussão de projetos em regime de urgência (vale para


urgência regimental casos 2 e 3), cada Senador pode usar da palavra por
uma só vez, por dez minutos. Como a matéria é urgente, a palavra é
limitada a cinco Senadores a favor e cinco contra.

3) Para discutir redação final (RISF, art. 14, V):

Na discussão de redação final, podem usar da palavra o relator da


matéria e um Senador de cada partido, uma só vez, por cinco minutos.

4) Para encaminhar votação (RISF, art. 14, VI):

Depois de anunciada a votação de qualquer matéria, os Senadores


podem usar da palavra, uma só vez, por cinco minutos, para encaminhá-
la. Se a matéria a ser votada for requerimento, o encaminhamento é
limitado ao autor dele e a um representante de cada partido ou bloco
parlamentar. Essa limitação não vale para requerimentos de homenagem
de pesar.

5) Para encaminhar votação de requerimento solicitando urgência


(RISF, art. 343):

Poderão usar da palavra, por cinco minutos, um dos autores e um


representante de cada partido ou de bloco parlamentar. Se o
requerimento for de autoria de comissão, podem falar o seu Presidente e
o relator da matéria para a qual a urgência foi requerida.

6) Para encaminhar votação de proposição em regime de urgência


(RISF, art. 14, VII):

Se o encaminhamento for relativo à matéria em regime de


urgência, somente poderão usar da palavra com esse fim o relator da
comissão de mérito e os líderes de partido ou bloco parlamentar ou
Senadores por eles designados, uma só vez, por cinco minutos.

7) Para discutir e encaminhar votação das proposições em regime


de urgência urgentíssima (RISF, art. 347):
18
www.pontodoscursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 08

Só poderão usar da palavra por cinco minutos o autor da


proposição, os relatores e um orador de cada partido.

Observações Gerais:

¾ Ao fazer uso da palavra, o Senador deve ficar de pé, seja na


tribuna ou no plenário. Exceção: licença para se conservar
sentado, por motivo de saúde (RISF, art. 21).

¾ O Senador deve sempre se dirigir ao Presidente, ou a este e


aos Senadores (RISF, art. 21).

¾ No caso dos pronunciamentos feitos antes e após a Ordem do Dia,


comunicações inadiáveis e uso da palavra por delegação da
liderança partidária, o Senador só poderá usar da palavra mais
de duas vezes por semana se não houver outro orador
inscrito que pretenda ocupar a tribuna (RISF, art. 17, § 1º).

¾ O Senador que estiver no uso da palavra pode ser


interrompido pelo Presidente ou por outro Senador, nos seguintes
casos:

Pelo Presidente (RISF, art. 18, I):

• para leitura e votação de requerimento de urgência caso 1 e


deliberação da matéria correspondente;
• para votação que não foi realizada no momento oportuno, por falta
de quórum;
• para comunicação importante;
• para recepção de visitante;
• para votação de requerimento de prorrogação da sessão;
• para suspender a sessão, em caso de tumulto no recinto ou
ocorrência grave no edifício do Senado;
• para advertir o orador quanto à observância do Regimento;
• para prestar esclarecimentos que interessem à boa ordem dos
trabalhos;

Por outro Senador (RISF, art. 18, II):

• para receber aparte, com consentimento do orador. Somente nessa


hipótese o tempo de interrupção não é compensado (RISF, art. 18,
par. único);
• para formular à Presidência reclamação quanto à observância do
Regimento, independentemente de consentimento.
19
www.pontodoscursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 08

Para fechar este assunto, vamos ver de forma sistemática quais


são as vedações constantes no Regimento quanto ao uso da palavra:

¾ É vedado ficar de costas para a Mesa (RISF, art. 21).

Simples, não é? Durante os pronunciamentos, os Senadores não


podem dar as costas à Mesa.

¾ É vedado ao Senador usar de expressões descorteses ou


insultuosas em suas manifestações (RISF, art. 19, I).

Caso o parlamentar cometa essa infração, o Presidente irá adverti-


lo, segundo o procedimento descrito no RISF, art. 22. A desobediência do
orador a uma advertência implica a adoção da providência seguinte:

1) Adverte o orador, usando a expressão “Atenção!”;


2) Adverte o orador com a expressão “Senador Fulano, atenção!”;
3) Retira a palavra do orador;
4) Determina a saída do orador do recinto;
5) Suspende a sessão até que sua ordem seja obedecida;
6) A reincidência do orador em desobedecer ao item “4” constitui
desacato ao Senado (RISF, art. 23, I).

¾ É vedado ao orador falar sobre resultado de deliberação


definitiva do Plenário, salvo em explicação pessoal (RISF,
art. 19, II).

