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LIMA, M. R. S. Et Al. Atlas Da Politica Brasileira de Defesa. Rio de Janeiro-Latitude Sul. 1 Ed. 2017. 117 P PDF
LIMA, M. R. S. Et Al. Atlas Da Politica Brasileira de Defesa. Rio de Janeiro-Latitude Sul. 1 Ed. 2017. 117 P PDF
BRASILEIRA
DE DEFESA
Secretário Executivo
Pablo Gentili
Diretora Acadêmica
Fernanda Saforcada
Este livro está disponível em texto completo na Rede de Bibliotecas Virtuais do CLACSO.
DA POLÍTICA
BRASILEIRA
DE DEFESA
1. Atlas. 2. Brasil. 3. Defensa. I. Soares de Lima, Maria Regina II. Amorim, Celso,
pref.
CDD 353.9
Índice
Glossário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
Gostaríamos de agradecer especialmente à professora Enara Echart Muñoz, por gentilmente ceder as fotos
que embelezam este Atlas.
ABACC – Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e BWC – Convenção de Armas Biológicas (Biological Weapons
Controle de Materiais Nucleares Convention)
ABED – Associação Brasileira de Estudos de Defesa Caisan – Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e
Nutricional
Abimde – Associação Brasileira das Indústrias de Materiais
de Defesa e Segurança CAN – Comunidade Andina das Nações
AGNU – Assembleia Geral das Nações Unidas CBERS – Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres
(China-Brazil Earth Resources Satellite)
AIDS – Síndrome de Imunodeiciência Adquirida (Acquired
Immune Deiciency Syndrome) CCM – Centro Cultural Missionário
AIEA – Agência Internacional de Energia Atômica Ccopab – Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil
ALADI – Associação Latino-Americana de Integração CCW – Convenção sobre Certas Armas Convencionais.
ALBA – Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América CEED – Centro de Estudos Estratégicos de Defesa
ALCA – Área de Livre Comércio das Américas CEI – Comunidade dos Estados Independentes
Amazul – Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A. Censipam- Centro Gestor e Operacional do Sistema de
Proteção da Amazônia
Anvfeb – Associação Nacional dos Veteranos da FEB
CEPAL – Comissão Econômica para a América Latina e o
ASEAN – Associação de Nações do Sudeste Asiático Caribe
(Association of Southeast Asian Nations)
CERT – CCentro de Estudos, Resposta e Tratamento de
ATT – Tratado de Comércio de Armas (Arms Trade Treaty) Incidentes de Segurança no Brasil
CWC – Convenção de Armas Químicas (Chemical Weapons G20 – Grupo das 20 maiores economias do mundo
Convention)
G4 – Grupo formado por Brasil, Alemanha, Índia e Japão
DEA – Drug Enforcement Agency para pleitear a reforma do CSNU.
EADS CASA/Airbus Group – Construcciones Aeronáuticas IBSA-Mar – Exercícios navais conjuntos da Índia, Brasil e
S.A África do Sul
Ecomog – Comunidade Econômica dos Estados da África ICIJ – Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos
Ocidental (International Consortium of Investigative Journalists)
EDA- Agência de Defesa Europeia (European Defence Agency) IDH – Índice de Desenvolvimento Humano
EIA – Administração de Informações sobre Energia (U.S. IDHM – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal
Energy Information Administration)
IED- Investimento Estrangeiro Direto
Emgepron – Empresa Gerencial de Projetos Navais
IIRSA – Iniciativa para a Integração da Infraestrutura
ESG – Escola Superior de Guerra Regional Sul-Americana
EUA – Estados Unidos da América IISS – International Institute for Strategic Studies
IPCC – Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática PIDESC – Pacto Internacional dos Direitos Econômicos,
(Intergovernmental Panel on Climate Change) Sociais e Culturais
Minustah – Missão das Nações Unidas para Estabilização do Renctas – Rede Nacional Contra o Tráico de Animais
Haiti
SAARC – Associação Sul-Asiática para a Cooperação
MOU – Memorando de Entendimento Regional (South Asian Association for Regional Cooperation)
MTCR – Regime de Controle de Tecnologia de Mísseis SCCC – Sistema Comum de Contabilidade e Controle
(Missile Technology Control Regime)
SDN – Sociedade de Nações (Liga das Nações)
MSF- Médicos sem Fronteira
Sinamob – Sistema Nacional de Mobilização
NAFTA – Tratado Norte-Americano de Livre Comércio
(North American Free Trade Agreement) SIPRI – Stockholm International Peace Research Institute
OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Sisfron – Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteira
Econômico (Organisation for Economic Cooperation and
Development) TCA – Tratado de Cooperação Amazônica
ONG – Organização Não Governamental Unaids – Programa Conjunto das Nações Unidas sobre
HIV/AIDS
ONU – Organização das Nações Unidas
Unasul – União de Nações Sul-Americanas
OSCE – Organização para a Segurança e Cooperação na
Europa UNBISnet – Sistema de Informação Bibliográica das Nações
Unidas (United Nations Bibliographic Information System)
OTAN – Organização do Tratado do Atlântico Norte
UN Comtrade – Base de Dados de Estatísticas das Nações
OTCA – Organização do Tratado de Cooperação Amazônica Unidas sobre Comércio de Mercadorias (United Nations
Commodity Trade Statistics Database)
OUA – Organização da Unidade Africana
Unctoc – Convenção das Nações Unidas contra o Crime
PAA – Programa de Aquisição de Alimentos Organizado Transnacional (United Nations Convention
against Transnational Organized Crime)
PCN – Programa Calha Norte
Canadá
Quirguistão Mongólia
Tajiquistão
Estados Unidos
Afeganistão China
Europa
1- Guernsey 21- Bósnia e Herzegovina
2- Jersey 22- Montenegro
3- Andorra 23- Albânia Groelândia Jan Mayen
4- Bélgica 24- Macedônia
5- Luxemburgo 25- Kosovo Noruega
6- Holanda 26- Sérvia Ilhas Faroé Suécia
7- Mônaco 27- Åland Finlândia
Suíça
8- Suiça Estônia
28- Estónia Islândia 27
9- Itália Letônia
29- Letónia Ilha de Man 28
10- Alemanha 30- Lituânia 29 Rússia
12 30
11- Liechtenstein Romênia
31- Roménia 6
12- Dinamarca 32- Bulgária Irlanda 34
4 5 10 Polônia
13- Vaticano 33- Moldávia Reino Unido 1 2 17 Ucrânia
14- San Marino 34- Bielorrússia 11 15 18 Kasaquistão
15- Áustria 35- Chipre França 8 16 19 31 33
16- Eslovênia 36- Chipre do Norte 9 20 21 26 Azerbaijão
3
17- República Checa 7 14 22 25 24
32 Geórgia Uzbequistão
18- Eslováquia Portugal Espanha 13 23
19- Hungria Turquia Turcomenistão
20- Croácia Tunísia Armênia
Açores Gibraltar Grécia 35 36 Síria
Bermudas Ilha da Madeira Malta Líbano
Marrocos Iraque Irã
Palestina
Israel Jordânia Kuwait
Argélia Líbia Bahrein
Cuba Bahamas Rep. Dominicana Saara Egito Catar
Belize Porto Rico Ocidental Arábia EAU
b
2 Saudita
a1 3c 4d 5e
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7 10 Mauritânia Mali Omã
Jamaica 89
h j k11 Senegal Níger
Honduras Haiti i l12 Chade Sudão Eritreia Iêmen
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n 15 Cabo Verde
Nicaragua
Nicarágua p
16 17
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Gambia
Trinidad Guiné-Bissau
Guiné Bissau Guiné Somália
Guatemala e Tobago Nigéria
Venezuela Gana Sudão Etiópia
Serra Leoa Centro África do Sul
El Salvador Guiana Libéria
Costa Rica Colômbia Suriname Camarões
Guiana Francesa Togo Uganda
Panamá Bénin
Benin Quênia
Equador Costa do Marfin República Ruanda
São Tomé e Príncipe Democrática Burundi
do Congo Comores
Guiné Equatorial Tanzânia Seychelles
Gabão
Brasil Congo
Peru Angola
Zâmbia Moçambique
Santa Helena Rep. de
Bolívia Maurício
Maurícia
Zimbábwe
Malawi
Botswana Madagascar
Namíbia
Chile
Paraguai Suazilândia
Argentina Reunião
Uruguai África do Sul Lesoto
Labmundo, 2017
Ilhas Malvinas
Ilhas Geórgia do Sul e Sandwich do Sul
100 km
HISTÓRICO DA
DEFESA NO BRASIL
e expansão
Pernambuco
Revolução Pernambucana
Guerra dos Mascates
Conjuração do Nosso Pai
Conspiração dos Suaçunas
Grão-Pará e Maranhão
Revolta de Beckman
territorial 500 km
São Paulo
Revolta do Sal
Bahia
Conjuração Baiana
Motim do Maneta
Minas Gerais
Inconfidência Mineira
Revolta de Felipe
Rio de Janeiro dos Santos
Revolta da Cachaça Guerra dos Emboabas
INVASÕES EXTERNAS À COLÔNIA Conjuração Carioca
Labmundo, 2017
Territórios portugueses ocupados por França e Holanda, entre 1555 e 1654
Golfo da Guiné
1637-1642* Fonte: Silva, 2005; Schwarcz e Starling, 2015.
Salvador
1624-1625 Invasões francesas
Labmundo, 2017
Territórios portugueses, Palmares
segundo Tordesilhas
França Antártida 500 km Calunga
1555-1567 Territórios espanhóis,
Aimorés
segundo Tordesilhas
Fonte: Puntoni, 1992. *Em 1642, Portugal cedeu o território em definitivo para a Holanda 500 km
Tamoios
Campo Grande
Labmundo, 2017
Quilombos
Brasil foi atravessada por conlitos so- pela ambição evangelizadora (a exem- Aldeias indígenas
ciais, étnicos, raciais e geopolíticos. Tra- plo das missões) que, juntos, possibili- revoltosas
tou-se de um processo dirigido por um taram aos europeus subjugar territórios Fontes: Reis e Gomes, 1996; Ricardo e Fany, 2011.
Estado centralizado, com forte inves- e povos em toda a região. O resultado
timento militar e impulsionado pela foi um verdadeiro genocídio: milhões
Igreja católica, e que se deu em duas de nativos morreram em consequência Estado-Nação e os primeiros desenvol-
etapas, primeiro no litoral e depois no do regime de trabalho forçado, da des- vimentos do capitalismo. Tais impé-
interior. Os portugueses confronta- truição dos seus modos de vida e da na- rios disputavam mercados, populações
ram-se com povos originários, presen- tureza, das novas doenças introduzidas e territórios e com isso reconiguraram
tes nas Américas há pelo menos 12 mil pelos brancos e dos combates contra a todo o planeta em um sistema integra-
anos antes de sua chegada, e com ten- opressão e a dominação europeia. do de metrópoles e colônias. A escravi-
tativas de conquista de outros impérios dão moderna na América foi um dos
coloniais. Estima-se que viviam no Bra- A formação e a expansão dos impérios seus pilares fundamentais: foram trai-
sil 10 milhões de pessoas que falavam coloniais de Portugal, Espanha, França, cados do continente africano para a co-
1.300 línguas e que se dividiam em mais Holanda e Inglaterra foi resultado de lônia portuguesa 3 milhões de pessoas
de 1.000 etnias. O expansionismo por- um longo processo geopolítico no qual para o trabalho forçado no grande la-
tuguês (e de outras nações europeias) se inserem a constituição dos modernos tifúndio monocultor, ao que se somam
200 km
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lação branca e livre, ou seja, viviam mal
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e precariamente, sem direito à terra, à isc
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subsistência autônoma, a constituir fa- Lima
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mília ou a manter sua identidade cul-
São
Salvador
Rio
tural. Essas pessoas sustentavam uma
estrutura econômica, social e cultural
baseada na violência que deixou mar- á
cas profundas na coletividade brasilei- an Missões de Maynas
r
Pa
ra até o presente. Houve resistência, e Assunção
Rio
Missões de Mojos
os quilombos, as fugas individuais e em Missões de Chiquitos
rug guai
500 km
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Missões de Itatim
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Rio P
beliões negras são exemplos de um pro-
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Missões de Guará
Rio U
cesso de lutas que envolvia também a Missões de Tape
produção de laços de solidariedade, de Buenos Aires Montevidéu
afeto e comunitários, de valorização de Fonte: Goes Filho, 2015.
dinâmicas culturais, religiosas e identi-
tárias cujas heranças também são senti-
das até os dias atuais. econômica e politicamente pela Ingla- nascidos na colônia, um sentimento
terra ainda no período colonial. Ocor- de identidade próprio, que se diferen-
Em paralelo, eclodiam os conlitos geo- reram também conlitos internos aos ciava de Portugal por meio da narrati-
políticos entre os europeus no “novo impérios coloniais. No Brasil, os colo- va de luta contra a sanha tributária do
mundo”: os impérios coloniais por- nos brasileiros e a elite portuguesa que Estado opressor português, que impe-
tuguês, espanhol, francês, holandês e vivia na colônia disputavam os proces- dia os colonos de alcançar autonomia
inglês disputavam território, mercado- sos de ocupação do território (a marcha econômica. Os colonos ilhos da elite
rias e populações no continente afri- para oeste com as bandeiras e as entra- sempre estiveram em contato com as
cano e americano. Portugal enfrentou das, com forte cunho militar e evangeli- ideologias e os valores europeus, culti-
a Espanha e com ela pactuou (região zador, reforçando a aliança entre Igreja vando a liberdade, sendo refratários à
do Prata), expulsou franceses do Rio e o Império de Portugal) e lutavam pe- centralização via Estado e Igreja, como
de Janeiro e do Maranhão, guerreou los recursos que encontravam em cada ilustram os muitos conlitos entre as so-
com holandeses nos dois lados do oce- novo pedaço de terra. Dessas batalhas ciedades locais e os jesuítas. Protagoni-
ano atlântico, e terminou subjugado emergiram, nos ilhos de europeus zaram, portanto, revoltas, rebeliões e
motins que marcaram todo o período
colonial e foram parte fundamental do
OCUPAÇÃO DO OESTE processo político e cultural que levaria
Principais bandeiras, entre 1635 e 1725 Principais monções, entre 1635 e 1725
à ruptura do Brasil com Portugal. O re-
sultado da empresa colonial portuguesa
s s
foi desastroso do ponto de vista social e
Amazona Belém Amazona Belém
humanitário, com o extermínio de po-
To São Luís To São Luís
jós jós pulações inteiras de africanos e povos
Xin
Xin
pa pa
cantins
cantins
Ta Ta
gu
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o Francisc o Francisc
gua
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Sã o Sã o
vista geopolítico e econômico gerou ri-
Ara
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Salvador Salvador
quezas incontáveis à Coroa de Portugal
e cujo resultado foi a consolidação de
Mam
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Pa r a Pa r a
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Pa
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meio ao esfacelamento que ocorreu na
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Tratado de
Uru
Urug
Madri, 1750
500 km 500 km América Espanhola.
Bandeiras: Monções:
Antonio Raposo Tavares,
André Fernandes e Fernão Dias Manoel Campos Bicudo (1673) Rota ordinária
Paes (1635-1637) VEJA TAMBÉM:
Manoel Preto e Antonio Antonio Pires de Campos (1716) Estrada terrestre
Raposo Tavares (1628-1633) através de Goiás Império e ameaças de fragmentação p. 14
Labmundo, 2017
Fernão Dias Paes (1638) Pascoal Moreira Cabral (1718) Monções do norte República e desafios geoestratégicos p. 16
Colônia (Atlas da PEB) p. 14
Antonio Raposo Tavares Bartolomeu Bueno da Silva
(1648-1652) (1725) Império (Atlas da PEB) p. 16
Fonte: Goes Filho, 2015.
Quantidade
Rio U
450 km
Buenos
Aires
Revolta dos Malês (1835), cerca de 600
225 km
escravos tomaram Salvador, sendo di-
Fonte: Donato, 1987. zimados no mesmo dia por uma classe
Labmundo, 2017
100 km
essa disputa pela hegemonia geopolíti-
ca na América do Sul aproveitando-se
da legitimidade conquistada pela vitó- Fonte: Donato, 1987.
ria contra as revoltas do Primeiro Rei-
nado. A Guerra do Prata (1851-1852)
colocou em confronto a Argentina este país interferiu a favor do gover- que poderia ameaçar a hegemonia bra-
contra o Brasil e Uruguai, com vitória no uruguaio. A Guerra do Paraguai foi sileira. O conlito durou de 1865 a 1870,
brasileira. Entre 1864 e 1865, o Brasil, o maior conlito armado da América terminando com vitória dos aliados,
apoiado pela Argentina e pela oposi- do Sul, e opôs Brasil, Argentina e Uru- com destaque para o Brasil, e com o
ção uruguaia, entrou em guerra contra guai (agora governado pela antiga opo- Paraguai perdendo territórios impor-
o Uruguai, cujo desfecho precipitou sição) contra o Paraguai, que na época tantes, com sua população masculina
a Guerra contra o Paraguai quando era uma nação em desenvolvimento dizimada e sua economia devastada.
10 VEJA TAMBÉM:
Colônia, conflitos e expansão territorial p. 12
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Rio
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BRASIL
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BRASIL
EUA Alemanha Reino Unido
500 km 150 km
Fonte: IBGE, 1990.
Questão do Acre, 1903
Rio Acre 20
150 km Ferrovia
Madeira-Mamoré
Fronteiras atuais
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Território brasileiro Questão de Palmas, 1895
em 1889
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BRASIL
Áreas em litígio em 1889
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Áreas pertencentes ao atual Rio Santo
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Áreas pertencentes a territórios
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Peperi-Guaçu ha p EUA Alemanha Reino Unido
Fontes: Milani et al., 2015; Goes Filho, 2015; Rio C
100 km
Gurnak et al., 2010; Albuquerque et al., 1977. Fonte: IBGE, 1990.
18 aio o
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Doutrina Drago, proposta pela Argen-
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tina em resposta à intervenção na Vene-
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zuela, em 1902. A tentativa de formar
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Co
um pacto entre o Brasil, a Argentina e *Não há dados oficiais sobre o destino da população de
Canudos, mas as fontes indicam que a maior parte da
**Em outubro de 1986 foi enviado um contigente policial
contra Canudos. Como essa investida falhou, foram enviadas
o Chile (Pacto ABC), em 1915, também população foi dizimada e as demais migraram, uma vez
que o Arraial foi destruído.
3 expedições militares contra a população civil.
demonstra a preocupação brasileira em Fontes: Ataíde, 1993/1994; Carvalho 2005; Donato, 1987.
manter o equilíbrio de poder no Prata.
