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República

401 c/d: Devemos mas é procurar aqueles dentre os artistas cuja boa natureza habilitou a
seguir os vestígios da natureza do belo e do perfeito, a fim de que os jovens, tal como os
habitantes de um lugar saudável, tirem proveito de tudo, de onde quer que algo lhes
impressione os olhos ou os ouvidos, procedente de obras belas, como uma brisa salutar
de regiões sadias, que logo desde a infância, insensivelmente, os tenha levado a imitar, a
apreciar e a estar de harmonia com a razão formosa
401 d: a educação pela música é capital, porque o ritmo e a harmonia penetram mais
fundo na alma e afectam-na mais fortemente, trazendo consigo a perfeição, e tornando
aquela perfeita, se tiver sido educado
402 c: não seremos músicos, nem nós mesmos nem aqueles que nos propusemos educar
para serem guardiões, antes de conhecermos as formas da temperança, da coragem, da
generosidade, da grandeza de alma e de quantas qualidades forem irmãs destas (...)"
411 c: se ele praticar a ginástica em grande escala e se banquetear à larga, sem tocar
sequer na música e na filosofia? d: Ainda que existisse dentro da sua alma qualquer desejo
de aprender, uma vez que não toma o gosto a ciência alguma, nem investigação, nem
participa em nenhuma discussão ou em qualquer outra exercitação da música, torna-se
débil, surdo e cego, em vista de não ser despertado nem acalentado nem purificado no
acervo das suas sensações. (...) Uma pessoa assim torna-se um inimigo da razão e das
musas, e já não se serve de palavras para persuadir; leva a cabo todas as suas empresas
pela violência e pela rudeza, como um animal selvagem, e vive na ignorância e na
inaptidão, sem ritmo nem graciosidade
411 e/412 a: Para estas duas faces da alma, a corajosa e a filosófica, ao que parece, eu
diria que a divindade concedeu aos homens duas artes, a música e a ginástica, não para a
alma e o corpo, a não ser marginalmente, mas para aquelas faces, a fim de que se
harmonizem uma com a outra, (...). Por conseguinte, aquele que melhor caldear a
ginástica com a música e as aplicar à alma na melhor medida, - de um homem assim
diríamos com toda a razão que seria o mais consumado músico e harmonista, muito mais
do que o que afina as cordas umas pelas outras.
424 c: deve ter-se cuidado com a mudança para um novo gênero musical, que pode pôr
tudo em risco. É que nunca se abalam os gêneros musicais sem abalar as mais altas leis
da cidade, como Dâmon afirma e eu creio.
Distinção entre músicos e filósofos: 476 b: Os amadores de audições encantam-se com as
belas vozes, cores e formas e todas as obras feitas com tais elementos, embora o seu
espírito seja incapaz de discernir e de amar a natureza do belo em si. (...) d: Aquele que,
ao contrário deste, entende que existe o belo em si e é capaz de o contemplar, na sua
essência e nas coisas em que tem participação, e sabe que as coisas não se identificam
com ele, nem ele com as coisas - uma pessoa assim parece-te viver em sonho ou na
realidade?
Expulsão da música/poesia: 607 a: Homero é o maior dos poetas e o primeiro dos
tragediógrafos, mas [é necessário] reconhecer que, quanto a poesia, somente se devem
receber na cidade hinos aos deuses e encómios aos varões honestos e nada mais. Se,
porém, acolheres a Musa aprazível na lírica ou na epopeia, governarão a tua cidade o
prazer e a dor, em lugar da lei e do príncipio que a comunidade considere, em todas as
circunstâncias, o melhor.
607 b: Acrescentemos ainda, para ela não nos acusar de uma tal ou qual dureza, que é
antigo o diferendo entre a filosofia e a poesia.

373 b: inclusão da arte das Musas na cidade ideal


376 e: "começaremos por ensinar primeiro a música do que a ginástica"

Górgias
501-502 – A música possui como único fim o prazer (concepção negativa)

As Leis
653 d e, 654 a: “Os deuses, tendo pena da raça humana que, por natureza, está sujeita a
tantas dificuldades, organizaram a alternância de festas como um descanso de suas
dificuldades, e, para recuperar seu estado original, eles deram as Musas e Apolo, o guia
das Musas, bem como Dionísio como companheiros de suas festas, e também a educação
que se realiza nas festas que eles celebram junto com os deuses. (...) enquanto os outros
animais carecem de qualquer senso de ordem ou desordem nos seus movimentos (o que
chamamos de ritmo e harmonia), a nós os próprios deuses, que se prontificaram como já
o dissemos em ser nossos companheiros na dança, concederam a agradável percepção do
ritmo e da harmonia, por meio do que nos fazem nos mover e conduzir nossos coros (...).
(...) a educação deve sua origem a Apolo e às Musas.” [As Musas enquanto presente
divino; noção de ritmo e harmonia enquanto próprias do humano, isto é, enquanto dons
divinos; A educação deve sua origem às musas.]
654 b: “o homem bem educado terá a capacidade tanto de cantar quanto de dançar bem”
655 b: “(...) as posturas e as melodias que se vinculam à virtude da alma ou do corpo, são
belas, enquanto que aquelas que se vinculam ao vício, são exatamente o contrário.”
659 a: “Tendo a concordar com a maioria que é necessário julgar a música por prazer,
mas, certamente, não segundo o prazer de qualquer um, mas, ouso dizer, a mais bela
música é aquela que encanta os melhores e suficientemente educados e, especialmente, o
que dá prazer àquele que se distingue pela sua excelência e educação.”

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