Este item por vezes gera alguma dúvida. É claro que o Senador
pode falar sobre os resultados das votações (afinal, não há censura!). O
que ele não pode é ficar falando sobre matéria vencida. Vamos supor, por
exemplo, que o plenário tenha decidido alguma questão e que um
Senador, inconformado com o resultado, insista em ficar discutindo o
tema. Nesse caso, o Presidente o adverte, afinal, a decisão do plenário é
soberana e a matéria já foi submetida a voto. A única exceção diz
respeito à explicação pessoal. Isso acontece, por exemplo, quando o
Senador erra o voto e retifica o erro, ou declara seu voto quando não
chegou a tempo de votar.

20
www.pontodoscursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 08

¾ O Senador não pode ler da tribuna ou incluir em discurso,


aparte, declaração de voto ou em qualquer outra
manifestação pública, documento que seja de natureza
sigilosa (RISF, art. 20).

Item autoexplicativo. Se o assunto é sigiloso, não é dado seu


conhecimento em manifestação pública.

¾ Não é lícito o uso da palavra nas reuniões preparatórias, sal-


vo para declaração pertinente à matéria que nelas deva ser
tratada (RISF, art. 3º, VII).

Sessão preparatória é para eleição da Mesa. Não há espaço para


pronunciamentos de parlamentares nos termos de uma sessão ordinária.

¾ Os Secretários não poderão usar da palavra, ao integrarem a


Mesa (RISF, art. 58).

Os Secretários, quando estiverem ocupando seus lugares na Mesa


durante a sessão, devem permanecer dentro de suas atribuições, como
fazer a chamada dos Senadores ou a leitura de documentos, ordenada
pelo Presidente.

¾ O Presidente não pode dialogar com os Senadores da cadeira


presidencial nem os apartear (RISF, art. 50):

Mesma lógica da regra em relação aos Secretários. O Presidente


não pode fazer pronunciamentos ou apartes da cadeira da Presidência.
Poderá apenas interromper os oradores nos casos previstos
regimentalmente e ainda, fazer ao Plenário, em qualquer momento,
comunicação de interesse do Senado e do País (RISF, art. 48, VII). Se o
Presidente desejar fazer pronunciamento na condição de Senador, deverá
deixar a cadeira presidencial, quando poderá participar ativamente dos
trabalhos da sessão (RISF, art. 50, par. único).

Conselhos e Órgãos

O Senado possui alguns Conselhos e Órgãos incumbidos de


competências específicas. Esses órgãos não se confundem com setores
administrativos da Casa, tais como Secretarias, Consultorias, Gráfica, etc.
Os institutos abaixo são diferentes, pois são formados por parlamentares.

21
www.pontodoscursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 08

1. Conselho de Ética e Decoro Parlamentar (Resolução 20/1993-


SF);

O Conselho de Ética é formado por 15 membros, que,


diferentemente das comissões permanentes não são indicados por
líderes, mas sim eleitos para um mandato de dois anos. O Corregedor do
Senado é membro nato do Conselho, com direito a voz e voto.

O Conselho zela pela observância do Código de Ética Parlamentar e


do Regimento Interno e em casos específicos pode aplicar medidas
disciplinares que vão da advertência à censura, verbal ou escrita.
Também é o Conselho de Ética que apura e emite relatório sobre
denúncia ou representação apresentada contra Senador – conhecida
como “quebra de decoro”.

2. Corregedoria Parlamentar (Resolução 17/1993-SF);

A Corregedoria Parlamentar é formada por quatro membros, sendo


um Corregedor e três Corregedores Substitutos. Todos são eleitos pelo
Plenário e tem como atribuição manter a ordem e a disciplina no Senado
e fazer observar as determinações sobre segurança interna e externa da
Casa.

3. Procuradoria Parlamentar (Resolução 40/1995-SF);

A Procuradoria Parlamentar é formada por cinco Senadores,


designados pelo Presidente do Senado para um mandato de dois anos,
permitida uma recondução. É um órgão de apoio à Mesa e promove a
defesa do Senado, de seus órgãos e integrantes, quando atingidos em
sua honra ou imagem, desde que em virtude do exercício do mandato.

4. Conselho do Diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz (Resolução


02/2001-SF)

O diploma Bertha Lutz é destinado a homenagear anualmente cinco


mulheres que tenham contribuição relevante à defesa dos direitos da
mulher. A entrega acontece durante sessão especial do Senado Federal.
Do conselho Mulher-Cidadã Bertha Lutz, que escolhe as agraciadas,
fazem parte um representante de cada partido político com assento no
Senado.