Contando com o apoio dos EUA, as internacionais, como a Bolivian Syn- mundial (dissuadindo possíveis inter-
disputas relativas à demarcação de dicate, aumentavam seus negócios no venções europeias), bem como tam-
fronteiras, na República, tiveram so- território do Acre, limítrofe à Bolívia, bém foi importante para as negociações
luções pacíicas, por meio de acordos colocando em risco interesses do Esta- fronteiriças até então não resolvidas.
e arbitragens, muitas lideradas pelo do brasileiro e de sua sociedade. A últi- Ao longo da República, o Brasil saiu da
Barão do Rio Branco. Ainda existiam ma grande disputa territorial brasileira área de inluência britânica e entrou na
áreas de litígio entre o Brasil e seus vi- foi resolvida junto com a Colômbia e estadunidense. Apesar das críticas que
zinhos, que não tiveram suas fronteiras Peru e se arrastou até a década de 1930, o governo brasileiro recebeu por se ali-
demarcadas ao longo do Império. Essa quando o Brasil concedeu a livre nave- nhar aos EUA, inclusive no âmbito da
indeinição colocava em risco a inte- gação na bacia amazônica, o que icou Doutrina Monroe, a parceria com os
gridade e a integração territorial brasi- conhecida como “Questão de Letícia”. estadunidenses rendeu o reaparelha-
leira. Uma possível anexação da região Isso permitiu que o Brasil se declaras- mento e treinamento das Forças Ar-
de Palmas à Argentina criaria um es- se um país territorialmente satisfeito e madas brasileiras, além de vantagens
trangulamento do território brasilei- concentrasse seus esforços em questões no âmbito da economia e da política.
ro em uma das regiões mais sensíveis domésticas e no fortalecimento de suas As parcerias, entretanto, não eram ex-
em termos de segurança. Um eventu- instituições. clusivamente com os EUA. A Missão
al laudo arbitral desfavorável nas ques- Francesa, acordada em 1919, previa o
tões de Pirara e do Amapá (contra o A busca do apoio dos EUA teve no Ba- treinamento de oiciais do Exército em
Reino Unido e França, respectivamen- rão do Rio Branco um dos seus maiores troca de preferência na compra de ar-
te) facilitaria o acesso de potências eu- idealizadores e principais personagens mamentos produzidos na França.
ropeias às bacias na região amazônica, da política brasileira no início da Re-
um dos territórios com menor densi- pública. Esta aproximação era parte de
dade populacional do país até os dias uma estratégia geopolítica do gover- ORÇAMENTO E FORÇAS ARMADAS
Estimativa das despesas militares, por % do PIB,
de hoje. Além disso, o Brasil era pres- no brasileiro, que buscava equilibrar entre 1880 e 1940
sionado para garantir a livre navegação a balança de poder regional (treinan- República
em seus rios, enquanto que empresas do e equipando as Forças Armadas) e
20
15
ORÇAMENTOS MILITARES NA BALANÇA REGIONAL 10
Evolução dos orçamentos militares da Argentina, Brasil e Chile, em milhões de Libras Esterlinas,
entre 1889 e 1913 5
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0
81 89 95 25 30 40
8 0- 18 18 19 19 19
7 18 Exército do Brasil
Marinha do Brasil
Fonte: Carvalho, 1999.
5
3 VEJA TAMBÉM:
Colônia, conflitos e expansão territorial p. 12
Labmundo, 2017
1
Império e ameaças de fragmentação p. 14
República (Atlas da PEB) p. 18
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Reconstrução pós-guerra
Controle de armas e
práticas de guerra
Conferência Interamericana de Conciliação 84 dos documentos assinados 10 20 30
e Arbitragem (1928-1929) versavam sobre Defesa e Segurança
Um total de 187 tratados foram
assinados na Liga das Nações
Dos 84 documentos sobre
Defesa e Segurança, 76 foram
Conferência Interamericana de ratificados pelo Brasil
Consolidação da Paz (1936)
Labmundo, 2017
Labmundo, 2017
entretanto, foi curta. A Alemanha foi ESFORÇO MILITAR DAS PRINCIPAIS POTÊNCIAS
Quantidade total de soldados mobilizados e total de perdas por país e aliança militar, em milhões de
declarada a principal culpada pelo pessoas, entre 1914 e 1918
conlito e sobre o Estado germânico 12
Tríplice Tríplice
recaíram pesadas dívidas, foram deini- Aliança Entente
Labmundo, 2017
revanchismo e da necessidade de refor-
a
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Na tentativa de sustentar essa ordem, Fonte: Hosch, 2010.
foi criada a Liga das Nações, uma or-
ganização mundial com o objetivo de
garantir a segurança coletiva, confor- MULTILATERALISMO E PAZ
Países participantes das Conferências de Haia, em 1899 e em 1907
me estabelecido pelo presidente Wil-
son em seus Quatorze Pontos. Para
tal, a Liga contava com um Conselho
Executivo para coibir possíveis amea-
ças e evitar novos conlitos. O envolvi-
mento do Brasil na guerra credenciou
o país a participar ativamente da cons- Participação em
trução da estrutura multilateral da 1899 e em 1907
Labmundo, 2017
sar de ter participado diretamente no
conlito, foi iel aos seus princípios di-
plomáticos e esforçou-se pela cons-
trução de uma ordem mais pacíica. Fontes: FUNAG, 2014; Dutch government Treaty Database, 2015.
Atuando tanto na Liga, quanto no sis-
tema interamericano, o Brasil buscou
fortalecer sua presença internacional, SEGURANÇA COLETIVA NA LIGA DAS NAÇÕES
Estados membros do Conselho da Liga, entre 1919 e 1940
defendendo a primazia da solução pa-
cíica e negociada e a legitimidade da
decisão multilateral. Devido a esse in-
tuito de consolidar sua atuação, o Bra-
sil retirou-se da Liga em 1926, durante
o governo do Presidente Artur Bernar-
des, pois lhe foi negada a condição de
membro permanente do Conselho.
zação das técnicas de combate, como Fontes: Breda dos Santos, 2003; Baracuhy, 2006; Howard-Ellis, 2003. Outros membros
ia
Al
1939
1000 km 1940
Países neutros
tendo recebido mais de 70% de todo
1944
o auxílio militar destinado à América
Labmundo, 2017
Ministérios Militares
Lend-Lease
Créditos Suplementares
aos Ministérios Militares
Marinha
Participou somente da 2 4 6 8
Conferência de São Francisco
Participou da Conferência de *21 bilhões de cruzeiros equivaliam a cinco vezes a
São Francisco e de anteriores receita anual da União.
Labmundo, 2017
Labmundo, 2017
Não participou
1000 km de conferências **Os gastos com a Marinha referem-se a uma
*URSS não participou da "nota de prejuízos" das perdas sofridas
Conferência do Cairo (1943) (navios avariados e etc.)
**China não participou das
Fonte: Sítio web da ONU, 2015. Conferências de Teerã (1943) Fonte: Castello Branco, 1960.
oles
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PB Mortos
ES Collecchio
200 km Feridos
Labmundo, 2017
RN
PA Principais batalhas La Serra
SE Movimentação Vale do rio
AL das tropas Marano
Labmundo, 2017
MA * O Estado da Guanabara (atual Fonte: Associação Nacional dos Veteranos da FEB, 2015. Fonte: Castello Branco, 1960.
GO cidade do Rio de Janeiro) era o
Distrito Federal durante o período.
AM
PI ** O Tocantins era parte de Goiás,
mas a fonte utilizada separa os dados.
Fonte: Silveira, 2001. foram os únicos países da América La- de Nápoles ao vale do Rio Reno, com-
tina que enviaram tropas para a guerra batendo em duas frentes e capturando
e, no caso brasileiro, a mobilização de mais de 15 mil prisioneiros adversários.
A cooperação com os EUA não foi res- combatentes foi expressiva. A entrada A quantidade de baixas entre as tro-
trita ao campo militar e acarretou pro- na guerra provocou a mudança do cen- pas brasileiras, com a estimativa de 443
fundos impactos econômicos. Além tro de organização de defesa no Brasil mortos, a maior parte das divisões de in-
da implementação de vários progra- do Sudeste para o Nordeste, onde es- fantaria, gerou mobilizações dentro das
mas de assistência técnica, as cláusu- tavam localizadas as principais bases Forças Armadas pelo reconhecimen-
las dos acordos previam investimentos militares, com destaque para a base de to dos combatentes e por demandas de
da ordem de cem milhões de dólares Natal, no Rio Grande do Norte. Data melhorias e reestruturações no sistema
para o desenvolvimento da produção desse período o estabelecimento do de defesa brasileiro. Cabe ressaltar que
de materiais estratégicos; de quator- Ministério da Aeronáutica e da Força a presença ativa no conlito credenciou
ze milhões de dólares para a moder- Aérea Brasileira (FAB), em 1941. Além o país a participar da formação da nova
nização de ferrovias e infraestrutura; disso, foram criadas novas unidades de ordem do pós-Guerra.
e cinco milhões para a produção de combate, como a Força Expedicioná-
borracha. A entrada de recursos exter- ria Brasileira (FEB), em que aproxi- A vitória dos Aliados consolidou o sis-
nos contribuiu para o fortalecimento madamente 25 mil brasileiros, entre tema da Guerra Fria com dois grandes
da indústria nacional e o crescimento oiciais e médicos, representaram o polos de poder, os EUA e a União Sovi-
econômico das décadas seguintes, por Brasil e os Aliados em solo europeu. ética. No período que se seguiu, o siste-
meio da estratégia de industrialização ma internacional passou por mudanças
por substituição de importações. Foi A FEB foi composta por oiciais prove- signiicativas, com a criação de organi-
nesse contexto que foi criada no Bra- nientes de todas as regiões brasileiras, zações multilaterais, o surgimento de
sil a Companhia Siderúrgica Nacional principalmente do Centro-Sul, onde se novos Estados, resultante dos processos
(CSN), em Volta Redonda, inanciada concentravam as divisões. Os cinco regi- de descolonização, e o estabelecimento
com recursos do Eximbank, que se tor- mentos da FEB desembarcaram na Itá- do sistema hemisférico de defesa, sob a
nou um dos símbolos dessa cooperação. lia em 1944 e conquistaram importantes hegemonia dos EUA. O Brasil teve des-
vitórias, com destaque para a Batalha de taque nesse período, ao aliar crescimen-
A participação brasileira no conlito Monte Castelo, Montese, Castelnuo- to econômico interno, fortalecido pelos
foi além da declaração de guerra e da vo e a captura de uma Divisão de Infan- recursos recebidos durante a guerra, e
formação de alianças. Brasil e México taria da Alemanha. A FEB deslocou-se protagonismo externo, ao ser um dos
países convidados a integrar as Confe-
rências do pós-Guerra, com destaque
POSIÇÃO ESTRATÉGICA DO BRASIL para a Conferência de São Francisco,
Uso das bases no Nordeste brasileiro e distância das rotas transatlânticas, em quilômetros, em 1942
na qual foi criada a ONU. Todavia, a
expectativa maior do governo brasilei-
5460
ro, em função da cooperação no esfor-
ço de guerra, a obtenção de um assento
Os aviões não tin
voar diretamenteham autonom
permanente no Conselho de Segurança,
para a Á
frica ia para não foi concretizada.
Países do Eixo ou
controlados pelo Eixo
VEJA TAMBÉM:
2984
Países neutros
2936
ao voo de aeronaves de
guerra dos Aliados Natal 300 República e desafios geoestratégicos p. 16
Rotas transatlânticas República (Atlas da PEB) p. 18
dos Aliados
1000 km Nova ordem mundial (Atlas da PEB) p. 22
Fontes: Antonucci, 2007; Warner, 1938.
de golpes
4
2
a retórica de competição constante-
1
mente propagada pela liderança po-
Fonte: Marshall et al, 2014. lítica estadunidense e materializadas
em projetos como o “Guerra nas Es-
trelas”. Ressalte-se que conlito mili-
GOLPES MILITARES NA AMÉRICA LATINA tar entre as duas superpotências, de
Total de golpes militares, por país, entre 1946 e 1991 fato, jamais chegou a ocorrer nas dé-
8
*A fonte usada considera que houve dois golpes cadas de bipolaridade mundial. A ins-
6 militares no Brasil: 1- o Contra-Golpe de Marechal
Lott, em 1955; e 2- o Golpe Civil-Militar, em 1964.
tabilidade política e os conlitos foram
4
projetados para os países do Terceiro
Mundo. Há um paradoxo na Guerra
2 Fria, conforme mencionam especialis-
tas no tema: justamente nos períodos
Labmundo, 2017
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10
O contexto da Guerra Fria, mais espe- 0
Países com resistência
ciicamente o esquema internacional
Labmundo, 2017
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armada no período
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de adesão e resistência às esferas de in-
i
luência das superpotências, representa
dimensão fundamental para compre- Fontes: Wickham-Crowley, 1991; Ellner, 1996; Jiménez, 2006; McAllister, 2010; Governo do Peru, 2003; Gaspari, 2014; Governo
do Brasil, 2014; Carranza, 2007; Camp, 2011; Churchill, 2010; Peschanski, 2013; Tristán, 2008.
ender o papel atribuído à defesa nos
países do Terceiro Mundo, em espe-
cial a função exercida pelos militares. o surgimento de diversos movimen- da Verdade estabelecida pelo governo
O conlito ideológico Leste-Oeste foi tos de resistência armada - muitos de- Brasileiro (2011-2014). Pela Operação
assimilado pelas lutas políticas locais, les com inspiração ideológica e apoio Condor, durante os anos 70 e 80, es-
inclusive aquelas relacionadas à liber- socialista - como resposta ao endureci- tes e outros países trocavam informa-
tação nacional contra o colonialismo e, mento dos regimes políticos na região. ções e expertise objetivando o combate
historicamente, é possível observar um aos movimentos armados de oposição
considerável número de intervenções Na América Latina, esfera de inluên- aos regimes autoritários. Por meio des-
dos militares nos regimes políticos de cia dos EUA, a interpretação dos líde- ta, foram cometidas diversas violações
países no Terceiro Mundo, em especial res políticos dos regimes autoritários dos direitos humanos como assassina-
na América Latina. Ao longo do perí- com relação à inalidade da defesa na- tos políticos e tortura. Tais iniciativas,
odo compreendido entre 1946 e 1991, cional era quase unívoca: purgar os sugerem a documentação e a historio-
foram contabilizados 63 golpes milita- respectivos países da inluência socia- graia, contaram com reiterado apoio
res na América Latina. Nesse contex- lista, materializada na luta contra a re- inanceiro e ideológico do governo dos
to, o Golpe de 1964, no Brasil, foi um sistência armada. É nesse contexto que Estados Unidos da América, sob a jus-
dos vários movimentos de ação militar se insere a profunda repressão políti- tiicativa do apoio à luta contra o blo-
na política patrocinados por interesses ca perpetrada pelos militares latino-a- co socialista.
do governo dos Estados Unidos e pode mericanos, sob a égide da doutrina de
ser compreendido no quadro mais am- contrainsurgência patrocinada pelos
plo dos relexos não tão frios da Guer- Estados Unidos e internalizada pelas COOPERAÇÃO REPRESSIVA
ra Fria, no qual se insere o ciclo de doutrinas de segurança nacional. Cabe Países participantes da Operação Condor,
entre 1975 e1985
regimes militares na região (Argenti- menção especial a Operação Condor,
na, Uruguai e Chile). Tal ciclo esteve esquema de cooperação entre as dita-
estreitamente associado às dinâmicas duras militares dos países do Cone Sul,
de segurança hemisférica no âmbito da em especial Argentina, Brasil, Chile e
Guerra Fria. Também na chave da bi- Uruguai desvelado, entre outros, pe-
polaridade mundial, pode-se observar los esforços da Comissão Nacional
2000 km
VEJA TAMBÉM:
República e desafios geoestratégicos p. 16
Segunda Guerra Fria (1979 - 1991)
Labmundo, 2017
BRASIL,
DISTRIBUIÇÃO DE
PODER E
ORDEM GLOBAL
Japão
EUA setor agropecuário competitivo, etc.),
Coreia
do Sul territoriais (dimensões continentais,
Alemanha
Fonte: Banco Mundial, 2016.
sem grandes disputas com vizinhos),
Rússia
Reino demográicas (quinta maior popula-
Unido
França
ção do mundo) e políticas (capaz de ela-
Irã borar e difundir políticas públicas de
Índia Tradicionalmente a deini- os Estados puderem moldar tais dimen- inclusão e assistência social, de desen-
Itália
Coreia
ção de poder é desdobra- sões de acordo com suas vontades, a in- volvimento urbano, etc.). Além disso, a
do Norte
Canadá
da em três componentes: luência deles será ainda mais duradoura composição demográica e a diversida-
Brasil
posse de capacidades mate- e intensa no sistema internacional. As- de étnico- cultural podem ser conside-
Espanha riais; poder como inluên- sociado à noção de poder estatal, o con- radas como dimensões facilitadoras da
Polônia cia e poder sobre resultados. ceito de capacidades estatais é muito relação do Brasil com outras socieda-
Turquia A capacidade bélica, tanto amplo na literatura de relações inter- des do mundo. Todavia, a concentração
Ucrânia
Austrália
para atacar quanto para se nacionais, incorporando elementos po- geográica da população (majorita-
Holanda defender, é um importante líticos, institucionais e administrativos riamente nas grandes cidades da costa
fator de poder na política de um Estado-nação. A capacidade es- atlântica) e as profundas desigualdades
internacional. O poder de tatal consiste no conjunto de instru- sociais são elementos que diicultam a
um Estado varia de acor- mentos e instituições de que dispõe o realização plena dessa capacidade po-
do com elementos materiais (fatores Estado para a consecução de seus objeti- tencial, além de impedirem que outros
econômicos, demograia, território, re- vos estratégicos. países percebam e reconheçam o Bra-
cursos naturais, tecnologia, logística) e sil como uma potência. A concentra-
simbólicos ou ideacionais (cultura, re- Para a construção de um diagnóstico ção de renda e de terras, as altas taxas de
des de conhecimento, difusão de polí- mais acurado da distribuição de poder analfabetismo e de mortalidade infan-
ticas públicas, cooperação técnica). Se no sistema internacional e nele situar a til, parcelas signiicativas da população
0,944
Muito alto
0,800
Alto
0,700 0,944
Médio
1000 km 0,550 0,7800
Baixo
Labmundo, 2017
Labmundo, 2017
0,348 0,700
Sem dados 0,550
disponíveis 0,348
300 km
Em milhares
per capita
140,6 Em milhares
per capita
50
140,6
1000 km 25 18 50
10
Labmundo, 2017
Labmundo, 2017
25
5
5 10
Somente representados valores 0,286 1
5
acima de 0,1 bilhões de dólares 0,1
Sem dados 0,286
disponíveis 300 km
Fonte: sítio web Banco Mundial, 2016. Fonte: IBGE, 2011.
