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DIREITO TRIBUTÁRIO
E
FINANCEIRO
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
SUMÁRIO
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direito privado só podem receber a função de arrecadar. É o conhecido cometimento. CTN, Art. 7º, §
7º. Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito privado, do
encargo ou da função de arrecadar tributos). Porém isso não significa, necessariamente, que a
entidade delegatária vai dispor dos recursos, por ela, arrecadados. Porém, quando houver uma lei
que determine que os recursos arrecadados pertencerão à entidade delegatária, estaremos diante do
fenômeno da parafiscalidade*, que não se confunde com sujeição ativa e nem solidariedade ativa
(esta, inexistente no nosso direito tributário). Difere da sujeição ativa, pois para que esta se
caracterize, não importa a destinação dos recursos arrecadados. A delegatária será sujeito ativo,
mesmo que não disponha dos recursos. Ou seja, houve a delegação, certamente teremos o sujeito
ativo, mas poderemos não ter a parafiscalidade. (CTN, Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a
pessoa jurídica de direito público, titular da competência para exigir o seu cumprimento).
*OBS vitaminada: a delegação pode ser total ou parcial. Parafiscalidade é a delegação total
(delegação da arrecadação, administração e fiscalização de determinado tributo). Neste caso,
o produto da arrecadação destina-se a pessoa diversa da competente para a criação dos
tributos. Ex: a EC n. 42/2003 delegou a capacidade tributária ativa do ITR da União aos
municípios, desde que isso não implique em renúncia fiscal. O município que cobra o ITR
recebe todo o dinheiro e o administra. Por isso, é uma hipótese de parafiscalidade.
OBS vitaminada: MPF/14º: Assinale a alternativa correta: a) a competência tributária e a
capacidade tributária ativa se confundem; b) a competência tributária e a capacidade tributária ativa
são intrasferíveis; c) somente a competência tributária é indelegável; d) nenhum desses enunciados é
verdadeiro. (resposta: “c”)
Classificação das competências:
A) Concorrente: a capacidade para legislar sobre o direito tributário é concorrente entre a União,
estados e DF, como previsto no art. 24, inciso I, CF/88. A competência da União é para estabelecer
normas gerais, enquanto a dos estados e do DF é somente suplementar, salvo se não houver normas
gerais estabelecidas pela União, situação em que a competência de estados e DF será plena, até que
sobrevenha lei federal que disponha de forma contrária.
B) Comum: é a prevista no art. 145, II e III da CF/88. Todas as esferas possuem competência para
instituir taxas e contribuições de melhoria.
C) Privativa: arts. 148, 149, 149-a, 153, 155, 156 e 195 da CF/88. São os artigos que especificam a
competência de cada um dos entes para a instituição dos seus respectivos impostos. OBS
vitaminada: S.69/STF: A Constituição Estadual não pode estabelecer limite para o aumento de
tributos municipais.
D) Cumulativa: art. 147, CF/88. Esta competência só é exercida pelo DF e pela União. No caso do
DF, ele será competente para instituir os impostos municipais (além dos estaduais). No caso da
União, ela será competente para criação dos tributos estaduais, em relação aos Territórios, bem
como para a criação de tributos municipais, se o território não se dividir em municípios.
E) Residual: prevista nos arts. 154, I, e 195, § 4º da CF/88.
MPF/14º: A relação contida no art. 153, da CF, que trata dos impostos de competência da União é:
a) exaustiva; b) exemplificativa; c) exemplificativa se as demais pessoas políticas de direito
constitucional interno não exercerem a faculdade legislativa tributária; d) exaustiva para as exações
vinculadas. (resposta: “b”)
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F) Extraordinária: está prevista no art. 154, II, da CF/88. É uma competência exercida
exclusivamente pela União, em casos de guerra externa ou sua iminência.
Insta salientar que o extinto CPMF, foi criado por meio de sua competência privativa (por Emenda
Constitucional), não tendo sido através da competência residual da União.
1 Art. 195. § 7º da CF - São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que
atendam às exigências estabelecidas em lei. é caso de imunidade!!!
Art. 195, § 5º da CF - São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de transferência de imóveis
desapropriados para fins de reforma agrária.
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CONCEITO: O direito tributário traz como seu epicentro a relação de tributação entre o Estado e
pessoas sujeitas à tributação. Pode se definir a obrigação tributária como uma relação jurídica, em
que há de um lado um sujeito passivo, que tem o dever de pagar ao sujeito ativo (Estado ou uma
entidade delegatária), ou ainda de fazer ou não fazer - visando à fiscalização ou à arrecadação
tributária, tendo sido dado à Fazenda Pública o direito de constituir o crédito contra tal sujeito
passivo que, em regra, trata-se de particular.
Segundo Hugo de Brito Machado, poderíamos conceituar obrigação tributária como “a relação
jurídica em virtude da qual o particular (sujeito passivo) tem o dever de prestar dinheiro ao Estado
(sujeito ativo), ou de fazer, não tolerar ou tolerar algo no interesse da arrecadação ou da fiscalização
dos Tributos, e o Estado tem o direito de constituir contra o particular um crédito.”
ESPÉCIES: Dentro do gênero que é a obrigação tributária, se encontram as espécies: obrigação
principal e obrigação acessória. Pode-se dizer que neste ramo do direito, o devedor é denominado
contribuinte e o credor será sempre uma pessoa política de direito público interno.
Não há qualquer correlação, como a existente no direito civil, entre a obrigação principal e acessória
no direito tributário. A obrigação principal é sempre patrimonial e equivale à obrigação de dar do
direito privado: no caso, dar dinheiro. A obrigação acessória é sempre não patrimonial e constitui
uma obrigação de fazer, como por exemplo, emitir nota fiscal, não fazer ou tolerar.
A denominada obrigação acessória, segundo muitos doutrinadores, trata-se de um equívoco, já que
não segue a sorte da principal nem dela é dependente. O Código Tributário Nacional trata do seu
conceito no art. 113, §2º, possuindo a mesma natureza jurídica de uma obrigação de fazer, não fazer
ou tolerar. No entanto, mister se faz que, depois da Lei nº 8.137/90, várias dessas condutas de
obrigação de fazer previstas no CTN são consideradas crime fiscal em caso de eventual
descumprimento.
Para alguns autores, como Sasha Calmon, não existem obrigações acessórias nesse ramo do direito;
trata-se apenas de obrigações de fazer ou não fazer trazidas pela lei, como em qualquer outro ramo
do direito. Paulo de Barros Carvalho entende que não são nem mesmo obrigações em sua definição
literal, quiçá obrigação acessória. Muitos doutrinadores preferem a denominar dever instrumental.
O dever do sujeito passivo, ou seja, a obrigação tributária nasce em virtude da prática de um fato
gerador. Isso significa dizer que o nascimento da obrigação tributária independe da vontade do
sujeito passivo: a obrigação tributária é ex lege. É importante salientar que a obrigação tributária
principal (patrimonial) necessariamente estará prevista em lei. Ao passo que a obrigação tributária
acessória, segundo o CTN, estará prevista na legislação tributária, que inclui decretos, instruções
normativas ou portarias.
Conforme aponta Hugo de Brito Machado, podemos simplificar definindo obrigação tributária como
correspondendo à obrigação ilíquida do direito civil; crédito tributário corresponderia à aludida
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obrigação já liquidada. O lançamento poderia ser comparado ao processo de liquidação. Para ele: “É
sabido que obrigação e crédito, no Direito privado, são dois aspectos da mesma relação. Não é
assim, porém, no Direito Tributário brasileiro. O CTN distinguiu a obrigação (art. 113) do crédito
(art. 139). A obrigação é um primeiro momento na relação tributária. Seu conteúdo não é ainda
determinado e o seu sujeito passivo ainda não está formalmente identificado. Por isso mesmo a
prestação respectiva ainda não é exigível. Já o crédito tributário é um segundo momento na relação
de tributação. No dizer do CTN, ele decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta
(art. 139). Surge com o lançamento, que confere à relação tributária liquidez e certeza.”
2 Resposta: “d”.
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Normas Gerais de Direito Financeiro: além dos arts. 163 e 164 da CF/88, que dispõem sobre as
normas gerais das Finanças Públicas, o art. 165, § 9º, da CRFB/88, prevê a necessidade de uma Lcp
que disponha sobre normas gerais de direito financeiro. Dispõe que cabe à Lei Complementar: I -
dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano
plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual; II - estabelecer normas de
gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta bem como condições para a
instituição e funcionamento de fundos.
Essa Lcp a que alude o art. 165 da CRFB ainda não existe. A lei federal n. 4.320/64 adveio como lei
ordinária, na época da CF/46. Com a CF/67, este diploma foi recepcionado com status de Lei
Complementar, devido à exigência constitucional de Lcp para tratar de direito financeiro e
tributário. Com a CF/88, esse status de Lcp se manteve. Existe um projeto de Lei no Congresso (Lei
de Responsabilidade Orçamentária) para tratar desses temas, o que resultará na revogação da Lei n.
4.320/64.
Perguntas da oral do 26º e 27º:
Questões: Perguntou sobre conceito de Direito Financeiro, as suas lei, os limites fixados na
LRF. Minhas impressões: O examinador sempre depois da minha resposta aproveitar para
acrescentar algo. Gostei muito. Fiquei com a impressão que ele se deteve, mas no direito financeiro
do que no tributário. Ele criticou a falta de controle dos gastos públicos no Brasil.
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3 Resposta: “c”.
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O Código Tributário Nacional dá um conceito bem definido de fato gerador: “Art. 114 - Fato
gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua
ocorrência” e “Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da
legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal.”
OBS vitaminada: MPF/27º(Q.47): A obrigação tributária principal é obrigação de fazer.
(FALSO!)
Impende-se trazer à baila a crítica feita por COÊLHO sobre a ausência de densidade do art. 115 do
CTN, que define o fato gerador da obrigação acessória: “[...] as chamadas obrigações acessórias
não possuem ‘fato gerador’; decorrem de prescrições legislativas imperativas: ‘emita-se notas
fiscais’, ‘declare rendas e bens’ etc. A impropriedade redacional é sem par. Diz-se que o fato
gerador da obrigação acessória é ‘qualquer situação’ que, na forma da ‘legislação aplicável’, impõe
a ‘prática ou abstenção de ato’. Outra maneira de prescrever deveres de fazer e não-fazer por força
de lei.” (p. 587).
Há situações em que o próprio CTN e o legislador ordinário tratam a hipótese de incidência por fato
gerador. Todavia, deve ser realizada a distinção. A hipótese de incidência (ou “fato gerador in
abstracto”, para a doutrina clássica) é a previsão legal abstrata da situação a que se atribuiu o efeito
jurídico de gerar a obrigação tributária (ex.: aquisição de disponibilidade econômica ou jurídica de
renda ou de proventos de qualquer natureza), enquanto fato gerador ou fato imponível (ou ainda
“fato gerador in concreto”, para a doutrina clássica) é a sua concretização no plano fático (ex.: Tício
recebeu dividendos de uma sociedade anônima da qual é acionista). Ambos são elementos que, ao se
unirem, dão origem à obrigação (ou dever) de pagar o tributo.
O fato gerador é o aspecto material da hipótese de incidência tributária. Segundo o CTN, em seu art.
4º, a natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador. Paulo de Barros
CARVALHO (apud PAULSEN), porém, acrescenta a base de cálculo a este raciocínio, com
supedâneo nos arts. 145, § 2º e 154, I, ambos da CF, que demonstram a importância da base de
cálculo e, logo, da tipologia tributária como critério constitucional para determinação da natureza
do tributo.
Apenas para fins didáticos, podem-se classificar os fatos geradores, com relação ao momento da sua
ocorrência, da seguinte forma: a) Instantâneos: quando se verificam e se esgotam em determinada
unidade de tempo, dando origem, cada ocorrência, a uma obrigação tributária autônoma (tributos
que incidem sobre a comercialização de bens e serviços); b) Continuados: abrangem todos os que
configuram situações duradouras, que se desdobram no tempo, por intervalos maiores ou menores,
em verdadeiro status jurídico (tributos que incidem sobre a propriedade); c) Complexivos,
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complexos ou periódicos: aqueles cujo processo de formação tenham implemento com o transcurso
de unidades sucessivas de tempo, de maneira que, pela integração dos vários fatores, surge o fato
final (Imposto de Renda).
OBS vitaminada: MPF/19° 4 : ASSINALE O IMPOSTO CUJO FATO GERADOR É
INSTATÂNEO:
a) Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU);
b) Imposto Sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA);
c) Imposto de Renda de Pessoa Jurídica;
d) Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Serviços.
O fato gerador, segundo o art. 116 do CTN, pode configurar situação de fato ou situação jurídica.
OBS vitaminada: tratando-se de situação de fato, o fato gerador considera-se ocorrido
desde o momento em que se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que
produza os efeitos que normalmente lhe são próprios; tratando-se de situação jurídica,
considera-se ocorrido o fato gerador desde o momento em que esteja definitivamente
constituída, nos termos de direito aplicável.
Sendo, o fato gerador, uma situação jurídica, esta pode estar subordinada a uma condição (evento
futuro e incerto), configurando negócios jurídicos condicionais, de forma que o fato gerador
considerar-se-á ocorrido, segundo artigo 117 do CTN, nos casos em que houver: a) condição
suspensiva: com o implemento da condição; b) condição resolutória: desde que o ato ou negócio
jurídico foi celebrado, sendo, neste caso, inteiramente irrelevante a condição. Ex.: fim de casamento
provoca desfazimento da doação feita sob a condição de o donatário não se separar; não obstante a
condição, o tributo incidiu.
OBS vitaminada: MPF/27º(Q.47): Na doação sob condição resolutiva não ocorre o fato
gerador do tributo. (FALSO!)
Sacha Calmon COÊLHO alerta, quanto à condição suspensiva, que não é o fato gerador que fica
pendente, mas sim o negócio jurídico. Isso porque, segundo o doutrinador, inexiste fato gerador
pendente, a despeito da “péssima e imprecisa” redação do art. 105 do CTN5 (pp. 589/590).
Importante observar que a problemática sobredita aplica-se tão somente aos fatos geradores dos
impostos gerais ou especiais, mas não às taxas, às contribuições sinalagmáticas e às contribuições de
melhoria. Explica COÊLHO que os seus fatos geradores implicam necessariamente atuações do
Estado, ou seja, “temos fatos do Estado, atuações deste, incompatíveis com as condições que
aderem aos negócios jurídicos (atos jurídicos bilaterais ou contratos).”
O parágrafo único do art. 116 ainda dispõe: “A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos
ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do
tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os
procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária”.
Outra classificação trazida por PAULSEN é a que diz respeito à existência de atividade do estado ou
à situação relativa ao próprio contribuinte: a) fato gerador vinculado: é aquele realizado pela
4 Resposta: “d”.
5Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles
cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja completa nos termos do artigo 116.
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própria Administração (ex.: taxas e contribuições de melhoria); b) fato gerador não vinculado: é
aquele que não diz respeito à Administração, mas ao próprio contribuinte (ex.: ITR, IR, II, ICMS).
Kiyoshi HARADA traz ainda uma última classificação: fatos geradores confrontantes. Situam-se
esses fatos geradores em uma zona cinzenta, dificultando a identificação do sujeito ativo do tributo,
podendo gerar conflitos de competência. Poder-se-ia, também, tangenciar o estudo do denominado
fato gerador presumido, figura que, após tantas dúvidas acerca de sua constitucionalidade e
legitimidade (pois criado pelo Convênio 66/88), foi, com a Emenda Constitucional 3/93, alçado ao
nível constitucional (art. 150, §7º, da CF) e há tempo respaldado pela jurisprudência do STF. Há
quem sustente que o fato gerador presumido, possibilitando cobrar tributo por antecipação de um
fato futuro e meramente provável, viola cláusulas pétreas - cuja modificação, por emenda, é
expressamente vedada -, porquanto afronta o direito à propriedade e os princípios da segurança
jurídica, da tipicidade e, por vezes, o da legalidade (FERRAGUT, p. 1184).
O Direito Tributário preocupa-se tão somente em saber sobre a relação econômica relativa a um
determinado negócio jurídico, o que se nota na dicção do art. 118 do CTN: “são irrelevantes, para a
ocorrência do fato gerador, a natureza do objeto dos atos praticados e os efeitos desses atos”6. Trata-
se da interpretação objetiva do fato gerador (que derivou da máxima latina pecunia non olet), o que
possibilita serem tributados os atos nulos e os atos ilícitos (SABBAG, pp. 654/654). Tal panorama
ratifica o paradigma de que a capacidade tributária passiva é plena, não comportando restrições (art.
126 do CTN). A intenção do Direito Tributário, ao instaurar a norma do art. 118 do CTN foi de dar
tratamento isonômico aos detentores de capacidade contributiva e, ao mesmo tempo, evitar que a
atividade criminosa se configurasse mais vantajosa, inclusive pela isenção tributária.
OBS vitaminada: MPF/13°7: NOS RENDIMENTOS AUFERIDOS EM ATIVIDADE
ILÍCITA:
a) decorrendo a validade dos atos jurídicos dos requisitos de agente capaz, objeto ilícito e
forma prescrita e não defesa em lei, é inadmissível o poder tributante exigir imposto
cuja obrigação tem por fato gerador situação penalmente reprovável;
b) não incide imposto de renda porquanto nao descrito pelo legislador ato ilícito como
elemento de hipótese de incidência;
c) exigência tributária fica sobrestada até o pronunciamento judicial declaratório da
licitude da atividade;
d) é exigível o imposto, posto que a ilicitude dos atos praticados não interfere na relação
tributária.
6 Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se: I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados
pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos; II - dos efeitos dos fatos
efetivamente ocorridos.
7 Resposta: “d”.
8 Resposta: “d”.
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Obrigação tributária (OBS vitaminada): a relação jurídica de direito tributário é uma relação de
direito pessoal (diferente das relações de direito real); sendo assim, trata-se de uma relação de
direito obrigacional. Sendo direito pessoal, as relações jurídicas tributárias têm em seus polos
pessoas. Como a relação tributária é obrigacional, temos, no polo ativo, uma pessoa chamada credor
(que é o titular do direito, que exige o objeto da obrigação) e, no polo passivo, uma pessoa chamada
devedor (que é o obrigado, de quem é exigido o objeto da obrigação). Assim, aquele que ocupa o
polo ativo, é chamado de sujeito ativo, e o que figura como devedor é denominado sujeito passivo
(MA&VP, p. 5).
Sujeito ativo (OBS vitaminada): o art. 119 do CTN preconiza que sujeito ativo da obrigação é a
pessoa jurídica de direito público titular da competência para exigir o seu cumprimento. Segundo
Paulo de Barros Carvalho (p. 301), sujeito ativo é o titular do direito subjetivo de exigir a prestação
pecuniária. Pode ser uma pessoa jurídica pública ou privada e, para Carvalho, também pode ser uma
pessoa física. Atenção: não confundir competência tributária com capacidade tributária.
Competência tributária → o poder constitucionalmente atribuído, pela CR, à União, Estados, DF e
Municípios (entes dotados de poder legislativo) de instituir tributos por meio do processo
legislativo. É aptidão legislativa ou regulamentar. Capacidade tributária → aptidão para integrar a
relação jurídica tributária no polo ativo (exigindo o tributo – lançar e receber: capacidade tributária
ativa) ou no polo passivo (respondendo pelo tributo: capacidade tributária passiva). Relação jurídica.
OBS vitaminada: portanto, se houver a delegação, pelo ente tributante, da sua capacidade
tributária ativa, a relação jurídica tributária será, então, composta por um outro sujeito ativo, que não
será, necessariamente, uma pessoa jurídica de direito público, como prescreve o CTN. Mas veja, se
cair no concurso “de acordo com a lei”, é melhor colocar o que está no CTN. O STJ tem se
manifestado no sentido de que a delegação da capacidade tributária ativa muda o sujeito ativo
do tributo (AgRg 257642).
OBS: O ente que detém competência pode coincidir ou não com o que tem capacidade.
Há autores (Coêlho, p. 73) que entendem que a disposição do art. 119 do CTN é incompleta, pois é
possível que pessoas jurídicas de direito privado (SESI, SESC, etc) e até mesmo pessoas naturais
(tabeliões) exerçam a capacidade ativa. Ou seja, não se restringe a pessoa jurídica de direito público.
Em sentido contrário, Alexandre (p. 301) afirma o contrário no que concerne às contribuições
sociais sindicais: uma breve leitura dos dispositivos legais que instituem a contribuição sindical
revela que, apesar de entidades sindicais serem as destinatárias do produto da arrecadação, quem
aparece como sujeito ativo da contribuição é a União, por intermédio do MTE (CLT, arts. 578 a
610).
Todavia, saliente que o STJ sumulou que – “A Confederação Nacional da Agricultura tem
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legitimidade ativa para a cobrança da contribuição sindical rural.” (S. 396). A CNA é uma pessoa
jurídica de direito privado. Conforme precedentes da súmula (REsp 704.506, STJ, et al), percebe-se
que: o advento da lei 8847/94 extinguiu a competência da SRF para arrecadação das contribuições
sindicais; b) há convênio entre esta e a CNA. Todavia, não houve manifestação expressa sobre a
possibilidade de delegar a pessoas jurídicas de direito privado.
A doutrina (Sabbag, p. 678) classifica o sujeito ativo em direto (entes tributantes com competência)
e indireto (detentores somente da capacidade tributária ativa).
Art. 126 do CTN → a capacidade tributária passiva independe da capacidade civil da pessoal natural
ou jurídica (regular constituição).
OBS vitaminada: MPF/14º: É correto afirmar: a) a capacidade tributária depende da
capacidade civil; b) o pai do menor, perante o Fisco, responde como sucessor; c) a
capacidade tributária independe da capacidade civil; d) que é incapaz, sob o ponto de vista
tributário, o profissional que, suspenso do exercício das suas atividades, vier assim mesmo a
exercê-las. (resposta “c”)
OBS vitaminada: diante da questão, pode-se cobrar também o seguinte: a capacidade
tributária passiva independe de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que
importem privação ou limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou
profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negócios (CTN, art. 126, II); a
capacidade tributária passiva independe de estar a pessoa jurídica regularmente
constituída, bastando que configure uma unidade econômica ou profissional (CTN, art.
126, III).
Sujeito passivo (OBS vitaminada): segundo o CTN, o sujeito passivo da obrigação principal é a
pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária (art. 121) e o sujeito passivo da
obrigação acessória é a pessoa obrigada às prestações que constituam o seu objeto (art. 122). O
sujeito passivo da obrigação principal diz-se: I – contribuinte, quando tenha relação pessoa e
direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador; II – responsável, quando, sem
revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei (art. 121,
pú).
Contribuinte (sujeito passivo direito); Responsável (sujeito passivo indireto). Contribuinte →
pessoa, física ou jurídica, que tenha relação de natureza econômica, pessoal e direta com a situação
que constitua o fato gerador. Contribuinte de fato → não integra a relação econômica (Bruno:
entendo que integra, sim, a relação econômica, podendo integrar ou não a relação jurídica
tributária). Não tem obrigação legal de pagar o tributo. Porém lhe é transferido o ônus econômico do
tributo. Contribuinte de direito → tem a obrigação legal de pagar o tributo. Responsável tributário
→ pessoa obrigada por lei ao pagamento do tributo, embora não tenha a condição de contribuinte
(sem relação econômica pessoal e direita com o F.G.).
Substituição tributária → exclusão legal (ou atribuição em caráter supletivo) da responsabilidade do
contribuinte.
ASPECTOS GERAIS DA SUJEIÇÃO PASSIVA: i) Convenções particulares, em regra, não são
oponíveis à fazenda, só a lei pode excepcionar (art. 123 CTN); ii) Art. 126 do CTN: a capacidade
tributária passiva independe da capacidade civil da pessoal natural ou jurídica (regular constituição);
iii) Em regra, o pagamento, a isenção ou remissão e a interrupção da prescrição, em favor ou contra,
afeta aos demais devedores solidários.(Art. 125 do CTN).
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9Cuidado com as pegadinhas em concurso. Embora o art. 124, I traga uma cláusula aberta, existe solidariedade. Geralmente, a idéia
da solidariedade está ligada a uma previsão legal estrita e rígida (afinal, solidariedade não se presume). No CTN, contudo, basta a
existência de interesse comum na situação que constitui fato gerador da obrigação principal.
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atos ou fatos que deram origem à obrigação. Se o sujeito não eleger um domicílio, deve ser aplicado
um dos previstos no art. 127 ou, não sendo possível, novamente “o lugar da situação dos bens ou da
ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação”.
Domicílios previsto no art. 127: i) das pessoas naturais: a sua residência habitual, ou, sendo esta
incerta ou desconhecida, o centro habitual de sua atividade; ii) das pessoas jurídicas de direito
privado ou das firmas individuais: o lugar da sua sede, ou, em relação aos atos ou fatos que derem
origem à obrigação, o de cada estabelecimento; iii) das pessoas jurídicas de direito publico: qualquer
de suas repartições no território da entidade tributante.
Obs: Apesar da liberdade conferida pelo legislador ao sujeito passivo na escolha do domicílio
tributário, tem-se admitido a edição de leis restritiva de tal direito em relação a alguns tributos. ex: A
lei 9.393/96 impôs como domicílio do contribuinte do ITR o Município de localização do imóvel,
vedando a eleição de qualquer outro.
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1. Noções Gerais: Classicamente, tem por fim possibilitar ao Estado proceder à cobertura de
despesas públicas. Modernamente, também serve para intervenção na economia (ex. gerar politicas
expansionistas ou depressoras da economia).
2. Conceito: 1º) conceito de receita pública na doutrina: (BALEEIRO, 126): é a entrada que,
integrando-se no patrimônio público sem quaisquer reservas, condições ou correspondência no
passivo, vem acrescentar o seu vulto, como elemento novo. (entrada definitiva). Ingresso provisório
se chama entrada provisória. (Ex: caução do licitante, empréstimo compulsório). 2º) conceito de
receita pública da L. 4.320/64: (essa lei não adota a distinção doutrinária já mencionada). Adota um
conceito “latu”: qualquer entrada de dinheiro no cofre público.
Nos termos dessa lei → os EMPRÉSTIMOS PÚBLICOS, apesar de terem natureza tributária, sua
receita é classificada como “receita de capital”.
OBS vitaminada: MPF/26º: Consoante a lei 4320/64, que estabelece normas gerais de direito
financeiro, receita pública é aquela decorrente da entrada de recursos financeiros ao tesouro da
pessoa política, a qualquer título, em caráter transitório ou definitivo, aumentando o patrimônio
público ou não.
Essa questão traz o conceito de receita pública em sentido amplo, que, conforme a doutrina
majoritária, se refere a ingresso público. Ou seja, segundo a lei, qualquer entrada de recursos,
seja transitória ou definitiva, é considerada receita pública.
3. Classificação: Diversas são as classificações das receitas públicas. As principais são:
Quanto à periodicidade
- Ordinária: Fontes permanentes. Ex: tributos em geral
- Extraordinária. Fontes eventuais. Ex: doações, IEG, EC
Quanto ao modo de atuação do Estado10
- Originária (sem poder soberano – relação de coordenação). Ex: contatos, herança vacante,
exploração do próprio patrimônio, preços públicos, etc.
- Derivadas (com poder soberano – subordinação). Proveniente do patrimônio dos particulares. Ex.
tributos, multas.
Quanto ao motivo (art. 11, Lei 4320/64)
- Correntes (decorrem de atividades próprias do Estado). Ex: tributação, cobrança de preços
públicos, transferências, etc..
- Capital (decorre de operações para captação externa de recursos). Ex: endividamento.
10 Piscitelli (p. 81) faz ainda a subdivisão desta classificação em receitas transferidas – que seriam aquelas decorrentes de
transferência de um ente para outro. Tais receitas podem ser constitucionais ou legais; podem ser de transferência obrigatória ou de
transferência voluntária. Ex: art. 157 a 162 da CR.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
Quanto à natureza:
- Orçamentária (decorre de Lei Orçamentária). Art. 11 da Lei 4320/61.
- Extra-orçamentária (não integram o orçamento público). Art. 3º da Lei 4320/61.
OBS vitaminada: A receita não é classificada como orçamentária simplesmente por estar
no orçamento, pois há receita orçamentária que não está prevista no orçamento. O que a
diferencia é o fato de pertencer ao Estado, não devendo ser devolvida. Toda receita prevista
na LOA é orçamentária, mas nem toda receita orçamentária estará prevista na LOA. Ex: o
tributo criado após a elaboração do orçamento não estará na LOA, mas serão ingressos
orçamentários (não aplica o princípio da anualidade no direito tributário, mas apenas no
financeiro). A receita não-orçamentária são recursos financeiros de caráter temporário,
que não se incorporam ao patrimônio público e não estão previstas na LOA. O Estado é
mero depositário desses recursos, que constituem passivos exigíveis. Assim, as restituições
de receita extraorçamentária não dependem de autorização legislativa. Ou seja, são
recursos arrecadados pelo Estado que, embora aumentem a disponibilidade, não pertencem a
ele, devendo ser devolvidos posteriormente. Portanto, orçamentária: pertence ao Estado,
não devendo ser devolvida; extraorçamentária: não pertence ao Estado, devendo ser
devolvida.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
repasse). Vale dizer, ainda que os Estados e municípios recebam royalties por transferência
da União, eles também configuram receita originária própria desses entes federativos.
Dívida ativa tributária e não-tributária – é receita corrente (art. 39, L. 4.320/64 - classificadas como
“outras receitas correntes”, mesmo que decorrente de tributo).
4. Estágios e regime contábil da receita. Estágios da receita: 1º - previsão; 2º - lançamento; 3º -
arrecadação; 4º - recolhimento. Regime contábil da receita: regime de caixa (art. 35 – pertencem ao
exercício financeiro as receitas nele arrecadadas). Exceção: pelo art. 38 da L. 4320/64, a baixa ou o
cancelamento dos restos a pagar deverá ser contabilizada como receita orçamentária, escriturada
como receita do próprio exercício.
Obs 2: O Superávit do Orçamento Corrente, art. 11, § 3º, da Lei 4.320/64 é considerado receita de
capital, mas não é considerado receita orçamentária.
5. A receita pública e a lei de responsabilidade fiscal:
a) Obrigatoriedade de instituição (previsão e efetiva arrecadação) pelos entes públicos de todos os
tributos de sua competência. Sem instituição de todos os IMPOSTOS → não recebimento de
transferências voluntárias (não alcança as transferências voluntárias destinadas à saúde, educação e
assistência social – art. 25, §2º da LRF); Essa regra é inútil em face da União, uma vez que ela não
recebe transferências voluntárias (“ente maior”). Saliente-se que não há cumprimento por parte da
União no que concerne ao IGF.
b) previsões de receitas elaboradas com critérios técnicos (variações inflacionárias, expectativa de
crescimentos, evolução nos últimos 3 anos, etc). O art. 12, § 3º, da LC 101/00 recebeu intepretação
conforme pelo STF (ADI 2238-5), ante a previsão do art. 167, III, CR. A partir disso, o dispositivo
deve ser interpretado como válido, admitindo-se, todavia, as operações de crédito que superem as
despesas de capital em caso de aprovação, por maioria absoluta do Poder Legislativo de despesas
específicas. Art. 167. São vedados: III - a realização de operações de créditos que excedam o
montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou
especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta;
c) Renúncias de Receitas – a Administração está autorizada a conceder renúncias e, assim, provocar,
deliberadamente, a redução de receitas. Contudo, essa possibilidade está limitada ao cumprimento
das condições previstas no próprio artigo 14 da LRF11 (Piscitelli, p. 88) (o rol do art. 14, § 1º da LRF
é exemplificativo) acompanhadas de MECANISMOS DE COMPENSAÇÃO (ampliação de receita
tributária)*. Os mecanismos de compensação do Art. 14, II, foi objeto de ADI (STF, ADI 2238), na
qual o dispositivo foi considerado constitucional. Não se aplica para alteração de alíquota dos
seguintes impostos: II, IE, IPI e IOF (art. 14, § 3º, I da LRF). A isenção geral não caracteriza
renúncia de receita (art. 14, §1º da LRF).
OBS vitaminada: Muita atenção: nem sempre será necessária a existência de uma medida
de compensação para que seja efetivada uma renúncia de receita. Caso o chefe do Executivo
demonstre que a renúncia foi considerada na estimativa da receita e que ela não afetará as
metas dos resultados fiscais, não será necessária uma medida de compensação. Só será
11Condições: o ato deve a) estar acompanhado de uma estimativa de impacto orçamentário-financeiro da perda da receita, no
exercício que deva entrar em vigor e nos dois subsequentes; b) atender ao disposto da LDO e, ademais a pelo menos uma de duas
condições: i) o proponente deve demonstrar que houve a consideração da renúncia na estimativa de receita presente na LOA e que a
renúncia não afetará as metas de resultados fiscais previstas na LDO; ii) deverá estar acompanhada de medidas de compensação,
também pelo período de três anos, as quais deverão se operar pelo aumento de receita decorrente do aumento da carga tributária.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
necessária uma medida compensatória se o chefe do Executivo não observar o inciso I do art.
14 da LRF. Vale ressaltar que a lei que concede alguma forma de renúncia de receita ou
prevê a medida compensatória não precisa observar os princípios da anterioridade de
exercício e anterioridade nonagesimal.
Receita Corrente Líquida - parâmetro para os limites de pessoal e endividamento.
Repartição das Receitas Tributárias (arts.157 a 162 da CF/88): → Fim: assegurar a autonomia
política e financeira dos entes federativos. → A regulamentação da repartição depende de LC (art.
161 da CR) e há obrigatoriedade de cálculos das cotas dos fundos de participação pelo TCU (art.
161, par. único); → Regra: vedação de condicionamentos, restrições ou retenções (art. 160 e §); →
Tributos que não sofrem repartições: a) taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios
e contribuições especiais e parafiscais (exceção: CIDE-combustíveis: art. 159, III), b) impostos
municipais, c) impostos instituídos e arrecadados pelo DF, d) ITCMD, e) II, IE, IGF e IEGuerra.
Modalidades de participação (Harada): i) participação direta dos Estados, DF e Municípios no da
União → PERTENCEM (incorporam-se desde logo: art. 157, I e 158, I); ii) participação direta no
produto de impostos de receita partilhada (arts. 157, II, 158, II, III, IV e 159, III). Tais tributos já
PERTENCEM a eles e o ente “maior” deve DEVOLVER ao menor. A titularidade é de mais de um
participante. Vide: RE 572.762; c) participação (indireta) em fundos (art. 159). Diferente das demais
modalidades (“pertencem aos...”) na participação em fundos (FPE, FPM e FNE, FNO, FCO, FPEX
– compensação pela exportação e produtos industrializados) o ente político beneficiado tem uma
expectativa de receber o quantum segundo os critérios ali estabelecidos (“a União entregará...”).
- Conforme o art. 6º, § 1º da L. 4320/64, “as cotas de receitas que uma entidade pública deva
transferir a outra incluir-se-ão, como despesa, no orçamento da entidade obrigada e, como receita,
no orçamento da que as deva receber”.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
MPF/26º: Consoante a lei 4320/64, que estabelece normas gerais de direito financeiro, receita
pública é aquela derivada exclusivamente das chamadas receitas de capital. (FALSO!)
Como dito acima, a receita pública é constituída pelas receitas correntes e pelas receitas de
capital
MPF/25º: A verba repassada ao município, a título de fundo de participação dos municípios,
caracteriza-se como: a) receita corrente; b) receita de capital; c) receita originária; d)
participação no produto de impostos de receita partilhada. (resposta: “a”)
Os recursos advindo do FPM, são espécie de receitas correntes, na modalidade de
transferência corrente. Quanto à alternativa “d”, de fato, a verba repassada a título de FPM se
afigura como participação indireta no produto de impostos de receita partilhada, uma vez que
o FPM é formado de percentuais do IR e do IPI. No entanto, não há essa classificação
orçamentária a justificar o acerto da assertiva.
Receita corrente: são decorrentes de atividade próprias do Estado. Não acrescenta ao patrimônio
público. São arrecadadas e logo convertidas em bens ou serviços, de modo que apenas mantém a
máquina pública, sem acrescentar-lhe qualquer ativo. Desdobra-se em: a) receita tributária: aquela
proveniente da arrecadação de impostos, taxas e contribuições de melhoria; b) receita de
contribuições: incluem as chamadas contribuições sociais; c) receita patrimonial: é a receita
resultante da exploração do patrimônio do Estado, como se dá com o recebimento de alugueis,
laudêmios etc. d) receita agropecuária: receita advinda da exploração agropecuária de origem
animal ou vegetal; e) receita industrial: resultado financeiro das atividades industriais do Estado; f)
receita de serviços: remuneração da prestação de serviços ofertados e g) transferências correntes:
recursos recebidos de outras pessoas jurídicas, independente de contraprestação em bens ou
serviços, destinados a atender às despesas correntes.
Receita de capital: são decorrentes de operações para captação externa de recursos (ou seja, fora
das atividades próprias do Estado). É aquela destinada a produzir outra riqueza, que é advinda de
uma operação em que patrimônio gera patrimônio, ou seja, em que haja aumento do patrimônio do
Estado. Desdobra-se em: a) operações de crédito: recursos obtidos quando o Estado é tomador de
recursos; b) alienação de bens: recursos provenientes da venda de bens públicos; c) amortização
de empréstimos: recursos que o Estado obtém quando age como cedente de recursos e d)
transferências de capital: quando o Estado recebe algum recurso para realizar investimento, esse
recurso é tido como uma transferência de capital (como na celebração de convênio).
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
RECEITA DE SERVIÇOS
TRANSFERÊNCIAS CORRENTES
OUTRAS RECEITAS
CORRENTES
12Resposta tirada do livro “Questões Discursivas do Concurso de Procurador da República 18º ao 25º concurso respondidas e
comentadas”. 2ª edição. Ed. Juspodivm.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
Contribuição é uma espécie de tributo cuja receita tem destino específico. O art. 149 da CF prevê
três espécies de contribuição de competência exclusiva da União: as sociais, as de intervenção no
domínio econômico e as de interesse de categoria econômica. Por outro lado, aos Estados, DF e
Municípios compete criar as contribuições previdenciárias de seus servidores (art. 149, §1º, CF).
Aos Municípios e ao DF compete a criação da COSIP (art. 149-A, CF).
OBS vitaminada: MPF/26º: Pode ser instituída, por unidade da Federação, contribuição
de seus servidores, de modo compulsório, para custeio de serviços assistenciais à saúde
porquanto se insere na exceção prevista no art. 149, §1º, da CF. (FALSO!) Resposta: Os
Estados-membros podem instituir apenas contribuição que tenha por finalidade o custeio do
regime de previdência de seus servidores. A expressão “regime previdenciário”, do art. 149,
§1º, da CF, não abrange a prestação de serviços médicos, hospitalares, odontológicos e
farmacêuticos (RE 573.540, 14/04/2010). § 1º Os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em
benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será
inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União.
1. Contribuições de intervenção no domínio econômico: Instrumento de atuação da União,
destinando-se ao custeio de serviços e encargos decorrentes da intervenção da União no domínio
econômico (art. 149 da CF). Essa intervenção da União, que admite a contribuição especial, pode ser
direta, isto é, por atuação ou atividade concreta (fomenta o setor produtivo, monopoliza a empresa,
explora atividade econômica etc.) ou indireta, por via legislativa (disciplina a liberdade de iniciativa,
reprime abuso do poder econômico etc.). Possui natureza extrafiscal.
OBS vitaminada: MPF/21º: É certo afirmar que a Contribuição de Intervenção no
Domínio Econômico (CIDE) a que se refere o art. 149 da CF tem natureza meramente
arrecadatória. (FALSO!)
A Constituição Federal, no art. 149, faz apenas uma previsão genérica da competência da União
para instituir contribuições de intervenção no domínio econômico. Não traz, porém, o delineamento
dos fatos geradores. Há, porém, um único fato gerador de CIDE na Constituição: o da CIDE-
combustíveis no art. 177, §4º.
Regras constitucionais (art. 149, §2º, I, II e III, da CF): (i) não incidirão sobre as receitas
decorrentes de exportação; (ii) incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou
serviços; (iii) poderão ter alíquotas: ad valorem ou específica.
Requisitos: A contribuição de intervenção no domínio econômico exige a concorrência dos
seguintes requisitos: (i) efetiva intervenção do Estado no domínio econômico, nos limites das
possibilidades constitucionalmente previstas para tanto; (ii) intervenção em atividade
originariamente reservada ao setor privado ou que tenha a este sido transferida por autorização,
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
concessão ou permissão; e (iv) interveção que cause um gasto excepcional do Estado ou benefício
especial a determinado grupo de indivíduos, componentes do setor objeto da intervenção efetuada.
Aquilo que foge a estes requisitos não pode ser contribuição de intervenção no domínio econômico,
tal qual pretendida pelo constituinte, mas coisa diversa, que se presta a financiar, indevida e
inconstitucionalmente, as atividades gerais do Estado. Aliás, as contribuições de intervenção do
domínio econômico instituídas sobre outras bases, que não as do art. 149 da CF, ou estão revogadas
pela EC 33/01, ou são inconstitucionais.
OBS vitaminada: MPF/21º: É certo afirmar que a Contribuição de Intervenção no
Domínio Econômico (CIDE) a que se refere o art. 149 da CF somente pode ser utilizada, em
regra, como instrumento regulatório da economia, cobrável, quase sempre, dos integrantes
do setor ao qual seja dirigida a atuação de interveção da União.
1.1. CIDE-Combustíveis: Instituída pela Lei 10.336/2001, com base no §4º do art. 177 da CF/88.
Tem como fato gerador a importação e comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e
seus derivados e álcool combustível. O sujeito passivo é o produtor, o formulador (ex.: refinaria) ou
o importador; a base de cálculo é por unidade de medida, já que a alíquota é específica (ex.: % por
m³ de gasolina, tonelada, etc.), e não ad valorem (ex.: R$ 500,00 por m³ de gasolina) e podem ser
diferenciadas por produto ou uso. Destina-se a receita: a) ao pagamento de subsídios a preços ou
transporte de álcool combustível, gás natural e seus derivados e derivados de petróleo; b) ao
financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás; c) ao
financiamento de programas de infraestrutura de transportes. É não cumulativa.
O Executivo pode alterar alíquotas, mas apenas para restabelecer as que tenham sido reduzidas por
ato seu. Está sujeita apenas à anterioridade dos 90 dias. Assim, é exceção aos princípios da
legalidade e da anterioridade anual.
Repartição das receitas: do total arrecadado, 29% serão repassados pela União aos Estados e DF. Os
Estados devem repassar 25% do que receberem da União aos seus municípios. Os recursos
recebidos pelos estados devem ser destinados ao financiamento de programas de infra-estrutura de
transportes (art. 158, III, e § 4º, da CF).
1.2. CIDE-Royalties: Foi instituída pela Lei 10.168/2000 e tem como fato gerador o pagamento de
direitos de licença e royalties a pessoas domiciliadas no exterior; pagamento pela prestação de
serviços técnicos e de assistência administrativa prestada por residentes no exterior. A base de
cálculo é o valor pago pelos direitos, royalties ou serviços. A alíquota é de 10%. Destinação:
FNDCT – Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (estímulo ao
desenvolvimento tecnológico e à pesquisa científica).
1.3. AFRMM (Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante): destina-se a atender aos
encargos da intervenção da União nas atividades de navegação mercante, consistindo essa
intervenção no apoio ao desenvolvimento da Marinha Mercante Brasileira e da indústria da
construção naval. Trata-se de um adicional ao frete cobrado das empresas brasileiras e estrangeiras
de navegação que operam em porto brasileiro, de acordo com o conhecimento de embarque e o
manifesto de carga, pelo transporte de carga de qualquer natureza, sendo esse adicional devido na
entrada do porto de descarga.
1.4. CONDECINE (Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional): as empresas
domiciliadas no Brasil são as contribuintes do tributo pelo pagamento, crédito, emprego, remessa ou
entrega, aos produtores, distribuidores ou intermediários no exterior, de importâncias relativas a
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
podem efetuar a majoração de suas “anuidades” por meio de atos normativos (portarias, resoluções),
pois, pela natureza tributária, sujeitam-se ao princípio da legalidade (REsp. 625.554). Sujeitam-se,
outrossim, aos princípios da irretroatividade e da anterioridade tributárias. A exceção fica por conta
da OAB, “serviço público independente” (segundo o STF, na ADI 3.026/DF), pois não se resume a
defender interesses corporativos. Para o STJ, sua anuidade não tem natureza tributária e não deve ser
cobrada mediante execução fiscal.
Importante destacar que é pacífico o entendimento jurisprudencial no sentido de que a natureza
jurídica da contribuição ao SEBRAE é diversa da devida ao SESCOOP: aquela se enquadra como
contribuição de intervenção no domínio econômico, tendo fundamento somente no art. 149 da CF,
não no seu art. 240, não necessitando de lei complementar para ser instituida (STF, Pleno, RE
396.266-3/SC, Rel. Min. Carlos Velloso, 26.11.2003), ao passo que esta é tida por contribuição
social geral (RE 138.284). Não obstante, há autores que sustentam ser esta última contribuição do
interesse de categorias econômicas. Ademais, o mero redirecionamento da contribuição destinada ao
SESI e ao SENAI para o SESCOOP não teve o condão de afastar a exigibilidade do adicional
destinado ao SEBRAE (REsp 1120855/RS, Rel. Min. CASTRO MEIRA, 2ª T., j. em 17/08/2010,
DJe 26/08/2010). E mais. O STJ julgou, na sistemática dos Recursos Repetitivos, que é devida a
contribuição social para o SESC, SENAI e SEBRAE pelas empresas prestadoras de serviços
educacionais, tendo em vista que, embora não exista entidade específica a amparar os empregados
desta categoria profissional, não se pode imaginar, sob pena de discriminação, que os empregados
do setor de serviços, que não estejam originalmente incluídos no enquadramento sindical ou listados
como associados do antigo IAPC, possam ser excluídos dos benefícios sociais das referidas
entidades (REsp 1255433, Rel. Min. MAURO CAMPBELL MARQUES, 1ª Seção, j. em
23/05/2012, DJe 29/05/2012).
LEITURA COMPLEMENTAR: PIMENTA, Paulo Roberto Lyrio. Contribuições de Intervenção
no Domínio Econômico e Figuras Afins. São Paulo: Dialética. MACHADO, Hugo de Brito (Coord.)
As Contribuições no Sistema Tributário Brasileiro. São Paulo: Dialética.
Ponto Extra Vitaminado:
Questões de concursos anteriores:
MPF/21º13: É certo afirmar que a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) a
que se refere o art. 149 da CF:
a) tem natureza meramente arrecadatória;
b) somente pode ser utilizada, em regra, como instrumento regulatório da economia, cobrável, quase
sempre, dos integrantes do setor ao qual seja dirigida a atuação de interveção da União;
c) tem natureza tributária com perfil a ser definido em lei ordinária, cujo limite é servir de
instrumento de atuação regulatória da economia, respeitado o disposto no art. 170, caput, inciso
II e IV e no art. 174 da CF;
d) pode ser instituída pelo Estado Federado para corrigir eventual desequilíbrio fiscal.
MPF/16º: A contribuição confederativa instituída pela assembleia geral (art. 8º, IV, da CF) tem
caráter tributário. (FALSO!)
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
Perguntas da oral do 26º e 27º: Criticar um pouco a CIDE, dizer que há bis in idem sim com
alguns impostos mas que o STF liberou em razão de suas finalidades, os fins acabaram
justificando os meios.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
O processo administrativo tributário deve obedecer ao devido processo legal (procedural due
process), possuindo as seguintes fases: a) instauração; b) instrução; c) defesa; d) relatório; e)
julgamento.
O procedimento administrativo tributário pode ser dividido em (1.1) preventivo, (1.2) voluntário e
(1.3) contencioso.
1.1) Procedimento administrativo tributário preventivo. Dois são os procedimentos administrativos
tributários preventivos: A) Consulta – nos termos do art. 161, §2º, do CTN, durante a pendência de
consulta não corre juros de mora. e; B) Denúncia Espontânea. Súmula 360 STJ - O benefício da
denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente
declarados, mas pagos a destempo.
1.2) Procedimento administrativo tributário voluntário. Restituição, compensação e ressarcimento de
tributos. De acordo com o STJ, é devido repetição de indébito tributário ainda que prescrito o
tributo, diferentemente de débito de outras naturezas (ex. cível) que não admite a repetição. Há
doutrina minoritária em sentido contrário.
1.3) Procedimento administrativo tributário contencioso. Procedimento Administrativo Tributário
Contencioso Federal. É regido pelo Decreto 70.235/72, com a redação conferida pelas Leis
8.748/93, 9.532/97 e MP 1973-57/2000, que dispõe sobre o processo administrativo de
determinação e exigência de créditos da União. Ocorre após o procedimento de fiscalização (assim,
o procedimento administrativo fiscal não se confunde com a fiscalização). Com a fiscalização, se for
devido o tributo, dar-se-á o lançamento. → O processo administrativo tributário ocorre com a
impugnação do contribuinte nos casos em que se identifica equívocos, formais ou materiais, no
lançamento. Segundo o CTN o processo administrativo suspende a exigibilidade do crédito
tributário, desde que a impugnação e os recursos tenham sido apresentados nos termos da Lei
reguladora (lei que disciplina o processo tributário administrativo). Ex: a impugnação intempestiva
não suspende a exigibilidade do crédito tributário. De acordo com o STJ (REsp 1.126.548),
provocada a administração para fins de compensação, há o mesmo efeito da suspensão da
exigibilidade, pois demonstra o inconformismo do contribuinte. Assim, ficam impedidos atos de
cobrança.
Procedimento de fiscalização. A notificação formal, após o lançamento, sempre se dá por escrito
(Mandado de Procedimento Fiscal). É o ato que denuncia a existência de um procedimento de
fiscalização (regulado pelo Decreto 3724/01). O principal efeito dessa notificação é a perda da
espontaneidade do sujeito passivo – não cabe mais denúncia espontânea.
OBS vitaminada: MPF/26º: Para caracterização da denúncia espontânea, com benefício da
exclusão de multa, é necessário o recolhimento integral do tributo devido, acrescido de juros e da
correção monetária, antes de constituído definitivamente o crédito tributário. (FALSO!)
CTN, Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração,
acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
contribuinte, não há qualquer dúvida de que ele pode questionar a decisão no Judiciário, em virtude
do direito de ação.
Coisa julgada Administrativa: assim, pela possibilidade da impugnação da decisão no Judiciário
não há propriamente coisa julgada, pois pode ser, ainda assim, questionada. Todavia, pode-se dizer
que há coisa julgada por não ser mais impugnável na esfera administrativa.
Ressalte-se que o STJ (AgRg no RMS 31551) já entendeu que é possível cadastro em órgão de
proteção ao crédito (SPC/SERASA) de dívida tributária após o processo administrativo fiscal
regular.
Perguntas da oral do 26º e 27º: Processo administrativo tributário, peculiaridades: conselho de
contribuintes, órgão paritário, recurso de ofício, atuação plenamente vinculada.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
Legalidade: Com o surgimento dos modernos Estados de Direito, o poder de tributar passou a
sofrer uma série de limitações, dentre as quais a que exige seu exercício por meio de lei. Do
princípio expresso da legalidade (art.5o, II, CF: “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer
alguma coisa senão em virtude de lei”) podemos extrair o princípio implícito da legalidade
tributária. Mas o constituinte foi mais além, prevendo o princípio também no art. 150, I, CF (“é
vedado à U/E/DF/M exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça”). Graças a esse
dispositivo, qualquer exação deve ser instituída ou aumentada não simplesmente com base na lei,
mas pela própria lei. De pouco vale a CF ter protegido a propriedade privada se inexistisse a
garantia da legalidade dos tributos.
Conceito: O tributo depende de lei para ser instituído e majorado. Em regra emanará de lei
ordinária, mas, em alguns casos, determinados tributos federais devem sê-lo por meio de lei
complementar: IGF, Empréstimos Compulsórios, Impostos Residuais e Contribuições Social-
previdenciárias Residuais.
Exige-se lei em sentido formal (instrumento proveniente do legislativo) e material (norma jurídica
geral e impessoal, abstrata e obrigatória, clara, precisa e suficiente). Para ROQUE CARRAZA (p.
271), “uma interpretação sistemática do texto magno revela que só a lei ordinária (lei em sentido
orgânico formal) pode criar ou aumentar tributos.” Vigora o princípio da estrita legalidade, mas
obtempera que para fins de concurso deve-se adotar a posição de que é possível fazê-lo por Medida
Provisória. Para Hugo de Brito Machado, todavia, lei pode assumir quaisquer das espécies existentes
(LO, MP, LC, Lei Delegada), mas jamais “mediante decreto, ou portaria, ou instrução normativa, ou
qualquer ato normativo que não seja lei, em sentido próprio, restrito”. Segundo a literalidade do art.
62, par. 2o, CF, a medida provisória é meio idôneo para instituição e majoração de imposto. STF
permite (RE 138.284), salvo aos que exigem lei complementar. CARRAZA entende que afronta o
princípio da legalidade, a autonomia e independência do Legislativo. Fundamentos para sua
inaplicação: embora produzam efeitos imediatos, assim que publicadas, fazem-no de modo
reversível; MP não é lei, só sendo quando ratificada no Congresso; se ela torna-se eficaz de
imediato, não observa o princípio da anterioridade; se faltarem mais de 90 dias até o início do
exercício financeiro seguinte, não haveria a urgência necessária para editar MP; por exemplo, de
nada adiantaria criar tributo em julho para só ser exigido em janeiro do outro ano. Também as leis
delegadas não servem para tanto, porque de pouco valeria o princípio da legalidade (art. 150,I) se o
legislador pudesse transferir a outro Poder, desprovido de competência para atividade normativa
(p.315).
OBS vitaminada: MPF/27º: Nas hipóteses, em matéria tributária, das exceções ao
princípio da anterioridade, desde que presente o caráter de urgência e relevância, pode ser
instituído tributo mediante Medida Provisória. (FALSO!) Resposta: nos casos em que seja
necessária Lei Complementar para que se institua algum tributo, mesmo sendo este tributo
exceção ao princípio da anterioridade, não poderá ser instituido por medida provisória. Ex:
empréstimo compulsório para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade
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14 Resposta: “c”.
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Contribuinte x Responsável: Em princípio, o tributo deve ser cobrado da pessoa que pratica o fato
gerador, surgindo o sujeito passivo direto (contribuinte; relação pessoal e direta com a situação que
constitua o fato gerador, art. 121, par. ú, I); o CTN adotou critério econômico de incidência, porque
cobra de quem auferiu vantagem econômica da ocorrência do fato imponível; em certos casos,
todavia, o Estado pode ter necessidade de cobrar de uma terceira pessoa, que será o sujeito passivo
indireto (responsável; se a lei a este incumbir o pagamento do tributo e/ou a penalidade (inciso II).
Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo [Responsabilidade Tributária], a lei pode
atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa,
vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do
contribuinte [substituição] ou atribuindo-a a este em caráter supletivo [por meio de
responsabilidade solidária ou subsidiária]do cumprimento total ou parcial da referida
obrigação.
Nos termos do art. 128 do CTN, é vedada a transferência implícita do encargo; ainda, a sujeição
passiva submete-se à reserva legal (art. 97, III, CTN). Por isso que convenções particulares não
podem ser opostas ao Fisco no intuito de se modificar o sujeito passivo.
Responsabilidade pessoal x Responsabilidade supletiva: Pessoal: segundo o art. 128, parte final,
o contribuinte é excluído totalmente, dando ensejo à responsabilidade pessoal sobre o terceiro; é o
caso, por ex., dos arts. 131 e 135, CTN. Supletiva: já no caso da supletiva, caso o contribuinte não
tenha recursos, cobra-se do responsável. SABBAG cita como exemplo o art. 134 (pais, tutores,
administratdores etc.), e, de fato, a esmagadora maioria da doutrina entende que o art. 134 é hipótese
de responsabilidade subsidiária (“na hipótese de impossibilidade da exigência”), pois solidariedade
não se presume. Aplicam-se os efeitos do art. 124 e 125 (solidariedade). Contudo, o gabarito do
MPF é a posição do STJ, que entende ser solidária a responsabilidade do art. 134, assim como
expresso no artigo (apesar de contraditório).
Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal
pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas
omissões de que forem responsáveis: pais, tutores, administradores, iventariante, síndico,
tabeliães, sócios (liquidação de sociedade de pessoas).
OBS vitaminada: MPF/18º: A solidariedade tributária não comporta benefício de ordem.
MPF/16º: Terceiro responsável pelo crédito tributário, segundo o CTN, pode eximir-se do
seu recolhimento, arguindo não ser solidária a obrigação tributária. (FALSO!) MPF/16º:
Terceiro responsável pelo crédito tributário, segundo o CTN, pode eximir-se do seu
recolhimento, arguindo o privilégio da excussão, à vista do princípio de inexistir, no caso, a
responsabilidade objetiva. (FALSO!) MPF/15º12º: No Sistema Tributário Brasileiro, é
correto afirmar que a responsabilidade de terceiros prevista no art. 134 do CTN é solidária.
MPF/12º: A responsabilidade de terceiros prevista no art. 134 do CTN: para a sua
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OBS vitaminada: MPF/14º: No Sistema Tributário Brasileiro, é correto afirmar: (i) que
somente é admitida solidariedade passiva; (ii) que a solidariedade não pode comportar o
benefício da ordem e (iii) que a solidariedade não pode decorrer da vontade das partes.
MPF/14º: No Sistema Tributário Brasileiro, é correto afirmar que a solidariedade pode
decorrer da vontade das partes, comumente nos casos de constituição regular das
sociedades comerciais em que se insere cláusula nesse sentido, quando ocorrer a sua
extinção, fusão ou tranformação. (FALSO!)
Responsabilidade por transferência x por substituição (OBS vitaminada: reconfigurei):
Transferência: no momento da ocorrência do fato gerador, existe apenas o contribuinte, sendo ele,
nesse momento, o único obrigado ao pagamento do tributo; ocorre que, por um fato posterior
(alienação, p.e), a obrigação de pagar é transferida a uma terceira pessoa que nenhuma relação
possuía como fato gerador na ocasião de sua ocorrência; ex: responsabilidade do adquirente de bens
imóveis, pelos tributos referentes a tais bens; essa transferência pode excluir a responsabilidade do
contribuinte ou atribuí-la em caráter supletivo. Substituição: já no momento da ocorrência do fato
gerador, o obrigado ao pagamento não é o contribuinte, mas uma terceira pessoa previsa na lei,
vinculada não diretamente à situação que configura o fato gerador; a obrigação de pagar cabe, desde
o início, ao responsável; em momento nenhum a obrigação de pagar cabe ao contribuinte. A lei
determina que o substituto ocupe o lugar do contribuinte desde a ocorrência do fato gerador. Nas
hipóteses de substituição, há pagamento de dívida própria, embora decorrente de fato gerador de
terceiros (SACHA, p. 636, ob cit). O substituto tem também responsabilidade pelas obrigações
acessórias e, se ele não recolher o tributo, nenhuma responsabilidade recairá sobre o substituído.
Pode o legislador ordinário estabelecer casos de responsabilidade por substituição, desde que
observados os preceitos do art. 128. Maior exemplo é o ICMS e IR (art. 45, par. ú, CTN).
OBS vitaminada: MPF/15º: No Sistema Tributário Brasileiro, é correto afirmar que a
sujeição indireta do responsável tributário posterior à ocorrência do fato gerador configura
substituição. (FALSO!)
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Responsabilidade
tributária
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vivos”: (a) responde pessoalmente: o adquiridente de bens imóveis no que tange aos impostos que
tenham por fato gerador a propriedade, posse ou domínio útil, bem assim as taxas pela prestação de
serviços referentes a tais bens (taxa de polícia fica de fora!), ou a contribuições de melhoria (art. 130
do CTN); não ocorrerá: (i) se constar no título aquisitivo a prova de quitação ou (ii) se a aquisição
for por arrematação em hasta pública16, pois, nesse caso, há sub-rogação sobre o preço do bem, não
havendo, pois, responsabilidade; (b) responde pessoalmente: o adquiridente ou o remitente, na
aquisição ou remissão de bens móveis: são responsáveis o adquirente e o remitente (art. 131, I, do
CTN), v.g., IPVA; (a.2) sucessão causa mortis: a transmissão do ônus ocorre para os herdeiros,
havendo sua responsabilidade pessoal (art. 131, II e III): (a) responde pessoalmente: o sucessor a
qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos até a data da partilha/adjudicação; (b)
responde pessoalmente: o espólio, pelos tributos devidos até a data da abertura da sucessão (morte).
Até a abertura da sucessão (morte) Entre a sucessão e a partilha Após a partilha
A responsabilidade pelos tributos
devidos pelo de cujus, até a data da
O espólio deixa de existir.
sucessão, será do espólio.
Entre a abertura da sucessão e a partilha, Os sucessores realizarão fatos
o inventariante é responsável
o espólio se torna contribuinte e a geradores em relação aos bens
subsidiário/solidário (resp. de
responsabilidade será dos sucessores (a herdados, atuando agora como
terceiros - art. 134 do CTN).
qualquer título) e do cônjuge meeiro. contribuintes, e não
Obs: O art. 134 fala em responsáveis.
responsabilidade solidária, mas por A responsabilidade está limitada ao
quinhão ou à meação. Ou seja: a responsabilidade
impropriedade técnica, pois há resp.
trazida pelo art. 131, II, vai até a
Subsidiária (O MPF entende ser
partilha.
solidária, aplicando-se a literalidade da
lei).
Contribuinte = de cujus;
Contribuinte = espólio; Sucessores e cônjuge meeiro =
Responsável = espólio.
Responsável = sucessores e cônjuge meeiro contribuintes
Resp. subsidiário/solidário = inventariante
(a.3) sucessão societária: (a) por fusão, transformação ou incorporação (CTN, art. 132), além da
cisão, criada pela Lei 6.404/76 (o CTN é de 66): responde a empresa resultante da operação; (b) por
extinção da PJ, quando a atividade for continuada pelo sócio remanescente ou espólio,
independentemente da razão social ou firma: responde o sócio remanescente ou espólio (p.ú. do art.
132 do CTN); (c) aquisição de fundo de comércio (= ponto, bem intangível com valor econômico)
ou estabelecimento (= local + instalações) e apenas no caso de o adquirente continuar a exploração,
independentemente da mudança da razão social (se só houver a transferência apenas de razão social,
não há responsabilidade do adquirente): responde o adquirente, integralmente, se o alienante cessar
a atividade, ou subsidiariamente (benefício de ordem) com o alienante se este continuar sua
atividade ou a reiniciar em até 6m da venda; exceções: falência e recuperação judicial, salvo as
exceções do § 2º do art. 133 do CTN. Observe-se que se responde apenas pelos tributos relativos ao
16OBS vitaminada: MPF/17º: Exclui-se a responsabilidade do sucessor pelo crédito tributário incidente sobre os bens adquiridos
quando a aquisição dá-se por arrematação em hasta pública. // CTN, Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato
gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de BENS IMÓVEIS, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de
serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando
conste do título a prova de sua quitação [sub-rogação PESSOAL – não se limita ao valor pago]. Ou seja, o adquirente, em regra, é
responsável pelo pagamento dos tributos devidos sobre o imóvel (obrigação propter rem). Parágrafo único. No caso de arrematação
em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o respectivo preço [sub-rogação REAL – está limitada ao valor pago na arrematação;
OBS: não incide sobre a adjudicação do imóvel pelo devedor].
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
estabelecimento vendido. Para Luciano Amaro (ob cit, p. 325), ao referir-se a tributos, os arts. 132 e
133, CTN, não abrangeram as multas por infrações praticadas antes do evento que caracterizou a
sucessão. Para o autor, o próprio CTN exclui a sanção do conceito de tributo. STF já decidiu assim
(RE 82754/1981), mas não é como atualmente entende o STJ (REsp 1085071 E REsp n. 592.007).
OBS vitaminada: MPF/14º: O Espólio é responsável, pessoalmente, pelos tributos devidos
pelo de cujus. MPF/15º: A responsabilidade dos sucessores restringe-se às obrigações
acessórias. (FALSO!) MPF/16º: Terceiro responsável pelo crédito tributário, segundo o
CTN, pode eximir-se do seu recolhimento, arguindo que somente caberia a sua
responsabilidade nas obrigações acessórias por inexigir atuação culposa do agente
contribuinte. (FALSO!) MPF/15º: A pessoa natural ou jurídica que adquire o fundo de
comércio responde pelos tributos devidos integralmente, ainda que o alienante continue na
exploração da nova atividade comercial. (FALSO!)
b) Responsabilidade de Terceiros: (a) decorrente de atuação regular (art. 134 do CTN – resp.
solidária/subsidiária culposa): pais, tutores, curadores, administradores de bens, inventariante,
síndico ou comissário (hoje, administrador judicial), tabeliães, escrivães, sócios (liquidação de
sociedade de pessoas); a responsabilidade é em relação ao crédito tributário e às penalidades de
caráter moratório; segundo o CTN, ocorre apenas se for impossível exigir a obrigação principal do
contribuinte (subsidiária), mas o MPF entende que é solidária, não se admitindo o benefício de
ordem; OBS: segundo o CTN, não basta o mero vínculo, mas que tenha praticado algum ato culposo
(omissivo ou comissivo), mas o MPF entende o contrário: MPF/12º: A responsabilidade de
terceiros prevista no art. 134 do CTN: para se ter lugar, não é exigível a comprovação da culpa do
terceiro responsável.; (b) decorrente de atuação irregular (art. 135 do CTN – resp. pessoal
dolosa): respondem as pessoas referidas no art. 134, os mandatários, prepostos, empregados,
diretores, gerentes ou representantes, com estas ressalvas: exige-se elemento subjetivo (dolo) do ato
praticado com excesso de poderes ou da infração da lei, contrato social ou estatutos, cuja prova
caberá ao responsável se o lançamento for realizado também em seu nome (presunção de
legitimidade e veracidade de atos administrativos), ou à Fazenda Pública nos demais casos; a
responsabilidade será em relação aos tributos e multas. Aqui, no art. 135, exclui-se do polo passivo a
figura do contribuinte, porque o executor responde pessoalmente. O art. 208, CTN, contempla outra
hipótese de responsabilidade de terceiro: a do funcionário que, com dolo ou fraude, expeça certidão
negativa que contenha erro contra a Fazenda, sendo a responsabilidade do mesmo pessoal pelo
crédito tributário e juros de mora.