5. Conselho do Diploma Ermírio de Moraes (Resolução


35/2009-SF);

22
www.pontodoscursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 08

O diploma Ermírio de Moraes é destinado a agraciar


personalidades de destaque no setor industrial. Anualmente, são
agraciados três empresas ou empresários, em sessão especial convocada
para esse fim. A escolha dos agraciados compete ao Conselho do
Diploma, formado por um representante de cada partido político com
assento no Senado.

6. Conselho da Comenda de Direitos Humanos Dom Hélder


Câmara (Resolução 14/2010-SF);

A Comenda é destinada a agraciar personalidades que tenham


oferecido contribuição relevante à defesa dos direitos humanos no Brasil.
Será conferida a cinco personalidades, anualmente, durante sessão do
Senado Federal especialmente convocada para esse fim. O conselho é
formado por um representante de cada partido político com assento no
Senado.

Assim como no Senado, o Congresso Nacional também possui


alguns órgãos e conselhos, tais como: o Conselho de Comunicação
Social (13 membros titulares e 13 membros suplentes de diversas
categorias do setor e sociedade civil); o Órgão de Controle Externo da
Atividade de Inteligência (integrado pelos líderes da maioria e da
minoria na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, assim como os
Presidentes das Comissões de Relações Exteriores e Defesa Nacional da
Câmara dos Deputados e do Senado Federal); o Conselho da Ordem do
Congresso Nacional (destinada a homenagear pessoas físicas ou
jurídicas, nacionais ou estrangeiros); o Conselho Diploma do Mérito
Educativo Darcy Ribeiro (Diploma que visa agraciar anualmente
pessoa física ou jurídica que tenha oferecido contribuição relevante para
a educação brasileira); e por fim, a Representação Brasileira no
Parlamento do Mercosul, assunto que merece alguns comentários:

Esse instituto teve início em 1996, quando a Resolução nº 1-CN


tratou da Representação Brasileira na Comissão Parlamentar Conjunta do
Mercosul. Na época, essa representação era integrada por 16 membros
titulares e 16 suplentes, distribuídos de forma paritária entre a Câmara
dos Deputados e o Senado Federal, com mandato de dois anos. A função
dessa comissão era a de se pronunciar, apresentando relatório, sobre
todas as matérias de interesse do Mercosul que viessem a tramitar no
Congresso Nacional.

23
www.pontodoscursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 08

Em 2005, em Montevidéu, no Uruguai, foi aprovado o Protocolo


Constitutivo do Parlamento do Mercosul, que veio substituir a Comissão
Parlamentar Conjunta do Mercosul. O Parlamento do Mercosul realiza
Sessões Plenárias mensais em sua sede, desde maio de 2007 e conta
com Regimento Interno próprio. Lá, já foram aprovadas algumas
medidas, principalmente no campo de Declarações Políticas e
Recomendações de Normas, além de diversas audiências públicas sobre
temas de integração. Atualmente possuem representação nesse
Parlamento, além do Brasil, a Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela.

O Congresso Nacional aprovou o texto do referido Protocolo e


editou uma resolução (Resolução 01/2007-CN) criando a Representação
Brasileira no Parlamento do Mercosul. Esse é o grupo brasileiro de
parlamentares que integra o Parlamento do Mercosul, composto
atualmente de dezoito membros titulares, sendo nove Senadores e nove
Deputados Federais, com igual número de suplentes (Resolução 01/2007-
CN, art. 6º).

O Protocolo Constitutivo do Parlamento do Mercosul previa


inicialmente que em 2010 os Representantes Brasileiros no Parlamento
do Mercosul deveriam ser escolhidos nas eleições gerais, entre cidadãos
que não sejam candidatos ao Congresso Nacional. Desta forma, a
Representação deixaria de ser um órgão interno do Congresso. Contudo,
ainda não foi aprovado o projeto de lei que regulamenta vários pontos
das eleições diretas para o Parlamento do Mercosul. Esse projeto tramita
na Câmara dos Deputados e o parecer do relator prevê a realização de
eleições em 2012, juntamente com o pleito municipal. Mas existe ainda a
possibilidade de que as eleições sejam realizadas somente em 2014,
juntamente com as eleições para a renovação da Câmara e do Senado. A
decisão caberá ao Congresso Nacional.

