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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL UNINTER

IDENTIFICAÇÃO

Maria Inês da Cruz

RU: 263803 UTA RELIGIOES COMPARADAS (UTA A 2017 FASE I)

1) TÍTULO

A RESPONSABILIDADE SOCIAL DA IGREJA CONTEMPORÂNEA: Um


Estudo de Caso Focado na Sociedade de Curitiba

1.1) TEMA

A RESPONSABILIDADE SOCIAL DA IGREJA CONTEMPORÂNEA

1.1.1) DELIMITAÇÃO DO TEMA

Um Estudo de Caso Focado na Sociedade de Curitiba

2) PROBLEMA

Como a Igreja, unindo evangelismo e ação social, pode ser uma agente
transformadora no contexto no qual esta inserida?

3) JUSTIFICATIVA

A escolha do referido tema deu-se pelo refletir e avaliar a influencia que


a igreja pode exercer na sociedade como agente transformador, unindo o
evangelismo e ação social. Somos chamados não só para evangelizar, mas
também para construir uma ação social através do evangelismo, onde a Igreja
e sociedade possam contribuir com a transformação estrutural dos processos
sociais e políticos da sociedade curitibana. Através de pesquisa na qual se
estudará as diversas formas da Igreja exercer seu papel evangelístico e de
ação social.

4) OBJETIVOS

4.1) GERAL

Compreender a atuação da Igreja no evangelismo e ação social

4.2) ESPECÍFICOS

 Analisar como a Igreja poderá exercer o papel como agente


transformador da sociedade.
 Averiguar de que forma a Igreja pode ser benéfica para a
sociedade.
 Investigar a importância do evangelismo na ação social.

5) REFERENCIAL TEÓRICO – METODOLÓGICO (REVISÃO DA


LITERATURA)

5.1) PARTE TEÓRICA

5.1.1) A Função Social do Evangelismo

O evangelismo na ação social é um tema de grande relevância para a


coletividade e para a Igreja, em especial neste caso no que se refere à cidade
de Curitiba, porquanto é extremamente preocupante o alto grau de
desemprego, fome e misseira que ocorre na atualidade, diante deste cenário
agir de forma fraterna é primordial para o equilíbrio da sociedade, prontamente
“[...] Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e
de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o
segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo”
(MATEUS, 22: 37-39, apud BARKER, 2003, p. 1655).
O que a Bíblia diz com relação ao comportamento que Deus espera que
seu povo tenha para com os pobres e necessitados, encontra-se no Antigo e no
Novo Testamento. Temos também o exemplo que Jesus nos deixou, de como
Ele tratava este assunto. Jesus sentia compaixão pelos menos favorecidos. “Ao
ver as multidões teve compaixão delas, porque estavam aflitas e
desesperadas, como ovelha sem pastor” (MATEUS, 9: 36).
Segundo Stott (1989, p. 41):

Em se tratando de evangelização, isto significa entrar no mundo dos


seus pensamentos, no mundo de sua tragédia e solidão, a fim de
compartilhar Cristo com eles lá onde eles estão, socialmente falando
disposição para renunciar o conforto e a segurança de nossa própria
formação cultural a fim de nos doarmos em serviços a indivíduos de
outra cultura, de cujas necessidades jamais tenhamos tido
conhecimento ou experiência. [...] Jesus de Nazaré movia-se de
compaixão ao ver as necessidades dos seres humanos, fossem eles
enfermos, lutando, lutados, famintos, atormentados. Não deveria a
compaixão do povo nascer das mesmas motivações?.