Labmundo, 2016
China e Japão são os destaques. Con-
siderada outra medida clássica em es-
Su ca
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Fonte: IISS, 2016. Fonte: IISS, 2016. gastos militares em relação do produ-
to interno bruto (PIB), o valor médio
para o Brasil é de 1,5%. O Brasil ne-
Quantidade total de submarinos de ataque, Quantidade total de cruzadores, fragatas e cessitaria, segundo estimativas de seu
em 2016 destroyers, em 2016 próprio governo, gastar 2% de seu PIB
80 em defesa, valor nominalmente simi-
lar ao dos EUA e de democracias oci-
40
60 dentais. Isso permitiria a obtenção de
maior aprestamento às forças armadas
para o cumprimento de suas missões,
40
20
além de garantir aumento na taxa de
investimento em equipamento militar,
20 contribuindo para solucionar o pro-
blema da obsolescência de vários ele-
Labmundo, 2016
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Fonte: IISS, 2016. Fonte: IISS, 2016. al militar, o Brasil destaca-se na região
sul-americana, mas apresenta núme-
ros inferiores a potências
Quantidade total de navios porta-aviões, Quantidade total de aeronaves táticas de asa fixa, militares como República 7
em 2016 em milhares, em 2016
10 3
PODER NUCLEAR
Estimativa do inventário total de 5
ogivas nucleares, em milhares,
2 em 2015
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Labmundo, 2017
Labmundo, 2017
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+
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Gastos per capita,
em dólares
145,0 2714 China
Labmundo, 2017
22,3 1773
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0,007 04
+4
1000 km Sem dados
169
disponíveis
Fonte: IISS, 2017. 0 Colômbia
7%
61,
EFETIVO MILITAR +3
Quantidade estimada de pessoal militar, em milhares de indivíduos, por país, em 2016* 4 %
Nigéria 73,
+2
Arábia
Saudita
1,9 %
+ 16
Índia
3,1 %
+ 13
Irã
Militares por
1.000 habitantes
47,31
Labmundo, 2017
4,45 2.333
Turquia + 65,5 %
1000 km
2,76 *Os dados per capita + 63,7 %
1,24 439 são relativos ao ano Argentina
de 2015.
0,22 1
Fontes: IISS, 2016; IISS, 2015.
+ 60,2 %
Popular da China, EUA, Rússia e TNP, trinta anos depois da assinatura Brasil
res. Reino Unido, cujo primeiro teste peças de artilharia e carros de combate.
foi em 1952 e França, em 1960, são as No restante dos indicadores seleciona-
potências europeias ocidentais com ar- dos, o Brasil é apenas superior à África Reino - 6,5 %
mas nucleares. A República Popular da do Sul. Estes dados revelam, também, Unido
China realizou seu primeiro teste em que, à exceção do quesito navios aeró- França
- 11,0 %
1964. Os países que mais recentemen- dromo – no qual a unipolaridade esta-
te obtiveram armas nucleares são Israel dunidense é clara - a República Popular África
do Sul - 35,8 %
(1966), Índia (1974), Paquistão (1998), da China possui capacidade bélica con-
URSS/
Coréia do Norte (2006) e a possibili- siderável e crescente, sobretudo quando Rússia
dade de nuclearização do Irã preocupa comparada aos EUA. Navios aeródro-
a comunidade internacional. mo, no sistema internacional, signii-
cam capacidade de projeção de poder, - 73
Durante a ditadura civil-militar, o Bra- evidenciada pela divisão estaduniden- ,3 %
Labmundo, 2017
2005
Não assinou culo XX, as questões relativas à defesa
1000 km 2000 Sem dados eram lideradas pelos diplomatas. Com
disponíveis
1993
Obs.: Israel foi o único país que assinou
os processos de redemocratização, ob-
Fontes: United Nation Treaty Collection, 2016; Arms Control Association, 2016. o tratado, mas não ratificou. servou-se um progressivo adensamen-
to dos órgãos internos de defesa, o que
REGIME DE NÃO PROLIFERAÇÃO DE ARMAS BIOLÓGICAS permitiu um envolvimento maior dos
Países signatários da BWC, por data de ratificação, entre 1972 e 2013
militares e dos civis especialistas no
assunto. Na década de 1990, foram
criados a Secretaria de Assuntos Es-
tratégicos (em 1990) e o Ministério da
Defesa (em 1999), bem como elabora-
da a Política de Defesa Nacional. Em
1999, foi proposta a criação do Livro
Branco da Defesa Nacional, que sinte-
tiza os princípios e práticas que regem
2013 a ação brasileira. O livro foi lançado
2000 em 2012, quando já estavam em vigor
Labmundo, 2017
1990
Assinou, mas não ratificou
a Estratégia Nacional de Defesa e a Lei
1000 km 1980
Não assinou da Nova Defesa.
1972
Sem dados disponíveis
Fontes: United Nation Treaty Collection, 2016b; Arms Control Association, 2016. O controle civil do Ministério não
signiicou que os militares tenham
sido excluídos da condução da defesa
REGIME DE CONTROLE DE TECNOLOGIA DE MÍSSEIS nacional. Eles são parte de diversas
Estados membros do regime, em 2017 secretarias e órgãos de comando, além
de permanecerem ativos por meio
de instituições importantes, como a
Escola Superior de Guerra (ESG) e
demais escolas de estudos militares.
O fortalecimento desse sistema
institucional de defesa estimulou
o Brasil a participar de iniciativas
regionais, como as Conferências
Ministeriais de Defesa das Américas, e a
propor a criação do Conselho de Defesa
Labmundo, 2017
Estados-membros
Adesão em análise
Sul-americano, vinculado à Unasul.
1000 km pelos membros ativos Esses movimentos acompanham uma
Adesão unilateral
Não aderiu
tendência de regionalização do tema,
Fonte: Sítio web do Missile Technology Control Regime (MTCR), 2017. percebida também na Europa, por
Labmundo, 2017
1942 1967 a Transparência nas Aquisições
Estabelecimento da Junta Interamericana de Defesa Lei define crimes contra a o Conselho de
segurança nacional Defesa Nacional de Armas Convencionais
1943 2000
Criação da Força Expedicionária Brasileira 1968
1989
Putin ratifica a Doutrina
1947 Sarney refuta conceito de Militar da Rússia
Tratado de Não Proliferação Nuclear soberania compartilhada
Criação do TIAR 2005
1947 1969 1990
Índia cria o Ministério da Defesa Costa e Silva adota o Conceito Collor cria a Secretaria Política Nacional
Estratégico Nacional de Assuntos de Defesa
1948 Estratatégicos
Tratado de Tlatelolco 1974 2008
Brasil denuncia tratado 1991 Estratégia Nacional
1949 de defesa
Criação da OTAN militar com a Índia Criação da ABACC
2008
1949 1975 1991 Criação do
Criação da Escola Superior de Guerra I Conferência de Assinatura do Acordo Quadripartite Sistema Nacional
1949 Exame do TNP de Mobilização
1995
China formula a Estatégia Militar para Defesa Ativa 1975 Criação da Comissão de 2008
1950 Acordo Nacional Segurança Hemisférica I Exercício Naval
EUA lançam o Ato Federal de Defesa Civil Brasil-Alemanha IBSA-Mar
1995 2008
1977 I Conferência Ministerialde
Ministerial de
1952 Brasil denuncia tratado Criação do
Acordo de Assistência Militar entre Brasil e EUA militar com os EUA Defesa das Américas Conselho de
1954 1996 Defesa da Unasul
Japão cria a Agência de Defesa 1979 Criação da Câmara de Relações 2010
EUA e URSS assinam acordo de Exteriores e Defesa Nacional Nova Lei de
1955 limitações de armamentos Defesa
Instituição da Patrulha Costeira 1996 2012
1959 1980 Lançamento da Livro
1964 Política de Defesa Nacional
Revolução Cubana Golpe Civil-Militar no Brasil Criação do Sistema de Defesa Branco
Aeroespacial Brasileiro 1999 da
Eventos internacionais 1964 Defesa
1985 Criação do Ministério
Eventos regionais Estabelecimento do Serviço Nacional de Informação da Defesa 2015
Declaração Conjunta Compra de caças
Eventos domésticos 1966 sobre Energia Nuclear 1999
Gripen da
França retira-se do comando da OTAN de Brasil e Argentina Criação da ABIN Suécia
1950 1960 1970 1980 1990 2000
Fontes: Pinto, 2015; Stephen, 2011; Murray e Viotti, 1994; Livro Branco de Defesa Nacional, 2012; e sítio web da European Defense Agency, 2016.
Arábia
Saudita
No entanto, destaca-se, em 1975, o
Acordo Nuclear Brasil-Alemanha, Índia
destinado a equipar e desenvolver
tecnologia na usina Angra I. Turquia
Timor
A partir da década de 1980, o Brasil Leste
diversiica seus parceiros nessa área, o
OIs
ONU
que é veriicado pelo adensamento de
parcerias com países do Sul geopolítico,
53
como China, Índia, Turquia e os países TOTAL
da América do Sul. A Argentina se 24
Labmundo, 2017
e congelamento
45
55
65
75
85
95
05
14
19
19
19
19
19
19
20
20
do poder mundial EUA
URSS/
Rússia
URSS/
Rússia
2015
1990
1000 km
Labmundo, 2017
1980
1970
1968 Não ratificou Reino
Unido
Obs.: A Coreia do Norte denunciou Reino
Fonte: UNODA Treaty Database, 2016 o tratado em 2003. Unido
China
Israel
Paquistão
Labmundo, 2017
1000 km
Protocolo em vigor 4760
Assinou, mas não ratificou
300
O uso de armas nucleares ao inal da Se- nuclear nos países pela Agência Inter- 1
gunda Guerra e o desenvolvimento da nacional de Energia Atômica. Fonte: Noris; Kristensen, 2014.
tecnologia para uso bélico pelas grandes
potências geraram considerável preocu- Como o im da produção de arma-
pação quanto a sua proliferação. Sob mentos nucleares não se tornou uma Outras medidas de controle foram esta-
a liderança dos EUA e da URSS, pos- realidade, os Estados compromete- belecidas ao longo das décadas. Foram
teriormente apoiados por Reino Uni- ram-se com a adoção de medidas adi- elaborados tratados regionais de ga-
do, França e China, criou-se, em 1968, cionais de não proliferação. Em 1963, rantias coletivas sobre o não desenvol-
o regime de não proliferação, desarma- ainda antes da assinatura do TNP, um vimento de tecnologias nucleares para
mento e uso pacíico da energia nuclear, grupo representativo de Estados, in- ins bélicos, incluindo grande parte dos
pilares do Tratado de Não Proliferação cluindo a URSS e os EUA, assinou o países do Sul. Destaca-se o Tratado de
de Armas Nucleares (TNP), em vigor Tratado de Banimento Parcial dos Tes- Tlatelolco, que trata da desnucleari-
desde 1970. A duração inicial previs- tes Nucleares, visando ao im dos testes zação da América Latina e do Caribe,
ta era de 25 anos, indicando a opinião subaquáticos, na atmosfera e no espa- contando com a adesão de todos os 33
vigente de que a erradicação da amea- ço sideral. Na década de 1990, foi a vez países região. O Tratado foi aberto para
ça seria possível nesse curto espaço de do Tratado de Banimento Completo assinatura em 1968 e foi o primeiro a
tempo. Em 1997, foi criado um Proto- dos Testes Nucleares. EUA e Rússia as- promover a erradicação de armas nu-
colo Adicional ao TNP, que permite a sinaram, mas não ratiicaram o acordo, cleares em uma área densamente povo-
iscalização das instalações de atividade que não se encontra em vigor até hoje. ada. O Pacíico Sul, o Sudeste Asiático,
Labmundo, 2017
Bangkok (1995)
100 km
que não possuem essa tecnologia béli- Pelindaba (1996)
ca, esses tratados estabelecem pesos di- CANWFZ (2006)
ferentes para os Estados-membros do Fonte: sítio web UNODA, 2016.
regime, ferindo o princípio da igualda-
de entre as nações no tocante às obriga-
ções jurídicas na ordem internacional. TRATADOS DE LIMITAÇÃO DE TESTES NUCLEARES
A ênfase desproporcional na não proli- Países membros do Tratado de Banimento Parcial dos Testes Nucleares (assinado em 1963), em 2016
feração funcionaria como atenuante da
necessidade de estimular e monitorar o
desarmamento dos países nuclearmen-
te armados. O Brasil assinou o TNP em
1998, trinta anos após o estabelecimen-
to do acordo, utilizando como justii-
cativa durante esse período a assimetria
entre os Estados e o fato de já estar com-
prometido pelo Tratado de Tlatelolco. Ratificou
Assinou, mas não
Labmundo, 2017
O Brasil também se coloca contrário ao 1000 km ratificou
1000 km
Países com mais
mandatos:
Japão - 11
Brasil - 10
Argentina - 9 * A Arábia Saudita recusou
Labmundo, 2017
55
60
65
70
75
80
85
90
95
00
05
10
15
19
19
19
19
19
19
19
19
19
19
20
20
20
20
Labmundo, 2017
Labmundo, 2017
1963 1999 2008 Embaixador do Brasil participa do Grupo de Trabalho
Quantidade de membros Embaixador do França e Reino Unido apoiam o G4
não permanentes aumenta Brasi reapresenta 2014
de 6 para 10 o tema na Assembleia Geral Seminário na Índia com participação do G4
1930 1970 1990 2010 2015
Fontes: Vargas, 2011; Seixas Corrêa, 2007; sítio web da missão brasileira no Conselho de Segurança, 2016.
grupos de trabalho na Assembleia pontos do acordo são negociados pe- foi acompanhada da mesma posição
Geral das Nações Unidas (AGNU). las delegações antes da votação, o que por pelo menos um membro perma-
torna o processo mais ágil. Entre as re- nente. O único voto negativo ocorreu
Apesar de não ter obtido sucesso em soluções de Capítulo VII, que tratam em 2010, de Brasil e Turquia, após o
seu pleito, o Brasil é reconhecido pe- da autorização do uso da força, o Bra- CSNU aprovar sanções contra o Irã,
los seus vizinhos como um ator es- sil não votou airmativamente em seis contrariando a Declaração de Tee-
sencial no diálogo sobre esses temas, ocasiões, com cinco abstenções e um rã, mediada pelas diplomacias turca e
motivo pelo qual foi eleito por seus voto negativo. Em 1994, o Brasil abs- brasileira.
pares para exercer dez mandatos teve-se de duas resoluções sobre a crise
como membro rotativo no CSNU. O política no Haiti e uma sobre a ope- Além do CSNU, a AGNU também
Brasil é o país do Sul com mais man- ração humanitária em Ruanda. Em funciona como órgão deliberativo das
datos, logo depois do Japão. Os votos 2005, outra abstenção foi dada no Nações Unidas, com a possibilidade
do Brasil no CSNU são majoritaria- caso do conlito em Darfur. Em 2011, de emitir declarações sobre questões
mente airmativos, acompanhando a ocorreu a quinta abstenção brasilei- de grande amplitude temática, inclu-
tendência do Conselho de aprovar re- ra, relacionada à crise na Líbia. Em sive segurança e defesa. É possível ve-
soluções por consenso. Os principais todos os casos, a abstenção brasileira riicar que os votos do Brasil possuem
uma tendência de dissociação dos vo-
tos dos Estados Unidos na AGNU.
GEOPOLÍTICA DOS VOTOS BRASILEIROS NO CONSELHO DE SEGURANÇA Enquanto no governo Dutra a con-
Quantidade de votos do Brasil em Resoluções de Capítulo VII, por posicionamento TO vergência era de 100%, o governo Lula
e por região, entre 1993-2011 TA
19 19 19 19 20 20
L
apresentava convergências inferio-
20 20
93 94 98 99 04 05 10 11 res a 20%. Essa maior autonomia na
AGNU não se repete Conselho. Em
África resoluções de Capítulo VII, o Brasil
ainda tende a votar de modo seme-
Leste lhante aos EUA, com poucas exceções.
Europeu
A análise da participação brasileira na
ONU não pode se restringir ao voto.
Ásia e
Oriente M. Ela deve incluir a exposição de moti-
vos, onde se expressam (e se explicam)
América Latina as divergências do Brasil com a posi-
e Caribe
ção dominante. Consciente de que a
posição de membro rotativo não per-
TOTAL mite ao país muita margem de mano-
bra, o Brasil reairma suas convicções
110 por meio de discursos na AGNU, no
A favor CSNU e nos grupos de trabalho, além
Labmundo, 2017
Abstenção
38 de ter mantido a campanha pelo as-
sento permanente como um objetivo
Contra constante da política externa.
Fonte: sítio web do Conselho de Segurança, 2016. 1
Porcentagem de votos convergentes entre o Brasil e os EUA, entre 1993 e 2011 VEJA TAMBÉM:
1993 1994 1998 1999 2004 2005 2010 2011
Participações em operações de paz p. 36
Labmundo, 2017
Uruguai
Financiamanto de países de outros continentes
maior com a coordenação e comando
Equador
Paraguai militar das operações no Haiti (2004)
Bolívia e pela liderança da única Força Naval
Fonte: Sítio web do Departamento de Operações de Manutenção da Paz, 2016. atuando pela ONU no Líbano (2011).
MISSÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A ESTABILIZAÇÃO NO HAITI BRASIL NAS MISSÕES DE PAZ
Efetivo militar e área de responsabilidade das tropas, por país, em agosto de 2015 Evolução da média anual do efetivo brasileiro nas
missões de paz por período e missão,
Brasil Port-de-Paix entre 2000 e 2015
Quantidade de militares Jean-Rabel
Chile alocados nas tropas
de 2000 a 2003
970 Cap-Haïtien
Uruguai
335 Gonaives
Peru Morne Casse
52
Filipinas
Paraguai
Argentina
UNTAET
Guatemala
Jérémie Port-au-Prince UNMISET
Cidades haitianas
Jacmel 1000 km
Les Cayes
Labmundo, 2017
50 km
de 2004 a 2007
MINUSTAH
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
Brasil UNMISET
Uruguai
1000 km
Sri Lanka
Argentina
Chile MINUSTAH
UNIFIL UNMIN
Jordânia
UNMIS
Peru
Bolívia UNMIT
8599
Filipinas
1000 km
Guatemala
850
Outros** de 2012 a 2015
52
MINUSTAH
TOTAL UNIFIL
*Os dados são referentes ao mês de agosto de cada ano, com exceção de 2005 e de 2006, que são referentes a setembro
Labmundo, 2017
e dezembro, respectivamente.
**Honduras, Paraguai, Coreia do Sul, Equador, Japão, Indonesia, Espanha, Marrocos, El Salvador, Canadá e EUA.
***Benin, Croácia, França, India, Malasia, México, Paquistão e Yemen não enviaram tropas, mas participaram da 1000 km
Minustah enviando oficiais.
Fonte: Sítio web do Conselho de Segurança da ONU, 2016.
1736,5
Média anual
Tais ações certamente projetam o país República Centro-Africana, Saara menor que 50
Labmundo, 2017
248,5
internacionalmente em sua campanha Ocidental, Sudão e Sudão do Sul. O 60
pelo assento permanente no CSNU. investimento brasileiro nesse tipo de
Fonte: Sítio web do Departamento de Operações de
Atualmente há cerca de 1.200 brasileiros atuação cresceu nos anos 2000. Em 2010, Manutenção da Paz, 2016.
entre militares das forças armadas o governo criou o Centro Conjunto
e polícia em zonas de conlito. No de Operações de Paz do Brasil a im de
VEJA TAMBÉM:
total, o Brasil já participou de mais de consolidar a coordenação da sua atuação
30 missões da ONU, tendo enviado em operações de paz e a preparação de ONU e Conselho de Segurança p. 34
cerca de 27 mil militares ao exterior. militares brasileiros e estrangeiros. Isso Cooperação regional em defesa p. 58
Além de tropas no Haiti e no Líbano, demonstra uma possível tendência Cosiplan e IIRSA p. 60
contribui com participantes em missões do Brasil a seguir assumindo maior Segurança e defesa (Atlas da PEB) p. 46
no Chipre, Costa do Marim, Libéria, protagonismo em operações de paz.