24
www.pontodoscursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 08

Muito bem, caros concurseiros, terminamos por aqui! Espero que


nosso curso de Processo Legislativo seja um instrumento importante para
que vocês trilhem seu caminho rumo ao Senado Federal. Durante a
preparação, além das aulas e da resolução exaustiva de questões, sugiro
que acessem frequentemente o site do Senado, onde poderão obter
valiosas informações a respeito do processo legislativo. Procurem
visualizar a tramitação das propostas, na área de pesquisa sobre projetos
e matérias, e alguns documentos, como pareceres, autógrafos, a Ordem
do Dia, resultados de votações e vários outros, como forma de consolidar
seus conhecimentos. Também vale a pena ficar ligado em algumas
sessões plenárias, exibidas pela TV Senado e igualmente disponíveis na
internet. Tenho certeza de que, muito em breve, seremos colegas de
trabalho em um dos melhores locais do serviço público brasileiro.
Aguardo vocês! A seguir, nossos exercícios.

Um forte abraço!

25
www.pontodoscursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 08

Exercícios

1) FGV/SF/Técnico Legislativo/2008: Lei complementar, nos termos


da Constituição, dispõe sobre a elaboração, redação, alteração e
consolidação as leis. Nessa linha, pode-se afirmar que a lei em vigor é a:

(A) LC 105/1999.
(B) LC 33/1988.
(C) LC 205/2008.
(D) LC 95/1998.
(E) LC 120/2000.

Como vimos em aula, é a LC 95/1998 que trata da elaboração, redação,


alteração e consolidação as leis.

Gabarito: Letra D.

2) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: Analise as afirmativas a


seguir:

I. As leis são estruturadas em quatro partes: a preliminar, a normativa, a


complementar e a final.

Errada. A lei está estruturada em três partes: preliminar, normativa e


final (LC 95/98, art. 3º, I, II e III).

II. A nova lei deve enumerar, de forma clara e expressa, as leis ou


disposições legais revogadas.

Correta (LC 95/98, art. 9º).

III. A lei não deverá conter matéria estranha a seu objeto ou a este não
vinculada por afinidade, pertinência ou conexão.

Correta (LC 95/98, art. 7º, II).

Assinale:

(A) se todas as afirmativas estiverem corretas.


(B) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
(C) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
(D) se apenas a afirmativa I estiver correta.

26
www.pontodoscursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 08

Gabarito: Letra “C”.

3) FGV/SF/Advogado/2008 (adaptada): Em relação à convocação e


comparecimento de Ministro de Estado, é correto afirmar que após a
exposição do Ministro, abre-se a fase de interpelação, pelos senadores
inscritos, dentro do assunto tratado.

Correta. (RISF, art. 398, X).

4) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): Considere a


seguinte situação hipotética. Um Senador, líder do partido X, interpôs
recurso para o Plenário contra decisão do presidente da Mesa do Senado
sobre questão de ordem levantada por outro Senador, relacionada à
constituição de uma comissão parlamentar mista de inquérito. Nessa
situação, antes de submeter o recurso a votos, o presidente deve ter
encaminhado o assunto à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania,
tendo em vista que a questão foi levantada por Senador.

Errada. O encaminhamento, pelo Presidente, à Comissão de Constituição,


Justiça e Cidadania é lícito quando o assunto versar sobre interpretação
constitucional, e não porque a questão de ordem foi levantada por
Senador, como afirma a questão (RISF, art. 408).

5) Cespe/SF/Consultor de Orçamentos/1996 (adaptada): O


parlamentar poderá suscitar questão de ordem mediante intervenção
autorizada pelo presidente da sessão, dispondo, para isso, de até quinze
minutos.

Errada. O prazo para formular questão de ordem é de cinco minutos


(RISF, art. 403).

6) Cespe/SF/Consultor de Orçamentos/1996 (adaptada): Admite-


se que um congressista apresente contradita à questão de ordem, no
mesmo prazo previsto para a suscitação dela.

Correta (RISF, art. 403, par. único).

27
www.pontodoscursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 08

7) Cespe/SF/Analista Legislativo-Comunicação/1997 (adaptada):


Segundo o RISF, se um Senador utilizar-se de expressões descorteses ou
insultuosas, o presidente da sessão, conforme a necessidade, adverti-lo-
á, sucessivamente, com as expressões “Atenção!” e “Senador Fulano,
atenção!” e, se não lograr êxito, poderá ainda, retirar-lhe a palavra,
convidá-lo a se retirar imediatamente do recinto e, em caso de recusa,
suspender a sessão até que seja obedecido.

Correta (RISF, art. 22, I a V).

8) AOCP/Câmara Legislativa de Maringá/Assessor Legislativo/2010:


A respeito das técnicas de elaboração, redação e alteração das leis,
assinale a alternativa correta.

(A) A lei será estruturada em duas partes básicas: a parte preliminar e a


parte normativa.

Errada. Segundo a LC 95/98, a lei se estrutura em três partes básicas: a


preliminar, a normativa e a final (LC 95/98, art. 3º, I, II e III).