Jesus incentiva aquele que queriam ser seus seguidores a reconhecer a


obrigação que tinha de ajudar os necessitados. O fato de não estar disposto a
abrir mão de seus bens mostrou que o jovem rico amava mais as suas riquezas
do que a Deus e o próximo. Por isso não tinha qualidades necessárias para ser
um discípulo de Jesus.
Segundo Lucas (18: 22-23): “Ao ouvir isso, disse-lhe Jesus: Venda tudo
o que você possui e de o dinheiro aos pobres e você terá um tesouro nos céus,
depois venha e siga-me” (apud BARKER, 2003, p.1767).
Na Igreja primitiva também se encontra a preocupação com os pobres e
necessitados, seguindo o exemplo de Jesus. “Eles se dedicavam ao ensino dos
apóstolos e à comunhão, ao partir do pão e ás orações”. (ATOS, 2: 42, citado
por BARKER, 2003, p.1835).
A Igreja precisa estar engajada na ação social, acolitar os necessitados
em suas diversas necessidades, não é uma opção, mas obrigação social.
Segundo podemos inferir na palavra de Deus, seguindo assim o exemplo de
Jesus. “O Espirito do Senhor esta sobre mim; porque ele me ungiu para pregar
boas novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade aos presos,
[...] para libertar os oprimidos” (LUCAS, 4: 18, citado por BARKER 2003, p.
1732).
Segundo Tiago (1: 27), conforme citado por Barker, (2003, p. 2119): “A
religião que Deus Pai, aceita como pura e imaculada é esta: cuidar dos órfãos
e das viúvas, em suas dificuldades, e não se deixar corromper pelo mundo”.
É imprescindível que a Igreja desenvolva seu papel na sociedade,
embora, influenciada por tradições religiosas cristas ou não, e suas culturas
religiosas. A Igreja deve construir seu modelo e procurar se envolver o
suficiente, precisa ir além de cuidar da espiritualidade se seus membros ela
pode desenvolver seu papel visando mudança na estrutura injusta da
sociedade.
“Ao examinar as referencias bíblicas aos pobres, há vários anos fui
alertado para o interesse especial de Deus por essas pessoas. No entanto
muitas vezes a Igreja tem negligenciado esse interesse-para o seu próprio
prejuízo” (SNYDER, 1997, p. 41).

5.1.2) Relação da Igreja com as demandas Sociais

A Igreja tem uma relação direta e intransferível com o corpo social de


uma comunidade, principalmente pelo seu papel, como mordomos da terra
como quando pode ser visto em Curitiba.
Segundo dados do INESP (Núcleo de Estudos Em Saúde Pública), “em
2016, 24,2% da população de Curitiba são evangélicos” (BRASIL, 2016, p. 13).
Em uma Igreja existem pessoas de vários grupos sociais, a prática da
educação ambiental pode ser um caminho para a transformação em relação ao
meio ambiente.
A Igreja precisa ser sal e luz na terra. Jesus fez o sermão do monte,
onde não se pode esquecer o brado que de acordo com Mateus (5:13-16) diz
que:

Vocês são o sal da terra, mas se o sal perder o seu sabor, como
restaurá-lo Não servirá para nada, exceto par ser jogado fora e
pisado pelos homens. Vocês são a luz do mundo. Não se pode
esconder uma cidade construída sobre um monte. E também
ninguém acende uma candeia e a coloca debaixo de uma vasilha. Ao
contrario, coloca-a no lugar apropriado, e assim ilumina a todos que
estão em casa. Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens para
que vejam as boas obras. E glorifiquem o pai que está nos céus
(apud BARKER, 2003, p. 1705).

Evangelismo diz respeito ao resgate do indivíduo do pecado, e da sua


transformação. Ação social diz respeito ao resgate e transformação da
sociedade e dos efeitos do pecado, ambas são requeridas por Jesus Cristo
para seus discípulos. (ministério que segue um evangelismo bem sucedido),
deve incluir preparação dos seguidores de Jesus se engajarem no resgate e
transformação social, porque Deus é Deus de justiça e amor. Ao mesmo tempo
indica boas ações.
Segundo Intersaberes (2016, pp. 270-271):

Por diversas vezes os escritores sagrados descrevem a compaixão


de Jesus pelas pessoas. Os doentes, os famintos, os endemoniados,
os leprosos e as prostitutas, eram objeto do seu amor, e muitas
vezes, mesmo cansado Ele deu assistência a essas pessoas. Sem
amor e compaixão pela situação das pessoas jamais nos
preocuparemos em ganhar almas.