Brasil
*África do Sul e Arábia Saudita não definiram
te, a Estocolmo-1972 abriu o caminho
Índia
reduções voluntárias. para a futura cooperação ambiental, le-
vou à criação de redes globais e regionais
Fonte: Banco Mundial, 2016. de monitoramento ambiental, permitiu
Labmundo, 2017
1992, a quantidade de temas debati- 1000 km
Labmundo, 2017
climática como uma variação estatisti- 2,1
camente signiicante em um parâmetro 1,7
Sem dados
disponíveis
climático médio (incluindo sua varia- 1000 km
1,1
bilidade natural) que persista por perí- Fonte: Banco Mundial, 2016.
odo extenso (pelo menos, por décadas).
Seus relatórios reconhecem a existência
de processos naturais, mas airmam que CONFERÊNCIA DE PARIS
Países signatários do documento final da Conferência de Paris (2016), em 2016
as mudanças recentes têm sua causa nas
atividades humanas e alertam para os
perigos que podem decorrer da inação
política. O comportamento dos Esta-
dos e os efeitos das mudanças climáticas
sobre as sociedades variam internacio-
nalmente. O Protocolo de Kyoto, que
disciplinou os compromissos da Con-
venção-Quadro de 1992 em matéria de
emissões de CO2 e entrou em vigor em
Labmundo, 2017
Labmundo, 2017
tares nas regiões mais pobres: 70% dos
1000 km 6
que sofrem fome no mundo são peque-
3 nos agricultores. É notória a incapaci-
1
Fonte: Caisan, 2014. dade a médio-longo prazo de sanar a
insegurança nos países subdesenvol-
vidos. A cada ano, a agricultura deve
PROGRAMA MUNDIAL DE ALIMENTOS alimentar 80 milhões de pessoas adi-
Doadores e receptores, por países, em 2014 cionais. Projeções da FAO de 2014 des-
tacam que, até meados do século XXI,
será preciso aumentar pela metade a
produção de grãos e dobrar a de carne.
em milhões de
indivíduos to à segurança alimentar e nutricional
269,909 5,3
1,3 (SAN): a garantia a todos de condições
2,38
1000 km 0,1 de acesso a alimentos básicos de qua-
Fonte: Programa Mundial de Alimentos, 2014. lidade, em quantidade suiciente, de
1961 1981
Grande Fome 1966 1974 Crise do Karamoja
Chinesa Crise de Lombok (Indonésia) Crise de Bangladesh (Uganda)
33 milhões de mortes
1966 1981
Crise de Wallo (Etiópia) Crise de Suazilândia
1967
Crise Australiana 1982
Grande Fome
Moçambicana
1968
Crise do Biafra (Nigéria) 1975
Crise do Camboja 1983
Grande Fome da
1969 Etiópia
Crise do Sahel (Mali,
Mauritânia, Burquina
Faso, Chade e Niger)
1984
Crise de Darfur e
Kordofan (Sudão)
Labmundo, 2017
1965 1972
Crise de Crise de Tigray
e Wallo (Etiópia) 1980
Bihar (Índia) Crise do Chade
VEJA TAMBÉM:
Segurança ambiental p. 38 Labmundo, 2017
Epidemias p. 42
Pobreza e desigualdade (Atlas da PEB) p. 44
Agronegócio (Atlas da PEB) p. 28 Fonte: FAO, 2016.
1997
Fome na Papua Nova Guiné 2011
1988 Grande Fome da Somália
Fome de Madagascar 2001
Crise Angolana
1998
Crise das Filipinas 2012
1989 Crise do Leste Africano
Crise de Ruanda 2001 (Djibouti, Etiópia, Quênia
Crise na Guatemala e Uganda)
1998
Crise da Guiné 2002
1991 2005
Crise Somalense Fome Malauí
Crise de Argélia
1999
Fome do Paquistão
2005
1995 1999 Crise do Burundi
Grande Fome Fome Paraguaia Quantidade estimada de
Norte Coreana mortes, em milhares
1999
Crise no Quênia 3800
Quantidade estimada de mortes
1998 2000
Grande Crise Fome Afegã Menos de 1000 mortes 1000
Labmundo, 2017
do Congo
2000 Menos de 100 mortes
Crise na Moldova 8
43.390
10.000
mundo que fornecem gratuitamente o
1000 km
1.313 1.000 tratamento contra a doença, tem pos-
4,94 100 Menos de 1.000
casos registrados sibilitado a expansão do número de be-
Fontes: Sítio web da OMS, 2016; sítio web do Banco Mundial, 2016. 4,94 neiciários. Apesar dos empenhos do
0,3
Europa ocidental
e América do Norte 58,3%
Pessoas infectadas
Europa oriental Pessoas infectadas recebendo
e Ásia central 21,3% 0,2
tratamento médico
95
00
05
10
15
19
19
20
20
20
20
Fonte: UNAIDS, 2016b. Fontes: UNAIDS, 2016b; sítio web Banco Mundial, 2016.
Labmundo, 2017
0,44202
1,61759 1000 km 0,07253
0,10296
Total de infectados
0,28822 0,02649 0,013168
527.890
67.481
10.803
Fonte: Ministério da Saúde, 2017; IBGE, 2016.
EPIDEMIA DE ZIKA NAS AMÉRICAS vírus, podemos citar: o processo de in- local. Ainda assim, há constante preo-
Quantidade de casos confirmados, por país, entre
2015 e 2016 teriorização do HIV no território, onde cupação com que essas epidemias sejam
prevenção e controle são menos efe- eliminadas ou, pelo menos, contidas.
tivos (geralmente as campanhas estão
concentradas nos grandes centros ur- A organização não governamental Mé-
banos); o avanço sobre população fe- dicos sem Fronteiras (MSF) chama a
minina e hétero e o sucesso de políticas atenção para o combate a surtos de có-
públicas de tratamento dos infectados, lera, malária, meningite, sarampo e
que passam a ter maior longevidade. A doenças virais (como dengue, chikun-
1000 km
incidência, no Brasil, de pessoas porta- gunya, zika, síndrome respiratória do
doras do vírus ainda é elevada, com Oriente Médio e febres hemorrágicas)
130.840
uma estimativa de aproximadamen- pela velocidade com que tais doenças
38.870 te 830 mil infectados (quase 0,4% da têm se alastrado. A partir de 2015 o Bra-
população). Os números brasileiros sil se transformou em palco do maior
200 são mais altos do que a incidência es- surto de zika já observado, quando a
Labmundo, 2017
VEJA TAMBÉM:
100 Segurança ambiental p. 38
Labmundo, 2017
90 Insegurança alimentar p. 40
66
Energia e meio ambiente (Atlas da PEB) p. 34
1000 km 33 Sem dados
0
disponíveis Ameaças internacionais (Atlas da PEB) p. 48
Fonte: Banco Mundial, 2017.
OURO LATINO-AMERICANO
Exploração e produção de ouro na América Latina
Labmundo, 2017
2015
pelo Crime Organizado, por país, em 2013
2010
Assinou, mas não ratificou
1000 km 2005
Não assinou
2001
Fonte: sítio web UNTS Treaty Database, 2016.
200
100
ia
Eq a
il
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do
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lív
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Br
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Gu
lô
M
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Co
Ve
Ni
Labmundo, 2017
VÍTIMAS DO TERROR
Índice Global de Terrorismo, por país, em 2014 10 principais países com mais vítimas de atentados
terroristas, em milhares, em 2014
Total de vítimas
20
Vítimas fatais
15
10
10
7,5
5,0
5
2,5
Labmundo, 2017
Labmundo, 2017
1000 km
0
ão
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Sem dados
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disponíveis
g
Ira
ilâ
qu
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Ni
So
Af
Fonte: Institute for Economics and Peace, 2015. Fonte: Institute for Economics and Peace, 2015.
ser moralmente ofensivo, além de pre- TRÁFICOS DE PESSOAS DA AMÉRICA DO SUL PARA O MUNDO
Principais destinos e quantidade estimada de pessoas traficadas da América do Sul para outras regiões e
judicar economicamente a sociedade. internamente, em 2014
Ademais, essa modalidade de crime de-
senvolve capacidades organizacionais,
coercitivas, técnicas e políticas que são Europa Ocidental
e Europa Central
9
funcionais à execução desses crimes, América do Norte,
10
América Central e
sejam elas integral ou parcialmente ilí-
54
Caribe
a d o S ul
atos de terror, guerrilha e outros cri-
2
Tráfico entre 73
mes, no continente latino-americano.
é r ic
regiões
Uma das motivações para esse aumen-
Am
a
to foi a migração considerável dos gru- Tráfico dentro Trá sd
dos países fi co e n tre p aís e
pos ligados ao tráico de drogas para a
Labmundo, 2017
mineração de ouro, justiicada princi- Tráfico dentro
da região Se a estimativa de 871 vítimas
palmente pelo fato de ser uma produ- de tráfico doméstico dentro dos
países sul-americanos fosse
representada no mapa, a seta
ção artesanal e bastante fragmentada, teria essa espessura.
em especial na América Latina. Den- Fonte: United Nations Office on Drugs and Crime, 2014.
tre os crimes e outros danos relaciona-
dos ao crime organizado, destacam-se
a lavagem de dinheiro, a corrupção, o Trazendo à tona os crimes relativos à atuar em conjunto para frear os luxos
deslocamento forçado de populações, lavagem de dinheiro, à evasão iscal e inanceiros ilegais, o que requer a cola-
a destruição ambiental acelerada, a ex- aos luxos inanceiros ilícitos, há de se boração na administração e regulação
ploração trabalhista, o tráico de pesso- ressaltar uma tendência, por parte de das inanças, na transparência, além de
as e armas. organizações como a ONU, OCDE e uma cooperação internacional proa-
Banco Mundial, de associar tais ativi- tiva. Em síntese, como se trata de um
dades aos países em desenvolvimento, mal que atinge a todos indiscriminada-
FLUXOS FINANCEIROS ILÍCITOS colocando-os como os mais afetados mente, os países desenvolvidos necessi-
Principais operadores de fluxos ilícitos, citados no por esses crimes, por concentrarem as tariam assumir a responsabilidade em
Panama Papers, em quantidade de mediadores,
por país, em 2015
atividades de corrupção, fraudes no prevenir as operações dos mediadores
1000 2000
comércio internacional e evasão de im- dos luxos ilícitos em seus territórios,
Hong Kong
postos. O argumento dessas organiza- enquanto os países em desenvolvimen-
Reino
Unido ções baseia-se no fato de que cerca de 1 to deveriam fortalecer seus regimes le-
Suíça
trilhão de dólares são drenados anual- gais e regulatórios, para tornarem-se
mente dos países em desenvolvimento, menos suscetíveis às atividades que ge-
EUA
com destaque para os países do conti- ram luxos inanceiros ilícitos e lava-
Panamá nente africano. No entanto, com os re- gem de dinheiro.
Guatemala *Mediadores são bancos, escritórios
centes vazamentos dos Panama Papers,
de advocacia e incorporadoras de icou evidenciado como os principais
empresas que contribuiram no
Luxemburgo processo de gerenciamento ou operadores dos luxos inanceiros ilí- VEJA TAMBÉM:
transferência desses fluxos ilícitos.
Brasil citos são provenientes dos países de- Mecanismos internacionais p. 30
Labmundo, 2017
1000 km
860 uma rota de passagem de drogas ilí-
citas para os países do Norte. Atual-
Fonte: UNODC, 2015.
30
mente, o consumo e a produção de
psicotrópicos no país cresceu. Além
disso, o Brasil passou a ter maior en-
Quantidade total estimada de usuários de cannabis, em milhares, por região, em 2014 volvimento com a lavagem de dinhei-
ro decorrente do tráico. Isso suscita
discussões sobre o tráico domésti-
Europa
Oriente co de drogas, a necessidade de prote-
Ásia América
do Norte
Médio
ger as fronteiras e os efeitos nocivos
Caribe
Norte da
África
que o uso destas substâncias podem
produzir em termos de saúde pública.
América
Central Quanto à ajuda militar estadunidense
para lidar com a questão, o volume de
Oceania
45900 América
do Sul África
Sub-saariana
recursos recebidos pelo Brasil é mui-
to reduzido, se comparado com os
Labmundo, 2017
16030
1000 km demais grandes países latino-ameri-
canos. A inluência daquele país jun-
700
Fonte: UNODC, 2015. to ao governo do Brasil foi reduzida
-1
-9
-5
0%
+
25
50
00
0%
9%
Antidrogas parecia ser um embrião
%
%
do DEA na administração pública
federal, mas teve função e signiica- Valores totais recebidos entre 2001 e 2013,
em milhões de dólares:
do modiicados depois de 2003, mais 63,3
focalizada em formular políticas pú-
blicas para a questão das drogas. No 25
Labmundo, 2017
2000, em grandes operações de ocu- dos dos anos 1990 e começo dos *Aruba recebeu contribuição a partir de 2004
e as Ilhas Cayman receberam a partir de 2008
pação militar de complexos de fave- anos 2000, período que coin-
las na cidade do Rio de Janeiro, com a cide com a intensiicação da Fonte: Sítio web da USAID, 2016.
missão de garantir a segurança neces- “guerra às drogas”. A partir do
sária para a organização dos megae- inal dos anos 2000, a nar-
ventos esportivos na cidade, como a rativa calcada na proibição passou a exemplos, pode-se mencionar Uru-
Copa do Mundo de Futebol em 2014 ser largamente contestada por setores guai, Países Baixos, alguns mem-
e os Jogos Olímpicos de 2016. da comunidade internacional e den- bros da União Europeia e estados dos
tro do governo dos EUA. Isso se deve EUA. No âmbito regional imediato,
ao fato de que, passados mais de qua- a própria Unasul considera a questão
REAÇÃO À GUERRA CONTRA DROGAS renta anos de esforços repressivos, o das drogas um problema de saúde pú-
Quantidade total da ajuda militar estadunidense consumo de drogas ilícitas não se re- blica em detrimento de uma aborda-
para principais ações antinarcóticos na América
Latina, por países, em milhões de dólares (valores duziu substancialmente e tais políti- gem securitária.
correntes de 2014), entre 2001 e 2013 cas deixaram, em especial nos países
2001 2007 2013 em desenvolvimento, um saldo eleva-
do de mortes em espirais de violên- VEJA TAMBÉM:
cia. Assim, o sistema internacional Mecanismos internacionais p. 30
México
já contabiliza iniciativas inovadoras Drogas ilícitas p. 46
de políticas de drogas como descri- Terrorismo e crime organizado p. 44
minalização e legalização do consu- Pobreza e desigualdade (Atlas da PEB) p. 44
Peru
mo de algumas substâncias. Como
Colômbia
Equador
Brasil
2014
2007
242,1
2001
Labmundo, 2017
1000 km
1995
63,3
Labmundo, 2017
Labmundo, 2017
Arábia
tados nacionais no espaço cibernético, Saudita Índia
Labmundo, 2017
tica no Glossário das Forças Armadas
(2007). A Estratégia Nacional de De-
a
s
ia
Al nido
Uc a
ng o
Ou a
s
sB á
lia
a
A
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fesa (2008) deiniu o setor cibernético
C
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Labmundo, 2017
m
s
s
o
an
Do
tro
sã
reportados em 1999
or
W
au
Sc
va
Ou
W
Fr
Fonte: sítio web CERT, 2016. Fonte: sítio web CERT, 2016.
pacidades instaladas foram testadas a
partir de 2012, com a conferência am-
biental Rio+20, seguida pela Copa das Principais origens dos ataques ao Brasil, por quantidade de ataque e por país, em 2014
Confederações (2013), Copa do Mun-
do (2014) e Jogos Olímpicos (2016). O
Rússia Países Baixos
objetivo é evitar os ataques às infra- Canadá
4.3 4 França Alemanha
5.96
2
8 Turquia
China do Sul EUA
7
70.
9.9
67
de projeção internacional, que ativis- 4
70.8
83 6. 0
VEJA TAMBÉM:
1000 km
Labmundo, 2017
Mecanismos internacionais p. 30
Capacidades militares p. 28
Terrorismo e crime organizado p. 44 O Brasil recebeu o total de 1.047.031 ataques em 2010,
sendo que 789.251 foram provenientes do próprio território.
Ameaças internacionais (Atlas da PEB) p. 48 Fonte: sítio web CERT, 2016. 75,38%
GEOPOLÍTICA DA
AMÉRICA DO SUL
Meios aéreos
ZEE do Brasil
Carro anfíbio Pleito brasileiro de
expansão da ZEE
Submarino
Contratorpedeiro
Grupamento
de fuzileiros
1000 km
Grupamento de
mergulhadores
Malvinas
Reboque Ilhas Geórgia do Sul
e Sandwich do Sul
28
Labmundo, 2017
Labmundo, 2017
Foram realizadas 8 operações nos últi- rem ao Atlântico Sul.
mos dez anos, em que foram utilizados Os três países formu-
submarinos, fragatas, corvetas, entre laram pedidos à Co- Fonte: Sítio web da Comissão de Limites da ONU, 2016.
outros meios navais e aeronavais. As missão de Limites da
duas Marinhas realizaram, ainda, entre Plataforma Continen-
1994 e 2002, a Operação ARAEX, cujo tal da ONU reivindicando a extensão de à Comissão, solicitando incremento de
objetivo era prover qualiicação, em suas respectivas águas jurisdicionais para cerca de 960.000 km². O pleito brasi-
operações a bordo de navios-aeródro- além das 200 milhas náuticas. Em 2014, leiro foi concedido apenas parcialmente
mo, aos pilotos da Armada Argentina. o Uruguai recebeu resposta airmativa em 2007 e, desde então, o Brasil refor-
ao seu pleito, e aumentou sua platafor- mulou seu pedido para assegurar o con-
Os Exércitos de Brasil e Argentina tam- ma continental para 350 milhas náuticas. trole sobre a área, signiicando que o
bém cooperam em diversas operações, Em 2016, a Argentina conseguiu a exten- aproveitamento de recursos dependerá
como a Hermandad, Yaguareté, Saci, são, incorporando área adicional ao seu de consentimento do governo brasilei-
Duende e Guarani, exercícios estabe- território marítimo. Entretanto, a situ- ro. Esse aumento adquiriu nova impor-
lecidos pela Conferência Bilateral de ação argentina é debatida na Comissão tância desde a descoberta de reservas de
Estado–Maior. Estes são realizados desde 2009, pois o pleito inicial requeria petróleo e hidrocarbonetos na camada
no território de ambos os países, com a incorporação da região das Ilhas Mal- do Pré-Sal. A Comissão de Limites man-
a utilização de tropas terrestres e aero- vinas e Sandwich do Sul, área de disputa teve em sua agenda a análise do pleito
móveis, simulando forças-tarefa. A co- com o Reino Unido, e de região próxi- brasileiro, aguardando a informação de
operação ocorre, ainda, entre as Forças ma à Antártida, que possui regime pró- dados que comprovem que a extensão
Aéreas, com destaque para as Opera- prio de ocupação, restrito à pesquisa e pedida pelo Brasil condiz com o prolon-
ções Prata e Cruzex. A Operação Prata deinido por tratado. A Comissão, por- gamento natural de seu território.
consiste em exercícios aéreos combi- tanto, não concedeu essas áreas críticas à
nados na região de fronteira entre Bra- soberania argentina.
sil e Argentina. Outros países vizinhos, VEJA TAMBÉM:
como Uruguai e Paraguai, participam A requisição de ampliação da plataforma Presença de potências extrarregionais p. 56
de exercícios combinados com as For- continental brasileira teve início com Amazônia Azul p. 64
ças Armadas brasileira e argentina de os trabalhos do Plano de Levantamen- Brasil: potência regional? p. 68
forma recorrente, o que contribui para to da Plataforma Continental Brasileira Cooperação regional em defesa p. 58
a cooperação a nível regional em defesa. e, em 2004, o Brasil submeteu proposta
20
20 20
10
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Labmundo, 2017
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Rússia Evolução do total de disputas interestatais militarizadas no sistema internacional, por tipo de disputa e
ano, entre 2002 e 2010
20 20 20 20 20 20 20 20 20 TO
02 03 04 05 06 07 08 09 10 TA
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1000 km
Ameaça de
uso de força
Quantdade
de disputas
Demonstração
de força
1 2 3 Uso de força
Labmundo, 2017
Fonte: Palmer, D'Orazio, Kenwick e Lane, 2015. Fonte: Palmer, D'Orazio, Kenwick e Lane, 2015.