OBS vitaminada: Requisitos cumulativos que devem ser atendidos para a responsabilidade
dos sócios do art. 135: a) NÃO CUMPRIMENTO da obrigação tributária; b) ATO
DOLOSO determinado (i) Por excesso de poder; (ii) Em infração à lei, ao contrato
social ou ao estatuto por meio de fraude – A jurisprudência do STJ acrescentou a
necessidade da fraude (súmula 430 17 ); (iii) Dissolução irregular da sociedade – Essa
hipótese não está prevista na lei, mas na jurisprudência do STJ 18 ATENÇÃO: Os atos
17 OBS vitaminada: S.430/STJ: O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si só, a responsabilidade
solidária do sócio-gerente.
18 OBS vitaminada: estão compreendidas na dissolução irregular, ensejando a responsabilidade pessoal dos sócios pelos débitos
tributários, duas situações: a) O fechamento irregular da pessoa jurídica “O fechamento irregular da empresa sem baixa na junta
comercial constitui indício de que o estabelecimento comercial encerrou suas atividades de forma irregular (uma vez que o
comerciante tem obrigação de atualizar o registro cadastral nos órgãos competentes)” – Resp 985-616/RS; b) A mudança de
endereço da pessoa jurídica, sem a devida comunicação: há presunção de dissolução irregular, a ensejar o redirecionamento da
execução fiscal (Súmula 435 do STJ: Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domicílio
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
devem ser praticados pelo sócio com PODER DE GESTÃO Não é qualquer sócio que
pode ser atingido pela responsabilidade pessoal e integral pelos atos fraudulentos da pessoa
jurídica, sendo necessário que tenha poder de gestão (seja diretor, gerente ou represente
ativamente a pessoa jurídica). Veja a diferença:
Responsabilidade subsidiária/solidária do sócio Responsabilidade pessoal do sócio
(art. 134) (art. 135)
Decorre de atuação regular, podendo ser um ato Decorre de atuação irregular, devendo ser ato
culposo doloso
O sócio não precisa ter poder de gestão. É necessário que o sócio tenha poder de gestão.
Pode ser atingido somente o sócio de sociedade de Podem ser atingidos pela responsabilidade pessoal
pessoas (responsabilidade ilimitada) e ocorre nos sócios de quaisquer sociedades empresárias (com
casos de liquidação dessas sociedades responsabilidade limitada ou ilimitada).
fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente). Nessas
duas hipóteses, há inversão do ônus da prova, pois o sócio terá que provar que não houve dissolução irregular, para se eximir da
responsabilidade pessoal.
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OBS vitaminada: MPF/24º19: No tocante à cisão parcial de empresas privadas é correto afirmar, na
linha da orientação firmada pelo superior tribunal de justiça que:
a) não opera a responsabilidade solidária entre as sociedades cindida e recipiente por obrigações
anteriores à cisão porque este instituto não é previsto no art. 132, do Código Tributário Nacional;
b) no âmbito da legislação tributária, qualquer disposição em convenções particulares, no caso, entre
as sociedades cindida e recipiente, é inoponível à Fazenda Pública à luz do preconizado no art. 123,
do Código Tributário Nacional;
c) havendo, no ato da reestruturação societária, estipulação em contrário que afaste a solidariedade,
essa exclusão é válida desde que o Fisco não exerça, no prazo de 90 (noventa) dias, o direito de
oposição ao firmado no pacto de cisão, nos termos do art. 233, § único, da Lei de Sociedade
Anônima (Lei 6.404/76);
d) é inaplicável, no atinente à responsabilidade tributária, o disposto na Lei de Sociedade Anônima
(Lei 6.404/76, art. 233, § único).
Resposta: c) de fato, a redação do art. citado permite tal conclusão: Art. 233. Na cisão com
extinção da companhia cindida, as sociedades que absorverem parcelas do seu patrimônio
responderão solidariamente pelas obrigações da companhia extinta. A companhia cindida
que subsistir e as que absorverem parcelas do seu patrimônio responderão solidariamente
pelas obrigações da primeira anteriores à cisão. Parágrafo único. O ato de cisão parcial
poderá estipular que as sociedades que absorverem parcelas do patrimônio da companhia
cindida serão responsáveis apenas pelas obrigações que lhes forem transferidas, sem
solidariedade entre si ou com a companhia cindida, mas, nesse caso, qualquer credor
anterior poderá se opor à estipulação, em relação ao seu crédito, desde que notifique a
sociedade no prazo de 90 (noventa) dias a contar da data da publicação dos atos da cisão;
a) pelo exposto, percebe-se que a cisão está dentro do campo da responsabilidade tributária.
A ausência de sua previsão expressa no art. 132 não retira o instituto da responsabilidade; b)
e d) a assertiva está correta em parte. Pela regra, as convenções particulares não são
oponíveis contra o Fisco. No entanto, o art. 123 do CTN permite exceção advinda da lei. No
caso, a exceção do art. 233 da LSA torn válido o afastamento da solidariedade.
19 Resposta: “c”.
20 Resposta: “b”.
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OBS vitaminada: MPF/17º21: Ao estabelecer que ficam excluídas do pagamento de certo imposto
alguma ou algumas categorias de pessoas, em certas circunstâncias, a norma tributária:
a) é considerada válida;
b) viola o princípio da uniformidade da tributação;
c) constitui limite ao poder constitucional de tributar;
d) atenta contra o princípio fundamental da isonomia.
OBS vitaminada: MPF/16º23: Terceiro responsável pelo crédito tributário, segundo o CTN, pode
eximir-se do seu recolhimento, arguindo:
a) não ser solidária a obrigação tributária;
b) o privilégio da excussão, à vista do princípio de inexistir, no caso, a responsabilidade objetiva;
c) somente caberia a sua responsabilidade nas obrigações acessórias por inexigir atuação culposa do
agente contribuinte;
d) todas as alternativas são incorretas.
OBS vitaminada: MPF/14º25: O Espólio é responsável pelos tributos devidos pelo de cujus:
a) pessoalmente;
b) solidariamente;
c) subsidiariamente;
d) por substituição.
21 Resposta: “a”.
22 Resposta: “b”.
23 Resposta: “d”.
24 Resposta: “a”.
25 Resposta: “a”.
26 Resposta: “a”.
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das sociedades comerciais em que se insere cláusula nesse sentido, quando ocorrer a sua extinção,
fusão ou tranformação;
c) somente é admitida solidariedade passiva;
d) a solidariedade pode comportar o benefício da ordem.
27 Resposta: “a”.
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Tributo X Contrato. São tributos restituíveis, finalísticos, vedada a tredestinação. Por ser
restituível e não se incorporar definitivamente ao patrimônio Estatal, antes da EC 18/65 não era
considerado tributo (cf. Súm.418-STF, já superada), mas “um contrato coativo”, porém, atualmente,
“a maioria dos tributaristas brasileiros tem afirmado ser [...] um tributo” (Brito Machado:2010, p.
72), pois “a exação se enquadra com perfeição na definição de tributo constante do art. 3º do CTN,
que não contempla nenhum requisito relativo à definitividade do ingresso da receita tributária nos
cofres públicos” (Ricardo Alexandre: 2010, p. 76). Por isto, “o empréstimo compulsório há de
obedecer ao regime jurídico dos tributos” (Barros Carvalho: 2007, p. 33). Segundo esse autor, há
apenas um plus, consubstanciado no dever de restituição. O STF, no RE 146.733-9, reconheceu a
natureza de espécie tributária autônoma do empréstimo compulsório, adotando a teoria pentapartida
dos tributos. É um tributo finalístico, junto com as contribuições (art. 149, CF), não tendo o fato
gerador qualquer relevância para a identificação da natureza jurídica do tributo, como ocorre com os
impostos, taxas e contribuições de melhoria. Inclusive, de acordo com sua hipótese de incidência e
base de cálculo, pode revestir a natureza jurídica de imposto (caso mais frequente), taxa ou
contribuição de melhoria (CARRAZA, 2011, p. 609).
OBS vitaminada: MPF/24º: Em relação ao empréstimo compulsório, é certo afirmar que
se conceitua como contrato de empréstimo de direito público, com a nota de que há
obrigatoriedade de restituição. (FALSO!) MPF/24º: Em relação ao empréstimo
compulsório, é certo afirmar que é um tributo, posto que atende às cláusulas que integram a
redaçãodo art. 3º do CTN. MPF/24º: Em relação ao empréstimo compulsório, é certo
afirmar que é espécie de confisco, como ocorreu com a retenção dos saldos de depósitos à
vista, cadernetas de poupança e outros ativos financeiros, por determinação da Lei
8.024/90. (FALSO!)
A primeira relação jurídica é de natureza tributária, entre o indivíduo, sujeito passivo, e o Estado,
ativo; a segunda é de natureza administrativa: o sujeito ativo é o indivíduo e o passivo, o Estado. E
esta restituição tanto pode ser feita ao próprio contribuinte como a seus sucessores, a qualquer título,
já que o crédito não tem nada de tributário.
Bitributação. Há entendimentos de que a União pode estabelecer empréstimos compulsórios com
base de cálculo própria de tributos municipal ou estadual, sem que haja invasão de competência ou
bitributação, pois estes entes federativos não possuem competência para instituir e empréstimo
compulsório. Para Carraza, contudo, a União, ao criar esse tributo, não pode invadir a seara dos
demais entes, não podendo, por exemplo, criar o empréstimo compulsório (EC) sobre propriedade
territorial urbana, prestação de serviços; o princípio da reserva das competências tributárias está
presente (CARRAZA, 2011, p. 610). Para esse autor, ainda, nada impede que a União crie o EC e
delegue, por meio de lei, a terceira pessoa, o direito de arrecadá-lo; a parafiscalidade pode alcançar-
lhe.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
Deve observar todos os princípios constitucionais tributários, com exceção da anterioridade, no caso
de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, pois se obbserva o art.
150, III, b, da CF). Exemplos recentes: consumo de energia elétrica e compra de passagens aéreas
internacionais. Para evitar o art. 166, CTN, que veda a repetição dos impostos que repercutem, os
empréstimos compulsórios não devem ter fatos geradores típicos desses impostos ou, quando os
tenha, documentos devem ser propiciados aos contribuintes de fato. Ex. um empréstimo
compulsório que seja adicional do imposto de importação será impróprio, porque eles são
transferíveis a terceiros.
Tributo e lei complementar: exige a CF que seja instituído mediante lei complementar (art. 148,
CF). Essa questão foi abordada na prova oral do 26, n. 5 do material. A iniciativa do projeto de lei
complementar para instituição do empréstimo compulsório não foge à regra geral de iniciativa para
projetos de lei em geral (art. 61). Noutros termos, embora o art. 48, I, da Constituição diga que cabe
ao Congresso Nacional dispor especialmente sobre o sistema tributário, arrecadação e distribuição
de renda, a iniciativa de projeto de lei, seja ela ordinária ou complementar, em matéria tributária
cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do
Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais
Superiores, ao Procurador-Geral da República e, inclusive, aos cidadãos (mediante iniciativa
popular, nos termos do art. 61, §2º).
Competência e hipóteses de instituição. Está previsto no art. 148 da CF, e sua “competência é
exclusiva da União e deverá ser exercida mediante lei complementar, em apenas duas hipóteses: a)
para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua
iminência (I); e b) no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse
nacional, observado o disposto no art. 150, III, b (princípio da anterioridade) (II). Nas duas
eventualidades, a aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à
despesa que fundamentou sua instituição. Ademais, o art. 15, III, do CTN, prevê a instituição deste
tributo para uma terceira situação, qual seja a ‘conjuntura que exija a absorção temporária de poder
aquisitivo’. “Mas o citado art. 15, III, do CTN não foi recepcionado pela nova Constituição Federal”
(Alexandre: 2010, 78). Não só: por exigir LC, não era possível instituí-la por MP, motivo pelo qual
a medida padecia de inconstitucionalidade formal e material. Para CARRAZA, esse depósito
compulsório é, em tese constitucional, mas dificilmente vingaria na prática, porque os virtuais
contribuintes, sabendo da tramitação do projeto de LC (porque MP não poderia criá-lo), fugirão
dessa tramitação (ob cit., p. 605). O autor ainda refere sobre a capitalização compulsória, que
também se equipararia ao empréstimo compulsório, em que a União obriga as pessoas que se
encontram numa situação a subscreverem o capital de empresas por ela constituídas, mas é
inconstitucional, seja por prever devolução em títulos ou ações, seja por ferir o direito de livre
associação.
Hipóteses de instituição: A) Despesas extraordinárias: situação em que se fará necessária
utilização dos recursos da exação em apreço, diante de uma anormalidade fática não previsível,
caracterizada pelo esgotamento dos fundos públicos ou inanição do Tesouro. São exceções ao
princípio da anterioridade. a.1) decorrente de calamidade pública: para SACHA CALMON, elas
decorrem da premente necessidade de acudir as vítimas das calamidades públicas sérias, como
incêndios, terremotos; mesmo diante de uma calamidade em dado município ou estado, o tributo
segue sendo federal, não se exigindo que tenha proporções territoriais gigantescas; para Paulo
Barros de Carvalho, não somente as catástrofes provocadas por agentes da natureza circundante,
mas também outros eventos, de caráter sócio econômico, que ponham em perigo o equilíbrio do
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
organismo social. a.2) decorrente de guerra externa: deve ter sido deflagrada por nação
estrangeira, independentemente de uma formal declaração de guerra; desse modo, não inclui a
guerra iniciada pelo Brasil, porque seria ilegítima. B) Investimento público de caráter urgente e
de relevante interesse nacional: exige a observância do princípio da anterioridade, ainda que
tenham por hipótese de incidência um dos impostos que o art. 150, par. 1o, da CF numera; então,
mesmo que a União, por meio de lei complementar, crie, com apoio no art. 148, II, da CF,
empréstimo compulsório que seja um “adicional restituível” do IPI, este adicional não poderá ser
exigido de imediato, porque criado com base no art. 148, II, CF.
OBS vitaminada: MPF/24º: Em relação ao empréstimo compulsório, é certo afirmar que
se subordina, em todos os casos, ao princípio da anterioridade da lei que o houver
instituído. (FALSO!)
OBS vitaminada: MPF/22º: O empréstimo compulsório para atender a despesas
extraordinária, decorrentes de calamidade pública, à vista do caráter de urgência, pode ser
instituído excepcionalmente, por medida provisória. (FALSO!)
OBS vitaminada: MPF/27º: Nas hipóteses, em matéria tributária, das exceções ao
princípio da anterioridade, desde que presente o caráter de urgência e relevância, pode ser
instituído tributo mediante Medida Provisória. (FALSO!) Resposta: nos casos em que seja
necessária Lei Complementar para que se institua algum tributo, mesmo sendo este tributo
exceção ao princípio da anterioridade, não poderá ser instituido por medida provisória. Ex:
empréstimo compulsório para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade
pública, de guerra externa ou sua iminência (não se aplicando ao empréstimo compulsório
instituido no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse
nacional, já que, para este, se aplica o princípio da anterioridade do exercício financeiro).
Esses pressupostos alternativos não se confundem com o fato gerador; eles apenas condicionam a
aplicação do produto da arrecadação. O fato gerador é qualquer situação abstrata, prevista na lei
complementar, como capaz de deflagrar a relação jurídico-tributária. Segundo CARRAZA, eles
apenas autorizam o Congresso Nacional a, dentro do campo privativo da União, criar ou aumentar
um empréstimo compulsório. Ao empréstimo compulsório não se aplica o art. 4 o do CTN, porque
são tributos atrelados a uma finalidade específica, de cunho emergencial ou urgente.
Graças ao princípio da universalidade da jurisdição, o Judiciário poderá, a qualquer tempo, ser
chamado a decidir se está presente o pressuposto constitucional invocado pela LC.
Prescrição: questão abordada na prova oral do 26º, n. 6 do material: para o STF, a partir do
descumprimento das condições de restituição impostas nos termos do art. 15, parágrafo único, do
CTN 28 , teria início o prazo prescricional, a ser regido pelo Código Civil ou pelo Decreto n.
20.910/1932. No entanto, o Superior Tribunal de Justiça trilhou caminho diverso, entendendo que
também na restituição do empréstimo compulsório se aplica o prazo quinquenal a partir da
homologação do tributo, na hipótese de ser lançado por homologação, como no caso do empréstimo
compulsório sobre combustíveis, consoante se verifica no REsp 209339, da relatoria da Min. Nancy
Andrighi.
Restituição: O p.ú. do art. 15 do CTN exige que a LC instituidora do tributo fixe o prazo e as
28Parágrafo único. A lei fixará obrigatoriamente o prazo do empréstimo e as condições de seu resgate, observando, no que for
aplicável, o disposto nesta lei.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
condições de resgate. Assim, a tributação não será legítima sem a previsão de restituição. A hipótese
de incidência do gravame deve prever o retorno patrimonial ao contribuinte, em dinheiro, com todos
os acréscimos hábeis a recompor o valor original. STF, RE 121.336: A CF vinculou o legislador à
essencialidade da restituição na mesma espécie, sendo inconstitucional a devolução por quotas do
Fundo Nacional de Desenvolvimento.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
29OBS vitaminada: MPF/13º: O princípio da anterioridade aplica-se aos tributos em geral, exceto às contribuições de seguridade
social porque sujeitas a regime constitucional específico. Resposta: Percebe-se que a banca tratou na questão do princípio da
anterioridade genérica, sem especificar que se tratava desse tipo de anterioridade; portanto, quando a questão tratar genericamente
do princípio da anterioridade (leia-se, mesmo sem mencionar que se trata do princípio da anterioridade genérica), estará se
referindo ao princípio da anterioridade genérica (por incrível que pareça, isso não é tão óbvio assim), não englobando o princípio
da anterioridade nonagesimal. Deve-se, contudo, atentar para o fato de que o princípio da noventena (art. 150, III, “c”) foi incluido
por Emenda Constitucional, de forma que, talvez, essa prova seja anterior a essa inclusão.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
Também é possível cobrar tributo aumentado após o orçamento. Daí é preciso atentar às
pegadinhas de concurso: a ÚNICA limitação TEMPORAL à cobrança de tributo consiste no
princípio da anterioridade. A anualidade não é princípio tributário. Súmula 66 do STF. É
legítima a cobrança do tributo que houver sido aumentado após o orçamento, mas antes do
início do respectivo exercício financeiro.
O princípio da anterioridade deve ser observado mesmo na hipótese de o veículo normativo ser a
medida provisória. Em se tratando de taxas, contribuição de melhoria e contribuições profissionais
e interventivas, o prazo contar-se-á da publicação da MP. Tratando-se de contribuições
previdenciárias, o STF entende que o prazo de 90 dias conta-se da publicação da MP (RE 232.896 e
RE 315.618), salvo se a lei de conversão alterar substancialmente o conteúdo (conversão parcial),
hipótese em que o prazo será contado da referida lei (RE 169.740). Por fim, uma polêmica
doutrinária: para Paulsen, na hipótese de imposto não excepcionado da anterioridade [II, IE, IPI,
IOF e IEG são excepcionados], a sua majoração somente poderá incidir se publicada e convertida
em lei antes do final do exercício financeiro anterior, observada a anterioridade mínima de 90 dias
contados estes da edição da medida provisória (PAULSEN, p. 95); por outro lado, Roque
CARRAZZA entende que “ela [a MP] só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte, caso
tiver sido convolada em lei, no mínimo, noventa dias antes do término daquele em que foi editada
(cf. art. 62, §3º, c.c o art. 150, III, “c”, ambos da CF)” (p. 199).
OBS vitaminada: MPF/27º: Nas hipóteses, em matéria tributária, das exceções ao
princípio da anterioridade, desde que presente o caráter de urgência e relevância, pode ser
instituído tributo mediante Medida Provisória. (FALSO!) Resposta: nos casos em que seja
necessária Lei Complementar para que se institua algum tributo, mesmo sendo este tributo
exceção ao princípio da anterioridade, não poderá ser instituido por medida provisória. Ex:
empréstimo compulsório para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade
pública, de guerra externa ou sua iminência (não se aplicando ao empréstimo compulsório
instituido no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse
nacional, já que, para este, se aplica o princípio da anterioridade do exercício financeiro).
OBS vitaminada (acrescento a regra geral): A CF estaelece, no art. 62, §2º, que, em relação aos
IMPOSTOS, a MP só produzirá efeitos no exercício seguinte caso tenha sido convertida em lei até
o último dia daquele em que foi editada (ou seja, conta-se a anterioridade a partir da conversão
em lei). Alguns impostos são excetuados: II, IE, IPI, IOF e Impostos extraordinários de guerra. Em
relação aos DEMAIS TRIBUTOS, o termo inicial da anterioridade é contado a partir da
publicação da MP (ou seja: não se exige que a MP seja convertida em lei antes do exercício
seguinte, para nele produzir efeitos). Mas observe: Se a conversão da MP se der com alteração
30 Resposta: “c”.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
substancial, deve-se reiniciar a contagem da data da publicação da lei de conversão (assim entende o
STF).
OBS vitaminada: este parágrafo original estava meio confuso; por isso, acrescentei outro
abaixo. Muito confusoImporta observar, ainda, a divergência acerca do art. 104 do CTN. Em que
pese parte da doutrina entenda que o artigo seja inconstitucional, ao menos em seus dois primeiros
incisos, há autores que o interpretam em conformidade com a dicção do texto constitucional
(produção de efeitos, em vez de vigência). O inciso III estabelece que entrará em vigor (alguns
interpretam como “terá eficácia”) no primeiro dia do exercício financeiro seguinte a lei que
extinguir ou reduzir uma isenção. Deve-se, todavia, acrescer duas importantes ressalvas: a) nas
concessões concedidas por prazo certo e sob determinada condição, há irrevogabilidade do benefício
isencional; e (b) na hipótese de a própria lei revogadora ou diminuidora da isenção estabelecer um
início de vigência para data posterior ao dia 1º de janeiro do ano subsequente ao da publicação da
norma, cria-se uma situação favorável ao contribuinte (SABBAG, p. 98). O STF vem decidindo no
sentido de que a revogação e a redução de benefício fiscal não estão sujeitas à observância da
garantia da anterioridade, tendo eficácia imediata. Não há, assim, unanimidade sobre o
dispositivo referir-se ou não à anterioridade.
OBS vinaminada: Para o STF, a revogação da isenção não se equipara à criação ou à
majoração de tributo, sendo apenas a dispensa legal do pagamento de exação já existente,
de forma que o tributo volta a ser imediatamente exigível, não sendo aplicável o princípio da
anterioridade (RE 104.062). Já o CTN (art. 104, III) determina que, no caso de revogação de
isenção, o princípio da anterioridade será aplicado caso se trate de: • Imposto sobre a
RENDA; • Imposto sobre o PATRIMÔNIO31. Veja como isso já foi cobrado no CESPE.
Ambas as afirmações abaixo são verdadeiras, apesar de aparentemente contraditórias! É
preciso atentar a isso em concursos. 1) “Segundo o CTN, os dispositivos de lei que
revoguem isenções relativas a impostos sobre o patrimônio ou renda somente entram em
vigor ...”. CERTO; 2) “Segundo o STF, as isenções não condicionadas ou sem prazo
definido podem ser revogadas a qualquer tempo por lei e, uma vez revogada a isenção, o
tributo volta a ser imediatamente exigível, sendo impertinente a invocação do princípio da
anterioridade”. CERTO.
Em relação aos fatos geradores periódicos, o STF, em 2011 (RE 204.271, Pleno), revendo
orientação anterior em sentido contrário, entendeu não ser viável a alteração da alíquota da CSLL no
curso do período, sem a observância da anterioridade de 90 dias. Segundo PAULSEN, tal revisão
deverá ocorrer, também, quanto ao IR, estando em discussão nos autos do RE 183.130, em que pese
não ter sido ainda cancelada a Súmula 584 do STF, que permite a aplicação, a todo ano-base, da lei
de IR publicada ao longo do período.
Sobre o princípio, alguns pontos polêmicos foram decididos pela jurisprudência: i) a alteração do
prazo de recolhimento do tributo não se sujeita à anterioridade (S. 669/STF); ii) a prorrogação de
contribuição social não se sujeita à anterioridade nonagesimal (ADI 2666); iii) a simples atualização
monetária não se confunde com majoração de tributo (AGRRE 176.200, RE 200.844-AgR); iii) o
dies a quo do prazo da anterioridade é a data da publicação da lei (ADI 3694).
31Art. 104. Entram em vigor [“têm eficácia”] no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua publicação os
dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda: I - que instituem ou majoram tais impostos; II - que definem
novas hipóteses de incidência; III - que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de maneira mais favorável ao
contribuinte, e observado o disposto no artigo 178.
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OBS vitaminada: MPF/17º: Lei que altera prazo de recolhimento do PIS (contribuição social): a)
somente se aplica após o prazo de 90 dias; b) viola o princípio da anterioridade se incidir de
imediato; c) não se submete ao princípio da anterioridade; d) somente se aplica sobre fatos geradores
que ocorrerem no ano seguinte à data em que enrou em vigor a lei. (resposta “c”)
LEITURA COMPLEMENTAR: RABELLO FILHO, Francisco Pinto. Princípio da Anterioridade
da Lei Tributária. São Paulo: Revista dos Tribunais.
Ponto extra vitaminado:
Tabela para memorizar as exceções do princípio da anterioridade:
Exceções à anterioridade
Anterioridade de exercício (alínea “b”) Anterioridade nonagesimal (alínea “c”)
II, IE, IOF e IPI32 II, IE e IOF
Impostos extraordinários de guerra Impostos extraordinários de guerra
Empréstimos compulsórios de guerra e Empréstimos compulsórios de guerra e
calamidade33 calamidade
Redução e restabelecimento de alíquotas de Base de cálculo de IPTU e IPVA (respeitam a
ICMS-combustível e CIDE-combustível anterioridade do exercício)
(exceções parciais) (respeitam a anterioridade
nonagesimal)
Contribuição social previdenciária (art. 195, Imposto de Renda
§6º da CF)
Empréstimo compulsório de investimento
relevante (respeitam a anterioridade do
exercício)
Observância apenas
Exigência imediata Exercício seguinte
dos 90 dias (Lei + 90
(Lei dia seguinte) (sem aguardar os 90 dias)
dias)
Empréstimos compulsórios decorrentes
Imposto extraordinário de
IPI de investimento público relevante (art.
guerra (IEG)
148, II da CF)
Empréstimos compulsórios Redução e
(EC) decorrentes de: restabelecimento de IR34
Calamidade pública; alíquotas de CIDE
Guerra. combustíveis e ICMS
32O IPI deve respeitar a noventena justamente por não se tratar de um tributo meramente extrafiscal. Ao revés, é o segundo maior
arrecadador federal.
33 Lembre que, embora sejam exceção à anterioridade, os empréstimos compulsórios dependem de lei complementar.
34 Incrivelmente, o IR, de finalidade marcantemente fiscal, ficou livre da noventena.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
combustíveis
II, IE, IOF (impostos
extrafiscais). Contribuições
Atente: com a EC 42/03, o Leis que alterem a base de cálculo do
previdenciárias
IPI passou a observar o IPTU e IPVA (alíquota não!)
(art. 195, §6º daCF)
prazo de 90 dias.
Jurisprudência do STF: INF 735: Nos casos em que a majoração de alíquota tenha sido
estabelecida somente na lei de conversão, o termo inicial da contagem é a data da conversão da
medida provisória em lei. STF. Plenário. RE 568503/RS
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
públicas ou privadas35.
As despesas de capital (aumento patrimonial), por sua vez, são: (i) investimentos (aumento do
PIB): planejamento e execução de obras 36 (inclusive aquisição de imóveis para essas obras),
programa especial de trabalho, aquisição de instalações, equipamentos, constituição ou aumento de
capital de empresa estatal que não seja de caráter comercial ou financeiro; (ii) inversões financeiras
(manutenção do PIB com aumento do patrimônio do ente): aquisição de imóveis já em uso,
aquisição de títulos de empresas que não configure aumento de capital e constituição ou aumento de
capital de empresas com objetivos comerciais ou financeiros; (iii) transferências de capital: dotação
para outro ente realizar investimento ou inversão financeira, sem contraprestação direta em bens ou
serviço.
A LC 101/00, por sua vez, disciplina a despesa pública em todos os seus aspectos:
I) criação, expansão, aperfeiçoamento de programa governamental que gere aumento de despesa:
nesse caso, para ser considerada lícita, a despesa deve ser acompanhada de: (i) estimativa de
impacto financeiro no exercício que deve começar e nos dois seguintes; (ii) declaração do ordenador
da despesa de que esta é compatível com as leis orçamentárias (LOA, LDO e PPA). Exceção:
despesa irrelevante – em geral, aquela cuja licitação é dispensável pelo valor.
II) despesa obrigatória de caráter continuado (aquela despesa corrente, derivada de lei em sentido
amplo, para período superior a dois anos): nesse caso, a licitude da criação, aumento ou prorrogação
por tempo indeterminado da despesa depende de: (i) estimativa do impacto financeiro no exercício
que deve começar e nos dois seguintes; (ii) demonstração da origem dos recursos para custeio; (iii)
cumprimento do anexo de metas fiscais da LDO; (iv) criação de medidas de compensação (aumento
de receita ou diminuição de despesa). Caso a Administração opte pela compensação por aumento de
receita, ela é condição para o início da despesa obrigatória de caráter continuado. Exceções: dívida
pública e reajuste com pessoal.
III) despesas com a seguridade social: depende de previsão da fonte de custeio (princípio da
contrapartida da receita) e medidas de compensação, dispensada esta nos casos de (i) concessão de
benefício a quem de direito; (ii) expansão QUANTITATIVA do atendimento e serviços; (iii)
reajuste para preservação do valor real. Maria Sylvia Di Pietro entende que a hipótese “i” dispensa,
inclusive, a previsão de fonte de custeio, dado que o caso é de outorga (concessão) de benefícios, e
35 OBS vitaminada: MPF/26º: Os eventuais repasses de dinheiro público às ONGs têm natureza jurídica de incentivos fiscais
setoriais que visam favorecer determinada atividade que o Estado se ressente de não poder desenvolver, a pleno, estabelecendo-se a
chamada reserva de contigência para atender aos imprevistos. (FALSO!) Resposta: o financiamento público das ONGs pode ocorrer
de duas formas: i) diretamente, pelas transferências via orçamento; e ii) indiretamente, por incentivos fiscais e renúncias tributárias.
Nesta segunda modalidade, os contribuintes deduzem da base de cálculo ou do tributo que pagariam, ou há isenções. Com efeito, não
haveria transferência de recursos do orçamento às ONGs. Justamente por não haver saída de recursos do orçamento, não há que se
falar em reserva de contingência, que constitui uma dotação global não especificamente destinada a determinado programa ou unidade
orçamentária, assumindo uma garantia orçamentária ao atendimento de possíveis riscos fiscais e imprevistos.
36OBS vitaminada: MPF/24º: Os valores despendidos pelo Estado na realização de obras públicas, classificam-se como: a) despesas
de capital; b) transferências correntes sob a modalidade de “diversas transferências correntes; c) extraordinárias sob a forma de
encargos diversos; d) diversas inversões financeiras. (resposta “a”) Resposta: Mais especificamente, a realização de obras públicas
classifica-se como “investimentos”. As despesas de capital englobam os investimentos, as inversões financeiras e as tranferências de
capital. Investimentos são gastos que geram bens de capital novos, enquanto inversões financeiras são gastos em aquisições de bens
de capital já existentes; transferências de capital são transferências de recursos para investimento ou inversões financeiras a outras
pessoas jurídicas de direito público ou privado, indepedentemente de contraprestação, bem como dotações de amortização de dívida
pública. Quanto à alternativa “d”, apesar de as inversões financeiras serem classificadas como despesas de capital, não há como se
afirmar, no presente caso, que a realizção de obras publicas se caracteriza como inversão financeira, uma vez que a questão dá a
entender que são gastos efetuados com bens novos, e não já em utilização.
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OBS vitaminada: refinanciamento da dívida mobiliária é a emissão de títulos para pagamento do principal acrescido da atualização
monetária (LRF, art. 29, V).
38OBS vitaminada: apesar de se tratar aqui da execução do orçamento, no que diz respeito especificamente à despesa pública:
MPF/23º: A realização de despesa pública passa por três fases distintas: o empenho, a liquidação e o pagamento. Quando se tratar de
obras, serviços e compras, a realização de despesas será precedida de licitação.
39OBS vitaminada: MPF/23º: O empenho é o ato pelo qual se reserva, do total da dotação orçamentária, a quantia necessária ao
pagamento. A nota de empenho cria para o credor da administração público o direito subjetivo ao pagamento, autorizando-o,
inculsive, a promover a cobrança do crédito mediante processo de execução, na forma do art. 730 e seguintes, do CPC. (FALSO!)
Resposta: O conceito de empenho está correto, mas não se pode dizer que a nota de empenho crie para o credor da administração
pública um direito subjetivo ao pagamento. O empenho deve ser visto apenas como uma garantia para o credor, não tendo o condão
de gerar direito adquirido, vez que o pagamento depende da verificação da regularidade do débito e ordem de pagamento. A nota de
empenho é documento que materializa o empenho, não tendo eficácia executiva. O empenho é sempre prévio ao pagamento, podendo,
em alguns casos previstos em lei, ser dispensada a emissão de nota de empenho, o que se materializa de outro modo como num “livro
de controle de dotações”. Atenção: pode-se dispensar, em alguns casos, a emissão da nota de empenho, porém jamais o empenho!
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
40OBS vitaminada: MPF/23º: É na fase de liquidação que a Administração verifica o direito adquirido pelo credor, tendo por base
os documentos comprobatórios da despesa. Examinam-se a conformidade entre o contrato, a nota de empenho e os comprovantes da
entrega do material ou da prestação efetiva do serviço.
41OBS vitaminada: apesar de se tratar aqui da execução do orçamento, no que diz respeito especificamente à despesa pública:
MPF/23º: O pagamento é a última fase da realização da despesa pública. Precede-o a ordem de pagamento, que é o despacho
proferido pelo ordenador da despesa (autoridade legalmente competente para a prática do ato).
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Resposta: A questão tenta induzir a erro quando mistura os conceitos de regime de caixa e
regime de competência ao princípio da anualidade. Na verdade, a anualidade quer dizer que
o orçamento é anual, prevalecendo o que nele estava descrito (no orçamento do exercício) e
não o que se pretendeu ver gerido (regime de caixa ou orçamento de gestão). Pela confusão
realizada, caberia recurso, uma vez que o regime contábil do orçamento no Brasil é misto,
sendo de caixa para a Receita e de competência para a Despesa. Tal não se deu porque o foco
da questão não foi o aspecto contábil. Alternativa “b” correta: no que se refere ao princípio
da anualidade, prevalece o regime de competência, vale dizer, orçamento previsto no
exercício, que, conforme a Lei 4.320/64, coincide com o ano civil.
Despesas de exercícios anteriores (DEA): são dívidas reconhecidas no exercício financeiro
vigente, resultantes de compromissos gerados em exercícios anteriores e para as quais o orçamento
respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las, mas que não tenha sido
processado naquela época (art. 37, Lei 4.320). O fato gerador acontece em um exercício sem que
tenha havido empenho, liquidação ou pagamento (ou há empenho e sua anulação). Nos exercícios
seguintes é que ocorre o empenho, liquidação ou pagamento. São despesas fixadas, no orçamento
vigente, decorrentes de compromissos assumidos em exercícios anteriores àquele em que deva
ocorrer o pagamento. Portanto, a DEA é uma despesa orçamentária e depende de autorizaçao
orçamentária. Por essa razão, a DEA não se confunde com o Restos a Pagar. A competência para a
inscrição e a responsabilidade pelo processo de DEA é do ordenador de despesas. Situações que
serão pagas por meio da DEA: Despesas que não se tenham processado na época própria
aquelas cujo empenho tenha sido considerado insubsistente e anulado 42 no encerramento do
exercício correspondente, mas que, dentro do prazo estabelecido, o credor tenha cumprido sua
obrigação; Restos a pagar com prescrição interrompida a despesa cuja inscrição como restos a
pagar tenha sido cancelada 43 , mas ainda vigente o direito do credor. Interromper a prescrição
significa reativar o direito do favorecido; Compromissos reconhecidos após o encerramento do
exercício a obrigação de pagamento criada em virtude de lei, mas somente reconhecido o direito
do reclamante após o encerramento do exercício correspondente.
Adiantamento de Numerário ou Suprimento de Fundos: é caracterizado por ser um
adiantamento de valores a um servidor sujeito a futura prestação de contas. É quando a
Administração entrega um numerário a um servidor para que realize alguma despesa. O
adiantamento de numerário é uma despesa orçamentária. Em razão disso, para conceder o recurso
ao suprido, é necessário percorrer os três estágios da despesa orçamentária: empenho, liquidação e
pagamento. Há várias questões que tentam induzir o candidato a erro dizendo que o adiantamento
dispensa o empenho, liquidação e pagamento.
Formas de se conceder adiantamento de numerário: i) Depósito em conta-corrente aberta para
esse fim, por meio do qual o servidor usa os recursos em cheque ou dinheiro, no limite estabelecido,
em nome do suprido (servidor que recebe), com regras previstas para a sua prestação de contas. Não
há o depósito em conta pessoal do suprido; ii) Cartão de Pagamento: é o cartão magnético
corporativo, em nome do Portador, indicado/autorizado pela Administração, com limites
42Anulação de empenho: ocorre quando o administrador, após o empenho, verifica que o credor não cumpriu as obrigações a que
estava sujeito, não possuindo, portando, direito subjetivo ao valor empenhado.
43 Os restos a pagar, se não forem processados até 31 de dezembro, serão cancelados. O cancelamento de Restos a Pagar não se
confunde com o recebimento de recursos provenientes de despesas pagas em exercícios anteriores que devem ser reconhecidos como
receita orçamentária. A anulação de despesas que foram pagas em anos anteriores configuram receita orçamentária, mas o
cancelamento de RP não é receita orçamentária e sim um restabelecimento.
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Perguntas da oral do 26º e 27º: Fale sobre despesa pública, conceito e classificações. Lei 4320 e
Lcp 101.
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Princípio da isonomia ou igualdade (art. 150, II, CR/88): veda discriminação arbitrária. Impõe que
todos os que estejam numa mesma situação de fato recebam o mesmo tratamento jurídico.
“Princípio da proibição dos privilégios odiosos” é sinônimo de princípio da isonomia tributária.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: II - instituir tratamento desigual entre
contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em
razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da
denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos.
A isonomia possui uma acepção horizontal e uma vertical. A acepção horizontal refere-se às
pessoas que estão niveladas, na mesma situação e que, portanto, devem ser tratadas da mesma
forma. A acepção vertical refere-se às pessoas que se encontram em situações distintas e que,
justamente por isto, devem ser tratadas de maneira diferenciada na medida em que se diferenciam.
O legislador constituinte estipulou no art. 150, II, que é vedado aos entes federados “instituir
tratamento desigual entre contribuintes que se encontram em situação equivalente”. Ademais, o
legislador estipulou que a ocupação profissional ou função exercida pelo contribuinte não pode ser
tomada como parâmetro para diferenciação. Enfim, veda a desigualdade entre os equivalentes e a
distinção com base na ocupação do contribuinte.
Tratamento diferenciado há de ser justificado por razões de capacidade contributiva ou,
excepcionalmente, por razões extrafiscais (ex. IPTU e ITR e função social da propriedade,
benefícios fiscais de incentivo regional, cooperativismo, tratamento diferenciado a ME e EPP ou em
razão da atividade econômica e utilização de mão-de-obra e prerrogativas do Executivo relativas a
certos tributos [II, IE, IPI, IOF, CIDE-combustíveis], propiciando controle da economia, do
mercado, do comércio exterior e da moeda - PAULSEN).
Faz-se mister anotar que há muito existe uma lei federal concessiva de isenção de IPI para taxistas e
para deficientes na aquisição de veículos novos, sem que se cogite ofensa alguma à isonomia, tendo
em visa a razoabilidade do critério justificador do tratamento tributário diferenciado.
Quando a lei viola o princípio da igualdade, o STF tem entendido que o judiciário não pode atuar
como legislador positivo e estender o benefício ao prejudicado (STF ARAG-142348, Rel. Min
Celso de Mello, RE 402.748-AgR e RE 418.994-AgR, Rel. Min. Eros Grau). A posição tem sido
criticada pela doutrina, que tem defendido que é possível a declaração de nulidade do critério
diferenciador inconstitucional, permitindo a inclusão de todos – a decisão seria negativa, mas seria
dotada de “eficácia positiva indireta” (PAULSEN).
Princípio da capacidade contributiva (art. 145, §1º): é intrinsecamente ligado ao da igualdade e
ajuda a realizar os ideais republicanos.
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44 Resposta: “c”.
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Jurisprudência do STJ: INF 514/2013 (AgRg no AREsp 248.264-RS, 2aT): o Poder Judiciário
não pode, por meio de uma decisão judicial, estender isenção fiscal a uma categoria não abrangida
pelo benefício, mesmo que sob o argumento de que haveria na hipótese uma situação discriminatória
e uma ofensa ao princípio da isonomia. A concessão de isenção fiscal é ato discricionário, fundado
em juízo de conveniência e oportunidade do Poder Público, de forma que não pode o Poder
Judiciário, sob o pretexto de tornar efetivo o princípio da isonomia, reconhecer situação
discriminatória de categorias não abrangidas pela regra isentiva, estendendo, por via transversa,
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OBS vitaminada: segundo a banca do MPF, o artigo 150, V, da CF, prevê o princípio da paridade
jurídica, como se pode ver da questão abaixo:
MPF/15º45: À vista do princípio da paridade jurídica consagrado no art. 150, V, da CF*, a
União, no exercício de sua competência impositiva prevista no art. 153, V, da Lei
Fundamental:
a) pode cobrar do Município o IOF, posto que o investimento no Sistema Financeiro não se
insere entre as finalidades essenciais do ente federado;
b) não pode cobrar do Município o IOF;
c) não pode cobrar somente se o Município comprovar que a aplicação destina-se a constituir
renda para pagar a sua dívida fundada e evitar a medida preconizada no art. 35, I, da CF;
d) não pode cobrar se houver convênio firmado entre a União e o Estado, em que haja
previsão de compensação de créditos.
* Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: V - estabelecer limitações ao tráfego de
pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a
cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público.
Perguntas da oral do 26º e 27º:
- Princípio da igualdade e sua efetivação (eficácia). Distorções, como a inconstitucionalidade das
contribuições à previdência pelos inativos por ausência de contraprestação. Falar sobre os pontos de
forma genérica.
- Dê um exemplo de aplicação do princípio da isonomia na jurisprudência do STF (Ele disse que foi
a possibilidade de aplicação de correção monetária na repetição do indébito).
"Tributário. ICMS. Benefício fiscal. Redução da carga tributária condicionada à origem da
industrialização da mercadoria. Saídas internas com café torrado ou moído. Decreto 35.528/2004 do
Estado do Rio de Janeiro. Violação do art. 152 da Constituição. O Decreto 35.528/2004, do Estado
do Rio de Janeiro, ao estabelecer um regime diferenciado de tributação para as operações das quais
resultem a saída interna de café torrado ou moído, em função da procedência ou do destino de tal
operação, viola o art. 152 da Constituição." (ADI 3.389 e ADI 3.673, Rel. Min. Joaquim Barbosa,
julgamento em 6-9-2007, Plenário, DJ de 1º-2-2008.)
45 Resposta: “b”.
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suplementares (reforça o orçamento), especiais (criam nova dotação) e extraordinários (para atender
a situação emergencial). Quando tiverem vigência superior a um exercício financeiro, os
créditos especiais e os extraordinários serão exceção ao princípio da anualidade, conforme
previsto no art. 167, §2º da CF. OBS: os créditos suplementares não podem ser reabertos ou ter
vigência superior a um exercício financeiro, não sendo exceção ao princípio da anualidade.
Art. 167. § 2º - Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício
financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos
últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus
saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro subseqüente.
OBS vitaminada: MPF/2008: À vista do princípio da anualidade tributária, é exato
asseverar que, no Brasil, não são admissíveis atenuações a esse princípio, posto que ele
representa, no Estado Democrático de Direito, expressiva manifestação do postulado da
segurança jurídica e do controle das contas públicas. (FALSO!)
5) Princípio da ANTERIORIDADE: a lei orçamentária deve ser aprovada antes do início do
exercício financeiro, sendo exceções a este princípio os créditos adicionais (suplementares, especiais
e extraordinários), abertos na forma do art. 165, §8º, e 167, V, e §§ 2º e 3º, da CF.
6) Princípio da UNIDADE: Como se vê do § 5º do art. 165, a peça orçamentária deve ser única e
uma só, contendo todos os gastos e receitas. Cuida-se de princípio formal, isto é, o documento é
único.
OBS vitaminada: o princípio da unidade não está expressamente previsto na CF/88, sendo
uma interpretação criada sobre a previsão, na CF, de um único orçamento (a LOA), embora
subdividido em (i) Fiscal, (ii) de Investimento e (iii) da Seguridade Social, devendo, todos
eles, possuir uma unidade de orientação política (princípio da unidade), de sorte que todos os
orçamentos se estruturem uniformemente.
Dessa forma, todas as receitas previstas e despesas fixadas, em cada exercício financeiro, devem
integrar um único documento legal dentro de cada nível federativo.
Entretanto, hoje, este princípio não mais se preocupa com a unidade documental do orçamento
(exigida na CF/46), mas com a unidade de orientação política, de sorte que os orçamentos se
estruturem uniformemente46. Admite-se a existência de orçamentos setoriais, desde que, afinal,
eles se consolidem num documento que possibilite ao governo ter uma visão geral do conjunto das
finanças públicas (MENDES, 2010, 1530).
OBS vitaminada: EXCEÇÃO ao princípio da unidade: lei de abertura de créditos adicionais
(suplementares ou especiais). Quando o orçamento é aprovado, define a receita prevista e a
despesa fixada. A fixação ocorre por meio da liberação de créditos orçamentários
46OBS vitaminada: MPF/2008: segundo o sistema constitucional financeiro vigente, é certo afirmar que o princípio da unidade do
orçamento não mais é adotado pela Carta Magna. (FALSO!)
OBS vitaminada: MPF/2008: segundo o sistema constitucional financeiro vigente, é certo afirmar que apesar de haver três
orçamentos em nossa ordem jurídica, consoante o disposto no art. 165, da Lei Fudamental, a unidade de orçamento persiste,
porquanto a unidade não é documental, mas de programas a serem implementados dentro de uma estrutura integrada do Sistema.
OBS vitaminada: MPF/2008: segundo o sistema constitucional financeiro vigente, é certo afirmar que a unicidade orçamentária veio
a ser substituída pelos orçamentos plurianuais e pelo de diretrizes orçamentárias. (FALSO!) Resposta: A existência da Lei de
Diretrizes Orçamentárias e do Plano Plurianual não afasta a autoridade do princípio da unidade orçamentária. Há uma única LOA,
embora dividida em três sub-orçamentos.
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extraorçamentária (na devolução da caução). Assim, nem a receita nem a despesa extra-
orçamentária estarão na LOA, pois o Estado não irá utilizá-los para atender às despesas de
finalidades públicas.
8) Princípio da LEGALIDADE: os orçamentos e os créditos só podem ser aprovados por lei formal.
A prática comum de a LOA conter delegação ao Executivo para transferir recursos de uma dotação
orçamentária para outra não acarreta violação a este princípio.
OBS vitaminada: O princípio da legalidade orçamentária está previsto nos incisos I, II e V
do art. 167 da CF/88, que dispõem serem vedados: (i) o início de programas ou projetos
não incluídos na lei orçamentária anual; (ii) a abertura de crédito suplementar ou
especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos recursos
correspondentes; (iii) a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que
excedam os créditos orçamentários ou adicionais.
OBS vitaminada: O inciso VI do art. 167 também está relacionado com o princípio da
legalidade, muito embora a doutrina o prefira chamar de princípio da vedação do estorno
de verbas: quando o orçamento é elaborado, o Executivo já prevê as receitas e fixa as
despesas para determinados órgãos e programas. Durante a execução orçamentária, o
Legislativo não poderá remanejar as verbas e um órgão ou programa para outro, como regra
geral. EXCEÇÃO: por meio de autorização legal, será possível o remanejamento das verbas.
Art. 167. São vedados: VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos
de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia
autorização legislativa.
9) Princípio da NÃO-VINCULAÇÃO OU DA NÃO-AFETAÇÃO DA RECEITA DE
IMPOSTOS (CF, art. 167, IV): em regra, é vedada a vinculação da receita de imposto a órgão,
fundo ou despesa. São exceções a este princípio (8): 1) a repartição das receitas tributárias; 2) a
destinação de recursos para o desenvolvimento do ensino; 3) para as ações e serviços públicos de
saúde; 4) para fundos especiais criados por meio de EC47; 5) para a realização de atividades da
administração tributária; 6) a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de
receita; 7) a vinculação de impostos estaduais e municipais para garantia ou contragarantia à União
para pagamento de débitos com ela; 8) as vinculações deaté 0,5% da receita tributária líquida para os
programas de apoio e inclusão e promoção social e para o financiamento de programas culturais,
previstas nos arts. 204, par. único, e 216, §6º, da CF e arts. 79, 80 e 82 do ADCT.
Art. 167. São vedados: IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa,
ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts.
158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para
manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração
tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a
prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art.
165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
§ 4.º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos a que se referem
47Os fundos especiais podem ser criados por meio de lei ordinária ou complementar. Contudo, somente se forem criados via emenda
constitucional será possível a vinculação de receitas de impostos para a manutenção desse fundo. Ex: fundo de combate e erradicação
da pobreza; Fundo Nacional de Emergência - ADCT, art. 71.
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os arts. 155 e 156, e dos recursos de que tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e b, e II, para a
prestação de garantia ou contragarantia à União e para pagamento de débitos para com
esta. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) (...)
Art. 204, Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a
programa de apoio à inclusão e promoção social até cinco décimos por cento de sua receita
tributária líquida, vedada a aplicação desses recursos no pagamento de: I - despesas com
pessoal e encargos sociais; II - serviço da dívida; III - qualquer outra despesa corrente não
vinculada diretamente aos investimentos ou ações apoiados.
Não se pode esquecer que a EC 31/2000 instituiu o Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza,
vinculando verbas federais, estaduais e municipais para a atividade que será desenvolvida (arts. 79,
80 e 82 do ADCT). A EC 43/2003 acrescentou vinculação para realização de atividades da
administração tributária, o que complementa o inciso XXII do art. 37 da CF; para prestação de
garantias às operações de crédito em antecipação de receitas previstas no art. 165, §8º; e para
atender ao pagamento de débitos para com a União (art. 167, §4º). Nada impede, pois que ao obter
financiamento para atender a algum compromisso financeiro, o Estado, quando da obtenção de
dinheiro, destine-o a saldar o compromisso.
É lamentável o que vem ocorrendo, a exceção torna-se a regra. O dispositivo constitucional fala em
vedaçao à vinculação de receita de impostos, o que significa que será possível vincular taxas e
contribuições de melhoria. O salutar princípio significa que não pode haver mutilação das verbas
públicas. O Estado deve ter disponibilidade da massa de dinheiro arrecadado, destinando-o dentro
dos parâmetros que ele próprio elege como objetivos preferenciais.
OBS vitaminada: também é importante não confundir VINCULAÇÃO com ALOCAÇÃO
de recursos orçamentários. No momento da elaboração do orçamento, o chefe do
Executivo pode alocar a receita oriunda dos impostos a despesas específicas. O que não
é possível – e a Constituição veda - é a vinculação prévia. Não se admite que o legislador
vincule, abstratamente, a receita de imposto a uma despesa específica, o que feriria a
separação de poderes. Cabe ao Poder Executivo lançar mão dessa discricionariedade.
10) Princípio da ESPECIFICIDADE ou ESPECIALIZAÇÃO ou da quantificação dos créditos
orçamentários: a autorização legislativa deve se referir a despesas específicas e não a dotações
globais. Veda-se a concessão de créditos ilimitados, determinando-se a fixação do montante de
gastos. O objetivo é impedir a inclusão de dotações globais na lei orçamentária para atender às
despesas. Assim, toda a despesa deve ser identificada, no mínimo, por elemento, permitindo um
maior controle da execução orçamentária. Assim, este princípio determina que as receitas e despesas
sejam apresentadas de forma detalhada nos orçamentos, possibilitando o conhecimento das origens
dos recursos e de sua correspondente aplicação. A especificação das contas das receitas e despesas
na atualidade deve considerar as exigências do controle externo e interno, do planejamento, da
avaliação econômica quanto ao impacto do gasto público sobre a economia. OBS vitaminada: para
melhor compreender o significado do princípio da especialização, o professor do Alcance, Luis
Oliveira Jungstedt, afirma que este é mais bem visualizado no art. 5º, §4º, da LRF, que prescreve: “é
vedado consignar na lei orçamentária crédito com finalidade imprecisa ou com dotação ilimitada”.
Assim, o princípio da especialização determina que os créditos devem ter finalidade precisa,
amarrada a programas e projetos, e com dotação limitada (global, como já dito).
OBS vitaminada: Há duas EXCEÇÕES à vedação de dotações globais: i) reservas de
contigência e ii) programas especiais de trabalho que não possam ser submetidos às normas
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
gerais. Reserva de contingência48 é uma dotação global, que visa atender os passivos
contingentes, obrigações incertas e futuras, indiscriminadamente. Ela é permitida para ser
utilizada como fonte de financiamento para a abertura de créditos adicionais (pode ser
utilizada tanto para despesas correntes como para despesas de capital). Programas
especiais de trabalho 49 As dotações servem apenas para despesas de capital.
ATENÇÃO: há também exceção ao princípio da especialização no que tange à gestão dos
fundos (ver ponto 12.c): uma das características dos fundos é a descentralização do processo
decisório – a decisão de alocação de recursos é descentralizada para a administração do
fundo; isso constitui exceção ao princípio da especialidade do orçamento, pois aqui os gastos
não são individualizados, existindo uma dotação global destinada a determinado fundo e que
será administrada pelo seu gestor, que decidirá de que forma aplicará os recursos ao fundo
destinados. Outra exceção também a esse princípio é o Anexo de Riscos Fiscais, aonde são
destinados recursos para eventuais riscos, sobre os quais não se tem certeza existencial.
11) Princípio da TRANSPARÊNCIA (CF, art. 165, §6º e LC 101/2000, arts. 1 e 48): possibilidade
de fiscalização e de controle interno e externo da execução orçamentária. O projeto de lei deve ser
acompanhado dos demonstrativos dos efeitos sobre receitas e despesas, trazendo com fidelidade e
transparência os ingressos e gastos públicos.
OBS vitaminada: segundo esse princípio, nada deve ficar de fora, encoberto ou dissimulado
nas questões orçamentárias. A transparência será assegurada também mediante: (i) incentivo
à participação popular e realização de audiências públicas, durante os processos de
elaboração e discussão dos PPAs, LDOs e LOAs; (ii) liberação ao pleno conhecimento e
acompanhamento da sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a
execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público; (iii) adoção
de sistema integrado de administração financeira e controle, que atenda a padrão mínimo
de qualidade estabelecido pelo Poder Executivo da União (art. 48 da LRF). Além disso, as
contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo ficarão disponíveis, durante todo o
exercício, no respectivo Poder Legislativo e no órgão técnico responsável pela sua
elaboração, para consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade (art. 49
da LRF). Instrumentos de transparência da gestão fiscal: os PPAs, as LOAs e as LDOs;
as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução
Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses
documentos (art. 48 da LRF).
12) Princípio da PUBLICIDADE (CF, art. 165, §3º): determina a observância da publicidade no
que tange às leis orçamentárias, exigindo ainda a publicação, a cada bimestre, de relatório resumido
da execução orçamentária pelo Poder Executivo. Está relacionado com o princípio da transparência,
48 OBS vitaminada: MPF/26º: Os eventuais repasses de dinheiro público às ONGs têm natureza jurídica de incentivos fiscais
setoriais que visam favorecer determinada atividade que o Estado se ressente de não poder desenvolver, a pleno, estabelecendo-se a
chamada reserva de contigência para atender aos imprevistos. (FALSO!) Resposta: o financiamento público das ONGs pode ocorrer
de duas formas: i) diretamente, pelas transferências via orçamento; e ii) indiretamente, por incentivos fiscais e renúncias tributárias.
Nesta segunda modalidade, os contribuintes deduzem da base de cálculo ou do tributo que pagariam, ou há isenções. Com efeito, não
haveria transferência de recursos do orçamento às ONGs. Justamente por não haver saída de recursos do orçamento, não há que se
falar em reserva de contingência, que constitui uma dotação global não especificamente destinada a determinado programa ou unidade
orçamentária, assumindo uma garantia orçamentária ao atendimento de possíveis riscos fiscais e imprevistos.
49Art. 20 da lei 4.320/64. Os investimentos serão discriminados na Lei de Orçamento segundo os projetos de obras e de outras
aplicações. Parágrafo único. Os programas especiais de trabalho que, por sua natureza, não possam cumprir-se subordinadamente
às normas gerais de execução da despesa poderão ser custeadas por dotações globais, classificadas entre as Despesas de Capital.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
tendo como objetivo levar os atos praticados pela Administração ao conhecimento de todos.
13) Princípio da CLAREZA: diz que o orçamento deve ser elaborado de forma clara e
compreensível para todos os cidadãos, para dar uma maior publicidade. O orçamento deve ser
apresentado em linguagem transparente, simples e inteligível, sem descuidar das exigências técnicas
orçamentárias, para facilitar o manuseio e a compreensão daqueles que, por força do ofício ou por
interesse, necessitam conhecê-lo.
14) Princípio da vedação da realização de despesas com pessoal além dos limites previstos em
lei complementar (CF, art. 169 e LC 101/2000, art. 19): a despesa total com pessoal, ressalvadas as
despesas previstas no §1º do art. 19 da LC 101/00, não pode exceder os seguintes percentuais da
receita corrente líquida de cada ente federativo: União - 50%; Estados - 60%; Municípios - 60%.
15) Princípio da LEGITIMIDADE (CF art. 70): O controle da legitimidade deve recair sobre a
legalidade e economicidade da execução orçamentária e financeira, levando em conta o aspecto de
justiça e a relação custo-benefício, de sorte a propiciar ao cidadão a efetiva contrapartida por sua
sujeição permanente ao poder tributário do Estado.
16) Princípio do ORÇAMENTO BRUTO, previsto no art. 6º da Lei no 4.320, de 1964, preconiza o
registro das receitas e despesas na Lei Orçamentária Anual - LOA pelo valor total e bruto, vedadas
quaisquer deduções.
OBS vitaminada: Assim, o Poder Executivo não pode colocar na LOA apenas os valores
líquidos. Ex: da receita tributária, a União tem que transferir parte para os fundos de
participação dos Municípios e dos Estados. Apesar disso, a União não pode deduzir a
transferência da receita tributária, por conta do princípio orçamentário do orçamento bruto.
Princípios Orçamentários Modernos (Secretaria do Planejamento - Governo da Bahia -
16.03.2012). Os Princípios Orçamentários Modernos começaram a ser delineados na era moderna do
Orçamento, quando sua função extrapolou as fronteiras político-legalistas, invadindo o universo do
planejamento (programação) e da gestão (gerência). 1) Princípio da Simplificação: o planejamento e
o orçamento devem basear-se a partir de elementos de fácil compreensão. 2) Princípio da
Descentralização: é preferível que a execução das ações ocorra no nível mais próximo de seus
beneficiários. Com essa prática, a cobrança dos resultados tende a ser favorecida, dada a
proximidade entre o cidadão, beneficiário da ação, e a unidade administrativa que a executa. 3)
Princípio da Responsabilização: os gerentes/administradores devem assumir de forma personalizada
a responsabilidade pelo desenvolvimento de um programa, buscando a solução ou o
encaminhamento de um problema.
Ponto extra vitaminado:
Princípio da prudência fiscal: limite de alerta (art. 59, §1º, da LRF): quando a despesa atinge
90% do limite, o Tribunal de Contas emite um alerta - não é acompanhado de restrição, sendo
apenas um alerta do Tribunal de Contas; limite prudencial (art. 22, pú, da LRF): quando a despesa
atinge 95% do limite, a lei impõe restrições/vedações , mas ainda não há sanções. Consequência:
art. 169, §4º da CF e art. 23, §3º.
Princípio da unidade de caixa ou de tesouraria: Todas as receitas obrigatoriamente devem ser
depositadas na Conta Única (mantida junto ao Banco Central), vedada a fragmentação da receitas
para a criação de caixas especiais: (Art. 56 da lei 4.230/64. O recolhimento de todas as receitas far-
se-á em estrita observância ao princípio de unidade de tesouraria, vedada qualquer fragmentação
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
para criação de caixas especiais). EXCEÇÃO: algumas receitas não são recolhidas ao caixa único
da União, a exemplo das receitas de aplicação financeiras (juros ativos) de fundos especiais e de
convênios. Essas receitas revertem às suas respectivas contas correntes. Portanto, todos os recursos
arrecadados, com raríssimas exceções, a exemplo dos fundos especiais50, são recolhidos ao caixa
único do Tesouro Nacional, mantido junto a Banco Central.
MPF/2008: Segundo o sistema constitucional financeiro vigente, é certo afirmar que: a) o princípio
da unidade do orçamento não mais é adotado pela Carta Magna; b) a unicidade orçamentária veio a
ser substituída pelos orçamentos plurianuais e pelo de diretrizes orçamentárias; c) apesar de haver
três orçamentos em nossa ordem jurídica, consoante o disposto no art. 165, da Lei Fudamental, a
unidade de orçamento persiste, porquanto a unidade não é documental, mas de programas a serem
implementados dentro de uma estrutura integrada do Sistema; d) ao contrário de textos
constitucionais anteriores, a Constituição de 1988 não contempla o chamado princípio da
exlusividade em matéria orçamentária. (respota “c”)
Perguntas da prova oral do 26º e 27º: A interpretação tributária tem instrumentos diversos dos
instrumentos previstos para a hermenêutica em geral?
50OBS vitaminada: “Os fundos públicos constituem uma exceção ao princípio da unidade de tesouraria. Esse princípio prevê que
todas as receitas públicas devem ser recolhidas ao tesouro, para depois serem utilizadas nas despesas públicas previstas no
orçamento” (Petter, p. 122).
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
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51OBS vitaminada: MPF/19º: É correto dizer que a contribuição do salário-educação: a) somente poderá ser exigida após prévia
definição do fato gerador e da base de cálculo por lei complementar; b) a ela não se aplica o princípio da nonagesimidade, mas o
princípio da anterioridade; c) a competência dos Estados-membros e do DF para instituí-la é concorrente com a da União; d) não tem
natureza de contribuição de intervenção no domínio econômico. (resposta “b”)
Alternativa “a” e “b”: STF, Súmula 732: É constitucional a cobrança da contribuição do salário-educação, seja sob a
Carta de 1969, seja sob a CF/1988, e no regime da Lei 9.424/96. O STF afastou a necessidade de edição de Lcp para
instituição da contribuição do salário-educação, haja vista sua natureza de contribuição especial, não se lhe aplicando os
arts. 146, III, “a”, e 154, I, da CF/88, que dizem respeito a impostos (Art. 146. Cabe à lei complementar: III - estabelecer
normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: a) definição de tributos e de suas espécies, bem
como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e
contribuintes. art. 195, § 4º da CF: A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da
seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I => art. 154. A União poderá instituir: I - mediante lei
complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou
base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição). As contribuições residuais do art. 195, § 4º, devem ser
criadas pela União mediante Lcp e não lei ordinária, devendo ainda possuir fato gerador e base de cálculo diveros daqueles
definidos para as contribuições já vigentes. Já as hipóteses em que a CF já previu a sua meterialidade (como é o caso do
salário-educação) podem ser criadas por lei ordinária. Perceba o seguinte: a resposta correta (alternativa “b”) diz que
não se aplica ao salário-educação o princípio da anterioridade nonagesimal. Isso porque, para a banca do MPF (e para o
STF) há uma diferença entre o princípio da “noventena” (art. 154, III, “c”) e princípio da “anterioridade nonagesimal” ou da
“nonagesimidade” (art. 195, § 6º). Sendo assim, quando se fala em princípio da anterioridade, puramente, ou seja, sem
mencionar se se trata do princípio da nonagesimidade, deve-se entender que se está englobando a ideia da noventena. O
salário-educação não se submete ao disposto no art. 195, § 6º, e, portanto, ao princípio da anterioridade nonagesimal;
submete-se, contudo, ao princípio da anterioridade, que engloba o princípio da noventena. Assim, não poderá ser cobrada no
mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, nem antes de decorridos noventa
dias desta data (art. 150, III, “c”) (MA&VP, p.122). Deve-se, contudo, atentar para o fato de que o princípio da noventena
(art. 150, III, “c”) foi incluido por Emenda Constitucional, de forma que, talvez, essa prova seja anterior a essa inclusão.