(B) O primeiro artigo do texto não necessitará indicar o objeto da lei e o


respectivo âmbito de aplicação.

Errada. O primeiro artigo do texto indicará o objeto da lei e o respectivo


âmbito de aplicação (LC 95/98, art. 7º).

(C) A lei poderá conter matéria estranha a seu objeto ou a este não
vinculada por afinidade, pertinência ou conexão.

Errada. A lei não conterá matéria estranha a seu objeto ou a este não
vinculada por afinidade, pertinência ou conexão (LC 95/98, art. 7º, II).

(D) O preâmbulo não necessitará indicar o órgão ou instituição


competente para a prática do ato e sua base legal.

Errada. O preâmbulo deve indicar o órgão ou instituição competente para


a prática do ato e sua base legal (LC 95/98, art. 6º).

(E) A vigência da lei será indicada de forma expressa e de modo a


contemplar prazo razoável para que dela se tenha amplo conhecimento,
reservada a cláusula "entra em vigor na data de sua publicação" para as
leis de pequena repercussão.

28
www.pontodoscursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 08

Correta (LC 95/98, art. 8º).

Gabarito: Letra “E”.


QUESTÃO 24
9) AOCP/Câmara Legislativa de Maringá/Assessor Legislativo/2010:
Analise as assertivas e assinale a alternativa correta. De acordo com as
técnicas de elaboração, redação e alteração das leis, os textos legais
serão articulados com observância dos seguintes princípios:

I - a unidade básica de articulação será o artigo, indicado pela


abreviatura "Art.", seguida de numeração ordinal até o nono e cardinal a
partir deste.

Correta (LC 95/98, art. 10, I).

II - os artigos desdobrar-se-ão em parágrafos ou em incisos; os


parágrafos em incisos, os incisos em alíneas e as alíneas em itens.

Correta (LC 95/98, art. 10, II).

III - os incisos serão representados por algarismos romanos, as alíneas


por letras minúsculas e os itens por algarismos arábicos.

Correta (LC 95/98, art. 10, IV).

IV - os Capítulos, Títulos, Livros e Partes serão grafados em letras


minúsculas e identificados por algarismos romanos, podendo estas
últimas desdobrar-se em Parte Geral e Parte Especial ou ser subdivididas
em partes expressas em numeral ordinal, por extenso.

Correta (LC 95/98, art. 10, VI).

(A) Apenas I, II e III.


(B) Apenas I e III.
(C) Apenas I, II e IV.
(D) Apenas I e IV.
(E) I, II, III e IV.

Gabarito: Letra “E”.

29
www.pontodoscursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 08

10) AOCP/Câmara Legislativa de Maringá/Assessor Legislativo/2010:


De acordo com a Lei Complementar n° 95/98 para o fim de redigir as
disposições normativas com clareza será necessário atentar para o
seguinte aspecto

(A) articular a linguagem, técnica ou comum, de modo a ensejar perfeita


compreensão do objetivo da lei e a permitir que seu texto evidencie com
clareza o conteúdo e o alcance que o legislador pretende dar à norma.

Errada. Esse aspecto refere-se aos cuidados para obter precisão no texto
da lei (LC 95/98, art. 11, II, “a”).

(B) expressar a idéia, quando repetida no texto, por meio das mesmas
palavras, evitando o emprego de sinonímia com propósito meramente
estilístico.

Errada. Esse aspecto também refere-se à precisão, não à clareza, como


pede o enunciado (LC 95/98, art. 11, II, “b”).

(C) evitar o emprego de expressão ou palavra que confira duplo sentido


ao texto.

Errada. Refere-se à precisão (LC 95/98, art. 11, II, “c”).

(D) escolher termos que tenham o mesmo sentido e significado na maior


parte do território nacional, evitando o uso de expressões locais ou
regionais.

Errada. Refere-se à precisão (LC 95/98, art. 11, II, “d”).

(E) construir as orações na ordem direta, evitando preciosismo,


neologismo e adjetivações dispensáveis

Correta. Esse é o único item que traz um aspecto definido pela lei como
necessário para obter clareza nos textos legais (LC 95/98, art. 11, I, “c”).

Gabarito: Letra “E”.

Para a próxima questão, leia o texto abaixo:

Lei n.º X, de 14 de junho de 2006


(…)

30
www.pontodoscursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 08

Art. 1.º Fica proibido, a partir da vigência desta lei, o gozo de férias
simultâneo por mais de um terço dos servidores de cada um dos setores
operacionais da autarquia federal Y.(…)
Art. 3.º Esta lei entra em vigor no prazo de um mês após a sua
publicação.
Art. 4.º Revogam-se as disposições em contrário.