1000 km
Labmundo, 2017
4 mais de 1000 baixas. 6 conflitos intraestatais
2 Considera-se conflito internacional 9
quando há de 25 a 999 baixas. 3 3
1 1
12 14 8 1
veriica-se um número mais elevado de ocorreram duas disputas envolvendo relativamente pacíico, do ponto de
disputas no continente africano, sul asi- atores extrarregionais. Em 2002, a Rús- vista da violência interestatal. Quan-
ático e Oriente Médio. sia protestou contra a apreensão pela to ao entorno estratégico expandido
Argentina de um barco pesqueiro de – entendido como a projeção dos in-
A literatura que aborda a geopolíti- bandeira russa cuja tripulação alegou teresses brasileiros para o continente
ca sul-americana compartilha um con- estar pescando em águas internacio- africano -, veriicam-se naquele con-
senso relativo de que a utilização de nais, quando, de fato, estavam pescan- tinente pontos de conlito intraestatal
teorias do tipo “dilema de segurança” do em águas territoriais argentinas. Em e interestatal que podem gerar desa-
não são totalmente aplicáveis ao conti- 2010, um incidente internacional entre ios para o Brasil. Em seu esforço de
nente. Historicamente, desenvolveu-se EUA e Venezuela foi gerado porque o projeção internacional, o Brasil po-
uma zona de não guerra, o que não ne- governo venezuelano ordenou que ca- derá ter de lidar com focos de tensão
cessariamente signiica dizer uma zona ças fossem interceptar um avião militar na África, contribuindo com efetivos
de paz. O sistema de equilíbrio de po- estadunidense que, alegadamente, inva- em operações de paz, cooperação in-
der sul-americano resultou da mitiga- diu o espaço aéreo venezuelano duas ve- ternacional ou atuando como media-
ção das tensões entre Brasil e Argentina zes num total de 34 minutos. O Brasil, dor de crises.
materializada nos acordos de Tlatelo- neste período, envolveu-se numa dispu-
co, abrindo caminho para um processo ta militarizada com o Peru: 100 milita-
de regionalização da segurança em uma res brasileiros ultrapassaram a fronteira VEJA TAMBÉM:
comunidade plural. Foi possível, no com aquele país, em meio a uma dispu- Cooperação regional em defesa p. 58
entanto, identiicar algumas disputas ta entre cidadãos de ambos os países. Brasil: potência regional? p. 68
menores no período 2002-2010. Desta- Presença de potências extrarregionais p. 56
que-se as tensões regionais entre Vene- As evidências sugerem que o entor- Integração regional (Atlas da PEB) p. 86
zuela, Colômbia e Equador. Também no estratégico imediato do Brasil é
1000 km
1955
Labmundo, 2017
485
Menos que 10
14
Fonte: SIPRI, 2016b.
Além da presença militar, vínculos co- econômicos e o padrão mineral-extra- do Sul é concentrado nos luxos com
merciais e inanceiros também evi- tivista tendem a reproduzir conheci- os EUA e com a China, o que torna a
denciam a presença de países externos das formas de dependência na divisão região mais suscetível a abalos vindos
à região na América do Sul. Vínculos internacional do trabalho. Diferente- desses parceiros. A preocupação com
econômicos são próprios do capita- mente do âmbito militar, em que há a dependência externa torna-se mais
lismo e podem produzir crescimento forte presença dos EUA e uma residual importante quando se trata de seto-
econômico e diminuição do desem- europeia, a China surge como poten- res estratégicos. É o caso, por exemplo,
prego, entre outros impactos positivos. cial contraponto no campo econômi- do comércio de armamentos, em sua
Todavia, a assimetria entre parceiros co. O comércio exterior da América maioria extrarregional. Apesar da Chi-
na ser um importante parceiro comer-
cial da América do Sul, isso ainda não
DEPENDÊNCIA FINANCEIRA se relete nos investimentos. O prin-
Participação de investimentos externos diretos no PIB, Investimentos externos diretos na América do Sul cipal investidor na região são os EUA,
entre 2001 e 2015, e valor do stock de investimentos, por país investidor, em bilhões de dólares,
por país, em bilhões de dólares, em 2015 entre 2007 e 2014
seguidos dos Países Baixos. Devido à
20 40 60 80 100 escala de sua economia, entre outros
EUA motivos, o Brasil é o principal destino
Países Baixos
dos investimentos estrangeiros dire-
Espanha
Luxemburgo
tos em termos absolutos. Todavia, em
Japão comparação com o Brasil, outros paí-
França ses da região são mais dependentes des-
Canadá Total de investimentos ses luxos inanceiros, como é o caso
Alemanha Investimentos no Brasil do Chile, em que 62% do PIB em 2015
Reino Unido correspondeu a investimentos vindos
Labmundo, 2017
Brasil
de outras regiões, e da Bolívia, com
Outros
1000 km 41,3%. Os setores mais atrativos para
Valor em stock
Fonte: CEPAL, 2016. os investimentos externos são de ser-
614,9
viços (como bancos, telecomunicação,
229,2
transporte), indústria de extração (mi-
Investimentos externos diretos na América do Sul neradoras e petrolíferas, por exemplo)
por área, em bilhões de dólares, entre 2007 e 2014 e indústria manufatureira.
1,7 300 Total de investimentos
Investimentos no Brasil
Participação no 200
PIB, em % VEJA TAMBÉM:
67
*Valor do stock do Uruguai 100 Amazônia Verde p. 62
Labmundo, 2017
Labmundo, 2017
33
e da Venezuela é referente Amazônia Azul p. 64
ao ano de 2014 25
**Não há dados para Guiana 18 Recursos República e desafios geoestratégicos p. 18
Serviços naturais Manufaturas Outros
16,8
República (Atlas da PEB) p. 18
Fonte: CEPAL, 2016. Fonte: CEPAL, 2016.
Declaração em
Política Nuclear: 2008
Brasil-Argentina 1995 Criação do Conselho
Conferências Ministeriais de Defesa da Unasul
de Defesa das Américas
1950 1960 1970 1980 1990 2000
Fonte: Abdul-Hak, 2013; Sítio Web do MRE, 2016.
Labmundo, 2017
Peru - Libro Blanco de la Defensa Nacional del Perú (2005).
ção na indústria de defesa; g) fomentar - Bases de uma Política de Defensa Nacional (1999); e
Uruguai
o intercâmbio de formação e capacita- - Política de Defensa Nacional (2014).
ção militar e promover a cooperação Fonte: Souza, 2015.
acadêmica entre centros de estudo da
defesa; h) estimular e apoiar ações hu-
manitárias; i) compartilhar experiên- da Escola Sul-Americana de Defesa, no (ex-Ministro de Defesa de Uribe), as-
cias em operações de paz da ONU; k) Equador, com o objetivo de gerar uma sim como pela priorização dos EUA
incorporação da vertente de gênero no doutrina sul-americana de defesa; De- enquanto principal parceiro em coo-
campo da defesa. Em seu funciona- senvolvimento do projeto do avião peração militar do Estado colombiano,
mento, as ações do CDS inserem-se em EPB-Unasul-I. através do Plano Colômbia. As crises
quatro grandes eixos: 1) Políticas de De- de natureza econômica, derrotas eleito-
fesa; 2) Cooperação Militar, Operações Apesar dessas iniciativas terem permiti- rais dos governos progressistas e a ame-
de Paz e Assistência Humanitária; 3) In- do avançar a cooperação em defesa en- aça de ruptura institucional em alguns
dústria e Tecnologia de Defesa; 4) For- tre os países da região, isso ocorreu de governos progressistas mais autono-
mação e Capacitação. Entre as ações já modo bastante desigual. Enquanto os mistas na região também são variáveis
desenvolvidas destacam-se: Exercícios exercícios militares bilaterais se intensi- a serem consideradas na construção de
militares bilaterais; Cursos e seminá- icam no Cone Sul, entre os países an- cenários futuros do CDS.
rios para fomentar a compreensão e a dinos, seu desenvolvimento encontra
visão comum de temas da defesa regio- um obstáculo na persistência de ten-
nal; Criação da Secretária Técnica Una- sões político-militares agravadas pelos VEJA TAMBÉM:
sul-Haiti para auxiliar a participação e efeitos do conlito político, econômico, América do Sul: um continente pacífico? p. 54
planejar uma estratégia de redução do social e militar na Colômbia, pela Polí- Brasil: potência regional? p. 68
contingente militar regional na Minus- tica de Defensa y Seguridad Democrá- Cooperação Sul-Sul em defesa p. 72
tah; a criação do Centro de Estudos Es- tica de 2003 iniciada por Álvaro Uribe Integração regional (Atlas da PEB) p. 86
tratégicos de Defesa, na Argentina, e e continuada por Juan Manuel Santos
2 2 2
1 1 1
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Labmundo, 2017
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Ve
*O índice indica a patente máxima atingida por uma mulher, em que a escala varia de 0 a 3,
onde 3 é a patente máxima dentro da respectiva força armada e 0 a patente mínima.
Fonte: Donadio e Tibiletti, 2016.
FONTE DO FINANANCIAMENTO
Financiamento de projetos do Cosiplan, por fonte e país, em bilhões de dólares, em 2015
Público Privado Parceiria público-privado
1000 km
38,4
19,6
Labmundo, 2017
0,05
Superar a inexistência de eixos logísti- fundamental para a estratégia de liga- INTEGRAÇÃO PELA INFRAESTRUTURA
cos de integração na região, legado de ção dos oceanos, que colaboraria para Quantidade de projetos do Cosiplan por etapa e
por eixo, em 2015
seu passado colonial, tornou-se estra- a diminuição dos custos de escoamen-
tégia destes países, favorecendo setores to da produção, para incentivar rela- Pl
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basilares da infraestrutura para impul- ções mais incisivas com países asiáticos m
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sionar o desenvolvimento, a autonomia e para a integração regional. o L
e propor ações que permitam a supera- multinacionais onde existem assenta- Capricórnio
ção de tais barreiras. Uma questão es- mentos humanos, zonas produtivas e
tratégica importante é a ligação entre os luxos comerciais, e onde a integração Amazonas
oceanos Atlântico e Pacíico que a rede nos setores de transporte, energia e co-
de infraestrutura proporcionaria, espe- municações deve ser incentivada. A de- Andino
cialmente com a crescente importância inição destes eixos ocorre por meio da
econômica e política da vertente do Pa- análise do território, que utiliza crité- Interoceânico
cíico para a região. rios técnicos, e passa por um processo central
e comunicações. Subordinados a estas que o Cosiplan não apenas funciona Escudo das
áreas, existem projetos nos setores aé- como um braço da internacionalização Guianas
Labmundo, 2017
191
geração de energia e de interconexão além disso, os críticos airmam que por *O relatório do Cosiplan não
disponibiliza dados sobre o
em comunicações. A área de trans- meio dos benefícios às empresas pri- Eixo Andino do Sul
49
2
portes é a que possui maior quantida- vadas contempladas pela carteira de Fonte: Cosiplan, 2016.
de de projetos, e o setor rodoviário é projetos, o Conselho contribui para a
o que mais se destaca. Essa importân- expansão do capital. É importante des-
cia do modal rodoviário acontece por tacar, no entanto, que as principais fon- matéria de capital investido. É relevante
causa do lobby das empreiteiras. Em tes de inanciamento dos projetos são também a diferença entre inanciamen-
seguida, vem o ferroviário e o luvial. os tesouros de cada país, com investi- to estimado e investimento realizado. O
O desenvolvimento destes setores é mentos estimados em 69,735 bilhões de eixo Mercosul-Chile é o que recebeu
dólares. Os inanciamentos privados maior aporte em projetos já concluí-
aparecem em segundo lugar. A cartei- dos (foram 8,351 bilhões de dólares dos
INTEGRAÇÃO PELA INFRAESTRUTURA ra de projetos conta também com i- 5,6169 bilhões previstos), seguido pelo
Quantidade de projetos do Cosiplan por país, nanciamentos do BID, CAF, FOCEM, Amazonas (6,429 bilhões de dólares dos
em 2015
Fonplata, BNDES, JBIC, União Euro- 22,241 bilhões estimados) e Peru-Bra-
180 peia, bancos privados, Banco Mundial sil-Bolívia (5,980 bilhões de dólares dos
e do governo da China. 3,1432 bilhões estimados). O im do ci-
140
clo das commodities e a mudança de sig-
100 Em 2015, o país com a maior quanti- no político-ideológico dos governos da
dade de projetos no Cosiplan era a Ar- região tornam bastante incertas a cons-
60 gentina, seguida pelo Brasil e pelo Peru. trução de cenários futuros para o Co-
20
Em relação aos investimentos estima- siplan, ameaçando a continuidade do
Labmundo, 2017
dos, o cenário muda, com o Brasil sen- comprometimento prévio dos governos
do o líder, seguido pela Argentina e pelo sul-americanos, e do Brasil em particu-
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Fonte: Cosiplan, 2016. nanciamento, e no que se refere a quan- fraestrutura regional. Além disso, com o
tidade de projetos, é possível observar possível enfraquecimento das empresas
Investimento estimado do Cosiplan por país, em que o investimento público é majori- brasileiras de construção civil, envolvi-
bilhões de dólares, em 2015
tário em todos os países, porém, quan- das nas investigações da Lava-Jato, a par-
7 do se analisa o inanciamento do ponto ticipação do setor privado internacional
de vista do dinheiro investido, países pode aumentar sua inluência na região.
5
como Chile e Peru mostram que o in-
vestimento do setor privado pode ultra-
3
passar o inanciamento público, mesmo VEJA TAMBÉM:
1
estando envolvido em menos proje- Cooperação regional em defesa p. 58
Labmundo, 2017
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nos dados do Brasil, onde esse tipo de i- Energia e integração (Atlas da PEB) p. 92
Fonte: Cosiplan, 2016. nanciamento ocupa o segundo lugar em
Labmundo, 2017
Amazônia no território
brasileiro antes de 2000
Amazônia no território Fronteiras de
de países vizinhos desflorestamento
1000 km 1000 km
Labmundo, 2017
Labmundo, 2017
Unidades de Conservação
de proteção integral Venda
Principais rotas de tráfico de
Terras indígenas animais selvagens
Fonte: Sítio web Instituto Socioambiental, 2016; Funai, 2015 e 2016. Fonte: Renctas, 2014.
Labmundo, 2017
ta uma série de conlitos envolvendo
as populações indígenas, bem como 1000 km
3.600.000 km2
2,0 1000
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Diamante Fonte: Miloslavich et al., 2011.
Venezuela
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Brasil 257,9
Calcário e Areia
200
Argentina
Fosforita
Labmundo, 2017
48,2% ZEE
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Cobaltíferas
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Extensão da
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Colômbia
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Plataforma
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Continental
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22,9%
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Fonte: Christante, 2010. Fonte: Miloslavich et al., 2011.
Chile
- 50,0%
um navio-anfíbio, navios de meios de lora, de grande potencial comercial.
Labmundo, 2016
95
00
05
10
14
19
20
20
20
20
VEJA TAMBÉM:
Médio prazo
(de 2016 a 2022)
Presença de potências extrarregionais p. 56
Labmundo, 2017
Labmundo, 2017
Amazônia Verde p. 62
Curto prazo
90
95
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10
14
19
20
20
20
20
Fonte: British Petroleum, 2016; U.S. Energy Information Fonte: Comissão de Relações Exteriores e Defesa Problema das drogas ilícitas p. 44
Administration, 2016. Nacional, 2016.
EXPORTAÇÃO DE COMMODITIES
Participação dos principais produtos primários
* Estresse hídrico é Muito alto (>80%) dos países sul-americanos no total exportado,
Labmundo, 2017
Cobre Soja
Soja
12,95%
Europa
59,89%
30,71%
7,77%
Soja
Labmundo, 2017
Labmundo, 2017
PRINCIPAIS AQUÍFEROS BRASILEIROS E CONFLITOS PELA ÁGUA distribuídos pelo Brasil (70,2%), Ar-
Conflitos sociais pela água na região, em 2016 Aquíferos Transfronteiriços
gentina (18,9), Paraguai (6) e Uruguai
da América do Sul (4,9), o segundo, em relação à reserva
Bacias Hidrográficas Transfronteiriças de água, é o maior aquífero conheci-
Labmundo, 2017
da América do Sul
Conflitos envolvendo a água
(Movimento de Atingidos por Barragens;
do atualmente, possuindo volume de
Rede Latino-americana contra as Barragens,
pelos Rios, suas Comunidades e a Água;
86.400 km³ ao longo de seus 437.500
Red de Vigilancia Interamericana para la
Defensa y el Derecho al Agua) km² sob os estados brasileiros do Pará,
Fontes: MILANI et al., 2015; MATTA, 2010.
Amazonas e Amapá.
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Labmundo, 2017
do sua posição privilegiada quanto à Parte considerável desta posição de-
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segurança alimentar. Mas, por ser o ve-se às bacias e aos aquíferos que ba-
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Labmundo, 2017
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1000 km
VEJA TAMBÉM:
Presença de potências extrarregionais p. 56
50
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Labmundo, 2017
00
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40
37
-4
Amazônia Azul p. 64
-7
-2
1.