Alternativa “c”: o art. 149 da CF prevê três espécies de contribuição de competência exclusiva da União: as sociais, as de
intervenção no domínio econômico e as de interesse de categoria econômica. Alternativa “d”: entendo estar também
correta, afinal, o salário-educação não tem natureza de contribuição de intervenção no domínio econômico, mas, sim, de
contribuição social geral. O art. 149 da CF trata de três espécies de contribuições: i) conribuições sociais; ii) contribuições
corporativas e iii) contribuições de intervenção no domínio econômico – CIDE. Segundo o STF (RE 138.248), são três as
espécies de contribuições sociais: (i) contribuições sociais gerais (salário-educação e sistema “S”), (ii) contribuições de
seguridade social (art. 195, I a IV, CF), (iii) outras contribuições sociais (contribuições residuais do art. 195, §4º). A
contribuição do salário-educação, prevista no art. 212, § 5º, da CF, seria, portanto, um tipo de contribuição social geral,
sendo uma fonte adicional de financiamento da educação básica pública e, incontroversamente, educação não integra o
conceito de seguridade social (MA&VP, p.122).
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2ª T., j. em 17/08/2010, DJe 26/08/2010). E mais. O STJ julgou, na sistemática dos Recursos
Repetitivos, que é devida a contribuição social para o SESC, SENAI e SEBRAE pelas empresas
prestadoras de serviços educacionais, tendo em vista que, embora não exista entidade específica a
amparar os empregados desta categoria profissional, não se pode imaginar, sob pena de
discriminação, que os empregados do setor de serviços, que não estejam originalmente incluídos no
enquadramento sindical ou listados como associados do antigo IAPC, possam ser excluídos dos
benefícios sociais das referidas entidades (REsp 1255433, Rel. Min. MAURO CAMPBELL
MARQUES, 1ª Seção, j. em 23/05/2012, DJe 29/05/2012).
(ii) Contribuições de Seguridade Social. Os Estados, o DF e os Municípios têm competência para
instituir essa contribuição. Além disso, a alíquota, nesses casos, não poderá ser menor que a cobrada
pela União de seus servidores. Frisa-se que o art. 195, §6º, da CF estabelece a Anterioridade
Especial (Nonagesimal ou Mitigada), de 90 dias.
De acordo com o princípio da solidariedade, toda a sociedade financia a seguridade social, seja por
meio das contribuições, seja por meio de dotação orçamentária específica. São quatro as fontes de
financiamento previstas pela CF e que, portanto, permitem a instituição por lei ordinária: (a)
importador (art. 195, IV); (b) concurso de prognósticos (art. 195, III); (c) trabalhador (art. 195, II);
(d) empregador (art. 195 I).
A CF estabelece duas regras de imunidade específicas: (i) entidades beneficentes de assistência
social (art. 195, §7º, CF); e (ii) receitas decorrentes de exportação (art. 149, §2º, I, CF). É possível a
incidência de contribuições em operações relativas a energia elétrica, derivados de petróleo,
combustíveis e minerais (art. 155, §3º, CF e Súmula 659, STF: art. 155, § 3º: À exceção ICMS, II e
IE, nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações relativas a energia elétrica, serviços de
telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País).
(a) Contribuições de seguridade social do importador. Foram inseridas na CF pela EC 42/2003.
Segundo a Lei nº 10.865/2004, são duas as contribuições: PIS/PASEP-IMPORTAÇÃO e COFINS-
IMPORTAÇÃO. Os elementos desses tributos são: (i) FG: entrada de bens no território nacional ou
o pagamento pelo serviço para pessoa no exterior; (ii) BC: valor do produto, acrescido do ICMS
devido pelo desembaraço aduaneiro e das contribuições do importador, ou o valor pago pelo serviço,
acrescido de ISS e contribuições do tomador do serviço; (iii) sujeito passivo: importador, contratante
ou o beneficiário do serviço (quando o contratante também residir no exterior).
(b) Contribuições de seguridade social sobre a receita de loterias. Regulamentada pelo Dec.
3.048/99: (i) FG: a receita dos concursos de prognósticos; (ii) BC: pode ser tanto a receita líquida
como a bruta; (iii) sujeito passivo: é a entidade que realiza o concurso.
(c) Contribuições de seguridade social do trabalhador. Regulamentada pelo Dec. 3.048/99: (i) FG:
a remuneração do segurado, independentemente do título; (ii) BC: é o salário de contribuição; (iii)
sujeito passivo: é o segurado empregado, incluindo o doméstico, e o trabalhador avulso. O art. 30 da
Lei 8.212/91 estabelece que o empregador é o responsável por recolher essa contribuição, o que não
se aplica ao doméstico.
(d) Contribuições de seguridade social do empregador e da empresa. Podem ser incidentes sobre
três FG diversos: (1) folha de pagamentos; (2) receita ou faturamento; (3) lucro. Como regra, essas
contribuições podem ter alíquotas e BC variadas, o que representa aplicação dos princípios da
capacidade contributiva e da progressividade (arts. 195, §9º, e 145, §1º, da CF). Além disso, não
admitem remissão ou anistia (art. 195, §11, CF) e podem ser não cumulativos na forma da lei (art.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
195, §13, CF). Atualmente, são não cumulativos: PIS/PASEP, COFINS e PIS-IMPORTAÇÃO e
COFINS-IMPORTAÇÃO. Por fim, a CF determina (art. 195, §13, CF) uma substituição gradual das
contribuições sobre a folha de pagamentos sobre a receita ou faturamento, como forma de estimular
a contratação formal.
(d.1) Contribuição social patronal. Regulamentada pelo Decreto 3.048/99: (i) FG: folha de
pagamentos; (ii) BC: é o total das remunerações do segurado empregado, trabalhador avulso e do
segurado contribuinte individual; (iii) sujeito passivo: é o empregador, empresa e o equiparado. Visa
a custear o RGPS.
(d.2) Contribuição ao PIS/PASEP. Originalmente distintas, essas contribuições foram unificadas
em 1976 e visam a financiar o programa de seguro desemprego e o abono salarial (art. 239 da CF).
A depender do sujeito passivo, terá FG e BC diferentes: (a) pessoa jurídica de direito privado e
equiparados, FG: faturamento mensal/receita bruta e BC: o valor destes; (b) entidades sem fins
lucrativos, FG: pagamento de salários e BC: folha de pagamento; (c) pessoa jurídicas de direito
público interno, FG: arrecadação de receitas ou transferências correntes e receitas de capital e BC: o
valor dessas arrecadações.
(d.3) Contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL). Regulamentada pela Lei 9.430/96: (a) FG:
acréscimo patrimonial decorrente da atividade da empresa ou entidade equiparada; (b) BC: o lucro
líquido; (c) sujeito passivo: a pessoa jurídica e a equiparada.
(d.4) Contribuição para financiamento da seguridade social (COFINS). Regulamentada pela Lei
10.833/2003: (a) FG: faturamento da empresa; (b) BC: faturamento mensal (receita bruta –
totalidade das receitas auferidas, deduzidas as exclusões legais); (c) sujeito passivo: a pessoa
jurídica de direito privado e as pessoas que lhes são equiparadas.
(iii) Outras contribuições sociais. São as contribuições criadas com base na competência residual da
União e têm os seguintes parâmetros: instituição por lei complementar; competência exclusiva da
União; respeito a não cumulatividade; impossibilidade de coincidência de fato gerador ou base de
cálculo com o de outras contribuições (segundo o STF, isso significa que essas contribuições podem
ter a mesma base de cálculo e fato gerador de impostos – RE 231.096)52.
Jurisprudência:
Supremo Tribunal Federal:
- INF. 735 (vitaminado): Afigura-se inviável a exclusão dos salários e encargos sociais dos
trabalhadores temporários da base de cálculo do PIS e da COFINS devidos pelas empresas
prestadoras de serviço de locação de mão de obra temporária, por se tratarem, receita bruta e
faturamento, de termos juridicamente equivalentes, significando, ambos, o total dos valores
auferidos com a venda de mercadorias, de serviços ou de mercadorias e serviços. AG. REG. NO RE
N. 635.398-SC
- INF 699/2013 (vitaminado): o art. 149, § 2º, III, a, da CF/88 estabelece que a base de cálculo do
PIS/PASEP-Importação e da COFINS-Importação deverá ser o valor aduaneiro. Ocorre que o art. 7º,
I, da Lei n. 10.865/2004 prevê que a base de cálculo dessas contribuições é o VALOR
52MPF/22º: Pelo que se depreende do inciso I, do art. 154, do Estatuto Político Fundamental, contribuições não podem ser criadas
com o mesmo fato gerador e a mesma base de cálculo de outras já existentes ou de impostos. (FALSO!) Resposta: As contribuções
poderão ser criadas com o mesmo fato gerador e a mesma base de cálculo de impostos já existentes. Ex: IR e CSLL.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
- “A jurisprudência do Supremo, ante a redação do artigo 195 da Carta Federal anterior à Emenda
Constitucional nº 20/98, consolidou-se no sentido de tomar as expressões receita bruta e faturamento
como sinônimas, jungindo-as à venda de mercadorias, de serviços ou de mercadorias e serviços. É
inconstitucional o § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98, no que ampliou o conceito de receita bruta
para envolver a totalidade das receitas auferidas por pessoas jurídicas, independentemente da
atividade por elas desenvolvida e da classificação contábil adotada.” (RE 357.950, Tribunal Pleno, j.
9/11/2005, DJ 15/08/2006)
- “As situações posteriores ao nascimento da obrigação tributária, que se constituem como
excludentes do crédito tributário, contempladas na legislação do PIS e da COFINS, ocorrem apenas
quando fato superveniente venha a anular o fato gerador do tributo, nunca quando o fato gerador
subsista perfeito e acabado, como ocorre com as vendas inadimplidas. [...] As vendas canceladas não
podem ser equiparadas às vendas inadimplidas porque, diferentemente dos casos de cancelamento
de vendas, em que o negócio jurídico é desfeito, extinguindo-se, assim, as obrigações do credor e do
devedor, as vendas inadimplidas - a despeito de poderem resultar no cancelamento das vendas e na
consequente devolução da mercadoria -, enquanto não sejam efetivamente canceladas, importam em
crédito para o vendedor oponível ao comprador.” (RE 586.482-RS, Tribunal Pleno, j. 23/11/2011,
DJE 18/06/2012)
Superior Tribunal de Justiça:
- INF 537/2014 (vitaminado): Súmula 508-STJ: A isenção da Cofins concedida pelo art. 6º, II,
da LC n. 70/1991 às sociedades civis de prestação de serviços profissionais foi revogada pelo
art. 56 da Lei n. 9.430/1996. 26/03/2014. Ou seja, incide Cofins sobre serviços prestados pelas
sociedades civis de prestação de serviços profissionais (profissão legalmente regulamentada).
Art. 6º São isentas da contribuição: II – as sociedades civis de que trata o art. 1º do Decreto-Lei nº
2.397, de 21 de dezembro de 1987 (sociedades civis de prestação de serviços profissionais relativos
ao exercício de profissão legalmente regulamentada). Art. 56. As sociedades civis de prestação de
serviços de profissão legalmente regulamentada passam a contribuir para a seguridade social com
base na receita bruta da prestação de serviços, observadas as normas da LC 70/91.
monetária e os juros (receitas financeiras) decorrem diretamente das operações de venda de imóveis
realizadas pelas empresas (operações essas que constituem os seus objetos sociais), tais rendimentos
devem ser considerados como um produto da venda de bens e/ou serviços, ou seja, constituem
faturamento, base de cálculo das contribuições PIS e COFINS, pois são receitas inerentes e
acessórias aos referidos contratos e devem seguir a sorte do principal.
- INF 536/2014 (vitaminado): O salário-maternidade tem natureza salarial. Por essa razão, incide
contribuição previdenciária a cargo da empresa sobre os valores pagos a título de salário-
maternidade. O fato de não haver prestação de trabalho durante o período de afastamento da
segurada empregada não autoriza concluirmos que o valor recebido tenha natureza indenizatória ou
compensatória. Tais verbas são consideradas como salário, de forma que incide a contribuição
previdenciária, nos termos do art. 195, I, “a”, da CF/88. STJ. 1ª Seção. REsp 1.230.957-RS
- INF 536/2014 (vitaminado): O salário paternidade é o valor recebido pelo empregado durante os
5 primeiros dias de afastamento em razão do nascimento de filho. O salário paternidade constitui
ônus da empresa, ou seja, não se trata de benefício previdenciário. Desse modo, em se tratando de
verba de natureza salarial, é legítima a incidência de contribuição previdenciária sobre o salário
paternidade. STJ. 1ª Seção. REsp 1.230.957-RS
- INF 536/2014 (vitaminado): Não incide contribuição previdenciária a cargo da empresa sobre o
valor pago ao trabalhador a título de terço constitucional de férias, sejam elas gozadas ou
indenizadas. NÃO incide contribuição previdenciária a cargo da empresa sobre o valor pago ao
trabalhador a título de terço constitucional de férias INDENIZADAS. Há expressa previsão na Lei
afirmando isso (art. 28, § 9º, “d”, da Lei n. 8.212/91). Da mesma forma, apesar de a Lei não ter
sido expressa, também NÃO incide contribuição previdenciária a cargo da empresa sobre o valor
pago ao trabalhador a título de terço constitucional de férias GOZADAS. Isso porque essa verba não
ostenta caráter salarial, mas sim de natureza indenizatória. STJ. 1ª Seção. REsp 1.230.957-RS
- INF 536/2014 (vitaminado): NÃO incide contribuição previdenciária a cargo da empresa sobre o
valor pago a título de aviso prévio indenizado. Isso porque essa verba não ostenta caráter salarial,
mas sim de natureza indenizatória. STJ. 1ª Seção. REsp 1.230.957-RS
- INF 536/2014 (vitaminado): Não incide contribuição previdenciária a cargo da empresa sobre a
importância paga nos 15 dias que antecedem o auxílio-doença. STJ. 1ª Seção. REsp 1.230.957-
RS Isso porque essa verba não ostenta caráter salarial, mas sim de benefício previdenciário, não
sendo destinada a retribuir o trabalho, considerando que, nesse período, o contrato de trabalho está
interrompido, ou seja, nenhum serviço está sendo prestado pelo empregado. Essa quantia, não
obstante ser paga pela empresa paga nos 15 primeiros dias, foi uma forma encontrada pelo
legislador para facilitar o sistema da Previdência Social, transferindo para o empregador esse
obrigação e evitando que, por qualquer afastamento corriqueiro, o segurado tivesse que recorrer ao
INSS para receber os dias não trabalhados. Trata-se, pois, de política previdenciária destinada a
desonerar os cofres da Previdência. Essa opção legislativa, contudo, não tem o condão de alterar a
natureza da verba paga durante o período de incapacidade: ela continua sendo um benefício
previdenciário.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
53 Resposta: “d”.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
instituídas;
b) podem ser criadas pela União, mediante lei ordinária, desde que tenham fato gerador e base de
cálculo diversos daqueles definidos para as contribuições já vigentes;
c) cabendo a órgão da administração direta da União a cobrança de todas as contribuições especiais,
perderam elas sua natureza jurídica de contribuição, caracterizando-se como imposto cujo produto
tem destinação vinculada;
d) submetem-se ao princípio da anterioridade mitigada, a nonagesimal, podendo ser cobradas no
mesmo exercício em que criadas.
Resposta: quanto à alternativa “b”, lembremos que podem ser criadas pela União, mediante
Lcp e não lei ordinária (art. 195, § 4º da CF: A lei poderá instituir outras fontes destinadas a
garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154,
I => art. 154. A União poderá instituir: I - mediante lei complementar, impostos não
previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou
base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição), devendo ainda possuir fato
gerador e base de cálculo diveros daqueles definidos para as contribuições já vigentes.
Apenas as hipóteses em que a CF já previu a sua meterialidade (art. 195, I, II, III e IV) é
que podem ser criadas por lei ordinária.
OBS vitaminada: MPF/25º 54 : As contribuições interventivas, corporativas e as de seguridade
social (CF, art. 149), detendo natureza tributária, deverão observar, para sua instituição, os
princípios que informam o regime jurídico tributário. Nessa linha, pode-se afirmar corretamente que
a contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL):
a) é uma taxa especial qualificada pela finalidade;
b) constitui bis in idem porquanto a hipótese de inciedência, em sua materialidade, conincide com a
do imposto sobre a renda;
c) a imunidade prevista no art. 149, § 2º, I, da Lei Maior, não alcança a CSLL à vista da destinação
(distinção) ontológica entre os conceitos de lucro e receita;
d) a sua instituição caracteriza-se como bitributação.
Resposta: alternativa “c”: decisão do plenário do STF no RE 474132, em 12.08.010: “a
imunidade prevista no art. 149, § 2º, I, da CF, introduzida pela EC33, não alcança a CSLL,
haja vista a distinção ontológica entre os conceitos de lucro e receita. Vencida a tese segundo
a qual a interpretação teleológica da mencionada regra de imunidade conduziria à exclusão
do lucro decorrente das receitas de exportação na hipótese de incidência da CSLL, pois o
conceito de lucro pressuporia o de receita, e a finalidade do referido dispositivo
constitucional seria a desoneração ampla das exportações, com o escopo de conferir
efetividade ao princípio da garantia do desenvolvimento nacional (art. 3º, I, da CF). a norma
de exoneração tributária prevista no art. 149, § 2º, I, da CF, também não alcança a CPMF,
pois o referido tributo não se vincula diretamente à operação de exportação. A exação não
incide sobre o resultado imediato da operação, mas sobre operações financeiras
posteriormente realizadas”. Imprecionante como é importante saber, na matéria direito
tributário cobrada na prova do MPF, sobre o que tratam os artigos da CF: o examinador cita
os artigos sem mencionar sobre o que tratam. Assim, eis a imunidade prevista no art. 149 da
CF: o Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de
54 Resposta: “c”.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
Normas Gerais de Direito Tributário: Trata-se de matéria de lei complementar, cuja competência
para edição é da União – art. 146, III, CR/88. O CTN, em grande parte (livro II), faz as vezes dessa
lei complementar (alíneas ‘a’ – definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos
impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e
contribuintes e ‘b’ – obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários), tendo sido
recepcionado com tal status, nos pontos. Segundo Ricardo Alexandre, trata-se de grave equívoco
afirmar que o CTN foi editado como lei ordinária e se transformou em LC com a CF/88. Na
verdade, quando uma nova Constituição passa a exigir LC para normas gerais tributárias, a antiga lei
ordinária (CTN) não deixa de ser ordinária, mas passa a ter status de LC, somente podendo ser
revogada ou alterada por esta espécie normativa. Ademais, é outro equívoco afirmar que o CTN
passou a ter status de LC com o advento da CF/88, pois o CTN tem força de LC desde 15 de março
de 1967, quando foi recepcionado pela CF/67. A questão é fundamental, pois todas as normas gerais
em matéria tributária editadas a partir de tal data devem ter como veículo normativo a LC, sob pena
de inconstitucionalidade. Só assim é possível entender o motivo por que os Tribunais brasileiros
consideram inválidas as disposições constantes da Lei de Execuções Fiscais que entrem em conflito
com o CTN. Ora, se o CTN somente passasse a ter status de LC com a CF/88 (que foi promulgada
em 05 de outubro de 1988), poderia ter sido alterado pela LEF em 1980. A alteração só não foi
possível, repise-se, porque à época da edição da LEF, o CTN já havia sido recepcionado pela CF/67
como LC, mantendo o mesmo status com o advento da CF/88. Alínea ‘c’ é regulada apenas por um
artigo da lei das cooperativas, e a alínea ‘d’ é disciplinada pela LC 123/06 (Super-simples).
Não há consenso acerca do conceito de “norma geral”. As alíneas exemplificam alguns conteúdos de
normas gerais (rol aberto). O problema das normas gerais decorre do federalismo, em razão das
competências concorrentes e a necessidade de uniformidade (mínima) da legislação. A repartição
vertical de competência legislativa (normas gerais X normas específicas sobre a mesma matéria) é
forma de solução para a competência concorrente, aplicando-se subsidiariamente o art. 24 e
parágrafos da CR/88, no que couber (SACHA CALMON). As normas gerais de direito tributário
funcionam como “leis de leis”, condicionando as ordens jurídicas parciais (da União, dos estados e
dos municípios). Normas sobre como fazer normas, destinadas aos legisladores.
Lei complementar é o veículo legislativo e norma geral o conteúdo normativo. (SACHA
CALMON). Às normas gerais em matéria tributária compete aumentar o grau de detalhamento dos
modelos de tributação criados pela Constituição, adensando os traços gerais dos tributos, bem como
padronizar o regramento básico da obrigação tributária (LUCIANO AMARO). Normas gerais =
adensamento do modelo constitucional dos tributos + estrutura da obrigação tributária. CARRAZA
alude, no que toca à alínea ‘a’ do art. 146, III, à natureza “declaratória” da lei complementar, que
funcionaria para a CF como um regulamento para uma lei, sendo dotada de eficácia de prevenir
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55 Resposta: “b”.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
MPF/22º56: Lei estadual autoriza o governador a conceder, mediante edição de ato regulamentar,
remissão a dívida tributária. No caso:
a) há ofensa aos princípios da separação de poderes e da reserva absoluta de lei em sentido formal;
b) cuida-se de delegação legislativa permitida pela CF entre Poderes da mesma unidade da
Federação, envolvendo tributo da sua competência;
c) trata-se de tributo da competência do Estado e, se prevista, na sua Constituição, inexiste
exorbitância do ato legislativo;
d) as alternativas estão incorretas.
O STF, na ADI 3462/PA, analisou a questão e, tendo como base o art. 150, §6º, da CF,
assim decidiu: “A outorga de qualquer subsídio, isenção ou crédito presumido, a redução de
base de cálculo e a concessão de anistia ou remissão em matéria tributária só podem ser
deferidas mediante lei específica, sendo vedado ao Poder Legislativo conferir ao Chefe do
Executivo a prerrogativa extraordinária de dispor, normativamente, sobre tais categorias
temáticas, sob pena de ofensa ao postulado nuclear da separação de poderes e de
transgressão ao princípio da reserva constitucional de competência legislativa”.
CF, art. 150, §6.º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de
crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só
poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule
exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição,
sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g.
Perguntas da oral do 26º e 27º:
- Quais normas gerais de Direito Tributário? CTN traz alguma norma geral? Resposta do
examinador: fato gerador, prescrição, decadência, obrigação tributária; primeiro vem a CF e depois
vem as normas.
- A taxa é tributo? Como conceituá-la? A competência para instituir taxa é privativa? Se submete ao
mesmo regime dos demais tributos?
- Normas gerais e princípios de Direito Tributário. Aspectos gerais.
56 Resposta: “a”.
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Conceito de Orçamento: O orçamento “é o ato pelo qual o Poder Legislativo prevê e autoriza ao
Poder Executivo por certo período e em pormenor, as despesas destinadas ao funcionamento dos
serviços públicos e outros fins, adotados pela política econômica ou geral do país, assim como a
arrecadação das receitas já previstas em lei.” (Aliomar Baleeiro). Assim, o orçamento é uma lei
ânua, de efeito concreto, estimando as receitas e fixando as despesas necessárias à execução da
política governamental.
Tecnicamente, o orçamento é peça que demonstra as contas públicas em um período determinado,
contendo a discriminação da receita e da despesa. É apresentado na forma contábil de partidas
dobradas.
Natureza jurídica: prevalece que é lei em sentido formal. Isso porque a lei orçamentária não tem
densidade normativa; por conta disso, era (não é mais) clássico o entendimento de que não era
cabível ADI em face dessa lei (a ideia de que ADI é cabível em face de lei orçamentária sempre foi
cabível no que tange aos orçamentos rabilongos, visto que fugiam ao objeto das leis orçamentárias).
Entende-se que o orçamento não cria direitos subjetivos e não modifica as leis tributárias e
financeiras57.
São três os orçamentos 58 : a lei do plano plurianual 59 , a lei de diretrizes orçamentárias 60 e a lei
57OBS vitaminada: MPF/23º: A lei de diretrizes orçamentárias tem natureza formal. Não cria direitos subjetivos para terceiros nem
tem eficácia fora da relação entre os Poderes do Estado. Resposta: A lei de diretrizes orçamentárias, pela sua temporariedade (em
regra, ela é aprovada em meados do exercício financeiro e vigora até o final do exercício financeiro seguinte, mas as metas nela
incluídas são direcionadas para um único exercício financeiro) e pelo fato de não veicular normas abstratas, é denominada de lei
meramente formal.
58 OBS vitaminada: MPF/23º: A CF prevê três planejamentos orçamentários: I – o plano plurianual; II – as diretrizes orçamentárias;
e III – o orçamento anual.
59 O plano plurianual estabelece, por região, as diretrizes da Administração para as despesas de capital e outras dela decorrente e
para as relativas aos programas de duração continuada. Contém o planejamento geral do Governo a médio prazo. Nenhum
investimento que ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual.
60 A lei de diretrizes orçamentárias conterá os planos para o exercício anual seguinte e balizará a confecção da lei orçamentária
anual. Disporá, ainda, sobre o equilíbrio nas contas públicas, critérios e formas de limitação de empenho, controle de custos, avaliação
de resultados e as condições para a transferência de recursos. Com a LRF, a LDO ganou alguns anexos. Faz parte da LDO o anexo de
metas fiscais e o anexo de riscos fiscais. Acompanha também o projeto da LDO um anexo específico que trata da política monetária e
das metas de inflação (específico para a União, tendo em vista que Estados e Municípios não possuem competência para legislar sobre
tais matérias).
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pagar processados não possam ser cancelados, os Restos a pagar não processados
podem (até o final do ano, se ele não tiver sido processado, será cancelado). Mas veja: o
Governo Federal, através de Decreto, vem excepcionalizando o cancelamento de Restos a
Pagar não processados, prorrogando a sua vigência. ATENÇÃO: Não devem ser
reconhecidos como receita orçamentária os recursos financeiros oriundos de cancelamento
de despesas inscritas em Restos a Pagar – o cancelamento consiste na baixa da obrigação
constituída em exercícios anteriores. Portanto, trata-se de restabelecimento de saldo de
disponibilidade comprometida, originária de receitas arrecadadas em exercícios anteriores e
não de uma nova receita a ser registrada. Ou seja, o cancelamento dos RP não processados
não pode ser considerado uma receita orçamentária (antes era considerado uma receita
fictícia), mas sim um restabelecimento das disponibilidades (uma variação patrimonial
atípica).
Prescrição dos Restos a Pagar: prescreve em cinco anos a dívida passiva relativa aos
Restos a Pagar. Essa prescrição começará a contar a partir do momento da inscrição dos RP,
que ocorre em 31 de dezembro. Não é a data do fato gerador.
Regra final de Mandato da LRF e Restos a Pagar: antes da LRF, muitos entes utilizavam
a prática da Teoria das Terras Arrasadas (gastar e não pagar) antes de terminar o mandato
do Prefeito. A LRF impôs a regra de final de mandato para moralizar essa situação: Art. 42
da LRF. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos últimos dois
quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida
integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem
que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito. Parágrafo único. Na
determinação da disponibilidade de caixa serão considerados os encargos e despesas
compromissadas a pagar até o final do exercício.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
que consideram necessário para o País. Cada Deputado Federal e Senador pode apresentar até 20
emendas individuais. Existem também as emendas de bancada, de comissão e da relatoria. No
âmbito dessas emendas ocorrem grandes movimentações de verbas públicas. A título de curiosidade
em relação ao orçamento de 2011 cada parlamentar teve direito a emendas (individuais) no valor
total de R$ 13.000.000,00 (treze milhões de reais) 67. É costume a divulgação nos noticiários do
desvio e mau uso dessa verba, além da criação de entidades privadas (ONGs e OSCIPs) com
finalidade de receber dinheiro público. O Ministro Jorge Hage (CGU) chegou a falar em Fábrica de
ONGs e OSCIPs descoberta na cidade de Alto Paraíso, em Goiás. Lembre-se também do caso dos
“anões do orçamento” e mais recentemente das ONGs que resultou na queda do Ministro Orlando
Silva do atual governo.
Orçamento do Judiciário: Questão interessante ocorreu no final do ano passado (2011). A
Presidente Dilma, alegando crise internacional, não incorporou as propostas do judiciário no projeto
de lei para o orçamento de 2012. Foi proposta uma Ação Direta (ADI 18) que visava a declaração de
inconstitucionalidade do orçamento de 2012. Em seu parecer Duprat afirma que o judiciário tem
autonomia administrativa e financeira e que só existem duas restrições68 a essa prerrogativa. Se ele
não encaminhar suas propostas no prazo estipulado pela LDO (o executivo poderá considerar os
valores aprovados na LOA vigente) ou se as propostas estiverem em desacordo com os limites
estipulados pela LDO. Entendeu não ser o caso enquadrável em nenhuma das hipóteses. Entretanto
afirmou que uma declaração de inconstitucionalidade do orçamento pararia o país. Desta forma,
Duprat propôs “exortar a presidente da República a incorporar, na proposta orçamentária de 2013, as
propostas do Judiciário e do MPU”. Segundo Duprat, se for o casom, o Legislativo pode negar o
aumento ou fazer modificações nos valores apresentados pelo executivo.
Ponto Extra Vitaminado:
Outras questões de concursos anteriores:
MPF/27º (questão da prova oral): Como se dá essa rubrica “restos a pagar”? Vincula a
administração pública? Ver “restos a pagar” e nota de rodapé respectiva.
MPF/23º: O plano plurianual deve ser estabelecido em Lei Complementar. Constitui mera
orientação que deve ser respeitada pelo Executivo na execução dos orçamentos anuais e pelo
Legislativo, na feitura das leis orçamentárias. (FALSO!)
O plano plurianual pode ser veiculado por lei ordinária. Lcp apenas será necessária para
dispor sobre sua vigência, prazos, elaboração e organização (art. 165, §9º). O PPA não é uma
mera orientação, mas um verdadeiro instrumento de gestão da coisa pública de forma
planejada. Ele estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da
administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as
relativas aos programas de duração continuada (art. 165, §1º).
MPF/23º: A lei orçamentária compreenderá o orçamento de investimento e o custeio das empresas
em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto.
(FALSO!)
67Para o orçamento de 2012 foi aprovado um aumento de R$ 2 milhões, totalizando R$ 15 milhões por parlamentar. O aumento foi
sancionado sem vetos pelo governo, em que pese sua defesa de redução para algo em torno de R$ 8 milhões. Segundo a Comissão
mista esse aumento deve ser direcionado exclusivamente a ações e programas de saúde. O governo afirma que esses valores serão
alvo de contingenciamento.
68 Confira o que dispõe o artigo 99, §§ 3° e 4°, da Constituição da República.
105
Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
A afirmativa é incompleta. Isso porque a LOA compreende: (i) o orçamento fiscal de toda a
administração pública, direta e indireta; (ii) o orçamento de investimento das empresas em
que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto e
(iii) o orçamento da seguridade social.
Perguntas da oral do 26º e 27º:
- O que é orçamento? Fale sobre as leis orçamentárias
- Plano plurianual engloba o que?
- O que é Lei de Diretrizes Orçamentárias?
- Em caso de surgir despesas extraordinárias, qual o mecanismo que pode ser feito? Como o governo
pode fazer? Resposta do examinador: MP e urgência.
- O exercício financeiro vai de quando a quando?
- O que são restos a pagar?
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
Mesmo que o exercício do poder de policia não seja efetivo, admite-se presumir a efetividade da
fiscalização, desde que exista o órgão incumbido para tanto. Para o Ministro Gilmar Mendes, em RE
588.322/RO, nem mesmo a existência de um órgão fiscalizador específico seria sempre necessária
para legitimar a cobrança de uma taxa de policia, desde que ocorrendo essa situação – inexistência
de um órgão especificamente incumbido da fiscalização respectiva – possa ser demonstrado que o
ente estatal realmente desempenha a atividade de policia correspondente ao fato gerador da taxa.
OBS vitaminada: MPF/27º(Q.44): A existência de órgão administrativo e estrutura
69O CTN apresenta uma definição legal do que vem a ser serviço específico e divisível (art. 79, II e III). Ricardo Alexandre (2011, p.
63) simplifica afirmando: “é considerado específico quando o contribuinte sabe por qual serviço está pagando”...”a divisibilidade
está presente quando é possível ao Estado identificar os usuários do serviço a ser financiado com a taxa”. Por fim o referido autor
condensa toda a explicação na regra prática “Eu te vejo e tu me vês”. O contribuinte vê o Estado (especificidade) e o Estado vê o
contribuinte (divisibilidade).
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
competentes para o exercício do poder de polícia não constitui elemento demonstrador para
se inferir o seu efetivo exercício qual exigido constitucionalmente. (FALSO!) ATENÇÃO: a
existência do órgão administrativo não é condição (necessária) para o reconhecimento da
constitucionalidade da cobrança da taxa de localização e fiscalização, mas constitui um dos
elementos admitidos para se inferir o efetivo exercício do poder de polícia, exigido
constitucionalmente. Assim, mesmo se não houver um órgão administrativo estruturado,
pode haver a cobrança de taxa de polícia. Mas, havendo o órgão, infere-se que há a
fiscalização.
70 Resposta: “b”.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
outra.
Em que pese o afirmado por parte da doutrina que a taxa não exige proporcionalidade com a
prestação (ver tabela abaixo), o Supremo tem entendido necessária correlação razoável entre a taxa
e o custo do serviço prestado (ADI 2.655/MT). Para Ricardo Alexandre (2011, p.67) esse foi
também o raciocínio utilizado pelo STF na súmula 595. Na mesma linha a súmula 667 que dispõe:
Viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa judiciária calculada sem limite sobre o
valor da causa.
STF: é inconstitucional a taxa de segurança pública, pois se trata de serviço indivisível custeado por
imposto (RE 269374 AgR / MG).
STF: é inconstitucional a taxa de limpeza pública, pois se trata serviço de caráter indivisível e
universal (RE 575022 AgR / BA).
STF: é constitucional a taxa de coleta domiciliar (AI 636528 AgR / RJ).
Súmula vinculante 19: “A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta,
remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o artigo
145, II, da Constituição Federal.”
STF: é inconstitucional a taxa de iluminação pública (AI 588248 AgR / RJ; Sum. 670 STF: O
serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa). Para custear a iluminação
pública atualmente tem-se a COSIP (art. 149-A, CF).
Compulsoriedade: Em geral, os tributaristas fazem a distinção entre taxa e tarifa em razão da
compulsoriedade. O STF também utiliza esse argumento (sum 545). Entretanto atualmente o STF
tem utilizado argumentos comuns aos administrativistas, afirmando ser tarifa quando cobrada por
concessionários de serviços públicos. Essa discussão fica clara ao analisarmos o entendimento
quanto a cobrança de água e esgoto. O STJ entendia ser taxa, justamente em razão da
compulsoriedade da utilização (inf. 265). O STF focou a questão no regime administrativo de
concessões, onde os serviços são remunerados por tarifa (art. 175, p. u., III, CF). Após, o STJ, “em
atenção à jurisprudência do STF, entendeu que a quantia recolhida a título de prestação de serviço
de água e esgoto é preço público (tarifa) e não taxa” (inf. 387).
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
de tributo, deve obedecer às limitações constitucionais ao poder de tributar. Sendo assim, são
inexigíveis os valores cobrados de concessionária, com fundamento em atos regulamentares da
Receita Federal, a título de contribuição para o FUNDAF (Fundo Especial de Desenvolvimento e
Aperfeiçoamento das Atividades de Fiscalização). INF 514/2013 (REsp 1.330.195-RJ): a
concessionária de água e esgoto pode cobrar “tarifa de esgotamento sanitário” mesmo na hipótese
em que realiza apenas a coleta e o transporte dos dejetos sanitários, sem fazer o tratamento final dos
efluentes.
71 Resposta: “c”.
72Resposta tirada do livro “Questões Discursivas do Concurso de Procurador da República 18º ao 25º concurso respondidas e
comentadas”. 2ª edição. Ed. Juspodivm.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
- seu fato gerador está vinculado a uma atividade estatal específica relativa ao contribuinte
- Gerais/universais/uti universi:
prestados indistintamente a todos os cidadãos.
Alcançam a comunidade, como um todo considerados
Conceito de Beneficia número indeterminado ou indeterminável de pessoas
serviços Ex: Serviços de iluminação pública
públicos De segurança pública
vinculados a De diplomacia
impostos e a De defesa externa do país
taxas
Serviços como de iluminação pública não parece ser específico nem divisível, posto
que é usufruível por todos de forma indivisa
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
- Específicos/singulares/uti singuli:
Referem-se a uma pessoa ou a nº determinado (ou, pelo menos determinável, de
pessoas).
São de utilização individual e mensurável
- Exercício regular de poder de polícia não pode, em princípio, ser remunerado por preço
público, devendo o ser por meio de taxa
- Custas judiciais e emolumentos Judiciais STF decidiu que possuem natureza tributária
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
1. Noções Gerais: Inicialmente, deve-se ter em mente que as imunidades são regras de estrutura,
previstas na Constituição da República, tendo natureza jurídica de cláusula pétrea, pois as
limitações ao poder de tributar são direitos e garantias individuais dos cidadãos enquanto
contribuintes, impossível de serem suprimidas, inclusive por emenda à CF (STF, ADI 939-7), em
respeito ao “estatuto do contribuinte” (TORRES, 2011, pg. 741). Ainda que não se enquadrando
naquela afirmação (pois não diz respeito diretamente ao cidadão contribuinte), a IMUNIDADE
RECÍPROCA também apresenta-se como insuscetível de supressão ou exceção por EC, mas com
razão diversa: em respeito à forma federativa de Estado (art. 60, §4º, I da CF/88), (PAULSEN,
2008, passim, pg.177). “... a imunidade não se confunde com isenção. A imunidade é norma
constitucional que denega competência às pessoas estatais. Em face da imunidade inexiste
competência para tributar. A doutrina é unânime quanto aos seguintes aspectos: 1. É regra jurídica
com sede constitucional; 2. É delimitativa (no sentido negativo) da competência dos entes políticos
da Federação, ou regra de incompetência; 3. Obsta o exercício da atividade legislativa do ente
estatal, pois nega competência para criar imposição em relação a certos fatos especiais e
determinados; 4. Distingue-se da isenção que está no plano infraconstitucional... Ora, a norma
isencional, ao contrário da imunidade, pressupõe o poder de tributar...” (DERZI, Misabel Abreu
Machado, apud PAULSEN); “.. é classe finita e imediatamente determinável de normas
jurídicas...” (CARVALHO, Paulo de Barros, apud PAULSEN); “...é regra de exceção” (DERZI,
idem); “... se ultrapassam os limites fixados, o que se passa não é que a competência seja vedada,
ela simplesmente inexiste.” (AMARO, Luciano, apud PAULSEN).
Assim, a imunidade é uma hipótese de não incidência constitucionalmente qualificada
(Carrazza), de exclusão ou supressão de competência tributária ou de limitação constitucional ao
poder de tributar. Lembrar das expressões na CF: “isenção” (art;. 195, §7º); “gratuidade de serviços”
e “não incidência” – todas reconhecidas pelo STF como hipóteses de imunidade.
Podem ser subjetivas (certas pessoas – ex.: recíproca) ou objetivas (matéria tributável).
OBS vitaminada: MPF/22º: Conforme entendimento do STF, o §7º, do art. 195, da lei magna,
constitui: a) isenção sob condição resolutiva; b) imunidade subjetiva; c) isenção sob condição
suspensiva; d) imunidade objetiva. (resposta “b”)
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
73 Questão 42 da prova do 26º: “Não incide IPTU sobre imóvel desapropriado e declarado de utilidade pública pelo Estado,
utilizado por SEM prestadora de serviço público, por acobertado pela imunidade de que trata a alínea “a” , inciso VI, do art. 150 da
Lei Magna.”
Questão 25 da prova do 25º: “As imunidades tributárias de que trata o art. 150, VI da CF: abrange as EP e SEM prestadoras de
serviços públicos de prestação obrigatória e exclusiva do Estado.”
OBS vitaminada: MPF/27º (ATENÇÃO!): A ECT é prestadora de serviços públicos. No que se refere à imunidade tributária de que
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
ECT e INFRAERO. Caixa de Assistência dos Advogados: O fato da Caixa de Assistência dos
Advogados integrar a estrutura maior da OAB, não implica a extensão da imunidade tributária
recíproca (art. 150, VI, “a”, da Constituição Federal) conferida a esta, dada a dissociação entre as
atividades inerentes à atuação da OAB e as atividades providas em benefício individual dos
associados. (Info 660: RE 662.816/BA).
- Patrimônio, renda ou serviços. Aplicação a todos os impostos. O STF, em linhas gerais, segue a
orientação no sentido de que a imunidade não é restrita aos impostos incidentes diretamente sobre
aqueles critérios, mas abrange toda a imposição tributária a título de imposto que possa
comprometer o patrimônio, a renda e os serviços do ente imune (ex.: IPMF – ADI 939; IOF – ACO
468-3; ICMS-Importação quando é o próprio ente (in casu, município) o importador – AI-AgR
518.405/RS).
OBS vitaminada: MPF/23º (ATENÇÃO!): Em matéria de imunidade recíproca, segundo a
CF, é correto afirmar que a imunidade recíproca não compreende os impostos incidentes
sobre a produção e a circulação de riquezas (IPI e ICMS).
A imunidade recíproca aplica-se aos impostos incidentes sobre o patrimônio, a renda ou os
serviços. Os impostos incidentes sobre a produção e a circulação de riquezas (IPI e ICMS)
não estão compreendidos na garantia constitucional, uma vez que os contribuintes desses
impostos, geralmente, não são os entes protegidos pela norma constitucional. Na maioria
das hipóteses, quem mercancia ou industrializa é um particular e os entes públicos apenas
adquirem esses bens. Logo, os entes não praticam o fato gerador (são contribuintes de fato),
não se lhes estendendo a imunidade. No entanto, quando esses entes agem diretamente no
núncleo do fato gerador, eles gozam da imunidade. Por outro lado, parte da doutrina
argumenta que, como a imunidade alcanca os impostos incidentes sobre a renda, patrimônio
e seviços, aí não estariam incluídos os incidentes na produção e na comercialização de
bens, como são o caso do IPI e do ICMS.
- Não alcança a exploração de atividade econômica sob livre concorrência: Petrobrás: “É
irrelevante para a definição da aplicabilidade da imunidade recíproca a circunstância de a
atividade desempenhada estar ou não sujeita a monopólio estatal. O alcance da salvaguarda
constitucional pressupõe: (i) da caracterização econômica da atividade (lucrativa ou não); (ii) do
risco à concorrência e à livre iniciativa e (iii) de riscos ao pacto federativo pela pressão política ou
econômica. A imunidade recíproca não se aplica à Petrobrás, pois é SEM destinada à exploração
econômica em benefício de seus acionistas, visa à distribuição de lucros...” (RE 285, 716 –AgR).
ECT – ISS e Imunidade Tributária Recíproca (Info 648 –RE 601392): O Plenário retomou
julgamento, no momento está 6 x 3, Min. Fux em voto vista seguiu a linha do relator Joaquim
Barbosa, cuja maioria aderiu e está com vista ao Min. Toffoli: “...a venda de títulos de
capitalização, o recebimento de mensalidades de associações e sindicatos e de inscrições em
vestibulares e concursos, os quais não caracterizariam serviço público, essas atividades seriam
econômicas em sentido estrito e, por isso, subordinadas à regra prevista no art. 173, § 1º, II, da CF
(...) o regime jurídico da ECT aproximar-se-ia ao das autarquias. De igual forma, aplicar-se-iam as
restrições à imunidade recíproca constitucionalmente estabelecidas para as autarquias, de modo
que os serviços desvinculados de suas finalidades essenciais, como os da situação em comento, não
seriam alcançados pela aludida benesse...” A divergência aberta por Ayres Brito diz da
trata o art. 150 (inciso VI, “a” e parágrafo 2º) da Lei Magna, pode-se asseverar que a empresa pública somente é alcançada pelo
benefício constitucional quando exerce atividades em regime de exclusividade. (FALSO!)
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
74 Resposta “b”.
75 Resposta “d”.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
Alternativa “b”: não é qualquer finalidade, mas apenas as “suas finalidades essenciais” ou
às delas decorrentes (art. 150, § 2º, da CF).
OBS vitaminada: MPF/14º76: Segundo o sistema tributário nacional, a imunidade recíprioca:
a) estende-se aos serviços públicos concedidos;
b) não se estende aos serviços públicos concedidos;
c) somente se estende aos serviços públicos concedidos naqueles casos que o legislador
complementar vier a autorizar;
d) nenhuma alternativa é correta.
76 Resposta “b”.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
1. Noções Gerais: De modo geral todos os Poderes devem manter, de forma integrada, um sistema
de controle interno (art. 74, caput). Em relação ao Poder Legislativo, além do controle interno
também realiza controle externo, através de fiscalização direta (art. 70, CF) e financeira abrange os
aspectos da legalidade, legitimidade e economicidade, bem como a aplicação de subvenções e
renúncia de receitas, que será realizado pelo CN com auxílio do TCU, art. 71 (LENZA, 563).
2. Pessoas sujeitas ao controle – Art. 70, § único, art. 71, II77.
Para o STF “As EP e SEM integrantes da administração indireta estão sujeitas à
fiscalização do TC, não obstante os seus servidores estarem sujeitos ao regime celetista.”
(MS 25.092, Min. Carlos Velloso). Porém afastou a fiscalização do TCU nos seguintes
casos: STF/MS 24.423, 20.2.09: “Terracap (...) 51% pertence ao DF e 49% à União (...)
essa condição de titularidade local do controle acionário tornou-se inequívoco com a plena
autonomia política do DF em face da União... A União embora tenha significativa
participação no capital social, nem responde e nem assume as obrigações da empresa de
natureza pecuniária.”; STF, MS 24.073, Carlos Velloso, 31.10.03: “Pretensão do TCU de
responsabilizar o advogado solidariamente com o administrador que decidiu pela
contratação direta: impossibilidade, dado que o parecer não é ato administrativo, sendo,
quando muito, ato de administração consultiva... somente se decorrente de erro grave,
inescusável ou praticado com culpa..”
3.Tipos de controle 78 - Quanto ao órgão controlador tem-se (i) controle interno (tem por
pressuposto o princípio hierárquico, podendo ser exercido a qualquer momento – a priori,
77OBS vitaminada: MPF/26º: As Organizações Não Governamentais, conhecidas como ONGs sujeitam-se à fiscalização dos
órgãos de controle quando recebem recursos de origem estatal; MPF/26º: As ONGs não se submetem a órgão de controle na
responsabilidade fiscal, dado o seu caráter de entidade de direito privado (FALSO!); MPF/26º: Somente ao órgão público com o
qual [as ONGs] firmaram acordo, contrato ou congênere, incumbe o exercício de supervisão e avaliação dos resultados dos
programas financiados com recursos do Tesouro, a elas repassados (FALSO!).
Art. 70. A fiscalização (...) da União e das entidades da administração direta e indireta (...) será exercida pelo Congresso Nacional,
mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder. Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa
física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou
pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. Art. 71. O controle externo, a
cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: II - julgar as contas
dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as
fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio
ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público.
78 OBS vitaminada: MPF/25º: A Carta da República prevê os mecanismos de controles interno, externo e privado para efetivar a
fiscalização da correta execução orçamentária.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
79ADI 916: “O art. 71 da CF não insere na competência do TCU a aptidão para examinar, previamente, a validade de contratos
administrativos celebrados pelo Poder Público”. Rel Min. Joaquim Barbosa, 06.03.2009.
80OBS vitaminada: MPF/26º (questão subjetiva): Constatada ilegalidade no curso de realização de despesas por órgão da União,
de que forma pode e deve atuar o TCU para sanar o ato ilegal? Resposta: ver mais abaixo em Ponto Extra Vitaminado.
81O ato administrativo é unilateral e o contrato administrativo é bilateral e assim o constituinte criou regras diferenciadas: Atos
administrativos: art. 71, IX c/c X (TCU susta e comunica á Câmara e ao Senado. Já no Contrato administrativo: art. 71, §1º,
sustação direta pelo CN (STF no MS 23550, 04.04.2010: “...o TCU embora não tenha poder para anular ou sustar contratos
administrativos – tem competência, conforme o art. 71, IX, para determinar à autoridade administrativa que promova a anulação do
contrato e, se for o caso, da licitação de que se originou”, sob pena de imediata comunicação para o CN, que deverá tomar as
medidas cabíveis. (LENZA, p.565/566)
82 OBS vitaminada: Natureza jurídica das decisões dos TC: têm natureza administrativa. Tais decisões, por serem atos
administrativos, estão sujeitas ao controle jurisdicional (não existe no Brasil o chamado “contencioso administrativo”). ATENÇÃO:
as decisões dos TC vinculam a Administração Pública, que deverá cumpri-las ou, caso discordem, deverão ingrassar com a ação
própria no Judiciário. Eficácia das decisões dos TC: “as decisões dos TC de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia
de título executivo” extrajudicial (CF, art. 71, §3º), sendo desnecessária a inscrição do débio na dívida ativa da Administração.
ATENÇÃO: segundo o STF, o MP possui legitimidade (extraordinária) para ajuizar a execução para ressarcimento ao erário. Vale
ressaltar que o MP somente deverá ajuizar a execução de forma subsidiária, ou seja, caso perceba que há uma falha na atuação das
Procuradorias e que, por conta disso, o patrimônio público poderá ficar sem ser ressarcido (ex: já se passaram anos e a Procuradoria
não ingressou com a execução do acórdão). RE 580943 AgR/AC
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
novos TCs; os Estados-membros podem criar novos TC com jurisdição sobre as contas
municipais (ADI nº 154) – assim, poderia existir em determinado Estado, inserido na sua
estrutura organizacional, um TC com jurisdição sobre as contas da Administração Estadual e
outro com jurisdição sobre as contas municipais. As competências dos TC dos Estados e dos
Municípios são originárias também da CF, sendo as mesmas conferidas ao TCU (CF, art.
75 83 ). Assim, se determinada Constituição Estadual ou Lei Orgânica de Município
estabelecer competências para os TC que extrapolem (ou subtraiam84) o modelo delineado na
CF, será inconstitucional. ATENÇÃO: embora os governos federal, estaduais/distrital e
municipais sejam fiscalizados, via de regra e respectivamente, pelo TCU, TCEs, TCDF e
TCMs (TC dos Municípios ou TC do Município), é preciso ficar atento para a origem dos
recursos a ser fiscalizada (se federal, estadual, distrital ou municipal), sendo esse o critério
para definir a competência dos TC para fiscalizar (jurisdição). ATENÇÃO: não confundir a
transferência voluntária de recursos federais para Estados e Municípios ou de Estados para
Municípios com a transferência constitucional obrigatória de impostos (arts. 157 e 162 da
CF – FPE e FPM). Os recursos do FPE e do FPM são receitas próprias dos Estados e
Municípios e não podem ser equiparados a transferências oriundas de convênios, ajustes e
acordos85. Assim, a aplicação de recursos originários destes fundos não é fiscalizada pelo
TCU, mas sim pelos Tribunais Estaduais ou, se existirem, Municipais, competentes.
O TCU, órgão auxiliar86 do Congresso Nacional (controle externo), composto por 9 membros, sede
no DF, quadro próprio de pessoal e “judicatura de contas” (ADI 4.190 – Min. Ayres Brito), pois é
um órgão técnico, não há falar em “jurisdição”. Não é órgão do Poder Judiciário e nem do
Legislativo: “A competência institucional dos TC não deriva de delegação do Poder Legislativo...”
(ADI 4.190, Min. Celso Mello), “...mas apesar de autônomo (autonomia institucional), não tendo
qualquer vínculo de subordinação ao Legislativo, em determinadas atribuições é auxiliar desse
Poder. A fiscalização em si, no controle externo, é realizada pelo Legislativo.” (LENZA, p.562). No
controle externo seus atos são de natureza administrativa. Essas normas aplicam-se, no que couber, à
organização, composição e fiscalização dos TCE`s.
Os Ministros do TCU terão as mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e
vantagens dos Ministros do STJ. O auditor, quando em substituição a Ministro, terá as mesmas
garantias do titular e, quando no exercício das demais atribuições, as de juiz de TRF.
5. Atribuições Constitucionais do TC - As atribuições podem ser classificadas em (art. 71 CF): a)
função auxiliar do Poder Legislativo (incisos I e VII); b) atividade fiscalizadora de natureza
preventiva ou repressiva, que não se confunde com controle prévio vedado pela CF (incisos IV, V,
VI, IX, X e XI); e c) função de julgamento (incisos II e VIII). A função de julgamento não se trata
83Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que couber, à organização, composição e fiscalização dos Tribunais
de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios.
84OBS vitaminada: MPF/26º: No tocante aos Tribunais de Contas Estaduais é certo asseverar que preceito de lei estadual pode
subtrair do Tribunal de Contas a competência do julgamento das contas da Mesa da Assembleia Legislativa para submetê-las ao
regime do art. 71 c/c o art. 49, X, da Carta da República. (FALSO!)
85Compete ao TCU: Art. 71, VI – fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo,
ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao DF ou a Municípios.
86 OBS vitaminada: MPF/26º: No tocante aos Tribunais de Contas Estaduais é certo asseverar que são órgãos auxiliares de controle
externo em simetria com o TCU. (FALSO!) Resposta: O TC é um órgão independente dotado de autonomia administrativa,
financeira e orçamentária, cuja função é auxiliar o Poder Lergislativo no controle externo da Administração Pública, mas não é
órgão auxiliar, nem um anexo do PL, e, sim, um órgão autônomo e independente cuja função é auxiliar o PL.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
87 OBS vitaminada: MPF/25º: O TCU, no exercício das atribuições de julgar as contas dos gestores públicos, exerce,
excepcionalmente, atividade jurisdicional própria do Poder Judiciário, tanto que a Súmula 347 do STF prescreve que a Corte de
Contas “pode apreciar a constitucionalidade das leis e atos do Poder Público. (FALSO!) Resposta: A legitimidade do TCU para
apreciar a constitucionalidade das leis não trasmuda a natureza jurídica da atividade do referido órgão, que, conforme é cediço, não
exerce ativididade jurisdicional, mas, sim, administrativa. Na verdade, exerce essa função pela necessidade de avaliar a
regularidade de diversos atos dos entes federativos que perpassam pela análise das leis que os embasam. É um controle “inter
partes” sem caráter jurisdicional.
88OBS vitaminada: Segundo a posição do STF, o estado-membro não tem legitimidade para promover execução judicial para
cobrança de multa imposta por TC estadual à autoridade municipal, uma vez que a titularidade do crédito é do próprio ente
público prejudicado, a quem compete a cobrança, por meio de seus representantes judiciais (no caso, o Município). RE 580943
AgR/AC
O STJ possui entendimento diferente e decide que a legitimidade irá variar caso o acórdão do TC tenha determinado o ressarcimento
ao erário ou, então, apenas uma multa. No caso da multa, esta reverterá em favor do ente que mantém o TC: se for o TCU,
competente será a União (AGU); se for o TCE, competente será o Estado (PGE); se for o TCM, competente será também o Estado
(PGE).
Lembrando que o STF entende ter o MP legitimidade (extraordinária) para ajuizar a execução para ressarcimento ao erário, mas que o
MP somente deverá ajuizar a execução de forma subsidiária, ou seja, caso perceba que há uma falha na atuação das Procuradorias e
que, por conta disso, o patrimônio público poderá ficar sem ser ressarcido (ex: já se passaram anos e a Procuradoria não ingressou
com a execução do acórdão). RE 580943 AgR/AC
89OBS vitaminada: MPF/25º: Compete ao TCU aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de
contas, as sanções previstas em lei, inclusive promovendo, com o concurso do MP integrante da sua estrutura, a cobrança de valores
apurados contra os gestores públicos ímprobos. (FALSO!) Resposta: A cobrança dos valores apurados contra os gestores ímprobos
não é realizadas pelo TCU, mas, sim, pela procuradoria jurídica do ente público interessado, seja União, Estado ou Município.
Ademais, o MP não é integrante da estrutura do TCU.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
90OBS vitaminada: o STF entende ser necessária a observância do contraditório e da ampla defesa nos processos em que se aprecia a
revisão de ato de aposentadoria, reforma e pensão já registrados anteriormente no TC, revisão essa que possa implicar a
anulação ou revogação do ato que antes beneficiava o interessado. O contraditório e a ampla defesa, contudo, são dispensáveis nas
concessões iniciais de aposentadoria, pois, nelas, a apreciação da legalidade e o registro configuram manifestação destinada a
perfeiçoar ato complexo ainda não completamente formado [STF, SV nº 3: Nos processos perante o TCU asseguram-se o
contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação do ato administrativo que beneficie o
interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão”]. Exemplos: a) a
Administração envia ao TC ato (concessão inicial) de aposentadoria, reforma ou pensão. Neste caso, o TC não está obrigado a
observar o contraditório e a ampla defesa em relação ao interessado; b) depois de haver o registro do ato no TC, caso a
Administração, supervenientemente, revise o ato primitivo que beneficiava o interessado, anulando-o ou revogando-o, ao apreciar a
legalidade deste novo ato de revisão da Administração, deve o TC garantir ao interessado (possível prejudicado) ampla defesa e
contraditório.
91OBS vitaminada: MPF/18º: A fiscalização das contas nacionais das empresas supranacionais, de cujo capital social a União
participe, de forma direta ou indireta, é da competência do Tribunal de Contas da União.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
94OBS vitaminada: MPF/25º: Enquanto coadjuvante do Congresso Nacional, no controle externo, o parecer prévio do TCU, sobre
as contas anuais prestadas pelo Presidente da Repúbica, é vinculativo para a deliberação do Parlamento. (FALSO!) Resposta: Nos
âmbitos federal e estadual, o parecer pévio não vincula o Legislativo; este pode seguir ou não a recomendação do TC. Relembrando,
apenas, que o parecer prévio emitido pelo órgão competente sobre as contas que Prefeito deve anualmente prestar vincula até certo
ponto o Legislativo municipal, só deixando de prevalecer por decião de 2/3 dos membros da Câmara Municipal (CF, art. 31, §2º).
Essa questão já fora cobrada na prova objetiva do 20º concurso do MPF: “A fiscalização da execução orçamentária é realizada
mediante controle externo do Poder Legislativo, com auxílio do Tribunal de Contas, cujo parecer vincula a deliberação daquele”;
assertiva, como visto, falsa.
95OBS vitaminada: o STF (ADI nº 2.238-5) suspendeu os efeitos do art. 56, caput, e do art. 57 da LRF, uma vez que contrariam a
CF em seu art. 71, I e II. Tais artigos da LRF incluem, no rol das autoridades sujeitas a parecer prévio dos TC, os demais gestores
dos órgãos dos Poderes Legislativo, Judiciário e do MP. Na prática, excluem esses gestores de terem suas contas julgadas pelo TC
competente, pois esse se limitaria a emitir o parecer prévio. Ocorre que a CF determina que apenas as contas do Chefe do Executivo
recebam o parecer prévio do TC, sendo todas as contas dos demais gestores públicos, de quaisquer dos poderes, submetidas a
julgamento do TC competente. Veja-se: art. 56. As contas prestadas pelos Chefes do Poder Executivo incluirão, além das suas
próprias, as dos Presidentes dos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Chefe do MP (...), as quais receberão parecer
prévio, separadamente, do respectivo TC.
96OBS vitaminada: Valdecir Pascoal entende que, à luz dos artigos 71, I e II, da CF, as contas dos TC deveriam ser jugladas pelo
próprio TC. Mas adverte que se deve ficar atento a esta nova posição do STF, que poderá ser cobrada em provas de concursos (e foi
no do 21º DO MPF – confira abaixo no ponto extra vitaminado): em 2000, o STF alterou posicionamento anterior, havendo, segundo
Valdecir Pascoal, um lamentável retrocesso da Corte, que, por maioria, passou a considerar constitucionais dispositivos de
Constituições Estaduais que estabelecem ser competente o Poder Legislativo para julgar contas dos TC.
97OBS vitaminada: STF, Súm. nº 6: a revogação ou a anulação, pelo Poder Executivo, de aposentadoria, ou qualquer outro ato
aprovado pelo TC, não produz efeitos antes de aprovada por aquele tribunal, ressalvada a competência revisora do Judiciário.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
98Resposta tirada do livro “Questões Discursivas do Concurso de Procurador da República 18º ao 25º concurso respondidas e
comentadas”. 2ª edição. Ed. Juspodivm.
99OBS vitaminada: MPF/25º (questão adaptada): Compete ao TCU aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa
ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
STF prescreve que a Corte de Contas “pode apreciar a constitucionalidade das leis e atos do Poder
Público”;
b) enquanto coadjuvante do Congresso Nacional, no controle externo, o parecer prévio do TCU,
sobre as contas anuais prestadas pelo Presidente da Repúbica, é vinculativo para a deliberação do
Parlamento;
c) compete ao TCU aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de
contas, as sanções previstas em lei, inclusive promovendo, com o concurso do MP integrante da sua
estrutura, a cobrança de valores apurados contra os gestores públicos ímprobos;
d) a Carta da República prevê os mecanismos de controles interno, externo e privado para efetivar a
fiscalização da correta execução orçamentária.
Alternativa “a”: a legitimidade do TCU para apreciar a constitucionalidade das leis não
trasmuda a natureza jurídica da atividade do referido órgão, que, conforme é cediço, não
exerce ativididade jurisdicional, mas, sim, administrativa. Na verdade, exerce essa função
pela necessidade de avaliar a regularidade de diversos atos dos entes federativos que
perpassam pela análise das leis que os embasam. É um controle “inter partes” sem caráter
jurisdicional. Alternativa “b”: Nos âmbitos federal e estadual, o parecer pévio não vincula
o Legislativo; este pode seguir ou não a recomendação do TC. atente-se, contudo, para o
fato de que o parecer prévio emitido pelo órgão competente sobre as contas que Prefeito
deve anualmente prestar só deixará de prevalecer por decião de 2/3 dos membros da
Câmara Municipal (CF, art. 31, §2º). Alternativa “c”: a cobrança dos valores apurados
contra os gestores ímprobos não é realizadas pelo TCU, mas, sim, pela procuradoria
jurídica do ente público interessado, seja União, Estado ou Município. Ademais, o MP não é
integrante da estrutura do TCU. Alternativa “d”: quanto ao controle privado, reza a CF que
“qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma
da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o TCU (art. 74, §2º da CF).
MPF/22º103: O controle interno de execução orçamentária da União:
a) impõe o dever dos responsáveis, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou
ilegalidade, dela darem ciência ao TCU, sob pena de responsabilidade solidária;
b) cinge-se a examinar a compatibilidade entre as normas, ou seja, se o ato, em termos de despesa,
que a determina, está assentado em contrato firmado com a Administração Pública, observando, por
seu turno, se foi este calcado em lei e esta encontra fundamento na CF;
c) não pode ser de mérito, mas de legalidade estrita, sob pena de romper o sistema, que deve ser
mantido de forma integrada;
d) é exercido pelo TC mediante provocação do ordenador de despesas.
Alternativa “a”: art. 72, §1º da CF. Alternativas “b e c”: a extensão do controle interno
não se restringe à análise meramente formal no sentido de sua adequação às normas legais,
mas também inclui a avaliação dos resultados de eficiência e efetividade. De fato, as
finalidades do controle interno são as de (CF, art. 74 I a IV): (i) avaliar o cumprimento das
metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e dos
orçamentos da União; (ii) comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia
e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da
administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito
privado; (iii) exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
direitos e haveres da União e (iv) apoiar o controle externo no exercício de sua missão
institucional. Essa questão já fora cobrada no 20º concurso do MPF: “A fiscalização da
execução orçamentária é realizada mediante controle interno de cada Poder, circunscrito à
avaliação do cumprimento das metas previstas no plano plurianual”; alternativa, como
visto, falsa; Alternativa “d”: o controle interno não é exercido pelo TC, mas pelo próprio
Poder; daí a sua denominação “interno”.
MPF/21º: Não cabe ao Poder Legislativo, exercitando o controle externo, apreciar as contas do
Tribunal de Contas. (FALSO!). Resposta: em 2000, o STF alterou posicionamento anterior,
havendo, segundo Valdecir Pascoal, um lamentável retrocesso da Corte, que, por maioria, passou a
considerar constitucionais dispositivos de Constituições Estaduais que estabelecema competência
do Poder Legislativo para julgar contas dos TC. Portanto, cabe ao Poder Legislativo, exercitando
o contrle externo, apreciar as contas do Tribunal de contas.
MPF/20º104: A fiscalização da execução orçamentária é realizada mediante:
a) controle interno de cada Poder, circunscrito à avaliação do cumprimento das metas previstas no
plano plurianual;
b) controle externo do Poder Legislativo, com auxílio do Tribunal de Contas, cujo parecer vincula a
deliberação daquele;
c) estrita e exclusiva observância do princípio da legalidade;
d) nenhuma das alternativas anteriores é verdadeira.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
Lançamento é o ato que constitui o crédito tributário, praticado privativamente, pela autoridade
administrativa. O fato de o lançamento ser privativo da autoridade administrativa não afasta a
possibilidade de o sujeito passivo constituir o crédito tributário por outros meios.
É uma modalidade específica de constituição do credito tributário. A lei exige como condição para
que a obrigação tributária seja exigível o lançamento. O artigo 142 do CTN define o lançamento
como sendo um procedimento administrativo para averiguar e determinar a ocorrência do fato
gerador; a matéria tributável, o valor devido, identificar o sujeito passivo e propor a penalidade. Pela
literalidade do artigo 142, o lançamento seria um procedimento administrativo. Mas em alguns
casos, esse lançamento é antecedido de um procedimento de fiscalização. Nesses casos, o
lançamento isoladamente considerado será um ato administrativo. Logo, existem essas duas
posições sobre a natureza jurídica do lançamento.
O lançamento, ao declarar a ocorrência do fato gerador, constitui a relação jurídica tributária, sendo
essa constituição um pré-requisito para a cobrança. O lançamento é vinculado e obrigatório; do
descumprimento do dever de lançar decorre a responsabilidade funcional; do não exercício do poder
de lançar decorre a decadência.
Ao lançamento aplica-se a data da ocorrência do fato gerador e rege-se pela lei então vigente, ainda
que posteriormente modificada ou revogada (artigo 144 CTN). Tal regra comporta exceções, em que
é possível a aplicação de uma lei posterior ao fato gerador, como o caso de lei que estabeleça novos
procedimentos de fiscalização; quando ampliados os poderes de investigação das autoridades
administrativas ou quando a lei outorgue maiores garantias ou privilégios ao credito tributário.