11) Cespe/TCU/Auditor/2006 (adaptada): O art. 3.º da Lei n.º


X/2006 está em conflito com disposição expressa de lei complementar
federal que, publicada anteriormente à edição dessa lei, estabelece, de
forma precisa, como deve ser indicada a vacatio legis nas leis brasileiras.

Correta. Sobre esse tema, a LC 95/98 dispõe: “As leis que estabeleçam
período de vacância deverão utilizar a cláusula ‘esta lei entra em vigor
após decorridos (o número de) dias de sua publicação oficial”. Logo, a
contagem não pode ser feita em meses, como na lei hipotética
mencionada pela questão (LC 95/98, art. 8º, § 2º).

12) FGV/SF/Analista Legislativo/2008 (adaptada): No que


concerne à Procuradoria Parlamentar, é correto afirmar que se compõe
de cinco Senadores, designados pelo Presidente do Senado, para
mandato de dois anos, admitida uma renovação.

Correta (Resolução 40/1995-SF, art. 1º, § 1º).

13) Cespe/SF/Consultor de Orçamentos/1996 (adaptada): A


questão de ordem pode ter como objeto impugnações e propostas de
emenda ao mérito de qualquer projeto em tramitação.

Errada. A questão de ordem se refere a qualquer dúvida sobre


interpretação ou aplicação do Regimento Interno do Senado (RISF, art.
403).

14) Cespe/SF/Consultor de Orçamentos/1996 (adaptada): Da


decisão do presidente da sessão relativa à questão de ordem, é possível
a interposição de recurso, por parte de qualquer Senador, salvo se
envolver matéria constitucional.

Errada. O recurso, na questão de ordem, só é admissível se formulado ou


apoiado por líder (RISF, art. 405).

31
www.pontodoscursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 08

15) Cespe/SF/Consultor de Orçamentos/1996 (adaptada): A


questão de ordem pode ter como objeto a polêmica doutrinária, se
relevante para a deliberação a respeito do projeto de lei em tramitação.

Errada. A questão de ordem deve ser objetiva, indicar o dispositivo


regimental em que se baseia, referir-se a caso concreto relacionado com
a matéria tratada na ocasião, não podendo versar sobre tese de natureza
doutrinária ou especulativa (RISF, art. 404).

16) Cespe/SF/Consultor de Orçamentos/1996 (adaptada): O


presidente da sessão tem a prerrogativa de livremente apartear os
Senadores.

Errada. Não é lícito ao Presidente, da cadeira presidencial, dialogar com


os Senadores nem os apartear (RISF, art. 50, caput).

17) Cespe/SF/Consultor de Orçamentos/1996 (adaptada): O


presidente da sessão, por não perder sua condição de Senador, pode
participar dos trabalhos como qualquer um de seus pares.

Errada. Para participar ativamente dos trabalhos da sessão na condição


de Senador, o presidente deverá deixar a cadeira presidencial (RISF, art.
50, par. único).

18) Cespe/SF/Advocacia/1995 (adaptada): Quanto ao processo


legislativo, é correto afirmar que a CF/88 dispõe sobre a elaboração,
redação, alteração e consolidação das leis.

Errada. A Constituição dispõe que uma lei complementar vai regular


esses assuntos, no caso, a Lei Complementar 95/98 (CF/88, art. 59, par.
único).

19) Inédita: Há algumas situações no Senado para as quais o


Regimento Interno veda a concessão de apartes. Estão aí incluídos os
encaminhamentos de votação, os quais em nenhuma hipótese poderão
sofrer apartes.

Errada. O encaminhamento de votação, de modo geral, não permite


apartes. Porém, existem exceções: são os casos de requerimento de
homenagem de pesar ou de voto de aplauso ou semelhante (RISF, art.
14, XII, “b”, 3).

32
www.pontodoscursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 08

20) Inédita: No uso da palavra, o Senador poderá ser interrompido pelo


Presidente, nos casos previstos no Regimento ou por outro Senador, com
ou sem o consentimento do orador.

Correta (RISF, art. 18, I e II).

21) Inédita: Toda proposição, antes de ser distribuída para as


comissões que acerca dela devam se manifestar, precisa ser apresentada
no Plenário.

Errada. As proposições podem ser apresentadas nas comissões, perante


a Mesa e no plenário (RISF, art. 235, I, II e III). Em geral, os projetos
são protocolados junto à Mesa. Mas não podemos esquecer que entre as
proposições estão incluídos requerimentos e emendas, que podem ser
apresentados nas comissões e até mesmo em plenário.