A palavra de Deus diz em Provérbios (11: 30): “[...] o sábio conquista as


pessoas” (apud BARKER, 2003, p.1071). Mas para ganhar a alma de alguém,
é preciso mostrar interesse pelas suas necessidades, e ter compaixão. Jesus
veio ao encontro da nossa necessidade de salvação, mas Ele também vem
suprir nossas necessidades diárias Portanto o homem que anda com Deus
será direcionado na busca das almas, nas visitações, no trabalho social, em
missões e em todas as demais atividades relacionadas com o reino de Deus.
Evangelização, portanto é a ação de transmitir este evangelho,
evangelismo seria o atual sistema no processo evangelístico. Não é usado o
termo Evangelho no Novo Testamento com o sentido do livro, e sim de
significado, a mensagem de Cristo, as Boas Novas.
Ação social A Igreja deve propor parceria com a comunidade na
caminhada que juntos devem trilhar. Ação social é ir às causas da violência,
desigualdades sociais, desrespeitos aos direitos humanos, desemprego, fome,
e tudo o que se refere a causa da miséria social, econômica. Buscando
mudanças com a remoção das causas das necessidades humanas,
transformação das estruturas da sociedade e a luta pela justiça, ai então
acontece ação social.
Stott (1989, p. 32) escreve que:

Afirmando que a soberania de Jesus Cristo sobre todo o universo, a


igreja estava tomando consciência de que evangelização implicava
muito mais do que o arrependimento e confissão dos pecados.
Aspectos mais importantes no processo da salvação, mais
incompletos senão desembocassem em salvação pelo engajamento
dos conversos na nova comunidade do povo de Deus-Homens e
mulheres a margem da sociedade, mas transformados pelo modelo
de vida que tem como base, servir a Cristo. Antes estavam à margem
da sociedade dominantes e materialistas por falta de oportunidade,
por exclusão imposta’.
A missão da Igreja é cuidar do homem como um todo, não se pode
somente apresentar o Evangelho a uma alma que apresenta o corpo doente,
deve-se buscar a cura física e espiritual, a ação social e evangelismo
caminham juntos. “O evangelismo existe somente onde há preocupação
social, sem ela pode haver propaganda, proselitismo, mas dificilmente boa-
nova” (ROCHA, 2003, p. 37).
A Igreja tem um papel importante a ser executado na transformação da
sociedade. Numa atuação mais ampla pode proporcionar meios para que a
sociedade tenha acesso a educação, saúde capacitação profissional, acesso
ao trabalho, além de participar das decisões políticas, econômicas e culturais,
visando uma sociedade mais justa, qualitativa e equilibrada.
Rocha (2006, p.111) afirma que:

A maioria das igrejas não possui, a visão de ajudar alguém a


desenvolver suas habilidades em outra área além da eclesiástica por
não considera-la “para Deus”. Esta visão somente dificulta a ação da
igreja no resgate da dignidade do ser humano.

A Igreja deve trilhar no amor pratico, na atualidade nossas comunidades


existe um grande numero de pessoas oprimidas em consequência de viverem
em condições desumanas sem praticamente condições algumas de
sobrevivência, seguramente, nem se quer nos lembramos que essas pessoas
existem principalmente quando estamos na comodidade de nossos lares e até
mesmo em nossas igreja confortáveis, com ar condicionado, mas sem duvidas
essas pessoas necessitam de amor pratico nas suas vidas e a ação social
pode ser esse amor pratico.
Costa citado por Rocha (2003, p. 111) enfatiza que:

A importância de a igreja se fazer solidaria primeiro com. os que


sofrem porque não tem nada e os que sofrem por causa da justiça.
Os que precisam das coisas essenciais da vida e os que tendo como
Zaqueu, sentem a pobreza de seu espirito e se abrem para Deus e
para o próximo.

Conforme Boff (2014, p.165):


A opção pelos pobres contra a sua pobreza e em favor da sua vida e
liberdade constituiu e ainda constitui a marca registrada dos grupos
sociais e das Igrejas que se puseram à escuta do grito dos
empobrecidos que podem ser tanto os trabalhadores, o indígenas e
negros discriminados, quanto mulheres oprimidas e as minorias
marginalizadas com os portadores de AIDS ou qualquer outra
deficiência.