Nesse último caso, não se aplica para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros.
Há três modalidades de lançamento, que se diferenciam a partir da participação do sujeito passivo
a) por homologação ou autolançamento (artigo 150 CTN): é o lançamento feito quanto aos tributos
cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da
autoridade administrativa no que concerne à sua determinação. Opera-se pelo ato em que a
autoridade tomando conhecimento da determinação feita pelo sujeito passivo, expressamente a
homologa. Ou então, mediante homologação tácita, que se opera pelo decurso de prazo de
decadência do direito de constituir o crédito tributário pelo lançamento. Essa homologação pode ser
realizada no prazo de 5 anos a contar do fato gerador, e não do pagamento. São exemplos o IR,
ICMS, IPI, ISS.
b) por declaração ou misto (artigo 147 CTN): aquela em que o sujeito tem o dever de entregar para a
autoridade administrativa, cumprindo sua obrigação tributária acessória, uma declaração que
contenha uma informação fática essencial para que o lançamento possa ser realizado e, com base
nessa presunção, o lançamento será feito. Ex: Imposto de importação.
c) de ofício ou direto (artigo 149 CTN): quando é feito por iniciativa da autoridade administrativa,
independentemente de qualquer colaboração do sujeito passivo. O lançamento de ofício se
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
caracteriza, pois, pelo fato de que a Administração Pública “faz tudo”. Nos termos do artigo 149
CTN, podemos ter o lançamento de oficio (quando ainda não houve lançamento) ou ainda uma
atividade de revisão do lançamento anterior. De acordo com a doutrina, as possibilidades de revisão
de lançamento anterior são única e exclusivamente as previstas no artigo 149 CTN. São exemplos o
IPTU e IPVA.
No STF, acerca da multa: “Multa. Caráter confiscatório. O STF fixou entendimento no sentido de
que as cominações impostas à contribuinte, por meio de lançamento de ofício, decorrem do fato de
haver-se ela omitido na declaração e recolhimento tempestivos da contribuição.” (RE 241.087-AgR,
Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 8-9-2009, Segunda Turma, DJE de 25-9-2009.)
Há ainda que diferenciar o lançamento por homologação padrão, que é aquele que observa a
literalidade do artigo 150 CTN, em que o sujeito passivo tem que fazer o pagamento antecipado e
não o faz, ou paga menos do que o devido. Nesse caso, opera-se o lançamento de ofício literal do
CTN, em que a Administração Pública atua sem nenhum auxílio do sujeito passivo. O outro tipo de
lançamento por homologação é na verdade o mais comum no direito tributário, aquele em que há o
dever do sujeito passivo de declarar. Logo, há duas obrigações tributarias para o sujeito passivo:
acessória, de declarar e entregar a declaração e de pagar (principal). Se a declaração é feita
corretamente, ela tem por efeito a constituição do credito tributário, e sendo assim, estará dispensado
o lançamento.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
Diante do material escasso, ofereço uma abordagem mais aprofundada sobre o tema
“lançamento”: coloquei em separado, para que possam optar por lê-lo ou não. Trata-se da
aula de Tathiane Pscitelli, da LFG:
I. Considerações iniciais: O lançamento é uma atividade privativa da administração que tem por
objetivo identificar fato gerador, base de cálculo, alíquota, o sujeito passivo e, se for o caso, aplica
penalidade. CUIDADO: Embora o lançamento seja atividade privativa da administração, a
constituição do crédito não é privativa – isso é cobrado! O lançamento é vinculado e obrigatório
(poder-dever, sob pena de responsabilidade funcional). É vinculado, pois é realizado através de ato
administrativo vinculado, nos termos da lei (já que implica na retirada de direito do particular).
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
Além disso, é obrigatório, porque implica em receita aos cofres públicos (e a receita pública, em
regra, é indisponível). O lançamento em si não é cobrança de tributo, mas a cobrança do tributo é
possibilitada pelo lançamento, que constitui o crédito.
ATENÇÃO: Dispõe o art. 142/CTN que lançamento é ATO PRIVATIVO da autoridade
administrativa. Isso não afasta a possibilidade de o sujeito passivo constituir o crédito tributário.
Veja: O que é privativo da autoridade administrativa é o lançamento, mas não a constituição
do crédito tributário. Ou seja: esse caráter privativo não afasta a possibilidade de o sujeito passivo
constituir o crédito por outras formas. Sendo o lançamento ato privativo (na verdade, exclusivo) da
autoridade administrativa, duas conseqüências podem ser verificadas: i) a competência exclusiva da
autoridade não admite avocação nem delegação; ii) o juiz não poderá lançar nem corrigir
lançamento realizado pela autoridade competente. Reconhecendo algum vício, deverá apenas
proclamar-lhe a nulidade.
II. Natureza jurídica. Procedimento x ato administrativo: Parte da doutrina entende que o
surgimento do crédito ocorre no mesmo momento do fato gerador, o lançamento apenas tornaria
líquido e certo um crédito já existente, declarando-o. O STJ, contudo, entende que o lançamento
tem natureza CONSTITUTIVA do crédito tributário. Assim, o crédito tributário não surge com
o fato gerador, mas é constituído pelo lançamento. Ademais, o lançamento tem natureza
DECLARATÓRIA quanto à obrigação tributária. Vale dizer, ao constituir o crédito, a autoridade
fiscal verifica a ocorrência do fato gerador e declara a (prévia) ocorrência da obrigação tributária (já
que, como vimos, a obrigação tributária surge com o fato gerador). Por isso, Ricardo Alexandre e
Paulo de Barros Carvalho dizem que o lançamento tem NATUREZA JURÍDICA MISTA,
constitutivo do crédito e declaratório da obrigação.
Ademais, o lançamento é tanto procedimento como ato administrativo: 1) Lançamento como
procedimento De acordo com a literalidade do art. 142/CTN, o lançamento seria, apenas, um
procedimento tendente a verificar a ocorrência do fato gerador e apurar o valor do tributo devido;
2) Lançamento como produto desse procedimento (ato) Para a doutrina (mais especificamente
PAULO DE BARROS CARVALHO), o lançamento é não só o procedimento, mas também o produto
deste procedimento. Ou seja, ao final do procedimento de lançamento, a autoridade fiscal pratica
um ato administrativo de lançamento tributário. Portanto, a despeito do que dispõe o CTN, do ponto
de vista teórico, lançamento é tanto ato quanto procedimento administrativo (tanto produto quanto
processo).
III. Efeitos do lançamento: Segundo disposição legal, o lançamento: a) Verifica a ocorrência do
fato gerador; b) Identifica a matéria tributável (base de cálculo); c) Identifica o valor devido; d)
Identifica o sujeito passivo; e) Aplica penalidade (multa/juros). Sob um ponto de vista, o
lançamento declara a ocorrência do fato gerador e, sob outro, constitui a relação jurídica
tributária. Ao constituir a relação jurídica tributária, identificam-se sujeito passivo, sujeito ativo e
valor do tributo. A Administração faz essa constituição da relação jurídica como um pré-requisito
para a cobrança, que, num primeiro momento, será administrativa.
IV. Aplicação das leis no tempo (art. 144): que lei deve ser aplicada no momento do lançamento?
O art. 144 define a lei aplicável por ocasião do lançamento tributário. A regras para aplicação do
direito tributário são: • A lei material que trate de tributo nunca irá retroagir (para incidir sobre fatos
geradores pretéritos), ainda que mais benéfica; • A lei formal (legislação adjetiva) retroage,
alcançando fatos pretéritos. Vale dizer, será aplicada a norma formal que estiver em vigor no
momento do procedimento de lançamento; • Em relação à multa deve-se aplicar a norma mais
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
105 Essa exceção é dispensável, pois se refere a norma tributária material que, pelo caput, já é irretroativa.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
B) Lançamento por declaração/misto (art. 147 do CTN): No lançamento por declaração, o sujeito
passivo deve realizar a declaração (obrigação tributária acessória), que contém alguma informação
FÁTICA essencial para a realização do lançamento. Realizado o lançamento, com base nessa
declaração, o sujeito passivo deve pagar o tributo devido. Essa sistemática está no caput do art. 147
do CTN. Obs: a grande distinção entre lançamento por declaração e por homologação é que nesta
última o contribuinte deverá fazer declaração não apenas sobre matéria de fato, mas também sobre
matéria de direito 106. Exemplo de tributo lançado por declaração é a cobrança da taxa do lixo.
Também os impostos de importação/exportação são lançados por declaração (com base em
informação prestada pelo importador/exportador, o tributo é lançado).
Constituição do crédito tributário no lançamento por declaração: No caso do lançamento por
declaração, o crédito será constituído com o lançamento. Veja: no lançamento por declaração
(diversamente do que ocorre no lançamento por homologação, como veremos) a declaração correta
não constitui o crédito, pois o lançamento vai depender de a Administração carrear os fatos
apresentados pelo contribuinte com o direito (o que não ocorre no lançamento por homologação, em
que o contribuinte já carreia, em sua declaração, os fatos e o direito).
Retificação da declaração: O CTN admite a retificação da declaração por iniciativa do próprio
declarante, com o objetivo de reduzir ou excluir o tributo, desde que seja feita mediante
comprovação do erro em que se funde e, antes de notificado o lançamento (art. 147, §1º).
Independentemente de manifestação do declarante, os erros (de fato) contidos na declaração e
apuráveis pelo seu exame serão retificados de ofício pela autoridade administrativa a que compelir a
revisão daquela (art. 147, §2º). Grave: notificado o lançamento, não é mais possível a alteração
da declaração com o fim de reduzir ou excluir o tributo (para aumentar é possível a alteração),
devendo eventuais erros ser objeto de impugnação por parte do sujeito passivo. Assim, se o erro for
percebido somente após o lançamento, só resta ao contribuinte discutir administrativamente, por
meio de impugnação.
Prazo decadencial: O prazo decadencial para a Fazenda Pública efetuar o lançamento após a
declaração prestada pelo contribuinte é 5 anos a contar do 1º dia do exercício seguinte àquele em
que o lançamento poderia ter sido efetuado107 (art. 173, I do CTN). Isso porque o art. 150, §4º do
106Exemplo: no imposto de renda, o contribuinte, além de informar as despesas realizadas (matéria de fato) deve indicar se alguma
delas é dedutível, se tem direito à restituição etc. (matéria de direito).
107 Ou seja, é o primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato impunível.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
CTN (que prevê o prazo de 5 anos a contar do fato gerador) só se aplica quando há pagamento
prévio à homologação da Fazenda Pública (tal qual ocorre no lançamento por homologação, como
veremos), e no lançamento por declaração há primeiro a homologação lançamento notificação
do contribuinte 108 constituição definitiva do crédito 109 e, só depois pagamento. Sendo
assim, não é possível aplicar o prazo decadencial do art. 150, §4º sobre o lançamento por
declaração.
B) Lançamento por homologação ou autolançamento (art. 150): No lançamento por
homologação, ao realizar o fato gerador, o contribuinte tem o dever de fazer o pagamento
antecipado (identificar a base de calculo e aplicar a alíquota, sem prévio exame da autoridade
administrativa). Esse pagamento antecipado é precário e, por isso, só extingue o crédito tributário
depois de homologado (art. 156, VII). A homologação deve ser realizada no prazo de 5 anos a
contar da DATA DO FATO GERADOR (e não do pagamento). Esse prazo é para a autoridade
administrativa verificar se o pagamento foi feito e de forma correta. Se ela concordar com o
pagamento feito, fará a homologação. Contudo, se verifica que o pagamento foi feito com prática de
ilícito (fraude, dolo ou simulação) ou que foi feito com algum erro, ela não homologa e deve cobrar
o montante que entende devido. O lançamento por homologação, que decorre da manifestação de
concordância da Administração com o pagamento antecipado, é a hipótese mais comum, podendo
configurar: Homologação tácita Decorre do silêncio da Administração, no prazo de 5 anos,
contados da ocorrência do fato gerador. OBS: não ocorre se houver a comprovação da ocorrencia
de dolo, fraude ou simulação. Homologação expressa Na homologação expressa, há uma
manifestação expressa, inequívoca e específica quanto à correção do pagamento, no prazo de 5
anos. Esta manifestação deve ser específica, para identificar o sujeito passivo, fato gerador e a
quantia paga. Ex: restituição do imposto de renda. Obs: Não é o pagamento, mas sim a homologação
que extingue o crédito tributário (art. 150. § 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos
deste artigo extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento).
Se a Administração não concorda com o pagamento realizado pelo sujeito passivo, naturalmente,
não homologará, fazendo a cobrança do valor que falta. Neste ponto, convém saber como essa
cobrança será realizada e em qual prazo ela será efetivada. As respostas a essas perguntas
dependem do estudo da extensão da atividade do sujeito passivo, a qual deve ser analisada sob duas
perspectivas:
a) Lançamento por homologação padrão (literalidade do art. 150) Nesta situação, ocorrendo
o fato gerador, há o dever de pagamento antecipado pelo sujeito passivo, seguido da homologação
pela Administração. Não realizado o pagamento antecipado, o tributo será cobrado através de um
lançamento de ofício (art. 149, V, CTN), por meio do qual se constitui o crédito tributário na esfera
administrativa. Sempre que houver a necessidade de lançamento de ofício, o prazo para que ele
ocorra será, invariavelmente, DECADENCIAL (prazo para lançar) de 5 anos. Para o STJ, o termo
inicial do prazo decadencial de 5 anos depende de como foi feito o pagamento: 1) Se o sujeito
passivo fez pagamento parcial o prazo aplicável será o do art. 150, §4º do CTN: 5 anos, contados da
data do fato gerador. Para o STJ, este é o prazo que a Administração tem para fiscalizar o pagamento e,
dessa fiscalização, pode resultar ou a homologação ou o lançamento de ofício. 2) Se o sujeito passivo
simplesmente não pagou o prazo decadencial será o do art. 173, I, CTN, mais benéfico para a
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
Administração: 5 anos, contados do 1º dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido
efetuado (mais benéfico para a Fazenda). A Administração pode cobrar a partir do momento em que a mora é
configurada (um dia depois do fim do prazo do pagamento do tributo), mas o prazo decadencial não inicia
imediatamente, mas só no próximo 1º de janeiro. Para o STJ, o prazo não é o do art. 150, §4º, porque, quando
o sujeito nada paga, a Administração não tem o que verificar. 3) Se houver dolo, fraude ou simulação
Havendo dolo, fraude ou homologação, o prazo também será o do art. 173, I do CTN: 5 anos, contados do 1º
dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Neste caso, o prazo da
homologação independe de ter havido o pagamento parcial.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
Entendimento do STJ em relação à decadência nos tributos lançados por homologação: O STJ
mudou de posição em relação ao prazo de decadência aplicado aos tributos lançados por
homologação. Tese antiga do STJ Inicialmente, ele entendia que o prazo poderia ser de até 10
anos (5 +5). O STJ afirmava que na hipótese de lançamento por homologação e ausência de
pagamento, o prazo a ser aplicado seria de 5 anos para homologar. Terminado o prazo de 5 anos
para a homologação (fundamento legal: art. 150, IV do CTN), começaria um novo prazo de 5 anos
para a Administração fazer o lançamento (fundamento legal: art. 173, I do CTN). Somente ao final
desses dois prazos de 5 anos a decadência ocorreria. Assim, essa tese resulta da aplicação
cumulativa dos dois dispositivos: art. 150, IV e 173, I do CTN. Cuidado: estamos tratando de tese de
decadência, por isso, o pressuposto é a exigência de lançamento. Se já houver constituição de
crédito, não haverá mais decadência. Tese Atual do STJ O STJ passou a entender que a
aplicação cumulativa concorrente das normas dos arts. 150, IV e 173, I é desarrazoável. A tese atual
leva em consideração 2 variáveis: pagamento e fraude.
Pagamento Fraude
• Se houve pagamento (mesmo incompleto), sem má-fé 5 • Se houve fraude/dolo/simulação (má-fé), ainda que tenha havido
anos, a contar do fato gerador (art. 150, §4º). pgto. 5 anos a contar do 1ª dia do exercício seguinte (art. 173,
I).
• Se não houve pagamento 5 anos a contar do 1ª dia do
exercício seguinte (art. 173, I). Essa variável da fraude prepondera sobre a variável do pagamento.
Assim, se a pessoa faz o pagamento a menor sem fraude, continua
Não há aplicação cumulativa das duas normas. aplicando o art. 150, §4º. Mas se a pessoa faz pgto. a menor com
fraude, aplica o art. 173, I.
C) Lançamento de ofício ou direto (art. 149): O art. 149 diz que “o lançamento é efetuado e
revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos”. Essa norma diz que há duas
atribuições da Administração: realizar o lançamento de ofício e revisar de ofício o lançamento. O
lançamento de ofício é aquele realizado inteiramente pela Administração, com base em dados por
ela obtidos. Observe-se que, nos termos do art. 149, caput, duas atividades de ofício são possíveis:
REVISÃO de lançamento anterior e realização do LANÇAMENTO. O pressuposto para ser
realizada a revisão e o lançamento de ofício é que esteja dentro do prazo de decadência (do direito
da Administração de lançar). O prazo decadencial para a Fazenda Pública realizar o lançamento de
ofício é 5 anos a contar do 1º dia do exercício seguinte àquele em que ele deveria ter sido efetuado
(art. 173, I do CTN).
Essas hipóteses de revisão e lançamento que podem ser realizadas de ofício pela Administração são
TAXATIVAMENTE previstas no art. 149 do CTN: Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de
ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos:
a) Casos de REVISÃO de ofício de lançamento anterior: VIII - quando deva ser apreciado fato
não conhecido ou não provado por ocasião do lançamento anterior; Trata da revisão de
140
Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
lançamento nos casos de erro de fato. Se o erro for de direito (ex: classificação errada da obrigação
tributária) não permite a revisão do lançamento de ofício. IX - quando se comprove que, no
lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional da autoridade que o efetuou, ou omissão,
pela mesma autoridade, de ato ou formalidade especial. Parágrafo único. A revisão do lançamento
só pode ser iniciada enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública. Há hipótese de
fraude/falta/omissão da autoridade. Em ambos os casos há lançamento realizado que será objeto de
revisão e irá gerar um novo lançamento. Veja que a revisão do lançamento só é possível se realizada
dentro do prazo de decadência, conforme dispõe o parágrafo único do art. 149.
um lançamento realizado de ofício, maculado por um vício formal. Em virtude desse vício formal, o
sujeito passivo apresentou uma impugnação (dando início a um processo administrativo). Ao final
do processo, a autoridade administrativa decide pela anulação do lançamento. Sendo uma decisão
definitiva, a partir dela é iniciado um novo prazo para que a Administração proceda a um novo
lançamento. Ou seja: essa decisão “zera” o prazo, que se inicia novamente. Cuida-se de uma
hipótese de interrupção do prazo decadencial, amplamente aceito pela doutrina e jurisprudência. O
art. 173, II institui, a um só tempo, a suspensão e a interrupção do prazo decadencial.
Suspensão porque o prazo não flui na pendência do processo em que se discute a nulidade do
lançamento, e interrupção porque o prazo recomeça a correr do início, e não da marca já atingida no
momento em que ocorreu o lançamento nulo.
Parágrafo único do art. 173: “O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário
extingue-se definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha
sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer
medida preparatória indispensável ao lançamento”. O parágrafo único do art. 173 do CTN
estabelece um outro dies a quo para o prazo de decadência (antecipação do início do prazo
decadencial): o início do prazo de decadência é a data da notificação de uma medida preparatória
indispensável ao lançamento. Ou seja, a medida preparatória indispensável ao lançamento pode ser
entendida como o termo de início da fiscalização (ex: notificação de início de fiscalização pela
Administração Pública). Imaginemos o seguinte exemplo: em 2004 ocorre o fato gerador de
determinado tributo cujo lançamento é por declaração e o pagamento deve ser realizado em 05/2004.
Com efeito, a decadência se inicia do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que poderia ser
efetuado o lançamento, consumando-se em 1º/01/2010. Logo, o lançamento poderia ocorrer até
31.12.2009. Imaginemos, neste caso, que, em 10/2004 (antes do início do prazo de decadência), a
receita começa a fiscalizar o fato gerador110. Nesta situação, opera-se uma antecipação do início do
prazo de decadência, que não mais se iniciará em 1º/01/2005, mas sim em 10/2004. O parágrafo
único do art. 173, CTN, trata do caso em que a Administração se antecipa ao início do prazo de
decadência. Ou seja: ela já adota as medidas preparatórias antes mesmo do início do prazo
decadencial.
ATENÇÃO: Interpretações acerca da norma do art. 173, p. ún.:
Interpretação da Doutrina A notificação de início da fiscalização somente é termo inicial da
decadência se realizada antes do início do prazo previsto no art. 173, I do CTN. Segundo Ricardo
Alexandre, é pacífico o entendimento de que a regra do p. ún. do art. 173 somente tem o condão de
antecipar a contagem do prazo, não gerando qualquer efeito sobre a contagem de prazo que já teve
sua fluência iniciada. Assim como é regra em direito, iniciada a contagem do prazo decadencial,
nenhum fato posterior terá efeito sobre seu curso (a única exceção seria o caso do art. 173, II –
quando o lançamento for anulado por vício formal, em que o prazo “recomeçará” a contar).
Exemplo: realizado o fato gerador do ICMS em agosto/2006. A decadência começa em 1º/01/2007.
Mas se a administração notificou o contribuinte acerca da fiscalização em nov/2006, é partir desse
momento que começa a contar o prazo de decadência.
Interpretação do STJ O STJ entende que a notificação de início da fiscalização ou de outra
medida preparatória imprescindível à execução fiscal é termo inicial da decadência,
110A Fazenda Pública inicia a fiscalização sempre com a lavratura de um Termo de Início de Fiscalização. Quando é dada ciência
desse termo ao contribuinte ocorre a antecipação do termo inicial da fluência do prazo decadencial.
142
Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
independentemente de ter sido realizada antes ou depois do início do prazo previsto no art.
173, I do CTN. Com isso, o STJ cria uma nova hipótese de interrupção do prazo de decadência
(pois o prazo de decadência já iniciado pela regra geral seria interrompido, e iniciaria nova
contagem, com a notificação). Julgado: Resp 766.050
OBS vitaminada: STJ INF 531/2013 (AgRg no AREsp 370.295-SC, 2aT): A ausência de prévio
processo administrativo não enseja a nulidade da Certidão de Dívida Ativa (CDA) nos casos de
tributos sujeitos a lançamento de ofício, uma vez que só haverá processo administrativo se o
contribuinte entender que foi incorreta a cobrança e, assim, impugnar o lançamento. No lançamento
de ofício, a Fazenda Pública possui todas as informações para a constituição do crédito, não
necessitando de processo administrativo fiscal em autos. Após constituído, a Fazenda envia o carnê
do IPTU ao contribuinte, o que equivale à notificação do lançamento, e, recebida esta, abre-se o
prazo para a impugnação. A remessa, ao endereço do contribuinte, do carnê de pagamento do IPTU
é ato suficiente para a notificação do lançamento tributário.
OBS vitaminada: STJ INF 522/2013 (REsp 1.355.947–SP, 1aS): Não é possível a constituição de
crédito tributário com base em documento de confissão de dívida tributária apresentado, para fins de
parcelamento, após o prazo decadencial para o lançamento de ofício do crédito tributário, previsto
no art. 173, I, do CTN. O caso foi o seguinte: o direito do Fisco de lançar de ofício decaiu. Após
isso, pediu a parte para parcelar o débito, momento em que lhe foi exigido, como de praxe,
documento de confissão de dívida. Contudo, tal documento não tem o condão de constituir o crédito,
já extinto.
143
Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
Introdução. Nas palavras de Carraza, imunidade tributária é “uma hipótese de não incidência
constitucionalmente qualificada”. Na mesma linha introdutória, Ricardo Alexandre aduz que
“imunidades são limitações constitucionais ao poder de tributar consistentes na delimitação da
competência tributária constitucionalmente conferida aos entes políticos [e não em seu exercício]”.
“Na atual Carta Magna, a título de exemplo, existem imunidades relativas a taxas (CF, art. 5⁰,
XXXIV), impostos (CF, art. 150, VI) e contribuições para a seguridade social (CF, art. 195, §7⁰)”.
Trataremos, neste resumo, precisamente da imunidade tributária recíproca dos impostos prevista no
art. 150, VI, “a”, da CF. Regra constitucional que, além de proibir a União, Estados, Distrito Federal
e Municípios de instituírem impostos sobre patrimônio, renda ou serviços uns dos outros, “é
princípio garantidor da Federação e, por isso, imutável [CF, art. 60, §4º, I], não podendo ser
ofendida sequer pelo Poder Constituinte Derivado”, segundo afirma Paulsen (STF – ADI 939).
Imunidade tributária das Autarquias e Empresas Públicas. Diferentemente do que foi estatuído
para a imunidade recíproca das pessoas políticas, que não estipula quaisquer condicionamentos à
destinação dos respectivos patrimônios, rendas ou serviços, a extensão desta específica imunidade
“às autarquias e fundações públicas não lhes confere uma garantia de igual amplitude àquela
conferida aos entes políticos”. Pois, para serem agraciadas pela regra imunizante, autarquias e
fundações públicas “precisam manter seu patrimônio, renda e serviços vinculados às finalidades
essenciais ou às delas decorrentes, restrição esta não aplicável aos entes políticos” (Ricardo
Alexandre).
OBS vitaminada MPF/23º: Em matéria de imunidade recíproca, segundo a CF, é correto
afirmar que a imunidade recíproca é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e
mantidas pelo poder público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços
vinculados a qualquer finalidade. (FALSO!) Resposta: Não é qualquer finalidade, mas
apenas as “suas finalidades essenciais”ou às delas decorrentes (art. 150, § 2º, da CF).
Embora o art. 150, §2º, da Carta Constitucional refira textualmente somente a autarquias e
fundações públicas, o STF entende que “a imunidade prevista no art. 150, VI, “a”, da CF abrange as
empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras de serviços públicos de prestação
obrigatória e exclusiva do Estado (STF – RE 407.099/RS). Esse entendimento é interessantíssimo,
pois a extensão da imunidade recíproca a entes da administração indireta só abrange, expressamente,
as autarquias e fundações públicas” (Ricardo Alexandre).
A abrangência subjetiva da imunidade tributária recíproca compreende, portanto, os entes políticos
(U/E/DF/M), autarquias, fundações públicas (independentemente de terem ou não personalidade
jurídica de direito público ou privado, bastando que sejam instituídas e mantidas pelo Poder
Público), EP e SEM, essas duas últimas, necessariamente, prestadoras de serviços públicos de
144
Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
146
Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
Introdução. “Imposto é o tributo cuja obrigação tenha por hipótese de incidência uma situação que
não implica contraprestação direta por parte do Estado e é cobrado em face da ocorrência de fato de
caráter econômico revelador da capacidade contributiva do indivíduo (ATALIBA). Encontra seu
fundamento de validade na repartição de competências tributárias (CF, arts. 153, 155 e 156)”
(ATALIBA). Justamente por incidirem sobre manifestações de riqueza do devedor, “o imposto se
sustenta sobre a ideia de solidariedade social” (ALEXANDRE).
Características. “Imposto é tributo não vinculado” (ATALIBA), já que desvinculado de qualquer
atividade estatal específica 112 . Além disso, são tributos de arrecadação não vinculada, pois,
conforme Ricardo Alexandre, “sua receita presta-se ao financiamento das atividades gerais do
Estado, remunerando os serviços universais”. Portanto, são prestações pecuniárias desvinculadas de
qualquer relação de troca ou utilidade. É o tipo de tributo que: i) tem por HI (hipótese de incidência)
o comportamento de um contribuinte (ICMS, ISS, ITBI) ou uma situação jurídica na qual ele se
encontra (IPTU, ITR, IPVA); ii) a prestação patrimonial do contribuinte é unilateral e não
sinalagmática (CARRAZA); iii) advém de fatos regidos pelo direito privado com significado
econômico (ex. adquirir imóvel – Direito Civil); iv) para alguns doutrinadores tem validade no
poder de imperium113; iv) em regra, é instituído por LO (lei ordinária), salvo duas exceções: IGF e
Imposto Residual que, em ambos os casos, a instituição depende de LC (lei complementar),
impossibilitando dessa forma o uso de medidas provisórias (CF, art. 62, §1⁰, III). Lembre-se, por
fim, que a Constituição Federal exige que LC de caráter nacional estabeleça normas gerais em
matéria de legislação tributária, em especial, a definição dos respectivos fatos geradores, bases de
cálculo e contribuintes (CF, art. 146, III, a).
Competência. i) competência taxativa: arts. 153, 155 e 156, todos da CF/88. Ao DF é permitido
instituir impostos da esfera estadual e municipal, conforme art. 32, § 1º e art. 147, ambos da CF/88 e
art. 18, II, do CTN; ii) competência residual: art. 154, I, da CF/88. Isto é, poderá a União, mediante
LC, instituir impostos ainda não existentes na CF/88, entretanto não poderá se afastar da diretriz
constitucional dos “fatos-signos presuntivos de riqueza” (CARRAZZA); iii) competência
extraordinária: art. 154, II, da CF/88. Ou seja, em situações de guerra externa declarada ou de sua
iminência, estará a União autorizada pela CF/88 a tributar as mesmas bases econômicas atribuídas
aos demais entes políticos, invadindo suas respectivas competências que, em época de paz, seria
112“Não confundir com não afetação, que é a vedação constitucional da vinculação legal do produto da arrecadação do dos impostos a
órgão, fundo ou despesa constante do art.167, IV da CF...” (PAULSEN, pg.38).
113Discorda dessa opinião CARRAZA (pg. 509) ao afirmar que o “poder de império” ou “soberania da entidade tributante” seriam
“dados pré-constitucionais, do tipo autoritário e nesta medida estranhos à estrutura do Estado moderno.” Sendo sim correto afirmar
que sua HI se escora num fato que não consiste numa atuação estatal (lição inspirada em Geraldo Ataliba), decorre apenas da
competência tributária da pessoa política, é tributo sem causa.
147
Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
114 Pergunta do examinador na prova oral do 25º MPF: “apresente a diferença entre impostos reais e pessoais”.
148
Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
Ademais, vejamos outro julgado: “Destaque-se a incidência da regra do art. 166 do CTN, nos casos
de repetição de pagamento de tributo indireto, assim entendido como aquele em que há o repasse do
ônus tributário ao contribuinte de fato, ou seja, ao consumidor final do serviço. In casu, consoante
reiterada jurisprudência do STJ, o ISS assume feição de tributo indireto quando incide sobre a
locação de bens móveis. Daí se infere a ilegitimidade da autora para pleitear a repetição do tributo
pago indevidamente” (STF - AI 829.292 AgR-AgR, rel. Min. Luiz Fux, 23.03.12).
Ponto Extra Vitaminado:
OBS vitaminada: MPF/18º: Para a repetição do indébito por pagamento indevido em matéria
tributária: a) é preciso demonstrar o erro; b) sendo obrigação ex lege, é inexigível a prova do erro,
bastando que o interessado evidencie que o pagamento foi ilegal; c) mesmo sendo obrigação ex lege,
não exime o contribuinte de comprovar a sua boa-fé; d) é necessário prévio protesto. (resposta “b”)
149
Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
Introdução. O tema “Administração Tributária”, regulado no CTN nos artigos 194 a 200, é dividido
em três capítulos. Estabelece-se no primeiro a disciplina da “Fiscalização”. No segundo, trata-se da
“Dívida Ativa”. E, por fim, no terceiro, das “Certidões Negativas”. Trataremos, neste específico
ponto, do tema “Fiscalização Tributária”.
Fiscalização tributária. A fiscalização tributária, a cargo das autoridades fazendárias, consiste na
verificação do cumprimento das obrigações de natureza tributária, de caráter principal ou acessório.
Assim, mesmo as entidades imunes à determinada exação pode e deve ser alvo de fiscalização, seja
para apurar as obrigações acessórias, seja para verificar se realmente fazem jus à imunidade 115 .
“Relembre-se que a imunidade destas instituições normalmente depende da manutenção dos
respectivos patrimônios, rendas e serviços vinculados às suas finalidades essenciais, circunstância
que pode ser aferida mediante regular processo de fiscalização” (ALEXANDRE), como é o caso,
por exemplo, da renda decorrente das atividades essenciais no caso de partidos políticos (CF, art.
150, §4º).
Pelo CTN, à legislação tributária compete regular, em caráter geral, os poderes e deveres das
autoridades administrativas no tocante à fiscalização tributária, sempre respeitados os preceitos
constitucionais relativos à matéria. Além disso, o art. 195 do mesmo Código aduz que é inaplicável
qualquer disposição legal tendente a excluir ou limitar à fiscalização tributária de examinar
mercadorias, livros, arquivos e papéis de comerciantes em geral. Merece destaque no assunto a
súmula 439 do STF: “Estão sujeitos à fiscalização tributária ou previdenciária quaisquer livros
comerciais, limitado o exame aos pontos objeto da investigação.”
O art. 197 do CTN estabelece um rol de pessoas obrigadas a prestar informações à autoridade
fazendária em relação a bens, negócios ou atividades de terceiros. É o caso dos tabeliães, bancos,
corretoras de imóveis, empresas de administração de bens, inventariantes, síndicos que constatam a
movimentação financeira de pessoas e entidades nas diversas atividades que executam. Esta
obrigação (prestar informações) não se estende aos fatos abrangidos pelo sigilo legal aplicado a
certas profissões (CTN, art. 197, parágrafo único).
OBS vitaminada: atente-se para o que prescreve o art. 198: “Sem prejuízo do disposto na legislação
criminal, é vedada a divulgação, por parte da Fazenda Pública ou de seus servidores, de informação
obtida em razão do ofício sobre a situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou de
terceiros e sobre a natureza e o estado de seus negócios ou atividades”; é permitida, contudo, a
divulgação de informações relativas a: (i) representações fiscais para fins penais; (ii) inscrições na
Dívida Ativa da Fazenda Pública; (iii) parcelamento ou moratória.
A controvérsia em relação à fiscalização reside na possibilidade de a autoridade tributária poder
requisitar documentos e informações resguardadas pelo sigilo bancário, sem autorização judicial. A
previsão autorizando seu acesso às informações ampara-se não apenas no artigo 197 do CTN como
115
Art. 194. Parágrafo único. A legislação a que se refere este artigo aplica-se às pessoas naturais ou jurídicas, contribuintes ou
não, inclusive às que gozem de imunidade tributária ou de isenção de caráter pessoal.
150
Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
também no art. 6º da LC nº 105/2001, senão vejamos: (art. 6º) “As autoridades e os agentes fiscais
tributários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios somente poderão examinar
documentos, livros e registros de instituições financeiras, inclusive os referentes às contas de
depósitos e aplicações financeiras, quando houver processo administrativo instaurado ou
procedimento fiscal em curso e tais exames sejam considerados indispensáveis pela autoridade
administrativa competente.”
Todavia, atente-se que o tema é controverso, pendendo atualmente a ADI 2390 de julgamento, cujos
autos encontram-se conclusos com o Min. Relator Dias Toffoli desde o dia 31.01.2013, na qual se
pleiteia a declaração de inconstitucionalidade da quebra de sigilo bancário por autoridades fiscais.
Ademais a isso, a LC n. 104/2001 alterou o CTN, em seu art. 199, para permitir o intercâmbio de
informações acerca de contribuintes entre as diversas Fazendas Públicas e, também, entre a União e
Estados estrangeiros. Outra modificação introduzida por esta LC é a chamada “norma geral
antielisão”. Para a maioria da doutrina, a elisão fiscal constitui, em suma, uma forma lícita de evitar
a tributação estatal, por meio das mais variadas operações jurídicas, financeiras e contábeis lícitas.
A expressão “antielisão” é alvo de crítica da doutrina, considerando que poderia significar norma
contra atividade lícita o que seria inapropriado. Pela nova regra, entretanto, confere-se à autoridade
administrativa o poder de desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de
dissimular a ocorrência de fato gerador do tributo ou da natureza dos elementos constitutivos da
obrigação tributária.
OBS vitaminada: Elisão e evasão fiscais: são duas formas de evitar o pagamento de tributos.
Evasão fiscal: é o uso de meios ilícitos para evitar o pagamento de taxas, impostos e outros tributos.
Entre os métodos usados para evadir tributos estão a omissão de informações, as falsas declarações e
a produção de documentos que contenham informações falsas ou distorcidas, como a contratação de
notas fiscais, faturas, duplicatas etc. Na evasão fiscal, há, muitas vezes, uma simulação do ato
jurídico. Aqui, ocorre o fato gerador do tributo e o contribuição intencionalmente não paga a
obrigação legal. Elisão fiscal: configura-se num planejamento que utiliza métodos legais para
diminuir o peso da carga tributária num determinado orçamento. Respeitando o ordenamento
jurídico, o administrador faz escolhas prévias (antes dos eventos que sofrerão agravo fiscal) que
permitem minorar o impacto tributário nos gastos do ente administrado. Diferentemente da evasão
fiscal (onde ocorre o fato gerador do tributo e o contribuinte não paga uma obrigação legal) na elisão
fiscal, através do planejamento, evita-se a ocorrência do fato gerador, ou seja, quando da elisão
fiscal ainda não existe tributo (e nem virá a ocorrer, pois o contribuinte não realizará o fato gerador).
E por não ocorrer o fato gerador, o tributo não é devido. Dessa forma, o planejamento não
caracteriza ilegalidade, apenas usa-se das regras vigentes para evitar o surgimento de uma obrigação
fiscal. Há ainda a figura da elusão fiscal: para alguns, seria hipótese de simulação relaizada antes ou
após a realização do fato gerador. Para outros, como Tathiane Pscitelli, é modalidade e evasão fiscal.
Concluindo: elisão: antes do FG; evasão: após o FG; elusão: antes ou após o FG. Essa conclusão,
embora simplista, visto que, na doutrina há diversas discussões com relação aos termos utilizados, é
a que vem sendo cobrada nos concursos públicos em geral.
Cláusula geral antielisiva: o parágrafo único do art. 116 do CTN contém com que muitos chamam
de uma cláusula antielisiva. A nomenclatura, contudo, é errônea, visto que a elisão, como dito, é
uma forma lícita de se evitar a ocorrência do fato gerador: o contribuinte opta por não realizar o fato
gerador. Tal dispositivo, contudo, deve ser aplicado aos casos de evasão fiscal, em que há simulação
de uma situação inexistente, com o fito de não pagar o tributo, de fato gerador ocorrido. Assim
prescreve o dispositivo. ATENÇÃO: atentar para o fato de que a banca do MPF já perguntou em
151
Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
uma mesma questão se o teor do quanto disposto no art. 116 (que estava numa Medida Provisória)
seria uma cláusula antielisão ou uma cláusula antievasão, considerando ser uma cláusula antielisão!
MPF/21º: Em dispositivo de Medida Provisória, restou consignado: “Os atos ou negócios jurídicos
praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza
dos elementos constitutivos da obrigação tributária serão desconsiderados, para fins tributários,
pela autoridade administrativa competente, observados os procedimentos estabelecidos nos artigos
14 a 19 subsequentes.” Tem-se aí norma: a) antielisão (VERDADEIRO!); b) antievasão;
(FALSO!)
152
Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
multa como sanção pela conduta ilícita, no que diz respeito à dosagem, têm aplicação e
tratamento idênticos pelo Fisco. (FALSO!)
153
Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
II – Unidades Descentralizadas:
Superintendências Regionais da RFB;
Delegacias da Receita Federal do Brasil Classes “A”, “B”, “C”, “D” e “E”
Delegacia Especial da RFB de Administração Tributária;
Delegacia Especial da RFB de Fiscalização;
Delegacia Especial da RFB de Instituições Financeiras;
Delegacia Especial da RFB de Maiores Contribuintes;
Agências da RFB ClasseS “A”, “B”, “C” e “D”.
Inspetorias da RFB Classes “Especial A”, “Especial B” e “Especial C”;
Inspetorias da RFB Classes “A” e “B”;
Alfândega da RFB Classe “Especial A”;
Alfândegas da RFB Classes “A”, “B” e “C”;
Delegacias da RFB de Julgamento;
Equipes.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
Perguntas da oral do 26º e 27º: Super receita: centralização da arrecadação, extinguiu a Secretaria
da Receita Previdenciaria e passou para a Secretaria da Receita Federal do Brasil.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços incide sobre a circulação do bem, e não onera
quer o patrimônio, quer a renda, quer os serviços dos entes mencionados. A imunidade prevista no
texto constitucional não impede, dessa forma, a incidência dos chamados impostos indiretos, como
é o caso do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços.”
Não há imunidade dos partidos políticos e entidades sindicais em relação a taxas, contribuições e
demais tributos diversos dos impostos.
Súmula 724/STF: Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel
pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c, da Constituição, desde que o
valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades.
Igualmente, estão livres os rendimentos auferidos por exploração do serviço de estacionamento em
imóvel pertencente a ente imune (RE 144.900).
3. SUJEITOS DA IMUNIDADE. (a) PARTIDOS POLÍTICOS: são pessoas jurídicas de direito
privado (associações) que visam a assegurar a autenticidade do regime representativo, no interesse
da democracia. Como verdadeiros instrumentos de governo, gozam de uma série de benefícios e
vantagens, dentre os quais a imunidade aos impostos. Só têm direito à imunidade tributária os
partidos regularmente constituídos, não se reconhecendo tal benesse aos partidos clandestinos ou
criminosos. As fundações mantidas pelos partidos políticos também são imunes a impostos, desde
que preencham igualmente os requisitos do art. 14 do CTN. (b) ENTIDADES SINDICAIS DOS
TRABALHADORES: são os sindicatos (âmbito local), as federações (âmbito regional), as
confederações (âmbito nacional) e as centrais sindicais de trabalhadores. A imunidade não alcança
sindicatos, federações e confederações de empregadores, de empresas ou de setores
econômicos.
4. REQUISITOS LEGAIS. Pela própria dicção da norma constitucional, infere-se que os partidos
políticos e suas fundações, assim como os sindicatos dos trabalhadores, só poderão gozar da
imunidade a impostos se observarem os REQUISITOS PREVISTOS NO ART. 14 DO CTN (que
faz o papel de lei complementar, na forma exigida pelo art. 146, II, CF/88): (a) ausência de fins
lucrativos: evidencia-se pela não-distribuição de seu patrimônio ou de suas rendas e pelo
investimento na própria entidade dos resultados econômicos positivos eventualmente obtidos. Ou
seja, a entidade não está proibida de obter lucro, mas apenas de distribuí-lo a qualquer título. *OBS.:
A imunidade cai por terra quando, sob a aparência de remuneração, os funcionários, dirigentes,
administradores e gestores dessas entidades vêm a ser alvo de verdadeiras distribuições de lucro,
perdendo o caráter de mera contraprestação econômica pela atividade laboral realizada. (b)
aplicação de todos os recursos no país: impede que haja remessa definitiva de divisas ao exterior
ou que a entidade auxilie financeiramente outras congêneres no exterior, pois o fim específico há de
ser procurado e realizado no Brasil. *OBS.: A imunidade permanece íntegra quando, para
aumentarem seu patrimônio, tais entidades fazem investimentos que, eventualmente, levem a
aplicações financeiras no exterior, bastando que os dividendos obtidos venham, na consecução de
suas finalidades, investidos integralmente no país. (c) escrituração das receitas em livro próprio e
de modo adequado: cuida-se de dever instrumental tributário (obrigação acessória), cujo objetivo é
viabilizar a averiguação pelo Fisco do cumprimento dos outros dois requisitos já aludidos. Se esse
objetivo for atendido, ainda que sem a observância de todas as regras da boa técnica contábil,
reconhece-se a imunidade. Do contrário, a entidade permanece temporariamente alijada da
imunidade, até que venha a se organizar.
- Nenhum outro requisito além desses apontados por lei complementar pode ser criado para o pleno
157
Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
desfrute da imunidade, seja por lei ordinária da pessoa política tributante, seja por regulamento,
portaria, parecer normativo ou mesmo ato administrativo fiscalizatório. Outras supostas condutas do
sujeito passivo, ainda que infracionais, não podem acarretar a suspensão da imunidade, ensejando,
quando muito, outro tipo de sanção.
OBS vitaminada: Pergunta da oral do 27º: Fale o que é e para que serve a imunidade dos partidos
e sindicatos.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
O assunto está basicamente localizado no Título III da Código Tributário Nacional (Crédito
Tributário), Capítulo III (Suspensão do Crédito Tributário) e na Seção I (Disposições Gerais).
Suspensão do Crédito Tributário. A exigibilidade do crédito tributário surge com o decurso do
prazo legal para adimplir o tributo, ou seja, esgotado tal prazo o crédito se torna exigível. A
suspensão do crédito tributário impede a exigibilidade do tributo, isto é, impede que a
Administração Tributária promova os atos executivos necessários para o recebimento coativo do
crédito tributário, obstando o ajuizamento de execução fiscal.
Hipóteses: As hipóteses de suspensão do crédito tributário estão previstas no artigo 151 do CTN: I –
moratória; II – o depósito do seu montante integral; III – as reclamações e os recursos, nos termos
das leis reguladoras do processo tributário administrativo; IV – a concessão de medida liminar em
mandado de segurança; V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras
espécies de ação judicial; VI – o parcelamento. Trata-se de rol exaustivo, pois o artigo 141 do
CTN 119 afirma que o crédito tributário regularmente constituído somente tem sua exigibilidade
suspensa nos casos previstos no CTN, sendo reforçada pela interpretação literal determinada no
artigo 111, I120, do mesmo código. No entanto, a legislação aduaneira, ao disciplinar os regimes
aduaneiros especiais e os regimes aduaneiros aplicados em áreas especiais, regula casos nos quais se
percebe a suspensão (ou impedimento, caso ainda não constituído o CT) da exigibilidade. Tal
incongruência decorre do fato de que a norma básica dos tributos aduaneiros (Dec-Lei n. 37/66) e o
CTN terem sido elaborados por equipes diferentes, que não se comunicaram, conforme ensina
Ricardo Alexandre. A suspensão do crédito tributário não impede o lançamento, podendo ser ele
realizado normalmente, com a observação de que a exigibilidade está suspensa. Caso contrário,
haveria o risco de se consumar o prazo decadencial em detrimento do Fisco. Sendo anterior ao
lançamento, Ricardo Alexandre entende ser causa impeditiva da exigibilidade, por não se suspender
o que não começou. Art. 151, parágrafo único do CTN: a suspensão não dispensa o cumprimento
das obrigações assessórias dependentes da obrigação respectiva ou dela consequentes.
I - Moratória: É um favor fiscal que implica dilação de prazo para pagamento do tributo, antes ou
durante o prazo originalmente fixado para o adimplemento do crédito. Modalidades: a) de caráter
geral (CTN, art. 152, I): pode ser concedida direta e genericamente por lei, em razão de aspectos
objetivos descritos na lei instituidora; b) de caráter individual ou solene (CTN, art. 152, II):
concedida por ato administrativo declaratório (despacho oficial administrativo) do cumprimento dos
requisitos previstos em lei, levando-se em consideração aspectos particulares (subjetivos) a serem
119 Art. 141. O crédito tributário regularmente constituído somente se modifica ou extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou
excluída, nos casos previstos nesta Lei, fora dos quais não podem ser dispensadas, sob pena de responsabilidade funcional na forma
da lei, a sua efetivação ou as respectivas garantias.
120 Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre: I - suspensão ou exclusão do crédito tributário.
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analisados por cada sujeito passivo que a requeira. Não pressupõe litígio entre o fisco e o sujeito
passivo. Moratória autônoma: concedida pela pessoa jurídica de direito público competente para a
instituição do tributo (art. 152, I, a). Moratória heterônoma: concedida pela União sobre tributo de
competência alheia, quando simultaneamente concedida quanto aos tributos de competência federal
e às obrigações de direito privado (art. 152, I, b). Trata-se de moratória em caráter geral. Questiona-
se a constitucionalidade do dispositivo, pois, assim como a isenção heterônoma, vedada no art. 151,
III, CTN, poderia agredir o pacto federativo, retirando a autonomia dos entes federados menores ao
retirar os recursos financeiros necessários. Por outro lado, argumenta-se que é da essência da
moratória a concessão em virtude de excepcionais situações naturais, econômicas ou sociais, que
dificultem o normal adimplemento das obrigações tributárias. Certamente as medidas drásticas
referidas no artigo 152 exigem situação excepcional em suas entrelinhas. Diante da
excepcionalidade da medida, não haveria inconstitucionalidade. Diferenciação entre moratória
parcelada e parcelamento: durante muito tempo vigorou o entendimento de que o parcelamento era
sinônimo de moratória parcelada. No entanto, a Lei Complementar n. 104/2001 incluiu
expressamente o parcelamento como uma das causas de suspensão da exigibilidade do crédito
tributário. Dessa forma, é possível apontar diferenças entre eles, partindo do pressuposto de que a lei
não contém palavras inúteis ou desnecessárias, apesar de não constar esclarecimento expresso no
CTN. Possuem pressupostos de fato e regime jurídico diferentes: a) pressupostos de fato: a
diferença fundamental reside nos pressupostos de fato que ensejam o manejo dos dois institutos. A
moratória é medida excepcional, nas situações naturais, econômicas e sociais que dificultem o
normal adimplemento das obrigações tributárias. Já o parcelamento é corriqueira medida de política
fiscal, que visa a recuperar créditos e a permitir que contribuintes inadimplentes voltem à situação
de regularidade; e b) regime jurídico: As leis concessivas de moratória, reconhecendo que a
dificuldade dos sujeitos passivos para adimplir suas obrigações tributárias decorre de eventos
externos (caso fortuito ou força maior), têm permitido que o futuro pagamento seja feito livre de
qualquer penalidade pecuniária e até mesmo de juros. Já no parcelamento, o próprio CTN indica
que, salvo disposição de lei em contrário, o parcelamento do crédito não exclui a incidência de juros
e multas. Claro que a regra é meramente dispositiva, podendo a lei concessiva dispor de maneira
diferença. Na prática, contudo, parcela-se todo o crédito (com juros e multa) e o pagamento das
prestações é acrescido de juros legais. Créditos abrangidos pela moratória (artigo 154 do CTN):
Somente para créditos lançados ou em fase de lançamento, pois a moratória é causa de suspensão do
crédito, e não havendo lançamento não há crédito. Somente abrange, pois, créditos definitivamente
constituídos à data da lei ou do despacho que a conceder, ou cujo lançamento já tenha sido iniciado
àquela data por ato regularmente notificado ao sujeito passivo. Entretanto, é permitida disposição
legal em contrário, o que pode ser justificável e absolutamente necessário em algumas situações. O
parágrafo único exclui do favor os casos de dolo, fraude ou simulação. Moratória individual e direito
adquirido (artigo 155 do CTN): se o beneficiário não satisfazia as condições e requisitos
instantâneos ou continuados ou deixou de satisfazer os continuados, o benefício deve ser extinto. O
Código fala impropriamente “revogação”, fundada em conveniência e oportunidade, sendo caso, na
verdade, de anulação ou cassação, dependendo do momento em que não preenchidos os requisitos
legais; anulação, antes; cassação, depois. Se no início, anulação, se posteriormente à concessão da
moratória parcelada, cassação. Isso porque a moratória é um ato administrativo vinculado, não
existindo margem de discricionariedade para a Administração Tributária. As consequências da
revogação variam de acordo com a presença ou ausência de dolo. Se existir dolo, aplica-se multa e o
tempo decorrido entre a concessão do benefício e sua “revogação” (cassação ou anulação) não é
computado na contagem do prazo prescricional. Por outro lado, não havendo dolo, não se aplica
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multa e esse período é contado no prazo prescricional. Com ou sem dolo haverá a imposição de
juros de mora.
II – Depósito do montante integral: Trata-se de direito subjetivo do contribuinte, que não pode ter
seu direito obstado pela Fazenda Pública (STJ, RESP 196.235/RJ). Como a instauração do processo
administrativo já suspende a exigibilidade do crédito tributário, somente faz sentido falar em
depósito do montante integral nos litígios judiciais. Em caso de procedência, o sujeito passivo
levantará o depósito (integral ou parcialmente), com os acréscimos legais, ainda que tenha outros
créditos tributários em aberto (STJ, 1ª Turma, RESP 297.115/SP). Caso se entenda pela procedência
do lançamento, o valor será convertido em renda (depositado definitivamente aos cofres públicos),
que é causa de extinção definitiva do CT, assim como a decisão administrativa irreformável e a
decisão judicial passada em julgado (art. 156 do CTN). No caso de extinção do processo, sem
julgamento do mérito, o STJ entende que o depósito deve ser convertido em renda, pois a única
hipótese que ensejaria o levantamento do depósito – que é feito como garantia à Fazenda – seria
decisão judicial passada em julgado em favor do sujeito passivo (ERESP n. 215.589-RJ). O depósito
deve ser integral e em dinheiro, não sendo possível substituição por fiança bancária (RESP
304.843). Nos casos de lançamento por homologação, realizado o depósito do montante integral
pelo contribuinte, incumbe à Fazenda Pública manifestar sua concordância ou discordância com o
valor depositado. Manifestada a concordância (expressa ou tacitamente), reputa-se efetuado o
lançamento, não mais havendo risco de a Fazenda ver perecer (decair) seu direito de lançar. Assim,
há de se concluir que, em tais hipóteses, não é necessária realização de lançamento de ofício para
prevenir a verificação da decadência (STJ, ERESP 767.328/RS). Ver artigo 49 da MP 449/2000, que
afirma que “para efeito de interpretação do art. 63 da Lei n. 9.430, de 1996, prescinde do
lançamento de ofício destinado a prevenir a decadência, relativo a sujeito ao lançamento por
homologação, o crédito tributário cuja exigibilidade houver sido suspensa na forma do inciso II do
art. 151 da Lei n. 5.712, de 25 de outubro de 1966 – CTN”. Por ser interpretativa, pode ser aplicada
retroativamente (art. 106, I, CTN).
III – reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário
administrativo: toda a reclamação ou recurso administrativo, desde que previstos em lei, têm efeito
suspensivo, impedindo, até decisão final do processo, que a Administração Tributária promova
contra o sujeito passivo litigante qualquer ato de cobrança, bem como que o inscreva em cadastros
de inadimplentes, como é o caso do Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor
Público Federal (CADIN). O entendimento é pacífico no STF (AC 1.620). A partir da sessão
realizada em 28/03/2007, o STF passou a entender que é inconstitucional a exigência de depósito
recursal e arrolamento de bens como condição de procedibilidade para recurso interposto em
processo administrativo fiscal, sob o fundamento de agressão ao princípio da isonomia (art. 5º,
“caput”, CF), ao contraditório e à ampla defesa e, por conseguinte, ao devido processo legal (art. 5º,
LV e LIV, CF); à reserva de lei complementar para disciplinar as normas gerais em matéria
tributária, já que o art. 146, III, “b”, não exige o depósito; à regra que assegura a todos,
independentemente do pagamento de taxas, o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de
direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder (CF, 5º, XXXIX, “a”). Súmula Vinculante 21: “É
inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para a
admissibilidade de recurso administrativo”. Súmula 373 do STJ: “É ilegítima a exigência de
depósito prévio para admissibilidade de recurso administrativo”.
OBS vitaminada: STJ. INF 532/2013 (REsp 1.389.892-SP, 2a. Turma): O pedido
administrativo realizado pelo contribuinte de cancelamento de débito inscrito em
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de denúncia. Considerando que a lei não estabeleceu prazo para o agente aderir ao REFIS, entende-
se que o agente poderá fazê-lo a qualquer tempo, mesmo que já haja sentença penal condenatória,
desde que a adesão ao parcelamento tenha se dado antes do trânsito em julgado da sentença penal
condenatória. Registre-se, por fim, que a lei 12.383/2011 acresceu parágrafos ao artigo 83 da Lei n.
9.430/1996, estabelecendo que a concessão de parcelamento impede o encaminhamento ao
Ministério Público de representação fiscal para fins penais relativas aos crimes contra a ordem
tributária definidos nos arts. 1º e 2º da lei 8.137/1990. A proibição somente cessa se houver exclusão
da pessoa física ou jurídica do parcelamento, ficando suspensa a pretensão punitiva e a prescrição
criminal enquanto vigente o favor, desde que o pedido de parcelamento tenha sido formalizado antes
do recebimento da denúncia criminal. A 12.383/2011 é uma verdadeira novatio legis in pejus por
restringir o limite temporal do pedido de parcelamento, pois impôs que este deve ser feito antes do
recebimento da denúncia. Em virtude do art. 5º, XL da Constituição Federal c.c. art. 1º do CP
(princípio da irretroatividade da lei penal mais severa), o novo marco temporal somente poderá ser
aplicado aos delitos praticados após a vigência da lei 12.383/2011
OBS vitaminada:
STJ INF 533/2013 (1ª Turma. AgRg no AREsp 228.080-MG): O contribuinte não pode,
com fundamento no art. 5º, III, da Lei n. 9.964/2000, ser excluído do Programa de
Recuperação Fiscal (REFIS) em razão de, por erro, ter indicado valores a menor para
as operações já incluídas em sua confissão de débitos. Assim, o art. 5º, III (abaixo
transcrito) prevê a exclusão do contribuinte que deixar de incluir débitos no parcelamento,
ou seja, deixar de indicar na confissão de dívidas obrigações tributárias que sabe existentes.
Entretanto, o dispositivo não visa punir aquele que, por erro, subdimensiona os valores das
operações já incluídas em sua confissão de débitos. Com efeito, não demonstrada a conduta
dolosa do contribuinte, não há razão para excluí-lo do programa de parcelamento. Art. 5º A
pessoa jurídica optante pelo Refis será dele excluída nas seguintes hipóteses, mediante ato
do Comitê Gestor: III – constatação, caracterizada por lançamento de ofício, de débito
correspondente a tributo ou contribuição abrangidos pelo Refis e não incluídos na confissão
a que se refere o inciso I do caput do art. 3º, salvo se integralmente pago no prazo de trinta
dias, contado da ciência do lançamento ou da decisão definitiva na esfera administrativa ou
judicial.
STJ INF 512/2013 (REsp 1.144.963-SC, 2ªT): quando interrompido pelo pedido de adesão
ao Refis, o prazo prescricional de 5 anos para a cobrança de créditos tributários devidos pelo
contribuinte excluído do programa reinicia na data da decisão final do processo
administrativo que determina a exclusão do devedor do referido regime de parcelamento de
débitos fiscais.
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OBS vitaminada: MPF/23º (questão discursiva): Discorra sobre a Fazenda Pública em juízo.
Execução Fiscal; resquisitos, meios de defesa do contribuinte.
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Pública federal e não houver vara federal no local do domicílio do devedor, a ação deverá ser
ajuizada na vara da Justiça Comum do domicílio do executado, com recurso para o TRF (juiz
estadual exerce jurisdição federal por delegação). Súmula 189/TFR: “Proposta a execução fiscal, a
posterior mudança de domicilio do executado não desloca a competência já fixada”.
Legitimidade ativa: Fazenda Pública (Administração direta + Autarquias + Fundações Públicas). Os
Conselhos profissionais têm legitimidade ativa para propor execução fiscal com vistas à cobrança de
anuidade, que tem natureza tributária (ADI nº 1.717) à EXCEÇÃO: OAB (execução do CPC).
Redirecionamento da execução: Súmula 435/STJ: “Presume-se dissolvida irregularmente a
empresa que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes,
legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente.” Recursos Especiais nºs.
1.242.697/SP e 1.104.064/RS. Súmula 430/STJ: “O inadimplemento da obrigação tributária pela
sociedade não gera, por si só, a responsabilidade solidária do sócio-gerente”. A responsabilidade
do administrador ou sócio-gerente é subjetiva – o Fisco deve provar, no requerimento de
redirecionamento da execução, a responsabilidade nos termos do art. 135, CTN (dívida ativa
tributária) ou art. 50, CC (dívida ativa não tributária). OBS vitaminada: O redirecionamento da
execução contra o sócio deve ocorrer no prazo de 5 anos da citação da pessoa jurídica, sendo
inaplicável ao responsável tributário o art. 40 (que determina a suspensão do processo quando não
encontrado o devedor ou bens penhoráveis), que deve harmonizar-se com as hipóteses do art. 174 do
CTN. Assim, decorridos 5 anos da citação da pessoa jurídica, ocorre a prescrição intercorrente
também dos sócios.
Embargos do devedor: Exigem garantia. Prazo: 30 dias a partir da intimação da penhora121 (REsp
1.112.416, repetitivo). Não têm efeito suspensivo automático: aplica-se o art. 739-A do CPC 122
(STJ, AgRg nos EDcl no Ag 1.389.866). Mas há precedentes novos da 1ª turma do STJ em sentido
contrário (Resp 1.178.883). Súmula 189/STJ: “É desnecessária a intervenção do Ministério Público
nas execuções fiscais”. Execução fiscal por carta precatória: os embargos deverão ser opostos no
juízo deprecado, mas julgados pelo juízo deprecante. OBS vitaminada: Será possível o
oferecimento de títulos da dívida pública em garantia no processo de execução fiscal. A própria
LEF, em seu art. 11, II, trata do assunto (Art. 11 - A penhora ou arresto de bens obedecerá à
seguinte ordem: II - título da dívida pública, bem como título de crédito, que tenham cotação em
bolsa). Com efeito, para o STJ, é possível o oferecimento de títulos da dívida pública em garantia,
desde que eles tenham cotação em bolsa (o que lhes confere maior liquidez).
Exceção de pré-executividade: admissível para matérias de ordem pública e que não exigem
121OBS vitaminada: os embargos são oferecidos no prazo de 30 dias a partir do oferecimento da garantia. O início de prazo de 30
dias para o oferecimento dos embargos depende da garantia ofertada:
Tipo de garantia Início do prazo
Indicação de bens à penhora Intimação da penhora
Depósito judicial Realização do depósito
Carta de fiança bancária Juntada da carta de fiança aos autos
122Art. 739-A. Os embargos do executado não terão efeito suspensivo. § 1º O juiz poderá, a requerimento do embargante, atribuir
efeito suspensivo aos embargos quando, sendo relevantes seus fundamentos, o prosseguimento da execução manifestamente possa
causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação, e desde que a execução já esteja garantida por penhora, depósito ou
caução suficientes.
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CTN) e não a processual (prescrição intercorrente prevista no art. 40, §4º da LEF), mas tanto nunca
como na outra, é admissível a decretação de ofício. A diferença é que somente na hipótese da
prescrição intercorrente é necessária a oitiva prévia da Fazenda Pública, oitiva essa dispensada no
caso de cobranças judiciais cujo valor seja inferior ao mínimo fixado por ato do Ministro de Estado
da Fazenda (art. 174, §5°, CTN).
Prescrição para ajuizamento da execução Prescrição intercorrente
A prescrição para o ajuizamento da execução fiscal é uma A prescrição intercorrente é um prazo PROCESSUAL,
prescrição MATERIAL, pois é relativa ao crédito tributário. podendo ser disciplinado, portanto, pela Lei de Execuções
Nesse caso, esse prazo necessariamente será disciplinado pelo Fiscais (não se refere à constituição do crédito tributário).
CTN (art. 174, CTN). Essa prescrição é tema de norma geral de
direito tributário e, portanto, se houver conflito entre a LEF e o
CTN, deverá prevalecer o CTN.
Recurso: (a) apelação, julgada pelo tribunal; que não terá efeito suspensivo se rejeitar os embargos
(art. 520, V, CPC); (b) ou embargos infringentes, julgados pelo próprio juiz da causa, se a
condenação for inferior a 50 ORTN (LEF, art. 34). Constitucionalidade reconhecida: STF, ARE
637.975, Repercussão Geral.
Honorários: regime diferenciado para a Fazenda Nacional (encargo legal). Não se cobra da Fazenda
quando extinta execução ajuizada em decorrência de erro do contribuinte (aplicação do princípio da
causalidade). Conferir LEF, art. 26 (AgRg EDcl no REsp 1.207.257).
OBS vitaminada: Jurisprudência:
STJ: INF 532/2013 (AI no REsp 1.266.318-RN. Corte Especial): São constitucionais os
arts. 10 e 11, I, segunda parte, da Lei 11.941/2009, que não exigem a apresentação de
garantia ou arrolamento de bens para o parcelamento de débito tributário, embora autorizem,
nos casos de execução fiscal já ajuizada, a manutenção da penhora efetivada.
STJ: INF 511/2013 (1aT, AgRg no REsp 1.335.688-PR): em caso de inadimplemento do
crédito tributário, os juros de mora deverão incidir sobre a totalidade da dívida, ou seja,
sobre o tributo acrescido da multa fiscal punitiva, a qual também integra o crédito tributário.
Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. § 1º A obrigação principal surge
com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade
pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. Art. 161. O crédito não
integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, seja qual for o motivo
determinante da falta, sem prejuízo da imposição das penalidades cabíveis e da aplicação
de quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei ou em lei tributária.
OBS vitaminada: Pergunta da oral do 27º: Fale das características da lei de execução fiscal e até
quando a CDA – o título executivo – pode ser alterado. Quais as principais diferenças desta lei para
a execução do processo civil.
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pressuposto a preexistência de um lançamento fiscal, cuja anulação se pretende. Também pode ser
proposta visando anular uma decisão administrativa denegatória de pedido de restituição de indébito
tributário (CTN, art. 169). Sua propositura, contudo, não inibe a Fazenda Pública de promover a
execução fiscal de sua dívida regularmente inscrita, salvo se a ação anulatória estiver precedida de
depósito preparatório do valor do débito ou se houver concessão de liminar ou tutela antecipada,
mesmo sem o depósito, mas demonstrados os pressupostos do art. 273 do CPC (esse é o
entendimento de Cleide Previtali Cais, p. 521).