22) Inédita: Não se admite solicitação de aparte a orador que estiver


suscitando questão de ordem.

Correta (RISF, art. 14, XII, “b”, 5).

33
www.pontodoscursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 08

LISTA DE QUESTÕES DESTA AULA

1) FGV/SF/Técnico Legislativo/2008: Lei complementar, nos termos


da Constituição, dispõe sobre a elaboração, redação, alteração e
consolidação as leis. Nessa linha, pode-se afirmar que a lei em vigor é a:

(A) LC 105/1999.
(B) LC 33/1988.
(C) LC 205/2008.
(D) LC 95/1998.
(E) LC 120/2000.

2) FGV/SF/Analista Legislativo/2008: Analise as afirmativas a


seguir:

I. As leis são estruturadas em quatro partes: a preliminar, a normativa, a


complementar e a final.
II. A nova lei deve enumerar, de forma clara e expressa, as leis ou
disposições legais revogadas.
III. A lei não deverá conter matéria estranha a seu objeto ou a este não
vinculada por afinidade, pertinência ou conexão.

Assinale:

(A) se todas as afirmativas estiverem corretas.


(B) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
(C) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
(D) se apenas a afirmativa I estiver correta.

3) FGV/SF/Advogado/2008 (adaptada): Em relação à convocação e


comparecimento de Ministro de Estado, é correto afirmar que após a
exposição do Ministro, abre-se a fase de interpelação, pelos senadores
inscritos, dentro do assunto tratado.

4) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002 (adaptada): Considere a


seguinte situação hipotética. Um Senador, líder do partido X, interpôs
recurso para o Plenário contra decisão do presidente da Mesa do Senado
sobre questão de ordem levantada por outro Senador, relacionada à
constituição de uma comissão parlamentar mista de inquérito. Nessa
situação, antes de submeter o recurso a votos, o presidente deve ter
encaminhado o assunto à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania,
tendo em vista que a questão foi levantada por Senador.

34
www.pontodoscursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 08

5) Cespe/SF/Consultor de Orçamentos/1996 (adaptada): O


parlamentar poderá suscitar questão de ordem mediante intervenção
autorizada pelo presidente da sessão, dispondo, para isso, de até quinze
minutos.

6) Cespe/SF/Consultor de Orçamentos/1996 (adaptada): Admite-


se que um congressista apresente contradita à questão de ordem, no
mesmo prazo previsto para a suscitação dela.

7) Cespe/SF/Analista Legislativo-Comunicação/1997 (adaptada):


Segundo o RISF, se um Senador utilizar-se de expressões descorteses ou
insultuosas, o presidente da sessão, conforme a necessidade, adverti-lo-
á, sucessivamente, com as expressões “Atenção!” e “Senador Fulano,
atenção!” e, se não lograr êxito, poderá ainda, retirar-lhe a palavra,
convidá-lo a se retirar imediatamente do recinto e, em caso de recusa,
suspender a sessão até que seja obedecido.

8) AOCP/Câmara Legislativa de Maringá/Assessor Legislativo/2010: A


respeito das técnicas de elaboração, redação e alteração das leis, assinale
a alternativa correta.

(A) A lei será estruturada em duas partes básicas: a parte preliminar e a


parte normativa.
(B) O primeiro artigo do texto não necessitará indicar o objeto da lei e o
respectivo âmbito de aplicação.
(C) A lei poderá conter matéria estranha a seu objeto ou a este não
vinculada por afinidade, pertinência ou conexão.
(D) O preâmbulo não necessitará indicar o órgão ou instituição
competente para a prática do ato e sua base legal.
(E) A vigência da lei será indicada de forma expressa e de modo a
contemplar prazo razoável para que dela se tenha amplo conhecimento,
reservada a cláusula "entra em vigor na data de sua publicação" para as
leis de pequena repercussão.
QUESTÃO 24
9) AOCP/Câmara Legislativa de Maringá/Assessor Legislativo/2010:
Analise as assertivas e assinale a alternativa correta. De acordo com as
técnicas de elaboração, redação e alteração das leis, os textos legais
serão articulados com observância dos seguintes princípios:

I - a unidade básica de articulação será o artigo, indicado pela


abreviatura "Art.", seguida de numeração ordinal até o nono e cardinal a
partir deste.

35
www.pontodoscursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 08

II - os artigos desdobrar-se-ão em parágrafos ou em incisos; os


parágrafos em incisos, os incisos em alíneas e as alíneas em itens.
III - os incisos serão representados por algarismos romanos, as alíneas
por letras minúsculas e os itens por algarismos arábicos.
IV - os Capítulos, Títulos, Livros e Partes serão grafados em letras
minúsculas e identificados por algarismos romanos, podendo estas
últimas desdobrar-se em Parte Geral e Parte Especial ou ser subdivididas
em partes expressas em numeral ordinal, por extenso.