Através da evangelização e ação social, a Igreja pode ensinar o amor ao


próximo, um amor que abrange a palavra renúncia, demonstrando um real
interesse em ajudar, abençoar, ser cristã, Igreja viva no verdadeiro sentido da
palavra. O mundo precisa de mudanças, um mundo onde existem milhões de
pessoas que morrem de fome, onde existem adolescentes, jovens e adultos
desorientados, crianças, adolescente envolvidos no crime, prostituição, drogas,
etc.
A Igreja esta inserida neste contexto, como Igreja não se pode cruzar os
braços, ter uma visão míope, do que e ser Igreja de Cristo, diante de tantos
semelhantes necessitados, enquanto cristãos abastados, indiferentes ficam a
desfrutar de suas riquezas. .
A Igreja contemporânea precisa dar uma maior abertura para discussões
das questões sociais que afligem a sociedade tanto as quais fazem parte da
igreja com aquelas que serão alcançadas através do evangelismo, elas
precisam saber que são prioridade, enfim, a Igreja precisa ter
comprometimento com Deus, com a missão e com a sociedade, sendo
instrumento de Deus.

A responsabilidade cristã em relação aos pobres, não termina com a


evangelização, Porque? Porque biblicamente, não pode. Porque o
envolvimento com as pessoas, em amor, uma vez iniciado, não pode
ser abandonado simplesmente. Pais que amam seus filhos não
negligenciam sua necessidade. Eles os alimentam e os vestem- não
porque eles não se preocupam com as almas dos filhos, mas porque
na pratica o amor não se preocupa com distinções analíticas entre
alma e corpo.“Portanto – uma vez que a responsabilidade crista em
relação aos pobres deve ser uma expressão de amor. (SNYDER
1997, pp. 51; 52).

6 PARTE METODOLÓGICA:

A metodologia empregada para este trabalho fundamenta-se no estudo


de caso, com embasamentos através de pesquisa bibliográfica, deste modo,
efetivou-se o arrolamento do tema em questão, momento em que foram
consultados vários autores cujos nomes estão descritos na parte referencial
deste texto. “A pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de
referências teóricas publicadas em artigos, livros, dissertações e teses”
(CERVO; BERVIAN; DA SILVA, 2007, p. 60).
O autor procura subsidiar a aluna das mais diversas formas de
aprendizagem para aplicabilidade na vida prática sobre esta nobre e importante
temática. No que diz respeito ao estudo de caso, Gil (2009, p.18) afirma que:
“O estudo de caso é um delineamento transdisciplinar e transparadigmático,
pode ser usado não apenas no âmbito das mais diversas disciplinas cientificas,
mas também sobre diferentes enfoques teóricos e metodológicos”.
Portanto, foi efetivada uma averiguação bastante criteriosa acerca do
tema aqui estudado, objetivando com isso um resultado o mais próximo
possível com a realidade, e, deste modo o alcance do proveito de competência
sobre tão importante assunto.

REFERÊNCIAS

BARKER, kenneth (Org.). Bíblia de estudo NVI. São Paulo: Editora Vida.
2003.

BOFF, Leonardo. Saber cuidar: ética do humano – compaixão pela terra. /


20. Ed. Petrópolis, RJ : Vozes, 2014.

BRASIL. INESP( Núcleo de Estudos Em Saúde Pública. Disponível em:


<http://www.nesp.unb.br/saudelgbt/images/arquivos/Perfil_Curitiba.pdf>.
Acesso em: 21 jan. 2017.

CERVO, Amado Luiz ; BERVIAN, Pedro Alcino ; da SILVA, Roberto.


Metodologia cientifica / 6. ed. –São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.

GIANASTACIO, Vanderlei. Responsabilidade Social, Serviço e Cidadania à


Luz da Igreja Primitiva – São Pãulo, Vida Nova, 2006.

GIL, Antonio Carlos. Estudo de caso - São Paulo: Atlas, 2009.

HOWARD, A. Snyder. Vinho novo, odores novos. São Paulo, SP. Editora Abu,
1997.

INTERSABERES (Org.). Fundamentos sobre a comunicação religiosa /


Curitiba, PR. Editora Intersaberes, 2016.

ROCHA, Calvino Teixeira da. (Org.). Responsabilidade social da igreja /


Londrina / PR : Editora Descoberta, 2003.

STOTT, John R. W. O cristão em uma sociedade não cristã. Niterói, RJ


Editora Vinde. 1989.

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