Depósito prévio: é inconstitucional como condição da ação (Súmula Vinculante 28), mas se presta
apenas para suspender exigibilidade do crédito. REsp 789.920/MA: “Suspensa a exigibilidade do
crédito tributário, notadamente pelo depósito de seu montante integral (art. 151, II, do CTN), em
ação anulatória de débito fiscal, deve ser extinta a execução fiscal ajuizada posteriormente; se a
execução fiscal foi proposta antes da anulatória, aquela resta suspensa até o final desta última actio”.
Há conexão entre ação anulatória – que pode fazer as vezes dos embargos – e a execução fiscal, mas
só há reunião dos processos se: (a) a ação anulatória preceder a execução fiscal; e (b) a reunião não
importar em modificação de competência absoluta (STJ, CC 105.358).
3. Mandado de segurança: preventivo (impedir lançamento/autuação) ou repressivo
(desconstituir/suspender crédito tributário). Ação “anti-exacional”. Ação constitucional cível de rito
especial abreviado. Limitação probatória: “direito líquido e certo” = prova pré-constituída.
MS preventivo (OBS vitaminada): é cabível diante da edição de determinada norma veiculando
exigência tributária eivada de inconstitucionalidade ou de ilegalidade, é certo que a Administração
não poderá deixar de cumprir sua obrigação lançando e exigindo o tributo. Nesse caso, é cabível o
MS preventivo, requerendo liminar para bloquear a atividade administrativa de lançar e exigir o
tributo decorrente norma inconstitucional ou ilegal.
Autoridade coatora federal: Delegado da Receita Federal da circunscrição do domicílio do
contribuinte. Impossibilidade de aplicação da teoria da encampação com o fim de admitir como
autoridade coatora Secretário da Fazenda estadual/Receita Federal (STJ, RMS 29.478).
Competência absoluta do juízo, fixada em razão da função da autoridade coatora. Prazo decadencial:
120 dias (constitucionalidade do prazo: Súmula 632/STF).
Conteúdo mandamental: pode impor uma ordem diretamente à autoridade coatora (ex.: expedir
CND, realizar despacho aduaneiro, liberar mercadorias apreendidas, impedir a aplicação de pena
administrativa de perdimento de bens). É meio idôneo para declarar o direito à compensação
(Súmula 213/STJ: “O mandado de segurança constitui ação adequada para a declaração do direito
à compensação tributária”); “Contudo, a declaração do direito é condicionada à comprovação de
sua própria existência, ou seja, se o contribuinte não comprova no momento da impetração a
existência dos créditos que pretende compensar, impõe-se a denegação da segurança” (RMS
32.306/GO). Súmula 460/STJ: “É incabível o mandado de segurança para convalidar a
compensação tributária realizada pelo contribuinte”.
Liminar em MS: hipótese de suspensão da exigibilidade do crédito tributário (CNT, art. 151, V).
Independe de depósito prévio para a sua concessão.
Desistência do MS: não é admissível após a sentença (“[...] sentido de inadmitir a desistência do
Mandado de Segurança após sentença de mérito, ainda que favorável ao impetrante, sem anuência
do impetrado.” – STJ, AgRg AgRg REsp 928.453/RJ).
OBS vitaminada: tal entendimento foi recentemente modificado: O impetrante pode desistir
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de mandado de segurança a qualquer tempo, ainda que proferida decisão de mérito a ele
favorável, e sem anuência da parte contrária. O mandado de segurança, enquanto ação
constitucional, com base em alegado direito líquido e certo frente a ato ilegal ou abusivo de
autoridade, não se reveste de lide, em sentido material. STF. Plenário. RE 669367/RJ, rel.
orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o acórdão Min. Rosa Weber, 2/5/2013 (Info 704). STJ. 2ª Turma.
REsp 1.405.532-SP, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 10/12/2013 (Info 533).
“O manejo de mandado de segurança tem o condão de interromper o prazo prescricional em
relação à ação de repetição de indébito tributário” (AgRg no REsp 1.348.276).
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OBS vitaminada: MPF/26º123: O ART. 40, DA LEI 6.830/80 (LEI DAS EXECUÇÕES FISCAIS)
PRECONIZA: "O JUIZ SUSPENDERA O CURSO DA EXECUÇAO, ENQUANTO NÃO FOR
LOCALIZADO O DEVEDOR OU ENCONTRADOS BENS SOBRE OS QUAIS POSSA RECAIR
A PENHORA E, NESSES CASOS, NÃO CORRE O PRAZO DA PRESCRIÇÃO". ESSE
DISPOSITIVO IMPLICA:
a) lmprescritibilidade de algumas dividas tributárias;
b) Assegurar o pleno exercicio da competência tributåria e impedir a renúncia do Fisco ao seu
direito. porquanto obrigação tributária é indisponivel:
c) Violação ao principio da segurança juridica e aos direitos fundamentais do contribuinte;
d) O prazo da prescrição, no caso, é de 10 (dez) anos a contar da decisão que suspendeu o curso da
execução.
Resposta (Harrison Leite e Tiana Cairo): c) segundo os autores, foi ousado o
entendimento da banca e muito acertado, uma vez que a suspensão da execução e a
interrupção da prescrição permitirão que o processo se torne eterno e imprescritível, pois
sempre a Fazenda poderá peticionar solicitando informações do contribuinte devedor, a fim
de que o processo se eternize. Tal fato, sem dúvida, viola a segurança jurídica (que vai de
encontro à eternização da lide) e os direitos do contribuinte, dentre eles a duração razoável
do processo; a) o erro está em restringir a imprescritibilidade, pois ela alcançaria todas as
dívidas tributárias; b) embora esse possa ser o argumento do Fisco, o mesmo é frágil, pois a
lide fiscalnão poderá ser eternizada por dispositivo legal que favorece sempre ao Fisco em
detrimento da segurança jurídica e de outros princípios constitucionais; d) o prazo, no caso, é
indefinido, pois nunca se sabe quando o executado possuirá bens e sempre o Fisco
peticionará nesse sentido.
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As instituições de educação sem fins lucrativos e de assistência social gozam de imunidade (embora
conste como 'isenção' na CF) à tributação por meio de impostos, em razão de previsão constitucional
trazida pelo art. 150, VI, "c". Delas, só as entidades beneficentes de assistência social gozam ainda
de imunidade às contribuições para a seguridade social, prevista no art. 195, §7º, da CF/88. As taxas,
contribuições de melhoria e empréstimos compulsórios podem ser cobrados de todas.
Segundo Ricardo Lobo Torres, o fundamento de tal imunidade é a proteção da liberdade, e pouco
tem a ver com a capacidade contributiva, que é princípio de justiça; os direitos da liberdade estão
compreendidos no mínimo existencial, nas condições iniciais para a garantia da igualdade de chance
(TORRES, p. 755). As instituições de educação e de assistência social são imunes aos impostos em
consideração ao direito à sobrevivência dos pobres e dos desassistidos. A justificativa da imunidade
está em que não se pode cobrar imposto sobre atividade que substancialmente se equipara à própria
ação estatal; tais imunidades constituem instrumento democrático e aberto para a escolha das ações
filantrópicas por decisões não governamentais e para o aumento das possibilidades de atendimento,
no espaço público, das demandas dos necessitados (RLT).
José Eduardo Soares de Melo afirma que o constituinte "objetivou preservar valores de relevante
interesse nacional como a democracia, [...], a educação, a saúde, a previdência e a proteção dos
carentes" (p. 357).
Sacha Calmon, ao tratar do assunto, aponta que, ao contrário dos templos e partidos políticos, que
encontram maior aceitação, a palavra "instituição" no tópico tratado tem para muitos a sua
abrangência questionada, de forma que é minimizado o alcance e a abrangência do dispositivo
imunitório, com interpretação restritiva do vocábulo pelas administrações fiscais (p. 301). Cita
Leopoldo Braga e Luiz Ricardo Gomes Aranha como adeptos de tal posição restritiva, a qual Sacha
Calmon repudia; Sacha Calmon enfatiza o papel pluralista e de liberdade das imunidades ora
tratadas. James Marins, juntamente com Sacha Calmon, ainda cita que as palavras instituição (art.
150) e entidade (art. 195), têm um papel similar (apud Paulsen).
JESM entende que "os vocábulos 'instituições' ou 'entidades' não apresentam peculiaridades e
distinções para as finalidades imunitórias, compreendendo o terceiro setor, (...)" (p. 360).
Enquanto a entidade destinar seus recursos às suas finalidades essenciais, não se poderá falar em
capacidade contributiva; já se o patrimônio, a renda ou os serviços prestados fugirem dos propósitos
da entidade, deverão ser tributados. Nos dizeres de Luís Eduardo Schoueri, "o que se imuniza é o
que está fora do mercado" (SCHOUERI, p. 407).
Instituições de educação sem fins lucrativos. Não se limitam apenas às de caráter estritamente
173
Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
didático, englobando também todas aquelas que aproveitam à educação e à cultura em geral, como o
curso de idiomas, o museu, o centro de pesquisas, etc. (Aliomar Baleeiro, Paulsen). Originou-se na
CF de 1946, mantida em 1967/1969.
Quando se fala em entidade sem fins lucrativos, quer-se significar aquela cujo criador (ou
instituidor, mantenedor etc.) não tenha fim de lucro para si, o que, obviamente, não impede que a
entidade aufira resultados positivos (ingressos financeiros, eventualmente superiores às despesas) na
sua atuação. O que não podem é distribuir lucros.
O fundamento da imunidade das instituições de educação, assim como as de assistência social é a
proteção da liberdade; afinal, não se devem tributar atividades que substancialmente se equiparam à
própria atuação estatal.
Quanto aos requisitos previstos na lei, são os mesmos estudados na imunidade das entidades de
assistência social.
Entidades de Assistência Social. Discute-se na doutrina e na jurisprudência se, conforme já
decidido pela 2ª Turma do STF, o conceito de entidade de assistência social adotado pelo art. 150,
VI, c, da CF, seria o mesmo do art. 203 do Texto Maior, que insere no conceito de assistência social
o caráter altruístico, ou seja, a prestação de serviços a quem deles necessitar, independentemente de
qualquer contraprestação.
Igor Nascimento Souza entende que basta cumprir um dos objetivos do citado art. 203.
Alguns entendem ser entidade de assistência social qualquer pessoa jurídica que se dedique à saúde,
previdência, e à assistência social, desde que sem fins lucrativos e cumpridos os requisitos previstos
em lei (Por todos, ver Misabel Abreu Machado Derzi, nas notas de atualização de Direito Tributário
Brasileiro, de Aliomar Baleeiro, Ed. Forense, 11ª edição, 1999, pp. 138 e segs.).
O Supremo Tribunal Federal já reconheceu em várias oportunidades a imunidade de hospitais que
não prestam assistência gratuita e a colégios e faculdades que cobram mensalidades compatíveis
com outras instituições privadas, ressalvadas as opiniões contrárias do próprio STF. Contudo, ao
apreciar a questão envolvendo a imunidade das entidades fechadas de previdência privada, entendeu
que "o fato de mostrar-se onerosa a participação dos beneficiários do plano de previdência privada
afasta a imunidade prevista na alínea "c" do inciso VI do artigo 150 da Constituição Federal":
"Recurso extraordinário. Entidade fechada de previdência social. Imunidade tributária. - O Plenário
desta Corte, ao julgar o RE 259.756, firmou o entendimento de que a imunidade tributária prevista
no artigo 150, VI, "c", da Constituição apenas alcança as entidades fechadas de previdência privada
em que não há a contribuição dos beneficiários, mas tão-somente a dos patrocinadores, como ocorre
com a recorrida (fls. 22). Recurso extraordinário não conhecido." (RE 259756/RJ, Rel. Marco
Aurélio, J. 28/11/2001, PLENO, DJ 29/8/2003).
RLT salienta que, não obstante o caráter de proteção dos menos afortunados, a imunidade vem
sendo aplicada pelo STF de forma alargada, incidindo sobre a previdência privada, desde que não
sustentada por contribuições de seus próprios beneficiários (o que restou consolidado no Enunciado
nº 730 do STF). Tal autor anota ainda que o STF tem sido contraditório, pois, já reconheceu o
direito a hospitais que não prestam assistência gratuita e a colégios e faculdades que não se propõem
a conceder ensino gratuito a parcela ponderável de seus alunos; já em outros julgados vinculou o
reconhecimento da imunidade das fundações de assistência social à ausência de contribuição
financeira por parte dos beneficiários.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
O artigo 14 do CTN não indica que a gratuidade dos serviços prestados constitui requisito para o
gozo da imunidade, como ocorre na Alemanha, por exemplo.
Obs.: Há julgados que admitem a imunidade ainda que haja a contribuição dos participantes, desde
que se atendam os requisitos do art. 14 do CTN: julgado do TRF 4; Súmula 05 do TRF 2.
Outra questão importante que se impõe no estudo das imunidades é a possibilidade de lei ordinária
dispor sobre requisitos para o seu gozo. Isso porque a CF, em seu artigo 146, II, afirmou caber à lei
complementar a regulamentação das limitações ao poder de tributar, e no art. 150, VI, "c" assegurou
a imunidade das instituições de educação e de assistência social, de acordo com os requisitos da lei.
A doutrina tem admitido que a lei complementar é necessária para a legitimação dos requisitos para
a imunidade (art. 14 do CTN).
O STF, aliás, já declarou que o art. 150, VI, "c", da CF remete à lei ordinária apenas a competência
para estipular requisitos que digam respeito à constituição e ao funcionamento das entidades imunes,
e que qualquer limitação ao poder de tributar, como previsto no art. 146, II, só pode ser disciplinada
mediante lei complementar (ADI-MC 1802, Min. Pertence).
STF, STJ: não existe direito adquirido ao CEBAS (Certificado de Entidade Beneficente de
Assistência Social).
STF Súmula nº 724 - Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel
pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c, da Constituição, desde que o
valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades.
Jurisprudência do STF:
INF 735/2014: A imunidade do art. 195, § 7º da CF/88 (são isentas de contribuição para a
seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências
estabelecidas em lei) é regulamentada por lei ordinária e abrange o PIS (espécie de contribuição
para a seguridade social). As entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências
estabelecidas em lei (entidades filantrópicas) gozam de imunidade tributária com relação à
contribuição para o PIS. A lei necessária para regulamentar o referido § 7º é uma lei ordinária. A CF
reduz a reserva de Lcp ao que diga respeito “aos lindes da imunidade” (à demarcação do objeto
material da vedação constitucional de tributar), mas remete lei ordinária “as normas sobre a
constituição e o funcionamento da entidade educacional ou assistencial imune”. STF. RE
636941/RS
INF 720/2013: As entidades do chamado “Sistema S”, tais como SESI, SENAI, SENAC e
SEBRAE, também gozam de imunidade porque promovem cursos para a inserção de profissionais
no mercado de trabalho, sendo consideradas instituições de educação e assistência social. Se o
SENAC adquire um terreno para a construção de sua sede, já havendo inclusive um projeto nesse
sentido, deverá incidir a imunidade nesse caso, considerando que o imóvel será destinado às suas
finalidades essenciais. (RE 470520/SP, 1a. Turma)
INF 714/2013: o fato de o imóvel de instituições de educação e de assistência social, sem fins
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
lucrativos, estar vago ou sem edificação não é suficiente, por si só, para retirar a garantia
constitucional da imunidade tributária. Não é possível considerar que determinado imóvel está
voltado a finalidade diversa da exigida pelo interesse público apenas pelo fato de,
momentaneamente, estar sem edificação ou ocupação. RE 385091/DF (Vale ressaltar, no entanto,
que há precedente recente em sentido contrário: AI 661713 AgR/SP).
INF 699/2013: A instituição de ensino NÃO pagará imposto sobre o imóvel caso ele esteja alugado
a terceiros. Persiste a imunidade, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades
essenciais de tais entidades (Súm. 724/STF). Se, contudo, o imóvel da instituição de ensino estiver
vago, ele não gozará da imunidade. O referido terreno não goza de imunidade porque, se ele está
vago, significa que não está sendo utilizado em busca do êxito das finalidades essenciais da
instituição. AI 661713 AgR/SP (há precedente em sentido contrário: RE 385091/DF)
Jurisprudência do STJ:
INF 535/2014 (1ª Turma. AgRg no AREsp 187.172-DF): Se a instituição de assistência social
conseguiu, por meio de uma perícia contábil, provar que atende os requisitos do art. 150, VI, “c”, da
CF/88 e do art. 14, do CTN, ela terá direito à imunidade tributária, mesmo que não apresente
certificado de entidade de assistência social, documento emitido pelo Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Não é possível condicionar a concessão de
imunidade tributária prevista para as instituições de educação e de assistência social sem fins
lucrativos à apresentação de certificado de entidade de assistência social na hipótese em que
prova pericial tenha demonstrado o preenchimento dos requisitos para a incidência da norma
imunizante.
OBS vitaminada: MPF/16º 125 : A renda obtida pelo Serviço Social do Comércio (SESC) na
prestação de serviços de diversão pública mediante a venda de ingressos de cinema ao público, em
geral, aplicada em obras assistenciais:
a) é isenta do Imposto Sobre Serviços;
b) é isenta do Imposto Sobre Serviços, se os ingressos se destinarem a pessoas abrangidas pelas
atividades assistenciais do SESC;
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A obrigação tributária principal mediante o qual o sujeito ativo (Fisco) pode exigir do sujeito
passivo uma prestação pecuniária pode ser extinta. Em regra, a extinção da obrigação tributária se dá
pelo pagamento. Porém, o art. 156 do CTN traz um rol de modalidades extintivas.
A doutrina diverge se o art. 156 é taxativo ou exemplificativo. Quem defende a não taxatividade,
argumenta que há hipóteses de extinção não previstas no art. 156 e admitidas pelo direito civil,
como a confusão e a novação. O STF adota a tese de que o rol é taxativo (ADI 124/SC)
As hipóteses de extinção do crédito tributário devem ser prevista em lei, em decorrência do
princípio da legalidade e da indisponibilidade do interesse público - art. 141 CTN.
PAGAMENTO: é a causa natural de extinção das obrigações. O CTN traz regramento específico:
a) art. 157 - cumulatividade das multas; b) art. 158 - presunção de pagamento (REsp. 511.480) ; c)
art. 159 - local do pagamento; d) art. 160 - tempo do pagamento; e) art. 161 - incidência de juros
moratórios + multa moratória e pendência de processo administrativo de consulta; f) art. 163 -
imputação ao pagamento; g) art. 164 - consignação em pagamento. OBS: ver ponto específico “15.b
extinção do crédito tributário: pagamento.”
COMPENSAÇÃO: diferentemente do direito civil, pode incluir dívidas vincendas. Sua aplicação
depende de lei a ser editada por cada ente. É proibida para aproveitamento de tributo, objeto de
contestação judicial pelo contribuinte antes do trânsito em julgado (art. 170-A CTN). Súmulas STJ:
212; 213 e 460. (OBS: ver Ponto Extra Vitaminado abaixo)
TRANSAÇÃO: diferentemente do direito civil, não tem natureza contratual, mas legal. Somente
pode ser terminativa de litígio, não pode ser preventiva.
REMISSÃO: é o perdão do crédito e só pode ser feita por lei específica (art. 150. §6° CF). Vedada
na hipótese do art. 195, §11° CF. Pode ser total ou parcial. Não gera direito adquirido (art. 172 c/c
art. 155 CTN). (OBS: ver Ponto Extra Vitaminado abaixo)
MPF/14º: A autoridade administrativa pode autorizar, por despacho fundamentado, remissão
parcial do crédito tributário, atendendo a condições peculiares a determinada região do território
da entidade tributante. (FALSO!) Resposta: art. 172 do CTN. A lei pode autorizar a autoridade
administrativa a conceder, por despacho fundamentado, remissão total ou parcial do crédito
tributário, atendendo: (i) a condições peculiares a determinada região do território da entidade
tributante; (ii) à situação econômica do sujeito passivo; (iii) ao erro ou ignorância escusáveis do
sujeito passivo, quanto a matéria de fato; (iv) à diminuta importância do crédito tributário; (v) a
considerações de equidade, em relação com as características pessoais ou materiais do caso.
MPF/14º: A exoneração legal do pagamento de imposto lançado configura: a) anistia; b) remissão;
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compensação estabelece condições ilegais ou inconstitucionais. Nesse caso, para obter o direito de
compensar, o sujeito passivo tem que pleitear judicialmente para que o juiz reconheça a
ilegalidade/inconstitucionalidade das condições. O reconhecimento deste direito pode ser obtido por
meio de duas vias: 1) AÇÃO DECLARATÓRIA de existência de relação jurídica tributária de
compensação; 2) MANDADO DE SEGURANÇA O STJ reconhece a adequação do MS para
o reconhecimento do direito de compensar, apesar dos reclames da Fazenda Pública. Súmula 213
do STJ: O mandado de segurança constitui ação adequada para a declaração do direito à
compensação tributária. Mas cuidado para não confundir: Súmula 460 do STJ: É incabível o
mandado de segurança para convalidar a compensação tributária realizada pelo contribuinte126.
A partir da edição desta Súmula, os contribuintes em peso passaram a impetrar MS para conseguir a
compensação, requerendo medida liminar. Muitos juízes negaram este pleito, entendendo que não se
poderia extinguir o crédito tributário liminarmente. A questão chegou ao STJ que confirmou que
não cabe liminar para reconhecimento do direito de compensar. Súmula 212 do STJ: A
compensação de créditos tributários não pode ser deferida em ação cautelar ou por medida
liminar, cautelar ou antecipatória. O STJ reconheceu a possibilidade de se realizar compensação
por meio de embargos à execução fiscal, no caso da Súmula 394 do STJ: É admissível, em
embargos à execução fiscal, compensar os valores de imposto de renda retidos indevidamente na
fonte com valores restituídos apurados na declaração anual.
Questões de concursos anteriores relativas a compensação:
MPF/23º: A compensação de tributos somente poderá ser efetuada com o recolhimento de
importância correspondente a imposto, taxa, contribuição federal ou receitas patrimoniais
da mesma espécie e destinação constitucional. (FALSO!) Resposta: MPF/23º: Não é
necessário que sejam tributos da mesma espécie e que tenham mesma destinação
constitucional. Assim entendeu o STJ: “A Lei 10.637/2002 (regime jurídico atualmente em
vigor) sedimentou a desnecessidade de equivalência da espécie dos tributos
compensáveis, na esteira da Lei 9.430/96, a qual não mais albergava esta limitação. Em
consequência, após o advento do referido diploma legal, tratando-se de tributos arrecadados
e administrados pela Secretaria da Receita Federal, tornou-se possível a compensação
tributária, independentemente do destino de suas respectivas arrecadações” (RESP
1137738-SP, 09.12.2009) MPF/23º: É admitida a compensação de créditos do sujeito
passivo perante a Secretaria da Receita Federal, decorrentes de restituição ou
ressarcimento, com seus débitos tributários relativos a quaisquer tributos ou contribuições
sob administração da mesma Secretaria, ainda que não seja da mesma espécie nem tenham
a mesma destinação constituional.
MPF/23º: A compensação ou restituição de tributos, a partir de 19 de janeiro de 1996,
passou a ser acrescida de juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de
Liquidação e Custódia (Selic) para títulos federais, acumulada mensalmente, calculados a
partir da data do pagamento indevido ou a maior até o mês anterior ao da compensação ou
restituição, e de 1% relativamente ao mês em que estiver sendo efetuada. Resposta: §4º do
art. 39 da Lei 9.250/95.
MPF/23º: O prazo para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo será
de cinco anos contados da data da entrega da declaração de compensação. Resposta: §5º
126Isso porque o mandado de segurança não pode ter efeitos patrimoniais pretéritos. Assim, o MS só deve servir para reconhecer o
direito de compensar, mas não para convalidar a compensação já efetuada.
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Efeito do depósito na ação de consignação em pagamento: com este depósito, o sujeito passivo
evita a mora. Justamente por isso, este depósito não se confunde com aquele previsto no art. 151,
II, que visa à suspensão do crédito e é uma faculdade do sujeito passivo. Aqui, para ajuizar a ação
de consignação em pagamento, necessariamente o sujeito deve realizar o depósito. ATENÇÃO:
Somente há extinção do crédito se a ação de consignação em pagamento for julgada procedente. O
simples ajuizamento não tem o condão de extinguir o crédito.
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128 OBS vitaminada: MPF/22º (questão subjetiva): Crédito Público. Crédito forçado. Valdecir Pascoal (p.110): embora existam
autores que tratam o crédito público sob um sentido duplo – tanto relacionado com as operações em que o Estado empresta pecúnia,
como com aquelas em que toma emprestado – trataremos do que se convenciou chamar: empréstimo público. Os empréstimos
forçados ou obrigatórios ocorrem quando o Estado, valendo-se do seu poder de império, intervém na propriedade particular em
situações de guerra, calamidade ou grave crise de liquidez da economia. No Brasil, temos a figura dos empréstimos compulsórios,
que, para a maioria da doutrina, são considerados tributos e, para outros, consistem em créditos públicos impróprios, na medida em
que, não obstante devam ser restituídos pelo erário-credor, não possuem o elemento principal dos empréstimos públicos próprios, que
é a voluntariedade.
129
OBS vitaminada: MPF/19º: A dívida pública contraída a longo prazo ou até sem prazo conceitua-se como: a) empréstimo
compulsório; b) divida flutuante; c) dívida fundada; d) operação de crédito por antecipação. (resposta “c”)
130OBS vitaminada: a LRF trouxe um novo conceito de dívida pública consolidada; agora, além de ser considerada como o
“montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações financeiras do ente da Federação, assumidas em virtude de leis, contratos,
convênios ou tratados e da realização de operações de crédito, para amortização em prazo superior a 12 meses”, abarca também as
“operações de crédito de prazo inferior a 12 meses, cujas receitas tenham constado do orçamento e dos precatórios judiciais não-
pagos durante a execução do orçamento em que houverem sido incluídos”.
131OBS vitaminada: MPF/18º: Assinale a opção correta: a) o conceito específico de dívida pública, no direito financeiro, abrange
os empréstimos captados no mercado financeiro interno e externo, excluída a concessão de garantias e avais, mesmo podendo gerar
endividamento; b) no conceito específico de dívida pública, incluem-se aquelas que se caracterizam como dívidas da Administração
(aquisição de bens, prestação de serviços, condenações judiciais); c) para os efeitos da Lei de Responsabilidade Fiscal, o conceito de
dívida pública consolidada ou fundada, para a área de licitações e contratos, não difere do conceito tradicional contido na Lei
4.320/64; d) nenhuma das alternativas anteriores é correta. (resposta “d”)
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132 Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: V - reorganizar as finanças da unidade da
Federação que: a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior;
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em Território Federal, exceto quando:
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada
133Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República (...) dispor sobre todas as matérias de
competência da União, especialmente sobre: XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária federal.
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serviços da dívida; (ii) os serviços da dívida a pagar; (iii) os depósitos e os débitos de tesouraria. O
registro dos restos a pagar far-se-á por exercício e por credor distinguindo-se as despesas
processadas das não processadas (art. 92 da Lei n.º 4.320/64). O critério tempo define a dívida
flutuante como aquela que não é considerada dívida fundada, ou seja, as obrigações assumidas para
amortização em prazo inferior a doze meses e cujas despesas não tenham constado do orçamento.
OBS vitaminada: dívida pública externa: A emissão de títulos da dívida pública
externa depende de autorização do Senado Federal, conforme previsto no art. 32, IV, da
LRF e art. 52, V, da CRFB/88. Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: V -
autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados,
do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios. Ou seja, se um Município quiser
pedir dinheiro emprestado a uma instituição financeira estrangeira, deverá pedir autorização
ao Senado Federal. Atente: o fato de ser necessária autorização do Senado Federal não faz
da União uma avalista da dívida. Trata-se, em verdade, de mero formalismo
procedimental, conforme posicionamento que prevalece, à luz da doutrina de PONTES DE
MIRANDA. O ente interessado em efetuar operação de crédito (externa ou interna)
formalizará seu pleito fundamentando-o em parecer de seus órgãos técnicos e jurídicos,
demonstrando a relação custo-benefício, o interesse econômico e social da operação e o
atendimento das seguintes condições: (i) existência de prévia e expressa autorização para a
contratação, no texto da lei orçamentária, em créditos adicionais ou lei específica; (ii)
inclusão no orçamento ou em créditos adicionais dos recursos provenientes da operação,
exceto no caso de operações por antecipação de receita; (iii) observância dos limites e
condições fixados pelo Senado Federal; (iv) autorização específica do Senado Federal,
quando se tratar de operação de crédito externo; (v) observância do limite relativo ao
montante das despesas de capital – regra de ouro (é vedada a realização de operações de
créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas
mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder
Legislativo por maioria absoluta). [Piscitelli]
OBS vitaminada: competências do CN e do SF: Congresso Nacional: dispor sobre
montante da dívida mobiliária federal. Senado Federal: (i) estabelecer limites globais e
condições para o montante da dívida mobiliária dos Es, DF e Ms; (ii) autorizar operações
externas de natureza financeira de interesse da U, Es, DF e Ms; (iii) fixar, por proposta do
PR, limites globais para o montante da dívida consolidada da U, Es, DF e Ms; (iv) dispor
sobre limites globais e condições para operações de crédito externo e interno da U, Es, DF e
Ms, autarquias e entidades controladas pelo poder público federal; (v) dispor sobre limites e
condições para a concessão de garantia da União em operações de crédito externo e interno.
Atenção: CN => dívida mobiliária federal; SF => dívida mobiliária dos Es, DF e Ms; SF:
dívida consolidada da U, Es e Ms.
Vedações: 1) É vedada a realização de operação de crédito entre um ente da Federação,
diretamente ou por intermédio de fundo, autarquia, fundação ou empresa estatal dependente, e
outro, inclusive suas entidades da administração indireta 134 . Não há impedimento de Estados e
134 OBS vitaminada: Excetuam-se de tal vedação operações entre instituição financeira estatal e outro ente da Federação, inclusive
suas entidades da administração indireta, que não se destinem a: (i) financiar, direta ou indiretamente, despesas correntes; (ii)
refinanciar dívidas não-contraídas junto à própria instituição concedente. Essa vedação é conhecida como regra de ouro e está em
harmonia com o art. 167, III, da CF, impedindo que operações de crédito (receitas de capital) financiem despesas de custeio (despesas
correntes) dos entes, como, p.e., despesas de pessoal. Com isso, procura-se assegurar que os empréstimos e os financiamentos só
financiarão despesas que aumentem o Patrimônio Público (PASCOAL, p. 115).
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OBS vitaminada: há os empréstimos públicos próprios, que têm como elemento principal a voluntariedade e os empréstimos
públicos impróprios, que têm como elemento principal a obrigatoriedade.
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de preparo e acabamento de chapas de impressão off set para jornais importadas por empresa
jornalística.
STF, RE 630462 AgR/PR (julgado em 7/2/2012): “A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal,
que me parece juridicamente correta, é firme no sentido de que a distribuição de periódicos,
revistas, publicações, jornais e livros não está abrangida pela imunidade tributária da alínea
“d” do inciso VI do art. 150 do Magno Texto”.
Ponto Extra Vitaminado:
Jurisprudência do STF:
STF (INF. 729/2013: RE 434826 AgR/MG): As empresas prestadoras de serviços de composição
gráfica, que realizam serviços por encomenda de empresas jornalísticas ou editoras de livros, não
estão abrangidas pela imunidade tributária de livros prevista no art. 150, VI, d, da CF. As empresas
que fazem composição gráfica para editoras, jornais etc. são meras prestadoras de serviço e, por
isso, a elas não se aplica a imunidade tributária.
STF (RE 628122/SP): a editora de livros NÃO é imune ao pagamento do FINSOCIAL. O
FINSOCIAL é um tributo incidente sobre o faturamento das empresas. Segundo o STF, possui
natureza jurídica de contribuição de competência residual da União. A imunidade não abrangia o
FINSOCIAL porque este tributo incidia sobre o faturamento da editora, sendo considerado um
tributo pessoal e, desse modo, referia-se à pessoa do vendedor de livros. A imunidade cultural é
objetiva e recai, portanto, sobre o livro (objeto tributado) e não sobre o livreiro ou sobre a editora.
Logo, o STF decidiu que a contribuição para o Finsocial, incidente sobre o faturamento das
empresas, não estava abrangida pela imunidade objetiva prevista no art. 150, VI, d, da CF/88.
ATENÇÃO: o FINSOCIAL, criado em 1982, foi extinto em 1991, quando deu lugar ao PIS e à
Cofins. Dessa forma, este julgado somente interessa às editoras que foram autuadas neste período e
que estavam discutindo judicialmente a cobrança do tributo.
STF (RE 221.239/SP): o conteúdo do jornal, da revista ou do periódico NÃO influencia no
reconhecimento da imunidade. O Fisco NÃO pode cobrar o imposto se a revista não tiver “conteúdo
cultural”. Não importa o conteúdo do livro, jornal ou periódico. Assim, um livro sobre anedotas, um
álbum de figurinhas ou uma revista pornográfica gozam da mesma imunidade que um compêndio
sobre Medicina ou História. Em suma, todo livro, revista ou periódico é imune, considerando que a
CF/88 não estabeleceu esta distinção, não podendo ela ser feita pelo intérprete.
STF (AI 530.958; RE 497.028; RE 416.579): Livros veiculados em meio magnético (CD, DVD
etc.) ou em formato digital (e-books) NÃO estão abrangidos pela imunidade. Prevalece no STF que
a mídia que dá suporte físico ao livro eletrônico não pode ser equiparada a papel, motivo pelo qual
não deve ser reconhecida a imunidade em tais casos.
STF (RE 213.094/ES): os jornais gozam de imunidade, mesmo que contenham publicidade em seu
corpo (anúncios, classificados etc.), considerando que isso constitui fonte de renda necessária para
continuar a difusão da cultura. Contudo, algumas vezes, junto com o jornal vêm alguns folhetos
separados contendo publicidade de supermercados, lojas etc. Tais encartes publicitários não são
parte integrante (indissociável) do jornal e não se destinam à difusão da cultura (possuem finalidade
apenas comercial), razão pela qual NÃO gozam de imunidade.
192
Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
1. Conceito. “Alguém (o solvens), falsamente posicionado como sujeito passivo, paga um valor (sob
o rótulo de tributo) a outrem (o accipiens), falsamente rotulado de sujeito ativo” (conceito de
Luciano Amaro citado por Paulsen, pág. 1.118).
Leciona Hugo de Brito Machado que, de "acordo com o art. 165 do CTN, o sujeito passivo tem
direito à restituição do tributo que houver pago indevidamente independentemente de tê-lo feito por
erro ou não. Esse direito independe de prévio protesto [...]. No Direito Civil havia regra expressa
dizendo que quem paga voluntariamente só terá direito à restituição se provar que o fez por erro [...].
Assim, um contribuinte, mesmo sabendo que o tributo é indevido, se o paga, tem direito à
restituição. O que importa é a demonstração de que o tributo é realmente indevido".
OBS vitaminada: MPF/18º139: Para a repetição do indébito por pagamento indevido em
matéria tributária:
a) é preciso demonstrar o erro;
b) sendo obrigação ex lege, é inexigível a prova do erro, bastando que o interessado
evidencie que o pagamento foi ilegal;
c) mesmo sendo obrigação ex lege, não exime o contribuinte de comprovar a sua boa-fé;
d) é necessário prévio protesto.
2. Fundamento constitucional. Propriedade, devido processo legal, legalidade e moralidade. Sobre a
moralidade, sustenta Hugo de Brito Machado tese no sentido que em face da Constituição Federal
vigente a Administração Pública teria o "dever moral de restituir o tributo indevidamente pago,
mesmo depois de prescrita a ação correspondente", por ser "pacífica a doutrina no sentido de que a
prescrição não atinge o direito material, mas somente a ação que o protege". Logo, a Administração
Pública tem "o dever jurídico de devolver o que foi pago indevidamente" em homenagem ao
princípio da moralidade.
3. Hipóteses de Pagamento indevido. O art. 165 do CTN prevê três hipóteses de pagamento
indevido: I) nos casos de cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o
devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do
fato gerador ocorrido; II) nos casos de erro na identificação do sujeito passivo, na determinação da
alíquota aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer
documento relativo ao pagamento; III) nos casos de reforma, anulação, revogação ou rescisão de
decisão condenatória.
Consoante Hugo de Brito Machado, as "duas primeiras hipóteses referem-se a tributos pagos sem
que tenha havido litígio a respeito. A primeira, a rigor, abrange a segunda, pois, na verdade, se o
indébito resultou de erro na identificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota, no cálculo
193
Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
194
Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
que somente o contribuinte de direito tem legitimidade para integrar o pólo ativo da ação judicial
que objetiva a restituição do "tributo indireto" indevidamente recolhido. É que, na hipótese em
que a repercussão econômica decorre da natureza da exação, "o terceiro que suporta com o ônus
econômico do tributo não participa da relação jurídica tributária, razão suficiente para que se
verifique a impossibilidade desse terceiro vir a integrar a relação consubstanciada na prerrogativa
da repetição do indébito, não tendo, portanto, legitimidade processual" (Paulo de Barros Carvalho,
in "Direito Tributário - Linguagem e Método", 2ª ed., São Paulo, 2008, Ed. Noeses, pág. 583).
5. Termo inicial da correção monetária. Súmula 162 STJ: “Na repetição de indébito tributário, a
correção monetária incide a partir do pagamento indevido”.
OBS vitaminada: MPF/15º: Na repetição de indébito do adicional de IR, a correção
monetária é devida desde o pagamento indevido.
6. STJ, taxa SELIC, juros e correção monetária - matéria decidida na sistemática dos recursos
repetitivos. “1. Nas ações de Repetição de Indébito Tributário, os juros de mora são devidos a partir
do trânsito em julgado. 2. Se os pagamentos indevidos ocorreram após 1º.1.1996, incidirá somente a
taxa Selic, desde os recolhimentos, não podendo ser cumulada com qualquer outro índice, seja de
juros, seja de atualização monetária...” (RESP 201001209513, HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA
TURMA, DJE DATA:02/02/2011)
7. Prazo para pleitear a restituição de indébito. O art. 168, do CTN prevê o prazo de 5 anos,
contados:
I- da data em que se tornar definitiva a decisão administrativa ou transitar em julgado decisão
judicial que tiver reconhecido o direito à restituição, na hipótese do art. 165, III (reforma, anulação,
revogação ou rescisão de decisão condenatória). Nos termos do REsp 1.110.578-SP (INF. 434
STJ), julgado na forma dos recursos repetitivos, “O trânsito em julgado da declaração do STF
relativa à inconstitucionalidade da lei instituidora do tributo (controle concentrado) ou a publicação
de resolução do Senado Federal que suspenda a execução da lei (declaração da inconstitucionalidade
em controle difuso) não têm influência na contagem do prazo prescricional referente aos tributos
sujeitos ao lançamento de ofício ou por homologação”.
II- da extinção do crédito tributário nas hipóteses do art. 165, I e II (I - cobrança ou pagamento
espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido em face da legislação tributária aplicável, ou
da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido; II - erro na
edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no cálculo do montante do
débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao pagamento). Nos
lançamentos de ofício e por declaração o pagamento extingue imediatamente o crédito tributário.
Nos lançamentos por homologação, a extinção ocorre no momento do pagamento antecipado, nos
termos do art. 3º da LC 118/05 (essa regra só é aplicada a partir da entrada em vigor da LC 118/05,
não tendo efeitos retroativos, conforme STF, RE 566621);
OBS vitaminada: MPF/22º 140 : Nos casos de tributos sujeitos a lançamento por
homologação, com pagamento antecipado, o prazo para a repetição do indebito é contado:
a) da extinção do crédito tributário pela homologação tácita após 5 (cinco) anos da
ocorrência do fato gerador
b) da homologação tácita ou expressa, mesmo pendente de recurso;
195
Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
141OBS vitaminada: Art. 169. Prescreve em dois anos a ação anulatória da decisão administrativa que denegar a restituição.
Parágrafo único. O prazo de prescrição é interrompido pelo início da ação judicial, recomeçando o seu curso, por metade, a partir
da data da intimação validamente feita ao representante judicial da Fazenda Pública interessada.
196
Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
OBS vitaminada: MPF/16º: Os juros moratórios, na repetição de indébito, são devidos a partir do
trânsito em julgado da sentença. Resposta: Súm. 162 do STJ.
197
Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
Conceito142: “Os fundos públicos são conjuntos de recursos vinculados ou alocados a uma área de
responsabilidade para cumprimento de objetivos específicos, mediante execução de programas com
eles relacionados. São reservas de receitas para aplicação determinada, mas necessariamente
instituído por lei” (Petter, p. 121).
Modalidades: a) fundos de participação: caracterizam-se pela reserva de recursos para distribuição
a pessoas jurídicas determinadas (Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal e Fundo
de Participação dos Municípios)143. Descabe à União e aos Estados estabelecerem qualquer condição
para o repasse, que é automático (exceção144: condicionamento de entrega a pagamento de créditos
do ente ou de sua autarquia e aplicação de recursos mínimos em saúde – art. 160, pú, CF); e b)
fundos de destinação 145 , consistem na vinculação de receitas para aplicação em determinada
finalidade específica (ex.: FNE, FUNDEF, etc.). Os recursos não podem ser destinados a objetivos
diversos. São suas características: (i) descentralização do processo decisório – a decisão de alocação
de recursos é descentralizada para a administração do fundo, constituindo exceção ao princípio da
especialidade do orçamento, segundo o qual os gastos devem estar individualizados146; (ii) não têm
personalidade jurídica (meros lançamentos fiscais).
Prova 25º CPR: “A verba repassada a título de fundo de participação caracteriza-se como receita
corrente”, na modalidade transferências correntes.
“Os fundos públicos constituem uma exceção ao princípio da unidade de tesouraria. Esse princípio
prevê que todas as receitas públicas devem ser recolhidas ao tesouro, para depois serem utilizadas
nas despesas públicas previstas no orçamento” (Petter, p. 122). OBS vitaminada: princípio da
unidade da tesouraria estabelece que todas as receitas devem ser obrigatoriamente depositadas na
Conta Única (mantida junto ao Banco Central), vedada a fragmentação da receitas para a criação de
caixas especiais.
Instituição e Funcionamento. CF: “Art. 165, § 9º. Cabe à lei complementar: II - estabelecer (...)
condições para a instituição e funcionamento de fundos. Art. 167. São vedados: (...) IX - a
142 MPF/20º (questão subjetiva): Fundos públicos. Conceito sob o ponto de vista do Direito Financeiro.
143 O Tribunal de Contas da União é o responsável pelo cálculo do Fundo de Participação – Art. 161, pú, CF e Art. 5, LC 62/82.
144 Há também uma exceção, relacionada a precatórios, prevista no artigo 97, §10, V, ADCT.
145OBS vitaminada: os fundos de destinação são também chamados de “fundos especiais”. A Lei 4.320/64 traz o seu conceito:
“constitui fundo especial o produto de receitas especificadas que por lei se vinculam à realização de determinados objetivos ou
serviços, facultada a adoção de normas peculiares de aplicação”.
146MPF/20º (questão subjetiva): Fundos públicos. Exceção ao princípio orçamentário da especialidade. Os fundos são uma
exceção a essep princípio, pois aqui os gastos não são individualizados, existindo uma dotação global destinada a determinado fundo,
que será administrada pelo seu gestor; este decidirá de que forma aplicará os recursos ao fundo destinados.
198
Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização legislativa.”. O fundo é criado
por lei ordinária, mas a referida lei complementar conferirá parâmetros mais abrangentes, tudo para
o fim de que não sejam frustrados os objetivos de transparência e fiscalização de tais alocações de
recursos.
OBS vitaminada: Competência para a sua instituição.147 Os fundos públicos podem ser
instituídos pela União, Estados e Municípios, através de lei ordinária (art. 167, IX, CF/88).
Não é raro, todavia, a instituição de fundos públicos pela União através da utilização de
emendas à CF, a exemplo do Fundo Social de Emergência (art. 71, ADCT) e do Fundo de
Combate a Erradicação da Pobreza (art. 79, ADCT).
Segundo o STF (ADI 1726 MC / DF) “A exigência de prévia lei complementar estabelecendo
condições gerais para a instituição de fundos, como exige o art. 165, § 9º, II, da Constituição, está
suprida 148 pela Lei 4.320/64, recepcionada pela Constituição com status de lei complementar;
embora a Constituição não se refira aos fundos especiais149, estão eles disciplinados nos arts. 71 a 74
desta Lei, que se aplica à espécie”...“A exigência de prévia autorização legislativa para a criação de
fundos, prevista no art. 167, IX, da Constituição, é suprida pela edição de medida provisória, que
tem força de lei, nos termos do seu art. 62. O argumento de que medida provisória não se presta à
criação de fundos fica combalido com a sua conversão em lei, pois, bem ou mal, o Congresso
Nacional entendeu supridos os critérios da relevância e da urgência.”
Segundo o art. 36 do ADCT os fundos existentes na data da promulgação da CF/88, acaso não
ratificados pelo Congresso Nacional em dois anos, com exceções previstas no citado dispositivo
constitucional, serão extintos. Segundo Lafayete Petter (2008, p. 123) “A ideia predominante é a de
que o controle financeiro e orçamentário das contas públicas, características de um autêntico modelo
democrático, não se compagina com a experiência do passado, onde proliferaram fundos
desprovidos de efetivo controle social.”
Fiscalização 150 : A fiscalização da aplicação dos recursos destinados aos fundos públicos será
realizada pelo Tribunal de Contas competente, sendo que a lei instituidora do fundo público poderá
prever outros mecanismos de controle (art. 74, da Lei nº 4.320/64). Após o repasse dos recursos, a
atribuição fiscalizatória passa aos TCs locais151. No caso de fundos em que há a participação das três
entidades federadas na sua formação, a atribuição é simultânea de todos os TCs envolvidos.
Estabelece o art. 74 da Lei 4.320/64: “A lei que instituir fundo especial poderá determinar normas
peculiares de controle, prestação e tomada de contas, sem de qualquer modo, elidir a competência
147 MPF/20º (questão subjetiva): Fundos públicos. Competência para a sua instituição.
148Lafayete Petter (2008, p.123) adota posicionamento diverso, afirmando “...como não houve a edição da lei complementar a que
alude o artigo 165, §9°, inciso II, a União tem se valido do expediente das emendas constitucionais para a criação de fundos ...”
149“São exemplos de fundos especiais, dentre outros, atualmente em vigor no Brasil, os seguintes: Fundo Municipal de Saúde –
Recursos do SUS; Fundo Municipal de Assistência Social – FMAS; e Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica
– Fundeb.” (Jund, p. 172).
150 MPF/20º (questão subjetiva): Fundos públicos. Fiscalização.
151OBS vitaminada: sabe-se que, em regra, o critério utilizado para se saber qual Tribunal de Contas fiscalizará determinado ente é o
da origem dos recursos (se federal – TCU; estadual – TCE; distrital – TCDF ou municipal – TCM). Contudo, no que tange aos
fundos de participação, deve-se atentear para o fato de que os seus recursos advêm de transferência constitucional obrigatória de
impostos (arts. 157 e 162 da CF – FPE e FPM), sendo receitas próprias dos Estados e Municípios (não podem ser equiparados a
transferências oriundas de convênios, ajustes e acordos – transferências voluntárias, que determinam a competência fiscalizatória do
TC relativo ao ente transferidor). Assim, a aplicação de recursos originários destes fundos não é fiscalizada pelo TCU ou pelo
TC do ente que transferiu, mas sim pelos Tribunais Estaduais ou, se existirem, Municipais, competentes.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
152OBS vitaminada: Art. 76 do ADCT. São desvinculados de órgão, fundo ou despesa, até 31 de dezembro de 2015, 20% da
arrecadação da União de impostos, contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico, já instituídos ou que vierem a ser
criados até a referida data, seus adicionais e respectivos acréscimos legais. (Redação dada pela EC nº 68/2011) § 1° O disposto no
caput não reduzirá a base de cálculo das transferências a Estados, Distrito Federal e Municípios (...). (EC nº 68/2011) § 2°
Excetua-se da desvinculação de que trata o caput a arrecadação da contribuição social do salário-educação (...). (EC nº 68/2011) §
3° Para efeito do cálculo dos recursos para manutenção e desenvolvimento do ensino de que trata o art. 212 da CF, o percentual
referido no caput será nulo. (EC nº 68/2011) Veja que o § 3º foi substancialmente alterado, pois a redação anterior (dada pela EC n.
56/2007) previa uma gradação na desvinculação: “para efeito do cálculo dos recursos para manutenção e desenvolvimento do ensino
de que trata o art. 212 da Constituição, o percentual referido no caput deste artigo será de 12,5 % (doze inteiros e cinco décimos por
cento) no exercício de 2009, 5% (cinco por cento) no exercício de 2010, e nulo no exercício de 2011”. Concluindo: não mais há
desvinculação de recursos destinados à manutenção e desenvolvimento do ensino!
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
Resposta153 : Conceito sob o ponto de vista do Direito Financeiro: Fundos Públicos são
conjuntos de recursos específicos (receitas públicas) vinculados, por lei, à realização de
determinados objetivos ou serviços de interesse público, mediante a execução de programas
com eles relacionados. Competência para a sua instituição: Os fundos públicos podem ser
instituídos pela União, Estados e Municípios, através de lei ordinária (art. 167, IX, CF/88),
devendo observar as regras gerais para a sua instituição e funcionamento disciplinadas nos
artigos 71 a 74, da Lei nº 4320/64, que foi recepcionada pela CF como Lei Complementar,
suprindo a exigência prevista no artigo 165, §9º, II, da CF, conforme entendimento pacífico
do STF. Não é raro, todavia, a instituição de fundos públicos pela União através da utilização
de emendas à CF, a exemplo do Fundo Social de Emergência (art. 71, ADCT) e do Fundo de
Combate a Erradicação da Pobreza (art. 79, ADCT). Fiscalização: A fiscalização da
aplicação dos recursos destinados aos fundos públicos será realizada pelo Tribunal de Contas
competente, sendo que a lei instituidora do fundo público poderá prever outros mecanismos
de controle (art. 74, da Lei nº 4.320/64). Exceção ao princípio orçamentário da
especialidade: Os fundos públicos excepcionam o princípio da especialidade, na medida em
que a destinação de seus recursos e o prazo para a efetivação das despesas não se encontram
especificados, individualizados no orçamento. Com isso, há uma descentralização da decisão
de aplicação dos recursos para o gestor do fundo público, o que cria sérios obstáculos ao
controle externo pelo Poder Legislativo, auxiliado pelo Tribunal de Contas.
Resposta tirada do livro “Questões Discursivas do Concurso de Procurador da República 18º ao 25º concurso respondidas e
153
202
Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
O assunto está basicamente localizado no Título VI da Constituição Federal de 1988 (Da Tributação
e do Orçamento), Capítulo I (Do Sistema Tributário Nacional) e na Seção VI (Da Repartição Das
Receitas Tributárias).
Noção geral: A rigor, o tema em apreço é matéria de direito financeiro, pois somente se refere às
relações jurídicas entre os entes de direito público e não àquelas entre tais entes e os particulares.
Todavia, os programas de concurso público e a maioria da doutrina o inserem dentro do programa
de direito tributário. A necessidade de um sistema de repartição de receitas tributárias decorre
diretamente da forma federativa de Estado, caracterizada pela autonomia dos entes. Ora, não existe
autonomia de um ente que não tenha recursos materiais para desempenhar as competências que a
Constituição lhe atribuiu (não se fala em autonomia política sem autonomia financeira). Para
efetivar o poder de auto-organização, normatização, autogoverno e auto-administração dos entes
federados, se utilizou de duas técnicas: a atribuição de competência tributária própria e a
participação dos entes menores na receita arrecada pelos entes maiores. De tal sorte, o legislador
constituinte, reconhecendo o desequilíbrio na repartição de competência que fizera, onde existe uma
concentração maior de renda no âmbito federal, decidiu por determinar que os entes maiores
entregassem parte da receita arrecadada aos menores. Veja-se que a repartição sempre consiste na
participação dos entes menores na arrecadação dos maiores, nunca ocorrendo o inverso. Daí, a
União entrega parte de sua arrecadação aos Estados, DF, Municípios, não recebendo nada deles. Os
Estados repartem parcela de suas receitas com os Municípios do seu território, não recebendo nada
deles. Já os municípios e o DF (não pode ser dividido em municípios) não fazem qualquer repasse.
A repartição de receita tributária é também chamada por alguns de participação em receitas (na
ótica dos entes menores) e discriminação por produto (espécie de discriminação das rendas).
Princípio do federalismo: A repartição de receitas estabelecidas na CF funda-se no princípio
federalista (diversos entes federativos integrantes da República), bem como na condição da União
ser detentora da maior parte do bolo tributário. A CF-88 instituiu três modalidades de repartição. O
direito à participação nas receitas tributárias nasce com a criação do tributo e com a ocorrência do
fato gerador (Questão Objetiva – MPF/12). Na partilha das receitas tributárias inexiste o instituto da
solidariedade ativa (Questão Objetiva – MPF/12).
OBS vitaminada: MPF/12º: O direito à participação nas recitas tributárias nasce com a
criação do tributo (e não com sua a instituição pela pessoa política competente) e com a
ocorrência do fato gerador, não podendo ser excluído por mútuo acordo entre a pessoa
política competente e o contribuinte de direito.
OBS vitaminada: MPF/12º: Na partilha das receitas tributárias, inexiste o instituto da
solidariedade ativa (entre as pessoas jurídicas tributante e participante), nem mesmo se a
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
pessoa jurídica competente para instituir o imposto permanecer inerte, não havendo também
essa possibilidade no exercício do poder residual de instituir o tributo.
Espécies de Repartição: Basicamente a repartição constitucional de receita tributária ocorre de
duas formas: direta e a indireta. São diretas as repartições previstas nos arts. 153, §5°, 157 e 158 da
CF/88 e indiretas quando relativas aos fundos de participação (CF/88, art. 159, I, a, b e c) ou
compensatórios (CF, art. 159, II). Assim, quando o ente beneficiado pela repartição recebe sua
parcela diretamente, sem qualquer intermediário ou fundo, temos a espécie de repartição direta. Ex:
metade do IPVA dos Estados deve ser entregue diretamente aos municípios. Já quando os recursos a
serem repartidos são destinados a um fundo de participação, cujas receitas são divididas entre os
beneficiários, temos as indiretas. Ex: Fundo de participação dos municípios.
Tributos cujas receitas estão sujeitas à repartição: Os únicos tributos cujas receitas são sujeitas à
repartição são os impostos (pois são não vinculados, e suas receitas também não são vinculadas) e a
CIDE-combustíveis. Porém, alguns impostos não possuem sua receita repartida, de forma que,
todo produto da arrecadação pertence ao ente com competência para sua instituição, quais sejam:
Todos os arrecadados pelos Municípios e pelo DF (os estaduais, mesmo sujeitos a repartição,
quando arrecadados pelo DF não são sujeitos à repartição); o ITCD e os impostos federais sobre
importação, exportação, grandes fortunas e os extraordinários de guerra.
Casos de Repartição direta Prevista na CF/88: IOF-ouro: Existe a repartição direta do IOF-ouro
com o DF ou com os Estados e Municípios, onde a União entrega ao DF (100% - Ricardo
Alexandre; 30% - Marcelo Alexandrino), aos Estados (30%) e Municípios (70%) o valor do IOF
incidente sobre o ouro quando esse é definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial.
IR retido na fonte: O artigo 157 da CF enumera os casos em que os Estados e DF são
contemplados com parcela de arrecadação dos impostos federais. De início, pertencem a esses entes
o produto de arrecadação do IR incidente na fonte, sobre rendimentos pagos a qualquer título por
eles, suas autarquias e fundações. Daí, por exemplo, se o Estado paga a seu servidor um montante
tributável pelo IR, ele não recolhe o valor retido aos cofres federais, pois, nos temos do art. 157, I, o
produto de arrecadação pertence ao próprio Estado. Esse mesmo raciocínio se aplica aos Municípios
(Art. 158, I da CF). Imposto residual: Outro caso de repartição é quando o Estado e DF percebem
20% do produto da arrecadação do imposto que União instituir a titulo de competência residual (art.
154, I, 157, II da CF). ITR: Pertence aos Municípios 50% do produto da arrecadação do ITR,
relativamente aos imóveis rurais nele situados (art. 158, II, CF). Depois da EC 42/03 pode o
Município, na forma da lei, optar em fiscalizar e cobrar o ITR, cabendo-lhe a totalidade da
arrecadação nesse caso. Nesse sentido: a Lei 11.250/05 e a Instrução Normativa SRF 643, de 12 de
abril de 2006. IPVA e ICMS: Devem os Estados entregar a cada Município metade da arrecadação
sobre o IPVA (art. 158, II, CF), relativos aos automóveis nestes situados, bem como 25% do produto
de arrecadação do ICMS. Quanto aos critérios dessa última hipótese, a CF, em seu artigo 158,
parágrafo único, estatuiu que no mínimo 3/4 (75%) do “bolo” do ICMS a ser repartido entre os
Municípios seria creditado proporcionalmente ao valor adicionado nas operações relativas à
circulação de mercadorias e nas prestações de serviço realizados em seus territórios, prestigiando os
Municípios que mais contribuíram com a arrecadação do tributo. Somente no que concerne a parcela
de até 1/4 (25%), os Estado têm autonomia, para, por lei própria, definir os critérios de repartição,
podendo, inclusive, manter a mesma regra prevista para os demais 3/4. Essa discricionariedade
estatal, contudo, é limitada, de modo que, segundo o STF (RE 401.953-1), não pode a legislação
estadual, a pretexto de resolver desigualdades sociais e regionais, alijar, por completo, um município
da participação desses recursos. CIDE-combustíveis: Do total que os Estados receberem da União a
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repartição das receitas previstas no art. 158 da CF. ADI 2728: lei estadual que disciplina a forma de
cálculo do valor adicionado para apuração do montante fixado no inciso I do parágrafo único do art.
158 da CF é matéria expressamente reservada à lei complementar, art. 161, I, da CF. ADI 2405-
MC: interfere no sistema constitucional de repartição do produto da arrecadação do IPVA (50%),
sendo, pois inconstitucional, artigo de lei estadual que dispõe que “na data da efetivação do
respectivo registro no órgão competente deverá ser creditado, à conta dos municípios, 25% do
montante do crédito tributário extinto”, ADI 4597-MC: não há qualquer margem à edição de
normas pelos estados-membros que afetem a liberdade de destinação das receitas municipais
originárias, ainda que provenientes da arrecadação de tributos estaduais. O Poder Constituinte
Derivado Decorrente não pode inovar, de modo contrário ao texto constitucional, pois ofende o art.
160 da CF. Enunciado 7 da 5ª Câmara de Coordenação e Revisão: é cabível recomendação aos
Prefeitos para a observância do art. 2º da Lei 9.452/97.
OBS vitaminada: acrescento esta tabela, para melhor memorização:
União Estados e DF Municípios
IRPF retido na fonte 100%
(arts. 157, I e 158, I) 100%
IOF-ouro 30%
(art. 153, § 1º) 70%
Impostos da competência
residual 20%
(art. 157, II)
CIDE-combustível
(art. 157, II) 29% 25%
ITR Se fiscalizado e cobrado pela
União
(art. 158, II) 50%
E fiscalizado e cobrado pelo
Município
100%
IPI
(art. 159, II) 10% 25%
IPVA
(art. 158, III) 50%
ICMS
(art. 158, IV) 25%
IR + IPI 21,5% - FPE 22,5% - FPM
(art. 159, I) 1% - FPM (13º)
3% para regiões N, NE e CO
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
O assunto está basicamente localizado no Título VI da Constituição Federal de 1988 (Da Tributação
e do Orçamento), Capítulo I (Do Sistema Tributário Nacional) na Seção I (Dos Princípios Gerais) e
no Título III do Código Tributário Nacional (Crédito Tributário), Capítulo IV (Extinção do Crédito
Tributário) e na Seção I (Modalidades de Extinção) e na Seção IV (Demais Modalidades de
Extinção).
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estatui hipótese de interrupção do prazo de decadência (porque com a anulação o mesmo foi
devolvido), e outra que teríamos na verdade a concessão de um novo prazo (Ricardo Alexandre). O
CESPE adota o entendimento pela interrupção. OBS vitaminada: o MPF também: MPF/14º: A
decadência, no direito tributário, é passível de interrupção; no direito privado, não o é.
Regra do lançamento por homologação: Nos moldes do artigo 150, §4º do CTN, temos que, se a
lei não fixar prazo à homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador;
expirado esse prazo, sem que a Fazenda Pública tenha se pronunciado, considera-se homologado o
lançamento, e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude
ou simulação. Com efeito, a leitura do dispositivo alhures faz com que a maioria da doutrina entenda
que o passar do prazo para homologação, sem que esta tenha sido expressamente realizada, não
apenas configura homologação tácita, mas também a decadência do direito de constituir o crédito
relativo ao valor antecipado pelo contribuinte e aquele que a AT entende devido.
Perceba-se que o que decai, na verdade, é o direito de a AT lançar de ofício as diferenças apuradas,
caso deixe de homologar. Todavia, como visto, passado o prazo sem qualquer providência, reputa-se
efetuado o lançamento. Entenda que normalmente o lançamento por homologação não está sujeito à
decadência, pois, com o passar do prazo sem a providência administrativa, o lançamento se tem por
perfeito e acabado. Contudo, na linha da doutrina majoritária, como visto, o passar do prazo para
homologação extingue o direito de lançar as diferenças. ATENÇÃO (MUITO IMPORTANTE):É
justamente por isso, que o STJ (EResp. 101.407/SP) entende que essa regra do 150, §4º, não é
aplicável aos casos em que o contribuinte não faz, até a data do vencimento, qualquer
pagamento, devendo nesse caso, o prazo decadencial ser contado nos termos do 173, I. Daí, se o
contribuinte antecipou o pagamento dentro do prazo legal, mesmo que o valor recolhido seja ínfimo,
a homologação tácita ocorrerá em cinco anos contados do FG (150, §4°). Se, ao revés, ele não
antecipou qualquer valor, o prazo começará a fluir a partir do primeiro dia do exercício
seguinte em que o lançamento poderia ter sido efetuado (art. 173, I). Nos casos em que haja
dolo, fraude ou simulação, sedimentou-se o entendimento de que, na ausência de regra
expressa, a contagem do prazo decadencial deveria ser feita de acordo com a regra geral do
art. 173, I, do CTN.
Lançamento Houve Sim. Com dolo, fraude Sim. Art.173, I
ou simulação?
Por pagamento Não. Art.150, §4º.
Homologação antecipado?
Não. Art.173, I.
A tese dos “cinco mais cinco”: Foi um entendimento adotado pelo STJ a partir de 1995, que possue
o efeito de ampliar o prazo para que a Fazenda constitua créditos tributários relativos a diferenças
apuradas na sistemática do lançamento por homologação. Essa tese decorria do entendimento de que
as regras relativas à decadência do direito de lançar eram exclusivamente aquelas constantes no art.
173 do CTN. Daí, a regra do art. 150, §4, deveria ser completada pela do art. 173, I. Veja-se, por
exemplo, um caso onde o FG ocorreu em 16/03/06 e que o sujeito passivo não realizou pgto até a
data do vencimento, o prazo para homologação seria de cinco anos contados do FG, expirando-se
em 16/04/11 (aplicação do art. 150, §4). Como, no último dia de prazo, a AT poderia deixar de
homologar o lançamento e constituir o crédito (ou seja, esse dia seria ), o prazo para lançar de oficio
seria de cinco anos, contados a partir do primeiro dia do exercício seguinte (01/01/12), de modo que
a decadência ocorreria em 1/1/17. Terminado o primeiro prazo, e adm tendo tomado conhecimento
de que não houve pgo de tributo, terá inicio a outro prazo de 5 anos, dessa vez pra lançar. Tal prazo
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
tem fundamento no 173, I do CTN. Logo, na hipótese de não pagamento, só nesta, teríamos uma
aplicação cumulativa de prazos do art.150, §4 e 173 I do CTN. E em virtude dessa aplicação
cumulativa poderíamos chegar até 10 anos.
OBS vitaminada: trecho confuso. Veja: trata-se da interpretação conjugada dos artigos
mencionados. Como o art. 173 do CTN afirma que o prazo decadencial começa a ser contado
do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado
e como o art. 150, §4º, traz a hipótese de homologação tácita até 5 anos após o fato gerador,
concluir-se-ia que o lançamento poderia ter sido efetuado até 5 anos após o fato gerador;
sendo assim, haveria um acréscimo de mais 5 anos, ou seja, os 5 anos do art. 173
começariam a ser contados após os 5 anos do art 150, §4º, vez que, apenas no exercício
seguinte ao último dia dos 5 anos posteriores ao fato gerador, começaria a ser contado o
prazo do art. 173. Ou seja, no dia 01-01-12 (primeiro dia do exercício seguinte àquele em
que o lançamento poderia ter sido efetuado), começaria a contade dos 5 anos do art. 173, de
modo que a decadência apenas ocorreria no dia 01-01-2017. Logo, na hipótese de não
pagamento, só nesta, teríamos uma aplicação cumulativa de prazos do art.150, §4 e 173 I do
CTN. E, em virtude dessa aplicação cumulativa, poderíamos chegar até 10 anos. Esse
entendimento foi superado: Recurso Repetitivo – REsp 973733: o “dies a quo” do prazo
quinquenal da aludida regra decadencial rege-se pelo disposto no art. 173, I do CTN, sendo
certo que o “primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido
efetuado” corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência
do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos por homologação, revelando-se
inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos arts. 150, §4º, e
173 do CTN, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal.