(A) Apenas I, II e III.


(B) Apenas I e III.
(C) Apenas I, II e IV.
(D) Apenas I e IV.
(E) I, II, III e IV.

10) AOCP/Câmara Legislativa de Maringá/Assessor Legislativo/2010:


De acordo com a Lei Complementar n° 95/98 para o fim de redigir as
disposições normativas com clareza será necessário atentar para o
seguinte aspecto

(A) articular a linguagem, técnica ou comum, de modo a ensejar perfeita


compreensão do objetivo da lei e a permitir que seu texto evidencie com
clareza o conteúdo e o alcance que o legislador pretende dar à norma.
(B) expressar a idéia, quando repetida no texto, por meio das mesmas
palavras, evitando o emprego de sinonímia com propósito meramente
estilístico.
(C) evitar o emprego de expressão ou palavra que confira duplo sentido
ao texto.
(D) escolher termos que tenham o mesmo sentido e significado na maior
parte do território nacional, evitando o uso de expressões locais ou
regionais.
(E) construir as orações na ordem direta, evitando preciosismo,
neologismo e adjetivações dispensáveis

Para a próxima questão, leia o texto abaixo:

Lei n.º X, de 14 de junho de 2006


(…)
Art. 1.º Fica proibido, a partir da vigência desta lei, o gozo de férias
simultâneo por mais de um terço dos servidores de cada um dos setores
operacionais da autarquia federal Y.(…)
Art. 3.º Esta lei entra em vigor no prazo de um mês após a sua
publicação.

36
www.pontodoscursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 08

Art. 4.º Revogam-se as disposições em contrário.

11) Cespe/TCU/Auditor/2006 (adaptada): O art. 3.º da Lei n.º


X/2006 está em conflito com disposição expressa de lei complementar
federal que, publicada anteriormente à edição dessa lei, estabelece, de
forma precisa, como deve ser indicada a vacatio legis nas leis brasileiras.

12) FGV/SF/Analista Legislativo/2008 (adaptada): No que


concerne à Procuradoria Parlamentar, é correto afirmar que se compõe
de cinco Senadores, designados pelo Presidente do Senado, para
mandato de dois anos, admitida uma renovação.

13) Cespe/SF/Consultor de Orçamentos/1996 (adaptada): A


questão de ordem pode ter como objeto impugnações e propostas de
emenda ao mérito de qualquer projeto em tramitação.

14) Cespe/SF/Consultor de Orçamentos/1996 (adaptada): Da


decisão do presidente da sessão relativa à questão de ordem, é possível
a interposição de recurso, por parte de qualquer Senador, salvo se
envolver matéria constitucional.

15) Cespe/SF/Consultor de Orçamentos/1996 (adaptada): A


questão de ordem pode ter como objeto a polêmica doutrinária, se
relevante para a deliberação a respeito do projeto de lei em tramitação.

16) Cespe/SF/Consultor de Orçamentos/1996 (adaptada): O


presidente da sessão tem a prerrogativa de livremente apartear os
Senadores.

17) Cespe/SF/Consultor de Orçamentos/1996 (adaptada): O


presidente da sessão, por não perder sua condição de Senador, pode
participar dos trabalhos como qualquer um de seus pares.

18) Cespe/SF/Advocacia/1995 (adaptada): Quanto ao processo


legislativo, é correto afirmar que a CF/88 dispõe sobre a elaboração,
redação, alteração e consolidação das leis.

19) Inédita: Há algumas situações no Senado para as quais o


Regimento Interno veda a concessão de apartes. Estão aí incluídos os
encaminhamentos de votação, os quais em nenhuma hipótese poderão
sofrer apartes.

37
www.pontodoscursos.com.br
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2011
LUCIANO OLIVEIRA
AULA 08

20) Inédita: No uso da palavra, o Senador poderá ser interrompido pelo


Presidente, nos casos previstos no Regimento ou por outro Senador, com
ou sem o consentimento do orador.

21) Inédita: Toda proposição, antes de ser distribuída para as


comissões que acerca dela devam se manifestar, precisa ser apresentada
no Plenário.

22) Inédita: Não se admite solicitação de aparte a orador que estiver


suscitando questão de ordem.

GABARITO:

1D 2C 3C 4E 5E 6C 7C 8E 9E 10E 11C 12C

13E 14E 15E 16E 17E 18E 19E 20C 21E 22C

38
www.pontodoscursos.com.br

Você também pode gostar