As narrativas sobre o Brasil preconizam O Brasil possui o maior número de tan- A fragilidade brasileira, porém, revela-
que seu status de potência regional, em ques, de peças de artilharia, navios de se na análise desagregada do orçamento
contexto fortemente assimétrico na combate, bem como submarinos e ae- das forças armadas: este não é uniforme
comparação com seus vizinhos, está ronaves táticas. Isso não signiica, no en- e relete prioridades políticas do setor
sujeito a fatores domésticos e sistêmi- tanto, que o país tenha superioridade de defesa no Brasil. Entre 2007 e 2016,
cos. A ambição de protagonismo regio- material absoluta na eventualidade da em média, 43,1% dos gastos em defesa
nal deve, ademais, ser contrastada com formação de uma coalizão militar. No foram para o Exército, 25,6% para a Ma-
as capacidades materiais de que dispõe entorno estratégico imediato, a análise rinha e 22,6% para a Força Aérea. De-
o Brasil para projeção internacional de comparada do gasto militar entre o Bra- sagregar os dados sobre o gasto militar
poder em seu entorno estratégico. Em sil e cada um dos demais países (com des- brasileiro é fundamental e traz um diag-
índices agregados, o Brasil apresenta- taque para Chile, Colômbia, Argentina e nóstico preocupante: os gastos com pes-
se como o detentor das mais elevadas Peru) revela forte assimetria, quando es- soal e encargos atingem valores muito
capacidades militares em relação aos ses países são tomados individualmente. altos se comparados com os gastos com
demais países situados no entorno es- No entorno estratégico estendido, des- investimentos. Os gastos com pessoal e
tratégico e geopolítico brasileiro. tacam-se África do Sul e Angola, ambos encargos são, em média, 88,2% no Exér-
cito, 76,9% na Marinha e 75,3% na For-
ça Aérea. A taxa média de investimentos,
CAPACIDADES MILITARES para o mesmo período é de 3,7% para
Índice global de capacidades militares, por país, em janeiro de 2016
o Exército, 11,4% para a Força Aérea e
12,4% para a Marinha. O baixo inves-
timento no setor de defesa denota li-
mitações estruturais importantes na
possibilidade de projeção de poder, ain-
da que o Brasil seja o maior detentor de
capacidades militares tradicionais se
0,09
comparado com países do seu entorno
0,25 estratégico imediato e estendido. Fica
Labmundo, 2017
1000 km
0,64 em aberto a questão se o Brasil teria ca-
Sem dados 1,02
disponíveis
1,96 *Mais de 50 fatores pacidade militar de proteger-se e proje-
(território, indústria, recursos naturais,
2,89 quantidade de militares etc.) constituem tar-se sobre a área que ele próprio deine
o índice. Porém, este mede, principalmente,
Fonte: Sítio web Global Firepower Database, 2017. 3,73 a capacidade militar convencional. como seu entorno estratégico.
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s
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Execução orçamentária do Ministério da Defesa por destino ou departamento, em bilhões de reais, entre 2007 e 2016 TA
L
20 20 20 20 20 20 20 20 20 20
07 08 09 10 11 12 13 14 15 16
*Comando do
Exército
*Comando da
Marinha
*Comando da
Aeronáutica
Fundo
Aeronáutico
Administração
Direta
Fundo do
Exército
Fundo
Naval
Fundo de Administração do
Hospital das Forças Armadas
Indústria de Material
Bélico do Brasil
Fundo de Desenvolvimento do
Ensino Profissional Marítimo
Outros
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TOTAL
273,595
VEJA TAMBÉM:
*Os gastos dos Comandos do Exército, da Marinha
e da Aeronáutica estão discricionados em maiores Capacidades materiais p. 26
detalhes nos gráficos acima.
Indústria da defesa no Brasil p. 84
18,799 Recursos estratégicos p. 66
Capítulo 2 (Atlas da PEB) p. 28-57
Fonte: sítio web do Ministério da Defesa, 2016. 0,116
COOPERAÇÃO E
DESENVOLVIMENTO
2
anual. Entre as principais iniciativas
1
1000 km de cooperação militar realizadas pelo
Fonte: Sítio Web do Itamaraty, 2016; Sítio Web da ABC, 2016.
IBAS, destacam-se os exercícios navais
conjuntos conhecidos como Ibsamar,
COOPERAÇÃO ESPACIAL
Acordos de cooperação na área aeroespacial, país parceiro, entre 1988 e 2016 2003 2006
1988 1999 Memorando de Acordo sobre proteção de tecnologia na exploração do espaço
Protocolo sobre pesquisa Acordo sobre colaboração em
e produção de satélite de Cooperação nos Usos tecnologia espacial 2007
recursos da terra Pacíficos do Espaço Ajuste sobre ampliação da recepção de dados dos satélites
2003 de sensoreamento da Índia
1988 Memorando sobre plano
Protocolo sobre cooperação 1999 2008
Acordo sobre do sistema de solo do
em pesquisa espacial CBERS 3 e 4 Programa de Desenvolvimento do Satélite de
lançamentos Navegação Global
1993 em Alcântara
Protocolo sobre 2003
Cooperação em Estatuto da Empresa Binacional 2008
Programa para a recepção e Distribuição de
Tecnologia do 2000 Alcântara Cyclone Space Dados do Resourcesat-1.
Espaço Protocolo de
Cooperação em 2003 2009
Tecnologia Tratado sobre utilização do Protocolo sobre Continuidade, Expansão
1994 Espacial Cyclone-4 em Alcântara e Aplicações do CBERS
Acordo sobre 2002
Desenvolvimento Comunicado sobre 2009
dos Satélites e expansão da Memorando sobre Cooperação em
Recursos Terrestres cooperação 2004 Geoinformação Digital
espacial Memorando sobre comissão
1995 de concertação e coordenação 2010
2002
Cooperação com a China Declaração entre a Memorando sobre Memorando para Recepção e Distribuição
AEB e a Agência cooperação no dos Dados do CBERS-2B
Cooperação com a Índia Espacial Nacional âmbito do espaço
da Ucrânia 2010
Cooperação com a Rússia 2004 Memorando sobre Cooperação
1996 Acordo sobre Cooperação nos em Sensoriamento Remoto
Declaração relativa às Usos Pacíficos do Espaço
Cooperação com a Ucrânia aplicações pacíficas
da ciência e tecnologia 2005
2010
espacial Memorando sobre Política de Dados para
Declaração sobre coooperação a Distribuição de Imagens do CBERS
1998 Econômica, Comercial,
Acordo sobre a 2002 Científica e Tecnológica
cooperação na Memorando sobre
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10
14
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0,6 Cuba
0,2
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Haiti
08
10
12
14
20
20
20
20
Fonte: Marinha do Brasil, via Lei de Acesso à El Salvador
Informação, 2016.
República
Dominicana
Quantidade de militares envolvidos nos exercícios
operativos, por nacionalidade, de 2008 a 2014
Panamá
200
Costa Rica
100 Guatemala
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Honduras
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Nicarágua
que tiveram início em 2008 na costa
indiana. Trinidad e
Tobago
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G
2008
Compra de 48 unidades de EC725 2012
Super Cougar (Helicóptero de transporte) Acordo de construção e
transferência de tecnologia de 86
unidades do Guarani (Veículo blindado
País parceiro: Em milhões de dólares de transporte de pessoal)
Itália 5800 2009
Acordo de transferência de
tecnologia para construção 2012
Áustria de 4 unidades de Scorpène Compra de 2 unidades de Fieldguard
(Submarino convencional) (Veículo com Sistema de controle de
Israel tiro e rastreamento)
1410 2013
EUA
2009 Compra de 34 unidades de
Acordo de transferência de Gepard 1A2 (Veículo de
Suécia tecnologia para construção defesa anti-aérea)
de 1 unidade de SNBR
Alemanha (Submarino nuclear) 2014
4 Compra de 6 unidades de
França Guarder (Veículo blindado)
2014
Compra de 80 unidades do
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a Suécia - Caças
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Submarinos Convencionais
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Acordo DCNS com
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Torpedos e sensores
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Fonte: Sítio web do Senado Federal do Brasil, 2016 e CISB, 2016. Fonte: CISB, 2016.
EUA NA COOPERAÇÃO MILITAR submarino de propulsão nuclear. Já no segurança dos grandes eventos esporti-
Investimentos estadunidenses em ajuda militar
para o Brasil, em milhões de dólares,
acordo entre Suécia e Brasil, que trata vos sediados no Brasil, e gerou um in-
entre 1996 e 2016 da compra de 34 caças suecos da SAAB, tercâmbio de informações da ABIN
20 do modelo Gripen-NG, icou deini- com outros órgãos, aumentando a ca-
do que cerca de 15 caças seriam cons- pacidade de identiicação de ameaças
truídos em território nacional, por relacionadas ao terrorismo.
parte da Embraer. No entanto, a cri-
10 se vivida desde 2016 no país coloca tais No entanto, a cooperação militar com
projetos em uma zona de incertezas. o Norte pode não estar ligada apenas
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Fonte: Sítio web Security Assistance Monitor, 2016. a Suécia, em que atuam 14 institui- pamentos militares, também houve
ções nacionais. Além disso, para for- medidas explícitas de cooperação no
talecer setores como o cibernético, as auxílio à repressão de grupos sociais e
Quantidade de treinamentos militares, por ano, autoridades brasileiras buscam que as coletivos da oposição. A Grã-Bretanha
entre 1999 e 2015. capacitações nesta área sejam destina- repassou técnicas de tortura psicológi-
600
das aos usos industriais, educativos e ca, conhecida como “Five Techniques”,
militares. Nesse tema, os EUA exer- e auxiliou, de acordo com documentos
cem papel importante na formação da Comissão da Verdade, na criação
400 de militares e civis, por meio da assis- do CIEX, órgão composto por diplo-
tência para segurança cibernética. Há matas, encarregado de espionar polí-
também um empenho da ABIN nas ticos e militantes contrários ao regime
200 ações de contraterrorismo, com a tro- militar brasileiro e que se exilaram nos
ca de informações com serviços de in- países vizinhos. No caso francês, hou-
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Fonte: Sítio web Security Assistance Monitor, 2016. Venezuela. Esta cooperação ocorreu na na e da Argélia, que treinaram milita-
res brasileiros e trouxeram doutrinas
de contrainsurgência para o Brasil. No
COOPERAÇÃO NORTE-SUL EM SEGURANÇA CIBERNÉTICA caso dos EUA, nos recentes documen-
Investimentos estadunidenses em assistência para segurança cibernética, em milhões de dólares,
por país e por quantidade de estudantes no NDU iCollege e no Marchall Center, em 2015
tos da Comissão, conirmou-se o en-
0,2 0,4 0,6 0,8 sino, na década de 1970, de técnicas
Taiwan operacionais de torturas e assassinatos,
além da conivência do governo esta-
Suécia
dunidense com as forças de segurança
Tunísia para eliminação, após interrogatório,
Colômbia
de indivíduos considerados subversi-
Arábia
vos ao regime militar.
Saudita
México
Quantidade
de alunos VEJA TAMBÉM:
Indonésia
28
Cooperação militar com o Sul p. 72
Labmundo, 2017
Ucrânia 9
Entorno estratégico p. 52
Brasil 2
Segurança cibernética p. 48
Geopolítica e cooperação nuclear p. 80
Fonte: Sítio web Security Assistance Monitor, 2016.
Labmundo, 2017
2009
Namíbia 31
2
1995 2000 2005 2010 2015 1000 km
Fonte: Divisão de Acordos Internacionais do Itamaraty, 2016. Fonte: Sítio web da ABC, 2016.
Labmundo, 2017
Ministro da Defesa
Atos bilaterais ou multilaterais 1985
2006
visita a África do Sul
Brasil decreta fim de relações
esportivas e culturais devido Acordo para desenvolvimento
ao apartheid do míssel A-Darter
1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010
Fonte: Sítio web do Ministério da Defesa, 2016; Sítio web do Itamaraty, 2016; Penna Filho, 2001; Pereira, 2010.
Labmundo, 2017
Marinhas nacionais.
ção em temas de defesa com os par- Fonte: Sítio web do Ministério da Defesa, 2016; sítio web da CPLP, 2016; sítio web das Forças Armadas de Portugal, 2016.
ceiros da África lusófona. Além dos
tratados bilaterais sobre o tema, as-
sinados com parceiros variados, a CRIAÇÃO DA ZONA DE PAZ DO ATLÂNTICO SUL
Votos por país na Resolução da Assembleia Geral 41/11 de 1986, que criou a Zopacas
CPLP realiza regularmente reuniões
de Ministros da Defesa e o Simpó-
sio das Marinhas, além de realizarem
operações conjuntas, como a Opera-
ção Felino e o treinamento em navios
-patrulha. A Operação Felino é uma
atividade de destaque, pois promo-
ve a integração entre as Marinhas dos
países, que se revezam para sediar o
exercício. É necessário ressaltar, ain-
Labmundo, 2017
Rússia
China
Brasil
1000 km
Fluxos de importação/exportação
Valores de totais do fluxo
comercial de equipamentos
Valores de importação e militares (área do círculo)
exportação entre os países
do BRICS (espessura das setas) 42994
17670
50 4705 16554
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966
África do Sul
Fonte: SIPRI, 2016b.
EXPORTAÇÃO DE ARMAS
Armas de fogo e equipamentos associados exportados pelo Brasil em milhões de dólares, de armas convencionais e seus compo-
por país, em 2015
896,4
nentes. De modo geral, tratados desse
tipo geram muita resistência por par-
196,0 te dos países fortemente integrados ao
mercado internacional, que temem que
8,4 a regulamentação leve a limitações nas
suas estratégias de defesa e de transfe-
rência de tecnologia militar. Por esse
motivo, muitos países com maior peso
no comércio internacional de arma-
Labmundo, 2017
1000 km mentos, seja como vendedores ou com-
pradores, abstiveram-se de assinar o
documento.
Fonte: UN Comtrade, 2016.
Pode-se assim entender a posição do
Brasil e da África do Sul, países com
EXPORTAÇÃO DE ARMAS participação pequena no mercado,
10 principais países exportadores de armas de fogo e seus equipamentos associados para países da como defensores do documento na As-
América Central e do Caribe, em milhões de dólares, em 2015.
5 10 15 20 25
sembleia Geral da ONU de abril de
2013, e a de Rússia, China e Índia, que
EUA
Labmundo, 2017
se abstiveram de votar. A Índia foi o
Brasil país que teve a postura mais irme, con-
México
denando a assinatura do tratado e air-
Fonte: Sítio Web Comtrade ONU, 2016. mando que a iscalização do comércio
Espanha
de armas deve ser responsabilidade in-
China dividual dos Estados. O Brasil não ape-
grupo, comprou ar- A assimetria material e geopolítica tam- nas foi favorável à adoção do tratado,
Israel
mas convencionais bém é expressiva: China e Rússia são os como também sugeriu a ampliação de
Itália apenas da Rússia, únicos membros permanentes do Con- suas cláusulas e da lista de armamen-
Alemanha
durante o período selho de Segurança da ONU no grupo; tos incluídos nos termos do acordo.
avaliado. As prin- Brasil e África do Sul não têm armas Portanto, com posições tão diferen-
Reino
Unido cipais importações nucleares. Para além disso, tanto Brasil tes sobre a regulamentação do comér-
França do Brasil vem da quanto África do Sul não buscam pro- cio internacional de armamentos, seria
Alemanha, Fran- jeção internacional baseada puramente possível dar força às transferências des-
ça, EUA, Israel, Itá- no incremento do seu poderio militar, se tipo de tecnologia e de bens no con-
lia e Rússia, que mas sim focando em seus atributos po- texto intra-BRICS? Como intensiicar
são, em sua maioria, potências já esta- líticos e diplomáticos. a ampliação da integração econômica
belecidas no mercado internacional do do bloco nesse segmento de mercado se
setor. A questão central é que o Brasil As posições que os BRICS defendem o grupo reúne países com objetivos tão
não é uma exceção na falta de diversi- por meio das declarações conjuntas nas diferenciados no sistema internacional
icação de parceiros dentro dos BRICS, suas reuniões de cúpula são contrárias e em termos de estratégias de defesa?
e que o comércio de armamentos den- ao uso da força e a favor do respeito à
tro do grupo tem uma interface muito soberania de cada nação, principal- Enquanto os BRICS, na retórica, apa-
particular, com a Rússia sendo o único mente com o objetivo de construir a recem como potencial fonte de polí-
país que interage com todos os seus pa- imagem de um grupo pacíico, que de- ticas de contrapeso às estratégias das
res nesse sentido. Os maiores luxos são seja contribuir para a estabilidade in- potências ocidentais, na prática, seus
da venda de armamentos russos para ternacional. No entanto, este discurso luxos de importação de armamentos
chineses e indianos, apesar de também contrasta com algumas posturas indivi- ainda são extremamente dependen-
existirem registros de compras da Áfri- duais dos seus membros. A questão do tes de países como Alemanha, Fran-
ca do Sul e do Brasil em luxos meno- tratado sobre o comércio de armas ilus- ça, Reino Unido e EUA, enquanto suas
res. A Índia aparece como o único país tra bem essa questão, além de ilumi- exportações estão destinadas à perife-
que mostra um comércio de armas in- nar os obstáculos práticos no caminho ria do sistema internacional e aos paí-
tra-BRICS maior do que com outros de uma maior integração dos BRI- ses em desenvolvimento, reforçando
países, mas a Rússia é a maior responsá- CS nos temas de segurança. É preciso o seu papel de atores de relevância in-
vel por esses números. Embora o bloco ressaltar que China e Rússia aparecem termediária no comércio mundial de
se baseie na ideia de que esses países de- no ranking dos maiores exportado- armamentos.
veriam compartilhar de uma visão es- res mundiais de armas convencionais,
tratégica da política internacional, suas enquanto a Índia e a China estão no
posições em relação aos temas da agen- ranking dos maiores importadores. VEJA TAMBÉM:
da global de segurança revelam que as Cooperação militar com o Norte p. 74
diferenças ainda inluenciam signii- O Tratado sobre Comércio de Armas Geopolítica e cooperação nuclear p. 80
cativamente suas diplomacias, o que (ATT), de 2014, tem como objetivo Mecanismos internacionais de defesa p. 28
pode levar a um esvaziamento das par- central estabelecer mecanismos que Cooperação militar com o Sul p. 72
cerias comerciais no âmbito da defesa. controlem as transações internacionais
Labmundo, 2017
período ocasionaram a renúncia do
100 presidente do CNPq e conduziram a
36 *Reatores desativados
1000 km
com intenção expressa
de serem reativados
questão nuclear ao status de assunto
1
Fonte: Sítio web PRIS/AIEA, 2016. no futuro. majoritariamente diplomático. Nesse
**Até setembro
período, o Brasil alinhou-se aos EUA e
às medidas que se seguiram ao progra-
Capacidade energética, em megawatt, por país, em 2016
ma Átomos para a Paz, no qual o go-
100.000 verno estadunidense buscava estimular
a produção de energia nuclear para ins
75.000 pacíicos pelo mundo. A iniciativa foi
responsável pelo desenvolvimento de
parte da rede nuclear global, culminan-
50.000
do com a criação da AIEA.
do a
Ca Sul
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B
Paks 2 (Hungria)
trução no país de dois reatores, volta-
Bohunice (Eslováquia)
dos para ins pacíicos até 1985, além da
Chasnupp 3 (Paquistão) opção de mais seis até 1990. Visando
Fonte: Sítio web PRIS/AIEA, 2016. impedir a transferência da tecnologia
99185
23612
137
%
3,7
12
+1
2016
China
2000
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1990
Não concluíram
1000 km 1980 o protocolo
1962 Sem dados
disponíveis
Fonte: Sítio web AIEA, 2016.