O entendimento atual do STJ: O prazo decadencial na sistemática do lançamento por
homologação obedece as seguintes regras: a) Se o tributo não foi declarado e nem pago: o termo
inicial do prazo decadencial é o do 173, I. Ora, essa regra tem razão de ser lógica, pois que a
homologação incide sobre o pagamento. Não havendo pagamento nem declaração de débito, não há
o que homologar, devendo, portanto, ser usada a regra da contagem do prazo decadencial, para
efeito de realização de lançamento de ofício. (Era o caso da tese dos cinco mais cinco). b) Se foi
realizado pagamento: a Fazenda tem o prazo de cinco anos, contados da data do FG, para
homologar o pagamento expressamente ou realizar eventual lançamento suplementar (de ofício);
caso contrário, ocorrerá homologação tácita e o crédito estará definitivamente extinto (aplicação do
150,§4). Aqui não se aplica a regra dos cinco mais cinco, regra já superada. c) Se o tributo foi
declarado e não houve pagamento: não há que se falar em decadência, pois aqui o crédito estará
constituído pela própria declaração de débito do contribuinte, de modo que já pode a Fazenda
inscrever em dívida ativa e posteriormente ajuizar ação de execução fiscal, momento em que a
preocupação será o prazo prescricional. Nesse caso, de acordo com entendimentos do STJ, havendo
declaração de débito sem o pagamento na data do vencimento, temos quatro efeitos: a) início da
contagem do prazo prescricional; b) possibilidade de imediata inscrição do declarante em dívida
ativa; c) impossibilidade de o declarante gozar dos benefícios da denúncia espontânea; d)
impossibilidade de o declarante obter certidão negativa de débitos.
Prazo decadencial e as contribuições para seguridade social: O artigo 45 da Lei 8212/91 estipula
prazo decadencial de dez anos para a realização do lançamento das contribuições para financiamento
da seguridade social. O STJ afirmou que esse dispositivo é formalmente inconstitucional, uma vez
que a matéria relativa à prescrição e decadência tributárias se encontra sob reserva de lei
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complementar (art. 146, III, b da CF). O STF nesse mesmo sentido editou a Súmula Vinculante n°8.
Os efeitos dessa declaração foram modulados, de modo que os sujeitos passivos que pagaram as
contribuições sem contestá-las ou sem posteriormente formularem pedidos de restituição antes da
edição da aludida súmula, não poderão mais formulá-los. Súmula Vinculante 8: são
inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do decreto-lei nº 1.569/1977 e os artigos 45 e 46
da lei nº 8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário.
CAUSUÍSTICA: ADI 124: norma estadual que estabelece hipótese de extinção do crédito
tributário por transcurso de prazo para apreciação de recurso administrativo fiscal. Em matéria
tributária, a extinção do crédito tributário ou do direito de constituir o crédito tributário por decurso
de prazo, combinado a qualquer outro critério, corresponde à decadência. Viola o art. 146, III, “b”,
da CF norma que estabelece hipótese de decadência do crédito tributário não prevista em lei
complementar. Repercussão Geral em RE 559.943-4: exigência de lei complementar para dispor
sobre prescrição e decadência tributárias aplicáveis às contribuições sociais para constituição do
crédito tributário e da respectiva ação de cobrança. Julgado o caso pelo Pleno por unanimidade
declarou a inconstitucionalidade dos artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91 e do parágrafo único do art. 5º
do Decreto-lei 1.569/77, com efeito ex nunc, salvo para as ações ajuizadas até 11/6/2008 (data deste
julgamento). A CF reservou à lei complementar o estabelecimento de normas gerais em matéria de
legislação tributária. Recepcionados pela CF/88 como disposições de lei complementar os arts. 173
e 174 do CTN. REsp 1006535: operou-se decadência porquanto o IOF (regime aduaneiro
drawback), com efeito, não objeto de termo de compromisso, inexistindo a sua constituição no ato
da importação. REsp 182241: lançamento de ofício (art. 149 do CTN), prazo decadencial de cinco
anos, nos termos do art. 173, I, do CTN, tem início no primeiro dia do exercício seguinte àquele em
que esse lançamento poderia ser realizado. REsp 1097801: diante da inexistência da declaração
tributária (constitui o crédito) e do pagamento do tributo devido, cabe à fazenda pública efetuar o
lançamento de ofício sob pena de decadência. AgRg no AREsp 14815: somente a existência de
vício formal possibilita a aplicação do art. 173, inc. II, do CTN, ensejando a abertura de novo prazo
decadencial a contar da data em que se tornar definitiva a anulação de lançamento tributário.
OBS vitaminada: MPF/23º: Em matéria de prescrição e decadência, tendo em vista o que dispõe o
§1º do art. 113 e o inciso V do art. 156, ambos do CTN, que versam respectivamente sobre: I – o
surgimento e extinção da obrigação tributária e; II – extinção do crédito tributário, pode-se
afirmar: a decadência importa apenas na caducidade da exigibilidade do crédito tributário.
(FALSO!) Resposta: a decadência é causa de extinção do crédito tributário (art. 156, V do CTN)
Perguntas da oral do 26º e 27º: Qual a diferença entre prescrição e decadência? Complemento do
examinador à minha resposta: Importância da teoria do Agnelo Amorim: a decadência trata de
direitos potestativos, enquanto a prescrição trata de direitos de prestação.
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O assunto está basicamente localizado no Título VI da Constituição Federal de 1988 (Da Tributação
e do Orçamento), Capítulo I (Do Sistema Tributário Nacional) na Seção V (Dos Impostos dos
Municípios) e no Título III do Código Tributário Nacional (Crédito Tributário), Capítulo III
(Imposto sobre o Patrimônio e Renda), na Seção II (Imposto Sobre A Propriedade Predial E
Territorial Urbana), na Seção III (Imposto Sobre A Transmissão De Bens Imóveis E De Direitos A
Eles Relativos), Capítulo IV (Impostos Sobre A Produção E A Circulação), na Seção VI (Imposto
Sobre Serviços De Qualquer Natureza).
Noções Gerais: Os Municípios possuem competência para instituir os três impostos previstos no
artigo 156 da CF, quais sejam o IPTU; ITBI e o ISS. Ressalvada a hipótese de EC, não é possível
aos Municípios instituírem quaisquer impostos além desses três, sendo uma lista exaustiva.
1. IPTU (imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana): A CF diz que ele é imposto
sobre a propriedade, enquanto o CTN sobre a propriedade, o domínio útil e a posse. O fato gerador
(art. 32 do CTN) foi tripartido pelo CTN em propriedade (art. 1.228 do Código Civil e art. 5º da
CF), domínio útil (enfiteuse ou aforamento revogado pelo CC/2002, mas vale para os já constituídos
– art. 1.369) e posse (art. 1.196 do CC) do bem imóvel por natureza ou por acessão física. Zona
urbana é aquela definida em lei municipal, porém, no mínimo, devem existir dois melhoramentos
dispostos no §1º do art. 32 do CTN. Progressividade fiscal: de importância ímpar na arrecadação
municipal, o IPTU incide sobre os imóveis localizados em área urbana, sendo predominantemente
fiscal, sem prejuízo de sua utilização extrafiscal (art. 182, §4, II, CF). A EC 29/00 autorizou que as
alíquotas do IPTU sejam progressivas em razão do valor do imóvel. Por seu turno, entendendo que o
artigo 145, §1, da CF somente permitia que os tributos pessoais tivessem sua incidência ajustada de
acordo com a capacidade contributiva do sujeito passivo, o STF considerou inconstitucionais todas
as leis que estabeleceram a progressividade de alíquotas do IPTU com base no valor do imóvel antes
da aludida EC 29/00 (súmula 668). De tal sorte, a progressividade de alíquotas com base no valor do
imóvel somente é legitima a partir da EC 29/00; tendo ela objetivo fiscal de aumentar alíquota sobre
imóveis mais valiosos; devendo ela ainda se ater aos limites do razoável, sob pena de incidir em
confisco. Note-se que não é correto afirmar que a partir da EC 29/00 os impostos reais passaram a
poder ser progressivos. Na verdade, trata-se de uma exceção à regra, de modo que somente podem
ser progressivos os impostos pessoais e os tributos em que a própria CF autorize tal sistemática. Da
mesma forma, o STF não admite a progressividade das alíquotas do IPTU com base no número de
imóveis do contribuinte (súmula 589). Progressividade extrafiscal: Aqui é a progressividade prevista
originalmente na CF/88 no artigo 182, §4, onde se faculta ao poder público municipal mediante lei
especifica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos de lei federal, do proprietário do
solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova o seu adequado
aproveitamento. Não atendendo os proclames do poder público, exsurge um conjunto de
providências, dentre elas a adoção de IPTU progressivo no tempo. Veja-se que aqui a
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
progressividade tem objetivo extrafiscal, porquanto visa estimular o cumprimento da função social
da propriedade; do mesmo modo ela tem como parâmetro não o valor do imóvel, mas sim o passar
do tempo sem o adequado aproveitamento do solo urbano. A Lei 10.257/01 (estatuto da cidade)
regula essa hipótese, de modo que, determinará a alíquota do IPTU aplicável a cada ano,
obedecendo à restrição de que a mesma não exceda duas vezes o valor referente ao ano anterior,
respeitada a alíquota máxima de 15%, evitando efeito confiscatório. No mais, é vedada a concessão
de isenções e anistias relativas à tributação progressiva. Diferença entre alíquota de acordo com o
uso e a localização: Não se trata aqui de mais um caso de progressividade. A diferenciação de
alíquotas não tem expressão numérica, sendo meras situações de fato. Destarte, a alíquota pode
variar de acordo com a localização do imóvel, permitindo, por exemplo, IPTU distinto entre bairros
nobres, ou não. No que tange ao uso, o STF mesmo antes da EC 29/00 entendeu ser possível a
redução do IPTU sobre imóvel ocupado pela residência de proprietário que não possua outro
(súmula 539). Base de Cálculo; Contribuinte e Lançamento: conforme artigo 33 do CTN, a BC do
IPTU é o valor venal do imóvel. Lembrando que não se considera o valor dos bens móveis mantidos
no imóvel, pois o ITPU incide apenas sobre os imóveis por natureza ou acessão física, e não sobre
acessão intelectual (terminologia antiga do CC/16). O artigo 34 do CTN revela como contribuinte do
IPTU o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título. A
posse no CC/02 não requesta a intenção de ser dono e nem o poder físico sobre a coisa (teoria
objetiva de Ihering). Todavia, o STJ entende que somente é contribuinte do IPTU o possuidor por
direito real que exerce a posse com animus definitivo (REsp 325.489). De tal sorte, jamais poderá
ser chamado de contribuinte do IPTU o locatário ou o comodatário. A autoridade administrativa
constitui o crédito relativo ao IPTU utilizando-se das informações constantes em seu banco de dados
relativas à propriedade do imóvel. Logo, o lançamento é o de ofício. Em arremate, temos que a
função predominante no IPTU é a fiscal; está sujeita ao princípio da legalidade como também ao da
anterioridade; se sujeita à noventena (exceto as alterações da BC); o FG é a propriedade, domínio
útil ou a posse; a BC é o valor venal do imóvel; contribuinte é o proprietário, titular do seu domínio
ou o seu possuidor a qualquer título, e o lançamento é de ofício.
Súmula do STF 724: ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel
pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, "c", da constituição, desde que o
valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades. Súmula do STF 668: é
inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes da emenda constitucional 29/2000,
alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se destinada a assegurar o cumprimento da função social
da propriedade urbana. Súmula do STF 589: é inconstitucional a fixação de adicional progressivo
do imposto predial e territorial urbano em função do número de imóveis do contribuinte. Súmula do
STF 583: promitente comprador de imóvel residencial transcrito em nome de autarquia é
contribuinte do imposto predial territorial urbano. Súmula do STF 539: é constitucional a lei do
município que reduz o imposto predial urbano sobre imóvel ocupado pela residência do proprietário,
que não possua outro. Súmula do STJ 399: cabe à legislação municipal estabelecer o sujeito
passivo do IPTU. Súmula do STJ 397: o contribuinte do IPTU é notificado do lançamento pelo
envio do carnê ao seu endereço. Súmula do STJ 160: é defeso, ao Município, atualizar o IPTU,
mediante decreto, em percentual superior ao índice oficial de correção monetária.
REsp 1128981: a restrição à utilização da propriedade no que concerne à área de preservação
permanente em parte de imóvel urbano não fasta a incidência do IPTU porque não há alteração do
fato gerador. RO 36 (STJ): É de ser reconhecida a imunidade fiscal inscrita na Convenção de Viena
quando se tratar de execução fiscal de IPTU e taxas municipais contra Estado estrangeiro. O STF,
pela palavra do Min. Sepúlveda Pertence preconiza que "em se tratando de execução, e execução
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
OBS vitaminada: Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: II -
transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza
ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão
de direitos a sua aquisição. Destrinchando: imposto sobre transmissão inter vivos, por ato
oneroso: (i) de bens imóveis, por natureza ou acessão física; (ii) de direitos reais sobre
imóveis, exceto os de garantia; (iii) de direitos à aquisição desses bens/direitos (imposto
sobre a cessão de direitos sobre esses bens/direitos).
Não obstante o CTN antever apenas um, a CF trouxe dois impostos de transmissão, um estadual
(ITCMD) e outro municipal (ITBI). Evitam-se conflitos entre os Estados e os seus Municípios, na
medida em que, se a transmissão é causa mortis, incide ITCMD; se é inter vivos, deve-se verificar
se ocorreu por ato oneroso (incide o ITBI) ou gratuito – doação (ITCMD). Em ambas as hipóteses, a
finalidade é fiscal. O ITBI incide sobre a transmissão onerosa de direitos reais, exceto os de
garantia. A incidência também ocorre na cessão de direitos de aquisição dos imóveis. Aplica-se
aqui o entendimento no sentido de ser impossível a aplicação de alíquotas progressivas (súmula 656
do STF). Competência para cobrança; Imunidades: Ora, como o ITBI incide apenas sobre a
transferência de bens imóveis e direitos a eles relativos, o imposto compete ao Município da
situação do bem. De tal sorte, se o bem está em Fortaleza, o proprietário em SP, e é alienado para
alguém do RJ, o imposto cabe a Fortaleza. Qto ao DF, como não pode ser dividido em municípios,
onde estiver o bem, seja em que cidade, no DF, lhe pertence o imposto. Conforme artigo 156, §2, I,
da CF 156 , o ITBI não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao
patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre as operações de fusão, cisão,
e incorporação delas. É uma imunidade objetiva. Todavia, se a atividade preponderante for a
compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil,
incidirá. O art. 184, §5 da CF157, apesar de expressar isenção, traz verdadeira imunidade quando
desonera o processo de expropriação e, por conseguinte, a realização de reforma agrária do imposto
em comento. O STF já decidiu nesse sentido, e também que a não incidência não beneficia o terceiro
adquirente dos títulos da dívida agrária, pois que este realiza ato mercantil estranho à reforma
agrária. Fato Gerador; Base de Cálculo; Contribuinte e Lançamento: FG: Com esteio no artigo 35 do
CTN e 156, II da CF o FG do ITBI é a transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de
bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia,
bem como cessão de direitos e sua aquisição. Importante frisar, que o STJ entende que não se pode
cobrar o tributo em apreço antes do registro do imóvel no Cartório de Imóveis. Do mesmo modo, o
STJ aplica esse raciocínio para o compromisso de compra e venda não registrado, não o
considerando FG do ITBI (RMS 10.650/DF; AgRg REsp 327.188/DF). Assim, pode-se afirmar que
o registro imobiliário é FG do ITBI. BC: O art. 38 do CTN dispõe que a BC dele é o valor venal
(valor de mercado) dos bens ou direitos transmitidos. CONTRIBUINTE: é qualquer das partes na
operação tributada, como dispuser a lei (art. 42 do CTN). Desse modo, o legislador municipal tem
autonomia para definição legal do contribuinte, desde que a indicação recaia sobre uma das partes
da operação tributada, conforme art. 121, I do CTN. Não obstante a autonomia, a regra tem sido que
as leis municipais definam como contribuinte o adquirente do bem ou direito. LANÇAMENTO: O
156OBS vitaminada: § 2º - O imposto previsto no inciso II (ITBI): I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos
incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de
fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a
compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil.
157Art. 184, § 5º - São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de transferência de imóveis desapropriados
para fins de reforma agrária.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
IBTI é lançado por declaração, já que a autoridade constitui o crédito com base em informações
prestadas pelo próprio sujeito passivo ou por terceiro. Eventuais omissões do sujeito passivo no
dever de prestar informações podem ensejar, respeitado o prazo decadencial, o lançamento de oficio.
A função predominante do ITBI é a fiscal; está sujeito à legalidade, anterioridade, noventena.
Súmula do STF 656: é inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o imposto
de transmissão "inter vivos" de bens imóveis - ITBI com base no valor venal do imóvel. (Súmula do
STF 470: o imposto de transmissão "inter vivos" não incide sobre a construção, ou parte dela,
realizada, inequivocamente, pelo promitente comprador, mas sobre o valor do que tiver sido
construído antes da promessa de venda. Súmula do STF 110: imposto de transmissão "inter vivos"
não incide sobre a construção, ou parte dela, realizada pelo adquirente, mas sobre o que tiver sido
construído ao tempo da alienação do terreno.) 158 Súmula do STF 75: sendo vendedora uma
autarquia, a sua imunidade fiscal não compreende o imposto de transmissão "inter vivos", que é
encargo do comprador.
OBS vitaminada: STJ INF 534/2014 (2ª Turma. AgRg no AREsp 444.193-RS): Para que o
Município cobre ITBI de um imóvel de Igreja, é preciso que ele prove que esse bem está
desvinculado de sua destinação institucional. Em se tratando de entidade religiosa, há presunção
relativa de que o imóvel da entidade está vinculado às suas finalidades essenciais, o que impede a
cobrança de impostos sobre aquele imóvel de acordo com o art. 150, VI, “c”, da CF. Nesse contexto,
a descaracterização dessa presunção para que incida ITBI sobre imóvel de entidade religiosa é ônus
da Fazenda Pública municipal, nos termos do art. 333, II, do CPC.
3. ISS (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza). De acordo com o art. 156, III, da CF159,
ressalvados os serviços constitucionalmente colocados no campo de incidência do ICMS, qualquer
serviço pode ser tributado pelos Municípios, desde que definido em LC. O tributo em espécie possui
finalidade fiscal. Não incidencia na locação de bens móveis: A prestação de serviços se afigura
como obrigação de fazer, o que levou o STF a declarar a impossibilidade de se confundir locação de
serviços (onde a tributação é legítima) com a locação de bens móveis (onde não se tributa), RE
116.121. Com a LC 116/03, tentou-se colocar a locação de bens móveis na lista de serviços sujeitos
ao ISS, mas foi vetado pelos fundamentos expostos. Alíquotas: concessão de benefícios e isenção
heterônoma. A CF/88 estipulou, mormente a partir da EC 37/02, regras que permitem ao Congresso
Nacional restringir a autonomia municipal da competência relativa ao tributo, evitando a guerra
fiscal. O art. 156, §3, I e III160, aduz caber à LC fixar as alíquotas máximas e mínimas desse
imposto, bem como regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais
serão concedidos e revogados. A rigor, a fixação de alíquota máxima não visa evitar a guerra fiscal,
mas impor limites à sede arrecadatória. Com efeito, a LC 116/03 fixou alíquota máxima de 5%.
Quanto às mínimas, a LC em comento nada trouxe, de forma que continua a aplicar a previsão
constante no artigo 88 do ADCT no sentido de que, enquanto não editada LC, o ISS terá alíquota
mínima de 2%, exceto para os serviços relativos à engenharia, arquitetura, geologia, urbanismo,
158OBS vitaminada: súmula superada; firmou-se o entendimento de que o FG é o registro da transmissão da propriedade no cartório
de imóveis competente.
159OBS vitaminada: Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: III - serviços de qualquer natureza, não
compreendidos no art. 155, II (ICMS), definidos em lei complementar.
160Art. 156. §3º Em relação ao ISS, cabe à lei complementar: I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas; III – regular a forma e
as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados.
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construção civil, manutenção, limpeza, meio ambiente, saneamento e congêneres. Veja-se que,
diferente do ICMS, em que a LC necessariamente deve prever a deliberação dos Estados e do DF,
no caso do ISS, isso não ocorre, de modo que a LC nacional diretamente estipula a forma e
condições necessárias à concessão e revogação dos benefícios. Ora, a diferença é que deliberação
conjunta de mais de cinco mil Municípios é impossível. A LC 116 nada falou também sobre as
condições e requisitos para concessão e revogação de benefícios fiscais de ISS, de modo que se
aplica o art. 88 do ADCT, que até o advento de LC, impede a concessão de isenções, incentivos
e benefícios fiscais, que resulte direta ou indiretamente na redução na alíquota mínima de 2%.
De acordo com o art. 156, §3, II, da CF161, cabe à LC excluir a incidência do ISS exportações de
serviços para o exterior. De tal sorte, essa autorização é exceção ao princípio que impede a União
Federal de conceder isenção de tributo que não seja de sua competência. Competência que foi
exercida pela União por meio da LC 116/03 quando aduz o ISS não incidir sobre as exportações.
Fato Gerador: Tem como FG a prestação de serviços constantes na lista anexa, referida na LC
116/03, art. 1. Base de Cálculo: é o preço do serviço. Contribuinte: é o prestador do serviço.
Lançamento: se da por homologação, pois é o próprio sujeito passivo que, a cada FG, calcula o
montante do tributo devido e antecipa o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa,
cabendo a essa homologar, e caso precise, lançar de ofício eventuais diferenças. Assim, a função
predominante dele é a fiscal; está sujeito ao principio da legalidade, anterioridade e noventena. Por
fim, saiba ser possível a cumulação de impostos, nos caso de serviços prestados em conjunto com
mercadorias, se o serviço estiver previsto na LC 116/03, com ressalva de cobrança do ICMS.
OBS vitaminada: STJ INF 514/2013 (REsp 1.328.384-RS, 1aS): os “serviços de registros
públicos, cartorários e notariais” não gozam de imunidade tributária, devendo pagar,
portanto, o ISS. A regra geral é que a base de cálculo do ISS é o preço do serviço (art. 7º, LC
116/2003). O § 1º do art. 9º do DL n.° 406/68 traz uma exceção a essa regra e prevê que os
contribuintes que prestam serviço sob a forma de trabalho pessoal (pessoas físicas) têm
direito ao regime do chamado “ISSQN Fixo”, segundo o qual é fixada uma alíquota sem
relação com o preço do serviço. Para o STJ, NÃO SE APLICA à prestação de serviços de
registros públicos cartorários e notariais a sistemática de recolhimento de ISS prevista no §
1º do art. 9º do DL 406/68. Desse modo, os serviços notariais e registrais sofrem a incidência
do ISS e a base de cálculo do imposto é o preço do serviço, ou seja, o valor dos
emolumentos.
Súmula Vinculante 31: é inconstitucional a incidência do imposto sobre serviços de qualquer
natureza – iss sobre operações de locação de bens móveis. Súmula do STF 663: os §§ 1º e 3º do art.
9º do decreto-lei 406/1968 foram recebidos pela constituição. Súmula do STF 588: o imposto sobre
serviços não incide sobre os depósitos, as comissões e taxas de desconto, cobrados pelos
estabelecimentos bancários. Súmula do STJ 274: O ISS incide sobre o valor dos serviços de
assistência médica, incluindo-se neles as refeições, os medicamentos e as diárias hospitalares.
Súmula do STJ 167: o fornecimento de concreto, por empreitada, para construção civil, preparado
no trajeto até a obra em betoneiras acopladas a caminhões, e prestação de serviço, sujeitando-se
apenas a incidência do ISS. Súmula do STJ 156: a prestação de serviço de composição gráfica,
personalizada e sob encomenda, ainda que envolva fornecimento de mercadorias, está sujeita,
apenas, ao ISS. Súmula do STJ 138: o ISS incide na operação de arrendamento mercantil de coisas
móveis.
161 Art. 156. §3º Em relação ao ISS, cabe à lei complementar: II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior.
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Ponto extra vitaminado: principais artigos da LC 116/2003 (importante: foi objeto do 23º):
Art. 1o O ISSQN, de competência dos Municípios e do Distrito Federal, tem como fato gerador a prestação
de serviços constantes da lista anexa, ainda que esses não se constituam como atividade preponderante do
prestador.
§ 1o O imposto incide também sobre o serviço proveniente do exterior do País ou cuja prestação se tenha
iniciado no exterior do País.
OBS vitaminada: MPF/23º: O ISSQN, em face do princípio da territorialidade, não
incide sobre o serviço proveniente do exterior do País ou cuja prestação se tenha
iniciado no exterior do País (FALSO!)
§ 2o Ressalvadas as exceções expressas na lista anexa, os serviços nela mencionados não ficam sujeitos ao
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1. Noções Gerais. Tributo é, em essência, um instrumento mediante o qual o Estado se vale para
obtenção de receitas, por ato de império. A doutrina é rica em definições de tributo. A título de
exemplo, Luciano Amaro define tributo como “a prestação pecuniária não sancionatória de ato
ilícito, instituída em lei e devida ao Estado ou a entidades não estatais de fins de interesses público”.
Mas, como veremos, a definição de tributo tem sede legal.
2. Conceito. Conceito legal: art. 3° CTN - “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em
moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em
lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.”
Diz-se que a obrigação é compulsória, obrigatória, porque ela decorre diretamente da lei. A
vontade do contribuinte é irrelevante e por isso até mesmo os incapazes podem ser sujeitos passivos
das obrigações tributárias.
A lei só pode obrigar o contribuinte a pagar o tributo em moeda corrente do País (obrigação
pecuniária), razão pela qual a doutrina costuma afirmar que em regra nosso direito desconhece o
tributo in natura (parte da mercadoria comercializada é entregue ao Fisco a título de pagamento do
tributo) ou o tributo in labore (a cada mês o sujeito passivo destinaria alguns dias de seu trabalho à
entidade tributante). Contudo, a partir do LC 104/2001, que acrescentou o inciso XI ao art. 156 do
CTN, admite-se a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei.
Quando o art. 3º do CTN afirma que o tributo não constitui sanção a ato ilícito, quer dizer que a
hipótese de incidência é sempre algo lícito. Observa-se, porém, que situações como a aquisição de
disponibilidade econômica ou jurídica de rendimentos são suficientes para o nascimento de
obrigações tributárias como o imposto de renda (art. 43/CTN), ainda que tais rendimentos sejam
provenientes de atividades ilícitas como o “jogo do bicho” (a hipótese de incidência é a aquisição de
disponibilidade financeira e não o jogo do bicho).
Trata-ser do princípio do non olet, no sentido de que o dinheiro “não tem odor” e de que não seria
justo tributar a renda obtida licitamente e deixar de tributar a renda decorrente de atividades ilícitas
(HC 77.530, STF). Quanto ao imposto de renda, a regra decorre do princípio da universalidade, pelo
qual todas as pessoas que auferirem renda e proventos de qualquer natureza ficarão sujeitas ao
imposto.
O tributo, portanto, não é multa. A multa tem por pressuposto o descumprimento de um dever
jurídico e por finalidade evitar comportamentos nocivos à ordem jurídica, via sanção, enquanto o
tributo tem por pressuposto um fato lícito.
OBS vitaminada: MPF/27º: A multa fiscal insere-se no âmbito conceitual da definição
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A doutrina divide as fontes do direito em fontes formais e fontes materiais. As fontes formais do
direito tributário podem ser extraídas do exame dos arts. 96 e 100 do CTN, dentre as quais não se
incluem a doutrina e a jurisprudência, a despeito da sua importância; já as fontes reais referem-se
aos pressupostos ou suportes fáticos das imposições tributárias, ou seja, o patrimônio, a renda e os
serviços em geral. Analisaremos apenas as fontes formais. Porém, antes, cabe destacar a distinção
entre as expressões “lei tributária” (art. 97 do CTN) e “legislação tributária” (art. 96 do CTN):
aquela compreende as leis ordinárias e as leis complementares, enquanto esta compreende normas
legais e normas infralegais.
Fontes formais primárias:
Compõem-se dos atos normativos primários, que retiram seu fundamento de validade do texto
constitucional (leis em sentido amplo e tratados internacionais).
Constituição Federal → Prevê regras de competência tributária entre os entes; limitações ao poder
de tributar; e princípios tributários gerais e específicos.
Emendas à Constituição Federal → uma vez aprovadas, passam a ter a mesma força das normas
constitucionais. Não podem, todavia, violar as cláusulas pétreas, embora haja incontáveis exemplos
de vícios: violação ao processo legislativo pela EC 1/94; a duvidosa sistemática da substituição
progressiva pela EC 3/93; a controvertida progressividade do IPTU instituída pela EC 29/00; a
oblíqua criatura da CIDE-Combustível pela EC 33/01; a complexa figura da COSIP pela EC 39/02;
e, por fim, os aspectos controvertidos da EC 42/03, entre outros exemplos.
Lei complementar → O art. 146 da CF estabelece a sua tríplice função: dispor sobre conflitos de
competência (inciso I), regular as limitações constitucionais ao poder de tributar (inciso II) e fixar
normas gerais de direito tributário (inciso III). Além desses três incisos, ainda tem: I – art. 146-A
(SIMPLES); II – art. 148 (empréstimos compulsórios); III art. 153, inc. VII (IGF); IV – art. 154, inc.
I (impostos residuais); V - art. 155, §1º, III (ITCMD de doador domiciliado no exterior ou de de
cujus com bens, residência ou inventário no exterior), §2º, XII (regras relativas ao ICMS 167); art.
167OBS vitaminada: Em relação ao ICMS, cabe à lei complementar: a) definir seus contribuintes; b) dispor sobre substituição
tributária; c) disciplinar o regime de compensação do imposto; d) fixar o local das operações, para efeito de sua cobrança e
definição do estabelecimento responsável; e) excluir da incidência do imposto, nas exportações de serviços e outros produtos além
dos mencionados na CF; f) prever casos de manutenção de crédito, relativamente à remessa para outro Estado e exportação de
serviços e de mercadorias; g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e
benefícios fiscais serão concedidos e revogados; h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá uma
única vez, qualquer que seja a sua finalidade, hipótese em que não se aplicará o disposto no inciso X, b (que prevê a imunidade do
ICMS sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele
derivados, e energia elétrica); i) fixar a base de cálculo, de modo que o montante do imposto a integre, também na importação de
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156, III (para definir os serviços sujeitos ao ISS); art. 156, §3º (algumas regras do ISS168); art. 195,
§4º (contribuições residuais); e art. 195, §11, entre outros. A lei complementar a que se refere o art.
146 da CF é o próprio CTN.
OBS vitaminada: MPF/27º(Q.45): Lei ordinária é o diploma legislativo hábil a criar todo
e qualquer tributo. (FALSO!)
Lei ordinária. O art. 97 do CTN regula a chamada estrita legalidade.
OBS vitaminada: Somente a lei pode estabelecer: a instituição de tributos, ou a sua
extinção; a majoração de tributos, ou sua redução (equipara-se à majoração do tributo a
modificação da sua base de cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso, não constituindo
majoração de tributo a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo); a
definição do fato gerador da obrigação tributária principal e do seu sujeito passivo; a fixação
de alíquota do tributo e da sua base de cálculo; a cominação de penalidades para as ações ou
omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas; as hipóteses
de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de
penalidades..
Lei Delegada. É ato normativo de confecção do Poder Executivo após delegação do Poder
Legislativo. Pode versar matéria tributária, todavia equipara-se à lei ordinária, logo as matérias
reservadas à lei complementar não poderão ser objeto de delegação. Não obstante, é mais comum a
utilização das medidas provisórias ou decretos pelo Presidente da República.
Medida Provisória. Art. 62, § 2o, sendo vedada em matéria reservada à lei complementar (art. 62,
§1º, III). Importante: Súmula 584 do STF (ainda não cancelada).
Decretos legislativos**. art. 49, I, e art. 62, §§3º e 11. Não se confunde com os Decretos. **Os
Decretos Legislativos não possuem aplicação direta em matéria tributária, servindo, basicamente,
para aprovar tratados internacionais e para disciplinar os efeitos de MPs não convertidas em lei.
Resoluções. No âmbito tributário: art. 155, §1º, IV e V, §2º, IV e V, a e b, e §6º, I, da CF.
Importante observar que, embora haja conexão entre as Resoluções e os impostos estaduais, no caso
do ISS municipal, a estipulação de limites máximos e mínimos será por meio de lei complementar
(art. 156, §3º, I, CF).
Tratados internacionais. Art. 98 do CTN. Funções: evitar a dupla tributação, a evasão fiscal e
dispor sobre redução ou exclusão de ônus tributários no comércio internacional.
Tratado x Lei interna: O conflito entre a lei interna e o tratado (possuem a mesma hierarquia, salvo
se versarem sobre direitos humanos) resolve-se a favor da norma especial (do tratado), que
excepciona a norma geral (da lei interna), tornando-se indiferente que a norma interna seja anterior
ou posterior ao tratado. Este prepondera porque traduz preceito especial, harmonizável com a norma
geral.
Obs.: o STJ, em alguns precedentes, diferencia os tratados-contratos (que estabelecem obrigações
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
recíprocas entre os pactuantes e poderiam ser revogados por legislação interna) dos tratados-leis
(que estabelecem obrigações genéricas nos âmbito do Direito Internacional).
A proibição de isenção heterônoma na ordem interna não deve ser utilizada como argumento para
impedir que a República Federativa do Brasil disponha sobre o regime tributário de bens e serviços
tributados por ICMS e ISS em sede de tratado internacional, uma vez que o tratado não é norma da
União (lei federal), tendo força de norma nacional.
OBS vitaminada: a banca do MPF entende que a isenção prevista em tratado
internacional não se caracteriza como isenção heterônoma. Ademais, considera que a CF
não veda a concessão de isenções heterônomas (MPF/25º). Questão polêmica, visto que,
de fato, o art. 150, III, da CF, veda. No entanto, atente-se para o fato de que há exceção a
esse princípio, qual seja, a previsão no art. 156, §3º, II, da CF, de que LC federal poderá
excluir da incidência do ISS exportações de serviços para o exterior.
O GATT (tratado internacional multilateral do qual o Brasil faz parte) prevê a equivalência de
tratamento entre o produto importado, quando este ingressa no território nacional, e o produto
similar nacional (é a famosa “regra do tratamento nacional”). A esse respeito, concluiu o STJ que o
art. 98 se sobrepõe ao art. 111, II, ambos do CTN, prevalecendo a legislação de âmbito internacional
(GATT), de maior abrangência (S. 20/STJ e S. 575/STF).
Convênios do ICMS. No que concerne ao ICMS, alguns convênios tem previsão constitucional,
sendo, portanto, normas primárias, não podendo ser classificados como atos meramente
“complementares” (art. 155, § 2º, XII, g, § 4º, IV, e § 5º). São celebrados no âmbito do CONFAZ,
órgão com representantes de cada Estado e do DF, indicados pelo respectivo Chefe do Executivo, e
um representante do Governo Federal. Todavia, apenas passam a valer como direito interno após a
ratificação por meio de decreto legislativo baixado pela respectiva Assembleia Legislativa ou
Câmara Legislativa, no DF.
Fontes formais secundárias.
Compõem-se apenas dos atos normativos secundários.
Decreto. É norma jurídica que integra a expressão “legislação tributária”, sendo ato normativo
secundário que emana do Chefe do Poder Executivo. No âmbito tributário, não há previsão para os
denominados “decretos autônomos”, mas apenas para os “decretos regulamentares ou de execução”,
cuja tarefa primordial é regulamentar o conteúdo das leis (art. 84, IV, da CF), não podendo ir contra
ou além dos balizamentos legais (art. 99 do CTN). Funções: a) instituir os Regulamentos
consolidadores de leis tributárias afetas aos impostos; b) veicular as alterações de alíquotas dos
tributos que mitigam o princípio da legalidade tributária (II, IE, IPI, IOF, CIDE-Combustível e
ICMS- Combustível); c) versar sobre as matérias não submetidas à reserva legal: regras sobre
obrigações tributárias acessórias; atualização da BC dos tributos; e estabelecimento de prazo para
pagamento do tributo.
Obs.: Sabbag classifica o decreto como fonte formal primária.
Instruções Ministeriais. Art. 87, II, da CF, serve para a execução das leis, decretos e regulamentos,
sendo hierarquicamente inferiores a estes.
Circulares, ordens de serviço e outros da mesma natureza. Emitidos pelos chefes dos
departamentos ou seções.
Normas complementares, art. 100 do CTN. Servem para complementar os tratados, os decretos e as
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
leis em sentido amplo (CF, EC, leis ordinárias e complementares, delegadas, MP, decretos
legislativos, resoluções e convênios do ICMS). Sao elas: (a) atos normativos expedidos pelas
autoridades administrativas; (b) decisões administrativas com eficácia normativa; (c) práticas
reiteradas das autoridades administrativas; (d) convênios celebrados pelos entes tributantes
(convênios de cooperação).
Importante observar, quanto aos convênios, que estes podem ser de duas espécies: (i) como “normas
complementares” → entre diferentes pessoas políticas com vistas à fiscalização ou arrecadação de
tributos, troca de informações, etc. (art. 7º do CTN); e (ii) convênios do ICMS, como nítido ato
normativo primário, que possui força de direito objetivo, firmados entre Estados e DF, como base no
art. 155, § 2o, XII, g da CR/88 (concessão e revogação de isenções, incentivos e benefícios fiscais
relativos ao ICMS).
Parágrafo único do art. 100 do CTN → havendo revogação de norma complementar, torna-se
obrigatório o recolhimento do tributo, ou seja, o valor principal, excluindo-se as penalidades, os
juros de mora e a correção monetária.
OBS vitaminada: Art. 100, Parágrafo único. A observância das normas referidas neste
artigo exclui a imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do
valor monetário da base de cálculo do tributo. Exegese segundo Marcelo Alexandrino e
Vicente Paulo (p.199): pode acontecer que uma norma complementar (uma instrução
normativa, p.e.) seja editada em desacordo com a lei que pretensamente esteja
regulamentando. Imaginemos que, interpretando erroneamente um dispositivo de uma lei
concessiva de uma isenção, uma instrução normativa tenha determinado o enquadramento,
entre as hipóteses isentas, de uma situação não abangida pela lei. É evidente que a instrução
normativa terá que ser declarada nula. O contribuinte que não pagou o tributo, por se
considerar isento, em razão do incorretamente previsto na instrução normativa, terá que
pagar. Não há dúvida quanto a isso, porque a instrução normativa não poderia isentar
situação não prevista na lei (isenção é matéria sob reserva legal). Entretanto, devido à
presunção de legitimidade dos atos administrativos, e à proteção à boa-fé, o sujeito passivo
não estará sujeito a qualquer espécie de acréscimo no valor de tributo devido, uma vez que
deixou de pagar por estar observando uma norma complementar, integrante da legislação
tributária. Assim, decorre do parágrafo único do art. 100 do CTN que o tributo que deixou de
ser pago por observância de norma complementar, depois declarada nula ou ilegítima, será
exigido, porém sem nenhum acréscimo, ou seja, sem a imposição de juros, multa de mora,
multa de ofício e até mesmo sem atualização monetária (sem correção monetária de qualquer
espécie).
LEITURA COMPLEMENTAR: MOUSSALLEM, Tarek Moyses. Fontes do Direito Tributário.
São Paulo: Noeses.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
1. Noções Gerais. ITCMD é um imposto fiscal, ou seja, que busca carrear recursos para os Estados
e o Distrito Federal. É, ainda, imposto Real (“são impostos reais aqueles cujo aspecto material da
hipótese de incidência limita-se a descrever um fato, ou estudo de fato, independentemente do
aspecto pessoal, ou seja indiferente ao eventual sujeito passivo e suas qualidades” – ATALIBA,
2010 p.141/142).
2. Características
I) fato gerador: a transmissão, causa mortis (aos herdeiros e legatários) e a doação, de quaisquer
bens ou direitos; ou seja, transmissão gratuita sobre quaisquer bens e direitos (exceto nas
transmissões originárias – usucapião e acessão);
Segundo a Súmula 112 do STF: “o imposto de transmissão causa mortis é devido pela alíquota
vigente ao tempo da abertura da sucessão” – abre-se a sucessão com a morte do autor da herança,
embora o cálculo do imposto venha a ser feito posteriormente com o inventário dos bens deixados
(Art. 1784 do CC disciplina o direito de saisine, ou seja, com a amorte, a herança transmite-se
imediatamente aos sucessores, independentemente de qualquer ato dos herdeiros: “aberta a
sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários”).
Incidência do ITCMD na morte presumida: Conforme STF súmula 331: “É legítima a incidência do
imposto de transmissão "causa mortis" no inventário por morte presumida”. Fato gerador ocorre no
momento que se declara a morte presumida.
Sobre os honorários do advogado contratado pelo inventariante, não incide o imposto de transmissão
causa mortis (Súmula 115 do STF).
No que tange à doação de bens móveis, entende-se como fato gerador a TRADIÇÃO, sendo que,
como regra, o pagamento ocorrerá no momento da celebração do contrato de doação.
A doação de bens imóveis tem por fato gerador o registro do título no Registro de Imóveis (1245, §
1º, CC). No entanto, a maioria das legislações estaduais exige o recolhimento do imposto antes, não
sendo efetivado o registro sem a comprovação do recolhimento do imposto.
II) natureza jurídica: fiscal (arrecadatória);
III) previsão legal: Art. 155, § 1º, I e II da CF/88 e arts. 35 a 42 do CTN;
IV) distinção com o ITBI: enquanto o ITCMD é a título gratuito, o ITBI é a título oneroso;
V) competência: dos Estados.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
a) sobre bens imóveis e seus direitos: compete ao Estado da situação do bem (ou ao DF);
b) sobre bens móveis, títulos e créditos: • “causa mortis”: compete ao Estado em que se processar
o inventário ou o arrolamento; • doação: compete ao Estado onde tiver domicílio o doador; • pela
transferência de ações, é devido ao Estado em que tem a sede a companhia (Súmula 435 do STF).
Observação: lei complementar disciplinará a competência se o doador tiver domicílio ou residência
no exterior ou se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado, ou teve o seu inventário
processado no exterior. ENTRETANTO, como não existe referida lei complementar, cada Estado
exerce a competência legislativa plena.
VI) pagamento do tributo na transmissão causa mortis: o cálculo do tributo e a homologação
deste cálculo só ocorrerão após a avaliação dos bens do espólio, sendo exigível somente após a
homologação do cálculo (Súmula 114 do STF); avaliação dos bens do espólio => cálculo do tributo
=> homologação do cálculo => exigência do tributo.
VII) base de cálculo: valor de mercado dos bens ou direitos transmitidos (o CTN, em seu art. 38,
dispõe que a base de cálculo do imposto é o valor venal dos bens ou direitos); O cálculo deve ser
feito sobre o valor dos bens na data da avaliação (Súmula 113 do STF), observada a alíquota
vigente na data da abertura da sucessão (Sumula 112 do STF). Vejam este caso. APELAÇÃO
CÍVEL. ALVARÁ. TRANSFERÊNCIA DE BEM IMÓVEL PERANTE O REGISTRO
IMOBILIÁRIO. DESNECESSIDADE DE INVENTÁRIO. 2. Tendo a alienação do imóvel em
questão sido realizada anteriormente ao falecimento do de cujus, por contrato de promessa de
compra e venda formalizado por escritura pública (...) o imposto incidente sobre a transferência do
bem não será o ITCMD, mas sim o ITBI, a ser recolhido quando da emissão das guias respectivas
pelo registro de imóveis, o qual deverá onerar o adquirente, e não os sucessores do alienante. Apelo
provido. (Apelação Cível Nº 70028385268, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,
Relator: José Ataídes Siqueira Trindade, Julgado em 04/03/2009). Agora, quanto ao que sobejar, ou
seja, o saldo credor da promessa de compra e venda: Calcula-se o imposto de transmissão causa
mortis sobre o saldo credor da promessa de compra e venda de imóvel, no momento da abertura da
sucessão do promitente vendedor (Súmula 590 do STF).
OBS vitaminada: explique-se: nos casos que embasaram esta súmula, o compromisso era
verbal. Portanto, nem transcrição havia no Registro de Imóveis. Logo, os bens pertenciam ao
falecido e, por isso, integram o espólio e, consequentemente, vão a inventário, com o
pagamento do imposto de transmissão. O cálculo feito sobre o saldo devedor é mais justo,
porquanto os herdeiros têm apenas esse valor a receber. Apenas os direitos à percepção do
saldo credor do compromisso são transmitidos aos herdeiros e não o valor integral deste. O
ativo é avaliado; o passivo, liquidado; e o imposto é calculado sobre o resultado líquido, ou
seja, sobre o quinhão hereditário, sobre a herança líquida.
PROGRESSIVIDADE – NÃO CABIMENTO, SALVO PREVISÃO CONSTITUCIONAL
EXPRESSA: "a progressividade, nos impostos reais, é vedada, salvo autorização constitucional
expressa, conforme a jurisprudência do STF, da qual se extrai que não se prestam a revelar
capacidade contributiva e que, por isso não podem ser graduados com base nela" (PAUSEN, 2008.
p. 718).
OBS vitaminada: o STF decidiu em 6.2.2013 (inf. 694: RE 562045/RS) que a lei pode
prever a técnica da progressividade tanto para os impostos pessoais como também para os
reais. O § 1º do art. 145 da CF/88 não proíbe que os impostos reais sejam progressivos (§ 1º
232
Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a
capacidade econômica do contribuinte). O ITCMD (que é um imposto real) pode ser
progressivo mesmo sem que esta progressividade esteja expressamente prevista na CF/88.
Ao contrário do que ocorria com o IPTU (Súmula 668-STF), não é necessária a edição de
uma EC para que o ITCMD seja progressivo. Vale ressaltar que a expressão “sempre que
possível”, acima utilizada, não se aplica para a segunda parte do parágrafo (“capacidade
contributiva”). As conclusões são as seguintes: 1) sempre que possível os impostos terão
caráter pessoal; 2) sempre os impostos serão graduados segundo a capacidade econômica do
contribuinte. O STF decidiu que todos os impostos, independentemente de sua classificação
como de caráter real ou pessoal, podem e devem guardar relação com a capacidade
contributiva do sujeito passivo.
VIII) alíquotas: o Senado Federal por meio da Resolução nº 09/1992, estabeleceu a alíquota
máxima de 8 % (155, §1º, IV, CF: § 1.º O imposto previsto no inciso I (ITCMD): IV - terá suas
alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal);
IX) contribuintes: ausência de determinação constitucional. Pode ser qualquer das partes na
operação tributária, cabendo ao legislador estadual defini-lo. Em regra será: a) causa mortis: o
herdeiro ou legatário; b) doação: o doador ou donatário;
X) lançamento: por declaração (com base em informações prestadas pelo próprio sujeito passivo,
quando este declara o valor do bem, ou por terceiro, podendo citar como exemplo a avaliação
judicial).
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Serviços públicos propriamente estatais, em cuja prestação o Estado atue no exercício de sua
soberania, visualizada sob ponto de vista interno e externo. Esses serviços são indelegáveis e
remunerados por Taxa. Mas o particular pode optar por sua utilização ou não (não pode haver
cobrança pela mera potencialidade). Ex: Emissão de passaportes e o serviço jurisdicional (custas
judiciais);
Serviços públicos essenciais ao interesse púbico: são remunerados por taxa. E porque são
atividades essenciais ao interesse público, à comunidade ou à coletividade, a taxa incidirá sobre a
utilização efetiva ou potencial do serviço. É preciso que a lei estabeleça a cobrança sobre a
prestação potencial, ou admita essa cobrança por razão de interesse público. Ex: o serviço de
distribuição de água, de coleta de lixo, de esgoto, de sepultamento;
Serviços públicos não essenciais e que, quando não são utilizados, disso não resulta dano ou
prejuízo para a comunidade ou para o interesse público. Esses serviços são, em regra, delegáveis,
vale dizer, podem ser concedidos e podem ser remunerados mediante preço público. Ex: serviço
postal, serviço telefônico, telegráfico, de distribuição de energia, de gás etc.
4. Casos importantes.
Serviços notariais e de registro, embora exercidos em caráter privado, por delegação do poder
público (art. 234 da CF/88), são funções essencialmente estatais e que se sujeitam a regime de
direito público. Com isso, o produto da arrecadação das custas ou emolumentos não pode ser
destinado a custear serviços públicos diversos ou entidades meramente privadas, porque isso
desvirtuaria a função constitucional da taxa, que é um tributo vinculado (ADI 2040).
Adicional tarifário, conhecido como “seguro-apagão” (encargo emergencial criado pela Lei
Federal 10.438/02): é preço público, pois a energia elétrica é um serviço facultativo,
disponibilizado por meio de concessionária, cuja contraprestação não se configura como tributo
(STF).
Água e esgoto, segundo STF e STJ, são remunerados por tarifa ou preço público e não por taxas.
Por isso o STJ editou a súmula 412 (“a ação de repetição de indébitos de tarifa de água e esgoto
sujeita-se ao prazo prescricional estabelecido no Código Civil”).
5. Súmula Vinculante:
SV n. 19: A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e
tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o art. 145, II, da
Constituição Federal.
SV n. 12: A cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas viola o disposto no art. 206,
IV, da Constituição Federal.
6. Repercussão Geral:
Recurso Extraordinário 1. Repercussão geral reconhecida. 2. Alegação de inconstitucionalidade da
taxa de renovação de localização e de funcionamento do Município de Porto Velho. 3. Suposta
violação ao artigo 145, inciso II, da Constituição, ao fundamento de não existir comprovação do
efetivo exercício do poder de polícia. 4. O texto constitucional diferencia as taxas decorrentes do
exercício do poder de polícia daquelas de utilização de serviços específicos e divisíveis,
facultando apenas a estas a prestação potencial do serviço público. 5. A regularidade do
exercício do poder de polícia é imprescindível para a cobrança da taxa de localização e
fiscalização. 6. À luz da jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal, a existência do órgão
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concessionários (pessoas de direito público ou de direito privado) tem por suporte, em tais casos, a
idêntica natureza da exação de que são credores. Não há razão, portanto, para aplicar ao caso o art.
1º do Decreto 20.910⁄32, norma que fixa prescrição em relação às dívidas das pessoas de direito
público, não aos seus créditos." (REsp 928.267⁄RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, Primeira
Seção, julgado em 12.08.2009, DJe 21.08.2009). 5. O Código Civil de 1916 (Lei 3.071) preceituava
que: Art. 177. As ações pessoais prescrevem, ordinariamente, em 20 (vinte) anos, as reais em 10
(dez), entre presentes, e entre ausentes, em 15 (quinze), contados da data em que poderiam ter sido
propostas. (...) Art. 179. Os casos de prescrição não previstos neste Código serão regulados, quanto
ao prazo, pelo art. 177." 6. O novel Código Civil (Lei 10.406⁄2002, cuja entrada em vigor se deu em
12.01.2003), por seu turno, determina que: "Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei
não lhe haja fixado prazo menor. (...) Art. 2.028. Serão os da lei anterior os prazos, quando
reduzidos por este Código, e se, na data de sua entrada em vigor, já houver transcorrido mais da
metade do tempo estabelecido na lei revogada." 7. Consequentemente, é vintenário o prazo
prescricional da pretensão executiva atinente à tarifa por prestação de serviços de água e esgoto,
cujo vencimento, na data da entrada em vigor do Código Civil de 2002, era superior a dez anos. Ao
revés, cuidar-se-á de prazo prescricional decenal. 8. In casu, os créditos considerados prescritos
referem-se ao período de 1999 a dezembro de 2003, revelando-se decenal o prazo prescricional,
razão pela qual merece reforma o acórdão regional. 9. Recurso especial provido, determinando-se o
retorno dos autos à origem, para prosseguimento da execução fiscal, uma vez decenal o prazo
prescricional pertinente. Acórdão submetido ao regime do artigo 543-C, do CPC, e da Resolução
STJ 08⁄2008. (REsp 1.117.903, julgado em 01/02/2010).
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depois às taxas e por fim aos impostos; III - na ordem crescente dos prazos de prescrição; IV - na
ordem decrescente dos montantes.
Pagamento antecipado e a homologação do lançamento. Observar que para os tributos sujeitos a
lançamento por homologação, apesar de o CTN falar em extinção do crédito com o pagamento,
referido efeito fica condicionado à homologação pelo fisco, ainda que tácita. O termo inicial de
decadência (5 anos) para o fisco lançar diferenças ou o próprio crédito não declarado inicia-se,
conforme STJ: a) quando não há sequer declaração por parte do contribuinte, ou quando o
pagamento se dá com dolo, fraude ou simulação, a partir do 1º dia do exercício seguinte; b) havendo
pagamento sem os vícios de fraude, dolo ou simulação, a partir da data do fato gerador. Obs.:
quando o contribuinte declara o valor devido, mas não paga, não há o que homologar, de modo que
a partir do vencimento da obrigação já começa a correr o prazo prescricional de cinco anos para
inscrição do débito em dívida ativa e cobrança judicial.
Dação em pagamento. Prevista nos arts. 356 a 359 do CC, o CTN admite, exclusivamente, a dação
em pagamento em bens imóveis. Foi incluida pela Lei Complementar nº 104/2001 e representa
modalidade indireta de extinção do crédito tributário.
Súmulas.
70 do STF: “É inadmissível a interdição de estabelecimento como meio coercitivo para cobrança de
tributo”
323 do STF: “É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de
tributos.”
547 do STF: “Não é lícito a autoridade proibir que o contribuinte em débito adquira estampilhas,
despache mercadorias nas alfândegas e exerça suas atividades profissionais.”
OBS vitaminada: MPF/25º: Com o pagamento, no lançamento por homologação, pode ser
considerado definitivamente extinto o crédito tributário. (FALSO!) Resposta: com a homologação
é que será definitivamente extinto o crédito tributário (art. 150, §4º, do CTN).
OBS vitaminada: MPF/18º: Tratando-se de tributo com lançamento por homologação, o
pagamento antecipado pelo obrigado extingue o crédito tributário sob condição suspensiva.
(FALSO!)
OBS vitaminada: MPF/15º: O pagamento antecipado pelo obrigado extingue o crédito tributário:
a) sob condição resolutória; b) sob condição suspensiva; c) sob condição resolutória em relação ao
contribuinte, e sob condição suspensiva em relação à Fazenda Pública; d) não se submete a nenhuma
condição. (resposta “a”)
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1. Competência. Competente para a cobrança do ICMS é o Estado em que se verifica a sua hipótese
de incidência. Em se tratando de mercadoria importada, a competência para cobrar o ICMS é do
Estado em que está situado o estabelecimento importador. (Hugo de Brito Machado). O Supremo
Tribunal Federal fixou jurisprudência no sentido de que o sujeito ativo da relação jurídico-
tributária do ICMS é o Estado onde estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário
jurídico da mercadoria importada, pouco importando se o desembaraço aduaneiro ocorreu por
meio de outro ente federativo (RE-AgR 598051, 12.05.2009)169.
2. Função predominante: fiscal, apesar de a CF permitir que seja seletivo (art. 155, §2, III),
faculdade que se utilizada proporcionaria visíveis notas de extrafiscalidade (obs.: no IPI a
seletividade é obrigatória)170.
3. Mercadoria: O que caracteriza uma coisa como mercadoria é a destinação. Mercadorias são
aquelas coisas móveis destinadas ao comércio. (Hugo de Brito Machado). “É o bem móvel, que está
sujeito à mercancia, porque foi introduzido no processo circulatório econômico” (Souto Maior
Borges, citado por Ricardo Alexandre, p. 568). Ressalvada a energia elétrica (equiparada à
mercadoria pela CF), somente são consideradas mercadorias os bens corpóreos.
Programas de computadores e ICMS: O STF fez a separação entre o licenciamento ou cessão do
direito de uso de determinado programa e o caso do sofware produzido em larga escala para
comercialização (software de prateleira). No primeiro caso há a predominância do serviço, incidindo
o ISS; no segundo, há mercadoria, incidindo o ICMS (STF, RE 176.626/SP, DJ 11.12.1998).
169OBS vitaminada: MPF/25º: O sujeito ativo do ICMS devido nas operações de importação pode ser ou o ente federado em que
localizado o real destinatário jurídico da mercadoria ou o Estado diverso do destinatário final, mediante transferência do bem
importado com “escala”, chamada importação indireta. (FALSO!)
OBS vitaminada: MPF/24º: Estado da federação move ação declaratória de legitimidade ativa exclusiva contra outro estado, para
exigência do ICMS sobre importação de álcool carburante, realizada por empresa pública federal. Consta que a entrada física do
álcool carburante, no território brasileiro, deu-se no estado-réu, com destino ao estabelecimento importador situado no estado-autor
para, posteriormente, ser transportado e comercializado em uma terceira unidade federativa. Esta ingressou na lide, postulando ver
reconhecida sua titularidade da exação fiscal, afastando a das partes ex-adversa. No caso concreto o sujeito ativo do impost é a
pessoa política em que estiver localizado o estabelecimento importador.
170OBS vitaminada: MPF/23º: Segundo a CF, no que se refere aos tributos IPI e ICMS, pode-se afirmar que o IPI e o ICMS serão
seletivos apenas com relação aos produtos, mercadorias e serviços definidos em lei complementar. (FALSO!)
OBS vitaminada: MPF/23º: Segundo a CF, no que se refere aos tributos IPI e ICMS, pode-se afirmar que o IPI será seletivo, em
função da essencialidade do produto e o ICMS poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
Gravações em vídeo: empresa contratada para filmar um evento pagará ISS; empresa que vende
cópias cinematográficas gravadas em série pagará ICMS (Súmula 662 do STF).
É necessária a habitualidade no exercício da atividade mercantil para que se reconheça finalidade
comercial na operação e, por conseguinte, incidência do ICMS.
4. Serviços tributados pelo ICMS: As prestações de serviços sujeitas ao ICMS são aquelas
relativas exclusivamente a transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação. Para
Hugo de Brito Machado, somente as prestações de serviço onerosas ensejam a incidência do ICMS.
OBS vitaminada: MPF/24º171: Comerciante vende mercadoria, a transporta e entrega, ele
próprio, ao comprador, domiciliado em outro estado da federação. Na hipótese:
o ICMS
incide sobre a operação relativa à mercadoria e o Imposto sobre Serviços (ISS) sobre o
transporte, consoante a Lei Complementar que confere aos Municípios competências para
que tributem os serviços de qualquer natureza. (FALSO!) Resposta: não há incidência do
ISS sobre a prestação de serviço de transporte interestadual, fato este imponível do ICMS-
Transporte
Súmula 334 do STJ: “O ICMS não incide no serviço dos provedores de acesso à Internet”, pois não
são serviços de telecomunicações, e sim serviços de valor adicionado (art. 61 da Lei 9.472/97).
Não incide ICMS sobre habilitação de aparelho celular (mera atividade intermediária).
Não incide ICMS “nas prestações de serviços de comunicação nas modalidades de radiodifusão
sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita”.
OBS vitaminada: Pergunta da prova oral do 27º: No fornecimento de alimentos por restaurante,
incide ICMS ou ISS? Restaurantes e similares: há fornecimento de mercadorias mais serviços, mas
prepondera a mercadoria e incide ICMS.
5. Não-cumulatividade: o ICMS será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada
operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas
anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal (art. 155, §2, I, CF).
OBS vitaminada: MPF/23º: Segundo a CF, no que se refere aos tributos IPI e ICMS, pode-
se afirmar que o IPI e o ICMS são impostos não-cumulativos, compensando-se o que for
devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores.
De acordo com o art. 155, §2º, II, a isenção ou não-incidência, salvo determinação em contrário da
legislação: a) não implicará crédito para compensação com o montante devido nas operações ou
prestações seguintes; b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores.
Não há ofensa ao princípio da não-cumulatividade na hipótese de a legislação estadual não consentir
com a compensação de créditos de ICMS advindos da aquisição de bens destinados ao consumo e ao
ativo fixo do contribuinte (STF, AI-AgR-ED 487.396, DJ 18.11.05).
Não se pode vedar a compensação do valor recolhido na operação anterior pelo simples fato de a
mercadoria ter sido adquirida usada, com uma diminuição valorativa na base de cálculo (STF, AI-
AgR-ED 389.871, DJ 04.03.05).
Não ofende o princípio da não-cumulatividade a exigência de estorno proporcional de crédito do
ICMS relativo à entrada de mercadorias que, posteriormente, tem a saída tributada com base de
171 Resposta: “c”.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
7. ICMS nas importações: nos termos do art. 155, §2º, IX, a, incidirá ICMS sobre a entrada de bem
ou mercadoria importados do exterior por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade, assim como sobre o serviço prestado no
exterior, cabendo o imposto ao Estado onde estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do
destinatário da mercadoria, bem ou serviço (pouco importa se o desembaraço aduaneiro ocorreu em
repartição fiscal localizada em ente federativo diverso).
OBS vitaminada: MPF/16º: Ocorre o fato gerador do ICMS, em se cuidando de
mercadoria importada, quando do recebimento da mercadoria, ao ensejo de respectivo
desembaraço aduaneiro. Resposta: Súmula 661 STF: “Na entrada de mercadoria importada
do exterior, é legítima a cobrança do ICMS por ocasião do desembaraço aduaneiro”.
8. ICMS e operações de leasing: a) no caso de leasing interno, não há a incidência do ICMS, salvo
quando efetivada a venda do bem arrendado ao arrendatário; b) na importação realizada mediante
operação de leasing internacional, incide o ICMS, salvo se não houver opção de compra celebrada já
no aperfeiçoamento do contrato e existir, de fato e de direito, a possibilidade de devolução do bem
ao arrendador (que é o caso do leasing de aeronaves e/ou peças e equipamentos de aeronaves),
hipótese em que a incidência do imposto somente ocorrerá se (e quando) for efetivada a venda do
bem arrendado ao arrendatário.
OBS vitaminada: MPF/23º: Na importação de equipamento através de contrato de
arrendamento mercantil (leasing) incide o ICMS.
9. Tributação de mercadorias fornecidas conjuntamente com serviços - hipóteses:
O serviço não está previsto na LC 116/03 (lista dos serviços de competência dos municípios): o
ICMS incidirá sobre o valor total da operação;
O serviço está previsto na LC 116/03, sem ressalva de cobrança do ICMS: o ISS incide sobre o
valor total da operação;
O serviço está previsto na LC 116/03, com ressalva de cobrança do ICMS: o ISS incide sobre o
valor do serviço e o ICMS incide sobre o valor das mercadorias fornecidas.
Súmula 163 do STJ: “O fornecimento de mercadorias com a simultânea prestação de serviços em
bares, restaurantes e estabelecimentos similares constitui fato gerador do ICMS a incidir sobre o
valor total da operação”. OBS vitaminada: Pergunta da prova oral do 27º: No fornecimento de
alimentos por restaurante, incide ICMS ou ISS?
Súmula 156 do STJ: “A prestação de serviço de composição gráfica, personalizada e sob
encomenda, ainda que envolva fornecimento de mercadorias, está sujeita, apenas, ao ISS”.
10. Imunidades - exportações: de acordo com a EC 42/03, que alterou a redação do art. 155, §2º,
X, a, da CF, são imunes ao ICMS todas as exportações de mercadorias e serviços, assegurada a
manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e prestações
anteriores.
11. Imunidades – combustíveis e lubrificantes derivados de petróleo e energia elétrica: o
petróleo e seus derivados e a energia elétrica seguem a regra oposta nas operações interestaduais, de
modo que o produto da arrecadação cabe ao Estado em que ocorre o consumo. A operacionalização
técnica dessa decisão política se concretizou mediante a concessão de imunidade às operações que
destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele
derivados, e energia elétrica (CF, 155, §2, X, b)172. De acordo com o STF, a imunidade ora analisada
172 CF, 155, §2, X, b: O ICMS não incidirá sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes,
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
não se aplica a todo e qualquer derivado de petróleo, mas somente aos combustíveis líquidos e
gasosos e lubrificantes (AI 199.516-AgR, Rel. Moreira Alves).
12. ICMS sobre combustíveis e lubrificantes – incidência monofásica e não aplicação de
imunidade: O art. 155, §2º, XII, h, da CF (incluída pela EC 33/01), previu caber à lei
complementar definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá uma
única vez, qualquer que seja a sua finalidade, hipótese em que não se aplicará a imunidade tributária
prevista no art. 155, §2º, X, b (imunidade sobre operações que destinem petróleo e cia. a outros
Estados, acima mencionada: item 11). Trata-se de incidência monofásica com substituição tributária
para frente. Entretanto, mesmo nesse caso, em se tratando de combustíveis e lubrificantes
derivados de petróleo, a totalidade do imposto caberá ao Estado onde ocorrerá o consumo (art. 155,
§4º, I, CF), não havendo, assim, qualquer mácula ao pacto federativo.
Da mesma forma, a nova sistemática garantiu que nas operações interestaduais, com gás natural e
seus derivados, e lubrificantes e combustíveis não derivados de petróleo (mercadorias que não
faziam parte do pacto de repartição da arrecadação conforme o consumo), seriam mantidos os
critérios de repartição anteriores à EC 33/01, ou seja, tudo em simetria com o que foi estudado do
item 6, “ICMS nas operações interestaduais” acima.
No que concerne ao ICMS monofásico sobre combustíveis e lubrificantes, a EC 33/01 ainda
trouxe outras regras – incluídas no art. 155, §4º, IV – segundo as quais as alíquotas do imposto: a)
Serão definidas mediante deliberação dos Estados e DF (exceção à legalidade); b) Serão uniformes
em todo o território nacional, podendo ser diferenciadas por produto; c) Poderão ser específicas, por
unidade de medida adotada (ex.: centavos por litro), ou ad valorem, incidindo sobre o valor da
operação ou sobre o preço que o produto ou seu similar alcançaria em uma venda em condições de
livre concorrência; d) Poderão ser reduzidas e restabelecidas, não se lhes aplicando o disposto no art.
150, III, b, da CF (exceção ao princípio da anterioridade, no caso de restabelecimento de alíquota).
Nos termos do art. 155, §5º, CF, “as regras necessárias à aplicação do disposto no § 4º, inclusive as
relativas à apuração e à destinação do imposto, serão estabelecidas mediante deliberação dos
Estados e do Distrito Federal, nos termos do § 2º, XII, g” (XII - cabe à lei complementar: g) regular
a forma como, mediante deliberação dos Estados e do DF, isenções, incentivos e benefícios fiscais
serão concedidos e revogados.).