%
,6
Coreia do Sul 88
+4
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Argentina
Paquistão
Chile
Venezuela
Fonte: Brics Policy Center, 2015.
,4 %
64
+3 Peru
Índia
Uruguai
PRINCIPAIS INVESTIMENTOS
Orçamento dos principais programas da defesa
brasileira, em milhões de reais, entre 2003 e 2014
(2 ula 6)
(2 ilm 0)
)
14
Arms Survey. Trata-se de uma rede
1
A defesa do território nacional e a se-
20
20
20
l
01 a
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3-
7-
1-
(2 ula
To
00
00
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gurança da população são elementos que movimentou 6 bilhões de dólares
L
Sistema de
estruturais do Estado-nação moder- naquele ano. No que tange aos pro- Controle do
Espaço Aéreo
no e são dimensões decisivas para se cessos que exigem mais tecnologia, o Implantação de
estaleiro e base naval
medir o poder de cada país na política Brasil é retardatário, com seus princi- para construção
de submarinos
internacional. Para um Estado-nação pais investimentos em questões-chave Construção de
submarinos
exercer suas funções diante de seus ci- tais como a defesa cibernética e o sub- convencionais
dadãos e para competir com às demais marino nuclear datando de 2009 em Aquisição de
Aeronaves
nações, produzindo relações de força diante.
Modernização e
e de equilíbrio entre elas, há um cus- Revitalização de
Aeronaves
to material: recursos e riqueza gerada Há também uma dimensão polí-
nas cadeias produtivas e comerciais li- tica da defesa, cujas estratégias são Missões de Paz
latório divulgado em 2013 pela Small noções de coexistência pacíica entre Construção de
submarino nuclear
Outros
Labmundo, 2017
orçamentários completos
referentes aos governos
Agronegócio anteriores. 9.411.053
78.890
Fonte: Sítio web do Ministério da Defesa, 2016.
Indústria de
transformação
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40
20
20 0
20 1
20 2
20 3
20 4
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20 8
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20 0
20 1
20 2
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14
0
0
0
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0
0
0
0
0
1
1
1
1
10,9
20
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Labmundo, 2017
8,18
5,45 Orçamento total
1000 km
2,72 Sem dados disponíveis ou Orçamento para investimentos
0 com média inferior a 0
Fonte: Banco Mundial, 2015; SIPRI, 2015. Fonte: Ministério da Defesa, 2014.
Labmundo, 2017
Armadas de Ensino da Marinha e o desenvolvimento de produtos
e de sistemas de defesa
a setores sociais tais como militares das relações de força e da institucio- Nacional (usada no regime autoritá-
e empresários que atuavam na área. nalização desses conlitos em uma rio contra as oposições, e que passou
No século XXI, é possível identii- sociedade democrática. Desde a cria- por uma última reforma em 1983) ou
car uma tendência internacional de ção do Ministério da Defesa em 1999, as polícias estaduais militarizadas. Ou-
inclusão de novos atores e novas te- existe um esforço de democratizar o tro limite importante é a ausência de
máticas para além das “tradicionais”, tema, produzindo importantes mo- mecanismos de controle e inspeção
como, por exemplo, as questões am- mentos de cooperação entre milita- pública que incidam tanto sobre as ca-
biental e alimentar e a participação res e civis e uma maior publicização deias produtivas quanto sobre as redes
da sociedade civil. Entretanto, ainda dos debates a partir de instrumentos comerciais da nossa Economia de De-
persiste, no mundo e no Brasil, uma legais tais como o Livro Branco de fesa. Os dados são escassos quer sobre
apropriação da problemática da segu- Defesa Nacional, ou a Lei de Acesso à o uso de matéria prima para a Indús-
rança e da defesa por uma agenda de Informação, que embora não seja es- tria de Defesa, quer sobre o caráter das
fechamento democrático e de suspen- pecíica da defesa, atingiu este campo parcerias comerciais que o Brasil irma
são da prioridade ética dos direitos de modo positivo e profundo. nessa área.
humanos, a qual se justiica, princi-
palmente, pela chave do “combate ao Por outro lado, em 2016 o Brasil apro- Nossa legislação sobre Defesa rele-
terrorismo”. vou uma lei-antiterrorismo com con- te um conlito crescente na sociedade
teúdo polêmico que é questionada brasileira, qual seja, aquele que se dá
Há no parlamento brasileiro um por importantes setores da socieda- entre os defensores de uma agenda da
constante conlito acerca da defesa, de civil. Há, ainda, a permanência de segurança calcada exclusivamente em
e a recente legislação que organiza a legislações e estruturas do período di- mecanismos repressivos e setores que
ação do Estado nesse setor é resultado tatorial, entre elas a Lei de Segurança entendem que a segurança só pode ser
alcançada a partir do fortalecimento
da transparência e dos direitos huma-
BANCADA DA BALA NO CONGRESSO NACIONAL nos. Tal conlito é, hoje, um dos mais
Quantidade de parlamentares integrantes das principais bancadas temáticas na Câmara dos Deputados
e no Senado brasileiros, em 2015
importantes que se apresentam nos pe-
ríodos eleitorais, gerando no Congres-
Senado Câmara dos Deputados
25 50 50 100 150 200 250
so bancadas temáticas atuantes nesse
tema e que terminam por inserir a
Ruralistas Ruralistas Economia Política da Defesa no cen-
tro das preocupações políticas da socie-
Empresarial Empresarial
dade brasileira.
Bala Bala
Sindical Sindical
Sociedade civil e defesa p. 86
Direitos Direitos Mecanismos internacionais p. 30
Humanos Humanos
Comércio com BRICS p. 78
Fonte: DIAP, 2015.
Opto Eletrônica
Rosoboronexport sa do Brasil. A partir de 2005 eviden-
Turbomeca do Brasil/Safran
cia-se uma retomada da indústria de
Mectrib/Galileo
Fonte: Silva, 2015. defesa, devido aos esforços de criação
1000 km 1000 km
bém privadas Mectron, Helibrás/Air-
351
bus. Tais dados apontam para um
Fonte: SIPRI, 2016b. 1 panorama no qual o Estado Brasilei-
ro participa, enquanto comprador, da
indústria de defesa brasileira, utilizan-
EMPRESAS BRASILEIRAS DO SETOR DE DEFESA NO BRASIL E NO EXTERIOR do materiais produzidos por empre-
Plantas e escritórios das empresas brasileiras, em 2016 sas nacionais - públicas e privadas. Em
outros casos, em especial em projetos
com nível maior de soisticação tecno-
lógica, como o submarino nuclear, o
Estado brasileiro precisou buscar con-
tratos com empresas estrangeiras para
suprir esta demanda.
Embraer Avibrás
Taurus INACE
Imbel Emgepron
CBC/Magtech Mectron VEJA TAMBÉM:
Rossi Amazul
Economia, política e Congresso p. 82
Labmundo, 2017
1000 km
Sociedade civil e defesa p. 86
Cooperação militar com o Sul p. 72
1000 km Cooperação militar com o Norte p. 74
Fontes: Sítios web das empresas, 2016.
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Co
Ministério do
Trabalho e Emprego
Comando
do Exército
500 km
Ministério das
Relações Exteriores
Comando
da Aeronáutica
Labmundo, 2017
Comando Obras de pavimentação feitas pelos BEC
da Marinha Perfuração de poços artesianos feitas pelo BEC
20154
*A categoria “outros” se refere a perguntas duplicadas, pedidos INSTITUIÇÕES DE FORMAÇÃO
sobre assuntos que não são competência do órgão, informações Instituições de ensino das forças armadas, por
inexistentes ou perguntas incompreensíveis. 10216
localização, tipo e força armada, em 2016
Labmundo, 2017
1275
Respostas negativas a pedidos baseados na Lei de Acesso à Informação, em %, entre maio de 2012 e
outubro de 2016
Pedidos negados
1000 km
30
Pedidos negados sob justificativa
de informação sigilosa Instituições de ensino
20 fundamental ou médio:
Escolas Militares
10 Instituições de formação,
aperfeiçoamento ou
ensino superior:
Labmundo, 2017
Labmundo, 2017
Exército
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Aeronáutica
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1000 km
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Ec
Fonte: Sítio web do sistema eletrônico do serviço de informação ao cidadão, 2016. sítio web Exército Brasileiro, 2016
Labmundo, 2017
1000 km 1000 km 1000 km
105000
52800
3830
Fonte: CNPq, 2016
da Marinha e da Aeronáutica com a acadêmica. Além das escolas de for- DEFESA OU SEGURANÇA?
Percepção quanto à ação das Forças Armadas no
sociedade e o aumento de demandas mação das Forças Armadas, e cursos combate à criminalidade, por região brasileira,
por segurança interna, para além dos de pós-graduação em defesa abertos em %, em 2011
assuntos de defesa. a civis e militares, outros programas Pergunta:
incentivam a pesquisa e extensão em as Forças Armadas devem combater a criminalidade?
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42
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vidades voltadas para integração en- ma Pró-Defesa; os Centros de Estudo
Nu
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0,4
tre Forças Armadas e a sociedade civil, de Política e Estratégia; o Programa
Região
são, nesse sentido, uma forma efetiva Antártico Brasileiro (que monitora Norte
de envolvimento com as demandas da as mudanças ambientais na Antárti-
Região
sociedade. Dentre as principais inicia- da); o Instituto Pandiá Calógeras (que Nordeste
tivas, destacamos o “Projeto Soldado presta assessoria direta ao Ministé- Região
Cidadão” que qualiica social e prois- rio da Defesa na produção de análi- Centro-Oeste
sionalmente os recrutas do serviço mi- se e estimulo à trabalhos acadêmicos
Região
litar obrigatório, preparando-os para sobre defesa nacional). A criação da Sudeste
as demandas de trabalho; o “Progra- Associação Brasileira de Estudos de
Labmundo, 2017
Região
ma Calha Norte”, que promove a ocu- Defesa (ABED) com encontros acadê- Sul
pação e o desenvolvimento social da micos sobre defesa nacional e seguran-
Total
região amazônica com projetos de in- ça e o aumento da produção cientíica Brasil
fraestrutura (estradas, pontes, creches em torno de temas de defesa e assun- Fonte: IPEA, 2011.
e etc.) e projetos sociais como escolari- tos estratégicos são provas irrefutáveis
zação e mutirões médicos; e o “Progra- do aumento do interesse da socieda-
ma Força no Esporte” que promove, de civil sobre os assuntos de defesa Operação Ágata nas regiões de frontei-
em parcerias com outros ministérios, nacional. ra e a participação das Forças Armadas
a integração social pela prática espor- junto às Unidades de Polícia Paciica-
tiva com reforço escolar, orientações As Forças Armadas também atuam nas dora (UPP). A criação, em 2010, das
educacionais, serviço médico e odon- chamadas “Ações Subsidiárias e Com- UPPs junto às favelas do Rio de Ja-
tológico e inserção proissional. plementares”, participando na cons- neiro provocou grandes debates sobre
trução de estradas, ferrovias, pontes, quais os limites de atuação das Forças
Outro projeto de grande visibilidade açudes, etc. ou na promoção de servi- Armadas altamente qualiicadas para
é o “Projeto Rondon”, criado inicial- ços de saúde pública em regiões lon- atuarem externamente, mas não vo-
mente em 1967 e reativado em 2005. gínquas e apoio humanitário em casos cacionadas para lidar com segurança
Desde então, já enviou mais de 24 mil de calamidades como enchentes, des- pública. Nas atividades de segurança
jovens estudantes universitários e pro- lizamentos de terras ou secas prolon- em espaços urbanos estão as principais
fessores de várias áreas do conheci- gadas. Há também as chamadas ações contradições de sua ação, uma vez que
mento (“rondonistas”) para colaborar cívico-sociais (ACISO) que, por meio a securitização de espaços geralmente
junto às lideranças locais e na forma- das Forças Armadas, levam às regiões situados nas periferias urbanas onde
ção de multiplicadores (produtores, mais pobres assistência médico-odon- vive a população mais pobre tende a
agentes públicos, professores). As For- tológica e construção de escolas, abri- ser muito mal avaliada por habitantes
ças Armadas proporcionam todo o gos, hospitais, distribuição de água em locais, ONG e movimentos sociais.
apoio logístico de deslocamento lu- regiões de seca, dentre outros.
vial (Marinha), aéreo (Força Aérea),
bem como alimentação, transporte lo- Está previsto na Constituição que as VEJA TAMBÉM:
cal e segurança das equipes (Exército). Forças Armadas devem atuar na Ga- Economia, política e Congresso p. 82
rantia da Lei de Ordem (GLO) e tal Participações em operações de paz p. 36
Merece destaque também a atuação atuação é a que gera maior embate Amazônia Azul p. 64
do Ministério da Defesa no âmbito com a sociedade civil. Duas iniciativas, Amazônia Verde p. 62
de formação educacional e pesquisa nesse sentido, podem ser citadas: a
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
APÊNDICE
METODOLÓGICO
Descolonização - A descolonização moderna refere-se Guerra da Cisplatina - Conlito armado ocorrido en-
aos processos de independência das colônias nas tre o império brasileiro e as Províncias Unidas
Américas, na África, na Ásia e na Oceania. As do Rio da Prata entre 1825 e 1828 pela posse da
lutas anticoloniais ocorreram em duas ondas: a Província Cisplatina, a região da atual República
primeira se iniciou no inal do século XVIII com Oriental do Uruguai. A anexação da região pelo
Haiti e Estado Unidos da América e se estendeu Império, de acordo com Hernani Donato (1987)
até meados do século XIX por todo o continente não foi um episódio aceito pelo brasileiros. Uru-
americano; a segunda, principalmente em África guaios, auxiliados pela Argentina, dão início à
e Ásia, ocorreu entre os anos 1910 e 1980 do guerra pela independência da região. Após uma
século XX. exaustiva e custosa guerra, em 27 de agosto de
1828, Brasil e Argentina reconhecem e garantem
a independência do Uruguai.
Cabanagem - A Cabanagem foi uma revolta popular antes pela organização secreta Ogboni, mas não
que aconteceu entre os anos de 1834 e 1840 na durou mais que alguns encontros sangrentos, re-
província do Grão-Pará (região norte do Brasil, sultando em severa repressão como cinco fuzila-
atual estado do Pará). Recebeu este nome, pois mentos e dezenas de condenações ao açoite.
grande parte dos revoltosos era formada por pes-
soas pobres que moravam em cabanas nas beiras Revolução Farroupilha - De duração entre 1835 e
dos rios da região. Estas pessoas eram chamadas 1845, icou conhecida como a mais longa das
de cabanos. A revolução paraense foi considera- revoluções brasileiras e, assim como a maioria
da a mais radical e violenta do período regencial delas, apresentou por justiicativa o protesto
(DONATO, 1987). contra o poder centralizador da Corte. Lidera-
da pela classe dominante gaúcha que usou as
Balaiada - Revolta popular ocorrida no Maranhão en- classes mais pobres como apoio. “Pandiá Caló-
tre os anos de 1838 e 1841 contra o monopólio geras observou que ‘federalistas, muito mais que
político de um grupo de fazendeiros da região. separatistas, os farrapos pelejavam pelas liberda-
revolta iniciou a partir de um simples fabricante des locais’. (...). Mas foi o fator econômico que
de balaios Manuel Francisco dos Anjos - o “Ba- preponderou (...). A importação, para o nordeste
laio”, que teve uma das suas ilhas estuprada por do Império, do charque platino mais barato que
um policial sem que houvesse nenhuma punição. o rio-grandense e a pesada taxação sobre o sal
Agregou uma grande quantidade de pretos, mu- necessário às charqueadas foram duros golpes
latos, índios e cafuzos revoltosos contra fazendas deferidos pelo governo contra o poder e a eco-
e grandes propriedades. “A dureza da guerra es- nomia dos estancieiros. Seriam eles o cerne da
tendeu-se até 1841, quando o exaurimento dos revolução e os principais republicanos em 1838”
recursos balaios e a habilidade militar e política (DONATO, 1987, p.137). Chegou a ser procla-
de Luís Alvez de Lima e Silva contribuíram para mada a República Rio-grandense, sob a ressalva
a paciicação. O título do futuro duque, Caxias, de provisória até que o Brasil se tornasse uma
lembra o seu êxito no paciicar o Maranhão” república federativa. Em 1 de março de 1845,
(DONATO, 1987. p. 142). após exaustivas batalhas, foi acidado o acordo
de paciicação. O Império conseguiu manter a
Sabinada - “Francisco Sabino Álvares da Rocha Viei- hegemonia sobre a região, mas os revoltosos tive-
ra” à frente dos partidários exaltados, proclamou ram importantes êxitos como maior autonomia
a Bahia desligada do Império ‘enquanto persis- na região, anexação de oiciais rio-grandenses ao
tisse a menoridade do Imperador D. Pedro II’. exército imperial, sobretaxação de 25% do char-
Organizou governo e forças armadas que o sus- que importado, libertação dos prisioneiros de
tentassem. Estas, porém, nada puderam diante guerra, libertação de ex-escravos que lutaram no
do exercício regencial o mando do marecha-de- exército, dentre outras.
campo João Crisóstomo Calado(...)”(DONA-
TO, 1987. p. 141). A “Sabinada” ganhou esse Guerra do Paraguai - Com duração entre 1864 e
nome pelo seu Líder, Francisco Sabino e teve 1870, foi considerado o maior conlito armado
como principais aliados, militares e integrantes internacional da região no século XIX. O conli-
da classe média. Durou de 1837 a 1838. to uniu Brasil, Argentina e Uruguai (união que
também icou conhecida como tríplice aliança)
Revolta dos Malês - ou Revolta de Escravos Nagôs, contra o mais bem sucedido vizinho, o Paraguai.
Malês e Tapas - De acordo com Hernani Donato O crescimento exponencial do Paraguai, tanto
(1987), “a melhor organizada dentre as revol- no campo econômico quanto militar (tornan-
tas de escravos baianos parece ter sido acionada do-se a primeira força militar sul-americana), foi
pelos nagôs, tendo recebido a adesão de malês considerado pela coroa inglesa como um exem-
e tapas. (...). O programa da revolta de 1835 plo que não deveria ser seguido pelos seus vizi-
clamava, entre outras reivindicações, a abolição nhos. A inglaterra interferiu fortemente no con-
da propriedade e do catolicismo como religião fronto, com o fornecimento de empréstimos e
oicial”. (DONATO, 1987. p. 136). De acordo recursos militares. A guerra devastou o Paraguai,
com o autor, a revolta teria sido preparada 3 anos uma verdadeira potência econômica no período
Pax Britannica - período de amplo domínio da Grã Tratados de Locarno (1926) - acordos assinados pe-
Bretanha no sistema internacional, compreen- los governos de Alemanha, Bélgica, França, Grã
dido entre o im da Era Napoleônica e o início -Bretanha e Itália, na cidade de Locarno, na Su-
da Primeira Guerra Mundial. Durante esse perí- íça. Após o Tratado de Versalhes impor pesadas
odo de domínio britânico, não houve ausência reparações de guerra à Alemanha, o Tratado pos-
de guerras, mas os conlitos tiveram proporções sibilitava que o país germânico se reintegrasse na
menores, motivo pelo qual o século XIX icou ordem mundial, com a garantia da inviolabilida-
conhecido como um século de paz. O domínio de de suas fronteiras, a desmilitarização da região
inglês estava pautado na defesa do liberalismo da Renânia e a integração à Liga das Nações.
econômico e do equilíbrio de poder entre as po-
tências européias.
Páginas 20 e 21
Concerto Europeu - mecanismo de equilíbrio de po-
der colocado em prática por Inglaterra, Áustria, Comissão Mista de Defesa Brasil-Estados Unidos - a
Rússia e Prússia após o Congresso de Viena, em comissão foi criada no período do Governo Var-
1815. O objetivo era controlar possíveis ameaças gas que antecedeu o alinhamento brasileiro aos
ao equilíbrio europeu, como Napoleão havia fei- Aliados na Segunda Guerra Mundial. Foi insta-
to nos anos anteriores. Esses Estados assinaram lada como parte da negociação do engajamento
diversos Tratados de defesa mútua, de forma a brasileiro no conlito, com o objetivo de apri-
impedir o surgimento de outra potência que pu- morar as bases comuns das políticas de defesa
desse controlar a Europa. dos dois países. Paralela à criação da Comissão,
foram negociadas a cessão das bases no Nordeste
Divisão Naval de Operações de Guerra (DNOG) - e a criação da Companhia Siderúrgica Nacional.
criada no contexto da Primeira Guerra Mundial
pela Marinha do Brasil, era composta de três di- Eximbank - oicialmente chamado de Export-Import
visões, com o objetivo de defesa e patrulhamento Bank of the United States, é a agência oicial de
do Oceano Atlântico, após as ações dos subma- crédito do governo norte-americano.
rinos alemães.
Força Aérea Brasileira (FAB) - criada em 1941, mes-
Plano Calógeras - elaborado em 1918, consistia em mo ano da criação do Ministério da Aeronáuti-
um documento elaborado pelo parlamentar João ca, participou da força expedicionária que lutou
Pandiá Calógeras, em que eram previstas dire- na Segunda Guerra Mundial. A FAB atuou no
trizes e planos de ações para o Brasil engajar-se Atlântico Sul e na frente italiana. Participou, na
na Primeira Guerra. Além de melhorias na infra década de 1970, da Guerrilha do Araguaia. Atu-
-estrutura e na capacidade militar doméstica do almente, é subordinada ao Ministério da Defesa
país, o Plano previa a utilização de navios apre- e controla as bases aéreas do país e equipamentos
aeronáuticos do país, além de realizar treinamen- he Military Balance - produzida pelo Instituto In-
tos conjuntos com forças aéreas de outros países ternacional de Estudos Estratégicos, sediado
e com o Exército e a Marinha. em Londres, essa base de dados é atualizada
anualmente e publicada em forma de livro. Para
o Atlas da Defesa, utilizamos seus dados para
Páginas 22 e 23 equipamento militar, e gasto militar percapita e
efetivo militar permanente por mil habitantes.
Crise dos Mísseis - Em 1962 durante treze dias, o A diiculdade do uso desse material reside no
mundo vivenciou um dos episódios mais emble- fato de que não há um repositório que permita
máticos da Guerra Fria quando a União Soviéti- compilação de uma série temporal para vários
ca instalou mísseis nucleares na ilha caribenha de países, procedimento que requereria a compra
Cuba. No dia 22 de outubro, o presidente dos individual de livros e compilação manual. As
EUA, John Kennedy anunciou em rede nacional descrições dos conceitos são sempre incluídas
de TV a presença dos mísseis na ilha e estado ao inal de cada livro, no apêndice metodoló-
de alerta com bloqueio naval e iminência de um gico.
conlito nuclear entre URSS e EUA.
SIPRI - produzida pelo Instituto de Pesquisa em Paz
de Estocolmo, a base de dados é de livre acesso
e a utilizamos no atlas para obter os dados sobre
CAPÍTULO 2 o comércio internacional de armas, situação das
ogivas nucleares e series temporais envolvendo
gastos militares para diferentes países.
Páginas 26 e 27
Correlates of War - foram utilizados o Índice de Capa-
A bases de dados sobre poder militar e conlito utili- cidades Nacionais (Composite Index of Natio-
zadas no projeto -O uso de bases de dados sobre nal Capabilities - CINC) e a base de dados sobre
conlitos internacionais e capacidades militares disputas interestaduais militarizadas, produzidos
pode oferecer informações substanciais para os pelo projeto Correlates of War, sediado nos Es-
estudos do poder militar. No entanto, tal uso tados Unidos . O CINC inclui a produção de
não deve ocorrer sem que considerações sobre a ferro e aço, população urbana, população total,
natureza de tais dados seja feita, sob o risco de, gastos militares, pessoal militar e total da produ-
na análise, reletir implicações normativas que ção energética de um país com relação ao total
não são as do analista. Assim sendo, cabe escla- de recursos disponíveis no sistema internacional.
rece o uso de algumas bases de dados sobre po- Os dados disponíveis para essa variável vão de
der militar e conlitos internacionais que foram 1816 a 2012, e o conceito que os autores desse
utilizadas para confeccionar as imagens neste índice utilizam para poder, inspirado numa visão
Atlas. Como qualquer medida quantitativa, tais neorrealista da política internacional, demonstra
medidas de poder militar não captam a realidade ser uma proxy operacional para poder relativo no
social perfeitamente, sendo, portanto, uma esco- sistema internacional, conforme seu livro de có-
lha de pesquisa considerá-las para tecer conside- digos (COW, 2010 p. 3).
rações sobre o problema analisado.
UCDP/Prio - produzida pelo Instituto de Pesquisas Tanque principal de batalha (em inglês, Main Battle
sobre a Paz da Universidade de Uppsala, esta Tank) - veículos de combate blindados, rastrea-
base de dados de livre acesso essa base de dados dos, armados com uma arma montada na torre,
foi utilizada para mapas sobre violência interes- com calibre mínimo de 75mm e pesando pelo
tatal e intraestatal. Conlito armado é deinido menos 25 toneladas métricas sem carga. Veículos
como tendo um número de baixas menor do que mais leves que atendam aos três primeiros requi-
1000 e maior do que 25 e guerra tem um núme- sitos são considerados tanques leves.
ro de baixas maior do que 1000.
Caça para ataque a alvos no ar e ataque ao solo (FGA) Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) - A FAO
- aeronave de asa ixa, este caça tem capacidade a entende como a garantia a todos de condições
signiicativa para atuar em superfície, incluindo de acesso a alimentos básicos de qualidade, em
o ataque marítimo, e pelo menos alguma capaci- quantidade suiciente, de modo permanente e
dade contra alvos no ar. sem comprometer o acesso a outras necessidades
essenciais, com base em práticas alimentares sau-
Caça de ataque a alvos em terra (Atk) - aeronave de dáveis, contribuindo, assim, para uma existência
asa ixa projetada exclusivamente para a tarefa de digna, em um contexto de desenvolvimento in-
ataque à superfície, com capacidade limitada ou tegral da pessoa, com preservação das condições
nenhuma capacidade de ataque contra alvos no que garantam uma disponibilidade de alimentos
ar. As unidades são aeronaves de asa ixa. em longo prazo A segurança alimentar implica,
portanto, quatro dimensões essenciais: a dispo-
nibilidade física de alimentos, o acesso econômi-
Páginas 28 e 29 co e físico aos alimentos, o uso dos alimentos e
a sustentabilidade, no tempo, das três dimensões
Armas químicas - reconhecidas pela ONU como ar- anteriores (FAO, 2011 apud: ECHART E CAR-
mas capazes de gerar destruição em massa, os VALHO, 2016. p.36).
efeitos nocivos dessas armas são causados pela
Subnutrição - “a condição das pessoas cujo consumo Resolução 1373 (2001) do CSNU - aprovada por
de energía alimentar é constantemente inferior consenso logo após os atentados de 11 de setem-
às necessidades mínimas de energia alimentar bro, a Resolução autoriza a ONU a usar todos
para poder levar uma vida saudável e realizar os meios necessários para combater e punir as
uma atividade física leve” (FAO, 2006, p. 2 apud atividades terroristas. Entre as medidas previstas,
Echart e Carvalho, 2016. p. 36). estavam o uso da força e as sanções econômicas.
Páginas 64 e 65
Páginas 60 e 61
Commodities - Produtos primários (sob a forma de
Amazônia Legal - nome atribuído pelo governo bra- matéria-prima ou com baixo grau de industriali-
sileiro à àrea da Floresta Amazônica pertencente zação) produzidos em larga escala e por diferen-
ao Brasil. Abrange nove Estados: Acre, Amapá, tes produtores.
Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e parte dos
estados de Mato Grosso, Tocantins e Maranhão. Aquíferos - Formação ou grupo de formações geológi-
cas capazes de armazenar água subterrânea. São
Biopirataria: É deinida pela exploração, manipulação constituídos por rochas porosas e permeáveis
e apropriação de recursos biológicos ou conheci- com capacidade de reter a água da chuva e utilizá
mentos tradicionais. -la para abastecer rios e poços artesianos.
Tecnologia de Uso Dual – Conceito de origem estadu- do Brasil (Mectron, Avibras e Opto Eletrônica) e
nidense usado para deinir a tecnologia que pode da África do Sul (Denel Dynamics).
ser utilizada para produzir ou melhorar bens ou
serviços de uso civil e/ou militar.
Páginas 78 e 79
Cooperação Militar e Policial – A apresentação dos dados
conjuntos da cooperação Militar e Policial, com os Átomos para a Paz - Programa do governo estadu-
EUA, justiica-se pela metodologia usada na base nidense para estimular a produção de energia
dados do “Security Assistance Monitor”, visto que nuclear exclusivamente para ins pacíicos. O
esta é a forma em que os documentos de prestação discurso de anúncio do programa forneceu,
de contas dos EUA apresentam os dados referentes também, as bases para a criação da Agência In-
aos programas de ajuda militar. Estes programas ternacional de Energia Atômica (AIEA) e a assi-
vão desde temas como o “Combate ao terrorismo”, natura do Tratado de Não Proliferação Nuclear
“não proliferação”, “serviços das academias milita- (TNP).
res” e “educação militar internacional”, como tam-
bém estão incluídos programas de “ajuda contra o ABACC - Criada em 1991 a partir do acordo bilateral
narcotráico”, que seriam de natureza policial, com entre Brasil e Argentina, a Agência Brasileiro-Ar-
atuação do DEA (Drug Enforcement Administra- gentina de Controle e Contabilidade é a institui-
tion), órgão da polícia Federal dos EUA. ção responsável por iscalizar os dois países quan-
to ao uso exclusivamente pacíico da energia
nuclear. Administra, assim, o Sistema Comum
Páginas 74 e 75 de Contabilidade e Controle (SCCC), que tem
como objetivo o controle dos materiais nucleares
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa utilizados pelos dois países, de modo que estes
(CPLP) - grupo de países lusófonos, estabele- não sejam usados para a criação de armas.
cido em 1966 e composto por Angola, Brasil,
Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial,
Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Páginas 80 e 81
Timor-Leste. O grupo realiza atividades de pro-
moção e ensino da língua portuguesa e consoli- Projeto H-XBR – projeto de desenvolvimento de ae-
dou a cooperação entre os membros em temas ronaves militares que busca o fortalecimento da
diversos, como defesa, saúde, educação, entre indústria nacional de defesa por meio da transfe-
outros. rência de tecnologia. Seu começo data de 2008,
quando foi assinado o consórcio entre a Helibrás
Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (Zopacas) e a Airbus Helicotper, subsidiária da Airbus,
- estabelecida em 1985, na Assembleia Geral da maior empresa do mundo em fabricação de ae-
ONU, é formada pelos países da América do Sul ronaves e sediada na França.
e da África que possuem saída para o Atlântico
Sul (África do Sul, Angola, Argentina, Benin, Cargueiro KC-390 - aeronave para transporte tático/
Brasil, Cabo Verde, Cameroun, Congo, Côte logístico e reabastecimento em voo desenvol-
d’Ivoire, Gabão, Gâmbia, Gana, Guiné-Conacri, vido e fabricado pela Embraer Defesa e Segu-
Guiné-Bissau, Guiné-Equatorial, Libéria, Namí- rança, subsidiária do grupo brasileiro Embraer,
bia, Nigéria, República Democrática do Congo, maior empresa brasileira em fabricação de ae-
São Tomé e Príncipe, Senegal, Serra Leoa, Togo ronaves.
e Uruguai). São realizadas Reuniões Ministeriais
com o objetivo manter a região como uma zona
de paz e livre de armas nucleares. Páginas 84 e 85
Míssil A-Darter - míssil de quinta geração guiado por Paciicação - O conceito de “paciicação” é uma ex-
infra-vermelho utilizado em aviões de combate, pressão que surge na época colonial com o obje-
produzido em conjunto por empresas privadas tivo de controlar revoltas contra a coroa e, ao de-
Nesta seção do Atlas nós disponibilizamos as referências bibliográicas usadas em cada capítulo, que consistem em livros, ar-
tigos de revista e de jornais, trabalhos acadêmicos, mas também uma lista dos sítios web consultados. Além disso, também
adicionamos indicações de leitura para aprofundamento nos assuntos. Desejamos a todos uma boa leitura.
Livros e artigos
ABDUL-HAK, A. P. N. (2013). O Conselho de De- ____________ (2009b) Política Externa e Poder Mili-
fesa Sul-Americano: objetivos e interesses do Brasil. tar no Brasil: Universos Paralelos. Rio de Janeiro,
Brasília: FUNAG. FGV.
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Em formas geométricas para mostrar diferenças gráicos, sejam elas matrizes ou li-
nhas do tempo) trazem a informa-
ção e o argumento e, neste Atlas, têm
Fonte: Durand et al., 2009 a mesma importância que o texto. A
Guiana
não, o uso de elementos gráicos, cores,
recortes e classiicações de modo a dis-
Sem dados
torcer a perspectiva do receptor está
Fonte: Elaboração própria. disponíveis crescendo junto com a popularização
dessas imagens em jornais, revistas, te-
levisão e redes sociais. É preciso saber
Exemplo concreto sobre o índice de Gini em municípios brasileiros, em 2010 ler e interpretar as imagens. Por isso,
Recorte por quantidade de municípios Recorte por média da variável
este Atlas busca preparar o leitor para
que consiga identiicar as decisões me-
todológicas e políticas por trás de cada
imagem, de modo que tome familia-
ridade com a leitura de imagens desta
obra e de outras.
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1 Fonte: Elaboração própria.
Fonte: Ministério da Defesa, 2016.
www.latsul.org
O Laboratório de Análise Política Mundial é uma O OPSA é um núcleo de referência destinado à
iniciativa interdisiciplinar de pesquisa e ensino análise, ao monitoramento e ao registro de
lançada em março de 2006. Durante seus eventos políticos nos planos doméstico e
primeiros anos, funcionou exclusivamente na internacional dos países sul-americanos. Suas
Escola de Administração da Universidade Federal atividades principais envolvem a coleta e a
da Bahia (UFBA). Hoje, ele conta com duas sistematização de informações sobre os
antenas que, de modo conjunto e em parceria, processos políticos dos países do subcontinente,
asseguram a participação de pesquisadores de bem como a elaboração de análises pontuais
diferentes departamentos e centros universitários sobre aspectos e problemas das conjunturas
do Brasil e do exterior em vários projetos, doméstica e internacional da área.
seminários e publicações: a antena de Salvador,
na UFBA, e a do Rio de Janeiro, no Instituto de www.opsa.com.br
Estudos Sociais e Políticos da Universidade do
Estado do Rio de Janeiro (IESP-UERJ).
www.labmundo.org
“É preciso escrever um poema várias vezes para que dê a impressão de
que foi escrito pela primeira vez". A frase é do poeta Mario Quintana. Guardião
do idioma, o poeta sabia como é difícil parecer simples. Lapidava suas joias. Na
arte, reunia humor, leveza e perspicácia. Um dia – dizia –, o poema cria vida e
voa. Logo pousa nos corações e mentes dos leitores, onde se perpetua.
O Atlas da Política Brasileira de Defesa que o leitor tem em mãos evoca
esse processo. Os mapas são criativos, os gráficos bonitos, as páginas
entremeadas, harmonicamente, de raciocínios desafiadores e de obras de arte.
Tudo parece simples. As ideias comunicam-se sem ruídos aos leitores,
fazendo-lhes ver, de maneira íntegra e concisa, relações de poder a partir de
perspectivas teóricas, históricas e geográficas.
Súbito, as complexas interações da política internacional parecem óbvias.
Mas o óbvio, aqui, só parece simples porque resume conclusões de análises
densas e rigorosas. O valor desta obra está justamente na capacidade dos autores
de reinterpretar o mundo, tornando-o mais inteligível para a maioria de nós.
Mas não se iludam: esta é uma obra científica. Os autores são honestos ao
expor as premissas que sustentam seus argumentos e rigorosos ao colher e
referenciar dados de fontes variadas. São também corajosos: apresentam-nos a
sua leitura do mundo, mas nos instigam a pensar sobre as possíveis evoluções da
nossa Política de Defesa. E ainda fazem o texto parecer simples.
O resultado cria empatia com o leitor e parece ser espontâneo. Não é.
Aprofunda o esforço iniciado com o Atlas da Política Externa Brasileira e avança
em temas sensíveis, como as relações entre civis e militares, a institucionalização
e os investimentos no setor de Defesa no Brasil. Ao cabo, condensa reflexões de
dois dos mais respeitados analistas das relações internacionais brasileiros ao
longo de suas exitosas carreiras.
Ao fazê-lo mediante a coordenação de um grupo de jovens pesquisadores,
Maria Regina Soares de Lima e Carlos Milani dão-nos, ainda, a lição de que vale
a pena passar aos jovens suas experiências e sabedoria, facilitando o trabalho das
próximas gerações de interpretar um mundo cada vez mais dinâmico e perigoso.
Ao ganhar o mundo com tanta beleza, este Atlas também perpetuará nas mentes
de seus leitores o compromisso de produzir análises densas, rigorosas e
corajosas. E que pareçam simples, a fim de melhor subsidiar as decisões sobre
nossa Política de Defesa.
Antonio Jorge Ramalho
Professor do IREL/UnB & Diretor da ESUDE-CDS/UNASUL