13. Fatos geradores – pontos específicos: o art. 155, II, da CF fala em “operações relativas à
circulação de mercadorias”. Essa circulação deve ser jurídica, implicando transferência de
propriedade (não apenas fática). Súmula 573 do STF: “não constitui fato gerador do imposto de
circulação de mercadoria a saída física de máquinas, utensílios e implementos a título de comodato”.
Súmula 166 do STF: “Não constitui fato gerador do ICMS o simples deslocamento de mercadoria
de um para outro estabelecimento do mesmo contribuinte.” Mercadoria importada: O Plenário do
STF, no julgamento do RE 193.817-0/RJ, a 23.10.1996, por maioria de votos, firmou orientação
segundo a qual, em se cuidando de mercadoria importada, o fato gerador do ICMS não ocorre com a
entrada no estabelecimento do importador, mas, sim, quando do recebimento da mercadoria, ao
ensejo do respectivo desembaraço aduaneiro. (RE-AgR 216251).
OBS vitaminada: MPF/16º: Ocorre o fato gerador do ICMS, em se cuidando de
mercadoria importada, quando do recebimento da mercadoria, ao ensejo de respectivo
desembaraço aduaneiro. Resposta: Súmula 661 STF: “Na entrada de mercadoria importada
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OBS vitaminada: MPF/24º: COMERCIANTE VENDE MERCADORIA, A TRANSPORTA E ENTREGA, ELE PRÓPRIO, AO
COMPRADOR, DOMICILIADO EM OUTRO ESTADO DA FEDERAÇÃO. NA HIPÓTESE:
a) o ICMS será exigido sobre a parte do valor praticado na venda da mercadoria;
b) o ICMS será devido, mas com aplicação da alíquota atinente a serviços de transporte transmunicipal;
c) o ICMS será devido sobre o valor total praticado, a ele se aplicando as bases de cálculo, alíquotas, formas de recolhimento etc. do
ICMS - Operações Mercantis;
d) O ICMS incide sobre a operação relativa à mercadoria e o Imposto sobre Serviços (ISS) sobre o transporte, consoante a Lei
Complementar que confere aos Municípios competências para que tributem os serviços de qualquer natureza.
Resposta: “c”. O art. 13, §1º, II, b, da LC 87/96, estabelece que integra a BC do ICMS o valor correspondente ao frete
apenas no caso de o transporte ser efetuado pelo próprio remetente ou por sua conta e ordem e seja cobrado em separado,
estando a hipótese da questão aqui incluída. Logo, será devido o tributo sobre o falor total praticado, a ele se aplicando as
BC, alíquotas, formas de recolhimento, dentre outros, do ICMS-Operações Mercantis. Não há incidência do ISS sobre a
prestação de serviço de transporte interestadual, fato este imponível do ICMS-Transporte
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174OBS vitaminada: explicando a súmula: várias ações foram ajuizadas, defendendo a aplicação analógica do art. 1º, VI, da LC nº
4/69 (que isentava do ICM as mercadorias importadas e isentas de IPI), para a redução da alíquota do ICMS à mercadorias
importadas com redução de alíquota do IPI; assim dispunha: art. 1º. Ficam isentas do ICM: VI – as entradas de mercadorias cuja
importação estiver isenta do imposto, de competência da União, sobre importação de produtos estrangeiros. Ocorre que a redução
de alíquota não se equipara à isenção parcial, tratando-se de institutos distintos.
175OBS vitaminada: infere-se do texto constitucional que este, implicitamente, delimitou a BC possível do ICMS como sendo o
valor da operação mercantil efetivamente realizada. Neste sentido, a BC do ICMS não é o preço anunciado ou constante de tabelas. É
o valor da operação, e este se define no momento em que a operação se concretiza. Assim, os valores concernentes aos descontos
ditos promocionais, assim como os descontos para pagamento à vista, ou de quaisquer outros descontos cuja efetivação não fique a
depender de evento futuro e incerto (descontos condicionais, este, sim, compõem a BC do ICMS), não integram a BC do ICMS,
porque não fazem parte do valor da operação da qual decorre a saída da mercadoria.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
operação de importação de bem não viola, em princípio, a regra da vedação à cumulatividade (art.
155, § 2o, I da Constituição), pois se não houver acumulação da carga tributária, nada haverá a ser
compensado.
INF 734/2014: (i) O ICMS não incide sobre o serviço de habilitação de telefone celular. O ICMS é
um imposto estadual que tem como um dos fatos geradores a prestação onerosa de serviços de
comunicação. Existem alguns serviços prestados pelas empresas que são acessórios aos serviços de
comunicação. Exs: troca de titularidade de aparelho celular, conta detalhada, troca de aparelho etc.
Não incide ICMS sobre a prestação de serviços acessórios aos serviços de comunicação. STF.
Plenário. RE 572020/DF. (ii) É devida a cobrança de ICMS nas operações ou prestações de serviço
de transporte terrestre interestadual e intermunicipal de passageiros e de cargas. STF. Plenário. ADI
2669/DF.
INF. 701/2013: o serviço de fornecimento de água encanada NÃO está sujeito ao pagamento de
ICMS, visto que não é objeto de comercialização, mas sim de prestação de serviço público. Já o
serviço de fornecimento de água envasada (embalada – garrafa de água mineral) está sujeito ao
pagamento de ICMS, pois nesse caso há circulação de mercadoria. Segundo o STF, mercadoria, para
fins de ICMS, é o bem móvel sujeito à mercancia (objeto de atividade mercantil). As águas públicas
derivadas de rios ou mananciais são qualificadas juridicamente como bem de uso comum do povo,
conforme preveem os arts. 20, III, e 26, I, da CF. Logo, não podem ser equiparadas a mercadoria. O
fato de a empresa fazer o tratamento químico da água para que esta se torne apropriada para o
consumo não tem o condão de descaracterizar a água como bem público de uso comum de todos.
Além disso, as concessionárias responsáveis pelo fornecimento da água não detêm poderes jurídicos
de disposição sobre a água, tampouco poderiam lhe dar destinação comercial, dada a sua natureza de
bem público. Assim, não se pode falar que elas fazem a “circulação de mercadoria”. RE 607056/RJ
Jurisprudência do STJ:
INF. 537/2014: Súmula 509-STJ: É lícito ao comerciante de boa-fé aproveitar os créditos de
ICMS decorrentes de nota fiscal posteriormente declarada inidônea, quando demonstrada a
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
veracidade da compra e venda. 26/03/2014. O comerciante que adquire mercadoria, cuja nota
fiscal (emitida pela empresa vendedora) tenha sido, posteriormente declarada inidônea, é
considerado terceiro de boa-fé, o que autoriza o aproveitamento do crédito do ICMS pelo princípio
da não-cumulatividade, desde que demonstrada a veracidade da compra e venda efetuada (em
observância ao disposto no art. 136, do CTN). O adquirente de boa-fé não pode ser responsabilizado
pela inidoneidade de notas fiscais emitidas pela empresa vendedora; todavia, para tanto, é necessário
que o contribuinte demonstre que a operação de compra e venda efetivamente se realizou,
incumbindo-lhe, o ônus da prova. O ato declaratório da inidoneidade somente produz efeitos a partir
de sua publicação. Assim, somente se a distribuidora comprasse os produtos após a declaração de
inidoneidade é que não poderia ser feito o creditamento do ICMS.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
Resposta: Súmula 432 do STJ - As empresas de construção civil não estão obrigadas a
pagar ICMS sobre mercadorias adquiridas como insumos em operações interestaduais. A
atividade-fim das empresas de construção civil submete-se à tributação pelo ISS. Por não
serem consideradas contribuintes do imposto estadual, o ICMS incidente sobre as compras
interestaduais dessas empresas não gera crédito para o Estado de destino – estritamente
deferido aos contribuintes do imposto –, além de, obrigatoriamente, ser calculado pela
alíquota interna e recolhido integralmente pelo vendedor ao Estado de origem conforme reza
o art. 155, §2º, VII, b, da CF (VII - em relação às operações e prestações que destinem bens
e serviços a consumidor final localizado em outro Estado, adotar-se-á: b) a alíquota interna,
quando o destinatário não for contribuinte dele). Em virtude disso, não há, nesses casos,
substrato constitucional que embase a cobrança de diferencial de alíquotas interestadais de
ICMS quando da compra de materiais utilizados como insumos para operação das empresas
de construção civil.
OBS vitaminada: MPF/25º: O sujeito ativo do ICMS devido nas operações de importação pode
ser ou o ente federado em que localizado o real destinatário jurídico da mercadoria ou o Estado
diverso do destinatário final, mediante transferência do bem importado com “escala”, chamada
importação indireta. (FALSO!) Resposta: na importação, o sujeito ativo do ICMS é o Estado em
que está localizado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário da mercadoria, nos termos do
art. 155, § 2º, IX, “a”, da CF: o ICMS incidirá também: sobre a entrada de bem ou mercadoria
importados do exterior por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do
imposto, qualquer que seja a sua finalidade, assim como sobre o serviço prestado no exterior,
cabendo o imposto ao Estado onde estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário
da mercadoria, bem ou serviço.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
b) o ICMS será devido, mas com aplicação da alíquota atinente a serviços de transporte
transmunicipal;
c) o ICMS será devido sobre o valor total praticado, a ele se aplicando as bases de cálculo, alíquotas,
formas de recolhimento etc. do ICMS - Operações Mercantis;
d) O ICMS incide sobre a operação relativa à mercadoria e o Imposto sobre Serviços (ISS) sobre o
transporte, consoante a Lei Complementar que confere aos Municípios competências para que
tributem os serviços de qualquer natureza.
Resposta: o art. 13, §1º, II, b, da LC 87/96, estabelece que integra a BC do ICMS o valor
correspondente ao frete apenas no caso de o transporte ser efetuado pelo próprio remetente
ou por sua conta e ordem e seja cobrado em separado, estando a hipótese da questão aqui
incluída. Logo, será devido o tributo sobre o falor total praticado, a ele se aplicando as BC,
alíquotas, formas de recolhimento, dentre outros, do ICMS-Operações Mercantis. Não há
incidência do ISS sobre a prestação de serviço de transporte interestadual, fato este
imponível do ICMS-Transporte
OBS vitaminada: MPF/24º 181 : A TEOR DO PARÁGRAFO 7º, DO ART. 150, DA CF,
ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA:
a) é assegurado o direito de o contribuinte do ICMS, sujeito ao regime de substituição tributária para
frente, compensar-se, em sua escrita fiscal, dos valores pagos a maior, nas hipóteses em que a base
de cálculo real tiver sido inferior àquela arbitrada;
b) o conceito de fato gerador não realizado, no regime de substituição tributária para frente, equivale
ao fato gerador de operação realizada em valor inferior ao presumido;
c) considerando a finalidade do instituto da substituição tributária, no caso de a base de cálculo real
vier a ser superior àquela antes estabelecida, fica a Fazenda Pública inibida de cobrar eventual
diferença;
d) somente nos casos de não realização do fato imponível presumido é que se permite a repetição
dos valores recolhidos.
Resposta: o dispositivo mencionado rebate quaisquer dúvidas quanto às assertivas “a”, “b” e
“d”; o STF entende que cabe restituição apenas na hipótese de não ocorrência do fato
gerador presumido, mas não quando, tendo ocorrido, seja a maior ou a menor. A dúvida fica
com a alternativa “c”, cujo entendimento seria até válido, não fosse a afirmativa de que ele
atende a finalidade da substituição tributária. A questão merecia sopesamento da Banca, uma
vez que, se não pode o contribuinte reclamar diferença no pagamento a maior do imposto
presumido, não poderia o Fisco cobrar a diferença a maior.
OBS vitaminada: MPF/24º182: Estado da federação move ação declaratória de legitimidade ativa
exclusiva contra outro estado, para exigência do ICMS sobre importação de álcool carburante,
realizada por empresa pública federal. Consta que a entrada física do álcool carburante, no território
brasileiro, deu-se no estado-réu, com destino ao estabelecimento importador situado no estado-autor
para, posteriormente, ser transportado e comercializado em uma terceira unidade federativa. Esta
ingressou na lide, postulando ver reconhecida sua titularidade da exação fiscal, afastando a das
partes ex-adversa. No caso concreto o sujeito ativo do imposto:
a) concentra-se no Estado onde ocorreu o desembaraço aduaneiro, dado que relevante a entrada
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
física da mercadoria;
b) é o terceiro Estado em que se dá a comercialização do álcool carburante;
c) é a pessoa política em que estiver localizado o estabelecimento importador;
d) sofre limitação à competência tributária porquanto a empresa pública federal é beneficiária de
imunidade, descabendo a cobrança do tributo.
Dispõe o art. 155, §2º, IX, “a”, que incide ICMS sobre a entrada de bem ou mercadoria
importados do exterior por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual
do imposto, qualquer que seja a sua finalidade, assim como sobre o serviço prestado no
exterior, cabendo o imposto ao Estado onde estiver situado o domicílio ou o
estabelecimento do destinatário da mercadoria, bem ou serviço. Quanto à alternativa “d”,
sabe-se que empresa pública federal, em regra, não é beneficiária de imunidade, uma vez que
o texto constitucional só estende a imunidade recíproca para autarquias e fundações (§ 2º,
art. 150, CF). No entanto, quando estas prestam serviços públicos obrigatórios, exclusivos do
Estado, a imunidade lhes é estendida o que não ficou evidenciado no enunciado da questão.
Resposta: STF: De acordo com a Constituição de 1988, incide ICMS sobre a entrada de
mercadoria importada do exterior. Desnecessária, portanto, a verificação da natureza jurídica
do negócio internacional do qual decorre a importação, o qual não se encontra ao alcance do
Fisco nacional. O disposto no art. 3º, inciso VIII, da Lei Complementar n. 87/96 aplica-se
exclusivamente às operações internas de leasing. (RE 206.069/SP, 1º-09-2005). ATENÇÃO!
STF: Quando não houver opção de compra no contrato de leasing, não incide ICMS sobre as
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
Fundamento constitucional e objetivo. Tem como fundamento o art. 150, inciso V, da CF, que
proíbe aos entes federados o estabelecimento de limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio
de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de
vias conservadas pelo Poder Público. O tema insere-se dentro no Título VI da CF, Capítulo I
(Sistema Tributário Nacional), Seção II (limitações do poder de tributar). O objetivo inicial do
constituinte foi evitar que os entes políticos criassem tributos incidentes sobre a passagem de
pessoas e bens em seus territórios. Em última análise, o que está em causa é a liberdade de
locomoção, mais do que a não discriminação de bens ou pessoas; ademais, prestigiam-se a liberdade
de comércio e o princípio federativo. O mesmo legislador constituinte, todavia, atenuou tal princípio
da não limitação ao tráfego de pessoas e bens, mediante a cobrança de pedágio. Trata-se, portanto,
de exceção ao principio da não-limitação ao tráfego de pessoas e bens. OBS vitaminada: o pedágio
tem como objetivo o custeio do serviço de conservação das vias públicas feita pelo Poder Público e
é cobrado de quem as utiliza.
OBS vitaminada: segundo a banca do MPF, o artigo 150, V, da CF, prevê o princípio da
paridade jurídica, como se pode ver da questão abaixo:
MPF/15º: À vista do princípio da paridade jurídica consagrado no art. 150, V, da CF*, a
União, no exercício de sua competência impositiva prevista no art. 153, V, da Lei
Fundamental não pode cobrar do Município o IOF.
* Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: V - estabelecer limitações ao tráfego de
pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a
cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público.
Natureza jurídica. O tema é bastante controvertido, no que diz com a natureza jurídica do pedágio,
se tributária ou não. Para o STF, pedágio possui natureza de TAXA de serviço (RE 181.475,
julgado em maio de 1999). O fato gerador seria a utilização (efetiva) da rodovia. A base de cálculo
deve ser fixada em lei, de forma que guarde relação direta com o custo do benefício prestado ao
contribuinte, devendo levar em consideração, portanto, elementos como peso e dimensões do
veículo, número de eixos e a distância percorrida.
Divergências doutrinárias: 1ª corrente: capitaneada por Geraldo Ataliba, Aires Barreto, Luciano
Amaro e Leandro Paulsen, entre outros, perfilham o entendimento do STF, segundo o qual pedágio
possui natureza tributária de TAXA. De acordo com essa corrente, a coisa ou fato estatal a que se
liga o pedágio não é uma prestação de serviço (de conserto), é a estrada, com cuja utilização se
concretiza o enlace do indivíduo à obrigação tributária. 2ª corrente (Paulo Maia, Hely Lopes
Meirelles, Ricardo Lobo Torres): Pedágio como TARIFA/PREÇO PÚBLICO. Aqui, o serviço
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
Isenção e anistia são causas de exclusão do crédito tributário, previstas no art. 175 do CTN. Excluir
o crédito tributário significa impedir a sua constituição. Trata-se de situações em que, não obstante a
ocorrência do fato gerador e o consequente nascimento da obrigação tributária, não pode haver
lançamento, de forma que não surgirá o próprio crédito tributário.
Isenção (art. 175, I, CTN). Representa a dispensa legal do pagamento de determinado tributo
devido, com relação a fatos geradores futuros (irretroatividade da lei). Não se confunde com
imunidade, não incidência e alíquota zero, consoante o que segue:
ISENÇÃO: Opera no exercício da competência tributária. Ou seja, o ente detém competência
tributária, mas em função de alguma questão econômica opta por não exercer essa competência.
Portanto, a isenção está sempre prevista em lei 185 , pois atua no exercício legal de uma
competência.
IMUNIDADE: Opera no âmbito da delimitação da competência tributária. A Constituição, ao
definir a competência, excepciona determinadas situações que, não fosse a imunidade estariam
dentro do campo de competência, mas por força da norma de imunidade, permanecem fora do
alcance do poder de tributar. Portanto, as imunidades estarão sempre previstas na CF.
NÃO INCIDÊNCIA: Não há fato gerador, não há incidência e não surge, portanto, obrigação
tributária.
ALÍQUOTA ZERO: A norma permanece intacta. Embora a lei de incidência mantenha-se intacta,
um dos elementos quantitativos do fato gerador sofre nulificação - elemento alíquota. Elementos
quantitativos do FG são a BC e a alíquota. Na alíquota zero o fato imponível se subsume à hipótese
de incidência. Há encontro entre o fato gerador em concreto e o FG em abstrato, nasce uma
obrigação tributária não quantificada porque a alíquota desceu a zero.
A isenção não é extensiva às taxas e às contribuições de melhoria, nem aos tributos instituídos
posteriormente à sua concessão, salvo disposição de lei em contrário (art. 177 do CTN).
MPF/25º: Lei que institui isenção de todos os tributos federais, se explicitamente não diz
que se aplica às taxas e contribuições de melhoria, deve-se entender que a isenção não
abrange estas espécies tributárias.
A isenção pode ser concedida em caráter geral ou individual. Será de caráter geral quando atingir a
generalidade dos sujeitos passivos sem necessidade de comprovação por parte destes de alguma
característica pessoal especial. Ex. Isenção do IR incidente sobre os rendimentos da caderneta de
185OBS vitaminada: CTN, Art. 176. A isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre decorrente de lei que especifique as
condições e requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a que se aplica e, sendo caso, o prazo de sua duração.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
poupança. Haverá a isenção de caráter individual quando a lei restringir a abrangência às pessoas
que preencham determinados requisitos. Ex. isenção de imposto IPI e IOF concedida aos deficientes
físicos para que adquiram veículos adaptados às suas necessidades. São aplicáveis à isenção de
caráter individual as regras do art. 155 do CTN186.
Segundo o parágrafo único do art. 176 do CTN, é possível que a isenção abranja determinada região
do território da entidade tributante, em função das peculiaridades locais (isenção geográfica). Isso
ocorre, justamente, para compensar as desigualdades entre os locais. Todavia, não se pode perder de
vista o princípio da uniformidade geográfica insculpido no art. 151, inc. I, da CF nos casos em que a
isenção seja concedida pela União.
É possível a revogação de isenção? Segundo estabelece o art. 178 do CTN, a isenção não onerosa
pode ser revogada ou modificada a qualquer tempo por lei. No entanto, as isenções onerosas,
definidas como aquelas que não trazem somente o bônus da dispensa, mas também algum ônus
como condição para o seu gozo, não podem ser livremente suprimidas (Súmula 544 do STF).
Portanto, nas isenções onerosas, ou seja, naquelas concedidas por prazo certo e em função de
determinadas condições, quem cumpre os requisitos para o gozo do benefício durante a vigência da
lei tem direito adquirido pelo prazo previsto na lei, mesmo que ela tenha sido revogada. O STF
entende que a revogação das isenções não onerosas pode ocorrer a qualquer tempo, sem a
necessidade de respeitar o princípio da anterioridade.
OBS vitaminada: merece ser citado o art. 104, III, do CTN, tendo em vista a sua cobrança
em prova anterior (ver logo a seguir): entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte
àquele em que ocorra a sua publicação os dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o
patrimônio ou a renda, que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de
maneira mais favorável ao contribuinte. Ou seja, a revogação da isenção, segundo este
artigo do CTN, deve seguir o princípio da anterioridade do exercício financeiro. ATENÇÃO:
o artigo fala que respeitará a anterioridade apenas a revogação da isenção de tributos sobre o
patrimôno ou sobre a renda. Essa é a disposição da lei. A jurisprudencia, contudo, entende de
modo diverso: o STF possui entendimento de que a redução ou revogação de isenção não
observa o princípio da anterioridade. MPF/25º: A lei ordinária que reduz uma isenção tem
aplicação imediata no mesmo exercicio de sua entrada em vigor. (FALSO!). ATENÇÃO:
assertiva bastante polêmica. O examinador seguiu o art. 104, III, do CTN, desconsiderando
entendimento do STF de que a redução ou revogação de isenção não observa o princípio da
anterioridade.
Isenção Heterônoma é a concessão de isenção por ente que não detém a competência tributária
correspondente. É expressamente vedada pelo art. 151, III, da CF. Isenções concedidas por tratados
internacionais não constituem exemplos de isenção heterônoma, pois os tratados internacionais
também se qualificam como normas nacionais; não são aprovados pela União, mas sim pela
República Federativa do Brasil (RE 229.096).
OBS vitaminada: a banca do MPF entende que a isenção prevista em tratado
186OBS vitaminada (modifiquei): Art. 155. A concessão da moratória ISENÇÃO em caráter individual não gera direito adquirido e
será revogado de ofício, sempre que se apure que o beneficiado não satisfazia ou deixou de satisfazer as condições ou não cumprira
ou deixou de cumprir os requisitos para a concessão do favor, cobrando-se o crédito acrescido de juros de mora: (i) com imposição da
penalidade cabível, nos casos de dolo ou simulação do beneficiado, ou de terceiro em benefício daquele; (ii) sem imposição de
penalidade, nos demais casos. No caso (i), o tempo decorrido entre a concessão da moratória ISENÇÃO e sua revogação não se
computa para efeito da prescrição do direito à cobrança do crédito; no caso (ii), a revogação só pode ocorrer antes de prescrito o
referido direito.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
187Art. 175, Parágrafo único. A exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias dependentes
da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou dela conseqüente.
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discriminatória de categorias não abrangidas pela regra isentiva, estendendo, por via transversa,
benefício fiscal sem que haja previsão legal específica.
Pergunta do 27º: O que são as isenções e anistias? Diferenças entre ambas. Entendimento do STF
sobre as isenções condicionais.
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189OBS vitaminada: MPF/26º (questão subjetiva): O imposto sobre a Renda e Proventos de qualquer natureza tem como fato
gerador a aquisição de disponibilidade econômica ou jurídica (CTN, art. 43). Disponibilidade jurídica. Conceito. Indicar dois
exemplos.
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proventos de qualquer natureza”, não alcança a mera expectativa de ganho futuro ou em potencial,
tampouco a simples posse de numerário alheio. Por conseguinte, se alguém está impedido de
utilizar-se de dinheiro de que tem aparentemente a posse, esse alguém carece da liberdade própria ao
verdadeiro titular da disponibilidade econômica. A disponibilidade jurídica resta caracterizada,
contudo, para o locador de imóvel, quando há o recebimento, pela imobiliária, do aluguel pago pelo
locatário.
Quando ocorre o FG do IR? Seria no último segundo do dia 31/12? Ou se considera que o fato
gerador seria todo o período (1º de Janeiro a 31 de Dezembro)? Há uma grande discussão sobre o
confronto do FG do IR com o Princípio da Irretroatividade Tributária. Este postulado indica que a
lei majoradora do tributo deve ser anterior aos fatos geradores aos quais ela se refere. Correntes: 1ª)
o FG se dá no último segundo do último dia do período – 31/12; 2ª) o FG se dá em todo o (inteiro)
período, devendo a lei antecedê-lo. Conclusão: sob severas críticas da doutrina, o STF, desde a
Súmula 584190, tem defendido a primeira corrente, que passou a ser associada à chamada Teoria da
Retrospectiva ou Retroatividade Imprópria
OBS vitaminada: MPF/21º: Lei, editada em final de dezembro, majora alíquota do IR de
pessoa jurídica. Tem-se, então, que é válida essa majoração porque sobre os rendimentos do
ano base aplica-se a lei vigente no exercício financeiro em que deve ser apresentada a
declaração de rendimentos.
Base de cálculo. A base de cálculo do imposto é o montante real, arbitrado ou presumido, da renda
ou do provento de qualquer natureza tributáveis (art. 44). A incidência ocorre sobre o crédito líquido
do contribuinte, isto é, a diferença entre a renda ou provento bruto auferido e os encargos admitidos
em lei (ex: plano de saúde etc.).
OBS vitaminada: MPF/23º: A base de cálculo do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física
– IRPF é a renda bruta do contribuinte. (FALSO!)
Em relação ao IRPJ, o FG engloba, além das hipóteses tributadas exclusivamente na fonte, o lucro,
sendo de periodicidade trimestral, conforme dito acima. O lucro da pessoa jurídica ou equiparada à
jurídica pode ser obtido pelos critérios: a) da apuração real (apurado com base em contabilidade
real; é o lucro líquido do período-base, ajustado pelas adições, exclusões ou compensações
prescritas ou autorizadas pela lei), b) da apuração presumida (presunção legal de que o lucro da
empresa é aquele por ela estabelecido com base na aplicação de um percentual sobre a receita bruta)
ou c) da apuração arbitrada (decorre da impossibilidade de se apurar o lucro da pessoa jurídica
pelo critério real ou presumido, em razão do não cumprimento de obrigações tributárias acessórias).
Sujeito passivo. É a pessoa física ou jurídica, titular de renda ou provento de qualquer natureza. A
lei pode atribuir à fonte pagadora da renda a responsabilidade pela retenção e recolhimento do IR
(art. 45, pú).
Lançamento: por homologação.
OBS vitaminada: MPF/26º: IR. Lançamento por homologação. Indique o “dies a quo”
(data certa) do prazo decadencial para a Fazenda Pública homologar, tácita ou
expressamente, ou constituir o crédito tributrário, nos casos de declaração de rendimentos
realizada em 30 de abril de 2001, ano calendário 2010, uma com antecipação de pagamento
190OBS vitaminada: S. 584: Ao imposto de renda calculado sobre os rendimentos do ano-base, aplica-se a lei vigente no exercício
financeiro em que deve ser apresentada a declaração.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
INF 734/2014 (RE N. 582.525-SP): É constitucional o art. 1º e par. ún. da Lei 9.316/1996, que
proíbe a dedução do valor da CSLL para fins de apuração do lucro real, base de cálculo do IRPJ.
Noutros termos, incide IRPJ sobre o lucro real, nele incluído o valor pago a título de CSLL. Esse
valor não perde a característica de corresponder a parte dos lucros ou da renda do contribuinte pela
circunstância de ser utilizado para solver obrigação tributária, nao podendo ser considerado como
despesa operacional ou necessária para fins de apuração do IRPJ, não sendo, pois, dedutível. Art. 1º
O valor da CSLL não poderá ser deduzido para efeito de determinação do lucro real, nem de sua
própria base de cálculo. Parágrafo único. Os valores da contribuição social a que se refere este
artigo, registrados como custo ou despesa, deverão ser adicionados ao lucro líquido do respectivo
período de apuração para efeito de determinação do lucro real e de sua própria base de cálculo.
Jurisprudência do STJ:
INF 528/2013 (AgRg no REsp 1.215.211-RJ, 1aT): Não incide imposto de renda sobre o valor da
indenização paga ao empregado demitido sem justa causa no período de estabilidade provisória.
INF 525/2013 (AgRg no REsp 1.375.793-RJ, 2aT): Na declaração anual de imposto de renda, é
possível a dedução de valor referente à despesa do contribuinte com profissional de saúde, mesmo
que este não seja regularmente inscrito no respectivo conselho profissional.
191OBS vitaminada: CTN, Art. 43, § 2º Na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei estabelecerá as
condições e o momento em que se dará sua disponibilidade, para fins de incidência do imposto referido neste artigo.
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INF 521/2013 (REsp 1.138.695-SC): Incidem IRPJ e CSLL sobre os juros remuneratórios devidos
na devolução dos depósitos judiciais efetuados para suspender a exigibilidade do crédito tributário.
INF 521/2013 (REsp 1.138.695-SC): Incidem IRPJ e CSLL sobre os juros decorrentes da mora na
devolução de valores determinada em ação de repetição do indébito tributário.
INF 514/2013 (AgRg no AREsp 248.264-RS): incide IRPF sobre os juros moratórios decorrentes
de benefícios previdenciários pagos em atraso. Exceções (não há pagamento de IR sobre os juros de
mora): a) incidentes sobre as verbas remuneratórias ou indenizatórias que são pagas ao trabalhador
demitido ou que teve rescindido seu contrato de trabalho (art. 6º, V, da Lei n. 7.713/1988); b)
decorrentes de verba principal isenta ou fora do seu campo de incidência (tese do acessório que
segue o principal). Ex: não incide IR sobre indenização por dano moral; logo, não incide IR sobre os
juros de mora decorrentes de indenização por dano moral.
Pergunta do 27º: Hipótese de incidencia do IR. Qual o tipo de lançamento no IR? Qual a natureza
jurídica da declaração do IR? Se a declaração foi correta, fala-se em prazo prescricional ou
decadencial?
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CF/88. A regra, pois, é a vedação das isenções heterônomas, permitindo exceção apenas no caso de
concessão, pela União, por meio de lei complementar, de ISS, de competência dos municípios, nas
exportações de serviços para o exterior (CF, art. 156, §3º, II). A CF/88 prevê também a isenção
heterônoma para ICMS sobre operações com produtos e serviços destinados ao exterior, a qual
perdeu sentido com a EC 42/03, que alterou o art. 155, §2º, X, ‘a’, da CF/88. Outra exceção
construída pela doutrina é a concessão de isenção heterônoma por meio de tratado internacional, já
que o STF entendeu que os tratados internacionais não são celebrados pela União, mas pela
República Federativa do Brasil, o que afasta a vedação em questão (STF, Pleno, ADI 1.600, Rel. p/
acórdão Min. Nelson Jobim, DJ 20.06.2003). [OBS vitaminada: a banca do MPF entende que a
isenção prevista em tratado internacional não se caracteriza como isenção heterônoma]. Nesse
contexto é que se insere o GATT (Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio). Não se olvide, ainda,
que a taxa judiciária, por constituir tributo, não pode ser objeto de isenção, pela União, em relação a
processos da Justiça Estadual, como sinalizado pela Súmula 178/STJ.
OBS vitaminada: MPF/25º: A CF veda a concessão de isenções heterônomas. (FALSO!)
Resposta: questão polêmica, visto que, de fato, a CF, veda.
OBS vitaminada: MPF/26º194: PRODUTOS IMPORTADOS DE PAÍSES SIGNATÁRIOS
DO GATT (ACORDO GERAL DE TARIFAS E COMERCIO). QUANTO AO IMPOSTO
SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS ICMS, É CERTO AFIRMAR
QUE:
a) a isenção de tributo estadual prevista em tratado internacional firmado pela União,
caracteriza-se como isenção heterônoma vedada pela Constituição Federal;
b) a isenção de tributo estadual prevista em tratado internacional firmado pela União não se
caracteriza como isenção heterônoma;
c) é cabível a isenção inserida em tratado internacional de ICMS firmado pela União relativa
a mercadorias importadas de pais signatário do GATT, mesmo não sendo isento o similar
nacional;
d) a isenção, no caso do caput, somente prevalece para os impostos de competência da
União.
Princípio da não-discriminação baseada em procedência ou destino. Nos termos do art. 152, da
CF/88, os Estados, DF e Municípios (não inclui a União) não podem estabelecer diferenças
tributárias entre bens ou serviços de qualquer natureza apenas em razão de sua procedência ou
destino. Tal vedação se aplica tanto ao âmbito interno quanto ao externo, impedindo tratamento
tributário diferenciado entre produtos nacionais e importados (cláusula do tratamento nacional).
Nesses termos, súmulas 20, 71 e 575, todas do STJ.
Imunidade tributaria recíproca (CF, art. 150, VI, a) (ver ponto 8.a). A imunidade só tem previsão
para os impostos, não abrangendo as demais espécies tributarias (STF, 1ª T., REAgR 378.144/PR,
Rel. Min. Eros Grau, DJ 22.04.2005). Citando o STF, esclarece Alexandrino: “Representa um fator
indispensável à preservação institucional das próprias imunidades integrantes da Federação.
Destaca-se, dentre as razões políticas subjacentes a tal imunidade, 'a preocupação do legislador
constituinte de inibir, pela repulsa à submissão fiscal de uma entidade federada a outra, qualquer
tentativa que, concretizada, possa, em última análise, inviabilizar o próprio funcionamento da
Federação' (ADIN 939, Min. rel. Celso de Mello)”. Atenção, ainda, para o entendimento do STF de
266
Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
que as empresas públicas prestadoras de serviços públicos (EP) e as sociedades de economia mista
prestadoras de serviços público (SEM) se submetem ao regime de direito público, inclusive à
imunidade tributária recíproca. Tal entendimento, pela relevância, foi cobrado na questão n. 28 do
25º CPR e questões n. 42 e 47 do 26º CPR, todas extraídas da prova objetiva, senão vejamos: “A
Constituição Federal veda a concessão de isenções heterônomas” (questão n⁰ 28: alternativa
incorreta). “Não incide IPTU sobre imóvel desapropriado e declarado de utilidade pública pelo
Estado, utilizado por sociedade de economia mista prestadora se serviço público por acobertado pela
imunidade de que trata a alínea ‘a’, inciso VI, do art. 150, da Lei Magna” (questão n⁰ 42: alternativa
correta). “Produtos importados de países signatários do GATT, quanto ao ICMS é certo afirmar que:
a isenção de tributo estadual prevista em tratado internacional firmado pela União não se caracteriza
como isenção heterônoma” (questão n 47: alternativa correta).
Ponto Extra vitaminado:
Perguntas da oral do 26º e 27º:
- Limitações ao poder de tributar decorrentes do federalismo. Quais são?
267
Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
Introdução. Apesar de o CTN não distinguir as garantias dos privilégios, Ricardo Alexandre afirma
que garantias são regras que asseguram direitos, enquanto privilégios são regras que põem o crédito
tributário em posição de vantagem em relação aos demais créditos. Já Maurício Andreiuolo afirma
que garantia é toda norma que assegura ou viabiliza a consecução do crédito tributário, sendo
aferidas por exclusão. Já os privilégios seriam normas processuais asseguradoras de prerrogativas à
Fazenda. Por fim, as preferências seriam prerrogativas que asseguram precedência no pagamento do
crédito tributário. A lista de garantias do crédito tributário é exemplificativa (CTN, art. 183),
podendo a lei ordinária criar outras hipóteses, desde que não se trate de matéria reservada à lei
complementar.
Garantias: O art. 184, CTN, veicula a garantia de que o patrimônio e a renda de determinada
pessoa respondam por suas obrigações (OBS vitaminada: também responde o seu espólio ou sua
massa falida). O mesmo artigo, em sua parte final, veicula privilégio à Fazenda, permitindo-lhe que
o crédito tributário seja quitado por meio de bens que, em regra, não estariam sujeitos à execução
(OBS vitaminada: trata-se dos gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou
impenhorabilidade, excetuados os bens declarados por lei como absolutamente impenhoráveis).
Ressalta-se que, após a LC 118/05, no caso de falência, não mais se fala em precedência do crédito
tributário em relação aos créditos com garantia real.
Presunção de fraude na alienação onerosa de bens ou rendas: Antes da LC 118/05 (que alterou o
art. 185 do CTN), a presunção de fraude dependia da pendência de execução em relação ao crédito
tributário inscrito em dívida ativa. Atualmente, entretanto, basta a inscrição em dívida ativa para se
presumir tal fraude, desde que seja, a mesma, formalmente comunicada ao sujeito passivo, conforme
o STJ. Ressalta-se, ademais, que a presunção de fraude só se configura caso não sejam reservados,
pelo devedor, bens necessários à quitação do débito (CTN, art. 185, parágrafo único).
Penhora on-line (CTN, art. 185-A): A LC 118/05 assegurou a utilização, no processo de execução
fiscal, da penhora requisitada por meio eletrônico, contribuindo para a maior efetividade do processo
executivo. A jurisprudência já assentou a constitucionalidade da medida, posto que proporcional,
limitada ao valor da execução. Ademais, assegura-se ao juiz sua decretação de ofício, a fim de se
resguardar a instrumentalidade do processo. De acordo com o STJ, o art. 185-A do CTN deve ser
interpretado conjuntamente com o art. 11 da Lei 6.830/80, bem como com os arts. 655 e 655-A,
ambos do CPC, em verdadeiro diálogo das fontes. Logo, o juiz não precisa esgotar outros meios
de expropriação para se valer da penhora on-line.
OBS vitaminada: Assim, na hipótese de o devedor tributário, devidamente citado, não pagar
nem apresentar bens à penhora no prazo legal e não forem encontrados bens penhoráveis, o
juiz determinará a indisponibilidade de seus bens e direitos, comunicando a decisão,
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
preferencialmente por meio eletrônico, aos órgãos e entidades que promovem registros de
transferência de bens, especialmente ao registro público de imóveis e às autoridades
supervisoras do mercado bancário e do mercado de capitais, a fim de que, no âmbito de suas
atribuições, façam cumprir a ordem judicial (art. 185-A). Lembrando que deve o juiz
determinar o imediato levantamento da indisponibilidade que excederem o limite do valor
exigível.
Exigência de prova de quitação de tributos para a extinção da obrigação do falido (CTN, art.
191 a 193): Segundo Ricardo Alexandre, a exigência de prova de quitação de tributos, em que pese
prevista na seção referente às preferências, constitui verdadeira garantia do crédito, muito embora
indireta, já que a exigência de prova de quitação do tributo para prática de certos atos ou para a
concessão de benefícios importa em meio eficaz de cobrança indireta do crédito. Atente-se para o
fato de que o CTN harmoniza a apresentação da prova de quitação de todos os tributos para a
recuperação judicial com o art. 151 (suspensão de exigibilidade do crédito) e os arts. 205 e 206
(certidão negativa de débitos e certidão positiva com efeitos de negativa), todos do CTN, a
evidenciar que a suspensão da exigibilidade do crédito implica na possibilidade do deferimento da
recuperação judicial.
OBS vitaminada: é também exigida prova de quitação de todos os tributos relativos aos
bens do espólio, ou relativos às suas rendas, para que seja proferida sentença de julgamento
de partilha ou adjudicação (art. 192). Outrossim, para a celebração de contrato ou aceitação
de proposta em concorrência pública, é também necessário que o contratante ou proponente
faça prova da quitação de todos os tributos relativos à atividade em cujo exercício contrata
ou concorre, devidos à Fazenda Pública interessada.
Preferências (OBS: há um ponto específico, o ponto 18.b). A regra é que o crédito tributário
prefere a qualquer outro, salvo créditos trabalhistas e decorrentes de acidente de trabalho. Exceção
relevante à regra fica por conta do processo de falência, quando o crédito tributário não precederá
aos créditos extraconcursais, nem às importâncias passíveis de restituição (súmula 307/STJ),
tampouco aos créditos com garantia real, no limite do bem gravado (CTN, art. 186, parágrafo
único). Nota-se que a multa tributária não tem a mesma preferência do crédito relativo ao tributo,
estando abaixo dos créditos quirografários e preferindo apenas aos créditos subordinados.
O art. 187 do CTN traz privilégio (veicula prerrogativa processual) ao afirmar que a cobrança
judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência,
recuperação judicial, concordata, inventário ou arrolamento. Dito artigo deve ser interpretado
juntamente com o art. 29 da Lei 6.830/80. Logo, conforme o STJ, havendo concomitância entre a
execução fiscal e a falência, o juiz da execução fiscal conduzirá o processo até a arrematação, após a
qual os autos serão remetidos ao juízo universal da falência, que observará a ordem de pagamento.
Ademais, segundo o STJ, por constituir privilégio, estando diante de justo motivo (ex.: crédito de
pequeno valor), a Fazenda pode abrir mão da não sujeição a concurso, habilitando o crédito
diretamente na falência. Por fim, quanto ao art. 187, parágrafo único, do CTN 195 , tem-se que
tradicionalmente o STJ entendeu que, no concurso entre ente político e entidade de outro ente, os
entes políticos teriam preferência (ex.: no concurso entre um Estado e autarquia da União,
prevaleceria o Estado). Todavia, recentemente, tem-se entendido que a regra estabelecida pelo artigo
195OBS vitaminada: O concurso de preferência somente se verifica entre pessoas jurídicas de direito público, na seguinte ordem: (i)
União; (ii) Estados, Distrito Federal e Territórios, conjuntamente e pró rata; (iii) Municípios, conjuntamente e pró rata (art. 187,
pú).
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270
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IPI. O IPI tem natureza eminentemente extrafiscal, razão pela qual, inclusive, tal como o Imposto de
Importação (II) e Imposto de Exportação (IE), pode ter suas alíquotas alteradas pelo Poder
Executivo mediante simples Decreto, atendidas condições e limites exigidos pela lei (exceção à
legalidade).
OBS vitaminada: MPF/26º: É correto afirmar quanto ao IPI que, sendo um tributo de
finalidade destacadamente extrafiscal, a ele não se aplica o princípio da anterioridade
tributária. (FALSO!)
Pela mesma razão, o IPI não se sujeita à anterioridade de exercício, muito embora esteja sujeito à
anterioridade nonagesimal (CF, art. 150, §1º). Nesse sentido, ADI 4661-MC/DF e informativos STF
645 e 649. Ademais, o IPI será obrigatoriamente seletivo, em função da essencialidade do produto
(CF, art. 153, §3º, I), diferentemente do ICMS, em que a seletividade é facultativa. A não-
cumulatividade é, igualmente, característica do IPI, permitindo-se a compensação do que for devido
em cada operação com o montante cobrado nas anteriores. Inicialmente o STF entendeu pela
existência do direito a crédito de IPI, ainda que os insumos adquiridos tivessem sido beneficiados
por isenção ou alíquota zero, já que, do contrário, o benefício da isenção seria praticamente anulado.
Nesse sentido: STF, 2ª T., REAgR 293.511/RS, rel. Min. Celso de Mello, DJ de 21.03.2003.
Posteriormente, todavia, o STF alterou a posição, e passou a entender que o crédito de IPI
pressupõe recolhimento de tributo na operação anterior, conforme RREE 353657/PR (DJE de
6.3.2008) e 370682/SC (DJE de 19.12.2007).
OBS vitaminada: MPF/26º: É correto afirmar quanto ao IPI que submete-se ao princípio
da anterioridade mitigada, a nonagesiamal.
OBS vitaminada: MPF/26º: É correto afirmar quanto ao IPI que, à vista da seletividade de
que se reveste, de forma que suas aliquotas devem ser fixadas de acordo com a
essencialidade do produto, está autorizado o Poder Executivo a alterar a sua base de
cálculo e as suas alíquotas, atendidas as condições e observados os limites fixados em lei.
(FALSO!) Resposta: o Poder Executivo não está autorizado a alterar a base de cálculo,
apenas a alíquota, sendo, nesse ponto exceção ao princípio da legalidade e não ao da
seletividade.
OBS vitaminada: MPF/23º: O IPI e o ICMS serão seletivos apenas com relação aos
produtos, mercadorias e serviços definidos em Lei Complementar. (FALSO!)
OBS vitaminada: MPF/19º: O IPI não é imposto que deva ser suportado, economicamente,
pelo contribuinte de direito. (FALSO!)
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Jurisprudência do STF:
INF 735/2014: É incompatível com a CF/88 o art. 3º do Decreto-Lei 1.437/75, que autorizava que o
Fisco exigisse do contribuinte o ressarcimento pelo custo dos selos do IPI. Assim, o selo para
controle de recolhimento de IPI não pode ser cobrado do contribuinte por meio de norma infralegal,
sob pena de violação ao princípio da legalidade tributária (art. 150, I, da CF/88), uma vez que
somente por meio de lei em sentido formal seria possível exigir das empresas o pagamento pelo
selo. STF. Plenário. RE 662113/PR.
RE 577348 (EMAGIS): o crédito-prêmio de IPI foi considerado pelo STF como um incentivo fiscal
de natureza setorial, submetendo-se ao disposto no art. 41 da ADCT (que determina a reavaliação de
todos os incentivos fiscais de natureza setorial então em vigor, sob pena de se considerarem
revogados após 2 anos aqueles que não fossem confirmados por lei). Como o benefício fiscal não foi
confirmado por lei após 2 anos da vigência da CF/88, foi considerado revogado em 05/10/1990, não
subsistindo atualmente. STF. Pleno.
Jurisprudência do STJ:
INF 535/2014 (REsp 1.429.656-PR): Não é ilegal a nova incidência de IPI no momento da saída
de produto de procedência estrangeira do estabelecimento do importador, após a incidência
anterior do tributo no desembaraço aduaneiro. Assim, os produtos importados estão sujeitos a
uma nova incidência do IPI quando ocorre a sua saída do estabelecimento importador na operação
de revenda. A primeira tributação recai sobre o preço de compra onde embutida a margem de lucro
da empresa estrangeira e a segunda tributação recai sobre o preço da venda, onde já embutida a
margem de lucro da empresa brasileira importadora. Tal não onera a cadeia além do razoável, pois o
importador, na primeira operação, apenas acumula a condição de contribuinte de fato e de direito em
razão da territorialidade, já que o estabelecimento industrial produtor estrangeiro não pode ser eleito
pela lei nacional brasileira como contribuinte de direito do IPI (os limites da soberania tributária o
impedem), sendo que a empresa importadora nacional brasileira acumula o crédito do imposto pago
no desembaraço aduaneiro para ser utilizado como abatimento do imposto a ser pago na saída do
produto como contribuinte de direito (não-cumulatividade), mantendo-se a tributação apenas sobre o
valor agregado.
INF 530/2013 (REsp 1.370.760-RN, 2aT): Na aquisição de veículo automotor, tem direito à isenção
de IPI o portador de periartrite e artrose da coluna lombossacra na hipótese em que a enfermidade
implicar limitação dolorosa dos movimentos dos ombros, de modo a causar a incapacidade total para
a direção de automóvel sem direção hidráulica e sem transmissão automática.
INF 521/2013 (EAg 1.220.942-SP): Incide correção monetária sobre o valor relativo a créditos de
IPI na hipótese de mora da Fazenda Pública para apreciar pedido administrativo de ressarcimento
em dinheiro ou mediante compensação com outros tributos.
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qualquer natureza” utilizada pela Lei Maior para atribuir competência impositiva à União.
OBS vitaminada: MPF 2º: O legislador infraconstitucional não possui total liberdade para
difinir renda e proventos de qualquer natureza para fins de tributação por meio do IR.
Resposta: os limites e contornos do IR estão estabelecidos na CF, não podendo o legislador
infraconstitucional dispor incondicionalmente sobre a materialidade da exação. O conceito
de renda é constitucionalmente pressuposto, ou seja, só é possível cogitar da incidência da
exação caso haja acréscimo patrimonial.
- Princípio do pecunia non olet (art. 118 CTN): Nas precisas palavras do doutrinador Sabagg, ele
sintetiza o princípio do pecunia non olet da seguinte forma: “a incidência do tributo sobre as
atividades ilícitas está longe de contrariar ou desvirtuar o dispositivo conceitual de tributo.
Apresenta-se, em verdade, como uma regra política de desincetivo à prática criminosa, como reação
da norma tributária a um comportamento devido, e não realizado”. (Eduardo Sabbag, “Manual de
Direito Tributário, 2012, p. 151)
OBS vitaminada: o art. 118 prescreve que a definição legal do fato gerador é interpretada
abstraindo-se da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes,
responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos; além disso, a
definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se dos efeitos dos fatos efetivamente
ocorridos.
- INTEGRAÇÃO: métodos de soluções de lacuna legal. Existem lacunas? A doutrina majoritária
conclui pela plenitude do ordenamento, pois mesmo quando a lei se apresente lacunosa, há previsão,
no próprio sistema, de como colmatar a lacuna.
Regra geral de integração: art.4º, Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro.
Regra específica em matéria tributária: art. 118 CTN: ordem taxativa e sucessiva: 1) analogia; 2)
princípios gerais de direito tributário; 3) princípios gerais de direito público; 4) equidade. Veja: a
discricionariedade existe na manipulação de cada técnica, mas não na escolha entre elas
(procedimento absolutamente vinculado).
Limitações: a) o emprego da analogia não pode resultar na exigência de tributo não previsto em lei
(ex.: navio pesqueiro captura pescado em alto-mar e entra no Brasil; não incide Imposto de
Importação (apesar das semelhanças com o FG deste), pois a mercadoria não é estrangeira); b) o
emprego da equidade não pode resultar na dispensa do pagamento do tributo devido (ex.: sem norma
isentiva, não se pode afastar tributo do caso concreto, sob o fundamento da injustiça daquela
tributação). Fundamento: princípio da legalidade (art. 105, I CF).
Premissa: afora as diferenças específicas previstas no CTN (art. 107 a 112, do CTN), inexiste
disciplina diferenciada de “hermenêutica jurídico-tributária”. Portanto, são aplicáveis os conceitos
básicos e gerais de hermenêutica, com as peculiaridades delineadas nos art. 107 a 112, do CTN.
Obs.¹: Quanto aos efeitos/resultado, a interpretação pode ser declaratória, extensiva ou restritiva. As
três são admissíveis no Direito Tributário. Na ADI 551, v.g., o STF interpretou extensivamente o
art. 150, IV, da CFRB, para entender por aplicável a regra da vedação ao confisco também às multas
tributárias. De outro lado, na ADI 1.135-9, o STF, numa interpretação restritiva no art. 195, § 6º, da
CFRB, restringiu a aplicação da noventena para os casos de instituição e de majoração das
contribuições para a seguridade.
Ponto Extra Vitaminado:
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Elisão e evasão fiscais: são duas formas de evitar o pagamento de tributos. Evasão fiscal: é o uso
de meios ilícitos para evitar o pagamento de taxas, impostos e outros tributos. Entre os métodos
usados para evadir tributos estão a omissão de informações, as falsas declarações e a produção de
documentos que contenham informações falsas ou distorcidas, como a contratação de notas fiscais,
faturas, duplicatas etc. Na evasão fiscal, há, muitas vezes, uma simulação do ato jurídico. Aqui,
ocorre o fato gerador do tributo e o contribuição intencionalmente não paga a obrigação legal.
Elisão fiscal: configura-se num planejamento que utiliza métodos legais para diminuir o peso da
carga tributária num determinado orçamento. Respeitando o ordenamento jurídico, o administrador
faz escolhas prévias (antes dos eventos que sofrerão agravo fiscal) que permitem minorar o impacto
tributário nos gastos do ente administrado. Diferentemente da evasão fiscal (onde ocorre o fato
gerador do tributo e o contribuinte não paga uma obrigação legal) na elisão fiscal, através do
planejamento, evita-se a ocorrência do fato gerador, ou seja, quando da elisão fiscal ainda não existe
tributo (e nem virá a ocorrer, pois o contribuinte não realizará o fato gerador). E por não ocorrer o
fato gerador, o tributo não é devido. Dessa forma, o planejamento não caracteriza ilegalidade,
apenas usa-se das regras vigentes para evitar o surgimento de uma obrigação fiscal. Há ainda a
figura da elusão fiscal: para alguns, seria hipótese de simulação relaizada antes ou após a realização
do fato gerador. Para outros, como Tathiane Pscitelli, é modalidade e evasão fiscal. Concluindo:
elisão: antes do FG; evasão: após o FG; elusão: antes ou após o FG. Essa conclusão, embora
simplista, visto que, na doutrina há diversas discussões com relação aos termos utilizados, é a que
vem sendo cobrada nos concursos públicos em geral.
Cláusula geral antielisiva: o parágrafo único do art. 116 do CTN contém com que muitos chamam
de uma cláusula antielisiva. A nomenclatura, contudo, é errônea, visto que a elisão, como dito, é
uma forma lícita de se evitar a ocorrência do fato gerador: o contribuinte opta por não realizar o fato
gerador. Tal dispositivo, contudo, deve ser aplicado aos casos de evasão fiscal, em que há simulação
de uma situação inexistente, com o fito de não pagar o tributo, de fato gerador ocorrido. Assim
prescreve o dispositivo: Parágrafo único. A autoridade administrativa poder desconsiderar atos ou
negócios jurídicos com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a
natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem
estabelecidos em lei ordinária. ATENÇÃO: atentar para o fato de que a banca do MPF já perguntou
em uma mesma questão se o teor do quanto disposto no art. 116 (que estava numa Medida
Provisória) seria uma cláusula antielisão ou uma cláusula antievasão, considerando ser uma cláusula
antielisão! MPF/21º: Em dispositivo de Medida Provisória, restou consignado: “Os atos ou
negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do
tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária serão desconsiderados,
para fins tributários, pela autoridade administrativa competente, observados os procedimentos
estabelecidos nos artigos 14 a 19 subsequentes.” Tem-se aí norma: a) antielisão
(VERDADEIRO!); b) antievasão; (FALSO!)
Constitucionalidade da norma antielisiva: Há discussão sobre a constitucionalidade dessa norma,
alegando-se que não seria lícito violentar a norma jurídica tentando enquadrar no seu âmbito de
incidência negócios cuja concepção formal não se subsume ao tipo legal. A doutrina majoritária e o
STJ, contudo, a consideram constitucional, pois a norma antielisiva decorre da influência da
doutrina alemã, segundo a qual é permitida a interpretação econômica do fato gerador,
privilegiando a essência econômica dos fatos em detrimento das características meramente formais;
ou seja, “a realidade econômica deve prevalecer sobre a simples forma jurídica” (STJ, Resp
696.745/CE – T1, DJ 28/08/2005 e questão da PFN/2007). Ela efetiva os princípios da capacidade
contributiva e da isonomia. O STF ainda não se manifestou sobre a questão.
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201 Resposta: “d”. OBS vitaminada: de fato, a impenhorabilidade absoluta do bem de família está prevista na lei 8.009/90. Em
algumas situações, o bem de família responderá pela dívida. As mais cobradas no concurso são: (i) execuções fiscais movidas em
razão de não recolhimento de contribuições previdenciárias incidentes sobre a remuneração creditada aos trabalhadores da própria
residência – aqui se encontra a atualização da questão: ela estaria totalmente correta se estivesse escrito “tributo” no lugar de
“imposto”; (ii) execuções fiscais movidas para cobrança de IPTU, ITR, taxas e contribuições devidas em função do imóvel familiar;
(iii) execuções fiscais movidas por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação e (iv) quaisquer execuções
fiscais, quando o devedor, sabendo-se insolvente, tenha adquirido de má-fé (se comprovada) imóvel mais valioso para transferir a
residência familiar, desfazendo-se ou não da moradia antiga.
202 OBS vitaminada: O reconhecimento da fraude à execução depende do registro da penhora do bem alienado ou da prova da má-
fé do terceiro adquirente.
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203OBS vitaminada: O concurso de preferência somente se verifica entre pessoas jurídicas de direito público, na seguinte ordem: (i)
União; (ii) Estados, Distrito Federal e Territórios, conjuntamente e pró rata; (iii) Municípios, conjuntamente e pró rata (art. 187,
pú).
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1. Noções Gerais. O imposto, de competência da União, sobre a propriedade territorial rural tem
como fato gerador a propriedade, o domicílio útil ou a posse de imóvel por natureza, como definido
na lei civil, localização fora da zona urbana do Município (critério espacial – hoje relativizado). A
base do cálculo do imposto é o valor fundiário, e o contribuinte do imposto é o proprietário do
imóvel, o titular de seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título.
2. Função. Sua função predominante é extrafiscal – auxiliar do disciplinamento estatal da
propriedade rural, de responsabilidade da União. É um importante instrumento no combate aos
latifúndios improdutivos. A Lei no 9.393/96 estabeleceu alíquotas progressivas em função da área
do imóvel e do grau de sua utilização. Em apoio a essa diretriz de política tributária já adotada pelo
legislador ordinário e para afastar questionamentos a respeito da progressividade do imposto, a EC
42/03 inseriu na CF o § 4º ao art. 153. É um imposto real.
3. Fato Gerador. É definido pela lei ordinária da União, dentro do âmbito constitucional de
incidência desse imposto. Conforme o CTN, é ter a propriedade, o domínio útil ou a posse de
imóvel por natureza, conforme definido na lei civil, localizado fora da área urbana do Município (ou
seja, na zona rural do Município). A Lei no 9.393/96 estabeleceu que o ITR é de apuração anual, em
1º de janeiro de cada ano, repetindo o fato gerador delimitado pelo CTN. O ITR é um imposto real
(tem como fato gerador a propriedade de um bem imóvel). A definição de zona rural é dada por
exclusão, uma vez que o artigo 32, § 1º, do CTN traz os requisitos para definição de zona urbana
(OBS vitaminada: entende-se como zona urbana a definida em lei municipal; observado o
requisito mínimo da existência de pelo menos 2 dos seguintes melhoramentos, construídos
ou mantidos pelo Poder Público): meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;
abastecimento de água; sistema de esgotos sanitários; rede de iluminação pública, com ou sem
posteamento para distribuição domiciliar; e escola primária ou posto de saúde a uma distância
máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel. E ainda estabelece o §2º do art. 32: “a lei municipal pode
considerar urbanas as áreas urbanizáveis, ou de expansão urbana, constantes de loteamentos
aprovados pelos órgãos competentes, destinados à habitação, à indústria ou ao comércio, mesmo que
localizados fora das zonas definidas nos termos do parágrafo anterior”.
O Decreto-Lei no 57/66, em seu artigo 15, afirmou que o critério para tributação pelo IPTU ou ITR
é a destinação do imóvel (incide ITR ao imóvel que, comprovadamente, seja utilizado em
exploração extrativa vegetal, agrícola, pecuária ou agroindustrial). A Lei no 5.868/72 - art. 12 -
revogou o referido dispositivo do DL no 57/66. O STF, em 1988 (RE. 140773) declarou
inconstitucional citada revogação, restabelecendo o critério da destinação do imóvel. O Senado
Federal, em 2005, editou a Resolução nº 9, suspendendo “erga omnes” aludida revogação. Em
suma, o STJ, na sistemática dos Recursos Repetitivos, entendeu que “Não incide IPTU, mas ITR,
sobre imóvel localizado na área urbana do Município, desde que comprovadamente utilizado em
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
exploração extrativa, vegetal, agrícola, pecuária ou agroindustrial (art. 15 do DL 57/1966). [...] pois
é necessário considerar de forma simultânea o critério espacial previsto no CTN sobre a localização
do imóvel e o critério da destinação do imóvel previsto no Decreto-Lei 57/1966, a fim de delimitar a
competência tributária municipal e federal, não incidindo, no caso, o IPTU, conforme jurisprudência
do STF que reconhece a recepção do referido decreto como lei complementar pela Constituição
Federal de 1988, bem como jurisprudência do STJ sobre o tema.” (REsp 1112646 SP, Rel. Min.
HERMAN BENJAMIN, 1ª Seção, j. em 26/08/2009, DJe 28/08/2009). No caso de haver
bitributação pela (União e Município), segundo o artigo 164, III, do CTN, poderá ser utilizada a
ação de consignação em pagamento.
OBS vitaminada: conclui-se, portanto, que, se o imóvel não estiver localizado em área
urbana (critério por exclusão de área rural, ou seja, ele estará em área rural), será tributado
com ITR, independentemente da sua destinação. Por outra lado, se o imóvel estiver
localizado em área urbana, poderá, ainda assim, ser tributado com o ITR, se a sua destinação
for para a prática de atividades rurais; nesse caso, não poderá ser tributado com o IPTU.
4. Tributação da Posse. Há quem sustente ser o artigo 29 do CTN inconstitucional ao determinar a
tributação da posse, pois a CF somente teria autorizado a tributação sobre a propriedade territorial
rural. Para Hugo de Brito MACHADO, falando a Constituição em propriedade, naturalmente
abrangeu a posse, que nada mais é que um elemento da propriedade: “Se está fracionada, isto é, se
ninguém é titular da propriedade plena, ou porque há enfiteuse, ou porque a posse está com pessoa
diversa do proprietário, que é desconhecido, ou imune ao tributo, ou isento, então o tributo recai
sobre o domínio útil ou a posse”. Kyoshi HARADA entende que a expressão “propriedade” não
pode ser interpretada literal e restritivamente, porque o imposto, como captação de riqueza que é,
deve incidir sobre fato econômico, que pode ser representado pela propriedade em si, por seu
domínio útil ou por sua posse – contribuinte deve ser aquele que detém a disponibilidade econômica
do imóvel.
5. Progressividade do ITR. A alíquota do ITR varia de 0,03% a 20% em função da área do imóvel
e do grau de sua utilização. A progressividade do ITR é extrafiscal, possuindo alíquotas progressivas
para desestimular a manutenção de propriedades improdutivas. Objetiva realizar a função social da
propriedade rural. Quanto maior a produtividade do imóvel, menor será a alíquota do ITR – daí há
autores que se referem à regressividade do ITR (alíquotas diminuem conforme o aumento da
produtividade). Há discussão acerca da constitucionalidade das faixas de alíquotas definidas pela Lei
no 9.393/96 em face do art. 150, IV, da CF (vedação à utilização de tributo com efeito de confisco).
OBS vitaminada: MPF/14º: A parte da lei do ITR que estabelece exação mais onerosa
sobre imóveis inexplorados ou de baixa produtividade, conceitua-se como extrafiscalidade.
6. Base de Cálculo. É o valor fundiário do imóvel. Valor fundiário é o valor da terra nua, isto é, sem
quaisquer benfeitorias, culturas, pastagens e florestas plantadas, excluídas, ainda, as áreas de
preservação permanente, de reserva legal, de interesse ecológico e as comprovadamente
imprestáveis para qualquer exploração agrícola, pecuária, granjeira, aquícola ou florestal (art. 10 da
Lei 9.393/96). O ITR poderá ser reduzido em até 90% a título de estímulo fiscal, em função do grau
de utilização da terra e da eficiência da exploração. Obs.: a isenção tributária do ITR em áreas de
Reserva Legal está condicionada ao registro no CAR (REsp 1027051, j. em 7/4/2011).
7. Contribuinte. É o proprietário do imóvel, o titular de seu domínio útil (havendo enfiteuse), ou o
seu possuidor a qualquer título (SABBAG: somente o possuidor ad usucapionem, isto é, aquele com
possibilidade de aquisição do domínio ou propriedade pela usucapião).
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compra e venda no cartório competente), o imposto sobre o patrimônio poderá ser exigido de
qualquer um dos sujeitos passivos "coexistentes", [...] (REsp 1073846 SP, Rel. Min. LUIZ FUX, 1ª
Seção, j. em 25/11/2009, DJe 18/12/2009).
- STJ: não ocorrência do fato gerador do ITR no período em que o imóvel encontra-se na posse de
movimento social, por ofensa aos “princípios básicos da razoabilidade e da justiça o fato de o Estado
violar o direito de garantia de propriedade e, concomitantemente, exercer a sua prerrogativa de
constituir ônus tributário sobre imóvel expropriado por particulares (proibição do venire contra
factum proprium). Com a ‘invasão’ do movimento ‘sem terra’, o direito da recorrida ficou tolhido de
praticamente todos seus elementos: não há mais posse, possibilidade de uso ou fruição do bem;
consequentemente, não havendo a exploração do imóvel, não há, a partir dele, qualquer tipo de
geração de renda ou de benefícios para a proprietária” (REsp 1144982/PR, DJe 15/10/2009).
- STF: [...] Necessidade de se interpretar o art. 1.784 em conjunto com o disposto no art. 1.791 e seu
parágrafo único, ambos do Código Civil, de modo que a saisine somente tornaria múltipla a
titularidade do imóvel, o qual permaneceria uma única propriedade até a partilha, unidade que não
poderia ser afastada quando da apuração da área do imóvel para fins de reforma agrária, razão por
que não se poderia tomar cada parte ideal como propriedade distinta. Salientou-se não ser aplicável,
à espécie, o § 6º do art. 46 do Estatuto da Terra (Lei 4.504/64), já que a expressão “para os fins desta
Lei” nele contida teria o objetivo apenas de instrumentar o cálculo do coeficiente de progressividade
do Imposto Territorial Rural - ITR, não servindo o procedimento previsto de parâmetro para o
dimensionamento de imóveis rurais destinados à reforma agrária, matéria afeta à Lei 8.629/93. No
que tange ao apontado erro de cálculo da área do imóvel, afirmou-se que, para os fins dessa última
lei (ou seja, para fins de reforma agrária e não de ITR), deveria ser levada em conta a área global,
sem dedução das áreas não aproveitáveis e da reserva legal (Lei 4.771/65, art. 16, § 2º), o que seria
considerado somente no cálculo da produtividade do imóvel (Lei 8.629/93, art. 6º). Com base nisso,
e tendo em conta o laudo técnico do INCRA, considerou-se o imóvel em questão uma grande
propriedade rural improdutiva passível de desapropriação. MS 24924/DF, rel. orig. Min. Marco
Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Joaquim Barbosa, 24.2.2011. (MS-24924).
Obs.: Este último refere-se mais à questão da desapropriação para fins de reforma agrária, mas é
bastante interessante também, para demonstrar que o critério utilizado para definição de
dimensionamento do imóvel no Estatuto da Terra só serve para fins do cálculo do coeficiente de
progressividade do ITR, não servindo para o dimensionamento de imóveis rurais destinados à
Reforma Agrária, que deve observar o disposto na Lei 8629⁄93.
OBS vitaminada: conclusão: • para fins de reforma agrária, leva-se em conta a área
global, sem dedução das áreas não aproveitáveis e da reserva legal; • para fins de cálculo
do ITR: exclui-se as áreas não aproveitáveis, as de reserva legal e a de proteção
permanente.
LEITURA COMPLEMENTAR: ANCELES, Pedro dos Santos. Manual de Tributos da Atividade
Rural. São Paulo: Atlas; PAULSEN, Leandro; MELO, José Eduardo Soares de. Impostos Federais,
Estaduais e Municipais. Porto Alegre: Livraria do Advogado. MARTINS, Marcelo Guerra. Impostos
e Contribuições Federais. São Paulo: Renovar.
Ponto Extra Vitaminado: Questões de concursos anteriores
OBS vitaminada: MPF/21º: Mediante Medida Provisória, editada em novembro de 2003 e
aprovada no mês subsequente, é majorado o ITR, sendo exigível a majoração a partir do exercício
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Noções gerais: “Vigência é a aptidão para incidir, para dar significação jurídica aos fatos”.(Hugo de
Brito Machado) “Vigência é aquele atributo da lei que lhe confere plena disponibilidade para a sua
aplicação”. (Celso Ribeiro Bastos)
1. A vigência da legislação tributária no tempo: Segundo o art. 101 do CTN, “a vigência, no
espaço e no tempo, da legislação tributária rege-se pelas disposições legais aplicáveis às normas
jurídicas em geral, ressalvado o previsto neste Capítulo”.
A vigência e o princípio da anterioridade tributária são institutos diversos. A CF, no art. 150, III, b e
c, ao tratar do princípio da anterioridade, não abordou a data de vigência das leis tributárias.
Segundo o texto constitucional, a lei que cria ou aumenta tributo subordina-se aos princípios da
anterioridade anual e da anterioridade qualificada ou nonagesimal, sendo também irretroativa, não
podendo alcançar fatos geradores já ocorridos.
# Exceções constitucionais ao princípio da anterioridade: IE, II, IPI, IOF, empréstimo compulsório
por motivo de guerra ou calamidade pública (148,I) e imposto extraordinário de guerra (154,II),
além das contribuições sociais (que seguem o art 195, parágrafo 6).
No CTN, a vigência da lei tributária no tempo está regrada em dois dispositivos: artigos 103 e 104.
OBS vitaminada (arts. 103, 104 e 178): Entram em vigor: (i) os atos administrativos
expedidos pelas autoridades administrativas => na data da sua publicação; (ii) as decisões
dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia
normativa, quanto a seus efeitos normativos => 30 dias após a data da sua publicação;
(iii) os convênios que entre si celebrem os entes federativos => na data neles prevista.
Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua
publicação os dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda: (i)
que instituem ou majoram tais impostos; (ii) que definem novas hipóteses de incidência; (iii)
que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de maneira mais favorável ao
contribuinte. A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas
condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo.
2. Validade, vigência e eficácia – noções gerais. A lei que completou todo o seu ciclo de formação
presume-se válida. A validade, portanto, está presente quando o processo de produção e formação
da lei houver observado as diretrizes e os requisitos procedimentais previstos na CF (aspecto formal)
e seu conteúdo não agredir a CF (aspecto material).
A norma vigente tem, em regra, total aptidão para produzir, em maior ou menor grau, efeitos
jurídicos.
A regra é que a norma vigente seja eficaz, porém isto nem sempre acontece. Ex: princípio da
anterioridade, que proíbe aos entes federados cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que
haja sito publicada a lei que os instituiu ou aumentou. Tal princípio não proíbe a vigência da lei que
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
institui ou majora tributo no mesmo exercício de sua publicação, mas tão-somente adia para o
exercício subsequente a produção de efeitos (eficácia) dessa norma. Eficácia é quando a lei está
completamente pronta para gerar imediatamente os efeitos jurídicos pretendidos pelo legislador.
Vigência da lei » aptidão para incidir » automática. Aplicação da lei » depende de alguém »
utilidade em situação concreta. Uma lei pode estar vigente e não ser aplicada, enquanto uma lei
pode ser aplicada, não se encontrando mais vigente (Des. Luiz Alberto Gurgel de Faria).
A vigência deve ser analisada no tempo e no espaço
Regras básicas da vigência no tempo: Leis: 45 dias depois de publicada ou 3 meses, no exterior
(LICC, art. 1º). Essa é a regra geral, mas o normal é a própria lei dizer quando entra em vigor.
Ressalta-se que em matéria tributária devem ser observados os princípios da anterioridade de
exercício e da anterioridade nonagesimal. Para alguns autores, tais princípios estariam
relacionados com os efeitos da lei, não com sua vigência, apesar de o art. 104 do CTN, ao
tratar da anterioridade, usar a expressão “entram em vigor”. De qualquer maneira, devem ser
levados em conta. (OBS: ver mais sobre princípio da anterioridade no ponto 01). Atos normativos:
na data da publicação, salvo disposição em contrário. Decisões com eficácia normativa dos órgãos
singulares ou coletivos de jurisdição administrativa: 30 dias depois da publicação, salvo disposição
em contrário. Convênios: na data em que o próprio convênio estabelecer, salvo disposição em
contrário. O art. 104 do CTN e o princípio da anterioridade: Entram em vigor no primeiro dia do
exercício seguinte àquele em que ocorra a sua publicação os dispositivos de lei, referentes a
impostos sobre o patrimônio ou a renda: I - que instituem ou majoram tais impostos; II - que
definem novas hipóteses de incidência; III - que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei
dispuser de maneira mais favorável ao contribuinte, e observado o disposto no artigo 178.
MUITO IMPORTANTE: O STF entende que a revogação de isenção não se equipara à criação
ou à majoração de tributo, de forma que o tributo volta a ser imediatamente exigível, não sendo
aplicável o princípio da anterioridade (RE 204.062).
Vigência espacial: em regra, a legislação tributária vigora dentro do território do ente que as
editou. Excepcionalmente, a legislação tributária dos Estados, do DF e dos municípios vigora fora
dos respectivos territórios, nos limites em que lhe reconheçam extraterritorialidade os
convênios de que participem ou de que disponham as leis e normas gerais expedidas pela União (art.
102, CTN).
A extraterritorialidade prevista em convênio de cooperação: pode se imaginar como exemplo
um convênio firmado entre Municípios integrantes da região metropolitana de São Paulo prevendo a
fiscalização conjunta do ISS devido pelos prestadores de serviço a cada um desses Municípios.
A extraterritorialidade prevista em norma geral nacional: as leis que estipulem tais devem se
ater a situações em que a extraterritorialidade se imponha como única solução viável para
determinado problema, sob pena de inconstitucionalidade por agressão ao pacto federativo. Exemplo
de aplicação: criação de novo ente político, através de desmembramento territorial de outro.
Regra de vigência espacial extraterritorial prevista no CTN (art. 120): Salvo disposição de lei
em contrário, a pessoa jurídica de direito público, que se constituir pelo desmembramento territorial
de outra, sub-roga-se nos direitos desta, cuja legislação tributária aplicará até que entre em vigor
a sua própria.
Aplicação de leis estrangeiras: segundo Luciano Amaro, a lei estrangeira pode integrar a hipótese
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
de aplicação da lei brasileira, em havendo previsão expressa. Tal se dá, p.ex., quando nossa lei do IR
admite que, ao se apurar o imposto devido por contribuinte aqui domiciliado, seja deduzido o
imposto retido no exterior, se a lei do país de origem da renda der igual tratamento ao imposto retido
no Brasil.
3. Aplicação da lei tributária. Conceito: aplicar a legislação tributária é concretizar no mundo
fático a vontade que o legislador manifestou em abstrato na norma. Disposições do CTN sobre o
tema:
Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos
pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início, mas não esteja completa
nos termos do artigo 116.
Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os
seus efeitos:
I - tratando-se de situação de fato, desde o momento em que o se verifiquem as circunstâncias
materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios;
II - tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente constituída,
nos termos de direito aplicável.
Fatos instantâneos: fatos geradores que ocorrem em um momento preciso da linha do tempo. Ex:
Imposto de Importação
Fatos periódicos: fatos geradores que se prolongam no tempo, sendo considerados ocorridos nos
instantes legalmente determinados; ex: IPVA. Podem ser divididos em simples e compostos
(complexivos). Os fatos periódicos simples tomam por base um único evento que se prolonga no
tempo (Ex: IPTU e IPVA). Já os fatos periódicos compostos são fatos geradores compostos de
diversos eventos que devem ser considerados de maneira global, dentro de um determinado
período de tempo legalmente definido (Ex: IR e CSLL). Obs: existe doutrina205 que defende que
jamais os fatos poderiam ser considerados como pendentes, uma vez que, mesmo nos fatos
periódicos compostos ou complexivos, existe determinação (legal) do instante da completude e
perfeição de tais fatos, o que faz com que possam ser tratados como instantâneos.
Fato gerador pendente: é aquele cujo fato gerador se tenha iniciado, mas não esteja consumado nos
termos do artigo 116 do CTN
O caso do IR: segundo entendimento do STF, o imposto de renda tem fato gerador complexivo,
que começa a ocorrer no início do exercício financeiro (1º de janeiro) e termina no fim do
exercício (31 de dezembro). Assim, qualquer lei que venha a ter vigência até o dia 31 de
dezembro aplica-se ao IR daquele exercício financeiro, dado que o fato gerador ainda está
pendente. Autorizados tributaristas, em discordância com tal tese, têm sustentado que o imposto de
renda deve ser regulado por lei em vigor antes do início do período-base respectivo. Com efeito, o
entendimento, sufragado pelo STF, de que o fato gerador do imposto de renda somente se completa
no dia 31 de dezembro, e assim a lei publicada até tal data aplica-se a todo o período, vale dizer, ao
lucro apurado de 1° de janeiro a 31 de dezembro, na verdade prejudica a segurança jurídica, pois o
contribuinte chega ao final do ano sem saber a que norma se submeterá na apuração do seu imposto
de renda.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
Irretroatividade e IR: SÚMULA Nº 584 do STF: “Ao Imposto de Renda calculado sobre os
rendimentos do ano-base, aplica-se a lei vigente no exercício financeiro em que deve ser
apresentada a declaração.” Tal súmula parece desprezar tanto a anterioridade quanto a
irretroatividade. Não obstante, ainda é aplicada pelo STF, embora a matéria esteja sendo
rediscutida no RE 183.130 (suspenso em razão de pedido de vista). Vale registrar que, no âmbito do
STJ, existem precedentes afirmando a inaplicabilidade da referida Súmula. (entre outros,
AgRg no Ag 1363478, j. 15/03/2011)
Aplicação pretérita da lei tributária:
A) aplica-se a lei tributária ao fato pretérito, em qualquer caso, quando seja expressamente
interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados. Lei
interpretativa é aquela que não inova, limitando-se a esclarecer dúvida surgida com o dispositivo
anterior. A exclusão da aplicação de penalidades beneficia tão somente àquele que interpretou mal a
lei e não àquele que agiu em sua total inobservância.
Obs¹: em que pese discussão doutrinária acerca do tema, o STF admite a existência de leis
meramente interpretativas (interpretação autêntica) (ADI 695/DF).
Obs².: a Corte Especial do STJ, em relação à Lei Complementar nº. 118/2005, que buscou
interpretar a questão da prescrição em tributos sujeitos a lançamento por homologação, entendeu
que a referida lei não era meramente interpretativa. Disse o STJ:
O art. 3º da LC 118/2005, a pretexto de interpretar os arts. 150, §1º, 168, I, do CTN, conferiu-lhes,
na verdade, um sentido e um alcance diferente daquele dado pelo Judiciário. Ainda que defensável
a "interpretação" dada, não há como negar que a Lei inovou no plano normativo, pois retirou das
disposições interpretadas um dos seus sentidos possíveis, justamente aquele tido como correto pelo
STJ, intérprete e guardião da legislação federal. Portanto, o art. 3º da LC 118/2005 só pode ter
eficácia prospectiva, incidindo apenas sobre situações que venham a ocorrer a partir da sua
vigência.
COFINS. SOCIEDADE CIVIL. COMPENSAÇÃO. PRESCRIÇÃO: A Turma conheceu em
parte do recurso e, nessa parte, negou-lhe provimento, reiterando o entendimento segundo o qual o
STF tem reconhecido que o conflito entre lei complementar e lei ordinária - como é o caso da
alegada revogação da Lei Complementar n. 70/1991 pela Lei n. 9.430/1996 - possui natureza
constitucional. Inicialmente o Min. Relator esclareceu que se extingue o direito de pleitear a
restituição de tributo sujeito a lançamento por homologação, não sendo esta expressa, somente após
cinco anos contados da ocorrência do fato gerador, acrescidos de mais cinco anos contados da data
em que se deu a homologação tácita. A Corte Especial acolheu a argüição de
inconstitucionalidade da expressão "observado quanto ao art. 3º o disposto no art. 106, I, da
Lei n. 5.172/1966 do CTN", constante do art. 4º, segunda parte, da LC n. 118/2005. Nessa
assentada, firmou-se o entendimento de que, "com o advento da LC n. 118/2005, a prescrição, do
ponto de vista prático, deve ser contada da seguinte forma: relativamente aos pagamentos
efetuados a partir da sua vigência (que ocorreu em 9/6/2005), o prazo para a ação de repetição
de indébito é de cinco anos a contar da data do pagamento; e, relativamente aos pagamentos
anteriores, a prescrição obedece ao regime previsto no sistema anterior, limitada, porém, ao
prazo máximo de cinco anos a contar da vigência da lei nova". Precedentes citados: EREsp
435.835-SC, DJ 4/6/2007, e EREsp 644.736-PE, DJ 27/8/2007. REsp 955.831-SP, Rel. Min. Castro
Meira, julgado em 28/8/2007 (Informativo n. 329 do STJ)
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
B) aplica-se a lei tributária a fato pretérito, tratando-se de ato não definitivamente julgado206: a)
quando deixe de defini-lo como infração; b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer
exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em
falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na
lei vigente ao tempo da sua prática (obs.: redução de alíquotas não tem aplicação retroativa, exceto
se houver previsão legal expressa).
É importante atentar que as três alíneas do inciso II do art. 106 tratam exclusivamente de infrações
e suas respectivas punições, de forma que não haverá retroatividade de lei que verse sobre
tributo, seja a lei melhor ou pior.
Alguns autores defendem a inexistência de diferença entre as hipóteses das alíneas a e b. Todavia,
para Ricardo Alexandre, a alínea a trataria exclusivamente de penalidade pelo descumprimento de
obrigação principal, e a alínea b, exclusivamente de penalidade pelo descumprimento de obrigação
acessória.
Aplicação retroativa » art. 106, CTN. No tocante ao referido dispositivo, a Justiça vem sendo
constantemente acionada quanto ao real sentido da expressão “ato não definitivamente julgado”,
contida no inciso II, mormente quanto à alínea “c”, que prevê a aplicação da lei a fato pretérito
quando comina penalidade mais branda. A jurisprudência vem se sedimentando no sentido de que
o “ato não definitivamente julgado” não se restringe à seara administrativa, mas também à
judicial. “o CTN, em seu art. 106, estabelece que a lei nova mais benéfica ao contribuinte aplica-se
ao fato pretérito, razão por que correta a redução da multa para 20% nos casos em que a execução
fiscal não foi definitivamente julgada. (...) somente se tem por definitivamente julgada a execução
fiscal quando realizadas a arrematação, adjudicação ou remição”.
Aplicação retroativa x anistia: não há de se confundir aplicação retroativa do artigo 106 com a
anistia. Nesta, não se opera alteração ou revogação de lei antiga, não havendo mudança na
qualificação jurídica do ilícito. Apenas fica extinta a punibilidade em relação a certas infrações
cometidas anteriormente à vigência da lei que a concede (art. 180).
Existe garantia de irretroatividade das leis para o Estado? A garantia da irretroatividade da
lei, prevista no art. 5º, XXXVI, da Constituição da República, não é invocável pela entidade
estatal que a tenha editado (SUMULA STF nº 654).
Ponto Extra Vitaminado – outras questões de concursos anteriores:
OBS vitaminada: MPF/21º207: Dispositivo de lei que altera, antecipando o prazo de recolhimento
de obrigação tributária:
a) apenas tem aplicação no ano seguinte ao da data da sua edição;
b) recai sobre as exações fiscais de imediato;
c) incide a partir da vigência da lei desde que a alteração do prazo propicie algum benefício ao
contribuinte
d) implicando aumento de tributo, indiretamente, fica sobrestada a sua eficácia para o ano seguinte
ao da sua edição se se trata de tributo cujo lançamento é por homologação.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
1. Noções Gerais. É instituto de direito material (prazo de garantia), atrelado à própria relação
jurídica. Ao contrário do Direito Civil, no Direito Tributário o prazo de prescrição não fulmina
apenas a pretensão jurídica, mas o próprio direito (cf. art. 156, V, do CTN c/c o art. 165, I, do CTN).
O pagamento de débito tributário prescrito implica restituição do indébito.
Opera-se a prescrição quando a Fazenda Pública não propõe, no prazo legalmente estipulado, a ação
de execução fiscal para obter a satisfação coativa do crédito tributário.
OBS vitaminada: MPF/23º: A prescrição extingue apenas a pretensão que emerge do
crédito tributário. (FALSO!)
OBS vitaminada: MPF/23º: A prescrição fulmina a pretensão que emerge do crédito
tributário e, por consequência extingue, também, o direito (obrigação tributária). Resposta:
com efeito, a obrigação principal extingue-se juntamento com o crédito dela decorrente
(CTN: Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. § 1º A obrigação principal surge
com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e
extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente).
OBS vitaminada: MPF/15º: A prescrição, em Direito Tributário, extingue não só a ação
como também o próprio direito ao crédito tributário.
2. Conceito. o prazo (de 5 anos - art. 174 do CTN) é contado da constituição definitiva do crédito
tributário, durante o qual a Fazenda pode propor a ação de execução fiscal para obter a satisfação
coativa do crédito tributário, o qual é interrompido nas hipóteses do p.ú. do art. 174 (I209 - pelo
despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal; II - pelo protesto judicial; III - por
qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; IV - por qualquer ato inequívoco ainda que
extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito pelo devedor).
3. Prescrição x Decadência. Referem-se a diferentes situações jurídicas: a decadência recai sobre o
direito da Fazenda de constituir (ou segundo alguns “declarar”) o crédito tributário; já a prescrição
refere-se ao prazo para o ajuizamento da ação de execução fiscal do débito já constituído. A
constituição do crédito tributário (decadência) realiza-se de acordo com a categoria de lançamento a
que se sujeita “em tese” o tributo, mas “essa formalização (= constituição do crédito tributário)
pode ocorrer por vários modos. Em primeiro lugar, pelo lançamento, nas suas diversas espécies.
[...] Mas há outras formas de constituição do crédito tributário. "O fato de o cidadão-contribuinte
não poder efetuar o lançamento não significa que ele não possa constituir o crédito tributário",
observou, com inteira razão, Denise Lucena Cavalcante [...] A modalidade mais comum de
constituição do crédito tributário sem que o seja por lançamento é a da apresentação, pelo
contribuinte, de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF” (extrato do voto
no REsp 962379/RS, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, 1ª Seção, j. em 22/10/2008).
Desta maneira, nos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, a declaração (DCTF, GFIP,
209Antes da LC 118/05 (que alterou o inciso I) a regra era a interrupção por meio da citação, mas o STJ decidiu que o § 1º do art. 219
do CPC era aplicável aos créditos tributários (Resp 1.120.295-SP, Rel. Min. Luiz Fux, j. em 12/5/2010).
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GIA etc.) pelo sujeito passivo constitui de pleno direito o crédito tributário (encerrando assim o
prazo de decadência, cf. art. 5º e § 1º do DL 2.124/84), passando a transcorrer apenas o prazo de
prescrição para a execução fiscal em relação ao débito declarado e constituído, consoante a
Súm.436-STJ (A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui o
crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do fisco).
Nos casos em que há declaração parcial de valores – mas sem qualquer pagamento -, é possível dois
entendimentos: (i) o prazo será de prescrição quanto ao valor declarado (Súm.436-STJ), sem
prejuízo de a Fazenda efetivar o lançamento suplementar em relação ao montante que não foi
declarado no prazo do art. 173, I, do CTN; (ii) o prazo será apenas de decadência, pois a Fazenda
fará o lançamento de ofício em substituição integral ao lançamento por homologação, em função do
valor inveridicamente declarado, tornando insubsistente a declaração falsa, motivo pelo qual a
prescrição apenas seria contada após o lançamento definitivo.
Por serem normas gerais, a CF exige LC expressamente para sua regulação (art. 146, III, b), por isto,
tanto o STJ (Resp 616.348, j. em 15/10/2007) como o STF (Súm.Vinc. 8) declararam
inconstitucionais os prazos de 10 anos para decadência relativa ao lançamento de contribuições
sociais (obs.: o STF modulou os efeitos da SV-8, não havendo direito de restituição quanto aos
pagamentos feitos sem contestação pelo particular antes desta). Convém ressaltar que diversos
dispositivos da LEF (v.g., o art. 2º, § 3º) se aplicam apenas aos créditos não-tributários, porquanto a
LEF não foi recepcionada como LC, haja vista que desde a CF/1967 exige-se que as normas gerais
de direito tributário sejam objeto de LC (CTN é de 66).
4. Restituição de indébito e prescrição. Para parte minoritária da doutrina, o prazo do art. 168 do
CTN para pleitear a restituição é de decadência, e apenas após o reconhecimento deste direito o
prazo para cobrar a restituição reconhecida seria de prescrição (art. 1º do Decreto 20.910).
Entretanto, a jurisprudência pacífica entende que o prazo do art. 168 do CTN é de prescrição
(pretende-se condenação, e não constituição). Este prazo de prescrição é contado da data de extinção
do crédito tributário (art. 168, I, do CTN), e por isto, antes da LC 118/2005, era pacífico no STJ que
o termo a quo, nos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, seria contado ou da
homologação expressa (que raramente ocorre) ou da homologação tácita (que ocorre em 5 anos a
contar da ocorrência do fato gerador, art. 150, § 4º, do CTN). Na prática, o sujeito passivo era
beneficiado por um prazo de 10 anos (5 + 5), pois o prazo do art. 168 era contado apenas após
decorrido o prazo do §4º do art. 150.
Visando alterar esta situação, o art. 3º da LC 118/2005, pretendendo efeitos retroativos ao art. 106, I,
do CTN, se autodeclarou norma interpretativa, dispondo que “para efeito de interpretação do inciso I
do art. 168 [...] a extinção do crédito ocorre [...] no momento do pagamento antecipado de que trata
o § 1º do art. 150 do CTN”. O STJ se negou a dar efeitos retroativos à lei, porquanto haveria
inconstitucionalidade: “2. O advento da LC 118/05 e suas conseqüências sobre a prescrição, do
ponto de vista prático, implica dever a mesma ser contada da seguinte forma: relativamente aos
pagamentos efetuados a partir da sua vigência (que ocorreu em 09.06.05), o prazo para a repetição
do indébito é de cinco a contar da data do pagamento; e relativamente aos pagamentos anteriores,
a prescrição obedece ao regime previsto no sistema anterior, limitada, porém, ao prazo máximo de
cinco anos a contar da vigência da lei nova. 3. Isto porque a Corte Especial declarou a
inconstitucionalidade da expressão "observado, quanto ao art. 3º, o disposto no art. 106, I, da Lei
nº 5.172 [...]", constante do artigo 4º, segunda parte, da Lei Complementar 118/2005 (AI nos
ERESP 644736/PE, Relator Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 06.06.2007)” (REsp
1002932/SP, Rel. Min. Luiz Fux, 1ª Seção, j. em 25/11/2009).
295
Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
Ressalte-se que, segundo o STJ, para a aplicação do regime anterior à LC 118/05, é irrelevante a
data de ajuizamento da ação, mas apenas a data do pagamento, pois a prescrição é prazo de garantia,
portanto, de direito material e atrelado à própria relação jurídica por ato jurídico perfeitamente
realizado, sob pena de dar-lhe efeitos retroativos. Porém, em controle difuso, o STF decidiu
contrariamente: “[...] Quando do advento da LC 118/05, estava consolidada a orientação da Primeira
Seção do STJ [...] embora tenha se autoproclamado interpretativa, implicou inovação normativa,
tendo reduzido o prazo de 10 anos contados do fato gerador para 5 anos contados do pagamento
indevido [...] implicam ofensa ao princípio da segurança jurídica em seus conteúdos de proteção da
confiança e de garantia do acesso à Justiça. Afastando-se as aplicações inconstitucionais e
resguardando-se, no mais, a eficácia da norma, permite-se a aplicação do prazo reduzido
relativamente às ações ajuizadas após a vacatio legis, conforme entendimento consolidado por esta
Corte no enunciado 445 da Súmula do Tribunal. O prazo de vacatio legis de 120 dias permitiu aos
contribuintes não apenas que tomassem ciência do novo prazo, mas também que ajuizassem as ações
necessárias à tutela dos seus direitos [...]” (RE 566621, Rel. Min. Ellen Gracie, Pleno, j. em
04/08/2011). O art. 169 do CTN estabelece prazo de decadência de 2 anos para anular decisão
administrativa, mas este prazo é concomitante ao de prescrição de 5 anos do art. 168 do CTN, e
como o contribuinte não é obrigado a exaurir as vias administrativas ou a anular a decisão
administrativa para depois pleitear a restituição do indébito, este prazo tem pouca relevância.
Ademais, o p.ú. do art. 169 do CTN estabeleceu prazo de prescrição intercorrente, que obviamente
só se aplica em relação à inércia que possa ser imputada ao particular.
OBS vitaminada: Suspensão do prazo prescricional: O CTN não prevê expressamente
hipóteses de suspensão da fluência do prazo prescricional. Todavia, em face da regra
prevista no p. ún. do art. 155, durante o tempo decorrido entre a concessão de moratória em
caráter individual obtida de maneira fraudulenta e a sua “revogação” (anulação ou cassação),
não corre a prescrição. É lícito afirmar, portanto, que ocorreu a suspensão do prazo
prescricional no período. A suspensão da prescrição ocorre implicitamente na moratória,
parcelamento, remissão, isenção e à anistia obtidos em caráter individual com base em
procedimento fraudulento. Além disso, tem-se entendido que, em todos os casos em que a
exigibilidade do crédito tributário está suspensa (art. 151, CTN), também estará
suspenso o referido prazo prescricional. CESPE: “constitui hipótese de suspensão da prescrição a
concessão de medida liminar em MS”. CERTO.
296
Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro e sobre operações relativas a títulos e valores
mobiliários ou Imposto sobre operações financeiras (IOF)
FATO GERADOR
Art. 63. O imposto, de competência da União, sobre operações de crédito, câmbio e seguro, e sobre
operações relativas a títulos e valores mobiliários tem como fato gerador:
I - quanto às operações de crédito, a sua efetivação pela entrega total ou parcial do montante ou do
valor que constitua o objeto da obrigação, ou sua colocação à disposição do interessado;
II - quanto às operações de câmbio, a sua efetivação pela entrega de moeda nacional ou
estrangeira, ou de documento que a represente, ou sua colocação à disposição do interessado em
montante equivalente à moeda estrangeira ou nacional entregue ou posta à disposição por este;
III - quanto às operações de seguro, a sua efetivação pela emissão da apólice ou do documento
equivalente, ou recebimento do prêmio, na forma da lei aplicável;
IV - quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários, a emissão, transmissão,
pagamento ou resgate destes, na forma da lei aplicável.
Parágrafo único. A incidência definida no inciso I exclui a definida no inciso IV, e reciprocamente,
quanto à emissão, ao pagamento ou resgate do título representativo de uma mesma operação de
crédito.
HIPÓTESES DE INCIDÊNCIA DO IOF – JURISPRUDÊNCIA
O STF entende legítima a incidência de IOF sobre operações de factoring (operações de desconto
de títulos para empresas mercantis, com o fim de disponibilizar numerário para o capital de giro
destas), uma vez que a CF autoriza a União Federal a instituir impostos sobre operações relativas a
títulos ou valores mobiliários, operações estas em que estão incluídas as de factoring.
Diversamente, declarou inconstitucional a incidência do imposto sobre saques efetuados em
cadernetas de poupança, entendendo que o saque em caderneta de poupança não consubstancia
operações de crédito, cambio ou seguro , nem operação relativa a títulos ou valores mobiliários, não
se enquadrando, portanto, em nenhuma das hipóteses de incidência do IOF autorizadas pela CF (RE
232. 467- SP) – vide súmula 664 do STF. (BACEN 2009)
BASE DE CALCULO DO IOF: Segundo o art. 64 do CTN, a base de calculo do imposto é: I -
quanto às operações de crédito => o montante da obrigação, compreendendo o principal e os juros;
II - quanto às operações de câmbio => o respectivo montante em moeda nacional, recebido,
entregue ou posto à disposição; III - quanto às operações de seguro => o montante do prêmio; IV -
quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários: a) na emissão => o valor nominal
mais o ágio, se houver; b) na transmissão => o preço ou o valor nominal, ou o valor da cotação em
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
1. Dívida Ativa
Definição do CTN → art. 201211. Definições de Paulo de Barros Carvalho → ato de apuração e
de inscrição do débito no livro de registro da dívida pública. "É o único ato de controle de
legalidade, efetuado sobre o crédito tributário já constituído, que se realiza pela apreciação crítica de
profissionais obrigatoriamente especializados: os Procuradores da Fazenda. Além disso, é a
derradeira oportunidade que a Administração tem de rever os requisitos jurídicos-legais dos atos
praticados." Para ele, não cria o crédito (este é criado pelo lançamento), mas sim o título
executivo extrajudicial (a CDA, Certidão da Dívida Ativa).
OBS vitaminada: concluindo, a inscrição do crédito tributário na dívida ativa possui uma
dupla finalidade: 1) o controle da legalidade pela Administração e 2) a obtenção de um título
executivo extrajudicial. A denominada dívida ativa da fazenda pública divide-se em
tributária e não tributária. Dívida ativa não tributária: composta de crédito da fazenda
decorrentes de relações jurídicas não disciplinadas no âmbito do direito tributário, como
créditos relativos a aluguéis de imóveis de propriedade de entes públicos, indenizações
devidas à fazenda, multas não tributárias, a exemplo das multas administrativas etc. Não se
encontra, evidentemente, tratada no CTN.
Termo de inscrição na dívida ativa: é o documento que consta do livro da dívida ativa e
consubstancia a inscrição do devedor em dívida. Hoje em dia, é essencialmente eletrônico, tanto
quanto a própria CDA, ao menos no que tange à PFN.
Certidão da dívida ativa: é o título executivo extrajudicial que embasa a execução fiscal.
Requisitos do termo de inscrição da dívida ativa → Art. 202 do CTN212. A LEF ainda acrescenta
mais três requisitos no art. 2º. Por ser mais completo, será reproduzido aqui: art. 2º §5º da LEF: I - o
nome do devedor, dos co-responsáveis e, sempre que conhecido, o domicílio ou residência de um e
de outros; II - o valor originário da dívida, bem como o termo inicial e a forma de calcular os juros
de mora e demais encargos previstos em lei ou contrato; III - a origem, a natureza e o fundamento
legal ou contratual da dívida; IV - a indicação, se for o caso, de estar a dívida sujeita à atualização
monetária, bem como o respectivo fundamento legal e o termo inicial para o cálculo; V - a data e o
211OBS vitaminada: Art. 201. Constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito dessa natureza, regularmente inscrita na
repartição administrativa competente, depois de esgotado o prazo fixado, para pagamento, pela lei ou por decisão final proferida em
processo regular. Parágrafo único. A fluência de juros de mora não exclui, para os efeitos deste artigo, a liquidez do crédito.
212 OBS vitaminada: Art. 202. O termo de inscrição da dívida ativa, autenticado pela autoridade competente, indicará
obrigatoriamente: I - o nome do devedor e, sendo caso, o dos co-responsáveis, bem como, sempre que possível, o domicílio ou a
residência de um e de outros; II - a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos; III - a origem e natureza do
crédito, mencionada especificamente a disposição da lei em que seja fundado; IV - a data em que foi inscrita; V - sendo caso, o
número do processo administrativo de que se originar o crédito. Parágrafo único. A certidão conterá, além dos requisitos deste
artigo, a indicação do livro e da folha da inscrição.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
213Art. 203. A omissão de quaisquer dos requisitos previstos no artigo anterior, ou o erro a eles relativo, são causas de nulidade da
inscrição e do processo de cobrança dela decorrente, mas a nulidade poderá ser sanada até a decisão de primeira instância,
mediante substituição da certidão nula, devolvido ao sujeito passivo, acusado ou interessado o prazo para defesa, que somente
poderá versar sobre a parte modificada.
214OBS vitaminada: risquei o comentário que vem logo após, devido ao seguinte: Art. 2º, §3º da LEF: A inscrição (...) suspenderá a
prescrição, para todo os efeitos de direito, por 180 dias, ou até a distribuição da execução fiscal, se esta ocorrer antes de findo
aquele prazo. Veja que esta norma gera um nítido conflito com o CTN, que tem status de Lei Complementar (norma geral) e não
prevê essa hipótese de suspensão do prazo prescricional. Na verdade, o que ocorre aqui é um alargamento do prazo prescricional para
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
26 CPR, por isso está aqui. Entretanto, cumpre destacar que, segundo Ricardo Alexandre, "a Lei
4.320/64 divide a dívida ativa em tributária e não tributária, mas a LEF retira qualquer efeito
prático da distinção, ao tratar da mesma forma a execução de ambas as modalidades"); [OBS
vitaminada: 4 – tem efeito de prova pré-constituída (art. 204). Tal prensunção é relativa e pode ser
ilidida por prova inequívoca, a cargo do sujeito passivo ou do terceiro a que aproveite (parágrafo
único)].
A inscrição não é ato de constituição do crédito tributário, mas sim o lançamento.
OBS vitaminada: Presunção de fraude (art. 185 do CTN): Dispõe o art. 185 do CTN que,
se aquele que foi notificado da inscrição em dívida ativa aliena ou onera seus bens ou
rendas, presumem-se fraudulentas essas operações. Para evitar essa presunção, o devedor
deve provar que deixou bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita.
ATENÇÃO: a redação do art. 185, como está prevista agora, foi trazida pela LC 118/2005.
Assim, cuidado com provas de concurso: pela regra antiga, a presunção de fraude somente
ocorria em fase de execução (o que já caiu em concursos). Contudo, pela nova regra não se
exige que a alienação tenha sido realizada em faze executória. Obs: Segundo Ricardo
Alexandre, “apesar de a exigência da comunicação formal da inscrição não constar
expressamente no CTN, ela decorre do bom senso, não sendo razoável presumir que
obrou em fraude sujeito passivo que não sabia que seu débito estava inscrito em dívida
ativa. [...] Se, no passado, era necessária a ciência oficial do processo de execução (citação),
hoje deve ser considerada indispensável a comunicação formal da inscrição em dívida ativa”.
Para a garantia da efetividade da execução fiscal, a Fazenda pode se valer tanto da presunção
de fraude prevista no art. 185 do CTN como da medida cautelar fiscal.
OBS vitaminada: STJ. INF 532/2013 (REsp 1.389.892-SP, 2a. Turma): O pedido
administrativo realizado pelo contribuinte de cancelamento de débito inscrito em
dívida ativa não suspende a exigibilidade do crédito tributário, não impedindo o
prosseguimento da execução fiscal e a manutenção do nome do devedor no CADIN. A
manifestação de inconformidade ("reclamações" ou "recursos"), para ser dotada de efeito
suspensivo, deve estar expressamente disciplinada na legislação específica que rege o
processo tributário administrativo. O recurso é o meio de impugnação à decisão
administrativa que analisa a higidez da constituição do crédito e, portanto, é apresentado no
curso do processo administrativo, antes de o débito ser inscrito em dívida ativa, possuindo,
por força do art. 151, III, do CTN, aptidão para suspender a exigibilidade da exação. A
manifestação apresentada após a inscrição em dívida ativa (como foi o caso), nada mais é do
que o exercício do direito de petição aos órgãos públicos. É um simples direito de pedir.
Após ter se encerrado o procedimento administrativo, com a confirmação do lançamento e a
inscrição em dívida ativa, caso o devedor apresente algum requerimento pedindo a anulação
dos atos anteriores, tal pedido não terá efeito suspensivo, considerando que existe uma
presunção relativa de que o procedimento foi encerrado de acordo com os parâmetros legais.
Se fôssemos atribuir efeito suspensivo a esse pedido, haveria uma subversão do ordenamento
5 anos e 6 meses, o que não pode ser regulado por lei ordinária. Essa questão chegou ao STJ que entendeu que o prazo de 180 dias
não se aplica às dívidas tributárias, porque o CTN não prevê hipóteses de suspensão e ele prevalece; todavia, em relação às
dívidas não-tributárias, o art. 2º, §3º da LEF é plenamente aplicável. Cf. STJ, REsp 1055259: A suspensão de 180 dias do prazo
prescricional a contar da inscrição em Dívida Ativa, prevista no art. 2.º, § 3.º, da Lei 6.830⁄80, aplica-se tão-somente às dívidas de
natureza não-tributária, porquanto a prescrição do direito do Fisco ao crédito tributário regula-se por lei complementar, in casu, o
art. 174 do CTN.
301
Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
jurídico, pois se estaria conferindo ao administrado o poder de duplicar ou "ressuscitar", tantas vezes
quantas lhe for possível e/ou conveniente, o contencioso administrativo.
2. Certidões Negativas:
Certidões negativas de débitos (CND): documento apto à comprovação de inexistência de
débito de determinado contribuinte, de determinado tributo ou relativo a determinado
período (Ricardo Alexandre). V. art. 205 do CTN. Prazo máximo para fornecimento10 dias215.
Fundamento constitucional: art. 5.º XXXIV, b da CF (direito de certidão). Princípio da legalidade
e no da razoabilidade (se a Administração Pública tem o poder de exigir CND, tem também o dever
de fornecê-la). Da sua negativa, cabe MS.
Elementos essenciais da CND: I - identificação do contribuinte; II - domicílio fiscal; III - ramo de
negócio ou atividade; IV - período a que se refere o pedido.
OBS vitaminada: STJ INF 533/2013 (REsp 1.126.515-PR, 2aT): O STJ, alterando sua
antiga posição, passou a entender que é possível o protesto da Certidão de Dívida Ativa
(CDA). Lei n. 9.492/97, Art. 1º Protesto é o ato formal e solene pelo qual se prova a
inadimplência e o descumprimento de obrigação originada em títulos e outros documentos
de dívida. Parágrafo único. Incluem-se entre os títulos sujeitos a protesto as certidões de
dívida ativa da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das respectivas
autarquias e fundações públicas. (Incluído pela Lei n. 12.767/2012)
OBS vitaminada: STJ INF 531/2013 (AgRg no AREsp 370.295-SC, 2aT): A ausência de
prévio processo administrativo não enseja a nulidade da Certidão de Dívida Ativa
(CDA) nos casos de tributos sujeitos a lançamento de ofício, uma vez que só haverá
processo administrativo se o contribuinte entender que foi incorreta a cobrança e, assim,
impugnar o lançamento. No lançamento de ofício, a Fazenda Pública possui todas as
informações para a constituição do crédito, não necessitando de processo administrativo
fiscal em autos. Após constituído, a Fazenda envia o carnê do IPTU ao contribuinte, o que
equivale à notificação do lançamento, e, recebida esta, abre-se o prazo para a impugnação. A
remessa, ao endereço do contribuinte, do carnê de pagamento do IPTU é ato suficiente para a
notificação do lançamento tributário.
STJ tem considerado válida a recusa de CND por descumprimento de obrigação acessória. (REsp
1236805 / CE, DJe 13/04/2011).
CND e Precatórios: STF decidiu ser inconstitucional a exigência de CND para o levantamento de
precatórios, previsto no art. 19 da Lei 11033/04. (ADI 3453/DF julgada em 11/2006).
Certidões positivas com efeitos de negativas (CTN 206): outro tipo de certidão é aquela que atesta
a existência de débito fiscal, mas cujos efeitos são idênticos àqueles da certidão negativa, pois o
contribuinte está em situação regular. Hipóteses: I - Créditos não vencidos; II – Créditos em curso
de cobrança executiva na qual o Juízo foi garantido; III – Créditos cuja exigibilidade esteja suspensa
215OBS vitaminada: Art. 205. A lei poderá exigir que a prova da quitação de determinado tributo, quando exigível, seja feita por
certidão negativa, expedida à vista de requerimento do interessado, que contenha todas as informações necessárias à identificação
de sua pessoa, domicílio fiscal e ramo de negócio ou atividade e indique o período a que se refere o pedido. Parágrafo único. A
certidão negativa será sempre expedida nos termos em que tenha sido requerida e será fornecida dentro de 10 (dez) dias da data da
entrada do requerimento na repartição.
302
Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
303
Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
OBS vitaminada: artigos da LRF mais cobrados em provas: art. 1º, 2º, 4º, 5º, 8, 12, 14 a 23, 25, 26,
29 a 38, 42, 43 a 46, 48 e 49.
Aspectos gerais. A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) foi promulgada para fins de regulamentar
o art. 163, da CF/88216. Conforme sua exposição de motivos, foi concebida como parte integrante do
Programa de Estabilidade Fiscal de 1998. Trata-se de LEI NACIONAL, aplicando-se
simultaneamente aos 3 Poderes da União, dos Estados, DF e Municípios, inclusive às respectivas
entidades da Administração Indireta, MESMO QUANDO HOUVER PRESTAÇÃO DE SERVIÇO
MEDIANTE TERCEIRIZAÇÃO.
O que se busca é redesenhar o modelo econômico brasileiro, com a implementação de mudanças no
regime fiscal, para permitir o tão almejado equilíbrio das contas públicas. Isto implica dizer que,
doravante, o Estado não pode gastar mais do que arrecada. Este o cerne do Programa de Estabilidade
Fiscal feito pelo Ministério da Fazenda, assim recomendando no pertinente ao conteúdo da Lei de
Responsabilidade Fiscal. (Ives Gandra; Carlos Valder, 2012).
A LRF está calcada em quatro pilares, quais sejam, planejamento, transparência, controle e
responsabilidade.
A LRF tem por fim uma ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem
desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de
resultados entre receitas e despesas, obediência a limites e condições no que tange a renúncia de
receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social, dívidas consolidada e mobiliária,
operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em
Restos a Pagar.
São seus destinatários a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, compreendidos, o
Poder Executivo, o Poder Legislativo, inclusive os Tribunais de Contas, o Poder Judiciário e o
Ministério Público; as respectivas administrações diretas, fundos, autarquias, fundações e empresas
estatais dependentes.
Planejamento. A ação do Poder Público vincula-se ao conjunto de instrumentos que norteia o
planejamento governamental, delineada em normas jurídicas estruturadas em sintonia com o texto
constitucional. São eles: o plano plurianual, a lei de diretrizes orçamentárias e a lei orçamentária
anual. Nesta estão compreendidos o orçamento fiscal, o da seguridade social e o de investimentos.
Com isso, o Estado busca ordenar suas atividades, bem como estabelecer as prioridades na
216O STF entende que “por abranger assuntos de natureza diversa, pode-se regulamentar o art. 163 da Constituição por meio de mais
de uma lei complementar. ADI 2238
304
Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
persecução dos seus objetivos primordiais. De modo que o planejamento constitui a ferramenta
básica para que o Estado alcance o seu fim último – o bem comum. Como nem sempre se pode
dispor de bens e serviços para todos em abundância, é necessário saber lidar com a escassez,
implementando programas. Assim, deve o governo agir como agente do desenvolvimento e da
justiça social. Afinal, como averbam Stéphanes e Ferreira, “o Governo é o principal agente para a
consecução desse objetivo e tem no planejamento um dos instrumentos de ação, pretendendo
corrigir desequilíbrios e ajustar o desenvolvimento”. Por outro lado, a moderna política econômica
planejada incorpora três elementos fundamentais: previsão, coordenação e consecução de objetivos
determinados. Desse modo, o planejamento tornou-se uma atividade normal no âmbito estatal, ao
lado de outras funções governamentais. Para empreender essa tarefa o País mantém órgão de
planejamento. Cada país adota uma denominação para esse órgão e em alguns um Ministério inteiro
é responsável por essa atividade (Ives Gandra et al).
O PPA é o instrumento de planejamento mais abrangente. Ele estabelece as diretrizes, objetivos e
metas da Administração Pública, em especial aquelas relativas às despesas de capital e aos
programas de duração continuada. A LDO compreende as metas e as prioridades da Administração
Pública, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente; serve de
orientação para a elaboração da lei orçamentária anual e dispõe sobre alterações na legislação
tributária.
Sistemas de controle. Os sistemas de controle deverão ser capazes de tornar efetivo e factível o
comando legal, fiscalizando a direção da atividade administrativa para que ocorra em conformidade
com as novas normas.
A fiscalização, que há de ser rigorosa e contínua, exigirá atenção redobrada de seus executores,
principalmente dos tribunais de contas. É o que prevêem os arts. 59 e 67 da LRF, este último
prevendo a criação de um Conselho de Gestão Fiscal, composto de representantes de todos os
Poderes e esferas de Governo, do Ministério Público e de entidades técnicas representativas da
sociedade.
Responsabilidade. Para os administradores que descumprirem os preceitos da LRF, há dois tipos de
sanções: as institucionais, previstas na própria LRF, e as pessoais, previstas na lei ordinária que trata
de Crimes de Responsabilidade Fiscal. Como exemplos de sanções institucionais, temos a suspensão
das transferências voluntárias, geralmente vindas da União ou dos Estados, transferidos, por
exemplo, através de convênios. Há também as sanções pessoais, previstas em uma lei ordinária: os
governantes poderão ser responsabilizados pessoalmente e punidos, por exemplo, com: perda de
cargo, proibição de exercer emprego público, pagamento de multas e até prisão.
OBS vitaminada: MPF/22°: Conforme a LRF (LC 101/2000), é correto dizer que nela
estão previstas sanções institucionais, não à pessoa responsável pelo ato irregular ou ilegal,
mas à própria instituição a que está ou esteve vinculada, recaindo sobre o ente federado.
Transparência. A transparência colocará à disposição da sociedade diversos mecanismos de cunho
democrático, entre os quais merecem relevo: a participação em audiências públicas e a ampla
divulgação das informações gerenciais, através do Relatório Resumido da Execução Orçamentária,
do Relatório de Gestão Fiscal, bem como dos Anexos de Metas e Riscos Fiscais.
Segundo o art. 48 da LRF, a transparência é assegurada através da divulgação ampla, inclusive pela
internet, de planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; relatórios de prestações de contas
e respectivos pareceres prévios; relatórios resumidos da execução orçamentária e gestão fiscal, bem
305
Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
LDO deverá, ainda, segundo a LRF: (i) dispor sobre o equilíbrio entre receitas e despesas; (ii)
aprovar normas para o controle de custos e a avaliação dos resultados dos programas financiados
pelo orçamento; (iii) disciplinar as transferências de recursos a entidades públicas e privadas (art.
26); (iv) definir o resultado primário a ser obtido com vistas à redução do montante da dívida e
das despesas com juros; (v) estabelecer critérios e formas de limitação de empenho, caso
ocorram os seguintes fatos: 1º) arrecadação da receita inferior à estimada, de modo a compromoeter
as metas de resultado primário e norminal; 2º) necessidade de se reconduzir a dívidas aos limites
estabelecidos; (vi) fixar, em percentual da RCL, o montante da reserva de contingência. A princial
inovação da LRF, em matéria de LDO, foi a previsão de anexos, que necessariamente deverão
integrar a LDO. Dois deles (o anexo de metas fiscais e o anexo de riscos fiscais) exigidos para
todos os entes federativos e um anexo específico para a União (que conterá: i) os objetivos das
políticas monetária, creditícia e cambial e ii) os parâmetros e as projeções para seus principais
agregados variáveis e as metas de inflação para o exercício subsequente).
Inovações em relação à LOA: segundo Valdecir Pascoal (p.43), a LRF também introduz inovações
no conteúdo da LOA, que deverá conter: (i) um demonstrativo da compatibilidade da
programação do orçamento com as metas da LDO previstas no respectivo Anexo de Metas
Fiscais; (ii) o demonstrativo previsto no art. 165, §6º, da CF, devidamente acompanhado das
medidas de compensação a renúncias de receitas e ao aumento de despesas obrigatórias de caráter
continuado; (iii) reserva de contingência, cuja forma de utilização e montante, definido com base
na RCL, deverão estar assinalados na LDO – destina-se ao pagamento de passivos contingentes,
além de outros riscos fiscais imprevistos; essa reserva, decorre do princípio contábil da prudência e
destina-se a cobrir as despesas já assinaladas no anexo de riscos fiscais, bem como outras imprevitas
decorrentes, por exemplo, de calamidade pública. Essa é uma dotação global e consiste numa exeção
ao princípio da especificação; (iv) todas as despesas relativas à dívida pública, mobiliária ou
contratual e respectivas receitas, sendo o refinanciamento da dívida (e suas receitas)
demonstrado de forma separada, tanto na LOA como nas leis de créditos adicionais.
Inovações em relação à Despesa Pública: segundo Valdecir Pascoal (p.76), a LRF, na busca do
equilíbrio orçamentário, passou a estabelecer uma série de medidas com vistas a controlar o
montante da despesa pública. As principais medidas contidas na LRF dizem respeito a: (i) situações
ensejadoras de limitação de empenho de despesa (art. 9º); (ii) geração de novas despesas (arts. 15
e 16); (ii) despesas obrigatórias de caráter continuado (art. 17); (iii) fixação de limites para
despesas de pessoal (arts. 18-23); (iv) despesas nulas (art. 21); (v) transferências vonluntárias
(art. 25); (vi) despesas de competência de outro ente (art. 62) e (vii) inscrições a pagar.
Inovações em relação à Receita Pública: segundo Valdecir Pascoal (p.105), a LRF, na busca do
equilíbrio orçamentário, passou a exigir: (i) o planejamento rigoroso em relação à previsão de
receitas públicas, (ii) a exigir que o Governo se valesse de toda sua capacidade arrecadadora,
(iii) a restringir ao máximo as possibilidades de renúncias de receitas públicas e, ainda, (iv) a
definir como limite para os dispêndios públicos a Receita corrente Líquida, revelando, nesse
ponto, uma preocupação do legislador com a identificação daquelas receitas realmente disponíveis
(líquidas), desoneradas de quaisquer vinculações.
Inovações em relação ao Crédito Público: segundo Valdecir Pascoal (p.113), a LRF, além de A)
alterar o conceito legal de dívida pública contido na Lei 4320/64, B) estabeleceu uma série de
regras restritivas e controladoras para o endividamento público.
A) Novas definições trazidas pela LFR da dívida pública: dívida pública consolidada ou
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
fundada: montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações financeiras do ente da Federação,
assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados e da realização de operações de
crédito, para amortização em prazo superior a doze meses. ATENÇÃO: Em regra, somente as
operações de crédito de longo prazo integram a dívida fundada consolidada. Mas o §3º do art. 29
excepciona as operações de crédito de curto prazo (inferior a 12 meses) que tenham constado do
orçamento. Também devem ser incluídos na dívida pública consolidada os precatórios judiciais não
pagos durante a execução do orçamento. Se não houver o pagamento do precatório no tempo, a
conseqüência é a sua inclusão na dívida consolidada; dívida pública mobiliária: dívida pública
representada por títulos emitidos pela União, inclusive os do Banco Central do Brasil, Estados e
Municípios; operação de crédito: compromisso financeiro assumido em razão de mútuo, abertura
de crédito, emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de
valores provenientes da venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras
operações assemelhadas, inclusive com o uso de derivativos financeiros; concessão de garantia:
compromisso de adimplência de obrigação financeira ou contratual assumida por ente da Federação
ou entidade a ele vinculada; refinanciamento da dívida mobiliária: emissão de títulos para
pagamento do principal acrescido da atualização monetária.
B.1) Limites da dívida pública – proposta de alteração: Os limites da dívida pública podem ser
objeto de proposta de manutenção ou alteração pelo Presidente da República. A proposta irá para o
Senado ou Congresso, conforme o caso. O Presidente da República enviará ao Senado Federal ou ao
Congresso Nacional, conforme o caso [somente a dívida pública mobiliária federal será
encaminhada ao Congresso Nacional, as demais serão enviadas para o Senado], proposta de
manutenção ou alteração dos limites e condições previstos.
B.2) Limites da dívida pública e recondução: A apuração dos limites da dívida pública é realizada
de 4 em 4 meses (por quadrimestre). O ente compara a receita corrente líquida com a dívida que
possui. Quando o ente exceder seus limites, a dívida deve ser reconduzida a seus limites. Caso o
ente não consiga se reenquadrar, irá se submeter às seguintes restrições: Art. 31. Se a dívida
consolidada de um ente da Federação ultrapassar o respectivo limite ao final de um quadrimestre
[período de apuração], deverá ser a ele reconduzida até o término dos três subseqüentes,
reduzindo o excedente em pelo menos 25% (vinte e cinco por cento) no primeiro. § 1º Enquanto
perdurar o excesso, o ente que nele houver incorrido: I - estará proibido de realizar operação de
crédito interna ou externa, inclusive por antecipação de receita, ressalvado o refinanciamento do
principal atualizado da dívida mobiliária; II - obterá resultado primário necessário à recondução
da dívida ao limite, promovendo, entre outras medidas, limitação de empenho, na forma do art. 9º.
§ 2º Vencido o prazo para retorno da dívida ao limite, e enquanto perdurar o excesso, o ente ficará
também impedido de receber transferências voluntárias da União ou do Estado.
ATENÇÃO: lembrar que as restrições do §1º não são aplicadas imediatamente com o
excesso da dívida, mas apenas após o prazo de recondução, sem que ela tenha sido
efetuada. A exceção está no §3º, que prevê a regra de fim de mandato: § 3º As restrições do
§ 1º aplicam-se imediatamente se o montante da dívida exceder o limite no primeiro
quadrimestre do último ano do mandato do Chefe do Poder Executivo. Cuidado: diferenciar
os prazos de recondução da dívida de pessoal dos prazos para recondução de dívida pública.
Dívida de pessoal O prazo de recondução será de 2 quadrimestres para reconduzir a
dívida ao limite, com percentual mínimo de redução de 1/3 no primeiro quadrimestre. Dívida
pública o prazo de recondução será de 3 quadrimestres, com percentual mínimo de
redução de 25% no primeiro quadrimestres.
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Estatais controladas dependentes: novidade da LRF em relação a seu campo de atuação. São
assim conceituadas pela LRF: Empresa controlada é aquela em que o ente federativo tem mais de
50% do capital social com direito a voto. Ex: Embrapa e Petrobrás. As empresas controladas se
distinguem em dependentes e independentes: Empresa controlada dependente Depende de
recursos do ente federativo para arcar com suas despesas CORRENTES e de CAPITAL (pois não
tem condição de gerar receitas próprias). A empresa controla dependente se sujeita à LRF e integra o
orçamento fiscal. Recebe recursos financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de
custeio em geral ou de capital, excluídos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de
participação acionária; Empresa controlada independente Pode receber recursos do ente
federativo, se ele quiser aumentar sua participação acionária ou se for a título de pagamento por
serviços prestados ao ente da federação. Não se sujeita à LRF e não faz parte do orçamento fiscal.
Veja: Nem toda transferência de recursos para a controlada a torna dependente (e, por conseguinte,
sujeita à LRF). É possível que uma estatal independente se torne dependente, conforme previsto na
Portaria 589/01 da STN, segundo a qual, em outras palavras, a estatal independente que recebeu,
durante 2 anos, recursos para arcar com despesas correntes e de capital, deixará de ser independente
e passará a ser dependente. Sendo dependente, estará obrigada a observar às normas da LRF e fará
parte do orçamento fiscal.
Condições para a geração de despesa ou assunção de obrigações: antes da LRF, para que uma
despesa pudesse ser gerada ou para que uma obrigação pudesse ser assumida, bastava que houvesse
crédito na LOA, inicial ou adicional. Depois da LRF, o regime foi alterado: hoje, serão consideradas
não autorizadas, irregulares e lesivas ao patrimônio público a geração de despesa ou assunção de
obrigação que não esteja acompanhada de: (i) estimativa do impacto orçamentário-financeiro no
exercício em que deva entrar em vigor e nos dois subseqüentes; [planejamento trienal – vale para a
renúncia de receita e para a geração de despesa] e (ii) declaração do ordenador da despesa de que
o aumento tem adequação orçamentária e financeira com a LOA e compatibilidade com o PPA
e LDO.
Inclusão da terceirização no limite para despesa com pessoal: antes da LRF já havia um limite
para a despesa com pessoal, mas a terceirização era uma prática comum utilizada para burlar o
limite imposto pela Lei Camata, já que o valor gasto com a terceirização não entrava no limite da
despesa com pessoal. O art. 18 da LRF incluiu o valor gasto com a terceirização de mão-de-obra
realizada para substituir servidores (prática ilegal) na contabilização das “OUTRAS DESPESAS DE
PESSOAL”: Art. 18, §1º Os valores dos contratos de terceirização de mão-de-obra que se referem
à substituição de servidores e empregados públicos serão contabilizados como "Outras Despesas
de Pessoal".
Regra Final do Mandato e Restos a Pagar: Antes da LRF, uma prática comum nas Prefeituras era
a aplicação da teoria das terras arrasadas (gastar e não pagar). Em razão da LRF, não se pode
contrair obrigação nos últimos 2 quadrimestres do mandato sem que haja disponibilidade de caixa.
Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos últimos dois quadrimestres
do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro
dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente
disponibilidade de caixa para este efeito. Parágrafo único. Na determinação da disponibilidade de
caixa serão considerados os encargos e despesas compromissadas a pagar até o final do exercício.
O parágrafo único conceitua a disponibilidade de caixa como sendo a receita existente em caixa,
descontados os encargos e despesas compromissadas a pagar até o final do exercício.
Outros pontos vitaminados:
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Destinação de recursos para o setor privado: Quando os recursos se destinam ao setor privado,
não se chama de “transferências voluntárias”, mas “destinação de recursos”. Para haver destinação
de recursos para o setor privado é necessário: (i) Lei específica – Não é necessário que haja uma lei
para cada item doado, mas apenas regulando a destinação; (ii) Atendimento da LDO; (iii) Crédito
orçamentário, inicial ou adicional. Veja: Art. 26. A destinação de recursos para, direta ou
indiretamente, cobrir necessidades de pessoas físicas ou déficits de pessoas jurídicas deverá ser
autorizada por lei específica, atender às condições estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias
e estar prevista no orçamento ou em seus créditos adicionais. § 1º O disposto no caput aplica-se a
toda a administração indireta, inclusive fundações públicas e empresas estatais, exceto, no
exercício de suas atribuições precípuas, as instituições financeiras e o Banco Central do Brasil. § 2º
Compreende-se incluída a concessão de empréstimos, financiamentos e refinanciamentos, inclusive
as respectivas prorrogações e a composição de dívidas, a concessão de subvenções e a participação
em constituição ou aumento de capital.
Preservação do patrimônio público: Regar geral: receita corrente financia despesa corrente;
receita de capital financia despesa de capital. A regra geral visa manter o equilíbrio patrimonial.
EXCEÇÕES em que uma receita de capital pode financiar a despesa corrente: (i) Despesas
autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados
pelo Poder Legislativo por maioria absoluta (Art. 167, III da CF); (ii) Se a despesa corrente for
destinada por lei aos regimes da previdência social, RGPS e RPPS (Art. 44 da LRF: É vedada a
aplicação da receita de capital derivada da alienação de bens e direitos que integram o patrimônio
público para o financiamento de despesa corrente, salvo se destinada por lei aos regimes de
previdência social, geral e próprio dos servidores públicos). OBS: A lei orçamentária e as de
créditos adicionais só incluirão novos projetos após adequadamente atendidos os em andamento e
contempladas as despesas de conservação do patrimônio público, nos termos em que dispuser a
lei de diretrizes orçamentárias (LRF, art. 45).
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b) o pagamento de agentes políticos (Prefeito, Vice-Prefeito, Vereadores) não deve ser levado em
conta para efeito de cálculo dos 60% a que se refere o art. 19;
c) a limitação imposta pelo art. 72, da Lei de Responsabilidade Fiscal abrange as despesas com
serviços de terceiros, entendidos estes como os serviços apenas permanentes;
d) na aplicação de multa, pelo Tribunal de Contas, por infração á citada lei, ao agente público, incide
o princípio da responsabilidade solidária.
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Santo Graal Vitaminado – Atualizado por: Bruno Torres
Características comuns (II e IE). Ambos possuem finalidade marcadamente extrafiscal; são
exceções à legalidade estrita quanto às alíquotas (ressalvando que a alteração de alíquotas deve ser
fundamentada, não sendo ato meramente discricionário) e à anterioridade (anual e nonagesimal); são
impostos reais (incidem sobre coisas), indiretos e proporcionais.
- Imposto sobre a Importação de produtos estrangeiros (II). Conforme o artigo 19 do CTN, "o
imposto, de competência da União, sobre a importação de produtos estrangeiros tem como fato
gerador a entrada destes no território nacional". O fato gerador (FG) não é, portanto, comprar
mercadoria estrangeira, mas fazê-la entrar em território nacional, independentemente da existência,
ou não, de contrato de compra e venda. Os artigos 23 e 44 do Decreto-lei 37/66 estabelecem,
todavia, que, em se tratando de mercadoria despachada para consumo, considera-se ocorrido o FG
na data de registro, na repartição aduaneira, da declaração feita para fins de desembaraço aduaneiro
(ocasião do registro da declaração de importação, realizado eletronicamente através do
SISCOMEX).
Diante disso, a doutrina e o STJ costumam falar em FG MATERIAL / ESPACIAL (entrada da
mercadoria em território nacional) e FG TEMPORAL (registro da declaração de importação). Aduz
o STJ: “embora o FG do II se dê com a entrada da mercadoria estrangeira no território nacional (...),
ele apenas se aperfeiçoa com o registro da declaração de importação no regime comum (REsp
362.910/02). Outro julgado mais recente diz que “o fato gerador ocorre na data do registro da
declaração de importação do bem. Logo, a alíquota vigente nessa data é a que deve ser aplicada para
o cálculo do imposto, até porque o STJ já pacificou o entendimento de que não existe
incompatibilidade entre o art. 19 do CTN e o art. 23 do DL n. 37/1966, uma vez que o desembaraço
aduaneiro completaria a importação e, consequentemente, representaria, para efeitos fiscais, a
entrada de mercadoria no território nacional” (REsp 1.220.979-RJ/2011).
Seu FG, entretanto, não é qualquer entrada de mercadoria estrangeira no Brasil. A entrada há de ser
de mercadoria que se destine a uso ou consumo internos, mesmo porque, se assim não fosse, o
simples trânsito de bens destinados a outro país poderia ser o pressuposto de fato da obrigação
tributária.
A base de cálculo do II (art. 20, CTN) é o valor aduaneiro do produto, assim considerado não
necessariamente aquele pelo qual foi realizado o eventual negócio jurídico, mas o preço normal que
o produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da importação, em uma venda em condições de livre
concorrência, para entrega no porto ou lugar de entrada do produto no país. Com isso, quis o
legislador permitir uma tributação pelo valor real da mercadoria, que, a rigor, independeria do que
foi declarado na Alfândega.
O II é lançado por homologação (salvo o incidente sobre a bagagem, lançado por declaração).
OBS vitaminada: MPF/21º: A taxa de licenciamento de impotação é indevida, sendo
possível, se eventualmente recolhida, a sua compensação com o Imposto de Importação em
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estocar bens enquanto a Receita libera seu comércio no país ou seu embarque para o exterior. São
geridos por concessionários da Receita e cobram 33% menos que os portos e 90% menos que os
aeroportos.
b) Exportação Temporária - consiste na permissão dada para saída de produto nacional ou
nacionalizado para o exterior por período determinado, desde que retorne ao Brasil. Ex.: carros que
vão participar de feiras ou exposição; ou produtos importados que voltam para reparação. Não se
sujeita à incidência do IE.
OBS vitaminada: STJ INF 532/2013 (REsp 1.240.005-RS) É aplicável a pena de multa (art. 108
do Decreto-Lei 37/1966) – e não a pena de perdimento (art. 105, VI) – na hipótese de
subfaturamento de mercadoria importada. Isso porque a pena de perdimento, prevista no art. 105,
VI, do Decreto-Lei 37/66, incide nos casos de falsificação ou adulteração de documento necessário
ao embarque ou desembaraço da mercadoria, enquanto a multa prevista no parágrafo único do art.
108 do mesmo diploma legal destina-se a punir declaração inexata em seu valor, natureza ou
quantidade da mercadoria importada.
OBS vitaminada: STJ INF 517/2013 (REsp 1.268.210–PR, 1aT): É possível a aplicação da pena
de perdimento de veículo objeto de contrato de arrendamento mercantil com cláusula de aquisição
ao seu término utilizado pelo arrendatário para transporte de mercadorias objeto de descaminho ou
contrabando. O STJ entendeu que, mesmo sendo o veículo ainda do arrendador (banco) e não do
arrendatário (criminoso), ainda assim será aplicada a pena de perdimento, tendo em vista que ao
arrendador cabe ajuizar o arrendatário.
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configurando como bens do ativo fixo imobilizado transferido de localidade, configura fato gerador
do ICMS, no caso, só exigível na origem.
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